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BLOCO ARQUEANO CAMPO GRANDE, DOMÍNIO RIO GRANDE DO NORTE, PROVÍNCIA BORBOREMA: DADOS PRELIMINARES Alanielson da C. D. Ferreira 1 , Elton L. Dantas 1 , Cesar F. Ferreira Filho 1 , Ticiano José Saraiva dos Santos 2 1 UnB; 2 UNICAMP; E-mails: [email protected], [email protected], [email protected], [email protected]. O Bloco Campo Grande (BCG) é definido por rochas arqueanas variando de 3,1 a 2,5 Ga. Aflorante em uma pequena área (200km 2 ) com geometria elipsoidal, eixo SSW-NNE, na porção central do Domínio Rio Grande do Norte, Província Borborema. Indicando uma complexa história magmática e deformacional. O BCG é constituído por complexos gnáissicos: biotita (annita) gnaisse, granada-annita gnaisse lepidogranoblástico e hornblenda-flogopita-álcali-feldspato gnaisse porfiroblástico (plagioclásio com exsolução de quartzo). Rochas máfica-ultramáficas formadas por ortopiroxenitos cúmulus (enstatita, En, entre 74,9 - 80,9% e 10,7 - 14,1% wt. de FeO), clinopiroxênitos (diopsídio e augita, En entre 31 - 42% e 9,9 - 16,1% wt. de MgO) com granada (16,2 - 19,8% wt. de MnO, 38 a 45% da molécula de espessartita) e anfibólios da série cummingtonita (Mg) - grunerita (Fe) reequilibrados. Rochas anfibolíticas com a assembleia mineral formada por Mg-hornblenda, Fe-hornblenda, pargasita e tschermakita, além de uma sequencia de corpos desmembrados (boubinados?) constituídos por rutilo-diopsídio-granada anfibolito com textura granoblástica (Grt com 3,7 - 8,2% wt. de MgO, 14 a 32% da molécula de piropo) e crescimento simplectítico (Pl + Di; plagioclásio com teor de anortita entre 36,3 a 87,1%, CaO de 7,3 a 17,1% wt.), além de supracrustais representadas por paragnaisses finamente bandados, xistos e calciossilicáticas subordinadas. Idades modelos TDM em rocha total revelam épocas acrescionárias principalmente em: 3,7 Ga; 3,3 - 3,1 Ga e 2,7 Ga. Datações U-Pb em zircões definem idades mesoarquenas (3120 Ma em Hbl-Bt gnaisses e 2930 Ma em Bt gnaisses), neoarqueanas (2690 Ma em Bt-álcali gnaisses e ortopiroxenitos) a siderianas (2440 Ma em anfibolitos) nas porções centrais do BCG. Valores de εNd(t) variam entre -5,85 a -1,86, indicando derivação a partir de protólitos crustais paleo a neoarqueanos (TDM de 3,3 a 3,1Ga e 2,7Ga). Contornando o BCG ocorrem complexos ortognáissicos e álcali-feldspatos granito a duas micas (Ms + Bt primária), recristalizados no fácies anfibolito (Pl + Amph), com cristalização riaciana (2240 a 2010 Ma), idades modelo TDM entre 2,59 a 2,46 Ga e εNd(t) negativos (-6,1 a -1,1). Eventos superpostos neoproterozoicos com zircões concordantes em 667 Ma e 603 Ma (Orogênese Brasiliana) também são registrados no Bloco Campo Grande. PALAVRAS CHAVE: PETROGRAFIA, GEOCRONOLOGIA, BLOCO CAMPO GRANDE

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BLOCO ARQUEANO CAMPO GRANDE, DOMÍNIO RIO GRANDE DO NORTE, PROVÍNCIA BORBOREMA: DADOS PRELIMINARES

Alanielson da C. D. Ferreira1, Elton L. Dantas1, Cesar F. Ferreira Filho1, Ticiano José Saraiva dos Santos 2 1UnB; 2UNICAMP; E-mails: [email protected], [email protected], [email protected], [email protected]. O Bloco Campo Grande (BCG) é definido por rochas arqueanas variando de 3,1 a 2,5 Ga. Aflorante em uma pequena área (200km2) com geometria elipsoidal, eixo SSW-NNE, na porção central do Domínio Rio Grande do Norte, Província Borborema. Indicando uma complexa história magmática e deformacional. O BCG é constituído por complexos gnáissicos: biotita (annita) gnaisse, granada-annita gnaisse lepidogranoblástico e hornblenda-flogopita-álcali-feldspato gnaisse porfiroblástico (plagioclásio com exsolução de quartzo). Rochas máfica-ultramáficas formadas por ortopiroxenitos cúmulus (enstatita, En, entre 74,9 - 80,9% e 10,7 - 14,1% wt. de FeO), clinopiroxênitos (diopsídio e augita, En entre 31 - 42% e 9,9 - 16,1% wt. de MgO) com granada (16,2 - 19,8% wt. de MnO, 38 a 45% da molécula de espessartita) e anfibólios da série cummingtonita (Mg) - grunerita (Fe) reequilibrados. Rochas anfibolíticas com a assembleia mineral formada por Mg-hornblenda, Fe-hornblenda, pargasita e tschermakita, além de uma sequencia de corpos desmembrados (boubinados?) constituídos por rutilo-diopsídio-granada anfibolito com textura granoblástica (Grt com 3,7 - 8,2% wt. de MgO, 14 a 32% da molécula de piropo) e crescimento simplectítico (Pl + Di; plagioclásio com teor de anortita entre 36,3 a 87,1%, CaO de 7,3 a 17,1% wt.), além de supracrustais representadas por paragnaisses finamente bandados, xistos e calciossilicáticas subordinadas. Idades modelos TDM em rocha total revelam épocas acrescionárias principalmente em: 3,7 Ga; 3,3 - 3,1 Ga e 2,7 Ga. Datações U-Pb em zircões definem idades mesoarquenas (3120 Ma em Hbl-Bt gnaisses e 2930 Ma em Bt gnaisses), neoarqueanas (2690 Ma em Bt-álcali gnaisses e ortopiroxenitos) a siderianas (2440 Ma em anfibolitos) nas porções centrais do BCG. Valores de εNd(t) variam entre -5,85 a -1,86, indicando derivação a partir de protólitos crustais paleo a neoarqueanos (TDM de 3,3 a 3,1Ga e 2,7Ga). Contornando o BCG ocorrem complexos ortognáissicos e álcali-feldspatos granito a duas micas (Ms + Bt primária), recristalizados no fácies anfibolito (Pl + Amph), com cristalização riaciana (2240 a 2010 Ma), idades modelo TDM entre 2,59 a 2,46 Ga e εNd(t)

negativos (-6,1 a -1,1). Eventos superpostos neoproterozoicos com zircões concordantes em 667 Ma e 603 Ma (Orogênese Brasiliana) também são registrados no Bloco Campo Grande. PALAVRAS CHAVE: PETROGRAFIA, GEOCRONOLOGIA, BLOCO CAMPO GRANDE

MAPA GEOCRONOLÓGICO GEOTECTÔNICO DA BAHIA Aldo Perroni de Queiroz¹; Tarsila Carvalho de Jesus1; Jasmine Araújo da Cruz1; Rejane Lima Luciano2, Johildo Salomão Figueiredo Barbosa2. 1UFBA; 2CBPM O Estado da Bahia compreende uma trama de rochas de variado espectro de idades e origens, formando uma história complexa e de grande diversidade geológica. Por esse motivo, a Bahia tem sido palco de mapeamentos e estudos geológicos desde o início dessa ciência no Brasil. Com a evolução da geologia ao redor do mundo, em termos de definições, classificações e métodos, a geologia da Bahia passou por alterações e atualizações ao longo dos anos. Dessa forma, apoiado pela CBPM - Companhia Baiana de Pesquisa Mineral, este trabalho surge devido à necessidade de atualizar e organizar os dados de geocronologia disponíveis e de sintetizar a complexidade das unidades geológicas em domínios tectônicos. O trabalho divide-se em quatro etapas. A primeira etapa consiste no levantamento bibliográfico dos dados de geocronologia, o qual está culminando na elaboração de uma tabela contendo todos os dados encontrados, relacionando-os com os tipos de rocha, unidades/formações, métodos de datação, além da localização das idades através de coordenadas UTM, tendo sido obtidas cerca de 600 idades distribuídas ao longo do território baiano. A segunda etapa consiste no levantamento de elementos geológicos com a identificação/interpretação de domínios tectônicos, incluindo a leitura e estudo de diversos artigos, dissertações e teses sobre o assunto. Complementando as duas primeiras, a terceira etapa consta de campanhas de campo, visando sanar dúvidas sobre a geologia da Bahia, bem como a coleta de amostras para novas datações. A quarta e última etapa corresponde à utilização de plataforma SIG, através do software ArcGIS®, para reunir e especializar os dados adquiridos. Constarão desse mapa, as idades predominantes e algumas unidades geológicas típicas, tendo os domínios tectônicos, separados por cores, como pano de fundo. Como resultado final, será apresentado um Mapa Geocronológico e Geotectônico da Bahia, ao milionésimo, incluindo sua nota explicativa. PALAVRAS CHAVE: DATAÇÃO GEOCRONOLÓGICA; DOMÍNIOS GEOTECTÔNICOS; GEOLOGIA DA BAHIA

MAPEAMENTO GEOLÓGICO-ESTRUTURAL DE UMA ÁREA A SUDESTE DE JAGUARETAMA-CE, COMPLEXO JAGUARETAMA

Ana Erika Cavalcante ¹; Maria José Gois de Oliveira Neta¹. 1UFC

A área estudada está inserida no Complexo Jaguaretama, nas imendiações do

municípo homônimo, estado do Ceará. Este complexo limita-se a oeste pela Zona de Cisalhamento Óros, que o separa do Bloco Banabuiú, e a leste pela Zona de Cisalhamento Jaguaribe que o separa do Bloco Iracema. Estas duas zonas de

cisalhamento limitantes apresentam cinemáticas dextrais. A área de estudo é representada por terrenos metamórficos compostos principalmente por rochas

migmatíticas de origem paraderivada. Estes migmatitos se desenvolveram como consequência de eventos tectono-metamórficos do tipo transtensionais Neoproterozoicos que geraram zonas de dilatação, permitindo a fusão parcial das

rochas e consequentemente sua formação. Esses eventos foram responsáveis pelo desenvolvimento de grande diversidade de estruturas dúcteis, como os sigmóides

que indicam cinemática tanto dextral quanto sinistral, e estromáticas como as dobras pitgmáticas, além das estruturas rúpteis como fraturas sistemáticas verticais de direção NW-SE. Estas estruturas rúpteis se desenvolveram de forma sobreposta às

feições dúcteis em um evento posterior, relacionado às temperaturas relativamente baixas, onde a viscosidade do material permaneceu alta de tal modo que foi possível

sua ruptura. A foliação observada na área em questão tem direção preferencial NW-SE, mergulhando para NE, assim como as lineações de estiramento mineral, que mostram caimento preferencial para NE. Os migmatitos são do tipo metatexitos de

baixo a alto strain sin-anatético e por vezes ocorrem como diatexitos. PALAVRAS CHAVE: MIGMATITOS; EVENTOS TECTONO-METAMÓRFICOS

IDADE U-PB DO PLÚTON SERRA DA LAGOA SECA (PSLS), FOLHA CURRAIS NOVOS – RN.

André Luiz Carneiro da Cunha1; Rogério Cavalcante1; Gorki Mariano2 1 CPRM/SUREG-RE; 2 UFPE. O Plúton Serra da Lagoa Seca (PSLS) pertencente à Suíte Intrusiva Dona Inês associada ao intenso plutonismo ediacarano que ocorre por toda a Província Borborema, relacionado ao ciclo orogênico Brasiliano/Pan-Africano. Encontra-se inserido Folha Currais Novos – RN, no domínio tectono-estratigráfico Rio Piranhas-Seridó (DRPS). Este plúton tem uma forma elíptica com direção aproximada N-S e com seus eixos maior e menor medindo respectivamente 11 e 3 km, está localizado na borda centro-leste do plúton de Acari, na forma de um elipsóide, intrudindo os metassedimentos (granada biotia xisto) da Formação Seridó. O (PSLS) consiste de duas fácies principais, os granitos equigranulares finos a médios e os granitos microporfiríticos contendo: microclina, quartzo, biotita, plagioclásio, epidoto, apatita e minerais opacos. Estas rochas apresentam uma assinatura geoquímica metaluminosa, trans-alcalinos de séries transicionais, entre alcalina a cálcio-alcalina onde as amostras com K2O>Na2O ocupam uma faixa limítrofe entre estes campos. Uma datação pelo método U-Pb geocronológicas através do método U-Pb em zircão (LA-ICP-MS) forneceram idades de 572 ± 2 Ma. Esta idade é interpretada como a idade de cristalização desta rocha. O (PSLS) situa-se próximo a importantes depósitos de scheelita (Minas Brejuí, Barra Verde e Acauã) o que o tornou atraente para estudos de geocronologia e geoquímica, tendo em vista que o mesmo pode ter sido a fonte dos fluidos mineralizantes para estas minas. PALAVRAS CHAVE: GRANITO, GEOCRONOLOGIA.

RELAÇÕES LITO-TECTONO-ESTRATIGRÁFICAS ENTRE A PORÇÃO OESTE DA CHAPADA DIAMANTINA E O CORREDOR DO

PARAMIRIM, ENTRE SEABRA E OLIVEIRA DOS BREJINHOS NA BAHIA

Andreia Mendes de Oliveira¹, Tarcísio Erundino Silva¹, Caio Silva dos Santos¹, Jales Coelho Nepomoceno Junior¹, Leticia Bittencourt Gomes de Oliveira¹, Joao Paulo Alves Gama¹, Thiago Winicios Alves Araujo¹, Vitor Araújo Alves¹. Clayton Ricardo Janoni2, Eder Luís Matias Medeiros2. 1Curso de Geologia/UFOB; 2Núcleo de Geociências/CCET/UFOB. Na atualidade uma série de investigações de cunho geológico vem sendo desenvolvidas na porção central do Cráton do São Francisco na Bahia, entre elas, as relações de contato entre expressivos compartimentos, tais como a Chapada Diamantina e o Corredor do Paramirim. O Cráton São Francisco é subdividido em três grandes domínios principais, o embasamento arqueano-paleoproterozoico, o Supergrupo Espinhaço e o Supergrupo São Francisco, onde os dois últimos representam as coberturas mesoproterozoicas e neoproterozoicas que recobriram a referida estrutura cratogênica. O Bloco do Paramirim é representado por rochas TTG arqueanas do Complexo Paramirim, migmatizadas durante o evento Jequié. O estudo baseou-se nas relações geológicas-estruturais-estratigráficas em seção geológica E-W partindo de Seabra/BA até Oliveira do Brejinhos/BA ao longo da BR-242. Nessa seção foram descritas as rochas pertencentes ao Supergrupo Espinhaço, representado pelos grupos Rio dos Remédios, Paraguaçu e Chapada Diamantina, sendo descrito também rochas migmatíticas pertencente ao Complexo Paramirim. No Grupo Rio dos Remédios foram caracterizadas as rochas pertencentes a Formação Ouricuri do Ouro, representada por rochas argilíticas de coloração avermelhada, com presença de veios de quartzo de até 0,5 metros de espessura na base dos ortoconglomerados, constituído por clastos subarredondados de alta esfericidade. No Grupo Paraguaçu foram descritas as rochas pertencentes a Formação Mangabeira, representada por metaquartzo-arenitos e metarenitos arcoseanos, de coloração rosa esbranquiçada, muito fino com matriz siltico-argilosa apresentando estratificações cruzadas de grande porte e acanalada, além da Formação Açuruá, representada por metarritmito com intercalação de metassiltito e metargilito gradando para metarenitos de coloração arroxeada de granulação fina apresentando estratificação plano-paralela e cruzada de pequeno porte. No Grupo Chapada Diamantina, foi descrita a Formação Caboclo, representada por metarenitos de coloração amarela com granulação fina em granodecrescencia ascendente para metargilito de coloração amarelada, representada por metarritimito (metassiltito e metargilito) intercalados a BIF’s com camadas de até 17 cm de espessura. No Complexo Paramirim ocorrem metatexitos bastante alterados sendo cortados por veios de epídoto com aproximadamente 2 cm de espessura e veios de quartzo com até 8 cm de espessura. Em relação ao complexo Paramirim, não foi possível realizar uma caracterização mais detalhada do grau de fusão dos migmatitos por não haver ao longo da seção bons afloramentos. Com a elaboração da presente seção foi possível observar que as rochas pertencentes ao Supergrupo Espinhaço estão dispostas na forma de um expressivo anticlinal de caráter regional, as medidas feitas nos veios de quartzo demonstram que na maioria dos casos estão dispostos de forma ortogonal a este dobramento. Ocorrem também importantes falhas de cavalgamento regionais com vergência para leste que coloca o Complexo Paramirim em sobreposição tectono-estratigráfica com as rochas do Supergrupo Espinhaço. PALAVRAS CHAVE: CRÁTON DO SÃO FRANCISCO, CHAPADA DIAMANTINA, CORREDOR DO PARAMIRIM

RELAÇÕES ESTRATIGRÁFICAS DO GRUPO BAMBUÍ ENTRE O DOMÍNIO CRATÔNICO E PERICRATÔNICO DO CRÁTON DO SÃO

FRANCISCO, ENTRE CORRENTINA, SÃO DESIDÉRIO E BARREIRAS NO OESTE DA BAHIA

Andreia Mendes de Oliveira1; Jales Coelho Nepomoceno Junior1; Jordhan Pimentel Carvalho1; João Paulo Alves Gama1; Katyany Castro de Oliveira1; Leticia Bittencourt Gomes de Oliveira1; Tarcísio Erundino Silva1; Vitor Araújo Alves1; Clayton Ricardo Janoni2; Eder Luís Mathias Medeiros2. 1Curso de Geologia/Universidade Federal do Oeste da Bahia; 2Núcleo de Geociências/CCET/UFOB. A área de estudo está localizada na região Oeste da Bahia, entre as cidades de Correntina, São Desiderio e Barreiras. Este trabalho envolve um estudo macroscópico das litologias aflorantes nessa região e o desenvolvimento de uma seção SSE-NNW em cerca de 190 km, ao longo da BR 135, que liga as cidades envolvidas. Neste trecho percorrido afloram rochas metassedimentares da Formação Sete Lagoas, Serra de Santa Helena e Serra da Saudade enquadradas ao domínio cratônico, e a Formação São Desiderio e Formação Serra da Mamona, enquadradas ao domínio pericratônico, pertencentes ao Grupo Bambuí. O Grupo Bambuí foi depositado em bacia de antepaís durante o Neoproterozoico como cobertura plataformal que recobriu o Cráton do São Francisco, se estendendo desde Minas Gerais até Goiás e Bahia. Da base para o topo é dividido em: Formação Sete Lagoas, Formação Serra de Santa Helena, Formação Lagoa do Jacaré e Formação Serra da Saudade que afloram na região de Correntina. Na região de Barreiras, os correlatos dessas formações do Grupo Bambuí são: Formação São Desidério, Formação Serra da Mamona e Formação Riachão das Neves. Na região de Correntina, as rochas da Formação Sete Lagoas compreendem calcários cinza-avermelhados com presença de estratificações plano-paralela. Ocorre também rochas pelíticas e arcoseanas das formações Serra de Santa Helena e Serra da Saudade com grau de metamorfismo incipiente, enquadradas no domínio cratônico por estarem praticamente sem deformação impressa. Na região de São Desidério aflora a Formação São Desiderio representada por metacalcários de coloração cinza escuro a negros. Estes metacalcários, por vezes, apresentam feições típicas de relevos cársticos, com a formação de lapiás, sumidouros, cavernas e vales secos, que são geradas pela dissolução do calcário pelo intemperismo químico. Por fim, na região de Barreiras, afloram metassiltitos e metarcóseos das formações Serra da Mamona e Riachão das Neves. Estas unidades litoestratigráficas do Grupo Bambuí correspondem ao domínio pericratônico, isto é, possui uma leve deformação e um metamorfismo de grau incipiente a fraco, e apresenta uma única fase marcante de deformação. Esta deformação é herdada pela atividade tectônica oriunda das estruturas orogênicas brasilianas (Orógeno Brasília, Araçuaí e Rio Preto) que são cicatrizes marginais do Cráton do São Francisco. Além disso, alguns estudos sísmicos apontam que a sequência Bambuí foi depositada antes da Orogenia Brasiliana. As camadas seguem caimento preferencial para SW e à medida que se aproxima da cidade de São Desidério a deformação vai se tornando cada vez mais marcante, evidenciado pela presença de metacalcários levemente dobrados formando estruturas antiformes e sinformes, justapostas por expressivas rampas de cavalgamentos de direção NE/SW com vergência para SE.

PALAVRAS CHAVE: CRÁTON DO SÃO FRANCISCO, GRUPO BAMBUÍ, DEFORMAÇÃO.

HISTÓRIA TECTONO-SEDIMENTAR DA BACIA DE COCOCI (SUL DO CEARÁ)

Carlos J. Archanjo1; Maria Helena B. M. de Hollanda1 1 Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo

Rochas sedimentares siliciclásticas imaturas correlatas a sequências molássicas formadas

no estágio final de distensão do Ciclo Brasiliano encontram-se sobre terrenos pré-

cambrianos do Estado do Ceará, na Bacia de Cococi. Esses depósitos se formaram em

ambiente fluvial e lacustre ao longo do eixo da bacia e gradam, para as suas margens, a

brechas e conglomerados que acompanham as escarpas de falhas de direção E-W que

limitam o graben. O acamamento da sequência axial, dominada por siltitos e folhelhos

(Formação Cococi), define um sinforme aberto cujo eixo de dobramento cai suavemente

para WSW. Fibras de quartzo e calcita preenchendo fissuras (sub)paralelas ao plano axial

são consistentes com uma extensão regional de direção NNW-SSE que, possivelmente,

facilitou a colocação de diques félsicos e intermediários (magmatismo Guaribas) que

intrudem granitos ediacaranos do embasamento setentrional da bacia. Estudos iniciais de

zircões detríticos de arenitos feldspáticos e conglomerados situados na margem norte

(Formação Angico Torto) e de siltitos da sequência axial indicam que os zircões derivam

notadamente de fontes com idades no intervalo entre 600 e 700 Ma. Populações

subordinadas, porém distintas da moda principal, derivam de fontes mais jovens com idades

em c. 530 Ma e c. 490 Ma, ou mais antigas entre 1,8 e 2,1 Ga, essas últimas encontradas

exclusivamente na sequência pelítica. Os zircões detríticos são, portanto, consistentes com

uma proveniência da própria província, com idade máxima de sedimentação no Cambriano.

Investigações adicionais são necessários para definir a relação entre sedimentação,

inversão tectônica dos estratos e o magmatismo Guaribas.

PALAVRAS CHAVE: ZIRCÃO DETRÍTICO, TECTÔNICA, BACIA DE COCOCI.

GEOCRONOLOGIA U-Pb DA REGIÃO NORTE DO ORÓGENO ITABUNA-SALVADOR-CURAÇÁ, GEOTRAVERSA MINA CARAÍBA-

JAGUARARI, BAHIA

Daniel F. Martins de Sousa1; Elson Paiva Oliveira1; Wagner da Silva Amaral1 1IG - UNICAMP O Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá (OISC) é uma faixa móvel paleoproterozoica amalgamada entre os blocos arqueanos Gavião/Mairi-Jequié, a oeste, e Serrinha, a leste. Ele é composto por sequência metaplutonovulcanossedimentar de médio a alto grau e granitoides, dispostos meridionalmente na porção nordeste do Cráton do São Francisco. A evolução tectônica do OISC data desde o Arqueano, com acresção de complexos plutônicos de arco andino (complexo Caraíba) seguido por colisão continental e estruturação final durante o Paleoproterozoico. São apresentados novos dados U-Pb em zircão obtidos por LA-SF-ICP-MS para as rochas metaplutônicas félsicas do segmento norte do OISC e do Complexo Mairi, entre a mina Caraiba, a leste, e o povoado Barrinha, a oeste, com o objetivo de contribuir para o entendimento da evolução neoarqueana a paleoproterozoica durante a convergência dos blocos crustais. Ortognaisse granodiorítico do complexo Mairi forneceu idade concórdia de 3309±14 Ma para 7 cristais até 10% discordantes - a idade modelo Nd (TDM) para essa amostra é 3,46 Ga. Um gnaisse migmatítico da cava da Mina Caraiba, que encaixa norito e piroxenito mineralizados em cobre e com idade 2580±10 Ma (da literatura), apresentou 3 populações de zircão: 2575, 2451 e 2082 Ma. A idade mais nova é atribuída ao metamorfismo regional de alto grau e a mais antiga ao protólito ígneo, correlacionável ao ortognaisse granodiorítico G2 de 2574±6 Ma do aeroporto da mina Caraiba, que é interpretado como formado em arco continental neoarqueano. A idade intermediária pode ser perda de Pb dos cristais de zircão mais antigos ou evento geológico ainda não definido na região. Foram datados 3 outros ortognaisses de composição sienogranítica do Complexo Tanque Novo-Ipirá (2 gnaisses Arapuá e 1 gnaisse Bom Despacho). As idades dos gnaisses Arapuá são semelhantes, isto é 2089±2 Ma e 2088±5 Ma, e a do gnaisse Bom Despacho é 2097±6 Ma. Um dos ortognaisses Arapuá contém 17 cristais de zircão neoarqueanos concordantes herdados, com idades agrupadas em duas famílias: 2567±3 Ma (5 grãos) e 2640±4 Ma (7 grãos), e um grão de 2712 Ma. O outro gnaisse tem apenas um zircão herdado concordante de 2500 Ma. Já o ortognaisse Bom Despacho contém 9 grãos herdados com idades entre 2605 e 2509 Ma. Sugere-se que esses ortognaisses são fusões dos ortognaisses G2 ou de crosta mais antiga. Granito isotrópico a duas micas no Complexo Mairi apresenta idade concórdia de 2057±5 Ma e heranças de 3315 a 3226 Ma. Os dados aqui apresentados (granitoides deformados de 2097, 2089, 2088 Ma; e granito a duas micas isotrópico de 2057 Ma), combinados com dados da literatura (granito indeformado de 2027 Ma no aeroporto da mina Caraiba), indicam o alojamento de gerações de granitos sin- a tardi-deformação durante a evolução paleoproterozoica do OISC. Relações de campo entre os diversos litotipos estão sendo estabelecidas e novas amostras de granitos, gnaisses e metassupracrustais estão em estudo para delimitar com maior precisão o intervalo de tempo do retrabalhamento crustal paleoproterozoico e testar a hipótese de formação de um arco continental neoarqueano para o complexo Caraíba. PALAVRAS CHAVE: CRÁTON DO SÃO FRANCISCO; EVOLUÇÃO CRUSTAL; GEOCRONOLOGIA

CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL E MICROESTRURAL DAS

ZONAS DE CISALHAMENTO TRANSCORRENTES NA PORÇÃO

SUDESTE DA FOLHA SERTÂNIA, ESTADO DE PERNAMBUCO

Dionísio da Conceição G. Casimiro1; Sérgio Pacheco Neves1 1UFPE; A Subprovíncia Central corresponde à porção da Província Borborema limitada pelo sistema

de zonas de cisalhamento destrais Patos, ao norte, e Pernambuco, ao sul. Internamente

este domínio é cortado por zonas de cisalhamento conjugadas destrais e sinistrais. No mapa

geológico da Folha Sertânia, estado de Pernambuco, quatro zonas de cisalhamento são

cartografadas e constituem o objeto do presente estudo: Pernambuco Leste (ZCPE) e Santo

André (ZCSA), com cinemática destral, e Cruzeiro do Nordeste (ZCCN) e Serra do Pinheiro

(ZCSP), com cinemática sinistral. A ZCPE consiste de uma estreita faixa de milonitos e

ultramilonitos desenvolvidos a partir da deformação cisalhante de granitos porfiríticos e de

granitos finos respectivamente, acompanhando o comprimento Leste-Oeste da cidade de

Arcoverde. Além da não observação da porção leste da ZCPE na área mapeada, os estudos

também não constataram a presença de faixas miloníticas a oeste da cidade, colocando em

dúvida a continuidade da ZCPE. Considerada a continuação da zona de cisalhamento

Congo (ZCC), a zona de cisalhamento Cruzeiro do Nordeste (ZCCN) de orientação ENE-

WSW, é interpretada como um importante elemento tectônico na porção central da Província

Borborema. No mapa geológico da folha Sertânia, foi reconhecida uma zona de

cisalhamento subparalela à ZCCN, denominada Santo André, com cinemática destral. A

cinemática sinistral assumida para a ZCCN colocaria um óbvio problema de compatibilidade,

dada à impossibilidade de movimentos opostos simultâneos ao longo de zonas de

cisalhamento próximas. Com base em trabalhos de campo e na interpretação de imagens

aerogeofísicas, é demonstrado que a ZCCN e a ZCSA constituem, na verdade, uma

transcorrência destral única, com uma zona milonítica central de aproximadamente 3-4 km

de largura. Vários critérios de cisalhamento (tramas S-C, porfiroclastos tipo σ, boudins

assimétricos, fraturas sintéticas e antitéticas) consistentemente indicam cisalhamento

destral. Até o presente não foi constatada nenhuma evidência da existência da ZCSP.

PALAVRAS CHAVE: ZONA DE CISALHAMENTO; DESTRAL; SINISTRAL

CORRELAÇÕES PETROGRÁFICAS E CRONOLÓGICAS ENTRE O MACIÇO SÃO JOSÉ DO CAMPESTRE E O TERRENO GRANJEIRO

NO PIAUÍ. Douglas Teixeira Martins1; Wagner da Silva Amaral2; Felipe Holanda dos Santos3-, Daniel Francisco Martins de Sousa2 1IFPI; 2UNICAMP; 3UFOPA

O terreno arqueano Granjeiro localiza-se entre os estados do Ceará, Piauí e Pernambuco. Este terreno tem a forma de um mega-sigmóide transpressivo encurvado, com fragmentos tectonicamente imbricados. É subdividido em dois

trechos: o primeiro com direção E-W ao norte, do Lineamento Patos, no sul do estado do Ceará, constituído principalmente de gnaisse para- e ortoderivados; e o

segundo de direção NE-SW ao sul do Lineamento Patos, nos estados do Piauí e Pernambuco, com uma associação metaplutônica de composição tonalítica a sienogranítica. Ambos os trechos apresentam uma associação metavulcano-

sedimentar exalativa interpretada como remanescente de crosta oceânica. Neste trabalho apresentamos novos dados geocronológicos obtidos ao sul do Terreno

Granjeiro, no estado do Piauí, onde foram coletadas e datadas duas amostras por U-Pb LA-SF-ICP-MS em zircão: uma de composição tonalítica com idade de 3.424 Ga e a outra de composição sienogranitica de idade 2.661 Ga. Estas idades são

condizentes com o primeiro (3.412 Ga – Gnaisse Bom Jesus) e o ultimo pulso magmático (2.665 Ga – Complexo São José do campestre) apresentado para o

Maciço São José do Campestre (MSJC). Embora ainda não tenha encontrado as idades intermediárias, como ocorre no MSJC, propomos aqui uma possível correlação cronológica e petrográfica deste último, com o Terreno Granjeiro, o que

pode representar fragmentos de um extenso bloco cratônico Paleoarqueano. PALAVRAS CHAVE: TERRENO GRANJEIRO, PALEOARQUEANO, GEOCRONOLOGIA.

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REMNANTS OF A LEUCOGABBRO-ANORTHOSITE COMPLEX IN THE NORTHERNMOST SÃO FRANCISCO CRATON: A

NEOARCHAEAN ISLAND ARC ROOT? Elson P. Oliveira1; Elton L. Dantas2; WilsonTeixeira3 1DGRN/UNICAMP; 2IG/UnB; 3DMG/IGc/USP

Megacrystic-rich leucogabbro-anorthosite complexes are almost entirely restricted to the Archaean and they may represent relicts of oceanic crustal environments, such as oceanic plateaux, mid-ocean ridge and island arc. Examples are the Messina (3270 Ma; South Africa), Fiskenaesset (2973 Ma; West Greenland), Bad Vermillion Lake (>2716 Ma; Ontario, Canada), and Sittampundi (2541 Ma; India) complexes. Here we report on a recently discovery of the relicts of a snowball-textured, plagioclase megacrysts-rich leucogabbro-anorthosite complex in the N3 settlement at the northern boundary of the São Francisco Craton, Brazil. The complex crops out as dismembered bodies, a dozen metres long within grey granitic gneisses of the polymetamorphic Sobradinho Archaean gneiss complex. Hornblende-bearing leucogabbro is the main lithotype of the body, followed by anorthosite and gabbro. Local modal layering is conspicuous, grading from gabbro through leucogabbro to anorthosite. Igneous intergranular texture of plagioclase and hornblende is still preserved, implying that the parental magma was hydrous. Plagioclase composition is andesine with An content varying from 36.6 to 40.9wt%; local partial replacement of plagioclase by epidote during low-grade metamorphism changes the An content to 4.5-7.3wt%. The suggested emplacement depth was about 18 km based on the Al-in-hornblende geobarometer 5.12 kbar pressure estimate. On the primitive-mantle normalised multi-element diagram the studied rocks show fractionated (La/Yb)n patterns, positive Eu anomaly - typical of plagioclase-rich cumulate rocks, - and negative Nb anomaly. Zircon LA-SF-ICP-MS age dating yielded the weighted average age of 2745 ± 6 Ma (n=26; MSWD=4.9) for <2% discordant grains. This age matches ages of several basaltic/gabbroic complexes in the Superior Province (Canada), Kaapvaal Craton (RSA), Pilbara Craton (AU), and in the North Atlantic Craton, which were originated in varied tectonic settings. Epsilon Nd(2745Ma) values for 4 samples range from -1.31 to -3.76 suggesting some crustal contamination during magma ascent through the crust and/or origin from a metasomatised mantle.The hydrous nature of the parental magma, indicated by hornblende, combined with the trace element signature of the rocks, and slightly negative epsilon Nd values suggest a suprasubduction zone geodynamic setting for emplacement of the 2745 Ma-old N3 leucogabbro-anorthosite complex. Our discovery open a new perspective for finding other similar occurrences in the area, possibly chromite-bearing, and constraining the time of global plate tectonic spread in the Archaean. KEYWORDS: ARCHAEAN ANORTHOSITE-LEUCOGABBRO COMPLEX, PLAGIOCLASE MEGACRYST, SÃO FRANCISCO CRATON

ZONAS DE CISALHAMENTOS TRANSDISTENSIONAIS E A FORMAÇÃO DOS MIGMATITOS TARDIOS DO COMPLEXO SANTA

ISABEL NA REGIÃO DE RIACHO DE SANTANA, BA Erica Neres dos Santos1; Simone Cerqueira Pereira Cruz1; Vanderlúcia dos Anjos Cruz1, Marcio Mattos Paim1, Yuri Cesár Figueirêdo Costa1, Rodrigo Lacerda Rangel1 1Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia O Complexo Santa Isabel é um dos componentes do embasamento do setor sul da

Paleoplaca Gavião. Esse complexo é constituído por rochas mesoarqueanas com

orientação geral NNW-SSE, que se distribuem por 310 km de largura e 11 a 25 km de

comprimento. Mapeamento na escala 1:60.000 em torno da cidade de Riacho de Santana

revelou que, nessa região, esse complexo é formado, predominantemente, por rochas

migmatíticas intensamente deformadas. Os protólitos são principalmente ortoderivados com

intercalações de domínios paraderivados e enclaves de rochas metamáficas e

metaultramáficas. Com base na intensidade de fusão, os migmatitos foram classificados em

metatexitos e diatexitos com leucossomas graníticos. Os primeiros correspondem a

migmatitos estromáticos com paleossoma constituído, principalmente, por charnoenderbitos,

enderbitos e monzogranitos. Subordinadamente, em domínios de menor migmatização,

ocorrem estruturas de dilatação com pods de rochas metamáficas e ultramáficas, e em rede.

Os diatexitos são, predominantemente, schlieren e schölen, com nebulitos e diatexitos

sensu strictu, subordinados. A estrutura schlieren é marcada pelo alinhamento preferencial

de biotita, enquanto que no tipo schölen os enclaves são máficos e ultramáficos, bem como

ortognáissicos. Os migmatitos nebulíticos apresentam xistosidade e dobras reliquiares dos

protólitos. Duas etapas de migmatização foram interpretadas para esse complexo. A

primeira está relacionada com a fase tangencial de deformação (Dn). Essa deformação

riaciana evolui para um sistema transcorrente a transdistensional sinistral, riaciano-

orosiriano, com trend NW e subsidiárias, destrais, orientadas segundo NE-SW. Em mapa, os

domínios transdistensionais mostraram traços sigmoidais anastomosados, com configuração

estrutural do tipo pull apart. Essas zonas serviram como condutos para os neossomas dos

migmatitos gerados em um segundo estágio de anatexia. Em afloramentos, estruturas

S/C/C’ podem ser observadas e confirmam as assimetrias verificadas na escala de mapa.

Os campos de tensão, máximo e mínimo, responsáveis pela geração das estruturas

transdistensionais sinistrais se orientam, em geral, segundo NW-SE e NE-SW,

respectivamente.

PALAVRAS CHAVE: MIGMATITOS, ZONA DE CISALHAMENTO, TRANSDISTENSÃO.

EVOLUÇÃO MICROESTRUTURAL DE VEIOS DE QUARTZO EM ZONA DE CISALHAMENTO BRASILIANA, DOMÍNIO CENTRAL

DA PROVÍNCIA BORBOREMA Harrizon Lima de Almeida1; Carlos Mario Echiverri Misas2. 1,2 UFCG/UAMG/PPGEPM Uma das características comuns a algumas zonas de cisalhamento do Domínio Central da Província Borborema é a ocorrência de veios de quartzo paralelizados a foliação milonítica. Esses veios, geralmente localizados no centro dessas zonas, oferecem a oportunidade de avaliar a evolução microestrutural de faixas miloníticas, revelando mecanismos de recristalização dinâmica em grãos de quartzo recristalizados. Para essa finalidade uma análise da microestrutura e da textura (eixo c de quartzo) foi realizada em três veios quartzosos, denominados de veios I, II e III, amostrados ao longo do trend de uma zona de cisalhamento. Para observar a correlação entre grãos individuais e a sua orientação cristalográfica (eixo c) diagramas AVA (Achsenverteilungsanalyse) foram construidos utilizando-se o método AAVA (Automatized AchsenVerteilungs Analyse). Lâminas delgadas orientadas foram confecionadas e seções XZ do elipsóide de strain obtidas. As amostras são de veios de cisalhamento laminados, normalmente marcado por segmentos de turmalina, e por agregados policristalinos de grãos de quartzo com abundante ripas de muscovita. As encaixantes, em contato direto com os veios, são ultramilonitos variando de biotita-muscovita gnaisses a gnaisses de composição granítica a granodiorítica com raros porfiroclastos de feldspatos envoltos em um manto de grãos de quartzo recristalizados. O veio do tipo I é composto por quartzo e ripas de muscovita (sub)paralelas a laminação. Os grãos de quartzo são geralmente alongados com contatos lobulares, indicativos de migração de limites de grãos, constituindo em agregados policristalinos de grãos e subgrãos dispostos em segmentos (sub)paralelos a laminação. O fabric de eixo c mostra máximos entre os eixos Y e X e secundários na periferia da rede (plano XZ). Esses máximos indicam a ativação dos sistemas basal <a> e romboedro <a>, respectivamente. O diagrama AVA para essa amostra é de um fabric dominado por grãos com eixo c paralelizados com o traço da laminação, os quais resultaram da recristalização de outros com eixo c em alto ângulo a laminação. Cristais de turmalina formam as laminações presentes no veio do tipo II. Os grãos mostram contatos serrados a loburales com limites de subgrãos subparalelos a laminação. O fabric de eixo c também mostra máximos em torno de Y e subperpendiculares a laminação, sugerindo ativação do prisma <a> e pirâmide <a>. Grãos com eixo c em alto ângulo a laminação são recristalizados para novos grãos com eixo c em baixo ângulo com a laminação, conforme mostrado em diagrama AVA. No Em veios III lâminas de turmalina individualizam faixas com agregados de grãos de quartzo alongados com contatos variando de retos a lobulares. Máximos em torno de Y e perpendiculares a laminação são observados. Diagrama AVA também ressalta que grãos com eixo c em alto ângulo com a laminação são preferencialmente recristalizados. Os dados indicam a importância do papel da orientação cristalografica para a recristalização de grãos durante a deformação desses veios (soft vs. hard graos).

PALAVRAS CHAVE: ZONA DE CISALHAMENTO, VEIOS DE QUARTZO, MICROFABRIC.

ANÁLISE DO STRAIN EM GRANITÓIDE EDIACARANO DA ZONA TRANSVERSAL

Harrizon Lima de Almeida1; Hernan Gomes Pereira Júnior2. 1UAMG/PPGEPM/UFCG; 2PPGEPM/UFCG O método de Fry está sendo aplicado para a avaliação do strain no segmento oeste do granitóide Ediacarano de Esperança, aflorante nos municípios de Puxinanã e Pocinhos, ambos no estada da Paraíba. Regionalmente trata-se de um corpo aproximadamente alongado na direção leste-oeste, intrusivo em gnaisses e mica xistos do Complexo São Caetano, com limites norte e sul definidos, respectivamente, pelas zonas de cisalhamento Patos e Matinhas-Campina Grande. A área abordada nesse estudo localiza-se em uma porção do granitóide denominado Corpo de Puxinanã representado por rochas porfiríticas de composição monzo-granodioríticas que evoluem para protomilonitos na borda sul do mesmo. No centro do granitóide domina uma foliação magmática definida pelo alinhamento de fenocristais de K-feldspatos euedrais a sub-euedrais com abundância de enclaves máficos, igualmente alinhados segundo a referida foliação. Uma incipiente deformação no estado sólido é evidenciada pela formação de uma trama de agregados de grãos de quartzo e biotita, a qual é contínua no interior dos enclaves máficos. Na porção sul do corpo é visível a ocorrência de uma foliação milonítica. Essa foliação mostra um aspécto sinuoso, caracterizada pela formação de porfiroclastos de K-feldspatos alongados com caudas de recristalização assimétricas e cinemática localmente dextral, resultante da dominante deformação no estado sólido imposta pela instalação da Zona de Cisalhamento Campina Grande. Afloramentos das duas porções do granitóide foram amostrados para a quantificação do strain pelo método de Fry. Resultados parciais mostram que razões de strain na ordem de 1,4 estão restritos a região mais central do corpo. Por outro lado, essa razão varia entre 2,4 e 3 nos protomilontos resultantes do cisalhamento na borda sul do corpo. Os resultados até o momento obtidos para o Corpo de Puxinanã mostram que esse granitoide sofreu os efeitos da deformação regional sin e/ou pós o alojamento do mesmo. É conclusivo que os valores de strain, muito embora representem intensidades mínimas registradas nas localidades amostradas, resultaram da superimposição da deformação no estado sólido sobre o fluxo magmático preservado na região central do corpo. Portanto, o trabalho em curso visa contribuir para uma avaliação quantitativa que a deformação regional exerceu sobre a evolução dos granitoides Edicarianos presentes nesse segmento do Domínio da Zona Transversal da Província Borborema. PALAVRAS CHAVE: ANÁLISE DO STRAIN, MÉTODO DE FRY, GRANITÓIDE EDIACARANO.

U-PB SHRIMP DATA OF METASEDIMENTARY AND MAGMATIC ROCKS FROM THE SE PORTION OF THE TRANSVERSAL

SUBPROVINCE: TECTONIC IMPLICATION

Ignez de Pinho Guimarães1; Adejardo Francisco Silva Filho1; Ana Claudia de Aguiar Accioly2; Carlos Alberto dos Santos2 Richard Armstrong3 1 UFPE; 2CPRM; 3Australian National University

Metasedimentary rocks constitute a NNE direction belt, enclosed by orthogneisses and migmatites of paleoproterozoic ages, in the southeast part of the Transversal subprovince. The metasedimentary rocks comprise biotite ± garnet gneisses, with quartz – feldspathic rocks intercalations. U-Pb zircon SHRIMP data were obtained from four samples, 02 metasedimentary rocks, 01 from the basement and 01 sample from a dyke of peralkaline syenite intruded in the metasedimentary rocks. A migmatized orthogneiss basement sample was collected close to Limoeiro city. The analyzed zircons gave a Concordia age of 2135 ± 7Ma. The zircon grains from the metasedimentary rocks show ages ranging from 673 Ma to 2180 Ma. Only one grain of Archean age (2672 Ma) were recorded. The majority of the analyzed zircon grains with Th/U ratios > 0.3, suggesting an igneous source, show ages are divided in 03 main groups: a) 1.8 to 2.2 Ga; b) 929 Ma to 1011 Ma and c) 206Pb/238U ranging from 741 Ma to 801 Ma. Few zircon grains have late Paleoproterozoic age (~1615 Ma) and Neoproterozoic age (678 Ma). However, some analyzed spots show Th/U ratios < 0.1 and 206Pb/238U ages of 769 Ma, 619 Ma and 568 Ma. Magmatic and metamorphic events with ages within the 619 - 568 Ma interval, have been described in the subprovinces Transversal, Norte and, in the Pernambuco Alagoas (PEAL) domain of the Borborema Province. The analyzed spots with 206Pb/238U age of ~769 Ma have both low and high Th/U ratios, suggesting a metamorphic and/or magmatic event. Similar age is reported in inherited zircon grains of Ediacaran granitoids from the PEAL domain. The limited number of data and absence of magmatism with such age within the Borborema Province, weakens any conclusion. Fourteen spots comprising 12 zircon grains yielded a crystallization age of 615 ± 7 Ma for the analyzed peralkaline syenite. Two overgrowths recorded ages of 569 ± 7Ma and 578 ± 10 Ma. Transcurrent event with such age is recorded in the Transversal subprovince and Pernambuco Alagoas domain. This crystallization age constraints the maximum depositional age of the metasedimentary sequence and this magmatic event is may the source of the spots with low Th/U ratios and 206Pb/238U age of 619 Ma, recorded in some zircon grains from the country metasedimentary rocks. Our data suggest that the sediments deposition occurred within the 673 – 619 Ma intervals. The zircon ages recorded in the studied metasedimentary rocks are similar to those reported in the Rio Uma metasedimentary sequence, within the Pernambuco – Alagoas domain, suggesting that the studied metasedimentary sequence is correlated with the Rio Una metasedimentary sequence. This correlation suggest that the Pernambuco shear zone does not represent a limit of distinct tectonic terrains, at least in the studied area. PALAVRAS CHAVE: METASEDIMENTARY- IGNEOUS ROCKS; NEOPROTEROZOIC, GEOCRONOLOGY

DEFORMAÇÃO HETEROGÊNEA TRANSPRESSIVA EM FÁCIES GRANULITO NO PALEOPROTEROIZO – EXEMPLO DOS

AFLORAMENTOS DA PRAIA DO FAROL DA BARRA (CIDADE DE SALVADOR, BAHIA, BRASIL)

Jailma S. de Souza de Oliveira 1,2, Johildo S. F. Barbosa 1,2, Philippe Goncalves3 1PGGEOLOGIA/IGEO/UFBA; 2NGB/UFBA; 3UNIVERSITÉ DE FRANCHE-COMTÉ,

A cidade de Salvador está localizada próxima à confluência de duas unidades tectônicas principais do Cráton do São Francisco: o Cinturão Itabuna-Salvador-Curaça (CISC), com orientação N-S, e o Cinturão Salvador-Esplanda-Boquim (CSEB), com orientação NE-SW. Ambas as unidades representam a exumação de uma crosta continental profunda caracterizada por uma diversidade de rochas metamórficas de alto grau, deformadas de modo polifásico. O CISC foi amplamente estudado por vários autores há mais de duas décadas. Entretanto, poucos estudos investigam o CSEB e a conexão entre essas duas unidades ainda é insuficientemente conhecida e debatida. Com base no conhecimento geológico atual, O CSEB é constituído por rochas metamórficas de médio a alto grau, polideformadas, representados por ortognaisses migmatíticos, ortognaisses charnoenderbíticos e charnockíticos com afinidade cálcio-alcalina, ortognaisses com termos félsicos (tonalíticos-granodioríticos), e máficos (gabros toleíticos anfibolitizados), além de granitos com tendência alcalina e granitos anatéticos. Em Salvador, extremo sul do CSEB, os afloramentos da Praia do Farol da Barra exibem uma configuração espacial onde os granulitos portadores de ortopiroxênio envolvem os boudins de granulitos máficos e ultramáficos e os granulitos portadores de granada, e todo o conjunto é intrudido por corpos sienograníticos. A análise estrutural realizada nos afloramentos em foco, somados aos dados termobarométricos e geocronológicos, permitiu definir que essas rochas foram afetadas por, pelo menos, duas fases de deformação dúctil (Dn e Dn+1): (i) a primeira fase de deformação (Dn) é caracterizada pelo desenvolvimento de uma foliação (Sn) paralela ao bandamento gnáissico, associada as dobras isoclinais com planos axiais paralelos a Sn, cuja alternância cinemática é justificada através do dobramento da foliação Sn, com plano axial mergulhando para NE; (ii) a segunda fase de deformação (Dn+1) é marcada por zonas de cisalhamento subverticais, predominantemente dextrógiras, subparalelas ao plano axial do dobramento da foliação Sn e lineações de estiramento mineral strike-slip. Para a fase de deformação Dn, os estudos termobarométricos, mostram condições de pressões (P) ~8.6 kbar e temperaturas (T) em torno de 830°C. As idades U-Pb obtidas em zircões metamórficos encontrados nas rochas granulíticas com valores em torno de 2,1 Ga, indicam que esta fase deformacional é contemporânea com o metamorfismo de alto grau que afetou as rochas em foco. Para a fase Dn+1 são estimadas condições de P-T de 7.5 kbar e 780ºC respectivamente. Idades U-Th em monazitas com valores de 2.06 Ga, localizadas em amostra de granulitos com granada do afloramento do Farol da Barra, sugerem que esta etapa é um pouco mais nova, simultânea com a colocação dos corpos e veios monzo-sienograníticos tardi-tectônicos de Salvador. Os dados geoquímicos dos monzo-sienogranitos permitiram classificá-los como subalcalinos e peraluminosos, destacando-se que estes litotipos são enriquecidos em ETR Leves e com forte anomalia negativa de Eu. Nos diagramas de ambiência tectônica os monzo-sienogranitos estão dispostos no campo dos granitos pós-colisionais, exibindo valores negativos de εNd(t) (–6,08). A idade U-Pb zircão (LA–ICPMS) de 2064±36 Ma é similar às idades U-Pb (SHRIMP) e Pb-Pb (evaporação) para os granitos tardi-tectônicos do Cinturão Itabuna Salvador Curaçá. PALAVRAS CHAVE: ANÁLISE CINEMÁTICA, GRANULITOS, GEOCRONOLOGIA

IDADES 40Ar-39Ar EM GRANITOS DE DIVERSOS TERRENOS GEOLÓGICOS DA PROVÍNCIA BORBOREMA SETENTRIONAL

Jaziel Martins Sá1; Antonio Carlos Galindo1,2; Fernando C. Alves da Silva1,2; Fernando A. P. L. Lins1; Paulo M. Vasconcelos3; David S. Thiede3. 1 Departamento de Geologia/UFRN, Natal-RN; 2 Programa de Pós-Graduação em Geodinâmica e Geofísica – PPGG/UFRN; 3 Department of Earth Sciences, University of Queensland, Brisbane, Austrália Datações geocronológicas foram realizadas em granitoides ao longo de uma seção transversal de aproximadamente 800 km, cortando os diversos Terrenos Geológicos da parte Setentrional da Província Borborema, das proximidades de Natal-RN à cidade de Chaval-CE. Análises 40Ar-39Ar em biotitas e hornblendas foram efetuadas e integradas com datações U-Pb previamente realizadas em zircões destes plútons com idades de cristalização de 605 a 571 Ma. As biotitas analisadas mostram composição que variam de Annita 41 a 91 e os anfibólios variam de Mg-hornblenda a Mg-hastingsita e hastingsita, estes últimos com teor de K2O variando de 0,8 a 1,4%, mostrando que são cristais com composição adequada para aplicação do método isotópico Ar-Ar. As idades platô em hornblendas mostraram uma variação de 571 ± 5 a 523 ± 8 Ma. As idades platô em biotitas mostraram dispersão entre 534 ± 4 a 490 ± 3 Ma, sempre mais baixas que as idades platô em hornblenda, considerando os pares minerais do mesmo plúton. Baseados nos dados e parâmetros disponíveis, foi possível calcular as taxas de resfriamento para cada pluton individualmente, tendo como referência a “temperatura de fechamento” (para o sistema Ar) da biotita a 350°C e da hornblenda a 500°C. Os resultados exibem valores de taxas de resfriamento dos corpos datados de 17,5°C/Ma a 9,5°C/Ma logo após o início da cristalização (850°C), com diminuição para valores entre 2,8 e 5,0°C/Ma entre as temperaturas de 500 a 350°C, à exceção do plúton próximo a cidade de Jaguaribe-CE, que mostrou-se anômalo, com valores acima de 12°C/Ma. Foram também utilizados os

parâmetros de profundidade de cristalização destes corpos ao longo desta seção transversal. Considerando que todos os granitos estudados são considerados como sin- a tardi-orogênicos, em relação à orogênese Brasiliana, estas taxas de resfriamento devem representar um misto de resfriamento/exumação do orógeno com denudação/erosão destes Terrenos já no final do Cambriano, a cerca de 490 Ma, quando alguns destes corpos registravam temperaturas em torno de 350°C. Embora tenham sido registradas diferenças

temporais, não observamos diferenças significativas entre as idades encontradas nos plútons dos diferentes Terrenos Geológicos, o que não permite estabelecer trends de idades, sendo as diferenças registradas como de comportamento aleatório, seja dentro de um mesmo Terreno (Rio Piranhas-Seridó, p. ex.) ou entre Terrenos diferentes. Também não foi possível estabelecer significativas diferenças nas taxas de resfriamento entre estes plútons, havendo uma relativa homogeneidade de comportamento entre todos estes. Ratificamos que estas análises foram oriundas unicamente de granitos estruturalmente interpretados como de idade Neoproterozoica/Ediacarana. Estes corpos são representativos dos mais diversos tipos texturais ou composicionais, com fontes distintas e intrudem diferentes Terrenos, e mesmo assim o comportamento geral da “história térmica”, ao menos até o final do Cambriano (ca. 490 Ma), não mostrou diferenças significativas de comportamento durante a sua evolução pós-cristalização, ao menos até o final do Cambriano. PALAVRAS CHAVE: ANÁLISES Ar-Ar, TAXAS DE RESFRIAMENTO, GRANITOGÊNESE EDIACARANA

GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA DO COMPLEXO GRANITO-MIGMATÍTICO PALMÁCIA-PACATUBA-MARANGUAPE, PORÇÃO

NE DO DOMÍNIO CEARÁ CENTRAL João Paulo Araújo Pitombeira1; Wagner da Silva Amaral2 1Programa de Pós-graduação em Geociências, IG/UNICAMP; 2Departamento de Geologia e Recursos Naturais, IG/UNICAMP O Complexo Granito-Migmatítico Palmácia-Pacatuba-Maranguape (CGMPPM), com aproximadamente 2.000 km² de extensão e orientação geral NNE-SSW, corresponde a uma associação de granitoides sin- a tarditectônicos bordejados por gnaisses-migmatíticos com distintos graus de fusão e deformação que ocorrem na porção nordeste do Domínio Ceará Central (DCC) da Província Borborema. A partir dos dados mais recentes levantados em campo, os granitoides estudados na área são representados por rochas ígneas e meta-ígneas que podem ser distinguidas nos seguintes tipos principais: i) biotita ortognaisses-migmatíticos de composição granodiorítica com ou sem hornblenda; ii) biotita gnaisses-migmatíticos de composição granítica iii) augen gnaisses; iv) biotita quartzo-monzonito foliado, representado pelo granitoide Serra do Gigante; v) biotita quartzo-monzonito megaporfirítico; vi) biotita granito foliado; vii) biotita granito foliado, porfírítico, róseo a castanho claro; viii) granitoides levemente foliados a isotrópicos (granitoides Tanques, Itaitinga). As rochas gnáissico-migmatíticas da borda do CGMPPM apresentam composição tonalítica-granodiorítica, são magnesianas, cálcicas a cálcio-alcalinas, de baixo a médio K e predominantemente metaluminosas. Os termos mais evoluídos desta unidade são representados por augen gnaisses e biotita gnaisses de composição similar aos da porção central do CGMPPM. Nesta porção os granitoides apresentam composição granítica, com termos quartzo monzoníticos e granodioríticos subordinados, levemente peraluminosos, magnesianos e cálcio-alcalinos a álcali-cálcicos de médio a alto K. Em diagramas de discriminação tectônica, embora não apontem para um ambiente de formação intraplaca, as amostras em geral não plotam em um campo isolado e se sobrepõem entre os limites de granitoides de arco vulcânico e sin-colisional. Análises U-Pb (LA-SF-ICP-MS) em zircão forneceram idades concordantes de ca. 675 Ma para os quartzo-monzonitos megaporfiríticos, ca. 628 Ma e 625 Ma para os biotita gnaisses-migmatíticos de composição granítica e augen gnaisses, respectivamente, e ca. 626 Ma para o granitoide Serra do Gigante intrusivo na unidade gnáissico-migmatítica. Granitoides tardi a pós-tectônicos apresentaram quantidades expressivas de zircão herdado com idades concordantes entre 2,0 e 2,1 Ga. Os valores de TDM (Nd) são essencialmente neoproterozoicos entre 0,970 Ma e 1.470 Ma com valores de ɛNdt=600 entre -1,06 e +4,35. PALAVRAS CHAVE: GEOQUÍMICA, GEOCRONOLOGIA, GRANITOS, PACATUBA, MARANGUAPE

EVOLUTION OF POTIGUAR BASIN BASED ON SUBSIDENCE ANALYSIS AND FAULT- GROWTH CURVES

Juliana Aparecida Gonçalves Lopes1; Alanny Christiny Costa de Melo1; David Lopes de Castro1; Francisco Hilário Rego Bezerra1; Giovanni Bertotti2. 1 Programa de Pós-Graduação em Geodinâmica e Geofísica, Departamento de Geologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte; 2 Faculty of Civil Engineering and Geosciences, Delft University of Technology

The Potiguar Basin is a part of a series of Cretaceus rift basins in NE Brazil. The rift evolution is related to different tectonic regimes, implemented during the opening of the Atlantic Ocean in the Jurassic-Cretaceous. The onshore rift exhibits a structural framework controlled by an extensional tectonic regime, composed by grabens and horsts with NE-SW direction. The rift geometry is mainly controlled by the Carnaubais, Baixa Grande, Apodi and Areia Branca fault systems. The main objective of this research is to correlate the variation of the tectonic subsidence rates with the fault-growth curves of the main border faults. We used 2D seismic data, well logs and 3D gravity modeling to determine the maximum displacement and length ratio of the border faults. The backstripping method was applied to evaluate the tectonic subsidence history of the onshore Basin. The tectonic subsidence curves of the Potiguar Basin present an expressive similarity to published curves, related to extensional and strike-slip lithospheric extension models. It means that the basin developed in two main stages. In the first stage, the extension and thinning of the continental lithosphere caused intense subsidence rate during the onshore Rift Phase. The second stage is related to the subsequent thermal relaxation, associated to thermal subsidence, when the subsidence rate exponentially decreased during the Post-Rift phase. The fault-growth curves allowed us to divide the evolution of Potiguar Rift in five stages related to the ratios between the maximum depth (Dmax) of the faults and their lengths (L). We observed that the Carnaubais fault developed from the southwest to the northeast in two stages. The southwestern region presented the highest ratio Dmax/L and maximum values of subsidence rates. It is followed by the growth of the fault towards the northeastern region, where it presented a lower Dmax/L ratio and a decrease in the subsidence. Within the SW Umbuzeiro graben the subsidence also vary laterally, with a significant increase from SW to NE. This variation may be related to the evolution of the Baixa Grande fault. In relation to Apodi graben, the Apodi fault presented a relatively rapid growth due to strike-slip movements. This transcurrent characteristic is not evident in the subsidence curves. However, the Dmax/L ratio of the Apodi fault is lower than the Dmax/L ratio of the SW Carnaubais fault system. These results corroborate with the subsidence rates. When compared to the NE Carnaubais fault system, the Dmax/L ratio of this fault region is expressively lower than the Dmax/L ratio of Apodi fault. Despite this, the tectonic subsidence rates obtained for the northeastern portion of Umbuzeiro graben are relatively higher than the rates obtained for Apodi graben. The tectonic subsidence curves presented intense subsidence rates during a long rift phase. It confirms the performance of an extensional regime in the onshore Potiguar Basin. Variation of tectonic subsidence rates and the study of fault-growth curves reveal that higher tectonic efforts were concentrated in the southern part of the Carnaubais fault during the evolution of the onshore rift phase.

PALAVRAS CHAVE: POTIGUAR BASIN; FAULT-GROWTH CURVES; TECTONIC SUBSIDENCE

O OCEANO PALEOPROTEROZOICO DO GREENSTONE BELT

RIO SALITRE, BAHIA

Laís Sacramento¹; Johildo Salomão Figueirêdo Barbosa¹ ,2; Eduardo Carrilho²; Samuel Leal; Adalberto de Figueirêdo Ribeiro² ¹ NGB – Núcleo de Geologia Básica/UFBA; ²CBPM – Companhia Baiana de Pesquisa Mineral

Na região do Rio Salitre, Juazeiro-BA, a CBPM - Companhia Baiana de Pesquisa Mineral

vem pesquisando, desde a década de oitenta, metais básicos em segmentos de uma faixa

(35x1,5km) de rochas vulcânicas, máficas e ultramáficas, químico-exalativas e

metassedimentares, metamorfizadas na fácies xisto-verde e deformadas segundo

orientação N-S. Foram realizados diversos trabalhos geológicos, incluindo a prospecção

geoquímica e geofísica, mapeamento de detalhe em alvos selecionados e execução de

furos de sondagem. Nesse processo, na parte oeste, na zona de transição entre rochas

metavulcânicas e metassedimentares, foi encontrada mineralização estratiforme, associada

a filitos carbonosos, com reserva da ordem de 10 milhões de toneladas com 16% de minério

sulfetado, maciço e disseminado, representado por Py>Po>Cpy e 9,73% de enxofre.

Entretanto, ainda não foram encontrados corpos expressivos de sulfetos metálicos

singenéticos, tipo Pb-Zn-Cu. Ao lado desses trabalhos prospectivos, pesquisas de cunho

acadêmico têm sido desenvolvidas, incluindo datação U-Pb (SHRIMP em zircão) de 2,16 Ga

em metadacito da sequência. Conforme os resultados anteriores, foi realizada seção tipo,

permitindo a interpretação de um novo modelo tectônico para a área. Numa primeira etapa,

foi admitida a presença de um rift paleoproterozoico na crosta continental arqueana

portadora de rochas TTG, com idades U-Pb em torno de 3,4Ga. Em uma segunda etapa, na

parte profunda do rift, surgiram os primórdios de um oceano paleoproterozoico com crosta

oceânica constituída de rochas basais komatiíticas e basalto-komatiíticas com textura

spinifex, superpostas por vulcânicas máficas com supostas pillow lavas. Na terceira etapa, a

oceanização e o vulcanismo se ampliaram, tendo iniciado sedimentação de fundo oceânico

ladeada a oeste e leste por sedimentos plataformais com deposição de níveis de dolomitos

e rochas fosfáticas. Numa quarta etapa, através de esforços de direção NNW-SSE, iniciou-

se o fechamento da bacia e, em função da identificação de vulcânicas dacíticas cálcio-

alcalinas, com idade de 2,16Ga, foi forçada a interpretação da presença de uma subducção.

Em uma quinta etapa, ocorreu a colisão, com o bloco a leste supoerpondo-se ao bloco

oeste, surgindo a primeira fase de deformação (F1). Ainda nessa etapa, as nappes

associadas a zonas de cisalhamento sub-horizontais inverteram a sequência de rochas

vulcânicas, além de posicionar as rochas metassedimentares sobre os komatiítos, esses

últimos encontrados frequentemente cobertos por nível escuro de chert, que separa em

quase toda a área, de forma transicional, as rochas vulcânicas das rochas

metassedimentares. Granitos paleoproterozoicos intrudiram principalmente o lado oeste da

faixa. Na sexta etapa, com a continuação dos esforços NNW-SSE, houve a formação de

dobras normais mais amplas da fase F2 que redobrou coaxialmente os planos Sn da fase

F1. Os planos axiais das dobras F2 foram transpostos sinistralmente na direção NNW-SSE

com o aparecimento de lineações minerais Lx com caimentos fracos para norte. A sétima

etapa configura a situação atual da faixa em foco, após a erosão.

PALAVRAS CHAVE: GREENSTONE BELT RIO SALITRE, SULFETOS, PALEOPROTEROZOICO

OS TERRENOS ALTO MOXOTÓ E ALTO PAJEÚ NA REGIÃO DE FLORESTA-PE: IMPLICAÇÕES TECTÔNICAS

Lauro Cézar M. de Lira Santos1,2; Elton L. Dantas2; Edilton J. dos Santos3 ; Reinhardt A. Fuck2, Benjamin B. de Brito Neves4, Haroldo M. Lima2, Geysson A. Lages3 1UFCG; 2UnB; 3CPRM; 4USP

A região que cobre o entorno do município de Floresta, no sertão do estado de

Pernambuco representa uma área chave para o entendimento evolucional da Subprovíncia Transversal da Província Borborema. Isto porque cobre parte da terminação oeste dos terrenos Alto Pajeú e Alto Moxotó, contando com variabilidade

litológica considerável, cobrindo rochas que variam em idade desde o Neoarqueano até o Neoproterozoico. Na porção que abrange o Terreno Alto Moxotó, ocorrem

metagranitos Neoarqueanos (ca. 2.6 Ga) da Suíte Riacho das Lajes, as quais tem afinidade inequívoca com magmas do tipo TTG gerados por meio de fusão de rochas metamáficas em condições de alta pressão (> 2,0 Gpa). Outra importante

unidade metaplutônica é a Suíte Floresta, composta por dioritos, granodioritos e tonalitos deformados e associados á magmas cálcio-alcalinos metaluminosos com amostras apresentando valores anômalos de MgO, Ni e Cr, sugerindo o

envolvimento do manto astenosférico como uma das possíveis fontes. Estes dois eventos, representam fases distintas de crescimento e retrabalhamento crustal

dentro deste terreno. Compondo a lito-estratigrafia, ocorrem ainda rochas bastante deformadas formando augen gnaisses da Suíte Riacho do Navio de idade ainda não precisamente definida e paragnaisses e migmatitos ricos em granada do Complexo

Sertânia. O limite deste terreno com o Alto Pajeú à norte, é definido por uma série de estruturas contracionais, materializadas principalmente pela Zona de Cisalhamento

Serra de Jabitacá. Acima desta estrutura, ocorrem rochas de idade Toniana (~1.0 Ga), predominando supracrustais compostas por paragnaisses e xistos ricos em muscovita, rochas metavulcânicas e sheets de ortognaisses peraluminosos

associados à tectônica predominante. Adicionalmente, ocorrem rochas metamáficas e meta-ultramáficas que apontam para a natureza orogênica do Evento Cariris

Velhos com idades que variam entre 1025 e 975 Ma e granitos Neoproterozoicos associados a orogenia Brasiliana, a qual oblitera consideravelmente as estruturas prévias. O contraste de idade observados e natureza dos eventos na região de

Floresta são indicativos de que eventos acrescionários afetaram esta porção do Gondwana ocidental.

PALAVRAS CHAVE: SUBPROVÍNCIA TRANSVERSAL, TECTÔNICA ACRESCIONÁRIA, PROVÍNCIA BORBOREMA.

PROVENANCE OF SANDSTONES IN THE PARNAÍBA BASIN THROUGH DETRITAL ZIRCON GEOCHRONOLOGY

Maria Helena Bezerra Maia de Hollanda1; Ana Maria Góes1, Francisco de Assis Negri2 1 IGc/USP, SP; 2 IG/SMA-SP

Detrital zircon U–Pb age spectra from 99 samples of sandstones of the Paleozoic–Triassic Parnaíba basin record a very consistent pattern of sedimentary provenance characterized by three major age populations: late Neoproterozoic (Ediacaran–Cryogenian), Stenian–Tonian (1100–900 Ma) and Palaeoproterozoic (mostly Rhyacian and Orosirian, and subordinately Sthaterian). Together with heavy mineral and palaeocurrent data, the DZ age distribution demonstrates that the sedimentation in the basin was dominated by material derived from erosion of metasedimentary and igneous rocks existing in neighbouring Precambrian provinces. The presence of (1) scheelite and large amounts of 1100–900 Ma–old detrital zircons and (2) staurolite, and both Statherian and 1600–1500 Ma–old detrital zircons indicates a direct source–to–sink connection between the Parnaíba sediments and either the Borborema Province to the east and the Tocantins Province to the west, respectively. The persistence of same age populations along the entire siliciclastic pile suggests that both long–term denudation of common source areas and intrabacinal recycling would have been

concurrent processes controlling the sedimentary history of the basin.

PALAVRAS-CHAVE: PARNAÍBA BASIN, DETRITAL ZIRCON GEOCHRONOLOGY, HEAVY

MINERALS

THE FERROAN (A-TYPE) POST-COLLISIONAL VOLTA DO RIO SUITE: A NEW LITHODEMIC UNIT BELONGING TO THE ARCHEAN

JEQUIÉ COMPLEX, BAHIA. Paulo César Dávila Fernandes1,2,3, José Carlos Frantz2, Débora Correia Rios3, Carla Cristine Porcher2, Donald Wayne Davis4, Rômulo Vieira Conceição2, Nelson Custódio da Silveira Filho6

1UFBA; 2Curso de Pós-graduação em Geociências, UFRS; 3Laboratório de Petrologia aplicada à Pesquisa Mineral, UFBA; 4Jack Satterly Geochronology Laboratory, University of Toronto; 5UNISINOS; 6CPRM, Salvador The Archean Jequié Complex is located in the northernmost part of the São Francisco Craton, in the State of Bahia, Brazil. In order to adequate the concepts on the geology of the Jequié Complex to international and Brazilian stratigraphic codes, the Volta do Rio Suite, a new lithodemic unit of the Archean Jequié Complex, is proposed. It comprises a bimodal association of granitoids and mafics and hosts a new type of high-grade REE mineralization in mafic rocks besides other types of ore. The Volta do Rio Suite is clearly distinguished from the undivided Jequié Complex in the field due to its geomorphological and petrographical aspect – it holds the highest regional elevations in the region, contrasting with the low areas of severely eroded banded gneisses of the host undivided Jequié Complex. Besides it conforms impressive airborne Th, U and K gamma-ray geophysical anomalies which have been known for more than 40 years. New geochemical, geochronological and isotopic data on the granitoids allowed the distinction of at least two associations: (i) ~2,6 Ga “granodiorites”, part of which are hypersolvus charnockites incompletely recrystallized by the Paleoproterozoic granulite facies metamorphism and (ii) ~2,5 Ga hornblende-leucogranites, which show local REE enrichment and to which the main REE mineralizations are genetically linked in part. This Neoarchean post-collisional ferroan high-K calc-alkaline magmatism shows εNd(2,6 Ga) = -3,0 to -0,8 (“granodiorites”), whilst the leucogranites show εNd (2,5 Ga) = -5,3 to -0,8 and TDM ages range from 3,0-2,8 Ga, suggesting recycling of older Archean rocks. The “granodiorites” are more primitive with regular trends in Harker diagrams, whilst the leucogranites are highly evolved and show absence of correlations between elements. The leucogranites have metallogenic importance since they show evidence of volatile saturation leading to the formation of pockets, lenses and sheets of pegmatites and fluorite-, monazite- and REE silicate-bearing smoky quartz segregations which host very high-grade REE mineralizations. PALAVRAS CHAVE: A-TYPE GRANITE, CHEVKINITE GROUP MINERAL, PERRIERITE, THORITE, FLUORITE.

OCORRÊNCIA DE ROCHAS METAVULCÂNICAS ÁCIDAS NA REGIÃO DE CACULÉ, BAHIA: QUAL O SEU

CONTEXTO TECTÔNICO? Ravena Santos Vitória1, Simone Cerqueira Pereira Cruz1, Cristina Maria Burgos2

1 Universidade Federal da Bahia, Programa de Pesquisa e Pós-Graduação em Geologia. 2 Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM)

O Arco Magmático do Oeste da Bahia, de idade entre 2,38-2,12Ga, é constituído, de oeste para leste, pela Suíte Guanambi, que abriga granitoides alcalinos ultrapotássicos, pela Suíte Bom Sucesso, composta por rochas plutônicas félsicas, calcioalcalinas, meta a peraluminosas, e pela Sequência Metavulcanossedimentar Rio São João, com rochas metavulcânicas máficas toleíticas, e rochas metassedimentares carbonáticas e siliciclásticas. Rochas plutônicas metamáficas e metaultramáficas integram o conjunto litológico. Na região de Caculé, essas rochas geralmente estão deformadas por zonas de cisalhamento transpressionais destrais e são cavalgadas por metagranitoides e ortognaisses com protólitos alcalinos e anorogênicos da Suite Intrusiva Lagoa Real, de idade estateriana. Nessa região, intercalada com rochas da Sequência Metavulcanossedimentar Rio São João, foi encontrada uma rocha de cor cinza com pórfiros de quartzo azulado e, mais raramente, K-feldspato, imersos em uma matriz muito fina. Petrograficamente, fenocristais de quartzo apresentam extinção ondulante e as microestruturas porfiroclástica, núcleo-manto e milonítica encontradas relacionadas com esse mineral sugerem que os grãos estão recristalizados. Porfiroclastos de quartzo e K-feldspato podem ocorrer fraturados e nas fraturas cresce a moscovita. Entretanto, em domínios de menor deformação, porfiroclastos com bordas reentrantes e geometria engolfada, semelhantes a bordas de corrosão, são encontrados. Além disso, são observados grãos euédricos de quartzo, com geometria quadrada, semelhante à de seção basal de grãos bipiramidais. Essas duas características, em conjunto, sugerem que essas rochas são metavulcânicas félsicas, possivelmente piroclásticas. Estudos geoquímicos e geocronológicos irão ajudar a caracterizar esse vulcanismo félsico e definir sua idade, que pode estar relacionada com dois contextos tectônicos: (i) evolução do Arco Magmático do Oeste da Bahia; ou (ii) magmatismo anorogênico, alcalino, associado com a tafrogênese estateriana e relacionado com a evolução do Aulacógeno do Paramirim. PALAVRAS CHAVE: ARCO MAGMÁTICO DO OESTE DA BAHIA, PIROCLÁSTICA, AULACÓGENO DO PARAMIRIM.

ANÁLISE GEOMÉTRICA DE LINEAMENTOS GEOMORFOLÓGICOS E DADOS ESTRUTURAIS DE CAMPO DA REGIÃO

DE RIO DE CONTAS – BAHIA Rebeca de Jesus Barbosa1; Cleiton Rafael Soares Alves2; Nailson Santos Alves1; Lucas Franco Costa1; Tércio de Almeida Nunes1; Gustavo de Almeida Ferreira1; Maurício Brito Huttner1; Maíra Sampaio da Costa1; Adriane Gonçalves de Araújo Nunes Rangel1 1Universidade Federal da Bahia – Instituto de Geociências, 2CPRM-BA

A área de estudo localiza-se nos entornos da cidade de Rio de Contas e insere-se no contexto geológico do Aulacógeno do Paramirim, especialmente no local de máxima inversão desse rifte, onde ocorrem unidades Paleoproterozóicas do Supergupo Espinhaço, todas estruturalmente justapostas segundo o trend regional NW-SE. As principais feições estruturais desse sistema são constatáveis em macroescala (alinhamentos geomorfológicos), e em mesoescala (estruturas em afloramentos). Foram traçados em fotos aéreas cedidas pela CONDER (1987, 1:30.000), 93 Lineamentos, e coletadas em campo 26 orientações de superfícies primárias, 46 de foliações deformacionais e 102 de estruturas rúpteis. A fim de constatar possíveis relações geométricas e genéticas entre as famílias de estruturas, tanto as orientações de lineamentos fotointerpretados, quanto as orientações de estruturas coletadas em campo foram plotadas em rede estereográfica através do software Stereonet 2.45®. A partir da análise dos dados, foram divididos 3 domínios morfoestruturais na área de estudo. O domínio I, composto pelas rochas metamórficas de filiação vulcânica, referentes ao Grupo Rio dos Remédios; o domínio II, composto pelas unidades metassedimentares, referentes às formações Açuruá, Mangabeira e Ouricuri do Ouro; e o domínio III composto por sedimentos inconsolidados (Colúvio e Coberturas Detrítico-Lateríticos). A partir da análise dos lineamentos de relevo fotointerpretados nos três domínios, é notável a predominância de dois trends principais, o NW-SE e o NE-SW. O primeiro é preponderante no domínio dos metassedimentos em termos de frequência de ocorrência, e comprimento, tendo destaque também para o comprimento no domínio das metavulcânicas. É possível que essa direção (N140°-N320°) corresponda em campo a estruturas de caráter penetrativo e regional, considerando sua continuidade em superfície e sua abrangência em todos os domínios. Já o segundo trend, NE-SW, está restrito ao domínio das rochas metavulcânicas, e pode estar relacionado à sistemas de deformação rúpteis, considerando a retilineidade das feições associadas e sua restrição de ocorrência. Os padrões da cobertura estão mais relacionados a heranças dos dois domínios adjacentes. Em se tratando dos dados de campo e dos seus respectivos gráficos, é possível observar que a distribuição dos pólos da Superfície primária (S0) apresenta um padrão do tipo guirlanda, evidenciando sua estrutura dobrada, com eixo sugerido de trend principal NW-SE, ao longo do qual alinha-se grande maioria das estruturas mapeadas. Já a disposição da Foliação S1, subvertical, corrobora as observações de campo, de que se trata de uma foliação do tipo Plano Axial. A foliação das metavulcânicas (Sn) sugere-se estar associada à foliação S1 presente nos metassedimentos, considerando sua disposição espacial e colocação dentro do Sistema Espinhaço. As estruturas rúpteis apresentam orientação principal NW-SE, paralela à orientação principal das foliações. Isso pode indicar que as estruturas dúcteis foram utilizadas como planos preferenciais de fraturamento nos episódios rúpteis subsequentes. PALAVRAS CHAVE: LINEAMENTOS, ANÁLISE GEOMÉTRICA

ANÁLISE SISMOESTRATIGRÁFICA DA FASE SIN-RIFTE DA BACIA DO RIO DO PEIXE, NORDESTE DO BRASIL

Rodrigo Ruan Silveira de Souza1; Alex Francisco Antunes2. 1Programa de Pós-Graduação em Geodinâmica e Geofísica (PPGG/UFRN); 2Laboratório de Geologia e Geofísica do Petróleo – Departamento de Geologia/UFRN. Recentes descobertas na Bacia do Rio do Peixe impulsionaram novos estudos na área a fim de se reavaliar seu arcabouço tectonoestratigráfico que, ao contrário do que se pensava, ainda não está totalmente esclarecido. Nesse sentido, a partir da análise de um conjunto de três seções sísmicas 2D e dados de dois poços exploratórios perfurados na área, o presente trabalho teve como objetivo uma caracterização de detalhe do arcabouço sismoestratigráfico da Bacia do Rio do Peixe, a fim de obter evidências a respeito da evolução dos sistemas deposicionais atuantes na deposição de seu intervalo sinrifte (Grupo Rio do Peixe – Cretáceo Inferior), bem como distingui-lo do intervalo pré-rifte (Grupo Santa Helena – Devoniano Inferior) recém descoberto. Dessa forma, a aplicação da metodologia clássica de mapeamento sismoestratigráfico (neste caso adaptado ao contexto de bacias rifte) possibilitou o reconhecimento de diversas sismossequências de 3ª ordem ao longo dos semi-grabens de Brejo das Freiras e Sousa, as quais definem tratos de sistemas tectônicos e compõem a tectonossequência rifte da Bacia. No caso do semi-graben de Brejo das Freiras, foram reconhecidas 7 sismossequências cujos aspectos sismofaciológicos levaram à definição de 3 tratos de sistemas tectônicos: o trato de sistemas tectônico de início de rifte (TSTIR), o de desenvolvimento de semi-graben (TSTDS) e o de clímax de rifte (TSTCR). Já no tocante ao semi-graben de Sousa, foram reconhecidas 6 sismossequências próximas a seu depocentro, 4 sismossequências em sua porção de margem flexural e 4 sismossequências no interior de seu segundo depocentro (semi-graben do Sítio Sagui), as quais também levaram a definição dos mesmos tratos de sistemas tectônicos listados para Brejo das Freiras. O desenvolvimento destes tratos está diretamente relacionado à evolução tectônica de cada semi-graben, indicando, no geral, uma fase inicial de rifteamento marcada por depósitos lacustres sem grandes expressões frequentemente recobertos por sistemas flúvio-deltaicos (TSTIR); seguido por uma fase de incipiente desenvolvimento da falha de borda e instalação de uma arquitetura embrionária de semi-graben, sendo marcada por expansões lacustres e o início de formação de cunhas conglomeráticas de borda (TSTDS); culminando numa fase de amplo desenvolvimento das falhas de borda, o que resultou numa expansão de sistemas lacustres (nunca alcançando grandes profundidades). Interpreta-se um frequente recobrimento por sistemas flúvio-deltaicos, com indícios de assoreamento desse possível lago e instalação de sistemas fluviais distributários, além do pleno desenvolvimento de cunhas conglomeráticas de borda (TSTCR). PALAVRAS CHAVE: BACIA DO RIO DO PEIXE; TRATOS DE SISTEMAS TECTÔNICOS; TECTONOSSEQUÊNCIA RIFTE.

ALOJAMENTO DE GRANITOS EM TERMINAÇÕES DE ZONAS DE CISALHAMENTO: O CASO DO PLÚTON POÇO DA AREIA, DOMÍNIO

PERNAMBUCO-ALAGOAS Sérgio Pacheco Neves1; Cleidiane de Lemos Vasconcelos1 1UFPE Vários mecanismos têm sido propostos para explicar o alojamento de granitos controlados por zonas de cisalhamento transcorrentes. Os locais mais favoráveis são curvas extensionais, sítios extensionais resultantes do bloqueio na propagação da zona de cisalhamento ou da interferência entre duas zonas de cisalhamento vizinhas, e zonas de terminação. Aqui enfocamos o caso do plúton Poço da Areia, localizado na porção ocidental do Domínio Pernambuco-Alagoas da Província Borborema, o qual é separado da Subprovíncia Central pelo lineamento Pernambuco. O lineamento Pernambuco é interpretado por alguns autores como uma transcorrência contínua, infletindo de uma orientação WNW na porção oeste (zona de cisalhamento Pernambuco Oeste – ZCPW) para E-W na porção central, onde bordeja a Bacia do Jatobá, e para ENE na porção leste (zona de cisalhamento Pernambuco Leste). No entanto, a interpretação de imagens aerogeofísicas e trabalhos de campo mostraram que o segmento EW consiste apenas de uma estreita faixa de ultramilonitos, enquanto a ZCPW tem 2 a 4 km de largura e pode ser traçada continuamente no sentido ESE até ser encoberta pelas rochas sedimentares da Bacia do Jatobá. Assim, o lineamento Pernambuco compreende três zonas de cisalhamento distintas. De acordo com mapas geológicos regionais, o plúton Poço da Areia é limitado ao norte pela zona de cisalhamento de mesmo nome (ZCPA). que, na realidade, é a continuação da ZCPW. Este plúton apresenta todas as características de uma intrusão sintectônica. Ele é alongado na direção WNW-ESE e formado por granitos porfiríticos frequentemente milonitizados. O prolongamento da ZCPW abaixo da Bacia do Jatobá pode ser inferido por cerca de 10 km pela observação da imagem da anomalia do sinal analítico do campo magnético. Como uma zona de cisalhamento com orientação WNW não ocorre no Domínio Pernambuco-Alagoas a leste da bacia, isto implica que a criação do espaço requerido para o alojamento do plúton Poço da Areia envolveu dilatação normal à direção de propagação na terminação extensional da ZCPW. PALAVRAS CHAVE: TRANSCORRÊNCIA, ALOJAMENTO, MILONITO.

EXISTE UM ARCO MAGMÁTICO EOEDIACARANO NA

SUBPROVÍNCIA CENTRAL DA PROVÍNCIA BORBOREMA?

Sérgio Pacheco Neves1 1UFPE

Granitoides ao longo da Faixa Piancó-Alto Brígida, no setor central da Província Borborema,

foram recentemente interpretados como gerados em um arco magmático eoediacarano

produzido pela subducção da Subprovíncia Norte sob a Subprovíncia Central. As

características geoquímicas e isotópicas de alguns plútons requerem participação de rochas

oceânicas juvenis na sua gênese. Aqui discutimos se isto implica a existência de uma zona

de subducção e, se for o caso, qual sua duração. Uma primeira dificuldade para a existência

de um amplo oceano separando as duas subprovíncias é representada pela idade de

deposição das rochas supracrustais na placa inferior. Zircões detríticos eotonianos (1,0-0,9

Ga) são comuns no Complexo Ceará, indicando derivação da Subprovíncia Central, já que

rochas desta idade são desconhecidas na Subprovíncia Norte, e, consequentemente,

conexão entre as duas subprovíncias. Por outro lado, os zircões mais jovens têm idades

inferiores a 670-660 Ma, mostrando que o final da deposição ocorreu pouco antes do pico

do metamorfismo, que ocorreu entre 630 e 610 Ma. O segundo problema é que o intervalo

de idades 630-610 Ma coincide com a dos plútons com características de arco na Faixa

Piancó-Alto Brígida, implicando deformação concomitante nas placas superior e inferior. Isto

só pode ser explicado por processos colisionais porque deformação da placa inferior não

pode ocorrer na fase pré-colisional. Um terceiro problema é a idade (tipicamente 590-575

Ma) dos granitos cálcio-alcalinos de alto-K. Estes plútons são claramente sintranscorrentes,

isto é, pós-colisionais e, portanto, alojados após a fase final de convergência. Finalmente, a

zona de cisalhamento Patos, interpretada como o contato transformante entre as duas

placas, foi uma das últimas grandes feições desenvolvidas durante a história evolutiva da

Província Borborema, com idade inferior a 570 Ma. O conjunto de dados disponíveis

favorece extensão de um bloco continental único pouco antes da Orogênese Brasiliana. No

máximo umas poucas dezenas de milhões de anos separariam a formação de litosfera

oceânica e seu completo consumo em uma hipotética zona de subducção. O intervalo de

tempo para a sequência de eventos rifte-drifte-convergência-colisão inicial é da ordem de 20

Ma, aproximadamente entre 650 e 630 Ma, ou seja, tardi-criogeniano.

PALAVRAS CHAVE: SUBDUCÇÃO, COLISÃO, ZIRCÕES DETRÍTICOS.

O ORÓGENO ITABUNA-SALVADOR NA SEÇÃO ITACARÉ/IPIAÚ/JEQUIÉ NA BAHIA

Thiago Winicios Alves Araújo1; Vitor Araújo Alves1; João Paulo Alves Gama1; Jales Coelho Nepomoceno Júnior1; Cáio Silva dos Santos1; Tarcísio Erundino Silva1; Andreia Mendes de Oliveira1; Jordhan Pimentel Carvalho1; Clayton Ricardo Janoni2; Éder Luís Mathias Medeiros2. 1Geologia/UFOB; 2Núcleo de Geociências/CCET/UFOB. O Orógeno Itabuna-Salvador consiste num cinturão de cisalhamento dúctil gerado em regime transpressivo e evoluído para episódios reversos e transcorrentes progressivos. A proposta deste estudo é o levantamento da seção geológica Itacaré-Ipiaú-Jequié (Bahia), que, em termos geotectônicos, situa-se na porção oriental do Cráton São Francisco, mais precisamente na porção sul do Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá em contato com o Bloco Jequié. Este trabalho objetiva a investigação estratigráfica e estrutural de uma seção geológica SE-NW, com aproximadamente 170 quilômetros de comprimento. Relativo às unidades litoestratigráficas, foram registrados: o Grupo Barreiras (Mioceno), representado por pelitos e arenitos, configurando o planalto costeiro na região de Itacaré; o Paleoproterozoico representado pelo Complexo São José (Riaciano), constituído por metagabros, ortognaisses enderbíticos com cordierita e rochas supracrustais intercaladas aflorantes na região de Itacaré, e pelo Granitoide Ibirapitanga-Ubaitaba (Sideriano), constituído de metagranodioritos e metamonzodioritos que ocorrem próximo as respectivas cidades; o Arqueano, representado pelo Complexo Ibicaraí (Mesoarqueano), caracterizado por enderbitos granulitizados, metamonzonitos e metagabros, com abrangência entre as cidades de Ubatã e Ipiaú; o Complexo Ibicuí-Ipiaú (Neoarqueano), composto por ortognaisses anfibolitizados no trecho entre Ipiaú e Jitaúna; e, adentrando os domínios do Bloco Jequié, o Complexo Jequié (Mesoarqueano), constituído de forma predominante de gnaisses charnoquíticos granulitizados. Estruturalmente, com exceção do Grupo Barreiras, todas as unidades foram deformadas pela tectônica paleoproterozoica, segundo um tensor NW/SE representando um sistema de thrusts com vergência para NW, limitados por zonas de cavalgamento e cisalhamento direcionais, e a partir disso foram identificadas três fases de deformação Dn-1, Dn e Dn+1. A fase Dn-1 é marcada por dobras intrafoliais isoclinais e dobras intrafoliais sem raiz interna à foliação da fase Dn, estando presente nas unidades arqueanas. A fase Dn é a principal e foi responsável por gerar estruturas como dobras antiformais e sinformais fechadas, estiramento mineral Lxn e pela geração de uma foliação Sn, com direção preferencial NW-SE e mergulho variando de 40° a 60°. A Lxn é marcada pela orientação preferencial de biotita e quartzo. A fase Dn+1 é representada por foliação espaçada Sn+1 e estiramentos minerais pouco pronunciada Lxn+1, com direção preferencial SW-NE e mergulho variando de 25° a 45°. A lineação de estiramento Lxn+1 é marcada pela orientação preferencial de filossilicatos e quartzo. Pode-se interpretar que esta região do Orógeno Itabuna-Salvador passou por dois eventos metamórficos/ deformacionais. O primeiro de idade arqueana, está relacionado com a fase Dn-1, e possivelmente atingiu a fácies granulito associado ao evento Jequié; já o segundo, de idade paleoproterozoica, está relacionado as fases Dn e Dn+1 onde a Banda de Ipiaú, representa os materiais de fácies anfibolito que constitui o Complexo Ibicuí - Ipiaú preservado entre rochas granulitizadas arqueanas. PALAVRAS CHAVE: SEÇÃO GEOLÓGICA; ORÓGENO ITABUNA-SALVADOR; BLOCO JEQUIÉ.

GEOLOGIA ESTRUTURAL DA REGIÃO DE CAROALINA (PE): UMA CORRELAÇÃO ENTRE ZONAS DE CISALHAMENTO E PADRÕES

DE INTERFERÊNCIA DE DOBRAS Tiago A.S. Santos1; Sérgio Pacheco Neves1 1UFPE A região de Caroalina (PE) está inserida no Domínio Alto Moxotó, Subprovíncia Central da Província Borborema, que por sua vez é limitado a leste e a oeste pelos Domínios Alto Pajeú e Rio Capibaribe, respectivamente. A área de estudo é composta majoritariamente por rochas metassedimentares neoproterozoicas do Complexo Caroalina, e por unidades ortoderivadas do embasamento paleoproterozoico, representado pelos Complexos Floresta e Cabaceiras. O Complexo Caroalina possui uma típica mineralogia metapelítica, sendo composto por granada-quartzo-feldspato-biotita xistos gradando para silimanita-granada-quartzo-feldspato-biotita xistos, apresentando, também, lentes de quartzitos impuros, mármores e rochas calcissilicáticas. Os Complexos Floresta e Cabaceiras são compostos por ortognaisses quartzo-feldspáticos, com porções migmatizadas e intercalações anfibolíticas. Ao analisar a imagem de composição radiométrica ternária, observa-se um padrão de redobramento em bumerangue, associado a zonas de cisalhamento NE-SW, com cinemáticas sinistral (Caiçara) e destral-sinistral (Congo-Cruzeiro do Nordeste). Neste trabalho, procurou-se estabelecer uma correlação entre as fases de dobramento e o desenvolvimento dessas zonas de cisalhamento. Em escala megascópica, observa-se a disposição da foliação de médio a alto ângulo com direção NW-SE e NE-SW delineando a dobra principal, com vergência para SW. Em escala mesoscópica, notam-se dobras abertas, com planos axiais NW-SE, que retrabalham a foliação, e dobras intrafoliais apertadas, com planos axiais NW-SE associadas com uma foliação de transposição. Trabalhos recentes mostram que as zonas de cisalhamento Congo e Cruzeiro do Nordeste, sinistral e destral, respectivamente, que limitam os Domínios Alto Moxotó e Rio Capibaribe, induzem uma zona contracional no Domínio Alto Moxotó, como resultado de suas cinemáticas opostas. Isto pode explicar a direção preferencial NW-SE observada e, associado com a cinemática sinistral da Zona de Cisalhamento Caiçara, o desenvolvimento do padrão de interferência estudado. Consequentemente, esta conclusão sugere que o Complexo Caroalina pode não constituir um kipple ediacarano sobre o embasamento paleoproterozoico, como anteriormente interpretado. PALAVRAS CHAVE: PROVÌNCIA BORBOREMA; PADRÃO DE INTERFERÊNCIA; ZONA DE CISALHAMENTO

REVISÃO DO ARCABOUÇO ESTRUTURAL DO GRABEN JAIBARAS,

NA CIDADE DE JAIBARAS-CE

Victor Coutinho Gonçalves Silva¹; Fábio Henrique Garcia Domingos², ¹Aluno da graduação Geologia/UFPa; ²Professor da Universidade Federal do Pará.

O Gráben Jaibaras, representa a porção de uma bacia cambro-ordoviciana que se

desenvolveu na Província Borborema, e foi estudada entre as décadas de 80 e 90. O gráben

tem direção NE-SW, e teve sua geometria controlada pela reativação da trama dúctil do

embasamento, no contexto do Lineamento Transbrasiliano. Sua história de formação e

preenchimento registra episódios de vulcanismo e sedimentação do Neoproterozoico ao

Ordoviciano. As rochas da bacia estão dobradas e cortadas por falhas. Estas estruturas

foram interpretadas em trabalhos anteriores como formadas durante episódios de inversão

tectônica seguida de extensão na bacia. Este trabalho apresenta uma nova proposta para

explicar a presença das estruturas tectônicas nas rochas no interior do gráben. O padrão

geométrico e cinemático destas estruturas foi obtido a partir da análise de lineamentos

extraídos de produtos de sensores remotos; coleta e interpretação de dados de campo

segundo os métodos tradicionais de mapeamento em escala de afloramento no Açude

Ayres de Souza. Os resultados indicam que o acamamento exibe dobras de arrasto,

produzidas a partir do desenvolvimento de falhas oblíquas normais destrais. Esta

interpretação é compatível com transtensão destral que formou em um mesmo evento as

dobras e falhas estudadas.

PALAVRAS CHAVE: DOBRAS, CINEMÁTICA, GRÁBEN JAIBARAS

A SUCCESSFUL BRAZIL-KANSAS GEOCHRONOLOGY

PARTNERSHIP: CONTRIBUTIONS TO UNRAVELING THE

PRECAMBRIAN HISTORY OF NE BRAZIL.

William R. Van Schmus Department of Geology, University of Kansas, Lawrence, Kansas, USA ([email protected])

For the past 35 years faculty and students of the Isotope Geochemistry Laboratory at the

University of Kansas have partnered with colleagues and students from several Brazilian

institutions to understand better the evolution of the Brazilian shield during the Precambrian.

Although these studies involved many areas throughout the country, the bulk of the work has

focused on NE Brazil and the Borborema Province. Our contributions have primarily

involved combined use of U-Pb dating of zircons and Sm-Nd analyses of whole-rocks to give

a precise time-line for events (U-Pb) coupled with broad control of the crustal history (Sm-

Nd) to help define better the crustal architecture of the province (sub-provinces, terranes,

domains, and smaller entities). With features within the Borborema Province better defined, it

is possible to investigate correlations with other provinces not only in Brazil, but also in Africa

and other continents, in order to place the evolution on the Borborema Province in the

context of global tectonics throughout Precambrian supercontinent cycles, culminating in the

formation of Gondwana.

Key Words: BORBOREMA PROVINCE; U-Pb ZIRCON DATA, Sm-Nd DATA