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NORMA REGULAMENTADORA 31: SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA AGRICULTURA, PECUÁRIA, SILVICULTURA, EXPLORAÇÃO FLORESTAL E AQUICULTURA

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NORMA REGULAMENTADORA 31: SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA AGRICULTURA,

PECUÁRIA, SILVICULTURA, EXPLORAÇÃO FLORESTAL E AQUICULTURA

2

RESUMO EXECUTIVO

As intensas transformações pelo qual o setor agropecuário vem passando nas últimas

décadas estabelece padrões de produção, cujo paradigma é estabelecido no âmbito

mundial. Nas transformações ocorridas estão implícitas as mudanças no processo de

trabalho que reproduzem essas alterações. As formas de gestão e o perfil profissional

requerido no campo passam a exigir novas competências e habilidades dos

trabalhadores e empregadores.

As mudanças acarretam consigo o aparato de proteção e amparo ao trabalhador.

Assim sendo, a Norma Regulamentadora decorre do próprio processo de evolução do

trabalho na agricultura.

A Norma Regulamentadora 31 – NR 31, em vigor desde 2005, tem como finalidade

nortear empregadores e trabalhadores no que diz respeito à segurança e saúde no

trabalho na agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura.

Cabe, ao empregador, garantir as condições adequadas de trabalho, segundo as

normas emitidas pelo Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE). Ao trabalhador

cabe cooperar na aplicação das normas adotando as medidas de proteção indicadas

pelo empregador.

O Brasil figura como um dos países que apresentam o maior número de acidentes de

trabalho no mundo, embora se considere os números revelados subestimados. A

subnotificação pode ser mais importante quando se trata das atividades

agropecuárias, devido sua própria condição na estrutura socioeconômica brasileira.

3

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................ 4

TRANSFORMAÇÕES NOS PROCESSOS PRODUTIVOS E NO TRABALHO .................. 4

A ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT) .................................... 7

A CONVENÇÃO 184 DA OIT ............................................................................. 8

Conteúdo da convenção .............................................................................. 8

PORTARIA Nº 86/2005 DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO (MTE) ...... 9

NORMA REGULAMENTADORA 31 (NR-31) ........................................................ 10

Acidentes de Trabalho ................................................................................ 12

Acidentes de trabalho por região e atividade ................................................. 13

Acidentes de trabalho por grupo de atividade, atividade e situação de registro .. 16

Acidentes do trabalho por situação de registro e motivo ................................. 19

O uso dos agrotóxicos ................................................................................ 21

As máquinas e implementos na atividade agropecuária .................................. 23

CUSTO DOS ACIDENTES DE TRABALHO ........................................................... 25

CONSIDERAÇÕES FINAIS E AÇÕES RECOMENDADAS ........................................ 25

REFERÊNCIAS .............................................................................................. 28

4

INTRODUÇÃO

Em 2013, o Brasil colherá a safra recorde de sua história: 185 milhões de toneladas

de grãos e oleaginosas, 11% a mais do que na safra anterior. Isso coloca o país como

potencial primeiro produtor e exportador de soja no mundo e primeiro exportador

mundial de milho devido à seca que atingiu os Estados Unidos em 2012, provocando

queda da safra (JANK, 2013).

O desempenho do agronegócio brasileiro resulta de profundas mudanças que vem

ocorrendo no processo de produção de produtos agrícolas e pecuários nas últimas

décadas, sejam tecnológicas, sejam organizacionais. As possibilidades

desencadeadas pela evolução da microeletrônica e da comunicação redefiniram

conceitos, espaços e os próprios modos de produção. Na agricultura, em relação às

mudanças tecnológicas, a mecanização das atividades foi uma das primeiras a se

manifestar, trazendo como consequência a substituição da mão de obra por

máquinas, êxodo rural e, em especial, mudanças nas operações e tarefas executadas

pelos trabalhadores. O uso intensivo de agrotóxicos também foi introduzido pela

modernização agrícola. Em período mais recente, tem-se o desenvolvimento e

emprego dos organismos geneticamente modificados.

A modernização da agricultura promoveu grandes mudanças no processo de

trabalho. Antes ele era baseado na mão de obra de trabalhadores assim como a

tração animal e, no Brasil, desde a década de 1970, foi substituído por máquinas e

equipamentos. Concomitantemente, os aparatos químicos e mecânicos fizeram surgir

novas funções na agricultura, desencadeando novas tarefas e operações. Os

trabalhadores também foram expostos a riscos até então inexistentes ou pouco

significativos no contexto vigente.

Devido à estrutura social e econômica brasileira, os acidentes de trabalho no campo

se evidenciaram. Em virtude do aparato mundial de proteção ao trabalhador e como

parte integrante de organismo supranacional que regula o trabalho, a Organização

Internacional do Trabalho (OIT), o Brasil se associa às normas internacionais de onde

emana a Norma Regulamentadora 31.

TRANSFORMAÇÕES NOS PROCESSOS PRODUTIVOS E NO TRABALHO

O cenário mundial foi marcado por intensas transformações de cunho político e

econômico nas últimas décadas do século XX. Os avanços da microeletrônica e da

informática criaram as possibilidades para a globalização das atividades econômicas.

Geraram-se as bases para a formação de um novo paradigma industrial e

5

tecnológico, suplantando-se os métodos tayloristas e fordistas então em vigor

(ALBUQUERQUE, s/d.; MASSUDA, 2002).

Tais adventos trouxeram consigo grandes mudanças no mundo do trabalho fazendo

surgir novas formas de organização produtiva vinculados à flexibilização produtiva,

associadas ao toyotismo (ALBUQUERQUE, s/d.; FUTATA, 2005).

Nesse período, o Brasil enfrentava a crise da década de 1980, vinculada ao

esgotamento do modelo de substituição das importações, às baixas taxas de

crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), à crise da dívida externa, às elevadas

taxas de inflação e às situações decorrentes da crise político-institucional de transição

de governos militares para governos civis democráticos. Nesse ínterim, o processo

de globalização teve início no país, embora isso tenha se tornado manifesto somente

na década de 1990. O desencadeamento da inserção brasileira em direção à

globalização foi sinalizado pela redução de alíquotas de importação de alguns

produtos ainda na década de 1980, cujo movimento foi seguido pelas retiradas dos

controles estatais via desregulamentações e privatizações (MASSUDA, 2003).

No que se refere à agropecuária, o setor já havia passado pela “Revolução Verde” na

década de 1960, quando se introduziram novas bases técnicas apoiadas no uso de

máquinas, defensivos químicos e adubos. Aumentavam-se as possibilidades da

produção sem, necessariamente, expansão da área cultivada. A modernização do

setor agropecuário se intensificou nas décadas de 1970 e 1980. Houve incremento

de mais de 1.000% no número de tratores utilizados na década de 1970 e de 6.512%

na década de 1980, comparativamente à década de 1950. O uso de arados a tração

animal e colheitadeiras tiveram incremento de 254% e 165%, respectivamente,

entre os anos 1950 e os anos 1980. O processo de modernização também pode ser

inferido pelo incremento na utilização de adubos químicos que foi de 1.380% entre

1965 e 1980; de defensivos que foi de 377% no mesmo período, sobressaindo-se os

herbicidas cujo aumento foi de 8.000% no mesmo período (AGRA; SANTOS, s/d.).

O II Plano Nacional de Desenvolvimento (1975-1979) criou as condições para o

fortalecimento do uso de agrotóxicos, por meio da concessão de crédito atrelado à

aquisição desses produtos (SILVA et al., 2005).

Quando a agropecuária passou a incorporar insumos industriais como importante

fator de produção, passou a ser vista de forma integrada à indústria. Não por acaso

a ideia de complexo agroindustrial tomou vulto no cenário nacional. Conforme

Fajardo (2008, p.2), “A perspectiva histórica da formação do Complexo Agroindustrial

Brasileiro inclui a inserção da economia nacional a uma lógica produtiva global com

adoção de um modelo moderno em que a presença de tecnologias e padrões de

consumo novos expõe a realidade da grande produção que não distingue mais a

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natureza dos diversos capitais (agrícola, agroindustrial ou financeiro), compõem o

conjunto da economia”.

De acordo com Silva (1997) a agricultura constituía-se um setor produtivo

relativamente autônomo, mas passou a ser parte integrante do restante da

economia, não podendo mais ser separada dos setores a montante ou a jusante.

Portanto, tornou-se inconcebível pensar a agropecuária independentemente da

indústria.

Conforme Agra e Santos (s/d.), na década de 1990, acelerou-se o processo de

internacionalização dos complexos agroindustriais, formados nas décadas anteriores,

ocorrendo a padronização dos sistemas produtivos. Apesar de diversas as fontes das

matérias-primas, a origem e o destino dos produtos passa a existir um padrão

produtivo único no mundo.

Em período recente, o modelo de desenvolvimento rural brasileiro está fortemente

assentado na adoção de insumos modernos, tais como máquinas e implementos

agrícolas, fertilizantes químicos, corretivos, controle químico de pragas e doenças,

irrigação, transgênicos, rações e suplementos alimentares. Entre 2000 e 2012, as

vendas de maquinários e implementos agrícolas tiveram aumento de 115%. O

Programa de Modernização de Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados

e Colheitadeira (Moderfrota) desempenhou importante papel nesse índice de

aumento. A Moderfrota foi um programa criado pelo governo federal visando a

renovação de frotas de tratores e colheitadeiras a baixas taxas de juros e pré-fixados

(DIEESE, 2012).

No Brasil, onde a atividade agrícola possui papel preponderante na economia, há

também parcela importante da mão de obra ocupada no setor. Devido às

características que a marcam, de coexistência de formas tradicionais de produção e

sistemas acoplados ao novo paradigma mundial, convivem também formas e

relações de trabalho distintas: de assalariamento em espaços que se servem de

tecnologias modernas, principalmente em grandes propriedades; e de relações

tradicionais de trabalho baseadas na mão de obra familiar ou parcerias, meeiros e

outras (DIEESE, 2012).

Muito além do que encerra as mudanças ocorridas, o próprio conceito do que é rural

se distanciou do entendimento tradicional. Assim, Silva (1997) assinala que a

diferença entre o rural e o urbano se tornou cada vez menos importante de modo

que, do ponto de vista da organização da atividade econômica, o meio urbano não

pode ser identificado apenas com a atividade industrial, tampouco os campos como

a agricultura e a pecuária.

7

Logo, as relações de trabalho que antes apresentavam características amoldadas

conforme o meio em que ocorriam – rural ou urbana – entrelaçam-se, ajustando-se

ao mesmo padrão prescrito internacionalmente. Por conseguinte, aderindo-se aos

novos paradigmas de produção, o Brasil consente as regras que decorrem em

consequência, nas relações de trabalho.

Sendo assim, legislações trabalhistas também acatam o padrão mundial. A

Organização Internacional do Trabalho (OIT) desempenha papel orientador e

condutor das jurisprudências de seus países membros.

A ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT)

As regulamentações trabalhistas brasileiras incorporam as convenções da

Organização Internacional do Trabalho (OIT). A OIT é uma instituição internacional,

responsável pela elaboração e supervisão das Normas Internacionais do Trabalho,

que prescreve a participação tripartite (representantes de governos, de

empregadores e de trabalhadores tem o mesmo direito de voto) (OIT, s/d.a).

A OIT foi criada em 1919 e em 1946 converteu-se em agência especializada da

Organização das Nações Unidas (ONU) (OIT, s/d.b). São 185 países membros dentre

os quais o Brasil (ILO, 2012).

Entre suas funções, a OIT estabelece normas de trabalho assumidas como

convenções ou recomendações. As convenções, uma vez ratificadas pelos países

membros, passam a fazer parte da legislação nacional. Fica implícita a aceitação de

controle internacional na adoção do conteúdo das convenções (NORMAS..., s/d.).

Em 1998, em sua 87ª sessão da Conferência Internacional do Trabalho, a OIT adota

a Declaração dos Direitos e Princípios Fundamentais no Trabalho, que se resume em:

liberdade sindical e direito à negociação coletiva, erradicação do trabalho infantil,

eliminação do trabalho forçado e não discriminação no emprego ou ocupação

(NORMAS..., s/d.).

No período, face à globalização e a necessidade de redefinição de suas estratégias

como meio de preservar seu papel nesse processo, a OIT elege o trabalho decente

como meta principal de sua atuação. O trabalho decente passa a se constituir eixo

basilar de todas suas políticas e programas (INSTITUTO OBSERVATÓRIO SOCIAL,

2004).

Trabalho decente diz respeito “a promoção de oportunidades para mulheres e

homens do mundo para conseguir um trabalho produtivo, adequadamente

remunerado, exercido em condições de liberdade, equidade e segurança capaz de

garantir uma vida digna” (ONU BRASIL, s/d.).

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Os objetivos estratégicos da OIT que convergem para o que se denomina trabalho

decente constituem a base para cumprir os objetivos de Desenvolvimento do Milênio

da ONU (ONU BRASIL, s/d.).

Os objetivos do milênio consistem em pacto acordado por 189 nações que compõem

a ONU, entre as quais o Brasil, em setembro de 2000 para a erradicação da pobreza

e promoção da sustentabilidade do planeta. O pacto se concretizou em oito objetivos

de Desenvolvimento do Milênio a serem atingidos até 2015. Em 2010, os

compromissos assumidos pelos países foram renovados (PNUD Brasil, 2013). O

trabalho decente e o emprego produtivo aparecem como elementos centrais para a

erradicação da pobreza (OIT BRASIL, s/d.).

A ideia de trabalho decente tomou maior importância quando o Conselho Econômico

e Social da ONU indicou apoio e financiamento a programas que atendam os preceitos

observados pela instituição (ONU BRASIL, s/d.).

A adesão do governo brasileiro aos princípios então propostos se formalizou em 2003,

com a assinatura do Memorando de Entendimento entre o Presidente da República

do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva e o diretor geral da OIT, Juan Somania (OIT

BRASIL, 2011).

Em 2008, aprova-se um dos mais importantes documentos da OIT, a Declaração

sobre Justiça Social para uma Globalização Equitativa, em sua 97ª sessão da

Conferência Internacional do Trabalho (OIT BRASIL, s/d.).

O reconhecimento e a importância adquirida pelas normas internacionais da OIT

resultam de movimento de sua postura contrária à corrente predominante nos anos

1980 e 1990 que apoiava a desregulamentação do trabalho e defendia a redução do

papel regulador do organismo e mesmo sua extinção (INSTITUTO OBSERVATÓRIO

SOCIAL, 2004).

A CONVENÇÃO 184 DA OIT

A NR-31 tem como base a Convenção 184, ratificada na Conferência Internacional

do Trabalho da OIT, realizada em 2001, em Genebra, na Suíça.

A Normativa foi ratificada em 8 de junho de 2012, pela Resolução da Assembleia da

República nº 109/2012 (DRE, 2012). Isso significa que a partir de então o Brasil

passa a aceitar o controle internacional na adoção do conteúdo da convenção.

Conteúdo da convenção

A convenção diz respeito à segurança e saúde do trabalhador na agricultura mundial.

Trata, especificamente, de medidas de prevenção e proteção: segurança da

maquinaria e ergonomia, manipulação e transporte de materiais, gestão racional de

9

produtos químicos; contatos com animais e proteção contra riscos biológicos,

instalações agrícolas; outras disposições: trabalhadores jovens e trabalho perigoso,

trabalhadores temporários e sazonais, trabalhadoras, serviços e bem-estar e

alojamento, organização do horário de trabalho, cobertura de acidentes de trabalho

e doenças profissionais (CONVENTION 184, s,d.).

A partir da publicação da convenção 184 da OIT, um grupo tripartite formado pelo

Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a Confederação Nacional da Agricultura

(CNA), representando os empregadores, a Confederação Nacional dos Trabalhadores

na Agricultura (Contag), representando os empregados, e um membro observador

indicado pela Confederação Nacional de Engenheiros e Agronomia (Confea) foi

designado para a elaboração de documento que deu origem à NR-31. Os prazos para

cumprimento das normas estabelecidas variaram de imediato até dois anos

(SOARES, 2007), estando, portanto, em pleno vigor atualmente.

As normas regulamentadoras que dizem respeito à segurança e saúde do trabalho

devem ser seguidas pelas empresas públicas e privadas, pelos órgãos públicos da

administração direta e indireta e pelos órgãos dos poderes legislativo e judiciário que

possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)

(LEGISLAÇÃO, s/d.).

Conforme Soares (2007), a Convenção 184 da OIT dá especial atenção ao uso

de maquinaria e ergonomia, manipulação e transporte de materiais e gestão de

produtos químicos.

Uma vez elaborado, o documento seguiu os trâmites legais para sua aprovação

chegando-se à Portaria nº 86/2005.

PORTARIA Nº 86/2005 DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO

(MTE)

A Portaria nº 86, do Ministério do Trabalho e do Emprego, de 03 de março de 2005,

publicada no Diário Oficial da União (D.O.U) de 04 de março de 2005, aprovou a

Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho, na Agricultura,

Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura, a Norma Regulamentadora

nº 31 (BRASIL, 2005). A Portaria nº 2.546, de 14 de dezembro de 2011, publicada

no D.O.U de 16 de dezembro de 2011, alterou a redação da Norma Regulamentadora

n.º 31, item 31.12, relativo à Segurança no Trabalho em Máquinas e Implementos

Agrícolas (BRASIL, 2011).

10

NORMA REGULAMENTADORA 31 (NR-31)

Já em 1988, a Constituição Federal, então promulgada, em seu capítulo II (Dos

Direitos Sociais), artigo 7º, igualou os trabalhadores urbano e rural. No inciso XXII

delibera sobre segurança e saúde do trabalhador, dispondo sobre redução dos riscos

inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança (BRASIL,

1988).

Aplica-se também ao trabalhador a lei especifica nº 5889/73, segundo a qual o

empregado rural é toda pessoa física que presta serviços de natureza não eventual

a empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário, em propriedade

rural ou prédio rústico. Empregador rural é a pessoa física ou jurídica, proprietário

ou não, que explore atividade agro econômica, em caráter permanente ou

temporário, diretamente ou por meio de prepostos e com auxílio de empregados

(BRASIL, 1973).

As normas regulamentadoras brasileiras decorrem da lei nº 6.514/77 que alterou o

Capítulo V do Título II da CLT, relativo à segurança e medicina do trabalho. A lei

determinava que o MTE regulamentasse pautas relativas a esses âmbitos. O MTE

publicou a Portaria 3.214/78 que constituiu as Normas Regulamentadoras que, por

sua vez, dispõem capítulos sobre os temas especificados (LEGISLAÇÃO, s/d.). Esses

capítulos são conhecidos como NRs e versam sobre a segurança e saúde ocupacional.

No caso específico do trabalho rural, a lei 5.889/73 deu origem às Normas

Regulamentadoras Rurais (NRRs 1, 2, 3, 4, 5), aprovadas pela portaria 3.067/88. Em

2008, as NRRs foram revogadas e a regulamentação foi condensada na NR 31

(LEGISLAÇÃO, s/d.; GUIA TRABALHISTA, s/d.).

A NR-31 tem por objetivo “estabelecer os preceitos a serem observados na

organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento

e o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração

florestal e aquicultura com a segurança e saúde e meio ambiente do trabalho”

(BRASIL, 2005, p.1).

Aplica-se a “quaisquer atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração

florestal e aquicultura, verificadas as formas de relações de trabalho e emprego e o

local das atividades. Esta Norma Regulamentadora também se aplica às atividades

de exploração industrial desenvolvidas em estabelecimentos agrários” (BRASIL,

2005, p.1).

A NR-31 consta de: objetivo, campos de aplicação, disposições Gerais - obrigações e

competências - das responsabilidades, comissões permanentes de segurança e saúde

no trabalho rural, gestão de segurança, saúde e meio ambiente de trabalho rural,

Serviço Especializado em Segurança e Saúde no Trabalho Rural (SESTR), Comissão

11

Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural (CIPATR), agrotóxicos,

adjuvantes e produtos afins, meio ambiente e resíduos, ergonomia, ferramentas

manuais, segurança no trabalho em máquinas e implementos agrícolas, secadores,

silos, acessos e vias de circulação, transporte de trabalhadores, transporte de cargas,

trabalho com animais, fatores climáticos e topográficos, medidas de proteção

pessoal, edificações rurais, instalações elétricas, áreas de vivência e anexos (BRASIL,

2005).

A norma referente ao transporte de trabalhadores não existia anteriormente, sendo

a única a tratar de forma mais abrangente a matéria. Instalações de conforto e

higiene, específicas para as atividades contempladas, foram incluídas na NR-31. O

item máquinas e equipamentos foi ponto de divergência na negociação tripartite,

resultando em maior prazo para a sua implementação, de modo que máquinas em

uso deverão ser adaptadas conforme as normas e as máquinas novas deverão seguir

as especificações exigidas. A exigência de Comissão Interna de Prevenção de

Acidentes do Trabalho Rural (CIPATR) constitui-se em importante instrumento para

a organização dos trabalhadores rurais (CONTAG, s/d.).

Em 2010, a NR-12 incorpora a parte relativa a máquinas e equipamentos da NR-31.

A NR-12, que dispõe sobre segurança no trabalho em máquinas e equipamentos

define “referências técnicas, princípios fundamentais e medidas de proteção para

garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores e estabelece requisitos

mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho nas fases de projeto

e utilização de máquinas e equipamentos de todos os tipos, e ainda à sua fabricação,

importação, comercialização, exposição e cessão a qualquer título, em todas as

atividades econômicas” (GUIA TRABALHISTA, 2011). A NR-12 aplica-se aos

fabricantes de máquinas e equipamentos.

O Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho (DSST), órgão vinculado à

Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), está encarregado da definição,

coordenação, orientação e implementação da política nacional em segurança e saúde

no trabalho rural. O DSST é também responsável pela coordenação, orientação e

supervisão das atividades preventivas desenvolvidas pelas regionais do MTE, além

da realização da Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural,

zelando pela participação do trabalhador e implementação do Programa de

Alimentação do Trabalhador. Cabe às Delegacias Regionais do Trabalho (DRT), órgão

também vinculado ao SIT, executar as atividades determinadas pela DSST (BRASIL,

2005).

12

Acidentes de Trabalho

A lei nº 8.213, art. 19 dispõe que “acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício

do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados

referidos no inciso VII do art. 11 desta lei, provocando lesão corporal ou perturbação

funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária da

capacidade de trabalho” (O QUE, s/d.).

Segundo a OIT, mortes por doenças e acidentes de trabalho aumentaram no mundo

entre 2003 e 2008: de 2,31 milhões para 2,34 milhões. Portanto, 6,3 mil

trabalhadores morreram diariamente por causas ligadas às suas atividades laborais

(ANUÁRIO BRASILEIRO DE PROTEÇÃO, 2013).

A modernização da agricultura trouxe consigo mudanças no trabalho e nas relações

de trabalho no espaço rural. O trabalho baseado na utilização intensiva de mão de

obra cedeu lugar a ocupações intensivas em capital, tal qual a utilização de máquinas

e equipamentos e de produtos químicos, de trabalhos antes tipicamente urbanos. A

conformação do “novo rural” leva a aproximação e mesmo a junção do rural e urbano

como espaços contíguos (SILVA, 2005).

De acordo com dados divulgados pelo Sistema Federal de Inspeção do Trabalho

(SFIT, 2012) foi realizado, somente no setor da agricultura, em 2012, 11.019 ações

fiscais, alcançando 838.417 trabalhadores, 24.966 notificações (concessão, pelo

auditor-fiscal do trabalho, de prazo para regularização) 9.889 autuações, 146

embargos/interdições e 100 acidentes analisados. O Setor de Atividade Econômica

Agricultura (SAE) Agricultura considera a Classificação Nacional de Atividades

Econômicas (CNAE), segundo divisões e grupos: agricultura, pecuária, produção

florestal, pesca e aquicultura (produção de lavouras temporárias; horticultura e

floricultura; produção de lavouras permanentes; produção de sementes e mudas

certificadas; pecuária; atividades de apoio à agricultura, à pecuária; atividades pós-

colheita; caça e serviços relacionados); produção florestal (florestas plantadas;

florestas nativas; atividades de apoio à produção florestal); pesca e aquicultura

(pesca; aquicultura).

Em 2011, os acidentes do SAE Agricultura foram responsáveis por 4% do total de

acidentes de trabalho no Brasil. O número total de acidentes do SAE sofreu queda

em anos recentes: 29.434 em 2009; 28.675 em 2010; 26.305 em 2011 (MTE, 2012).

Isso ocorre em sentido oposto à quantidade de acidentes de trabalho, somadas todas

as atividades no Brasil, cujo aumento foi de 0,2% entre 2009 e 2010 (MTE, 2012).

Segundo Corrêa et al., (s/d.) os números apresentados pelo setor podem estar

subestimados, pois o volume de trabalho informal no campo é expressivo e os

acidentes que ocorrem nem sempre são comunicados.

13

Acidentes de trabalho por região e atividade

Conforme Tabela 1, a região Sudeste tem participação expressiva no número total

de acidentes de trabalho da SAE Agricultura do Brasil, com 43,9%, 44,5% e 44,2%

em 2009, 2010 e 2011, respectivamente. Segue a região Sul, com 19,4%, 18,7% e

17,2%, nos mesmos anos, respectivamente. Em 2011, o número de acidentes da

região Centro-Oeste supera ligeiramente o da região Sul de forma que as

participações relativas se tornam semelhantes.

Regiões Total Acidentes %

2009 2010 2011 2009 2010 2011

Norte 2.252 2.214 1.783 7,7 7,7 6,8

Nordeste 3.940 3.884 3.857 13,4 13,5 14,7

Sudeste 12.926 12.763 11.633 43,9 44,5 44,2

Sul 5.698 5.367 4.512 19,4 18,7 17,2

Centro-Oeste 4.618 4.447 4.520 15,7 15,5 17,2

Brasil 29.434 28.675 26.305 100,0 100,0 100,0

Tabela 1: Número de Acidentes por região e participação relativa da SAE Agricultura – 2009, 2010, 2011. Fonte: Fonte: MTE (2012). Elaboração da autora. Foram consideradas as atividades pertencentes à seção A, Divisão 1, grupos: 1.1, 1.2, 1.3, 1.4, 1.5, 1.6, 1.7; Divisão 2: 2.1, 1.2, 2.3; Divisão 3: 3.1.

3.2 do Código CNAE (MTE, 2012). Inclui acidentes sem CAT.

Evidentemente, os acidentes se vinculam ao volume de atividades econômicas da

região no SAE Agricultura. No entanto, é necessário considerar as dificuldades de

registros dos acidentes em determinadas regiões brasileiras.

Por outro lado, os acidentes de trabalho estão fortemente vinculados a algumas

atividades da SAE Agricultura, conforme se verifica na Figura 1. Verifica-se que

algumas atividades são responsáveis pelo maior percentual dos acidentes de trabalho

segundo as regiões brasileiras:

. Região Norte: o cultivo de plantas não especificadas (30%), criação de bovinos

(23%) e florestas plantadas (9%) são responsáveis por 62% dos acidentes;

. Região Nordeste: cultivo de cana-de-açúcar (24%), cultivo de frutas de lavoura

permanente, exceto uva e laranja (13%) e florestas plantadas (13%) somam 50%

dos acidentes de trabalho ocorridos;

. Região Centro-Oeste: criação de bovinos (28%), cultivo de soja (19%), cultivo de

cana-de-açúcar (13%) representam 60% dos acidentes computados;

. Região Sudeste: cultivo de cana-de-açúcar (29%), cultivo de laranja (13%),

atividades de apoio à agricultura (8%) correspondem a 50% dos acidentes da SAE

na região;

14

. Região Sul: cultivo de cana-de-açúcar e criação de aves (16%), florestas plantadas

(13%), cultivo de café (10%) respondem por 50% dos acidentes de trabalho

ocorridos;

É irrefutável a ligação entre o volume de acidentes e a importância das atividades na

economia de cada região. Entretanto, é notável a presença significativa do cultivo de

cana-de-açúcar nas ocorrências em todas as regiões, exceto no Norte. Confira nos

gráficos abaixo:

15

Gráficos 1, 2, 3, 4 e 5: Principais atividades em acidentes de trabalho da SAE Agricultura, segundo regiões brasileiras –2011. Fonte: MTE (2012). Elaboração da autora. Foram consideradas as atividades pertencentes à seção A, Divisão 1, grupos: 1.1, 1.2, 1.3, 1.4, 1.5, 1.6, 1.7; Divisão 2: 2.1, 1.2, 2.3;

Divisão 3: 3.1. 3.2 do Código CNAE (MTE, 2012).

Cultivo de plantas

não especificad

as

30%

Criação de bovinos

23%Florestas plantadas

9%

Demais atividades

38%

Região Norte - 2011

Cultivo de cana-de-açúcar24%

Cultivo de frutas de lavoura

permanente, exceto

uva e laranja13%

Florestas plantadas

13%

Demais atividades

50%

Região Nordeste - 2011

Criação de bovinos

28%

Cultivo de cana-de-açúcar13%

Cultivo de soja19%

Demais atividades

40%

Região Centro-Oeste - 2011

Cultivo de cana-de-açúcar29%

Cultivo de laranja

13% Atividades

apoio à agricultura

8%

Demais atividades

50%

Região Sudeste - 2011Cultivo de cana-de-açúcar16%

Criação de aves

16%

Florestas plantadas

13%

Cultivo de

café

10%

Demais atividades

45%

Região Sul - 2011

16

Acidentes de trabalho por grupo de atividade, atividade e situação de

registro

Conforme Gráfico 6, considerando-se o período total observado, verifica-se redução

do número de acidentes em todos os grupos de atividade, exceto horticultura e

floricultura. Pecuária, produção florestal e Comunicação de Acidentes de Trabalho

(CAT) não registrada apresentaram oscilações com aumento do número de acidentes

em 2010 com relação ao ano anterior. O maior número de acidentes ocorre na

produção de lavouras temporárias em todos os anos do período considerado. Note-

se o elevado número de acidentes sem CAT.

Gráfico 6: Número total de acidente segundo grupo de atividade no Brasil – SAE Agricultura – 2009, 2010, 2011. Fonte: MTE (2012). Elaboração da autora. Foram consideradas as atividades pertencentes à seção A, Divisão 1, grupos: 1.1, 1.2, 1.3, 1.4, 1.5, 1.6, 1.7; Divisão 2: 2.1, 1.2, 2.3; Divisão 3: 3.1. 3.2

do Código CNAE (MTE, 2012).

10

13

7

24

6

59

68

11

98

54

26

25

37

35

84

33

8

73

05

92

84

31

5

59

04

12

28

58

51

19

54

38

08

33

1

73

30

84

18

33

1

50

31

12

08

54

58

20

24

35

55

28

0

68

01

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

2009

2010

2011

17

Os acidentes são comunicados ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) por

meio da CAT. Os dados de acidentes sem CAT registradas são obtidos pela diferença

entre os benefícios acidentários concedidos pelo INSS e o conjunto de benefícios

acidentários concedidos com CAT (MTE, 2012).

Algumas atividades explicam, em grande parte, o posicionamento dos grupos de

atividade quanto ao número de acidentes ocorridos: a cana-de-açúcar, na produção

de lavouras temporárias; criação de bovinos e criação de aves, na pecuária; florestas

plantadas, na produção florestal; atividades de apoio à agricultura, nas atividades de

apoio à agricultura e à pecuária e atividades pós-colheita.

Ao se observar o Gráfico 7, percebe-se que a maior parcela de acidentes corresponde

às atividades laborais estão ligadas ao cultivo de cana-de-açúcar, embora tenha

registrado declínio em termos absolutos e relativos no período considerado.

Gráfico 7: Categorias com maior número de acidentes do trabalho por atividade e situação de registro– SAE Agricultura - Brasil – 2009, 2010, 2011. Fonte: MTE (2012). Elaboração da autora. Foram

consideradas as atividades pertencentes à seção A, Divisão 1, grupos: 1.1, 1.2, 1.3, 1.4, 1.5, 1.6, 1.7; Divisão 2: 2.1, 1.2, 2.3; Divisão 3: 3.1. 3.2 do Código CNAE (MTE, 2012).

7.604

2.886

2.166

1.736

2.250

3.005

6.519

3.205

2.240

1.384

2.422

2.981

5.577

3.115

1.873

1.526

2.097

2.593

0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 8.000

Cultivo de cana-de-açúcar

Criação de bovinos

Criação de aves

Atividades deapoio à agricultura

Produção florestal- florestasplantadas

Sem CAT registrada

nº acidentes

2011 2010 2009

18

Teixeira e Freitas (2002) constataram que os trabalhadores vinculados ao

plantio e corte, principalmente, da cultura de cana-de-açúcar, são os mais suscetíveis

a acidentes de trabalho. A pesquisa realizada no interior paulista constatou que

grande parte dos acidentes de trabalho ocorreu no uso de ferramentas diárias de

trabalho. Os autores observam que a despeito dos acidentes de trabalho se

estenderem por todo o interior paulista, verificou-se que estes acontecem em maior

número em municípios onde se concentram atividades dos complexos agroindustriais

de cana-de-açúcar e da laranja, ou seja, nas mesorregiões de Ribeirão Preto,

Araraquara, Campinas e Piracicaba.

São expressivos também os acidentes vinculados à criação de bovinos. Se

confrontado o número de acidentes ocorridos entre 2009 e 2010, nota-se sua

ascensão, apesar ligeira queda verificada ao se comparar os dois últimos anos. Silva

et al. (2006) chamam a atenção para a escassez de informações sobre insalubridade

e seus efeitos sobre o trabalhador rural ou bem-estar animal em sistemas de

produção de bovinos no Brasil ou outros países. Ressaltam que os efeitos mais

notados sobre o trabalhador são de origem postural.

Irregularidades nas condições higiênico-sanitário, podendo resultar em riscos

biológicos, riscos ergonômicos e de acidentes foram detectados em setor de ordenha

em propriedade no estado da Bahia. Além disso, Maia e Rodrigues (2012, p. 1138)

observam que o trabalho com animais de grande porte pode constituir risco de

acidente. Em situação de estresse ou manejo inadequado pode-se colocar o

trabalhador em risco. Os autores destacam que “a Norma Regulamentadora 31 indica

que, em todas as etapas dos processos de trabalhos com animais, devem ser

disponibilizadas aos trabalhadores informações sobre formas corretas e locais

adequados de aproximação, contato e imobilização”.

A produção florestal – florestas plantadas - classifica-se em terceiro lugar em número

de acidentes do SAE Agricultura, após o cultivo da cana-de-açúcar e a criação de

bovinos, apresentando queda entre 2009 e 2011. Entre as florestas plantadas, as

principais espécies são o eucalipto (74,8% do total de florestas plantadas no Brasil)

e o pinus (25,2%) (ABRAF, 2012). Em pesquisa realizada com o intuito de

diagnosticar os riscos aos quais o operador de motosserra está submetido na

operação de corte de uma floresta nativa no Mato Grosso, Rodrigues (2004) destaca

que a ação que mais provoca acidentes é a operação de corte. Mas, os trabalhadores

estão expostos também a outros riscos físicos como queda de galhos, rebote, corte

com a corrente da moto serra, ruídos, vibrações, riscos químicos (poeira), problemas

ergonômicos, postura inadequada.

19

A criação de aves ocupa o quarto lugar em número de acidentes no SAE Agricultura.

Silva et al. (2006) destacam a presença de gases como amônia, dióxido e monóxido

de carbono nos galpões avícolas no Brasil, prejudicando a saúde dos trabalhadores

que se encontram expostos a bactérias, poeiras e fungos.

Em estudo que avaliou a prevalência de sintomas respiratórios entre agricultores e

sua associação com fatores de risco ocupacionais, conclui-se que os avicultores

apresentavam mais sintomas de doença respiratória crônica e os agricultores

expostos a poeira apresentavam mais sintomas de asma. A asma pode afetar

trabalhadores agrícolas devido a sua exposição a agentes potencialmente nefastas

para o sistema respiratório. O sistema de confinamento de animais, principalmente

de suínos e aves, além de atividades ligadas ao manuseio de grãos de cerais, cultivo

de plantas em estufas e o uso de agrotóxicos foram relacionadas com asma e

sintomas de asma (FARIA, 2005).

Por fim, as atividades de apoio à agricultura se evidenciam no que se refere a

acidentes de trabalho, devido às operações que as mesmas englobam: serviço de

pulverização e controle de pragas agrícolas, serviço de poda de árvores para

lavouras, serviço de preparação de terreno, cultivo e colheita, atividades de apoio à

agricultura realizadas sob contrato, atividades de contratantes de mão-de-obra para

o setor agrícola, locação de máquinas e equipamentos agrícolas com operador e

atividades de apoio à agricultura não especificadas anteriormente (BRASIL, s/d.).

As atividades de apoio à agricultura e pecuária estão estreitamente ligadas à

produção de cana-de-açúcar, floresta plantada, criação de bovinos e aves, explicando

os elevados números de acidentes de trabalho.

Observa-se ainda no Gráfico 7 o significativo número de acidentes sem CAT

registrada que representam cerca de 10% do número total de acidentes do SAE

Agricultura, no período considerado.

Acidentes do trabalho por situação de registro e motivo

O Ministério do Trabalho e do Emprego adota alguns critérios para a classificação dos

motivos de acidente: acidentes típicos: são aqueles que ocorrem em função da

atividade profissional desempenhado pelo segurado; acidentes de trajeto: são

aqueles que ocorrem no trajeto entre sua residência e o local de trabalho do segurado

e vice-versa; doença do trabalho: são aquelas produzidas ou desencadeadas pelo

exercício do trabalho (MTE, 2012).

A redução verificada de acidentes do SAE Agricultura do Brasil se deve à queda do

número de acidentes típicos e doenças do trabalho além da diminuição de acidentes

sem CAT registrada no período, conforme se observa nos gráficos 8, 9 e 10. Os

20

acidentes típicos são responsáveis por 75%, aproximadamente, dos acidentes da SAE

Agricultura.

Gráficos 8, 9 e 10: Número de acidentes do trabalho do SAE Agricultura, por situação de registro e motivo– Brasil – 2009, 2010, 2011. Fonte: MTE (2012). Elaboração da autora. Os acidentes típicos, de

trajeto e doença de trabalho possuem CAT registrada. Verifica-se ainda nos gráficos 8, 9 e 10 que houve aumento gradativo de acidentes de trajeto, passando

de 5,8% em 2009 para 6,4% em 2010 e para 7,2% em 2011.

Estes podem ocorrer tanto na locomoção do trabalhador de casa para o trabalho ou

vice-versa, quanto do local de refeição para o local de serviço e vice-versa.

tipicos; 22090

de trajeto; 1715

doenças do

trabalho; 333

sem CAT

registrada;

5296

2009

tipicos; 21280

de trajeto; 1848

doenças do

trabalho; 227

sem CAT

registrada;

5320

2010

tipicos;

19399

de trajeto;

1903

doenças

do

trabalho; 213

sem CAT

registrada;

4790

2011

21

O aumento de acidentes de trajeto também foi apresentado no total dos acidentes

no Brasil. Ocorreram 100.230 acidentes de trajeto em 2011, o que significa um

aumento de 5,1% com relação a 2010 e de 11,1% com relação a 2009 (MTE, 2012).

Com relação aos acidentes de trânsito ocorridos no Brasil em 2010, Vasconcellos

(2011) afirma que, “das 252 mil pessoas envolvidas em acidentes de trânsito, 94.789

foram registradas pela Previdência Social como vítimas de acidentes de trajeto. O

aumento vai à contramão do total de acidentes de trabalho”.

Queiroz et al. (s/d.), em pesquisa realizada na região do Vale do Aço em Minas

Gerais, identificaram que os acidentes de trajeto apresentaram índice superior ao

total do estado. As causas podem ser, segundo os autores, imputadas às condições

inadequadas de transporte e das vias públicas.

Na França, região de Languedoc Roussillon, dos acidentes de trabalho que ocorreram

na agricultura em 2007, três foram mortais. Todos os três foram classificados como

acidentes de trajeto. Tiveram como causa tombamento de trator, colisão e

esmagamento (LES ACCIDENTS..., 2011).

O uso dos agrotóxicos

Não obstante a importância de todos os itens tratados pela NR-31 merece especial

atenção o uso de agrotóxicos, em razão do lugar que o Brasil ocupa no mundo como

o maior consumidor mundial de tais produtos na atualidade. Indica, portanto, o

envolvimento de grande contingente de trabalhadores nas operações e nas aplicações

do setor agropecuário do país. Ocupa também lugar de destaque a segurança no

trabalho em máquinas e implementos agrícolas devido ao volume de acidentes que

se tem registrado e a própria evolução de seu número em propriedades agrícolas

brasileiras (ABRASCO, 2012; IBGE, 2012; SCHOLOSSER et al., 2002; SOARES,

2007).

Segundo Queiroz et al. (s/d), a OIT considera as atividades agropecuárias como uma

de maior risco para o trabalhador, equiparando-se à construção civil e à exploração

de petróleo. À natureza do trabalho agropecuário em si, somam-se as possibilidades

de uso de produtos químicos e máquinas e equipamentos, aumentando

potencialmente riscos e a gravidade de acidentes. A aplicação de agrotóxicos é uma

das atividades que apresenta um dos maiores riscos ao qual está exposto o

trabalhador.

O Brasil é atualmente o maior consumidor mundial de agrotóxicos. Em 2008, o Brasil

ultrapassou os Estados Unidos e assumiu o primeiro lugar no consumo mundial de

agrotóxicos. “...nos últimos dez anos, o mercado mundial de agrotóxicos cresceu

93%, o mercado brasileiro cresceu 190%” (ABRASCO, 2012, p.14).

22

Em 2010, o Brasil representou 19% do mercado mundial de agrotóxicos e os Estados

Unidos, 17%. Algumas categorias detêm parcela importante na comercialização total

de produtos agrotóxicos: herbicidas (45%), fungicidas (14%), inseticidas (12%) e

demais categorias (29%) (ANVISA, 2012).

A expansão brasileira do consumo de agrotóxicos tem vínculo direto com o aumento

da produção de soja, cana-de-açúcar, milho, café, citros e algodão. Em 2003 essas

culturas eram responsáveis por 75% da demanda nacional de agrotóxicos, passando

para 90% em 2008, principalmente em virtude do aumento de produção de soja e

da cana-de-açúcar (HOFMANN et al., 2010).

O consumo médio de agrotóxicos aumentou de 10,5 litros por hectares em 2002 para

12 litros por hectare em 2011 (ANVISA, 2012).

A Tabela 2 mostra que o consumo ascendente de agrotóxicos e fertilizantes químicos

no Brasil de 2002 a 2011, foi crescente em todo o período.

O aumento do consumo foi proporcional ao crescimento das monoculturas que

dependem desses insumos químicos para sua produção (ABRASCO, 2012).

Ano Agrotóxicos (milhões l) Fertilizantes (milhões kg)

2002 599,5 4.910

2003 643,5 5.380

2004 693,0 6.210

2005 706,2 6.550

2006 687,5 6.170

2007 686,4 6.070

2008 673,9 6.240

2009 725,0 6.470

2010 827,8 6.497

2011 852,8 6.723

Tabela 2: Consumo de agrotóxicos e fertilizantes químicos na lavouras do Brasil – 2002 – 2011. Fonte: 2009-2011 – SINDAG; 2011-ANDA; 2012- IBGE-SIDRA; 2010-MAPA In: ABRASCO, 2012.

Em 2011, a distribuição do uso de agrotóxicos foi a seguinte: soja (40%), milho

(15%), cana-de-açúcar e algodão (10%), cítricos (7%), café, trigo, arroz (3%), feijão

(2%), pastagem, batata, tomate (1%), maçã (0,5%), banana (0,2%) de demais

culturas (3,3%) (ABRASCO, 2012).

Estudo realizado em Minas Gerais, entre janeiro de 2002 e dezembro de 2007,

revelou que um dos principais responsáveis por acidentes de trabalho no campo

ocorre devido ao manuseio inadequado de agrotóxicos (QUEIROZ, et al., s/d.).

23

As máquinas e implementos na atividade agropecuária

Além do uso de insumos químicos, a utilização da força mecânica é uma das principais

características da modernização da agricultura. Conforme o Gráfico 11 observa-se

descolamento entre a quantidade de tratores da área dos estabelecimentos

agropecuários no Brasil em proporções crescentes. O número de tratores apresenta-

se em ascendência enquanto a área permanece quase estável.

Gráfico 11: Evolução do número de tratores e da área total dos estabelecimentos agropecuários no Brasil – anos selecionados. Fonte: IBGE, 2012. Censo Agropecuário 2006. Elaboração da autora. No que

se refere ao nº de tratores trata-se de dados dos veículos existentes no estabelecimento na data de referência, sob a responsabilidade do produtor, quer fossem de sua propriedade ou de propriedade

coletiva de produtores, arrendados, alugados ou cedidos por terceiros, e os que estivessem em conserto ou reforma, dentro ou fora do estabelecimento, e, ainda, aqueles que, embora pertencentes ao

produtor, estivessem em garagens ou campos de pouso fora do estabelecimento.

Conforme comenta Schlosser et al.(2002), antes do processo de modernização da

agricultura brasileira os acidentes de trabalho estavam restritos a quedas, ferimentos

com algumas ferramentas de trabalho, envenenamento por animais peçonhentos.

Com as tecnologias colocadas à disposição do trabalhador na agricultura, a utilização

de máquinas e de agrotóxicos ampliou potencialmente os riscos de acidentes de

trabalho.

Segundo Monteiro (s/d.), estudos da OIT revelam que a utilização de tratores e

equipamentos agrícolas está entre as atividades mais perigosas para o trabalhador

rural. Para cada três acidentes ocorridos no meio rural, um parte de maquinários. O

autor afirma que estudos envolvendo esse tipo de acidente ainda são escassos no

Brasil.

0

100.000

200.000

300.000

400.000

500.000

600.000

700.000

800.000

900.000

1970 1975 1980 1985 1995/96 2006

nº tratores área total (mil ha)

24

As causas mais frequentes de acidentes com tratores agrícolas são a falta de atenção

durante a operação, falta de treinamento e capacitação dos operadores e de

conscientização dos trabalhadores na operação das máquinas. Além destas, o autor

elenca como motivos de acidentes: uso de máquinas para deslocamento em estradas

e rodovias, carona em condições inadequadas, utilização de equipamentos acionados

pela tomada de potência do trator (MONTEIRO, s/d.).

Em levantamento de campo realizado em propriedades agrícolas do estado de São

Paulo, constatou-se que os acidentes mostraram-se associados ao uso de maquinaria

agrícola em cerca de 60% dos casos. Verificaram-se casos de acidentes com tratores

em geral, mas foram expressivos os casos de tombamento de tratores (CORRÊA et

al., s/d.).

De acordo com Ferreira (2012) “Tratores e implementos agrícolas, quando utilizados

sem a observação das normas de segurança, são a principal causa de fatalidades”.

Nos acidentes leves com tratores, as principais causas recaem sobre a falta de

conhecimento no que se refere às medidas de segurança na operação com o

implemento, falta de atenção, equipamento inadequado para a tarefa executada. Nos

casos de acidentes graves os mesmos ocorrem devido à falta de treinamento

adequado dos operadores, falta de observação de regras básicas de segurança e

jornada longa de trabalho (Schlosser et al., 2002).

A importância dos acidentes envolvendo tratores se verifica também no Quebec

(Canadá), constituindo-se tema principal da Semana de Saúde e Segurança na

Agricultura em março de 2013 em diversas regiões da província. Entre 2001 e 2011,

o uso do trator está na origem de 43% das lesões e 50% das mortes em acidentes

de trabalho no meio agrícola. Os tombamentos são a principal causa das mortes

(UPA, 2013).

Na França (LES ACCIDENTS..., 2012), 42% dos acidentes de trabalho na agricultura

ocorreram com assalariados com menos de dois anos de tempo de trabalho em 2008.

Entre 2007 e 2009, 31,9% dos acidentes mortais de trabalho aconteceram com

assalariados com menos de um ano de trabalho e 17% com aqueles com mais de 20

anos de trabalho.

No Quebec, os principais riscos de acidentes estão ligados a máquinas e implementos

agrícolas, gases tóxicos nos silos e outros espaços fechados, soterramento nos silos

de grãos, uso do trator, quedas de alturas, ruídos, vibrações e exposição a produtos

tóxicos. Destes, sobressaem-se as máquinas e peças em movimentos que causam

12% dos acidentes no meio agrícola e 15% das quedas. Os trabalhadores de 24 anos

ou menos são responsáveis por 25% dos casos (CSST, 2013).

25

CUSTO DOS ACIDENTES DE TRABALHO

O custo total dos acidentes atinge aproximadamente R$ 71 bilhões anuais,

representando cerca de 9% da folha salarial anual do trabalho formal no Brasil,

conforme declarado por José Pastore em Seminário de Prevenção de Acidentes de

Trabalho realizado pelo Tribunal Superior do Trabalho em 2011 (“PAÍS..., 2011).

O cálculo para avaliar os custos dos acidentes de trabalho leva em consideração os

custos para as empresas e os custos para a sociedade. Nos custos para as empresas

são somados os valores gastos com seguros de acidentes de trabalho. O custo para

a sociedade são os gastos com a previdência social, com o Sistema Único de Saúde

(SUS) e os custos judiciários (“PAÍS..., 2011).

Na França, segundo estimativas realizadas, o custo médio de um acidente de trabalho

para o empregador chega a 5.500 € para um período de afastamento médio do

trabalhador de 63,4 dias. Estes custos podem se elevar se as causas dos acidentes

ocorrem por irregularidade incontestável do empregador. Estima-se que o custo

indireto de acidentes de trabalho ou doenças profissionais pode representar de quatro

a 20 vezes o custo assegurado pela Mutualité Sociale Agricole (MAS) (LES

ACCIDENTS..., 2012).

Os custos de doenças profissionais são mais elevados do que os de acidentes de

trabalho. O custo médio de doenças profissionais do tipo periarticular foi de 10.668

€, em média, em 2007, na França (LES ACCIDENTS..., 2012).

Os custos de acidentes de trabalho e de doenças profissionais podem atingir de 2,6%

e 3,8% do Produto Interno Bruto na União Européia-15. Estima-se que os custos de

doenças ligadas ao trabalho são pelo menos três vezes superiores aos custos de

prevenção (EUR-LEX, 2007).

No Brasil, são escassos os estudos sobre custos de acidentes de trabalho e de seu

impacto sobre a produtividade e a economia. No entanto, pesquisas sobre

estimativas científicas dos custos de acidentes de trabalho tem se expandido devido

ao desenvolvimento da área de economia da saúde (SANTANA et al., 2006).

A economia da saúde tem como objeto de estudo a alocação ótima dos recursos

disponíveis a fim de assegurar à população o melhor estado de saúde possível

fornecendo a melhor assistência à saúde, considerando-se os meios e os recursos

limitados (NERO, 1995).

CONSIDERAÇÕES FINAIS E AÇÕES RECOMENDADAS

As normativas relativas a ocupações profissionais derivam das transformações

ocorridas na esfera produtiva mundial e das relações de trabalho que advêm desse

processo. No Brasil e no mundo, a preocupação com a segurança do trabalhador é

26

crescente e transcende questões do bem-estar do trabalhador. Direciona-se também

para razões de escopo econômico e até de competitividade das empresas e dos

países. Em 2012, a Agência Europeia para Segurança e Saúde no Trabalho lançou

em Bruxelas, a campanha bianual “Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis” dedicada

ao tema "Juntos na prevenção dos riscos profissionais". A campanha consiste em

apelo de “colaboração entre empregadores e trabalhadores com vista ao

estabelecimento das bases para uma cultura de prevenção de riscos mais sustentável

na Europa” (EU-OSHA, 2012).

A NR-31 emana da Organização Internacional do Trabalho, órgão vinculado à

Organização das Nações Unidas. A sociedade brasileira, representada por entidades

públicas e privadas foi convocada para a elaboração desse instrumento cujo objetivo

está na orientação de parâmetros que devem seguir trabalhadores e empregados,

haja vista a abrangência e a complexidade da área de atuação.

Uma vez ratificada, como ocorreu em junho de 2012, empregadores e trabalhadores

brasileiros devem seguir as normas sob o risco de arcar com os ônus de possíveis

irregularidades, de onde a emergência do conhecimento e de sua aplicação. Uma vez

reconhecida pelo país, a ratificação presume, inclusive, o controle internacional em

território brasileiro.

Apesar das ocupações que envolvem a norma serem compostadas? de trabalhadores

com baixa escolaridade média, reflexo da própria estrutura da sociedade brasileira,

tem-se, atualmente, o surgimento de um trabalhador com maior nível de instrução

e qualificação. Portanto, também capacitado para reconhecer seus direitos e deveres

tanto no que se refere às normas quanto em relação aos demais âmbitos de sua vida

profissional.

Convém observar que os dados relativos aos acidentes de trabalho, em especial os

acidentes ocorridos no meio rural, são subestimados em razão da dificuldade de

registro junto aos órgãos competentes, seja por desconhecimento ou outra

dificuldade como distância, informalidade, entre outras. O fato em si é preocupante,

mas não impede que o Brasil seja um dos países com maior número de acidentes de

trabalho no mundo.

Por outro lado, a escassez de pesquisas e as dificuldades inerentes ao tema servem

de estímulo para o desenvolvimento de estudos relativos a acidentes de trabalho.

Como ressaltado anteriormente, a economia da saúde tem se desenvolvido em

virtude de sua relação com o trabalho e seus efeitos sobre a produção. Convém

salientar que o campo da avaliação tecnológica em saúde também pode ser aplicado

nas estimativas de custos e de programas de prevenção relativas aos acidentes de

trabalho, tais quais custo-benefício, custo-efetividade, custo-utilidade.

27

O custo gerado por acidentes é muito superior ao aparente. Além dos custos que

representam para as famílias do acidentado e para a sociedade, existem ainda os

custos para as empresas que, por sua vez, acabam por repercutir sobre as

economias.

No Brasil, embora o número de acidentes típicos se sobressaia sobre os demais, os

acidentes de trajeto sinalizam um aumento gradativo, seguindo a ordem dos

acidentes em espaço urbano. O comportamento pode se relacionar com o processo

de urbanização do meio rural e das próprias ocupações que sofreram mudanças com

a mecanização das operações. Vejam-se os acidentes vinculados ao uso do trator.

Esse fenômeno também ocorre em outros países como a França.

O ranqueamento dos acidentes por atividade associa-se ao lugar que ocupa na

economia e a utilização da mão de obra e maquinaria como base produtiva. Dessa

forma, a cana-de-açúcar, criação de bovinos, criação de aves e florestas plantadas

se apresentam como as atividades com maior número de acidentes. Saliente-se que

o Brasil é o maior exportador mundial de açúcar, carne bovina e de aves.

O crescente uso de máquinas e equipamentos demanda preparação e capacitação

para o seu uso adequado, tornando-se imprescindível para a redução dos riscos e de

acidentes. Mas, se a modernização da agricultura ocorre via máquinas e

equipamentos, o constante aperfeiçoamento das tecnologias da informação impõe

nova ordem tecnológica. Evidenciam-se o uso de irrigação, uso de semente

certificada e transgênica, acesso a assistência técnica, aplicação de plantio direto,

transferência de embriões, rastreamento, uso de rações industriais, confinamento,

inseminação, entre outros. A ênfase se volta para a intensificação do capital

intelectual que “congrega uma série de habilidades, competências, informações,

conhecimentos, bancos de dados e técnicas” (ATLAS, 2012).

A adoção da agricultura de precisão, por exemplo, que ganha cada vez mais adeptos,

exige profissionais mais qualificados para operar instrumentos e equipamentos assim

como pessoas (agrônomos, especialistas em sistema, produtores) para a

interpretação de dados obtidos por sensoriamento remoto, geoprocessamento,

sistema de posicionamento global (GPS) ou aplicação a taxas variáveis (VTR). O

capital humano torna-se essencial e sua valorização ocorre pela profissionalização

das funções chave (MELO, 2010; EXPEDIÇÃO SAFRA, 2012).

Mais uma vez, as mudanças nas bases técnicas de produção estabelecerão as

normativas relativas a ocupações profissionais e das relações de trabalho que advêm

desse processo em contínua evolução.

28

Em última análise, a redução dos riscos e de acidentes de trabalho diminui os

encargos do sistema de saúde e da previdência, disponibilizando recursos para os

próprios programas de prevenção, educação e capacitação laboral.

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