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S11D Novos caminhos para a mineração Inovação desde a origem Desafios e soluções Tecnologia Implantação Compromisso Benefícios além do projeto Empreendimento inaugura nova fase na mineração de ferro no Brasil Futuro Mariana Florenzano

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S11DNovos caminhos para a mineração

Inovação desde a origem

Desafios e soluções

Tecnologia

Implantação

CompromissoBenefícios além do projeto

Empreendimento inaugura nova fase na mineração de ferro no Brasil

Futuro

Mar

iana

Flo

renz

ano

S11D 32 S11D

Entusiasmo. Sem dúvida, essa é a melhor palavra para traduzir S11D.

Entusiasmo: dos líderes executivos aos trabalhadores contratados para as obras do projeto. Foi o que as editoras dessa revista viram ao visitar o empreendimento em julho de 2016, quando a publicação começou a tomar forma.

Gente com sorriso na fala e brilho no olho, com vontade pulsando nas veias, pronta para fazer valer o cronograma de implantação, incansável em aceitar novas missões, funções, desafios. Gente que abriu as agendas para entrevistas, que explicou os detalhes da operação em visitas aos canteiros de obras, que topou longas caminhadas debaixo de sol para fazer as repórteres chegarem até onde a apuração da matéria exigia.

Pessoas como a Renata, o João, a Greicy, o Baginski, o Charles, o Fernando, o Leonardo, o Carlos, o Catarino, a Nihara, o Giovanni, o Plínio, a Janine, o Jakson, a Berenice, o Cléber, a Nayhana, a Marcelle, o Fabrício e tantas outras que dividiram desde a mesa no refeitório até suas histórias do que é viver S11D.

É com o mesmo entusiasmo dessa gente que apresentamos, nas próximas páginas, o maior empreendimento da história da Vale e um marco na indústria da mineração. De longe, uma das pautas que mais nos trouxeram orgulho em cobrir. Esperamos que você aprecie a leitura e possa, por alguns momentos, experimentar a sensação do que é fazer parte de S11D.

O que a mineração tem a ver com você?

6

A implantação:desafios e soluções

24

Experiência para pensar o futuro

16

Operação S11D44

Novos caminhos para a mineração

20

Compromisso com o futuro

50

Do Brasil para o mundo

Tecnologia e inovação

10

34

EditorialSumário

Diretoria de Comunicação e Relações Externas

destaques

50% menos emissão deGases de Efeito Estufa

4 estádios do Maracanã

- 77% de combustível consumido

- 84% de uso de água na mina e usina

203.500 tonsPeso total das estruturasmetálicas e equipamentos

18 mil MWh/anoEconomia de energia elétrica, equivalente ao consumo de 1 cidade com 20 mil habitantes

300.000.000de toneladas métricas de finos de minério de ferro reaproveitadas

244 mil m³de concreto na obra

40 mil trabalhadores no pico de obrasSe fosse a população de um município, S11D seria um dos 100 maiores do Pará (fonte: IBGE)

S11D 54 S11D

MensagemMensagem

Confiança e capacidade de realizar

Para mim, ver o Complexo S11D concluído é muito mais do que estar diante de um novo marco na indústria da mineração.

Para além de um empreendimento que agrega tecnologia de ponta, baixo custo e alta produtividade, o Complexo expressa a capacidade de realizar da Vale.

Aceitamos o desafio de implantar uma das maiores operações de minério de ferro do mundo, mesmo diante de um cenário externo de incertezas. Enfrentamos com coragem e perseverança os altos e baixos do mercado e a volatilidade do preço das commodities. Com a confiança em nossa gestão estratégica e nosso capital humano, seguimos adiante na missão de tirar da planta um dos projetos mais ousados da nossa empresa e colocá-lo em operação.

Como todo projeto com DNA inovador, o S11D foi também uma grande fonte de aprendizado para nossa equipe. Desenvolvemos soluções inéditas no segmento de minério de ferro, aprimoramos nossos processos de controle de qualidade e adotamos novas práticas que nos permitiram cumprir rigorosamente o planejamento, sem nunca perder de vista a segurança como Valor.

A responsabilidade socioambiental orientou nossas ações desde o início e nos levou a estabelecer parcerias para o futuro dos municípios que receberam o Complexo S11D, criando mecanismos para que a comunidade possa ser protagonista de seu próprio desenvolvimento. Investimos

no diálogo e no planejamento conjunto de programas sociais, além de viabilizar iniciativas voltadas para a conservação do meio ambiente.

Com vocação para o sucesso, o Complexo S11D é fruto de um trabalho a muitas mãos e carrega a energia de corações e mentes que a ele se dedicaram. Cheio de orgulho, quero agradecer a todos, empregados, contratados e familiares, que viveram o dia a dia da implantação do projeto. Meu reconhecimento também a todos os executivos e parceiros que concretizaram esse sonho.

Para representar todas as pessoas que fizeram parte da nossa trajetória, ao entrar em operação, o S11D passa a se chamar Complexo S11D Eliezer Batista. É uma homenagem ao notável engenheiro brasileiro e profissional de valor inestimável com que a Vale já teve a honra de contar em sua equipe. Eliezer Batista foi presidente da nossa empresa por duas vezes e seu trabalho foi essencial para a construção do Complexo de Tubarão e para a implantação de Carajás, contribuindo significativamente para o crescimento da mineradora.

É com esse espírito de união que o Complexo S11D Eliezer Batista começa a operar. Juntos, inauguramos uma nova história de sucesso com a marca da Vale e iniciamos um novo ciclo para a mineração brasileira.

Murilo FerreiraDiretor-presidente da Vale

Uma história de desafios

Uma grande realização merece uma deferência especial, uma pausa para respirar fundo e apreciar o que foi feito.

A entrada em operação do Complexo S11D Eliezer Batista, em termos de projeto, construção, tecnologia e desafios de toda natureza, representa um dos mais significativos marcos da história da Vale e da sua equipe de Projetos.

Além de tudo que se possa dizer sobre a sua concepção e implantação, o empreendimento carrega avanço tecnológico para o setor de mineração – tanto no que se refere à metodologia de lavra, como aos equipamentos e suas dimensões, além de um sofisticado programa de controle de qualidade, que irão garantir um minério rigorosamente dentro das especificações.

Nem é preciso mencionar que o sistema truckless é a grande novidade no mercado de minério de ferro. Não há nada semelhante operando nessa dimensão, no mercado atual. É uma forma desafiadora e inovadora de operar, que provoca mudanças nas rotinas de manutenção e do planejamento de mina. Por isso, o treinamento e a preparação das equipes, em todos os níveis, continuam sendo fatores vitais para o sucesso da nova operação.

A todos os colegas que estão enfrentando os desafios de colocar esse gigante para andar e depois correr, os meus mais fortes e sinceros desejos de um sucesso sem fim nessa grande empreitada. Que os livros de mineração pelo mundo afora passem a escrever a história como sendo antes e depois do S11D.

Parabéns a todos que fizeram ou ainda fazem parte dessa jornada da qual eu tive orgulho de participar. Que continuem a trabalhar de forma tão competente, compromissada e ética.

Galib ChaimEx-diretor-executivo de Projetos de Capital da Vale

Membros da Diretoria Executiva visitam a mina e usina do S11D acompanhados de líderes do projeto. Da esq. para a dir.: Galib Chaim, Ricardo Saad, Quirino Nunes, Josimar Pires, Murilo Ferreira, Maurício Gasparini, Humberto Freitas, Luiz Baginski, Carlos Saraiva, Plínio Tocchetto e Jenner Lima

Uma entrega para a sociedade

No início dos anos 2000, a indústria da mineração passou por um ciclo de crescimento bastante virtuoso. A Vale aproveitou esse ciclo para

consolidar sua experiência, que culmina agora com a inauguração do Complexo S11D Eliezer Batista.

A engenharia do S11D foi muito trabalhada, muito planejada. Fizemos um profundo estudo de alternativas e, para criar novas soluções, agregamos nosso conhecimento em minério de ferro às melhores práticas vistas nas principais operações de mineração no mundo. Conseguimos transferir para o projeto várias tecnologias, num aprendizado bem-sucedido que guardamos para outras aplicações no futuro.

Como engenheiro de implantação, dá gosto ver a grandiosidade do projeto do ponto de vista técnico, mas nossos maiores desafios foram, com certeza, as questões sociais e ambientais. Tínhamos nos preparado para superá-las e conseguimos o apoio fundamental das comunidades, estabelecendo uma relação transparente e construtiva. Uma relação que, evidentemente, continua com a entrada do projeto em operação.

Agora, temos à frente a fase de ramp-up, de produzir o que planejamos. Nosso sistema está muito bem estruturado, desenvolvemos processos-piloto para simular a operação e nossos profissionais foram treinados em empreendimentos similares no mundo. Estamos prontos para transformar em realidade aquilo que projetamos: uma operação de referência em termos de inovação, eficiência de custo, segurança e responsabilidade socioambiental.

S11D é, acima de tudo, uma entrega para a sociedade, a demonstração de que é possível fazer mineração com sustentabilidade. Estamos dando o primeiro grande passo de uma jornada para muitos anos. Com S11D, a Vale abre novas oportunidades para que as próximas gerações continuem a produzir minério de alta qualidade, com respeito às pessoas e ao meio ambiente.

Ricardo SaadDiretor de Implantação de Projetos da Vale

Mariana Florenzano

S11D 76 S11D

O que a mineração tem a ver com você?A Vale investe em tecnologia, ações ambientais e recursos humanos para que as riquezas naturais se transformem em produtos usados por você diariamente

Imagine um mundo onde você acorda todos os dias atrasado, pois não existe despertador. Não tem como chegar rápido

ao trabalho, porque não há carros, ônibus, trens. Você não pode nem ligar para avisar ao chefe, já que celulares ou mesmo telefones fixos também não existem. Chegando ao escritório, todo o seu trabalho é feito sem computadores porque eles são apenas lendas. Você conse-guiria viver assim hoje?

A mineração é a base para as ne-cessidades básicas e para os desejos da humanidade. Sem ela, materiais de construção, prédios, alimentos, carros, relógios, celulares e compu-tadores não poderiam ser produzi-dos. Todos esses itens são compos-tos por elementos encontrados na natureza, que só se transformam em bens úteis após passarem pelos pro-cessos de mineração. E foi para aten-der a demanda de desenvolvimento da sociedade que a Vale nasceu e a mineração brasileira alcançou um novo patamar estratégico.

Em junho de 1942, um decre-to-lei de Getúlio Vargas definiu as

bases de como seria organizada a Companhia Vale do Rio Doce. Com a criação da empresa, o Brasil obteve direito de uso de uma via férrea da mais alta importância e de instala-ções portuárias para embarque de minério de ferro, além de uma par-cela substancial de riqueza mineral, naquele momento, todas localiza-das na Região Sudeste. Em 1967, o geólogo Breno dos Santos, em um sobrevoo de prospecção, descobre a primeira jazida de minério de ferro da região de Carajás, no Pará. Assim, as regiões Norte e Nordeste entra-ram, definitivamente, no mapa de atuação da empresa.

Em ritmo de desenvolvimento

“A mineração é capaz de propul-sionar o desenvolvimento dos mu-nicípios onde se localizam os seus projetos de investimento”, comentou Paulo Haddad, economista, profes-sor e ex-ministro do Planejamento e da Fazenda, em artigo publicado no jornal Diário do Pará, em maio de 2010. “Entre as 27 unidades da

Federação, o Estado do Pará é, pro-vavelmente, o que apresenta maior potencial de crescimento econô-mico ao longo das duas próximas décadas”, ressalta Haddad.

No Pará, que se destaca por suas riquezas naturais, a Vale possui diversas operações e investe no desenvolvimento da região. Um exemplo é a cidade de Canaã dos Carajás, onde a empresa opera um complexo minerador de cobre des-de 2004 e agora está começando a operar o S11D, o maior projeto de sua história e um dos mais impor-tantes da indústria da mineração. Os números mostram que a cidade cresceu exponencialmente. O muni-cípio lidera o ranking do Índice Fir-jan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) no Pará, à frente da capital do estado, Belém, e de outras como Manaus, Salvador, Maceió, Aracaju, Porto Velho e Macapá.

Canaã tem um índice conso-lidado de 0,7351, em uma escala que varia de 0 (mínimo) a 1 ponto (máximo), segundo dados de 2015. Quanto mais próximo de 1, mais a localidade é desenvolvida. Já a capi-

tal Belém é a quarta cidade paraen-se no índice, com 0,6967, atrás de Parauapebas (0,7220), onde a Vale também opera, e Altamira (0,7012). Para ter ideia de como o município se desenvolveu rapidamente, no ano-base de 2012, o IFDM era de 0,6859 e Canaã estava em 5º na rela-ção de cidades paraenses.

O IFDM é um estudo do Sistema FIRJAN utilizado como referência para o acompanhamento do desen-volvimento socioeconômico dos

mais de 5 mil municípios brasileiros, considerando três áreas: Emprego e Renda, Educação e Saúde.

Nos últimos 12 anos, a Vale des-tinou a Canaã dos Carajás mais de R$ 900 milhões em investimentos sociais e impostos. Na área social, os recursos somam cerca de R$ 300 milhões, dos quais R$ 280 milhões foram contrapartida pela implan-tação de projetos e R$ 16 milhões foram empregados pela Fundação Vale em ações e programas de in-

fraestrutura, educação, saúde, cul-tura, lazer e formação profissional.

No campo ambiental, a mi-neradora mantém, por exemplo, um programa de gerenciamento focado na minimização e desti-nação apropriada dos resíduos, além de incentivar a geração de emprego e renda a partir das prá-ticas de reciclagem. Outro desta-que é a matriz energética da Vale, formada por cerca de 25% de energia renovável.

Níquel

Manganês

Cobre

Ferro

Pias de cozinhaInstrumentos

médicos

Tintas

Liquidificadores

CelularesAparelhos de ar condicionado

Fiações elétricas

Televisores

Automóveis

Canetas

Geladeiras

ÓculosMáquinas

de lavar

Aviões

Relógios Turbinas de aviões

Utensílios de cozinha

HDs de computador

Baterias de celular

Pilhas

Infográfico: Ítalo Gadelha

S11D 98 S11D

De forma simples, é possível definir a mineração como a extra-ção de minerais existentes nas ro-chas ou no solo. O homem interage com essa atividade desde épocas bem remotas, retirando argila do solo para confeccionar artefatos de cerâmica, quebrando rochas em lascas para fazer flechas, ou mesmo extraindo e empilhando rochas brutas para erguer construções. A mineração foi o eixo central para o progresso industrial. A aplica-ção das bombas e máquinas a vapor nas fábricas foi o primeiro passo para o avanço da atividade, com a substituição da lenha pelo carvão mineral. E o Brasil tem vocação para a mineração. Ela é uma das alavan-cas da economia nacional desde a época da colônia: durante todo o século XVII, foram feitas várias expe-dições ao interior do País, em busca de metais e pedras preciosas. O crescimento econômico e o desenvolvimento das cidades, po-sicionaram a mineração como uma atividade essencial para a evolução humana. O mundo caminhou na direção da tecnologia e o processo produtivo acompanhou. Hoje, a

indústria mineradora é bem dife-rente daquela que conhecemos no início dos tempos. As empresas do setor investem fortemente em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias, com o objetivo de criar equipamentos, processos e práticas cada vez mais sustentáveis e de acordo com as demandas da atualidade: bem-estar social, saúde e segurança dos empregados e responsabilidade ambiental.

Isso faz parte do dia a dia das empresas mineradoras. Na Vale, por exemplo, todos os empregados são representados em comitês que discutem assuntos relacionados a Saúde & Segurança e Meio Ambien-te. O objetivo é prevenir acidentes e doenças ocupacionais, além de identificar e implantar processos para melhoria das condições de trabalho. A empresa dissemina o conceito do “Cuidado Ativo Genuí-no”, com ações de engajamento dos empregados, que se traduzem pelo lema “Cuidar de mim, cuidar do ou-tro, deixar que cuidem de você”.

Outras iniciativas que demons-tram o quanto o tema Saúde & Segurança é uma prioridade para

a empresa são o Dia de Reflexão, evento global em que todos os em-pregados são convidados a refletir sobre possíveis fatalidades e esti-mulados a intensificar os esforços coletivos para o alcance de zero acidentes de trabalho; a Semana Interna Global de Prevenção, vol-tada à conscientização e adoção de práticas que favoreçam a saúde física, emocional e mental; e os Em-baixadores do Cuidado, ação que tem como propósito reconhecer os trabalhadores que se destacam pela maneira segura como atuam.

No ramo da Inovação, a Vale criou, em 2009, o Instituto Tecno-lógico Vale, que realiza estudos e pesquisas, desenvolve tecnologias e promove a inovação voltada à mineração e ao desenvolvimento sustentável, além das áreas de lo-gística, energia e siderurgia. A em-presa mantém, ainda, o Centro de Desenvolvimento Mineral e o Cen-tro de Tecnologia de Ferrosos, onde são pesquisadas novas maneiras de extrair e processar os minérios, reduzindo o impacto ambiental por meio de um rígido controle de processo e automatização.

A mineração entra em cena

Em 1944, empregados trabalham na abertura de um corte na rocha, em Itabira, Minas Gerais

Já na mina de cobre Sossego, a empresa reduziu substancialmente o uso de água, um dos principais insumos na mineração. Hoje, 99% da água empregada no processo de produção são reutilizados, o que representa uma economia anual de 900 mil metros cúbicos desse recurso natural.

A Vale também desenvolve programas e projetos voltados ao monitoramento de espécies nati-vas, como aves migratórias, poli-nizadores, quelônios e jacarés, co-munidades aquáticas, araras azuis, e aos bioindicadores na Floresta Nacional de Carajás. Projetos como esses ajudaram Canaã a receber o selo Município Verde, programa do

Governo do Estado que tem como objetivo combater o desmatamen-to florestal, fortalecer a produção rural sustentável e promover a gestão ambiental.

Parauapebas, cidade à qual a Vale chegou há mais de 30 anos, é uma das principais propulsoras do desenvolvimento paraense. O município abriga parte da maior reserva de minério de ferro do mundo: a Serra dos Carajás. O Pro-duto Interno Bruto (PIB) da região chegou a R$ 20,2 bilhões no ano de 2013, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atrás apenas da capital do Estado, e o PIB per capita foi de R$ 114,7 mil, o terceiro maior do Pará.

Em 2015, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Parauapebas ex-portou US$ 4 bilhões, sendo 97,7% exportações de minério de ferro. Esses números levaram a cidade a ocupar o 1º lugar na Balança Co-mercial Brasileira por Municípios.

Os negócios da Vale desempe-nham um papel importante para se alcançar esses resultados. Além de minas e usinas, a empresa opera a Estrada de Ferro Carajás (EFC), com 892 quilômetros de extensão, que liga suas operações no Pará ao Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, no Maranhão, onde os navios são carregados e os produ-tos seguem viagem em direção aos clientes ao redor do mundo.

Autor desconhecido / Agência Vale

O IFDM em Canaã dos Carajás

O município lidera o ranking do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) no Pará, à frente da capital do estado, Belém, e de outras como Manaus, Salvador, Maceió, Aracaju, Porto Velho e Macapá.

Canaã tem um índice consolidado de 0,7351, em uma escala que varia de 0 (mínimo) a 1 ponto (máximo), segundo dados de 2015. Quanto mais próximo de 1, mais a localidade é desenvolvida.

Para ter ideia de como o município se desenvolveu rapidamente, no ano-base de 2012, o IFDM era de 0,6859 e Canaã estava em 5º na relação de cidades paraenses.

O IFDM é um estudo do Sistema FIRJAN utilizado como referência para o acompanhamento do desenvolvimento socioeconômico dos mais de 5 mil municípios brasileiros, considerando três áreas: Emprego e Renda, Educação e Saúde.

A capital Belém é a quarta cidade paraense no índice, com 0,6967, atrás de Parauapebas (0,7220), onde a Vale também opera, e Altamira (0,7012)

Infográfico: Ítalo Gadelha

S11D 1110 S11D

A Vale é uma das maiores mineradoras do mundo, grande exportadora e uma das principais empresas

privadas do Brasil. Com atuação em quase 30 países e presente nos cinco continentes, a empresa conta com cerca de 280 mil acionistas e suas ações são negociadas nas bol-sas de valores de São Paulo, Nova

Iorque e Paris. A estratégia de cres-cimento da Vale prevê o aumento da competitividade, a redução de custos e despesas, o fortalecimento das licenças para operar, o aumento do volume de produção e a entrega dos projetos previstos no planeja-mento. Todas essas iniciativas vão contribuir para que a empresa se mantenha como um dos principais

players no mercado de mineração. Líder mundial na produção de

minério de ferro, pelotas e níquel, a Vale também produz manganês, ferroligas, fertilizantes, carvão, cobre, ouro, prata, cobalto e metais do gru-po da platina. Seus minérios são de alta qualidade e podem ser customi-zados de acordo com a necessidade dos clientes. Para entregar os produ-

tos com agilidade, a mineradora ope-ra globalmente uma cadeia logística eficiente que inclui ferrovias, termi-nais marítimos e portos, além de estações de transferência flutuantes e centros de distribuição. A empresa também investe nos setores de ener-gia e siderurgia, diretamente e por meio de coligadas e joint ventures. Nascida no ano de 1942, em Ita-bira, Minas Gerais, a Vale hoje está presente em diversos estados bra-sileiros. Suas minas de ferro, prin-cipal produto da empresa, estão concentradas em Minas Gerais e no

Pará. Os minérios extraídos no Qua-drilátero Ferrífero são levados pela Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) até o Porto de Tubarão, no Espírito Santo, e pela Ferrovia do Aço até os Terminas Marítimos de Ilha Guaíba e Itaguaí, no Rio de Ja-neiro. Já a produção do Complexo Minerador de Carajás, no Pará, é escoada pela Estrada de Ferro Ca-rajás (EFC) até o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, no Maranhão. Desses portos saem os navios que entregam os produtos para clientes de diversas parte do planeta.

A partir do final de 2016, esses mesmos clientes começam a con-tar também com o aumento da capacidade de produção da Vale. Entra em operação o S11D, maior projeto da história da empresa e da indústria de minério de ferro. Com a abertura da mina e usina localizadas em Canaã dos Carajás, no Pará, a inauguração de um ramal ferroviário com 101 quilômetros, e a expansão da EFC e do terminal de Ponta da Madeira, a Vale estabelece um novo momento para a mineração no Brasil e no mundo.

Argentina

ParaguaiMoçambique

Malauí

Zâmbia

Reino Unido

Suíça

Áustria

Emirados Árabes

OmãÍndia

Coreia do Sul

Japão

Taiwan

Filipinas

Indonésia

Nova Caledônia

MalásiaCingapura

China

Austrália

PeruBrasil

Estados Unidos

Canadá

Chile

Barbados

Com atuação em todos os continentes, a Vale inicia uma nova operação no Brasil e fortalece sua posição de liderança na indústria da mineração

Do Brasil para o mundo

Infográfico: Ítalo Gadelha

S11D 1312 S11D

Pará e Maranhão em conexãoTrês décadas de Vale na Amazônia uniram os dois estados em projetos que mudaram o panorama da mineração

A Vale no Pará e no Maranhão

1970 1980 1990 2000 2010

1967 Descobertos, em Carajás, no Pará, os maiores depósitos minerais de alto teor de ferro do mundo

1978 Início da implantação do Projeto Ferro Carajás

1978 Início das obras da Estrada de Ferro Carajás (EFC)

1985 Inauguração da mina de ferro de Carajás

1994 Inauguração do Píer II do TMPM

1998 Criação da Floresta Nacional de Carajás, hoje um dos últimos remanescentes de floresta nativa da região, com seus 412 mil hectares

2004 Entrada em operação da mina de cobre Sossego, em Canaã dos Carajás, no Pará

2007 Carajás atingea capacidade de 100 Mtpade produção

2008EFC opera o maior trem do mundo, com 330 vagões

2011 Inauguração da mina de níquel Onça Puma, em Ourilândia do Norte, no Pará

2012 Entrada em operação da mina de cobre Salobo, em Marabá, no Pará

2012 Primeiro navio é atracado no berço sul do Píer IV do TMPM

2014 Início da operação de Serra Leste, em Curionópolis, no Pará

2016 Inauguração do S11D

1986 Entrada em operação do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira (TMPM), no Maranhão, para escoar a produção de Carajás

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

timeline-carajas.pdf 1 27/11/16 11:33

Em 11 de julho de 1967, um helicóptero sobrevoou e pousou na região de Carajás, no Pará. Dentro da aeronave,

apenas o piloto e o geólogo Breno dos Santos, que procurava man-ganês. Mas a descoberta foi muito maior. Debaixo dos seus pés, estava o maior depósito de minério de fer-ro do mundo. Após vários estudos, em 1978, iniciaram-se as obras do Projeto Carajás, um plano ambicioso para implantar uma atividade mi-neradora na região. Mas, para tornar realidade esse sonho, foi preciso investir também em infraestrutura.

A Estrada de Ferro Carajás (EFC) começou a ser construída em 1978 e foi inaugurada em 1985, para transportar os minérios de ferro e manganês de Carajás até o Termi-nal Marítimo de Ponta da Madeira

(TMPM), em São Luís, no Maranhão. Embora os testes do porto, cons-truído para escoar a produção, tenham iniciado em 1985, sua ope-ração regular só começou em 1986, quando foram embarcados 11,6 milhões de toneladas de minério de ferro. O terminal é considera-do o maior do Brasil em volume de embarque, segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

Com a abertura das minas, o funcionamento da ferrovia e a ope-ração do terminal marítimo, nascia o Sistema Norte, que mudou para sempre a mineração no Brasil. Nas últimas décadas, as operações da Vale na região ajudaram a impul-sionar a economia dos municípios próximos ao empreendimento, nos Estados do Pará e Maranhão,

trazendo desenvolvimento e mais qualidade de vida para a popula-ção, além de contribuir para a con-servação do meio ambiente.

No Pará, a Vale mantém outras minas além das de minério de fer-ro, como a do Azul, localizada no Complexo Minerador de Carajás e responsável por 80% da produ-ção de manganês da empresa. Em Ourilândia do Norte, opera a mina de níquel Onça Puma. Na mina do Sossego, em Canaã dos Carajás, e na mina do Salobo, em Marabá, a empresa produz cobre.

Já a EFC não transporta ape-nas minério. Em 17 de março de 1986, entrou em operação o trem de passageiros, que faz o per-curso completo de São Luís a Pa-rauapebas, ida e volta, atendendo usuários de 27 municípios, sendo

23 no Maranhão e 4 no Pará. Para muitas pessoas da região, o trem é o único meio de transporte. Em média, 1.300 passageiros viajam por dia, totalizando 350 mil pas-sageiros ao longo do ano.

A experiência de mais de 30 anos de atuação nas regiões Norte e Nor-

deste permitiu à Vale desenvolver tecnologias que diminuirão o im-pacto ambiental da sua mais nova operação: o S11D. O empreendi-mento alavanca a oferta do minério de ferro brasileiro no mercado mun-dial e contribui para um novo ciclo de desenvolvimento do País.

Com S11D, a Vale vai ampliar, gradativamente, a sua capacidade de produção de minério de ferro, tornando-se mais competitiva, além de aumentar o transporte de carga ferroviária e o volume de embarque do porto, gerando no-vas divisas para o Brasil.

Trem carregado de minério circula pela Estrada de Ferro CarajásMarcelo Coelho

14 S11D S11D 1514 S11D

São Luís

Floresta Nacional Tapirapé-Aquiri

Reserva Biológica Tapirapé

Minas de Carajás (cinco minas de ferro a céu aberto)Mina do Azul (manganês)

Mina de Onça Puma (níquel)

Parque Botânico

S11

PA

Carajás

Belém

Parauapebas Ramal Ferroviário S11D

Mina do Sossego (cobre)

Mina de S11D (ferro)

Estrada de Ferro Carajás

Terminal Marítimo de Ponta da Madeira (TMPM)

Instituto Tecnológico Vale (ITV)

Marabá

Curionópolis

Canaã de Carajás

Ourilândia do Norte

MAFloresta Nacional de CarajásParque Zoobotânico

Floresta Nacional Itacaiúnas

Mina Floresta / Parque

Porto

Ferrovia

Instituto Tecnológico

Pará e Maranhão são estratégicos para a Vale pela importância dos seus recursos minerais e capacidade logística

Infog

ráfico: Ítalo G

adelh

a

Mina do Salobo(cobre)

Mina de Serra Leste (ferro)

PA MA

S11D 1716 S11D

Experiência para pensar o futuroO aprendizado de Carajás e a gestão estratégica da Vale inauguram um novo modelo de operação em minério de ferro, ainda mais alinhado às demandas da sociedade

São mais de 30 anos de ex-periência em Carajás, onde a Vale opera cinco minas de ferro de altíssima qualidade.

Agora, com S11D, a empresa po-derá fornecer mais 90 milhões de toneladas métricas de minério de ferro por ano, elevando a capaci-dade de produção no Estado para 230 Mtpa. O projeto recebeu esse nome em referência à sua localiza-ção: na Serra Sul da província mi-neral de Carajás, corpo 11, bloco D.

O potencial do S11 é de 10 bilhões de toneladas de minério de ferro, sendo que o bloco D, isoladamen-te, possui reservas de 4,24 bilhões de toneladas métricas.

O empreendimento incluiu abertura de mina, instalação de usi-na de processamento e construção de ramal ferroviário no Pará, além de obras de expansão da ferrovia principal e do porto.

A estrutura mina-usina conta com quatro sistemas de lavra e

três plantas de peneiramento e britagem, interligados por mais de 50 quilômetros de transporta-dores de correia. Depois de pro-cessado, o minério será transpor-tado pelo novo ramal ferroviário, com 101 quilômetros de exten-são, até a Estrada de Ferro Carajás, que teve 578 quilômetros dupli-cados e outros 220 remodelados, para escoar a produção de S11D até o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira (TMPM), em São Luís.

Vista aérea da área da minaSalviano Machado

No coração do Pará

Carajás

A

BC D

Parauapebas

Canaã dos Carajás

RodoviaPA 160

S11D

Carajás

Info

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PA

S11D 1918 S11D

Na área do TMPM, foram feitas obras offshore para construção de um novo berço no Píer IV e da 6ª linha de embarque, além da insta-lação de um novo carregador de navios. E em terra, foram amplia-das as operações da retroárea do porto, com quatro novos pátios de estocagem de minério e dois viradores de vagões, e do terminal ferroviário, que ganhou de troca e manutenção de rodeiros de va-gões e um posto de inspeção e abastecimento de locomotivas.

S11D será estratégico para a Vale aumentar sua competividade e manter a liderança no mercado glo-bal de minério de ferro. O empreen-dimento foi cuidadosamente pla-nejado para alcançar a excelência operacional, sem perder de vista o respeito às comunidades e ao meio ambiente. A Vale sabe que novos projetos trazem desenvolvimento, mas, junto com eles, vêm impactos sociais e ambientais, que devem ser acompanhados e geridos de perto. Para potencializar as oportunidades e reduzir os efeitos adversos da im-plantação, a empresa colocou em prática o aprendizado de mais de três décadas de atuação na região.

No caso da intensificação do fluxo migratório, por exemplo, a empresa atuou em duas frentes. De um lado, implantou programas de qualificação profissional e priorizou a contratação de mão de obra local. De outro, ofereceu cursos gratuitos, em hotelaria, alimentação e outras áreas de serviço, incentivando o em-preendedorismo nas comunidades.

A empresa também investiu na infraestrutura de Canaã, seja por meio de parcerias com o poder público na construção e ampliação de escolas, postos de saúde, fórum, corpo de bombeiros, entre outros; seja deixando como legado estru-turas utilizadas na implantação do projeto, como uma rodovia com 43 quilômetros que liga a zona rural à área urbana do município. Como destaque, é importante citar os di-versos programas de capacitação voltados aos gestores locais para desenvolvimento de projetos que pudessem estar aptos a usufruir as

linhas de crédito oferecidas pelo Governo Federal nas áreas de sanea-mento, saúde e educação.

Na área ambiental, S11D se beneficiou de mais de 30 anos de estudos ambientais da Vale na re-gião. Um dos mais importantes foi o Estudo de Área Mínima de Canga, desenvolvido entre 2004 e 2007, em parceria com pesquisadores de diversas entidades, que ajudou a definir as condições mínimas para garantir a viabilidade ambiental de exploração do corpo D de S11.

Outro exemplo foi o levanta-mento do patrimônio arqueoló-gico existente na área do projeto, cujo solo abrigava objetos his-tóricos de grande valor cultural. Para manter a memória dos po-vos nativos, a Vale desenvolveu o projeto Arqueologia Preventiva e investiu cerca de R$ 7 milhões em um acordo de cooperação técnica com o Museu Emílio Goeldi, de Belém, especializado nesse tipo de estudo.

Ao todo, foram encontrados 11

sítios arqueológicos nas áreas de interferência do S11D. Dois deles foram preservados com a mudança no traçado do ramal ferroviário, pensada para proteger o acervo. Os outros nove tiveram suas mais de 55 mil peças resgatadas e encami-nhadas para guarda da Fundação Casa de Cultura Marabá. O trabalho, que começou em 2012, incluiu es-cavações na região, inventário, aná-lise e curadoria dos materiais, além de ações de educação patrimonial e difusão do conhecimento.

Os projetos de engenharia tam-bém foram repensados, a fim de minimizar impactos à Floresta Na-cional de Carajás. Na área da mina, a localização da pilha de estéril, mate-rial sem valor comercial resultante da atividade minerária, foi alterada e implantou-se um sistema de trans-portadores de correia com cerca de 5 quilômetros de extensão, que levam o estéril para uma área, fora da Floresta Nacional. Já a mina e a usina de S11D proporcionarão uma economia de 93% no consumo de

água e 77% no uso de combustível, reduzindo em 50% a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE), quando comparado aos métodos conven-cionais de lavra e produção.

Desse jeito, cuidando do meio ambiente e trabalhando junto com a comunidade e o Poder Público, a Vale contribui para que Canaã dos Carajás continue avançando. Porque o desenvolvimento só é sustentável quando se cria condições para que o município possa ser o protagonis-ta das próprias conquistas.

Vista aérea da mina de ferro de S11DJosé Rodrigo Zermiani

S11D 2120 S11D

Novos caminhos para a mineração Todo projeto conta uma história. E cada história tem uma trama. Uma trama costurada pelo trabalho diário de pessoas que alinhavam sonhos, objetivos, realizações. Com S11D, começamos a tecer uma nova história.

Luiz Baginski

S11D 2322 S11D

Implantado em um cenário de baixa das commodities, S11D deverá aumentar a competitividade da Vale diante de seus concorrentes. A nova operação também ajudará o Brasil a consolidar sua posição como um dos maiores produtores de ferro do mundo

A mineração do futuro no momento mais desafiador do mercado

Custo baixo, alta qualidade, tecnologia de ponta e fle-xibilidade para atender sob medida as necessidades

dos clientes. Em uma frase curta, o tamanho do desafio comercial do S11D diante do mercado global da mineração. Resultado de anos de estudos socioambientais e de engenharia, o projeto reuniu equi-pes técnicas do Brasil, Canadá e Austrália, além de 172 fornecedores de 12 países, situados nas Américas, Europa, Ásia e Oceania.

Um empreendimento ousado, com equipamentos e soluções iné-ditas no negócio de ferro, implan-tado em meio ao ciclo de baixos preços das commodities, mas que irá aumentar a competitividade da Vale. Quando estiver operando em plena capacidade, S11D contribui-rá para elevar a produção total de minério de ferro da empresa no Pará para 230 milhões de toneladas

clientes, produzindo minério em maior ou menor quantidade, de acordo com a necessidade.

O alto teor de ferro também permitirá que o minério de S11D seja customizado conforme as es-pecificações solicitadas pelo clien-te. Por exemplo, quando o cliente fecha a compra de um produto com 62% de ferro, a Vale faz um blend do minério mais puro com outro que contém percentual me-nor de ferro. Esse processo viabili-za a operação das minas que pro-duzem minérios de boa qualidade, mas que não se igualam ao exis-tente na região de Carajás, e esta-belece uma composição de preço mais justa para ambas as partes: quem compra e quem vende.

S11D contribuirá ainda para re-duzir o custo operacional do Sis-tema Norte como um todo, desde

A palavra inglesa “commodities” é utilizada para definir mercadorias que são produzidas em larga escala e comercializadas globalmente, como minérios e gêneros agrícolas. São bens que podem ser estocados por um tempo predeterminado sem perderem a qualidade e cujos preços são definidos pelo mercado internacional. As commodities possuem características uniformes entre si, mesmo sendo produzidas por diferentes empresas. Porém, no caso de S11D, o minério se destaca pela alta concentração de ferro e baixo teor de impurezas, o que lhe confere uma posição única no mercado global.

O que são commodities?

O Brasil possui vocação para a mineração. A atividade engloba a produção de 72 substâncias minerais e alavanca o potencial gerador de riquezas do País, graças à sua diversidade geológica e à qualidade técnica dos seus profissionais de mineração. As operações da Vale contribuirão para que o Brasil consolide sua posição como um dos maiores produtores de minério de ferro do planeta.

métricas por ano, cerca de 53% acima do volume contabilizado em 2015. Isso colocará a Vale em uma posição vantajosa no próximo ciclo de forte demanda por minério de ferro, uma vez que os principais concorrentes precisarão de gran-des investimentos para repor a pro-dução de minas em exaustão.

Até 2022, a Vale não tem previ-são de investir em novos projetos para repor sua capacidade produ-tiva em minério de ferro. Dessa for-ma, poderá se beneficiar não ape-nas da menor concorrência, mas também dos ganhos econômicos possibilitados pela tecnologia de S11D. Serão produzidas 90 milhões de toneladas métricas de minério de ferro anuais, mas isso não signi-fica que elas entrarão no mercado integralmente. Com o processo de lavra contínua de S11D, a Vale terá uma operação mais flexível e poderá ajustá-la à demanda dos

a extração na mina até a entrega no porto, no Maranhão. Esse é um item primordial para diminuir a diferença competitiva entre a Vale e seus principais concorrentes, provocada pela distância geográ-fica em relação à China, principal cliente da empresa. Hoje, um na-vio da Vale demora 45 dias para chegar aos portos chineses contra 15 dias dos australianos.

“Queríamos um projeto que trouxesse o patamar de custo de produção para algo que nos per-mitisse de fato competir de igual para igual com o australiano. S11D é um novo patamar de operação, um marco na história da Vale. É uma mudança cultural”, afirma Jamil Sebe, responsável pela im-plantação do projeto e hoje ge-rente-executivo de Operação da Pelotização da Vale em Omã.

Navio sendo carregado no Terminal Marítimo de Ponta da MadeiraBeto Felício

A China é o principal consumidor do minério de ferro da Vale. Ao fundo, o prédio onde está localizado o escritório da mineradora em XangaiMarcelo Coelho

S11D 2524 S11D

A implantação: desafios e soluçõesMaior projeto de minério de ferro da história da Vale e maior investimento privado no Brasil nesta década, S11D demandou anos de preparação e trabalho cuidadosamente planejado

Em dezembro de 2001, a China iniciava a expansão de sua economia para o mundo, com a entrada na

Organização Mundial do Comércio. O desenvolvimento acelerado do país, o imenso mercado consu-midor e a abertura para o investi-mento estrangeiro transformaram os chineses em grandes compra-dores globais, impulsionando os negócios com o gigante asiático. O setor de mineração acompa-nhou esse crescimento. A rápida urbanização provocou o aumento das indústrias de base do país, em especial na construção civil, e aqueceu a demanda por produtos como o minério de ferro, fazendo seu preço disparar no mercado internacional – era o chamado “su-perciclo das commodities”.

Nesse período, a Vale decidiu investir em projetos para aumentar a sua capacidade de produção. Foi quando S11D apareceu como uma real possibilidade. Mesmo com a baixa nos preços dos minérios dos últimos anos, a entrada em opera-ção do S11D contribuirá para que

a mineradora se mantenha compe-titiva, colocando no mercado um produto de altíssima qualidade e baixo custo de produção.

Projeto estratégico no portfólio da Vale, S11D demandou anos de estudo, que permitiram incorporar ao negócio inovações operacionais, tecnologia social e soluções am-bientais. O conhecimento geológi-co na região de N4, na Serra Norte de Carajás, e de S11, na Serra Sul, foi desenvolvido na mesma época, na década de 1970. Entretanto, como as características do minério de N4 eram então mais adequadas ao mercado, a atividade em Cara-jás começou pela Serra Norte, em 1985. Já no início dos anos 2000, com o boom das commodities, a ideia de explorar o S11 foi retoma-da. Traçou-se, então, um plano de desenvolvimento e, depois de vá-rios estudos, o projeto começou a ser tirado do papel.

De início, S11D precisava garan-tir um investimento direcionado, enfrentando a concorrência com outros projetos de minério de fer-ro dentro da própria Vale. Projetos

quilômetros de extensão.“Ao longo das visitas ao Ibama,

entendi que qualquer notícia que saía, como ‘encontraram um ninho de harpia na região de Serra Sul’, era associada automaticamente ao projeto. E, depois, eu descobria que o tal ninho de harpia estava no S27, não tinha relação com o S11. Então, pensei: nós temos que mudar o nome, sermos mais ob-jetivos, mostrar pros técnicos que nós não vamos lavrar aquela área toda”, lembra Jamil Sebe.

Topografia localLocalizada numa região de tran-

sição entre o Cerrado e a Floresta Amazônica, a área de implantação da mina tem um relevo montanho-so, com altitude média de 700 me-tros, bem diferente dos 200 a 300 metros da maior parte da região Sudeste do Pará. As partes mais altas são formadas por platôs, com vegetação baixa e esparsa, típica de cerrado. Já as partes mais bai-xas e de encosta são mais densas,

com presença de grandes árvores, típicas da Floresta Amazônica. As quebras entre os platôs e suas bordas favorecem a formação de cavidades naturais subterrâneas. Apesar de não serem tão exuberan-tes como as cavidades em calcário, as cavidades em formação ferrífera apresentam características morfo-lógicas e biológicas interessantes.

Como a legislação que regu-lamenta a classificação e inter-ferência em cavidades naturais subterrâneas é muito recente, o

que, em alguns casos, apresenta-vam um diferencial importante: reservas minerais mais próximas da Ásia, principal mercado consu-midor do produto. Mas a compe-tição interna com concorrentes geograficamente privilegiados era apenas o primeiro desafio que o projeto tinha pela frente.

Escopo paralicenciamento

O desafio seguinte da equi-pe foi delimitar claramente a abrangência do S11D, para que os órgãos ambientais pudessem analisar o projeto com exatidão durante o processo de licencia-mento. Originalmente chamado de Serra Sul, o nome do empreendi-mento dava a entender que toda a cordilheira sul de Carajás, com 120 quilômetros de extensão, seria alvo de projetos minerais da Vale. Na verdade, Serra Sul é composta por 45 platôs e S11 é o décimo pri-meiro destes platôs, o maior deles, com 30 quilômetros. E o projeto fica no bloco ‘D’ do S11, com 9,5

Primeira pilha de minério extraído de S11DLuiz Baginski

S11D 2726 S11D

conhecimento sobre essas forma-ções era bem pequeno há 10 anos, quando os estudos ambientais para o S11D estavam sendo desenvol-vidos. A Vale então montou uma equipe própria de espeleologia para realizar pesquisas e reunir o conhe-cimento necessário para obter a pri-meira licença do projeto: a LP (Licen-ça Prévia). Foram anos de dedicação e de aplicação de técnicas inéditas, como a de caracterização de espé-cies animais por DNA, desenvolvida pelo Instituto Tecnológico Vale (ITV) para identificar insetos a partir, por exemplo, de fragmentos de suas asas. Ao término dos estudos na região do S11D, os especialistas classificaram cada cavidade de acordo com sua relevância (mínima, média, alta e má-xima) para a biodiversidade.

Todo esse conhecimento orientou a implantação do projeto e ficou de legado para os órgãos ambientais brasileiros e entidades de pesquisa. Com base nele, alterou-se, por exem-plo, a localização da pera ferroviária do projeto para preservar uma cavida-de de alta relevância e que abrigava uma espécie de vagalume pouco co-nhecida. Já na região da mina, aproxi-madamente 60 cavidades na área do corpo mineral tiveram sua interferên-cia autorizada dentro da Licença de Instalação, sendo compensadas com a preservação de outras 120, confor-me a legislação vigente.

Período de chuvasA grande incidência de chuvas

na Região Amazônica, com duração média de 6 meses ao ano, é um dificultador natural para a instala-ção de projetos, especialmente se considerarmos que S11D perpassa os estados do Pará e Maranhão. No Pará, as chuvas torrenciais come-çam em novembro e se estendem até abril, podendo ser quase diárias nos meses de dezembro a março. “Como é que você trabalha com terra para fazer terraplanagem, abrir estrada, em um lugar onde chove seis meses por ano? E chove mesmo! Os índices pluviométricos desafiam a fazer qualquer obra. É preciso ter um planejamento muito robusto”, comenta Jamil.

Já no Maranhão, na região de São Luís, onde o porto está localizado, o período chuvoso vai de janeiro a junho, seguido de ventos muito for-tes no segundo semestre do ano. “O Píer IV, que vai receber a produção da mina do S11D, é desabrigado, não tem molhes ou quebra-mar. A construção é executada avançando sobre o mar e, por isso, fica mais vul-nerável às grandes velocidades das correntes marítimas, exigindo que o píer tenha uma estrutura bastante robusta - com estacas marítimas que chegam a 2,75 metros de diâmetro e 300 m3 de volume de concreto. Monitoramos tudo 24 horas por dia. Comunicação é fundamental, mas nesse caso mais ainda”, ressalta

Fabrício Guimarães, engenheiro de Planejamento do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira.

A questão da terra na Amazônia

S11D foi pensado para ter o me-nor impacto ambiental possível e ser prioritariamente instalado fora da Floresta Nacional de Carajás. Na prática, isso significa lidar com a questão fundiária da Amazônia, já que o projeto é localizado em uma região remota, com a presença de vá-rios assentamentos e áreas ocupadas irregularmente, além da presença de fazendas com grandes áreas de pas-tagem voltadas à pecuária extensiva.

19 milmudas nativas foram plantadas.Equivalente a 70 campos de futebol.

A pera ferroviária teve seu traçado alterado para preservar uma cavidade de alta relevânciaRicardo Teles

Para implantação do projeto, a Vale adquiriu diversas proprie-dades no entorno da usina e das futuras pilhas de estéril e canga, no total de 10,3 mil hectares. Parte dessa área está sendo reabilitada para compor a Reserva Legal do empreendimento, que integra um programa de conectividade de fragmentos florestais. “São terrenos degradados, ocupados por pastos, que estão sendo reabilitados para reconectar a Flona e a Serra da Bo-caina. Fizemos o plantio de 19 mil mudas nativas, numa área equiva-lente a 70 campos de futebol”, ex-plica Leonardo Neves, líder sênior de Meio Ambiente, Socioeconomia e Gestão Fundiária do S11D.

Já para a construção do novo ramal ferroviário, foram intercepta-das 108 propriedades. Cinquenta e uma delas foram indenizadas, pois estavam localizadas na faixa de ser-vidão da ferrovia, ou seja, na área de segurança que acompanha a linha do trem, com 100 metros de largura para cada lado. Das 57 propriedades restantes, 27 foram adquiridas du-rante a implantação e 30 já haviam sido compradas anteriormente pela empresa. “Chegar em uma região afastada é um desafio por si só. É pre-ciso abrir acessos, onde há questões fundiárias complexas e também falta infraestrutura”, comenta Plínio Tocchetto, líder executivo do Ramal Ferroviário S11D.

S11D 2928 S11D

Linha do tempo

2006Avaliação geológica indica reserva mineral de 3,4 bilhões de toneladas de minério de ferro / Início dos estudos de viabilidade

2007Termo de referência para desenvolvimento do EIA/RIMA* é protocolado junto ao IBAMA

2009Estudos para adoção do truckless

2009 Início do processo de licenciamento ambiental

2010 Início da construção do Pier IV no Terminal Marítimo de Ponta da Madeira

2011Obras da Linha de Transmissão e da Subestação Principal, para fornecimento de energia elétrica ao projeto

2011Implantação de

estruturas de apoio em Canaã

dos Carajás

2012Emissão da

Certidão de Uso e Ocupação do

Solo para as obras do ramal

ferroviário

2012Início da

montagem dos módulos da

usina

2013 Mapeamento e

transferência dos sítios arqueológicos

2013Início da

terraplenagem e perfuração do

primeiro túnel do ramal ferroviário

2013 Início das obras de implantação

da mina e da usina

2013 Obras de

terraplenagem da usina

2014 Início da terraplanagem da mina

2015Instalação da usina

2015Início da montagem da correia transportadora de longa distância

2016Início de testes

com carga na mina e na usina

2016Primeiro carregamento de trem com 110 vagões

2015 Início da montagem da superestrutura ferroviária

2015 Conclusão da construção de 4 pontes ferroviárias

2016 Finalização da construção dos 4 túneis do ramal ferroviário

2016 Conclusão da expansão do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira

2016Obtenção da Licença de Operação da mina, usina e ramal ferroviário

2010Construção do canteiro de obras e estrada de acesso à área do projeto

2013Obtenção da

Licença de Instalação

2013Energização da

Subestação Principal da usina (230 kV)

2015 Início da montagem dos equipamentos do truckless

2014 Início do transporte dos módulos da usina

2014 Concluída a montagem dos 109 módulos da usina

2016 Mais de

300 quilômetros duplicados ou

remodeladosna EFC

2015 Conclusão da movimentação e do posicionamento dos 109 módulos da usina

2003 Pesquisas no bloco D, no corpo 11, na Serra Sul de Carajás

2012Obtenção de

Licença Prévia junto ao IBAMA

*Estudo de Impacto Ambiental / Relatório de Impacto Ambiental, documentos necessários para liberação de empreendimentos pelos órgãos ambientais

2017Primeiro embarque comercial do minério do S11D (previsão)

2016 Início da operação

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Linha do tempo

Infográfico: Mario Kanno

S11D 3130 S11D

Prazo de entregaUma vez atestada a viabilidade am-

biental do projeto S11D com a emissão da Licença Prévia, foi possível definir a estratégia de implantação. Em um em-preendimento tão grande e complexo como S11D, situado em área remota e com parte das estruturas dentro de uma Floresta Nacional, o processo de obtenção da Licença de Instalação é quase sempre longo. De forma a com-pensar esse longo processo, a Vale de-cidiu fazer a pré-montagem das insta-lações industriais em um local distante da área de implantação do projeto. A tecnologia adotada foi a modulari-zação, conceito já usado na indústria de petróleo para a construção de plataformas marítimas. Cada prédio da usina foi dividido em diversos módulos de estruturas metálicas, construídos separadamente e já com todos os equipamentos instalados. Os módulos foram então transportados até o local definitivo e interligados, compondo os diversos prédios da usina

“Nós construímos os módulos de 2012 até 2014. Quando a Licença de Instalação foi emitida, em julho de 2013, imediatamente iniciamos a ter-raplanagem da área da usina. Com as atividades de terraplanagem e de pré-montagem dos módulos ocorrendo ao mesmo tempo e a uma distância de 50 quilômetros, foi possível ganhar quase dois anos no cronograma de obras”, ressalta Jamil.

Ao todo, foram construídos 109 módulos, com pesos entre 80 e 1.300 toneladas, num total de 67 mil tone-ladas de aço, que teriam que ser leva-das até o local onde seria montada a usina. Estava lançado o novo desafio.

Transporte dos módulos Cinquenta quilômetros separavam

o local da usina de S11D e o canteiro de pré-montagem dos módulos. Para vencer a distância e transportar as estru-turas até a sua posição final, a Vale cons-truiu uma estrada com 43 quilômetros, interligando o canteiro de pré-monta-gem, perto da sede do município de Canaã dos Carajás, até a região da futura usina. A estrada, que passa por dezenas de propriedades rurais, foi calculada para suportar o peso e as dimensões das gigantescas estruturas.

O primeiro módulo foi transpor-tado em junho de 2013, numa gran-de operação de teste que durou cerca 65 horas e envolveu diversas áreas da Vale, além de órgãos mu-nicipais e comunidade. Com 570 toneladas, ele percorreu a rodovia em cima do Transportador Modular AutoPropelido, equipamento com suspensão hidráulica especial que garante o nivelamento lateral e lon-gitudinal em terrenos irregulares, corrigindo eventuais inclinações das vias. Esse dispositivo também reduz o impacto sobre pontes e a pró-pria rodovia, pois distribui o peso da carga pelos seus vários eixos. Toda a operação foi controlada à distância por meio de um contro-

le remoto com manetes similares a joysticks de um videogame. Em outubro de 2015, foi concluído o posicionamento do 109° módulo, encerrando uma etapa inovadora e importante para o projeto.

Carência de infraestrutura

Construir em área remota é estar ciente da falta de infraestrutura para implantação do projeto e ter disposi-ção para criá-la. Os estudos de viabi-lidade da fase pré-projeto e os diag-nósticos socioeconômicos elaborados durante o processo de licenciamento são primordiais para dimensionar o investimento nessa área.

Um exemplo é a energia elétrica, re-curso crítico para o sucesso do projeto. Antes mesmo de iniciar a instalação da mina e usina, a equipe de S11D já sabia que seria preciso investir em energia, tanto para realização das obras e pré-montagem, quanto para operação dos escritórios administrativos e aloja-mentos. A Vale atuou em três frentes distintas: aumento da oferta de energia para Canaã dos Carajás utilizando a infraestrutura já existente; implantação de novas subestações e linha de trans-missão para suportar o crescimento do município; e implantação de subes-tações e linha de transmissão para a mina e usina. Além das duas subesta-ções de 230 quilovolts, também foram instaladas 69 subestações secundárias

e as linhas de transmissão para inter-ligar todo o sistema – só na área da mina foram mais de 10 quilômetros.

As subestações secundárias são do tipo eletrocentro, conjuntos entregues prontos para serem interligados e energizados, reduzindo considera-velmente o tempo de implantação e a demanda por mão de obra. São dotadas ainda de transformadores a seco, que não utilizam óleo mineral para funcionar, eliminando os riscos de vazamento do produto.

Gestão de impactos sociais

Um dos impactos que deman-dam maior esforço de gestão é o da

migração de trabalhadores, princi-palmente em pequenos municípios, onde o contingente pode ser equi-valente a uma parcela significativa da população local. Parte dos efeitos são tratados aproveitando os inves-timentos em infraestrutura necessá-rios para a obra. Na mina e usina do S11D, por exemplo, mais de 15 mil trabalhadores estavam envolvidos direta ou indiretamente na obra em sua fase de pico. Se considerarmos também as frentes de trabalho ao longo dos 101 quilômetros do ramal ferroviário e dos quase 900 quilôme-tros da Estrada de Ferro Carajás, além do terminal portuário, esse número alcançava pouco mais de 40 mil tra-balhadores no pico de obras.

Modularização: estratégia para entregar o projeto no prazo planejado. Na foto, montagem do módulo da britagem secundáriaLuiz Baginski

S11D 3332 S11D

Além de ações para capacitação e absorção de mão de obra local, uma importante iniciativa foi o desenvolvimento dos chamados Espaços de Convivência, estruturas similares a minicidades, idealizadas para integrar e facilitar o dia a dia dos trabalhadores, que lá moravam e usufruíam uma ampla gama de serviços e lazer. “Sem essas estru-turas, a pressão na sede do muni-cípio poderia ser enorme. Pode ser o melhor projeto, gerar emprego, gerar impostos, mas se você mudar a perspectiva da qualidade de vida e da segurança da comunidade, de nada adianta”, destaca Jamil.

Outro importante programa é o de comunicação para as comuni-dades na área de influência do em-preendimento. Nas obras do ramal ferroviário, por exemplo, uma inicia-tiva foi o uso de uma van itinerante, que circulava por 10 comunidades em áreas próximas ao novo ramal ferroviário, levando informações so-bre o projeto e fazendo campanhas de saúde, segurança e educação ambiental e no trânsito. A van tam-bém recebia e dava retorno sobre as demandas e questões levantadas pela população.

Criando uma cultura única de segurança

Para a Vale, a vida está sempre em primeiro lugar. Desenvolver uma estratégia eficaz de Saúde e Segu-rança no contexto de grandes obras nos estados do Pará e do Maranhão é um grande desafio. Vários fatores demandam uma atuação diferente do padrão usual de uma operação já consolidada: a grande dispersão das frentes de trabalho, a alta rotati-vidade de empregados, a baixa qua-lificação de uma expressiva parcela do contingente, a alternância de em-presas para as diferentes frentes de obra e a existência de empresas com diferentes graus de maturidade, além das condições climáticas adversas.

“No porto, onde a Vale já tem instalações, o processo está mais claro, bem especificado para os con-tratados. Mas ainda assim é preciso unir todo mundo em um objetivo comum. Como o Píer IV está situado

“Se você não buscar e criar soluções, elas não vão aparecer. Muito do que você aprende é tentando. O que nós aprendemos, tanto com os acertos, quanto com o que deu errado e até com o fator sorte, eu tento resumir em lições aprendidas, que possam ser incorporadas aos nossos próximos projetos”, conclui Jamil.

em uma área desabrigada no mar, com a presença de fortes correntes marítimas e variação de maré de até 6 metros, isso aumenta bastante o risco. Fizemos diversos simulados, intensificamos a comunicação e mantivemos uma equipe de segu-rança em mar, para o caso de um eventual resgate”, destaca Fabrício.

Engajar os trabalhadores em torno do Valor “A vida em primeiro lugar” é uma tarefa que, antes de tudo, exige a presença em campo. “O profissional de segurança tem que criar laços, participar, estar nos Diálogos de Saúde e Segurança realizados no começo do dia. Esta-tisticamente, o início da jornada de trabalho é um dos horários em que mais acontecem acidentes. É preciso

então deixar de ser ‘polícia’ para ser um agente de transformação”, expli-ca Charles Ferreira, líder sênior de Saúde e Segurança na implantação da mina e usina do S11D.

Além da permanente presença em campo, conhecer o perfil do trabalhador presente na região da obra é fundamental. A distância dos grandes centros, onde há maior oferta de pessoal qualificado, aliada à necessidade de contratação de mão de obra local, gera um am-biente com trabalhadores jovens, com idades entre 18 e 25 anos, com pouca experiência, nem sempre comprometidos a seguir regras de segurança e sem o costume de utili-zar equipamentos de proteção. Esse é justamente o perfil do trabalhador que mais se acidenta, com quase 70% das ocorrências.

Várias ações foram desenvolvidas para lidar com essa condição, como, por exemplo, o Programa do Padri-nho, baseado no lema “Fazer seguro, fazer certo, fazer rápido, fazer junto”. O resultado? Além do baixo índice de acidentes durante a implantação, a Vale percebeu mudanças que fo-ram além do S11D. “Os empregados estão levando para fora do trabalho as lições de segurança aprendidas dentro da empresa”, comenta Char-les. Um comportamento que se re-petiu nas obras do porto e também do ramal ferroviário, como conta Plínio Toccheto: “Posso dizer que a turma realmente ‘vestiu a camisa’. Uma grande construtora contratada chegou a adotar as nos-sas ‘Regras de Ouro’ em saúde e segurança. É a transformação da cultura em atitude!”.

Ricardo Teles

Uso de tecnologia e automação de atividades garantiram mais segurança aos trabalhadoresSalviano Machado

S11D 3534 S11D

Tecnologia e inovaçãoS11D entrelaça tecnologia com inteligência ambiental, produtividade com respeito pelas pessoas, minério de alta qualidade com maior eficiência na operação. Um empreendimento inovador e alinhado às necessidades do nosso tempo.

Salviano Machado

S11D 3736 S11D

Com uma operação que se estende do Pará ao Ma-ranhão, S11D é fruto de um investimento de US$

14,3 bilhões, considerado o maior investimento privado no Brasil nesta década. O valor foi aplica-do na implantação da mina e da usina, na construção de um ramal ferroviário, na expansão da Estrada de Ferro Carajás e na ampliação do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira. Em cada trecho da operação que integra mina, usina, ferrovia e porto, foram adotadas tecnologias para permitir que S11D opere de forma sustentável enquanto produz minério de ferro de alta qualidade a baixo custo.

Desde sua origem, o empreen-dimento teve por princípio causar a menor interferência possível ao meio ambiente e às comunidades. Para isso, a tecnologia tinha que estar na raiz do projeto, desde o seu planejamento. E o elo que une co-nhecimento, tecnologia e operação estabeleceu-se com força.

Soluções inovadoras aumentarão a segurança e garantirão a produtivi-dade da operação, além de permitir a redução do consumo de água, energia elétrica e combustível, com a consequente diminuição da emis-são de Gases do Efeito Estufa (GEEs). Buscou-se também alternativas para

LegendaFoto: Credito

reduzir a necessidade de supressão vegetal, contribuindo para a con-servação da biodiversidade. Mesmo com a entrada em operação do S11D, apenas cerca de 3% da Floresta Na-cional de Carajás terão sido interfe-ridos pelas atividades de mineração desde o começo das operações da Vale na região, na década de 1980.

Mina e usina hi-techUma das principais soluções

tecnológicas que tornam a mina de S11D uma referência em termos ambientais é o sistema truckless. Tra-ta-se de um conjunto de estruturas composto por escavadeiras e brita-dores móveis, interligados por trans-portadores de correia, que, juntos, somam cerca de 30 quilômetros de extensão. Operando entre a mina, a usina e as pilhas de canga e estéril, o sistema substitui os tradicionais ca-minhões fora de estrada utilizados na mineração. Para efeito de com-paração, se S11D fosse estruturado como uma operação convencional, seriam necessários nada menos que 100 caminhões fora de estrada de 240 toneladas de capacidade. Sem os caminhões, a Vale reduzirá em cerca de 70% o consumo de diesel.

A tecnologia truckless é muito utilizada na lavra de carvão, onde as camadas de minério são contínuas e homogêneas, mas seu uso é inédito

caso contrário, não funcionam. No sistema convencional, é diferente. Você vai abrindo as frentes de lavra e fazendo a terraplanagem na medida em que a operação avança”, explica Luiz Baginski, líder executivo de Saúde, Segurança, Meio Ambiente e Infraestrutura do S11D.

Localizada no alto de uma serra, 400 metros acima do local onde está a usina de processamento, a mina do S11D conta com quatro sistemas de escavadeiras e britadores móveis fun-cionando simultaneamente. Depois da primeira britagem na mina, o mi-

nério bruto, fragmentado em pedaços menores, é transportado por correias até uma casa de transferência central. Lá, minério de ferro, canga e estéril são redirecionados para correias de longa distância, que levam os materiais para a usina ou para as pilhas.

Todo o processo é automatizado. O minério é enviado à usina por meio do Transportador de Correia de Longa Distância, um conjunto de três lances de transportadores com 9,5 quilômetros de compri-mento. Outros dois conjuntos de transportadores, com 5 quilômetros

de comprimento levam o estéril e a canga para a área das pilhas, ambas localizadas fora da Floresta Nacional de Carajás. “Se fosse só uma questão de viabilidade econômica, deixava-se o empreendimento todo dentro da Flona. A tecnologia das correias permitiu que a usina e as pilhas fi-cassem fora dela. O projeto vai mui-to além da obrigação, ele traz ganho ambiental. Nosso diferencial é aliar engenharia e tecnologia ao proces-so ambiental”, destaca Fernando Di Franco, líder de Meio Ambiente na implantação do projeto.

A Vale investiu em tecnologia de ponta para implementar uma operação sustentável, com baixo custo e alta produtividade

Um projeto com DNA inovador

em uma operação de minério de ferro com as dimensões do S11D. Essa configuração de lavra foi possí-vel graças às características naturais do corpo mineral, que é longilíneo, relativamente homogêneo e possui 9,5 quilômetros de extensão por 1,5 quilômetros de largura e profundi-dade de 300 metros. “Precisa ter uma estratégia de lavra bem definida e um profundo conhecimento geoló-gico para operar dessa forma. Sem mencionar que toda a terraplana-gem tem que ser feita antes de os equipamentos entrarem na mina,

Vista aérea da usina de processamento (à direita, ao fundo) e dos pátios de minérioSalviano Machado

S11D 3938 S11D

Para a usina, a Vale desenvolveu uma rota de processamento que reduz em 93% o consumo de água, o equivalente ao abastecimento de uma cidade com 400 mil habitantes. Já utilizado em algumas plantas de Carajás, o beneficiamento a umidade natural – ou a seco, como também é conhecido – vai diminuir o consumo mensal de água para 110 mil metros cúbicos contra os quase 1,7 milhão de metros cúbicos de uma planta a úmido. A tecnologia também evitará a construção de barragens de rejei-tos, o que demanda maior disciplina na operação dos sistemas de contro-le ambiental. “A gestão dos sistemas de drenagem tem que ser bem mais eficiente do que nas operações con-vencionais”, afirma Baginski, acres-centando que a parcela ultrafina de minério, com alto teor de ferro, que iria para a barragem após o proces-samento a úmido, será incorporada à produção, em vez de ser descartado.

“O projeto vai muito além da obrigação, ele traz ganho ambiental. Nosso diferencial é aliar engenharia e tecnologia ao processo ambiental”, completa Fernando Di Franco

intensificado: já na fase de projeto, a empresa implantou o sistema Fo-rest Fire Finder, capaz de identificar focos de incêndio em até 5 minu-tos, tempo médio em que a fumaça alcança o topo das árvores.

Os usuários têm acesso às infor-mações 24 horas por dia por meio

dos ventos, pressão atmosférica e precipitação pluviométrica) em tempo real. Além disso, indica o melhor acesso ao local, possibili-tando que as equipes de combate alcancem o foco do incêndio na fase inicial da combustão, reduzin-do possíveis danos à Flona.

O Forest Fire Finder integra o Programa de Prevenção e Com-bate a Incêndios Florestais da província mineral de Carajás, que contempla ainda campanhas de prevenção junto às comunidades, realizadas no período de seca na região, entre junho e novembro.

de um site que pode ser acessado via computadores, celulares e apa-relhos GPS instalados em veículos. O sistema fornece a localização precisa do foco do incêndio, com coordenadas geográficas, imagens e dados atmosféricos (temperatu-ra, umidade, direção e velocidade

O sistema truckless e o processa-mento a umidade natural possibili-tarão à Vale reduzir, no mínimo, 50% das emissões de GEEs, o que signi-fica cerca de 130 mil toneladas de CO

2 a menos por ano no ambiente.

Haverá ainda uma economia de 18 mil MWh/ano de eletricidade, que corresponde ao consumo de 10 mil residências médias.

Big Brother anti-incêndios

A topografia da Floresta Nacio-nal de Carajás é um dificultador natural para a detecção e combate a focos de incêndio. Em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Vale ajuda a proteger os 412 mil hectares da Flona, desde que ela foi criada, em fevereiro de 1988. Com o S11D, esse cuidado foi

-93%de consumo de água

Primeira viagem do trem carregado com minério de S11D pelo ramal ferroviário. Em meio à floresta, vê-se a saída de um dos túneis, planejado para interferir o menos possível no meio ambienteSalviano Machado

S11D 4140 S11D

Pelos trilhos da tecnologiaEm 2014, começaram as obras

para interligar à área da mina e usina do S11D à Estrada de Ferro Carajás (EFC). Com 101 quilômetros, um novo ramal ferroviário criaria as condições logísticas necessárias para transportar o minério e em-barcá-lo pelo Terminal Marítimo de Ponta da Madeira. “O ramal foi cria-do para ser compatível com a Estra-da de Ferro Carajás, que já existia, e preservar suas características. Ele é

capaz de receber o mesmo trem e a mesma capacidade, a uma mesma velocidade”, explica Plínio Tocche-tto, líder executivo do projeto do Ramal Ferroviário S11D.

O ramal conta com quatro túneis, os primeiros a compor a logística de transporte da Vale na Região Norte. Cada um tem exten-são entre 500 e 985 metros, mais de 2.800 metros no total. Na obra dos túneis, foram usados robôs com braços mecanizados capazes

de aplicar concreto a partir de co-mando remoto. Essa tecnologia de ponta, pioneira na região, diminuiu o tempo de concretagem, garantin-do maior produtividade e seguran-ça para os trabalhadores. Também foi desenvolvido um sistema que permitiu a recirculação de até 80% da água da obra, o que representou uma economia anual de mais de 9,1 milhões de litros desse recurso.

Outro exemplo de inovação diz respeito às soldas dos trilhos da

ferrovia, que foram feitas em um pátio, e não diretamente na linha férrea, como acontece geralmente. Isso possibilitou um alto controle da qualidade do processo e permitiu que a soldagem fosse executada em peças de tamanho maior do que as convencionais. Com uma menor quantidade de emendas ao longo dos trilhos, o trem pode trafegar de forma macia, quase sem fazer baru-lho. Já a base dos trilhos foi compac-tada para gerar menos trepidação e

possibilidades de trincas, reduzindo o risco de tombamento ou des-carrilamento e garantindo maior segurança para as equipes, o meio ambiente e as comunidades.

Um modelo inédito em ferrovias no Brasil foi implementado para dar passagem à linha férrea, causando o menor impacto ambiental possível. Para conectar dois segmentos de floresta e favorecer o trânsito dos animais que vivem na região, foram construídos dois viadutos de pas-

sagem de fauna, cada um com 30 metros de largura, além de outras 30 passagens para mamíferos, três das quais equipadas com telas e cordas suspensas para a locomoção de pri-matas. Além disso, as passagens de fauna foram aterradas e revegeta-das para que os animais seguissem seu curso natural, sentindo-se ainda dentro da floresta. “A expectativa é que em alguns anos nem seja pos-sível enxergar a ferrovia passando nessa região”, conta Cléber Almeida, líder de Meio Ambiente do projeto Ramal S11D.

Para fazer a conexão dos últimos trilhos do ramal com a linha principal da EFC, foi usado o tracklayer, equipamento operado por controle remoto, capaz de posicionar conjuntos inteiros de trilhos na via. Graças a ele, os tri-lhos foram instalados em apenas quatro oportunidades, com dura-ção de menos de três horas cada, diminuindo a exposição da equi-pe a riscos e garantindo a rápida volta da ferrovia à operação. O tracklayer também será usado na manutenção do ramal, reduzindo o seu tempo de parada.

Do pitstop à amarração Para completar a estrutura mina-

ferrovia-porto e levar o minério de ferro de alta qualidade até os clien-tes, o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira (TMPM), no Maranhão, recebeu investimentos para aumen-tar sua capacidade. Os recursos tam-bém se aplicam à implementação de processos de alta tecnologia nas instalações que foram ampliadas.

No Píer IV, por exemplo, o dife-rencial está no sistema de amarra-ção, composto por guinchos de ter-ra e ganchos de desengate rápido que, aliados ao sistema de controle de aproximação de navios e mo-nitoramento ambiental, operam de forma integrada para garantir a estabilidade da embarcação junto ao píer durante as atividades de carregamento. Os berços Norte e Sul do Píer IV também contam com dois carregadores do tipo Dual Quadrant,

Passagem de fauna sobre a linha férrea: solução adotada para favorecer o trânsito dos animais pela florestaSalviano Machado

S11D 4342 S11D

O Centro de Controle Operacional (CCO) permite ter a visualização completa da operação, 24 horas por dia, 7 dias por semana. Além de monitorar de forma remota as condições vitais dos equipamentos, o CCO acrescenta uma visão estratégica ao negócio e contribui para a adoção de medidas preventivas que fortalecem a segurança, otimizam a operação e diminuem os impactos na produção.

No caso de S11D, fibras óticas percorrem quilômetros de distância na mina e usina, conectando equipamentos da produção ao CCO, deixando tudo interligado. A partir dele, é possível acionar qualquer equipamento, como os transportadores de correia, alimentadores, britadores, peneiras e máquinas de pátio. Todos os equipamentos mais importantes têm transdutores que monitoram variáveis como temperatura e vibração, permitindo identificar de forma antecipada defeitos que possam ocorrer. Também é possível monitorar variáveis de performance de equipamentos e processos, como taxa de produção e

Visão estratégica da operaçãocada qual com capacidade para embarcar 16 mil toneladas por hora, sendo considerados os maiores do mundo nesta categoria.

Localizado dentro do porto, o Terminal Ferroviário de Ponta da Madeira (TFPM) também fez parte da expansão e teve a tecnologia como um pilar importante. O TFPM é composto pelo Posto de Inspeção e Abastecimento de Locomotivas e uma oficina de vagões, que inclui um centro de troca e manutenção de rodeiros – tecnicamente nomea-dos de Centro de Troca de Rodeiros e Centro de Manutenção de Ro-deiros. Ambos adotam tecnologias inéditas, capazes de aumentar ex-ponencialmente a produtividade nessas operações de rotina.

O posto de abastecimento de locomotivas implantado em Ponta da Madeira lembra o de um pitstop de Fórmula 1, pois está totalmente integrado com o circuito ferroviário. Em uma operação tradicional, a lo-comotiva teria que sair do circuito e ser levada até uma oficina, onde seria abastecida e submetida a ma-nutenções corretiva e preventiva. No novo posto, é possível abastecer, inspecionar e realizar pequenas ma-nutenções em até 12 locomotivas simultaneamente.

Em geral, gasta-se muito tempo com as operações de manejo da composição ferroviária para con-seguir retirar dela um único par de vagões e encaminhá-lo à manuten-ção. Cada trem que circula pela EFC

é composto por três composições de 110 vagões puxados por uma loco-motiva cada e, na nova oficina, que ocupa uma área de 20 mil metros quadrados, será possível parar uma composição inteira para fazer as ma-nutenções corretiva e preventiva.

Hoje, são usados quase 15 mil vagões para transporte de minério de ferro na EFC e, em 2018, quando S11D estiver em plena produção, serão 19 mil. O aumento do número de vagões em circulação tornará o processo de troca de peças uma ta-refa ainda mais complexa. E é aí que a nova oficina devagões e o novo posto de abastecimento de locomo-tivas poderão demonstrar toda a sua importância para garantir o cresci-mento da capacidade da ferrovia.

nos dar maior eficiência operacional, com alta produtividade e baixo custo. É um empreendimento inovador, compatível com a proposta do S11D”, afirma.

Uma das novidades do centro de controle é o Sistema de Alto Nível, que permite ajustar o ritmo de produção e consumo de minério conforme a demanda definida pelas equipes de planejamento. Outra funcionalidade é o acionamento dos equipamentos apenas quando recebem a primeira carga de minério, reduzindo o tempo de funcionamento de máquinas e transportadores sem carga. Uma nova dinâmica para produzir com menor consumo de energia.

O CCO da mina e usina atua de forma conjugada com os demais centros de controle existentes ao longo da cadeia de operação: ramal ferroviário, EFC e porto. As funções, os limites de atuação, os fluxos de processo e os procedimentos são bem definidos e exaustivamente treinados, garantindo a segurança na passagem de comando e a eficácia na integração do sistema.

rendimento operacional. Segundo José Catarino, engenheiro de projetos responsável pelo centro de controle do empreendimento, o CCO foi projetado para operar com alto grau de eficiência. “Vamos contar com um avançado aparato tecnológico, para

Teste de carregamento no berço norte do Píer IV do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, que foi construído para receber o minério de S11DAgência Vale

Equipe do Centro de Controle Operacional monitora a produção da mina e usina: segurança e produtividadeRicardo Teles

Ricardo Teles

S11D 4544 S11D

Carajás

PARÁ

MARANHÃO

S11D

Ramal Ferroviário S11D

Canaã dos dos Carajás

São LuísEstrada de Ferro Carajás

Operação S11DA operação de S11D se inicia no Pará com a extração na mina, o processamento na usina e o embarque na Estrada de Ferro Carajás, que transporta o minério até o Maranhão. Ao chegar no Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís, o minério é depositado em navios e segue viagem em direção aos clientes.

Pera ferroviária

MinaO minério é retirado do solo por escavadeiras, passa pela britagem primária (fragmentação em pedaços menores) e é depositado em uma correia.

Transportador de Correia de Longa Distância (TCLD)Leva o minério da mina até a usina de processamento. A correia mede cerca de 9,5 km.

Usina de processamento

*Sinter feed – partículas mais finas que o minério granulado, utilizadas na siderurgia.

Terminal Marítimo de Ponta da MadeiraO minério de ferro de S11D é embarcado nos navios para seguir rumo aos clientes.

Ramal ferroviárioDepois de carregado, o trem segue pelos 101 km do ramal até alcançar a Estrada de Ferro Carajás.

Estrada de Ferro CarajásO trem percorre mais 892 km pela Estrada de Ferro Carajás, completando o seu percurso até o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís.

Apenas cerca de 3% dos 412 mil hectares da floresta são ocupados pelas operações da Vale, incluindo S11D.

A usina, as pilhas de estéril e de canga e a estação de carregamento de trens estão localizadas em áreas de pastagem, fora da Floresta Nacional de Carajás.

Pilha de cangaProduto com alto teor de ferro que poderá, no futuro, ser utilizado comercialmente.

Pilha de estérilMaterial resultante da atividade mineradora, sem valor comercial, empregado para fins diversos, como reflorestamento.

1

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Estação de carregamento

Recebe o minério do pátio de produto e o

deposita nos vagões.

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Pátio de regularizaçãoSua finalidade é equilibrar o ritmo de processamento da usina com o de extração na mina para um melhor rendimento operacional. Pode estocar até 1 milhão de toneladas de minério.

Peneiramento secundárioSepara o sinter feed* e os minérios de granulometria maior, que são encaminhados para a britagem terciária.

Britagem terciáriaSe necessário, o minério é fragmentado mais uma vez e depois peneirado.

Pátio de produtoEstoca até 3,6 milhões de toneladas de sinter feed*, produto pronto para venda aos clientes.

A mina fica 400 metros acima da usina.

Reservas estimadas

4,24 bide toneladas de minério de ferro.

Vida útil estimada

30 anos.

Britagem secundáriaApós a britagem primária, que acontece na mina, o minério passa por uma nova fragmentação e é reduzido em pedaços de cerca de 120 mm.

Britagem primária

móvel

Escavadeira

Mina

Correia

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Infográfico: Mario Kanno

S11D 4746 S11D

S11D LogísticaRamal Ferroviário S11D

Túnel 1

UsinaS11D

Túnel 0

Túnel 2

Túnel 3

Viaduto PA-275

ViadutoPêra

ferroviária

Ponte Rio Verde

Ponte Rio Caboclo

Ponte Rio Parauapebas

Ponte Rio Sossego

Expansão do TMPM

O minério de ferro de S11D, depois de extraído e processado, precisa chegar aos navios para serem embarcados. Para estabelecer a conexão da mina ao porto, foi construído um ramal ferroviário de 101 km que começa na usina, em Canaã dos Carajás (PA), e se

interliga à Estrada de Ferro Carajás que percorre mais 892 km até o

Terminal Marítimo de Ponta da Madeira (TMPM) em

São Luís (MA).

Para receber a produção do S11D, o TMPM teve que aumentar sua capacidade. Foram executadas obras de ampliação onshore que aumentaram a retroárea do porto com quatro novos pátios de estocagem, obras de instalação offshore com a construção do berço Norte no Píer IV e a expansão do terminal ferroviário que inclui um Posto de Inspeção e Abastecimento de Locomotivas (Pial) e uma oficina de vagões.

S11D LogísticaS11D LogísticaRamal Ferroviário S11D

UsinaS11D

O minério de ferro de S11D, depois de extraído e processado, precisa chegar aos navios para serem embarcados. Para estabelecer a conexão da mina ao porto, foi construído um ramal ferroviário de 101 km que começa na usina, em Canaã dos Carajás (PA), e se

interliga à Estrada de Ferro Carajás que percorre mais 892 km até o

Terminal Marítimo de Ponta da Madeira (TMPM) em

São Luís (MA).

Pontes4 pontes com 3.137 metros no total e 6.836 toneladas de aço

Túneis4 túneis com 2.866 metros no total

Solo grampeado222 mil m³ de escavação, 7.197 grampos e 32 mil m² de tela

Passagem de fauna34 travessias para permitir a passagem da fauna

Linha deembarque

Pátios deestocagem

Oficina de manutenção

de trens

Píer IV

Píer II

Píer I

Píer III

Carajás

Pará

Maranhão

S11DCanaã dosCarajás

São Luís

TMPM

Estrada deFerro Carajás

Ramal Ferroviário S11D

C

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s11d-ramal-ferroviario2 copiar.pdf 1 27/10/16 12:08

Infográfico: Mario Kanno

S11D 4948 S11D

Na lupa da QualidadeFrente fundamental para o sucesso do projeto, área contribuiu para que S11D fosse concluído dentro do prazo, com segurança e garantia de uma operação eficiente

Um projeto seguro, trans-parente e entregue dentro do prazo de exe-cução estabelecido no

planejamento estratégico. Era dessa forma que a Vale estava de-terminada a trabalhar. “Não basta ter uma boa engenharia se você não estiver junto do fabricante acompanhando”, afirma Jamil Sebe. Pensando nisso, em 2012, a mineradora estruturou uma área de Qualidade para dar supor-te técnico a todas as etapas de construção. A área foi dividida em três frentes fundamentais para o

sucesso do projeto: fornecimento, construção e montagem.

A primeira frente, voltada ao fornecimento, acompanhava de perto a fabricação das peças e equipamentos que seriam usados, num trabalho minucioso de garan-tia da qualidade. Profissionais da Vale visitavam periodicamente as instalações de empresas nacionais e internacionais e verificavam se os itens produzidos estavam de acordo com as especificações técnicas definidas nos contratos. Ao todo, foram visitadas 118 con-tratadas no Brasil e outras 54 em

Um dos principais ganhos de todo esse trabalho está relaciona-do aos equipamentos de grande porte e às estruturas complexas. Todos foram montados com fa-cilidade, comprovando um baixo índice de problemas de fabricação. “Os módulos e os equipamentos foram chegando e todas as peças se encaixavam quase perfeitamen-te, sem ter grande necessidade de

A segunda era a etapa de cons-trução civil. Nela, eram checadas, por exemplo, a compactação do solo onde depois seria instalado um equipamento e a resistência do concreto utilizado na obra. Todo o material aplicado na cons-trução civil foi registrado num da-tabook, que contém a documen-tação de cada item, possibilitando rastreá-lo a qualquer tempo.

A terceira e última etapa era a de montagem eletromecânica, em que era acompanhado todo o pro-cesso de construção das máquinas e equipamentos. “Verificávamos se o procedimento de montagem foi seguido, se a aplicação do material foi feita de forma correta, se estava sendo usada a mão de obra devi-damente qualificada para aquele processo. Num projeto dessa complexidade, diferenças às vezes milimétricas podem impactar a segurança dos trabalhadores e a eficiência da operação futura. Ve-rificávamos desde o diâmetro do parafuso utilizado até se ele havia sido apertado completamente e ainda se existia algum furo sem parafuso na extensão da estrutu-ra”, afirma Giovanni.

países como China, Alemanha, Austrália, Estados Unidos, Coreia do Sul, entre outros.

A equipe analisou certificações, máquinas utilizadas na fabricação, controles de processo, matérias-primas, práticas de segurança, tra-balhistas e ambientais. “A garantia da qualidade é olhar os processos dentro da fábrica, para ver se po-demos usar cada tipo de material nas nossas operações. Depois, vem o controle da qualidade, que é ve-rificar o material quando é entre-gue”, explica Giovanni Costa, líder de Qualidade do projeto.

Peças e equipamentos rigorosamente checados pela equipe da Qualidade, desde a fabricação, evitaram problemas na montagem das estruturas

Paulo Moreira

Paulo Moreira

Paulo Moreira

Marcelo Coelho

“Não basta ter uma boa engenharia se você não estiver junto do fabricante acompanhando”, afirma Jamil Sebe.

ajuste. Minimizamos o impacto por perdas em rediscutir e refazer e ter de aguardar novos prazos de fabricação”, garante Giovanni.

S11D 5150 S11D

Compromisso com o futuroCosturar parcerias. Atar os laços do compromisso com as pessoas e o meio ambiente. Tecer iniciativas para o desenvolvimento. Na operação do S11D, responsabilidade e engajamento são o molde de um cenário promissor. Onde sociedade e empresa bordam juntas o futuro. Fio a fio, ponto a ponto.

Jakson Fontes

S11D 5352 S11D

Causar o mínimo impacto ao meio ambiente foi uma das premissas da Vale na construção do S11D. O tema

foi mapeado desde a fase de plane-jamento e se refletiu em ajustes de engenharia ao longo do desenvolvi-mento do projeto e uso de tecnolo-gia de ponta, tornando o empreen-dimento referência no setor. “Tinha que ser um projeto diferenciado, que permitisse ao órgão ambiental olhá-lo e pensar ‘isso aqui tem valor’, ‘esses caras de fato consideraram a questão ambiental e a levaram a sério nas decisões de engenharia do projeto’ ”, lembra Jamil Sebe.

O exemplo começa na própria escolha da área do projeto. A usina, os pátios de estocagem e regulari-zação de minério, as pilhas de esté-ril e canga, e a área de manobra e carregamento de trens estão loca-lizados em terrenos com pastagem, fora da Floresta Nacional (Flona) de Carajás. Com a solução, foi possível reduzir em mais de 40% a supres-são vegetal quando comparado com o plano diretor inicial, de 2,6 mil hectares. “Serra Sul sempre foi vista como área de grande relevân-

cia ambiental. Para desenvolver um projeto aqui, tivemos que compati-bilizar a exploração do recurso mi-neral com a preservação da flores-ta. A Flona, unidade de conservação que permite atividades econômi-cas, tem a mineração prevista como uma de suas atividades desde a sua criação por decreto”, destaca Fer-nando Di Franco.

A mineradora também adquiriu 10,3 mil hectares de propriedades no entorno da usina e das futuras pilhas de estéril e canga. Parte da área integra a Reserva Legal do projeto, que inclui um programa de conectividade de fragmentos florestais. São terrenos degradados, ocupados por pastos, que estão sen-do reabilitados com floresta nativa. Um total de 2,2 mil hectares de áre-as degradadas, equivalente a 2.200 campos de futebol, encontra-se em franca recuperação. O trabalho vem sendo realizado em parceria com o Instituto Tecnológico Vale, com acompanhamento do Instituto Chi-co Mendes de Biodiversidade (ICM-Bio) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Responsabilidade como sinônimo de desenvolvimentoO cuidado socioambiental do S11D norteou diversas ações para promover o desenvolvimento local sustentável e implantar uma gestão de parceria

S11D não incluiu em seu projeto a construção de uma barragem de rejeitos, que, se existisse, ocuparia 800 hectares da floresta. um dife-rencial do empreendimento. Isso só é possível pela excelente qualidade do corpo mineral existente e pelo intensivo esforço em desenvolver tecnologias de processamento e construção específicas para o miné-rio e ambiente ali existentes.

Na construção do novo ramal ferroviário, a preocupação socioam-biental também estava no radar. O traçado da nova linha foi definido junto à comunidade, por meio de audiências públicas. A população pôde apresentar sugestões e ques-tionamentos, que determinaram o trajeto do ramal. Dos 101 quilôme-tros de linha, apenas três passam por dentro da floresta. A maior par-te corta áreas de pastagem. No tre-cho de floresta, foram construídas quatro pontes suspensas sobre rios da região, projetadas também com o objetivo de deixar uma grande área abaixo da estrutura livre, para que seja naturalmente regenerada, mantendo a conectividade florestal entre os dois lados da linha férrea.

Crianças brincam no bosque de Canãa dos CarajásRicardo Teles

S11D 5554 S11D

As obras do ramal ainda privile-giaram a proteção dos rios da região. “Tivemos a preocupação em prote-ger os rios durante as obras, adotan-do medidas para, por exemplo, evitar o carreamento de terra, e também pensamos no futuro, instalando sis-temas de drenagem adequados”, ex-plica Plínio Tocchetto, líder executivo do Ramal Ferroviário S11D.

O desenvolvimento coletivo do projeto, entre mineradora, parcei-ros e comunidade, foi objeto de processo de licenciamento ambien-tal da obra. Em setembro de 2016, com o projeto do ramal concluído, o Ibama concedeu a Licença de Operação. O documento, com vali-dade de 10 anos, foi emitido após

o órgão verificar o cumprimento das medidas de controle ambiental determinadas no projeto.

“S11D deixa um legado ambien-tal muito grande por conta de suas diversas ações de compensação, como corredor ecológico, recompo-sição da floresta, plantio de mudas nativas, reestabelecimento da co-nectividade florestal e monitora-mento de espécies da fauna e flora local. Isso tudo além das pesquisas que foram feitas na área e que pos-sibilitaram a implantação do projeto a partir do profundo conhecimento sobre o patrimônio ambiental da região”, destaca Fernando Di Franco.

Contribuir para o desenvolvi-mento sustentável das regiões

em que atua é um compromisso da Vale. As iniciativas sociais e ambientais são planejadas e exe-cutadas com base em diagnósti-cos e nas necessidades de cada localidade. Essas prioridades são identificadas por meio de uma re-lação de diálogo e parceria com as comunidades e o governo.

Nesse modelo de trabalho, a população e o poder público são convidados a participar ativamen-te do processo de desenvolvimen-to do município e as parcerias são um elemento essencial para viabilizar o crescimento do muni-cípio. As iniciativas conjuntas e os convênios firmados em diversas áreas que influenciam diretamen-

te a vida da cidade expressam o compromisso da Vale com o bem-estar social e o progresso econô-mico da região do S11D.

Atenção à saúde pública

Por meio de um convênio com a Prefeitura de Canaã dos Carajás, a Vale reformou e ampliou o Hospital Municipal Daniel Gonçalves, que recebeu novos consultórios, labora-tórios, salas de parto, sala cirúrgica e recepção. A empresa também apoiou o município na construção de quatro postos de atendimento e doou 384 equipamentos para 10 Unidades Básicas de Saúde, contribuindo para a melhoria do acesso da população aos serviços básicos de saúde.

Outra iniciativa é o Projeto de Atenção à Saúde Básica (PASB), desen-volvido em conjunto com a Secretaria Municipal de Saúde. Seu objetivo é prevenir a mortalidade e morbidade infantil, cuidando da saúde de famílias em situação de extrema pobreza. O projeto contempla capacitação e for-mação de agentes de saúde, ações de fortalecimento da gestão municipal e campanhas junto à comunidade, rela-cionadas a temas como aleitamento materno, imunização e prevenção de hipertensão e diabetes.

Educação como prioridade

Assim como na área de saúde, a Vale apoiou a reforma e constru-

ção de escolas em Canaã, além do aprimoramento dos profissionais de educação. Um exemplo é a Escola Municipal Carmelo Mendes, inaugu-rada em agosto de 2015 no bairro Ouro Preto, com capacidade para atender 900 alunos. Com 14 salas de aula, laboratório de informática e quadra poliesportiva coberta, suas instalações são totalmente adapta-das, permitindo o acesso de pessoas portadoras de deficiência.

O investimento em infraestru-tura incluiu ainda a construção de duas escolas, uma no centro da cidade e outra na Vila Ouro Verde, com capacidade para 600 estu-dantes; e reformas ou adequações em outras 20 instituições, como

Novas linhas de transmissão e subestação de energia elétrica iluminam Canaã dos CarajásRicardo Teles

Reforma de hospital e criação de laboratórios estão entre as iniciativas que melhoraram as condições de atendimento médico à populaçãoRicardo Teles

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parte do Pacto pela Melhoria da Educação Pública no município. Além de proporcionar ambientes mais confortáveis, foram quali-ficados 400 gestores e docentes para atender as demandas de 12 mil estudantes da rede pública. A partir da interlocução junto ao Ministério da Educação com apoio da equipe da Vale, o muni-cípio também conseguiu captar recursos junto ao Governo Fede-ral para a construção de creches.

Parceria pela segurançaFazer de Canaã dos Carajás um

local mais seguro para moradores e visitantes pressupõe atuação conjunta e fortalecimento das ins-tituições públicas. Pensando nisso, a Vale firmou convênio com a Se-cretaria de Estado de Segurança Pública voltado à estruturação de um complexo para atendimento ao cidadão, formado pela Unidade Integrada Pró Paz, pelo Espaço Pró Paz e por um posto avançado do Corpo de Bombeiros.

A Unidade Integrada Pro Paz agrega em um único espaço a Po-lícia Militar, a Polícia Civil, cartório e serviço de apoio psicossocial à população – um novo modelo de gestão de segurança pública ado-tado pelo governo estadual. Seu principal objetivo é atuar na pre-venção de ocorrências, por meio de uma aproximação maior com a comunidade e da implementa-ção de políticas sociais. A unidade conta ainda com o Espaço Pro Paz, destinado ao atendimento de crianças e adolescentes e a ativi-dades culturais e de lazer.

Também foi implantado em Ca-naã um posto avançado do Corpo de Bombeiros pois a unidade mais próxima fica a 70 quilômetros da cidade. A parceria entre a Vale, a Prefeitura Municipal e o Governo do Estado do Pará garantiu à co-munidade um serviço essencial ao combate de incêndios e resgates.

Para atender à população das cidades impactadas pela passagem do novo ramal ferroviário, foram construídas travessias inferiores e superiores, assim como viadutos

“S11D também tem ações que contribuem para fortalecer a gestão participativa, formar a sociedade para ter análise crítica, fortalecer a gestão pública, sociedade e terceiro setor. A ideia é que, com as diversas ações promovidas, a sociedade, já formada, possa seguir em frente, dando continuidade ao trabalho que foi iniciado pela Vale”, conclui Fernando Di Franco.

pronto, o município conseguiu cap-tar recursos públicos para realizar as obras de ampliação e melhoria do sistema de abastecimento de água da cidade, além do tratamen-to de resíduos sólidos, melhorando a qualidade da água fornecida a cerca de 29 mil pessoas.

Sem lixão no horizonteUm lixão a céu aberto, logo na

entrada da cidade: essa era uma das primeiras visões logo na che-gada a Canaã dos Carajás. A área foi retrabalhada e transformada em aterro controlado, fruto de parceria firmada entre a Vale, a Prefeitura Municipal e a Fundação Vale. O local funciona de acordo com um programa de gerenciamento que permite que os resíduos sejam acondicionados de forma adequa-da, em áreas definidas para cada tipo de material e que passam por um processo de revestimento, evi-tando a contaminação do solo e o risco de proliferação de doenças.

Impulso ao empreendedorismo

A Agência de Desenvolvimento Local de Canaã dos Carajás é mais um exemplo de parceria entre a minera-dora, o poder público e a sociedade. A instituição fornece apoio técnico para elaboração de projetos e captação de recursos, acompanhando 14 asso-ciações, 800 famílias de agricultores e cerca de 200 empreendedores da região. Além disso, atua em parceria com o Programa Agir, da Fundação Vale, voltado à geração e incremento de renda, que disponibiliza a estrutura física da incubadora de negócios so-ciais para as empresas participantes.

Negócios no campoValorizando a vocação rural de

Canaã dos Carajás, a Vale desen-volve o programa Carta Aberta, em parceria com a Prefeitura Munici-pal. O objetivo é fomentar peque-nos negócios rurais e estimular o cooperativismo, apoiando ativida-des que resultem em geração de renda, priorizem o abastecimento alimentar e prezem pela conserva-ção do meio ambiente.

Os pequenos produtores rurais que ocupavam ruas do centro de Canaã também ganharam um novo espaço para expor e vender seus produtos com mais higiene e segurança. Em outra iniciativa con-junta com a Prefeitura Municipal, a Vale apoiou a construção da Feira do Produtor, que dispõe de 166 boxes com estrutura hidráulica e elétrica, além de banheiros cole-tivos, auditórios, salas de reunião, administração e recepção.

Fornecedores locais em foco

Desde 2011, a Vale desenvolve em Canaã dos Carajás a Rede de Desenvolvimento de Fornecedores do Pará (Redes), iniciativa do Siste-ma Federação das Indústrias do Es-tado do Pará que busca promover a autonomia econômica dos municí-pios paraenses e o crescimento dos fornecedores locais. O Redes realiza capacitações, eventos, campanhas e rodadas de negócios, tendo contri-

buído para o aumento no número de empresas formais no município. A iniciativa fortalece o comércio, incentivando uma maior aquisição de bens e serviços locais, e colabora para a geração de emprego e renda e, consequentemente, para o cresci-mento econômico da região.

Qualificação para o mercado

Em Canaã dos Carajás, uma parceria entre a Vale e o Serviço Na-cional de Aprendizagem Industrial (Senai) criou oportunidades para que milhares de jovens e adultos enriquecessem seus currículos. O Programa de Preparação para o Mercado de Trabalho visa a preparar mão de obra para atuar em diferen-tes funções e, desde 2011, já certifi-cou mais de 3.200 profissionais em cerca de 100 cursos, preparando-os para atuarem nos setores associa-dos à atividade de mineração.

Já o Programa de Formação Pro-fissional (PFP) tem como objetivo formar jovens para o primeiro em-prego, com foco em atividades ope-racionais próprias da Vale. Do total de trainees formados nos 12 cursos ministrados pelo Senai, mais de 90% foram contratados pela empresa, devido ao excelente desempenho durante os cursos de capacitação.

As duas iniciativas são impor-tantes não somente para atender ao S11D. Funcionam como uma estratégia social de longo prazo que disponibiliza profissionais qua-lificados ao mercado de trabalho regional e nacional.

rodoviários e ferroviários. No total, 21 acessos foram concluídos e en-tregues, sendo 16 em Parauapebas e cinco em Canaã dos Carajás.

Justiça mais próximaJá um convênio firmado entre

a Vale, Prefeitura de Municipal de Canaã dos Carajás e Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA) possibilitou que o munício de Canaã ganhasse um amplo e moderno Fó-rum com duas varas de justiça. Para a construção, a prefeitura cedeu uma área de 6 mil metros quadra-dos, a Vale construiu o prédio e o TJPA realizou o acabamento interno e equipou a estrutura.

Energia firme para todosDurante anos, o fornecimento

de energia em Canaã dos Carajás sofreu oscilações e interrupções quase diárias, o que não favorecia os investimentos para o desen-volvimento da região. A partir de uma parceria entre a Vale,

as Centrais Elétricas do Pará e a Prefeitura Municipal foram cons-truídos 69 quilômetros de linhas de transmissão, além de duas su-bestações, uma em Parauapebas e outra no município de Canaã.

“Assim que chegamos ao mu-nicípio, conseguimos uma auto-rização junto à Eletronorte para compartilhar parte da energia do empreendimento com a cidade até que a nova linha de transmissão ficasse pronta. Os períodos de apa-gões constantes ficaram no passa-do”, comenta Leonardo Neves.

Saneamento básicoA Vale contribuiu com a gestão

municipal na estruturação e im-plantação do Plano de Saneamen-to Básico de Canaã dos Carajás. A mineradora forneceu assessoria técnica especializada e colaborou para a capacitação de cerca de 150 servidores municipais e 50 lideranças comunitárias.

Com o plano de saneamento

Plantio de mudas para reflorestamentoRicardo Teles

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OlharesRegistros do empreendimento durante a etapa de implantação

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O Complexo S11D Eliezer Batista é o maior projeto de minério de ferro da história da Vale. É um empreendimento que integra

produtividade com o respeito pelas pessoas e tecnologia com inteligência ambiental. Soluções como o sistema truckless,

que substitui os tradicionais caminhões fora de estrada por correias, reduzirão em cerca de 70% o consumo de diesel.

Os investimentos em inovação, aliados à experiência da Vale no setor, possibilitam uma operação de maior eficiência

e menor impacto ao meio ambiente. É assim que a Vale trabalha, sempre buscando novos caminhos para a mineração.

vale.com/brasil

S11D Eliezer Batista. Tecnologia, maior eficiência e menor impacto.

Contém:

Correia transportadora de longa distância do Complexo S11D Eliezer Batista, Pará

Novas tecnologias

Minério de ferro de alta qualidade

Maior competitividade

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