novos problemas de doenÇas - cba · tomate, batata, pepino, quiabo, cenoura, cebola, salsão, ......
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NOVOS PROBLEMAS DE DOENÇAS
Luiz Gonzaga Chitarra
Embrapa Algodão
Área: Fitopatologia
E-mail: [email protected]
DOENÇA
“É o mal funcionamento de células e tecidos do
hospedeiro que resulta da sua contínua irritação por um
agente patogênico ou fator ambiental e que conduz ao
desenvolvimento de sintomas. Doença é uma condição
envolvendo mudanças anormais na forma, fisiologia,
integridade ou comportamento da planta. Tais mudanças
podem resultar em dano parcial ou morte da planta ou de
suas partes” (Agrios, 1988).
Patógeno Hospedeiro
Ambiente
lesões
Ambiente Homem
Hospedeiro Patógeno lesões
Condições que favorecem a ocorrência de doenças no algodoeiro
Temperaturas médias elevadas (acima de 250C)
Alta pluviosidade
Alta umidade relativa (acima de 85%)
Grandes áreas plantadas
Grande movimentação de máquinas e implementos
Plantio alternado de espécies hospedeiras
Cultivares suscetíveis plantadas sucessivamente
Uso de sementes infectadas
Destruição inadequada de soqueira
PRINCIPAIS PATÓGENOS DO ALGODOEIRO
Rhizoctonia solani, Pythium,
Fusarium spp., Lasiodiplodia
theobrome, C. gossypii, C.
gossypii var. cephalosporioides
Tombamento de plântulas
Colletotrichum gossypii Antracnose
C. gossypii var. cephalosporioides
Ramulose
Ramularia areola Mancha de ramulária
Fusarium oxysporum f. sp.
vasinfectum
Murcha de fusário
Alternaria, Stemphylium,
Myrothecium roridum,
Corynespora cassiicola
Manchas foliares fúngicas
Sclerotinia sclerotiorum Mofo branco
Phakopsora gossypii Ferrugem do algodoeiro
Botryodiplodia (Lasiodiplodia)
theobromae
Podridão de maçãs
Meloidogyne incognita;
Pratylenchus brachyurus;
Rotylenchulus reniforme
Aphelencoides besseyi.
Galhas
Lesões
Reniforme
“Superbrotamento”
Xanthomonas axonopodis pv.
malvacearum
Bacteriose / mancha angular
0 - 40 DAE 100 - 150 DAE
RAMULOSE
MANCHA DE RAMULÁRIA
BACTERIOSE
COMPLEXO DE PODRIDÃO DE MAÇÃS
CICLO FISIOLÓGICO DAS DOENÇAS DO ALGODOEIRO
MOFO BRANCO
DOENÇA AZUL / MOSAICO COMUM / VERMELHÃO / ATÍPICA
MANCHAS FOLIARES FÚNGICAS (Mancha alvo do algodoeiro)
40 - 100 DAE
MELA TOMBAMENTO
Aphelencoides besseyi
PRINCÍPIOS E TÉCNICAS DE CONTROLE
1. Exclusão: “prevenir a entrada do patógeno em área livre do mesmo”
2. Erradicação: “eliminar o patógeno impedindo seu estabelecimento”
3. Proteção: “impedir contato direto - planta e patógeno ”
4. Imunização: “promover a resistência da planta”
5. Terapia: “recuperar a planta doente” ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 6. Evasão (Escape): “envolve táticas de fuga à doença”
7. Regulação (Marchionato, 1949): “alterar o ambiente visando desfavorecer a doença”.
PRINCÍPIOS E TÉCNICAS DE CONTROLE
Exclusão
Legislação, fiscalização,
sementes
Erradicação
Variedades resistentes,
eliminação de restos de cultura
Proteção
Rotação
Imunização
Variedades resistentes,
controle químico (preventivo)
Terapia Controle químico (curativo)
Evasão e regulação
Manejo do ambiente
Sistemas de cultivo
Sistema monocultura / sistema sucessão;
Soja / Algodão;
Altamente favoráveis ao desenvolvimento de doenças.
Foto: Gabriel Castillo Foto: Nelson Suassuna
Mofo Branco
Fávero, 2007
Aspectos Gerais
Doença causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de Bary; Hospedeiros: Plantas de 75 famílias 278 gêneros 408 espécies (Boland & Hall, 1994; Leite, 2005) Ex: feijão, soja, girassol, canola, fumo, ervilha, repolho, tomate, batata, pepino, quiabo, cenoura, cebola, salsão, melão, etc... ALGODÃO.
Condições favoráveis
Períodos prolongados de precipitação
Alta umidade relativa acima de 70%;
Alta umidade do solo.
Temperaturas entre 15 e 22ºC
Alta densidade de plantio.
Fungo: Distribuição
Todas as regiões produtoras
Temperado
Subtropicais
Tropicais
Constatado pela 1ª vez em 1996 em Paracatu – MG (Charchar et al., 1999);
Atualmente
Unai (MG), Patos de Minas (MG), Montividiu (GO), Jussara (GO), Pedra Preta (MT), São Desidério (BA);
Ocorre principalmente em áreas de pivô central;
Ocorre em áreas de sequeiro.
Fungo: Disseminação
Esporos são transportados pelo vento;
Sementes infectadas/infestadas;
Produzidas pelo próprio produtor; Soja, feijão, girassol, algodão etc...;
Produzindo sementes em áreas contaminadas;
Cultivando-as em novas áreas;
Movimentação de implementos agrícolas.
CERRADO
Área » 204 milhões ha
São Desidério 800 m
Montevidiu 870 m
Serra da Petrovina 720 m
Patos de Minas 900 m
Unai 600 m
Fungo: Produz escleródios
Estruturas de resistência;
Presentes dentro e na superfície dos tecidos colonizados;
Retornam ao solo com os restos da cultura;
Responsáveis pela sobrevivência do fungo;
Podem sobreviver no solo: por até 11 anos (Leite, 2005); por 5 anos ou mais (Oliveira, 2005); por até 8 anos (Sartorato & Lobo Junior, 2005).
Fungo: Germinação
Miceliogênica
Causa tombamento de pré e pós-emergência
Carpogênica
Desenvolvimento do mofo branco na parte aérea; Podem produzir de 1 a 12 apotécios e até 2 milhões de esporos.
Fávero, 2007
Sintomas
Murcha, necrose e podridão úmida da haste,
do pecíolo, da folha e da maçã;
Capulho: micélio do fungo de coloração
branca, escleródios irregulares e coloração
escura.
Daniel Cassetari Luiz Chitarra
Cristiano Fábio Fontana Cristiano Fábio Fontana
Manejo da Doença – Recomendações
Mapear a área de ocorrência da doença; Utilizar sementes sadias, certificadas e tratadas;
Utilizar densidades e espaçamento adequados nas culturas;
Enterrio dos escleródios a uma profundidade de 20 a 30 cm;
Plantio Direto
Rotação de culturas; Formação de palhada homogênea sobre o solo; Não revolvimento do solo.
Nas áreas com baixa incidência da doença fazer o plantio na palha (cobertura morta);
Evitar o plantio sucessivo soja/algodão e/ou girassol;
Evitar o trânsito de implementos agrícolas;
Por não existir cultivares resistentes, caso necessário, utilizar produtos registrados no MAPA.
Produto Ingrediente Ativo(Grupo Químico) Titular de Registro
Agata fluazinam (fenilpiridinilamina) ISK Biosciences do Brasil Defensivos Agricolas
Ltda
Approve fluazinam (fenilpiridinilamina) + tiofanato-
metílico (benzimidazol (precursor de)) Iharabras S.A. Indústria Químicas - Sorocaba
Certeza fluazinam (fenilpiridinilamina) + tiofanato-
metílico (benzimidazol (precursor de)) Iharabras S.A. Indústria Químicas - Sorocaba
Frowncide 500 SC fluazinam (fenilpiridinilamina) ISK Biosciences do Brasil Defensivos Agricolas
Ltda
Gravun ciprodinil (anilinopirimidina) AgroBio Serviços de Registro de Produtos Ltda -
ME
Rovral SC iprodiona (dicarboximida) FMC Química do Brasil Ltda. - Campinas
Sialex 500 procimidona (dicarboximida) Sumitomo Chemical do Brasil Representações
Ltda.
Spot SC Boscalida (anilida) + dimoxistrobin
(estrobilurina) Basf S.A. – São Paulo
Sumiguard 500 WP procimidona (dicarboximida) Sumitomo Chemical do Brasil Representações
Ltda.
Sumilex 500 WP procimidona (dicarboximida) Sumitomo Chemical do Brasil Representações
Ltda.
Unix 750 WG ciprodinil (anilinopirimidina) Syngenta Proteção de Cultivos Ltda. – São Paulo
Mancha alvo do algodoeiro
Causada por Corynespora
cassiicola (Berk. &Curtis) Wei;
Semelhante a mancha alvo da soja;
Detectada nas principais regiões
produtoras de algodão do Brasil.
Aspectos Gerais • Esse fungo causa doença em 530 espécies de plantas
de 380 gêneros;
• Soja, tomate, pepino, fumo, mamona, ….ALGODÃO;
• Não há informações sobre a disseminação por sementes de algodão;
• Temperatura: 20 a 30ºC.
Sintomas
• Pequenos pontos circulares de coloração arroxeada /
marrom nas folhas;
• Formato arredondado ou irregular, com bordas marrom escuro e centro marrom claro;
• As lesões quando completamente desenvolvidas podem apresentar anéis concêntricos e, quando a infecção é alta, as folhas caem prematuramente.
Nelson Suassuna
Pequenos pontos circulares de
coloração arroxeada / marrom
nas folhas.
Nelson Suassuna
Pequenos pontos circulares de
coloração arroxeada / marrom
nas folhas.
Nelson Suassuna
Formato arredondado ou irregular com bordas marrom escuro e centro marrom claro.
Nelson Suassuna
As lesões quando completamente desenvolvidas podem apresentar anéis concêntricos.
As lesões quando completamente desenvolvidas podem apresentar anéis concêntricos.
Luiz Chitarra
Luiz Chitarra
As lesões quando completamente desenvolvidas podem apresentar anéis concêntricos.
Quando a infecção é alta, as folhas ficam amarelas.
Luiz Chitarra
Luiz Chitarra
Quando a infecção é alta, as folhas ficam amarelas.
Quando a infecção é alta, as folhas ficam amarelas.
Luiz Chitarra
Luiz Chitarra
Quando a infecção é alta, as folhas ficam amarelas e caem prematuramente.
Controle
• Não há informações sobre cultivares de algodoeiro resistentes / tolerantes a doença;
• Doença ainda não está registrada no Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
• Portanto, não há produtos / fungicidas registrados para o controle da doença na cultura do algodoeiro.
“Superbrotação e redução no rendimento
do algodoeiro” causada pelo nematoide de
partes aéreas (Aphelenchoides besseyi).
Luciany Favoreto
Aphelencoides besseyi
Antônio Pípolo
Luciany Favoreto Luciany Favoreto
Luciany Favoreto Luciany Favoreto
Luciany Favoreto Luciany Favoreto
Luciany Favoreto
Soja Louca II (SL-II) 2005/2006 – Maranhão, Pará Tocantins e Norte de Mato Grosso. afilamento, enrugamento e engrossamento das folhas do terço superior das plantas elevado índice de abortamento de flores e vagens reduções de produtividade de até 60% perda de qualidade dos grãos pela presença de impurezas (tecidos, grãos podres)
maior concentração em nós reprodutivos e folhas sintomáticas
plantas atacadas apresentam um verde intenso
Superbrotação do algodoeiro 2016/2017 – Médio-Norte e Noroeste de Mato Grosso. folhas ficam enrugadas e deformadas - sim elevado índice de abortamento de flores e maçãs – sim reduções de produtividade – sim perda de qualidade de fibra pela presença de impurezas (tecidos) - ? maior concentração em nós reprodutivos (sim) e folhas sintomáticas ?
plantas atacadas apresentam um verde intenso e superbrotação – sim.
Aspectos Gerais
Temperatura média acima de 28ºC;
Chuvas regulares;
Solos com umidade elevada por período prolongado;
Não tem padrão de ocorrência no campo.
Controle
Químico ??
Doença não está
registrada no MAPA
Rotação de culturas?
Tratamento sementes?
Eliminação restos culturais?
Estratégias para minimizar o ataque patógenos
Destruição de restos culturais;
Rotação de culturas;
Qualidade das sementes;
Monitoramento da lavoura;
Momento correto da aplicação de defensivos;
Utilização adequada da Tecnologia de Aplicação.
Destruição de restos culturais
Reduzir inóculo de patógenos e população de pragas;
Evitar a proliferação de doenças e pragas.
Estratégias
Utilizar equipamentos adequados;
Integrar os métodos mecânico, cultural e químico.
Rotação de culturas
Alternar anualmente espécies vegetais numa mesma área agrícola;
Sistema monocultura / sistema sucessão;
Altamente favoráveis ao desenvolvimento de doenças, pragas e plantas daninhas;
Degradação química, física e biológica do solo.
Estratégias Planejamento para estabelecer e conduzir o melhor
sistema de rotação de culturas:
Histórico da área;
Espécies vegetais a serem utilizadas;
Valor econômico destas espécies;
Sistema de plantio:
Direto,
Na palha.
Qualidade das sementes
• Sementes geneticamente puras, de alto poder de
germinação, alto vigor, livres de danos mecânicos,
agentes patogênicos e contaminantes, padronizadas
e adequadamente tratadas.
Tratamento químico de sementes
Erradicar ou reduzir, aos mais baixos níveis possíveis,
os fungos presentes nas sementes;
Proporcionar proteção das sementes e plântulas contra fungos de solo;
Promover uniformidade na germinação e emergência.
Monitoramento da lavoura
Monitores de campo rigorosamente treinados para identificar e
quantificar as doenças e pragas do algodoeiro;
Monitores devem conhecer a área de trabalho:
Histórico da área;
Tipos de solo;
Culturas cultivadas anteriormente;
Sistema de plantio;
Incidência de doenças e pragas;
Variedade de algodoeiro a ser cultivada.
Variedades Ramulária Ramulose Virose
(Doença
Azul)
Mancha
Angular
Nematoide
de galhas
BRS 430 B2RF MR MS MR/MT R MS
BRS 432 B2RF MS MR R R MS
BRS 433 FL B2RF MS - R R MS
MR/MT = medianamente resistente/tolerante; R = resistente; MS = medianamente suscetível.
Momento correto da aplicação de defensivos
Baseado no monitoramento;
Escolha adequada dos fungicidas;
Doenças presentes na lavoura;
Nível de controle;
Fungicidas/grupos químicos a serem utilizados;
Alternância dos diferentes grupos químicos.
Correta colocação do produto no alvo;
Forma econômica, homogênia, necessária;
Aérea ou terrestre;
Regulagem e calibragem dos pulverizadores;
Limpeza dos filtros;
Condições de uso das mangueiras;
Escolha correta dos bicos;
Condições climáticas propícias;
Escolha das gotas adequadas a estas condições climáticas.
Utilização adequada da Tecnologia de Aplicação de
Defensivos
OBRIGADO