novo rol de procedimentos da ans · 2017-11-10 · 2016 6,97 13,57 19,17 18,22 2017³ 4,41 13,55...
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Novo Rol de Procedimentos da ANSAmeaça à Sustentabilidade ou
Oportunidade de Reduzir o Desperdício
José Cechin
São Paulo
09nov2017
Beneficiários (agosto/17)
28,7 milhões = 41,1% do total
Receita (12 meses até março/17)
R$70,4 bilhões = 41,4% do mercado
Despesas assistenciais (idem)
R$58,8 bilhões = 41,9% do mercado
1. Allianz Saúde S.A
2. Amil Saúde
3. Grupo Bradesco Saúde
4. Grupo Caixa Saúde
5. Care Plus Medicina Assistencial
6. Gama Saúde
7. Golden Cross
8. Hapvida Assistência Médica
9. Grupo NotreDame Intermédica
10. Itauseg Saúde
11. Mapfre Saúde
12. Metlife Planos Odontológicos
13. Odontoprev
14. Omint Serviços de Saúde
15. Porto Seguro - Seguro Saúde
16. Sompo Saúde Seguros
17. Grupo SulAmérica Saúde
18. Unimed Seguros Saúde
23 associadas das 1.067 com beneficiários
e 41% do mercado
2
Dados do Setor – Planos Médicos
• 47,3 milhões de beneficiários de planos médicos: Redução de 1,3% entre set/16 e set/17
• R$ 160,5 bilhões = Receita em 2016: Alta de 11,7% em relação a 2015
• R$ 135,7 bilhões = Despesa Assistencial em 2016: Alta de 13% em relação a 2015
• Inflação medida pelo IPCA (maio/16-abril/17): 7 %
• Reajuste autorizado pela ANS (maio/16-abril/17): 13,6 %
Despesa assistencial per capita (2015-2016) = 19,2%
DESPESA ASSISTENCIAL cresceu mais que a RECEITA
3
2016/2015: aumentou 6,8% o nº de procedimentos
caiu 3% o nº de beneficiários
Fonte: Mapa Assistencial. ANS - 2017
797 milhões de Exames
141 milhões Ambulatoriais
70 milhões de Terapias
8 milhões de Internações
273 milhões de Consultas
6,7%
2,4%
3,4%
44,5%
1,1%
47,3 milhões
de beneficiários
3,0%
6,8%
1,3 milhões
Procedimentos
4
Variação da despesa e inflação
Ano IPCA¹ %Reajuste ANS
%Despesa assistencial
per capita %²VCMH IESS
2008 6 5,48 9,6 7,48
2009 4,65 6,76 8,89 9,98
2010 5,46 6,73 4,95 12,95
2011 6,42 7,69 10,91 8,63
2012 5,67 7,93 12,92 11,98
2013 6,05 9,04 10,11 15,58
2014 6,96 9,65 14,04 15,14
2015 9,73 13,55 13,38 16,37
2016 6,97 13,57 19,17 18,22
2017³ 4,41 13,55 15,02 17,67
Acumulado 2008 - 2017
72,5 131,9 179,3 225,5
Fontes: Sistema de informações de beneficiários - SIB/ANS/MS - Tabnet. IBGE - índice de reajuste ANS - disponível em http://www.ans.gov.br/. Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor IPCA - Dados extraídos em 20/3/17. Notas: ¹IPCA - Variação do índice médio de cada ano compreendido entre os meses de abril e maio. ²Considera apenas as operadoras médico-hospitalares. ³Despesa assistencial per capita, IPCA e VCMH projetados para 2017. 5
6
Variação do gasto assistencial per capita e
Consumer price index - US
6
Por quê as despesas crescem?
7
- Aumento de preços dos insumos
- Aumento de frequência de utilização
- Desperdícios
- Judicialização
- Envelhecimento
- ...
- INCORPORAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS
8
As despesas per capita com saúde crescem por:
8
Os preços dos insumos aumentam
Fonte: ¹FenaSaúde com base nos dados da Revista SIMPRO
Equipos¹
De 470 equipos, 358 (76,2%) tiveram variação superior ao INPC
18,7% dos itens com variação 10 vezes acima do INPC
Maiores variações 198,9% e 8.384,5%
Exames - RM
Aumento de 20% no preço e 8,8% na quantidade
Aumento de 30,6% na despesas
Medicamentos – Zelboraf ®
R$ 10.363 cada caixa
Custo anual/paciente: R$ 540 mil
9
Fontes: Mapa assistencial 2016 (junho 2017). Sistema de informação de beneficiários - TABNET/ANS (Extraído em 8/9/17).Nota: ¹ Média anual dos beneficiários.
10
270,9
712,1
266,7
747,0
273,0
796,8
Consultas médicas Exames
2014 2015 2016
50,0
49,7
47,3
Beneficiários
∆ 2,4%
∆ 6,1%∆ -3%
Aumenta a utilização – consultas e exames
10
Frequência de utilização por item selecionado
Brasil 2012-2016
Fontes: Mapa assistencial 2016 (junho 2017). Sistema de informação de beneficiários - TABNET/ANS (Extraído em 27/6).
5,2
2,4
12,4
5,7
2,9
16,5
-
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
18,0
Consultas por Beneficiário Exames por Consultas Exames por Beneficiário
2012 2013 2014 2015 2016
11
Ano R$
2008 3.480,42
2016 7.487,43
2016/2008 115,1%
IPCA 65,2%
Fontes: 2008: Caderno de Informação da Saúde Suplementar - dezembro/2014. 2016: Mapa Assistencial. Ed. 2013, 2014, 2015, 2017. IPCA - Variação do índice médio de cada ano compreendido entre os meses de abril e maio.
Os custos médios de cada internação aumentam
12
Frequência de utilização por 1000 beneficiários (2016)
Fontes: OECD, Mapa assistencial ANS , DATASUS. Elaboração FenaSaúde
147,0 146,6
6,8
27,4
60,2
155,6
Ressonância Magnética Tomografia Computadorizada
Saúde Suplementar SUS Média OECD (2014 ou mais recente)
13
14
Judicialização na Saúde Suplementar
• Judiciário concede vantagens não contempladas nos termos frios das normas
e contratos
• Prevalência do individual sobre o coletivo
• Elitização do acesso à saúde
• Insegurança jurídica
14
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
2001 2006 2011 2016 2021 2026 2031 2036 2041 2046 2051 2056
TOTAL 20-59 60-69 70-79 80+
Taxas de crescimento por faixas etárias:
População octogenária cresce a mais de 4% a.a. entre 2004 e 2048
15
16
Fonte: IBGE – Projeção da População do Brasil por sexo e idade: 2000-2060
AnoPopulação (milhões)
Total 60-70 71-80 81+
2015 204,5 14,6 6,5 2,9
2060 218,2 32,1 24,3 17,1
Variação % 6,7% 120,4% 274,5% 496,7%
Até 2060: sexagenários mais que duplicam, septuagenários quase
quadruplicam e octogenários sextuplicam
16
17
-
20
40
60
80
100
120
140
2000 2010 2017 2020 2030 2040 2050 2060
Milh
õe
s
Pop. 20-59 Pop. 60+
Fonte: IBGE – Projeção da População do Brasil por sexo e idade: 2000-2060
16,0%
69,6%
Razão de dependência de idosos entre 2000 e 2016:
de 16 para 70 idosos para cada 100 em idade ativa
17
18
Impactos do envelhecimento
14% de aumento nas despesas entre 2017 e 2027
18
Incorporação de tecnologias
19
1998 2008 2010 2014 2016 20182012
CONSU 10 RN 167 RN 262 RN 338 RN 387RN 211
Vigência4/11/98
01/04/08
Vigência02/04/0806/06/10
Vigência07/06/1031/12/11
Vigência01/01/1201/01/14
Vigência02/01/1401/01/16
Vigência02/01/1601/01/18
RN 428
Vigência02/01/1801/01/20
70 inclusões 60 inclusões 87 inclusões47 ampliações
21 inclusões5 ampliações
Atualizações do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde
18 inclusões7 ampliações
20
2010: 20 cirurgias por vídeo, transplante alogênico de medula óssea, pet-scan para câncer de pulmão e
de linfoma, implante de marcapasso multissítio, oxigenoterapia hiperbárica, inclusões no segmento
odontológico (coroa unitária e bloco) etc.
2012: 40 cirurgias por vídeo, pet-scan p/ colo-retal, angiotomografia, tratamento ocular com
antiangiogênico, implante de anel intraestromal, terapia imunobiológica IV, etc.
2014: 37 medicamentos orais para tratamento de câncer para 54 indicações médicas, 28 cirurgias por
video, IMRT (radioterapia),implante de esfíncter artificial, radioablação de tumores hepáticos, bolsas de
ostomia, pet-Scan para 8 novas indicações, etc.
2016: 1 medicamento oral para tratamento de câncer e ampliação de outros 3, ampliação da cobertura
para doenças genéticas, prótese auditiva, implante polímero intravítreo, injeção intravesical de toxina
botulínica, implante de cardiodesfibrilador multissítio, implante de monitor de eventos, etc.
Principais tecnologias incorporadas (2010-2016)
21
• Ausência de estudos de impacto para balizar as decisões
• Metodologias de cálculo nem sempre são divulgadas
• Avaliação do custo-efetividade antes e após a incorporação
• Até hoje não houve nenhuma desincorporação por impacto financeiro
• Criar fóruns para debates para avaliar o que aconteceu após a incorporação
• Estudos de impacto deveriam ser feitos por órgãos independentes
• Não se deve incorporar procedimentos com redes restritas a determinadas regiões
Incorporação de tecnologias na Saúde Suplementar
22
BURDEN OF CÂNCER IN THE PRIVATE HEALTHCARE
SETTING IN SÃO PAULO STATE (2017)
Estudo com base em dados do D-TISS mostrou o custo do tratamento do câncer no
Estado de São Paulo foi de R$ 2,7 bilhões em 18 meses. O custo da terapia
antineoplásica oral, que representou 9,8% do procedimentos, não foi contemplado no
estudo por falta de informações de despesas.
D-TISS (Jul/2015-Dez/2016)
28.603 pacientes com câncer (0,06% dos beneficiários da SS no Brasil)
225,8 mil procedimentos oncológicos realizados
1,2 milhões de procedimentos ambulatoriais não oncológicos
13 426 pacientes internados neste período
152 610 procedimentos realizados em pacientes internados
Referência: Carga e Custo do Tratamento do Câncer na Configuração de Saúde Privada no Estado de São Paulo. Julian, GS et al. Valor em Saúde, Volume 20, Edição 9, A856. Apresentado na ISPOR 6th Latin America Conference, São Paulo, Brazil , September, 2017 23
ROL 2018
Estimativa da FenaSaúde de custo e impacto
de 14 tecnologias na despesa assistencial
24
Estudo considerou o custo da tecnologia e a prevalência
informada pelos demandantes
Crédito: Unidas - Seminário incorporação de tecnologias na saúde suplementar – IESS, maio 2017
Estudo não ultrapassou este nível
Dificuldade de identificar a
população elegível.
Dificuldade de obter
informações sobre custos
agregados.
25
FENASAÚDE estimou em R$ 4,5 bilhões
o impacto de 14 tecnologias
5 TERAPIAS
Natalizumabe, Palivizumabe, Cirurgia endoscópica p/ Refluxo Vesico-Ureteral,
tratamento ocular quimioterápico antiangiogênico (EMD e OVR/OVRC).
R$ 4,2 bilhões
4 MEDICAMENTOS ANTINEOPLÁSICOS ORAIS
Dabrafenibe, Crizotinibe, Ruxolitinibe, Afatinibe.
R$ 281,3 milhões
5 EXAMES
PET/CT para tumores neuroendócrinos, Cintilografia de Perfusão Cerebral com Trodat,
RM do Fluxo Liquórico, Toxoplasmose no Líquido Amniótico por PCR e Aquaporina.
R$ 44,1 milhões26
Exemplos de metodologias
Avaliação do impacto do Ranibizumabe
FenaSaúde e Novartis
27
População de beneficiários SS
População acima de 30 anos (58,3%)
1% a 2% da pop. acima de 30 anos
Incidência de diabetes (7,9%)
28,1 M
2,2 M
22 mil a 44 mil
48,2 M
Elegível a tratamento (80%)
População de Beneficiários SS
Prevalência EMD (6,8%)
Taxa de diagnóstico (50%)
Taxa de tratamento (35%)
Taxa de diagnóstico (50%)
Prevalência de diabetes (9%)
48, 2 M
4,3 M
2,2 M
148 mil
74 mil
26 mil
21 mil
Estudo FenaSaúde
CÁLCULO DA POPULAÇÃO ELEGÍVEL
RANIBIZUMABE para Edema Macular Diabético
Mensagem recebida após FenaSaúde divulgar o estudoPercentuais baseados em pesquisa conduzida pela Novartis com 9 especialistas para avaliar dinâmica de mercado (2016).
Demandante: 1% e 2% de cada 100.000 hab. da população >40anos, portadora de Diabetes Mellitus, poderiam desenvolver asdoenças relacionadas ao procedimento em um determinadoperíodo.
Pesquisa Nacional de Saúde 2013: prevalência de diabetes = 5% (30-59 anos); 14,5% (60-64 anos), 19,9% (65-74 anos) e 19,6% ( 75anos).
Estudo Novartis
28
População de beneficiários SS
População acima de 30 anos (58,3%)
1% a 2% da pop. acima de 30 anos
Incidência de diabetes (7,9%)
28,1 M
2,2 M
22 mil a 44 mil
48,2 M
Estudo FenaSaúdeEstudo Novartis
CÁLCULO DA POPULAÇÃO ELEGÍVEL
RANIBIZUMABE para Oclusão Veia Central da Retina (OVC)
Demandante: 1% e 2% de cada 100.000 hab. da população >40anos, portadora de Diabetes Mellitus, poderiam desenvolver asdoenças relacionadas ao procedimento em um determinadoperíodo.
Pesquisa Nacional de Saúde 2013: prevalência de diabetes = 5% (30-59 anos); 14,5% (60-64 anos), 19,9% (65-74 anos) e 19,6% ( 75anos).
População de Beneficiários SS
Taxa de diagnóstico (15%)
Prevalência de OVR (1,1%)
Elegível a tratamento (70%)
Taxa de tratados (35%)
População acima de 50 anos (23,3%)
48,2 M
11,2 M
124 mil
19 mil
6 mil
5 mil
Mensagem recebida após FenaSaúde divulgar o estudoPercentuais baseados em pesquisa conduzida pela Novartis com 9 especialistas para avaliar dinâmica de mercado (2016).
29
Estudo FenaSaúdeEstudo Novartis
Resultados dos estudos – Novartis e FenaSaúde
RANIBIZUMABE para EMD e OVR
Preço de Fábrica (ICMS 18%)
EMD
Custo anual/paciente: R$ 27.495
10,5 injeções/24 meses
Impacto: R$ 568 milhões
OVR
Custo anual/paciente: R$ R$ 29.928
12,3 injeções/24 meses
Impacto: R$ 135,9 milhões
Preço Máximo ao Consumidor (ICMS 18%)
Bilateralidade em cada aplicação
EMD
Custo anual/paciente: R$ R$ 50.808 a 76.213
4 – 6 injeções/12 meses
Impacto: R$ 1,1 a 3,3 bilhões
OVR e ORVC
Custo anual/paciente: R$ R$ 38.106
3 injeções/12 meses
Impacto: R$ 842,4 milhões a 1,6 bilhão30
31
ROL 2018
Stratregy Consultoria
Impacto financeiro
Estimou o impacto do novo rol em 3,3% no máximo
DUT de Terapia antineoplásica Oral
2,09% (R$ 2,8 Bilhões)
13 TERAPIAS/PROCEDIMENTOS
Ablação Percutânea, Cirurgia laparoscópica do Prolapso de Cúpula Vaginal,
Neossalpingostomia Laparoscópica, Cross-Linking Corneano, Recanalização Tubária
laparoscópica, Refluxo Vésico Ureteral, RM Fluxo Liquórico, Palavizumabe, Debulking,
Oxigenoterapia Hiperbárica, Terapia Imunobiológica Endovenosa com Antigiogênico,
Acilcarnitininas, Tratamento Ocular Quimioterápico.
1,15% (R$ 1,6 Bilhões)
6 EXAMES
ALK, Angio RM, Aquaporina, Elastografia Hepática, Toxoplasmose, PET-CT
0,06% (R$ 81 Milhões) 32
33
ROL 2018
Avaliação de impacto da ANS
relatado na 475ª DICOL
(não divulgado)
Impacto de 1,146 bilhões com incremento de 0,84%
na despesa assistencial de 2016
Considerou 22 tecnologias, 10 alterações de DUT e 1 incorporação de DUT
Não conseguiu delimitar o grupo beneficiado
Dificuldade de obter custo efetivo (variável cf. região)
Considerou valores da CBHPM e CMED: PMC18%
Reduziu custo
Radiação para Crosslinking Corneano
Dabrafenibe
Afatinibe
Angiotomografia Arterial
Enzalutamida
Elastografia Hepática Ultrassônica
Aumentou custo
Ruxolitinibe
Ibrutinibe
Palivizumabe
34
35
ROL 2018
Reflexões
Há inovação no âmbito das grandes operadoras?
Beneficiário no centro da ações (desfecho e qualidade de vida)
Ações contínuas para aprimorar a relação com o beneficiário
Programas de Promoção e Prevenção
Inovações em gestão que levaram à redução do custeio administrativo
Sistemas de informações (perfis de prescrição e uso, epidemiológico, etc)
Compras diretas
36
A sustentabilidade do setor está ameaçada?
Ameaça: explosão das despesas.
Para assegurar a sustentabilidade são necessárias ações sobre cada um dos
propulsores das despesas: incorporação de tecnologias, desperdícios, preços,
judicialização.
Incorporação de tecnologias: é uma questão de escolhas entre o desejo de acesso
imediato a melhor tecnologia disponível no mundo e as possibilidades econômicas das
pessoas e sociedade.
Desperdícios: mudar a forma de remuneração.
37
O Rol ajuda ou atrapalha?
Saúde privada é diferente da pública.
A pública é direito de todos e dever do Estado e financiada por impostos.
A privada é contratual e comutativa. Pressupõe pagamento de prêmio.
O rol delimita o que o indivíduo compra no plano/seguro saúde.
O judiciário tende a não respeitá-lo.
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