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Nos termos e para os efeitos do disposto, designadamente, nos artigos 9º, 12º e 196º do Código

dos Direitos de Autor e Direitos Conexos, informa-se que este texto está protegido por direitos de

autor, encontrando-se registado na Inspecção Geral das Actividades Culturais com o nº 4870/2009,

e depositado na Biblioteca Nacional sob o nº 301044/09.

14001 - GUIA2/1

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Num Mundo em constante e rápida mudança, os desafios para o

desenvolvimento sustentável são cada vez mais importantes, sendo

a protecção ambiental e a prevenção da poluição preocupações actuais para

qualquer Organização.

A certificação de sistemas de gestão ambiental destina-se às organizações

que estão preocupadas com os seus impactes ambientais e que pretendem

contribuir de forma positiva para a sustentabilidade.

Assim, a certificação de acordo com a NP EN ISO 14001:2004 + Emenda 1:2006

constitui-se uma ferramenta inquestionável para a melhoria do sistema

de gestão ambiental de uma Organização, permitindo definir soluções

estruturadas que funcionam e que permitem melhorar o seu desempenho

ambiental, alcançando uma confiança acrescida pelas partes interessadas.

A APCER, como entidade líder do mercado nacional na actividade

de certificação, está permanentemente disponível para colaborar com os

seus clientes promovendo melhorias de desempenho distintivas, duradouras

e substanciais.

Mantendo o nosso compromisso, publicamos a nova edição do Guia

Interpretativo NP EN ISO 14001:2004 + Emenda 1:2006, tendo como principal

objectivo disponibilizar informação técnica actualizada sobre a nossa

perspectiva relativamente a esta norma como referencial de certificação.

Por fim, é ainda devida uma palavra de agradecimento a todos os

elementos que participaram neste projecto, pela sua motivação, interesse

e disponibilidade.

Porto, Julho de 2009

PREFÁCIO

José Leitão

CEO

APCER – Associação Portuguesa de Certificação

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A EQUIPA

COORDENAçãO

REDACçãO

REvISãO

Maria Tyssen Segurado e Rui Oliveira

André Ramos

Inês Filipe viegas

Joana Freitas

Joana dos Guimarães Sá

Maria Tyssen Segurado

Rita Batista

Sofia Meister

Ana Dahlin

Ana Roque

António Aragão Frutuoso

Cristina Effertz

Cristina Rocha

Cristina Rothes Barbosa

Helena Ferreira

João vila Lobos

Jorge Castanheira Alves

José Sales Grade

José Saraiva Ramos

Luís Oliveira

Manuel Salgado Silva

Maria Helena Pereira

Rui Oliveira

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INTRODUçãO E OBJECTIvOS

COMO UTILIZAR ESTE GUIA

ABREvIATURAS

DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA

PARTE A: A NP EN ISO 14001:2004 – ENQUADRAMENTO E INFORMAçÕES GERAIS

A NP EN ISO 14001:2004 NA FAMÍLIA DE NORMAS ISO 14001

O ANEXO A (INFORMATIvO) DA NP EN ISO 14001:2004 E A ISO 14004:2004

A NORMA NP EN ISO 14001:2004 E OUTROS REFERENCIAIS

A NORMA NP EN ISO 14001 COMO REFERENCIAL DE CERTIFICAçãO

A CERTIFICAçãO NP EN ISO 14001:2004 E A CONFORMIDADE LEGAL

PARTE B: NP EN ISO 14001:2004 – GUIA INTERPRETATIvO

INTRODUçãO

1. OBJECTIvO E CAMPO DE APLICAçãO

2. REFERÊNCIAS NORMATIvAS

3. TERMOS E DEFINIçÕES

4. REQUISITOS DO SISTEMA DE GESTãO AMBIENTAL

4.1 REQUISITOS GERAIS

4.2 POLÍTICA AMBIENTAL

4.3 PLANEAMENTO

4.3.1 ASPECTOS AMBIENTAIS

4.3.2 REQUISITOS LEGAIS E OUTROS REQUISITOS

4.3.3 OBJECTIvOS, METAS E PROGRAMA(S)

4.4 IMPLEMENTAçãO E OPERAçãO

4.4.1 RECURSOS, ATRIBUIçÕES, RESPONSABILIDADES E AUTORIDADE

4.4.2 COMPETÊNCIA, FORMAçãO E SENSIBILIZAçãO

4.4.3 COMUNICAçãO

4.4.4 DOCUMENTAçãO

4.4.5 CONTROLO DOS DOCUMENTOS

4.4.6 CONTROLO OPERACIONAL

4.4.7 PREPARAçãO E RESPOSTA A EMERGÊNCIAS

4.5 vERIFICAçãO

4.5.1 MONITORIZAçãO E MEDIçãO

4.5.2 AvALIAçãO DA CONFORMIDADE

4.5.3 NãO CONFORMIDADES, ACçÕES CORRECTIvAS E PREvENTIvAS

4.5.4 CONTROLO DOS REGISTOS

4.5.5 AUDITORIA INTERNA

4.6 REvISãO PELA GESTãO

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ÍNDICE

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INTRODUçãOE OBJECTIvOS

COMO UTILIZAR ESTE GUIA

ABREvIATURAS

DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA

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Este guia não define orientações sobre a forma de implementação de um sistema de gestão ambiental. Esse objectivo é assegurado pela ISO 14004:2004 e em parte pelas linhas de orientação definidas no Anexo A (Informativo) da NP EN ISO 14001:2004. A norma NP EN ISO 14001:2004 é aplicável a qualquer Organização, permitindo que o cumprimento dos requisitos possa ser assegurado mediante a adopção de diferentes metodologias, práticas, ferramentas, etc. A competência da APCER, enquanto organismo de certificação, não é decidir qual a melhor solução, mas avaliar se as práticas observadas na Organização são eficazes para cumprir os seus objectivos e assegurar o cumprimento dos requisitos normativos. Enquanto

O presente guia interpretativo tem como objectivo partilhar a perspectiva e experiência da APCER na actividade de certificação de sistemas de gestão ambiental, segundo a norma NP EN ISO 14001:2004 + Emenda 1:2006.A 2ª edição deste guia tem como objectivo a inclusão das disposições definidas no documento da European Cooperation for Accreditation, relativo à conformidade legal como parte da certificação NP EN ISO 14001:2004 acreditada. Este documento é directamente aplicável à actividade da APCER, pelo que se decidiu clarificar o capítulo “A Certificação NP EN ISO 14001:2004 e a Conformidade Legal”.Em 2006 foi publicada uma Emenda de carácter editorial à NP EN ISO 14001:2004, não tendo sido alterados ou acrescentados quaisquer requisitos à norma de referência. Para facilitar a utilização do Guia Interpretativo, o referencial NP EN ISO 14001:2004 + Emenda 1:2006 é mencionado como NP EN ISO 14001:2004.A actividade de certificação de sistemas de gestão ambiental tem sido desenvolvida pela APCER desde 1997, inicialmente com a versão ISO 14001:1996, num conjunto alargado de organizações dos vários sectores económicos - primário; industrial, de comércio e serviços - e em grandes, médias e pequenas organizações públicas ou privadas.

Providenciar uma base de entendimento comum e partilhada entre a APCER e as partes interessadas, relativamente à norma NP EN ISO 14001:2004 como referencial de certificação;

Partilhar a experiência da APCER na certificação segundo este referencial, informando sobre as não conformidades mais frequentes e exemplos

práticos;

Comunicar as expectativas da APCER no processo de avaliação do sistema e na procura de evidências;

Informar sobre aspectos relevantes do processo de certificação, guias relevantes para a acreditação e normas relacionadas (ex: outros sistemas

de gestão, NP EN ISO 19011:2003);

Comunicar a posição da APCER sobre as orientações definidas no Anexo A da NP EN ISO 14001:2004 e na ISO 14004:2004.

ESTE GUIA TEM COMO OBJECTIvOS

GUIA INTERPRETATIvO NP EN ISO 14001:2004

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certificadores e auditores de terceira parte é fundamental, para o exercício credível da nossa actividade, mantermos a independência, a imparcialidade e a abertura de espírito que nos permita avaliar cada sistema de gestão ambiental no contexto específico da Organização.

De modo a constituir uma visão partilhada, este guia foi elaborado e revisto por um conjunto alargado de pessoas, abrangendo colaboradores internos e auditores da APCER, que lidam regularmente com processos de análise, auditoria e decisão de certificação segundo a NP EN ISO 14001:2004.

As não conformidades aqui identificadas correspondem a um levantamento exaustivo das situações mais frequentes detectadas em processos de certificação NP EN ISO 14001:2004, tendo sido retiradas todas as referências que pudessem pôr em causa a sua confidencialidade.

Finalidade – Qual o propósito que a subsecção visa alcançar;

Interpretação – A interpretação da APCER, definida na perspectiva da avaliação e certificação de sistemas de gestão. Esta interpretação pode ser suportada em exemplos, quando oportunos, e complementada com recomendações. Os exemplos e recomendações não são vinculativos, pretendendo apenas referir

eventuais boas práticas ou outras situações relevantes;

Evidências – Requeridas, necessárias ou expectáveis da implementação, realização, actualização e controlo das actividades/processos associados ao cumprimento dos requisitos em análise, segundo as metodologias de

auditoria definidas na NP EN ISO 19011:2003;

Não conformidades mais frequentes – Situações constatadas com mais frequência em auditoria. Para efeitos de generalização e salvaguarda da confidencialidade foram feitas adaptações.

01

Este guia é constituído por duas partes (A e B), sendo na parte A feito, a título informativo, um enquadramento da NP EN ISO 14001:2004 face a outras normas

e respectivo processo de certificação.

A interpretação da NP EN ISO 14001:2004 é apresentada na Parte B deste Guia.

Relativamente à Introdução e às secções 1, 2 e 3 da NP EN ISO 14001:2004 é feita uma breve explicação sob a informação nelas contida e o modo como se articulam

com a secção 4.

A interpretação centra-se na secção 4 da norma, “Requisitos do Sistema de Gestão Ambiental”, que é utilizada em auditoria para avaliar o sistema de gestão. A interpretação é feita por subsecção, tendo sempre em perspectiva que uma abordagem sistemática implica a existência de inter-relações entre subsecções, pelo

que a interpretação de uma subsecção não pode ser efectuada isoladamente.

A interpretação divide-se em quatro aspectos fundamentais:

COMO UTILIZAR ESTE GUIA

INTRODUçãO E OBJECTIvOS

COMO UTILIZAR ESTE GUIA | ABREvIATURAS | DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA

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EMM – Equipamento(s) de medição e monitorizaçãoEA – Equipa auditoraISO – International Organization for StandardizationNP EN ISO 14001:2004 – Norma NP EN ISO 14001:2004 + Emenda 1:2006PDCA – Planear-Executar-verificar-Actuar (Plan-Do-Check-Act)SGA – Sistema de Gestão Ambiental

Para a elaboração do presente guia foram consultados os seguintes documentos:

NP EN ISO 9000:2005 – Sistemas de gestão da qualidade – Fundamentos

e vocabulário;

NP EN ISO 14001:2004 – Sistemas de gestão ambiental – Requisitos e linhas de orientação para a sua utilização;

ISO 14004:2004 – Environmental management systems – General guidelines

on principles, systems and support techniques;

Guia Interpretativo NP EN ISO 9001 da APCER;

NP EN ISO/IEC 17021: 2006 – Avaliação da conformidade - Requisitos para organismos que procedem à auditoria e à certificação de Sistemas de Gestão

(ISO/IEC 17021:2006);

NP EN ISO 19011:2003 – Linhas de orientação para auditorias a sistemas de gestão da qualidade e/ou de gestão ambiental;

Clarification of Intent of ISO 14001:2004. U.S Technical Advisory Group to ISO/Technical Committee 207. American Society for Quality;

EA-7/04 – Legal Compliance as part of Accredited ISO 14001 Certification. European Co-operation for Accreditation.

GUIA INTERPRETATIvO NP EN ISO 14001:2004

ABREvIATURAS

DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA

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“A natureza é o único livro que oferece um conteúdo valioso em todas as suas folhas.”

Johann Goethe

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A NP EN ISO 14001:2004 NA FAMÍLIA DE NORMAS ISO 14001

O ANEXO A (INFORMATIvO) DA NP EN ISO 14001:2004 E A ISO 14004:2004

A NORMA NP EN ISO 14001:2004 E OUTROS REFERENCIAIS

A NORMA NP EN ISO 14001 COMO REFERENCIAL DE CERTIFICAçãO

A CERTIFICAçãO NP EN ISO 14001:2004 E A CONFORMIDADE LEGAL

PARTE AA NP EN ISO 14001:2004

ENQUADRAMENTO E INFORMAçÕES GERAIS

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A ISO 14001:2004 foi elaborada pelo Comité Técnico “ISO/TC 207 Environmental Management”, criado pela ISO em 1993.O âmbito de actividade deste comité é a normalização na área das ferramentas e SGA, baseando-se no pressuposto de que melhorando as práticas de gestão se obtém a melhoria do desempenho ambiental das organizações. A visão do ISO/TC 207 é a aceitação e o uso mundial da série de normas da família ISO 14000, providenciando meios eficazes de melhoria do desempenho das organizações e dos seus produtos, facilitando o comércio mundial e contribuindo para o desenvolvimento sustentável.O ISO/TC 207 é responsável pelo desenvolvimento das normas da série ISO 14000, estando organizado em subcomités (SC) e grupos de trabalho (WG) que produzem normas e guias em diferentes áreas.Em Portugal, o Instituto Português da Qualidade (IPQ) é o Organismo Nacional de Normalização (ONN), que coordena esta actividade. A normalização pode ser desenvolvida com a colaboração de Organismos de Normalização Sectorial (ONS), reconhecidos pelo IPQ para o efeito. No domínio do ambiente, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) é o Organismo de Normalização Sectorial (ONS), constituindo a interface entre as Comissões Técnicas (CT) e o IPQ.A CT 150 (Comissão Técnica – Gestão Ambiental) é responsável pelo acompanhamento dos trabalhos do ISO/TC 207, consistindo os seus trabalhos na elaboração de normas relativas a instrumentos e SGA. A CT 150 está organizada em sete subcomissões, indicadas no quadro abaixo:

A NP EN ISO 14001:2004 NA FAMÍLIA DE NORMAS ISO 14001

SUBCOMISSãO

SC 1 SC1 Sistemas de gestão ambiental (1)

SC 2 Auditorias ambientais (1)

SC 3 Rotulagem ecológica (2)

SC 4 Avaliação de desempenho ambiental (1)

SC 5 Avaliação do ciclo de vida (2)

SC 6 Termos e definições (3)

SC 7 Gestão de gases com efeito de estufa e actividades relacionadas (1)

(1) Referenciais para actuação a nível da Organização

(2) Referenciais para actuação a nível do produto

(3) Referenciais de carácter geral

GUIA INTERPRETATIvO NP EN ISO 14001:2004

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O ANEXO A (INFORMATIvO) DA NP EN ISO 14001:2004E A ISO 14004:2004

ENQUADRAMENTO E INFORMAçÕES GERAIS

A NP EN ISO 14001:2004 NA FAMÍLIA DE NORMAS ISO 14001 | O ANEXO A (INFORMATIvO) DA NP EN ISO 14001:2004

E A ISO 14004:2004 | A NORMA NP EN ISO 14001:2004 E OUTROS REFERENCIAIS | A NORMA NP EN ISO 14001 COMO

REFERENCIAL DE CERTIFICAçãO | A CERTIFICAçãO NP EN ISO 14001:2004 E A CONFORMIDADE LEGAL

A maioria das normas ISO são específicas para um dado produto, material ou processo. No entanto, as famílias ISO 14000 e ISO 9000, são genéricas para sistemas de gestão, o que significa que são aplicáveis a organizações de todos os tipos e dimensões, quaisquer que sejam os seus produtos e sectores de actividade e em qualquer ponto do globo.A família ISO 14000 concerne à gestão ambiental, isto é, ao modo como a Organização gere os impactes ambientais decorrentes das suas actividades, produtos e serviços. A família ISO 14000 inclui normas relacionadas com o desenvolvimento de SGA e normas sobre actividades e ferramentas de suporte à gestão ambiental, tais como avaliação de desempenho ambiental ou avaliação do ciclo de vida.

A NP EN ISO 14001:2004 define na secção 4 os requisitos que devem ser objectivamente auditados para efeitos de certificação, constituindo-se estes como os critérios de auditoria estabelecidos pela APCER, em conjunto com a política, procedimentos e requisitos determinados pela Organização como necessários para a implementação de um SGA de acordo com a norma de referência.

O Anexo A da norma NP EN ISO 14001:2004, define as linhas de orientação para a sua utilização, sendo de carácter informativo e não tendo a finalidade de adicionar, retirar ou de qualquer forma alterar os requisitos estabelecidos na secção 4. Como tal, as suas orientações não são critérios de auditoria em processos de certificação. Contudo, a finalidade deste anexo é evitar interpretações erróneas dos requisitos contidos na secção 4 da norma, pelo que as suas orientações são tomadas em consideração nos processos de certificação da APCER, quando existem dúvidas sob o modo de interpretação de um requisito face a uma situação específica. Estas orientações também foram consideradas na elaboração do presente guia.

A ISO 14004:2004 – “Environmental management systems – General guidelines on principles, systems and support techniques” tem como finalidade apoiar as organizações que pretendem implementar ou melhorar um SGA e consequentemente melhorar o seu desempenho ambiental. A norma contém exemplos, descrições e opções que ajudam a Organização a implementar e melhorar o SGA e não pretende interpretar os requisitos da NP EN ISO 14001:2004. A APCER recomenda a sua análise e eventual adopção. Existem também outras normas da família ISO 14000, tais como a avaliação do desempenho ambiental ou avaliação do ciclo de vida que podem contribuir para a melhoria. A Organização é livre de utilizar estes ou outros documentos ou estabelecer o seu próprio caminho.

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A NORMA NP EN ISO 14001:2004E OUTROS REFERENCIAIS

O processo de revisão da ISO 14001 conducente à versão de 2004 teve como objectivos a clarificação e a melhoria da compatibilidade com a NP EN ISO 9001:2008. Ambos os referenciais se baseiam na metodologia PDCA e são muitos os elementos comuns dos sistemas de gestão. É entendimento da ISO a não criação de uma norma única de sistemas de gestão da qualidade e ambiente, assegurando a liberdade de decisão na adopção de cada um dos referenciais, mas facilitando, tanto quanto possível, a adopção integrada de referenciais.

De acordo com a ISO/TC176/SC2 e a ISO/TC207/SC2, compatibilidade significa que as organizações podem implementar de maneira partilhada elementos comuns dos referenciais, no todo ou em parte, sem duplicações desnecessárias ou imposição de requisitos conflituosos. Compatibilidade não significa que o texto para os elementos comuns das normas tenha de ser idêntico, embora o deva, sempre que tal seja possível na prática. Também não representam conflitos à compatibilidade: numeração diferente das cláusulas, diferentes modelos e estrutura e inclusão de orientações, notas ou anexos.

São assim criadas condições para a existência de um sistema de gestão único que integra as disposições relativas a cada uma das normas ou disposições de outros subsistemas de gestão da Organização. Esta é livre de decidir sobre a integração de sistemas e o nível de profundidade dessa integração. Um dos benefícios mais óbvios da integração encontra-se ao nível da documentação que não necessita de ser duplicada. Contudo, a integração é mais do que a simples criação de um sistema documental comum, podendo reflectir-se, por exemplo: na estrutura organizacional, na existência de procedimentos comuns ou na inclusão de critérios ambientais em processos associados à qualidade, como o desenvolvimento de novos produtos ou avaliação de fornecedores. Para efeitos do presente guia foram também consideradas versões existentes de guias interpretativos da APCER sobre a NP EN ISO 9001:2008 de modo a assegurar, sempre que possível a compatibilização entre os mesmos.

O acima referido em relação à NP EN ISO 9001:2008 é também aplicável à integração com a norma a OHSAS 18001:2007/NP 4397:2008 e com o Regulamento EMAS. A primeira porque segue o modelo de gestão e estrutura da ISO 14001 e o segundo porque adopta formalmente como sistema de gestão a NP EN ISO 14001:2004.

A ISO reconhece a necessidade dos utilizadores das normas poderem auditar os dois ou mais referenciais em conjunto, seja nos processos de auditoria interna, seja nos processos de auditoria de terceira parte. A norma ISO 19011:2002 “Guidelines for quality and/or environmental systems auditing” foi preparada em conjunto pelos Comités Técnicos ISO/TC 207 Gestão Ambiental” e ISO/TC 176 “Gestão da Qualidade”.

A NP EN ISO 19011:2003 – “Linhas de orientação para auditorias a sistemas de gestão da qualidade e/ou de gestão ambiental (ISO 19011:2002)” estabelece orientações sobre a gestão de programas de auditoria, a condução de auditorias

GUIA INTERPRETATIvO NP EN ISO 14001:2004

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internas ou externas a sistemas de gestão da qualidade e/ou ambiental, assim como as competências e avaliação dos auditores. A APCER recomenda a utilização desta norma na programação e realização de auditorias internas nas organizações que pretendem ir para além dos requisitos definidos pela NP EN ISO 14001:2004 na subsecção 4.5.5, com vista a melhorar o processo de auditorias internas, aumentando a sua eficácia.

A adopção desta norma pelos organismos de certificação é requerida pelos acreditadores, sendo as suas metodologias adoptadas nos processos de certificação, permitindo a realização de auditorias conjuntas a vários sistemas de gestão, desde que asseguradas as competências necessárias para a sua realização. As auditorias aos SGA segundo a NP EN ISO 14001:2004 pela APCER são disponibilizadas isoladamente ou combinadas com outros referenciais.

A NP EN ISO 14001:2004 NA FAMÍLIA DE NORMAS ISO 14001 | O ANEXO A (INFORMATIvO) DA NP EN ISO 14001:2004

E A ISO 14004:2004 | A NORMA NP EN ISO 14001:2004 E OUTROS REFERENCIAIS | A NORMA NP EN ISO 14001 COMO

REFERENCIAL DE CERTIFICAçãO | A CERTIFICAçãO NP EN ISO 14001:2004 E A CONFORMIDADE LEGAL

ENQUADRAMENTO E INFORMAçÕES GERAIS

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A NORMA NP EN ISO 14001 COMO REFERENCIALDE CERTIFICAçãO

A certificação de SGA suportados na norma NP EN ISO 14001:2004, constitui uma ferramenta essencial para as organizações que pretendem alcançar uma confiança acrescida por parte dos clientes, colaboradores, comunidade envolvente e sociedade, através da demonstração do compromisso voluntário com a melhoria contínua do seu desempenho ambiental.

A acreditação é um reconhecimento formal por um organismo de acreditação, em como um organismo de certificação é competente para certificar organizações de determinados sectores, para referenciais específicos.

A APCER encontra-se acreditada para a certificação de SGA (NP EN ISO 14001:2004) pelo IPAC (Instituto Português de Acreditação) e pela ENAC (Entidad Nacional de Acreditación) para os sectores definidos nos certificados de acreditação, de acordo com a NP EN ISO/IEC 17021: 2006. Esta norma define os requisitos para a actividade de certificação, garantindo a competência, isenção e independência necessárias ao exercício de uma actividade credível. Anualmente, a APCER é auditada pelos organismos acreditadores, sendo este um processo de avaliação que compreende a auditoria ao sistema de gestão e o testemunho de auditorias ambientais.

1 - Pedido de certificação;

2 - Instrução do Processo;

3 - visita Prévia (Opcional);

4 - Auditoria de Concessão – 1ª fase;

5 - Auditoria de Concessão – 2ª fase;

6 - Resposta da Organização – Plano de acções correctivas;

7 - Análise do Relatório e Resposta;

8 - Decisão de Certificação;

9 - Manutenção da Certificação (Auditorias anuais de Acompanhamento

e Auditoria de Renovação ao fim de 3 anos).

O PROCESSO DE CERTIFICAçãO ENvOLvE AS SEGUINTES ETAPAS

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A visita prévia é de carácter facultativo e destina-se a avaliar a adequabilidade do SGA e informar a Organização sobre o estado de preparação da mesma para a auditoria de concessão. Esta avaliação é efectuada de acordo com as metodologias aplicáveis de auditoria, sendo o seu resultado independente do processo e decisão de certificação.

A auditoria de concessão de SGA ocorre em duas fases.

Na 1ª fase é realizada uma auditoria ao sistema documental da Organização e verificada a adequabilidade do sistema à actividade da empresa. O enfoque da 1ª fase da auditoria é a avaliação da capacidade do sistema criado em gerir todos os aspectos ambientais relacionados com as actividades, produtos e/ou serviços da Organização, na confirmação do âmbito da auditoria e no levantamento da legislação aplicável, sendo relevante uma visita aos locais de actividade.

A 2ª fase da auditoria de concessão decorre no(s) local(ais) de actividade da Organização, sendo auditados todos os requisitos da norma de referência e avaliado o modo como a Organização estabeleceu e implementou o SGA.Qualquer auditoria realizada pela APCER dá origem a um relatório que formaliza as principais conclusões sobre o sistema de gestão da Organização auditada, em particular sobre a implementação, conformidade face aos requisitos normativos e ao âmbito de certificação, relatando eventuais não conformidades, oportunidades de melhoria e áreas sensíveis.

As não conformidades devem ser motivo de acções correctivas apropriadas por parte da Organização auditada.

Após recepção do relatório de auditoria e do plano de acções correctivas elaborado pela Organização auditada, a APCER procede à análise desses documentos. Caso estejam reunidas as condições necessárias, a APCER procede à emissão do Certificado de Conformidade (Concessões e Renovações), que tem uma validade de três anos.

Durante o período de validade do Certificado de Conformidade, a APCER realiza auditorias de acompanhamento com periodicidade anual ao SGA da Organização certificada, com vista à verificação da manutenção das condições que deram lugar à concessão do referido certificado.

Antes do final do ciclo de três anos é realizada uma auditoria de renovação reiniciando novo ciclo de certificação.

As auditorias da APCER são realizadas por auditores qualificados e de acordo com as metodologias de auditoria definidas na norma NP EN ISO 19011:2003.

GUIA INTERPRETATIvO NP EN ISO 14001:2004

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A NP EN ISO 14001:2004 NA FAMÍLIA DE NORMAS ISO 14001 | O ANEXO A (INFORMATIvO) DA NP EN ISO 14001:2004

E A ISO 14004:2004 | A NORMA NP EN ISO 14001:2004 E OUTROS REFERENCIAIS | A NORMA NP EN ISO 14001 COMO

REFERENCIAL DE CERTIFICAçãO | A CERTIFICAçãO NP EN ISO 14001:2004 E A CONFORMIDADE LEGAL

ENQUADRAMENTO E INFORMAçÕES GERAIS

02OS PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DA CERTIFICAçãO DE UM SGA

RELACIONAM-SE COM:

Redução de custos, devida a uma melhoria da eficiência dos processos e, consequentemente, a redução de consumos (matérias-primas, água, energia); minimização do tratamento de resíduos e efluentes; diminuição dos prémios de seguro e minimização de multas e coimas;

Redução de riscos, tais como, emissões, derrames e acidentes;

vantagens competitivas, decorrentes de uma melhoria da imagem da Organização e sua aceitação pela sociedade e pelo mercado;

Evidência, de uma forma credível, da qualidade dos processos tecnológicos de uma Organização, de um ponto de vista de protecção ambiental e de prevenção da poluição;

Uma nova dinâmica de melhoria, nomeadamente através da avaliação independente efectuada por auditores externos.

A CERTIFICAçãO NP EN ISO 14001:2004E A CONFORMIDADE LEGAL

Uma das questões associadas à norma e ao seu processo de certificação é a necessidade de cumprir a legislação e outros requisitos que a Organização subscreva relativos aos seus aspectos ambientais.

Esta questão será tratada de forma individualizada neste ponto, atendendo ao aparecimento de legislação cada vez mais restritiva, ao desenvolvimento de políticas económicas e de outras medidas que fomentam cada vez mais a protecção ambiental, e a um crescimento generalizado das partes interessadas sobre questões ambientais e de desenvolvimento sustentável.Contudo, é importante relembrar que, apesar da importância da questão, a conformidade legal não é por si só a finalidade da norma e nunca é demais referir que a legislação aplicável é de cumprimento obrigatório. Portanto, não se coloca a questão se a Organização tem de cumprir a legislação aplicável, mas sim, se o seu cumprimento na íntegra é requisito da NP EN ISO 14001:2004 e o que deve ser exigido na sua certificação.Reconhece-se assim, que a conformidade com os requisitos legais aplicáveis não é o único factor determinante para a eficácia de um SGA. Um SGA é uma ferramenta importante para controlar riscos ambientais, enquanto que as consequências/impactes legais do não cumprimento é apenas uma das quatro potenciais consequências/impactes, sendo os outros:

1. Consequências ambientais (ex: danos ecológicos),2. Consequências para partes interessadas (ex: reputação da Organização) e3. Consequências para o negócio (ex: financeiras, posição competitiva).

O objectivo de uma Organização com um SGA certificado para um determinado âmbito, é demonstrar que gere as interacções com o ambiente bem como o seu compromisso em:

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Prevenir a poluição;

Cumprir os requisitos legais aplicáveis e outros requisitos que a Organização subscreva relativos aos seus aspectos ambientais;

Melhorar continuamente o seu SGA, de forma a alcançar melhorias no seu desempenho ambiental.

Não existindo, de facto, um requisito explícito de obrigatoriedade de cumprir com toda a legislação aplicável, é necessário analisar a norma como um todo e compreender as relações entre os diferentes requisitos.

Será aqui transmitida a análise proposta pelo U.S. Technical Advisory Group to ISO/TC 207, na “Clarification of Intent of ISO 14001:2004” e pela European Co-operation for Accreditation no “Legal Compliance as part of Accredited ISO 14001 Certification”, por serem análises claras e que reflectem o posicionamento da APCER sobre esta matéria.

A subsecção 4.2 (c) requer que a Gestão de topo, defina e documente uma política que inclua o “compromisso de cumprimento dos requisitos legais aplicáveis e de outros requisitos que a Organização subscreva relativos aos seus aspectos ambientais”. Este compromisso deve reflectir-se no processo de planeamento (subsecção 4.3) e deve ser implementado (subsecção 4.4), verificado (subsecção 4.5) e mantido através do SGA. Deste modo, a Organização deve:

Estabelecer, implementar e manter um procedimento para identificar e ter acesso aos requisitos legais aplicáveis, e determinar o modo como esses requisitos se aplicam aos seus aspectos ambientais (subsecção 4.3.2);

Estabelecer, implementar e manter objectivos e metas que tenham em consideração os seus requisitos legais e que sejam consistentes com o compromisso de cumprir o estabelecido na política (subsecção 4.3.3). A conformidade deve ser considerada quando se estabelecem os objectivos e metas, embora estes não necessitem de incluir todos os requisitos de conformidade;

Estabelecer, implementar e manter programas para alcançar os objectivos e metas, incluindo os que se relacionam com a conformidade legal (subsecção 4.3.3), desde que o objectivo não seja o de cumprir a legislação, uma vez que, para a certificação a Organização tem de demonstrar que cumpre os requisitos legais aplicáveis. Os programas devem descrever quem é responsável por alcançar os objectivos e metas e como e quando vão ser alcançados;

Consciencializar as pessoas que trabalham para ou em nome da Organização relativamente aos procedimentos que lhes são aplicáveis, que incluem eventuais procedimentos relacionados com o alcance da conformidade estabelecidos no controlo operacional (subsecção 4.4.2). As pessoas cujo trabalho pode causar impactes ambientais significativos devem ser competentes, com base em formação, qualificações, educação ou experiência. A Organização deve identificar necessidades de formação associadas aos seus aspectos ambientais significativos e providenciar a formação ou outras acções que satisfaçam essas

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A NP EN ISO 14001:2004 NA FAMÍLIA DE NORMAS ISO 14001 | O ANEXO A (INFORMATIvO) DA NP EN ISO 14001:2004

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REFERENCIAL DE CERTIFICAçãO | A CERTIFICAçãO NP EN ISO 14001:2004 E A CONFORMIDADE LEGAL

ENQUADRAMENTO E INFORMAçÕES GERAIS

02

necessidades. Na medida em que esse trabalho também envolve requisitos legais, o treino e competência dessas pessoas deve abranger a capacidade de satisfazer esses requisitos;

Estabelecer, implementar e manter procedimentos documentados para controlar as situações onde a sua inexistência possa conduzir a desvios no compromisso de cumprimento dos requisitos legais estabelecido na política e nos objectivos e metas relacionados (subsecção 4.4.6). Podem ser necessários procedimentos para alcançar a conformidade com requisitos legais que não foram explicitamente identificados nos objectivos e metas;

Estabelecer, implementar e manter procedimentos para monitorizar e medir as características principais das suas operações, o que é uma parte importante do controlo operacional e é, desta forma, importante para a conformidade legal. As saídas da monitorização e medição (subsecção 4.5.1) transformam-se em entradas para a avaliação da conformidade (subsecção 4.5.2) e acções correctivas e preventivas (subsecção 4.5.3);

Estabelecer, implementar e manter um procedimento para avaliar periodicamente a conformidade com requisitos legais (subsecção 4.5.2.1). Estes são os requisitos legais que foram identificados na secção 4.3.2. Atendendo ao mencionado para a subsecção 4.4.2, é importante que o elemento que faz a avaliação da conformidade legal na Organização tenha competência, tanto em termos dos requisitos legais, como na sua aplicação;

Estabelecer, implementar e manter um procedimento para gerir não conformidades reais e potenciais e tomar acções correctivas e preventivas (subsecção 4.5.3). Não conformidades detectadas associadas a requisitos legais devem ser alvo de acções correctivas;

Estabelecer, implementar e manter um procedimento para realizar auditorias periódicas ao sistema de gestão que necessariamente incluem os elementos do SGA relacionados com a conformidade legal, nomeadamente uma avaliação do compromisso de cumprimento dos requisitos legais associados aos aspectos ambientais (subsecção 4.5.5);

Incluir os resultados das avaliações de conformidade (subsecção 4.5.2) na sua revisão pela gestão, de forma a assegurar que a Gestão de topo toma conhecimento de incumprimentos legais potenciais ou reais e toma medidas adequadas para ir ao encontro do compromisso da Organização relativo ao cumprimento de requisitos legais (subsecção 4.6). Deve ainda ser considerada na revisão pela gestão qualquer alteração de circunstância ou dos requisitos legais relacionados com os aspectos ambientais.

Os requisitos acima descritos implicam que uma Organização que implementa e certifica o seu SGA de acordo com a NP EN ISO 14001:2004 deve identificar e gerir de modo sistemático as suas obrigações de conformidade legal, em consonância com o seu compromisso de cumprimento. O sistema deve incluir os requisitos

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acima listados e estar suportado por recursos adequados e responsabilidades definidas (subsecção 4.4.1), estar documentado (subsecções 4.4.4 e 4.4.5), medido/monitorizado, avaliado e auditado (subsecções 4.5.1, 4.5.2 e 4.5.5) e estar suportado em registos suficientes para demonstrar a conformidade com esses requisitos (subsecção 4.5.4). O compromisso de cumprimento é reforçado pelo requisito da Gestão de topo rever periodicamente a adequação e eficácia do SGA (subsecção 4.6).

Uma vez esclarecida a questão da conformidade legal na NP EN ISO 14001:2004 pode ainda subsistir a questão: “Para efeitos de certificação este compromisso pode ser evidenciado através de objectivos e metas associados ao seu cumprimento?” A resposta a esta questão é não. Para ser tomada uma decisão de certificação, a Organização necessita de demonstrar a conformidade legal com os requisitos associados aos seus aspectos ambientais, evidenciando assim a capacidade e eficácia do sistema em cumprir a sua política. A conformidade com os requisitos legais aplicáveis deve ser evidenciada não só para efeitos de certificação, como também para efeitos de manutenção de certificação, durante as auditorias de acompanhamento e renovação.

Como referido na interpretação atrás citada, esta exigência não significa que uma Organização certificada cumpra a legislação continuamente. Pontualmente, podem ocorrer desvios, prevendo a própria norma que sejam identificadas não conformidades e desencadeadas acções correctivas, que devem estar implementadas para a tomada de decisão relativamente à certificação.

Podem também existir situações de interpretação e/ou operacionalização do cumprimento dos requisitos legais no contexto específico de uma determinada Organização, que levam à necessidade de esclarecimentos com as autoridades competentes. Com menos frequência, existem situações de alteração ou introdução de diplomas legais para as quais ainda não é dada resposta pelas autoridades, como por exemplo: mudança da entidade licenciadora, não tendo a nova entidade responsável implementado o processo.

Estas questões são inerentes ao cumprimento da legislação e fazem parte dos assuntos que a Organização tem de gerir e interessa à APCER avaliar o modo como a Organização os identifica e ultrapassa. Por outro lado, é necessário ter em consideração que a auditoria é um processo de valor acrescentado, não sendo por isso relevante identificar todas as situações de não conformidade legal, mas sim avaliar a forma como a Organização responde ao compromisso de cumprimento dos requisitos legais, identifica situações de não conformidade ou de potencial não conformidade relativamente aos requisitos legais aplicáveis e utiliza o seu poder de influência (por exemplo: ao nível da actuação junto dos seus fornecedores).

É de salientar que a auditoria é sempre um processo de amostragem. É realizada num determinado momento, pode não abranger todos os locais e podem ocorrer situações em que a conformidade com todos os requisitos legais não seja passível de ser avaliada durante o tempo previsto para a auditoria. Tal como requerido pela norma, cabe à Organização avaliar a conformidade com os requisitos, sendo o modo como a Organização dá cumprimento à avaliação da conformidade e os resultados dessa avaliação analisados e auditados pela APCER.

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A NP EN ISO 14001:2004 NA FAMÍLIA DE NORMAS ISO 14001 | O ANEXO A (INFORMATIvO) DA NP EN ISO 14001:2004

E A ISO 14004:2004 | A NORMA NP EN ISO 14001:2004 E OUTROS REFERENCIAIS | A NORMA NP EN ISO 14001 COMO

REFERENCIAL DE CERTIFICAçãO | A CERTIFICAçãO NP EN ISO 14001:2004 E A CONFORMIDADE LEGAL

ENQUADRAMENTO E INFORMAçÕES GERAIS

02Outra questão por vezes levantada é se os organismos de certificação, nos seus processos de auditoria devem identificar e registar, em relatório, as não conformidades associadas a incumprimentos legais. Os guias internacionais de acreditação solicitam, a este propósito, que o organismo certificador documente a sua decisão de relatar ou não incumprimentos legais. A APCER decidiu que as não conformidades legais são identificadas e documentadas no relatório de auditoria.

Como referimos anteriormente, as constatações associadas ao incumprimento de requisitos legais podem ser causadas pelo incumprimento das seguintes subsecções:

Assumir o compromisso de cumprimento dos requisitos legais aplicáveis e de outros requisitos que a Organização subscreva relativos aos seus aspectos ambientais, pela política ambiental (subsecção 4.2 c));

Identificar e ter acesso aos requisitos legais aplicáveis e a outros requisitos que a Organização subscreva, relacionados com os seus aspectos ambientais (subsecção 4.3.2 a));

Determinar como estes requisitos se aplicam aos seus aspectos ambientais (subsecção 4.3.2 b));

Definir objectivos, metas e programa(s) (subsecção 4.3.3);

Assegurar o treino e a competência das pessoas que trabalham para ou em nome da Organização e que tenham influência no cumprimentos dos requisitos legais (subsecção 4.4.2);

Assegurar a gestão rotineira e monitorização das obrigações legais (subsecção 4.4.6 e subsecção 4.5.1);

Avaliar a conformidade (subsecção 4.5.2);

Estabelecer acções correctivas e preventivas (subsecção 4.5.3);

Realizar Auditorias Internas (subsecção 4.5.5);

Efectuar a revisão pela gestão (subsecção 4.6).

Não obstante, a consequência última é uma falha no compromisso de cumprir a legislação ou outros requisitos que a Organização tenha subscrito. Deste modo, as constatações associadas a incumprimentos de requisitos legais são frequentemente alocadas à subsecção 4.2 (política ambiental).

Assim, nos seus processos de certificação, a APCER avalia a conformidade legal no sentido de determinar a capacidade da Organização para assegurar o compromisso de cumprimento da legislação aplicável aos seus aspectos ambientais, através do sistema de gestão que implementou de acordo com a norma de referência. Esta avaliação é feita pela APCER com rigor, de acordo com as metodologias definidas pelas normas de acreditação, sendo efectuada no contexto específico de cada Organização, mas assegurando sempre a aplicação de critérios homogéneos de decisão.

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GUIA INTERPRETATIvO NP EN ISO 14001:2004

Não se pretende sobrepor ou substituir as funções das autoridades competentes, sendo a finalidade da APCER assegurar a credibilidade da certificação, salvaguardando a confidencialidade e promovendo a melhoria do desempenho ambiental das organizações. Deste modo, pretendemos reforçar a vantagem da certificação na garantia da prossecução dos objectivos traçados pela Organização que tomou a decisão de implementar um SGA.

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“Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.”

Lavoisier

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INTRODUçãO

OBJECTIvO E CAMPO DE APLICAçãO

REFERÊNCIAS NORMATIvAS

TERMOS E DEFINIçÕES

REQUISITOS DO SISTEMA DE GESTãO AMBIENTAL

PARTE BNP EN ISO 14001:2004

GUIA INTERPRETATIvO

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A finalidade e objectivos da norma, enquadrando o contexto das preocupações ambientais das organizações;

Apresentação global da abordagem de construção da norma, orientada para a melhoria contínua e suportada na metodologia PDCA;

Reforço da compatibilidade com a NP EN ISO 9001:2008 e a integração dos SGA no sistema global de gestão da Organização, na sequência da clarificação da 1ª edição desta norma;

Esclarecimento que o SGA, de acordo com a norma NP EN ISO 14001:2004, deve ser considerado parte integrante do sistema geral de gestão da Organização e inclui a estrutura funcional, o planeamento da actividade, a definição de responsabilidades e autoridades, os procedimentos e recursos necessários à implementação, manutenção, desenvolvimento e revisão do seu desempenho ambiental, de modo contínuo. Assim, o SGA permite compreender e controlar os diferentes aspectos ambientais da Organização, de uma forma sistemática e contínua;

Reforço do compromisso de todos os níveis e funções, com enfoque na Gestão de topo para alcançar o sucesso do sistema;

Esclarecimento sobre o papel da norma enquanto referencial que pode ser utilizado para certificação, remetendo as organizações para a leitura da ISO 14004:2004 quando necessitem de orientações gerais sobre a implementação;

Informação das vantagens de adoptar técnicas de gestão ambiental não especificadas nesta norma, referindo que, entre outras fontes podem ser consultadas normas desta família e reforçando que a adopção desta norma por si só não garante resultados ambientais óptimos;

Esclarecimento que não sendo uma norma de desempenho, os desempenhos implícitos no compromisso de cumprir a legislação ou outros requisitos que a Organização subscreva devem ser alcançados, bem como de prevenção da poluição e na melhoria contínua;

Esclarecimento que diferentes organizações com diferentes necessidades responderão a esta norma com diferentes níveis de detalhe, complexidade e documentação.

No texto da Introdução da NP EN ISO 14001:2004 podemos encontrar:

INTRODUçãO

A leitura do resumo que acabamos de fazer não substitui a leitura integral do texto. Para os novos utilizadores ou para aqueles que apenas estavam familiarizados com a versão de 1996, a sua leitura, antes de avançar directamente para a secção 4 que estabelece os requisitos a cumprir, pode ser muito útil, pois facilita o entendimento da norma e a sua interpretação.

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GUIA INTERPRETATIvO

INTRODUçãO | OBJECTIvO E CAMPO DE APLICAçãO | REFERÊNCIAS NORMATIvAS | TERMOS E DEFINIçÕES

| REQUISITOS DO SISTEMA DE GESTãO AMBIENTAL

1. OBJECTIvO E CAMPO DE APLICAçãO

O texto constante na norma é muito explícito e não necessita qualquer interpretação adicional, apenas um esclarecimento relativo à não definição de critérios específicos de desempenho ambiental, em consonância com o texto da Introdução da norma.

A implementação, o estabelecimento, a manutenção e a melhoria de um SGA de acordo com esta norma, requer o cumprimento da legislação em vigor aplicável, que por sua vez determina padrões mínimos de desempenho ambiental aplicáveis às organizações (ver parte A sobre conformidade legal). Deste modo, embora não sejam especificados níveis de desempenho ambiental, a sua adopção implica um nível mínimo de desempenho ambiental associado ao cumprimento legal e/ou de outros requisitos que a Organização subscreva.

Por outro lado não nos podemos esquecer que a norma tem como finalidade a melhoria contínua do SGA, tal como referido em 4.1: “A Organização deve estabelecer, documentar, implementar, manter e melhorar continuamente um sistema de gestão ambiental”. A melhoria contínua, tal como definida em 3.2, é o “processo recorrente de aperfeiçoamento do SGA, de modo a atingir melhorias no desempenho ambiental global, de acordo com a política ambiental da Organização”, definindo desempenho ambiental (3.10) como os “resultados mensuráveis da gestão dos aspectos ambientais”.

Daqui resulta que, embora a norma em si não defina critérios específicos de desempenho ambiental, existem critérios implícitos a serem determinados pela Organização face ao cumprimento da legislação aplicável e à melhoria do SGA da Organização.

03

2. REFERÊNCIAS NORMATIvAS

Esta norma não tem quaisquer referências normativas. Contudo, o capítulo 3. “Definições” transcreve referências datadas a termos da NP EN ISO 9000:2000, transcritos na íntegra ou adaptados. Sendo referências datadas e transcritas para este documento, são aplicáveis, tal como foram aqui transcritas, independentemente de actualizações posteriores da NP EN ISO 9000:2000.

3. TERMOS E DEFINIçÕES

Os termos e definições aqui estabelecidos são normativos. Os requisitos da norma que são utilizados enquanto critérios de auditoria são os definidos na secção 4. Contudo, quando os termos definidos na secção 3 são utilizados ao longo da secção 4, são usados no sentido e com o significado que foi estabelecido nesta secção e não com o significado que poderia ser eventualmente atribuído em linguagem comum. A compreensão e entendimento dos termos aqui definidos e consequente utilização dos mesmos no SGA são fundamentais para a correcta interpretação dos requisitos explícitos na secção 4.

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4. REQUISITOS DO SISTEMA DE GESTãO AMBIENTAL

Assegurar que as organizações estabelecem, implementam, mantêm e melhoram continuamente o SGA de acordo com a norma de referência e definem o modo como cumprem os requisitos. definem e documentam o âmbito do seu SGA.

O SGA da Organização deve assumir uma abordagem do tipo PDCA de modo a que todos os aspectos ambientais sejam sistematicamente identificados, controlados e monitorizados, tendo em vista a melhoria contínua do SGA para atingir melhorias do desempenho ambiental da Organização.

Esta subsecção faz o enquadramento de todos os requisitos definidos

na norma, requerendo:

Os termos e definições aqui estabelecidos são normativos. Os requisitos da norma que são utilizados enquanto critérios de auditoria são os definidos na secção 4. Contudo, quando os termos definidos na secção 3 são utilizados ao longo da secção 4, são usados no sentido e com o significado que foi estabelecido nesta secção e não com o significado que poderia ser eventualmente atribuído em linguagem comum. A compreensão e entendimento dos termos aqui definidos e consequente utilização dos mesmos no SGA são fundamentais para a correcta interpretação dos requisitos explícitos na secção 4.

Em particular alertamos para a leitura cuidada das notas que acompanham algumas das definições, quer porque constituem parte integrante da definição, quer pela sua relevância.

4.1 REQUISITOS GERAIS

FINALIDADE

INTERPRETAçãO:

A aplicação de todos os requisitos da norma ao âmbito definido, em qualquer das fases de aplicação da mesma, ou seja quando se estabelece, documenta, implementa, mantém ou actualiza o SGA, não havendo requisitos passíveis de exclusão.

A definição documental do âmbito de aplicação do SGA, especificando as actividades, os produtos, os serviços, os processos e os locais definidos pela Organização e respectivas fronteiras e interacções.

GUIA INTERPRETATIvO NP EN ISO 14001:2004

Em particular alertamos para a leitura cuidada das notas que acompanham algumas das definições, quer porque constituem parte integrante da definição, quer pela sua relevância.

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GUIA INTERPRETATIvO

INTRODUçãO | OBJECTIvO E CAMPO DE APLICAçãO | REFERÊNCIAS NORMATIvAS | TERMOS E DEFINIçÕES

| REQUISITOS DO SISTEMA DE GESTãO AMBIENTAL03

REVISÃO PELA GESTÃO (4.6)

VERIFICAÇÃO (4.5)

Monitorização e medição

Avaliação da conformidade

Não conformidades, acções correctivas

e acções preventivas

Auditoria interna

Recursos, atribuições, responsabilidades

e autoridade

Competência, formação e sensibilização

Comunicação

Documentação

Controlo dos documentos

Controlo operacional

Preparação e resposta a emergências

IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO (4.4)

PLANEAMENTO (4.3)

Aspectos ambientais

Requisitos legais e outros requisitos

Objectivos, metas e programa(s)MELHORIACONTÍNUA

POLÍTICA AMBIENTAL (4.2)INÍCIO

Relativamente à aplicação dos requisitos normativos, convém relembrar que, na secção 1 “Objectivo e campo de aplicação”, a norma refere que todos os seus requisitos devem ser incorporados no SGA, mas que o grau de aplicação depende de diversos factores, tais como a política ambiental, a natureza das suas actividades, produtos e serviços, a sua localização e as condições em que funciona. É por isso expectável, e a nossa experiência também o demonstra, que a importância e a forma de aplicação de determinados requisitos não seja uniforme em todas as organizações, independentemente de todos serem aplicáveis. A implementação de um SGA e sua certificação são processos voluntários, no entanto, uma vez adoptados e desenvolvidos internamente, os requisitos normativos são de cumprimento obrigatório.

O âmbito de aplicação do SGA deve identificar as actividades, produtos e serviços, que dão origem aos aspectos ambientais, controláveis ou influenciáveis, que vão ser geridos pelo SGA.

Uma vez definido o âmbito, tudo o que foi incluído deve ser gerido no âmbito do SGA. Tal implica que os requisitos estabelecidos pela NP EN ISO 14001:2004 e as disposições estabelecidas pela Organização no seu SGA para a gestão dos aspectos ambientais têm de ser cumpridos.

Existe flexibilidade na definição das fronteiras do sistema, podendo a Organização aplicar a norma à globalidade das suas actividades, processos, produtos ou locais, ou apenas a uma parte destas, como seja uma unidade operacional da Organização, ou um determinado local. Esta flexibilidade permite à Organização estabelecer diferentes estratégias na adopção de SGA, tais como o faseamento

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da sua aplicação a toda a Organização, ou a descentralização por unidades operacionais, de negócio, ou outras.

A definição do âmbito e delimitação das suas fronteiras é particularmente importante quando a Organização que implementa o SGA se integra numa Organização maior. A credibilidade do SGA depende do âmbito definido, devendo a mesma ser capaz de justificar eventuais exclusões.

A DEFINIçãO DO ÂMBITO E A CERTIFICAçãO

1. A DEFINIçãO DO ÂMBITO

A definição do âmbito tem implicações importantes ao nível da certificação, quer porque constará do certificado de conformidade, quer porque pode colocar restrições na utilização da marca de certificação, quando a Organização não se certifica na globalidade. Por outro lado, embora a norma permita flexibilidade na definição do âmbito, nem todos os âmbitos são aceitáveis, para efeitos de uma certificação acreditada.

As orientações internacionais para a definição do âmbito do SGA candidato a certificação ou certificado, têm como finalidade assegurar que as organizações têm suficiente flexibilidade para delimitar o âmbito de aplicação do SGA, de modo a ir ao encontro da suas necessidades e adaptando-se a diferentes situações operacionais. Contudo, visam impedir que uma Organização omita elementos das suas operações que devam estar incluídos no âmbito e que possam induzir interpretações enganosas sobre a abrangência do certificado. Paralelamente, quando o âmbito não inclui todas as actividades, produtos, processos ou locais da Organização são estabelecidas regras para o uso da marca que previnem o uso enganoso ou abusivo do estatuto de empresa certificada. Pelo impacto que podem ter na Organização que pretenda vir a certificar o seu sistema ou já o tenha certificado, foi incluído este texto explicativo.Sendo o âmbito normalmente definido pela Organização no início do projecto de implementação do sistema e a certificação pedida já na fase de conclusão da implementação, a APCER aconselha a leitura deste texto. No caso de dúvida, pode sempre contactar a APCER para esclarecimentos sobre a aceitabilidade, para efeitos de certificação do âmbito definido pela Organização, em qualquer fase do projecto.

Os factores a usar para determinar o âmbito de certificação são:

a) Gestão das actividades abrangidas pelo âmbito.A Gestão da Organização deve:

Demonstrar a responsabilidade por todos os aspectos ambientais e impactes associados, relevantes para o SGA;

GUIA INTERPRETATIvO NP EN ISO 14001:2004

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GUIA INTERPRETATIvO

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b) Devem estar claramente definidos os limites e vizinhanças da responsabilidade de entradas e saídas da Organização.

c) As interfaces com os serviços ou actividades que não estão completamente abrangidas pelo âmbito (ex: uma ETAR comum a várias organizações), devem ser contempladas no SGA sujeito a certificação (ex: devem estar incluídas na identificação e avaliação de aspectos ambientais, e consequentemente, se aplicável, ao nível do controlo operacional, objectivos e metas, etc.), devendo existir uma correspondência entre actividade e espaço físico onde é exercida.

d) Adicionalmente deve ser tomado em consideração o âmbito das licenças ambientais ou imposições definidas por entidades locais quando se determina a abrangência do âmbito.

Ter autoridade para determinar o modo como a política ambiental vai ser implementada e mantida, estabelecendo os objectivos e as metas e definindo os programas para os alcançar;

Ter autoridade para alocar os recursos financeiros e humanos para o controlo e melhorias ambientais. Tal autoridade pode estar delimitada por restrições de orçamento ou outras. Recursos adicionais para a melhoria ambiental podem estar sujeitos a aprovação superior.

Se o campo de aplicação definido é coerente e as vizinhanças estão definidas, não induzindo interpretações ambíguas, reflectindo adequadamente os produtos, actividades, serviços e locais, efectivamente geridos pelo SGA, então este é passível de ser certificado. Contudo, a informação sobre o estatuto de empresa certificada NP EN ISO 14001:2004 e uso da marca respectiva não pode ser directamente associada a toda a Organização.

2. INFORMAçãO AO PúBLICO E USO DA MARCA EMPRESA CERTIFICADA NP EN ISO 14001:2004

Finalmente, para as organizações que já estão certificadas, sempre que há alterações nos produtos, processos e/ou locais, as mesmas devem ser prontamente comunicadas à APCER, uma vez que podem ter um impacto directo na informação que está a ser transmitida ao público através do certificado e do uso da marca.

Caso a Organização pretenda, pode ser sempre realizada uma extensão ao âmbito de certificação, para incluir novos produtos, actividades e serviços ou novos locais de actividade. A auditoria de extensão pode ser realizada no âmbito do ciclo normal de auditorias ou numa auditoria extraordinária, realizada para o efeito.

3. ALTERAçÕES NO ÂMBITO

INTRODUçãO | OBJECTIvO E CAMPO DE APLICAçãO | REFERÊNCIAS NORMATIvAS | TERMOS E DEFINIçÕES

| REQUISITOS DO SISTEMA DE GESTãO AMBIENTAL

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34

A Organização A desenvolve uma actividade industrial, tendo uma unidade de co-geração nas suas instalações, que a abastece de energia e vapor. Embora com accionistas comuns, as organizações são detidas por estruturas accionistas diferentes, tendo direcções diferentes. Ambas possuem licenças ambientais distintas.

Para a Organização A se certificar deve incluir a actividade de co-geração no âmbito do SGA?

A Organização A opera num local, onde há uma instalação de co-geração, pelo que existe o risco de ambiguidade quanto às actividades inseridas no sistema certificado naquele local. Contudo, de acordo com o factor a) Gestão das actividades, não é a Organização A que gere directamente os aspectos associados à instalação de co-geração, tal como reflecte a diferente estrutura accionista e diferentes direcções. As licenças da Organização, factor d),

reiteram essa realidade.

A Organização A para se certificar não necessita de o fazer em conjunto com a Organização B. De notar que o factor d), relativo às licenças das organizações,

foi determinante na aceitação desta solução.

Não obstante, a Organização A deve identificar os aspectos sobre os quais tem influência, não podendo ignorar, na determinação da sua influência que a instalação B opera dentro das suas instalações, é sua fornecedora e tem accionistas comuns. De acordo com o factores b) e c) acima listados a Organização A deve delimitar, explicitar e documentar claramente a vizinhança das suas responsabilidades e contemplar, no seu SGA as interfaces com a instalação de co-geração, com particular enfoque nas actividades associadas ao 4.3 e 4.4.6.

Exemplo 1

EvIDÊNCIAS

NãO CONFORMIDADES MAIS FREQUENTES

Âmbito adequadamente definido e documentado;

Sistema de gestão estabelecido, documentado, implementado, mantido e actualizado de acordo com a globalidade dos requisitos desta norma e de acordo com o âmbito estabelecido.

As questões relativas ao âmbito de aplicação são normalmente identificadas em fases anteriores ao processo de auditoria ou na auditoria de 1ª fase, não sendo geralmente objecto de não conformidade.

Em organizações certificadas as não conformidades detectadas incidem sobre alterações ocorridas na Organização ou utilizações indevidas da marca de empresa certificada, a actividades, produtos ou serviços não abrangidos no âmbito. Estas situações podem determinar a suspensão do certificado.

GUIA INTERPRETATIvO NP EN ISO 14001:2004

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35

GUIA INTERPRETATIvO

03

Uma Organização no sector da construção, já certificada, contemplou no

âmbito do SGA as instalações centrais e todos os seus locais de actividade,

incluindo locais permanentes e locais temporários, ou seja locais onde está

a efectuar obras de construção. Na delimitação do seu âmbito excluiu locais

onde a Organização actua através de outra entidade jurídica, como por

exemplo: ACE (Agrupamento Complementar de Empresas) e consórcios.

Exemplo 2

NC – Na Internet é disponibilizada informação como a Política, o Manual de

Gestão, a Organização, os locais onde exerce actividades, etc. Nestes locais

estão indicados alguns, não referenciados como tal, em que a Organização

actua através de um ACE e por conseguinte fora do âmbito de aplicação

do SGA.

NC – Na análise de um caderno de encargos apresentado num concurso

em que a Organização constitui um ACE é feita referência ao estatuto de

empresa certificada, não explicitando que o sistema de gestão ambiental

não inclui as obras em ACE.

Nota:

Esta é uma situação em que a flexibilidade de delimitação do âmbito permite a

coexistência de diferentes soluções. Para além do caso citado neste exemplo, há

organizações que definem o seu âmbito, incluindo os consórcios ou ACE em que,

por via da negociação com os outros parceiros ou por via da posição maioritária

que detêm, conseguem impor a adopção do seu SGA. Outras organizações

(nomeadamente organizações que se consorciam com outras organizações

certificadas) não conseguem impor a adopção do seu sistema de gestão nas obras

em consórcio ou ACE, mas alternativamente, determinam a sua aplicabilidade aos

aspectos ambientais associados às suas actividades no ACE. Esta última solução

pode ser estrategicamente muito útil numa Organização que execute muitas

obras em consórcio com outras organizações, pois permite-lhe evidenciar sempre

o seu estatuto de Organização certificada.

Exemplo 3

NC – As actividades, produtos e serviços de uma Organização desenvolvem-se nas instalações que incluem um sector e/ou um processo “A” que rotativamente de “x” em “x” anos é gerido por outra Organização cujo SGA não está certificado.

verificou-se que o jornal da Associação Industrial do sector apresenta publicidade da certificação ambiental relativamente ao conjunto das instalações fabris da Organização incluindo o sector e/ou processo “A” num dos anos em que a gestão é de uma terceira parte com SGA não certificado.

INTRODUçãO | OBJECTIvO E CAMPO DE APLICAçãO | REFERÊNCIAS NORMATIvAS | TERMOS E DEFINIçÕES

| REQUISITOS DO SISTEMA DE GESTãO AMBIENTAL

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36

4.2 POLÍTICA AMBIENTAL

Assegurar a definição da política ambiental da Organização, no âmbito do SGA.

Garantir que a mesma é adequada à Organização, é comunicada a todas as

pessoas que trabalham para ou em nome da Organização e que é disponibilizada

a terceiros.

A política ambiental é a declaração da Gestão de Topo relativamente ao seu

compromisso com o ambiente e deve servir de base ao estabelecimento de

objectivos e metas no âmbito do SGA. Neste sentido, a política ambiental deve

definir os princípios de desempenho ambiental da Organização, através dos

quais o SGA será avaliado.

A política ambiental deve ser adequada à Organização, pelo que é necessário

que a mesma reflicta a sua natureza (tipo de sector), escala e impactes ambientais

associados às suas actividades, produtos e serviços. A política ambiental é única

para cada Organização e, como tal, deve ser desenvolvida de modo a preencher

as necessidades da mesma.

A política ambiental é uma ferramenta chave de comunicação das prioridades

ambientais da Organização aos colaboradores, pessoas que trabalham em nome

da Organização e restantes partes interessadas. Deste modo, deve ser escrita

de uma forma clara e concisa, para permitir um fácil entendimento. Deve ser

comunicada internamente e disponibilizada ao público, no mínimo sempre que

solicitada. Assim, pretende-se que todos os colaboradores compreendam a política

ambiental e tenham consciência da forma como a mesma lhes é aplicável.

Cabe à Organização a definição de prioridades com base na análise dos aspectos

ambientais e na determinação dos aspectos que têm ou podem ter impactes

significativos sobre o ambiente. No entanto, as decisões que a Organização toma em

sede de planeamento (4.3) devem ser justificadas e suportadas ao nível da política.

O texto da norma é bastante claro relativamente ao conteúdo da política

ambiental, contudo importa referir que a mesma deve ser baseada em três

compromissos chave, para o âmbito do seu SGA:

FINALIDADE

INTERPRETAçãO

Melhoria contínua;

Prevenção da poluição;

Cumprimento de requisitos legais aplicáveis e outros requisitos que a Organização subscreva.

GUIA INTERPRETATIvO NP EN ISO 14001:2004

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37

GUIA INTERPRETATIvO

03

MELHORIA CONTÍNUAA política ambiental deve orientar a Organização para uma melhoria contínua

do SGA. Este compromisso não implica que em todas as áreas se verifique

simultaneamente uma melhoria contínua. A Organização deve definir prioridades

relativamente aos factores a melhorar.

PREVENÇÃO DA POLUIÇÃOEste compromisso não implica que em todas as fases dos processos sejam

adoptadas melhores técnicas disponíveis. Assim, a Organização deve optar

pelas técnicas e metodologias de trabalho que previnam, evitem, reduzam ou

controlem a poluição de forma satisfatória.

A prevenção da poluição deve ser considerada na concepção e desenvolvimento

de novos produtos ou serviços e no desenvolvimento de processos associados.

REQUISITOS LEGAIS APLICÁVEIS E OUTROS REQUISITOS QUE A ORGANIZAÇÃO SUBSCREVAEste compromisso não deve ser entendido como um objectivo em si, uma vez

que a finalidade da adopção de um SGA é a melhoria do desempenho, sendo a

conformidade legal o patamar mínimo do desempenho ambiental.

Para compreender a natureza deste compromisso e o seu papel na norma,

a mesma deve ser analisada nas suas inter-relações, pois a conformidade

com a legislação ou outros requisitos subscritos pela Organização é referida

num conjunto abrangente de requisitos. Essa inter relação, bem como a sua

importância no processo de certificação, são explicadas na Parte A deste guia

(A NP EN ISO 14001:2004 e a Conformidade Legal).

Os requisitos legais e outros requisitos que a Organização subscreva são os

aplicáveis aos aspectos ambientais da Organização, decorrentes das suas

actividades, produtos e serviços. Dado que estes aspectos ambientais são

os identificados pela Organização (ver 4.3.1), é necessário verificar se uma

falha na identificação dos aspectos ambientais não implica uma deficiente

identificação de requisitos legais e outros (4.3.2), bem como uma necessidade

de revisão ou actualização da política ambiental. Este compromisso implica que

POLÍTICA AMBIENTAL

MELHORIA

PREVENÇÃO

CUMPRIMENTO

INTRODUçãO | OBJECTIvO E CAMPO DE APLICAçãO | REFERÊNCIAS NORMATIvAS | TERMOS E DEFINIçÕES

| REQUISITOS DO SISTEMA DE GESTãO AMBIENTAL

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38

EvIDÊNCIAS

Deve existir uma política ambiental documentada de acordo com a norma

de referência;

Os colaboradores da Organização ou aqueles que trabalham em seu nome

(ex: colaboradores externos afectos a trabalhos de segurança, limpeza,

manutenção e obras, etc...) devem evidenciar conhecimento da política

ambiental e a forma como a mesma lhes é aplicável (Nota: evidenciar o

conhecimento não é conhecer o texto da política de cor, mas sim conhecer

as orientações gerais definidas, com particular enfoque nas que têm

implicação na sua actividade);

A política ambiental deve ser sujeita a revisões e actualizações, com vista a

uma contínua adequabilidade;

O controlo de documentos (4.4.5) deve assegurar que a política ambiental

se encontra aprovada e actualizada em todos os locais de distribuição.

NãO CONFORMIDADES MAIS FREQUENTES

A política ambiental não evidencia o compromisso de melhoria contínua.

Evidência: documento da política, aprovado em 12-01-2006.

A política ambiental não evidencia o compromisso de cumprimento com

os requisitos legais e outros aplicáveis. Evidência: documento da política,

aprovado em 12-01-2006.

A política ambiental encontra-se afixada em diferentes locais da Organização.

Contudo, no decorrer das entrevistas com os colaboradores, a EA verificou

que os mesmos não estão familiarizados com a política ambiental.

A Organização não cumpre os valores limites de emissão definidos.

Constatou-se que os valores de nitritos (monitorizações realizadas no 4º

trimestre de 2004 e 1º trimestre de 2005) ultrapassam o valor definido no

alvará de licença de utilização do domínio hídrico nº XYZ/2003: 4º trimestre

2004: 3.3 mg/l; 1º trimestre de 2005: 9.1 mg/l. valor constante no alvará:

<0.1 mg/l.

GUIA INTERPRETATIvO NP EN ISO 14001:2004

devem ser identificados os requisitos legais e outros aplicáveis aos aspectos

ambientais controláveis e também aos aspectos ambientais influenciáveis,

uma vez que o modo de influência a exercer deve considerar o cumprimento

legal de terceiros, principalmente quando o seu incumprimento pode afectar

a Organização em causa.

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39

GUIA INTERPRETATIvO

03Nota:

Este é um exemplo possível de não conformidade legal. De acordo com o

referido na Parte A – A NP EN ISO 14001:2004 e a Conformidade Legal, apesar

da conformidade legal ser um requisito implícito associado a diversas subsecções

da norma, as constatações identificadas são frequentemente alocadas a esta

subsecção, sendo consideradas como uma falha no compromisso de cumprimento

dos requisitos legais e outros requisitos que a Organização subscreva.

4.3 PLANEAMENTO

4.3.1 ASPECTOS AMBIENTAIS

Assegurar a existência de um procedimento sistemático de identificação dos

aspectos ambientais das actividades, produtos e serviços e de determinação dos

aspectos que têm ou podem ter impactes significativos sobre o ambiente e que

esta informação é utilizada no estabelecimento e manutenção do seu SGA.

FINALIDADE

A Organização deve estabelecer, implementar e manter um procedimento para

identificar os aspectos ambientais das actividades, produtos e serviços no âmbito

do SGA, tendo em conta:

INTERPRETAçãO

Desenvolvimentos novos ou planeados;

Actividades, produtos e serviços novos ou modificados.

A Organização deve considerar a identificação de aspectos ambientais com

impactes positivos (ex: melhoria da qualidade dos solos) e negativos (ex: depleção

de recursos naturais) no ambiente.

Existem dois tipos de aspectos ambientais a considerar:

Controláveis - aspectos controlados directamente pela Organização, tais

como, utilização de matérias-primas, consumo de energia, entre outros;

Influenciáveis - aspectos não controlados directamente pela Organização, mas

sobre os quais a mesma pode exercer influência, por exemplo: os associados

às actividades, produtos e serviços de clientes e/ou fornecedores.

No que respeita a actividades, produtos e serviços subcontratados há que

distinguir entre os aspectos controláveis e influenciáveis. Os controláveis são

os aspectos que são gerados pela actividade, o produto ou o serviço, quer

sejam executados directamente pela Organização ou subcontratados. Estão

normalmente associados à relação contratual e podem ser geridos pelo próprio

contrato. Ex: aspectos associados à triagem de resíduos dentro das instalações

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Situações de operação normais - actividades desenvolvidas no quotidiano

da Organização;

Situações anómalas - paragem e arranque de máquinas, manutenções,

reestruturação de instalações, alterações de processo, anomalias de

funcionamento, entre outras;

Situações de emergência - potenciais acidentes tais como derrames,

incêndios, entre outros.

Existem diversas metodologias de identificação de aspectos ambientais, sendo o

Anexo A da norma NP EN ISO 14001:2004 bastante explicativo, pelo que não são

efectuados comentários adicionais. Relembramos apenas que este é um requisito

em que a multiplicidade de metodologias adoptadas, bem como a complexidade

de cada uma delas, reflectem as necessidades de diferentes organizações, seja

em natureza, dimensão, complexidade ou relevância de aspectos ambientais.

A identificação de aspectos é um processo contínuo inserido no SGA. Deste

modo, o processo de identificação de aspectos ambientais deve incluir os aspectos

e impactes ambientais passados (quando existe passivo ambiental), presentes

e futuros (novas actividades, produtos, serviços) decorrentes das actividades,

produtos e serviços da Organização.

Uma vez identificados os aspectos ambientais relativos às actividades, produtos e serviços da Organização, devem ser determinados os que têm ou podem

ter um impacte significativo no ambiente. Os aspectos que tenham ou possam ter

um ou mais impactes significativos devem ser considerados aspectos ambientais

significativos.

Aquando da determinação dos aspectos ambientais significativos, a Organização

deve ter em conta impactes ambientais com efeitos:

GUIA INTERPRETATIvO NP EN ISO 14001:2004

da Organização por parte de pessoal subcontratado; os produtos de limpeza

que podem ser usados pelo prestador de serviços; a disposição final de resíduos

de manutenção por subcontratados em operações de assistência técnica, nas

instalações de um cliente da Organização, etc. Nestas situações a Organização

pode determinar plenamente o modo como o aspecto é gerido e deve ser

considerado controlável.

Contudo podem existir aspectos ambientais associados aos subcontratados em

que a Organização apenas tem o poder de influenciar. Estes são normalmente

aspectos associados à entidade subcontratada enquanto fornecedor e são

geralmente de natureza idêntica aos aspectos que são identificados para outros

fornecedores. São ex: as práticas ambientais da Organização subcontratada fora

da relação contratual estabelecida.

Os aspectos ambientais das actividades, produtos e serviços devem ser identificados

tendo em conta:

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41

GUIA INTERPRETATIvO

03

A norma ISO 14004:2004 refere que no estabelecimento de critérios para a determinação dos aspectos ambientais significativos, podem ser considerados:

No ar, na água e no solo e subsolo por alteração das suas características e utilizações;

Na flora e na fauna; Da utilização de energia, águas e materiais;

Na paisagem e na qualidade de vida, tendo em conta a poluição visual, o odor e o ruído, entre outros.

Critérios ambientais, tais como dimensão, gravidade e duração do impacte, ou tipo, dimensão e frequência do aspecto ambiental;

Aplicação de requisitos legais, tais como limites de emissões e descargas definidos em licenças;

Preocupações das partes interessadas internas e externas, por exemplo: as relacionadas com os valores organizacionais, a imagem da Organização, entre outros.

De acordo com a norma NP EN ISO 14001:2004 a metodologia de identificação

e de determinação dos aspectos ambientais significativos deve fornecer resultados

consistentes e fiáveis, e deve incluir a definição e a aplicação de critérios de

avaliação.

Após a identificação dos seus aspectos ambientais significativos, a Organização

deve assegurar que os mesmos são tidos em conta no estabelecimento,

implementação e manutenção do seu SGA.

Todos os aspectos e impactes ambientais significativos devem ser controlados,

contudo, não é necessária a definição de objectivos e metas para todos os aspectos

ambientais. Pretende-se, assim, que a Organização estabeleça prioridades

relativamente aos aspectos ambientais significativos na definição de objectivos

e metas.

Na definição de critérios de determinação dos aspectos ambientais significativos

é comum serem criados filtros relativos à existência ou não de um requisito legal

associado ao aspecto ambiental cujo impacte se avalia. Esta pode ser uma prática

possível que permite à Organização gerir a sua conformidade legal ou identificar

aspectos prioritários associados aos seus compromissos. Contudo um aspecto

ambiental com um requisito legal associado não tem necessariamente de ser um

aspecto ambiental significativo e podem ser adoptadas metodologias que não o

consideram como tal.

A utilização do critério “existência de requisito legal ou outro subscrito” para a determinação dos aspectos ambientais significativos deve ser função da instrumentalização dada a este processo. A determinação dos aspectos ambientais significativos é particularmente importante na definição dos objectivos, metas e programas, ajudando a estabelecer prioridades para as áreas de melhoria do

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42

IDENTIFICAÇÃO DEASPECTOS AMBIENTAIS

DETERMINAÇÃO DEASPECTOS AMBIENTAISCONTROLÁVEISE INFLUENCIÁVEIS

IDENTIFICAÇÃO DEIMPACTES AMBIENTAISRELACIONADOS COMOS ASPECTOS

DETERMINAÇÃO DOSASPECTOS AMBIENTAISSIGNIFICATIVOS

desempenho ambiental. É por isso expectável que uma Organização que tenha

muitos aspectos ambientais e uma grande complexidade defina metodologias

rigorosas, reprodutíveis e tanto quanto possível quantificadas, de determinação

dos aspectos ambientais significativos, que lhe permitam estabelecer prioridades

e fazer opções com a maior objectividade possível. A utilização de um critério de

significância que coloque todos os impactes ambientais para os quais existe um

requisito legal ao mesmo nível, pode não ser uma prática de gestão que permita

a correcta diferenciação dos impactes.

Contudo, independentemente da opção de utilizar a existência de requisito legal

como critério de determinação dos aspectos ambientais significativos, a norma

requer em 4.3.2, que a identificação dos requisitos legais e outros requisitos seja

efectuada para os aspectos ambientais da Organização. Deste modo, a definição

de metodologias de identificação de aspectos que assegurem o cruzamento entre

os aspectos ambientais identificados e os requisitos legais aplicáveis é de toda a

conveniência para uma boa prática de gestão do sistema, nomeadamente na

gestão da conformidade legal, facilitando o adequado controlo destes aspectos

(4.4.6), a monitorização eventualmente determinada por lei (4.5.1) e a verificação

da conformidade (4.5.2).

Deve ser mantida documentação relativa à identificação e determinação

dos aspectos ambientais significativos. Esta documentação deve ser revista e

actualizada periodicamente, sempre que ocorram alterações na Organização,

para manter a sua adequabilidade.

A identificação e determinação de aspectos ambientais é de extrema importância,

uma vez que é a partir da identificação do impacte potencial sobre o ambiente

que o SGA é desenvolvido, devendo, deste modo, servir de base para o

estabelecimento, implementação e manutenção do SGA.

Aplicável a organizações que trabalham por projecto, como por exemplo:

empresas de construção, engenharia ou consultoria.

Nestas situações as organizações necessitam de identificar os aspectos

ambientais específicos de cada projecto, sendo expectável que os aspectos e

impactes ambientais sejam diferentes em diferentes locais e situações. Para

além de assegurar uma metodologia comum dentro do seu sistema, pode

ser vantajoso para a Organização a elaboração de um histórico, de uma lista

de verificação, ou de outra ferramenta que lhe permita agilizar o processo

de identificação dos aspectos associados a cada projecto, aprendendo com

os anteriores.

Exemplo 4

GUIA INTERPRETATIvO NP EN ISO 14001:2004

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43

GUIA INTERPRETATIvO

03Aplicável a organizações florestais ou agrícolas que trabalham por propriedade.

Neste caso cada propriedade ou unidade de gestão pode ter uma identificação e avaliação de aspectos ambientais independente, ou a Organização pode optar por definir aspectos comuns a todas as actividades executadas. Tal como no exemplo anterior, deve ser assegurada uma metodologia homogénea e reprodutível. Se a Organização opta por definir aspectos comuns a todas as actividades executadas deve incluir, na metodologia adoptada mecanismos que permitam tomar em consideração os diferentes meios envolventes da propriedade.

Aplicável a Fornecedores de serviços florestais ou agrícolas, que trabalham por “frente de trabalho”.

Nesta situação pode haver uma identificação e avaliação geral das actividades, que depois é verificada em cada frente de trabalho antes de iniciar a actividade, sendo então definidas medidas de controlo operacional específicas para os impactes em causa.

Aplicável a pequenas e médias organizações com poucos aspectos ambientais e de baixa relevância, normalmente nas áreas de serviço.

Esta é uma situação em que podemos observar que, embora a norma seja aplicável na globalidade dos seus requisitos a qualquer tipo de Organização, a extensão da sua aplicabilidade é muito variável. Uma Organização que tem poucos aspectos ambientais associados às suas actividades, produtos ou serviços, sejam controláveis, sejam influenciáveis, pode adoptar metodologias simples de identificação dos mesmos. Muitas destas organizações sentem dificuldade em estabelecer critérios de significância, chegando mesmo a referir não sentirem a sua necessidade. Convém referir que, embora a metodologia possa ser extremamente simples, se mantém a necessidade de determinar quais os aspectos que são significativos.

EvIDÊNCIAS

Lista / matriz ou outro documento com os aspectos ambientais identificando os considerados significativos;

Critérios de determinação dos aspectos ambientais significativos;

Avaliação de aspectos ambientais e suas revisões.

NãO CONFORMIDADES MAIS FREQUENTES

A Organização identificou os aspectos que a Organização pode controlar, mas não assegurou a identificação de alguns aspectos ambientais das suas actividades, produtos e serviços, sobre os quais pode ter influência. Evidência: consumos energéticos e manutenção da frota da empresa de transportes subcontratada que assegura a distribuição do produto.

Não estão identificados aspectos ambientais relacionados com a operação e manutenção de equipamentos de apoio tais como posto de

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GUIA INTERPRETATIvO NP EN ISO 14001:2004

transformação, manutenção das instalações, sendo que alguns destes serviços podem ser realizados pela Organização ou por prestadores de serviços subcontratados.

Não foram identificados aspectos ambientais decorrentes de actividades de actuação em caso de emergência tais como “resíduos e efluentes resultantes do incêndio”.

Não foram identificados nem determinados os aspectos ambientais das actividades e serviços do local de actividade X, que não constam do documento “lista de aspectos ambientais”.

Não foram identificados os aspectos das actividades passadas da Organização (“passivo ambiental”) que a mesma ainda pode controlar ou ter influência. Evidência: observou-se no local y a existência de solos contaminados e de sucata relativa ao desmantelamento de uma linha de produção, não constando os mesmos da lista de aspectos ambientais.

Não é assegurada a reprodutibilidade dos critérios de avaliação dos aspectos ambientais. Por exemplo: em relação ao critério frequência, a Organização definiu, no procedimento ABC três níveis diferentes: contínua, regular e aleatória, não estando especificados os intervalos do número de ocorrências em cada nível.

A Organização não identificou os aspectos ambientais de actividades não directamente relacionadas com a produção ou serviços – Reservatórios de ar comprimido; Postos de Transformação; AvAC’s; Servidores; Geradores de emergência; ETAR; Armazéns de produtos químicos; Refeitório.

A Organização não assegura a actualização da identificação dos aspectos ambientais. A EA constatou que a Organização desenvolveu um novo produto, P, não evidenciando a identificação prévia dos aspectos ambientais, nomeadamente os associados a novas matérias-primas que necessitam de disposições próprias relativamente ao seu armazenamento, prevenção e actuação em caso de emergência e disposição de embalagens vazias.

4.3.2 REQUISITOS LEGAIS E OUTROS REQUISITOS

Identificar todos os requisitos legais e outros aplicáveis relacionados com os aspectos ambientais da Organização, para assegurar o cumprimento desses requisitos e, consequentemente, dar cumprimento ao compromisso assumido na política ambiental. Esta informação deve ser mantida actualizada, ser comunicada internamente e ser tida em consideração no estabelecimento, implementação e manutenção de todo o SGA.

FINALIDADE

Deve ser estabelecido um procedimento que permita à Organização a actualização dos requisitos legais e outros requisitos aplicáveis, relacionados com os seus aspectos ambientais.

INTERPRETAçãO

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GUIA INTERPRETATIvO

03De referir que os requisitos legais a identificar podem ter origem em directivas, regulamentos e decisões comunitários, leis, decretos-lei, portarias, despachos governamentais, posturas ou decisões municipais, licenças e autorizações, entre outros. Nas Regiões Autónomas deve ser considerada a especificidade dos respectivos diplomas e, caso existam, regulamentos das autoridades locais. Os outros requisitos podem dizer respeito a acordos com autoridades públicas, requisitos de clientes, códigos de boas práticas, políticas de grupo, rotulagem ambiental dos produtos, etc.

Relativamente à legislação comunitária, existe a directamente aplicável, a que carece de transposição para o Direito Interno e aquela que visa preparar futuros actos legislativos. É de realçar a importância da identificação e análise da segunda e da terceira uma vez que, apesar de não serem directamente aplicáveis, permitem às organizações prepararem-se para o cumprimento de requisitos legais futuros.

A Organização deve estabelecer as fontes de informação a que recorre para identificar e manter actualizada a legislação aplicável e os outros requisitos, como por exemplo: Jornal Oficial da União Europeia, Diário da Republica, publicações especializadas, subscrição de revistas, dados de associações sectoriais, bases de dados da Internet, entre outros, podendo ainda recorrer à prestação de um serviço externo. Os documentos identificados devem ser mantidos em arquivo interno ou estar acessíveis através de outro meio (Internet, bases de dados, etc.).

Partindo dos aspectos ambientais da Organização, é exigida uma análise do conteúdo da legislação e de outros requisitos para verificar o que a Organização deve cumprir, e assim apurar os requisitos legais e outros que se relacionam com esses aspectos. Ou seja, para além da obtenção de uma listagem actualizada de todos os documentos legais e outros, também é necessária a evidência de que a Organização conhece os requisitos aplicáveis aos seus aspectos ambientais.

Para o cumprimento desta subsecção, devem estar definidas as responsabilidades pela identificação, análise, comunicação dos requisitos legais e outros e o modo como é assegurado o seu cumprimento aos colaboradores, prestadores de serviços e fornecedores envolvidos. Esta comunicação deve ocorrer sempre que se verifique uma alteração ou inclusão de novos requisitos.

Não existindo em Portugal um Código de Direito do Ambiente e encontrando-se esta disciplina organizada de forma perfeitamente horizontal no nosso edifício jurídico, importa garantir que estão identificados os diplomas e que são conhecidos os requisitos legais aplicáveis aos aspectos ambientais associados:

às situações de emergência ou acidente (como por exemplo: incêndio ou uso de substâncias e preparações perigosas);

a protecção e valorização do património cultural;

a utilização de energia;

entre outros,

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mesmo que os diplomas onde constam os requisitos não sejam emanados directamente ou em colaboração com o Ministério do Ambiente. Esta recomendação é particularmente importante em organizações que operam no sector primário.

Por último, estes requisitos devem ser considerados na gestão dos processos da Organização, em particular no estabelecimento dos objectivos e metas ambientais, na identificação das necessidades de formação, bem como nas práticas de controlo operacional e na monitorização e medição das suas actividades.

EvIDÊNCIAS

A Organização deve manter registos (lista, tabela, base de dados, entre outros) permanentemente actualizados, dos requisitos legais e outros requisitos aplicáveis, e das obrigações daí resultantes (licenças a obter, limites e prazos a cumprir, registos a gerar, relatórios a enviar a entidades públicas, etc.). Estes registos podem ser organizados por temas (água, ar, resíduos, …) e subtemas (óleos usados, resíduos de embalagem, …) fazendo-se assim a interligação com os aspectos ambientais;

É importante que a Organização evidencie registos da análise efectuada aos documentos (diplomas legais e outros) e da conclusão sobre a aplicabilidade dos mesmos. De referir, que existem requisitos que, apesar de aplicáveis aos prestadores de serviços, são relevantes para que a Organização esteja em conformidade legal (Ex. autorizações prévias dos operadores de resíduos);

Devem existir evidências de que os requisitos aplicáveis são comunicados, quando justificável e relevante, entendidos e cumpridos dentro da Organização para os colaboradores afectos, bem como outras partes interessadas como fornecedores, clientes ou subcontratados. Isto pode ser verificado através de entrevistas aos colaboradores responsáveis por determinadas tarefas, e pela observação no terreno de instruções/procedimentos, registos e práticas adequadas, entre outros.

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NãO CONFORMIDADES MAIS FREQUENTES

Não se encontra sistematizada a análise da aplicabilidade dos diplomas legais e outros aos aspectos ambientais da Organização. A lista de legislação aplicável evidenciada pela Organização refere os diplomas legais, não estando identificados os requisitos a cumprir.

A Organização não identificou todos os diplomas legais aplicáveis. Evidência: não foi identificada a Lei nº 58/2005, de 29 de Dezembro que aprova a Lei da Água.

O procedimento estabelecido pela Organização não assegura o acesso e identificação a todos os requisitos legais aplicáveis, não identificando e não acedendo a fontes de informação necessárias relativas à legislação comunitária.

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GUIA INTERPRETATIvO

03A EA constatou a existência de requisitos ambientais determinados por clientes da Organização, tal como explícitos no contrato de prestação de serviços XPTO. Estes requisitos não foram considerados no âmbito do SGA.

O procedimento estabelecido pela Organização não assegura a identificação clara dos requisitos aplicáveis. Evidência: a lista de requisitos legais identifica diplomas não aplicáveis à Organização, como por exemplo: legislação relativa a gases de efeito de estufa.

4.3.3 OBJECTIvOS, METAS E PROGRAMA(S)

Assegurar a definição de objectivos e metas ambientais nas funções e níveis relevantes dentro da Organização, identificando responsabilidades, meios e prazos de realização, com o intuito de promover a prevenção da poluição e a melhoria contínua, traduzida na capacidade de cumprir com os requisitos legais e outros requisitos aplicáveis.

FINALIDADE

Os objectivos e metas ambientais são a base para o êxito do processo de melhoria contínua, visando proporcionar um melhor desempenho ambiental. Devem ser, sempre que possível, específicos e mensuráveis, possibilitando o seu acompanhamento e avaliação final do respectivo cumprimento e consistentes com a política ambiental definida pela Organização.

Devem ser periodicamente definidos, documentados e revistos, por exemplo: em conjunto com a revisão do SGA.

A definição de objectivos e metas deve considerar as seguintes vertentes (entradas):

INTERPRETAçãO

Requisitos Legais e outros: não devem ser estabelecidos objectivos que ponham em causa o cumprimento de limites legais ou outros aceites pela Organização;

Aspectos ambientais significativos: o estabelecimento de objectivos e metas deve ter em conta os aspectos que são classificados como significativos. O relevante é que todos os aspectos significativos sejam entradas para o processo de definição de objectivos e metas, não significando que todos tenham de ter um objectivo associado;

Requisitos operacionais, financeiros, tecnológicos e de negócio: os objectivos e metas devem ser realistas e adequados ao negócio de cada Organização;

Opinião das partes interessadas: na definição de objectivos e metas, a Organização deve tentar ir ao encontro das preocupações das partes interessadas.

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Entende-se por parte interessada, de acordo com a definição 3.13, pessoa ou grupo interessado ou afectado pelo desempenho ambiental da Organização. Existem diferentes metodologias para a identificação e recolha das necessidades e expectativas das partes interessadas. A informação relacionada com a percepção das partes interessadas é de extrema importância para o processo de decisão da Organização, assim, uma vez identificada, a Organização deve reflectir e decidir sobre a forma de resposta à mesma.

O programa de gestão ambiental é uma ferramenta para a concretização dos objectivos e metas ambientais definidos, onde devem estar identificadas as responsabilidades, os meios e os prazos de execução para cada objectivo/meta. O programa deve ser aprovado pela Gestão de topo, sempre que é necessário garantir que os meios e recursos necessários à sua concretização sejam previamente assegurados.

O alcance do programa vai depender das capacidades financeiras, tecnológicas e humanas da Organização. Deve ter em consideração que uma meta está associada a um objectivo, que por sua vez está associado a um ou mais aspectos ambientais. Para cada meta, devem estar respondidas as seguintes questões: Quem? Faz o quê? Com que meios? Em que prazos?

Em suma, para o estabelecimento dos objectivos e metas ambientais e para que não sejam definidos objectivos e metas impossíveis de cumprir por parte da Organização, é necessário proceder às seguintes avaliações e/ou harmonizações:

Meios tecnológicos, com o intuito de se identificar os meios necessários ao controlo, redução ou eliminação dos impactes das actividades da Organização sobre o ambiente, não esquecendo a utilização da melhor tecnologia disponível sempre que técnica e economicamente viável;

Aspectos financeiros associados a esses meios tecnológicos;

Recursos humanos necessários;

Pontos de vista das partes interessadas.

REQUISITOS LEGAIS EOUTROS REQUISITOS

PARTES INTERESSADAS

OBJECTIVOS E METASAMBIENTAIS

ASPECTOS AMBIENTAISSIGNIFICATIVOS

REQUISITOS OPERACIONAIS,FINANCEIROS E DE NEGÓCIO

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GUIA INTERPRETATIvO

03O programa de gestão ambiental deve ser acompanhado quanto ao seu grau de concretização, devendo ser periodicamente reavaliado e caso necessário ajustado.

No caso de novos desenvolvimentos/alterações ao nível das actividades, produtos ou serviços executados pela Organização, o programa de gestão deve ser uma ferramenta de planeamento a utilizar no sentido de poder vir a reflectir essas mudanças (ex. devido à significância dos aspectos ambientais em causa, a novos requisitos legais e outros requisitos aplicáveis). Quando necessário, podem conceber-se programas plurianuais, que entre outras vantagens, facilitam a evidência da melhoria contínua.

EvIDÊNCIAS

Os objectivos e metas devem estar documentados, ser específicos, mensuráveis quando possível, realistas, definidos no tempo e estabelecidos para cada função e níveis relevantes da Organização;

Os objectivos e metas devem ser definidos de acordo com a política ambiental, ter em conta a significância dos aspectos ambientais e os requisitos legais e outros e considerar as opções operacionais, financeiras, tecnológicas e de negócio e a opinião das partes interessadas;

Deve ser evidenciado o programa de gestão ambiental, que demonstre de que modo a Organização vai ao encontro da política e dos objectivos e metas ambientais, com atribuição de responsabilidades, de meios e de prazos. O programa pode ser aplicado a actividades, produtos e serviços já em execução, novos ou alterados;

Dependendo da dimensão e complexidade da Organização, é expectável que o programa de gestão ambiental seja disponibilizado, mantido e actualizado que sejam efectuadas revisões e monitorizado regularmente o seu cumprimento, com uma periodicidade compatível com garantia do seu cumprimento. Por exemplo: se o plano estabelecer objectivos e/ou metas anuais, é expectável que a sua monitorização seja plurianual.

NãO CONFORMIDADES MAIS FREQUENTES

Os objectivos e metas ambientais definidos não incluem aspectos importantes e relevantes para a melhoria contínua, como o consumo de água e consumo de energia, existindo na política um compromisso de racionalização destes recursos.

O programa ambiental não define as responsabilidades para a obtenção dos objectivos e metas estabelecidos.

A meta estabelecida para a concentração de poluentes atmosféricos COv é idêntica ao limite legal (50 mg/Nm3), não se constituindo como um objectivo de melhoria.

O estabelecimento de objectivos e metas não evidencia um compromisso de melhoria relativamente ao ano anterior. verificaram-se situações em

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4.4 IMPLEMENTAçãO E OPERAçãO

Assegurar a definição de atribuições, responsabilidade e autoridade e que as mesmas são comunicadas. Assegurar que a Gestão de topo providencia os recursos necessários para a implementação do sistema e que nomeia um seu representante.

FINALIDADE

4.4.1 RECURSOS, ATRIBUIçÕES, RESPONSABILIDADES E AUTORIDADE

que o objectivo para um ano se traduz num agravamento do desempenho. São exemplos: o objectivo para redução de ruído, o objectivo para redução de emissões difusas de partículas e o objectivo de aumentar a taxa de valorização interna de resíduos. Em nenhuma destas situações o aumento previsto se encontra justificado com um aumento de produção, alteração nas instalações, ou outra situação relevante para este tipo de tendência.

Um SGA eficaz pressupõe o compromisso e envolvimento de todas as pessoas que trabalhem para a Organização ou em seu nome. Esse compromisso deve partir da Gestão ao seu mais alto nível. Em consonância, a Gestão de topo deve estabelecer a política ambiental da Organização, assegurar que o SGA é implementado e que todos os intervenientes saibam “quem faz o quê”, “quando” e “como”.

Esta subsecção divide-se nos seguintes pontos:

INTERPRETAçãO

Nomear um ou mais representantes da Gestão de topo;

Documentar e comunicar a definição de atribuições, responsabilidades e autoridades;

Garantir a disponibilidade de recursos humanos, tecnológicos, financeiros e infraestruturas.

O Representante da Gestão é a pessoa (ou pessoas) que não só assegura(m) que o SGA está estabelecido, implementado e mantido como também reporta(m) o seu desempenho e recomendações de melhoria à Gestão de topo da Organização.

Quando as funções de Representante da Gestão são partilhadas por um grupo de pessoas é necessária uma definição clara das responsabilidades de cada um, de modo a assegurar que todas as funções são cobertas.

A Organização deve definir e documentar as atribuições, as responsabilidades e a autoridade para as funções dos colaboradores que gerem, executam e verificam o trabalho associado ao SGA.

As atribuições e responsabilidades devem ser bem definidas, comunicadas e entendidas por todas as pessoas que trabalhem para a Organização ou em seu nome.

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GUIA INTERPRETATIvO

03

Incluem todos os meios necessários para a implementação, manutenção e melhoria do SGA;

Permitem que os objectivos e metas ambientais sejam atingidos, de modo a evidenciar melhorias no seu desempenho ambiental;

São planeados, disponibilizados e revistos periodicamente.

A determinação dos recursos necessários é parte integrante das actividades de planeamento (ver, a título de ex: 4.3.3) e da revisão pela Gestão (ver 4.6), sendo a sua disponibilização da responsabilidade da Gestão de topo.

Os referidos recursos podem incluir recursos humanos, competências adequadas, infra-estruturas, tecnologia ou recursos financeiros e podem estar associados a projectos de melhoria, às auditorias internas, às acções correctivas, às revisões do SGA, entre outros.

São exemplos de infra-estruturas organizacionais as seguintes: edifícios, linhas de comunicação, tanques subterrâneos, sistemas de drenagem, etc.

EvIDÊNCIAS

Determinação dos recursos necessários efectivamente incluídos no âmbito de actividades de planeamento do SGA (4.3), dos seus processos, controlo operacional (4.4.6), preparação e capacidade de resposta a emergências (4.4.7) e nas actividades de verificação (4.5) e que os recursos foram disponibilizados de uma forma fundamentada, por exemplo: através de planos, orçamentos, etc;

A Organização deve evidenciar que as atribuições, responsabilidades e a autoridade estão definidas e documentadas, por exemplo: um organigrama hierárquico e funcional complementado com a descrição de funções/responsabilidades e que estas foram comunicadas dentro da Organização, incluindo a nomeação do representante da Gestão.

As competências podem ser delegadas noutro colaborador, no entanto, as responsabilidades nunca podem ser delegadas.

A Gestão de topo deve garantir que os seus recursos são adequados e que:

NãO CONFORMIDADES MAIS FREQUENTES

Nota: Não conformidades, associadas à determinação e disponibilização dos recursos necessários ao SGA, encontram-se, frequentemente, indexadas às subsecções 4.3, 4.4.2, 4.4.6, 4.4.7 e 4.5, onde é requerida a identificação ou disponibilização dos mesmos, estando associadas à falta de evidência dos aspectos anteriormente indicados, nomeadamente as actividades de planeamento e realização destes.

Não foram formalmente atribuídas e comunicadas as responsabilidades e autoridade aos colaboradores envolvidos no SGA.

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Garantir a competência de todos os seus colaboradores e qualquer pessoa que execute tarefas para a Organização (incluindo actividades temporárias subcontratadas exercidas dentro da Organização, como por exemplo: obras/construção, manutenção ou outros serviços como limpeza, serviços médicos, restauração, etc.), ou em seu nome (serviços subcontratados, como por exemplo: o transporte dos produtos da Organização ao cliente, quando este é da responsabilidade da mesma, as actividades efectuadas pelos subempreiteiros no caso da construção, etc.), que possam causar impactes ambientais significativos identificados pela Organização;

Identificar as necessidades de formação com base nas competências necessárias, em relação aos aspectos ambientais significativos e para cumprimento da sua política e objectivos ambientais;

Consciencializar as pessoas que trabalhem para a Organização, ou em seu nome, para as questões ambientais, relacionadas com as suas actividades/tarefas.

4.4.2 COMPETÊNCIA, FORMAçãO E SENSIBILIZAçãO

Garantir a competência e sensibilizar todos os que executam tarefas na Organização ou em seu nome, que possa(m) causar impacte(s) ambiental(ais) significativo(s) para o SGA.

Essa competência deve ser baseada numa adequada escolaridade, formação, experiência ou saber fazer, devendo a Organização manter os registos associados.

A identificação das necessidades de formação pode fazer-se pela adopção de diferentes metodologias. Regra geral, uma vez determinadas as competências necessárias em termos de escolaridade, formação e experiência, para as diferentes funções que tenham potencial de causar impacte ambiental, a identificação das necessidades é o resultado da comparação das competências das pessoas designadas para as funções e o perfil de competência estabelecido.

A título de ex: a identificação de uma formação específica para um grupo de operadores pelo seu superior hierárquico, deve estar devidamente fundamentada, por exemplo: em problemas existentes na área (tais como, número de vezes que valores limites de emissão são ultrapassados), na introdução de novas tecnologias (por exemplo: electrofiltros), na introdução de novos métodos de trabalho (por exemplo: novo equipamento), na introdução de novos procedimentos/alteração aos existentes (por exemplo: aquando da implementação do sistema), na alteração ou implantação de uma linha de produção, no estabelecimento/alteração de circuitos documentais, na informatização de alguma actividade, entre outros.

FINALIDADE

A Organização deve:

INTERPRETAçãO

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GUIA INTERPRETATIvO

03

Constatações de auditorias realizadas;

Não conformidades detectadas;

Ocorrência de acidentes ou situações de emergência;

Acções correctivas desencadeadas;

Reclamações;

Análises efectuadas aquando da revisão do SGA.

Novos métodos de trabalho;

Realocação de pessoas (transferências internas) a novas actividades/tarefas;

Admissão de novos colaboradores, a título permanente ou temporário;

A obrigatoriedade de cumprimento de requisitos específicos, sejam eles internos, contratuais, regulamentares ou legais.

Outras situações que podem igualmente ser consideradas são:

Caso as actividades com impacte ambiental significativo sejam desenvolvidas por colaboradores subcontratados, o levantamento de necessidades deve ser igualmente assegurado.

Para o levantamento de necessidades de formação podem ser consideradas, para além do conhecimento directo das mesmas, outras fontes de informação, tais como:

Após a identificação das necessidades de formação, a Organização deve providenciar a formação ou outras acções que sejam adequadas à satisfação das necessidades detectadas. É prática corrente as organizações recorrerem à elaboração de planos de formação, que asseguram uma boa gestão, permitindo identificar recursos, calendarizar e acompanhar o cumprimento da realização das acções identificadas. Não é expectável que este plano de formação seja elaborado apenas a partir dos catálogos comerciais disponíveis, sem uma adequada identificação das necessidades nos termos já referidos. É conveniente que cada acção de formação planeada inclua os objectivos que pretende atingir. Quer a Organização recorra a competências externas ou internas para a administração da formação, deve assegurar que as competências, bem como os conteúdos são adequados para suprir as necessidades identificadas.

É aconselhável a revisão periódica do plano, caso exista, na sequência de alterações, nomeadamente para incluir as acções não previstas aquando da elaboração do plano inicial ou para replanear acções.

Caso a Organização não considere necessário recorrer à elaboração do plano, deve ser capaz de demonstrar o modo como assegurou a realização das acções de formação que considerou necessárias.

Deve manter registos da formação que demonstrem:

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A Organização deve estabelecer procedimentos para a consciencialização dos elementos da Organização ou outros que trabalhem em seu nome para:

A identificação das necessidades;

As acções empreendidas, incluindo conteúdos de formação que demonstrem que vão ao encontro das necessidades identificadas;

Quem participou nas acções de formação.

A política ambiental;

Os requisitos do SGA;

Os impactes ambientais significativos e os relacionados (reais ou potenciais) com as actividades;

Os seus papéis e responsabilidades nas situações de resposta a emergências;

As consequências de não respeitarem os procedimentos operacionais estabelecidos.

A norma não requer a existência de registos que demonstrem a sensibilização, embora os mesmos possam ser uma boa prática de gestão, permitindo saber, em qualquer momento, se as pessoas foram ou não sensibilizadas e quando. Contudo, a sensibilização pode também ser uma actividade corrente, assegurada no dia a dia das actividades, sem que exista um momento formal para a mesma.

EvIDÊNCIAS

Devem ser mantidos registos apropriados (4.5.4) das actividades afectas à formação, por exemplo: identificação das necessidades de formação, plano de formação, sumários das acções de formação, conteúdos das acções de formação, lista de presenças, certificados de participação, entre outros;

A sensibilização é normalmente avaliada por entrevista aos colaboradores e observação de práticas.

NãO CONFORMIDADES MAIS FREQUENTES

Não foram evidenciados registos da competência das pessoas que executam tarefas em nome da Organização e que têm potencial para causar impactes significativos, tais como pessoal da limpeza e de manutenção de equipamentos, tendo a Organização considerado que as suas actividades não têm impacte significativo. A EA constatou que o contentor Municipal tinha embalagens de plástico e alumínio provenientes dos ecopontos da Organização. No contentor de plásticos para reciclar das oficinas havia embalagens com óleos e trapos contaminados.

Foram efectuadas alterações na Organização e nas instalações sem que o seu planeamento contemple a identificação de necessidades de formação dos intervenientes, cuja actividade possa causar impactes ambientais significativos.

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GUIA INTERPRETATIvO

03Não é assegurada a sensibilização eficaz de todos os colaboradores. Em entrevista a diversos colaboradores da área de produção foi observado o desconhecimento de aspectos ambientais significativos das suas operações, tais como os associados à racionalização dos consumos de energia estabelecidos no programa de gestão ambiental.

A responsabilidade de manutenção é efectuada em outsourcing residente nas instalações, através de uma empresa contratada para o efeito. Não foi evidenciada a sensibilização sobre as regras de gestão de resíduos e produtos químicos.

Nota: as duas últimas constatações são ainda mais frequentes na admissão de novos colaboradores.

4.4.3 COMUNICAçãO

Garantir que existe um processo de comunicação eficaz entre as diferentes funções e níveis da Organização e que qualquer comunicação é devidamente tratada.

FINALIDADE

Esta subsecção, no que diz respeito aos aspectos ambientais e ao próprio SGA, inclui dois tipos de comunicação, a interna e a externa.

Uma comunicação interna adequada permite assegurar a implementação eficaz do SGA, enquanto que uma comunicação externa planeada assegura os meios de comunicação e os conteúdos mais adequados às necessidades de informação de cada parte interessada. A comunicação, através das suas diversas formas, deve traduzir-se, efectivamente, na possibilidade dos colaboradores da Organização e de outras partes interessadas poderem manifestar as suas preocupações (incluindo eventuais respostas a reclamações de carácter ambiental).

A comunicação interna, entre os diversos níveis e funções relacionados com o ambiente, tem como objectivo facilitar o entendimento e a cooperação mútua de todos os colaboradores envolvidos no desempenho ambiental, para assegurar a implementação eficaz do SGA.

Deve ser elaborado um procedimento onde sejam estabelecidos os meios de comunicação interna formais (reuniões internas de grupos de trabalho, ordens de serviço, memorandos, publicações, etc.) e informais (jornais internos, intranet, placares informativos, etc.) e respectivos registos.

A comunicação externa deve ser entendida em duas vertentes: através do tratamento das exigências das partes interessadas externas ou da comunicação externa voluntária.

INTERPRETAçãO

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Às comunicações obrigatórias com os organismos oficiais, nomeadamente, no que diz respeito a informação do auto controlo dos aspectos ambientais (ex: registo anual de resíduos industriais e hospitalares, óleos usados, relatórios da monitorização dos efluentes gasosos, relatórios da monitorização dos efluentes líquidos conforme respectiva licença de descarga, etc.) bem como ao planeamento da resposta às emergências e outras questões relevantes. Em relação às informações periódicas e obrigatórias a fornecer aos organismos oficiais, é recomendável que esta seja planeada numa tabela, ou quadro, com indicação da base legal, do conteúdo, forma e periodicidade da informação, bem como das responsabilidades pela recolha, tratamento, envio e controlo;

Às formas de tratar os pedidos de informação provenientes das partes interessadas externas, assegurando a resposta a reclamações de carácter ambiental e a formalização dos processos adoptados para a sua recepção, tratamento, resposta e respectivos registos. Em alguns casos, as respostas às preocupações das partes interessadas podem incluir informação relevante sobre os aspectos e impactes ambientais associados às operações da Organização.

Relativamente à comunicação externa voluntária sobre os aspectos ambientais significativos, esta norma não exige que a Organização a adopte, no entanto, é necessário que essa decisão esteja documentada. Caso a Organização pretenda fazê-lo, deve proceder a uma análise dos prós e contras da divulgação e, posteriormente, estabelecer uma metodologia para tal, formalizando os moldes em que deve ser realizada. Podem ser usados como veículos para transmitir os aspectos ambientais significativos ou outros aspectos relevantes do SGA, dando resposta às preocupações de partes interessadas: jornais internos, relatórios ambientais, publicações externas (jornais, revistas), Internet e reuniões com a comunidade, ente outros.

Devem ser mantidos registos/evidências (ver 4.5.4) das comunicações internas e externas.

No primeiro caso, deve ser dado especial enfoque:

EvIDÊNCIAS

Devem existir evidências de que os colaboradores são informados sobre os assuntos referidos. Essa evidência pode assumir a forma de jornais internos, quadros de informação, mapas, materiais de apresentação, calendários, actas de reuniões, Intranet, publicações, entre outros meios, ou pode ser obtida por entrevistas aos colaboradores da Organização;

Devem existir evidências documentadas sobre a decisão da Organização em comunicar, ou não, para o exterior os seus aspectos ambientais significativos.

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GUIA INTERPRETATIvO

03NãO CONFORMIDADES MAIS FREQUENTES

Não estão assegurados mecanismos de comunicação interna relativos ao SGA e aspectos ambientais significativos, não tendo sido produzidas evidências de quaisquer tipos de comunicação.

Não está documentada a decisão da Organização em relação à comunicação externa sobre os aspectos ambientais significativos, tendo sido verbalmente referido à EA que a Organização decidiu não comunicar externamente.

Dimensão, tipo, actividades, produtos e/ou serviços da Organização;

Complexidade dos processos e suas interacções;

Recursos humanos (competência dos colaboradores);

Cultura organizacional;

Mercados e clientes;

Fornecedores;

Sensibilidade do meio envolvente.

4.4.4 DOCUMENTAçãO

Para a implementação e funcionamento do SGA a Organização deve documentá-lo nas suas diversas partes, sempre que necessário e aplicável.

FINALIDADE

Um SGA pode ser entendido como o conjunto da estrutura organizacional, dos procedimentos, dos processos e dos recursos necessários para implementar a gestão ambiental. Assim, a sua documentação deve contemplar todas as funções e actividades que contribuem para o cumprimento dos requisitos especificados, ajustando-se à realidade e necessidades da Organização.

A definição da documentação do SGA, deve adequar-se às características de cada Organização, variando em função de:

A documentação do SGA deve ser suficiente para incluir os documentos requeridos pela norma de referência podendo, no entanto, ser mais abrangente em função de especificidades da Organização, tais como requisitos legais ou outros que a Organização subscreva (ex: situações contratuais específicas), dimensão da Organização, rotatividade de pessoal, etc.

A documentação deve ser estabelecida de uma forma lógica e coerente, sem omissões nem sobreposições e permitindo a integração de todos os documentos relevantes do sistema, podendo ser estabelecidas tipologias de documentos, estrutura documental ou hierarquização sempre que tal contribua para uma melhor gestão documental.

INTERPRETAçãO

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Descrição, história, actividades e locais da Organização;

Informação sobre os processos;

Inclusão ou referência a procedimentos do SGA, relacionando-os com os requisitos de cada uma das funções aplicáveis da norma de referência.

Considera-se que os procedimentos são uma parte relevante do sistema documental uma vez que constituem a documentação de base para todo o planeamento, execução e verificação das actividades relevantes para a gestão ambiental.

Os procedimentos determinam “quem faz o quê”, “quando”, “onde”, “porquê” e “como”. Pode ser conveniente a descrição do “como” num tipo diferente de documentos (ex: instrução de trabalho, procedimento operativo) desde que seja clara a sua ligação com os anteriores. Os procedimentos podem, igualmente, remeter para documentos de origem externa (ex: normas, especificações de clientes, legislação) ou interna (ex: impressos).

Estes procedimentos escritos devem estar em actualização permanente, correspondendo de facto às práticas seguidas na realização das actividades a que dizem respeito.

O conteúdo, extensão e detalhe dos procedimentos devem ter em atenção:

A complexidade do trabalho (necessidade de pormenorização);

A formação dos utilizadores (qualificação necessária para a realização das tarefas);

Requisitos legais e outros requisitos aplicáveis.

EvIDÊNCIAS

Deve ser possível evidenciar os requisitos obrigatórios da documentação, nomeadamente, obter orientação sobre onde se encontram informações mais detalhadas sobre a operação de partes específicas do SGA;

A Organização deve ser capaz de demonstrar o modo como determinou a documentação necessária para assegurar o planeamento, a operação e controlo eficazes dos processos relacionados com os aspectos ambientais significativos.

GUIA INTERPRETATIvO NP EN ISO 14001:2004

Embora não seja requerido um manual do SGA nem procedimentos documentados para a maioria dos requisitos, os mesmos podem ser integrados em estruturas documentais de outros sistemas de gestão eventualmente implementados na Organização.

A documentação do SGA deve incluir obrigatoriamente os elementos requeridos de a) a e) nesta subsecção da norma.

A documentação do SGA, pode também incluir, por exemplo:

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GUIA INTERPRETATIvO

03NãO CONFORMIDADES MAIS FREQUENTES

Não foi apresentada uma descrição dos principais elementos do sistema de gestão ambiental e suas interacções e referências a documentos relacionados.

4.4.5 CONTROLO DOS DOCUMENTOS

Assegurar o controlo da documentação relevante requerida pelo SGA, interna ou externa à Organização. Garantir que a versão actual e aprovada de todos os documentos relevantes está disponível, é compreendida e é utilizada no local e momento em que é necessária.

FINALIDADE

Nesta secção são definidos os requisitos para assegurar o controlo dos documentos do SGA. Esta norma requer uma quantidade mínima de documentação, quando comparada com outras normas de gestão. Tal como referido na secção anterior, para além dos documentos requeridos pela norma, a Organização deve determinar quais os documentos que necessita. O Anexo A esclarece que o enfoque da Organização deve ser a implementação eficaz do SGA e o desempenho ambiental e não um sistema complexo de controlo de documentos.

Independentemente das necessidades de documentação serem diferentes, os requisitos para o controlo da documentação são bastante semelhantes aos encontrados noutros referenciais, como a NP EN ISO 9001:2008, OHSAS 18001:2007 | NP 4397:2008, NP EN ISO 22000:2005, etc.

O procedimento estabelecido deve identificar as responsabilidades pela aprovação dos documentos, seja aquando da sua elaboração, seja após revisão e actualização, para garantir que a informação por eles veiculada é adequada.

Os documentos, externos ou internos, sujeitos a controlo devem ser objectivamente identificados.

Devem ser instituídas práticas e definidas responsabilidades para a aprovação, revisão, actualização, emissão e distribuição dos documentos, assegurando que as versões relevantes e actuais dos documentos estão disponíveis nos locais e para as pessoas que deles necessitam.

A definição 3.4 documento refere que o documento é a informação e o meio de suporte, sendo que este último pode ser papel, magnético, electrónico ou disco óptico de computador, fotografia ou amostra de referência, ou uma combinação destes.

Quando a Organização determina a existência de um documento original validado em formato papel, deve estar definido onde se encontra o original de cada documento, a partir do qual são feitas as reproduções (físicas e/ou electrónicas) necessárias para distribuição. Quando a Organização recorre a aplicações informáticas para a emissão de documentos válidos, deve ser prevenida a possibilidade de adulteração dos documentos por pessoas não autorizadas.

INTERPRETAçãO

INTRODUçãO | OBJECTIvO E CAMPO DE APLICAçãO | REFERÊNCIAS NORMATIvAS | TERMOS E DEFINIçÕES

| REQUISITOS DO SISTEMA DE GESTãO AMBIENTAL

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EvIDÊNCIAS

Deve ser evidenciada a disponibilização de documentos adequados, que estejam aprovados e actualizados, nos locais de trabalho;

Os colaboradores devem saber como verificar se têm a versão actualizada dos documentos.

NãO CONFORMIDADES MAIS FREQUENTES

A Organização não assegura que apenas são utilizadas versões actuais dos documentos. A EA verificou a existência de documentos obsoletos em utilização: a política ambiental afixada nas instalações data de 08-09-2005, estando em vigor uma edição de 06-01-2006; a versão do procedimento de controlo operacional utilizado pelo Director da Fábrica data de 16-06-2005, estando em vigor uma versão de 29-09-2005.

A cópia do documento “ABC” em utilização na área de compras inclui alterações não autorizadas pelas pessoas designadas para o efeito.A EA verificou a utilização de fichas técnicas e de segurança de produto dos fornecedores. Não é assegurado o controlo destes documentos externos, nomeadamente da sua actualização e distribuição.

Não foi assegurada a manutenção de documentos obsoletos que evidenciem a melhoria contínua, sobretudo em períodos de tempo mais alargados (ex: três anos ou mais). Ex: programas ambientais e registos de monitorização.

Os documentos e os procedimentos não estão disponíveis nos locais onde são necessários, uma vez que são disponibilizados numa ferramenta informática e nem todos os colaboradores possuem ou têm acesso a um computador.

GUIA INTERPRETATIvO NP EN ISO 14001:2004

A distribuição dos documentos deve ser controlada, garantindo, sempre que há uma actualização, que os documentos, internos e externos, são distribuídos às pessoas e/ou locais determinados. Admitindo-se reproduções não controladas, situação frequente quando os documentos estão acessíveis electronicamente, estas devem ser facilmente identificadas como tal.

São aceitáveis alterações manuscritas nos documentos distribuídos, se forem efectuadas e aprovadas pelas funções autorizadas e cumprirem os circuitos estabelecidos, assegurando que os originais são prontamente alterados bem como as outras cópias existentes. Se adoptada, esta prática deve constar do procedimento.

Embora não seja requerido por esta norma, existem vantagens em documentar o procedimento associado ao controlo de documentos, assegurando homogeneidade na sua aplicação. Não é necessário criar um sistema complexo e que consuma muito tempo para ir ao encontro dos requisitos de controlo documental listados nas alíneas a) a e) constantes em 4.4.5. As organizações que integram este sistema com outros já existentes, como por exemplo: a NP EN ISO 9001:2008, podem adoptar um procedimento comum.

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GUIA INTERPRETATIvO

034.4.6 CONTROLO OPERACIONAL

Para serem concretizados os objectivos e os princípios consagrados na política do ambiente, os processos, actividades e recursos associados a aspectos ambientais significativos de uma Organização devem ser identificados e planeados, assegurando a sua realização em condições devidamente definidas e controladas.

FINALIDADE

A Organização necessita de aplicar um controlo operacional para ir de encontro à sua política ambiental, alcançar os seus objectivos e metas, comprometer-se com os requisitos legais aplicáveis e gerir os seus aspectos ambientais significativos.

Para assegurar a eficácia e a eficiência do planeamento do controlo operacional, a Organização deve identificar os controlos necessários, estabelecendo tipos e níveis de controlo que vão de encontro às suas próprias necessidades. Os controlos operacionais estabelecidos devem ser mantidos e avaliados periodicamente.

Esta subsecção está directamente relacionada com a identificação dos aspectos ambientais é com a classificação dos impactes ambientais, já que é necessário remontar à fonte do impacte para documentar procedimentos necessários ao seu controlo. A norma NP EN ISO 14001:2004 exige a documentação de procedimento(s) quando a sua inexistência possa conduzir a desvios que comprometam a política ambiental, objectivos e metas definidos.

Sempre que exista uma nova actividade, produto ou serviço ou alterações nos processos, deve ser efectuada nova identificação de aspectos e, caso necessário, reavaliar os procedimentos de controlo operacional.

Os procedimentos devem definir os recursos humanos e materiais afectos, as responsabilidades e os critérios de execução e de controlo dessa execução.

A Organização deve seleccionar os seus fornecedores de bens ou serviços (incluindo actividades temporárias subcontratadas exercidas dentro da Organização, como por exemplo: obras/construção, manutenção ou outros serviços como limpeza, serviços médicos, restauração, etc.) e/ou as pessoas que trabalham em seu nome, com base nas suas capacidades técnicas e organizativas, para que estes respeitem não só os requisitos definidos pela Organização, mas também a legislação aplicável.

INTERPRETAçãO

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| REQUISITOS DO SISTEMA DE GESTãO AMBIENTAL

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A Organização deve:

1. Identificar necessidades de controlo operacional para: gerir os aspectos ambientais significativos, assegurar o cumprimento com os requisitos legais e outros requisitos aplicáveis, atingir objectivos e metas consistentes com a sua política e programa de gestão ambiental, incluindo o comprometimento com a prevenção da poluição e melhoria contínua, e evitar/minimizar riscos ambientais.

Para tal a Organização deve considerar todas as suas actividades:

POLÍTICA AMBIENTAL

OBJECTIVOS E METAS

CONTROLO OPERACIONAL

ASPECTOS AMBIENTAISSIGNIFICATIVOS

REQUISITOS LEGAISE OUTROS

As que estão relacionadas com as funções de gestão, incluindo compras, vendas, marketing, investigação & desenvolvimento, projecto;

Aquelas que estão relacionadas com as actividades diárias, como produção, manutenção, análises laboratoriais, armazenagem;

As que estão relacionadas com processos externos, como o transporte e distribuição dos seus produtos e serviços.

GUIA INTERPRETATIvO NP EN ISO 14001:2004

A Organização deve analisar o modo como os seus subcontratados e fornecedores podem afectar a sua capacidade de gerir os seus aspectos ambientais, atingir objectivos e metas e cumprir com os requisitos legais. Consequentemente deve estabelecer e comunicar os controlos operacionais necessários, tais como procedimentos escritos, contratos ou acordos com os fornecedores e subcontratados.

2. Estabelecer controlos operacionais, como procedimentos, instruções de trabalho, controlos físicos, alocação de recursos humanos competentes ou combinações destes métodos. A sua escolha depende de vários factores, como a capacidade e experiência dos colaboradores, a complexidade e significância ambiental das actividades.

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63

GUIA INTERPRETATIvO

03

Assim que o controlo operacional estiver estabelecido, a Organização deve monitorizar a contínua aplicação desse controlo, bem como a eficácia do mesmo e planear e levar a cabo acções correctivas conforme necessárias.

A forma mais comum de estabelecer controlos operacionais passa por:

Escolher um método de controlo;

Seleccionar critérios aceitáveis de operação;

Estabelecer os mecanismos de controlo necessários, que definam como as

operações são planeadas, executadas e controladas, incluindo métodos de

medição e avaliação para ir de encontro aos critérios de operação definidos

no ponto anterior;

Documentar estes mecanismos, conforme necessário, na forma de instruções,

sinalética, vídeos, fotografias, etc.

I.

II.

III.

Iv.

EvIDÊNCIAS

Procedimento(s) documentado(s) e registos associados. Os mais frequentes são: gestão de resíduos, operação da estação de tratamento de águas residuais, operação dos equipamentos de despoeiramento, operação da estufa de secagem do produto final, gestão de energia, gestão de água, manutenção dos equipamentos críticos para o ambiente, aprovisionamento de produtos e serviços com potenciais impactes ambientais significativos, controlo do impacte ambiental de novos projectos;

Observação visual do local e entrevista directa aos colaboradores;

Acordos e comunicação entre a Organização, fornecedores e subcontratados para o cumprimento do disposto nos procedimentos de controlo operacional.

NãO CONFORMIDADES MAIS FREQUENTES

Não se encontram definidos controlos operacionais para os aspectos ambientais significativos X e Y. O relatório de monitorização revela desvios aos objectivos e metas constantes no Programa de gestão ambiental para estes aspectos.

Foram observados resíduos de diversas origens espalhados pelo chão, nos locais não edificados da área fabril, contrariando as regras de gestão de resíduos estabelecidas pela Organização.

O procedimento de gestão da ETAR documentado não foi adequadamente implementado e mantido. Este estabelece que, caso o valor de pH do efluente ultrapasse 8.5, é fechada a comporta de saída e é reforçado manualmente o sistema de neutralização. Questionado o operador sobre esta situação, este não evidenciou conhecer o procedimento, nem que acção tomar para situações de pH acima de 8.5.

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4.4.7 PREPARAçãO E RESPOSTA A EMERGÊNCIAS

A Organização deve identificar situações potenciais de acidentes ou emergência, para prevenir a sua ocorrência e/ou estar preparada para responder a tais situações.

FINALIDADE

É responsabilidade da Organização estabelecer, implementar e manter um ou mais procedimentos de preparação e resposta a emergências detalhando e considerando, nomeadamente:

GUIA INTERPRETATIvO NP EN ISO 14001:2004

Não é assegurada a comunicação eficaz dos procedimentos aplicáveis aos subcontratados. O pessoal da empresa de limpeza não evidenciou conhecer as regras ambientais estabelecidas para a gestão dos resíduos, não efectuando a sua correcta separação. A EA observou trapos contaminados no contentor municipal.

O controlo operacional estabelecido para as actividades executadas por prestadores de serviços, tais como limpeza e manutenção preventiva das instalações, não é monitorizado.

Foi constatada uma diferença entre as quantidades apresentadas no “Registo de Resíduos Industriais” e nas “Guias de Acompanhamento” para o resíduo “aparas de matérias plásticas”, código LER 120105, cujos documentos mencionam 179.7 ton e 122.4 ton respectivamente.

O modo de identificação de situações de emergência ou potenciais acidentes que podem causar impactes ambientais significativos;

As acções de resposta e mitigação em caso de ocorrência das situações identificadas;

As consequências potenciais decorrentes de situações como condições de operação anormais, situações de emergência e acidentes.

INTERPRETAçãO

Caso a Organização opte pela documentação deste(s) procedimento(s), deve considerar a natureza dos perigos da instalação (naturais, humanos e tecnológicos) e medidas a tomar para prevenir a ocorrência dos mesmos.

A identificação das situações potenciais de acidente ou emergência deve ocorrer na fase de levantamento e determinação de aspectos e impactes ambientais e ser actualizada sempre que ocorra a introdução de um novo produto, actividade ou serviço, alterações nas instalações ou no processo de fabrico, entre outros. Devem ser definidos os procedimentos de prevenção dos impactes ambientais associados, testando-os regularmente para que, caso ocorram os cenários previstos, seja assegurada a redução/mitigação dos impactes ambientais.

Tendo em conta as linhas de orientação definidas no Anexo A da NP EN ISO 14001:2004, a Organização deve considerar no(s) procedimento(s) estabelecido(s), questões como:

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GUIA INTERPRETATIvO

03A natureza dos perigos com probabilidade de ocorrência nas suas instalações (ex: líquidos inflamáveis, tanques de armazenagem, gases comprimidos, mau funcionamento ou avaria de equipamentos de protecção ambiental como filtros ou ETAR) e acções a executar no caso de ocorrência, por exemplo: de derrames, emissões acidentais, incêndios, entre outros;

O tipo e escala das situações de emergência e acidentes identificados como mais prováveis;

A informação de substâncias e preparações perigosas, incluindo o potencial impacte ambiental de cada uma das matérias;

As metodologias mais apropriadas para responder a um acidente ou situação de emergência, por exemplo: emissões acidentais para a atmosfera, descargas de efluentes acidentais para linhas de água ou para o solo e a previsão dos impactes ambientais específicos nos ecossistemas decorrentes dessas emissões acidentais;

Os planos de comunicação interna e externa;

As acções necessárias para minimizar os danos ambientais;

As acções de mitigação e resposta a tomar para diferentes tipos de acidentes e situações de emergência;

A necessidade de um ou mais processos para uma avaliação pós-acidente com vista ao estabelecimento e implementação das acções correctivas e preventivas;

O teste periódico dos procedimentos de resposta a emergências;

A competência (decorrente de formações e/ou experiência) dos colaboradores encarregues da resposta a emergências;

A Organização de emergência e as responsabilidades;

A lista de pessoas-chave e instituições de Protecção Civil, incluindo contactos detalhados (ex. bombeiros, serviços especializados em contenção de derrames);

As vias de evacuação e pontos de encontro;

O potencial de ocorrência de acidentes ou situações de emergência numa instalação próxima (ex. fábricas, estradas, linhas férreas, etc.) e respectiva possibilidade de assistência mútua;

A necessidade de reposição da situação de normalidade.

A Organização deve considerar as diferentes operações associadas aos seus aspectos ambientais significativos quando estabelece ou modifica os seus procedimentos e controlo operacional. Estas operações podem ser, por exemplo:

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A aquisição, construção ou modificação das suas instalações e respectivas imediações;

A elaboração de contratos;

Os serviços de apoio ao cliente;

O manuseamento e armazenagem de matéria-prima;

O marketing e a publicidade;

Os processos de produção e a manutenção;

As compras;

A investigação, design e engenharia de desenvolvimento;

A armazenagem dos produtos;

O transporte;

As actividades paralelas à realização do produto ou serviço, como por exemplo: o fornecimento de água e energia, a reciclagem e a gestão dos resíduos e das águas residuais.

GUIA INTERPRETATIvO NP EN ISO 14001:2004

Periodicamente, mas especialmente após a ocorrência de acidentes ou situações de emergência ou seus simulacros, os procedimentos devem ser revistos e alterados se necessário.

EvIDÊNCIAS

Plano de Emergência Interno (PEI) ou procedimento de emergência, que contemple os cenários de carácter ambiental, assim como a actuação nas diferentes situações;

Planta da rede de águas actualizada, nomeadamente com a localização das caixas susceptíveis de sofrer contaminação e linhas de água;

Lista de colaboradores chave e de entidades de socorro/protecção civil, incluindo os respectivos contactos;

Relatórios de exercícios de simulação de cenários de emergência;

Plano de Realização de exercícios de simulação de cenários de emergência;

Bacias de retenção;

Extintores;

Kits de contenção de derrames.

NãO CONFORMIDADES MAIS FREQUENTES

Não está explícito no Plano de Emergência Interno as medidas de minimização de impactes ambientais associados aos cenários de emergência identificados (ex: gestão de resíduos de situações de emergência).

O operador da máquina X, que procede à sua manutenção periódica não evidenciou conhecer o modo de actuação no caso de ocorrência de derrame

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GUIA INTERPRETATIvO

03

4.5 vERIFICAçãO

4.5.1 MONITORIZAçãO E MEDIçãO

Assegurar a monitorização e a medição das características principais das actividades e operações que podem ter um impacte ambiental significativo, incluindo a calibração ou verificação e a manutenção do equipamento de monitorização e medição, com vista a acompanhar o desempenho, os controlos operacionais aplicáveis e a conformidade com os objectivos e as metas ambientais da Organização.

FINALIDADE

Monitorizar o programa de gestão ambiental, com vista a detectar progressos nos compromissos estabelecidos na política ambiental;

Desenvolver informação para identificação e quantificação de aspectos ambientais significativos;

Monitorizar emissões, descargas de efluentes e fluxos de resíduos, em conformidade com requisitos legais ou outros requisitos que a Organização subscreva;

Monitorizar consumos de água, energia ou matérias-primas para os quais foram estabelecidos objectivos e metas;

Monitorizar periodicamente as condições de operação (e de manutenção) das actividades, produtos e serviços da Organização (por exemplo: através

A monitorização envolve recolha de informação, medidas e observações ao longo do tempo, servindo inúmeros propósitos num SGA, nomeadamente:

de óleo e não dispõe dos meios adequados (ex: areia ou serradura) para agir de acordo com o definido pela Organização.

Alguns extintores disponíveis não se encontram visíveis e de fácil acesso (um extintor encontra-se atrás da porta, outro inacessível por causa de uma máquina). Existem extintores e outros equipamentos sem data de revisão válida.

verificou-se em vários locais da Organização o desconhecimento ou conhecimento insuficiente por parte dos colaboradores do Plano de Emergência Interno.

Após a recepção e análise do relatório de simulacro, não foram lançadas acções correctivas/preventivas, para mitigar as situações menos positivas encontradas.

Não foi evidenciada a realização de simulacros para algumas situações de emergência identificadas, por exemplo: incêndio, derrame de produtos perigosos utilizados pela Organização.

INTERPRETAçãO

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GUIA INTERPRETATIvO NP EN ISO 14001:2004

de rotinas de verificação periódica no terreno para avaliar o estado de limpeza de caleiras, da operacionalidade de separadores água – gorduras, da recolha selectiva de resíduos, da utilização das redes de drenagem pluviais, etc.);

Monitorizar periodicamente as validades de actualizações/renovações, a execução de obrigações, a verificação de equipamentos, entre outros; que têm intervenção ou validade temporal (por exemplo: calibração ou verificação metrológica de EMM; verificação de extintores, validades de licenças, de autorizações, de alvarás, de certificados, etc.);

Fornecer dados para suportar e avaliar o controlo operacional, o desempenho ambiental da Organização e do SGA. Os dados de monitorização e medição recolhidos podem ser analisados e tipificados, de modo a desencadear acções correctivas e/ou preventivas.

Para alcançar estes objectivos, a Organização deve planear o que será medido, onde e quando devem ser efectuadas as medições, que métodos devem ser utilizados e que EMM são requeridos.

A selecção dos parâmetros a monitorizar e medir deve ser baseada nas características-chave das actividades, produtos e/ou serviços de modo a fornecerem a informação necessária para a avaliação da gestão dos aspectos ambientais, do cumprimento dos objectivos e metas e da melhoria do seu desempenho ambiental.

As medições e monitorizações devem ser realizadas em condições controladas, através de processos que assegurem a validade dos resultados obtidos, como por exemplo: calibração adequada ou verificação dos dispositivos de medição e monitorização, uso de pessoal qualificado e uso de métodos de controlo de qualidade adequados, em intervalos especificados, ou antes da sua utilização, face a padrões de medição rastreáveis, internacionais ou nacionais.

Se não existirem tais padrões, a base utilizada para calibração ou verificação deve ser registada. Procedimentos escritos que definam os métodos de medição e monitorização podem fornecer maior consistência nas medições e melhorar a fiabilidade dos dados obtidos.

Nota:

Existem monitorizações e medições que podem implicar que a calibração dos equipamentos seja feita através de metodologias acreditadas conforme a norma ISO 17025, como por exemplo: no cumprimento de legislação associada ao comércio de licenças de emissão (CELE).

Os resultados da medição e monitorização devem ser analisados e utilizados para identificar não só os casos de sucesso mas também as áreas que requerem correcção ou melhoria.

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GUIA INTERPRETATIvO

03EvIDÊNCIAS

Descrição dos parâmetros a analisar (requisitos legais, acções de controlo operacional, objectivos e metas), os métodos e os dispositivos de monitorização e medição a utilizar, a periodicidade das medições, as responsabilidades e o sistema de registo. Esta evidência pode ser apresentada, por exemplo: através de um plano de monitorização;

No caso de organizações que recorram a serviços externos de monitorização e medição dos parâmetros estabelecidos, devem estabelecer procedimentos que garantam que esses fornecedores evidenciam o cumprimento desta subsecção;

Os resultados da monitorização (ex. relatórios de caracterização das emissões gasosas, águas residuais, etc.) devem ser validados após a sua obtenção e verificada a sua conformidade. Deve ser evidenciado o registo de tomada de acções, caso se verifique um incumprimento. Esta avaliação pode ser formalizada, por exemplo: por uma rubrica do responsável pela análise e respectiva data ou pelo registo de não conformidade e acção correctiva.

NãO CONFORMIDADES MAIS FREQUENTES

Não foi evidenciado o estado de calibração do EMM utilizados na realização

dos ensaios para a determinação do parâmetro “XYZ”, de acordo com o

estipulado na legislação em vigor.

Não é efectuado o registo da monitorização do consumo de gás, água e

electricidade, na unidade A da Organização, apesar de existirem os respectivos

contadores, não tendo sido, por isso, evidenciado o acompanhamento do

respectivo desempenho no que respeita aos aspectos referidos.

4.5.2 AvALIAçãO DA CONFORMIDADE

verificar se todos os requisitos legais e outros requisitos aplicáveis estão a ser cumpridos de forma sistemática, segundo metodologia definida pela própria Organização.

FINALIDADE

INTERPRETAçãO

Uma vez identificados os requisitos legais e outros aplicáveis à Organização (ver 4.3.2) deve ser avaliado, com uma frequência determinada, se estes estão a ser cumpridos, podendo ser adoptadas diferentes metodologias.

Referimos nas subsecções 4.3.1 e 4.3.2 a vantagem de cruzar os aspectos ambientais com os requisitos legais associados. Essa listagem pode ser utilizada para a avaliação da conformidade.

A Organização pode efectuar esta avaliação através de auditorias de conformidade, com um auditor com as competências definidas (ver 4.5.5). Neste caso, será vantajoso o recurso a uma lista de verificação adaptada à realidade da

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GUIA INTERPRETATIvO NP EN ISO 14001:2004

Organização, que permita uma avaliação de todos os requisitos aplicáveis (ex: guias de acompanhamento de resíduos; autorizações prévias). A auditoria para avaliação da conformidade não deve ser realizada por amostragem.

A avaliação da conformidade pode ser complementada com verificações do cumprimento da monitorização e medição planeadas. Contudo, deve ser tido em conta que este plano pode ser mais ou menos exaustivo e por isso é fundamental a consulta do levantamento de requisitos aplicáveis (e a avaliação de outros planos/registos associados), por exemplo: no que diz respeito às comunicações obrigatórias, licenças, aspectos construtivos das chaminés, conteúdos dos relatórios de monitorização, etc. Assim, uma avaliação de conformidade baseada nestes dois documentos (plano de monitorização e lista de requisitos aplicáveis) pode ser mais completa.

Existem determinados requisitos que podem carecer de um acompanhamento mais frequente (consumos mensais de água subterrânea, preenchimento e obtenção das guias de acompanhamento de resíduos, etc.), e outros que necessitem de ser acompanhados com uma periodicidade maior (medições pontuais efectuadas às emissões gasosas, licenças dos transportadores e destinatários de resíduos, etc.), dependendo dos requisitos em causa e do desempenho passado. Ou seja, devem ser definidas as periodicidades de avaliação da conformidade necessárias para os diferentes tipos de requisitos.

A Organização pode utilizar uma mistura destes ou outros mecanismos, desde que assegure que, com uma periodicidade adequada, é avaliada a conformidade com todos os requisitos legais e outros aplicáveis, ou seja, que para a periodicidade definida, a avaliação da conformidade não é feita por amostragem.

É de realçar que os resultados das avaliações de conformidade devem ser registados, quer a Organização esteja ou não a cumprir. O ideal é que, para cada requisito legal ou outro requisito que a Organização subscreva, exista um resultado associado apoiado por registos efectivos. Estes resultados devem ser apresentados como entrada para a revisão pela Gestão. Adicionalmente, será também importante analisar a eficácia da metodologia adoptada para a avaliação da conformidade.

No caso de ser detectado um incumprimento a um requisito legal ou outro requisito aplicável, devem ser tomadas as medidas previstas pelo SGA (ex: abertura de uma não conformidade, elaboração de um plano de acções, etc.), com vista à resolução imediata da situação e consequente estudo da sua origem. Nestas situações, deve ser analisada a eventual necessidade de comunicação com as entidades oficiais (ex: uma contaminação para o domínio público hídrico, deve ser comunicada à Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional respectiva).

Para a avaliação da conformidade com “os outros requisitos” a Organização pode optar por estender a metodologia de avaliação de cumprimento legal ou utilizar uma metodologia distinta.

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GUIA INTERPRETATIvO

03EvIDÊNCIAS

Devem ser evidenciados registos dos resultados de todas as avaliações de conformidade efectuadas no(s) formato(s) adoptados pela Organização. Estes resultados devem ser apresentados segundo a periodicidade definida pela Organização para todos os requisitos aplicáveis.

NãO CONFORMIDADES MAIS FREQUENTES

A Organização não evidenciou o registo dos resultados da avaliação periódica de conformidade com os requisitos legais e outros requisitos aplicáveis que subscreve.

A metodologia de avaliação da conformidade limita-se a verificar o cumprimento dos requisitos que impõem valores limites, não incluindo outros requisitos como as licenças da Organização e dos prestadores de serviços (transportadores e destinatários de resíduos), comunicações e registos obrigatórios, etc.

A Organização evidenciou que efectua uma avaliação da conformidade relativa a requisitos legais, no entanto, esta mesma prática ainda não é extensiva a outros requisitos que a Organização subscreveu.

4.5.3 NãO CONFORMIDADES, ACçÕES CORRECTIvAS E PREvENTIvAS

Promover a melhoria contínua, assegurando que a Organização identifica as não conformidades reais e implementa acções correctivas, para evitar a sua recorrência e que actua preventivamente, aplicando metodologias de identificação de não conformidades potenciais.

FINALIDADE

A Organização deve desenvolver metodologias que lhe permitam evoluir e melhorar o desempenho, em consonância com a sua política ambiental. Para tal, deve identificar as não conformidades, definir acções correctivas para as eliminar, assim como, estabelecer acções preventivas para potenciais situações de não conformidade.

INTERPRETAçãO

Uma não conformidade pode ser resultado de:

Um incumprimento legal;

Uma falha no controlo operacional;

Uma falha na preparação da resposta a emergências ambientais;

Uma auditoria ao SGA, em que seja identificado, por exemplo: que um requisito da norma não se encontra implementado ou mantido;

Entre outros.

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GUIA INTERPRETATIvO NP EN ISO 14001:2004

Actuar sobre os efeitos produzidos, identificando acções de contenção e/ou correcção (acção imediata), para minimizar os seus impactes ambientais;

Analisar as causas e estabelecer acções correctivas.

Em caso de não conformidade é necessário:

Consideram-se como acções correctivas as tomadas para eliminar as causas de não conformidades detectadas, evitando a sua recorrência. São consideradas acções reactivas, embora quando implementadas previnam ou diminuam a probabilidade de recorrência de situações similares. Esta prevenção não deve ser confundida com a acção preventiva. Por outro lado, as acções correctivas não podem ser confundidas com a simples contenção e/ou correcção (acção imediata) de uma não conformidade específica.

O processo de desencadeamento de acções correctivas compreende, normalmente, as seguintes etapas:

Recolha e tratamento de informação que permita identificar potenciais não conformidades, as respectivas causas e a sua probabilidade de ocorrência;

Avaliação dos possíveis efeitos e consequências negativas, resultantes de tais não conformidades;

Decidir sobre a necessidade de acções preventivas;

Definir acções adequadas à natureza e consequências dos problemas identificados e planear a implementação das mesmas (definir responsáveis, prazos de implementação e recursos necessários);

Controlar a implementação das acções definidas, registando os resultados das mesmas;

Avaliar os resultados das acções tomadas no sentido de determinar se estas foram eficazes.

Investigar e identificar as causas raiz dos problemas ocorridos;

Definir acções correctivas adequadas à natureza e consequências dos problemas ocorridos e planear a implementação das mesmas (definir responsáveis, prazos de implementação e recursos necessários);

Controlar a implementação das acções definidas, registando os resultados das mesmas;

Avaliar os resultados das acções tomadas no sentido de determinar se estas foram eficazes, ou seja se previnem novas ocorrências da não conformidade detectada.

As acções preventivas devem ser tomadas, tendo em conta as previsíveis consequências potenciais das não conformidades. São consideradas acções pró activas.

O processo de desencadeamento de acções preventivas compreende, normalmente, as seguintes etapas:

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GUIA INTERPRETATIvO

03O tipo e a profundidade das acções tomadas devem eliminar ou reduzir o risco a valores aceitáveis, devendo ser adequadas aos riscos em causa. Nestas condições, é uma boa prática a determinação dos aspectos ambientais significativos antes da implementação da acção.

A experiência da APCER demonstra que existem muitos desvios e relutância na aplicação de metodologias de acções correctivas ou preventivas eficazes, podendo ser muitas as causas. O conhecimento e envolvimento de todos os colaboradores para a necessidade de adoptar metodologias adequadas de tratamento dos desvios, “aprendendo e melhorando com os erros” (acções correctivas) e pensando proactivamente (acções preventivas) deve exigir um esforço da Organização pelo seu potencial de melhoria do desempenho.

PROCESSOS DE ACÇÕESCORRECTIVAS E PREVENTIVAS

REVISÃO PELA GESTÃO

AUDITORIAS MONITORIZAÇÃOPARTESINTERESSADAS

OUTRAS FONTESAVALIAÇÃO DACONFORMIDADE

COLABORADORES

A descentralização das actividades de desencadeamento, realização, controlo e revisão das acções correctivas pode assumir particular importância em organizações de grande dimensão ou com múltiplos locais de actividade.

A Organização deve providenciar o controlo do estado da não conformidade, por exemplo: em análise, em implementação, fechada. Este controlo deve contemplar, não apenas a implementação mas também os métodos para avaliar se as mesmas foram, ou não, eficazes.

Os resultados e o estado das acções desencadeadas devem ser registados e levados ao conhecimento da Gestão de topo para efeitos de revisão ao SGA.

EvIDÊNCIAS

Procedimento que inclua a metodologia para o tratamento de não conformidades e a identificação, implementação, controlo e revisão da eficácia das acções correctivas e preventivas;

Registos do tratamento de acções correctivas e preventivas, em particular, dos resultados das acções empreendidas e outros eventualmente relevantes para demonstrar a conformidade da prática com os requisitos normativos.

INTRODUçãO | OBJECTIvO E CAMPO DE APLICAçãO | REFERÊNCIAS NORMATIvAS | TERMOS E DEFINIçÕES

| REQUISITOS DO SISTEMA DE GESTãO AMBIENTAL

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GUIA INTERPRETATIvO NP EN ISO 14001:2004

NãO CONFORMIDADES MAIS FREQUENTES

O derrame constatado há um mês no exterior das instalações e com origem na cozinha da tinturaria, atingiu as águas pluviais, não tendo sido tratado como uma não conformidade.

Na sequência da informação disponibilizada para a Revisão do SGA, não foram evidenciadas acções preventivas, existindo evidências face às tendências apresentadas, de que estas são necessárias ou que poderiam ter sido tomadas atempadamente. Ex: a evolução do objectivo “redução do consumo de água” apresenta um aumento tendencial identificado nas análises trimestrais. Não foram tomadas quaisquer acções de modo a contrariar esta tendência, tendo sido o resultado anual de um aumento de 1%, quando a meta se referia a uma redução de 2%.

Na monitorização trimestral dos efluentes industriais/domésticos com destino à ETAR Municipal, a Organização identificou uma não conformidade por incumprimento do valor máximo admissível para os sólidos suspensos totais (SST). Como acção correctiva, a Organização construiu uma câmara de decantação de sólidos suspensos. verificou-se em monitorizações posteriores que a concentração de SST satisfazia os valores do regulamento Municipal e o tratamento da não conformidade foi dado como concluído. Todavia, a EA observou nos terrenos adjacentes à câmara de decantação uma infiltração de efluente industrial/doméstico, referindo a Organização insuficiência de capacidade da câmara de decantação. Deste modo, verifica-se que foi desencadeada uma acção correctiva decorrente da monitorização dos efluentes, contudo a sua eficácia não foi plenamente avaliada.

As acções correctivas desencadeadas na sequência de auditorias internas não se encontram implementadas. Ex: AC nº 10 com implementação prevista para Setembro de 2005, tendo-se já passado três meses desta data.

4.5.4 CONTROLO DOS REGISTOS

Garantir que os registos associados a um SGA proporcionem informação adequada à gestão e evidenciem a conformidade com os requisitos e a operação eficaz do SGA.

FINALIDADE

A norma requer formalmente a existência dos seguintes registos, devendo a Organização identificar, para além destes, quais os que necessita de estabelecer no âmbito de um SGA eficaz:

INTERPRETAçãO

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GUIA INTERPRETATIvO

03Requisito Registo exigido

4.4.2

Registos associados à escolaridade, formação ou experiência das

pessoas que executam tarefas para a Organização ou em seu nome,

que possam causar impactes ambientais significativos identificados

pela Organização

Registos associados à formação ou outra acção desenvolvida para

dar resposta às necessidades de formação

4.5.1

Resultados de calibração e/ou verificação do equipamento de

monitorização e medição

Resultados de manutenção do equipamento de monitorização

e medição

4.5.2.1Resultados das avaliações periódicas da conformidade com os

requisitos legais aplicáveis

4.5.2.2Resultados das avaliações periódicas da conformidade com outros

requisitos que a Organização subscreva

4.5.3 d)Resultados de acções correctivas e de acções preventivas

implementadas

4.5.5Responsabilidades, requisitos para o planeamento, realização das

auditorias e de relato dos resultados das auditorias internas

4.6 Revisões pela Gestão

Um controlo apropriado significa o estabelecimento de critérios e responsabilidades para:

Armazenamento: local, suporte e condições;

Protecção: cuidados a ter para garantir a integridade;

Retenção: tempos de retenção por registo, em função da legislação aplicável, condições contratuais, rastreabilidade definida e tempo necessário para avaliar evoluções de desempenho;

Eliminação: forma de eliminação em função do grau de confidencialidade associado a cada registo.

A norma NP EN ISO 14001:2004 não requer que a Organização disponha de um procedimento documentado para controlo dos registos, podendo o mesmo ser criado, caso necessário.

EvIDÊNCIAS

A Organização deve, através da manutenção de registos apropriados demonstrar que os mesmos são controlados;

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| REQUISITOS DO SISTEMA DE GESTãO AMBIENTAL

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GUIA INTERPRETATIvO NP EN ISO 14001:2004

NãO CONFORMIDADES MAIS FREQUENTES

A Organização não dispõe de todos os registos formalmente requeridos pela norma NP EN ISO 14001:2004, nem dos definidos pela própria Organização, no âmbito do SGA. Ex: não foram evidenciados os registos da acção de formação “Separação de resíduos” de Novembro de 2005; não foi evidenciado o planeamento das auditorias internas referente a 2005.

Os registos do SGA não se encontram adequadamente controlados. Evidência: duas acções correctivas desencadeadas durante o ano de 2005, não numeradas e sem data de emissão; registos de monitorização dos efluentes efectuados em impressos com conteúdos diferentes dos estipulados no impresso definido no SGA.

Os registos específicos necessários a cada Organização são diferentes tanto em número, como em conteúdo, dependendo da sua dimensão e complexidade. Pode ser necessário que a Organização mantenha outros registos para demonstrar conformidade com a norma, mesmo se aqueles não estiverem especificamente mencionados na NP EN ISO 14001:2004. Exemplos incluem registos de controlo operacional e de preparação e resposta a emergências.

Nota:

Não conformidades associadas ao controlo dos registos podem ser indexadas às restantes subsecções da norma, em particular quando se constata a inexistência de registos que evidenciem o necessário planeamento, execução, controlo e eficácia das actividades e/ou processos associados e a conformidade com os requisitos envolvidos.

4.5.5 AUDITORIA INTERNA

Assegurar a realização de auditorias internas para avaliar a conformidade do SGA com os requisitos estabelecidos, particularmente, com a norma de referência e legislação aplicável, por pessoal competente, utilizando metodologias claramente definidas, que se constituam como uma efectiva ferramenta de melhoria e suporte à gestão da Organização.

FINALIDADE

As auditorias internas são um elemento chave no ciclo PDCA do SGA. Assim, devem ser objectivas e realizadas por pessoal diferente daquele que realiza o trabalho a ser auditado.

A Organização deve definir as competências necessárias para a qualificação dos auditores, tendo em consideração a independência, imparcialidade, objectividade e formação. São necessários conhecimentos de diversas áreas, definidas caso a caso, tendo em conta a dimensão da Organização, sector de actividade, impactes ambientais das actividades, produtos e/ou serviços, entre outros.

INTERPRETAçãO

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GUIA INTERPRETATIvO

03É importante que a formação de auditores inclua técnicas/metodologias de auditoria e conceitos de gestão ambiental. Em determinadas situações, pode ser essencial, para uma correcta avaliação do SGA, que as competências para qualificação de auditores incluam conhecimentos da legislação em vigor aplicável e das operações desenvolvidas na Organização. A formação dos auditores deve ser tanto inicial, aquando da qualificação dos mesmos, como contínua, acompanhando as evoluções da Organização, legislação e revisões normativas, entre outras.

As auditorias internas podem ser realizadas por auditores externos à Organização. Caso seja esta a escolha da Organização, deve ser assegurado o cumprimento dos procedimentos, critérios e requisitos associados, por exemplo: à competência, às actividades de planeamento e à realização, bem como ao registo de resultados e acções de seguimento, tal como estabelecidos pela Organização.

Em algumas situações, pode ser necessário subcontratar todo ou parte do processo de auditoria interna se, por exemplo: não existirem recursos apropriados na Organização. Este facto pode, ainda, ser especialmente útil, por exemplo: na auditoria à Gestão de topo ou à própria função de gestão do ambiente, em organizações cuja dimensão não permite assegurar independência dos auditores. Contudo, pelo papel chave que as auditorias internas têm na verificação e na identificação de oportunidades de melhoria do sistema, é desejável que se criem as competências internas, quer em termos de formação, quer em termos de experiência (que apenas se adquire através realização de auditorias).

As auditorias devem verificar o cumprimento dos requisitos aplicáveis e dos procedimentos, bem como a eficácia dos processos em atingir os objectivos. Também permitem a identificação de oportunidades de melhoria e, como tal, são um elemento essencial para o cumprimento deste objectivo.

Relativamente às auditorias internas, devem ser definidos:

Os critérios da auditoria, isto é, quais as referências utilizadas para a realização da auditoria, em relação às quais as evidências vão ser comparadas;

O âmbito da auditoria, que descreva a extensão e limites da auditoria, por exemplo: quais os locais e actividades a auditar;

A frequência das auditorias, devendo ser definido um ciclo de auditorias;

E as metodologias de auditoria.

A NP EN ISO 19011:2003 proporciona orientações relevantes para a realização de auditorias a sistemas de gestão ambiental. É recomendável para organizações que pretendam implementar processos de auditoria eficazes e impulsionadores da melhoria do desempenho.

O programa de auditorias deve ter em conta a importância ambiental das actividades, bem como os resultados das auditorias anteriores. É expectável que a frequência e amostragem das auditorias a actividades com maior impacte ambiental e/ou maior incidência de não conformidades seja superior à frequência relativa a actividades com um bom desempenho. Os processos e/ou actividades

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GUIA INTERPRETATIvO NP EN ISO 14001:2004

subcontratados com influência no SGA devem ser incluídos no programa de auditorias internas.

As auditorias ambientais internas podem abranger a totalidade do SGA ou parte deste. No caso da Organização apenas prever auditorias ambientais internas parciais, o seu conjunto deve permitir, num período de tempo adequado, avaliar a totalidade do SGA.

A NP EN ISO 14001:2004 não define a frequência das auditorias internas, contudo a APCER considera como boa prática que, no mínimo, no período de um ano a totalidade do sistema seja avaliada.

As equipas auditoras podem utilizar listas de verificação/comprovação que permitam a sistematização e uniformização dos critérios e da abrangência. As listas de verificação/comprovação devem ser elaboradas tendo por base os processos, a significância dos aspectos ambientais inerentes aos mesmos e a documentação de suporte ao SGA, i.e., devem ser compatíveis com o SGA de cada Organização e com os seus requisitos.

Ao nível dos registos de execução da auditoria deve ser considerada a formalização de informações relevantes, atendendo ao conteúdo dos procedimentos existentes e registos de programação e planeamento de auditorias internas tais como, o âmbito da auditoria, referenciais, objectivos e alcance da auditoria interna, constituição da equipa auditora (e quem auditou o quê, em especial quando se coloquem questões de independência e imparcialidade) e duração da auditoria.

Os registos devem incluir, para além de eventuais constatações de não conformidade, as conclusões da auditoria e/ou constatações de conformidade que permitam a determinação da conformidade do sistema com os requisitos da norma de referência e com os requisitos do sistema de gestão estabelecidos pela Organização, e suportem a análise da sua implementação e adequação (ex. nas actividades de revisão do sistema).

Os resultados das auditorias ambientais devem ser levados ao conhecimento da Gestão de topo e dos responsáveis das áreas auditadas.

Um indicador possível da eficácia das auditorias internas é a comparação dos resultados obtidos recentemente com os da auditoria de segunda ou terceira parte, sendo expectável que a auditoria interna consiga detectar mais desvios, ou situações mais relevantes.

A identificação de causas de eventuais não conformidades constatadas, a implementação, o fecho e revisão das acções correctivas (ver definição 3.8.7 da NP EN ISO 9000:2005), decorrentes das auditorias ambientais, devem ser efectuadas de acordo com um circuito de responsabilidades e os procedimentos definidos (ver 4.5.3). Os resultados das auditorias internas constituem, igualmente, informação para efeitos da revisão do sistema pela Gestão (ver 4.6).

As auditorias enquadradas em processos de certificação, sejam elas visitas prévias ou outras, também denominadas por auditorias de terceira parte, não podem ser consideradas para evidenciar o cumprimento de requisitos associados a auditorias internas.

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GUIA INTERPRETATIvO

03verifica-se com alguma frequência que a realização de auditorias é encarada

mais como o cumprimento do requisito da norma do que um processo de valor

acrescentado. Assim, embora se cumpram os requisitos normativos, os resultados

da auditoria não alcançam plenamente os seus objectivos, quer de verificação da

conformidade, quer de identificação de oportunidades de melhoria. Esta situação

pode ocorrer em diferentes tipos de organizações e em diferentes estados

de maturidade do sistema. É, nestes casos, recomendável que a Organização,

ao nível do responsável pelo SGA ou aquando da revisão pela Gestão, avalie

criticamente os resultados das suas auditorias internas e promova uma cultura de

avaliação e melhoria.

EvIDÊNCIAS

A Organização deve, através da manutenção de registos apropriados demonstrar que as responsabilidades e metodologias para realizar auditorias internas são adequadas;

Registos associados às responsabilidades, requisitos para o planeamento, realização das auditorias e relato de resultados das auditorias internas;

Evidência de que o planeamento das auditorias tem em consideração os processos/áreas/actividades com maior impacte ambiental e/ou maior incidência de não conformidades em auditorias anteriores.

NãO CONFORMIDADES MAIS FREQUENTES

O procedimento definido para a realização das auditorias internas não contempla as competências dos auditores para a área ambiental.

Os auditores internos não possuem as competências definidas em procedimento pela Organização: formação na norma de referência e conhecimento do processo produtivo.

O âmbito do conjunto das diferentes auditorias internas realizadas durante o ciclo de auditorias definido não contempla todo o SGA.

A frequência das auditorias não tem em consideração a importância (relevância ambiental relacionada com os aspectos ambientais significativos identificados) e a situação actual da área/processo auditado.

4.6 REvISãO PELA GESTãO

Garantir a análise crítica ao mais alto nível, global e integrada, do desempenho, adequabilidade, eficácia e melhoria do SGA.

FINALIDADE

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| REQUISITOS DO SISTEMA DE GESTãO AMBIENTAL

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GUIA INTERPRETATIvO NP EN ISO 14001:2004

INTERPRETAçãO

Para gerir eficazmente o SGA e melhorar o desempenho ambiental, a Gestão deve, numa base regular, monitorizar e analisar as questões ambientais. As decisões estratégicas devem ser tomadas, implementadas e acompanhadas.

A revisão pela Gestão deve ter um âmbito suficientemente alargado para avaliar a melhoria e a adequabilidade do SGA no cumprimento da política, dos objectivos e dos requisitos da norma.

A Gestão de topo deve conduzir revisões pela Gestão em intervalos definidos. Todos os itens do parágrafo 4.6 (a) – (h) devem ser analisados durante o ciclo das revisões pela Gestão. Para algumas organizações, as revisões pela Gestão e as reuniões da Gestão de topo regulares são idênticas em natureza.A NP EN ISO 14001:2004 não define a frequência das revisões pela Gestão, sendo essa definição da responsabilidade da Gestão de topo. As revisões pela Gestão devem ter uma frequência adequada para assegurar uma monitorização eficaz e o desencadeamento de acções apropriadas onde necessário, para corrigir quaisquer potenciais problemas. Dificilmente, revisões com periodicidade superior a um ano cumprem este objectivo, mas por outro lado, é pouco provável que reuniões de rotina, semanais ou mensais, tenham a profundidade necessária.

Os factores que podem afectar a frequência das revisões pela Gestão incluem:

Maturidade do SGA;

Problemas encontrados em revisões anteriores (ver 4.6 a) – h));

Outras questões relevantes para o desempenho do SGA (ex: novos requisitos legais ou de partes interessadas).

A informação de entrada para a revisão pela Gestão deve ser planeada de modo a permitir uma visão alargada e abrangente do SGA, do desempenho ambiental e dos resultados alcançados.

Ressalva-se que as recomendações de melhoria, as alterações que possam afectar o SGA e o seguimento de acções resultantes de anteriores revisões pela Gestão, devem ser motivo de análise no decurso da revisão pela Gestão.

As saídas da revisão pela Gestão constituem, em geral, entradas de outros processos do SGA (por exemplo: os associados a melhoria, controlo operacional, competência, formação e sensibilização, estabelecimento de políticas e objectivos, entre outros). Muitos destes instrumentos de gestão normalizada assentam no conhecimento de quais são, à data da revisão do SGA, os aspectos ambientais significativos, pelo que é de toda a conveniência que esta informação constitua uma das entradas do processo de revisão.

Os requisitos normativos enfatizam algumas situações mais relevantes que devem ser motivo de decisão e, eventualmente, de acções associadas. A saber:

Melhoria da eficácia do SGA e do desempenho ambiental;

Alterações da política ambiental, dos objectivos e metas.

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GUIA INTERPRETATIvO

03

Necessidades de recursos;

Elaboração e/ou revisão de documentos de suporte ao SGA (Revisão do(s) programa(s) de gestão ambiental);

Entre outros.

Outros exemplos de saídas da revisão pela Gestão podem ser apresentados, ainda que, na essência, estejam incluídos nos anteriores:

Esta revisão deve permitir verificar se a política ambiental se mantém adequada, se os objectivos e metas ambientais foram atingidos e avaliar o grau de desempenho ambiental. Deve ainda permitir verificar a necessidade de se estabelecerem novos objectivos e metas. No caso de se verificar o não cumprimento dos objectivos e metas devem ser definidos novos meios técnicos, humanos e financeiros para os atingir.

EvIDÊNCIAS

A Organização deve, através da manutenção dos registos adequados, demonstrar que planeou as revisões pela Gestão em intervalos definidos, e que estes são suficientes para assegurar o enquadramento, adequação e eficácia contínuos do SGA;

A Organização deve evidenciar as acções, tanto planeadas como concluídas, relacionadas com a melhoria contínua da eficácia do SGA e desempenho ambiental;

Os registos da revisão pela Gestão devem contemplar, inequivocamente, quais as decisões tomadas e eventuais acções desencadeadas.

NãO CONFORMIDADES MAIS FREQUENTES

Não foi realizada uma revisão pela Gestão no último ano, tal como estipulado pela Organização no procedimento XPTO de 10-02-2005.

A Organização não definiu a periodicidade de revisão do SGA pela Gestão de Topo.

A revisão pela Gestão realizada não incluiu todas as entradas (ex: avaliação de conformidade com os requisitos legais e outros, comunicação de partes interessadas externas) nem todas as saídas (ex: alterações de objectivos e metas) definidas pela norma de referência.

O documento que resulta da revisão não contempla a tomada de decisões nem as respectivas responsabilidades.

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| REQUISITOS DO SISTEMA DE GESTãO AMBIENTAL

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CONTACTOS APCER

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E-mail: [email protected]

Representação APCER em Angola

E-mail: [email protected]

Representação APCER em Cabo verde

E-mail: [email protected]

Representação APCER em Moçambique

E-mail: [email protected]

Representação APCER em Marrocos

E-mail: [email protected]

Representação APCER nos Açores

Edifício Serviços Exponor, 2º andarAv. Dr. António Macedo 4450-617 Leça da Palmeira Tel: +351 229 993 600 Fax: +351 229 993 601E-mail: [email protected]

SEDE

Edifício Rosa Praça das Indústrias 1300-307 Lisboa Tel: +351 213 616 430 Fax: +351 213 616 439E-mail: [email protected]

DELEGAçãO LISBOA

Edifício Executivo, 1º CAv. do Infante, 89000-015 FunchalTel: +351 291 235 140Fax: +351 291 282 317E-mail: [email protected]

DELEGAçãO MADEIRA

Avenida García Barbon, 90 – 1º A36201 vigo, PontevedraEspanhaTel: +34 886 116 863Tel: +34 625 872 187Fax: +34 886 116 864E-mail: [email protected]

DELEGAçãO ESPANHA

Alameda Lorena, 800 – Sala 904 – Jd. Paulista01424-001 São Paulo / SPBrasilTel: +55 11 3527 9489Fax: +55 11 3527 9491E-mail: [email protected]

DELEGAçãO BRASIL

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