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Notícias do GCQ Ano XVII - n.º 24 Setembro/2013 Editorial O ano coral que encerrou no passado mês de julho, sobre o qual esta edição do Notícias do GCQ se debruça, é o primeiro que conta com a direção artística do maestro Pedro Miguel. Podemos afirmar que a adaptação do Grupo Coral de Queluz à mudança de direção artística foi bem sucedida. Reforçou-se a matriz do repertório do GCQ, baseado essencialmente na música portuguesa; desde janeiro deste ano, foram interpretadas em concerto pela primeira vez oito peças. Foi muito o trabalho e o empenho de todos. Guiados pelas competentes mãos do novo maestro, cantámos o país, do continente às ilhas, visitámos romarias, louvámos a Virgem, festejámos efemérides e percorremos outras paragens. Mas, se a adaptação dos coralistas ao novo maestro decorreu sem problemas, estamos em crer que a adaptação do maestro Pedro Miguel ao GCQ foi igualmente muito boa, conforme ele próprio dá notícia neste jornal. Com Lopes-Graça revisitámos, por exemplo, Trás-os- Montes com Se fores ao S. João, a Beira Litoral com Do varão nasceu a vara, a Beira Alta com Senhora do Livramento, a Beira Baixa com a Canção da vindima e o Alentejo com Dizes que sou lavadeira, entre várias outras peças. Eurico Carrapatoso levou-nos musicalmente ao Alentejo com O que me diz o vento de Serpa, Altara ou com Música para um Tempo de Canícula, Extravagante e à Beira Baixa com O que me diz a calma que vai caindo, Nossa Senhora das Preces e Nossa Senhora do Carmo. Com Sérgio Azevedo e Vasco Pearce de Azevedo viajámos até aos Açores, respetivamente com Chamarrita e Bela Aurora e Hugo Ribeiro trouxe-nos a beira Zêzere, com Minha roda ‘stá parada. Demos um salto ao outro lado do mundo com Timor et non tremor, Lilo eh!, de Eurico Carrapatoso e ao Brasil com Olha o rojão, de Fernando Lopes-Graça e Rosa amarela, de Heitor Villa-Lobos e ainda viajámos por vários países da Europa (Espanha, França, Inglaterra, Irlanda). Muitas foram as paragens por onde andamos, musicalmente falando, que vos convidamos a descobrir ao ler os artigos escritos pelos nossos jornalistas. Por indisponibilidade temporária do maestro Pedro Miguel, em julho, tivemos oportunidade de trabalhar com três outros maestros. Para o coro, é sempre uma experiência muito enriquecedora, tendo os coralistas de se exceder (ainda mais) para se adequar a outros métodos. Os coralistas gostaram, os maestros convidados também e Pedro Miguel transmitiu-nos que o trabalho valeu a pena! Cumprindo o princípio de “o seu a seu dono”, a direção do GCQ decidiu iniciar o processo de compra dos direitos de autor ao compositor Eurico Carrapatoso adquirindo a licença de apresentação pública do Pequeno Poemário de Sophia 1. Apesar; 2. Pudesse eu e 3. Se. Estabelece-se assim uma relação cordial e correta com este grande compositor, permitindo ao GCQ a divulgação da sua excelente obra. Em fevereiro, foi comemorado o centésimo aniversário do Lavadouro Público, local onde há quinze anos está localizada a Sede do GCQ. Foram pensadas diversas atividades, todas elas relacionadas com água: um passeio, uma conferência, um convívio e um concerto; de todas estas atividades vos damos também conta neste jornal. À semelhança de outros anos também se realizaram atividades não corais. Para além das indicadas anteriormente, foram realizados alguns convívios, que são fundamentais para o entrosamento de todos os integrantes do GCQ, uma exposição de pintura e abrimos a nossa Sede a um grupo de teatro. Para terminar tão grande jornada, o nosso maestro Pedro Miguel levou-nos em Peregrinação ao Palácio Nacional de Queluz onde, no dia 23 de Junho, apresentámos a uma Sala do Trono repleta, o nosso concerto de fim de temporada. Tudo teria sido perfeito não fosse a novidade criada pela nova direção do PNQ… O maestro e coralistas tiveram de carregar com as cadeiras para o público! Não lembra ao demónio! Novo ano coral nos espera. Como sempre, estamos cheios de entusiasmo e confiança no trabalho a desenvolver, reforçados pela certeza de novos elementos que passam a integrar o coro neste início de ano coral. Aqui lhes deixamos as boas-vindas e votos de que não esmoreçam na vontade de permanecer no GCQ! A Direção “Bem-vindo a Queluz!” Pedro Miguel (*) E foi assim… com uma frase singela, mas cheia de intenção/emoção, e um sorriso que cheguei ao Grupo Coral de Queluz. Nada o faria prever mas os meses seguintes seriam de grande mudança pessoal, de maturação musical e de uma evolução na compreensão da música coral em Portugal e em Português. Ser confrontado, de um dia para o outro, com uma nova realidade musical (coralistas, direção, tradição e objetivos) e ser levado a sair da sua “zona de conforto” para um mundo quase

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Notícias do GCQ

Ano XVII - n.º 24 Setembro/2013

Editorial

O ano coral que encerrou no passado mês de julho, sobre o qual esta edição do Notícias do GCQ se debruça, é o primeiro que conta com a direção artística do maestro Pedro Miguel.

Podemos afirmar que a adaptação do Grupo Coral de Queluz à mudança de direção artística foi bem sucedida. Reforçou-se a matriz do repertório do GCQ, baseado essencialmente na música portuguesa; desde janeiro deste ano, foram interpretadas em concerto pela primeira vez oito peças. Foi muito o trabalho e o empenho de todos. Guiados pelas competentes mãos do novo maestro, cantámos o país, do continente às ilhas, visitámos romarias, louvámos a Virgem, festejámos efemérides e percorremos outras paragens. Mas, se a adaptação dos coralistas ao novo maestro decorreu sem problemas, estamos em crer que a adaptação do maestro Pedro Miguel ao GCQ foi igualmente muito boa, conforme ele próprio dá notícia neste jornal.

Com Lopes-Graça revisitámos, por exemplo, Trás-os-Montes com Se fores ao S. João, a Beira Litoral com Do varão nasceu a vara, a Beira Alta com Senhora do Livramento, a Beira Baixa com a Canção da vindima e o Alentejo com Dizes que sou lavadeira, entre várias outras peças. Eurico Carrapatoso levou-nos musicalmente ao Alentejo com O que me diz o vento de Serpa, Altara ou com Música para um Tempo de Canícula, Extravagante e à Beira Baixa com O que me diz a calma que vai caindo, Nossa Senhora das Preces e Nossa Senhora do Carmo. Com Sérgio Azevedo e Vasco Pearce de Azevedo viajámos até aos Açores, respetivamente com Chamarrita e Bela Aurora e Hugo Ribeiro trouxe-nos a beira Zêzere, com Minha roda ‘stá parada.

Demos um salto ao outro lado do mundo com Timor et non tremor, Lilo eh!, de Eurico Carrapatoso e ao Brasil com Olha o rojão, de Fernando Lopes-Graça e Rosa amarela, de Heitor Villa-Lobos e ainda viajámos por vários países da Europa (Espanha, França, Inglaterra, Irlanda). Muitas foram as paragens por onde andamos, musicalmente falando, que vos convidamos a descobrir ao ler os artigos escritos pelos nossos jornalistas.

Por indisponibilidade temporária do maestro Pedro Miguel, em julho, tivemos oportunidade de trabalhar com três outros maestros. Para o coro, é sempre uma experiência muito enriquecedora, tendo os coralistas de se exceder (ainda mais) para se adequar a outros métodos. Os coralistas gostaram, os maestros convidados também e Pedro Miguel transmitiu-nos que o trabalho valeu a pena!

Cumprindo o princípio de “o seu a seu dono”, a direção do GCQ decidiu iniciar o processo de compra dos direitos de autor ao compositor Eurico Carrapatoso adquirindo a licença de apresentação pública do Pequeno Poemário de Sophia 1. Apesar; 2. Pudesse eu e 3. Se. Estabelece-se assim uma relação cordial e correta com este grande compositor, permitindo ao GCQ a divulgação da sua excelente obra.

Em fevereiro, foi comemorado o centésimo aniversário do Lavadouro Público, local onde há quinze anos está localizada a Sede do GCQ. Foram pensadas diversas atividades, todas elas relacionadas com água: um passeio, uma conferência, um convívio e um concerto; de todas estas atividades vos damos também conta neste jornal.

À semelhança de outros anos também se realizaram atividades não corais. Para além das já indicadas anteriormente, foram realizados alguns convívios, que são fundamentais para o entrosamento de todos os integrantes do GCQ, uma exposição de pintura e abrimos a nossa Sede a um grupo de teatro.

Para terminar tão grande jornada, o nosso maestro Pedro Miguel levou-nos em Peregrinação ao Palácio Nacional de Queluz onde, no dia 23 de Junho, apresentámos a uma Sala do Trono repleta, o nosso concerto de fim de temporada. Tudo teria sido perfeito não fosse a novidade criada pela nova direção do PNQ… O maestro e coralistas tiveram de carregar com as cadeiras para o público! Não lembra ao demónio!

Novo ano coral nos espera. Como sempre, estamos cheios de entusiasmo e confiança no trabalho a desenvolver, reforçados pela certeza de novos elementos que passam a integrar o coro neste início de ano coral. Aqui lhes deixamos as boas-vindas e votos de que não esmoreçam na vontade de permanecer no GCQ!

A Direção

“Bem-vindo a Queluz!”

Pedro Miguel (*)

E foi assim… com uma frase singela, mas cheia de intenção/emoção, e um sorriso que cheguei ao Grupo Coral de Queluz.

Nada o faria prever mas os meses seguintes seriam de grande mudança pessoal, de maturação musical e de uma evolução na compreensão da música coral em Portugal e em Português.

Ser confrontado, de um dia para o outro, com uma nova realidade musical (coralistas, direção, tradição e objetivos) e ser levado a sair da sua “zona de conforto” para um mundo quase

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Notícias do GCQ n.º 24 – Setembro/2013

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desconhecido muda qualquer um. E perguntam vocês: “Mas não é tudo música? Não deveria ser tudo igual?” Grande parte da magia e do fascínio da música é o poder fantástico da diversidade (melódica, harmónica, tímbrica, temática, textual, cultural, etc…) que tão profundamente nos toca e muda enquanto seres humanos. Se nunca sentiram isso é porque ainda não sintonizaram a frequência que dá a vossa música. Quando digo vossa música não quero dizer que exista um tipo específico de música para cada um, apenas sinto que há a nossa música, aquela que nos convida a entrar no “Mundo da Música” onde habitam todas as músicas em perfeita harmonia.

“À vossa porta cheguei…”

Os três primeiros meses enquanto maestro do GCQ revelaram-se fundamentais, diria mesmo cruciais, na definição do futuro. Normalmente, quando há substituição de maestro a tendência é para baixar o ritmo inicial e permitir a quem chega de novo iniciar funções com alguma serenidade. Pois… Esqueçam, isso é para meninos! Mais uma vez, o GCQ marca a diferença.

A 12 e 13 de Janeiro apresentei-me pela primeira vez em concerto com o GCQ. Dois concertos (“Os primeiros de muitos…”) que, por motivos diferentes, considerei de responsabilidade. O primeiro por ser em Sintra com outro coro e o segundo por ser o primeiro no Palácio Nacional de Queluz. Estes são os momentos em que sentimos que o passado dum coro como o GCQ tem muito peso e, independentemente de onde o faz e para quem o faz, o Grupo Coral de Queluz deve reger-se por uma cultura de excelência artística. Assim foi no passado e assim será no futuro.

Com um saldo global bastante positivo (na minha opinião), é no período pós-concerto que se

dá aquele que considero ser o momento charneira na minha curta história com o GCQ: durante o convívio, por iniciativa própria, os coralistas cantaram “Camponesa, camponesa” de Fernando Lopes-Graça. Num misto de sensações, tudo o que se passou a seguir é indescritível. Foi, sem dúvida, sentir que me tinham mostrado a porta de entrada para o Grupo Coral de Queluz.

Termino dirigindo um agradecimento a todos os maestros que trabalharam com o GCQ e que ajudaram a fazer do GCQ o coro que é. Um abraço especial ao Pedro Teixeira pela confiança que depositou em mim e pelo apoio que me deu durante todo o processo de mudança de direção artística. Obrigado, Pedro! Por último, e não menos importante, um beijinho especial para os elementos da direção e todos os coralistas que me receberam de braços abertos e que em todos os ensaios me levam a perceber que viver no “Mundo da Música” é fantástico!

Santuário de Nossa Senhora do Carmo (fotógrafa: Ana Pedroso)

(*) Maestro do GCQ

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Reflexões

Pedro Miguel (*)

“Primeiro estranha-se e depois entranha-se.”

Quantas vezes não penso se Fernando Pessoa não terá cantado no GCQ!? Não

há frase que melhor espelhe o que fui sentindo ao longo desta temporada.

Fazer parte do GCQ é, sem dúvida, uma experiência única.

Música Portuguesa em ALTA!

Numa época de globalização em que, tentamos que nossa identidade cultural

sobreviva, e por vezes damos por nós a pensar que “lá fora é que é bom!” surgem duas iniciativas que merecem destaque

pelo trabalho que fazem na divulgação dos valores da Música Portuguesa:

Movimento Patrimonial pela Música Portuguesa (http://www.mpmp.pt/) e ainda a

Música Portuguesa a gostar dela própria (http://amusicaportuguesaagostardelapropria.org/).

Como podem ver, são duas iniciativas

com abordagens completamente distintas mas todas a trabalhar com o mesmo

objetivo: a Música Portuguesa. Vale a pena estar atento!

“Entre Relvas e Ourondo…”

Desde 2006, ano em que casei, passo uma semana durante o mês de Agosto na

aldeia dos meus sogros (Teixeira de Cima, Seia). Apesar de ter algumas raízes na Serra, confesso que nunca tive grande

ligação à cultura local. Fruto da tendência geracional ou duma oferta

cultural mais diversificada que nos chega do estrangeiro? Não sei, mas este ano estive muito mais atento a todas as

manifestações de cultura local. Depois de

uma temporada em que tanta música portuguesa trabalhei, assim não poderia

deixar de ser. Inspirado pela Nossa Senhora do Carmo e pelos ares da Serra, dei por mim a pensar: “se não gostar de

mim quem gostará!?” Não me referia a mim, mas sim à Música Portuguesa. Resolvi, então, tirar uma manhã das

minhas férias e fazer alguns quilómetros para ficar a conhecer o Santuário de

Nossa Senhora do Carmo situado, tal como o texto nos diz, entre Relvas e Ourondo. Como diria o “outro”: há

sempre um Portugal desconhecido!

Entre Relvas e Ourondo (fotógrafa: Ana Pedroso)

Santuário de Nossa Senhora do Carmo (fotógrafa: Ana Pedroso)

(*) Maestro do GCQ

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Seis Meses, Sete Concertos

Clara Ramos (*)

Este poderia ser um título duma qualquer comédia

romântica de verão. Mas não… refiro-me ao GCQ, de

janeiro a junho deste ano: participou em sete concertos.

Nada mal, para um grupo que mudou neste ano coral

de direção artística! Vamos, então, revisitar esses sete

concertos!

“Concerto de Reis” - 12 de Janeiro (Igreja de S. Martinho, Sintra)

Tenho a convicção de que o primeiro concerto de

um maestro do GCQ ser em Sintra dá sorte! E foi

precisamente em Sintra que aconteceu o primeiro

concerto do maestro Pedro Miguel com o GCQ, na

Igreja de S. Martinho, a 12 de janeiro. A Igreja estava

muito composta de público, embora a noite estivesse

bastante fria, bem ao jeito de Sintra.

Da memória que guardo deste concerto, ressalta a

concentração que maestro e coro puseram no decurso

de todo ele.

Para a história do GCQ, ficará que a primeira peça

apresentada em concerto com Pedro Miguel foi “In the

bleak midwinter” de Gustav Holst, peça que já há

alguns anos o GCQ não interpretava. Igualmente

recuperada após algum tempo sem a cantarmos foi a

peça “Wither’s rocking hymn” de Christopher

Bochmann. O Coro Leal da Câmara, que connosco

participou neste concerto organizado pela CMS, teve a

qualidade que sempre lhe conhecemos; ambos os coros

interpretaram conjuntamente a peça “Natal de Elvas”

de Mário de Sampayo Ribeiro.

O GCQ na Igreja de S. Martinho, Sintra, a 12 de janeiro (fotógrafa: Sofia Pego)

Como com certeza todos os coralistas do GCQ

desejam, este foi “o primeiro de muitos” concertos do

maestro Pedro Miguel com o GCQ!

“Concerto de Ano Novo e de 46.º Aniversário” - 13 de Janeiro (PNQ)

Os coralistas do GCQ puseram muito empenho na

divulgação deste concerto. Afinal, todos queríamos que

a Sala do Trono do PNQ estivesse cheia do nosso

público, no primeiro concerto do maestro Pedro

Miguel em Queluz com o GCQ. E fomos

recompensados: de facto, a sala estava cheia de público

atento!

Neste concerto, com o subtítulo “O Advento e o

Natal na música vocal: Canções de natividade do séc.

XX”, o GCQ interpretou canções de Natal de Fernando

Lopes-Graça e peças de origem inglesa e espanhola.

Um pequeno incidente marcou este concerto.

Chegados ao momento de cantar “O Menino nas

Palhas”, o Pedro deu os tons cantando “Parti…”.

Apercebi-me que ele estava a dar-nos os tons da peça

“Partidos são de Oriente”, que se devia seguir a “O

Menino nas Palhas”; no entanto, as solistas soprano

não se aperceberam da troca de tons e entraram no

solo de “O Menino nas Palhas”, mas uns tons acima…

A peça foi até ao final, mas, claro, saiu um pouco…

bizarra, é o mínimo que se pode dizer! No final do

concerto, o Pedro disse-nos que, por momentos,

pensou que o coro o estava a “praxar”! Pedro, os

coralistas do GCQ procuram sempre divertir-se com a

música que cantam, mas… levam muito a sério as

apresentações em público! Como dizemos por vezes

de brincadeira… 13 de janeiro foi o dia em que o

“Menino partiu das palhas para Oriente”!

Concerto de 13 de janeiro (fotografia de: Clara Ramos)

Pela parte que me toca, fiquei imensamente feliz

porque, nesse dia, recebi o diploma de 20 anos de

associada do GCQ!

“Chá com música - 100 Anos do Lavadouro Público” - 17 de Fevereiro (Espaço Lavadouro)

Não tem sido frequente o GCQ fazer concertos na

sua Sede, o Espaço Lavadouro, porque, embora todos

nós o prezemos muito, este é pequeno para concertos,

tem muito pouca capacidade para coro e público. No

entanto, comemorar os 100 anos do Lavadouro sem

uma apresentação do GCQ no local onde trabalha não

gostaríamos que acontecesse! Assim, pensámos num

evento que, duplamente, esteve associado a água: um

concerto subordinado a este tema e uma prova de chás,

que se seguiu ao concerto.

O Pedro selecionou um conjunto de peças todas de

temática relacionada com água, algumas que o GCQ

havia interpretado mais recentemente, outras que já

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não cantava há algum tempo, como “Dizes que sou

lavadeira” de Fernando Lopes-Graça e ainda duas

novas peças: “Esta Tierra”, de Javier Busto e “Minha

roda ‘stá parada” de Hugo Ribeiro. O concerto

terminou com a peça “Canto do Livre” de Fernando

Lopes-Graça com poema de Soares de Passos, numa

alusão ao Centro Escolar Republicano A “Lucta”, que

teve a iniciativa de construir o lavadouro público, cuja

inauguração ocorreu em fevereiro de 1913, conforme

placa ainda hoje existente.

A propósito da peça “Esta Tierra”, o Pedro dirigiu

umas palavras muito simpáticas aos coralistas,

agradecendo o acolhimento que todos lhe

proporcionaram quando se tornou maestro do GCQ.

Os coralistas agradeceram-lhe, oferecendo-lhe um vaso

de violetas “ao comprido”!

Concerto “Chá com Música” (fotógrafa: Rita Firmino)

Todo o evento foi muito bonito e apreciado pelos

presentes, quer o concerto, quer a prova de chás.

“Concerto comemorativo do 25 de Abril” - 25 de Abril (Igreja da Graça, Santarém)

A convite do Coro do Círculo Cultural Scalabitano,

o GCQ participou num concerto comemorativo do 25

de Abril, em que, para além dos Coros anfitriões,

adulto e infantil, atuou também o Grupo Coral da

Associação dos Trabalhadores do Metropolitano de

Lisboa.

A organização do concerto foi muito interessante,

com os coros a posicionarem-se em quatro pontos da

bonita Igreja da Graça (Santarém) e, após a

interpretação duma peça por cada um dos quatro

coros, estes mudavam de posição. Assim, cada coro

cantou uma peça num desses quatro pontos, juntando-

se por fim no altar-mor para as peças de conjunto, o

que resultou bastante interessante e dinâmico.

Concerto na Igreja da Graça, Santarém (fotógrafa: Sofia Pego)

O reportório do GCQ foi integralmente constituído

por música portuguesa de Fernando Lopes-Graça e

Eurico Carrapatoso; as nossas interpretações de

“Cantigas do Maio” (peça que o GCQ apresentou pela

primeira vez neste concerto) e de “Grândola, Vila

Morena” foram muito apreciadas e aplaudidas. O GCQ

interpretou também pela primeira vez “Nossa Senhora

do Carmo”, de Eurico Carrapatoso, um belo canto de

romaria, integrado no ciclo “O que me diz a calma que

vai caindo”.

O concerto terminou com três peças de conjunto,

interpretadas pelos quatro coros, todas de Fernando

Lopes-Graça, tendo cada uma das peças sido dirigida

por um dos maestros. Ao nosso Pedro coube dirigir “O

milho da nossa terra”.

“Concerto Mariano” - 26 de Maio (Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Queluz)

No nosso tradicional concerto mariano, na Igreja de

Nossa Senhora da Conceição, recebemos o Orfeão da

Covilhã, coro que o Pedro já dirigiu. Foi um belo

encontro de amigos!

O programa do GCQ, sob o título “Romaria”, foi

organizado pelo nosso maestro dum modo muito

interessante, simulando uma romaria: primeiro, cantos

de romaria, interpretados pelos romeiros enquanto se

dirigem à romaria, depois cantos de louvor à Virgem e

novamente cantos de romaria, com os romeiros de

regresso. Uma das peças que o GCQ interpretou foi “A

Hymn to the Virgin”, de Benjamin Britten, cujo

centenário do nascimento se comemora neste ano de

2013; apresentou ainda pela primeira vez “Nossa

Senhora das Preces” de Eurico Carrapatoso, do ciclo “O

que me diz a calma que vai caindo”.

Concerto Mariano a 26 de Maio (fotógrafa: Filomena Loura)

“Concerto Sintra Viva” - 2 de Junho (Quartel de Queluz)

Integrado no evento da CMS “Sintra Viva”, o GCQ

apresentou-se num palco ao ar livre instalado no

Quartel de Queluz.

Cantar ao ar livre não é a melhor maneira do GCQ

se apresentar em público, ou, melhor dizendo, nenhum

coro. Se a isso juntarmos muito barulho ambiente e um

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imenso calor… havia todos os ingredientes para o

concerto correr mal. Mas não foi o que aconteceu! O

nosso reportório era bastante descontraído e o nosso

caríssimo maestro imprimiu imensa alegria ao concerto!

O público gostou, os coralistas também! O GCQ

interpretou neste concerto três peças que já não fazia

há algum tempo: “Olha o rojão” de Fernando Lopes-

Graça, “Rosa Amarela” de Heitor Villa-Lobos e “Lilo

eh!” de Eurico Carrapatoso. De registar ainda que foi a

primeira vez que o GCQ cantou no Quartel.

“Concerto Peregrinação” - 23 de Junho (PNQ)

Sob o título “Peregrinação”, o GCQ efetuou o seu

concerto de final de ano coral mais cedo que o

habitual, por indisponibilidade de calendário do nosso

maestro. Foi um concerto muito bonito! Para isso,

contribuiu o belo reportório que apresentámos, o

muito público que encheu a Sala do Trono e a maneira

descontraída e divertida com que o Pedro foi

explicando o desenrolar do concerto.

O GCQ fez uma peregrinação por diversas regiões

do país (Trás-os-Montes, Beiras Alta e Baixa, Alentejo e

Açores), dando ainda um saltinho a França; interpretou

pela primeira vez “Hymne à la Vierge” de Pierre

Villette, “Chamarrita” de Sérgio Azevedo e “Bela

Aurora” de Vasco Pearce de Azevedo.

Concerto Peregrinação (fotógrafo: Abílio Pereira)

Aproveitando o desenrolar do concerto e a

interpretação de peças específicas, o Pedro foi fazendo

algumas dedicatórias: nas peças açorianas, a Ana Isabel

Santos, Sara Ramalhinho e Francisco Anjos pela

colaboração em ensaios; também aqui lhes deixo o meu

agradecimento: estão sempre prontos a ajudar-nos na

montagem de peças! Na peça “Extravagante”, ao nosso

coralista Manuel Marques que, por questões de saúde,

não cantou no concerto, mas estava na primeira fila do

público e muito comovido ficou com a dedicatória. E

na peça extra “Esta Tierra”, ao nosso anterior maestro

Pedro Teixeira, que connosco iniciou este ano coral que

terminou neste concerto, enquanto apresentação do

GCQ ao público; aqui, quem se emocionou foram os

coralistas mas, talvez pela dedicatória que o Pedro fez,

cantaram ainda mais empenhadamente a peça!

Por tudo isto, penso que este concerto ficará

durante muito tempo na nossa memória!

Ainda uma nota final sobre estes sete concertos:

todos eles foram feitos sem recurso a qualquer

“reforço” ou “coralista convidado”, o que a mim,

pessoalmente, muito me apraz!

Agora que estamos a iniciar mais um ano coral,

poderei dizer que guardo muito gratas recordações

destes sete concertos, os primeiros com o maestro

Pedro Miguel. Muitos mais se lhes seguirão, assim o

espero!

(*) Coralista e Vogal da Direção do GCQ

Um Concerto, uma “Peregrinação”, muitas emoções, um agradecimento,

algumas opiniões…

Manuel Lourenço Marques (*) Foi com enorme expectativa,

por um lado, e com muita emoção, por outro, que, no passado dia 23 de junho, pelas 18:30, participei no concerto do Grupo Coral de Queluz (GCQ) realizado no Palácio Nacional de Queluz (PNQ), mas agora no lado de lá, ou seja, na primeira fila do público.

O título do concerto era sugestivo: “Peregrinação”. Porquê este título? O maestro Pedro Miguel fez o favor de nos explicar com muito saber e criatividade a razão de ser deste título. Acho muito interessante que o GCQ continue a chamar as coisas pelos nomes, ou seja, a ter concertos temáticos e programas de concertos divididos em subtemas e foi o caso deste com “Canções Regionais Portuguesas”, “Cantos de Louvor à Virgem” e “Canções Regionais Portuguesas - A Herança de Graça”. Assim, peregrinámos por Trás-os-Montes, Beira Alta, Beira Baixa, Alentejo, Açores e outros locais fora de Portugal.

A sala do Trono, a maior do PNQ, estava cheia, apesar do dia de verão que se fazia sentir lá fora e da hora tardia do início do concerto em relação ao que é habitual.

Dedicatórias

O maestro Pedro Miguel lembrou e agradeceu as ajudas preciosas dos músicos amigos que colaboraram na preparação do concerto de final de temporada: Ana Isabel Pereira, Sara Ramalhinho e Francisco Anjos.

Também lembrou o trabalho do maestro Pedro Teixeira, no início do ano coral em curso 2012/2013,

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Notícias do GCQ n.º 24 – Setembro/2013

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desenvolvido com o GCQ e foi-lhe dedicada a última peça do concerto (extra programa) intitulada “Esta Tierra”, que teve grande impacto devido ao conteúdo da letra e de ser em língua castelhana, pois o Pedro Teixeira deixou-nos para ir trabalhar como maestro titular para Madrid, na direção do Coro de la Comunidad de Madrid.

Igualmente, em jeito de dedicatória, foi-me dedicada a última peça prevista no programa “Extravagante” de Eurico Carrapatoso do Ciclo “Música para um tempo de Canícula” (Alentejo). O Pedro explicou-me mais tarde, que, ao ver-me na primeira fila do público e, passadas seis semanas da minha ausência aos ensaios, por motivos de saúde, não resistiu a dedicar-me esta peça, que fala de um tal rapaz extravagante, de noitadas, etc., tão bem interpretada pelo Grupo. Eu gostei muito e, se Eurico Carrapatoso estivesse presente, também iria gostar muito da interpretação. Vi, no final da interpretação desta peça nos olhos de alguns colegas alguma emoção, apesar de ter os meus olhos com algumas lágrimas tal foi a sensação da inesperada dedicatória e da sua belíssima interpretação.

Ao Pedro e ao Grupo o meu muito obrigado. Este gesto contribuiu positivamente para a minha recuperação.

Manuel Marques, agradecendo a dedicatória

da peça “Extravagante” (fotógrafo: Abílio Pereira)

O Público

Muitas das pessoas presentes eram, como habitualmente, nossos amigos e também amigos do GCQ, que estão habituados a ouvir boa música coral. Também havia muitas pessoas anónimas e novas presenças que garantem uma cada vez maior influência do GCQ na cultura, numa perspetiva de contribuição para uma permanente “educação pela arte” de coralistas e público, que é um dos objetivos da nossa atividade.

As entidades autárquicas das Juntas de Freguesia e da Câmara Municipal de Sintra (CMS) estiveram mais uma

vez ausentes. Com pena minha, pois seria uma altura nobre para nos darem apoio e reconhecerem presencialmente o nosso valor e estima.

Teremos de chegar ainda a um público mais diversificado. Para isso, deveremos manter e, se possível, aumentar a divulgação das nossas atividades. É um trabalho da Direção e de todos nós. Deveremos incluir, como já fazemos, o pedido de divulgação às Juntas de Freguesia da nossa cidade, Queluz, Monte Abraão, Massamá e à Câmara Municipal de Sintra, recorrendo aos meios clássicos e às redes sociais. Justo é de referir a JFQ com bom apoio na divulgação quer na Newsletter quer, algumas vezes, nos placards de rua.

O GCQ, o Palácio e as Autarquias

O GCQ já realizou mais de 100 concertos no Palácio Nacional de Queluz. Este foi, julgo eu, o 103.º concerto realizado pelo GCQ no PNQ. É, sem dúvida, o Grupo que mais vezes atuou no Palácio. Estes concertos tiveram lugar em diversos locais: Entrada do Palácio, Sala do Trono, Sala da Música, Capela, Sala dos Embaixadores, Escadaria Robillion e outros locais do Jardim. Assim, deve haver um reconhecimento público pelas entidades oficiais, nomeadamente o Palácio, agora sob a gestão dos Parques de Sintra Monte da Lua e das Entidades autárquicas, deste grande trabalho realizado ao longo de quase cinquenta anos. Sim, o GCQ, em 2017, comemora o seu 50.º aniversário e é uma boa altura para esse reconhecimento.

Na verdade, a Junta de Freguesia de Queluz habituou-nos, ao longo de muitos anos, a ajudar-nos e a colaborar connosco, quer logística quer monetariamente. O último subsídio veio no tempo em que o Presidente da Junta de Freguesia era o senhor Célio Toste (1997). Depois, com o Presidente da Junta de Freguesia senhor Armando Santos, vieram os Protocolos em que o GCQ faz, em organização conjunta, quatro concertos anuais na Freguesia, normalmente três no Palácio e um na Igreja Paroquial de Queluz.

Esta é ainda a forma mais correta, na minha opinião; com o senhor António Barbosa de Oliveira, atual Presidente da Junta de Freguesia de Queluz, foi mantido o protocolo já existente anteriormente. Julgo que a mesma “política” vai ser seguida pelo(a) futuro(a) Presidente da Junta da União das Freguesias de Queluz e Belas.

Ao GCQ, com a união das duas Freguesias, amplia-se a sua influência a mais uma freguesia de grande intervenção - Belas, onde poderá intervir mais frequentemente, podendo ter acesso a novos locais de concertos, nomeadamente a Igreja da Misericórdia de Belas e o Palacete da Quinta Nova da Assunção, também em Belas, sob a gestão da CMS.

(*) Coralista do GCQ

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Comemorações do 100.º Aniversário do Lavadouro Público de Queluz

Durante o mês de fevereiro de 2013, o GCQ

comemorou os 100 anos do Lavadouro Público de Queluz com um conjunto de atividades diversificadas.

As comemorações iniciaram-se a 3 de fevereiro,

tendo sido abertas por Fátima Salvaterra, Presidente da Direção do GCQ.

Exposições

Clara Ramos (*)

Quando pensámos em comemorar os 100 anos da

inauguração do Lavadouro Público, achámos que deveríamos levar a efeito várias atividades, todas mais ou menos relacionadas com água. No entanto, e por coincidência, na mesma ocasião, passaram 15 anos da inauguração do Espaço Lavadouro como Sede do GCQ.

Um dos eventos que decidimos fazer foi uma exposição de atividades desenvolvidas pelo GCQ no seu espaço Sede nestes 15 anos. Mas… outra exposição aconteceu e igualmente preparámos um objeto para ficar em exposição permanente na Sede.

A Telha

Há 15 anos, quando a nossa Sede foi inaugurada, dizíamos, por graça, que o GCQ estava “com a telha”; isto porque, aquando das obras para adequação do Lavadouro Público a Sede do GCQ, foi retirada do telhado uma “telha progresso privilegiada”, da Empreza Cerâmica de Lisboa, na R. Saraiva de Carvalho, datada de … 1895! É verdade, com mais de 100 anos! Essa telha foi guardada até agora, tendo sido emoldurada e ganhou a honra de estar em exposição permanente na nossa Sede!

O descerrar do quadro com a “telha centenária” foi o

primeiro evento das comemorações dos 100 anos do Lavadouro, a 3 de fevereiro de 2013, tendo cabido a Fernando Salvaterra, sócio fundador do GCQ, a tarefa de “puxar o pano” para pôr o quadro à luz do dia.

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O Estendal

Lavadouro sem estendal de roupa? Claro que não! Metemos mão à obra e, durante um mês, o Lavadouro fez justiça ao seu nome e teve um estendal um bocadinho peculiar: um conjunto de t-shirts brancas com letras coloridas pintadas, formando as frases: “100 Anos Lavadouro” e “15 Anos GCQ”.

Foi uma maneira bem descontraída de divulgar as

nossas comemorações, uma vez que o estendal era visível da Avenida Duarte Pacheco, uma das avenidas mais movimentadas de Queluz.

E, claro, suscitou alguns momentos divertidos, nomeadamente num ensaio, em que o nosso maestro, sempre bem-disposto, nos aconselhou a ir apanhar a roupa porque… estava a chover!

Espaço Lavadouro - 15 Anos de Atividades

Uma outra exposição esteve no interior da Sede, com fotografias alusivas às atividades que o GCQ aí realizou durante 15 anos.

Sob o título “Espaço Lavadouro - De Lavadouro Público… a Sede do GCQ”, a exposição iniciava-se com um conjunto de fotografias do estado em que estava o Lavadouro antes do início das obras de requalificação que o GCQ levou a efeito em 1997 / 1998, seguindo com as obras, a gravação do programa “Acontece” e a inauguração como Sede do GCQ. Depois, as nossas atividades “correntes”: reuniões e ensaios. Em seguida, as muitas atividades que realizámos neste espaço: concertos, convívios, colóquios e palestras, exposições, lançamento de livros, percursos, sessões de música.

Esta exposição foi aberta ao público no dia 3 de fevereiro e coube-me a honra de apresenta-la a quem esteve nesse dia na nossa Sede para o início das comemorações dos 100 anos do Lavadouro.

(*) Coralista e Vogal da Direção do GCQ

“Percursos d’Água em Queluz”

Manuel Lourenço Marques (*) A Direção do GCQ desafiou-me

para a realização de uma iniciativa, no âmbito das comemorações do centenário do Lavadouro Público de Queluz. A

ideia constava em fazer novamente uma sessão de Percursos de Água, cuja primeira sessão foi por mim realizada em 2007, no âmbito do 40.º aniversário do GCQ integrado nos “40 anos - 40 eventos”.

Esta sessão realizou-se a 3 de fevereiro de 2013, pelas

10 horas na Sede do GCQ. Para o efeito, consultei muita bibliografia e tirei centenas de fotografias, tendo muitas delas sido projetadas durante a sessão. Na assistência encontravam-se sócios do GCQ e público anónimo, talvez em partes iguais. Na minha opinião foi uma sessão interessante, cuja primeira parte foi em sala, seguida de um percurso a pé (Lavadouro, Parque Urbano, ao longo da Ribeira do Jamor, Arcos, Tanque do Miradouro e Mina) terminando com uma visita ao interior da Mina, junto ao restaurante “A Mina”. A visita ao seu interior deve-se ao empenho do senhor Presidente da Junta de Freguesia, senhor António Barbosa, a quem mais uma vez agradeço, pois estas instalações estão fechadas ao público. Seguidamente, alguns de nós fomos almoçar ao restaurante “A Mina”.

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A projeção em sala das fotografias antigas e recentes foi acompanhada pela sua descrição e contextualização nos locais e no tempo e agrupadas em oito temas, que passo a descrever:

O Lavadouro Público de Queluz, hoje “Espaço Lavadouro”, Sede do GCQ

Foi construído pelo Centro Escolar Republicano A “Lucta” em fevereiro de 1913, conforme a placa existente. Os CER eram associações que visavam responder a problemas sociais decorrentes do movimento de migração das pessoas do campo para as cidades, provocando o desenraizamento das populações e tiveram um período áureo nos primeiros anos da república; foram especialmente dedicados ao ensino básico e, em menor escala, à emancipação da mulher. Terá sido esta a razão da construção do Lavadouro Público?

Das pesquisas feitas em 1996 pela Direção do GCQ, aquando do pedido destas instalações ao Executivo da Junta de Freguesia de Queluz para proceder à sua requalificação, constatámos que o CER A “Lucta” já estava extinto. Nesta data também constatámos, eu como presidente da Direção do GCQ e o senhor Célio Toste como Presidente da JFQ, que as instalações do Lavadouro e as instalações contíguas utilizadas pelo Grupo de Escoteiros 23, não estavam inscritas nas Finanças. Portanto, o primeiro trabalho conjunto, foi fazer o registo matricial por usucapião a favor da JFQ. Em outubro de 1996, a Assembleia de Freguesia aprovou a cedência deste espaço ao GCQ. O GCQ (e só o GCQ) candidatou-se então a fundos estatais do PIDDAC e da CMS, que apoiavam pequenos projetos de associações com a finalidade de recuperação de espaços culturais, com a apresentação de uma proposta de requalificação no valor de 50.000 euros (30.000 euros estatais e 20.000 euros verba cedida pela CMS). A proposta para requalificação deste espaço foi aprovada. Por fim, houve necessidade de fazer um peditório e solicitação de patrocínios a entidades e comércio local e assim se conseguiu uma verba adicional de 15.000 euros para despesas complementares.

A 31 de Janeiro de 1998, foi inaugurado o Espaço Lavadouro, com a presença da Presidente da CMS Dr.ª Edite Estrela e outras entidades locais.

Mais tarde, foi celebrado e assinado o protocolo de cedência do Espaço Lavadouro entre o senhor Armando Santos (PJFQ) e a Presidente da Direção do GCQ Fausta Fidalgo no final de um concerto no PNQ. A este propósito, queria complementar com uma transcrição do livro “As minhas Memórias” de José Manuel Gil: “… vamos ao encontro do Lavadouro, da casa do Bicho Mau e da Sede dos Escoteiros do 23 a que o meu filho José Pedro pertenceu. Como a casa do velho Bicho, onde eu ia com frequência, era contígua ao citado lavadouro, muitas vezes lá fui fechar a água que uma certa malta marginal deixava aberta. Esse local começou a ficar sujo

demais e, por fim, já ninguém utilizava os tanques para lavar a roupa. Até que apareceu alguém de larga visão e grande sentido de oportunidade, que agarrou numa marreta e esmagou o contador e o tubo da água. Ao deixar de haver água pararam os marginais, acabou a porcaria e todos ficaram contentes! Já agora por curiosidade, conto que eu próprio, o Mário Pinto e o Armando Santos, Presidente da Junta de Freguesia, fomos a Sintra testemunhar, perante um notário, que todo o edifício era património da Junta, para que pudesse ser cedido oficialmente ao Grupo Coral de Queluz. O Bicho Mau, que vivera numa parte onde tinha funcionado a primitiva prisão, já não pertencia a este mundo e assim tudo poderia ser resolvido dentro da legalidade e sem traumas. Servi de testemunha porque tinha sido o meu pai, enquanto Presidente da Junta de Freguesia, quem havia cedido oficialmente essa parte da casa para ele viver com a mulher,…”

Vistas gerais de Queluz vs A importância da água em Queluz

Todos os “antigos” se recordam que, quando Queluz não tinha grandes construções em altura, nos jardins das moradias, a água era proporcionada por fontes e poços, de onde era tirada através de moinhos de vento, sendo que ainda hoje existem alguns poucos sobreviventes. Aquando da criação dos SMAS, foi ordenado o fecho destes poços e o desmontar desses moinhos de vento, para se proceder à ligação obrigatória à rede, aquando da construção dos grandes edifícios que vieram substituir as vivendas. Em 1938, inicia-se a instalação da rede de água canalizada na Freguesia; Queluz tinha cerca de 5000 habitantes. É frequente encontrar a 40, 60 ou 80 metros de profundidade grandes lençóis de água. Daí não é de estranhar que diversos edifícios hoje têm poços nos seus alicerces e que têm a necessidade de bombear a sua água com muita frequência.

Não há dúvida para ninguém que a água teve e tem grande impacto da paisagem urbana da cidade de Queluz. Isto deve-se principalmente às necessidades de água em grande escala para sua utilização nos Jardins do Palácio e, para isso, a necessidade de captação de água em diversos locais e de a transportar, via aquedutos à superfície, com grande impacto nas “vistas” de Queluz, e / ou em condutas subterrâneas, tão maltratadas ao longo dos tempos pelos construtores civis.

Aquedutos

O Infante D. Francisco de Bragança (1691 - 1742), segundo senhor da Casa do Infantado, à qual pertencia o Pavilhão de Caça de Queluz, que D. Francisco habitou, ordenou a captação de águas para essa Pavilhão. Mandou edificar o primeiro aqueduto, Aqueduto Infante D. Francisco de Bragança, para levar as águas das minas de Monte Abraão a um grande tanque no Alto do Miradouro, para a sua recolha. O Tanque do Miradouro, com 35 m de comprimento e 20 m de

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largura, ainda hoje existe. Tem duas entradas de água, uma delas é uma gárgula e dele corriam as águas para o Palácio Nacional de Queluz.

Em 1752, foi adquirido o Casal de Albergaria, no Pendão, e aí D. Pedro III manda efetuar novas captações e conduta, para melhoria do caudal. Em 1757, estavam terminados os trabalhos. Assim, foi possível satisfazer minimamente as novas necessidades do Palácio, pois este estava em obras e os jardins em construção, para contemplar nos jardins lagos e repuxos de água.

De 1758 a 1769, novas captações são necessárias, novas condutas são construídas, melhorando assim o abastecimento do Palácio.

No entanto, o abastecimento de água era insuficiente e precário em relação às necessidades. Assim, o Príncipe da Beira, futuro D. João VI, em 1790, após doação ao monarca da nascente da Gargantada, na zona de Carenque, ordena novas captações e a construção do Aqueduto Príncipe da Beira com uma conduta vinda das minas de Carenque. Chega ao edifício “Mina”, em pleno coração da parte antiga de Queluz, em conduta subterrânea. Neste local, há repartição de águas e desce alguns metros em termos de profundidade e também por via subterrânea segue até ao Palácio.

Em 1794, chegava finalmente a água ao Palácio. Mais tarde, foram também feitas captações em Massamá e conduzidas as águas também para o Palácio.

Principais Fontanários Públicos

Ainda existentes: Fonte da Pedra Lavrada ou da Carranca (como é

vulgarmente conhecida) - Junto ao Palácio; Fonte D. Carlos I - mandada abrir por este Rei, em

favor das gentes da Povoação de Queluz. Situa-se no Aqueduto de D. Francisco no Largo da Ponte Pedrinha ou Largo D. Carlos ou ainda Largo dos Arcos Reais; neste fontanário existe uma placa que diz: “Esta água foi concedida por Sua Magestade El-Rei O Senhor Dom Carlos 1º por mercê de 19 de Março de 1891 para uso dos moradores d’este logar”.

Chafariz na Calçada da Bica da Costa - próximo da atual Biblioteca Ruy Belo, no Pendão.

Fontanário do Pendão - Fontanário oitocentista, mais propriamente de 1806, edificado pelas Reais Obras das Águas Livres para abastecimento público.

Chafariz do Bairro Almeida Araújo - localizado numa praceta no Bairro.

Chafariz do Largo Mouzinho de Albuquerque - antes, este chafariz estava localizado à entrada do Largo Manuel da Costa, junto a um edifício que foi demolido (O grande palheiro).

Chafariz de Massamá - a fonte do sobrante das águas para o Palácio, de 1863. No seu frontal tem “Este chafariz centenário, muitos segredos encerra, e cumprindo o seu fadário, é orgulho desta terra.

Massamá - Francisco Rodrigues, 29/09/63” e ainda “Obras Públicas 1863”

Já extintos: Fonte das quatro bicas - destruída na década de 50;

desconhecemos a localização. Fonte dos Namorados - situava-se ao fundo da

Alameda Conde Almeida Araújo e abastecia a população da zona antes das canalizações camarárias, cujo estudo inicial data de 1917. A este propósito, no livro “Memórias minhas” de José Manuel Gil, pode ler-se: “ A Fonte dos Namorados foi uma nascente que nunca deixou de jorrar até a marreta dos “marretas” a destruir. O projeto descrito data de 1917 e dezenas de anos passaram antes da era das torneiras em casa de cada um. Nesse longo entretanto era a senhora Júlia, mãe do Bicho Mau, que nos trazia a água num carro de mão comprido e com dois buracos onde entravam bilhas de zinco. Era depois despejada dentro de um pote de barro que tapávamos com um pano sobre o qual assentava o púcaro das utilizações, também em barro. E todo o mundo mergulhava o púcaro para beber quando era preciso. O mesmo sistema era usado nas caravelas da época dos descobrimentos. Havia uma pia na cozinha para as necessidades limpas e outra na cave para as sujas. Lembro-me que de vez em quando não tinha tempo de ir e ficava-me pelo andar de cima. Era também na cave que tomávamos banho, dentro de uma celha. E depois de cada banho era preciso um cacilheiro para sair do “salão” cuja porta de entrada obrigava a espinha a fazer 90 graus….”

Fonte das sete bicas - situava-se no Largo do Palácio no local onde está agora a estátua D. Maria I. Era bebedouro para os animais dos meios de locomoção da época. Conta-se que todos os dias, a horas certas, a um toque dos corneteiros, os cavalos e mulas do Quartel iam beber água.

Pontes

Ponte seiscentista do Catita - sobre a Ribeira da Cascata (vulgo Carenque) e nos limites de Queluz - Amadora; há, no encontro dos dois curiosos planos da ponte, um marco - cruzeiro onde falta a cruz, onde se pode ler em letras gravadas na pedra “Esta ponte mandou fazer o Senado de Lisboa a custa do Real do Povo em 1631”; a ponte tinha como finalidade facilitar a ligação Lisboa - Sintra.

Ponte da Ribeira das Jardas - é uma ponte setecentista com um só arco e ostenta marco de pedra em cuja base se lê “ Esta ponte mandou fazer o Senado de Lisboa a custa do Real do Povo era 1708”.

Ponte Pedrinha - junto ao Aqueduto de D. Francisco, mais vulgarmente conhecido por “Arcos” ou “Arcos Reais” ou ainda Aqueduto da “Ponte de Pedrinha”.

Ponte D. Maria I - junto ao Lavadouro; como aspeto a evidenciar, nesta ponte há uma referência às grandes cheias de 25 de novembro de 1967, assinalando com

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uma placa a marca do nível que as águas atingiram neste local.

Ribeiras

Ribeira das Forcadas: Nasce na Freguesia de Monte Abraão e encontra o

Rio Jamor nos Jardins do Palácio, junto ao dique ou comporta onde hoje existe uma ponte em madeira e o bar do PNQ. Segundo o Dr. Fernando Ricardo Ribeiro Leitão, os caçadores esperavam a vinda das codornizes e perdizes que vinham a esta ribeira beber água.

Ribeira do Jamor/ Rio Jamor: Há quem considere que o Rio Jamor começa só ao

fundo do PNQ, após ter recebido as águas da ribeira da Cascata ou Carenque. Tem um comprimento de aproximadamente 17 km. Nasce a norte do Casal do Brejo, Dona Maria, no concelho de Sintra e tem a sua foz

no Rio Tejo, na Cruz Quebrada. Corre de norte para sul como a maioria dos rios em Portugal. Atravessa os concelhos de Sintra, Amadora e Oeiras. Os seus principais afluentes são: Ribeira de Belas ou do Jamor, Ribeira da Idanha, Ribeira da Cascata (ou de Carenque) e Ribeira das Forcadas. O Dr. Fernando Ricardo Ribeiro Leitão contava que havia grossa enguia que era pescada na Ribeira do Jamor há 7 décadas. Por outro lado, era habitual a rapaziada utilizar a Ribeira do Jamor para tomar banho no verão na zona da represa/açude.

Ribeira da Cascata ou Carenque: Nasce em Carenque, entre o monte da Silveira e o

monte de Carenque. Limita a Freguesia de Queluz do concelho da Amadora. Encontra o Rio Jamor ao fundo do Palácio. Hoje tem um leito calmo e diminuto mas se observarmos as pontes desta ribeira, por exemplo a ponte seiscentista, podemos concluir ou imaginar que nem sempre terá sido assim.

Cursos de Água na Quinta Nova

Antigamente era conhecida pela Quinta do Araújo e estendia-se desde a ponte seiscentista junto ao Lido até à proximidade dos Jardins do Palácio.

Na Quinta, além do Aqueduto, grandes tanques de água e a existência de duas minas de água, há o leito da ribeira de Carenque e uma bela ponte provavelmente construída no início do séc. XVIII e relativamente bem conservada.

A água e os Jardins do Palácio

Com as diversas captações e aquedutos construídos, o Palácio fica assim dispondo de diversas fontes de abastecimento de águas alternativas e complementares que alimentavam os belos lagos e repuxos de água que funcionavam devido à gravidade.

Desde sempre os jardins do Palácio foram entendidos como um prolongamento natural das Salas do Palácio, para onde se desenvolvem todas as fachadas.

Quem não admira os Jardins superiores? O belo Jardim de Malta, frente às fachadas da Sala dos Espelhos ou do Trono e da Sala da Música ou ainda o Jardim Pênsil, assim chamado por estar construído sobre um reservatório ou cisterna abobadada que recolhia o excesso das águas dos lagos destes jardins. Quem não deu um grito numa das aberturas desta cisterna? Na decoração destes lagos e jogos de água, verifica-se a predominância de temas aquáticos, como Neptuno, Anfitrite, Tritões, sereias e peixes.

Quem não admira a Cascata Grande, construída na década de 70 do séc. XVIII encimada também por um reservatório de água? Também a Cascata Grande era alimentada de água com o efeito da gravidade a partir de minas e aquedutos localizados a cotas superiores. Trata-se do elemento mais espetacular de todo o sistema de jogos de água dos lagos do Palácio.

Quem não admira o Lago das medalhas, o maior lago dos jardins, na ala norte onde se situavam os antigos jardins do palácio dos Marqueses de Castelo Rodrigo e onde, ao cimo desta alameda, existe também um outro tanque, o “Tanque do curro”? Esta designação vem do tempo em que, num redondel que se erguia a pouca distância, se faziam corridas de touros.

Por fim, quem não admira o Canal dos azulejos, construído por volta de 1756, numa extensão de 115 m, sobre a Ribeira do Jamor, onde se colocavam comportas de ferro para formar o chamado Grande Lago? Também aqui a ribeira do Jamor constitui um importante recurso hídrico.

Não é do nosso tempo, mas por cima, na parte central do Canal havia uma Casa Chinesa ou Casa da Música, cujas portas eram ricamente trabalhadas em ouro.

Os Jogos de água das 15 fontes que ornamentam o percurso pelos 16 hectares do jardim estão todos ligados ao mesmo tempo. A sua restauração recente veio devolver o brilho e grandiosidade que o espaço tinha durante as festas e momentos especiais celebrados na antiga residência real.

Desafios:

Como habitante atento ao que se passa na Cidade de Queluz e para concluir este longo artigo, formulo dois desejos ou desafios:

Primeiro - Que os Queluzenses e cidadãos de um modo geral se empenhem pela defesa do que resta deste património edificado pelos nossos antepassados. Porque não criar uma associação de defesa deste património?

Segundo - Que as entidades autárquicas, Juntas de Freguesia e Câmara Municipal de Sintra tenham iniciativas deste género, por exemplo caminhadas, ligando os aspetos físicos aos culturais e até mesmo aos gastronómicos.

(*) Coralista do GCQ

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Convívio “Água e mais líquidos”

Rosário Henriques (*)

A Direção e os coralistas do

GCQ são gente cheia de vida, alegria, vontade de rir, cantar, dançar e, de uma maneira geral, gosta de um pedaço de noite bem passado! Por isso, as comemorações do 100.º aniversário do Espaço Lavadouro não estariam completas sem o batismo de risadas. Lá veio o karaoke e o pessoal divertiu-se à grande… até tivemos direito a uma coreografia ensaiada pelo João Simões, em que todos terminámos a fazer umas figuras muito tristes . O nosso maestro Pedro Miguel encantou todos com interpretações de canções bem divertidas!

E porque o Carnaval estava à porta, houve quem se “aperaltasse” a rigor!

Os petiscos estiveram na mesa, para que a fome não afastasse ninguém. Mas a água, como não podia deixar de ser, foi o mote para mais este convívio. A água que aqui corre tão perto de nós e em tempos foi tão utilizada neste espaço que agora nos orgulhamos de chamar Sede. Cem anos nos separam da inauguração deste edifício enquanto Lavadouro mas a Historia é feita de histórias e chegou o tempo de homenagear as histórias que nos trouxeram à nossa História. A noite passou em animação, numa alegria nem sempre presente neste espaço, que já foi de trabalho duro, mas que queremos seja uma constante nos tempos vindouros.

Agora, diga-se em abono da verdade, que água, que se diga água não houve muita… foi mais usada como solvente para outros sabores… E viva a sangria do Salvaterra!

(*) Coralista e Secretária da Direção do GCQ

“Chá com Música”

Rosário Henriques (*)

Pois, como poderíamos

comemorar os 100 anos do Lavadouro sem mostrar o que lá fazemos? Cantar, pois claro…

Daí o nosso concerto, dentro de nossa casa, sem indumentária de concerto (afinal, estávamos entre amigos) e bem descontraídos. Foi um concerto maravilhoso, com uma sonoridade confortável, a que estamos habituados por ser o espaço onde ensaiamos, com muitas caras conhecidas na assistência e com o nosso Pedro Miguel a fazer as suas maravilhas.

Mas não se recebem os amigos em casa sem um miminho extra… Um chá (ou não fosse a água a nossa inspiração…) e uns bolinhos para “ensopar”… Bom, dizer um chá é só uma expressão, na verdade foram doze variedades diferentes: Söderblandnig (Suécia), Jasmim (Bali), Chocolate, Limão (Nepal), Imperial Coca (Perú), Mosaico de Veneza (Itália), Rum com baunilha, Thé à L’Opéra (França), Earl Grey Vermelho (China), Whiskey (Escócia), Verde Morangos e Nata e Assam (Índia). Mas a grande variedade não se limitou aos chás, tivemos outros tantos bules, caixas de chá e filtros, cada um mais encantador que o outro… tudo da coleção da nossa querida Clara Ramos.

Os nossos amigos ouviram o concerto, mostraram a sua apreciação com uma grande salva de palmas e nós oferecemos chá como agradecimento por terem vindo… Todos queriam provar um chá, ou dois, ou três…

Um chá destacou-se pela procura… Conseguem adivinhar? Pois, esse mesmo… o Imperial Coca!

(*) Coralista e Secretária da Direção do GCQ

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“A Água na Poesia”

Maria de Lurdes Esteves (*) O “Espaço Lavadouro”, Sede do Grupo Coral de

Queluz, desde 1998, é um dos locais privilegiados de Queluz. Situado nas imediações do ex-libris desta cidade, o Palácio Nacional, foi construído onde durante muitos anos existiu um lavadouro público cujo centenário se celebrou no mês de fevereiro deste ano, pois a data da sua construção remonta a fevereiro de 1913, nos primeiros anos da 1ª República, quando houve várias iniciativas de cariz social, por parte dos Centros Republicanos, entre as quais a construção de lavadouros públicos em todo o país. Neste caso coube ao Centro Republicano «A Lucta» a iniciativa da construção do lavadouro público de Queluz.

Assim, para celebrar essa efeméride, no dia 24 de fevereiro houve uma sessão de poesia no “Espaço Lavadouro” cujo tema foi “A Água na Poesia”, em que foram lidos poemas por parte de alguns coralistas e também de amigos e familiares que simpaticamente se disponibilizaram para a leitura de textos sobre aquela temática.

Dada a importância que a água tem na vida da humanidade e tendo em atenção o facto do rio Jamor correr junto ao “Espaço Lavadouro”, passando pelos jardins e pelos pomares do Palácio, procurei fazer um enquadramento histórico sobre a utilização deste precioso elemento. Assim, foi fácil imaginar os reis, os príncipes, enfim alguma da aristocracia da segunda metade do século XVIII e do princípio do século XIX a passear de barco no rio, nos seus momentos de lazer, que eram muitos, pois o Palácio era residência de verão e por isso um local de férias e de grandes festas. Nessa época, a água do Jamor era utilizada mais para lazer da aristocracia e eram os membros da família real e da

nobreza os protagonistas. Imaginemos então as conversas entre os membros da nobreza nos seus passeios de barco, os jogos de sedução, os namoros, os segredos, as intrigas palacianas e as fofoquices cortesãs que a água presenciou.

Mais de um século volvido, com a construção do lavadouro público, houve grandes mudanças, como diz o poeta «Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades» (Camões). Com a queda da monarquia e o início da 1ª República os protagonistas foram as mulheres do povo, as lavadeiras, que traziam grandes quantidades de roupa para serem lavadas publicamente, numa época em que não havia máquinas de lavar. Muita dessa roupa pertencia a uma classe social mais elevada, a média e pequena burguesia para quem as lavadeiras trabalhavam. Todos nos lembramos do filme «Aldeia da Roupa Branca», com a Beatriz Costa. Era assim naquele tempo…

Em 1913 e nos anos seguintes, o lavadouro era animado pelas vozes das lavadeiras que ecoavam neste espaço. Imaginemos as histórias que seriam outras, os mexericos do povo. Havia então dois tipos de lavagem: a lavagem da roupa suja, metaforicamente falando e a lavagem da roupa de cada uma. Certamente que o movimento e as conversas das lavadeiras no exercício da sua profissão seria um espetáculo interessante, sob o ponto de vista visual e sonoro.

Hoje já não há o lavadouro público, restando apenas dele a sua memória, e sobre os seus escombros reergueu-se outro espaço - o “Espaço Lavadouro” - onde o espetáculo sonoro é privilegiado. As águas do rio Jamor, que ouviram tantas histórias da corte galante dos séculos XVIII e XIX, tantas histórias pitorescas e mesmo algumas picantes das lavadeiras do povo do século XX, ouvem agora melodias harmoniosas, pois é neste local que o Grupo Coral de Queluz faz seus ensaios. Os sons melodiosos das vozes dos coralistas que cantam prestigiados compositores de várias épocas, ecoam nas águas do Jamor que as escuta com agrado. Certamente que o rio que passa aqui junto ao “Espaço Lavadouro” se sentirá feliz com o timbre e o tom das vozes do GCQ.

(*) Colaboradora do GCQ para eventos culturais

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Notícias do GCQ n.º 24 – Setembro/2013

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Cantos, feiras e romarias

Filomena Leite Pinto (*) As romarias, tradições

milenares que se realizam por todo o Portugal, multiplicam-se

nos meses de verão. São festividades com grande participação das populações locais, que se fazem normalmente em nome de um santo padroeiro. Nelas se misturam o sacro e o profano de um modo muito peculiar. Quem nunca foi à “Festa da Terra” participar na missa e na procissão de manhã, no jogo do chinquilho à tarde e ao fim da noite se regalou com uns comes e bebes ou dançou ao som do conjunto mais pimba que se possa imaginar, no adro poeirento da aldeia?

A curiosidade levou-me a procurar saber quais as lendas e as terras associadas aos cânticos de louvor às “Senhoras” que fazem parte do repertório do GCQ. Vou cingir-me neste jornal às que apresentámos em 2013, embora várias outras façam parte do nosso repertório. A pesquisa tem como fonte a Internet. Não nomeio autores de textos ou imagens porque são de livre acesso. Se a informação não for exata também não é grave. Quem conta um conto acrescenta um ponto… e lenda é lenda.

“A Senhora d’ Aires” (Baixo Alentejo) -

Fernando Lopes-Graça / “Altara” - Eurico Carrapatoso

Estas duas peças são das mais conhecidas e cantadas por grupos corais de Portugal. O repertório do GCQ inclui ambas, “A Senhora d’Aires” de Fernando Lopes-Graça e “Altara” de Eurico Carrapatoso (peça que integra o ciclo “O que me diz o vento de Serpa”); neste ano coral, o GCQ cantou “A Senhora d’Aires” no dia 25 de abril, na Igreja da Graça, em Santarém e “Altara” a 26 de maio, no Concerto Mariano, na Igreja de Queluz.

A romaria de Nossa Senhora d'Aires, em Viana do

Alentejo, distrito e arquidiocese de Évora, remonta a 1748, quando se iniciou o culto mariano deste local situado nas imediações da vila de Viana do Alentejo. Tudo terá nascido de um voto feito por alguns comerciantes (devido a uma epidemia que então grassava na região). Uma vez atendido o voto, de imediato se iniciou a construção do imponente santuário que hoje é o palco desta romaria.

O Santuário, edificado num estilo barroco - rococó, fica situado a cerca de 1000 metros de Viana do Alentejo, é muito conhecido pelas festividades que anualmente aqui decorrem em honra à Padroeira Nossa Senhora de Aires, no quarto fim-de-semana de setembro.

A famosa Romaria de Nossa Senhora d'Aires é mais propriamente uma feira, com origem no alvará do Rei D. José I, em 1751, autorizando a realização de uma feira franca nesta local.

Nossa Senhora das Preces (Beira Baixa) - Eurico Carrapatoso

Esta peça faz parte da obra “O que me diz a calma que vai caindo” (Casegas)”, de 2000 e foi cantada pelo GCQ duas vezes neste ano coral, no dia 26 de maio na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Queluz e a 23 de junho no Palácio Nacional de Queluz.

Há também uma peça de Fernando Lopes-Graça com o mesmo título, que o GCQ já interpretou há alguns anos corais atrás.

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O Santuário de Nossa Senhora das Preces situa-se em

Vale de Maceira, Aldeia das Dez, Oliveira do Hospital e a romaria ocorre no primeiro fim-de-semana de julho.

Diz a lenda que ao andarem ali uns pastores a

apascentar os seus rebanhos terão encontrado uma imagem de Nossa Senhora e logo a trouxeram para o povoado mais próximo, Vale de Maceira. Porém, no dia seguinte, a imagem já não estava no local onde tinha sido colocada. A mesma tinha desaparecido, sendo de novo encontrada no local onde os pastores a tinham descoberto. Isto repetiu-se por mais duas ou três vezes o que levou o povo a deduzir que Nossa Senhora queria ser venerada lá no monte. Decidiram então aí construir uma pequena capela e mais tarde uma maior. Há alguns anos foi devorada por um violento incêndio e posteriormente reconstruída pela Irmandade de Nossa das Preces com a ajuda dos crentes da região e de algumas terras distantes.

Nossa Senhora do Carmo (Beira Baixa) - Eurico Carrapatoso

Esta peça faz também parte da obra “O que me diz a calma que vai caindo” (Casegas), de 2000 e foi cantada pelo GCQ, neste ano coral, três vezes: no dia 25 de abril na Igreja da Graça, em Santarém, no dia 26 de maio, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Queluz e no dia 23 de junho no Palácio Nacional de Queluz.

Também Fernando Lopes-Graça tem uma peça com este mesmo título, já interpretada pelo GCQ, integrando o nosso CD “Grupo Coral de Queluz celebra Fernando Lopes-Graça”.

A Capela de Nossa Senhora do Carmo fica no chamado Cabeço do Prado ou Outeiro de São Gens e serve tanto a população da freguesia do Ourondo como a de Relvas, perto da Covilhã. Nesta capela existe um quadro cuja pintura retrata a morte de São Gens.

Nossa Senhora do Carmo (ou Nossa Senhora do Monte Carmelo) é um título consagrado à Virgem Maria. Este título apareceu com o propósito de relembrar o convento construído em honra da Santíssima Virgem Maria nos primeiros séculos do Cristianismo, no Monte Carmelo, em Israel. A principal característica desta invocação mariana é apresentar o Escapulário do Carmo, uma "tira de pano que os frades e freiras de certas ordens trazem sobre o peito". Normalmente, quando se fala de um escapulário costuma referir-se ao escapulário da Ordem do Carmo, que é reconhecido pela Igreja Católica e que todos os Papas do século XX usaram.

A sua festa litúrgica é comemorada pelos cristãos no

dia 16 de julho.

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Senhora do Livramento (Beira Alta) - Fernando Lopes-Graça

Esta é uma das peças habituais do repertório do GCQ e, neste ano coral, foi cantada duas vezes na Igreja de Nossa Senhora da Conceição em Queluz, nos dias 2 de dezembro de 2012 e 26 de maio de 2013 e ainda no dia 23 de junho no Palácio Nacional de Queluz.

A lenda do Ermitão, de S. João do Monte (Tondela),

refere a história de um homem, Plácido, que não podia casar por ser esconjurado e primo da sua noiva. A única forma de o conseguir era pedindo uma Bula ao Papa, mas o processo demorou tanto tempo a ser tratado que o homem resolveu ir a Roma, para obter o documento.

Na viagem de regresso, o barco onde viajava foi acometido de várias tempestades, que quase o destruíram. Plácido temendo não voltar para a sua amada Laura, pediu à Nossa Senhora do Livramento que o salvasse. Em troca, prometeu construir uma capela num local elevado, de onde se avistasse o lugar onde desembarcasse.

Quando deu à costa, foi informado de que Laura não aguentara o sofrimento da doença e da ausência do seu amado. O choque foi brutal, mas como jovem forte recompôs-se e mandou edificar a Capela. Ao lado construiu uma casa de habitação, assim se tornando ermita: o Ermitão.

Ainda hoje, no dia 8 de setembro, acorrem a este local inúmeros peregrinos para a festa em honra da Nossa Senhora do Livramento.

Senhora Santa Cat’rina (Beira Baixa) - Fernando Lopes-Graça

Esta é outra das peças mais antigas do repertório do GCQ e neste ano coral foi cantada no dia 2 de junho no Quartel de Queluz.

A Romaria de Santa Catarina, no Ladoeiro, efetua-se

em abril. A Capela de Santa Catarina situa-se no lugar de

Antinha perto do Ladoeiro no concelho de Idanha-a-Nova. Esta capela guarda uma imagem de Santa Catarina de Sena muito antiga, inspiradora de forte devoção. É um pequeno e harmonioso templo datado de 1872.

Conta a lenda que andava um honrado lavrador a amanhar a terra com uma junta de vacas no sítio da Antinha e um dos animais morreu repentinamente. Aflito e desgostoso com a perda de tão útil animal, pôs-se o lavrador a chorar a sua pouca sorte, pois, acabava de perder o "ganha-pão" da sua numerosa e necessitada família e implorava, por isso, o auxílio divino.

Apareceu-lhe, então, Santa Catarina que devolveu a vida ao animal e lhe ordenou para ir ao povoado contar o sucedido e dizer do seu desejo de que naquele preciso local fosse erguida uma capela em sua honra, mas com o alpendre voltado a poente.

Acudiram os habitantes a satisfazer prontamente o pedido mas virando o alpendre a nascente, como era costume na época, pensando que o lavrador vidente se havia equivocado.

No dia seguinte, porta e alpendre estavam caídas no chão. Refizeram a obra deixando na mesma o alpendre dirigido a nascente e, de novo, voltou a ruir. Convenceram-se, então, os habitantes de que o lavrador não se havia enganado e executam a obra segundo as indicações recebidas.

Ainda hoje podemos apreciar a capela com a porta e o alpendre voltados a poente; a fé dos ladoeirenses jamais deixará cair por terra este pequeno templo que tanto carinho e estima incute ao povo do Ladoeiro.

(*) Coralista e Suplente da Direção do GCQ

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Ensaios a seis mãos

Fernando Salvaterra (*)

A falta do nosso maestro

titular pode ser de alguma

forma desestabilizadora do

trabalho mas se se conseguir encontrar substitutos

à altura pode também ser enriquecedora para os

coralistas pois permite conhecer dinâmicas de

trabalho diferentes.

Assim, durante o mês de julho, por motivos

profissionais, o maestro Pedro Miguel delegou a

continuidade do nosso trabalho coral não a um

mas a três profissionais diferentes: Margarida

Simas, Pedro Rodrigues e Sérgio Fontão. Foram

três experiências diferentes que, quanto aos dois

primeiros maestros, não dão grande hipótese de

análise, dado que cada um só efetuou um ensaio.

Quanto ao Sergio Fontão, foi na minha opinião

uma boa experiência já que o seu trabalho se

revelou meticuloso e com o seu caracter calmo e

afável, com algum senso de humor, criou um bom

ambiente favorável à aprendizagem.

(*) Coralista, Vogal da Direção e sócio-fundador do GCQ

Fim de Ano Coral

Fátima Salvaterra (*)

Com a chegada do final de

mais um ano coral e já no limiar

das férias, o Grupo Coral de

Queluz realizou, no dia 27 de julho pelas 18h00, na

sua Sede, um convívio de fim de ano coral com os

coralistas e maestro.

Foi sugerido a todos que preparassem músicas,

textos, anedotas, histórias engraçadas, episódios,

enfim, tudo o que quisessem partilhar com os

outros, para tornar o convívio animado e divertido.

Também teriam que levar a “comidinha” e mais uma

vez o Salvaterra cumpriu a tradição e a sangria

esteve presente para contentamento de todos.

Muitos colaboraram e deram o seu contributo

para o sucesso deste convívio.

Tal como previsto, entre os petiscos deliciosos,

sobremesas de “comer e chorar por mais” e uns

copitos bem fresquinhos, lá se foram contando as

anedotas, cantando umas músicas, lendo uns

poemas e umas histórias. Claro, tudo com algum

“sal” porque o chiste dá outra vida a estas coisas! O

nosso amigo maestro teve que sair bastante cedo

porque tinha também outro convívio com o Coro

Regina Coeli de Lisboa, com quem tinha realizado

um concerto às 16H30 no jardim do Museu de Arte

Antiga. É o que faz ter muitas ocupações e ter que

dar resposta a todas as solicitações...

Considero que se encerrou o ano coral da melhor

forma: bem comidos e bem bebidos, com alegria e

boa disposição!

Venha o próximo convívio!

(*) Coralista e Presidente da Direção do GCQ

Teatro do GCQ no GCQ

Fátima Salvaterra (*)

No dia 1 de junho de 2013, o Grupo de Teatro do Ginásio Clube de Queluz (o “outro” GCQ) apresentou na nossa Sede a peça de teatro “A Farsa de Mestre Pathelin”, de autor anónimo do século XVI. Trata-se de uma sátira de costumes aos advogados, tribunais e à justiça e também aos ardilosos e manhosos que, com as suas “artes” e engenho, conseguem enganar a humanidade e ficar impunes. Enfim, tal como nos nossos dias!

Este grupo de teatro tem elementos que também fazem parte do Grupo Coral de Queluz, que se revelaram grandes atores. Em noite de casa cheia, foi uma agradável surpresa! Com esta peça simples, proporcionaram um serão bem divertido. Estão todos de parabéns mas, permitam-nos a “preferência”, em especial as nossas Helena Gomes e Rosário Henriques!

Ficamos à espera da próxima!

“A Farsa de Mestre Pathelin” (fotógrafa: Clara Ramos)

(*) Coralista e Presidente da Direção do GCQ

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Carta Aberta aos Coralistas e Maestro

Adília Lacerda (*)

Gosto de cantar! Sempre gostei de cantar. Quando era mais nova, os

únicos coros que eram mais conhecidos eram os chamados “coros de igreja”. Ah! E o Coro de Santo Amaro de Oeiras, claro!

Recordo-me que, ainda adolescente, ingressei não em 1, mas em 2 coros de paróquias próximas da minha residência e, todos os Domingos, depois de cantar na missa da igreja da Madalena, acelerava em direção à Sé, para também aí cumprir funções.

Foi uma boa experiência, que recordo bastante prazenteiramente.

Quando tinha cerca de 16 anos, a maestrina da igreja da Madalena teve de se ausentar temporariamente por questões de saúde e fui incumbida de a substituir. Logo eu, que não tinha (e não tenho ainda) quaisquer conhecimentos musicais. Aceitei, com a imprudência e otimismo próprios da juventude!

Peripécias??! Claro que as houve: uma vez, quando ia cantar o salmo, deu-me um “branca” e saiu-me uma música doutro salmo qualquer. Apesar de estupefactos e de olhos arregalados, os elementos do coro não se desmancharam e ninguém chegou a perceber a troca.

Depois, a minha vida académica afastou-me das lides musicais e só há 15 anos a retomei aqui no GCQ, pelas mãos de uma colega de trabalho que não aguentou a pressão de assistir a um ensaio da maestrina Paula Coimbra.

Eu fiquei e não me arrependo.

Apesar do GCQ ser um coro amador, nunca considerei que o seu desempenho devesse ser abaixo de Bom.

É dentro desse espírito que tenho trabalhado e exigido mais de mim. Bem, isso e o perfecionismo característico dos virginianos…

É por isso que, às vezes, saio dos ensaios triste e desanimada quando sinto que as coisas correram menos bem.

Na minha opinião, há determinadas atitudes e hábitos que considero básicos ao bom e harmonioso funcionamento de um coro e que poderiam facilitar a aprendizagem: nunca repetir os tons que o maestro dá; nunca falar durante ou depois do maestro dar os tons; quando o maestro está dar exemplos, manter o silêncio para que seja percetível, ainda que não seja a linha do nosso naipe; colocar os telemóveis em modo silencioso e, caso seja absolutamente necessário atender a chamada, fazê-lo noutro local; se tivermos de

conversar, fazê-lo num volume de som que não permita aos outros ouvi-la…

É claro que também facilitaria se nosso maestro repusesse os intervalos, aqueles 5 ou 10 minutos “livres” para conviver, pôr as novidades em dia e extravasar alguma energia…

Felizmente, na maioria das vezes, saio satisfeita e realizada. Sabe tão bem quando conseguimos montar uma nova peça ou quando sentimos um arrepiozinho por um ou outro acorde perfeito!

Estando nós a iniciar mais um ano coral, com novos e promissores elementos, tenho a certeza que todos queremos sentir-nos “em casa”, confortáveis, mas trabalhando para um sucesso que, sendo do GCQ, é com certeza de todos nós.

(*) Coralista e Presidente do Conselho Fiscal do GCQ

A “falsificação”

Rosário Henriques (*)

Este ano (e só este ano! Juro!), os nossos santos foram testemunhas de um pecado perpetrado em nome do

convívio e da boa disposição. Chegou a altura do nosso convívio dos Santos Populares… a Sede foi decorada de acordo com a ocasião, foi convocado o nosso mestre do Karaoke, foram preparados os petisquinhos habituais e …horror, os Salvaterra não poderiam comparecer!!! Iam de férias (ou tinham outro qualquer compromisso… que isso agora não vem ao caso) e quem faria a SANGRIA DO SALVATERRA???

Show must go on… alguém teria de assumir a execução da sangria. Fiz peito à aventura e disse: “Eu faço!”. Mas do dizer ao fazer vai a distância da terra à lua. Chegou o dia e comecei a preparar o que julgava vir a ser uma sangria gostosa. Vai de vinho, sumos de fruta, limonadas, açúcar… prova! Naaa… falta qualquer coisa… Vai de licores, sumo de limão, vinho do porto… prova! Naaa… ainda não está. Ahhh, o gelo! Prova… Naaaa…. Não havia tempo para mais. O pessoal começou a chegar, a sangria corria para os copos, os copos iam à boca… um olhar, uma pergunta: Foi o Salvaterra que fez? Um sorriso meu disfarçava a conversa. A música animou a malta e a noite correu cheia de alegria… mas quando o copo ia à boca continuavam os olhares de estranheza… Perdão!!!! Não torno a fazer!!!!

(*) Coralista e Secretária da Direção do GCQ

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Quiz

Clara Ramos (*)

Quem me conhece, sabe como eu gosto de jogos. Por esse motivo, costumo acompanhar o João Simões, nosso habitual animador de karaoke, em algum dos locais onde faz animação, essencialmente porque o João faz uns “quiz”, sempre com prémios simbólicos. Eu mais as minhas amigas do GCQ, as “meninas do naperon”, temos feito boa figura; geralmente, se não em primeiro lugar, pelo menos no pódio!

Quando combinámos o nosso karaoke de Santos Populares, o João lançou-me o repto de eu fazer um quiz sobre o GCQ para essa ocasião. Bom… mas se eu gosto de jogos (e de jogar), também gosto de preparar jogos para os meus amigos, como muito sabe o pessoal do GCQ; entre Rali Papers, foto-convívios e outros, já tratei de preparar vários jogos.

É claro que aceitei o repto do João e imaginei um quiz sobre o GCQ nos mesmos moldes: 20 perguntas, em que a pergunta 5 e 15 fossem sobre música. Bom… em boa verdade, todas as perguntas foram sobre música… mas, para estas duas perguntas, foram reproduzidas duas faixas do CD do GCQ,

A luta foi renhida entre as várias equipas. Algumas perguntas (ou respostas!) foram muito contestadas. Mas, das cinco equipas a concurso, apenas uma podia ganhar! Duas equipas foram ao desempate por “penalties”, mas quem ganhou foi… a equipa da Fátima Vale. Não é a primeira vez que a Fátima Vale ganha nas perguntas sobre o GCQ. Uma concorrente difícil de bater!

O prémio ficou bem entregue e a equipa ganhadora resolveu reparti-lo pelas várias equipas. É que o prémio era docinho… muito docinho e soube bem… nem que mais não fosse para compensar o “desconsolo” da “falsa sangria do Salvaterra”!!

Um convívio muito animado (fotógrafa: Clara Ramos)

(*) Coralista e Vogal da Direção do GCQ

Exposição de pintura de Isabel Oliva

Muitas atividades decorrem na nossa Sede, como todos sabem e constantemente se prova.

No fim-de-semana de 4 e 5 de maio, esteve patente uma exposição de pintura de Isabel Oliva. Amiga de longa data do GCQ e de coralistas, foi com grande prazer que recebemos cerca de uma dúzia dos seus quadros. Os quadros eram variados em tema, cor, tamanho, texturas, estilo… o que contribuiu para a riqueza desta exposição. A música foi um dos temas presentes o que muito nos lisonjeou. Não só os amigos vieram ver mas também público anónimo que quis aproveitar mais este apontamento diferente em Queluz.

Novo Sócio Honorário

Na última Assembleia Geral do GCQ, a associada Clara Ramos apresentou a seguinte proposta:

“Considerando:

que Pedro Teixeira foi o maestro que mais tempo esteve à frente da Direção Artística do Grupo Coral de Queluz (12 anos);

que o seu relacionamento quer com os coralistas quer com os associados não coralistas extravasou largamente o âmbito estritamente coral;

ao abrigo do artigo terceiro alínea b) e do artigo décimo alínea i) dos Estatutos do GCQ,

Proponho: que a Assembleia Geral aprove o maestro

Pedro Teixeira como sócio honorário do GCQ.” Esta proposta foi aprovada por unanimidade. Assim, e desde o dia 3 de março de 2013, o GCQ

conta com um novo Sócio Honorário: Pedro Teixeira!

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Parcerias

Fátima Salvaterra (*) No dia 16 de julho, a Junta de

Freguesia de Queluz promoveu um encontro com as associações com quem realizou nos últimos anos protocolos de cooperação, com o objetivo de fazer uma avaliação dos referidos protocolos. O evento ocorreu na sala Multiusos Fernando Ribeiro Leitão e as várias associações representadas apresentaram os seus projetos e atividades. Estiveram presentes representantes de doze associações que foram intervindo pela ordem designada pela JFQ e também pela necessidade de terem que se ausentar mais cedo. Assim, iniciou Luís Roque do CBESQ (infantário e lar de terceira Idade que no conjunto agregam cerca de 100 funcionários); seguindo-se todos os outros: Cristina Louro da Cooperativa O Nosso Lar (cooperativa de habitação); Orlando Gomes do Real Sport Clube; Ramiro Ramos da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Queluz (100 voluntários, 55 funcionários e 10.000 associados) que referiu a colaboração da JFQ na realização das tardes dançantes, na parte desportiva, também no Teatro Som da das Letras e na realização dos cursos de verão sobre Suporte Básico de Vida; Isabel Oliva e Fátima Vale do Ginásio Clube de Queluz; Isabel Oliva do Infantário “O Caracol”; Fernando e Fátima Salvaterra do Grupo Coral de Queluz; Flora Silva da Associação Olho Vivo; Genoveva Pereira da Unique; Sara Franco e Luís Fernandes da AMES; Hugo Martins do Clube Basket de Queluz.

Todas estas associações, incluindo a nossa, referiram a importância que a colaboração da Junta de Freguesia de Queluz tem nas suas vidas, sendo nalguns casos, mesmo de importância vital. Todas foram unânimes em reconhecer que o maior apoio que tiveram foi alcançado durante os mandatos do Presidente António Barbosa.

Não podendo estar presente, a representante da Associação de Reformados de Queluz, Maria Amélia Nascimento, escreveu um pequeno agradecimento que foi lido pelo Sr. Presidente António Barbosa, agradecendo a cedência do autocarro e todo o apoio que têm recebido ao longo destes anos.

Os representantes do GCQ fizeram uma apresentação a duas vozes. Fernando Salvaterra falou sobre a parceria para a utilização do Espaço Lavadouro e Fátima Salvaterra apresentou a parceria no âmbito dos concertos.

A secretária da JFQ, Glória Albuquerque, encerrou a reunião, realçando a importância da troca e da partilha das atividades das diferentes associações, papel fundamental para o

enriquecimento das localidades e alertando para o que seria uma insensatez não prosseguir com este trabalho.

Seguiu-se um simpático beberete, com uns deliciosos coscorões e pastéis de nata.

Fátima Salvaterra durante a apresentação do GCQ (fotografia de: Junta de Freguesia de Queluz)

(*) Coralista e Presidente da Direção do GCQ

Autarcas em Final de Mandato

Estando a chegar ao fim os mandatos dos

nossos autarcas, deixamos aqui um pequeno

apontamento sobre a colaboração que tiveram

com o GCQ.

Ao nosso presidente António Barbosa de

Oliveira não podemos deixar de expressar a

nossa tristeza pela sua saída, agradecer-lhe

todo o apoio e colaboração que dispensou ao

GCQ e a forma como se disponibilizou sempre a

escutar os nossos problemas e a atender as

nossas solicitações. Tentou sempre estar

presente ou fazer-se representar nas nossas

atividades, tanto corais como culturais, tendo

sido sempre muito afável e cordial nas suas

relações com o GCQ ao longo destes anos.

Realçamos a importância das parcerias que

temos com a JFQ.

Queremos também deixar aqui o nosso

agradecimento à Dra. Fátima Campos pelo

apoio que deu ao Grupo Coral de Queluz

enquanto presidente da Junta de Freguesia de

Monte Abraão.

Foi também com estes dois autarcas que se

apresentou em público o “Hino da cidade de

Queluz”, em 2011, bem como ajudaram o GCQ

a editar o seu CD “Grupo Coral de Queluz

celebra Fernando Lopes-Graça”, em 2008.

Muitas felicidades e sucesso nas suas

atividades futuras!

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Dois Coros

José Damião (*)

Apesar de não estar muito motivado para escrever também não podia deixar de escrevinhar algumas breves palavras para o nosso Jornal!

O mote para este artigo foi-me dado por uma nossa querida colega que, muito atenta a todas as atividades do nosso Grupo Coral, sempre tem alguma ideia! O mesmo já não posso dizer eu que de ideias estou um pouco parco!... Ser reformado tem esses senãos, as ideias vão-se…

Mas vamos ao verdadeiro teor do artigo que pretendo abordar – a minha experiência em fazer parte de dois Grupos Corais, a saber: Grupo Coral de Queluz e Grupo Coral Encontro.

E que dizer a esse respeito? Na essência, quer um quer outro estão votados a divulgar a música coral, mas também, de uma forma mais abrangente, a Arte, que tão desprezada tem sido pelos diversos governantes!

O número de coralistas, em minha opinião, permite aos grupos dispor de um maior número de possibilidades para interpretar peças mais complicadas e aquelas que necessitam de maior número de vozes nos diversos naipes.

Assim, o Grupo Coral de Queluz tem vantagem em relação ao Grupo Coral Encontro, pois possui quase o dobro de coralistas.

Também o número de ensaios semanais é um fator importante para que um Grupo Coral possa variar o seu repertório e possuir uma qualidade mais apurada nas interpretações das diversas peças.

O Grupo Coral Encontro, só com um ensaio por semana, não tem grandes possibilidades para o fazer, ao contrário do Grupo Coral de Queluz que, com dois ensaios semanais no mínimo, tem seguras possibilidades para ter um repertório mais variado e não só!...

Em relação ao som (refiro-me à qualidade da harmonia musical do Grupo) quer um como o outro possuem já uma qualidade que, na minha modesta opinião, não envergonha qualquer dos Grupos!

Quanto à direção dos maestros, sendo quase todos eles profissionais da Gulbenkian e possuindo doutoramento ou mestrado, para além de outras valências profissionais, a diferença entre eles é mais no estilo do que nos conhecimentos que possuem e transmitem.

É sempre gratificante ter a experiência em ser conduzido nos ensaios e concertos por diferentes profissionais, pois sempre se aprende algo mais.

Para finalizar gostaria de acrescentar algo que me parece muito importante, que é o facto de, no Grupo Coral de Queluz, a assiduidade aos ensaios dos coralistas ser mais constante do que no Grupo Coral Encontro!

São os vários fatores que apontei que fazem a diferença entre um Grupo e o outro, daí a melhor qualidade do Grupo Coral de Queluz nas interpretações que faz em Concertos.

(*) Coralista e Tesoureiro da Direção do GCQ

Música e Saúde

Maria Adelaide Guimarães (*)

A música serve de terapia

para todas as idades. Contribui para o bem-estar geral do nosso organismo e para a saúde plena do indivíduo.

A Organização Mundial de Saúde, em 1946,

formulou a seguinte definição de saúde: “Saúde é o bem-estar físico, psíquico e social e não apenas a ausência de doença ou debilidades. É um direito de todo o cidadão, independentemente da raça, religião, convicção política ou situação económico-social”.

Nessa conformidade, está provado cientificamente

que a música exerce um fascínio sobre a maioria das pessoas e interfere com mecanismos cerebrais, estimulando determinados circuitos da massa cinzenta, funcionando como terapia.

A música pode ajudar no tratamento da dor, na reabilitação de quem sofreu um AVC e ficou com sequelas, em recuperações cirúrgicas e em doentes

com dores crónicas. A música tem também um papel muito importante

no idoso institucionalizado. Desenraizado e vulnerável, o idoso procura na música o amenizar das mudanças radicais a que passou a estar sujeito, desde as novas regras de vida diária até à coabitação com pessoas desconhecidas e que não escolheram

para comparticipar o mesmo espaço e a vida.

A perda dos vínculos familiares, amigos ou vizinhos levam também a que o idoso se sinta isolado, desvalorizado, desprovido de autoestima e, às vezes, até da sua própria identidade.

Por isso, ouvir música é muitas vezes o seu único

prazer e é muito saudável porque alivia tensões, ajuda a relaxar e a refletir, transporta o idoso para cenários mais bonitos e cura.

Já Mozart dizia que a música tinha maior efeito sedativo do que os fármacos!

(*) Coralista do GCQ

OMG! LOL!

Clara Ramos (*)

Isto de ter amigos com 20 e mais anos a menos que eu tem destas coisas… Ultimamente, um conjunto de siglas e “bonecos” entraram, se não no meu léxico, pelo menos no meu conhecimento. Refiro-me a LOL, OMG, BTW, :P e outros… alguns que prefiro não reproduzir!

Este pequeno apontamento destina-se a agradecer a esses meus amigos, na sua maioria ligados ao GCQ, por me manterem “up-to-date”… Obrigada, meus queridos Ana Luísa, Luís, Nuno, Patrícia, Pedro, Rita, Rita, Sofia, por fazerem parte da minha vida!!

(*) Coralista e Vogal da Direção do GCQ

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Notícias do GCQ n.º 24 – Setembro/2013

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Impressões de Cabo Verde

José Esteves (*)

Sentado no quintal desta casa na Manta Rota apreciando uma bela noite

algarvia, tão calma e quente, neste início de setembro, dou por mim a relembrar a viagem que eu e a Lurdes fizemos no passado mês de agosto a Cabo Verde. Foi uma viagem da qual nós já falávamos há já algum tempo pois a Lurdes ouvia os pais falarem muito de Cabo Verde. Sendo o pai militar, foi mobilizado para este arquipélago e aqui viveu uns tempos. A sua unidade militar entretanto acabou e ele regressou com a esposa, grávida já de 8 meses, à chamada “metrópole”. Por pouco a Lurdes não nasceu em Cabo Verde; talvez daí esta ligação e interesse em visitar este país.

Não nos preocupou a praia mas sim sentirmos as pessoas, as vivências e o que é a “morabeza”, palavra crioula sem tradução para português mas cujo significado só se começa a perceber depois de aqui permanecermos uns dias, quando se estão duas horas para almoçar sem ninguém nos dizer que “está quase a sair”, quando se pede qualquer coisa a alguém e, com toda a calma, passado algum tempo e sem pressas nos respondem áquilo que solicitamos; quer dizer: “no stress” como eles dizem. Só convivendo com esta gente tão simpática começamos a perceber a “morabeza”. Visitámos assim três ilhas deste arquipélago: São Vicente, Santo Antão e Santiago.

Ao chegar a São Vicente, primeira ilha que visitámos, aproximando-nos da cidade do Mindelo dou por mim a compará-la a uma cidade do Norte de África com a sua grande periferia de casas ainda por acabar e construídas sem qualquer ordenamento. O seu centro é interessante com as suas casas coloniais e alguns edifícios com história (Museu da Alfândega, Palácio do Governador, o Café Lisboa, os mercados municipal e do peixe e uma curiosa réplica da Torre de Belém). Visitámos nesta ilha as localidades do Calhau e Salamansa onde tivemos a oportunidade de nos banharmos nas suas águas cálidas e onde à noite, na Baía das Gatas, assistimos ao seu espetacular festival que reúne dezenas de milhares de pessoas de todas as ilhas e da diáspora, onde podemos ouvir as belas mornas e coladeiras interpretadas por músicos de renome internacional tais como o Tito Paris, Titina, etc.. Fez-me impressão a sua imensa aridez interrompida algumas raras vezes por uns pequenos

oásis onde eram plantados alguns legumes, interrogando-me várias vezes de qual seria o sustento desta gente.

Monte Cara, Mindelo, São Vicente (fotógrafo: José Esteves)

Depois de, no nosso terceiro dia em São Vicente,

termos estado três (!!!!!) horas para almoçar (“no stress”, morabeza) fomos a correr para o barco que nos levaria até à ilha de Santo Antão, localizada a norte de São Vicente e muito maior que esta, da qual dista cerca de 50 quilómetros e cuja viagem levou cerca de uma hora. Ilha muito montanhosa, é uma ilha muito verdejante e com paisagens espetaculares e ribeiras de curso permanente, onde os agricultores aproveitam os terrenos em locais incríveis, quase a pique sobre as vertentes das montanhas, onde plantam milho, mandioca, batata-doce, papaia, etc.. Daí esta ilha ser intitulada “Celeiro de Cabo Verde”. De contrastar a enorme secura de São Vicente com o verde de Santo Antão. Os caminhos desta ilha não são para pessoas muito sensíveis às alturas visto que, em determinados lugares, a estrada passa sobre desfiladeiros tão profundos que nos cortam a respiração (há uma passagem chamada “Delgadinho” onde a estrada não tem mais que cinco a seis metros de largura e quer de um lado quer de outro existem diferenças de nível de cerca de 600 metros. É mesmo de arrepiar!). Vimos também o mecanismo chamado “trapiche” de onde se extrai o suco de cana-de-açúcar que serve para a elaboração do “grogue” (aguardente de cana - bebida típica de Cabo Verde). Visitámos também a localidade das Fontaínhas onde reza a tradição teria o corsário Francis Drake desembarcado à procura de água, tendo encontrado várias fontes (em inglês “fountains” o que originou o nome de Fontaínhas). Não serão mais que um dúzia de casas construídas sobre as falésias, de tal maneira que nos dão a sensação de a qualquer momento se desmoronarem. É nesta localidade que existe a

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“contra-dança” dança mandada cujas ordens são dadas em francês devido ao facto da ilha ter sido invadida por corsários franceses (p. ex.: à esquerda - a gauche; à direita - a droite). Curiosamente os dançarinos não sabem sequer falar francês; no entanto sabem o que estas ordens querem dizer. Almoçámos uma bela cachupa num restaurante localizado perto da povoação de Populi, nas montanhas, que curiosamente tinha o nome de “Relax” (cá está a “morabeza” a funcionar novamente). De realçar que nesta visita à ilha de Santo Antão tivemos a companhia da cantora cabo-verdiana Titina, natural desta ilha e residente em Portugal, que se encontrava hospedada no nosso hotel do Mindelo. Daí o convite que lhe foi feito e que aceitou de bom grado.

Aldeia típica, Santo Antão (fotógrafo: José Esteves)

Atravessámos a ilha pelas montanhas com quase

2.000 metros de altitude e com paisagens de cortar a respiração, tendo regressado à cidade do Porto Novo para embarcar de regresso ao Mindelo (São Vicente). À noite fomos à Casa da Morna onde tivemos o prazer de ouvir o Tito Paris (dono deste espaço) cantando belas mornas, o qual depois convidou a Titina, que entretanto foi com o nosso grupo, para cantar o que ela aceitou, tendo dedicado as suas músicas ao nosso grupo e a Cabo Verde.

Partimos no dia seguinte, de manhã, num voo interno dos TACV que nos levou em cerca de uma hora até à ilha de Santiago onde almoçámos, tendo antes, no hotel que nos alojou na Praia, assistido a uma valente chuvada (uma bênção para eles) já que nesta altura é a época das chuvas. Da parte da tarde fomos até à Cidade Velha a cerca de 15 km da Praia e visitámos o Forte de S. Filipe, construído na época dos Filipes, o qual foi objeto de recente restauro. Visitámos a Igreja Matriz da época do séc. XVI tendo percorrido a Rua da Banana, a rua mais antiga de

todas as ex-colónias portuguesas. Tivemos o prazer de falar com a D. Rosalinda, guardiã das chaves da Igreja e figura emblemática da Cidade Velha, que nos recebeu com muita simpatia na sua casa. Regressámos à Praia com o prazer de mais um dia bastante preenchido que nos deixará recordações para sempre. No dia seguinte fizemos um percurso de cerca de 70 quilómetros para norte, pelo interior da ilha, em direção à vila do Tarrafal, tendo passado neste percurso pela vila de Assomada e atravessámos a bela Serra da Malagueta, tendo visitado o tristemente célebre Campo de Concentração do Tarrafal, agora transformado num pequeno museu, onde tantos lutadores antifascistas sofreram e morreram pela liberdade no tempo da ditadura. Este antigo campo de concentração localiza-se numa localidade ironicamente chamada “Chão Bom” a cerca de dois quilómetros da vila do Tarrafal. De salientar a frase proferida por um médico aqui destacado e que mostra bem a dureza deste campo: “Estou aqui, não para curar doentes mas sim para passar certidões de óbito”. Impressionante! Saí dali com uma sensação de tristeza e emoção, tal como me aconteceu quando visitei há uns anos o campo de concentração nazi de Dachau, perto de Munique. Como curiosidade, o simpático guia que nos orienta a visita em Santiago tem o nome próprio de Salazar e contou-nos um episódio passado com ele: há uns anos um grupo de resistentes antifascistas que estiveram presos no Tarrafal quiseram visitar a prisão e ele é que os foi guiar. Quando o organizador desta visita lhe perguntou o nome, claro que ele disse que se chamava Salazar, nome que lhe foi dado pelo seu avô, admirador do ditador. O senhor ficou espantadíssimo e perguntou-lhe qual o apelido dele. Chamava-se Santiago - “Ah! Então, a partir de agora, vamos tratá-lo por Santiago e não pelo seu nome próprio”, disse este senhor. Um facto curioso, este.

Campo de concentração do Tarrafal, Santiago (fotógrafo: José Esteves)

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Almoçámos na vila do Tarrafal num restaurante mesmo à beira da sua maravilhosa praia e da parte da tarde aproveitámos para conhecer esta pequena vila e tomar banho na sua praia de águas quentes e límpidas.

O dia seguinte foi aproveitado, da parte da manhã, para desfrutarmos da praia e dar mais uma volta pela vila, muito airosa e arranjada. À tarde, por volta das 18 horas regressámos à cidade da Praia por uma estrada à beira-mar. Embarcámos no voo dos TACV cerca das duas horas da manhã e chegámos a Lisboa cerca das 8 horas, com a sensação de termos conhecido um país onde estamos na nossa casa e onde as pessoas são tão simpáticas e cheias de “morabeza”.

Por fim, só dar-vos a conhecer uma mnemónica que faz com que não nos esqueçamos dos nomes das dez ilhas que compõem o arquipélago de Cabo Verde e que a Titina se propôs musicar numa morna, a qual lhe foi transmitida pela Lurdes, que lhe tinha sido ensinada pelo pai:

“Antão, ó Vicente, a Luzia do Nicolau foi ao Sal à Boavista? Em Maio, Santiago faz Fogo à Brava”.

São assim os nomes das ilhas de Cabo Verde: Santo Antão, São Vicente, Santa Luzia, São Nicolau, Sal e Boavista (ilhas do Barlavento), Maio, Santiago, Fogo e Brava (ilhas do Sotavento).

Ficámos assim com a enorme vontade de conhecer outras ilhas do arquipélago (Boavista, Fogo, Brava) que também têm a sua particular beleza, depois de nos termos maravilhado com esta magnífica viagem a estas três ilhas de Cabo Verde.

(*) Coralista e Presidente da Mesa da Assembleia Geral do GCQ

Eu “fiz de maestro”!

Clara Ramos (*)

Apenas cerca de 29.000

afortunados por ano têm

oportunidade de visitar o

longínquo reino do Butão, país situado nos

Himalaias, entre a Índia e a China. Este ano, fui

uma dessas 29.000 pessoas, para minha

felicidade. Afinal, o Reino do Butão diz-se ser

um dos dez países mais felizes do mundo! Tudo

o que por lá vi me fez entender perfeitamente

que assim seja: paisagens extraordinárias,

montanhas com vales férteis onde correm rios

calmamente, arrozais a perder de vista, dzongs

(mosteiros) alcantilados nas montanhas só

acessíveis por difíceis caminhos pedestres, vida

serena, um povo afável e acolhedor, sempre

com um sorriso nos lábios e duma imensa

crença no Budismo. Tudo contribuiu para que

eu tivesse adorado a minha estadia no “Reino

do Dragão”.

Vem esta pequena crónica a propósito de eu

ter “feito de maestro” (ou de maestrina) numa

brincadeira promovida por alguns dos meus

companheiros de viagem!

Inspirada pelas maravilhosas paisagens

butanesas, uma das minhas companheiras

propôs a um grupo de 10 dos 28 viajantes que

fizéssemos uma letra adequada ao Butão para a

canção “Eu gosto é do verão”, do grupo “A Fúria

do Açúcar”. Acabámos por fazer duas letras

para esta canção, para “Porto Covo”, de Rui

Veloso e ainda para “Ó Malhão, malhão”, que ficou “Ó Butão, Butão”!

Mas… era preciso cantarmos as nossas

versões para os restantes companheiros de

viagem, o que fizemos no nosso último jantar

no Butão. Para que a nossa sensacional

performance não “descambasse”… tive de dar

os tons de entrada de cada canção e a coisa lá

foi, com muito sucesso! A primeira e última

atuação do “Coro do Autocarro Número Três” foi muito aplaudida!

De tudo o que as viagens já me têm trazido…

esta foi inédita: eu “fazer de maestro”!

Aqui fica uma das letras que fizemos para a

canção “Eu gosto é do verão”:

Eu gosto é do Butão

A terra gentil do Dragão

Com a capital em Thimphu

E o aeroporto em Paro

E ao fim da viagem

Com energia

Regresso a Portugal

Preparado

Para outra viagem qualquer!

Dzong Rinpung, Paro, Butão (fotógrafa: Clara Ramos)

(*) Coralista e Vogal da Direção do GCQ

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Notícias do GCQ n.º 24 – Setembro/2013

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Concertos realizados

12 de janeiro - Concerto de Reis, na Igreja de S.

Martinho, Sintra; com o Coro Leal da Câmara

(Humberto Castanheira). Organização: Câmara

Municipal de Sintra.

13 de janeiro - Concerto de Ano Novo e de 46.º

aniversário do GCQ, no Palácio Nacional de

Queluz. Organização: GCQ e Junta de Freguesia

de Queluz; apoio: PNQ.

17 de fevereiro - Concerto “Chá com Música”, no

Espaço Lavadouro (Sede do GCQ), integrado

nas Comemorações do 100.º Aniversário do

“Lavadouro Público de Queluz”. Organização:

GCQ.

25 de abril - XXXVII encontro de coros

comemorativo do 25 de Abril, na Igreja da

Graça, Santarém; com Coros do Círculo

Cultural Scalabitano (adulto e infantil) (António

Matias) e Grupo Coral da Associação dos

Trabalhadores do Metropolitano de Lisboa (João

Crisóstomo). Organização: Círculo Cultural

Scalabitano.

26 de maio - Concerto Mariano, na Igreja de

Nossa Senhora da Conceição, Queluz; com o

Orfeão da Covilhã (Paulo Serra). Organização:

GCQ e Junta de Freguesia de Queluz; apoio:

Paróquia de Nossa Senhora da Conceição.

2 de junho - Concerto integrado no evento

“Sintra Viva”, no Quartel de Queluz.

Organização: Câmara Municipal de Sintra.

23 de junho - Concerto “Peregrinação”, no

Palácio Nacional de Queluz. Organização: GCQ

e Junta de Freguesia de Queluz; apoio: PNQ.

Concertos previstos

27 de outubro (18:30) - Concerto “Gentes e

Poetas”, no Palácio Nacional de Queluz.

Organização: GCQ e Junta de Freguesia de

Queluz; apoio: PNQ.

Atividades: 100 anos Lavadouro

Comemorações do 100.º Aniversário do

“Lavadouro Público de Queluz”:

1 a 28 de fevereiro - Exposição “De Lavadouro

Público a Sede do GCQ: 15 anos de atividades”.

1 a 28 de fevereiro - Exposição exterior:

“Estendal 100 anos Lavadouro; 15 anos GCQ”.

3 de fevereiro - Descerrar da “Telha Centenária”,

na Sede.

3 de fevereiro - Percurso da Água, em Queluz;

coordenado por Manuel Marques.

8 de fevereiro - Convívio “Água e mais Líquidos”;

animado por karaoke.

17 de fevereiro - “Chá com Música”; prova de

chás a seguir a Concerto Coral.

24 de fevereiro - Sessão de Poesia: “Água e

outros temas”; coordenada por Maria de Lurdes

Esteves.

Outras Atividades realizadas

13 de janeiro - Festa de Ano Novo e Aniversário,

na Sede.

4 e 5 de maio - Exposição de pintura de Isabel

Oliva, na Sede.

1 de junho - Noite de teatro: “A Farsa de Mestre

Pathelin”, na Sede; pelo Grupo de Teatro do

Ginásio Clube de Queluz.

15 de junho - Convívio de Santos Populares, na

Sede; animado por karaoke e com quiz sobre o

GCQ.

27 de julho - Festa de fim de ano coral, na Sede.

Uma Curiosidade…

MUITA M****

Significado: Expressão bastante utilizada

nos meios artísticos como forma de expressar

sucesso e felicidade a um colega.

Origem: Nos séculos XVI e XVII, a maioria

dos frequentadores de espetáculos pertencia a

uma classe social que se deslocava em

carruagens puxadas por cavalos. Quanto maior

era a assistência, mais carruagens circulariam

na rua do teatro, gerando assim uma maior

quantidade de excrementos de animal nas ruas.

(Informação retirada de pacote de açúcar

"Chave d’Ouro Cafés")

Espaço Lavadouro Beco do Capucho 2745-086 QUELUZ

Email: [email protected] Facebook: Grupo Coral de Queluz