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Notula sobre um "machado" de aphdices encontrado em Vale Branquinho (Sobral do Campo, Castelo Branco) RAQUEL VnACA* SONIA GABRIEL** Publica-seum"machado"deapCndicerdoBronzeFinalenmnaadoc~udmenrequando se pcocedia B abrrrura de urn c d o em "Vale Branquinhd (Sohral do Capo, Caste10 Bmnco), perto da Ribeira do Seixo. Emhora re desconhep o sru concexro arqueol6gic0, perro do local dc achado foram idenrificadas ma cisra e um provivel habirar, cujas cronologiar pareiem, no encanro, enquadrar-se, respecrivmenre, num periodo anterior e posredor ao do Yrnachado". ApegaPerrudadadeumponrodevismripol6gico,asrinalando-seospaelelosm~s pr6ximos conhecidos no espaqo peninsular Procedeu-se igualrnenre 3 inventaria~io dos "machador de ap&ndirer"enisrenter no rcrrirbrio porrugu.3. Poi ainda an&ada a rua compori(5o quimica,pelo mErodo de "fluoresc8ncia de raior-X, o q u a revelou trarar-re de umaligade bronze (cobre e esranho) corn verrigior de ourror mareriais. ~feiroopontodasirua~~orelativamenteiproblemicicade5cedpodep~as.norneadamenre noquerespeiraa tipologia,concexror.dirrribui~o,produ~5oeproc6ripos,fr~nclonalidade e cronologia A "rrunnion are" from rhe Late Bronze Age is presenred. Ir was found rnhllt curringa road in "Vale Branquinho" (Sobral do Campo, Castrlo Branco). Even rhough we have noinformarion about irr archaeological conrexr,we do know chat two sires eaiar nearby. One is a cirrand the other a serclrmenr, daring ro periods before and afcer rhe proposed chronology of rhe "rrunnion axe". The rypolog of rhe arrefact is studied and compared wirh knourn comparanda from thelbcrianPeninrula Anin!~encoryofknown"r-ionaxer"from Porrugal is included. The merallurgical cornPosirion of the piece war analgsed by X-Ray Fluorescense Specrroscopy which revealed a bronze allay (copper and rin) with rrares of ocher materials.

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Notula sobre um "machado" de aphdices encontrado em Vale Branquinho (Sobral do Campo, Castelo Branco)

RAQUEL VnACA* SONIA GABRIEL**

Publica-seum"machado"deapCndicerdoBronzeFinalenmnaadoc~udmenrequando

se pcocedia B abrrrura de urn c d o em "Vale Branquinhd (Sohral do C a p o , Caste10

Bmnco), perto da Ribeira do Seixo. Emhora re desconhep o sru concexro arqueol6gic0,

perro do local dc achado foram idenrificadas m a cisra e um provivel habirar, cujas

cronologiar pareiem, no encanro, enquadrar-se, respecrivmenre, num periodo anterior e

posredor ao do Yrnachado".

ApegaPerrudadadeumponrodevismripol6gico,asrinalando-seospaelelosm~s pr6ximos

conhecidos no espaqo peninsular Procedeu-se igualrnenre 3 inventaria~io dos "machador

de ap&ndirer" enisrenter no rcrrirbrio porrugu.3. Poi ainda an&ada a rua compori(5o

quimica,pelo mErodo de "fluoresc8ncia de raior-X, o q u a revelou trarar-re de umaligade

bronze (cobre e esranho) corn verrigior de ourror mareriais.

~feiroopontodasirua~~orelativamenteiproblemicicade5cedpodep~as.norneadamenre

noquerespeiraa tipologia,concexror.dirrribui~o,produ~5oeproc6ripos,fr~nclonalidade

e cronologia

A "rrunnion are" from rhe Late Bronze Age is presenred. Ir was found

rnhllt curringa road in "Vale Branquinho" (Sobral d o Campo, Castrlo Branco). Even

rhough w e have noinformarion about irr archaeological conrexr,we do know chat two

sires eaiar nearby. One is a cirrand the other a serclrmenr, daring ro periods

before and afcer rhe proposed chronology of rhe "rrunnion axe".

The rypolog of rhe arrefact is studied and compared wirh knourn comparanda from

thelbcrianPeninrula Anin!~encoryofknown "r-ionaxer"from Porrugal is included.

T h e merallurgical cornPosirion of the piece war analgsed by X-Ray Fluorescense

Specrroscopy which revealed a bronze allay (copper and rin) with rrares of ocher

materials.

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The problems surrounding this type ofarrefacr are evaluated and broughr up to dare,

including chore concerning the typology, € i d conrexw, dirrriburion, production and

proroypes, funcdon and chronology.

No Coloquio "A Prk-histdria na Beira Interior"' fomos informados pela Dr.= Clara Vaz Pinto, directora do Museu de Francisco Tavares Proenca, da existencia de um "machado" de aptndices casualmente encontrado na zona de Castelo Branco, e que estaria ao nosso dispor para estudo2. Ao achador, Sr. Manuel Francisco Vaz, agricultor, residente em Martim Branco, tinha-lhe parecido tratar-se de "coisa antiga", pelo que havia contactado o Museu a fim de saber mais sobre o que realmente encontrara. A peqaestava, assim, provisoriamente deposicada no Museu para estudo.

Durance o ano de 1998 foram feitas as diligencias necessdrias no sentido de reunir os dados com vistaao escudo e publicacio da pep . Para alem do desenho e fotografias, foi realizada uma andlise nHo destrutiva por espectrometria de fluoresdncia de raios-X, que confirmou cratar-se de bronze, cujo resultado consta em apendice a esta n6tula3. Posteriormente, uma das autoras (R V.) teve oporrunidade de visitar o local de achado (a 21.9.98) na companhia do Sr. Manuel Franci~coVazedaDr.~ ClaraVazPinto, o quelhepossibilicou recolhermaisalgumas informac6es complementares de interesse arqueol6gico.

Na altura em que este texto 6 redigido, e concluido o respectivo estudo, desenvolvem-se esforgos, por parre da Directors do Museu, no sentido de o actual proprietirio depositar a peg& a titulo definitivo, no Museu de Francisco Tavares Proenca.

0 achado de mais um artefact0 metdico deindiscutivelinteresseatribuivel ao Bronze Final, nZo obstante as suas condie6es de achado, vem sublinhar a importincia capital que a Beira Interior e, mais genericamenre, o Centro de Portugal, desempenharam no dealbar do I milknio a.C., como plataforma giratSria de trocas, ao mesmo tempo produtora, receptors e irradiadora, entree com os mundos atlintico e mediterrsneo (CofFyn, 1985, p. 267; Ruiz-Gilvez Priego, 1987, p. 256; Vila$& 1995, p. 420-421).

2. Condipies de achado, IocalizagHo e descrieo do sitio

Cotno se referiu, trata-se de um achado formito. S e y n d o palavras do Sr. Manuel Francisco Vaz, o "machado" encontrava-se "na leva de um rego feico com o rractor" quando procedia i aberrura de um caminho perto da Ribeira do Seixo, na Primavera de 1997. Ao recolhe-lo, nada mais encontraraquelhe despertasse interesse, peloque continuou com o tractoraabrircaminho. A eventual existencia, em associagio, de outrosvestigios, como fragmentos cerinlicos ou medlicos, manchas escuras ou estruturas pitreas, 6 muito rernota, j i que o achador se mostrou muico seguro na negagHo da eventual existsncia de cais vesti~ios e nos proprios, apesar de ter entretanto decorrido um ano e tal, nada mais encontrimor.

0 local de achado n%o possui qualquer identifica~io toponimica na "Carta Militar de Portugal", pelo que adoptimos a designacio de '77ale Branquinho", tal como & conhecido o sitio

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naaldeiade Marcim Branco, que ihe fica pr6xima. Possui as seguintes coordenadas geogrbficas: 39" 57' 8" de latitude norce e 1" 31' 16" de longitude este (meridian0 de Lisboa); altitude aproximada de 278 m ("Carta Militar de Portugal", escala de 1/25 000, fl. 267, Z a ed., 1993) (Fig. 1). Adminiscraci\~ame~~te, pertence i Freguesia de Sobral do Campo, concelho de Cascelo Rranco.

Fig. 1 lawlilaW geo@iica de "Vd'ale Ranquinho" (A) r da "Ricca do Cuco3 (R)."Carn Militac de Porrugd", erc 1/25 000, fl. 267.

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0 caminho onde foi recothido o machado (Fig. 2 e 3) encontra-se numa drea depressioniria que acompanha de perto, no seu percurso fmal, a Ribeira do Seixo, onde esta se reline ao Rio Tripeiro, afluente do Ponsul. E enquadrada por uma paisagem acidentada, mas aberta, onde os relevos mais desracados se situam a sudoesce e a sul, atingindo, respectivamente, 400 m e 432 m de altitude.

Fig. 2 Lord onde hi cnconrrado o "rnachadn" dr \'ale Rranquinho ( o h s Fig. 3 Virra de I ' d e Branqlllnlio e do c&o aprow de norderre). onde Foi encontrado o "rnachado" (abr. aprox.

de nascence).

Geologicamente, encontramo-nos numa drea da mancha do complexo xisto-grauviquico das Beiras ("Carta Lito16gican, esc. 111 000 000,1982, ComissioNacional do Ambience). A actual cobertura vegetal 6 parrilhada por eucaliptal, pinhal e culturas arvenses de sequeiro ("Carta Agricola e Florestal", f. 267, esc. 1/25 000,1972).

Durance a nossavisita, tivemos ainda oportunidade de registar, por informa$io do nosso acompanhante, a cerca de 400 m para nordesre do local de achado da pep , no sitio denominado "Risca do Cuco", uma cista (Fig. 4) corn 6bvios vestigios de ter sido, em ipoca muito recente, alvo de esca\,a@o clandestina (mesmo junto i s lajes amontoava-se aterra retirada do seu interior). Restam, aparentemente, insitu, duas das quatro lajes que teria tido originalmente. SZio em xisto local, tal como as pequenas pedras distribuidas i volta e que fazem parte do pequeno tumulus que a delimits. De sublinhar nZo s6 a existencia deste pequeno turnulus, como que a prolongar uma "tradic2o rnegalitica", o que n2o 6 a t6nica dominance em sepulmlas congineres a sul do Tejo, como tambtm a localizacio da cista no topo de um pequeno outeiro plantado com pinhal e sobranceiro ao vale por onde corre a Ribeirado Seixo (Fig. 5 ) . Ainda que asua cronologia deva ser anterior i que propomos adiante para a pega, nZo deixa de ser muito interessante esta proximidade entre os dois registos. Por outro lado, esta cista adverte-nos n%o s6 para a muito provivel existhcia de outras similares, proximas ou mais afastadas, isoladas ou constituindo nucleos, bem como paraaproblemdticafuneriria do I1 mil6nio a.C. da regiio, at& hoje totalmente desconhecida.

Muito perto, numa ampla e suave eleva$io, corn o curioso top6nimo de "Cabe~o dos Queijos/Vale das Casinhas", foram ainda recolhidos um "disco" de xisto, diversos fragmentos cerZrnicos e infirneros pedacos de esc6ria4.

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Fig. 4 Aspccro da circa da ''Rxia do Coco', ral

como a enconrrimos. vendo-se duac d a lajer e

algumas pedac do ttcmrrlui (Seternbro 1998).

Fiz. 5 Outereiro onde sr encontra a cisra da for.

3. Desuiqiio da p e p e paralelos

A peqaque motivouapresentenota& um "machado" plano deapCndiceslacerais,designaq50

normalmenteadopcada,econsagrada,paraestacaregoriade arcefactos, emboraincorrecta, como veremos adiante.

Apresenta-senum muito aceitivelestadodeconsenra~Zo,aindaque, ponrualmente,aEectada por vestfgios de corros.50, aparentemence esriveis. Na zona do gume possui marcas recenres de uso,quelheconferem11m tomacobreadoconrrastanrecomaespessapatineverde-mardarestance

superficie.

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Trata-se de urna peGa completa, de contorno subtrapezoidal, mas corn um acentuadodesenvolvirnentoparalelodos perfis dalsmina, que 6 lisa. AsecqZo C sub-rectangular. A cerca de um terqo do tala0 possui dois apendices laterais, c6nicos e curtos, simetrica eperpendicularmentecolocados;umi,porim,

maior e rnais pontiagudo do que o outro. 0

gume C simitrico corn fio ligeiramente arqueado (Fig. 6)=. 0 talso, obliqua e irregu- larmente corcado, apresenta numerosas bolhas resultantes, por certo, da fraca homo- geneidade da liga. Bolhas semelhantes, mas mais pequenas e esparsas, tambim se encon- tram noutras zonas (Figs. 7 e 8)6.

Toda a superficie da peGa parece estar num estado semibruto, indicando que saiu directa- rnente do molde sem ter sofrido urn tratamento aturado de polirnento ou limadura; as rebar- bas de fimdiqso Foram, porCm, eliminadas.

As suas caracteristicas morfol6gicas per- mitem inseri-la no tipo 20 B (Tejo) de Monte- agudo (1977, p. 141), na Forma 3 - grupo 111 C ("tipo cruz") de Wesse (1988, p. 97-98), ou, cir- cunscrevendo-nos i cipologia proposta para p q a s congkneres da Meseta - a Gnica dispo- nivel corn cariccer regional - na variante A de

~ig. 6 "Machado" dr Vale Branquinho. Ercala 1:I. Fernindez Manzano (1986, p. 77).

Fig. 7 "Machado" de Valc Branquinho. Fig. 8 "Machado" de \!ale Rranquinho (ponnenor).

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Medidas: comp. - 17 cm larg. mix. - 2,8 cm larg. mill. - 1,X cm esp. y m e - 0,s cm esp. talio - 0,7 cm aphdices - 0.5 e 0,7 cm discincia dos apsndices ao talio - 4,l e 4,6 cm peso - 216,2 g.

Em rerrnos cipol6gicos, e enrre os paralelos mais pr6ximos, podemos referir o exemplar arribuido (corn dlividas) a Monforte daBeira (Castelo Branco) (Coffyn, 1976, p. fig. 2-8)', a p e p percencente ao Museu de Santarim, de origem desconhecida ( P a ~ o e Vaultier, 1962, fig. 2)R, as duas de Villar de Plasencia (Cbceres), a de VilSarreal de San Carlos (Ciceres) (Almagro Gorbea, 1977, p. 67,73 e fig. 19) e a do dep6sito de Covaleda (S6ria) (Femandez Manzano, 1986, figs. 24- 5 ) , erc. Hi , pois, uma assinalavel parecenga enrre 0s "machados" de apsndices da Beira Baixa e os da vizinha Extremadura. Em conjunro configuram um interessanre grupo, distanciando-se das pegas com aptndices obliquos e arqueados e l h i n a s quese estreiram progressivarnente, bem representadas naMesetanorte, particularmenre nas provincias de PalSnciae Le6n (Blas Cortina, 1984-85, p. 295; Fernindez Manzano, 1986, p. 77-78), bem como das pegas curtas e muico largas com ap6ndices arrofiados, mais comuns no sul e levante peninsulares, cujos prot6tipos Almagro GorbeaencontranaAnat6lia(1996, p. 273).lnfelizmente, as tipologias elaboradas tOmumvalor essencialmenre morfolbgico, sendo o indicador cronol6gico generic0 e discurivel; com efeito, sob a designagiio de "tnachados de apendices laterais" cabem casos bern diversos, onde grassa a heterogeneidade - uns com"ar"mais oriental, ourros segurarnentecriag6es ou recriag6es indigenas peninsulares - por certo afastados no tempo.

0 "machado" de Vale Branquinho foi analisado no Laborar6rio de Especrrometria de FluorescOncia de Raios-X, do Insrituro Tecnol6gico e Nuclear (Sacavkm). Como consra no relar6rio (cfr. ApOndice), as anilises incidiram em duas zonas distinras, nma mais ou menos central, junto aosapOndices, e oucranaextremidadedo gume, aproveitando estaa parte raspada. 0 s elementos constituinres idencificados indicam que se trata de uma liga de bronze biniria (cobre e estanho), corn oucros metais vestigiais. Como 6 sublinhado pela aurora do relathrio, a real percentagem de estanho no interior da peqa deveri ser bastanre inferior i decerminada (16,9% e 21,3%, respectivan~enre na exrremidade e nazona central), umavez que as analises nao destrucivas pol. espectromecria de fluorescPncia de raios-X, como 6 o caso, incidem na camada superficial9.

Numa recente revis50 dos artefactos merilicos atribuiveis ao Bronze Final do rerritorio portuguss e para os quais esdo disponiveis anilises quimicas, pudemos conscatar que, corn rarissimas excepyks, circunscntas a@ Noroesre e, de resto, j i rardias, s2o representativos de uma meralurgia biniria que se mante\.e, cal equal, arb ao final do Bronze Final (Vilaga, 1997, p. 141). A p e p em discussao incegra-re, assim, do ponto devista quimico, na meralurgia coeva da Beira Interior e, mais genericamenre do rerritbrio portugui-s'O. Esta homogeneidade dilui-se quando

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alargamos a irea geogrifica a todo o Ocidente peninsular, incluindo o Noroeste, e onde a Extremadura e o Sudoeste surgem com "diversas metdurgias" (Rovira Llorens, 1995, p. 53), o que reforga a autonomia, o dinamismo e a "personalidaden das produqees metdicas do centro d o territorio porcugu0s.

Em termos tipo-metalogrificos, regista-se tambim a falta de homogene~dade, o que n5o admira, n i o s6 pelagrande disperszo geogrificaque este tipo de pegaoferece, como pelo, cremos, desfasamento cronol6gico de alguns exemplares; e, possivelmente, tambem por distintas funcionalidades, consoanre os casos

S e ~ n termos sido exaustivos, tarefa cada vez mais impossivel, inventariimos cerca de treze peqas analisadas: d i m da de Vale Branquinho, o "machado" da colecq50 de Maxime Vaultier (Ferreira, 1961, p. 8; PaqoPVaultier, 1962, p. 335; Junghans et al., 1968, p. 34-35); duas deVillar de Plasencia (Ciceres) (Siret, 1913, p. 462); duas do Castro de Santo Domingo (Ciceres) (Rovira Llorens, 1995, p. 53)"; uma do castro de Fradellos (Zamora) (Esparza Arroyo, 1978, 1987, p. 278); urna do "dep6sicoX de Osuna (Sevilha) (Almagro Gorbea, 1996, p. 276); uma do dep6sito de La Sabina (Formentera) e quatro do deposit0 de C'an Gallet (Formentera) (Delibes de Castro e Fernindez Miranda, 1988, p. 167).

. Pvoce&& C" (5)

1 1'. Branqu~nhu 80.3

75,s

2 Col. Vaulder 89,64

3 V. de Plasencia 91,42

4 V de Plarencia 89,13

5 Santo Doming0 82,2

6 Sanra Domingo 83.49

7 Fradellor 72,18

65,71

70,28

8 Osuna 92,73

9 LaSabina 88.24

10 C'm Galler 99.37

1 1 C'anGaller 76,Sl

12 C'an Galler 98,76

13 Can Galler 99,s

0,134

0,141

0,13

0 2

ind.

ind.

ind.

ind.

ind.

Sem ser desejivel urn escudo comparativo muiro minucioso, visto que n2o h i uniformidade de metodos analiticos, o quadro 1 mostra que tambtm nesta caregoria de peqas prevalecem os bronzes binirios, por vezes muito ricos em estanho, o que deveri, porim, ser mais aparente do que real, tendo em conta as limitaq6es de a l p n s dos mitodos utilizados. J i entre as peqas das Baleares predomina a diversidade, pois uma das peqas de Can Gallet 6 muiro "chumbadan e as ourras trQ s io cobres corn impurezas.

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5. Ponto da situa@o

Embora desactualizado, mas ainda operante, o mapa de Coffyn (1985, p. 194) apresenta uma distribuic20 heterogineaedealcance peninsular para este tipo de artefactos. Se para o territorio espanhol i possivel definir ireas de maior concentraqzo, como siio os casos da Meseta Norte, do Levante o u da Andaluzia, onde n5o s6seenconrram pegas reduz~das i unidade, como tambim a sua associaciio, em deposico, a s~cuaciio portuguesa & bem diversa. Aqui, nunca se reglsca m a s de um exemplar por estac%o (eventual excepcZo para Monforte) e, em vez de concentrag50, prevalece a dispers20, desde o Alto Minho eTtis-0s-Montes Orientalao Baixo Alentejo, passando pela Estremadura e Beira Baixa, corn um total de treze exemplares (Fig. 9)lZ.

Fazendo um breve percurso pelas pecas portuguesas temos, de norte para sul e de poente para nascence, os seguintes registos:

-Vianado C a d o : comuma atnbuiezo provAvel a Santa Luzia, segundo Kalb, pertence ao Museu Nacional de Arqueologia (n.O inv. 11 077) onde, todavia, 6 apenas referida como sendo de Viana do Castelo, desconhecendo-se as condig6es de achado; incegra-se no tipo 20 C de Monteagudo (Pago e Vaultier, 1962,p. 3;Monreagudo, 1965, p. 26; 1977, Tafel 62; Kalb, 1980, p. 27 e Abb. 2; Coffyn, 1985, p. 194 e PI. XXIV; AA.W., 1996, p. 195-196).

Castro de Rebord&s, Braganca: resultante de um achado desuperficie numsitio ondeaocupagzo medieval i- mais evidente, faz parte das colecgdes do Museu do Abade de Bagal e, embora seja referido por drversos autores (mas niio Monteagudo nem o Roteiro do refer~do Museu recentemenrepublicado), nzo mereceu amda um estudo adequado; dele conhecemos um desenho sobre fotoerafia. sem L. escala(EsparzaArroyo, 1987,fig. 167-3), bemcomo Fig. 9 Mapa de distribuieo (aproximada) dor

"machados" de apendices do rerrirbrio porrugu@s: uma fotografia reproduzida no prospecto emitido l-!iana do Casrelo; 2-casrro de RebordZos; 3-Bagurnre;

ocas;~o do ~ ~ l ~ ~ ~ j ~ "0 10 nrjl@njoa.~ no~oroeste 4Ca<relo de 5. Mardnho; 5-Mueu de Sanraiirn (piox,. desc.); 6Quinta do Ervedal; 7-\'ale Branquinho;

peninsularX(Braganca, 24-25 deNovembro de 1995) 8.h,,onforce (2 9danraSuzana Carcelejos;

(Kalb, 1980, p. 29 e Abb. 7; Coffyn, 1985, p. 194; 10-SancaBirbarador Fadr6er; 11-"Zona fron~eiri~a";

Lemos, 1993, p. 173). 12-Col. bl. \'aulrier (Evora?).

- Bagunte, Vila do Conde, Pdvoa de Varzim: oriundo do "Legado Ricardo Severo", doado nos anos 40 pelos seus herdeiros ao extinto Institu to de Antropologia, enconrra-se hojeno Museu de Hist6riaNatural-Arqueologia(Facu1dade de CiPn-

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cias do Porto) (n.O inv. 903.01.01)13; ignoramos as suas condi~6es de achado. Insere-se no cipo 20 C de Monteagudo (Paqo e Vaulcier, 1962, p. 3; Monteagudo, 1965, p. 26 e lim. 1-25; 1977, Tafel52; Kalb, 1980, p. 28 e Abb. 4; Cof*, 1985,p. 194).

- Castelo de 5. Martinho, Teira, Rio Maior: segundo Paqo et al. (1959, p. 287) esce "machado" foi recolhido em "terras podres", negras e solcas (que interpretain como sepulturas) juntamente corn oucros (um machado plano, dois de talzo e de uma argola e um de alvado) e com fragmentos cergmicos quando se surribavaavertentesul do MontedeS. Martinhoonde exisceum importance povoado. Nos inicios da decada de sessenca fazia parce da colecqio de Francisco Barbosa. Inregra- senotipo20 B deMonteagudo (Paqoetal., 1959,p.287-290;Pa~oeVaultier, 1962,p. 2;Monteagudo, 1977, Tafel51; Kalb, 1980, p. 32 e Abb. 15; Coffyn, 1985, p. 194 e PI. L-10).

S a n t a r i m (Museu de): segundonos informamPaqo eVaulcier,existeno Museu deSantar6m (n.O inv. 326) um "machado" de aptndices de proveniencia desconhecida, mas que foi oferta da "DireqZo do Museu do Porto", o que noslevaapensarquesejaprovenience do NortedePorcugal. Monteagudo integrou-o no tipo 20 B (Paqo e Vaultier, 1962, p. 2-3 e fig. 2; Monteagudo, 1977, Tafel51; Coffyn, 1985, p. 194).

- Quinta do Eruedal, Castelo Novo, Fund&: fragmentado na zona dos apcndices (cipo 20 B de Monteagudo), faz parte de um dos mais interessantes depbsitos do Bronze Final do Centro de Portugal pertencente ao Muse11 de Francisco Tavares Proen~a. Tipo 20 B de Monceagudo (Villas- BBas, 1947, p. 4-6; Coffyn, 1976, p. 16 e fig. 5; 1985, p. 194 e PI. XLII; Monceagudo, 1977, p. 141 e Tafe152).

- Vale Branquinho, Sobral do Campo, Castelo Branco: achado casual. - Monforte 1, Monfirte da Beira, Caste10 Branco: actualmente no Museu de Francisco Tavares

Proen~a ( n o inv. 10 538), trata-se do hnico exemplar conhecido que associa as caracteristicas de machado de talzo monoface aos aptndices (tipo 36 F de Monteagudo). Embora se desconhe~am as circunstincias de achado, prov6m de um dos mais imporcantes povoados de finais do I1 e I milenio a.C. da Beira Baixa (Villas-BBas, 1947, p. 4, fig. 1-7; Savory, 1951, p. 366; CoFFyn, 1976, p. 9 e fig. 2; 1985, p. 220; Monceagudo, 1977, p. 215 e Tafel97; Kalb, 1980, p. 31 e Abb. 11).

-MonforteZ, MonfoffedaBeira, Castelo Brano (?): cambtm pertencenteao Museu deFrancisco TavaresProen$a(n.O inv. 10 539),asuaorigem~duvidosa,emboraMonteagudo e Kalb o arribuam a Monforce. Inregra-se no cipo 20 B de Monceagudo (CoQn, 1976, p. 9 e fig. 2; 1985, p. 194; Monceagudo, 1977, p. 141 e Tafel5 1; Kalb, 1980, p. Abb. 11).

- Santa Suzana/Castelejos (?), Alcicerdo Sal: pertencence ao Museu de Alcicer do Sal e inserivel na variance 20 B I de Monteagudo, a origem desra peca 6 problemitica. Na primeira refertncia que Ihe conhecemos, C dada como provenience da "necrbpole para-argirica tardia de S. Suzana", onde "se exhumb, al parecer, un hacha de apendices laterales, estrecha, de lados rectos a 2 vercientes, filo estrechoy- parcicularidadl~astaahoralinica-carasbascantec~ncavas;apareci6convasoscarenados [...I y puiial de bronce, escrecho de hoja muy delgada (1,2-2 mm), cabeza en semicirculo rebajado y 2 clavos de oro" (Monreagudo, 1965, p. 26). Posteriormenre, Schubart (1975, I, 262 e Il, Tafel. 38) publica-a como sendo do Castro de Cascelejos (Rio Mourinho), informa~20 contirmada pela ficha de entrada (sem data) da peqa no refe~ido Museu, que informa ainda ter sido oferta do Sr. Joaquim dos Sancos Coelho, ex-funcionirio da Cimara Municipal de Alcicer do Sal e administrador da Herdade da Barrosinha, falecido em 1916. Seri, assim, proveniente de um context0 habitacional muralhado, nas faldas do qua1 apareceu um bracelete de ouro (Vasconcelos, 1927, p. 42-43; Monteagudo, 1965, p. 26,1977.Tafel52; Schubart, 1975, p. 262 eTafel38; Kalb, 1980, Abb. 52)14.

- Santa Birbara dos Padrces, Casn-o Verde, Bejn: encontrado perco de Casevel, em condi56es que desconhecemos, foi oferecido a Leite de Vasconcelos, encontrando-se no Museu Nacional

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de Arqueologia (n." inv. 17.489). Tipo 20 B de Monteagudo (Vasconcelos, 1897: 168; Paqo e Vaultier, 1962: 3; Monteagudo, 1965: 26; 1977: Tafel51; Schubart, 1975: Tafel38; Coffyn, 1985: 194 e PI. XXN-4; AA.W.,1995: 33).

- "Colecg2c MaximeVaultzer"(~vora/Sintra?): integrando-seno tipo 20 6 de Monteagudo, a atri- bui~iio desta peea P incerca, indicando-se como sendo de proveni@nciadesconhecida(Paco evaulder, 1962, p. 339, de ~ v o r a (Ferreira, 1961, p. 8 - quadro B), de gvora ou Sincra uunghans et al.,1968, p. 34-35 e Tafel52) e, eventualmente ainda, da Beira Baixa (Monreaydo, 1977, p. 141 e Tafel52).

- 'Z'ona fronteiriga portuguesa/Badajoz": pega actualmente no Museu de Badajoz, sem ptoveni~nciaexactaconhecida, mas possivelmenteoriundado [erritbrio portuguEs (Monteagudo arribui-a B regiiio de Elvas); foi adquirida para o referido Museu por compra a vendedores ambulances que teriio indicado ser de terrir6rio poxtuguPs fronteiro i provinciade Badajoz. Tipo 20 C de Monteagudo (Rocha, 1899-1903, p. 342-343; Siret, 1913, p. 361-362; Almagro Gorbea, 1977, p. 72-73; Monteagudo, 1977,TafelSZ; Coffyn, 1985, p. 194).

Com excep~Zo da peqa da Quinta do Ervedal, todas as demais encontram-se completas ou quase completas. As condiqces precisas de achado siio, na maioria dos casos, desconhecidas, embora se possa deduzir, indirectamence, alguns dos respectivos contextos. Aquela P a h i c a proveniente de um dep6sito. As de Rebord>os, Bagunce, Monforte e S. Martinho associam-se a contextos habitacionais, o que n5o significa que niio possam, cumulativamente, conscituir deposiqaes em associac50 com outras peqas e ate mesmo, segundo algumas interpretaqaes de que, todavia, duvidamos, com evenmal caricrer funerario (v.g. Castro de S. Martinho). A de S. Suzana/Castelejos conscitui um dilema: sepultura ou povoado?

Alem das p e p s propriamence ditas, muito bem representadas em termos peninsulares, como vimos, ha que juntar os moldes (desconhecidos no [erritbrio pormgu@s), que contrastam pelo seu numero reduzido, pois somence siio conhecidos, a nivel peninsular, quatro ou cinco exemplares, todos eles de pedra: Santa Catalina (Verdolay, Mlircia), Ia Puebla del Rio (Sevilha), Cabezo deMonle6n (Caspe, Saragoqa) (Rauret Dalmau, 1976, p. 85-87 e lim. VII; Coffyn, 1985, p. 194,199), Castro de Guzendos de 10s Oteros (Le6n) (Blas Cortina, 1984-85) e, eventualmente, Pefia Negra I ( a c a n t e ) (Ruiz-Gilvez Priego, 1990, p. 320)15.

Que ilaqces poderemos retirar de todos estes elementos? Parece que estamos perante um tipo deartefacro que conheceu uma assinalavel e generica aceitacio a nivel peninsular, qualquer que tenha sido a sua origem.

Tal como muitos outros artefactos metilicos do Bronze Final que, no espaco da Europa ocidental, atlintica e mediterrinea, se pautam pela omnipresenqa, tambem os "machados" de apcndices cobrem umavastaatea de distribuic%o, desde a Irlanda, Inglaterra, Franqa, Holanda e Dinamarca, at6 is Peninsulas Ibericae Italians, Baleares, Sardenhae Sicilia (Coffyn, 1985, p. 264).

Reconstituir o(s) sentido(s) do(s) seu(s) percurso(s) 6 tarefa ingrata, pela dificuldade e, at& certo ponto, inutilidade que tal exercicio proporciona.

0 s prot6tipos mais longinquos sZo porquasetodos aceites como orientais (MacWhite, 1951, p. 75; Almagro, 1954, p. 27; Harding, 1975, p. 184; Monteagudo, 1977, p. 135-146; Fernindez Manzano, 1986, p. 75; Coffyn, 1976, p. 10, 1985, p. 199; ALmagro Gorbea, 1992, p. 643,1996, p. 273-274; Giardino, 1995, p. 200) mas, a partir dai, virias hiphteses rkm sido apresentadas. A ori- gem na Anat6lia e regiio siro-palestina, passando por Chipre e Egeu, C. defendida por Almagro Gorbea (1992, p. G40), posiq5o n5o muito distinta da de Delibes de Castro e Fernindez Miranda (1988, p. 118), com base em Deshayes, que apontaln aAnat6lia e Ciucaso, Grecia, Mediterrineo Central e Peninsula Iberica como rota mais provlivel. Allnagro Gorbea (1996, p. 274) considera, todavia, que enquanto os "machados" de apsndices italianos tsm procedencia egeia, os peninsu-

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lares foram precocemente introduzidos desde aSiriae a Palestina Por seu lado, Lo Schiavo (1991, p. 214-215) considera os "machados" de apendices da Sardenha, Sicilia e Peninsula Italiana importac6es ou imitac6es de peqas ihiricas, o que significa, nesca perspectiva, que as ilhas do Mediterrsneo Central revelaram-se-lhes indiferentes numa hipocirica primeira passagem desde o Oriente e s6 num "movimento de refluxo", a partir da Peninsula Ibirica, os assimilaram.

Voz mais discordante, admitindo embora alguma inseguranp, i a de Ruiz Zapatero (1985, p. 906) que, seguindo MaluquerdeMotes, acrihui is peeas peninsulares umaorigem ulcrapirenaica, no dmbito dos "Campos de Urnas". Nesta mesmaposi$io tamhkm se colocaFernindezManzano (1986, p. 75-77), pois a maior anciguidade de alguns exemplares hritdnicos e holandeses comparativamence aos peninsulares - aqueles atribuidos ao Bronze Midio, os nossos inseriveis no Bronze Final - nio exclui, na sua perspectiva, urna influencia directa deste tipo na Peninsula a partir do Norte e do Ad2ncic0, em vez do Oriente e do Mediterrineo, ainda que ai tudo tenha comeqado.

Se bem que os modelos possamser ex6genos e longinquos, no tempo e no espaqo, o nlimero, heterogeneidade morfol6gicaediversidade nadistribuiqdogeogrZ~ficados exemplares peninsulares, por umlado, e aexistencia de moldes por oucro, comprovam o fahrico peninsular de, pelo menos, urna boa ou grande maioria deles.

Sem dlivida que uma das zonas onde estes tesremunhos sio menos expressivos - apenas creze e x e m p l a r e ~ ' ~ , ou s io inexistentes - no caso dos moldes - i o terricorio portuguPs. A dispersio de achados que caracteriza a siruagio no Ocidente peninsular, face a oucras regiaes onde se evidenciam concentrac6es, poderiindicar, aqui, ausenciade tradicio e 6, aparentemente, pouco abonat6ria de um fabrico pr6prio. Todavia, argumentos de outra natureza poderio autorizar-nos a defender o contrdrio ou, pel0 menos, a admitir outras hip6teses.

No quadro nacional, o espy0 a norte do Tejo consritui excepqio por sera regiio de onde provkm o maior nlimero de exemplares; por seu lado, a Beira Interior refine quatro dos treze casos conhecidos: Monforte (corn um ou dois exemplares), Ervedal e Vale Branquinho. Ora, uma das peps de Monforte i , como ja foi sublinhado, distinta das demais e evidencia um fen6meno de miscigenaq20 tkcnico-tipol6gica, responsive1 pela criaqzo de um artefact0 hibrido, uma vez que a umapep genuina e estruturalmente"lusitana", como i o rnachado de talHo unifacial, acoplaram- sedoisap~ndicescujosprot6tiposserioorientais(Coffyn, 1976,p.9,1985,p. 199).~,~ois,defensivel aceitar ndo s6 o fabrico deste rip0 de peeas no Centro de Portugal, como reconhecer a existsncia de um espirito de franca aberrura, capaz de assimilar e de recriar, que, em muitos outros aspectos, tamb6m nos revelaram as comunidades heiris do final da Idade do Bronze (Vilaca, 1995, p. 422).

Tal comoouttotipodeartefactos (v.g. machadosdetaldo),tambkmosdesignados "machados de apcndices" levanram problemas no que respeita asua funcionalidade, como revelaabibliografia especializada. Por uns considerados machados (Chriscophe e Deshayes, 1964, p. 55-56), por outros escopros (MacWhite, 1951, p.75),para unsutilizadosemticnicasmetalfirgicaspardculares, especialmente no trahalho de cortar metal (Harding, 1975, p. 184; 1984, p. 130), para outros usados como "azuelas", isto 6, instrumentos pr6prios para trabalhara madeira, designadamente na construcio naval (Almagro Gorbea, 1992, p. 640,1993, p. 82), o que predomina i a incerteza, bem patente, por exemplo, em Briard e Verron (1976, p. 87), que, embora os designando por "haches B tenons", n io deixam de os incluir na familia das "herminettes". Ou aceites simultaneamente como armas e como instrumentos de trabalho agricola, dependendo o uso do tipo de encabamento (Wesse e Diaz-Andreu, 1988, p. 102-103).

Sem sermos especialistas no assunto, o que para n6s, todavia, deve ser questionado P a funcionalidade pritica dos aphdices, que nos parece hastante escassa, pelo tamanho diminuto de

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alguns, pelasuainserq50 irregulareassim6mca noutros casos, pelaexist6ncia dc um s6, pelapresensa de dois do mesmo lado da kmina, ou pela associaq50 de um apzndice e de uma argolanum mesmo exemplar(nestecaso,"machadoshibridos"): pepsdodep6sicodeC'an Gallet, IlhaFormentera(De1ibes de Castro e Fernindez Miranda, 1988, p. 87), de Osuna, Seviha (Almagro Gorbea, 1996, fig. 4), de P~azza Armerina, S~cilia (Giardino, 1995, fig. 93-3), de Siena, Itilia (Coffyn, 1985, Fig. 54-31), de \7illacanllo, J d n (Coffyn, 1985, PI. XXW-7), etc. J i Siret (1913, p. 365-367) havia sublinhado este aspecto ao anibuir-lhes um valor religiose pelo facto de os braqos serem rudimentares. Por todos estes motivos,n5opodemosdeixardeconsiderardesapropnadaatesequeosinterpretacomoaut~nticos lingotes de metal (Gonzilez Prats, 1985, p. 98), isto C, desprovidos de um uso pritico espedico.

Nio deixa, todavia, de ser curioso verificar que muitas das pegas fragmentadas, como a do Ervedal (Coffyn, 1976, fig. 5), as duas do Castro de Santo Domingo (Pav6n Soldevila, 1998, p. 269), a d o dep6sito deVCnat (Coffyn et al., 1981, p. 108-109) o u a d o dep6sico deFlumenelongu, Sassari (Giardino, 1995, fig. 25-1) o s io junto aos apendices. Mera casualidadc ou algo mais, como se estes fossem indicadores de qualquer coisa?

Relativamenteicronologiadestetipo depeGasnoquadropeninsular,C portodosreconhecida asuainserq2o no Bronze Final, n5o fazendo muitosentido, quanto an6s, atribui-las especificamente aumadas tres fases criadas para o Bronze Final, que n2o eenoncramsuportenos dados de cronologia absoluta (Vilaqa, 1995, p. 379). Por exemplo, CofFyn (1985, p. 199) coloca-os no BF I(1200-1050 a.C.) enquanco Fernindez Manzano (1986, p. 78) no BF Il e 111 (1100-900; 900-700 a.C.), e, certamence, nenhum deles esti errado. A verdade 4 que temos sempre de contar com os diversos "tempos de vida" - fase de produqHo, fase de circulag50, fase de transferencia, fase de deposiqzo - de um objecto, por vezes muito afastados entre si (Via~a , 1995, p. 33-34). Mesmo assim, nzo poderemos esquecer a longa diacronia desce tipo metilico, j6 presente em dep6sitos do Bronze MCdio das Ilhas Brithicas (Briard e Verron, 1976), e ainda em contextos tardios, do sCc. VII-VI aC., como a peqa de Peiia Negra II (fase orientaluante) (Gonzilez Prats, 1985, p. 98-99) e as trEs, estas em ferro, d a ~ u s t r i a (Hallstact C1 e Dl) (Monteagudo, 1977, p. 27).

TambCm as pesas de ferro peninsulares - uma de Mesa de Fornes (Granada) (Carrasco Rus et al., 1987, p. 1 l l ) , outra de Cerro Berrueco (Salamanca) (Almagro Gorbea, 1993, p. 82-83) e outras, em nhmero desconhecido, do dep6sito de Campot6jar (Granada)(Almagro Gorbea, 1993, p. 82-83) - deverzo ser tardias, talvez j6 do Ferro lnicial.

N5o obstante o nosso total desconhecimenco sobre o concexto original da peqa de Vale Branquinho, cremos que a poderemos atribuir, genericamente, ao Bronze Final daregiHo, sendo impossivel ir mais alCm, pois nem a tipologia nem as caracteristicas da liga metilica (biniria) autorizam uma maior rninucia na cronologia. Trata-se, pois, de mais urn elemento que vem enriquecer,nios6em quantidade,mas tambCmqualitativamence,~ quejisabemos (oupensamos saber) do Bronze Final da Beira Interior.

Mas Vale Branquinho C mais do que o "machado" e do que podemos dizer acerca dele. Pode e deveria ser igualmente ponto de partida para o estudo das priticas funeririas do I1 milCnio aC. na Beira Interior, visto que, pela primeira vez, Foi idenrificada na reg20 uma cista atribuivel iquele periodo. Teria codo o interesse e urgcncia prospectar a zona com vista a identificaqao de outras cisras, seguramente existences, antes que tomem o caminho que esta conheceu: escavada clandescinarnenre, perdemos para sempre uma boa parte do que nela havia de mais valioso.

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Anilise n io destrutiva de um machado por espectrometria de fluorescencia de raios-X, dispersiva de energias MAIUA DE FATIMA ARAWJO*

Foramefectuadosv6riosensaiosparaadetemina~Zodacomposi~Zoeelmentardo machado enviado pela Doutora Raquel Vilaqa, por espectrometria de fluorescencia de raios-X dispersiva de energias. 0 s ensaios foram efectuados de cada um dos lados junto B extremidade mais larga do machado, abrangendo a superficie "limpa" da patina, numa zona de aproximadamente 3 cm' e na parte central do machado, na regiio dos apPndices lacerais. Apresentam-se as medias dos resultados obtidos para as zonas analisadas na tabela.

Ememidades 80.3 16.9 0.7 0.3 0.2 0.2 0.3 0.6

Zona cenral 75.7 21.3 1.0 0.2 0.2 0.2 0.3 0.6

A anilise n%o destruciva por espectrometria de fluorescPncia de raios-X refere-se i camada superficial (nZo excedendo ascentenasdemicra) dos materiaisanalisados. Esteartefactoapresenta uma patina espessae assim as diferen~as de composiqZo nas duas regices analisadas sZo devidas i diferenqa na composiqHo encre o interior e a superficie do machado, na medida em que nas extremidades tinha sido retirada a patina numa pequena superficie. Note-se que, neste caso, os valores deSn sZo bastante inferiores (emhoras6 umaireamuitopequenanZoapresente produtos de corrosZo). 0 machado 6 constituido por uma liga de bronze (cobre e estanho) apresentando vestigios de outros metais. No entanto a composiqZo do seu interior deve rer uma % de Sn que C certamente bastance inferior (inversamente terd uma maior % de Cu) B determinada para a superficie.

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Munzopd dr Wrimdo W. n infoinu(&s err.laos~i6rhzdo maihzdo. h m mmo i do p""hd ram "avos d< our0 rrfcndo por Manrugudo, 0qu.l

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