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12,3 milhões sem direitos laborais por Lusa 13 Maio 2009 Mais de 12,3 milhões de pessoas no mundo estão sujeitas a algum tipo de trabalho forçado, não recebendo os 20 mil milhões de dólares (cerca de 14,6 mil milhões de euros) por ano que, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), deveriam auferir. Num relatório divulgado ontem em Genebra, a OIT afirma que este valor foi calculado a partir dos salários que essas pessoas deviam receber se todos os seus direitos laborais fossem respeitados. A organização estima em 12,3 milhões o número de pessoas afectadas por um fenómeno que "tem um alcance verdadeiramente mundial". O director do Programa de Acção Contra o Trabalho Forçado da OIT, Roger Plant, disse na apresentação do relatório que a organização constata o crescente número de "práticas fraudulentas e até criminosas que assentam no trabalho forçado" e alerta para o risco de aumentarem ainda mais num contexto de crise económica. Segundo a definição da OIT, o trabalho forçado implica coacção e envolve dois elementos básicos: a exigência de trabalho sob ameaça de penalização e a sua realização involuntária Terça-Feira, 22 Setembro 2009 - 17:14 (Açores 16:14) Trabalhadores portugueses na Suiça perdem direitos laborais Terça-Feira, 25 Setembro de 2007 A partir de 1 de Outubro, os cerca de 80 mil trabalhadores da construção civil na Suiça perdem o contrato colectivo de trabalho, já que este será rescindido unilateralmente pelo patronato suíço. Uma decisão que trará "consequências desastrosas", aos trabalhadores portugueses, como alerta Margarida Pereira, secretária 2009-05-13 1230357

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Page 1: Noticia Direitos Laborais

12,3 milhões sem direitos laborais

por Lusa 13 Maio 2009

Mais de 12,3 milhões de pessoas no mundo estão sujeitas a algum tipo de trabalho forçado, não recebendo os 20 mil milhões de dólares (cerca de 14,6 mil milhões de euros) por ano que, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), deveriam auferir.

Num relatório divulgado ontem em Genebra, a OIT afirma que este valor foi calculado a partir dos salários que essas pessoas deviam receber

se todos os seus direitos laborais fossem respeitados.

A organização estima em 12,3 milhões o número de pessoas afectadas por um fenómeno que "tem um alcance verdadeiramente mundial".

O director do Programa de Acção Contra o Trabalho Forçado da OIT, Roger Plant, disse na apresentação do relatório que a organização constata o crescente número de "práticas fraudulentas e até criminosas que assentam no trabalho forçado" e alerta para o risco de aumentarem ainda mais num contexto de crise económica.

Segundo a definição da OIT, o trabalho forçado implica coacção e envolve dois elementos básicos: a exigência de trabalho sob ameaça de penalização e a sua realização involuntária

Terça-Feira, 22 Setembro 2009 - 17:14 (Açores 16:14)

Trabalhadores portugueses na Suiça perdem direitos laborais

Terça-Feira, 25 Setembro de 2007

A partir de 1 de Outubro, os cerca de 80 mil trabalhadores da construção civil na Suiça perdem o contrato colectivo de trabalho, já que este será rescindido unilateralmente pelo patronato suíço. Uma decisão que trará "consequências desastrosas", aos trabalhadores portugueses, como alerta Margarida Pereira, secretária sindical do UNIA. São 20 mil os trabalhadores portugueses do sector e que deixam de ter o 13º salário, os subsídios de alimentação, de férias e de indemnização como direitos adquiridos.

Criado há 70 anos, o contrato colectivo de trabalho da construção civil, é um acordo negociado e assinado pelos parceiros sociais, o patronato e os sindicatos. No contrato colectivo estão inscritos os salários mínimos obrigatórios e todos os outros direitos laborais e sociais acordados entre as empresas e os sindicatos. "Ali estão regulamentados os salários mínimos obrigatórios, o 13º salário, os subsídios de alimentação e de férias, o direito a cinco ou seis semanas de férias, a protecção em caso de doença ou de despedimentos, entre outros direitos", revela Margarida Pereira, portuguesa, secretária do UNIA, o maior sindicato suíço, com 200 mil trabalhadores inscritos.

São cerca de 80 mil os trabalhadores da construção civil na Suiça, com contrato colectivo de trabalho. Desses, 20 mil são portugueses, ou seja, um quarto do total. Por contabilizar estão os trabalhadores temporários e, neste grupo, muitos são portugueses. "Para a nossa comunidade é muito grave esta situação.

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As entidades patronais, no fundo, estão interessadas em manter um regime de grande flexibilização no mercado de trabalho. Pretendem, com o mínimo pretexto, despedir os trabalhadores e terem essa carta branca para o fazer e depois manterem uma certa instabilidade no que diz respeito aos salários e a outros direitos sociais e laborais dos trabalhadores. É uma situação bastante preocupante até porque estamos convencidos que se vai agudizar a partir do próximo dia 1 de Outubro", como afirmou ao Emigrante/Mundo Português, Manuel Beja, Conselheiro das Comunidades pela Suiça.

Com o fim do contrato colectivo de trabalho, os trabalhadores permanentes por ele abrangidos, passam "a sofrer as mesmas consequências que estão a sofrer hoje parte dos trabalhadores temporários", alerta Manuel Beja.

O contracto colectivo é rescindido e, neste momento e não está nada previsto que haja a possibilidade de sindicatos e patrões negociarem outro. Nem será essa a intenção do patronato, segundo os sindicalistas que consideram que os patrões já pretendem há muito tempo uma liberalização total do sector da construção civil. "A partir de 1 de Outubro, o patrão passa a ter liberdade total de decisão, deixam de poder haver inspecções para saber se estes estão a cumprir as regras", explica Margarida Pereira.

Com o fim com contrato colectivo de trabalho da construção civil, o sector passa a seguir a lei laboral geral, que rege todos os sectores, e que, segundo Manuel Beja e Margarida Pereira, garante apenas direitos mínimos. "É uma situação bastante complicada. Os contratos colectivos são uma posição de maior reforço em relação à lei laboral que, na Suiça, limita-se às garantias mínimas obrigatórias", destaca o conselheiro das Comunidades.

Portugueses indignados

Para Manuel Beja, "é uma situação de total anarquia, a que se prevê a partir de 1 de Outubro". Os portugueses que trabalham na construção civil na Suiça, estão abrangidos por esse contrato colectivo e, na sua maioria, são profissionais "altamente especializados, com especializações feitas na própria Suiça". Trabalhadores que neste momento "estão indignados", sublinha por sua vez a secretária sindical. "Estão revoltados, principalmente aqueles que estão há mais tempo na Suiça e acompanharam a evolução do contrato colectivo e os direitos que foram sendo adquiridos", relata.

A manifestação que ocorreu em Zurique, no dia 22 deste mês, pode bem ser uma amostra dessa «indignação». Cerca de seis mil trabalhadores portugueses do sector participaram na concentração que reuniu 17 mil pessoas no total, de todos os cantões da Suiça e de várias nacionalidades. "Na manifestação, por todo o lado se ouvia falar português", comenta Margarida Pereira.

Com a relutância do patronato em regressa à mesa de negociações, resta aos sindicatos, a partir de 1 de Outubro, «fiscalizar» as situações em que ocorram baixas de salários e denunciá-las. Entretanto, em votações secretas realizadas entre os trabalhados em todo o país, cerca de 85 por cento disseram «sim» à greve. Margarida Pereira revela que estas deverão ocorrer um pouco por todo o país, nomeadamente nas principais cidades e naquelas onde estejam em curso obras de grande envergadura, como as infra-estruturas que estão a ser construídas para o Europeu de Futebol que se realiza no próximo ano na Suiça e na Áustria. Segundo Margarida Pereira, os trabalhadores portugueses estão entre aqueles "dispostos a não aceitar a situação e a lutar".