Agosto 2011

“Estimo ter podido concluir o Hospital que mandei construir para descansardes dos vossos trabalhos.” Estas foram as palavras que Sua Alteza Real a Princesa Dª Maria Francisca Benedita dirugiu aos 16 veteranos militares que aqui deram entrada no dia 25 de Julho de 1827. Para além do Centésimo Octogésimo Quarto aniversário da fundação do Hospital Real de Inválidos Militares, data por si já festiva, faz hoje, ainda 265 anos que nasceu a princesa que nos legou para além da obra física, o conteúdo social e humano génese do actual IASFA. Nesta data exorto todos os militares e civis que aqui prestam serviço, que continuem a demonstrar empenho, dedicação, elevado sentido de cumprir as nobres tarefas de servir aqueles e suas famílias que já serviram a Pátria e que hoje procuram o nosso CAS. Á familia de residentes asseguro que não vou poupar a esforços na procura da melhoria da qualidade dos serviços que temos vindo a contruir, contando com o apoio do conselho de direcção. Nada melhor nas comemorações do nosso aniversário que editar as memórias em pequenas “estórias” de Runa. Regozijo com mais uma participação de um colaborador voluntário no nosso boletim, - o senhor Engenheiro António Pinto de Morais, Assessor do Presidente do IASFA, que amávelmente se disponibilizou para recuperar a memória de muitos dos que contribuíram para a evolução desta casa. Segundo as suas palavras, “ todos os textos vão seguir o espírito humanista, meritório e vanguardista da Princesa D. Maria Benedita” Em nome de todos o nosso bem - haja.

Notícias do Director

Índice

Notícias do Director 1

Passeio Turístico ao Norte 2/3

Festa dos Santos Populares 4

Novos Residentes 4

O meu testemunho 5

Pitada de humor 5

Passatempo 6

Pequenas “estórias” de Runa.........6

Na nossa memória os que partiram 7

Nº 2 Bimensal

2ª | P á g i n a CAS RUNA Agosto 2011

PASSEIO TURISTICO AO NORTE

A Exmª.Direcção do CASRUNA, sempre atenta ao bem estar dos seus residentes, brindou-nos com mais um passeio turistico de 3 dias (17,18 e 19 de Maio), desta vez até ao Norte. E fazer turismo é viajar, conhecer outras terras e outras gentes e porque não dizer até,outros costumes,visto que tudo isso tem o seu mérito.Por maioria foi escolhida a cidade do Porto como ponto de apoio, irradiando daí para outras paragens do Minho, a descrever mais à frente. Assim, cerca das 08H15 do dia 17, iniciou-se a viagem no autocarro da casa, conduzido pelo Sr.Mano, que dentro do seu competente profissionalismo, nos dá sempre a tranquilidade de uma boa viagem. Além do Subdirector do CASRUNA responsável pelo grupo, da nossa Assistente Social, DrªMargarida Leitão e da D.Rute, seguiam 20 residentes, o que totalizava um grupo de 24 pessoas. Como “passarinhos fora da gaiola, o semblante de todos era alegre. Indiferente a todo o bom ambiente que dentro dele se passava, a nossa viatura ia” engolindo”os quilómetros que faltavam para chegar à Mealhada onde fomos almoçar. Porém, antes de chegarmos a esta cidade,houve necesidade de pararmos em Cantanhede, onde ficou o casal Carvalho, ficando o grupo reduzido a 22 pessoas. Porque estavamos próximo do Buçaco e do Lus, opou-se por visitar estes 2 centros termais antes do almoço. Terminada esta visita, seguimos então para a mealhada, onde, como já foi referido,fomos almoçar no restaurante “Pedro dos Leitões”, onde fomos recebidos com muita simpatia e um esmerado serviço. A cidade da Mealhada com cerca de 4000 habitantes,é a sede de concelho com uma área de 111,14 Km2, pertencendo ao Distrito de Aveiro. Terminado o almoço, que a todos satisfez, continuou a viagem, agora em direcção à cidade do Porto, onde chegamos cerca das 18H00. Ficamos instalados nas belissimas instalações do CASPORTO, onde jantamos e dormimos, sendo notória a maneira simpática como fomos recebidos. No dia 18 depois do pequeno almoço, iniciamos a viagem em direcção à cidade de Braga,onde à entrada, nos aguardava uma representação do CASBRAGA,com a qual fizemos uma visita guiada. Dos principais monumentos ,destaca-se a Sé, o Palácio do Raio, o monumento evocativo à Força Aérea Portuguesa, os Santuários do Bom Jesus e do Sameiro, bem como a gigantesca escadaria do Bom Jesus, cujo santuário é ligado à cidade através de um elevador. Depois da visita ao Bom Jesus, almoçamos na Albergaria do Sameiro,na companhia de 2 representantes do CASBRAGA, aos quais agradecemos a simpatia como nos receberam e nos acompanharam desde a chegada até à partida. Depois do almoço, ainda visitamos o Santuário do Sameiro. Terminada esta visita, cerca das 15H00,iniciamos a viagem de regresso ao Porto, onde jantamos e pernoitamos. No dia 19, depois do pequeno almoço iniciamos, de autocarro, uma visita guiada pela Assistente Social do CASPORTO,que com muita simpatia nos ia descrevendo os pontos principais da cidade,por onde passamos.Tratando-se da segunda cidade do país e tendo em atenção o seu intenso movimento,o autocarro só teve oportunidade de parar

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Nº 2 Bimensal

3ª | P á g i n a CAS RUNA Agosto 2011

para nos apearmos, junto à Sé e ao Pavilhão Rosa Mota, outrora conhecido por Palácio de Cristal. O perfil da cidade Invicta é o Douro e o granito. O ex-libris desta cidade , é a Torre e Igreja dos Clérigos,considerados património mundial. A torre de 75 metros de altura, dispõe de 6 andares, bem como de uma escadaria em espiral com 225 degraus. O tempo de que dispunhamos ainda nos permitiu fazer um passeio de autocarro à beira rio até à Foz, seguindo depois pela Avenida da Boavista e seguidamente para o CASPORTO, dado que se aproximava a hora de almoço. Depois deste e um pequeno descanço, iniciamos a viagem de regresso a casa. No final destes 3 dias inolvidaveis, há que fazer um balanço desta jornada que considero a melhor de todas.A começar pela sorte que tivemos com o tempo,passando pela organização impecável mercê do trabalho árduo da nossa Assistente Social,DrªMargarida Leitão, que coadjuvada pela D. Rute, resolveram todos os problemas que lhe surgiram.O seu mérito esteve sempre nas atitudes de entreajuda a que não se pouparam. A presença amiga por parte do ExmºTenente Coronel Eleutério, muito contribuiu para que tudo corresse da melhor maneira.

Um Residente

C.Gomes

Nº 2 Bimensal

4ª | P á g i n a CAS RUNA Agosto 2011

FESTA DOS SANTOS POPULARES No dia 25 de Junho, tal como o fazemos anualmente, festejámos os Santos Populares. A festa contou com a presença de muitos beneficiários, num convívio muito agradável e animado onde não faltou a bela sardinha assada, os manjericos e a quermesse. A abrilhantar esta festa contámos com a Marcha Popular do CAS Runa, integrada por um grupo de 9 residentes, 3 funcionários e 2 voluntários; contámos também com a presença do Grupo Nova Athenas e com o Grupo de Danças de Salão do Clube Artístico e Comercial de Torres Vedras.

NOVOS RESIDENTES

O mês de Maio de 2011 (Mês de Maria) deu para o nosso convívio (CASRUNA) mais duas senhoras, por sinal duas Marias.

23 de Maio a D. Maria Cremilde Miranda que veio de Lisboa e, 29 de Maio a D. Maria Amélia Correia Matias de Andrade e Silva, também

vinda de Lisboa. São duas Senhoras com ar calmo e aspecto fino a quem nós desejamos as

maiores felicidades. Prometemos desde já que cá estaremos para as apoiar e lhes dar toda a nossa amizade e carinho.

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5ª | P á g i n a CAS RUNA Agosto 2011

TESTEMUNHO

Já vai longe o ano de 1967 quando recebi ordem para ser transferido do A.M. 61 (Vila Cabral), para o A.M. 62 (Mueda).

Todos os transportes eram, por escassez de meios, rentabilizados ao máximo e assim sendo a DO 27 em que embarquei em Vila Cabral, por sinal sozinho com o piloto, teve que escalar Nova Freixo para fazer embarcar mais militares e um equipamento de rádio avariado que necessitava reparação em Nampula. A primeira necessidade foi arrumar, o melhor possível, o equipamento de rádio que só por si ocupava quase todo o espaço disponível. No espaço que sobrava lá nos fomos encaixando o melhor que pudemos. Antes de levantarmos voo lá me arrumei de costas para a porta num espaço mínimo. É claro que ninguém consegue ficar numa posição tão incómoda mais que um tempo razoável. Mais ou menos uma hora após a descolagem, pelo incómodo da posição tentei mudar-me um pouco. Até aqui tudo normal só que ao mudar-me inadvertidamente, com o meu cinturão da farda, toquei no fecho da porta abrindo-se aquela em pleno voo, o que me provocou um susto tremendo já que por pouco não caí do avião. Porque em voo não se conseguia fechar a porta e assim não podiamos continuar o piloto teve que fazer uma aterragem forçada em pleno mato. O comentário do piloto, já em terra, foi que “só poderia ter sido Deus a livrar-nos de termos tido um acidente”. Infelizmente o referido Oficial Piloto viria a falecer mais tarde naquela ex-Provincia Ultramarina. Um Residente Pratas

PENSAMENTO

TEMOS DE AGRADECER A NOSSA IDADE, POIS A VELHICE É O PREÇO DE ESTARMOS VIVOS.

HUMOR (anedota)

O homem sentado na sua varanda de casa a beber uma cerveja ao lado da mulher e dizer “ADORO-TE”. A mulher responde…”Isso já é a cerveja a falar”? Naaaaaaaaaaaão “Sou eu a falar com a cerveja”…!!!!!

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6ª | P á g i n a CAS RUNA Agosto 2011

SOLUÇÃO DO PASSATEMPO “NOMES DE INSECTOS VULGARES”

ZANGÃO BESOURO

TROMBETEIRO MELGA VESPA

BICHA-CADELA

ABELHA

PIRILAMPO JOANINHA

MOSCA ESCARAVELHO VACA-LOIRA

BARATA BORBOLETA MOSCARDO

Temos que reconhecer que não era fácil identificar toda esta bicharada.

PEQUENA “ESTÓRIA” DE RUNA

HYMNO DOS INVALIDOS MILITARES DE RUNA …. Uma dessas memórias de Runa é o Hymno dos Invalidos Militares de

Runa, referenciado no Volume 2 do Cancioneiro de Musicas Populares: colecção recolhida e escrupulosamente trasladada para canto e piano”, compilado por Cesar A. das Neves, com coordenação da parte poética por Gualdino de Campos. A obra, publicada em fascículos quinzenais entre 1893 e 1899, foi editada pela Typographia Occidental do Porto e mereceu na altura um prefácio do. Dr. Teophilo Braga, futuro Presidente do Governo Provisório da República Portugusesa, saído da revolução de 5 de Outubro de 1919.

Nesse texto a música é referida como sendo “conhecida desde 1860, que foi o primeiro adoptado pela comunidade de festejos patrióticos do 1º Dezembro de 1640”. E realmente trata-se da música do tradicional Hymno da Independência, com texto alterado. Por quem? Das pesquisas efectuadas pensamos que a música, e a própria letra, se baseiam no Hino da Restauração, musicado por Eugénio Ricardo de Almeida para o drama “1640 ou a Restauração de Portugal” (1862?).

O tema é clássico na construção das marchas e hinos militares que, numa altura de convulsão interna e externa europeia (a História repete-se) defendia os ideais nacionais e patrióticos.

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7ª | P á g i n a CAS RUNA Agosto 2011

NA NOSSA MEMÓRIA OS QUE PARTIRAM

Sra D. Isaura Henriques Valadas – 1/7/2011 Foi com tristeza que no dia 1 de Julho recebemos a notícia da morte da Sra D. Isaura Henriques Valadas. Há cerca de um mês tinha festejado os seus 99 anos de idade, altura em que todos partilhámos a sua alegria e a sua esperança de alcançar o centenário, mas, a sua situação de saúde não o permitiu. Figura bem conhecida de todos nós, residia no CAS há cerca de 11 anos, demonstrando sempre um enorme carinho por esta casa que considerava sua.

Rua da Princesa Dª Maria Francisca Benedita EN 248 ao Km6 2565-752 RUNA

Telefone: 261330070 Fax: 261315842

Correio Electrónico - casruna@iasfa.pt

Realçamos o refrão, retirado do texto global “Avante meus bravos / Que além o tambor / Convida a marchar / Coragem, valor!...”. Esse refrão é, pelo menos, curioso, já que tem uma métrica similar à do Hino de Runa e ao futuro Hino Nacional, ainda hoje em vigor “Às armas, às armas / O ferro empunhar/ A Pátria nos chama/ Convida a lutar” e foi utilizado em diversos hinos ligados à restauração e independência. Texto de : António Pinto de Morais / Assessor

do Presidente do IASFA