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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE EDUCA˙ˆO E SADE UNIDADE ACAD˚MICA DE EDUCA˙ˆO PER˝ODO 2011.2 TURNO: DATA: PROFESSORA: CLIA MARIA RUFINO FRANCO Aluno (a): ____________________________________ NOTAS DE AULAS DE `LGEBRA LINEAR

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE EDUCAÇÃO E SAÚDE

UNIDADE ACADÊMICA DE EDUCAÇÃO

PERÍODO 2011.2

TURNO:

DATA:

PROFESSORA: CÉLIA MARIA RUFINO FRANCO

Aluno (a): ____________________________________

NOTAS DE AULAS DE ÁLGEBRA LINEAR

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Capítulo 1

Matrizes, Determinantes e Sistemas

de Equações Lineares

1.1 Matrizes

De�nição 1.1 Chamamos de matriz de ordemm�n uma tabela dem�n elementos (números

reais ou complexos, funções ou ainda outras matrizes) dispostos em m linhas e n colunas:

Am�n =

26666664a11 a12 a13 � � � a1n

a21 a22 a23 � � � a2n...

......

......

am1 am2 am3 � � � amn

37777775A matriz Am�n pode ser representada por

Am�n = [aij]m�n ; 1 � i � m e 1 � j � n

onde i indica a i-ésima linha e j indica a j-ésima coluna.

Uma matriz em que m 6= n (no de linhas diferente do no de colunas) é denominada

matriz retangular.

1

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Exemplos 1

A =

266643x �2

1 3

0 x

37775 B =h3 0 1

iC =

24 5 �10 2

35 D1�1 = [5] :

1.1.1 Tipos Especiais de Matrizes

Consideremos uma matriz com m linhas e n colunas denotada por Am�n:

1. Matriz-Coluna (n = 1) 26666664a1

a2...

am

37777775A matriz-coluna de ordem m � 1 pode representar as componentes de um vetor

(a1; a2; � � � ; am):

2. Matriz-Linha (m = 1)

A1�n = [a1 a2 � � � an] :

3. Matriz Quadrada: É aquela cujo número de linhas é igual ao número de colunas

(m = n)

Ex: A =

24 �1 0

5 4

35 ; B = [�5] :Em geral, uma matriz quadrada de ordem n por n (ou simplesmente n) é da forma:

An�n =

26666664a11 a12 � � � a1n

a12 a22 � � � a2n...

.... . .

...

an1 an2 � � � ann

37777775Os elementos aij da diagonal principal são tais que i = j e os elementos da diagonal

secundária têm a propriedade: i+ j = n+ 1:

2

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4. Matriz Nula: É aquela em que aij = 0; para todo i; j:

Ex: A =

24 0 0

0 0

35 ; B =266640 0

0 0

0 0

37775 :5. Matriz Diagonal: É uma matriz quadrada onde aij = 0 para i 6= j:

Ex: A =

24 0 0

0 1

35 ; B =

266648 0 0

0 �1 0

0 0 2

37775 :6. Matriz Escalar: É uma matriz diagonal que tem os elementos aij iguais para i = j:

Ex: A =

26664�1 0 0

0 �1 0

0 0 �1

37775 :7. Matriz Identidade: É uma matriz escalar que tem os elementos aij = 1 para i = j:

Ex: I =

24 1 0

0 1

35 ; I =

266641 0 0

0 1 0

0 0 1

37775 :8. Matriz Triangular Superior: É uma matriz quadrada onde todos os elementos abaixo

da diagonal principal são nulos, isto é, aij = 0 para i > j:

Ex: A =

24 �1 5

0 2

35 ; B =

266641 5 2

0 3 2

0 0 �1

37775 :9. Matriz Triangular Inferior: É uma matriz quadrada que tem os elementos aij = 0 para

i < j:

Ex: A =

266641 0 0

2 5 0

3 �1 �2

37775 :

3

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10. Matriz Simétrica: É uma matriz quadrada onde aij = aji:

Ex: A =

266644 3 5

3 2 �1

5 �1 1

37775 :De�nição 1.2 Duas Matrizes A = [aij]m�n e B = [bij]r�s são iguais se m = r; n = s e

aij = bij; isto é, se possuem a mesma ordem e se os elementos correspondentes são iguais.

Ex:

24 32 0 log5 25

2 2�2 �8

35 =24 9 cos(�=2) 2

2 1=4 �8

35 :Exercício 1 Calcular os valores de m e n para que as matrizes A e B sejam iguais.

A =

24 8 15n

12 +m 3

35 e B =

24 8 75

6 3

35 :Operações com Matrizes

Consideremos as tabelas abaixo que descrevem a produção de grãos em dois anos

consecutivos.

Produção de Grãos(em toneladas) durante o 1o ano

Soja Feijão Arroz Milho

Região A 3000 200 400 600

Região B 700 350 700 100

Região C 1000 100 500 800

Produção de Grãos(em toneladas) durante o 2o ano

Soja Feijão Arroz Milho

Região A 5000 50 200 0

Região B 2000 100 300 300

Região C 2000 100 600 600

4

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Se quisermos montar uma tabela que dê a produção por produto e por região nos dois anos

conjuntamente teremos que somar os elementos correspondentes das duas tabelas anteriores

e obtemos:

Produção de Grãos(em toneladas) durante os dois anos

Soja Feijão Arroz Milho

Região A 8000 250 600 600

Região B 2700 450 1000 400

Região C 3000 200 1100 1400

Suponhamos agora que a previsão para a safra do terceiro ano será o triplo da produção

do primeiro. Qual a matriz de estimativa de produção para o terceiro ano?

De�nição 1.3 (Adição de Matrizes): A soma de duas matrizes de mesma ordem A =

[aij]m�n e B = [bij]m�n é uma matriz de ordem m� n de�nida e denotada por

A+B = [aij + bij]m�n :

Exemplo 1.1

24 1 3 �2

5 0 8

35+24 0 �1 5

2 �2 4

35 =24 1 2 3

7 �2 12

35 :Propriedades da Adição de Matrizes: Dadas as matrizes A; B e C de mesma ordem

m� n; temos:

1. A+B = B + A (comutativa)

2. (A+B) + C = A+ (B + C) (associativa)

3. A+Om�n = A; onde Om�n denota a matriz nula.

De�nição 1.4 (Produto de uma Matriz por um Escalar) Sejam A = [aij]m�n e k um número

(real ou complexo), de�nimos:

k � A = [k � aij]m�n :

Exemplo 1.2 �3

24 1 �20 5

35 =24 �3 6

0 �15

35 :5

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Propriedades do Produto de uma Matriz por um Escalar: Dadas as matrizes A e

B de mesma ordem m� n e números k; k1 e k2; temos:

1. k(A+B) = kA+ kB

2. (k1 + k2)A = k1A+ k2A

3. k1(k2A) = (k1k2)A

4. 0 � A = Om�n

5. 1 � A = A:

Observação 1.1 A diferença A�B de duas matrizes de ordem m� n é dada por

A�B = A+ (�1)B = [aij � bij]m�n ;

onde A = [aij]m�n e B = [bij]m�n :

Exercício 2 Dadas as matrizes

A =

266642 3 8

�5 9 �6

7 4 �1

37775 ; B =26664�3 7 1

�4 2 5

0 9 4

37775 e C =

266647 �8 3

4 �3 2

9 �5 1

37775Calcular: A+B; C � A e 3A� 2B + 4C:

Produto de Matrizes

Imaginemos a seguinte situação: uma empresa compra "matéria-prima"(peças,

componentes, etc.) e os utiliza para fabricar "produtos". A matriz abaixo descreve a

6

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quantidade de matéria-prima utilizada na produção de cada produto

(P ) :

M1 M2 M3 � � � Mn

P1 a11 a12 a13 � � � a1n

P2 a21 a22 a23 � � � a2n

P3 � � � � � � � � � � � � a3n...

. . ....

Pm � � � � � � � � � � � � amn

onde aij é a quantidade de matéria-prima Mj utilizada na produção do produto Pi:

Vamos representar numa matriz de "custos"C o preço de cada matéria em condições

diferentes de compra (preço à vista, a prazo, para pequenas ou grandes compras, etc):

(C):

M1 M2 M3 � � � Mp

C1 b11 b12 b13 � � � b1p

C2 b21 b22 b23 � � � b2p

C3 � � � � � � � � � � � � b3p...

. . ....

Cn � � � � � � � � � � � � bnp

onde bij é o preço da matéria-prima Mi comprada nas condições Cj:

O produto P � C é uma matriz de ordem m � p cujos os elementos cij representam o

custo de se produzir o produto Pi comprando a matéria-prima nas condições Cj.

De�nição 1.5 Sejam A = [aij]m�n e B = [bij]n�p : O produto de A por B é de�nido pela

matriz AB = [cij]m�p ; onde

cij = ai1b1j + ai2b2j + � � � ainbnj =nXk=1

aikbkj:

Observação 1.2 Só podemos efetuar o produto de duas matrizes se o número de colunas da

primeira for igual ao número de linhas da segunda.

7

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Observação 1.3 O elemento cij da matriz produto é obtido, multiplicando os elementos

da i-ésima linha da primeira matriz pelos elementos correspondentes da j-ésima coluna da

segunda matriz, e somando estes produtos.

Exemplo 1.3 Sejam

A =

266641 2

3 �1

0 4

37775 e B =

24 1 �10 4

35 :Calcule AB: É possível efetuar o produto BA?

Observação 1.4 O produto de matrizes não é comutativo. Em geral AB 6= BA; podendo

um dos membros estar de�nido e o outro não.

Observação 1.5 Pode ocorrer de AB = O, com A 6= O e B 6= O; onde "O" é a matriz

nula.

Exercício 3 Sejam

A =

266641 �1 1

�3 2 �1

�2 1 0

37775 ; B =

266641 2 3

2 4 6

1 2 3

37775 :Calcule AB e BA:

Propriedades do Produto de Matrizes: Desde que sejam possíveis as operações, o

produto de matrizes tem as seguintes propriedades:

1. AI = IA = A; onde I é a matriz identidade.

2. A(B + C) = AB + AC (distributividade à esquerda)

3. (A+B)C = AC +BC (distributividade à direita)

4. A(BC) = (AB)C (associatividade)

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5. (kA)B = A(kB) = k(AB); k é um número

6. O � A = O e A �O = O; onde "O" é a matriz nula.

De�nição 1.6 (Matriz Transposta) Seja A = [aij] uma matriz de ordem m� n: A matriz

transposta de A é a matriz AT = [bij] de ordem n�m cujas linhas são as colunas de A; isto

é, bij = aji:

Ex : A =

266645 8

10 3

�1 0

377753�2

; AT =

24 5 10 �1

8 3 0

352�3

:

Propriedades da Matriz Transposta

1. Uma matriz A é simétrica se, e somente se, AT = A:

2. (A+B)T = AT +BT

3. (AT )T = A

4. (kA)T = kAT ; onde k é um número.

5. (AB)T = BTAT (observe a ordem!)

Exercício 4 Dadas as matrizes

A =

266641 3

0 2

2 4

37775 e B =

24 1 2

3 4

35veri�que a propriedade (5).

De�nição 1.7 (Matriz Anti - Simétrica): Dizemos que uma matriz quadrada A = [aij] é

anti-simétrica se AT = �A:

Ex : A =

24 0 2

�2 0

35 é anti-simétrica pois, AT =

24 0 �22 0

35 = �A:9

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Observação 1.6 Se A = [aij] é uma matriz anti-simétrica, então os elementos dispostos

simetricamente em relação à diagonal principal são opostos e os elementos da diagonal

principal são nulos.

Potência de uma Matriz Uma matriz quadrada A = [aij] pode ser multiplicada n

vezes por si mesma. Temos:

A2 = A� A

A3 = A� A� A = A2 � A

A4 = A� A� A� A = A3 � A...

An = A� A� A� A� � � � � An vezes

= An�1 � A

Exercício 5 Seja

A =

24 1 2

�1 1

35 :Calcule A2 e A3:

De�nição 1.8 (Matriz Idempotente): Dizemos que uma matriz quadrada A é idempotente

quando A2 = A:

Ex : A =

266642 �1 1

�3 4 �3

�5 5 �4

37775 e B =

24 1 0

0 1

35 :Exercício 6 Veri�que que, se A é idempotente então A n = A para n 2 N; n � 2:

De�nição 1.9 (Matriz Nihilpotente): Dada uma matriz quadrada An�n; se existir um

inteiro positivo p tal que Ap = On�n; dizemos que An�n é uma matriz Nihilpotente. Se p é o

menor inteiro positivo tal que Ap = On�n; dizemos que An�n é uma matriz Nihilpotente de

"índice"p:

10

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Observação 1.7 Se p é o índice de A; então: Am = On�n; para m � p:

Exercício 7 Encontre o índice da matriz

A =

266641 1 3

5 2 6

�2 �1 �3

37775e determine A100:

Exercício 8 Sejam A; B e C matrizes reais de ordem 3� 3 tais que A = [aij] é triangular

inferior, B = [bij] é diagonal e C = [cij] é anti-simétrica. Determine X = (ATB � 3C);

sabendo que aij = 2i� j para i � j, B =

26664�1 0 a

b 2 h

d 0 5

37775 e C =

26664e �1 h

i j k

0 �1 c

37775 :

1.2 Determinante

A toda matriz quadrada A = [aij] está associado um número real chamado determinante

de A e denotado por

det(A) ou jAj ou det [aij] :

Temos,

det [a] = a

det

24 a11 a12

a21 a22

35 =������ a11 a12

a21 a22

������ = a11a22 � a12a21:1.2.1 Desenvolvimento de Laplace

O determinante de uma matriz A de ordem 3� 3 é de�nido por:

det

26664a11 a12 a13

a21 a22 a23

a31 a32 a33

37775 =���������a11 a12 a13

a21 a22 a23

a31 a32 a33

��������� =11

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= a11a22a33 � a11a23a32 � a12a21a33 + a12a23a31 + a13a21a32 � a13a23a31:

Mas podemos escrever esta soma da seguinte forma:

a11(a22a33 � a23a32)� a12(a21a33 � a23a31) + a13(a21a32 � a22a31)

Ou seja,

a11

������ a22 a23

a32 a33

������� a12������ a21 a23

a31 a33

������+ a13������ a21 a22

a31 a32

������ :Logo,

det(A) = a11 jA11j � a12 jA12j+ a13 jA13j

onde Aij é a submatriz de A; obtida retirando a i-ésima linha e a j-ésima coluna. Além disso,

se considerarmos

�ij = (�1)i+j jAijj

obtemos a expressão

det(A) = a11�11 + a12�12 + a13�13:

Podemos estender esta idéia para calcular o determinante de uma matriz A = [aij] de

ordem n� n: Assim,

detAn�n = ai1�i1 + ai2�i2 + � � �+ ain�in (1.1)

=nXj=1

aij�ij =nXj=1

aij(�1)i+j jAijj :

para qualquer i = 1; : : : ; n �xado de modo arbitrário. O número �ij é chamado cofator do

elemento aij:

Observação 1.8 A fórmula (1.1) é chamada desenvolvimento de Laplace em relação à i-

ésima linha. Uma fórmula análoga é válida para as colunas

detAn�n =

nXi=1

aij�ij =

nXi=1

aij(�1)i+j jAijj (1.2)

para qualquer j = 1; : : : ; n �xado de modo arbitrário.

12

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Exemplo 1.4 Vamos calcular o determinante da matriz

A =

266641 0 �2

1 �3 5

2 1 2

37775 :

1.2.2 Propriedades dos Determinantes

1. Se todos os elementos de uma linha (ou coluna) de uma matriz A são nulos; então

det(A) = 0:

2. det(A) = det(AT )

3. Se multiplicarmos uma linha (ou coluna) da matriz por uma constante, o determinante

�ca multiplicado por esta constante.

4. Trocada a posição de duas linhas (ou colunas), o determinante muda de sinal.

5. O determinante de uma matriz que tem duas linhas (ou colunas) iguais é zero.

6. det

26666666664

a11 � � � a1n...

...

bi1 + ci1 � � � bin + cin...

...

an1 � � � ann

37777777775= det

26666666664

a11 � � � a1n...

...

bi1 � � � bin...

...

an1 � � � ann

37777777775+ det

26666666664

a11 � � � a1n...

...

ci1 � � � cin...

...

an1 � � � ann

377777777757. O determinante não se altera se somarmos a uma linha outra linha multiplicada por

uma constante.

8. O determinante de uma matriz triangular (superior ou inferior) é o produto dos

elementos da diagonal principal.

9. Se A e B são matrizes, onde A+B e A �B estão de�nidas, então:

(a) Em geral, det(A+B) 6= det(A) + det(B)

13

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(b) det(A �B) = det(A) � det(B):

Exercício 9 Resolver as equações.

a)

���������3 2 x

1 �2 x

2 �1 x

��������� = 8 b)

���������x 3 2

5 x 1

1 3 1

��������� = 12:

1.3 Matriz Adjunta - Matriz Inversa

Dada uma matriz quadrada A; consideremos o cofator �ij = (�1)i+j jAijj do elemento

aij: Com esses cofatores podemos obter uma outra matriz A = [�ij] denominada matriz dos

cofatores de A:

Exemplo 1.5 Obtenha a matriz dos cofatores de A =

266642 1 0

�3 1 4

1 6 5

37775 :De�nição 1.10 (Matriz Adjunta): Seja A uma matriz quadrada. A transposta da matriz

dos cofatores de A é chamada matriz adjunta de A:

adj A = AT:

Exemplo 1.6 No exemplo anterior, determine a matriz adjunta de A:

De�nição 1.11 (Matriz Inversa): Dada uma matriz quadrada A de ordem n; chamamos de

inversa de A a uma matriz B tal que

A �B = B � A = In (1.3)

onde In é a matriz identidade de ordem n: Escrevemos A�1 para a inversa de A:

Observação 1.9 Quando a igualdade (1.3) ocorre, dizemos que A é invertível (ou não-

singular). Caso contrário, dizemos que A é não-invertível (ou singular).

Exemplo 1.7 Seja A =

24 2 3

1 4

35 : Procuremos sua inversa.14

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1.3.1 Propriedades da Matriz Inversa

1. A inversa de uma matriz é única.

2. Se a matriz A é invertível, então sua inversa A�1 também é e (A�1)�1 = A:

3. Se A e B são matrizes de mesma ordem, ambas invertíveis, então A � B é invertível e

(AB)�1 = B�1 � A�1:

4. Se A é invertível, então AT também é invertível e (AT )�1 = (A�1)T :

5. A matriz identidade é invertível e (In)�1 = In:

Observação 1.10 Nem toda matriz tem inversa. Por exemplo, a matriz

24 0 2

0 1

35 não teminversa.

Proposição 1.1 Uma matriz quadrada A é invertível se, e somente se, det(A) 6= 0: Neste

caso, A�1 =1

detA(adj A):

Proposição 1.2 Se A é uma matriz invertível, então det(A�1) =1

det(A):

Exemplo 1.8 Considere a matriz A =

24 6 2

11 4

35 : A é invertível? Em caso a�rmativo,

determine A�1:

1.3.2 Matriz Reduzida Escalonada por Linhas

De�nição 1.12 Uma matriz de ordem m� n está na forma reduzida escalonada por linhas

(ou na forma escada reduzida por linhas) se:

1. Qualquer linha nula está situada abaixo de todas as linhas não nulas.

2. O primeiro elemento não nulo de cada linha não nula é 1.

15

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3. Cada coluna que tem o primeiro elemento não nulo de alguma linha tem todos os seus

outros elementos iguais a zero.

4. Se o primeiro elemento não nulo da linha i ocorre na coluna ki e as linhas 1; : : : ; r são

as linhas não nulas, então k1 < k2 < k3 < � � � < kr:

Exemplos 2 :

A =

266641 0 0 4

0 1 0 5

0 0 1 2

37775 ; B =

266641 2 0 0 2

0 0 1 0 1

0 0 0 0 0

37775

C =

266641 2 0 4

0 0 0 0

0 0 1 �3

37775 ; D =

266666641 0 3 4

0 2 �2 5

0 0 1 2

0 0 0 0

37777775

E =

266666641 0 3 4

0 1 �2 5

0 1 2 2

0 0 0 0

37777775 ; F =

266640 2 1

1 0 �3

0 0 0

37775 :

Operações Elementares

São três as operações elementares sobre as linhas de uma matriz:

1. Permutação de duas linhas. (Li ! Lj)

2. Multiplicação de uma linha i por um escalar não nulo k: (Li ! kLi)

3. Substituição de uma linha i por esta linha somada a k vezes uma outra linha j:

(Li ! Li + kLj)

16

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Exemplo 1.9 Reduza a matriz

A =

266641 2 3

4 5 �1

2 1 1

37775à forma escada reduzida por linhas.

De�nição 1.13 Se A e B são matrizes de mesma ordem m � n; dizemos que B é linha

equivalente a A; se B for obtida de A através de um número �nito de operações elementares

sobre as linhas de A: Notação: A! B ou A � B:

Observação 1.11 Qualquer matriz quadrada A; de ordem n; invertível, pode ser

transformada na matriz identidade In; de mesma ordem, por meu de uma sucessão �nita

de operações elementares sobre as linhas de A; isto é, A � In:

Exercício 10 Mostre que a matriz

A =

266642 4 8 6

1 �1 2 3

4 �1 7 8

37775é linha equivalente a matriz

B =

266641 2 4 3

2 1 3 2

1 �1 2 3

37775 :Teorema 1.1 Toda matriz Am�n é linha equivalente a uma única matriz Bm�n na forma

escada reduzida por linhas.

De�nição 1.14 (Posto e Nulidade de uma Matriz): Seja A uma matriz de ordem m�n: Se

Bm�n é a matriz linha equivalente a A na forma escada, de�nimos o posto de A como sendo

o número de linhas não nulas de B e denotamos por P (A): A nulidade de A é o número

N(A) = n� P (A)

onde n é o número de colunas de A.

17

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1.3.3 Método para determinar a inversa de uma matriz

Seja A uma matriz quadrada de ordem n� n:

1. Forme a matriz [A jIn ] de ordem n� 2n:

2. Reduza a matriz [A jIn ] à forma escada reduzida por linhas.

3. Suponhamos que obtemos do 2o passo a matriz [C jD ] :

(a) Se C = In; então A�1 = D:

(b) Se C 6= In; então A não tem inversa.

Isto signi�ca que A�1 é obtida da matriz identidade, aplicando-se a mesma sequência

de operações sobre as linhas de A:

Exemplo 1.10 Determine, caso exista, a inversa da matriz

A =

266641 1 1

0 2 3

5 5 1

37775 :

1.4 Sistemas de Equações Lineares

Um problema: A disciplina de Álgebra Linear no semestre passado teve três provas.

As questões valiam um ponto cada uma, mas os pesos das provas eram diferentes. Jorge,

que acertou 6 questões na primeira prova, 5 na segunda e 4 na terceira, obteve no �nal um

total de 47 pontos. Fernando acertou 3, 6 e 6, totalizando 54 pontos. Por sua vez, Marcos

acertou 2, 7 e 5 questões, atingindo a soma de 50 pontos no �nal. Já Renato fez 5 questões

certas na primeira prova, 8 na segunda e 3 na terceira. Qual foi o total de pontos de Renato?

18

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Chamando de x; y e z respectivamente os pesos da primeira, segunda e terceira provas,

as pontuações de Jorge, Fernando e Marcos nos fornecem as equações:

6x+ 5y + 4z = 47

3x+ 6y + 6z = 54

2x+ 7y + 5z = 50:

(1.4)

Com isso, determinamos x; y e z e, a partir daí, a nota �nal de Renato.

Não é difícil imaginar muitas outras situações que conduzem a sistemas de equações

lineares como o problema acima.

De�nição 1.15 Um sistema de equações lineares com m equações e n variáveis (incógnitas)

é um conjunto de equações lineares da forma:8>>>>>><>>>>>>:

a11x1 + a12x2 + � � �+ a1nxn = b1a21x1 + a22x2 + � � �+ a2nxn = b2

...

am1x1 + am2x2 + � � �+ amnxn = bm

(1.5)

com aij; bi números reais (ou complexos), 1 � i � m e 1 � j � n:

Uma solução do sistema (1.5) é uma n-upla (x1; x2; : : : ; xn) de números que,

substituíndos no primeiro membro de cada uma das equações acima, torna-o igual ao segundo

membro.Por exemplo, (2; 3; 5) é uma solução do sistema (1.4) e escreve-se: x = 2; y = 3 e

z = 5:

O sistema (1.5) pode ter uma única solução, uma in�nidade de soluções ou nenhuma

solução. No primeiro caso, diz-se que o sistema é compatível e determinado, no segundo,

compatível e indeterminado e, no terceiro, incompatível ou impossível.

Exercício 11 Resolva os sistemas abaixo pelo método da adição.8<: x+ 2y = 7

2x+ 5y = 16;

8<: x+ 2y = 7

2x+ 4y = 14e

8<: x+ 2y = 7

3x+ 6y = 20:

19

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Observação 1.12 Cada equação do sistema8<: a1x+ b1y = c1

a2x+ b2y = c2

representa uma reta do plano e as posições relativas de duas retas no plano são somente três:

a) retas concorrentes b) retas paralelas c) retas coincidentes

Nos casos (a), (b) e (c) o sistema tem solução única, não tem solução ou tem in�nitas

soluções, respectivamente.

1.4.1 Sistemas e Matrizes

O sistema (1.5) pode ser escrito na forma matricial:26666664a11 a12 � � � a1n

a21 a22 � � � a2n...

......

am1 am2 � � � amn

37777775 �26666664x1

x2...

xn

37777775 =26666664b1

b2...

bm

37777775ou AX = B; onde

A =

26666664a11 a12 � � � a1n

a21 a22 � � � a2n...

......

am1 am2 � � � amn

37777775 é a matriz dos coe�cientes,

X =

26666664x1

x2...

xn

37777775 é a matriz das variáveis e

B =

26666664b1

b2...

bm

37777775 é matriz dos termos independentes.

20

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Uma outra matriz associada ao sistema (1.5) é:

[A jB ] =

26666664a11 a12 � � � a1n

a21 a22 � � � a2n...

......

am1 am2 � � � amn

������������

b1

b2...

bm

37777775chamada matriz ampliada do sistema.

De�nição 1.16 Dois sistemas de equações lineares são equivalentes quando admitem a

mesma solução.

Exemplo 1.11 Os sistemas8<: 3x+ 6y = 42

2x� 4y = 12e

8<: x+ 2y = 14

x� 2y = 6

são equivalentes, pois admitem a mesma solução: x = 10 e y = 2:

O método de Gauss-Jordan para resolver sistemas é baseado no teorema a seguir.

Teorema 1.2 Dois sistemas que possuem matrizes ampliadas equivalentes são equivalentes.

Exemplo 1.12 Vamos resolver o sistema8>>><>>>:2x1 + x2 + 3x3 = 8

4x1 + 2x2 + 2x3 = 4

2x1 + 5x2 + 3x3 = �12

:

1.4.2 Análise de Sistemas Lineares usando Escalonamento

Consideremos um sistema linear dem equações e n variáveis e denotemos por pa o posto

da matriz ampliada e por pc o posto da matriz dos coe�cientes.

1. Se pa = pc = p; então o sistema admite solução. Neste caso,

21

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(a) Se p = n; a solução será única, isto é, o sistema é compatível e determinado.

(b) Se p < n; então o sistema tem in�nitas soluções, isto é, o sistema é compatível

e indeterminado. Podemos escolher n � p variáveis livres e as outras p variáveis

serão dadas em função destas. Dizemos que o grau de liberdade do sistema é

g = n� p:

2. Se pc < pa; então o sistema é incompatível, isto é, o sistema não admite solução.

Exemplo 1.13 Resolver os sistemas

a)

8<: 5x+ 8y = 34

10x+ 16y = 50b)

8>>><>>>:4x� y � 3z = 15

3x� 2y + 5z = �7

2x+ 3y + 4z = 7

c)

8<: x+ 4y = 8

2x+ 8y = 16:

Exercício 12 Resolver o sistema8<: x+ 2y + z + t = 1

x+ 3y � z + 2t = 3:

Exercício 13 Estabelecer a condição que deve ser satisfeita pelos termos independentes para

que o sistema 8>>><>>>:x+ y � z = a

�x+ 2z = b

y + z = c

seja compatível.

1.4.3 Sistema Linear Homogêneo

Um sistema de m equações lineares e n variáveis é dito homogêneo quando todos os

termos independentes são nulos, isto é8>>>>>><>>>>>>:

a11x1 + a12x2 + � � �+ a1nxn = 0

a21x1 + a22x2 + � � �+ a2nxn = 0...

...

am1x1 + am2x2 + � � �+ amnxn = 0

22

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Note que um sistema homogêneo é sempre compatível, pois admite pelo menos a solução

trivial: x1 = x2 = � � � = xn = 0:

Exemplo 1.14 Resolver o sistema8<: 3x+ 6y � 9z = 0

2x+ 4y � 6z = 0:

1.4.4 Regra de Cramer

O cálculo da inversa de uma matriz fornece um outro método de resolução de sistemas

de equações lineares. Este só se aplica a sistemas lineares em que o número de equações é

igual ao número de variáveis. Suponhamos que desejássemos resolver o sistema linear de n

equações e n variáveis: 8>>>>>><>>>>>>:

a11x1 + a12x2 + � � �+ a1nxn = b1a21x1 + a22x2 + � � �+ a2nxn = b2

...

an1x1 + an2x2 + � � �+ annxn = bnNa forma matricial 26666664

a11 a12 � � � a1n

a21 a22 � � � a2n...

......

an1 an2 � � � ann

37777775 �26666664x1

x2...

xn

37777775 =26666664b1

b2...

bn

37777775 (1.6)

ou ainda AX = B: Para esta equação suponhamos que detA 6= 0 e portanto, que A tenha

inversa A�1: Então

A�1(AX) = A�1B

(A�1A)X = A�1B

InX = A�1B

X = A�1B

é a única solução do sistema (1.6).

23

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Usando a proposição (1.1), temos

X =1

detA(adjA) �B:

Na forma matricial 26666664x1

x2...

xn

37777775 =1

detA

26666664�11 � � � �n1

�12 � � � �n2

......

�1n � � � �nn

37777775 :26664b1...

bn

37775Note que

x1 =b1�11 + � � �+ bn�n1

detA

e pelo desenvolvimento de Laplace, a soma b1�11+ � � �+ bn�n1 corresponde ao determinante

da matriz obtida de A substituindo a primeira coluna pela matriz dos termos independentes.

Fazendo deduções análogas, obtemos:

xi =detAidetA

; i = 1; : : : ; n

onde Ai é a matriz obtida de A substituindo a i-ésima coluna pela matriz dos termos

independentes. Este método de resolução de um sistema linear de n equações e n variáveis,

que só pode ser aplicado quando o determinante da matriz dos coe�cientes for não nulo, é

chamado Regra de Cramer.

Teorema 1.3 Seja AX = B um sistema lenear de n equações e n variáveis.

1. O sistema AX = B tem solução única se, e somente se, A é invertível. Neste caso, a

solução é X = A�1B:

2. O sistema homogêneo associado, AX = On�1; tem solução não trivial se, e somente

se, detA = 0:

Exemplo 1.15 Resolver os sistemas usando a Regra de Cramer

a)

8>>><>>>:�2x+ 3y � z = 1

x+ 2y � z = 4

�2x� y + z = �3

b)

8>>><>>>:x� 3y � 4z = 0

x� y � z = 0

x� y + 3z = 0:

24

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Capítulo 2

Espaço Vetorial

Apresentaremos um tipo especial de conjunto chamado Espaço Vetorial. Os elementos

de um espaço vetorial são chamados de vetores, independentemente de sua natureza. Esses

elementos podem ser: números, matrizes, funções, polinômios, etc... A justi�cativa está

no fato de que os elementos desses conjuntos comportam-se como os vetores no espaço

Euclideano.

De�nição 2.1 Um espaço vetorial sobre R é um conjunto, não vazio, com duas operações:

adição e multiplicação por escalar, isto é,

+ : V � V ! V(u;v) 7!u+v

� : R� V ! V(a;v) 7�!av

tais que, para quaisquer u; v; w 2 V e a; b 2 R; as propriedades abaixo sejam satisfeitas:

i) Comutatividade: u+ v = v + u

ii) Associatividade: (u+ v) + w = u+ (v + w)

iii) Existe 0V 2 V; denominado vetor nulo, tal que u+ 0V = 0V + u = u:

iv) Para cada vetor u 2 V existe um vetor �u 2 V; chamado o inverso aditivo, ou

simétrico de u; tal que �u+ u = u+ (�u) = 0V :

v) a(u+ v) = au+ av

vi) (a+ b)u = au+ bu

25

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vii) (ab)u = a(bu)

viii) 1u = u:

Observação 2.1 Se na de�nição acima tivéssemos tomado os escalares no conjunto dos

números complexos, V seria um espaço vetorial complexo (C� V �! V ).

1. O conjunto dos vetores no plano

V = R2 = f(x; y);x; y 2 Rg

é um espaço vetorial sobre R com as operações usuais de adição e multiplicação por

escalar de�nidas por

(x1; y1) + (x2; y2) = (x1 + x2; y1 + y2)

a(x1; y1) = (ax1; ay1):

2. O conjunto dos vetores do espaço

V = R3 = f(x; y; z);x; y; z 2 Rg

é um espaço vetorial sobre R com as operações usuais de adição e multiplicação por

escalar

(x1; y1; z1) + (x2; y2; z2) = (x1 + x2; y1 + y2; z1 + z2)

a(x1; y1; z1) = (ax1; ay1; az1):

3. No lugar de ternas de números reais consideremos como vetores n-uplas de números

reais

V = Rn = f(x1; x2; : : : ; xn);xi 2 Rg ; com n 2 N; n � 2:

Veri�ca-se que V é um espaço vetorial real com as operações usuais

(x1; x2; : : : ; xn) + (y1; y2; : : : ; yn) = (x1 + y1; x2 + y2; : : : ; xn + yn)

a(x1; x2; : : : ; xn) = (ax1; ax2; : : : ; axn):

26

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Desta forma, R3;R4;R5; : : : são espaços vetorias reais com as operações usuais. As n-

uplas de números reais, ou equivalentemente, matrizes-linha 1�n (ou matrizes-coluna

n� 1) aparecem na descrição de muitos problemas que envolvem várias variáveis.

4. O conjunto R com as operações usuais de adição e multiplicação por escalar é um

espaço vetorial real.

5. V =Mm�n(R); o conjunto das matrizes reaism�n com as operações usuais de adição e

multiplicação por escalar é um espaço vetorial real. Em particular, o conjuntoMn�n(R)

das matrizes reais quadradas, de ordem n; é um espaço vetorial real relativamente às

mesmas operações.

6. V = M1�n =nh

a11 a12 � � � a1n

i; a1i 2 R

oé um espaço vetorial real com as

operações usuais. Observe que este espaço vetorial pode ser identi�cado com V = Rn:

7. V = Pn(R) = fa0 + a1x+ a2x2 + � � �+ anxn; ai 2 Rg ; conjunto dos polinômios com

coe�cientes reais, de grau menor ou igual a n (incluindo o zero), é um espaço vetorial

com as operações de soma de polinômios e multiplicação destes por números reais

(a0 + a1x+ a2x2 + � � �+ anxn) + (b0 + b1x+ b2x2 + � � �+ bnxn)

= (a0 + b0) + (a1 + b1)x+ (a2 + b2)x2 + � � �+ (an + bn)xn

a(ao + a1x+ a2x2 + � � �+ anxn) = aao + aa1x+ aa2x2 + � � �+ aanxn:

8. Seja S um conjunto não-vazio qualquer.

V = F(S;R) = ff : S ! R; f é uma funçãog ; conjunto das funções de�nidas de S

em R é um espaço vetorial real com as operações:

(f + g)(x) = f(x) + g(x)

(af)(x) = af(x):

Se f; g 2 F(S;R); dizemos que f = g se f(x) = g(x) 8x 2 S:

27

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9. O conjunto V = f(x; y);x; y > 0g é um espaço vetorial com as operações de adição e

multiplicação por escalar

(x1; y1)� (x2; y2) = (x1 � x2; y1 � y2)

a� (x; y) = (xa; ya):

Qual o vetor nulo deste espaço? Qual o simétrico de cada vetor (x; y) 2 V ?

Os símbolos � e � são utilizados para indicar que a adição e a multiplicação por

escalar não são as usuais.

10. V = R2; com a soma usual e a multiplicação por escalar de�nida por

a� (x; y) = (ax; y); a 2 R

não é um espaço vetorial.

11. (Exemplo de um espaço vetorial complexo) O conjunto das matrizes de ordem 2 � 2;

cujos elementos são números complexos, é um espaço vetorial complexo com as

operações de adição e multiplicação destas por números complexos. Por exemplo,24 7 + i 0

2 �i

35+24 2 0

2 + i i

35 =24 9 + i 0

4 + i 0

35(1 + i)

24 i 2

1� i 0

35 =24 i� 1 2 + 2i

2 0

35 :Observação 2.2 Daqui por diante, salvo referência em contrário, serão considerados apenas

espaços vetoriais reais. Assim, quando se disser que V é um espaço vetorial, deve �car

subentendido que V é um espaço vetorial real, isto é, sobre R:

Proposição 2.1 Seja V um espaço vetorial.

a) Existe um único vetor nulo em V:

b) Cada vetor u 2 V admite apenas um simétrico �u 2 V:

28

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Proposição 2.2 Seja V um espaço vetorial. Para quaisquer u; v; w 2 V e a 2 R; temos:

1. u+ w = v + w ) u = v:

2. 0 � u = 0V :

3. a � 0V = 0V :

4. a � u = 0V ) a = 0 ou u = 0V :

5. (�1)u = �u:

6. (�a)u = a(�u) = �(au):

7. �(�u) = u; isto é, o oposto de �u é u:

De�nição 2.2 Sejam V um espaço vetorial e u; v 2 V: De�nimos a subtração em V da

seguinte forma

u� v = u+ (�v):

Observação 2.3 u = v + w , w = u� v e u+ v = 0V , v = �u:

2.1 Subespaço Vetorial

De�nição 2.3 Sejam V um espaço vetorial e S um subconjunto não-vazio de V: Dizemos

que S é um subespaço vetorial de V se:

a) Para quaisquer u; v 2 S tivermos u+ v 2 S:

b) Para quaisquer a 2 R; u 2 S tivermos au 2 S:

Observação 2.4 O próprio S é um espaço vetorial com as operações de adição e

multiplicação por escalar de�nidas em V:

Observação 2.5 Qualquer subespaço S de V precisa necessariamente conter o vetor nulo

0V :

29

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Observação 2.6 Se u 2 S; então �u 2 S:

1. Todo espaço vetorial V admite pelo menos dois subespaços: S = f0V g e o próprio

espaço vetorial V; que são chamados subespaços triviais. Por exemplo, os subespaços

triviais de V = R2 são f(0; 0)g e o próprio R2:

2. V = R2; S = f(x; y) 2 R2; y = 2xg = f(x; 2x);x 2 Rg é um subespaço vetorial de

R2: Esse subespaço S representa geometricamente uma reta que passa pela origem.

Observe que se S não passasse pela origem, não seria um subespaço. Na verdade os

únicos subespaços de R2 são a origem f(0; 0)g ; as retas que passam pela origem e o

próprio R2:

3. V = R3; S = f(x; y; z) 2 R3; x = 2zg = f(2z; y; z); z; y 2 Rg é um subespaço vetorial

de R3: Esse subespaço S representa geometricamente um plano que passa pela origem.

Os únicos subespaços de R3 são a origem, as retas e planos que passam pela origem e

o próprio R3:

4. V = R5; S = f(0; x2; x3; x4; x5); xi 2 Rg é um subespaço de R5:

5. V = Mn�n(R); S = fA 2Mn�n(R); A é triangular superiorg é um subespaço de

Mn�n(R):

6. V = F(R;R); S = ff 2 F ; f(0) = 0g é um subespaço de F(R;R):

7. Uma situação importante em que aparece um subespaço é obtida ao resolvermos um

sistema linear homogêneo. Por exemplo, ao resolver um sistema linear homogêneo de

m equações e n variáveis26666664a11 a12 � � � a1n

a21 a22 � � � a2n...

......

am1 am2 � � � amn

37777775m�n

26666664x1

x2...

xn

37777775n�1

=

266666640

0...

0

37777775m�1

(2.1)

30

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ou AX = Om�1; estamos procurando, dentro do espaço vetorial Mn�1(R); aqueles

vetores que satisfazem a relação (2.1). O conjunto-solução

S = fX 2Mn�1(R);AX = On�1g

é um subespaço vetorial de Mn�1(R):

8. S =

8<:24 a b

c d

35 ; a � 09=; é um subespaço vetorial de V =M2�2(R)?

9. S = f(x; x2); x 2 Rg é um subespaço vetorial de R2?

Exercício 14 Determine o espaço-solução do sistema linear homogêneo8<: x + y + 2z = 0

2y + z = 0:

De�nição 2.4 Sejam S1 e S2 subespaços de um espaço vetorial V: De�nimos a soma de S1

com S2 por

S1 + S2 = fv 2 V ; v = w1 + w2; w1 2 S1 e w2 2 S2g :

Observação 2.7 a) S1 + S2 6= ?; pois 0V 2 S1 + S2: b) S1 � S1 + S2 e S2 � S1 + S2: c)

S1 + S2 = S2 + S1:

Teorema 2.1 Sejam V espaço vetorial e S1 e S2 subespaços vetoriais de V: Então:

a) S1 \ S1 é subespaço vetorial de V:

b) S1 + S2 é subespaço vetorial de V:

Exemplo 2.1 V = Mn�n(R); S1 = fmatrizes triangulares superioresg ; S2 =

fmatrizes triangulares inferioresg : Então S1 \ S2 = fmatrizes diagonaisg e S1 + S2 =

Mn�n(R):

Exemplo 2.2 V =

8<:24 a b

c d

35 ; a; b; c; d 2 R9=; ; S1 =

8<:24 a b

0 0

35 ; a; b 2 R9=; ; S2 =8<:

24 a 0

c 0

35 ; a; c 2 R9=; : Vamos determinar S1 \ S2 e S1 + S2:

31

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De�nição 2.5 (Soma Direta de dois Subespaços Vetoriais) Sejam S1 e S2 subespaços de um

espaço vetorial V: Se V = S1 + S2 e S1 \ S2 = f0V g ; dizemos que V é soma direta de S1

com S2 e denotamos por V = S1 � S2:

Exemplo 2.3 S1 = f(x; y; 0); x; y 2 Rg ; S2 = f(0; 0; z); z 2 Rg : Então, R3 = S1 � S2:

Exemplo 2.4 S1 = f(x; y; z) 2 R3; z = x� yg ; S2 = f(a; a; a); a 2 Rg : Então, R3 =

S1 � S2:

2.2 Combinação Linear

De�nição 2.6 Sejam V um espaço vetorial e v1; v2; : : : ; vn 2 V: Dizemos que v 2 V é uma

combinação linear dos elementos v1; v2; : : : ; vn de V se existem escalares �1; �2; : : : ; �n 2 R

tais que

v = �1v1 + �2v2 + � � �+ �nvn =nXi=1

�ivi:

1. Seja V = R2: O vetor v = (3; 4) é combinação linear de v1 = (1; 0) e v2 = (1; 1); pois

v = (�1)v1 + 4v2:

2. Qualquer vetor v = (x; y; z) de R3 pode serexpresso como combinação linear de

v1 = (1; 0; 0); v2 = (0; 1; 0) e v3 = (0; 0; 1); pois

(x; y; z) = x(1; 0; 0) + y(0; 1; 0) + z(0; 0; 1):

3. Considere A =

24 1 2 0

0 0 1

35 ; B =24 3 1 0

1 1 1

35 2M2�3(R): Amatriz C =

24 0 0 1

1 1 1

35é combinação linear de A e B?

4. Sejam v1; v2; : : : ; vn 2 V: Então v1 é combinação linear de v1; v2; : : : ; vn; pois

v1 = 1 � v1 + 0 � v2 + � � �+ 0 � vn:

32

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5. A matriz D =

24 5 2

3 0

35 é combinação linear de A =

24 1 1

1 0

35 ; B =

24 2 �10 0

35 eC =

24 4 1

2 0

35 :6. Considere o conjunto P (R) = fpolinômios com coe�cientes reaisg : Sejam p1(x) = 1+x

e p2(x) = x + x2 2 P (R): O polinômio q(x) = 1 + 2x + 3x2 é combinação linear de

p1(x) e p2(x)?

2.2.1 Subespaço Gerado

Se V é um espaço vetorial e v1; v2; : : : ; vn são vetores �xados em V; denotamos por

W = [v1; v2; : : : ; vn] o conjunto de todos os vetores de V que são combinação linear de

v1; v2; : : : ; vn: Assim,

W = [v1; v2; : : : ; vn] = fv 2 V ; v = �1v1 + �2v2 + � � �+ �nvn; �i 2 Rg :

Teorema 2.2 W = [v1; v2; : : : ; vn] é um subespaço vetorial de V:

O subespaço [v1; v2; : : : ; vn] é chamado subespaço gerado por v1; v2; : : : ; vn ou subespaço

gerado pelo conjunto fv1; v2; : : : ; vng :

1. V = R2; v1 = (1; 0); v2 = (0; 1): Temos que V = [v1; v2] ; pois dado qualquer vetor

v = (x; y) 2 V; temos

(x; y) = x(1; 0) + y(0; 1):

2. Se v1; v2 2 R2 são tais que �v1 6= v2 para todo � 2 R; então [v1; v2] = R2: Observe que

se v3 2 [v1; v2] ; então [v1; v2; v3] = [v1; v2] pois todo vetor que pode ser escrito como

combinação linear de v1; v2; v3 é uma combinação linear apenas de v1 e v2:

3. Mostre que os vetores v1 = (3; 1) e v2 = (5; 2) geram o R2:

33

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4. V = R3; v 2 V; v 6= 0V : Então

[v] = f�v;� 2 Rg :

Isto é, [v] é a reta que contém o vetor v:

5. Se v1; v2 2 R3 são tais que �v1 6= v2 para todo � 2 R; então [v1; v2] será o plano que

passa pela origem e contém v1 e v2:

6. V =M2�2(R); v1 =

24 1 0

0 0

35 e v2 =24 0 0

0 1

35 : Vamos determinar [v1; v2] :7. W = f(x; y; z) 2 R3; z = x+ yg é subespaço de R3 e W = [v1; v2] ; onde v1 = (1; 0; 1) e

v2 = (0; 1; 1):

Observação 2.8 fv1; v2; : : : ; vng � [v1; v2; : : : ; vn] :

Observação 2.9 Se W1 é um subespaço de V e v1; v2; : : : ; vn 2 W1; então W =

[v1; v2; : : : ; vn] � W1: Isto é, W é o menor subespaço de V que contém o conjunto de vetores

fv1; v2; : : : ; vng :

Observação 2.10 Se u 2 [v1; v2; : : : ; vn] ; então [v1; v2; : : : ; vn; u] = [v1; v2; : : : ; vn] :

Exemplo 2.5 Sejam v1 = (1; 0; 1; 1); v2 = (2;�2; 0; 1) e v3 = (3;�2; 1; 2) vetores de R4:

Temos que v3 = v1 + v2 e portanto [v1; v2; v3] = [v1; v2] :

Exercício 15 Seja V = R3: Determine o subespaço de V gerado pelo vetor v = (1; 2; 3):

Exercício 16 Seja V = R3: Determine o subespaço de V gerado pelos vetores v1 = (�1; 3; 2)

e v2 = (2;�2; 1):

Exercício 17 Seja V = R3: Determine o subespaço de V gerado pelos vetores v1 = (1; 0; 0)

e v2 = (0; 1; 0):

Exercício 18 Os vetores v1 = (1; 0; 0); v2 = (0; 1; 0) geram o R3?

34

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Observação 2.11 Existem espaços vetoriais que não são �nitamente gerado, isto é nenhum

conjunto �nito de vetores fv1; v2; : : : ; vng gera o espaço. Por exemplo, o espaço P (R) de todos

os polinômios reais é gerado pelo conjunto in�nito

� =�1; x; x2; x3; : : :

:

Isto não signi�ca que estamos trabalhando com combinações lineares in�nitas, pois cada

polinômio pode ser obtido através de uma quantidade �nita de vetores de �:

2.3 Dependência e Independência Linear

De�nição 2.7 Seja V um espaço vetorial. O conjunto fv1; v2; : : : ; vng � V é linearmente

independente (LI) ou os vetores v1; v2; : : : ; vn 2 V são LI se a igualdade

�1v1 + �2v2 + � � �+ �nvn = 0V

com �1; �2; : : : ; �n 2 R for válida apenas para �1 = �2 = � � � = �n = 0: No caso em que

exista algum �i 6= 0 dizemos que o conjunto fv1; v2; : : : ; vng é linearmente dependente (LD)

ou que os vetores v1; v2; : : : ; vn são LD:

1. Os vetores v1 = (1; 2); v2 = (2; 3) de R2 são LI:

2. Os vetores e1 = (1; 0); e2 = (0; 1) de R2 são LI:

3. Os vetores e1 = (1; 0; 0); v2 = (0; 1; 0) e v3 = (0; 0; 1) de R3 são LI:

4. Os vetores v1 = (2; 2; 3; 4); v2 = (0; 5;�3; 1) e v3 = (0; 0; 4;�2) de R4 são LI:

5. Os vetores v1 =

24 1 1

1 0

35 ; v2 =24 1 0

0 0

35 e v3 =24 0 2

2 0

35 de M2�2(R) são LD:

6. Considere V = P3(R): Os vetores f(x) = x2 + 1 e g(x) = x3 de V são LD ou LI?

Exercício 19 Seja fv1; : : : ; vk; w1; : : : ; wrg um subconjunto LI de um espaço vetorial V: Se

S1 = [v1; : : : ; vk] e S2 = [w1; : : : ; wr] ; mostre que S1 \ S2 = f0V g :

35

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Vetores linearmente dependentes podem ser caracterizados de uma outra maneira.

Teorema 2.3 O conjunto fv1; v2; : : : ; vng é LD se, e somente se, um desses vetores é

combinação linear dos outros.

Exemplo 2.6 Considere os vetores v1 = (�1; 1); v2 = (1; 0) e v3 = (1; 2) de R2: O conjunto

fv1; v2; v3g é LD; pois v3 = 2v1 + 3v2:

2.3.1 Propriedades da Dependência e da Independência Linear

Seja V um espaço vetorial.

1. Se um conjunto B � V contém o vetor nulo, então B é LD:

2. Seja B = fvg � V; v 6= 0V ; então B é LI:

3. Sejam B1 e B2 subconjuntos não vazios e �nitos de V: Se B1 � B2 e B1 é LD então

B2 é LD:

4. Se B1 � B2 e B2 é LI então B1 é LI:

2.4 Base de um Espaço Vetorial

De�nição 2.8 Seja V um espaço vetorial. Dizemos que um conjunto fv1; v2; : : : ; vng � V

é uma base de V se:

1. fv1; v2; : : : ; vng é LI:

2. [v1; v2; : : : ; vn] = V:

1. V = R2; e1 = (1; 0); e2 = (0; 1): O conjunto fe1; e2g é uma base de V; chamada base

canônica de R2.

2. f(1; 0); (5; 0)g não é base de R2; pois é um conjunto LD:

36

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3. O conjunto f(�1; 0); (1; 1)g é uma base de R2?

4. f(1; 0; 0); (0; 1; 0); (0; 0; 1)g é uma base de R3; chamada base canônica.

5. O conjunto f(1; 0; 1); (1; 2; 1)g é uma base de R3?

6. f(1; 0; 0); (0; 1; 0)g não é base R3: É LI; mão não gera todo R3:

7. V = Rn; e1 = (1; 0; : : : ; 0); e2 = (0; 1; 0; : : : ; 0); : : : ; en = (0; 0; : : : ; 1): O conjunto

fe1; e2; : : : ; eng é uma base de V; chamada base canônica de Rn:

8. V =M2�2(R);

8<:24 1 0

0 0

35 ;24 0 1

0 0

35 ;24 0 0

1 0

35 ;24 0 0

0 1

359=; é uma base de V:

9. O conjunto

8<:24 1 0

0 0

35 ;24 0 1

0 0

359=; é uma base de S =

8<:24 a b

0 0

35 ; a; b 2 R9=; :

10. V = P2(R) = fa0 + a1x+ a2x2; ai 2 Rg : O conjunto f1; x; x2g é uma base de V:

11. Os espaços P (R) e F (R;R) não têm base �nita.

Observação 2.12 Todo conjunto LI é base do subespaço por ele gerado.

Teorema 2.4 Seja V um espaço vetorial gerado por um conjunto �nito com n vetores.

Então qualquer subconjunto de V com mais de n vetores é LD:

Exemplo 2.7 O conjunto f(1; 0); (2; 3); (0;�1)g é LD em R2:

Corolário 2.1 Qualquer base de um espaço vetorial tem sempre o mesmo número de

elementos.

37

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2.4.1 Dimensão de um Espaço Vetorial

Seja V um espaço vetorial. Se V possui base �nita, de�nimos a dimensão de V como

sendo o número de elementos de alguma base de V e denotamos por dimV:

Se V não possui base �nita, dizemos que V tem dimensão in�nita.

1. dimR2 = 2

2. dimRn = n

3. dimM2�2(R) = 4

4. dimMm�n(R) = m � n

5. dimP2(R) = 3

6. dimPn(R) = n+ 1

7. dim f0V g = 0; pois por convenção [?] = f0V g :

8. P (R) e F(R;R) têm dimensão in�nita.

Exercício 20 Considere o subespaço

S = f(x; y; x+ y); x; y 2 Rg

de R3: Determine: a) Os geradores de S: b) uma base para S: c) a dimensão de S:

Teorema 2.5 Seja V um espaço vetorial de dimensão �nita e considere W um subespaço

de V; então dimW � dimV:

Teorema 2.6 Sejam V um espaço vetorial e v1; : : : ; vn 2 V vetores não-nulos tais que

V = [v1; : : : ; vn] ; então existe uma base � de V contida em fv1; : : : ; vng :

Exemplo 2.8 Seja W = f(x+ y + z; y � z); x; y; z 2 Rg : Encontre uma base de W:

Observação 2.13 Se dimV = n e fv1; : : : ; vmg gera V; então m � n:

38

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Observação 2.14 Se dimV = n e � = fv1; : : : ; vng gera V; então � é base de V:

Teorema 2.7 Qualquer conjunto de vetores LI de um espaço vetorial V de dimensão �nita

pode ser completado de modo a formar uma base de V:

Corolário 2.2 Se V é um espaço vetorial de dimensão n; então todo subconjunto de n

vetores LI de V é uma base de V:

Exemplo 2.9 Determinar uma base de R3 contendo o vetor u = (1; 1; 1):

Observação 2.15 Seja V espaço espaço vetorial. Se dimV é �nita, W é subespaço de V e

dimW = dimV; então W = V:

Observação 2.16 Se W1 e W2 são subespaços de um espaço vetorial V com bases �1 e �2

respectivamente, então �1 [ �2 gera W1 +W2 mas não necessariamente é base.

Observação 2.17 Se W1 e W2 são subespaços de um espaço vetorial V que tem dimensão

�nita, então W1 +W2 tem dimensão �nita e

dim(W1 +W2) = dimW1 + dimW2 � dim(W1 \W2):

e no caso em que V = W1 �W2; temos

dim(W1 +W2) = dimW1 + dimW2

e se �1 é base de W1 e �2 é base de W2; então �1 [ �2 é base de W1 +W2:

Exemplo 2.10 Sejam W1 =

8<:24 a b

c d

35 2M2�2(R); a = b = c+ d

9=; e

W2 =

8<:24 x y

x 0

35 ;x; y 2 R9=;. Determinar dimW1; dimW2; dim(W1 \W2); dim(W1 +W2);

W1 +W2 e W1 \W2:

39

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2.5 Coordenadas de um Vetor

Teorema 2.8 Seja V um espaço vetorial e considere � = fv1; : : : ; vng uma base de V: Então

cada vetor de V é escrito de maneira única como combinação linear de v1; : : : ; vn:

De�nição 2.9 Sejam V um espaço vetorial, � = fv1; : : : ; vng uma base (ordenada) de V e

v 2 V; onde v = a1v1 + � � � + anvn: Dizemos que os escalares a1; : : : ; an são as coordenadas

de v em relação à base � e denotamos por:

[v]� =

26664a1...

an

37775 :Exemplo 2.11 Sejam �1 = f(1; 1); (0; 1)g e �2 = f(�1; 1); (1; 1)g bases de R2: Determinar

[v]�1 e [v]�2 se: a) v = (3; 5) b) v = (x; y):

Exercício 21 Considere o espaço vetorial

P3(R) = fpolinômios de grau � 3g

=�a0 + a1x+ a2x

2 + a3x3; ai 2 R

:

Sejam q1(x) = 1+ x+ x3; q2(x) = 2+ x

2; q3(x) = x3 e q4(x) = 1+ x+ x2: Veri�que que � =

fq1(x); q2(x); q3(x); q4(x)g é base de P3(R) e determine [q1(x)]� ; [q2(x)]� e [2 + 4x+ 6x3]� :

2.5.1 Mudança de Base

Seja V um espaço vetorial e considere � = fv1; : : : ; vng e �0 = fw1; : : : ; wng bases

ordenadas de V: Se v 2 V; então existem escalares x1; : : : ; xn; y1; : : : ; yn 2 R tais que

v = x1v1 + � � �+ xnvn e

v = y1v1 + � � �+ ynvn:

40

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Assim,

[v]� =

26664x1...

xn

37775 e [v]�0 =

26664y1...

yn

37775 :Como � é uma base de V; podemos expressar os vetores de �0 como combinação linear

dos vetores de �; isto é,8>>>>>><>>>>>>:

w1 = a11v1 + a21v2 + � � � + an1vn

w2 = a12v1 + a22v2 + � � � + an2vn...

......

...

wn = a1nv1 + a2nv2 + � � � + annvn

De�nição 2.10 De�nimos a matriz [I]�0

� de mudança de base de �0 para � como sendo:

[I]�0

� =

26666664a11 a12 � � � a1n

a21 a22 � � � a2n...

......

an1 an2 � � � ann

37777775 :

Teorema 2.9 Seja V um espaço vetorial e considere � = fv1; � � � ; vng e �0 = fw1; : : : ; wng

bases ordenadas de V: Se v 2 V; então:

[v]� = [I]�0

� � [v]�0 :

Exemplo 2.12 Considere as bases � = f(1; 1); (�1; 1)g e �0 = f(1; 0); (0; 1)g de R2 e o

vetor v = (3; 5): Determinar: [I]�0

� ; [v]�0 e [v]� :

Observação 2.18 Se � e �0 são bases de um espaço vetorial V; então as matrizes [I]�0

� e

[I]��0 são inversíveis e �[I]�

0

��1= [I]��0 :

Exemplo 2.13 No exemplo anterior, podemos obter [I]�0

� a partir de [I]��0 :

41

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Exercício 22 Consideremos a base � = fe1; e2g e a base �0 = ff1; f2g ; obtida da base

canônica � pela rotação de um ângulo �: Dado um vetor v 2 R2 de coordenadas [v]� =

24 x1x2

35em relação à base �; quaus são as coordenadas [v]�0 =

24 y1y2

35 em relação à base �0? Se

� = �=3 quais são as coordenadas de v em relação à base �0:

42

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Capítulo 3

Transformações Lineares

De�nição 3.1 Sejam V eW dois espaços vetoriais. Dizemos que uma aplicação T : V ! W

é uma transformação linear se satisfaz as seguintes condições:

i) T (u+ v) = T (u) + T (v);8u; v 2 V ii) T (�u) = �T (u);8u 2 V e 8� 2 R:

Exemplo 3.1 T : R! R; T (x) = ax; a 2 R:

Exemplo 3.2 Id : V ! V ; Id(v) = v:

Exemplo 3.3 T :M2�2(R)! R4; T

0@24 a b

c d

351A = (a; b; c; d):

Exemplo 3.4 T : R2 ! R; T (x; y) = x+ y:

Exemplo 3.5 T : R3 ! R2; T (x; y; z) = (0; x):

Exemplo 3.6 Seja

F o espaço das funções de R em R e D = ff : R! R; f é diferenciável em Rg : Temos

que T : D ! F ; T (f) = f 0 é linear.

Exemplo 3.7 A aplicação nula é linear: T : V ! V ; T (u) = 0V :

Exemplo 3.8 T : R! R; T (x) = jxj não é linear.

43

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Exemplo 3.9 T : R2 ! R; T (x; y) = x2 + y2 não é linear.

Exemplo 3.10 T : M2�2(R) ! R; T

0@24 a b

c d

351A = det

24 a b

c d

35 não é linear pois

det(A+B) 6= det(A) + det(B):

PropriedadesSe V e W são espaços vetoriais e T : V ! W é uma transformação linear, então:

i) T (0V ) = 0W :

ii) T (�v) = �T (v); 8v 2 V:

iii) T (u� v) = T (u)� T (v);8u; v 2 V:

Exemplo 3.11 T : R! R2; T (x) = (1; x) não é linear pois T (0) = (1; 0) 6= (0; 0):

Observação 3.1 A recíproca de (i) não é verdadeira, isto é, se T (0V ) = 0W não podemos

a�rmar que T é linear. Por exemplo, se T : R ! R é de�nida por T (x) = x2 temos que

T (0) = 0 e T não é linear.

Observação 3.2 Uma transformação linear T : V ! W preserva combinações lineares, isto

é, se v1; : : : ; vn 2 V e �1; : : : ; �n 2 R; temos:

T (�1v1 + � � �+ �nvn) = �1T (v1) + � � �+ �nT (vn):

Um fato importante sobre transformações lineares é que elas são perfeitamente

determinadas conhecendo-se apenas seu valor nos elementos de uma base.

Teorema 3.1 Dados dois espaços vetoriais reais V e W; fv1; : : : ; vng uma base de V e

w1; : : : ; wn vetores arbitrários de W: Então existe uma única transformação linear T : V !

W tal que T (vi) = wi; i = 1; : : : ; n:

Esta aplicação é dada por: Dado v 2 V; exsitem únicos �1; : : : ; �n 2 R tais que

v = �1v1 + � � �+ �nvn

44

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De�nimos:

T (v) = �1T (v1) + � � �+ �nT (vn)

= �1w1 + � � �+ �nwn:

Exemplo 3.12 Qual é a transformação linear T : R2 ! R3 tal que T (1; 0) = (2;�1; 1) e

T (0; 1) = (1; 0; 0)?

Exemplo 3.13 Qual é a transformação linear T : R2 ! R3 tal que T (1; 1) = (3; 2; 1) e

T (0;�2) = (0; 1; 0)?

3.1 Núcleo e Imagem de uma Transformação Linear

De�nição 3.2 Sejam V e W espaços vetoriais e T : V ! W uma transformação linear.

De�nimos o núcleo de T; denotado por Ker(T ); como sendo

ker(T ) = fv 2 V ;T (v) = 0Wg

e a imagem de T; denotada por Im(T ); de�nimos por

Im(T ) = fw 2 W ; w = T (v) p/ algum v 2 V g :

Exemplo 3.14 Dada a transformação linear T : R2 ! R; T (x; y) = x+y; determine ker(T )

e Im(T ):

Teorema 3.2 Se V e W são espaços vetorias e T : V ! W é uma transformação linear,

então

i) ker(T ) é subespaço de V

ii) Im(T ) é subespaço de W:

Exemplo 3.15 Dada a transformação linear T : R3 ! R3; T (x; y; z) = (0; y; z); determine

ker(T ) e Im(T ):

45

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De�nição 3.3 Seja T : V ! W uma transformação linear. Dizemos que T é injetora se

T (u) = T (v)) u = v; 8u; v 2 V

ou equivalentemente,

u 6= v ) T (u) 6= T (v); 8u; v 2 V:

Dizemos que T é sobrejetora se Im(T ) =W: Se T é simultaneamente injetora e sobrejetora,

dizemos que T é bijetora.

Exemplo 3.16 T : R2 ! R3; T (x; y) = (x; y; 0) é injetora, mas não é sobrejetora.

Exemplo 3.17 T : R3 ! R2; T (x; y; z) = (y; z): T é sobrejetiva, mas não é injetiva.

Teorema 3.3 Se V e W são espaços vetorias e T : V ! W é uma transformação linear,

então T é injetora se, e somente se, ker(T ) = f0V g :

Exemplo 3.18 Determinar uma transformação linear T : R3 ! R4 tal que ker(T ) =

f(x; y; z) 2 R3; z = x� yg :

Teorema 3.4 (Teorema do Núcleo e da Imagem) Seja T : V ! W uma transformação

linear. Suponhamos que V seja de dimensão �nita. Então

dimV = dimker(T ) + dim Im(T ):

Exemplo 3.19 Comprove o Teorema do Núcleo e da Imagem para a transformação linear

T : R3 ! R3 de�nida por T (x; y; z) = (x; y; 0):

Exemplo 3.20 Comprove o Teorema do Núcleo e da Imagem para a aplicação identidade

T : V ! V; T (v) = v:

Exemplo 3.21 Comprove o Teorema do Núcleo e da Imagem para a aplicação nula T :

V ! W; T (v) = 0W :

Corolário 3.1 Se dimV = dimW; então T linear é injetora se, e somente se, T é

sobrejetora.

Corolário 3.2 Seja T : V ! W uma transformação linear injetora. Se dimV = dimW;

então T leva base em base.

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3.1.1 Isomor�smo

Quando uma transformação linear T : V ! W for bijetora, dizemos que T é um

isomor�smo e que os espaços vetoriais V e W são isomorfos. Neste caso, dimV = dimW:

Além disso, um isomor�smo T : V ! W tem uma aplicação inversa T�1 : W ! V que

é linear e também é um isomor�smo.

Exemplo 3.22 Considere a transformação linear T : R3 ! R3; de�nida por T (x; y; z) =

(2x� y + 3z;�y + z; 2x+ y): Veri�que que T é um isomor�smo e determine sua inversa.

Observação 3.3 Todo isomor�smo leva base em base.

Observação 3.4 Se T : V ! W é linear e fv1; : : : ; vng gera V; então fT (v1); : : : ; T (vn)g

gera a Im(T ):

Exemplo 3.23 Seja T : R3 ! R2 a transformação linear tal que T (e1) = (1; 2); T (e2) =

(0; 1) e T (e3) = (�1; 3); sendo fe1; e2; e3g a base canônica de R3:

1. Determinar o ker(T ) e uma de suas bases. T é injetora?

2. Determinar a Im(T ) e uma de suas bases. T é sobrejetora?

3.2 Matriz Associada a uma Transformação Linear

Seja T : V ! W uma transformação linear e considere � = fv1; : : : ; vng uma base de

V e �0 = fw1; : : : ; wmg uma base de W: Temos,

T (v1) = a11w1 + a21w2 + � � � + am1wm

T (v2) = a12w1 + a22w2 + � � � + am2wm...

......

...

T (vn) = a1nw1 + a2nw2 + � � � + amnwm

47

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A matriz 26666664a11 a12 � � � a1n

a21 a22 � � � a2n...

......

am1 am2 � � � amn

37777775é chamada matriz de T em relação às bases � e �0 e é denotada por [T ]��0 :

Exemplo 3.24 Seja T : R4 ! R2 dada por T (x; y; z; t) = (x + y; z + t): Determine [T ]��0 ;

onde � é a base canônica de R4 e �0 = f(1; 1); (1; 0)g :

Exemplo 3.25 Dadas as bases � = f(1; 1); (0; 1)g de R2 e �0 = f(0; 3; 0); (�1; 0; 0); (0; 1; 1)g

de R3, encontre a transformação linear T : R2 ! R3 cuja matriz é

[T ]��0 =

266640 2

�1 0

�1 3

37775 :Observação 3.5 Quando � e �0 são bases canônicas de V e W respectivamente, costuma-se

usar a notação [T ]��0 = [T ] : Também é comum usar a notação T (v) = Tv:

Teorema 3.5 Sejam V e W espaços vetoriais, � base de V; � base de W e T : V ! W

uma transformação linear. Então

[T (v)]� = [T ]�� � [v]� :

Exemplo 3.26 Considere a transformação linear T : R2 ! P2(R) que tem a matriz

[T ]�� =

266641 �1

0 1

�2 3

37775 em relação às bases � = f(1; 0); (0; 1)g e � = f1 + t2;�2 + t2; tg :

Calcule T (2;�3):

Teorema 3.6 Sejam T1 : V ! W e T2 : W ! U transformações lineares e �; �; bases de

V; W e U respectivamente. Então a composta de T1 com T2; T2 � T1 : V ! U é linear e

[T2 � T1]� = [T2]� � [T1]

�� :

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Exemplo 3.27 Considere as transformações lineares T : R3 ! R2; T (x; y; z) = (2x +

y; x+ z) e S : R2 ! M2�2(R); S(x; y) =

24 x+ y 0

0 0

35 : Se � = f(1; 1; 1); (1; 1; 0); (1; 0; 0)g ;� = f(1; 0); (0; 1)g e base canônica de M2�2(R): Determinar S � T : R3 !M2�2(R); [S]� ;

[T ]�� e [S � T ]� :

Teorema 3.7 Sejam V e W espaços vetoriais de mesma dimensão, � e � bases de V e W

respectivamente e T : V ! W uma transformação linear.

i) [T ] �� é uma matriz quadrada

ii) T é um isomor�smo se, e somente se, det�[T ]��

�6= 0:

iii) Se T é um isomor�smo, então�T�1

���=�[T ]��

��1:

Exemplo 3.28 Seja T : R2 ! R2; T (x; y) = (x + y; x) e sejam � = f(1; 0); (0; 1)g e

� = f(2; 1); (1; 1)g bases de R2: Encontre T�1:

49

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Capítulo 4

Autovalores e Autovetores

De�nição 4.1 Um transformação linear de um espaço vetorial nele mesmo T : V ! V é

chamada Operador Linear.

De�nição 4.2 Seja T : V ! V um operador linear. Dizemos que um escalar � 2 R é um

autovalor de T se existe v 2 V; v 6= 0V tal que T (v) = �v: Neste caso, dizemos que v é um

autovetor de T associado a �:

Observação 4.1 � pode ser o número zero, embora v 6= 0V :

Exemplo 4.1 T : R2 ! R2; T (x; y) = 3(x; y): Neste caso, � = 3 é um autovalor de T e

qualquer vetor (x; y) 6= (0; 0) é um autovetor de T associado ao autovalor � = 3:

Exemplo 4.2 O operador linear T : R2 ! R2; T (x; y) = (�y; x) (Rotação de 90o em torno

da origem) não possui autovalor.

Exemplo 4.3 Usando a de�nição, determine os autovalores e os autovetores do operador

T : R2 ! R2; T (x; y) = (4x� 3y; 6x� 7y):

Teorema 4.1 Seja T : V ! V um operador linear.

1. Se v é um autovetor de T associado a um autovalor �; então w = �v; � 6= 0; � 2 R

também é autovetor de T associado ao mesmo autovalor �:

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2. O conjunto formado por todos os autovetores de T associados ao autovalor � mais o

vetor nulo, isto é,

V� = fv 2 V ;T (v) = �vg

é um subespaço vetorial de V: V� é chamado subespaço associado ao autovalor �:

4.0.1 Polinômio Característico

Seja V um espaço vetorial de dimensão n e T : V ! V um operador linear. Considere

� uma base de V e [T ]�� = (aij)n�n: Supondo que � 2 R é autovalor de T; temos que existe

v 2 V; v 6= 0V tal que T (v) = �v: Assim, [T (v)]� = [�v]� e daí

[T ]�� � [v]� = � [v]�

Assim,

[T ]�� � [v]� � � [v]� =

266666640

0...

0

37777775n�1

e portanto

�[T ]�� � �In�n

�[v]� =

266666640

0...

0

37777775n�1

:

Considerando

[v]� =

26666664x1

x2...

xn

37777775 =266666640

0...

0

37777775n�1

51

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temos: 26666664a11 � � a12 � � � a1n

a21 a22 � � � � � a2n...

......

...

an1 an2 � � � ann � �

37777775 �26666664x1

x2...

xn

37777775 =266666640

0...

0

37777775Como esse sistema tem solução não-trivial devemos ter

det

26666664a11 � � a12 � � � a1n

a21 a22 � � � � � a2n...

......

...

an1 an2 � � � ann � �

37777775 = 0

ou seja,

det�[T ]�� � �In�n

�= 0:

De�nição 4.3 De�nimos o polinômio característico de T como sendo o polinômio de

grau n :

p(�) = det�[T ]�� � �In�n

�:

As raízes reais de p(�) são exatamente os autovalores de T ou os autovalores da matriz

[T ] :

Observação 4.2 Se � e � são bases de V então

p(�) = det�[T ]�� � �In�n

�= det ([T ]�� � �In�n) :

Assim, o polinômio característico independe da escolha da base.

Exemplo 4.4 Seja T : R2 ! R2; T (x; y) = (x + 3y; 3x + y) sendo � = f(1; 0); (0; 1)g e

� = f(1; 1); (2; 1)g : Determine [T ]�� ; [T ]�� e o polinômio característico de T: Encontre os

autovalores e autovetores de T através do polinômio característico.

De�nição 4.4 Chamamos de multiplicidade algébrica de um autovalor a quantidade de

vezes que ele aparece como raiz do polinômio característico. A multiplicidade geométrica

de um autovalor � é dimV�:

52

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Exemplo 4.5 Seja A =

266643 0 �4

0 3 5

0 0 �1

37775 : Determine os autovalores e autovetores de A:

Exemplo 4.6 Seja A =

266643 �3 �4

0 3 5

0 0 �1

37775 : Determine os autovalores e autovetores de A:

4.1 Diagonalização de Operadores

Seja T : V ! V um operador linear. A cada base � de V corresponde uma matriz [T ]��

que representa T na base �: Queremos encontrar uma base � de V na qual [T ]�� seja a matriz

mais simples possível. Veremos que essa matriz é a matriz diagonal.

Se conseguirmos uma base � = fv1; v2; : : : ; vng de V formada por autovetores de T;

então

T (v1) = �1v1 + 0v2 + � � �+ 0vn

T (v2) = 0v1 + �2v2 + � � �+ 0vn...

T (vn) = 0v1 + 0v2 + � � �+ �nvn

e portanto a matriz [T ]�� será uma matriz diagonal, onde os elementos da diagonal principal

são os autovalores �i; isto é,

[T ]�� =

26666664�1 0 0 � � � 0

0 �2 0 � � � 0...

......

...

0 0 0 � � � �n

37777775n�n

:

53

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Por outro lado, se = fu1; u2; : : : ; ung é uma base de V tal que

[T ] =

26666664a1 0 0 � � � 0

0 a2 0 � � � 0...

......

...

0 0 0 � � � an

37777775n�n

então, interpretando a matriz temos:

T (u1) = a1v1 + 0v2 + � � �+ 0vn

T (v2) = 0v1 + a2v2 + � � �+ 0vn...

T (vn) = 0v1 + 0v2 + � � �+ anvn

e portanto, u1; u2; : : : ; un são autovetores de T:

Concluimos portanto que um operador linear T : V ! V admite uma base � na qual

[T ]�� é diagonal se, e somente se, � é formada por autovetores de T: Os resultados seguintes

asseguram a existência dessa base.

Teorema 4.2 Autovetores associados a autovalores distintos são L:I:

Corolário 4.1 Se V é um espaço vetorial de dimensão n e T : V ! V é um operador linear

que possui n autovalores distintos, então V possui uma base formada por autovetores de T:

De�nição 4.5 Seja T : V ! V um operador linear. Dizemos que T é um operador

diagonalizável se existe uma base de V cujos elementos são autovetores de T:

Exemplo 4.7 Vamos veri�car se os operadores abaixo são diagonalizáveis.

1. T : R2 ! R2; T (x; y) = (�3x+ 4y � x+ 2y); [T ] =

24 �3 4

�1 2

35 :

2. T : R3 ! R3; [T ] =

266643 0 �4

0 3 5

0 0 �1

3777554

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3. T : R3 ! R3; [T ] =

266643 �3 �4

0 3 5

0 0 �1

37775

55