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nt^-Rs ® S /BIBLIOTECA terrazente HHapübücaç^o do gea n i ^ P^HIIUIIí niniii i GRUPO DE ESTUDOS ACR^PJOS Cx Postal : 507 Porto Alegre, gOCO 0*20 nov/dez 1982 Em Santo Cristo. PLANTANDO A UNIÃO A CRISE DO COOPERATIVISMO E O BRASIL FOI AO FUNDO 1... ASSEMBLÉIA DOS VITICULTORES A L UTA POR UM PREÇO JUSTO

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Page 1: nt^-Rs ® S terrazente /BIBLIOTECA · Rio Grande do Sul está representado na Pro-CUT por 6 sindicalistas escolhidos num "mini" ENCLAT (Encontro Estadual da Classe Trabalhadora) realizado

nt^-Rs ® S

/BIBLIOTECA

terrazente ■HHapübücaç^o do gea n i ^ P^HIIUIIí ■niniii i

GRUPO DE ESTUDOS ACR^PJOS Cx Postal : 507 Porto Alegre, gOCO

0*20 nov/dez 1982

Em Santo Cristo. PLANTANDO A UNIÃO

A CRISE DO COOPERATIVISMO

E O BRASIL FOI AO FUNDO 1...

ASSEMBLÉIA DOS VITICULTORES

A L UTA POR UM PREÇO JUSTO

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A OPINIÃO DO GEA

m ^ foi um arJ de muita ità e crganlzaça

aa cidade. No meio rural, o pessoal se mobilizou c-iOc

Dl emas e temos vários exemplos disso: Nova Ronda ;

seque firme como uma bandeira : !ir-3 pe^ Pefo^ma ':

ieitev - decisír rio boicota ■ >"t-"ü;-, , ; ■>,ito

lo - proóuwci da u ■' j t ide vtz envi

Santa Catarina; a oraãmiüvão i- 11 n Q i d ■.

trabalhadores do camp; e

.-;•)■ s em torno de seus prü

3 impamento dos Sem Terra,

ia; a assembléia dos 10 mil

• ■'■/to; o trabalho do cálculo do eus

• ri cultores e já se estende para

pelas oarragens e o surgimento de oposi

çoes :ais trazende novos ventos para c ^ Realismo ^ural

Inegavelmente este foi um ano em que o movimento dos agricultores cresceu e

se t rnou mais forte, mas também foi um ano em que cs trabalhadores do campo e da

cidade sofreram duros goloes. A terra, concentrou cada ve2 mais na? mãos de poucos ,

a indústria aumentou os lucros em cima do trabalho dos agricultores (veja a Sou^,.

Cruz, as indústrias da uva e muitas outras), aumentou violentamente o desemprego, a

umentou o custo de vida, o êxodo rural e, como se não bastasse, os trabalhadores a-

inda ganharam uma bomba de Natal: o Brasil foi pedir dinheiro ao Fundo Monetário In

ternacional -FMI- (veja matéria neste TERRAGENTE) e as conseqüências disto vão es-

tourar nas nossas mão-.

ri -

£ por -isso que. se '98í: ia foi de 1 .tas, podemos nos preparai porque eT

vão querer joga"" ainda mais. nas costas dos trabalhadores, o peso de toda sst

se que está fazendo do Brasil um pais praticamente insolvente.

Vai ser preciso mais organização, mais luta, mais união e mais confiança em

nós mesmos, em nossa força. E o GEA pretende, por mais este ano, estar ao lado dos

trabalhadores rurais e dos que com e'!es 'Utam,dando nossa contribuição e nosso aDO_i_

o nesta caminhada contra a exploração, por justiça e igualdade oa^a todos.

ohjctjvo as-essorai o sub 1 suas luliis í." apoiar o tra

vote tenj íSSO importan us.Qtu-n1 TI; cr companheiro 1. ciu le stu endereço .Os

maior de pubH

ural n i u t a m e s i: '■ t;. a -

so na tt-ri m receher un mímere ão nas bases oa para delegados/co- revam soi i c i tando.Fazemos um apelo em condições de contribuir finance dêem uma força pois também senti - as necessidades de material são '

emos apertados, l.nvie sua contribu c ima .

NOSSA CAPA: Assembléia dos viticultores, Caxias do Sul, 5 de dezembro de 1982,

FOTO: Lourdes Maria Grzybowski

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Mais uma do Ferri e de seus amigos da FETAG

Motivados por denúncias de agriculto res que estavam nos projetos de coloniza" ção da COTREL e do RIO VERDE, do INCRA. u ma comissão de sindicalistas, padrese pa¥ tores da região de Erexim estiveram visi~ tando aqueles dois projetos. Lá estiveram durante dez dias, pararam na casa dos a gricultores, tiraram fotos, gravaram de~ poimentos, e ao regressarem fizeram um re latório do que haviam visto e dos proble~ mas que os agricultores lá assentados con taram ã comissão.

0 relatório dessa comissão de sindi- calistas, padres e pastores, teve muita repercussão na imprensa e na região de Ere xim, pois mostraram que a propaganda da"s "maravilhas" que eram os projetos de colo nização. não é verdadeira.

Agora, passados mais de dois meses,a COTREL está exibindo em reuniões com agri cultores no interior, um outro relatórioT "este sim verdadeiro" segundo os direto - res da COTREL, assinados pelos senhores Zulmiro Ferri, secretário-geral da CONTAR Orgênio Rot, presidente da FETAG,pelo pre sidente do Sindicato de Palmeiras das Nis" soes, e por um tal de Grechi, que é fun~ cionário da FETAG, Este relatório faz ras- gados elogi s ao projeto, depois do paraí so, vem o projeto da COTREL.

Não falta nada, dá de tudo, as estra das são uma beleza, médico tem toda horaT etc...

Revoltados com a falta de modéstia do relatório, os agricultores perguntaram aos diretores da COTREL, como tinha sido fei- to o relatório. E segundo os diretores, a COTREL e o IIMCRA convidaram a diretoria da FETAG e o seu Zulmiro Ferri para ir ver a área, pagaram viagem de avião e toda des- pesa, para eles fazerem um relatório dife rente da comissão de sindicalistas.

Soube-se também que a turma da FETAG esteve no projeto durante um dia e nesse tempo conseguiu ver todas estas maravi- lhas. Já sobre o projeto do Rio Verde,não se atreveram a fazer relatório, porque de vem ter passado por cima, de avião, e não" deu pra ver direito o "paraíso" dos gaú- chos,

É uma vergonha que ainda tenha gente no movimento sindical que se preste a fa- zer joguinho de interesses das colonizado ras 9 da oolítica agrária do governo.Quan do o próprio 3? Congresso Nacional dos" Trabalhadores Rurais, realizado em 1979 em Brasília, havia condenado a coloniza - çao, como uma coisa contrária aos interes ses dos trabalhadores rurais!

É estranho que a turma da FETAG não tenha levado ninguém da região, porque?

Agora, é a palavra de uma comissão de sindicatos da região, de dois padres e um pastor, contra a palavra de três diri- gentes e um funcionário da FETAG, que es- tão longe das bases. Alguém está mentindo.

•SINDICALISMO

HORA DE

ACERTAR 0 PASSO

Depois de muitas marchas e contra mar chás, está finalmente marcado o IICONCLAT - Congresso Nacional das Classes Traba- lhadoras - será em São Paulo nos dias 26, 27 e 28 de agosto de 83.

Esta decisão foi tomada em reunião sindical nacional realizada nos dias 27 e 28 de novembro passado em BrasTlia. Es ta reunião também deu posse a nova Comi? sao Nacional do Pro-Cut (Central Onicã" dos Trabalhadores), formada por represen^ tantes estaduais que jã haviam sido esco" Ihidos em reuniões anteriores nos seus" estados, num total de 51 integrantes. 0 Rio Grande do Sul está representado na Pro-CUT por 6 sindicalistas escolhidos num "mini" ENCLAT (Encontro Estadual da Classe Trabalhadora) realizado em Porto Alegre no dia 20 de novembro. São eles : Paulo Renato Paim - Sind. dos Metalúrgi- cos de Canoas Julieta Balestro - Centro dos Professores do Estado João Machado - Sindicato dos Metalúrgi - cos de Novo Hamburgo Agenor Gastaldi - Sindicato dos Emprega- dos da Administração de Escola de IjuT Dauro Brandão de Mello - Sindicato dos Bancários de Caxias do Sul Um representante do meio rural a ser in- dicado posteriormente.

Paulo Renato Paim e Julieta Balestro, fazem parte ainda da CEN - Comissão Exe- cutiva Nacional - que e o órgão executor da Comissão Nacional Prõ-CUT.

Vamos ver se agora o movimento sindi- cal que durante muito tempo esteve mergu lhado num mar de confusões, correndo se^ rios riscos de se dividir, se alinha e se torna uma força capaz de organizar u ma luta seria contra as medidas de arrõ cho que estão sendo tomadas pelo governa

A nova Comissão Nacional Prõ-CUT já aprovou para o dia 14 de janeiro de 83 a realização do Dia Nacional de Luta con- tra o desemprego e o Arrocho salarial. Neste dia, serão feitas em todo o paTs Assembléias Municipais de Trabalhadores, independente da categoria a que pertence, para protestar ediscutir formas concre- tas de organização e de luta pra enfren- tar este novo arrocho que estão querendo jogar nas costas dos trabalhadores.

E hora dos trabalhadores rurais tam- bém demonstraram a sua força, ajudando a organizar e participando massivamente das Assembléias aonde for oossTvel realizá- Tas.

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»■•. SINDICALISMO

Oposição Sindical em Santo Cristo:

PLANTANDO A UNIÃO

"Colono não sabe plantar apenas soja, mi- lho, feijão ou mandioca. Sabe plantar também as bases da sua união, da sua força e da sua organização"

Isto jã aconteceu em inúmeros municípios de nosso estado e está acontecendo agora,com muita força^ em Santo Cristo, municTpio situ ado na região da Grande Santa Rosa, com uma significativa população no meio rural.

Como todas as plantas, esta também nasceu pequena. As sementes foram lançadas ainda em 1980 durante as mobilizações por um preço justo pelo porco. Já nesta ocasião, um grupo de colonos sentiu que era necessária uma a- çao mais efetiva do Sindicato na defesa de seus interesses. Isso ficou confirmado nova- mente em 1982 durante a luta pelo preço do leite, quando o Sindicato, através do seu presidente,se voltou contra o boicote da OD

mercialização, desrespeitando a vontade da" grande maioria dos colonos e aceitando um a- cordo que sõ favoreceu as indústrias.

Partindo destes fatos, este grupo se orga^ nizou e passou a desenvolver um trabalho de conscientização dos colonos sobre o verdade^ ro significado do sindicato, das suas reais-

funções e a necessidade da união de todos.

Inúmeras reuniões e debates foram realiza_ dos nas comunidades, formaram-se comissões —

de colonos chamadas "Núcleos de Colonos de Base" , com o objetivo de mobilizar os colo- nos em torno de seus problemas.

Este processo culminou no dia 21 de novem bro quando 55 colonos, representando 17 comü nidades, reuniram-se no Seminário com o obje tivo de elaborar um programa de ação e lutas para o sindicato, que deveria ser assumido por uma chapa que os representasse nas elei- ções para o sindicato.

0 programa aprovado, fru+o da participa - ção dos presentes, contemplou os principais problemas que os colonos enfrentam:os preços dos produtos, a educação, a democracia no sindicato, o problema da terra e da assistên cia oferecida pelo FUNRURAL.

A diretoria do sindicato, sentindo a for- ça com que o GRUPO DE AGRICULTORES DE BASE conta, reconheceu seus erros e está propondo que seja formada uma chapa única para as ele içoes.Resta saber se esta proposição e reai~ mente honesta, e não apenas uma tentativa de mais uma vez aproveitar-se do movimento dos colonos para depois deixá-los novamente na mao como já aconteceu nas mobilizações pelo preço do leite e do porco.

FETAO EM DIFICULDADES FINANCEIRAS

A FETAG está passando por dificulda- des financeiras. O dinheiro que recebtí das mensalidades dos sindicatos e da con- tribuição sindical já não alcança para as despesas, cada vez maiores.

Dizem que já está devendo vários rrú Ihões para a COIMTAG que veio socorrer.

Diante dessa situação, os sindicatos (e portanto os trabalhadores rurais] se- rão chamados a aumentar suas mensalidades. E com isso tudo será resolvido. Ou seja , na hora do aperto, sempre sobra prós mais fracos, prós trabalhadores.

nas a FETAG já passou pelos seus tem pos de vacas gordas, onde tudo era fácil, e o dinheiro era muito. Viagens para qual quer coisa, corridas à Brasília íicompanhan do políticos, e o seu Ferri cansou de pe- dir 10 salários mínimos de gratificação na época do natal, pelo esforço realiza- do. Isso faz lembrar a história da formi- ga e da cigarra! Já esqueceram as mordo - mias do passado?

Tem gente na FETAG que defende os pro jetos de colonização. Porque agora não vão para o Mato Grosso pedir prós colonos de lá ajuda financeira? Tem gente na FETAG que defende o governo. Porque não vão pe- dir pro governo eliminar a lei de enqua - dramento sindical?

Está na hora da Diretoria da FETAG reduzir as viagens e diárias para simples reuniões. Está na hora de eliminar as as- sessorias muito bem pagas, que só atrapa- lham os trabalhadores, como o caso da As- sessoria Jurídica e da Assessoria de Im- prensa - que vivem puxando o saco das auto ridades.

Está na hora de fazer um programa de trabalho mais ligado ã educação, mais l_i gados às regionais. E eliminar as despe - sas, sem precisar aumentar as receitas.

Afinal, qu.tl o sindicato que está em bons condições financeiras? Qual o c£ lono que está bem?

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CHUMBC —ECONOMIA- 3R0SS0 EM 83!

III !■

O Brasil está entre os 10 países mais indus- trializados do mundo. Mas está também os dez mais endividados. Hoje em dia mundo já sabe que vivemos num pais à beira da falência. £ isso não é nenhum exagero. A dívida externa brasileira chegou aos 90 bilhões dé dó- lares. Para ter uma idéia do que isso represenís, cada brasileiro desde que nasce já deve 200 mil cruzeiros para as multinacionais.

■■ mm*Ê*t,„*á*w

E 0 BRASIL FOI AO FUNDO L 0 Brasil foliu e o povo povo é quem vai pagar a divida E a divida é uma verdadeira bola de

neve. Em 1974, de cada mil cruzeiros ex portados, 300 eram para pagar as presta- ções e juros. Hoje, de cada mil cruzei- ros, 900 são para pagar essas prestações.

A quem a crise econômica atinge?E cl_a ro que atinge muito mais a classe traba- lhadora. No Brasil jã são quase 15 mi- lhões de desempregados e sub-empregados.

A "S0LUCA0" DOS CAPITALISTAS

Praticamente em todos os dias destes primeiros meses, os tecnocratas do Gover no e os políticos do pais desmentiam pe Ia Imprensa a ida do Brasil ao Fundo Mo- netário Internacional (FMI). Uma semana depois das eleições, viéramos fatos:"Bra sil no Fundo", e "Reagan no Brasil".

Em que consiste o FMI? Quais as im- plicações que decorrem do Brasil se suje^ tar as normas e regulamentos do Fundo?Va_ rnos por partes: 1. Imagine uma pessoa que faz um emprés-

timo num Banco. Depois, outro emprés- timo. Mais um empréstimo noutro^Banca DaT a pouco está fazendo empréstimo para pagar empréstimo, logo, está fa^ zendo empréstimo para pagar sõ os ju- ros (começa a "rolar a divida", como diz o Ministro Delfim). Finalmente, o sujeito começa a fazer vales para co- brir com empréstimos que ele ainda es^ tá tentando arrumar.

2. Nesse momento, os banqueiros, pra^ lá .de preocupados porgue o sujeito jã es^ tá devendo 80 bilhões de dólares, se reúnem, mandam chamar o devedor e di- zem: "Agora chega. Prã nos continuar te em prestando, antes de mais nada tu tem que te acertar ali com o pessoal do Fundo. Tens que cumprir as condições que eles vão impor. E a primeira é a de que quem manda na política economi^ ca do teu pais de agora em diante é o pessoal do FMI".

3. E foi isso o que acabou de acontecer com o Brasil: o Fundo Monetário Inter nacional, organização dos grandes ban quQinos .internacionais, numa "opera-

ção socorro" está emprestando 6 bi- lhões de dólares ao Brasil, o que'não é muito perto da nossa divida que e de 80 bilhões de dólares. 0 que vale ai e o aval do FMI, para os banquei - ros e os capitalistas internacionais, de que o Brasil vai seguir ã riscadas regras e as condições impostas.

4. E o que eles querem em troca? Querem supervisionar a economia brasileira , para ver se o dinheiro vai serbem "a pi içado" e render maiores lucros. ü FMI já está no Banco Central invest^ gando as contas brasileiras.

As condições para o empréstimo'jã 'co- meçaram a entrar em pratica.Por exempTo: a) Reduzir os investimentos públicos, ■ o

que vai piorar os serviços^prestados ã população (assistência médica,INPS, condições de moradia e transportes^ , etc); além disso, va| diminuir o1 nume ro de empregos no paTs.

b) Cortar subsídios de alimentos e trans portes. Quer dizer: sem financiamento e incentivos fiscais, os preços'dos'a limentos vao subir;

c) Reestruturação das fábricas, "raci'Ona_ lização", quer dizer, aumentando o tra^ balho eaumentando o desemprego.

d) Alterações na política salarial; 'êm primeiro lugar acabar com os 10% 'do salário mínimo da primeira faixa-sala rial (de 1 a 3 salários) que represen tam 80% dos trabalhadores, depois -de trambicar o INPC, como no famoso rou- bo da reposição salarial de 73/74; "em seguida, retirar ou baixar os 'aüínên- tos de produtividade na^época do rea- juste. E se tudo isso nao fosse sufi- ciente o governo vai acabar' com os reajustes semestrais.

e) Eliminação das restrições ã entrada de produtos estrangeiros no mercado brasileiro.

5. Por fim, a completa dependência econo mica do Brasil aos interesses dos ca- pitalistas estrangeiros (Via FMI) tem sua contrapartida no plano polTtico . A vinda de Reagan (presidente dos Es- tados Unidos) ao Brasil, ao mesmo tem

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•ECONOMIA-

6.

po que servia para desviar a atenção da opinião pública ao fato econômico da entrada do Brasil no Fundo (e para este desvio muito contribui a grande cobertura dos principais jornais e te levlsoes) significava também a exigein cia feita pelos Estados Unidos de que o Brasil volta a apoiar incondicio - nalmente a polTtica armamentista e re pressora dos Estados Unidos com rela- ção aos paTses que lutam por se liber tar da opressão norte-americana, prin cipalmente os paTses da América Lati- na.

E pelo jeito, tudo ficou muito bem a- certado: os americanos saTram satis - feitos e satisfeito ficou o governo do Brasil, a quem o Reagan chamou_de Bo- lívia numa completa demonstração de

menosprezo.

Apenas uma coisa talvez Reagan não te nha entendido: como o Governo do Brasil consegue ganhar eleição e ter maioria no Congresso se tem menos votos que a o- posição?.

ONDE VAMOS PARAR?

Todas estas medidas são contrárias a os verdadeiros interesses do povo traba lhador do paTs, que já se encontra em ü ma situação difTcil e que agora só vaT piorar. Por isso os trabalhadores da cj^ dade e do campo tem que encontrar os cã minhos de resistir a este ataque e gas~ sar por cima destes planos-do contrario eles passam por cima de nós. Numa hora dessas, a organização e a luta da clas- se trabalhadora são fundamentais.

POLÍTICA AGRÍCOLA SE AS FIRMAS PODEM TER TANTO LUCRO, POR QUE O AGRICULTOR NAO PODE GANHAR UM PREÇO JUSTO? POR QUE O PREÇO DA UVA, MUITAS VEZES, ESTÁ ABAIXO ATÉ DO CUSTO, DANDO PREJUÍZO PARA O AGRICULTOR? POR QUE O AGRICULTOR NAO PODE RECEBER UM SALÁRIO JUSTO PELO SEU TRABALHO DE SOL A SOL?

3^ A LUTA POR UM PREÇO JUSTO Cerca de 5 mil viticultores, reuni-

dos em assembléia geral em Caxias do Sul, dia 5 de dezembro, aprovaram o custo de produção da uva para a próxima safra: Cr$ 40,11 para o Kg da uva comum, mais o cum- primento do Estatuto da Terra no que se re fere a rentabilidade das atividades agrT colas, o que dá um total de Cr$ 52 J4. Es^ ta é uma novidade importante pois é a prT meira vez que a assembléia dos viticulto- res assume a reivindicação de um direito seu, garantido em lei, que é o Estatuto da Terra. Isso mostra que o movimento es_ tá crescendo e tomando mais fôlego.

Participaram da assembléia produto - res de 12 municípios da região, chamando atenção o número bastante expressivo de municípios que anteriormente pouco parti- cipavam.

Para se chegar ao custo de Cr$ 40,12 como diz o estudo distribuído na assemble ia, a comissão encarregada do trabalho u- tilizou as informações de 1712 questioná- rios preenchidos por agricultores de 12 municípios do Rio Grande do Sul e 3 muni- cípios de Santa Catarina, que pela prime^ ra vez participa da elaboração deste estu do, o que é outra novidade importante po is na medida em que os produtores se unem, adquirem mais forças para pressionar pela conquista de suas reivindicações.

REIVINDICAÇÕES Alem de estabelecerem o custo,os pro

dutores têm uma série de reivindicações.Ã baixo, algumas delas: * que o governo considere o reajuste de

correção monetária desde a época da sa- fra até a época do pagamento, de acordo com as normas usuais;-

* pagamento da uva no máximo em 30 dias; * que a companhia compradora forneça nota

fiscal constatando os preços e as for- mas de pagamento, no ato de entrega do produto;

* que a CEP (Comissão de Financiamento da Produção) divida em apenas 3 grupos as variedades de uva, para efeito do pre- ço mínimo: uvas comuns, viníferas,bran- cas e tintas, viníferas superiores. Is- so evita tramóia das firmas na hora do preço;

* que o governo mantenha convênio com a VINOSUL para colocação da safra

* que o governo moralize e intensifique a fiscalização;

* proibição de uvas e vinhos estrangeiros; * criação de um seguro agrícola para uva

UM EXEMPLO A SER SEGUIDO

0 cálculo do custo de produção da u va é um trabalho importante e tem servido de base para a mobilização dos viticulto-

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POLÍTICA AGRÍCOLA res. Assim é um exemplo para rs demais regionais que enfrentam problemas com preços míni- mos, como o leite e o fumo. Citamos asseguir alguns trechos do estudo distribuído que mos tram a importância dos sindicatos assumirem a luta pelo preço e envolverem as bases junto

"Para que todo este trabalho?" "Uma daa principais finalidades do Sindicato e lutar»por um preço justo do produto,que j

e um direito doagricultor.. Como o sindicato pode lutar por um preço justo se não sabe o 1 que custa? Por isso nós,viticultores,junto com as diretorias dos sindicatos e ajudadr.s por técnicos,^estudamos e fizemos este levantamento do custo da uva.

"Também devemos lembrar que vivemos num mundo dividido em grupos. Estes grupos têm in- | teresses diferentes. Os compradores de uva querem um preço mais baixo possível. Não interg j ssa se ele é justo, pois quanto mais baixo maior será o lucro na venda do vinho, Eles se u j nem e lutam por seus interesses. Por outro lado, temos aqueles que produzem e são os donot da uva, Estes querem um preço justo pelo seu produto. Mas basta querer? 0 primeiro passo é termos dados concretos e sérios em mãos, para provar o quanto nós gastamos para produzir 1 Kg de uva e quanto devemos ganhar pelo nosso dia de trabalho. E agora, qual deve ser o se- gundo passo? ... Ter o nosso cálculo do custo da uva em mãos, com todo o trabalho que deu para fazê-lo, é o primeiro passo, 0 nosso custo bem feito é um argumento que temos em mãos para apresentar ã CFP, Mas, se dois ou três forem à Brasília entregarem um papel, contendo o custo,vai resolver alguma coisa? Lembram daquele ditado: A UNIÃO FAZ A PORCA? A união dos grandes com dinheiro, faz marcar o preço que eles querem para a nossa uva,QUAL É A FOR ÇA QUE TEMOS PARA FAZER VALER UM PREÇO JUSTO? As diretorias dos Sindicatos sozinhas tlm força? TEMOS QUE TER TODOS OS VITICULTORES JUNTOS, PEGANDO PARELHO."

E este e o segundo passo: a partici- pação organizada dos viticultores para ga rantir suas reivindicações. Me parece que o pessoal não está conseguindo consolidar este segundo passo, Nao resta dúvida que o movimento tem crescido em qualidade e em participação. Exemplos disso são as mi ni-assembléias realizadas em Bento GonçaT ves e também o fato de, na assembléia ge~ ral deste ano, os políticos não terem ti do espaço para demagogia.

Mas ainda falta muito. Falta os de- mais municípios realizarem assembléias, preparando melhor o pessoal e atingindo mais gente. Falta alguns sindicalistas as sumirem mais o próprio trabalho -do calcu~ Io do custo. Falta o pessoal entender que nac adianta ficar pedindo nada para polí-

ticos como ocorreu nesta última assemblé- ia. Estes__políticos que estão aí, em sua maioria sõ se interessam pelo nosso voto e_por fazer demagogia. Os viticultores sõ vao conseguir o que reivindicam o dia que tiverem força de pressão para isso,Do con trãrio, vão continuar pedindo e não vão levar.

Para superar estes problemas a orga- nizarão é fundamental e, para isso a últi ma assembléia nao serviu. 0 pessoal só dis" cutiu as reivindicações mas, se o governo não atendê-las, o que é que vão fazer?Isto tinha que ter sido discutido para que ago ra o pessoal ja estivesse se preparando 7 pela base,__para enfrentar esta situação. Mas a historia ainda nao terminou, vamos esperar para ver o que acontece.

No dia 25 de novembro a Comissão do Fumo da FETAG e da FETAESC (Santa Catari- na), chegaram a um acordo a respeito do novo preço do fumo para a próxima safra . 0_aumento concedido foi de apenas 98% em média, para as quatro variedades (virgí - ma, amarelinho, burley e galpão) ao con- trário dos 125% pedidos pela comissão do fumo.

Mais uma vez o aumento do preço este ve abaixo da inflação real, que é bem acj ma de 100%, ficou abaixo do aumento dos lucros da Souza Cruz que durante 1981 ai mentou em 356%, ficou abaixo do aumento dos preços no mercado internaciona . que aumentaram 6% acima da inflação brasilei- ra. Enfim,_mais uma vez quem produz, quem trabalha, é quem menos vai ganhar, Os in- dustriais e o governo sempre encontram desculpas para manter os aumentos do pre- ço abaixo da realidade, porque é justamen te dessa forma que eles garantem lucros

SAIU O PREÇO 00 FUMO

cada vez maiores. Nos nove primeiros me- ses de 1982, a Souza Cru.: teve uma renta- bilidade de 50% (lucro sobre capital in- vestido) a mí is alta :òX6 de lucro de to do setor ind; tr ial ic país!

Pare: produtoressoresta uma forma de conseguir im reco justo: pressionar. Pressiona: Lraves ae reuniões nas bases, de assembléias municipais, regionais,etc. Assim come feito com o leite e com a uva. Por isso achamos que a comissão do

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-POLÍTICA fumo continua errando, ao fazer um^levan- tamento de custo em que as^basesnão par- ticipai, onde o produtor nao decide quan- to quer ganhar mesmo. Nestas negociações, tinha dirigente sindical da região do fu- mo que nem sabia quando eram as negocia - çoes, imaginem as bases o que sabiaml... Estão errando, ao tentar sempre so^ eles negociarem com a indústria. As industrias sabem que a comissão nao tem forca nenhu- ma, porque as bases não estão mobilizadas.

Por ISEO nas reuniões__elas impõem o pre- ço que querem. Isso sõ vai mudar quando a maioria dos produtores estiver partic^pajn do e se mobilizando para conquistar um preço justo. AT então a comissão de nego- ciações vai representar esta força organi zada e vai ter mais poder de barganha. EW quanto isso não acontecer, os produtores continuarão a saber o preço que os outros calcularam por eles pelo rádio!

PREVIDÊNCIA GREVE DOS MÉDICOS: A QUEM SERVE?

No dia 5/11 os médicos que atendem pelo Funrural paralisaram suas atividades em vários municípios do interior exigindo mais verbas da Previdência Social para o atendimento médico. Não é a primeira vez que isto acontece, no ano passado, houve o mesmo problema e nada foi resolvido. E no entando um dos responsáveis por _ esta situação - os ex-ministro da Previdência, Jair Soares - agora é o nevo governador do Estado! Este senhor no seu último dia co_ mo ministro credenciou 2.600 médicos a a_ tenderem pelo 1NPS, sendo 2.300 só aqui no RS, que na realidade serviriam de ca- bos eleitorais para sua campanha. 0 escan_ dalo foi tão grande, que o ministro que o subsitituiu cancelou os credenciamentos. Este senhor também tentou aumentar a con- tribuição mensal dos trabalhadores de 8% para 10%, tentou que os agricultores pa- gassem mensalmente além do que já pagam e no fim, conseguiu descontar dos aposenta- dos. Dá pra ver que a preocupação não é melhorar o atendimento mas sim tirar mais dinheiro dos contribuintes. E onde é que vai tanto dinheiro?

A reivindicação dos médicos é justa, porém seus interesses, na maioria das ve zes, também não é a saúde do agricultor e sim os seus lucros. Em muitos locais, de- vido a essa falta de verbas, os médicos estão cobrando dos agricultores pelos ateri

dimentos. Isso prejudica diretamente aos agri

cultores, que no meio de toda a briga e_n tre médicos e Previdência, sempre sofrem as conseqüências maiores da deficiência

do atendimento.

Várias vêm sendo as maneiras que a Previdência e os médicos encontram para explorar e enganar os agricultores: 1 - A Previdência Social não envia verbas

para o atendimento médico no interior e esse dinheiro, que vem do bolso do trabalhador, é desviado para outras fi nalidades que só atendem outros inte- resses e não as nossas necessidades.

2 - Ds médicos acusam o não recebimento

das verbas e com a desculpa que estão tendo prejuízos passam a cobrar dos £ grlcultores.

3 - nuitos médicos ligados ao Funrural co locam farmácias particulares nos hos- pitais e cobram a mais pelos remédioa Outras vezes os médicos são donos da única farmácia da cidade. Eles cobram também, preços altíssimos pelos exa -

mes. 4 - De maneira geral, o atendimento médi-

co no interior é de má qualidade e discrimina os agricultores atendidos

pelo Funrural. 5 - Em muitos municípios esses mesmos mé-

dicos são donos de grandes áreas de terra e em vários desses municípios _e les foram candidatos a prefeito pelo PDS como em Ronda Alta, por exemplo.. Os agricultores devem tomar conheci-

mento dessas situações e denunciá-las sem

pre que possível. Devem procurar o sindi_

O o*

cato e se informar a respeito das leis que o protegem, exigindo que o sindicato assuma a defesa dos direitos da classe . Os agricultores têm direito ao atendimen to médico gratuito e devem lutar para que esse atendimento seja decente.

0 GEA dispõe de material sobre as leis da Previdência. Caso necessitem, es_

crevam solicitando.

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BARRAGENS Encontro Interestadual dos Atingidos pelas Barragens

Realizou-se nos dias 19, 20 e 21 da outubro, em EREXIM (RS), o primeiro enco_n tro interestadual de atingidos por barra- gens. Participaram lideranças sindicais,a_ gentes de pastoral, atingidos por barra - gens de cinco estados do sul (SP, MS, SC, RS}, representando 26 municípios afetados diretamente por esses projetos faraônicos.

Foram 3 dias de reflexão e troca de experiências sobre a caminhada feita, de estudo sobre o porqui, para quem e com o dinheiro de quem são construídas as barra_ gens. Tratou-se também de identificar quem são nossos amigos e quem são nossos inirrü gos na luta, quais são as ferramentas que os atingidos devem usar para fazer avançar sua união e sua organização. Também se discutiu sobre os projetos de colonização porquê o governo os quer e a situação de quem foi tocado prá estes projetos.

Resumidamente, passamos a relacionar os pontos nos quais deve-se centrar fogo daqui pra diante, quanto ã organização e quanto às reivindicações. QUANTO A ORGAN^ ZAÇAO: 1) Retomar a luta, com firmeza,bus_ cando formar comissões locais de atingi- tJos; 2) Buscar o entrosamento com atingi- dos não proprietários de terra; 3] Buscar meios para que todos entrem na luta;4)Fo£ mação de Comitês de Apoio e Solidariedade na sociedade em geral; 5) Documentar to- das as decisões tomadas; 6] Trocar lide

ranças que estão "atiradas nas cordas"por líderes autênticos; 7} Fazer levantamen - tos e bu&car informações; 8} Colocar a d£ cumentação em dia (Escritura, Cadastro,Im postos, etc...); 9) Ficou acertada a pu- blicação de um Boletim de Intercomunica - ção entre os atingidos dos 5 estados. To- dos os participantes se comprometeram a enviar relatos de fatos importantes de ca da luta ã Comissão Regional das Barragens (Cx. Postal 743, EREXIM (RS), CEP99700,en carregada do mesmo.

QUANTO AS REIVINDICAÇÕES: 13 Terra por terra no mesmo estado ou no estado vi zinho; 2) Reassentamento comunitário;3)D_e marcação imediata da área atingida; 4} Lu tar para que seja feita a desapropriação por utilidade pública unida a desapropria ção por finalidade social; 5} Lutar para que os projetos seja reestudados, reforrruj lados e até mesmo desativados.

No final do encontro, além da nota de solidariedade ao jornalista Juvêncio Mazzarolo, de Foz do Iguaçu - enquadra- do na Lei de Segurança Nacional e preso por ter denunciado as injustiças cometi - das pela Itaipú-Binacional para com as mi lhares de famílias expulsas pelo lago de Itaipu - e da nota de solidariedade aos padres Aristides e Francisco, foi elabora do um documento que dada sua importância, passaremos a transcrevê-lo na íntegra:

UNIR-SE E ORGANIZAR SE RARA MELHOR AGIR "Por ocasião do Encontro Interestadual de Atingidos por Barragens, realizado nos dias

19,20 e 21 de outubro de 1982, em Erexim, na qual participaram lideranças sindicais, agen tes pastorais, atingidos por barragens nos 5 estados do sul (SP, MS, PR, SC e RS) repre - sentando 36 municípios atingidos diretamente, relataram as situações de injustiças, sofri^ mento, inseguranças, angústias, etc. Estudaram as causas e as conseqüências destes proje-

tos. "Tais barragens, já corTstruTdas, em construção ou projetadas, contituem uma preocupa-

ção constante ãs milhares de famílias, na sua maioria pequenos trabalhadores rurais, que se vêem ameaçados de sairem de suas terras, sem certeza de um reacentamento na mesma regj_ ão ou forçados a colonização de outros estados, favorecendo a^polTtica fundiária de ocupa ção da Amazônia, o latifúndio e as empresas agrárias. í também preocupação constante dos atingidos serem transformados em mao-de-obra barata, e formarem os cinturões de miséria

nas cidades. "Em face desta angustiante situação, manifestamos o nosso repudio ao Governo pela au-

sência de planos de reassentamento na mesma região, atingidos por estes projetos. Manifes^ tamos a nossa surpresa ao ver que um paTs em profunda crise econômica, com altos percen - tuais de sobra de ernegia,mesmo assimi, para cumprir a polTtica das multinacionais, proje- tam para a região centro-sul do paTs, inúmeras hidrelétricas. Repudiamos ainda a perseguj_ ção que já se faz sentir ãs lideranças que estão assumindo um trabalho consciente em defe

sa das vTtimas das barragens. "Conclamamos os atingidos a se organizarem e apoiarem o trabalho que vem sendo reali-

zado pelas Comissões de Barragens, pelas lideranças sindicais, que autenticamente assumem a defesa dos afetados, aos diversos movimentos populares envolvidos na l^uta por uma Refor ma Agrária para um desenvolvimento do paTs e para a melhoria das condições de vida do tra^

balhador do campo e da cidade. "Erexim (RS), 21 de outubro de 1982 "Trabalhadores atingidos pelas barragens de: Porto Primavera, Itaipu, Ilha Grande, Ma

chadinho, Itá, Passo Real, Roncador, Itapiranga, Projeto Sombrio e Torres.

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BARRAGENS

AFOGADOS DO RASSO REAL CANSADOS DE PROMESSAS

1970 - Trezentas e trinta e uma famílias de agricultores são expulsas de suas te£ ras pela construção da Barragem do Passo Real. Recebem garantia de que serão reas^ sentados no mesmo estado (RS), mais exa- tamente na fazenda Anoni. 0 governo do estado, o INCRA e o poder judiciário co- meçaram a fazer o jogo de empurra empur ra da responsabilidade para a efetivação da desapropriação da fazenda Anoni. "Mas que os colonos se tranqüilizem, é ques- tão de dias", diz o governo.

1 de maio de 1982 - Neste dia- DiadoTra balhador - depois de 12 anos de"espera", mais de 5 mil agricultores, entre "afoga^ dos", dirigentes sindicais e agriculto - res que vieram trazer seu apoio reúnem - se em assembléia em Ibirubáedecidem dar 30 dias de prazo para que o^problema se ja resolvido. Nesta assembléia, foi^cons tatada a presença de agentes da PolTcia

Federal.

30 de maio de. 1982 - Esgota-se o prazo e o governo nao dá nenhuma satisfação aos "afogados".

10 de junho de 1982 - Cansados de tanto esperar, os afogados se reúnem e decidem dar 60 dias de prazo para que o INCRA resolva de vez o problema.

10 de agosto de 1982 - Esgota-se o prazo e o INCRA não apresenta nenhuma novidade sobre o reassentamento dos "afogados".Es tes decidem enviar um fonograma ao INCRÃ estendendo o prazo para o dia 25/08/82.£ xigem a presença de Paulo Yokota na as- sembléia marcada para esse dia.

25 de agosto de 1982 - Em Ibirubá, mais de 300 "afogados", representantes dos STRs de Cruz Alta, Ibirubá e Espumoso^da FETAG e da CNBB participam da Assembléia marcada para esse dia. 0 presidente^ do INCRA, Paulo Yokota, mais uma vez nao se faz presente. A justificativa da ausên cia do mesmo é dada pelo coordenador re gional do INCRA, Alcione Burin: segundo ele, o cancelamento da viagem está dire- tamente ligado ao fato de que o Supremo Tribunal ainda naojulgou o recurso que impede uma definição em relação ã Fazen- da Anoni. 0 INCRA esperava que o supremo julgasse o recurso (decidindo a questão da retirada de cerca de 700 cabeças de gado que estão sobre os 9.000 ha da fa- zenda) ainda no mes de Julho, o que não aconteceu. Diante disso^ Danilo Venturi- ni, ministro extraordinário para assun tos fundiários, sugeriu o adiamento da visita. Quando a uma nova data para a

vinda de Yokota, Alcione Burin não tem qualquer previsão, uma vez que ninguém ar risca quando vai sair o julgamento do Supremo.

Na Assembléia são tomadas as seguintes decisões: 1. Aprovam proposição no sentido de que 0 rebanho de gado seja comprado com finajn ciamento a juros em nTveis estipulados pa^ ra o setor agrícola. 2. Organizar-se o melhor possTvel para so licitar a imediata substituição de Yokota. 3. E formada uma comissão de "afogados"pa^ ra ir a BrasTlia falar com o Ministro ex- traordinário para assuntos fundiários, ge neral Danilo Venturini.

30 de agosto de 1982 - Paulo Yokota prome te conversar com os "afogados" no prõximo dia 13 de setembro.

13 de setembro de 1982 - Alcione Burin co munica aos "afogados" que Yokota nao vem mas que o governo está "pensando seriamen^ te" em resolver o problema.

A partir de outubro dirigentes sindi- cais de Ibirubá e Cruz Alta passam a des- mobilizar os colonos impedindo que estes cumprissem a promessa de fazer um acampa- mento. Diziam que nao fosse feito pressão porque o governo certamente resolveria a té a eleição de 15 de novembro. Mas pas~ sou o 15 de novembro e nada.,.!

Assim, enquanto o gado pasta tranquila^ mente na fazenda Anoni (guarnecida por po liciais), os "afogados" estão jogados a miséria na periferia das cidades, ã beira das estradas e alguns até trabalhando no Polo Petroquímico.

Que esta sofrida história dos "afoga - dos" sirva de alerta ãs milhares de famT- lias queserão atingidas pelas barragens do Rio Uruguai.

Dai se pode tirar algumas lições que tém sido aprendidas pelo movimento popu - lar em suas lutas: 1 - o pessoal tem que se organizar pela

base, em grupos, onde se torna mais fácil se reunirpara discutir seus pro blemas; -

2 - as reivindicações feitas devem ser claras para todos, amplamente divulga^ das e discutidas, para que todos o? atingidos tenham condições de defende Ia; __

3 - Se nós temos direitos, devemos nos or ganizar e pressionar para que eles se jam cumpridos. As formas de encami- nhar as reivindicações tem que ser discutidas pela base, e ser como fer- ramentas , servindo de pressão para a conquista das reivindicações;

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- BARRAGENS 4 - No caso dos "afogados", parece que as

formas de reivindicar n'ro foram corre tas, pois nao surtiram efeito nenhum, o pessoal continua esperando!

Perece oue fonogramas para autoridades, viagens ã BrasTlia e encontros com o Yoko tâ ou o Alciono Burin não resolvem nada .

Está na hora dos dirigentes sindicais da região pensarem mais seriamente nisto,se •'o o: "afogados" correm o risco de pas- sar mais 12 -nos esperando^ Tem _ muita terra ociosa no estado. Será que vão con- tinuar dando prazos, que nunca são cum- pridos, ao governo?

A LUTA PELA TERRA Trabalhadores rurais sem terra de 16 estados estiveram reunidos de 22 a 26 de setembro, em Goiânia (GO), para disoitir o problema da falta de terra para trabalhar. Durante o encontro foram reiatadas as diferentes experiências de lutas já ocorridas pela defesa ou conquista da terra. Após o relato, estas experiências foram avaliadas, analisando-se as falhas, erros, acertos, limites, ganhos e pressões sofridas. No que diz respeito ã articulação, os participantes decidiram que deve ser fortalecida as ligações regionais, isto é, a partir das categorias existentes nas grandes regiões, tais como bóia-frias do sudeste e sul, os arrendatários do Sul, os posseiros do centro-oeste, os assalariados da zona da cana de Pernanbuco, etc. Depois de fortalecida esta articulação regional estabelecer, então, uma articul ção

mais ampla e de nível nacional.

"AOS COMPANHEIROS SEM-TERRA DO BRASIL"

Nós trabalhadores sem terra vindos de 16 estados de diversas regiões do Pais, reunidos aqui em Goiânia, queremos endereçar este comunicado transmitindo o objetivo deste encontro, bem como da importância do mesmo. i . i ^rw

Queremos ainda fazer de perto um convite a todos, para que entrem na luta pela OU/V- QUISTA E DEFESA da TERRA e dos direitos que são negados para nós.

Este valioso encontro teve como objetivos: a) avaliar as lutas e a caminhada dos nossos mo- vimentos b) Colocar em comum todos os pontos positivos e negativos. c> avaliar como estamos re- sistindo c que resultados está dando, e d) Encontrar meios de continuar e reforçar nossas lutas.

Toda luta é difícil, porque ela exige muito esforço e uma dedicação comprometida. Lamentamos e protestamos pela perda de muitos companheiros nossos que foram assas-

sinados vitimas da ganância dos grandes. Apesar disso, muitas vitórias já se teve por todo o pais com os movimentos Muitos irmãos nossos depois de muita luta venceram, conquistando o chão que lhes pertence e seus direitos. Não esquecemos ainda, que as lutas e o próprio movimento nos ajuda a tomar consciência da realidade e a descobrir quem são nossos verdadeiros amigos e nossos inimigos.

Verificamos que em todas as regiões do pais inteire existem conflitos de terra, e o pior de tudo isso ê a maneira como se resolvem esses problemas, lamentamos outra vez em dizer que estes problemas são resolvidos com repressão policial, e a corda quebra sempre do lado do mais fraco.

Nós trabalhadores somos vitimas de um sistema que está voltado para o interesse das gran- des empresas e latinfudiários.

Se nós não nos organizar em nossos sindicatos e associações de classe em nossa região, es- tado e a nível de país, se não sentarmos juntos, analisar nossa luta, confrontar com esta realidade que hoje escravisa e manipula os fracos, se não fizermos isso nunca iremos sair fora desta vida de explora- dos e de verdadeira escravidão.

Vivemos num mundo sem finalidade humana, mundo que é fabricado por todo um sistema injusto implantado em nosso país. A terra nas mãos de poucos, os salários baixos, as leis que favore- cem os grandes poderosos, o poder e a riqueza nas mãos desta mesma minoria revelam claramente es- te fato que na nossa maneira de pensar é uma verdadeira violência contra o homem e a natureza. O sis- tema prega a violência e total desrespeito aos direitos fundamentais de cada pessoa. Este mundo, cuja finalidade não é o homem e que mantido pelo sistema implantado é c grande gerador de todo o tipo de mal que infesta nossa sociedade como: a criminalidade, a fome, o roubo, o menor abandonado, a prostituição, a miséria e outros tipos de violências.

Alertamo. ainda a todos os companheiros, da importância de uma pamcipação consciente nas decisões políticas, porque os problemas citados são frutos das injustiças e de falta de participação. Convidamos para que pensem e não se deixem enganar pelas falsas promessas de pessoas que tem inte- resse pelo povo só na hora do voto.

Queremoi através desta carta nos solidarizar com os canavieiros em greve no Pemamouco e com todos os companheiros de todo o Pav que estão lutando e sofrendo. Queremos dizer que conti- nuem firmes e mais uma vez convidamos a todos os companheiros para que se unam e vamos lutar pe- los noss^ s direitos.

Ao encerrar, queremos em poucas palavras ...gradecer a todos que estão assumindo a causa do trabalhador.

Um abraço 2 todos, Goiânia, 26 dt ro de 1982.

Assinam: Representantes dos Estados de Goiás, nambuco, Maranhão Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rio Giarde do Norte, espírito Santo, Parada, Piauí, Rondônia, Ma- to Grosso, Minas Gerais, ^arta Catarina e Ceará.

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A CRISE DO COOPERATIVISMO

Operações ilegais de crédito rural provocam a renúncia de Ari Dalmoiin

COOPERATIVAS

Centralsul: Strobel no lugar de Dalmoiin

por D»lmo Mor»lro d* Porto Aiw

A Central de Cooperati- vas de Produtores Rurais do Rio Grande do Sul (Cen- tralsul) acrescentou on- tem, publicamente, um no- vo capitulo à crise financei- ra do cooperativismo gaú- cho. Alegando pressões do Banco Central. Ari Dalmo- iin rcasiDciou à presidência desse complexo que reúne 82 cooperativas, uma fábri- ca de defensivos agrícolas, uma de óleo de soja e ainda outra indústria tle fertlll-

' zantes que este em constru- çfio. £m seu lugar foi em- possado o vice-presi- dente da Centralsul, Her- mann Strobel, que admitiu a este jornal que a salda de Dalmoiin, após mais de dez auoe no cargo, também es- tá relacionada i "preocu- pante, mas administra- vel", situação financeira da Centralsul.

Na cartf-renúncla que apresentou ao conselho fis- cal e administrativo da Centralsul, Dalmoiin rela- tou que no dia 16 de novem- bro havia recebido uma co- munlcaçAo de que o Banco Central decidira seu "Im- pedimento" em operações de crédito rural, "por con- seqüência de Irregularida- des na utilizaçto de finan- ciamentos" para a forma- çSo de lavouras em Mato Grosso do Sul. Ele se disse surpreso com a comunica- ção e encaminhou um pedi- do de reezame da sltuaçto ao banco. O Impedimento foi temporariamente sus- penso, mas, mesmo assim, Dalmoiin concluiu que sua permanência na Centrasul seria prejudicial.

« nome de Ari Dalmoiin sempr gerou controvér- sias nj Éelo rural gaúcho. Es*eve envolvido no cha m «< i "escândalo do adub; -papel", na discussão à>- posses de terra da fazen- da s^randl e ainda qa disputa com a Nortox, pa- ranaense, que o acusou de \ prática de "dumplng* através da Indústria de de- fensivos da Certralsul, constituída, conforme a Nortox, "com recursos des- viados do custeio agrícola e ligada Irregularmente ao grupo israelense Koor Che- mical".

Strobel reconhece a exis- tência de "um clima de ani- mosidade contra a pessoa de Ari DalmoUn". Nlo identifica, entretanto, de onde partem essss restri- çóes. Somente afirma que q Banco Central "demons- trava certa má vontade", que poderia terminar pre- judicando a negoclaçío das dividas da Centralsul: "Há seis meses o Banco Central já havia tentado seu Impe- dimento", revelou. "Por is- so, obviamente nio pode- mos desvincular a salda de Dalmoiin de nossa sltuaçto financeira."

LEVANTAMENTO

Os problemas financei- ros da Centralsul, porém, nto slo ainda multo preci- sos. Strobel diz que reco- mendou um levantamento minucioso para ser apre- ciado pelo conselho e que antes da conclusto desses estudos qualquer pronun- ciamento seria precipita- do. No entanto, considerou "um pouco exageradas" as estimativas extra-oficiais de que os débitos da Cen- tralsul somariam Cr| 200 bllhóes.

Mas a origem dos proble- mas financeiros é facil- mente detectada por Stro- bel. Em primeiro lugar, ele cita o grande imobilizado da Centralsul, com custos financeiros muito eleva- dos. Esse problema foi par- ticularmente agravado pe- la construção da fábrica de fertilizantes da organiza- çio, aprovada em 1980 por uma assembléia, e com obras Iniciadas no ano pas- sado. Sua operaçio, segun- do Strobel, está prevista para 1983 — ele nlo quis fornecer nenhum número da contabilidade da Cen- tralsul.

Além disso, há razoes "mais antigas". Strobel queixa-se de sucessivas frustrações de safras, após os períodos de fartura da década de 70. A essa estru- tura já debilitada agregou- te a quebra da última aafra de soja, com queda dos pre- ços Internacionais, e ainda o fracasso da comercialisa- çlo do arroz. "Tivemos de competir com o arroz im- portado e vendido pelo go- verno."

COOPERATIVAS

As dívidas da Coopave ' são agora situadas em Cr$ 26 bilhões

por Jon» Filipon de Porto Alegre

Os 1.307 associados da Cooperativa Avícola Vai» do Taquari (Coopave) rea- lizaram neste final de se- mana uma assembléia ge- ral para eleição da nova di- retoria, que tentará contor- nar os graves problemas fi- nanceiros e de produção da entidade. No início do més passado, mais de trinta bancos credores e o gover- no federal impuseram al- gumas condições para evi- tar a insolvéncia da Coopa- ve A principal obrigação era efetuar uma criienosa auditoria, que depois de realizada trouxe algumas surpresas. As dividas da Coopave alcançam CrJ 26 bilhões e não apenas Cr$ 13 bilhões como se estimava anteno mente, pois esse valor corresponde apenas a prejuízo operacional (Cr$ 6 bilhões),' e dividas (CrJ 7 bilhões) acumulados nos meses de janeiro a setem- bro deste ano. "A solução agora é trabalhar", expli- cou ontem o novo presiden- te da Coopave, Seno Dreier. que já estava diri- gindo a cooperativa por exigência dos credores, uma vez que é também pre- sidente das Organizações das Cooperativas do Esta- do do Rio Grande do Sul (O- CERGS).

Cumpridas as exigências dos credores e do governo, as soluções para salvar a Coopave começam a apa- recer. Segundo Dreier, está acertada uma operação de financiamento (Resolução D? 674) á exportação no va- lor de US$ 10 milhões, que permitirá que a cooperati va retome sua "produção de frangos para exportação. "Para um maior desafogo nossas necessidades de ca- pital de giro somam CrJ 4 bilhões, que não precisam chegar de uma vez só. e te mos condições de conse- guir", garantiu Dreier.

Pelo lado do governo há lambem a promessa de uma linha especial de re- cursos par» custeio (finan- ciamento á produçío de pe- quenos animais), que, em- bora exista, pela falta de recursos o Banco do Brasil nâo vem atendendo há qua-

se um ano. A necessidade de recursos diènos dg £fiâjj4Xe_a 1 cacçaTr> i0jrnj-_ Uiões. queIDf|lèr"3issç_e51. (jreni_^j£ado^ repassados porbancos oficiais-

Os credores estão sendo contatados para um rees- calonamento dos débitos, dentro de prazos mais ade- quados á capacidade de pa- gamento da cooperativa. "Estamos aos poucos ajus- tando as dificuldades, por- que o governd, com os fi- nanciamentos, evita o prí>- blema social (50 mil pes- soas dependem da Coopa- ve;, os credores estão dis- postos a rolar a dívida e^E associados decidiram con- tinuar produzindo", afir- mou Dreier .;»..

Foi constituída, também, una comissão de associa- dos que se encarregarà^c apurar irregularidades._tQ^ metidas pela administra çâo anterior liderada por_ Reny Pedro Ely, com pôde res para tomar medidas punitivas, se for o caso. A auditoria detectou balan- ços manipulados e sérios problemas administrati- vos, uma vez que o déficit está representado na perda operacional de compra e venda A assembléia üxou

. também o s-.lário mensal *do presidente da Coopav;,

em 60 salários mínimos, veroa que era de 95 salá-

, nos mínimos na gestão .passada.

"Está semana vamos de- finir as alterações na área administrativa, rever pro- gramas e meta.» de p odu- çio para que pwsamos operar sem sobressaltos "

A graodedificuldade dos produtores está em dispor de rações para tlimentar os planteis. Na semana passada mais de 1 milhão de pintos morrerarn de fo- me. O que revoltou muito os associados íoi recaber as informações sobre a situa- ção de iminente insolvén- cia da cooperativa somente na última hora.

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•A CRISE DO COOPERAT1VISMO ZftB«*K>ttA— Tarça-tefr» aé.lf.^VjftlfgltlÃ'»

Acusado, pelo Banco Central, de irregularidades no uso de financiamentos no Moto Grosso do Sul, Ari Dalmolin renunciou à

presidência da Central de Cooperativas de Produtores Rurais do Rio Grande do Sul. Em seu lugar, assumiu interinamente, Hermann Strobel

A grande dívida da Centralsul por Delmo Moreira

de Porto Alegre ,

Os números da crise da Central de Cooperativas de Produtores Rurais do Rio Grande do Sul (Centralsul) ainda sfio escassos. Extra- oíicialmente se estime dividas totais de Cr$ 200 bi- Ihões, que nSo chegam e ser confirmadas pela admi- nlstraçBo da Central, en- quanto as próprias coope- rativas ligadas a ela (sSo 68 associadas) reclamam da falta de acesso aos nú- meros.

Começam a aparecer, porém, alguns indícios so- bre o perfil dessa divida, o que vem determinar & via- bilidade ou aio de administrá-la. "Nosso maior problema é que te-

mos muitos débitos de cur- to prazo", afirmou a este jornal o coordenador " do conselho fiscal da Central- sul, Tarciso Redin, presi- dente da Cooperativa Trltícola Superense, de So-

1 bradinho — uma das três pequenas cooperativas que integram o conselho. "Por isso, nossa luta é conseguir que o governo transforme as dividas de curto prazo

■ em longo prazo", comple- tou.

SOLUÇÕES INTERNAS Redin admite também

uma boa parte de débitos em dólar, mas tem confian- ça em soluções internas. "Basta o apoio do Banco Nacional de Crédito Coope- rativo, do Banco do Brasil e do Ministério da Agricultu- ra", afirma. "Se o governo

Governo vai ajudar cooperativas gaúchas

BRASÍLIA (Sucursal) — As cooperativas gaúchas que enfrentam séria crise financeira poderão receber a]gum tiipo de ajuda do go- verno (injeção de recursos, por exemplo) porque há um clima favorável para isto. O presidente do Banco Na- cional de Crédito Coopera- tivo, Byroui Coelho, disse que "está alertando as au- toridades sobre os bolsôes de cooperativas que estão descapitalizadas e que po- dem ter suas situações re- solvidas sem necessidade de se destruir seu patrimô- nio".

O presidente do BNCC não quis citar quais as co- operativas que estão em pior situação financeira nem que tipo de ajuda o governo poderá dar a curto prazo, dizendo apcnMs aue a "condição de cada uma está sendo estudada". Há

cerca de um mês o presi- dente da Federação da« Co- operativas de Trigo e Soia do Rio Grande do Sul. Jar- bas Pires Machado, pediu ao ministro da Agricultura. Amaury Stabile. a prorro- gação dos débitos das coo- perativas em dívida com o F.NCC e injeção de recur- sos para aqueles que se en- contravam em pior situa- ção.

Byron Coelho anunciou que o BNCC poderá ter sua legislação atual modifica- da para permitir que o go- verno institucionalize suas fontes de recursos. Já há um estudo • sobre isto qus será encaminhado às auto- ridades econômicas. Uma densas fontes de recursos está praticamente defini- da: é a remessa de dóla- res ao Exterior para pagn- ineüto da divida das esta- tais

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tem ajudado tantas empre sas, não vejo motivos para nSofazero mesmo com a Centralsul, que é a segunda empresa gaúcha em fatu- ramento, reúne 200 mil pro- dutores rurais e possui duas fábricas operando".

Os "auxílios" de áreas governamentais, como re- conhece Redin, poderiam estar sendo dificultados pe- la permanência de Ary Dionísio Dalmolin na presi- dência da Centralsul. Por- tanto, este teria sido um fa- tor adicional — além do im- pedimento de Dalmolin em operações de crédito rural pelo Banco Central — para a alteração de comando efetuada no final da sema- na passada.

A demissão de Dalmolin igualmente poderá defla- grar um processo de "aber- tura" na Centralsul. O pre- sidente da Cooperativa Tritlcola de Cruz Alta, Ubi- rajara Sampaio, disse, on- tem, que "ouvia seguidas queixas de dirigentes de cooperativas quanto à falta de acesso aos números da central." Negou, entretan- to, qualquer mobilização organizada para que Dal molin fosse afastado. "A- gora, o assunto Centralsul entrará em pauta nas reu- niões de rotina que as coo- perativas da região reali- zam esta semana", afir- mou Sampaio.

Sobre esse processo de participação, o coordena- dor regional do INCRA, Al- cione Irineu Burin, disse possuir informações de que, até o final desta sema- na, os conselhos fiscal e de administração da Central- sul tomariam conhecimen- to de sua situação financei-

ra, cora a conclusão de um» auditoria encomenda- da pela direção da Central.

Além disso, algumis fon- tes garantem que omòprio Banco Central havjB reali- zado, há três mesa, uma auditoria na CCTHralsul. Procurados por este jornal, porém, os chefes dos de- partamentos de fiscaliza- ção e de crédito rural do banco recusaram-se a con- firmar a informação; "Na- da a declarar", foi a única resposta obtida.

ESPECULAÇÃO EM CÍUCAGO

Conforme a versão de al- guns especialistas em coo- perativismoVa crise do sis- tema foi especialmente agravada este ano por fra- cassadas operações de "hedge" na Bolsa de Chica- go. Quando a cotação da so- ja se fixou em US$ 7,41 o bushel, acreditou-se que ti- nha atingido o "fundo do poço". Afinal, tratava-se de uma cotação equivalen- te à de dez anos atrás, em dólar deflacionado, e nin- guém podia prever uma queda maior. Porém, ainda não era o momento ideal para especulação.

Quem comprou posições em Chicago nessa fase — o que, de acordo com essas fontes, foi feito em larga escala — terminou sur- preendido por uma nova desvalorização, que levou a soja ao ponto mínimo de US$ 5,2 o bushel. Desta for- ma, segundo essa ótica, boa parte dos débitos das cooperativas gaúchas cor- responderia à antecipação de contratos de câmbio (ACC) e representaria, dividas de curtíssimo pra- zo.

GAZETA MEUCANTIL 1982.

Zero Hora 30 de novembro de 1982

Empresa é uma das maiores exportadoras de soja do País

A Centralsul é o maior conjunto de cooperativas do Pais, e está entre as principais empresas expor- tadoras do Brasil, conforme a lista da Carteira de Comércio Exterior (Cacex) do Banco do.Brasil, sltuando-se entre as 20 maiores, expecialmente no setor soja. Foi criada há cerca de dois anos, desdobrando-se da Federação das Cooperativas Brasileiras de Trigo e Soja (Fecotrigo). que passou a ser apenas a entidade de representação política do setor e respnsável pela assistência técnica, fi- cando a Centralsul responsável por todas as em- presas que o cooperatlvlsmo gaúcho velo criando nos últimos anos.

Entre as empresas que hoje fazem parte dar Cen- tralsul estão: uma fábrica de defensivos agrícolas — Defensa SÀ. — em Taquari; uma fábrica de ra-

ções, em Canoas; duas grandes indústrias de fabri- cação de óleo, torta e farelo de soja, em Canoas e Cachoeira do Sul; uma fábrica de produtos veteri- nários, em Taquari; a Navegação Lajeado, que opera nos rios gaúchos e na Lagoa dos Patos; a Transportadora Chamia, que faz transporte rodo- viário; a Corretora PUla, que opera cotn câmbio e com todas as exportações e importações das coo- perativas; uma fábrica de fertilizantes, em Rio Grande; uma indústria de arroz, em Ouioas; uma mina e uma indústria de calcáreo, em Cachoeira do Sul. A Centralsul também tez comércio integra- do de produtos primários, operando, principal- mente, com arroz, feljáo, óleo de soja e milho, além de centralizar as exportações da soja de mais de 70 cooperativas filiadas.

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•A CRISE DO COOPERATMSMO- COOPAVE OEVE CrS 26 BiLHÕES

Todo mundo deve estar sabendo o que an_ da acontecendo na Cooperativa Avícola Va le do Taquari (COOPAVE], dos problemas fi nanceiros e de produção, em consequincia da má administração e do rápido enriquec^ mento dos principais dirigentes.

As dívidas que se estimava em Cr$13 bi Ihões alcançam na verdade Cr$ 26 bilhões.

Também é conhecido o apoio que a COO- PAVE recebia do governo, pela sua políti- ca de exportação e também por interesses políticos: o presidente da cooperativa e_ ra presidente do PDS local, 3 vereadores do PDS eram funcionários da cooperativa . Nas prévias para a escolha do candidato a governador, o apoio foi total ao Deputado elson narchezam inclusive colocando ôni- bus de graça para os seus comícios e doan^ do 10 automóveis volkswagem para o direto

rio local do PDS. Para enrolar os colonos, a cooperativa

organizapu um departamento de "educação", que tinha a função de convencer a todos de que a COOPAVE ia bem, que deviam se asso-

ciar-, etc. 4 Hoje, a COOPAVE tem que saldar uma dí- vida de Cr$ 26 bilhões e está sob inter- venção de Seno Dreler, presidente da OCER GS (organização das Cooperativas do Esta- do do RGS]. Este senhor se associou ã co- operativa através da construção de avia rios, que ele conseguia com empréstimos especiais e juros baixos, e depois aluga- va para a COOPAVE. A intervenção aconte ceu porque os bancos - CNCC (Bando Nacio- nal de Crédito Cooperativo) e BRDE viram que a COOPAVE estava falindo e como são os maiores credores, teriam sérios preju_í zos se não tomassem providências.

Por outro lado, o governo prometeu uma linha especial de recursos para custeio.A necessidade de recursos da COOPAVE atinge Cr$ 50 milhões diários que estão sendo re passados por bancos oficiais.

Na assembléia geral que se realizou no dia 6 de novembro passado, 'foi aprovada u_ ma comissão de associados que se encarre- gará de apurar as irregularidades cometi- das pela diretoria que vão desde falsifi- cação de balanços, desvios de ração,assem bléias manobradas, penhora do patrimônio para levantar empréstimos, etc...

A mesma assembléia fixou o salário men sal do presidente da COOPAVE em 60 salá- rios mínimos, verba que era de 95 salá-

rios mínimos na gestão passada!... Com certeza mais de trinta mil pessoas

(agricultores e suas famílias, empregados da COOPAVE e suas famílias, camioneiros da COOPAVE, e os que alugam galinheiros pra COOPAVE, os que vendem milho pra COO- PAVE] sofrerão nas costas os prejuízos dos 14 bilhões pendurados.

Os colonos de Vila Sério e Arroio Abe- lha que entregaram suas terras quase de graça e transformaram-se em empregados da COOPAVE, agora estão ameaçados de ficar

na rua.

0 que será feito da dívida assumida p£ los colonos junto ao BNCC que assinaram notas promissórias e avalizaram os empré_s

timos da COOPAVE? E a Cooperativa Santa Teresa que foi in

corporada ilegalmente, e que agora tem Li- ma dívida de 300 milhões e mais a penhora de todo o patrimônio, como vai ficar?

E as pequenas cooperativas de Caxias , Ibiraiaras e outras, que entregaram produ_ ção para COOPAVE e estão empenhadas com milhões pra' receber, como vai ficar?

Que será da economia de toda região do Alto Taquari que foi toda ela organizada na dependência da COOPAVEeda política de

exportação? Quem assume a responsabilidade por

tão graves problemas sociais? Quem dá direito- ã meia dúzia jogarem u

ma multidão numa aventura como essa? QUR dizem agora os que com tanta eufo-

ria durante tanto tempo apoiaram e acobe£ taram as roubalheiras da diretoria da C00

PAVE? Quem vai pagar tudo isso, de novo os

associados? Diante de tudo isso, continuemos a nos

perguntar: - onde foi parar este dinheiro? Quem são

os responsáveis por tudo isto? - por que o governo está tão interessado

em salvar a situação da COOPAVE e aco- bertar o seu ex-presidente?

- por que o Banco do Brasil que dizem não poder mais subsidiar crédito, derepente libera este monte de dinheiro dos nos-

sos impostos? - que cooperativismo é este que projeta u_

ma meia dúzia, que manobra as assemblé- ias, e que informa os seus associados somente na última hora?

Mais uma evidência da crise do cooperativismo e o que esta acon- tecendo na CENTRALSUL (Central de Cooperativas de Produtores Rurais do Rio Grande do Sul): seu presidente foi afastado por corrupção e sua divida e de Cr$ 200 bilhões aproximadamente, A CENTRALSUL e a se gunda maior empresa do Estado e uma das maiores exportadoras de soja do pais. Leia nas próximas páginas notTcias de jornais sobre o assun

to.

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FA VITÓRIA DA OPOSIÇÃO!

EIiEIÇÕES 82

Foi flagorosaa derrota do governo nas eleições de 15 de novembro. A situação 90

nhou em apenas 2 estados a mais que a oposição elegendo governadores em 12 estados en

quanto a oposição elegeu em 10. 0 qua oode ser considerado um fiasco para um partido

que usou toda a máquina governamental gastando quantias incalculáveis (dinheiro desvia

do dos cofres públicos), teve o Figueiredo de cabo eleitoral dando voltinhas de avião

por todo o pais e que ainda contou com assessoria do Partido Republicano, do ReaganCE*

tados Unidos).

Este fiasco é ainda maior se formos

analisar aonde ganhou o PDS e aonde ga-

nhou a oposição. Em termos de importân-

cia, a oposição ficou indiscutivelmente

na frente.

Os estados que serão governados p£

Ia oposição (veja no Mapa) representam

58& da população brasileira, somam 60%

do território, produzem em torno de 80%

do PIB - Produto Interno Bruto - e arre

cadam 75% de todo o montante de ICM -

Imposto sobre Circulação de Mercadorias

do pais.

PDS 12 x Oposição 10

Vitória da oposição

Votos na agricultura produção nos Estados do PDS e da oposição No quadro ao lado podemos ver que

nos estados onde a oposição ganhou, se

concentra a maior parte da produção dos

principais produtos agrícolas.

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Na tabela abaixo vs. .s que a votação do PDS, nos estados em qje ganhou, é qua-

se a metade da votação que a oposição fez ncs estados em que esta ganhou. A mesma coi-

sa ocorreu em relação aos resultados totais.

t^ ^

PARTIDOS ESTADOS VOTAÇÃO ELEITORADO POPULAÇÃO SUPERFÍCIE */.PIB

PDS 12 7.807.696 22.225.818 47.425.296 2.810.207 Km2 23,90

PMDB 9 1 1.612.702 30.134.704 58.400.155 5.037.937 Km2 58,22

PDT 1 1.416.630 6.292.265 11.297.962 44.268 Km2 16,68

1 Oi p»rc«ntuai» do Produto Intarno Bruto r» Forem-M ao o 3n|unto das rondai da indústria, agricultura e serviços, acrescido de determinados subsídios federais.

Estes números evidenciam o quanto esta desgastado este governo militar que nes^

tes 18 anos jogou o paTs num caos econômico colocando-o entre os mais endividados domu]i

do, com uma das taxas de inflação mais alta e com um arrocho e repressão ferrenhos aos

trabalhadores do campo e da cidade.

0 PDS so conseguiu vantagens nos estados mais atrasados, que dependem mais

dos favores oficiais, com a excessão do Rio Grande do Sul que também se inclui no gru-

po dos estados importantes onde venceu a demagogia depois do afrouxamento do PMDB,quani

do já no 29 dia do escrutínio Pedro Simon se deu por vencido.

Aqui no Rio Grande do Sul, funcionou muito bem um esquema do SNI - Serviço Na

cional de Informação - havia montado em todo pais para fraudar as eleições, como tam-

bém ficou evidente no Rio de Janeiro, onde a empresa contratada para fazer a computa-

ção dos votos - a PROCONSULT - tentou fazer o candidato do PDS "ganhar" as eleições ,

quando todas as evidências eram que o candidato do PDT, Leonel Brizola estava na fren-

te.

60%

50%

36% 30%

im wm VOTOS NA OPOSIÇAOl

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1982 r

0 quadro acima nos mostra o aumento dos votos na oposição: em 1978, temos os

votos do antigo MDB em relação ã ARENA (antigo partido do governo); em 1982, os votos

da oposição (PT+PMDB+PDT+PTB) em relação ao atual partido do governo, o PDS!

A população votou massissamente nas oposições esperando que de fato hajam mu-

danças. Entretanto o que estamos assistindo é que depois dos candidatos todos terem

"roncado grosso", durante a campanha, parece que agora estão mais, ou bem mais, apazi-

guados.

Nós estamos vendo por exemplo a população trabalhadora sendo ameaçada pelas

medidas que virão com a ida do Brsç|l ao FMI (Fundo Monetário Internacional - veja ma-

téria neste Terragente) e a turma está aquietada, decerto descansando em algumas pra^

ias deste imenso litoral brasileiro.

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Outro fato preocupante é a presteza com que os parlamentares oposicionista Fo

ram, junto com os situacionistas, apertar a mão e bater um papo amigável com o presi

dente dos Estados Unidos, Roricld Reagan., que bem sabemos o que representa.

Outro caso agora se deu no Espirito Santo, onde o governador eleito pelo PMDB

Gerson Camata, que é oriundo da antiga ARENA, escreveu uma carta pessoal ao Flguein

pedindo desculpas por algumas ofensas que lhe teria proferido. Em outros estados, ou

mesmo em todos os estados onde venceu a oposição, a conversa da turma esta prã lã de

calma, sendo que alguns inclusive ja anunciaram medidas que não são nem um pouco dife-

rentes das que os governadores do PDS tomarão.

Não se trata de esperar que estes governadores da oposição fossem defender e

assumir integralmente as lutas e os interesses dos trabalhadores (quem sofria deste

mal vai morrer, pois todos os eleitos pertencem as elites bem instaladas) mas seria

muito bom que este pessoal começasse a mostrar deste agora porque se candidatou por

um partido de oposição, e o significado que isto tem. Se a oposição, no fundamenta-se

comportar igual ao governo, não e oposição!

AS RAPOSAS CUIDANDO DAS GALINHAS VENCIMENTOS MENSAIS

SAO PAULO — DEPUTADOS ESTADUAIS

Fixo Cr$ 400.000.00

J«ton/s««<in — Cr$ 12 mil x 160 sessAas Cr$ 720.000,00

8 Mssfiesaxtroordinórkn Crí 96.000,00

Ajuda de custo — Mensal Cr$ 33.000,00

Ajuda de custo '— (transporte, moradia) antes do reajuste Cr$ 300.000,00

Cr» 1.540.000,00

DEPUTADO FEDERAL — SENADOR

SUBSÍDIO Crí 1 817.295.00

AJUDA OE CUSTO (TRANSPORTE) Cr» 373.000.00

TEIEFONE — MORADIA — GABINETE Cr$ 90000.00

Cr$ 2.280.295,00

Os nossos deputados federais

e senadores votaram uma lei em pro

velto propio: vão ganhar mais de

dois milhões de cruzeiros por mes.

fora as mordomias. Por aT a gente

entende o porque do monte de dinhe

iro que a maioria dos candidatos

gastou nestas últimas eleições! E

sempre prometendo defender os inte

resses do povo!...

FRACASSO DOS PELEGOS

Como tínhamos anunciado antes, vários pres conhecidas como pelegos e puxa sacos do governo, h didaturas pelo PDS nos seus municípios.

Diveros agricultores nos escreveram contan desses pelegos. Quase todos eles levaram chumbo na

Apenas para lembrar: o presidente do sindi Pritsch, não conseguiu se reeleger como vereador d sindicato de Farroupilha, Alberto Bridi, não conse dor; o presidente do sindicato (fie São Valcntim não prefeito; o presidente do sindicato de Barão do Co nha dos candidatos a prefeito np município; o Teso Trabalhadores Rurais de Cruzeiro do Sul, não se ei Garibaldi também não se elegeu.

Por outro lado, cheou uma carta denunciand dor da Regional de Lajeado, sr. Petry, que tentou dos sindicatos de Lajeado em comitês eleitorais do que tentaram se esquivar foram ameaçados. Alrrn dos em quase todo o estado, um grande numero do;; sindi bertamente na campanha política pró-PDS. É n trist sindicalismo.

identes de sindicatos, aviam se lançado a can

do como foi os eleições s urnas. cato de Pelotas, N.ir.lü o PDS; o presidente do guiu se eleger verea - conseguiu se eleger

tegipe foi o lanterni- ureiro do Sindicato de egeu c o Secretario de

o a atuação do Conto transformar a regional PDS, c. as presidentes

se fato, sabe-se que cotos se envolveram 'a. e realidade do nosso

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