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UMA ESTRATÉGIA DE APOIO À GERÊNCIA DE DADOS DE PROVENIÊNCIA EM EXPERIMENTOS CIENTÍFICOS Sérgio Manuel Serra da Cruz Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Engenharia de Sistemas e Computação, COPPE, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Doutor em Engenharia de Sistemas e Computação. Orientadores: Marta Lima de Queirós Mattoso Maria Luiza Machado Campos Rio de Janeiro Agosto de 2011

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UMA ESTRATÉGIA DE APOIO À GERÊNCIA DE DADOS DE PROVENIÊNCIA

EM EXPERIMENTOS CIENTÍFICOS

Sérgio Manuel Serra da Cruz

Tese de Doutorado apresentada ao Programa de

Pós-graduação em Engenharia de Sistemas e

Computação, COPPE, da Universidade Federal

do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos

necessários à obtenção do título de Doutor em

Engenharia de Sistemas e Computação.

Orientadores: Marta Lima de Queirós Mattoso

Maria Luiza Machado Campos

Rio de Janeiro

Agosto de 2011

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UMA ESTRATÉGIA DE APOIO À GERÊNCIA DE DADOS DE PROVENIÊNCIA

EM EXPERIMENTOS CIENTÍFICOS

Sérgio Manuel Serra da Cruz

TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO LUIZ

COIMBRA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DE ENGENHARIA (COPPE) DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE DOUTOR EM

CIÊNCIAS EM ENGENHARIA DE SISTEMAS E COMPUTAÇÃO.

Examinada por:

________________________________________________

Prof. Marta Lima de Queirós Mattoso, D.Sc.

________________________________________________

Prof. Maria Luiza Machado Campos, Ph.D.

________________________________________________

Prof. Ana Carolina Brandão Salgado, Docteur.

________________________________________________

Prof. Nelson Francisco Favilla Ebecken, D.Sc.

________________________________________________

Prof. Cláudia Maria Lima Werner, D.Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

AGOSTO DE 2011

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Cruz, Sérgio Manuel Serra da

Uma Estratégia De Apoio À Gerência De Dados De

Proveniência Em Experimentos Científicos / Sérgio

Manuel Serra da Cruz. – Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE,

2011.

XIX, 214 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Marta Lima de Queirós Mattoso

Maria Luiza Machado Campos.

Tese (doutorado) – UFRJ/ COPPE/ Programa de

Engenharia Sistemas e Computação, 2011.

Referências Bibliográficas: p. 180-201.

1. Proveniência. 2. Workflows Científicos. 3.

Experimentos in silico. 4. Ontologias. I. Mattoso, Marta

Lima de Queirós, et al. II. Universidade Federal do Rio de

Janeiro, COPPE, Programa de Engenharia de Sistemas e

Computação. III. Título.

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Dedico este trabalho aos faróis da minha vida, Ana Cláudia e Pedro, meus pais e avós.

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AGRADECIMENTOS

Produzir uma tese de doutorado é antes de qualquer coisa é uma grande aventura,

muitas estórias tenho para contar e alguns arranhões para sarar. Mas, antes de qualquer

coisa é necessário agradecer a todos aqueles que de alguma forma contribuíram na

realização deste trabalho.

Inicialmente registro meus sinceros agradecimentos a Deus e à Maria, Mãe do Filho

eterno de Deus, mãe que sempre me acolheu nos momentos de fraqueza, me acalmou

nos momentos de angustia e me abraçou nas horas de felicidade.

(de joelhos) À minha esposa Ana Cláudia de Macêdo Vieira que me apoiou

incondicionalmente na longa e árdua e duríssima caminhada e ao meu filho Pedro

Vieira Cruz pela companhia e incentivo; aproveito e me desculpo pelas ausências de

muitos dias.

À minha mãe Emília e ao meu pai Manuel, inicialmente pela vida e também pelos

ensinamentos.

À minha avó Margarida e ao meu avô Manuel pela acolhida nos momentos mais difíceis

da minha existência, lamento que vocês tenham partido antes do término deste trabalho.

Agradeço do fundo d´alma às minhas caríssimas e sapientíssimas orientadoras prof.

Dra. Marta Mattoso e prof. Dra. Maria Luiza Machado Campos por terem me orientado

de modo brilhante e ter me permitido chegar até aqui e realizar muitos sonhos.

Aos profs. Drs. Ana Carolina Salgado, Nelson Ebecken, Claúdia Werner e por terem

aceitado participar da banca de avaliação do doutorado. Além disso, agradeço a profa.

Dra. Maria Cláudia Calvancati (Yoko) por ter participado do exame de qualificação.

Aos professores do PESC/COPPE-UFRJ pelas excelentes aulas e às secretárias do

PESC pela ajuda sempre bem vinda e pelo funcionamento impecável da secretaria.

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Aos professores Juliana Freire e Cláudio Silva e a Emanuele Santos da University of

Utah pela excelente acolhida e grande ajuda com o VisTrails.

Ao professor Giancarlo Guizzardi da UFES pela inestimável oportunidade de avaliação

da ontologia desenvolvida nesta tese.

A leal amizade dos fraternos amigos de doutoramento Macário Costa, Jorge Zavaleta e

Laci Mary, vocês são nota 10 e Qualis 7 !

Aos colegas mestres Frederico Tosta, Edno Silva, Carlos Eduardo (Kdu), Patricia

Barros e Anderson Marinho que de alguma forma contribuiram para o desenvolvimento

das soluções apontadas nesta tese.

Aos colegas de turma de doutorado e aos brilhantes alunos de I.C. Fernando Chirigati,

Rafael Dahis e Vinícius Neves.

A turma da bioinformática Diogo Tschoeke, Rafael Cuadrat, Marcelo Pontes e, em

especial, ao Dr. Alberto Dávila.

Aos alunos do NCE pelos almoços divertidos, eu disse: Fabrício, Rafael, Miguel e

Rubinho.

A Dra Deyse Caldas pela atenção dispensada a minha tireóide.

Aos colegas de trabalho e à direção do iNCE e da UFRRJ.

À UFRJ por tudo que me proporcionou e ao povo brasileiro e aos órgãos de fomento

pelos financiamentos para apresentar os artigos que compuseram esta tese.

Por fim, agradeço a você pelo interesse em ler a minha tese!

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Veni, vidi, vici

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Resumo da Tese apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários

para a obtenção do grau de Doutor em Ciências (D.Sc.)

UMA ESTRATÉGIA DE APOIO À GERÊNCIA DE DADOS DE PROVENIÊNCIA

EM EXPERIMENTOS CIENTÍFICOS

Sérgio Manuel Serra da Cruz

Agosto/2011

Orientadores: Marta Lima de Queirós Mattoso

Maria Luiza Machado Campos

Programa: Engenharia de Sistemas e Computação

A busca pelo conhecimento faz com que empresas e instituições de pesquisa

procurem não só novas formas de melhorar a qualidade dos experimentos científicos,

como também reduzir o tempo e os custos necessários para a sua execução usando

ambientes distribuídos. A gerência dos descritores de proveniência coletados ao longo

do ciclo de vida de experimentos científicos representa uma faceta preponderante neste

novo cenário. Esta tese apresenta uma estratégia de apoio à gerência dos descritores de

proveniência, baseada no desenvolvimento de uma solução computacional que envolve

a integração de uma ontologia de proveniência, bem fundamentada, intitulada OvO

(Open proVenance Ontology), e de um sistema de coleta de descritores de proveniência

intitulado Matriohska. Este sistema é capaz de ser acoplado aos workflows científicos

executados em ambientes distribuídos e heterogêneos do tipo nuvens de computadores.

A estratégia também possibilita a execução de consultas sobre os descritores de

proveniência de variadas granulosidades obtidos a partir de experimentos executados

nesses ambientes.

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Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of Doctor of Science (D.Sc.)

AN APPROACH TO SUPPORT THE MANAGEMENT OF DATA PROVENANCE

OF SCIENTIFIC EXPERIMENTS

Sérgio Manuel Serra da Cruz

August/2011

Advisors: Marta Lima de Queirós Mattoso

Maria Luiza Machado Campos

Department: Computer Science and Engineering

The continuous quest for knowledge stimulates companies and research

institutions not only to investigate new ways to improve the quality of scientific

experiments, but also to reduce the time and costs needed for its implementation in

distributed environments. The management of provenance descriptors collected during

the life cycle of scientific experiments may represent an important goal to be achieved.

This thesis presents a new strategy which was focused to aid scientists to manage

different kinds of provenance descriptors. It describes a computational approach that

uses a well founded ontology named OvO (Open proVenance Ontology) and a

provenance infrastructure entitled Matriohska that can be attached to scientific

workflows executed on distributed and heterogeneous environments like the cloud of

computers. The approach also allows scientists to further perform semantic queries on

provenance descriptors with distinct types of granularity.

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Índice

Capítulo 1 - Introdução .................................................................................................. 1

1.1. – Motivação ........................................................................................................... 2

1.2. – Caracterização do Problema ............................................................................... 5

1.3. – Objetivo da Tese ................................................................................................. 8

1.4 – Delimitação de Escopo ...................................................................................... 10

1.5. – Metodologia de Pesquisa .................................................................................. 11

1.6. – Organização da Tese ......................................................................................... 11

Capítulo 2 – Fundamentos de Experimentos Científicos em Larga Escala ............ 14

2.1 – Ciclo de Vida de Experimentos em Larga Escala ............................................. 15

2.2 – Recursos Científicos .......................................................................................... 20

2.2.1 – Modelo Científico ....................................................................................... 21

2.2.2 – Experimento Científico............................................................................... 22

2.2.3 – Workflows Científicos ................................................................................ 23

2.2.4 – Atividades, Artefatos e Agentes ................................................................. 24

2.3 – Gerência de Workflows Científicos .................................................................. 25

2.4 – Infra-estruturas de Sistemas Distribuídos .......................................................... 32

2.4.1 – Computação em Grade ............................................................................... 32

2.4.2 – Computação em Nuvem ............................................................................. 34

2.5 - Considerações Finais .......................................................................................... 38

Capítulo 3 - O papel da Proveniência e das Ontologias nos Experimentos

Científicos em Larga Escala ........................................................................................ 40

3.1. - Proveniência ...................................................................................................... 41

3.1.1 – Metamodelo Open Provenance Model ....................................................... 46

3.2 – Ontologias .......................................................................................................... 49

3.2.1 – Tipos de Ontologias .................................................................................... 50

3.2.2 – Linguagens de Modelagem de Ontologias ................................................. 52

3.2.3 – Modelagem de Ontologias .......................................................................... 53

3.2.4 – Compromisso Ontológico ........................................................................... 54

3.3 – Ontologia de Fundamentação Unificada (UFO) ................................................ 55

3.4 – Ontologias de Proveniência ............................................................................... 62

3.4.1 – OPMO ......................................................................................................... 63

3.4.2 – Proof Markup Language ............................................................................. 64

3.4.3 – Provenir ...................................................................................................... 64

3.4.4 – Provenance Vocabulary .............................................................................. 64

3.4.5– PREMIS ....................................................................................................... 65

3.4.6 – WOT Schema ............................................................................................. 65

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3.4.7 – SWAN-PAV ............................................................................................... 65

3.4.8 – Semantic Web Publishing ........................................................................... 66

3.4.9 – W3P ............................................................................................................ 66

3.4.10 – Dublin Core e outros vocabulários da Web .............................................. 66

3.4.11 – Ouzo Provenance Ontology ...................................................................... 67

3.5 - Estudo Comparativo Entre Ontologias de Proveniência .................................... 67

3.6 – Considerações Finais ......................................................................................... 71

Capítulo 4 – Categorização de Sistemas de Proveniência ......................................... 74

4.1 – Taxonomia de Proveniência .............................................................................. 75

4.1.1 – Captura de Proveniência ............................................................................. 76

4.1.2 – Objeto da Proveniência ............................................................................... 79

4.1.3 – Acesso aos Descritores de Proveniência .................................................... 81

4.1.4 – Apoio Semântico ........................................................................................ 83

4.1.5 – Armazenamento da Proveniência ............................................................... 85

4.2 - Análise dos Sistemas de Proveniência ............................................................... 87

4.3 - Considerações Finais .......................................................................................... 90

Capítulo 5 – Ontologia de Domínio de Proveniência de Experimentos Científicos

em Larga Escala ........................................................................................................... 91

5.1 – A Engenharia da Open proVenance Ontology .................................................. 92

5.1.1 – A Granulosidade da OvO ........................................................................... 94

5.1.2 – Notação Utilizada nos Diagramas da OvO ................................................. 96

5.2 – A Ontologia OvO .............................................................................................. 97

5.2.1 – Subontologia de Experimentos Científicos em Larga Escala ..................... 98

5.2.2 – Subontologia de Proveniência Prospectiva .............................................. 103

5.2.3 – Subontologia de Proveniência Retrospectiva ........................................... 109

5.3 - Considerações Finais ........................................................................................ 113

Capítulo 6 – Uma Arquitetura de Gerência de Proveniência de Experimentos

Científicos Apoiada por Ontologias de Domínio ..................................................... 116

6.1 – Histórico .......................................................................................................... 117

6.2 – Arquitetura Matriohska ................................................................................... 118

6.2.1 – Componente Dispatcher ........................................................................... 121

6.2.2 – Componente Execution Broker ................................................................. 123

6.2.3 – Componente Provenance Broker.............................................................. 123

6.2.4 – Componente Provenance Eavesdrop........................................................ 124

6.2.5 – Componentes Data Uploader e Data Downloader .................................. 125

6.3 – Modelo de Dados de Proveniência Matrioshka ............................................... 125

6.4 – Considerações Finais ....................................................................................... 130

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Capítulo 7 – Estudo de Caso: Gerência de Proveniência de Experimentos

Científicos em Bioinformática ................................................................................... 132

7.1 – Protótipo da arquitetura Matriohska ................................................................ 132

7.2 – Workflow OrthoSearch e as bases de dados biológicos .................................. 134

7.3 – Transformações do modelo ontológico ........................................................... 137

7.3.1 – Representação de Classes ......................................................................... 140

7.3.2 – Representação de Relacionamentos.......................................................... 142

7.4 – Mapeamento entre registros e triplas ............................................................... 146

7.5 – Considerações Finais ....................................................................................... 150

Capítulo 8 – Estudo de Caso: Consultas Sobre Descritores de Proveniência de

Experimentos Científicos ........................................................................................... 152

8.1 – Experimentos envolvendo descritores de proveniência retrospectiva ............. 154

8.1.1 – Consulta 1 ................................................................................................. 155

Figura 39. Consulta sobre descritores de proveniência retrospectiva envolvendo

apenas um sortal rígido. ........................................................................................ 156

8.1.2 – Consulta 2 ................................................................................................. 156

8.1.3 – Consulta 3 ................................................................................................. 158

8.2 – Experimentos envolvendo descritores de proveniência prospectiva ............... 159

8.2.1 – Consulta 4 ................................................................................................. 160

8.2.2 – Consulta 5 ................................................................................................. 161

8.3 – Experimentos envolvendo descritores de proveniência prospectiva e

retrospectiva.............................................................................................................. 162

8.3.1 – Consulta 6 ................................................................................................. 162

8.3.2 – Consulta 7 ................................................................................................. 164

8.3.3 – Consulta 8 ................................................................................................. 165

8.4 - Considerações Finais ........................................................................................ 166

Capítulo 9 – Conclusão .............................................................................................. 169

9.1 – Contribuições ................................................................................................... 171

9.2 – Limitações ....................................................................................................... 175

9.3 – Trabalhos Futuros ............................................................................................ 176

9.4 – Considerações Finais ....................................................................................... 178

Referências Bibliográficas ......................................................................................... 180

Apêndices ..................................................................................................................... 202

Apêndice 1 – Exemplo de Experimento de Larga Escala em Bioinformática ..... 202

Apêndice 2 – XSD do Manifesto de Atividade .................................................... 211

Apêndice 3 – XSD do Manifesto de Experimento ............................................... 212

Apêndice 4 – XSD do Manifesto de Configuração .............................................. 214

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Índice de Figuras

Figura 1. Visão geral da estrutura desta tese relacionando os objetivos da tese com os

capítulos onde são alcançados. ....................................................................................... 13

Figura 2. Ciclo de vida de experimentos em larga escala (ao centro), adaptado de

(MATTOSO et al., 2010). .............................................................................................. 17

Figura 3. (a) Situação corrente de coleta de proveniência (b) Abordagem ideal para a

coleta de descritores de proveniência de experimentos de grande escala. Adaptado de

(MATTOSO et al., 2010) ............................................................................................... 20

Figura 4. Hierarquia de Recursos Científicos. ................................................................ 21

Figura 5. Representação de proveniência em elementos do dia-a-dia. (a) proveniência

nas obras artísticas, (b) em alimentos, (c) no agronegócio brasileiro e (d) nas

publicações científicas. ................................................................................................... 43

Figura 6. Representação das dependências entre entidades OPM, onde ―A‖ é um

artefato, ―P‖ é um processo e ―Ag‖ é um agente. As setas representam as relações de

causa e efeito (MOREAU et al., 2010). .......................................................................... 47

Figura 7. Exemplo de utilização da OPM em experimentos em larga escala ilustrar o

processo de anotação de seqüências protéicas. ............................................................... 48

Figura 8. Diferentes tipos de especificações de ontologias disponíveis na literatura de

Ciência da Computação. Adaptado de (SMITH, 2001).................................................. 49

Figura 9. Classificação das ontologias e o relacionamento entre elas, adaptado de

(GUARINO, 1998). ........................................................................................................ 52

Figura 10. Metamodelo do perfil OntoUML definido por GUIZZARDI (2005). .......... 62

Figura 11. Taxonomia de proveniência, adaptado de (CRUZ et al., 2009).................... 76

Figura 12. Sub-taxonomia de captura de proveniência .................................................. 76

Figura 13. Sub-taxonomia de objeto de proveniência. ................................................... 79

Figura 14. Sub-taxonomia de acesso à proveniência. ..................................................... 81

Figura 15. Sub-taxonomia de apoio semântico. ............................................................. 83

Figura 16. Sub-taxonomia de armazenamento da proveniência ..................................... 85

Figura 17. Representação esquemática da modelagem conceitual de uma ontologia de

domínio baseada em UML. ............................................................................................ 93

Figura 18. Ontologia OvO e suas subontologias. ........................................................... 98

Figura 19. Subontologia de experimento científico ..................................................... 100

Figura 20. Subontologia de proveniência prospectiva. ................................................ 107

Figura 21. Subontologia de proveniência retrospectiva. .............................................. 110

Figura 22. Contexto para gerência de proveniência de experimentos executados em

ambiente de nuvem de computadores. .......................................................................... 117

Figura 23. Diagrama de componentes e implantação da Matriohska........................... 120

Figura 24. A arquitetura Matriohska, suas camadas e componentes............................ 121

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Figura 25. Diagrama de classes adotado pela Matriohska, adaptado de (SILVA et al.,

2010) e (CRUZ et al., 2011). ........................................................................................ 128

Figura 26. Telas de configuração de imagens e instâncias na nuvem da Amazon. ...... 134

Figura 27. Atividades concretas do workflow OrthoSearch executado na Nuvem ...... 135

Figura 28. Fragmento da implementação da Ontologia de OvO na ferramenta Protégé.

...................................................................................................................................... 139

Figura 29. Fragmento relativo ao mapeamento de classes com o estereótipo <<Phase>>

da OvO para OWL. ....................................................................................................... 141

Figura 30. Fragmento relativo ao mapeamento de classes representadas pelo estereótipo

<<Role>> para OWL. ................................................................................................... 142

Figura 31. Fragmento de código relativo ao mapeamento de relações do tipo formal da

OvO para OWL. ........................................................................................................... 144

Figura 32. Trecho de código relativo ao mapeamento de relações do tipo formal da

OntoUML para OWL DL. ............................................................................................ 145

Figura 33. Trecho de código relativo a uma parte do mapeamento de relações do tipo

Material Relators para OWL. ....................................................................................... 146

Figura 34. Definição da conexão do banco de dados da Arquitetura Matriohska com o

servidor D2RQ. ............................................................................................................. 148

Figura 35. Mapeamento. entre a classe Concrete Workflow da OvO e a tabela Project da

arquitetura Matriohska. ................................................................................................ 149

Figura 36. Mapeamento do tipo 1:N entre as Classes Person e Organization da OvO e

tabelas correspondentes da Matriohska através da propriedade hasProject. ............... 150

Figura 37. Mapeamento do tipo M:N entre as Classes Abstract_Workflow e

Concrete_Workflow da OvO e tabelas correspondentes da Matriohska através da

propriedade hasConcreteWorkflow. ............................................................................. 150

Figura 38. A ontologia OvO em conexão com a infra-estrtura de consulta e de coleta de

descritores de proveniência .......................................................................................... 154

Figura 39. Consulta sobre descritores de proveniência retrospectiva envolvendo apenas

um sortal rígido. ............................................................................................................ 156

Figura 40. Consulta sobre descritores de proveniência retrospectiva envolvendo

relacionamentos entre sortais rígidos. .......................................................................... 157

Figura 41. Consulta sobre descritores de proveniência retrospectiva envolvendo relações

sortais rígidos, anti-rígidos e relações. ......................................................................... 159

Figura 42. Consulta sobre descritores de proveniência prospectiva envolvendo sortais do

tipo <<Kind>>. ............................................................................................................. 160

Figura 43. Consulta sobre descritores de proveniência prospectiva envolvendo sortais do

tipo <<Kind>> e <<Role>>. ......................................................................................... 162

Figura 44. Consulta sobre descritores de proveniência retrospectiva e prospectiva

envolvendo sortais rígidos e anti-rígidos. ..................................................................... 164

Figura 45. Consulta sobre descritores de proveniência retrospectiva e prospectiva

envolvendo sortais do tipo <<Kind>> e <<Role>>. ..................................................... 165

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Figura 46. Consulta sobre descritores de proveniência retrospectiva e prospectiva

envolvendo sortais do tipo <<Kind>>. ......................................................................... 166

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Índice de Quadros

Quadro 1. Matriz de decisão para escolha de SGWfC utilizado na tese..Erro! Indicador

não definido.

Quadro 2. Diferenças centrais entre os modelos de computação em grade e nuvem. .... 37

Quadro 3. Resumo das principais características dos níveis das linguagens .................. 52

Quadro 4. Lista de ontologias de Proveniência baseadas em Web Semântica ............... 63

Quadro 5. Comparativo entre os termos da OPMO, PML, Provenir e Provenance

Vocabulary...................................................................................................................... 68

Quadro 6. Comparativo entre os termos da OPMO, PREMIS, WOT-Schema e SWAN-

PAV (continuação). ........................................................................................................ 69

Quadro 7. Comparativo entre os termos da OPMO, W3P e Dublin Core (continuação).

........................................................................................................................................ 69

Quadro 8. Quadro comparativo entre os principais sistemas de proveniência. (adaptado

de (CRUZ et al., 2009). .................................................................................................. 89

Quadro 9. Notação gráfica utilizada nos diagramas UML da OvO................................ 96

Quadro 10. Correlação dos experimentos com os tipos de proveniência e subontologias

OvO utilizadas .............................................................................................................. 168

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Lista de Termos e Abreviações

ACM – Association for Computing Machinery

AGWL – Abstract Grid Workflow Language

ADN – Ácido Desoxirribonucleico

ARN – Ácido Ribonucleico

BLAST – Basic Local Alignment Search Tool

COG – Cluster of Ortholog Groups (grupos de genes ortólogos presentes em

organismos procariotos).

DHT – Distributed Hash Tabela

DNDi – Drugs for Neglected Diseases initiative

EBS – Amazon Elastic Block Store

ECU – EC2 Compute Unit

FASTA – Arquivo texto que pode representar seqüências de ácidos nucleicos ou

aminoácidos.

GO – Gene Ontology

HPC – High Performance Computing

ICDE – International Conference on Data Engineering

IDC – International Data Corporation

IEEE – Institute of Electrical and Electronics Engineers

IPAW – International Provenance and Annotation Workshop

ISWC – International Semantic Web Conference

JAR – Java Archive

KOG – Cluster of Ortholog Groups (grupos de genes ortólogos presentes em

organismos eucariotos).

LOP – Lógica de Primeira Ordem

MAFFT – Multiple Alignments using Fast Fourier Transform

MoML – Modeling Markup Language

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mRNA – Messenger Ribonucleid Acid

NSF – National Science Foundation

OPM – Open Provenance Model

OBO – Open Biological and Biomedical Ontologies

OvO – Open proVenance Ontology

OWL – Ontology Web Language

OWL-DL – Ontology Web Language – Description Logics

QoS – Quality of Service

QBE – Query by Example

RDF – Resource Description Framework

RDFS – Resource Description Framework Schema

REST– Representational State Transfer

RO – Relational Ontology

SBBD – Simpósio Brasileiro de Bancos de Dados

SBC – Sociedade Brasileira de Computação

Scufl – Simple Conceptual Unified Flow Language

SGBD – Sistema de Gerência de Banco de Dados

SGWfC – Sistemas de Gerência de Workflows Científicos

SOAP – Simple Object Access Protocol

SPARQL - SPARQL Protocol and RDF Query Language

SQL – Structured Query Language

TAPP – Theory and Practice of Provenance

UFO – Unified Foundational Ontology

UML – Unified Modeling Language

VDS – Virtual Data System

VLDB – Very Large Data Base Conference

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W3C – World Wide Web Consortium

WSDL – Web Services Description Language

WWW – World Wide Web Cobference

XML – eXtensible Markup Language

XSD – XML Schema Definition

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Capítulo 1 - Introdução

A busca pelo conhecimento faz com que empresas e instituições de pesquisa

procurem não só novas formas de melhorar a qualidade dos experimentos científicos,

como também reduzir o tempo e os custos necessários para a sua execução. A adoção de

procedimentos computacionais que permitam atingir ganhos de produtividade e

qualidade na condução desses experimentos pode ser vista como um diferencial

competitivo para essas instituições.

Tradicionalmente, estes procedimentos computacionais têm sido grandes aliados

de físicos, químicos, biólogos e profissionais de outros ramos da ciência. Entretanto, à

medida que o conhecimento avança, um grande volume de dados apresenta-se

disponível para análise. A informação científica é continuamente gerada em

experimentos físicos realizados por sensores, equipamentos de bancada e, mais

recentemente, a partir de estudos experimentais em e-Ciência.

O termo e-Ciência é recente (HEY et al., 2009) e caracteriza-se pelo apoio ao

cientista para o desenvolvimento de ciência em larga escala utilizando infra-estrutura

computacional correspondente. Conseqüentemente, novas técnicas de condução dos

experimentos e da gerência de dados são cada vez mais necessárias neste novo cenário.

Se por um lado os estudos experimentais computacionais isolados, interligados

apenas na percepção do pesquisador que os conduz, não são suficientes para tratar a

complexidade imposta pelos problemas da pesquisa ou mesmo tratar o grande volume

de dados a serem analisados, por outro lado, o problema agrava-se quando o estudo

ocorre em ambientes computacionais distribuídos e heterogêneos. Os pesquisadores

necessitam utilizar novas técnicas, tecnologias e ferramentas que facilitem a gerência de

processos e artefatos científicos nestes ambientes e aumentem a confiabilidade sobre

artefatos, agentes e processos envolvidos.

Este capítulo apresenta a motivação, a caracterização do problema, hipótese e

objetivos desta tese. Além disso, apresenta o escopo da tese, metodologia de pesquisa

utilizada e resumo sobre os demais capítulos e a organização do texto.

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1.1. – Motivação

Desde o surgimento da lógica de Euclides, passando pelos célebres

experimentos de Galileu e pelo desenvolvimento do Cálculo por Newton, passaram-se

centenas de anos. Neste ínterim, estabeleceram-se os pilares da teoria e experimentação

científica. Modernamente a Ciência da Computação vem revolucionando as pesquisas

científicas, sendo hoje reconhecida como o ―terceiro pilar‖ a sustentar as pesquisas em

todas as áreas do conhecimento (EMMOTT et al., 2005, FOMEL,CLAERBOUT,

2009).

A tecnologia da informação vem mediando novas formas de interação entre as

ciências, permitindo que realizem-se experimentos científicos que manipulem volumes

de dados crescentes cada vez mais complexos e inter-relacionados (MATTOSO et al.,

2009, DARCH et al., 2009). O sucesso e a credibilidade dos experimentos científicos

baseados no computador e a conseqüente publicação dos resultados estão ancorados na

capacidade dos pesquisadores de expor suas idéias, avaliar suas hipóteses, manipular

grandes volumes de dados e produzir resultados de modo não ambíguo para que sejam

replicados e reproduzidos por outros cientistas. Tudo isso requer a adoção de novas

abordagens computacionais (HEY et al., 2009).

Um experimento científico é uma estratégia perpendicular a diversos níveis de

abstração. Ele geralmente é composto por uma seqüência de ações logicamente

encadeadas que tem como finalidade provar a plausibilidade ou a falsidade de uma dada

hipótese. Cada experimento científico, independente do seu domínio, é concebido para

construir conhecimento e permitir que se tenha uma visão mais concreta do fenômeno

que se investiga (JARRARD, 2001). Para confirmar ou refutar uma hipótese, o

pesquisador explora variações de seqüências de ações, fazendo ajustes de parâmetros,

mudando um conjunto de dados ou mesmo a lógica das ações. O experimento científico

é uma das pedras angulares da abordagem empiricista do conhecimento humano

(CERVO et al., 2007).

Atualmente, os experimentos científicos em e-Ciência dificilmente podem ser

realizados em ambientes computacionais monolíticos devido ao longo tempo de

processamento requerido (SZALAY, GRAY, 2006), (HEY et al., 2009). Por outro lado,

a natureza multifacetada e distribuída das equipes de pesquisa, a complexidade dos

novos experimentos e o grande volume de dados a ser manipulado requer o uso de

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computadores configurados em ambientes heterogêneos, distribuídos e de grande

capacidade de processamento (por exemplo, clusters, grades de computadores e, mais

recentemente, nuvens de computadores) (HOFFA et al., 2008), (VECCHIOLA et al.,

2009). Portanto, um novo e desafiador cenário impõe-se. Novas ferramentas

computacionais são aguardadas não só para mitigar a integração das etapas de

composição, execução e análise dos experimentos científicos em larga escala, como

também promover a correlação entre os dados e descritores de granulosidades distintas

produzidos ao longo destas etapas.

Os workflows científicos passaram a ser incorporados em projetos de e-Ciência.

Eles são utilizados para representar abstrações sobre experimentos realizados no

computador, permitindo uma composição estruturada de programas sob a forma de

seqüência de atividades que visa alcançar um determinado resultado. Junto a isso, com o

propósito de automatizar a construção e execução dos chamados workflows científicos,

foram desenvolvidas ferramentas computacionais denominadas sistemas de gerência de

workflows científicos (SGWfC) (TAYLOR et al., 2007), (HEY et al., 2009). Os

SGWfC possibilitam os pesquisadores realizarem uma espécie de programação em alto

nível, através do encadeamento de processos científicos (ou atividades) que seguem

uma determinada lógica.

Neste novo cenário, existe a real necessidade de disponibilizar recursos de

rastreabilidade que vinculem os experimentos às pessoas, recursos, programas e

artefatos de dados utilizados ou produzidos, com o intuito de ampliar a confiabilidade

do experimento, possibilitar sua validação ou até mesmo permitir a reprodução do

experimento por outros grupos de pesquisa. Esse recurso é conhecido como

proveniência (BUNEMAN et al., 2001, FREIRE et al., 2008, CHENEY et al., 2009,

MOREAU, 2010).

Proveniência fornece informações históricas (descritores) acerca dos processos e

artefatos manipulados pelo pesquisador ao conduzir um experimento em um

determinado ambiente. Essa informação histórica pode ser representada de muitas

formas, incluindo o uso de documentos, anotações manuais, semi-estruturadas ou

mesmo anotações digitais estruturadas (SIMMHAN et al., 2005), (GLAVIC,

DITTRICH, 2007), (FREIRE et al., 2008). O controle deste conjunto de descritores é

extremamente importante, uma vez que proporciona aos cientistas uma ampla variedade

de novas oportunidades de pesquisa. Por exemplo, a partir dos descritores de

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proveniência é possível compreender os resultados de um experimento, garantir sua

reprodutibilidade e atestar a qualidade dos dados produzidos. Outro exemplo refere-se à

possibilidade de realização de auditorias para verificar quais recursos computacionais

estão sendo ou foram efetivamente utilizados. Em última análise, a capacidade de

gerência mais ampla da proveniência agrega valor à e-Ciência.

Os SGWfC são considerados ferramentas que têm por finalidade reduzir o

retrabalho e, conseqüentemente, aumentar a produtividade dos cientistas (MATTOSO,

CRUZ, 2008). Atualmente existem dezenas de SGWfC, alguns já consolidados e outros

ainda emergentes (ZHAO et al., 2008, MATTOSO, CRUZ, 2008). No entanto, apesar

desse expressivo número de ferramentas, a maior parte dos atuais SGWfC é incapaz de

gerenciar os descritores de proveniência de diferentes granulosidades produzidos

durante a concepção, execução e análise dos experimentos em larga escala ambientados

em sistemas distribuídos, em especial nas nuvens de computadores (ABBADI, LYLE,

2011).

Considerando as limitações dos atuais SGWfC, é possível perceber que estes

não oferecem apoio integrado à gerência da proveniência de experimentos científicos,

isto é, poucas iniciativas têm como objetivo final integrar as etapas do ciclo de vida

desses experimentos. Paralelamente a isso, existe a necessidade de compreender, em

detalhes, a semântica da proveniência produzida ao longo dessas etapas.

A utilização de ontologias como apoio semântico para representação de

conhecimento é uma das abordagens mais proeminentes na literatura de Bancos de

Dados (GUARINO, 1998, MEERSMAN, 2001, CULLOT et al., 2003). A área de

pesquisa em ontologias é multidisciplinar, sendo que a origem do termo vem da

Filosofia, mas atualmente o tema é amplamente estudado na área de Ciência da

Computação para representar o conhecimento em domínios específicos.

A adoção de ontologias relacionadas à proveniência de experimentos científicos

permite que o registro e as trocas de informações entre grupos de pesquisas dispersos

temporal e geograficamente se dêem de maneira homogênea. Neste sentido, surge a

necessidade de anotar as etapas dos experimentos científicos em larga escala, de forma

que grupos de pesquisa possam compartilhar ou reutilizar artefatos de dados que melhor

atendam as suas necessidades ou, ainda, permitir que realizem consultas mais

expressivas sobre os descritores de proveniência.

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1.2. – Caracterização do Problema

Para que os pesquisadores se beneficiem dos descritores de proveniência

produzidos ao longo do ciclo de vida dos experimentos de larga escala executados em

ambientes computacionais distribuídos, é necessário que eles sejam capturados,

armazenados, classificados e, posteriormente, consultados (MATTOSO et al., 2008).

No entanto, a gerência efetiva de experimentos em larga escala requer novas

facilidades (por exemplo, técnicas de especificação de experimentos, técnicas de

distribuição de dados e processos, mecanismos de coleta e consulta de proveniência,

entre outros). Além disso, é necessário que se compreenda que estes experimentos são

fruto de estratégias evolutivas baseadas em etapas bem definidas ao longo do tempo.

Portanto, mapear, caracterizar e associar os diferentes tipos de descritores de

proveniências correlacionados com as etapas deste processo é um problema que deve

ser atacado (SZALAY, GRAY, 2006), (BELL et al., 2006)

Segundo MATTOSO et al. (2008, 2009, 2010), a gerência (coleta, registro e

análise) de descritores de proveniência de experimentos científicos conduzidos em

ambientes distribuídos e heterogêneos ainda é um problema em aberto e imerso em um

conjunto de limitações, a saber:

(i) Desacoplamento entre a parte conceitual e estrutural do experimento. Por

exemplo, os atuais sistemas de coleta de proveniência não são capazes de

correlacionar os entes abstratos (conceituais) e concretos (estruturais) de um

experimento, isto é, não há sistema que correlacione os artefatos produzidos

durante a execução de um workflow científico com as definições abstratas do

experimento;

(ii) Dificuldade de compreensão por parte de pesquisadores sobre o real

significado dos descritores de proveniência em sistemas distintos. Por exemplo,

até o momento não existem estruturas classificatórias que auxiliem na

categorização dos diversos tipos de descritores de proveniência envolvidos em

experimentos científicos em larga escala;

(iii) Falta concordância de como, quando, o que deve ser capturado e o significado

daquilo que foi capturado. Por exemplo, não há na literatura uma definição

clara de como a captura dos descritores de proveniência deve ser materializada,

nem como armazená-los e correlacioná-los;

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(iv) Dificuldade de manipular e integrar descritores de proveniência de

granulosidades distintas. Por exemplo, os atuais sistemas de proveniência

concentram-se em apoiar a gerência de proveniência de granulosidade grossa

(proveniência relacionada aos elementos estruturais do experimento), poucos

oferecem apoio à gerência de proveniência de granulosidade fina (proveniência

relacionada aos elementos conceituais do experimento);

(v) Limitada interoperabilidade entre os descritores de proveniência gerados por

sistemas distintos. Por exemplo, o principal metamodelo de proveniência é

voltado especificamente para a proveniência coletada durante a execução de

um workflow. Além disso, ele não considera a existência de experimentos

científicos em larga escala nem os diferentes papéis que um pesquisador pode

desenvolver ao longo do ciclo de vida do experimento;

(vi) Elevada sobrecarga semântica sobre os descritores de proveniência. Por

exemplo, até o momento existem diversas propostas de ontologias de

aplicação, i.e., ontologias fortemente ligadas a programas específicos.

Nenhuma pode ser caracterizada como uma ontologia de domínio,

fundamentada em bases ontológicas consistentes e, que possa ser utilizada em

experimentos científicos em larga escala independente de domínios de

aplicação;

(vii) Por fim, existem ambigüidades com relação aos métodos de recuperação dos

descritores de proveniência. Por exemplo, como os atuais sistemas de

proveniência não correlacionam os descritores de proveniência coletados ao

longo do ciclo de vida do experimento científico, nem oferecem interfaces de

consultas e facilidades que permitam ao pesquisador investigar as estruturas de

armazenamento utilizadas, abundam propostas, geralmente imprecisas, sobre

os possíveis métodos de recuperação de descritores de proveniência.

Atualmente, a maior parte das soluções de coleta de proveniência não viabiliza a

associação do experimento científico e os seus workflows, nem permite associar estes

descritores com ontologias de proveniência. Além disso, as atuais soluções de coleta de

proveniência estão firmemente acopladas ao SGWfC e, geralmente, manipulam

descritores de proveniência de granulosidade grossa (MCPHILLIPS, BOWERS, 2005,

CALLAHAN et al., 2006, GOBLE et al., 2010). No entanto, começam a surgir

trabalhos na literatura que defendem novas abordagens para a coleta de proveniência,

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que devem ser independentes de SGWfC e manipular descritores de proveniência de

diferentes granulosidades (GROTH et al. 2005, SIMMHAN et al., 2008, CRUZ et al.,

2008, MARGO, SELTZER, 2009, MUNISWAMY-REDDY, SELTZER, 2009,

MUNISWAMY-REDDY et al., 2010, CRUZ et al., 2010, MARINHO et al.,2010).

Paralelamente ao esforço coletivo de avaliar novos mecanismos de coleta de

proveniência, existe uma iniciativa que propõe um metamodelo para a representação da

proveniência, denomindo Open Provenance Model (OPM) (MOREAU et al., 2010). Os

autores desenvolveram uma representação genérica de proveniência, independente de

tecnologia, válida para diversas entidades, mas exclusivamente voltada para os

workflows científicos. A iniciativa tem como objetivo tornar a proveniência

intercambiável entre distintos sistemas de proveniência. O metamodelo OPM representa

um avanço na área. No entanto, ele também possui limitações (MARINHO et al, 2010,

e GROTH, MOREAU, 2011), tais como:

(i) Os SGWfC e os sistemas de gerência de proveniência que o adotam precisam

ser fortemente acoplados para que obtenham-se os benefícios propostos pelo

OPM;

(ii) O metamodelo OPM ainda está em fase de desenvolvimento, é muito genérico,

e contempla apenas as formas de proveniência retrospectiva;

(iii) O metamodelo não contempla sistemas distribuídos, nem discorre sobre a

possibilidade da adoção de acordos semânticos que permitam consultas sobre

os descritores de proveniência baseados em ontologias de experimentos

científicos.

O uso de ontologias em aplicações científicas não é uma novidade

(SOLDATOVA, KING, 2006, BIOLCHINI et al., 2007, MACCAGNAN et al., 2010,

MATTOSO et al., 2010). Em geral, são utilizadas em conjunto com outras já existentes,

portanto, devem ser interoperáveis. Estas também caracterizam-se por serem

desenvolvidas por equipes multidisciplinares, onde normalmente os conteudistas

pertencem à área do domínio da aplicação e os construtores são oriundos da Ciência da

Computação. No entanto, apesar de todo esse esforço, algumas limitações ainda

persistem, por exemplo, inexistem ontologias genéricas e bem fundamentadas que

versem sobre os descritores de proveniência de experimentos científicos em larga

escala. A inexistência dessas ontologias contribui para aprofundar os problemas comuns

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à ciência contemporânea: dificuldade de interpretar, reproduzir e compartilhar os

resultados experimentais.

Uma possível estratégia para tratar o problema de gerência de descritores de

proveniência em ambientes distribuídos e heterogêneos requer o uso de diversas

técnicas. Ela pode envolver o desenvolvimento de um sistema de coleta de proveniência

independente de SGWfC que opere no ambiente distribuído e que ofereça apoio para a

realização de consultas sobre esses descritores. Este sistema operaria segundo

especificações genéricas e seria responsável pela captura e armazenamento, facilitando

posteriormente a consulta aos descritores de proveniência de um experimento científico

em e-Ciência.

A idéia central por trás dessa estratégia seria desacoplar a gerência de

proveniência que, normalmente, é centrada no workflow para uma gerência de

proveniência mais abrangente no nível do experimento científico, a partir de um

mecanismo de proveniência integrado que facilite a captura, acesso e posteriores

consultas aos descritores de proveniência de um experimento em larga escala.

Posto isto, a questão de pesquisa a ser investigada nesse trabalho é:

Em se tratando de experimentos científicos em larga escala executados em

ambientes distribuídos e heterogêneos, é possível promover a gerência de proveniência

de experimentos por meio da adoção de: (i) um sistema de coleta de proveniência que

opere ao longo do ciclo de vida do experimento e (ii) de uma ontologia de domínio, bem

fundamentada, tornando mais consistente a análise de proveniência destes

experimentos por parte dos pesquisadores?

1.3. - Objetivo da Tese

O objetivo deste trabalho de tese é viabilizar de pesquisa através do

desenvolvimento de estratégia computacional para a gerência de descritores de

proveniência. Ela envolve o projeto e desenvolvimento de uma ontologia, bem

fundamentada, intitulada OvO (Open proVenance Ontology) e também de uma solução

intitulada Matriohska que tornará possível a gerência de proveniência de experimentos

científicos em ambientes distribuídos e heterogêneos. A integração da OvO com a

Matriohska facilitará não só a gerência destes descritores, como também permitirá a

realização de consultas sobre os descritores de proveniência dos experimentos

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científicos executados em ambientes flexíveis, heterogêneos e distribuídos do tipo

nuvens de computadores.

Este objetivo pode ser dividido em quatro objetivos específicos: os dois

objetivos iniciais requerem o desenvolvimento de modelos e mecanismos que possam

ser incorporados aos SGWfC existentes para viabilizar a captura e armazenamento de

descritores de proveniência oriundos de experimentos em e-Ciência executados nestes

ambientes. Os dois objetivos finais requerem o desenvolvimento de soluções, que se

beneficiem das tecnologias de Web Semântica (DEELMAN et al., 2009) e que

ofereçam suporte para uma manipulação semântica dos descritores de proveniência

produzidos ao longo do ciclo de vida de experimentos em e-Ciência.

Para alcançar a meta de pesquisa, os seguintes objetivos específicos foram

delineados:

Objetivo 1 - Proposta de um modelo que represente as etapas do ciclo de vida

de experimentos em e-Ciência que correlaciona os descritores de proveniência de

diferentes granulosidades produzidos ao longo de cada etapa;

Objetivo 2 - Proposta de um novo modelo ontológico, bem fundamentado, para

proveniência desta classe de experimentos. O modelo considera a importância da

explicitação dos compromissos ontológicos acerca dos conceitos de proveniência

relacionados a experimentos científicos em larga escala. O modelo proposto tem como

pilares: o metamodelo OPM (MOREAU et al., 2010), a ontologia de fundamentação

UFO e a representação formal, sob a forma de uma linguagem de nível ontológico

(GUIZZARDI, 2005);

Objetivo 3 - Proposta de uma arquitetura apoiada por um modelo ontológico

capaz de sustentar a coleta e o registro de descritores de proveniência sobre

experimentos de e-Ciência executados em ambientes flexíveis, distribuídos e

heterogêneos do tipo nuvens de computadores.

Objetivo 4 - Proposta de avaliação empírica da arquitetura por meio da

execução de experimentos da área de bioinformática e posterior recuperação de

descritores de proveniência através de consultas que utilizem o modelo ontológico

proposto.

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1.4 - Delimitação de Escopo

Produzir conhecimento novo não é uma tarefa fácil, ainda mais quando um trabalho

de pesquisa está correlacionado com as áreas de ―proveniência‖, ―workflows‖, ―bancos de

dados‖, ―ontologias‖ e ―sistemas distribuídos‖, que por si só são temas multidisciplinares,

inovadores e desafiadores.

A linha temática desta tese espelha-se claramente nas discussões existentes em

diversas oficinas e simpósios da área de e-Ciência (por exemplo, IPAW- Provenance

Challenges (MOREAU et al., 2008, SIMMHAN et al., 2011) e Bancos de Dados

(MATTOSO, CRUZ, 2008); além das diversas edições especiais de revistas científicas

indexadas promovidas por conceituadas sociedades técnico-científicas (por exemplo, IEEE,

ACM, SBC entre outras).

Adicionalmente, esta pesquisa alinha-se com o eixo temático estabelecido pela

Sociedade Brasileira de Computação, isto é, aos Grandes Desafios da Pesquisa em

Computação no Brasil (CARVALHO et al., 2006), onde buscam-se formas de extração de

subconjuntos inter-relacionados de dados para apoio à pesquisa científica na área de e-

Ciência. Portanto, se por um lado a abrangência e atualidade desta pesquisa ajudam a

justificar a existência desta tese, por outro lado, isso exige uma clara definição do escopo

deste trabalho.

Este trabalho tem como escopo definir uma arquitetura genérica, modular e

independente de SGWfC que promova, facilite e automatize a coleta e a consulta de

descritores de proveniência sobre experimentos de larga escala executados em ambientes

distribuídos. Além disso, por tratar-se de um estudo em bancos de dados, buscar-se-á

adicionar semântica à gerência dos descritores, com vistas a tornar a administração destes

metadados mais harmônica por parte dos pesquisadores.

Para avaliar as vantagens e a viabilidade da proposta, serão realizados experimentos

que utilizavam conhecimentos intrínsecos à área de bioinformática, em especial à área de

genômica comparativa (LESK, 2005).

É primordial deixar claro que este trabalho não tem como escopo propor uma

arquitetura definitiva que abarque todo e qualquer tipo de ambiente distribuído ou mesmo

experimentos em e-Ciência de qualquer natureza, pois é entendido que cada área do

conhecimento deve ter características próprias e isso reflete-se na construção dos workflows

científicos utilizados nos experimentos. Além disso, os clusters, grades e nuvens de

computadores são ambientes computacionais que oferecem amplas possibilidades de

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distribuição das atividades de um workflow científico, no entanto, cada ambiente possui

funcionalidades, primitivas e interfaces distintas (YU, BUYYA, 2005, ELMROTH et al.,

2010, OLIVEIRA et al., 2010). Esta tese busca uma solução que seja ao mesmo tempo

simples, criativa e funcional e que possa ser posteriormente adaptada para outros ambientes

distribuídos.

1.5. – Metodologia de Pesquisa

A metodologia de pesquisa corresponde ao conjunto de procedimentos adotados

para a obtenção do conhecimento (CERVO et al., 2007, WAZLAWICK, 2009). É a

aplicação do método científico, que por meio de um conjunto de processos e técnicas,

visa garantir a legitimidade científica do saber obtido (BARROS, LEHFELD, 2007).

Esta tese está fundamentada na área de Banco de Dados e faz parte do domínio

da Ciência da Computação, que é uma ciência do artificial e que permeia praticamente

todas as atividades humanas. O trabalho adota como estratégia de pesquisa o estudo de

caso e o método de pesquisa empregado é o qualitativo.

As etapas realizadas nesta pesquisa podem ser resumidas como:

(i) Definição e conceituação das etapas do ciclo de vida de experimentos científicos

em larga escala, caracterizando o papel e os tipos dos descritores de

proveniência disponíveis em cada etapa;

(ii) Projeto e construção de uma ontologia, bem fundamentada, sobre a proveniência

de experimentos científicos em larga escala;

(iii) Projeto e construção de um sistema de gerência de descritores de proveniência

apoiado por uma ontologia de proveniência capaz de operar em ambientes

distribuídos e heterogêneos do tipo nuvens de computadores;

(iv) Execução de workflows de bioinformática utilizando a infra-estrutura de coleta e

posteriores execuções de consultas sobre os descritores coletados.

1.6. - Organização da Tese

Esta tese está organizada em seis capítulos, além deste Capítulo introdutório.

Os Capítulos 2 e 3 apresentam a fundamentação teórica desta tese. No Capítulo

2, discutem-se problemas e oportunidades relacionados a e-Ciência e descreve-se um

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novo ciclo de vida de experimentos em larga escala. No Capítulo 3, debate-se o papel

das ontologias de fundamentação e as limitações das principais ontologias de

proveniência atualmente disponíveis na literatura.

Os Capítulos 4, 5, 6 e 7 discutem as principais contribuições desta tese. O

Capítulo 4 apresenta a proposta de uma estrutura taxonômica voltada para os diversos

tipos de descritores de proveniência manipulada pelos principais sistemas de

proveniência. Tendo como base o ciclo de vida e a taxonomia de proveniência, o

Capítulo 5 discute o processo de engenharia ontológica e a proposta da ontologia OvO

(Open Provenance Ontology), uma ontologia de domínio, bem fundamentada, sobre a

proveniência de experimentos científicos em larga escala. O Capítulo 6 apresenta uma

arquitetura (genérica, modularizada e apoiada pela ontologia de domínio de

proveniência) denominada Matriohska. Ela permite a gerência de descritores de

proveniência de diferentes granulosidades oriundos de experimentos científicos em

larga escala executados em ambientes distribuídos baseados em nuvens de

computadores.

Os Capítulos 7 e 8 relatam uma avaliação empírica da proposta, onde são

apresentados conjuntos de consultas sobre os descritores de proveniência de diversas

granulosidades, coletados a partir de experimentos em larga escala do domínio da

bioinformática e conduzidos em ambiente de nuvem de computadores.

Finalmente, o Capítulo 9 destaca as conclusões gerais e relata as contribuições

desta tese, bem como considerações sobre limitações e futuras perspectivas para a

continuação desta pesquisa.

Um resumo da estrutura desta tese juntamente com a correlação de seus

objetivos está representado na Figura 1.

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Figura 1. Visão geral da estrutura desta tese relacionando os objetivos da tese com

os capítulos onde são alcançados.

Introdução Capítulo 1

Conclusão Capítulo 9

Fundamentação Teórica

Fundamentos de Experimentos Científicos em Larga EscalaCapítulo 2

O Papel da Proveniência e das Ontologias nos Experimentos em Larga Escala Capítulo 3

Contribuições em Proveniência de Experimentos Científicos

Categorização dos Sistemas de Proveniência Capítulo 4

Ontologia de Domínio de Proveniência de Experimentos Científicos em Larga Escala Capítulo 5

Estudo de Caso

Estudo de Caso: Gerência de Proveniência de Experimentos Científicos em Bioinformática Capítulo 7

Objetivo 1

Objetivo 3

Objetivo 2

Objetivo 4

Referências Bibliográficas

Apêndices

Uma Arquitetura de Gerência de Proveniência de Experimentos Científicos Apoiada por Ontologias de Domínio

Capítulo 6

Estudo de Caso: Consultas sobre descritores de Proveniência de Experimentos Científicos

Capítulo 8

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Capítulo 2 – Fundamentos de Experimentos Científicos em

Larga Escala

Ao longo dos últimos anos se assiste a uma revolução tecnológica silenciosa

apoiada na produção e compartilhamento de crescentes volumes de dados. Vivenciam-

se transformações extremadas, onde o que já é grande necessita ser ainda maior (por

exemplo, os clusters, as grades e as nuvens de computadores para o desenvolvimento de

ciência em larga escala) e o que já é pequeno se torna cada vez menor (por exemplo,

nanotecnologia e a altíssima integração dos circuitos, permitindo a confecção de

processadores com múltiplos núcleos). Os experimentos em grande escala beneficiam-

se destes dois extremos e requerem recursos computacionais cada vez mais potentes

para a sua execução e, geralmente, são realizados por equipes multidisciplinares e que

em alguns casos podem estar geograficamente dispersas.

Além disso, os experimentos abordam questões de pesquisa cada vez mais

complexas, sejam de interesse mundial, por exemplo, o projeto Sloan Digital Sky Survey

para o mapeamento dos corpos celestes (HEY et al., 2009) e o projeto Netune/Trident

para estudos na área de oceanografia (SIMMHAN, 2008), ou de importância nacional,

por exemplo, os projetos de exploração de petróleo em águas profundas (MATTOSO et

al., 2009) ou a busca de genes ortólogos dos tripanosomas causadores de doenças

tropicais negligenciadas (DÁVILA et al., 2008). Tudo isso representa um ponto de

inflexão que merece o desenvolvimento de estudos específicos.

No entanto, mesmo com todo o avanço científico obtido, ainda não conseguiu-se

abordar de forma precisa os desafios associados tanto à gerência de experimentos de

grande escala executados em ambientes distribuídos quanto à adição de semântica na

gerência de descritores de proveniência.

Além dessa necessidade tecnológica, é necessário estudar em profundidade

todos os aspectos e conceitos envolvidos no ciclo de vida de experimentos em grande

escala. Isto é, como essa nova classe de experimentos deve ser tratada por cientistas da

computação? Como esses experimentos serão compostos, executados e posteriormente

analisados? Adicionalmente, é importante questionar: Qual a semântica e quais os tipos

de descritores de proveniência que estão envolvidos no ciclo de vida de experimentos

em grande escala? Sem a combinação de uma sólida fundamentação conceitual com o

uso de tecnologias atuais, não será possível responder perguntas básicas: Como foi

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construído, numa perspectiva de engenharia, um experimento científico? Quais artefatos

foram produzidos na execução do workflow Wf1 realizada no dia 03/02/2011 pelo

cientista C1 no ambiente distribuído Ad1? Ou ainda, Quais cientistas trabalharam na

concepção dos workflows Wf1 e Wf2 do experimento Exp1 e quais executaram o Wf1

com o arquivo de entrada I1?

Este capítulo está organizado da seguinte forma. Na Seção 2.1 discutimos uma

nova concepção de ciclo de vida de experimentos científicos em larga escala,

enfatizando o papel desempenhado pela proveniência em cada etapa deste ciclo. Na

Seção 2.2, correlacionamos os principais recursos científicos utilizados nesta categoria

de experimentos. Em seguida, na Seção 2.3, discutimos os principais conceitos

envolvidos na gerência de workflows científicos. Posteriormente, na Seção 2.4,

apresentamos um estudo comparativo entre as principais infra-estruturas

computacionais utilizadas na execução distribuída de experimentos em larga escala. Por

fim, o Apêndice 1, descreve-se os principais conceitos de Biologia Molecular

necessários para a compreensão dos experimentos em larga escala utilizados ao longo

desta tese.

2.1 - Ciclo de Vida de Experimentos em Larga Escala

A Ciência é um empreendimento sistemático baseado no método hipotético-

dedutivo mediado por experimentos científicos para a aquisição, organização e

condensação de conhecimento em leis e teorias. O conhecimento científico continua a

ser gerado por experimentos tradicionais (in vivo e in vitro) ou por duas recentes

modalidades de experimentos científicos mediados por computador que estão calcadas

no amplo uso de modelos computacionais: in virtuo (TRAVASSOS, BARROS, 2003) e

in silico (CAVALCANTI et al., 2005).

Uma investigação experimental típica envolve diversas etapas: observação,

previsão, hipótese, condução do experimento, análise e descrição dos resultados. O

método científico (independente do seu tipo) demanda que a investigação e seus

resultados sejam rigorosamente documentados, de tal forma que os experimentos

possam ser reproduzidos por outros pesquisadores (WILSON Jr., 1991).

Os experimentos em larga escala são representados pela combinação e

encadeamento de múltiplos programas, serviços e de equipamentos que utilizam

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recursos distribuídos de computação, tais como clusters, grades e nuvens de

computadores. Adicionalmente, eles manipulam, produzem e analisam grandes volumes

de dados, podendo ser compartilhados por diversas equipes ou institutos de pesquisa

distintos que colaboram para o processo de descoberta científica (MATTOSO et al.,

2010), por esses motivos requerem rigoroso controle sobre os descritores de

proveniência (BRANCO, MOREAU, 2006).

A Figura 2 ilustra uma proposta de ciclo de vida de experimentos em larga

escala conforme apresentado em (MATTOSO et al., 2010). Ele consiste basicamente de

múltiplos laços realizados pelos pesquisadores ao longo do curso de um experimento

científico.

A Figura 2 esboça uma visão geral do ciclo de vida de experimentos em larga

escala que será adotado nesta tese. É importante ressaltar que os conceitos representados

na ilustração não representam em si uma solução do problema da tese, apenas indicam

um possível caminho de solução para o desenvolvimento de estratégias de gerência de

descritores de proveniência de experimentos científicos. Os experimentos científicos em

larga escala sujeitos à gerência de proveniência, em todas as suas etapas, tem sua

reprodutibilidade ampliada e induzem a produção de publicações mais convincentes,

possivelmente, associada aos descritores de proveniência.

O ciclo de vida é composto por três grandes etapas: composição, execução e

análise. Cada etapa representa um nível de abstração distinto, possuindo seus ciclos

independentes e ocorrendo em momentos distintos do tempo. Cada etapa produz

diferentes tipos de descritores de proveniência.

A etapa de composição é responsável pela estruturação conceitual e

configuração de todo o experimento científico, ali estabelece-se a seqüência lógica das

atividades conceituais, os tipos de dados de entrada/saída e os parâmetros que serão

utilizados em nível abstrato (OLIVEIRA et al., 2008, JUNAID et al., 2009). Essas

informações estão relacionadas com a proveniência do tipo prospectiva (FREIRE et al.,

2008, CRUZ et al., 2009). A etapa de composição pode ser decomposta em duas

subetapas: concepção e reuso. A concepção é responsável pela configuração do

experimento em nível abstrato. Neste momento, são definidos os protocolos do

experimento, isto é, ali são concebidos os workflows abstratos. A subetapa de reuso é

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responsável pela recuperação de um experimento e readaptação para um novo

propósito.

Figura 2. Ciclo de vida de experimentos em larga escala (ao centro), adaptado de

(MATTOSO et al., 2010).

Ao término da etapa de composição, os workflows abstratos são instanciados em

workflows concretos para que possam ser executados em uma infra-estrutura

computacional adequada. A definição concreta é submetida a um SGWfC que é

responsável por executá-lo e produzir os resultados. Tem-se então a etapa de execução,

que é responsável pela realização do experimento propriamente dito. Ali são definidos

elementos estruturais, tais como programas, arquivos de entrada e parâmetros e recursos

computacionais utilizados pelas atividades que serão executadas pelo SGWfC. Estas

informações estão relacionadas com a proveniência do tipo retrospectiva (FREIRE et

al., 2008, CRUZ et al., 2009). Esta etapa pode ser decomposta em: distribuição e

monitoramento. A distribuição está relacionada com a necessidade de execução das

atividades do experimento em ambientes distribuídos, já o monitoramento está

relacionado com a necessidade de conferir e acompanhar a execução dos workflows e

atividades concretas, pois em muitos casos as execuções podem durar dias, semanas ou

mesmo meses.

Descritores de

Proveniência

Análise

Composição

ExecuçãoVisualização

Consulta

Concepção

Reuso

Monitoramento

Distribuição

Descoberta

Workflow

abstrato

Workflow

concreto

Alterações

no Workflow

abstrato

Resultados

ricos em

proveniência

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Vale ressaltar que quando se trabalha com experimentos em larga escala,

algumas vezes é necessário que determinadas atividades de um workflow concreto

sejam executadas utilizando-se recursos computacionais diferenciados, por exemplo,

ambientes heterogêneos e distribuídos ao invés de simples estações de trabalho. Aos

SGWfC devem ser acopladas estruturas de software que ofereçam apoio ao: paralelismo

de dados e atividades (por exemplo, Hydra (OGASAWARA et al. 2009, BARBOSA,

2010), distribuição e monitoramento remoto (por exemplo, MidMon (CRUZ et al.,

2008)) ou mecanismos de segurança (por exemplo, Kairos (GADELHA Jr.,

MATTOSO, 2008).

Uma vez que o experimento é completamente executado, os pesquisadores

devem avaliar os resultados para verificar se suas hipóteses de pesquisa foram

confirmadas ou refutadas, iniciando a etapa de análise. A etapa de análise é responsável

pelos estudos sobre os dados e descritores de proveniência gerados pelas etapas

anteriores. Esta etapa também pode ser decomposta em subetapas: descoberta, consulta

e visualização. Na subetapa de descoberta, o cientista pode optar pela continuação ou

não do experimento; duas situações podem ocorrer:

(i) Os resultados aparentemente estão compatíveis com aqueles que eram esperados

segundo a hipótese da pesquisa e novas execuções são aguardadas para refinar o

experimento ou levantar novos dados;

(ii) A hipótese é refutada, retorna-se ao início do ciclo de vida do experimento.

Em ambos os casos novas execuções dos workflows concretos daquele

experimento são esperadas, ou para validar a hipótese original ou para estabelecer

novas. As subetapas de consulta e a visualização dizem respeito à investigação mais

refinada sobre os dados e descritores de proveniência e suas possíveis correlações.

Nos últimos anos ocorreram significativos progressos no desenvolvimento de

modelos formais de proveniência. No entanto, as questões de armazenamento,

manutenção e mesmo as formas de consulta ainda são um problema em aberto,

principalmente a última, pois não é tratada de uma forma independente do sistema

gerador de proveniência (KARVOUNARAKIS et al., 2010).

Segundo IOANNIDIS (1987) e MATTOSO et al. (2010), basicamente existem

dois tipos de consulta que os cientistas podem executar tanto sobre os resultados do

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experimento quanto sobre os descritores de proveniência: consultas investigativas e

consultas analíticas.

As consultas investigativas operam sobre os resultados do experimento. As

consultas analíticas correlacionam os resultados do experimento com os descritores de

proveniência do experimento. Para viabilizar essas consultas, é necessário buscar

correlações entre os dados utilizados ou produzidos pelo experimento com os modelos

de proveniência adotados pelos cientistas. Nessa categoria, as consultas podem ser

realizadas sobre dados estruturados (relacional, XML ou RDF) e metadados, sendo

importante ressaltar que elas são domínio-dependentes (HOLLAND et al., 2008).

A subetapa de visualização representa outra forma de aquisição de

conhecimento sobre os resultados do experimento científico. Por exemplo, ao invés de

investigar grandes conjuntos de dados de forma manual ou semi-automatizada, os

pesquisadores podem aplicar um conjunto de técnicas de visualização e fazer uso de

mapas 2D ou 3D sobre os dados, ampliando assim a percepção e cognição sobre os

resultados do experimento. O uso de técnicas de visualização que associam os

resultados do experimento com os descritores de proveniência ainda são raramente

utilizadas (DEL RIO, SILVA, 2007, FENLEY, 2009, ARIAS-HERNANDEZ, FISHER,

2011). Por facilitar a compreensão, essas técnicas deveriam estar associadas aos

mecanismos utilizados pelo próprio SGWfC (DAVIDSON, FREIRE, 2008) como, por

exemplo, o provenance browser apresentador em (ANAND et al., 2010) e o Ediflow

apresentador em (BENZAKEN et al., 2011).

Atualmente, existem algumas propostas de ciclos de vida de experimento

disponíveis na literatura, como as apresentadas em: (IOANNIDIS et al., 1994, GOBLE

et al., 2003, BOSE, FREW, 2005, OINN et al., 2007, WOOLLARD et al., 2008,

DEELMAN et al., 2009, LUDÄSCHER et al., 2009). Essas referências possuem

perspectivas similares, no entanto, não compartilham da nossa visão em dois pontos

principais:

(i) Não consideram que o workflow está acoplado ao experimento científico. Isto é,

não são capazes de correlacionar os entes abstratos da parte conceitual com os

entes concretos da parte estrutural do experimento,

(ii) Não consideram os diferentes níveis de abstração descritos anteriormente.

Portanto, as consultas sobre os descritores de proveniência estão relacionadas

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com aos descritores ligados à execução do workflow concreto e não sobre os

descritores relacionados ao ciclo de vida do experimento.

A Figura 3a representa a situação atual existente na maioria dos SGWfC. O ciclo

de vida de um experimento em larga escala pode ser representado por uma linha do

tempo. Nessa linha do tempo, cada etapa é representada no eixo do tempo (t), onde t0

representa a início do experimento e tn seu término. Atualmente, observa-se que os

SGWfC oferecem pouco ou nenhum suporte para a coleta de proveniência na etapa de

composição. Limita-se a apoiar a etapa de execução e negligenciam a etapa analítica.

Na Figura 3b, apresentamos um ambiente ideal para a coleta de proveniência

que devem ser realizadas ao longo das três etapas e de forma independente do SGWfC e

com auxílio de um sistema de gerência de descritores de proveniência.

Figura 3. (a) Situação corrente de coleta de proveniência (b) Abordagem ideal

para a coleta de descritores de proveniência de experimentos de grande escala.

Adaptado de (MATTOSO et al., 2010)

2.2 - Recursos Científicos

Recursos Científicos compreendem todos os elementos envolvidos na condução

de um experimento científico em larga escala. Faz-se necessário ressaltar que o termo

recurso possui uma elevada sobrecarga semântica e pode ser aplicado a diversos

contextos tanto na computação ou fora dela.

Segundo CAVALCANTI et al. ( 2003), recursos científicos correspondem aos

meios e modelos necessários para executar um experimento científico. Os autores

identificam cinco recursos principais: modelo, programa, dado, workflow e

experimento. Nesta tese, será adotada uma definição próxima a de CAVALCANTI

t0

t2

t1

t7

t3

t5

t4

t6

t8

SG

WfC

C o m p o s i t i o n

E x e c u t i o n

L i n h a d o t e m p o d o E x p e r i m e n t o

C i e n t í f i c o e m l a r g a e s c a l a

Composição

Execução

Análise

a

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(l.c.), será utilizada a definição apresentada em CRUZ et al. (2010). Naquele trabalho

foi ampliada ligeiramente a definição anterior, considerando-se novos elementos de

menor granulosidade que mais se aproximam de experimentos em larga escala e, ainda,

dispõem os recursos científicos de acordo com a lista hierárquica de elementos

representada na Figura 4, a saber: modelo (científico), experimento (em larga escala),

workflow (abstrato e concreto), atividade (programa), artefato (dado e parâmetros) e

agente (pesquisador). A descrição dos recursos científicos ocorrerá nas próximas sub-

seções.

Figura 4. Hierarquia de Recursos Científicos.

2.2.1 - Modelo Científico

Um modelo é uma abstração simplificada da realidade e representa as principais

características e relações entre os elementos dessa realidade (LAW, KELTON, 1999).

Um modelo é considerado um construto subjetivo que incorpora somente as

observações e características mais fundamentais da realidade observada.

O termo modelo apresenta elevada carga semântica e é uma constante fonte de

incompreensões, uma vez que é utilizado em diversos contextos. Um modelo científico

é uma abstração criada pelo pesquisador e é representado em conjunto com hipóteses

sobre o comportamento de um sistema usado para fazer predições que possam ser

testadas por meio de experimentos científicos. Um modelo também pode ser definido

como o resultado do processo de produção de uma representação abstrata, conceitual,

gráfica ou visual de fenômenos, sistemas ou processos com o propósito de analisar,

Experimento

Modelo

Workflow

Atividade

Artefato

Agente

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descrever, explicar, simular, explorar, controlar e predizer fenômenos ou processos

(JARRARD, 2001, CARTIER et al., 2001). Considera-se que a criação de um modelo é

uma parte essencial de qualquer atividade científica, podendo variar na sua

representação. Fórmulas, equações e algoritmos são exemplos de representações de um

modelo científico (CAVALCANTI et al., 2003).

Segundo HAEFNER (1996), a modelagem é um processo semi-formal onde

definem-se regras que tentam solucionar o problema da pesquisa e é composta por três

etapas: identificação do problema, formulação do experimento e validação

(HAEFNER, 1996). A primeira etapa requer a definição não ambígua do problema da

pesquisa, através da delimitação do escopo e definição do contexto da pesquisa. A

segunda implica na delimitação das fronteiras do sistema a ser implementado. Já a

terceira etapa envolve o teste das hipóteses da pesquisa para verificação da sua exatidão.

Caso alguma inconsistência seja detectada nesta etapa, o cientista deve retornar à etapa

anterior para reformular suas hipóteses.

Observa-se que essas três etapas guardam estreita correspondência com a

subetapa de concepção do ciclo de vida de experimentos em larga escala discutido

anteriormente na Seção 2.2.1. Isto é, a modelagem do experimento propriamente dito é

uma tarefa conceitual e de alto nível, onde o pesquisador não necessariamente lida com

os aspectos e questões tecnológicas associadas à implementação do seu modelo. Ele

apenas define o comportamento (objetivos, atividade, escopo e conjuntos de dados)

esperado através da especificação de workflows abstratos. Dessa forma, utiliza uma

abordagem top-down em relação à materialização do seu experimento, partindo de

estruturas conceituais mais abstratas até a especificação dos elementos estruturais

(workflows concretos, dados, equipamentos e equipes) necessários à execução do

experimento.

2.2.2 - Experimento Científico

Conduzir experimentos em larga escala não é uma tarefa trivial, consome tempo

e recursos científicos e financeiros, gerando um grande volume de dados e de

conhecimento cuja gerência é complexa. Portanto, oferecer apoio aos pesquisadores

para as atividades relacionadas à experimentação a partir de uma infra-estrutura

computadorizada pode trazer grandes benefícios.

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Autores como TRAVASSOS E BARROS (2003), CAVALCANTI et al. (2003)

e BIOLCHINI et al. (2007) discorrem sobre as principais diferenças entre os

experimentos em ciência da computação: experimentos científicos do tipo in virtuo e in

silico.

Os experimentos in virtuo são conduzidos em um ambiente virtual, composto

por modelos numéricos que são manipulados pelos pesquisadores. O comportamento do

modelo é analisado através de simulações.

Estudos in silico são aqueles onde o objeto e o ambiente a serem estudados são

descritos com modelos computacionais numéricos onde nenhuma interação humana é

permitida. Os experimentos in silico são fortemente dependentes de recursos

computacionais (DEELMAN et al., 2009), requerem um ambiente controlado, têm

custo de execução mais baixo, pois não envolvem o uso de aparatos científicos

sofisticados, reagentes, materiais de bancada e ainda possibilitam antecipar futuros

riscos para a pesquisa. Neste trabalho, nosso foco está voltado para experimentos

científicos em grande escala do tipo in silico.

Os experimentos in silico podem ser planejados segundo as abordagens

tradicionais (JURISTO, MORENO, 2001) ou ainda como workflows científicos

(CAVALCANTI et al., 2005, TAYLOR, I. et al., 2007, MATTOSO et al., 2008, HEY

et al., 2009, DEELMAN et al., 2009). O planejamento, condução e análise de

experimentos in silico guardam estrita correlação com as etapas do ciclo de vida de

experimentos em grande escala, como descrito anteriormente.

2.2.3 – Workflows Científicos

O termo workflow não é uma exclusividade do ambiente científico. Pelo

contrário, ele tem suas origens nos anos 70 e foi inicialmente associado à automação de

escritórios (CRUZ, 2000, AALST, HEE, 2004). O objetivo dessa tecnologia era

oferecer soluções voltadas para a geração, armazenamento, compartilhamento e

roteamento de documentos em uma organização, no entanto, o foco dessa tecnologia

deslocou-se para outras áreas.

Inicialmente as ciências ligadas à Natureza (Biologia, Química, Física,

Geologia, Astronomia, entre outras) utilizavam scripts para praticar seus

processamentos científicos. Por exemplo, na bioinformática, os scripts definiam a

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seqüência (completa ou parcial) de processos a serem executados, bem como seus

parâmetros e dados. Atualmente, o uso de scripts vem sendo paulatinamente

substituídos por workflows científicos (TAYLOR et al., 2007, DEELMAN et al., 2009,

LUDÄSCHER et al., 2009). O uso de scripts apresenta inúmeras desvantagens, como a

dificuldade de manutenção e a reduzida capacidade de reutilização, aumentando assim o

custo e o tempo de condução do experimento. Adicionalmente, existem outras

deficiências associadas aos scripts, como pouco ou nenhum suporte ao registro dos

descritores de proveniência.

Um workflow científico é parte da especificação de um experimento científico

do tipo in silico (TAYLOR et al., 2007, LUDÄSCHER, 2009, DEELMAN, et al., 2009,

SONNTAG et al., 2010). Segundo esses autores, ele representa um modelo ou template

que descreve uma seqüência de passos, implementadas por atividades (programas ou

serviços). Os workflows científicos podem ser representados em diversos níveis de

abstração (GIL et al., 2007). Segundo GIL et al. (2007) e DEELMAN et al. (2009), um

workflow é chamado de abstrato quando as atividades que o definem não estão

associadas a recursos computacionais, tais como programas, serviços ou qualquer outro

recurso computacional. Já um workflow concreto tem suas atividades mapeadas

diretamente para recursos computacionais. Workflows concretos são usualmente

modelados, interpretados e executados pelos SGWfC.

Os workflows científicos guardam correlação estreita com os experimentos

científicos propriamente ditos, podendo ser até mesmo confundidos uns com os outros.

No entanto, no escopo desta tese eles possuem diferentes significados. Os workflows

concretos podem ser executados inúmeras vezes com ligeiras modificações nas

atividades ou parâmetros. Todo esse procedimento, independentemente da natureza do

workflow é interativo e incremental, portanto, alterações na definição estrutural de um

workflow científico são constantes, mas esses workflows continuam fazendo parte de um

mesmo experimento científico.

2.2.4 – Atividades, Artefatos e Agentes

A materialização de um modelo científico faz parte do ciclo de vida do

experimento científico em larga escala e as atividades científicas (programas) são os

entes responsáveis por sua materialização. Uma atividade é essencialmente a

codificação de um algoritmo estabelecido pelo pesquisador, ele indica quais os passos

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específicos, em que ordem eles devem ser executados e, ainda, quais parâmetros devem

ser utilizados.

Atividades devem ser encaradas como recursos intercambiáveis. Por exemplo,

supondo que exista uma atividade de workflow concreto que realize alinhamento

múltiplo de seqüência protéica, esta atividade pode ser materializada através de vários

tipos de processos científicos, por exemplo, pelo BLAST (ALTSCHUL et al., 1990),

HMMER (EDDY et al., 1995), MAFFT (KATOH et al., 2005), ClustalW

(THOMPSON et al., 1994) ou T-Coffee (NOTREDAME et al., 2000). Estes processos

são alinhadores de seqüências, mas cada um possui a sua implementação, seu próprio

algoritmo de alinhamento e, mais importante, cada processo utiliza ou produz diferentes

tipos de artefatos de dados. As atividades podem ser descritas com descritores

complementares, tais como: versão, autor, sistema operacional, linguagem de

codificação, bibliotecas, entre outros.

Artefatos científicos duplicam em volume, aproximadamente, a cada ano devido

à disponibilidade de novos aparatos científicos e ao aumento da capacidade de

processamento (BELL et al., 2009). Artefatos científicos são elementos de dados

compostos por informações factuais e que possuem uma representação digital em

sistemas de computação. Os artefatos podem existir em uma grande variedade de

formatos estruturados, semi-estruturados ou não estruturados, eles são obtidos através

de observações científicas diretas ou por intermédio da medição através de aparatos

científicos ou ainda, podem ser produtos obtidos através de processamento de dados. De

modo geral eles oferecem oportunidades para a obtenção de novas informações

científicas.

Agentes podem ser definidos de uma maneira simples: são objetos com atitude

(HAYES, 1999). Mais especificamente, um agente pode ser definido como uma

entidade autônoma que possui uma série de capacidades e objetivos estabelecidos, que

interage com um ambiente computacional e com o experimento científico, através

destas interações é capaz de executar uma atividade ou coordenar a sua execução.

2.3 - Gerência de Workflows Científicos

O termo SGWfC (Sistema Gerenciador de Workflows Científicos) é utilizado

para descrever as ferramentas que permitem a especificação, modelagem e execução do

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workflow científico em um nível concreto, invocando as atividades definidas durante a

etapa de concepção do ciclo de vida (MATOS et al., 2008).

Atualmente existem dezenas de SGWfC, alguns já consolidados e outros

emergentes (ZHAO et al., 2008, MATTOSO, CRUZ, 2008). Dentre os sistemas mais

comuns podemos citar: DagMan (COUVARES et al., 2007), Taverna (OINN et al.,

2007) e sua versão colaborativa Co-Taverna (ZHANG, 2010), Kepler (LUDÄSCHER et

al., 2006), Confucious (ZHANG et al., 2010), Swift (ZHAO et al., 2007), VisTrails

(CALLAHAN et al., 2006, FREIRE et al., 2008), Pegasus (DEELMAN et al., 2005),

myExperiment (GOBLE et al., 2010), Askalon (FAHRINGER et al., 2007), Chimera

(FOSTER et al., 2002), P-Grade (KERTÉSZ et al., 2007), Triana (TAYLOR et al.,

2007), Woods (MEDEIROS et al., 2005), TRIO (AGRAWAL et al., 2006),

ProvManager (MARINHO et al. , 2010), entre outros.

Segundo YU e BUYYA (2005), os SGWfC podem ser classificados de diversas

formas. No entanto, para esta tese, a classificação crucial que utilizada levará em

consideração apenas SGWfC do tipo centralizado ou distribuído que oferecem suporte à

coleta de descritores de proveniência e podem executar atividades de modo distribuído.

SGWfC centralizados são caracterizados como sendo motores de execução de

workflows residentes em uma única máquina, tomando todas as decisões sobre o

escalonamento das atividades de um workflow. Segundo YU e BUYYA (2005), este

tipo de SGWfC possui escalonamento mais eficiente, no entanto não é escalável em

relação ao número de tarefas. Já os SGWfC distribuídos possuem mais de um motor de

execução, as tarefas são escalonadas por múltiplos escalonadores, são sistemas mais

escaláveis que os centralizados. No entanto, o custo dos cálculos e controle de

escalonamento pode afetar o desempenho do sistema. Além disso, o controle de

conflitos é mais complexo, pois envolve questões relacionadas aos atrasos da rede de

computadores aos quais estão submetidos.

Para efeito de estudo comparativo, destacamos apenas os SGWfC de maior

presença na literatura científica e que atendem à classificação definida anteriormente.

São eles: Kepler, Taverna, VisTrails, Swift, Pegasus e Askalon.

Kepler é um sistema maduro de código aberto em Java construído sobre o motor

de execução PtolemyII e visa atender múltiplos domínios do conhecimento. Ele tem

como meta desenvolver soluções genéricas tanto para o processamento de workflows

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científicos quanto para os desafios de integração de aplicações científicas

(LUDÄSCHER et al., 2006). Kepler utiliza a metáfora diretor/ator para representar os

componentes do workflow concreto e ao tipo comunicação entre eles. Assim como em

um filme, um diretor no Kepler controla os atores, especificando como cada um deve

agir quando conectados. Já o papel dos atores é processar os dados disponíveis nas suas

portas de entrada e disponibilizar os resultados na porta de saída.

Kepler tem reduzido apoio à visualização de dados e à coleta de descritores de

proveniência. Os fluxos de execução do workflow são descritos em uma linguagem de

workflow conceitual chamada MoML (MCPHILLIPS, BOWERS, 2005), a qual é

baseada em XML. Kepler, apesar de maduro, é um sistema incompleto em termos de

usabilidade, pois suas funcionalidades de computação distribuída ainda estão em fase de

protótipo, não há interface de programação para que auxilie o desenvolvimento de

novos atores e, por fim, o sistema de coleta de proveniência ainda está em fase de testes

(MOUALLEM et al., 2009).

O sistema Taverna, desenvolvido pelo projeto myGrid (STEVENS et al., 2004,

OINN et al., 2007), é uma ferramenta de código aberto que objetiva compor e executar

workflows concretos, seu motor de execução é o Freefluo (WROE et al., 2007). O

ambiente foi direcionado, principalmente, para o domínio da bioinformática. Um

workflow Taverna consiste de uma coleção de processadores de dados e links de

controle. Além disso, estes processadores podem ter múltiplas entradas e saídas

(portas), de modo que um link estabelece uma dependência entre a saída de um

processador e a entrada de outro, os links de controle indicam que um processador

apenas pode iniciar a sua execução, depois que outro processador executou com sucesso

a sua operação.

No Taverna, os processadores são implementados com classes Java, permitindo

que a execução do experimento seja local ou remota (através de serviços Web). A

codificação por meio de serviços Web é a mais comum, com as portas de entrada e

saída dos processadores correspondendo às operações definidas na interface de serviço

WSDL (W3C, 2010). A maioria das saídas se dá sob a forma textual, entretanto, existe

apoio para a utilização de plugins nas ferramentas de visualização e coleta de

descritores de proveniência. Os workflows são descritos em uma linguagem conceitual

chamada Scufl (OINN et al., 2007), a qual é baseada em XML. Ela permite resolver

problemas de coordenação de recursos, no entanto, ainda apresenta algumas limitações,

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tais como a exigência de, por exemplo, duplicação de links para arquivos de dados para

atividades que os utilizam.

VisTrails é um sistema modular de gerência de proveniência e workflows

científicos de código aberto desenvolvido em Python. Ele fornece amplo suporte para a

exploração e visualização de dados; foi concebido para gerenciar workflows de rápida

evolução, sendo um dos primeiros SGWfC a oferecer suporte à coleta de proveniência

prospectiva (FREIRE et al., 2008), registrando todos os passos realizados no decurso de

uma tarefa exploratória durante a composição de um workflow concreto. O sistema

permite que os pesquisadores naveguem de forma intuitiva em árvores de versões do

workflow, para realizar as seguintes operações: desfazer alterações sem perder nenhum

resultado, comparar visualmente diferentes workflows e seus resultados e, ainda,

examinar as ações que levaram a um determinado resultado. O motor de execução é o

VisTrails Cache Manager, que mantém o controle das operações que foram chamadas e

seus respectivos parâmetros.

Askalon é um sistema que fornece um ambiente para o desenvolvimento e a

execução de workflows em ambientes de grades de computadores. O sistema permite a

modelagem de workflows abstratos através de uma interface gráfica baseada nas

linguagens UML e AGWL. Estes workflows podem expressar grafos diretos acíclicos

ou estruturas mais sofisticadas que contenham repetições e desvios condicionais. O

workflow abstrato é, automaticamente, mapeado para um workflow concreto e

executado na grade.

O escalonamento das tarefas é estático, global e realizado por algoritmos

genéticos. O desempenho de cada componente do workflow é estimado, isto é, baseado

nos resultados coletados na fase de treinamento mede-se o tempo de execução de cada

tarefa com diferentes cargas em cada nó da grade. A estimativa de desempenho do

workflow é obtida combinando-se os dados adquiridos na fase de treinamento com

modelos analíticos. O suporte a coleta de descritores de proveniência no Askalon é

limitado.

Pegasus é um sistema sofisticado para planejamento e execução de workflows

que serão executados em grades de computadores, foi inicialmente denominado

Chimera (FOSTER et al., 2002) antes de ser submetido ao processo de atualização de

software. Pegasus também permite transformar workflows abstratos em workflows

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concretos através de uma série de refinamentos sucessivos. O workflow abstrato é

definido na fase de composição, sendo composto de diversas atividades abstratas e

arquivos de entrada e saída descritos em termos de nomes lógicos. O objetivo do

Pegasus é mapear as atividades do workflow para os recursos disponíveis em uma grade

para coordenar sua execução. Dessa forma ele também utiliza técnicas de inteligência

artificial.

O sistema Pegasus utiliza o serviço MDS do Globus (FOSTER, 2005) e arquivos

de configuração dos recursos da grade (Pool config) para verificar quais nodos estão

disponíveis para a execução das atividades. O serviço de MDS fornece informação

sobre características da grade, tais como número de processadores existentes e

quantidade de memória principal e secundária disponível nos diferentes locais. Os

arquivos de configuração dos recursos da grade fornecem informações sobre o ambiente

de execução, tais como a identificação do servidor de GridFTP e do serviço de

localização de réplicas. Após a coleta de dados, o sistema promove as modificações no

workflow abstrato baseado na disponibilidade do sistema.

Pegasus também consulta o serviço de localização de réplicas para determinar

quais arquivos intermediários já estão disponíveis na grade. Baseado nestes conjuntos

de informações, o sistema define o workflow concreto de forma a conter somente as

tarefas necessárias para gerar os arquivos finais. Em casos extremos, se todos os

arquivos finais já existirem, nenhuma atividade será executada, com exceção talvez da

transferência dos dados para um local especificado pelo usuário e respectivo registro no

serviço localizador de réplicas. Esta redução do workflow é feita baseada na suposição

de que é mais eficiente acessar um artefato de dado pré-existente do que ter que gerá-lo

novamente. Uma vez que o workflow reduzido (mínimo) é gerado, a escolha dos

recursos para execução das atividades é implementada (seleção de sítio). Esta seleção

dos recursos é feita de forma centralizada, local, estática e baseada nas informações de

disponibilidade e da localização dos dados de entrada.

Ao sistema Pegasus é possível acoplar outros SGWfC, por exemplo, o Kepler

(MANDAL et al., 2007). O objetivo desse acoplamento é integrar a interface visual do

Kepler com as facilidades de mapeamento para grade do Pegasus, oferecendo diferentes

níveis de abstração para os pesquisadores. Alternativamente, o sistema também pode se

associar com o DAGMan. Pegasus não possui sistema de coleta de descritores de

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proveniência, por isso, existem estudos para viabilizar sua associação com o sistema

Wings (KIM et al., 2008).

Swift é o sucessor do antigo sistema Virtual Dara System (VDS). Ele foi

concebido para permitir a especificação, execução e gerenciamento de workflows

associados a experimentos em larga escala. O sistema utiliza uma linguagem de scripts

chamada SwiftScript para definir os workflows concretos, permitindo o processamento

com baixo acoplamento, em ambientes paralelos ou de grades computacionais. Através

dessa linguagem é possível fazer usos de tipos de dados, data mappers, iterações e

desvios condicionais e composições procedurais.

Swift suporta a execução de workflows em ambientes de cluster e grades de

computadores que utilizam os sistemas Condor, GRAM e PBS. Ele também suporta o

motor de execução Falkon. Como limitação, Swift não suporta workflows em nuvens e

seu sistema de coleta de proveniência distribuída ainda está em fase de desenvolvimento

(GADELHA Jr. et al., 2011).

O Quadro 1 resume as principais características sobre os sistemas apresentados

nesta seção, onde leva-se em consideração vários aspectos importantes para esta tese,

tais como: suporte à proveniência, grau de adaptação dos workflows, capacidade de

execução parcial, suporte ao paralelismo, monitoramento e execução remota.

O Quadro 1 exibe uma matriz de decisão (ISIXSIGMA, 2011), onde os critérios

mais importantes, enunciados em (CRUZ e MATTOSO, 2008), têm seus valores

hierarquizados (por ordem decrescente de prioridade) de sete até um, apresentados na

coluna ―Critério‖. Esses valores são multiplicados por diferentes pesos de adequação do

sistema em estudo. Os valores dos pesos variam de zero até três, onde o valor nulo

significa nenhum suporte, o peso um significa pouco suporte, o peso cujo valor é dois

indica suporte médio e o valor três um bom suporte. A linha de ―Totais‖ indica o

somatório de cada critério multiplicado pelo seu peso para cada SGWfC estudado.

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Quadro 1. Matriz de decisão para escolha de SGWfC utilizado na tese.

Critério SGWfC centralizados SGWfC distribuídos

Kepler Taverna VisTrails Swift Pegasus Askalon

Suporte a Proveniência 7 x 0 7 x 2 7 x 3 7 x 1 7 x 2 7 x 0

Permite adaptação de workflows

concretos

6 x 3 6 x 2 6 x 2 6 x 1 6 x 1 6 x 1

Execução parcial dos workflows 5 x 1 5 x 1 5 x 1 5 x 1 5 x 0 5 x 0

Suporte ao Paralelismo 4 x 0 4 x 0 4 x 0 4 x 3 4 x 3 4 x 3

Capacidade Monitoramento 3 x 1 3 x 1 3 x 1 3 x 0 3 x 3 3 x 3

Suporte ao Versionamento 2 x 0 2 x 0 2 x 1 2 x 0 2 x 0 2 x 2

Suporte a Execução remota 1 x 1 1 x 1 1 x 1 1 x 3 1 x 3 1 x 3

Totais 27 35 48 33 44 34

Levando em consideração a matriz de decisão, é possível evidenciar que o

SGWfC que possui maior pontuação é o VisTrails. Adicionalmente, ao analisar o

Quadro 1 é possível observar que:

(i) Com relação ao suporte à proveniência, é importante ressaltar que, em linhas

gerais, os sistemas centralizados possuem melhor suporte para coleta de

proveniência que os distribuídos.

(ii) Os SGWfC centralizados possuem interfaces gráficas que permitem que os

pesquisadores façam adaptações mais facilmente nos workflows concretos.

Poucos SGWfC distribuídos permitem adaptações, no entanto, muitas vezes elas

ocorrem em função da disponibilidade dos recursos computacionais

(iii) Nenhum dos sistemas centralizados permite que o cientista defina o workflow

em termos abstratos, apenas os distribuídos possuem essa funcionalidade. A

especificação abstrata é vantajosa quando se avalia o experimento científico

como um todo. Assim, o pesquisador pode trabalhar em dois níveis distintos,

ficando livre da incumbência de ter que decidir por si próprio, no momento do

planejamento do experimento, qual processo é o mais apropriado para execução

de uma dada atividade.

(iv) Os SGWfC avaliados oferecem poucos mecanismos de monitoramento da

execução dos workflows científicos. Em geral, a especificação de um workflow

concreto faz com que o cientista seja o responsável pelo monitoramento do

desempenho do sistema, mas, mesmo assim, os sistemas centralizados não

oferecem grandes recursos para efetuar essas tarefas.

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(v) SGWfC distribuídos, quando comparados com os centralizados, requerem o uso

de ferramentas de terceiros para efetuar a coleta de descritores de proveniência.

Isso em si não é um problema, porém, requer que os cientistas configurem e

façam ajustes de mais de um pacote, tarefa que em determinados casos pode

demandar mão de obra terceirizada.

(vi) Os sistemas centralizados ainda não estão completamente maduros no que tange

à conexão com ambientes remotos e distribuídos. Além disso, não possuem

suporte nativo para o processamento distribuído, sendo necessário o

desenvolvimento de soluções;

(vii) Os sistemas centralizados, diferentemente dos distribuídos, não oferecem apoio

nativo às execuções paralelas.

Na próxima sub-seção serão discutidos os principais aspectos técnicos dos

ambientes de processamento distribuídos utilizados na execução de experimentos em

larga escala.

2.4 – Infra-estruturas de Sistemas Distribuídos

Existem diversas soluções para executar as atividades dos workflows científicos

em ambientes distribuídos. Por exemplo, grades de computadores de grande escala

(FOSTER, 2001, TALIA, 2002), grades baseadas em estação de trabalho

(ANDERSON, 2004) e nuvens de computadores (HOFFA et al., 2008, QIU et al.,

2009). O principal problema é que cada um destes ambientes requer diferentes esforços,

recursos e habilidades do pesquisador para definir, avaliar e executar as atividades do

workflow.

Nesta seção se discute os dois principais ambientes utilizados na condução de

experimentos em larga escala. A rigor, adiantamos que os experimentos poderiam ser

executados em vários ambientes distribuídos. Todavia, não há uma regra simples que

possa ser utilizada para definir o ambiente mais adequado.

2.4.1 – Computação em Grade

A computação em grade surgiu como uma iniciativa que permite a agregação de

recursos conectados em rede, formando um sistema distribuído e possibilitando a

resolução de problemas científicos e comerciais complexos (KESSELMAN, FOSTER,

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1998). O conceito é relativamente antigo (surgiu em meados da década de 90), contudo,

vem sendo apresentado com uma nova dinâmica (FOSTER, 2001, TALIA, 2002).

Dentre os recursos compartilhados pelas grades se incluem a capacidade de

processamento e de armazenamento, os dispositivos de entrada e saída de dados, os

aplicativos e os conjuntos de artefatos. Na computação em grade os usuários podem

acessar dados e recursos virtualizados, sem considerar questões relacionadas à

administração desses recursos. Esse tipo de computação busca oferecer um ambiente

seguro, controlado e flexível para a utilização de recursos compartilhados por várias

Organizações Virtuais (OV) (FOSTER, 2001). OV são grupos lógicos de atuação em

um determinado projeto temático podendo estar geográfica e institucionalmente

separados.

As OV requerem a criação de aplicativos que se beneficiam dos recursos da

grade (grande velocidade de processamento, compartilhamento de recursos distribuídos

e reuso de programas). Para que uma atividade seja executada na grade, os aplicativos

devem ser ―gridificados‖ a priori, isto é, um programa legado deverá ter seu código

adaptado para que se torne um processo grade-compatível. Este procedimento

geralmente é complexo, muitas vezes exige a paralelização de algoritmos e elevado

esforço de programação para adaptação do legado para o paradigma de computação

orientada a serviços (MATEOS et al., 2008). Além disso, a instalação desses aplicativos

em grades não é trivial, requer profundo conhecimento sobre o funcionamento do

programa e do ambiente propriamente dito.

Os ambientes de grade de computadores podem ser classificados em dois

grandes tipos. No primeiro tipo estão os ambientes de grande escala, complexos e ricos

em funcionalidades e que tendem a ser os provedores de acesso a recursos intra e

interinstitucionais de larga escala, tais como clusters e os stogares. Estes ambientes

requerem o uso de middlewares específicos, por exemplo, Legion (NATRAJAN et al.,

2002), Condor (THAIN et al., 2003) e Globus (FOSTER, 2005).

O segundo tipo corresponde às grades que operam em estações de trabalho

(hospedeiras) distribuídas em vários domínios, onde o processamento típico se restringe

a aplicações cujas tarefas são independentes umas das outras e que usam os ciclos de

processamento livres dos hospedeiros. Estas aplicações, em sua maioria, devem ser

decompostas em atividades menores pouco sensíveis a alta latência existente na

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comunicação entre os elementos da grade. Nesse tipo de grade, a execução das

aplicações é orquestrada por um escalonador central, que distribui as tarefas entre os

hospedeiros e aguarda os resultados desse processamento distribuído. Exemplo desse

tipo de grade é produzida pelo arcabouço BOINC (ANDERSON, 2004) que hospeda

vários projetos de bioinformática, entre eles o Folding@home (BEBERG et al., 2009),

onde se estudam as estruturas tridimensionais de proteínas.

2.4.2 – Computação em Nuvem

A computação em nuvem está se tornando uma das mais importantes

plataformas de pesquisa em e-Ciência (HOFFA et al., 2008, QIU et al., 2009). O

cenário atual demanda um alto volume de recursos computacionais para o apoio as

tarefas de elicitação, compartilhamento, manipulação e exploração de conjuntos de

dados provenientes de experimentos em larga escala.

A computação em nuvem tem potencial de contribuir para o avanço da Ciência

na medida em que pode disponibilizar um elevado volume de recursos sob demanda,

onde a escalabilidade de serviços, processos e de infra-estrutura é quase ilimitada. No

entanto, apesar dessas características, a computação em nuvem não necessariamente

simplifica a construção de experimentos em larga escala. Ela se apresenta como mais

uma alternativa tecnológica que merece ser estudada em detalhes.

A computação em nuvem é considerada um modelo de computação

relativamente novo (GILDER, 2006), que mesmo nos dias de hoje ainda não está

totalmente claro quais são os seus principais componentes ou mesmo a sua definição

clássica. Atualmente, existem mais de 20 definições versando sobre o tema

(VAQUERO et al., 2008, ARMBRUST et al., 2009, ZHANG et al., 2010). No contexto

desta tese, adotamos a definição de VAQUERO et al. (2008), pois o autor foi dos

pioneiros do tema. Além disso, sua definição é bastante adotada na literatura, pois é

fruto de um amplo estudo comparativo entre as diversas definições.

Segundo VAQUERO et al. (2008), nuvens de computadores são conjuntos de

recursos virtualizados (dispositivos de hardware, plataformas de desenvolvimento e/ou

serviços) e facilmente acessíveis. Os recursos são elásticos, podendo ser reconfigurados

dinamicamente, ajustando-se a variadas cargas de trabalho, o que permite a

racionalização do uso dos recursos. Os recursos são explorados sob demanda,

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explorando o modelo de custos do tipo pagamento-por-uso, onde os provedores de

infra-estrutura e serviços oferecem QoS personalizados.

O paradigma da computação em nuvem contempla basicamente três modelos de

nuvem: públicas, privadas e híbridas (RIMAL et al., 2009). O primeiro tipo é oferecido

para o público em geral e sob um contrato de utilização, onde se paga pelo montante de

recursos utilizados. São exemplos as plataformas: Amazon Elastic Compute Cloud

(EC2) (AMAZON, 2011), Google AppEngine (GOOGLE, 2011), Windows Azure

Services (MICROSOFT, 2011), IBM Cloud Computing (IBM, 2011). Uma nuvem

privada é disponibilizada por um provedor interno de TI, que se comporta como um

provedor externo. Neste caso, os serviços são oferecidos apenas para os usuários

internos de uma organização (de negócios ou científica). Por fim, uma nuvem híbrida

prevê a utilização heterogênea, porém, integrada e coordenada dos dois tipos de nuvem.

Por exemplo, nele se combinam alguns serviços da nuvem externa com recursos

internos (HASSAN et al., 2009).

O ambiente de computação em nuvem é representado por três modelos de

serviços e eles definem um padrão de arquitetura para as principais soluções em nuvem

(RIMAL et al., 2009, MARINOS, 2009): Software como Serviço (SaaS), Plataforma

como Serviço (PaaS) e Infra-estrutura como Serviço (IaaS).

O modelo SaaS é composto por aplicativos que são executados em ambiente de

nuvem, eles são disponibilizados através da Internet e acessados por navegadores. Neste

modelo, o usuário não administra nem controla a infra-estrutura subjacente (redes,

servidores de bancos de dados, sistemas operacionais, armazenamento ou características

da aplicação). Exemplos desse modelo são: Google Docs, Facebook, Twitter, GMail,

entre outros.

O modelo PaaS é formado pelo sistema operacional, linguagens e ambientes de

desenvolvimento, disponibilizados como serviço. O usuário não administra ou controla

a infra-estrutura subjacente, mantém amplo controle sobre as aplicações ali

implementadas e, possivelmente, sobre as configurações de aplicações hospedadas nesta

infra-estrutura. Exemplos desse modelo são: Google AppEngine, Windows Azure

Services, entre outros.

Finalmente, o modelo IaaS facilita o acesso ao fornecimento de recursos, tais

como servidores, rede, armazenamento e outros recursos necessários para a construção

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de aplicações que operem no regime de demanda. O usuário não administra ou controla

a infra-estrutura subjacente, mas tem controle sobre os sistemas operacionais, meios de

armazenamento, aplicativos instalados e, eventualmente, recursos de segurança tais

como firewalls. Exemplos desse modelo são: Apache Hadoop (APACHE, 2011),

(EUCALYPTUS, 2011), GoGrid (GOGRID, 2011), além dos serviços comercializados

pela Amazon (AMAZON, 2011).

Nesta tese, adotamos o modelo IaaS para o desenvolvimento da solução de

coleta de descritores de proveniência de experimentos em larga escala. Em especial

utilizamos o modelo oferecido pela Amazon (l.c.). Segundo JUVE et al. (2009), a

Amazon é o provedor comercial que oferece os serviços mais completos e a maior

liberdade de acesso aos recursos de computação em nuvem que podem ser utilizados em

experimentos científicos. Por questões de escopo, apresentaremos apenas os principais

serviços utilizados no desenvolvimento do trabalho: Amazon EC2 e Amazon S3

(AMAZON, 2011).

Amazon Elastic Compute Cloud (EC2) é um ambiente virtual de computação

responsável pela gerência da execução de aplicações na infra-estrutura da Amazon. O

EC2 provê quatro tipos de instâncias padrão, variando a quantidade de memória

principal e capacidade de armazenamento. Cada instância é uma máquina virtual que

opera sobre um servidor Xen de virtualização (BARHAM et al., 2003), cada instância

está associada a uma imagem denominada AMI (Amazon Machine Images). Estas

imagens podem ser pré-configuradas ou instaladas manualmente pelo desenvolvedor,

suportando uma grande variedade de sistemas operacionais, aplicativos, plataformas de

desenvolvimento, bibliotecas e configurações associadas. Uma AMI pode ocupar no

máximo 10GBytes de espaço.

Alguns exemplos de sistemas operacionais disponíveis para execução nas AMI

são Ubuntu, Red Hat, Windows, OpenSolaris, Debian entre outros. Em relação aos

principais aplicativos, podemos destacar o MySQL, Hadoop, Condor, OpenMPI,

Apache, entre outros. O EC2 suporta os protocolos REST e SOAP, além das linguagens

Java, Python, entre outras.

Em relação à segurança, EC2 utiliza grupos de segurança. Os grupos são

conjuntos de regras que permitem o acesso às instâncias. O tráfego de saída de dados é

livre, mas o de entrada é limitado. As regras de grupo também limitam o acesso externo

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a uma porta específica e a determinados protocolos de rede. EC2 requer chaves

públicas/privadas do tipo PKI, além do protocolo X.509 (IETF, 2011). Assim, é

possível executar umas destas instâncias e depois verificar o estado das demais e

também configurar aspectos de rede, tais como serviço DNS. Cada instância possui

endereços representados públicos e privados pelos pares <endereço IP, nome DNS>.

O Amazon Simple Storage Service (S3) é um sistema de armazenamento

distribuído utilizado para armazenar objetos em buckets. Um bucket é um container de

objetos (arquivos). S3 foi desenvolvido com base no Dynamo (DECANDIA et al.,

2007). O Dynamo utiliza o par <chave-valor> em cada bucket e são armazenados em

uma DHT. Ele não possui suporte a associações ou esquemas relacionais e suporta

objetos binários de até 5GB. S3 fornece um repositório seguro, confiável e rápido para

armazenar as imagens AMI, além de armazenar e recuperar os resultados intermediários

durante a execução das tarefas de processamento.

O Quadro 2 apresenta um quadro comparativo entre os dois paradigmas

discutidos ao longo desta seção, comparando-os com a computação tradicional.

Quadro 1. Diferenças centrais entre os modelos de computação em grade e nuvem.

Computação

Tradicional

Computação em Grades Computação em Nuvem

Modelo de

aquisição

Hardware, Espaço físico e

Infra-estrutura

Clusters, Espaço físico e Infra-

estrutura Baseada em serviços

Modelo de

negócio

Elevados custos fixos

individualizados

(manutenção, suporte,

refrigeração, segurança)

Elevados custos fixos

compartilhados (manutenção,

suporte, refrigeração,

segurança)

Baixos custos fixos,Pagamento

por utilização dos recursos,

oferece QoS e SLA

Método de

acesso Restrito, Rede Interna

Restrito, Protocolos padrão da

Web, Requer chaves

(PKI1 e X.509)

Amplo, Protocolos padrão da

Web, Requer chaves (PKI e

X.509)

Recursos Sem compartilhamento

Compartilhamento, distribuição

coordenada, parcialmente

escalável

Compartilhamento de

elementos virtuais, elásticos e

dinâmicos

Aplicações Muitas com bom

desempenho

Poucas e com bom

desempenho

Muitas, heterogêneas e de

longa duração (serviços)

PKI - é um conjunto de hardware, software, pessoas, políticas e procedimentos

necessários para criar, gerenciar, armazenar, distribuir e revogar certificados digitais, com base no padrão criptográfico (X.509) de chave pública/privada.

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As semelhanças e diferenças entre grades e nuvens têm causado sobreposição de

características e funcionalidades (VAQUERO et al., 2008, FOSTER, et al., 2008,

WEINHARDT et al., 2009). Uma das diferenças mais marcantes está baseada no fato

de as grades serem tipicamente utilizadas para execução de jobs; as nuvens também

suportam este tipo de processamento, no entanto, são mais utilizadas para

processamento baseado em serviços. As grades disponibilizam serviços de mais alto

nível que ainda não são cobertos pelas nuvens, ou seja, serviços que envolvem

colaborações para a execução de experimentos científicos, por exemplo, as OV podem

compartilhar recursos e dados. Como as nuvens ainda estão em evolução, os serviços de

alto nível, tais como, mecanismos de coleta de descritores de proveniência, ainda estão

em fase de desenvolvimento.

2.5 - Considerações Finais

Os computadores organizados sob a forma de sistemas distribuídos

desempenham um papel cada vez mais importante no processo científico e são

utilizados para controlar e executar experimentos científicos em larga escala,

contribuindo fortemente para a expansão na produção de artefatos de dados científicos.

Em suma, os dados passaram a ser produzidos em escala industrial e distribuídos em

escala jamais verificada. Este crescimento no volume de dados científicos, por sua vez,

exige o uso de mais computadores para a modelagem de novos experimentos e análise

de dados.

Neste sentido, discutimos as principais características de um novo ciclo de vida

de experimentos científicos em larga escala. O ciclo é representado por três etapas

(composição, execução e análise) e cada etapa está associada com um conjunto de

ações e ferramentas que produzem seus próprios descritores de proveniência.

Adicionalmente, foram apresentadas e discutidas as características e limitações

dos principais SGWfC. Na Seção 2.3, justificamos a escolha do VisTrails como

ferramenta de apoio à execução dos experimentos utilizados nesta tese. Apesar de ser

um SGWfC centralizado, é o sistema que oferece as melhores condições técnicas para

apoiar a coleta de descritores de proveniência ao longo do ciclo de vida de experimentos

em larga escala.

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Ao término do capítulo, discutimos as principais características dos sistemas

distribuídos mais comumente utilizados em experimentos em larga escala, isto é,

apresentamos um estudo comparativo entre nuvens e grades de computadores e conclui-

se que existe forte sobreposição entre os dois paradigmas, pois muitos dos conceitos,

arquiteturas e tecnologias pertinentes às nuvens evoluíram a partir das grades. No

entanto, vislumbramos que o paradigma das nuvens de computadores ainda oferece

oportunidades e desafios para o processamento de aplicações científicas, principalmente

naquilo que se refere à gerência de descritores de proveniência de experimentos

executados de modo distribuído.

No próximo capítulo, discutiremos o papel central que as ontologias podem

desempenhar na formalização dos experimentos científicos em larga escala.

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Capítulo 3 - O papel da Proveniência e das Ontologias nos

Experimentos Científicos em Larga Escala

O data deluge, ou em tradução livre para o português inundação de dados, é um

dos problemas mais críticos com o qual a atual sociedade da informação se depara. Este

vem sendo discutido não só por especialistas, como também pela grande imprensa

(ANDERSON, 2008), (ECONOMIST, 2010).

Segundo diversos autores (BERMAN, 2008, BELL et al., 2009, HILBERT,

LACROIX et al., 2009, LÓPEZ, 2011), o mundo em que vivemos já está imerso em

―oceanos de dados‖ digitais produzidos e reproduzidos em escala industrial. A

consultoria International Data Corporation (IDC) apresenta um estudo interessante

onde compara o volume de dados produzidos com constantes físicas (IDC, 2008). O

IDC considera que somente no ano de 2007 foram produzidos aproximadamente

2.25x1021

bits, o que equivale a 281 exabytes, ou ainda, pouco menos de 1% da

constante de Avogrado2 (6.022x1023

). Estima-se que o volume de bits produzidos por

empresas, novos acessos a Internet em países emergentes, redes sociais e aplicações

multimídia e científicas nos próximos 15 anos suplantará o valor dessa constante

(BERMAN, 2008, MUKHERJEE et al., 2009). Do ponto de vista da Ciência da

Computação e, em especial, da área de bancos de dados, estes fatos representam

enormes desafios para as próximas décadas; novas técnicas e tecnologias de busca e

recuperação de dados devem ser vislumbradas.

No contexto da e-Ciência o problema do data deluge também já foi anunciado.

Em 2003, HEY e TREFETHEN (2003) chamavam a atenção para o impacto da grande

produção de artefatos em experimentos científicos em engenharia, meteorologia, física

de partículas e bioinformática, em especial, daqueles que exigiam colaboração entre

equipes geograficamente dispersas e que faziam uso de recursos computacionais

compartilhados, tais como grades de computadores. Segundo os autores, uma das

possíveis formas de explorar os imensos conjuntos de dados heterogêneos seria através

da anotação de dados com metadados de proveniência.

A constante de Avogadro é uma constante físico-química fundamental que representa um mol de entidades elementares (átomos, moléculas, íons, eletrons). Formalmente, a constante é definida como o número de átomos de carbono em 12 gramas de produto. O valor absoluto dessa constante representa uma das maiores da Ciência.

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BLAKE e BULT (2006) também registraram o problema, porém com ênfase na

área de bioinformática, destacando que o desafio é bem maior que o uso de simples

anotações. Os autores sugerem que o uso de ontologias pode facilitar a extração e

recuperação do conhecimento e ainda apoiar a interoperabilidade no campo da Biologia.

Isto é, o uso de ontologias formais (por exemplo, as ontologias da Gene Ontology (GO

Consortium, 2011)) pode facilitar a integração de artefatos e a correlação entre os

termos biológicos e os termos usados por humanos e computadores para ampliar a troca

de informações.

Mais recentemente diversos autores (BODENREIDER, 2008, SAHOO, SHET,

2009, HARTIG, 2009, HARTIG, ZHAO, 2010, GRAVES, 2010, entre outros),

advogam que os descritores consorciados aos artefatos científicos devem incluir

informações sobre as suas origens e estar associados com ontologias de contexto. Os

descritores devem incluir elementos, tais como quem ou qual processo produziu o

artefato, quais eram as fontes e instrumentos inicialmente utilizados, configurações e

parâmetros utilizados durante a realização do experimento, períodos de realização, entre

outros. Todas essas informações podem ser consideradas descritores de proveniência.

Este capítulo está organizado da seguinte forma. Na Seção 3.1, apresentamos o

conceito de proveniência, relacionando-o com o ciclo de vida de experimentos

científicos em larga escala. Em seguida, na Seção 3.2, apresentamos os principais

aspectos das ontologias e discutimos seu papel nos experimentos científicos. Na Seção

3.3, apresentamos os principais aspectos da ontologia de fundamentação UFO

necessária à construção de uma ontologia de proveniência bem fundamentada. Na Seção

3.4, relatamos um estudo comparativo entre as principais ontologias relacionadas ao

tema proveniência. Por fim, concluímos o capítulo na Seção 3.5.

3.1. - Proveniência

A gerência dos descritores de proveniência é uma questão que suscita muitas

pesquisas na área de Bancos de Dados. O interesse e a necessidade da gerência dos

descritores de proveniência crescem à medida que os dados proliferam. Com o aumento

do volume de artefatos científicos e as aplicações cada vez mais híbridas e distribuídas,

existe um crescente e legítimo interesse em investigar as origens dos dados, como eles

foram produzidos ou mesmo se é possível confiar neles.

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Os aspectos fundamentais da proveniência não ficam restritos aos dados

presentes em sistemas de computação. Pelo contrário, a proveniência já vem sendo

utilizada e aplicada há tempos em situações do mundo real, em exemplos como:

(i) Belas artes e artefatos históricos para atestar a originalidade de uma obra ou

mesmo evitar falsificações. A proveniência nesses casos assegura qualidade

superior ao produto (Figura 5a);

(ii) Indústria de alimentos e no agronegócio brasileiro (AKABANE et al., 2010)

para acompanhar os processos fabris da linha de produção e a qualidade final

dos produtos alimentícios (Figura 5b e 5c, respectivamente)

(iii) Negócios em geral (CURBERA et al., 2008), na Ciência e até mesmo em

publicações científicas (Figura 5d), para assegurar a reprodutibilidade e a

veracidade do experimento e servir de evidência em disputas de patentes

(SCIENCE, 2006, FREW et al., 2010).

Em todos esses casos a proveniência tem o potencial de transformar sistemas,

tornando-os mais confiáveis e auditáveis.

Proveniência, em termos de sistemas computacionais, representa a

ancestralidade de um objeto digital. Ela pode ser descrita de várias formas dependendo

do domínio onde é aplicada (SIMMHAN et al., 2005, SRIVASTAVA, VELEGRAKIS,

2007). Atualmente, existem vários sinônimos para o termo ―Proveniência‖ (por

exemplo, Data lineage, Data tracking, Data Pedigree, Data Provenance e Provenance

Metadata (LING, ÖZSU, 2009)). Os dicionários Oxford (OXFORD, 2003) e Merriam-

Webster (MERRIAM-WEBSTER, 2011) e a enciclopédia de bancos de dados (LING,

ÖZSU, 2009) oferecem as seguintes definições3 para o termo proveniência

(provenance).

Definição 1 (OXFORD, 2003): “(i) the fact of coming from some particular

source or quarter; origin, derivation. (ii) the history or pedigree of a work of art,

manuscript, rare book, etc.; concretely, a record of the ultimate derivation and passage

of an item through its various owners.‖

Definição 2 (MERRIAM-WEBSTER, 2011): “(i) the origin,source; (ii) the

history of ownership of a valued object or work of art or literature.”

Optou-se por manter as definições em inglês para evitar perdas ou interpretações errôneas na tradução para o português.

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Figura 5. Representação de proveniência em elementos do dia-a-dia. (a)

proveniência nas obras artísticas, (b) em alimentos, (c) no agronegócio brasileiro e

(d) nas publicações científicas.

Definição 3. (TAN, 2009): “Let t be a data element in the result of a query Q

applied to a dataset D. A data element may be a tuple in the relational model, or a

subtree in the semi-structured model. The provenance of t is the set of all proofs for t

according to Q and D. A proof for t according to Q and D is a set D´ of data elements

in D so that t is in the result of applying Q on D´. In some cases, a proof also details the

process by which t is derived from Q and D. Most work on provenance in databases

focused on finding data elements of D that witness the existence of t in the result, as well

as which data elements of D is t copied from. In scientific workflows, the provenance of

a result is typically a detailed description of the entire workflow used to arrive at the

result.”

As definições 1 e 2 são compatíveis, pois elas indicam proveniência como sendo

um processo de derivação de um objeto (fonte ou origem), alcançando um estado final

c

• Title: The Mona Lisa also known as La Gioconda (1479 -d. before 1550)

• Artist: Leonardo di ser Piero da Vinci, known as Leonardo da Vinci (1452-1519)

• Subject matter: portrait

• Description: size: H 0.77 m; W 0.53 m, oils on a poplar wooden panel

• Museum: Louvre Museum, Paris

• Number: INV 779

• Provenance:

Acquired by François I, either directly from Leonardo daVinci, during his stay in France, or upon his death from his heirs, the painting remained in the royal collections from the beginning of the sixteenth century to the creation of the Central Arts Museum at the Louvre in 1793. We know that it was kept at Versailles under the reign of Louis XIV and that it was in the Tuileries during the First Empire. Since the Restoration, the Mona Lisa has always remained in the Louvre Museum, a key piece of the national collections.

d

a

c

b

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específico. A definição 3 apesar de ser mais estruturada também é compatível com as

demais. Ela está fortemente calcada na noção de regras, conjuntos de dados e no

processo de transformação de dados. Ela também expõe uma diferenciação entre os

objetivos da proveniência em bancos de dados e workflows.

A partir destas três definições, dois elementos fundamentais podem ser

identificados. O primeiro está relacionado com artefato, denotando um ponto de partida

ou uma origem e, um ponto final alcançado após uma atividade de derivação de um

objeto. O segundo elemento se relaciona com o processo, que é elemento usado para

derivar e registrar a transformação de um objeto.

Essas definições de proveniência permeiam diversos trabalhos disponíveis na

literatura, como (FREIRE et al., 2008, CHENEY et al., 2009, CHAPMAN,

JAGADISH, 2010). No entanto, são consideradas superficiais para o escopo desta tese.

Aqui se busca uma compreensão mais aprofundada do tema. Proveniência é uma

propriedade intrínseca do dado, lhe atribui valor e qualidade quando capturada e

registrada corretamente. Na computação, a proveniência está presente em diversos

contextos: e-Ciência, sistemas distribuídos, segurança, bancos de dados e Web

semântica.

Proveniência, como área de pesquisa, não é recente e os primeiros trabalhos

surgiram por volta de 1986 (BECKER e CHAMBERS, 1986 apud MOREAU, 2010).

Desde então o interesse pelo tema tem crescido drasticamente, conforme ilustrado

através do crescente número de publicações. Atualmente, foram identificados mais de

400 trabalhos sobre o tema (W3C, 2010), sendo que mais de 200 foram publicados nos

dois últimos anos (CRUZ et al., 2009, MOREAU, 2010).

A proveniência possui diferentes níveis de granulosidade e de abstração que

podem ser dirigidos a diferentes públicos. Ela representa um conhecimento mais

aprofundado sobre o processo experimental em e-Ciência e não apenas sobre dados

isolados. Por exemplo, em um nível mais alto, onde se discute da reprodutibilidade do

experimento, os pesquisadores podem validar seus resultados com os colegas dentro ou

fora da sua equipe de pesquisa. Neste caso, o pesquisador precisa saber quais conjuntos

de dados foram utilizados, que tipos de análise foram empreendidas e quais condições

experimentais foram utilizadas. No entanto, em certas situações, ou seja, em níveis

intermediários, a análise dos mesmos resultados pode ser dependente de informações

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mais detalhadas sobre parâmetros, recursos computacionais, variáveis de ambiente

utilizadas, versões de bibliotecas. Em um nível ainda mais detalhado, a proveniência

também poderá ser utilizada para analisar o desempenho dos experimentos, de onde

registros são extraídos para determinar o número das tarefas executadas, sua

distribuição e tempo de execução. Portanto, é possível concluir que a proveniência não é

homogênea, ela apresenta múltiplas granulosidades. Logo, seu tratamento demanda

várias abordagens distintas.

Atualmente existem inúmeros surveys sobre o tema, no entanto, estes trabalhos

exploram a proveniência de forma compartimentalizada, isto é, discutem o tema sob a

forma de disciplinas isoladas, dificultando a comparação e a localização de

características equivalentes nestes trabalhos. Em geral, eles não consideram a produção

dos diversos tipos de proveniência ao longo do ciclo de vida do experimento científico.

Além disso, alguns autores utilizam termos distintos para descrever um mesmo

conceito. Por exemplo, SIMMHAN e colaboradores (2005) investigam o tema sob a

ótica da e-Ciência. BOSE e FREW (2005) investigam o papel da proveniência no

processamento científico. Em comum, ambos não consideram o papel da proveniência

ao longo do ciclo de vida dos experimentos científicos em larga escala. BUNEMAN et

al. (2001), BUNEMAN et al. (2006) e CHENEY et al. (2009) estudam a proveniência

sob a ótica dos bancos de dados; eles consideram que a proveniência é um dado

secundário, isto é, metadado que dever estar associado ao dado propriamente dito.

GLAVIC e DITTRICH (2007) e HOLLAND et al. (2008) classificam a

proveniência de acordo com um modelo de dados privado. MOREAU (2010) faz um

extenso levantamento sobre a proveniência na Web. Considerando que a proveniência

difere do metadado tradicional, pois pode guardar as correlações entre diferentes tipos

de objetos. De modo diferente destes trabalhos, CRUZ et al. (2009) apresentam uma

taxonomia de proveniência oferecendo uma visão mais conceitual sobre o tema. Além

disso, discutem sob à luz da OPM como os diferentes tipos de proveniência estão

consorciadas às diferentes etapas do ciclo de vida de experimentos científicos em larga

escala apresentados no Capítulo 2.

Nesta tese consideramos proveniência como descritores, isto é, metadados que

são (semi) automática e sistematicamente coletados e registrados em repositórios

adequados (arquivos estruturados, tabelas relacionais, esquemas RDF/OWL). Os

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descritores auxiliam usuários ou sistemas computacionais a determinar a história de um

artefato através da evolução de processos, desde sua origem até seu destino final.

A próxima seção tem como objetivo discutir as principais características da

espeficicação OPM (MOREAU et al., 2010).

3.1.1 – Metamodelo Open Provenance Model

A especificação OPM, surgiu como um metamodelo (KÜHNE, 2005) voltado

para representar proveniência de workflows científicos. Teve suas primeiras idéias

discutidas durante os workshops IPAW e Provenance Challenges (MOREAU et al.,

2007). No momento ainda está em desenvolvimento e se encontra na versão 1.1

(MOREAU et al., 2010).

OPM foi concebido para ser a lingua franca dos sistemas de proveniência, pois

permite representar os descritores de proveniência de modo independente de tecnologia

e serializá-los em vários formatos tais como, RDF, XML e relacional. OPM surgiu da

necessidade de padronização de modelos de representação de proveniência e esta

iniciativa de metamodelagem visa permitir o intercâmbio de informações de

proveniência entre sistemas de proveniência distintos (MOREAU, 2010). A

proveniência é representada sob a forma de grafos.

Um grafo OPM é constituído por três entidades básicas (Artefato, Processo e

Agente) e por um pequeno conjunto de dependências e regras (Figura 6).

Para a OPM, um artefato é dito como pedaço imutável de um estado, que pode

ser uma materialização física de um objeto ou ter uma representação digital, caso se

trate de um sistema de computação. Neste metamodelo, um processo é tido como uma

ação ou conjunto de ações que utilizam ou produzem novos artefatos. Já um agente atua

como um estimulador de processos, permitindo, facilitando, controlando e afetando a

sua execução.

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Figura 6. Representação das dependências entre entidades OPM, onde “A” é um

artefato, “P” é um processo e “Ag” é um agente. As setas representam as relações

de causa e efeito (MOREAU et al., 2010).

As entidades básicas se relacionam através de dependências. No metamodelo

existem cinco dependências (Figura 6): utilizou (Used) – é um relacionamento que

indica que um processo P utilizou um artefato A; geradoPor (wasGeneratedBy) – indica

que um artefato A foi produzido por um processo P; controladoPor (wasControlledBy) –

indica que um processo P foi controlado por um agente Ag; derivadoDe

(wasDerivedFrom) – indica que um artefato A2 foi um utilizado na geração do artefato

A1; inicializadoPor (wasTriggeredBy) – indica relacionamento entre dois processos, isto

é o processo P2 foi iniciado pelo processo P1. No metamodelo, as regras designam qual

é a função (ou papel) desempenhada pelos artefatos, processos e agentes.

No exemplo da Figura 7, são utilizados os elementos da OPM para indicar a

utilização de um processo de anotação por parte de um pesquisador que utiliza o

workflow científico OrthoSearch, para gerar anotações sobre seqüências protéicas. Os

artefatos consumidos são as seqüências dos arquivos COGs e as proteínas de um dado

protozoário (por exemplo, COG1, ..., COGn, Protozoa1, ..., Protozoan, ...), que são

―usadas‖ para a criação de uma ―Anotação‖, sendo este artefato produzido pelo

processo de comparação de seqüências, ―derivado‖ de dois artefatos. O artefato ―foi

gerado‖ através de um processo chamado ―Best Hit‖ e o processo ―foi controlado‖ pelo

―Pesquisador‖ que executou o workflow.

A P

Ag

utilizou

A PgeradoPor

A2

PcontroladoPor

A1derivadoDe

P2P1

inicializadoPor

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Figura 5. Exemplo de utilização da OPM em experimentos em larga escala ilustrar

o processo de anotação de seqüências protéicas.

OPM representa um avanço em termos de interoperabilidade dos sistemas de

proveniência e independência de plataforma, no entanto, não é nem uma proposta

pioneira nem livre de questionamentos. Por exemplo, o metamodelo do sistema Karma2

(SIMMHAN et al., 2008) é anterior ao OPM. Karma2 está associado a um framework

que possui a intenção de registrar a proveniência de dados produzidos por workflows

executados em grades de computadores, onde o processamento das atividades do

workflow é obtido por invocações de serviços Web.

OPM apesar de ser um esforço coletivo da comunidade de proveniência,

apresenta algumas limitações (LIM et al., 2011). Ao analisar em detalhes do

metamodelo OPM, é possível perceber que ele:

(i) Não distingue as diferentes granulosidades associadas às proveniências

retrospectiva e prospectiva; seu desenvolvimento é fortemente baseado na

proveniência retrospectiva no domínio dos workflows científicos;

(ii) Não tece nenhuma consideração sobre a viabilidade da sua aplicação em

sistemas distribuídos;

(iii) Apesar de genérico, não comporta o registro da proveniência de todas as fases

do experimento científico em larga escala;

(iv) É fortemente calcado na fase de execução do workflow, nenhum comentário

sobre o mapeamento da proveniência obtida nas primeiras fases dos

experimentos científicos é considerado. O metamodelo leva em consideração

Protozoa1COG1

Best Hits

Anotação1

Pesquisador

controladoPor

geradoPor

utilizou utilizou

derivadoDe

derivadoDe

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apenas a proveniência retrospectiva dos workflows, na OPM não há indícios ou

subsídios que indique sua utilização para proveniência prospectiva;

(v) Mesmo permitindo o registro de Agentes, OPM ainda não permite o registro dos

variados papéis que os agentes podem assumir durante o ciclo de vida de

experimentos em larga escala; o metamodelo registra apenas a presença de um

agente atuando como um ―ator‖ na execução de um processo.

3.2 – Ontologias

Na literatura da computação existe uma grande variedade de artefatos

classificados como ontologias, incluindo-se nestes desde catálogos (simples listas de

termos que não permitem raciocínio automatizado), passando por thesaurus e

taxonomias, até teorias lógicas formais que apoiam o raciocínio automatizado (Figura

8). As ontologias representam conjuntos de categorias e suas relações, que levam em

conta uma determinada visão do mundo. Elas têm se mostrado um dos meios mais

comuns para especificar tanto a estrutura de metadados em aplicações (científicas)

quanto a modelagem conceitual de sistemas de informação (PIKE, GAHEGAN, 2007).

Figura 6. Diferentes tipos de especificações de ontologias disponíveis na literatura

de Ciência da Computação. Adaptado de (SMITH, 2001).

Nesta tese consideramos que ontologias são artefatos que apoiam o raciocínio

automatizado. No entanto, mesmo assim, na computação existem várias definições

associadas ao termo ontologia, sendo a mais conhecida aquela proposta por GRUBER

(1993) ―Ontologia é uma especificação formal e explícita de uma conceituação

compartilhada‖.

No entanto, GUARINO (1998) posteriormente discute a definição proposta por

Gruber (1993) sob a luz de diversos trabalhos disponíveis na literatura (GRUBER,

Complexidade

Sem raciocínioautomático

Com raciocínioautomático

Coleção deFrames

Coleção de Taxonomias

Thesaurus

Glossário

Conjunto de Arquivos texto

Catálogo

Conjunto derestrições

Lógicas gerais

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1995, GUARINO, GIARETTA, 1995, WELIE et al., 1998). O autor propõe uma

definição mais abrangente: ―Uma ontologia é uma descrição parcial e explícita de uma

conceituação‖. Para ele, o grau de especificação de uma conceituação depende do

propósito desejado para uma ontologia. É introduzida a idéia de classificações,

hierarquias e da existência de regras que regulam a combinação entre os termos e as

relações. As relações entre os termos são criadas por especialistas, e os usuários

formulam consultas usando os conceitos especificados. Uma ontologia define assim

uma ―linguagem‖ (conjunto de conceitos) que será utilizada para formular consultas.

Nesta tese adotaremos a definição apresentada por GUARINO (1998).

3.2.1 – Tipos de Ontologias

De modo geral as ontologias podem ser leves (lightweight) ou pesadas

(heavyweight) e podem ser modeladas com diferentes técnicas e codificadas com

diversos tipos de linguagens de inferência (USCHOLD, GRUNINGER, 1996).

Existem diversas classificações para ontologias. Em (USCHOLD, 1996,

USCHOLD, GRUNINGER, 1996), as ontologias são classificadas de acordo com graus

de formalidade (informais, semi-informais, formais ou rigorosamente formais). DING e

FENSEL (2001) as classificam de acordo com os seus propósitos. Já HEIJST et al.

(1997) classificam as ontologias de acordo com a natureza e a estrutura das

conceituações envolvidas. No entanto, foi GUARINO (1998) que unificou as

classificações e introduziu o conceito de hierarquia (Figura 9), classificando as

ontologias conforme a sua generalidade, a saber:

(i) Ontologias de Fundamentação (também chamadas ontologias genéricas ou de

topo) - Servem como base para o estabelecimento de consenso e negociação

entre humanos. Incluem conceitos relacionados a elementos globais, tais como

espaço, tempo, problema, objeto, evento e ação. Os conceitos são independentes

de um problema particular ou domínio. Para GUIZZARDI (2005) e CAMPOS

(2010), as ontologias de fundamentação são utilizadas com sucesso para

melhorar a qualidade de linguagens de modelagem de modelos conceituais. São

exemplos de ontologias de fundamentação: Descriptive Ontology for Linguistic

and Cognitive (MASOLO et al., 2002), General Formal Suggested Upper

Merged Ontology (SUMO) (PEASE et al., 2002), Basic Formal Ontology (BFO)

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(GRENON et al., 2004), General Formal Ontology (GFO) (HERRE, 2010), e a

Unified Foundational Ontology (UFO) descrita por (GUIZZARDI, 2005).

(ii) Ontologias de Domínio – Segundo NOY e MCGUINNESS (2001), essa classe

de ontologias define um vocabulário comum para compartilhar informações de

um domínio genérico. Ela representa uma descrição de conceitos em um

domínio de discurso, suas propriedades e restrições. Os objetivos principais de

se desenvolver uma ontologia de domínio são: compartilhar informação,

reutilizar elementos do domínio, tornar suposições do domínio explícitas,

separar conhecimentos de domínio de conhecimento operacional e analisar o

conhecimento do domínio. Atualmente, existe uma grande quantidade de

ontologias de domínio em diversas áreas, tais como Medicina, Direito,

Engenharia, Modelagem Organizacional e Química (GUIZZARDI, 2005);

(iii) Ontologia de Tarefa – Provê o vocabulário de termos usados para resolver

problemas associados com uma tarefa genérica, que podem ou não ser realizadas

em um mesmo domínio. Inclui nomes de conceitos genéricos, podendo ser

reaproveitados em diferentes domínios. Em outras palavras, compreende um

conjunto de primitivas de representação da estrutura da tarefa, de forma

independente de um dado domínio (MIZOGUCHI et al., 1995). O conhecimento

de tarefa é associado à descrição da decomposição de uma tarefa em subtarefas,

do controle de fluxo ao longo dessas subtarefas e dos papéis de conhecimento

para o conhecimento do domínio que é usado ou produzido pelas subtarefas

(IKEDA et al., 1998).

(iv) Ontologias de Aplicação – São criadas a partir de conceitos de um domínio e de

uma tarefa particular, em certos casos, presos ao contexto de uma aplicação

específica que trata de um domínio específico (GUARINO, 1998). Para HEIJST

et al. (1997), as ontologias de aplicação contêm as definições que são

necessárias para modelar o conhecimento requerido por uma aplicação

particular. Elas são uma mistura de conceitos derivados de ontologias de

domínio e de tarefa. Resumidamente, uma ontologia de aplicação provê

conceitos e relacionamentos entre esses conceitos para uma dada aplicação.

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Figura 7. Classificação das ontologias e o relacionamento entre elas, adaptado de

(GUARINO, 1998).

Atualmente, observa-se um crescente interesse no uso dessas ontologias de

fundamentação como ferramentas de modelagem conceitual (BELLATRECHE et al.,

2006). As evidências e vantagens da utilização das ontologias de topo para a

modelagem de novas ontologias podem ser explicadas através da seguinte

argumentação:

(i) As ontologias de fundamentação descrevem as categorias gerais que são usadas

para a construção dos modelos conceituais;

(ii) As ontologias de fundamentação permitem a construção de hierarquia de classes

e a representação das propriedades da classe;

(iii) As ontologias de fundamentação oferecem a possibilidade de uma integração a

priori com outras ontologias cujos conceitos possuem menor grau de abstração.

3.2.2 – Linguagens de Modelagem de Ontologias

Segundo GUARINO (1994 e 2009), as linguagens de modelagem de ontologias

possuem três níveis distintos (Quadro 3): lógico, epistemológico e ontológico.

Quadro 2. Resumo das principais características dos níveis das linguagens

As linguagens de modelagem do nível lógico provêem os construtos necessários

à formalização do conhecimento e permitem o raciocínio formal, mas carecem de

Ontologia de Fundamentação

Ontologia de Tarefa

Ontologia de Domínio

Ontologia de Aplicação

Nível d

e Ab

straçã

o d

os co

nceito

s

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fundamentação cognitiva necessária para favorecer a representação do conhecimento de

modo estruturado. As linguagens de nível epistemológico permitem não só formalizar o

conhecimento, mas estruturá-lo, favorecendo o raciocínio formal e a derivação de novos

conhecimentos. No entanto, em ambos os níveis (lógico e epistemológico) a

interpretação do mundo real é completamente arbitrária. Em particular, no nível

epistemológico, apesar de acrescentar um significado estrutural ao conhecimento, não

está focado na sua representação formal. Por outro lado, as linguagens de nível

ontológico apresentam primitivas que satisfazem postulados formais de significado,

restringindo a interpretação de uma teoria lógica com base em distinções ontológicas

formais.

De acordo com GUARINO (2009), existem diversas linguagens de nível

epistemológico como, por exemplo, UML e OWL, entre outros. Exemplos de

linguagens de nível ontológico são raros. Uma proposta concreta nesta direção é

apresentada por GUIZZARDI (2005) em sua tese de doutorado, onde o metamodelo do

diagrama de classes da UML é estendido para incorporar as distinções ontológicas

definidas na ontologia de fundamentação UFO (GUIZZARDI, 2005).

3.2.3 - Modelagem de Ontologias

Atualmente, existem diversas linguagens de modelagem de ontologias e cada

uma possui expressividades distintas, não necessariamente abrigando todos os requisitos

apontados anteriormente. Essas linguagens são conhecidas como linguagens de

marcação de ontologias, o principal exemplo é a OWL (MCGUINNESS, HARMELEN,

2004). OWL é baseada em XML, RDF e RDFS, oferece alguns mecanismos para a

semântica formal e é considerada uma linguagem de nível epistemológico.

Ultimamente muitas ontologias vêm adotando a UML, como linguagem de

modelagem, apesar das suas deficiências, tais como, inconsistência, ambigüidade e

ausência de semântica formal para capturar a conceituação básica do universo de

discurso de uma ontologia (FALBO, 1998, GUIZZARDI, 2005, BARCELLOS,

FALBO, 2009, FALBO, 2010, MONTEIRO et al., 2010, GUIZZARDI. et al., 2010).

Vários autores já discutiram essas limitações e propuseram novas extensões e

formalismos para que ela se adéqüe à modelagem de ontologias (GUIZZARDI et al.,

2004, EVERMANN, 2005, LI, 2007). Por exemplo, a linguagem OntoUML

(GUIZZARDI, 2005), ele foi desenhada para que engenheiros de ontologia e analistas

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em geral possam capturar os acordos semânticos de um universo de discurso e

visualizá-los sob a forma de diagramas de classes da UML. OntoUML é uma extensão

da UML 2.0, seus construtos são ontologicamente bem fundamentados, possuindo um

metamodelo isomórfico baseado na Ontologia de Fundamentação UFO (GUIZZARDI,

2005).

OntoUML é uma linguagem que adota diagramas de classe como linguagem

para expressar os conceitos de um domínio, admitindo somente modelos

gramaticamente válidos, isto é, somente aqueles modelos que satisfazem (do ponto de

vista lógico) a axiomatização de UFO, ou seja, aqueles modelos que são considerados

válidos segundo essa teoria ontológica. Essa linguagem também incorpora um conjunto

de padrões de modelagem de ontologias (ontological design patterns) para solução de

alguns problemas clássicos de modelagem no que dizem respeito a, por exemplo,

modelagem de papéis (GUIZZARDI et al., 2004), resolução do problema de

transitividade da relação todo-parte (GUIZZARDI, 2007) e resolução do problema de

colapso de restrições de cardinalidade (GUIZZARDI, 2008). Até o momento, diversas

ontologias de vários domínios de aplicação já foram modeladas utilizando a OntoUML,

exemplos estão disponíveis em (FALBO, 2010), (MONTEIRO, 2010) e (GUIZZARDI

et al., 2010).

Esta tese adotará a OntoUML como linguagem de modelagem de nível

ontológico na elaboração da ontologias de proveniência de experimentos científicos em

larga escala.

3.2.4 - Compromisso Ontológico

A noção de compromisso ontológico foi inicialmente apresentada por Quine

numa série de ensaios na área da Filosofia (QUINE, 1948 apud GOMEZ-PEREZ et al.,

2004). A noção de compromisso ontológico representa os acordos adotados ao utilizar

um vocabulário compartilhado de forma coerente e consistente em uma ontologia.

GUARINO (1998) formalizou a definição de compromisso ontológico com base

na relação entre o vocabulário adotado pela ontologia e o significado dos termos desse

vocabulário. Assim, de acordo com o autor, um compromisso ontológico é uma função

que correlaciona os termos do vocabulário da ontologia com uma conceituação.

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Na maioria das vezes, os termos utilizados em linguagens naturais possuem

vários significados e uma ontologia deve se restringir à interpretação semântica destes

termos, fornecendo definições formais. Assim, o compromisso ontológico pode ser

visto, em primeiro lugar, como um tipo de mapeamento entre os termos da ontologia e

os significados pretendidos. Por isso, um dos papéis do compromisso ontológico é

determinar precisamente o significado que cada termo possui.

Com o objetivo de exemplificar o que foi apresentado, pode-se imaginar o

seguinte diálogo: um pesquisador ao exibir para outro duas amostras de material

metálico brilhante, afirma que uma amostra possui brilho mais intenso que a outra. O

segundo pesquisador contesta afirmando que o máximo que se pode afirmar é que as

percepções visuais de ambos são diferentes; reivindica que a análise correta deveria

focar aspectos que envolvessem questões sensoriais referentes a sensações de claridade

e ofuscamento do material.

Desse diálogo hipotético, conclui-se que o primeiro pesquisador está

comprometido com uma ontologia que envolve o objeto ―material metálico‖ e a

entidade ―brilho‖, enquanto o segundo pesquisador está comprometido com uma

ontologia que envolve as diferenças de percepção visual. Pode-se ainda acrescentar o

fato de que a entidade brilho, cuja existência é enfaticamente confirmada pelo primeiro

pesquisador e categoricamente negada pelo segundo, traz ainda o inconveniente de lidar

com o termo ―brilhante‖, o que implica em estabelecer uma comparação entre duas

entidades que são inexistentes para o segundo pesquisador, tornando sem validade a

afirmação feita pelo primeiro. Em geral, os compromissos ontológicos envolvem mais

que um mapeamento entre termos de linguagem natural e seus sentidos, também

incluem opções gerais, tais como a estrutura de tempo, espaço e eventos.

3.3 – Ontologia de Fundamentação Unificada (UFO)

UFO é uma ontologia de fundamentação proposta por GUIZZARDI (2005) e é

resultado da combinação das ontologias GFO e DOLCE, dos princípios da metodologia

OntoClean (GUARINO, WELTY, 2002) e também reúne teorias axiomáticas das áreas

de Ontologias Formais, Lógica Filosófica, Filosofia da Linguagem, Lingüística e

Psicologia Cognitiva.

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UFO oferece um grande número de construtos e supre as limitações relacionadas

com a habilidade de capturar os conceitos básicos de linguagens de modelagem

conceitual que não são cobertos de forma satisfatória pelas demais ontologias de

fundamentação. A ontologia UFO é dividida em três fragmentos, a saber:

(i) O fragmento UFO-A é uma ontologia de endurants, isto é, representa os

aspectos estruturais dos indivíduos duradouros, este fragmento define o núcleo

desta ontologia. Uma distinção fundamental em UFO-A se dá entre indivíduos

(Particular) e universais (ou tipos) (Universal). Indivíduos são entidades que

existem na realidade e que possuem identidade única. Tipos ou universais são

padrões de características que podem ser materializados em um número de

diferentes indivíduos. UFO-A sistematiza conceitos, por exemplo, tipos e

estruturas taxonômicas (GUIZZARDI et al., 2004), relações todo-parte

(GUIZZARDI, 2007), propriedades intrínsecas e espaços de valores de atributos

(GUIZZARDI et al., 2006), propriedades relacionais (GUIZZARDI, 2008), entre

outros. Esse fragmento constitui uma teoria estável, formalmente caracterizada

com o aparato de uma lógica modal de alta expressividade, possuindo forte

suporte empírico promovido por experimentos em psicologia cognitiva.

(ii) O fragmento UFO-B (ontologia de perdurants, isto é, eventos) visa sistematizar

conceitos associados a aspectos dinâmicos, tais como estados, processos,

eventos, relações temporais, entre outros. Perdurants são indivíduos compostos

de partes temporais, eles ocorrem no tempo, no sentido de acumularem partes

temporais. Exemplos de perdurants são: uma conversa, um jogo de futebol, a

execução de uma sinfonia ou um processo de negócio. Ou seja, são eventos

compostos de partes temporais. A principal diferença entre eventos (perdurants)

e indivíduos duradouros (endurants) é que um objeto (indivíduo duradouro)

existe ou não existe no tempo, enquanto eventos ocorrem no tempo

(GUIZZARDI et al., 2008). O fragmento UFO-B ainda está em desenvolvimento

e não possui o mesmo nível de maturidade do fragmento A, por este motivo não

será utilizado nesta tese.

(iii) O fragmento UFO-C é uma ontologia de entidades sociais e intencionais, ela está

sendo construída sobre partes do fragmento UFO-A e UFO-B e visa sistematizar

conceitos que incluem Agente, Ação, Estados Intencionais, Delegação,

Compromissos e Reivindicações Sociais, entre outros. Os Agentes são capazes

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de realizar eventos, enquanto objetos participam de eventos (GUIZZARDI et al.,

2008). O fragmento UFO-C também está em desenvolvimento e não possui o

mesmo nível de maturidade e estabilidade do fragmento A, por este motivo não

será utilizado nesta tese.

Uma estrutura ontológica de nível superior não só deve fornecer o suporte

adequado para a tomada de decisões ontológicas, mas também deve permitir que sejam

tomadas decisões da forma mais transparente possível na construção das novas

ontologias de domínio resultantes. Por este motivo ao escolher a UFO, em especial seu

fragmento UFO-A, optou-se pelo suporte a tipos, estruturas taxonômicas, relações todo-

parte, propriedade de valores, espaço de valores de atributos e propriedade relacionais.

Apesar de uma explicação mais completa e detalhada dos conceitos da UFO-A e

da OntoUML não fazerem parte do escopo desta tese, alguns conceitos primordiais

serão discutidos, pois são necessários para compreensão e apresentação da proposta de

uma ontologia de proveniência bem fundamentada discutida no Capítulo 5.

Como primeira etapa é necessário definir algumas categorias fundamentais da

UFO-A4: Indivíduo (individual) e Universal (universal). Indivíduos são entidades que

existem na realidade, possuindo uma identidade própria e única. Um computador, um

pesquisador, um experimento científico são exemplos de indivíduos. Universais, por sua

vez, são propriedades (ou padrões) que determinam uma classe e que podem ser

instanciados em um número de diferentes indivíduos. Por exemplo, Pessoa é um

universal que descreve as características comuns aos indivíduos, por exemplo, nome,

data de nascimento, gênero, entre outros.

Sortais (sortal) são universais que provêm princípio de identidade

(individualização e persistência) para suas instâncias, permitindo julgar se dois

particulares (classes) são os mesmos ou não. Por exemplo, os eucariontes (Protozoários,

Algas) e os mamíferos (Carnívoros, Hervívoros, Onívoros) são exemplos de sortais

universais.

Os sortais podem ser de dois tipos: Sortal Rígido (rigid sortal) e Sortal Anti-

rígido (anti-rigid sortal). Um sortal é rígido se, para toda instância α de U, α é

necessariamente uma instância de U. Em outras palavras, se α é instância de U em um

determinado mundo W, então α deve ser instância de U em todos os mundos possíveis.

Os termos originais da UFO são grafados entre << >>, em itálico e em inglês.

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Resumindo, os sortais rígidos são propriedades que provêm o princípio da identidade e

necessariamente se aplicam aos indivíduos dessas classes enquanto existirem (são

exemplo de sortais rígidos as categorias: Espécie <<Kind>>, Subtipos <<Subkind>>,

Quantidade <<Quantity>>, e Coletivo <<Collective>>).

Já com os sortais anti-rígidos temos o contrário. Se α é instância anti-rígida de

U, então é possível que α não seja instância de U. Em outras palavras, se α é instância

de U em um mundo W, podem existir mundos W´ onde α não é instância U. Resumindo,

os sortais anti-rígidos são propriedades que possivelmente se aplicam somente a

determinados indivíduos de classes (são exemplo de sortais anti-rígidos as categorias:

Fase <<Phase>> e Papel <<Role>>).

Espécie <<Kind>> é um sortal rígido que provê o princípio de identidade às suas

classes e instâncias. Espécies (tipos) podem ser especializadas em outros subtipos

rígidos, ditos subtipos <<Subkind>> que herdam seus princípios de identidades

providos. Por exemplo, Cão, Gato, Pessoa, Protozoário, Cadeira, Livro, Computador,

Workflow, Organização de Pesquisa, Experimento, Artefato e Pesquisador são espécies

(tipos), enquanto se pode definir Arquivo de Entrada e Arquivo de Saída como

subespécies (subtipos) de Artefato.

Coletivo <<Collective>> é um sortal rígido que representa grupo de seres que

compartilham uma mesma conceituação (por exemplo, Floresta, Matilha) ou coisas (por

exemplo, Pilha de Tijolos) são classes do tipo Coletivo. Esse tipo, assim como Espécie,

provê princípio de identidade a suas classes, porém, são conjuntos de objetos que

exercem o mesmo papel. Quantidade <<Quantity>> também é um sortal rígido que ao

contrário dos demais tipos de sortais rígidos, carecem de princípios de individualização

e contagem, são exemplos de quantidade Água, Barro, Banco de Dados.

Fase <<Phase>> é um sortal anti-rígido instanciado em determinado mundo ou

período de tempo que constitui a história de um particular, mas não necessariamente em

todos os mundos. Isto é, em uma fase F, α representa uma determinada condição que só

depende das propriedades intrínsecas de F. Por exemplo, Professor Assistente, Adjunto

e Associado são fases da espécie Professor ou ainda, no caso desta tese, Concepção,

Execução e Análise são as fases da Espécie experimento científico em larga escala

(conforme discutido no Capítulo 2).

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Papel <<Role>> é um tipo de Sortal anti-rígido instanciado eventualmente, mais

precisamente na participação em um evento ou numa determinada relação. Isto é, para a

regra R, α depende extrinsicamente (relacionalmente) de propriedades de R. Por

exemplo, Mãe é um papel para o subtipo Mulher mediante a existência da relação de

maternidade com uma classe do papel Filho da espécie Pessoa (GUIZZARDI, 2005).

Outro exemplo, no contexto dos Experimentos Científicos, seriam os papéis de

arquiteto, programador e executor de um workflow, ambos são subtipos da classe

Pesquisador que se relacionam com um determinado experimento.

Mixins são não sortais anti-rígidos que não oferecem o princípio da identidade,

são meras caracterizações. Mixins são essenciais na modelagem de dados. Um

<<Mixin>> representa as propriedades que são essenciais para algumas classes e

acidentais para outras (semi-rigidez). Por exemplo, a propriedade assento é essencial

para as classes cadeira e banqueta, mas acidental para as classes caixote e pedra.

Rolemixin <<Rolemixin>> representa um não sortal, anti-rígido e

relacionalmente dependente, i.e., um universal dispersivo que agrega propriedades que

são comuns a diferentes papéis <<Roles>>. Por exemplo, a classe pesquisador é um

<<rolemixim>> que agrega duas subclasses que desempenham papéis distintos

pesquisador pessoa física e pesquisador pessoa jurídica.

Uma categoria <<Category>> representa um tipo de universal misto (mixin

universal) que classifica as entidades que pertencem a espécies <<Kinds>> diferentes,

mas que compartilham uma propriedade comum essencial (ou seja, uma propriedade

que suas classes não podem perder). Uma categoria representa uma classe abstrata. Por

exemplo, um ente racional é uma categoria que pode ser especializada entre as espécies

Pessoa e Agente Artificial.

UFO-A também apresenta a entidade Relação (Relations). Relações são

entidades especiais que aglutinam (associam ou relacionam) outras entidades, elas

podem ser do tipo relações formais ou relações materiais (GUIZZARDI, 2008).

Relações formais (Formal Relations) acontecem diretamente entre duas ou mais

entidades sem que haja necessidade de intervenção de outro indivíduo. Em princípio,

esse tipo de associação inclui as relações que formam a superestrutura matemática da

UFO-A, por exemplo, dependência existencial, herança, parte-de, subconjunto-de,

instanciação, dentre outras (GUIZZARDI, 2005 e GUIZZARDI, 2008).

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Genericamente temos que, uma associação A entre as classes C1,..., Cn de um

modelo conceitual pode, em princípio ser compreendida sob a ótica da UFO, como uma

relação R entre os universais correspondentes U1,..., Un, cujas extensões consistem em

todas as tuplas correspondentes às ligações de A. No entanto, as linguagens de

modelagem conceitual atuais (aqui se inclui a UML) não são capazes de distinguir entre

as relações formais e materiais.

Relações Materiais (Material Relations) possuem estrutura material própria e

dependem de uma entidade interventora para existir. Por exemplo, relações tais como

trabalhar em, estar matriculado em ou estar conectado a. Ou seja, a relação formal

entre Alberto e seu conhecimento α de Genômica Comparativa só acontece diretamente,

desde que Alberto e Genômica Comparativa existam. Outro exemplo, para que aconteça

uma relação material ser executado por entre o pesquisador Pedro e o workflow

concreto OrthoSearch, é necessário que exista uma terceira entidade (nesse caso, uma

execução) para mediar a relação entre o pesquisador Pedro e o workflow concreto

OrthoSearch. Essas relações são indivíduos que conectam (mediam) outros indivíduos e

são chamados momentos relacionais (relators). A notação de Relações Materiais é

apoiada por trabalhos relacionados à Filosofia (LOWE, 2006). A posição aqui defendida

é a importância de responder algumas questões específicas relacionadas à proveniência

de experimentos científicos, tais como: Qual o significado de associar Pedro à execução

do workflow OrthoSearch? Ou ainda, Porque é verdadeira a afirmação que Alberto

trabalha no laboratório de Bioinformática e não no de Banco de Dados?

UFO-A também considera, ainda, a noção de situação. Situações (Situations) são

entidades complexas constituídas por vários objetos (incluindo até mesmo outras

situações), sendo tratadas como um sinônimo para o que a literatura chama de estado de

coisas (state of affairs), ou seja, uma porção da realidade que pode ser compreendida

como um todo (GUIZZARDI et al., 2008). Segundo GUIZZARDI et al., (2008), um

exemplo desta situação seria: João está gripado e com febre. Com base nesse conceito,

define-se a relação estar presente entre objetos e as situações que eles constituem. Neste

caso, pode se dizer que o substancial João e seus momentos febre e gripe estão

presentes na situação João está gripado e com febre.

Tipos de dados, são representados na UFO-A através do estereótipo

<<DataType>>. Este estereótipo representa dados cujos membros são valores

numéricos pertencentes a um determinado conjunto de valores possíveis. Um conceito

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representado como um <<DataType>> é uma representação teórica de um espaço

conceitual e das restrições impostas por suas respectivas estruturas geométricas

(GUIZZARDI, WAGNER; et al., 2004). Por exemplo, o domínio das cores pode ser

decomposto em três sub-domínios: brilho, saturação e contraste. Onde cada sub-

domínio possui uma representação linear e não negativa. Raciocínio análogo pode ser

aplicado no domínio do tempo, onde ele pode ser decomposto em sub-domínios de dias

e horas, cujos valores também são estáticos, lineares, crescentes e não-negativos.

UFO-A, bem como a linguagem OntoUML, envolve outros conceitos filosóficos

que devem ser plenamente compreendidos para a criação de modelos ontológicos

corretos e precisos. Os principais construtos da OntoUML (representados por retângulos

na cor cinza na Figura 10) são os conceitos (Category, Collective, Kind, Mixin, Mode,

Phase, Quantity, Relator, Role, RoleMixin, DataType, StructuralDataType, e Subkind) e

as relações (Characterization, ComponentOf, Datatype Association, Derivation,

Formal, Generalization, Material, Mediation, MemberOf, SubCollectionOf, e

SubQuantityOf ).

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Figura 8. Metamodelo do perfil OntoUML definido por GUIZZARDI (2005).

3.4 – Ontologias de Proveniência

Existe um número muito restrito de sistemas que se beneficiam de ontologias de

proveniência. Com o objetivo de compreender como o grupo das ontologias de

proveniência foram concebidas, esta seção analisa seus principais representantes.

Este estudo comparativo tem como objetivo compreender dois pontos principais:

(i) Quais conceitos de proveniência são suportados por essas ontologias? Esta

análise permitirá compreender qual a similaridade e a cobertura das atuais

ontologias de proveniência, além se servir como base para o estabelecimento dos

conceitos necessários a uma nova ontologia de proveniência;

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(ii) Como os conceitos de proveniência são modelados? Esta análise permitirá

compreender como os construtos foram utilizados no desenvolvimento das

ontologias de proveniência e como podem ser aplicados em novas ontologias de

proveniência.

Dentre as ontologias de proveniência avaliadas, destacamos apenas aquelas que

possuem maior presença na literatura especializada: OPMO (MOREAU, 2010), PML

(MCGUINNESS et al., 2007), Provenir (SAHOO, SHET, 2009), Provenance

Vocabulary (HARTIG, ZHAO, 2010), PREMIS (SANDERSON et al., 2010), WOT

Schema (GAO, HOUBEN, 2010), SWAN-PAV (GAO et al., 2006), SWP (BIZER,

2006), W3P (FREITAS et al., 2011), Dublin Core (DCMI Usage Bord, 2011) e Ouzo

(ZHAO, 2007).

O Quadro 4 lista o namespaces e prefixos das ontologias selecionadas para o

estudo comparativo.

Quadro 3. Lista de ontologias de Proveniência baseadas em Web Semântica

3.4.1 – OPMO

A ontologia OPMO (MOREAU, 2010) surgiu como um aperfeiçoamento da

ontologia OPMV (Open Provenance Model Vocabulary) desenvolvida por (ZHAO,

2010). A OPMO é uma ontologia que tem como base o metamodelo OPM e ainda está

em fase de desenvolvimento, tendo como foco principal a proveniência retrospectiva de

workflows científicos. Ela define um pequeno conjunto de conceitos e relações centrais.

Ontologia Namespace prefixo

OPMO http://openprovenance.org/ontology# opm

PML http://inference-web.org/2.0/pml-provenance.owl# pmlp

Provenir http://knoesis.wright.edu/provenir/provenir.owl# provenir

Provenance

Vocabulary

http://purl.org/net/provenance/ns# prv

PREMIS http://www.loc.gov/standards/premis/v2/premis-dd-2-0.pdf premis

WOT Schema http://xmlns.com/wot/0.1/ wot

SWAN-PAV http://swan.mindinformatics.org/ontologies/1.2/pav.owl# pav

SWP http://www4.wiwiss.fu-berlin.de/bizer/WIQA/swp/SWP-

UserManual.pdf

swp

W3P http://purl.org/provenance/spec/xprov_core/schema# w3p

Dublin Core http://www.dublincore.org/documents/dcmi-terms/ dcterms

Ouzo http://www.mygrid.org.uk/provenance# ouzo

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As classes genéricas são: Artefatos, Agentes e Processos, enquanto que as relações

centrais estão associadas com o metamodelo OPM. A OPMO possui múltiplos perfis de

serialização em formato XML Schema e OWL.

3.4.2 – Proof Markup Language

A ontologia Proof Markup Language (PML) (MCGUINNESS et al., 2007),

atualmente na versão 2.0, é considerada pelos autores como uma ontologia de

proveniência. Ela foi subdividida em três vocabulários complementares (PML-P, PML-J

e PML-T). No entanto. a PML-P é uma ontologia relacionada com proveniência e tem

como objetivo prover um conjunto de primitivas que podem ser utilizadas para gerar

anotações de proveniência sobre dados em sistemas baseados em raciocínio (reasoning

systems). A modelagem da PML-P está ancorada em sólida fundamentação teórica, foi

desenvolvida em OWL e possui um grande número de classes.

3.4.3 – Provenir

A ontologia Provenir (SAHOO, SHET, 2009) foi desenvolvida com o objetivo

de ser uma ontologia de topo em proveniência retrospectiva para ser utilizada em

aplicações de Web Semântica na área de e-Ciência, em especial em bioinformática

Provenir reusa conceitos originais da SUMO (PEASE et al., 2002) e relações da RO

(Relational Ontology) (SMITH et al., 2005).

Assim como a OPMO, Provenir também é composta por três classes principais

(Dado, Processo e Agente) que estão ancoradas em dois conceitos primitivos da

ontologia SUMO (i.e. Processos é um occurrent e Agente e Dados são continuants).

Além dessas classes principais, existem cinco subclasses que buscam especializar a

classe de Dado para adaptá-lo ao contexto de workflows científicos. Enquanto a OPMO

utiliza poucos relacionamentos entre seus conceitos, Provenir utiliza uma grande

quantidade de relações importadas diretamente da RO. Os autores alegam que a

pequena quantidade de relacionamentos disponíveis na OPM dificulta o processo de

inferência da Provenir. Provenir foi desenvolvida em OWL.

3.4.4 – Provenance Vocabulary

Provenance Vocabulary (HARTIG, ZHAO, 2009), (HARTIG, ZHAO, 2010) é

uma ontologia voltada para a proveniência de dados ligados da Web (Open Linked Data

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ou em português dados ligados abertos), permitindo que provedores de dados

publiquem suas informações associadas com os descritores de proveniência

correspondentes. O vocabulário ainda está em desenvolvimento, sendo codificado em

OWL-DL. A ontologia foi subdividida em um módulo central e dois módulos

suplementares que contêm os termos menos freqüentemente utilizados (termos de

acesso a dados e termos de criação de dados). Segundo HARTIG e ZHAO (2010),

Provenance Vocabulary não é adequada para descrever a proveniência de outros tipos

de elementos que não sejam documentos Web.

3.4.5– PREMIS

PREMIS (SANDERSON et al., 2010) é um dicionário de dados que ainda está

em fase de desenvolvimento pela Universidade de Ghent da Bélgica. PREMIS tem

como objetivo auxiliar a preservação de longo prazo de documentos em bibliotecas. Seu

foco principal é na proveniência de materiais físicos (livros, partituras, anotações, etc.)

ou documentos digitais. O modelo do dicionário especifica um grande volume de

descritores voltados para a área de biblioteconomia e utiliza uma Dublin Core e OWL

em sua representação.

3.4.6 – WOT Schema

Web of Trust (WOT Schema) (GAO, HOUBEN, 2010) é uma ontologia que

provê o vocabulário específico para os documentos da Web, permitindo que eles sejam

validados através de mecanismos que utilizam pares de chaves públicas e privadas

(Pretty Good Privacy - PGP). A iniciativa relaciona chaves criptográficas, documentos

e usuários para criar um mecanismo que promove o estabelecimento de estratégias de

confiabilidade dos dados através da utilização de uma trilha de proveniência. A

ontologia é codificada em OWL.

3.4.7 – SWAN-PAV

O projeto SWAN (Semantic Web Applications in Neuromedicine) (GAO et al.,

2006) é um projeto interdisciplinar que tem por objetivo desenvolver um arcabouço

semanticamente bem estruturado para ser utilizado em projetos de pesquisa envolvendo

a Doença de Alzheimer. O projeto contempla várias ontologias, entre elas a ontologia

PAV (Provenance, Authoring and Versioning) (CICCARESE, 2008) que foi

desenvolvida com o objetivo de prover apoio semântico e todas as relações necessárias

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66

para o controle de proveniência e versionamento de documentos utilizados nos

experimentos relacionados com a doença. Os conceitos da SWAN-PAV não são bem

documentados e seu domínio se restringe aos experimentos que envolvem doenças

neurodegenerativas. PAV foi desenvolvida em OWL.

3.4.8 – Semantic Web Publishing

Semantic Web Publishing (SWP) (BIZER, 2006) não é uma ontologia, é um

vocabulário disposto sob a forma de um RDF-Schema. Ele é utilizado para prover meta-

informações sobre documentos Web quando movidos entre produtores e publicadores

de informações. Assim como o WOT Schema, a SWP também faz uso de assinaturas

digitais. O SWP foi desenvolvido como RDF.

3.4.9 – W3P

W3P (FREITAS et al., 2011) é uma proposta de ontologia que provê um modelo

genérico para a produção de documentos na Web. A W3P foi desenhada para ser

compatível com a especificação OPM. Os autores consideram que a reutilização de

conceitos OPM facilitará a interoperabilidade com outros modelos de proveniência.

W3P ainda está em construção e faz uso de padrões da Web Semântica. W3P utiliza

OWL como linguagem de representação.

3.4.10 – Dublin Core e outros vocabulários da Web

Dublin Core é um padrão muito difundido para representação de metadados de

propósito geral (DCMI, 2011), seus termos e propriedades estão disponíveis sob a

forma de esquemas RDFS. Dublin Core provê um vocabulário genérico de descritores

de recursos eletrônicos. Muitos dos termos novos e propriedades específicas foram

incluídos recentemente como forma de acomodação para uma descrição adequada da

proveniência de recursos eletrônicos. Por exemplo, os termos contributor, source,

creator, modified, publisher e provenance são recentes. A definição mais atual do termo

provenance é: ―uma declaração de qualquer mudança de propriedade ou custódia de

um recurso, desde sua criação, que seja significante para resguardar autenticidade,

integridade e interpretação do recurso‖. Esse termo foi declarado como necessário

porque descreve informações sobre essas mudanças e pode ajudar a selecionar um

recurso ou a interpretá-lo. No entanto, como se pode observar ele é muito genérico e

dificilmente pode ser associado com os descritores de experimentos científicos.

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O vocabulário Friend of a Friend (FOAF) (FOAF, 2011) provê classes e

propriedades para descrever pessoas, organizações, grupos e agentes de software na

Web. As descrições baseadas em FOAF podem ser utilizadas para obter informações

sobre pessoas ou pesquisadores (por exemplo, nomes, grupos de pesquisa, email, entre

outros).

SIOC (Semantically-Interlinked Online Communities) (BOJARS, BRESLIN,

2011) também é um vocabulário para a Web. Ele é utilizado para descrever informações

sobre comunidades online como, por exemplo, blogs, postagens, anotações na Web e

mensagens de email de usuários identificados.

FOAF e SIOC possuem as mesmas desvantagens da Dublin Core, isto é, seus

termos são muito genéricos para descrever de modo preciso a proveniência de

experimentos científicos, além disso, são fortemente utilizados para mapear recursos na

Web. Por esse motivo, existem poucos trabalhos na literatura que associam estas

tecnologias com experimentos científicos (HARTIG, 2009).

3.4.11 – Ouzo Provenance Ontology

A ontologia Ouzo foi desenvolvida por ZHAO (2007) para ser parte integrante

do projeto myGrid. Ela foi concebida para representar a execução de workflows

científicos e os dados manipulados, além de mapear as entidades envolvidas na

execução de workflows através da Web. A ontologia é modular e expressa em OWL-

DL, sendo composta por quatro subontologias: Ontologia de processos, dados,

organização e de conhecimento. Para ZHAO (2007), outras ontologias podem ser

associadas à Ouzo com o objetivo de expressar aspectos de domínios específicos sobre

os dados utilizados no experimento. Ouzo é uma ontologia voltada exclusivamente para

o SGWfC Taverna, durante a sua modelagem inicial, e não levou em consideração a

especificação OPM. A ontologia foi posteriormente atualizada, permitindo a importação

e exportação de dados de acordo com a OPM.

3.5 - Estudo Comparativo Entre Ontologias de Proveniência

Nesta sub-seção se investiga a correlação dos conceitos utilizados pelas

ontologias de proveniência.

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68

Com o objetivo de padronizar a análise, verificar sobreposição ou ausência de

termos e permitir que o resultado deste estudo comparativo seja facilmente

compreendido pelos cientistas interessados no uso de ontologias de proveniência, porém

sem profundo conhecimento sobre as técnicas utilizadas de construção de ontologias.

Utilizamos a especificação OPM, e a partir dos seus termos realizamos os

mapeamentos.

Os quadros 5, 6 e 7 apresentam a seleção de ontologias e comparação da

cobertura de seus conceitos. Cada célula do quadro contém um, dois ou mais conceitos

de proveniência de uma ontologia comparada com conceito equivalente da OPMO. Os

quadros 5, 6 e 7 foram desenvolvidos através da análise das definições em OWL das

ontologias e demais documentos de apoio.

Ressalta-se que os quadros foram divididos em três partes apenas por questões

de formatação e também para facilitar a leitura e compreensão. As ontologias FOAF e

SIOC não estão representadas, pois não possuem aplicação prática na área de

experimentos científicos em larga escala.

Quadro 4. Comparativo entre os termos da OPMO, PML, Provenir e Provenance

Vocabulary

Termos do modelo

de referência

(OPMO)

PML ProvenirProvenance

Vocabulary

opm:Process pmlj:InferenceStep provenir:process prv:Execution prv:DataAccessprv:DataCreation

opm:Artifact pmlp:Informationpmlp:Source

provenir:data prv:Artifact, prv:DataItemprv:CreationGuidelineprv:File

opm:Agent pmlp:Agent, pmlp:Source

provenir:agent prv:Actor

opm:Account pmlj:NodeSet provenir:has_participant Não há

opm:wasDerivedFrom pmlp:hasSourceUsage provenir:derives_from prv:precededBy

opm:used pmlj:hasAntecedentList provenir:has_participant prv:employedArtifactprv:usedDataprv:usedGuideline

opm:wasGeneratedBy pmlj:IsConsequentOfpmlp:hasConclusion

provenir:has_participant prv:yieldedBy prv:createdByprv:retrievedBy

opm:wasControlledBy pmlp:hasSourceUsagepmlj:hasInferenceEngine

provenir:has_agent prv:involvedActorprv:performedBy

opm:wasTriggeredBy Não há provenir:preceded_by Não há

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Quadro 5. Comparativo entre os termos da OPMO, PREMIS, WOT-Schema e

SWAN-PAV (continuação).

Quadro 6. Comparativo entre os termos da OPMO, W3P e Dublin Core

(continuação).

A partir das análises dos quadros 5, 6 e 7 é possível traçar algumas conclusões

que são válidas para o escopo desta tese, a saber:

De forma geral é possível afirmar que cada ontologia foi desenvolvida segundo

um conjunto muito particular de considerações. Ou seja, ao avaliar as ontologias e seus

termos, percebe-se a ausência do estabelecimento de compromisso ontológico que

deveria revelar uma tomada de posição em relação aos objetos que se reconhecem como

fundamentais em uma determinada visão de mundo. Algumas ontologias são específicas

Termos do modelo

de referência

(OPMO)

PREMIS WOT-Schema SWAN-PAV

opm:Process premis:Event wot:SigEvent Não há

opm:Artifact premis:Object wot:PubKey Não há

opm:Agent premis:Agent Não há Não há

opm:Account Não há Não há pav:versionNumber

opm:wasDerivedFrom premis:relatedObjectIdentification Não há pav:importedFromSource, pav:previousVersion

opm:used premis:linkingObjectIdentifier wot:signer Não há

opm:wasGeneratedBy premis:relatedEventIdentification Não há pav:createdBy

opm:wasControlledBy premis:linkingAgentIdentifier Não há pav:contributors, pav:authors, pav:curators, pav:importedBy, pav:publishedBy, pav:submittedBy

opm:wasTriggeredBy Não há Não há Não há

Termos do modelo

de referência

(OPMO)

PREMISWOT-

SchemaSWAN-PAV

opm:Process premis:Event wot:SigEvent Não há

opm:Artifact premis:Object wot:PubKey Não há

opm:Agent premis:Agent Não há Não há

opm:Account Não há Não há pav:versionNumber

opm:wasDerivedFrom premis:relatedObjectIdentification Não há pav:importedFromSourcepav:previousVersion

opm:used premis:linkingObjectIdentifier wot:signer Não há

opm:wasGeneratedBy premis:relatedEventIdentification Não há pav:createdBy

opm:wasControlledBy premis:linkingAgentIdentifier Não há pav:contributors, pav:authorspav:curators, pav:importedBypav:publishedBypav:submittedBy

opm:wasTriggeredBy Não há Não há Não há

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para o domínio de determinadas classes de estudo, enquanto que outras são

exclusivamente voltadas para a Web. Poucas consideram os experimentos e workflows

científicos, nenhuma possui conceitos relacionados aos experimentos científicos de

larga escala.

Algumas iniciativas que tratam do tema proveniência possuem algum grau de

equivalência com a OPMO. Porém, formalmente, não podem ser definidas como

ontologias. Algumas dessas iniciativas são vocabulários controlados (por exemplo,

SWP, Dublin Core, WOT Schema) ou simples dicionários de dados (por exemplo,

PREMIS).

Com relação às ontologias propriamente ditas (por exemplo, OPMO, PML,

Provenir, Provenance Vocabulary, SWAN-PAV, W3P, Ouzo), cada uma foi

desenvolvida sob os seus próprios princípios e sem explicitar claramente seus

compromissos ontológicos. Cada ontologia abrange diferentes enfoques relacionados à

proveniência. Por exemplo, poucas podem se relacionar com workflows ou

experimentos (por exemplo, OPMO, Provenir e SWAN-PAV), enquanto outras são

voltadas exclusivamente para a Web (por exemplo, Provenance Vocabulary e W3P).

Nenhuma das ontologias avaliadas apresenta conceitos capazes de distinguir de modo

efetivo as diferentes granulosidades envolvidas nos descritores de proveniência

prospectiva e retrospectiva.

Algumas ontologias são meramente representadas por vocabulários, enquanto

outras oferecem a capacidade de realizar inferências. Por exemplo, DCTerms é apenas

um vocabulário, enquanto que OPMO e PML permitem que se realizem inferências

sobre suas classes e propriedades. Porém, é notável que algumas das inferências

propostas (por exemplo, inferências transitivas em grafos de proveniência) mencionadas

tanto nas especificações OPMO quanto na PLM ainda não são permitidas em

codificações OWL.

Mesmo dentre as ontologias relacionadas a workflows ou experimentos

científicos, não existem ontologias genéricas para experimentos científicos em larga

escala que não sejam dependentes de domínio. Das poucas ontologias voltadas para

experimentos, todas são específicas para certos domínios, além disso, não consideram a

existência de um ciclo de vida de experimentos científicos nem são independentes de

domínio. Por exemplo, a ontologia SWAN-PAV é voltada para estudos da área

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biomédica específicos em experimentos relacionados com a Doença de Alzheimer,

enquanto a ontologia Provenir se relaciona exclusivamente com experimentos de área

de Bioinformática, em especial aqueles que envolvem seqüências genômicas de

tripanosomatídeos.

Dentre as ontologias avaliadas, nenhuma delas teve sua modelagem e construção

baseadas em ontologias de fundamentação ou teve seus compromissos ontológicos

explicitados. A ontologia que mais se aproxima desse padrão é a Provenir (SAHOO,

SHET, 2009). Mesmo assim, os autores indevidamente consideram que a sua ontologia

é uma ontologia de topo, entretanto, esta afirmativa não se ancora em referenciais

teóricos disponíveis na literatura GUARINO (1998). O processo de modelagem da

Provenir não é transparente, seu desenvolvimento está fortemente ancorado na OBO,

uma ontologia de domínio voltada exclusivamente para aplicações biomédicas. Os

autores advogam que essa solução pode ser utilizada em qualquer domínio de aplicação

da área de e-Ciência, desde que sejam associadas com outras ontologias. No entanto, os

autores não oferecem exemplos que suportem esta afirmação.

Observa-se que existe um predomínio da linguagem OWL como linguagem de

descrição de ontologias de proveniência. Nenhuma das ontologias de proveniência

avaliadas foi modelada utilizando a linguagem de nível ontológico (por exemplo,

OntoUML) ou mesmo teve a UFO ou qualquer outra ontologia de fundamentação como

base de desenvolvimento.

Finalmente, também observa-se que essas ontologias foram desenvolvidas para

serem utilizadas de forma firmemente acoplada a projetos de pesquisa específicos.

Adicionalmente, nenhum desses produtos levou em consideração os diferentes tipos e

granulosidades de proveniência que podem ser produzidas ao longo do ciclo de vida de

um experimento científico em larga escala.

3.6 – Considerações Finais

A consolidação da e-Ciência está intimamente relacionada com a capacidade dos

pesquisadores em manipular crescentes volumes de dados e de descritores de

proveniência. A literatura apresenta diversas propostas de sistemas e ontologias para

tratar a questão da proveniência. No entanto, nenhuma das ontologias disponíveis é

considerada um padrão consensual para a área de e-Ciência, tampouco abrangem

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aspectos da experimentação científica em larga escala. Este fato é compreensível se

considerarmos três aspectos principais:

(i) As atuais ontologias de proveniência ainda são incipientes e não consideram as

diferentes granulosidades dos descritores de proveniência gerados ao longo do

ciclo de vida de experimentos científicos;

(ii) As ontologias de proveniência disponíveis na literatura não formalizam

explicitamente seus compromissos ontológicos, isto é, não definem de modo não

ambíguo os termos e conceitos relacionados à proveniência (prospectiva ou

retrospectiva).

(iii) Nenhum dos atuais sistemas de proveniência é governado por ontologias de

proveniência.

Ao avaliar conjuntamente os SGWfC, as ontologias de proveniência e os

fundamentos da UFO, é possível delinear algumas considerações importantes.

Apesar de existir um grande esforço de pesquisa na área de ontologias, ainda

não há um consenso sobre quais conceitos relacionados à proveniência devem ser

representados nas ontologias de proveniência. Além disso, inexistem ontologias de

proveniência voltadas para experimentos científicos em larga escala que sejam

explicitamente construídas com base em ontologias de fundamentação.

Dentre as ontologias de proveniência avaliadas, nenhuma teve sua gênese

apoiada por ontologias de fundamentação. Além disso, nenhuma delas foi originalmente

modelada através de linguagens do nível ontológico; em sua grande maioria foram

modeladas diretamente no nível epistemológico (por exemplo, versões da OWL),

portanto, sem explicitação dos compromissos ontológicos adotados.

A partir dessas considerações, é possível perceber que nenhum dos sistemas de

proveniência atualmente disponíveis contempla as questões de pesquisa propostas neste

trabalho. Com isso, consolida-se a oportunidade de desenvolvimento de uma nova

estratégia computacional que incorpore, desde seus primeiros estágios de

desenvolvimento, tanto o tratamento semântico dos descritores de proveniência quanto

as questões relacionadas à gerência de descritores de proveniência de experimentos

científicos de larga escala executados em ambientes distribuídos do tipo nuvem de

computadores.

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Concluindo, neste capítulo, defendemos a adoção e o uso explícito de ontologias

de fundamentação como base para o desenvolvimento de um sistema de proveniência

que seja governado por ontologias, bem fundamentadas, de proveniência.

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Capítulo 4 – Categorização de Sistemas de Proveniência

Dentro dos objetivos do presente trabalho, propomos uma taxonomia para

classificar as diferentes características dos descritores de proveniência manipulados

pelos sistemas de proveniência. O termo ‗sistemas de proveniência‘ compreende tanto

SGWfC com suporte à coleta de proveniência quanto sistemas independentes que

podem ser conectados aos SGWfC para coletar descritores de proveniência.

A taxonomia tem como princípio geral representar, através de uma estrutura

hierárquica multinível, os conceitos fundamentais sobre os descritores de proveniência.

O objetivo fundamental desta taxonomia não é unicamente classificar ou facilitar o

acesso à informação, mas:

(i) Representar conceitos através de termos comuns;

(ii) Propor formas de controle da diversidade de significação;

(iii) Agilizar a comunicação entre os pesquisadores do tema e outros públicos;

(iv) Oferecer uma organização conceitual que servirá como guia tanto para a

construção de novos sistemas de gerência de proveniência de experimentos em

larga escala quanto para o desenvolvimento de ontologias de proveniência.

Existem publicações que comparam as funcionalidades dos SGWfC e discutem

suas estratégias de coleta de proveniência (SIMMHAN et al., 2005, YU e BUYYA,

2005, DEELMAN et al., 2009, VICKNAIR, 2010). No entanto, estes trabalhos

concentram-se em um pequeno conjunto de aspectos, adicionalmente não consideram o

papel do ciclo de vida do experimento científico. A taxonomia aqui representada pode

ser considerada como um dos primeiros esforços para oferecer uma visão sistemática e

conceitual de um grande conjunto de aspectos da proveniência, correlacionando-os com

os sistemas de proveniência.

Este capítulo está organizado da seguinte forma. Na Seção 4.1, apresentamos a

taxonomia de características de proveniência associadas aos sistemas de proveniência.

Na Seção 4.2 produzimos um estudo comparativo envolvendo os principais sistemas de

proveniência onde discutem-se as principais características e limitações. Por fim, a

Seção 4.3 conclui o capítulo.

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4.1 - Taxonomia de Proveniência

Taxonomias, assim como ontologias, representam sistemas diferenciados de

organização do conhecimento (MARTINEZ et al., 2004). Enquanto as ontologias

buscam estabelecer relações semânticas entre conceitos, em forma de redes conceituais,

próximas da estrutura que trabalha a mente humana, as taxonomias operam no sentido

de organizar a informação e/ou conhecimento em relações hierárquicas entre os seus

termos.

Uma taxonomia é, por definição, uma classificação sistemática sendo

conceituada como uma ferramenta de organização intelectual (BRUNO e RICHMOND,

2003, CAMPOS e GOMES, 2007). Sua organização dá-se sob a forma de uma

classificação de conceitos arranjados de forma hierárquica, através de relacionamentos

do tipo pai-filho. Recentemente, o uso de taxonomias tem sido amplamente adotado

pela Ciência da Computação, por permitir acesso através de navegação em que os

termos apresentam-se de forma lógica, ou seja, em classes, subclasses, sub-subclasses, e

assim por diante, em quantos níveis de especificidade forem necessários, cada um deles

agregando informação sobre as informações existentes na base de conhecimento.

O estabelecimento de uma taxonomia de características de proveniência em

sistemas de proveniência permite que instituam-se padrões de alto nível para a

ordenação e categorização dos descritores de proveniência de experimentos científicos e

também que classifiquem-se as principais características estruturais e operacionais

desses sistemas de proveniência.

A taxonomia também desempenha um papel de ordem prática. Ela possibilita

que pesquisadores possam ―compreender‖ como essas estruturas de conceitos se

relacionam sem atribuir-lhes um significado denso. Por exemplo, se um pesquisador que

não é profundo conhecedor do tema proveniência ou dos sistemas de proveniência e, ao

utilizar a hierarquia para averiguar detalhes sobre os tipos de proveniência,

granulosidades, formas de consulta e métodos de acesso aos descritores, pode

facilmente optar pela adoção de um sistema em detrimento de outro qualquer, ele pode

escolher mais facilmente qual o sistema que melhor se adéqüe às necessidades da sua

pesquisa ou dos seus experimentos.

Os sistemas de proveniência aqui relacionados constituem um subconjunto das

soluções disponibilizadas pelas comunidades de pesquisa de workflows científicos. Por

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razões de praticidade, a taxonomia, representada na Figura 11, ilustra a classificação das

características de proveniência que podem ser associadas aos ciclos de vida de

experimentos científicos conduzidos em ambientes centralizados ou distribuídos.

Figura 9. Taxonomia de proveniência, adaptado de (CRUZ et al., 2009).

Uma descrição completa e mais detalhada da taxonomia encontra-se disponível

em (CRUZ et al. 2009).

4.1.1 – Captura de Proveniência

Esta sub-seção classifica como os descritores de proveniência são capturados

nos atuais sistemas de proveniência (Figura 12).

Figura 10. Sub-taxonomia de captura de proveniência

Objeto

Granulosidade

Mecanismo

Etapa

Orientação

AnotaçãoInversão

Grossa

Fina

Execution (Retrospectiva)

Composição (Prospectiva)

ProcessoDado

Ah-hoc

Manual

Automatica

Externa

Interna

Análise (Analítica)

Captura

Nível

Workflow

Atividade

S.O.

TécnicaRastreamento

Guloso

Amostral

Escalabilidade Acoplamento Arquivamento

Semiestruturado

Centralizado Distribuído

Homogêneo

HeterogêneoNenhum

Baixo

Alto

Time-Stamp

Seqs de Delta

Armazenamento

Persistência

Relacional

OWL

XML

Consulta

Acesso

APIQBE

Proveniência

Relacional

Semântica

XML

Apoio

Semântico

Ontologia

Taxonomia

Vocabulário

Domínio

Tarefa

Aplicação

Mecanismo

AnotaçãoInversão

Ah-hoc

Manual

Automatica

Externa

Interna

Captura

Nível

Workflow

Atividade

S.O.

TécnicaRastreamento

Guloso

Amostral

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Mecanismos de Captura – Os sistemas de proveniência podem coletar

diferentes tipos de informações sobre a composição e execução de workflows, no

entanto, essas informações são coletadas de formas distintas. Existem dois mecanismos

para a coleta de descritores. Alguns sistemas utilizam estruturas internas diretamente

codificadas na máquina de execução do SGWfC para capturar os descritores de

proveniência durante a composição do workflow concreto (por exemplo, VisTrails

(CALLAHAN, et al., 2006)) e outros durante sua execução (por exemplo, Taverna

(OINN et al., 2007), PASOA (GROTH et al., 2005)). Geralmente, os sistemas que

utilizam estruturas internas estão habilitados a coletar descritores em sistemas

centralizados. Os sistemas que utilizam estruturas externas são mais genéricos, sendo

geralmente baseados em serviços para coletar proveniência de ambientes distribuídos e

heterogêneos (por exemplo, Kepler (LUDÄSCHER et al., 2006), Pegasus/Wings

(DEELMAN et al., 2005), Zoom (COHEN-BOULAKIA et al., 2008), Karma5

(SIMMHAN et al., 2008), ProvManager (MARINHO et al., 2010).

Rastreamento – Existem duas abordagens associadas à coleta de dados

(BUNEMAN et al., 2006, CHENEY et al., 2009): gulosa (também conhecido por

eager, bookkeeping ou anotação) e amostral (também conhecido por lazy, não-anotação

ou relaxada). Os sistemas de proveniência que utilizam a abordagem gulosa, coletam os

descritores de modo intenso, isto é, à medida que os eventos monitorados ocorrem, a

coleta é realizada. Na abordagem amostral, a coleta é menos intensa e somente alguns

descritores de proveniência são coletados. A abordagem gulosa é, normalmente,

utilizada pelos sistemas acoplados a SGWfC, enquanto que a amostral é aplicada a

bancos de dados (por exemplo, ORCHESTRA, DBNotes e Trio (CHENEY et al.,

2009)). A principal vantagem da abordagem amostral é o menor volume de dados

coletados e conseqüente menor sobrecarga do sistema e menor consumo de espaço para

armazenamento. Por outro lado, a abordagem gulosa é capaz de acelerar as consultas

sobre os descritores de proveniência.

Nível de Captura – Esta categoria diz respeito à classificação dos níveis onde

pode-se realizar a coleta de proveniência. Um mecanismo de coleta de proveniência

deve ter acesso aos detalhes da composição e execução do workflow. Ele pode operar

em três níveis operacionais distintos: nível do workflow, da atividade ou do sistema

operacional (DAVIDSON, FREIRE, 2008).

Atualmente existem duas novas versões do Sistemas Karma (Karma2 e Karma3). Nesta seção

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Capturar proveniência no nível do workflow é a abordagem mais tradicional e a

mais disseminada entre os SGWfC (por exemplo, VisTrails, Kepler, Taverna, PASOA,

Swift). Os descritores de proveniência são coletados diretamente pelo SGWfC em

ambientes locais ou distribuídos. Os mecanismos de coleta podem ser integrados com o

SGWfC ou conectados a ele, sendo responsáveis por coletar e armazenar os descritores

em um esquema de proveniência adequado. Ressalta-se que, neste nível, as informações

são extraídas mais facilmente, mas por outro lado, o alto acoplamento ao SGWfC torna

a solução mais aplicável somente em cenários não heterogêneos, onde apenas um

SGWfC é utilizado.

A captura no nível da atividade requer adaptações do workflow concreto. Neste

nível, cada processo é responsável por capturar suas próprias informações de

proveniência e, com isso, a dependência do SGWfC é relativizada. Assim, a

granulosidade da informação capturada tende a ser semelhante àquela capturada no

nível do workflow.

A captura neste nível requer que os processos sejam encapsulados por wrappers

que interceptam as chamadas de controle do SGWfC, processam a captura da

proveniência e passam adiante o controle. Entretanto, o problema de trabalhar neste

nível operacional repousa na necessidade de instrumentalizar as atividades para darem

suporte ao mecanismo de captura. Geralmente, essa adaptação é deixada a cargo do

pesquisador, porém, a maioria não necessariamente possui habilidades computacionais

suficientes para tal. Essas alterações não só requerem mudanças estruturais no workflow

concreto, como também são passíveis de problemas relacionados ao desempenho. Um

exemplo dessa abordagem é o ProvManager (MARINHO et al., 2010).

Por fim, captura de proveniência no nível do sistema operacional produz

descritores de proveniência de baixo nível, dificilmente coletados nos níveis anteriores.

Não é necessário programar nenhuma modificação no workflow concreto, basta apenas

que o pesquisador conheça algumas configurações básicas do sistema distribuído.

Técnica de Captura – Esta categoria refere-se às duas técnicas de captura

existentes nos atuais sistemas de proveniência: anotação e inversão.

Captura por anotação consiste da adição de etiquetas (tags) nos produtos de

dados gerados por um workflow concreto, podendo a anotação ser sistemática ou ad

consideramos as três versões como sendo Karma.

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hoc. Uma anotação pode ser usada para descrever tanto o produtor do artefato quanto o

dado propriamente dito. Anotações podem ser geradas manualmente ou

automaticamente. As anotações geralmente consistem de um par <nome-valor> e

podem ser registradas em diferentes níveis de granulosidade. As anotações estão

associadas com elementos geradores de proveniência retrospectiva.

Captura por inversão consiste no registro das operações executadas sobre os

artefatos, permitindo que os produtos de dados sejam recriados a posteriori. Esta

técnica é utilizada quando um produto não pode ser gerado novamente, pois uma re-

execução seria muito onerosa. A inversão é mais compacta que a anotação e as

informações produzidas são mais esparsas quando comparadas com a anotação. Um

exemplo de sistema de proveniência que utiliza a técnica é o VisTrails para o registro de

proveniência prospectiva.

4.1.2 – Objeto da Proveniência

Esta sub-seção classifica os descritores de proveniência em termos dos níveis de

detalhe (Figura 13).

Figura 11. Sub-taxonomia de objeto de proveniência.

Etapas da proveniência – Os descritores de proveniência podem ser coletados

durante as três etapas distintas do ciclo de vida do experimento científico (DAVIDSON,

FREIRE, 2008, CLIFFORD et al., 2008): composição, execução e análise do workflow.

Na etapa de composição do experimento, é possível coletar os descritores de

proveniência prospectiva, eles registram as especificações abstratas de um workflow. A

forma prospectiva representa os passos e ações (manuais ou não) que devem ser

seguidos para a geração de um artefato (por exemplo, os passos que devem ser seguidos

para a execução de um conjunto de processos relacionados), permitindo desta forma o

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registro da especificação de tarefas computacionais (por exemplo, conjunto de

processos, um script). Exemplos de sistemas que apóiam a composição são o VisTrails

e Askalon (FAHRINGER et al., 2007). Essa captura pode ser bastante facilitada se o

SGWfC possui um indicador de registro de transação, como é o caso do SGWfC

VisTrails.

Na etapa de execução, é possível coletar descritores de proveniência

retrospectiva. A forma retrospectiva descreve os passos executados por uma tarefa

computacional, assim como as informações sobre o ambiente computacional utilizado

para derivar um dado produto. Desse modo, representa uma descrição detalhada sobre a

execução da tarefa (por exemplo, os artefatos produzidos por um sistema computacional

para busca por similaridade entre seqüências protéicas de protozoários, além de todos os

parâmetros e dados envolvidos na execução dessa tarefa). A maioria dos SGWfC apóia,

em diferentes graus, a coleta deste tipo de proveniência.

Essas duas formas de captura de proveniência são complementares, ou seja, para

a captura da proveniência prospectiva, a captura da proveniência retrospectiva não é

estritamente necessária.

Por fim, na etapa de análise, é possível avaliar os resultados científicos obtidos

através da execução de consultas realizadas sobre os repositórios de proveniência (GIL

et al., 2007). Nesta etapa os usuários podem acessar os repositórios (proveniências

prospectiva e/ou retrospectiva) e fazer uso de linguagens ou ferramentas de consulta,

visualização ou nagevação.

Estruturar as informações de proveniência em múltiplas etapas é uma vantagem,

pois permite a normalização da sua representação, evitando armazenamentos

redundantes e custos de manutenção excessivos.

Granulosidade da proveniência – Esta categoria refere-se ao nível de detalhe

do descritor de proveniência. Segundo a literatura, a granulosidade pode ser fina ou

grossa e o que distingue o tamanho do grão é o tipo de mecanismo utilizado na sua

captura e o tamanho do grão de informação.

A proveniência de fina granulosidade é geralmente produzida através do

processo de captura por anotação e representa mais detalhes acerca de um processo ou

item de dado. Proveniência fina não pode ser facilmente subdivida em elementos

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menores e é, normalmente, capturada em bancos de dados ou no nível do sistema

operacional, este tipo de descritor está associado com a execução de um processo.

A proveniência de grossa granulosidade (também chamada de proveniência de

workflow) registra a história da composição e processamento do workflow ou a

derivação de um conjunto de dados.

A decisão sobre o nível de granulosidade adotado pelo SGWfC afeta tanto o

volume de dados contido no repositório, quanto o tipo de pesquisa que pode ser

respondida na etapa de análise do experimento. Quando uma organização de pesquisa

possui grandes quantidades de dados de proveniência, faz sentido pensar em dois (ou

mais) níveis de granulosidade. Com a criação de níveis de granulosidade é possível

atender a diversos os tipos de consultas (consultas históricas, analíticas e operacionais).

Orientação – Diz respeito à seqüência de etapas (processo) que juntamente com

os dados de entrada e parâmetros levam à criação de um artefato. Segundo FREIRE et

al. (2008), a orientação pode ser inferida a partir das proveniências prospectivas e

retrospectivas. A orientação é representada sob a forma de um grafo cujos nodos

correspondem aos processos e produtos de dados e as arestas às dependências entre

dados e processos.

4.1.3 – Acesso aos Descritores de Proveniência

Esta sub-seção classifica como os cientistas podem ter acesso aos descritores de

proveniência. Idealmente, os sistemas de gerência devem prover os meios necessários

para que os cientistas acessem os descritores de proveniência, no entanto, a maioria do

SGWfC oferece apoio limitado para esta tarefa (Figura 14).

Figura 12. Sub-taxonomia de acesso à proveniência.

Acesso QBE – Por intermédio de consultas QBE, (consultas visuais, com

sintaxe mínima e baseada em modelos (ELMASRI e NAVATHE, 2005)), os

Consulta

Acesso

APIQBE

Relacional

Semântica

XML

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pesquisadores podem desenvolver consultas sobre os repositórios de proveniência

através de interfaces visuais fornecidas pelo próprio SGWfC (por exemplo, VisTrails).

Acesso via API – Consultas através de interfaces de programação fornecem um

padrão para operações sobre os repositórios de proveniência, facilitando a portabilidade

e acessibilidade. Como vantagem o pesquisador não necessita desenvolver estruturas de

acesso proprietárias podendo fazer uso de interfaces pré-definidas. Como desvantagem

até o momento existem poucos sistemas que oferecem este tipo de recurso (e.g. PASS,

KARMA e ProvManager).

Acesso via Consultas – Esta subcategoria está basicamente relacionada com as

linguagens de consulta utilizadas pelos pesquisadores para extrair conhecimento.

Existem esforços significativos de pesquisa sobre consultas de proveniência em bancos

de dados (BUNEMAN et al., 2001, BUNEMAN et al., 2006, CHENEYet al., 2009) e

SGWfC (HOLLAND et al., 2008, KARVOUNARAKIS et al., 2010) e Web Semântica

(SILVA al., 2006, SAHOO e SHET, 2009). Diversas linguagens vêm sendo utilizadas

na consulta de proveniência, cada uma com sua expressividade e eficiência. As

consultas podem ser subdivididas em três tipos: relacional, XML e baseadas em

linguagens de Web Semântica.

Nas consultas relacionais, normalmente utiliza-se a linguagem SQL, os

pesquisadores se beneficiam das facilidades de persistência e indexação, mas pode ter

dificuldades naquilo que se refere à integração entre esquemas, à heterogeneidade

semântica. Diferentemente das consultas relacionais, as baseadas em XML suportam o

uso de paths, podendo envolver XPath/XQuery, no entanto perdem extensibilidade para

definir regras de dedutibilidade (HOLLAND et al., 2008). Alguns modelos de

proveniência utilizam os princípios da Web Semântica tanto para representar quanto

para consultar os descritores de proveniência. As consultas suportam interoperabilidade

e inferências através de linguagens do tipo RDF, OWL e SPARQL.

Os descritores de proveniência também pode ser consultados através de

linguagens baseadas em lógica. Por exemplo, o CoMaD (BOWERS et al., 2008) opera

sobre arquivos XML através de consultas Prolog. Swift utiliza FLOQ um dialeto de

Frame Logic Language (ZHAO, LU, 2008), o ProvManager utiliza Prolog (MARINHO

et al., 2010).

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4.1.4 – Apoio Semântico

Esta sub-seção classifica os sistemas de proveniência quanto à adoção de

estruturas que oferecem suporte semântico para a gerência da proveniência, isto é,

qualifica os sistemas de acordo com os tipos de mecanismos semânticos por eles

utilizados (i.e. ontologias, taxonomias ou vocabulários) para mapear os descritores de

proveniência associados com as etapas de concepção, execução, análise dos resultados

dos experimentos científicos.

Segundo PIGNOTTI et al., (2007, 2008), idealmente, os sistemas de

proveniência devem prover os mecanismos necessários para que os pesquisadores

utilizem metadados ou mecanismos semânticos para descrever quais recursos estão

sendo utilizados (por exemplo, serviços, artefatos, workflows, modelos, agentes) com o

objetivo de ampliar tanto a documentação sobre os workflows quanto expandir as

formas de colaboração entre as comunidades envolvidas na pesquisa (Figura 15).

Figura 13. Sub-taxonomia de apoio semântico.

Nos últimos anos surgiram iniciativas que visaram incorporar os benefícios da

Web semântica aos sistemas de proveniência. Dentre as iniciativas destacamos o projeto

FEARLUS-G (PIGNOTTI et al., 2005) voltado para a área de grades computacionais, o

sistema Taverna (OINN et al., 2007) e, mais recentemente, o sistema TetherlessPC3

(DING et al., 2011). As três iniciativas propuseram a adoção de ontologias de aplicação

para representar aspectos da proveniência. PIGNOTTI (2008) propôs uma ontologia

para registrar as intenções dos pesquisadores durante a modelagem de workflows

científicos desenvolvidos no sistema Kepler. Os principais conceitos desta ontologia

consideravam aspectos da proveniência prospectiva produzidos durante a etapa de

composição do workflow concreto que são: definição do modelo adotado, descrição das

atividades concretas, “workflows links” que descrevem os relacionamentos das

atividades e os seus artefatos. A literatura não reporta maiores detalhes sobre a

Apoio

Semântico

Ontologia

Taxonomia

Vocabulário

Domínio

Tarefa

Aplicação

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tecnologia de construção da ontologia, nem oferece indícios de que ela tenha sido

disponibilizada para o público.

Os desenvolvedores do sistema Taverna também investigaram a possibilidade de

acoplar ontologias ao sistema. Neste caso foi desenvolvida uma ontologia de aplicação

denominada Ouzo Provenance Ontology (ZHAO, 2007) como parte da tese de

doutoramento desse autor. Ouzo contém conceitos relacionados à proveniência

retrospectiva, em especial os conceitos ligados à execução de um workflow científico e

dados utilizados. Ressalta-se que esta ontologia não foi incorporada às versões de

distribuição do sistema Taverna.

Recentemente, o mesmo grupo de desenvolvedores da ontologia PML codificou

o metamodelo OPM em OWL para participar do evento Provenance Challenge 3. A

ontologia resultante denomina-se PC3OPM e foi incorporada a uma arquitetura de

coleta de proveniência chamada TetherlessPC3 (DING et al. 2011). Uma das principais

capacidades do sistema é a marcação semântica da proveniência e capacidade de

importação/exportação de arquivos de proveniência baseados no OPM.

Acesso via Ontologia – Esta subcategoria está basicamente relacionada com a

indicação da ontologia tipo utilizada para mapear os descritores de proveniência.

Conforme discutido no Capítulo 3 desta tese, as ontologias de proveniência podem ser

de três tipos distintos: domínio, tarefa e aplicação.

Acesso via Taxonomia – Esta subcategoria está basicamente relacionada com as

taxonomias de proveniência que foram utilizadas pelos sistemas, para mapear os

conceitos de proveniência.

Acesso via Vocabulário – Esta subcategoria está basicamente relacionada aos

vocabulários controlados relacionados à proveniência.

Ressalta-se que as duas últimas categorias representam simples conjuntos de

termos, os termos em si não se constituem em uma ontologia. Uma característica

essencial das ontologias é a definição de axiomas que definem os termos a as restrições

de interpretação. Por esse motivo, propomos a separação explícita dos três mecanismos

para evitar classificações genéricas e equivocadas dos sistemas de proveniência.

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4.1.5 – Armazenamento da Proveniência

Esta sub-seção classifica como os sistemas de proveniência utilizam-se dos

meios e técnicas de armazenamento de proveniência (Figura 16).

Figura 14. Sub-taxonomia de armazenamento da proveniência

Escalabilidade do Armazenamento – O volume de dados de proveniência

pode ser tão grande quanto os dados que ele descreve. Assim, escalabilidade do

armazenamento pode tornar-se um problema para os experimentos científicos em larga

escala. Os descritores podem ser armazenados localmente ou de modo distribuído.

Armazenamento centralizado mantém os metadados em um repositório único em um

único local. A principal desvantagem da centralização do armazenamento de

proveniência é o mesmo de um ponto único de falha. A centralização de repositórios é

muito comum na maioria dos SGWfC, no entanto, são mais fáceis de gerenciar, manter

e controlar (por exemplo, VisTrails, Taverna, Kepler). Já no armazenamento distribuído

existe uma coleção de vários repositórios logicamente inter-relacionados distribuídos ao

longo de uma rede de computadores, cada repositório é gerenciado por um sistema de

armazenamento (SGBD ou sistema de arquivos) que pode funcionar de maneira

autônoma. O armazenamento distribuído pode ser classificado como homogêneo, onde

cada sítio executa o mesmo tipo de sistema de armazenamento (por exemplo, PASS) ou

heterogêneo, em que sítios diferentes utilizam diferentes tipos de sistema de

armazenamento.

Acoplamento – Existem três estratégias de acoplamento: acoplamento nulo, alto

acoplamento e baixo acoplamento. O acoplamento nulo armazena informações de

proveniência em um ou vários repositórios sem duplicidades. Estes repositórios são

dedicados a armazenar somente os descritores de proveniência retrospectiva. Os

Escalabilidade Acoplamento Arquivamento

Semiestruturado

Centralizado Distribuído

Homogêneo

Heterogêneo Nenhum

Baixo

Alto

Time-Stamp

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Armazenamento

Persistência

Relacional

OWL

XML

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sistemas baseados em serviços (por exemplo, Karma (SIMMHAN et al., 2008), VDS

(CLIFFORD et al., 2008)), podem utilizar um ou vários repositórios de dados. Estas

abordagens normalmente lidam com ambientes heterogêneos, com controle limitado

sobre a execução de processos e manipulação de itens de dados. Na estratégia alto

acoplamento, ocorre a gravação de proveniência com alto acoplamento, onde os

repositórios de proveniência estão fortemente acoplados a esquemas proprietários.

Exemplos dessa estratégia são utilizados pelos sistemas de bancos de dados (CHENEY

et al., 2009). Por fim, a estratégia de baixo acoplamento usa um esquema de

armazenagem mista onde os itens de proveniência do experimento e os dados são

registrados em um único sistema de armazenamento, mas em esquemas logicamente

separados.

Persistência – Esta subcategoria está basicamente relacionada com os tipos das

representações dos modelos conceituais utilizados para armazenar a proveniência. Um

modelo conceitual de proveniência define quais informações serão armazenadas nos

repositórios dos sistemas de proveniência.

Apesar de inúmeras iniciativas ainda não existe um modelo de consenso para a

representação de proveniência originada pelos SGWfC. A maioria dos SGWfC utiliza

seus próprios esquemas de proveniência que nem sempre são documentados ou estão

disponíveis na literatura. Este cenário torna-se um problema quando sistemas de

proveniência distintos têm para se comunicar para trocar seus descritores.

Atualmente, temos modelos de persistência representados por diversas

tecnologias, tais como: tabelas relacionais (por exemplo, ZOOM (COHEN-

BOULAKIA et al., 2008), REDUX (BARGA, DIGIAMPIETRI, 2008), Pegasus,

VisTrails), documentos XML (por exemplo, PASOA), documentos da Web semântica

(por exemplo, Provenir). O uso de estruturas ontológicas tem a vantagem de expressar

com formalismo os conceitos e relações utilizados pelos descritores de proveniência,

fornecendo a informação contextual mais apurada. Eles também ampliam a

interoperabilidade entre modelos de proveniência diferentes.

Tipo de Arquivamento – Esta subcategoria está basicamente relacionada com o

modo de armazenamento da proveniência. Existem duas abordagens: seqüência de delta

e time-stamp (TAN, 2004).

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A primeira estratégia armazena uma versão de referência de um item de dados

(ou seja, a primeira versão ou última versão do produto de dados) ou, ainda, uma

seqüência de versões (deltas) entre versões sucessivas de dados produzidos por um

workflow. Idealmente, cada delta deve ser a menor diferença possível entre as duas

versões de um dado. A segunda estratégia utiliza repositórios maiores, mas armazenam

todas as versões dos dados manipulados, os timestamps são usados para marcar a

existência de produtos de dados em vários momentos do tempo.

4.2 - Análise dos Sistemas de Proveniência

Atualmente, existe um elevado número de sistemas de proveniência, muitos

operam em ambientes centralizados, outros em ambientes distribuídos, porém poucos

suportam o paradigma das nuvens de computadores. A maior parte dos sistemas

avaliados opera de modo acoplado com os SGWfC. Ao término desta seção

apresentamos uma tabela comparativa, utilizando as categorias expostas na taxonomia

para classificar os principais sistemas disponíveis na literatura (Quadro 8) e apresentar

algumas considerações sobre esses sistemas.

Inicialmente, vale ressaltar que nem todos os sistemas de proveniência avaliados

estão inseridos exatamente em uma única categoria da taxonomia. Portanto, os critérios

da taxonomia não devem ser tratados como itens absolutos, mas sim como uma

orientação para a definição e desenvolvimento de novas abordagens em sistemas de

gerência de proveniência.

Analisando o Quadro 8 algumas considerações gerais podem ser delineadas:

(i) Nenhum dos sistemas de proveniência avaliados pode ser considerado como

amplamente governado por ontologias de proveniência. O único sistema que

apresenta grau de associação com uma ontologia de proveniência é o sistema

Taverna.

(ii) Nenhuma abordagem fornece apoio à gerência de descritores de proveniência

produzidos ao longo do ciclo de vida do experimento científico em larga escala,

conforme apresentado no Capítulo 2 desta tese;

(iii) Os sistemas PASS, PASOA e Karma são sistemas de proveniência distribuída. O

primeiro sistema está intimamente associado à coleta de proveniência sobre os

arquivos manipulados na nuvem, porém não mantém informações sobre

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processos. Os demais sistemas são construídos sob o paradigma da arquitetura

orientada a serviços são voltados para a coleta de proveniência sobre processos

em ambientes de serviços Web e grades de computadores;

(iv) Na maioria dos sistemas avaliados, observa-se que os mecanismos de coleta de

proveniência apresentam grau de dependência do SGWfC, com exceção dos

sistemas Karma e PASOA e ProvManager;

(v) Dentre os sistemas avaliados, somente o sistema PASS utiliza mecanismo de

captura de proveniência no nível do sistema operacional;

(vi) Os sistemas que utilizam mecanismo de captura de proveniência no nível de

atividade implicam em alterações nos workflows concretos;

(vii) Em linhas gerais os sistemas avaliados não oferecem facilidades ou mecanismos

de consulta automatizada de descritores de proveniência e dados, exceto o

VisTrails, que disponibiliza navegação pelas versões dos workflows concretos;

(viii) Dentre os sistemas avaliados, observa-se que a maioria utiliza a linguagem SQL

para consultar os descritores de proveniência, Apenas o sistema Taverna e

TetherlessPC3 oferecem algum tipo de apoio semântico. O SQL pode representar

uma barreira para cientistas com pouca experiência em computação.

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89

Quadro 7. Quadro comparativo entre os principais sistemas de proveniência.

(adaptado de (CRUZ et al., 2009).

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90

4.3 - Considerações Finais

Até o momento existem poucos SGWfC que representam uma solução para a

gerência de descritores de proveniência em cenários onde o experimento científico é

representado por workflows executados em ambientes distribuídos do tipo nuvens de

computadores. A maioria dos sistemas possui forte acoplamento com o SGWfC, com

exceção das abordagens PASOA, KARMA e PASS.

Um dos poucos sistemas de coleta de proveniência que oferece interação com

dispositivos semânticos para efetuar consultas sobre os descritores de proveniência é o

Taverna. No entanto, conforme discutido no Capítulo 3, a ontologia subjacente ao

Taverna não pode ser considerada uma ontologia bem fundamentada, os autores não

discutem qual foi a fundamentação adotada na representação das classes da ontologia.

Verifica-se que a maioria dos sistemas de proveniência adota a linguagem SQL

para explorar seus descritores; esta abordagem trás em seu bojo problemas que vão

desde a necessidade da compreensão prévia do modelo de dados de proveniência, até as

dificuldades da associação dos conceitos da proveniência com os atributos das relações

do modelo de dados. Essas características podem representar uma barreira para

cientistas que possuam pouca experiência em computação.

Ao analisar os sistemas de proveniência mais representativos sob a luz da

taxonomia de proveniência, é possível verificar que, até o momento, não foram

localizados na literatura sistemas de gerência de proveniência que operem em ambientes

de nuvens de computadores e que sejam governados por ontologias de domínio.

No Capítulo 5 apresentaremos uma ontologia de proveniência voltada para a

representação dos descritores de proveniência de experimentos científicos em larga

escala.

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91

Capítulo 5 – Ontologia de Domínio de Proveniência de

Experimentos Científicos em Larga Escala

Ontologias de domínio, no sentido usado pelas comunidades em computação,

são um tipo particular de modelo conceitual. Em especial, é um modelo conceitual que

deve satisfazer o requisito adicional de servir como modelo de referência de uma

conceituação compartilhada por uma determinada comunidade. Portanto, se uma

ontologia de domínio é, antes de qualquer coisa, um modelo conceitual, seu processo de

modelagem deve fazer uso de linguagens que sejam adequadas à modelagem conceitual,

ou seja, deve ter como teoria subjacente uma ontologia de fundamentação.

O uso de ontologias de fundamentação, aliado à inequívoca explicitação dos

seus compromissos ontológicos e à adoção de uma linguagem de modelagem

conceitual, serve como base para o desenvolvimento de ontologias de domínio mais

fidedignas e próximas à realidade e com maior clareza conceitual.

Conforme discutimos nos Capítulos 2, 3 e 4 desta tese, a associação entre

ontologias de fundamentação, conceitos de experimentos científicos em larga escala,

conceitos de proveniência (livres de ambigüidades) e uma linguagem de modelagem

adequada são os pilares para o desenvolvimento de ontologias de domínio, bem

fundamentadas, para a área de proveniência. Neste sentido, a UFO e suas teorias

subjacentes podem ser empregadas para construir, avaliar, reprojetar e dar semântica de

mundo real para ontologias em diversos domínios. Por exemplo, atualmente existem

inúmeros trabalhos que apóiam-se na UFO para o desenvolvimento de ontologias de

domínio em diversas áreas, a saber: Processos de Software (FALBO, NARDI, 2008,

BARCELLOS, FALBO, 2009) e de Petróleo e Gás da Petrobras (GUIZZARDI et al.,

2009). Outras pesquisas utilizaram a UFO para a construção de ontologias de domínio

para a área biomédica (NUNES et al., 2007) ou mesmo para a modelagem de processos

em sistemas de informação nas áreas de governo, i.e. Departamento de Defesa dos

Estados Unidos da América (BAUMAN, 2009), ou projetos associados a dados ligados

abertos do próprio Governo Brasileiro (LINKEDDATABR, 2011). Em todos os casos,

problemas ontológicos inerentes a esses contextos foram identificados, modelados e

solucionados à luz da UFO.

Neste capítulo propomos uma ontologia de proveniência denominada Open

proVenance Ontology (OvO). Seu processo de engenharia utilizou uma linguagem de

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nível ontológico para o desenvolvimento de um modelo. OvO pode ser considerada

como uma das primeiras ontologias de domínio, bem fundamentada, que versa sobre a

proveniência de experimentos científicos de larga escala.

5.1 - A Engenharia da Open proVenance Ontology

A engenharia de uma ontologia refere-se ao conjunto de atividades relacionadas

com seu processo de desenvolvimento, seu ciclo de vida, sua metodologia de

construção, ferramentas e linguagens que a apóiem (CORCHO et al., 2003, GOMEZ-

PEREZ et al., 2004).

O processo de engenharia de ontologias, assim como qualquer outro

procedimento de engenharia, inclui as fases de modelagem conceitual e codificação.

Essas fases, por sua vez, produzem diferentes artefatos com objetivos diversos e, como

conseqüência, requerem diferentes tipos de linguagens e métodos, cada um com suas

características próprias. Na fase da modelagem conceitual, o esforço predominante é a

busca da expressividade, clareza e confiabilidade para representar o domínio que se

pretende.

Existem várias abordagens metodológicas para o desenvolvimento de ontologias

(por exemplo, Cyc (TAYLOR et al., 2007), Methontology (FERNANDEZ-LOPES et

al., 1997), Kactus (SCHREIBER et al., 1995), 101 (NOY, MCGUINNESS, 2001),

SABIO (FALBO, 2004), entre outros), mas não há um consenso quanto à metodologia

mais adequada para construção de ontologias (FERNANDEZ-LOPES et al., 1997 e

SILVA et al., 2008). A escolha da metodologia mais adequada para ser utilizada na

engenharia de uma ontologia depende, dentre outros fatores, do objetivo que se pretende

atingir e do contexto onde ela se insere. Um mesmo modelo conceitual pode originar

diversas codificações de ontologias em diferentes linguagens de nível epistemológico

(por exemplo, F-Logic, OWL, RDF, ORM, Ontolingua) cujos objetivos são satisfazer

requisitos não funcionais distintos.

Neste trabalho utilizamos a UFO como ontologia de fundamentação e sua

linguagem de modelagem conceitual OntoUML para representar a OvO. OntoUML

permite a construção de modelos semanticamente ricos e neutros em relação às

tecnologias de implementação (GUIZZARDI et al., 2002, GUIZZARDI et al., 2004,

GUIZZARDI, 2005).

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OvO é uma ontologia representada sob a forma de diagramas de classe da UML

(OMG, 2010). A modelagem sob forma de diagramas de classe UML apresenta diversos

benefícios, dentre eles destacam-se os seguintes:

(i) Utiliza-se um padrão aberto amplamente disseminado;

(ii) É fácil de ser manipulado e compreendido por profissionais de computação de

diversos perfis e, além disso;

(iii) Existem diversas ferramentas gráficas que auxiliam no processo de modelagem.

O esquema ilustrado na Figura 17 oferece uma visão geral da modelagem

conceitual utilizando a UFO. A ilustração apresenta a ontologia (diagrama de classes),

representada como um modelo OntoUML, o metamodelo da linguagem de modelagem

UML, além de um nível adicional que corresponde à ontologia de fundamentação UFO.

Os construtos do segundo nível (metamodelo) definem as classes que podem ser

representadas pelo primeiro nível (ontologia).

Figura 15. Representação esquemática da modelagem conceitual de uma ontologia

de domínio baseada em UML.

Ao projetar a OvO, utilizando-se construtos da ontologia de topo UFO

(fragmento A), foram representados conceitos relacionados aos recursos científicos,

ciclo de vida de experimentos de larga escala, taxonomia de proveniência e do

metamodelo OPM. Buscamos utilizar conceituações previamente definidas e que foram

ClasseAssociação

Ontologia de Fundamentação

(UFO)

MetaModeloUML

<<Instance of>> <<Instance of>>

Modelo OntoUML

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utilizados originalmente por CAVALCANTI et al. (2003), CRUZ et al. (2009),

MATTOSO et al. (2010) e MOREAU et al., (2010) e já discutidos nos Capítulos 2, 3 e

4 desta tese.

Durante sua fase de modelagem, OvO adotou os princípios básicos de design de

ontologias: clareza, coerência, extensibilidade e compromisso ontológico mínimo. Por

esses motivos, a ontologia OvO pode ser compreendida como uma ontologia de

proveniência expressiva com semântica formal bem definida baseada na UFO.

OvO apresenta-se como um sistema modular de proveniência para a área de e-

Ciência, não incorporando conceitos específicos sobre os domínios dos experimentos

científicos. Sem dúvida as informações específicas de domínio são um importante

componente para a representação da proveniência. Mas, uma ontologia de proveniência

única e monolítica que contemple todos os possíveis conceitos de todos possíveis

domínios da ciência (por exemplo, Biologia, Química, Física, Engenharia, Astronomia,

entre outras) é simplesmente inviável. Portanto, nossa ontologia de proveniência de

experimentos científicos trás em seu bojo a faceta da modularização.

Segundo SAHOO e SHET (2009), uma ontologia de proveniência pode ser

estendida por outras ontologias específicas de um dado domínio. Por exemplo, OvO e as

ontologias da OBO poderiam ser utilizadas em conjunto para mapear questões

particulares dos experimentos de um dado domínio biológico. Para viabilizar a extensão

seria necessário identificar na ontologia hospedeira (no caso a OBO) quais os conceitos

que se relacionariam com os conceitos da OvO. Um exemplo prático, seria

correlacionar as classes ligadas aos artefatos da OvO com as classes de dados da OBO.

Assim, seria possível não só navegar pelos conceitos da ontologia de proveniência como

também dos conceitos relacionados ao domínio específico.

Uma estrutura ontológica modular representa uma solução flexível para a

modelagem de proveniência de experimentos científicos, podendo ser adaptada às

exigências específicas dos diferentes domínios de aplicação.

5.1.1 - A Granulosidade da OvO

Determinar a granulosidade adequada de uma ontologia é uma tarefa tão

importante quanto determinar sua cobertura. O problema de especificar a granulosidade

consiste em determinar o tamanho desses conceitos, isto é, quão detalhados eles podem

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ser. Escolher a granulosidade adequada consiste em definir os limites superiores e

inferiores e a complexidade da representação a ser tratada por uma ontologia.

O modelo conceitual da OvO é apresentado sob a forma de uma hierarquia de

classes que suporta conceitos de diferentes granulosidades (discutido na Seção 3.2 do

Capítulo 3 e 4.1 do Capítulo 4). Ou seja, ela permite que seus cientistas possam

gerenciar a proveniência de seus estudos em diferentes níveis de detalhe, desde o

mapeamento das características mais gerais do experimento (proveniência prospectiva)

até os dados de proveniência relacionados à execução de um determinado workflow

concreto e suas atividades (proveniência retrospectiva).

Esses dois extremos de granulosidade não são pólos isolados nem

desconectados, pelo contrário, conforme discutimos nos Capítulos 3 e 4, existe uma

clara correlação entre os diversos tipos de proveniência presentes em estudos

experimentais de e-Ciência. Porém, essa intercessão é pouco explorada pelos atuais

sistemas e ontologias de proveniência.

Por esses motivos a cobertura da OvO é única, seus conceitos representam um

corte longitudinal por sobre os diferentes níveis de abstração que representam objetos e

agentes do mundo real associados aos estudos experimentais. Os conceitos mais

abstratos (maior granulosidade) são aqueles que representam a proveniência prospectiva

associada aos modelos comportamentais, i.e., a concepção e formalização do estudo em

e-Ciência. Esses conceitos geralmente não são coletados por SGWfC, ficando

registrados de forma não estruturada através de anotações criadas pelos próprios

cientistas (MATTOSO et al., 2010).

OvO também explicita conceitos específicos através de modelos estruturais de

menor granulosidade usados para descrever recursos, parâmetros, artefatos (dados) e o

papel dos agentes associados em um determinado experimento. Esses descritores são

associados à proveniência retrospectiva. Assim, é possível fazer uso de conceitos

comuns a todo estudo experimental, partindo desde as primeiras etapas de concepção e

formalização até a execução do workflow e de seus processos, permitindo o aumento da

reputação do experimento e dos seus resultados, reduzindo os problemas já relatados na

Seção 2.2 do Capítulo 2.

A próxima sub-seção apresenta a notação utilizada na construção dos diagramas

UML.

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5.1.2 - Notação Utilizada nos Diagramas da OvO

Um mesmo modelo conceitual pode dar origem a diferentes codificações de

ontologias quando representadas em diferentes linguagens (por exemplo, F-Logic, OWL

DL, RDF, ORM, Ontolingua). Em GUIZZARDI (2005) e em GUARINO e

GUIZZARDI (2006), os autores demonstram que linguagens da Web semântica, tais

como OWL e RDF, são linguagens pouco indicadas para a fase de modelagem

conceitual, pois foram concebidas com o principal propósito de alcançar eficiência nas

inferências, mas apresentam sérios problemas de expressividade das relações.

Fundamentado nesses motivos, adotamos o perfil OntoUML (conforme discutido na

Seção 3.4 do Capítulo 3) para modelagem conceitual da OvO.

O Quadro 9 apresenta a notação adotada nos diagramas de classe da UML que

descrevem as principais classes OvO.

Quadro 8. Notação gráfica utilizada nos diagramas UML da OvO

Notação Gráfica Descrição

Os estereótipos utilizados nos diagramas de classe da UML

representam os conceitos da UFO, indicando que os conceitos da

ontologia são especializações a partir do conceitos relacionados da

UFO. Caso uma classe apareça sem estereótipo, então ela tem o

mesmo estereótipo de seu supertipo.

A classe F está relacionada à classe G através relação R.

A classe F é parte da classe G através de uma relação de agregação.

A classe F é parte da classe G através de uma relação de

composição

A ontologia A utiliza conceitos da ontologia B.

A classe F é supertipo das classes G e H.

Representação de um relator (conceito da UFO) em OntoUML. T

representa o relator derivado da relação material entre as classes R e

S. R e S representam as classes conectadas por T. R1 e R2 são

relações de mediação entre S e T e entre R e T, respectivamente.

Representação de um relacionamento do tipo formal entre as classes

F e G..

<<mediation>> <<mediation>>

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5.2 – A Ontologia OvO

OvO é uma ontologia de domínio voltada para a proveniência de experimentos

científicos em larga escala. Uma ontologia de domínio, no sentido usado pelas

comunidades em computação, é um tipo particular de modelo conceitual. Em especial, é

um modelo conceitual que deve satisfazer o requisito adicional de servir como uma

representação de consenso de uma conceituação (isto é, uma mesma visão de mundo)

compartilhada por uma comunidade, descrevendo todos os possíveis estados (states of

affairs) que são admissíveis e restringindo aqueles que são inadmissíveis.

Portanto, se uma ontologia de domínio é, antes de qualquer coisa, um modelo

conceitual descrito em uma linguagem adequada. Este modelo deve satisfazer os

requisitos gerais de uma linguagem de modelagem conceitual de nível ontológico.

Logo, é necessário embasá-la através de uma ontologia de fundamentação.

OvO representa o conjunto de classes de proveniência prospectiva e

retrospectiva associadas ao ciclo de vida de experimentos científicos em larga escala.

Além disso, a ontologia OvO também contempla categorias explicitadas na taxonomia

que apresentamos no Capítulo 4. Esta característica não só reduz significativamente a

carga de trabalho dos desenvolvedores da ontologia, mas também garante consistência

de modelagem.

A ontologia OvO foi dividida em três subontologias, a saber:

(i) Subontologia de experimentos científicos em larga escala – Representa os

conceitos de maior granulosidade que geralmente não estão contemplados nas

demais ontologias de proveniência. Por exemplo, esta subontologia pode

representar os conceitos previamente discutidos no Capítulo 2, tais como

experimentos científicos, hipótese, modelos e agentes;

(ii) Subontologia de proveniência prospectiva – Representa os conceitos de

granulosidade grossa associados ao workflow abstrato. Via de regra estes

conceitos não são associados às ontologias de proveniência disponíveis na

literatura (discutidas no Capítulo 3), como workflows e atividades abstratas,

além dos diferentes papéis e relações desempenhados pelos agentes associados

com as etapas de composição e execução dos experimentos científicos;

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(iii) Subontologia de proveniência retrospectiva – Representa os conceitos de menor

granulosidade associados à etapa de execução do experimento científico.

As subontologias são conectadas umas às outras através de associações entre

conceitos comuns. Na Figura 18 são apresentadas as subontologias que compõem a

Open proVenance Ontology e os relacionamentos entre elas.

Figura 168. Ontologia OvO e suas subontologias.

Nesta tese, utilizamos uma escala de cores (Figuras 19, 20, 21 e 23): classes

identificadas pela cor Verde são relativas à proveniência retrospectiva, classes

identificadas pela cor Amarela representam proveniência prospectiva, conceitos

circundados na cor Azul têm suas origens no metamodelo OPM.

Nas próximas duas sub-seções, são apresentadas as classes das subontologias

que compõem a OvO.

5.2.1 - Subontologia de Experimentos Científicos em Larga Escala

Uma parte fundamental da prática científica envolve o aumento dos nossos

conhecimentos sobre o mundo através da execução de experimentos. Este

conhecimento, idealmente, deve ser representado através de linguagens formais e

lógicas. A formalização de experimentos científicos deixou de ser um desejo filosófico

e tornou-se uma necessidade tecnológica. Em todas as áreas da Ciência onde ocorre o

―data deluge‖ o uso e reuso dos conhecimentos produzidos dependem do

armazenamento, integração e análise computadorizada adequados. Uma das maneiras de

formalizar estas questões é através da definição explícita de ontologias.

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Esta sub-seção utiliza padrões baseados nas classes da UFO para a representação

da subontologia de proveniência de experimentos em larga escala e seus conceitos

subjacentes. A subontologia de experimentos científicos em larga escala aqui

representada é majoritariamente constituída de conceitos relacionados com a

proveniência prospectiva. Nela descrevemos os conceitos relacionados aos estudos

experimentais em e-Ciência. A existência dessa subontologia é não só possível como

desejável, porque as ciências experimentais adotam basicamente princípios

assemelhados. Apesar de suas particularidades, experimentos em e-Ciência são

conduzidos por pesquisadores que organizam, executam e analisam seus experimentos e

resultados de modo similar aos pesquisadores das ciências tidas como tradicionais.

É importante ressaltar que os nomes das classes que estão representadas nas

Figuras 19, 20 e 21 são os nomes utilizados na modelagem da OvO, eles estão em

grafados em inglês. Ao longo das próximas seções, os termos originais serão grafados

em inglês, itálico e entre parênteses, os conceitos correspondentes são grafados em

português, precedendo os nomes das classes.

No nível mais alto existem os conceitos experimento e projeto (Experiment e

Project) (Figura 19). Um estudo em e-Ciência é um empreendimento de pesquisa que

tem o propósito de descobrir algo desconhecido através da adoção de um modelo e da

avaliação de uma hipótese que envolve a concepção e execução de experimentos in

silico. Os experimentos em e-Ciência podem estar associados a vários domínios do

conhecimento, como por exemplo, Biologia, Física, Química, Engenharia, entre outros.

O conceito experimento (Experiment) está rotulado com o estereótipo <<Kind>> da

UFO que é um sortal rígido que pode ser identificado em todos os possíveis mundos.

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Figura 19. Subontologia de experimento científico.

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Consideramos que um experimento em larga escala possui três partes essenciais:

o modelo, a hipótese e o projeto (todos são representados com a marcação

essential=true como uma forma de representar as relações parte-todo, ou seja, este tipo

de relacionamento indica que um experimento é composto de partes relacionalmente

dependentes e inseparáveis, ou seja, não há um experimento sem a especificação de um

modelo e de uma hipótese). Tanto os conceitos hipótese (Hypothesis) quando o modelo

(Model) são representados como elementos disjuntos do tipo <<Kind>>. As hipóteses e

os modelos não existem fora do contexto do experimento como um todo. Eles são partes

inseparáveis do experimento científico que compõem (representados com a marcação

inseparable=true).

O conceito modelo (Model) estabelece os limites para uma investigação, o

conceito registra o conjunto de circunstâncias que envolvem o estudo experimental. Ele

representa uma moldura que determinará o modo adotado para executar um

determinado experimento. No caso da OvO, o modelo é especializado como

experimentos do tipo in silico.

O conceito hipótese (Hypothesis) representa uma proposição que se faz na

tentativa de verificar a validade de uma resposta provisória e provável ao problema

enunciado no projeto de pesquisa.

O conceito projeto (Project) representa o projeto de pesquisa no qual o

experimento se insere. Projeto requer a localização do estudo e a definição do

envolvimento de diversos tipos de pesquisadores. As principais características do

projeto são representadas através de hierarquia ilustrada na Figura 19.

Os conceitos laboratório e organização (Laboratory e Organization) são sortais

rígidos que possuem identidade única e relacionam-se por agregação e composição com

os conceitos subjacentes. O conceito laboratório (Laboratory) identifica unicamente os

pontos no espaço geográfico onde um projeto de pesquisa é concebido e onde seus

experimentos científicos são conduzidos; é importante ressaltar que um projeto de

pesquisa está associado com laboratório, sendo possível diferenciar em quais pontos os

experimentos de um projeto são conduzidos. Por esses motivos, o conceito laboratório

(Laboratory) requer uma identificação única, o que demanda o uso do estereótipo

<<Kind>>.

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O conceito organização (Organization) também é um sortal rígido do tipo

<<Kind>> que desempenha um papel importante na subontologia de experimentos. Por

exemplo, a COPPE/UFRJ é uma organização que possui diversos laboratórios (por

exemplo, Bancos de dados, Engenharia de Software, entre outros) e estes possuem

recursos humanos e materiais que podem ser alocados para a condução um projeto de

pesquisa que pode ser executado entre laboratórios distintos.

Os conceitos laboratório e organização (Laboratory e Organization) são

independentes, porém complementares, ou seja, é possível alterar os membros de uma

organização (por exemplo, universidade, laboratório, time de futebol, banda de rock)

sem que ela perca seu princípio de identidade, o mesmo se aplica a um laboratório. O

conceito laboratório (Laboratory) também apresenta uma segunda característica muito

importante, ele explicita a sua relação por agregação com o conceito pessoa (Person)

que também é representado por um sortal rígido do tipo <<Kind>>, identificando

unicamente um pesquisador (Researcher).

Aqui assume-se que ser pesquisador é uma propriedade extrínseca de uma

pessoa, i.e., existem mundos em que uma pessoa não é pesquisador, todavia, ele

permanece sendo uma pessoa. Da mesma forma, uma pessoa pode deixar de fazer parte

de um laboratório de pesquisa ou mesmo de uma organização sem, no entanto, deixar de

ser uma pessoa. O conceito pessoa (Person) representa todo o qualquer ser humano, no

entanto, representamos aqui apenas aqueles que desempenham algum papel (role) na

condução de um experimento científico em larga escala.

Para representar os possíveis papéis desempenhados por pessoas cujo atributo

principal é ser pesquisador, adotamos o estereótipo <<Role>> da UFO para representá-

los como sortais anti-rígidos. Para descrever esta sucessão de estereótipos de modo

ontologicamente correta, adotamos o design pattern apresentado por GUIZZARDI

(2005).

No caso específico, mapeamos o conceito pesquisador (Researcher) como sortal

do tipo <<Role>>, pois em suas extensões ele possui indivíduos (pessoas) que

pertencem a diferentes grupamentos humanos e que possuem seus princípios de

identidade. Neste caso, um pesquisador é um não sortal. Cada instância de pesquisador

deve ser uma instância de pessoa que carregua seu princípio da identidade. Por

exemplo, neste caso definimos quatro sortais executor, programador, arquiteto e

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coodenador (Executor, Programmer, Architect e Coordinator) como sub-tipo de

Pesquisador (Researcher). Por seu turno, estes sortais possuem princípios de

identificação que são fornecidos pela classe Person. Resumindo, se α é um pesquisador

(classe abstrata) então α deve ser uma instância de exatamente um subtipo de

pesquisador que possui o princípio da identidade fornecido por um sortal apropriado (no

caso, pessoa).

Retomando o conceito experimento (Experiment) podemos observar que ele foi

representado como um sortal anti-rígido e mapeado pelo estereotipo <<Kind>>. Apesar

da representação gráfica ser a mesma de uma generalização do metamodelo UML, no

entanto, semanticamente ocorre uma sensível diferença. Na UML as classes que fazem

parte da generalização são necessariamente disjuntas e, por padrão, não formam uma

partição; a UFO, por sua vez, representa a noção de conjuntos disjuntos (definidos por

intermédio da etiqueta {disjoint, complete}). Por exemplo, um experimento é um sortal

rígido do tipo <<Kind>> representado por três sortais distintos do tipo <<Phase>> que

ocorrem seqüencialmente no tempo fase_composição, fase_execução e fase_análise

(Composition_phase, Execution_phase e Analysis_phase). Isto é, cada sortal do tipo

fase presente em um experimento representa uma etapa do ciclo de vida do experimento

em larga escala discutido no Capítulo 2 desta tese. Ou seja, o sortal fase_composição

(Composition_phase) representa a etapa de composição de um experimento. O sortal

fase_execução (Execution_phase) por sua vez representa a execução de um experimento

e por fim o sortal fase_análise (Analysis_phase) representa a etapa que envolve os

processos cognitivos por parte dos pesquisadores em analisar os resultados de um

experimento. Em tempo: por questões de escopo, a modelagem da fase fase_análise

(Analysis_phase) não será discutida nesta tese.

5.2.2 - Subontologia de Proveniência Prospectiva

Esta sub-seção também se utiliza de modelos baseados nas classes da UFO para

a representação da subontologia de proveniência prospectiva. As classes presentes nesta

subontologia são predominantemente prospectivas, classes representadas na cor

Amarela na Figura 20.

Seguindo a descrição apresentada na Seção 2.1 do Capítulo 2, temos no nível

mais alto da hierarquia a etapa de composição do experimento. A composição engloba

as atividades de especificação e modelagem de workflows abstratos e concretos, bem

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como a definição do empacotamento do experimento. Na modelagem, é feita a captura

do conhecimento referente à materialização do experimento e, projeta-se o conjunto de

workflows para apoiá-lo. No empacotamento, os diversos recursos científicos

envolvidos num experimento são combinados, dando origem aos workflows concretos.

Esses recursos incluem, por exemplo, modelos científicos, hipóteses, algoritmos,

artefatos, versões de programas ou pacotes, versões de workflows e agentes.

No nível mais alto desta subontologia existe o conceito fase_composição

(Composition_Phase). A etapa de composição é representada como um sortal anti-

rígido de fase do tipo <<Phase>> da UFO, isto é, através dessa representação garante-se

a identificação única de cada ciclo de composição dentro de cada etapa dentro do ciclo

de vida do experimento.

Explicitamos a associação entre a classe Composition_Phase do tipo <<Phase>>

e a classe Workflow do tipo<<Kind>>. A Classe Workflow é um sortal rígido, que se

especializa nos dois tipos de Workflows comuns aos experimentos científicos:

workflows abstratos e concretos. Assumimos que os conceitos de workflow_concreto e

workflow_abstrato (Concrete_Workflow e Abstract_Workflow) não podem ser

separados do seu princípio de identificação único, por esse motivo as classes são

rotuladas como subtipos <<SubKind>> de um workflow. Além disso, é necessário não

só diferenciar os workflows abstratos e concretos de um experimento, como também

explicitar a existência do mapeamento entre esses dois tipos de construtos. Em um

workflow concreto, entretanto, há a definição de características tecnológicas, como a

indicação de programas e de recursos necessários para executar suas atividades. Desta

forma, o workflow concreto é uma instância específica de um workflow abstrato

concebido para investigar um determinado problema delineado na pesquisa científica.

Um workflow concreto é composto por uma ou mais atividades concretas. O

conceito workflow_abstrato (Abstract_Workflow) é representado como um sortal rígido

de substância do tipo <<SubKind>> da UFO. Um workflow abstrato, por sua vez, é

composto por uma ou mais atividades abstratas. Ao conceito workflow_abstrato

Abstract_Workflow temos a associação, por composição, do conceito atividade_abstrata

(Abstract_Activity). Uma atividade abstrata pode ser compreendida como um

mapeamento de alto nível que desvincula as funções de uma aplicação científica de sua

implementação. Assim, neste contexto, busca-se representar o que uma atividade deve

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realizar e não como ela realizará o processamento. O conceito atividade_abstrata

(Abstract_Activity) é mapeado através do estereótipo <<Kind>> da UFO.

A correlação entre uma atividade abstrata e um algoritmo também pode ser

representado na OvO, neste caso, o segundo elemento é mapeado pelo conceito

algoritmo (Algorithm) rotulado como um subtipo de uma atividade abstrata, ou seja,

algoritmo (Algorithm) é sortal do tipo <<SubKind>> especializado de um tipo rígido

(neste caso um Kind) de quem herda seu princípio de identidade.

A separação dos papéis entre os pesquisadores também é crucial na subontologia

de proveniência prospectiva. Por exemplo, para um pesquisador especialista de domínio

(por exemplo, arquiteto do experimento) é mais importante se preocupar com os

conceitos científicos correlacionados com um experimento e com pacotes de software

envolvidos, do que dominar as minúcias e detalhes técnico-operacionais necessárias à

construção de workflows concretos. Assim, em um primeiro momento, pode ser mais

produtivo manipular um workflow abstrato do que um workflow concreto intimamente

relacionado ao nível físico equivalente, ou ainda fazer uso de atividades auxiliares (por

exemplo, adaptadores e parsers) e detalhes sobre os recursos computacionais (por

exemplo, equipamentos, programas ou ambientes).

O pesquisador especialista em domínio é papel representado pelo conceito

arquiteto (Architect), mapeado pela UFO através do estereótipo <<Role>>. No entanto,

um arquiteto possui uma relação muito peculiar com a concepção do workflow abstrato,

representado pelo conceito worflow_abstrato (Abstract Workflow) e o produto desta

relação é uma instância de um workflow abstrato. A associação entre os conceitos

arquiteto e o workflow abstrato é representada por um relacionamento n-ário.

No caso específico do relacionamento entre as classes Architect e

Abstract_Workflow, temos um relacionamento que envolve a classe Workflow_Design

que representa uma sessão de trabalho executada pelo arquiteto durante a construção do

modelo abstrato de um workflow científico de um experimento.

À luz da UFO, este relacionamento pode ser representado de forma

semanticamente mais clara e precisa. Isto é, representamos relators universais de modo

explícito (previamente discutidas na Seção 3.4 do Capítulo 3). Na Figura 20 temos uma

representação explícita que distingue duas entidades: relators universais que são

representados pelo estereótipo <<Relator>> e relações materiais representadas através

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106

de associações estereotipadas como <<material>>. A linha pontilhada entre uma

relação material e um relator universal indica que a relação é derivada de um relator. A

presença do símbolo gráfico (●) sobre o relator ao término da linha pontilhada é

utilizada para distinguir a representação gráfica de uma classe de uma simples classe

associativa da UML.

De acordo com a Figura 20, temos que o conceito projeto_workflow

(Workflow_Design) é existencialmente dependente de um arquiteto e de um grupo

imutável de workflows abstratos. Além disso, a entidade que representa o universal

relator e a relação material (isto é, a associação em si) são existencialmente entidades

distintas. Neste caso, o relator universal projeto_workflow (Workflow_Design) e a

relação material <<composition>> representam entidades que podem ter diferentes

cardinalidades, desde que um mesmo relator Rt possa conectar duas entidades, por

exemplo, [Diogo, AbsOrthoSearch] e [Diogo, AbsOrthoLoad], onde o pesquisador

Diogo desempenha o papel de arquiteto de dois (ou mais) workflows científicos

abstratos (por exemplo, AbsOrthoSearch e AbsOrthoLoad). No entanto, as restrições de

cardinalidade da classe Workflow_Design podem ser completamente deduzidas a partir

das relações de dependência existencial (mediação) entre a classe Workflow_Design e

os universais cujas instâncias estão associadas com as classes Abstract_Workflow e

Architect.

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Figura 17. Subontologia de proveniência prospectiva.

Por fim, o ato de conceber um workflow abstrato é representado pelo conceito

projeto_sessão (Design_Session) cujo estereotipo é o <<ComplexEvent>> da UFO. Um

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evento complexo é uma extensão da UFO descrita por GONÇALVES et al., (2007) que

define uma relação formal da UFO que representa uma sessão, onde múltiplas

observações sobre um determinado atributo (no nosso caso o valor do atributo é um

elemento do tipo temporal) podem ser coletadas com uma determinada freqüência.

Como resultado ele permite o armazenamento de uma trilha de timestamps de

proveniência relacionado com as etapas do projeto de um workflow abstrato. O registro

das observações pode envolver tipos de dados que representam o atributo tempo em

suas diferentes granulosidades, isto é, hora, minuto e segundo e dia, mês e ano.

Argumentos semelhantes podem ser utilizados para descrever os

relacionamentos entre os conceitos programador, workflow_concreto e

código_workflow (Programmer, Concrete_Workflow e Workflow_Code), pois o código

do workflow é existencialmente dependente de um programador e um único workflow

concreto. O ato de codificar um workflow concreto (representado pela classe

Coding_Session) é rotulado com estereótipo o <<ComplexEvent>> da UFO. No entanto,

este ato está intimamente relacionado com a proveniência retrospectiva, ressaltamos que

ele foi representado neste diagrama por questões de simplicidade e clareza.

As classes TimeDomain e DateDomain são mapeadas pelo estereótipo

<<dataType>> da UFO (discutido na Seção 3.3 do Capítulo 3). Uma classe do tipo

<<dataType>> é uma representação teórica de um espaço conceitual e das restrições

impostas por suas respectivas estruturas geométricas. Por exemplo, para fins de

experimentos científicos em larga escala o domínio do tempo pode ser decomposto em

dois sub-domínios: dias e horas, onde cada sub-domínio possui uma representação

estática, linear, crescente e não-negativa do tempo.

Faz-se necessário ressaltar que adotamos esse estilo de modelagem por questões

relacionadas com a clareza da modelagem conceitual, caso contrário seria necessário

fazer uso dos construtos relacionados com a UFO-B, o que traria profundos impactos na

modelagem da OvO. Por exemplo, o fragmento UFO-B é uma ontologia de eventos.

Eventos são transformações de uma situação em outra, isto é, eles alteraram o estado de

coisas da realidade de um (pré)estado para outro (pós-estado). Portanto, eventos são

entidades ontologicamente dependentes no sentido de, para existirem, dependerem

existencialmente de seus participantes (GUIZZARDI, 2005). Caso a noção de eventos

fosse incorporada à OvO, ela diria respeito à modelagem de processos do experimento.

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No entanto, ressaltamos que apesar dos esforços dos projetistas da UFO-B, esta ainda

está em fase de desenvolvimento e validação.

5.2.3 – Subontologia de Proveniência Retrospectiva

Esta sub-seção utiliza conceitos baseados nas classes da UFO para a

representação da subontologia de proveniência retrospectiva relacionados aos

experimentos em larga escala. Diferentemente da subontologia apresentada na sub-

sessão anterior, as classes presentes nesta subontologia são exclusivamente relacionadas

com a proveniência retrospectiva e são representadas na cor Verde na Figura 21.

No nível mais alto desta subontologia existe o conceito fase_execução

(Execution_Phase). A etapa de execução é representada como um sortal universal de

fase do tipo <<Phase>>, isto é, através dessa representação garante-se a identificação

única de cada execução do workflow dentro ciclo de vida do experimento.

Durante a etapa de execução do experimento, é possível executar instâncias de

workflows concretos. Por esse motivo, os workflows concretos de um experimento estão

associados por composição à etapa de execução. Além disso, assumimos que o conceito

de workflow_concreto (Concrete_Workflow) não pode ser separado do seu princípio da

identificação única, logo é representado como um sortal rígido do tipo <<Kind>>.

Um workflow concreto, por sua vez, é composto por uma ou mais atividades

concretas. Ao conceito workflow_concreto (Concrete_Workflow) representamos a

associação, por composição, do conceito atividade_concreta (Concrete_Activity). Uma

atividade concreta pode ser compreendida como uma codificação de uma aplicação

científica individualizada. O conceito atividade_concreta (Concrete_Activity) deve ser

regido pelo princípio da identificação única.

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Figura 18. Subontologia de proveniência retrospectiva.

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O conceito artefato (Artifact) é um recurso de dados. Ele é uma classe

representada através de um sortal rígido capaz de incorporar os artefatos (dados) de um

workflow concreto. Os artefatos, individualmente, devem possuir o princípio da

identidade e também propriedades essenciais e particulares, tais como, como nome, tipo

e data de criação, entre outras.

Os artefatos (dados) manipulados por um workflow concreto podem ser

representados por conceitos distintos, como: data_entrada, dado_saída (Input_Data e

Output_Data). Eles são representados como sortais universais rígidos do tipo

<<SubKind>> pois desempenham um papel fundamental na dinâmica dos workflows

científicos, isto é, um mesmo artefato pode ser de entrada ou saída em função da

atividade concreta ao qual está relacionado. O conceito parâmetro (Parameter) é

rotulado como uma classe do tipo <<SubKind>> e, está associado com a classe Artifact,

mapeado como um sortal rígido do tipo <<Kind>>.

Ressalta-se que associações existentes entre as classes Concrete_Activity e

Artifact possuem um significado particular. A associação usedBy, generatedBy,

triggeredBy e derivedBy (representadas na cor azul na Figura 21) são oriundas do

metamodelo OPM. A primeira associação descreve quais artefatos foram consumidos

por um determinado processo, enquanto que a segunda descreve aqueles que foram

produzidos durante o processamento de uma determinada atividade. Por fim, a terceira

representa o encadeamento das atividades concretas de um determinado workflow

concreto.

A rigor as associações originalmente apregoadas pela OPM (por exemplo,

usedBy, generatedBy, controlledBy e derivedBy) possuem uma semântica de

associações que poderia ser melhor explicitada. Por exemplo, a associação usedBy foi

graficamente representada na Figura 21 como uma associação simples. No entanto, se

considerarmos uma modelagem semanticamente rigorosa, a associação entre as classes

Concrete_Activity e Artifact deveria ser representada por intermédio de uma terceira

classe R’ do tipo relator material para explicitar todos os detalhes da semântica deste

relacionamento (conforme discutido na Seção 3.3 do Capítulo 3). Isto é, uma

modelagem de proveniência retrospectiva em UFO que considere o metamodelo OPM

em sua plenitude deveria ser aprofundada em novos níveis de detalhes, gerando

impactos na cobertura e na granulosidade dos conceitos; conseqüentemente ampliando o

número total de classes e relações. No caso do relacionamento usedBy, textualmente

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teríamos um mapeamento que envolveria um relator do tipo material R’ (CA,A) e a

relação seria verdadeira se e somente se existe uma Concrete_Activity CA e um Artefato

A. Raciocínio análogo aplicaria-se às outras associações. No caso da nossa modelagem,

essas explicações não são graficamente representadas.

A execução de uma atividade concreta de um workflow (concreto) pertencente a

um experimento em larga escala que pode ser realizada em ambientes distribuídos e

distintos, logo faz-se necessário explicitar esta associação. No caso da Figura 21,

utilizamos uma associação formal entre dois conceitos do tipo sortal etiquetados como

<<Kind>> (por exemplo, Concrete_Activity e Environment). No entanto, um ambiente

de execução não é uma entidade monolítica, pelo contrário, ele é representado por uma

agregação entre os conceitos de software e hardware (Software e Hardware). Os

conceitos software e hardware (Software e Hardware) são representados como sortais

rígidos do tipo <<Kind>> para cada uma das suas instâncias.

Na Figura 21 adotamos uma descrição ontologicamente correta para descrever a

sucessão de recursos envolvidos na execução de um workflow concreto. Mais uma vez

adotamos o design pattern apresentado por GUIZZARDI (2005). Neste caso, temos que

o conceito recurso (Resource) é rotulado como um não sortal do tipo <<Rolemixin>> da

UFO. Ou seja, é uma classe abstrata que permite a especialização de outras classes e

posterior identificação destes recursos, como, Hardware_Resource, Software_Resource,

Virtual_Resource e Researcher. Optou-se por utilizar o termo Researcher ao invés de

Human-Resource, pois o segundo termo representa todo o conjunto de colaboradores de

uma organização, enquanto que o primerio representa o sub-conjunto dos colaboradores

que estão capacitados e habilitados a realizar pesquisas científicas.

Os conceitos recurso_hardware, recurso_software e recurso_virtual

(Hardware_Resource, Software_Resource e Virtual_Resource) são classificados com o

estereótipo <<Role>> da UFO. Esses conceitos por sua vez são especializados a partir

sortais rígidos, isto é, um recurso Hardware, Software e Imagem são sortais do tipo

<<Kind>>. O recurso Hardware pode ser compreendido como um ente físico

responsável pelo processamento de dados. Entende-se por ente físico um dispositivo

capaz de realizar processamento de dados e que possua massa e ocupe lugar no espaço.

Já um recurso do tipo Imagem é um ente virtual, isto é, um dispositivo capaz de ser

instanciado em entes capazes de realizar processamento de dados. Exemplos de

dispositivos físicos são: uma estação de trabalho ou um nó de um equipamento de HPC.

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113

Já os exemplos de dispositivos virtuais seriam as instâncias de máquinas virtuais de uma

nuvem de computadores. O recurso Software deve ser compreendido como os

programas necessários ao processamento dos experimentos.

Como já foi discutido na sub-seção anterior, a UFO permite elaborar

representações explícitas de relacionamentos dos tipos formais e materiais. O

relacionamento entre o relator Workflow_Run, o sortal rígido Concrete_Workflow do

tipo <<Kind>> e o sortal anti-rígido Executor do tipo <<Role>>, representados na

Figura 21 está um exemplo que representa um relacionamento material. Ao adotarmos

as diretivas da UFO, durante o processo de modelagem explicitamos quais são os

relators mais apropriados de uma relação. Textualmente temos o seguinte:

Workflow_Run (X,Y) é verdadeiro se e somente se existe um Concrete_Workflow X e

um Executor Y. A investigação semântica desse relacionamento torna explícito que os

resultados do workflow só passam a existir após a ocorrência do evento.

O ato de executar um workflow concreto é representado pelo conceito

sessão_execução (Execution_Session) cujo estereotipo é o <<ComplexEvent>> da UFO.

Um evento complexo representa uma sessão, onde múltiplas observações podem ser

coletadas sob uma determinada freqüência ao longo do tempo. Como resultado eles

produzem uma trilha de timestamps de proveniência relacionada com a execução das

atividades de um workflow concreto. O registro das observações pode envolver tipos de

dados que representem o tempo em suas diferentes granulosidades, isto é, hora, minuto

e segundo, e dia, mês e ano.

5.3 - Considerações Finais

Neste capítulo apresentamos uma nova ontologia de domínio denominada Open

proVenance Ontology (OvO) que tem como foco retratar a proveniência de

experimentos científicos em larga escala.

Uma razoável quantidade de trabalhos envolvendo ontologias de proveniência

foi apresentada nos últimos anos (conforme discutido nos Capítulos 3 e 4). No entanto,

esses trabalhos apresentam diversas lacunas, como ausência de compromisso ontológico

claro e falhas no processo metodológico de engenharia dessas ontologias. A primeira

lacuna dificulta a identificação e compreensão dos conceitos mapeados pela ontologia,

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enquanto que a segunda lacuna pode até mesmo invalidar a ontologia e sua posterior

utilização.

OvO, diferentemente dos trabalhos relacionados, constitui-se de uma ontologia

fundamentada em princípios de engenharia de ontologias e, genuinamente, baseia-se em

uma ontologia de fundamentação, especificamente a UFO, proposta por (GUIZZARDI,

2005). Seus conceitos são oriundos de um estudo taxonômico sobre os principais

descritores de proveniência associados a sistemas de proveniência, ao ciclo de vida de

experimentos científicos e também ao metamodelo OPM.

OvO não pretende esgotar o assunto de ontologias de proveniência. Pelo

contrário, representa um primeiro esforço de modelagem associado ao complexo

domínio dos experimentos científicos em larga escala. OvO oferece:

(i) Um repositório de conhecimento sobre o universo de discurso relacionado ao

tema proveniência de experimentos, do tipo in silico, em larga escala;

(ii) Um modelo de referência que pode ser utilizado para promover a

interoperabilidade entre diversos sistemas de coleta de proveniência;

(iii) Um modelo formal que pode ser utilizado em outros sistemas de proveniência;

(iv) Diferentes níveis de granulosidade, permitindo o mapeamento de conceitos

relacionados a diferentes etapas do ciclo de vida de um experimento;

(v) Auto-contingenciamento dos conceitos envolvidos, pois OvO não requer

importação de conceitos de outras ontologias de proveniência ou mesmo de

outros domínios;

(vi) Cobertura sobre as entidades Agente, Artefato e Processo expostos no

metamodelo OPM. Por exemplo, o conceito Person possui correlação direta com

a entidade Agente da OPM. No entanto, diferentemente da semântica da OPM,

existe uma clara separação dos diferentes papéis (tipos de atores) envolvidos na

condução de um experimento científico. O conceito Artefato corresponde à

entidade homônima da OPM. No entanto, na ontologia OvO existe uma clara

distinção semântica entre os diversos tipos de dados envolvidos em um

experimento. Por fim, o conceito Processo da OPM equivale a uma atividade

concreta da UFO.

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(vii) Os relacionamentos controledBy e conceivedBy são desdobramentos do

relacionamento controladoPor da OPM. Enquanto naquela especificação não é

possível identificar os diferentes papéis executados pelos Agentes que

participam da condução de um experimento, no caso da OvO é possível mapear

e utilizar duas semânticas distintas, além de fazer uso dos princípios de

identificação através dos diferentes papéis desempenhados pelos pesquisadores.

Os relacionamentos controledBy e conceivedBy identificam, respectivamente, o

agente que controla o experimento e o agente que concebeu o experimento

científico.

A principal contribuição da OvO é suprir lacunas na literatura naquilo que se

relaciona a abordagens ontológicas para a modelagem de proveniência de experimentos

científicos. Todavia, ainda existe a necessidade de futuras investigações sobre quais são

as possíveis extensões ou desdobramentos (refinamento) de conceitos subjacentes à

ontologia. Além disso, resta avaliar em um nível mais baixo, isto é, no nível da

linguagem epistemológica, quais são as melhores linguagens para codificar a OvO.

Nossa proposta alinha-se com os esforços de pesquisa vigentes para criar

ontologias de proveniência que sejam genéricas e independentes do domínio da

aplicação do experimento científico. Naturalmente a ontologia ainda pode ser refinada

para ampliar sua cobertura (i.e. o nível de detalhes acerca das classes e relacionamentos

associados aos experimentos, fases do experimento, ou mesmo, buscar cobrir eventuais

lacunas correlacionadas ao metamodelo OPM). Nesse sentido, OvO não considera

diversas questões estruturais do domínio do experimento, deixando as questões da

manipulação dinâmica de processos analíticos como um trabalho a ser posteriormente

explorado, pois os elementos que apoiariam esta abordagem ainda não estão plenamente

desenvolvidos e consolidados. Ou seja, uma representação que descreva a dinâmica dos

processos ainda está em fase de maturação nos fragmentos da UFO-B e na UFO-C.

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116

Capítulo 6 – Uma Arquitetura de Gerência de Proveniência

de Experimentos Científicos Apoiada por Ontologias de

Domínio

Nos Capítulos 2 e 3 apresentamos os desafios e oportunidades de pesquisa

envolvidos na gerência de descritores de proveniência de experimentos científicos em

larga escala executados em ambientes distribuídos e heterogêneos. Por questões de

clareza e organização do texto, a proposta da taxonomia de proveniência e a ontologia

OvO foram previamente discutidas, respectivamente, nos Capítulos 4 e 5.

Este capítulo propõe uma arquitetura intitulada Matriohska que visa mitigar os

desafios envolvidos na gerência de proveniência de experimentos científicos em larga

escala executados em ambientes de nuvens de computadores. A Figura 22 apresenta

uma visão conceitual do posicionamento da arquitetura Matriohska no contexto de um

experimento científico conduzido em um ambiente de nuvens de computadores.

A arquitetura atua como uma camada intermediária situada entre o experimento

científico e seus componentes e etapas, e o ambiente distribuído representado pela

nuvem de computadores composta por dois níveis distintos de abstração (i.e. camada de

aplicação, onde estão configurados os aplicativos científicos, workflows e atividades e

camada de recursos virtuais, estão presentes os elementos peculiares às nuvens, tais

como hardware virtual representados por imagens e suas instâncias). Por operar

logicamente desacoplada do SGWfC e do ciclo de vida de um experimento científico, a

abordagem permite, em princípio, que capturem-se descritores de proveniência de

granulosidades variadas e relacionadas com as diversas etapas que compõem o ciclo de

vida de um experimento.

Matriohska é apoiada pela ontologia OvO e graças à adoção da OvO, é possível

que se realizem consultas sobre o repositório de proveniência dos experimentos

científicos em larga escala.

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Figura 19. Contexto para gerência de proveniência de experimentos executados em

ambiente de nuvem de computadores.

Nas próximas sub-seções deste capítulo, a solução proposta é detalhada,

descrevendo-se as principais características funcionais da arquitetura, seus componentes

e o modelo de dados adotado.

O presente capítulo está dividido da seguinte forma: a Seção 6.1 descreve um

breve histórico e a arquitetura. A Seção 6.2 fornece uma visão geral das funcionalidades

da arquitetura em termos de seus componentes. A Seção 6.3 discute o modelo de dados

adotado pela Matriohska. Por fim, na Seção 6.4 são apresentadas as considerações

finais.

6.1 – Histórico

Matriohska possui uma trajetória evolutiva. A arquitetura foi originalmente

concebida por CRUZ et al. (2008) para operar em ambientes de processamento

distribuído, tais como clusters e grades computacionais. A primeira versão utilizava o

paradigma da distribuição em clusters e tinha como objetivo inicial prover serviços de

proveniência que seriam acoplados tanto ao SGWfC centralizado (no caso o Kepler)

quanto ao ambiente distribuído para capturar e disponibilizar os descritores de

proveniência desses ambientes. Uma primeira versão do modelo de dados de

proveniência do sistema foi discutida em (CRUZ, et al., 2009).

t0

t2

t1

t7

t3

t5

t4

t6

t8

Composição

Execução

Análise

On

tolo

gia

OvO

& M

atr

ioh

ska

SG

WfC

Camada de Aplicação na Nuvem

Camada de Recursos Virtuais na Nuvem

Imagens Instâncias Usuários

Repositório de Proveniência

Workflow e atividades

Experimento Científico em Larga Escala

Nuvem de Computadores

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Entretanto, Matrioshka não contemplava as características dos ambientes de

nuvens de computadores. Para realizar a captura de descritores de proveniência na

nuvem é necessário levar em conta suas especificidades. Por exemplo, uma infra-

estrutura de nuvem de computadores pode ser compreendida como sendo composta por

diversos elementos de computação, que podem ser dispostos em três níveis horizontais

(Figura 22). O nível mais baixo (não ilustrado na Figura 22 por questões de clareza)

representa a infra-estrutura de hardware. O nível intermediário (camada de recursos

virtuais) representa as imagens de máquinas virtuais, as instâncias que são inicializadas

a partir das imagens e dos usuários cadastrados no sistema. No nível mais elevado

(camada de aplicação) estão concentrados os artefatos científicos, as atividades e os

workflows concretos, além dos repositórios de proveniência. Tendo esta visão como

substrato, a Matriohska foi submetida a uma atualização de software discutida em

(SILVA, et al., 2010 e CRUZ, et al., 2011).

A versão corrente conta com novos componentes de coleta e registro de

proveniência. A arquitetura também conta com um novo modelo de dados de

proveniência capaz de registrar, tanto os descritores de proveniência retrospectiva

coletados em tempo de execução diretamente da nuvem durante a execução de um

workflow concreto, quanto os descritores de proveniência prospectiva, desde que

coletados a priori, e submetidos ao sistema durante a invocação do workflow concreto.

Diferentemente das demais soluções de proveniência, Matriohska é apoiada na

ontologia de domínio OvO que, além de oferecer um entendimento comum sobre os

temas de proveniência, oferece suporte para a realização de consultas envolvendo os

diferentes tipos de descritores de proveniência associados às diversas etapas dos

experimentos científicos em larga escala.

6.2 – Arquitetura Matriohska

Experimentos científicos modelados como workflows científicos podem se

beneficiar do grande número de processadores quando executados em clusters, grades

ou nuvens de computadores. Matriohska foi concebida como um conjunto de

componentes que permitem a ligação entre o ambiente de nuvem e um SGWfC

centralizado de maneira transparente, podendo ser instanciada sob demanda como parte

de um workflow concreto, preservando inalteradas as demais atividades do workflow.

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Matriohska provê uma abordagem sistemática para gerenciar os descritores de

proveniência coletados ao longo do ciclo de vida de um experimento científico, sendo

desacoplado do motor de execução do workflow. Matriohska possui as seguintes

características arquitetônicas:

(i) Seus componentes são utilizados de modo simples. Eles atuam de maneira

transparente, isolando o pesquisador da complexidade do ambiente de nuvem;

(ii) Por tratar-se de uma arquitetura aberta, novas máquinas virtuais e instâncias

podem ser acrescidas ou excluídas, conforme necessário;

(iii) Permite que os cientistas utilizem aplicações científicas legadas em ambientes de

nuvem sem que seja necessário nenhum tipo de alteração ou encapsulamento de

seus códigos;

(iv) Utiliza um repositório de descritores de proveniência que opera desacoplado do

SGWfC, sendo capaz de registrar descritores de proveniência de variadas

granulosidades;

(v) Provê uma interação de baixo acoplamento entre os SGWfC centralizados e o

ambiente de nuvem, sendo extensíveis para outros ambientes de nuvens de

computadores;

(vi) Utiliza a ontologia de proveniência OvO, permitindo o mapeamento dos

conceitos da ontologia diretamente em classes e atributos do banco de

proveniência. A ontologia também permite a realização de consultas sobre os

descritores de proveniência dos experimentos científicos;

(vii) Adota técnicas de processamento multithread, permitindo que os componentes,

do tipo broker, sejam construídos de tal forma que busca-se reduzir as latências

de comunicação entre os componentes;

(viii) Utiliza arquivos do tipo manifesto como forma de transferir descritores de

proveniência prospectiva coletados durante a etapa de concepção do ciclo de

vida do experimento.

Matriohska é uma arquitetura dividida em duas camadas: camada local e camada

remota.

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A camada local que fica localizada na máquina onde está instalado o SGWfC, é

representada por três componentes: Dispatcher, Data Uploader, Data Downloader,

além da Ontologia OVO (previamente descrita no Capítulo 5).

A camada remota fica localizada no ambiente distribuído, i.e. Nuvem de

computadores, sendo representada pelos seguintes componentes: Execution Broker,

Provenance Broker, Provenance Eavesdrop e o Repositório de Proveniência.

A Figura 23, ilustrada como um diagrama de componentes e implementação

oferece uma visão sistematizada da distribuição dos módulos ao longo das duas

camadas. A Figura 23 inclui o SGWfC utilizado pelo cientista, os componentes locais e

os componentes remotos da arquitetura.

Figura 20. Diagrama de componentes e implantação da Matriohska.

A Figura 24 representa uma visão mais detalhada das duas camadas da

Matriohska (as caixas sólidas na cor azul representam os componentes da arquitetura, as

caixas representadas na cor laranja fazem parte das infra-estruturas computacionais pré-

existentes). A primeira camada (do lado esquerdo da Figura 24) é composta pelos

componentes locais. A segunda (lado direito da Figura 24) é formada pelos

componentes que lidam com a transferência de dados e coleta de descritores de

proveniência no ambiente de nuvem.

A numeração ao lado das setas indica a seqüência de execução dos componentes

da arquitetura, as letras denotam o fluxo de dados dos componentes da arquitetura.

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Figura 21. A arquitetura Matriohska, suas camadas e componentes.

Matriohska utiliza mecanismos de segurança padrão, tais como túneis seguros

de comunicação, acesso restrito e transferência de dados criptografada por meio de

chaves privadas. Ressaltamos que a arquitetura não tem como objetivo contemplar todas

as questões relacionadas à segurança dos descritores de proveniência. Sem dúvida são

pontos importantes, porém, estão além do escopo desta tese. Importantes informações

sobre segurança de proveniência estão disponíveis em CHONG (2009), HASAN et al.

(2009), ALDECO-PÉREZ, MOREAU, (2010), GADELHA Jr. et al. (2010) e

MCDANIEL et al. (2010).

Uma descrição detalhada de cada componente será apresentada nas próximas

sub-seções.

6.2.1 – Componente Dispatcher

Dispatcher é um componente de execução local que desempenha duas funções

primordiais. Primeira, é o ente responsável por materializar a comunicação entre as

Atividade1

(local)

DataDownloader

WorkflowCientífico

Ambiente de Nuvem

Manifesto

SGWfC

Ambiente Local

DataUploader

Atividade2

(remota)

Atividaden

Dispatcher

Repositório de ArquivosArtefato

Produto de Dado

ProvenanceEavesdrop

Máquinas Virtuais

Atividade2

(remota)Execution

Broker

ProvenanceBroker

RepositórioProveniência &Retrospectiva M

áq

uin

a V

irtu

al

1

2

3

4.2

5

6

7

4.1

8

9

A

B

C

C’’D

C’

E

F

Produtos de Dados Legenda

DadosControlesConsultas

OvO

Componente ObrigatórioComponente Opcional

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camadas local e remota, comunicando-se diretamente com o Execution Broker. Ele

submete a solicitação de disparo da execução remota de uma atividade concreta do

workflow científico em uma instância da nuvem para o Execution Broker. A segunda

função deste componente é transferir os arquivos de manifesto, previamente

configurados, do ambiente local para a nuvem (seta 2 na Figura 24).

É importante destacar que a aplicação científica invocada como atividade remota

deverá ser instalada a priori nas imagens e instâncias, as quais o pesquisador possua

acesso. Através do Dispatcher, o pesquisador poderá configurar os parâmetros

operacionais que considere convenientes para acessar e utilizar as instâncias na nuvem,

como, informar sua conta/senha, quantidade de instâncias a serem utilizadas,

endereçamento virtual das instâncias, nomes, paths e outros atributos da aplicação

científica a ser executada, parâmetros de entrada da aplicação, entre outros.

Um manifesto é um arquivo texto estruturado sob a forma de um documento

XML e utilizado para transpor descritores de proveniência (prospectiva, retrospectiva) e

parâmetros do ambiente local para a nuvem. Os arquivos de manifesto utilizados pelos

componentes Dispatcher podem ser de três tipos:

(i) Manifesto de Atividade - Os descritores de proveniência presentes neste

manifesto são do tipo prospectivo e retrospectivo. Os descritores dizem respeito

às invocações e parâmetros que serão utilizados pelas atividades concretas que

serão executadas na nuvem. A lista completa dos atributos presentes neste tipo

de manifesto está disponível no Apêndice 2 (por questões de clareza conceitual o

apêndice é representado sob a forma de um arquivo XML schema do tipo XSD).

(ii) Manifestos de Experimento – Os descritores de proveniência presentes neste

manifesto são do tipo prospectivo sendo produzidos durante a etapa de

concepção do ciclo de vida do experimento. Os descritores dizem respeito ao

projeto de pesquisa, organização e laboratórios envolvidos, pesquisadores (e

papéis desempenhados) na condução de um experimento científico e workflows

e atividades abstratas. A lista completa dos atributos presentes neste tipo de

manifesto está disponível no Apêndice 3.

(iii) Manifestos de Configuração - Os descritores de proveniência presentes neste

manifesto são do tipo retrospectivo. Os descritores dizem respeito a

configurações operacionais que as instâncias devem adotar para que sejam

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capazes de executar as atividades concretas de um dado workflow científico. A

lista completa dos atributos presentes neste tipo de manifesto está disponível no

Apêndice 4.

O Dispatcher tem como principal vantagem tornar a execução remota

transparente para o pesquisador que executa o workflow na nuvem. Uma vez que a

execução da aplicação termina, o componente retorna o controle para o SGWfC local

que processará a próxima atividade.

6.2.2 – Componente Execution Broker

O componente Execution Broker é necessário para a adaptação da Matrioshka ao

ambiente de nuvens de computadores. Execution Broker é um componente de execução

remota que possui duas funcionalidades principais. Primeiramente, ele invoca a

execução das atividades do workflow concreto nas instâncias da nuvem, o disparo da

atividade leva em consideração os parâmetros contidos nos arquivos de manifesto (seta

4.1 na Figura 24).

O componente também faz uma invocação ao Provenance Broker para registrar

os descritores de proveniência, recebidos através dos manifestos nos repositórios de

proveniência disponíveis em uma instância da nuvem (seta 4.2 na Figura 24).

Finalmente, quando a execução da atividade remota é concluída, essa informação é

repassada de volta ao próximo componente Dispatcher do workflow para que este

prossiga com a execução das demais atividades (locais ou remotas) (seta 8 na Figura

24).

Em termos de distribuição dos componentes do tipo Broker pelas instâncias,

temos a seguinte configuração: Nas instâncias da nuvem que estão associadas à coleta

de descritores de proveniência prospectiva e retrospectiva, são instalados o Execution

Broker, o repositório de proveniência e o Provenance Broker. Nas demais instâncias,

isto é, aquelas que geram os descritores de proveniência retrospectiva, são instaladas

cópias do componente Provenance Eavesdrop e os aplicativos científicos associados às

atividades remotas do workflow concreto.

6.2.3 – Componente Provenance Broker

Provenance Broker é um componente remoto que desempenha duas

funcionalidades primordiais. A primeira é o responsável por receber os dois tipos de

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descritores de proveniência comuns ao experimento, enviados pelo Provenance

Eeavesdrop e pelo Execution broker. Nesse caso, a proveniência retrospectiva

(produzida durante a execução das atividades no ambiente de nuvem (seta 6 na Figura

24)) e a proveniência prospectiva (repassada à arquitetura através dos arquivos de

manifesto). Em segundo lugar, ele é responsável por persisti-las no banco de dados

relacional (seta 7 na Figura 24). Ou seja, o componente opera em uma única instância e

atua como um elemento centralizador, sendo capaz de registrar tanto os descritores de

menor granulosidade relacionados com a execução das atividades do workflow no

ambiente da nuvem, quanto os descritores de proveniência de maior granulosidade

repassados para o sistema através de arquivos de manifestos.

Quando a execução de alguma atividade concreta do workflow ocorre na nuvem,

os componentes Provenance Broker e Provenance Eavesdrop são invocados pelo

componente Execution Broker. O Provenance Broker passa a receber os descritores de

proveniência retrospectiva capturados pelo componente Provenance Eavesdrop, que

opera em cada uma das instâncias onde as atividades concretas do workflow estão sendo

executadas. Ao receber estes descritores, o Provenance Broker encarrega-se de persisti-

los em um modelo de dados relacional armazenado em uma das instâncias da nuvem.

6.2.4 – Componente Provenance Eavesdrop

Provenance Eavesdrop é um componente remoto que realiza a tarefa de coletar

os descritores de proveniência retrospectiva de baixa granulosidade, produzidos pelas

atividades remotas, e, também, pelas instâncias das máquinas virtuais presentes nos

níveis da camada de aplicação e de recursos virtuais da nuvem. (seta 6 na Figura 24).

Para cada instância da nuvem que executa uma atividade remota, existe uma instância

do módulo Provenance Eavesdrop.

Os módulos Provenance Broker e Provenance Eavesdrop operam em conjunto,

utilizando os descritores produzidos pelo ambiente de nuvem, tais como, processos em

execução, arquivos utilizados ou produzidos ou informações sobre as imagens e

instâncias são coletadas pelo Provenance Eavesdrop.

O Provenance Broker e o Provenance Eavesdrop foram concebidos para serem

independentes da infra-estrutura de nuvem a ser utilizada, isto é, os componentes podem

ser configurados nas mais diversas nuvens computacionais disponíveis.

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6.2.5 – Componentes Data Uploader e Data Downloader

Data Uploader e Data Downloader são componentes que podem ser utilizados

na movimentação de dados entre os ambientes locais e a nuvem. Do ponto de vista do

workflow científico, estes componentes comportam-se como atividades administrativas.

Ou seja, são componentes opcionais que não influenciam no processamento dos

resultados dos experimentos.

O componente Data Uploader é um componente local que pode ser incluído no

workflow científico como uma atividade administrativa, sua principal responsabilidade é

transferir os conjuntos de dados (arquivos de entrada de dados utilizados pelas

atividades concretas) localizados no ambiente local para o ambiente de nuvem (seta A

na Figura 24). Este componente pode ser configurado diretamente para obter os

conjuntos de dados e arquivos que precisam ser transferidos para o ambiente de nuvem.

O componente Data Downloader também é um componente local que pode ser

incluído no workflow científico como uma atividade administrativa, sua função é

transferir os produtos de dados (arquivos com os resultados) obtidos ao término da

execução na nuvem para backup no ambiente local (seta F na Figura 24). Caso existam

atividades após a especificação do Data Downloader, elas serão executadas localmente,

a não ser que alguma outra atividade esteja configurada para ser distribuída novamente.

O transporte de dados de/para a nuvem incorre em custos adicionais, em casos

de transferência de grandes volumes de dados e estes valores podem ser

significativamente altos. Por esses motivos, o uso dos dois componentes é opcional nas

situações onde os conjuntos de dados já estejam armazenados no ambiente de nuvem.

6.3 – Modelo de Dados de Proveniência Matrioshka

O repositório de proveniência da Matriohska tem o objetivo de armazenar os

descritores coletados pela Matriohska (proveniência retrospectiva) e também descritores

submetidos pelo pesquisador através dos arquivos de manifesto do experimento e de

configuração (proveniência prospectiva).

O modelo de dados utilizado no repositório de proveniência da Matriohska é

isomórfico à ontologia OvO, isto é, as classes principais representadas no modelo foram

concebidas a partir da modelagem da ontologia OvO descrita no Capítulo 5 desta tese.

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Este repositório possibilita a associação de descritores de proveniência de

granulosidades variadas, permitindo a correlação entre os descritores de proveniência

das diferentes etapas do ciclo de vida dos experimentos científicos em larga escala.

Matriohska utiliza um banco de dados relacional para armazenar a proveniência

dos experimentos científicos. Os descritores de proveniência são armazenados de forma

centralizada, em uma única instância da nuvem, evitando a formação de silos de

proveniência que podem ser de difícil integração.

Conforme mencionado, este repositório é capaz de armazenar tanto os

descritores de proveniência prospectiva como, por exemplo, descritores sobre o

experimento científico, seus modelos e hipóteses, pesquisadores envolvidos e os papéis

por eles desempenhados, associação entre os workflows abstratos e concretos bem como

as suas respectivas atividades abstratas e concretas. Além disso, ele também mantém

descritores de proveniência retrospectiva coletados no próprio ambiente distribuído,

como: informações sobre o provedor de serviços de nuvem, configurações das

instâncias e suas respectivas imagens, artefatos utilizados e produzidos em cada

execução do workflow concreto no ambiente de nuvem, entre outros.

O modelo de dados da Matriohska representa um esforço de modelagem que

tem por objetivo persistir os principais conceitos levantados tanto na taxonomia de

proveniência (previamente discutidas no Capítulo 4) quanto na ontologia (descrita no

Capítulo 5).

A Figura 25 apresenta o modelo de dados de descritores de proveniência

adotado pela Matrioshka e é ilustrado como um diagrama de classes UML (OMG,

2010). Os nomes das principais classes deste modelo estão grafadas em inglês, são:

CloudProvider, CloudUser, Image, Instance, InstanceConfiguration,

ScientificExperiment, Organization, Project, Laboratory, Person, AbstractWorkflow,

AbstractActivity, ConcreteWorkflow, ConcreteActivity, Parameter, Artifact e Execution.

O modelo de dados permite armazenar proveniência de diferentes

granulosidades ele é composto por cinco grupos de classes, a saber:

(i) Grupo I - Classes que representam descritores de proveniência prospectiva

associada com os experimentos científicos (ScientificExperiment, Organization,

Laboratory e Project).

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(ii) Grupo II - Classes que representam descritores de proveniência retrospectiva

associados com os recursos computacionais da camada de recursos virtuais da

nuvem (CloudProvider, Image, Instance, InstanceConfiguration e CloudUser).

(iii) Grupo III - Classes que representam descritores de proveniência prospectiva

associados com papeis desempenhados pelos diferentes agentes ao longo do

ciclo de vida do experimento científico (Person).

(iv) Grupo IV - Classes que representam descritores de proveniência retrospectiva

associados com os artefatos e parâmetros utilizados na execução de um

determinado workflow concreto (Parameter, Artifact e Execution).

(v) Grupo V - Classes que correlacionam descritores de proveniência prospectiva e

retrospectiva associadas aos workflows e atividades (concretas e abstratas)

(AbstractWorkflow, AbstractActivity, ConcreteWorkflow e ConcreteActivity).

Graficamente as classes relacionadas com os descritores de proveniência

prospectiva estão representados na cor Amarela e as relacionadas com os

descritores de proveniência retrospectiva na cor Verde .

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Figura 225. Diagrama de classes adotado pela Matriohska, adaptado de (SILVA et

al., 2010) e (CRUZ et al., 2011).

A seguir temos uma breve descrição de cada classe do modelo de dados. Os

nomes das classes estão em inglês e são grafados em itálico.

CloudProvider - Classe que representa um provedor de recursos computacionais

em ambientes de nuvens de computadores.

CloudUser - Classe que representa instâncias de agentes que utilizam recursos

computacionais disponibilizados pelo provedor de serviços de nuvem.

Image - Classe que descreve as imagens dos recursos computacionais

virtualizável em ambientes de nuvens de computadores.

Instance - Classe que descreve uma instância utilizada para na execução de

workflow concreto ou componente da Matriohska.

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InstanceConfiguration - Classe que descreve as configurações operacionais das

instâncias em ambientes de nuvens de computadores.

ScientificExperiment - Classe que representa conceitualmente um experimento

científico em larga escala. Um experimento pode ser constituído por um ou mais

workflows abstratos e concretos;

Organization - Classe que representa uma instituição ou departamento cuja

missão é produzir ciência e oferecer produtos e serviços singulares em benefício

de uma comunidade.

Laboratory – Classe que representa o local de realização ou condução de uma

pesquisa que envolve os experimentos, agentes e workflows.

Project - Classe que representa uma definição do projeto representa os princípios

gerais da pesquisa.

Person - Classe que representa o conjunto de agentes envolvidos na pesquisa e

no experimento científico.

AbstractWorkflow - Classe que representa a definição conceitual de workflow

científico; é composto por um conjunto de atividades abstratas que especificam

os recursos que devem ser utilizados. Um workflow abstrato não é instanciável

nem é executado em nenhum SGWfC específico;

AbstractActivity - Classe que representa um elemento conceitual do workflow

abstrato.

ConcreteWorkflow - Classe que representa um fragmento físico da definição de

um workflow concreto. É composta por um conjunto de atividades concretas que

seguem uma determinada ordem de execução. Um workflow é instanciado e

executado em um SGWfC específico;

ConcreteActivity - Classe que representa um elemento de processamento

atômico do workflow concreto. Uma atividade concreta pode utilizar um

conjunto de parâmetros e artefatos que devem ser fornecidos como insumos para

viabilizar a sua execução.

Parameter - Classe que representa um valor configurável de uma atividade que

influencia o comportamento de sua execução;

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Artifact - Classe que representa os artefatos das atividades concretas (dados

consumidos) e produtos de dados gerados por uma atividade concreta;

Execution - Classe que representa uma execução de um workflow concreto no

ambiente de nuvem.

O processo de modelagem de dados considerou os principais conceitos do

metamodelo OPM, temos que, as classes Artifact, Parameter, Instance correspondem à

representação conceitual de um Artefato-OPM, possuindo a mesma semântica, isto é,

ambas representam estruturas digitais em sistemas de computação (i.e. parâmetros,

bancos de dados, arquivos, instâncias, entre outros). As classes ConcreteWorkflow,

ConcreteActivity e Execution são mapeadas como um Processo-OPM. Um processo

representa uma ou mais ações que utilizam ou atuam sobre artefatos e que produzem

novos artefatos. As classes Researcher, CloudProvider e CloudUser representam um

Agente-OPM. Um agente é o elemento que catalisa, possibilita, controla ou afeta a

execução de um processo. As demais classes não possuem mapeamento direto com a

especificação OPM, pois dizem respeito à proveniência prospectiva do experimento

científico

6.4 – Considerações Finais

Ao utilizar a taxonomia discutida no Capítulo 4 desta tese para categorizar a

arquitetura proposta e posicioná-la frente aos demais sistemas de proveniência, é

possível verificar que Matriohska pode ser classificada como um sistema de

proveniência distribuído de baixo acoplamento. A solução representa um mecanismo

externo que utiliza o mecanismo de anotações, sendo capaz de coletar proveniência

(prospectiva e retrospectiva) no nível do workflow e do sistema operacional. Os

descritores de proveniência coletados são de variadas granulosidades e sua coleta é

baseada em mecanismos de timestamps, sendo orientados a dados e processos. Os

descritores são persistidos em um banco de dados relacional e podem ser consultados

através de linguagens de consulta estruturada ou de linguagens de inferência.

Neste capítulo também apresentamos os componentes da arquitetura Matriohska

e suas principais características funcionais. As principais funcionalidades da arquitetura

consistem em:

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(i) Oferecer um mecanismo de captura de proveniência desacoplado de SGWfC,

permitindo que os descritores de proveniência sejam capturadas por SGWfC

centralizados. Com isso, viabilizando a gerência de proveniência de

experimentos em larga escala executados em ambientes distribuídos do tipo

nuvem de computadores;

(ii) Registrar os descritores de proveniência de granulosidades distintas em um

repositório central para que possam ser acessados de forma integrada, facilitando

as tarefas de gerência do experimento;

(iii) Permitir o mapeamento de diversos tipos de granulosidade de proveniência,

possibilitando a associação de descritores de proveniência retrospectiva e

prospectiva do experimento científico.

(iv) Armazenar descritores de proveniência de modo desacoplado do mecanismo de

coleta SGWfC, facilitando o processamento de consultas sobre os descritores de

proveniência.

No próximo capítulo apresentaremos os experimentos associados a esta tese.

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Capítulo 7 – Estudo de Caso: Gerência de Proveniência de

Experimentos Científicos em Bioinformática

Este capítulo relata as características operacionais do protótipo da arquitetura

Matriohska, descrevendo a operação dos módulos envolvidos na coleta de descritores

de proveniência, sobre um experimento em larga escala baseado em um fragmento do

workflow OrthoSearch. O capítulo também apresenta as bases de dados biológicos

utilizadas pelos experimentos in silico que produziram os descritores de proveniência,

correlacionado-as com os elementos da infra-estrutura de nuvem de computadores

fornecida pela Amazon EC2.

Além disso, exemplificamos através de pequenos fragmentos, a transcrição do

modelo conceitual da ontologia OvO, modelada em linguagem de nível ontológico (no

caso, OntoUML) para linguagem de nível epistemológico (no caso, OWL). Também

discute um segundo nível de mapeamentos necessários para associar as tabelas do

esquema relacional da Matriohska e as classes e propriedades da ontologia OvO.

7.1 - Protótipo da arquitetura Matriohska

Assim como muitos dos sistemas de proveniência já discutidos e utilizados nas

pesquisas relacionadas à área de proveniência, a arquitetura Matriohska e seus

componentes foram totalmente codificados utilizando somente tecnologias abertas e

software gratuitos. A arquitetura foi originalmente concebida por CRUZ et al. (2008),

sendo posteriormente atualizada em SILVA et al. (2010) e CRUZ et al. (2011).

A arquitetura foi desenvolvida em Java versão 1.6.0_24 (JAVA, 2011). Os

módulos da Matriohska são encapsulados, compactados e distribuídos sob a forma de

arquivos JAR. As principais vantagens tecnológicas da utilização deste tipo de

empacotamento são:

(i) Comprimir o conteúdo das classes e bibliotecas, facilitando a distribuição da

arquitetura e a transmissão dos componentes da arquitetura para a nuvem de

computadores através da Internet;

(ii) Poder ser assinado digitalmente, aumentando a segurança na utilização da

aplicação.

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Para a persistência dos descritores de proveniência coletados no ambiente de

nuvem de computadores foi utilizado o SGBD MySQL versão 5.1.50-community

(MYSQL, 2011). Adotou-se o MySQL por questões de manutenção de

interoperabilidade entre o SGWfC VisTrails, Matriohska e a plataforma D2R (BIZER et

al., 2011), que permite o processamento de consultas sobre os descritores de

proveniência.

Como solução de conectividade entre o ambiente local e o ambiente de nuvem

de computadores, foi utilizada a ferramenta PuTTY versão 0.60 (PUTTY, 2011), que

permite o acesso remoto às instâncias de máquinas virtuais através de uma conexão que

utiliza túneis cifrados (graças às chaves PKI) entre o computador que hospeda o

SGWfC e as instâncias de máquinas virtuais da nuvem de computadores.

Como provedor de serviços de nuvem de computador foram utilizados os

serviços EC2 da Amazon Web Services. As máquinas virtuais adotam a arquitetura i386

de 32 bits e utilizam o sistema operacional Ubuntu Server versão 10. A configuração

das máquinas virtuais utilizou a interface Web padrão da Amazon Web Services (Figura

26).

Todas as imagens das máquinas virtuais possuem a máquina virtual Java

instalada (versão 1.6) e apenas imagens das instâncias que executarão os módulos

Provenance Broker e Execution Broker possuem o MySQL. Nas demais imagens, em

cujas instâncias ocorreram os processamentos das atividades concretas dos workflows,

estão instalados o módulo Provenance Eavesdrop e os respectivos pacotes de

bioinformática necessários para a operação do workflow OrthoSearch.

As instâncias das máquinas virtuais são do tipo Micro de 32 bits, com 613 MB

de memória RAM e até dois ECU (processadores virtuais disponibilizados pela Amazon

EC2) e armazenamento de dados em storages virtuais do tipo EBS.

Como SGWfC centralizado foi utilizado o VisTrails versão 1.5.1, instalado em

um computador do tipo notebook com um processador Intel Core2Duo de 2.4 GHz com

4GB de memória principal, 250GB de disco rígido.

Por fim, como servidor de consultas foi utilizada a plataforma D2R versão 0.7

(BIZER et al., 2011). A plataforma suporta a publicação de dados relacionais sob o

paradigma da Web semântica, permitindo que navegue-se pelos dados relacionais como

se fossem triplas RDF. Além disso, a plataforma suporta a linguagem declarativa D2RQ

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que é utilizada para descrever os mapeamentos necessários entre o esquema relacional e

as classes de uma ou mais ontologias. O servidor de consultas também oferece

mecanismo para a construção de consultas SPARQL. D2R foi instalado no mesmo

notebook mencionado anteriormente.

Figura 236. Telas de configuração de imagens e instâncias na nuvem da Amazon.

7.2 – Workflow OrthoSearch e as bases de dados biológicos

O workflow utilizado como prova de conceito de experimento científico em

larga escala é uma versão simplificada do workflow OrthoSearch (discutido no

Apêndice 1). O workflow vem sendo utilizado pelo consórcio BioWebDB desde 2008

como uma ferramenta para a descoberta de genes homólogos distantes em protozoários

causadores de doenças tropicais negligenciadas.

O workflow concreto foi desenvolvido no SGWfC VisTrails e representa o

experimento em larga escala concebido, modelado e executado pelos pesquisadores de

Imagens deMáquinas Virtuais

Intâncias de Máquinas Virtuais

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um laboratório de pesquisas. Ressalta-se que o workflow não foi representado em sua

forma completa, pois segundo os relatos de CRUZ et al. (2008, 2010) sua execução

completa demandaria muitos meses. Por esse motivo, optou-se por utilizar nesta tese

apenas a parte que está associada à detecção de ortólogos que é executada no ambiente

de nuvem.

As atividades concretas do workflow OrthoSearch que foram distribuídas na

nuvem da Amazon correspondem aos aplicativos que fazem parte dos pacotes MAFFT

versão 6.717b (programa mafft) (KATOH et al., 2005) e HMMER versão 2.3.2

(programas: hmmbuild, hmmcalibrate e hmmsearch) (EDDY et al., 1995).

As Figuras 27a e 27b ilustram a correlação existente entre os workflows abstrato

e concreto do OrthoSearch e as respectivas transposições das atividades abstratas para

concretas.

Figura 24. Atividades concretas do workflow OrthoSearch executado na Nuvem

O workflow concreto representado na Figura 27b é composto por 12 atividades

que estão agrupadas em dois tipos principais, a saber: atividades de Manifesto e

atividades Dispatcher.

Workflow Abstrato

BD de COG

MAFFT

HMMER

BD de Pntde

protozoas

hmmsearch

hmmcalibrate

hmmbuild

Workflow Concreto

LegendaFluxo de dadosFluxo de controle do VisTrailsTransposição de atividade abstrata para concreta

b

a

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As atividades do tipo Dispatcher (DispatcherExperimento, DispatcherMafft,

DispatcherHmmBuild, DispatcherHmmCalibrate, DispatcherHmmSearch) são

essencialmente código Java que é utilizado para invocação das atividades remotas do

workflow.

As atividades do tipo Manifesto utilizam três tipos de arquivos de manifestos:

(i) Manifesto de Atividade – É um arquivo XML que contém dados e parâmetros de

granulosidade intermediários necessários à execução das atividades concretas do

workflow na nuvem. A estrutura simplificada do arquivo de manifesto que

descreve o experimento científico está representada no Apêndice 2.

(ii) Manifesto de Experimento – Contém os descritores de proveniência prospectiva

de granulosidade fina sobre o experimento científico em larga escala. Este

manifesto é um arquivo texto no formato XML usado para registrar os

descritores e parâmetros previamente coletados ao longo das etapas de

composição do experimento. O desenvolvimento de ferramentas que registram a

proveniência prospectiva nos arquivos de manifesto está fora do escopo desta

tese. No entanto, ressalta-se que uma das possíveis formas de viabilizar a

integração é através do uso de arquivos de manifestos que podem ser exportados

por essas ferramentas de acordo com o formato proposto Apêndice 3.

(iii) Manifesto de Configuração – Contém os descritores necessários à configuração

e operação do ambiente de nuvem de computadores. A estrutura simplificada do

arquivo de manifesto que descreve a configuração do ambiente está representada

no Apêndice 4.

As execuções do workflow concreto OrthoSearch representado na Figura 27b utilizaram

como bases de dados biológicos os seguintes subconjuntos de dados:

(i) Um banco de dados de proteínas associadas aos grupos de genes de ortólogos

(COG). Este banco de dados é composto por 224 arquivos de COGs da categoria

funcional C (i.e. contém somente proteínas associadas às vias metabólicas de

conversão e produção de energia, aqui incluem-se os protozoários e outros

organismos). Este fragmento de banco de dados é composto por mais de 9000

seqüências protéicas.

(ii) Bancos de dados de proteínas específicas de protozoários (contra os quais são

avaliadas as seqüências protéicas dispostas nos COGs). As bases de dados

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correspondem aos organismos que são enunciados no Apêndice 1, isto é,

Trypanosoma cruzi, Trypanosoma brucei, Trypanosoma vivax, Plasmodium

falciparum e Leshimania majors. Estes bancos de dados estão organizados

segundo o formato FASTA e possuem uma grande quantidade de seqüências

protéicas organismo-específicas (a quantidade de sequências está representadas

entre parênteses), a saber: E. histolitica (8.246), L. majors (8.189), P. falciparum

(11.116), T. brucei (9.639) e T cruzi (20.322).

Para automatizar a configuração das instâncias e reduzir as transferências de

dados entre as estações de trabalho e as instâncias da nuvem, a distribuição dos bancos

de dados através das instâncias obedeceu ao seguinte critério. Cada instância possui um

bucket próprio, o bucket contém uma cópia do banco de dados de COG e uma cópia do

banco de dados de proteínas de cada protozoário. Em termos operacionais as estruturas

do tipo bucket fornecidos pelo serviço Amazon S3 permitem que os artefatos

utilizados/produzidos pelo workflow permaneçam armazenados no ambiente distribuído

mesmo quando as instâncias são desabilitadas pelo pesquisador. Além disso, permitem

que cada instância realize seu processamento de modo independente das demais

instâncias da nuvem.

7.3 – Transformações do modelo ontológico

Esta seção relata as ações necessárias para a transformação do modelo

ontológico de proveniência dos experimentos científicos em larga escala representado

pela OvO em um novo modelo de implementação descrito através de linguagem de

nível epistemológico.

A transformação por conversão de ontologias de domínio para modelos de

implementação descritos em linguagens epistemológicas não é uma tarefa trivial

(GUIZZARDI, HALPIN, 2008). Um procedimento de transformação por conversão

requer a definição de mapeamentos sistemáticos a partir da OntoUML para a linguagem

OWL de tal forma que permita-se a geração de modelos precisos. No entanto, é crucial

ressaltar que, até o momento, inexistem na literatura trabalhos e/ou ferramentas que

façam a conversão direta e imediata entre um modelo conceitual representado em

linguagem ontológica (OntoUML) para um de seus possíveis equivalentes em

linguagem epistemológica (OWL).

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138

A transformação por conversão é uma etapa necessária por dois motivos:

(i) As ontologias representadas em linguagens de nível ontológico são mais

apropriadas para representação clara, precisa, não ambígua do conhecimento

acerca do domínio e sem preocupações tecnológicas, por esses motivos tendem a

não ser tratáveis computacionalmente;

(ii) Os produtos resultantes do processo de conversão não só devem ser

computacionalmente tratáveis, como também devem permitir raciocínio

automatizado sobre a ontologia resultante.

A formalização de diretrizes de transformação necessárias para a conversão de

qualquer ontologia modelada em UFO para OWL não faz parte do escopo desta tese.

Por este motivo foi adaptado um conjunto de diretrizes de mapeamento que foram

originalmente concebidas por ZAMBORLINI (2011) em sua dissertação de mestrado.

As transformações desenvolvidas nesta tese permitiram o mapeamento de conceitos

estáticos representados em OntoUML para classes e propriedades diretamente

codificadas OWL.

Como linguagem epistemológica foi utilizado o OWL-DL que fornece suporte

para classificações hierárquicas, restrições simples e garantias mínimas de que as

conclusões de seus processamentos sejam computacionalmente tratáveis (completude)

em um tempo finito (decidíveis). OWL-DL permite que os conceitos de uma ontologia

sejam definidos por operações de união, interseção, complemento e disjunção.

Entretanto, uma separação de tipos é exigida. Por exemplo, uma classe não pode ser

simultaneamente um indivíduo ou uma propriedade. A programação da OvO em OWL

DL foi realizada através da plataforma Protégé versão 4.0 – build 115 (Protégé, 2011).

É importante ressaltar que os nomes das classes que estão representadas nas

Figuras 19, 20 e 21 são os nomes originais que foram utilizados na modelagem da

ontologia OvO. Ao longo das próximas seções os nomes relacionados com as classes e

suas propriedades permanecerão em inglês, mas serão grafados em itálico e precedidos

de prefixo ―ovo:‖

A Figura 28 exemplifica uma tela do Protégé com um fragmento da ontologia

OvO codificada em OWL. Nesta Figura é possível verificar que a classe Artifact foi

selecionada e que, além de ser representada como sortal rígido do tipo <<Kind>>, é uma

subclasse da classe ovo:Execution_Phase que foi anteriormente mapeada como um tipo

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<<Phase>>. As subclasses de ovo:Artifact são os subtipos (por exemplo,

<<SubKind>>) ovo:Input_Data e ovo:Output_Data. A partir da Figura também é

possível observar que existem três propriedades comuns à especificação OPM, a saber:

um artefato é derivado de algum outro artefato (Artifact hasDerivedBy some Artifact);

artefato é gerado por no mínimo uma atividade concreta (Artifact hasGeneratedBy min1

Concrete_Activity) e, finalmente, artefato é utilizado por no mínimo uma atividade

concreta (Artifact hasUsedBy min1 Concrete_Activity).

Figura 25. Fragmento da implementação da Ontologia de OvO na ferramenta

Protégé.

Mais uma vez é importante destacar que a linguagem OWL dispõe de

capacidade de expressão menor que a linguagem OntoUML utilizada para a construção

dos modelos conceituais de proveniência. Portanto, neste trabalho o mapeamento da

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140

OntoUML para OWL foi apenas parcial. Em especial, muitos dos axiomas que

apresentam o uso de negações e o quantificador existencial não puderam ser

formalmente representados da mesma maneira como foram formalizados pela ontologia

de fundamentação UFO.

Nas próximas sub-seções, serão discutidos através de exemplos e fragmentos de

código alguns dos mapeamentos realizados.

7.3.1 – Representação de Classes

Esta sub-seção apresenta os exemplos de transformações que resultam nos

mapeamentos utilizados na conversão de classes da OvO para OWL.

Um dos primeiros mapeamentos codificados na ontologia OvO foram os sortais

anti-rígidos transcritos como classes do tipo <<Phase>> da UFO (por exemplo,

ovo:Analysis_Phase, ovo:Composition_Phase e ovo:Execution_Phase), eles são

mapeados como classes disjuntas e equivalentes em OWL (Figura 29). Esse tipo de

construção permite que um mesmo indivíduo (objeto do domínio de interesse) não

possa ser instanciado em mais de uma classe simultaneamente. Isto é, através dessa

construção busca-se guardar correlação direta com as três etapas do ciclo de vida do

experimento científico em larga escala apresentado no Capítulo 2 desta tese.

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Figura 26. Fragmento relativo ao mapeamento de classes com o estereótipo

<<Phase>> da OvO para OWL.

Um segundo exemplo envolve o mapeamento de classes do tipo <<Role>> da

UFO para elementos OWL. Neste caso a classe ovo:Researcher é representada como

uma subclasse da classe ovo:Person representada como sortal do tipo <<Kind>>.

Justifica-se este tipo de mapeamento, pois o papel de pesquisador é um dos muitos

papéis que uma pessoa pode assumir em todos os universos possíveis. No entanto, para

fins da ontologia OvO, os papéis que uma pessoa pode assumir são representados sob a

forma de quatro subclasses do tipo sortal: ovo:Coordinator, ovo:Architect,

ovo:Programmer e ovo:Executor. Ressalta-se que essas subclasses não podem ser

<rdf:Description><rdf:type rdf:resource="&owl;AllDisjointClasses"/><owl:members rdf:parseType="Collection">

<rdf:Description rdf:about="#Analysis_Phase"/><rdf:Description rdf:about="#Composition_Phase"/><rdf:Description rdf:about="#Execution_Phase"/>

</owl:members></rdf:Description>

<owl:Class rdf:about="#Execution_Phase"><owl:equivalentClass>

<owl:Restriction><owl:onProperty rdf:resource="#hasExperiment"/><owl:someValuesFrom rdf:resource="#Execution_Phase"/>

</owl:Restriction></owl:equivalentClass><owl:equivalentClass>

<owl:Restriction><owl:onProperty rdf:resource="#hasExperiment"/><owl:someValuesFrom rdf:resource="#Concrete_Workflow"/>

</owl:Restriction></owl:equivalentClass><owl:equivalentClass>

<owl:Restriction><owl:onProperty rdf:resource="#hasExperiment"/><owl:someValuesFrom rdf:resource="#Artifact"/>

</owl:Restriction></owl:equivalentClass><rdfs:subClassOf rdf:resource="#Experiment"/>

</owl:Class>

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142

representadas de modo disjunto, pois o pesquisador pode assumir diversos papéis ao

longo do ciclo de vida de um experimento científico. Por exemplo, o pesquisador que

desempenha o papel de arquiteto do workflow abstrato pode não ser o mesmo que

desempenha o papel de executor do workflow concreto. Uma característica decorrente

dessa estratégia de mapeamento diz respeito às restrições representadas na Figura 30.

Figura 27. Fragmento relativo ao mapeamento de classes representadas pelo

estereótipo <<Role>> para OWL.

7.3.2 – Representação de Relacionamentos

Esta sub-seção apresenta exemplos novos de mapeamentos utilizados para

converter as propriedades da OvO para OWL. Os relacionamentos representam a

<owl:Class rdf:about="#Person"><owl:equivalentClass>

<owl:Restriction><owl:onProperty rdf:resource="#hasPerson"/><owl:someValuesFrom rdf:resource="#Researcher"/>

</owl:Restriction></owl:equivalentClass><owl:equivalentClass>

<owl:Restriction><owl:onProperty rdf:resource="#hasPerson"/><owl:someValuesFrom rdf:resource="#Organization"/>

</owl:Restriction></owl:equivalentClass><rdfs:subClassOf>

<owl:Restriction><owl:onProperty rdf:resource="#hasPerson"/><owl:someValuesFrom rdf:resource="#Person"/>

</owl:Restriction></rdfs:subClassOf>

</owl:Class>

<owl:Class rdf:about="#Researcher"><rdfs:subClassOf rdf:resource="#Person"/>

</owl:Class>

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associação entre duas ou mais classes. Conforme discutido na Seção 3.3 do Capítulo 3,

os relacionamentos da UFO podem ser formais ou materiais.

Como exemplo de relacionamento formal, isto é, aquele que ocorre sem que haja

necessidade de intervenção de outras classes, temos a associação entre os conceitos de

workflows abstratos e as atividades abstratas. A Figura 31 representa a propriedade

formal ovo:hasAbstractWorkflow. Esta associação aglutina duas classes do tipo sortal

(ovo:AbstractWorkflow e ovo:AbstractActivity). No fragmento de código OWL, é

possível verificar não só a conversão do relacionamento como também o

estabelecimento das propriedades e cardinalidades mínimas desta associação.

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Figura 281. Fragmento de código relativo ao mapeamento de relações do tipo

formal da OvO para OWL.

Um segundo exemplo de relacionamento do tipo formal, pode ser ilustrado

através da associação entre os conceitos de workflows concretos e as atividades

concretas. A Figura 32 representa a propriedade ovo:hasConcreteWorkflow. Esta

associação aglutina duas classes do tipo sortal (ovo:ConcreteWorkflow e

ovo:ConcreteActivity). No fragmento de código OWL, é possível verificar não só a

conversão do relacionamento, como também o estabelecimento das propriedades e

cardinalidades mínimas desta associação.

<owl:ObjectProperty rdf:about="#hasAbstractActivity"><rdfs:domain rdf:resource="#Abstract_Activity"/><owl:inverseOf rdf:resource="#IsAbstractActivityOf"/>

</owl:ObjectProperty>

<owl:Class rdf:about="#Abstract_Activity"><owl:equivalentClass>

<owl:Class><owl:intersectionOf rdf:parseType="Collection">

<owl:Restriction><owl:onProperty rdf:resource="#hasAbstractWorkflow"/><owl:someValuesFrom rdf:resource="#Abstract_Activity"/>

</owl:Restriction><owl:Restriction>

<owl:onProperty rdf:resource="#hasAbstractWorkflow"/><owl:onClass rdf:resource="#Abstract_Activity"/><owl:minQualifiedCardinality rdf:datatype="&xsd;nonNegativeInteger">1

</owl:minQualifiedCardinality></owl:Restriction>

</owl:intersectionOf></owl:Class>

</owl:equivalentClass><rdfs:subClassOf rdf:resource="#Composition_Phase"/>

</owl:Class>

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Figura 292. Trecho de código relativo ao mapeamento de relações do tipo formal

da OntoUML para OWL DL.

Finalmente, um terceiro exemplo de relacionamento (representado na Figura 33)

diz respeito às relações do tipo material (Material Relations), também previamente

descritas na Seção 3.3 do Capítulo 3. Este tipo de relacionamento depende de uma

entidade interventora para existir como, por exemplo, o relacionamento entre a classe

workflow concreto (ovo:Concrete_Workflow) e o pesquisador que desempenha o papel

de executor do workflow (classe ovo:Executor) é relacionalmente dependente de uma

terceira entidade, isto é, de uma execução (classe ovo:Workflow_Run).

No código OWL, é possível verificar que este tipo de relacionamento é

codificado através de um número de propriedades do tipo intersection entre as três

classes, a saber: ovo:hasConcreteWorkflow, ovo:hasWorkflowCode e

ovo:hasWorkflowRun.

<owl:Class rdf:about="#Concrete_Activity"><owl:equivalentClass>

<owl:Restriction><owl:onProperty rdf:resource="#hasTriggeredBy"/><owl:onClass rdf:resource="#Concrete_Activity"/><owl:minQualifiedCardinality rdf:datatype="&xsd;nonNegativeInteger">1</owl:minQualifiedCardinality>

</owl:Restriction></owl:equivalentClass><owl:equivalentClass>

<owl:Class><owl:intersectionOf rdf:parseType="Collection">

<owl:Restriction><owl:onProperty rdf:resource="#hasConcreteWorkflow"/><owl:someValuesFrom rdf:resource="#Concrete_Activity"/>

</owl:Restriction><owl:Restriction>

<owl:onProperty rdf:resource="#hasConcreteWorkflow"/><owl:onClass rdf:resource="#Concrete_Activity"/><owl:minQualifiedCardinality rdf:datatype="&xsd;nonNegativeInteger">1</owl:minQualifiedCardinality>

</owl:Restriction></owl:intersectionOf>

</owl:Class></owl:equivalentClass><rdfs:subClassOf rdf:resource="#Execution_Phase"/>

</owl:Class>

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146

Figura 303. Trecho de código relativo a uma parte do mapeamento de relações do

tipo Material Relators para OWL.

7.4 - Mapeamento entre registros e triplas

Esta seção relata um segundo nível de mapeamento. Ela relata o processo de

mapeamento entre as classes da ontologia OvO, previamente representadas em OWL, e

a base de dados relacional de descritores de proveniência de experimentos científicos.

Nesta seção também são utilizados exemplos para representar os elementos envolvidos

na codificação.

A plataforma D2R (BIZER et al., 2011) é baseada em API do sistema Jena (HP

Labs, 2011), que permite o processamento de aplicações de Web Semântica por

<owl:Class rdf:about="#Concrete_Workflow"><owl:equivalentClass>

<owl:Restriction><owl:onProperty rdf:resource="#hasWorkflowRun"/><owl:onClass rdf:resource="#Executor"/><owl:minQualifiedCardinality rdf:datatype="&xsd;nonNegativeInteger">1

</owl:minQualifiedCardinality></owl:Restriction>

</owl:equivalentClass><owl:equivalentClass>

<owl:Class><owl:intersectionOfrdf:parseType="Collection">

<owl:Restriction><owl:onProperty rdf:resource="#hasWorkflowRun"/><owl:someValuesFrom rdf:resource="#Execution_Session"/>

</owl:Restriction><owl:Restriction>

<owl:onProperty rdf:resource="#hasWorkflowRun"/><owl:onClass rdf:resource="#Execution_Session"/><owl:minQualifiedCardinality rdf:datatype="&xsd;nonNegativeInteger">1

</owl:minQualifiedCardinality></owl:Restriction>

</owl:intersectionOf></owl:Class>

</owl:equivalentClass><rdfs:subClassOf rdf:resource="#Execution_Phase"/>

<owl:disjointWith rdf:resource="#Workflow"/></owl:Class>

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intermédio de inferência sobre os dados semânticos armazenados sob a forma de triplas

RDF. Dentre as principais funcionalidades desta plataforma, destaca-se a capacidade de

manipulação de dados em RDF e o suporte para RDFS e OWL. Através do servidor

D2R e do navegador SNORQL é possível processar as consultas descritas na linguagem

SPARQL (CLARK et al., 2011).

No entanto, para que consultas sejam processadas faz-se necessário desenvolver

um segundo nível de mapeamento. Ou seja, é mandatório criar mapeamentos entre as

classes e propriedade da ontologia e os elementos do esquema relacional proposto na

arquitetura Matrioshka. A codificação dos mapeamentos é materializada através da

linguagem D2RQ, um dialeto XML que permite estabelecer o mapeamento entre

estruturas relacionais e classes de uma ontologia descrita em OWL. Em linhas gerais,

este tipo de mapeamento associa as tabelas do banco de dados relacional com as classes

da ontologia e os atributos com as suas propriedades. Isso permite que os registros do

banco de dados sejam mapeados como um conjunto de triplas RDF.

Resumidamente, o mapeamento entre a ontologia OvO e o banco de dados de

descritores de proveniência é composto por três etapas.

Na primeira etapa, representada na Figura 34, se define na linguagem D2RQ a

conexão através de driver JDBC padrão entre a plataforma D2R e o banco de dados de

proveniência armazenado no SGBD relacional mySQL.

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Figura 314. Definição da conexão do banco de dados da Arquitetura Matriohska

com o servidor D2RQ.

Na segunda etapa definem-se as entidades e as propriedades que serão utilizadas

para a realização das consultas.

A Figura 35 exemplifica o mapeamento entre a classe ovo:Concrete_Workflow,

originalmente prevista na subontologia de proveniência retrospectiva da OvO, e a tabela

matri_workflow_concrete disponibilizada pela arquitetura Matriohska. Através da

Figura 35 é possível verificar que cada atributo da tabela está associado a uma

propriedade da ontologia, por exemplo, o atributo Name (nome do workflow concreto)

da tabela matri_workflow_concrete foi mapeado como a propriedade

ovo:concrete_workflow_name. Este mapeamento é posteriormente explorado nas

consultas codificadas em SPARQL.

Por fim, na terceira e última etapa do processo de mapeamento, definem-se os

relacionamentos entre as classes da ontologia e suas propriedades. Os relacionamentos

suportados pela D2RQ podem ser do tipo 1:N ou N:M.

@prefix map: <file:/Users/richard/D2RQ/workspace/D2RQ/doc/example/mapping-iswc.n3#> .@prefix vocab: <vocab/> .@prefix rdf: <http://www.w3.org/1999/02/22-rdf-syntax-ns#> .@prefix rdfs: <http://www.w3.org/2000/01/rdf-schema#> .@prefix owl: <http://www.w3.org/2002/07/owl#> .@prefix xsd: <http://www.w3.org/2001/XMLSchema#> .@prefix d2rq: <http://www.wiwiss.fu-berlin.de/suhl/bizer/D2RQ/0.1#> .@prefix dc: <http://purl.org/dc/elements/1.1/> .@prefix dcterms: <http://purl.org/dc/terms/> .@prefix foaf: <http://xmlns.com/foaf/0.1/> .@prefix skos: <http://www.w3.org/2004/02/skos/core#> .@prefix iswc: <http://annotation.semanticweb.org/iswc/iswc.daml#> .@prefix vcard: <http://www.w3.org/2001/vcard-rdf/3.0#> .@prefix jdbc: <http://d2rq.org/terms/jdbc/> .@prefix ovo: <http://www.matrioshka.com.br/ontologies/ovo.owl>.

### CONECTANDO NO BANCO ############################################################map:database a d2rq:Database;

d2rq:jdbcDriver "com.mysql.jdbc.Driver";d2rq:jdbcDSN "jdbc:mysql://127.0.0.1/matrioshka4?autoReconnect=true";d2rq:username "root";d2rq:password "pedrocao"; jdbc:keepAlive "3600"; . # sends noop-query every 3600 seconds

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Figura 325. Mapeamento. entre a classe Concrete Workflow da OvO e a tabela

Project da arquitetura Matriohska.

A Figura 36 ilustra o mapeamento do tipo de relacionamento 1:N entre as

classes ovo:Person e ovo:Project. O relacionamento é materializado sob a forma de

uma junção do tipo equijoin envolvendo as tabelas matri_person e matri_institution por

intermédio do atributo InstitutionId e representado através da propriedade

ovo:hasProject. A propriedade ovo:hasProject foi previamente modelada entre as

classes Person e Organization da ontologia OvO.

### MAPEANDO A TABELA WORKFLOW_CONCRETE ############################################ matri_workflow_concrete (WfID, Name, SGWfC, creationDate, executionDate, WfAbsID, WfVtID)## a tabela matri_workflow_concrete representa o conceito Concrete_Workflow da OvO

map:Concrete_Workflow a d2rq:ClassMap;d2rq:dataStorage map:database;d2rq:uriPattern "matri_workflow_concrete/@@matri_workflow_concrete.WfID@@";d2rq:class ovo:Concrete_Workflow;.

map:Concrete_Workflow_Name a d2rq:PropertyBridge;d2rq:belongsToClassMap map:Concrete_Workflow;d2rq:property ovo:concrete_workflow_name;d2rq:column "matri_workflow_concrete.Name";

.map:Concrete_Workflow_SGWfC a d2rq:PropertyBridge;

d2rq:belongsToClassMap map:Concrete_Workflow;d2rq:property ovo:concrete_workflow_sgwfc;d2rq:column "matri_workflow_concrete.SGWfC";

. map:Concrete_Workflow_CreationDate a d2rq:PropertyBridge;

d2rq:belongsToClassMap map:Concrete_Workflow;d2rq:property ovo:concrete_workflow_creationdate;d2rq:column "matri_workflow_concrete.creationDate";d2rq:datatype xsd:dateTime;d2rq:condition "matri_project.StartTime != '0000'";

.map:Concrete_Workflow_ExecutionDate a d2rq:PropertyBridge;

d2rq:belongsToClassMap map:Concrete_Workflow;d2rq:property ovo:concrete_workflow_executiondate;d2rq:column "matri_workflow_concrete.executionDate";d2rq:datatype xsd:dateTime;d2rq:condition "matri_project.StartTime != '0000'";.

map:Concrete_Workflow_WfAbsID a d2rq:PropertyBridge;d2rq:belongsToClassMap map:Concrete_Workflow;d2rq:property ovo:concrete_workflow_wfabsid;d2rq:column "matri_workflow_concrete.WfAbsID";

. map:Concrete_Workflow_WfVtID a d2rq:PropertyBridge;

d2rq:belongsToClassMap map:Concrete_Workflow;d2rq:property ovo:concrete_workflow_wfvtid;d2rq:column "matri_workflow_concrete.WfVtID";

.

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150

Figura 336. Mapeamento do tipo 1:N entre as Classes Person e Organization da

OvO e tabelas correspondentes da Matriohska através da propriedade hasProject.

A Figura 37 apresenta o mapeamento do tipo de relacionamento N:M entre as

classes ovo:Abstract_Workflow e ovo:Concrete_Workflow. O relacionamento é

materializado sob a forma de duas operações de junção envolvendo três tabelas:

matri_experiment, matri_researcher_workflow_abstract_concrete e

matri_workflow_concrete por intermédio dos atributos de junção (ExperimentID e

WfID). O relacionamento entre as três tabelas é representado por uma única propriedade

da ontologia OvO entre as classes Abstract_Workflow e Concrete_Workflow. Neste

caso, a propriedade chama-se ovo:hasConcreteWorkflow.

Figura 34. Mapeamento do tipo M:N entre as Classes Abstract_Workflow e

Concrete_Workflow da OvO e tabelas correspondentes da Matriohska através da

propriedade hasConcreteWorkflow.

7.5 – Considerações Finais

Neste capítulo foram tratadas as questões relativas à implementação da

arquitetura Matriohska no ambiente de nuvens. Além disso, foi discutida a importância

de investigar os dois níveis de mapeamentos necessários para explorar semanticamente

os descritores de proveniência de experimentos científicos. No primeiro nível,

transformou-se o modelo conceitual da OvO em uma ontologia baseada em OWL. No

### OVO ### MAPEAMENTO 1:n TABELA matri_researcher x matri_project ############################# as tabelas matri_reseracher e matri_project representam, respectivamente, os conceitos Person e Project da OvO

map:researcher_organization a d2rq:PropertyBridge;d2rq:belongsToClassMap map:Person; # (Map ovo.Person - ovo.Organization)d2rq:property ovo:hasProject; d2rq:refersToClassMap map:Organization;d2rq:join "matri_person.InstitutionID = matri_institution.InstitutionID";.

### OVO ### MAPEAMENTO n:m matri_workflow_abstract x matri_workflow_concrete ######################## as tabelas matri_workflow_abstract e matri_workflow_concrete representam, respectivamente, os conceitos Abstract_Workflow e Concrete_Workflow da OvO

map:wfabstract_wfconcrete a d2rq:PropertyBridge;d2rq:belongsToClassMap map:Abstract_Workflow; d2rq:property ovo:hasConcreteWorkflow;d2rq:refersToClassMap map:Concrete_Workflow;d2rq:join "matri_experiment.ExperimentID = matri_researcher_workflow_abstract_concrete.WfAbsID";d2rq:join "matri_person_workflow_abstract_concrete.WfID = matri_workflow_concrete.WfID";.

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151

segundo nível, codificou-se, na linguagem D2RQ, a associação entre tabelas e atributos

e as classes e propriedades da ontologia obtida anteriormente.

Inicialmente foi relatada a importância de traduzir coerentemente os conceitos

das ontologias baseadas em linguagem ontológica para linguagens epistemológicas.

Esta primeira fase de mapeamentos é fundamental, pois as linguagens de nível

ontológico ainda não são computacionalmente tratáveis. Ressalta-se que até o momento

inexistem ferramentas que façam a tradução automatizada dos modelos conceituais

utilizados para representar ontologias de domínio baseadas na UFO para a linguagem

OWL. Por esse motivo, foram realizadas transcrições manuais e essas transcrições que

tiveram como fundamentação teórica as diretrizes de mapeamento estabelecidas por

ZAMBORLINI (2011). É importante ressaltar que esta faceta da pesquisa ainda

demanda maiores aprofundamentos.

Um segundo nível de mapeamentos fez-se necessário, materializado através da

adoção da plataforma D2R que mostrou-se madura e eficaz, permitindo a

implementação de diversos tipos de associações entre os descritores de proveniência

coletados pela Matriohska e as classes e propriedades da ontologia OvO sem a

necessidade de conversões adicionais sobre o modelo disponibilizado na arquitetura

Matriohska. Adicionalmente, a plataforma D2R também permite a elaboração de

consultas sobre o banco de dados usando a linguagem SPARQL.

A plataforma D2R não é a única que possibilita este segundo nível de

mapeamentos. Por exemplo, as ferramentas Triplify (AUER et al., 2009) e Virtuoso

(ERLING, MIKHAILOV, 2009) também permitem que estabeleçam-se mapeamentos

entre tuplas e triplas, porém com diferentes graus de cobertura. Essas ferramentas

apresentam diferenças tecnológicas importantes. A primeira ferramenta não suporta

SPARQL como linguagem de consulta das triplas, demanda o uso de um complexo

dialeto SQL como linguagem de mapeamento. A segunda ferramenta oferece

armazenamento nativo RDF, suporta consultas SPARQL, porém demanda um complexo

esquema de mapeamento para a criação de quádruplas que envolvem as triplas

propriamente ditas, formatos especiais, nodos e literais.

Os experimentos baseados em consultas sobre os descritores de proveniência

serão explorados no próximo capítulo.

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Capítulo 8 – Estudo de Caso: Consultas Sobre Descritores de

Proveniência de Experimentos Científicos

Este capítulo discute os resultados dos experimentos desta tese materializados

sob a forma de consultas baseadas nas classes da ontologia OvO e nos mapeamentos

descritos nos capítulos anteriores. As consultas têm como função avaliar estes dois

pilares e ainda recuperar descritores de proveniência de diversas granulosidades que

foram previamente coletados pela arquitetura Matriohska ao executar o fragmento do

workflow OrthoSearch na nuvem da Amazon.

Os experimentos considerados neste capítulo representam apenas uma fração do

subconjunto original de consultas previamente definidas pelos pesquisadores que

utilizam o workflow OrthoSearch. As consultas são realizadas como parte dos testes da

cobertura das classes da ontologia OvO. No total foram realizados mais de 20

experimentos envolvendo consultas SPARQL.

Os experimentos, representados sob a forma de consultas, são considerados os

mais significativos e são caracterizados de acordo com três grupos distintos de consultas

que levam em consideração os diferentes tipos e granulosidades dos descritores de

proveniência associados com as classes da ontologia OvO. As três categorias são:

1. Experimentos envolvendo descritores de proveniência retrospectiva;

2. Experimentos envolvendo descritores de proveniência prospectiva;

3. Experimentos envolvendo descritores de proveniência retrospectiva e

prospectiva simultaneamente.

Os experimentos foram executados utilizando uma versão local do SGBD

MySQL versão 5.1.50-community instalado em um notebook com processador Intel

Dual Core 2 DUO de 2.4 GHz e 4GB de memória principal executando o sistema

operacional Windows Vista Home na versão 32 bits.

Conforme discutido no Capítulo 7, a abordagem adotada para realizar consultas

utiliza a linguagem SPARQL, uma linguagem específica para construir consultas sobre

bases de dados de triplas RDF. De modo geral, as consultas SPARQL são consideradas

de baixo nível. Isto é, para codificar as consultas é necessário conhecer não só a base de

dados RDF como também a ontologia sob a qual os dados estão mapeados.

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153

De modo geral, consultas SPARQL são compostas por uma série de triplas onde

cada tripla possui formato <Assunto, Propriedade, Objeto>. Cada um destes

constituintes pode ser uma variável. Por exemplo, <?x, hasProgrammer, ortho.vt> é

uma tripla onde ?x é uma variável livre, hasProgrammer é uma propriedade expressa na

ontologia (no caso, a ontologia OvO) e ortho.vt um objeto armazenado na base de

dados, cujo valor foi capturado pelos módulos da arquitetura Matriohska. Neste tipo de

consulta, um grafo padrão é utilizado para localizar outros sub-grafos existentes na base

de dados RDF e o valor da variável ?x é substituído, resultando em triplas que

obedeçam esta lei de formação. Porém, se a substituição não for realizada com sucesso,

nenhum resultado será retornado.

A Figura 38 é uma abstração que ilustra os diversos elementos que estão por trás

de uma consulta. Isto é, ela representa a infra-estrutura necessária ao processamento da

consulta, além das associações dos conceitos da ontologia OvO e os descritores de

proveniência em seus ambientes. A Figura 38 é composta por vários itens (de (a) até

(e´)) que representam as etapas e os mapeamentos necessários para o processamento das

consultas.

Neste exemplo dispõe-se de uma sequência de itens realizados. No item (a)

temos a expressão da consulta em linguagem natural concebida pelo pesquisador que

deseja explorar os descritores de proveniência relacionados ao seu experimento, a

consulta é convertida para a linguagem SPARQL para que possa ser inferida pelo

servidor D2R. No item (b) tem-se a representação da consulta em SPARQL (por

exemplo, consulta 1) na interface de consulta da plataforma D2RQ; as consultas podem

relacionar uma ou mais classes da ontologia OvO. O item (c) representa as classes e

propriedades da ontologia OvO previamente descritas em OWL.

Os itens (d), (e) e (e´) estão conectados no nível lógico (a representação gráfica

desta conexão utiliza linhas pontilhadas). Esses itens representam a associação dos

elementos geradores de descritores de proveniência prospectiva ou retrospectiva

(previamente mapeados pelo item (c)) com as classes da OvO. O item (d) representa as

atividades concretas (ManifestoMafft e DispatcherMaff) do workflow concreto

OrthoSearch que efetivamente participaram da produção dos artefatos indicados na

consulta. O item (e) representa a atividade MAFFT instanciada em uma máquina virtual

da nuvem disponibilizada pela EC2 da Amazon. Por fim, o item (e´) indica o workflow

abstrato equivalente idealizado na etapa de concepção do ciclo de vida do experimento.

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154

As demais consultas deste capítulo obedecem a uma lógica semelhante,

variando-se os mapeamentos/classes necessárias.

Figura 35. A ontologia OvO em conexão com a infra-estrtura de consulta e de

coleta de descritores de proveniência

Ressaltamos que as consultas SPARQL discutidas neste capítulo serão

representadas diretamente na interface SNORQL. A interface SNORQL faz parte do

pacote D2RQ e não só permite codificar consultas, como também navegar em

descritores semanticamente relacionados e visualizar os resultados das consultas. Por

questões de praticidade na leitura, optou-se por exprimir os resultados das consultas sob

a forma de triplas RDF em estruturas tabulares.

8.1 – Experimentos envolvendo descritores de proveniência

retrospectiva

As consultas desta categoria têm como objetivo recuperar descritores de

proveniência produzidos ao longo da etapa de execução do experimento (etapa de

Atividade concretaMAFFT

Amazon EC2Saída deMAFFT

Recuperartodos os atributosdo arquivo de saída denome COG0039

SELECT DISTINCT ?FileName ?FileType ?FileExtension ?FilePath?FileCreationDate WHERE {?cwf rdf:type ovo:Artifact.?cwf ovo:artifact_name ?FileName. ?cwf ovo:artifact_filetype ?FileType.?cwf ovo:artifact_extension ?FileExtension.?cwf ovo:artifact_path ?FilePath.?cwf ovo:artifact_creationdate ?FileCreationDate.FILTER (?FileType = "O" && ?FileName = "COG0039")

}

b

a

d

e

Atividade abstrata MAFFT

e’

SPARQL

c

D2RQ

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155

execução do ciclo de vida). As consultas serão discutidas por ordem crescente de

complexidade.

Por motivos de clareza, os códigos SPARQL utilizados na execução de

consultas bem como os resultados das inferências estão representados sob a forma de

figuras que foram capturadas diretamente da interface SNORQL.

8.1.1 – Consulta 1

O experimento tem por objetivo recuperar descritores de proveniência

retrospectiva de granulosidade fina produzidos durante a etapa de execução do ciclo de

vida do experimento e que estejam correlacionados com uma única classe estereotipada

como sortal rígido na ontologia OvO.

Consulta 1: Recuperar todos os atributos do arquivo de saída de nome

COG0039.

A consulta 1, ilustrada na Figura 39, envolve uma única classe da ontologia

OvO: ovo:Artifact.

A função desta primeira consulta é mostrar que é viável utilizar uma única classe

da ontologia OvO para recuperar os descritores de proveniência a ela relacionados.

Nesta consulta, a classe deve representar um elemento da categoria dos universais que

possua o princípio da identidade único. Neste caso utilizou-se a classe ovo:Artifact que

foi mapeada através do estereótipo de <<Kind>> da UFO.

Nesta consulta foram associados os atributos de arquivos capturados pela

arquitetura Matriohska durante uma execução de um workflow concreto OrthoSearch.

Este tipo de consulta beneficia-se de características intrínsecas da UFO e que foram

utilizadas na modelagem da subontologia de proveniência retrospectiva. Ou seja, ao

modelar o conceito Artefato como sendo um sortal rígido, explicitou-se a existência do

princípio da identidade para cada arquivo manipulado pelo workflow concreto.

A consulta 1 envolve exclusivamente descritores de proveniência retrospectiva.

Neste caso não foi utilizado nenhum tipo de relacionamento entre as demais classes da

ontologia, isto é, os descritores de proveniência dos artefatos (nome do arquivo, tipo do

arquivo, extensão do arquivo, e data de criação) são recuperados por inferência direta.

A consulta 1 utiliza duas condições de filtragem expostas na cláusula FILTER:

nome do arquivo filtro (―COG0039‖) e marcação como arquivo de saída (―O‖) de uma

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156

atividade. Se essas condições fossem suprimidas, todos os arquivos presentes na base de

dados seriam exibidos. Em termos práticos esta consulta permite que um pesquisador

recupere informações de proveniência de um arquivo específico que seja de interesse da

sua pesquisa

Figura 36. Consulta sobre descritores de proveniência retrospectiva envolvendo

apenas um sortal rígido.

8.1.2 – Consulta 2

O experimento tem por objetivo recuperar descritores de proveniência

retrospectiva de granulosidade fina produzidos durante a etapa de execução do ciclo de

vida do experimento e que estejam correlacionados mais de uma classe do tipo sortal da

ontologia OvO.

Consulta 2: Recuperar todas as atividades concretas de um workflow concreto

denominado ―ortho.vt‖

Esta consulta evidencia uma característica central da UFO, correlacionando-se

dois tipos distintos de sortais. Neste caso foram utilizadas a classe

ovo:Concrete_Workflow, mapeada como um <<SubKind>>, e a classe

ovo:Concrete_Activit,y mapeada como um <<Kind>>. Essa correlação é possível, pois

as duas classes possuem princípios de identidade originados de classes distintas. Na

primeira a identidade foi herdada da classe ovo:Workflow e a segunda possui princípio

Consulta 1

Resultado

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157

de identidade próprio. Além disso, foram correlacionados os descritores de arquivos

capturados pela arquitetura Matriohska durante a execução de uma instância do

workflow concreto denominada ortho.vt.

A natureza desta consulta requer a adoção de mapeamento do tipo

relacionamentos. A consulta 2, representada na Figura 40, utiliza a propriedade

ovo:hasConcreteWorkflow, definida como um relacionamento entre duas classes da

ontologia OvO a saber: ovo:Concrete_Workflow e ovo:Concrete_Activity.

Essa consulta recupera exclusivamente descritores de proveniência

retrospectiva. No entanto, é capaz de ser ampliada, podendo recuperar quaisquer

descritores relacionados com essas duas classes, isto é, os descritores associados tanto

ao workflow concreto (nome do workflow concreto, SGWfC, data de criação e última

data de execução) quanto às atividades concretas que o compõem (nome da atividade,

caminho de localização do programa e sua versão, data de instalação, entre outros).

Em termos práticos, essa consulta permite que um pesquisador recupere a lista

de todos os nomes dos programas que estão mapeados como atividades concretas do

workflow indicado na cláusula FILTER.

Figura 370. Consulta sobre descritores de proveniência retrospectiva envolvendo

relacionamentos entre sortais rígidos.

Consulta 2

Resultado

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158

8.1.3 – Consulta 3

O experimento 3 tem por objetivo recuperar descritores de proveniência

retrospectiva de granulosidade fina correlacionando conceitos mapeados sob a forma de

relações materiais e sortais rígidos da ontologia OvO.

Consulta 3: Recuperar, por ordem ascendente dos identificadores de execução

das instâncias dos workflows concretos, as datas e horas de início e término, nomes dos

workflows concretos e nome dos pesquisadores que desempenham o papel Executor,

bem como o nome de todas as atividades concretas associadas a todas as instâncias de

workflows que foram executados e que não terminaram com erro.

A consulta 3, ilustrada na Figura 41, é uma consulta complexa, que opera sobre

descritores representados por categorias universais da UFO ontologicamente distintas.

Foram utilizadas as classes: ovo:WorkflowRun, representada sob o estereótipo de uma

relação material do tipo <<Relator>>; a classe ovo:Concrete_Workflow mapeada sob a

forma de um sortal rígido do tipo <<SubKind>> e a classe ovo:Executor representando

um papel e mapeada como um sortal anti-rígido do tipo <<Role>>.

Diferentemente das consultas anteriores, a consulta 3 explicita a relação pré-

existente entre workflows concretos, sua execução e o pesquisador que desempenhou o

papel de executor. Ela implementa um associação do tipo material , representada na

Figura 21. Por esse motivo essa consulta demanda relacionamentos múltiplos. No

entanto, como as demais consultas desta seção, ela envolve apenas descritores de

proveniência retrospectiva coletados pela Matriohska.

Além das três classes, a consulta 3 também requer a adoção de quatro

propriedades da OvO: ovo:hasExecution, ovo:hasConcreteWorkflow, ovo:hasExecutor

e ovo:hasControl.

A propriedade ovo:hasExecution representa a associação do tipo <<mediation>>

entre o sortal rígido Concrete_Workflow e o relator Workflow_Run. A propriedade

ovo:hasControl indica a associação entre Executor sortal anti-rígido do tipo <<Role>> e

o relator. Por sua vez, a propriedade ovo:hasExecutor materializa o relacionamento

existente entre o <<Role>>, i.e., o papel desempenhado pelo Executor e, o sortal rígido

Concrete_Workflow do tipo <<Kind>>. Neste caso ovo:hasConcreteWorkflow permite a

associação entre um workflow concreto e atividades concretas com o compõem.

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159

Em termos práticos este tipo de consulta é importante, pois permite que os

pesquisadores acompanhem as execuções individualizadas de cada workflow concreto e,

ao mesmo tempo, associem suas atividades concretas. Neste experimento foi

condicionado que a execução correta de um workflow concreto qualquer possui datas e

horas distintas.

Figura 38. Consulta sobre descritores de proveniência retrospectiva envolvendo

relações sortais rígidos, anti-rígidos e relações.

8.2 – Experimentos envolvendo descritores de proveniência

prospectiva

As consultas representadas nesta seção têm por objetivo recuperar descritores de

proveniência prospectiva. Em termos sintáticos as consultas de proveniência

prospectiva são muito parecidas com as consultas apresentadas na seção anterior. No

entanto, semanticamente elas são diferenciadas uma vez que elas operam sobre classes

que representam descritores coletados em momentos anteriores à execução dos

workflows científicos, isto é, as consultas de proveniência prospectiva operam sobre

classe de descritores associados com a etapa de composição do ciclo de vida dos

experimentos científicos em larga escala.

Assim como foi representado na seção anterior, os códigos SPARQL utilizados

na execução de consultas e os resultados das inferências estão representados sob a

forma de figuras coletadas diretamente da interface SNORQL.

Consulta3

Resultado

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160

8.2.1 – Consulta 4

O experimento 4 tem por objetivo recuperar descritores de proveniência

prospectiva de granulosidade grossa correlacionados com tipos sortais e que

representem elementos da etapa de composição do experimento científico em larga

escala.

Consulta 4: Recuperar todas as organizações e laboratórios de pesquisa que

participaram dos experimentos científicos que estejam relacionadas com o projeto

―Matriohska‖ e cujo sítio do projeto contenha a palavra ―biowebdb‖.

A consulta 4, ilustrada na Figura 42, opera sobre categorias mapeadas como

sortais do tipo rígido com princípios de identidade próprios. As quatro classes

envolvidas na consulta estão mapeadas com o estereótipo <<Kind>> da UFO:

ovo:Laboratory, ovo:Experiment, ovo:Laboratory e ovo:Project. Além das classes, a

consulta também requer duas propriedades da OvO, a saber: ovo:hasLaboratory e

ovo:hasProjectConceivedBy. Diferentemente das consultas anteriores, esta se utiliza

somente de descritores coletados exclusivamente durante a fase de composição do

experimento. Neste caso, os descritores de proveniência recuperados têm suas origens

associadas aos dados que foram repassados para o ambiente de nuvem através dos

arquivos de manifesto de experimento. Em termos práticos este tipo de consulta é

importante, pois permite que os pesquisadores recuperem informações sobre o

experimento propriamente dito.

Figura 39. Consulta sobre descritores de proveniência prospectiva envolvendo

sortais do tipo <<Kind>>.

Consulta 4 Re

su

ltad

o

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161

8.2.2 – Consulta 5

O experimento 5 tem por objetivo recuperar descritores de proveniência

prospectiva de granulosidade grossa correlacionados com classes rotuladas sob tipos

distintos de sortais (no caso, sortais rígidos e anti-rígidos). Esta consulta permite

recuperar proveniência prospectiva de classes identificadas por princípios de identidade

distintos. Isto é, um projeto é um sortal rígido unicamente identificado, enquanto que os

papéis desempenhados pelos diversos agentes envolvidos na condução do experimento

científico não possuem princípios de identidade próprios, sendo herdados do conceito

pessoa.

Consulta 5: Recuperar todas as organizações de pesquisa e os nomes de todos

pesquisadores que tenham desempenhado os papéis de coordenadores, arquitetos e

programadores que tenham participado do projeto de pesquisa denominado

―Matriohska‖.

A consulta 5, representada na Figura 43, atua exclusivamente sobre descritores

de proveniência prospectiva. Neste caso, busca-se explorar as características da

modelagem da OvO que permite explicitar os diferentes papéis desempenhados pelos

pesquisadores ao longo do ciclo de vida de um experimento. Para explorar esta faceta

utilizaram-se as seis classes da ontologia: ovo:Person, ovo:Project, ovo:Programmer,

ovo:Architect, ovo:Coordinator e ovo:Organization.

A consulta 5 explicita a separação dos diversos papéis preconizada pela

ontologia OvO. Neste caso os pesquisadores desempenham ao longo do ciclo de vida de

um experimento científico um ou mais papéis. A consulta utiliza cinco propriedades da

OvO: ovo:hasProjectConceivedBy, ovo:hasProgrammer, ovo:hasProject,

ovo:hasArchitect, ovo:hasCoordinator.

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162

Figura 403. Consulta sobre descritores de proveniência prospectiva envolvendo

sortais do tipo <<Kind>> e <<Role>>.

8.3 – Experimentos envolvendo descritores de proveniência

prospectiva e retrospectiva

As consultas relacionadas com essa categoria têm por objetivo recuperar

conjuntamente os descritores de proveniência fina e grossa (retrospectiva e prospectiva

respectivamente). As consultas serão apresentadas por ordem crescente de

complexidade e as classes e propriedades utilizadas estão associadas às etapas de

composição e execução do ciclo de vida dos experimentos científicos em larga escala.

Em termos práticos as consultas dessa categoria são importantes por permitirem

que os pesquisadores associem descritores de proveniência que foram produzidos ao

longo de diferentes etapas do ciclo de vida do experimento científico. Estas representam

um diferencial em relação aos demais sistemas de proveniência, pois evidenciam a

capacidade da Matriohska de coletar dados de etapas distintas do ciclo de vida de

experimentos científicos em larga escala.

8.3.1 – Consulta 6

Este experimento tem por objetivo recuperar descritores de proveniência

prospectiva e retrospectiva de granulosidade distintas correlacionando informações

Consulta 5

Resultado

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163

sobre classes rotuladas como sortais rígidos da UFO utilizados no mapeamento entre as

classes de workflows concretos e abstratos.

Consulta 6: Selecionar todos os workflows concretos e suas datas de execução

que foram executados sob o controle do SGWfC ―VisTrails‖, além disso, correlacioná-

los com todas as suas atividades concretas e as suas respectivas definições de workflows

e atividades abstratas.

Diferentemente das consultas anteriores, a consulta 6 está diretamente

relacionada com a modelagem conceitual da subontologia de proveniência prospectiva

ilustrada na Figura 44. A consulta opera sobre descritores de proveniência prospectiva e

retrospectiva. Neste caso, utilizaram-se quatro classes: ovo:Concrete_Workflow,

ovo:Concrete_Activity, (classes relacionadas com proveniência retrospectiva)

ovo:Abstract_Workflow, e ovo:Abstract_Activity (classes relacionadas com

proveniência prospectiva) além de quatro propriedades da ontologia, a saber:

ovo:hasConcreteWorkflow, ovo:hasAbstractWorkflow, ovo:hasAbstractActivity e

ovo:hasActivity.

A consulta 6 requer a utilização de muitas propriedades que não só garantem as

associações entre as classes como também evidenciam a importância da modelagem

adotada pela subontologia de proveniência prospectiva (representada na Figura 20). Este

experimento corrobora não só a importância da separação dos dois níveis de abstração

distintos (concreto e abstrato) entre os workflows e seus constituintes, como também

correlaciona descritores que foram produzidos ao longo de diferentes etapas do ciclo de

vida dos experimentos científicos em larga escala.

Por fim, esta consulta recupera descritores de proveniência que foram

submetidos ao banco de dados através dos manifestos de experimento, atividade e de

configuração.

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164

Figura 414. Consulta sobre descritores de proveniência retrospectiva e prospectiva

envolvendo sortais rígidos e anti-rígidos.

8.3.2 – Consulta 7

O experimento 7 tem por objetivo recuperar descritores de proveniência

prospectiva e retrospectiva, no entanto, correlacionando informações sobre sortais

rígidos e anti-rígidos da UFO.

Consulta 7: Selecionar todas as imagens de máquinas virtuais, suas instâncias,

endereços lógicos e o nome do programador envolvidos na produção de artefatos pela

atividade concreta de nome ―mafft‖.

A consulta 7, representada na Figura 45, opera sobre descritores de proveniência

coletados diretamente do ambiente de nuvem, evidenciando a separação lógica entre as

camadas de recursos virtuais da nuvem e de aplicação relatadas no Capítulo 6. Além

disso, a consulta também permite que se explicite a associação existente entre o papel

desempenhado pelo pesquisador com os artefatos produzidos por uma determinada

atividade concreta do workflow. Esta consulta ilustra a correlação de classes de

proveniência prospectiva e retrospectiva discutidas na Seção 5.2.2 do Capítulo 5.

A consulta 7 requer o uso de cinco classes (ovo:Instance, ovo:Image,

ovo:Concrete_Activity, ovo:Artifact e ovo:Program) e quatro propriedades, a saber:

ovo:hasInstance, ovo:hasProgram ovo:hasProduced e ovo:hasImplementation.

Consulta 6 Re

su

ltad

o

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165

Figura 425. Consulta sobre descritores de proveniência retrospectiva e prospectiva

envolvendo sortais do tipo <<Kind>> e <<Role>>.

8.3.3 – Consulta 8

Este experimento também tem por objetivo recuperar descritores de

proveniência prospectiva e retrospectiva com granulosidade fina, porém

correlacionando informações somente sobre sortais rígidos.

Consulta 8: Selecionar a hipótese, os workflows abstratos e concretos e suas

respectivas atividades (abstratas e concretas) de um experimento científico de nome

―OrthoSearch‖ executado no dia 12/05/2011 às 10:12:12.

A consulta 8, representada na Figura 46, é mais uma consulta que atua sobre

descritores de proveniência prospectiva e retrospectiva. Neste caso, utilizaram-se as

categorias mapeadas exclusivamente como sortais rígidos que envolvem descritores

coletados diretamente do ambiente de nuvem durante a execução de um workflow

concreto. A consulta permite que se recuperem dados acerca de um determinado

experimento apenas informando a data de execução do workflow concreto.

A consulta 8 envolve as quatro classes da ontologia OvO (ovo:Experiment,

ovo:Concrete_Activity, ovo:Abstract_Workflow e ovo:Concrete_Workflow) e apenas

duas propriedades (ovo:hasAbstractWorkflow e ovo:hasAbstractActivity). A consulta,

no entanto, possibilita que se associem diretamente descritores do experimento com

diferentes execuções de um workflow concreto executado em um horário pré-

determinado.

Consulta 7

Resultado

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166

Esta consulta recupera descritores de proveniência que foram submetidos ao

banco de dados através do manifesto de experimento, atividades e de setup.

Em termos práticos este tipo de consulta é importante, pois permite que os

pesquisadores recuperem as execuções individualizadas de cada workflow concreto e, ao

mesmo tempo, correlacionando atividades concretas, abstratas e descritores sobre o

experimento propriamente dito. Neste experimento foram filtrados, através da cláusula

FILTER, somente os workflows concretos que tenham sido executados em uma

determinada data.

Figura 43. Consulta sobre descritores de proveniência retrospectiva e prospectiva

envolvendo sortais do tipo <<Kind>>.

8.4 - Considerações Finais

Este capítulo apresentou um conjunto de experimentos que envolvem consultas

sobre descritores de proveniência de granulosidades distintas. Os resultados evidenciam

a funcionalidade da associação da ontologia OvO e o repositório de descritores de

proveniência coletados pelos módulos da arquitetura Matriohska. A seguir são

destacadas as principais conclusões.

Os experimentos evidenciam que é viável acessar descritores de proveniência de

experimentos executados em ambientes distribuídos por intermédio de consultas

baseadas na OvO.

Consulta 8

Resultado

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167

Os experimentos confirmam que é possível, não só recuperar descritores de

proveniência coletados ao longo de uma única etapa do ciclo de vida de experimentos

científicos em larga escala (por exemplo, experimentos de 1 até 5), como também é

viável correlacioná-los com os descritores de proveniência de mais de uma etapa (por

exemplo, experimentos de 6 até 8).

Os experimentos evidenciam que a ontologia OvO é capaz de suportar o

mapeamento de descritores de proveniência prospectiva e retrospectiva com diferentes

graus de granulosidade. Isto é, a granulosidade fina é representada pelas anotações

acerca do experimento científico e a granulosidade grossa registra a história da

execução do workflow e atividades concretas na nuvem.

Os experimentos indicam que a ontologia OvO pode ser utilizada em outros

domínios da ciência. No caso desta tese foram realizados experimentos científicos da

área de Bioinformática. No entanto, consultas semelhantes poderiam ser executadas em

descritores de proveniência oriundos de outros domínios, uma vez que não há

construtores específicos para bioinformática ou em especial para genômica

comparativa.

Os experimentos 6, 7 e 8 foram capazes de recuperar descritores de proveniência

associadas à sortais anti-rígidos mesmo sem explicitar tais classes. Ou seja, ao recuperar

conjuntamente descritores de proveniência prospectiva e retrospectiva em uma mesma

consulta SPARQL foi corroborada a importância da modelagem adotada através dos

estereótipos <<Phase>>, onde foram separadas formalmente as etapas do ciclo de vida

de experimentos científicos.

O Quadro 10 ilustra um resumo das correlações entre as consultas, as etapas do

ciclo de vida do experimento, os tipos de proveniência manipuladas, as subontologias

da UFO utilizadas e os estereótipos das classes trabalhados. Observa-se que somente o

primeiro experimento poderia ser executado com sucesso se tivéssemos adotado

exclusivamente o metamodelo OPM, os demais experimentos dificilmente poderiam

ser respondidos através do metamodelo. Por exemplo, as entidades OPM são

exclusivamente mapeadas como sortais rígidos <<Kind>>. Além disso, OPM não é

capaz de manipular descritores de proveniência prospectiva nem explicitar a separação

de papéis que um pesquisador pode assumir ao longo do ciclo de vida de um

experimento.

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168

Quadro 9. Correlação dos experimentos com os tipos de proveniência e

subontologias OvO utilizadas

Finalmente, é possível concluir que a escolha da abordagem de Engenharia de

Ontologias apresentada no Capítulo 5 para a modelagem da ontologia OvO como uma

ontologia de domínio mostrou-se coerente com os resultados obtidos por intermédio dos

experimentos. O domínio da proveniência de experimentos científicos em larga escala

foi inicialmente modelado sem preocupações computacionais utilizando-se apenas uma

linguagem de nível ontológico, para então ser posteriormente convertida em uma

linguagem de nível epistemológico de acordo com os requisitos da aplicação.

Consulta

Tipo de

Proveniência

Recuperada

Etapa do

ciclo de vida

do

Experimento

Sub-

Ontologia

OvO utilizada

Estereótipos

da UFO

Consulta

suportada

pela OPM

Consulta 1 Retrospectiva Execução Retrospectiva <<Kind>> SIM

Consulta 2 Retrospectiva Execução Retrospectiva<<Kind>> &

<<SubKind>NÃO

Consulta 3 Retrospectiva Execução Retrospectiva

<<Relator>>,

<<Kind>> &

<<Role>

NÃO

Consulta 4 Prospectiva Composição Experimento <<Kind>> NÃO

Consulta 5Prospectiva Composição

Experimento +

Prospectiva

<<Kind>> &

<<Role>>NÃO

Consulta 6 Retrospectiva &

Prospectiva

Composição &

Execução

Prospectiva +

Retrospectiva

<<Phase>>,

<<Kind>> &

<<SubKind>

NÃO

Consulta 7 Retrospectiva &

Prospectiva

Composição &

Execução

Prospectiva +

Retrospectiva

<<Phase>>,

<<Kind>> &

<<Role>>

NÃO

Consulta 8Retrospectiva &

ProspectivaComposição &

Execução

Experimento +

Prospectiva +

Retrospectiva

<<Phase>> &

<<Kind>>NÃO

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169

Capítulo 9 – Conclusão

Este capítulo reporta as conclusões gerais desta tese, também apresenta suas

principais contribuições e limitações. Finalizamos o trabalho com uma discussão sobre

as principais perspectivas de trabalhos futuros, além das considerações finais.

A ciência e a tecnologia contemporâneas passam por mudanças rápidas e

paradoxais, difíceis de explicar em termos simples. Ambas estão se tornando mais

globais, mas também mais focadas na resolução de questões específicas que afetam um

grande número de pessoas; exigem mão-de-obra cada vez mais especializada, mas

substituem os homens pelas máquinas em diversas atividades; tornam-se mais aplicadas,

mas também mais básicas. Enfim, nós, os cientistas vivemos uma situação paradoxal. O

uso intensivo de computadores também está mudando a maneira que a ciência é descrita

e relatada. Os experimentos científicos aumentam em escala e complexidade, seu

entendimento e sua reprodução tornam-se cada vez mais difíceis. Neste sentido os

descritores de proveniência desempenham um papel primordial.

Para que os cientistas se beneficiem dos descritores de proveniência produzidos

ao longo do ciclo de vida dos experimentos de larga escala executados em ambientes

computacionais distribuídos, é necessário que eles sejam capturados, armazenados e,

posteriormente consultados. No entanto, para que sejam compartilhados é necessário

que se estabeleça uma visão comum não somente sobre o experimento e suas etapas,

como também sobre os artefatos e seus descritores. O que se busca, em última instância,

são melhorias nos processos de gerência da informação. Neste caso, as ontologias de

domínio relacionadas à proveniência de experimentos científicos podem desempenhar

um papel fundamental.

Visando atenuar os problemas de gerência de descritores de proveniência, esta

tese propôs uma estratégia de gerência de descritores de proveniência que está baseada

no desenvolvimento de uma ontologia de proveniência e de um sistema de coleta de

descritores de proveniência de diversas granulosidades. Foi projetada e desenvolvida

uma arquitetura que pode ser acoplada a SGWfC centralizados até então incapazes de

coletar descritores de proveniência destes ambientes.

A estratégia proposta é composta por quatro linhas mestras que foram descritas

ao longo desta tese:

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170

(i) A taxonomia de proveniência representou um passo importante não só para

categorizar os sistemas de proveniência, como também para classificar os

diversos tipos de proveniência que deveriam ser mapeados por ontologias de

proveniência. Essa classificação representou papel decisivo para o

desenvolvimento da ontologia OvO.

(ii) O processo de engenharia da ontologia OvO, diferentemente dos trabalhos

correlatos, adotou fundamentação teórica de alta expressividade para definir uma

ontologia de domínio relacionada com proveniência de experimentos científicos

em larga escala. Nesta tese foi produzido um modelo conceitual ontológico que

pode ser aplicado ao domínio da proveniência dos experimentos em e-Ciência,

independente do foco do experimento científico. Matriohska é um sistema de

coleta de proveniência capaz de coletar descritores de proveniência de diversas

granulosidades. Matriohska, assim como alguns dos principais sistemas de

proveniência distribuída, opera de modo desacoplado do SGWfC; além disso,

seus componentes não foram concebidos e codificados para serem SGWfC-

específicos.

(iii) Matriohska foi avaliada em situação que envolve um experimento real de

bioinformática. O workflow utilizado foi um fragmento do OrthoSearch, que foi

desenvolvido previamente como parte do projeto de cooperação BiowebDB

(BIOWEBDB, 2011). No entanto, ressalta-se que a Matriohska não é uma

solução específica para o domínio da bioinformática ou demais domínios da e-

Ciência. O modelo de dados desenvolvido para a Matriohska leva em

consideração os descritores de proveniência prospectiva e retrospectiva

previamente apontada pela nossa taxonomia.

(iv) Ao se adotar uma representação formal para a ontologia de proveniência OvO,

buscou-se mais que uma fundamentação para a elaboração de consultas que

recuperassem informações mais abrangentes sobre as etapas dos experimentos

científicos em larga escala, desenvolveu-se uma ontologia, bem fundamentada,

que apóia a realização de inferências sobre o conhecimento armazenado nos

repositórios de proveniência dos experimentos científicos. As consultas

representam uma primeira abordagem que permitiram que os pesquisadores

recuperassem informações sobre a composição do experimento científico (por

exemplo, parte conceitual do experimento onde são definidas as configurações

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171

abstratas), como também da sua execução (por exemplo, parte estrutural do

experimento onde são definidos as atividades, workflows e artefatos concretos).

Os experimentos baseados em consultas SPARQL evidenciaram a possibilidade

de associar os descritores de proveniência de granulosidades variadas como

também de explorar os diversos papéis que um pesquisador pode assumir ao

longo do ciclo de vida do experimento em larga escala conduzido em ambientes

heterogêneos e distribuídos, tais como as nuvens de computadores.

9.1 – Contribuições

A importância do apoio ao cientista na realização de seus experimentos

científicos em larga escala tem sido evidenciada na academia pela área de e-Ciência e se

fez presente nos documentos dos ―Grandes Desafios‖ da SBC e da NSF (organismo

norte-americano de apoio à Ciência). Esta tese apresentou os resultados de um trabalho

de pesquisa desenvolvido ao longo dos últimos anos e as principais contribuições são:

(i) A definição de uma estratégia para a gerência de descritores de proveniência de

experimentos executados em ambientes distribuídos.

(ii) Apresentação de uma ontologia de proveniência de experimentos científicos,

bem fundamentada, construída à luz de ontologias de fundamentação (por

exemplo, UFO);

Além da estratégia e da ontologia, consideramos como contribuições

específicas:

(iii) A associação explícita de recursos científicos às etapas do ciclo de vida de

experimentos científicos em grande escala e a apresentação de uma taxonomia

de proveniência para classificar as informações e os sistemas de proveniência;

(iv) A apresentação e o desenvolvimento de uma arquitetura modular e de baixo

acoplamento que permite a gerência de descritores de proveniência em

ambientes distribuídos;

(v) Apresentação de um modelo de dados de proveniência, baseado na ontologia

OvO, capaz de armazenar informações sobre proveniência prospectiva e

retrospectiva de experimentos científicos;

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172

(vi) Avaliação da arquitetura Matriohska e da ontologia OvO por meio de consultas

que evidenciaram a capacidade de responder a questões de proveniência sobre

um experimento real (OrthoSearch), executado em um ambiente distribuído e

heterogêneo de nuvens de computadores. Os primeiros resultados indicaram que

o uso da estratégia propiciou uma análise de proveniência (prospectiva e

retrospectiva) mais completa do que apenas o uso de mecanismos de

proveniência padrão oferecidos pelos atuais SGWfC.

Alguns dos resultados obtidos ao longo do desenvolvimento desta tese foram

registrados sob a forma de publicações em revistas e congressos ligados aos temas de

proveniência, workflows e bioinformática, a saber:

1. CRUZ, S.M.S, RIBEIRO, A., MATTOSO, M.,‖VTPortal: a Scientific

Community Web Portal for Reusable Workflows‖, In: Anais do V Workshop

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Computation: Practice & Experience, Março, 2011, (aceito para publicação).

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TSCHOEKE, D.A., DAVILA, A. M. R., CAMPOS, M.L.M, MATTOSO, M.

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Business Process Integration and Management, v.5, pp.79-92, 2010.

6. DÁVILA, A. M. R., MENDES, P., WAGNER, G., TSCHOEKE, D.A.,

CUADRAT, R.R.C., LIBERMAN, F., MATOS, L., SATAKE, T., OCAÑA, K.

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F. N., GERONIMO, G. A., RUIZ, M., RUBACK, E., SILVA JR., F. P.,

PROBST, C. M., GRISARD, E. C., KRIEGER, M. A., GOLDENBERG, S.,

CAVALCANTI, M. C. R., MORAES, M. O. CAMPOS, M. L. M., MATTOSO,

―ProtozoaDB: dynamic visualization and exploration of protozoan genomes‖.

Nucleic Acids Research, v.36, n. pp.547-552, 2008.

7. CRUZ, S.M.S, BARROS, P.M., BISCH, P.M., CAMPOS, M.L.M., MATTOSO,

M. ―A Provenance-Based Approach to Resource Discovery in Distributed

Molecular Dynamics Workflows‖, Lecture Notes in Computer Science, v.6162,

Springer, pp.66-80, 2010.

8. SILVA, C. E. P, OLIVEIRA, D., CRUZ, S. M. S., CAMPOS, M. L. M.;

MATTOSO, M., "Captura de Metadados de Proveniência para Workflows

Científicos em Nuvens Computacionais". In: Anais do XXV Simpósio

Brasileiro de Bancos de Dados, pp. 215-223, Belo Horizonte, 2010.

9. MARINHO, A., MURTA, L., WERNER, C., BRAGANHOLO, V.,

OGASAWARA, E., CRUZ, S.M.S., MATTOSO, M., "Integrating Provenance

Data from Distributed Workflow Systems with ProvManager". In: Provenance

and Annotation of Data and Processes Workshop, v. 6378, Lecture Notes in

Computer Science. Springer, pp. 286-288, 2010.

10. CRUZ, S.M.S, RIBEIRO, A. MATTOSO M. “VTPortal: a Web-Portal for

VisTrails Workflows” In: 3rd International Workshop of Genomic

Databases, Búzios, 2010,

11. CRUZ, S.M.S, TOSTA, F. DAVILA, A. M. R., CAMPOS, M.L.M, MATTOSO,

M. ―OrthoLoad: A Scientific Workflow Approach to Load Genomic Data on a

Genomic Database‖ In: 3rd International Workshop of Genomic Databases,

Búzios, 2010.

12. SERRA, S., ―Using clickstream and provenance to enhance trust on scientific

experiments‖ In: Proceedings of the WebSci10: Extending the Frontiers of

Society On-Line, Raleigh, Carolina do Norte, pp. 1-4, 2010.

13. CRUZ, S.M.S, BARROS, P.M., Bisch P.M., CAMPOS, M.L.M., MATTOSO,

M. ―A Provenance-based Approach to Resource Discovery in Distributed

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174

Workflows‖, In: 2nd International Workshop on REsource Discover, pp. 234

– 247, 2009.

14. CRUZ, S. M. S., CAMPOS, MARIA L. M., MATTOSO, M. "Towards a

Taxonomy of Provenance in Scientific Workflow Management Systems". In:

Proceedings of the SERVICES '09 Congress on Services - I, pp. 259-266. Los

Angeles, Califórnia, Jul, 2009.

15. CRUZ, S.M.S; CHIRIGATI, F.S, DAHIS, R., FREIRE, J., SILVA, C. T.,

MATTOSO, M, ―Desenvolvimento de Estruturas de Controle Explícito para o

SGWfC VisTrails‖. In: XXVI Simpósio Brasileiro de Banco de Dados

Fortaleza – Ceará, 2009. (prêmio de melhor poster).

16. CRUZ, S. M. S., SILVA, F. N., GADELHA JR., L. M. R., CAMPOS, M.L.M,

MATTOSO, M. "A Lightweight Middleware Monitor for Distributed Scientific

Workflows" In: Proceedings of the Eighth IEEE International Symposium

on Cluster Computing and the Grid, pp. 693-698, Lyon, França, Mai. 2008.

17. CRUZ, S.M.S, CHIRIGATI, F.S., DAHIS, R., CAMPOS, M.L.M, MATTOSO,

M. ―Using explicit control processes in distributed workflows to gather

provenance‖. In: Lecture Notes in Computer Science, v.5272, pp.186-199, 2008.

18. CRUZ, S.M.S., SILVA, E., TOSTA, F., VILELA, C., CUADRAT, R.R.C.,

TSCHOEKE, D.A., DAVILA, A. M. R., CAMPOS, M.L.M., MATTOSO, M.

“OrthoSearch: A Scientific Workflow Approach to Detect Distant Homologies

on Protozoans‖ In: Proceedings of the 2008 ACM symposium on Applied

Computing, pp. 1282 -1286. Fortaleza, Ceará, Mai. 2008.

19. CRUZ, S.M.S, CHIRIGATI, F.S., DAHIS, R., CAMPOS, M.L.M., MATTOSO,

M. ―Controles de Fluxo Explícitos em Workflows Científicos‖ In: II E-Science

Workshop, pp.1 – 10, 2008.

20. CRUZ, S. M S., BARROS, PATRÍCIA M., BISCH, P. M.. CAMPOS, M. L. M.;

MATTOSO, M. "Provenance Services for Distributed Workflows". In:

Proceedings of the Eighth IEEE International Symposium on Cluster

Computing and the Grid, pp. 526-533, Lyon, France, Mai. 2008.

21. CRUZ, S.M.S, CHIRIGATI, F.S. DAHIS, R., CAMPOS, M.L.M., MATTOSO,

M. ―Using explicit control processes in distributed workflows to gather

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175

provenance‖ In: 3rd International Provenance and Annotation Workshop,.

v. 5272. pp.186 – 199, 2008.

22. MATTOSO, M., CRUZ, S.M;S. ―Gerência de Workflows Científicos:

Oportunidades de pesquisa em bancos de dados‖ In: XXIII Simpósio Brasileiro

de Banco de Dados pp. 313 – 317, 2008.

23. BARROS, P. M., CRUZ, S.M.S., MATTOSO, M., BISCH, P.M., ―GromDFlow:

Um Workflow para Dinâmica Molecular em Ambientes Distribuídos‖. In: 3rd

Brazilian Symposium on Bioinformatics, Santo Caetano – São Paulo, 2008.

24. CUADRAT, R., CRUZ, S.M.S., JUCÁ, H.C.L., TSCHOEKE, D.A., TOSTA, F.,

SILVA, E., CAMPOS, M.L.M, MATTOSO, M. ―Using Scientific Workflows to

detect distant homologies on protozoan metabolic pathways.‖ In: 4th

International Conference of the Brazilian Association for Bioinformatics

and Computational Biology, Salvador - BA., 2008. (selecionado como um dos

5 melhores trabalhos).

25. CRUZ, S.M.S, SILVA, F.J.C., CAMPOS, M.L.M, MATTOSO, M. .

―Experiencing GARSA as a scientific workflow on grids environment‖. In: 2nd

Brazilian Symposium of Bioinformatics, pp. 155-158, Angra dos Reis. , Brasi,

2007.

26. DAVILA, A. M. R., WAGNER, G., MENDES, P. N., LIBERMAN, F.,

SATAKE, T., TSCHOEKE,. D. A., OCAÑA, K, CRUZ, S.M.S, SILVA JR.,

F.P., PROBST, C.M., COSTA, V., GRISARD, E. C., KRIEGER, M. A.,

MOARES. M.M., MATTOSO, M., ―ProtozoaDB: towards an integrated

database for the mining of protozoan genomes‖. In: 2nd International

Workshop on Genomic Databases, Angra dos Reis, Brasil (2007).

9.2 – Limitações

Toda pesquisa possui suas dificuldades e limitações. Durante a realização desta

tese, alguns imprevistos foram limitantes para o desenvolvimento pleno das

características propostas na estratégia. Além disso, outras limitações foram identificadas

a partir de uma análise criteriosa dos protótipos da arquitetura, dos workflows e da

ontologia:

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176

(i) Durante as etapas de desenvolvimento da ontologia OvO, uma das maiores

dificuldades foi compreender a complexidade da ontologia de fundamentação

UFO. UFO é uma ontologia ampla, mas ainda em desenvolvimento. Apesar de

existir um expressivo número de publicações, não há uma compilação geral

corrente de todos os conceitos contemplados por ela.

(ii) Por conta da UFO-B estar sendo ainda complementada, com definições mais

precisas de conceitos associados a situações, processos e eventos, quando do

desenvolvimento desta tese, optou-se por deixar de lado as representações

dinâmicas da execução de processos e representá-los de forma estática, através

dos construtos da UFO-A;

(iii) Apesar da UFO ter seus modelos formais bem fundamentados e totalmente

independentes de domínio, os mecanismos que possibilitam a conversão e

validação da linguagem ontológica (OntoUML) para representação equivalente

em linguagem epistemológica (OWL DL) ainda estão em desenvolvimento;

(iv) Apesar de importante, este trabalho, por questões de escopo, não investigou

questões relacionadas ao desempenho da arquitetura no ambiente de nuvens de

computadores.

Apesar destas dificuldades, este trabalho dá um passo importante em direção à

construção de uma ontologia de domínio de proveniência e de um sistema distribuído de

coleta de proveniência para experimentos em larga escala.

9.3 – Trabalhos Futuros

Gerenciar proveniência de experimentos científicos em ambientes distribuídos

não é uma tarefa monolítica, pelo contrário, é uma tarefa multifacetada que demanda

tempo, dedicação e idealmente uma equipe de pesquisadores de perfis variados. Os

trabalhos discutidos no corpo desta tese representam apenas os primeiros passos para o

desenvolvimento de uma estratégia integrada de gerência de proveniência de

experimentos científicos.

Como etapa inicial, a meta principal foi conceber e avaliar a infra-estrutura

descrita nos Capítulos 4 e 5, buscar soluções para questões chave como, por exemplo,

compreender quais tipos de proveniência estão envolvidos com os experimentos

científicos em larga escala, definir uma estratégia de captura e armazenamento de

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177

proveniência em ambientes distribuídos e disponibilizá-la para o cientista de modo não

ambíguo.

Com isso, esta tese abriu uma linha de novas oportunidades de pesquisa. Ainda

há extensões a serem realizadas tanto para avaliar, de maneira mais refinada, a

estratégia proposta, quanto para evoluí-la. Além disso, novas pesquisas podem ser

derivadas desta tese. Considerando o estágio atual do trabalho aqui apresentado,

algumas das perspectivas de trabalhos futuros vislumbradas são destacadas a seguir.

1. Como os repositórios de proveniência tendem a crescer ao longo do tempo, faz-

se necessário desenvolver uma estratégia, compatível com a OPM, para garantir

a exportação de subconjuntos de metadados existentes no repositório de

proveniência na nuvem, permitindo que os cientistas armazenem localmente

somente os descritores de proveniência que considerem relevantes;

2. Os ambientes de computação em nuvem ainda são incipientes. Faz-se necessário

desenvolver novos componentes ou sistemas que facilitem a configuração do

experimento científico em larga escala, como por exemplo, inicialização

automática das instâncias da nuvem, suporte a fragmentação de dados e

distribuição das atividades do workflow para essas instâncias.

3. A investigação de novos mecanismos de trocas de mensagens entre os

componentes da arquitetura, por exemplo, trocas de mensagens assíncronas entre

os brokers da Matriohska para avaliar se ocorreram mudanças significativas de

desempenho da solução;

4. Pesquisa de métodos de integração do repositório de proveniência da Matriohska

com os repositórios de proveniência produzidos por SGWfC centralizados tais

como Kepler e Taverna;

5. Implementação dos componentes opcionais da arquitetura (Data Uploader e

Data Downloader);

6. Integração da arquitetura Matriohska e da ontologia OvO com a solução

VTPortal (CRUZ, RIBEIRO, MATTOSO, 2010, 2011), que já oferece uma

plataforma Web para executar workflows VisTrails remotamente e também

consultar proveniência desses workflows;

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178

7. Avaliação da possível integração da arquitetura Matriohska ao middleware

Hydra (BARBOSA, 2010), que permite a depuração e o monitoramento da

execução distribuída dos workflows nos ambientes distribuídos;

8. Avaliação da possível integração da ontologia OvO ao sistema ProvManager

(MARINHO et al., 2010, 2011),

9. Elaboração de estudos de avaliação de desempenho da arquitetura no ambiente

de nuvens de computadores;

10. Por fim, à medida que os fragmentos UFO-B e C amadurecerem faz-se

necessário considerá-los como forma de representar semanticamente as classes

do tipo perdurants, isto é, considerar que processos geradores de proveniência

são eventos compostos por partes temporais que variam ao longo do tempo.

9.4 - Considerações Finais

Esta tese evidenciou que o problema de gerenciar a proveniência de

experimentos em larga escala, realizados em ambientes distribuídos do tipo nuvem de

computadores, pode ser resolvido através do uso de estratégia que envolve múltiplos

componentes de software. Embora tenha-se enfatizado a aplicação desta estratégia para

o ambiente científico, acredita-se que idéias semelhantes podem ser aplicadas para

sistemas voltados para a área de negócios na Web. Por exemplo, recentemente, o

conceito de dados abertos ligados emergiu como um meio para expor, compartilhar e

integrar informações na Web. Tais dados devem ser expressos em formatos que sejam

legíveis por máquinas (triplas RDF), além de manter ligações com dados de outros

usuários. Embora essa recente abordagem ofereça contexto para apoiar a adoção de

técnicas de inferência, a publicação desses dados não pode ser desvinculada dos seus

descritores de proveniência, eles são essenciais para permitir uma melhor avaliação de

atributos importantes, tais como confiabilidade e qualidade.

O fenômeno da globalização, o surgimento de organizações descentralizadas e a

difusão das tecnologias de Web Semântica enfatizam a necessidade de sermos capazes

de compreender o significado e acompanhar a movimentação de objetos (físicos e

digitais) produzidos por sistemas oriundos de múltiplas instituições e organizações

independentes. Acredita-se que em futuro não muito distante, não só seremos capazes

de compreender, em profundidade, como os resultados de experimentos e suas

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179

decorrentes publicações científicas (ou os documentos na Web ou relatórios gerenciais)

foram produzidos, mas também, a partir dessa compreensão, contribuir para a melhoria

e evolução desses experimentos, fazendo com que este conhecimento seja decisivo para

darmos conta da complexidade inerente à ciência e ao mundo de hoje.

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202

Apêndices

O apêndice 1 ilustra os principais conceitos de biologia molecular necessários

para a compreensão do exemplo de experimento em larga escala utilizado nesta tese.

Os apêndices 2, 3 e 4 ilustram as estruturas dos manifestos utilizados pela

arquitetura Matriohska. Os nomes dos elementos estão grafados em inglês.

Apêndice 1 - Exemplo de Experimento de Larga Escala em

Bioinformática

Bioinformática é uma ciência interdisciplinar que tem como objetivo

desenvolver modelos computacionais e aplicar técnicas de análise de dados no estudo

da genética, da bioquímica e, em especial, na biologia molecular e suas subáreas, tais

como: genômica comparativa, transcriptômica, proteômica e evolução (GOODMAN,

2002).

O experimento científico em larga escala utilizado nesta tese está localizado na

área de genômica comparativa de protozoários causadores de doenças tropicais

negligenciadas que afetam grandemente as populações de vastas áreas da África,

América Latina e, em especial, o Brasil (JONES, DÁVILA, 2001, BARRETT et al.,

2003, BERRIMAN et al., 2005, GUTIERREZ et al., 2006). Porém, antes de apresentar

o experimento propriamente dito, faz-se necessário apresentar os principais

fundamentos ligados a Biologia dos protozoários.

Fundamentos de Biologia Molecular

Os protozoários abrangem cerca de 80 mil espécies de organismos eucariotos

unicelulares, que possuem núcleo e organelas celulares conjugadas a membranas.

Dentro do grupo dos protozoários encontra-se o filo Apicomplexa e a família

Trypanosomatidae, representando diversas espécies causadores de doenças tropicais

negligenciadas (WHO, 2006). As doenças tropicais negligenciadas causadas por esses

protozoários afetam milhões de pessoas, principalmente populações pobres que vivem

em climas tropicais e subtropicais. Estas doenças são consideradas negligenciadas

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203

porque afetam populações que são normalmente marginalizadas e também por não

propagarem-se facilmente em climas temperados.

Na família Trypanosomatidae estuda-se o gênero Trypanosoma. Os estudos

desse gênero são de capital importância médica e veterinária devido à elevada

morbidade e mortalidade anuais que causam aos seus portadores (BARRETT et al.,

2003). Dentre os principais Trypanosomas destacam-se: Trypanosoma cruzi,

Trypanosoma brucei e Trypanosoma vivax.

O T. cruzi é o agente etiológico da Doença de Chagas transmitido pelo barbeiro

(Triatoma infestans), possui ampla distribuição geográfica sendo encontrado desde os

Estados Unidos até a Argentina (VALLEJO et al., 2002, WHO, 2006).

O T. brucei é o agente etiológico da ―enfermidade do sono‖ transmitido através

da picada da mosca hematófaga Tsé-tsé (Glossina palpalis), estima-se que o nível de

transmissão chega a cerca de 300 mil novos casos/ano, e 50 mil óbitos/ano em 36 países

da África Sub-Saariana (BARRETT et al., 2003, BERRIMAN et al., 2005, WHO,

2006).

O T. vivax também é transmitido para animais domésticos pela mosca Tsé-tsé,

ou por outros insetos sugadores de sangue, permitindo assim aumentar a sua

distribuição para além da África tropical (GUTIERREZ et al., 2006). Este parasita já se

espalhou para dez dos treze países da América do Sul (JONES, DÁVILA, 2001), e

representa um risco potencial para milhões de bovinos, bubalinos e eqüinos do rebanho

brasileiro, debilitando não só o gado de corte, como também os animais usados para

tração (DÁVILA et al., 2003).

Um dos protozoários da família Trypanosomatidae que também demandam

maiores estudos faz parte do grupo das Leishmanias. Leishmania major é o principal

agente causador da leishmaniose mucocutânea no velho mundo, produzindo lesões

ulcerosas na pele que podem durar vários meses. Outras espécies deste gênero causam

uma doença potenciamente fatal (leishmaniose visceral) em humanos que habitam as

regiões dos trópicos (GRIMALDI, TESH, 1993, MURRAY et al., 2005).

Duas espécies de protozoários do gênero Plasmodium também são causadores

de doenças tropicais negligenciadas: Plasmodium falciparum, Plasmodium vivax.

P. falciparum e P. vivax são causadores da maioria dos casos de malária em

humanos, sendo P. falciparum, o mais patogênico. Esses protozoários são transmitidos

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204

por mosquitos infectados do gênero Anopheles (HALDAR, 2009). A malária é a doença

parasitária mais prevalente no mundo. Estima-se que a cada 40 segundos uma criança

morre de malária no continente africano, resultando em uma perda diária de mais de

2000 vidas de jovens em todo o mundo. Metade da população do mundo está em área de

risco transmissão de malária. Segundo SACHS (2002), estas estimativas tornam a

malária uma das três principais formas de óbito entre as doenças transmissíveis.

Por fim, um último parasita é a Entamoeba histolítica é um organismo unicelular

normalmente contraído através de ingestão de água ou comida contaminada. E.

histolitica é agente etiológico causador da amebíase, uma severa infecção intestinal em

humanos. Ela tem sua ocorrência mais comum na região dos trópicos ou, em situações

de aglomeramento com higiene deficiente, ambientes urbanos da zona temperada

(WEEDALL, HALL, 2011).

Atualmente existem estudos referentes às homologias no nível molecular

(semelhanças) desses parasitos (SONNHAMER, KOONIN, 2002, NOBREGA,

PENNACHIO, 2004, KOONIN, 2005). Tal fato ressalta a importância da escolha do

suporte computacional aos experimentos biológicos de larga escala da área de

Bioinformática. Entretanto, antes de apresentar o workflow científico propriamente dito,

é necessário expor alguns conceitos ancorados na Biologia Molecular e Genética, esses

conceitos são de essencial importância não só para compreender o desenvolvimento do

experimento em larga escala, como também para facilitar a interpretação dos seus

resultados.

Gene é a unidade fundamental da hereditariedade. Cada gene é formado por uma

seqüência específica de nucleotídeos. O gene é um segmento de um cromossomo ao

qual corresponde um código distinto, uma informação capaz de produzir uma

determinada proteína ou controlar uma característica ou função, por exemplo, a cor dos

olhos (ALBERTS et al., 2004). Proteínas são elementos estruturantes codificados pelos

genes, são compostos de alto peso molecular e de estrutura molecular complexa. São

sintetizadas através da condensação de um grande número de moléculas de

aminoácidos. O que difere uma proteína de outra é a seqüência de aminoácidos, a forma

de suas ligações e suas estruturas tridimensionais. As proteínas podem ser agrupadas em

famílias estruturais, onde cada membro apresenta uma seqüência de aminoácidos

próxima, características físico-químicas semelhantes e com uma conformação

tridimensional comum a outros membros da família (ALBERTS et al., 2004).

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O conceito de homologia é bem conhecido na Biologia, sendo amplamente

difundido na Botânica e da Zoologia e foi introduzido em 1843 por Richard Owen

(OWEN, 1848 apud KONNIN, 2005). Naquele contexto, a homologia era utilizada para

definir quais órgãos possuíam a mesma origem (mas não necessariamente a mesma

função), enquanto os órgãos que possuíam origens diferentes, porém funções

semelhantes (como a asa do morcego e do inseto) eram denominados análogos (Figura

1-1).

Figura 1-1. O braço humano, a pata dianteira de um cavalo, a nadadeira de uma

baleia e a asa de um morcego são estruturas homólogas, possuem origem comum.

Entretanto, a asa do morcego e a asa do inseto não compartilham da mesma

origem, no entanto, possuem funções idênticas, sendo estruturas análogas.

(Adaptado de (KONNIN, 2005)).

O conceito de homologia de genes foi posteriormente introduzido na Biologia

Molecular nos anos 1970 por Walter Fitch (FITCH, 1970). Genes homólogos são

seqüências que possuem, geralmente, uma função semelhante, tendo a sua origem a

partir de um ancestral comum entre as espécies comparadas (KOONIN, 2005). Dentro

dessa conceituação, desdobram-se duas subcategorias principais: os genes ortólogos e

parálogos (Figura 1-2).

A correta e precisa identificação de genes ortólogos é de importância central

para os aspectos funcionais e evolutivos dos estudos em genômica comparativa

(KOONIN, 2005). Atualmente existem várias técnicas para identificação de genes

Homologia

Analogia

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ortólogos. Alguns baseiam-se em métodos filogenéticos como a comparação de árvores

de genes com árvores da espécie (STORM, SONNHAMMER, 2002), outros em

métodos estatísticos de agrupamento (LI et al., 2003); a maioria dos métodos utiliza a

análise da similaridade de seqüências como passo inicial.

Diversos estudos envolvendo a identificação genes ortólogos deram origem a

várias ferramentas como OrthoMCL (LI et al., 2003), OrthoDisease (O‘BRIEN et al.,

2004), INPARANOID (O´BRIEN et al., 2005), COG (TATUSOV et al., 2000) e KOG

(TATUSOV et al., 2003), que empregam buscas de similaridades entre as seqüências

para a determinação de homologias.

Os genes que serão utilizados nos experimentos de computação desta tese são os

do tipo ortólogos presentes nos cinco protozoários apresentados anteriormente. A

identificação (in silico) de genes ortólogos tornou-se uma ferramenta importante na

transferência de função de genes computacionalmente caracterizados para genes recém-

sequenciados (in vitro), devido ao fato de ortólogos geralmente conservarem a função

ancestral.

Figura 1-2. Exemplo da correlação entre as relações de homologia, ortologia e

paralogia utilizando o gene da hemoglobina. Genes ortólogos e parálogos são dois

tipos de seqüências homólogas. Ortologia descreve genes em diferentes espécies

que derivam de um ancestral comum. Paralogia descreve genes homólogos dentro

de uma espécie que divergiram por duplicação gênica. (Adaptado de (NCBI, 2011).

Do ponto de vista da computação, os genes são armazenados em bancos de

dados, compostos por milhares de arquivos textuais (arquivos COG). O banco de dados

Gene da hemoglobina

Duplicação Gênica

α-cadeia β-cadeia

α-galinha α-ratoα-sapo β-sapoβ-galinhaβ-rato

Genes ortólogos Genes ortólogosGenes parálogos

Genes homólogos

Evo

luçã

o n

o t

emp

o

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de COG (Grupos de Genes Ortológos de Proteínas de Procariotos) (NCBI, 2011) foi

originalmente concebido como uma tentativa de classificar proteínas de genomas

completamente seqüenciados com base no conceito da ortologia apresentado por

TATUSOV et al., (2000). Cada arquivo COG consiste em genes ortólogos individuais

ou de grupos parálogos de três ou mais linhagens filogenéticas. Em outras palavras,

quaisquer duas linhagens diferentes de proteínas que pertencem ao mesmo COG são

ortólogos. Para cada COG individual, assume-se que este pode ter evoluído a partir de

um gene ancestral, através de uma série de eventos de especiação e duplicação6. Para a

construção inicial do banco de dados de COG, foram codificadas 17.967 proteínas

oriundas de sete genomas completos, todos tiveram suas seqüências comparadas entre

si. Atualmente, o banco de dados de COG é constituído por 138.458 proteínas, que

formam 4.873 arquivos COG e abrange 75% das 185.505 proteínas codificadas em 66

genomas de organismos unicelulares (50 genomas de bactérias, 13 genomas de archea e,

3 genomas de eucariotos unicelulares de grande importância científica: Saccharomyces

cerevisiae, Schizosaccharomyces pombe, e Encephalitozoon cuniculi) (TATUSOV et

al., 2000, TATUSOV et al., 2003, NCBI, 2011).

O banco de dados de arquivos COG está subdividido em várias categorias

funcionais, cada categoria está associada a uma via metabólica que desempenha papel

fundamental na bioquímica de diversos organismos, inclusive dos protozoários. As

principais vias metabólicas são: conversão e produção de energia (categoria C);

transporte de aminoácidos e metabolismo (Categoria E) e, transporte de nucleotídeos e

metabolismo (Categoria F).

Detecção de Genes Ortólogos em Protozoários

Na área de desenvolvimento de fármacos, a descoberta e a identificação de

novas drogas são consideradas atividades de extrema relevância. Essa área do

conhecimento está fortemente baseada na genômica comparativa, onde avalia-se e

associação entre um determinado gene e uma função biológica (JOACHIMIAK et al.,

2001).

Como o propósito de auxiliar os pesquisadores a realizar investigações em

genômica comparativa de modo mais ágil, foi concebido um experimento científico

composto por um workflow científico denominado OrthoSearch (CRUZ et al., 2008,

São processos evolutivos pelos quais as espécies vivas se formam, isto é, a transformação gradual de uma espécie em outra.

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CRUZ et al., 2010), que é capaz de detectar genes homólogos distantes de protozoários

causadores de doenças negligenciadas. OrthoSearch (cujo nome por extenso é

Orthologous Gene Seacher) foi desenvolvido para o consórcio BiowebDB

(BIOWEBDB, 2011) e atualmente está integrado a uma plataforma computacional

denominada ProtozoaDB (DÁVILA et al., 2008), capaz de trabalhar com outros

projetos genômicos associados a doenças tropicais negligenciadas.

A Figura 1-3 ilustra a versão conceitual e abstrata do workflow OrthoSearch. Os

elementos sólidos representam os bancos de dados (banco de dados de COG e banco de

dados de proteínas). As caixas arredondadas os pacotes de bioinformática e os relatórios

arquivos de saída contendo os resultados finais produzidos em cada execução do

workflow concreto.

Figura 1-3. Representação abstrata do workflow OrthoSearch

O primeiro banco de dados ―BD de COG‖ é representado por um repositório

local de dados constituído pelos arquivos COG que podem estar associados a uma ou

mais vias metabólicas. Esses arquivos são carregados diretamente do sítio do NCBI. O

segundo banco de dados também é um repositório local que contém a lista de proteínas

de cada um dos protozoários a ser avaliado, estes dados são obtidos diretamente do

banco de dados mantido pelo GenBank (BENSON et al., 2011).

Após as cargas dos bancos de dados, as seqüências dos protozoários serão

processadas pelo pacote MAFFT (KATOH et al., 2005), onde inicia-se a etapa de

buscas de homologias. O MAFFT é um programa de alinhamento múltiplo que utiliza

transformadas de Fourier para aperfeiçoar o alinhamento de proteínas, isto é, utiliza

informações sobre volume e polaridade de cada aminoácido da seqüência protéica para

criar os alinhamentos. Além disso, utiliza um algoritmo que realiza a análise da

BD de COG

MAFFT

HMMER

Best Hits

BLAST

InterPro

BD de Pntde

protozoas

Genes Reanotados

Busca de homologias

Análise de homologias

Reanotação de homologias

hmmsearch

hmmpfam

hmmcalibrate

hmmbuild

formatdb

fastacmd

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distância evolutiva entre as seqüências e opta pela melhor matriz de substituição. O

MAFFT é um programa que apresenta reduzido tempo de processamento quando

comparado a outros programas de alinhamentos múltiplos de seqüências (ESSOUSSI et

al., 2008).

O pacote HMMER (EDDY et al., 1995), é composto por uma série de

programas e tem como função criar e utilizar modelos ocultos de Markov (HMM -

Hidden Markov Models) gerados a partir de seqüências biológicas. Resumidamente, os

modelos HMM podem ser considerados como autômatos estocásticos de estados finitos

que são adequados para capturar regularidades em seqüências de caracteres (o que é o

caso das seqüências biológicas), considerando os símbolos observados em cada estado

(EDDY, 1998). Dentre os principais programas do HMMER, destacam-se: hmmbuild,

hmmcalibrate, hmmsearch e hmmpfam.

Hmmbuild é o programa que calcula o grupo de melhores scores de cada COG e

salva-os em formato .hmm. Hmmcalibrate realiza os cálculos que calibram os melhores

modelos produzidos anteriormente, gerando como saída apenas as melhores seqüências

e os parâmetros do tipo EVD (extreme value distribution) que foram utilizados.

Hmmsearch recebe como entrada os arquivos anteriormente produzidos e realizada uma

busca das seqüências protéicas nas bases de dados de cada protozoário com apoio dos

modelos HMM. Por fim, Hmmpfam efetua uma segunda busca, porém, dessa vez na

base de proteínas para cada protozoário e retornarão os melhores resultados após aplicar

os melhores modelos de HMM. Por fim, é importante ressaltar que a etapa de análise

utiliza dois métodos distintos para localizar genes ortólogos, produzindo dois conjuntos

de seqüências de genes, onde cada seqüência possui o seu grau de alinhamento.

O programa best hits é responsável por analisar as similaridades detectadas pelos

dois métodos utilizados na etapa de buscas de homologias, isto é, ele irá analisar tanto

os arquivos de saída do hmmsearch e do hmmpfam e apontará os melhores hits

recíprocos, de acordo com um parâmetro de corte estabelecido pelo pesquisador (e-

value). Considera-se um melhor hit recíproco as seqüências de proteínas equivalentes

que possuam maior grau de similaridade dentro do e-value considerado.

Na fase de reanotação de genes ortólogos, utilizam-se os pacotes BLAST

(ALTSCHUL et al., 1990) e InterPRO (HUNTER et al., 2009). O primeiro pacote tem

como objetivo criar um banco de dados que contém apenas as proteínas que apresentam

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apenas os melhores hits recíprocos com os COG avaliados. O banco de dados serve de

entrada de dados para o segundo pacote, que faz a validação da estrutura de cada

proteína.

Ressalta-se que o workflow não é específico para os cinco protozoários em questão,

pelo contrário, é flexível o suficiente para ser utilizado com outros bancos de dados além dos

cinco protozoários descritos anteriormente. Por exemplo, o banco de dados de COG

(organismos eucariotos), poderia ser substituído por bancos de dados de KOG (bancos de dados

de proteínas de organismos eucariotos). Além disso, é possível substituir banco de dados de

proteínas de protozoários por conjuntos de proteínas de novos organismos previamente

seqüenciados e que sejam de interesse dos pesquisadores, ou ainda utilizar de conjuntos de

proteínas de outras vias metabólicas disponíveis na base de dados KEGG (KANEHISA, GOTO,

2000).

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Apêndice 2 – XSD do Manifesto de Atividade

O manifesto de atividades contém três conjuntos de descritores:

RemoteActivity - descritores necessários ao processamento da atividade

remota;

CloudAccess - descritores que habilitam a conexão do SGWfC com as

instâncias da nuvem;

ProvenanceBroker - contém os descritores que garantem a conectividade

da arquitetura com o repositório de proveniência.

Todos os descritores são utilizados pelos módulos ExecutionBroker e

ProvenanceBroker.

Figura 2-1. Estrutura do XSD do manifesto de atividades

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Apêndice 3 - XSD do Manifesto de Experimento

O manifesto de experimento contém o conjunto de descritores de proveniência

que são utilizados para descrever o experimento científico em larga escala, este

descritores podem ser fornecidos por ferramentas de terceiros, os principais grupos de

descritores são:

Organization - descritores relacionados à organização que mantém os

laboratórios de pesquisa;

Laboratory - descritores relacionados aos laboratórios envolvidos na

condução dos experimentos;

Person - os descritores relacionados aos pesquisadores

Experiment - descritores relacionados ao experimento em larga escala;

Project - descritores relacionados com o projeto de pesquisa;

CloudProvider - descritores relacioandos com o provedor de serviços de

nuvem;

AbstractWorkflow - descritores sobre o workflow abstrato;

ConcreteWorkflow - descritores sobre o workflow concreto;

AbstractActivities - descritores sobre as atividades abstratas;

CloudAccess - descritores que habilitam a conexão do SGWfC com as

instâncias da nuvem;

ProvenanceBroker - contém os descritores que garantem a conectividade

da arquitetura com o repositório de proveniência.

Os descritores são utilizados pelos módulos ExecutionBroker e

ProvenanceBroker.

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Figura 3-1. Estrutura do XSD do manifesto de experimento

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Apêndice 4 - XSD do Manifesto de Configuração

O manifesto de configuração mantém conjuntos de descritores que são utilizados

para configurar o ambiente de nuvem, a saber:

UserSubscribe - descritores sobre os usuários das instâncias da nuvem;

ConcreteActivities - contém os descritores necessários a execução da atividade

concreta;

ActivityParameter-contém os parâmetros necessários à execução das atividades

concretas

CloudAccess - descritores que habilitam a conexão do SGWfC com as instâncias

da nuvem;

ProvenanceBroker - contém os descritores que garantem a conectividade da

arquitetura com o repositório de proveniência.

Figura 4-1. Estrutura do XSD do manifesto de configuração