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INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI FACULDADES IDEAU TENDÊNCIA DE ÊXODO RURAL DOS JOVENS NA COMUNIDADE DE TRÊS BARRAS, LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE ARATIBA-RS MORGAN, Rogério¹ OTTO, Gustavo Balestrin¹ SANTOS, Lucas Alves 1 SERAFINI, Felipe¹ WINTER, Luan Carlos¹ ALMEIDA, Mauro Antonio de² CAMILLO, Maristela² MEIRELES, Ronaldo Bernardon² KRUEL, Isabele Brandão² TREVIZAN, Kátia² RESUMO: O objetivo da pesquisa foi analisar a tendência ao êxodo rural entre os jovens que residem na comunidade de Três Barras, localizada no município de Aratiba-RS. A forma que foi trabalhada para coleta de dados foi o Levantamento de Campo (Survey), através de um questionário padrão, o qual foi aplicado na escola da comunidade para vinte e três jovens e adolescentes, no que se obteve resultados relevantes, que foram tabulados e formulados, produzindo gráficos e comparando-os para melhor entendimento do assunto abordado. Como afirma a pesquisa e se concretiza nas respostas, as áreas rurais estão cada vez mais, com menores números de jovens interessados em permanecer nas propriedades de seus pais ou mesmo de trabalharem no interior. A região tem sofrido a evasão da população fazem alguns anos, após a construção da Usina Hidrelétrica de Itá, que atingiu várias áreas e propriedades, gerando o êxodo dessa população para outras localidades rurais ou o que aconteceu com maior ocorrência para a região urbana, por falta em alguns casos da interação de exercer atividades agrícolas alí. Percebeu-se que a maioria dos jovens que foram questionados sobre a satisfação deles na comunidade era pouco ou nenhum, pois, a falta de investimentos e políticas que incentivem a comunidade na permanência dessa área para produção agrícola e pecuária é escassa. Para reverter essa situação na região, o jovem que reside na comunidade deve se conscientizar da importância e a gestão regional possa incentivar esses jovens, na forma que percebam o quão é importante a permanência deles. Palavras-chave: Êxodo rural, comunidade, juventude rural. 1 Discentes do Curso de Agronomia, Nível IV 2016/1- Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS. ² Docentes do Curso de Agronomia, Nível IV 2016/1 - Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS. ___________________________________________________________________________ _______________ Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil 1

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INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI

FACULDADES IDEAU

TENDÊNCIA DE ÊXODO RURAL DOS JOVENS NA COMUNIDADE DE TRÊS BARRAS, LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE ARATIBA-RS

MORGAN, Rogério¹OTTO, Gustavo Balestrin¹SANTOS, Lucas Alves1

SERAFINI, Felipe¹WINTER, Luan Carlos¹

ALMEIDA, Mauro Antonio de²CAMILLO, Maristela²

MEIRELES, Ronaldo Bernardon²KRUEL, Isabele Brandão²

TREVIZAN, Kátia²

RESUMO: O objetivo da pesquisa foi analisar a tendência ao êxodo rural entre os jovens que residem na comunidade de Três Barras, localizada no município de Aratiba-RS. A forma que foi trabalhada para coleta de dados foi o Levantamento de Campo (Survey), através de um questionário padrão, o qual foi aplicado na escola da comunidade para vinte e três jovens e adolescentes, no que se obteve resultados relevantes, que foram tabulados e formulados, produzindo gráficos e comparando-os para melhor entendimento do assunto abordado. Como afirma a pesquisa e se concretiza nas respostas, as áreas rurais estão cada vez mais, com menores números de jovens interessados em permanecer nas propriedades de seus pais ou mesmo de trabalharem no interior. A região tem sofrido a evasão da população fazem alguns anos, após a construção da Usina Hidrelétrica de Itá, que atingiu várias áreas e propriedades, gerando o êxodo dessa população para outras localidades rurais ou o que aconteceu com maior ocorrência para a região urbana, por falta em alguns casos da interação de exercer atividades agrícolas alí. Percebeu-se que a maioria dos jovens que foram questionados sobre a satisfação deles na comunidade era pouco ou nenhum, pois, a falta de investimentos e políticas que incentivem a comunidade na permanência dessa área para produção agrícola e pecuária é escassa. Para reverter essa situação na região, o jovem que reside na comunidade deve se conscientizar da importância e a gestão regional possa incentivar esses jovens, na forma que percebam o quão é importante a permanência deles.

Palavras-chave: Êxodo rural, comunidade, juventude rural.

ABSTRACT: The objective of the inquiry analysed the tendency to the rural exodus between the young persons who reside in the community of Three Bars, located in the local authority of Aratiba-RS. The form that was worked for data collection was the Lifting field (Survey), through a questionnaire standard, what it was applied in the school of the community for twenty three young persons and adolescents, in what there were obtained relevant results, which were tabulated and formulated, producing printers and comparing them for better understanding of the boarded subject. Since it affirms the inquiry and comes true in the answers, the rural areas are more and more, with less numbers of young persons interested in remaining in the properties of his parents or even of working in the interior. The region has been suffering the escape of the population some years pass, after the construction of the Hydroelectric station of Itá, which reached several areas and properties, producing the exodus of this population for other rural towns or what happened with bigger incident for the urbane region, for lack in some cases of the interaction of practising agricultural activities alí. realized that most of the young persons who were questioned on their satisfaction in the community were little or no, so, the lack of investments and policies that stimulate the community in the permanence of this area for agricultural and cattle production it is scarce. To revert this situation in the region, the young person who resides in the community must become aware of the importance and the regional management could stimulate these young persons, in the form that they realize it how their permanence is important.

Keywords: Rural exodus, community, rural youth.

1 Discentes do Curso de Agronomia, Nível IV 2016/1- Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.² Docentes do Curso de Agronomia, Nível IV 2016/1 - Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.

__________________________________________________________________________________________Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil 1

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1 INTRODUÇÃO

O tema da ruralidade não pode ser discutido sem que se recorra à história da ocupação

do território, de suas formas sociais de produção e de organização social. No Brasil, a

história da ocupação do território foi um conto de lutas e tensões sociais em que a grande

propriedade, em certo sentido, foi a vencedora. No plano das lutas sociais poucas foram as

situações em que os camponeses obtiveram vitória (BRANDENBUG, 1998). Pode-se afirmar

que o Brasil foi formado socialmente sob o sistema da “grande propriedade”, embora a partir

da transição do Brasil Colonial para o Agrário Exportador a pequena propriedade

gradualmente tivesse conquistado seu espaço, sendo socialmente reconhecido como agricultor

familiar.

Na sua própia realidade os camponeses e agricultores familiares desenvolveram uma

agricultura voltada a família, no qual os sistemas e métodos usados eram diversificados e seus

propósitos eram as satisfações básicas da família (BRANDENBUG, 2010). Porém a política

de modernização da agricultura acompanhada da economia de exportação fez com que

reorientassem os sistemas produtivos beneficiando os grandes produtores deixando de lado os

pequenos produtores. Uma das consequências desse acontecimento foi o êxodo rural.

De acordo com Wanderley (2009), o êxodo rural atinge um grande número,

principalmente de pequenos agricultores, em que os torna vulneráveis na sua permanência no

meio rural. É uma forma de migração em consequência de vários fatores: a implantação de

um modelo moderno de produção agropecuária, causado pela desinformação e pouco

investimento financeiro de pequenos produtores; outro motivo é a partida dos produtores que

vendem ou arrendam suas propriedades rurais migrando para a região urbana em busca de

melhores condições de vida nas cidades, que os atraem pelo lucro financeiro e pelos fatores

atrativos alí encontrados (CASAGRANDE; SOUZA, 2012).

Segundo Evangelista (2001), pode-se afirmar que o processo de migração para as

áreas urbanas gera impacto social, ambiental e econômico. Suas consequências são a

expansão das áreas urbanas que não foram projetadas para tamanha população, causando o

desemprego e o subdesemprego, o envelhecimento populacional, a violência, crescimento de

favelas, maior produção de lixo e aterros.

É nítido que o apoio à agricultura familiar se tem tornado cada vez mais difundido,

pois tem sido reconhecida a sua grande importância a uma política de inclusão das pequenas

propriedades na economia e na busca de uma nação mais sustentável. Contudo, ainda ocorre

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uma grande migração para o meio urbano, que faz com que os agricultores, principalmente os

jovens, movidos por expectativas e realidades diferentes vividas no campo, desacreditem em

perspectivas de desenvolvimento no meio rural, tornado-se o principal motivo do êxodo rural,

a sucessão familiar.

Neste contexto, buscou-se compreender diversos fatores que levam este impulso dos

jovens, a não sucederem seus pais na agricultura, gerando uma problemática cada vez mais

presente na agricultura familiar. Para uma melhor compressão nas pesquisas sobre a migração

dos jovens, destaca-se a importância de novos estudos sobre os fatores que atraem os jovens

para a atividade agrícola e para a vida no meio rural. Nesses estudos, é necessária uma

abordagem diversificada de itens, que dê conta das condições de inserção e dos interesses e

motivação a esta sucessão, (SILVESTRO et al., 2001).

Portanto o objetivo do trabalho foi analisar as perspectivas dos jovens da área rural no

Distrito de Três Barras, localidade pertencente ao município de Aratiba-RS, localizado na

divisa dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, sendo feito um comparativo do

êxodo rural em relação a sucessão familiar dos jovens que residem na localidade. Procurou-se

identificar os maiores interesses desses jovens e entender as percepções que eles têm sobre a

vida no campo e na cidade. Este diagnóstico inicial pretende obter observações para

posteriormente, ser realizada uma análise relatando resultados e diagnósticos, visando a

permanência dos jovens agricultores rurais e promover o apoio e desenvolvimento econômico

da agricultura familiar local, e a melhoria da qualidade de vida no campo.

2 DESENVOLVIMENTO

A pesquisa teve como o objetivo de coletar dados a respeito da evasão do êxodo rural

na comunidade de Três Barras, localizada no município de Aratiba encontrando-se no estado

do Rio Grande do Sul, na região Sul do país, o município é banhado pelo rio Uruguai na

divisa com o estado de Santa Catarina, sua latitude de 27º 23’ 39” S, longitude de 52º 18’ 01”

W, altitude de 420m do nível do mar e como uma área territorial de 341,9 Km². Sua

população é de 6.565 habitantes, onde cerca de 49% da população mora na área rural, o PIB

municipal é de 987.584 mil reais, (IBGE 2010 e Censo Demográfico).

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A região é influêncida economicamente pela a agricultura, pela pecuária,

principalmente de suínos e pela microrregião de Erechim, porém a construção da usina

hidrelétrica de Itá (UHE), entre os municípios de Itá (SC) e Aratiba (RS), acarretou algumas

questões ambientais, econômicas e sociais para o município, uma delas é o êxodo rural da

região.

2.1 Usina Hidrelétrica De Itá (UHE)

A Usina Hidrelétrica de Itá (UHE) teve-se o início de suas obras no ano de 1996, no

qual foi inaugurada no ano de 2000, na época se constituiu num fator de atração e expulsão de

população. Os estudos estimam que, no momento de picos de obras civis, a área em questão

contou com uma população adicional de cerca de quinze mil pessoas. Esse contigente levou

em conta os que trabalharam diretamente no empreendimento e seus familiares (64%), além

dos que afluíram para a região juntamente com seus familiares (36%), atraídos pelas

possibilidades de negócios usualmente dinamizados em consequência de obra de tal porte.

Por outro lado, também houve um movimento com sentido inverso. Trata-se da saída

da popopulação rural e urbana residente da área onde foi formada o lago, principalmente no

município de Aratiba, (figura 1). Aproximadamente 3.200 (três mil e duzentas) famílias

viviam na área abrangida, às margens do rio Uruguai, tanto no estado do Rio Grande do Sul

quanto em Santa Catarina. “Secretaria Municipal e Desporto Aratiba-RS. 2012, p. 50. ”

Famílias atingidas 3.585

Propriedades atingidas 3.219

Familiares reassentados 872

Núcleos rurais relocados 36

Estradas relocadas 566 Km

Área inundada 103 Km²

Figura 1: Impactos causados nas áreas rurais e urbana de Aratiba e demais cidades da região,

pela obra da construção da UHE. Fonte: Aratiba, sua saga, seu povo, sua história. 2012, p.

104.

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A região de Três Barras é uma área que depende economicamente e exclusivamente da

agricultura e pecuária.

A permanência dos jovens na agricultura é o alicerce da agricultura familiar. Em

contrapartida, estes jovens acabam muitas vezes sendo influenciados pela falsa ilusão que as

cidades geram, de que terão um bom emprego e consequentemente melhores condições de

vida. Por parte do governo, a falta de investimentos na área agrícola também colabora para

esta situação, agravando ainda mais o exôdo rural.

2.2 Agricultura Familiar

Atualmente a agricultura familiar vem sendo o centro das atenções por ser um meio

alternativo de desenvolvimento para a zona rural, a qual tem capacidade de diminuir a

miséria, as desigualdades sociais e econômicas e o mau uso dos recursos naturais disponíveis

a sociedade rural, bem como, torná-la mais resistente aos grandes mercados e torná-la mais

eficiente quanto a sua produtividade. Destaca-se também a intenção da redução do êxodo

rural já que o Brasil tem um histórico de carência de políticas públicas voltadas à área rural,

ao fortalecimento da agricultura familiar, e a falta de incentivo/atrativo à permanência de

homens/mulheres sejam jovens, adultos, crianças e idosos no campo, o que vem contribuindo

para que a população urbana cresça a cada ano em um ritmo acelerado (SILVA et. al. 2006).

No Rio Grande do Sul, cerca de 86% das propriedades rurais são de agricultura familiar.

Esse modo de agricultura passou a fazer parte das estatísticas oficiais da federação em 2006

(CASSEL, 2009), quando passou a ser analisada pelo IBGE. Já em âmbito nacional, a

agricultura no Brasil é realizada por aproximadamente seis milhões de agricultores. Sendo que

destes, cinco milhões, 90% são de agricultores familiares (IBGE, 2007). Porém, este cenário

vem sendo alterado devido a um grave problema, o êxodo rural, (ABRAMOVAY, 1997).

A agricultura familiar não é uma categoria social recente, nem corresponde a uma

categoria analítica nova. No entanto, sua utilização, com o significado e abrangência que lhe

tem sido atribuído nos últimos anos no Brasil, assume ares de novidade e renovação,

acentuados pelas políticas públicas destinadas a este ator social (WANDERLEY, 2001).

A agricultura familiar tem grande importância na redução do êxodo rural e no

potencial de criar condições e oportunidades de trabalho e sobrevivência através de

diversificados sistemas de produção e utilização dos recursos naturais. Assim esta estrutura

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produtiva contribui para o desenvolvimento de municípios de pequeno e médio porte. De

maneira geral, o objetivo da maioria dos negócios familiares – incluindo os empreendimentos

rurais – é crescer de forma sustentável, aumentando sua viabilidade e preparando sua

transição para a próxima geração (LOURENZANI, 2006).

Deste modo, devido a grande importância concebida pela agricultura familiar, tanto para

o desenvolvimento das cidades quanto da família em si, foram desenvolvidos vários projetos e

programas para dar apoio aos pequenos agricultores. Um bom exemplo é o PRONAF

(Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), o qual aderiu várias classes

da agricultura familiar. Entre os objetivos principais do programa foi de propiciar aumento da

geração de renda dos agricultores por meio de seu aceso ao crédito bancário e também

ampliar esse acesso aos agricultores que possuíam menos condições.

Com o aprimoramento da mecanização nas propriedades rurais, muitos pequenos

agricultores não conseguem se adequar e competir a nível de mercado, e através disso, muitas

vezes acabam ficando no vermelho, o que inviabiliza sua permanência no meio rural e, por

consequência acabam tendo que buscar outros tipos de renda, outros meios de vida,

deslocando-se para as cidades em busca de melhores condições.

O gerenciamento é uma das etapas mais importantes para o sucesso dos

empreendimentos e por sua vez, afeta os resultados e a sustentabilidade dos negócios

(BUAINAIN, 2006). Logo, entende-se que a viabilidade socioeconômica futura da agricultura

familiar, pode passar pelo desenvolvimento da capacidade de administrar eficientemente a

exploração de atividades, cuja complexidade e grau de exigências aumentam junto aos

consumidores.

2.3 Juventude Rural

As práticas e representações sociais dos jovens inseridos no meio rural, considerando

seus contextos sociais, a relação entre campo e cidade bem como seus projetos de vida,

passam a ser tema de investigações quanto ao futuro destes sujeitos (JÚNIOR, 2007).

As discussões que giram em torno do termo juventude remetem a uma série definições

divergentes. Culturalmente determinada, a demarcação desta etapa da vida é sempre

imprecisa, sendo referida ao fim dos estudos, ao início da vida profissional, à saída da casa

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paterna ou à constituição de uma nova família ou, ainda, simplesmente a uma faixa etária

(CARNEIRO e CASTRO, 2007).

Segundo Brumer (2007), existem dois aspectos que são mais usuais sobre a saída dos

jovens do campo: a tendência emigratória dos jovens para as cidades e a questão relacionada à

transferência da propriedade agrícola para as novas gerações.

O processo migratório do campo para a cidade tem sido contínuo nas últimas décadas,

os principais motivos apontados por Castro (2009), são os atrativos da vida urbana,

especialmente pelas opções de trabalho remunerado por um lado, quando comparados com as

dificuldades da vida rural, servindo como motivos da auto-expulsão, por outro lado.

Na agricultura familiar a juventude está presente por meio de sua inserção no trabalho

familiar no estabelecimento agrícola, uma vez que essa caracteriza-se pela “unidade de

produção agrícola onde propriedade e trabalho estão intimamente ligados à família”

(LAMARCHE, 1993, p. 15).

Ressalta-se que as políticas de desenvolvimento rural voltadas para a juventude não

podem limitar-se à agricultura, tendo em vista que a agricultura familiar é multifuncional e

pluriativa. Os futuros agricultores (jovens) serão cada vez mais pluriativos, assim sendo, suas

rendas dependerão da agricultura, mas também de outras atividades. Quanto mais os jovens

estiverem preparados para essas “novas atividades”, entre as quais destacam-se as voltadas à

valorização da própria biodiversidade existente no meio rural, maiores suas chances de

realização pessoal e profissional (ABRAMOVAY, 2005)

2.2 Metodologia

Foi realizado um estudo de caso, onde aplicou-se um questionário com 25 questões

específicas para as turmas do 6° ao 9° do ensino fundamental na Escola Estadual de Ensino

Fundamental Castro Alves. Como trata-se de uma escola localizada no interior, o número de

alunos é reduzido, e ao tabular os formulários, constatou-se que 23 questionários foram

respondidos. Na primeira parte foi feita a aplicação dos questionários, no qual foi aplicado no

dia 29 de setembro de 2017, com a autorização por parte da direção da escola. Antes do

formulário ser entregue aos entrevistados, os acadêmicos de agronomia que estavam

acompanhando o mesmo, explanaram aos alunos sobre o que é o exôdo rural de uma forma

geral e orientaram quanto à finalidade do questionário e em relação à importância das

respostas serem as mais sinceras e coerentes possíveis, para permitir que os resultados sejam

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os mais próximos da realidade. Na segunda etapa foi feito a análise quantitativa, os dados

foram analisados com base em tabelas e gráficos, para poder interpretar os resultados obtidos

de forma clara e precisa.

O tipo de pesquisa que foi utilizado para a realização deste trabalho foi um

Levantamento de Campo (survey). Todas as questões do formulário foram tabuladas e os

principais tópicos serão abordados em forma de gráficos, sendo discutidos posteriormente

comparando-os com a literatura.

Survey (levantamento). Pode ser descrita como a obtenção de dados ou informações

sobre características, ações ou opniões de determinado grupo de pessoas indicado como

representante de uma população alvo, mediante um instrumento de pesquisa, normalmente um

questionário. Como característica tem o interesse em produzir descrições quantitativas de uma

população e faz uso de um instrumento predefinido. É apropriada quando queremos responder

a questões como: o que?; porque?; como? e quando?, ou seja, quando o foco de interesse é

sobre o eu, esta acontecendo ou como e porque isso está acontecendo. (FREITAS,

OLIVEIRA, SACOOL e MOSCAROLA, 2000).

2.3 Resultados e Discussão

De acordo com o formulário de pesquisa que foi aplicado para vinte e três jovens e

adolescentes, com faixa etária de doze a quinze anos, sobre o êxodo rural e demais

informações das propriedades e familiares, observou-se que a maioria dos jovens

entrevistados são do sexo masculino, totalizando quinze do sexo masculino e oito jovens do

sexo feminino. Avaliou-se a etnia dos entrevistados e constatou-se que na região do distrito de

Três Barras, há uma predominância de descendentes de italianos e alemães, porém existe um

pequeno número de descedentes de poloneses e russos que residem na localidade.

Todos os jovens entrevistados moram com os seus pais, sendo que em alguns casos

residem com os pais e avós na mesma residência e outros também nas mesmas propriedades,

porém em moradias separadas. Muitos dos idosos mesmo depois de aposentados continuam

residindo nas propriedades rurais, porém, muitos deles não há mais atividades ativas na

agricultura, deve-se ser pela falta de vigor ou até mesmo a comodidade da idade avançada. O

que ocorre que filhos e netos ficam com a responsabilidade na maioria das vezes de manter a

propriedade e o sustento familiar. Observou-se também que há uma parcela de idosos que

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migraram para a cidade em virtude da acessibilidade à alimentação, saúde, lazer e outros

fatores benéficos, diminuído o atrito em questões de locomoção e produção.

Acredita-se que a maioria das famílias da região vive da agricultura familiar e da

pluriatividade agrícola. Obteve-se resultados em que a agricultura e a pecuária nas pequenas

propriedades são diversificadas. A semeadura de grãos, principalmente a produção de milho,

para comercialização e armazenagem; o cultivo de pomares de frutíferas típicas da região. No

ano de 1980 a região foi incentivada a citricultura em escala comercial.

Hoje o município desponta como um dos maiores produtores de laranja do Alto Uruguai gaúcho. Com menor escala há a produção de mandioca, amendoim, arroz e cana-de-açucar para a produção de cachaça; e cultivo de hortas, geralmente para pequenas vendas e principalmente para consumo familiar. O carro chefe da pecuária é a criação de suínos. A produção de carne suína é o destaque econômico na região de Aratiba, o município é o maior produtor de suínos da região do Alto Uruguai e um dos maiores do estado. Mais de 90% das criações seguem o sistema integrado, o sistema suínocultura tecnificado e intensiva para a produção de carne, tornando se comercial, produtiva e muito competitiva. E a produção de leite e gado de corte em pequena escala. (Aratiba, sua saga, seu povo, sua história, 2012. P.36 e 37)

De acordo com (figura 2), constatou-se que mais de 90 % das famílias dos jovens

entrevistados trabalham nas próprias propriedades e apenas uma pequena minoria que residem

no interior trabalham na cidade, a chamada migração pendular. Dos que trabalham no meio

rural, verificou-se que uma parcela das famílias trabalha somente com agricultura e outra

parcela somente com pecuária. Em contrapartida, 52% das famílias trabalham com ambas

atividades, conciliando agricultura e pecuária.

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Figura 2. Atividades desenvolvidas nas propriedades. Três Barras, Aratiba-RS, 2017.

Muitas das áreas que foram atingidas e que estão degradadas pela Usina de Itá, fez

com que alguns dos moradores obrigaram-se a abandonar a o cultivo e produção agrícola e

pecuária para a plantio de floresta exótica, com a plantação de mudas de eucalipto e pinus, a

fim da utilização e extração da madeira. Atualmente os produtores encontram dificuldades

para a retirada da madeira e os fatores que aflingem são a falta de mão de obra e o valor baixo

que é ofertado pelas empresas.

A tecnificação de qualidade é um dos fatores mais importatens para o avanço

econômico da agricultura. Foi abordado em questionário se há ou qual o nível tecnológico e

se há tecnificação em relação a produção agrícola e pecuária, onde obteve-se que cerca de

74% tem acesso tecnologia como celulares, computadores, televisão com sinal aberto e acesso

a internet, dentre outros aparelhos que venha conceder melhor informações e melhorias para a

propriedade. Cerca de 61% não tem tecnificação agrícola e pecuária para melhor produção,

acontece que como a região de Três Barras é uma área degrada e o relevo geográfico da

região é de planaltos e chapadas, essas características são de áreas de declives e poucas

planícies, onde dificulta o cultivo de algumas culturas nessa região, como por exemplo a

produção de grãos em grande escala, que é definido como o menor meio de cultivo da região.

Dessa forma a pluriatividade de pequenos agricultores tem-se através da nessecidade, no qual

esta no nível de pequena propriedade ou de área degradada e necessita a utilização máxima do

solo para o manejo, no qual a questão financeira não é suficiente para melhor tecnificação.

A contratação de mão de obra permanente para uma propriedade de produtores

familiar contradiz com relação e agricultura familiar, por esse motivo questionou-se se

haveria nessecidade de contretação de mão de obra para as tarefas agrícolas, e obtivemos

resultado esperados, cerca de 91% das propriedades não necessitam ou não tem condições de

contratar mão de obra. Apenas 9% demontraram que tem contratados funcionários nas

propriedades.

Quando indagados que se havia áreas de preservação na propriedade da família

adquirimos respostas positivas em relação a preservação de matas nativas, rios, sangas e

açudes. Analisou-se essa questão e acredita-se que há alguns fatores que colaborem para a

conservação, no qual pode ser o difícil acesso a algumas áreas para a exploração e cultivo de

atividades agrícolas. Outro ponto em questão, é que se observou, que nas propriedades em que

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havia a preservação e manutenção dessas áreas, também existe um maior número de idosos

(avós dos jovens entrevistados), no qual os valores calculados foram similares, onde pode-se

ter um comparativo desses dois resultados, que podem ser importantes sobroe o êxodo dessa

região (figuras 3 e 4).

Figuras: (3) Comprovação da semelhança entre a manutenção de áreas de preservação

nas propriedades rurais. (4) Número de idosos participantes das famílias que residem nas

áreas rurais na comunidade de Três Barras, Aratiba-RS, 2017.

Diagnosticou-se que 87% das propriedades que tem áreas de preservação ambiental,

também há idosos que permanecem residindo nas propriedades rurais da família, no qual o

número é comprovado na relação das duas questões abordadas. Essa faixa da população

contemplou e operou no princípio dessa região, que foram exploradas e manuseadas pelos

mesmos. Apesar da agricultura e pecuária ser o sustento de muitas das famílias na região, a

população idosa na maioria das veses tem uma visão também de devesse preservar de certas

áreas, que não seja extraída e manuseada para que futuras gerações conheçam também como é

a origem da região, na qual eles desbravaram.

A escola da comunidade da mesma forma tem sofrido ultimamente algumas

desconsiderações, logo após a merendeira se aposentar, não foi contratado nenhum

funcionário para tal função, atualmente os alunos não tem merenda escolar, a merenda é

trazida de casa para que possam lanchar no recreio, a limpeza da escola é feita pelos pais dos

alunos e professores, pois não há recursos financeiros para contratação de funcionários. A __________________________________________________________________________________________

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escola funciona em dois turnos diário, matutino e vespertino, porém, com a falta de fundos

financeiros pode ocorrer que futuramente a escola funcione somente em um turno diário.

A evasão dos jovens nas áreas rurais nos últimos anos tem crescido muito, porém há

uma parcela concientizada que os princípios e importância da agricultura são relevante na

relação social, ambiental e econômica. Cerca de 87% dos questionados gostam de residir no

campo, sendo 13% dos jovens não gostam de residir no campo, por motivos não justificado.

Muitos dos que gostam de morar no campo justificaram-se por taís motivos: “Pois aqui é

mais calmo do que a rotina da cidade e que podemos produzir alimentos mais sadios do que

alguns alimentos que são produzidos nas cidades”, “Porque consigo fazer e interagir mais

com minha família no trabalho” “Consumimos o que produzimos e adoro cuidar dos

animais”, “Sim, mas as situações não ajudam muito”. Quando questionados, se pretendiam

continuar a sucessão familiar ou por ventura eles pretendiam se deslocar das propriedades

rurais, e passar a residir nas zonas urbanas, contemplou-se diversas respostas (figura 5).

Apesar da maioria dos jovens gostar do campo, ainda há grandes dificuldades enfrentadas nas

propriedades da região, porém acredita-se que a dedicação de cada um deles possa resultar em

futuras boas notícias.

Figura 5: Gráfico com resultados de quais as decisões futuras dos jovens em relação a

permanência nas propriedades rurais, na comunidade de Três Barras, Aratiba-RS, 2017.

A contratação de mão de obra na região tem sido um fator precário, ocorre apenas em

algumas propriedades, e mesmo assim a contratação é pouca, cerca de 69% não precisa ou

não tem condições de contratação de mão de obra, 22% precisa da contratação de mão de

obra, porém, não há condições financeiras para tal contratação, consequentemente 9% das

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propriedades tem o uso de funcionários trabalhando, que é considerado um valor baixo e

esperado pelas condições da região.

Abordou-se, se haveria outra renda financeira fora da propriedade de forma que auxilie no

crescimento e manutenção familiar. No qual o resultado foi de que, 57% das famílias tem

outra renda fora da propriedade, na forma, de prestação de serviços externos, a venda de

produtos terceirizados e produtos com produção própria, principalmente produtos artesanais

(figura 6).

Figura 6: Números das rendas familiares que há fora da propriedade, e rendas que somente

depende da propriedade rural. Comunidade de Três Barras, Aratiba-RS, 2017.

As maiores dificuldades das propriedades da região de Três Barras é a falta de mão de obra

e investimento, há alguns investimentos no ramo da pecuária de suínos, porém esses

investimentos estão nas mãos de poucos produtores que na maioria das veses fizeram

investimentos na área pelo baixo valor ofertado das propriedades, no qual pequenos

produtores obrigaram-se a migrar para outras regiões, principalmente urbanas.

Percebeu-se que a maioria dos jovens que foram questionados sobre a satisfação deles na

comunidade era pouco ou nenhum, pois, a falta de investimentos e politicas que incentive a

comunidade na permanência dessa área para produção agrícola e pecuária é escassa. Para

reverter essa situação na região, o jovem que reside na comunidade deve se conscientizar da

importância e a gestão regional possa incentivar esses jovens, na forma de que percebam o

quão é importante a permanência deles.

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No ano de 2014 o governo municipal de Aratiba tomou algumas medidas a respeito da

evasão dos pequenos produtores nessas regiões, onde o município fez um projeto de subsídio,

no qual foi projetado o investimento de granjas para a criação de aves e suínos acarretando

uma nova forma de renda e assim fazendo que as famílias tivessem uma nova forma de renda,

desse modo permanecendo na região.

Dessa forma, apesar de alguns investimentos da parte de grandes produtores e do governo

municipal na região, ainda, a saída de jovens tem tornado um grande problema para a

economia local, diminuindo a população, consequentemente proporcionando a falta da mão de

obra e a oferta maior de pequenas propriedade, para serem vendidas e arrendadas, as áreas

com plantio de eucalipto e pinus preenche um vazio econômico que não é lucrativo, pois os

produtores que resistem nas suas propriedades com esperança que a atividade madeireira

venha dar lucro, porém, não há quem compre ou se desloque para a retirada, desvalorizando e

tendo que verder por valores baixos, que muita das veses não paga o próprio custo de

manutenção.

Um dos fatores que promovem a saída do jovem no meio rural é a insatisfação com a renda

recebida na propriedade. Muitos destes jovens buscam na cidade novas oportunidades de

emprego para melhorar sua renda e sua condição de vida. A falta de politicas sociais e o

pouco investe para o estimulo desses jovens permanecerem nas propriedades são

desvantajosas, dificutando ainda mais a permanência de jovens nas áreas rurais, onde

proporciona o êxodo rural na região de Três Barras.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos resultados do questionário aplicado observou-se que vinte dos jovens

gostam de residir no campo, e que mais de 90 % das famílias dos jovens entrevistados

trabalham nas próprias propriedades e apenas uma pequena minoria que residem no interior,

porém, trabalham na cidade. A pluriatividade e agricultura familiar foi um ponto bem

revisado pois cerca de 52% das propriedades vivem e dependem da diversidade de culturas

manejadas e produção, como de grãos, frutíferas, leite e suínos. Observou-se que apenas seis

dos jovens queriam cursar um curso técnico ou superior, os demais não sabiam ou não

queriam. A falta de politicas publicas e sociais que incentive esses jovens, promove uma

tendência do êxodo rural na região. É preciso que haja mais estudos nessa região, pois se há

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diagnostico breve, pode-se evitar a evasão desses jovens e de futuras gerações da comunidade

de Três Barras.

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