nota tecnica 02-2009 - portaria 1497 mec - jornada 30 horas

Upload: juliano-grisolia

Post on 14-Jul-2015

101 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Nota Tcnica n 02/2009

SINASEFE. Jornada semanal de 30 horas. Portaria 1497 do Ministrio da Educao. Pretenso de aplicao aos servidores dos Institutos Federais, CEFETs e Escolas Tcnicas vinculadas s Universidades Federais.

Trata-se de anlise solicitada pelo SINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES FEDERAIS DA EDUCAO BSICA E PROFISSIONAL SINASEFE acerca da Portaria 1497, de 4 de dezembro de 2008, editada pelo Ministrio da Educao. A normativa em questo trata da possibilidade de adoo da jornada semanal de 30 horas nas situaes que especifica. O consulente questiona sobre a aplicao da portaria aos servidores dos Institutos Federais, Centros Federais de Educao Tecnolgica CEFETs e suas Unidades de Ensino Descentralizadas UNEDs e Escolas Tcnicas vinculadas s Universidades Federais. proposta. 1. Seguem, ento, consideraes sobre a temtica Da legislao que rege a jornada de trabalho dos servidores da Administrao Pblica Federal direta, suas autarquias e fundaes

Os servidores pblicos federais so regidos pelo Regime Jurdico nico (Lei 8.112/90), que trata da jornada de trabalho em seu artigo 19: Art. 19. Os servidores cumpriro jornada de trabalho fixada em razo das atribuies pertinentes aos respectivos cargos, respeitada a durao mxima do trabalho semanal de quarenta horas e observados os limites mnimo e mximo de seis horas e oito horas dirias, respectivamente. (Redao dada pela Lei n 8.270, de 17.12.91)Santa Maria Belo Horizonte Bento Gonalves Braslia Cuiab Curitiba Florianpolis Goinia Joo Pessoa Macap Macei Pelotas Porto Alegre Porto Velho Rio de Janeiro Salvador So Luiz So Paulo Vitria

1

Braslia, DF: SBS Qd. 1, Bloco K, Ed. Seguradoras, Salas 908/913, CEP 70.093-900, Fone/fax: (61) 3226-6937 www.wagner.adv.br e-mail: [email protected]

1o O ocupante de cargo em comisso ou funo de confiana submete-se a regime de integral dedicao ao servio, observado o disposto no art. 120, podendo ser convocado sempre que houver interesse da Administrao. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 2o O disposto neste artigo no se aplica a durao de trabalho estabelecida em leis especiais. (Includo pela Lei n 8.270, de 17.12.91) As disposies contidas no art. 19 do RJU foram posteriormente regulamentadas atravs do Decreto n 1.590, de 10 de agosto de 1995, o qual disps sobre a jornada de trabalho dos servidores da Administrao Pblica Federal direta, das autarquias e das fundaes pblicas federais, nos termos seguintes: Art. 1 A jornada de trabalho dos servidores da Administrao Pblica Federal direta, das autarquias e das fundaes pblicas federais, ser de oito horas dirias e: I - carga horria de quarenta horas semanais, exceto nos casos previstos em lei especfica, para os ocupantes de cargos de provimento efetivo; II - regime de dedicao integral, quando se tratar de servidores ocupantes de cargos em comisso ou funo de direo, chefia e assessoramento superiores, cargos de direo, funo gratificada e gratificao de representao. Pargrafo nico. Sem prejuzo da jornada a que se encontram sujeitos, os servidores referidos no inciso II podero, ainda, ser convocados sempre que presente interesse ou necessidade de servio. Art. 2 Para os servios que exigirem atividades contnuas de 24 horas, facultada a adoo do regime de turno ininterrupto de revezamento. Art. 3 Quando os servios exigirem atividades contnuas de regime de turnos ou escalas, em perodo igual ou superior a doze horas ininterruptas, em funo de atendimento ao pblico ou trabalho no perodo noturno, facultado ao dirigente mximo do rgo ou da entidade autorizar os servidores a cumprir jornada de trabalho de seis horas dirias e carga horria deSanta Maria Belo Horizonte Bento Gonalves Braslia Cuiab Curitiba Florianpolis Goinia Joo Pessoa Macap Macei Pelotas Porto Alegre Porto Velho Rio de Janeiro Salvador So Luiz So Paulo Vitria

2

Braslia, DF: SBS Qd. 1, Bloco K, Ed. Seguradoras, Salas 908/913, CEP 70.093-900, Fone/fax: (61) 3226-6937 www.wagner.adv.br e-mail: [email protected]

trinta horas semanais, devendo-se, dispensar o intervalo para refeies.

neste

caso,

1o Entende-se por perodo noturno aquele que ultrapassar s vinte e uma horas. 2o Os dirigentes mximos dos rgos ou entidades que autorizarem a flexibilizao da jornada de trabalho a que se refere o caput deste artigo devero determinar a afixao, nas suas dependncias, em local visvel e de grande circulao de usurios dos servios, de quadro, permanentemente atualizado, com a escala nominal dos servidores que trabalharem neste regime, constando dias e horrios dos seus expedientes. Art. 4 Aos Ministros de Estado e aos titulares de rgos essenciais da Presidncia da Repblica, bem como a seus respectivos Chefes de Gabinete e, tambm, aos titulares de cargos de Natureza Especial e respectivos Chefes de Gabinete facultado autorizar jornada de trabalho de seis horas e carga horria de trinta horas semanais s secretrias que os atendam diretamente, limitadas, em cada caso, a quatro. Art. 9 No prazo de trinta dias, contados da publicao deste Decreto, o dirigente mximo do rgo ou entidade fixar os critrios complementares necessrios sua implementao, com vistas a adequ-lo s peculiaridades de cada unidade administrativa e atividades correspondentes. Como visto, embora a regra no servio pblico federal seja a adoo de jornada diria de 8 horas, com durao semanal do trabalho de 40 horas, existe autorizao legal para a adoo de jornada diria de seis horas, com durao semanal do trabalho de 30 horas. Essa reduo da carga horria, situao na qual ser dispensado o intervalo para refeies, somente pode ocorrer se presentes determinadas condies: a) os servios devem exigir atividades contnuas de regime de turnos ou escalas em perodo igual ou superior a 12 horas ininterruptas; b) essas atividades contnuas devem ocorrer em funo de atendimento ao pblico ou trabalho no perodo noturno. Assim, visvel que para a reduo da jornada deve necessariamente estar presentes os requisitos exigidos pelo Decreto 1.590/95.Santa Maria Belo Horizonte Bento Gonalves Braslia Cuiab Curitiba Florianpolis Goinia Joo Pessoa Macap Macei Pelotas Porto Alegre Porto Velho Rio de Janeiro Salvador So Luiz So Paulo Vitria

3

Braslia, DF: SBS Qd. 1, Bloco K, Ed. Seguradoras, Salas 908/913, CEP 70.093-900, Fone/fax: (61) 3226-6937 www.wagner.adv.br e-mail: [email protected]

Observa-se que, mesmo nessas situaes, a reduo da jornada uma faculdade do dirigente mximo do rgo ou entidade, a ser exercida a partir de uma anlise de convenincia e oportunidade, no se tratando de imposio legal. Portaria 1.497/MEC. 2. Contextualizada a questo, passa-se ao exame da

Da aplicao da Portaria 1.497/MEC

Com base na autorizao contida no decreto referido, o Ministro da Educao editou a Portaria 1.497, de 4 de dezembro de 2008, cujo teor o seguinte: O MINISTRO DE ESTADO DA EDUCAO, no uso de suas atribuies e tendo em vista o disposto no artigo 3 do Decreto n 1.590, de 10 de agosto de 1995, com redao dada pelo Decreto n 4.836, de 9 de setembro de 2003, resolve: Art. 1 Delegar competncia ao Secretrio Executivo deste Ministrio, vedada a subdelegao, para autorizar os servidores a cumprir jornada de trabalho de seis horas dirias e carga horria de trinta horas semanais, devendo-se, neste caso, dispensar o intervalo para refeies, exclusivamente quando os servios exigirem atividades contnuas de regime de turnos ou escalas, em perodo igual ou superior a doze horas ininterruptas, em funo de atendimento ao pblico ou trabalho no perodo noturno. Pargrafo nico. Para a flexibilizao da jornada de trabalho a que se refere o caput deste artigo exigir-se- afixao, nas dependncias da repartio, em local visvel e de grande circulao de usurios dos servios, de quadro, permanentemente atualizado, com a escala nominal dos servidores que trabalharem neste regime, constando dias e horrios dos seus expedientes. Art. 2 Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicao. De incio, cabe observar que o mbito de aplicao da Portaria se limita aos servidores do prprio Ministrio da Educao. Com efeito, o Decreto 1.590/95, em seu art. 3, prev que cabe ao dirigente mximo do rgo ou da entidade autorizar a realizao de jornada reduzida. Santa Maria Belo Horizonte Bento Gonalves Braslia Cuiab Curitiba Florianpolis Goinia Joo Pessoa Macap 4 Macei Pelotas Porto Alegre Porto Velho Rio de Janeiro Salvador So Luiz So Paulo VitriaBraslia, DF: SBS Qd. 1, Bloco K, Ed. Seguradoras, Salas 908/913, CEP 70.093-900, Fone/fax: (61) 3226-6937 www.wagner.adv.br e-mail: [email protected]

Embora o Ministro da Educao seja o dirigente mximo do Ministrio, no o de cada entidade vinculada ou sob a superviso do mesmo. Alm disso, portaria editada por ele no tem o condo de afastar a autonomia administrativa que existe em razo da condio especial dos Institutos, CEFETs e Escolas Tcnicas. Com efeito, os Institutos Federais, criados pela recente Lei 11.892/08 a partir do agrupamento da maioria dos CEFETs e escolas federais, possuem natureza jurdica de autarquia, detentoras de autonomia administrativa, patrimonial, financeira, didtico-pedaggica e disciplinar (art. 1, pargrafo nico). Os CEFETs que no foram integrados aos Institutos Federais igualmente so autarquias e possuem autonomia administrativa. J as Escolas Tcnicas que permanecem sem ser integradas so vinculadas s Universidades Federais, que por sua vez so autarquias com autonomia administrativa. Assim, cabe ao dirigente mximo de cada uma dessas entidades a fixao do horrio de trabalho dos seus servidores, no apenas por fora da previso expressa do Decreto 1.590/95, mas tambm em razo da autonomia administrativa de tais entidades em relao ao Ministrio da Educao. No lhes aplicvel ato do dirigente mximo do Ministrio da Educao sobre a jornada de trabalho dos seus servidores. Por outro lado, cabe destacar que a Portaria 1497/MEC no autoriza que os servidores por ela abrangidos passem imediatamente a cumprir jornada de seis horas dirias, mas apenas delega a competncia para a concesso dessa autorizao, nos casos em que estiverem presentes os requisitos legais. 3. Concluses

A partir do exame da legislao pertinente questo proposta pelo consulente, possvel depreender o que segue: a) a legislao em vigor autoriza a adoo de jornada diria de seis horas, sem intervalo para refeies, com durao semanal do trabalho de 30 horas; b) tal situao possvel quando presentes os requisitos legais, quais sejam, os servios devem exigir atividades contnuas de regime de turnos ou escalas em perodo igual ou superior a 12 horas ininterruptas e essas atividades contnuas devem ocorrer em funo de atendimento ao pblico ou trabalho no perodo noturno; c) a faculdade de autorizar a reduo da jornada dos dirigentes mximos dos rgos ou entidades;Santa Maria Belo Horizonte Bento Gonalves Braslia Cuiab Curitiba Florianpolis Goinia Joo Pessoa Macap Macei Pelotas Porto Alegre Porto Velho Rio de Janeiro Salvador So Luiz So Paulo Vitria

5

Braslia, DF: SBS Qd. 1, Bloco K, Ed. Seguradoras, Salas 908/913, CEP 70.093-900, Fone/fax: (61) 3226-6937 www.wagner.adv.br e-mail: [email protected]

d) a Portaria 1497/MEC se aplica somente aos servidores do Ministrio da Educao; e) a portaria no implica autorizao imediata para que os servidores por ela abrangidos passem a cumprir jornada diria de seis horas, mas apenas delega competncia para que o Secretrio Executivo do Ministrio da Educao autorize essa jornada reduzida, desde que presentes os requisitos legais; f) para que possa ser adotada essa jornada reduzida para os servidores dos Institutos Federais, dos CEFETs e suas Unidades Descentralizadas e das Escolas Tcnicas vinculadas s Universidades Federais, necessrio que o dirigente mximo de cada entidade d autorizao para tanto, observados os requisitos legais, conforme acima analisado. o que temos a anotar, s.m.j. Braslia, 2 de fevereiro de 2009.

Valmir Vieira de Andrade OAB/DF 26.778

Luciana Rambo OAB/RS 52.887

Santa Maria Belo Horizonte Bento Gonalves Braslia Cuiab Curitiba Florianpolis Goinia Joo Pessoa Macap Macei Pelotas Porto Alegre Porto Velho Rio de Janeiro Salvador So Luiz So Paulo Vitria

6

Braslia, DF: SBS Qd. 1, Bloco K, Ed. Seguradoras, Salas 908/913, CEP 70.093-900, Fone/fax: (61) 3226-6937 www.wagner.adv.br e-mail: [email protected]