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Japão indeniza refugiados de Fukushima para salvar economia 14 maio 2011 O governo japonês vai financiar as indenizações aos milhares de refugiados de Fukushima. A decisão anunciada hoje por Tóquio põe fim ao diferendo entre a companhia elétrica Tepco, os bancos e o governo sobre quem vai pagar a crise nuclear. A comparticipação do estado no plano de indenizações pretende evitar a bancarrota da principal companhia de eletricidade do Japão. Para este analista econômico, “é importante assegurar a estabilidade do fornecimento de energia elétrica e compensar as vítimas à altura das perdas. E não conceder este dinheiro teria um impacto significativo nos mercados financeiros” Para financiar a TEPCO o governo deverá adquirir grande parte das ações da companhia, assim como emitir obrigações especiais nos mercados internacionais. As agências de notação internacionais tinham revisto em baixa a classificação da empresa, depois de ter sido detectada uma nova fuga num dos reatores da central de Fukushima. “Sentimo-nos abandonados”, afirma um pescador em Kesennuma. “Não acredito que nos paguem as indenizaçôes”. Nesta localidade pisca tória, a reconstrução deverá demorar cerca de cinco anos, mas o maior problema continua a ser a alta concentração de radioatividade nas águas costeiras. O responsável da lota da localidade, lembra, “nós não podemos exportar o peixe, o governo vai ter que nos ajudar”. No total são mais de 200 mil os refugiados de Fukushima, quase metade vivem fora da zona de exclusão de 20km em torno da central. Os analistas calculam que, com o agravar da situação, o valor das indenizações possa ultrapassar os 130 mil milhões de euros. Fonte: Euronews Europa enfrenta crise de refugiados 14 maio 2011 O êxodo de milhares de africanos subsaarianos, que antes era travado na Líbia por um acordo com a Itália, atingiu proporções dramáticas. Os barcos que saem da Líbia não agüentam tantos passageiros de uma vez e acabam todos com problemas técnicos ou falta de combustível em alto mar. Mesmo quando a polícia marítima italiana e os voluntários acorrem, nem sempre conseguem salvar todos os imigrantes, como foi o caso do barco que bateu contra as rochas há dois dias. O Alto Comissariado da ONU para os refugiados calcula que 800 pessoas terão desaparecido no Mar Mediterrâneo desde o dia 25 de Março, depois da

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Page 1: Notícias - Ao redor do mundo

Japão indeniza refugiados de Fukushima para salvar economia

14 maio 2011

O governo japonês vai financiar as indenizações aos milhares de refugiados de Fukushima. A decisão anunciada hoje por Tóquio põe fim ao diferendo entre a companhia elétrica Tepco, os bancos e o governo sobre quem vai pagar a crise nuclear. A comparticipação do estado no plano de indenizações pretende evitar a bancarrota da principal companhia de eletricidade do Japão. Para este analista econômico, “é importante assegurar a estabilidade do fornecimento de energia elétrica e compensar as vítimas à altura das perdas. E não conceder este dinheiro teria um impacto significativo nos mercados financeiros”

Para financiar a TEPCO o governo deverá adquirir grande parte das ações da companhia, assim como emitir obrigações especiais nos mercados internacionais. As agências de notação internacionais tinham revisto em baixa a classificação da empresa, depois de ter sido detectada uma nova fuga num dos reatores da central de Fukushima. “Sentimo-nos abandonados”, afirma um pescador em Kesennuma. “Não acredito que nos paguem as indenizaçôes”.

Nesta localidade pisca tória, a reconstrução deverá demorar cerca de cinco anos, mas o maior problema continua a ser a alta concentração de radioatividade nas águas costeiras. O responsável da lota da localidade, lembra, “nós não podemos exportar o peixe, o governo vai ter que nos ajudar”.

No total são mais de 200 mil os refugiados de Fukushima, quase metade vivem fora da zona de exclusão de 20km em torno da central. Os analistas calculam que, com o agravar da situação, o valor das indenizações possa ultrapassar os 130 mil milhões de euros.

Fonte: Euronews

Europa enfrenta crise de refugiados

14 maio 2011

O êxodo de milhares de africanos subsaarianos, que antes era travado na Líbia por um acordo com a Itália, atingiu proporções dramáticas. Os barcos que saem da Líbia não agüentam tantos passageiros de uma vez e acabam todos com problemas técnicos ou falta de combustível em alto mar. Mesmo quando a polícia marítima italiana e os voluntários acorrem, nem sempre conseguem salvar todos os imigrantes, como foi o caso do barco que bateu contra as rochas há dois dias.

O Alto Comissariado da ONU para os refugiados calcula que 800 pessoas terão desaparecido no Mar Mediterrâneo desde o dia 25 de Março, depois da

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escala na Líbia. Uma realidade dramática que teve mais destaque com a alegada falta de assistência da NATO a uma embarcação que esteve à deriva durante 16 dias. A NATO desmentiu a acusação, publicada pelo The Guardian, segundo a qual 61 imigrantes foram deixados à fome e à sede, mesmo depois da passagem de um helicóptero e do porta-aviões francês Charles de Gaulle. E a obrigação de prestar socorro abrange todas as embarcações, como lembra a porta voz do Alto Comissariado da ONU:

“Estamos a pedir aos navios, comerciais e militares, para estarem especialmente vigilantes a todos estes barcos de refugiados que tentam escapar da violência da Líbia, até porque muitos barcos não estão em condições de navegar”.

Desde o início do ano, 10 mil pessoas chegaram a Lampedusaem em fuga dos conflitos da África do Norte ou simplesmente em busca do El Dorado. Muitos dos sobreviventes da viagem da Líbia contaram que foram obrigados a embarcar por soldados de Kaddafi.

Dinamarca retoma controle de fronteiras para barrar imigrantes

12 maio 2011

A Dinamarca se tornou o primeiro país da União Européia a romper com o tratado de livre circulação no bloco para controlar a entrada de imigrantes procedentes de países árabes devido à onda de revoltas.

O ministro de Finanças do país, Claus Hjort Frederiksen, anunciou nesta quarta-feira (11) que a Dinamarca vai restabelecer o controle em suas fronteiras com a Alemanha e a Suécia, após um acordo entre o governo e a extrema-direita do país. “Chegamos um acordo para restabelecer o quanto antes as inspeções aduaneiras nas fronteiras”, disse o ministro à imprensa. Os novos controles devem começar a funcionar em três semanas, disse.

A Dinamarca não pode restabelecer qualquer tipo de controle em suas fronteiras por fazer parte do espaço de livre circulação europeu de Schengen. “Tudo será feito dentro dos limites de Schengen”, disse o ministro.

Diante da chegada de inúmeros imigrantes procedentes do norte da África desde o início da onda de revoltas antigoverno nos países árabes, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, pediram no final de abril uma reforma no tratado de Schengen. Os governantes pediram em particular a Bruxelas que “examine a possibilidade de restabelecer temporariamente o controle nas fronteiras internas” dos países membros do espaço Schengen “em caso de dificuldades excepcionais na gestão das fronteiras exteriores comuns”.

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ACNUR condena o ataque a tiros contra solicitantes de refúgio somalis em Moçambique

GENEBRA, 6 de maio (ACNUR) – O Alto Comissariado da ONU para refugiados (ACNUR) está gravemente preocupado com o recente ataque a tiros contra quatro solicitantes de refúgio somalis pela polícia em Moçambique.

O incidente fatal, que ocorreu no dia 29 de abril, foi confirmado à Agência da ONU para Refugiados por seu parceiro governamental em Moçambique, o Instituo Nacional para Assistência a Refugiados (INAR). O tiroteio teria ocorrido supostamente na província de Cabo Delgado, em uma localidade chamada Namoto.

No momento o ACNUR está tentando obter, com as autoridades moçambicanas em Maputo, mais detalhes sobre as circunstâncias em que ocorreram os assassinatos. As autoridades lançaram uma investigação sobre o ocorrido.

O ACNUR pede ao Governo de Moçambique que respeite os direitos humanos dos solicitantes de refúgio e que tome as medidas necessárias para que os autores dos crimes sejam responsabilizados.

Alto Comissário do ACNUR pede apoio para os países que recebem refugiados

WASHINGTON, DC, Estados Unidos, 4 de maio (ACNUR) – O Alto Comissário da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), António Guterres, pediu à comunidade internacional uma maior solidariedade global para lidar com as atuais revoltas e crises humanitárias.

“Uma dimensão do deslocamento frequentemente esquecida é a contribuição dos países vizinhos que fazem fronteira com os países em conflito”, disse Guterres a jornalistas, nesta terça-feira, no Clube de Imprensa Nacional em Washington. “Esses países geralmente são pobres, vulneráveis e correm o risco de futura instabilidade. Eles precisam que a assistência internacional ajude a apoiar os refugiados e populações deslocadas”.

Os funcionários do ACNUR estão atualmente empenhados nas amplas emergências humanitárias ao redor do mundo, incluindo as crises na Líbia e na Costa do Marfim. Em ambos os casos, os países vizinhos que saem de suas próprias crises – Tunísia, Egito e Libéria –, receberam um grande número de refugiados.

Guterres disse que, num tempo em que muitos países estão fechando suas fronteiras para os que necessitam de proteção, a Tunísia e o Egito são bons

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exemplos ao compartilhar seus limitados recursos com as pessoas que fugiram da Líbia. “Em uma viagem recente [à fronteira Líbia-Tunísia], eu presenciei tunisinos pobres vindo à fronteira para ajudar os refugiados, dividindo com eles seus recursos. Eu os vi dando comida, cobertores, ou qualquer coisa que tivessem”, ele disse. A mesma generosidade foi demonstrada na fronteira com o Egito.

Na Tunísia e no Egito, o ACNUR e a Organização Internacional para as Migrações (OIM) trabalharam em conjunto para repatriar dezenas de milhares de trabalhadores migrantes que fugiram da Líbia. O ACNUR tem se concentrado em buscar uma solução para os refugiados de terceiros países, que foram deslocados duas vezes, e principalmente os de origem subsaariana, barrados na fronteira após deixar a Líbia e impossibilitados de retornar a seus países de origem.

Guterres estabeleceu ações específicas para aliviar o ônus dos países que recebem os refugiados; dentre elas está um pedido aos países de reassentamento para que aceitem cerca de 3 a 4 mil refugiados de países subsaarianos, deslocados pelo conflito na Líbia.

Ele também destacou a necessidade de assistência para o desenvolvimento, em particular, para fornecer trabalho a jovens desempregados e estudantes com graduação universitária. Por fim, Guterres pediu políticas migratórias proativas, que permitam que refugiados e outros migrantes em risco encontrem segurança e proteção no mundo industrializado.

Guterres também enfatizou o papel que a Libéria teve na crise na Costa do Marfim. “A Libéria se encontra em uma situação muito difícil e, mesmo assim, abriu sua fronteira aos refugiados. Em uma visita recente, eu vi liberianos dando sementes de arroz a refugiados. A Libéria está em uma situação de transição complexa entre guerra, a paz e democracia e, novamente, nós conseguimos enxergar generosidade”, disse, referindo-se à longa guerra civil no país finalizada somente em 2003.

Enquanto visitava Washington nesta semana, o Alto Comissário destacou a necessidade de apoio massivo em termos políticos e financeiros, principalmente vindos da América do Norte e da Europa, aos países que recebem refugiados. Esse apoio é necessário para o estabelecimento de regimes democráticos efetivos e para auxiliar na melhoria das condições de segurança nos níveis regional e global.

“O mundo precisa demonstrar solidariedade com a Tunísia, o Egito e a Libéria, da mesma forma que eles fizeram com os refugiados”, disse Guterres. “O sucesso das revoluções e a ascensão de sociedades democráticas é de grande interesse para o mundo ocidental”.