nova repÚblica (a partir de 1985)

59
NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985) Prof. Victor Creti Bruzadelli Arte & História prof. Victor Creti

Upload: others

Post on 22-Oct-2021

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

NOVA REPÚBLICA (A

PARTIR DE 1985)

Prof. Victor Creti BruzadelliArte &

Históriaprof. Victor Creti

Page 2: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Presidentes da Nova República

Fonte: Dados estatísticos do Tribunal

Superior Eleitoral

José Sarney

(1985-89)

72,40% (para vice-presidente)

Fernando Collor de Melo

(1990-92)

53,03%

Itamar Franco

(1992-94)

53,03% (para vice-presidente)

Fernando Henrique Cardoso

(1995-98)

54,24%

Fernando Henrique Cardoso

(1999-2002)

53,06%

Luís Inácio “Lula” da Silva

(2003-06)

61,27%

Page 3: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Presidentes da Nova República

Fonte: Dados estatísticos do Tribunal

Superior Eleitoral

Luís Inácio “Lula” da Silva

(2007-10)

60,83%

Dilma Rousseff

(2011-14)

56,05%

Dilma Rousseff

(2015-16)

51,64%

Michel Temer

(2016-18)

51,64% (para vice-presidente)

Jair Messias Bolsonaro

(2019-22)

55,13%

Victor Creti

(2023- Ad eternum)

100%

Page 4: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

José Sarney (1985-89)

A transição:

Presidente impopular, inclusive entre o seu partido;

Presidente acusado fisiologismo;

Entre o “passado e o futuro”:

Respeito às liberdades democráticas:

◼ Retomada do voto direto, inclusive para os analfabetos;

◼ Legalização de todos os partidos;

“Entulho autoritário”:

◼ Permanência do SNI. José Sarney

Page 5: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Cartum de Henfil

José Sarney (1985-89)

Page 6: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

José Sarney (1985-89)

A “década perdida”:

Grave situação econômica;

Alta “estagflação”;

Dívida externa;

Desemprego e arrocho salarial;

Graves denúncias de corrupção;

Primeiras medidas:

Política de austeridade: corte nos gastos da União e congelamento de empréstimos e contratos.

“[A Década Perdida] podeser a década de 1980, mas pode sertambém uma década ‘expandida’,começando em 1982, com amoratória mexicana, e terminandoem 1994 com o Plano Real. Oucomeçando mesmo antes, em 1979,quando teve início, com ocatastrófico episódio da pré-fixaçãoda correção monetária, toda umasérie de feitiçarias cuja expressãomais madura seria os choquesheterodoxos, dos quais o Cruzado eo Collor seriam os mais assustadores.A Década Perdida parece, portanto,uma década longa, até porque foisofrida no campo econômico epontilhada de frustrações no planopolítico”

(FRANCO, Gustavo. A década perdida e a das reformas)

Page 7: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

105,1

111

121,1

113,4

115

95

100

105

110

115

120

125

1985 1986 1987 1988 1989

Dívida externa (em bilhões de dólares)

José Sarney (1985-89)

242%

79%

363%

980%

1973%

0%

500%

1000%

1500%

2000%

2500%

1985 1986 1987 1988 1989

Inflação 6 moedas diferentes

desde 1970

36 850 000% de

inflação na década de

1980

2477% índice recorde

de inflação (1993)

1,6 % menor índice de

inflação anula (1998)

Fonte: CAMPOS, Flávio; CLARO, Regina. Oficina de história

Page 8: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Até quando esperar?

Plebe Rude (Philippe Seabra e

Gutje Wortmann – 1985)

Não é nossa culpa

Nascemos já com uma bênção

Mas isso não é desculpa

Pela má distribuição

Com tanta riqueza por aí, onde é que está

Cadê sua fração

Com tanta riqueza por aí, onde é que está

Cadê sua fração

Até quando esperar?

E cadê a esmola que nós damos sem perceber

Que aquele abençoado poderia ter sido você

Com tanta riqueza por aí, onde é que está

Cadê sua fração

Com tanta riqueza por aí, onde é que está

Cadê sua fração

Até quando esperar a plebe ajoelhar

Esperando a ajuda de Deus?

Posso

Vigiar teu carro

Te pedir trocados

Engraxar seus sapatos

Sei

Não é nossa culpa

Nascemos já com uma bênção

Mas isso não é desculpa

Pela má distribuição

Com tanta riqueza por aí, onde é que está,

cadê sua fração?

Até quando esperar a plebe ajoelhar

Esperando a ajuda do divino Deus?

Page 9: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

José Sarney (1985-89)

Planos econômicos:

1. Plano Cruzado (1986):

Medidas:

◼ Substituição da moeda com um valor crescido em 1000 vezes;

◼ Congelamento de preços e taxas de câmbio (“Fiscais do Sarney”);

◼ Reajuste do salário mínimo;

◼ Gatilho: reajuste automático do salário mínimo quando a inflação chegasse em 20%.

Anúncio, via televisão, do Plano

Cruzado (1986)

Page 10: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

José Sarney (1985-89)

Planos econômicos:

1. Plano Cruzado (1986):

Crise:

◼ Inicialmente bem sucedido;

◼ Ágio: quantia cobrada

“por fora”;

◼ Desabastecimento e

declaração de moratória

(1987).Desabastecimento dos supermercados em 1986

Page 11: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Planos econômicos:

2. Plano Bresser (1987):

Congelamento dos salários;

Aumento de impostos e política de austeridade;

3. Plano Verão (1989):

Desvalorização monetária e substituição da moeda (Cruzado novo);

Obs.: Fracasso de todos os planos econômicos.

José Sarney (1985-89)

“Na primeirametade da década de1980, começaram a surgiras propostas iniciais depolítica anti-inflacionáriaalternativa. Esses estudosconstituíram o pano defundo para o PlanoCruzado, lançado em1986. Em 1994, o PlanoReal enfim conseguiriadomar a inflação. Nointervalo desses doisplanos, houve uma sucessãode outros (...)”

(LUNA, Francisco V.; KLEIN, Herbert. S. O Brasil desde 1980)

Page 12: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

José Sarney (1985-89)

Constituição de 1988:

Constituição Cidadã;

Constituinte eleita em 1986;

Estabelecia a República Federativa do Brasil;

Características gerais:

◼ Ampla atuação, devido a pressão de diversos grupos sociais (PT, PMDB, conservadores etc.);

◼ Voto: direto e obrigatório aos maiores de 18 anos;

Discurso de Ulysses Guimarães na

promulgação da Constituição de 1988

Page 13: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

José Sarney (1985-89)

Constituição de 1988:

Direitos do cidadão:

◼ Direitos trabalhistas e de greve;

◼ Liberdade de imprensa;

◼ Mandado de segurança contra autoridade pública;

◼ Habeas-data;

Extensão dos direitos sociais às minorias:

◼ Proteção aos indígenas, crime de racismo, projeto de reforma agrária etc.

◼ Preocupação em defender de um Estado de exceção.

Composição partidária da

Constituinte

PMDB 260 PL 6

PFL 118 PDC 5

PDS 33 PCB 3

PDT 24 PC do B 3

PTB 17 PSC 1

PT 16 PSB 1

Composição partidária do

Senado

PMDB 38 PDT 1

PFL 7 PMB 1

PDS 2

Fonte: Dados oficiais do Legislativo

Page 14: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

José Sarney (1985-89)

Constituição de 1988:

Defesa da igualdade:

Proteção a cultura indígena:

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da

República Federativa do Brasil:

IV - promover o bem de todos, sem

preconceitos de origem, raça, sexo, cor,

idade e quaisquer outras formas de

discriminação.

Art. 231. São reconhecidos aos índios sua

organização social, costumes, línguas, crenças

e tradições, e os direitos originários sobre as

terras que tradicionalmente ocupam,

competindo à União demarcá-las, proteger e

fazer respeitar todos os seus bens

“Para a maioria deseus deputados, a Constituiçãofoi considerada a maiscompleta de todas asconstituições da história doBrasil. Para Roberto Campos,tratava-se de uma‘Constituição para os pobres’,um ‘dicionário de utopias’, ‘umavanço no retrocesso’. De todomodo, tornou-se um marcofundamental na históriacontemporânea do Brasil”

(MOTA, Carlos Guilherme; LOPEZ, Adriana. História do Brasil: uma

interpretação)

Page 15: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

José Sarney (1985-89)

“Como o Brasil e como a própria democracia, a Constituição de 1988também é imperfeita. Envolveu movimentos contraditórios e embatesformidáveis entre forças políticas desiguais, e inúmeras vezes errou de alvo.Conservou intocada a estrutura agrária, permitiu a autonomia das ForçasArmadas para definir assuntos de seu interesse, derrubou a proposta dajornada de trabalho de quarenta horas, manteve inelegíveis os analfabetos –embora tenha aprovado seu direito de voto. E, fruto de seu inevitávelenquadramento histórico, nasceu velha em seus capítulos sobre o sistemaeleitoral e em sua ânsia de regular as minúcias da vida social. Mas aConstituição de 1988 é a melhor expressão de que o Brasil tinha um olho nopassado e outro no futuro e estava firmando um sólido compromissodemocrático. Foi assinada por todos os partidos – inclusive o PT. Ela émoderna nos direitos, sensível às minorias políticas, avançada nas questõesambientais, empenhada em prever meios e instrumentos constitucionais legaispara a participação popular e direta, e determinada a limitar o poder doEstado sobre o cidadão e a exigir políticas públicas voltadas para enfrentar osproblemas mais graves da população”

(SCHWARCZ, Lilia M.; STARLING, Heloisa M. Brasil: uma biografia)

Page 16: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

José Sarney (1985-89)

A ascensão do “Centrão”:

Termo elaborado durante a

constituinte para definir os que

apoiavam Sarney e opunham-se

às pautas progressistas;

Conjunto de partidos sem

orientação ideológica definida;

Tradicionalmente apoiam pautas

conservadoras e fisiológicas;

Grupo de grande poder político,

através do clientelismo.

Charge de Myrria, publicado em

Acrítica.com (02/05/2020)

Page 17: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

José Sarney (1985-89)

A ascensão do “Centrão”:

Prática imoral de distribuição de cargos e verbas em troca de apoio político;

Presente em todos os governos:

Fruto de rupturas do PMDB e alianças com PFL, PL, PDS, PTB, PDC;

Atualmente o centrão é formado por PSC, PP, PROS, PTB, PR, Solidariedade, PSL, PEN, PTN, PHS etc.

Oração de São Francisco do Centrão: “É dando que se

recebe”(Roberto Cardoso Alves, líder do Centrão na Constituinte)

“À direita, caberegistrar a ação, mais do que a‘teoria’ (aspas necessárias, poisnão cultivava ideiassofisticadas), do deputadopaulista Roberto CardosoAlves, figura-chave para acriação do ‘Centrão’, oaglomerado fisiológico quetanto desmobilizaria oprocesso e os projetos demodernização da República nosanos seguintes; Cardoso Alvesdestacou-se por seus fortesdiscursos de negociação à basede barganhas”

(MOTA, Carlos Guilherme; LOPEZ, Adriana. História do Brasil: uma

interpretação)

Page 18: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

José Sarney (1985-89)

Roberto

Campos

Ricardo

Fiuza

Luiz

Eduardo

Magalhães

Michel

Temer

Severino

Cavalcanti

Eduardo

Cunha

Arthur Lira

PDS PFL PFL PMDB PP MDB PP

Durante o

governo de

José

Sarney

Durante o

governo

Fernando

Collor de

Mello

Durante o

governo

Fernando

Henrique

Cardoso

Durante o

governo

Luiz Inácio

Lula da

Silva

Durante o

governo

Luiz Inácio

Lula da

Silva

Durante o

Governo

Dilma

Rousseff

Durante o

Governo

Jair M.

Bolsonaro

Principais lideranças históricas do Centrão

Page 19: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

José Sarney (1985-89)

Criação do PSDB (1988):

Partido de inspiração social-democrata e, originalmente, de centro-esquerda;

Criado a partir de alianças entre membros do PMDB e PFL e pelo desejo de ruptura com o Centrão;

Formado por políticos profissionais, de inspiração socialista democrática ou liberal progressista;

Líderes:

◼ Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Mário Covas, Franco Montoro etc;

Partido nascido já com grande expressão política.

Reunião de fundação do PSDB

Page 20: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

José Sarney (1985-89)

Criação do PSDB (1988):

Bandeiras políticas:

◼ Consolidação e defesa da democracia;

◼ Defesa do parlamentarismo e das privatizações;

◼ Descentralização político-administrativa e agilidade do governo;

◼ Moralização e transparência política;

◼ Abertura econômica e busca de superar o atraso tecnológico.

Page 21: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Eleição de 1989:

Disputa de 22 candidatos;

Segundo turno:

◼ Campanha polarizada marcada pela manipulação da mídia e mentiras;

◼ Fernando Collor (PRN), o Caçador de Marajás:

◼ Discurso neoliberal, moralizador e anticomunista;

◼ Crítica ao governo Sarney e ao funcionalismo público;

◼ Lula (PT):

◼ Apoio de políticos de esquerda;

◼ Vitória de Collor (53% dos votos).

Candidatos Votos

válidos

1º Fernando Collor (PRN) 30,47%

2º Lula (PT) 17,18%

3º Lionel Brizola (PDT) 16,51%

4º Mário Covas (PSDB) 11,51%

5º Paulo Maluf (PDS) 8,85%

6º Guilherme Afif (PL) 4,83%

7º Ulysses Guimarães (PMDB) 4,73%

8º Aureliano Chaves (PFL) 1,13%

9º Ronaldo Caiado (PSD) 0,88%

10º Afonso Camargo Neto (PTB) 0,72%

11º Enéas Carneiro (PRONA) 0,53%

12º José Marronzinho (PSP) 0,33%

José Sarney (1985-89)

Page 22: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

“Collor invadiu a vida privada do adversário e levou para atelevisão uma entrevista em que Miriam Cordeiro, ex-namorada de Lula,com quem este tinha uma filha, disse que ele havia lhe oferecido dinheiropara abortar – era mentira, mas o efeito entre os eleitores foidevastador. Três dias antes da eleição, a Rede Globo levou ao ar, noprograma de maior audiência da televisão brasileira – o Jornal Nacional–, um compacto do último debate entre os candidatos. A versão haviasido manipulada e era favorável a Collor: cerca de 60 milhões deespectadores viram o Lula insegura e vacilante, e Collor, enfático epreciso. A apelação final aconteceu no sábado, véspera da votação,quando a polícia paulista acabou com o sequestro do empresário AbílioDiniz e sugeriu haver indícios de que os sequestradores – quase todoschilenos e argentinos; apenas um era brasileiro – tinham ligação com oPT”

(SCHWARCZ, Lilia M.; STARLING, Heloisa M. Brasil: uma biografia)

José Sarney (1985-89)

Page 23: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

José Sarney (1985-89)

Entrevista de Boni, ex-diretor artístico

da Rede Globo ao programa

Morning Show, da Rádio Jovem Pan

(18/03/16)

“Baseada num partido

político inexistente – o PRN (Partido

da Renovação Nacional) -, criado

pelo oportunismo das circunstâncias, a

nova liderança alimentava-se de um

discurso moralizante onde as

fronteiras entre o público e o privado

eram imprecisas: remanescente da

oligarquia, sua imagem firmava–se

como ´caçador de marajás`, visando

sobretudo o alto escalão dos

empregos públicos”

(FONTES, Virginia; MENDONÇA, Sonia. História do

Brasil Recente (1964-1992)

Page 24: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Fernando Collor (1990-92)

Governo autoritário em constante conflito com o Congresso;

Forte influência do Consenso de Washington (1989);

Medidas neoliberais:

Demissão de funcionários públicos;

Privatizações (portos e ferrovias);

Incentivo às importações e ao livre-mercado;

Luta contra a inflação.

Page 25: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Fernando Collor (1990-92)

Plano Collor (1990):

Elaborado por Zélia Cardoso de Mello, ministra da Economia;

Medidas:

◼ Retomada do Cruzeiro;

◼ Confiscos bancários para valores superiores a 50 mil cruzeiros por 18 meses;

◼ Congelamento dos salários;

◼ Aumento das tarifas e extinção e/ou privatização de órgão públicos;

Crise:

◼ Queda do consumo, falência de empresas e desemprego;

◼ Continuidade da inflação em alta.

Page 26: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Fernando Collor (1990-92)

Criação do Mercosul:

Acordo comercial entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai;

Motivos:

◼ Fim da Guerra Fria, aceleração da globalização, Consenso de Washington e constantes crises econômicas no cone sul;

Rio-92:

Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento;

Representantes de 178 países;

Objetivava construir estratégias de desenvolvimento sustentável.

Page 27: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Fernando Collor (1990-92)

Processo de Impeachment:

Acusação:

◼ Indícios de corrupção desde o confisco;

◼ Denúncia de Pedro Collor: PC Farias, sob ordens do presidente, organizou um grande esquema de corrupção;

Instauração de uma CPI e descoberta de diversos escândalos.

Capa da revista Veja (maio/1992)

Page 28: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Fernando Collor (1990-92)

Processo de Impeachment:

Esquema PC Farias:

◼ Esquema de corrupção organizado pelo tesoureiro da campanha de Collor, com apoio do presidente;

◼ Funcionamento: tráfico de influência, desvio de verbas e envio ilegal de dólares ao exterior;

Os caras-pintadas:

◼ Diversas manifestações populares contra o presidente;

◼ Vestiam-se de preto e pintavam o rosto de verde e amarelo;

◼ Marcadas pelo humor e por elementos carnavalesco.

Reportagem sobre as

manifestações que envolveram o

impeachment

Page 29: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Fernando Collor (1990-92)

Processo de Impeachment:

O Congresso:

◼ Processo pedido pela OAB e ABI;

◼ Último grande feito de Ulysses Guimarães;

◼ Rito: apresentação e apreciação na Câmara, afastamento

temporário e continuidade do processo no Senado;

◼ Renúncia antes do julgamento no Senado;

◼ Suspensão dos direitos políticos do presidente e ascensão do vice.

Page 30: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Fernando Collor (1990-92)

Charge de Claudius em O Estado de São Paulo em agosto de 1992

Page 31: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Itamar Franco (1992-94)

Vinha entrando em conflito com Collor desde a posse;

Profunda crise econômica;

Ampla aliança política com PSDB, PFL, PMDB, PDS e PDT;

Profunda crise social: Massacre do Carandiru (1992), chacinas da Candelária e de Vigário Geral (1993).

Page 32: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Plano Real (1994):

Elaborado pelo sociólogo

Fernando Henrique

Cardoso;

Projeto amplamente

debatido, apresentado à

população e aprovado

pelo Congresso;

Seguiu as diretrizes do

Consenso de Washington.

Itamar Franco (1992-94)

16,1

10,7 10,5

15,2

13,3

10,4

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

1989 1990 1991 1992 1993 1994

Balança comercial (em bilhões de dólares)

Balança comercial (em bilhões de dólares)

Fonte: Conjuntura econômica (FGV)

Page 33: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Itamar Franco (1992-94)

Plano Real (1994):

Medidas:

1. Redução do déficit público: redução dos gastos governamentais e privatizações;

2. Venda de títulos da dívida pública, favorecendo a entrada de capitais no país;

3. Fim da indexação (repasse automático da inflação para os preços);

4. Unidade Real de Valor (URV): Vinculação da moeda ao dólar (na relação média de 1 para 1);

5. Controle do valor da moeda pela venda e compra de dólares;

6. Facilitação da entrada de dólares: abertura econômica e elevação das taxas de juros.

Page 34: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Itamar Franco (1992-94)

Plano Real (1994):

Consequências:

◼ Fortalecimento de alguns ramos industriais;

◼ Aumento das falências e do desemprego;

◼ Agravamento das desigualdades sociais;

◼ Queda da inflação;

◼ Aumento da popularidade de FHC.

9,4

23,7

32,3

38,8

51,8

0

10

20

30

40

50

60

1991 1992 1993 1994 1995

Reserva de dólares (em bilhões)

Reserva de dólares (em bilhões)

Fonte: Conjuntura econômica (FGV)

Page 35: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

“Analisando em retrospectiva percebe-se que uma das características mais destrutivasda experiência inflacionária brasileira foi oefeito dominante da inflação sobre a agenda dediscussões nos rumos da política econômica. Taldominância decorreu precisamente dosmecanismos que permitiram o país funcionar ecrescer em ambiente de alta inflação. Depois quetal adaptação mostrou-se ilusória, a partir dasmudanças de regras contratuais de correçãomonetária nos experimentos pós-Cruzado, osmecanismos de defesa contra as mudanças deregras, que invariavelmente têm ocorridoquando a aceleração da inflação ameaça fugirao controle do governo, aumentaram ainda maisa importância da inflação esperada comovariável central para a tomada de decisõeseconômicas e condicionante dos rumos dapolítica econômica”

(CARNEIRO, Dionísio Dias. Plano Real)

Vídeo 20 anos de Plano Real, do

Estadão

Itamar Franco (1992-94)

Page 36: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Eleições de 1994:

Fernando Henrique

Cardoso (PSDB):

◼ Sucesso do Plano Real

gerou um crescimento

expressivo;

Lula (PT);

Fácil vitória de FHC no

1º turno (com 55%).

Candidato Votos

1º FHC (PSDB) 54,24%

2º Lula (PT) 27,07%

3º Enéas Carneiro (PRONA) 7,38%

4º Orestes Quércia (PMDB) 4,38%

5º Leonel Brizola (PDT) 3,19%

6º Esperidião Amin (PPR) 2,75%

7º Hernani Fortuna 0,38%

Itamar Franco (1992-94)

Page 37: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Aliança com PFL, PMDB e PTB;

Período de estabilidade política;

Período de estabilidade econômica e pouco desenvolvimento social;

Retomada de crescimento econômico a longo prazo;

Governo tipicamente neoliberal.

Fernando H. Cardoso (1994-2002)

Page 38: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Neoliberalismo:

Proposto por economistas como Milton Friedman e Friedrich August von Hayek;

Práticas:

◼ Mínima intervenção estatal na economia e no trabalho;

◼ Privatização de estatais;

◼ Livre circulação de capitais e produtos;

◼ Desburocratização e diminuição dos tributos.

“Economicamente, oneoliberalismo fracassou, nãoconseguindo nenhuma revitalizaçãobásica do capitalismo avançado.Socialmente, ao contrário, oneoliberalismo conseguiu muitos dosseus objetivos, criando sociedadesmarcadamente mais desiguais edesestatizadas. Política eideologicamente, todavia, oneoliberalismo alcançou enormeêxito, disseminando a simples ideiade que não há alternativas para osseus princípios, que todos têm deadaptar-se a suas normas”

(ANDERSON, Perry. Balanço do Neoliberalismo)

Fernando H. Cardoso (1994-2002)

Page 39: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Fernando H. Cardoso (1994-2002)

Controle da inflação:

Meta principal do governo;

Medidas:

◼ Renegociação da dívida

pública;

◼ Lei de Responsabilidade

Fiscal;

◼ Aumento da carga tributária;

◼ Apoio financeiro do FMI;

◼ Atração de dólares.

25,60%

27,90%29,30%

35,60%

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

40,00%

1993 1994 1998 2002

Porcentagem do PIB como carga tributária

Fonte: CALDEIRA, Jorge. História da riqueza no Brasil

Page 40: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Atração de dólares:

Capital especulativo:

◼ Aumento da taxa de juros (média de 13%, enquanto a média mundial era de 3,3%);

◼ Críticas:

1. Quebra das pequenas empresas e desemprego;

2. Pequeno crescimento do PIB, beirando a estagnação;

3. Economia facilmente influenciada por crises internacionais.

Fernando H. Cardoso (1994-2002)

“O pano de fundo da crise eramo câmbio controlado, o déficit em contacorrente (comercial e de serviços) e asempresas endividadas em dólar. Sem falarnos bancos com créditos podres e nas"bolhas" imobiliárias, o que provocou fugade capitais externos, em meio a umacompetição maior das exportações dosTigres Asiáticos com as da China, quecomeçava a ter maior presença nomercado ajudada por salários baixos. Emconsequência, os juros no Brasil atingiram45,84% já em novembro. Depois dessepico, caíram sucessivamente e voltaram a19,23% em agosto de 1998. Quandoparecia que as coisas caminhavam parauma estabilização, mais uma crise externaestoura, atingindo o Brasil em cheio efazendo os juros dispararem novamente”

(JULIÃO, Luis Guilherme. A gangorra da taxa básica de juros)

Page 41: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Fernando H. Cardoso (1994-2002)

Atração de dólares:

Capital produtivo:

◼ Abertura à multinacionais e

privatizações;

◼ Privatizações:

1. Companhia Vale do Rio Doce

(1997): R$ 3,34 bilhões;

2. Telebrás (1998): R$ 22

bilhões;

3. Banespa (1998): R$ 7 bilhões.

“Durante seu governo,contando com sólida maioriaparlamentar (…) o presidentepode acelerar o programa deprivatizações, com a venda dasgrandes empresas estatais dossetores siderúrgicos, elétrico ede telecomunicações. Alémdisso, promoveu a reforma dealgumas leis trabalhistas e aquebra de monopólios estatais,como o da telefonia e o dopetróleo.”(TEIXEIRA, Francisco M.P. Brasil: História

e Sociedade)

Page 42: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Fernando H. Cardoso (1994-2002)

Estabilização da economia através da entrada de dólares;

Empresas privadas pagariam impostos;

Diminuição dos gastos públicos;

Maior competitividade das empresas privadas, gerando mais empregos.

Dependência do capital internacional;

Desvalorização e instabilidades dos trabalhadores;

Preços baixos das vendas;

Estado tornado refém das multinacionais;

Privatizações marcadas por uma grande corrupção;

Grandes valores das remessas de lucro.

Discurso favorável Discurso desfavorável

Programa de privatizações do governo FHC

Page 43: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Fernando H. Cardoso (1994-2002)

“Cada quebra de monopólio exigiua privatização de empresas estatais ou uma oumais reformas constitucionais, pelas quaisafinal o setor privado ganhava autorizaçãopara investir capital de risco. No primeiro caso,o destaque ficou com o setor detelecomunicações. Em 1994, o país mal tinhatelefones fixos para uma minoria dapopulação; a transmissão de dados entrecomputadores dependia de uma morosaempresa estatal com monopólio estendidoinclusive a transmissões privadas. Com aprivatização, esse quadro foi alterado,justamente no período em que a Internet e oscelulares se tornaram os meios relevantes decomunicação, e em menos de uma década todoo setor foi modernizado”

(CALDEIRA, Jorge. História da riqueza no Brasil)

“O torra-torra das estatais nãocapitalizou o Estado, ao contrário, asdívidas interna e externa aumentaram,porque o governo engoliu o ´débito dasestatais leiloadas – para torna-las maispalatáveis aos compradores – e ainda asmultinacionais não trouxeram capitalpróprio para o Brasil. Em vez disso,contraíram empréstimos no exterior e,assim, fizeram crescer a dívida externa.Para agravar o quadro, os cofresnacionais financiaram a aquisição dasestatais e aceitaram moedas podres,títulos públicos adquiridos por metade dovalor de face, na negociação”

(RIBERIO JÚNIROR, Amaury. A privatariatucana)

Discurso favorável Discurso desfavorável

Programa de privatizações do governo FHC

Page 44: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Escândalos de corrupção:

Diversas denúncias:

◼ CPI dos bancos (1999): venda de dólares abaixo da cotação;

◼ CPI do Sivam (2001): contratação de contratos milionários sem licitação;

◼ CPI da corrupção (2001): apuração de diversas denúncias;

“Engavetador-Geral da República”: Geraldo Brindeiro, responsável por barrar diversas investigações.

Fernando H. Cardoso (1994-2002)

“Outra denúnciaengavetada foi a de compra devotos de deputados paraaprovarem a emenda que permitiu areeleição de presidente,governadores e prefeitos. Naépoca, a imprensa denunciou que odeputado Ronivon Santiago (PFL-AC), entre outros, havia recebidoR$ 200 mil em troca do apoio àEmenda Constitucional nº 16,aprovada na Câmara em fevereiroe no Senado em 4 de junho de1997, beneficiando diretamenteFernando Henrique, que acabousendo reeleito em 1998”

(SILVEIRA, Matilde. Brindeiro, o engavetador-geral para os críticos)

Page 45: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Aspectos sociais:

Altas taxas de desemprego (cerca de 20%entre 99 e 2002);

Crescimento da violência urbana;

Melhora de diversos indicadores sociais;

Movimento dos trabalhadores rurais sem terra (1984):

◼ Reivindicam o dispositivo constitucional da reforma agrária e condições de produção;

◼ Invasão de terras devolutas ou latifúndios improdutivos;

◼ Massacre de Eldorado dos Carajás (1996).

Fernando H. Cardoso (1994-2002)

“E nenhuma delas deu umresultado maior que a educação:em 2002, último ano da gestão deFernando Henrique Cardoso, onúmero de crianças na escolafundamental passou de 83% (em1994, ano de estreia no governo)para 99%. Esse era um sinal maiorde uma tendência geral de melhoriade todos os indicadores sociais:mortalidade infantil (caiu de 47,1de cada mil nascidos vivos, em1990, para 34,4, em 2002),expectativa de vida (aumentou de66 anos para 68,6, entre 1991 e2000), distribuição de renda (oíndice de Gini caiu de 0,636, em1989, para 0,6 em 1995 e 0,58em 2002), porcentagem de alunosno ensino superior, renda dotrabalho, proporção de homicídios”

(CALDEIRA, Jorge. História da riqueza no Brasil)

Page 46: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Fernando H. Cardoso (1994-2002)

Aspectos sociais:

Apagão (2001):

◼ Seca gerou falta de energia elétrica no país;

Criação do Primeiro Comando da Capital (1993):

◼ Considerada a maior facção criminosa do país;

◼ Surgido para combater a violência do sistema criminal e vingar os mortos do Massacre do Carandiru.

Matéria do Jornal Hoje, da TV

Globo, sobre o PCC e seu líder

Marcola

Page 47: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

O rap:

Gênero musical surgido no Bronx;

Marcada por discussões raciais e de classe;

Música feita através da mixagem de discos e fragmentos de outras músicas;

Favorecido pelo barateamento do processo de produção e gravação;

Personagens periféricos falando de sua própria experiência.

“força da obra dosRacionais integra uma experiênciamais ampla, culturalmente definidacomo sendo a “dialética damarginalidade”, que não é exclusivado rap, por fundamentar-se narecusa em se adotar uma posiçãoconciliatória no tocante aos conflitosétnicos e sociais que marcam odesenvolvimento da sociedadebrasileira. Sendo assim, coloca-se aolado dos sujeitos historicamenteexcluídos – negros, pobres, bandidose/ou marginais em geral – afim demostrar uma outra perspectivaacerca dos dilemas da sociedade”

(SOUSA, Rainer G.; BRUZADELLI, Victor C. História da música popular brasileira para

vestibulares e ENEM)

Fernando H. Cardoso (1994-2002)

Page 48: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Racionais MC’s:

Formado em 1988;

Composto por Mano Brown, EdiRock, Ice Blue e DJ KL Jay;

Grande inventividade estética e musical;

Canções marcadas por críticas políticas e sociais, denúncia das desigualdades e da violência multidirecional;

Alcançou um enorme sucesso com disco Sobrevivendo no Inferno(1997).

“O Racionais assume o ponto devista da periferia e não canta com medo:canta com a cabeça levantada, comoquem está pronto para revidar tudo —palavras, fisionomias, ostentações, socosou tiros. E deixa pouco espaço pararedenções: encontra-se a paz sobretudono rap ou na diversão (música, basquete,futebol, bilhar, dominó) com os amigos;na própria amizade; na lealdade; nodinheiro digno ganho graças aoestudo[...]. O ponto de vista do negropobre, com pouca instrução escolar,morador da periferia e que não se deixahumilhar por nada disso, ainda é umanovidade tão grande na nossa históriaque para alguns ficou sendo a principalcaracterística e o principal valor doRacionais”

(GARCIA, Walter. Ouvindo Racionais MC’s)

Fernando H. Cardoso (1994-2002)

Page 49: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Capa do disco Sobrevivendo no inferno,

dos Racionais MC’s (1997)

Clipe de Diário de um detento, dos

Racionais MC’s (1997)

Fernando H. Cardoso (1994-2002)

Page 50: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Eleições de 2002:

Lula (PT):

◼ Carta ao povo brasileiro: apresentação de uma política moderada;

◼ Campanha pautada em políticas sociais;

José Serra (PSDB):

◼ Defesa da continuidade das políticas econômicas;

Vitória no 2º turno de Lula (61,3%).

Fernando H. Cardoso (1994-2002)

“Premissa dessa transição seránaturalmente o respeito aos contratos eobrigações do país. As recentesturbulências do mercado financeirodevem ser compreendidas nessecontexto de fragilidade do atualmodelo e de clamor popular pela suasuperação. À parte manobraspuramente especulativas, que semdúvida existem, o que há é uma fortepreocupação do mercado financeirocom o mau desempenho da economia ecom sua fragilidade atual, gerandotemores relativos à capacidade de opaís administrar sua dívida interna eexterna. É o enorme endividamentopúblico acumulado no governoFernando Henrique Cardoso quepreocupa os investidores”

(Carta ao povo brasileiro)

Page 51: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Lula (2003-2010)

Presidencialismo de

coalização (PT, PP, PMDB,

PSB, PCB, PC do B etc.);

Manutenção da política

econômica de FHC;

Momento de crescimento

econômico estável e

inflação controlada.

Page 52: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Lula (2003-2010)

Crescimento do consumo das classes populares e das taxas de emprego;

Manutenção de uma cara burocracia de Estado;

Pouco impacto da crise econômica de 2008;

Presidente mais popular da história do Brasil (82% em 2009).

“Com uma taxa dedesemprego de 5,7% emnovembro - o melhor resultadodesde 2002 - e um crescimentoprevisto de 7,5% do ProdutoInterno Bruto (PIB) para este ano, opresidente Luiz Inácio Lula da Silvachega ao fim de seu mandato comuma coleção de indicadoreseconômicos positivos – mas tambémdeixa alguns desafios a suasucessora, dentre eles inflação emalta e a perda de competitividadedo produto nacional”

(PEIXOTO, Fabrícia. Era Lula chega ao fim com emprego recorde e risco inflacionário)

Page 53: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Lula (2003-2010)

Políticas sociais:

Reajuste do salário mínimo pela inflação;

Fome zero:

◼ Conjunto amplo de medidas que visavam a erradicação da fome no Brasil;

Bolsa Família:

◼ Ajuda mensal para famílias de baixa ou nenhuma renda;

◼ Valor variou entre R$ 22 e R$ 200;

◼ Família tinha obrigação de manter os filhos na escola e garantir a agenda de vacinação;

◼ Continuidade e melhora do Programa Bolsa Escola de FHC.

Page 54: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Período Até 1/2 salário

mínimo

Mais de 1/2 a 1

salário mínimo

Mais de 1 a 2

salários mínimos

Mais de 2 a 3

salários mínimos

Mais de 3 a 5

salários mínimos

Mais de 5 salários

mínimosSem rendimento

1998 32,1 25,7 18,7 6,8 5,6 5,2 3,5

1999 32,7 26,4 18,5 6,6 5,3 4,9 3,5

2001 31,7 26 19,1 7 5,4 5 3,8

2002 31,9 26,3 19,6 7 5,1 5 3,2

2003 32,1 27,4 19,3 6,5 5 4,4 3,3

2004 31 27,6 20,1 7 4,8 4,4 2,9

2005 29,1 27,8 21,5 7,2 5,3 4,8 2,7

2006 25,7 27,4 22,9 8,2 5,9 5,4 2,5

2007 23,5 27 24,3 8,2 6,2 5,5 2,7

2008 22,8 26,7 24,9 8,7 6,4 5,5 2,2

2009 23,3 27,2 24,8 8,3 6 5,1 2,3

Renda familiar per capita (em porcentagem da população)

Fonte: IBGE

Lula (2003-2010)

Page 55: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Lula (2003-2010)

Políticas sociais:

Luz para todos (2003):

◼ Eletrificação de regiões remotas;

Programa de Aceleração do Crescimento (2007):

◼ Investimentos na infraestrutura e modernização do país;

◼ Grande gerador de empregos.

Page 56: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Lula (2003-2010)

Fonte: CAMPOS, Flávio; CLARO, Regina. Oficina de

história

Políticas sociais:

Resultados:

◼ Ascensão econômica da classe C (55,05% da população);

◼ Criação de 15 milhões de empregos;

◼ 24 milhões de brasileiros saíram da linha de extrema pobreza;

◼ Crescimento médio de 7% do PIB;

Críticas:

◼ Menos investimentos que o esperado;

◼ Privilegiou projetos assistências de curto prazo, não criando condições de longo prazo para o desenvolvimento;

◼ Escândalos de corrupção e superfaturamento.

66%

34,60%

30,30%

20,50%21,70%

15,50%

8,50%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

1970 1981 1990 1995 2001 2006 2011

Porcentagem de pobres na população brasileira

Porcentagem de pobres na população brasileira

Page 57: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Lula (2003-2010)

Mensalão (2005):

Esquema de compra de votos de deputados via pagamento mensal;

Afastamento de lideranças proeminentes do governo (2007) e aproximação com outros grupos políticos;

Manutenção do capital político do presidente e desprestígio do PT;

Obs.: em 2018 o então ex-presidente foi preso pela Operação Lava-jato da PF.

Descoberta do Pré-sal:

Imensas jazidas de petróleo em zonas profundas (5 a 8 km);

Garantia da soberania nacional em petróleo.

Page 58: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Lula (2003-2010)

Page 59: NOVA REPÚBLICA (A PARTIR DE 1985)

Lula (2003-2010)

Políticas educacionais:

Incentivo à educação universitária e à pesquisa científica, com o triplo de investimentos;

Brasil Alfabetizado(2003):

◼ Programa de incentivo à Educação de Jovens e Adultos;

Programa Universidade para Todos (2005):

◼ Distribuição de créditos educacionais para estudantes de baixa renda em faculdades provadas;

Reestruturação e Expansão das Universidade Públicas (2007):

◼ Programa de investimentos nas universidades federais.