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i MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS Antonio Gabriel Fornarolli Felber Origem e Evolução do Sistema de Fluidos relacionados à deposição dos veios Rato, Tatá e Otta do Depósito de Ouro de Santa Cecília, porção centro-sul da Província Aurífera de Alta Floresta (PAAF) no sudoeste do Cráton Amazônico. Orientador(a) Prof. Dr. Jayme Alfredo Dexheimer Leite CUIABÁ 2017

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE GEOCIÊNCIAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS

Antonio Gabriel Fornarolli Felber

Origem e Evolução do Sistema de Fluidos relacionados à

deposição dos veios Rato, Tatá e Otta do Depósito de Ouro de

Santa Cecília, porção centro-sul da Província Aurífera de Alta

Floresta (PAAF) no sudoeste do Cráton Amazônico.

Orientador(a)

Prof. Dr. Jayme Alfredo Dexheimer Leite

CUIABÁ

2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

REITORIA

Reitora

Profª. Drª. Myrian Thereza de Moura Serra

Vice-Reitor

Prof. Dr. Evandro Aparecido Soares da Silva

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO

Pró-Reitora

Profª. Drª. Ozerina Victor de Oliveira

FACULDADE DE GEOCIÊNCIAS

Diretor

Prof. Dr. Paulo César Corrêa da Costa

Diretor Adjunto

Prof. Dr. Carlos Humberto da Silva

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS

Coordenador

Prof. Dr. Ronaldo Pierosan

Vice-Coordenador

Prof. Dr. Jayme Alfredo Dexheimer Leite

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DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

N° 87

Origem e Evolução do Sistema de Fluidos relacionados à

deposição dos veios Rato, Tatá e Otta do Depósito de Ouro de

Santa Cecília, porção centro-sul da Província Aurífera de Alta

Floresta (PAAF) no sudoeste do Cráton Amazônico.

Antonio Gabriel Fornarolli Felber

Orientador(a)

Prof. Dr. Jayme Alfredo Dexheimer Leite

CUIABÁ

2017

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Geociências da Faculdade de

Geociências da Universidade Federal de Mato

Grosso como requisito parcial para a obtenção

do Título de Mestre em Geociências.

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Dados Internacionais de Catalogação na Fonte.

Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada à fonte.

F727o Felber, Antonio Gabriel Fornarolli.

Origem e evolução do sistema de fluidos relacionados a deposição dos vaios Rato, Tata e

Otta do Depósito de Ouro de Santa Cecília, porção centro-sul da Província Aurífera de Alta

Floresta (PAAF) no sudoeste do Cráton Amazônico / Antonio Gabriel Fornaolli Felber. –

2017

xv, 57 f. : il. Color. ; 30 cm.

Orientador: Jayme Alfredo Dexheimer Leite.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Ciências

Exatas e da Terra, Programa de Pós-Graduação em Geociências, Cuiabá, 2017.

Inclui bibliografia.

1. PAAF. 2. Hidrotermalismo. 3. Inclusões fluidas. 4. Isótopos de Oxigênio. 5.

Depósitos IRGS. I. Título.

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Origem e Evolução do Sistema de Fluidos relacionados à

deposição dos veios Rato, Tatá e Otta do Depósito de Ouro de

Santa Cecília, porção centro-sul da Província Aurífera de

Alta Floresta (PAAF) no sudoeste do Cráton Amazônico.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________

Prof. Dr. Jayme Alfredo Dexheimer Leite

Orientador(a)

_______________________________________

Prof. Dr. Francisco Egídio Cavalcante Pinho

Examinador(a) Interno (UFMT)

_______________________________________

Dr. Antônio João Paes de Barros

Examinador(a) Externo METAMAT

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Dedico este trabalho a todos os meus familiares, em especial aos meus pais, avós, a

minha tia-avó Edemar Gajardoni (in memorian) e Irlana Regina Gajardoni.

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Agradecimentos

Primeiramente agradeço a Deus por esta existência em meio a familiares e

amigos que não poderiam ser melhores.

A toda minha família, por todo apoio, confiança e por nunca medirem esforços

para me ajudar.

A minha mãe Ariela, pelo amor incondicional e paciência.

A meus avós Antonio e Zilmar, pelo carinho e o exemplo que sempre foram e

serão na minha vida.

A minha prima Irlana, por ter me tratado e ajudado como a um filho. Espero um

dia poder retribuir tudo o que fez por mim.

A minha tia Edermar Gajardoni (in memorian) por tudo que fez não só a mim,

mas a toda a família.

Aos meus irmãos João, Julya e Luiza por todo carinho e compreensão pela

minha ausência.

Aos meus primos Thiago, Tarcísio e Juliano por todas as pescarias e por sempre

me tratarem como um irmão.

A Mariana por todo apoio, companheirismo e paciência por aguentar meu mau

humor e meus desabafos.

Aos meus amigos Guilherme, Daiane e Thiago por todas as conversas

geológicas ou não. Obrigado pela amizade de vocês.

Ao meu orientador Jayme por toda experiência e conhecimento geológico

compartilhado e principalmente, pela paciência.

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Resumo

O depósito de ouro Santa Cecília está localizado na porção centro-sul da

Província Aurífera de Alta Floresta, no sudoeste do Cráton Amazônico. O depósito é

formado por três veios de quartzo mineralizados a ouro, e conhecidos como Otta, Tatá e

Rato. Os dois primeiros estão hospedados em um granodiorito isotrópico enquanto o

ultimo está hospedado em um metadacito localmente foliado. Os veios apresentam

paragênese de alteração hidrotermal semelhantes, que são divididas em seis fases de

alteração, respectivamente: sericítica, potássica, muscovita+pirita, cálcica, silicificação

1 e silicificação 2, com o ouro depositado no último estágio de silicificação. Os veios de

quartzo ocorrem levemente a intensamente recristalizados. Os sulfetos ocorrem no

interior dos veios de quartzo e são compostos por pirita, pirrotita, arsenopirita,

calcopirita e esfalerita. O estudo das inclusões fluidas nos três veios revelou a presença

de cinco FIA’s; FIA 1 e 2 no veio Rato, FIA 3 e 4 no veio Tatá e FIA 5 no veio Otta. A

FIA 1 é primária, aquo-carbônica, bifásica, e apresenta temperatura de fusão do clatrato

variando de -5,1 a + 1,1 °C, com a salinidade calculada entre 12 a 20% peso equiv.

NaCl e a temperatura de homogeneização total Th (total) entre 220 a 450°C, com moda

em 360°C. A FIA 2 é secundária, aquosa, bifásica, com Te de -42°C a -25,1°C,

sugerindo um sistema H2O-NaCl com variações de KCl, MgCl2 e FeCl2. A Tf (gelo)

varia de -2,6°C a -20,8°C, refletindo salinidades entre 4,34% a 22,91% peso equiv.

NaCl. e Th entre 155°C e 300°C, com moda em torno de 240°C. As FIA’s 3 e 4 são

aquosas, bifásicas, e respectivamente de origem primária e pseudosecundária. A FIA 3

tem Te entre -21,2°C e -39°C, sugerindo um sistema H2O-NaCl com variações de KCl,

MgCl2 e FeCl2, Tf (gelo) entre -6,5°C e -20,7°C, salinidades calculadas entre 9,86% a

22,85% peso equiv. NaCl e Th (total) de 166°C a 252°C, com moda em torno de 200°C.

A FIA 4 apresenta Te entre -24,6°C a -44,4°C, sugerindo um sistema H2O-NaCl-KCl

com variações de MgCl2 e FeCl2, Tf (gelo) entre -6,3°C e -20,9°, salinidade calculada

entre 9,6% e 22,98% peso equiv. NaCl evTh (total) entre 198°C a 267°C. A FIA 5 é

representada por inclusões aquosas primárias, bifásicas com Te entre -22°C e -24,7°C e

a Tf (gelo) entre -0,8°C e -7°C. A Te sugere um sistemas H2O-NaCl com variação de

KCl. A Th (total) varia de 185°C a 290°C, com moda em torno de 200°C e a salinidade

calculada varia de 1,4% a 10,49% peso equiv. NaCl. Análises de isótopos de oxigênio

em quartzo retornaram valores de δ18O de 13,27‰, 12,46‰, e 13,70‰ respectivamente

para os veios Rato, Tata e Otta. As composições isotópicas dos fluidos em equilíbrio

com o quartzo foram recalculadas em base aos valores extremos de variação da Th para

cada veio e retornaram respectivamente valores de δ18O entre +3,07‰ e +10,07‰, -

1,64‰ e +3,56‰ e +1‰ e 7,8‰; a variação obtida sugere a existência de fontes

magmáticas e meteóricas. Os dados de inclusões fluidas sugerem uma evolução

sequencial de um fluido salino, rico em CO2 possivelmente magmático, para um fluido

salino aquoso, pobre ou com ausência de CO2, o qual ao longo de sua evolução se

mistura com um fluido aquoso de baixa salinidade, possivelmente meteórico, e sofre um

processo de boiling; este conjunto de processos possivelmente levou à deposição do

ouro. A profundidade do boiling abaixo do paleo lençol freático foi calculada em 300

metros para a FIA 2, 150 metros para a FIA 5 e 100 metros para FIA 3 e a pressão do

boiling foi calculada em 30, 14 e 13 bares, respectivamente. Características tais como:

zonas de alteração hidrotermal formando halos pouco espessos no entorno dos veios, a

assembleia de sulfetos reduzida e em quantidades inferiores a 5%, inclusões de

salinidade média-alta e possivelmente de origem magmática, sugerem que o depósito

Santa Cecília se assemelha principalmente ao modelo Intrusion-related gold systems

(IRGS). Idades U-Pb (LA-ICP-MS) de 1816 Ma em zircões da hospedeira

granodiorítica sugerem correlação com a Suíte Paranaíta, enquanto que idades de 1895

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Ma para hospedeira dacítica indicam uma possível extensão da província Tapajós-

Parima em seu limite sudoeste no norte de Mato Grosso.

PALAVRAS-CHAVE: PAAF, hidrotermalismo, inclusões fluidas, isótopos de

oxigênio, depósitos IRGS.

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Abstract

The Santa Cecilia gold deposit is located in the south-central portion of the Alta

Floresta Gold Province, southwest portion of Amazon Craton in the north of Mato

Grosso. The deposit is formed by three gold mineralized quartz veins known as Otta,

Tatá and Rato. The first two are hosted in an isotropic granodiorite while the latter in a

locally foliated metadacite. Hydrothermal alteration is similar for the veins and

developed in six stages respectively: sericitic, potassic, muscovite+pyrite, calcic,

silicification 1 and silicification 2, with gold deposited in the last silicification stage.

The quartz veins occur slightly to intensely recrystallized. Sulfides occur within the

quartz veins and consists of pyrite, pyrrhotite, arsenopyrite, chalcopyrite and sphalerite.

Fluid inclusion petrography in the veins revealed the presence of five Fluid Inclusion

Assemblage (FIA). FIA 1 and 2 in the Rato vein, FIA 3 e 4 in the Tatá vein, and FIA 5

in Otta vein. FIA 1 is primary, aqueous-carbonic, two-phase and present chlatrate

melting temperature ranging from -5,1 to +1,1 °C, with the calculated salinity ranging

from 12 to 20 wt% NaCl, total homogenization temperature – Th (total) – from 220 to

450°C with a mode at 360°C. FIA 2 is secondary, aqueous, two-phase, with Te in the

range of -42° to -25,1°C, suggesting a H2O-NaCl system with variations to KCl, MgCl2

and FeCl2. The ice melting temperature – Tm (ice) – range from -2,6 to -20,8°C

reflecting salinities between 4,34 to 22,91 wt% NaCl equiv. and Th (total) from 155 to

300°C with a mode around 240°C. FIA 3 and 4 are aqueous, two-phase, and

respectively of primary and pseudo-secundary origin. FIA 3 shows Te ranging from -

21,2 to -39 °C suggesting a H2O-NaCl system with variations to KCl, MgCl2 and

FeCl2. Tm (ice) ranges from -6,5 to -20,7 °C, calculated salinity between 9,86 to 22,85

wt% NaCl equiv. and Th (total) from 166 to 252°C, with a mode around 200°C. FIA 4

shows Te between -24,6 to -44,4°C, suggesting a H2O-NaCl-KCl system with variation

to MgCl2 and FeCl2, Tm (ice) ranges from -6,3 to -20,9°C, calculated salinity between

9,6 and 22,98 wt% NaCl equiv. and Th (total) from 198 to 267°C. FIA 5 is represented

by primary, two-phase aqueous inclusions with Te ranging from -22 to -24,7°C and Tm

(ice) ranging from -0,8 to -7°C. The Te suggests a H2O-NaCl system with variation to

KCl. Th (total) range from 185 to 290°C, with a mode around 200°C and the calculated

salinity ranges from 1,4 to 10,49 wt% NaCl equiv. Oxygen isotopic analyzes in quartz

returned values of δ18O of 13,27‰, 12,46‰, e 13,70‰ respectively for Rato, Tatá and

Otta veins. The isotopic compositions of the quartz equilibrium fluids were calculated

based on the end-member’s values of Th (total) variation for each vein and respectively

returned values of δ18O between +3,07‰ e +10,07‰, -1,64‰ e +3,56‰ e +1‰ e

7,8‰; the obtained variation suggests the existence of magmatic and meteoric sources.

Fluid inclusion data suggests a sequential evolution/release of a CO2-rich saline fluid

possibly magmatic to a CO2-poor/free aqueous saline fluid, which during evolution

mixed with a low-salinity aqueous fluid, likely meteoric in origin, and underwent a

boiling process; this set of processes possibly led to the gold deposition. The depth

boiling depth calculated at 300 meters for FIA 2, 150 meters for FIA 5 and 100 meters

for FIA 3 and boiling pressure at 30, 14 and 13 bars, respectively. Characteristics such

as hydrothermal alteration zones forming narrow halos around the veins, the small

volume of the reduced sulfide assembly, inclusions of moderate to high salinity likely of

magmatic origin, as shown by the oxygen isotope data, suggest that the Santa Cecília

deposit resembles mainly the intrusion-related gold systems (IRGS) model. LA-ICP-MS

zircon U-Pb ages of 1816 Ma for hosting granodiorite suggests a correlation with the

gold-bearing Paranaíta Suite while the age 1895 Ma for the metadacite suggests a

southwest extension of the Tapajós-Parima province into the northern Mato Grosso

state. Keywords: Fluid Inclusions, IRGS, PAAF, Oxygen Isotopes, Hydrothermalism

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Lista de Figuras

Figura 1. (A) Mapa do Cráton Amazônico compartimentado em províncias

geocronológicas segundo Santos et al. (2000) e localização das folhas do projeto Promin

Alta Floresta, modificado de Souza et al. (2005); (B) Mapa de localização da área de

estudo no contexto d ....................................................................................................... 18

Figura 2. Mapa geológico do depósito de ouro de Santa Cecília. .................................. 19

Figura 3. Perfil geológico do furo SCD 27. .................................................................... 20

Figura 4. (A) Perfil geológico do furo SCD-21, (B) Perfil geológico do furo SCD-15. 22

Figura 5. (A) Fotomicrografia em luz natural do dacito, sendo evidente uma foliação

dos minerais micáceos. (B) fotomicrografia em luz polarizada mostrando a mineralogia

principal do dacito e uma foliação marcada pelos minerais micáceos. (C)

Fotomicrografia Pórfiro de feldspato alterado e envolto pela foliação da rocha. (D)

Fotomicrografia de profiroblasto de granada com inclusões de quartzo e envolto por

uma foliação marcada pelos minerais micáceos. ............................................................ 23

Figura 6. (A) Fotomicrografia de biotitas sendo alteradas para muscovita, ambas

seguindo a orientação da rocha. (B) Fotomicrografia de turmalina tipo Schorlita produto

da alteração hidrotermal. (C) Fotomicrografia de cloritas produtos de alteração das

biotitas. (D) Fotomicrografia de minerais opacos. ......................................................... 24

Figura 7. Fotomicrografia da textura do veio de quartzo do Rato. Textura em mosaico

levemente preservada com recristalização ocorrendo na borda dos cristais. ................. 25

Figura 8. (A) amostra macroscópica do granodiorito - testemunho de sondagem; (B)

Fotomicrografia em luz natural do granodioritos; (C) Fotomicrografia em luz polarizada

do granodioritos, matriz quarzto-feldspática e biotita. (D) Fotomicrografia de pórfiro de

plagiclásio em estado de alteração.................................................................................. 26

Figura 9. (A) Fotomicrografia de tremolitas apresentando textura nematoblástica. (B)

Fotomicrografia de cristal de clorita produto da alteração das biotitas. (C)

Fotomicrografia de agregados de epidoto seguindo a foliação da rocha. (D)

Fotomicrografia de pirrotita, pirita e arsenopirita em contato. ....................................... 27

Figura 10. Veio de quartzo com textura selvage, múltiplas injeções aprisionando

fragmentos da alteração Cálcica, Shaft Tatá. ................................................................. 28

Figura 11. (A) Fotomicrografia de cristais de quartzo do veio Tatá estirados e

apresentando recristalização nas bordas; (B) Fotomicrografia de ristais de quartzo do

veio Otta extremamente estirados e intensamente recristalizados. ................................ 29

Figura 12. (A) Fotomicrografia de biotitas produtos da alteração potássica. (B)

Fotomicrografia formação de muscovita+pirita a partir da alteração das biotitas da

alteração potássica. (C) Fotomicrografia de tremolita/actinolitas principais constituintes

da altera cálcica preservando alguns cristais de biotitas da alteração potássica. (D)

Fotografia de ouro livre ocorrendo no contato do veio com a alteração cálcica. ........... 31

Figura 13. (A) Fotomicrografia de selvages da alteração potássica e Cálcica no veio do

alvo Rato. (B) Fotomicrografia de assembleia metálica no veio de quartzo pirita,

pirrotita, calcopirita e arsenopirita. (C) Fotomicrografia de esfalerita apresentando

textura “doença da calcopirita”. (D) Fotomicrografia de ouro granular ocorrendo livre

no veio de quartzo do Tatá. ............................................................................................ 32

Figura 14. (A) Modo de ocorrências das inclusões fluidas aquo-carbônicas; (B) Grau de

preenchimento das IF aquo-carbônicas acima de 50%. .................................................. 34

Figura 15. Histogramas de frequência referente às inclusões fluidas (IF) aquo-

carbônicas do depósito Santa Cecília. (A) Salinidade; (B) Temperatura de

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homogeneização total. .................................................................................................... 34

Figura 16. Inclusões fluidas aquosas secundárias. (A) Trilha de inclusões secundárias

atravessando a zona recristalizada no limite dos grãos de quartzo; (B) Variação na

forma e grau de preenchimento das inclusões. ............................................................... 35

Figura 17. Histogramas de frequência referente às inclusões fluidas (IF) da FIA 2 do

alvo Rato. (A) Frequência de salinidade; (B) Frequência de temperatura de

homogeneização total. .................................................................................................... 35

Figura 18. (A) Variação de forma e grau de preenchimento das inclusões primárias do

veio Tatá, FIA 3; (B) Variação de forma e grau de preenchimento das inclusões

pseudosecunárias do veio Tatá, FIA 4. ........................................................................... 36

Figura 19. Histogramas de frequência da FIA 3, do veio Tatá. (A) frequência de

salinidade; (B) frequência de temperatura de homogeneização total. ............................ 36

Figura 20. (A) modo de ocorrências das inclusões primárias do veio Otta; (B) variação

no grau de preenchimento e forma das inclusões do veio Otta, FIA 5. .......................... 37

Figura 21. Histogramas de frequência dos dados microtermométricos da FIA 5, veio

Otta. (A) frequência de salinidade; (B) frequência de temperatura de homogeneização

total. ................................................................................................................................ 37

Figura 22. (A) e (B) imagens de catodoluminescência dos zircões da amostra do

granodiorito. ................................................................................................................... 38

Figura 23. Imagens de catodoluminescência dos zircões da amostra do metadacito. .... 39

Figura 24. Diagrama com os dados U-Pb em zircões da amostra do granodioritos. ...... 40

Figura 25. Diagrama com os dados U-Pb em zircões da amostra do metadacito........... 40

Figura 26. A figura mostra a evolução dos fluidos em um gráfico de salinidade vs

temperatura de homogeneização. A área retangular mostra as inclusões fluidas

resultantes da misturas de fluidos, sendo o membro inicial da mistura e com

características que mais se aproximam de um fluido meteórico. A área elipsoidal marca

a principal variação de salinidade e temperatura que representa o processo de boiling

observado nas FIA’s 2, 3 e 5. ......................................................................................... 43

Figura 27. Estimativa de profundidade do boiling em soluções NaCl, através da

temperatura de homogeneização (boiling) e salinidade, utilizando as curvas proposta por

Haas 1971 com constante salinidade (modificado de Haas, 1971). ............................... 44

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Lista de Tabelas

Tabela 1. Informações gerais dos cinco testemunhos de sondagem estudados. ............. 19

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Lista de Anexos

ANEXO I.........................................................................................................................51

ANEXO II........................................................................................................................54

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Sumário Resumo ...................................................................................................................................... viii Abstract ........................................................................................................................................ x 1. Introdução .......................................................................................................................... 15 2. Materiais e Métodos ........................................................................................................... 16 3. Contexto Geotectônico ....................................................................................................... 17 4. O Depósito de Ouro Santa Cecília .................................................................................... 19

4.1. Veio Rato ..................................................................................................................... 22 4.1.1. Alteração Hidrotermal ........................................................................................................ 23 4.1.2. Zona Mineralizada .............................................................................................................. 24

4.2. Veios Tatá e Otta ........................................................................................................ 25 4.2.1. Alteração Hidrotermal ........................................................................................................ 26 4.2.2. Zona Mineralizada .............................................................................................................. 27

5. Evolução Paragenética do Depósito .................................................................................. 29 6. Inclusões Fluidas ................................................................................................................ 32

6.1. Veio Rato ..................................................................................................................... 33 6.1.1. FIA 1 ................................................................................................................................... 33 6.1.2. FIA 2 ................................................................................................................................... 34

6.2. Veio Tatá...................................................................................................................... 35 6.2.1. FIA 3 ................................................................................................................................... 36 6.2.2. FIA 4 ................................................................................................................................... 36

6.3. Veio Otta ...................................................................................................................... 37 6.3.1. FIA 5 ................................................................................................................................... 37

7. Isótopos de Oxigênio .......................................................................................................... 38 8. Geocronologia ..................................................................................................................... 38 9. Discussão e Conclusão ....................................................................................................... 41 10. Referências.......................................................................................................................... 46

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Origem e Evolução do Sistema de Fluidos relacionados à

deposição dos veios Rato, Tatá e Otta do Depósito de Ouro de

Santa Cecília, porção centro-sul da Província Aurífera de

Alta Floresta (PAAF) no sudoeste do Cráton Amazônico.

Felber, A.G.F.¹; Leite, J.A.D.¹; 1 – Programa de Pós-Graduação em Geociências FAGEO/UFMT – [email protected];

1. Introdução

A parte da região norte do Estado de Mato Grosso compreendida pela Província

Aurífera Alta Floresta (PAAF) apresenta um importante histórico de produção de ouro

desde a década de 1960. Estimativas oficiais indicam uma produção superior a 160 t de

Au entre os anos de 1970 e 2000. Estudos metalogenéticos sistemáticos têm buscado

modelar as numerosas ocorrências de ouro que se acham associadas às rochas vulcano-

plutônicas félsicas e metassedimentares que compõem parte importante da Província

Rondônia-Juruena (Santos et al. 2000) no sudoeste do Cráton Amazônico. Destacam-se

entre estes, os trabalhos de Paes de Barros, (1994), Moura (1998), Paes de Barros

(2007), Miguel Jr. (2011), Assis (2011), Domingues Dias (2012), Galé et al. (2012),

Rambo (2014), dentre outros.

Xavier et al. (2011) com base na associação mineralógica e assinatura

geoquímica do minério, propõem dividir as mineralizações auríferas do setor leste da

PAAF em dois grupos principais: (1) Au±Cu (±Bi±Te±Ag) e (2) Au + Zn + Pb ± Cu.

Posteriormente Assis et al. (2014) denomina estas divisões de (1) Depósitos de Au ± Cu

que geralmente ocorrem hospedados em sistemas intrusivos félsicos cálcio-alcalinos,

meta- a peraluminosos, magnesianos, hidratados e oxidados. O hidrotermalismo é

marcado por alteração potássica formando envelopes entorno das zonas mineralizadas,

seguido de alteração muscovita + quartzo ± sericita, cloritização e propilítica regional.

As zonas mineralizadas geralmente ocorrem associadas à alteração muscovita + quartzo

± sericita. A paragênese de minério é dominada por pirita ± calcopirita ± hematita (ou

barita ± calcopirita). As inclusões fluidas geralmente mostram uma coexistência de

fluidos ricos em CO2 e fluidos aquosos, temperatura variando de moderada-baixa a alta

e salinidade de baixa a alta. Os autores sugerem que este grupo de depósitos sejam

relacionados ao modelo porfirítico rico em ouro. Alguns exemplos de depósitos deste

grupo são: Depósito Pé Quente (Assis, 2011; Stabile, 2012), X1 (Rodrigues, 2012),

Serrinha (Moura et al., 2006) e Luizão (Abreu, 2004; Paes de Barro, 2007). O grupo (2)

Au – metais base apresentam minério e alteração hidrotermal intimamente associadas a

um granito sub-vulcânico; Alteração hidrotermal composta por silicificação,

sericitização, potássica, argílica, propilítica e veios e vênulas de hematita, esta última

mais regional e tardia; Alunita ocorre como extensos depósitos residuais de quartzo-

alunita, porém, não associado a mineralização. O ouro ocorre associado a altos teores de

prata e metais base e formam zonas com intensa concentração de sulfetos compostos

por pirita + esfalerita + galena ± calcopirita ± hematita. As inclusões fluidas indicam

fluidos aquosos de baixa a moderada salinidade e com heterogeneidade quanto ao grau

de preenchimento de vapor, com indícios de boiling. Os autores ainda sugerem que os

depósitos deste grupo sejam relacionados ao modelo epitermal. Os principais exemplos

deste grupo são os depósitos do Bigode (Assis, 2008) e Francisco (Assis, 2011).

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16

O Depósito de Santa Cecília é uma das numerosas ocorrências de ouro da PAAF

e localizado no Distrito do Cabeça a aproximadamente 90 Km a sul-sudoeste da sede do

município de Alta Floresta (Figura 1). O depósito compreende três veios de quartzo

aurífero, conhecidos na região como Otta, Tatá e Rato; os dois primeiros acham-se

hospedados em granodiorito isotrópico e o último em metadacito foliado. O foco deste

trabalho é apresentar e discutir as características texturais dos veios de quartzo e de

alterações hidrotermais associadas, a microtermometria de inclusões fluidas e os

isótopos de oxigênio. Além disto, são também apresentadas as idades U-Pb por LA-

ICPMS em cristais de zircão das rochas hospedeiras. O conjunto destas informações

permite uma discussão acerca da origem e evolução das mineralizações auríferas, assim

como propor um modelo do tipo IRGD para mineralização estudada.

2. Materiais e Métodos

Foram selecionadas para estudo amostras de 3 alvos mineralizados (Alvos Rato,

Tatá e Otta) distribuídas em 5 furos de sondagem. As seções delgadas e delgadas-

polidas foram realizadas no laboratório de laminação da FAGEO, sendo 22 delgadas e

23 bi-polidas.

Os estudos petrográficos e microtermométricos, foram realizados no Laboratório

de Pesquisa da Faculdade de Geociências (FaGeo – UFMT). Utilizou-se um

microscópio petrográfico convencional modelo Olympus Bx51 para petrografia, e a

microtermometria foi realizada em uma platina de resfriamento/aquecimento, modelo

LINKAM THMSG600 adaptada ao microscópio petrográfico convencional.

As análises de espectroscopia Raman foram realizadas nas inclusões fluidas para

determinação de sua composição e em minerais opacos para auxiliar em sua

caracterização. Foram realizadas no Instituto de Física (IF-UFMT), com o uso de um

Espectrômetro Micro-Raman marca Horiba/JY LabRam HR 800 com detector CCD

resfriado por Peltier, usando fonte de excitação Laser He-Ne @532 nm e sistema focal

com lentes 50x e pinhole de 100 mm e tempo de aquisição 5 seg (3x).

As análises de isótopos de oxigênio foram realizadas no Laboratório de Isótopos

Estáveis da Universidade Federal de Pernambuco (LABISE/UFPE). A obtenção dos

dados foi feita da seguinte maneira: o oxigênio foi liberado em linha de alto vácuo por

reação com BrF5 usando laser de CO2 como fonte de calor, e convertido a CO2 por reação

com grafita a 750°C. O gás CO2 obtido foi analisado para isótopos de oxigênio (O) em

espectrômetro de massa Thermofinnigan Delta V Advantage. Os resultados estão

expressos na notação δ em pormil (‰) relativo ao padrão V-SMOW, com precisão

melhor que ± 0, 1‰.VPDB.

A análise geocronológica foi realizada nos laboratórios do Departamento de

Geologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Degeo/UERJ). Neste trabalho

foi utilizado o LA-ICP-MS (Laser Ablation Inductively Coupled Plasma Mass

Spectrometry – Espectrometria de Massa com Nebulização Laser por Plasma

Indutivamente Acoplado) modelo New Finningan NEPTUNE MC-ICP-MS acoplado

com um sistema de Ablasão a Laser pertencente ao Laboratório Multi usuário de meio

ambiente e materiais (MultiLab) da UERJ. Inicialmente foi escolhida a configuração

dos detectores Faraday, definidas as condições do laser e a rotina de coleta de resultados

com as correções de interferentes isobáricos. Para a análise pelo método U-Pb foi

realizada a aquisição de dados de no mínimo 120 grãos, onde cada mineral foi

pulverizado a partir de um feixe de 20 a 30 μm de tamanho, frequência de 8 Hz e

energia variando de 35 a 40%.

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17

3. Contexto Geotectônico

A área do depósito de Santa Cecília está inserida no contexto geológico da

porção sudoeste do Cráton Amazônico, mais especificamente nos domínios da

Província Rio Negro-Juruena de Tassinari e Macambira (1999) ou Rondônia-Juruena de

Santos et al (2000) (Figura 1-A e B). Este segmento crustal do Cráton Amazônico se

dispõe segundo um trend regional WNW-ESE a E-W e, segundo Santos et al. (2008) é

constituído por três domínios principais: Juruena, à leste, Jamari, à oeste, e Alto Jauru

no extremo Sul, os quais foram desenvolvidos em um intervalo de tempo de 300 Ma,

entre 1840-1540 Ma.

O Terreno ou arco Juruena foi por sua vez subdividido em três domínios

principais (Scandolara et al. 2017): (i) Alta Floresta, (ii) Roosevelt e (iii) Aripuanã.

O terreno Alta Floresta compreende rochas gnássicas (Complexo Cuiú-Cuiú),

graníticas (suítes Nhandú, Paraníta e Juruena), vulcânicas e vulcano-sedimentares (suíte

Colider e São Marcelo-Cabeça) desenvolvidas entre 2000 Ma e 1800 Ma, as quais

possivelmente representam o embasamento do Arco Juruena.

O Domínio Roosevelt, acha-se disposto a sul-sudoeste do Domínio Alta

Floresta e compreende rochas gnáissicas e graníticas deformadas desenvolvidas entre

1800 Ma e 1770 Ma e consideradas como representativas da evolução de um arco

magmático tipo andino.

O Domínio Aripuanã inclui as rochas vulcânicas, subvulcânicas e Vulcano-

sedimentares da Sequência Aripuanã (Neder et al. 2000), incluídas no Grupo Roosvelt

(1760-1740 Ma) e também suítes graníticas pós-colisionais tipo A (Suite Serra da

Providência) e pós-colisionais a anorogênicas do tipo AMCG (Suite Rio do Sangue) que

foram desenvolvidas entre 1760 e 1510 Ma.

A área de estudo encontra-se inserida no contexto do arco magmático Juruena,

em porção representativa do Domínio Alta Floresta, compreendendo rochas

subvulcânicas relacionadas ao Grupo São Marcelo-Cabeça e graníticas relacionadas à

Suíte Paranaíta as quais foram originalmente descritas por Souza et al. (2005). As

rochas da Suíte Paranaíta, juntamente com as rochas vulcânicas da Suíte Colíder, foram

incluídas por Duarte (2015) no Domínio vulcânico do arco Juruena. Segundo o mesmo

autor, e tendo como base a distribuição espacial e dados isotópicos de Nd, este domínio

é representativo de uma cordilheira de margem continental ativa.

Por outro lado, vários outros autores têm sugerido a evolução geodinâmica deste

Domínio Vulcânico a uma configuração extensional pós-orogênica a anorogênica,

relacionada a evolução geotectônica da província Tapajós-Parima (Tassinari and

Macambira, 1999; Pinho et al., 2003; Cordani and Teixeira, 2007; Cordani et al., 2009;

Barros et al., 2009). Pinho et al. (2003) e Barros et al. (2009) caracterizam as rochas

deste domínio vulcânico como um domínio não deformado do Grupo Teles Pires.

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Figura 1. (A) Mapa do Cráton Amazônico compartimentado em províncias geocronológicas segundo

Santos et al. (2000) e localização das folhas do projeto Promin Alta Floresta, modificado de Souza et al.

(2005); (B) Mapa de localização da área de estudo no contexto d

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4. O Depósito de Ouro Santa Cecília

O depósito de ouro de Santa Cecília consiste em 3 veios de quartzo

mineralizados a ouro, conhecidos localmente como Rato, Tatá e Otta (Fig. 2), que se

distribuem ao longo de uma área de aproximadamente 15 Km² (Tabela 1), (o primeiro

hospedado em rochas metadacíticas e os dois últimos hospedados em rocha

granodiorítica).

Figura 2. Mapa geológico do depósito de ouro de Santa Cecília.

Tabela 1. Informações gerais dos cinco testemunhos de sondagem estudados.

Veio – Furo Litologia

hospedeira

Localização –

UTM

Direção e mergulho do Veio

Otta – SCD

15

Granodiorito 567465

8848779

Direção N-S, subvertical

Tatá – SCD

21

Granodiorito 569152

8846970

Direção N-S, subvertical

Tatá – SCD

22

Granodiorito 569094

8847140

Direção N-S, subvertical

Rato – SCD

27

Metadacito 567301

8847379

Direção 20° NE, subvertical

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20

Rato – SCD

42

Metadacito 567274

8847329

Direção 20° NE, subvertical

O veio Rato possui orientação N20°E, inclinação subvertical e espessura de 10 a

15 cm, porém, apresenta, por toda extensão dos furos de sondagem, foliação e vênulas

de sílica. As vênulas ocorrem concordantes a foliação (Fig. 3). Os veios Tatá e Otta

possuem orientação N-S e inclinação subvertical. Estão hospedados em zonas de

cisalhamento de aproximadamente 3 metros de espessura, marcadas por milonitos, que

atravessam um granodiorito isotrópico (Fig. 4-A e B). Os veios são boudinados e

variam de 10 cm a 1 metro de espessura. Os teores de ouro nos veios chegam a 30 g/ton.

Figura 3. Perfil geológico do furo SCD 27.

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22

Figura 4. (A) Perfil geológico do furo SCD-21, (B) Perfil geológico do furo SCD-15.

4.1.Veio Rato

O veio Rato encontra-se hospedado em um metadacito cinza, de granulação fina

a média, porfirítico e localmente foliado. O metadacito apresenta textura

granolepdoblástica e paragênese mineral composta por quartzo, biotita, albita,

ortoclásio, granada e opacos (Fig. 5-A e B). Quartzo, biotita e granada são minerais

metamórficos, já o plagioclásio e ortoclásio são minerais reliquiares do protólito

magmático

A porção de granulação fina ocorre nas zonas proximais a mineralização, já a

granulação média ocorre nas porções distais. O contato da hospedeira com o veio de

quartzo geralmente é marcado por porções ricas em sílica, na forma de vênulas de

quartzo.

O quartzo encontra-se recristalizado com intensidade variando em relação a

proximidade com o hidrotermalismo, apresentando textura granoblástica. As biotitas

apresentam textura lepidoblástica e cor castanho claro a escuro. Por vezes formam

bandas intercaladas com bandas de quartzo.

A albita e o ortoclásio encontram-se intensamente argilizados, sericitizados e

saussuritizados. Ocorrem como porfiroclastos, por vezes envoltos pela foliação da

rocha, evidenciando, assim, uma origem vulcânica para seu protólito (Fig. 5-C).

As granadas formam porfiroblastos envoltos pela foliação, gerando sombras de

pressão. Apresentam inclusões de quartzo e biotitas orientados de acordo com a

foliação. As características evidenciam que a granada cristalizou em um evento

metamórfico sin-deformacional (Fig. 5-D).

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Figura 5. (A) Fotomicrografia em luz natural do dacito, sendo evidente uma foliação dos

minerais micáceos. (B) fotomicrografia em luz polarizada mostrando a mineralogia principal do

dacito e uma foliação marcada pelos minerais micáceos. (C) Fotomicrografia Pórfiro de

feldspato alterado e envolto pela foliação da rocha. (D) Fotomicrografia de profiroblasto de

granada com inclusões de quartzo e envolto por uma foliação marcada pelos minerais micáceos.

4.1.1. Alteração Hidrotermal

As zonas de alterações hidrotermais apresentam mineralogia principal composta

por biotita, muscovita, epidoto, tremolita e clorita, minerais acessórios turmalina,

apatita, titanita, zircão e rutilo. Sulfetos e óxidos também são reconhecidos.

As biotitas e muscovitas formam uma textura lepidoblástica. Esta última é

interpretada como resultado da alteração hidrotermal das biotitas (Fig. 6-A). O epidoto

geralmente não ultrapassa 5% do volume total da rocha e ocorre de forma intensa junto

as tremolitas, que, por sua vez, ocorrem em faixas restritas, não ultrapassando 40 cm em

torno do veio mineralizado. Turmalina do tipo schorlita (Fig. 6-B), clorita (Fig. 6-C),

apatitas, zircões e rutilos estão presentes como minerais acessórios e não ultrapassam

1% do volume total da rocha.

Uma assembleia de sulfetos reduzida, composta por pirita, calcopirita,

arsenopirita, pirrotita e esfalerita ocorrem disseminados pelo veio de quartzo e,

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24

raramente, pelas zonas de alteração hidrotermal (Fig. 6-D). As piritas ocorrem pela

rocha na associação biotita+muscovita+pirita, onde, juntamente com a muscovita,

formam-se a partir da substituição das biotitas. As piritas também ocorrem dispersas nos

veios de quartzo. A arsenopirita, por vezes, ocorre em contato com cristais maiores de

esfalerita. A esfalerita comumente encontra-se marcada pela textura “doença da

calcopirita”. O ouro ocorre na forma de filetes preenchendo pequenas fraturas no veio

de quartzo principal.

Figura 6. (A) Fotomicrografia de biotitas sendo alteradas para muscovita, ambas seguindo a

orientação da rocha. (B) Fotomicrografia de turmalina tipo Schorlita produto da alteração

hidrotermal. (C) Fotomicrografia de cloritas produtos de alteração das biotitas. (D)

Fotomicrografia de minerais opacos.

4.1.2. Zona Mineralizada

A zona mineralizada do veio Rato é marcada por veio de quartzo, principal,

mineralizado, apresenta forma tabular, boudinado, espessura em torno de 15 cm,

disposto em um orientação N 20° E com mergulho em torno de 80°. Veios não

mineralizados, com espessura de até 5 cm ocorrem paralelos ao veio principal, na zona

mineralizada.

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Os veios do Rato apresentam uma textura de recristalização menos intensa que

os veios Tatá e Otta, predominando a recristalização apenas nas bordas dos cristais de

quartzo e, dessa forma, preservando uma textura em mosaico (Fig. 7). Em algumas

porções a recristalização é mais intensa, sendo possível observar o leve estiramento dos

cristais de quartzo.

Sulfetos em quantidade inferiores a 5% ocorrem dispersos no veio de quartzo e,

por vezes, concentrados nos contatos entre o veio e a zona de alteração hidrotermal. O

ouro ocorre em forma de filetes preenchendo microfraturas no veio de quartzo principal.

Figura 7. Fotomicrografia da textura do veio de quartzo do Rato. Textura em mosaico

levemente preservada com recristalização ocorrendo na borda dos cristais.

4.2.Veios Tatá e Otta

Estes veios estão hospedados na mesma encaixante, apresentando mesmas

características petrográficas tanto da encaixante quanto das zonas de alteração

hidrotermal; desta forma, são tratados em um único tópico.

Estão hospedados em um granodiorito porfirítico, isotrópico, cor cinza,

equigranular de granulação média (Fig. 8-A). Ocorre uma zona milonítica no contato do

granodiorito com o veio mineralizado. Este milonito apresenta cor cinza esverdeada a

azulada, com espessura variando de 20 cm a 1 metro e afetado por intensa alteração

hidrotermal.

O granodiorito apresenta texturas holocristalina, hipidiomórfica e granoblástica

associada as zonas miloníticas. Paragênese mineral constituída por quartzo, albita,

ortoclásio, biotita e opacos (Fig. 8-B e C). O quartzo apresenta-se recristalizado, com

intensidade variando de acordo com a proximidade do veio. Nas zonas miloníticas

ocorrem intensamente recristalizados, granulação discretamente mais fina e textura

granoblástica. Albita e ortoclásio ocorrem como matriz e pórfiros (Fig. 8-D)

intensamente argilizados, sericitizados e saussuritizados e ocorrem em forma de fitas na

zona milonítica. O ortoclásio não ultrapassa 15% do volume da rocha. As biotitas

primárias comumente apresentam inclusões de zircões, formando halos pleocróicos.

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Figura 8. (A) amostra macroscópica do granodiorito - testemunho de sondagem; (B)

Fotomicrografia em luz natural do granodioritos; (C) Fotomicrografia em luz polarizada do

granodioritos, matriz quarzto-feldspática e biotita. (D) Fotomicrografia de pórfiro de plagiclásio

em estado de alteração.

4.2.1. Alteração Hidrotermal

A alteração hidrotermal é idêntica e restrita ao entorno dos dois veios, raramente

chegando a 2 metros de espessura. A mineralogia hidrotermal consiste em actinolita-

tremolita, biotita, muscovita, epidoto e como acessório clorita, apatita, titanita e

escapolita. Sulfetos e óxidos também são reconhecidos.

As actinolitas e tremolitas apresentam textura nematoblásticas e podem

ultrapassar quantidade de 45% da zona proximal ao veio (Fig. 9-A). Associadas aos

anfibólios ocorrem clorita, epidoto e em quantidades acessórias apatitas, titanitas e

escapolitas. A clorita ocorre como produto de alteração da biotita, evidenciando

crescimento simplectítico e chega a 3% do volume da rocha (Fig. 9-B). O epidoto

ocorre na forma de agregados, por vezes formando cordões orientados de acordo com a

foliação milonítica (Fig 9-C) e chegam a ocupar 5% do volume da rocha. Apatita,

titanita e escapolita não ultrapassam 1% do volume da rocha.

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As biotitas apresentam cores variando do castanho ao vermelho ferruginoso, que

são típicas das biotitas do tipo Wodanita. As muscovitas ocorrem como produto de

alteração das biotitas, sendo encontradas em menor quantidade, chegando a 10%.

A assembleia de sulfetos é idêntica à do veio Rato, formada por pirita,

calcopirita, arsenopirita, pirrotita e esfalerita (Fig. 9-D). Da mesma maneira, a pirita é

encontrada na alteração hidrotermal em equilíbrio com a muscovita e ambas como

produto de alteração hidrotermal da biotita. Os sulfetos encontram-se dispersos nos

veios mineralizados e não ultrapassando a quantidade 4%. Textura “doença da

calcopirita” também é reconhecida nas esfaleritas destes veios.

Figura 9. (A) Fotomicrografia de tremolitas apresentando textura nematoblástica. (B)

Fotomicrografia de cristal de clorita produto da alteração das biotitas. (C) Fotomicrografia de

agregados de epidoto seguindo a foliação da rocha. (D) Fotomicrografia de pirrotita, pirita e

arsenopirita em contato.

4.2.2. Zona Mineralizada

A zona mineralizada é marcada por veios de quartzo que apresentam forma

tabular, boudinados, com espessura variando de 15 cm a 1 m, dispostos em uma

orientação N-S e mergulho em torno de 80°, hospedados em milonitos. Os veios

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apresentam estrutura bandada resultante de múltiplas injeções de quartzo, englobando

fragmentos da encaixante hidrotermalizada e formando texturas do tipo selvage (Fig.

10).

Figura 10. Veio de quartzo com textura selvage, múltiplas injeções aprisionando fragmentos da

alteração Cálcica, Shaft Tatá.

Os veios de quartzo apresentam-se deformados e intensamente recristalizados. A

recristalização normalmente é intensa por todo o veio, porém, raramente observam-se

algumas porções de quartzo localmente com menor intensidade de recristalização.

Nessas porções a recristalização restringe-se à borda dos cristais de quartzo, sendo

possível observar indícios de uma textura em mosaico ligeiramente preservada (Fig. 11-

A). Já nas porções intensamente recristalizadas, raramente encontram-se cristais de

quartzo preservados e, quando encontrados, apresentam-se extremamente estirados (Fig.

11-B). Esta intensa recristalização possivelmente obliterou quaisquer evidências de

estruturas típicas de bandamento, como sugere a estrutura do veio Tatá observado no

shaft.

A presença de sulfetos nos veios não ultrapassam 5% do volume, sendo que, uma maior

concentração destes é observada na zona de contato entre o milonito e o veio. O ouro,

granular, ocorre na forma livre dispersos pelo veio de quartzo.

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Figura 11. (A) Fotomicrografia de cristais de quartzo do veio Tatá estirados e apresentando

recristalização nas bordas; (B) Fotomicrografia de ristais de quartzo do veio Otta extremamente

estirados e intensamente recristalizados.

5. Evolução Paragenética do Depósito

O estudo petrográfico das paragêneses hidrotermais revela que os fluidos

hidrotermais apresentam composição similar nos três alvos estudados, diferindo apenas

na intensidade em que ocorrem, sendo, portanto, tratados em conjunto.

As rochas nas zonas de alteração hidrotermal apresentam granulação mais fina

que o protólito, diminuindo a granulação quanto mais intensa for a alteração. As zonas

de alteração apresentam cores variando de cinza azulada à cinza esverdeada nos alvos

Tatá e Otta, e cinza esverdeada no alvo Rato.

O processo de alteração hidrotermal foi dividido em seis fases:

Fase 1: este evento é marcado pela sericitização regional. É a alteração mais

pervasiva, ocorrendo de forma intensa pela extensão dos cinco furos de sondagem. No

metadacito, a sericitização altera os plagioclásios até as zonas distais; já no granodiorito

está ligada principalmente à alteração dos plagioclásios e feldspatos alcalinos, tanto na

zona proximal quanto na distal.

Fase 2: marcada por uma alteração potássica através da formação de biotita (Fig

12-A). No veio Rato esta alteração é descrita até 1,5 metros do veio de quartzo. Nos

veios Tatá e Otta esta alteração ocorre até 80 cm do veio. Observa-se, na região mais

proximal ao veio, a ocorrência de epidotos junto a esta alteração.

Fase 3: é marcada pela substituição da biotita por pirita+muscovita (Fig. 12-B).

Ocorre de forma intensa, porém restrita, não ultrapassando 50 cm de distância do veio,

tanto no Rato, quanto no Tatá e Otta.

Fase 4: compreende uma alteração cálcica, com paragênese principal composta

por tremolita/actinolita+epidoto (Fig. 12-C) e em quantidades acessórias ocorre

clorita+zircão+turmalina+escapolita+titanita. Ocorrendo de forma restrita e intensa,

compõe a base principal dos hidrotermalitos, que formam envelopes com cerca de 30

cm de espessura ao redor dos veios. Em alguns casos, encontra-se biotita ocorrendo

junto com as actinolitas e tremolitas em quantidade acessórias nas bordas dessa

alteração. Os zircões e escapolitas formam fitas a poucos cm do veio. Observa-se a

ocorrência de sulfetos nesta alteração e ouro livre na borda do veio em contato com esta

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(Fig. 12-D). Selvages, principalmente das alterações potássica e cálcica, são observados

no interior dos veios de quartzo (Fig 13-A).

Fase 5: nesta fase ocorre uma silicificação, que é responsável pela formação do

veio de quartzo principal do Rato, vênulas e micro veios, estes últimos ora leitoso ora

translúcido e cortando principalmente a zona Cálcica. Juntamente com a silicificação

ocorre a sulfetação, caracterizada por pirita, calcopirita e arsenopirita, como sulfetos

mais abundantes e pirrotita e esfalerita como subordinados (Fig 13-B). A sulfetação

ocupa até 4% do volume total nos veios de quartzo.

É possível observar nas esfaleritas, a textura conhecida como “doença da

calcopirita” (Fig 13-C). Segundo Barton and Bethke (1987), essa textura ocorre em

temperaturas do fluido entre 200° e 400°C e sua preservação restringe a ocorrência de

eventos posteriores de maior temperatura.

Fase 6: esta fase é marcada por uma segunda silicificação, que ocorre

preenchendo fraturas no veio de quartzo Rato e formando os veios principais do Tatá e

Otta. É responsável pela deposição de ouro no três veios. Os sulfetos também ocorrem

nesta fase, uma vez que estão presentes no veio Otta e Tatá. O ouro foi observado livre,

anhedral, granular e cor amarelo cobre (Fig 13-D), nos veios Tatá e Otta e na forma de

filetes preenchendo fraturas no veio Rato. Não foi observado ouro disperso pelas

alterações hidrotermais.

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Figura 12. (A) Fotomicrografia de biotitas produtos da alteração potássica. (B) Fotomicrografia formação

de muscovita+pirita a partir da alteração das biotitas da alteração potássica. (C) Fotomicrografia de

tremolita/actinolitas principais constituintes da altera cálcica preservando alguns cristais de biotitas da

alteração potássica. (D) Fotografia de ouro livre ocorrendo no contato do veio com a alteração cálcica.

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Figura 13. (A) Fotomicrografia de selvages da alteração potássica e Cálcica no veio do alvo Rato. (B)

Fotomicrografia de assembleia metálica no veio de quartzo pirita, pirrotita, calcopirita e arsenopirita. (C)

Fotomicrografia de esfalerita apresentando textura “doença da calcopirita”. (D) Fotomicrografia de ouro

granular ocorrendo livre no veio de quartzo do Tatá.

6. Inclusões Fluidas

A intensa recristalização que atingiu os veios mineralizados aqui estudados,

como visto anteriormente, dificultou a preservação de inclusões fluidas, principalmente

nos veios Tatá e Otta. Desta maneira, a maior quantidade de inclusões fluidas (IF)

analisadas foram no veio Rato, seguido do Tatá e por último o Otta.

A descrição e classificação petrográfica das IF dos três veios, foi realizada com

base nos critérios de Shepherd et al. (1985), que define inclusões primárias, secundárias

e pseudosecundárias, e pelo conceito de Fluid Inclusion Assemblage (FIA), que são

grupos de inclusões que podem ser definidos, petrograficamente, como os eventos mais

característicos do aprisionamento das inclusões fluidas, onde cada FIA é definida com

base em uma associação petrográfica onde todas as inclusões representam a melhor

resolução temporal para o momento inicial do aprisionamento, em que, todas as

inclusões em um FIA aprisionaram um fluido aproximadamente de mesma composição,

temperatura e pressão (Goldstein and Reynolds, 1994; Goldstein, 2003; Bodnar, 2003a).

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A salinidade das IF aquo-carbônicas bifásicas foi calculada através da fórmula

de Chen (1972) e Vlahakis et al. 1972 (in Diamond 1992), para o sistema H2O-CO2-

NaCl. A salinidade das IF aquosas bifásicas foi calculada através da fórmula de Hall et

al. (1988), para sistemas H2O-NaCl. Esta última, mesmo sendo para o sistema binário,

pode ser utilizada para outros sistemas, porém, a salinidade é calculada em % peso

equivalente de NaCl (Veloso et al., 2013). A pressão e profundidade do boiling foi

calculado para o sistema H2O-NaCl. A pressão do boiling foi obtida conforme Haas

(1976) e a profundidade do boiling foi obtida de acordo com Haas (1971).

As inclusões secundárias de todos os veios ocorrem alojadas em fraturas que

cortam os cristais de quartzo, porém, na região recristalizada nas bordas dos cristais,

essas inclusões são intensamente deformadas, tornando-se difícil a visualização de

alguma inclusão preservada e fica evidente uma textura de vazamento. Dessa maneira,

conclui-se que essas inclusões secundárias são anteriores a recristalização do veio. Em

todas as FIA’s analisadas observam-se inclusões fluidas apresentando feições típicas de

necking-down.

6.1.Veio Rato

Duas FIA’s foram identificadas neste veio. A FIA 1 representa a presença de

inclusões primárias aquo-carbônicas, bifásicas (LH2O+VCO2) e a FIA 2 representa a

presença de IF secundárias aquosas, bifásicas (LH2O + VH2O).

6.1.1. FIA 1

Ocorrem como nuvens isoladas no interior dos cristais de quartzo (Fig. 14-A).

Apresentam formas variadas, sendo as mais comuns subarredondas e alongadas e, mais

raramente, forma de cristais negativos e apresentam preenchimento heterogêneo,

variando de 10% a 90%, com predomínio acima de 70% (Fig. 14-B). O tamanho das

inclusões ocorre entre 1 e 10 µm, o que dificulta a obtenção de dados

microtermométricos.

A temperatura de fusão do CO2 – Tf (CO2) - variam de -75°C a -56°C, segundo

Shepherd et al. (1985), temperaturas inferiores a -57°C provavelmente são causadas

pela presença de outros voláteis junto ao CO2. As temperaturas de Eutético (Te) não

foram observadas devido ao tamanho das inclusões. A temperatura de fusão do clatrato

– Tf (Cla) - varia no intervalo entre -5,1°C e +1,1°C. A temperatura de homogeneização

total Th (total) ocorre no intervalo entre 220°C e 450°C, com moda em torno de 360°C e

predomínio de homogeneização para o estado líquido. As salinidade calculadas para as

inclusões variam de 12% a 20% peso equiv. NaCl, com moda em torno de 15-17%. Os

dados microtermométricos estão representadas na forma de histogramas na figura 15.

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Figura 14. (A) Modo de ocorrências das inclusões fluidas aquo-carbônicas; (B) Grau de preenchimento

das IF aquo-carbônicas acima de 50%.

Figura 15. Histogramas de frequência referente às inclusões fluidas (IF) aquo-carbônicas do depósito

Santa Cecília. (A) Salinidade; (B) Temperatura de homogeneização total.

6.1.2. FIA 2

Ocorrem alojadas em microfraturas que atravessam os limites dos cristais de

quartzo intergranulares, porém, na região afetada pela recristalização, essas inclusões

desaparecem, dando lugar a uma textura de vazamento e reaparecem no cristal seguinte,

seguindo alojadas na mesma fratura (Fig. 16-A). Apresentam formas variadas, sendo as

mais comuns subarredondas, alongadas e cristais negativos. O grau de preenchimento é

heterogêneo (Fig. 16-B). O tamanho médio das inclusões ocorre entre 1 e 10 µm e

raramente observa-se inclusões maiores que 10 µm.

Os dados microtermométricos revelaram Te variando de -42°C a -25,1°C. Essas

temperaturas de eutético, segundo Borisenko (1977), sugerem um sistema H2O-NaCl

com variações de KCl, MgCl2 e FeCl2. A temperatura de fusão do gelo – Tf (gelo) -

varia de -2,6°C a -20,8°C, com moda em torno de -9°C. A Th (total) varia de 155°C a

300°, com moda em torno de 240°C. As salinidades variam de 4,34% a 22,91% peso

equiv. NaCl, com moda em torno de 13%. Os dados microtermométricos estão

apresentados na forma de histogramas na figura 17.

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Figura 16. Inclusões fluidas aquosas secundárias. (A) Trilha de inclusões secundárias atravessando a zona

recristalizada no limite dos grãos de quartzo; (B) Variação na forma e grau de preenchimento das

inclusões.

Figura 17. Histogramas de frequência referente às inclusões fluidas (IF) da FIA 2 do alvo Rato. (A)

Frequência de salinidade; (B) Frequência de temperatura de homogeneização total.

6.2.Veio Tatá

Foram identificadas duas FIA’s no veio mineralizado do veio Tatá. Classificadas

como FIA 3 e 4, ambas apresentam IF bifásicas aquosas (LH2O+VH2O), sendo que, a FIA

3 é marcada apenas por inclusões primárias e a FIA 4 apenas por inclusões

pseusecundárias.

Ambas as FIA’s apresentam características petrográficas semelhantes, diferindo,

apenas, no modo de ocorrência, onde, a FIA 3 ocorre em nuvens isoladas no interior dos

cristais de quartzo. Já a FIA 4 ocorre em forma de trilhas alojadas em microfraturas

restritas aos limites do cristal de quartzo. As duas FIA’s apresentam formas variando

entre subarredondadas, alongadas e raramente sob a forma de cristal negativo. O grau de

preenchimento é heterogêneo, chegando a aproximadamente 80%, com maior

ocorrência de inferiores a 50%, e o tamanho raramente ultrapassa as 10 µm (Fig. 18-A e

B). Todas homogeneízam para líquido.

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Figura 18. (A) Variação de forma e grau de preenchimento das inclusões primárias do veio Tatá, FIA 3;

(B) Variação de forma e grau de preenchimento das inclusões pseudosecunárias do veio Tatá, FIA 4.

6.2.1. FIA 3

Os dados microtermométricos para a FIA 3 mostram Te variando de -21,2°C a -39°C,

com moda em torno de -22°C, estes dados, assim como os da FIA 2 do veio Rato,

sugerem um sistema H2O-NaCl com variações de KCl, MgCl2 e FeCl2, segundo

Borisenko (1977). A Tf (gelo) varia de -6,5°C a -20,7°C, como moda em torno de -7°C e

a Th (total) de 166°C a 252°C, com moda em torno de 200°C. As salinidades

correspondentes calculadas mostram variação entre 9,86% a 22,85%, como moda de

19% peso equiv. NaCl. Os dados microtermométricos estão apresentados na forma de

histogramas na figura 19.

Figura 19. Histogramas de frequência da FIA 3, do veio Tatá. (A) frequência de salinidade; (B)

frequência de temperatura de homogeneização total.

6.2.2. FIA 4

Apenas alguns poucos dados microtermométricos foram obtidos para esta FIA.

As Te entre -24,6°C a -44,4°C, segundo Borisenko (1977), sugerem um sistema H2O-

NaCl-KCl com variações de MgCl2 e FeCl2. A Tf (gelo) varia de -6,3°C a -20,9° e a Th

(total) de 198°C a 267°C. A salinidade calculada varia de 9,6% a 22,98% peso equiv.

NaCl. Devido à baixa quantidade de dados, não foram confeccionados histogramas de

frequência.

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6.3.Veio Otta

6.3.1. FIA 5

Esta FIA é representada por IF primárias, bifásicas aquosas (LH2O+VH2O) e

apresenta muitas semelhanças petrográficas com as demais FIA’s aquosas. O modo de

ocorrência é em forma de nuvens isoladas no interior dos cristais de quartzo (Fig. 20-A)

e as inclusões apresentam formas subarredondadas, alongadas e raramente sob a forma

de cristal negativo. O grau de preenchimento é heterogêneo, varia de 10% a 80%, com

predomínio de inferiores a 50%, já o tamanho, raramente ultrapassam as 10 µm (Fig.

20-B).

Figura 20. (A) modo de ocorrências das inclusões primárias do veio Otta; (B) variação no grau de

preenchimento e forma das inclusões do veio Otta, FIA 5.

Os dados obtidos mostram Te variando de -22°C a -24,7°C e a Tf (gelo) variando

de -0,8°C a -7°C, esta última, com moda em torno de -5°C. A Te sugere um sistema

H2O-NaCl com variação de KCl. A Th (total) varia de 185°C a 290°C, com moda em

torno de 200°C e a salinidade calculada varia de 1,4% a 10,49%, com moda em torno de

9% peso equiv. NaCl. Estes dados podem ser melhor observados nos histogramas de

frequência da figura 21.

Figura 21. Histogramas de frequência dos dados microtermométricos da FIA 5, veio Otta. (A) frequência

de salinidade; (B) frequência de temperatura de homogeneização total.

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7. Isótopos de Oxigênio

As amostras para análises de isótopos estáveis de oxigênio foram selecionadas a

partir fragmentos de quartzo dos veios do Rato, Tatá e Otta. Os valores de δ18O foram

medidos em relação ao padrão V-SMOW e os valores são 13,27‰, 12,46‰ e 13,70‰

para os veios do Rato, Tatá e Otta, respectivamente. O valores dos isótopos de Oxigênio

para o fluido em equilíbrio com o quartzo foram calculados a partir das temperaturas de

homogeneização mínima (Th min), máxima (Th max) e a moda (Th moda) segundo a

equação de Matsuhisa et al. (1979). Os resultados obtidos indicam valores de δ18O de

+3,07‰ (Th min), +10,07‰ (Th max) e +8,27‰ (Th moda) para o veio do Rato; -

1,64‰ (Th min), +3,56‰ (Th max) e +0,76‰ (Th moda) para o veio Tatá; e +1‰ (Th

min), +7,8‰ (Th max) e +2‰ (Th moda) para o veio Otta.

8. Geocronologia

As análises geocronológicas U-Pb em zircão pelo método ICP-MS-LA, foram

realizadas nos laboratórios do Departamento de Geologia da Universidade do Estado do

Rio de Janeiro (Degeo/UERJ). Os zircões foram coletados de amostras do granodiorito

(Fig. 22) e do dacito (Fig. 23). A idade de cristalização obtida para o granodiorito foi

1816.1±9,2 Ma, a concórdia pode ser observada na figura 24. A idade de cristalização

obtida para o metadacito foi 1895.9±8.9 Ma, a concórdia pode ser observada na figura

25.

Figura 22. (A) e (B) imagens de catodoluminescência dos zircões da amostra do granodiorito.

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Figura 23. Imagens de catodoluminescência dos zircões da amostra do metadacito.

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Figura 24. Diagrama com os dados U-Pb em zircões da amostra do granodioritos.

Figura 25. Diagrama com os dados U-Pb em zircões da amostra do metadacito.

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9. Discussão e Conclusão

O depósito Santa Cecília é formado por veios de quartzo mineralizados a ouro,

hospedados em granodiorito e metadacito, localmente milonitizados.

Esta associação de rochas hospedeiras compreendem rochas plutônicas e

vulcânicas de composição similar, porém, de idades muito distintas. Dados

geocronológicos U-Pb em zircão por LA-ICP-MS mostram idade de cristalização de

1816±9.2 Ma para o granodiorito, hospedeiro dos veios Otta e Tatá. Esta idade se insere

no intervalo proposto para a evolução da Suíte Paranaíta, 1.79-1.81 Ga (Santos et al.,

2000) e, portanto, sugere-se a continuidade desta unidade mais para leste do que

anteriormente proposto por Lacerda Filho et al., (2004).

Já, a idade de cristalização de 1895±8.9 Ma obtida para o metadacito hospedeiro

do veio Rato, é mais antiga do que as idades obtidas por Santos et al. (2000) de 1859±5

Ma para zircões detríticos de xistos miloníticos da unidade metassedimentar do Grupo

São Marcelo-Cabeça. Por outro lado, esta idade de cristalização do metadacito encontra

similaridade com a idade de rochas vulcânicas da Formação Moraes de Almeida,

1890±6 Ma (Lamarão et al 2002) que ocorrem mais ao norte na Província Tapajós-

Parima de Santos et al. (2000). Desta maneira, sugere-se que o dacito aqui descrito

represente a porção vulcânica/subvulcânica da sequência São Marcelo-Cabeça, a qual,

por sua vez, deve constituir parte da Província Tapajós-Parima em sua extensão sul.

Os três veios mineralizados do depósito Santa Cecília correspondem a um

sistema único que encerra a mineralização. Ocorrem como veios de quartzo tabulares,

variando de poucos cm a 1 m de espessura, estendendo-se na forma de boudins pouco

deformados, porém, por vezes, o quartzo ocorre intensamente recristalizado. Dobras

intrafoliais centimétricas são observadas nas vênulas e micro vênulas. As múltiplas

injeções de quartzo causaram o bandamento dos veios, aprisionando fragmentos

oriundos das encaixantes hidrotermalizadas, formando uma textura do tipo selvage.

Porém, a recristalização que ocorre no veio possivelmente obliterou texturas de veios de

quartzo típicas de bandamento.

A alteração hidrotermal é dividida em 6 fases, sendo, sericitização regional,

alteração potássica, muscovita+pirita (fílica), cálcica, silicificação 1 e silicificação 2,

respectivamente. Todas as alterações são intensas e pouco pervasivas, não ultrapassando

dois metros de espessura no entorno dos veios, com exceção da sericítica regional. Os

sulfetos ocupam menos de 5% do volume dos veios e são formados por uma assembleia

reduzida, composta por pirita, pirrotita, arsenopirita, calcopirita e esfalerita. A

silicificação 1 é responsável pela formação do veio Rato, já a silicificação 2, é

responsável pela formação dos veios Tatá e Otta e pela deposição de quartzo em fraturas

no veio Rato. Características como a zona de alteração hidrotermal pouco espessa,

formando envelopes restrito ao entorno dos veios e uma assembleia reduzida de

sulfetos, composta principalmente por pirita, pirrotita e arsenopirita, são compatíveis

com as descritas para os modelos intrusion-related gold systems (Lang and Baker, 2001;

Hart, 2005; Hart, 2007).

As características petrográficas e os dados microtermométricos das inclusões

fluidas estudadas, mostraram que o sistema de fluidos associado à deposição dos veios

de quartzo do depósito aurífero Santa Cecília é composto por um fluido aquo-carbônico

de salinidade média a alta, representado pela FIA 1 e, um fluido aquoso de salinidade

variável, de baixa a alta, pertencente ao sistema H2O-NaCl (±KCl±MgCl2±FeCl2),

representado pelas FIA’s 2, 3 e 5. Estas últimas, apesar de serem classificadas como

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FIA’s distintas e ocorrerem em veios distintos, apresentam características petrográficas

e microtermométricas semelhantes, desta maneira são consideradas como um único

fluido.

As inclusões de ambos os fluidos apresentam grau de preenchimento

inconsistentes e sugerem aprisionamento heterogêneo. Segundo Ramboz et al., (1982) e

Shepherd et al., (1985), o aprisionamento heterogêneo pode resultar tanto de fenômenos

de imiscibilidade quanto de boiling. Neste trabalho, sugere-se que o fluido tenha sido

submetido ao processo de boiling, uma vez que as características petrográficas acima

mencionadas juntamente com os dados microtermométricos que demonstram o

decaimento da temperatura com o consequente aumento da salinidade (Fig. 26) são,

segundo Wilkinson (2001), sugestivos atuação deste processo.

O fluido aquo-carbônico ocorre apenas como inclusões primárias no veio Rato,

ou seja, possivelmente é o fluido contemporâneo à deposição do quartzo estéril do veio

principal. Neste veio, a mineralização aurífera ocorre preenchendo fraturas no veio

principal, e assim as inclusões aquosas secundárias, FIA 2, que ocorrem nas mesmas

fraturas em que o ouro encontra-se depositado, seriam resquícios de um fluido com

composição que mais se aproximaria do fluido que transportou e depositou ouro. Além

disto, segundo Baker e Lang (2001), apesar de ser difícil restringir o tempo preciso dos

diferentes tipos de inclusões relativo ao evento de deposição do ouro, geralmente,

ocorre um evento de quartzo precoce na paragênese, formando o veio principal e

posteriormente uma fase com sulfetos e ouro comumente ocorrendo em fraturas que

cortam o veio de quartzo principal, o que pelo menos em parte é similar ao que ocorre

no veio Rato.

Já nos veio do Tatá e Otta, onde a mineralização ocorre disseminada no veio

principal, sugere-se que o fluido que origina as inclusões primárias representem a

composição que melhor se aproximariam da condição de deposição do fluido

mineralizante. Como dito anteriormente, as inclusões primárias nestes veios, FIA 3 e 5

respectivamente, são consideradas como o mesmo fluido da FIA 2, desta maneira, as

FIA’s 2, 3 e 5 representam a composição que estaria mais próxima do fluido

mineralizante.

A evolução deste sistema possivelmente ocorreu através da entrada de um fluido

inicialmente aquo-carbônico, de temperatura entre 300° e 400°C e salinidade média a

moderada (15% - 20%), possivelmente de origem magmática, selando o veio Rato.

Segundo Webster and Holloway (1988) Fogel and Rutherford (1990) Blank et al.,

(1993) neste sistema é comum ocorrer um fluido inicial rico em CO2, uma vez que o

CO2 irá se dissolver em pressões mais elevadas do que os fluidos ricos em água, devido

a sua menor solubilidade em fusões félsicas. Este fluido aquo-carbônico evolui por

separação de fases e por evolução sequencial, liberando o CO2 e, possivelmente,

diminuindo ligeiramente a salinidade. Assim, origina um fluido aquoso, o qual sofre

mistura com um fluido meteórico, diminuindo ainda mais a salinidade e a temperatura.

Apesar de o fluido evoluído ser aqui considerado aquoso, este poderia ainda apresentar

quantidades baixas de CO2 que não são revelados na espectrometria Raman, dado o

limite de detecção do método, o que o classificaria como aquo-carbônico, e

consequentemente apresentar salinidades distintas da obtida pelo sistema aquoso

(Bodnar, 2003). A evolução sequencial, representada pelas inclusões de salinidade

moderada da FIA 2, seguida de mistura com fluido meteórico, representado pelas

inclusões de salinidade baixa da FIA 2 e 5, evoluiria por um processo de boiling. Neste

processo, os membros iniciais (fluido evoluído e misturado), de salinidade variando

entre 1 e 8%, sofrem uma diminuição de temperatura e um aumento de salinidade,

podendo chegar, em seu membro final, em torno de 22 wt% NaCl. As inclusões de

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salinidades intermediárias (8 – 18%), onde há a maior concentração de inclusões fluidas

e onde as FIA’s 2, 3 e 5 se sobrepõem, são as inclusões que melhor representam este

processo de boiling. Os processos de mistura de fluidos e boiling, possivelmente foram

os responsáveis pela deposição do minério, uma vez que, um ou ambos os processos são

frequentemente citados como a causa principal, ou uma das causas, da deposição do

minério em depósitos hidrotermais (Wilkinson, 2001).

Figura 26. A figura mostra a evolução dos fluidos em um gráfico de salinidade vs temperatura de

homogeneização. A área retangular mostra as inclusões fluidas resultantes da misturas de fluidos, sendo o

membro inicial da mistura e com características que mais se aproximam de um fluido meteórico. A área

elipsoidal marca a principal variação de salinidade e temperatura que representa o processo de boiling

observado nas FIA’s 2, 3 e 5.

Os valores calculados de δ18O do fluido para os veios do depósito Santa Cecília

variam de +3,07‰ a +10,07‰ para o veio Rato; +7‰ a +7,8‰ para o veio Tatá e, -

1,64‰ a +3,56‰ para o veio Otta. Segundo Taylor (1974) e Taylor (1997) os valores

para água magmática variam entre +5 e +10‰ e os valores para água metamórfica entre

+5 e +25‰. Desta maneira, os valores calculados para o 3 veios que ocorrem entre o

intervalo de +5 a +10‰ poderiam representar tanto água metamórfica quanto

magmática. Entretanto, os valores que ocorrem inferiores a +5‰ são característicos de

mistura com fluido meteóricos, sugerindo que o fluido, inicialmente magmático, possa

ter se misturado com um fluido meteórico, registrado pelos valores mais leves de δ18O.

(-1,64 a +3,56‰). Não existe na região estudada o registro de evento de metamorfismo

regional de grande significância que poderia ter contribuído para a geração fluidos

responsáveis pela formação dos veios. Portanto, os dados de isótopos de oxigênio vêm

corroborar a sugestão de evolução do sistema fluídos a partir da mistura de fluido

magmático e meteórico proposto através dos dados de inclusões fluidas.

A pressão do fluido H2O-NaCl durante o boiling foi calculada com base em

Haas (1976), utilizando temperatura de homogeneização e salinidade. Para o cálculo

foram utilizadas as modas de temperatura de homogeneização e salinidade ou os valores

das tabelas padrões que mais se aproximam da moda de salinidade. Desta maneira a

pressão hidrostática, que em sistemas de boiling é similar a pressão litostática (Roedder

and Bodnar, 1980), calculada para a deposição de quartzo do veio Rato é de

aproximadamente 30 bares, a do veio Tatá é de aproximadamente 13 bares e a do veio

Otta é de aproximadamente 14 bares.

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A profundidade de aprisionamento foi calculada com base em Haas (1971), o

qual utiliza a relação entre temperatura de homogeneização (boiling) e diferentes

salinidades. As profundidades calculadas para o boiling nos veios estudados variam de

100 a 300 metros abaixo do nível freático da época e os resultados individuais estão

plotados no diagrama da Figura (27).

Figura 27. Estimativa de profundidade do boiling em soluções NaCl, através da temperatura de

homogeneização (boiling) e salinidade, utilizando as curvas proposta por Haas 1971 com constante

salinidade (modificado de Haas, 1971).

Analisando a evolução do sistema de fluidos e os dados de pressão e profundidade do

boiling, é possível que o fluido percolou os três veios em um mesmo momento, porém,

em diferentes profundidades, uma vez que o boiling no veio Rato ocorreu em porções

ligeiramente mais profundas da crosta. Levando em consideração que nos dias atuais os

três veios encontram-se aproximadamente na mesma profundidade, é possível que uma

falha tenha alçado o veio Rato a porções relativamente paralelas aos veios Tatá e Otta.

O depósito Santa Cecília apresenta características similares a depósitos do tipo

intrusion-related gold Systems (IRGS). Encontra-se hospedado em corpos graníticos de

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45

pequenas dimensões, essa característica é comum com o modelo IRGS, que comumente

encontra-se hospedados em pequenos stocks de corpos graníticos, normalmente

granodioritos félsicos (Hart, 2005; Hart and Goldfarb, 2005; Hart, 2007);

Os depósitos IRGS normalmente são controlados por fraturas e apresentam

alteração hidrotermal pouco pervasiva, formando pequenos envelopes de alteração ao

redor dos veios de quartzo mineralizados, formada principalmente por alterações

potássica, sericítica, silicosa e cálcio-silicatada. Os sulfetos correspondem a quantidades

inferiores a 5% do volume total do veio e são normalmente formados por uma

assembleia reduzida, composta por pirita+pirrotita+arsenopirita (Lang and Baker, 2001;

Hart, 2005; Hart, 2007). O depósito Santa Cecília apresenta características semelhantes,

sendo controlado por zona de cisalhamento, com zonas de alterações hidrotermais

pouco pervasivas e formadas por sericítica, potássica, fílica, cálcica e silicosa. Os

sulfetos ocupam cerca de 4% do volume do veio e são formados por

pirita+pirrotita+arsenopirita+calcopirita+esfalerita.

Quanto ao fluido para o depósito IRGS normalmente apresentam temperaturas

que variam de 200° a 600°C, com composição variada, relacionada a interação fluido-

rocha. Quantidades de CO2 e salinidade podem variar de acordo com a profundidade do

depósito (Lang and Baker, 2001; Hart and Goldfarb, 2005; Hart 2007). O depósito aqui

estudado apresenta um fluido inicialmente com quantidade significantes de CO2 que,

posteriormente, evolui para um fluido aquoso, perdendo (ou diminuindo) o CO2 através

de separação de fases, injeção sequencial. A salinidade e temperatura inicialmente

moderadas a altas, diminuem devido a mistura com um fluido menos salino e mais frio,

possivelmente meteórico, o que é corroborado pelos dados dos isótopos de oxigênio.

Uma outra possibilidade de modelo para o depósito de Santa Cecília, são os

depósitos tipo porfirítico, porém, o depósito estudado apresenta algumas características

que não se assemelham com as principais características descritas pelos principais

autores (Sillitoe, 1991; Seedorf et al., 2005; Tosdal et al., 2009). Algumas dessas

características são (1) o depósito estudado apresenta ausência de zonas de alteração

hidrotermal extensas; (2) ausência de veios multidirecionais (stockworks), uma vez que

os veios do depósito estudado são estruturalmente controlados; (3) ausência de fluidos

oxidados, uma vez que a assembleia de sulfetos do depósito Santa Cecília é reduzida e

ausência de óxidos de ferro; (4) em depósito tipo pórfiro é comum o ouro ocorrer

disseminado na alteração potássica, a qual, no depósito estudado, não apresenta relação

com a mineralização. Portanto, sugerimos que o depósito Santa Cecília não apresenta

características importantes encontradas na maioria dos depósitos tipo pórfiros.

Através dos dados de inclusões fluidas e isótopos de oxigênio, conclui-se que

possilvemente trata-se de um fluido inicialmente magmático, rico em CO2, que evoluiu

para um fluido aquoso, provavelmente através dos processos de injeção sequêncial e

mistura com um fluido provavelmente meteórico.

Desta maneira, os autores com base em localização e composição da hospedeira,

tamanho e composição das zonas de alteração hidrotermal, assembleia de sulfetos e,

principalmente, dados de composição e evolução dos fluidos presentes no depósito

Santa Cecília, sugerem que as características do depósito aqui estudado se assemelham

aos depósitos do tipo IRGS. Porém, pesquisas posteriores fazem-se necessárias para

uma melhor classificação. Uma característica importante para uma melhor definição do

modelo de depósito é a determinação do estado de oxidação da hospedeira, uma vez que

depósitos IGRS estão associados, normalmente, a intrusões félsicas reduzidas.

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46

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15

ANEXO I

Tabela dos dados geocronológicos das análises U-Pb dos zircões do granodiorito

Isotope

ratiosc Ages

(Ma) Spot

number Pb Th U 207Pb/ 1 s 206Pb/ 1 s 207Pb/ 1 s 206Pb/ 1 s 207Pb/ 1 s 207Pb/ 1 s %

ƒ 206a ppm ppm ppm Th/Ub 235U [%] 238U [%] Rhod 206Pbe [%] 238U abs 235U abs 206Pb abs Concf SCD

15 /

001A 0,00295 38,5341

3 62,0094

4 97,2477

6 0,63764

4 5,60659 9,49467

1 0,35998

3 9,18093

5 0,96695

7 0,11295

8 2,42058

2 1982,09

1 181,974

5 1917,11

2 182,023

5 1847,53

7 44,7211

5 107,282

9 SCD

15 /

002A 0,00465 44,7550

5 89,6854

4 109,534

3 0,81878

9 5,63924

3 4,47102

5 0,35842

8 2,57399

4 0,57570

5 0,11410

8 3,65576

5 1974,71

8 50,8291

1 1922,11

8 85,9383

8 1865,84

9 68,2110

7 105,834

8 SCD

15 /

003A 0,00125

9 45,4830

6 104,985

6 112,731

7 0,93128

8 5,26411

6 4,58527

5 0,34524 4,41441

4 0,96273

7 0,11058

7 1,24003

9 1911,83

1 84,3961

1 1863,06

3 85,4265

5 1809,07

4 22,4332

2 105,680

1 SCD 15 /

004A 0,00134

7 57,7593

3 93,8542

9 141,246

9 0,66447 6,00933

3 5,02424

9 0,39312

6 4,90595

7 0,97645

6 0,11086

5 1,08381

9 2137,30

9 104,855

5 1977,19

7 99,3393 1813,63

7 19,6565

4 117,846

6 SCD 15 /

005A 0,00178

7 65,2972 120,852

1 170,744

8 0,70779

4 5,27652

6 4,94273

5 0,34184

2 4,80802

7 0,97274

6 0,11194

9 1,14608

2 1895,52

5 91,1373

7 1865,07

2 92,1855

9 1831,3 20,9881

9 103,507

1 SCD

15 / 006A

0,000567

70,42608

182,0799

174,8707

1,041226 4,94534

2,085614

0,324541

1,789408

0,857976

0,110516

1,071357

1811,865

32,42166 1810,03

37,75023

1807,917

19,36924

100,2184

SCD

15 / 007A

0,000255

158,3984

239,5224

439,5681

0,544904

5,074789

6,145264

0,332168

6,074717 0,98852

0,110805

0,928484 1848,88

112,3142

1831,901

112,5751

1812,658

16,83024

101,9983

SCD

15 /

008A 0,00291

3 90,7683 150,528

2 243,142

4 0,61909

5 5,39342 4,90401

3 0,34687 2,76445

2 0,56371

2 0,11277

1 4,05057

4 1919,63

5 53,0674 1883,80

9 92,3822

4 1844,53

8 74,7143

9 104,071

3 SCD

15 /

009A 0,00187

1 76,8572

1 109,390

4 217,573

8 0,50277

4 5,21366

6 3,30554

3 0,33926 2,67301

2 0,80864

5 0,11145

8 1,94463

9 1883,10

6 50,3356

5 1854,85

2 61,3129

3 1823,32 35,4569

9 103,279 SCD 15 /

001B 0,00125

5 153,521

5 133,782 438,183

3 0,30531

1 5,25027

1 6,93588

7 0,34367

4 6,44264

2 0,92888

5 0,11079

9 2,56883 1904,31

9 122,688

5 1860,81

6 129,064

1 1812,55

2 46,5613

8 105,062

9 SCD 15 /

002B 0,00087

2 182,569 178,377

7 536,630

9 0,33240

3 4,52228

8 18,6058

2 0,29378

4 18,4302

9 0,99056

6 0,11164

2 2,54973

2 1660,40

9 306,018

2 1735,07

9 322,825

7 1826,32

5 46,5663

9 90,9153

4 SCD 0,00663 18,0034 32,0499 46,4128 0,69054 5,24902 4,79218 0,34056 3,43610 0,71702 0,11178 3,34039 1889,38 64,9211 1860,61 89,1640 1828,61 61,0830 103,323

Page 53: Normas de Dissertação - versão sugestão - ufmt.br · 1 e silicificação 2, com o ouro depositado no último estágio de silicificação. Os veios de quartzo ocorrem levemente

16

15 /

003B 7 5 3 1 4 5 4 1 2 4 6 3 1 4 4 6 3 1

SCD

15 /

004B 0,00319

1 22,2386

6 46,9870

2 55,7037

8 0,84351

6 5,54909

8 5,03810

6 0,36088

8 4,09127

9 0,81206

7 0,11151

9 2,94006 1986,38

1 81,2684 1908,23

7 96,1390

1 1824,31

7 53,6360

2 108,883

6 SCD 15 /

005B 0,00153

6 25,3235

3 85,4447

6 251,774

4 0,33937 0,86851

5 6,17733 0,10425

8 3,62977

8 0,58759

7 0,06041

8 4,99841

2 639,313

7 23,2056

7 634,760

6 39,2112

6 618,581

3 30,9192

4 103,351

6 SCD 15 /

006B 0,00269

4 22,5817

7 128,417

8 187,122

9 0,68627

6 0,9319 5,97095

3 0,11116

8 3,45347

4 0,57837

9 0,06079

8 4,87091

4 679,526

8 23,4672

8 668,633

9 39,9238

2 632,093

3 30,7887

2 107,504

2 SCD

15 / 007B

0,001713

31,03444

55,07827 82,5195

0,667458

5,110288 3,53505

0,335065

2,112669

0,597635

0,110615

2,834291

1862,883

39,35655

1837,817

64,96773

1809,547

51,28782

102,9475

SCD

15 / 008B 0,00149

57,73414

53,61933

152,1264

0,352466

5,362085

4,651208

0,346706

3,847433 0,82719

0,112168

2,613618

1918,852

73,82654 1878,82

87,38784

1834,843

47,95579

104,5786

SCD

15 / 009B

0,001696

80,64974

111,6313 225,257

0,495573

4,702233 4,11857

0,308396

3,183894

0,773058

0,110584

2,612555

1732,808

55,17078

1767,638

72,80139

1809,039

47,26214

95,78612

SCD

15 /

001C 0,02702

6 39,6649 69,6306

5 98,4827

8 0,70703

4 5,80184

9 4,11443

7 0,32222

2 1,82915

5 0,44457 0,13059 3,68548

3 1800,57 32,9352

1 1946,68

7 80,0952 2105,91

6 77,6131

7 85,5005

4 SCD

15 /

002C 0,00295

5 100,824

9 45,5866 303,939

5 0,14998

6 4,89177

2 12,6667

6 0,32022

8 12,3840

7 0,97768

3 0,11079

1 2,66113

1 1790,84

3 221,779

2 1800,83

9 228,107

9 1812,43

3 48,2312

2 98,8088

1 SCD 15 /

003C 0,00174

8 16,4835

5 75,1511

4 154,733

4 0,48568

2 0,84092

2 6,51964

9 0,10151

6 3,18041

4 0,48782 0,06007

9 5,69129 623,285

2 19,8230

5 619,654 40,3992

7 606,413 34,5127

2 102,782

3 SCD 15 /

004C 0,00162

9 150,921

7 202,301

8 377,364

5 0,53609

1 5,73397

4 4,12858

8 0,37237

1 3,12159

5 0,75609

3 0,11168

1 2,70201

4 2040,54

6 63,6975

8 1936,50

4 79,9502

4 1826,94

9 49,3644

2 111,691

4 SCD

15 / 005C

0,001769

28,31623 41,0458

71,70575 0,57242

4,892117

4,221037

0,320873 2,94501

0,697698

0,110576

3,023917

1793,992

52,83325

1800,899

76,01661

1808,904

54,69977

99,17563

SCD

15 / 006C

0,001504

71,02482

167,3149

165,1038

1,013392

5,856105

4,826259

0,381662

3,927898 0,81386

0,111283

2,804353

2084,044 81,8591

1954,754 94,3415

1820,473

51,05248

114,4781

SCD

15 / 007C

0,000169

237,0528

259,8137

703,3577 0,36939

5,033311

5,084583 0,3292

4,349807

0,855489 0,11089

2,632901

1834,503

79,79734

1824,944

92,79078

1814,052

47,76219

101,1274

SCD

15 /

008C 0,00144

2 22,6049

1 84,3474

8 215,543

3 0,39132

5 0,87800

8 6,45093

5 0,10578

6 3,63420

7 0,56336

1 0,06019

6 5,32983

2 648,228

8 23,5579

7 639,906

4 41,2799

5 610,632

7 32,5457 106,156

9 SCD 0,01376 40,8352 63,9871 96,7252 0,66153 5,78154 8,32105 0,35631 7,31395 0,87896 0,11768 3,96814 1964,67 143,695 1943,65 161,732 1921,32 76,2408 102,256

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17

15 /

009C 8 7 6 8 5 7 8 3 9 2 3 2 2 4 4 2 2

Page 55: Normas de Dissertação - versão sugestão - ufmt.br · 1 e silicificação 2, com o ouro depositado no último estágio de silicificação. Os veios de quartzo ocorrem levemente

18

ANEXO II Tabela dos dados geocronológicos das análises U-Pb dos zircões do metadacito.

Isotope ratiosc

Ages (Ma)

Spot

number Pb Th U 207Pb

/ 1 s 206Pb/ 1 s 207Pb/ 1 s 206Pb/ 1 s 207Pb/ 1 s 207Pb/ 1 s %

ƒ 206ª Ppm ppm Ppm Th/Ub 235U [%] 238U [%] Rhod 206Pbe [%] 238U abs 235U abs 206Pb abs Concf SCD42/00

1A 0,00221

18 87,6941

02 149,764

93 223,049

38 0,67144

29 6,3497

2 4,0505

33 0,3911

07 3,7960

40 0,93717

05 0,11774

92 1,41311

69 2127,96

04 80,7782

34 2025,34

69 82,0373

57 1922,34

27 27,1649

5 110,696

2 SCD42/00

2A 0,00188

33 44,3164

22 50,9896

39 113,759

84 0,44822

18 5,9199

9 4,6355

64 0,3703

28 4,5130

38 0,97356

83 0,11594 1,05874

49 2030,94

39 91,6572

81 1964,17

22 91,0504

68 1894,53

95 20,0583

41 107,199

87 SCD42/003A

0,0159056

27,608632

10,521084

97,537994

0,1078665

4,69132

9,408819

0,251152

8,245479

0,8763564

0,1354745

4,5318819

1444,4142

119,09887

1765,6934

166,13091

2170,1294

98,347699

66,558897

SCD42/00

4A 0,00099

06 56,6377

65 89,3211

14 128,275

51 0,69632

24 6,6001

6 3,1399

86 0,3967

11 2,9593

67 0,94247

77 0,12066

43 1,04960

03 2153,87

82 63,7411

75 2059,36

9 64,6639

17 1966,06

9 20,6358

66 109,552

52 SCD42/005A

0,0035498

57,167468

143,26886

123,26761

1,1622587

6,82166

5,759438

0,421225

5,345484

0,9281261

0,1174559

2,1440429

2266,0384

121,13074

2088,5386

120,28809

1917,8704

41,119963

118,15389

SCD42/00

6A 0,01308

82 53,3759

51 111,156

23 105,759

85 1,05102

48 6,7582

1 8,5435

70 0,4220

90 8,4881

20 0,99350

98 0,11612

47 0,97180

42 2269,96

48 192,677

34 2080,26

84 177,729

19 1897,40

2 18,4390

33 119,635

42 SCD42/007A

0,0014332

46,732389

54,750387

116,87245

0,4684627

5,64210

9,107095

0,358436

8,788742

0,9650434

0,1141637

2,3868809

1974,7561

173,55622

1922,5551

175,08893

1866,7233

44,556463

105,7873

SCD42/00

8A 0,00152

99 50,0074

15 73,8623

12 123,763

06 0,59680

42 5,1843

3 9,3733

10 0,3223

28 9,3029

59 0,99249

46 0,11665

22 1,14624

96 1801,09

2 167,554

86 1850,04

78 173,410

72 1905,54

57 21,8423

09 94,5184

38 SCD42/009A

0,0019643

24,678995

45,736184

62,915171 0,72695

5,72650

4,475872

0,356645

4,200917

0,9385695

0,1164533

1,5445805

1966,2534

82,600678

1935,3766

86,624989 1902,48

29,385336

103,35212

SCD42/00

1B 0,00369

69 33,6788

44 76,2581

11 80,4466

66 0,94793

38 5,4254

6 3,8098

11 0,3533

94 3,4773

68 0,91274

04 0,11134

62 1,55646

04 1950,78

84 67,8361

02 1888,88

52 71,9629

62 1821,50

46 28,3509

98 107,097

63 SCD42/002B

0,0035796

27,403657

34,515041

66,212483

0,521277

5,72555

2,473579

0,364385

2,253131

0,9108792

0,1139607

1,0207799

2002,9283

45,128617

1935,2335

47,869536

1863,5114

19,022349

107,48141

SCD42/00

3B 0,00251

94 41,1330

04 89,2419

5 95,8568

43 0,93099

2 5,8276

5 3,5248

78 0,3663

52 3,3134

84 0,94002

8 0,11537

01 1,20232

63 2012,21

43 66,6744

1 1950,53

13 68,7538

57 1885,67

12 22,6719

2 106,710

77 SCD42/004B

0,0023817

95,825417

144,45109

224,08399

0,6446292

6,08890

3,927443

0,380879

3,702707

0,9427779

0,1159446

1,3094935

2080,3903

77,030763

1988,6589

78,103461

1894,6097

24,809789

109,80575

SCD42/00

5B 0,00674

40 11,3571

45 18,2896

61 38,3655

15 0,47672

14 4,7393

4 6,1782

40 0,2992

62 5,8626

55 0,94891

99 0,11485

91 1,94934

09 1687,64

89 98,9410

31 1774,22

5 109,615

89 1877,67

55 36,6022

95 89,8796

88 SCD42/006B

0,0141005

17,047093

33,405153

52,822106

0,6324086

5,45934

7,005559

0,331666

6,565458

0,9371783

0,1193818

2,4438938

1846,4537

121,22815

1894,2261

132,70114

1946,9905

47,582379

94,836295

SCD42/00

7B 0,00546

57 25,8670

12 38,7602

6 70,7092

08 0,54816

43 5,9717

7 3,9273

95 0,3737

41 3,7081

21 0,94416

82 0,11588

62 1,29393

41 2046,97

92 75,9044

84 1971,74

2 77,4381 1893,70

36 24,5032

76 108,093

96 SCD42/008B

0,0032170

49,594130

87,528858

121,68505

0,7193066

6,24429

6,516432

0,388030

6,222630

0,9549136

0,1167123

1,9346234

2113,688

131,52698

2010,6765

131,02438

1906,4711

36,883036

110,86913

Page 56: Normas de Dissertação - versão sugestão - ufmt.br · 1 e silicificação 2, com o ouro depositado no último estágio de silicificação. Os veios de quartzo ocorrem levemente

19

SCD42/00

9B 0,00977

17 31,6085

15 34,9300

41 68,2513

41 0,51178

54 8,7712

2 4,6417

35 0,4422

20 2,0051

81 0,43198

95 0,14385

33 4,18628

24 2360,57

38 47,3337

8 2314,50

65 107,433

28 2274,10

86 95,2006

08 103,802

16 SCD42/00

1C 0,03917

19 2,87413

21 6,16959

96 8,77895

31 0,70277

17 3,2873

0 8,9981

32 0,1983

22 8,0451

85 0,89409

5 0,12021

74 4,03005

92 1166,30

01 93,8310

09 1478,05

03 132,996

93 1959,44

92 78,9669

63 59,5218

33 SCD42/00

2C 0,00178

13 75,4159

16 268,230

97 179,214

6 1,49670

27 6,6817

9 8,1425

00 0,4233

85 8,1005

32 0,99484

58 0,11446

06 0,82564

5 2275,82

94 184,354

29 2070,21

68 168,567

41 1871,40

91 15,4511

96 121,610

47 SCD42/00

3C 0,00497

03 30,4261

22 88,1455

24 110,030

56 0,80110

04 4,3723

1 7,0694

91 0,2694

20 6,9227

27 0,97923

97 0,11770

08 1,43302

7 1537,86

05 106,461

88 1707,12

19 120,684

85 1921,60

52 27,5371

21 80,0299

93 SCD42/00

4C 0,00429

68 16,8220

38 34,1704

86 43,5704

94 0,78425

75 5,6757

6 3,4244

76 0,3709

15 2,6058

96 0,76096

22 0,11098

1 2,22178

72 2033,70

44 52,9962

4 1927,68

78 66,0132

11 1815,54

06 40,3374

49 112,016

46 SCD42/00

5C 0,00588

66 17,4232

35 45,2851

32 52,2110

87 0,86734

7 3,9162

1 6,1357

12 0,2557

19 5,9421

21 0,96844

85 0,11107

1 1,52910

44 1467,90

7 87,2248

22 1617,03

74 99,2167

74 1817,01

37 27,7840

36 80,7867

88 SCD42/006C

0,0121643

8,4710265

12,988851

21,933598

0,5921897

6,04407

4,355258

0,388749

3,800428

0,8726068

0,1127608 2,12721

2117,0283

80,456136

1982,2171

86,330673

1844,3797

39,233829

114,78267

SCD42/00

7C 0,01735

86 8,17677

91 14,8522

09 39,7394

55 0,37373

96 4,5461

9 4,0544

53 0,2825

67 3,6139

38 0,89135

02 0,11668

75 1,83794

59 1604,28

07 57,9777

14 1739,46

49 70,5257

96 1906,08

96 35,0328

95 84,1660

73 SCD42/008C

0,0051531

23,407393

38,459046

76,551313

0,5023956

5,39278

7,268506

0,338787

7,205283

0,9913017

0,1154473

0,9566014

1880,8357

135,51954

1883,7076

136,91741

1886,8754

18,049877

99,679908

SCD42/00

9C 0,00341

96 32,2209

54 169,695

39 75,6488

17 2,24319

96 4,3036

8 6,5928

41 0,2517

85 6,5087

17 0,98724

01 0,12396

75 1,04983

63 1447,67

83 94,2252

84 1694,06

63 111,687

1 2014,09

91 21,1447

44 71,8772

13 SCD42/001D

0,0022714

36,653270

42,751007

95,09765

0,4495485

5,96130

3,563680

0,375125

3,262465

0,9154766

0,115256

1,4339227

2053,4733

66,993867

1970,2159

70,212199

1883,8897

27,013521

109,00178

SCD42/00

2D 0,00795

93 25,7453

09 35,4991

86 82,4289

51 0,43066

41 5,0566

1 4,6435

73 0,3095

28 4,3731

95 0,94177

38 0,11848

37 1,56138

86 1738,38

36 76,0229

13 1828,85

82 84,9243

7 1933,48

27 30,1891

78 89,9094

49 SCD42/003D

0,0014125

41,665340

75,958117

97,692838

0,7775198

5,52957

4,577278

0,348582

4,422327

0,9661478

0,1150495

1,1808876

1927,8265

85,254797

1905,2053

87,206542

1880,6591

22,20847

102,50802

SCD42/00

4D 0,00483

30 49,3180

70 133,312

24 134,287

69 0,99273

61 5,4592

8 2,8065

80 0,3368

95 2,5654

47 0,91408

29 0,11752

73 1,13814

55 1871,71

88 48,0179

55 1894,21

61 53,1626

99 1918,96

09 21,8405

66 97,5381

44 SCD42/005D

0,0021546

33,688654

58,077893

91,88194

0,6320926

5,60595

4,857786

0,351262

4,708519

0,9692728

0,115749

1,1949593

1940,6222

91,374579

1917,0144

93,124457

1891,5725

22,603521

102,59306

SCD42/00

6D 0,01204

72 14,0749

41 19,2733

93 41,4785

72 0,46465

9 5,6447

2 5,4288

28 0,3522

02 4,5761

92 0,84294

29 0,11623

81 2,92072

67 1945,10

76 89,0118

65 1922,95

55 104,393

96 1899,15

68 55,4691

81 102,419

54 SCD42/007D

0,0063586

23,420553

47,281144

55,620384

0,8500686

6,20527

4,609385

0,385433

3,206491

0,695644

0,1167643

3,3113208

2101,6163

67,388144

2005,1924

92,427041

1907,2722 63,1559

110,18964

SCD42/00

8D 0,00391

84 46,1753

75 100,918

03 138,552

17 0,72837

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0 5,6873

22 0,3126

11 5,5756

02 0,98035

63 0,11750

75 1,12173

71 1753,54

4 97,7706

38 1830,24

73 104,092

06 1918,65

76 21,5222

94 91,3943

17 SCD42/00

9D 0,00258

90 23,0124

90 19,9997

58 64,5822

02 0,30967

91 5,5946

3 5,5750

57 0,3549

10 5,4200

91 0,97220

36 0,11432

79 1,30532

79 1958,00

24 106,125

51 1915,27

32 106,777

58 1869,31

7 24,4007

16 104,744

27

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