normas técnicas de padronização e funcionamento · 2013-05-02 · funcionamento dos serviços...

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Estado de Goiás Secretaria de Estado de Políticas para Mulheres e Promoção da Igualdade Racial Superintendência de Políticas para Mulheres ______________________________________________________________________________________ Rua 82, nº 400, Palácio Pedro Ludovico Teixeira, 3º andar, Setor Sul - Goiânia-GO - CEP 74.015-908 Fone: (62) 3201-5303 / 3201-5327 / Fax: (62) 3201-5350 Página 1 de 39 Normas Técnicas de Padronização e Funcionamento Serviços Especializados de Atendimento à Mulher Goiânia GO Novembro / 2012

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Superintendência de Políticas para Mulheres

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Normas Técnicas de

Padronização e Funcionamento

Serviços Especializados de Atendimento à Mulher

Goiânia – GO

Novembro / 2012

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Governador do Estado de Goiás

Marconi Ferreira Perillo Júnior

Secretária de Estado de Políticas para Mulheres e Promoção da Igualdade Racial

Gláucia Maria Teodoro Reis

Superintendente de Políticas para Mulheres

Eliana Maria França Carneiro

Gerente de Projetos e Interiorização das Ações – GEPIA/SUPEM

Maria Rita Medeiros Fontes

Equipe SUPEM

Aparecida de Paula Silveira

Edilamar Clarinda de Resende Oliveira

Rita de Cássia Campos Diniz Ricci

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SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO................................................................................................................. 00

2. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 00

3. POLÍTICA NACIONAL DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER ..... 00

3.1. Eixos Estruturantes ........................................................................................................ 00

4. PACTO NACIONAL DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER ......... 00

4.1. Objetivos Específicos ..................................................................................................... 00

4.2. Áreas Estruturantes ....................................................................................................... 00

4.3. Municípios Goianos Signatários .................................................................................... 00

5. REDE DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER ................................ 00

5.1. Serviços Não-Especializados de Atendimento à Mulher ............................................... 00

5.2. Serviços Especializados de Atendimento à Mulher ....................................................... 00

6. DELEGACIA ESPECIALIZADA DE ATENDIMENTO À MULHER – DEAM ..................... 00

6.1. Objetivo do trabalho desenvolvido ................................................................................. 00

6.2. Pressupostos ................................................................................................................. 00

6.3. Atribuições ..................................................................................................................... 00

6.4. Recursos Humanos ....................................................................................................... 00

6.5. Equipamentos ................................................................................................................ 00

6.6. Espaço Físico ................................................................................................................ 00

7. CENTRO DE REFERÊNCIA DE ATENDIMENTO À MULHER EM SITUAÇÃO DE

VIOLÊNCIA – CREAM ................................................................................................................ 00

7.1. Objetivo Geral ................................................................................................................ 00

7.2. Objetivos Específicos .................................................................................................... 00

7.3. Organização do serviço ................................................................................................. 00

7.4. Padrão mínimo de implementação ................................................................................ 00

7.4.1. Recursos Humanos ............................................................................................. 00

7.4.2. Recursos Permanentes ....................................................................................... 00

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7.4.3. Espaço Físico ...................................................................................................... 00

8. NÚCLEO ESPECIALIZADO DE ATENDIMENTO À MULHER EM SITUAÇÃO DE

VIOLÊNCIA – NEAM ................................................................................................................... 00

8.1. Objetivo Geral ................................................................................................................ 00

8.2. Objetivos Específicos .................................................................................................... 00

8.3. Organização do serviço ................................................................................................ 00

8.4. Padrão mínimo de implementação ................................................................................ 00

8.4.1. Recursos Humanos ............................................................................................. 00

8.4.2. Recursos Permanentes ....................................................................................... 00

8.4.3. Espaço Físico ...................................................................................................... 00

9. CASA ABRIGO .....................................................................................................................00

9.1. Objetivo Geral ................................................................................................................ 00

9.2. Objetivos Específicos ..................................................................................................... 00

9.3. Pressupostos ................................................................................................................. 00

9.4. Ações programáticas ..................................................................................................... 00

9.5. Metodologia Geral .......................................................................................................... 00

9.6. Segurança e Sigilo ......................................................................................................... 00

9.7. Padrão mínimo de implementação ................................................................................ 00

9.7.1. Recursos Humanos ..............................................................................................00

9.7.2. Recursos Materiais .............................................................................................. 00

10. CASA DE PASSAGEM ........................................................................................................ 00

11. OBRIGAÇÕES E PARCERIAS ............................................................................................ 00

12. PERFIL DOS PROFISSIONAIS ........................................................................................... 00

13. REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 00

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1. APRESENTAÇÃO

A Secretaria de Estado de Políticas para as Mulheres e Promoção da Igualdade

Racial – SEMIRA foi criada pela Lei nº 16.042, de 1º de junho de 2007, com reduzida estrutura

organizacional contando com apenas duas Superintendências: 1) da Mulher e; 2) da Igualdade

Racial, tendo por competência a formulação e execução da política estadual voltada para as

mulheres bem como as demandas relativas às causas dos negros, ciganos, indígenas e outros

segmentos vítimas de violência e do preconceito.

A gestão atual, após levantamento conjuntural, fundamentado na análise técnica

dos documentos produzidos ao longo de sua implementação, propôs e teve aprovada pelo

Governo do Estado de Goiás, uma nova estrutura organizacional, Lei nº 17.257, de 25/01/2011,

alinhada com os eixos estratégicos do Plano de Governo, que estabelece uma nova administração

pública articulada com uma estratégia radical em educação, saúde, segurança e proteção social.

A Semira trabalha na promoção da igualdade na diversidade, reconhecendo

como positivas e enriquecedoras a multiplicidade de gênero, de orientação sexual, de gerações e

de etnias. Tem como missão formular e implementar políticas públicas de Estado, construídas a

partir das discussões e parcerias com a sociedade civil organizada, a inclusão e promoção de

igualdade das mulheres do campo, da cidade e da floresta e suas diversidades, sejam indígenas,

de comunidades tradicionais, quilombolas, negras, ribeirinhas, ciganas, jovens, idosas, lésbicas, e

com deficiência.

Partindo dessa premissa, a Secretaria construiu o presente documento que tem

por objetivo explicitar, normatizar e adotar técnicas de padronização que nortearão o

funcionamento dos Serviços Especializados de Atendimento à Mulher que o Estado de Goiás

dispõe, visando estar em consonância com as diretrizes da Política Nacional de Enfrentamento à

Violência contra a Mulher.

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2. INTRODUÇÃO

A Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República

– SPM/PR e a Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça – SENASP/MJ,

em consonância com suas competências estabelecidas, respectivamente, pela Medida Provisória

nº 103, de 2003 e pelo Decreto nº 2.315, de 4 de setembro de 1997, e com o objetivo de

assegurar que o Estado brasileiro cumpra as obrigações prescritas pela Convenção de Belém do

Pará e pela Convenção pela Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher,

articulou-se com as secretarias estaduais de Segurança Pública ou Defesa Social, para implantar,

na Polícia Civil, em âmbito nacional, uma política de prevenção, enfrentamento e erradicação da

violência contra a mulher, assegurando as especificidades regionais.

A Declaração de Viena, a Convenção pela Eliminação de Todas as Formas de

Discriminação contra a Mulher da Organização das Nações Unidas, conhecida por CEDAW e a

Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher da

Organização dos Estados Americanos (OEA), conhecida como Convenção de Belém do Pará,

asseguram os direitos das mulheres e atribuem deveres aos Estados signatários.

A Declaração de Viena, de 1993, foi o primeiro instrumento internacional a trazer

a expressão “direitos humanos da mulher”, preconizando em seu artigo 18, da Parte I, que “os

direitos humanos das mulheres e das meninas são inalienáveis e constituem parte integrante e

indivisível dos direitos humanos universais”.

A violência contra a mulher é também objeto da Declaração de Viena que

considera, nos termos do segundo parágrafo do referido artigo 18, os vários graus e

manifestações da violência, inclusive as resultantes de preconceito cultural e tráfico de pessoas,

prevendo que sua eliminação poderia ser alcançada “por meio de medidas legislativas, ações

nacionais e cooperação internacional nas áreas do desenvolvimento econômico e social, da

educação, da maternidade segura e assistência de saúde e apoio social”.

A concepção dos direitos humanos como direitos exclusivamente violados no

espaço público, pelo Estado e seus agentes, por ação ou omissão conivente, enquanto a violência

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privada seria questão de criminalidade comum, é revogada pela Declaração de Viena que,

“reconhecendo que a violência contra a mulher infringe os direitos humanos de metade da

humanidade e se realiza geralmente na esfera privada, muitas vezes doméstica, não sendo obra

do Estado”, determina que “os direitos humanos se tornam violáveis também por indivíduos e pela

sociedade” e afirma que “cabe, portanto, ao Estado e às sociedades em geral, lutar por sua

eliminação, no espaço público, no local de trabalho, nas práticas tradicionais e no âmbito da

família”.

Essa nova concepção, mais ampla, encontra-se consagrada na Convenção de

Viena pelo parágrafo 38 da Parte II do seu Programa de Ação que declara e recomenda:

“A Conferência Mundial sobre Direitos Humanos salienta,

particularmente, a importância de se trabalhar no sentido da

eliminação de todas as formas de violência contra as mulheres na

vida pública e privada, na eliminação de todas as formas de assédio

sexual, exploração e tráfico de mulheres, na eliminação de

preconceitos sexuais na administração de justiça e na erradicação de

quaisquer conflitos que possam surgir entre os direitos da mulher e as

conseqüências nocivas de determinadas práticas tradicionais ou

costumeiras, do preconceito cultural e do extremismo religioso. A

Conferência Mundial sobre Direitos Humanos apela à Assembléia

Geral para que adote o projeto de declaração sobre a violência contra

a mulher e insta os Estados a enfrentarem a violência contra a mulher

em conformidade com as disposições da declaração. As violações

dos direitos humanos da mulher em situação de conflito armado são

violações dos princípios fundamentais dos instrumentos

internacionais de direitos humanos e do direito humanitário. Todas as

violações desse tipo, incluindo particularmente assassinatos, estupros

sistemáticos, escravidão sexual e gravidez forçada, exigem uma

resposta particularmente eficaz.”

Conceito similar é utilizado pela Convenção para a Eliminação de Todas as

Formas de Discriminação contra a Mulher da Organização das Nações Unidas, conhecida por

CEDAW, ratificada pelo Brasil em 1984, a qual define três áreas de dimensões para a violência

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contra a mulher: aquela que ocorre no âmbito familiar, a que ocorre no âmbito comunitário e a

praticada ou permitida pelo Estado, por meio de seus agentes.

“Ambas as Convenções quebraram, no que tange ao Direito, a

dicotomia entre o público e o privado, isto é, romperam a

naturalização da invisibilidade, ao consolidarem um dever-ser

específico: o da igualdade de consideração e respeito. Permitiram,

nesse cenário, que o Direito se estendesse ao âmbito doméstico,

alcançando diversas formas de desigualdade afirmadas nesse

ambiente. De um lado, explicitaram a aplicabilidade do Direito em

casos de violência ocorridos na esfera doméstica, enunciando os

direitos da mulher à vida, à integridade física, à saúde, a não ser

submetida à tortura. De outro, apontaram a necessidade da alteração

de papéis sociais estanques, ressaltando a responsabilidade comum

dos cônjuges pela administração da propriedade, a igualdade de

direitos pessoais no casamento, inclusive no que se refere à escolha

do sobrenome e profissão, a participação da mulher nas esferas

política e econômica no mesmo patamar que o homem. Ressaltaram,

por fim, que o conceito de discriminação contra a mulher inclui a

violência baseada no gênero.“

Assim sendo, o Estado brasileiro signatário da CEDAW e da Convenção de

Belém do Pará, assumiu o compromisso perante o sistema global de proteção dos direitos

humanos e ao sistema regional respectivamente, de coibir todas as formas de violência contra a

mulher e adotar políticas destinadas a prevenir, punir e erradicar a violência de gênero.

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3. POLÍTICA NACIONAL DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

A Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher tem por

finalidade estabelecer conceitos, princípios, diretrizes e ações de prevenção e combate à violência

contra as mulheres, assim como de assistência e garantia de direitos às mulheres em situação de

violência, conforme normas e instrumentos internacionais de direitos humanos e legislação

nacional.

Foi estruturada a partir do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (PNPM),

elaborado com base I Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, realizada em 2004

pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e pelo Conselho Nacional de Direitos da

Mulher. O PNPM possui como um de seus eixos o enfrentamento à violência contra a mulher, que

por sua vez, define como objetivo a criação de uma Política Nacional. Vale notar que a questão do

enfrentamento a todas as formas de violência contra a mulher foi mantida como um eixo temático

na II Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, realizada em agosto de 2007.

A Política Nacional encontra-se, também, em consonância com a Lei

11.340/2006 (Lei Maria da Penha) e com convenções e tratados internacionais, tais como: a

Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), a Convenção Interamericana para Prevenir,

Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher (Convenção de Belém do Pará 1994), a Convenção

sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW, 1981) e a

Convenção Internacional contra o Crime Organizado Transnacional Relativo à Prevenção,

Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas (Convenção de Palermo, 2000).

Assim, a Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres foi

elaborada pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) com o objetivo de

explicitar os fundamentos conceituais e políticos do enfrentamento à questão e as políticas

públicas que têm sido formuladas e executadas - desde a criação Da SPM em janeiro de 2003 -

para a prevenção e combate à violência contra as mulheres, assim como para a assistência às

mulheres em situação de violência.

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3.1. Eixos estruturantes

Prevenção – ações educativas e culturais que interfiram nos padrões sexistas;

Combate – ações punitivas e cumprimento da Lei Maria da Penha;

Assistência – Rede de Atendimento e capacitação de agentes públicos;

Garantia de Direitos – cumprimento da legislação nacional / internacional e iniciativas para o

empoderamento das mulheres.

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4. PACTO NACIONAL DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

O Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres é uma

iniciativa do governo federal com objetivo de prevenir e enfrentar todas as formas de violência

contra as mulheres, cumprindo as ações previstas na Política Nacional de Enfrentamento à

Violência contra a Mulher.

Para tanto, o Pacto Nacional desenvolve políticas públicas amplas e articuladas,

direcionadas, prioritariamente, às mulheres rurais, negras e indígenas em situação de violência,

em função da dupla ou tripla discriminação a que estão submetidas e em virtude de sua maior

vulnerabilidade social. São implementadas ações nas mais diferentes esferas da vida social, por

exemplo, na educação, no mundo do trabalho, na saúde, na segurança pública, na assistência

social, entre outras.

A coordenação do Pacto Nacional está a cargo da Secretaria Especial de

Políticas para as Mulheres (SPM), da Presidência da República, e as atividades são executadas

por um amplo conjunto de ministérios e secretarias especiais, entre elas a Semira.

Essa conjunção de esforços compreende não apenas a dimensão do combate

aos efeitos da violência contra as mulheres, mas também as dimensões da prevenção, atenção,

proteção e garantia dos direitos daquelas em situação de violência, bem como o combate à

impunidade dos agressores. O Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres é

um importante passo na promoção de mudanças para superar as desigualdades entre mulheres e

homens na nossa sociedade.

4.1. Objetivos Específicos

Reduzir os índices de violência contra as mulheres;

Promover uma mudança cultural a partir da disseminação de atitudes igualitárias e valores

éticos de irrestrito respeito às diversidades de gênero e de valorização da paz;

Garantir e proteger os direitos das mulheres em situação de violência, considerando as

questões raciais, étnicas, geracionais, de orientação sexual, de deficiência e de inserção social,

econômica e regional.

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4.2. Áreas Estruturantes

Consolidação da Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres,

incluindo a implementação da Lei Maria da Penha;

Combate à exploração sexual e ao tráfico de mulheres;

Promoção dos direitos humanos das mulheres em situação de prisão;

Promoção dos direitos sexuais e reprodutivos e enfrentamento à feminização da Aids.

4.3. Municípios Goianos Signatários

Águas Lindas

Anápolis

Anicuns

Aparecida de Goiânia

Cachoeira Alta

Caldas Novas

Catalão

Cavalcante

Ceres

Cidade Ocidental

Formosa

Goianésia

Goiânia

Goiás

Iaciara

Iporá

Itapuranga

Itumbiara

Jataí

Luziânia

Minaçu

Mineiros

Morrinhos

Novo Gama

Planaltina

Porangatu

Rio Verde

Santa Helena

Santo Antônio do

Descoberto

Senador Canedo

Trindade

Uruaçu

Valparaíso

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5. REDE DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

O conceito de Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher diz respeito à

atuação articulada entre as instituições/serviços governamentais, não-governamentais e a

comunidade, visando ao desenvolvimento de estratégias efetivas de prevenção e de políticas que

garantam o empoderamento e construção da autonomia das mulheres, os seus direitos humanos,

a responsabilização dos agressores e a assistência qualificada às mulheres em situação de

violência. Portanto, a rede de enfrentamento tem por objetivos efetivar os quatro eixos previstos

na Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres - combate, prevenção,

assistência e garantia de direitos - e dar conta da complexidade do fenômeno da violência contra

as mulheres.

A fim de contemplar esses propósitos, a rede de enfrentamento é composta por:

agentes governamentais e não-governamentais formuladores, fiscalizadores e executores de

políticas voltadas para as mulheres (organismos de políticas para as mulheres, ONGs feministas,

movimento de mulheres, conselhos dos direitos das mulheres, outros conselhos de controle

social; núcleos de enfrentamento ao tráfico de mulheres, etc.); serviços/programas voltados para a

responsabilização dos agressores; universidades; órgãos federais, estaduais e municipais

responsáveis pela garantia de direitos (habitação, educação, trabalho, seguridade social, cultura)

e serviços especializados e não-especializados de atendimento às mulheres em situação de

violência (que compõem a rede de atendimento às mulheres em situação de violência).

Já a rede de atendimento faz referência ao conjunto de ações e serviços de

diferentes setores (em especial, da assistência social, da justiça, da segurança pública e da

saúde), que visam à ampliação e à melhoria da qualidade do atendimento, à identificação e ao

encaminhamento adequados das mulheres em situação de violência e à integralidade e à

humanização do atendimento. Assim, é possível afirmar que a rede de atendimento às mulheres

em situação de violência é parte da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres,

contemplando o eixo da “assistência” que, segundo o previsto na Política Nacional de

Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, objetiva:

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(...) garantir o atendimento humanizado e qualificado às mulheres em

situação de violência por meio da formação continuada de agentes

públicos e comunitários; da criação de serviços especializados

(Casas-Abrigo/Serviços de Abrigamento, Centros de Referência de

Atendimento à Mulher, Serviços de Responsabilização e Educação

do Agressor, Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a

Mulher, Defensorias da Mulher, Delegacias Especializadas de

Atendimento à Mulher); e da constituição/fortalecimento da Rede de

Atendimento (articulação dos governos – Federal, Estadual,

Municipal, Distrital- e da sociedade civil para o estabelecimento de

uma rede de parcerias para o enfrentamento da violência contra as

mulheres, no sentido de garantir a integralidade do atendimento

(SPM, 2007, p. 8).

A rede de atendimento à mulher em situação de violência está dividida em

quatro principais setores/áreas (saúde, justiça, segurança pública e assistência social) e é

composta por duas principais categorias de serviços:

Rede de Enfrentamento Rede de Atendimento

Contempla todos os eixos da Política

Nacional (combate, prevenção,

assistência e garantia de direitos).

Refere-se somente ao eixo da

Assistência / Atendimento

Inclui órgãos responsáveis pela

gestão e controle social das políticas

de gênero, além dos serviços de

atendimento.

Restringe-se a serviços de

atendimento (especializados e não

especializados)

É mais ampla que a rede de

atendimento às mulheres em situação

de violência.

Faz parte da rede de enfrentamento à

violência contra as mulheres.

5.1. Serviços Não-Especializados de Atendimento à Mulher

São aqueles que, em geral, constituem a porta de entrada da mulher na rede (a

saber, hospitais gerais, serviços de atenção básica, programa saúde da família, delegacias

comuns, polícia militar, polícia federal, Centros de Referência de Assistência Social / CRAS,

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Fone: (62) 3201-5303 / 3201-5327 / Fax: (62) 3201-5350

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Centros de Referência Especializados de Assistência Social / CREAS, Ministério Público,

defensorias públicas);

5.2. Serviços Especializados de Atendimento à Mulher

São aqueles que atendem exclusivamente a mulheres e que possuem expertise

no tema da violência contra as mulheres.

No que tange aos serviços especializados, a rede de atendimento é composta

por: Centros de Atendimento à Mulher em situação de violência (Centros de Referência de

Atendimento à Mulher, Núcleos de Atendimento à Mulher em situação de Violência, Centros

Integrados da Mulher), Casas Abrigo, Casas de Acolhimento Provisório (Casas de Passagem),

Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Postos ou Seções da Polícia de

Atendimento à Mulher), Núcleos da Mulher nas Defensorias Públicas, Promotorias Especializadas,

Juizados Especiais de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Central de Atendimento à

Mulher - Ligue 180, Ouvidoria da Mulher, Serviços de saúde voltados para o atendimento aos

casos de violência sexual e doméstica, Posto de Atendimento Humanizado nos aeroportos (tráfico

de pessoas) e Núcleo de Atendimento à Mulher nos serviços de apoio ao migrante.

A rede de enfrentamento à violência contra as mulheres é marcada, portanto,

pela multiplicidade de serviços e de instituições. Esta diversidade deve ser compreendida como

parte de um processo de construção que visa abarcar a multidimensionalidade e a complexidade

da violência contra as mulheres. Todavia, para que o enfrentamento da violência se efetive, é

importante que serviços e instituições atuem de forma articulada e integrada. No âmbito da

assistência, é fundamental que os serviços trabalhem a partir de uma perspectiva intersetorial e

que definam fluxos de atendimento compatíveis com as realidades locais os quais devem

contemplar as demandas das mulheres em suas diversidades. A perspectiva da intersetorialidade

representa, portanto, um desafio na medida em que insta a uma ruptura com o modelo „tradicional‟

de gestão pública, que tende à departamentalização, à desarticulação e à setorialização das

ações e das políticas públicas.

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A Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher em Goiás conta com 05

(cinco) modalidades de serviços especializados de atendimento à mulher:

Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher – DEAMs

Centros de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência – CREAMs

Núcleos Especializados de Atendimento à Mulher em Situação de Violência – NEAMs

Casas Abrigo

Casas de Passagem

Estes organismos estão distribuídos em todo o Estado, conforme tabela:

Nº Município DEAM CREAM NEAM Casa

Abrigo

Casa de

Passagem

01 Águas Lindas 01

02 Anápolis 01 01

03 Anicuns 01

04 Aparecida de Goiânia 01

05 Cachoeira Alta 01

06 Caldas Novas 01

07 Catalão 01

08 Cavalcante 01

09 Ceres 01*

10 Cidade Ocidental 01

11 Formosa 01

12 Goianésia 01

13 Goiânia 02 01 01 01

14 Goiás 01

15 Iaciara 01

16 Iporá

17 Itapuranga 01

18 Itumbiara 01 01

19 Jataí 01

20 Luziânia 01

21 Minaçu 01

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22 Mineiros 01

23 Morrinhos 01

24 Novo Gama 01

25 Planaltina 01

26 Porangatu 01

27 Rio Verde 01

28 Santa Helena 01

29 Santo Antônio do Descoberto 01

30 São Luís de Montes Belos 01

31 Senador Canedo 01

32 Trindade 01

33 Uruaçu 01 01

34 Valparaíso 01

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6. DELEGACIA ESPECIALIZADA DE ATENDIMENTO À MULHER – DEAM

As Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs) compõem a

estrutura da Polícia Civil, órgão integrante do Sistema de Segurança Pública de cada Estado, cuja

finalidade, conforme previsão constitucional, é o estudo, o planejamento, a execução e o controle

privativo das funções de Polícia Judiciária, bem como a apuração das infrações penais, com

exceção das militares e aquelas de competência da União. A Polícia Civil compete, portanto,

desempenhar a primeira fase da repressão estatal, de caráter preliminar à persecução processual

penal, oferecendo suporte às ações de força ordenadas pela autoridade judiciária.

As Delegacias Especializadas desenvolvem ações complementares tendo

competências concorrentes com as Delegacias de base territorial e, por essa razão, devem atuar

em estreita parceria, potencializando a ação policial na área territorial da respectiva especializada.

A competência especializada das DEAMs dá-se em razão da matéria, isto é, da tipologia do crime

a ser investigado, no caso específico, crimes que envolvam a violência de gênero. Nesse sentido,

as DEAMs têm uma atribuição muito específica, a dizer, especializada em razão da matéria e da

finalidade para a qual foram criadas.

Vale destacar que, segundo o projeto Modernização da Polícia Civil - elaborado

pelo Governo Federal, destaca-se o papel da polícia não apenas como órgão repressor, mas

educador e aberto à audição do público usuário. Segundo o documento, os novos desafios da

Polícia Civil e, portanto também das DEAMs, estão focalizados para a: a) Profissionalização; b)

Prevenção; c) Educação e Cidadania; d) Investigação.

6.1. Objetivo do trabalho desenvolvido

As atividades das DEAMs têm caráter preventivo e repressivo, devendo realizar

ações de prevenção, apuração, investigação e enquadramento legal, as quais devem ser

pautadas no respeito aos direitos humanos e aos princípios do Estado Democrático de Direito.

6.2. Pressupostos

A atuação das DEAMs deve estar pautada em princípios básicos, a saber:

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Princípio da primazia dos direitos humanos: reconhecimento da violência doméstica como

uma violação aos direitos humanos das mulheres.

Princípio da igualdade, não discriminação e do direito a uma vida sem violência: a igualdade

e não discriminação requer o reconhecimento do direito de viver livre de violência.

Princípio do atendimento integral: inclui o acesso à justiça e às políticas públicas de

assistência destinadas às mulheres.

Princípio da celeridade: os atos judiciais e processuais destinados a prevenir a violência

devem ser expeditos.

Princípio do acesso à justiça: o acesso à justiça inclui o direito de ter advogada(o), ou

defensor (a) público, assistência judiciária gratuita, o direito de obter medidas protetivas de

urgência e de ser notificada dos atos processuais que envolvem o agressor. Inclui, ainda, o

direito de ser informada sobre os serviços existentes, sobre a rede de atendimento, tais como

centros de referência, abrigamento, atendimento especializado na área da saúde física e

mental, núcleos da mulher da Defensoria Pública e do Ministério Público,

6.3. Atribuições

Todo ato de violência cometido contra a mulher, conforme definido no artigo 7°

da Lei 11.340/2006, que configure crime ou contravenção penal deve, prioritariamente e

respeitando-se as áreas circunscritas de atuação, ser de atribuição de investigação e apuração

das DEAMs. Dentre esses, destacam-se os crimes contra a vida, contra a liberdade pessoal,

contra a honra e aqueles tipificados no capítulo intitulado “das lesões corporais”, todos constantes

do Código Penal Brasileiro, assim como o crime de tortura (Lei nº 9.455/1997).

A Lei Maria da Penha prevê novas atribuições para as Delegacias de Polícia

Civil - dentre as quais as DEAMs – estabelecidas pela Lei 11.340/2006 estão dispostas no

Capítulo III, artigos 10 a 12 e seus incisos.

O artigo 11 da Lei Maria da Penha determina às autoridades policiais a

realização de todos os procedimentos policiais cabíveis para a elucidação do fato-crime (inquérito

policial) e ainda:

I - garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imediato ao Ministério

Público e ao Poder Judiciário;

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II - encaminhar a mulher aos estabelecimentos de saúde e ao Instituto Médico Legal;

III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro,

quando houver risco de vida;

IV - acompanhá-la para a retirada de seus pertences quando necessário;

V - informá-la de seus direitos e sobre os serviços disponíveis.

A informação sobre os serviços disponíveis e o conseqüente encaminhamento à

Rede de Serviços de Atendimento à Mulher em Situação de Violência requer não apenas o

conhecimento formal da rede, mas a inter-relação e participação efetiva de todos os serviços da

rede, incluindo as DEAMs.

A atividade investigativa é parte fundamental do inquérito policial e deve,

portanto, ser empreendida e coordenada pela autoridade policial responsável pelo inquérito. Face

à especificidade do fenômeno da violência de gênero, o atendimento deve ser regido pelo direito a

privacidade.

6.4. Recursos Humanos

O quadro mínimo para implantação de uma Delegacia Especializada de

Atendimento à Mulher deve se basear no número de habitantes dos municípios e nos horários de

atendimento do serviço (dado que algumas DEAMs atuam em regime de plantão 24 horas).

6.5. Equipamentos

Os equipamentos mínimos, necessários ao funcionamento de uma Delegacia

Especializada, são classificados por categorias. A relação deve observar a inovação tecnológica

de modo a que se obtenha o melhor e mais avançado equipamento.

Comunicação – Neste item estão especificados os seguintes equipamentos: 01 Central fixa

de rádio, 01 Central telefônica, 02 rádios HT e 01 telefone fax;

Transporte – Estão especificados 01 camburão (com cela), 02 veículos caracterizados e 02

veículos sem caracterização;

Armamento – Neste item, a especificação é destinada para cada policial em exercício na

Delegacia, sendo necessário pistola 40 PT 940, revólver, algemas e colete balístico. A munição

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deve ser, no mínimo, de 50 cartuchos para cada arma; além disso, é importante o manuseio de

instrumentos de tecnologia menos letais.

Informática – A especificação prevê no mínimo 04 computadores e 04 impressoras, sendo

01 multifuncional e 02 modelo deskjet, com previsão de rede lógica e Internet, com acesso ao

Infoseg; computador portátil, implantação de sistema informatizado para coleta e análise de

dados estatísticos, registros, informações, software para banco de dados.

Diversos – Neste item, os equipamentos especificados devem observar o avanço

tecnológico, incluindo: 01 TV LCD, de no mínimo 29 polegadas, 01 vídeo e DVD, 01 máquina

fotográfica digital, 04 mini gravadores, 01 bebedouro refrigerado, 01 filmadora, 01 fogão, 01

geladeira, ventiladores e detector de metal, equipamento de datashow, e ar condicionado. Além

disso, materiais de consumo, panfletos de divulgação e informação, cartilhas e outros materiais

informativos.

6.6. Espaço Físico

As DEAMs devem estar localizadas, preferencialmente, em áreas próximas a

outros serviços que compõe a rede de atendimento, e que sejam bem providas pelos meios de

transporte urbano. Suas instalações devem ser amplas, com fachadas bem iluminadas e

sinalizadas de forma a facilitar o acesso da população e observar as especificações constantes na

legislação vigente, em especial, no que se refere à acessibilidade. A instalação das DEAMs deve

compreender, no mínimo:

Área para recepção – A recepção deve ser composta por duas salas: uma para a espera

das vítimas e outra para espera dos agressores;

Área para registro – O registro deve ser composto por cartório, sala de espera e sala de

registro de ocorrências;

Área para a assistência judiciária – deve ser composta por duas salas, uma para advogadas

(os) e outra para espera;

Área para a equipe técnica – A equipe técnica deve ter a seu dispor três salas: uma para a

equipe de investigação, outra para comunicação e a última para reconhecimentos – com

espelho gessel;

Área para a coordenação – A coordenação deve ser composta por três salas: uma para a

delegada (o), outra de espera e uma de reunião;

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Área de apoio – O apoio deve ser composto por uma sala para almoxarifado; uma sala de

estar dos servidores; uma copa / cozinha; uma sala de equipamentos de proteção e

armamento; e uma sala de detenção provisória;

Áreas comuns – A área comum das DEAMs deve ser composta por dois estacionamentos

de veículos: um para o público em geral e outro para viaturas policiais; por um banheiro

feminino e outro masculino; uma sala específica para crianças; vestiário masculino e vestiário

feminino; alojamento masculino e feminino, sala de audiência e sala de reuniões.

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7. CENTRO DE REFERÊNCIA DE ATENDIMENTO À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA

– CREAM

O Centro de Referência de Atendimento à Mulher presta acolhida,

acompanhamento psicológico e social, e orientação jurídica às mulheres em situação de violência,

visando à ruptura da situação de violência e à construção da cidadania das mulheres, por meio de

atendimento intersetorial e interdisciplinar.

As ações do Centro de Referência devem pautar-se no questionamento das

relações de gênero, base das desigualdades sociais e da violência contra as mulheres e devem

voltar-se ao enfrentamento de todas as formas de violência contra as mulheres (violência

doméstica, violência sexual, tráfico de mulheres, assédio sexual e moral, etc).

7.1. Objetivo Geral

Prestar acolhimento e acompanhamento psicológico, social e orientação jurídica às

mulheres em situação de violência, de modo a fortalecer sua autoestima e possibilitar que

essas mulheres se tornem protagonistas de seus próprios direitos, ampliando seu nível de

entendimento sobre as relações de gênero.

7.2. Objetivos Específicos

Acolher as mulheres em situação de violência, orientando-as sobre os diferentes serviços

disponíveis para a prevenção, apoio e assistência em cada caso particular.

Promover o atendimento especializado e continuado às mulheres em situação de violência.

Articular os meios que favoreçam a inserção da mulher no mundo do trabalho e em

programas de capacitação para o trabalho e geração de renda , quando couber.

Garantir à mulher assistida as condições de acesso aos Programas de Educação formal e

não formal, quando couber.

Propiciar, à mulher assistida, os meios para obter o apoio jurídico necessário a cada caso

específico.

Prestar informação e orientação por meio de atendimento telefônico às mulheres.

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7.3. Organização do serviço

Atendimento especializado de orientação e informação por meio de telefone e por pessoas

qualificadas para encaminhar a mulher a todos os serviços que o Estado/Município lhe ofereça;

Organização e manutenção de uma rede de informações básicas, tais como os endereços e

nomes dos responsáveis pelos serviços especializados, assim como de entidades de apoio e

assessoria do Estado/Município;

Prestação de atendimento psicológico, social e jurídico às mulheres, individualmente ou em

grupos;

Prestação de atendimento de caráter emergencial de encaminhamento aos serviços

especializados, sempre que necessário;

Organização e manutenção de cadastro dos casos atendidos;

Organização de banco de dados do atendimento, com vistas à prestação de contas,

periódicas, a quem couber;

Organização e atualização permanente da base de dados para a tele-informação;

Organização e manutenção de sistemática de acompanhamento e avaliação dos serviços

prestados;

Realização periódica de palestras e seminários com vistas à formação em gênero e à

prevenção da violência contra a mulher;

Capacitação permanente da equipe técnica multidisciplinar, garantindo a qualidade do

atendimento prestado;

Atualização permanente das informações sobre os direitos da mulher, bem como da

discussão sobre relações de gênero e violência.

7.4. Padrão mínimo de implementação

Para a estruturação do espaço físico, equipamentos e recursos humanos

necessários para o funcionamento do Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação

de Violência, deverão ter por base a população a ser atendida e a meta estabelecida no projeto.

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7.4.1. Recursos Humanos

A constituição e o fortalecimento de uma equipe interdisciplinar é parte do desenvolvimento

de estratégias de ação, que qualificam os profissionais e os preparam para um acolhimento e

abordagem humanizada, baseada em condutas adequadas e informadas pelos aspectos éticos

e de compromisso com o resgate da autoestima e cidadania das mulheres atendidas;

A agenda de funcionamento do Centro deve prever reuniões da equipe para estudos de

casos, formação e atualização dos profissionais e outros procedimentos que se façam

necessários.

A prática interdisciplinar é indispensável, devendo orientar-se, prioritariamente, para o

atendimento jurídico, psicológico e social.

O equipamento deverá contar com uma equipe interdisciplinar permanente (coordenadora

do serviço, psicóloga(s) e assistentes sociais), equipe de apoio técnico e segurança

necessária.

7.4.2. Recursos Permanentes

Recursos em Informática para o atendimento on-line, armazenamento de dados etc.

Veículo para o transporte em situações de emergência, visitas domiciliares.

Recursos audiovisuais para trabalho em grupo, palestras, oficinas, seminários.

Equipamentos (móveis, aparelhos eletrônicos, etc) para estruturação e garantia de espaço

confortável e agradável para assistidas e servidores.

Material de escritório e pedagógico para utilização no expediente.

Material pedagógico e jogos educativos para o acolhimento de crianças enquanto a mulher

está em atendimento.

7.4.3. Espaço Físico

Recepção/Sala de Espera: espaço físico de agradável ambientação, cuja área possa

comportar uma mesa de atendimento ou equipamento equivalente, uma ou duas cadeiras.

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Sala da Direção/Administração: sala para abrigar a direção e o pessoal responsável pela

administração do Centro, com mesas de trabalho, espaços para arquivos e cadeiras para

visitas.

Salas de Atendimento: para atendimento das usuárias, conforme a metodologia e dinâmica

de atendimento proposta e eventuais atendimentos exclusivos.

Salão multiuso: sala com área suficiente para abrigar reuniões com as mulheres usuárias do

centro, para palestras, cursos, oficinas, lazer e/ou atendimentos em grupo.

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8. NÚCLEO ESPECIALIZADO DE ATENDIMENTO À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA

– NEAM

Os Núcleos de Atendimento à Mulher prestam acolhida, apoio psicossocial e

orientação jurídica às mulheres em situação de violência. Diferenciam-se dos Centros de

Referência de Atendimento à Mulher pela sua estrutura física e localização – em geral, funcionam

em espaços menores, anexos às Delegacias Comuns e em municípios de menor porte.

São implantados nos municípios onde não existem DEAMs e / ou CREAMs.

8.1. Objetivo Geral

Prestar acolhimento e acompanhamento psicológico, social e orientação jurídica às

mulheres em situação de violência, de modo a fortalecer sua autoestima e possibilitar que

essas mulheres se tornem protagonistas de seus próprios direitos, ampliando seu nível de

entendimento sobre as relações de gênero.

8.2. Objetivos Específicos

Acolher as mulheres em situação de violência, orientando-as sobre os diferentes serviços

disponíveis para a prevenção, apoio e assistência em cada caso particular.

Propiciar, à mulher assistida, os meios para obter o apoio jurídico necessário a cada caso

específico.

8.3. Organização do serviço

Organização e manutenção de uma rede de informações básicas, tais como os endereços e

nomes dos responsáveis pelos serviços especializados, assim como de entidades de apoio e

assessoria do Estado/Município;

Prestação de atendimento psicológico, social e jurídico às mulheres, individualmente ou em

grupos;

Prestação de atendimento de caráter emergencial de encaminhamento aos serviços

especializados, sempre que necessário;

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Organização e manutenção de cadastro dos casos atendidos;

Organização de banco de dados do atendimento, com vistas à prestação de contas,

periódicas, a quem couber;

Organização e atualização permanente da base de dados para a tele-informação;

Organização e manutenção de sistemática de acompanhamento e avaliação dos serviços

prestados;

Atualização permanente das informações sobre os direitos da mulher, bem como da

discussão sobre relações de gênero e violência;

Viabilizar e subsidiar o atendimento às mulheres em situação de violência nas Delegacias

Comuns, obedecendo os princípios básicos do atendimento que as DEAMs oferecem: Princípio

da primazia dos direitos humanos; Princípio da igualdade, não discriminação e do direito a uma

vida sem violência; Princípio do atendimento integral; Princípio da celeridade; Princípio do

acesso à justiça.

8.4. Padrão mínimo de implementação

Para a estruturação do espaço físico, equipamentos e recursos humanos

necessários, deverão ter por base a população a ser atendida e a meta estabelecida no projeto.

8.4.1. Recursos Humanos

A constituição e o fortalecimento de uma equipe interdisciplinar é parte do desenvolvimento

de estratégias de ação, que qualificam os profissionais e os preparam para um acolhimento e

abordagem humanizada, baseada em condutas adequadas e informadas pelos aspectos éticos

e de compromisso com o resgate da autoestima e cidadania das mulheres atendidas;

A prática interdisciplinar é indispensável, devendo orientar-se, prioritariamente, para o

atendimento jurídico, psicológico e social.

O equipamento deverá contar com uma equipe interdisciplinar permanente: psicólogo(a),

assistente social e advogado(a).

8.4.2. Recursos Permanentes

Recursos em Informática.

Veículo para o transporte em situações de emergência, visitas domiciliares.

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Equipamentos (móveis, aparelhos eletrônicos, etc) para estruturação e garantia de espaço

confortável e agradável para assistidas e servidores.

Material de escritório e pedagógico para utilização no expediente.

Material pedagógico e jogos educativos para o acolhimento de crianças enquanto a mulher

está em atendimento.

8.4.3. Espaço Físico

Os NEAMs devem estar localizados, preferencialmente, em áreas próximas ou

no mesmo espaço físico das Delegacias Comuns.

Sendo no mesmo espaço físico, as instalações devem compreender, no mínimo,

03 (três) salas destinadas para a equipe técnica, 01 (uma) para o atendimento psicológico, 01

(uma) para o atendimento do serviço social e 01 (uma) para o atendimento jurídico.

Caso seja em espaço próprio, próximo à Delegacia Comum, deve-se seguir as

orientações previstas para os Centros de Referência de Atendimento à Mulher, obedecendo os

critérios quanto ao número de atendimento previsto de acordo com a população local.

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9. CASA ABRIGO

As Casas-Abrigo são locais seguros que oferecem abrigo protegido e

atendimento integral a mulheres em situação violência doméstica sob risco de morte iminente.

Constitui um serviço temporário e em geral de caráter sigiloso, no qual as usuárias poderão

permanecer por período determinado (mínimo três meses), durante o qual deverão reunir

condições necessárias para retomar o curso de suas vidas.

O atendimento deve pautar-se no questionamento das relações desiguais de

gênero, que legitimam a violência contra as mulheres.

Vale ressaltar que o serviço de Casa-Abrigo deverá atender exclusivamente

mulheres em situação de violência doméstica e deverá, preferencialmente, trabalhar na

perspectiva de consorciamento entre municípios (conforme previsto na Lei 11.107/2005- Lei dos

Consórcios Públicos).

Em 2009, a casa-abrigo passa a ser incluída na tipificação dos serviços sócio-

assistenciais como um serviço da proteção social especial da alta complexidade, sob a

denominação de “serviço de acolhimento institucional para mulheres em situação de violência”

(Resolução CNAS nº. 109, de 11 de novembro de 2009). Por ter sido fruto de uma discussão

política entre o Ministério do Desenvolvimento Social e a Secretaria de Políticas para as Mulheres,

as diretrizes gerais para implementação das casas-abrigo, previstas nos termos de referência da

SPM, foram mantidas. Essa incorporação na tipificação representa um importante instrumento

para garantir a sustentabilidade e manutenção do serviço, que passa a ser formalmente

considerado como integrante da rede sócio-assistencial.

9.1. Objetivo Geral

Garantir a integridade física e psicológica de mulheres em risco de morte e de

seus filhos de menor idade – crianças e/ou adolescentes, favorecendo o exercício de sua

condição cidadã; resgatando e fortalecendo sua autoestima e possibilitando que se tornem

protagonistas de seus próprios direitos.

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9.2. Objetivos Específicos

Promover atendimento integral e interdisciplinar às mulheres e seus filhos de menor idade,

em especial nas áreas psicológica, social e jurídica.

Promover condições objetivas de inserção social da mulher, conjugando as ações da Casa-

Abrigo com programas de saúde, emprego e renda, moradia, creches, profissionalização

dentre outros.

Prover suporte informativo e acesso a serviços, instruindo as mulheres para reconhecerem

seus direitos como cidadãs e os meios para efetivá-los.

Proporcionar ambiente e atividades propícias para que as mulheres possam exercitar sua

autonomia e recuperar sua autoestima.

9.3. Pressupostos

A violência doméstica e de gênero não respeita fronteiras de classe, religião, raça/etnia ou

geração.

Não basta proporcionar meios de sobrevivência para que ocorra o rompimento da relação

violenta, há que se trabalhar para o empoderamento e resgate da autoestima das mulheres

abrigadas.

A violência deve ser compreendida a partir do conceito de gênero e tem por base as

relações desiguais de poder entre mulheres e homens.

É base da autonomia e do empoderamento da mulher o fortalecimento e o resgate de sua

cidadania.47

A acolhida deve ser qualificada e respeitosa, sem julgamento de qualquer natureza, sem

discriminação de raça, etnia ou classe social.

A autogestão do abrigo como espaço de convivência é importante para promover a

construção de autonomia e o empoderamento das mulheres.

É fundamental possibilitar um espaço adequado e próprio das crianças.

O acompanhamento do grupo pela equipe de profissionais deve garantir o atendimento

diferenciado para a mulher e os (as) filhos (as) que a acompanham.

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9.4. Ações programáticas

Educação e promoção da saúde física e mental das mulheres e suas filhas e filhos menores

sem violência, incluindo atividades pedagógicas, esportivas, lúdicas e de lazer.

Promoção de inserção profissional, por meio da articulação com rede de parceiros da área

social e de atividades internas voltadas para a capacitação profissional, a fim de preparar as

mulheres para a inclusão no mercado de trabalho.

Acesso à justiça com vistas à garantia de seus direitos, incluindo o acesso à documentação,

quando couber.

Promoção de estratégias de acesso à moradia.

Promoção de inserção escolar e ações pedagógicas recreativas para os (as) filhos (as) das

mulheres abrigadas, garantindo permanência das crianças e/ou adolescentes em escolas,

creches etc.

Promoção do acesso à escola às mulheres que assim o desejarem.

Promoção de estratégias de inclusão das mulheres egressas das Casas-Abrigo nos

programas sociais do governo, quando couber.

9.5. Metodologia Geral

Interdisciplinaridade: Organização da equipe e estruturação da intervenção de forma

interdisciplinar, visando a uma assistência integral.

Capacitação da equipe: promoção da capacitação, educação continuada e supervisão da

equipe interdisciplinar dentro da ótica da violência de gênero.

Abordagem crítica em questões de gênero: repensar as relações de gênero, a cultura

machista, a violência social e o poder dos homens sobre as mulheres, revisando valores e

promovendo o diálogo e a negociação nas relações.

Abordagem de grupo: promoção de oficinas, onde as mulheres possam trabalhar

coletivamente a situação de violência vivida e reconstruir sua autoestima.

Autogestão: promoção de gestão participativa e tomada de decisões coletivas na

organização dos serviços, por parte da equipe do abrigo protegido, em conjunto com as

mulheres acolhidas. As usuárias devem ter espaço reservado para discutir suas atividades

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diárias, sugerindo temas e questões que considerem mais interessantes e adequadas ao seu

momento de reflexão. Este processo deve ser desenvolvido com a participação direta das

usuárias, propondo-se um código de convivência, através de regimento interno, e avaliações

sobre o ambiente, atividades e resultados.

Constituição de redes: articulação dos serviços, através do estabelecimento de uma rede de

parcerias, tais como: Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher, Conselhos de

Direitos da Mulher, Centros de Atendimento à Mulher, Rede de Saúde, Hospitais, Conselhos

Tutelares, Defensoria Pública, Agências de Emprego, Polícia Militar e rede social, dentre

outros.

9.6. Segurança e Sigilo

Desde a criação das Casas-Abrigo, o sigilo tem sido um pré requisito para a

implantação e existência do serviço. Todavia, nos últimos anos, essa exigência tem trazido uma

série de dificuldades para a implementação e manutenção das casas-abrigo no território nacional,

tais como: a mudança constante de endereços (para garantir o sigilo); a impossibilidade de

construção de um imóvel próprio e a consequente necessidade de aluguel de imóveis particulares

(que, por vezes, não possuem condições de acessibilidade), etc. Outra discussão se refere ao fato

de que sigilo não necessariamente garante a segurança, uma vez que esta está ligada a uma

série de outras condições para além do sigilo do endereço1. Por exemplo, em municípios de

menor porte, por vezes, não é possível garantir o sigilo de uma casa-abrigo por longo período de

tempo. Também ocorrem situações de quebra de sigilo por parte de (ex)-residentes ou pelo fato

de o agressor tomar conhecimento do endereço do serviço, entre outros.

Assim, em 2010, a SPM divulgou as “Diretrizes Nacionais para o Abrigamento às

Mulheres em situação de Violência”, em que foi rediscutida a obrigatoriedade do sigilo, desde que

sejam asseguradas a proteção e segurança da mulher e seus filhos, por meio de outras

estratégias que incluam: a) a garantia de policiais militares ou guarda municipal feminina para

realizar a segurança do serviço; b) a institucionalização das casas-abrigo (criação por lei, que

inclua a definição de responsabilidades e obrigações quanto à segurança do serviço); c) a

formalização de parcerias por meio de acordos de cooperação técnica e outros documentos

legais, d) maior articulação com a comunidade, no sentido de comprometer os atores sociais

locais com o enfrentamento da violência contra as mulheres e com a proteção das mulheres

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abrigadas; e) a garantia de sistemas/tecnologia de segurança nos serviços; f ) exigência do

registro de boletim de ocorrência para permanência na Casa-Abrigo no sentido de caracterizar a

necessidade de “proteção” da mulher abrigada (e de seus filhos) por parte do Estado; f ) a não

divulgação do endereço do serviço em documentos de acesso ao público e a não utilização de

placas de identificação do serviço.

Para que se viabilize o acesso à Casa-Abrigo, as informações e divulgação

pública devem ser prestadas prioritariamente pelos Centros de Referência, Delegacias

Especializadas de Atendimento à Mulher, Defensorias Públicas, serviços de saúde, Promotorias,

Conselhos Tutelares, Conselhos Municipais da Criança e do Adolescente, organismos

governamentais de políticas para as mulheres e outras organizações da sociedade civil

comprometidas com a questão da mulher e direitos humanos.

A proteção pessoal da mulher e de seus filhos menores de idade, fora dos limites

físicos da Casa-Abrigo é de competência da Polícia local.

9.7. Padrão mínimo de implementação

9.7.1. Recursos Humanos

A constituição e o fortalecimento de uma equipe interdisciplinar estão vinculados ao

desenvolvimento de estratégias de ação que qualifiquem os profissionais e os preparem para

um acolhimento e abordagem humanizados, baseados em condutas adequadas.

A prática interdisciplinar exige um diálogo constante da equipe.

Equipe interdisciplinar permanente: Profissionais de nível superior que atendam as áreas de

saúde física, mental e promoção de cidadania. Sugestão de quadro mínimo: coordenadora do

serviço; psicóloga; assistente social; pedagoga ou profissional da área de educação infantil.

Equipe de apoio técnico: Profissionais de nível superior, que deem suporte à área de saúde,

nutrição, orientação e assistência jurídica às moradoras da Casa-Abrigo. Estes profissionais

poderão estar vinculados a outros serviços, atuando em tarefas específicas junto a Casa-

Abrigo. Sugestão básica: Nutricionista; Enfermeira e Advogada.

Equipe operacional: Profissionais de nível médio e / ou básico que atuem no provimento da

infraestrutura. Sugestão de quadro mínimo: Agente Administrativo; Cozinheira; Auxiliar de

Conservação e Limpeza; Segurança e Motorista.

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A segurança do serviço deve ser efetuada pela Polícia Militar ou Guarda Municipal.

9.7.2. Recursos Materiais

Imóvel de dimensões adequadas com 10 m2 por pessoa, conforme normas da Associação

Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), para abrigar o número estabelecido de mulheres e

seus filhos de menor idade, em local que favoreça a segurança e o sigilo.

Localização do abrigo, de preferência em área residencial, não contando com presença

aparente de guaritas, placas de identificação, oferecendo um ambiente discreto e propício.

Espaço para dormitórios, onde a mulher possa acomodar seus pertences pessoais,

mantendo o vínculo familiar e garantindo sua privacidade.

Espaços de convivência coletiva (salas de reuniões, grupos e oficinas).

Espaços para o refeitório e cozinha coletiva.

Espaço para recreação das crianças, preferencialmente contando com áreas externas.

Local adequado ao atendimento de primeiros socorros, guarda de medicamentos e outras

ações de profilaxia em saúde.

Espaço para lavanderia coletiva.

Dependências sanitárias compatíveis com o número de pessoas abrigadas.

Adequação da estrutura do imóvel aos portadores de necessidades especiais, garantindo a

acessibilidade.

Espaço adequado para a equipe técnica e administrativa, resguardando o sigilo relativo às

usuárias do serviço.

Infra-estrutura administrativa de comunicação e de transporte.

Espaço com garantia de acessibilidade para pessoas com deficiência.

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10. CASA DE PASSAGEM

As Casas de Passagem, ou Casas de Acolhimento Provisório, constituem

serviços de abrigamento temporário de curta duração (até 15 dias), não-sigilosos, para mulheres

em situação de violência, acompanhadas ou não de seus filhos, que não correm risco iminente de

morte. Vale destacar que as Casas de Passagem não se restringem ao atendimento de mulheres

em situação de violência doméstica e familiar, devendo acolher também mulheres que sofrem

outros tipos de violência, em especial vítimas do tráfico de mulheres. O abrigamento provisório

deve garantir a integridade física e emocional das mulheres, bem como realizar diagnóstico da

situação da mulher para encaminhamentos necessários.

Seguem todas as orientações das Casas Abrigo, excetuando-se os itens em

conflito:

Abrigamento de curta duração

Não há necessidade de sigilo

Abrigadas não correm risco iminente de morte

Abriga mulheres em diferentes tipos de violência, não apenas as domésticas e familiares,

como, por exemplo, as vítimas de tráfico.

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11. OBRIGAÇÕES E PARCERIAS

Semira

Prefeituras Municipais

Secretaria de Segurança Pública

Secretaria de Saúde (Estado e Municípios)

Serviços Não-Especializados de Atendimento à Mulher

Casas Abrigo – obrigatório consorciamento (elaborar documento modelo)

Elaborar Termo de Adesão

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12. PERFIL DOS PROFISSIONAIS

A capacitação é essencial para a atuação dos profissionais nesses serviços,

principalmente porque muitos não discutiram a questão de gênero em sua formação profissional,

tendo em vista que alguns cursos ainda não incorporaram em suas temáticas a perspectiva de

gênero, o que se faz necessário.

O profissional deverá, ainda:

Ser graduado nas áreas específicas (Direito, Psicologia, Serviço Social) e estar em dia

com as obrigações profissionais de seus respectivos Conselhos;

Ter postura ética;

Saber trabalhar em equipe / gerenciar conflitos;

Ter capacidade de liderança;

Ter pluralidade de pensamento;

Saber lidar com o público;

Ter humildade;

Ser uma pessoa que aceita e acolhe a diversidade humana;

Não ter nenhum tipo de preconceito e ou olhar discriminatório;

Ter ciência do público-alvo da Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher:

mulheres, população negra, LGBTT, vitimadas, desrespeitadas, agredidas, discriminadas;

Ter conhecimentos no campo do feminismo / mulheres / gênero, preferencialmente na área

de violência contra as mulheres;

Ter, preferencialmente, alguma capacitação (comprobatória) nas áreas afins.

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13. REFERÊNCIAS

Brasil. Secretaria Nacional de Segurança Pública / Ministério da Justiça e Secretaria Especial de

Políticas para Mulheres / Presidência da República – Norma Técnica de Padronização das

Delegacias Especializadas de Atendimento a mulher, Brasília, 2006.

Brasil. Secretaria Especial de Políticas para Mulheres / Presidência da República – Norma

Técnica de Uniformização dos Centros de Referência de Atendimento a Mulher em Situação de

Violência, Brasília, 2006.

Brasil. Presidência da República. Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher.

Brasília, Secretaria de Políticas para as Mulheres, 2007.

Brasil. Presidência da República. Pacto Nacional pelo Enfrentamento da Violência contra a Mulher

– Agenda Social – 15 de agosto de 2007. Brasília, Secretaria de Políticas para as Mulheres, 2007.