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1. Panorama Internacional 

Em estudo da U.S. Energy  Information Administration1 (EIA)  ‐  Internacional Energy Outlook 2010, 

estima‐se que a geração mundial de energia deverá aumentar 87% entre os anos de 2007 e 2035, 

o  que  representa  um  crescimento  médio  anual  de  2,3%.  Esse  crescimento  é  puxado, 

principalmente,  pelos  países  emergentes  que  precisam  atender  uma  nova  demanda  de  suas 

populações por eletricidade2. Já os países desenvolvidos, com seus mercados maduros, terão um 

crescimento mais lento. 

Para suprir o mundo com energia, há que se recorrer aos diversos meios disponíveis e, segundo 

estimativas da EIA, as fontes de energia renováveis serão responsáveis por um crescimento médio 

anual de 3%, incrementando sua participação na matriz mundial de energia elétrica de 18,6% para 

22,8%,  embora  o  carvão  continue  como  o  grande  supridor  global  de  eletricidade  no  período 

analisado. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

1 Órgão do governo norte‐americano responsável pelas informações e estatísticas de energia. 2 Segundo a Agência Internacional de Energia, em 2008, 22% da população mundial não tinha acesso à eletricidade, ou seja, cerca de 1,5 bilhão de pessoas.

Fontes 2007 (%) 2035 (%)Crescimento Médio

Anual (%)

Carvão 7,9 42,0 15,0 42,7 2,3

Gás Natural 3,9 20,7 6,8 19,4 2,1

Renováveis 3,5 18,6 8,0 22,8 3,0

Nuclear 2,6 13,8 4,5 12,8 2,0

Líquidos 0,9 4,8 0,8 2,3 -0,4

Total 18,8 100,0 35,1 100,0 2,3

Fonte: US Energy Information Administration; elaboração FIEB/SDI.

Geração de Energia Elétrica Mundial (2007-2035)

Em bilhões (109) de MW

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Segundo o mesmo estudo, dentre as fontes de energia renováveis, aquela que mais crescerá será 

a geração solar (12,7% a.a., partindo de uma base muito baixa), seguida da eólica (7,8% a.a.), que 

passaria a responder por 17% da geração de energia elétrica renovável do mundo em 2035. 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nos últimos 15 anos, a geração eólica no mundo registrou um crescimento médio anual de 26%, 

tendo alcançado uma capacidade instalada da ordem de 197 GW em 2010. Dificilmente esse nível 

de  crescimento  será  reproduzido no  longo prazo. No entanto, no  curto e médio prazos,  alguns 

sinais apontam para a continuidade da forte evolução do mercado de geração eólica no mundo:  

(i) a necessidade dos países diversificarem suas matrizes energéticas; (ii) a necessidade de maior 

segurança no suprimento de energia, com redução da dependência de importação de combustível 

fóssil;  (iii)  maiores  cobranças  nas  questões  ambiental  e  de  saúde  pública;  e  (iv)  o  avanço 

tecnológico, permitindo uma rápida redução dos custos da geração eólica. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: GWEC ‐ Global Wind Energy Council 

   

Fontes 2007 (%) 2035 (%)Crescimento Médio

Anual (%)

Hidroelétrica 2.999 86,6 5.418 68,0 2,1

Eólica 165 4,8 1.355 17,0 7,8

Geotérmica 57 1,6 160 2,0 3,7

Solar 6 0,2 165 2,1 12,7

Outras 235 6,8 874 11,0 4,8

Total 3.462 100,0 7.972 100,0 3,0

Fonte: US Energy Information Administration; elaboração FIEB/SDI.

Geração Renovável de Energia Elétrica Mundial (2007-2035)

Em milhões (106) de MW

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Países líderes na geração eólica: 

Geração Eólica ‐ Ranking da Capacidade Instalada ‐ 2010 

Países  MW  % 

China  44.733  22,7 

Estados Unidos  40.180  20,4 

Alemanha  27.214  13,8 

Espanha  20.676  10,5 

Índia  13.065  6,6 

Itália  5.797  2,9 

França  5.660  2,9 

Reino Unido  5.204  2,6 

Canadá  4.009  2,0 

Dinamarca  3.752  1,9 

Subtotal  170.290  86,4 

Resto do Mundo  26.749  13,6 

Total  197.039  100,0 

Fonte: GWEC ‐ Global Wind Energy Council 

 

China  –  possui  atualmente  o maior  parque  gerador  do mundo  e  também  o  que mais  cresce. 

Realizando investimentos anuais superiores a US$ 20 bilhões, adicionou à sua capacidade 18,9 GW 

de geração em 2010, alcançando um  total de 44,7 GW. Outro ponto de destaque é que o país 

possui  três  representantes  na  lista  dos  dez maiores  fabricantes  de  turbinas  eólicas  do mundo. 

Segundo  estudo  do  governo  chinês,  o  potencial  explorável  de  geração  eólica  do  país  é  de 

aproximadamente 2.580 GW (em terra e offshore). 

Estados Unidos – possui o segundo maior parque gerador do mundo. No ano de maior expansão 

(2009), adicionou 10 GW de geração a sua capacidade total. Em 2010, o ritmo de crescimento caiu 

a metade e o parque  instalado alcançou um total de 40,2 GW. Como fator positivo, os contratos 

de compra de energia eólica dos últimos dois anos ficaram na casa de US$ 5‐6 cents/KW, tornando 

as  plantas  eólicas  competitivas  com  as  novas  plantas  de  gás  natural.  O  país  possui  um 

representante entre os dez maiores fabricantes de turbinas eólicas do mundo. 

   

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Alemanha – mantém‐se como o maior parque gerador da Europa. Em 2010, adicionou 1,49 GW, 

alcançando  um  total  de  27,2  GW.  As  plantas  eólicas  produziram  37.300  GWh  em  2010, 

correspondendo  a  6,2%  do  consumo  de  energia  do  país.  A  geração  eólica  é  a maior  fonte  de 

energia  renovável  da  Alemanha,  que  aplica  formas  de  subsídio3  às  energias  renováveis  desde 

1991. A  Lei de Fontes de Energia Renovável  (EEG) entrou em  vigor em 2000 e ainda  fornece o 

principal estímulo para o mercado eólico alemão, estipulando uma  tarifa diferenciada para cada 

kWh produzido de energia elétrica e também prioridade de acesso à rede de transmissão. A EEG é 

alterada com regularidade para adaptar as  tarifas subsidiadas às condições de mercado atuais e 

novos desenvolvimentos tecnológicos. O país possui dois dos dez maiores fabricantes de turbinas 

eólicas do mundo. 

Espanha – atualmente é o maior mercado para energia eólica e o segundo maior parque gerador 

da Europa. Em 2010, adicionou 1,51 GW de geração, alcançando um total de 20,7 GW. As plantas 

eólicas produziram 42.700 GWh em 2010,  correspondendo a 16,6% do  consumo de energia do 

país. O total das fontes renováveis responde por 38% do consumo de energia da Espanha, sendo a 

geração eólica a maior fonte de energia renovável do país. Possui um dos dez maiores fabricantes 

de turbinas eólicas do mundo. 

10 Maiores Fabricantes de Turbinas Eólicas, por Market Share ‐ 2009 

Empresa  Market Share (%)  Origem 

1. Vestas  12,5  Dinamarca 

2. GE Wind Energy  12,4  Estados Unidos 

3. Sinovel  9,2  China 

4. Enercon  8,5  Alemanha 

5. Goldwind  7,2  China 

6. Gamesa  6,7  Espanha 

7. Dongfang Electric  6,5  China 

8. Suzlon  6,4  Índia 

9. Siemens Wind Power  5,9  Alemanha 

10. REpower (comprada pela Suzlon Energy)  3,4  Índia 

Subtotal  78,7   

Outras  21,3   

Fonte: BTM Consult 

 

 

 

3 Feed‐in tariff – política de subsídio adotada com o objetivo de encorajar a adoção de novas tecnologias de geração de energia, a exemplo da geração eólica, biomassa, geotérmica e solar. Cada tecnologia possui sua tarifa própria de modo a equalizar as diferenças de custos e garantir a  lucratividade do negócio. O custo extra da tarifa subsidiada é repassado para todos os consumidores, com vista a reduzir o peso do incremento, por unidade de consumo. 

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GERAÇÃO EÓLICA – PREVISÃO DE MERCADO (2010‐2015) | EM GW 

 

 

Fonte: GWEC ‐ Global Wind Energy Council 

2. Panorama Nacional 

O  Brasil  possui  uma  matriz  de  geração  elétrica  diferenciada,  predominantemente  renovável. 

Adicionando‐se à fonte hidráulica, as importações (Itaipu) e a geração eólica, pode‐se afirmar que 

mais de 85% da eletricidade do País é originada de  fontes  renováveis, enquanto o mundo gera 

mais de 40% de sua energia através da queima de carvão. 

 

Fonte: EPE ‐ Balanço Energético Nacional 2010; elaboração FIEB/SDI. 

 

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A geração eólica no Brasil ainda tem um longo caminho a trilhar. Em 2009, a fonte respondia por 

somente 0,2% da oferta  interna de energia elétrica do país. No entanto, é  importante destacar 

que os primeiros passos para o seu desenvolvimento foram dados com a criação do Programa de 

Incentivo  às  Fontes  Alternativas  de  Energia  Elétrica  (PROINFA)  e  com  a  realização  dos  últimos 

leilões de energia, que atraíram o interesse dos investidores. 

O  potencial  eólico  brasileiro,  para  50  metros  de  altura  e  velocidade  do  vento  de  7m/s,  foi 

estimado em 143 GW. Esse cálculo foi divulgado no estudo Atlas do Potencial Eólico Brasileiro4 em 

2001. Nesse período, os padrões técnicos mudaram substancialmente. Atualmente, o padrão de 

geração eólica exigiria aferição para uma altura de 100 metros ou mais. Desse modo, há consenso 

de que o potencial oficial disponível  se  encontra bastante  subestimado. Com base  em  estudos 

feitos em âmbito estadual para alturas de 80‐100 metros, estima‐se que o potencial nacional seria 

de mais de 350 GW5. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ainda que com ressalvas, analisando o Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, vê‐se que mais de 50% 

do potencial eólico está localizado na região Nordeste, com posição destacada para os Estados da 

Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte. 

 

 

4 O estudo não contemplou o potencial offshore. 5 Para efeito de referência, a capacidade instalada de todo o parque gerador brasileiro é de 113,3 GW, em 2010 (ANEEL).

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Segundo avaliação da GWEC  ‐ Global Wind Energy Council, o Brasil possui excelentes condições 

para se tornar uma referência na geração eólica, com base nos seguintes fatores: 

 

1. Energia renovável considerada limpa por não emitir poluentes, contribuindo assim com a 

redução do efeito estufa. 

2. Gratuidade do combustível (vento). 

3. Complementaridade  entre  o  regime  dos  ventos  e  o  regime  hídrico,  especialmente  no 

Nordeste,  podendo  contribuir  com  o  acúmulo  de  água  nos  reservatórios  das 

hidroelétricas. 

4. Os parques eólicos  são modulares, permitem o uso múltiplo da  terra e geram  royalties 

para os proprietários. 

5. A  geração  eólica  pode  contribuir  com  a  universalização  do  acesso  à  energia  e  com  o 

reforço de áreas na ponta do sistema de distribuição. 

6. O potencial eólico se encontra relativamente próximo da rede de energia e dos centros de 

demanda. 

7. O Brasil dispõe de grandes áreas pouco povoadas que podem abrigar parques geradores 

com pequeno impacto socioambiental. 

8. O País dispõe de mais de 7 mil quilômetros de costa pouco explorada pela geração eólica. 

Potencial offshore sequer foi mensurado. 

 

Além  dos  fatores  apresentados,  os  resultados  dos  leilões  de  fontes  alternativas,  que  elegeram 

projetos  com  fator  de  capacidade6  médio  superior  a  40%  e  preços  decrescentes  e  bastante 

competitivos7 em relação às outras fontes de geração, permitem gerar algum otimismo em relação 

ao desenvolvimento do setor eólico em território nacional. 

   

6 Proporção  entre  a  geração média  e o  valor  da  capacidade de uma  unidade  geradora  elétrica  durante  um  período específico (expresso em porcentagem). 7 Leilão de dezembro de 2009 as eólicas ofereceram um preço médio de R$ 148,39/MWh. No leilão de agosto de 2010, as eólicas geraram um preço médio de R$ 130,86/MWh. Os preços ofertados pelas eólicas nos  leilões  realizados em agosto  de  2011  foram  pouco  abaixo  de  R$  100/MWh,  nível  inferior  ao  cobrado  pelas  térmicas  a  gás  (acima  de  R$ 120/MWh).

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3. Potencial de Desenvolvimento na Bahia 

O potencial eólico da Bahia foi estimado em 5,6 GW para 50 metros de altura e em 14,5 GW para 

70 metros  de  altura,  de  acordo  com  estudo  realizado  pela  Coelba  ‐  Estado  da Bahia: Atlas  do 

Potencial Eólico (2002). 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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A Bahia não dispõe de estudo atualizado que estime o potencial eólico estadual para a altura de 

100 metros ou mais. Tendo em conta a avaliação de investidores do setor eólico, acredita‐se que o 

potencial  do  Estado  é  substancialmente  superior  à  estimativa  disponível,  que  foi  calculada  em 

2002. No entanto, há negociações em  curso entre o  governo estadual e o  Sistema  FIEB para  a 

realização de monitoramento e atualização do Atlas do Potencial Eólico do Estado da Bahia, de 

acordo com o novo patamar de produção dos equipamentos (de 100 a 120 metros de altura). 

   

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Cabe destacar alguns fatores positivos do desenvolvimento do setor eólico para o Estado da Bahia: 

1. Os  parques  de  geração  eólica  atualmente  demandam,  para  cada  KW  instalado, 

investimentos  de  entre  R$  2,5  a  3,0  mil,  de  maneira  geral  distribuídos  em  25%  em 

infraestrutura  (obra  civil,  subestação,  cabos  e  linhas)  e  75%  em  equipamentos 

(aerogerador, nacelles, pás,  torres, montagem e  testes). A  título  ilustrativo, o  complexo 

eólico de Brotas formado por três parques eólicos (Macaúbas, Novo Horizonte e Seabra) 

deverá gerar cerca de 90 MW8, com um investimento anunciado de 100 milhões de euros. 

2. O  potencial  de  geração  se  encontra  no  interior,  em  áreas  com  baixo  desenvolvimento 

social  e  econômico.  Desse  modo,  a  implantação  dos  projetos  eólicos  poderá  levar 

emprego, renda e desenvolvimento a estas localidades. Além disso, o impacto ambiental é 

minimizado em relação às instalações no litoral. 

3. A  existência  de  ventos  constantes  e  com  pouca  variação  na  direção,  permitindo  a 

instalação  de  plantas  com  fator  de  capacidade  acima  de  40%,  enquanto  na  Europa 

projetos com fator de capacidade de 25% são considerados bons. 

4. A Bahia tem condição de se tornar um centro técnico de referência nacional para o setor 

eólico,  utilizando‐se  da  estrutura  e  do  corpo  técnico  do  SENAI‐CIMATEC,  que  está  se 

capacitando para realizar a certificação de equipamentos e de sítios eólicos. 

O considerável potencial que o Estado da Bahia possui para desenvolver a geração eólica se reflete 

nos resultados dos leilões de energia realizados em 2009, 2010 e em agosto de 2011: 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

8 Com entrada comercial prevista para janeiro de 2012 

dez/09 ago/10 ago/11Resultado

Global

Rio Grande do Norte 628,2 1.061,0 458,2 2.147,4 37,1

Bahia 390,0 587,4 414,4 1.391,8 24,1

Ceará 572,7 150,0 278,1 1.000,8 17,3

Rio Grande do Sul 186,0 249,4 624,4 1.059,8 18,3

Pernambuco - - 78,0 78,0 1,3

Piauí - - 75,6 75,6 1,3

Sergipe 30,0 0,0 30,0 0,5

Total 1.806,9 2.047,8 1.928,8 5.783,5 100,0

Garantia Física (MW médio) 913,1 913,0

Fator de Capacidade (%) 44,6 47,3

Fonte: EPE; elaboração FIEB/SDI

Leilões de Energia - Eólicas (2009 - 2011)

Em MWEstados %

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Adicionalmente aos parques eólicos, a Bahia tem conseguido atrair investimentos com a instalação 

de fábricas de equipamentos como Alstom, Gamesa e a recém‐anunciada GE. 

 

 

 

 

 

 

Segundo  dados  da  SICM  –  Secretaria  de  Indústria,  Comércio  e  Mineração,  referentes  aos 

investimentos  industriais  implantados, em  implantação e aos protocolos de  intenções assinados 

junto ao Governo do Estado, de  janeiro a setembro de 2011, o setor de energia, sobretudo com 

base na fonte eólica, responde por um total de R$ 6,3 bilhões, equivalentes a 19,2% do total de 

investimentos  cadastrados.  Tal  volume  de  recursos  representa  a  2ª maior  fonte  inversões  no 

Estado da Bahia, abaixo apenas do setor de petróleo e biocombustíveis. 

No entanto, é necessário atentar para as dificuldades em transformar o potencial eólico existente 

e  os  investimentos  previstos  em  realidade,  contribuindo  com  o  desenvolvimento  do  País  e, 

particularmente, do Estado da Bahia. 

Entre os desafios para o desenvolvimento do setor eólico no país, destacam‐se: 

1. Promover  pesquisa  e  desenvolvimento  de  tecnologias  próprias  para  a  fabricação  de 

equipamentos de geração, a exemplo do ocorrido na China e na  Índia, que atualmente 

possuem empresas líderes em nível mundial no setor eólico. 

2. Manter políticas de incentivo que estimulem a adoção de energias de fontes alternativas, 

de  maneira  que  se  complemente  a  matriz  nacional  de  geração  elétrica, 

predominantemente hidráulica. 

3. Reduzir  restrições  e  o  tempo  gasto  na  análise/aprovação  de  processos  no  âmbito  dos 

órgãos ambientais. 

4. Solucionar ou minorar as deficiências na logística de acesso às regiões de maior potencial 

eólico. 

5. Construir  em  tempo  hábil  as  interligações  entre  os  parques  geradores  e  o  Sistema 

Interligado Nacional (SIN) para o despacho da energia. 

 

 

EmpresaInvestimento R$ milhões

Empregos Localização Status

Gamesa 100 100 Camaçari Em operação

Alstom 50 150 Camaçari Em operação

General Electric 45 80 Indefinida Prevista para meados de 2013

Fonte: SICM

Bahia: Investimentos em Fábricas de Aerogeradores

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12

 

Com  a  divulgação  do  trabalho  do  Projeto  Aliança  ‐  “Política  Industrial  da  Bahia:  Estratégias  e 

Proposições9”,  fruto de parceria entre a Secretaria de  Indústria, Comércio e Mineração – SICM, 

Petrobras e a Federação das Indústrias do Estado da Bahia – FIEB, a relevância da opção eólica fica 

evidenciada  na  ação  estratégica  proposta  para  o  tema  transversal  Energia:  “fortalecer  a 

infraestrutura energética como fator competitivo na perspectiva da garantia de disponibilidade de 

oferta, da competitividade de custos, da confiabilidade e da interiorização”. Entre as proposições 

do tema, destaca‐se ainda: “aproveitamento do potencial eólico e solar e incentivo à formação da 

sua cadeia de fornecedores no estado”. 

4. Propostas de apoios do Sistema FIEB 

O Sistema FIEB pode desempenhar um papel relevante no desenvolvimento do setor eólico e da 

indústria do Estado da Bahia, através das seguintes linhas de atuação: 

1. Atuar  institucionalmente, demandando a atualização dos estudos de potencial eólico em 

nível nacional, ou mesmo realizando os mesmos, em nível estadual10. 

2. Investir na estrutura de P&D do SENAI‐CIMATEC para  torná‐lo um centro tecnológico de 

referência no País em energia eólica. 

3. Formar e qualificar a mão‐de‐obra  local para o atendimento do setor eólico, bem como 

dos potenciais fornecedores dos fabricantes de equipamentos, seja através das unidades 

da  RMS,  seja  através  das  unidades/núcleos  do  interior  ou  mesmo  da  montagem  de 

estruturas de  atendimento nas  áreas  com maior densidade de  implantação de parques 

geradores (interiorização). 

4. Apresentar projetos contemplando a cadeia eólica no Programa DECAS  (Densificação de 

Cadeias  de  Suprimento)  para  fomentar  o  incremento  de  conteúdo  local  dos  parques 

geradores  de  energia  eólica. O  entendimento  é  de  que  a  Bahia  não  deve  se  limitar  a 

montar os equipamentos  importados de geração eólica e realizar as obras civis, mas sim 

promover  esforços  no  sentido  de maximizar  a  produção  de  partes  e  componentes  dos 

aerogeradores, agregando valor à cadeia produtiva. 

   

9 Divulgada em 21 de novembro de 2011, no auditório da FIEB. 10 Negociações se encontram em curso, envolvendo o SENAI‐Cimatec e as Secretarias de Infraestrutura e de Ciência, 

Tecnologia e Inovação. 

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5. Conclusão 

A manutenção  de  níveis  sustentados  de  crescimento  econômico  exige  planejamento  de  longo 

prazo e  investimentos constantes em geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, de 

maneira que eventos como os racionamentos não se repitam, frustrando tanto o desenvolvimento 

da  economia  quanto  o  bem‐estar  da  população.  Nesse  contexto,  a  geração  eólica  de  energia 

elétrica demonstra ser uma alternativa das mais promissoras, com rápida evolução das soluções 

técnicas e redução nos custos, tornando‐a mais atrativa frente a fontes tradicionais de geração de 

energia. 

Cabe ressaltar que a energia eólica possui caráter complementar à geração de origem hidráulica 

no Nordeste. A geração eólica não gera energia firme, ao contrário das usinas hidroelétricas, que 

podem armazenar energia (água) em reservatórios. Há ainda limitações de escala e de constância 

no  ciclo  anual  de  geração11.  No  entanto,  tais  restrições  são  parcialmente  compensadas  pela 

característica positiva de usufruir de regime de ventos mais intensos no período de menor vazão 

de água na bacia do rio São Francisco, responsável por grande parte da geração de energia elétrica 

na região Nordeste12. 

Por fim, a expansão da geração eólica, acompanhada pelo encadeamento entre os investimentos 

atraídos  e  o  setor  produtivo  local,  com  a  viabilização  de  um  parque  fabril  fornecedor  e  de 

prestação  de  serviços,  pode  se  transformar  numa  alternativa  viável  de  desenvolvimento 

econômico e social, sobretudo para algumas das regiões menos favorecidas do interior do Estado 

da Bahia. 

 

   

11 Vide mapa de potencial eólico sazonal – p. 9. 

12 Ver Anexo 6.2 – p. 15. 

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6. Anexo 

6.1 ‐ Bahia: projetos eólicos contemplados nos leilões de energia (2009 – 2011) 

    

Vendedor EmpreendimentoPotência

(MW)Garantia

(MW Médio)Preço

(R$/MWh)Localidade

Sequoia Capital Angical 16,0 6,0 99,98 Pindaí

Sequoia Capital Caititu 20,8 10,5 99,98 Pindaí

Sequoia Capital Coqueirinho 22,4 13,5 96.97 Pindaí

Sequoia Capital Corrupiao 22,4 13,7 96,97 Pindaí

Sequoia Capital Inhambu 25,6 15,5 96,97 Pindaí

Sequoia Capital Tamandua Mirim 24,0 13,6 96,97 Pindaí

Sequoia Capital Teiu 17,6 8,2 99,98 Pindaí

Enel Green Power Emiliana 27,2 12,7 98,51 Caetité

Enel Green Power Joana 25,6 12,2 98,50 Caetité

Renova Ametista 28,8 13,9 98,53 Caetité

Renova Borgo 19,2 9,7 98,53 Caetité

Renova Caetité 28,8 14,7 98,53 Caetité

Renova Dourados 28,8 13,2 98,53 Igaporã

Renova Espigão 9,6 5,0 98,53 Igaporã

Renova Maron 28,8 15,4 98,53 Igaporã

Renova Pelourinho 22,4 11,8 98,53 Guanambi

Renova Pilões 28,8 15,5 98,53 Guanambi

Renova Serra do Espinhaço 17,6 8,9 98,53 Guanambi

Total 265,6 133,0 98,53

Fonte: CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica e SICM

Vendedor EmpreendimentoPotência

(MW)Garantia

(MW Médio)Preço

(R$/MWh)Localidade

Brennand Pedra Branca 28,8 12,2 132,50 Sento Sé

Brennand Sao Pedro do Lago 28,8 13,5 132,50 Sento Sé

Brennand Sete Gameleiras 28,8 12,6 132,50 Sento Sé

Chesf Casa Nova 180,0 61,4 131,50 Casa Nova

Iberdrola Caetite 2 30,0 11,2 137,99 Caetité

Iberdrola Caetite 3 30,0 11,2 137,99 Caetité

Cons Pedra do Reino Pedra do Reino III 18,0 6,8 123,98 Sobradinho

Enel Green Power Cristal 30,0 15,7 120,93 Bonito

Enel Green Power Primavera 30,0 16,4 120,92 Morro do Chapéu

Enel Green Power Sao Judas 30,0 15,6 120,94 Morro do Chapéu

Renova Da Prata 19,5 10,1 121,25 Igaporã

Renova Dos Aracas 30,0 15,5 121,25 Pindaí

Renova Morrao 30,0 16,1 121,25 Guanambi

Renova Seraima 30 17,5 121,25 Caetité

Renova Tanque 24 13,9 121,25 Guanambi

Renova Ventos do Nordeste 19,5 10,1 121,25 Pindaí

Total 261,0 137,7 121,43

Fonte: CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica e SICM

Vendedor EmpreendimentoPotência

(MW)Garantia

(MW Médio)Preço

(R$/MWh)Localidade

Cons Pedra do Reino Pedra do Reino n.d. n.d. 152,27 Sobradinho

Desenvix Macaúbas n.d. n.d. 139,99 Brotas de Macaúbas

Desenvix Novo Horizonte n.d. n.d. 139,99 Brotas de Macaúbas

Desenvix Seabra n.d. n.d. 139,99 Brotas de Macaúbas

Renova Alvorada n.d. n.d. 144,94 Caetité

Renova Candiba n.d. n.d. 144,94 Guanambi

Renova Guanambi n.d. n.d. 144,94 Guanambi

Renova Guirapa n.d. n.d. 144,94 Guanambi

Renova Igaporã n.d. n.d. 144,94 Igaporã

Renova Ilhéus n.d. n.d. 144,94 Igaporã

Renova Licínio de Almeida n.d. n.d. 144,94 Guanambi

Renova Nossa Senhora Conceição n.d. n.d. 144,94 Igaporã

Renova Pajeú do Vento n.d. n.d. 144,94 Caetité

Renova Pindai n.d. n.d. 144,94 Guanambi

Renova Planaltina n.d. n.d. 144,94 Caetité

Renova Porto Seguro n.d. n.d. 144,94 Igaporã

Renova Rio Verde n.d. n.d. 144,94 Caetité

Renova Serra do Salto n.d. n.d. 144,94 Guanambi

Total 144,52

Fonte: CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica e SICM

n.d.: não divulgado

Leilões de Energia 2009 - Resultado Eólica na Bahia

Leilões de Energia 2011 - Resultado Eólica na Bahia

Leilões de Energia 2010 - Resultado Eólica na Bahia

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6.2 ‐ Nordeste: Sazonalidade das Usinas Eólicas do Proinfa 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 Fonte: Eletrobrás 

 

Geração de Usinas Eólicas do Proinfa (MWh) 

Vazão do rio São Francisco (m³/s) 

 

 

Pode‐se observar no gráfico acima o elevado grau de complementaridade entre a geração eólica e 

o  sistema  hídrico  nordestino.  Estudo  realizado  pela  CHESF  e  analisado  por  técnicos  do  setor 

elétrico aponta que “a integração da operação de usinas de origens hidráulicas e eólicas tendem a 

otimizar  o  uso  dos  reservatórios  hídricos  e  adicionam  estabilidade  sazonal  ao  sistema  elétrico 

interligado13”. 

 

 

   

13 Sistemas Complementares de Energia Eólica e Hidráulica no Brasil ‐ Dario Jackson Schultz (Copel), Odilon A. Camargo 

do Amarante  (Camargo  Schubert  Engenheiros Associados), Nelson  de Andrade  Rocha  (Promon  Engenharia),  Rogério Motta Bittencourt (CHESF), Martha Regina von Borstel Sugai (Copel). Outubro de 2005. Espaço Energia. 

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A  Nota  Técnica  é  uma  publicação  da  Federação  das  Indústrias  do  Estado  da  Bahia  (FIEB), 

produzida pela Superintendência de Desenvolvimento  Industrial  (SDI), no âmbito das ações do 

Conselho de Infraestrutura (Coinfra).  

 

Presidente:      José de Freitas Mascarenhas 

 

Coordenador do Coinfra:    Marcos Galindo Pereira Lopes 

 

Diretor Executivo:    Leone Peter Correia Andrade 

 

Superintendente:    João Marcelo Alves  

                 (Economista, Mestre em Administração pela UFBA/ISEG‐UTL,    

                   Especialista em Finanças Corporativas pela New York University) 

 

Equipe Técnica:      Marcus Emerson Verhine  

        (Mestre em Economia e Finanças pela Universidade da Califórnia) 

        Ricardo Menezes Kawabe 

        (Mestre em Administração Pública pela UFBA) 

 

Layout e Diagramação:    SCI ‐ Superintendência de Comunicação Institucional 

 

Documento Atualizado:    23 de janeiro de 2012