noÇÕes gerais de administraÇÃo municipal€¦ · noÇÕes gerais de administraÇÃo municipal...
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NOCcedilOtildeES GERAIS DE ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL
Jonias de O e Silva
1 ORIGENS E ESTRUTURA DO ESTADO
11 O ESTADO
A sociedade humana apoacutes tentar inuacutemeras formas de regular seu relacionamento desenvolveu a figura do Esta-
do um ser abstrato poreacutem com maiores poderes do que qualquer indiviacuteduo
Delimitado em um territoacuterio formado por um povo e politicamente organizado como um governo o Estado eacute
figura instituiacuteda na histoacuteria recente da humanidade que promete manter-se no tempo haja vista ser a forma mais eficien-
te que a civilizaccedilatildeo encontrou para possibilitar a convivecircncia em sociedade
A despeito da existecircncia do germe do Estado nas cidades-estados dos sumeacuterios egiacutepcios e gregos o termo ldquoEs-
tadordquo apenas aparece como unidade de soberania na obra claacutessica de Niccolo Machiavelli em 1513 denominada de ldquoO
Priacutenciperdquo
A ele o Estado incumbiu a tarefa de manter a ordem social e empenhar esforccedilos para a melhoria do bem co-
mum Para tanto foi-lhe outorgado o poder de exigir o cumprimento das regras formuladas por seus representantes
mesmo que para isto seja necessaacuterio o uso da forccedila
Nessa vertente Arthur Machado Paupeacuterio (1992 p32) reforccedila em seu livro intitulado Introduccedilatildeo ao Estudo do
Direito que ldquoO Estado eacute a maior e a mais importante das sociedades de ordem temporal abarcando todos os outros gru-
pos naturais cujos interesses subordinados ao bem comum procura defender e promoverrdquo
Por sua vez Joseacute Roberto Dromi citado na obra de Joseacute Carlos de Oliveira (1997 p41) Concessotildees e Permis-
sotildees de Serviccedilos Puacuteblicos assevera ldquo[] a noccedilatildeo de serviccedilo puacuteblico estaacute intimamente ligada com a razatildeo de ser do Es-
tado a persecuccedilatildeo do bem comumrdquo
Aliaacutes a promoccedilatildeo do bem comum tem previsatildeo legal na proacutepria Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil
(1988) no inciso IV do artigo 3ordm estando entre os princiacutepios fundamentais com o seguinte texto legal
Constituem objetivos fundamentais da Repuacuteblica Federativa do Brasil
[]
IV ndash promover o bem de todos sem preconceitos de origem raccedila sexo cor idade e quaisquer outras formas de discri-
minaccedilatildeo []
Entretanto Jean Jaques Rousseau (2002 p99) em seu manuscrito Do Contrato Social no decorrer do seacuteculo
XVIII (1757) jaacute declarava
Enquanto muitos homens reunidos se consideram como um soacute corpo sua vontade eacute uma a conservaccedilatildeo comum e o bem
de todos as molas do Estado satildeo vigorosa e simples seus ditames claros e luminosos natildeo haacute interesses intrincados e
contraditoacuterios evidente se mostra em toda parte o bem comum
Por sua vez o filoacutesofo claacutessico Aristoacuteteles (2002 p191) em sua obra claacutessica ldquoA Poliacuteticardquo abordou sobre os
governantes ponderando que desses natildeo exigiam
[] uma virtude superior agraves humanas nem a uma educaccedilatildeo que requeira aptidotildees e recursos especiais nem a uma cons-
tituiccedilatildeo poliacutetica formada a gosto por assim dizer poreacutem a uma maneira de viver que possa ser a da maioria
Como visto cabe ao Estado por meio de seus administradores nos trecircs poderes (Executivo Legislativo e Judi-
ciaacuterio) o poder-dever de atuar em defesa dos direitos de seu povo de forma individual e coletivamente visando o cum-
primento efetivo de seu papel
12 OS TREcircS PODERES
A Constituiccedilatildeo Federal da Repuacuteblica Federativa do Brasil (1988) declara no artigo 2ordm que satildeo poderes da Uni-
atildeo o Legislativo o Executivo e o Judiciaacuterio
Entretanto Montesquieu citado na obra de Petrocircnio Braz (1999 p49) assevera que ldquo[] o poder do Estado eacute
exercido atraveacutes das funccedilotildees legislativa administrativa (executiva) e jurisdicionalrdquo
Essa divisatildeo de poderes possui como objetivo maior a manutenccedilatildeo da ordem social e o desenvolvimento do Es-
tado em busca do bem de seu povo
Todavia embora em funccedilotildees diferenciadas e independentes esses trecircs poderes (Executivo Legislativo e Judici-
aacuterio) precisam estar harmocircnicos completando-se mutuamente nas responsabilidades sociais
Nesse sentido cada um possui tambeacutem atribuiccedilotildees administrativas prestando serviccedilos puacuteblicos Assim os trecircs
poderes se relacionam com os cidadatildeos por meio de seus oacutergatildeos de contato direto ou indireto para a consecuccedilatildeo de seus
objetivos
E segundo a visatildeo de Lafayette Pondeacute (1995 p214) ldquo[] toda discussatildeo relativa ao poder se associa a um de-
bate sobre seu controlerdquo
httplojaunipublicaonlinecombrcurso-onlinephpcurso=palestra-aula-poder-julgador-do-legislativo-freios-e-
contrapesosampid=1716
13 OS ENTES DA FEDERACcedilAtildeO
De outro tanto haacute de se relevar que no caso do Brasil o Estado Nacional eacute formado por uma Repuacuteblica Federa-
tiva (Uniatildeo) com a junccedilatildeo de vaacuterios Estados-membros e do Distrito Federal (conforme dispotildee o art 1ordm da CF)
Nos territoacuterios dos Estados-membros por suas vezes existe o desmembramento em Municiacutepios o que faz com
que as accedilotildees desses poderes sejam descentralizadas
Assim Uniatildeo Estados-membros e Municiacutepios podem ser chamados de Entidades Estatais ou simplesmente en-
tes da Federaccedilatildeo sendo organismos maiores por meio dos quais age o governo ou o poder poliacutetico
14 A DESCENTRALIZACcedilAtildeO DAS ENTIDADES ESTATAIS
ENTES UNIAtildeO ESTADOS-
MEMBROS
DISTRITO
FEDERAL
MUNICIacutePIOS
ENTIDADES
ESTATAIS
PODER EXECU-
TIVO
Governo Federal
(Presidente da
Repuacuteblica)
Governo Estadual
(Governador)
Governo Distrital
(Governador)
Governo Municipal
(Prefeitos)
ENTIDADES
ESTATAIS PO-
DER LEGISLA-
TIVO
Senado (Senadores)
e
Cacircmara dos Depu-
tados (Deputados
Federais)
Assembleia Legislati-
va
(Deputados Estaduais)
Cacircmara Legislativa
(Deputados Distritais)
Cacircmara Municipal
(Vereadores)
ENTIDADES ES-
TATAIS PODER
JUDICIAacuteRIO
Tribunais Superio-
res STF STJ TSE
STM e TST
(Ministros)
Tribunais de Justiccedila
dos
Estados
(Desembargadores)
Tribunal do Distrito
Federal (Desembarga-
dores)
Foacuterum da Justiccedila
Local (Juiacutezes de
Direito)
Poreacutem o Municiacutepio
natildeo possui compe-
tecircncia sobre o Judi-
ciaacuterio
15 OacuteRGAtildeOS PUacuteBLICOS PROPRIAMENTE DITOS
Entendem-se como Oacutergatildeos Puacuteblicos propriamente ditos as divisotildees das entidades estatais como Ministeacuterios
Secretarias Departamentos Diretorias dentre outros
O Estado de extensatildeo territorial ampla e de competecircncia complexa necessita materializar-se em instituiccedilotildees de
efetiva accedilatildeo para alcanccedilar de fato o cidadatildeo-membro Por isto cria formas reais de relacionamento propiciando o
atendimento das inuacutemeras demandas sociais sempre almejando o contato material de seus mantenedores (contribuintes)
com a estrutura estatal
Assim a exemplo das instituiccedilotildees relacionadas na pesquisa preambularmente demonstrada o Oacutergatildeo Puacuteblico eacute o
estabelecimento que o cidadatildeo-membro busca recursos detidos pelo Estado os quais lhe proporcionem soluccedilotildees de me-
nor ou maior escala sempre em prol do bem comum
Dessa forma Hely Lopes Meirelles citado por Petrocircnio Braz (1999 p133) em seus escritos no Manual de Di-
reito Administrativo define o oacutergatildeo puacuteblico como sendo ldquo[] todo centro de competecircncia para desempenho de fun-
ccedilotildees atraveacutes de um ou vaacuterios agentes cuja atuaccedilatildeo eacute sempre imputada agrave pessoa juriacutedica a que pertencerdquo
Nesse prisma verificamos que nos oacutergatildeos puacuteblicos efetivamente acontecem agrave execuccedilatildeo e oferta dos serviccedilos
puacuteblicos
2 FUNDAMENTOS OBJETIVOS E OBRIGACcedilOtildeES DO ESTADO
21 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
Considerando-se que a principal finalidade do Estado eacute zelar pelo bem comum e pela ordem social eacute de se con-
cluir por oacutebvio que a melhor atuaccedilatildeo estatal eacute aquela que atende aos anseios coletivos e ao interesse puacuteblico
E para materializar essa atuaccedilatildeo estatal ele presta serviccedilos puacuteblicos em todas as aacutereas que clamarem pela sua
iniciativa ou intervenccedilatildeo
22 SERVICcedilOS PUacuteBLICOS
221 Conceito
Segundo Celso Antocircnio Bandeira de Mello (1997 p6) em seu livro Curso de Direito Administrativo define
ldquoServiccedilo Puacuteblico eacute toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade material fruiacutevel diretamente pelos admi-
nistrados prestado pelo Estado ou por quem lhe faccedila agraves vezes sob um regime de direito puacuteblicordquo
Nesta mesma vertente Joseacute Cretela Junior em sua obra Tratado de Direito Administrativo (1997 p6) define
serviccedilo puacuteblico como sendo ldquo[] toda atividade que as pessoas juriacutedicas exercem direta e indiretamente para a satisfa-
ccedilatildeo das necessidades coletivas mediante procedimentos peculiares ao direito puacuteblicordquo
Por sua vez Marccedilal Justen Filho em seus registros denominado Curso de Direito Administrativo (2005 p479)
constatou ldquoO serviccedilo puacuteblico eacute a satisfaccedilatildeo concreta de necessidadesrdquo
Com essas definiccedilotildees e outras de bom conceito pode-se constatar que o serviccedilo para ser considerado puacuteblico
precisa a princiacutepio ser prestado pela Administraccedilatildeo Puacuteblica ou por uma delegaccedilatildeo desta estar submisso agraves normas e
controles estatais e visar agrave satisfaccedilatildeo de necessidades essenciais e ateacute secundaacuterias da coletividade eou conveniecircncia do
Estado
Desta forma a Carta Cidadatilde de 1988 (conforme a ela se referia o saudoso Ulisses Guimaratildees) relacionou e-
xemplos de serviccedilos puacuteblicos quando tratou das competecircncias dos entes da federaccedilatildeo (Uniatildeo Estados Municiacutepios e
Distrito Federal) nos artigos 21 23 25 30 e 32
Entretanto deve- se entender que tais indicaccedilotildees satildeo de caraacuteter exemplificativo e natildeo exaustivo como segue
Serviccedilo Puacuteblico pode ser compreendido no sentido estrito como aquele prestado de forma obrigatoacuteria e direta
pela Administraccedilatildeo ou no sentido de Serviccedilo de Utilidade Puacuteblica como aquele oferecido de forma facultativa pelo
Estado eou aquele de prestaccedilatildeo indireta por meio de autarquias paraestatais concessionaacuterias permissionaacuterias dentre
outros
222 Serviccedilos essenciais
Muito se tem discutido especialmente no Judiciaacuterio acerca de serviccedilos puacuteblicos essenciais estando pacificado
que esses tipos de serviccedilos natildeo podem ser interrompidos
Contudo haacute de se discordar do conceito de essencialidade aplicado pela maioria pois do ponto de vista do indi-
viacuteduo natildeo se pode medir a importacircncia de determinado serviccedilo apenas por sua relevacircncia coletiva Ou seja mesmo natildeo
fazendo parte do rol de serviccedilos essenciais definidos pelas fontes do direito todos os demais serviccedilos operados pelos
oacutergatildeos puacuteblicos podem ser essenciais ao cidadatildeo em determinado momento
A natildeo obtenccedilatildeo de uma certidatildeo de uma autorizaccedilatildeo ou qualquer outra chancela do poder puacuteblico por exem-
plo pode resultar em prejuiacutezo agrave pessoa Prejuiacutezo natildeo soacute de ordem material mas acima de tudo transtornos emocionais e
psiacutequicos de valores inestimaacuteveis
223 A organizaccedilatildeo dos Serviccedilos Puacuteblicos
Alguns poderes especiacuteficos satildeo atribuiacutedos aos administradores da coisa puacuteblica Dentre eles o de organizar o
funcionamento de seus oacutergatildeos
A accedilatildeo do agente puacuteblico inclusive pode ser manifestada por intermeacutedio de dois tipos de Poder o vinculado e
o discricionaacuterio
O Poder Vinculado como o proacuteprio termo sugere obriga o ato agrave obediecircncia agrave lei enquanto que o Poder Dis-
cricionaacuterio daacute maior margem de liberdade ao administrador
Eacute certo que ao Administrador Puacuteblico e agrave autoridade do Legislativo ou Judiciaacuterio nas funccedilotildees administrativas eacute
dado o poder de agir pela conveniecircncia do ato tratando-se neste caso do Poder Discricionaacuterio
Todavia neste caso natildeo significa que a autoridade teraacute integral liberdade de agir pois teraacute que se limitar ao a-
tendimento da conveniecircncia e oportunidade sem ferir os princiacutepios basilares da Administraccedilatildeo
Entretanto reprisem-se tais agentes natildeo podem infringir dispositivos e princiacutepios constituiacutedos sobretudo aque-
les agasalhados pelo manto da Carta Magna
Por sua vez Petrocircnio Braz em seu Manual de Direito Administrativo (1999 p197) pondera ldquoO ato adminis-
trativo seraacute discricionaacuterio quando a Administraccedilatildeo dispotildee para editaacute-lo de liberdade de escolha da oportunidade e da
conveniecircncia dentro dos limites da leirdquo
Segundo Maximilianus Claacuteudio Ameacuterico Fuhrer e Maximiliano Roberto Ernesto Fuhrer em Resumo de Direito
Administrativo (1998 p30) afirmam ldquoA discricionaridade natildeo se confunde com a arbitrariedade Esta se caracteriza
quando a autoridade age fora do interesse puacuteblico sem competecircncia ou de forma ilegalrdquo
Nesse sentido Celso Antocircnio Bandeira de Mello no livro Curso de Direito Administrativo (1994) complemen-
ta ldquoAo agir arbitrariamente o agente estaraacute agredindo a ordem juriacutedica pois teraacute se comportado fora do que lhe permite
a leirdquo
Por seu turno o Ministro do Superior Tribunal de Justiccedila Luiz Fux ao relatar O Recurso Especial nordm
575998MG (20030135074-8) da 1ordf Turma em 07102004 afirmou que o poder discricionaacuterio do Administrador Puacute-
blico eacute menor que o poder dos princiacutepios constitucionais pelo que deve submeter-se a estes
224 Direito de reclamaccedilatildeo do usuaacuterio
2241 Previsatildeo constitucional
Luiz Carlos Bresser Pereira (2001 p146) escrevendo a obra Reforma do Estado para A Cidadania asseverou
[] a crenccedila na possibilidade do planejamento e do controle central dos serviccedilos do Estado por uma burocracia racional
diminui a cada dia enquanto aumenta a confianccedila de que no niacutevel local cada vez mais eacute e seraacute possiacutevel controlar o
Estado e a sua burocracia
Felizmente a Emenda Constitucional nordm 19 de 05 de junho de 1998 modificou o paraacutegrafo 3ordm do artigo 37 da
Constituiccedilatildeo Federal (1988) lanccedilou uma fagulha de esperanccedila sobre a proteccedilatildeo dos direitos dos usuaacuterios da Administra-
ccedilatildeo Puacuteblica remetendo a questatildeo a ser disciplinada por meio de lei complementar
Segundo o entendimento de Adriana da Costa Ricardo Schier (2002 p8) a modificaccedilatildeo do sect3ordm o art 37 da
Constituiccedilatildeo Federal (1998) significa ldquo[] o fundamento de validade e legitimidade do direito paacutetrio portanto estaacute
novamente calcado nos alicerces da democracia e da justiccedila socialrdquo
Afirma ainda a autora
Com efeito alarga-se as possibilidades do cidadatildeo controlar os serviccedilos puacuteblicos Eles podem ser prestados atraveacutes de
um regime mais flexiacutevel pois seus resultados seratildeo apreciados por aqueles a quem devem atender os usuaacuterios ou cida-
datildeos-clientes na terminologia adotada com a reforma (SCHIER 2002 p 216-217)
Todavia apesar de existirem projetos tramitando no Congresso Nacional e saber-se que cada ente da federaccedilatildeo
poderaacute editar sua proacutepria lei lamentavelmente natildeo se chegou ateacute agora sete anos apoacutes a emenda a criar efetivamente
uma legislaccedilatildeo eficaz que regule a participaccedilatildeo no fornecimento de serviccedilos por parte dos oacutergatildeos puacuteblicos com base na
Emenda Constitucional 1998
Destarte continuam os cidadatildeos brasileiros desprovidos do direito de participaccedilatildeo na prestaccedilatildeo de serviccedilos puacute-
blicos sobretudo no campo da reclamaccedilatildeo tanto na qualidade de contribuintes quanto de usuaacuterios desses serviccedilos fi-
cando agrave mercecirc da inoperosidade e desqualificaccedilatildeo no atendimento
2242 Aplicaccedilatildeo do Coacutedigo de Defesa do Consumidor
Atualmente haacute uma predominacircncia da teoria de que natildeo se aplica ao caso os princiacutepios do Direito do Consumi-
dor por natildeo se tratar de relaccedilatildeo de consumo Alega-se que no assunto em discussatildeo serviccedilo puacuteblico aparece o Estado e
o Contribuinte e natildeo o Empresaacuterio e o Consumidor
Mas o relacionamento em muito se assemelha pois em ambos os casos existem aquele que paga e aquele que
fornece ou presta o serviccedilo
Aliaacutes o Coacutedigo de Defesa do Consumidor (CDC) editado pela Lei n 807890 equiparou o prestador de servi-
ccedilos puacuteblicos a fornecedor e o serviccedilo a produto mas tem gerado grande controveacutersia
Poreacutem o que mais afronta a cidadania eacute a diferenccedila com que eacute tratado o Contribuinte em comparaccedilatildeo com o
Consumidor Enquanto este negocia valores escolhe qualidades e eacute recebido com cortesia e empenho aquele eacute subme-
tido ao descaso agrave arrogacircncia agrave imposiccedilatildeo sem poder esboccedilar reaccedilatildeo jaacute que natildeo possui o poder de escolher o oacutergatildeo que
melhor lhe atenda mas fica sujeito agraves determinaccedilotildees do Estado
Ou seja no relacionamento entre Estado e Contribuinte inexiste a figura da concorrecircncia o que resulta em li-
berdade plena de atos por parte deste
3 FUNDAMENTOS PRINCIacutePIOS E ESTRUTURA DA ADMINISTRACcedilAtildeO PUacuteBLICA 31 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRACcedilAtildeO PUacuteBLICA
A Administraccedilatildeo Puacuteblica eacute a materializaccedilatildeo dos atos do Estado atuando na promoccedilatildeo do bem comum e na ma-
nutenccedilatildeo da ordem social utilizando-se da estrutura daquele para a realizaccedilatildeo de serviccedilos de interesse puacuteblico
Sua existecircncia estaacute fundamentada na existecircncia do proacuteprio Estado e sua atuaccedilatildeo se vecirc subordinada agrave lei do Es-
tado e aos princiacutepios que lhe satildeo aplicaacuteveis
Com isso pode-se constatar que o fundamento da Administraccedilatildeo Puacuteblica oriunda do surgimento e organizaccedilatildeo
estatal sendo regulada pelos instrumentos do direito puacuteblico e em situaccedilotildees excepcionais do direito privado
32 PRINCIacutePIOS APLICAacuteVEIS Agrave ADMINISTRACcedilAtildeO PUacuteBLICA
321 Princiacutepios Constitucionais (art 37)
I-Legalidade No Brasil [] ningueacutem seraacute obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senatildeo em virtude de lei dispotildee
o inciso II do art 5ordm da Constituiccedilatildeo Federal Brasileira de 1988 Isto vale para todo cidadatildeo brasileiro
No entanto tratando-se da Administraccedilatildeo Puacuteblica a regra eacute ainda mais rigorosa O administrador puacuteblico deve-
raacute estar sempre submisso agrave lei
A ex-primeira ministra da Inglaterra Margaret Tatcher de 1979 a 1990 denominada de ldquoDama de Ferrordquo afir-
mava ldquoA Autoridade estaacute abaixo da lei e a lei estaacute abaixo de Deusrdquo
Assim nos ensinamentos de Di Pietro ldquo[] a administraccedilatildeo puacuteblica natildeo pode por simples ato administrativo
conceder direitos de qualquer espeacutecie criar obrigaccedilotildees ou impor obrigaccedilotildees aos administrados para tanto ela depende
da leirdquo
Nesta vertente Hely Lopes Meirelles (2006) menciona
Na administraccedilatildeo puacuteblica natildeo haacute liberdade nem vontade pessoal Enquanto na administraccedilatildeo particular eacute liacutecito fazer tudo
o que a lei natildeo proiacutebe na Administraccedilatildeo Puacuteblica soacute eacute permitido fazer o que a lei autoriza A lei para o particular signifi-
ca lsquopode fazer assimrsquo para o administrador puacuteblico significa lsquodeve fazer assim
II - Impessoalidade O administrador natildeo poderaacute satisfazer interesse privado de um ou de outro mas visar sempre o bem comum a
coletividade o interesse puacuteblico
Eacute o claacutessico princiacutepio da finalidade
O fim legal eacute aquele que a lei estabelece tendo sempre um objetivo que eacute o interesse puacuteblico
Esse princiacutepio tambeacutem deveraacute ser entendido para se excluir a promoccedilatildeo pessoal de autoridades ou servidores
puacuteblicos sobre suas realizaccedilotildees administrativas conforme dispotildee o artigo 37 sect 1ordm da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federa-
tiva do Brasil (1988)
A publicaccedilatildeo dos atos programas obras serviccedilos e campanhas dos oacutergatildeos puacuteblicos deveratildeo ter caraacuteter educativo in-
formativo ou de orientaccedilatildeo social dela natildeo podendo constar nomes siacutembolos ou imagens que caracterizam promoccedilatildeo
pessoal de autoridades ou servidores puacuteblicos
Qualquer ato administrativo que natildeo atender ao interesse puacuteblico estaraacute sujeito agrave anulaccedilatildeo por desvio de finali-
dade Observe que o desvio de finalidade por parte dos agentes puacuteblicos constitui modalidade de abuso de poder
Eacute em decorrecircncia deste princiacutepio que temos o concurso e a licitaccedilatildeo
Eacute um princiacutepio ligado ao da isonomia (igualdade de direitos para todos)
III- Moralidade
Eacute atuar com eacutetica com honestidade com integridade de caraacuteter e boa conduta
O ato administrativo natildeo teraacute que obedecer somente agrave lei juriacutedica mas tambeacutem agrave lei eacutetica da proacutepria instituiccedilatildeo
porque nem tudo que eacute legal eacute honesto como jaacute diziam os romanos non omne quod licet honestum est (DI PIETRO
2001)
IV- Publicidade Eacute a divulgaccedilatildeo oficial do ato para conhecimento puacuteblico e iniacutecio de seus efeitos externos
Um ato mesmo regular precisa da publicaccedilatildeo para produzir efeitos no mundo juriacutedico
Eacute um princiacutepio que visa natildeo somente a divulgaccedilatildeo oficial dos seus atos mas tambeacutem propicia o conhecimento
da conduta interna de seus agentes
Aleacutem de dar efeito aos atos administrativos assegura efeitos externos pois leva ao conhecimento e controle pe-
los interessados diretos e pelo povo em geral atraveacutes de meios constitucionais como accedilatildeo popular mandado de segu-
ranccedila direito de peticcedilatildeo habeas data
V- Eficiecircncia
Surgiu na Constituiccedilatildeo Federal Brasileira (1988) pela Emenda de19 de junho de 1988 e foi inserida no art 5ordm
do texto legal
Por esse princiacutepio a Administraccedilatildeo Puacuteblica deveraacute investir na qualidade dos serviccedilos puacuteblicos escolhendo bem
e capacitando seus servidores para exigir deles a realizaccedilatildeo com competecircncia de suas atribuiccedilotildees para melhor aplicaccedilatildeo
do dinheiro puacuteblico e melhores atendimentos agrave populaccedilatildeo (contribuintes)
322 Princiacutepios fundamentais da Administraccedilatildeo Puacuteblica
A Reforma Administrativa de 1967 em seu artigo 6ordm do Decreto-Lei 20067 estabelece os princiacutepios fundamen-
tais de planejamento coordenaccedilatildeo delegaccedilatildeo de competecircncia controle descentralizaccedilatildeo da Administraccedilatildeo Federal
I ndash Planejamento
A Administraccedilatildeo Puacuteblica deve realizar o planejamento e indicar diretrizes e metas que deveratildeo orientar a accedilatildeo
governamental
Para os demais entes da Federaccedilatildeo (Estados Distrito Federal e Municiacutepios) mesmo natildeo se submetendo a esse
Decreto-Lei deveraacute se submeter agraves normas gerais de Planejamento que satildeo a Lei Orccedilamentaacuteria Anual a Lei de Diretri-
zes Orccedilamentaacuterias e o Plano Plurianual de Investimento
O Planejamento baacutesico da Administraccedilatildeo estaacute previsto na Constituiccedilatildeo Federal (1988) em seus artigos 165 a
169 na Lei Complementar 1012000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) e na Lei nordm 432064 (Lei da Contabilidade Puacute-
blica)
II ndash Coordenaccedilatildeo O princiacutepio da coordenaccedilatildeo visa entrosar as atividades da Administraccedilatildeo Puacuteblica O objetivo eacute harmonizar todas
as atividades da Administraccedilatildeo Puacuteblica submetendo-as ao que foi planejado
De aplicaccedilatildeo permanente a coordenaccedilatildeo impotildee-se a todos os niacuteveis da Administraccedilatildeo Puacuteblica por meio das
chefias individuais de reuniotildees de que participem as chefias subordinadas e de comissotildees de coordenaccedilatildeo em cada niacutevel
administrativo
III - Delegaccedilatildeo de Competecircncia
Nesse princiacutepio as autoridades da Administraccedilatildeo Puacuteblica transferem atribuiccedilotildees decisoacuterias a seus subordinados
IV ndash Controle
O controle das atividades administrativas da Administraccedilatildeo Puacuteblica eacute um dos meios pelos quais se exercita o
poder hieraacuterquico
Desta forma temos um oacutergatildeo superior controlando um oacutergatildeo inferior
V ndash Descentralizaccedilatildeo No sentido juriacutedico-administrativo descentralizar significa repassar para a outrem poderes da Administraccedilatildeo
Eacute a existecircncia de uma pessoa distinta do Estado a qual investida nos necessaacuterios poderes de administraccedilatildeo e-
xercita atividade puacuteblica ou de utilidade puacuteblica O ente ou entidade descentralizada age por outorga ou por delegaccedilatildeo
Exemplos convecircnios concessotildees permissotildees e autorizaccedilotildees
323 Princiacutepios Gerais da Administraccedilatildeo Puacuteblica
I - Princiacutepio da Supremacia do Interesse Puacuteblico sobre o Interesse Privado Na visatildeo de Marccedilal Justen Filho (2005) ldquo[] a supremacia do interesse puacuteblico significa sua superioridade so-
bre os demais interesses existentes na sociedade Os interesses privados natildeo podem prevalecer sobre o interesse puacutebli-
cordquo
Assim quando a Administraccedilatildeo desapropria um bem estaacute agindo em defesa do interesse puacuteblico mesmo que
para isso esteja ignorando o interesse privado
Dessa forma quando algueacutem eacute impedido em uma porta giratoacuteria de banco por exemplo os seus direitos indivi-
duais (ir e vir privacidade) satildeo menores que o direito de seguranccedila puacuteblica que abrangeraacute a muitos
II - Princiacutepio da Razoabilidade (Paracircmetro de Equiliacutebrio Racionalismo)
O administrador deveraacute pesar suas accedilotildees e decisotildees para natildeo agir com excessos e cometer injusticcedilas ou prejuiacute-
zos desnecessaacuterios
III - Princiacutepio da Proporcionalidade O administrador deveraacute medir sempre a proporccedilatildeo entre seus atos e respectivas razotildees e consequecircncias
O uso da forccedila pelo Estado eacute denominado de COERCcedilAtildeO
Natildeo confundir com COACcedilAtildeO que eacute o constrangimento fiacutesico ou moral para algueacutem praticar algum ato
No entanto a COERCcedilAtildeO deveraacute ser proporcional a cada caso
A desproporccedilatildeo nos atos do administrador poderaacute gerar entre outras irregularidades a do abuso de poder
IV - Princiacutepio da Motivaccedilatildeo
Eacute o dever que a Administraccedilatildeo tem de justificar seus atos
O administrador soacute poderaacute acionar a maacutequina puacuteblica desde que exista motivo legal para tanto
V - Princiacutepio do Devido Processo Legal e a Ampla Defesa
A atual Constituiccedilatildeo Federal promulgada em 05101988 consagrou no art 5ordm inciso LIV da CF ldquo[] nin-
gueacutem seraacute privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legalrdquo
Por sua vez preconiza o art 5ordm inciso LV da CF98 ldquo[] aos litigantes em processo judicial ou administrati-
vo e aos acusados em geral satildeo assegurados o contraditoacuterio e a ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentesrdquo
VI - Princiacutepio do Controle Judicial dos Atos Administrativos
Considerando que os atos do administrador poderatildeo ter eventualmente algum defeito ou ilegalidade o Poder
Judiciaacuterio poderaacute anular atos administrativos
No entanto a proacutepria administraccedilatildeo poderaacute REVOGAR ou ANULAR um ato administrativo se detectar que ele
eacute contraacuterio ao interesse puacuteblico ou agrave conveniecircncia administrativa
No caso de revogaccedilatildeo ou anulaccedilatildeo poderaacute ser declarado o efeito do ato
- Ex nunc (o efeito natildeo retroage e manteacutem o direito ateacute ali (presente data)
- Ex tunc (retroage e anula os direitos dali)
VII - Princiacutepio da Responsabilidade do Estado por Atos Administrativos
A Constituiccedilatildeo Federal (1988) estabelece no art 37 paraacutegrafo sexto prescrevendo que
As pessoas juriacutedicas de direito puacuteblico e as de direito privado prestadoras de serviccedilos puacuteblicos responderatildeo pelos danos
que seus agentes nessa qualidade causarem danos a terceiros assegurado o direito de regresso contra o responsaacutevel nos
casos de dolo ou culpa
Assim caso algueacutem se sinta prejudicado por ato de algum agente do Estado poderaacute optar em acionar apenas es-
te jaacute que o agente estava aos seus serviccedilos Exemplo Uma ambulacircncia da prefeitura bate em seu veiacuteculo se a culpa natildeo
foi sua vocecirc poderaacute buscar (administrativa ou judicialmente) o ressarcimento do dano diretamente contra o respectivo
Municiacutepio (Poder Executivo)
Eacute claro que essa eacute uma opccedilatildeo do prejudicado jaacute que ele poderaacute escolher apenas um ou mesmo os dois (agente
e municiacutepio ou um ou outro)Em caso de se provar que o agente agiu com culpa e o Estado (Municiacutepio) foi responsabi-
lizado este poderaacute (deveraacute) exigir o ressarcimento daquele
VIII - Presunccedilatildeo de Legitimidade Os atos da Administraccedilatildeo Puacuteblica presumem-se legiacutetimos ateacute que se prove o contraacuterio
IX ndash Especialidade Estaacute associado agrave descentralizaccedilatildeo administrativa e agrave criaccedilatildeo de entidades da administraccedilatildeo indireta autarquias
empresas puacuteblicas sociedades de economia mista e fundaccedilotildees puacuteblicas
X ndash Tutela Eacute o controle feito pela Administraccedilatildeo Puacuteblica Direta sobre as entidades da Administraccedilatildeo Puacuteblica Indireta
XI - Autotutela Eacute o poder da Administraccedilatildeo Puacuteblica de revogar ou anular seus proacuteprios atos
XII - Continuaccedilatildeo do Serviccedilo Puacuteblico
O serviccedilo puacuteblico eacute essencial para a sociedade e natildeo poderaacute parar
Princiacutepio cuja previsatildeo poderaacute ser encontrada nas Leis Federais nordm 898795 (das concessotildees) e nordm 807890
(CDC) por analogia bem como pela consagraccedilatildeo doutrinaacuteria e jurisprudencial
As interrupccedilotildees suspensotildees ou prestaccedilatildeo de forma reduzida tecircm sido condenadas pelos mais ilustres doutrina-
dores de nossa paacutetria
Serviccedilos Puacuteblicos oferecidos de maneira alternada retardada ou falha eacute segundo o mestre Hely Lopes Meirelles
(2005 p323) afronta do Estado ao direito do usuaacuterio eis que este por arcar com o ocircnus desses serviccedilos merece ser
tratado com apreccedilo e consideraccedilatildeo
33 A ESTRUTURA DA ADMINISTRACcedilAtildeO PUacuteBLICA MUNICIPAL
331 O Municiacutepio Organizaccedilatildeo Autonomia e Competecircncias
Antes do termo MUNICIacutePIO as aglomeraccedilotildees urbanas possuiacuteam o nome de CIDADEESTADO que surgiu
com a Repuacuteblica Romana no ano de 753 antes de Cristo
O Impeacuterio Romano dominou a maior parte do mundo civilizado por aproximadamente 12 (doze) seacuteculos Se-
gundo a histoacuteria o Imperador Romano Julio Cesar para manter a paz sobre as cidades conquistadas criou no ano 1979
de nossa era a figura do municipium ou municipia quando oferecia aos moradores subjugados a Roma de determinada
aglomeraccedilatildeo o direito da autoorganizaccedilatildeo e de escolherem seus governantes
Assim o sistema de organizaccedilatildeo urbana com o nome de MUNICIacutePIO passou a fazer parte de todos aqueles po-
vos e se estendendo a outras partes do mundo chegando a Portugal
No Brasil Colocircnia embora as reparticcedilotildees ganhassem outras nomenclaturas (Vilas Proviacutencias dentre outras) o
termo era aplicado na existecircncia da Cacircmara Municipal
De Constituiccedilatildeo a Constituiccedilatildeo desde a primeira do Brasil em 1824 o Municiacutepio foi obtendo maior importacircn-
cia
Poreacutem apenas na Constituiccedilatildeo Federal de 1988 eacute que foi concebido o MUNICIacutePIO nos moldes do que eacute hoje
Atualmente o Municiacutepio eacute tido como um dos entes (partiacutecipe) da Federaccedilatildeo
Assim segundo o art 1ordm da CF88 a Repuacuteblica Federativa do Brasil eacute formada pela UNIAtildeO dos Estados Muni-
ciacutepios e Distrito Federal E para explicar a divisatildeo administrativa do paiacutes o art 18 da Constituiccedilatildeo Federal define que
ldquoA organizaccedilatildeo poliacutetico-administrativa da Repuacuteblica Federativa do Brasil compreende a Uniatildeo os Estados o Distrito
Federal e os Municiacutepios todos autocircnomos nos termos desta Constituiccedilatildeordquo
332 A Criaccedilatildeo dos Municiacutepios
A Constituiccedilatildeo Federal Brasileira de 1988 ao prever a criaccedilatildeo de novos Municiacutepios deixou a regulamentaccedilatildeo
para as Assembleias Legislativas dos Estados
Entretanto por interesses poliacuteticos diretos dos Deputados Estaduais e outras lideranccedilas locais de1988 ateacute 1996
foram criados mais 1480 Municiacutepios no Brasil levando o nuacutemero total para 5562 e ainda existiam mais aproximada-
mente 900 em processo de criaccedilatildeo
Atendendo agrave necessidade de controlar a desenfreada proliferaccedilatildeo de novas cidades no paiacutes o Congresso Nacio-
nal votou a Emenda Constitucional nordm 15 que alterou o artigo 18 e remeteu para uma Lei Complementar Federal a com-
petecircncia para regulamentar a mateacuteria
De laacute pra caacute muita discussatildeo juriacutedica inclusive poreacutem praticamente cessou a criaccedilatildeo de novos municiacutepios no
paiacutes E apesar da Emenda Constitucional 57 de 2008 ter tratado da mateacuteria (convalidou a criaccedilatildeo de alguns municiacutepios
especificamente) ateacute agora natildeo foi aprovada a Lei Complementar Federal que regulamenta a criaccedilatildeo de Municiacutepios no
Brasil
Vaacuterios projetos de leis jaacute foram aprovados no Congresso mas foram vetados pela presidecircncia da repuacuteblica sob
alegaccedilatildeo de ldquoiniciativa prejudicial ao eraacuteriordquo
No dia 15 de julho de 2015 o Senado Federal aprovou (57 votos a 9) o Projeto de Lei Complementar 1992015
de autoria do senador Flexa Ribeiro que regula a criaccedilatildeo incorporaccedilatildeo fusatildeo e desmembramento de municiacutepios o qual
foi encaminhado agrave Cacircmara dos Deputados
Em tracircmite atualmente na Cacircmara dos Deputados com o nuacutemero 1372015 teve outro projeto de lei similar a-
nexado a ele de iniciativa do Deputado Daniel Vilela sob o nordm 2832016
No entanto por estar em processo de criaccedilatildeo anteriormente agrave Emenda nordm 15 nasceram posteriormente mais al-
guns Municiacutepios resultando atualmente em 5568 segundo o TSE - Tribunal Superior Eleitoral
333 Organizaccedilatildeo do Municiacutepio
A divisatildeo poliacutetico-administrativa do Municiacutepio possui uma sede (cidade) e distritos cujas sedes podem ser
chamadas de vilas
Os Poderes no Municiacutepio satildeo o Executivo e o Legislativo
O Executivo eacute comandado pelo Prefeito a partir do Paccedilo Municipal (Prefeitura) O Prefeito eacute eleito pelos eleito-
res locais para um mandato de 04 (quatro) anos e tem a responsabilidade de administrar o funcionamento da ldquomaacutequina
puacuteblicardquo visando o fornecimento de serviccedilos essenciais agrave populaccedilatildeo aleacutem de orientar o planejamento urbano e promo-
ver o bem comum da sociedade municipal
Para tanto poderaacute utilizar a administraccedilatildeo direta (prefeitura e seus oacutergatildeos) mas poderaacute possuir entidades de
administraccedilatildeo indireta para descentralizaccedilatildeo das competecircncias (autarquias fundaccedilotildees puacuteblicas empresas de puacuteblicas ou
de economia mista)
Na administraccedilatildeo direta a prefeitura possui via de regra em sua estrutura administrativa oacutergatildeos denominados
de Secretarias Departamentos Coordenaccedilotildees Gerencias Diretorias Divisotildees Serviccedilos e Setores
Os oacutergatildeos satildeo definidos como de meios quando oferecem condiccedilotildees agraves Secretarias para suas operaccedilotildees desti-
nados ao planejamento agrave instrumentalizaccedilatildeo e definiccedilatildeo das accedilotildees a serem realizadas
Geralmente satildeo os seguintes oacutergatildeos meios
- Secretaria de Governo
- Secretaria de Administraccedilatildeo
- Secretaria de Planejamento
- Secretaria Juriacutedica
- Secretaria de Financcedilas
Como oacutergatildeos fins (aqueles que realizam as accedilotildees)
- Secretaria de Obras
- Secretaria de Urbanismo
- Secretaria de Transportes
- Secretaria de Cultura e Esporte
- Secretaria de Sauacutede
- Secretaria de Educaccedilatildeo
- Secretaria de Meio Ambiente
- Secretaria de Bem Estar Social
Para realizar suas accedilotildees o Poder Executivo Municipal comandado pelo Prefeito utiliza trabalhadores denomi-
nados Servidores (efetivos comissionados e temporaacuterios) ou terceiros investidos em funccedilotildees de agentes puacuteblicos (con-
selheiros advogados contratados e cartoraacuterios dentre outros)
O Municiacutepio enquanto pessoa juriacutedica de direito puacuteblico interno possui bens e rendas Seus bens satildeo divididos
em regra da seguinte forma
- DE USO ESPECIAL (de uso proacuteprio da Administraccedilatildeo como o preacutedio da prefeitura as escolas o posto de sauacutede as secretarias den-
tre outros)
- DE USO COMUM DO POVO (tais como estradas municipais ruas parques praccedilas logradouros puacuteblicos etc)
- DOMINIAIS
(aqueles sobre os quais o Municiacutepio exerce os direitos de proprietaacuterio poreacutem estatildeo sem uso e disponiacuteveis)
334 Fontes de Recursos Puacuteblicos Municipais
Os recursos puacuteblicos dos Municiacutepios satildeo oriundos dos tributos arrecadados em seu territoacuterio ou de sua cota-
parte repassada pelo respectivo Estado e pela Uniatildeo
Nos artigos 145 e 156 da CF88 estaacute estabelecida a competecircncia do Municiacutepio para criar e receber seus proacuteprios
tributos como IPTU - ISSQN - ITBI - Contribuiccedilatildeo de Melhoria ndashTaxas e Tarifas
Poreacutem os arts 158 e 159 da CF88 definem que certo percentual dos impostos arrecadados pelo Estado (ICMS
ndash IPVA ndash ITCMD) respectivo bem como dos impostos recebidos pela Uniatildeo (IR ndash ITR ndash IPI ndash IOF ndash II ndash IE) deveratildeo
ser devolvidos ao Municiacutepio (FPM e Repasses especiacuteficos)
Outros recursos ainda poderatildeo perfazer a receita puacuteblica de um Municiacutepio como as heranccedilas alienaccedilotildees alu-
gueacuteis indenizaccedilotildees dentre outros (como as receitas natildeo tributaacuterias)
O territoacuterio do Municiacutepio eacute dividido entre aacuterea urbana e aacuterea rural definidas por meio de lei de zoneamento
Atualmente o Plano Diretor define a ocupaccedilatildeo utilizaccedilatildeo e destinaccedilatildeo de cada espaccedilo no acircmbito do Municiacutepio
(residencial comercial industrial ambiental dentre outros)
335 A autonomia do Municiacutepio
A autonomia dos Municiacutepios embora estivesse sempre impliacutecita no sistema brasileiro antigamente era atingida
pela interpretaccedilatildeo de cada eacutepoca em especial nos regimes de exceccedilatildeo (autoritaacuterios)
Evoluindo e firmando a questatildeo os constituintes de 1988 definiram expressamente essa autonomia municipal
principalmente nos arts 1ordm 18 29 30 35 145 e 156 da Carta Magna brasileira
A autonomia representa a natildeo subordinaccedilatildeo do governo municipal a qualquer autoridade estadual ou federal no
desempenho de suas atribuiccedilotildees
Representa ainda que as leis municipais em assuntos de competecircncia expressa e exclusiva dos Municiacutepios
prevalecem sobre as leis - estadual e federal inclusive sobre a Constituiccedilatildeo Estadual em caso de conflito
Os principais aspectos que indicam a autonomia dos Municiacutepios
- eleiccedilatildeo direta do Prefeito Vice-Prefeito e Vereadores
- organizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos de interesse local
- instituiccedilatildeo e arrecadaccedilatildeo dos tributos de sua competecircncia bem como aplicaccedilatildeo de suas rendas
- competecircncia para legislar sobre assuntos de interesse local inclusive suplementando a legislaccedilatildeo federal e estadual no
que lhe interessar e for possiacutevel
336 Competecircncias dos Municiacutepios
A relaccedilatildeo eacute essa indicada pela Constituiccedilatildeo Federal de 1988
Art 30 Compete aos Municiacutepios
I - legislar sobre assuntos de interesse local
II - suplementar a legislaccedilatildeo federal e a estadual no que couber
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competecircncia bem como aplicar suas rendas sem prejuiacutezo da obrigatoriedade
de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em leirdquo
IV - criar organizar e suprimir distritos observada a legislaccedilatildeo estadual
V - organizar e prestar diretamente ou sob regime de concessatildeo ou permissatildeo os serviccedilos puacuteblicos de interesse local
incluiacutedo o de transporte coletivo que tem caraacuteter essencial
VI - manter com a cooperaccedilatildeo teacutecnica e financeira da Uniatildeo e do Estado programas de educaccedilatildeo infantil e de ensino
fundamental (Redaccedilatildeo dada pela Emenda Constitucional nordm 53 de 2006)
VII - prestar com a cooperaccedilatildeo teacutecnica e financeira da Uniatildeo e do Estado serviccedilos de atendimento agrave sauacutede da popula-
ccedilatildeo
VIII - promover no que couber adequado ordenamento territorial mediante planejamento e controle do uso do parce-
lamento e da ocupaccedilatildeo do solo urbano
IX - promover a proteccedilatildeo do patrimocircnio histoacuterico-cultural local observada a legislaccedilatildeo e a accedilatildeo fiscalizadora federal e
estadual [grifos nossos]
337 Intervenccedilatildeo nos Municiacutepios
A Constituiccedilatildeo Federal de 1988 regulamentada nos arts 35 e 36 as uacutenicas exceccedilotildees em que o Estado poderaacute
intervir no Municiacutepio Satildeo elas
I- deixar de ser paga sem motivo de forccedila maior por dois anos consecutivos a diacutevida fundada
II- natildeo forem prestadas contas devidas na forma de lei
III- natildeo tiver sido aplicado o miacutenimo exigido da receita municipal na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
IV- o Tribunal de Justiccedila der provimento a representaccedilatildeo para assegurar a observacircncia de princiacutepios indicados na Consti-
tuiccedilatildeo Estadual ou para prover a execuccedilatildeo de lei de ordem ou de decisatildeo judicial
4 Gestatildeo de pessoal
41 - Funcionaacuterio ou Servidor
Ateacute a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 os trabalhadores nos oacutergatildeos puacuteblicos eram chamados de funcionaacuterios Po-
reacutem a partir dela esses trabalhadores receberam a denominaccedilatildeo geneacuterica de servidor
Na verdade a CF88 preferiu empregar a designaccedilatildeo servidor puacuteblico e agente puacuteblico para referir-se aos
trabalhadores do Estado
42 - Agente Puacuteblico
Agente Puacuteblico eacute a designaccedilatildeo mais abrangente alcanccedila os agentes poliacuteticos os servidores puacuteblicos e os parti-
culares em atuaccedilatildeo colaboradora
Os servidores puacuteblicos satildeo referidos como categoria de agentes puacuteblicos satildeo os agentes permanentes profissio-
nais a serviccedilo da Administraccedilatildeo Puacuteblica
43 - Agente Poliacutetico
O agente poliacutetico eacute aquele detentor de cargo eletivo eleito por mandatos transitoacuterios como os Chefes de Poder
Executivo e membros do Poder Legislativo aleacutem de cargos de Diplomatas Ministros de Estado e de Secretaacuterios nas
Unidades da Federaccedilatildeo os quais natildeo se sujeitam ao processo administrativo disciplinar Tambeacutem satildeo espeacutecies de agen-
tes puacuteblicos
44 ndash Funcionaacuterio no Coacutedigo Penal
No Coacutedigo Penal Brasileiro contudo haacute referecircncia a funcionaacuterio puacuteblico que tem abrangecircncia maior que a do
servidor puacuteblico Um mesaacuterio por exemplo ao exercer uma funccedilatildeo puacuteblica (ajudar no processo eleitoral) eacute funcionaacuterio
puacuteblico (em relaccedilatildeo aos atos praticados como mesaacuterio) apesar de ter uma funccedilatildeo puacuteblica transitoacuteria e natildeo remunerada
45 ndash Espeacutecies de servidor (regimes)
O termo servidor puacuteblico adotado pela Constituiccedilatildeo de 1988 (que deixou de utilizar a expressatildeo funcionaacuterio
puacuteblico embora ainda exista na legislaccedilatildeo ordinaacuteria)divide-se em trecircs espeacutecies
A - os servidores estatutaacuterios (ocupantes de cargos puacuteblicos e sujeitos ao regime estatutaacuterio)
B - os servidores temporaacuterios (para atender agrave alguma necessidade temporaacuteria de excepcional interesse puacuteblico (conforme
o art 37 IX da Constituiccedilatildeo) Satildeo contratados por tempo determinado exercem funccedilatildeo sem viacutenculo a cargo ou empre-
go puacuteblico e satildeo vinculados agrave CLT
C - os empregados puacuteblicos (contratados de acordo com o regime da legislaccedilatildeo trabalhista e detentores de emprego puacute-
blico) Ambos os Regimes de Trabalho estatildeo submetidos agraves normas constitucionais de ingresso mediante concurso puacuteblico e
aos paracircmetros de controle fiscal e financeiro da Uniatildeo e dos entes federados atraveacutes da Lei de Responsabilidade Fiscal
com exceccedilatildeo dos comissionados
46 - Provimento Provimento eacute o ato administrativo de preenchimento de cargo puacuteblico regulamentado no Brasil pela Lei Nordm
8112 de 11 de novembro de 1990(acircmbito federal)
De acordo com a legislaccedilatildeo o provimento poderaacute se dar mediante nomeaccedilatildeo promoccedilatildeo readaptaccedilatildeo reversatildeo
aproveitamento reintegraccedilatildeo e reconduccedilatildeo
Cada uma destas formas de provimento tem um significado especial na administraccedilatildeo puacuteblica e especificam a
forma legal de acesso ao cargo puacuteblico no Brasil
47 - Retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria A retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria referente aos serviccedilos prestados pelo agente puacuteblico ao estado se daacute da seguinte forma
171 - Vencimento eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria pelo exerciacutecio de cargo puacuteblico com valor fixado em lei
171 - Remuneraccedilatildeo eacute o vencimento do cargo efetivo acrescido das vantagens pecuniaacuterias permanentes estabelecidas
em lei
172 - Subsiacutedio eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria exclusiva e fixada em parcela uacutenica vedado o acreacutescimo de qualquer gratifi-
caccedilatildeo adicional abono precircmio verba de representaccedilatildeo ou outra espeacutecie remuneratoacuteria Esse tipo de remuneraccedilatildeo natildeo eacute
a regra geral e aplica-se aos casos que a lei especificar
173 - Provento eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria paga ao exercente de cargo puacuteblico quando passa da atividade para a inativi-
dade ou seja quando se aposenta
174 - Pensatildeo eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria paga agraves pessoas a quem a lei atribui a condiccedilatildeo de beneficiaacuterias do servidor
puacuteblico que veio a falecer
Deve-se ressaltar que nenhum salaacuterio dentro do serviccedilo puacuteblico pode ser superior ao valor dos subsiacutedios pagos
aos Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e que os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder
Judiciaacuterio natildeo poderatildeo ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo
Nos Municiacutepios o teto remuneratoacuterio eacute o subsiacutedio do Prefeito Municipal
Apesar dessas regras existirem muitas pessoas se questionam se elas satildeo de fato obedecidas
48 - Servidores de Carreira (efetivos)
A efetividade e a estabilidade satildeo institutos juriacutedicos distintos sendo que a natureza de um natildeo pode ser con-
fundida com a de outro Enquanto que a efetividade representa o modo de preenchimento do cargo que contempla esta
natureza por pressupor a permanecircncia e continuidade do servidor no exerciacutecio das suas atribuiccedilotildees a estabilidade eacute a
garantia de o servidor efetivo permanecer no serviccedilo puacuteblico apoacutes trecircs anos de efetivo exerciacutecio em cargo de provimento
efetivo nos termos do art 41 da Constituiccedilatildeo Federal soacute podendo ser dele afastado se configurada uma das hipoacuteteses
prevista no art 41 sect 1ordm
Natildeo haacute confundir efetividade com estabilidade porque aquela eacute uma caracteriacutestica da nomeaccedilatildeo e esta eacute um atri-
buto pessoal do ocupante do cargo adquirido apoacutes a satisfaccedilatildeo de certas condiccedilotildees de seu exerciacutecio A efetividade eacute um
pressuposto necessaacuterio da estabilidade Sem efetividade natildeo pode ser adquirida a estabilidade
49 - Cargo em Comissatildeo e Funccedilatildeo de Confianccedila
Ambos os cargos satildeo criados por lei e se destinam apenas agraves atribuiccedilotildees de direccedilatildeo chefia e assessoramento na
administraccedilatildeo puacuteblica federal e satildeo respectivamente preenchidos ou exercidas mediante livre nomeaccedilatildeo pela autoridade
competente na contrapartida das respectivas livres exoneraccedilatildeo e dispensa a qualquer tempo (ad nutum) seja a pedido
seja de ofiacutecio pela mesma autoridade que nomeou
A diferenccedila reside no fato de que as funccedilotildees de confianccedila satildeo exercidas exclusivamente por servidores ocupan-
tes de cargo efetivo enquanto os cargos em comissatildeo podem ser preenchidos por servidores que jaacute detenham cargos
efetivos de carreira de acordo com percentuais estabelecidos na sua lei de criaccedilatildeo Isto significa que devendo ser ocu-
pados por um percentual miacutenimo legal de servidores de carreira pode-se ter entatildeo as vagas restantes dos cargos em co-
missatildeo ocupadas por pessoas sem viacutenculo definitivo com a administraccedilatildeo
410 - Exoneraccedilatildeo e Demissatildeo
A exoneraccedilatildeo eacute o ato administrativo que desliga o servidor do serviccedilo puacuteblico encerrando viacutenculo funcional e
natildeo tem caraacuteter punitivo
Assim quando nos referirmos agrave exoneraccedilatildeo estamos tratando de uma forma de vacacircncia do cargo puacuteblico po-
reacutem que natildeo se caracteriza como penalidade de natureza disciplinar
Agora ao falarmos em demissatildeo estamos nos referindo a um ato administrativo que desliga o servidor ativo o-
cupante de cargo efetivo como forma de puniccedilatildeo por falta grave Tal penalidade deve ser apurada mediante um Processo
Administrativo Disciplinar assegurado ao acusado o contraditoacuterio e a ampla defesa
411 Cargos Comissionados e Funccedilotildees Gratificadas 4111 - Cargo em Comissatildeo
A denominaccedilatildeo ldquocargo em comissatildeordquo estaacute relacionada com a seguranccedila da relaccedilatildeo juriacutedica estabelecida entre o
seu titular e a Administraccedilatildeo Puacuteblica
Nessa perspectiva os cargos em comissatildeo podem ser permanentes na estrutura organizacional mas seus titula-
res satildeo transitoacuterios
Os seus ocupantes satildeo livremente nomeados e exonerados pela autoridade competente
4112 - Consequecircncias da livre nomeaccedilatildeoexoneraccedilatildeo A livre nomeaccedilatildeo para o cargo em comissatildeo tem como consequumlecircncia o fato de que o escolhido natildeo precisa pres-
tar concurso puacuteblico para assumir o cargo sendo selecionado em razatildeo da relaccedilatildeo de confianccedila que possui com a autori-
dade nomeante
Daiacute os cargos em comissatildeo serem popularmente chamados de ldquocargos de confianccedilardquo A relaccedilatildeo de confianccedila
deve ser estabelecida em face da confiabilidade quanto ao bom desempenho do profissional no exerciacutecio do cargo
A livre exoneraccedilatildeo significa que seu titular pode ser exonerado a qualquer momento pela autoridade nomeante
sem que haja necessidade de um processo administrativo ou mesmo de qualquer justificativa para tanto
Dessa forma o titular do cargo em comissatildeo natildeo adquire estabilidade impedindo-se assim que os exonerados
tenham direitos agraves verbas trabalhistas e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviccedilo (FGTS)
4113 - Regime juriacutedico
O regime juriacutedico aplicaacutevel aos cargos em comissatildeo eacute o regime estatutaacuterio ou seja todos os direitos e deveres
de seus titulares incluindo-se a remuneraccedilatildeo e as atribuiccedilotildees especiacuteficas devem estar previstos em lei de iniciativa do
prefeito conforme prevecirc o art 61 sect 1ordm II ldquoardquo da Constituiccedilatildeo Federal
Portanto do ponto de vista legal os cargos em comissatildeo natildeo podem ser regidos pela CLT
4114 - Atribuiccedilotildees dos cargos em comissatildeo
De acordo com o art 37 V da Constituiccedilatildeo Federal os cargos em comissatildeo satildeo destinados apenas agraves atribui-
ccedilotildees de direccedilatildeo chefia e assessoramento devendo ser preenchidos por servidores de carreira nos casos nas condiccedilotildees e
nos percentuais miacutenimos previstos em lei
4115 - Aposentadoria dos ocupantes de cargos em comissatildeo
Ao ocupante exclusivamente de cargo em comissatildeo declarado emlei de livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo eacute aplica-
do o Regime Geral de Previdecircncia Social ou seja deve estar vinculado ao regime administrado pelo INSS de acordo
com o art 40 sect 13 da Constituiccedilatildeo Federal
Neste caso a contribuiccedilatildeo previdenciaacuteria do municiacutepio (patronal) e do servidor eacute devida ao INSS
Caso o titular do cargo em comissatildeo tambeacutem seja servidor puacuteblico de carreira do municiacutepio ou seja titular de
cargo efetivo devidamente nomeado por concurso a aposentadoria seraacute pelo regime previdenciaacuterio adotado pelo muni-
ciacutepio
Nesse caso natildeo seraacute contribuinte obrigatoriamente do RGPS
4116 -Vedaccedilatildeo agrave nomeaccedilatildeo em cargo comissionado
Recentemente o STF editou a Suacutemula Vinculante no 13 limitando a liberdade de nomeaccedilatildeo para os cargos em
comissatildeo com o seguinte teor
A nomeaccedilatildeo de cocircnjuge companheiro ou parente em linha reta colateral ou por afinidade ateacute o terceiro grau
inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa juriacutedica investido em cargo de direccedilatildeo chefia ou
assessoramento para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou de confianccedila ou ainda de funccedilatildeo gratificada na administra-
ccedilatildeo puacuteblica direta e indireta em qualquer dos Poderes da uniatildeo dos estados do Distrito Federal e dos Municiacutepios com-
preendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocas viola a Constituiccedilatildeo Federal
Tratando-se de Suacutemula Vinculante seu cumprimento independe da existecircncia de lei municipal (art 103-A da
CF) sendo inclusive proibido ao municiacutepio criar lei reduzindo o alcance da Suacutemula
Todas as esferas da Administraccedilatildeo Puacuteblica ficam obrigadas aos termos de suacutemula vinculante
4117 - DESVIOS
41171 - Desvio de finalidade
Quando algum oacutergatildeo puacuteblico cria cargos comissionados visando a nomeaccedilatildeo de servidores para realizarem ati-
vidades diferentes daquelas permitidas pela Constituiccedilatildeo Federal (direccedilatildeo chefia e assessoramento) estar-se-aacute diante do
desvio de finalidade dos CCs
Embora lamentaacutevel eacute comum a existecircncia de cargos comissionados com nomenclaturas absolutamente diferen-
ciadas da previsatildeo legal assim como leis autorizadoras de CCs (independentemente da nomenclatura) sem a indicaccedilatildeo
das atribuiccedilotildees de seus ocupantes
Eacute que muitas das vezes o agente poliacutetico cria cargos comissionados por outras razotildees que natildeo aquela de rece-
ber o liacutecito apoio de pessoas de confianccedila para desempenhar seu ideaacuterio poliacutetico-administrativo
Com a intenccedilatildeo de beneficiar ou acolher apaniguados ou ateacute de cooptar eleitores ou ldquocabos eleitoraisrdquo o agente
poliacutetico utiliza-se dos cargos comissionados em verdadeiro desvio de finalidade
41172 - Desvio de funccedilatildeo
De idecircntica forma encontramos ocupantes de cargos comissionados realizando funccedilotildees distintas daquelas pre-
vistas para o CC
Eacute o caso de um Diretor que natildeo dirige um oacutergatildeo de um chefe que natildeo coordena serviccedilos nem possui servidor
sob suas ordens ou de um assessor que natildeo estaacute vinculado agrave autoridade nem realiza tarefas caracteriacutesticas de assesso-
ramento
O desvio de funccedilatildeo se caracteriza pela praacutetica de outras tarefas pelo ocupante do cargo comissionado que natildeo
aquelas fixadas na lei criadora do cargo ou determinadas para os tipos direccedilatildeo chefia e assessoramento
4118 - Conceito de Funccedilotildees de Confianccedila
As FGs satildeo gratificaccedilotildees pagas pelo desempenho de atividades de chefia coordenaccedilatildeo e supervisatildeo
Poderatildeo ser pagas apenas aos servidores EFETIVOS (concursados)
Deveraacute ser autorizada por Lei
A lei deveraacute quantificar e valorar cada FG
Aconselha-se a que a quantidade de FGs tenha correlaccedilatildeo com os CCs
Ao corresponder determinado valor de FG deveraacute ser analisada a natureza o grau de responsabilidade e a com-
plexidade da funccedilatildeo a ser exercida
Orienta-se a que os valores fixados para as FGs natildeo ultrapassem 45 da verba a tiacutetulo de vencimentos baacutesicos
A FG eacute temporaacuteria transitoacuteria
Natildeo perderaacute a gratificaccedilatildeo de funccedilatildeo o funcionaacuterio que se ausentar em virtude de feacuterias luto casamento doenccedila
comprovada serviccedilos obrigatoacuterios por lei ou de atribuiccedilotildees decorrentes de sua funccedilatildeo
O desempenho de Funccedilatildeo Gratificada exigiraacute dedicaccedilatildeo integral com carga horaacuteria miacutenima de 40 (quarenta)
horas semanais e natildeo daraacute direito a horas extras
Agraves FGs seratildeo aplicadas as normas referentes ao NEPOTISMO e (se existir previsatildeo em lei local) agrave Lei Ficha
Limpa
412 Temporaacuterios
4121 Contrataccedilatildeo Temporaacuteria de Pessoal
A contrataccedilatildeo por tempo determinado eacute o instrumento juriacutedico a ser formalizado pelos gestores quando presente
a necessidade temporaacuteria de contrataccedilatildeo de pessoal e o excepcional interesse puacuteblico (art 37 IX da CF)
4122 Como regulamentar O art 37 IX da Constituiccedilatildeo Federal deve ser regulamentado por lei municipal que indicaraacute os casos de con-
trataccedilatildeo temporaacuteria de excepcional interesse puacuteblico
Eacute ilegal a contrataccedilatildeo temporaacuteria sem previsatildeo especiacutefica em lei municipal
4123 Seleccedilatildeo de Pessoal A escolha do pessoal a ser contratado por tempo determinado para atender a necessidade temporaacuteria de excep-
cional interesse puacuteblico deveraacute ser feita mediante processo seletivo simplificado sujeito agrave ampla divulgaccedilatildeo e observa-
da a dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria especiacutefica
4124 Regime Contratual O contrato natildeo eacute regido pela CLT mas sim por um contrato especial (administrativo)
4125 Necessidade de contrataccedilatildeo eacute requisito baacutesico O gestor puacuteblico deve justificar as razotildees da contrataccedilatildeo temporaacuteria isto eacute demonstrar a temporariedade e o ex-
cepcional interesse puacuteblico bem como por que o bom andamento do serviccedilo puacuteblico ficaria prejudicado sem a contrata-
ccedilatildeo
4126 Algumas hipoacuteteses de contrataccedilatildeo temporaacuteria A contrataccedilatildeo temporaacuteria pode ser utilizada nos seguintes casos
i-
co ou calamidade puacuteblica que natildeo possam ser solucionados soacute com a utilizaccedilatildeo dos recursos humanos de que dispotildee a
Administraccedilatildeo Puacuteblica
alta transitoacuteria do titular de cargo ou emprego puacuteblico quando o afastamento possa sensivelmente prejudicar o an-
damento do serviccedilo municipal
413 Terceirizaccedilatildeo de Pessoal 4131 Conceito baacutesico
Eacute a transferecircncia de atividades complementares agrave finalidade do oacutergatildeo(de meios e natildeo de fins) A Terceiriza-
ccedilatildeo proporciona
- Economia
- Eficiecircncia
A terceirizaccedilatildeo soacute eacute autorizada no Poder Puacuteblico como contrato de prestaccedilatildeo de serviccedilos e natildeo de pessoal
4132 Cuidados a serem tomados nas terceirizaccedilotildees bull OBJETO Se se trata de contrataccedilatildeo de serviccedilos natildeo-essenciais (meios) e natildeo de matildeo-de-obra
bull ECONOMICIDADE
bull SUBORDINACcedilAtildeO (natildeo ao ente contratante)
bull LICITACcedilAtildeO
bull GARANTIAS DE EXECUCcedilAtildeO
bull ACOMPANHAMENTO DO CONTRATO
bull NO PAGAMENTO
- comprovaccedilatildeo da realizaccedilatildeo dos serviccedilos
- retenccedilotildees obrigatoacuterias
- docs comprobatoacuterios (fiscais ndash trabalhistas)
4133 Tipos de serviccedilos que podem ser terceirizados bull LIMPEZA PUacuteBLICA (pode)
bull SAUacuteDE (depende apenas se admite a terceirizaccedilatildeo de determinadas atividades materiais ligadas ao serviccedilo de
sauacutede)
bull EDUCACcedilAtildeO (mesmas regras da sauacutede)
bull conservaccedilatildeo
bull limpeza
bull Seguranccedila
bull vigilacircncia
bull Transportes
bull informaacutetica
bull copeiragem
bull Recepccedilatildeo
bull Reprografia
bull Telecomunicaccedilotildees
bull manutenccedilatildeo de preacutedios equipamentos e instalaccedilotildees
bull serviccedilos de office-boyldquo (atraveacutes de empresa e licitaccedilatildeo)
4134 Terceirizaccedilatildeo de advogados e contadores
Satildeo permitidas apenas nas exceccedilotildees indicadas no acoacuterdatildeo 11112008 do TCEPR e Prejulgado nordm 873 do
TCESC
4135 Contrataccedilatildeo de Oscip A sigla OSCIP significa ldquoOrganizaccedilatildeo da Sociedade Civil de Interesse Puacuteblicordquo e pode ser considerada tambeacutem
como ONG (Oacutergatildeo Natildeo Governamental) pois nada mais eacute do que o resultado da iniciativa privada em criar uma pessoa
juriacutedica sem fins lucrativos para atuar em defesa de assuntos ou objetivos de interesse de toda a coletividade ou de
grupos especiacuteficos da sociedade humana
OSCIP poderaacute ser enquadrada ainda como Terceiro Setor
O aporte de recursos puacuteblicos (subvenccedilotildees contribuiccedilotildees doaccedilotildees auxiacutelio) para uma OSCIP eacute possiacutevel desde
que seja por autorizaccedilatildeo legislativa da Cacircmara Municipal local
Conveniar tambeacutem pode desde que seja atraveacutes de processo licitatoacuterio na modalidade Concurso de Projetos
Poreacutem considerando a experiecircncia praticamente generalizada dos Municiacutepios brasileiros bem como as fre-
quentes e alarmantes notiacutecias na miacutedia indicando irregularidades em contratos com Oscips natildeo eacute recomendada a contra-
taccedilatildeo com esse tipo de instituiccedilatildeo
Trata-se de parceria muito complexa difiacutecil de controlar e passiacutevel de inuacutemeras irregularidades que afetaratildeo os
gestores
Por isto em caso de o setor de licitaccedilotildees receber a incumbecircncia de contratar OSCIPs orienta-se a demonstrar ao
setor juriacutedico e ao gestor os riscos e notiacutecias (traacutegicas para os envolvidos) que frequentemente satildeo divulgadas
Aliaacutes basta clicar no google o termo ldquoirregularidades OSCIPrdquo e verificar o grande nuacutemero de notiacutecias ruins
sobre esses relacionamentos
414 Estagiaacuterios
4141 Fundamentaccedilatildeo legal As regras para a contrataccedilatildeo de estagiaacuterios estaacute na Lei federal nordm 117882008
4142 Objetivos do estaacutegio Os sectsect 1ordm e 2ordm da Lei 117882008 dizem que o estaacutegio faz parte do projeto pedagoacutegico do curso aleacutem de inte-
grar o itineraacuterio formativo do educando
Que o estaacutegio visa ao aprendizado de competecircncias proacuteprias da atividade profissional e agrave contextualizaccedilatildeo cur-
ricular objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadatilde e para o trabalho
4143 Podem ser estagiaacuterios bull - estudantes de educaccedilatildeo especial e dos anos finais do ensino fundamental na modalidade profissional de educaccedilatildeo de
jovens e adultos
bull - estudantes do ensino superior da educaccedilatildeo profissional de niacutevel meacutedio e do ensino meacutedio regular
4144 Jornada do estagiaacuterio bull I ndash 4 (quatro) horas diaacuterias e 20 (vinte) horas semanais no caso de estudantes de educaccedilatildeo especial e dos anos finais do
ensino fundamental na modalidade profissional de educaccedilatildeo de jovens e adultos
bull II ndash 6 (seis) horas diaacuterias e 30 (trinta) horas semanais no caso de estudantes do ensino superior da educaccedilatildeo profissional
de niacutevel meacutedio e do ensino meacutedio regular
4145 Partes no contrato de estaacutegio
bull - instituiccedilatildeo de ensino
bull - empresa ou oacutergatildeo concedente do estaacutegio
bull - estudante
bull Agentes de integraccedilatildeo puacuteblicos e privados (CIEE ndash SINE) ndash Esta parte eacute opcional
4146 Prazo maacuteximo de estaacutegio bull DOIS (2) ANOS
bull (obs Deficiente poderaacute aumentar)
4147 Custos do estagiaacuterio bull 1 ndash no estaacutegio obrigatoacuterio o pagamento eacute opcional (bolsa ou salaacuterio)
bull 2 ndash no estaacutegio natildeo obrigatoacuterio o pagamento eacute obrigatoacuterio + vale-transporte
bull 3 ndash a contribuiccedilatildeo previdenciaacuteria eacute opccedilatildeo e por conta do estagiaacuterio
bull 4 ndash contratos acima de um (1) ano o estagiaacuterio tem direito a feacuterias
bull 5 ndash direitos que outros possuam nas aacutereas de sauacutede e seguranccedila no trabalho
bull 6 ndash seguro obrigatoacuterio contra acidentes pessoais
bull 7 ndash natildeo tem direito a FGTS
bull 8 ndash auxilio alimentaccedilatildeo eacute opccedilatildeo do concedente do estaacutegio
4148 Penalizaccedilotildees bull 1 ndash declaraccedilatildeo de viacutenculo empregatiacutecio
bull 2 ndash suspensatildeo por dois (2) anos de conceder estaacutegios
4149 Limites no nuacutemero de estagiaacuterios
bull 1 - a concedente natildeo poderaacute ultrapassar a tabela (20 de estagiaacuterios ndash considerando-se os empregados)
bull 2 ndash 10 das vagas de estaacutegio para deficientes
bull 3 ndash estudantes de niacutevel superior e de niacutevel meacutedio profissional natildeo tem limites
41410 Quem pode ser concedente de estaacutegio bull 1 ndash empresas da iniciativa privada
bull 2 ndash oacutergatildeos puacuteblicos
bull 3 ndash profissionais liberais
41411 Os oacutergatildeos puacuteblicos podem contratar estagiaacuterios
Tribunal de Contas de Santa Catarina ndash TCESC Prejulgados 2114
Processo CON-1100052280
Parecer COG 962011
Decisatildeo 19242012
Origem Cacircmara Municipal de Penha
Relator Cleber Muniz Gavi
Data da Sessatildeo 14052012
Data do Diaacuterio Oficial 17052012
ldquoNo acircmbito da Administraccedilatildeo Puacuteblica a contrataccedilatildeo de estagiaacuterios reger-se-aacute pelas normas da Lei n 1178808
podendo os entes federados complementar a mateacuteria atraveacutes de lei localrdquo
41412 Seleccedilatildeo
Poreacutem eacute exigiacutevel o processo licitatoacuterio para escolha do agente de seleccedilatildeo e pagamento das bolsas
Protocolo nordm 32034107
Relator Conselheiro Hermas Eurides Brandatildeo
Decisatildeo Acoacuterdatildeo nordm 181907 - Tribunal Pleno
Sessatildeo Tribunal Pleno Sessatildeo Ordinaacuteria nordm 46 de 131207
Publicaccedilatildeo no Atos Oficiais do Tribunal de Contas nordm133 de 250108
Suacutemula nordm 06
Enunciado ldquoOs acordos que tenham por objeto a seleccedilatildeo e o
pagamento de bolsas a estagiaacuterios da Administraccedilatildeo Puacuteblica celebrados de um lado por oacutergatildeo ou entidade da Adminis-
traccedilatildeo e de outro por ente puacuteblico ou privado com ou sem fins lucrativos tecircm natureza juriacutedica de CONTRATO AD-
MINISTRATIVO cuja celebraccedilatildeo submete-se a todas as regras fixadas na Lei nordf866693 devendo ser precedido de
procedimento licitatoacuteriordquo
41413 Registro contaacutebil dos gastos com estagiaacuterio
Acoacuterdatildeo 8282006 do Tribunal Pleno do TCEPR
Decisatildeo proferida em 22062006
Processo 3725572005
Origem Cacircmara Municipal de Campo Largo
Interessado Presidente da Cacircmara
Relator Conselheiro Fernando Augusto Mello Guimaratildees
ldquoEmenta consulta - sobre a inclusatildeo das despesas com estagiaacuterios em gastos com educaccedilatildeo - impossibilidade - gastos
com estagiaacuterios devem ser incluiacutedos no elemento outros serviccedilos de terceiros-pessoa fiacutesica relativos ao setor em que o
estagiaacuterio exerce suas atividades
41414 Nepotismo
Poderaacute ser contratado parente como estagiaacuterio desde que a empresa intermediaacuteria tenha realizado a seleccedilatildeo
41415 Cuidados do concedente oacutergatildeo puacuteblico
bull 1 ndash constatar a existecircncia de dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria
bull 2 ndash realizar licitaccedilatildeo para contratar a empresa intermediaacuteria (agentes de integraccedilatildeo puacuteblicos e privados ndash aquela que faraacute
a seleccedilatildeo e o pagamento de bolsas)
bull 3 ndash verificar se a empresa realizou a seleccedilatildeo do estagiaacuterio contratado
bull 4 ndash indicar orientador e supervisor
bull 5 ndash atribuir tarefas proacuteprias do curso
bull 6 ndash cumprir as regras legais (jornada-prazo-outras exigecircncias do contrato)
415 Acumulaccedilatildeo de cargos puacuteblicos
A Constituiccedilatildeo Federal no art 37 XVI estabelece os casos em que eacute permitida a acumulaccedilatildeo de cargos em-
pregos e funccedilotildees nas administraccedilotildees direta e indireta nas empresas puacuteblicas e nas sociedades de economia mista
Em face da complexidade da mateacuteria e da dificuldade de interpretaccedilatildeo do dispositivo constitucional o tema tem
suscitado muitas duacutevidas na administraccedilatildeo municipal
A seguir apresenta-se em siacutentese a orientaccedilatildeo firmada pelos Tribunais de Contas sobre a mateacuteria
4151 Cargo de professor com outro cargo teacutecnico ou cientiacutefico
Eacute permitido ao professor efetivo estadual atendidos aos preceitos do art 37 II da Constituiccedilatildeo Federal ser
nomeado para cargo teacutecnico ou cientiacutefico no municiacutepio havendo compatibilidade de horaacuterio respeitado o limite da jor-
nada de trabalho fixada no art 7ordm XIII combinado com o art 39 sect 3ordm ambos da Constituiccedilatildeo Federal
Natildeo eacute possiacutevel ao servidor puacuteblico que jaacute acumula cargo efetivo de professor com cargo teacutecnico ou cientiacutefico
receber cumulativamente a remuneraccedilatildeode secretaacuterio municipal ante a vedaccedilatildeo do art 37 XVI e XVII da Constituiccedilatildeo
Federal
4152 Cargo efetivo com cargo de secretaacuterio municipal
O servidor puacuteblico efetivo municipal ocupante de cargo de secretaacuterio do mesmo municiacutepio desde que autoriza-
do pela legislaccedilatildeo local pode optar entre a remuneraccedilatildeo do cargo efetivo e o subsiacutedio do cargo de secretaacuterio vedada a
percepccedilatildeo cumulativa
Caso o servidor efetivo municipal opte pelo subsiacutedio legalmente instituiacutedo para o cargo de secretaacuterio do mesmo
municiacutepio somente poderaacute perceber o valor correspondente ao subsiacutedio sem adicional gratificaccedilatildeo ou qualquer outro
estipecircndio nos termos do sect 4ordm do art 39 da Constituiccedilatildeo Federal
4153 Cargo em comissatildeo com cargo efetivo
A Constituiccedilatildeo Federal (art 37 XVI e XVII) natildeo permite a acumulaccedilatildeo remunerada de cargo de provimento e-
fetivo com a de cargo de provimento em comissatildeo
4154 Dois cargos em comissatildeo
A acumulaccedilatildeo remunerada de dois cargos comissionados eacute vedada pelo art 37 XVI da Constituiccedilatildeo Federal
Eacute incompatiacutevel a acumulaccedilatildeo de dois cargos em comissatildeo no acircmbito da Administraccedilatildeo Puacuteblica quaisquer que
sejam os poderes ou esferas por natildeo se enquadrar nas exceccedilotildees passiacuteveis de acumulaccedilatildeo estabelecidas pelo art 37 XVI
da Constituiccedilatildeo Federal
4155 Proventos de aposentadoria com a remuneraccedilatildeo de cargo efetivo
Eacute permitido ao servidor inativo retornar ao exerciacutecio da funccedilatildeo puacuteblica acumulando proventos e vencimentos
nos casos permitidos pelo sect 10 do art 37 da Constituiccedilatildeo Federal
O servidor puacuteblico aposentado pelo estado ou pelo municiacutepio com fundamento no arts 40 ou 42 da Constitui-
ccedilatildeo Federal que presta concurso puacuteblico e eacute nomeado para ocupar cargo puacuteblico municipal deve optar entre os proven-
tos da aposentadoria e a remuneraccedilatildeo do cargo em conformidade com o disposto no art 37 sect 10 da Constituiccedilatildeo Fede-
ral salvo os casos de acumulaccedilatildeo previstos nos arts 37 XVI 95 paraacutegrafo uacutenico I e 128 sect 5ordm II aliacutenea d da Consti-
tuiccedilatildeo Federal
4156 Proventos de aposentadoria com a remuneraccedilatildeo de cargo em comissatildeo
Eacute permitido ao servidor puacuteblico inativo sem viacutecio de acumulaccedilatildeo indevida exercer cargo de provimento em
comissatildeo acumulando proventos e vencimentos
4157 Permanecircncia do servidor no cargo ou emprego puacuteblico apoacutes a aposentadoria
Ao servidor puacuteblico natildeo eacute possiacutevel quando se aposenta continuar exercendo normalmente suas funccedilotildees jaacute que
eacute vedada a acumulaccedilatildeo remunerada de cargos puacuteblicos ressalvando-se a aposentadoria voluntaacuteria do empregado de
empresa puacuteblica ou sociedade de economia mista
4158 Acumulaccedilatildeo de cargos com o exerciacutecio de mandato eletivo
41581) Cargo efetivo com mandato de vereador
O vereador que for investido em cargo puacuteblico efetivo ou emprego puacuteblico do estado ou do municiacutepio apoacutes a-
provaccedilatildeo em concurso puacuteblico poderaacute tomar posse no cargo efetivo sem prejuiacutezo do mandato de vereador
O exerciacutecio concomitante do cargo puacuteblico efetivo e do mandato de vereador somente eacute possiacutevel quando houver
compatibilidade de horaacuterios
Neste caso o vereador poderaacute acumular as respectivas funccedilotildees bem como a remuneraccedilatildeo e as demais vantagens
do cargo efetivo com o subsiacutedio do mandato
Natildeo havendo compatibilidade de horaacuterios o agente seraacute afastado do exerciacutecio do cargo ou emprego sendo-lhe
facultado optar pela remuneraccedilatildeo do cargo efetivo ou do emprego
41582 Cargo comissionado com mandato de vereador
Eacute ilegiacutetimo o exerciacutecio concomitante de cargo em comissatildeo pertencente agrave estrutura do Poder executivo munici-
pal com o mandato de vereador em decorrecircncia do princiacutepio da separaccedilatildeo das funccedilotildees estatais uma vez que na relaccedilatildeo
decorrente do cargo comissionado haveraacute submissatildeo do vereador aos comandos do chefe do Poder executivo municipal
incompatiacutevel com o exerciacutecio da vereanccedila
41583 Acumulaccedilatildeo de cargo de meacutedico com o exerciacutecio do mandato de prefeito
O servidor puacuteblico ocupante de cargo efetivo ou emprego puacuteblico de meacutedico pertencente agrave estrutura do Poder
executivo eleito prefeito deve se afastar do cargo ou emprego sendo-lhe facultado optar pela remuneraccedilatildeo do cargo ou
emprego nos termos do art 38 II da Constituiccedilatildeo Federal
Enquanto permanecer no exerciacutecio do mandato de prefeito o ocupante de cargo ou emprego de meacutedico natildeo po-
de realizar serviccedilos profissionais pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede (SuS) com habitualidade incluindo o meacutetodo de creden-
ciamento por caracterizar acumulaccedilatildeo remunerada de funccedilotildees puacuteblicas
Salvo vedaccedilatildeo na Lei Orgacircnica do municiacutepio o meacutedico em exerciacutecio do cargo de prefeito natildeo estaacute impedido de
realizar procedimento ciruacutergico em casos excepcionais para atendimentos emergenciais cuja recusa possa caracterizar
omissatildeo de socorro
41584 Acumulaccedilatildeo de cargo efetivo com mandato de vice prefeito
Eacute inconstitucional a acumulaccedilatildeo da remuneraccedilatildeo de cargo efetivo com o subsiacutedio de vice-prefeito em face da
inaplicabilidade agrave espeacutecie da norma do art 38 III da Constituiccedilatildeo Federal que se restringe tatildeo somente ao vereador
Entretanto o servidor puacuteblico efetivo que ver a exercer mandato de vice-prefeito pode optar entre a remunera-
ccedilatildeo do cargo e o subsiacutedio de vice-prefeito
Caso o servidor faccedila a opccedilatildeo pelo subsiacutedio teraacute direito ao recebimento apenas do valor correspondente ao sub-
siacutedio (parcela uacutenica) ficando vedado o pagamento de adicional gratificaccedilatildeo ou quaisquer outras vantagens do cargo
efetivo nos termos do sect 4ordm do art 39 da Constituiccedilatildeo Federal
41585 Acumulaccedilatildeo de cargo de vice prefeito com cargo comissionado
O vice-prefeito designado para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou funccedilatildeo de confianccedila no acircmbito do Poder
Executivo deveraacute optar entre o subsiacutedio de vice-prefeito e a remuneraccedilatildeo do cargo ou da funccedilatildeo
O vice-prefeito investido no cargo de secretaacuterio municipal deveraacute optar entre o subsiacutedio afeto ao mandato eleti-
vo e o vencimento do respectivo cargo
4159 Direito ao subsiacutedio mensal mdash vice-prefeito
O vice-prefeito exercendo ou natildeo funccedilatildeo executiva na administraccedilatildeo municipal tem direito agrave percepccedilatildeo mensal
do subsiacutedio de vice-prefeito fixado pela cacircmara municipal
41510 Acumulaccedilatildeo de cargos e o respeito ao teto remuneratoacuterio
O provento de aposentadoria subsiacutedio de agente poliacutetico e vencimento pelo exerciacutecio de cargo puacuteblico recebi-
dos aglutinadamente devem observar o teto remuneratoacuterio instituiacutedo pelo inciso XI do art 37 da Constituiccedilatildeo Federal
416 Nepotismo
O significado original da palavra nepotismo eacute governo dos sobrinhos jaacute que eacute derivada de nepoteounipo-
te(sobrinho ou neto em latim) e foi aplicada em referecircncia aos Papas do Renascimento (de Sisto IV a Paulo III) que
nomeavam sobrinhos e outros parentes para posiccedilotildees clericais e administrativas de importacircncia assim como aos Gover-
nantes japoneses tanto no periacuteodo Heian (por volta do ano 669) quanto no comeccedilo do seacuteculo IX (governo da famiacutelia
Fujiwara) e ateacute nos anos 1960 com Kiyomori
Com o sufixo ismo a palavra indica a concessatildeo de privileacutegios ou cargos a parentes no funcionalismo puacuteblico
Distingue-se do favoritismo simples que natildeo implica relaccedilotildees familiares com o favorecido
Em 2008 julgando um dos processos que chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) aquela Corte editou a
Suacutemula 13 com o seguinte texto
Suacutemula vinculante 13 de 210808
ldquoA nomeaccedilatildeo de cocircnjuge companheiro ou parente em linha reta colateral ou por afinidade ateacute o terceiro grau
inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa juriacutedica investido em cargo de direccedilatildeo chefia ou
assessoramento para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou de confianccedila ou ainda de funccedilatildeo gratificada na
administraccedilatildeo puacuteblica direta e indireta em qualquer dos Poderes da Uniatildeo dos Estados do Distrito Federal e dos
Municiacutepios compreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocas viola a Constituiccedilatildeo Federalrdquo
Data de Aprovaccedilatildeo Sessatildeo Plenaacuteria de 21082008Fonte de Publicaccedilatildeo DJe nordm 1622008 p 1 em 2982008DO de
2982008 p 1
Assim fundamentados especialmente nos princiacutepio constitucionais da impessoalidade e da moralidade o maior
oacutergatildeo do Poder Judiciaacuterio brasileiro definiu como proibidas as nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos em comissatildeo ou
funccedilotildees de confianccedila de familiares dos nomeantes em ateacute terceiro grau de parentesco
O parentesco segundo o Coacutedigo Civil (arts 1591 a 1595) eacute identificado em trecircs linhas distintas
a) reta (ascendente e descendente pai matildee avocirc avoacute filho filha neto neta)
b) colaterais (provecircm de um tronco comum mas natildeo descendem uma das outras irmatildeo irmatilde tio tia) e
c) por afinidade (o viacutenculo que se estabelece entre um cocircnjuge e os parentes do outro cocircnjuge)
De ressaltar que a Suacutemula 13 do STF abrangeu o famoso nepotismo cruzado que eacute a combinaccedilatildeo entre nomean-
tes para a contrataccedilatildeo direta de servidores parentes seus de forma cruzada (o parente de um eacute contratado pelo outro e
vice versa) pois ao final do texto consta ldquocompreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocasrdquo
E mantendo a maacutexima de que cada regra tem sua exceccedilatildeo o STF declarou na sequencia (no Recurso Extraordi-
naacuterio nordm 579951RN) que a exceccedilatildeo dessa proibiccedilatildeo seria a possibilidade de nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos poliacuteti-
cos aiacute compreendidos os Ministros de Estado Secretaacuterios de Estado e Secretaacuterios Municipais
Entatildeo dessa data em diante (2982008 publicaccedilatildeo da suacutemula 13 do STF) passou-se a ser proibido o
nepotismoem cargos e funccedilotildees puacuteblicas de livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo
Em resumo quando da ediccedilatildeo da Suacutemula 13 a Corte Maacutexima do Poder Judiciaacuterio paacutetrio definiu que
1 ndash Eacute PROIBIDA A NOMEACcedilAtildeO EM CC OU FG DECOcircNJUGE OU PARENTE DA AUTORIDADE NOMEANTE
OU DE OUTRO SERVIDOR NESTES CARGOS (CC ou FG) ATEacute TERCEIRO GRAU
2 ndash CARGOS DE MINISTROS E SECRETAacuteRIOS PODEM SER OCUPADOS POR PARENTES
Pois bem
Apoacutes a proibiccedilatildeo pelo Supremo e vasta interpretaccedilatildeo do Poder Judiciaacuterio outros pontos natildeo abrangidos (ou es-
clarecidos) pela Suacutemula 13 foram praticamente pacificados
Vejamos os mais relevantes
1ordm ndash A LEI (Ordinaacuteria-Complementar-Orgacircnica) PODE AMPLIAR AS PROIBICcedilOtildeES abrangendo inclusive os Minis-
tros e Secretaacuterios (impedindo a contrataccedilatildeo de parentes ou limitando o nuacutemero de parentes contratados)
2ordm ndash Para a configuraccedilatildeo de nepotismo cruzado soacute se houver prova da reciprocidade Ou seja se ocorrer o ajuste a com-
binaccedilatildeo a troca de favores entre autoridades puacuteblicas
3ordm - Parente de Autoridade Puacuteblica ou de servidor de um mesmo oacutergatildeo poderaacute ocupar CC ou FG se foi nomeado antes
da posse deste
4ordm ndash Servidor efetivo poderaacute ser nomeado em CC ou designado em FG em mesmo oacutergatildeo de Gestor Puacuteblico ou servidor
parente se natildeo for nomeado por ele ou subordinado a ele
5ordm ndash Servidores de um mesmo oacutergatildeo ocupantes de Cargo Comissionado ou Funccedilatildeo de Confianccedila que venham a se tor-
nar um casal depois do ingresso no cargo ou funccedilatildeo e desde que natildeo ocorra subordinaccedilatildeo direta entre si natildeo seraacute con-
siderado nepotismo 6ordm ndash Ex-cocircnjuge comprovadamente podem ser nomeados pelo ex sem caracterizar nepotismo
7ordm ndash Nos casos de requisiccedilatildeocessatildeo de servidores por autoridades ou oacutergatildeos aplicam-se as regras do nepotismo
8ordm ndash Parentesco com autoridades puacuteblicas ou servidores falecidos ou aposentados natildeo incidem a Suacutemula 13
9ordm ndash Contrataccedilatildeo de estagiaacuterios que sejam parentes de autoridades ou servidores do oacutergatildeo concedente do estaacutegio natildeo se
configura nepotismo desde que haja seleccedilatildeo preacutevia
10ordm ndash Contratar sem licitaccedilatildeo pessoa juriacutedica na qual haja administrador ou soacutecio com poder de direccedilatildeo que seja fami-
liar de detentor de cargo em comissatildeo ou funccedilatildeo de confianccedila que atue na aacuterea responsaacutevel pela demanda ou de autori-
dade a ele hierarquicamente superior
Por fim destacar que os caminhos juriacutedicos para exigir a exoneraccedilatildeo de parentes que ocupem cargos comissio-
nados ou funccedilotildees de confianccedila bem como coibir e responsabilizar os agentes puacuteblicos que desrespeitarem a regra cons-
tante da Suacutemula 13 do STF e demais acervo jurisprudencial referentemente ao nepotismo poderaacute ser a Accedilatildeo Civil Puacute-
blica(art 1ordm inciso IV da Lei 734785) ou ateacute mesmo a Reclamaccedilatildeo ao STF (art 102 inciso I aliacutenea l da Constitu-
iccedilatildeo Federal)
Jaacute as consequecircncias juriacutedicas para quem desobedecer agraves normas combatentes do nepotismo possuem as seguin-
tes hipoacuteteses
1ordf ndash Consequecircncias para o servidor nomeado ou designado pela omissatildeo de informar agrave Administraccedilatildeo Puacuteblica o fato de
se encontrar sob o alcance da Suacutemula Vinculante nordm 13 do STF incide o crime de falsidade ideoloacutegica (art 299 do Coacute-
digo Penal) bem como pela manutenccedilatildeo do cargo ou emprego puacuteblico sabendo do impedimento incide em crime de
desobediecircncia agrave decisatildeo judicial (art 359 CP)
2ordf ndash Consequecircncias para o agente poliacutetico pela omissatildeo incide no crime de prevaricaccedilatildeo (art 319 CP) e na esfera
poliacutetico-administrativa incorre no crime de improbidade administrativa (art 11 I e II cc o art 12 III todos da Lei nordm
842992) pode-se aplicar a ele ainda no caso dos prefeitos municipais estaratildeo sujeitos agrave cassaccedilatildeo do mandato eletivo
(Decreto-lei 20167 art 4ordm VII)
417 - GASTOS COM PESSOAL
O paracircmetro a ser empregado nos caacutelculos da despesa com pessoal haacute de ser a Receita Corrente Liquida
ndash RCL conceituada no inciso IV do art 2ordm da LRF
Considera-se despesa com pessoal nos termos do artigo 18 da LFR todas as vantagens vencimentos sa-
laacuterios proventos adicionais gratificaccedilotildees horas extras encargos sociais subsiacutedios dos agentes poliacuteticos e qual-
quer outra espeacutecie remuneratoacuteria
A verificaccedilatildeo das adequaccedilotildees das despesas efetivamente realizadas com pessoal em relaccedilatildeo agrave RCL deveraacute
ocorrer nos termos do artigo 22 da LRF ao final de cada quadrimestre
Os resultados obtidos seratildeo por sua vez informados no Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal correspondente ao
mesmo periacuteodo de apuraccedilatildeo sendo facultado aos Municiacutepios com populaccedilatildeo inferior a cinquumlenta mil habitantes
apurar esse comprometimento ao final de cada semestre (art 62 I e II ldquobrdquo)
Segundo art 20 da LRF a reparticcedilatildeo dos limites globais de cada ente eacute de
PoderEnte Uniatildeo EstadosDF Municiacutepios
Executivo 409 490 540
LegislativoTC 60 60 60
Judiciaacuterio 25 30 -x-
Ministeacuterio Puacuteblico 06 20 x-
Totais 500 600 600
Visando coibir despesas em excesso praticados pelas Cacircmaras Municipais houve emenda constitucional
disciplinando os percentuais destas (EC nordm 252000) sem no entanto disciplinar seu conceito e composiccedilatildeo toda-
via excluiu-se as despesas com inativos resultando em limites diversos em relaccedilatildeo agrave LRF vejamos
Populaccedilatildeo Limites EC 25 (ex-
clui inativos)
Limites LRF
(inclui inativos)
Ateacute 100000 habitantes 56 6
De 100001 a 300000 hab 49 6
De 301000 a 500000 hab 42 6
Acima de 500000 hab 35 6
LRF - art 22
Se a despesa de pessoal exceder a 95 do limite estabelecido no artigo 20 os Poderes e oacutergatildeos que incor-
rem no excesso ficaratildeo vedados de criar cargo emprego ou funccedilatildeo e efetuar provimento de cargo puacuteblico admis-
satildeo ou contrataccedilatildeo de pessoal a qualquer tiacutetulo
Exceccedilatildeo (artigo 22 inciso IV) aacutereas de educaccedilatildeo sauacutede e seguranccedila restringindo-se quando esta se ca-
racterizar por falecimento ou aposentadoria
Para os casos de extrapolaccedilatildeo dos limites determinada pelo artigo 169 da CF88 nos termos do art 23 da
LRF deveraacute o ente propor medidas para sua adequaccedilatildeo com a maior brevidade possiacutevel
Isto posto nos dois quadrimestres seguintes deveraacute observar as providecircncias previstas nos sectsect 3ordm e 4ordm do
art 169 da CF quais sejam
Reduccedilatildeo de pleno menos vinte por cento das despesas com cargos em comissatildeo e funccedilotildees de confianccedila
Exoneraccedilatildeo dos servidores natildeo estaacuteveis
Exoneraccedilatildeo dos servidores estaacuteveis se natildeo alcanccedilada a reduccedilatildeo necessaacuteria com as medidas anteriores desde
que ato normativo de cada Poder especifique a atividade funcional o oacutergatildeo ou unidade administrativa objeto de
reduccedilatildeo de pessoal
O servidor que neste caso perder o cargo faraacute jus a indenizaccedilatildeo correspondente a um mecircs de remunera-
ccedilatildeo por ano de serviccedilos sendo que esta natildeo seraacute computada para fins de despesas com pessoal
Permanecendo o excesso ficaraacute o ente impedido de receber transferecircncias voluntaacuterias
418 - Despesas gerais
4181 - Diaacuterias
a) ndash cobrem hospedagem e alimentaccedilatildeo
b) ndash aplicaccedilatildeo do princiacutepios da razoabilidade proporcionalidade e moralidade
c) ndash devem ser liberadas motivadamente (interesse puacuteblico)
d) ndash dependem de lei autorizatoacuteria
e) ndash podem ser liberadas para participaccedilatildeo em eventos
f) ndash natildeo podem configurar ldquosalaacuteriordquo
g) ndash exigem comprovaccedilatildeo de realizaccedilatildeo do objetivo
h) ndash a partir de 50 do valor da remuneraccedilatildeo incide ir e inss
i) ndash a fixaccedilatildeo do valor pode ser variaacutevel de municiacutepio para municiacutepio
j) ndash fraude ou simulaccedilatildeo no pagamento de diaacuteria acp
4182 - Adiantamentos eacute proibido
4183 -Seguro de vidaeacute possiacutevel
4184 - Vale Transporteeacute possiacutevel
4185 - Plano de sauacutedesoacute para servidoresvereadores natildeo
4186 -Veiacuteculo proacuteprio
Segundo o TCRPR eacute proibido agrave Cacircmara pagar combustiacutevel para veiacuteculos dos vereadores
O TCE-PR alega que a Administraccedilatildeo Puacuteblica natildeo pode arcar com gastos inerentes a despesas com veiacuteculos
particulares dos Edis mesmo que a serviccedilo do Legislativo haja vista a inexistecircncia de contrato precedido de Licitaccedilatildeo e
diante das normas de direito administrativo onde qualquer aquisiccedilatildeo efetuada pelo Poder Puacuteblico depende de contrato
este em regra precedido de licitaccedilatildeo
Alega inclusive que essa despesa eacute estranha ao orccedilamento sem amparo legal
Ateacute em relaccedilatildeo aos servidores o TCE desaconselha o ressarcimento de despesas com combustiacutevel particular
por aplicaccedilatildeo do art 29 da CE89 ou da Lei Orgacircnica Municipal que geralmente preveem incompatibilidade negocial
Vale ressaltar que outros Tribunais de Contas divergem ou convergem com o TCEPR
Vejamos
O TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA PERMITE
PREJULGADO 2082 DO TCESC
ldquoA Cacircmara Municipal pode disciplinar o uso de veiacuteculos oficiais de sua propriedade a exemplo da Lei Estadual ndeg
79871990 (regulamentada pelo Decreto ndeg 34212005) e do Decreto Federal ndeg 64032008 (disciplinado pela Instru-
ccedilatildeo Normativa ndeg 0032008 do Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeordquo
PREJULGADO 1268 DO TCESC
A Cacircmara Municipal poderaacute ressarcir as despesas de combustiacutevel de veiacuteculos particulares desde que (a) previamente
autorizada em lei especiacutefica (b) relacionada a deslocamento dos Vereadores para fora de jurisdiccedilatildeo municipal (c) os
assuntos tratados nas viagens sejam de interesse puacuteblico (d) haja expressa autorizaccedilatildeo da Cacircmara Municipal para a rea-
lizaccedilatildeo da viagem (e) os veiacuteculos utilizados nestas condiccedilotildees estejam previamente cadastrados no oacutergatildeo competente do
Pode Legislativo e (f) sejam aplicaacuteveis somente a casos excepcionais
O TCE DE MG PROIacuteBE
Consulta nordm 810007- TCEMG
Tribunal de Constas do Estado - Cacircmara natildeo pode pagar gasolina para vereadores O relator Cons Elmo Braz adotou o
parecer do Auditor Hamilton Coelho para responder agraves indagaccedilotildees Inicialmente a Auditoria asseverou que o TCEMG
jaacute declarou em diversas oportunidades a ilegalidade do abastecimento de veiacuteculos particulares de vereadores com re-
cursos da Cacircmara ainda que para uso no interesse do oacutergatildeo mencionando nesse sentido a Consulta nordm 810007 (Rel
Cons Eduardo Carone Costa sessatildeo de 030210) ndash v Informativo 17 O Auditor transcreveu parte do parecer exarado
naquela Consulta no sentido de que a utilizaccedilatildeo de veiacuteculo de propriedade particular de vereador mediante contrapresta-
ccedilatildeo (abastecimento) a serviccedilo da Administraccedilatildeo Puacuteblica configuraria contrato de locaccedilatildeo de fato e de que o uso interca-
lado do veiacuteculo ndash ora em caraacuteter particular ora a serviccedilo ndash tornaria difiacutecil a mensuraccedilatildeo do quantum a ser indenizado
redundando em confusatildeo patrimonial envolvendo o agente puacuteblico e o oacutergatildeo contratante
O TCEMT PERMITE
Processo nordm 2073652010 - 19042011
ldquoCAcircMARA MUNICIPAL DE NOVA OLIacuteMPIA CONSULTA CAcircMARA MUNICIPAL VEREADOR VERBA DE
NATUREZA INDENIZATOacuteRIA POSSIBILIDADE SE OBSERVADOS OS REQUISITOS IMPOSSIBILIDADE DE
PAGAMENTO DE DESPESAS COM MANUTENCcedilAtildeO DO GABINETE DO PARLAMENTAR POSSIBILIDADE
DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS COM ABASTECIMENTO DE VEIacuteCULO PARTICULAR DO VEREADOR
E DE ACUMULACcedilAtildeO COM A DIAacuteRIA QUANDO CONTEMPLAREM O RESSARCIMENTO DE DESPESAS
DISTINTAS PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS NOS TERMOS DA LEI QUE A INSTITUIRrdquo
4187 - Passagens
Por se tratar de despesa com caracteriacutesticas muito proacuteprias jaacute que os valores se alteram permanentemente mas eacute
possiacutevel a reduccedilatildeo dos preccedilos sobretudo com descontos sobre a taxa de administraccedilatildeo das agecircncias ou operadoras eacute
recomendaacutevel a realizaccedilatildeo de processo licitatoacuterio afim de promover a economicidade evitar sobrepreccedilos e oportunizar
a competitividade entre os diversos particulares interessados em negociar com a Administraccedilatildeo
Por isso orienta-se agrave promoccedilatildeo do certame licitatoacuterio na modalidade Pregatildeo cujo objeto seja a contrataccedilatildeo de
serviccedilos de agenciamento de viagens para cotaccedilatildeo reserva e fornecimento de passagens (aeacutereas e terrestres) no acircmbito
nacional e internacional se houver interesse
Caso opte pela passagem internacional eacute interessante licitar a emissatildeo de seguro de assistecircncia em viagem in-
ternacional
Especificar que a compra se faraacute por meio de atendimento remoto (e-mail eou telefone)
O tipo aconselhaacutevel eacute o de menor preccedilo escolhendo-se a proposta que ofertar o maior percentual de desconto
sobre o valor ldquodo diardquo disponibilizado e cobrado de todos os puacuteblicos inclusive sobre as tarifas promocionais e reduzi-
das disponiacuteveis no momento da compra excluiacuteda a taxa de embarque
5 Controle
51 Corrupccedilatildeo desvios e fraudes Conceitos
Corrupccedilatildeo eacute o ato ou efeito de se corromper oferecer algo para obter vantagem em negociata onde se favorece
uma pessoa e se prejudica outra
Eacute tirar vantagem do poder atribuiacutedo Corrupccedilatildeo vem do latim corruptus que significa quebrado em peda-
ccedilos O verbo corromper significa tornar-se podre
Desvio na aacuterea puacuteblica significa retirar o caminho normal de alguma coisa Natildeo alcanccedilar o objetivo por
mudanccedila de rota
Geralmente a palavra estaacute ligada agraves alteraccedilotildees que se promovem na ocupaccedilatildeo de cargos ou funccedilotildees no
uso de bens na realizaccedilatildeo de obras e ateacute no destino que se daacute aos recursos financeiros Fraude eacute um esquema iliacutecito ou de maacute feacute criado para obter ganhos para si ou para terceiros
No meio puacuteblico as fraudes geralmente satildeo praticadas atraveacutes de simulaccedilotildees e ajustes visando o aproveitamen-
to iliacutecito de valores benefiacutecios ou do patrimocircnio puacuteblico
52 Conceito e relevacircncia do controle
O controle eacute a ferramenta mais eficaz para se evitar as irregularidades e ilegalidades na atuaccedilatildeo dos po-
deres puacuteblicos
Segundo os mais elaborados estudos e pesquisas a corrupccedilatildeo pode ser maior ou menor dependendo da
proporcionalidade de controle existente
Onde tem menor controle tem maior corrupccedilatildeo e assim vice e versa
E o controle se faz por trecircs principais vias orientaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e puniccedilatildeo No Brasil o combate agrave corrupccedilatildeo no meio puacuteblico vem acontecendo atraveacutes da implementaccedilatildeo de vaacuterios tipos
de controle sobre as verbas recursos e patrimocircnio puacuteblico
Nos uacuteltimos anos melhoraram muito os sistemas de Controle Interno e Externo por iniciativa de cada oacutergatildeo ou
por exigecircncia do povo (diretamente ou atraveacutes das miacutedias)
O Legislativo por iniciativa proacutepria ou por pressatildeo popular tem aprovado inuacutemeros atos para reforccedilar a legisla-
ccedilatildeo paacutetria que afeta a corrupccedilatildeo
Satildeo os exemplos da Lei das Inelegibilidades (LC 6490 reforccedilada pela Lei da Ficha Limpa- LC 1352010) a
Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 1012000) a Lei da Transparecircncia (LC 1312009) a Lei da Informaccedilatildeo
(125272011) e a Lei Anticorrupccedilatildeo (128462013) e tantas outras
O Judiciaacuterio por sua vez e com o apoio das instituiccedilotildees de apuraccedilatildeo a ele ligadas (poliacutecias ministeacuterio puacuteblico
etc) tem punido severamente os corruptos realizando o seu papel sem distinccedilatildeo de cargo ou poder do apenado
Segundo informa o oacutergatildeo denominado de ldquoTransparecircncia Internacionalrdquo em mateacuteria divulgada no mecircs
de dezembro2014 ldquoNeste ano o Brasil obteve a nota 43 em uma escala que vai de 0 (setor puacuteblico visto como extremamente
corrupto) a 100 (extremamente iacutentegro) a mesma pontuaccedilatildeo obtida em 2012
No ano passado o paiacutes havia totalizado 42 pontos
A pontuaccedilatildeo do Brasil se situa exatamente na meacutedia mundial de acordo com o estudo de 43 pontos Nas
Ameacutericas como um todo a meacutedia eacute 45
Mais de dois terccedilos dos 175 paiacuteses que integram o iacutendice obtiveram uma nota inferior a 50
O Brasil estaacute na metade Natildeo eacute um dos piores nem dos melhores Mas natildeo eacute um resultado bom para o
paiacutes que tem feito inuacutemeros esforccedilos para ser um liacuteder econocircmico e poliacutetico disse Salas agrave BBC Brasil O Brasil
quer ser um liacuteder mundial entatildeo tem que mostrar o exemplo Ele ainda estaacute muito distante dos paiacuteses desenvol-
vidos nesse iacutendice ressalta o diretor da Transparecircncia Internacional
Empatados com o Brasil com a mesma pontuaccedilatildeo e lugar no ranking estatildeo paiacuteses como a Itaacutelia a Greacutecia
e a Bulgaacuteria
Para Salas o escacircndalo da Petrobras pode ser positivo para o Brasil se forem tomadas medidas fortes
de combate agrave corrupccedilatildeo
Se a presidente Dilma Roussef aproveitar esse momento para fazer mudanccedilas poderaacute ser algo positivo
diz ele
Se pessoas poderosas e outros culpados nesse escacircndalo forem presos o Brasil poderaacute projetar uma boa
imagem afirma Salas
Se houver tambeacutem reforma poliacutetica e melhorias no sistema de compras puacuteblicas pode ser um momento
histoacuterico para o Brasil Mas se nada mudar seraacute um exemplo negativo diz ele
A Dinamarca eacute a primeira colocada no ranking com 92 pontos um a mais em relaccedilatildeo ao estudo anterior
onde tambeacutem jaacute havia ficado em primeiro lugar
A China e a Turquia estatildeo entre os paiacuteses que mais perderam posiccedilotildees no ranking deste ano
A China que adotou nos uacuteltimos anos medidas de combate agrave corrupccedilatildeo como a proibiccedilatildeo de dar presen-
tes de alto luxo a funcionaacuterios puacuteblicos caiu 20 posiccedilotildees no ranking passando a ocupar o 100deg lugar com 36 pon-
tos
Entre os paiacuteses dos BRICS o Brasil estaacute praticamente empatado com a Aacutefrica do Sul (duas posiccedilotildees aci-
ma do Brasil no ranking) e bem agrave frente da China Iacutendia e Ruacutessiardquo
In httpwwwbbccoukportuguesenoticias201412141202_ranking_transparencia_internacional_brasil_df_lgb
Assim vale agrave pena continuar acreditando na melhora e natildeo cessar a luta pela melhoria dos instrumentos
de controle e combate agrave corrupccedilatildeo
53 O anseio democraacutetico pelo controle
De haacute muito tempo que a populaccedilatildeo anseia por melhoria nos sistemas de controle da coisa puacuteblica
No Brasil que historicamente conviveu com a corrupccedilatildeo na Administraccedilatildeo Puacuteblica a implantaccedilatildeo do re-
gime democraacutetico teve como maior objetivo a participaccedilatildeo do povo no poder (nas coisas do Estado) diretamente
ou atraveacutes de seus legiacutetimos representantes
Com isso espera-se que o povo faccedila parte do governo e que tenha conhecimento do que ocorre com os
bens e valores puacuteblicos enquanto estiverem sob a guarda dos administradores da coisa puacuteblica
Mas natildeo basta trocar as pessoas no comando do eraacuterio
Eacute preciso equipar os sistemas de controle haja vista que natildeo eacute exatamente a iacutendole pessoal que evita a
corrupccedilatildeo e os desvios no meio puacuteblico mas acima de tudo o controle que se faz sobre a coisa (a ocasiatildeo faz o
ladratildeo) O controle eacute exercido de forma irrestrita e ilimitada em todos e por todos os Poderes de Estado estendendo-se a
toda a Administraccedilatildeo e abrangendo todas as suas atividades e agentes sendo classificadas em variados tipos e formas de
atuaccedilatildeo para atingir os seus objetivos
Essas classificaccedilotildees indicam que
(I) O controle administrativo ou executivo eacute aquele exercido pela proacutepria Administraccedilatildeo sobre seus atos e agentes
(II) Controle legislativo ou parlamentar diz respeito ao que o Poder Legislativo imprime sobre atos e agentes do
Poder Executivo
(III) O controle judiciaacuterio eacute o referente agrave correccedilatildeo dos atos ilegais de qualquer dos Poderes pelo Judiciaacuterio quando
lesivos de direito individual ou do patrimocircnio puacuteblico Quanto a forma o controle pode ser sintetizado
bull De acordo com seu fundamento pode ser hieraacuterquico ou finaliacutestico
bull Em razatildeo da localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o exercita pode ser interno ou externo
bull Em virtude do momento em que eacute exercido pode ser preacutevio ou preventivo ou a priori concomitante ou sucessivo e
subsequente ou corretivo ou a posteriore
bull Conforme o aspecto controlado pode ser de legalidade ou de legitimidade e de meacuterito
Outra abordagem do Direito Administrativo eacute apresentada segundo a qual o controle da Administraccedilatildeo Puacuteblica
eacute poder de fiscalizaccedilatildeo e correccedilatildeo que sobre ela exercem os oacutergatildeos dos Poderes Judiciaacuterio Legislativo e Executivo com
o objetivo de garantir a conformidade de sua atuaccedilatildeo com os princiacutepios que lhe satildeo impostos pelo ordenamento juriacutedico
Dentre os pontos comuns observados eacute importante registrar as visotildees sobre os chamados controle externo e
controle interno decorrentes das classificaccedilotildees relativas agrave localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o realiza e quanto agrave integraccedilatildeo do
oacutergatildeo que o executa e agrave estrutura do oacutergatildeo objeto de sua execuccedilatildeo
As atividades do sistema de controle interno satildeo exercidas mediante a utilizaccedilatildeo de teacutecnicas de fiscalizaccedilatildeo e
auditoria as quais consistem no conjunto de processos que viabilizam o alcance dos macro-objetivos do sistema
Fiscalizar consiste na aplicaccedilatildeo de um conjunto de procedimentos pontuais que permitam o exame dos atos da
administraccedilatildeo puacuteblica visando avaliar a execuccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas atuando sobre os resultados efetivos dos pro-
gramas governamentais
54 O Controle Interno
Com previsatildeo desde 1964 (art 76 da Lei 432064 - Lei da Contabilidade Puacuteblica) foi levado agrave regras constitu-
cional em 05 de outubro de 1988 na Carta Maior (art 74) e reforccedilado pela Lei Complementar 1012000(LRF art 54 e
59) mas soacute implementado no Paranaacute a partir de 2008 com a exigecircncia pelo TCE que assim se manifestou a respeito
ldquoO sistema de controle interno eacute o agente de orientaccedilatildeo e integraccedilatildeo dos controles administrativos das enti-
dades componentes da estrutura organizacional e de apoio ao controle externo
Tem por objetivos principais a avaliaccedilatildeo do cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual e a execu-
ccedilatildeo dos programas constantes da LDO e na Lei Orccedilamentaacuteria Anual assegurar a observacircncia das normas e regula-
mentos e assim a legalidade dos atos avaliando os resultados no que se refere agrave eficaacutecia e eficiecircncia da gestatildeo orccedila-
mentaacuteria financeira e patrimonial da administraccedilatildeo
Sua funccedilatildeo inclui a diligecircncia no acompanhar dos procedimentos da administraccedilatildeo e na orientaccedilatildeo do ges-
tor acerca de eventuais desvios de rota e para evitar riscos iminentes que possam provocar danos ao patrimocircnio e agrave
gestatildeo
Juntamente com a contabilidade o controle interno deve velar pelo atendimento das agendas de obrigaccedilotildees
pela certeza do cumprimento dos limites legais seja de pisos de investimentos miacutenimos ou tetos para gastos maacutexi-
mos pela verdade das informaccedilotildees levadas a puacuteblico em face da LRF e suas determinaccedilotildees de transparecircncia da Lei
da Informaccedilatildeo e da proacutepria Lei nordm 432064
Os resultados satisfatoacuterios e sem sobressaltos especialmente em processo de transiccedilatildeo de mandato acentuam
que o controle interno desempenhou seu papel com efetividade e compromisso com a Entidade
O principal embaraccedilo que se tem percebido no processo de estruturaccedilatildeo do controle interno tem ocorrido na
montagem da equipe de trabalho especialmente a natildeo disponibilidade de profissionais com preparo teacutecnico
Existem pequenas prefeituras e cacircmaras municipais onde se verifica ateacute mesmo a simples falta de pessoal
sem atributosrdquoManual de Final de mandato ndash 2012
55 O controle Externo
O controle externo dos poderes municipais ( Executivo e Legislativo) eacute realizado direta e formalmente pelo
Tribunal de Contas que aleacutem de exigir a prestaccedilatildeo de contas anual ainda verifica a lisura e regularidade dos atos e accedilotildees
que envolvam a administraccedilatildeo dos bens e recursos puacuteblicos
A Lei Orgacircnica do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute (LC 1132005) indica que no papel de apoiador do
Poder Legislativo Municipal no controle externo a Corte Administrativa tem a seguinte competecircncia
ldquoArt 1ordm Ao Tribunal de Contas do Estado oacutergatildeo constitucional de controle externo com sede na Capital do Estado
compete nos termos da Constituiccedilatildeo Estadual e na forma estabelecida nesta lei
II ndash julgar as contas dos chefes dos oacutergatildeos do Poder Legislativo estadual e municipal do Poder Judiciaacuterio do Minis-
teacuterio Puacuteblico e deste Tribunalrdquo
Todavia por certo que existem outros oacutergatildeos que de forma indireta realizam o controle externo do poder puacuteblico muni-
cipal como o Ministeacuterio Puacuteblico o Judiciaacuterio e os Observatoacuterios sociais
Eacute posiccedilatildeo paciacutefica entre os estudiosos da Administraccedilatildeo Puacuteblica no mundo que o mais eficiente instrumento de
controle da ldquocoisa puacuteblicardquo eacute a transparecircncia
Pois se o povo acompanha atos e accedilotildees do governo e do governante tanto estes evitam as irregularidades por
temerem o que vai a puacuteblico quanto agravequeles podem julgar com maior facilidade a atuaccedilatildeo de suas lideranccedilas
6 Transparecircncia Puacuteblica no Brasil
Desde o nascimento de nossa paacutetria em 22 de abril de 1500 a populaccedilatildeo jamais teve acesso aacutes formas de utili-
zaccedilatildeo dos bens puacuteblicos e de administraccedilatildeo dos recursos financeiros arrecadados do proacuteprio povo
Tanto a monarquia (ateacute 14 de novembro de 1889) quanto no governo civil que comanda o paiacutes de laacute pra caacute pra-
ticamente todos os gestores natildeo tinham a obrigaccedilatildeo ou o costume de prestar contas de seus atos
Eacute certo que o faziam mas de forma geneacuterica apenas para oacutergatildeos de controle
O povo (contribuinte direta ou indiretamente) natildeo conseguia individualmente saber do que se passava no acircmbi-
to dos Poderes da naccedilatildeo
No entanto com o advento da globalizaccedilatildeo e da evoluccedilatildeo raacutepida e espetacular das tecnologias de comunicaccedilatildeo
houve tambeacutem um grande avanccedilo nos direitos dos cidadatildeos
Aqui no Brasil apoacutes a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 muito se conquistou desses direitos
A proacutepria Carta Magna reservou uma lista grande de direitos e garantias individuais e coletivas (em especial
nos art 5ordm 6ordm e 7ordm)
De toda forma criando verdadeiro divisor na histoacuteria do Brasil a nossa CF88 acendeu nos nacionais o desejo
de conhecer de perto e participar da vida do paiacutes
Mais que isto passou a discutir os seus direitos enquanto membros da naccedilatildeo
Representados no governo tanto nas casas legislativas quanto nos demais poderes (Executivo e Judiciaacuterio)
passamos a conquistar espaccedilo e elaborar instrumentos que exigem (forccedilam) os gestores a dar transparecircncia em sua atua-
ccedilatildeo
Dentre esses instrumentos podemos citar a Lei de Responsabilidade Fiscal que desde o seu nascimento (em
2000) jaacute previa certas obrigaccedilotildees aos governantes para levar ao povo o conhecimento de seus atos e accedilotildees
Mas foi exatamente em 2010 pela Lei Complementar nordm 131 de 27 de maio de 2009 que houve uma implemen-
taccedilatildeo maior da obrigatoriedade de transparecircncia nos meio puacuteblico aplicando-se inclusive regras especiacuteficas sobre a
divulgaccedilatildeo tecnoloacutegica via internet
Com isso desencadeou no Brasil em todos os oacutergatildeos puacuteblicos a obrigaccedilatildeo de publicar mais amplamente as in-
formaccedilotildees que poderiam ter o interesse puacuteblico
Essa eacute a chamada Transparecircncia Ativa pois independentemente de algueacutem solicitar o oacutergatildeo puacuteblico tem a o-
brigaccedilatildeo de divulgar
E diga-se mais
A divulgaccedilatildeo (publicaccedilatildeo) deveraacute ser eficiente e eficaz
Ou seja
O canal disponibilizado deveraacute ser de boa qualidade permitindo o acesso de forma raacutepida e faacutecil e evitando os
subterfuacutegios (mesmo que da tecnologia) para esconder dados e informaccedilotildees
A Lei Complementar Federal nordm 1012000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) exige
que ocorram publicaccedilotildees trimestrais
7 Publicidade Oficial Obrigatoacuteria
Por certo que a fonte primeira para propiciar o controle eacute a publicidade
A princiacutepio publicidade significa ldquolevar a puacuteblicordquo mais no sentido de obediecircncia ao ditame constitucional de
divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees do poder puacuteblico
Inclusive a publicidade foi instituiacuteda como um dos 5 (cinco) princiacutepios baacutesicos da Administraccedilatildeo Puacuteblica (art
37 caput da CF)
Eacute que o legislador constituinte entendeu como sendo prioridade a divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees dos governantes
para que o povo (contribuinte-eleitor) acompanhe as atuaccedilotildees dos eleitos bem como com a coisa puacuteblica
Embasadas na Carta Maior da Repuacuteblica muitas leis editadas depois de 1988 criaram obrigaccedilatildeo de publicar cer-
tos atos quando se tratar de recursos puacuteblicos (financeiros patrimoniais funcionais etc)
Os Atos Oficiais de publicaccedilatildeo obrigatoacuteria devem ser divulgados em um uacutenico meio de comunicaccedilatildeo escolhido
por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-tributaccedilatildeo-
orccedilamentaacuteria)
No caso do Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Licitaccedilatildeo
cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
71 Publicidade oficial Facultativa
A CF de 1988 tambeacutem autorizou despesas com a divulgaccedilatildeo de caraacuteter educativo e informativo ou de orienta-
ccedilatildeo social (art 37 sect1ordm)
No entanto de laacute pra caacute muita polecircmica foi gerada discutindo sobre o que poderia se aceitar referente agraves despe-
sas com publicidade
Eacute que a interpretaccedilatildeo anterior impunha uma separaccedilatildeo severa na publicidade oficial entre a obrigatoacuteria e a fa-
cultativa
Entendia-se que a obrigatoacuteria era apenas aquela especificada na lei como a publicaccedilatildeo de atos como leis de-
cretos portarias resoluccedilotildees editais
Quando se divulgava as accedilotildees do poder puacuteblico questionava-se se aquela despesa se enquadrava como educa-
cional de orientaccedilatildeo social ou de informaccedilatildeo exigida (serviccedilos de utilidade puacuteblica)
72 Publicidade Institucional
Poreacutem com a evoluccedilatildeo do conceito e com a crescente demanda do povo sobre a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico e as
accedilotildees governamentais ampliou-se em muito as possibilidades de realizar despesas para esse fim
Portanto aleacutem da publicaccedilatildeo obrigatoacuteria e daquelas enquadradas como ldquoserviccedilos de utilidade puacuteblicardquo passou-
se a entender que o gestor deva divulgar amplamente as atividades de cada oacutergatildeo puacuteblico para manter a populaccedilatildeo por
dentro dos acontecimentos que envolvem recursos dos contribuintes De certo modo essa divulgaccedilatildeo natildeo obrigatoacuteria pode ser considerada como publicidade institucional pois a-
leacutem de informar ao povo sobre as accedilotildees do oacutergatildeo promove este diante da opiniatildeo puacuteblica fortalecendo-o institucional-
mente
E para essa divulgaccedilatildeo o TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contra-
tar serviccedilos de comunicaccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
No caso de contrataccedilatildeo de agecircncias as regras a serem obedecidas deveratildeo ser aquelas da lei federal nordm
122322010 (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
Resumindo as regras do TCEPR para a comunicaccedilatildeo institucional eacute
1- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010 A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO
para julgar a melhor teacutecnica
2- Para contratar os serviccedilos para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocirc-
nico) programa de raacutedio ou TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo ME-
LHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
Insta lembrar tambeacutem que a partir de 2006 o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a publicar
natildeo apenas seus atos oficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de
internet ou outros serviccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
a)- transmissotildees de sessotildees
b)- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
c)- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
a)- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
b)- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
c)- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
d)- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
e)- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
f)- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Lembrando que existem Atos Oficiais que devem ser obrigatoriamente divulgados em um uacutenico meio de co-
municaccedilatildeo escolhido por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-
tributaccedilatildeo-orccedilamentaacuteria)
E atenccedilatildeo
O Oacutergatildeo Oficial nos Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Li-
citaccedilatildeo cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
Vide Acoacuterdatildeo nordm 409760-5 do TJPR e Processo nordm 22972306 do TCEPR no AVA
Inclusive o Municiacutepio poderaacute optar por apenas um Diaacuterio Oficial Eletrocircnico ou este e mais o Diaacuterio Oficial
Impresso segundo o TCEPR (Acoacuterdatildeo nordm 383013)
Aliaacutes o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a partir de 2006 a publicar natildeo apenas seus atos o-
ficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de internet ou outros servi-
ccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
- transmissotildees de sessotildees
- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Atenccedilatildeo de novo
A lei federal nordm 122322010 criou regras especiacuteficas para a contrataccedilatildeo de serviccedilos de publicidade prestados
por intermeacutedio de agecircncias de propaganda (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
O TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contratar serviccedilos de comuni-
caccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
Resumindo
a)- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010
A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO pa-
ra julgar a melhor teacutecnica
b)- O TCEPR tem se posicionado (vide acoacuterdatildeo 3082012 no AVA) no sentido de que a contrataccedilatildeo dos serviccedilos
para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocircnico) programa de raacutedio ou
TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo MELHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
8 Prestaccedilatildeo de Contas
Sendo mais um dos elementos da Transparecircncia e consequentemente do Controle a Prestaccedilatildeo de Contas enseja
dar conhecimento ao contribuinte do que o gestor faz com os recursos puacuteblicos
Seguindo a evoluccedilatildeo social humana sobretudo apoacutes a identificaccedilatildeo da figura do estado moderno (povo territoacute-
rio governo) a exigecircncia de os governantes ou particulares dar satisfaccedilatildeo aos contribuintes sobre o uso e aplicaccedilatildeo dos
recursos puacuteblicos (financeiros e de bens) tem crescido mais e mais
Jaacute na Declaraccedilatildeo dos Direitos do Homem e do Cidadatildeo elaborada e aceita por muitos povos na era da Revolu-
ccedilatildeo Francesa (1789) consta essa exigecircncia
ldquoArt 15 ndash A Sociedade tem o Direito de pedir conta a todo agente puacuteblico de sua administraccedilatildeordquo
Segundo o texto divulgado no site do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute
ldquoA Prestaccedilatildeo de Contas eacute dever constitucional dos que utilizam arrecadam guardam gerenciam ou administram
dinheiros bens e valores puacuteblicosrdquo
httpwww1tceprgovbrconteudoprestacao-de-contas-municipios214
Resumindo
Com a publicidade e a prestaccedilatildeo de contas ocorre transparecircncia na gestatildeo puacuteblica promovendopermitindo
melhor controle da coisa puacuteblica
Todos satildeo interligados
Bom Estudo
Controle
Transparecircncia
Publicidade
Prestaccedilatildeo de Contas
[] uma virtude superior agraves humanas nem a uma educaccedilatildeo que requeira aptidotildees e recursos especiais nem a uma cons-
tituiccedilatildeo poliacutetica formada a gosto por assim dizer poreacutem a uma maneira de viver que possa ser a da maioria
Como visto cabe ao Estado por meio de seus administradores nos trecircs poderes (Executivo Legislativo e Judi-
ciaacuterio) o poder-dever de atuar em defesa dos direitos de seu povo de forma individual e coletivamente visando o cum-
primento efetivo de seu papel
12 OS TREcircS PODERES
A Constituiccedilatildeo Federal da Repuacuteblica Federativa do Brasil (1988) declara no artigo 2ordm que satildeo poderes da Uni-
atildeo o Legislativo o Executivo e o Judiciaacuterio
Entretanto Montesquieu citado na obra de Petrocircnio Braz (1999 p49) assevera que ldquo[] o poder do Estado eacute
exercido atraveacutes das funccedilotildees legislativa administrativa (executiva) e jurisdicionalrdquo
Essa divisatildeo de poderes possui como objetivo maior a manutenccedilatildeo da ordem social e o desenvolvimento do Es-
tado em busca do bem de seu povo
Todavia embora em funccedilotildees diferenciadas e independentes esses trecircs poderes (Executivo Legislativo e Judici-
aacuterio) precisam estar harmocircnicos completando-se mutuamente nas responsabilidades sociais
Nesse sentido cada um possui tambeacutem atribuiccedilotildees administrativas prestando serviccedilos puacuteblicos Assim os trecircs
poderes se relacionam com os cidadatildeos por meio de seus oacutergatildeos de contato direto ou indireto para a consecuccedilatildeo de seus
objetivos
E segundo a visatildeo de Lafayette Pondeacute (1995 p214) ldquo[] toda discussatildeo relativa ao poder se associa a um de-
bate sobre seu controlerdquo
httplojaunipublicaonlinecombrcurso-onlinephpcurso=palestra-aula-poder-julgador-do-legislativo-freios-e-
contrapesosampid=1716
13 OS ENTES DA FEDERACcedilAtildeO
De outro tanto haacute de se relevar que no caso do Brasil o Estado Nacional eacute formado por uma Repuacuteblica Federa-
tiva (Uniatildeo) com a junccedilatildeo de vaacuterios Estados-membros e do Distrito Federal (conforme dispotildee o art 1ordm da CF)
Nos territoacuterios dos Estados-membros por suas vezes existe o desmembramento em Municiacutepios o que faz com
que as accedilotildees desses poderes sejam descentralizadas
Assim Uniatildeo Estados-membros e Municiacutepios podem ser chamados de Entidades Estatais ou simplesmente en-
tes da Federaccedilatildeo sendo organismos maiores por meio dos quais age o governo ou o poder poliacutetico
14 A DESCENTRALIZACcedilAtildeO DAS ENTIDADES ESTATAIS
ENTES UNIAtildeO ESTADOS-
MEMBROS
DISTRITO
FEDERAL
MUNICIacutePIOS
ENTIDADES
ESTATAIS
PODER EXECU-
TIVO
Governo Federal
(Presidente da
Repuacuteblica)
Governo Estadual
(Governador)
Governo Distrital
(Governador)
Governo Municipal
(Prefeitos)
ENTIDADES
ESTATAIS PO-
DER LEGISLA-
TIVO
Senado (Senadores)
e
Cacircmara dos Depu-
tados (Deputados
Federais)
Assembleia Legislati-
va
(Deputados Estaduais)
Cacircmara Legislativa
(Deputados Distritais)
Cacircmara Municipal
(Vereadores)
ENTIDADES ES-
TATAIS PODER
JUDICIAacuteRIO
Tribunais Superio-
res STF STJ TSE
STM e TST
(Ministros)
Tribunais de Justiccedila
dos
Estados
(Desembargadores)
Tribunal do Distrito
Federal (Desembarga-
dores)
Foacuterum da Justiccedila
Local (Juiacutezes de
Direito)
Poreacutem o Municiacutepio
natildeo possui compe-
tecircncia sobre o Judi-
ciaacuterio
15 OacuteRGAtildeOS PUacuteBLICOS PROPRIAMENTE DITOS
Entendem-se como Oacutergatildeos Puacuteblicos propriamente ditos as divisotildees das entidades estatais como Ministeacuterios
Secretarias Departamentos Diretorias dentre outros
O Estado de extensatildeo territorial ampla e de competecircncia complexa necessita materializar-se em instituiccedilotildees de
efetiva accedilatildeo para alcanccedilar de fato o cidadatildeo-membro Por isto cria formas reais de relacionamento propiciando o
atendimento das inuacutemeras demandas sociais sempre almejando o contato material de seus mantenedores (contribuintes)
com a estrutura estatal
Assim a exemplo das instituiccedilotildees relacionadas na pesquisa preambularmente demonstrada o Oacutergatildeo Puacuteblico eacute o
estabelecimento que o cidadatildeo-membro busca recursos detidos pelo Estado os quais lhe proporcionem soluccedilotildees de me-
nor ou maior escala sempre em prol do bem comum
Dessa forma Hely Lopes Meirelles citado por Petrocircnio Braz (1999 p133) em seus escritos no Manual de Di-
reito Administrativo define o oacutergatildeo puacuteblico como sendo ldquo[] todo centro de competecircncia para desempenho de fun-
ccedilotildees atraveacutes de um ou vaacuterios agentes cuja atuaccedilatildeo eacute sempre imputada agrave pessoa juriacutedica a que pertencerdquo
Nesse prisma verificamos que nos oacutergatildeos puacuteblicos efetivamente acontecem agrave execuccedilatildeo e oferta dos serviccedilos
puacuteblicos
2 FUNDAMENTOS OBJETIVOS E OBRIGACcedilOtildeES DO ESTADO
21 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
Considerando-se que a principal finalidade do Estado eacute zelar pelo bem comum e pela ordem social eacute de se con-
cluir por oacutebvio que a melhor atuaccedilatildeo estatal eacute aquela que atende aos anseios coletivos e ao interesse puacuteblico
E para materializar essa atuaccedilatildeo estatal ele presta serviccedilos puacuteblicos em todas as aacutereas que clamarem pela sua
iniciativa ou intervenccedilatildeo
22 SERVICcedilOS PUacuteBLICOS
221 Conceito
Segundo Celso Antocircnio Bandeira de Mello (1997 p6) em seu livro Curso de Direito Administrativo define
ldquoServiccedilo Puacuteblico eacute toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade material fruiacutevel diretamente pelos admi-
nistrados prestado pelo Estado ou por quem lhe faccedila agraves vezes sob um regime de direito puacuteblicordquo
Nesta mesma vertente Joseacute Cretela Junior em sua obra Tratado de Direito Administrativo (1997 p6) define
serviccedilo puacuteblico como sendo ldquo[] toda atividade que as pessoas juriacutedicas exercem direta e indiretamente para a satisfa-
ccedilatildeo das necessidades coletivas mediante procedimentos peculiares ao direito puacuteblicordquo
Por sua vez Marccedilal Justen Filho em seus registros denominado Curso de Direito Administrativo (2005 p479)
constatou ldquoO serviccedilo puacuteblico eacute a satisfaccedilatildeo concreta de necessidadesrdquo
Com essas definiccedilotildees e outras de bom conceito pode-se constatar que o serviccedilo para ser considerado puacuteblico
precisa a princiacutepio ser prestado pela Administraccedilatildeo Puacuteblica ou por uma delegaccedilatildeo desta estar submisso agraves normas e
controles estatais e visar agrave satisfaccedilatildeo de necessidades essenciais e ateacute secundaacuterias da coletividade eou conveniecircncia do
Estado
Desta forma a Carta Cidadatilde de 1988 (conforme a ela se referia o saudoso Ulisses Guimaratildees) relacionou e-
xemplos de serviccedilos puacuteblicos quando tratou das competecircncias dos entes da federaccedilatildeo (Uniatildeo Estados Municiacutepios e
Distrito Federal) nos artigos 21 23 25 30 e 32
Entretanto deve- se entender que tais indicaccedilotildees satildeo de caraacuteter exemplificativo e natildeo exaustivo como segue
Serviccedilo Puacuteblico pode ser compreendido no sentido estrito como aquele prestado de forma obrigatoacuteria e direta
pela Administraccedilatildeo ou no sentido de Serviccedilo de Utilidade Puacuteblica como aquele oferecido de forma facultativa pelo
Estado eou aquele de prestaccedilatildeo indireta por meio de autarquias paraestatais concessionaacuterias permissionaacuterias dentre
outros
222 Serviccedilos essenciais
Muito se tem discutido especialmente no Judiciaacuterio acerca de serviccedilos puacuteblicos essenciais estando pacificado
que esses tipos de serviccedilos natildeo podem ser interrompidos
Contudo haacute de se discordar do conceito de essencialidade aplicado pela maioria pois do ponto de vista do indi-
viacuteduo natildeo se pode medir a importacircncia de determinado serviccedilo apenas por sua relevacircncia coletiva Ou seja mesmo natildeo
fazendo parte do rol de serviccedilos essenciais definidos pelas fontes do direito todos os demais serviccedilos operados pelos
oacutergatildeos puacuteblicos podem ser essenciais ao cidadatildeo em determinado momento
A natildeo obtenccedilatildeo de uma certidatildeo de uma autorizaccedilatildeo ou qualquer outra chancela do poder puacuteblico por exem-
plo pode resultar em prejuiacutezo agrave pessoa Prejuiacutezo natildeo soacute de ordem material mas acima de tudo transtornos emocionais e
psiacutequicos de valores inestimaacuteveis
223 A organizaccedilatildeo dos Serviccedilos Puacuteblicos
Alguns poderes especiacuteficos satildeo atribuiacutedos aos administradores da coisa puacuteblica Dentre eles o de organizar o
funcionamento de seus oacutergatildeos
A accedilatildeo do agente puacuteblico inclusive pode ser manifestada por intermeacutedio de dois tipos de Poder o vinculado e
o discricionaacuterio
O Poder Vinculado como o proacuteprio termo sugere obriga o ato agrave obediecircncia agrave lei enquanto que o Poder Dis-
cricionaacuterio daacute maior margem de liberdade ao administrador
Eacute certo que ao Administrador Puacuteblico e agrave autoridade do Legislativo ou Judiciaacuterio nas funccedilotildees administrativas eacute
dado o poder de agir pela conveniecircncia do ato tratando-se neste caso do Poder Discricionaacuterio
Todavia neste caso natildeo significa que a autoridade teraacute integral liberdade de agir pois teraacute que se limitar ao a-
tendimento da conveniecircncia e oportunidade sem ferir os princiacutepios basilares da Administraccedilatildeo
Entretanto reprisem-se tais agentes natildeo podem infringir dispositivos e princiacutepios constituiacutedos sobretudo aque-
les agasalhados pelo manto da Carta Magna
Por sua vez Petrocircnio Braz em seu Manual de Direito Administrativo (1999 p197) pondera ldquoO ato adminis-
trativo seraacute discricionaacuterio quando a Administraccedilatildeo dispotildee para editaacute-lo de liberdade de escolha da oportunidade e da
conveniecircncia dentro dos limites da leirdquo
Segundo Maximilianus Claacuteudio Ameacuterico Fuhrer e Maximiliano Roberto Ernesto Fuhrer em Resumo de Direito
Administrativo (1998 p30) afirmam ldquoA discricionaridade natildeo se confunde com a arbitrariedade Esta se caracteriza
quando a autoridade age fora do interesse puacuteblico sem competecircncia ou de forma ilegalrdquo
Nesse sentido Celso Antocircnio Bandeira de Mello no livro Curso de Direito Administrativo (1994) complemen-
ta ldquoAo agir arbitrariamente o agente estaraacute agredindo a ordem juriacutedica pois teraacute se comportado fora do que lhe permite
a leirdquo
Por seu turno o Ministro do Superior Tribunal de Justiccedila Luiz Fux ao relatar O Recurso Especial nordm
575998MG (20030135074-8) da 1ordf Turma em 07102004 afirmou que o poder discricionaacuterio do Administrador Puacute-
blico eacute menor que o poder dos princiacutepios constitucionais pelo que deve submeter-se a estes
224 Direito de reclamaccedilatildeo do usuaacuterio
2241 Previsatildeo constitucional
Luiz Carlos Bresser Pereira (2001 p146) escrevendo a obra Reforma do Estado para A Cidadania asseverou
[] a crenccedila na possibilidade do planejamento e do controle central dos serviccedilos do Estado por uma burocracia racional
diminui a cada dia enquanto aumenta a confianccedila de que no niacutevel local cada vez mais eacute e seraacute possiacutevel controlar o
Estado e a sua burocracia
Felizmente a Emenda Constitucional nordm 19 de 05 de junho de 1998 modificou o paraacutegrafo 3ordm do artigo 37 da
Constituiccedilatildeo Federal (1988) lanccedilou uma fagulha de esperanccedila sobre a proteccedilatildeo dos direitos dos usuaacuterios da Administra-
ccedilatildeo Puacuteblica remetendo a questatildeo a ser disciplinada por meio de lei complementar
Segundo o entendimento de Adriana da Costa Ricardo Schier (2002 p8) a modificaccedilatildeo do sect3ordm o art 37 da
Constituiccedilatildeo Federal (1998) significa ldquo[] o fundamento de validade e legitimidade do direito paacutetrio portanto estaacute
novamente calcado nos alicerces da democracia e da justiccedila socialrdquo
Afirma ainda a autora
Com efeito alarga-se as possibilidades do cidadatildeo controlar os serviccedilos puacuteblicos Eles podem ser prestados atraveacutes de
um regime mais flexiacutevel pois seus resultados seratildeo apreciados por aqueles a quem devem atender os usuaacuterios ou cida-
datildeos-clientes na terminologia adotada com a reforma (SCHIER 2002 p 216-217)
Todavia apesar de existirem projetos tramitando no Congresso Nacional e saber-se que cada ente da federaccedilatildeo
poderaacute editar sua proacutepria lei lamentavelmente natildeo se chegou ateacute agora sete anos apoacutes a emenda a criar efetivamente
uma legislaccedilatildeo eficaz que regule a participaccedilatildeo no fornecimento de serviccedilos por parte dos oacutergatildeos puacuteblicos com base na
Emenda Constitucional 1998
Destarte continuam os cidadatildeos brasileiros desprovidos do direito de participaccedilatildeo na prestaccedilatildeo de serviccedilos puacute-
blicos sobretudo no campo da reclamaccedilatildeo tanto na qualidade de contribuintes quanto de usuaacuterios desses serviccedilos fi-
cando agrave mercecirc da inoperosidade e desqualificaccedilatildeo no atendimento
2242 Aplicaccedilatildeo do Coacutedigo de Defesa do Consumidor
Atualmente haacute uma predominacircncia da teoria de que natildeo se aplica ao caso os princiacutepios do Direito do Consumi-
dor por natildeo se tratar de relaccedilatildeo de consumo Alega-se que no assunto em discussatildeo serviccedilo puacuteblico aparece o Estado e
o Contribuinte e natildeo o Empresaacuterio e o Consumidor
Mas o relacionamento em muito se assemelha pois em ambos os casos existem aquele que paga e aquele que
fornece ou presta o serviccedilo
Aliaacutes o Coacutedigo de Defesa do Consumidor (CDC) editado pela Lei n 807890 equiparou o prestador de servi-
ccedilos puacuteblicos a fornecedor e o serviccedilo a produto mas tem gerado grande controveacutersia
Poreacutem o que mais afronta a cidadania eacute a diferenccedila com que eacute tratado o Contribuinte em comparaccedilatildeo com o
Consumidor Enquanto este negocia valores escolhe qualidades e eacute recebido com cortesia e empenho aquele eacute subme-
tido ao descaso agrave arrogacircncia agrave imposiccedilatildeo sem poder esboccedilar reaccedilatildeo jaacute que natildeo possui o poder de escolher o oacutergatildeo que
melhor lhe atenda mas fica sujeito agraves determinaccedilotildees do Estado
Ou seja no relacionamento entre Estado e Contribuinte inexiste a figura da concorrecircncia o que resulta em li-
berdade plena de atos por parte deste
3 FUNDAMENTOS PRINCIacutePIOS E ESTRUTURA DA ADMINISTRACcedilAtildeO PUacuteBLICA 31 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRACcedilAtildeO PUacuteBLICA
A Administraccedilatildeo Puacuteblica eacute a materializaccedilatildeo dos atos do Estado atuando na promoccedilatildeo do bem comum e na ma-
nutenccedilatildeo da ordem social utilizando-se da estrutura daquele para a realizaccedilatildeo de serviccedilos de interesse puacuteblico
Sua existecircncia estaacute fundamentada na existecircncia do proacuteprio Estado e sua atuaccedilatildeo se vecirc subordinada agrave lei do Es-
tado e aos princiacutepios que lhe satildeo aplicaacuteveis
Com isso pode-se constatar que o fundamento da Administraccedilatildeo Puacuteblica oriunda do surgimento e organizaccedilatildeo
estatal sendo regulada pelos instrumentos do direito puacuteblico e em situaccedilotildees excepcionais do direito privado
32 PRINCIacutePIOS APLICAacuteVEIS Agrave ADMINISTRACcedilAtildeO PUacuteBLICA
321 Princiacutepios Constitucionais (art 37)
I-Legalidade No Brasil [] ningueacutem seraacute obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senatildeo em virtude de lei dispotildee
o inciso II do art 5ordm da Constituiccedilatildeo Federal Brasileira de 1988 Isto vale para todo cidadatildeo brasileiro
No entanto tratando-se da Administraccedilatildeo Puacuteblica a regra eacute ainda mais rigorosa O administrador puacuteblico deve-
raacute estar sempre submisso agrave lei
A ex-primeira ministra da Inglaterra Margaret Tatcher de 1979 a 1990 denominada de ldquoDama de Ferrordquo afir-
mava ldquoA Autoridade estaacute abaixo da lei e a lei estaacute abaixo de Deusrdquo
Assim nos ensinamentos de Di Pietro ldquo[] a administraccedilatildeo puacuteblica natildeo pode por simples ato administrativo
conceder direitos de qualquer espeacutecie criar obrigaccedilotildees ou impor obrigaccedilotildees aos administrados para tanto ela depende
da leirdquo
Nesta vertente Hely Lopes Meirelles (2006) menciona
Na administraccedilatildeo puacuteblica natildeo haacute liberdade nem vontade pessoal Enquanto na administraccedilatildeo particular eacute liacutecito fazer tudo
o que a lei natildeo proiacutebe na Administraccedilatildeo Puacuteblica soacute eacute permitido fazer o que a lei autoriza A lei para o particular signifi-
ca lsquopode fazer assimrsquo para o administrador puacuteblico significa lsquodeve fazer assim
II - Impessoalidade O administrador natildeo poderaacute satisfazer interesse privado de um ou de outro mas visar sempre o bem comum a
coletividade o interesse puacuteblico
Eacute o claacutessico princiacutepio da finalidade
O fim legal eacute aquele que a lei estabelece tendo sempre um objetivo que eacute o interesse puacuteblico
Esse princiacutepio tambeacutem deveraacute ser entendido para se excluir a promoccedilatildeo pessoal de autoridades ou servidores
puacuteblicos sobre suas realizaccedilotildees administrativas conforme dispotildee o artigo 37 sect 1ordm da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federa-
tiva do Brasil (1988)
A publicaccedilatildeo dos atos programas obras serviccedilos e campanhas dos oacutergatildeos puacuteblicos deveratildeo ter caraacuteter educativo in-
formativo ou de orientaccedilatildeo social dela natildeo podendo constar nomes siacutembolos ou imagens que caracterizam promoccedilatildeo
pessoal de autoridades ou servidores puacuteblicos
Qualquer ato administrativo que natildeo atender ao interesse puacuteblico estaraacute sujeito agrave anulaccedilatildeo por desvio de finali-
dade Observe que o desvio de finalidade por parte dos agentes puacuteblicos constitui modalidade de abuso de poder
Eacute em decorrecircncia deste princiacutepio que temos o concurso e a licitaccedilatildeo
Eacute um princiacutepio ligado ao da isonomia (igualdade de direitos para todos)
III- Moralidade
Eacute atuar com eacutetica com honestidade com integridade de caraacuteter e boa conduta
O ato administrativo natildeo teraacute que obedecer somente agrave lei juriacutedica mas tambeacutem agrave lei eacutetica da proacutepria instituiccedilatildeo
porque nem tudo que eacute legal eacute honesto como jaacute diziam os romanos non omne quod licet honestum est (DI PIETRO
2001)
IV- Publicidade Eacute a divulgaccedilatildeo oficial do ato para conhecimento puacuteblico e iniacutecio de seus efeitos externos
Um ato mesmo regular precisa da publicaccedilatildeo para produzir efeitos no mundo juriacutedico
Eacute um princiacutepio que visa natildeo somente a divulgaccedilatildeo oficial dos seus atos mas tambeacutem propicia o conhecimento
da conduta interna de seus agentes
Aleacutem de dar efeito aos atos administrativos assegura efeitos externos pois leva ao conhecimento e controle pe-
los interessados diretos e pelo povo em geral atraveacutes de meios constitucionais como accedilatildeo popular mandado de segu-
ranccedila direito de peticcedilatildeo habeas data
V- Eficiecircncia
Surgiu na Constituiccedilatildeo Federal Brasileira (1988) pela Emenda de19 de junho de 1988 e foi inserida no art 5ordm
do texto legal
Por esse princiacutepio a Administraccedilatildeo Puacuteblica deveraacute investir na qualidade dos serviccedilos puacuteblicos escolhendo bem
e capacitando seus servidores para exigir deles a realizaccedilatildeo com competecircncia de suas atribuiccedilotildees para melhor aplicaccedilatildeo
do dinheiro puacuteblico e melhores atendimentos agrave populaccedilatildeo (contribuintes)
322 Princiacutepios fundamentais da Administraccedilatildeo Puacuteblica
A Reforma Administrativa de 1967 em seu artigo 6ordm do Decreto-Lei 20067 estabelece os princiacutepios fundamen-
tais de planejamento coordenaccedilatildeo delegaccedilatildeo de competecircncia controle descentralizaccedilatildeo da Administraccedilatildeo Federal
I ndash Planejamento
A Administraccedilatildeo Puacuteblica deve realizar o planejamento e indicar diretrizes e metas que deveratildeo orientar a accedilatildeo
governamental
Para os demais entes da Federaccedilatildeo (Estados Distrito Federal e Municiacutepios) mesmo natildeo se submetendo a esse
Decreto-Lei deveraacute se submeter agraves normas gerais de Planejamento que satildeo a Lei Orccedilamentaacuteria Anual a Lei de Diretri-
zes Orccedilamentaacuterias e o Plano Plurianual de Investimento
O Planejamento baacutesico da Administraccedilatildeo estaacute previsto na Constituiccedilatildeo Federal (1988) em seus artigos 165 a
169 na Lei Complementar 1012000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) e na Lei nordm 432064 (Lei da Contabilidade Puacute-
blica)
II ndash Coordenaccedilatildeo O princiacutepio da coordenaccedilatildeo visa entrosar as atividades da Administraccedilatildeo Puacuteblica O objetivo eacute harmonizar todas
as atividades da Administraccedilatildeo Puacuteblica submetendo-as ao que foi planejado
De aplicaccedilatildeo permanente a coordenaccedilatildeo impotildee-se a todos os niacuteveis da Administraccedilatildeo Puacuteblica por meio das
chefias individuais de reuniotildees de que participem as chefias subordinadas e de comissotildees de coordenaccedilatildeo em cada niacutevel
administrativo
III - Delegaccedilatildeo de Competecircncia
Nesse princiacutepio as autoridades da Administraccedilatildeo Puacuteblica transferem atribuiccedilotildees decisoacuterias a seus subordinados
IV ndash Controle
O controle das atividades administrativas da Administraccedilatildeo Puacuteblica eacute um dos meios pelos quais se exercita o
poder hieraacuterquico
Desta forma temos um oacutergatildeo superior controlando um oacutergatildeo inferior
V ndash Descentralizaccedilatildeo No sentido juriacutedico-administrativo descentralizar significa repassar para a outrem poderes da Administraccedilatildeo
Eacute a existecircncia de uma pessoa distinta do Estado a qual investida nos necessaacuterios poderes de administraccedilatildeo e-
xercita atividade puacuteblica ou de utilidade puacuteblica O ente ou entidade descentralizada age por outorga ou por delegaccedilatildeo
Exemplos convecircnios concessotildees permissotildees e autorizaccedilotildees
323 Princiacutepios Gerais da Administraccedilatildeo Puacuteblica
I - Princiacutepio da Supremacia do Interesse Puacuteblico sobre o Interesse Privado Na visatildeo de Marccedilal Justen Filho (2005) ldquo[] a supremacia do interesse puacuteblico significa sua superioridade so-
bre os demais interesses existentes na sociedade Os interesses privados natildeo podem prevalecer sobre o interesse puacutebli-
cordquo
Assim quando a Administraccedilatildeo desapropria um bem estaacute agindo em defesa do interesse puacuteblico mesmo que
para isso esteja ignorando o interesse privado
Dessa forma quando algueacutem eacute impedido em uma porta giratoacuteria de banco por exemplo os seus direitos indivi-
duais (ir e vir privacidade) satildeo menores que o direito de seguranccedila puacuteblica que abrangeraacute a muitos
II - Princiacutepio da Razoabilidade (Paracircmetro de Equiliacutebrio Racionalismo)
O administrador deveraacute pesar suas accedilotildees e decisotildees para natildeo agir com excessos e cometer injusticcedilas ou prejuiacute-
zos desnecessaacuterios
III - Princiacutepio da Proporcionalidade O administrador deveraacute medir sempre a proporccedilatildeo entre seus atos e respectivas razotildees e consequecircncias
O uso da forccedila pelo Estado eacute denominado de COERCcedilAtildeO
Natildeo confundir com COACcedilAtildeO que eacute o constrangimento fiacutesico ou moral para algueacutem praticar algum ato
No entanto a COERCcedilAtildeO deveraacute ser proporcional a cada caso
A desproporccedilatildeo nos atos do administrador poderaacute gerar entre outras irregularidades a do abuso de poder
IV - Princiacutepio da Motivaccedilatildeo
Eacute o dever que a Administraccedilatildeo tem de justificar seus atos
O administrador soacute poderaacute acionar a maacutequina puacuteblica desde que exista motivo legal para tanto
V - Princiacutepio do Devido Processo Legal e a Ampla Defesa
A atual Constituiccedilatildeo Federal promulgada em 05101988 consagrou no art 5ordm inciso LIV da CF ldquo[] nin-
gueacutem seraacute privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legalrdquo
Por sua vez preconiza o art 5ordm inciso LV da CF98 ldquo[] aos litigantes em processo judicial ou administrati-
vo e aos acusados em geral satildeo assegurados o contraditoacuterio e a ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentesrdquo
VI - Princiacutepio do Controle Judicial dos Atos Administrativos
Considerando que os atos do administrador poderatildeo ter eventualmente algum defeito ou ilegalidade o Poder
Judiciaacuterio poderaacute anular atos administrativos
No entanto a proacutepria administraccedilatildeo poderaacute REVOGAR ou ANULAR um ato administrativo se detectar que ele
eacute contraacuterio ao interesse puacuteblico ou agrave conveniecircncia administrativa
No caso de revogaccedilatildeo ou anulaccedilatildeo poderaacute ser declarado o efeito do ato
- Ex nunc (o efeito natildeo retroage e manteacutem o direito ateacute ali (presente data)
- Ex tunc (retroage e anula os direitos dali)
VII - Princiacutepio da Responsabilidade do Estado por Atos Administrativos
A Constituiccedilatildeo Federal (1988) estabelece no art 37 paraacutegrafo sexto prescrevendo que
As pessoas juriacutedicas de direito puacuteblico e as de direito privado prestadoras de serviccedilos puacuteblicos responderatildeo pelos danos
que seus agentes nessa qualidade causarem danos a terceiros assegurado o direito de regresso contra o responsaacutevel nos
casos de dolo ou culpa
Assim caso algueacutem se sinta prejudicado por ato de algum agente do Estado poderaacute optar em acionar apenas es-
te jaacute que o agente estava aos seus serviccedilos Exemplo Uma ambulacircncia da prefeitura bate em seu veiacuteculo se a culpa natildeo
foi sua vocecirc poderaacute buscar (administrativa ou judicialmente) o ressarcimento do dano diretamente contra o respectivo
Municiacutepio (Poder Executivo)
Eacute claro que essa eacute uma opccedilatildeo do prejudicado jaacute que ele poderaacute escolher apenas um ou mesmo os dois (agente
e municiacutepio ou um ou outro)Em caso de se provar que o agente agiu com culpa e o Estado (Municiacutepio) foi responsabi-
lizado este poderaacute (deveraacute) exigir o ressarcimento daquele
VIII - Presunccedilatildeo de Legitimidade Os atos da Administraccedilatildeo Puacuteblica presumem-se legiacutetimos ateacute que se prove o contraacuterio
IX ndash Especialidade Estaacute associado agrave descentralizaccedilatildeo administrativa e agrave criaccedilatildeo de entidades da administraccedilatildeo indireta autarquias
empresas puacuteblicas sociedades de economia mista e fundaccedilotildees puacuteblicas
X ndash Tutela Eacute o controle feito pela Administraccedilatildeo Puacuteblica Direta sobre as entidades da Administraccedilatildeo Puacuteblica Indireta
XI - Autotutela Eacute o poder da Administraccedilatildeo Puacuteblica de revogar ou anular seus proacuteprios atos
XII - Continuaccedilatildeo do Serviccedilo Puacuteblico
O serviccedilo puacuteblico eacute essencial para a sociedade e natildeo poderaacute parar
Princiacutepio cuja previsatildeo poderaacute ser encontrada nas Leis Federais nordm 898795 (das concessotildees) e nordm 807890
(CDC) por analogia bem como pela consagraccedilatildeo doutrinaacuteria e jurisprudencial
As interrupccedilotildees suspensotildees ou prestaccedilatildeo de forma reduzida tecircm sido condenadas pelos mais ilustres doutrina-
dores de nossa paacutetria
Serviccedilos Puacuteblicos oferecidos de maneira alternada retardada ou falha eacute segundo o mestre Hely Lopes Meirelles
(2005 p323) afronta do Estado ao direito do usuaacuterio eis que este por arcar com o ocircnus desses serviccedilos merece ser
tratado com apreccedilo e consideraccedilatildeo
33 A ESTRUTURA DA ADMINISTRACcedilAtildeO PUacuteBLICA MUNICIPAL
331 O Municiacutepio Organizaccedilatildeo Autonomia e Competecircncias
Antes do termo MUNICIacutePIO as aglomeraccedilotildees urbanas possuiacuteam o nome de CIDADEESTADO que surgiu
com a Repuacuteblica Romana no ano de 753 antes de Cristo
O Impeacuterio Romano dominou a maior parte do mundo civilizado por aproximadamente 12 (doze) seacuteculos Se-
gundo a histoacuteria o Imperador Romano Julio Cesar para manter a paz sobre as cidades conquistadas criou no ano 1979
de nossa era a figura do municipium ou municipia quando oferecia aos moradores subjugados a Roma de determinada
aglomeraccedilatildeo o direito da autoorganizaccedilatildeo e de escolherem seus governantes
Assim o sistema de organizaccedilatildeo urbana com o nome de MUNICIacutePIO passou a fazer parte de todos aqueles po-
vos e se estendendo a outras partes do mundo chegando a Portugal
No Brasil Colocircnia embora as reparticcedilotildees ganhassem outras nomenclaturas (Vilas Proviacutencias dentre outras) o
termo era aplicado na existecircncia da Cacircmara Municipal
De Constituiccedilatildeo a Constituiccedilatildeo desde a primeira do Brasil em 1824 o Municiacutepio foi obtendo maior importacircn-
cia
Poreacutem apenas na Constituiccedilatildeo Federal de 1988 eacute que foi concebido o MUNICIacutePIO nos moldes do que eacute hoje
Atualmente o Municiacutepio eacute tido como um dos entes (partiacutecipe) da Federaccedilatildeo
Assim segundo o art 1ordm da CF88 a Repuacuteblica Federativa do Brasil eacute formada pela UNIAtildeO dos Estados Muni-
ciacutepios e Distrito Federal E para explicar a divisatildeo administrativa do paiacutes o art 18 da Constituiccedilatildeo Federal define que
ldquoA organizaccedilatildeo poliacutetico-administrativa da Repuacuteblica Federativa do Brasil compreende a Uniatildeo os Estados o Distrito
Federal e os Municiacutepios todos autocircnomos nos termos desta Constituiccedilatildeordquo
332 A Criaccedilatildeo dos Municiacutepios
A Constituiccedilatildeo Federal Brasileira de 1988 ao prever a criaccedilatildeo de novos Municiacutepios deixou a regulamentaccedilatildeo
para as Assembleias Legislativas dos Estados
Entretanto por interesses poliacuteticos diretos dos Deputados Estaduais e outras lideranccedilas locais de1988 ateacute 1996
foram criados mais 1480 Municiacutepios no Brasil levando o nuacutemero total para 5562 e ainda existiam mais aproximada-
mente 900 em processo de criaccedilatildeo
Atendendo agrave necessidade de controlar a desenfreada proliferaccedilatildeo de novas cidades no paiacutes o Congresso Nacio-
nal votou a Emenda Constitucional nordm 15 que alterou o artigo 18 e remeteu para uma Lei Complementar Federal a com-
petecircncia para regulamentar a mateacuteria
De laacute pra caacute muita discussatildeo juriacutedica inclusive poreacutem praticamente cessou a criaccedilatildeo de novos municiacutepios no
paiacutes E apesar da Emenda Constitucional 57 de 2008 ter tratado da mateacuteria (convalidou a criaccedilatildeo de alguns municiacutepios
especificamente) ateacute agora natildeo foi aprovada a Lei Complementar Federal que regulamenta a criaccedilatildeo de Municiacutepios no
Brasil
Vaacuterios projetos de leis jaacute foram aprovados no Congresso mas foram vetados pela presidecircncia da repuacuteblica sob
alegaccedilatildeo de ldquoiniciativa prejudicial ao eraacuteriordquo
No dia 15 de julho de 2015 o Senado Federal aprovou (57 votos a 9) o Projeto de Lei Complementar 1992015
de autoria do senador Flexa Ribeiro que regula a criaccedilatildeo incorporaccedilatildeo fusatildeo e desmembramento de municiacutepios o qual
foi encaminhado agrave Cacircmara dos Deputados
Em tracircmite atualmente na Cacircmara dos Deputados com o nuacutemero 1372015 teve outro projeto de lei similar a-
nexado a ele de iniciativa do Deputado Daniel Vilela sob o nordm 2832016
No entanto por estar em processo de criaccedilatildeo anteriormente agrave Emenda nordm 15 nasceram posteriormente mais al-
guns Municiacutepios resultando atualmente em 5568 segundo o TSE - Tribunal Superior Eleitoral
333 Organizaccedilatildeo do Municiacutepio
A divisatildeo poliacutetico-administrativa do Municiacutepio possui uma sede (cidade) e distritos cujas sedes podem ser
chamadas de vilas
Os Poderes no Municiacutepio satildeo o Executivo e o Legislativo
O Executivo eacute comandado pelo Prefeito a partir do Paccedilo Municipal (Prefeitura) O Prefeito eacute eleito pelos eleito-
res locais para um mandato de 04 (quatro) anos e tem a responsabilidade de administrar o funcionamento da ldquomaacutequina
puacuteblicardquo visando o fornecimento de serviccedilos essenciais agrave populaccedilatildeo aleacutem de orientar o planejamento urbano e promo-
ver o bem comum da sociedade municipal
Para tanto poderaacute utilizar a administraccedilatildeo direta (prefeitura e seus oacutergatildeos) mas poderaacute possuir entidades de
administraccedilatildeo indireta para descentralizaccedilatildeo das competecircncias (autarquias fundaccedilotildees puacuteblicas empresas de puacuteblicas ou
de economia mista)
Na administraccedilatildeo direta a prefeitura possui via de regra em sua estrutura administrativa oacutergatildeos denominados
de Secretarias Departamentos Coordenaccedilotildees Gerencias Diretorias Divisotildees Serviccedilos e Setores
Os oacutergatildeos satildeo definidos como de meios quando oferecem condiccedilotildees agraves Secretarias para suas operaccedilotildees desti-
nados ao planejamento agrave instrumentalizaccedilatildeo e definiccedilatildeo das accedilotildees a serem realizadas
Geralmente satildeo os seguintes oacutergatildeos meios
- Secretaria de Governo
- Secretaria de Administraccedilatildeo
- Secretaria de Planejamento
- Secretaria Juriacutedica
- Secretaria de Financcedilas
Como oacutergatildeos fins (aqueles que realizam as accedilotildees)
- Secretaria de Obras
- Secretaria de Urbanismo
- Secretaria de Transportes
- Secretaria de Cultura e Esporte
- Secretaria de Sauacutede
- Secretaria de Educaccedilatildeo
- Secretaria de Meio Ambiente
- Secretaria de Bem Estar Social
Para realizar suas accedilotildees o Poder Executivo Municipal comandado pelo Prefeito utiliza trabalhadores denomi-
nados Servidores (efetivos comissionados e temporaacuterios) ou terceiros investidos em funccedilotildees de agentes puacuteblicos (con-
selheiros advogados contratados e cartoraacuterios dentre outros)
O Municiacutepio enquanto pessoa juriacutedica de direito puacuteblico interno possui bens e rendas Seus bens satildeo divididos
em regra da seguinte forma
- DE USO ESPECIAL (de uso proacuteprio da Administraccedilatildeo como o preacutedio da prefeitura as escolas o posto de sauacutede as secretarias den-
tre outros)
- DE USO COMUM DO POVO (tais como estradas municipais ruas parques praccedilas logradouros puacuteblicos etc)
- DOMINIAIS
(aqueles sobre os quais o Municiacutepio exerce os direitos de proprietaacuterio poreacutem estatildeo sem uso e disponiacuteveis)
334 Fontes de Recursos Puacuteblicos Municipais
Os recursos puacuteblicos dos Municiacutepios satildeo oriundos dos tributos arrecadados em seu territoacuterio ou de sua cota-
parte repassada pelo respectivo Estado e pela Uniatildeo
Nos artigos 145 e 156 da CF88 estaacute estabelecida a competecircncia do Municiacutepio para criar e receber seus proacuteprios
tributos como IPTU - ISSQN - ITBI - Contribuiccedilatildeo de Melhoria ndashTaxas e Tarifas
Poreacutem os arts 158 e 159 da CF88 definem que certo percentual dos impostos arrecadados pelo Estado (ICMS
ndash IPVA ndash ITCMD) respectivo bem como dos impostos recebidos pela Uniatildeo (IR ndash ITR ndash IPI ndash IOF ndash II ndash IE) deveratildeo
ser devolvidos ao Municiacutepio (FPM e Repasses especiacuteficos)
Outros recursos ainda poderatildeo perfazer a receita puacuteblica de um Municiacutepio como as heranccedilas alienaccedilotildees alu-
gueacuteis indenizaccedilotildees dentre outros (como as receitas natildeo tributaacuterias)
O territoacuterio do Municiacutepio eacute dividido entre aacuterea urbana e aacuterea rural definidas por meio de lei de zoneamento
Atualmente o Plano Diretor define a ocupaccedilatildeo utilizaccedilatildeo e destinaccedilatildeo de cada espaccedilo no acircmbito do Municiacutepio
(residencial comercial industrial ambiental dentre outros)
335 A autonomia do Municiacutepio
A autonomia dos Municiacutepios embora estivesse sempre impliacutecita no sistema brasileiro antigamente era atingida
pela interpretaccedilatildeo de cada eacutepoca em especial nos regimes de exceccedilatildeo (autoritaacuterios)
Evoluindo e firmando a questatildeo os constituintes de 1988 definiram expressamente essa autonomia municipal
principalmente nos arts 1ordm 18 29 30 35 145 e 156 da Carta Magna brasileira
A autonomia representa a natildeo subordinaccedilatildeo do governo municipal a qualquer autoridade estadual ou federal no
desempenho de suas atribuiccedilotildees
Representa ainda que as leis municipais em assuntos de competecircncia expressa e exclusiva dos Municiacutepios
prevalecem sobre as leis - estadual e federal inclusive sobre a Constituiccedilatildeo Estadual em caso de conflito
Os principais aspectos que indicam a autonomia dos Municiacutepios
- eleiccedilatildeo direta do Prefeito Vice-Prefeito e Vereadores
- organizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos de interesse local
- instituiccedilatildeo e arrecadaccedilatildeo dos tributos de sua competecircncia bem como aplicaccedilatildeo de suas rendas
- competecircncia para legislar sobre assuntos de interesse local inclusive suplementando a legislaccedilatildeo federal e estadual no
que lhe interessar e for possiacutevel
336 Competecircncias dos Municiacutepios
A relaccedilatildeo eacute essa indicada pela Constituiccedilatildeo Federal de 1988
Art 30 Compete aos Municiacutepios
I - legislar sobre assuntos de interesse local
II - suplementar a legislaccedilatildeo federal e a estadual no que couber
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competecircncia bem como aplicar suas rendas sem prejuiacutezo da obrigatoriedade
de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em leirdquo
IV - criar organizar e suprimir distritos observada a legislaccedilatildeo estadual
V - organizar e prestar diretamente ou sob regime de concessatildeo ou permissatildeo os serviccedilos puacuteblicos de interesse local
incluiacutedo o de transporte coletivo que tem caraacuteter essencial
VI - manter com a cooperaccedilatildeo teacutecnica e financeira da Uniatildeo e do Estado programas de educaccedilatildeo infantil e de ensino
fundamental (Redaccedilatildeo dada pela Emenda Constitucional nordm 53 de 2006)
VII - prestar com a cooperaccedilatildeo teacutecnica e financeira da Uniatildeo e do Estado serviccedilos de atendimento agrave sauacutede da popula-
ccedilatildeo
VIII - promover no que couber adequado ordenamento territorial mediante planejamento e controle do uso do parce-
lamento e da ocupaccedilatildeo do solo urbano
IX - promover a proteccedilatildeo do patrimocircnio histoacuterico-cultural local observada a legislaccedilatildeo e a accedilatildeo fiscalizadora federal e
estadual [grifos nossos]
337 Intervenccedilatildeo nos Municiacutepios
A Constituiccedilatildeo Federal de 1988 regulamentada nos arts 35 e 36 as uacutenicas exceccedilotildees em que o Estado poderaacute
intervir no Municiacutepio Satildeo elas
I- deixar de ser paga sem motivo de forccedila maior por dois anos consecutivos a diacutevida fundada
II- natildeo forem prestadas contas devidas na forma de lei
III- natildeo tiver sido aplicado o miacutenimo exigido da receita municipal na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
IV- o Tribunal de Justiccedila der provimento a representaccedilatildeo para assegurar a observacircncia de princiacutepios indicados na Consti-
tuiccedilatildeo Estadual ou para prover a execuccedilatildeo de lei de ordem ou de decisatildeo judicial
4 Gestatildeo de pessoal
41 - Funcionaacuterio ou Servidor
Ateacute a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 os trabalhadores nos oacutergatildeos puacuteblicos eram chamados de funcionaacuterios Po-
reacutem a partir dela esses trabalhadores receberam a denominaccedilatildeo geneacuterica de servidor
Na verdade a CF88 preferiu empregar a designaccedilatildeo servidor puacuteblico e agente puacuteblico para referir-se aos
trabalhadores do Estado
42 - Agente Puacuteblico
Agente Puacuteblico eacute a designaccedilatildeo mais abrangente alcanccedila os agentes poliacuteticos os servidores puacuteblicos e os parti-
culares em atuaccedilatildeo colaboradora
Os servidores puacuteblicos satildeo referidos como categoria de agentes puacuteblicos satildeo os agentes permanentes profissio-
nais a serviccedilo da Administraccedilatildeo Puacuteblica
43 - Agente Poliacutetico
O agente poliacutetico eacute aquele detentor de cargo eletivo eleito por mandatos transitoacuterios como os Chefes de Poder
Executivo e membros do Poder Legislativo aleacutem de cargos de Diplomatas Ministros de Estado e de Secretaacuterios nas
Unidades da Federaccedilatildeo os quais natildeo se sujeitam ao processo administrativo disciplinar Tambeacutem satildeo espeacutecies de agen-
tes puacuteblicos
44 ndash Funcionaacuterio no Coacutedigo Penal
No Coacutedigo Penal Brasileiro contudo haacute referecircncia a funcionaacuterio puacuteblico que tem abrangecircncia maior que a do
servidor puacuteblico Um mesaacuterio por exemplo ao exercer uma funccedilatildeo puacuteblica (ajudar no processo eleitoral) eacute funcionaacuterio
puacuteblico (em relaccedilatildeo aos atos praticados como mesaacuterio) apesar de ter uma funccedilatildeo puacuteblica transitoacuteria e natildeo remunerada
45 ndash Espeacutecies de servidor (regimes)
O termo servidor puacuteblico adotado pela Constituiccedilatildeo de 1988 (que deixou de utilizar a expressatildeo funcionaacuterio
puacuteblico embora ainda exista na legislaccedilatildeo ordinaacuteria)divide-se em trecircs espeacutecies
A - os servidores estatutaacuterios (ocupantes de cargos puacuteblicos e sujeitos ao regime estatutaacuterio)
B - os servidores temporaacuterios (para atender agrave alguma necessidade temporaacuteria de excepcional interesse puacuteblico (conforme
o art 37 IX da Constituiccedilatildeo) Satildeo contratados por tempo determinado exercem funccedilatildeo sem viacutenculo a cargo ou empre-
go puacuteblico e satildeo vinculados agrave CLT
C - os empregados puacuteblicos (contratados de acordo com o regime da legislaccedilatildeo trabalhista e detentores de emprego puacute-
blico) Ambos os Regimes de Trabalho estatildeo submetidos agraves normas constitucionais de ingresso mediante concurso puacuteblico e
aos paracircmetros de controle fiscal e financeiro da Uniatildeo e dos entes federados atraveacutes da Lei de Responsabilidade Fiscal
com exceccedilatildeo dos comissionados
46 - Provimento Provimento eacute o ato administrativo de preenchimento de cargo puacuteblico regulamentado no Brasil pela Lei Nordm
8112 de 11 de novembro de 1990(acircmbito federal)
De acordo com a legislaccedilatildeo o provimento poderaacute se dar mediante nomeaccedilatildeo promoccedilatildeo readaptaccedilatildeo reversatildeo
aproveitamento reintegraccedilatildeo e reconduccedilatildeo
Cada uma destas formas de provimento tem um significado especial na administraccedilatildeo puacuteblica e especificam a
forma legal de acesso ao cargo puacuteblico no Brasil
47 - Retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria A retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria referente aos serviccedilos prestados pelo agente puacuteblico ao estado se daacute da seguinte forma
171 - Vencimento eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria pelo exerciacutecio de cargo puacuteblico com valor fixado em lei
171 - Remuneraccedilatildeo eacute o vencimento do cargo efetivo acrescido das vantagens pecuniaacuterias permanentes estabelecidas
em lei
172 - Subsiacutedio eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria exclusiva e fixada em parcela uacutenica vedado o acreacutescimo de qualquer gratifi-
caccedilatildeo adicional abono precircmio verba de representaccedilatildeo ou outra espeacutecie remuneratoacuteria Esse tipo de remuneraccedilatildeo natildeo eacute
a regra geral e aplica-se aos casos que a lei especificar
173 - Provento eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria paga ao exercente de cargo puacuteblico quando passa da atividade para a inativi-
dade ou seja quando se aposenta
174 - Pensatildeo eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria paga agraves pessoas a quem a lei atribui a condiccedilatildeo de beneficiaacuterias do servidor
puacuteblico que veio a falecer
Deve-se ressaltar que nenhum salaacuterio dentro do serviccedilo puacuteblico pode ser superior ao valor dos subsiacutedios pagos
aos Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e que os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder
Judiciaacuterio natildeo poderatildeo ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo
Nos Municiacutepios o teto remuneratoacuterio eacute o subsiacutedio do Prefeito Municipal
Apesar dessas regras existirem muitas pessoas se questionam se elas satildeo de fato obedecidas
48 - Servidores de Carreira (efetivos)
A efetividade e a estabilidade satildeo institutos juriacutedicos distintos sendo que a natureza de um natildeo pode ser con-
fundida com a de outro Enquanto que a efetividade representa o modo de preenchimento do cargo que contempla esta
natureza por pressupor a permanecircncia e continuidade do servidor no exerciacutecio das suas atribuiccedilotildees a estabilidade eacute a
garantia de o servidor efetivo permanecer no serviccedilo puacuteblico apoacutes trecircs anos de efetivo exerciacutecio em cargo de provimento
efetivo nos termos do art 41 da Constituiccedilatildeo Federal soacute podendo ser dele afastado se configurada uma das hipoacuteteses
prevista no art 41 sect 1ordm
Natildeo haacute confundir efetividade com estabilidade porque aquela eacute uma caracteriacutestica da nomeaccedilatildeo e esta eacute um atri-
buto pessoal do ocupante do cargo adquirido apoacutes a satisfaccedilatildeo de certas condiccedilotildees de seu exerciacutecio A efetividade eacute um
pressuposto necessaacuterio da estabilidade Sem efetividade natildeo pode ser adquirida a estabilidade
49 - Cargo em Comissatildeo e Funccedilatildeo de Confianccedila
Ambos os cargos satildeo criados por lei e se destinam apenas agraves atribuiccedilotildees de direccedilatildeo chefia e assessoramento na
administraccedilatildeo puacuteblica federal e satildeo respectivamente preenchidos ou exercidas mediante livre nomeaccedilatildeo pela autoridade
competente na contrapartida das respectivas livres exoneraccedilatildeo e dispensa a qualquer tempo (ad nutum) seja a pedido
seja de ofiacutecio pela mesma autoridade que nomeou
A diferenccedila reside no fato de que as funccedilotildees de confianccedila satildeo exercidas exclusivamente por servidores ocupan-
tes de cargo efetivo enquanto os cargos em comissatildeo podem ser preenchidos por servidores que jaacute detenham cargos
efetivos de carreira de acordo com percentuais estabelecidos na sua lei de criaccedilatildeo Isto significa que devendo ser ocu-
pados por um percentual miacutenimo legal de servidores de carreira pode-se ter entatildeo as vagas restantes dos cargos em co-
missatildeo ocupadas por pessoas sem viacutenculo definitivo com a administraccedilatildeo
410 - Exoneraccedilatildeo e Demissatildeo
A exoneraccedilatildeo eacute o ato administrativo que desliga o servidor do serviccedilo puacuteblico encerrando viacutenculo funcional e
natildeo tem caraacuteter punitivo
Assim quando nos referirmos agrave exoneraccedilatildeo estamos tratando de uma forma de vacacircncia do cargo puacuteblico po-
reacutem que natildeo se caracteriza como penalidade de natureza disciplinar
Agora ao falarmos em demissatildeo estamos nos referindo a um ato administrativo que desliga o servidor ativo o-
cupante de cargo efetivo como forma de puniccedilatildeo por falta grave Tal penalidade deve ser apurada mediante um Processo
Administrativo Disciplinar assegurado ao acusado o contraditoacuterio e a ampla defesa
411 Cargos Comissionados e Funccedilotildees Gratificadas 4111 - Cargo em Comissatildeo
A denominaccedilatildeo ldquocargo em comissatildeordquo estaacute relacionada com a seguranccedila da relaccedilatildeo juriacutedica estabelecida entre o
seu titular e a Administraccedilatildeo Puacuteblica
Nessa perspectiva os cargos em comissatildeo podem ser permanentes na estrutura organizacional mas seus titula-
res satildeo transitoacuterios
Os seus ocupantes satildeo livremente nomeados e exonerados pela autoridade competente
4112 - Consequecircncias da livre nomeaccedilatildeoexoneraccedilatildeo A livre nomeaccedilatildeo para o cargo em comissatildeo tem como consequumlecircncia o fato de que o escolhido natildeo precisa pres-
tar concurso puacuteblico para assumir o cargo sendo selecionado em razatildeo da relaccedilatildeo de confianccedila que possui com a autori-
dade nomeante
Daiacute os cargos em comissatildeo serem popularmente chamados de ldquocargos de confianccedilardquo A relaccedilatildeo de confianccedila
deve ser estabelecida em face da confiabilidade quanto ao bom desempenho do profissional no exerciacutecio do cargo
A livre exoneraccedilatildeo significa que seu titular pode ser exonerado a qualquer momento pela autoridade nomeante
sem que haja necessidade de um processo administrativo ou mesmo de qualquer justificativa para tanto
Dessa forma o titular do cargo em comissatildeo natildeo adquire estabilidade impedindo-se assim que os exonerados
tenham direitos agraves verbas trabalhistas e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviccedilo (FGTS)
4113 - Regime juriacutedico
O regime juriacutedico aplicaacutevel aos cargos em comissatildeo eacute o regime estatutaacuterio ou seja todos os direitos e deveres
de seus titulares incluindo-se a remuneraccedilatildeo e as atribuiccedilotildees especiacuteficas devem estar previstos em lei de iniciativa do
prefeito conforme prevecirc o art 61 sect 1ordm II ldquoardquo da Constituiccedilatildeo Federal
Portanto do ponto de vista legal os cargos em comissatildeo natildeo podem ser regidos pela CLT
4114 - Atribuiccedilotildees dos cargos em comissatildeo
De acordo com o art 37 V da Constituiccedilatildeo Federal os cargos em comissatildeo satildeo destinados apenas agraves atribui-
ccedilotildees de direccedilatildeo chefia e assessoramento devendo ser preenchidos por servidores de carreira nos casos nas condiccedilotildees e
nos percentuais miacutenimos previstos em lei
4115 - Aposentadoria dos ocupantes de cargos em comissatildeo
Ao ocupante exclusivamente de cargo em comissatildeo declarado emlei de livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo eacute aplica-
do o Regime Geral de Previdecircncia Social ou seja deve estar vinculado ao regime administrado pelo INSS de acordo
com o art 40 sect 13 da Constituiccedilatildeo Federal
Neste caso a contribuiccedilatildeo previdenciaacuteria do municiacutepio (patronal) e do servidor eacute devida ao INSS
Caso o titular do cargo em comissatildeo tambeacutem seja servidor puacuteblico de carreira do municiacutepio ou seja titular de
cargo efetivo devidamente nomeado por concurso a aposentadoria seraacute pelo regime previdenciaacuterio adotado pelo muni-
ciacutepio
Nesse caso natildeo seraacute contribuinte obrigatoriamente do RGPS
4116 -Vedaccedilatildeo agrave nomeaccedilatildeo em cargo comissionado
Recentemente o STF editou a Suacutemula Vinculante no 13 limitando a liberdade de nomeaccedilatildeo para os cargos em
comissatildeo com o seguinte teor
A nomeaccedilatildeo de cocircnjuge companheiro ou parente em linha reta colateral ou por afinidade ateacute o terceiro grau
inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa juriacutedica investido em cargo de direccedilatildeo chefia ou
assessoramento para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou de confianccedila ou ainda de funccedilatildeo gratificada na administra-
ccedilatildeo puacuteblica direta e indireta em qualquer dos Poderes da uniatildeo dos estados do Distrito Federal e dos Municiacutepios com-
preendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocas viola a Constituiccedilatildeo Federal
Tratando-se de Suacutemula Vinculante seu cumprimento independe da existecircncia de lei municipal (art 103-A da
CF) sendo inclusive proibido ao municiacutepio criar lei reduzindo o alcance da Suacutemula
Todas as esferas da Administraccedilatildeo Puacuteblica ficam obrigadas aos termos de suacutemula vinculante
4117 - DESVIOS
41171 - Desvio de finalidade
Quando algum oacutergatildeo puacuteblico cria cargos comissionados visando a nomeaccedilatildeo de servidores para realizarem ati-
vidades diferentes daquelas permitidas pela Constituiccedilatildeo Federal (direccedilatildeo chefia e assessoramento) estar-se-aacute diante do
desvio de finalidade dos CCs
Embora lamentaacutevel eacute comum a existecircncia de cargos comissionados com nomenclaturas absolutamente diferen-
ciadas da previsatildeo legal assim como leis autorizadoras de CCs (independentemente da nomenclatura) sem a indicaccedilatildeo
das atribuiccedilotildees de seus ocupantes
Eacute que muitas das vezes o agente poliacutetico cria cargos comissionados por outras razotildees que natildeo aquela de rece-
ber o liacutecito apoio de pessoas de confianccedila para desempenhar seu ideaacuterio poliacutetico-administrativo
Com a intenccedilatildeo de beneficiar ou acolher apaniguados ou ateacute de cooptar eleitores ou ldquocabos eleitoraisrdquo o agente
poliacutetico utiliza-se dos cargos comissionados em verdadeiro desvio de finalidade
41172 - Desvio de funccedilatildeo
De idecircntica forma encontramos ocupantes de cargos comissionados realizando funccedilotildees distintas daquelas pre-
vistas para o CC
Eacute o caso de um Diretor que natildeo dirige um oacutergatildeo de um chefe que natildeo coordena serviccedilos nem possui servidor
sob suas ordens ou de um assessor que natildeo estaacute vinculado agrave autoridade nem realiza tarefas caracteriacutesticas de assesso-
ramento
O desvio de funccedilatildeo se caracteriza pela praacutetica de outras tarefas pelo ocupante do cargo comissionado que natildeo
aquelas fixadas na lei criadora do cargo ou determinadas para os tipos direccedilatildeo chefia e assessoramento
4118 - Conceito de Funccedilotildees de Confianccedila
As FGs satildeo gratificaccedilotildees pagas pelo desempenho de atividades de chefia coordenaccedilatildeo e supervisatildeo
Poderatildeo ser pagas apenas aos servidores EFETIVOS (concursados)
Deveraacute ser autorizada por Lei
A lei deveraacute quantificar e valorar cada FG
Aconselha-se a que a quantidade de FGs tenha correlaccedilatildeo com os CCs
Ao corresponder determinado valor de FG deveraacute ser analisada a natureza o grau de responsabilidade e a com-
plexidade da funccedilatildeo a ser exercida
Orienta-se a que os valores fixados para as FGs natildeo ultrapassem 45 da verba a tiacutetulo de vencimentos baacutesicos
A FG eacute temporaacuteria transitoacuteria
Natildeo perderaacute a gratificaccedilatildeo de funccedilatildeo o funcionaacuterio que se ausentar em virtude de feacuterias luto casamento doenccedila
comprovada serviccedilos obrigatoacuterios por lei ou de atribuiccedilotildees decorrentes de sua funccedilatildeo
O desempenho de Funccedilatildeo Gratificada exigiraacute dedicaccedilatildeo integral com carga horaacuteria miacutenima de 40 (quarenta)
horas semanais e natildeo daraacute direito a horas extras
Agraves FGs seratildeo aplicadas as normas referentes ao NEPOTISMO e (se existir previsatildeo em lei local) agrave Lei Ficha
Limpa
412 Temporaacuterios
4121 Contrataccedilatildeo Temporaacuteria de Pessoal
A contrataccedilatildeo por tempo determinado eacute o instrumento juriacutedico a ser formalizado pelos gestores quando presente
a necessidade temporaacuteria de contrataccedilatildeo de pessoal e o excepcional interesse puacuteblico (art 37 IX da CF)
4122 Como regulamentar O art 37 IX da Constituiccedilatildeo Federal deve ser regulamentado por lei municipal que indicaraacute os casos de con-
trataccedilatildeo temporaacuteria de excepcional interesse puacuteblico
Eacute ilegal a contrataccedilatildeo temporaacuteria sem previsatildeo especiacutefica em lei municipal
4123 Seleccedilatildeo de Pessoal A escolha do pessoal a ser contratado por tempo determinado para atender a necessidade temporaacuteria de excep-
cional interesse puacuteblico deveraacute ser feita mediante processo seletivo simplificado sujeito agrave ampla divulgaccedilatildeo e observa-
da a dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria especiacutefica
4124 Regime Contratual O contrato natildeo eacute regido pela CLT mas sim por um contrato especial (administrativo)
4125 Necessidade de contrataccedilatildeo eacute requisito baacutesico O gestor puacuteblico deve justificar as razotildees da contrataccedilatildeo temporaacuteria isto eacute demonstrar a temporariedade e o ex-
cepcional interesse puacuteblico bem como por que o bom andamento do serviccedilo puacuteblico ficaria prejudicado sem a contrata-
ccedilatildeo
4126 Algumas hipoacuteteses de contrataccedilatildeo temporaacuteria A contrataccedilatildeo temporaacuteria pode ser utilizada nos seguintes casos
i-
co ou calamidade puacuteblica que natildeo possam ser solucionados soacute com a utilizaccedilatildeo dos recursos humanos de que dispotildee a
Administraccedilatildeo Puacuteblica
alta transitoacuteria do titular de cargo ou emprego puacuteblico quando o afastamento possa sensivelmente prejudicar o an-
damento do serviccedilo municipal
413 Terceirizaccedilatildeo de Pessoal 4131 Conceito baacutesico
Eacute a transferecircncia de atividades complementares agrave finalidade do oacutergatildeo(de meios e natildeo de fins) A Terceiriza-
ccedilatildeo proporciona
- Economia
- Eficiecircncia
A terceirizaccedilatildeo soacute eacute autorizada no Poder Puacuteblico como contrato de prestaccedilatildeo de serviccedilos e natildeo de pessoal
4132 Cuidados a serem tomados nas terceirizaccedilotildees bull OBJETO Se se trata de contrataccedilatildeo de serviccedilos natildeo-essenciais (meios) e natildeo de matildeo-de-obra
bull ECONOMICIDADE
bull SUBORDINACcedilAtildeO (natildeo ao ente contratante)
bull LICITACcedilAtildeO
bull GARANTIAS DE EXECUCcedilAtildeO
bull ACOMPANHAMENTO DO CONTRATO
bull NO PAGAMENTO
- comprovaccedilatildeo da realizaccedilatildeo dos serviccedilos
- retenccedilotildees obrigatoacuterias
- docs comprobatoacuterios (fiscais ndash trabalhistas)
4133 Tipos de serviccedilos que podem ser terceirizados bull LIMPEZA PUacuteBLICA (pode)
bull SAUacuteDE (depende apenas se admite a terceirizaccedilatildeo de determinadas atividades materiais ligadas ao serviccedilo de
sauacutede)
bull EDUCACcedilAtildeO (mesmas regras da sauacutede)
bull conservaccedilatildeo
bull limpeza
bull Seguranccedila
bull vigilacircncia
bull Transportes
bull informaacutetica
bull copeiragem
bull Recepccedilatildeo
bull Reprografia
bull Telecomunicaccedilotildees
bull manutenccedilatildeo de preacutedios equipamentos e instalaccedilotildees
bull serviccedilos de office-boyldquo (atraveacutes de empresa e licitaccedilatildeo)
4134 Terceirizaccedilatildeo de advogados e contadores
Satildeo permitidas apenas nas exceccedilotildees indicadas no acoacuterdatildeo 11112008 do TCEPR e Prejulgado nordm 873 do
TCESC
4135 Contrataccedilatildeo de Oscip A sigla OSCIP significa ldquoOrganizaccedilatildeo da Sociedade Civil de Interesse Puacuteblicordquo e pode ser considerada tambeacutem
como ONG (Oacutergatildeo Natildeo Governamental) pois nada mais eacute do que o resultado da iniciativa privada em criar uma pessoa
juriacutedica sem fins lucrativos para atuar em defesa de assuntos ou objetivos de interesse de toda a coletividade ou de
grupos especiacuteficos da sociedade humana
OSCIP poderaacute ser enquadrada ainda como Terceiro Setor
O aporte de recursos puacuteblicos (subvenccedilotildees contribuiccedilotildees doaccedilotildees auxiacutelio) para uma OSCIP eacute possiacutevel desde
que seja por autorizaccedilatildeo legislativa da Cacircmara Municipal local
Conveniar tambeacutem pode desde que seja atraveacutes de processo licitatoacuterio na modalidade Concurso de Projetos
Poreacutem considerando a experiecircncia praticamente generalizada dos Municiacutepios brasileiros bem como as fre-
quentes e alarmantes notiacutecias na miacutedia indicando irregularidades em contratos com Oscips natildeo eacute recomendada a contra-
taccedilatildeo com esse tipo de instituiccedilatildeo
Trata-se de parceria muito complexa difiacutecil de controlar e passiacutevel de inuacutemeras irregularidades que afetaratildeo os
gestores
Por isto em caso de o setor de licitaccedilotildees receber a incumbecircncia de contratar OSCIPs orienta-se a demonstrar ao
setor juriacutedico e ao gestor os riscos e notiacutecias (traacutegicas para os envolvidos) que frequentemente satildeo divulgadas
Aliaacutes basta clicar no google o termo ldquoirregularidades OSCIPrdquo e verificar o grande nuacutemero de notiacutecias ruins
sobre esses relacionamentos
414 Estagiaacuterios
4141 Fundamentaccedilatildeo legal As regras para a contrataccedilatildeo de estagiaacuterios estaacute na Lei federal nordm 117882008
4142 Objetivos do estaacutegio Os sectsect 1ordm e 2ordm da Lei 117882008 dizem que o estaacutegio faz parte do projeto pedagoacutegico do curso aleacutem de inte-
grar o itineraacuterio formativo do educando
Que o estaacutegio visa ao aprendizado de competecircncias proacuteprias da atividade profissional e agrave contextualizaccedilatildeo cur-
ricular objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadatilde e para o trabalho
4143 Podem ser estagiaacuterios bull - estudantes de educaccedilatildeo especial e dos anos finais do ensino fundamental na modalidade profissional de educaccedilatildeo de
jovens e adultos
bull - estudantes do ensino superior da educaccedilatildeo profissional de niacutevel meacutedio e do ensino meacutedio regular
4144 Jornada do estagiaacuterio bull I ndash 4 (quatro) horas diaacuterias e 20 (vinte) horas semanais no caso de estudantes de educaccedilatildeo especial e dos anos finais do
ensino fundamental na modalidade profissional de educaccedilatildeo de jovens e adultos
bull II ndash 6 (seis) horas diaacuterias e 30 (trinta) horas semanais no caso de estudantes do ensino superior da educaccedilatildeo profissional
de niacutevel meacutedio e do ensino meacutedio regular
4145 Partes no contrato de estaacutegio
bull - instituiccedilatildeo de ensino
bull - empresa ou oacutergatildeo concedente do estaacutegio
bull - estudante
bull Agentes de integraccedilatildeo puacuteblicos e privados (CIEE ndash SINE) ndash Esta parte eacute opcional
4146 Prazo maacuteximo de estaacutegio bull DOIS (2) ANOS
bull (obs Deficiente poderaacute aumentar)
4147 Custos do estagiaacuterio bull 1 ndash no estaacutegio obrigatoacuterio o pagamento eacute opcional (bolsa ou salaacuterio)
bull 2 ndash no estaacutegio natildeo obrigatoacuterio o pagamento eacute obrigatoacuterio + vale-transporte
bull 3 ndash a contribuiccedilatildeo previdenciaacuteria eacute opccedilatildeo e por conta do estagiaacuterio
bull 4 ndash contratos acima de um (1) ano o estagiaacuterio tem direito a feacuterias
bull 5 ndash direitos que outros possuam nas aacutereas de sauacutede e seguranccedila no trabalho
bull 6 ndash seguro obrigatoacuterio contra acidentes pessoais
bull 7 ndash natildeo tem direito a FGTS
bull 8 ndash auxilio alimentaccedilatildeo eacute opccedilatildeo do concedente do estaacutegio
4148 Penalizaccedilotildees bull 1 ndash declaraccedilatildeo de viacutenculo empregatiacutecio
bull 2 ndash suspensatildeo por dois (2) anos de conceder estaacutegios
4149 Limites no nuacutemero de estagiaacuterios
bull 1 - a concedente natildeo poderaacute ultrapassar a tabela (20 de estagiaacuterios ndash considerando-se os empregados)
bull 2 ndash 10 das vagas de estaacutegio para deficientes
bull 3 ndash estudantes de niacutevel superior e de niacutevel meacutedio profissional natildeo tem limites
41410 Quem pode ser concedente de estaacutegio bull 1 ndash empresas da iniciativa privada
bull 2 ndash oacutergatildeos puacuteblicos
bull 3 ndash profissionais liberais
41411 Os oacutergatildeos puacuteblicos podem contratar estagiaacuterios
Tribunal de Contas de Santa Catarina ndash TCESC Prejulgados 2114
Processo CON-1100052280
Parecer COG 962011
Decisatildeo 19242012
Origem Cacircmara Municipal de Penha
Relator Cleber Muniz Gavi
Data da Sessatildeo 14052012
Data do Diaacuterio Oficial 17052012
ldquoNo acircmbito da Administraccedilatildeo Puacuteblica a contrataccedilatildeo de estagiaacuterios reger-se-aacute pelas normas da Lei n 1178808
podendo os entes federados complementar a mateacuteria atraveacutes de lei localrdquo
41412 Seleccedilatildeo
Poreacutem eacute exigiacutevel o processo licitatoacuterio para escolha do agente de seleccedilatildeo e pagamento das bolsas
Protocolo nordm 32034107
Relator Conselheiro Hermas Eurides Brandatildeo
Decisatildeo Acoacuterdatildeo nordm 181907 - Tribunal Pleno
Sessatildeo Tribunal Pleno Sessatildeo Ordinaacuteria nordm 46 de 131207
Publicaccedilatildeo no Atos Oficiais do Tribunal de Contas nordm133 de 250108
Suacutemula nordm 06
Enunciado ldquoOs acordos que tenham por objeto a seleccedilatildeo e o
pagamento de bolsas a estagiaacuterios da Administraccedilatildeo Puacuteblica celebrados de um lado por oacutergatildeo ou entidade da Adminis-
traccedilatildeo e de outro por ente puacuteblico ou privado com ou sem fins lucrativos tecircm natureza juriacutedica de CONTRATO AD-
MINISTRATIVO cuja celebraccedilatildeo submete-se a todas as regras fixadas na Lei nordf866693 devendo ser precedido de
procedimento licitatoacuteriordquo
41413 Registro contaacutebil dos gastos com estagiaacuterio
Acoacuterdatildeo 8282006 do Tribunal Pleno do TCEPR
Decisatildeo proferida em 22062006
Processo 3725572005
Origem Cacircmara Municipal de Campo Largo
Interessado Presidente da Cacircmara
Relator Conselheiro Fernando Augusto Mello Guimaratildees
ldquoEmenta consulta - sobre a inclusatildeo das despesas com estagiaacuterios em gastos com educaccedilatildeo - impossibilidade - gastos
com estagiaacuterios devem ser incluiacutedos no elemento outros serviccedilos de terceiros-pessoa fiacutesica relativos ao setor em que o
estagiaacuterio exerce suas atividades
41414 Nepotismo
Poderaacute ser contratado parente como estagiaacuterio desde que a empresa intermediaacuteria tenha realizado a seleccedilatildeo
41415 Cuidados do concedente oacutergatildeo puacuteblico
bull 1 ndash constatar a existecircncia de dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria
bull 2 ndash realizar licitaccedilatildeo para contratar a empresa intermediaacuteria (agentes de integraccedilatildeo puacuteblicos e privados ndash aquela que faraacute
a seleccedilatildeo e o pagamento de bolsas)
bull 3 ndash verificar se a empresa realizou a seleccedilatildeo do estagiaacuterio contratado
bull 4 ndash indicar orientador e supervisor
bull 5 ndash atribuir tarefas proacuteprias do curso
bull 6 ndash cumprir as regras legais (jornada-prazo-outras exigecircncias do contrato)
415 Acumulaccedilatildeo de cargos puacuteblicos
A Constituiccedilatildeo Federal no art 37 XVI estabelece os casos em que eacute permitida a acumulaccedilatildeo de cargos em-
pregos e funccedilotildees nas administraccedilotildees direta e indireta nas empresas puacuteblicas e nas sociedades de economia mista
Em face da complexidade da mateacuteria e da dificuldade de interpretaccedilatildeo do dispositivo constitucional o tema tem
suscitado muitas duacutevidas na administraccedilatildeo municipal
A seguir apresenta-se em siacutentese a orientaccedilatildeo firmada pelos Tribunais de Contas sobre a mateacuteria
4151 Cargo de professor com outro cargo teacutecnico ou cientiacutefico
Eacute permitido ao professor efetivo estadual atendidos aos preceitos do art 37 II da Constituiccedilatildeo Federal ser
nomeado para cargo teacutecnico ou cientiacutefico no municiacutepio havendo compatibilidade de horaacuterio respeitado o limite da jor-
nada de trabalho fixada no art 7ordm XIII combinado com o art 39 sect 3ordm ambos da Constituiccedilatildeo Federal
Natildeo eacute possiacutevel ao servidor puacuteblico que jaacute acumula cargo efetivo de professor com cargo teacutecnico ou cientiacutefico
receber cumulativamente a remuneraccedilatildeode secretaacuterio municipal ante a vedaccedilatildeo do art 37 XVI e XVII da Constituiccedilatildeo
Federal
4152 Cargo efetivo com cargo de secretaacuterio municipal
O servidor puacuteblico efetivo municipal ocupante de cargo de secretaacuterio do mesmo municiacutepio desde que autoriza-
do pela legislaccedilatildeo local pode optar entre a remuneraccedilatildeo do cargo efetivo e o subsiacutedio do cargo de secretaacuterio vedada a
percepccedilatildeo cumulativa
Caso o servidor efetivo municipal opte pelo subsiacutedio legalmente instituiacutedo para o cargo de secretaacuterio do mesmo
municiacutepio somente poderaacute perceber o valor correspondente ao subsiacutedio sem adicional gratificaccedilatildeo ou qualquer outro
estipecircndio nos termos do sect 4ordm do art 39 da Constituiccedilatildeo Federal
4153 Cargo em comissatildeo com cargo efetivo
A Constituiccedilatildeo Federal (art 37 XVI e XVII) natildeo permite a acumulaccedilatildeo remunerada de cargo de provimento e-
fetivo com a de cargo de provimento em comissatildeo
4154 Dois cargos em comissatildeo
A acumulaccedilatildeo remunerada de dois cargos comissionados eacute vedada pelo art 37 XVI da Constituiccedilatildeo Federal
Eacute incompatiacutevel a acumulaccedilatildeo de dois cargos em comissatildeo no acircmbito da Administraccedilatildeo Puacuteblica quaisquer que
sejam os poderes ou esferas por natildeo se enquadrar nas exceccedilotildees passiacuteveis de acumulaccedilatildeo estabelecidas pelo art 37 XVI
da Constituiccedilatildeo Federal
4155 Proventos de aposentadoria com a remuneraccedilatildeo de cargo efetivo
Eacute permitido ao servidor inativo retornar ao exerciacutecio da funccedilatildeo puacuteblica acumulando proventos e vencimentos
nos casos permitidos pelo sect 10 do art 37 da Constituiccedilatildeo Federal
O servidor puacuteblico aposentado pelo estado ou pelo municiacutepio com fundamento no arts 40 ou 42 da Constitui-
ccedilatildeo Federal que presta concurso puacuteblico e eacute nomeado para ocupar cargo puacuteblico municipal deve optar entre os proven-
tos da aposentadoria e a remuneraccedilatildeo do cargo em conformidade com o disposto no art 37 sect 10 da Constituiccedilatildeo Fede-
ral salvo os casos de acumulaccedilatildeo previstos nos arts 37 XVI 95 paraacutegrafo uacutenico I e 128 sect 5ordm II aliacutenea d da Consti-
tuiccedilatildeo Federal
4156 Proventos de aposentadoria com a remuneraccedilatildeo de cargo em comissatildeo
Eacute permitido ao servidor puacuteblico inativo sem viacutecio de acumulaccedilatildeo indevida exercer cargo de provimento em
comissatildeo acumulando proventos e vencimentos
4157 Permanecircncia do servidor no cargo ou emprego puacuteblico apoacutes a aposentadoria
Ao servidor puacuteblico natildeo eacute possiacutevel quando se aposenta continuar exercendo normalmente suas funccedilotildees jaacute que
eacute vedada a acumulaccedilatildeo remunerada de cargos puacuteblicos ressalvando-se a aposentadoria voluntaacuteria do empregado de
empresa puacuteblica ou sociedade de economia mista
4158 Acumulaccedilatildeo de cargos com o exerciacutecio de mandato eletivo
41581) Cargo efetivo com mandato de vereador
O vereador que for investido em cargo puacuteblico efetivo ou emprego puacuteblico do estado ou do municiacutepio apoacutes a-
provaccedilatildeo em concurso puacuteblico poderaacute tomar posse no cargo efetivo sem prejuiacutezo do mandato de vereador
O exerciacutecio concomitante do cargo puacuteblico efetivo e do mandato de vereador somente eacute possiacutevel quando houver
compatibilidade de horaacuterios
Neste caso o vereador poderaacute acumular as respectivas funccedilotildees bem como a remuneraccedilatildeo e as demais vantagens
do cargo efetivo com o subsiacutedio do mandato
Natildeo havendo compatibilidade de horaacuterios o agente seraacute afastado do exerciacutecio do cargo ou emprego sendo-lhe
facultado optar pela remuneraccedilatildeo do cargo efetivo ou do emprego
41582 Cargo comissionado com mandato de vereador
Eacute ilegiacutetimo o exerciacutecio concomitante de cargo em comissatildeo pertencente agrave estrutura do Poder executivo munici-
pal com o mandato de vereador em decorrecircncia do princiacutepio da separaccedilatildeo das funccedilotildees estatais uma vez que na relaccedilatildeo
decorrente do cargo comissionado haveraacute submissatildeo do vereador aos comandos do chefe do Poder executivo municipal
incompatiacutevel com o exerciacutecio da vereanccedila
41583 Acumulaccedilatildeo de cargo de meacutedico com o exerciacutecio do mandato de prefeito
O servidor puacuteblico ocupante de cargo efetivo ou emprego puacuteblico de meacutedico pertencente agrave estrutura do Poder
executivo eleito prefeito deve se afastar do cargo ou emprego sendo-lhe facultado optar pela remuneraccedilatildeo do cargo ou
emprego nos termos do art 38 II da Constituiccedilatildeo Federal
Enquanto permanecer no exerciacutecio do mandato de prefeito o ocupante de cargo ou emprego de meacutedico natildeo po-
de realizar serviccedilos profissionais pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede (SuS) com habitualidade incluindo o meacutetodo de creden-
ciamento por caracterizar acumulaccedilatildeo remunerada de funccedilotildees puacuteblicas
Salvo vedaccedilatildeo na Lei Orgacircnica do municiacutepio o meacutedico em exerciacutecio do cargo de prefeito natildeo estaacute impedido de
realizar procedimento ciruacutergico em casos excepcionais para atendimentos emergenciais cuja recusa possa caracterizar
omissatildeo de socorro
41584 Acumulaccedilatildeo de cargo efetivo com mandato de vice prefeito
Eacute inconstitucional a acumulaccedilatildeo da remuneraccedilatildeo de cargo efetivo com o subsiacutedio de vice-prefeito em face da
inaplicabilidade agrave espeacutecie da norma do art 38 III da Constituiccedilatildeo Federal que se restringe tatildeo somente ao vereador
Entretanto o servidor puacuteblico efetivo que ver a exercer mandato de vice-prefeito pode optar entre a remunera-
ccedilatildeo do cargo e o subsiacutedio de vice-prefeito
Caso o servidor faccedila a opccedilatildeo pelo subsiacutedio teraacute direito ao recebimento apenas do valor correspondente ao sub-
siacutedio (parcela uacutenica) ficando vedado o pagamento de adicional gratificaccedilatildeo ou quaisquer outras vantagens do cargo
efetivo nos termos do sect 4ordm do art 39 da Constituiccedilatildeo Federal
41585 Acumulaccedilatildeo de cargo de vice prefeito com cargo comissionado
O vice-prefeito designado para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou funccedilatildeo de confianccedila no acircmbito do Poder
Executivo deveraacute optar entre o subsiacutedio de vice-prefeito e a remuneraccedilatildeo do cargo ou da funccedilatildeo
O vice-prefeito investido no cargo de secretaacuterio municipal deveraacute optar entre o subsiacutedio afeto ao mandato eleti-
vo e o vencimento do respectivo cargo
4159 Direito ao subsiacutedio mensal mdash vice-prefeito
O vice-prefeito exercendo ou natildeo funccedilatildeo executiva na administraccedilatildeo municipal tem direito agrave percepccedilatildeo mensal
do subsiacutedio de vice-prefeito fixado pela cacircmara municipal
41510 Acumulaccedilatildeo de cargos e o respeito ao teto remuneratoacuterio
O provento de aposentadoria subsiacutedio de agente poliacutetico e vencimento pelo exerciacutecio de cargo puacuteblico recebi-
dos aglutinadamente devem observar o teto remuneratoacuterio instituiacutedo pelo inciso XI do art 37 da Constituiccedilatildeo Federal
416 Nepotismo
O significado original da palavra nepotismo eacute governo dos sobrinhos jaacute que eacute derivada de nepoteounipo-
te(sobrinho ou neto em latim) e foi aplicada em referecircncia aos Papas do Renascimento (de Sisto IV a Paulo III) que
nomeavam sobrinhos e outros parentes para posiccedilotildees clericais e administrativas de importacircncia assim como aos Gover-
nantes japoneses tanto no periacuteodo Heian (por volta do ano 669) quanto no comeccedilo do seacuteculo IX (governo da famiacutelia
Fujiwara) e ateacute nos anos 1960 com Kiyomori
Com o sufixo ismo a palavra indica a concessatildeo de privileacutegios ou cargos a parentes no funcionalismo puacuteblico
Distingue-se do favoritismo simples que natildeo implica relaccedilotildees familiares com o favorecido
Em 2008 julgando um dos processos que chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) aquela Corte editou a
Suacutemula 13 com o seguinte texto
Suacutemula vinculante 13 de 210808
ldquoA nomeaccedilatildeo de cocircnjuge companheiro ou parente em linha reta colateral ou por afinidade ateacute o terceiro grau
inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa juriacutedica investido em cargo de direccedilatildeo chefia ou
assessoramento para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou de confianccedila ou ainda de funccedilatildeo gratificada na
administraccedilatildeo puacuteblica direta e indireta em qualquer dos Poderes da Uniatildeo dos Estados do Distrito Federal e dos
Municiacutepios compreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocas viola a Constituiccedilatildeo Federalrdquo
Data de Aprovaccedilatildeo Sessatildeo Plenaacuteria de 21082008Fonte de Publicaccedilatildeo DJe nordm 1622008 p 1 em 2982008DO de
2982008 p 1
Assim fundamentados especialmente nos princiacutepio constitucionais da impessoalidade e da moralidade o maior
oacutergatildeo do Poder Judiciaacuterio brasileiro definiu como proibidas as nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos em comissatildeo ou
funccedilotildees de confianccedila de familiares dos nomeantes em ateacute terceiro grau de parentesco
O parentesco segundo o Coacutedigo Civil (arts 1591 a 1595) eacute identificado em trecircs linhas distintas
a) reta (ascendente e descendente pai matildee avocirc avoacute filho filha neto neta)
b) colaterais (provecircm de um tronco comum mas natildeo descendem uma das outras irmatildeo irmatilde tio tia) e
c) por afinidade (o viacutenculo que se estabelece entre um cocircnjuge e os parentes do outro cocircnjuge)
De ressaltar que a Suacutemula 13 do STF abrangeu o famoso nepotismo cruzado que eacute a combinaccedilatildeo entre nomean-
tes para a contrataccedilatildeo direta de servidores parentes seus de forma cruzada (o parente de um eacute contratado pelo outro e
vice versa) pois ao final do texto consta ldquocompreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocasrdquo
E mantendo a maacutexima de que cada regra tem sua exceccedilatildeo o STF declarou na sequencia (no Recurso Extraordi-
naacuterio nordm 579951RN) que a exceccedilatildeo dessa proibiccedilatildeo seria a possibilidade de nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos poliacuteti-
cos aiacute compreendidos os Ministros de Estado Secretaacuterios de Estado e Secretaacuterios Municipais
Entatildeo dessa data em diante (2982008 publicaccedilatildeo da suacutemula 13 do STF) passou-se a ser proibido o
nepotismoem cargos e funccedilotildees puacuteblicas de livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo
Em resumo quando da ediccedilatildeo da Suacutemula 13 a Corte Maacutexima do Poder Judiciaacuterio paacutetrio definiu que
1 ndash Eacute PROIBIDA A NOMEACcedilAtildeO EM CC OU FG DECOcircNJUGE OU PARENTE DA AUTORIDADE NOMEANTE
OU DE OUTRO SERVIDOR NESTES CARGOS (CC ou FG) ATEacute TERCEIRO GRAU
2 ndash CARGOS DE MINISTROS E SECRETAacuteRIOS PODEM SER OCUPADOS POR PARENTES
Pois bem
Apoacutes a proibiccedilatildeo pelo Supremo e vasta interpretaccedilatildeo do Poder Judiciaacuterio outros pontos natildeo abrangidos (ou es-
clarecidos) pela Suacutemula 13 foram praticamente pacificados
Vejamos os mais relevantes
1ordm ndash A LEI (Ordinaacuteria-Complementar-Orgacircnica) PODE AMPLIAR AS PROIBICcedilOtildeES abrangendo inclusive os Minis-
tros e Secretaacuterios (impedindo a contrataccedilatildeo de parentes ou limitando o nuacutemero de parentes contratados)
2ordm ndash Para a configuraccedilatildeo de nepotismo cruzado soacute se houver prova da reciprocidade Ou seja se ocorrer o ajuste a com-
binaccedilatildeo a troca de favores entre autoridades puacuteblicas
3ordm - Parente de Autoridade Puacuteblica ou de servidor de um mesmo oacutergatildeo poderaacute ocupar CC ou FG se foi nomeado antes
da posse deste
4ordm ndash Servidor efetivo poderaacute ser nomeado em CC ou designado em FG em mesmo oacutergatildeo de Gestor Puacuteblico ou servidor
parente se natildeo for nomeado por ele ou subordinado a ele
5ordm ndash Servidores de um mesmo oacutergatildeo ocupantes de Cargo Comissionado ou Funccedilatildeo de Confianccedila que venham a se tor-
nar um casal depois do ingresso no cargo ou funccedilatildeo e desde que natildeo ocorra subordinaccedilatildeo direta entre si natildeo seraacute con-
siderado nepotismo 6ordm ndash Ex-cocircnjuge comprovadamente podem ser nomeados pelo ex sem caracterizar nepotismo
7ordm ndash Nos casos de requisiccedilatildeocessatildeo de servidores por autoridades ou oacutergatildeos aplicam-se as regras do nepotismo
8ordm ndash Parentesco com autoridades puacuteblicas ou servidores falecidos ou aposentados natildeo incidem a Suacutemula 13
9ordm ndash Contrataccedilatildeo de estagiaacuterios que sejam parentes de autoridades ou servidores do oacutergatildeo concedente do estaacutegio natildeo se
configura nepotismo desde que haja seleccedilatildeo preacutevia
10ordm ndash Contratar sem licitaccedilatildeo pessoa juriacutedica na qual haja administrador ou soacutecio com poder de direccedilatildeo que seja fami-
liar de detentor de cargo em comissatildeo ou funccedilatildeo de confianccedila que atue na aacuterea responsaacutevel pela demanda ou de autori-
dade a ele hierarquicamente superior
Por fim destacar que os caminhos juriacutedicos para exigir a exoneraccedilatildeo de parentes que ocupem cargos comissio-
nados ou funccedilotildees de confianccedila bem como coibir e responsabilizar os agentes puacuteblicos que desrespeitarem a regra cons-
tante da Suacutemula 13 do STF e demais acervo jurisprudencial referentemente ao nepotismo poderaacute ser a Accedilatildeo Civil Puacute-
blica(art 1ordm inciso IV da Lei 734785) ou ateacute mesmo a Reclamaccedilatildeo ao STF (art 102 inciso I aliacutenea l da Constitu-
iccedilatildeo Federal)
Jaacute as consequecircncias juriacutedicas para quem desobedecer agraves normas combatentes do nepotismo possuem as seguin-
tes hipoacuteteses
1ordf ndash Consequecircncias para o servidor nomeado ou designado pela omissatildeo de informar agrave Administraccedilatildeo Puacuteblica o fato de
se encontrar sob o alcance da Suacutemula Vinculante nordm 13 do STF incide o crime de falsidade ideoloacutegica (art 299 do Coacute-
digo Penal) bem como pela manutenccedilatildeo do cargo ou emprego puacuteblico sabendo do impedimento incide em crime de
desobediecircncia agrave decisatildeo judicial (art 359 CP)
2ordf ndash Consequecircncias para o agente poliacutetico pela omissatildeo incide no crime de prevaricaccedilatildeo (art 319 CP) e na esfera
poliacutetico-administrativa incorre no crime de improbidade administrativa (art 11 I e II cc o art 12 III todos da Lei nordm
842992) pode-se aplicar a ele ainda no caso dos prefeitos municipais estaratildeo sujeitos agrave cassaccedilatildeo do mandato eletivo
(Decreto-lei 20167 art 4ordm VII)
417 - GASTOS COM PESSOAL
O paracircmetro a ser empregado nos caacutelculos da despesa com pessoal haacute de ser a Receita Corrente Liquida
ndash RCL conceituada no inciso IV do art 2ordm da LRF
Considera-se despesa com pessoal nos termos do artigo 18 da LFR todas as vantagens vencimentos sa-
laacuterios proventos adicionais gratificaccedilotildees horas extras encargos sociais subsiacutedios dos agentes poliacuteticos e qual-
quer outra espeacutecie remuneratoacuteria
A verificaccedilatildeo das adequaccedilotildees das despesas efetivamente realizadas com pessoal em relaccedilatildeo agrave RCL deveraacute
ocorrer nos termos do artigo 22 da LRF ao final de cada quadrimestre
Os resultados obtidos seratildeo por sua vez informados no Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal correspondente ao
mesmo periacuteodo de apuraccedilatildeo sendo facultado aos Municiacutepios com populaccedilatildeo inferior a cinquumlenta mil habitantes
apurar esse comprometimento ao final de cada semestre (art 62 I e II ldquobrdquo)
Segundo art 20 da LRF a reparticcedilatildeo dos limites globais de cada ente eacute de
PoderEnte Uniatildeo EstadosDF Municiacutepios
Executivo 409 490 540
LegislativoTC 60 60 60
Judiciaacuterio 25 30 -x-
Ministeacuterio Puacuteblico 06 20 x-
Totais 500 600 600
Visando coibir despesas em excesso praticados pelas Cacircmaras Municipais houve emenda constitucional
disciplinando os percentuais destas (EC nordm 252000) sem no entanto disciplinar seu conceito e composiccedilatildeo toda-
via excluiu-se as despesas com inativos resultando em limites diversos em relaccedilatildeo agrave LRF vejamos
Populaccedilatildeo Limites EC 25 (ex-
clui inativos)
Limites LRF
(inclui inativos)
Ateacute 100000 habitantes 56 6
De 100001 a 300000 hab 49 6
De 301000 a 500000 hab 42 6
Acima de 500000 hab 35 6
LRF - art 22
Se a despesa de pessoal exceder a 95 do limite estabelecido no artigo 20 os Poderes e oacutergatildeos que incor-
rem no excesso ficaratildeo vedados de criar cargo emprego ou funccedilatildeo e efetuar provimento de cargo puacuteblico admis-
satildeo ou contrataccedilatildeo de pessoal a qualquer tiacutetulo
Exceccedilatildeo (artigo 22 inciso IV) aacutereas de educaccedilatildeo sauacutede e seguranccedila restringindo-se quando esta se ca-
racterizar por falecimento ou aposentadoria
Para os casos de extrapolaccedilatildeo dos limites determinada pelo artigo 169 da CF88 nos termos do art 23 da
LRF deveraacute o ente propor medidas para sua adequaccedilatildeo com a maior brevidade possiacutevel
Isto posto nos dois quadrimestres seguintes deveraacute observar as providecircncias previstas nos sectsect 3ordm e 4ordm do
art 169 da CF quais sejam
Reduccedilatildeo de pleno menos vinte por cento das despesas com cargos em comissatildeo e funccedilotildees de confianccedila
Exoneraccedilatildeo dos servidores natildeo estaacuteveis
Exoneraccedilatildeo dos servidores estaacuteveis se natildeo alcanccedilada a reduccedilatildeo necessaacuteria com as medidas anteriores desde
que ato normativo de cada Poder especifique a atividade funcional o oacutergatildeo ou unidade administrativa objeto de
reduccedilatildeo de pessoal
O servidor que neste caso perder o cargo faraacute jus a indenizaccedilatildeo correspondente a um mecircs de remunera-
ccedilatildeo por ano de serviccedilos sendo que esta natildeo seraacute computada para fins de despesas com pessoal
Permanecendo o excesso ficaraacute o ente impedido de receber transferecircncias voluntaacuterias
418 - Despesas gerais
4181 - Diaacuterias
a) ndash cobrem hospedagem e alimentaccedilatildeo
b) ndash aplicaccedilatildeo do princiacutepios da razoabilidade proporcionalidade e moralidade
c) ndash devem ser liberadas motivadamente (interesse puacuteblico)
d) ndash dependem de lei autorizatoacuteria
e) ndash podem ser liberadas para participaccedilatildeo em eventos
f) ndash natildeo podem configurar ldquosalaacuteriordquo
g) ndash exigem comprovaccedilatildeo de realizaccedilatildeo do objetivo
h) ndash a partir de 50 do valor da remuneraccedilatildeo incide ir e inss
i) ndash a fixaccedilatildeo do valor pode ser variaacutevel de municiacutepio para municiacutepio
j) ndash fraude ou simulaccedilatildeo no pagamento de diaacuteria acp
4182 - Adiantamentos eacute proibido
4183 -Seguro de vidaeacute possiacutevel
4184 - Vale Transporteeacute possiacutevel
4185 - Plano de sauacutedesoacute para servidoresvereadores natildeo
4186 -Veiacuteculo proacuteprio
Segundo o TCRPR eacute proibido agrave Cacircmara pagar combustiacutevel para veiacuteculos dos vereadores
O TCE-PR alega que a Administraccedilatildeo Puacuteblica natildeo pode arcar com gastos inerentes a despesas com veiacuteculos
particulares dos Edis mesmo que a serviccedilo do Legislativo haja vista a inexistecircncia de contrato precedido de Licitaccedilatildeo e
diante das normas de direito administrativo onde qualquer aquisiccedilatildeo efetuada pelo Poder Puacuteblico depende de contrato
este em regra precedido de licitaccedilatildeo
Alega inclusive que essa despesa eacute estranha ao orccedilamento sem amparo legal
Ateacute em relaccedilatildeo aos servidores o TCE desaconselha o ressarcimento de despesas com combustiacutevel particular
por aplicaccedilatildeo do art 29 da CE89 ou da Lei Orgacircnica Municipal que geralmente preveem incompatibilidade negocial
Vale ressaltar que outros Tribunais de Contas divergem ou convergem com o TCEPR
Vejamos
O TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA PERMITE
PREJULGADO 2082 DO TCESC
ldquoA Cacircmara Municipal pode disciplinar o uso de veiacuteculos oficiais de sua propriedade a exemplo da Lei Estadual ndeg
79871990 (regulamentada pelo Decreto ndeg 34212005) e do Decreto Federal ndeg 64032008 (disciplinado pela Instru-
ccedilatildeo Normativa ndeg 0032008 do Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeordquo
PREJULGADO 1268 DO TCESC
A Cacircmara Municipal poderaacute ressarcir as despesas de combustiacutevel de veiacuteculos particulares desde que (a) previamente
autorizada em lei especiacutefica (b) relacionada a deslocamento dos Vereadores para fora de jurisdiccedilatildeo municipal (c) os
assuntos tratados nas viagens sejam de interesse puacuteblico (d) haja expressa autorizaccedilatildeo da Cacircmara Municipal para a rea-
lizaccedilatildeo da viagem (e) os veiacuteculos utilizados nestas condiccedilotildees estejam previamente cadastrados no oacutergatildeo competente do
Pode Legislativo e (f) sejam aplicaacuteveis somente a casos excepcionais
O TCE DE MG PROIacuteBE
Consulta nordm 810007- TCEMG
Tribunal de Constas do Estado - Cacircmara natildeo pode pagar gasolina para vereadores O relator Cons Elmo Braz adotou o
parecer do Auditor Hamilton Coelho para responder agraves indagaccedilotildees Inicialmente a Auditoria asseverou que o TCEMG
jaacute declarou em diversas oportunidades a ilegalidade do abastecimento de veiacuteculos particulares de vereadores com re-
cursos da Cacircmara ainda que para uso no interesse do oacutergatildeo mencionando nesse sentido a Consulta nordm 810007 (Rel
Cons Eduardo Carone Costa sessatildeo de 030210) ndash v Informativo 17 O Auditor transcreveu parte do parecer exarado
naquela Consulta no sentido de que a utilizaccedilatildeo de veiacuteculo de propriedade particular de vereador mediante contrapresta-
ccedilatildeo (abastecimento) a serviccedilo da Administraccedilatildeo Puacuteblica configuraria contrato de locaccedilatildeo de fato e de que o uso interca-
lado do veiacuteculo ndash ora em caraacuteter particular ora a serviccedilo ndash tornaria difiacutecil a mensuraccedilatildeo do quantum a ser indenizado
redundando em confusatildeo patrimonial envolvendo o agente puacuteblico e o oacutergatildeo contratante
O TCEMT PERMITE
Processo nordm 2073652010 - 19042011
ldquoCAcircMARA MUNICIPAL DE NOVA OLIacuteMPIA CONSULTA CAcircMARA MUNICIPAL VEREADOR VERBA DE
NATUREZA INDENIZATOacuteRIA POSSIBILIDADE SE OBSERVADOS OS REQUISITOS IMPOSSIBILIDADE DE
PAGAMENTO DE DESPESAS COM MANUTENCcedilAtildeO DO GABINETE DO PARLAMENTAR POSSIBILIDADE
DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS COM ABASTECIMENTO DE VEIacuteCULO PARTICULAR DO VEREADOR
E DE ACUMULACcedilAtildeO COM A DIAacuteRIA QUANDO CONTEMPLAREM O RESSARCIMENTO DE DESPESAS
DISTINTAS PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS NOS TERMOS DA LEI QUE A INSTITUIRrdquo
4187 - Passagens
Por se tratar de despesa com caracteriacutesticas muito proacuteprias jaacute que os valores se alteram permanentemente mas eacute
possiacutevel a reduccedilatildeo dos preccedilos sobretudo com descontos sobre a taxa de administraccedilatildeo das agecircncias ou operadoras eacute
recomendaacutevel a realizaccedilatildeo de processo licitatoacuterio afim de promover a economicidade evitar sobrepreccedilos e oportunizar
a competitividade entre os diversos particulares interessados em negociar com a Administraccedilatildeo
Por isso orienta-se agrave promoccedilatildeo do certame licitatoacuterio na modalidade Pregatildeo cujo objeto seja a contrataccedilatildeo de
serviccedilos de agenciamento de viagens para cotaccedilatildeo reserva e fornecimento de passagens (aeacutereas e terrestres) no acircmbito
nacional e internacional se houver interesse
Caso opte pela passagem internacional eacute interessante licitar a emissatildeo de seguro de assistecircncia em viagem in-
ternacional
Especificar que a compra se faraacute por meio de atendimento remoto (e-mail eou telefone)
O tipo aconselhaacutevel eacute o de menor preccedilo escolhendo-se a proposta que ofertar o maior percentual de desconto
sobre o valor ldquodo diardquo disponibilizado e cobrado de todos os puacuteblicos inclusive sobre as tarifas promocionais e reduzi-
das disponiacuteveis no momento da compra excluiacuteda a taxa de embarque
5 Controle
51 Corrupccedilatildeo desvios e fraudes Conceitos
Corrupccedilatildeo eacute o ato ou efeito de se corromper oferecer algo para obter vantagem em negociata onde se favorece
uma pessoa e se prejudica outra
Eacute tirar vantagem do poder atribuiacutedo Corrupccedilatildeo vem do latim corruptus que significa quebrado em peda-
ccedilos O verbo corromper significa tornar-se podre
Desvio na aacuterea puacuteblica significa retirar o caminho normal de alguma coisa Natildeo alcanccedilar o objetivo por
mudanccedila de rota
Geralmente a palavra estaacute ligada agraves alteraccedilotildees que se promovem na ocupaccedilatildeo de cargos ou funccedilotildees no
uso de bens na realizaccedilatildeo de obras e ateacute no destino que se daacute aos recursos financeiros Fraude eacute um esquema iliacutecito ou de maacute feacute criado para obter ganhos para si ou para terceiros
No meio puacuteblico as fraudes geralmente satildeo praticadas atraveacutes de simulaccedilotildees e ajustes visando o aproveitamen-
to iliacutecito de valores benefiacutecios ou do patrimocircnio puacuteblico
52 Conceito e relevacircncia do controle
O controle eacute a ferramenta mais eficaz para se evitar as irregularidades e ilegalidades na atuaccedilatildeo dos po-
deres puacuteblicos
Segundo os mais elaborados estudos e pesquisas a corrupccedilatildeo pode ser maior ou menor dependendo da
proporcionalidade de controle existente
Onde tem menor controle tem maior corrupccedilatildeo e assim vice e versa
E o controle se faz por trecircs principais vias orientaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e puniccedilatildeo No Brasil o combate agrave corrupccedilatildeo no meio puacuteblico vem acontecendo atraveacutes da implementaccedilatildeo de vaacuterios tipos
de controle sobre as verbas recursos e patrimocircnio puacuteblico
Nos uacuteltimos anos melhoraram muito os sistemas de Controle Interno e Externo por iniciativa de cada oacutergatildeo ou
por exigecircncia do povo (diretamente ou atraveacutes das miacutedias)
O Legislativo por iniciativa proacutepria ou por pressatildeo popular tem aprovado inuacutemeros atos para reforccedilar a legisla-
ccedilatildeo paacutetria que afeta a corrupccedilatildeo
Satildeo os exemplos da Lei das Inelegibilidades (LC 6490 reforccedilada pela Lei da Ficha Limpa- LC 1352010) a
Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 1012000) a Lei da Transparecircncia (LC 1312009) a Lei da Informaccedilatildeo
(125272011) e a Lei Anticorrupccedilatildeo (128462013) e tantas outras
O Judiciaacuterio por sua vez e com o apoio das instituiccedilotildees de apuraccedilatildeo a ele ligadas (poliacutecias ministeacuterio puacuteblico
etc) tem punido severamente os corruptos realizando o seu papel sem distinccedilatildeo de cargo ou poder do apenado
Segundo informa o oacutergatildeo denominado de ldquoTransparecircncia Internacionalrdquo em mateacuteria divulgada no mecircs
de dezembro2014 ldquoNeste ano o Brasil obteve a nota 43 em uma escala que vai de 0 (setor puacuteblico visto como extremamente
corrupto) a 100 (extremamente iacutentegro) a mesma pontuaccedilatildeo obtida em 2012
No ano passado o paiacutes havia totalizado 42 pontos
A pontuaccedilatildeo do Brasil se situa exatamente na meacutedia mundial de acordo com o estudo de 43 pontos Nas
Ameacutericas como um todo a meacutedia eacute 45
Mais de dois terccedilos dos 175 paiacuteses que integram o iacutendice obtiveram uma nota inferior a 50
O Brasil estaacute na metade Natildeo eacute um dos piores nem dos melhores Mas natildeo eacute um resultado bom para o
paiacutes que tem feito inuacutemeros esforccedilos para ser um liacuteder econocircmico e poliacutetico disse Salas agrave BBC Brasil O Brasil
quer ser um liacuteder mundial entatildeo tem que mostrar o exemplo Ele ainda estaacute muito distante dos paiacuteses desenvol-
vidos nesse iacutendice ressalta o diretor da Transparecircncia Internacional
Empatados com o Brasil com a mesma pontuaccedilatildeo e lugar no ranking estatildeo paiacuteses como a Itaacutelia a Greacutecia
e a Bulgaacuteria
Para Salas o escacircndalo da Petrobras pode ser positivo para o Brasil se forem tomadas medidas fortes
de combate agrave corrupccedilatildeo
Se a presidente Dilma Roussef aproveitar esse momento para fazer mudanccedilas poderaacute ser algo positivo
diz ele
Se pessoas poderosas e outros culpados nesse escacircndalo forem presos o Brasil poderaacute projetar uma boa
imagem afirma Salas
Se houver tambeacutem reforma poliacutetica e melhorias no sistema de compras puacuteblicas pode ser um momento
histoacuterico para o Brasil Mas se nada mudar seraacute um exemplo negativo diz ele
A Dinamarca eacute a primeira colocada no ranking com 92 pontos um a mais em relaccedilatildeo ao estudo anterior
onde tambeacutem jaacute havia ficado em primeiro lugar
A China e a Turquia estatildeo entre os paiacuteses que mais perderam posiccedilotildees no ranking deste ano
A China que adotou nos uacuteltimos anos medidas de combate agrave corrupccedilatildeo como a proibiccedilatildeo de dar presen-
tes de alto luxo a funcionaacuterios puacuteblicos caiu 20 posiccedilotildees no ranking passando a ocupar o 100deg lugar com 36 pon-
tos
Entre os paiacuteses dos BRICS o Brasil estaacute praticamente empatado com a Aacutefrica do Sul (duas posiccedilotildees aci-
ma do Brasil no ranking) e bem agrave frente da China Iacutendia e Ruacutessiardquo
In httpwwwbbccoukportuguesenoticias201412141202_ranking_transparencia_internacional_brasil_df_lgb
Assim vale agrave pena continuar acreditando na melhora e natildeo cessar a luta pela melhoria dos instrumentos
de controle e combate agrave corrupccedilatildeo
53 O anseio democraacutetico pelo controle
De haacute muito tempo que a populaccedilatildeo anseia por melhoria nos sistemas de controle da coisa puacuteblica
No Brasil que historicamente conviveu com a corrupccedilatildeo na Administraccedilatildeo Puacuteblica a implantaccedilatildeo do re-
gime democraacutetico teve como maior objetivo a participaccedilatildeo do povo no poder (nas coisas do Estado) diretamente
ou atraveacutes de seus legiacutetimos representantes
Com isso espera-se que o povo faccedila parte do governo e que tenha conhecimento do que ocorre com os
bens e valores puacuteblicos enquanto estiverem sob a guarda dos administradores da coisa puacuteblica
Mas natildeo basta trocar as pessoas no comando do eraacuterio
Eacute preciso equipar os sistemas de controle haja vista que natildeo eacute exatamente a iacutendole pessoal que evita a
corrupccedilatildeo e os desvios no meio puacuteblico mas acima de tudo o controle que se faz sobre a coisa (a ocasiatildeo faz o
ladratildeo) O controle eacute exercido de forma irrestrita e ilimitada em todos e por todos os Poderes de Estado estendendo-se a
toda a Administraccedilatildeo e abrangendo todas as suas atividades e agentes sendo classificadas em variados tipos e formas de
atuaccedilatildeo para atingir os seus objetivos
Essas classificaccedilotildees indicam que
(I) O controle administrativo ou executivo eacute aquele exercido pela proacutepria Administraccedilatildeo sobre seus atos e agentes
(II) Controle legislativo ou parlamentar diz respeito ao que o Poder Legislativo imprime sobre atos e agentes do
Poder Executivo
(III) O controle judiciaacuterio eacute o referente agrave correccedilatildeo dos atos ilegais de qualquer dos Poderes pelo Judiciaacuterio quando
lesivos de direito individual ou do patrimocircnio puacuteblico Quanto a forma o controle pode ser sintetizado
bull De acordo com seu fundamento pode ser hieraacuterquico ou finaliacutestico
bull Em razatildeo da localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o exercita pode ser interno ou externo
bull Em virtude do momento em que eacute exercido pode ser preacutevio ou preventivo ou a priori concomitante ou sucessivo e
subsequente ou corretivo ou a posteriore
bull Conforme o aspecto controlado pode ser de legalidade ou de legitimidade e de meacuterito
Outra abordagem do Direito Administrativo eacute apresentada segundo a qual o controle da Administraccedilatildeo Puacuteblica
eacute poder de fiscalizaccedilatildeo e correccedilatildeo que sobre ela exercem os oacutergatildeos dos Poderes Judiciaacuterio Legislativo e Executivo com
o objetivo de garantir a conformidade de sua atuaccedilatildeo com os princiacutepios que lhe satildeo impostos pelo ordenamento juriacutedico
Dentre os pontos comuns observados eacute importante registrar as visotildees sobre os chamados controle externo e
controle interno decorrentes das classificaccedilotildees relativas agrave localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o realiza e quanto agrave integraccedilatildeo do
oacutergatildeo que o executa e agrave estrutura do oacutergatildeo objeto de sua execuccedilatildeo
As atividades do sistema de controle interno satildeo exercidas mediante a utilizaccedilatildeo de teacutecnicas de fiscalizaccedilatildeo e
auditoria as quais consistem no conjunto de processos que viabilizam o alcance dos macro-objetivos do sistema
Fiscalizar consiste na aplicaccedilatildeo de um conjunto de procedimentos pontuais que permitam o exame dos atos da
administraccedilatildeo puacuteblica visando avaliar a execuccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas atuando sobre os resultados efetivos dos pro-
gramas governamentais
54 O Controle Interno
Com previsatildeo desde 1964 (art 76 da Lei 432064 - Lei da Contabilidade Puacuteblica) foi levado agrave regras constitu-
cional em 05 de outubro de 1988 na Carta Maior (art 74) e reforccedilado pela Lei Complementar 1012000(LRF art 54 e
59) mas soacute implementado no Paranaacute a partir de 2008 com a exigecircncia pelo TCE que assim se manifestou a respeito
ldquoO sistema de controle interno eacute o agente de orientaccedilatildeo e integraccedilatildeo dos controles administrativos das enti-
dades componentes da estrutura organizacional e de apoio ao controle externo
Tem por objetivos principais a avaliaccedilatildeo do cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual e a execu-
ccedilatildeo dos programas constantes da LDO e na Lei Orccedilamentaacuteria Anual assegurar a observacircncia das normas e regula-
mentos e assim a legalidade dos atos avaliando os resultados no que se refere agrave eficaacutecia e eficiecircncia da gestatildeo orccedila-
mentaacuteria financeira e patrimonial da administraccedilatildeo
Sua funccedilatildeo inclui a diligecircncia no acompanhar dos procedimentos da administraccedilatildeo e na orientaccedilatildeo do ges-
tor acerca de eventuais desvios de rota e para evitar riscos iminentes que possam provocar danos ao patrimocircnio e agrave
gestatildeo
Juntamente com a contabilidade o controle interno deve velar pelo atendimento das agendas de obrigaccedilotildees
pela certeza do cumprimento dos limites legais seja de pisos de investimentos miacutenimos ou tetos para gastos maacutexi-
mos pela verdade das informaccedilotildees levadas a puacuteblico em face da LRF e suas determinaccedilotildees de transparecircncia da Lei
da Informaccedilatildeo e da proacutepria Lei nordm 432064
Os resultados satisfatoacuterios e sem sobressaltos especialmente em processo de transiccedilatildeo de mandato acentuam
que o controle interno desempenhou seu papel com efetividade e compromisso com a Entidade
O principal embaraccedilo que se tem percebido no processo de estruturaccedilatildeo do controle interno tem ocorrido na
montagem da equipe de trabalho especialmente a natildeo disponibilidade de profissionais com preparo teacutecnico
Existem pequenas prefeituras e cacircmaras municipais onde se verifica ateacute mesmo a simples falta de pessoal
sem atributosrdquoManual de Final de mandato ndash 2012
55 O controle Externo
O controle externo dos poderes municipais ( Executivo e Legislativo) eacute realizado direta e formalmente pelo
Tribunal de Contas que aleacutem de exigir a prestaccedilatildeo de contas anual ainda verifica a lisura e regularidade dos atos e accedilotildees
que envolvam a administraccedilatildeo dos bens e recursos puacuteblicos
A Lei Orgacircnica do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute (LC 1132005) indica que no papel de apoiador do
Poder Legislativo Municipal no controle externo a Corte Administrativa tem a seguinte competecircncia
ldquoArt 1ordm Ao Tribunal de Contas do Estado oacutergatildeo constitucional de controle externo com sede na Capital do Estado
compete nos termos da Constituiccedilatildeo Estadual e na forma estabelecida nesta lei
II ndash julgar as contas dos chefes dos oacutergatildeos do Poder Legislativo estadual e municipal do Poder Judiciaacuterio do Minis-
teacuterio Puacuteblico e deste Tribunalrdquo
Todavia por certo que existem outros oacutergatildeos que de forma indireta realizam o controle externo do poder puacuteblico muni-
cipal como o Ministeacuterio Puacuteblico o Judiciaacuterio e os Observatoacuterios sociais
Eacute posiccedilatildeo paciacutefica entre os estudiosos da Administraccedilatildeo Puacuteblica no mundo que o mais eficiente instrumento de
controle da ldquocoisa puacuteblicardquo eacute a transparecircncia
Pois se o povo acompanha atos e accedilotildees do governo e do governante tanto estes evitam as irregularidades por
temerem o que vai a puacuteblico quanto agravequeles podem julgar com maior facilidade a atuaccedilatildeo de suas lideranccedilas
6 Transparecircncia Puacuteblica no Brasil
Desde o nascimento de nossa paacutetria em 22 de abril de 1500 a populaccedilatildeo jamais teve acesso aacutes formas de utili-
zaccedilatildeo dos bens puacuteblicos e de administraccedilatildeo dos recursos financeiros arrecadados do proacuteprio povo
Tanto a monarquia (ateacute 14 de novembro de 1889) quanto no governo civil que comanda o paiacutes de laacute pra caacute pra-
ticamente todos os gestores natildeo tinham a obrigaccedilatildeo ou o costume de prestar contas de seus atos
Eacute certo que o faziam mas de forma geneacuterica apenas para oacutergatildeos de controle
O povo (contribuinte direta ou indiretamente) natildeo conseguia individualmente saber do que se passava no acircmbi-
to dos Poderes da naccedilatildeo
No entanto com o advento da globalizaccedilatildeo e da evoluccedilatildeo raacutepida e espetacular das tecnologias de comunicaccedilatildeo
houve tambeacutem um grande avanccedilo nos direitos dos cidadatildeos
Aqui no Brasil apoacutes a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 muito se conquistou desses direitos
A proacutepria Carta Magna reservou uma lista grande de direitos e garantias individuais e coletivas (em especial
nos art 5ordm 6ordm e 7ordm)
De toda forma criando verdadeiro divisor na histoacuteria do Brasil a nossa CF88 acendeu nos nacionais o desejo
de conhecer de perto e participar da vida do paiacutes
Mais que isto passou a discutir os seus direitos enquanto membros da naccedilatildeo
Representados no governo tanto nas casas legislativas quanto nos demais poderes (Executivo e Judiciaacuterio)
passamos a conquistar espaccedilo e elaborar instrumentos que exigem (forccedilam) os gestores a dar transparecircncia em sua atua-
ccedilatildeo
Dentre esses instrumentos podemos citar a Lei de Responsabilidade Fiscal que desde o seu nascimento (em
2000) jaacute previa certas obrigaccedilotildees aos governantes para levar ao povo o conhecimento de seus atos e accedilotildees
Mas foi exatamente em 2010 pela Lei Complementar nordm 131 de 27 de maio de 2009 que houve uma implemen-
taccedilatildeo maior da obrigatoriedade de transparecircncia nos meio puacuteblico aplicando-se inclusive regras especiacuteficas sobre a
divulgaccedilatildeo tecnoloacutegica via internet
Com isso desencadeou no Brasil em todos os oacutergatildeos puacuteblicos a obrigaccedilatildeo de publicar mais amplamente as in-
formaccedilotildees que poderiam ter o interesse puacuteblico
Essa eacute a chamada Transparecircncia Ativa pois independentemente de algueacutem solicitar o oacutergatildeo puacuteblico tem a o-
brigaccedilatildeo de divulgar
E diga-se mais
A divulgaccedilatildeo (publicaccedilatildeo) deveraacute ser eficiente e eficaz
Ou seja
O canal disponibilizado deveraacute ser de boa qualidade permitindo o acesso de forma raacutepida e faacutecil e evitando os
subterfuacutegios (mesmo que da tecnologia) para esconder dados e informaccedilotildees
A Lei Complementar Federal nordm 1012000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) exige
que ocorram publicaccedilotildees trimestrais
7 Publicidade Oficial Obrigatoacuteria
Por certo que a fonte primeira para propiciar o controle eacute a publicidade
A princiacutepio publicidade significa ldquolevar a puacuteblicordquo mais no sentido de obediecircncia ao ditame constitucional de
divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees do poder puacuteblico
Inclusive a publicidade foi instituiacuteda como um dos 5 (cinco) princiacutepios baacutesicos da Administraccedilatildeo Puacuteblica (art
37 caput da CF)
Eacute que o legislador constituinte entendeu como sendo prioridade a divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees dos governantes
para que o povo (contribuinte-eleitor) acompanhe as atuaccedilotildees dos eleitos bem como com a coisa puacuteblica
Embasadas na Carta Maior da Repuacuteblica muitas leis editadas depois de 1988 criaram obrigaccedilatildeo de publicar cer-
tos atos quando se tratar de recursos puacuteblicos (financeiros patrimoniais funcionais etc)
Os Atos Oficiais de publicaccedilatildeo obrigatoacuteria devem ser divulgados em um uacutenico meio de comunicaccedilatildeo escolhido
por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-tributaccedilatildeo-
orccedilamentaacuteria)
No caso do Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Licitaccedilatildeo
cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
71 Publicidade oficial Facultativa
A CF de 1988 tambeacutem autorizou despesas com a divulgaccedilatildeo de caraacuteter educativo e informativo ou de orienta-
ccedilatildeo social (art 37 sect1ordm)
No entanto de laacute pra caacute muita polecircmica foi gerada discutindo sobre o que poderia se aceitar referente agraves despe-
sas com publicidade
Eacute que a interpretaccedilatildeo anterior impunha uma separaccedilatildeo severa na publicidade oficial entre a obrigatoacuteria e a fa-
cultativa
Entendia-se que a obrigatoacuteria era apenas aquela especificada na lei como a publicaccedilatildeo de atos como leis de-
cretos portarias resoluccedilotildees editais
Quando se divulgava as accedilotildees do poder puacuteblico questionava-se se aquela despesa se enquadrava como educa-
cional de orientaccedilatildeo social ou de informaccedilatildeo exigida (serviccedilos de utilidade puacuteblica)
72 Publicidade Institucional
Poreacutem com a evoluccedilatildeo do conceito e com a crescente demanda do povo sobre a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico e as
accedilotildees governamentais ampliou-se em muito as possibilidades de realizar despesas para esse fim
Portanto aleacutem da publicaccedilatildeo obrigatoacuteria e daquelas enquadradas como ldquoserviccedilos de utilidade puacuteblicardquo passou-
se a entender que o gestor deva divulgar amplamente as atividades de cada oacutergatildeo puacuteblico para manter a populaccedilatildeo por
dentro dos acontecimentos que envolvem recursos dos contribuintes De certo modo essa divulgaccedilatildeo natildeo obrigatoacuteria pode ser considerada como publicidade institucional pois a-
leacutem de informar ao povo sobre as accedilotildees do oacutergatildeo promove este diante da opiniatildeo puacuteblica fortalecendo-o institucional-
mente
E para essa divulgaccedilatildeo o TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contra-
tar serviccedilos de comunicaccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
No caso de contrataccedilatildeo de agecircncias as regras a serem obedecidas deveratildeo ser aquelas da lei federal nordm
122322010 (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
Resumindo as regras do TCEPR para a comunicaccedilatildeo institucional eacute
1- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010 A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO
para julgar a melhor teacutecnica
2- Para contratar os serviccedilos para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocirc-
nico) programa de raacutedio ou TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo ME-
LHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
Insta lembrar tambeacutem que a partir de 2006 o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a publicar
natildeo apenas seus atos oficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de
internet ou outros serviccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
a)- transmissotildees de sessotildees
b)- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
c)- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
a)- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
b)- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
c)- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
d)- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
e)- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
f)- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Lembrando que existem Atos Oficiais que devem ser obrigatoriamente divulgados em um uacutenico meio de co-
municaccedilatildeo escolhido por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-
tributaccedilatildeo-orccedilamentaacuteria)
E atenccedilatildeo
O Oacutergatildeo Oficial nos Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Li-
citaccedilatildeo cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
Vide Acoacuterdatildeo nordm 409760-5 do TJPR e Processo nordm 22972306 do TCEPR no AVA
Inclusive o Municiacutepio poderaacute optar por apenas um Diaacuterio Oficial Eletrocircnico ou este e mais o Diaacuterio Oficial
Impresso segundo o TCEPR (Acoacuterdatildeo nordm 383013)
Aliaacutes o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a partir de 2006 a publicar natildeo apenas seus atos o-
ficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de internet ou outros servi-
ccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
- transmissotildees de sessotildees
- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Atenccedilatildeo de novo
A lei federal nordm 122322010 criou regras especiacuteficas para a contrataccedilatildeo de serviccedilos de publicidade prestados
por intermeacutedio de agecircncias de propaganda (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
O TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contratar serviccedilos de comuni-
caccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
Resumindo
a)- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010
A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO pa-
ra julgar a melhor teacutecnica
b)- O TCEPR tem se posicionado (vide acoacuterdatildeo 3082012 no AVA) no sentido de que a contrataccedilatildeo dos serviccedilos
para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocircnico) programa de raacutedio ou
TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo MELHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
8 Prestaccedilatildeo de Contas
Sendo mais um dos elementos da Transparecircncia e consequentemente do Controle a Prestaccedilatildeo de Contas enseja
dar conhecimento ao contribuinte do que o gestor faz com os recursos puacuteblicos
Seguindo a evoluccedilatildeo social humana sobretudo apoacutes a identificaccedilatildeo da figura do estado moderno (povo territoacute-
rio governo) a exigecircncia de os governantes ou particulares dar satisfaccedilatildeo aos contribuintes sobre o uso e aplicaccedilatildeo dos
recursos puacuteblicos (financeiros e de bens) tem crescido mais e mais
Jaacute na Declaraccedilatildeo dos Direitos do Homem e do Cidadatildeo elaborada e aceita por muitos povos na era da Revolu-
ccedilatildeo Francesa (1789) consta essa exigecircncia
ldquoArt 15 ndash A Sociedade tem o Direito de pedir conta a todo agente puacuteblico de sua administraccedilatildeordquo
Segundo o texto divulgado no site do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute
ldquoA Prestaccedilatildeo de Contas eacute dever constitucional dos que utilizam arrecadam guardam gerenciam ou administram
dinheiros bens e valores puacuteblicosrdquo
httpwww1tceprgovbrconteudoprestacao-de-contas-municipios214
Resumindo
Com a publicidade e a prestaccedilatildeo de contas ocorre transparecircncia na gestatildeo puacuteblica promovendopermitindo
melhor controle da coisa puacuteblica
Todos satildeo interligados
Bom Estudo
Controle
Transparecircncia
Publicidade
Prestaccedilatildeo de Contas
Assim a exemplo das instituiccedilotildees relacionadas na pesquisa preambularmente demonstrada o Oacutergatildeo Puacuteblico eacute o
estabelecimento que o cidadatildeo-membro busca recursos detidos pelo Estado os quais lhe proporcionem soluccedilotildees de me-
nor ou maior escala sempre em prol do bem comum
Dessa forma Hely Lopes Meirelles citado por Petrocircnio Braz (1999 p133) em seus escritos no Manual de Di-
reito Administrativo define o oacutergatildeo puacuteblico como sendo ldquo[] todo centro de competecircncia para desempenho de fun-
ccedilotildees atraveacutes de um ou vaacuterios agentes cuja atuaccedilatildeo eacute sempre imputada agrave pessoa juriacutedica a que pertencerdquo
Nesse prisma verificamos que nos oacutergatildeos puacuteblicos efetivamente acontecem agrave execuccedilatildeo e oferta dos serviccedilos
puacuteblicos
2 FUNDAMENTOS OBJETIVOS E OBRIGACcedilOtildeES DO ESTADO
21 CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
Considerando-se que a principal finalidade do Estado eacute zelar pelo bem comum e pela ordem social eacute de se con-
cluir por oacutebvio que a melhor atuaccedilatildeo estatal eacute aquela que atende aos anseios coletivos e ao interesse puacuteblico
E para materializar essa atuaccedilatildeo estatal ele presta serviccedilos puacuteblicos em todas as aacutereas que clamarem pela sua
iniciativa ou intervenccedilatildeo
22 SERVICcedilOS PUacuteBLICOS
221 Conceito
Segundo Celso Antocircnio Bandeira de Mello (1997 p6) em seu livro Curso de Direito Administrativo define
ldquoServiccedilo Puacuteblico eacute toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade material fruiacutevel diretamente pelos admi-
nistrados prestado pelo Estado ou por quem lhe faccedila agraves vezes sob um regime de direito puacuteblicordquo
Nesta mesma vertente Joseacute Cretela Junior em sua obra Tratado de Direito Administrativo (1997 p6) define
serviccedilo puacuteblico como sendo ldquo[] toda atividade que as pessoas juriacutedicas exercem direta e indiretamente para a satisfa-
ccedilatildeo das necessidades coletivas mediante procedimentos peculiares ao direito puacuteblicordquo
Por sua vez Marccedilal Justen Filho em seus registros denominado Curso de Direito Administrativo (2005 p479)
constatou ldquoO serviccedilo puacuteblico eacute a satisfaccedilatildeo concreta de necessidadesrdquo
Com essas definiccedilotildees e outras de bom conceito pode-se constatar que o serviccedilo para ser considerado puacuteblico
precisa a princiacutepio ser prestado pela Administraccedilatildeo Puacuteblica ou por uma delegaccedilatildeo desta estar submisso agraves normas e
controles estatais e visar agrave satisfaccedilatildeo de necessidades essenciais e ateacute secundaacuterias da coletividade eou conveniecircncia do
Estado
Desta forma a Carta Cidadatilde de 1988 (conforme a ela se referia o saudoso Ulisses Guimaratildees) relacionou e-
xemplos de serviccedilos puacuteblicos quando tratou das competecircncias dos entes da federaccedilatildeo (Uniatildeo Estados Municiacutepios e
Distrito Federal) nos artigos 21 23 25 30 e 32
Entretanto deve- se entender que tais indicaccedilotildees satildeo de caraacuteter exemplificativo e natildeo exaustivo como segue
Serviccedilo Puacuteblico pode ser compreendido no sentido estrito como aquele prestado de forma obrigatoacuteria e direta
pela Administraccedilatildeo ou no sentido de Serviccedilo de Utilidade Puacuteblica como aquele oferecido de forma facultativa pelo
Estado eou aquele de prestaccedilatildeo indireta por meio de autarquias paraestatais concessionaacuterias permissionaacuterias dentre
outros
222 Serviccedilos essenciais
Muito se tem discutido especialmente no Judiciaacuterio acerca de serviccedilos puacuteblicos essenciais estando pacificado
que esses tipos de serviccedilos natildeo podem ser interrompidos
Contudo haacute de se discordar do conceito de essencialidade aplicado pela maioria pois do ponto de vista do indi-
viacuteduo natildeo se pode medir a importacircncia de determinado serviccedilo apenas por sua relevacircncia coletiva Ou seja mesmo natildeo
fazendo parte do rol de serviccedilos essenciais definidos pelas fontes do direito todos os demais serviccedilos operados pelos
oacutergatildeos puacuteblicos podem ser essenciais ao cidadatildeo em determinado momento
A natildeo obtenccedilatildeo de uma certidatildeo de uma autorizaccedilatildeo ou qualquer outra chancela do poder puacuteblico por exem-
plo pode resultar em prejuiacutezo agrave pessoa Prejuiacutezo natildeo soacute de ordem material mas acima de tudo transtornos emocionais e
psiacutequicos de valores inestimaacuteveis
223 A organizaccedilatildeo dos Serviccedilos Puacuteblicos
Alguns poderes especiacuteficos satildeo atribuiacutedos aos administradores da coisa puacuteblica Dentre eles o de organizar o
funcionamento de seus oacutergatildeos
A accedilatildeo do agente puacuteblico inclusive pode ser manifestada por intermeacutedio de dois tipos de Poder o vinculado e
o discricionaacuterio
O Poder Vinculado como o proacuteprio termo sugere obriga o ato agrave obediecircncia agrave lei enquanto que o Poder Dis-
cricionaacuterio daacute maior margem de liberdade ao administrador
Eacute certo que ao Administrador Puacuteblico e agrave autoridade do Legislativo ou Judiciaacuterio nas funccedilotildees administrativas eacute
dado o poder de agir pela conveniecircncia do ato tratando-se neste caso do Poder Discricionaacuterio
Todavia neste caso natildeo significa que a autoridade teraacute integral liberdade de agir pois teraacute que se limitar ao a-
tendimento da conveniecircncia e oportunidade sem ferir os princiacutepios basilares da Administraccedilatildeo
Entretanto reprisem-se tais agentes natildeo podem infringir dispositivos e princiacutepios constituiacutedos sobretudo aque-
les agasalhados pelo manto da Carta Magna
Por sua vez Petrocircnio Braz em seu Manual de Direito Administrativo (1999 p197) pondera ldquoO ato adminis-
trativo seraacute discricionaacuterio quando a Administraccedilatildeo dispotildee para editaacute-lo de liberdade de escolha da oportunidade e da
conveniecircncia dentro dos limites da leirdquo
Segundo Maximilianus Claacuteudio Ameacuterico Fuhrer e Maximiliano Roberto Ernesto Fuhrer em Resumo de Direito
Administrativo (1998 p30) afirmam ldquoA discricionaridade natildeo se confunde com a arbitrariedade Esta se caracteriza
quando a autoridade age fora do interesse puacuteblico sem competecircncia ou de forma ilegalrdquo
Nesse sentido Celso Antocircnio Bandeira de Mello no livro Curso de Direito Administrativo (1994) complemen-
ta ldquoAo agir arbitrariamente o agente estaraacute agredindo a ordem juriacutedica pois teraacute se comportado fora do que lhe permite
a leirdquo
Por seu turno o Ministro do Superior Tribunal de Justiccedila Luiz Fux ao relatar O Recurso Especial nordm
575998MG (20030135074-8) da 1ordf Turma em 07102004 afirmou que o poder discricionaacuterio do Administrador Puacute-
blico eacute menor que o poder dos princiacutepios constitucionais pelo que deve submeter-se a estes
224 Direito de reclamaccedilatildeo do usuaacuterio
2241 Previsatildeo constitucional
Luiz Carlos Bresser Pereira (2001 p146) escrevendo a obra Reforma do Estado para A Cidadania asseverou
[] a crenccedila na possibilidade do planejamento e do controle central dos serviccedilos do Estado por uma burocracia racional
diminui a cada dia enquanto aumenta a confianccedila de que no niacutevel local cada vez mais eacute e seraacute possiacutevel controlar o
Estado e a sua burocracia
Felizmente a Emenda Constitucional nordm 19 de 05 de junho de 1998 modificou o paraacutegrafo 3ordm do artigo 37 da
Constituiccedilatildeo Federal (1988) lanccedilou uma fagulha de esperanccedila sobre a proteccedilatildeo dos direitos dos usuaacuterios da Administra-
ccedilatildeo Puacuteblica remetendo a questatildeo a ser disciplinada por meio de lei complementar
Segundo o entendimento de Adriana da Costa Ricardo Schier (2002 p8) a modificaccedilatildeo do sect3ordm o art 37 da
Constituiccedilatildeo Federal (1998) significa ldquo[] o fundamento de validade e legitimidade do direito paacutetrio portanto estaacute
novamente calcado nos alicerces da democracia e da justiccedila socialrdquo
Afirma ainda a autora
Com efeito alarga-se as possibilidades do cidadatildeo controlar os serviccedilos puacuteblicos Eles podem ser prestados atraveacutes de
um regime mais flexiacutevel pois seus resultados seratildeo apreciados por aqueles a quem devem atender os usuaacuterios ou cida-
datildeos-clientes na terminologia adotada com a reforma (SCHIER 2002 p 216-217)
Todavia apesar de existirem projetos tramitando no Congresso Nacional e saber-se que cada ente da federaccedilatildeo
poderaacute editar sua proacutepria lei lamentavelmente natildeo se chegou ateacute agora sete anos apoacutes a emenda a criar efetivamente
uma legislaccedilatildeo eficaz que regule a participaccedilatildeo no fornecimento de serviccedilos por parte dos oacutergatildeos puacuteblicos com base na
Emenda Constitucional 1998
Destarte continuam os cidadatildeos brasileiros desprovidos do direito de participaccedilatildeo na prestaccedilatildeo de serviccedilos puacute-
blicos sobretudo no campo da reclamaccedilatildeo tanto na qualidade de contribuintes quanto de usuaacuterios desses serviccedilos fi-
cando agrave mercecirc da inoperosidade e desqualificaccedilatildeo no atendimento
2242 Aplicaccedilatildeo do Coacutedigo de Defesa do Consumidor
Atualmente haacute uma predominacircncia da teoria de que natildeo se aplica ao caso os princiacutepios do Direito do Consumi-
dor por natildeo se tratar de relaccedilatildeo de consumo Alega-se que no assunto em discussatildeo serviccedilo puacuteblico aparece o Estado e
o Contribuinte e natildeo o Empresaacuterio e o Consumidor
Mas o relacionamento em muito se assemelha pois em ambos os casos existem aquele que paga e aquele que
fornece ou presta o serviccedilo
Aliaacutes o Coacutedigo de Defesa do Consumidor (CDC) editado pela Lei n 807890 equiparou o prestador de servi-
ccedilos puacuteblicos a fornecedor e o serviccedilo a produto mas tem gerado grande controveacutersia
Poreacutem o que mais afronta a cidadania eacute a diferenccedila com que eacute tratado o Contribuinte em comparaccedilatildeo com o
Consumidor Enquanto este negocia valores escolhe qualidades e eacute recebido com cortesia e empenho aquele eacute subme-
tido ao descaso agrave arrogacircncia agrave imposiccedilatildeo sem poder esboccedilar reaccedilatildeo jaacute que natildeo possui o poder de escolher o oacutergatildeo que
melhor lhe atenda mas fica sujeito agraves determinaccedilotildees do Estado
Ou seja no relacionamento entre Estado e Contribuinte inexiste a figura da concorrecircncia o que resulta em li-
berdade plena de atos por parte deste
3 FUNDAMENTOS PRINCIacutePIOS E ESTRUTURA DA ADMINISTRACcedilAtildeO PUacuteBLICA 31 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRACcedilAtildeO PUacuteBLICA
A Administraccedilatildeo Puacuteblica eacute a materializaccedilatildeo dos atos do Estado atuando na promoccedilatildeo do bem comum e na ma-
nutenccedilatildeo da ordem social utilizando-se da estrutura daquele para a realizaccedilatildeo de serviccedilos de interesse puacuteblico
Sua existecircncia estaacute fundamentada na existecircncia do proacuteprio Estado e sua atuaccedilatildeo se vecirc subordinada agrave lei do Es-
tado e aos princiacutepios que lhe satildeo aplicaacuteveis
Com isso pode-se constatar que o fundamento da Administraccedilatildeo Puacuteblica oriunda do surgimento e organizaccedilatildeo
estatal sendo regulada pelos instrumentos do direito puacuteblico e em situaccedilotildees excepcionais do direito privado
32 PRINCIacutePIOS APLICAacuteVEIS Agrave ADMINISTRACcedilAtildeO PUacuteBLICA
321 Princiacutepios Constitucionais (art 37)
I-Legalidade No Brasil [] ningueacutem seraacute obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senatildeo em virtude de lei dispotildee
o inciso II do art 5ordm da Constituiccedilatildeo Federal Brasileira de 1988 Isto vale para todo cidadatildeo brasileiro
No entanto tratando-se da Administraccedilatildeo Puacuteblica a regra eacute ainda mais rigorosa O administrador puacuteblico deve-
raacute estar sempre submisso agrave lei
A ex-primeira ministra da Inglaterra Margaret Tatcher de 1979 a 1990 denominada de ldquoDama de Ferrordquo afir-
mava ldquoA Autoridade estaacute abaixo da lei e a lei estaacute abaixo de Deusrdquo
Assim nos ensinamentos de Di Pietro ldquo[] a administraccedilatildeo puacuteblica natildeo pode por simples ato administrativo
conceder direitos de qualquer espeacutecie criar obrigaccedilotildees ou impor obrigaccedilotildees aos administrados para tanto ela depende
da leirdquo
Nesta vertente Hely Lopes Meirelles (2006) menciona
Na administraccedilatildeo puacuteblica natildeo haacute liberdade nem vontade pessoal Enquanto na administraccedilatildeo particular eacute liacutecito fazer tudo
o que a lei natildeo proiacutebe na Administraccedilatildeo Puacuteblica soacute eacute permitido fazer o que a lei autoriza A lei para o particular signifi-
ca lsquopode fazer assimrsquo para o administrador puacuteblico significa lsquodeve fazer assim
II - Impessoalidade O administrador natildeo poderaacute satisfazer interesse privado de um ou de outro mas visar sempre o bem comum a
coletividade o interesse puacuteblico
Eacute o claacutessico princiacutepio da finalidade
O fim legal eacute aquele que a lei estabelece tendo sempre um objetivo que eacute o interesse puacuteblico
Esse princiacutepio tambeacutem deveraacute ser entendido para se excluir a promoccedilatildeo pessoal de autoridades ou servidores
puacuteblicos sobre suas realizaccedilotildees administrativas conforme dispotildee o artigo 37 sect 1ordm da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federa-
tiva do Brasil (1988)
A publicaccedilatildeo dos atos programas obras serviccedilos e campanhas dos oacutergatildeos puacuteblicos deveratildeo ter caraacuteter educativo in-
formativo ou de orientaccedilatildeo social dela natildeo podendo constar nomes siacutembolos ou imagens que caracterizam promoccedilatildeo
pessoal de autoridades ou servidores puacuteblicos
Qualquer ato administrativo que natildeo atender ao interesse puacuteblico estaraacute sujeito agrave anulaccedilatildeo por desvio de finali-
dade Observe que o desvio de finalidade por parte dos agentes puacuteblicos constitui modalidade de abuso de poder
Eacute em decorrecircncia deste princiacutepio que temos o concurso e a licitaccedilatildeo
Eacute um princiacutepio ligado ao da isonomia (igualdade de direitos para todos)
III- Moralidade
Eacute atuar com eacutetica com honestidade com integridade de caraacuteter e boa conduta
O ato administrativo natildeo teraacute que obedecer somente agrave lei juriacutedica mas tambeacutem agrave lei eacutetica da proacutepria instituiccedilatildeo
porque nem tudo que eacute legal eacute honesto como jaacute diziam os romanos non omne quod licet honestum est (DI PIETRO
2001)
IV- Publicidade Eacute a divulgaccedilatildeo oficial do ato para conhecimento puacuteblico e iniacutecio de seus efeitos externos
Um ato mesmo regular precisa da publicaccedilatildeo para produzir efeitos no mundo juriacutedico
Eacute um princiacutepio que visa natildeo somente a divulgaccedilatildeo oficial dos seus atos mas tambeacutem propicia o conhecimento
da conduta interna de seus agentes
Aleacutem de dar efeito aos atos administrativos assegura efeitos externos pois leva ao conhecimento e controle pe-
los interessados diretos e pelo povo em geral atraveacutes de meios constitucionais como accedilatildeo popular mandado de segu-
ranccedila direito de peticcedilatildeo habeas data
V- Eficiecircncia
Surgiu na Constituiccedilatildeo Federal Brasileira (1988) pela Emenda de19 de junho de 1988 e foi inserida no art 5ordm
do texto legal
Por esse princiacutepio a Administraccedilatildeo Puacuteblica deveraacute investir na qualidade dos serviccedilos puacuteblicos escolhendo bem
e capacitando seus servidores para exigir deles a realizaccedilatildeo com competecircncia de suas atribuiccedilotildees para melhor aplicaccedilatildeo
do dinheiro puacuteblico e melhores atendimentos agrave populaccedilatildeo (contribuintes)
322 Princiacutepios fundamentais da Administraccedilatildeo Puacuteblica
A Reforma Administrativa de 1967 em seu artigo 6ordm do Decreto-Lei 20067 estabelece os princiacutepios fundamen-
tais de planejamento coordenaccedilatildeo delegaccedilatildeo de competecircncia controle descentralizaccedilatildeo da Administraccedilatildeo Federal
I ndash Planejamento
A Administraccedilatildeo Puacuteblica deve realizar o planejamento e indicar diretrizes e metas que deveratildeo orientar a accedilatildeo
governamental
Para os demais entes da Federaccedilatildeo (Estados Distrito Federal e Municiacutepios) mesmo natildeo se submetendo a esse
Decreto-Lei deveraacute se submeter agraves normas gerais de Planejamento que satildeo a Lei Orccedilamentaacuteria Anual a Lei de Diretri-
zes Orccedilamentaacuterias e o Plano Plurianual de Investimento
O Planejamento baacutesico da Administraccedilatildeo estaacute previsto na Constituiccedilatildeo Federal (1988) em seus artigos 165 a
169 na Lei Complementar 1012000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) e na Lei nordm 432064 (Lei da Contabilidade Puacute-
blica)
II ndash Coordenaccedilatildeo O princiacutepio da coordenaccedilatildeo visa entrosar as atividades da Administraccedilatildeo Puacuteblica O objetivo eacute harmonizar todas
as atividades da Administraccedilatildeo Puacuteblica submetendo-as ao que foi planejado
De aplicaccedilatildeo permanente a coordenaccedilatildeo impotildee-se a todos os niacuteveis da Administraccedilatildeo Puacuteblica por meio das
chefias individuais de reuniotildees de que participem as chefias subordinadas e de comissotildees de coordenaccedilatildeo em cada niacutevel
administrativo
III - Delegaccedilatildeo de Competecircncia
Nesse princiacutepio as autoridades da Administraccedilatildeo Puacuteblica transferem atribuiccedilotildees decisoacuterias a seus subordinados
IV ndash Controle
O controle das atividades administrativas da Administraccedilatildeo Puacuteblica eacute um dos meios pelos quais se exercita o
poder hieraacuterquico
Desta forma temos um oacutergatildeo superior controlando um oacutergatildeo inferior
V ndash Descentralizaccedilatildeo No sentido juriacutedico-administrativo descentralizar significa repassar para a outrem poderes da Administraccedilatildeo
Eacute a existecircncia de uma pessoa distinta do Estado a qual investida nos necessaacuterios poderes de administraccedilatildeo e-
xercita atividade puacuteblica ou de utilidade puacuteblica O ente ou entidade descentralizada age por outorga ou por delegaccedilatildeo
Exemplos convecircnios concessotildees permissotildees e autorizaccedilotildees
323 Princiacutepios Gerais da Administraccedilatildeo Puacuteblica
I - Princiacutepio da Supremacia do Interesse Puacuteblico sobre o Interesse Privado Na visatildeo de Marccedilal Justen Filho (2005) ldquo[] a supremacia do interesse puacuteblico significa sua superioridade so-
bre os demais interesses existentes na sociedade Os interesses privados natildeo podem prevalecer sobre o interesse puacutebli-
cordquo
Assim quando a Administraccedilatildeo desapropria um bem estaacute agindo em defesa do interesse puacuteblico mesmo que
para isso esteja ignorando o interesse privado
Dessa forma quando algueacutem eacute impedido em uma porta giratoacuteria de banco por exemplo os seus direitos indivi-
duais (ir e vir privacidade) satildeo menores que o direito de seguranccedila puacuteblica que abrangeraacute a muitos
II - Princiacutepio da Razoabilidade (Paracircmetro de Equiliacutebrio Racionalismo)
O administrador deveraacute pesar suas accedilotildees e decisotildees para natildeo agir com excessos e cometer injusticcedilas ou prejuiacute-
zos desnecessaacuterios
III - Princiacutepio da Proporcionalidade O administrador deveraacute medir sempre a proporccedilatildeo entre seus atos e respectivas razotildees e consequecircncias
O uso da forccedila pelo Estado eacute denominado de COERCcedilAtildeO
Natildeo confundir com COACcedilAtildeO que eacute o constrangimento fiacutesico ou moral para algueacutem praticar algum ato
No entanto a COERCcedilAtildeO deveraacute ser proporcional a cada caso
A desproporccedilatildeo nos atos do administrador poderaacute gerar entre outras irregularidades a do abuso de poder
IV - Princiacutepio da Motivaccedilatildeo
Eacute o dever que a Administraccedilatildeo tem de justificar seus atos
O administrador soacute poderaacute acionar a maacutequina puacuteblica desde que exista motivo legal para tanto
V - Princiacutepio do Devido Processo Legal e a Ampla Defesa
A atual Constituiccedilatildeo Federal promulgada em 05101988 consagrou no art 5ordm inciso LIV da CF ldquo[] nin-
gueacutem seraacute privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legalrdquo
Por sua vez preconiza o art 5ordm inciso LV da CF98 ldquo[] aos litigantes em processo judicial ou administrati-
vo e aos acusados em geral satildeo assegurados o contraditoacuterio e a ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentesrdquo
VI - Princiacutepio do Controle Judicial dos Atos Administrativos
Considerando que os atos do administrador poderatildeo ter eventualmente algum defeito ou ilegalidade o Poder
Judiciaacuterio poderaacute anular atos administrativos
No entanto a proacutepria administraccedilatildeo poderaacute REVOGAR ou ANULAR um ato administrativo se detectar que ele
eacute contraacuterio ao interesse puacuteblico ou agrave conveniecircncia administrativa
No caso de revogaccedilatildeo ou anulaccedilatildeo poderaacute ser declarado o efeito do ato
- Ex nunc (o efeito natildeo retroage e manteacutem o direito ateacute ali (presente data)
- Ex tunc (retroage e anula os direitos dali)
VII - Princiacutepio da Responsabilidade do Estado por Atos Administrativos
A Constituiccedilatildeo Federal (1988) estabelece no art 37 paraacutegrafo sexto prescrevendo que
As pessoas juriacutedicas de direito puacuteblico e as de direito privado prestadoras de serviccedilos puacuteblicos responderatildeo pelos danos
que seus agentes nessa qualidade causarem danos a terceiros assegurado o direito de regresso contra o responsaacutevel nos
casos de dolo ou culpa
Assim caso algueacutem se sinta prejudicado por ato de algum agente do Estado poderaacute optar em acionar apenas es-
te jaacute que o agente estava aos seus serviccedilos Exemplo Uma ambulacircncia da prefeitura bate em seu veiacuteculo se a culpa natildeo
foi sua vocecirc poderaacute buscar (administrativa ou judicialmente) o ressarcimento do dano diretamente contra o respectivo
Municiacutepio (Poder Executivo)
Eacute claro que essa eacute uma opccedilatildeo do prejudicado jaacute que ele poderaacute escolher apenas um ou mesmo os dois (agente
e municiacutepio ou um ou outro)Em caso de se provar que o agente agiu com culpa e o Estado (Municiacutepio) foi responsabi-
lizado este poderaacute (deveraacute) exigir o ressarcimento daquele
VIII - Presunccedilatildeo de Legitimidade Os atos da Administraccedilatildeo Puacuteblica presumem-se legiacutetimos ateacute que se prove o contraacuterio
IX ndash Especialidade Estaacute associado agrave descentralizaccedilatildeo administrativa e agrave criaccedilatildeo de entidades da administraccedilatildeo indireta autarquias
empresas puacuteblicas sociedades de economia mista e fundaccedilotildees puacuteblicas
X ndash Tutela Eacute o controle feito pela Administraccedilatildeo Puacuteblica Direta sobre as entidades da Administraccedilatildeo Puacuteblica Indireta
XI - Autotutela Eacute o poder da Administraccedilatildeo Puacuteblica de revogar ou anular seus proacuteprios atos
XII - Continuaccedilatildeo do Serviccedilo Puacuteblico
O serviccedilo puacuteblico eacute essencial para a sociedade e natildeo poderaacute parar
Princiacutepio cuja previsatildeo poderaacute ser encontrada nas Leis Federais nordm 898795 (das concessotildees) e nordm 807890
(CDC) por analogia bem como pela consagraccedilatildeo doutrinaacuteria e jurisprudencial
As interrupccedilotildees suspensotildees ou prestaccedilatildeo de forma reduzida tecircm sido condenadas pelos mais ilustres doutrina-
dores de nossa paacutetria
Serviccedilos Puacuteblicos oferecidos de maneira alternada retardada ou falha eacute segundo o mestre Hely Lopes Meirelles
(2005 p323) afronta do Estado ao direito do usuaacuterio eis que este por arcar com o ocircnus desses serviccedilos merece ser
tratado com apreccedilo e consideraccedilatildeo
33 A ESTRUTURA DA ADMINISTRACcedilAtildeO PUacuteBLICA MUNICIPAL
331 O Municiacutepio Organizaccedilatildeo Autonomia e Competecircncias
Antes do termo MUNICIacutePIO as aglomeraccedilotildees urbanas possuiacuteam o nome de CIDADEESTADO que surgiu
com a Repuacuteblica Romana no ano de 753 antes de Cristo
O Impeacuterio Romano dominou a maior parte do mundo civilizado por aproximadamente 12 (doze) seacuteculos Se-
gundo a histoacuteria o Imperador Romano Julio Cesar para manter a paz sobre as cidades conquistadas criou no ano 1979
de nossa era a figura do municipium ou municipia quando oferecia aos moradores subjugados a Roma de determinada
aglomeraccedilatildeo o direito da autoorganizaccedilatildeo e de escolherem seus governantes
Assim o sistema de organizaccedilatildeo urbana com o nome de MUNICIacutePIO passou a fazer parte de todos aqueles po-
vos e se estendendo a outras partes do mundo chegando a Portugal
No Brasil Colocircnia embora as reparticcedilotildees ganhassem outras nomenclaturas (Vilas Proviacutencias dentre outras) o
termo era aplicado na existecircncia da Cacircmara Municipal
De Constituiccedilatildeo a Constituiccedilatildeo desde a primeira do Brasil em 1824 o Municiacutepio foi obtendo maior importacircn-
cia
Poreacutem apenas na Constituiccedilatildeo Federal de 1988 eacute que foi concebido o MUNICIacutePIO nos moldes do que eacute hoje
Atualmente o Municiacutepio eacute tido como um dos entes (partiacutecipe) da Federaccedilatildeo
Assim segundo o art 1ordm da CF88 a Repuacuteblica Federativa do Brasil eacute formada pela UNIAtildeO dos Estados Muni-
ciacutepios e Distrito Federal E para explicar a divisatildeo administrativa do paiacutes o art 18 da Constituiccedilatildeo Federal define que
ldquoA organizaccedilatildeo poliacutetico-administrativa da Repuacuteblica Federativa do Brasil compreende a Uniatildeo os Estados o Distrito
Federal e os Municiacutepios todos autocircnomos nos termos desta Constituiccedilatildeordquo
332 A Criaccedilatildeo dos Municiacutepios
A Constituiccedilatildeo Federal Brasileira de 1988 ao prever a criaccedilatildeo de novos Municiacutepios deixou a regulamentaccedilatildeo
para as Assembleias Legislativas dos Estados
Entretanto por interesses poliacuteticos diretos dos Deputados Estaduais e outras lideranccedilas locais de1988 ateacute 1996
foram criados mais 1480 Municiacutepios no Brasil levando o nuacutemero total para 5562 e ainda existiam mais aproximada-
mente 900 em processo de criaccedilatildeo
Atendendo agrave necessidade de controlar a desenfreada proliferaccedilatildeo de novas cidades no paiacutes o Congresso Nacio-
nal votou a Emenda Constitucional nordm 15 que alterou o artigo 18 e remeteu para uma Lei Complementar Federal a com-
petecircncia para regulamentar a mateacuteria
De laacute pra caacute muita discussatildeo juriacutedica inclusive poreacutem praticamente cessou a criaccedilatildeo de novos municiacutepios no
paiacutes E apesar da Emenda Constitucional 57 de 2008 ter tratado da mateacuteria (convalidou a criaccedilatildeo de alguns municiacutepios
especificamente) ateacute agora natildeo foi aprovada a Lei Complementar Federal que regulamenta a criaccedilatildeo de Municiacutepios no
Brasil
Vaacuterios projetos de leis jaacute foram aprovados no Congresso mas foram vetados pela presidecircncia da repuacuteblica sob
alegaccedilatildeo de ldquoiniciativa prejudicial ao eraacuteriordquo
No dia 15 de julho de 2015 o Senado Federal aprovou (57 votos a 9) o Projeto de Lei Complementar 1992015
de autoria do senador Flexa Ribeiro que regula a criaccedilatildeo incorporaccedilatildeo fusatildeo e desmembramento de municiacutepios o qual
foi encaminhado agrave Cacircmara dos Deputados
Em tracircmite atualmente na Cacircmara dos Deputados com o nuacutemero 1372015 teve outro projeto de lei similar a-
nexado a ele de iniciativa do Deputado Daniel Vilela sob o nordm 2832016
No entanto por estar em processo de criaccedilatildeo anteriormente agrave Emenda nordm 15 nasceram posteriormente mais al-
guns Municiacutepios resultando atualmente em 5568 segundo o TSE - Tribunal Superior Eleitoral
333 Organizaccedilatildeo do Municiacutepio
A divisatildeo poliacutetico-administrativa do Municiacutepio possui uma sede (cidade) e distritos cujas sedes podem ser
chamadas de vilas
Os Poderes no Municiacutepio satildeo o Executivo e o Legislativo
O Executivo eacute comandado pelo Prefeito a partir do Paccedilo Municipal (Prefeitura) O Prefeito eacute eleito pelos eleito-
res locais para um mandato de 04 (quatro) anos e tem a responsabilidade de administrar o funcionamento da ldquomaacutequina
puacuteblicardquo visando o fornecimento de serviccedilos essenciais agrave populaccedilatildeo aleacutem de orientar o planejamento urbano e promo-
ver o bem comum da sociedade municipal
Para tanto poderaacute utilizar a administraccedilatildeo direta (prefeitura e seus oacutergatildeos) mas poderaacute possuir entidades de
administraccedilatildeo indireta para descentralizaccedilatildeo das competecircncias (autarquias fundaccedilotildees puacuteblicas empresas de puacuteblicas ou
de economia mista)
Na administraccedilatildeo direta a prefeitura possui via de regra em sua estrutura administrativa oacutergatildeos denominados
de Secretarias Departamentos Coordenaccedilotildees Gerencias Diretorias Divisotildees Serviccedilos e Setores
Os oacutergatildeos satildeo definidos como de meios quando oferecem condiccedilotildees agraves Secretarias para suas operaccedilotildees desti-
nados ao planejamento agrave instrumentalizaccedilatildeo e definiccedilatildeo das accedilotildees a serem realizadas
Geralmente satildeo os seguintes oacutergatildeos meios
- Secretaria de Governo
- Secretaria de Administraccedilatildeo
- Secretaria de Planejamento
- Secretaria Juriacutedica
- Secretaria de Financcedilas
Como oacutergatildeos fins (aqueles que realizam as accedilotildees)
- Secretaria de Obras
- Secretaria de Urbanismo
- Secretaria de Transportes
- Secretaria de Cultura e Esporte
- Secretaria de Sauacutede
- Secretaria de Educaccedilatildeo
- Secretaria de Meio Ambiente
- Secretaria de Bem Estar Social
Para realizar suas accedilotildees o Poder Executivo Municipal comandado pelo Prefeito utiliza trabalhadores denomi-
nados Servidores (efetivos comissionados e temporaacuterios) ou terceiros investidos em funccedilotildees de agentes puacuteblicos (con-
selheiros advogados contratados e cartoraacuterios dentre outros)
O Municiacutepio enquanto pessoa juriacutedica de direito puacuteblico interno possui bens e rendas Seus bens satildeo divididos
em regra da seguinte forma
- DE USO ESPECIAL (de uso proacuteprio da Administraccedilatildeo como o preacutedio da prefeitura as escolas o posto de sauacutede as secretarias den-
tre outros)
- DE USO COMUM DO POVO (tais como estradas municipais ruas parques praccedilas logradouros puacuteblicos etc)
- DOMINIAIS
(aqueles sobre os quais o Municiacutepio exerce os direitos de proprietaacuterio poreacutem estatildeo sem uso e disponiacuteveis)
334 Fontes de Recursos Puacuteblicos Municipais
Os recursos puacuteblicos dos Municiacutepios satildeo oriundos dos tributos arrecadados em seu territoacuterio ou de sua cota-
parte repassada pelo respectivo Estado e pela Uniatildeo
Nos artigos 145 e 156 da CF88 estaacute estabelecida a competecircncia do Municiacutepio para criar e receber seus proacuteprios
tributos como IPTU - ISSQN - ITBI - Contribuiccedilatildeo de Melhoria ndashTaxas e Tarifas
Poreacutem os arts 158 e 159 da CF88 definem que certo percentual dos impostos arrecadados pelo Estado (ICMS
ndash IPVA ndash ITCMD) respectivo bem como dos impostos recebidos pela Uniatildeo (IR ndash ITR ndash IPI ndash IOF ndash II ndash IE) deveratildeo
ser devolvidos ao Municiacutepio (FPM e Repasses especiacuteficos)
Outros recursos ainda poderatildeo perfazer a receita puacuteblica de um Municiacutepio como as heranccedilas alienaccedilotildees alu-
gueacuteis indenizaccedilotildees dentre outros (como as receitas natildeo tributaacuterias)
O territoacuterio do Municiacutepio eacute dividido entre aacuterea urbana e aacuterea rural definidas por meio de lei de zoneamento
Atualmente o Plano Diretor define a ocupaccedilatildeo utilizaccedilatildeo e destinaccedilatildeo de cada espaccedilo no acircmbito do Municiacutepio
(residencial comercial industrial ambiental dentre outros)
335 A autonomia do Municiacutepio
A autonomia dos Municiacutepios embora estivesse sempre impliacutecita no sistema brasileiro antigamente era atingida
pela interpretaccedilatildeo de cada eacutepoca em especial nos regimes de exceccedilatildeo (autoritaacuterios)
Evoluindo e firmando a questatildeo os constituintes de 1988 definiram expressamente essa autonomia municipal
principalmente nos arts 1ordm 18 29 30 35 145 e 156 da Carta Magna brasileira
A autonomia representa a natildeo subordinaccedilatildeo do governo municipal a qualquer autoridade estadual ou federal no
desempenho de suas atribuiccedilotildees
Representa ainda que as leis municipais em assuntos de competecircncia expressa e exclusiva dos Municiacutepios
prevalecem sobre as leis - estadual e federal inclusive sobre a Constituiccedilatildeo Estadual em caso de conflito
Os principais aspectos que indicam a autonomia dos Municiacutepios
- eleiccedilatildeo direta do Prefeito Vice-Prefeito e Vereadores
- organizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos de interesse local
- instituiccedilatildeo e arrecadaccedilatildeo dos tributos de sua competecircncia bem como aplicaccedilatildeo de suas rendas
- competecircncia para legislar sobre assuntos de interesse local inclusive suplementando a legislaccedilatildeo federal e estadual no
que lhe interessar e for possiacutevel
336 Competecircncias dos Municiacutepios
A relaccedilatildeo eacute essa indicada pela Constituiccedilatildeo Federal de 1988
Art 30 Compete aos Municiacutepios
I - legislar sobre assuntos de interesse local
II - suplementar a legislaccedilatildeo federal e a estadual no que couber
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competecircncia bem como aplicar suas rendas sem prejuiacutezo da obrigatoriedade
de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em leirdquo
IV - criar organizar e suprimir distritos observada a legislaccedilatildeo estadual
V - organizar e prestar diretamente ou sob regime de concessatildeo ou permissatildeo os serviccedilos puacuteblicos de interesse local
incluiacutedo o de transporte coletivo que tem caraacuteter essencial
VI - manter com a cooperaccedilatildeo teacutecnica e financeira da Uniatildeo e do Estado programas de educaccedilatildeo infantil e de ensino
fundamental (Redaccedilatildeo dada pela Emenda Constitucional nordm 53 de 2006)
VII - prestar com a cooperaccedilatildeo teacutecnica e financeira da Uniatildeo e do Estado serviccedilos de atendimento agrave sauacutede da popula-
ccedilatildeo
VIII - promover no que couber adequado ordenamento territorial mediante planejamento e controle do uso do parce-
lamento e da ocupaccedilatildeo do solo urbano
IX - promover a proteccedilatildeo do patrimocircnio histoacuterico-cultural local observada a legislaccedilatildeo e a accedilatildeo fiscalizadora federal e
estadual [grifos nossos]
337 Intervenccedilatildeo nos Municiacutepios
A Constituiccedilatildeo Federal de 1988 regulamentada nos arts 35 e 36 as uacutenicas exceccedilotildees em que o Estado poderaacute
intervir no Municiacutepio Satildeo elas
I- deixar de ser paga sem motivo de forccedila maior por dois anos consecutivos a diacutevida fundada
II- natildeo forem prestadas contas devidas na forma de lei
III- natildeo tiver sido aplicado o miacutenimo exigido da receita municipal na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
IV- o Tribunal de Justiccedila der provimento a representaccedilatildeo para assegurar a observacircncia de princiacutepios indicados na Consti-
tuiccedilatildeo Estadual ou para prover a execuccedilatildeo de lei de ordem ou de decisatildeo judicial
4 Gestatildeo de pessoal
41 - Funcionaacuterio ou Servidor
Ateacute a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 os trabalhadores nos oacutergatildeos puacuteblicos eram chamados de funcionaacuterios Po-
reacutem a partir dela esses trabalhadores receberam a denominaccedilatildeo geneacuterica de servidor
Na verdade a CF88 preferiu empregar a designaccedilatildeo servidor puacuteblico e agente puacuteblico para referir-se aos
trabalhadores do Estado
42 - Agente Puacuteblico
Agente Puacuteblico eacute a designaccedilatildeo mais abrangente alcanccedila os agentes poliacuteticos os servidores puacuteblicos e os parti-
culares em atuaccedilatildeo colaboradora
Os servidores puacuteblicos satildeo referidos como categoria de agentes puacuteblicos satildeo os agentes permanentes profissio-
nais a serviccedilo da Administraccedilatildeo Puacuteblica
43 - Agente Poliacutetico
O agente poliacutetico eacute aquele detentor de cargo eletivo eleito por mandatos transitoacuterios como os Chefes de Poder
Executivo e membros do Poder Legislativo aleacutem de cargos de Diplomatas Ministros de Estado e de Secretaacuterios nas
Unidades da Federaccedilatildeo os quais natildeo se sujeitam ao processo administrativo disciplinar Tambeacutem satildeo espeacutecies de agen-
tes puacuteblicos
44 ndash Funcionaacuterio no Coacutedigo Penal
No Coacutedigo Penal Brasileiro contudo haacute referecircncia a funcionaacuterio puacuteblico que tem abrangecircncia maior que a do
servidor puacuteblico Um mesaacuterio por exemplo ao exercer uma funccedilatildeo puacuteblica (ajudar no processo eleitoral) eacute funcionaacuterio
puacuteblico (em relaccedilatildeo aos atos praticados como mesaacuterio) apesar de ter uma funccedilatildeo puacuteblica transitoacuteria e natildeo remunerada
45 ndash Espeacutecies de servidor (regimes)
O termo servidor puacuteblico adotado pela Constituiccedilatildeo de 1988 (que deixou de utilizar a expressatildeo funcionaacuterio
puacuteblico embora ainda exista na legislaccedilatildeo ordinaacuteria)divide-se em trecircs espeacutecies
A - os servidores estatutaacuterios (ocupantes de cargos puacuteblicos e sujeitos ao regime estatutaacuterio)
B - os servidores temporaacuterios (para atender agrave alguma necessidade temporaacuteria de excepcional interesse puacuteblico (conforme
o art 37 IX da Constituiccedilatildeo) Satildeo contratados por tempo determinado exercem funccedilatildeo sem viacutenculo a cargo ou empre-
go puacuteblico e satildeo vinculados agrave CLT
C - os empregados puacuteblicos (contratados de acordo com o regime da legislaccedilatildeo trabalhista e detentores de emprego puacute-
blico) Ambos os Regimes de Trabalho estatildeo submetidos agraves normas constitucionais de ingresso mediante concurso puacuteblico e
aos paracircmetros de controle fiscal e financeiro da Uniatildeo e dos entes federados atraveacutes da Lei de Responsabilidade Fiscal
com exceccedilatildeo dos comissionados
46 - Provimento Provimento eacute o ato administrativo de preenchimento de cargo puacuteblico regulamentado no Brasil pela Lei Nordm
8112 de 11 de novembro de 1990(acircmbito federal)
De acordo com a legislaccedilatildeo o provimento poderaacute se dar mediante nomeaccedilatildeo promoccedilatildeo readaptaccedilatildeo reversatildeo
aproveitamento reintegraccedilatildeo e reconduccedilatildeo
Cada uma destas formas de provimento tem um significado especial na administraccedilatildeo puacuteblica e especificam a
forma legal de acesso ao cargo puacuteblico no Brasil
47 - Retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria A retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria referente aos serviccedilos prestados pelo agente puacuteblico ao estado se daacute da seguinte forma
171 - Vencimento eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria pelo exerciacutecio de cargo puacuteblico com valor fixado em lei
171 - Remuneraccedilatildeo eacute o vencimento do cargo efetivo acrescido das vantagens pecuniaacuterias permanentes estabelecidas
em lei
172 - Subsiacutedio eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria exclusiva e fixada em parcela uacutenica vedado o acreacutescimo de qualquer gratifi-
caccedilatildeo adicional abono precircmio verba de representaccedilatildeo ou outra espeacutecie remuneratoacuteria Esse tipo de remuneraccedilatildeo natildeo eacute
a regra geral e aplica-se aos casos que a lei especificar
173 - Provento eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria paga ao exercente de cargo puacuteblico quando passa da atividade para a inativi-
dade ou seja quando se aposenta
174 - Pensatildeo eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria paga agraves pessoas a quem a lei atribui a condiccedilatildeo de beneficiaacuterias do servidor
puacuteblico que veio a falecer
Deve-se ressaltar que nenhum salaacuterio dentro do serviccedilo puacuteblico pode ser superior ao valor dos subsiacutedios pagos
aos Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e que os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder
Judiciaacuterio natildeo poderatildeo ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo
Nos Municiacutepios o teto remuneratoacuterio eacute o subsiacutedio do Prefeito Municipal
Apesar dessas regras existirem muitas pessoas se questionam se elas satildeo de fato obedecidas
48 - Servidores de Carreira (efetivos)
A efetividade e a estabilidade satildeo institutos juriacutedicos distintos sendo que a natureza de um natildeo pode ser con-
fundida com a de outro Enquanto que a efetividade representa o modo de preenchimento do cargo que contempla esta
natureza por pressupor a permanecircncia e continuidade do servidor no exerciacutecio das suas atribuiccedilotildees a estabilidade eacute a
garantia de o servidor efetivo permanecer no serviccedilo puacuteblico apoacutes trecircs anos de efetivo exerciacutecio em cargo de provimento
efetivo nos termos do art 41 da Constituiccedilatildeo Federal soacute podendo ser dele afastado se configurada uma das hipoacuteteses
prevista no art 41 sect 1ordm
Natildeo haacute confundir efetividade com estabilidade porque aquela eacute uma caracteriacutestica da nomeaccedilatildeo e esta eacute um atri-
buto pessoal do ocupante do cargo adquirido apoacutes a satisfaccedilatildeo de certas condiccedilotildees de seu exerciacutecio A efetividade eacute um
pressuposto necessaacuterio da estabilidade Sem efetividade natildeo pode ser adquirida a estabilidade
49 - Cargo em Comissatildeo e Funccedilatildeo de Confianccedila
Ambos os cargos satildeo criados por lei e se destinam apenas agraves atribuiccedilotildees de direccedilatildeo chefia e assessoramento na
administraccedilatildeo puacuteblica federal e satildeo respectivamente preenchidos ou exercidas mediante livre nomeaccedilatildeo pela autoridade
competente na contrapartida das respectivas livres exoneraccedilatildeo e dispensa a qualquer tempo (ad nutum) seja a pedido
seja de ofiacutecio pela mesma autoridade que nomeou
A diferenccedila reside no fato de que as funccedilotildees de confianccedila satildeo exercidas exclusivamente por servidores ocupan-
tes de cargo efetivo enquanto os cargos em comissatildeo podem ser preenchidos por servidores que jaacute detenham cargos
efetivos de carreira de acordo com percentuais estabelecidos na sua lei de criaccedilatildeo Isto significa que devendo ser ocu-
pados por um percentual miacutenimo legal de servidores de carreira pode-se ter entatildeo as vagas restantes dos cargos em co-
missatildeo ocupadas por pessoas sem viacutenculo definitivo com a administraccedilatildeo
410 - Exoneraccedilatildeo e Demissatildeo
A exoneraccedilatildeo eacute o ato administrativo que desliga o servidor do serviccedilo puacuteblico encerrando viacutenculo funcional e
natildeo tem caraacuteter punitivo
Assim quando nos referirmos agrave exoneraccedilatildeo estamos tratando de uma forma de vacacircncia do cargo puacuteblico po-
reacutem que natildeo se caracteriza como penalidade de natureza disciplinar
Agora ao falarmos em demissatildeo estamos nos referindo a um ato administrativo que desliga o servidor ativo o-
cupante de cargo efetivo como forma de puniccedilatildeo por falta grave Tal penalidade deve ser apurada mediante um Processo
Administrativo Disciplinar assegurado ao acusado o contraditoacuterio e a ampla defesa
411 Cargos Comissionados e Funccedilotildees Gratificadas 4111 - Cargo em Comissatildeo
A denominaccedilatildeo ldquocargo em comissatildeordquo estaacute relacionada com a seguranccedila da relaccedilatildeo juriacutedica estabelecida entre o
seu titular e a Administraccedilatildeo Puacuteblica
Nessa perspectiva os cargos em comissatildeo podem ser permanentes na estrutura organizacional mas seus titula-
res satildeo transitoacuterios
Os seus ocupantes satildeo livremente nomeados e exonerados pela autoridade competente
4112 - Consequecircncias da livre nomeaccedilatildeoexoneraccedilatildeo A livre nomeaccedilatildeo para o cargo em comissatildeo tem como consequumlecircncia o fato de que o escolhido natildeo precisa pres-
tar concurso puacuteblico para assumir o cargo sendo selecionado em razatildeo da relaccedilatildeo de confianccedila que possui com a autori-
dade nomeante
Daiacute os cargos em comissatildeo serem popularmente chamados de ldquocargos de confianccedilardquo A relaccedilatildeo de confianccedila
deve ser estabelecida em face da confiabilidade quanto ao bom desempenho do profissional no exerciacutecio do cargo
A livre exoneraccedilatildeo significa que seu titular pode ser exonerado a qualquer momento pela autoridade nomeante
sem que haja necessidade de um processo administrativo ou mesmo de qualquer justificativa para tanto
Dessa forma o titular do cargo em comissatildeo natildeo adquire estabilidade impedindo-se assim que os exonerados
tenham direitos agraves verbas trabalhistas e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviccedilo (FGTS)
4113 - Regime juriacutedico
O regime juriacutedico aplicaacutevel aos cargos em comissatildeo eacute o regime estatutaacuterio ou seja todos os direitos e deveres
de seus titulares incluindo-se a remuneraccedilatildeo e as atribuiccedilotildees especiacuteficas devem estar previstos em lei de iniciativa do
prefeito conforme prevecirc o art 61 sect 1ordm II ldquoardquo da Constituiccedilatildeo Federal
Portanto do ponto de vista legal os cargos em comissatildeo natildeo podem ser regidos pela CLT
4114 - Atribuiccedilotildees dos cargos em comissatildeo
De acordo com o art 37 V da Constituiccedilatildeo Federal os cargos em comissatildeo satildeo destinados apenas agraves atribui-
ccedilotildees de direccedilatildeo chefia e assessoramento devendo ser preenchidos por servidores de carreira nos casos nas condiccedilotildees e
nos percentuais miacutenimos previstos em lei
4115 - Aposentadoria dos ocupantes de cargos em comissatildeo
Ao ocupante exclusivamente de cargo em comissatildeo declarado emlei de livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo eacute aplica-
do o Regime Geral de Previdecircncia Social ou seja deve estar vinculado ao regime administrado pelo INSS de acordo
com o art 40 sect 13 da Constituiccedilatildeo Federal
Neste caso a contribuiccedilatildeo previdenciaacuteria do municiacutepio (patronal) e do servidor eacute devida ao INSS
Caso o titular do cargo em comissatildeo tambeacutem seja servidor puacuteblico de carreira do municiacutepio ou seja titular de
cargo efetivo devidamente nomeado por concurso a aposentadoria seraacute pelo regime previdenciaacuterio adotado pelo muni-
ciacutepio
Nesse caso natildeo seraacute contribuinte obrigatoriamente do RGPS
4116 -Vedaccedilatildeo agrave nomeaccedilatildeo em cargo comissionado
Recentemente o STF editou a Suacutemula Vinculante no 13 limitando a liberdade de nomeaccedilatildeo para os cargos em
comissatildeo com o seguinte teor
A nomeaccedilatildeo de cocircnjuge companheiro ou parente em linha reta colateral ou por afinidade ateacute o terceiro grau
inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa juriacutedica investido em cargo de direccedilatildeo chefia ou
assessoramento para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou de confianccedila ou ainda de funccedilatildeo gratificada na administra-
ccedilatildeo puacuteblica direta e indireta em qualquer dos Poderes da uniatildeo dos estados do Distrito Federal e dos Municiacutepios com-
preendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocas viola a Constituiccedilatildeo Federal
Tratando-se de Suacutemula Vinculante seu cumprimento independe da existecircncia de lei municipal (art 103-A da
CF) sendo inclusive proibido ao municiacutepio criar lei reduzindo o alcance da Suacutemula
Todas as esferas da Administraccedilatildeo Puacuteblica ficam obrigadas aos termos de suacutemula vinculante
4117 - DESVIOS
41171 - Desvio de finalidade
Quando algum oacutergatildeo puacuteblico cria cargos comissionados visando a nomeaccedilatildeo de servidores para realizarem ati-
vidades diferentes daquelas permitidas pela Constituiccedilatildeo Federal (direccedilatildeo chefia e assessoramento) estar-se-aacute diante do
desvio de finalidade dos CCs
Embora lamentaacutevel eacute comum a existecircncia de cargos comissionados com nomenclaturas absolutamente diferen-
ciadas da previsatildeo legal assim como leis autorizadoras de CCs (independentemente da nomenclatura) sem a indicaccedilatildeo
das atribuiccedilotildees de seus ocupantes
Eacute que muitas das vezes o agente poliacutetico cria cargos comissionados por outras razotildees que natildeo aquela de rece-
ber o liacutecito apoio de pessoas de confianccedila para desempenhar seu ideaacuterio poliacutetico-administrativo
Com a intenccedilatildeo de beneficiar ou acolher apaniguados ou ateacute de cooptar eleitores ou ldquocabos eleitoraisrdquo o agente
poliacutetico utiliza-se dos cargos comissionados em verdadeiro desvio de finalidade
41172 - Desvio de funccedilatildeo
De idecircntica forma encontramos ocupantes de cargos comissionados realizando funccedilotildees distintas daquelas pre-
vistas para o CC
Eacute o caso de um Diretor que natildeo dirige um oacutergatildeo de um chefe que natildeo coordena serviccedilos nem possui servidor
sob suas ordens ou de um assessor que natildeo estaacute vinculado agrave autoridade nem realiza tarefas caracteriacutesticas de assesso-
ramento
O desvio de funccedilatildeo se caracteriza pela praacutetica de outras tarefas pelo ocupante do cargo comissionado que natildeo
aquelas fixadas na lei criadora do cargo ou determinadas para os tipos direccedilatildeo chefia e assessoramento
4118 - Conceito de Funccedilotildees de Confianccedila
As FGs satildeo gratificaccedilotildees pagas pelo desempenho de atividades de chefia coordenaccedilatildeo e supervisatildeo
Poderatildeo ser pagas apenas aos servidores EFETIVOS (concursados)
Deveraacute ser autorizada por Lei
A lei deveraacute quantificar e valorar cada FG
Aconselha-se a que a quantidade de FGs tenha correlaccedilatildeo com os CCs
Ao corresponder determinado valor de FG deveraacute ser analisada a natureza o grau de responsabilidade e a com-
plexidade da funccedilatildeo a ser exercida
Orienta-se a que os valores fixados para as FGs natildeo ultrapassem 45 da verba a tiacutetulo de vencimentos baacutesicos
A FG eacute temporaacuteria transitoacuteria
Natildeo perderaacute a gratificaccedilatildeo de funccedilatildeo o funcionaacuterio que se ausentar em virtude de feacuterias luto casamento doenccedila
comprovada serviccedilos obrigatoacuterios por lei ou de atribuiccedilotildees decorrentes de sua funccedilatildeo
O desempenho de Funccedilatildeo Gratificada exigiraacute dedicaccedilatildeo integral com carga horaacuteria miacutenima de 40 (quarenta)
horas semanais e natildeo daraacute direito a horas extras
Agraves FGs seratildeo aplicadas as normas referentes ao NEPOTISMO e (se existir previsatildeo em lei local) agrave Lei Ficha
Limpa
412 Temporaacuterios
4121 Contrataccedilatildeo Temporaacuteria de Pessoal
A contrataccedilatildeo por tempo determinado eacute o instrumento juriacutedico a ser formalizado pelos gestores quando presente
a necessidade temporaacuteria de contrataccedilatildeo de pessoal e o excepcional interesse puacuteblico (art 37 IX da CF)
4122 Como regulamentar O art 37 IX da Constituiccedilatildeo Federal deve ser regulamentado por lei municipal que indicaraacute os casos de con-
trataccedilatildeo temporaacuteria de excepcional interesse puacuteblico
Eacute ilegal a contrataccedilatildeo temporaacuteria sem previsatildeo especiacutefica em lei municipal
4123 Seleccedilatildeo de Pessoal A escolha do pessoal a ser contratado por tempo determinado para atender a necessidade temporaacuteria de excep-
cional interesse puacuteblico deveraacute ser feita mediante processo seletivo simplificado sujeito agrave ampla divulgaccedilatildeo e observa-
da a dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria especiacutefica
4124 Regime Contratual O contrato natildeo eacute regido pela CLT mas sim por um contrato especial (administrativo)
4125 Necessidade de contrataccedilatildeo eacute requisito baacutesico O gestor puacuteblico deve justificar as razotildees da contrataccedilatildeo temporaacuteria isto eacute demonstrar a temporariedade e o ex-
cepcional interesse puacuteblico bem como por que o bom andamento do serviccedilo puacuteblico ficaria prejudicado sem a contrata-
ccedilatildeo
4126 Algumas hipoacuteteses de contrataccedilatildeo temporaacuteria A contrataccedilatildeo temporaacuteria pode ser utilizada nos seguintes casos
i-
co ou calamidade puacuteblica que natildeo possam ser solucionados soacute com a utilizaccedilatildeo dos recursos humanos de que dispotildee a
Administraccedilatildeo Puacuteblica
alta transitoacuteria do titular de cargo ou emprego puacuteblico quando o afastamento possa sensivelmente prejudicar o an-
damento do serviccedilo municipal
413 Terceirizaccedilatildeo de Pessoal 4131 Conceito baacutesico
Eacute a transferecircncia de atividades complementares agrave finalidade do oacutergatildeo(de meios e natildeo de fins) A Terceiriza-
ccedilatildeo proporciona
- Economia
- Eficiecircncia
A terceirizaccedilatildeo soacute eacute autorizada no Poder Puacuteblico como contrato de prestaccedilatildeo de serviccedilos e natildeo de pessoal
4132 Cuidados a serem tomados nas terceirizaccedilotildees bull OBJETO Se se trata de contrataccedilatildeo de serviccedilos natildeo-essenciais (meios) e natildeo de matildeo-de-obra
bull ECONOMICIDADE
bull SUBORDINACcedilAtildeO (natildeo ao ente contratante)
bull LICITACcedilAtildeO
bull GARANTIAS DE EXECUCcedilAtildeO
bull ACOMPANHAMENTO DO CONTRATO
bull NO PAGAMENTO
- comprovaccedilatildeo da realizaccedilatildeo dos serviccedilos
- retenccedilotildees obrigatoacuterias
- docs comprobatoacuterios (fiscais ndash trabalhistas)
4133 Tipos de serviccedilos que podem ser terceirizados bull LIMPEZA PUacuteBLICA (pode)
bull SAUacuteDE (depende apenas se admite a terceirizaccedilatildeo de determinadas atividades materiais ligadas ao serviccedilo de
sauacutede)
bull EDUCACcedilAtildeO (mesmas regras da sauacutede)
bull conservaccedilatildeo
bull limpeza
bull Seguranccedila
bull vigilacircncia
bull Transportes
bull informaacutetica
bull copeiragem
bull Recepccedilatildeo
bull Reprografia
bull Telecomunicaccedilotildees
bull manutenccedilatildeo de preacutedios equipamentos e instalaccedilotildees
bull serviccedilos de office-boyldquo (atraveacutes de empresa e licitaccedilatildeo)
4134 Terceirizaccedilatildeo de advogados e contadores
Satildeo permitidas apenas nas exceccedilotildees indicadas no acoacuterdatildeo 11112008 do TCEPR e Prejulgado nordm 873 do
TCESC
4135 Contrataccedilatildeo de Oscip A sigla OSCIP significa ldquoOrganizaccedilatildeo da Sociedade Civil de Interesse Puacuteblicordquo e pode ser considerada tambeacutem
como ONG (Oacutergatildeo Natildeo Governamental) pois nada mais eacute do que o resultado da iniciativa privada em criar uma pessoa
juriacutedica sem fins lucrativos para atuar em defesa de assuntos ou objetivos de interesse de toda a coletividade ou de
grupos especiacuteficos da sociedade humana
OSCIP poderaacute ser enquadrada ainda como Terceiro Setor
O aporte de recursos puacuteblicos (subvenccedilotildees contribuiccedilotildees doaccedilotildees auxiacutelio) para uma OSCIP eacute possiacutevel desde
que seja por autorizaccedilatildeo legislativa da Cacircmara Municipal local
Conveniar tambeacutem pode desde que seja atraveacutes de processo licitatoacuterio na modalidade Concurso de Projetos
Poreacutem considerando a experiecircncia praticamente generalizada dos Municiacutepios brasileiros bem como as fre-
quentes e alarmantes notiacutecias na miacutedia indicando irregularidades em contratos com Oscips natildeo eacute recomendada a contra-
taccedilatildeo com esse tipo de instituiccedilatildeo
Trata-se de parceria muito complexa difiacutecil de controlar e passiacutevel de inuacutemeras irregularidades que afetaratildeo os
gestores
Por isto em caso de o setor de licitaccedilotildees receber a incumbecircncia de contratar OSCIPs orienta-se a demonstrar ao
setor juriacutedico e ao gestor os riscos e notiacutecias (traacutegicas para os envolvidos) que frequentemente satildeo divulgadas
Aliaacutes basta clicar no google o termo ldquoirregularidades OSCIPrdquo e verificar o grande nuacutemero de notiacutecias ruins
sobre esses relacionamentos
414 Estagiaacuterios
4141 Fundamentaccedilatildeo legal As regras para a contrataccedilatildeo de estagiaacuterios estaacute na Lei federal nordm 117882008
4142 Objetivos do estaacutegio Os sectsect 1ordm e 2ordm da Lei 117882008 dizem que o estaacutegio faz parte do projeto pedagoacutegico do curso aleacutem de inte-
grar o itineraacuterio formativo do educando
Que o estaacutegio visa ao aprendizado de competecircncias proacuteprias da atividade profissional e agrave contextualizaccedilatildeo cur-
ricular objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadatilde e para o trabalho
4143 Podem ser estagiaacuterios bull - estudantes de educaccedilatildeo especial e dos anos finais do ensino fundamental na modalidade profissional de educaccedilatildeo de
jovens e adultos
bull - estudantes do ensino superior da educaccedilatildeo profissional de niacutevel meacutedio e do ensino meacutedio regular
4144 Jornada do estagiaacuterio bull I ndash 4 (quatro) horas diaacuterias e 20 (vinte) horas semanais no caso de estudantes de educaccedilatildeo especial e dos anos finais do
ensino fundamental na modalidade profissional de educaccedilatildeo de jovens e adultos
bull II ndash 6 (seis) horas diaacuterias e 30 (trinta) horas semanais no caso de estudantes do ensino superior da educaccedilatildeo profissional
de niacutevel meacutedio e do ensino meacutedio regular
4145 Partes no contrato de estaacutegio
bull - instituiccedilatildeo de ensino
bull - empresa ou oacutergatildeo concedente do estaacutegio
bull - estudante
bull Agentes de integraccedilatildeo puacuteblicos e privados (CIEE ndash SINE) ndash Esta parte eacute opcional
4146 Prazo maacuteximo de estaacutegio bull DOIS (2) ANOS
bull (obs Deficiente poderaacute aumentar)
4147 Custos do estagiaacuterio bull 1 ndash no estaacutegio obrigatoacuterio o pagamento eacute opcional (bolsa ou salaacuterio)
bull 2 ndash no estaacutegio natildeo obrigatoacuterio o pagamento eacute obrigatoacuterio + vale-transporte
bull 3 ndash a contribuiccedilatildeo previdenciaacuteria eacute opccedilatildeo e por conta do estagiaacuterio
bull 4 ndash contratos acima de um (1) ano o estagiaacuterio tem direito a feacuterias
bull 5 ndash direitos que outros possuam nas aacutereas de sauacutede e seguranccedila no trabalho
bull 6 ndash seguro obrigatoacuterio contra acidentes pessoais
bull 7 ndash natildeo tem direito a FGTS
bull 8 ndash auxilio alimentaccedilatildeo eacute opccedilatildeo do concedente do estaacutegio
4148 Penalizaccedilotildees bull 1 ndash declaraccedilatildeo de viacutenculo empregatiacutecio
bull 2 ndash suspensatildeo por dois (2) anos de conceder estaacutegios
4149 Limites no nuacutemero de estagiaacuterios
bull 1 - a concedente natildeo poderaacute ultrapassar a tabela (20 de estagiaacuterios ndash considerando-se os empregados)
bull 2 ndash 10 das vagas de estaacutegio para deficientes
bull 3 ndash estudantes de niacutevel superior e de niacutevel meacutedio profissional natildeo tem limites
41410 Quem pode ser concedente de estaacutegio bull 1 ndash empresas da iniciativa privada
bull 2 ndash oacutergatildeos puacuteblicos
bull 3 ndash profissionais liberais
41411 Os oacutergatildeos puacuteblicos podem contratar estagiaacuterios
Tribunal de Contas de Santa Catarina ndash TCESC Prejulgados 2114
Processo CON-1100052280
Parecer COG 962011
Decisatildeo 19242012
Origem Cacircmara Municipal de Penha
Relator Cleber Muniz Gavi
Data da Sessatildeo 14052012
Data do Diaacuterio Oficial 17052012
ldquoNo acircmbito da Administraccedilatildeo Puacuteblica a contrataccedilatildeo de estagiaacuterios reger-se-aacute pelas normas da Lei n 1178808
podendo os entes federados complementar a mateacuteria atraveacutes de lei localrdquo
41412 Seleccedilatildeo
Poreacutem eacute exigiacutevel o processo licitatoacuterio para escolha do agente de seleccedilatildeo e pagamento das bolsas
Protocolo nordm 32034107
Relator Conselheiro Hermas Eurides Brandatildeo
Decisatildeo Acoacuterdatildeo nordm 181907 - Tribunal Pleno
Sessatildeo Tribunal Pleno Sessatildeo Ordinaacuteria nordm 46 de 131207
Publicaccedilatildeo no Atos Oficiais do Tribunal de Contas nordm133 de 250108
Suacutemula nordm 06
Enunciado ldquoOs acordos que tenham por objeto a seleccedilatildeo e o
pagamento de bolsas a estagiaacuterios da Administraccedilatildeo Puacuteblica celebrados de um lado por oacutergatildeo ou entidade da Adminis-
traccedilatildeo e de outro por ente puacuteblico ou privado com ou sem fins lucrativos tecircm natureza juriacutedica de CONTRATO AD-
MINISTRATIVO cuja celebraccedilatildeo submete-se a todas as regras fixadas na Lei nordf866693 devendo ser precedido de
procedimento licitatoacuteriordquo
41413 Registro contaacutebil dos gastos com estagiaacuterio
Acoacuterdatildeo 8282006 do Tribunal Pleno do TCEPR
Decisatildeo proferida em 22062006
Processo 3725572005
Origem Cacircmara Municipal de Campo Largo
Interessado Presidente da Cacircmara
Relator Conselheiro Fernando Augusto Mello Guimaratildees
ldquoEmenta consulta - sobre a inclusatildeo das despesas com estagiaacuterios em gastos com educaccedilatildeo - impossibilidade - gastos
com estagiaacuterios devem ser incluiacutedos no elemento outros serviccedilos de terceiros-pessoa fiacutesica relativos ao setor em que o
estagiaacuterio exerce suas atividades
41414 Nepotismo
Poderaacute ser contratado parente como estagiaacuterio desde que a empresa intermediaacuteria tenha realizado a seleccedilatildeo
41415 Cuidados do concedente oacutergatildeo puacuteblico
bull 1 ndash constatar a existecircncia de dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria
bull 2 ndash realizar licitaccedilatildeo para contratar a empresa intermediaacuteria (agentes de integraccedilatildeo puacuteblicos e privados ndash aquela que faraacute
a seleccedilatildeo e o pagamento de bolsas)
bull 3 ndash verificar se a empresa realizou a seleccedilatildeo do estagiaacuterio contratado
bull 4 ndash indicar orientador e supervisor
bull 5 ndash atribuir tarefas proacuteprias do curso
bull 6 ndash cumprir as regras legais (jornada-prazo-outras exigecircncias do contrato)
415 Acumulaccedilatildeo de cargos puacuteblicos
A Constituiccedilatildeo Federal no art 37 XVI estabelece os casos em que eacute permitida a acumulaccedilatildeo de cargos em-
pregos e funccedilotildees nas administraccedilotildees direta e indireta nas empresas puacuteblicas e nas sociedades de economia mista
Em face da complexidade da mateacuteria e da dificuldade de interpretaccedilatildeo do dispositivo constitucional o tema tem
suscitado muitas duacutevidas na administraccedilatildeo municipal
A seguir apresenta-se em siacutentese a orientaccedilatildeo firmada pelos Tribunais de Contas sobre a mateacuteria
4151 Cargo de professor com outro cargo teacutecnico ou cientiacutefico
Eacute permitido ao professor efetivo estadual atendidos aos preceitos do art 37 II da Constituiccedilatildeo Federal ser
nomeado para cargo teacutecnico ou cientiacutefico no municiacutepio havendo compatibilidade de horaacuterio respeitado o limite da jor-
nada de trabalho fixada no art 7ordm XIII combinado com o art 39 sect 3ordm ambos da Constituiccedilatildeo Federal
Natildeo eacute possiacutevel ao servidor puacuteblico que jaacute acumula cargo efetivo de professor com cargo teacutecnico ou cientiacutefico
receber cumulativamente a remuneraccedilatildeode secretaacuterio municipal ante a vedaccedilatildeo do art 37 XVI e XVII da Constituiccedilatildeo
Federal
4152 Cargo efetivo com cargo de secretaacuterio municipal
O servidor puacuteblico efetivo municipal ocupante de cargo de secretaacuterio do mesmo municiacutepio desde que autoriza-
do pela legislaccedilatildeo local pode optar entre a remuneraccedilatildeo do cargo efetivo e o subsiacutedio do cargo de secretaacuterio vedada a
percepccedilatildeo cumulativa
Caso o servidor efetivo municipal opte pelo subsiacutedio legalmente instituiacutedo para o cargo de secretaacuterio do mesmo
municiacutepio somente poderaacute perceber o valor correspondente ao subsiacutedio sem adicional gratificaccedilatildeo ou qualquer outro
estipecircndio nos termos do sect 4ordm do art 39 da Constituiccedilatildeo Federal
4153 Cargo em comissatildeo com cargo efetivo
A Constituiccedilatildeo Federal (art 37 XVI e XVII) natildeo permite a acumulaccedilatildeo remunerada de cargo de provimento e-
fetivo com a de cargo de provimento em comissatildeo
4154 Dois cargos em comissatildeo
A acumulaccedilatildeo remunerada de dois cargos comissionados eacute vedada pelo art 37 XVI da Constituiccedilatildeo Federal
Eacute incompatiacutevel a acumulaccedilatildeo de dois cargos em comissatildeo no acircmbito da Administraccedilatildeo Puacuteblica quaisquer que
sejam os poderes ou esferas por natildeo se enquadrar nas exceccedilotildees passiacuteveis de acumulaccedilatildeo estabelecidas pelo art 37 XVI
da Constituiccedilatildeo Federal
4155 Proventos de aposentadoria com a remuneraccedilatildeo de cargo efetivo
Eacute permitido ao servidor inativo retornar ao exerciacutecio da funccedilatildeo puacuteblica acumulando proventos e vencimentos
nos casos permitidos pelo sect 10 do art 37 da Constituiccedilatildeo Federal
O servidor puacuteblico aposentado pelo estado ou pelo municiacutepio com fundamento no arts 40 ou 42 da Constitui-
ccedilatildeo Federal que presta concurso puacuteblico e eacute nomeado para ocupar cargo puacuteblico municipal deve optar entre os proven-
tos da aposentadoria e a remuneraccedilatildeo do cargo em conformidade com o disposto no art 37 sect 10 da Constituiccedilatildeo Fede-
ral salvo os casos de acumulaccedilatildeo previstos nos arts 37 XVI 95 paraacutegrafo uacutenico I e 128 sect 5ordm II aliacutenea d da Consti-
tuiccedilatildeo Federal
4156 Proventos de aposentadoria com a remuneraccedilatildeo de cargo em comissatildeo
Eacute permitido ao servidor puacuteblico inativo sem viacutecio de acumulaccedilatildeo indevida exercer cargo de provimento em
comissatildeo acumulando proventos e vencimentos
4157 Permanecircncia do servidor no cargo ou emprego puacuteblico apoacutes a aposentadoria
Ao servidor puacuteblico natildeo eacute possiacutevel quando se aposenta continuar exercendo normalmente suas funccedilotildees jaacute que
eacute vedada a acumulaccedilatildeo remunerada de cargos puacuteblicos ressalvando-se a aposentadoria voluntaacuteria do empregado de
empresa puacuteblica ou sociedade de economia mista
4158 Acumulaccedilatildeo de cargos com o exerciacutecio de mandato eletivo
41581) Cargo efetivo com mandato de vereador
O vereador que for investido em cargo puacuteblico efetivo ou emprego puacuteblico do estado ou do municiacutepio apoacutes a-
provaccedilatildeo em concurso puacuteblico poderaacute tomar posse no cargo efetivo sem prejuiacutezo do mandato de vereador
O exerciacutecio concomitante do cargo puacuteblico efetivo e do mandato de vereador somente eacute possiacutevel quando houver
compatibilidade de horaacuterios
Neste caso o vereador poderaacute acumular as respectivas funccedilotildees bem como a remuneraccedilatildeo e as demais vantagens
do cargo efetivo com o subsiacutedio do mandato
Natildeo havendo compatibilidade de horaacuterios o agente seraacute afastado do exerciacutecio do cargo ou emprego sendo-lhe
facultado optar pela remuneraccedilatildeo do cargo efetivo ou do emprego
41582 Cargo comissionado com mandato de vereador
Eacute ilegiacutetimo o exerciacutecio concomitante de cargo em comissatildeo pertencente agrave estrutura do Poder executivo munici-
pal com o mandato de vereador em decorrecircncia do princiacutepio da separaccedilatildeo das funccedilotildees estatais uma vez que na relaccedilatildeo
decorrente do cargo comissionado haveraacute submissatildeo do vereador aos comandos do chefe do Poder executivo municipal
incompatiacutevel com o exerciacutecio da vereanccedila
41583 Acumulaccedilatildeo de cargo de meacutedico com o exerciacutecio do mandato de prefeito
O servidor puacuteblico ocupante de cargo efetivo ou emprego puacuteblico de meacutedico pertencente agrave estrutura do Poder
executivo eleito prefeito deve se afastar do cargo ou emprego sendo-lhe facultado optar pela remuneraccedilatildeo do cargo ou
emprego nos termos do art 38 II da Constituiccedilatildeo Federal
Enquanto permanecer no exerciacutecio do mandato de prefeito o ocupante de cargo ou emprego de meacutedico natildeo po-
de realizar serviccedilos profissionais pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede (SuS) com habitualidade incluindo o meacutetodo de creden-
ciamento por caracterizar acumulaccedilatildeo remunerada de funccedilotildees puacuteblicas
Salvo vedaccedilatildeo na Lei Orgacircnica do municiacutepio o meacutedico em exerciacutecio do cargo de prefeito natildeo estaacute impedido de
realizar procedimento ciruacutergico em casos excepcionais para atendimentos emergenciais cuja recusa possa caracterizar
omissatildeo de socorro
41584 Acumulaccedilatildeo de cargo efetivo com mandato de vice prefeito
Eacute inconstitucional a acumulaccedilatildeo da remuneraccedilatildeo de cargo efetivo com o subsiacutedio de vice-prefeito em face da
inaplicabilidade agrave espeacutecie da norma do art 38 III da Constituiccedilatildeo Federal que se restringe tatildeo somente ao vereador
Entretanto o servidor puacuteblico efetivo que ver a exercer mandato de vice-prefeito pode optar entre a remunera-
ccedilatildeo do cargo e o subsiacutedio de vice-prefeito
Caso o servidor faccedila a opccedilatildeo pelo subsiacutedio teraacute direito ao recebimento apenas do valor correspondente ao sub-
siacutedio (parcela uacutenica) ficando vedado o pagamento de adicional gratificaccedilatildeo ou quaisquer outras vantagens do cargo
efetivo nos termos do sect 4ordm do art 39 da Constituiccedilatildeo Federal
41585 Acumulaccedilatildeo de cargo de vice prefeito com cargo comissionado
O vice-prefeito designado para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou funccedilatildeo de confianccedila no acircmbito do Poder
Executivo deveraacute optar entre o subsiacutedio de vice-prefeito e a remuneraccedilatildeo do cargo ou da funccedilatildeo
O vice-prefeito investido no cargo de secretaacuterio municipal deveraacute optar entre o subsiacutedio afeto ao mandato eleti-
vo e o vencimento do respectivo cargo
4159 Direito ao subsiacutedio mensal mdash vice-prefeito
O vice-prefeito exercendo ou natildeo funccedilatildeo executiva na administraccedilatildeo municipal tem direito agrave percepccedilatildeo mensal
do subsiacutedio de vice-prefeito fixado pela cacircmara municipal
41510 Acumulaccedilatildeo de cargos e o respeito ao teto remuneratoacuterio
O provento de aposentadoria subsiacutedio de agente poliacutetico e vencimento pelo exerciacutecio de cargo puacuteblico recebi-
dos aglutinadamente devem observar o teto remuneratoacuterio instituiacutedo pelo inciso XI do art 37 da Constituiccedilatildeo Federal
416 Nepotismo
O significado original da palavra nepotismo eacute governo dos sobrinhos jaacute que eacute derivada de nepoteounipo-
te(sobrinho ou neto em latim) e foi aplicada em referecircncia aos Papas do Renascimento (de Sisto IV a Paulo III) que
nomeavam sobrinhos e outros parentes para posiccedilotildees clericais e administrativas de importacircncia assim como aos Gover-
nantes japoneses tanto no periacuteodo Heian (por volta do ano 669) quanto no comeccedilo do seacuteculo IX (governo da famiacutelia
Fujiwara) e ateacute nos anos 1960 com Kiyomori
Com o sufixo ismo a palavra indica a concessatildeo de privileacutegios ou cargos a parentes no funcionalismo puacuteblico
Distingue-se do favoritismo simples que natildeo implica relaccedilotildees familiares com o favorecido
Em 2008 julgando um dos processos que chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) aquela Corte editou a
Suacutemula 13 com o seguinte texto
Suacutemula vinculante 13 de 210808
ldquoA nomeaccedilatildeo de cocircnjuge companheiro ou parente em linha reta colateral ou por afinidade ateacute o terceiro grau
inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa juriacutedica investido em cargo de direccedilatildeo chefia ou
assessoramento para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou de confianccedila ou ainda de funccedilatildeo gratificada na
administraccedilatildeo puacuteblica direta e indireta em qualquer dos Poderes da Uniatildeo dos Estados do Distrito Federal e dos
Municiacutepios compreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocas viola a Constituiccedilatildeo Federalrdquo
Data de Aprovaccedilatildeo Sessatildeo Plenaacuteria de 21082008Fonte de Publicaccedilatildeo DJe nordm 1622008 p 1 em 2982008DO de
2982008 p 1
Assim fundamentados especialmente nos princiacutepio constitucionais da impessoalidade e da moralidade o maior
oacutergatildeo do Poder Judiciaacuterio brasileiro definiu como proibidas as nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos em comissatildeo ou
funccedilotildees de confianccedila de familiares dos nomeantes em ateacute terceiro grau de parentesco
O parentesco segundo o Coacutedigo Civil (arts 1591 a 1595) eacute identificado em trecircs linhas distintas
a) reta (ascendente e descendente pai matildee avocirc avoacute filho filha neto neta)
b) colaterais (provecircm de um tronco comum mas natildeo descendem uma das outras irmatildeo irmatilde tio tia) e
c) por afinidade (o viacutenculo que se estabelece entre um cocircnjuge e os parentes do outro cocircnjuge)
De ressaltar que a Suacutemula 13 do STF abrangeu o famoso nepotismo cruzado que eacute a combinaccedilatildeo entre nomean-
tes para a contrataccedilatildeo direta de servidores parentes seus de forma cruzada (o parente de um eacute contratado pelo outro e
vice versa) pois ao final do texto consta ldquocompreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocasrdquo
E mantendo a maacutexima de que cada regra tem sua exceccedilatildeo o STF declarou na sequencia (no Recurso Extraordi-
naacuterio nordm 579951RN) que a exceccedilatildeo dessa proibiccedilatildeo seria a possibilidade de nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos poliacuteti-
cos aiacute compreendidos os Ministros de Estado Secretaacuterios de Estado e Secretaacuterios Municipais
Entatildeo dessa data em diante (2982008 publicaccedilatildeo da suacutemula 13 do STF) passou-se a ser proibido o
nepotismoem cargos e funccedilotildees puacuteblicas de livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo
Em resumo quando da ediccedilatildeo da Suacutemula 13 a Corte Maacutexima do Poder Judiciaacuterio paacutetrio definiu que
1 ndash Eacute PROIBIDA A NOMEACcedilAtildeO EM CC OU FG DECOcircNJUGE OU PARENTE DA AUTORIDADE NOMEANTE
OU DE OUTRO SERVIDOR NESTES CARGOS (CC ou FG) ATEacute TERCEIRO GRAU
2 ndash CARGOS DE MINISTROS E SECRETAacuteRIOS PODEM SER OCUPADOS POR PARENTES
Pois bem
Apoacutes a proibiccedilatildeo pelo Supremo e vasta interpretaccedilatildeo do Poder Judiciaacuterio outros pontos natildeo abrangidos (ou es-
clarecidos) pela Suacutemula 13 foram praticamente pacificados
Vejamos os mais relevantes
1ordm ndash A LEI (Ordinaacuteria-Complementar-Orgacircnica) PODE AMPLIAR AS PROIBICcedilOtildeES abrangendo inclusive os Minis-
tros e Secretaacuterios (impedindo a contrataccedilatildeo de parentes ou limitando o nuacutemero de parentes contratados)
2ordm ndash Para a configuraccedilatildeo de nepotismo cruzado soacute se houver prova da reciprocidade Ou seja se ocorrer o ajuste a com-
binaccedilatildeo a troca de favores entre autoridades puacuteblicas
3ordm - Parente de Autoridade Puacuteblica ou de servidor de um mesmo oacutergatildeo poderaacute ocupar CC ou FG se foi nomeado antes
da posse deste
4ordm ndash Servidor efetivo poderaacute ser nomeado em CC ou designado em FG em mesmo oacutergatildeo de Gestor Puacuteblico ou servidor
parente se natildeo for nomeado por ele ou subordinado a ele
5ordm ndash Servidores de um mesmo oacutergatildeo ocupantes de Cargo Comissionado ou Funccedilatildeo de Confianccedila que venham a se tor-
nar um casal depois do ingresso no cargo ou funccedilatildeo e desde que natildeo ocorra subordinaccedilatildeo direta entre si natildeo seraacute con-
siderado nepotismo 6ordm ndash Ex-cocircnjuge comprovadamente podem ser nomeados pelo ex sem caracterizar nepotismo
7ordm ndash Nos casos de requisiccedilatildeocessatildeo de servidores por autoridades ou oacutergatildeos aplicam-se as regras do nepotismo
8ordm ndash Parentesco com autoridades puacuteblicas ou servidores falecidos ou aposentados natildeo incidem a Suacutemula 13
9ordm ndash Contrataccedilatildeo de estagiaacuterios que sejam parentes de autoridades ou servidores do oacutergatildeo concedente do estaacutegio natildeo se
configura nepotismo desde que haja seleccedilatildeo preacutevia
10ordm ndash Contratar sem licitaccedilatildeo pessoa juriacutedica na qual haja administrador ou soacutecio com poder de direccedilatildeo que seja fami-
liar de detentor de cargo em comissatildeo ou funccedilatildeo de confianccedila que atue na aacuterea responsaacutevel pela demanda ou de autori-
dade a ele hierarquicamente superior
Por fim destacar que os caminhos juriacutedicos para exigir a exoneraccedilatildeo de parentes que ocupem cargos comissio-
nados ou funccedilotildees de confianccedila bem como coibir e responsabilizar os agentes puacuteblicos que desrespeitarem a regra cons-
tante da Suacutemula 13 do STF e demais acervo jurisprudencial referentemente ao nepotismo poderaacute ser a Accedilatildeo Civil Puacute-
blica(art 1ordm inciso IV da Lei 734785) ou ateacute mesmo a Reclamaccedilatildeo ao STF (art 102 inciso I aliacutenea l da Constitu-
iccedilatildeo Federal)
Jaacute as consequecircncias juriacutedicas para quem desobedecer agraves normas combatentes do nepotismo possuem as seguin-
tes hipoacuteteses
1ordf ndash Consequecircncias para o servidor nomeado ou designado pela omissatildeo de informar agrave Administraccedilatildeo Puacuteblica o fato de
se encontrar sob o alcance da Suacutemula Vinculante nordm 13 do STF incide o crime de falsidade ideoloacutegica (art 299 do Coacute-
digo Penal) bem como pela manutenccedilatildeo do cargo ou emprego puacuteblico sabendo do impedimento incide em crime de
desobediecircncia agrave decisatildeo judicial (art 359 CP)
2ordf ndash Consequecircncias para o agente poliacutetico pela omissatildeo incide no crime de prevaricaccedilatildeo (art 319 CP) e na esfera
poliacutetico-administrativa incorre no crime de improbidade administrativa (art 11 I e II cc o art 12 III todos da Lei nordm
842992) pode-se aplicar a ele ainda no caso dos prefeitos municipais estaratildeo sujeitos agrave cassaccedilatildeo do mandato eletivo
(Decreto-lei 20167 art 4ordm VII)
417 - GASTOS COM PESSOAL
O paracircmetro a ser empregado nos caacutelculos da despesa com pessoal haacute de ser a Receita Corrente Liquida
ndash RCL conceituada no inciso IV do art 2ordm da LRF
Considera-se despesa com pessoal nos termos do artigo 18 da LFR todas as vantagens vencimentos sa-
laacuterios proventos adicionais gratificaccedilotildees horas extras encargos sociais subsiacutedios dos agentes poliacuteticos e qual-
quer outra espeacutecie remuneratoacuteria
A verificaccedilatildeo das adequaccedilotildees das despesas efetivamente realizadas com pessoal em relaccedilatildeo agrave RCL deveraacute
ocorrer nos termos do artigo 22 da LRF ao final de cada quadrimestre
Os resultados obtidos seratildeo por sua vez informados no Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal correspondente ao
mesmo periacuteodo de apuraccedilatildeo sendo facultado aos Municiacutepios com populaccedilatildeo inferior a cinquumlenta mil habitantes
apurar esse comprometimento ao final de cada semestre (art 62 I e II ldquobrdquo)
Segundo art 20 da LRF a reparticcedilatildeo dos limites globais de cada ente eacute de
PoderEnte Uniatildeo EstadosDF Municiacutepios
Executivo 409 490 540
LegislativoTC 60 60 60
Judiciaacuterio 25 30 -x-
Ministeacuterio Puacuteblico 06 20 x-
Totais 500 600 600
Visando coibir despesas em excesso praticados pelas Cacircmaras Municipais houve emenda constitucional
disciplinando os percentuais destas (EC nordm 252000) sem no entanto disciplinar seu conceito e composiccedilatildeo toda-
via excluiu-se as despesas com inativos resultando em limites diversos em relaccedilatildeo agrave LRF vejamos
Populaccedilatildeo Limites EC 25 (ex-
clui inativos)
Limites LRF
(inclui inativos)
Ateacute 100000 habitantes 56 6
De 100001 a 300000 hab 49 6
De 301000 a 500000 hab 42 6
Acima de 500000 hab 35 6
LRF - art 22
Se a despesa de pessoal exceder a 95 do limite estabelecido no artigo 20 os Poderes e oacutergatildeos que incor-
rem no excesso ficaratildeo vedados de criar cargo emprego ou funccedilatildeo e efetuar provimento de cargo puacuteblico admis-
satildeo ou contrataccedilatildeo de pessoal a qualquer tiacutetulo
Exceccedilatildeo (artigo 22 inciso IV) aacutereas de educaccedilatildeo sauacutede e seguranccedila restringindo-se quando esta se ca-
racterizar por falecimento ou aposentadoria
Para os casos de extrapolaccedilatildeo dos limites determinada pelo artigo 169 da CF88 nos termos do art 23 da
LRF deveraacute o ente propor medidas para sua adequaccedilatildeo com a maior brevidade possiacutevel
Isto posto nos dois quadrimestres seguintes deveraacute observar as providecircncias previstas nos sectsect 3ordm e 4ordm do
art 169 da CF quais sejam
Reduccedilatildeo de pleno menos vinte por cento das despesas com cargos em comissatildeo e funccedilotildees de confianccedila
Exoneraccedilatildeo dos servidores natildeo estaacuteveis
Exoneraccedilatildeo dos servidores estaacuteveis se natildeo alcanccedilada a reduccedilatildeo necessaacuteria com as medidas anteriores desde
que ato normativo de cada Poder especifique a atividade funcional o oacutergatildeo ou unidade administrativa objeto de
reduccedilatildeo de pessoal
O servidor que neste caso perder o cargo faraacute jus a indenizaccedilatildeo correspondente a um mecircs de remunera-
ccedilatildeo por ano de serviccedilos sendo que esta natildeo seraacute computada para fins de despesas com pessoal
Permanecendo o excesso ficaraacute o ente impedido de receber transferecircncias voluntaacuterias
418 - Despesas gerais
4181 - Diaacuterias
a) ndash cobrem hospedagem e alimentaccedilatildeo
b) ndash aplicaccedilatildeo do princiacutepios da razoabilidade proporcionalidade e moralidade
c) ndash devem ser liberadas motivadamente (interesse puacuteblico)
d) ndash dependem de lei autorizatoacuteria
e) ndash podem ser liberadas para participaccedilatildeo em eventos
f) ndash natildeo podem configurar ldquosalaacuteriordquo
g) ndash exigem comprovaccedilatildeo de realizaccedilatildeo do objetivo
h) ndash a partir de 50 do valor da remuneraccedilatildeo incide ir e inss
i) ndash a fixaccedilatildeo do valor pode ser variaacutevel de municiacutepio para municiacutepio
j) ndash fraude ou simulaccedilatildeo no pagamento de diaacuteria acp
4182 - Adiantamentos eacute proibido
4183 -Seguro de vidaeacute possiacutevel
4184 - Vale Transporteeacute possiacutevel
4185 - Plano de sauacutedesoacute para servidoresvereadores natildeo
4186 -Veiacuteculo proacuteprio
Segundo o TCRPR eacute proibido agrave Cacircmara pagar combustiacutevel para veiacuteculos dos vereadores
O TCE-PR alega que a Administraccedilatildeo Puacuteblica natildeo pode arcar com gastos inerentes a despesas com veiacuteculos
particulares dos Edis mesmo que a serviccedilo do Legislativo haja vista a inexistecircncia de contrato precedido de Licitaccedilatildeo e
diante das normas de direito administrativo onde qualquer aquisiccedilatildeo efetuada pelo Poder Puacuteblico depende de contrato
este em regra precedido de licitaccedilatildeo
Alega inclusive que essa despesa eacute estranha ao orccedilamento sem amparo legal
Ateacute em relaccedilatildeo aos servidores o TCE desaconselha o ressarcimento de despesas com combustiacutevel particular
por aplicaccedilatildeo do art 29 da CE89 ou da Lei Orgacircnica Municipal que geralmente preveem incompatibilidade negocial
Vale ressaltar que outros Tribunais de Contas divergem ou convergem com o TCEPR
Vejamos
O TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA PERMITE
PREJULGADO 2082 DO TCESC
ldquoA Cacircmara Municipal pode disciplinar o uso de veiacuteculos oficiais de sua propriedade a exemplo da Lei Estadual ndeg
79871990 (regulamentada pelo Decreto ndeg 34212005) e do Decreto Federal ndeg 64032008 (disciplinado pela Instru-
ccedilatildeo Normativa ndeg 0032008 do Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeordquo
PREJULGADO 1268 DO TCESC
A Cacircmara Municipal poderaacute ressarcir as despesas de combustiacutevel de veiacuteculos particulares desde que (a) previamente
autorizada em lei especiacutefica (b) relacionada a deslocamento dos Vereadores para fora de jurisdiccedilatildeo municipal (c) os
assuntos tratados nas viagens sejam de interesse puacuteblico (d) haja expressa autorizaccedilatildeo da Cacircmara Municipal para a rea-
lizaccedilatildeo da viagem (e) os veiacuteculos utilizados nestas condiccedilotildees estejam previamente cadastrados no oacutergatildeo competente do
Pode Legislativo e (f) sejam aplicaacuteveis somente a casos excepcionais
O TCE DE MG PROIacuteBE
Consulta nordm 810007- TCEMG
Tribunal de Constas do Estado - Cacircmara natildeo pode pagar gasolina para vereadores O relator Cons Elmo Braz adotou o
parecer do Auditor Hamilton Coelho para responder agraves indagaccedilotildees Inicialmente a Auditoria asseverou que o TCEMG
jaacute declarou em diversas oportunidades a ilegalidade do abastecimento de veiacuteculos particulares de vereadores com re-
cursos da Cacircmara ainda que para uso no interesse do oacutergatildeo mencionando nesse sentido a Consulta nordm 810007 (Rel
Cons Eduardo Carone Costa sessatildeo de 030210) ndash v Informativo 17 O Auditor transcreveu parte do parecer exarado
naquela Consulta no sentido de que a utilizaccedilatildeo de veiacuteculo de propriedade particular de vereador mediante contrapresta-
ccedilatildeo (abastecimento) a serviccedilo da Administraccedilatildeo Puacuteblica configuraria contrato de locaccedilatildeo de fato e de que o uso interca-
lado do veiacuteculo ndash ora em caraacuteter particular ora a serviccedilo ndash tornaria difiacutecil a mensuraccedilatildeo do quantum a ser indenizado
redundando em confusatildeo patrimonial envolvendo o agente puacuteblico e o oacutergatildeo contratante
O TCEMT PERMITE
Processo nordm 2073652010 - 19042011
ldquoCAcircMARA MUNICIPAL DE NOVA OLIacuteMPIA CONSULTA CAcircMARA MUNICIPAL VEREADOR VERBA DE
NATUREZA INDENIZATOacuteRIA POSSIBILIDADE SE OBSERVADOS OS REQUISITOS IMPOSSIBILIDADE DE
PAGAMENTO DE DESPESAS COM MANUTENCcedilAtildeO DO GABINETE DO PARLAMENTAR POSSIBILIDADE
DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS COM ABASTECIMENTO DE VEIacuteCULO PARTICULAR DO VEREADOR
E DE ACUMULACcedilAtildeO COM A DIAacuteRIA QUANDO CONTEMPLAREM O RESSARCIMENTO DE DESPESAS
DISTINTAS PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS NOS TERMOS DA LEI QUE A INSTITUIRrdquo
4187 - Passagens
Por se tratar de despesa com caracteriacutesticas muito proacuteprias jaacute que os valores se alteram permanentemente mas eacute
possiacutevel a reduccedilatildeo dos preccedilos sobretudo com descontos sobre a taxa de administraccedilatildeo das agecircncias ou operadoras eacute
recomendaacutevel a realizaccedilatildeo de processo licitatoacuterio afim de promover a economicidade evitar sobrepreccedilos e oportunizar
a competitividade entre os diversos particulares interessados em negociar com a Administraccedilatildeo
Por isso orienta-se agrave promoccedilatildeo do certame licitatoacuterio na modalidade Pregatildeo cujo objeto seja a contrataccedilatildeo de
serviccedilos de agenciamento de viagens para cotaccedilatildeo reserva e fornecimento de passagens (aeacutereas e terrestres) no acircmbito
nacional e internacional se houver interesse
Caso opte pela passagem internacional eacute interessante licitar a emissatildeo de seguro de assistecircncia em viagem in-
ternacional
Especificar que a compra se faraacute por meio de atendimento remoto (e-mail eou telefone)
O tipo aconselhaacutevel eacute o de menor preccedilo escolhendo-se a proposta que ofertar o maior percentual de desconto
sobre o valor ldquodo diardquo disponibilizado e cobrado de todos os puacuteblicos inclusive sobre as tarifas promocionais e reduzi-
das disponiacuteveis no momento da compra excluiacuteda a taxa de embarque
5 Controle
51 Corrupccedilatildeo desvios e fraudes Conceitos
Corrupccedilatildeo eacute o ato ou efeito de se corromper oferecer algo para obter vantagem em negociata onde se favorece
uma pessoa e se prejudica outra
Eacute tirar vantagem do poder atribuiacutedo Corrupccedilatildeo vem do latim corruptus que significa quebrado em peda-
ccedilos O verbo corromper significa tornar-se podre
Desvio na aacuterea puacuteblica significa retirar o caminho normal de alguma coisa Natildeo alcanccedilar o objetivo por
mudanccedila de rota
Geralmente a palavra estaacute ligada agraves alteraccedilotildees que se promovem na ocupaccedilatildeo de cargos ou funccedilotildees no
uso de bens na realizaccedilatildeo de obras e ateacute no destino que se daacute aos recursos financeiros Fraude eacute um esquema iliacutecito ou de maacute feacute criado para obter ganhos para si ou para terceiros
No meio puacuteblico as fraudes geralmente satildeo praticadas atraveacutes de simulaccedilotildees e ajustes visando o aproveitamen-
to iliacutecito de valores benefiacutecios ou do patrimocircnio puacuteblico
52 Conceito e relevacircncia do controle
O controle eacute a ferramenta mais eficaz para se evitar as irregularidades e ilegalidades na atuaccedilatildeo dos po-
deres puacuteblicos
Segundo os mais elaborados estudos e pesquisas a corrupccedilatildeo pode ser maior ou menor dependendo da
proporcionalidade de controle existente
Onde tem menor controle tem maior corrupccedilatildeo e assim vice e versa
E o controle se faz por trecircs principais vias orientaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e puniccedilatildeo No Brasil o combate agrave corrupccedilatildeo no meio puacuteblico vem acontecendo atraveacutes da implementaccedilatildeo de vaacuterios tipos
de controle sobre as verbas recursos e patrimocircnio puacuteblico
Nos uacuteltimos anos melhoraram muito os sistemas de Controle Interno e Externo por iniciativa de cada oacutergatildeo ou
por exigecircncia do povo (diretamente ou atraveacutes das miacutedias)
O Legislativo por iniciativa proacutepria ou por pressatildeo popular tem aprovado inuacutemeros atos para reforccedilar a legisla-
ccedilatildeo paacutetria que afeta a corrupccedilatildeo
Satildeo os exemplos da Lei das Inelegibilidades (LC 6490 reforccedilada pela Lei da Ficha Limpa- LC 1352010) a
Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 1012000) a Lei da Transparecircncia (LC 1312009) a Lei da Informaccedilatildeo
(125272011) e a Lei Anticorrupccedilatildeo (128462013) e tantas outras
O Judiciaacuterio por sua vez e com o apoio das instituiccedilotildees de apuraccedilatildeo a ele ligadas (poliacutecias ministeacuterio puacuteblico
etc) tem punido severamente os corruptos realizando o seu papel sem distinccedilatildeo de cargo ou poder do apenado
Segundo informa o oacutergatildeo denominado de ldquoTransparecircncia Internacionalrdquo em mateacuteria divulgada no mecircs
de dezembro2014 ldquoNeste ano o Brasil obteve a nota 43 em uma escala que vai de 0 (setor puacuteblico visto como extremamente
corrupto) a 100 (extremamente iacutentegro) a mesma pontuaccedilatildeo obtida em 2012
No ano passado o paiacutes havia totalizado 42 pontos
A pontuaccedilatildeo do Brasil se situa exatamente na meacutedia mundial de acordo com o estudo de 43 pontos Nas
Ameacutericas como um todo a meacutedia eacute 45
Mais de dois terccedilos dos 175 paiacuteses que integram o iacutendice obtiveram uma nota inferior a 50
O Brasil estaacute na metade Natildeo eacute um dos piores nem dos melhores Mas natildeo eacute um resultado bom para o
paiacutes que tem feito inuacutemeros esforccedilos para ser um liacuteder econocircmico e poliacutetico disse Salas agrave BBC Brasil O Brasil
quer ser um liacuteder mundial entatildeo tem que mostrar o exemplo Ele ainda estaacute muito distante dos paiacuteses desenvol-
vidos nesse iacutendice ressalta o diretor da Transparecircncia Internacional
Empatados com o Brasil com a mesma pontuaccedilatildeo e lugar no ranking estatildeo paiacuteses como a Itaacutelia a Greacutecia
e a Bulgaacuteria
Para Salas o escacircndalo da Petrobras pode ser positivo para o Brasil se forem tomadas medidas fortes
de combate agrave corrupccedilatildeo
Se a presidente Dilma Roussef aproveitar esse momento para fazer mudanccedilas poderaacute ser algo positivo
diz ele
Se pessoas poderosas e outros culpados nesse escacircndalo forem presos o Brasil poderaacute projetar uma boa
imagem afirma Salas
Se houver tambeacutem reforma poliacutetica e melhorias no sistema de compras puacuteblicas pode ser um momento
histoacuterico para o Brasil Mas se nada mudar seraacute um exemplo negativo diz ele
A Dinamarca eacute a primeira colocada no ranking com 92 pontos um a mais em relaccedilatildeo ao estudo anterior
onde tambeacutem jaacute havia ficado em primeiro lugar
A China e a Turquia estatildeo entre os paiacuteses que mais perderam posiccedilotildees no ranking deste ano
A China que adotou nos uacuteltimos anos medidas de combate agrave corrupccedilatildeo como a proibiccedilatildeo de dar presen-
tes de alto luxo a funcionaacuterios puacuteblicos caiu 20 posiccedilotildees no ranking passando a ocupar o 100deg lugar com 36 pon-
tos
Entre os paiacuteses dos BRICS o Brasil estaacute praticamente empatado com a Aacutefrica do Sul (duas posiccedilotildees aci-
ma do Brasil no ranking) e bem agrave frente da China Iacutendia e Ruacutessiardquo
In httpwwwbbccoukportuguesenoticias201412141202_ranking_transparencia_internacional_brasil_df_lgb
Assim vale agrave pena continuar acreditando na melhora e natildeo cessar a luta pela melhoria dos instrumentos
de controle e combate agrave corrupccedilatildeo
53 O anseio democraacutetico pelo controle
De haacute muito tempo que a populaccedilatildeo anseia por melhoria nos sistemas de controle da coisa puacuteblica
No Brasil que historicamente conviveu com a corrupccedilatildeo na Administraccedilatildeo Puacuteblica a implantaccedilatildeo do re-
gime democraacutetico teve como maior objetivo a participaccedilatildeo do povo no poder (nas coisas do Estado) diretamente
ou atraveacutes de seus legiacutetimos representantes
Com isso espera-se que o povo faccedila parte do governo e que tenha conhecimento do que ocorre com os
bens e valores puacuteblicos enquanto estiverem sob a guarda dos administradores da coisa puacuteblica
Mas natildeo basta trocar as pessoas no comando do eraacuterio
Eacute preciso equipar os sistemas de controle haja vista que natildeo eacute exatamente a iacutendole pessoal que evita a
corrupccedilatildeo e os desvios no meio puacuteblico mas acima de tudo o controle que se faz sobre a coisa (a ocasiatildeo faz o
ladratildeo) O controle eacute exercido de forma irrestrita e ilimitada em todos e por todos os Poderes de Estado estendendo-se a
toda a Administraccedilatildeo e abrangendo todas as suas atividades e agentes sendo classificadas em variados tipos e formas de
atuaccedilatildeo para atingir os seus objetivos
Essas classificaccedilotildees indicam que
(I) O controle administrativo ou executivo eacute aquele exercido pela proacutepria Administraccedilatildeo sobre seus atos e agentes
(II) Controle legislativo ou parlamentar diz respeito ao que o Poder Legislativo imprime sobre atos e agentes do
Poder Executivo
(III) O controle judiciaacuterio eacute o referente agrave correccedilatildeo dos atos ilegais de qualquer dos Poderes pelo Judiciaacuterio quando
lesivos de direito individual ou do patrimocircnio puacuteblico Quanto a forma o controle pode ser sintetizado
bull De acordo com seu fundamento pode ser hieraacuterquico ou finaliacutestico
bull Em razatildeo da localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o exercita pode ser interno ou externo
bull Em virtude do momento em que eacute exercido pode ser preacutevio ou preventivo ou a priori concomitante ou sucessivo e
subsequente ou corretivo ou a posteriore
bull Conforme o aspecto controlado pode ser de legalidade ou de legitimidade e de meacuterito
Outra abordagem do Direito Administrativo eacute apresentada segundo a qual o controle da Administraccedilatildeo Puacuteblica
eacute poder de fiscalizaccedilatildeo e correccedilatildeo que sobre ela exercem os oacutergatildeos dos Poderes Judiciaacuterio Legislativo e Executivo com
o objetivo de garantir a conformidade de sua atuaccedilatildeo com os princiacutepios que lhe satildeo impostos pelo ordenamento juriacutedico
Dentre os pontos comuns observados eacute importante registrar as visotildees sobre os chamados controle externo e
controle interno decorrentes das classificaccedilotildees relativas agrave localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o realiza e quanto agrave integraccedilatildeo do
oacutergatildeo que o executa e agrave estrutura do oacutergatildeo objeto de sua execuccedilatildeo
As atividades do sistema de controle interno satildeo exercidas mediante a utilizaccedilatildeo de teacutecnicas de fiscalizaccedilatildeo e
auditoria as quais consistem no conjunto de processos que viabilizam o alcance dos macro-objetivos do sistema
Fiscalizar consiste na aplicaccedilatildeo de um conjunto de procedimentos pontuais que permitam o exame dos atos da
administraccedilatildeo puacuteblica visando avaliar a execuccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas atuando sobre os resultados efetivos dos pro-
gramas governamentais
54 O Controle Interno
Com previsatildeo desde 1964 (art 76 da Lei 432064 - Lei da Contabilidade Puacuteblica) foi levado agrave regras constitu-
cional em 05 de outubro de 1988 na Carta Maior (art 74) e reforccedilado pela Lei Complementar 1012000(LRF art 54 e
59) mas soacute implementado no Paranaacute a partir de 2008 com a exigecircncia pelo TCE que assim se manifestou a respeito
ldquoO sistema de controle interno eacute o agente de orientaccedilatildeo e integraccedilatildeo dos controles administrativos das enti-
dades componentes da estrutura organizacional e de apoio ao controle externo
Tem por objetivos principais a avaliaccedilatildeo do cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual e a execu-
ccedilatildeo dos programas constantes da LDO e na Lei Orccedilamentaacuteria Anual assegurar a observacircncia das normas e regula-
mentos e assim a legalidade dos atos avaliando os resultados no que se refere agrave eficaacutecia e eficiecircncia da gestatildeo orccedila-
mentaacuteria financeira e patrimonial da administraccedilatildeo
Sua funccedilatildeo inclui a diligecircncia no acompanhar dos procedimentos da administraccedilatildeo e na orientaccedilatildeo do ges-
tor acerca de eventuais desvios de rota e para evitar riscos iminentes que possam provocar danos ao patrimocircnio e agrave
gestatildeo
Juntamente com a contabilidade o controle interno deve velar pelo atendimento das agendas de obrigaccedilotildees
pela certeza do cumprimento dos limites legais seja de pisos de investimentos miacutenimos ou tetos para gastos maacutexi-
mos pela verdade das informaccedilotildees levadas a puacuteblico em face da LRF e suas determinaccedilotildees de transparecircncia da Lei
da Informaccedilatildeo e da proacutepria Lei nordm 432064
Os resultados satisfatoacuterios e sem sobressaltos especialmente em processo de transiccedilatildeo de mandato acentuam
que o controle interno desempenhou seu papel com efetividade e compromisso com a Entidade
O principal embaraccedilo que se tem percebido no processo de estruturaccedilatildeo do controle interno tem ocorrido na
montagem da equipe de trabalho especialmente a natildeo disponibilidade de profissionais com preparo teacutecnico
Existem pequenas prefeituras e cacircmaras municipais onde se verifica ateacute mesmo a simples falta de pessoal
sem atributosrdquoManual de Final de mandato ndash 2012
55 O controle Externo
O controle externo dos poderes municipais ( Executivo e Legislativo) eacute realizado direta e formalmente pelo
Tribunal de Contas que aleacutem de exigir a prestaccedilatildeo de contas anual ainda verifica a lisura e regularidade dos atos e accedilotildees
que envolvam a administraccedilatildeo dos bens e recursos puacuteblicos
A Lei Orgacircnica do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute (LC 1132005) indica que no papel de apoiador do
Poder Legislativo Municipal no controle externo a Corte Administrativa tem a seguinte competecircncia
ldquoArt 1ordm Ao Tribunal de Contas do Estado oacutergatildeo constitucional de controle externo com sede na Capital do Estado
compete nos termos da Constituiccedilatildeo Estadual e na forma estabelecida nesta lei
II ndash julgar as contas dos chefes dos oacutergatildeos do Poder Legislativo estadual e municipal do Poder Judiciaacuterio do Minis-
teacuterio Puacuteblico e deste Tribunalrdquo
Todavia por certo que existem outros oacutergatildeos que de forma indireta realizam o controle externo do poder puacuteblico muni-
cipal como o Ministeacuterio Puacuteblico o Judiciaacuterio e os Observatoacuterios sociais
Eacute posiccedilatildeo paciacutefica entre os estudiosos da Administraccedilatildeo Puacuteblica no mundo que o mais eficiente instrumento de
controle da ldquocoisa puacuteblicardquo eacute a transparecircncia
Pois se o povo acompanha atos e accedilotildees do governo e do governante tanto estes evitam as irregularidades por
temerem o que vai a puacuteblico quanto agravequeles podem julgar com maior facilidade a atuaccedilatildeo de suas lideranccedilas
6 Transparecircncia Puacuteblica no Brasil
Desde o nascimento de nossa paacutetria em 22 de abril de 1500 a populaccedilatildeo jamais teve acesso aacutes formas de utili-
zaccedilatildeo dos bens puacuteblicos e de administraccedilatildeo dos recursos financeiros arrecadados do proacuteprio povo
Tanto a monarquia (ateacute 14 de novembro de 1889) quanto no governo civil que comanda o paiacutes de laacute pra caacute pra-
ticamente todos os gestores natildeo tinham a obrigaccedilatildeo ou o costume de prestar contas de seus atos
Eacute certo que o faziam mas de forma geneacuterica apenas para oacutergatildeos de controle
O povo (contribuinte direta ou indiretamente) natildeo conseguia individualmente saber do que se passava no acircmbi-
to dos Poderes da naccedilatildeo
No entanto com o advento da globalizaccedilatildeo e da evoluccedilatildeo raacutepida e espetacular das tecnologias de comunicaccedilatildeo
houve tambeacutem um grande avanccedilo nos direitos dos cidadatildeos
Aqui no Brasil apoacutes a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 muito se conquistou desses direitos
A proacutepria Carta Magna reservou uma lista grande de direitos e garantias individuais e coletivas (em especial
nos art 5ordm 6ordm e 7ordm)
De toda forma criando verdadeiro divisor na histoacuteria do Brasil a nossa CF88 acendeu nos nacionais o desejo
de conhecer de perto e participar da vida do paiacutes
Mais que isto passou a discutir os seus direitos enquanto membros da naccedilatildeo
Representados no governo tanto nas casas legislativas quanto nos demais poderes (Executivo e Judiciaacuterio)
passamos a conquistar espaccedilo e elaborar instrumentos que exigem (forccedilam) os gestores a dar transparecircncia em sua atua-
ccedilatildeo
Dentre esses instrumentos podemos citar a Lei de Responsabilidade Fiscal que desde o seu nascimento (em
2000) jaacute previa certas obrigaccedilotildees aos governantes para levar ao povo o conhecimento de seus atos e accedilotildees
Mas foi exatamente em 2010 pela Lei Complementar nordm 131 de 27 de maio de 2009 que houve uma implemen-
taccedilatildeo maior da obrigatoriedade de transparecircncia nos meio puacuteblico aplicando-se inclusive regras especiacuteficas sobre a
divulgaccedilatildeo tecnoloacutegica via internet
Com isso desencadeou no Brasil em todos os oacutergatildeos puacuteblicos a obrigaccedilatildeo de publicar mais amplamente as in-
formaccedilotildees que poderiam ter o interesse puacuteblico
Essa eacute a chamada Transparecircncia Ativa pois independentemente de algueacutem solicitar o oacutergatildeo puacuteblico tem a o-
brigaccedilatildeo de divulgar
E diga-se mais
A divulgaccedilatildeo (publicaccedilatildeo) deveraacute ser eficiente e eficaz
Ou seja
O canal disponibilizado deveraacute ser de boa qualidade permitindo o acesso de forma raacutepida e faacutecil e evitando os
subterfuacutegios (mesmo que da tecnologia) para esconder dados e informaccedilotildees
A Lei Complementar Federal nordm 1012000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) exige
que ocorram publicaccedilotildees trimestrais
7 Publicidade Oficial Obrigatoacuteria
Por certo que a fonte primeira para propiciar o controle eacute a publicidade
A princiacutepio publicidade significa ldquolevar a puacuteblicordquo mais no sentido de obediecircncia ao ditame constitucional de
divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees do poder puacuteblico
Inclusive a publicidade foi instituiacuteda como um dos 5 (cinco) princiacutepios baacutesicos da Administraccedilatildeo Puacuteblica (art
37 caput da CF)
Eacute que o legislador constituinte entendeu como sendo prioridade a divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees dos governantes
para que o povo (contribuinte-eleitor) acompanhe as atuaccedilotildees dos eleitos bem como com a coisa puacuteblica
Embasadas na Carta Maior da Repuacuteblica muitas leis editadas depois de 1988 criaram obrigaccedilatildeo de publicar cer-
tos atos quando se tratar de recursos puacuteblicos (financeiros patrimoniais funcionais etc)
Os Atos Oficiais de publicaccedilatildeo obrigatoacuteria devem ser divulgados em um uacutenico meio de comunicaccedilatildeo escolhido
por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-tributaccedilatildeo-
orccedilamentaacuteria)
No caso do Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Licitaccedilatildeo
cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
71 Publicidade oficial Facultativa
A CF de 1988 tambeacutem autorizou despesas com a divulgaccedilatildeo de caraacuteter educativo e informativo ou de orienta-
ccedilatildeo social (art 37 sect1ordm)
No entanto de laacute pra caacute muita polecircmica foi gerada discutindo sobre o que poderia se aceitar referente agraves despe-
sas com publicidade
Eacute que a interpretaccedilatildeo anterior impunha uma separaccedilatildeo severa na publicidade oficial entre a obrigatoacuteria e a fa-
cultativa
Entendia-se que a obrigatoacuteria era apenas aquela especificada na lei como a publicaccedilatildeo de atos como leis de-
cretos portarias resoluccedilotildees editais
Quando se divulgava as accedilotildees do poder puacuteblico questionava-se se aquela despesa se enquadrava como educa-
cional de orientaccedilatildeo social ou de informaccedilatildeo exigida (serviccedilos de utilidade puacuteblica)
72 Publicidade Institucional
Poreacutem com a evoluccedilatildeo do conceito e com a crescente demanda do povo sobre a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico e as
accedilotildees governamentais ampliou-se em muito as possibilidades de realizar despesas para esse fim
Portanto aleacutem da publicaccedilatildeo obrigatoacuteria e daquelas enquadradas como ldquoserviccedilos de utilidade puacuteblicardquo passou-
se a entender que o gestor deva divulgar amplamente as atividades de cada oacutergatildeo puacuteblico para manter a populaccedilatildeo por
dentro dos acontecimentos que envolvem recursos dos contribuintes De certo modo essa divulgaccedilatildeo natildeo obrigatoacuteria pode ser considerada como publicidade institucional pois a-
leacutem de informar ao povo sobre as accedilotildees do oacutergatildeo promove este diante da opiniatildeo puacuteblica fortalecendo-o institucional-
mente
E para essa divulgaccedilatildeo o TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contra-
tar serviccedilos de comunicaccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
No caso de contrataccedilatildeo de agecircncias as regras a serem obedecidas deveratildeo ser aquelas da lei federal nordm
122322010 (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
Resumindo as regras do TCEPR para a comunicaccedilatildeo institucional eacute
1- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010 A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO
para julgar a melhor teacutecnica
2- Para contratar os serviccedilos para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocirc-
nico) programa de raacutedio ou TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo ME-
LHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
Insta lembrar tambeacutem que a partir de 2006 o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a publicar
natildeo apenas seus atos oficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de
internet ou outros serviccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
a)- transmissotildees de sessotildees
b)- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
c)- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
a)- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
b)- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
c)- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
d)- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
e)- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
f)- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Lembrando que existem Atos Oficiais que devem ser obrigatoriamente divulgados em um uacutenico meio de co-
municaccedilatildeo escolhido por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-
tributaccedilatildeo-orccedilamentaacuteria)
E atenccedilatildeo
O Oacutergatildeo Oficial nos Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Li-
citaccedilatildeo cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
Vide Acoacuterdatildeo nordm 409760-5 do TJPR e Processo nordm 22972306 do TCEPR no AVA
Inclusive o Municiacutepio poderaacute optar por apenas um Diaacuterio Oficial Eletrocircnico ou este e mais o Diaacuterio Oficial
Impresso segundo o TCEPR (Acoacuterdatildeo nordm 383013)
Aliaacutes o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a partir de 2006 a publicar natildeo apenas seus atos o-
ficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de internet ou outros servi-
ccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
- transmissotildees de sessotildees
- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Atenccedilatildeo de novo
A lei federal nordm 122322010 criou regras especiacuteficas para a contrataccedilatildeo de serviccedilos de publicidade prestados
por intermeacutedio de agecircncias de propaganda (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
O TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contratar serviccedilos de comuni-
caccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
Resumindo
a)- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010
A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO pa-
ra julgar a melhor teacutecnica
b)- O TCEPR tem se posicionado (vide acoacuterdatildeo 3082012 no AVA) no sentido de que a contrataccedilatildeo dos serviccedilos
para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocircnico) programa de raacutedio ou
TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo MELHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
8 Prestaccedilatildeo de Contas
Sendo mais um dos elementos da Transparecircncia e consequentemente do Controle a Prestaccedilatildeo de Contas enseja
dar conhecimento ao contribuinte do que o gestor faz com os recursos puacuteblicos
Seguindo a evoluccedilatildeo social humana sobretudo apoacutes a identificaccedilatildeo da figura do estado moderno (povo territoacute-
rio governo) a exigecircncia de os governantes ou particulares dar satisfaccedilatildeo aos contribuintes sobre o uso e aplicaccedilatildeo dos
recursos puacuteblicos (financeiros e de bens) tem crescido mais e mais
Jaacute na Declaraccedilatildeo dos Direitos do Homem e do Cidadatildeo elaborada e aceita por muitos povos na era da Revolu-
ccedilatildeo Francesa (1789) consta essa exigecircncia
ldquoArt 15 ndash A Sociedade tem o Direito de pedir conta a todo agente puacuteblico de sua administraccedilatildeordquo
Segundo o texto divulgado no site do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute
ldquoA Prestaccedilatildeo de Contas eacute dever constitucional dos que utilizam arrecadam guardam gerenciam ou administram
dinheiros bens e valores puacuteblicosrdquo
httpwww1tceprgovbrconteudoprestacao-de-contas-municipios214
Resumindo
Com a publicidade e a prestaccedilatildeo de contas ocorre transparecircncia na gestatildeo puacuteblica promovendopermitindo
melhor controle da coisa puacuteblica
Todos satildeo interligados
Bom Estudo
Controle
Transparecircncia
Publicidade
Prestaccedilatildeo de Contas
Segundo Maximilianus Claacuteudio Ameacuterico Fuhrer e Maximiliano Roberto Ernesto Fuhrer em Resumo de Direito
Administrativo (1998 p30) afirmam ldquoA discricionaridade natildeo se confunde com a arbitrariedade Esta se caracteriza
quando a autoridade age fora do interesse puacuteblico sem competecircncia ou de forma ilegalrdquo
Nesse sentido Celso Antocircnio Bandeira de Mello no livro Curso de Direito Administrativo (1994) complemen-
ta ldquoAo agir arbitrariamente o agente estaraacute agredindo a ordem juriacutedica pois teraacute se comportado fora do que lhe permite
a leirdquo
Por seu turno o Ministro do Superior Tribunal de Justiccedila Luiz Fux ao relatar O Recurso Especial nordm
575998MG (20030135074-8) da 1ordf Turma em 07102004 afirmou que o poder discricionaacuterio do Administrador Puacute-
blico eacute menor que o poder dos princiacutepios constitucionais pelo que deve submeter-se a estes
224 Direito de reclamaccedilatildeo do usuaacuterio
2241 Previsatildeo constitucional
Luiz Carlos Bresser Pereira (2001 p146) escrevendo a obra Reforma do Estado para A Cidadania asseverou
[] a crenccedila na possibilidade do planejamento e do controle central dos serviccedilos do Estado por uma burocracia racional
diminui a cada dia enquanto aumenta a confianccedila de que no niacutevel local cada vez mais eacute e seraacute possiacutevel controlar o
Estado e a sua burocracia
Felizmente a Emenda Constitucional nordm 19 de 05 de junho de 1998 modificou o paraacutegrafo 3ordm do artigo 37 da
Constituiccedilatildeo Federal (1988) lanccedilou uma fagulha de esperanccedila sobre a proteccedilatildeo dos direitos dos usuaacuterios da Administra-
ccedilatildeo Puacuteblica remetendo a questatildeo a ser disciplinada por meio de lei complementar
Segundo o entendimento de Adriana da Costa Ricardo Schier (2002 p8) a modificaccedilatildeo do sect3ordm o art 37 da
Constituiccedilatildeo Federal (1998) significa ldquo[] o fundamento de validade e legitimidade do direito paacutetrio portanto estaacute
novamente calcado nos alicerces da democracia e da justiccedila socialrdquo
Afirma ainda a autora
Com efeito alarga-se as possibilidades do cidadatildeo controlar os serviccedilos puacuteblicos Eles podem ser prestados atraveacutes de
um regime mais flexiacutevel pois seus resultados seratildeo apreciados por aqueles a quem devem atender os usuaacuterios ou cida-
datildeos-clientes na terminologia adotada com a reforma (SCHIER 2002 p 216-217)
Todavia apesar de existirem projetos tramitando no Congresso Nacional e saber-se que cada ente da federaccedilatildeo
poderaacute editar sua proacutepria lei lamentavelmente natildeo se chegou ateacute agora sete anos apoacutes a emenda a criar efetivamente
uma legislaccedilatildeo eficaz que regule a participaccedilatildeo no fornecimento de serviccedilos por parte dos oacutergatildeos puacuteblicos com base na
Emenda Constitucional 1998
Destarte continuam os cidadatildeos brasileiros desprovidos do direito de participaccedilatildeo na prestaccedilatildeo de serviccedilos puacute-
blicos sobretudo no campo da reclamaccedilatildeo tanto na qualidade de contribuintes quanto de usuaacuterios desses serviccedilos fi-
cando agrave mercecirc da inoperosidade e desqualificaccedilatildeo no atendimento
2242 Aplicaccedilatildeo do Coacutedigo de Defesa do Consumidor
Atualmente haacute uma predominacircncia da teoria de que natildeo se aplica ao caso os princiacutepios do Direito do Consumi-
dor por natildeo se tratar de relaccedilatildeo de consumo Alega-se que no assunto em discussatildeo serviccedilo puacuteblico aparece o Estado e
o Contribuinte e natildeo o Empresaacuterio e o Consumidor
Mas o relacionamento em muito se assemelha pois em ambos os casos existem aquele que paga e aquele que
fornece ou presta o serviccedilo
Aliaacutes o Coacutedigo de Defesa do Consumidor (CDC) editado pela Lei n 807890 equiparou o prestador de servi-
ccedilos puacuteblicos a fornecedor e o serviccedilo a produto mas tem gerado grande controveacutersia
Poreacutem o que mais afronta a cidadania eacute a diferenccedila com que eacute tratado o Contribuinte em comparaccedilatildeo com o
Consumidor Enquanto este negocia valores escolhe qualidades e eacute recebido com cortesia e empenho aquele eacute subme-
tido ao descaso agrave arrogacircncia agrave imposiccedilatildeo sem poder esboccedilar reaccedilatildeo jaacute que natildeo possui o poder de escolher o oacutergatildeo que
melhor lhe atenda mas fica sujeito agraves determinaccedilotildees do Estado
Ou seja no relacionamento entre Estado e Contribuinte inexiste a figura da concorrecircncia o que resulta em li-
berdade plena de atos por parte deste
3 FUNDAMENTOS PRINCIacutePIOS E ESTRUTURA DA ADMINISTRACcedilAtildeO PUacuteBLICA 31 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRACcedilAtildeO PUacuteBLICA
A Administraccedilatildeo Puacuteblica eacute a materializaccedilatildeo dos atos do Estado atuando na promoccedilatildeo do bem comum e na ma-
nutenccedilatildeo da ordem social utilizando-se da estrutura daquele para a realizaccedilatildeo de serviccedilos de interesse puacuteblico
Sua existecircncia estaacute fundamentada na existecircncia do proacuteprio Estado e sua atuaccedilatildeo se vecirc subordinada agrave lei do Es-
tado e aos princiacutepios que lhe satildeo aplicaacuteveis
Com isso pode-se constatar que o fundamento da Administraccedilatildeo Puacuteblica oriunda do surgimento e organizaccedilatildeo
estatal sendo regulada pelos instrumentos do direito puacuteblico e em situaccedilotildees excepcionais do direito privado
32 PRINCIacutePIOS APLICAacuteVEIS Agrave ADMINISTRACcedilAtildeO PUacuteBLICA
321 Princiacutepios Constitucionais (art 37)
I-Legalidade No Brasil [] ningueacutem seraacute obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senatildeo em virtude de lei dispotildee
o inciso II do art 5ordm da Constituiccedilatildeo Federal Brasileira de 1988 Isto vale para todo cidadatildeo brasileiro
No entanto tratando-se da Administraccedilatildeo Puacuteblica a regra eacute ainda mais rigorosa O administrador puacuteblico deve-
raacute estar sempre submisso agrave lei
A ex-primeira ministra da Inglaterra Margaret Tatcher de 1979 a 1990 denominada de ldquoDama de Ferrordquo afir-
mava ldquoA Autoridade estaacute abaixo da lei e a lei estaacute abaixo de Deusrdquo
Assim nos ensinamentos de Di Pietro ldquo[] a administraccedilatildeo puacuteblica natildeo pode por simples ato administrativo
conceder direitos de qualquer espeacutecie criar obrigaccedilotildees ou impor obrigaccedilotildees aos administrados para tanto ela depende
da leirdquo
Nesta vertente Hely Lopes Meirelles (2006) menciona
Na administraccedilatildeo puacuteblica natildeo haacute liberdade nem vontade pessoal Enquanto na administraccedilatildeo particular eacute liacutecito fazer tudo
o que a lei natildeo proiacutebe na Administraccedilatildeo Puacuteblica soacute eacute permitido fazer o que a lei autoriza A lei para o particular signifi-
ca lsquopode fazer assimrsquo para o administrador puacuteblico significa lsquodeve fazer assim
II - Impessoalidade O administrador natildeo poderaacute satisfazer interesse privado de um ou de outro mas visar sempre o bem comum a
coletividade o interesse puacuteblico
Eacute o claacutessico princiacutepio da finalidade
O fim legal eacute aquele que a lei estabelece tendo sempre um objetivo que eacute o interesse puacuteblico
Esse princiacutepio tambeacutem deveraacute ser entendido para se excluir a promoccedilatildeo pessoal de autoridades ou servidores
puacuteblicos sobre suas realizaccedilotildees administrativas conforme dispotildee o artigo 37 sect 1ordm da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federa-
tiva do Brasil (1988)
A publicaccedilatildeo dos atos programas obras serviccedilos e campanhas dos oacutergatildeos puacuteblicos deveratildeo ter caraacuteter educativo in-
formativo ou de orientaccedilatildeo social dela natildeo podendo constar nomes siacutembolos ou imagens que caracterizam promoccedilatildeo
pessoal de autoridades ou servidores puacuteblicos
Qualquer ato administrativo que natildeo atender ao interesse puacuteblico estaraacute sujeito agrave anulaccedilatildeo por desvio de finali-
dade Observe que o desvio de finalidade por parte dos agentes puacuteblicos constitui modalidade de abuso de poder
Eacute em decorrecircncia deste princiacutepio que temos o concurso e a licitaccedilatildeo
Eacute um princiacutepio ligado ao da isonomia (igualdade de direitos para todos)
III- Moralidade
Eacute atuar com eacutetica com honestidade com integridade de caraacuteter e boa conduta
O ato administrativo natildeo teraacute que obedecer somente agrave lei juriacutedica mas tambeacutem agrave lei eacutetica da proacutepria instituiccedilatildeo
porque nem tudo que eacute legal eacute honesto como jaacute diziam os romanos non omne quod licet honestum est (DI PIETRO
2001)
IV- Publicidade Eacute a divulgaccedilatildeo oficial do ato para conhecimento puacuteblico e iniacutecio de seus efeitos externos
Um ato mesmo regular precisa da publicaccedilatildeo para produzir efeitos no mundo juriacutedico
Eacute um princiacutepio que visa natildeo somente a divulgaccedilatildeo oficial dos seus atos mas tambeacutem propicia o conhecimento
da conduta interna de seus agentes
Aleacutem de dar efeito aos atos administrativos assegura efeitos externos pois leva ao conhecimento e controle pe-
los interessados diretos e pelo povo em geral atraveacutes de meios constitucionais como accedilatildeo popular mandado de segu-
ranccedila direito de peticcedilatildeo habeas data
V- Eficiecircncia
Surgiu na Constituiccedilatildeo Federal Brasileira (1988) pela Emenda de19 de junho de 1988 e foi inserida no art 5ordm
do texto legal
Por esse princiacutepio a Administraccedilatildeo Puacuteblica deveraacute investir na qualidade dos serviccedilos puacuteblicos escolhendo bem
e capacitando seus servidores para exigir deles a realizaccedilatildeo com competecircncia de suas atribuiccedilotildees para melhor aplicaccedilatildeo
do dinheiro puacuteblico e melhores atendimentos agrave populaccedilatildeo (contribuintes)
322 Princiacutepios fundamentais da Administraccedilatildeo Puacuteblica
A Reforma Administrativa de 1967 em seu artigo 6ordm do Decreto-Lei 20067 estabelece os princiacutepios fundamen-
tais de planejamento coordenaccedilatildeo delegaccedilatildeo de competecircncia controle descentralizaccedilatildeo da Administraccedilatildeo Federal
I ndash Planejamento
A Administraccedilatildeo Puacuteblica deve realizar o planejamento e indicar diretrizes e metas que deveratildeo orientar a accedilatildeo
governamental
Para os demais entes da Federaccedilatildeo (Estados Distrito Federal e Municiacutepios) mesmo natildeo se submetendo a esse
Decreto-Lei deveraacute se submeter agraves normas gerais de Planejamento que satildeo a Lei Orccedilamentaacuteria Anual a Lei de Diretri-
zes Orccedilamentaacuterias e o Plano Plurianual de Investimento
O Planejamento baacutesico da Administraccedilatildeo estaacute previsto na Constituiccedilatildeo Federal (1988) em seus artigos 165 a
169 na Lei Complementar 1012000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) e na Lei nordm 432064 (Lei da Contabilidade Puacute-
blica)
II ndash Coordenaccedilatildeo O princiacutepio da coordenaccedilatildeo visa entrosar as atividades da Administraccedilatildeo Puacuteblica O objetivo eacute harmonizar todas
as atividades da Administraccedilatildeo Puacuteblica submetendo-as ao que foi planejado
De aplicaccedilatildeo permanente a coordenaccedilatildeo impotildee-se a todos os niacuteveis da Administraccedilatildeo Puacuteblica por meio das
chefias individuais de reuniotildees de que participem as chefias subordinadas e de comissotildees de coordenaccedilatildeo em cada niacutevel
administrativo
III - Delegaccedilatildeo de Competecircncia
Nesse princiacutepio as autoridades da Administraccedilatildeo Puacuteblica transferem atribuiccedilotildees decisoacuterias a seus subordinados
IV ndash Controle
O controle das atividades administrativas da Administraccedilatildeo Puacuteblica eacute um dos meios pelos quais se exercita o
poder hieraacuterquico
Desta forma temos um oacutergatildeo superior controlando um oacutergatildeo inferior
V ndash Descentralizaccedilatildeo No sentido juriacutedico-administrativo descentralizar significa repassar para a outrem poderes da Administraccedilatildeo
Eacute a existecircncia de uma pessoa distinta do Estado a qual investida nos necessaacuterios poderes de administraccedilatildeo e-
xercita atividade puacuteblica ou de utilidade puacuteblica O ente ou entidade descentralizada age por outorga ou por delegaccedilatildeo
Exemplos convecircnios concessotildees permissotildees e autorizaccedilotildees
323 Princiacutepios Gerais da Administraccedilatildeo Puacuteblica
I - Princiacutepio da Supremacia do Interesse Puacuteblico sobre o Interesse Privado Na visatildeo de Marccedilal Justen Filho (2005) ldquo[] a supremacia do interesse puacuteblico significa sua superioridade so-
bre os demais interesses existentes na sociedade Os interesses privados natildeo podem prevalecer sobre o interesse puacutebli-
cordquo
Assim quando a Administraccedilatildeo desapropria um bem estaacute agindo em defesa do interesse puacuteblico mesmo que
para isso esteja ignorando o interesse privado
Dessa forma quando algueacutem eacute impedido em uma porta giratoacuteria de banco por exemplo os seus direitos indivi-
duais (ir e vir privacidade) satildeo menores que o direito de seguranccedila puacuteblica que abrangeraacute a muitos
II - Princiacutepio da Razoabilidade (Paracircmetro de Equiliacutebrio Racionalismo)
O administrador deveraacute pesar suas accedilotildees e decisotildees para natildeo agir com excessos e cometer injusticcedilas ou prejuiacute-
zos desnecessaacuterios
III - Princiacutepio da Proporcionalidade O administrador deveraacute medir sempre a proporccedilatildeo entre seus atos e respectivas razotildees e consequecircncias
O uso da forccedila pelo Estado eacute denominado de COERCcedilAtildeO
Natildeo confundir com COACcedilAtildeO que eacute o constrangimento fiacutesico ou moral para algueacutem praticar algum ato
No entanto a COERCcedilAtildeO deveraacute ser proporcional a cada caso
A desproporccedilatildeo nos atos do administrador poderaacute gerar entre outras irregularidades a do abuso de poder
IV - Princiacutepio da Motivaccedilatildeo
Eacute o dever que a Administraccedilatildeo tem de justificar seus atos
O administrador soacute poderaacute acionar a maacutequina puacuteblica desde que exista motivo legal para tanto
V - Princiacutepio do Devido Processo Legal e a Ampla Defesa
A atual Constituiccedilatildeo Federal promulgada em 05101988 consagrou no art 5ordm inciso LIV da CF ldquo[] nin-
gueacutem seraacute privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legalrdquo
Por sua vez preconiza o art 5ordm inciso LV da CF98 ldquo[] aos litigantes em processo judicial ou administrati-
vo e aos acusados em geral satildeo assegurados o contraditoacuterio e a ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentesrdquo
VI - Princiacutepio do Controle Judicial dos Atos Administrativos
Considerando que os atos do administrador poderatildeo ter eventualmente algum defeito ou ilegalidade o Poder
Judiciaacuterio poderaacute anular atos administrativos
No entanto a proacutepria administraccedilatildeo poderaacute REVOGAR ou ANULAR um ato administrativo se detectar que ele
eacute contraacuterio ao interesse puacuteblico ou agrave conveniecircncia administrativa
No caso de revogaccedilatildeo ou anulaccedilatildeo poderaacute ser declarado o efeito do ato
- Ex nunc (o efeito natildeo retroage e manteacutem o direito ateacute ali (presente data)
- Ex tunc (retroage e anula os direitos dali)
VII - Princiacutepio da Responsabilidade do Estado por Atos Administrativos
A Constituiccedilatildeo Federal (1988) estabelece no art 37 paraacutegrafo sexto prescrevendo que
As pessoas juriacutedicas de direito puacuteblico e as de direito privado prestadoras de serviccedilos puacuteblicos responderatildeo pelos danos
que seus agentes nessa qualidade causarem danos a terceiros assegurado o direito de regresso contra o responsaacutevel nos
casos de dolo ou culpa
Assim caso algueacutem se sinta prejudicado por ato de algum agente do Estado poderaacute optar em acionar apenas es-
te jaacute que o agente estava aos seus serviccedilos Exemplo Uma ambulacircncia da prefeitura bate em seu veiacuteculo se a culpa natildeo
foi sua vocecirc poderaacute buscar (administrativa ou judicialmente) o ressarcimento do dano diretamente contra o respectivo
Municiacutepio (Poder Executivo)
Eacute claro que essa eacute uma opccedilatildeo do prejudicado jaacute que ele poderaacute escolher apenas um ou mesmo os dois (agente
e municiacutepio ou um ou outro)Em caso de se provar que o agente agiu com culpa e o Estado (Municiacutepio) foi responsabi-
lizado este poderaacute (deveraacute) exigir o ressarcimento daquele
VIII - Presunccedilatildeo de Legitimidade Os atos da Administraccedilatildeo Puacuteblica presumem-se legiacutetimos ateacute que se prove o contraacuterio
IX ndash Especialidade Estaacute associado agrave descentralizaccedilatildeo administrativa e agrave criaccedilatildeo de entidades da administraccedilatildeo indireta autarquias
empresas puacuteblicas sociedades de economia mista e fundaccedilotildees puacuteblicas
X ndash Tutela Eacute o controle feito pela Administraccedilatildeo Puacuteblica Direta sobre as entidades da Administraccedilatildeo Puacuteblica Indireta
XI - Autotutela Eacute o poder da Administraccedilatildeo Puacuteblica de revogar ou anular seus proacuteprios atos
XII - Continuaccedilatildeo do Serviccedilo Puacuteblico
O serviccedilo puacuteblico eacute essencial para a sociedade e natildeo poderaacute parar
Princiacutepio cuja previsatildeo poderaacute ser encontrada nas Leis Federais nordm 898795 (das concessotildees) e nordm 807890
(CDC) por analogia bem como pela consagraccedilatildeo doutrinaacuteria e jurisprudencial
As interrupccedilotildees suspensotildees ou prestaccedilatildeo de forma reduzida tecircm sido condenadas pelos mais ilustres doutrina-
dores de nossa paacutetria
Serviccedilos Puacuteblicos oferecidos de maneira alternada retardada ou falha eacute segundo o mestre Hely Lopes Meirelles
(2005 p323) afronta do Estado ao direito do usuaacuterio eis que este por arcar com o ocircnus desses serviccedilos merece ser
tratado com apreccedilo e consideraccedilatildeo
33 A ESTRUTURA DA ADMINISTRACcedilAtildeO PUacuteBLICA MUNICIPAL
331 O Municiacutepio Organizaccedilatildeo Autonomia e Competecircncias
Antes do termo MUNICIacutePIO as aglomeraccedilotildees urbanas possuiacuteam o nome de CIDADEESTADO que surgiu
com a Repuacuteblica Romana no ano de 753 antes de Cristo
O Impeacuterio Romano dominou a maior parte do mundo civilizado por aproximadamente 12 (doze) seacuteculos Se-
gundo a histoacuteria o Imperador Romano Julio Cesar para manter a paz sobre as cidades conquistadas criou no ano 1979
de nossa era a figura do municipium ou municipia quando oferecia aos moradores subjugados a Roma de determinada
aglomeraccedilatildeo o direito da autoorganizaccedilatildeo e de escolherem seus governantes
Assim o sistema de organizaccedilatildeo urbana com o nome de MUNICIacutePIO passou a fazer parte de todos aqueles po-
vos e se estendendo a outras partes do mundo chegando a Portugal
No Brasil Colocircnia embora as reparticcedilotildees ganhassem outras nomenclaturas (Vilas Proviacutencias dentre outras) o
termo era aplicado na existecircncia da Cacircmara Municipal
De Constituiccedilatildeo a Constituiccedilatildeo desde a primeira do Brasil em 1824 o Municiacutepio foi obtendo maior importacircn-
cia
Poreacutem apenas na Constituiccedilatildeo Federal de 1988 eacute que foi concebido o MUNICIacutePIO nos moldes do que eacute hoje
Atualmente o Municiacutepio eacute tido como um dos entes (partiacutecipe) da Federaccedilatildeo
Assim segundo o art 1ordm da CF88 a Repuacuteblica Federativa do Brasil eacute formada pela UNIAtildeO dos Estados Muni-
ciacutepios e Distrito Federal E para explicar a divisatildeo administrativa do paiacutes o art 18 da Constituiccedilatildeo Federal define que
ldquoA organizaccedilatildeo poliacutetico-administrativa da Repuacuteblica Federativa do Brasil compreende a Uniatildeo os Estados o Distrito
Federal e os Municiacutepios todos autocircnomos nos termos desta Constituiccedilatildeordquo
332 A Criaccedilatildeo dos Municiacutepios
A Constituiccedilatildeo Federal Brasileira de 1988 ao prever a criaccedilatildeo de novos Municiacutepios deixou a regulamentaccedilatildeo
para as Assembleias Legislativas dos Estados
Entretanto por interesses poliacuteticos diretos dos Deputados Estaduais e outras lideranccedilas locais de1988 ateacute 1996
foram criados mais 1480 Municiacutepios no Brasil levando o nuacutemero total para 5562 e ainda existiam mais aproximada-
mente 900 em processo de criaccedilatildeo
Atendendo agrave necessidade de controlar a desenfreada proliferaccedilatildeo de novas cidades no paiacutes o Congresso Nacio-
nal votou a Emenda Constitucional nordm 15 que alterou o artigo 18 e remeteu para uma Lei Complementar Federal a com-
petecircncia para regulamentar a mateacuteria
De laacute pra caacute muita discussatildeo juriacutedica inclusive poreacutem praticamente cessou a criaccedilatildeo de novos municiacutepios no
paiacutes E apesar da Emenda Constitucional 57 de 2008 ter tratado da mateacuteria (convalidou a criaccedilatildeo de alguns municiacutepios
especificamente) ateacute agora natildeo foi aprovada a Lei Complementar Federal que regulamenta a criaccedilatildeo de Municiacutepios no
Brasil
Vaacuterios projetos de leis jaacute foram aprovados no Congresso mas foram vetados pela presidecircncia da repuacuteblica sob
alegaccedilatildeo de ldquoiniciativa prejudicial ao eraacuteriordquo
No dia 15 de julho de 2015 o Senado Federal aprovou (57 votos a 9) o Projeto de Lei Complementar 1992015
de autoria do senador Flexa Ribeiro que regula a criaccedilatildeo incorporaccedilatildeo fusatildeo e desmembramento de municiacutepios o qual
foi encaminhado agrave Cacircmara dos Deputados
Em tracircmite atualmente na Cacircmara dos Deputados com o nuacutemero 1372015 teve outro projeto de lei similar a-
nexado a ele de iniciativa do Deputado Daniel Vilela sob o nordm 2832016
No entanto por estar em processo de criaccedilatildeo anteriormente agrave Emenda nordm 15 nasceram posteriormente mais al-
guns Municiacutepios resultando atualmente em 5568 segundo o TSE - Tribunal Superior Eleitoral
333 Organizaccedilatildeo do Municiacutepio
A divisatildeo poliacutetico-administrativa do Municiacutepio possui uma sede (cidade) e distritos cujas sedes podem ser
chamadas de vilas
Os Poderes no Municiacutepio satildeo o Executivo e o Legislativo
O Executivo eacute comandado pelo Prefeito a partir do Paccedilo Municipal (Prefeitura) O Prefeito eacute eleito pelos eleito-
res locais para um mandato de 04 (quatro) anos e tem a responsabilidade de administrar o funcionamento da ldquomaacutequina
puacuteblicardquo visando o fornecimento de serviccedilos essenciais agrave populaccedilatildeo aleacutem de orientar o planejamento urbano e promo-
ver o bem comum da sociedade municipal
Para tanto poderaacute utilizar a administraccedilatildeo direta (prefeitura e seus oacutergatildeos) mas poderaacute possuir entidades de
administraccedilatildeo indireta para descentralizaccedilatildeo das competecircncias (autarquias fundaccedilotildees puacuteblicas empresas de puacuteblicas ou
de economia mista)
Na administraccedilatildeo direta a prefeitura possui via de regra em sua estrutura administrativa oacutergatildeos denominados
de Secretarias Departamentos Coordenaccedilotildees Gerencias Diretorias Divisotildees Serviccedilos e Setores
Os oacutergatildeos satildeo definidos como de meios quando oferecem condiccedilotildees agraves Secretarias para suas operaccedilotildees desti-
nados ao planejamento agrave instrumentalizaccedilatildeo e definiccedilatildeo das accedilotildees a serem realizadas
Geralmente satildeo os seguintes oacutergatildeos meios
- Secretaria de Governo
- Secretaria de Administraccedilatildeo
- Secretaria de Planejamento
- Secretaria Juriacutedica
- Secretaria de Financcedilas
Como oacutergatildeos fins (aqueles que realizam as accedilotildees)
- Secretaria de Obras
- Secretaria de Urbanismo
- Secretaria de Transportes
- Secretaria de Cultura e Esporte
- Secretaria de Sauacutede
- Secretaria de Educaccedilatildeo
- Secretaria de Meio Ambiente
- Secretaria de Bem Estar Social
Para realizar suas accedilotildees o Poder Executivo Municipal comandado pelo Prefeito utiliza trabalhadores denomi-
nados Servidores (efetivos comissionados e temporaacuterios) ou terceiros investidos em funccedilotildees de agentes puacuteblicos (con-
selheiros advogados contratados e cartoraacuterios dentre outros)
O Municiacutepio enquanto pessoa juriacutedica de direito puacuteblico interno possui bens e rendas Seus bens satildeo divididos
em regra da seguinte forma
- DE USO ESPECIAL (de uso proacuteprio da Administraccedilatildeo como o preacutedio da prefeitura as escolas o posto de sauacutede as secretarias den-
tre outros)
- DE USO COMUM DO POVO (tais como estradas municipais ruas parques praccedilas logradouros puacuteblicos etc)
- DOMINIAIS
(aqueles sobre os quais o Municiacutepio exerce os direitos de proprietaacuterio poreacutem estatildeo sem uso e disponiacuteveis)
334 Fontes de Recursos Puacuteblicos Municipais
Os recursos puacuteblicos dos Municiacutepios satildeo oriundos dos tributos arrecadados em seu territoacuterio ou de sua cota-
parte repassada pelo respectivo Estado e pela Uniatildeo
Nos artigos 145 e 156 da CF88 estaacute estabelecida a competecircncia do Municiacutepio para criar e receber seus proacuteprios
tributos como IPTU - ISSQN - ITBI - Contribuiccedilatildeo de Melhoria ndashTaxas e Tarifas
Poreacutem os arts 158 e 159 da CF88 definem que certo percentual dos impostos arrecadados pelo Estado (ICMS
ndash IPVA ndash ITCMD) respectivo bem como dos impostos recebidos pela Uniatildeo (IR ndash ITR ndash IPI ndash IOF ndash II ndash IE) deveratildeo
ser devolvidos ao Municiacutepio (FPM e Repasses especiacuteficos)
Outros recursos ainda poderatildeo perfazer a receita puacuteblica de um Municiacutepio como as heranccedilas alienaccedilotildees alu-
gueacuteis indenizaccedilotildees dentre outros (como as receitas natildeo tributaacuterias)
O territoacuterio do Municiacutepio eacute dividido entre aacuterea urbana e aacuterea rural definidas por meio de lei de zoneamento
Atualmente o Plano Diretor define a ocupaccedilatildeo utilizaccedilatildeo e destinaccedilatildeo de cada espaccedilo no acircmbito do Municiacutepio
(residencial comercial industrial ambiental dentre outros)
335 A autonomia do Municiacutepio
A autonomia dos Municiacutepios embora estivesse sempre impliacutecita no sistema brasileiro antigamente era atingida
pela interpretaccedilatildeo de cada eacutepoca em especial nos regimes de exceccedilatildeo (autoritaacuterios)
Evoluindo e firmando a questatildeo os constituintes de 1988 definiram expressamente essa autonomia municipal
principalmente nos arts 1ordm 18 29 30 35 145 e 156 da Carta Magna brasileira
A autonomia representa a natildeo subordinaccedilatildeo do governo municipal a qualquer autoridade estadual ou federal no
desempenho de suas atribuiccedilotildees
Representa ainda que as leis municipais em assuntos de competecircncia expressa e exclusiva dos Municiacutepios
prevalecem sobre as leis - estadual e federal inclusive sobre a Constituiccedilatildeo Estadual em caso de conflito
Os principais aspectos que indicam a autonomia dos Municiacutepios
- eleiccedilatildeo direta do Prefeito Vice-Prefeito e Vereadores
- organizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos de interesse local
- instituiccedilatildeo e arrecadaccedilatildeo dos tributos de sua competecircncia bem como aplicaccedilatildeo de suas rendas
- competecircncia para legislar sobre assuntos de interesse local inclusive suplementando a legislaccedilatildeo federal e estadual no
que lhe interessar e for possiacutevel
336 Competecircncias dos Municiacutepios
A relaccedilatildeo eacute essa indicada pela Constituiccedilatildeo Federal de 1988
Art 30 Compete aos Municiacutepios
I - legislar sobre assuntos de interesse local
II - suplementar a legislaccedilatildeo federal e a estadual no que couber
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competecircncia bem como aplicar suas rendas sem prejuiacutezo da obrigatoriedade
de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em leirdquo
IV - criar organizar e suprimir distritos observada a legislaccedilatildeo estadual
V - organizar e prestar diretamente ou sob regime de concessatildeo ou permissatildeo os serviccedilos puacuteblicos de interesse local
incluiacutedo o de transporte coletivo que tem caraacuteter essencial
VI - manter com a cooperaccedilatildeo teacutecnica e financeira da Uniatildeo e do Estado programas de educaccedilatildeo infantil e de ensino
fundamental (Redaccedilatildeo dada pela Emenda Constitucional nordm 53 de 2006)
VII - prestar com a cooperaccedilatildeo teacutecnica e financeira da Uniatildeo e do Estado serviccedilos de atendimento agrave sauacutede da popula-
ccedilatildeo
VIII - promover no que couber adequado ordenamento territorial mediante planejamento e controle do uso do parce-
lamento e da ocupaccedilatildeo do solo urbano
IX - promover a proteccedilatildeo do patrimocircnio histoacuterico-cultural local observada a legislaccedilatildeo e a accedilatildeo fiscalizadora federal e
estadual [grifos nossos]
337 Intervenccedilatildeo nos Municiacutepios
A Constituiccedilatildeo Federal de 1988 regulamentada nos arts 35 e 36 as uacutenicas exceccedilotildees em que o Estado poderaacute
intervir no Municiacutepio Satildeo elas
I- deixar de ser paga sem motivo de forccedila maior por dois anos consecutivos a diacutevida fundada
II- natildeo forem prestadas contas devidas na forma de lei
III- natildeo tiver sido aplicado o miacutenimo exigido da receita municipal na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
IV- o Tribunal de Justiccedila der provimento a representaccedilatildeo para assegurar a observacircncia de princiacutepios indicados na Consti-
tuiccedilatildeo Estadual ou para prover a execuccedilatildeo de lei de ordem ou de decisatildeo judicial
4 Gestatildeo de pessoal
41 - Funcionaacuterio ou Servidor
Ateacute a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 os trabalhadores nos oacutergatildeos puacuteblicos eram chamados de funcionaacuterios Po-
reacutem a partir dela esses trabalhadores receberam a denominaccedilatildeo geneacuterica de servidor
Na verdade a CF88 preferiu empregar a designaccedilatildeo servidor puacuteblico e agente puacuteblico para referir-se aos
trabalhadores do Estado
42 - Agente Puacuteblico
Agente Puacuteblico eacute a designaccedilatildeo mais abrangente alcanccedila os agentes poliacuteticos os servidores puacuteblicos e os parti-
culares em atuaccedilatildeo colaboradora
Os servidores puacuteblicos satildeo referidos como categoria de agentes puacuteblicos satildeo os agentes permanentes profissio-
nais a serviccedilo da Administraccedilatildeo Puacuteblica
43 - Agente Poliacutetico
O agente poliacutetico eacute aquele detentor de cargo eletivo eleito por mandatos transitoacuterios como os Chefes de Poder
Executivo e membros do Poder Legislativo aleacutem de cargos de Diplomatas Ministros de Estado e de Secretaacuterios nas
Unidades da Federaccedilatildeo os quais natildeo se sujeitam ao processo administrativo disciplinar Tambeacutem satildeo espeacutecies de agen-
tes puacuteblicos
44 ndash Funcionaacuterio no Coacutedigo Penal
No Coacutedigo Penal Brasileiro contudo haacute referecircncia a funcionaacuterio puacuteblico que tem abrangecircncia maior que a do
servidor puacuteblico Um mesaacuterio por exemplo ao exercer uma funccedilatildeo puacuteblica (ajudar no processo eleitoral) eacute funcionaacuterio
puacuteblico (em relaccedilatildeo aos atos praticados como mesaacuterio) apesar de ter uma funccedilatildeo puacuteblica transitoacuteria e natildeo remunerada
45 ndash Espeacutecies de servidor (regimes)
O termo servidor puacuteblico adotado pela Constituiccedilatildeo de 1988 (que deixou de utilizar a expressatildeo funcionaacuterio
puacuteblico embora ainda exista na legislaccedilatildeo ordinaacuteria)divide-se em trecircs espeacutecies
A - os servidores estatutaacuterios (ocupantes de cargos puacuteblicos e sujeitos ao regime estatutaacuterio)
B - os servidores temporaacuterios (para atender agrave alguma necessidade temporaacuteria de excepcional interesse puacuteblico (conforme
o art 37 IX da Constituiccedilatildeo) Satildeo contratados por tempo determinado exercem funccedilatildeo sem viacutenculo a cargo ou empre-
go puacuteblico e satildeo vinculados agrave CLT
C - os empregados puacuteblicos (contratados de acordo com o regime da legislaccedilatildeo trabalhista e detentores de emprego puacute-
blico) Ambos os Regimes de Trabalho estatildeo submetidos agraves normas constitucionais de ingresso mediante concurso puacuteblico e
aos paracircmetros de controle fiscal e financeiro da Uniatildeo e dos entes federados atraveacutes da Lei de Responsabilidade Fiscal
com exceccedilatildeo dos comissionados
46 - Provimento Provimento eacute o ato administrativo de preenchimento de cargo puacuteblico regulamentado no Brasil pela Lei Nordm
8112 de 11 de novembro de 1990(acircmbito federal)
De acordo com a legislaccedilatildeo o provimento poderaacute se dar mediante nomeaccedilatildeo promoccedilatildeo readaptaccedilatildeo reversatildeo
aproveitamento reintegraccedilatildeo e reconduccedilatildeo
Cada uma destas formas de provimento tem um significado especial na administraccedilatildeo puacuteblica e especificam a
forma legal de acesso ao cargo puacuteblico no Brasil
47 - Retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria A retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria referente aos serviccedilos prestados pelo agente puacuteblico ao estado se daacute da seguinte forma
171 - Vencimento eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria pelo exerciacutecio de cargo puacuteblico com valor fixado em lei
171 - Remuneraccedilatildeo eacute o vencimento do cargo efetivo acrescido das vantagens pecuniaacuterias permanentes estabelecidas
em lei
172 - Subsiacutedio eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria exclusiva e fixada em parcela uacutenica vedado o acreacutescimo de qualquer gratifi-
caccedilatildeo adicional abono precircmio verba de representaccedilatildeo ou outra espeacutecie remuneratoacuteria Esse tipo de remuneraccedilatildeo natildeo eacute
a regra geral e aplica-se aos casos que a lei especificar
173 - Provento eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria paga ao exercente de cargo puacuteblico quando passa da atividade para a inativi-
dade ou seja quando se aposenta
174 - Pensatildeo eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria paga agraves pessoas a quem a lei atribui a condiccedilatildeo de beneficiaacuterias do servidor
puacuteblico que veio a falecer
Deve-se ressaltar que nenhum salaacuterio dentro do serviccedilo puacuteblico pode ser superior ao valor dos subsiacutedios pagos
aos Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e que os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder
Judiciaacuterio natildeo poderatildeo ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo
Nos Municiacutepios o teto remuneratoacuterio eacute o subsiacutedio do Prefeito Municipal
Apesar dessas regras existirem muitas pessoas se questionam se elas satildeo de fato obedecidas
48 - Servidores de Carreira (efetivos)
A efetividade e a estabilidade satildeo institutos juriacutedicos distintos sendo que a natureza de um natildeo pode ser con-
fundida com a de outro Enquanto que a efetividade representa o modo de preenchimento do cargo que contempla esta
natureza por pressupor a permanecircncia e continuidade do servidor no exerciacutecio das suas atribuiccedilotildees a estabilidade eacute a
garantia de o servidor efetivo permanecer no serviccedilo puacuteblico apoacutes trecircs anos de efetivo exerciacutecio em cargo de provimento
efetivo nos termos do art 41 da Constituiccedilatildeo Federal soacute podendo ser dele afastado se configurada uma das hipoacuteteses
prevista no art 41 sect 1ordm
Natildeo haacute confundir efetividade com estabilidade porque aquela eacute uma caracteriacutestica da nomeaccedilatildeo e esta eacute um atri-
buto pessoal do ocupante do cargo adquirido apoacutes a satisfaccedilatildeo de certas condiccedilotildees de seu exerciacutecio A efetividade eacute um
pressuposto necessaacuterio da estabilidade Sem efetividade natildeo pode ser adquirida a estabilidade
49 - Cargo em Comissatildeo e Funccedilatildeo de Confianccedila
Ambos os cargos satildeo criados por lei e se destinam apenas agraves atribuiccedilotildees de direccedilatildeo chefia e assessoramento na
administraccedilatildeo puacuteblica federal e satildeo respectivamente preenchidos ou exercidas mediante livre nomeaccedilatildeo pela autoridade
competente na contrapartida das respectivas livres exoneraccedilatildeo e dispensa a qualquer tempo (ad nutum) seja a pedido
seja de ofiacutecio pela mesma autoridade que nomeou
A diferenccedila reside no fato de que as funccedilotildees de confianccedila satildeo exercidas exclusivamente por servidores ocupan-
tes de cargo efetivo enquanto os cargos em comissatildeo podem ser preenchidos por servidores que jaacute detenham cargos
efetivos de carreira de acordo com percentuais estabelecidos na sua lei de criaccedilatildeo Isto significa que devendo ser ocu-
pados por um percentual miacutenimo legal de servidores de carreira pode-se ter entatildeo as vagas restantes dos cargos em co-
missatildeo ocupadas por pessoas sem viacutenculo definitivo com a administraccedilatildeo
410 - Exoneraccedilatildeo e Demissatildeo
A exoneraccedilatildeo eacute o ato administrativo que desliga o servidor do serviccedilo puacuteblico encerrando viacutenculo funcional e
natildeo tem caraacuteter punitivo
Assim quando nos referirmos agrave exoneraccedilatildeo estamos tratando de uma forma de vacacircncia do cargo puacuteblico po-
reacutem que natildeo se caracteriza como penalidade de natureza disciplinar
Agora ao falarmos em demissatildeo estamos nos referindo a um ato administrativo que desliga o servidor ativo o-
cupante de cargo efetivo como forma de puniccedilatildeo por falta grave Tal penalidade deve ser apurada mediante um Processo
Administrativo Disciplinar assegurado ao acusado o contraditoacuterio e a ampla defesa
411 Cargos Comissionados e Funccedilotildees Gratificadas 4111 - Cargo em Comissatildeo
A denominaccedilatildeo ldquocargo em comissatildeordquo estaacute relacionada com a seguranccedila da relaccedilatildeo juriacutedica estabelecida entre o
seu titular e a Administraccedilatildeo Puacuteblica
Nessa perspectiva os cargos em comissatildeo podem ser permanentes na estrutura organizacional mas seus titula-
res satildeo transitoacuterios
Os seus ocupantes satildeo livremente nomeados e exonerados pela autoridade competente
4112 - Consequecircncias da livre nomeaccedilatildeoexoneraccedilatildeo A livre nomeaccedilatildeo para o cargo em comissatildeo tem como consequumlecircncia o fato de que o escolhido natildeo precisa pres-
tar concurso puacuteblico para assumir o cargo sendo selecionado em razatildeo da relaccedilatildeo de confianccedila que possui com a autori-
dade nomeante
Daiacute os cargos em comissatildeo serem popularmente chamados de ldquocargos de confianccedilardquo A relaccedilatildeo de confianccedila
deve ser estabelecida em face da confiabilidade quanto ao bom desempenho do profissional no exerciacutecio do cargo
A livre exoneraccedilatildeo significa que seu titular pode ser exonerado a qualquer momento pela autoridade nomeante
sem que haja necessidade de um processo administrativo ou mesmo de qualquer justificativa para tanto
Dessa forma o titular do cargo em comissatildeo natildeo adquire estabilidade impedindo-se assim que os exonerados
tenham direitos agraves verbas trabalhistas e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviccedilo (FGTS)
4113 - Regime juriacutedico
O regime juriacutedico aplicaacutevel aos cargos em comissatildeo eacute o regime estatutaacuterio ou seja todos os direitos e deveres
de seus titulares incluindo-se a remuneraccedilatildeo e as atribuiccedilotildees especiacuteficas devem estar previstos em lei de iniciativa do
prefeito conforme prevecirc o art 61 sect 1ordm II ldquoardquo da Constituiccedilatildeo Federal
Portanto do ponto de vista legal os cargos em comissatildeo natildeo podem ser regidos pela CLT
4114 - Atribuiccedilotildees dos cargos em comissatildeo
De acordo com o art 37 V da Constituiccedilatildeo Federal os cargos em comissatildeo satildeo destinados apenas agraves atribui-
ccedilotildees de direccedilatildeo chefia e assessoramento devendo ser preenchidos por servidores de carreira nos casos nas condiccedilotildees e
nos percentuais miacutenimos previstos em lei
4115 - Aposentadoria dos ocupantes de cargos em comissatildeo
Ao ocupante exclusivamente de cargo em comissatildeo declarado emlei de livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo eacute aplica-
do o Regime Geral de Previdecircncia Social ou seja deve estar vinculado ao regime administrado pelo INSS de acordo
com o art 40 sect 13 da Constituiccedilatildeo Federal
Neste caso a contribuiccedilatildeo previdenciaacuteria do municiacutepio (patronal) e do servidor eacute devida ao INSS
Caso o titular do cargo em comissatildeo tambeacutem seja servidor puacuteblico de carreira do municiacutepio ou seja titular de
cargo efetivo devidamente nomeado por concurso a aposentadoria seraacute pelo regime previdenciaacuterio adotado pelo muni-
ciacutepio
Nesse caso natildeo seraacute contribuinte obrigatoriamente do RGPS
4116 -Vedaccedilatildeo agrave nomeaccedilatildeo em cargo comissionado
Recentemente o STF editou a Suacutemula Vinculante no 13 limitando a liberdade de nomeaccedilatildeo para os cargos em
comissatildeo com o seguinte teor
A nomeaccedilatildeo de cocircnjuge companheiro ou parente em linha reta colateral ou por afinidade ateacute o terceiro grau
inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa juriacutedica investido em cargo de direccedilatildeo chefia ou
assessoramento para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou de confianccedila ou ainda de funccedilatildeo gratificada na administra-
ccedilatildeo puacuteblica direta e indireta em qualquer dos Poderes da uniatildeo dos estados do Distrito Federal e dos Municiacutepios com-
preendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocas viola a Constituiccedilatildeo Federal
Tratando-se de Suacutemula Vinculante seu cumprimento independe da existecircncia de lei municipal (art 103-A da
CF) sendo inclusive proibido ao municiacutepio criar lei reduzindo o alcance da Suacutemula
Todas as esferas da Administraccedilatildeo Puacuteblica ficam obrigadas aos termos de suacutemula vinculante
4117 - DESVIOS
41171 - Desvio de finalidade
Quando algum oacutergatildeo puacuteblico cria cargos comissionados visando a nomeaccedilatildeo de servidores para realizarem ati-
vidades diferentes daquelas permitidas pela Constituiccedilatildeo Federal (direccedilatildeo chefia e assessoramento) estar-se-aacute diante do
desvio de finalidade dos CCs
Embora lamentaacutevel eacute comum a existecircncia de cargos comissionados com nomenclaturas absolutamente diferen-
ciadas da previsatildeo legal assim como leis autorizadoras de CCs (independentemente da nomenclatura) sem a indicaccedilatildeo
das atribuiccedilotildees de seus ocupantes
Eacute que muitas das vezes o agente poliacutetico cria cargos comissionados por outras razotildees que natildeo aquela de rece-
ber o liacutecito apoio de pessoas de confianccedila para desempenhar seu ideaacuterio poliacutetico-administrativo
Com a intenccedilatildeo de beneficiar ou acolher apaniguados ou ateacute de cooptar eleitores ou ldquocabos eleitoraisrdquo o agente
poliacutetico utiliza-se dos cargos comissionados em verdadeiro desvio de finalidade
41172 - Desvio de funccedilatildeo
De idecircntica forma encontramos ocupantes de cargos comissionados realizando funccedilotildees distintas daquelas pre-
vistas para o CC
Eacute o caso de um Diretor que natildeo dirige um oacutergatildeo de um chefe que natildeo coordena serviccedilos nem possui servidor
sob suas ordens ou de um assessor que natildeo estaacute vinculado agrave autoridade nem realiza tarefas caracteriacutesticas de assesso-
ramento
O desvio de funccedilatildeo se caracteriza pela praacutetica de outras tarefas pelo ocupante do cargo comissionado que natildeo
aquelas fixadas na lei criadora do cargo ou determinadas para os tipos direccedilatildeo chefia e assessoramento
4118 - Conceito de Funccedilotildees de Confianccedila
As FGs satildeo gratificaccedilotildees pagas pelo desempenho de atividades de chefia coordenaccedilatildeo e supervisatildeo
Poderatildeo ser pagas apenas aos servidores EFETIVOS (concursados)
Deveraacute ser autorizada por Lei
A lei deveraacute quantificar e valorar cada FG
Aconselha-se a que a quantidade de FGs tenha correlaccedilatildeo com os CCs
Ao corresponder determinado valor de FG deveraacute ser analisada a natureza o grau de responsabilidade e a com-
plexidade da funccedilatildeo a ser exercida
Orienta-se a que os valores fixados para as FGs natildeo ultrapassem 45 da verba a tiacutetulo de vencimentos baacutesicos
A FG eacute temporaacuteria transitoacuteria
Natildeo perderaacute a gratificaccedilatildeo de funccedilatildeo o funcionaacuterio que se ausentar em virtude de feacuterias luto casamento doenccedila
comprovada serviccedilos obrigatoacuterios por lei ou de atribuiccedilotildees decorrentes de sua funccedilatildeo
O desempenho de Funccedilatildeo Gratificada exigiraacute dedicaccedilatildeo integral com carga horaacuteria miacutenima de 40 (quarenta)
horas semanais e natildeo daraacute direito a horas extras
Agraves FGs seratildeo aplicadas as normas referentes ao NEPOTISMO e (se existir previsatildeo em lei local) agrave Lei Ficha
Limpa
412 Temporaacuterios
4121 Contrataccedilatildeo Temporaacuteria de Pessoal
A contrataccedilatildeo por tempo determinado eacute o instrumento juriacutedico a ser formalizado pelos gestores quando presente
a necessidade temporaacuteria de contrataccedilatildeo de pessoal e o excepcional interesse puacuteblico (art 37 IX da CF)
4122 Como regulamentar O art 37 IX da Constituiccedilatildeo Federal deve ser regulamentado por lei municipal que indicaraacute os casos de con-
trataccedilatildeo temporaacuteria de excepcional interesse puacuteblico
Eacute ilegal a contrataccedilatildeo temporaacuteria sem previsatildeo especiacutefica em lei municipal
4123 Seleccedilatildeo de Pessoal A escolha do pessoal a ser contratado por tempo determinado para atender a necessidade temporaacuteria de excep-
cional interesse puacuteblico deveraacute ser feita mediante processo seletivo simplificado sujeito agrave ampla divulgaccedilatildeo e observa-
da a dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria especiacutefica
4124 Regime Contratual O contrato natildeo eacute regido pela CLT mas sim por um contrato especial (administrativo)
4125 Necessidade de contrataccedilatildeo eacute requisito baacutesico O gestor puacuteblico deve justificar as razotildees da contrataccedilatildeo temporaacuteria isto eacute demonstrar a temporariedade e o ex-
cepcional interesse puacuteblico bem como por que o bom andamento do serviccedilo puacuteblico ficaria prejudicado sem a contrata-
ccedilatildeo
4126 Algumas hipoacuteteses de contrataccedilatildeo temporaacuteria A contrataccedilatildeo temporaacuteria pode ser utilizada nos seguintes casos
i-
co ou calamidade puacuteblica que natildeo possam ser solucionados soacute com a utilizaccedilatildeo dos recursos humanos de que dispotildee a
Administraccedilatildeo Puacuteblica
alta transitoacuteria do titular de cargo ou emprego puacuteblico quando o afastamento possa sensivelmente prejudicar o an-
damento do serviccedilo municipal
413 Terceirizaccedilatildeo de Pessoal 4131 Conceito baacutesico
Eacute a transferecircncia de atividades complementares agrave finalidade do oacutergatildeo(de meios e natildeo de fins) A Terceiriza-
ccedilatildeo proporciona
- Economia
- Eficiecircncia
A terceirizaccedilatildeo soacute eacute autorizada no Poder Puacuteblico como contrato de prestaccedilatildeo de serviccedilos e natildeo de pessoal
4132 Cuidados a serem tomados nas terceirizaccedilotildees bull OBJETO Se se trata de contrataccedilatildeo de serviccedilos natildeo-essenciais (meios) e natildeo de matildeo-de-obra
bull ECONOMICIDADE
bull SUBORDINACcedilAtildeO (natildeo ao ente contratante)
bull LICITACcedilAtildeO
bull GARANTIAS DE EXECUCcedilAtildeO
bull ACOMPANHAMENTO DO CONTRATO
bull NO PAGAMENTO
- comprovaccedilatildeo da realizaccedilatildeo dos serviccedilos
- retenccedilotildees obrigatoacuterias
- docs comprobatoacuterios (fiscais ndash trabalhistas)
4133 Tipos de serviccedilos que podem ser terceirizados bull LIMPEZA PUacuteBLICA (pode)
bull SAUacuteDE (depende apenas se admite a terceirizaccedilatildeo de determinadas atividades materiais ligadas ao serviccedilo de
sauacutede)
bull EDUCACcedilAtildeO (mesmas regras da sauacutede)
bull conservaccedilatildeo
bull limpeza
bull Seguranccedila
bull vigilacircncia
bull Transportes
bull informaacutetica
bull copeiragem
bull Recepccedilatildeo
bull Reprografia
bull Telecomunicaccedilotildees
bull manutenccedilatildeo de preacutedios equipamentos e instalaccedilotildees
bull serviccedilos de office-boyldquo (atraveacutes de empresa e licitaccedilatildeo)
4134 Terceirizaccedilatildeo de advogados e contadores
Satildeo permitidas apenas nas exceccedilotildees indicadas no acoacuterdatildeo 11112008 do TCEPR e Prejulgado nordm 873 do
TCESC
4135 Contrataccedilatildeo de Oscip A sigla OSCIP significa ldquoOrganizaccedilatildeo da Sociedade Civil de Interesse Puacuteblicordquo e pode ser considerada tambeacutem
como ONG (Oacutergatildeo Natildeo Governamental) pois nada mais eacute do que o resultado da iniciativa privada em criar uma pessoa
juriacutedica sem fins lucrativos para atuar em defesa de assuntos ou objetivos de interesse de toda a coletividade ou de
grupos especiacuteficos da sociedade humana
OSCIP poderaacute ser enquadrada ainda como Terceiro Setor
O aporte de recursos puacuteblicos (subvenccedilotildees contribuiccedilotildees doaccedilotildees auxiacutelio) para uma OSCIP eacute possiacutevel desde
que seja por autorizaccedilatildeo legislativa da Cacircmara Municipal local
Conveniar tambeacutem pode desde que seja atraveacutes de processo licitatoacuterio na modalidade Concurso de Projetos
Poreacutem considerando a experiecircncia praticamente generalizada dos Municiacutepios brasileiros bem como as fre-
quentes e alarmantes notiacutecias na miacutedia indicando irregularidades em contratos com Oscips natildeo eacute recomendada a contra-
taccedilatildeo com esse tipo de instituiccedilatildeo
Trata-se de parceria muito complexa difiacutecil de controlar e passiacutevel de inuacutemeras irregularidades que afetaratildeo os
gestores
Por isto em caso de o setor de licitaccedilotildees receber a incumbecircncia de contratar OSCIPs orienta-se a demonstrar ao
setor juriacutedico e ao gestor os riscos e notiacutecias (traacutegicas para os envolvidos) que frequentemente satildeo divulgadas
Aliaacutes basta clicar no google o termo ldquoirregularidades OSCIPrdquo e verificar o grande nuacutemero de notiacutecias ruins
sobre esses relacionamentos
414 Estagiaacuterios
4141 Fundamentaccedilatildeo legal As regras para a contrataccedilatildeo de estagiaacuterios estaacute na Lei federal nordm 117882008
4142 Objetivos do estaacutegio Os sectsect 1ordm e 2ordm da Lei 117882008 dizem que o estaacutegio faz parte do projeto pedagoacutegico do curso aleacutem de inte-
grar o itineraacuterio formativo do educando
Que o estaacutegio visa ao aprendizado de competecircncias proacuteprias da atividade profissional e agrave contextualizaccedilatildeo cur-
ricular objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadatilde e para o trabalho
4143 Podem ser estagiaacuterios bull - estudantes de educaccedilatildeo especial e dos anos finais do ensino fundamental na modalidade profissional de educaccedilatildeo de
jovens e adultos
bull - estudantes do ensino superior da educaccedilatildeo profissional de niacutevel meacutedio e do ensino meacutedio regular
4144 Jornada do estagiaacuterio bull I ndash 4 (quatro) horas diaacuterias e 20 (vinte) horas semanais no caso de estudantes de educaccedilatildeo especial e dos anos finais do
ensino fundamental na modalidade profissional de educaccedilatildeo de jovens e adultos
bull II ndash 6 (seis) horas diaacuterias e 30 (trinta) horas semanais no caso de estudantes do ensino superior da educaccedilatildeo profissional
de niacutevel meacutedio e do ensino meacutedio regular
4145 Partes no contrato de estaacutegio
bull - instituiccedilatildeo de ensino
bull - empresa ou oacutergatildeo concedente do estaacutegio
bull - estudante
bull Agentes de integraccedilatildeo puacuteblicos e privados (CIEE ndash SINE) ndash Esta parte eacute opcional
4146 Prazo maacuteximo de estaacutegio bull DOIS (2) ANOS
bull (obs Deficiente poderaacute aumentar)
4147 Custos do estagiaacuterio bull 1 ndash no estaacutegio obrigatoacuterio o pagamento eacute opcional (bolsa ou salaacuterio)
bull 2 ndash no estaacutegio natildeo obrigatoacuterio o pagamento eacute obrigatoacuterio + vale-transporte
bull 3 ndash a contribuiccedilatildeo previdenciaacuteria eacute opccedilatildeo e por conta do estagiaacuterio
bull 4 ndash contratos acima de um (1) ano o estagiaacuterio tem direito a feacuterias
bull 5 ndash direitos que outros possuam nas aacutereas de sauacutede e seguranccedila no trabalho
bull 6 ndash seguro obrigatoacuterio contra acidentes pessoais
bull 7 ndash natildeo tem direito a FGTS
bull 8 ndash auxilio alimentaccedilatildeo eacute opccedilatildeo do concedente do estaacutegio
4148 Penalizaccedilotildees bull 1 ndash declaraccedilatildeo de viacutenculo empregatiacutecio
bull 2 ndash suspensatildeo por dois (2) anos de conceder estaacutegios
4149 Limites no nuacutemero de estagiaacuterios
bull 1 - a concedente natildeo poderaacute ultrapassar a tabela (20 de estagiaacuterios ndash considerando-se os empregados)
bull 2 ndash 10 das vagas de estaacutegio para deficientes
bull 3 ndash estudantes de niacutevel superior e de niacutevel meacutedio profissional natildeo tem limites
41410 Quem pode ser concedente de estaacutegio bull 1 ndash empresas da iniciativa privada
bull 2 ndash oacutergatildeos puacuteblicos
bull 3 ndash profissionais liberais
41411 Os oacutergatildeos puacuteblicos podem contratar estagiaacuterios
Tribunal de Contas de Santa Catarina ndash TCESC Prejulgados 2114
Processo CON-1100052280
Parecer COG 962011
Decisatildeo 19242012
Origem Cacircmara Municipal de Penha
Relator Cleber Muniz Gavi
Data da Sessatildeo 14052012
Data do Diaacuterio Oficial 17052012
ldquoNo acircmbito da Administraccedilatildeo Puacuteblica a contrataccedilatildeo de estagiaacuterios reger-se-aacute pelas normas da Lei n 1178808
podendo os entes federados complementar a mateacuteria atraveacutes de lei localrdquo
41412 Seleccedilatildeo
Poreacutem eacute exigiacutevel o processo licitatoacuterio para escolha do agente de seleccedilatildeo e pagamento das bolsas
Protocolo nordm 32034107
Relator Conselheiro Hermas Eurides Brandatildeo
Decisatildeo Acoacuterdatildeo nordm 181907 - Tribunal Pleno
Sessatildeo Tribunal Pleno Sessatildeo Ordinaacuteria nordm 46 de 131207
Publicaccedilatildeo no Atos Oficiais do Tribunal de Contas nordm133 de 250108
Suacutemula nordm 06
Enunciado ldquoOs acordos que tenham por objeto a seleccedilatildeo e o
pagamento de bolsas a estagiaacuterios da Administraccedilatildeo Puacuteblica celebrados de um lado por oacutergatildeo ou entidade da Adminis-
traccedilatildeo e de outro por ente puacuteblico ou privado com ou sem fins lucrativos tecircm natureza juriacutedica de CONTRATO AD-
MINISTRATIVO cuja celebraccedilatildeo submete-se a todas as regras fixadas na Lei nordf866693 devendo ser precedido de
procedimento licitatoacuteriordquo
41413 Registro contaacutebil dos gastos com estagiaacuterio
Acoacuterdatildeo 8282006 do Tribunal Pleno do TCEPR
Decisatildeo proferida em 22062006
Processo 3725572005
Origem Cacircmara Municipal de Campo Largo
Interessado Presidente da Cacircmara
Relator Conselheiro Fernando Augusto Mello Guimaratildees
ldquoEmenta consulta - sobre a inclusatildeo das despesas com estagiaacuterios em gastos com educaccedilatildeo - impossibilidade - gastos
com estagiaacuterios devem ser incluiacutedos no elemento outros serviccedilos de terceiros-pessoa fiacutesica relativos ao setor em que o
estagiaacuterio exerce suas atividades
41414 Nepotismo
Poderaacute ser contratado parente como estagiaacuterio desde que a empresa intermediaacuteria tenha realizado a seleccedilatildeo
41415 Cuidados do concedente oacutergatildeo puacuteblico
bull 1 ndash constatar a existecircncia de dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria
bull 2 ndash realizar licitaccedilatildeo para contratar a empresa intermediaacuteria (agentes de integraccedilatildeo puacuteblicos e privados ndash aquela que faraacute
a seleccedilatildeo e o pagamento de bolsas)
bull 3 ndash verificar se a empresa realizou a seleccedilatildeo do estagiaacuterio contratado
bull 4 ndash indicar orientador e supervisor
bull 5 ndash atribuir tarefas proacuteprias do curso
bull 6 ndash cumprir as regras legais (jornada-prazo-outras exigecircncias do contrato)
415 Acumulaccedilatildeo de cargos puacuteblicos
A Constituiccedilatildeo Federal no art 37 XVI estabelece os casos em que eacute permitida a acumulaccedilatildeo de cargos em-
pregos e funccedilotildees nas administraccedilotildees direta e indireta nas empresas puacuteblicas e nas sociedades de economia mista
Em face da complexidade da mateacuteria e da dificuldade de interpretaccedilatildeo do dispositivo constitucional o tema tem
suscitado muitas duacutevidas na administraccedilatildeo municipal
A seguir apresenta-se em siacutentese a orientaccedilatildeo firmada pelos Tribunais de Contas sobre a mateacuteria
4151 Cargo de professor com outro cargo teacutecnico ou cientiacutefico
Eacute permitido ao professor efetivo estadual atendidos aos preceitos do art 37 II da Constituiccedilatildeo Federal ser
nomeado para cargo teacutecnico ou cientiacutefico no municiacutepio havendo compatibilidade de horaacuterio respeitado o limite da jor-
nada de trabalho fixada no art 7ordm XIII combinado com o art 39 sect 3ordm ambos da Constituiccedilatildeo Federal
Natildeo eacute possiacutevel ao servidor puacuteblico que jaacute acumula cargo efetivo de professor com cargo teacutecnico ou cientiacutefico
receber cumulativamente a remuneraccedilatildeode secretaacuterio municipal ante a vedaccedilatildeo do art 37 XVI e XVII da Constituiccedilatildeo
Federal
4152 Cargo efetivo com cargo de secretaacuterio municipal
O servidor puacuteblico efetivo municipal ocupante de cargo de secretaacuterio do mesmo municiacutepio desde que autoriza-
do pela legislaccedilatildeo local pode optar entre a remuneraccedilatildeo do cargo efetivo e o subsiacutedio do cargo de secretaacuterio vedada a
percepccedilatildeo cumulativa
Caso o servidor efetivo municipal opte pelo subsiacutedio legalmente instituiacutedo para o cargo de secretaacuterio do mesmo
municiacutepio somente poderaacute perceber o valor correspondente ao subsiacutedio sem adicional gratificaccedilatildeo ou qualquer outro
estipecircndio nos termos do sect 4ordm do art 39 da Constituiccedilatildeo Federal
4153 Cargo em comissatildeo com cargo efetivo
A Constituiccedilatildeo Federal (art 37 XVI e XVII) natildeo permite a acumulaccedilatildeo remunerada de cargo de provimento e-
fetivo com a de cargo de provimento em comissatildeo
4154 Dois cargos em comissatildeo
A acumulaccedilatildeo remunerada de dois cargos comissionados eacute vedada pelo art 37 XVI da Constituiccedilatildeo Federal
Eacute incompatiacutevel a acumulaccedilatildeo de dois cargos em comissatildeo no acircmbito da Administraccedilatildeo Puacuteblica quaisquer que
sejam os poderes ou esferas por natildeo se enquadrar nas exceccedilotildees passiacuteveis de acumulaccedilatildeo estabelecidas pelo art 37 XVI
da Constituiccedilatildeo Federal
4155 Proventos de aposentadoria com a remuneraccedilatildeo de cargo efetivo
Eacute permitido ao servidor inativo retornar ao exerciacutecio da funccedilatildeo puacuteblica acumulando proventos e vencimentos
nos casos permitidos pelo sect 10 do art 37 da Constituiccedilatildeo Federal
O servidor puacuteblico aposentado pelo estado ou pelo municiacutepio com fundamento no arts 40 ou 42 da Constitui-
ccedilatildeo Federal que presta concurso puacuteblico e eacute nomeado para ocupar cargo puacuteblico municipal deve optar entre os proven-
tos da aposentadoria e a remuneraccedilatildeo do cargo em conformidade com o disposto no art 37 sect 10 da Constituiccedilatildeo Fede-
ral salvo os casos de acumulaccedilatildeo previstos nos arts 37 XVI 95 paraacutegrafo uacutenico I e 128 sect 5ordm II aliacutenea d da Consti-
tuiccedilatildeo Federal
4156 Proventos de aposentadoria com a remuneraccedilatildeo de cargo em comissatildeo
Eacute permitido ao servidor puacuteblico inativo sem viacutecio de acumulaccedilatildeo indevida exercer cargo de provimento em
comissatildeo acumulando proventos e vencimentos
4157 Permanecircncia do servidor no cargo ou emprego puacuteblico apoacutes a aposentadoria
Ao servidor puacuteblico natildeo eacute possiacutevel quando se aposenta continuar exercendo normalmente suas funccedilotildees jaacute que
eacute vedada a acumulaccedilatildeo remunerada de cargos puacuteblicos ressalvando-se a aposentadoria voluntaacuteria do empregado de
empresa puacuteblica ou sociedade de economia mista
4158 Acumulaccedilatildeo de cargos com o exerciacutecio de mandato eletivo
41581) Cargo efetivo com mandato de vereador
O vereador que for investido em cargo puacuteblico efetivo ou emprego puacuteblico do estado ou do municiacutepio apoacutes a-
provaccedilatildeo em concurso puacuteblico poderaacute tomar posse no cargo efetivo sem prejuiacutezo do mandato de vereador
O exerciacutecio concomitante do cargo puacuteblico efetivo e do mandato de vereador somente eacute possiacutevel quando houver
compatibilidade de horaacuterios
Neste caso o vereador poderaacute acumular as respectivas funccedilotildees bem como a remuneraccedilatildeo e as demais vantagens
do cargo efetivo com o subsiacutedio do mandato
Natildeo havendo compatibilidade de horaacuterios o agente seraacute afastado do exerciacutecio do cargo ou emprego sendo-lhe
facultado optar pela remuneraccedilatildeo do cargo efetivo ou do emprego
41582 Cargo comissionado com mandato de vereador
Eacute ilegiacutetimo o exerciacutecio concomitante de cargo em comissatildeo pertencente agrave estrutura do Poder executivo munici-
pal com o mandato de vereador em decorrecircncia do princiacutepio da separaccedilatildeo das funccedilotildees estatais uma vez que na relaccedilatildeo
decorrente do cargo comissionado haveraacute submissatildeo do vereador aos comandos do chefe do Poder executivo municipal
incompatiacutevel com o exerciacutecio da vereanccedila
41583 Acumulaccedilatildeo de cargo de meacutedico com o exerciacutecio do mandato de prefeito
O servidor puacuteblico ocupante de cargo efetivo ou emprego puacuteblico de meacutedico pertencente agrave estrutura do Poder
executivo eleito prefeito deve se afastar do cargo ou emprego sendo-lhe facultado optar pela remuneraccedilatildeo do cargo ou
emprego nos termos do art 38 II da Constituiccedilatildeo Federal
Enquanto permanecer no exerciacutecio do mandato de prefeito o ocupante de cargo ou emprego de meacutedico natildeo po-
de realizar serviccedilos profissionais pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede (SuS) com habitualidade incluindo o meacutetodo de creden-
ciamento por caracterizar acumulaccedilatildeo remunerada de funccedilotildees puacuteblicas
Salvo vedaccedilatildeo na Lei Orgacircnica do municiacutepio o meacutedico em exerciacutecio do cargo de prefeito natildeo estaacute impedido de
realizar procedimento ciruacutergico em casos excepcionais para atendimentos emergenciais cuja recusa possa caracterizar
omissatildeo de socorro
41584 Acumulaccedilatildeo de cargo efetivo com mandato de vice prefeito
Eacute inconstitucional a acumulaccedilatildeo da remuneraccedilatildeo de cargo efetivo com o subsiacutedio de vice-prefeito em face da
inaplicabilidade agrave espeacutecie da norma do art 38 III da Constituiccedilatildeo Federal que se restringe tatildeo somente ao vereador
Entretanto o servidor puacuteblico efetivo que ver a exercer mandato de vice-prefeito pode optar entre a remunera-
ccedilatildeo do cargo e o subsiacutedio de vice-prefeito
Caso o servidor faccedila a opccedilatildeo pelo subsiacutedio teraacute direito ao recebimento apenas do valor correspondente ao sub-
siacutedio (parcela uacutenica) ficando vedado o pagamento de adicional gratificaccedilatildeo ou quaisquer outras vantagens do cargo
efetivo nos termos do sect 4ordm do art 39 da Constituiccedilatildeo Federal
41585 Acumulaccedilatildeo de cargo de vice prefeito com cargo comissionado
O vice-prefeito designado para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou funccedilatildeo de confianccedila no acircmbito do Poder
Executivo deveraacute optar entre o subsiacutedio de vice-prefeito e a remuneraccedilatildeo do cargo ou da funccedilatildeo
O vice-prefeito investido no cargo de secretaacuterio municipal deveraacute optar entre o subsiacutedio afeto ao mandato eleti-
vo e o vencimento do respectivo cargo
4159 Direito ao subsiacutedio mensal mdash vice-prefeito
O vice-prefeito exercendo ou natildeo funccedilatildeo executiva na administraccedilatildeo municipal tem direito agrave percepccedilatildeo mensal
do subsiacutedio de vice-prefeito fixado pela cacircmara municipal
41510 Acumulaccedilatildeo de cargos e o respeito ao teto remuneratoacuterio
O provento de aposentadoria subsiacutedio de agente poliacutetico e vencimento pelo exerciacutecio de cargo puacuteblico recebi-
dos aglutinadamente devem observar o teto remuneratoacuterio instituiacutedo pelo inciso XI do art 37 da Constituiccedilatildeo Federal
416 Nepotismo
O significado original da palavra nepotismo eacute governo dos sobrinhos jaacute que eacute derivada de nepoteounipo-
te(sobrinho ou neto em latim) e foi aplicada em referecircncia aos Papas do Renascimento (de Sisto IV a Paulo III) que
nomeavam sobrinhos e outros parentes para posiccedilotildees clericais e administrativas de importacircncia assim como aos Gover-
nantes japoneses tanto no periacuteodo Heian (por volta do ano 669) quanto no comeccedilo do seacuteculo IX (governo da famiacutelia
Fujiwara) e ateacute nos anos 1960 com Kiyomori
Com o sufixo ismo a palavra indica a concessatildeo de privileacutegios ou cargos a parentes no funcionalismo puacuteblico
Distingue-se do favoritismo simples que natildeo implica relaccedilotildees familiares com o favorecido
Em 2008 julgando um dos processos que chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) aquela Corte editou a
Suacutemula 13 com o seguinte texto
Suacutemula vinculante 13 de 210808
ldquoA nomeaccedilatildeo de cocircnjuge companheiro ou parente em linha reta colateral ou por afinidade ateacute o terceiro grau
inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa juriacutedica investido em cargo de direccedilatildeo chefia ou
assessoramento para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou de confianccedila ou ainda de funccedilatildeo gratificada na
administraccedilatildeo puacuteblica direta e indireta em qualquer dos Poderes da Uniatildeo dos Estados do Distrito Federal e dos
Municiacutepios compreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocas viola a Constituiccedilatildeo Federalrdquo
Data de Aprovaccedilatildeo Sessatildeo Plenaacuteria de 21082008Fonte de Publicaccedilatildeo DJe nordm 1622008 p 1 em 2982008DO de
2982008 p 1
Assim fundamentados especialmente nos princiacutepio constitucionais da impessoalidade e da moralidade o maior
oacutergatildeo do Poder Judiciaacuterio brasileiro definiu como proibidas as nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos em comissatildeo ou
funccedilotildees de confianccedila de familiares dos nomeantes em ateacute terceiro grau de parentesco
O parentesco segundo o Coacutedigo Civil (arts 1591 a 1595) eacute identificado em trecircs linhas distintas
a) reta (ascendente e descendente pai matildee avocirc avoacute filho filha neto neta)
b) colaterais (provecircm de um tronco comum mas natildeo descendem uma das outras irmatildeo irmatilde tio tia) e
c) por afinidade (o viacutenculo que se estabelece entre um cocircnjuge e os parentes do outro cocircnjuge)
De ressaltar que a Suacutemula 13 do STF abrangeu o famoso nepotismo cruzado que eacute a combinaccedilatildeo entre nomean-
tes para a contrataccedilatildeo direta de servidores parentes seus de forma cruzada (o parente de um eacute contratado pelo outro e
vice versa) pois ao final do texto consta ldquocompreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocasrdquo
E mantendo a maacutexima de que cada regra tem sua exceccedilatildeo o STF declarou na sequencia (no Recurso Extraordi-
naacuterio nordm 579951RN) que a exceccedilatildeo dessa proibiccedilatildeo seria a possibilidade de nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos poliacuteti-
cos aiacute compreendidos os Ministros de Estado Secretaacuterios de Estado e Secretaacuterios Municipais
Entatildeo dessa data em diante (2982008 publicaccedilatildeo da suacutemula 13 do STF) passou-se a ser proibido o
nepotismoem cargos e funccedilotildees puacuteblicas de livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo
Em resumo quando da ediccedilatildeo da Suacutemula 13 a Corte Maacutexima do Poder Judiciaacuterio paacutetrio definiu que
1 ndash Eacute PROIBIDA A NOMEACcedilAtildeO EM CC OU FG DECOcircNJUGE OU PARENTE DA AUTORIDADE NOMEANTE
OU DE OUTRO SERVIDOR NESTES CARGOS (CC ou FG) ATEacute TERCEIRO GRAU
2 ndash CARGOS DE MINISTROS E SECRETAacuteRIOS PODEM SER OCUPADOS POR PARENTES
Pois bem
Apoacutes a proibiccedilatildeo pelo Supremo e vasta interpretaccedilatildeo do Poder Judiciaacuterio outros pontos natildeo abrangidos (ou es-
clarecidos) pela Suacutemula 13 foram praticamente pacificados
Vejamos os mais relevantes
1ordm ndash A LEI (Ordinaacuteria-Complementar-Orgacircnica) PODE AMPLIAR AS PROIBICcedilOtildeES abrangendo inclusive os Minis-
tros e Secretaacuterios (impedindo a contrataccedilatildeo de parentes ou limitando o nuacutemero de parentes contratados)
2ordm ndash Para a configuraccedilatildeo de nepotismo cruzado soacute se houver prova da reciprocidade Ou seja se ocorrer o ajuste a com-
binaccedilatildeo a troca de favores entre autoridades puacuteblicas
3ordm - Parente de Autoridade Puacuteblica ou de servidor de um mesmo oacutergatildeo poderaacute ocupar CC ou FG se foi nomeado antes
da posse deste
4ordm ndash Servidor efetivo poderaacute ser nomeado em CC ou designado em FG em mesmo oacutergatildeo de Gestor Puacuteblico ou servidor
parente se natildeo for nomeado por ele ou subordinado a ele
5ordm ndash Servidores de um mesmo oacutergatildeo ocupantes de Cargo Comissionado ou Funccedilatildeo de Confianccedila que venham a se tor-
nar um casal depois do ingresso no cargo ou funccedilatildeo e desde que natildeo ocorra subordinaccedilatildeo direta entre si natildeo seraacute con-
siderado nepotismo 6ordm ndash Ex-cocircnjuge comprovadamente podem ser nomeados pelo ex sem caracterizar nepotismo
7ordm ndash Nos casos de requisiccedilatildeocessatildeo de servidores por autoridades ou oacutergatildeos aplicam-se as regras do nepotismo
8ordm ndash Parentesco com autoridades puacuteblicas ou servidores falecidos ou aposentados natildeo incidem a Suacutemula 13
9ordm ndash Contrataccedilatildeo de estagiaacuterios que sejam parentes de autoridades ou servidores do oacutergatildeo concedente do estaacutegio natildeo se
configura nepotismo desde que haja seleccedilatildeo preacutevia
10ordm ndash Contratar sem licitaccedilatildeo pessoa juriacutedica na qual haja administrador ou soacutecio com poder de direccedilatildeo que seja fami-
liar de detentor de cargo em comissatildeo ou funccedilatildeo de confianccedila que atue na aacuterea responsaacutevel pela demanda ou de autori-
dade a ele hierarquicamente superior
Por fim destacar que os caminhos juriacutedicos para exigir a exoneraccedilatildeo de parentes que ocupem cargos comissio-
nados ou funccedilotildees de confianccedila bem como coibir e responsabilizar os agentes puacuteblicos que desrespeitarem a regra cons-
tante da Suacutemula 13 do STF e demais acervo jurisprudencial referentemente ao nepotismo poderaacute ser a Accedilatildeo Civil Puacute-
blica(art 1ordm inciso IV da Lei 734785) ou ateacute mesmo a Reclamaccedilatildeo ao STF (art 102 inciso I aliacutenea l da Constitu-
iccedilatildeo Federal)
Jaacute as consequecircncias juriacutedicas para quem desobedecer agraves normas combatentes do nepotismo possuem as seguin-
tes hipoacuteteses
1ordf ndash Consequecircncias para o servidor nomeado ou designado pela omissatildeo de informar agrave Administraccedilatildeo Puacuteblica o fato de
se encontrar sob o alcance da Suacutemula Vinculante nordm 13 do STF incide o crime de falsidade ideoloacutegica (art 299 do Coacute-
digo Penal) bem como pela manutenccedilatildeo do cargo ou emprego puacuteblico sabendo do impedimento incide em crime de
desobediecircncia agrave decisatildeo judicial (art 359 CP)
2ordf ndash Consequecircncias para o agente poliacutetico pela omissatildeo incide no crime de prevaricaccedilatildeo (art 319 CP) e na esfera
poliacutetico-administrativa incorre no crime de improbidade administrativa (art 11 I e II cc o art 12 III todos da Lei nordm
842992) pode-se aplicar a ele ainda no caso dos prefeitos municipais estaratildeo sujeitos agrave cassaccedilatildeo do mandato eletivo
(Decreto-lei 20167 art 4ordm VII)
417 - GASTOS COM PESSOAL
O paracircmetro a ser empregado nos caacutelculos da despesa com pessoal haacute de ser a Receita Corrente Liquida
ndash RCL conceituada no inciso IV do art 2ordm da LRF
Considera-se despesa com pessoal nos termos do artigo 18 da LFR todas as vantagens vencimentos sa-
laacuterios proventos adicionais gratificaccedilotildees horas extras encargos sociais subsiacutedios dos agentes poliacuteticos e qual-
quer outra espeacutecie remuneratoacuteria
A verificaccedilatildeo das adequaccedilotildees das despesas efetivamente realizadas com pessoal em relaccedilatildeo agrave RCL deveraacute
ocorrer nos termos do artigo 22 da LRF ao final de cada quadrimestre
Os resultados obtidos seratildeo por sua vez informados no Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal correspondente ao
mesmo periacuteodo de apuraccedilatildeo sendo facultado aos Municiacutepios com populaccedilatildeo inferior a cinquumlenta mil habitantes
apurar esse comprometimento ao final de cada semestre (art 62 I e II ldquobrdquo)
Segundo art 20 da LRF a reparticcedilatildeo dos limites globais de cada ente eacute de
PoderEnte Uniatildeo EstadosDF Municiacutepios
Executivo 409 490 540
LegislativoTC 60 60 60
Judiciaacuterio 25 30 -x-
Ministeacuterio Puacuteblico 06 20 x-
Totais 500 600 600
Visando coibir despesas em excesso praticados pelas Cacircmaras Municipais houve emenda constitucional
disciplinando os percentuais destas (EC nordm 252000) sem no entanto disciplinar seu conceito e composiccedilatildeo toda-
via excluiu-se as despesas com inativos resultando em limites diversos em relaccedilatildeo agrave LRF vejamos
Populaccedilatildeo Limites EC 25 (ex-
clui inativos)
Limites LRF
(inclui inativos)
Ateacute 100000 habitantes 56 6
De 100001 a 300000 hab 49 6
De 301000 a 500000 hab 42 6
Acima de 500000 hab 35 6
LRF - art 22
Se a despesa de pessoal exceder a 95 do limite estabelecido no artigo 20 os Poderes e oacutergatildeos que incor-
rem no excesso ficaratildeo vedados de criar cargo emprego ou funccedilatildeo e efetuar provimento de cargo puacuteblico admis-
satildeo ou contrataccedilatildeo de pessoal a qualquer tiacutetulo
Exceccedilatildeo (artigo 22 inciso IV) aacutereas de educaccedilatildeo sauacutede e seguranccedila restringindo-se quando esta se ca-
racterizar por falecimento ou aposentadoria
Para os casos de extrapolaccedilatildeo dos limites determinada pelo artigo 169 da CF88 nos termos do art 23 da
LRF deveraacute o ente propor medidas para sua adequaccedilatildeo com a maior brevidade possiacutevel
Isto posto nos dois quadrimestres seguintes deveraacute observar as providecircncias previstas nos sectsect 3ordm e 4ordm do
art 169 da CF quais sejam
Reduccedilatildeo de pleno menos vinte por cento das despesas com cargos em comissatildeo e funccedilotildees de confianccedila
Exoneraccedilatildeo dos servidores natildeo estaacuteveis
Exoneraccedilatildeo dos servidores estaacuteveis se natildeo alcanccedilada a reduccedilatildeo necessaacuteria com as medidas anteriores desde
que ato normativo de cada Poder especifique a atividade funcional o oacutergatildeo ou unidade administrativa objeto de
reduccedilatildeo de pessoal
O servidor que neste caso perder o cargo faraacute jus a indenizaccedilatildeo correspondente a um mecircs de remunera-
ccedilatildeo por ano de serviccedilos sendo que esta natildeo seraacute computada para fins de despesas com pessoal
Permanecendo o excesso ficaraacute o ente impedido de receber transferecircncias voluntaacuterias
418 - Despesas gerais
4181 - Diaacuterias
a) ndash cobrem hospedagem e alimentaccedilatildeo
b) ndash aplicaccedilatildeo do princiacutepios da razoabilidade proporcionalidade e moralidade
c) ndash devem ser liberadas motivadamente (interesse puacuteblico)
d) ndash dependem de lei autorizatoacuteria
e) ndash podem ser liberadas para participaccedilatildeo em eventos
f) ndash natildeo podem configurar ldquosalaacuteriordquo
g) ndash exigem comprovaccedilatildeo de realizaccedilatildeo do objetivo
h) ndash a partir de 50 do valor da remuneraccedilatildeo incide ir e inss
i) ndash a fixaccedilatildeo do valor pode ser variaacutevel de municiacutepio para municiacutepio
j) ndash fraude ou simulaccedilatildeo no pagamento de diaacuteria acp
4182 - Adiantamentos eacute proibido
4183 -Seguro de vidaeacute possiacutevel
4184 - Vale Transporteeacute possiacutevel
4185 - Plano de sauacutedesoacute para servidoresvereadores natildeo
4186 -Veiacuteculo proacuteprio
Segundo o TCRPR eacute proibido agrave Cacircmara pagar combustiacutevel para veiacuteculos dos vereadores
O TCE-PR alega que a Administraccedilatildeo Puacuteblica natildeo pode arcar com gastos inerentes a despesas com veiacuteculos
particulares dos Edis mesmo que a serviccedilo do Legislativo haja vista a inexistecircncia de contrato precedido de Licitaccedilatildeo e
diante das normas de direito administrativo onde qualquer aquisiccedilatildeo efetuada pelo Poder Puacuteblico depende de contrato
este em regra precedido de licitaccedilatildeo
Alega inclusive que essa despesa eacute estranha ao orccedilamento sem amparo legal
Ateacute em relaccedilatildeo aos servidores o TCE desaconselha o ressarcimento de despesas com combustiacutevel particular
por aplicaccedilatildeo do art 29 da CE89 ou da Lei Orgacircnica Municipal que geralmente preveem incompatibilidade negocial
Vale ressaltar que outros Tribunais de Contas divergem ou convergem com o TCEPR
Vejamos
O TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA PERMITE
PREJULGADO 2082 DO TCESC
ldquoA Cacircmara Municipal pode disciplinar o uso de veiacuteculos oficiais de sua propriedade a exemplo da Lei Estadual ndeg
79871990 (regulamentada pelo Decreto ndeg 34212005) e do Decreto Federal ndeg 64032008 (disciplinado pela Instru-
ccedilatildeo Normativa ndeg 0032008 do Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeordquo
PREJULGADO 1268 DO TCESC
A Cacircmara Municipal poderaacute ressarcir as despesas de combustiacutevel de veiacuteculos particulares desde que (a) previamente
autorizada em lei especiacutefica (b) relacionada a deslocamento dos Vereadores para fora de jurisdiccedilatildeo municipal (c) os
assuntos tratados nas viagens sejam de interesse puacuteblico (d) haja expressa autorizaccedilatildeo da Cacircmara Municipal para a rea-
lizaccedilatildeo da viagem (e) os veiacuteculos utilizados nestas condiccedilotildees estejam previamente cadastrados no oacutergatildeo competente do
Pode Legislativo e (f) sejam aplicaacuteveis somente a casos excepcionais
O TCE DE MG PROIacuteBE
Consulta nordm 810007- TCEMG
Tribunal de Constas do Estado - Cacircmara natildeo pode pagar gasolina para vereadores O relator Cons Elmo Braz adotou o
parecer do Auditor Hamilton Coelho para responder agraves indagaccedilotildees Inicialmente a Auditoria asseverou que o TCEMG
jaacute declarou em diversas oportunidades a ilegalidade do abastecimento de veiacuteculos particulares de vereadores com re-
cursos da Cacircmara ainda que para uso no interesse do oacutergatildeo mencionando nesse sentido a Consulta nordm 810007 (Rel
Cons Eduardo Carone Costa sessatildeo de 030210) ndash v Informativo 17 O Auditor transcreveu parte do parecer exarado
naquela Consulta no sentido de que a utilizaccedilatildeo de veiacuteculo de propriedade particular de vereador mediante contrapresta-
ccedilatildeo (abastecimento) a serviccedilo da Administraccedilatildeo Puacuteblica configuraria contrato de locaccedilatildeo de fato e de que o uso interca-
lado do veiacuteculo ndash ora em caraacuteter particular ora a serviccedilo ndash tornaria difiacutecil a mensuraccedilatildeo do quantum a ser indenizado
redundando em confusatildeo patrimonial envolvendo o agente puacuteblico e o oacutergatildeo contratante
O TCEMT PERMITE
Processo nordm 2073652010 - 19042011
ldquoCAcircMARA MUNICIPAL DE NOVA OLIacuteMPIA CONSULTA CAcircMARA MUNICIPAL VEREADOR VERBA DE
NATUREZA INDENIZATOacuteRIA POSSIBILIDADE SE OBSERVADOS OS REQUISITOS IMPOSSIBILIDADE DE
PAGAMENTO DE DESPESAS COM MANUTENCcedilAtildeO DO GABINETE DO PARLAMENTAR POSSIBILIDADE
DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS COM ABASTECIMENTO DE VEIacuteCULO PARTICULAR DO VEREADOR
E DE ACUMULACcedilAtildeO COM A DIAacuteRIA QUANDO CONTEMPLAREM O RESSARCIMENTO DE DESPESAS
DISTINTAS PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS NOS TERMOS DA LEI QUE A INSTITUIRrdquo
4187 - Passagens
Por se tratar de despesa com caracteriacutesticas muito proacuteprias jaacute que os valores se alteram permanentemente mas eacute
possiacutevel a reduccedilatildeo dos preccedilos sobretudo com descontos sobre a taxa de administraccedilatildeo das agecircncias ou operadoras eacute
recomendaacutevel a realizaccedilatildeo de processo licitatoacuterio afim de promover a economicidade evitar sobrepreccedilos e oportunizar
a competitividade entre os diversos particulares interessados em negociar com a Administraccedilatildeo
Por isso orienta-se agrave promoccedilatildeo do certame licitatoacuterio na modalidade Pregatildeo cujo objeto seja a contrataccedilatildeo de
serviccedilos de agenciamento de viagens para cotaccedilatildeo reserva e fornecimento de passagens (aeacutereas e terrestres) no acircmbito
nacional e internacional se houver interesse
Caso opte pela passagem internacional eacute interessante licitar a emissatildeo de seguro de assistecircncia em viagem in-
ternacional
Especificar que a compra se faraacute por meio de atendimento remoto (e-mail eou telefone)
O tipo aconselhaacutevel eacute o de menor preccedilo escolhendo-se a proposta que ofertar o maior percentual de desconto
sobre o valor ldquodo diardquo disponibilizado e cobrado de todos os puacuteblicos inclusive sobre as tarifas promocionais e reduzi-
das disponiacuteveis no momento da compra excluiacuteda a taxa de embarque
5 Controle
51 Corrupccedilatildeo desvios e fraudes Conceitos
Corrupccedilatildeo eacute o ato ou efeito de se corromper oferecer algo para obter vantagem em negociata onde se favorece
uma pessoa e se prejudica outra
Eacute tirar vantagem do poder atribuiacutedo Corrupccedilatildeo vem do latim corruptus que significa quebrado em peda-
ccedilos O verbo corromper significa tornar-se podre
Desvio na aacuterea puacuteblica significa retirar o caminho normal de alguma coisa Natildeo alcanccedilar o objetivo por
mudanccedila de rota
Geralmente a palavra estaacute ligada agraves alteraccedilotildees que se promovem na ocupaccedilatildeo de cargos ou funccedilotildees no
uso de bens na realizaccedilatildeo de obras e ateacute no destino que se daacute aos recursos financeiros Fraude eacute um esquema iliacutecito ou de maacute feacute criado para obter ganhos para si ou para terceiros
No meio puacuteblico as fraudes geralmente satildeo praticadas atraveacutes de simulaccedilotildees e ajustes visando o aproveitamen-
to iliacutecito de valores benefiacutecios ou do patrimocircnio puacuteblico
52 Conceito e relevacircncia do controle
O controle eacute a ferramenta mais eficaz para se evitar as irregularidades e ilegalidades na atuaccedilatildeo dos po-
deres puacuteblicos
Segundo os mais elaborados estudos e pesquisas a corrupccedilatildeo pode ser maior ou menor dependendo da
proporcionalidade de controle existente
Onde tem menor controle tem maior corrupccedilatildeo e assim vice e versa
E o controle se faz por trecircs principais vias orientaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e puniccedilatildeo No Brasil o combate agrave corrupccedilatildeo no meio puacuteblico vem acontecendo atraveacutes da implementaccedilatildeo de vaacuterios tipos
de controle sobre as verbas recursos e patrimocircnio puacuteblico
Nos uacuteltimos anos melhoraram muito os sistemas de Controle Interno e Externo por iniciativa de cada oacutergatildeo ou
por exigecircncia do povo (diretamente ou atraveacutes das miacutedias)
O Legislativo por iniciativa proacutepria ou por pressatildeo popular tem aprovado inuacutemeros atos para reforccedilar a legisla-
ccedilatildeo paacutetria que afeta a corrupccedilatildeo
Satildeo os exemplos da Lei das Inelegibilidades (LC 6490 reforccedilada pela Lei da Ficha Limpa- LC 1352010) a
Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 1012000) a Lei da Transparecircncia (LC 1312009) a Lei da Informaccedilatildeo
(125272011) e a Lei Anticorrupccedilatildeo (128462013) e tantas outras
O Judiciaacuterio por sua vez e com o apoio das instituiccedilotildees de apuraccedilatildeo a ele ligadas (poliacutecias ministeacuterio puacuteblico
etc) tem punido severamente os corruptos realizando o seu papel sem distinccedilatildeo de cargo ou poder do apenado
Segundo informa o oacutergatildeo denominado de ldquoTransparecircncia Internacionalrdquo em mateacuteria divulgada no mecircs
de dezembro2014 ldquoNeste ano o Brasil obteve a nota 43 em uma escala que vai de 0 (setor puacuteblico visto como extremamente
corrupto) a 100 (extremamente iacutentegro) a mesma pontuaccedilatildeo obtida em 2012
No ano passado o paiacutes havia totalizado 42 pontos
A pontuaccedilatildeo do Brasil se situa exatamente na meacutedia mundial de acordo com o estudo de 43 pontos Nas
Ameacutericas como um todo a meacutedia eacute 45
Mais de dois terccedilos dos 175 paiacuteses que integram o iacutendice obtiveram uma nota inferior a 50
O Brasil estaacute na metade Natildeo eacute um dos piores nem dos melhores Mas natildeo eacute um resultado bom para o
paiacutes que tem feito inuacutemeros esforccedilos para ser um liacuteder econocircmico e poliacutetico disse Salas agrave BBC Brasil O Brasil
quer ser um liacuteder mundial entatildeo tem que mostrar o exemplo Ele ainda estaacute muito distante dos paiacuteses desenvol-
vidos nesse iacutendice ressalta o diretor da Transparecircncia Internacional
Empatados com o Brasil com a mesma pontuaccedilatildeo e lugar no ranking estatildeo paiacuteses como a Itaacutelia a Greacutecia
e a Bulgaacuteria
Para Salas o escacircndalo da Petrobras pode ser positivo para o Brasil se forem tomadas medidas fortes
de combate agrave corrupccedilatildeo
Se a presidente Dilma Roussef aproveitar esse momento para fazer mudanccedilas poderaacute ser algo positivo
diz ele
Se pessoas poderosas e outros culpados nesse escacircndalo forem presos o Brasil poderaacute projetar uma boa
imagem afirma Salas
Se houver tambeacutem reforma poliacutetica e melhorias no sistema de compras puacuteblicas pode ser um momento
histoacuterico para o Brasil Mas se nada mudar seraacute um exemplo negativo diz ele
A Dinamarca eacute a primeira colocada no ranking com 92 pontos um a mais em relaccedilatildeo ao estudo anterior
onde tambeacutem jaacute havia ficado em primeiro lugar
A China e a Turquia estatildeo entre os paiacuteses que mais perderam posiccedilotildees no ranking deste ano
A China que adotou nos uacuteltimos anos medidas de combate agrave corrupccedilatildeo como a proibiccedilatildeo de dar presen-
tes de alto luxo a funcionaacuterios puacuteblicos caiu 20 posiccedilotildees no ranking passando a ocupar o 100deg lugar com 36 pon-
tos
Entre os paiacuteses dos BRICS o Brasil estaacute praticamente empatado com a Aacutefrica do Sul (duas posiccedilotildees aci-
ma do Brasil no ranking) e bem agrave frente da China Iacutendia e Ruacutessiardquo
In httpwwwbbccoukportuguesenoticias201412141202_ranking_transparencia_internacional_brasil_df_lgb
Assim vale agrave pena continuar acreditando na melhora e natildeo cessar a luta pela melhoria dos instrumentos
de controle e combate agrave corrupccedilatildeo
53 O anseio democraacutetico pelo controle
De haacute muito tempo que a populaccedilatildeo anseia por melhoria nos sistemas de controle da coisa puacuteblica
No Brasil que historicamente conviveu com a corrupccedilatildeo na Administraccedilatildeo Puacuteblica a implantaccedilatildeo do re-
gime democraacutetico teve como maior objetivo a participaccedilatildeo do povo no poder (nas coisas do Estado) diretamente
ou atraveacutes de seus legiacutetimos representantes
Com isso espera-se que o povo faccedila parte do governo e que tenha conhecimento do que ocorre com os
bens e valores puacuteblicos enquanto estiverem sob a guarda dos administradores da coisa puacuteblica
Mas natildeo basta trocar as pessoas no comando do eraacuterio
Eacute preciso equipar os sistemas de controle haja vista que natildeo eacute exatamente a iacutendole pessoal que evita a
corrupccedilatildeo e os desvios no meio puacuteblico mas acima de tudo o controle que se faz sobre a coisa (a ocasiatildeo faz o
ladratildeo) O controle eacute exercido de forma irrestrita e ilimitada em todos e por todos os Poderes de Estado estendendo-se a
toda a Administraccedilatildeo e abrangendo todas as suas atividades e agentes sendo classificadas em variados tipos e formas de
atuaccedilatildeo para atingir os seus objetivos
Essas classificaccedilotildees indicam que
(I) O controle administrativo ou executivo eacute aquele exercido pela proacutepria Administraccedilatildeo sobre seus atos e agentes
(II) Controle legislativo ou parlamentar diz respeito ao que o Poder Legislativo imprime sobre atos e agentes do
Poder Executivo
(III) O controle judiciaacuterio eacute o referente agrave correccedilatildeo dos atos ilegais de qualquer dos Poderes pelo Judiciaacuterio quando
lesivos de direito individual ou do patrimocircnio puacuteblico Quanto a forma o controle pode ser sintetizado
bull De acordo com seu fundamento pode ser hieraacuterquico ou finaliacutestico
bull Em razatildeo da localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o exercita pode ser interno ou externo
bull Em virtude do momento em que eacute exercido pode ser preacutevio ou preventivo ou a priori concomitante ou sucessivo e
subsequente ou corretivo ou a posteriore
bull Conforme o aspecto controlado pode ser de legalidade ou de legitimidade e de meacuterito
Outra abordagem do Direito Administrativo eacute apresentada segundo a qual o controle da Administraccedilatildeo Puacuteblica
eacute poder de fiscalizaccedilatildeo e correccedilatildeo que sobre ela exercem os oacutergatildeos dos Poderes Judiciaacuterio Legislativo e Executivo com
o objetivo de garantir a conformidade de sua atuaccedilatildeo com os princiacutepios que lhe satildeo impostos pelo ordenamento juriacutedico
Dentre os pontos comuns observados eacute importante registrar as visotildees sobre os chamados controle externo e
controle interno decorrentes das classificaccedilotildees relativas agrave localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o realiza e quanto agrave integraccedilatildeo do
oacutergatildeo que o executa e agrave estrutura do oacutergatildeo objeto de sua execuccedilatildeo
As atividades do sistema de controle interno satildeo exercidas mediante a utilizaccedilatildeo de teacutecnicas de fiscalizaccedilatildeo e
auditoria as quais consistem no conjunto de processos que viabilizam o alcance dos macro-objetivos do sistema
Fiscalizar consiste na aplicaccedilatildeo de um conjunto de procedimentos pontuais que permitam o exame dos atos da
administraccedilatildeo puacuteblica visando avaliar a execuccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas atuando sobre os resultados efetivos dos pro-
gramas governamentais
54 O Controle Interno
Com previsatildeo desde 1964 (art 76 da Lei 432064 - Lei da Contabilidade Puacuteblica) foi levado agrave regras constitu-
cional em 05 de outubro de 1988 na Carta Maior (art 74) e reforccedilado pela Lei Complementar 1012000(LRF art 54 e
59) mas soacute implementado no Paranaacute a partir de 2008 com a exigecircncia pelo TCE que assim se manifestou a respeito
ldquoO sistema de controle interno eacute o agente de orientaccedilatildeo e integraccedilatildeo dos controles administrativos das enti-
dades componentes da estrutura organizacional e de apoio ao controle externo
Tem por objetivos principais a avaliaccedilatildeo do cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual e a execu-
ccedilatildeo dos programas constantes da LDO e na Lei Orccedilamentaacuteria Anual assegurar a observacircncia das normas e regula-
mentos e assim a legalidade dos atos avaliando os resultados no que se refere agrave eficaacutecia e eficiecircncia da gestatildeo orccedila-
mentaacuteria financeira e patrimonial da administraccedilatildeo
Sua funccedilatildeo inclui a diligecircncia no acompanhar dos procedimentos da administraccedilatildeo e na orientaccedilatildeo do ges-
tor acerca de eventuais desvios de rota e para evitar riscos iminentes que possam provocar danos ao patrimocircnio e agrave
gestatildeo
Juntamente com a contabilidade o controle interno deve velar pelo atendimento das agendas de obrigaccedilotildees
pela certeza do cumprimento dos limites legais seja de pisos de investimentos miacutenimos ou tetos para gastos maacutexi-
mos pela verdade das informaccedilotildees levadas a puacuteblico em face da LRF e suas determinaccedilotildees de transparecircncia da Lei
da Informaccedilatildeo e da proacutepria Lei nordm 432064
Os resultados satisfatoacuterios e sem sobressaltos especialmente em processo de transiccedilatildeo de mandato acentuam
que o controle interno desempenhou seu papel com efetividade e compromisso com a Entidade
O principal embaraccedilo que se tem percebido no processo de estruturaccedilatildeo do controle interno tem ocorrido na
montagem da equipe de trabalho especialmente a natildeo disponibilidade de profissionais com preparo teacutecnico
Existem pequenas prefeituras e cacircmaras municipais onde se verifica ateacute mesmo a simples falta de pessoal
sem atributosrdquoManual de Final de mandato ndash 2012
55 O controle Externo
O controle externo dos poderes municipais ( Executivo e Legislativo) eacute realizado direta e formalmente pelo
Tribunal de Contas que aleacutem de exigir a prestaccedilatildeo de contas anual ainda verifica a lisura e regularidade dos atos e accedilotildees
que envolvam a administraccedilatildeo dos bens e recursos puacuteblicos
A Lei Orgacircnica do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute (LC 1132005) indica que no papel de apoiador do
Poder Legislativo Municipal no controle externo a Corte Administrativa tem a seguinte competecircncia
ldquoArt 1ordm Ao Tribunal de Contas do Estado oacutergatildeo constitucional de controle externo com sede na Capital do Estado
compete nos termos da Constituiccedilatildeo Estadual e na forma estabelecida nesta lei
II ndash julgar as contas dos chefes dos oacutergatildeos do Poder Legislativo estadual e municipal do Poder Judiciaacuterio do Minis-
teacuterio Puacuteblico e deste Tribunalrdquo
Todavia por certo que existem outros oacutergatildeos que de forma indireta realizam o controle externo do poder puacuteblico muni-
cipal como o Ministeacuterio Puacuteblico o Judiciaacuterio e os Observatoacuterios sociais
Eacute posiccedilatildeo paciacutefica entre os estudiosos da Administraccedilatildeo Puacuteblica no mundo que o mais eficiente instrumento de
controle da ldquocoisa puacuteblicardquo eacute a transparecircncia
Pois se o povo acompanha atos e accedilotildees do governo e do governante tanto estes evitam as irregularidades por
temerem o que vai a puacuteblico quanto agravequeles podem julgar com maior facilidade a atuaccedilatildeo de suas lideranccedilas
6 Transparecircncia Puacuteblica no Brasil
Desde o nascimento de nossa paacutetria em 22 de abril de 1500 a populaccedilatildeo jamais teve acesso aacutes formas de utili-
zaccedilatildeo dos bens puacuteblicos e de administraccedilatildeo dos recursos financeiros arrecadados do proacuteprio povo
Tanto a monarquia (ateacute 14 de novembro de 1889) quanto no governo civil que comanda o paiacutes de laacute pra caacute pra-
ticamente todos os gestores natildeo tinham a obrigaccedilatildeo ou o costume de prestar contas de seus atos
Eacute certo que o faziam mas de forma geneacuterica apenas para oacutergatildeos de controle
O povo (contribuinte direta ou indiretamente) natildeo conseguia individualmente saber do que se passava no acircmbi-
to dos Poderes da naccedilatildeo
No entanto com o advento da globalizaccedilatildeo e da evoluccedilatildeo raacutepida e espetacular das tecnologias de comunicaccedilatildeo
houve tambeacutem um grande avanccedilo nos direitos dos cidadatildeos
Aqui no Brasil apoacutes a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 muito se conquistou desses direitos
A proacutepria Carta Magna reservou uma lista grande de direitos e garantias individuais e coletivas (em especial
nos art 5ordm 6ordm e 7ordm)
De toda forma criando verdadeiro divisor na histoacuteria do Brasil a nossa CF88 acendeu nos nacionais o desejo
de conhecer de perto e participar da vida do paiacutes
Mais que isto passou a discutir os seus direitos enquanto membros da naccedilatildeo
Representados no governo tanto nas casas legislativas quanto nos demais poderes (Executivo e Judiciaacuterio)
passamos a conquistar espaccedilo e elaborar instrumentos que exigem (forccedilam) os gestores a dar transparecircncia em sua atua-
ccedilatildeo
Dentre esses instrumentos podemos citar a Lei de Responsabilidade Fiscal que desde o seu nascimento (em
2000) jaacute previa certas obrigaccedilotildees aos governantes para levar ao povo o conhecimento de seus atos e accedilotildees
Mas foi exatamente em 2010 pela Lei Complementar nordm 131 de 27 de maio de 2009 que houve uma implemen-
taccedilatildeo maior da obrigatoriedade de transparecircncia nos meio puacuteblico aplicando-se inclusive regras especiacuteficas sobre a
divulgaccedilatildeo tecnoloacutegica via internet
Com isso desencadeou no Brasil em todos os oacutergatildeos puacuteblicos a obrigaccedilatildeo de publicar mais amplamente as in-
formaccedilotildees que poderiam ter o interesse puacuteblico
Essa eacute a chamada Transparecircncia Ativa pois independentemente de algueacutem solicitar o oacutergatildeo puacuteblico tem a o-
brigaccedilatildeo de divulgar
E diga-se mais
A divulgaccedilatildeo (publicaccedilatildeo) deveraacute ser eficiente e eficaz
Ou seja
O canal disponibilizado deveraacute ser de boa qualidade permitindo o acesso de forma raacutepida e faacutecil e evitando os
subterfuacutegios (mesmo que da tecnologia) para esconder dados e informaccedilotildees
A Lei Complementar Federal nordm 1012000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) exige
que ocorram publicaccedilotildees trimestrais
7 Publicidade Oficial Obrigatoacuteria
Por certo que a fonte primeira para propiciar o controle eacute a publicidade
A princiacutepio publicidade significa ldquolevar a puacuteblicordquo mais no sentido de obediecircncia ao ditame constitucional de
divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees do poder puacuteblico
Inclusive a publicidade foi instituiacuteda como um dos 5 (cinco) princiacutepios baacutesicos da Administraccedilatildeo Puacuteblica (art
37 caput da CF)
Eacute que o legislador constituinte entendeu como sendo prioridade a divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees dos governantes
para que o povo (contribuinte-eleitor) acompanhe as atuaccedilotildees dos eleitos bem como com a coisa puacuteblica
Embasadas na Carta Maior da Repuacuteblica muitas leis editadas depois de 1988 criaram obrigaccedilatildeo de publicar cer-
tos atos quando se tratar de recursos puacuteblicos (financeiros patrimoniais funcionais etc)
Os Atos Oficiais de publicaccedilatildeo obrigatoacuteria devem ser divulgados em um uacutenico meio de comunicaccedilatildeo escolhido
por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-tributaccedilatildeo-
orccedilamentaacuteria)
No caso do Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Licitaccedilatildeo
cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
71 Publicidade oficial Facultativa
A CF de 1988 tambeacutem autorizou despesas com a divulgaccedilatildeo de caraacuteter educativo e informativo ou de orienta-
ccedilatildeo social (art 37 sect1ordm)
No entanto de laacute pra caacute muita polecircmica foi gerada discutindo sobre o que poderia se aceitar referente agraves despe-
sas com publicidade
Eacute que a interpretaccedilatildeo anterior impunha uma separaccedilatildeo severa na publicidade oficial entre a obrigatoacuteria e a fa-
cultativa
Entendia-se que a obrigatoacuteria era apenas aquela especificada na lei como a publicaccedilatildeo de atos como leis de-
cretos portarias resoluccedilotildees editais
Quando se divulgava as accedilotildees do poder puacuteblico questionava-se se aquela despesa se enquadrava como educa-
cional de orientaccedilatildeo social ou de informaccedilatildeo exigida (serviccedilos de utilidade puacuteblica)
72 Publicidade Institucional
Poreacutem com a evoluccedilatildeo do conceito e com a crescente demanda do povo sobre a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico e as
accedilotildees governamentais ampliou-se em muito as possibilidades de realizar despesas para esse fim
Portanto aleacutem da publicaccedilatildeo obrigatoacuteria e daquelas enquadradas como ldquoserviccedilos de utilidade puacuteblicardquo passou-
se a entender que o gestor deva divulgar amplamente as atividades de cada oacutergatildeo puacuteblico para manter a populaccedilatildeo por
dentro dos acontecimentos que envolvem recursos dos contribuintes De certo modo essa divulgaccedilatildeo natildeo obrigatoacuteria pode ser considerada como publicidade institucional pois a-
leacutem de informar ao povo sobre as accedilotildees do oacutergatildeo promove este diante da opiniatildeo puacuteblica fortalecendo-o institucional-
mente
E para essa divulgaccedilatildeo o TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contra-
tar serviccedilos de comunicaccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
No caso de contrataccedilatildeo de agecircncias as regras a serem obedecidas deveratildeo ser aquelas da lei federal nordm
122322010 (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
Resumindo as regras do TCEPR para a comunicaccedilatildeo institucional eacute
1- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010 A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO
para julgar a melhor teacutecnica
2- Para contratar os serviccedilos para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocirc-
nico) programa de raacutedio ou TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo ME-
LHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
Insta lembrar tambeacutem que a partir de 2006 o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a publicar
natildeo apenas seus atos oficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de
internet ou outros serviccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
a)- transmissotildees de sessotildees
b)- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
c)- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
a)- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
b)- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
c)- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
d)- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
e)- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
f)- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Lembrando que existem Atos Oficiais que devem ser obrigatoriamente divulgados em um uacutenico meio de co-
municaccedilatildeo escolhido por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-
tributaccedilatildeo-orccedilamentaacuteria)
E atenccedilatildeo
O Oacutergatildeo Oficial nos Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Li-
citaccedilatildeo cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
Vide Acoacuterdatildeo nordm 409760-5 do TJPR e Processo nordm 22972306 do TCEPR no AVA
Inclusive o Municiacutepio poderaacute optar por apenas um Diaacuterio Oficial Eletrocircnico ou este e mais o Diaacuterio Oficial
Impresso segundo o TCEPR (Acoacuterdatildeo nordm 383013)
Aliaacutes o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a partir de 2006 a publicar natildeo apenas seus atos o-
ficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de internet ou outros servi-
ccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
- transmissotildees de sessotildees
- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Atenccedilatildeo de novo
A lei federal nordm 122322010 criou regras especiacuteficas para a contrataccedilatildeo de serviccedilos de publicidade prestados
por intermeacutedio de agecircncias de propaganda (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
O TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contratar serviccedilos de comuni-
caccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
Resumindo
a)- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010
A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO pa-
ra julgar a melhor teacutecnica
b)- O TCEPR tem se posicionado (vide acoacuterdatildeo 3082012 no AVA) no sentido de que a contrataccedilatildeo dos serviccedilos
para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocircnico) programa de raacutedio ou
TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo MELHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
8 Prestaccedilatildeo de Contas
Sendo mais um dos elementos da Transparecircncia e consequentemente do Controle a Prestaccedilatildeo de Contas enseja
dar conhecimento ao contribuinte do que o gestor faz com os recursos puacuteblicos
Seguindo a evoluccedilatildeo social humana sobretudo apoacutes a identificaccedilatildeo da figura do estado moderno (povo territoacute-
rio governo) a exigecircncia de os governantes ou particulares dar satisfaccedilatildeo aos contribuintes sobre o uso e aplicaccedilatildeo dos
recursos puacuteblicos (financeiros e de bens) tem crescido mais e mais
Jaacute na Declaraccedilatildeo dos Direitos do Homem e do Cidadatildeo elaborada e aceita por muitos povos na era da Revolu-
ccedilatildeo Francesa (1789) consta essa exigecircncia
ldquoArt 15 ndash A Sociedade tem o Direito de pedir conta a todo agente puacuteblico de sua administraccedilatildeordquo
Segundo o texto divulgado no site do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute
ldquoA Prestaccedilatildeo de Contas eacute dever constitucional dos que utilizam arrecadam guardam gerenciam ou administram
dinheiros bens e valores puacuteblicosrdquo
httpwww1tceprgovbrconteudoprestacao-de-contas-municipios214
Resumindo
Com a publicidade e a prestaccedilatildeo de contas ocorre transparecircncia na gestatildeo puacuteblica promovendopermitindo
melhor controle da coisa puacuteblica
Todos satildeo interligados
Bom Estudo
Controle
Transparecircncia
Publicidade
Prestaccedilatildeo de Contas
Assim nos ensinamentos de Di Pietro ldquo[] a administraccedilatildeo puacuteblica natildeo pode por simples ato administrativo
conceder direitos de qualquer espeacutecie criar obrigaccedilotildees ou impor obrigaccedilotildees aos administrados para tanto ela depende
da leirdquo
Nesta vertente Hely Lopes Meirelles (2006) menciona
Na administraccedilatildeo puacuteblica natildeo haacute liberdade nem vontade pessoal Enquanto na administraccedilatildeo particular eacute liacutecito fazer tudo
o que a lei natildeo proiacutebe na Administraccedilatildeo Puacuteblica soacute eacute permitido fazer o que a lei autoriza A lei para o particular signifi-
ca lsquopode fazer assimrsquo para o administrador puacuteblico significa lsquodeve fazer assim
II - Impessoalidade O administrador natildeo poderaacute satisfazer interesse privado de um ou de outro mas visar sempre o bem comum a
coletividade o interesse puacuteblico
Eacute o claacutessico princiacutepio da finalidade
O fim legal eacute aquele que a lei estabelece tendo sempre um objetivo que eacute o interesse puacuteblico
Esse princiacutepio tambeacutem deveraacute ser entendido para se excluir a promoccedilatildeo pessoal de autoridades ou servidores
puacuteblicos sobre suas realizaccedilotildees administrativas conforme dispotildee o artigo 37 sect 1ordm da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federa-
tiva do Brasil (1988)
A publicaccedilatildeo dos atos programas obras serviccedilos e campanhas dos oacutergatildeos puacuteblicos deveratildeo ter caraacuteter educativo in-
formativo ou de orientaccedilatildeo social dela natildeo podendo constar nomes siacutembolos ou imagens que caracterizam promoccedilatildeo
pessoal de autoridades ou servidores puacuteblicos
Qualquer ato administrativo que natildeo atender ao interesse puacuteblico estaraacute sujeito agrave anulaccedilatildeo por desvio de finali-
dade Observe que o desvio de finalidade por parte dos agentes puacuteblicos constitui modalidade de abuso de poder
Eacute em decorrecircncia deste princiacutepio que temos o concurso e a licitaccedilatildeo
Eacute um princiacutepio ligado ao da isonomia (igualdade de direitos para todos)
III- Moralidade
Eacute atuar com eacutetica com honestidade com integridade de caraacuteter e boa conduta
O ato administrativo natildeo teraacute que obedecer somente agrave lei juriacutedica mas tambeacutem agrave lei eacutetica da proacutepria instituiccedilatildeo
porque nem tudo que eacute legal eacute honesto como jaacute diziam os romanos non omne quod licet honestum est (DI PIETRO
2001)
IV- Publicidade Eacute a divulgaccedilatildeo oficial do ato para conhecimento puacuteblico e iniacutecio de seus efeitos externos
Um ato mesmo regular precisa da publicaccedilatildeo para produzir efeitos no mundo juriacutedico
Eacute um princiacutepio que visa natildeo somente a divulgaccedilatildeo oficial dos seus atos mas tambeacutem propicia o conhecimento
da conduta interna de seus agentes
Aleacutem de dar efeito aos atos administrativos assegura efeitos externos pois leva ao conhecimento e controle pe-
los interessados diretos e pelo povo em geral atraveacutes de meios constitucionais como accedilatildeo popular mandado de segu-
ranccedila direito de peticcedilatildeo habeas data
V- Eficiecircncia
Surgiu na Constituiccedilatildeo Federal Brasileira (1988) pela Emenda de19 de junho de 1988 e foi inserida no art 5ordm
do texto legal
Por esse princiacutepio a Administraccedilatildeo Puacuteblica deveraacute investir na qualidade dos serviccedilos puacuteblicos escolhendo bem
e capacitando seus servidores para exigir deles a realizaccedilatildeo com competecircncia de suas atribuiccedilotildees para melhor aplicaccedilatildeo
do dinheiro puacuteblico e melhores atendimentos agrave populaccedilatildeo (contribuintes)
322 Princiacutepios fundamentais da Administraccedilatildeo Puacuteblica
A Reforma Administrativa de 1967 em seu artigo 6ordm do Decreto-Lei 20067 estabelece os princiacutepios fundamen-
tais de planejamento coordenaccedilatildeo delegaccedilatildeo de competecircncia controle descentralizaccedilatildeo da Administraccedilatildeo Federal
I ndash Planejamento
A Administraccedilatildeo Puacuteblica deve realizar o planejamento e indicar diretrizes e metas que deveratildeo orientar a accedilatildeo
governamental
Para os demais entes da Federaccedilatildeo (Estados Distrito Federal e Municiacutepios) mesmo natildeo se submetendo a esse
Decreto-Lei deveraacute se submeter agraves normas gerais de Planejamento que satildeo a Lei Orccedilamentaacuteria Anual a Lei de Diretri-
zes Orccedilamentaacuterias e o Plano Plurianual de Investimento
O Planejamento baacutesico da Administraccedilatildeo estaacute previsto na Constituiccedilatildeo Federal (1988) em seus artigos 165 a
169 na Lei Complementar 1012000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) e na Lei nordm 432064 (Lei da Contabilidade Puacute-
blica)
II ndash Coordenaccedilatildeo O princiacutepio da coordenaccedilatildeo visa entrosar as atividades da Administraccedilatildeo Puacuteblica O objetivo eacute harmonizar todas
as atividades da Administraccedilatildeo Puacuteblica submetendo-as ao que foi planejado
De aplicaccedilatildeo permanente a coordenaccedilatildeo impotildee-se a todos os niacuteveis da Administraccedilatildeo Puacuteblica por meio das
chefias individuais de reuniotildees de que participem as chefias subordinadas e de comissotildees de coordenaccedilatildeo em cada niacutevel
administrativo
III - Delegaccedilatildeo de Competecircncia
Nesse princiacutepio as autoridades da Administraccedilatildeo Puacuteblica transferem atribuiccedilotildees decisoacuterias a seus subordinados
IV ndash Controle
O controle das atividades administrativas da Administraccedilatildeo Puacuteblica eacute um dos meios pelos quais se exercita o
poder hieraacuterquico
Desta forma temos um oacutergatildeo superior controlando um oacutergatildeo inferior
V ndash Descentralizaccedilatildeo No sentido juriacutedico-administrativo descentralizar significa repassar para a outrem poderes da Administraccedilatildeo
Eacute a existecircncia de uma pessoa distinta do Estado a qual investida nos necessaacuterios poderes de administraccedilatildeo e-
xercita atividade puacuteblica ou de utilidade puacuteblica O ente ou entidade descentralizada age por outorga ou por delegaccedilatildeo
Exemplos convecircnios concessotildees permissotildees e autorizaccedilotildees
323 Princiacutepios Gerais da Administraccedilatildeo Puacuteblica
I - Princiacutepio da Supremacia do Interesse Puacuteblico sobre o Interesse Privado Na visatildeo de Marccedilal Justen Filho (2005) ldquo[] a supremacia do interesse puacuteblico significa sua superioridade so-
bre os demais interesses existentes na sociedade Os interesses privados natildeo podem prevalecer sobre o interesse puacutebli-
cordquo
Assim quando a Administraccedilatildeo desapropria um bem estaacute agindo em defesa do interesse puacuteblico mesmo que
para isso esteja ignorando o interesse privado
Dessa forma quando algueacutem eacute impedido em uma porta giratoacuteria de banco por exemplo os seus direitos indivi-
duais (ir e vir privacidade) satildeo menores que o direito de seguranccedila puacuteblica que abrangeraacute a muitos
II - Princiacutepio da Razoabilidade (Paracircmetro de Equiliacutebrio Racionalismo)
O administrador deveraacute pesar suas accedilotildees e decisotildees para natildeo agir com excessos e cometer injusticcedilas ou prejuiacute-
zos desnecessaacuterios
III - Princiacutepio da Proporcionalidade O administrador deveraacute medir sempre a proporccedilatildeo entre seus atos e respectivas razotildees e consequecircncias
O uso da forccedila pelo Estado eacute denominado de COERCcedilAtildeO
Natildeo confundir com COACcedilAtildeO que eacute o constrangimento fiacutesico ou moral para algueacutem praticar algum ato
No entanto a COERCcedilAtildeO deveraacute ser proporcional a cada caso
A desproporccedilatildeo nos atos do administrador poderaacute gerar entre outras irregularidades a do abuso de poder
IV - Princiacutepio da Motivaccedilatildeo
Eacute o dever que a Administraccedilatildeo tem de justificar seus atos
O administrador soacute poderaacute acionar a maacutequina puacuteblica desde que exista motivo legal para tanto
V - Princiacutepio do Devido Processo Legal e a Ampla Defesa
A atual Constituiccedilatildeo Federal promulgada em 05101988 consagrou no art 5ordm inciso LIV da CF ldquo[] nin-
gueacutem seraacute privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legalrdquo
Por sua vez preconiza o art 5ordm inciso LV da CF98 ldquo[] aos litigantes em processo judicial ou administrati-
vo e aos acusados em geral satildeo assegurados o contraditoacuterio e a ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentesrdquo
VI - Princiacutepio do Controle Judicial dos Atos Administrativos
Considerando que os atos do administrador poderatildeo ter eventualmente algum defeito ou ilegalidade o Poder
Judiciaacuterio poderaacute anular atos administrativos
No entanto a proacutepria administraccedilatildeo poderaacute REVOGAR ou ANULAR um ato administrativo se detectar que ele
eacute contraacuterio ao interesse puacuteblico ou agrave conveniecircncia administrativa
No caso de revogaccedilatildeo ou anulaccedilatildeo poderaacute ser declarado o efeito do ato
- Ex nunc (o efeito natildeo retroage e manteacutem o direito ateacute ali (presente data)
- Ex tunc (retroage e anula os direitos dali)
VII - Princiacutepio da Responsabilidade do Estado por Atos Administrativos
A Constituiccedilatildeo Federal (1988) estabelece no art 37 paraacutegrafo sexto prescrevendo que
As pessoas juriacutedicas de direito puacuteblico e as de direito privado prestadoras de serviccedilos puacuteblicos responderatildeo pelos danos
que seus agentes nessa qualidade causarem danos a terceiros assegurado o direito de regresso contra o responsaacutevel nos
casos de dolo ou culpa
Assim caso algueacutem se sinta prejudicado por ato de algum agente do Estado poderaacute optar em acionar apenas es-
te jaacute que o agente estava aos seus serviccedilos Exemplo Uma ambulacircncia da prefeitura bate em seu veiacuteculo se a culpa natildeo
foi sua vocecirc poderaacute buscar (administrativa ou judicialmente) o ressarcimento do dano diretamente contra o respectivo
Municiacutepio (Poder Executivo)
Eacute claro que essa eacute uma opccedilatildeo do prejudicado jaacute que ele poderaacute escolher apenas um ou mesmo os dois (agente
e municiacutepio ou um ou outro)Em caso de se provar que o agente agiu com culpa e o Estado (Municiacutepio) foi responsabi-
lizado este poderaacute (deveraacute) exigir o ressarcimento daquele
VIII - Presunccedilatildeo de Legitimidade Os atos da Administraccedilatildeo Puacuteblica presumem-se legiacutetimos ateacute que se prove o contraacuterio
IX ndash Especialidade Estaacute associado agrave descentralizaccedilatildeo administrativa e agrave criaccedilatildeo de entidades da administraccedilatildeo indireta autarquias
empresas puacuteblicas sociedades de economia mista e fundaccedilotildees puacuteblicas
X ndash Tutela Eacute o controle feito pela Administraccedilatildeo Puacuteblica Direta sobre as entidades da Administraccedilatildeo Puacuteblica Indireta
XI - Autotutela Eacute o poder da Administraccedilatildeo Puacuteblica de revogar ou anular seus proacuteprios atos
XII - Continuaccedilatildeo do Serviccedilo Puacuteblico
O serviccedilo puacuteblico eacute essencial para a sociedade e natildeo poderaacute parar
Princiacutepio cuja previsatildeo poderaacute ser encontrada nas Leis Federais nordm 898795 (das concessotildees) e nordm 807890
(CDC) por analogia bem como pela consagraccedilatildeo doutrinaacuteria e jurisprudencial
As interrupccedilotildees suspensotildees ou prestaccedilatildeo de forma reduzida tecircm sido condenadas pelos mais ilustres doutrina-
dores de nossa paacutetria
Serviccedilos Puacuteblicos oferecidos de maneira alternada retardada ou falha eacute segundo o mestre Hely Lopes Meirelles
(2005 p323) afronta do Estado ao direito do usuaacuterio eis que este por arcar com o ocircnus desses serviccedilos merece ser
tratado com apreccedilo e consideraccedilatildeo
33 A ESTRUTURA DA ADMINISTRACcedilAtildeO PUacuteBLICA MUNICIPAL
331 O Municiacutepio Organizaccedilatildeo Autonomia e Competecircncias
Antes do termo MUNICIacutePIO as aglomeraccedilotildees urbanas possuiacuteam o nome de CIDADEESTADO que surgiu
com a Repuacuteblica Romana no ano de 753 antes de Cristo
O Impeacuterio Romano dominou a maior parte do mundo civilizado por aproximadamente 12 (doze) seacuteculos Se-
gundo a histoacuteria o Imperador Romano Julio Cesar para manter a paz sobre as cidades conquistadas criou no ano 1979
de nossa era a figura do municipium ou municipia quando oferecia aos moradores subjugados a Roma de determinada
aglomeraccedilatildeo o direito da autoorganizaccedilatildeo e de escolherem seus governantes
Assim o sistema de organizaccedilatildeo urbana com o nome de MUNICIacutePIO passou a fazer parte de todos aqueles po-
vos e se estendendo a outras partes do mundo chegando a Portugal
No Brasil Colocircnia embora as reparticcedilotildees ganhassem outras nomenclaturas (Vilas Proviacutencias dentre outras) o
termo era aplicado na existecircncia da Cacircmara Municipal
De Constituiccedilatildeo a Constituiccedilatildeo desde a primeira do Brasil em 1824 o Municiacutepio foi obtendo maior importacircn-
cia
Poreacutem apenas na Constituiccedilatildeo Federal de 1988 eacute que foi concebido o MUNICIacutePIO nos moldes do que eacute hoje
Atualmente o Municiacutepio eacute tido como um dos entes (partiacutecipe) da Federaccedilatildeo
Assim segundo o art 1ordm da CF88 a Repuacuteblica Federativa do Brasil eacute formada pela UNIAtildeO dos Estados Muni-
ciacutepios e Distrito Federal E para explicar a divisatildeo administrativa do paiacutes o art 18 da Constituiccedilatildeo Federal define que
ldquoA organizaccedilatildeo poliacutetico-administrativa da Repuacuteblica Federativa do Brasil compreende a Uniatildeo os Estados o Distrito
Federal e os Municiacutepios todos autocircnomos nos termos desta Constituiccedilatildeordquo
332 A Criaccedilatildeo dos Municiacutepios
A Constituiccedilatildeo Federal Brasileira de 1988 ao prever a criaccedilatildeo de novos Municiacutepios deixou a regulamentaccedilatildeo
para as Assembleias Legislativas dos Estados
Entretanto por interesses poliacuteticos diretos dos Deputados Estaduais e outras lideranccedilas locais de1988 ateacute 1996
foram criados mais 1480 Municiacutepios no Brasil levando o nuacutemero total para 5562 e ainda existiam mais aproximada-
mente 900 em processo de criaccedilatildeo
Atendendo agrave necessidade de controlar a desenfreada proliferaccedilatildeo de novas cidades no paiacutes o Congresso Nacio-
nal votou a Emenda Constitucional nordm 15 que alterou o artigo 18 e remeteu para uma Lei Complementar Federal a com-
petecircncia para regulamentar a mateacuteria
De laacute pra caacute muita discussatildeo juriacutedica inclusive poreacutem praticamente cessou a criaccedilatildeo de novos municiacutepios no
paiacutes E apesar da Emenda Constitucional 57 de 2008 ter tratado da mateacuteria (convalidou a criaccedilatildeo de alguns municiacutepios
especificamente) ateacute agora natildeo foi aprovada a Lei Complementar Federal que regulamenta a criaccedilatildeo de Municiacutepios no
Brasil
Vaacuterios projetos de leis jaacute foram aprovados no Congresso mas foram vetados pela presidecircncia da repuacuteblica sob
alegaccedilatildeo de ldquoiniciativa prejudicial ao eraacuteriordquo
No dia 15 de julho de 2015 o Senado Federal aprovou (57 votos a 9) o Projeto de Lei Complementar 1992015
de autoria do senador Flexa Ribeiro que regula a criaccedilatildeo incorporaccedilatildeo fusatildeo e desmembramento de municiacutepios o qual
foi encaminhado agrave Cacircmara dos Deputados
Em tracircmite atualmente na Cacircmara dos Deputados com o nuacutemero 1372015 teve outro projeto de lei similar a-
nexado a ele de iniciativa do Deputado Daniel Vilela sob o nordm 2832016
No entanto por estar em processo de criaccedilatildeo anteriormente agrave Emenda nordm 15 nasceram posteriormente mais al-
guns Municiacutepios resultando atualmente em 5568 segundo o TSE - Tribunal Superior Eleitoral
333 Organizaccedilatildeo do Municiacutepio
A divisatildeo poliacutetico-administrativa do Municiacutepio possui uma sede (cidade) e distritos cujas sedes podem ser
chamadas de vilas
Os Poderes no Municiacutepio satildeo o Executivo e o Legislativo
O Executivo eacute comandado pelo Prefeito a partir do Paccedilo Municipal (Prefeitura) O Prefeito eacute eleito pelos eleito-
res locais para um mandato de 04 (quatro) anos e tem a responsabilidade de administrar o funcionamento da ldquomaacutequina
puacuteblicardquo visando o fornecimento de serviccedilos essenciais agrave populaccedilatildeo aleacutem de orientar o planejamento urbano e promo-
ver o bem comum da sociedade municipal
Para tanto poderaacute utilizar a administraccedilatildeo direta (prefeitura e seus oacutergatildeos) mas poderaacute possuir entidades de
administraccedilatildeo indireta para descentralizaccedilatildeo das competecircncias (autarquias fundaccedilotildees puacuteblicas empresas de puacuteblicas ou
de economia mista)
Na administraccedilatildeo direta a prefeitura possui via de regra em sua estrutura administrativa oacutergatildeos denominados
de Secretarias Departamentos Coordenaccedilotildees Gerencias Diretorias Divisotildees Serviccedilos e Setores
Os oacutergatildeos satildeo definidos como de meios quando oferecem condiccedilotildees agraves Secretarias para suas operaccedilotildees desti-
nados ao planejamento agrave instrumentalizaccedilatildeo e definiccedilatildeo das accedilotildees a serem realizadas
Geralmente satildeo os seguintes oacutergatildeos meios
- Secretaria de Governo
- Secretaria de Administraccedilatildeo
- Secretaria de Planejamento
- Secretaria Juriacutedica
- Secretaria de Financcedilas
Como oacutergatildeos fins (aqueles que realizam as accedilotildees)
- Secretaria de Obras
- Secretaria de Urbanismo
- Secretaria de Transportes
- Secretaria de Cultura e Esporte
- Secretaria de Sauacutede
- Secretaria de Educaccedilatildeo
- Secretaria de Meio Ambiente
- Secretaria de Bem Estar Social
Para realizar suas accedilotildees o Poder Executivo Municipal comandado pelo Prefeito utiliza trabalhadores denomi-
nados Servidores (efetivos comissionados e temporaacuterios) ou terceiros investidos em funccedilotildees de agentes puacuteblicos (con-
selheiros advogados contratados e cartoraacuterios dentre outros)
O Municiacutepio enquanto pessoa juriacutedica de direito puacuteblico interno possui bens e rendas Seus bens satildeo divididos
em regra da seguinte forma
- DE USO ESPECIAL (de uso proacuteprio da Administraccedilatildeo como o preacutedio da prefeitura as escolas o posto de sauacutede as secretarias den-
tre outros)
- DE USO COMUM DO POVO (tais como estradas municipais ruas parques praccedilas logradouros puacuteblicos etc)
- DOMINIAIS
(aqueles sobre os quais o Municiacutepio exerce os direitos de proprietaacuterio poreacutem estatildeo sem uso e disponiacuteveis)
334 Fontes de Recursos Puacuteblicos Municipais
Os recursos puacuteblicos dos Municiacutepios satildeo oriundos dos tributos arrecadados em seu territoacuterio ou de sua cota-
parte repassada pelo respectivo Estado e pela Uniatildeo
Nos artigos 145 e 156 da CF88 estaacute estabelecida a competecircncia do Municiacutepio para criar e receber seus proacuteprios
tributos como IPTU - ISSQN - ITBI - Contribuiccedilatildeo de Melhoria ndashTaxas e Tarifas
Poreacutem os arts 158 e 159 da CF88 definem que certo percentual dos impostos arrecadados pelo Estado (ICMS
ndash IPVA ndash ITCMD) respectivo bem como dos impostos recebidos pela Uniatildeo (IR ndash ITR ndash IPI ndash IOF ndash II ndash IE) deveratildeo
ser devolvidos ao Municiacutepio (FPM e Repasses especiacuteficos)
Outros recursos ainda poderatildeo perfazer a receita puacuteblica de um Municiacutepio como as heranccedilas alienaccedilotildees alu-
gueacuteis indenizaccedilotildees dentre outros (como as receitas natildeo tributaacuterias)
O territoacuterio do Municiacutepio eacute dividido entre aacuterea urbana e aacuterea rural definidas por meio de lei de zoneamento
Atualmente o Plano Diretor define a ocupaccedilatildeo utilizaccedilatildeo e destinaccedilatildeo de cada espaccedilo no acircmbito do Municiacutepio
(residencial comercial industrial ambiental dentre outros)
335 A autonomia do Municiacutepio
A autonomia dos Municiacutepios embora estivesse sempre impliacutecita no sistema brasileiro antigamente era atingida
pela interpretaccedilatildeo de cada eacutepoca em especial nos regimes de exceccedilatildeo (autoritaacuterios)
Evoluindo e firmando a questatildeo os constituintes de 1988 definiram expressamente essa autonomia municipal
principalmente nos arts 1ordm 18 29 30 35 145 e 156 da Carta Magna brasileira
A autonomia representa a natildeo subordinaccedilatildeo do governo municipal a qualquer autoridade estadual ou federal no
desempenho de suas atribuiccedilotildees
Representa ainda que as leis municipais em assuntos de competecircncia expressa e exclusiva dos Municiacutepios
prevalecem sobre as leis - estadual e federal inclusive sobre a Constituiccedilatildeo Estadual em caso de conflito
Os principais aspectos que indicam a autonomia dos Municiacutepios
- eleiccedilatildeo direta do Prefeito Vice-Prefeito e Vereadores
- organizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos de interesse local
- instituiccedilatildeo e arrecadaccedilatildeo dos tributos de sua competecircncia bem como aplicaccedilatildeo de suas rendas
- competecircncia para legislar sobre assuntos de interesse local inclusive suplementando a legislaccedilatildeo federal e estadual no
que lhe interessar e for possiacutevel
336 Competecircncias dos Municiacutepios
A relaccedilatildeo eacute essa indicada pela Constituiccedilatildeo Federal de 1988
Art 30 Compete aos Municiacutepios
I - legislar sobre assuntos de interesse local
II - suplementar a legislaccedilatildeo federal e a estadual no que couber
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competecircncia bem como aplicar suas rendas sem prejuiacutezo da obrigatoriedade
de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em leirdquo
IV - criar organizar e suprimir distritos observada a legislaccedilatildeo estadual
V - organizar e prestar diretamente ou sob regime de concessatildeo ou permissatildeo os serviccedilos puacuteblicos de interesse local
incluiacutedo o de transporte coletivo que tem caraacuteter essencial
VI - manter com a cooperaccedilatildeo teacutecnica e financeira da Uniatildeo e do Estado programas de educaccedilatildeo infantil e de ensino
fundamental (Redaccedilatildeo dada pela Emenda Constitucional nordm 53 de 2006)
VII - prestar com a cooperaccedilatildeo teacutecnica e financeira da Uniatildeo e do Estado serviccedilos de atendimento agrave sauacutede da popula-
ccedilatildeo
VIII - promover no que couber adequado ordenamento territorial mediante planejamento e controle do uso do parce-
lamento e da ocupaccedilatildeo do solo urbano
IX - promover a proteccedilatildeo do patrimocircnio histoacuterico-cultural local observada a legislaccedilatildeo e a accedilatildeo fiscalizadora federal e
estadual [grifos nossos]
337 Intervenccedilatildeo nos Municiacutepios
A Constituiccedilatildeo Federal de 1988 regulamentada nos arts 35 e 36 as uacutenicas exceccedilotildees em que o Estado poderaacute
intervir no Municiacutepio Satildeo elas
I- deixar de ser paga sem motivo de forccedila maior por dois anos consecutivos a diacutevida fundada
II- natildeo forem prestadas contas devidas na forma de lei
III- natildeo tiver sido aplicado o miacutenimo exigido da receita municipal na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
IV- o Tribunal de Justiccedila der provimento a representaccedilatildeo para assegurar a observacircncia de princiacutepios indicados na Consti-
tuiccedilatildeo Estadual ou para prover a execuccedilatildeo de lei de ordem ou de decisatildeo judicial
4 Gestatildeo de pessoal
41 - Funcionaacuterio ou Servidor
Ateacute a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 os trabalhadores nos oacutergatildeos puacuteblicos eram chamados de funcionaacuterios Po-
reacutem a partir dela esses trabalhadores receberam a denominaccedilatildeo geneacuterica de servidor
Na verdade a CF88 preferiu empregar a designaccedilatildeo servidor puacuteblico e agente puacuteblico para referir-se aos
trabalhadores do Estado
42 - Agente Puacuteblico
Agente Puacuteblico eacute a designaccedilatildeo mais abrangente alcanccedila os agentes poliacuteticos os servidores puacuteblicos e os parti-
culares em atuaccedilatildeo colaboradora
Os servidores puacuteblicos satildeo referidos como categoria de agentes puacuteblicos satildeo os agentes permanentes profissio-
nais a serviccedilo da Administraccedilatildeo Puacuteblica
43 - Agente Poliacutetico
O agente poliacutetico eacute aquele detentor de cargo eletivo eleito por mandatos transitoacuterios como os Chefes de Poder
Executivo e membros do Poder Legislativo aleacutem de cargos de Diplomatas Ministros de Estado e de Secretaacuterios nas
Unidades da Federaccedilatildeo os quais natildeo se sujeitam ao processo administrativo disciplinar Tambeacutem satildeo espeacutecies de agen-
tes puacuteblicos
44 ndash Funcionaacuterio no Coacutedigo Penal
No Coacutedigo Penal Brasileiro contudo haacute referecircncia a funcionaacuterio puacuteblico que tem abrangecircncia maior que a do
servidor puacuteblico Um mesaacuterio por exemplo ao exercer uma funccedilatildeo puacuteblica (ajudar no processo eleitoral) eacute funcionaacuterio
puacuteblico (em relaccedilatildeo aos atos praticados como mesaacuterio) apesar de ter uma funccedilatildeo puacuteblica transitoacuteria e natildeo remunerada
45 ndash Espeacutecies de servidor (regimes)
O termo servidor puacuteblico adotado pela Constituiccedilatildeo de 1988 (que deixou de utilizar a expressatildeo funcionaacuterio
puacuteblico embora ainda exista na legislaccedilatildeo ordinaacuteria)divide-se em trecircs espeacutecies
A - os servidores estatutaacuterios (ocupantes de cargos puacuteblicos e sujeitos ao regime estatutaacuterio)
B - os servidores temporaacuterios (para atender agrave alguma necessidade temporaacuteria de excepcional interesse puacuteblico (conforme
o art 37 IX da Constituiccedilatildeo) Satildeo contratados por tempo determinado exercem funccedilatildeo sem viacutenculo a cargo ou empre-
go puacuteblico e satildeo vinculados agrave CLT
C - os empregados puacuteblicos (contratados de acordo com o regime da legislaccedilatildeo trabalhista e detentores de emprego puacute-
blico) Ambos os Regimes de Trabalho estatildeo submetidos agraves normas constitucionais de ingresso mediante concurso puacuteblico e
aos paracircmetros de controle fiscal e financeiro da Uniatildeo e dos entes federados atraveacutes da Lei de Responsabilidade Fiscal
com exceccedilatildeo dos comissionados
46 - Provimento Provimento eacute o ato administrativo de preenchimento de cargo puacuteblico regulamentado no Brasil pela Lei Nordm
8112 de 11 de novembro de 1990(acircmbito federal)
De acordo com a legislaccedilatildeo o provimento poderaacute se dar mediante nomeaccedilatildeo promoccedilatildeo readaptaccedilatildeo reversatildeo
aproveitamento reintegraccedilatildeo e reconduccedilatildeo
Cada uma destas formas de provimento tem um significado especial na administraccedilatildeo puacuteblica e especificam a
forma legal de acesso ao cargo puacuteblico no Brasil
47 - Retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria A retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria referente aos serviccedilos prestados pelo agente puacuteblico ao estado se daacute da seguinte forma
171 - Vencimento eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria pelo exerciacutecio de cargo puacuteblico com valor fixado em lei
171 - Remuneraccedilatildeo eacute o vencimento do cargo efetivo acrescido das vantagens pecuniaacuterias permanentes estabelecidas
em lei
172 - Subsiacutedio eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria exclusiva e fixada em parcela uacutenica vedado o acreacutescimo de qualquer gratifi-
caccedilatildeo adicional abono precircmio verba de representaccedilatildeo ou outra espeacutecie remuneratoacuteria Esse tipo de remuneraccedilatildeo natildeo eacute
a regra geral e aplica-se aos casos que a lei especificar
173 - Provento eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria paga ao exercente de cargo puacuteblico quando passa da atividade para a inativi-
dade ou seja quando se aposenta
174 - Pensatildeo eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria paga agraves pessoas a quem a lei atribui a condiccedilatildeo de beneficiaacuterias do servidor
puacuteblico que veio a falecer
Deve-se ressaltar que nenhum salaacuterio dentro do serviccedilo puacuteblico pode ser superior ao valor dos subsiacutedios pagos
aos Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e que os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder
Judiciaacuterio natildeo poderatildeo ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo
Nos Municiacutepios o teto remuneratoacuterio eacute o subsiacutedio do Prefeito Municipal
Apesar dessas regras existirem muitas pessoas se questionam se elas satildeo de fato obedecidas
48 - Servidores de Carreira (efetivos)
A efetividade e a estabilidade satildeo institutos juriacutedicos distintos sendo que a natureza de um natildeo pode ser con-
fundida com a de outro Enquanto que a efetividade representa o modo de preenchimento do cargo que contempla esta
natureza por pressupor a permanecircncia e continuidade do servidor no exerciacutecio das suas atribuiccedilotildees a estabilidade eacute a
garantia de o servidor efetivo permanecer no serviccedilo puacuteblico apoacutes trecircs anos de efetivo exerciacutecio em cargo de provimento
efetivo nos termos do art 41 da Constituiccedilatildeo Federal soacute podendo ser dele afastado se configurada uma das hipoacuteteses
prevista no art 41 sect 1ordm
Natildeo haacute confundir efetividade com estabilidade porque aquela eacute uma caracteriacutestica da nomeaccedilatildeo e esta eacute um atri-
buto pessoal do ocupante do cargo adquirido apoacutes a satisfaccedilatildeo de certas condiccedilotildees de seu exerciacutecio A efetividade eacute um
pressuposto necessaacuterio da estabilidade Sem efetividade natildeo pode ser adquirida a estabilidade
49 - Cargo em Comissatildeo e Funccedilatildeo de Confianccedila
Ambos os cargos satildeo criados por lei e se destinam apenas agraves atribuiccedilotildees de direccedilatildeo chefia e assessoramento na
administraccedilatildeo puacuteblica federal e satildeo respectivamente preenchidos ou exercidas mediante livre nomeaccedilatildeo pela autoridade
competente na contrapartida das respectivas livres exoneraccedilatildeo e dispensa a qualquer tempo (ad nutum) seja a pedido
seja de ofiacutecio pela mesma autoridade que nomeou
A diferenccedila reside no fato de que as funccedilotildees de confianccedila satildeo exercidas exclusivamente por servidores ocupan-
tes de cargo efetivo enquanto os cargos em comissatildeo podem ser preenchidos por servidores que jaacute detenham cargos
efetivos de carreira de acordo com percentuais estabelecidos na sua lei de criaccedilatildeo Isto significa que devendo ser ocu-
pados por um percentual miacutenimo legal de servidores de carreira pode-se ter entatildeo as vagas restantes dos cargos em co-
missatildeo ocupadas por pessoas sem viacutenculo definitivo com a administraccedilatildeo
410 - Exoneraccedilatildeo e Demissatildeo
A exoneraccedilatildeo eacute o ato administrativo que desliga o servidor do serviccedilo puacuteblico encerrando viacutenculo funcional e
natildeo tem caraacuteter punitivo
Assim quando nos referirmos agrave exoneraccedilatildeo estamos tratando de uma forma de vacacircncia do cargo puacuteblico po-
reacutem que natildeo se caracteriza como penalidade de natureza disciplinar
Agora ao falarmos em demissatildeo estamos nos referindo a um ato administrativo que desliga o servidor ativo o-
cupante de cargo efetivo como forma de puniccedilatildeo por falta grave Tal penalidade deve ser apurada mediante um Processo
Administrativo Disciplinar assegurado ao acusado o contraditoacuterio e a ampla defesa
411 Cargos Comissionados e Funccedilotildees Gratificadas 4111 - Cargo em Comissatildeo
A denominaccedilatildeo ldquocargo em comissatildeordquo estaacute relacionada com a seguranccedila da relaccedilatildeo juriacutedica estabelecida entre o
seu titular e a Administraccedilatildeo Puacuteblica
Nessa perspectiva os cargos em comissatildeo podem ser permanentes na estrutura organizacional mas seus titula-
res satildeo transitoacuterios
Os seus ocupantes satildeo livremente nomeados e exonerados pela autoridade competente
4112 - Consequecircncias da livre nomeaccedilatildeoexoneraccedilatildeo A livre nomeaccedilatildeo para o cargo em comissatildeo tem como consequumlecircncia o fato de que o escolhido natildeo precisa pres-
tar concurso puacuteblico para assumir o cargo sendo selecionado em razatildeo da relaccedilatildeo de confianccedila que possui com a autori-
dade nomeante
Daiacute os cargos em comissatildeo serem popularmente chamados de ldquocargos de confianccedilardquo A relaccedilatildeo de confianccedila
deve ser estabelecida em face da confiabilidade quanto ao bom desempenho do profissional no exerciacutecio do cargo
A livre exoneraccedilatildeo significa que seu titular pode ser exonerado a qualquer momento pela autoridade nomeante
sem que haja necessidade de um processo administrativo ou mesmo de qualquer justificativa para tanto
Dessa forma o titular do cargo em comissatildeo natildeo adquire estabilidade impedindo-se assim que os exonerados
tenham direitos agraves verbas trabalhistas e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviccedilo (FGTS)
4113 - Regime juriacutedico
O regime juriacutedico aplicaacutevel aos cargos em comissatildeo eacute o regime estatutaacuterio ou seja todos os direitos e deveres
de seus titulares incluindo-se a remuneraccedilatildeo e as atribuiccedilotildees especiacuteficas devem estar previstos em lei de iniciativa do
prefeito conforme prevecirc o art 61 sect 1ordm II ldquoardquo da Constituiccedilatildeo Federal
Portanto do ponto de vista legal os cargos em comissatildeo natildeo podem ser regidos pela CLT
4114 - Atribuiccedilotildees dos cargos em comissatildeo
De acordo com o art 37 V da Constituiccedilatildeo Federal os cargos em comissatildeo satildeo destinados apenas agraves atribui-
ccedilotildees de direccedilatildeo chefia e assessoramento devendo ser preenchidos por servidores de carreira nos casos nas condiccedilotildees e
nos percentuais miacutenimos previstos em lei
4115 - Aposentadoria dos ocupantes de cargos em comissatildeo
Ao ocupante exclusivamente de cargo em comissatildeo declarado emlei de livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo eacute aplica-
do o Regime Geral de Previdecircncia Social ou seja deve estar vinculado ao regime administrado pelo INSS de acordo
com o art 40 sect 13 da Constituiccedilatildeo Federal
Neste caso a contribuiccedilatildeo previdenciaacuteria do municiacutepio (patronal) e do servidor eacute devida ao INSS
Caso o titular do cargo em comissatildeo tambeacutem seja servidor puacuteblico de carreira do municiacutepio ou seja titular de
cargo efetivo devidamente nomeado por concurso a aposentadoria seraacute pelo regime previdenciaacuterio adotado pelo muni-
ciacutepio
Nesse caso natildeo seraacute contribuinte obrigatoriamente do RGPS
4116 -Vedaccedilatildeo agrave nomeaccedilatildeo em cargo comissionado
Recentemente o STF editou a Suacutemula Vinculante no 13 limitando a liberdade de nomeaccedilatildeo para os cargos em
comissatildeo com o seguinte teor
A nomeaccedilatildeo de cocircnjuge companheiro ou parente em linha reta colateral ou por afinidade ateacute o terceiro grau
inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa juriacutedica investido em cargo de direccedilatildeo chefia ou
assessoramento para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou de confianccedila ou ainda de funccedilatildeo gratificada na administra-
ccedilatildeo puacuteblica direta e indireta em qualquer dos Poderes da uniatildeo dos estados do Distrito Federal e dos Municiacutepios com-
preendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocas viola a Constituiccedilatildeo Federal
Tratando-se de Suacutemula Vinculante seu cumprimento independe da existecircncia de lei municipal (art 103-A da
CF) sendo inclusive proibido ao municiacutepio criar lei reduzindo o alcance da Suacutemula
Todas as esferas da Administraccedilatildeo Puacuteblica ficam obrigadas aos termos de suacutemula vinculante
4117 - DESVIOS
41171 - Desvio de finalidade
Quando algum oacutergatildeo puacuteblico cria cargos comissionados visando a nomeaccedilatildeo de servidores para realizarem ati-
vidades diferentes daquelas permitidas pela Constituiccedilatildeo Federal (direccedilatildeo chefia e assessoramento) estar-se-aacute diante do
desvio de finalidade dos CCs
Embora lamentaacutevel eacute comum a existecircncia de cargos comissionados com nomenclaturas absolutamente diferen-
ciadas da previsatildeo legal assim como leis autorizadoras de CCs (independentemente da nomenclatura) sem a indicaccedilatildeo
das atribuiccedilotildees de seus ocupantes
Eacute que muitas das vezes o agente poliacutetico cria cargos comissionados por outras razotildees que natildeo aquela de rece-
ber o liacutecito apoio de pessoas de confianccedila para desempenhar seu ideaacuterio poliacutetico-administrativo
Com a intenccedilatildeo de beneficiar ou acolher apaniguados ou ateacute de cooptar eleitores ou ldquocabos eleitoraisrdquo o agente
poliacutetico utiliza-se dos cargos comissionados em verdadeiro desvio de finalidade
41172 - Desvio de funccedilatildeo
De idecircntica forma encontramos ocupantes de cargos comissionados realizando funccedilotildees distintas daquelas pre-
vistas para o CC
Eacute o caso de um Diretor que natildeo dirige um oacutergatildeo de um chefe que natildeo coordena serviccedilos nem possui servidor
sob suas ordens ou de um assessor que natildeo estaacute vinculado agrave autoridade nem realiza tarefas caracteriacutesticas de assesso-
ramento
O desvio de funccedilatildeo se caracteriza pela praacutetica de outras tarefas pelo ocupante do cargo comissionado que natildeo
aquelas fixadas na lei criadora do cargo ou determinadas para os tipos direccedilatildeo chefia e assessoramento
4118 - Conceito de Funccedilotildees de Confianccedila
As FGs satildeo gratificaccedilotildees pagas pelo desempenho de atividades de chefia coordenaccedilatildeo e supervisatildeo
Poderatildeo ser pagas apenas aos servidores EFETIVOS (concursados)
Deveraacute ser autorizada por Lei
A lei deveraacute quantificar e valorar cada FG
Aconselha-se a que a quantidade de FGs tenha correlaccedilatildeo com os CCs
Ao corresponder determinado valor de FG deveraacute ser analisada a natureza o grau de responsabilidade e a com-
plexidade da funccedilatildeo a ser exercida
Orienta-se a que os valores fixados para as FGs natildeo ultrapassem 45 da verba a tiacutetulo de vencimentos baacutesicos
A FG eacute temporaacuteria transitoacuteria
Natildeo perderaacute a gratificaccedilatildeo de funccedilatildeo o funcionaacuterio que se ausentar em virtude de feacuterias luto casamento doenccedila
comprovada serviccedilos obrigatoacuterios por lei ou de atribuiccedilotildees decorrentes de sua funccedilatildeo
O desempenho de Funccedilatildeo Gratificada exigiraacute dedicaccedilatildeo integral com carga horaacuteria miacutenima de 40 (quarenta)
horas semanais e natildeo daraacute direito a horas extras
Agraves FGs seratildeo aplicadas as normas referentes ao NEPOTISMO e (se existir previsatildeo em lei local) agrave Lei Ficha
Limpa
412 Temporaacuterios
4121 Contrataccedilatildeo Temporaacuteria de Pessoal
A contrataccedilatildeo por tempo determinado eacute o instrumento juriacutedico a ser formalizado pelos gestores quando presente
a necessidade temporaacuteria de contrataccedilatildeo de pessoal e o excepcional interesse puacuteblico (art 37 IX da CF)
4122 Como regulamentar O art 37 IX da Constituiccedilatildeo Federal deve ser regulamentado por lei municipal que indicaraacute os casos de con-
trataccedilatildeo temporaacuteria de excepcional interesse puacuteblico
Eacute ilegal a contrataccedilatildeo temporaacuteria sem previsatildeo especiacutefica em lei municipal
4123 Seleccedilatildeo de Pessoal A escolha do pessoal a ser contratado por tempo determinado para atender a necessidade temporaacuteria de excep-
cional interesse puacuteblico deveraacute ser feita mediante processo seletivo simplificado sujeito agrave ampla divulgaccedilatildeo e observa-
da a dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria especiacutefica
4124 Regime Contratual O contrato natildeo eacute regido pela CLT mas sim por um contrato especial (administrativo)
4125 Necessidade de contrataccedilatildeo eacute requisito baacutesico O gestor puacuteblico deve justificar as razotildees da contrataccedilatildeo temporaacuteria isto eacute demonstrar a temporariedade e o ex-
cepcional interesse puacuteblico bem como por que o bom andamento do serviccedilo puacuteblico ficaria prejudicado sem a contrata-
ccedilatildeo
4126 Algumas hipoacuteteses de contrataccedilatildeo temporaacuteria A contrataccedilatildeo temporaacuteria pode ser utilizada nos seguintes casos
i-
co ou calamidade puacuteblica que natildeo possam ser solucionados soacute com a utilizaccedilatildeo dos recursos humanos de que dispotildee a
Administraccedilatildeo Puacuteblica
alta transitoacuteria do titular de cargo ou emprego puacuteblico quando o afastamento possa sensivelmente prejudicar o an-
damento do serviccedilo municipal
413 Terceirizaccedilatildeo de Pessoal 4131 Conceito baacutesico
Eacute a transferecircncia de atividades complementares agrave finalidade do oacutergatildeo(de meios e natildeo de fins) A Terceiriza-
ccedilatildeo proporciona
- Economia
- Eficiecircncia
A terceirizaccedilatildeo soacute eacute autorizada no Poder Puacuteblico como contrato de prestaccedilatildeo de serviccedilos e natildeo de pessoal
4132 Cuidados a serem tomados nas terceirizaccedilotildees bull OBJETO Se se trata de contrataccedilatildeo de serviccedilos natildeo-essenciais (meios) e natildeo de matildeo-de-obra
bull ECONOMICIDADE
bull SUBORDINACcedilAtildeO (natildeo ao ente contratante)
bull LICITACcedilAtildeO
bull GARANTIAS DE EXECUCcedilAtildeO
bull ACOMPANHAMENTO DO CONTRATO
bull NO PAGAMENTO
- comprovaccedilatildeo da realizaccedilatildeo dos serviccedilos
- retenccedilotildees obrigatoacuterias
- docs comprobatoacuterios (fiscais ndash trabalhistas)
4133 Tipos de serviccedilos que podem ser terceirizados bull LIMPEZA PUacuteBLICA (pode)
bull SAUacuteDE (depende apenas se admite a terceirizaccedilatildeo de determinadas atividades materiais ligadas ao serviccedilo de
sauacutede)
bull EDUCACcedilAtildeO (mesmas regras da sauacutede)
bull conservaccedilatildeo
bull limpeza
bull Seguranccedila
bull vigilacircncia
bull Transportes
bull informaacutetica
bull copeiragem
bull Recepccedilatildeo
bull Reprografia
bull Telecomunicaccedilotildees
bull manutenccedilatildeo de preacutedios equipamentos e instalaccedilotildees
bull serviccedilos de office-boyldquo (atraveacutes de empresa e licitaccedilatildeo)
4134 Terceirizaccedilatildeo de advogados e contadores
Satildeo permitidas apenas nas exceccedilotildees indicadas no acoacuterdatildeo 11112008 do TCEPR e Prejulgado nordm 873 do
TCESC
4135 Contrataccedilatildeo de Oscip A sigla OSCIP significa ldquoOrganizaccedilatildeo da Sociedade Civil de Interesse Puacuteblicordquo e pode ser considerada tambeacutem
como ONG (Oacutergatildeo Natildeo Governamental) pois nada mais eacute do que o resultado da iniciativa privada em criar uma pessoa
juriacutedica sem fins lucrativos para atuar em defesa de assuntos ou objetivos de interesse de toda a coletividade ou de
grupos especiacuteficos da sociedade humana
OSCIP poderaacute ser enquadrada ainda como Terceiro Setor
O aporte de recursos puacuteblicos (subvenccedilotildees contribuiccedilotildees doaccedilotildees auxiacutelio) para uma OSCIP eacute possiacutevel desde
que seja por autorizaccedilatildeo legislativa da Cacircmara Municipal local
Conveniar tambeacutem pode desde que seja atraveacutes de processo licitatoacuterio na modalidade Concurso de Projetos
Poreacutem considerando a experiecircncia praticamente generalizada dos Municiacutepios brasileiros bem como as fre-
quentes e alarmantes notiacutecias na miacutedia indicando irregularidades em contratos com Oscips natildeo eacute recomendada a contra-
taccedilatildeo com esse tipo de instituiccedilatildeo
Trata-se de parceria muito complexa difiacutecil de controlar e passiacutevel de inuacutemeras irregularidades que afetaratildeo os
gestores
Por isto em caso de o setor de licitaccedilotildees receber a incumbecircncia de contratar OSCIPs orienta-se a demonstrar ao
setor juriacutedico e ao gestor os riscos e notiacutecias (traacutegicas para os envolvidos) que frequentemente satildeo divulgadas
Aliaacutes basta clicar no google o termo ldquoirregularidades OSCIPrdquo e verificar o grande nuacutemero de notiacutecias ruins
sobre esses relacionamentos
414 Estagiaacuterios
4141 Fundamentaccedilatildeo legal As regras para a contrataccedilatildeo de estagiaacuterios estaacute na Lei federal nordm 117882008
4142 Objetivos do estaacutegio Os sectsect 1ordm e 2ordm da Lei 117882008 dizem que o estaacutegio faz parte do projeto pedagoacutegico do curso aleacutem de inte-
grar o itineraacuterio formativo do educando
Que o estaacutegio visa ao aprendizado de competecircncias proacuteprias da atividade profissional e agrave contextualizaccedilatildeo cur-
ricular objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadatilde e para o trabalho
4143 Podem ser estagiaacuterios bull - estudantes de educaccedilatildeo especial e dos anos finais do ensino fundamental na modalidade profissional de educaccedilatildeo de
jovens e adultos
bull - estudantes do ensino superior da educaccedilatildeo profissional de niacutevel meacutedio e do ensino meacutedio regular
4144 Jornada do estagiaacuterio bull I ndash 4 (quatro) horas diaacuterias e 20 (vinte) horas semanais no caso de estudantes de educaccedilatildeo especial e dos anos finais do
ensino fundamental na modalidade profissional de educaccedilatildeo de jovens e adultos
bull II ndash 6 (seis) horas diaacuterias e 30 (trinta) horas semanais no caso de estudantes do ensino superior da educaccedilatildeo profissional
de niacutevel meacutedio e do ensino meacutedio regular
4145 Partes no contrato de estaacutegio
bull - instituiccedilatildeo de ensino
bull - empresa ou oacutergatildeo concedente do estaacutegio
bull - estudante
bull Agentes de integraccedilatildeo puacuteblicos e privados (CIEE ndash SINE) ndash Esta parte eacute opcional
4146 Prazo maacuteximo de estaacutegio bull DOIS (2) ANOS
bull (obs Deficiente poderaacute aumentar)
4147 Custos do estagiaacuterio bull 1 ndash no estaacutegio obrigatoacuterio o pagamento eacute opcional (bolsa ou salaacuterio)
bull 2 ndash no estaacutegio natildeo obrigatoacuterio o pagamento eacute obrigatoacuterio + vale-transporte
bull 3 ndash a contribuiccedilatildeo previdenciaacuteria eacute opccedilatildeo e por conta do estagiaacuterio
bull 4 ndash contratos acima de um (1) ano o estagiaacuterio tem direito a feacuterias
bull 5 ndash direitos que outros possuam nas aacutereas de sauacutede e seguranccedila no trabalho
bull 6 ndash seguro obrigatoacuterio contra acidentes pessoais
bull 7 ndash natildeo tem direito a FGTS
bull 8 ndash auxilio alimentaccedilatildeo eacute opccedilatildeo do concedente do estaacutegio
4148 Penalizaccedilotildees bull 1 ndash declaraccedilatildeo de viacutenculo empregatiacutecio
bull 2 ndash suspensatildeo por dois (2) anos de conceder estaacutegios
4149 Limites no nuacutemero de estagiaacuterios
bull 1 - a concedente natildeo poderaacute ultrapassar a tabela (20 de estagiaacuterios ndash considerando-se os empregados)
bull 2 ndash 10 das vagas de estaacutegio para deficientes
bull 3 ndash estudantes de niacutevel superior e de niacutevel meacutedio profissional natildeo tem limites
41410 Quem pode ser concedente de estaacutegio bull 1 ndash empresas da iniciativa privada
bull 2 ndash oacutergatildeos puacuteblicos
bull 3 ndash profissionais liberais
41411 Os oacutergatildeos puacuteblicos podem contratar estagiaacuterios
Tribunal de Contas de Santa Catarina ndash TCESC Prejulgados 2114
Processo CON-1100052280
Parecer COG 962011
Decisatildeo 19242012
Origem Cacircmara Municipal de Penha
Relator Cleber Muniz Gavi
Data da Sessatildeo 14052012
Data do Diaacuterio Oficial 17052012
ldquoNo acircmbito da Administraccedilatildeo Puacuteblica a contrataccedilatildeo de estagiaacuterios reger-se-aacute pelas normas da Lei n 1178808
podendo os entes federados complementar a mateacuteria atraveacutes de lei localrdquo
41412 Seleccedilatildeo
Poreacutem eacute exigiacutevel o processo licitatoacuterio para escolha do agente de seleccedilatildeo e pagamento das bolsas
Protocolo nordm 32034107
Relator Conselheiro Hermas Eurides Brandatildeo
Decisatildeo Acoacuterdatildeo nordm 181907 - Tribunal Pleno
Sessatildeo Tribunal Pleno Sessatildeo Ordinaacuteria nordm 46 de 131207
Publicaccedilatildeo no Atos Oficiais do Tribunal de Contas nordm133 de 250108
Suacutemula nordm 06
Enunciado ldquoOs acordos que tenham por objeto a seleccedilatildeo e o
pagamento de bolsas a estagiaacuterios da Administraccedilatildeo Puacuteblica celebrados de um lado por oacutergatildeo ou entidade da Adminis-
traccedilatildeo e de outro por ente puacuteblico ou privado com ou sem fins lucrativos tecircm natureza juriacutedica de CONTRATO AD-
MINISTRATIVO cuja celebraccedilatildeo submete-se a todas as regras fixadas na Lei nordf866693 devendo ser precedido de
procedimento licitatoacuteriordquo
41413 Registro contaacutebil dos gastos com estagiaacuterio
Acoacuterdatildeo 8282006 do Tribunal Pleno do TCEPR
Decisatildeo proferida em 22062006
Processo 3725572005
Origem Cacircmara Municipal de Campo Largo
Interessado Presidente da Cacircmara
Relator Conselheiro Fernando Augusto Mello Guimaratildees
ldquoEmenta consulta - sobre a inclusatildeo das despesas com estagiaacuterios em gastos com educaccedilatildeo - impossibilidade - gastos
com estagiaacuterios devem ser incluiacutedos no elemento outros serviccedilos de terceiros-pessoa fiacutesica relativos ao setor em que o
estagiaacuterio exerce suas atividades
41414 Nepotismo
Poderaacute ser contratado parente como estagiaacuterio desde que a empresa intermediaacuteria tenha realizado a seleccedilatildeo
41415 Cuidados do concedente oacutergatildeo puacuteblico
bull 1 ndash constatar a existecircncia de dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria
bull 2 ndash realizar licitaccedilatildeo para contratar a empresa intermediaacuteria (agentes de integraccedilatildeo puacuteblicos e privados ndash aquela que faraacute
a seleccedilatildeo e o pagamento de bolsas)
bull 3 ndash verificar se a empresa realizou a seleccedilatildeo do estagiaacuterio contratado
bull 4 ndash indicar orientador e supervisor
bull 5 ndash atribuir tarefas proacuteprias do curso
bull 6 ndash cumprir as regras legais (jornada-prazo-outras exigecircncias do contrato)
415 Acumulaccedilatildeo de cargos puacuteblicos
A Constituiccedilatildeo Federal no art 37 XVI estabelece os casos em que eacute permitida a acumulaccedilatildeo de cargos em-
pregos e funccedilotildees nas administraccedilotildees direta e indireta nas empresas puacuteblicas e nas sociedades de economia mista
Em face da complexidade da mateacuteria e da dificuldade de interpretaccedilatildeo do dispositivo constitucional o tema tem
suscitado muitas duacutevidas na administraccedilatildeo municipal
A seguir apresenta-se em siacutentese a orientaccedilatildeo firmada pelos Tribunais de Contas sobre a mateacuteria
4151 Cargo de professor com outro cargo teacutecnico ou cientiacutefico
Eacute permitido ao professor efetivo estadual atendidos aos preceitos do art 37 II da Constituiccedilatildeo Federal ser
nomeado para cargo teacutecnico ou cientiacutefico no municiacutepio havendo compatibilidade de horaacuterio respeitado o limite da jor-
nada de trabalho fixada no art 7ordm XIII combinado com o art 39 sect 3ordm ambos da Constituiccedilatildeo Federal
Natildeo eacute possiacutevel ao servidor puacuteblico que jaacute acumula cargo efetivo de professor com cargo teacutecnico ou cientiacutefico
receber cumulativamente a remuneraccedilatildeode secretaacuterio municipal ante a vedaccedilatildeo do art 37 XVI e XVII da Constituiccedilatildeo
Federal
4152 Cargo efetivo com cargo de secretaacuterio municipal
O servidor puacuteblico efetivo municipal ocupante de cargo de secretaacuterio do mesmo municiacutepio desde que autoriza-
do pela legislaccedilatildeo local pode optar entre a remuneraccedilatildeo do cargo efetivo e o subsiacutedio do cargo de secretaacuterio vedada a
percepccedilatildeo cumulativa
Caso o servidor efetivo municipal opte pelo subsiacutedio legalmente instituiacutedo para o cargo de secretaacuterio do mesmo
municiacutepio somente poderaacute perceber o valor correspondente ao subsiacutedio sem adicional gratificaccedilatildeo ou qualquer outro
estipecircndio nos termos do sect 4ordm do art 39 da Constituiccedilatildeo Federal
4153 Cargo em comissatildeo com cargo efetivo
A Constituiccedilatildeo Federal (art 37 XVI e XVII) natildeo permite a acumulaccedilatildeo remunerada de cargo de provimento e-
fetivo com a de cargo de provimento em comissatildeo
4154 Dois cargos em comissatildeo
A acumulaccedilatildeo remunerada de dois cargos comissionados eacute vedada pelo art 37 XVI da Constituiccedilatildeo Federal
Eacute incompatiacutevel a acumulaccedilatildeo de dois cargos em comissatildeo no acircmbito da Administraccedilatildeo Puacuteblica quaisquer que
sejam os poderes ou esferas por natildeo se enquadrar nas exceccedilotildees passiacuteveis de acumulaccedilatildeo estabelecidas pelo art 37 XVI
da Constituiccedilatildeo Federal
4155 Proventos de aposentadoria com a remuneraccedilatildeo de cargo efetivo
Eacute permitido ao servidor inativo retornar ao exerciacutecio da funccedilatildeo puacuteblica acumulando proventos e vencimentos
nos casos permitidos pelo sect 10 do art 37 da Constituiccedilatildeo Federal
O servidor puacuteblico aposentado pelo estado ou pelo municiacutepio com fundamento no arts 40 ou 42 da Constitui-
ccedilatildeo Federal que presta concurso puacuteblico e eacute nomeado para ocupar cargo puacuteblico municipal deve optar entre os proven-
tos da aposentadoria e a remuneraccedilatildeo do cargo em conformidade com o disposto no art 37 sect 10 da Constituiccedilatildeo Fede-
ral salvo os casos de acumulaccedilatildeo previstos nos arts 37 XVI 95 paraacutegrafo uacutenico I e 128 sect 5ordm II aliacutenea d da Consti-
tuiccedilatildeo Federal
4156 Proventos de aposentadoria com a remuneraccedilatildeo de cargo em comissatildeo
Eacute permitido ao servidor puacuteblico inativo sem viacutecio de acumulaccedilatildeo indevida exercer cargo de provimento em
comissatildeo acumulando proventos e vencimentos
4157 Permanecircncia do servidor no cargo ou emprego puacuteblico apoacutes a aposentadoria
Ao servidor puacuteblico natildeo eacute possiacutevel quando se aposenta continuar exercendo normalmente suas funccedilotildees jaacute que
eacute vedada a acumulaccedilatildeo remunerada de cargos puacuteblicos ressalvando-se a aposentadoria voluntaacuteria do empregado de
empresa puacuteblica ou sociedade de economia mista
4158 Acumulaccedilatildeo de cargos com o exerciacutecio de mandato eletivo
41581) Cargo efetivo com mandato de vereador
O vereador que for investido em cargo puacuteblico efetivo ou emprego puacuteblico do estado ou do municiacutepio apoacutes a-
provaccedilatildeo em concurso puacuteblico poderaacute tomar posse no cargo efetivo sem prejuiacutezo do mandato de vereador
O exerciacutecio concomitante do cargo puacuteblico efetivo e do mandato de vereador somente eacute possiacutevel quando houver
compatibilidade de horaacuterios
Neste caso o vereador poderaacute acumular as respectivas funccedilotildees bem como a remuneraccedilatildeo e as demais vantagens
do cargo efetivo com o subsiacutedio do mandato
Natildeo havendo compatibilidade de horaacuterios o agente seraacute afastado do exerciacutecio do cargo ou emprego sendo-lhe
facultado optar pela remuneraccedilatildeo do cargo efetivo ou do emprego
41582 Cargo comissionado com mandato de vereador
Eacute ilegiacutetimo o exerciacutecio concomitante de cargo em comissatildeo pertencente agrave estrutura do Poder executivo munici-
pal com o mandato de vereador em decorrecircncia do princiacutepio da separaccedilatildeo das funccedilotildees estatais uma vez que na relaccedilatildeo
decorrente do cargo comissionado haveraacute submissatildeo do vereador aos comandos do chefe do Poder executivo municipal
incompatiacutevel com o exerciacutecio da vereanccedila
41583 Acumulaccedilatildeo de cargo de meacutedico com o exerciacutecio do mandato de prefeito
O servidor puacuteblico ocupante de cargo efetivo ou emprego puacuteblico de meacutedico pertencente agrave estrutura do Poder
executivo eleito prefeito deve se afastar do cargo ou emprego sendo-lhe facultado optar pela remuneraccedilatildeo do cargo ou
emprego nos termos do art 38 II da Constituiccedilatildeo Federal
Enquanto permanecer no exerciacutecio do mandato de prefeito o ocupante de cargo ou emprego de meacutedico natildeo po-
de realizar serviccedilos profissionais pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede (SuS) com habitualidade incluindo o meacutetodo de creden-
ciamento por caracterizar acumulaccedilatildeo remunerada de funccedilotildees puacuteblicas
Salvo vedaccedilatildeo na Lei Orgacircnica do municiacutepio o meacutedico em exerciacutecio do cargo de prefeito natildeo estaacute impedido de
realizar procedimento ciruacutergico em casos excepcionais para atendimentos emergenciais cuja recusa possa caracterizar
omissatildeo de socorro
41584 Acumulaccedilatildeo de cargo efetivo com mandato de vice prefeito
Eacute inconstitucional a acumulaccedilatildeo da remuneraccedilatildeo de cargo efetivo com o subsiacutedio de vice-prefeito em face da
inaplicabilidade agrave espeacutecie da norma do art 38 III da Constituiccedilatildeo Federal que se restringe tatildeo somente ao vereador
Entretanto o servidor puacuteblico efetivo que ver a exercer mandato de vice-prefeito pode optar entre a remunera-
ccedilatildeo do cargo e o subsiacutedio de vice-prefeito
Caso o servidor faccedila a opccedilatildeo pelo subsiacutedio teraacute direito ao recebimento apenas do valor correspondente ao sub-
siacutedio (parcela uacutenica) ficando vedado o pagamento de adicional gratificaccedilatildeo ou quaisquer outras vantagens do cargo
efetivo nos termos do sect 4ordm do art 39 da Constituiccedilatildeo Federal
41585 Acumulaccedilatildeo de cargo de vice prefeito com cargo comissionado
O vice-prefeito designado para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou funccedilatildeo de confianccedila no acircmbito do Poder
Executivo deveraacute optar entre o subsiacutedio de vice-prefeito e a remuneraccedilatildeo do cargo ou da funccedilatildeo
O vice-prefeito investido no cargo de secretaacuterio municipal deveraacute optar entre o subsiacutedio afeto ao mandato eleti-
vo e o vencimento do respectivo cargo
4159 Direito ao subsiacutedio mensal mdash vice-prefeito
O vice-prefeito exercendo ou natildeo funccedilatildeo executiva na administraccedilatildeo municipal tem direito agrave percepccedilatildeo mensal
do subsiacutedio de vice-prefeito fixado pela cacircmara municipal
41510 Acumulaccedilatildeo de cargos e o respeito ao teto remuneratoacuterio
O provento de aposentadoria subsiacutedio de agente poliacutetico e vencimento pelo exerciacutecio de cargo puacuteblico recebi-
dos aglutinadamente devem observar o teto remuneratoacuterio instituiacutedo pelo inciso XI do art 37 da Constituiccedilatildeo Federal
416 Nepotismo
O significado original da palavra nepotismo eacute governo dos sobrinhos jaacute que eacute derivada de nepoteounipo-
te(sobrinho ou neto em latim) e foi aplicada em referecircncia aos Papas do Renascimento (de Sisto IV a Paulo III) que
nomeavam sobrinhos e outros parentes para posiccedilotildees clericais e administrativas de importacircncia assim como aos Gover-
nantes japoneses tanto no periacuteodo Heian (por volta do ano 669) quanto no comeccedilo do seacuteculo IX (governo da famiacutelia
Fujiwara) e ateacute nos anos 1960 com Kiyomori
Com o sufixo ismo a palavra indica a concessatildeo de privileacutegios ou cargos a parentes no funcionalismo puacuteblico
Distingue-se do favoritismo simples que natildeo implica relaccedilotildees familiares com o favorecido
Em 2008 julgando um dos processos que chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) aquela Corte editou a
Suacutemula 13 com o seguinte texto
Suacutemula vinculante 13 de 210808
ldquoA nomeaccedilatildeo de cocircnjuge companheiro ou parente em linha reta colateral ou por afinidade ateacute o terceiro grau
inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa juriacutedica investido em cargo de direccedilatildeo chefia ou
assessoramento para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou de confianccedila ou ainda de funccedilatildeo gratificada na
administraccedilatildeo puacuteblica direta e indireta em qualquer dos Poderes da Uniatildeo dos Estados do Distrito Federal e dos
Municiacutepios compreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocas viola a Constituiccedilatildeo Federalrdquo
Data de Aprovaccedilatildeo Sessatildeo Plenaacuteria de 21082008Fonte de Publicaccedilatildeo DJe nordm 1622008 p 1 em 2982008DO de
2982008 p 1
Assim fundamentados especialmente nos princiacutepio constitucionais da impessoalidade e da moralidade o maior
oacutergatildeo do Poder Judiciaacuterio brasileiro definiu como proibidas as nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos em comissatildeo ou
funccedilotildees de confianccedila de familiares dos nomeantes em ateacute terceiro grau de parentesco
O parentesco segundo o Coacutedigo Civil (arts 1591 a 1595) eacute identificado em trecircs linhas distintas
a) reta (ascendente e descendente pai matildee avocirc avoacute filho filha neto neta)
b) colaterais (provecircm de um tronco comum mas natildeo descendem uma das outras irmatildeo irmatilde tio tia) e
c) por afinidade (o viacutenculo que se estabelece entre um cocircnjuge e os parentes do outro cocircnjuge)
De ressaltar que a Suacutemula 13 do STF abrangeu o famoso nepotismo cruzado que eacute a combinaccedilatildeo entre nomean-
tes para a contrataccedilatildeo direta de servidores parentes seus de forma cruzada (o parente de um eacute contratado pelo outro e
vice versa) pois ao final do texto consta ldquocompreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocasrdquo
E mantendo a maacutexima de que cada regra tem sua exceccedilatildeo o STF declarou na sequencia (no Recurso Extraordi-
naacuterio nordm 579951RN) que a exceccedilatildeo dessa proibiccedilatildeo seria a possibilidade de nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos poliacuteti-
cos aiacute compreendidos os Ministros de Estado Secretaacuterios de Estado e Secretaacuterios Municipais
Entatildeo dessa data em diante (2982008 publicaccedilatildeo da suacutemula 13 do STF) passou-se a ser proibido o
nepotismoem cargos e funccedilotildees puacuteblicas de livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo
Em resumo quando da ediccedilatildeo da Suacutemula 13 a Corte Maacutexima do Poder Judiciaacuterio paacutetrio definiu que
1 ndash Eacute PROIBIDA A NOMEACcedilAtildeO EM CC OU FG DECOcircNJUGE OU PARENTE DA AUTORIDADE NOMEANTE
OU DE OUTRO SERVIDOR NESTES CARGOS (CC ou FG) ATEacute TERCEIRO GRAU
2 ndash CARGOS DE MINISTROS E SECRETAacuteRIOS PODEM SER OCUPADOS POR PARENTES
Pois bem
Apoacutes a proibiccedilatildeo pelo Supremo e vasta interpretaccedilatildeo do Poder Judiciaacuterio outros pontos natildeo abrangidos (ou es-
clarecidos) pela Suacutemula 13 foram praticamente pacificados
Vejamos os mais relevantes
1ordm ndash A LEI (Ordinaacuteria-Complementar-Orgacircnica) PODE AMPLIAR AS PROIBICcedilOtildeES abrangendo inclusive os Minis-
tros e Secretaacuterios (impedindo a contrataccedilatildeo de parentes ou limitando o nuacutemero de parentes contratados)
2ordm ndash Para a configuraccedilatildeo de nepotismo cruzado soacute se houver prova da reciprocidade Ou seja se ocorrer o ajuste a com-
binaccedilatildeo a troca de favores entre autoridades puacuteblicas
3ordm - Parente de Autoridade Puacuteblica ou de servidor de um mesmo oacutergatildeo poderaacute ocupar CC ou FG se foi nomeado antes
da posse deste
4ordm ndash Servidor efetivo poderaacute ser nomeado em CC ou designado em FG em mesmo oacutergatildeo de Gestor Puacuteblico ou servidor
parente se natildeo for nomeado por ele ou subordinado a ele
5ordm ndash Servidores de um mesmo oacutergatildeo ocupantes de Cargo Comissionado ou Funccedilatildeo de Confianccedila que venham a se tor-
nar um casal depois do ingresso no cargo ou funccedilatildeo e desde que natildeo ocorra subordinaccedilatildeo direta entre si natildeo seraacute con-
siderado nepotismo 6ordm ndash Ex-cocircnjuge comprovadamente podem ser nomeados pelo ex sem caracterizar nepotismo
7ordm ndash Nos casos de requisiccedilatildeocessatildeo de servidores por autoridades ou oacutergatildeos aplicam-se as regras do nepotismo
8ordm ndash Parentesco com autoridades puacuteblicas ou servidores falecidos ou aposentados natildeo incidem a Suacutemula 13
9ordm ndash Contrataccedilatildeo de estagiaacuterios que sejam parentes de autoridades ou servidores do oacutergatildeo concedente do estaacutegio natildeo se
configura nepotismo desde que haja seleccedilatildeo preacutevia
10ordm ndash Contratar sem licitaccedilatildeo pessoa juriacutedica na qual haja administrador ou soacutecio com poder de direccedilatildeo que seja fami-
liar de detentor de cargo em comissatildeo ou funccedilatildeo de confianccedila que atue na aacuterea responsaacutevel pela demanda ou de autori-
dade a ele hierarquicamente superior
Por fim destacar que os caminhos juriacutedicos para exigir a exoneraccedilatildeo de parentes que ocupem cargos comissio-
nados ou funccedilotildees de confianccedila bem como coibir e responsabilizar os agentes puacuteblicos que desrespeitarem a regra cons-
tante da Suacutemula 13 do STF e demais acervo jurisprudencial referentemente ao nepotismo poderaacute ser a Accedilatildeo Civil Puacute-
blica(art 1ordm inciso IV da Lei 734785) ou ateacute mesmo a Reclamaccedilatildeo ao STF (art 102 inciso I aliacutenea l da Constitu-
iccedilatildeo Federal)
Jaacute as consequecircncias juriacutedicas para quem desobedecer agraves normas combatentes do nepotismo possuem as seguin-
tes hipoacuteteses
1ordf ndash Consequecircncias para o servidor nomeado ou designado pela omissatildeo de informar agrave Administraccedilatildeo Puacuteblica o fato de
se encontrar sob o alcance da Suacutemula Vinculante nordm 13 do STF incide o crime de falsidade ideoloacutegica (art 299 do Coacute-
digo Penal) bem como pela manutenccedilatildeo do cargo ou emprego puacuteblico sabendo do impedimento incide em crime de
desobediecircncia agrave decisatildeo judicial (art 359 CP)
2ordf ndash Consequecircncias para o agente poliacutetico pela omissatildeo incide no crime de prevaricaccedilatildeo (art 319 CP) e na esfera
poliacutetico-administrativa incorre no crime de improbidade administrativa (art 11 I e II cc o art 12 III todos da Lei nordm
842992) pode-se aplicar a ele ainda no caso dos prefeitos municipais estaratildeo sujeitos agrave cassaccedilatildeo do mandato eletivo
(Decreto-lei 20167 art 4ordm VII)
417 - GASTOS COM PESSOAL
O paracircmetro a ser empregado nos caacutelculos da despesa com pessoal haacute de ser a Receita Corrente Liquida
ndash RCL conceituada no inciso IV do art 2ordm da LRF
Considera-se despesa com pessoal nos termos do artigo 18 da LFR todas as vantagens vencimentos sa-
laacuterios proventos adicionais gratificaccedilotildees horas extras encargos sociais subsiacutedios dos agentes poliacuteticos e qual-
quer outra espeacutecie remuneratoacuteria
A verificaccedilatildeo das adequaccedilotildees das despesas efetivamente realizadas com pessoal em relaccedilatildeo agrave RCL deveraacute
ocorrer nos termos do artigo 22 da LRF ao final de cada quadrimestre
Os resultados obtidos seratildeo por sua vez informados no Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal correspondente ao
mesmo periacuteodo de apuraccedilatildeo sendo facultado aos Municiacutepios com populaccedilatildeo inferior a cinquumlenta mil habitantes
apurar esse comprometimento ao final de cada semestre (art 62 I e II ldquobrdquo)
Segundo art 20 da LRF a reparticcedilatildeo dos limites globais de cada ente eacute de
PoderEnte Uniatildeo EstadosDF Municiacutepios
Executivo 409 490 540
LegislativoTC 60 60 60
Judiciaacuterio 25 30 -x-
Ministeacuterio Puacuteblico 06 20 x-
Totais 500 600 600
Visando coibir despesas em excesso praticados pelas Cacircmaras Municipais houve emenda constitucional
disciplinando os percentuais destas (EC nordm 252000) sem no entanto disciplinar seu conceito e composiccedilatildeo toda-
via excluiu-se as despesas com inativos resultando em limites diversos em relaccedilatildeo agrave LRF vejamos
Populaccedilatildeo Limites EC 25 (ex-
clui inativos)
Limites LRF
(inclui inativos)
Ateacute 100000 habitantes 56 6
De 100001 a 300000 hab 49 6
De 301000 a 500000 hab 42 6
Acima de 500000 hab 35 6
LRF - art 22
Se a despesa de pessoal exceder a 95 do limite estabelecido no artigo 20 os Poderes e oacutergatildeos que incor-
rem no excesso ficaratildeo vedados de criar cargo emprego ou funccedilatildeo e efetuar provimento de cargo puacuteblico admis-
satildeo ou contrataccedilatildeo de pessoal a qualquer tiacutetulo
Exceccedilatildeo (artigo 22 inciso IV) aacutereas de educaccedilatildeo sauacutede e seguranccedila restringindo-se quando esta se ca-
racterizar por falecimento ou aposentadoria
Para os casos de extrapolaccedilatildeo dos limites determinada pelo artigo 169 da CF88 nos termos do art 23 da
LRF deveraacute o ente propor medidas para sua adequaccedilatildeo com a maior brevidade possiacutevel
Isto posto nos dois quadrimestres seguintes deveraacute observar as providecircncias previstas nos sectsect 3ordm e 4ordm do
art 169 da CF quais sejam
Reduccedilatildeo de pleno menos vinte por cento das despesas com cargos em comissatildeo e funccedilotildees de confianccedila
Exoneraccedilatildeo dos servidores natildeo estaacuteveis
Exoneraccedilatildeo dos servidores estaacuteveis se natildeo alcanccedilada a reduccedilatildeo necessaacuteria com as medidas anteriores desde
que ato normativo de cada Poder especifique a atividade funcional o oacutergatildeo ou unidade administrativa objeto de
reduccedilatildeo de pessoal
O servidor que neste caso perder o cargo faraacute jus a indenizaccedilatildeo correspondente a um mecircs de remunera-
ccedilatildeo por ano de serviccedilos sendo que esta natildeo seraacute computada para fins de despesas com pessoal
Permanecendo o excesso ficaraacute o ente impedido de receber transferecircncias voluntaacuterias
418 - Despesas gerais
4181 - Diaacuterias
a) ndash cobrem hospedagem e alimentaccedilatildeo
b) ndash aplicaccedilatildeo do princiacutepios da razoabilidade proporcionalidade e moralidade
c) ndash devem ser liberadas motivadamente (interesse puacuteblico)
d) ndash dependem de lei autorizatoacuteria
e) ndash podem ser liberadas para participaccedilatildeo em eventos
f) ndash natildeo podem configurar ldquosalaacuteriordquo
g) ndash exigem comprovaccedilatildeo de realizaccedilatildeo do objetivo
h) ndash a partir de 50 do valor da remuneraccedilatildeo incide ir e inss
i) ndash a fixaccedilatildeo do valor pode ser variaacutevel de municiacutepio para municiacutepio
j) ndash fraude ou simulaccedilatildeo no pagamento de diaacuteria acp
4182 - Adiantamentos eacute proibido
4183 -Seguro de vidaeacute possiacutevel
4184 - Vale Transporteeacute possiacutevel
4185 - Plano de sauacutedesoacute para servidoresvereadores natildeo
4186 -Veiacuteculo proacuteprio
Segundo o TCRPR eacute proibido agrave Cacircmara pagar combustiacutevel para veiacuteculos dos vereadores
O TCE-PR alega que a Administraccedilatildeo Puacuteblica natildeo pode arcar com gastos inerentes a despesas com veiacuteculos
particulares dos Edis mesmo que a serviccedilo do Legislativo haja vista a inexistecircncia de contrato precedido de Licitaccedilatildeo e
diante das normas de direito administrativo onde qualquer aquisiccedilatildeo efetuada pelo Poder Puacuteblico depende de contrato
este em regra precedido de licitaccedilatildeo
Alega inclusive que essa despesa eacute estranha ao orccedilamento sem amparo legal
Ateacute em relaccedilatildeo aos servidores o TCE desaconselha o ressarcimento de despesas com combustiacutevel particular
por aplicaccedilatildeo do art 29 da CE89 ou da Lei Orgacircnica Municipal que geralmente preveem incompatibilidade negocial
Vale ressaltar que outros Tribunais de Contas divergem ou convergem com o TCEPR
Vejamos
O TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA PERMITE
PREJULGADO 2082 DO TCESC
ldquoA Cacircmara Municipal pode disciplinar o uso de veiacuteculos oficiais de sua propriedade a exemplo da Lei Estadual ndeg
79871990 (regulamentada pelo Decreto ndeg 34212005) e do Decreto Federal ndeg 64032008 (disciplinado pela Instru-
ccedilatildeo Normativa ndeg 0032008 do Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeordquo
PREJULGADO 1268 DO TCESC
A Cacircmara Municipal poderaacute ressarcir as despesas de combustiacutevel de veiacuteculos particulares desde que (a) previamente
autorizada em lei especiacutefica (b) relacionada a deslocamento dos Vereadores para fora de jurisdiccedilatildeo municipal (c) os
assuntos tratados nas viagens sejam de interesse puacuteblico (d) haja expressa autorizaccedilatildeo da Cacircmara Municipal para a rea-
lizaccedilatildeo da viagem (e) os veiacuteculos utilizados nestas condiccedilotildees estejam previamente cadastrados no oacutergatildeo competente do
Pode Legislativo e (f) sejam aplicaacuteveis somente a casos excepcionais
O TCE DE MG PROIacuteBE
Consulta nordm 810007- TCEMG
Tribunal de Constas do Estado - Cacircmara natildeo pode pagar gasolina para vereadores O relator Cons Elmo Braz adotou o
parecer do Auditor Hamilton Coelho para responder agraves indagaccedilotildees Inicialmente a Auditoria asseverou que o TCEMG
jaacute declarou em diversas oportunidades a ilegalidade do abastecimento de veiacuteculos particulares de vereadores com re-
cursos da Cacircmara ainda que para uso no interesse do oacutergatildeo mencionando nesse sentido a Consulta nordm 810007 (Rel
Cons Eduardo Carone Costa sessatildeo de 030210) ndash v Informativo 17 O Auditor transcreveu parte do parecer exarado
naquela Consulta no sentido de que a utilizaccedilatildeo de veiacuteculo de propriedade particular de vereador mediante contrapresta-
ccedilatildeo (abastecimento) a serviccedilo da Administraccedilatildeo Puacuteblica configuraria contrato de locaccedilatildeo de fato e de que o uso interca-
lado do veiacuteculo ndash ora em caraacuteter particular ora a serviccedilo ndash tornaria difiacutecil a mensuraccedilatildeo do quantum a ser indenizado
redundando em confusatildeo patrimonial envolvendo o agente puacuteblico e o oacutergatildeo contratante
O TCEMT PERMITE
Processo nordm 2073652010 - 19042011
ldquoCAcircMARA MUNICIPAL DE NOVA OLIacuteMPIA CONSULTA CAcircMARA MUNICIPAL VEREADOR VERBA DE
NATUREZA INDENIZATOacuteRIA POSSIBILIDADE SE OBSERVADOS OS REQUISITOS IMPOSSIBILIDADE DE
PAGAMENTO DE DESPESAS COM MANUTENCcedilAtildeO DO GABINETE DO PARLAMENTAR POSSIBILIDADE
DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS COM ABASTECIMENTO DE VEIacuteCULO PARTICULAR DO VEREADOR
E DE ACUMULACcedilAtildeO COM A DIAacuteRIA QUANDO CONTEMPLAREM O RESSARCIMENTO DE DESPESAS
DISTINTAS PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS NOS TERMOS DA LEI QUE A INSTITUIRrdquo
4187 - Passagens
Por se tratar de despesa com caracteriacutesticas muito proacuteprias jaacute que os valores se alteram permanentemente mas eacute
possiacutevel a reduccedilatildeo dos preccedilos sobretudo com descontos sobre a taxa de administraccedilatildeo das agecircncias ou operadoras eacute
recomendaacutevel a realizaccedilatildeo de processo licitatoacuterio afim de promover a economicidade evitar sobrepreccedilos e oportunizar
a competitividade entre os diversos particulares interessados em negociar com a Administraccedilatildeo
Por isso orienta-se agrave promoccedilatildeo do certame licitatoacuterio na modalidade Pregatildeo cujo objeto seja a contrataccedilatildeo de
serviccedilos de agenciamento de viagens para cotaccedilatildeo reserva e fornecimento de passagens (aeacutereas e terrestres) no acircmbito
nacional e internacional se houver interesse
Caso opte pela passagem internacional eacute interessante licitar a emissatildeo de seguro de assistecircncia em viagem in-
ternacional
Especificar que a compra se faraacute por meio de atendimento remoto (e-mail eou telefone)
O tipo aconselhaacutevel eacute o de menor preccedilo escolhendo-se a proposta que ofertar o maior percentual de desconto
sobre o valor ldquodo diardquo disponibilizado e cobrado de todos os puacuteblicos inclusive sobre as tarifas promocionais e reduzi-
das disponiacuteveis no momento da compra excluiacuteda a taxa de embarque
5 Controle
51 Corrupccedilatildeo desvios e fraudes Conceitos
Corrupccedilatildeo eacute o ato ou efeito de se corromper oferecer algo para obter vantagem em negociata onde se favorece
uma pessoa e se prejudica outra
Eacute tirar vantagem do poder atribuiacutedo Corrupccedilatildeo vem do latim corruptus que significa quebrado em peda-
ccedilos O verbo corromper significa tornar-se podre
Desvio na aacuterea puacuteblica significa retirar o caminho normal de alguma coisa Natildeo alcanccedilar o objetivo por
mudanccedila de rota
Geralmente a palavra estaacute ligada agraves alteraccedilotildees que se promovem na ocupaccedilatildeo de cargos ou funccedilotildees no
uso de bens na realizaccedilatildeo de obras e ateacute no destino que se daacute aos recursos financeiros Fraude eacute um esquema iliacutecito ou de maacute feacute criado para obter ganhos para si ou para terceiros
No meio puacuteblico as fraudes geralmente satildeo praticadas atraveacutes de simulaccedilotildees e ajustes visando o aproveitamen-
to iliacutecito de valores benefiacutecios ou do patrimocircnio puacuteblico
52 Conceito e relevacircncia do controle
O controle eacute a ferramenta mais eficaz para se evitar as irregularidades e ilegalidades na atuaccedilatildeo dos po-
deres puacuteblicos
Segundo os mais elaborados estudos e pesquisas a corrupccedilatildeo pode ser maior ou menor dependendo da
proporcionalidade de controle existente
Onde tem menor controle tem maior corrupccedilatildeo e assim vice e versa
E o controle se faz por trecircs principais vias orientaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e puniccedilatildeo No Brasil o combate agrave corrupccedilatildeo no meio puacuteblico vem acontecendo atraveacutes da implementaccedilatildeo de vaacuterios tipos
de controle sobre as verbas recursos e patrimocircnio puacuteblico
Nos uacuteltimos anos melhoraram muito os sistemas de Controle Interno e Externo por iniciativa de cada oacutergatildeo ou
por exigecircncia do povo (diretamente ou atraveacutes das miacutedias)
O Legislativo por iniciativa proacutepria ou por pressatildeo popular tem aprovado inuacutemeros atos para reforccedilar a legisla-
ccedilatildeo paacutetria que afeta a corrupccedilatildeo
Satildeo os exemplos da Lei das Inelegibilidades (LC 6490 reforccedilada pela Lei da Ficha Limpa- LC 1352010) a
Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 1012000) a Lei da Transparecircncia (LC 1312009) a Lei da Informaccedilatildeo
(125272011) e a Lei Anticorrupccedilatildeo (128462013) e tantas outras
O Judiciaacuterio por sua vez e com o apoio das instituiccedilotildees de apuraccedilatildeo a ele ligadas (poliacutecias ministeacuterio puacuteblico
etc) tem punido severamente os corruptos realizando o seu papel sem distinccedilatildeo de cargo ou poder do apenado
Segundo informa o oacutergatildeo denominado de ldquoTransparecircncia Internacionalrdquo em mateacuteria divulgada no mecircs
de dezembro2014 ldquoNeste ano o Brasil obteve a nota 43 em uma escala que vai de 0 (setor puacuteblico visto como extremamente
corrupto) a 100 (extremamente iacutentegro) a mesma pontuaccedilatildeo obtida em 2012
No ano passado o paiacutes havia totalizado 42 pontos
A pontuaccedilatildeo do Brasil se situa exatamente na meacutedia mundial de acordo com o estudo de 43 pontos Nas
Ameacutericas como um todo a meacutedia eacute 45
Mais de dois terccedilos dos 175 paiacuteses que integram o iacutendice obtiveram uma nota inferior a 50
O Brasil estaacute na metade Natildeo eacute um dos piores nem dos melhores Mas natildeo eacute um resultado bom para o
paiacutes que tem feito inuacutemeros esforccedilos para ser um liacuteder econocircmico e poliacutetico disse Salas agrave BBC Brasil O Brasil
quer ser um liacuteder mundial entatildeo tem que mostrar o exemplo Ele ainda estaacute muito distante dos paiacuteses desenvol-
vidos nesse iacutendice ressalta o diretor da Transparecircncia Internacional
Empatados com o Brasil com a mesma pontuaccedilatildeo e lugar no ranking estatildeo paiacuteses como a Itaacutelia a Greacutecia
e a Bulgaacuteria
Para Salas o escacircndalo da Petrobras pode ser positivo para o Brasil se forem tomadas medidas fortes
de combate agrave corrupccedilatildeo
Se a presidente Dilma Roussef aproveitar esse momento para fazer mudanccedilas poderaacute ser algo positivo
diz ele
Se pessoas poderosas e outros culpados nesse escacircndalo forem presos o Brasil poderaacute projetar uma boa
imagem afirma Salas
Se houver tambeacutem reforma poliacutetica e melhorias no sistema de compras puacuteblicas pode ser um momento
histoacuterico para o Brasil Mas se nada mudar seraacute um exemplo negativo diz ele
A Dinamarca eacute a primeira colocada no ranking com 92 pontos um a mais em relaccedilatildeo ao estudo anterior
onde tambeacutem jaacute havia ficado em primeiro lugar
A China e a Turquia estatildeo entre os paiacuteses que mais perderam posiccedilotildees no ranking deste ano
A China que adotou nos uacuteltimos anos medidas de combate agrave corrupccedilatildeo como a proibiccedilatildeo de dar presen-
tes de alto luxo a funcionaacuterios puacuteblicos caiu 20 posiccedilotildees no ranking passando a ocupar o 100deg lugar com 36 pon-
tos
Entre os paiacuteses dos BRICS o Brasil estaacute praticamente empatado com a Aacutefrica do Sul (duas posiccedilotildees aci-
ma do Brasil no ranking) e bem agrave frente da China Iacutendia e Ruacutessiardquo
In httpwwwbbccoukportuguesenoticias201412141202_ranking_transparencia_internacional_brasil_df_lgb
Assim vale agrave pena continuar acreditando na melhora e natildeo cessar a luta pela melhoria dos instrumentos
de controle e combate agrave corrupccedilatildeo
53 O anseio democraacutetico pelo controle
De haacute muito tempo que a populaccedilatildeo anseia por melhoria nos sistemas de controle da coisa puacuteblica
No Brasil que historicamente conviveu com a corrupccedilatildeo na Administraccedilatildeo Puacuteblica a implantaccedilatildeo do re-
gime democraacutetico teve como maior objetivo a participaccedilatildeo do povo no poder (nas coisas do Estado) diretamente
ou atraveacutes de seus legiacutetimos representantes
Com isso espera-se que o povo faccedila parte do governo e que tenha conhecimento do que ocorre com os
bens e valores puacuteblicos enquanto estiverem sob a guarda dos administradores da coisa puacuteblica
Mas natildeo basta trocar as pessoas no comando do eraacuterio
Eacute preciso equipar os sistemas de controle haja vista que natildeo eacute exatamente a iacutendole pessoal que evita a
corrupccedilatildeo e os desvios no meio puacuteblico mas acima de tudo o controle que se faz sobre a coisa (a ocasiatildeo faz o
ladratildeo) O controle eacute exercido de forma irrestrita e ilimitada em todos e por todos os Poderes de Estado estendendo-se a
toda a Administraccedilatildeo e abrangendo todas as suas atividades e agentes sendo classificadas em variados tipos e formas de
atuaccedilatildeo para atingir os seus objetivos
Essas classificaccedilotildees indicam que
(I) O controle administrativo ou executivo eacute aquele exercido pela proacutepria Administraccedilatildeo sobre seus atos e agentes
(II) Controle legislativo ou parlamentar diz respeito ao que o Poder Legislativo imprime sobre atos e agentes do
Poder Executivo
(III) O controle judiciaacuterio eacute o referente agrave correccedilatildeo dos atos ilegais de qualquer dos Poderes pelo Judiciaacuterio quando
lesivos de direito individual ou do patrimocircnio puacuteblico Quanto a forma o controle pode ser sintetizado
bull De acordo com seu fundamento pode ser hieraacuterquico ou finaliacutestico
bull Em razatildeo da localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o exercita pode ser interno ou externo
bull Em virtude do momento em que eacute exercido pode ser preacutevio ou preventivo ou a priori concomitante ou sucessivo e
subsequente ou corretivo ou a posteriore
bull Conforme o aspecto controlado pode ser de legalidade ou de legitimidade e de meacuterito
Outra abordagem do Direito Administrativo eacute apresentada segundo a qual o controle da Administraccedilatildeo Puacuteblica
eacute poder de fiscalizaccedilatildeo e correccedilatildeo que sobre ela exercem os oacutergatildeos dos Poderes Judiciaacuterio Legislativo e Executivo com
o objetivo de garantir a conformidade de sua atuaccedilatildeo com os princiacutepios que lhe satildeo impostos pelo ordenamento juriacutedico
Dentre os pontos comuns observados eacute importante registrar as visotildees sobre os chamados controle externo e
controle interno decorrentes das classificaccedilotildees relativas agrave localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o realiza e quanto agrave integraccedilatildeo do
oacutergatildeo que o executa e agrave estrutura do oacutergatildeo objeto de sua execuccedilatildeo
As atividades do sistema de controle interno satildeo exercidas mediante a utilizaccedilatildeo de teacutecnicas de fiscalizaccedilatildeo e
auditoria as quais consistem no conjunto de processos que viabilizam o alcance dos macro-objetivos do sistema
Fiscalizar consiste na aplicaccedilatildeo de um conjunto de procedimentos pontuais que permitam o exame dos atos da
administraccedilatildeo puacuteblica visando avaliar a execuccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas atuando sobre os resultados efetivos dos pro-
gramas governamentais
54 O Controle Interno
Com previsatildeo desde 1964 (art 76 da Lei 432064 - Lei da Contabilidade Puacuteblica) foi levado agrave regras constitu-
cional em 05 de outubro de 1988 na Carta Maior (art 74) e reforccedilado pela Lei Complementar 1012000(LRF art 54 e
59) mas soacute implementado no Paranaacute a partir de 2008 com a exigecircncia pelo TCE que assim se manifestou a respeito
ldquoO sistema de controle interno eacute o agente de orientaccedilatildeo e integraccedilatildeo dos controles administrativos das enti-
dades componentes da estrutura organizacional e de apoio ao controle externo
Tem por objetivos principais a avaliaccedilatildeo do cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual e a execu-
ccedilatildeo dos programas constantes da LDO e na Lei Orccedilamentaacuteria Anual assegurar a observacircncia das normas e regula-
mentos e assim a legalidade dos atos avaliando os resultados no que se refere agrave eficaacutecia e eficiecircncia da gestatildeo orccedila-
mentaacuteria financeira e patrimonial da administraccedilatildeo
Sua funccedilatildeo inclui a diligecircncia no acompanhar dos procedimentos da administraccedilatildeo e na orientaccedilatildeo do ges-
tor acerca de eventuais desvios de rota e para evitar riscos iminentes que possam provocar danos ao patrimocircnio e agrave
gestatildeo
Juntamente com a contabilidade o controle interno deve velar pelo atendimento das agendas de obrigaccedilotildees
pela certeza do cumprimento dos limites legais seja de pisos de investimentos miacutenimos ou tetos para gastos maacutexi-
mos pela verdade das informaccedilotildees levadas a puacuteblico em face da LRF e suas determinaccedilotildees de transparecircncia da Lei
da Informaccedilatildeo e da proacutepria Lei nordm 432064
Os resultados satisfatoacuterios e sem sobressaltos especialmente em processo de transiccedilatildeo de mandato acentuam
que o controle interno desempenhou seu papel com efetividade e compromisso com a Entidade
O principal embaraccedilo que se tem percebido no processo de estruturaccedilatildeo do controle interno tem ocorrido na
montagem da equipe de trabalho especialmente a natildeo disponibilidade de profissionais com preparo teacutecnico
Existem pequenas prefeituras e cacircmaras municipais onde se verifica ateacute mesmo a simples falta de pessoal
sem atributosrdquoManual de Final de mandato ndash 2012
55 O controle Externo
O controle externo dos poderes municipais ( Executivo e Legislativo) eacute realizado direta e formalmente pelo
Tribunal de Contas que aleacutem de exigir a prestaccedilatildeo de contas anual ainda verifica a lisura e regularidade dos atos e accedilotildees
que envolvam a administraccedilatildeo dos bens e recursos puacuteblicos
A Lei Orgacircnica do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute (LC 1132005) indica que no papel de apoiador do
Poder Legislativo Municipal no controle externo a Corte Administrativa tem a seguinte competecircncia
ldquoArt 1ordm Ao Tribunal de Contas do Estado oacutergatildeo constitucional de controle externo com sede na Capital do Estado
compete nos termos da Constituiccedilatildeo Estadual e na forma estabelecida nesta lei
II ndash julgar as contas dos chefes dos oacutergatildeos do Poder Legislativo estadual e municipal do Poder Judiciaacuterio do Minis-
teacuterio Puacuteblico e deste Tribunalrdquo
Todavia por certo que existem outros oacutergatildeos que de forma indireta realizam o controle externo do poder puacuteblico muni-
cipal como o Ministeacuterio Puacuteblico o Judiciaacuterio e os Observatoacuterios sociais
Eacute posiccedilatildeo paciacutefica entre os estudiosos da Administraccedilatildeo Puacuteblica no mundo que o mais eficiente instrumento de
controle da ldquocoisa puacuteblicardquo eacute a transparecircncia
Pois se o povo acompanha atos e accedilotildees do governo e do governante tanto estes evitam as irregularidades por
temerem o que vai a puacuteblico quanto agravequeles podem julgar com maior facilidade a atuaccedilatildeo de suas lideranccedilas
6 Transparecircncia Puacuteblica no Brasil
Desde o nascimento de nossa paacutetria em 22 de abril de 1500 a populaccedilatildeo jamais teve acesso aacutes formas de utili-
zaccedilatildeo dos bens puacuteblicos e de administraccedilatildeo dos recursos financeiros arrecadados do proacuteprio povo
Tanto a monarquia (ateacute 14 de novembro de 1889) quanto no governo civil que comanda o paiacutes de laacute pra caacute pra-
ticamente todos os gestores natildeo tinham a obrigaccedilatildeo ou o costume de prestar contas de seus atos
Eacute certo que o faziam mas de forma geneacuterica apenas para oacutergatildeos de controle
O povo (contribuinte direta ou indiretamente) natildeo conseguia individualmente saber do que se passava no acircmbi-
to dos Poderes da naccedilatildeo
No entanto com o advento da globalizaccedilatildeo e da evoluccedilatildeo raacutepida e espetacular das tecnologias de comunicaccedilatildeo
houve tambeacutem um grande avanccedilo nos direitos dos cidadatildeos
Aqui no Brasil apoacutes a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 muito se conquistou desses direitos
A proacutepria Carta Magna reservou uma lista grande de direitos e garantias individuais e coletivas (em especial
nos art 5ordm 6ordm e 7ordm)
De toda forma criando verdadeiro divisor na histoacuteria do Brasil a nossa CF88 acendeu nos nacionais o desejo
de conhecer de perto e participar da vida do paiacutes
Mais que isto passou a discutir os seus direitos enquanto membros da naccedilatildeo
Representados no governo tanto nas casas legislativas quanto nos demais poderes (Executivo e Judiciaacuterio)
passamos a conquistar espaccedilo e elaborar instrumentos que exigem (forccedilam) os gestores a dar transparecircncia em sua atua-
ccedilatildeo
Dentre esses instrumentos podemos citar a Lei de Responsabilidade Fiscal que desde o seu nascimento (em
2000) jaacute previa certas obrigaccedilotildees aos governantes para levar ao povo o conhecimento de seus atos e accedilotildees
Mas foi exatamente em 2010 pela Lei Complementar nordm 131 de 27 de maio de 2009 que houve uma implemen-
taccedilatildeo maior da obrigatoriedade de transparecircncia nos meio puacuteblico aplicando-se inclusive regras especiacuteficas sobre a
divulgaccedilatildeo tecnoloacutegica via internet
Com isso desencadeou no Brasil em todos os oacutergatildeos puacuteblicos a obrigaccedilatildeo de publicar mais amplamente as in-
formaccedilotildees que poderiam ter o interesse puacuteblico
Essa eacute a chamada Transparecircncia Ativa pois independentemente de algueacutem solicitar o oacutergatildeo puacuteblico tem a o-
brigaccedilatildeo de divulgar
E diga-se mais
A divulgaccedilatildeo (publicaccedilatildeo) deveraacute ser eficiente e eficaz
Ou seja
O canal disponibilizado deveraacute ser de boa qualidade permitindo o acesso de forma raacutepida e faacutecil e evitando os
subterfuacutegios (mesmo que da tecnologia) para esconder dados e informaccedilotildees
A Lei Complementar Federal nordm 1012000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) exige
que ocorram publicaccedilotildees trimestrais
7 Publicidade Oficial Obrigatoacuteria
Por certo que a fonte primeira para propiciar o controle eacute a publicidade
A princiacutepio publicidade significa ldquolevar a puacuteblicordquo mais no sentido de obediecircncia ao ditame constitucional de
divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees do poder puacuteblico
Inclusive a publicidade foi instituiacuteda como um dos 5 (cinco) princiacutepios baacutesicos da Administraccedilatildeo Puacuteblica (art
37 caput da CF)
Eacute que o legislador constituinte entendeu como sendo prioridade a divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees dos governantes
para que o povo (contribuinte-eleitor) acompanhe as atuaccedilotildees dos eleitos bem como com a coisa puacuteblica
Embasadas na Carta Maior da Repuacuteblica muitas leis editadas depois de 1988 criaram obrigaccedilatildeo de publicar cer-
tos atos quando se tratar de recursos puacuteblicos (financeiros patrimoniais funcionais etc)
Os Atos Oficiais de publicaccedilatildeo obrigatoacuteria devem ser divulgados em um uacutenico meio de comunicaccedilatildeo escolhido
por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-tributaccedilatildeo-
orccedilamentaacuteria)
No caso do Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Licitaccedilatildeo
cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
71 Publicidade oficial Facultativa
A CF de 1988 tambeacutem autorizou despesas com a divulgaccedilatildeo de caraacuteter educativo e informativo ou de orienta-
ccedilatildeo social (art 37 sect1ordm)
No entanto de laacute pra caacute muita polecircmica foi gerada discutindo sobre o que poderia se aceitar referente agraves despe-
sas com publicidade
Eacute que a interpretaccedilatildeo anterior impunha uma separaccedilatildeo severa na publicidade oficial entre a obrigatoacuteria e a fa-
cultativa
Entendia-se que a obrigatoacuteria era apenas aquela especificada na lei como a publicaccedilatildeo de atos como leis de-
cretos portarias resoluccedilotildees editais
Quando se divulgava as accedilotildees do poder puacuteblico questionava-se se aquela despesa se enquadrava como educa-
cional de orientaccedilatildeo social ou de informaccedilatildeo exigida (serviccedilos de utilidade puacuteblica)
72 Publicidade Institucional
Poreacutem com a evoluccedilatildeo do conceito e com a crescente demanda do povo sobre a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico e as
accedilotildees governamentais ampliou-se em muito as possibilidades de realizar despesas para esse fim
Portanto aleacutem da publicaccedilatildeo obrigatoacuteria e daquelas enquadradas como ldquoserviccedilos de utilidade puacuteblicardquo passou-
se a entender que o gestor deva divulgar amplamente as atividades de cada oacutergatildeo puacuteblico para manter a populaccedilatildeo por
dentro dos acontecimentos que envolvem recursos dos contribuintes De certo modo essa divulgaccedilatildeo natildeo obrigatoacuteria pode ser considerada como publicidade institucional pois a-
leacutem de informar ao povo sobre as accedilotildees do oacutergatildeo promove este diante da opiniatildeo puacuteblica fortalecendo-o institucional-
mente
E para essa divulgaccedilatildeo o TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contra-
tar serviccedilos de comunicaccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
No caso de contrataccedilatildeo de agecircncias as regras a serem obedecidas deveratildeo ser aquelas da lei federal nordm
122322010 (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
Resumindo as regras do TCEPR para a comunicaccedilatildeo institucional eacute
1- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010 A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO
para julgar a melhor teacutecnica
2- Para contratar os serviccedilos para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocirc-
nico) programa de raacutedio ou TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo ME-
LHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
Insta lembrar tambeacutem que a partir de 2006 o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a publicar
natildeo apenas seus atos oficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de
internet ou outros serviccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
a)- transmissotildees de sessotildees
b)- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
c)- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
a)- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
b)- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
c)- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
d)- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
e)- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
f)- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Lembrando que existem Atos Oficiais que devem ser obrigatoriamente divulgados em um uacutenico meio de co-
municaccedilatildeo escolhido por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-
tributaccedilatildeo-orccedilamentaacuteria)
E atenccedilatildeo
O Oacutergatildeo Oficial nos Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Li-
citaccedilatildeo cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
Vide Acoacuterdatildeo nordm 409760-5 do TJPR e Processo nordm 22972306 do TCEPR no AVA
Inclusive o Municiacutepio poderaacute optar por apenas um Diaacuterio Oficial Eletrocircnico ou este e mais o Diaacuterio Oficial
Impresso segundo o TCEPR (Acoacuterdatildeo nordm 383013)
Aliaacutes o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a partir de 2006 a publicar natildeo apenas seus atos o-
ficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de internet ou outros servi-
ccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
- transmissotildees de sessotildees
- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Atenccedilatildeo de novo
A lei federal nordm 122322010 criou regras especiacuteficas para a contrataccedilatildeo de serviccedilos de publicidade prestados
por intermeacutedio de agecircncias de propaganda (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
O TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contratar serviccedilos de comuni-
caccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
Resumindo
a)- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010
A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO pa-
ra julgar a melhor teacutecnica
b)- O TCEPR tem se posicionado (vide acoacuterdatildeo 3082012 no AVA) no sentido de que a contrataccedilatildeo dos serviccedilos
para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocircnico) programa de raacutedio ou
TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo MELHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
8 Prestaccedilatildeo de Contas
Sendo mais um dos elementos da Transparecircncia e consequentemente do Controle a Prestaccedilatildeo de Contas enseja
dar conhecimento ao contribuinte do que o gestor faz com os recursos puacuteblicos
Seguindo a evoluccedilatildeo social humana sobretudo apoacutes a identificaccedilatildeo da figura do estado moderno (povo territoacute-
rio governo) a exigecircncia de os governantes ou particulares dar satisfaccedilatildeo aos contribuintes sobre o uso e aplicaccedilatildeo dos
recursos puacuteblicos (financeiros e de bens) tem crescido mais e mais
Jaacute na Declaraccedilatildeo dos Direitos do Homem e do Cidadatildeo elaborada e aceita por muitos povos na era da Revolu-
ccedilatildeo Francesa (1789) consta essa exigecircncia
ldquoArt 15 ndash A Sociedade tem o Direito de pedir conta a todo agente puacuteblico de sua administraccedilatildeordquo
Segundo o texto divulgado no site do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute
ldquoA Prestaccedilatildeo de Contas eacute dever constitucional dos que utilizam arrecadam guardam gerenciam ou administram
dinheiros bens e valores puacuteblicosrdquo
httpwww1tceprgovbrconteudoprestacao-de-contas-municipios214
Resumindo
Com a publicidade e a prestaccedilatildeo de contas ocorre transparecircncia na gestatildeo puacuteblica promovendopermitindo
melhor controle da coisa puacuteblica
Todos satildeo interligados
Bom Estudo
Controle
Transparecircncia
Publicidade
Prestaccedilatildeo de Contas
Desta forma temos um oacutergatildeo superior controlando um oacutergatildeo inferior
V ndash Descentralizaccedilatildeo No sentido juriacutedico-administrativo descentralizar significa repassar para a outrem poderes da Administraccedilatildeo
Eacute a existecircncia de uma pessoa distinta do Estado a qual investida nos necessaacuterios poderes de administraccedilatildeo e-
xercita atividade puacuteblica ou de utilidade puacuteblica O ente ou entidade descentralizada age por outorga ou por delegaccedilatildeo
Exemplos convecircnios concessotildees permissotildees e autorizaccedilotildees
323 Princiacutepios Gerais da Administraccedilatildeo Puacuteblica
I - Princiacutepio da Supremacia do Interesse Puacuteblico sobre o Interesse Privado Na visatildeo de Marccedilal Justen Filho (2005) ldquo[] a supremacia do interesse puacuteblico significa sua superioridade so-
bre os demais interesses existentes na sociedade Os interesses privados natildeo podem prevalecer sobre o interesse puacutebli-
cordquo
Assim quando a Administraccedilatildeo desapropria um bem estaacute agindo em defesa do interesse puacuteblico mesmo que
para isso esteja ignorando o interesse privado
Dessa forma quando algueacutem eacute impedido em uma porta giratoacuteria de banco por exemplo os seus direitos indivi-
duais (ir e vir privacidade) satildeo menores que o direito de seguranccedila puacuteblica que abrangeraacute a muitos
II - Princiacutepio da Razoabilidade (Paracircmetro de Equiliacutebrio Racionalismo)
O administrador deveraacute pesar suas accedilotildees e decisotildees para natildeo agir com excessos e cometer injusticcedilas ou prejuiacute-
zos desnecessaacuterios
III - Princiacutepio da Proporcionalidade O administrador deveraacute medir sempre a proporccedilatildeo entre seus atos e respectivas razotildees e consequecircncias
O uso da forccedila pelo Estado eacute denominado de COERCcedilAtildeO
Natildeo confundir com COACcedilAtildeO que eacute o constrangimento fiacutesico ou moral para algueacutem praticar algum ato
No entanto a COERCcedilAtildeO deveraacute ser proporcional a cada caso
A desproporccedilatildeo nos atos do administrador poderaacute gerar entre outras irregularidades a do abuso de poder
IV - Princiacutepio da Motivaccedilatildeo
Eacute o dever que a Administraccedilatildeo tem de justificar seus atos
O administrador soacute poderaacute acionar a maacutequina puacuteblica desde que exista motivo legal para tanto
V - Princiacutepio do Devido Processo Legal e a Ampla Defesa
A atual Constituiccedilatildeo Federal promulgada em 05101988 consagrou no art 5ordm inciso LIV da CF ldquo[] nin-
gueacutem seraacute privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legalrdquo
Por sua vez preconiza o art 5ordm inciso LV da CF98 ldquo[] aos litigantes em processo judicial ou administrati-
vo e aos acusados em geral satildeo assegurados o contraditoacuterio e a ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentesrdquo
VI - Princiacutepio do Controle Judicial dos Atos Administrativos
Considerando que os atos do administrador poderatildeo ter eventualmente algum defeito ou ilegalidade o Poder
Judiciaacuterio poderaacute anular atos administrativos
No entanto a proacutepria administraccedilatildeo poderaacute REVOGAR ou ANULAR um ato administrativo se detectar que ele
eacute contraacuterio ao interesse puacuteblico ou agrave conveniecircncia administrativa
No caso de revogaccedilatildeo ou anulaccedilatildeo poderaacute ser declarado o efeito do ato
- Ex nunc (o efeito natildeo retroage e manteacutem o direito ateacute ali (presente data)
- Ex tunc (retroage e anula os direitos dali)
VII - Princiacutepio da Responsabilidade do Estado por Atos Administrativos
A Constituiccedilatildeo Federal (1988) estabelece no art 37 paraacutegrafo sexto prescrevendo que
As pessoas juriacutedicas de direito puacuteblico e as de direito privado prestadoras de serviccedilos puacuteblicos responderatildeo pelos danos
que seus agentes nessa qualidade causarem danos a terceiros assegurado o direito de regresso contra o responsaacutevel nos
casos de dolo ou culpa
Assim caso algueacutem se sinta prejudicado por ato de algum agente do Estado poderaacute optar em acionar apenas es-
te jaacute que o agente estava aos seus serviccedilos Exemplo Uma ambulacircncia da prefeitura bate em seu veiacuteculo se a culpa natildeo
foi sua vocecirc poderaacute buscar (administrativa ou judicialmente) o ressarcimento do dano diretamente contra o respectivo
Municiacutepio (Poder Executivo)
Eacute claro que essa eacute uma opccedilatildeo do prejudicado jaacute que ele poderaacute escolher apenas um ou mesmo os dois (agente
e municiacutepio ou um ou outro)Em caso de se provar que o agente agiu com culpa e o Estado (Municiacutepio) foi responsabi-
lizado este poderaacute (deveraacute) exigir o ressarcimento daquele
VIII - Presunccedilatildeo de Legitimidade Os atos da Administraccedilatildeo Puacuteblica presumem-se legiacutetimos ateacute que se prove o contraacuterio
IX ndash Especialidade Estaacute associado agrave descentralizaccedilatildeo administrativa e agrave criaccedilatildeo de entidades da administraccedilatildeo indireta autarquias
empresas puacuteblicas sociedades de economia mista e fundaccedilotildees puacuteblicas
X ndash Tutela Eacute o controle feito pela Administraccedilatildeo Puacuteblica Direta sobre as entidades da Administraccedilatildeo Puacuteblica Indireta
XI - Autotutela Eacute o poder da Administraccedilatildeo Puacuteblica de revogar ou anular seus proacuteprios atos
XII - Continuaccedilatildeo do Serviccedilo Puacuteblico
O serviccedilo puacuteblico eacute essencial para a sociedade e natildeo poderaacute parar
Princiacutepio cuja previsatildeo poderaacute ser encontrada nas Leis Federais nordm 898795 (das concessotildees) e nordm 807890
(CDC) por analogia bem como pela consagraccedilatildeo doutrinaacuteria e jurisprudencial
As interrupccedilotildees suspensotildees ou prestaccedilatildeo de forma reduzida tecircm sido condenadas pelos mais ilustres doutrina-
dores de nossa paacutetria
Serviccedilos Puacuteblicos oferecidos de maneira alternada retardada ou falha eacute segundo o mestre Hely Lopes Meirelles
(2005 p323) afronta do Estado ao direito do usuaacuterio eis que este por arcar com o ocircnus desses serviccedilos merece ser
tratado com apreccedilo e consideraccedilatildeo
33 A ESTRUTURA DA ADMINISTRACcedilAtildeO PUacuteBLICA MUNICIPAL
331 O Municiacutepio Organizaccedilatildeo Autonomia e Competecircncias
Antes do termo MUNICIacutePIO as aglomeraccedilotildees urbanas possuiacuteam o nome de CIDADEESTADO que surgiu
com a Repuacuteblica Romana no ano de 753 antes de Cristo
O Impeacuterio Romano dominou a maior parte do mundo civilizado por aproximadamente 12 (doze) seacuteculos Se-
gundo a histoacuteria o Imperador Romano Julio Cesar para manter a paz sobre as cidades conquistadas criou no ano 1979
de nossa era a figura do municipium ou municipia quando oferecia aos moradores subjugados a Roma de determinada
aglomeraccedilatildeo o direito da autoorganizaccedilatildeo e de escolherem seus governantes
Assim o sistema de organizaccedilatildeo urbana com o nome de MUNICIacutePIO passou a fazer parte de todos aqueles po-
vos e se estendendo a outras partes do mundo chegando a Portugal
No Brasil Colocircnia embora as reparticcedilotildees ganhassem outras nomenclaturas (Vilas Proviacutencias dentre outras) o
termo era aplicado na existecircncia da Cacircmara Municipal
De Constituiccedilatildeo a Constituiccedilatildeo desde a primeira do Brasil em 1824 o Municiacutepio foi obtendo maior importacircn-
cia
Poreacutem apenas na Constituiccedilatildeo Federal de 1988 eacute que foi concebido o MUNICIacutePIO nos moldes do que eacute hoje
Atualmente o Municiacutepio eacute tido como um dos entes (partiacutecipe) da Federaccedilatildeo
Assim segundo o art 1ordm da CF88 a Repuacuteblica Federativa do Brasil eacute formada pela UNIAtildeO dos Estados Muni-
ciacutepios e Distrito Federal E para explicar a divisatildeo administrativa do paiacutes o art 18 da Constituiccedilatildeo Federal define que
ldquoA organizaccedilatildeo poliacutetico-administrativa da Repuacuteblica Federativa do Brasil compreende a Uniatildeo os Estados o Distrito
Federal e os Municiacutepios todos autocircnomos nos termos desta Constituiccedilatildeordquo
332 A Criaccedilatildeo dos Municiacutepios
A Constituiccedilatildeo Federal Brasileira de 1988 ao prever a criaccedilatildeo de novos Municiacutepios deixou a regulamentaccedilatildeo
para as Assembleias Legislativas dos Estados
Entretanto por interesses poliacuteticos diretos dos Deputados Estaduais e outras lideranccedilas locais de1988 ateacute 1996
foram criados mais 1480 Municiacutepios no Brasil levando o nuacutemero total para 5562 e ainda existiam mais aproximada-
mente 900 em processo de criaccedilatildeo
Atendendo agrave necessidade de controlar a desenfreada proliferaccedilatildeo de novas cidades no paiacutes o Congresso Nacio-
nal votou a Emenda Constitucional nordm 15 que alterou o artigo 18 e remeteu para uma Lei Complementar Federal a com-
petecircncia para regulamentar a mateacuteria
De laacute pra caacute muita discussatildeo juriacutedica inclusive poreacutem praticamente cessou a criaccedilatildeo de novos municiacutepios no
paiacutes E apesar da Emenda Constitucional 57 de 2008 ter tratado da mateacuteria (convalidou a criaccedilatildeo de alguns municiacutepios
especificamente) ateacute agora natildeo foi aprovada a Lei Complementar Federal que regulamenta a criaccedilatildeo de Municiacutepios no
Brasil
Vaacuterios projetos de leis jaacute foram aprovados no Congresso mas foram vetados pela presidecircncia da repuacuteblica sob
alegaccedilatildeo de ldquoiniciativa prejudicial ao eraacuteriordquo
No dia 15 de julho de 2015 o Senado Federal aprovou (57 votos a 9) o Projeto de Lei Complementar 1992015
de autoria do senador Flexa Ribeiro que regula a criaccedilatildeo incorporaccedilatildeo fusatildeo e desmembramento de municiacutepios o qual
foi encaminhado agrave Cacircmara dos Deputados
Em tracircmite atualmente na Cacircmara dos Deputados com o nuacutemero 1372015 teve outro projeto de lei similar a-
nexado a ele de iniciativa do Deputado Daniel Vilela sob o nordm 2832016
No entanto por estar em processo de criaccedilatildeo anteriormente agrave Emenda nordm 15 nasceram posteriormente mais al-
guns Municiacutepios resultando atualmente em 5568 segundo o TSE - Tribunal Superior Eleitoral
333 Organizaccedilatildeo do Municiacutepio
A divisatildeo poliacutetico-administrativa do Municiacutepio possui uma sede (cidade) e distritos cujas sedes podem ser
chamadas de vilas
Os Poderes no Municiacutepio satildeo o Executivo e o Legislativo
O Executivo eacute comandado pelo Prefeito a partir do Paccedilo Municipal (Prefeitura) O Prefeito eacute eleito pelos eleito-
res locais para um mandato de 04 (quatro) anos e tem a responsabilidade de administrar o funcionamento da ldquomaacutequina
puacuteblicardquo visando o fornecimento de serviccedilos essenciais agrave populaccedilatildeo aleacutem de orientar o planejamento urbano e promo-
ver o bem comum da sociedade municipal
Para tanto poderaacute utilizar a administraccedilatildeo direta (prefeitura e seus oacutergatildeos) mas poderaacute possuir entidades de
administraccedilatildeo indireta para descentralizaccedilatildeo das competecircncias (autarquias fundaccedilotildees puacuteblicas empresas de puacuteblicas ou
de economia mista)
Na administraccedilatildeo direta a prefeitura possui via de regra em sua estrutura administrativa oacutergatildeos denominados
de Secretarias Departamentos Coordenaccedilotildees Gerencias Diretorias Divisotildees Serviccedilos e Setores
Os oacutergatildeos satildeo definidos como de meios quando oferecem condiccedilotildees agraves Secretarias para suas operaccedilotildees desti-
nados ao planejamento agrave instrumentalizaccedilatildeo e definiccedilatildeo das accedilotildees a serem realizadas
Geralmente satildeo os seguintes oacutergatildeos meios
- Secretaria de Governo
- Secretaria de Administraccedilatildeo
- Secretaria de Planejamento
- Secretaria Juriacutedica
- Secretaria de Financcedilas
Como oacutergatildeos fins (aqueles que realizam as accedilotildees)
- Secretaria de Obras
- Secretaria de Urbanismo
- Secretaria de Transportes
- Secretaria de Cultura e Esporte
- Secretaria de Sauacutede
- Secretaria de Educaccedilatildeo
- Secretaria de Meio Ambiente
- Secretaria de Bem Estar Social
Para realizar suas accedilotildees o Poder Executivo Municipal comandado pelo Prefeito utiliza trabalhadores denomi-
nados Servidores (efetivos comissionados e temporaacuterios) ou terceiros investidos em funccedilotildees de agentes puacuteblicos (con-
selheiros advogados contratados e cartoraacuterios dentre outros)
O Municiacutepio enquanto pessoa juriacutedica de direito puacuteblico interno possui bens e rendas Seus bens satildeo divididos
em regra da seguinte forma
- DE USO ESPECIAL (de uso proacuteprio da Administraccedilatildeo como o preacutedio da prefeitura as escolas o posto de sauacutede as secretarias den-
tre outros)
- DE USO COMUM DO POVO (tais como estradas municipais ruas parques praccedilas logradouros puacuteblicos etc)
- DOMINIAIS
(aqueles sobre os quais o Municiacutepio exerce os direitos de proprietaacuterio poreacutem estatildeo sem uso e disponiacuteveis)
334 Fontes de Recursos Puacuteblicos Municipais
Os recursos puacuteblicos dos Municiacutepios satildeo oriundos dos tributos arrecadados em seu territoacuterio ou de sua cota-
parte repassada pelo respectivo Estado e pela Uniatildeo
Nos artigos 145 e 156 da CF88 estaacute estabelecida a competecircncia do Municiacutepio para criar e receber seus proacuteprios
tributos como IPTU - ISSQN - ITBI - Contribuiccedilatildeo de Melhoria ndashTaxas e Tarifas
Poreacutem os arts 158 e 159 da CF88 definem que certo percentual dos impostos arrecadados pelo Estado (ICMS
ndash IPVA ndash ITCMD) respectivo bem como dos impostos recebidos pela Uniatildeo (IR ndash ITR ndash IPI ndash IOF ndash II ndash IE) deveratildeo
ser devolvidos ao Municiacutepio (FPM e Repasses especiacuteficos)
Outros recursos ainda poderatildeo perfazer a receita puacuteblica de um Municiacutepio como as heranccedilas alienaccedilotildees alu-
gueacuteis indenizaccedilotildees dentre outros (como as receitas natildeo tributaacuterias)
O territoacuterio do Municiacutepio eacute dividido entre aacuterea urbana e aacuterea rural definidas por meio de lei de zoneamento
Atualmente o Plano Diretor define a ocupaccedilatildeo utilizaccedilatildeo e destinaccedilatildeo de cada espaccedilo no acircmbito do Municiacutepio
(residencial comercial industrial ambiental dentre outros)
335 A autonomia do Municiacutepio
A autonomia dos Municiacutepios embora estivesse sempre impliacutecita no sistema brasileiro antigamente era atingida
pela interpretaccedilatildeo de cada eacutepoca em especial nos regimes de exceccedilatildeo (autoritaacuterios)
Evoluindo e firmando a questatildeo os constituintes de 1988 definiram expressamente essa autonomia municipal
principalmente nos arts 1ordm 18 29 30 35 145 e 156 da Carta Magna brasileira
A autonomia representa a natildeo subordinaccedilatildeo do governo municipal a qualquer autoridade estadual ou federal no
desempenho de suas atribuiccedilotildees
Representa ainda que as leis municipais em assuntos de competecircncia expressa e exclusiva dos Municiacutepios
prevalecem sobre as leis - estadual e federal inclusive sobre a Constituiccedilatildeo Estadual em caso de conflito
Os principais aspectos que indicam a autonomia dos Municiacutepios
- eleiccedilatildeo direta do Prefeito Vice-Prefeito e Vereadores
- organizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos de interesse local
- instituiccedilatildeo e arrecadaccedilatildeo dos tributos de sua competecircncia bem como aplicaccedilatildeo de suas rendas
- competecircncia para legislar sobre assuntos de interesse local inclusive suplementando a legislaccedilatildeo federal e estadual no
que lhe interessar e for possiacutevel
336 Competecircncias dos Municiacutepios
A relaccedilatildeo eacute essa indicada pela Constituiccedilatildeo Federal de 1988
Art 30 Compete aos Municiacutepios
I - legislar sobre assuntos de interesse local
II - suplementar a legislaccedilatildeo federal e a estadual no que couber
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competecircncia bem como aplicar suas rendas sem prejuiacutezo da obrigatoriedade
de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em leirdquo
IV - criar organizar e suprimir distritos observada a legislaccedilatildeo estadual
V - organizar e prestar diretamente ou sob regime de concessatildeo ou permissatildeo os serviccedilos puacuteblicos de interesse local
incluiacutedo o de transporte coletivo que tem caraacuteter essencial
VI - manter com a cooperaccedilatildeo teacutecnica e financeira da Uniatildeo e do Estado programas de educaccedilatildeo infantil e de ensino
fundamental (Redaccedilatildeo dada pela Emenda Constitucional nordm 53 de 2006)
VII - prestar com a cooperaccedilatildeo teacutecnica e financeira da Uniatildeo e do Estado serviccedilos de atendimento agrave sauacutede da popula-
ccedilatildeo
VIII - promover no que couber adequado ordenamento territorial mediante planejamento e controle do uso do parce-
lamento e da ocupaccedilatildeo do solo urbano
IX - promover a proteccedilatildeo do patrimocircnio histoacuterico-cultural local observada a legislaccedilatildeo e a accedilatildeo fiscalizadora federal e
estadual [grifos nossos]
337 Intervenccedilatildeo nos Municiacutepios
A Constituiccedilatildeo Federal de 1988 regulamentada nos arts 35 e 36 as uacutenicas exceccedilotildees em que o Estado poderaacute
intervir no Municiacutepio Satildeo elas
I- deixar de ser paga sem motivo de forccedila maior por dois anos consecutivos a diacutevida fundada
II- natildeo forem prestadas contas devidas na forma de lei
III- natildeo tiver sido aplicado o miacutenimo exigido da receita municipal na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
IV- o Tribunal de Justiccedila der provimento a representaccedilatildeo para assegurar a observacircncia de princiacutepios indicados na Consti-
tuiccedilatildeo Estadual ou para prover a execuccedilatildeo de lei de ordem ou de decisatildeo judicial
4 Gestatildeo de pessoal
41 - Funcionaacuterio ou Servidor
Ateacute a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 os trabalhadores nos oacutergatildeos puacuteblicos eram chamados de funcionaacuterios Po-
reacutem a partir dela esses trabalhadores receberam a denominaccedilatildeo geneacuterica de servidor
Na verdade a CF88 preferiu empregar a designaccedilatildeo servidor puacuteblico e agente puacuteblico para referir-se aos
trabalhadores do Estado
42 - Agente Puacuteblico
Agente Puacuteblico eacute a designaccedilatildeo mais abrangente alcanccedila os agentes poliacuteticos os servidores puacuteblicos e os parti-
culares em atuaccedilatildeo colaboradora
Os servidores puacuteblicos satildeo referidos como categoria de agentes puacuteblicos satildeo os agentes permanentes profissio-
nais a serviccedilo da Administraccedilatildeo Puacuteblica
43 - Agente Poliacutetico
O agente poliacutetico eacute aquele detentor de cargo eletivo eleito por mandatos transitoacuterios como os Chefes de Poder
Executivo e membros do Poder Legislativo aleacutem de cargos de Diplomatas Ministros de Estado e de Secretaacuterios nas
Unidades da Federaccedilatildeo os quais natildeo se sujeitam ao processo administrativo disciplinar Tambeacutem satildeo espeacutecies de agen-
tes puacuteblicos
44 ndash Funcionaacuterio no Coacutedigo Penal
No Coacutedigo Penal Brasileiro contudo haacute referecircncia a funcionaacuterio puacuteblico que tem abrangecircncia maior que a do
servidor puacuteblico Um mesaacuterio por exemplo ao exercer uma funccedilatildeo puacuteblica (ajudar no processo eleitoral) eacute funcionaacuterio
puacuteblico (em relaccedilatildeo aos atos praticados como mesaacuterio) apesar de ter uma funccedilatildeo puacuteblica transitoacuteria e natildeo remunerada
45 ndash Espeacutecies de servidor (regimes)
O termo servidor puacuteblico adotado pela Constituiccedilatildeo de 1988 (que deixou de utilizar a expressatildeo funcionaacuterio
puacuteblico embora ainda exista na legislaccedilatildeo ordinaacuteria)divide-se em trecircs espeacutecies
A - os servidores estatutaacuterios (ocupantes de cargos puacuteblicos e sujeitos ao regime estatutaacuterio)
B - os servidores temporaacuterios (para atender agrave alguma necessidade temporaacuteria de excepcional interesse puacuteblico (conforme
o art 37 IX da Constituiccedilatildeo) Satildeo contratados por tempo determinado exercem funccedilatildeo sem viacutenculo a cargo ou empre-
go puacuteblico e satildeo vinculados agrave CLT
C - os empregados puacuteblicos (contratados de acordo com o regime da legislaccedilatildeo trabalhista e detentores de emprego puacute-
blico) Ambos os Regimes de Trabalho estatildeo submetidos agraves normas constitucionais de ingresso mediante concurso puacuteblico e
aos paracircmetros de controle fiscal e financeiro da Uniatildeo e dos entes federados atraveacutes da Lei de Responsabilidade Fiscal
com exceccedilatildeo dos comissionados
46 - Provimento Provimento eacute o ato administrativo de preenchimento de cargo puacuteblico regulamentado no Brasil pela Lei Nordm
8112 de 11 de novembro de 1990(acircmbito federal)
De acordo com a legislaccedilatildeo o provimento poderaacute se dar mediante nomeaccedilatildeo promoccedilatildeo readaptaccedilatildeo reversatildeo
aproveitamento reintegraccedilatildeo e reconduccedilatildeo
Cada uma destas formas de provimento tem um significado especial na administraccedilatildeo puacuteblica e especificam a
forma legal de acesso ao cargo puacuteblico no Brasil
47 - Retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria A retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria referente aos serviccedilos prestados pelo agente puacuteblico ao estado se daacute da seguinte forma
171 - Vencimento eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria pelo exerciacutecio de cargo puacuteblico com valor fixado em lei
171 - Remuneraccedilatildeo eacute o vencimento do cargo efetivo acrescido das vantagens pecuniaacuterias permanentes estabelecidas
em lei
172 - Subsiacutedio eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria exclusiva e fixada em parcela uacutenica vedado o acreacutescimo de qualquer gratifi-
caccedilatildeo adicional abono precircmio verba de representaccedilatildeo ou outra espeacutecie remuneratoacuteria Esse tipo de remuneraccedilatildeo natildeo eacute
a regra geral e aplica-se aos casos que a lei especificar
173 - Provento eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria paga ao exercente de cargo puacuteblico quando passa da atividade para a inativi-
dade ou seja quando se aposenta
174 - Pensatildeo eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria paga agraves pessoas a quem a lei atribui a condiccedilatildeo de beneficiaacuterias do servidor
puacuteblico que veio a falecer
Deve-se ressaltar que nenhum salaacuterio dentro do serviccedilo puacuteblico pode ser superior ao valor dos subsiacutedios pagos
aos Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e que os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder
Judiciaacuterio natildeo poderatildeo ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo
Nos Municiacutepios o teto remuneratoacuterio eacute o subsiacutedio do Prefeito Municipal
Apesar dessas regras existirem muitas pessoas se questionam se elas satildeo de fato obedecidas
48 - Servidores de Carreira (efetivos)
A efetividade e a estabilidade satildeo institutos juriacutedicos distintos sendo que a natureza de um natildeo pode ser con-
fundida com a de outro Enquanto que a efetividade representa o modo de preenchimento do cargo que contempla esta
natureza por pressupor a permanecircncia e continuidade do servidor no exerciacutecio das suas atribuiccedilotildees a estabilidade eacute a
garantia de o servidor efetivo permanecer no serviccedilo puacuteblico apoacutes trecircs anos de efetivo exerciacutecio em cargo de provimento
efetivo nos termos do art 41 da Constituiccedilatildeo Federal soacute podendo ser dele afastado se configurada uma das hipoacuteteses
prevista no art 41 sect 1ordm
Natildeo haacute confundir efetividade com estabilidade porque aquela eacute uma caracteriacutestica da nomeaccedilatildeo e esta eacute um atri-
buto pessoal do ocupante do cargo adquirido apoacutes a satisfaccedilatildeo de certas condiccedilotildees de seu exerciacutecio A efetividade eacute um
pressuposto necessaacuterio da estabilidade Sem efetividade natildeo pode ser adquirida a estabilidade
49 - Cargo em Comissatildeo e Funccedilatildeo de Confianccedila
Ambos os cargos satildeo criados por lei e se destinam apenas agraves atribuiccedilotildees de direccedilatildeo chefia e assessoramento na
administraccedilatildeo puacuteblica federal e satildeo respectivamente preenchidos ou exercidas mediante livre nomeaccedilatildeo pela autoridade
competente na contrapartida das respectivas livres exoneraccedilatildeo e dispensa a qualquer tempo (ad nutum) seja a pedido
seja de ofiacutecio pela mesma autoridade que nomeou
A diferenccedila reside no fato de que as funccedilotildees de confianccedila satildeo exercidas exclusivamente por servidores ocupan-
tes de cargo efetivo enquanto os cargos em comissatildeo podem ser preenchidos por servidores que jaacute detenham cargos
efetivos de carreira de acordo com percentuais estabelecidos na sua lei de criaccedilatildeo Isto significa que devendo ser ocu-
pados por um percentual miacutenimo legal de servidores de carreira pode-se ter entatildeo as vagas restantes dos cargos em co-
missatildeo ocupadas por pessoas sem viacutenculo definitivo com a administraccedilatildeo
410 - Exoneraccedilatildeo e Demissatildeo
A exoneraccedilatildeo eacute o ato administrativo que desliga o servidor do serviccedilo puacuteblico encerrando viacutenculo funcional e
natildeo tem caraacuteter punitivo
Assim quando nos referirmos agrave exoneraccedilatildeo estamos tratando de uma forma de vacacircncia do cargo puacuteblico po-
reacutem que natildeo se caracteriza como penalidade de natureza disciplinar
Agora ao falarmos em demissatildeo estamos nos referindo a um ato administrativo que desliga o servidor ativo o-
cupante de cargo efetivo como forma de puniccedilatildeo por falta grave Tal penalidade deve ser apurada mediante um Processo
Administrativo Disciplinar assegurado ao acusado o contraditoacuterio e a ampla defesa
411 Cargos Comissionados e Funccedilotildees Gratificadas 4111 - Cargo em Comissatildeo
A denominaccedilatildeo ldquocargo em comissatildeordquo estaacute relacionada com a seguranccedila da relaccedilatildeo juriacutedica estabelecida entre o
seu titular e a Administraccedilatildeo Puacuteblica
Nessa perspectiva os cargos em comissatildeo podem ser permanentes na estrutura organizacional mas seus titula-
res satildeo transitoacuterios
Os seus ocupantes satildeo livremente nomeados e exonerados pela autoridade competente
4112 - Consequecircncias da livre nomeaccedilatildeoexoneraccedilatildeo A livre nomeaccedilatildeo para o cargo em comissatildeo tem como consequumlecircncia o fato de que o escolhido natildeo precisa pres-
tar concurso puacuteblico para assumir o cargo sendo selecionado em razatildeo da relaccedilatildeo de confianccedila que possui com a autori-
dade nomeante
Daiacute os cargos em comissatildeo serem popularmente chamados de ldquocargos de confianccedilardquo A relaccedilatildeo de confianccedila
deve ser estabelecida em face da confiabilidade quanto ao bom desempenho do profissional no exerciacutecio do cargo
A livre exoneraccedilatildeo significa que seu titular pode ser exonerado a qualquer momento pela autoridade nomeante
sem que haja necessidade de um processo administrativo ou mesmo de qualquer justificativa para tanto
Dessa forma o titular do cargo em comissatildeo natildeo adquire estabilidade impedindo-se assim que os exonerados
tenham direitos agraves verbas trabalhistas e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviccedilo (FGTS)
4113 - Regime juriacutedico
O regime juriacutedico aplicaacutevel aos cargos em comissatildeo eacute o regime estatutaacuterio ou seja todos os direitos e deveres
de seus titulares incluindo-se a remuneraccedilatildeo e as atribuiccedilotildees especiacuteficas devem estar previstos em lei de iniciativa do
prefeito conforme prevecirc o art 61 sect 1ordm II ldquoardquo da Constituiccedilatildeo Federal
Portanto do ponto de vista legal os cargos em comissatildeo natildeo podem ser regidos pela CLT
4114 - Atribuiccedilotildees dos cargos em comissatildeo
De acordo com o art 37 V da Constituiccedilatildeo Federal os cargos em comissatildeo satildeo destinados apenas agraves atribui-
ccedilotildees de direccedilatildeo chefia e assessoramento devendo ser preenchidos por servidores de carreira nos casos nas condiccedilotildees e
nos percentuais miacutenimos previstos em lei
4115 - Aposentadoria dos ocupantes de cargos em comissatildeo
Ao ocupante exclusivamente de cargo em comissatildeo declarado emlei de livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo eacute aplica-
do o Regime Geral de Previdecircncia Social ou seja deve estar vinculado ao regime administrado pelo INSS de acordo
com o art 40 sect 13 da Constituiccedilatildeo Federal
Neste caso a contribuiccedilatildeo previdenciaacuteria do municiacutepio (patronal) e do servidor eacute devida ao INSS
Caso o titular do cargo em comissatildeo tambeacutem seja servidor puacuteblico de carreira do municiacutepio ou seja titular de
cargo efetivo devidamente nomeado por concurso a aposentadoria seraacute pelo regime previdenciaacuterio adotado pelo muni-
ciacutepio
Nesse caso natildeo seraacute contribuinte obrigatoriamente do RGPS
4116 -Vedaccedilatildeo agrave nomeaccedilatildeo em cargo comissionado
Recentemente o STF editou a Suacutemula Vinculante no 13 limitando a liberdade de nomeaccedilatildeo para os cargos em
comissatildeo com o seguinte teor
A nomeaccedilatildeo de cocircnjuge companheiro ou parente em linha reta colateral ou por afinidade ateacute o terceiro grau
inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa juriacutedica investido em cargo de direccedilatildeo chefia ou
assessoramento para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou de confianccedila ou ainda de funccedilatildeo gratificada na administra-
ccedilatildeo puacuteblica direta e indireta em qualquer dos Poderes da uniatildeo dos estados do Distrito Federal e dos Municiacutepios com-
preendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocas viola a Constituiccedilatildeo Federal
Tratando-se de Suacutemula Vinculante seu cumprimento independe da existecircncia de lei municipal (art 103-A da
CF) sendo inclusive proibido ao municiacutepio criar lei reduzindo o alcance da Suacutemula
Todas as esferas da Administraccedilatildeo Puacuteblica ficam obrigadas aos termos de suacutemula vinculante
4117 - DESVIOS
41171 - Desvio de finalidade
Quando algum oacutergatildeo puacuteblico cria cargos comissionados visando a nomeaccedilatildeo de servidores para realizarem ati-
vidades diferentes daquelas permitidas pela Constituiccedilatildeo Federal (direccedilatildeo chefia e assessoramento) estar-se-aacute diante do
desvio de finalidade dos CCs
Embora lamentaacutevel eacute comum a existecircncia de cargos comissionados com nomenclaturas absolutamente diferen-
ciadas da previsatildeo legal assim como leis autorizadoras de CCs (independentemente da nomenclatura) sem a indicaccedilatildeo
das atribuiccedilotildees de seus ocupantes
Eacute que muitas das vezes o agente poliacutetico cria cargos comissionados por outras razotildees que natildeo aquela de rece-
ber o liacutecito apoio de pessoas de confianccedila para desempenhar seu ideaacuterio poliacutetico-administrativo
Com a intenccedilatildeo de beneficiar ou acolher apaniguados ou ateacute de cooptar eleitores ou ldquocabos eleitoraisrdquo o agente
poliacutetico utiliza-se dos cargos comissionados em verdadeiro desvio de finalidade
41172 - Desvio de funccedilatildeo
De idecircntica forma encontramos ocupantes de cargos comissionados realizando funccedilotildees distintas daquelas pre-
vistas para o CC
Eacute o caso de um Diretor que natildeo dirige um oacutergatildeo de um chefe que natildeo coordena serviccedilos nem possui servidor
sob suas ordens ou de um assessor que natildeo estaacute vinculado agrave autoridade nem realiza tarefas caracteriacutesticas de assesso-
ramento
O desvio de funccedilatildeo se caracteriza pela praacutetica de outras tarefas pelo ocupante do cargo comissionado que natildeo
aquelas fixadas na lei criadora do cargo ou determinadas para os tipos direccedilatildeo chefia e assessoramento
4118 - Conceito de Funccedilotildees de Confianccedila
As FGs satildeo gratificaccedilotildees pagas pelo desempenho de atividades de chefia coordenaccedilatildeo e supervisatildeo
Poderatildeo ser pagas apenas aos servidores EFETIVOS (concursados)
Deveraacute ser autorizada por Lei
A lei deveraacute quantificar e valorar cada FG
Aconselha-se a que a quantidade de FGs tenha correlaccedilatildeo com os CCs
Ao corresponder determinado valor de FG deveraacute ser analisada a natureza o grau de responsabilidade e a com-
plexidade da funccedilatildeo a ser exercida
Orienta-se a que os valores fixados para as FGs natildeo ultrapassem 45 da verba a tiacutetulo de vencimentos baacutesicos
A FG eacute temporaacuteria transitoacuteria
Natildeo perderaacute a gratificaccedilatildeo de funccedilatildeo o funcionaacuterio que se ausentar em virtude de feacuterias luto casamento doenccedila
comprovada serviccedilos obrigatoacuterios por lei ou de atribuiccedilotildees decorrentes de sua funccedilatildeo
O desempenho de Funccedilatildeo Gratificada exigiraacute dedicaccedilatildeo integral com carga horaacuteria miacutenima de 40 (quarenta)
horas semanais e natildeo daraacute direito a horas extras
Agraves FGs seratildeo aplicadas as normas referentes ao NEPOTISMO e (se existir previsatildeo em lei local) agrave Lei Ficha
Limpa
412 Temporaacuterios
4121 Contrataccedilatildeo Temporaacuteria de Pessoal
A contrataccedilatildeo por tempo determinado eacute o instrumento juriacutedico a ser formalizado pelos gestores quando presente
a necessidade temporaacuteria de contrataccedilatildeo de pessoal e o excepcional interesse puacuteblico (art 37 IX da CF)
4122 Como regulamentar O art 37 IX da Constituiccedilatildeo Federal deve ser regulamentado por lei municipal que indicaraacute os casos de con-
trataccedilatildeo temporaacuteria de excepcional interesse puacuteblico
Eacute ilegal a contrataccedilatildeo temporaacuteria sem previsatildeo especiacutefica em lei municipal
4123 Seleccedilatildeo de Pessoal A escolha do pessoal a ser contratado por tempo determinado para atender a necessidade temporaacuteria de excep-
cional interesse puacuteblico deveraacute ser feita mediante processo seletivo simplificado sujeito agrave ampla divulgaccedilatildeo e observa-
da a dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria especiacutefica
4124 Regime Contratual O contrato natildeo eacute regido pela CLT mas sim por um contrato especial (administrativo)
4125 Necessidade de contrataccedilatildeo eacute requisito baacutesico O gestor puacuteblico deve justificar as razotildees da contrataccedilatildeo temporaacuteria isto eacute demonstrar a temporariedade e o ex-
cepcional interesse puacuteblico bem como por que o bom andamento do serviccedilo puacuteblico ficaria prejudicado sem a contrata-
ccedilatildeo
4126 Algumas hipoacuteteses de contrataccedilatildeo temporaacuteria A contrataccedilatildeo temporaacuteria pode ser utilizada nos seguintes casos
i-
co ou calamidade puacuteblica que natildeo possam ser solucionados soacute com a utilizaccedilatildeo dos recursos humanos de que dispotildee a
Administraccedilatildeo Puacuteblica
alta transitoacuteria do titular de cargo ou emprego puacuteblico quando o afastamento possa sensivelmente prejudicar o an-
damento do serviccedilo municipal
413 Terceirizaccedilatildeo de Pessoal 4131 Conceito baacutesico
Eacute a transferecircncia de atividades complementares agrave finalidade do oacutergatildeo(de meios e natildeo de fins) A Terceiriza-
ccedilatildeo proporciona
- Economia
- Eficiecircncia
A terceirizaccedilatildeo soacute eacute autorizada no Poder Puacuteblico como contrato de prestaccedilatildeo de serviccedilos e natildeo de pessoal
4132 Cuidados a serem tomados nas terceirizaccedilotildees bull OBJETO Se se trata de contrataccedilatildeo de serviccedilos natildeo-essenciais (meios) e natildeo de matildeo-de-obra
bull ECONOMICIDADE
bull SUBORDINACcedilAtildeO (natildeo ao ente contratante)
bull LICITACcedilAtildeO
bull GARANTIAS DE EXECUCcedilAtildeO
bull ACOMPANHAMENTO DO CONTRATO
bull NO PAGAMENTO
- comprovaccedilatildeo da realizaccedilatildeo dos serviccedilos
- retenccedilotildees obrigatoacuterias
- docs comprobatoacuterios (fiscais ndash trabalhistas)
4133 Tipos de serviccedilos que podem ser terceirizados bull LIMPEZA PUacuteBLICA (pode)
bull SAUacuteDE (depende apenas se admite a terceirizaccedilatildeo de determinadas atividades materiais ligadas ao serviccedilo de
sauacutede)
bull EDUCACcedilAtildeO (mesmas regras da sauacutede)
bull conservaccedilatildeo
bull limpeza
bull Seguranccedila
bull vigilacircncia
bull Transportes
bull informaacutetica
bull copeiragem
bull Recepccedilatildeo
bull Reprografia
bull Telecomunicaccedilotildees
bull manutenccedilatildeo de preacutedios equipamentos e instalaccedilotildees
bull serviccedilos de office-boyldquo (atraveacutes de empresa e licitaccedilatildeo)
4134 Terceirizaccedilatildeo de advogados e contadores
Satildeo permitidas apenas nas exceccedilotildees indicadas no acoacuterdatildeo 11112008 do TCEPR e Prejulgado nordm 873 do
TCESC
4135 Contrataccedilatildeo de Oscip A sigla OSCIP significa ldquoOrganizaccedilatildeo da Sociedade Civil de Interesse Puacuteblicordquo e pode ser considerada tambeacutem
como ONG (Oacutergatildeo Natildeo Governamental) pois nada mais eacute do que o resultado da iniciativa privada em criar uma pessoa
juriacutedica sem fins lucrativos para atuar em defesa de assuntos ou objetivos de interesse de toda a coletividade ou de
grupos especiacuteficos da sociedade humana
OSCIP poderaacute ser enquadrada ainda como Terceiro Setor
O aporte de recursos puacuteblicos (subvenccedilotildees contribuiccedilotildees doaccedilotildees auxiacutelio) para uma OSCIP eacute possiacutevel desde
que seja por autorizaccedilatildeo legislativa da Cacircmara Municipal local
Conveniar tambeacutem pode desde que seja atraveacutes de processo licitatoacuterio na modalidade Concurso de Projetos
Poreacutem considerando a experiecircncia praticamente generalizada dos Municiacutepios brasileiros bem como as fre-
quentes e alarmantes notiacutecias na miacutedia indicando irregularidades em contratos com Oscips natildeo eacute recomendada a contra-
taccedilatildeo com esse tipo de instituiccedilatildeo
Trata-se de parceria muito complexa difiacutecil de controlar e passiacutevel de inuacutemeras irregularidades que afetaratildeo os
gestores
Por isto em caso de o setor de licitaccedilotildees receber a incumbecircncia de contratar OSCIPs orienta-se a demonstrar ao
setor juriacutedico e ao gestor os riscos e notiacutecias (traacutegicas para os envolvidos) que frequentemente satildeo divulgadas
Aliaacutes basta clicar no google o termo ldquoirregularidades OSCIPrdquo e verificar o grande nuacutemero de notiacutecias ruins
sobre esses relacionamentos
414 Estagiaacuterios
4141 Fundamentaccedilatildeo legal As regras para a contrataccedilatildeo de estagiaacuterios estaacute na Lei federal nordm 117882008
4142 Objetivos do estaacutegio Os sectsect 1ordm e 2ordm da Lei 117882008 dizem que o estaacutegio faz parte do projeto pedagoacutegico do curso aleacutem de inte-
grar o itineraacuterio formativo do educando
Que o estaacutegio visa ao aprendizado de competecircncias proacuteprias da atividade profissional e agrave contextualizaccedilatildeo cur-
ricular objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadatilde e para o trabalho
4143 Podem ser estagiaacuterios bull - estudantes de educaccedilatildeo especial e dos anos finais do ensino fundamental na modalidade profissional de educaccedilatildeo de
jovens e adultos
bull - estudantes do ensino superior da educaccedilatildeo profissional de niacutevel meacutedio e do ensino meacutedio regular
4144 Jornada do estagiaacuterio bull I ndash 4 (quatro) horas diaacuterias e 20 (vinte) horas semanais no caso de estudantes de educaccedilatildeo especial e dos anos finais do
ensino fundamental na modalidade profissional de educaccedilatildeo de jovens e adultos
bull II ndash 6 (seis) horas diaacuterias e 30 (trinta) horas semanais no caso de estudantes do ensino superior da educaccedilatildeo profissional
de niacutevel meacutedio e do ensino meacutedio regular
4145 Partes no contrato de estaacutegio
bull - instituiccedilatildeo de ensino
bull - empresa ou oacutergatildeo concedente do estaacutegio
bull - estudante
bull Agentes de integraccedilatildeo puacuteblicos e privados (CIEE ndash SINE) ndash Esta parte eacute opcional
4146 Prazo maacuteximo de estaacutegio bull DOIS (2) ANOS
bull (obs Deficiente poderaacute aumentar)
4147 Custos do estagiaacuterio bull 1 ndash no estaacutegio obrigatoacuterio o pagamento eacute opcional (bolsa ou salaacuterio)
bull 2 ndash no estaacutegio natildeo obrigatoacuterio o pagamento eacute obrigatoacuterio + vale-transporte
bull 3 ndash a contribuiccedilatildeo previdenciaacuteria eacute opccedilatildeo e por conta do estagiaacuterio
bull 4 ndash contratos acima de um (1) ano o estagiaacuterio tem direito a feacuterias
bull 5 ndash direitos que outros possuam nas aacutereas de sauacutede e seguranccedila no trabalho
bull 6 ndash seguro obrigatoacuterio contra acidentes pessoais
bull 7 ndash natildeo tem direito a FGTS
bull 8 ndash auxilio alimentaccedilatildeo eacute opccedilatildeo do concedente do estaacutegio
4148 Penalizaccedilotildees bull 1 ndash declaraccedilatildeo de viacutenculo empregatiacutecio
bull 2 ndash suspensatildeo por dois (2) anos de conceder estaacutegios
4149 Limites no nuacutemero de estagiaacuterios
bull 1 - a concedente natildeo poderaacute ultrapassar a tabela (20 de estagiaacuterios ndash considerando-se os empregados)
bull 2 ndash 10 das vagas de estaacutegio para deficientes
bull 3 ndash estudantes de niacutevel superior e de niacutevel meacutedio profissional natildeo tem limites
41410 Quem pode ser concedente de estaacutegio bull 1 ndash empresas da iniciativa privada
bull 2 ndash oacutergatildeos puacuteblicos
bull 3 ndash profissionais liberais
41411 Os oacutergatildeos puacuteblicos podem contratar estagiaacuterios
Tribunal de Contas de Santa Catarina ndash TCESC Prejulgados 2114
Processo CON-1100052280
Parecer COG 962011
Decisatildeo 19242012
Origem Cacircmara Municipal de Penha
Relator Cleber Muniz Gavi
Data da Sessatildeo 14052012
Data do Diaacuterio Oficial 17052012
ldquoNo acircmbito da Administraccedilatildeo Puacuteblica a contrataccedilatildeo de estagiaacuterios reger-se-aacute pelas normas da Lei n 1178808
podendo os entes federados complementar a mateacuteria atraveacutes de lei localrdquo
41412 Seleccedilatildeo
Poreacutem eacute exigiacutevel o processo licitatoacuterio para escolha do agente de seleccedilatildeo e pagamento das bolsas
Protocolo nordm 32034107
Relator Conselheiro Hermas Eurides Brandatildeo
Decisatildeo Acoacuterdatildeo nordm 181907 - Tribunal Pleno
Sessatildeo Tribunal Pleno Sessatildeo Ordinaacuteria nordm 46 de 131207
Publicaccedilatildeo no Atos Oficiais do Tribunal de Contas nordm133 de 250108
Suacutemula nordm 06
Enunciado ldquoOs acordos que tenham por objeto a seleccedilatildeo e o
pagamento de bolsas a estagiaacuterios da Administraccedilatildeo Puacuteblica celebrados de um lado por oacutergatildeo ou entidade da Adminis-
traccedilatildeo e de outro por ente puacuteblico ou privado com ou sem fins lucrativos tecircm natureza juriacutedica de CONTRATO AD-
MINISTRATIVO cuja celebraccedilatildeo submete-se a todas as regras fixadas na Lei nordf866693 devendo ser precedido de
procedimento licitatoacuteriordquo
41413 Registro contaacutebil dos gastos com estagiaacuterio
Acoacuterdatildeo 8282006 do Tribunal Pleno do TCEPR
Decisatildeo proferida em 22062006
Processo 3725572005
Origem Cacircmara Municipal de Campo Largo
Interessado Presidente da Cacircmara
Relator Conselheiro Fernando Augusto Mello Guimaratildees
ldquoEmenta consulta - sobre a inclusatildeo das despesas com estagiaacuterios em gastos com educaccedilatildeo - impossibilidade - gastos
com estagiaacuterios devem ser incluiacutedos no elemento outros serviccedilos de terceiros-pessoa fiacutesica relativos ao setor em que o
estagiaacuterio exerce suas atividades
41414 Nepotismo
Poderaacute ser contratado parente como estagiaacuterio desde que a empresa intermediaacuteria tenha realizado a seleccedilatildeo
41415 Cuidados do concedente oacutergatildeo puacuteblico
bull 1 ndash constatar a existecircncia de dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria
bull 2 ndash realizar licitaccedilatildeo para contratar a empresa intermediaacuteria (agentes de integraccedilatildeo puacuteblicos e privados ndash aquela que faraacute
a seleccedilatildeo e o pagamento de bolsas)
bull 3 ndash verificar se a empresa realizou a seleccedilatildeo do estagiaacuterio contratado
bull 4 ndash indicar orientador e supervisor
bull 5 ndash atribuir tarefas proacuteprias do curso
bull 6 ndash cumprir as regras legais (jornada-prazo-outras exigecircncias do contrato)
415 Acumulaccedilatildeo de cargos puacuteblicos
A Constituiccedilatildeo Federal no art 37 XVI estabelece os casos em que eacute permitida a acumulaccedilatildeo de cargos em-
pregos e funccedilotildees nas administraccedilotildees direta e indireta nas empresas puacuteblicas e nas sociedades de economia mista
Em face da complexidade da mateacuteria e da dificuldade de interpretaccedilatildeo do dispositivo constitucional o tema tem
suscitado muitas duacutevidas na administraccedilatildeo municipal
A seguir apresenta-se em siacutentese a orientaccedilatildeo firmada pelos Tribunais de Contas sobre a mateacuteria
4151 Cargo de professor com outro cargo teacutecnico ou cientiacutefico
Eacute permitido ao professor efetivo estadual atendidos aos preceitos do art 37 II da Constituiccedilatildeo Federal ser
nomeado para cargo teacutecnico ou cientiacutefico no municiacutepio havendo compatibilidade de horaacuterio respeitado o limite da jor-
nada de trabalho fixada no art 7ordm XIII combinado com o art 39 sect 3ordm ambos da Constituiccedilatildeo Federal
Natildeo eacute possiacutevel ao servidor puacuteblico que jaacute acumula cargo efetivo de professor com cargo teacutecnico ou cientiacutefico
receber cumulativamente a remuneraccedilatildeode secretaacuterio municipal ante a vedaccedilatildeo do art 37 XVI e XVII da Constituiccedilatildeo
Federal
4152 Cargo efetivo com cargo de secretaacuterio municipal
O servidor puacuteblico efetivo municipal ocupante de cargo de secretaacuterio do mesmo municiacutepio desde que autoriza-
do pela legislaccedilatildeo local pode optar entre a remuneraccedilatildeo do cargo efetivo e o subsiacutedio do cargo de secretaacuterio vedada a
percepccedilatildeo cumulativa
Caso o servidor efetivo municipal opte pelo subsiacutedio legalmente instituiacutedo para o cargo de secretaacuterio do mesmo
municiacutepio somente poderaacute perceber o valor correspondente ao subsiacutedio sem adicional gratificaccedilatildeo ou qualquer outro
estipecircndio nos termos do sect 4ordm do art 39 da Constituiccedilatildeo Federal
4153 Cargo em comissatildeo com cargo efetivo
A Constituiccedilatildeo Federal (art 37 XVI e XVII) natildeo permite a acumulaccedilatildeo remunerada de cargo de provimento e-
fetivo com a de cargo de provimento em comissatildeo
4154 Dois cargos em comissatildeo
A acumulaccedilatildeo remunerada de dois cargos comissionados eacute vedada pelo art 37 XVI da Constituiccedilatildeo Federal
Eacute incompatiacutevel a acumulaccedilatildeo de dois cargos em comissatildeo no acircmbito da Administraccedilatildeo Puacuteblica quaisquer que
sejam os poderes ou esferas por natildeo se enquadrar nas exceccedilotildees passiacuteveis de acumulaccedilatildeo estabelecidas pelo art 37 XVI
da Constituiccedilatildeo Federal
4155 Proventos de aposentadoria com a remuneraccedilatildeo de cargo efetivo
Eacute permitido ao servidor inativo retornar ao exerciacutecio da funccedilatildeo puacuteblica acumulando proventos e vencimentos
nos casos permitidos pelo sect 10 do art 37 da Constituiccedilatildeo Federal
O servidor puacuteblico aposentado pelo estado ou pelo municiacutepio com fundamento no arts 40 ou 42 da Constitui-
ccedilatildeo Federal que presta concurso puacuteblico e eacute nomeado para ocupar cargo puacuteblico municipal deve optar entre os proven-
tos da aposentadoria e a remuneraccedilatildeo do cargo em conformidade com o disposto no art 37 sect 10 da Constituiccedilatildeo Fede-
ral salvo os casos de acumulaccedilatildeo previstos nos arts 37 XVI 95 paraacutegrafo uacutenico I e 128 sect 5ordm II aliacutenea d da Consti-
tuiccedilatildeo Federal
4156 Proventos de aposentadoria com a remuneraccedilatildeo de cargo em comissatildeo
Eacute permitido ao servidor puacuteblico inativo sem viacutecio de acumulaccedilatildeo indevida exercer cargo de provimento em
comissatildeo acumulando proventos e vencimentos
4157 Permanecircncia do servidor no cargo ou emprego puacuteblico apoacutes a aposentadoria
Ao servidor puacuteblico natildeo eacute possiacutevel quando se aposenta continuar exercendo normalmente suas funccedilotildees jaacute que
eacute vedada a acumulaccedilatildeo remunerada de cargos puacuteblicos ressalvando-se a aposentadoria voluntaacuteria do empregado de
empresa puacuteblica ou sociedade de economia mista
4158 Acumulaccedilatildeo de cargos com o exerciacutecio de mandato eletivo
41581) Cargo efetivo com mandato de vereador
O vereador que for investido em cargo puacuteblico efetivo ou emprego puacuteblico do estado ou do municiacutepio apoacutes a-
provaccedilatildeo em concurso puacuteblico poderaacute tomar posse no cargo efetivo sem prejuiacutezo do mandato de vereador
O exerciacutecio concomitante do cargo puacuteblico efetivo e do mandato de vereador somente eacute possiacutevel quando houver
compatibilidade de horaacuterios
Neste caso o vereador poderaacute acumular as respectivas funccedilotildees bem como a remuneraccedilatildeo e as demais vantagens
do cargo efetivo com o subsiacutedio do mandato
Natildeo havendo compatibilidade de horaacuterios o agente seraacute afastado do exerciacutecio do cargo ou emprego sendo-lhe
facultado optar pela remuneraccedilatildeo do cargo efetivo ou do emprego
41582 Cargo comissionado com mandato de vereador
Eacute ilegiacutetimo o exerciacutecio concomitante de cargo em comissatildeo pertencente agrave estrutura do Poder executivo munici-
pal com o mandato de vereador em decorrecircncia do princiacutepio da separaccedilatildeo das funccedilotildees estatais uma vez que na relaccedilatildeo
decorrente do cargo comissionado haveraacute submissatildeo do vereador aos comandos do chefe do Poder executivo municipal
incompatiacutevel com o exerciacutecio da vereanccedila
41583 Acumulaccedilatildeo de cargo de meacutedico com o exerciacutecio do mandato de prefeito
O servidor puacuteblico ocupante de cargo efetivo ou emprego puacuteblico de meacutedico pertencente agrave estrutura do Poder
executivo eleito prefeito deve se afastar do cargo ou emprego sendo-lhe facultado optar pela remuneraccedilatildeo do cargo ou
emprego nos termos do art 38 II da Constituiccedilatildeo Federal
Enquanto permanecer no exerciacutecio do mandato de prefeito o ocupante de cargo ou emprego de meacutedico natildeo po-
de realizar serviccedilos profissionais pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede (SuS) com habitualidade incluindo o meacutetodo de creden-
ciamento por caracterizar acumulaccedilatildeo remunerada de funccedilotildees puacuteblicas
Salvo vedaccedilatildeo na Lei Orgacircnica do municiacutepio o meacutedico em exerciacutecio do cargo de prefeito natildeo estaacute impedido de
realizar procedimento ciruacutergico em casos excepcionais para atendimentos emergenciais cuja recusa possa caracterizar
omissatildeo de socorro
41584 Acumulaccedilatildeo de cargo efetivo com mandato de vice prefeito
Eacute inconstitucional a acumulaccedilatildeo da remuneraccedilatildeo de cargo efetivo com o subsiacutedio de vice-prefeito em face da
inaplicabilidade agrave espeacutecie da norma do art 38 III da Constituiccedilatildeo Federal que se restringe tatildeo somente ao vereador
Entretanto o servidor puacuteblico efetivo que ver a exercer mandato de vice-prefeito pode optar entre a remunera-
ccedilatildeo do cargo e o subsiacutedio de vice-prefeito
Caso o servidor faccedila a opccedilatildeo pelo subsiacutedio teraacute direito ao recebimento apenas do valor correspondente ao sub-
siacutedio (parcela uacutenica) ficando vedado o pagamento de adicional gratificaccedilatildeo ou quaisquer outras vantagens do cargo
efetivo nos termos do sect 4ordm do art 39 da Constituiccedilatildeo Federal
41585 Acumulaccedilatildeo de cargo de vice prefeito com cargo comissionado
O vice-prefeito designado para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou funccedilatildeo de confianccedila no acircmbito do Poder
Executivo deveraacute optar entre o subsiacutedio de vice-prefeito e a remuneraccedilatildeo do cargo ou da funccedilatildeo
O vice-prefeito investido no cargo de secretaacuterio municipal deveraacute optar entre o subsiacutedio afeto ao mandato eleti-
vo e o vencimento do respectivo cargo
4159 Direito ao subsiacutedio mensal mdash vice-prefeito
O vice-prefeito exercendo ou natildeo funccedilatildeo executiva na administraccedilatildeo municipal tem direito agrave percepccedilatildeo mensal
do subsiacutedio de vice-prefeito fixado pela cacircmara municipal
41510 Acumulaccedilatildeo de cargos e o respeito ao teto remuneratoacuterio
O provento de aposentadoria subsiacutedio de agente poliacutetico e vencimento pelo exerciacutecio de cargo puacuteblico recebi-
dos aglutinadamente devem observar o teto remuneratoacuterio instituiacutedo pelo inciso XI do art 37 da Constituiccedilatildeo Federal
416 Nepotismo
O significado original da palavra nepotismo eacute governo dos sobrinhos jaacute que eacute derivada de nepoteounipo-
te(sobrinho ou neto em latim) e foi aplicada em referecircncia aos Papas do Renascimento (de Sisto IV a Paulo III) que
nomeavam sobrinhos e outros parentes para posiccedilotildees clericais e administrativas de importacircncia assim como aos Gover-
nantes japoneses tanto no periacuteodo Heian (por volta do ano 669) quanto no comeccedilo do seacuteculo IX (governo da famiacutelia
Fujiwara) e ateacute nos anos 1960 com Kiyomori
Com o sufixo ismo a palavra indica a concessatildeo de privileacutegios ou cargos a parentes no funcionalismo puacuteblico
Distingue-se do favoritismo simples que natildeo implica relaccedilotildees familiares com o favorecido
Em 2008 julgando um dos processos que chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) aquela Corte editou a
Suacutemula 13 com o seguinte texto
Suacutemula vinculante 13 de 210808
ldquoA nomeaccedilatildeo de cocircnjuge companheiro ou parente em linha reta colateral ou por afinidade ateacute o terceiro grau
inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa juriacutedica investido em cargo de direccedilatildeo chefia ou
assessoramento para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou de confianccedila ou ainda de funccedilatildeo gratificada na
administraccedilatildeo puacuteblica direta e indireta em qualquer dos Poderes da Uniatildeo dos Estados do Distrito Federal e dos
Municiacutepios compreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocas viola a Constituiccedilatildeo Federalrdquo
Data de Aprovaccedilatildeo Sessatildeo Plenaacuteria de 21082008Fonte de Publicaccedilatildeo DJe nordm 1622008 p 1 em 2982008DO de
2982008 p 1
Assim fundamentados especialmente nos princiacutepio constitucionais da impessoalidade e da moralidade o maior
oacutergatildeo do Poder Judiciaacuterio brasileiro definiu como proibidas as nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos em comissatildeo ou
funccedilotildees de confianccedila de familiares dos nomeantes em ateacute terceiro grau de parentesco
O parentesco segundo o Coacutedigo Civil (arts 1591 a 1595) eacute identificado em trecircs linhas distintas
a) reta (ascendente e descendente pai matildee avocirc avoacute filho filha neto neta)
b) colaterais (provecircm de um tronco comum mas natildeo descendem uma das outras irmatildeo irmatilde tio tia) e
c) por afinidade (o viacutenculo que se estabelece entre um cocircnjuge e os parentes do outro cocircnjuge)
De ressaltar que a Suacutemula 13 do STF abrangeu o famoso nepotismo cruzado que eacute a combinaccedilatildeo entre nomean-
tes para a contrataccedilatildeo direta de servidores parentes seus de forma cruzada (o parente de um eacute contratado pelo outro e
vice versa) pois ao final do texto consta ldquocompreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocasrdquo
E mantendo a maacutexima de que cada regra tem sua exceccedilatildeo o STF declarou na sequencia (no Recurso Extraordi-
naacuterio nordm 579951RN) que a exceccedilatildeo dessa proibiccedilatildeo seria a possibilidade de nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos poliacuteti-
cos aiacute compreendidos os Ministros de Estado Secretaacuterios de Estado e Secretaacuterios Municipais
Entatildeo dessa data em diante (2982008 publicaccedilatildeo da suacutemula 13 do STF) passou-se a ser proibido o
nepotismoem cargos e funccedilotildees puacuteblicas de livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo
Em resumo quando da ediccedilatildeo da Suacutemula 13 a Corte Maacutexima do Poder Judiciaacuterio paacutetrio definiu que
1 ndash Eacute PROIBIDA A NOMEACcedilAtildeO EM CC OU FG DECOcircNJUGE OU PARENTE DA AUTORIDADE NOMEANTE
OU DE OUTRO SERVIDOR NESTES CARGOS (CC ou FG) ATEacute TERCEIRO GRAU
2 ndash CARGOS DE MINISTROS E SECRETAacuteRIOS PODEM SER OCUPADOS POR PARENTES
Pois bem
Apoacutes a proibiccedilatildeo pelo Supremo e vasta interpretaccedilatildeo do Poder Judiciaacuterio outros pontos natildeo abrangidos (ou es-
clarecidos) pela Suacutemula 13 foram praticamente pacificados
Vejamos os mais relevantes
1ordm ndash A LEI (Ordinaacuteria-Complementar-Orgacircnica) PODE AMPLIAR AS PROIBICcedilOtildeES abrangendo inclusive os Minis-
tros e Secretaacuterios (impedindo a contrataccedilatildeo de parentes ou limitando o nuacutemero de parentes contratados)
2ordm ndash Para a configuraccedilatildeo de nepotismo cruzado soacute se houver prova da reciprocidade Ou seja se ocorrer o ajuste a com-
binaccedilatildeo a troca de favores entre autoridades puacuteblicas
3ordm - Parente de Autoridade Puacuteblica ou de servidor de um mesmo oacutergatildeo poderaacute ocupar CC ou FG se foi nomeado antes
da posse deste
4ordm ndash Servidor efetivo poderaacute ser nomeado em CC ou designado em FG em mesmo oacutergatildeo de Gestor Puacuteblico ou servidor
parente se natildeo for nomeado por ele ou subordinado a ele
5ordm ndash Servidores de um mesmo oacutergatildeo ocupantes de Cargo Comissionado ou Funccedilatildeo de Confianccedila que venham a se tor-
nar um casal depois do ingresso no cargo ou funccedilatildeo e desde que natildeo ocorra subordinaccedilatildeo direta entre si natildeo seraacute con-
siderado nepotismo 6ordm ndash Ex-cocircnjuge comprovadamente podem ser nomeados pelo ex sem caracterizar nepotismo
7ordm ndash Nos casos de requisiccedilatildeocessatildeo de servidores por autoridades ou oacutergatildeos aplicam-se as regras do nepotismo
8ordm ndash Parentesco com autoridades puacuteblicas ou servidores falecidos ou aposentados natildeo incidem a Suacutemula 13
9ordm ndash Contrataccedilatildeo de estagiaacuterios que sejam parentes de autoridades ou servidores do oacutergatildeo concedente do estaacutegio natildeo se
configura nepotismo desde que haja seleccedilatildeo preacutevia
10ordm ndash Contratar sem licitaccedilatildeo pessoa juriacutedica na qual haja administrador ou soacutecio com poder de direccedilatildeo que seja fami-
liar de detentor de cargo em comissatildeo ou funccedilatildeo de confianccedila que atue na aacuterea responsaacutevel pela demanda ou de autori-
dade a ele hierarquicamente superior
Por fim destacar que os caminhos juriacutedicos para exigir a exoneraccedilatildeo de parentes que ocupem cargos comissio-
nados ou funccedilotildees de confianccedila bem como coibir e responsabilizar os agentes puacuteblicos que desrespeitarem a regra cons-
tante da Suacutemula 13 do STF e demais acervo jurisprudencial referentemente ao nepotismo poderaacute ser a Accedilatildeo Civil Puacute-
blica(art 1ordm inciso IV da Lei 734785) ou ateacute mesmo a Reclamaccedilatildeo ao STF (art 102 inciso I aliacutenea l da Constitu-
iccedilatildeo Federal)
Jaacute as consequecircncias juriacutedicas para quem desobedecer agraves normas combatentes do nepotismo possuem as seguin-
tes hipoacuteteses
1ordf ndash Consequecircncias para o servidor nomeado ou designado pela omissatildeo de informar agrave Administraccedilatildeo Puacuteblica o fato de
se encontrar sob o alcance da Suacutemula Vinculante nordm 13 do STF incide o crime de falsidade ideoloacutegica (art 299 do Coacute-
digo Penal) bem como pela manutenccedilatildeo do cargo ou emprego puacuteblico sabendo do impedimento incide em crime de
desobediecircncia agrave decisatildeo judicial (art 359 CP)
2ordf ndash Consequecircncias para o agente poliacutetico pela omissatildeo incide no crime de prevaricaccedilatildeo (art 319 CP) e na esfera
poliacutetico-administrativa incorre no crime de improbidade administrativa (art 11 I e II cc o art 12 III todos da Lei nordm
842992) pode-se aplicar a ele ainda no caso dos prefeitos municipais estaratildeo sujeitos agrave cassaccedilatildeo do mandato eletivo
(Decreto-lei 20167 art 4ordm VII)
417 - GASTOS COM PESSOAL
O paracircmetro a ser empregado nos caacutelculos da despesa com pessoal haacute de ser a Receita Corrente Liquida
ndash RCL conceituada no inciso IV do art 2ordm da LRF
Considera-se despesa com pessoal nos termos do artigo 18 da LFR todas as vantagens vencimentos sa-
laacuterios proventos adicionais gratificaccedilotildees horas extras encargos sociais subsiacutedios dos agentes poliacuteticos e qual-
quer outra espeacutecie remuneratoacuteria
A verificaccedilatildeo das adequaccedilotildees das despesas efetivamente realizadas com pessoal em relaccedilatildeo agrave RCL deveraacute
ocorrer nos termos do artigo 22 da LRF ao final de cada quadrimestre
Os resultados obtidos seratildeo por sua vez informados no Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal correspondente ao
mesmo periacuteodo de apuraccedilatildeo sendo facultado aos Municiacutepios com populaccedilatildeo inferior a cinquumlenta mil habitantes
apurar esse comprometimento ao final de cada semestre (art 62 I e II ldquobrdquo)
Segundo art 20 da LRF a reparticcedilatildeo dos limites globais de cada ente eacute de
PoderEnte Uniatildeo EstadosDF Municiacutepios
Executivo 409 490 540
LegislativoTC 60 60 60
Judiciaacuterio 25 30 -x-
Ministeacuterio Puacuteblico 06 20 x-
Totais 500 600 600
Visando coibir despesas em excesso praticados pelas Cacircmaras Municipais houve emenda constitucional
disciplinando os percentuais destas (EC nordm 252000) sem no entanto disciplinar seu conceito e composiccedilatildeo toda-
via excluiu-se as despesas com inativos resultando em limites diversos em relaccedilatildeo agrave LRF vejamos
Populaccedilatildeo Limites EC 25 (ex-
clui inativos)
Limites LRF
(inclui inativos)
Ateacute 100000 habitantes 56 6
De 100001 a 300000 hab 49 6
De 301000 a 500000 hab 42 6
Acima de 500000 hab 35 6
LRF - art 22
Se a despesa de pessoal exceder a 95 do limite estabelecido no artigo 20 os Poderes e oacutergatildeos que incor-
rem no excesso ficaratildeo vedados de criar cargo emprego ou funccedilatildeo e efetuar provimento de cargo puacuteblico admis-
satildeo ou contrataccedilatildeo de pessoal a qualquer tiacutetulo
Exceccedilatildeo (artigo 22 inciso IV) aacutereas de educaccedilatildeo sauacutede e seguranccedila restringindo-se quando esta se ca-
racterizar por falecimento ou aposentadoria
Para os casos de extrapolaccedilatildeo dos limites determinada pelo artigo 169 da CF88 nos termos do art 23 da
LRF deveraacute o ente propor medidas para sua adequaccedilatildeo com a maior brevidade possiacutevel
Isto posto nos dois quadrimestres seguintes deveraacute observar as providecircncias previstas nos sectsect 3ordm e 4ordm do
art 169 da CF quais sejam
Reduccedilatildeo de pleno menos vinte por cento das despesas com cargos em comissatildeo e funccedilotildees de confianccedila
Exoneraccedilatildeo dos servidores natildeo estaacuteveis
Exoneraccedilatildeo dos servidores estaacuteveis se natildeo alcanccedilada a reduccedilatildeo necessaacuteria com as medidas anteriores desde
que ato normativo de cada Poder especifique a atividade funcional o oacutergatildeo ou unidade administrativa objeto de
reduccedilatildeo de pessoal
O servidor que neste caso perder o cargo faraacute jus a indenizaccedilatildeo correspondente a um mecircs de remunera-
ccedilatildeo por ano de serviccedilos sendo que esta natildeo seraacute computada para fins de despesas com pessoal
Permanecendo o excesso ficaraacute o ente impedido de receber transferecircncias voluntaacuterias
418 - Despesas gerais
4181 - Diaacuterias
a) ndash cobrem hospedagem e alimentaccedilatildeo
b) ndash aplicaccedilatildeo do princiacutepios da razoabilidade proporcionalidade e moralidade
c) ndash devem ser liberadas motivadamente (interesse puacuteblico)
d) ndash dependem de lei autorizatoacuteria
e) ndash podem ser liberadas para participaccedilatildeo em eventos
f) ndash natildeo podem configurar ldquosalaacuteriordquo
g) ndash exigem comprovaccedilatildeo de realizaccedilatildeo do objetivo
h) ndash a partir de 50 do valor da remuneraccedilatildeo incide ir e inss
i) ndash a fixaccedilatildeo do valor pode ser variaacutevel de municiacutepio para municiacutepio
j) ndash fraude ou simulaccedilatildeo no pagamento de diaacuteria acp
4182 - Adiantamentos eacute proibido
4183 -Seguro de vidaeacute possiacutevel
4184 - Vale Transporteeacute possiacutevel
4185 - Plano de sauacutedesoacute para servidoresvereadores natildeo
4186 -Veiacuteculo proacuteprio
Segundo o TCRPR eacute proibido agrave Cacircmara pagar combustiacutevel para veiacuteculos dos vereadores
O TCE-PR alega que a Administraccedilatildeo Puacuteblica natildeo pode arcar com gastos inerentes a despesas com veiacuteculos
particulares dos Edis mesmo que a serviccedilo do Legislativo haja vista a inexistecircncia de contrato precedido de Licitaccedilatildeo e
diante das normas de direito administrativo onde qualquer aquisiccedilatildeo efetuada pelo Poder Puacuteblico depende de contrato
este em regra precedido de licitaccedilatildeo
Alega inclusive que essa despesa eacute estranha ao orccedilamento sem amparo legal
Ateacute em relaccedilatildeo aos servidores o TCE desaconselha o ressarcimento de despesas com combustiacutevel particular
por aplicaccedilatildeo do art 29 da CE89 ou da Lei Orgacircnica Municipal que geralmente preveem incompatibilidade negocial
Vale ressaltar que outros Tribunais de Contas divergem ou convergem com o TCEPR
Vejamos
O TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA PERMITE
PREJULGADO 2082 DO TCESC
ldquoA Cacircmara Municipal pode disciplinar o uso de veiacuteculos oficiais de sua propriedade a exemplo da Lei Estadual ndeg
79871990 (regulamentada pelo Decreto ndeg 34212005) e do Decreto Federal ndeg 64032008 (disciplinado pela Instru-
ccedilatildeo Normativa ndeg 0032008 do Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeordquo
PREJULGADO 1268 DO TCESC
A Cacircmara Municipal poderaacute ressarcir as despesas de combustiacutevel de veiacuteculos particulares desde que (a) previamente
autorizada em lei especiacutefica (b) relacionada a deslocamento dos Vereadores para fora de jurisdiccedilatildeo municipal (c) os
assuntos tratados nas viagens sejam de interesse puacuteblico (d) haja expressa autorizaccedilatildeo da Cacircmara Municipal para a rea-
lizaccedilatildeo da viagem (e) os veiacuteculos utilizados nestas condiccedilotildees estejam previamente cadastrados no oacutergatildeo competente do
Pode Legislativo e (f) sejam aplicaacuteveis somente a casos excepcionais
O TCE DE MG PROIacuteBE
Consulta nordm 810007- TCEMG
Tribunal de Constas do Estado - Cacircmara natildeo pode pagar gasolina para vereadores O relator Cons Elmo Braz adotou o
parecer do Auditor Hamilton Coelho para responder agraves indagaccedilotildees Inicialmente a Auditoria asseverou que o TCEMG
jaacute declarou em diversas oportunidades a ilegalidade do abastecimento de veiacuteculos particulares de vereadores com re-
cursos da Cacircmara ainda que para uso no interesse do oacutergatildeo mencionando nesse sentido a Consulta nordm 810007 (Rel
Cons Eduardo Carone Costa sessatildeo de 030210) ndash v Informativo 17 O Auditor transcreveu parte do parecer exarado
naquela Consulta no sentido de que a utilizaccedilatildeo de veiacuteculo de propriedade particular de vereador mediante contrapresta-
ccedilatildeo (abastecimento) a serviccedilo da Administraccedilatildeo Puacuteblica configuraria contrato de locaccedilatildeo de fato e de que o uso interca-
lado do veiacuteculo ndash ora em caraacuteter particular ora a serviccedilo ndash tornaria difiacutecil a mensuraccedilatildeo do quantum a ser indenizado
redundando em confusatildeo patrimonial envolvendo o agente puacuteblico e o oacutergatildeo contratante
O TCEMT PERMITE
Processo nordm 2073652010 - 19042011
ldquoCAcircMARA MUNICIPAL DE NOVA OLIacuteMPIA CONSULTA CAcircMARA MUNICIPAL VEREADOR VERBA DE
NATUREZA INDENIZATOacuteRIA POSSIBILIDADE SE OBSERVADOS OS REQUISITOS IMPOSSIBILIDADE DE
PAGAMENTO DE DESPESAS COM MANUTENCcedilAtildeO DO GABINETE DO PARLAMENTAR POSSIBILIDADE
DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS COM ABASTECIMENTO DE VEIacuteCULO PARTICULAR DO VEREADOR
E DE ACUMULACcedilAtildeO COM A DIAacuteRIA QUANDO CONTEMPLAREM O RESSARCIMENTO DE DESPESAS
DISTINTAS PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS NOS TERMOS DA LEI QUE A INSTITUIRrdquo
4187 - Passagens
Por se tratar de despesa com caracteriacutesticas muito proacuteprias jaacute que os valores se alteram permanentemente mas eacute
possiacutevel a reduccedilatildeo dos preccedilos sobretudo com descontos sobre a taxa de administraccedilatildeo das agecircncias ou operadoras eacute
recomendaacutevel a realizaccedilatildeo de processo licitatoacuterio afim de promover a economicidade evitar sobrepreccedilos e oportunizar
a competitividade entre os diversos particulares interessados em negociar com a Administraccedilatildeo
Por isso orienta-se agrave promoccedilatildeo do certame licitatoacuterio na modalidade Pregatildeo cujo objeto seja a contrataccedilatildeo de
serviccedilos de agenciamento de viagens para cotaccedilatildeo reserva e fornecimento de passagens (aeacutereas e terrestres) no acircmbito
nacional e internacional se houver interesse
Caso opte pela passagem internacional eacute interessante licitar a emissatildeo de seguro de assistecircncia em viagem in-
ternacional
Especificar que a compra se faraacute por meio de atendimento remoto (e-mail eou telefone)
O tipo aconselhaacutevel eacute o de menor preccedilo escolhendo-se a proposta que ofertar o maior percentual de desconto
sobre o valor ldquodo diardquo disponibilizado e cobrado de todos os puacuteblicos inclusive sobre as tarifas promocionais e reduzi-
das disponiacuteveis no momento da compra excluiacuteda a taxa de embarque
5 Controle
51 Corrupccedilatildeo desvios e fraudes Conceitos
Corrupccedilatildeo eacute o ato ou efeito de se corromper oferecer algo para obter vantagem em negociata onde se favorece
uma pessoa e se prejudica outra
Eacute tirar vantagem do poder atribuiacutedo Corrupccedilatildeo vem do latim corruptus que significa quebrado em peda-
ccedilos O verbo corromper significa tornar-se podre
Desvio na aacuterea puacuteblica significa retirar o caminho normal de alguma coisa Natildeo alcanccedilar o objetivo por
mudanccedila de rota
Geralmente a palavra estaacute ligada agraves alteraccedilotildees que se promovem na ocupaccedilatildeo de cargos ou funccedilotildees no
uso de bens na realizaccedilatildeo de obras e ateacute no destino que se daacute aos recursos financeiros Fraude eacute um esquema iliacutecito ou de maacute feacute criado para obter ganhos para si ou para terceiros
No meio puacuteblico as fraudes geralmente satildeo praticadas atraveacutes de simulaccedilotildees e ajustes visando o aproveitamen-
to iliacutecito de valores benefiacutecios ou do patrimocircnio puacuteblico
52 Conceito e relevacircncia do controle
O controle eacute a ferramenta mais eficaz para se evitar as irregularidades e ilegalidades na atuaccedilatildeo dos po-
deres puacuteblicos
Segundo os mais elaborados estudos e pesquisas a corrupccedilatildeo pode ser maior ou menor dependendo da
proporcionalidade de controle existente
Onde tem menor controle tem maior corrupccedilatildeo e assim vice e versa
E o controle se faz por trecircs principais vias orientaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e puniccedilatildeo No Brasil o combate agrave corrupccedilatildeo no meio puacuteblico vem acontecendo atraveacutes da implementaccedilatildeo de vaacuterios tipos
de controle sobre as verbas recursos e patrimocircnio puacuteblico
Nos uacuteltimos anos melhoraram muito os sistemas de Controle Interno e Externo por iniciativa de cada oacutergatildeo ou
por exigecircncia do povo (diretamente ou atraveacutes das miacutedias)
O Legislativo por iniciativa proacutepria ou por pressatildeo popular tem aprovado inuacutemeros atos para reforccedilar a legisla-
ccedilatildeo paacutetria que afeta a corrupccedilatildeo
Satildeo os exemplos da Lei das Inelegibilidades (LC 6490 reforccedilada pela Lei da Ficha Limpa- LC 1352010) a
Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 1012000) a Lei da Transparecircncia (LC 1312009) a Lei da Informaccedilatildeo
(125272011) e a Lei Anticorrupccedilatildeo (128462013) e tantas outras
O Judiciaacuterio por sua vez e com o apoio das instituiccedilotildees de apuraccedilatildeo a ele ligadas (poliacutecias ministeacuterio puacuteblico
etc) tem punido severamente os corruptos realizando o seu papel sem distinccedilatildeo de cargo ou poder do apenado
Segundo informa o oacutergatildeo denominado de ldquoTransparecircncia Internacionalrdquo em mateacuteria divulgada no mecircs
de dezembro2014 ldquoNeste ano o Brasil obteve a nota 43 em uma escala que vai de 0 (setor puacuteblico visto como extremamente
corrupto) a 100 (extremamente iacutentegro) a mesma pontuaccedilatildeo obtida em 2012
No ano passado o paiacutes havia totalizado 42 pontos
A pontuaccedilatildeo do Brasil se situa exatamente na meacutedia mundial de acordo com o estudo de 43 pontos Nas
Ameacutericas como um todo a meacutedia eacute 45
Mais de dois terccedilos dos 175 paiacuteses que integram o iacutendice obtiveram uma nota inferior a 50
O Brasil estaacute na metade Natildeo eacute um dos piores nem dos melhores Mas natildeo eacute um resultado bom para o
paiacutes que tem feito inuacutemeros esforccedilos para ser um liacuteder econocircmico e poliacutetico disse Salas agrave BBC Brasil O Brasil
quer ser um liacuteder mundial entatildeo tem que mostrar o exemplo Ele ainda estaacute muito distante dos paiacuteses desenvol-
vidos nesse iacutendice ressalta o diretor da Transparecircncia Internacional
Empatados com o Brasil com a mesma pontuaccedilatildeo e lugar no ranking estatildeo paiacuteses como a Itaacutelia a Greacutecia
e a Bulgaacuteria
Para Salas o escacircndalo da Petrobras pode ser positivo para o Brasil se forem tomadas medidas fortes
de combate agrave corrupccedilatildeo
Se a presidente Dilma Roussef aproveitar esse momento para fazer mudanccedilas poderaacute ser algo positivo
diz ele
Se pessoas poderosas e outros culpados nesse escacircndalo forem presos o Brasil poderaacute projetar uma boa
imagem afirma Salas
Se houver tambeacutem reforma poliacutetica e melhorias no sistema de compras puacuteblicas pode ser um momento
histoacuterico para o Brasil Mas se nada mudar seraacute um exemplo negativo diz ele
A Dinamarca eacute a primeira colocada no ranking com 92 pontos um a mais em relaccedilatildeo ao estudo anterior
onde tambeacutem jaacute havia ficado em primeiro lugar
A China e a Turquia estatildeo entre os paiacuteses que mais perderam posiccedilotildees no ranking deste ano
A China que adotou nos uacuteltimos anos medidas de combate agrave corrupccedilatildeo como a proibiccedilatildeo de dar presen-
tes de alto luxo a funcionaacuterios puacuteblicos caiu 20 posiccedilotildees no ranking passando a ocupar o 100deg lugar com 36 pon-
tos
Entre os paiacuteses dos BRICS o Brasil estaacute praticamente empatado com a Aacutefrica do Sul (duas posiccedilotildees aci-
ma do Brasil no ranking) e bem agrave frente da China Iacutendia e Ruacutessiardquo
In httpwwwbbccoukportuguesenoticias201412141202_ranking_transparencia_internacional_brasil_df_lgb
Assim vale agrave pena continuar acreditando na melhora e natildeo cessar a luta pela melhoria dos instrumentos
de controle e combate agrave corrupccedilatildeo
53 O anseio democraacutetico pelo controle
De haacute muito tempo que a populaccedilatildeo anseia por melhoria nos sistemas de controle da coisa puacuteblica
No Brasil que historicamente conviveu com a corrupccedilatildeo na Administraccedilatildeo Puacuteblica a implantaccedilatildeo do re-
gime democraacutetico teve como maior objetivo a participaccedilatildeo do povo no poder (nas coisas do Estado) diretamente
ou atraveacutes de seus legiacutetimos representantes
Com isso espera-se que o povo faccedila parte do governo e que tenha conhecimento do que ocorre com os
bens e valores puacuteblicos enquanto estiverem sob a guarda dos administradores da coisa puacuteblica
Mas natildeo basta trocar as pessoas no comando do eraacuterio
Eacute preciso equipar os sistemas de controle haja vista que natildeo eacute exatamente a iacutendole pessoal que evita a
corrupccedilatildeo e os desvios no meio puacuteblico mas acima de tudo o controle que se faz sobre a coisa (a ocasiatildeo faz o
ladratildeo) O controle eacute exercido de forma irrestrita e ilimitada em todos e por todos os Poderes de Estado estendendo-se a
toda a Administraccedilatildeo e abrangendo todas as suas atividades e agentes sendo classificadas em variados tipos e formas de
atuaccedilatildeo para atingir os seus objetivos
Essas classificaccedilotildees indicam que
(I) O controle administrativo ou executivo eacute aquele exercido pela proacutepria Administraccedilatildeo sobre seus atos e agentes
(II) Controle legislativo ou parlamentar diz respeito ao que o Poder Legislativo imprime sobre atos e agentes do
Poder Executivo
(III) O controle judiciaacuterio eacute o referente agrave correccedilatildeo dos atos ilegais de qualquer dos Poderes pelo Judiciaacuterio quando
lesivos de direito individual ou do patrimocircnio puacuteblico Quanto a forma o controle pode ser sintetizado
bull De acordo com seu fundamento pode ser hieraacuterquico ou finaliacutestico
bull Em razatildeo da localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o exercita pode ser interno ou externo
bull Em virtude do momento em que eacute exercido pode ser preacutevio ou preventivo ou a priori concomitante ou sucessivo e
subsequente ou corretivo ou a posteriore
bull Conforme o aspecto controlado pode ser de legalidade ou de legitimidade e de meacuterito
Outra abordagem do Direito Administrativo eacute apresentada segundo a qual o controle da Administraccedilatildeo Puacuteblica
eacute poder de fiscalizaccedilatildeo e correccedilatildeo que sobre ela exercem os oacutergatildeos dos Poderes Judiciaacuterio Legislativo e Executivo com
o objetivo de garantir a conformidade de sua atuaccedilatildeo com os princiacutepios que lhe satildeo impostos pelo ordenamento juriacutedico
Dentre os pontos comuns observados eacute importante registrar as visotildees sobre os chamados controle externo e
controle interno decorrentes das classificaccedilotildees relativas agrave localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o realiza e quanto agrave integraccedilatildeo do
oacutergatildeo que o executa e agrave estrutura do oacutergatildeo objeto de sua execuccedilatildeo
As atividades do sistema de controle interno satildeo exercidas mediante a utilizaccedilatildeo de teacutecnicas de fiscalizaccedilatildeo e
auditoria as quais consistem no conjunto de processos que viabilizam o alcance dos macro-objetivos do sistema
Fiscalizar consiste na aplicaccedilatildeo de um conjunto de procedimentos pontuais que permitam o exame dos atos da
administraccedilatildeo puacuteblica visando avaliar a execuccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas atuando sobre os resultados efetivos dos pro-
gramas governamentais
54 O Controle Interno
Com previsatildeo desde 1964 (art 76 da Lei 432064 - Lei da Contabilidade Puacuteblica) foi levado agrave regras constitu-
cional em 05 de outubro de 1988 na Carta Maior (art 74) e reforccedilado pela Lei Complementar 1012000(LRF art 54 e
59) mas soacute implementado no Paranaacute a partir de 2008 com a exigecircncia pelo TCE que assim se manifestou a respeito
ldquoO sistema de controle interno eacute o agente de orientaccedilatildeo e integraccedilatildeo dos controles administrativos das enti-
dades componentes da estrutura organizacional e de apoio ao controle externo
Tem por objetivos principais a avaliaccedilatildeo do cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual e a execu-
ccedilatildeo dos programas constantes da LDO e na Lei Orccedilamentaacuteria Anual assegurar a observacircncia das normas e regula-
mentos e assim a legalidade dos atos avaliando os resultados no que se refere agrave eficaacutecia e eficiecircncia da gestatildeo orccedila-
mentaacuteria financeira e patrimonial da administraccedilatildeo
Sua funccedilatildeo inclui a diligecircncia no acompanhar dos procedimentos da administraccedilatildeo e na orientaccedilatildeo do ges-
tor acerca de eventuais desvios de rota e para evitar riscos iminentes que possam provocar danos ao patrimocircnio e agrave
gestatildeo
Juntamente com a contabilidade o controle interno deve velar pelo atendimento das agendas de obrigaccedilotildees
pela certeza do cumprimento dos limites legais seja de pisos de investimentos miacutenimos ou tetos para gastos maacutexi-
mos pela verdade das informaccedilotildees levadas a puacuteblico em face da LRF e suas determinaccedilotildees de transparecircncia da Lei
da Informaccedilatildeo e da proacutepria Lei nordm 432064
Os resultados satisfatoacuterios e sem sobressaltos especialmente em processo de transiccedilatildeo de mandato acentuam
que o controle interno desempenhou seu papel com efetividade e compromisso com a Entidade
O principal embaraccedilo que se tem percebido no processo de estruturaccedilatildeo do controle interno tem ocorrido na
montagem da equipe de trabalho especialmente a natildeo disponibilidade de profissionais com preparo teacutecnico
Existem pequenas prefeituras e cacircmaras municipais onde se verifica ateacute mesmo a simples falta de pessoal
sem atributosrdquoManual de Final de mandato ndash 2012
55 O controle Externo
O controle externo dos poderes municipais ( Executivo e Legislativo) eacute realizado direta e formalmente pelo
Tribunal de Contas que aleacutem de exigir a prestaccedilatildeo de contas anual ainda verifica a lisura e regularidade dos atos e accedilotildees
que envolvam a administraccedilatildeo dos bens e recursos puacuteblicos
A Lei Orgacircnica do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute (LC 1132005) indica que no papel de apoiador do
Poder Legislativo Municipal no controle externo a Corte Administrativa tem a seguinte competecircncia
ldquoArt 1ordm Ao Tribunal de Contas do Estado oacutergatildeo constitucional de controle externo com sede na Capital do Estado
compete nos termos da Constituiccedilatildeo Estadual e na forma estabelecida nesta lei
II ndash julgar as contas dos chefes dos oacutergatildeos do Poder Legislativo estadual e municipal do Poder Judiciaacuterio do Minis-
teacuterio Puacuteblico e deste Tribunalrdquo
Todavia por certo que existem outros oacutergatildeos que de forma indireta realizam o controle externo do poder puacuteblico muni-
cipal como o Ministeacuterio Puacuteblico o Judiciaacuterio e os Observatoacuterios sociais
Eacute posiccedilatildeo paciacutefica entre os estudiosos da Administraccedilatildeo Puacuteblica no mundo que o mais eficiente instrumento de
controle da ldquocoisa puacuteblicardquo eacute a transparecircncia
Pois se o povo acompanha atos e accedilotildees do governo e do governante tanto estes evitam as irregularidades por
temerem o que vai a puacuteblico quanto agravequeles podem julgar com maior facilidade a atuaccedilatildeo de suas lideranccedilas
6 Transparecircncia Puacuteblica no Brasil
Desde o nascimento de nossa paacutetria em 22 de abril de 1500 a populaccedilatildeo jamais teve acesso aacutes formas de utili-
zaccedilatildeo dos bens puacuteblicos e de administraccedilatildeo dos recursos financeiros arrecadados do proacuteprio povo
Tanto a monarquia (ateacute 14 de novembro de 1889) quanto no governo civil que comanda o paiacutes de laacute pra caacute pra-
ticamente todos os gestores natildeo tinham a obrigaccedilatildeo ou o costume de prestar contas de seus atos
Eacute certo que o faziam mas de forma geneacuterica apenas para oacutergatildeos de controle
O povo (contribuinte direta ou indiretamente) natildeo conseguia individualmente saber do que se passava no acircmbi-
to dos Poderes da naccedilatildeo
No entanto com o advento da globalizaccedilatildeo e da evoluccedilatildeo raacutepida e espetacular das tecnologias de comunicaccedilatildeo
houve tambeacutem um grande avanccedilo nos direitos dos cidadatildeos
Aqui no Brasil apoacutes a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 muito se conquistou desses direitos
A proacutepria Carta Magna reservou uma lista grande de direitos e garantias individuais e coletivas (em especial
nos art 5ordm 6ordm e 7ordm)
De toda forma criando verdadeiro divisor na histoacuteria do Brasil a nossa CF88 acendeu nos nacionais o desejo
de conhecer de perto e participar da vida do paiacutes
Mais que isto passou a discutir os seus direitos enquanto membros da naccedilatildeo
Representados no governo tanto nas casas legislativas quanto nos demais poderes (Executivo e Judiciaacuterio)
passamos a conquistar espaccedilo e elaborar instrumentos que exigem (forccedilam) os gestores a dar transparecircncia em sua atua-
ccedilatildeo
Dentre esses instrumentos podemos citar a Lei de Responsabilidade Fiscal que desde o seu nascimento (em
2000) jaacute previa certas obrigaccedilotildees aos governantes para levar ao povo o conhecimento de seus atos e accedilotildees
Mas foi exatamente em 2010 pela Lei Complementar nordm 131 de 27 de maio de 2009 que houve uma implemen-
taccedilatildeo maior da obrigatoriedade de transparecircncia nos meio puacuteblico aplicando-se inclusive regras especiacuteficas sobre a
divulgaccedilatildeo tecnoloacutegica via internet
Com isso desencadeou no Brasil em todos os oacutergatildeos puacuteblicos a obrigaccedilatildeo de publicar mais amplamente as in-
formaccedilotildees que poderiam ter o interesse puacuteblico
Essa eacute a chamada Transparecircncia Ativa pois independentemente de algueacutem solicitar o oacutergatildeo puacuteblico tem a o-
brigaccedilatildeo de divulgar
E diga-se mais
A divulgaccedilatildeo (publicaccedilatildeo) deveraacute ser eficiente e eficaz
Ou seja
O canal disponibilizado deveraacute ser de boa qualidade permitindo o acesso de forma raacutepida e faacutecil e evitando os
subterfuacutegios (mesmo que da tecnologia) para esconder dados e informaccedilotildees
A Lei Complementar Federal nordm 1012000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) exige
que ocorram publicaccedilotildees trimestrais
7 Publicidade Oficial Obrigatoacuteria
Por certo que a fonte primeira para propiciar o controle eacute a publicidade
A princiacutepio publicidade significa ldquolevar a puacuteblicordquo mais no sentido de obediecircncia ao ditame constitucional de
divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees do poder puacuteblico
Inclusive a publicidade foi instituiacuteda como um dos 5 (cinco) princiacutepios baacutesicos da Administraccedilatildeo Puacuteblica (art
37 caput da CF)
Eacute que o legislador constituinte entendeu como sendo prioridade a divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees dos governantes
para que o povo (contribuinte-eleitor) acompanhe as atuaccedilotildees dos eleitos bem como com a coisa puacuteblica
Embasadas na Carta Maior da Repuacuteblica muitas leis editadas depois de 1988 criaram obrigaccedilatildeo de publicar cer-
tos atos quando se tratar de recursos puacuteblicos (financeiros patrimoniais funcionais etc)
Os Atos Oficiais de publicaccedilatildeo obrigatoacuteria devem ser divulgados em um uacutenico meio de comunicaccedilatildeo escolhido
por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-tributaccedilatildeo-
orccedilamentaacuteria)
No caso do Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Licitaccedilatildeo
cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
71 Publicidade oficial Facultativa
A CF de 1988 tambeacutem autorizou despesas com a divulgaccedilatildeo de caraacuteter educativo e informativo ou de orienta-
ccedilatildeo social (art 37 sect1ordm)
No entanto de laacute pra caacute muita polecircmica foi gerada discutindo sobre o que poderia se aceitar referente agraves despe-
sas com publicidade
Eacute que a interpretaccedilatildeo anterior impunha uma separaccedilatildeo severa na publicidade oficial entre a obrigatoacuteria e a fa-
cultativa
Entendia-se que a obrigatoacuteria era apenas aquela especificada na lei como a publicaccedilatildeo de atos como leis de-
cretos portarias resoluccedilotildees editais
Quando se divulgava as accedilotildees do poder puacuteblico questionava-se se aquela despesa se enquadrava como educa-
cional de orientaccedilatildeo social ou de informaccedilatildeo exigida (serviccedilos de utilidade puacuteblica)
72 Publicidade Institucional
Poreacutem com a evoluccedilatildeo do conceito e com a crescente demanda do povo sobre a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico e as
accedilotildees governamentais ampliou-se em muito as possibilidades de realizar despesas para esse fim
Portanto aleacutem da publicaccedilatildeo obrigatoacuteria e daquelas enquadradas como ldquoserviccedilos de utilidade puacuteblicardquo passou-
se a entender que o gestor deva divulgar amplamente as atividades de cada oacutergatildeo puacuteblico para manter a populaccedilatildeo por
dentro dos acontecimentos que envolvem recursos dos contribuintes De certo modo essa divulgaccedilatildeo natildeo obrigatoacuteria pode ser considerada como publicidade institucional pois a-
leacutem de informar ao povo sobre as accedilotildees do oacutergatildeo promove este diante da opiniatildeo puacuteblica fortalecendo-o institucional-
mente
E para essa divulgaccedilatildeo o TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contra-
tar serviccedilos de comunicaccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
No caso de contrataccedilatildeo de agecircncias as regras a serem obedecidas deveratildeo ser aquelas da lei federal nordm
122322010 (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
Resumindo as regras do TCEPR para a comunicaccedilatildeo institucional eacute
1- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010 A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO
para julgar a melhor teacutecnica
2- Para contratar os serviccedilos para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocirc-
nico) programa de raacutedio ou TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo ME-
LHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
Insta lembrar tambeacutem que a partir de 2006 o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a publicar
natildeo apenas seus atos oficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de
internet ou outros serviccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
a)- transmissotildees de sessotildees
b)- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
c)- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
a)- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
b)- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
c)- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
d)- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
e)- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
f)- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Lembrando que existem Atos Oficiais que devem ser obrigatoriamente divulgados em um uacutenico meio de co-
municaccedilatildeo escolhido por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-
tributaccedilatildeo-orccedilamentaacuteria)
E atenccedilatildeo
O Oacutergatildeo Oficial nos Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Li-
citaccedilatildeo cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
Vide Acoacuterdatildeo nordm 409760-5 do TJPR e Processo nordm 22972306 do TCEPR no AVA
Inclusive o Municiacutepio poderaacute optar por apenas um Diaacuterio Oficial Eletrocircnico ou este e mais o Diaacuterio Oficial
Impresso segundo o TCEPR (Acoacuterdatildeo nordm 383013)
Aliaacutes o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a partir de 2006 a publicar natildeo apenas seus atos o-
ficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de internet ou outros servi-
ccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
- transmissotildees de sessotildees
- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Atenccedilatildeo de novo
A lei federal nordm 122322010 criou regras especiacuteficas para a contrataccedilatildeo de serviccedilos de publicidade prestados
por intermeacutedio de agecircncias de propaganda (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
O TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contratar serviccedilos de comuni-
caccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
Resumindo
a)- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010
A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO pa-
ra julgar a melhor teacutecnica
b)- O TCEPR tem se posicionado (vide acoacuterdatildeo 3082012 no AVA) no sentido de que a contrataccedilatildeo dos serviccedilos
para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocircnico) programa de raacutedio ou
TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo MELHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
8 Prestaccedilatildeo de Contas
Sendo mais um dos elementos da Transparecircncia e consequentemente do Controle a Prestaccedilatildeo de Contas enseja
dar conhecimento ao contribuinte do que o gestor faz com os recursos puacuteblicos
Seguindo a evoluccedilatildeo social humana sobretudo apoacutes a identificaccedilatildeo da figura do estado moderno (povo territoacute-
rio governo) a exigecircncia de os governantes ou particulares dar satisfaccedilatildeo aos contribuintes sobre o uso e aplicaccedilatildeo dos
recursos puacuteblicos (financeiros e de bens) tem crescido mais e mais
Jaacute na Declaraccedilatildeo dos Direitos do Homem e do Cidadatildeo elaborada e aceita por muitos povos na era da Revolu-
ccedilatildeo Francesa (1789) consta essa exigecircncia
ldquoArt 15 ndash A Sociedade tem o Direito de pedir conta a todo agente puacuteblico de sua administraccedilatildeordquo
Segundo o texto divulgado no site do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute
ldquoA Prestaccedilatildeo de Contas eacute dever constitucional dos que utilizam arrecadam guardam gerenciam ou administram
dinheiros bens e valores puacuteblicosrdquo
httpwww1tceprgovbrconteudoprestacao-de-contas-municipios214
Resumindo
Com a publicidade e a prestaccedilatildeo de contas ocorre transparecircncia na gestatildeo puacuteblica promovendopermitindo
melhor controle da coisa puacuteblica
Todos satildeo interligados
Bom Estudo
Controle
Transparecircncia
Publicidade
Prestaccedilatildeo de Contas
XII - Continuaccedilatildeo do Serviccedilo Puacuteblico
O serviccedilo puacuteblico eacute essencial para a sociedade e natildeo poderaacute parar
Princiacutepio cuja previsatildeo poderaacute ser encontrada nas Leis Federais nordm 898795 (das concessotildees) e nordm 807890
(CDC) por analogia bem como pela consagraccedilatildeo doutrinaacuteria e jurisprudencial
As interrupccedilotildees suspensotildees ou prestaccedilatildeo de forma reduzida tecircm sido condenadas pelos mais ilustres doutrina-
dores de nossa paacutetria
Serviccedilos Puacuteblicos oferecidos de maneira alternada retardada ou falha eacute segundo o mestre Hely Lopes Meirelles
(2005 p323) afronta do Estado ao direito do usuaacuterio eis que este por arcar com o ocircnus desses serviccedilos merece ser
tratado com apreccedilo e consideraccedilatildeo
33 A ESTRUTURA DA ADMINISTRACcedilAtildeO PUacuteBLICA MUNICIPAL
331 O Municiacutepio Organizaccedilatildeo Autonomia e Competecircncias
Antes do termo MUNICIacutePIO as aglomeraccedilotildees urbanas possuiacuteam o nome de CIDADEESTADO que surgiu
com a Repuacuteblica Romana no ano de 753 antes de Cristo
O Impeacuterio Romano dominou a maior parte do mundo civilizado por aproximadamente 12 (doze) seacuteculos Se-
gundo a histoacuteria o Imperador Romano Julio Cesar para manter a paz sobre as cidades conquistadas criou no ano 1979
de nossa era a figura do municipium ou municipia quando oferecia aos moradores subjugados a Roma de determinada
aglomeraccedilatildeo o direito da autoorganizaccedilatildeo e de escolherem seus governantes
Assim o sistema de organizaccedilatildeo urbana com o nome de MUNICIacutePIO passou a fazer parte de todos aqueles po-
vos e se estendendo a outras partes do mundo chegando a Portugal
No Brasil Colocircnia embora as reparticcedilotildees ganhassem outras nomenclaturas (Vilas Proviacutencias dentre outras) o
termo era aplicado na existecircncia da Cacircmara Municipal
De Constituiccedilatildeo a Constituiccedilatildeo desde a primeira do Brasil em 1824 o Municiacutepio foi obtendo maior importacircn-
cia
Poreacutem apenas na Constituiccedilatildeo Federal de 1988 eacute que foi concebido o MUNICIacutePIO nos moldes do que eacute hoje
Atualmente o Municiacutepio eacute tido como um dos entes (partiacutecipe) da Federaccedilatildeo
Assim segundo o art 1ordm da CF88 a Repuacuteblica Federativa do Brasil eacute formada pela UNIAtildeO dos Estados Muni-
ciacutepios e Distrito Federal E para explicar a divisatildeo administrativa do paiacutes o art 18 da Constituiccedilatildeo Federal define que
ldquoA organizaccedilatildeo poliacutetico-administrativa da Repuacuteblica Federativa do Brasil compreende a Uniatildeo os Estados o Distrito
Federal e os Municiacutepios todos autocircnomos nos termos desta Constituiccedilatildeordquo
332 A Criaccedilatildeo dos Municiacutepios
A Constituiccedilatildeo Federal Brasileira de 1988 ao prever a criaccedilatildeo de novos Municiacutepios deixou a regulamentaccedilatildeo
para as Assembleias Legislativas dos Estados
Entretanto por interesses poliacuteticos diretos dos Deputados Estaduais e outras lideranccedilas locais de1988 ateacute 1996
foram criados mais 1480 Municiacutepios no Brasil levando o nuacutemero total para 5562 e ainda existiam mais aproximada-
mente 900 em processo de criaccedilatildeo
Atendendo agrave necessidade de controlar a desenfreada proliferaccedilatildeo de novas cidades no paiacutes o Congresso Nacio-
nal votou a Emenda Constitucional nordm 15 que alterou o artigo 18 e remeteu para uma Lei Complementar Federal a com-
petecircncia para regulamentar a mateacuteria
De laacute pra caacute muita discussatildeo juriacutedica inclusive poreacutem praticamente cessou a criaccedilatildeo de novos municiacutepios no
paiacutes E apesar da Emenda Constitucional 57 de 2008 ter tratado da mateacuteria (convalidou a criaccedilatildeo de alguns municiacutepios
especificamente) ateacute agora natildeo foi aprovada a Lei Complementar Federal que regulamenta a criaccedilatildeo de Municiacutepios no
Brasil
Vaacuterios projetos de leis jaacute foram aprovados no Congresso mas foram vetados pela presidecircncia da repuacuteblica sob
alegaccedilatildeo de ldquoiniciativa prejudicial ao eraacuteriordquo
No dia 15 de julho de 2015 o Senado Federal aprovou (57 votos a 9) o Projeto de Lei Complementar 1992015
de autoria do senador Flexa Ribeiro que regula a criaccedilatildeo incorporaccedilatildeo fusatildeo e desmembramento de municiacutepios o qual
foi encaminhado agrave Cacircmara dos Deputados
Em tracircmite atualmente na Cacircmara dos Deputados com o nuacutemero 1372015 teve outro projeto de lei similar a-
nexado a ele de iniciativa do Deputado Daniel Vilela sob o nordm 2832016
No entanto por estar em processo de criaccedilatildeo anteriormente agrave Emenda nordm 15 nasceram posteriormente mais al-
guns Municiacutepios resultando atualmente em 5568 segundo o TSE - Tribunal Superior Eleitoral
333 Organizaccedilatildeo do Municiacutepio
A divisatildeo poliacutetico-administrativa do Municiacutepio possui uma sede (cidade) e distritos cujas sedes podem ser
chamadas de vilas
Os Poderes no Municiacutepio satildeo o Executivo e o Legislativo
O Executivo eacute comandado pelo Prefeito a partir do Paccedilo Municipal (Prefeitura) O Prefeito eacute eleito pelos eleito-
res locais para um mandato de 04 (quatro) anos e tem a responsabilidade de administrar o funcionamento da ldquomaacutequina
puacuteblicardquo visando o fornecimento de serviccedilos essenciais agrave populaccedilatildeo aleacutem de orientar o planejamento urbano e promo-
ver o bem comum da sociedade municipal
Para tanto poderaacute utilizar a administraccedilatildeo direta (prefeitura e seus oacutergatildeos) mas poderaacute possuir entidades de
administraccedilatildeo indireta para descentralizaccedilatildeo das competecircncias (autarquias fundaccedilotildees puacuteblicas empresas de puacuteblicas ou
de economia mista)
Na administraccedilatildeo direta a prefeitura possui via de regra em sua estrutura administrativa oacutergatildeos denominados
de Secretarias Departamentos Coordenaccedilotildees Gerencias Diretorias Divisotildees Serviccedilos e Setores
Os oacutergatildeos satildeo definidos como de meios quando oferecem condiccedilotildees agraves Secretarias para suas operaccedilotildees desti-
nados ao planejamento agrave instrumentalizaccedilatildeo e definiccedilatildeo das accedilotildees a serem realizadas
Geralmente satildeo os seguintes oacutergatildeos meios
- Secretaria de Governo
- Secretaria de Administraccedilatildeo
- Secretaria de Planejamento
- Secretaria Juriacutedica
- Secretaria de Financcedilas
Como oacutergatildeos fins (aqueles que realizam as accedilotildees)
- Secretaria de Obras
- Secretaria de Urbanismo
- Secretaria de Transportes
- Secretaria de Cultura e Esporte
- Secretaria de Sauacutede
- Secretaria de Educaccedilatildeo
- Secretaria de Meio Ambiente
- Secretaria de Bem Estar Social
Para realizar suas accedilotildees o Poder Executivo Municipal comandado pelo Prefeito utiliza trabalhadores denomi-
nados Servidores (efetivos comissionados e temporaacuterios) ou terceiros investidos em funccedilotildees de agentes puacuteblicos (con-
selheiros advogados contratados e cartoraacuterios dentre outros)
O Municiacutepio enquanto pessoa juriacutedica de direito puacuteblico interno possui bens e rendas Seus bens satildeo divididos
em regra da seguinte forma
- DE USO ESPECIAL (de uso proacuteprio da Administraccedilatildeo como o preacutedio da prefeitura as escolas o posto de sauacutede as secretarias den-
tre outros)
- DE USO COMUM DO POVO (tais como estradas municipais ruas parques praccedilas logradouros puacuteblicos etc)
- DOMINIAIS
(aqueles sobre os quais o Municiacutepio exerce os direitos de proprietaacuterio poreacutem estatildeo sem uso e disponiacuteveis)
334 Fontes de Recursos Puacuteblicos Municipais
Os recursos puacuteblicos dos Municiacutepios satildeo oriundos dos tributos arrecadados em seu territoacuterio ou de sua cota-
parte repassada pelo respectivo Estado e pela Uniatildeo
Nos artigos 145 e 156 da CF88 estaacute estabelecida a competecircncia do Municiacutepio para criar e receber seus proacuteprios
tributos como IPTU - ISSQN - ITBI - Contribuiccedilatildeo de Melhoria ndashTaxas e Tarifas
Poreacutem os arts 158 e 159 da CF88 definem que certo percentual dos impostos arrecadados pelo Estado (ICMS
ndash IPVA ndash ITCMD) respectivo bem como dos impostos recebidos pela Uniatildeo (IR ndash ITR ndash IPI ndash IOF ndash II ndash IE) deveratildeo
ser devolvidos ao Municiacutepio (FPM e Repasses especiacuteficos)
Outros recursos ainda poderatildeo perfazer a receita puacuteblica de um Municiacutepio como as heranccedilas alienaccedilotildees alu-
gueacuteis indenizaccedilotildees dentre outros (como as receitas natildeo tributaacuterias)
O territoacuterio do Municiacutepio eacute dividido entre aacuterea urbana e aacuterea rural definidas por meio de lei de zoneamento
Atualmente o Plano Diretor define a ocupaccedilatildeo utilizaccedilatildeo e destinaccedilatildeo de cada espaccedilo no acircmbito do Municiacutepio
(residencial comercial industrial ambiental dentre outros)
335 A autonomia do Municiacutepio
A autonomia dos Municiacutepios embora estivesse sempre impliacutecita no sistema brasileiro antigamente era atingida
pela interpretaccedilatildeo de cada eacutepoca em especial nos regimes de exceccedilatildeo (autoritaacuterios)
Evoluindo e firmando a questatildeo os constituintes de 1988 definiram expressamente essa autonomia municipal
principalmente nos arts 1ordm 18 29 30 35 145 e 156 da Carta Magna brasileira
A autonomia representa a natildeo subordinaccedilatildeo do governo municipal a qualquer autoridade estadual ou federal no
desempenho de suas atribuiccedilotildees
Representa ainda que as leis municipais em assuntos de competecircncia expressa e exclusiva dos Municiacutepios
prevalecem sobre as leis - estadual e federal inclusive sobre a Constituiccedilatildeo Estadual em caso de conflito
Os principais aspectos que indicam a autonomia dos Municiacutepios
- eleiccedilatildeo direta do Prefeito Vice-Prefeito e Vereadores
- organizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos de interesse local
- instituiccedilatildeo e arrecadaccedilatildeo dos tributos de sua competecircncia bem como aplicaccedilatildeo de suas rendas
- competecircncia para legislar sobre assuntos de interesse local inclusive suplementando a legislaccedilatildeo federal e estadual no
que lhe interessar e for possiacutevel
336 Competecircncias dos Municiacutepios
A relaccedilatildeo eacute essa indicada pela Constituiccedilatildeo Federal de 1988
Art 30 Compete aos Municiacutepios
I - legislar sobre assuntos de interesse local
II - suplementar a legislaccedilatildeo federal e a estadual no que couber
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competecircncia bem como aplicar suas rendas sem prejuiacutezo da obrigatoriedade
de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em leirdquo
IV - criar organizar e suprimir distritos observada a legislaccedilatildeo estadual
V - organizar e prestar diretamente ou sob regime de concessatildeo ou permissatildeo os serviccedilos puacuteblicos de interesse local
incluiacutedo o de transporte coletivo que tem caraacuteter essencial
VI - manter com a cooperaccedilatildeo teacutecnica e financeira da Uniatildeo e do Estado programas de educaccedilatildeo infantil e de ensino
fundamental (Redaccedilatildeo dada pela Emenda Constitucional nordm 53 de 2006)
VII - prestar com a cooperaccedilatildeo teacutecnica e financeira da Uniatildeo e do Estado serviccedilos de atendimento agrave sauacutede da popula-
ccedilatildeo
VIII - promover no que couber adequado ordenamento territorial mediante planejamento e controle do uso do parce-
lamento e da ocupaccedilatildeo do solo urbano
IX - promover a proteccedilatildeo do patrimocircnio histoacuterico-cultural local observada a legislaccedilatildeo e a accedilatildeo fiscalizadora federal e
estadual [grifos nossos]
337 Intervenccedilatildeo nos Municiacutepios
A Constituiccedilatildeo Federal de 1988 regulamentada nos arts 35 e 36 as uacutenicas exceccedilotildees em que o Estado poderaacute
intervir no Municiacutepio Satildeo elas
I- deixar de ser paga sem motivo de forccedila maior por dois anos consecutivos a diacutevida fundada
II- natildeo forem prestadas contas devidas na forma de lei
III- natildeo tiver sido aplicado o miacutenimo exigido da receita municipal na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
IV- o Tribunal de Justiccedila der provimento a representaccedilatildeo para assegurar a observacircncia de princiacutepios indicados na Consti-
tuiccedilatildeo Estadual ou para prover a execuccedilatildeo de lei de ordem ou de decisatildeo judicial
4 Gestatildeo de pessoal
41 - Funcionaacuterio ou Servidor
Ateacute a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 os trabalhadores nos oacutergatildeos puacuteblicos eram chamados de funcionaacuterios Po-
reacutem a partir dela esses trabalhadores receberam a denominaccedilatildeo geneacuterica de servidor
Na verdade a CF88 preferiu empregar a designaccedilatildeo servidor puacuteblico e agente puacuteblico para referir-se aos
trabalhadores do Estado
42 - Agente Puacuteblico
Agente Puacuteblico eacute a designaccedilatildeo mais abrangente alcanccedila os agentes poliacuteticos os servidores puacuteblicos e os parti-
culares em atuaccedilatildeo colaboradora
Os servidores puacuteblicos satildeo referidos como categoria de agentes puacuteblicos satildeo os agentes permanentes profissio-
nais a serviccedilo da Administraccedilatildeo Puacuteblica
43 - Agente Poliacutetico
O agente poliacutetico eacute aquele detentor de cargo eletivo eleito por mandatos transitoacuterios como os Chefes de Poder
Executivo e membros do Poder Legislativo aleacutem de cargos de Diplomatas Ministros de Estado e de Secretaacuterios nas
Unidades da Federaccedilatildeo os quais natildeo se sujeitam ao processo administrativo disciplinar Tambeacutem satildeo espeacutecies de agen-
tes puacuteblicos
44 ndash Funcionaacuterio no Coacutedigo Penal
No Coacutedigo Penal Brasileiro contudo haacute referecircncia a funcionaacuterio puacuteblico que tem abrangecircncia maior que a do
servidor puacuteblico Um mesaacuterio por exemplo ao exercer uma funccedilatildeo puacuteblica (ajudar no processo eleitoral) eacute funcionaacuterio
puacuteblico (em relaccedilatildeo aos atos praticados como mesaacuterio) apesar de ter uma funccedilatildeo puacuteblica transitoacuteria e natildeo remunerada
45 ndash Espeacutecies de servidor (regimes)
O termo servidor puacuteblico adotado pela Constituiccedilatildeo de 1988 (que deixou de utilizar a expressatildeo funcionaacuterio
puacuteblico embora ainda exista na legislaccedilatildeo ordinaacuteria)divide-se em trecircs espeacutecies
A - os servidores estatutaacuterios (ocupantes de cargos puacuteblicos e sujeitos ao regime estatutaacuterio)
B - os servidores temporaacuterios (para atender agrave alguma necessidade temporaacuteria de excepcional interesse puacuteblico (conforme
o art 37 IX da Constituiccedilatildeo) Satildeo contratados por tempo determinado exercem funccedilatildeo sem viacutenculo a cargo ou empre-
go puacuteblico e satildeo vinculados agrave CLT
C - os empregados puacuteblicos (contratados de acordo com o regime da legislaccedilatildeo trabalhista e detentores de emprego puacute-
blico) Ambos os Regimes de Trabalho estatildeo submetidos agraves normas constitucionais de ingresso mediante concurso puacuteblico e
aos paracircmetros de controle fiscal e financeiro da Uniatildeo e dos entes federados atraveacutes da Lei de Responsabilidade Fiscal
com exceccedilatildeo dos comissionados
46 - Provimento Provimento eacute o ato administrativo de preenchimento de cargo puacuteblico regulamentado no Brasil pela Lei Nordm
8112 de 11 de novembro de 1990(acircmbito federal)
De acordo com a legislaccedilatildeo o provimento poderaacute se dar mediante nomeaccedilatildeo promoccedilatildeo readaptaccedilatildeo reversatildeo
aproveitamento reintegraccedilatildeo e reconduccedilatildeo
Cada uma destas formas de provimento tem um significado especial na administraccedilatildeo puacuteblica e especificam a
forma legal de acesso ao cargo puacuteblico no Brasil
47 - Retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria A retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria referente aos serviccedilos prestados pelo agente puacuteblico ao estado se daacute da seguinte forma
171 - Vencimento eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria pelo exerciacutecio de cargo puacuteblico com valor fixado em lei
171 - Remuneraccedilatildeo eacute o vencimento do cargo efetivo acrescido das vantagens pecuniaacuterias permanentes estabelecidas
em lei
172 - Subsiacutedio eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria exclusiva e fixada em parcela uacutenica vedado o acreacutescimo de qualquer gratifi-
caccedilatildeo adicional abono precircmio verba de representaccedilatildeo ou outra espeacutecie remuneratoacuteria Esse tipo de remuneraccedilatildeo natildeo eacute
a regra geral e aplica-se aos casos que a lei especificar
173 - Provento eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria paga ao exercente de cargo puacuteblico quando passa da atividade para a inativi-
dade ou seja quando se aposenta
174 - Pensatildeo eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria paga agraves pessoas a quem a lei atribui a condiccedilatildeo de beneficiaacuterias do servidor
puacuteblico que veio a falecer
Deve-se ressaltar que nenhum salaacuterio dentro do serviccedilo puacuteblico pode ser superior ao valor dos subsiacutedios pagos
aos Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e que os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder
Judiciaacuterio natildeo poderatildeo ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo
Nos Municiacutepios o teto remuneratoacuterio eacute o subsiacutedio do Prefeito Municipal
Apesar dessas regras existirem muitas pessoas se questionam se elas satildeo de fato obedecidas
48 - Servidores de Carreira (efetivos)
A efetividade e a estabilidade satildeo institutos juriacutedicos distintos sendo que a natureza de um natildeo pode ser con-
fundida com a de outro Enquanto que a efetividade representa o modo de preenchimento do cargo que contempla esta
natureza por pressupor a permanecircncia e continuidade do servidor no exerciacutecio das suas atribuiccedilotildees a estabilidade eacute a
garantia de o servidor efetivo permanecer no serviccedilo puacuteblico apoacutes trecircs anos de efetivo exerciacutecio em cargo de provimento
efetivo nos termos do art 41 da Constituiccedilatildeo Federal soacute podendo ser dele afastado se configurada uma das hipoacuteteses
prevista no art 41 sect 1ordm
Natildeo haacute confundir efetividade com estabilidade porque aquela eacute uma caracteriacutestica da nomeaccedilatildeo e esta eacute um atri-
buto pessoal do ocupante do cargo adquirido apoacutes a satisfaccedilatildeo de certas condiccedilotildees de seu exerciacutecio A efetividade eacute um
pressuposto necessaacuterio da estabilidade Sem efetividade natildeo pode ser adquirida a estabilidade
49 - Cargo em Comissatildeo e Funccedilatildeo de Confianccedila
Ambos os cargos satildeo criados por lei e se destinam apenas agraves atribuiccedilotildees de direccedilatildeo chefia e assessoramento na
administraccedilatildeo puacuteblica federal e satildeo respectivamente preenchidos ou exercidas mediante livre nomeaccedilatildeo pela autoridade
competente na contrapartida das respectivas livres exoneraccedilatildeo e dispensa a qualquer tempo (ad nutum) seja a pedido
seja de ofiacutecio pela mesma autoridade que nomeou
A diferenccedila reside no fato de que as funccedilotildees de confianccedila satildeo exercidas exclusivamente por servidores ocupan-
tes de cargo efetivo enquanto os cargos em comissatildeo podem ser preenchidos por servidores que jaacute detenham cargos
efetivos de carreira de acordo com percentuais estabelecidos na sua lei de criaccedilatildeo Isto significa que devendo ser ocu-
pados por um percentual miacutenimo legal de servidores de carreira pode-se ter entatildeo as vagas restantes dos cargos em co-
missatildeo ocupadas por pessoas sem viacutenculo definitivo com a administraccedilatildeo
410 - Exoneraccedilatildeo e Demissatildeo
A exoneraccedilatildeo eacute o ato administrativo que desliga o servidor do serviccedilo puacuteblico encerrando viacutenculo funcional e
natildeo tem caraacuteter punitivo
Assim quando nos referirmos agrave exoneraccedilatildeo estamos tratando de uma forma de vacacircncia do cargo puacuteblico po-
reacutem que natildeo se caracteriza como penalidade de natureza disciplinar
Agora ao falarmos em demissatildeo estamos nos referindo a um ato administrativo que desliga o servidor ativo o-
cupante de cargo efetivo como forma de puniccedilatildeo por falta grave Tal penalidade deve ser apurada mediante um Processo
Administrativo Disciplinar assegurado ao acusado o contraditoacuterio e a ampla defesa
411 Cargos Comissionados e Funccedilotildees Gratificadas 4111 - Cargo em Comissatildeo
A denominaccedilatildeo ldquocargo em comissatildeordquo estaacute relacionada com a seguranccedila da relaccedilatildeo juriacutedica estabelecida entre o
seu titular e a Administraccedilatildeo Puacuteblica
Nessa perspectiva os cargos em comissatildeo podem ser permanentes na estrutura organizacional mas seus titula-
res satildeo transitoacuterios
Os seus ocupantes satildeo livremente nomeados e exonerados pela autoridade competente
4112 - Consequecircncias da livre nomeaccedilatildeoexoneraccedilatildeo A livre nomeaccedilatildeo para o cargo em comissatildeo tem como consequumlecircncia o fato de que o escolhido natildeo precisa pres-
tar concurso puacuteblico para assumir o cargo sendo selecionado em razatildeo da relaccedilatildeo de confianccedila que possui com a autori-
dade nomeante
Daiacute os cargos em comissatildeo serem popularmente chamados de ldquocargos de confianccedilardquo A relaccedilatildeo de confianccedila
deve ser estabelecida em face da confiabilidade quanto ao bom desempenho do profissional no exerciacutecio do cargo
A livre exoneraccedilatildeo significa que seu titular pode ser exonerado a qualquer momento pela autoridade nomeante
sem que haja necessidade de um processo administrativo ou mesmo de qualquer justificativa para tanto
Dessa forma o titular do cargo em comissatildeo natildeo adquire estabilidade impedindo-se assim que os exonerados
tenham direitos agraves verbas trabalhistas e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviccedilo (FGTS)
4113 - Regime juriacutedico
O regime juriacutedico aplicaacutevel aos cargos em comissatildeo eacute o regime estatutaacuterio ou seja todos os direitos e deveres
de seus titulares incluindo-se a remuneraccedilatildeo e as atribuiccedilotildees especiacuteficas devem estar previstos em lei de iniciativa do
prefeito conforme prevecirc o art 61 sect 1ordm II ldquoardquo da Constituiccedilatildeo Federal
Portanto do ponto de vista legal os cargos em comissatildeo natildeo podem ser regidos pela CLT
4114 - Atribuiccedilotildees dos cargos em comissatildeo
De acordo com o art 37 V da Constituiccedilatildeo Federal os cargos em comissatildeo satildeo destinados apenas agraves atribui-
ccedilotildees de direccedilatildeo chefia e assessoramento devendo ser preenchidos por servidores de carreira nos casos nas condiccedilotildees e
nos percentuais miacutenimos previstos em lei
4115 - Aposentadoria dos ocupantes de cargos em comissatildeo
Ao ocupante exclusivamente de cargo em comissatildeo declarado emlei de livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo eacute aplica-
do o Regime Geral de Previdecircncia Social ou seja deve estar vinculado ao regime administrado pelo INSS de acordo
com o art 40 sect 13 da Constituiccedilatildeo Federal
Neste caso a contribuiccedilatildeo previdenciaacuteria do municiacutepio (patronal) e do servidor eacute devida ao INSS
Caso o titular do cargo em comissatildeo tambeacutem seja servidor puacuteblico de carreira do municiacutepio ou seja titular de
cargo efetivo devidamente nomeado por concurso a aposentadoria seraacute pelo regime previdenciaacuterio adotado pelo muni-
ciacutepio
Nesse caso natildeo seraacute contribuinte obrigatoriamente do RGPS
4116 -Vedaccedilatildeo agrave nomeaccedilatildeo em cargo comissionado
Recentemente o STF editou a Suacutemula Vinculante no 13 limitando a liberdade de nomeaccedilatildeo para os cargos em
comissatildeo com o seguinte teor
A nomeaccedilatildeo de cocircnjuge companheiro ou parente em linha reta colateral ou por afinidade ateacute o terceiro grau
inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa juriacutedica investido em cargo de direccedilatildeo chefia ou
assessoramento para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou de confianccedila ou ainda de funccedilatildeo gratificada na administra-
ccedilatildeo puacuteblica direta e indireta em qualquer dos Poderes da uniatildeo dos estados do Distrito Federal e dos Municiacutepios com-
preendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocas viola a Constituiccedilatildeo Federal
Tratando-se de Suacutemula Vinculante seu cumprimento independe da existecircncia de lei municipal (art 103-A da
CF) sendo inclusive proibido ao municiacutepio criar lei reduzindo o alcance da Suacutemula
Todas as esferas da Administraccedilatildeo Puacuteblica ficam obrigadas aos termos de suacutemula vinculante
4117 - DESVIOS
41171 - Desvio de finalidade
Quando algum oacutergatildeo puacuteblico cria cargos comissionados visando a nomeaccedilatildeo de servidores para realizarem ati-
vidades diferentes daquelas permitidas pela Constituiccedilatildeo Federal (direccedilatildeo chefia e assessoramento) estar-se-aacute diante do
desvio de finalidade dos CCs
Embora lamentaacutevel eacute comum a existecircncia de cargos comissionados com nomenclaturas absolutamente diferen-
ciadas da previsatildeo legal assim como leis autorizadoras de CCs (independentemente da nomenclatura) sem a indicaccedilatildeo
das atribuiccedilotildees de seus ocupantes
Eacute que muitas das vezes o agente poliacutetico cria cargos comissionados por outras razotildees que natildeo aquela de rece-
ber o liacutecito apoio de pessoas de confianccedila para desempenhar seu ideaacuterio poliacutetico-administrativo
Com a intenccedilatildeo de beneficiar ou acolher apaniguados ou ateacute de cooptar eleitores ou ldquocabos eleitoraisrdquo o agente
poliacutetico utiliza-se dos cargos comissionados em verdadeiro desvio de finalidade
41172 - Desvio de funccedilatildeo
De idecircntica forma encontramos ocupantes de cargos comissionados realizando funccedilotildees distintas daquelas pre-
vistas para o CC
Eacute o caso de um Diretor que natildeo dirige um oacutergatildeo de um chefe que natildeo coordena serviccedilos nem possui servidor
sob suas ordens ou de um assessor que natildeo estaacute vinculado agrave autoridade nem realiza tarefas caracteriacutesticas de assesso-
ramento
O desvio de funccedilatildeo se caracteriza pela praacutetica de outras tarefas pelo ocupante do cargo comissionado que natildeo
aquelas fixadas na lei criadora do cargo ou determinadas para os tipos direccedilatildeo chefia e assessoramento
4118 - Conceito de Funccedilotildees de Confianccedila
As FGs satildeo gratificaccedilotildees pagas pelo desempenho de atividades de chefia coordenaccedilatildeo e supervisatildeo
Poderatildeo ser pagas apenas aos servidores EFETIVOS (concursados)
Deveraacute ser autorizada por Lei
A lei deveraacute quantificar e valorar cada FG
Aconselha-se a que a quantidade de FGs tenha correlaccedilatildeo com os CCs
Ao corresponder determinado valor de FG deveraacute ser analisada a natureza o grau de responsabilidade e a com-
plexidade da funccedilatildeo a ser exercida
Orienta-se a que os valores fixados para as FGs natildeo ultrapassem 45 da verba a tiacutetulo de vencimentos baacutesicos
A FG eacute temporaacuteria transitoacuteria
Natildeo perderaacute a gratificaccedilatildeo de funccedilatildeo o funcionaacuterio que se ausentar em virtude de feacuterias luto casamento doenccedila
comprovada serviccedilos obrigatoacuterios por lei ou de atribuiccedilotildees decorrentes de sua funccedilatildeo
O desempenho de Funccedilatildeo Gratificada exigiraacute dedicaccedilatildeo integral com carga horaacuteria miacutenima de 40 (quarenta)
horas semanais e natildeo daraacute direito a horas extras
Agraves FGs seratildeo aplicadas as normas referentes ao NEPOTISMO e (se existir previsatildeo em lei local) agrave Lei Ficha
Limpa
412 Temporaacuterios
4121 Contrataccedilatildeo Temporaacuteria de Pessoal
A contrataccedilatildeo por tempo determinado eacute o instrumento juriacutedico a ser formalizado pelos gestores quando presente
a necessidade temporaacuteria de contrataccedilatildeo de pessoal e o excepcional interesse puacuteblico (art 37 IX da CF)
4122 Como regulamentar O art 37 IX da Constituiccedilatildeo Federal deve ser regulamentado por lei municipal que indicaraacute os casos de con-
trataccedilatildeo temporaacuteria de excepcional interesse puacuteblico
Eacute ilegal a contrataccedilatildeo temporaacuteria sem previsatildeo especiacutefica em lei municipal
4123 Seleccedilatildeo de Pessoal A escolha do pessoal a ser contratado por tempo determinado para atender a necessidade temporaacuteria de excep-
cional interesse puacuteblico deveraacute ser feita mediante processo seletivo simplificado sujeito agrave ampla divulgaccedilatildeo e observa-
da a dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria especiacutefica
4124 Regime Contratual O contrato natildeo eacute regido pela CLT mas sim por um contrato especial (administrativo)
4125 Necessidade de contrataccedilatildeo eacute requisito baacutesico O gestor puacuteblico deve justificar as razotildees da contrataccedilatildeo temporaacuteria isto eacute demonstrar a temporariedade e o ex-
cepcional interesse puacuteblico bem como por que o bom andamento do serviccedilo puacuteblico ficaria prejudicado sem a contrata-
ccedilatildeo
4126 Algumas hipoacuteteses de contrataccedilatildeo temporaacuteria A contrataccedilatildeo temporaacuteria pode ser utilizada nos seguintes casos
i-
co ou calamidade puacuteblica que natildeo possam ser solucionados soacute com a utilizaccedilatildeo dos recursos humanos de que dispotildee a
Administraccedilatildeo Puacuteblica
alta transitoacuteria do titular de cargo ou emprego puacuteblico quando o afastamento possa sensivelmente prejudicar o an-
damento do serviccedilo municipal
413 Terceirizaccedilatildeo de Pessoal 4131 Conceito baacutesico
Eacute a transferecircncia de atividades complementares agrave finalidade do oacutergatildeo(de meios e natildeo de fins) A Terceiriza-
ccedilatildeo proporciona
- Economia
- Eficiecircncia
A terceirizaccedilatildeo soacute eacute autorizada no Poder Puacuteblico como contrato de prestaccedilatildeo de serviccedilos e natildeo de pessoal
4132 Cuidados a serem tomados nas terceirizaccedilotildees bull OBJETO Se se trata de contrataccedilatildeo de serviccedilos natildeo-essenciais (meios) e natildeo de matildeo-de-obra
bull ECONOMICIDADE
bull SUBORDINACcedilAtildeO (natildeo ao ente contratante)
bull LICITACcedilAtildeO
bull GARANTIAS DE EXECUCcedilAtildeO
bull ACOMPANHAMENTO DO CONTRATO
bull NO PAGAMENTO
- comprovaccedilatildeo da realizaccedilatildeo dos serviccedilos
- retenccedilotildees obrigatoacuterias
- docs comprobatoacuterios (fiscais ndash trabalhistas)
4133 Tipos de serviccedilos que podem ser terceirizados bull LIMPEZA PUacuteBLICA (pode)
bull SAUacuteDE (depende apenas se admite a terceirizaccedilatildeo de determinadas atividades materiais ligadas ao serviccedilo de
sauacutede)
bull EDUCACcedilAtildeO (mesmas regras da sauacutede)
bull conservaccedilatildeo
bull limpeza
bull Seguranccedila
bull vigilacircncia
bull Transportes
bull informaacutetica
bull copeiragem
bull Recepccedilatildeo
bull Reprografia
bull Telecomunicaccedilotildees
bull manutenccedilatildeo de preacutedios equipamentos e instalaccedilotildees
bull serviccedilos de office-boyldquo (atraveacutes de empresa e licitaccedilatildeo)
4134 Terceirizaccedilatildeo de advogados e contadores
Satildeo permitidas apenas nas exceccedilotildees indicadas no acoacuterdatildeo 11112008 do TCEPR e Prejulgado nordm 873 do
TCESC
4135 Contrataccedilatildeo de Oscip A sigla OSCIP significa ldquoOrganizaccedilatildeo da Sociedade Civil de Interesse Puacuteblicordquo e pode ser considerada tambeacutem
como ONG (Oacutergatildeo Natildeo Governamental) pois nada mais eacute do que o resultado da iniciativa privada em criar uma pessoa
juriacutedica sem fins lucrativos para atuar em defesa de assuntos ou objetivos de interesse de toda a coletividade ou de
grupos especiacuteficos da sociedade humana
OSCIP poderaacute ser enquadrada ainda como Terceiro Setor
O aporte de recursos puacuteblicos (subvenccedilotildees contribuiccedilotildees doaccedilotildees auxiacutelio) para uma OSCIP eacute possiacutevel desde
que seja por autorizaccedilatildeo legislativa da Cacircmara Municipal local
Conveniar tambeacutem pode desde que seja atraveacutes de processo licitatoacuterio na modalidade Concurso de Projetos
Poreacutem considerando a experiecircncia praticamente generalizada dos Municiacutepios brasileiros bem como as fre-
quentes e alarmantes notiacutecias na miacutedia indicando irregularidades em contratos com Oscips natildeo eacute recomendada a contra-
taccedilatildeo com esse tipo de instituiccedilatildeo
Trata-se de parceria muito complexa difiacutecil de controlar e passiacutevel de inuacutemeras irregularidades que afetaratildeo os
gestores
Por isto em caso de o setor de licitaccedilotildees receber a incumbecircncia de contratar OSCIPs orienta-se a demonstrar ao
setor juriacutedico e ao gestor os riscos e notiacutecias (traacutegicas para os envolvidos) que frequentemente satildeo divulgadas
Aliaacutes basta clicar no google o termo ldquoirregularidades OSCIPrdquo e verificar o grande nuacutemero de notiacutecias ruins
sobre esses relacionamentos
414 Estagiaacuterios
4141 Fundamentaccedilatildeo legal As regras para a contrataccedilatildeo de estagiaacuterios estaacute na Lei federal nordm 117882008
4142 Objetivos do estaacutegio Os sectsect 1ordm e 2ordm da Lei 117882008 dizem que o estaacutegio faz parte do projeto pedagoacutegico do curso aleacutem de inte-
grar o itineraacuterio formativo do educando
Que o estaacutegio visa ao aprendizado de competecircncias proacuteprias da atividade profissional e agrave contextualizaccedilatildeo cur-
ricular objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadatilde e para o trabalho
4143 Podem ser estagiaacuterios bull - estudantes de educaccedilatildeo especial e dos anos finais do ensino fundamental na modalidade profissional de educaccedilatildeo de
jovens e adultos
bull - estudantes do ensino superior da educaccedilatildeo profissional de niacutevel meacutedio e do ensino meacutedio regular
4144 Jornada do estagiaacuterio bull I ndash 4 (quatro) horas diaacuterias e 20 (vinte) horas semanais no caso de estudantes de educaccedilatildeo especial e dos anos finais do
ensino fundamental na modalidade profissional de educaccedilatildeo de jovens e adultos
bull II ndash 6 (seis) horas diaacuterias e 30 (trinta) horas semanais no caso de estudantes do ensino superior da educaccedilatildeo profissional
de niacutevel meacutedio e do ensino meacutedio regular
4145 Partes no contrato de estaacutegio
bull - instituiccedilatildeo de ensino
bull - empresa ou oacutergatildeo concedente do estaacutegio
bull - estudante
bull Agentes de integraccedilatildeo puacuteblicos e privados (CIEE ndash SINE) ndash Esta parte eacute opcional
4146 Prazo maacuteximo de estaacutegio bull DOIS (2) ANOS
bull (obs Deficiente poderaacute aumentar)
4147 Custos do estagiaacuterio bull 1 ndash no estaacutegio obrigatoacuterio o pagamento eacute opcional (bolsa ou salaacuterio)
bull 2 ndash no estaacutegio natildeo obrigatoacuterio o pagamento eacute obrigatoacuterio + vale-transporte
bull 3 ndash a contribuiccedilatildeo previdenciaacuteria eacute opccedilatildeo e por conta do estagiaacuterio
bull 4 ndash contratos acima de um (1) ano o estagiaacuterio tem direito a feacuterias
bull 5 ndash direitos que outros possuam nas aacutereas de sauacutede e seguranccedila no trabalho
bull 6 ndash seguro obrigatoacuterio contra acidentes pessoais
bull 7 ndash natildeo tem direito a FGTS
bull 8 ndash auxilio alimentaccedilatildeo eacute opccedilatildeo do concedente do estaacutegio
4148 Penalizaccedilotildees bull 1 ndash declaraccedilatildeo de viacutenculo empregatiacutecio
bull 2 ndash suspensatildeo por dois (2) anos de conceder estaacutegios
4149 Limites no nuacutemero de estagiaacuterios
bull 1 - a concedente natildeo poderaacute ultrapassar a tabela (20 de estagiaacuterios ndash considerando-se os empregados)
bull 2 ndash 10 das vagas de estaacutegio para deficientes
bull 3 ndash estudantes de niacutevel superior e de niacutevel meacutedio profissional natildeo tem limites
41410 Quem pode ser concedente de estaacutegio bull 1 ndash empresas da iniciativa privada
bull 2 ndash oacutergatildeos puacuteblicos
bull 3 ndash profissionais liberais
41411 Os oacutergatildeos puacuteblicos podem contratar estagiaacuterios
Tribunal de Contas de Santa Catarina ndash TCESC Prejulgados 2114
Processo CON-1100052280
Parecer COG 962011
Decisatildeo 19242012
Origem Cacircmara Municipal de Penha
Relator Cleber Muniz Gavi
Data da Sessatildeo 14052012
Data do Diaacuterio Oficial 17052012
ldquoNo acircmbito da Administraccedilatildeo Puacuteblica a contrataccedilatildeo de estagiaacuterios reger-se-aacute pelas normas da Lei n 1178808
podendo os entes federados complementar a mateacuteria atraveacutes de lei localrdquo
41412 Seleccedilatildeo
Poreacutem eacute exigiacutevel o processo licitatoacuterio para escolha do agente de seleccedilatildeo e pagamento das bolsas
Protocolo nordm 32034107
Relator Conselheiro Hermas Eurides Brandatildeo
Decisatildeo Acoacuterdatildeo nordm 181907 - Tribunal Pleno
Sessatildeo Tribunal Pleno Sessatildeo Ordinaacuteria nordm 46 de 131207
Publicaccedilatildeo no Atos Oficiais do Tribunal de Contas nordm133 de 250108
Suacutemula nordm 06
Enunciado ldquoOs acordos que tenham por objeto a seleccedilatildeo e o
pagamento de bolsas a estagiaacuterios da Administraccedilatildeo Puacuteblica celebrados de um lado por oacutergatildeo ou entidade da Adminis-
traccedilatildeo e de outro por ente puacuteblico ou privado com ou sem fins lucrativos tecircm natureza juriacutedica de CONTRATO AD-
MINISTRATIVO cuja celebraccedilatildeo submete-se a todas as regras fixadas na Lei nordf866693 devendo ser precedido de
procedimento licitatoacuteriordquo
41413 Registro contaacutebil dos gastos com estagiaacuterio
Acoacuterdatildeo 8282006 do Tribunal Pleno do TCEPR
Decisatildeo proferida em 22062006
Processo 3725572005
Origem Cacircmara Municipal de Campo Largo
Interessado Presidente da Cacircmara
Relator Conselheiro Fernando Augusto Mello Guimaratildees
ldquoEmenta consulta - sobre a inclusatildeo das despesas com estagiaacuterios em gastos com educaccedilatildeo - impossibilidade - gastos
com estagiaacuterios devem ser incluiacutedos no elemento outros serviccedilos de terceiros-pessoa fiacutesica relativos ao setor em que o
estagiaacuterio exerce suas atividades
41414 Nepotismo
Poderaacute ser contratado parente como estagiaacuterio desde que a empresa intermediaacuteria tenha realizado a seleccedilatildeo
41415 Cuidados do concedente oacutergatildeo puacuteblico
bull 1 ndash constatar a existecircncia de dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria
bull 2 ndash realizar licitaccedilatildeo para contratar a empresa intermediaacuteria (agentes de integraccedilatildeo puacuteblicos e privados ndash aquela que faraacute
a seleccedilatildeo e o pagamento de bolsas)
bull 3 ndash verificar se a empresa realizou a seleccedilatildeo do estagiaacuterio contratado
bull 4 ndash indicar orientador e supervisor
bull 5 ndash atribuir tarefas proacuteprias do curso
bull 6 ndash cumprir as regras legais (jornada-prazo-outras exigecircncias do contrato)
415 Acumulaccedilatildeo de cargos puacuteblicos
A Constituiccedilatildeo Federal no art 37 XVI estabelece os casos em que eacute permitida a acumulaccedilatildeo de cargos em-
pregos e funccedilotildees nas administraccedilotildees direta e indireta nas empresas puacuteblicas e nas sociedades de economia mista
Em face da complexidade da mateacuteria e da dificuldade de interpretaccedilatildeo do dispositivo constitucional o tema tem
suscitado muitas duacutevidas na administraccedilatildeo municipal
A seguir apresenta-se em siacutentese a orientaccedilatildeo firmada pelos Tribunais de Contas sobre a mateacuteria
4151 Cargo de professor com outro cargo teacutecnico ou cientiacutefico
Eacute permitido ao professor efetivo estadual atendidos aos preceitos do art 37 II da Constituiccedilatildeo Federal ser
nomeado para cargo teacutecnico ou cientiacutefico no municiacutepio havendo compatibilidade de horaacuterio respeitado o limite da jor-
nada de trabalho fixada no art 7ordm XIII combinado com o art 39 sect 3ordm ambos da Constituiccedilatildeo Federal
Natildeo eacute possiacutevel ao servidor puacuteblico que jaacute acumula cargo efetivo de professor com cargo teacutecnico ou cientiacutefico
receber cumulativamente a remuneraccedilatildeode secretaacuterio municipal ante a vedaccedilatildeo do art 37 XVI e XVII da Constituiccedilatildeo
Federal
4152 Cargo efetivo com cargo de secretaacuterio municipal
O servidor puacuteblico efetivo municipal ocupante de cargo de secretaacuterio do mesmo municiacutepio desde que autoriza-
do pela legislaccedilatildeo local pode optar entre a remuneraccedilatildeo do cargo efetivo e o subsiacutedio do cargo de secretaacuterio vedada a
percepccedilatildeo cumulativa
Caso o servidor efetivo municipal opte pelo subsiacutedio legalmente instituiacutedo para o cargo de secretaacuterio do mesmo
municiacutepio somente poderaacute perceber o valor correspondente ao subsiacutedio sem adicional gratificaccedilatildeo ou qualquer outro
estipecircndio nos termos do sect 4ordm do art 39 da Constituiccedilatildeo Federal
4153 Cargo em comissatildeo com cargo efetivo
A Constituiccedilatildeo Federal (art 37 XVI e XVII) natildeo permite a acumulaccedilatildeo remunerada de cargo de provimento e-
fetivo com a de cargo de provimento em comissatildeo
4154 Dois cargos em comissatildeo
A acumulaccedilatildeo remunerada de dois cargos comissionados eacute vedada pelo art 37 XVI da Constituiccedilatildeo Federal
Eacute incompatiacutevel a acumulaccedilatildeo de dois cargos em comissatildeo no acircmbito da Administraccedilatildeo Puacuteblica quaisquer que
sejam os poderes ou esferas por natildeo se enquadrar nas exceccedilotildees passiacuteveis de acumulaccedilatildeo estabelecidas pelo art 37 XVI
da Constituiccedilatildeo Federal
4155 Proventos de aposentadoria com a remuneraccedilatildeo de cargo efetivo
Eacute permitido ao servidor inativo retornar ao exerciacutecio da funccedilatildeo puacuteblica acumulando proventos e vencimentos
nos casos permitidos pelo sect 10 do art 37 da Constituiccedilatildeo Federal
O servidor puacuteblico aposentado pelo estado ou pelo municiacutepio com fundamento no arts 40 ou 42 da Constitui-
ccedilatildeo Federal que presta concurso puacuteblico e eacute nomeado para ocupar cargo puacuteblico municipal deve optar entre os proven-
tos da aposentadoria e a remuneraccedilatildeo do cargo em conformidade com o disposto no art 37 sect 10 da Constituiccedilatildeo Fede-
ral salvo os casos de acumulaccedilatildeo previstos nos arts 37 XVI 95 paraacutegrafo uacutenico I e 128 sect 5ordm II aliacutenea d da Consti-
tuiccedilatildeo Federal
4156 Proventos de aposentadoria com a remuneraccedilatildeo de cargo em comissatildeo
Eacute permitido ao servidor puacuteblico inativo sem viacutecio de acumulaccedilatildeo indevida exercer cargo de provimento em
comissatildeo acumulando proventos e vencimentos
4157 Permanecircncia do servidor no cargo ou emprego puacuteblico apoacutes a aposentadoria
Ao servidor puacuteblico natildeo eacute possiacutevel quando se aposenta continuar exercendo normalmente suas funccedilotildees jaacute que
eacute vedada a acumulaccedilatildeo remunerada de cargos puacuteblicos ressalvando-se a aposentadoria voluntaacuteria do empregado de
empresa puacuteblica ou sociedade de economia mista
4158 Acumulaccedilatildeo de cargos com o exerciacutecio de mandato eletivo
41581) Cargo efetivo com mandato de vereador
O vereador que for investido em cargo puacuteblico efetivo ou emprego puacuteblico do estado ou do municiacutepio apoacutes a-
provaccedilatildeo em concurso puacuteblico poderaacute tomar posse no cargo efetivo sem prejuiacutezo do mandato de vereador
O exerciacutecio concomitante do cargo puacuteblico efetivo e do mandato de vereador somente eacute possiacutevel quando houver
compatibilidade de horaacuterios
Neste caso o vereador poderaacute acumular as respectivas funccedilotildees bem como a remuneraccedilatildeo e as demais vantagens
do cargo efetivo com o subsiacutedio do mandato
Natildeo havendo compatibilidade de horaacuterios o agente seraacute afastado do exerciacutecio do cargo ou emprego sendo-lhe
facultado optar pela remuneraccedilatildeo do cargo efetivo ou do emprego
41582 Cargo comissionado com mandato de vereador
Eacute ilegiacutetimo o exerciacutecio concomitante de cargo em comissatildeo pertencente agrave estrutura do Poder executivo munici-
pal com o mandato de vereador em decorrecircncia do princiacutepio da separaccedilatildeo das funccedilotildees estatais uma vez que na relaccedilatildeo
decorrente do cargo comissionado haveraacute submissatildeo do vereador aos comandos do chefe do Poder executivo municipal
incompatiacutevel com o exerciacutecio da vereanccedila
41583 Acumulaccedilatildeo de cargo de meacutedico com o exerciacutecio do mandato de prefeito
O servidor puacuteblico ocupante de cargo efetivo ou emprego puacuteblico de meacutedico pertencente agrave estrutura do Poder
executivo eleito prefeito deve se afastar do cargo ou emprego sendo-lhe facultado optar pela remuneraccedilatildeo do cargo ou
emprego nos termos do art 38 II da Constituiccedilatildeo Federal
Enquanto permanecer no exerciacutecio do mandato de prefeito o ocupante de cargo ou emprego de meacutedico natildeo po-
de realizar serviccedilos profissionais pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede (SuS) com habitualidade incluindo o meacutetodo de creden-
ciamento por caracterizar acumulaccedilatildeo remunerada de funccedilotildees puacuteblicas
Salvo vedaccedilatildeo na Lei Orgacircnica do municiacutepio o meacutedico em exerciacutecio do cargo de prefeito natildeo estaacute impedido de
realizar procedimento ciruacutergico em casos excepcionais para atendimentos emergenciais cuja recusa possa caracterizar
omissatildeo de socorro
41584 Acumulaccedilatildeo de cargo efetivo com mandato de vice prefeito
Eacute inconstitucional a acumulaccedilatildeo da remuneraccedilatildeo de cargo efetivo com o subsiacutedio de vice-prefeito em face da
inaplicabilidade agrave espeacutecie da norma do art 38 III da Constituiccedilatildeo Federal que se restringe tatildeo somente ao vereador
Entretanto o servidor puacuteblico efetivo que ver a exercer mandato de vice-prefeito pode optar entre a remunera-
ccedilatildeo do cargo e o subsiacutedio de vice-prefeito
Caso o servidor faccedila a opccedilatildeo pelo subsiacutedio teraacute direito ao recebimento apenas do valor correspondente ao sub-
siacutedio (parcela uacutenica) ficando vedado o pagamento de adicional gratificaccedilatildeo ou quaisquer outras vantagens do cargo
efetivo nos termos do sect 4ordm do art 39 da Constituiccedilatildeo Federal
41585 Acumulaccedilatildeo de cargo de vice prefeito com cargo comissionado
O vice-prefeito designado para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou funccedilatildeo de confianccedila no acircmbito do Poder
Executivo deveraacute optar entre o subsiacutedio de vice-prefeito e a remuneraccedilatildeo do cargo ou da funccedilatildeo
O vice-prefeito investido no cargo de secretaacuterio municipal deveraacute optar entre o subsiacutedio afeto ao mandato eleti-
vo e o vencimento do respectivo cargo
4159 Direito ao subsiacutedio mensal mdash vice-prefeito
O vice-prefeito exercendo ou natildeo funccedilatildeo executiva na administraccedilatildeo municipal tem direito agrave percepccedilatildeo mensal
do subsiacutedio de vice-prefeito fixado pela cacircmara municipal
41510 Acumulaccedilatildeo de cargos e o respeito ao teto remuneratoacuterio
O provento de aposentadoria subsiacutedio de agente poliacutetico e vencimento pelo exerciacutecio de cargo puacuteblico recebi-
dos aglutinadamente devem observar o teto remuneratoacuterio instituiacutedo pelo inciso XI do art 37 da Constituiccedilatildeo Federal
416 Nepotismo
O significado original da palavra nepotismo eacute governo dos sobrinhos jaacute que eacute derivada de nepoteounipo-
te(sobrinho ou neto em latim) e foi aplicada em referecircncia aos Papas do Renascimento (de Sisto IV a Paulo III) que
nomeavam sobrinhos e outros parentes para posiccedilotildees clericais e administrativas de importacircncia assim como aos Gover-
nantes japoneses tanto no periacuteodo Heian (por volta do ano 669) quanto no comeccedilo do seacuteculo IX (governo da famiacutelia
Fujiwara) e ateacute nos anos 1960 com Kiyomori
Com o sufixo ismo a palavra indica a concessatildeo de privileacutegios ou cargos a parentes no funcionalismo puacuteblico
Distingue-se do favoritismo simples que natildeo implica relaccedilotildees familiares com o favorecido
Em 2008 julgando um dos processos que chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) aquela Corte editou a
Suacutemula 13 com o seguinte texto
Suacutemula vinculante 13 de 210808
ldquoA nomeaccedilatildeo de cocircnjuge companheiro ou parente em linha reta colateral ou por afinidade ateacute o terceiro grau
inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa juriacutedica investido em cargo de direccedilatildeo chefia ou
assessoramento para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou de confianccedila ou ainda de funccedilatildeo gratificada na
administraccedilatildeo puacuteblica direta e indireta em qualquer dos Poderes da Uniatildeo dos Estados do Distrito Federal e dos
Municiacutepios compreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocas viola a Constituiccedilatildeo Federalrdquo
Data de Aprovaccedilatildeo Sessatildeo Plenaacuteria de 21082008Fonte de Publicaccedilatildeo DJe nordm 1622008 p 1 em 2982008DO de
2982008 p 1
Assim fundamentados especialmente nos princiacutepio constitucionais da impessoalidade e da moralidade o maior
oacutergatildeo do Poder Judiciaacuterio brasileiro definiu como proibidas as nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos em comissatildeo ou
funccedilotildees de confianccedila de familiares dos nomeantes em ateacute terceiro grau de parentesco
O parentesco segundo o Coacutedigo Civil (arts 1591 a 1595) eacute identificado em trecircs linhas distintas
a) reta (ascendente e descendente pai matildee avocirc avoacute filho filha neto neta)
b) colaterais (provecircm de um tronco comum mas natildeo descendem uma das outras irmatildeo irmatilde tio tia) e
c) por afinidade (o viacutenculo que se estabelece entre um cocircnjuge e os parentes do outro cocircnjuge)
De ressaltar que a Suacutemula 13 do STF abrangeu o famoso nepotismo cruzado que eacute a combinaccedilatildeo entre nomean-
tes para a contrataccedilatildeo direta de servidores parentes seus de forma cruzada (o parente de um eacute contratado pelo outro e
vice versa) pois ao final do texto consta ldquocompreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocasrdquo
E mantendo a maacutexima de que cada regra tem sua exceccedilatildeo o STF declarou na sequencia (no Recurso Extraordi-
naacuterio nordm 579951RN) que a exceccedilatildeo dessa proibiccedilatildeo seria a possibilidade de nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos poliacuteti-
cos aiacute compreendidos os Ministros de Estado Secretaacuterios de Estado e Secretaacuterios Municipais
Entatildeo dessa data em diante (2982008 publicaccedilatildeo da suacutemula 13 do STF) passou-se a ser proibido o
nepotismoem cargos e funccedilotildees puacuteblicas de livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo
Em resumo quando da ediccedilatildeo da Suacutemula 13 a Corte Maacutexima do Poder Judiciaacuterio paacutetrio definiu que
1 ndash Eacute PROIBIDA A NOMEACcedilAtildeO EM CC OU FG DECOcircNJUGE OU PARENTE DA AUTORIDADE NOMEANTE
OU DE OUTRO SERVIDOR NESTES CARGOS (CC ou FG) ATEacute TERCEIRO GRAU
2 ndash CARGOS DE MINISTROS E SECRETAacuteRIOS PODEM SER OCUPADOS POR PARENTES
Pois bem
Apoacutes a proibiccedilatildeo pelo Supremo e vasta interpretaccedilatildeo do Poder Judiciaacuterio outros pontos natildeo abrangidos (ou es-
clarecidos) pela Suacutemula 13 foram praticamente pacificados
Vejamos os mais relevantes
1ordm ndash A LEI (Ordinaacuteria-Complementar-Orgacircnica) PODE AMPLIAR AS PROIBICcedilOtildeES abrangendo inclusive os Minis-
tros e Secretaacuterios (impedindo a contrataccedilatildeo de parentes ou limitando o nuacutemero de parentes contratados)
2ordm ndash Para a configuraccedilatildeo de nepotismo cruzado soacute se houver prova da reciprocidade Ou seja se ocorrer o ajuste a com-
binaccedilatildeo a troca de favores entre autoridades puacuteblicas
3ordm - Parente de Autoridade Puacuteblica ou de servidor de um mesmo oacutergatildeo poderaacute ocupar CC ou FG se foi nomeado antes
da posse deste
4ordm ndash Servidor efetivo poderaacute ser nomeado em CC ou designado em FG em mesmo oacutergatildeo de Gestor Puacuteblico ou servidor
parente se natildeo for nomeado por ele ou subordinado a ele
5ordm ndash Servidores de um mesmo oacutergatildeo ocupantes de Cargo Comissionado ou Funccedilatildeo de Confianccedila que venham a se tor-
nar um casal depois do ingresso no cargo ou funccedilatildeo e desde que natildeo ocorra subordinaccedilatildeo direta entre si natildeo seraacute con-
siderado nepotismo 6ordm ndash Ex-cocircnjuge comprovadamente podem ser nomeados pelo ex sem caracterizar nepotismo
7ordm ndash Nos casos de requisiccedilatildeocessatildeo de servidores por autoridades ou oacutergatildeos aplicam-se as regras do nepotismo
8ordm ndash Parentesco com autoridades puacuteblicas ou servidores falecidos ou aposentados natildeo incidem a Suacutemula 13
9ordm ndash Contrataccedilatildeo de estagiaacuterios que sejam parentes de autoridades ou servidores do oacutergatildeo concedente do estaacutegio natildeo se
configura nepotismo desde que haja seleccedilatildeo preacutevia
10ordm ndash Contratar sem licitaccedilatildeo pessoa juriacutedica na qual haja administrador ou soacutecio com poder de direccedilatildeo que seja fami-
liar de detentor de cargo em comissatildeo ou funccedilatildeo de confianccedila que atue na aacuterea responsaacutevel pela demanda ou de autori-
dade a ele hierarquicamente superior
Por fim destacar que os caminhos juriacutedicos para exigir a exoneraccedilatildeo de parentes que ocupem cargos comissio-
nados ou funccedilotildees de confianccedila bem como coibir e responsabilizar os agentes puacuteblicos que desrespeitarem a regra cons-
tante da Suacutemula 13 do STF e demais acervo jurisprudencial referentemente ao nepotismo poderaacute ser a Accedilatildeo Civil Puacute-
blica(art 1ordm inciso IV da Lei 734785) ou ateacute mesmo a Reclamaccedilatildeo ao STF (art 102 inciso I aliacutenea l da Constitu-
iccedilatildeo Federal)
Jaacute as consequecircncias juriacutedicas para quem desobedecer agraves normas combatentes do nepotismo possuem as seguin-
tes hipoacuteteses
1ordf ndash Consequecircncias para o servidor nomeado ou designado pela omissatildeo de informar agrave Administraccedilatildeo Puacuteblica o fato de
se encontrar sob o alcance da Suacutemula Vinculante nordm 13 do STF incide o crime de falsidade ideoloacutegica (art 299 do Coacute-
digo Penal) bem como pela manutenccedilatildeo do cargo ou emprego puacuteblico sabendo do impedimento incide em crime de
desobediecircncia agrave decisatildeo judicial (art 359 CP)
2ordf ndash Consequecircncias para o agente poliacutetico pela omissatildeo incide no crime de prevaricaccedilatildeo (art 319 CP) e na esfera
poliacutetico-administrativa incorre no crime de improbidade administrativa (art 11 I e II cc o art 12 III todos da Lei nordm
842992) pode-se aplicar a ele ainda no caso dos prefeitos municipais estaratildeo sujeitos agrave cassaccedilatildeo do mandato eletivo
(Decreto-lei 20167 art 4ordm VII)
417 - GASTOS COM PESSOAL
O paracircmetro a ser empregado nos caacutelculos da despesa com pessoal haacute de ser a Receita Corrente Liquida
ndash RCL conceituada no inciso IV do art 2ordm da LRF
Considera-se despesa com pessoal nos termos do artigo 18 da LFR todas as vantagens vencimentos sa-
laacuterios proventos adicionais gratificaccedilotildees horas extras encargos sociais subsiacutedios dos agentes poliacuteticos e qual-
quer outra espeacutecie remuneratoacuteria
A verificaccedilatildeo das adequaccedilotildees das despesas efetivamente realizadas com pessoal em relaccedilatildeo agrave RCL deveraacute
ocorrer nos termos do artigo 22 da LRF ao final de cada quadrimestre
Os resultados obtidos seratildeo por sua vez informados no Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal correspondente ao
mesmo periacuteodo de apuraccedilatildeo sendo facultado aos Municiacutepios com populaccedilatildeo inferior a cinquumlenta mil habitantes
apurar esse comprometimento ao final de cada semestre (art 62 I e II ldquobrdquo)
Segundo art 20 da LRF a reparticcedilatildeo dos limites globais de cada ente eacute de
PoderEnte Uniatildeo EstadosDF Municiacutepios
Executivo 409 490 540
LegislativoTC 60 60 60
Judiciaacuterio 25 30 -x-
Ministeacuterio Puacuteblico 06 20 x-
Totais 500 600 600
Visando coibir despesas em excesso praticados pelas Cacircmaras Municipais houve emenda constitucional
disciplinando os percentuais destas (EC nordm 252000) sem no entanto disciplinar seu conceito e composiccedilatildeo toda-
via excluiu-se as despesas com inativos resultando em limites diversos em relaccedilatildeo agrave LRF vejamos
Populaccedilatildeo Limites EC 25 (ex-
clui inativos)
Limites LRF
(inclui inativos)
Ateacute 100000 habitantes 56 6
De 100001 a 300000 hab 49 6
De 301000 a 500000 hab 42 6
Acima de 500000 hab 35 6
LRF - art 22
Se a despesa de pessoal exceder a 95 do limite estabelecido no artigo 20 os Poderes e oacutergatildeos que incor-
rem no excesso ficaratildeo vedados de criar cargo emprego ou funccedilatildeo e efetuar provimento de cargo puacuteblico admis-
satildeo ou contrataccedilatildeo de pessoal a qualquer tiacutetulo
Exceccedilatildeo (artigo 22 inciso IV) aacutereas de educaccedilatildeo sauacutede e seguranccedila restringindo-se quando esta se ca-
racterizar por falecimento ou aposentadoria
Para os casos de extrapolaccedilatildeo dos limites determinada pelo artigo 169 da CF88 nos termos do art 23 da
LRF deveraacute o ente propor medidas para sua adequaccedilatildeo com a maior brevidade possiacutevel
Isto posto nos dois quadrimestres seguintes deveraacute observar as providecircncias previstas nos sectsect 3ordm e 4ordm do
art 169 da CF quais sejam
Reduccedilatildeo de pleno menos vinte por cento das despesas com cargos em comissatildeo e funccedilotildees de confianccedila
Exoneraccedilatildeo dos servidores natildeo estaacuteveis
Exoneraccedilatildeo dos servidores estaacuteveis se natildeo alcanccedilada a reduccedilatildeo necessaacuteria com as medidas anteriores desde
que ato normativo de cada Poder especifique a atividade funcional o oacutergatildeo ou unidade administrativa objeto de
reduccedilatildeo de pessoal
O servidor que neste caso perder o cargo faraacute jus a indenizaccedilatildeo correspondente a um mecircs de remunera-
ccedilatildeo por ano de serviccedilos sendo que esta natildeo seraacute computada para fins de despesas com pessoal
Permanecendo o excesso ficaraacute o ente impedido de receber transferecircncias voluntaacuterias
418 - Despesas gerais
4181 - Diaacuterias
a) ndash cobrem hospedagem e alimentaccedilatildeo
b) ndash aplicaccedilatildeo do princiacutepios da razoabilidade proporcionalidade e moralidade
c) ndash devem ser liberadas motivadamente (interesse puacuteblico)
d) ndash dependem de lei autorizatoacuteria
e) ndash podem ser liberadas para participaccedilatildeo em eventos
f) ndash natildeo podem configurar ldquosalaacuteriordquo
g) ndash exigem comprovaccedilatildeo de realizaccedilatildeo do objetivo
h) ndash a partir de 50 do valor da remuneraccedilatildeo incide ir e inss
i) ndash a fixaccedilatildeo do valor pode ser variaacutevel de municiacutepio para municiacutepio
j) ndash fraude ou simulaccedilatildeo no pagamento de diaacuteria acp
4182 - Adiantamentos eacute proibido
4183 -Seguro de vidaeacute possiacutevel
4184 - Vale Transporteeacute possiacutevel
4185 - Plano de sauacutedesoacute para servidoresvereadores natildeo
4186 -Veiacuteculo proacuteprio
Segundo o TCRPR eacute proibido agrave Cacircmara pagar combustiacutevel para veiacuteculos dos vereadores
O TCE-PR alega que a Administraccedilatildeo Puacuteblica natildeo pode arcar com gastos inerentes a despesas com veiacuteculos
particulares dos Edis mesmo que a serviccedilo do Legislativo haja vista a inexistecircncia de contrato precedido de Licitaccedilatildeo e
diante das normas de direito administrativo onde qualquer aquisiccedilatildeo efetuada pelo Poder Puacuteblico depende de contrato
este em regra precedido de licitaccedilatildeo
Alega inclusive que essa despesa eacute estranha ao orccedilamento sem amparo legal
Ateacute em relaccedilatildeo aos servidores o TCE desaconselha o ressarcimento de despesas com combustiacutevel particular
por aplicaccedilatildeo do art 29 da CE89 ou da Lei Orgacircnica Municipal que geralmente preveem incompatibilidade negocial
Vale ressaltar que outros Tribunais de Contas divergem ou convergem com o TCEPR
Vejamos
O TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA PERMITE
PREJULGADO 2082 DO TCESC
ldquoA Cacircmara Municipal pode disciplinar o uso de veiacuteculos oficiais de sua propriedade a exemplo da Lei Estadual ndeg
79871990 (regulamentada pelo Decreto ndeg 34212005) e do Decreto Federal ndeg 64032008 (disciplinado pela Instru-
ccedilatildeo Normativa ndeg 0032008 do Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeordquo
PREJULGADO 1268 DO TCESC
A Cacircmara Municipal poderaacute ressarcir as despesas de combustiacutevel de veiacuteculos particulares desde que (a) previamente
autorizada em lei especiacutefica (b) relacionada a deslocamento dos Vereadores para fora de jurisdiccedilatildeo municipal (c) os
assuntos tratados nas viagens sejam de interesse puacuteblico (d) haja expressa autorizaccedilatildeo da Cacircmara Municipal para a rea-
lizaccedilatildeo da viagem (e) os veiacuteculos utilizados nestas condiccedilotildees estejam previamente cadastrados no oacutergatildeo competente do
Pode Legislativo e (f) sejam aplicaacuteveis somente a casos excepcionais
O TCE DE MG PROIacuteBE
Consulta nordm 810007- TCEMG
Tribunal de Constas do Estado - Cacircmara natildeo pode pagar gasolina para vereadores O relator Cons Elmo Braz adotou o
parecer do Auditor Hamilton Coelho para responder agraves indagaccedilotildees Inicialmente a Auditoria asseverou que o TCEMG
jaacute declarou em diversas oportunidades a ilegalidade do abastecimento de veiacuteculos particulares de vereadores com re-
cursos da Cacircmara ainda que para uso no interesse do oacutergatildeo mencionando nesse sentido a Consulta nordm 810007 (Rel
Cons Eduardo Carone Costa sessatildeo de 030210) ndash v Informativo 17 O Auditor transcreveu parte do parecer exarado
naquela Consulta no sentido de que a utilizaccedilatildeo de veiacuteculo de propriedade particular de vereador mediante contrapresta-
ccedilatildeo (abastecimento) a serviccedilo da Administraccedilatildeo Puacuteblica configuraria contrato de locaccedilatildeo de fato e de que o uso interca-
lado do veiacuteculo ndash ora em caraacuteter particular ora a serviccedilo ndash tornaria difiacutecil a mensuraccedilatildeo do quantum a ser indenizado
redundando em confusatildeo patrimonial envolvendo o agente puacuteblico e o oacutergatildeo contratante
O TCEMT PERMITE
Processo nordm 2073652010 - 19042011
ldquoCAcircMARA MUNICIPAL DE NOVA OLIacuteMPIA CONSULTA CAcircMARA MUNICIPAL VEREADOR VERBA DE
NATUREZA INDENIZATOacuteRIA POSSIBILIDADE SE OBSERVADOS OS REQUISITOS IMPOSSIBILIDADE DE
PAGAMENTO DE DESPESAS COM MANUTENCcedilAtildeO DO GABINETE DO PARLAMENTAR POSSIBILIDADE
DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS COM ABASTECIMENTO DE VEIacuteCULO PARTICULAR DO VEREADOR
E DE ACUMULACcedilAtildeO COM A DIAacuteRIA QUANDO CONTEMPLAREM O RESSARCIMENTO DE DESPESAS
DISTINTAS PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS NOS TERMOS DA LEI QUE A INSTITUIRrdquo
4187 - Passagens
Por se tratar de despesa com caracteriacutesticas muito proacuteprias jaacute que os valores se alteram permanentemente mas eacute
possiacutevel a reduccedilatildeo dos preccedilos sobretudo com descontos sobre a taxa de administraccedilatildeo das agecircncias ou operadoras eacute
recomendaacutevel a realizaccedilatildeo de processo licitatoacuterio afim de promover a economicidade evitar sobrepreccedilos e oportunizar
a competitividade entre os diversos particulares interessados em negociar com a Administraccedilatildeo
Por isso orienta-se agrave promoccedilatildeo do certame licitatoacuterio na modalidade Pregatildeo cujo objeto seja a contrataccedilatildeo de
serviccedilos de agenciamento de viagens para cotaccedilatildeo reserva e fornecimento de passagens (aeacutereas e terrestres) no acircmbito
nacional e internacional se houver interesse
Caso opte pela passagem internacional eacute interessante licitar a emissatildeo de seguro de assistecircncia em viagem in-
ternacional
Especificar que a compra se faraacute por meio de atendimento remoto (e-mail eou telefone)
O tipo aconselhaacutevel eacute o de menor preccedilo escolhendo-se a proposta que ofertar o maior percentual de desconto
sobre o valor ldquodo diardquo disponibilizado e cobrado de todos os puacuteblicos inclusive sobre as tarifas promocionais e reduzi-
das disponiacuteveis no momento da compra excluiacuteda a taxa de embarque
5 Controle
51 Corrupccedilatildeo desvios e fraudes Conceitos
Corrupccedilatildeo eacute o ato ou efeito de se corromper oferecer algo para obter vantagem em negociata onde se favorece
uma pessoa e se prejudica outra
Eacute tirar vantagem do poder atribuiacutedo Corrupccedilatildeo vem do latim corruptus que significa quebrado em peda-
ccedilos O verbo corromper significa tornar-se podre
Desvio na aacuterea puacuteblica significa retirar o caminho normal de alguma coisa Natildeo alcanccedilar o objetivo por
mudanccedila de rota
Geralmente a palavra estaacute ligada agraves alteraccedilotildees que se promovem na ocupaccedilatildeo de cargos ou funccedilotildees no
uso de bens na realizaccedilatildeo de obras e ateacute no destino que se daacute aos recursos financeiros Fraude eacute um esquema iliacutecito ou de maacute feacute criado para obter ganhos para si ou para terceiros
No meio puacuteblico as fraudes geralmente satildeo praticadas atraveacutes de simulaccedilotildees e ajustes visando o aproveitamen-
to iliacutecito de valores benefiacutecios ou do patrimocircnio puacuteblico
52 Conceito e relevacircncia do controle
O controle eacute a ferramenta mais eficaz para se evitar as irregularidades e ilegalidades na atuaccedilatildeo dos po-
deres puacuteblicos
Segundo os mais elaborados estudos e pesquisas a corrupccedilatildeo pode ser maior ou menor dependendo da
proporcionalidade de controle existente
Onde tem menor controle tem maior corrupccedilatildeo e assim vice e versa
E o controle se faz por trecircs principais vias orientaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e puniccedilatildeo No Brasil o combate agrave corrupccedilatildeo no meio puacuteblico vem acontecendo atraveacutes da implementaccedilatildeo de vaacuterios tipos
de controle sobre as verbas recursos e patrimocircnio puacuteblico
Nos uacuteltimos anos melhoraram muito os sistemas de Controle Interno e Externo por iniciativa de cada oacutergatildeo ou
por exigecircncia do povo (diretamente ou atraveacutes das miacutedias)
O Legislativo por iniciativa proacutepria ou por pressatildeo popular tem aprovado inuacutemeros atos para reforccedilar a legisla-
ccedilatildeo paacutetria que afeta a corrupccedilatildeo
Satildeo os exemplos da Lei das Inelegibilidades (LC 6490 reforccedilada pela Lei da Ficha Limpa- LC 1352010) a
Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 1012000) a Lei da Transparecircncia (LC 1312009) a Lei da Informaccedilatildeo
(125272011) e a Lei Anticorrupccedilatildeo (128462013) e tantas outras
O Judiciaacuterio por sua vez e com o apoio das instituiccedilotildees de apuraccedilatildeo a ele ligadas (poliacutecias ministeacuterio puacuteblico
etc) tem punido severamente os corruptos realizando o seu papel sem distinccedilatildeo de cargo ou poder do apenado
Segundo informa o oacutergatildeo denominado de ldquoTransparecircncia Internacionalrdquo em mateacuteria divulgada no mecircs
de dezembro2014 ldquoNeste ano o Brasil obteve a nota 43 em uma escala que vai de 0 (setor puacuteblico visto como extremamente
corrupto) a 100 (extremamente iacutentegro) a mesma pontuaccedilatildeo obtida em 2012
No ano passado o paiacutes havia totalizado 42 pontos
A pontuaccedilatildeo do Brasil se situa exatamente na meacutedia mundial de acordo com o estudo de 43 pontos Nas
Ameacutericas como um todo a meacutedia eacute 45
Mais de dois terccedilos dos 175 paiacuteses que integram o iacutendice obtiveram uma nota inferior a 50
O Brasil estaacute na metade Natildeo eacute um dos piores nem dos melhores Mas natildeo eacute um resultado bom para o
paiacutes que tem feito inuacutemeros esforccedilos para ser um liacuteder econocircmico e poliacutetico disse Salas agrave BBC Brasil O Brasil
quer ser um liacuteder mundial entatildeo tem que mostrar o exemplo Ele ainda estaacute muito distante dos paiacuteses desenvol-
vidos nesse iacutendice ressalta o diretor da Transparecircncia Internacional
Empatados com o Brasil com a mesma pontuaccedilatildeo e lugar no ranking estatildeo paiacuteses como a Itaacutelia a Greacutecia
e a Bulgaacuteria
Para Salas o escacircndalo da Petrobras pode ser positivo para o Brasil se forem tomadas medidas fortes
de combate agrave corrupccedilatildeo
Se a presidente Dilma Roussef aproveitar esse momento para fazer mudanccedilas poderaacute ser algo positivo
diz ele
Se pessoas poderosas e outros culpados nesse escacircndalo forem presos o Brasil poderaacute projetar uma boa
imagem afirma Salas
Se houver tambeacutem reforma poliacutetica e melhorias no sistema de compras puacuteblicas pode ser um momento
histoacuterico para o Brasil Mas se nada mudar seraacute um exemplo negativo diz ele
A Dinamarca eacute a primeira colocada no ranking com 92 pontos um a mais em relaccedilatildeo ao estudo anterior
onde tambeacutem jaacute havia ficado em primeiro lugar
A China e a Turquia estatildeo entre os paiacuteses que mais perderam posiccedilotildees no ranking deste ano
A China que adotou nos uacuteltimos anos medidas de combate agrave corrupccedilatildeo como a proibiccedilatildeo de dar presen-
tes de alto luxo a funcionaacuterios puacuteblicos caiu 20 posiccedilotildees no ranking passando a ocupar o 100deg lugar com 36 pon-
tos
Entre os paiacuteses dos BRICS o Brasil estaacute praticamente empatado com a Aacutefrica do Sul (duas posiccedilotildees aci-
ma do Brasil no ranking) e bem agrave frente da China Iacutendia e Ruacutessiardquo
In httpwwwbbccoukportuguesenoticias201412141202_ranking_transparencia_internacional_brasil_df_lgb
Assim vale agrave pena continuar acreditando na melhora e natildeo cessar a luta pela melhoria dos instrumentos
de controle e combate agrave corrupccedilatildeo
53 O anseio democraacutetico pelo controle
De haacute muito tempo que a populaccedilatildeo anseia por melhoria nos sistemas de controle da coisa puacuteblica
No Brasil que historicamente conviveu com a corrupccedilatildeo na Administraccedilatildeo Puacuteblica a implantaccedilatildeo do re-
gime democraacutetico teve como maior objetivo a participaccedilatildeo do povo no poder (nas coisas do Estado) diretamente
ou atraveacutes de seus legiacutetimos representantes
Com isso espera-se que o povo faccedila parte do governo e que tenha conhecimento do que ocorre com os
bens e valores puacuteblicos enquanto estiverem sob a guarda dos administradores da coisa puacuteblica
Mas natildeo basta trocar as pessoas no comando do eraacuterio
Eacute preciso equipar os sistemas de controle haja vista que natildeo eacute exatamente a iacutendole pessoal que evita a
corrupccedilatildeo e os desvios no meio puacuteblico mas acima de tudo o controle que se faz sobre a coisa (a ocasiatildeo faz o
ladratildeo) O controle eacute exercido de forma irrestrita e ilimitada em todos e por todos os Poderes de Estado estendendo-se a
toda a Administraccedilatildeo e abrangendo todas as suas atividades e agentes sendo classificadas em variados tipos e formas de
atuaccedilatildeo para atingir os seus objetivos
Essas classificaccedilotildees indicam que
(I) O controle administrativo ou executivo eacute aquele exercido pela proacutepria Administraccedilatildeo sobre seus atos e agentes
(II) Controle legislativo ou parlamentar diz respeito ao que o Poder Legislativo imprime sobre atos e agentes do
Poder Executivo
(III) O controle judiciaacuterio eacute o referente agrave correccedilatildeo dos atos ilegais de qualquer dos Poderes pelo Judiciaacuterio quando
lesivos de direito individual ou do patrimocircnio puacuteblico Quanto a forma o controle pode ser sintetizado
bull De acordo com seu fundamento pode ser hieraacuterquico ou finaliacutestico
bull Em razatildeo da localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o exercita pode ser interno ou externo
bull Em virtude do momento em que eacute exercido pode ser preacutevio ou preventivo ou a priori concomitante ou sucessivo e
subsequente ou corretivo ou a posteriore
bull Conforme o aspecto controlado pode ser de legalidade ou de legitimidade e de meacuterito
Outra abordagem do Direito Administrativo eacute apresentada segundo a qual o controle da Administraccedilatildeo Puacuteblica
eacute poder de fiscalizaccedilatildeo e correccedilatildeo que sobre ela exercem os oacutergatildeos dos Poderes Judiciaacuterio Legislativo e Executivo com
o objetivo de garantir a conformidade de sua atuaccedilatildeo com os princiacutepios que lhe satildeo impostos pelo ordenamento juriacutedico
Dentre os pontos comuns observados eacute importante registrar as visotildees sobre os chamados controle externo e
controle interno decorrentes das classificaccedilotildees relativas agrave localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o realiza e quanto agrave integraccedilatildeo do
oacutergatildeo que o executa e agrave estrutura do oacutergatildeo objeto de sua execuccedilatildeo
As atividades do sistema de controle interno satildeo exercidas mediante a utilizaccedilatildeo de teacutecnicas de fiscalizaccedilatildeo e
auditoria as quais consistem no conjunto de processos que viabilizam o alcance dos macro-objetivos do sistema
Fiscalizar consiste na aplicaccedilatildeo de um conjunto de procedimentos pontuais que permitam o exame dos atos da
administraccedilatildeo puacuteblica visando avaliar a execuccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas atuando sobre os resultados efetivos dos pro-
gramas governamentais
54 O Controle Interno
Com previsatildeo desde 1964 (art 76 da Lei 432064 - Lei da Contabilidade Puacuteblica) foi levado agrave regras constitu-
cional em 05 de outubro de 1988 na Carta Maior (art 74) e reforccedilado pela Lei Complementar 1012000(LRF art 54 e
59) mas soacute implementado no Paranaacute a partir de 2008 com a exigecircncia pelo TCE que assim se manifestou a respeito
ldquoO sistema de controle interno eacute o agente de orientaccedilatildeo e integraccedilatildeo dos controles administrativos das enti-
dades componentes da estrutura organizacional e de apoio ao controle externo
Tem por objetivos principais a avaliaccedilatildeo do cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual e a execu-
ccedilatildeo dos programas constantes da LDO e na Lei Orccedilamentaacuteria Anual assegurar a observacircncia das normas e regula-
mentos e assim a legalidade dos atos avaliando os resultados no que se refere agrave eficaacutecia e eficiecircncia da gestatildeo orccedila-
mentaacuteria financeira e patrimonial da administraccedilatildeo
Sua funccedilatildeo inclui a diligecircncia no acompanhar dos procedimentos da administraccedilatildeo e na orientaccedilatildeo do ges-
tor acerca de eventuais desvios de rota e para evitar riscos iminentes que possam provocar danos ao patrimocircnio e agrave
gestatildeo
Juntamente com a contabilidade o controle interno deve velar pelo atendimento das agendas de obrigaccedilotildees
pela certeza do cumprimento dos limites legais seja de pisos de investimentos miacutenimos ou tetos para gastos maacutexi-
mos pela verdade das informaccedilotildees levadas a puacuteblico em face da LRF e suas determinaccedilotildees de transparecircncia da Lei
da Informaccedilatildeo e da proacutepria Lei nordm 432064
Os resultados satisfatoacuterios e sem sobressaltos especialmente em processo de transiccedilatildeo de mandato acentuam
que o controle interno desempenhou seu papel com efetividade e compromisso com a Entidade
O principal embaraccedilo que se tem percebido no processo de estruturaccedilatildeo do controle interno tem ocorrido na
montagem da equipe de trabalho especialmente a natildeo disponibilidade de profissionais com preparo teacutecnico
Existem pequenas prefeituras e cacircmaras municipais onde se verifica ateacute mesmo a simples falta de pessoal
sem atributosrdquoManual de Final de mandato ndash 2012
55 O controle Externo
O controle externo dos poderes municipais ( Executivo e Legislativo) eacute realizado direta e formalmente pelo
Tribunal de Contas que aleacutem de exigir a prestaccedilatildeo de contas anual ainda verifica a lisura e regularidade dos atos e accedilotildees
que envolvam a administraccedilatildeo dos bens e recursos puacuteblicos
A Lei Orgacircnica do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute (LC 1132005) indica que no papel de apoiador do
Poder Legislativo Municipal no controle externo a Corte Administrativa tem a seguinte competecircncia
ldquoArt 1ordm Ao Tribunal de Contas do Estado oacutergatildeo constitucional de controle externo com sede na Capital do Estado
compete nos termos da Constituiccedilatildeo Estadual e na forma estabelecida nesta lei
II ndash julgar as contas dos chefes dos oacutergatildeos do Poder Legislativo estadual e municipal do Poder Judiciaacuterio do Minis-
teacuterio Puacuteblico e deste Tribunalrdquo
Todavia por certo que existem outros oacutergatildeos que de forma indireta realizam o controle externo do poder puacuteblico muni-
cipal como o Ministeacuterio Puacuteblico o Judiciaacuterio e os Observatoacuterios sociais
Eacute posiccedilatildeo paciacutefica entre os estudiosos da Administraccedilatildeo Puacuteblica no mundo que o mais eficiente instrumento de
controle da ldquocoisa puacuteblicardquo eacute a transparecircncia
Pois se o povo acompanha atos e accedilotildees do governo e do governante tanto estes evitam as irregularidades por
temerem o que vai a puacuteblico quanto agravequeles podem julgar com maior facilidade a atuaccedilatildeo de suas lideranccedilas
6 Transparecircncia Puacuteblica no Brasil
Desde o nascimento de nossa paacutetria em 22 de abril de 1500 a populaccedilatildeo jamais teve acesso aacutes formas de utili-
zaccedilatildeo dos bens puacuteblicos e de administraccedilatildeo dos recursos financeiros arrecadados do proacuteprio povo
Tanto a monarquia (ateacute 14 de novembro de 1889) quanto no governo civil que comanda o paiacutes de laacute pra caacute pra-
ticamente todos os gestores natildeo tinham a obrigaccedilatildeo ou o costume de prestar contas de seus atos
Eacute certo que o faziam mas de forma geneacuterica apenas para oacutergatildeos de controle
O povo (contribuinte direta ou indiretamente) natildeo conseguia individualmente saber do que se passava no acircmbi-
to dos Poderes da naccedilatildeo
No entanto com o advento da globalizaccedilatildeo e da evoluccedilatildeo raacutepida e espetacular das tecnologias de comunicaccedilatildeo
houve tambeacutem um grande avanccedilo nos direitos dos cidadatildeos
Aqui no Brasil apoacutes a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 muito se conquistou desses direitos
A proacutepria Carta Magna reservou uma lista grande de direitos e garantias individuais e coletivas (em especial
nos art 5ordm 6ordm e 7ordm)
De toda forma criando verdadeiro divisor na histoacuteria do Brasil a nossa CF88 acendeu nos nacionais o desejo
de conhecer de perto e participar da vida do paiacutes
Mais que isto passou a discutir os seus direitos enquanto membros da naccedilatildeo
Representados no governo tanto nas casas legislativas quanto nos demais poderes (Executivo e Judiciaacuterio)
passamos a conquistar espaccedilo e elaborar instrumentos que exigem (forccedilam) os gestores a dar transparecircncia em sua atua-
ccedilatildeo
Dentre esses instrumentos podemos citar a Lei de Responsabilidade Fiscal que desde o seu nascimento (em
2000) jaacute previa certas obrigaccedilotildees aos governantes para levar ao povo o conhecimento de seus atos e accedilotildees
Mas foi exatamente em 2010 pela Lei Complementar nordm 131 de 27 de maio de 2009 que houve uma implemen-
taccedilatildeo maior da obrigatoriedade de transparecircncia nos meio puacuteblico aplicando-se inclusive regras especiacuteficas sobre a
divulgaccedilatildeo tecnoloacutegica via internet
Com isso desencadeou no Brasil em todos os oacutergatildeos puacuteblicos a obrigaccedilatildeo de publicar mais amplamente as in-
formaccedilotildees que poderiam ter o interesse puacuteblico
Essa eacute a chamada Transparecircncia Ativa pois independentemente de algueacutem solicitar o oacutergatildeo puacuteblico tem a o-
brigaccedilatildeo de divulgar
E diga-se mais
A divulgaccedilatildeo (publicaccedilatildeo) deveraacute ser eficiente e eficaz
Ou seja
O canal disponibilizado deveraacute ser de boa qualidade permitindo o acesso de forma raacutepida e faacutecil e evitando os
subterfuacutegios (mesmo que da tecnologia) para esconder dados e informaccedilotildees
A Lei Complementar Federal nordm 1012000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) exige
que ocorram publicaccedilotildees trimestrais
7 Publicidade Oficial Obrigatoacuteria
Por certo que a fonte primeira para propiciar o controle eacute a publicidade
A princiacutepio publicidade significa ldquolevar a puacuteblicordquo mais no sentido de obediecircncia ao ditame constitucional de
divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees do poder puacuteblico
Inclusive a publicidade foi instituiacuteda como um dos 5 (cinco) princiacutepios baacutesicos da Administraccedilatildeo Puacuteblica (art
37 caput da CF)
Eacute que o legislador constituinte entendeu como sendo prioridade a divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees dos governantes
para que o povo (contribuinte-eleitor) acompanhe as atuaccedilotildees dos eleitos bem como com a coisa puacuteblica
Embasadas na Carta Maior da Repuacuteblica muitas leis editadas depois de 1988 criaram obrigaccedilatildeo de publicar cer-
tos atos quando se tratar de recursos puacuteblicos (financeiros patrimoniais funcionais etc)
Os Atos Oficiais de publicaccedilatildeo obrigatoacuteria devem ser divulgados em um uacutenico meio de comunicaccedilatildeo escolhido
por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-tributaccedilatildeo-
orccedilamentaacuteria)
No caso do Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Licitaccedilatildeo
cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
71 Publicidade oficial Facultativa
A CF de 1988 tambeacutem autorizou despesas com a divulgaccedilatildeo de caraacuteter educativo e informativo ou de orienta-
ccedilatildeo social (art 37 sect1ordm)
No entanto de laacute pra caacute muita polecircmica foi gerada discutindo sobre o que poderia se aceitar referente agraves despe-
sas com publicidade
Eacute que a interpretaccedilatildeo anterior impunha uma separaccedilatildeo severa na publicidade oficial entre a obrigatoacuteria e a fa-
cultativa
Entendia-se que a obrigatoacuteria era apenas aquela especificada na lei como a publicaccedilatildeo de atos como leis de-
cretos portarias resoluccedilotildees editais
Quando se divulgava as accedilotildees do poder puacuteblico questionava-se se aquela despesa se enquadrava como educa-
cional de orientaccedilatildeo social ou de informaccedilatildeo exigida (serviccedilos de utilidade puacuteblica)
72 Publicidade Institucional
Poreacutem com a evoluccedilatildeo do conceito e com a crescente demanda do povo sobre a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico e as
accedilotildees governamentais ampliou-se em muito as possibilidades de realizar despesas para esse fim
Portanto aleacutem da publicaccedilatildeo obrigatoacuteria e daquelas enquadradas como ldquoserviccedilos de utilidade puacuteblicardquo passou-
se a entender que o gestor deva divulgar amplamente as atividades de cada oacutergatildeo puacuteblico para manter a populaccedilatildeo por
dentro dos acontecimentos que envolvem recursos dos contribuintes De certo modo essa divulgaccedilatildeo natildeo obrigatoacuteria pode ser considerada como publicidade institucional pois a-
leacutem de informar ao povo sobre as accedilotildees do oacutergatildeo promove este diante da opiniatildeo puacuteblica fortalecendo-o institucional-
mente
E para essa divulgaccedilatildeo o TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contra-
tar serviccedilos de comunicaccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
No caso de contrataccedilatildeo de agecircncias as regras a serem obedecidas deveratildeo ser aquelas da lei federal nordm
122322010 (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
Resumindo as regras do TCEPR para a comunicaccedilatildeo institucional eacute
1- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010 A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO
para julgar a melhor teacutecnica
2- Para contratar os serviccedilos para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocirc-
nico) programa de raacutedio ou TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo ME-
LHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
Insta lembrar tambeacutem que a partir de 2006 o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a publicar
natildeo apenas seus atos oficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de
internet ou outros serviccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
a)- transmissotildees de sessotildees
b)- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
c)- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
a)- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
b)- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
c)- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
d)- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
e)- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
f)- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Lembrando que existem Atos Oficiais que devem ser obrigatoriamente divulgados em um uacutenico meio de co-
municaccedilatildeo escolhido por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-
tributaccedilatildeo-orccedilamentaacuteria)
E atenccedilatildeo
O Oacutergatildeo Oficial nos Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Li-
citaccedilatildeo cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
Vide Acoacuterdatildeo nordm 409760-5 do TJPR e Processo nordm 22972306 do TCEPR no AVA
Inclusive o Municiacutepio poderaacute optar por apenas um Diaacuterio Oficial Eletrocircnico ou este e mais o Diaacuterio Oficial
Impresso segundo o TCEPR (Acoacuterdatildeo nordm 383013)
Aliaacutes o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a partir de 2006 a publicar natildeo apenas seus atos o-
ficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de internet ou outros servi-
ccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
- transmissotildees de sessotildees
- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Atenccedilatildeo de novo
A lei federal nordm 122322010 criou regras especiacuteficas para a contrataccedilatildeo de serviccedilos de publicidade prestados
por intermeacutedio de agecircncias de propaganda (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
O TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contratar serviccedilos de comuni-
caccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
Resumindo
a)- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010
A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO pa-
ra julgar a melhor teacutecnica
b)- O TCEPR tem se posicionado (vide acoacuterdatildeo 3082012 no AVA) no sentido de que a contrataccedilatildeo dos serviccedilos
para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocircnico) programa de raacutedio ou
TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo MELHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
8 Prestaccedilatildeo de Contas
Sendo mais um dos elementos da Transparecircncia e consequentemente do Controle a Prestaccedilatildeo de Contas enseja
dar conhecimento ao contribuinte do que o gestor faz com os recursos puacuteblicos
Seguindo a evoluccedilatildeo social humana sobretudo apoacutes a identificaccedilatildeo da figura do estado moderno (povo territoacute-
rio governo) a exigecircncia de os governantes ou particulares dar satisfaccedilatildeo aos contribuintes sobre o uso e aplicaccedilatildeo dos
recursos puacuteblicos (financeiros e de bens) tem crescido mais e mais
Jaacute na Declaraccedilatildeo dos Direitos do Homem e do Cidadatildeo elaborada e aceita por muitos povos na era da Revolu-
ccedilatildeo Francesa (1789) consta essa exigecircncia
ldquoArt 15 ndash A Sociedade tem o Direito de pedir conta a todo agente puacuteblico de sua administraccedilatildeordquo
Segundo o texto divulgado no site do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute
ldquoA Prestaccedilatildeo de Contas eacute dever constitucional dos que utilizam arrecadam guardam gerenciam ou administram
dinheiros bens e valores puacuteblicosrdquo
httpwww1tceprgovbrconteudoprestacao-de-contas-municipios214
Resumindo
Com a publicidade e a prestaccedilatildeo de contas ocorre transparecircncia na gestatildeo puacuteblica promovendopermitindo
melhor controle da coisa puacuteblica
Todos satildeo interligados
Bom Estudo
Controle
Transparecircncia
Publicidade
Prestaccedilatildeo de Contas
Os oacutergatildeos satildeo definidos como de meios quando oferecem condiccedilotildees agraves Secretarias para suas operaccedilotildees desti-
nados ao planejamento agrave instrumentalizaccedilatildeo e definiccedilatildeo das accedilotildees a serem realizadas
Geralmente satildeo os seguintes oacutergatildeos meios
- Secretaria de Governo
- Secretaria de Administraccedilatildeo
- Secretaria de Planejamento
- Secretaria Juriacutedica
- Secretaria de Financcedilas
Como oacutergatildeos fins (aqueles que realizam as accedilotildees)
- Secretaria de Obras
- Secretaria de Urbanismo
- Secretaria de Transportes
- Secretaria de Cultura e Esporte
- Secretaria de Sauacutede
- Secretaria de Educaccedilatildeo
- Secretaria de Meio Ambiente
- Secretaria de Bem Estar Social
Para realizar suas accedilotildees o Poder Executivo Municipal comandado pelo Prefeito utiliza trabalhadores denomi-
nados Servidores (efetivos comissionados e temporaacuterios) ou terceiros investidos em funccedilotildees de agentes puacuteblicos (con-
selheiros advogados contratados e cartoraacuterios dentre outros)
O Municiacutepio enquanto pessoa juriacutedica de direito puacuteblico interno possui bens e rendas Seus bens satildeo divididos
em regra da seguinte forma
- DE USO ESPECIAL (de uso proacuteprio da Administraccedilatildeo como o preacutedio da prefeitura as escolas o posto de sauacutede as secretarias den-
tre outros)
- DE USO COMUM DO POVO (tais como estradas municipais ruas parques praccedilas logradouros puacuteblicos etc)
- DOMINIAIS
(aqueles sobre os quais o Municiacutepio exerce os direitos de proprietaacuterio poreacutem estatildeo sem uso e disponiacuteveis)
334 Fontes de Recursos Puacuteblicos Municipais
Os recursos puacuteblicos dos Municiacutepios satildeo oriundos dos tributos arrecadados em seu territoacuterio ou de sua cota-
parte repassada pelo respectivo Estado e pela Uniatildeo
Nos artigos 145 e 156 da CF88 estaacute estabelecida a competecircncia do Municiacutepio para criar e receber seus proacuteprios
tributos como IPTU - ISSQN - ITBI - Contribuiccedilatildeo de Melhoria ndashTaxas e Tarifas
Poreacutem os arts 158 e 159 da CF88 definem que certo percentual dos impostos arrecadados pelo Estado (ICMS
ndash IPVA ndash ITCMD) respectivo bem como dos impostos recebidos pela Uniatildeo (IR ndash ITR ndash IPI ndash IOF ndash II ndash IE) deveratildeo
ser devolvidos ao Municiacutepio (FPM e Repasses especiacuteficos)
Outros recursos ainda poderatildeo perfazer a receita puacuteblica de um Municiacutepio como as heranccedilas alienaccedilotildees alu-
gueacuteis indenizaccedilotildees dentre outros (como as receitas natildeo tributaacuterias)
O territoacuterio do Municiacutepio eacute dividido entre aacuterea urbana e aacuterea rural definidas por meio de lei de zoneamento
Atualmente o Plano Diretor define a ocupaccedilatildeo utilizaccedilatildeo e destinaccedilatildeo de cada espaccedilo no acircmbito do Municiacutepio
(residencial comercial industrial ambiental dentre outros)
335 A autonomia do Municiacutepio
A autonomia dos Municiacutepios embora estivesse sempre impliacutecita no sistema brasileiro antigamente era atingida
pela interpretaccedilatildeo de cada eacutepoca em especial nos regimes de exceccedilatildeo (autoritaacuterios)
Evoluindo e firmando a questatildeo os constituintes de 1988 definiram expressamente essa autonomia municipal
principalmente nos arts 1ordm 18 29 30 35 145 e 156 da Carta Magna brasileira
A autonomia representa a natildeo subordinaccedilatildeo do governo municipal a qualquer autoridade estadual ou federal no
desempenho de suas atribuiccedilotildees
Representa ainda que as leis municipais em assuntos de competecircncia expressa e exclusiva dos Municiacutepios
prevalecem sobre as leis - estadual e federal inclusive sobre a Constituiccedilatildeo Estadual em caso de conflito
Os principais aspectos que indicam a autonomia dos Municiacutepios
- eleiccedilatildeo direta do Prefeito Vice-Prefeito e Vereadores
- organizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos de interesse local
- instituiccedilatildeo e arrecadaccedilatildeo dos tributos de sua competecircncia bem como aplicaccedilatildeo de suas rendas
- competecircncia para legislar sobre assuntos de interesse local inclusive suplementando a legislaccedilatildeo federal e estadual no
que lhe interessar e for possiacutevel
336 Competecircncias dos Municiacutepios
A relaccedilatildeo eacute essa indicada pela Constituiccedilatildeo Federal de 1988
Art 30 Compete aos Municiacutepios
I - legislar sobre assuntos de interesse local
II - suplementar a legislaccedilatildeo federal e a estadual no que couber
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competecircncia bem como aplicar suas rendas sem prejuiacutezo da obrigatoriedade
de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em leirdquo
IV - criar organizar e suprimir distritos observada a legislaccedilatildeo estadual
V - organizar e prestar diretamente ou sob regime de concessatildeo ou permissatildeo os serviccedilos puacuteblicos de interesse local
incluiacutedo o de transporte coletivo que tem caraacuteter essencial
VI - manter com a cooperaccedilatildeo teacutecnica e financeira da Uniatildeo e do Estado programas de educaccedilatildeo infantil e de ensino
fundamental (Redaccedilatildeo dada pela Emenda Constitucional nordm 53 de 2006)
VII - prestar com a cooperaccedilatildeo teacutecnica e financeira da Uniatildeo e do Estado serviccedilos de atendimento agrave sauacutede da popula-
ccedilatildeo
VIII - promover no que couber adequado ordenamento territorial mediante planejamento e controle do uso do parce-
lamento e da ocupaccedilatildeo do solo urbano
IX - promover a proteccedilatildeo do patrimocircnio histoacuterico-cultural local observada a legislaccedilatildeo e a accedilatildeo fiscalizadora federal e
estadual [grifos nossos]
337 Intervenccedilatildeo nos Municiacutepios
A Constituiccedilatildeo Federal de 1988 regulamentada nos arts 35 e 36 as uacutenicas exceccedilotildees em que o Estado poderaacute
intervir no Municiacutepio Satildeo elas
I- deixar de ser paga sem motivo de forccedila maior por dois anos consecutivos a diacutevida fundada
II- natildeo forem prestadas contas devidas na forma de lei
III- natildeo tiver sido aplicado o miacutenimo exigido da receita municipal na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
IV- o Tribunal de Justiccedila der provimento a representaccedilatildeo para assegurar a observacircncia de princiacutepios indicados na Consti-
tuiccedilatildeo Estadual ou para prover a execuccedilatildeo de lei de ordem ou de decisatildeo judicial
4 Gestatildeo de pessoal
41 - Funcionaacuterio ou Servidor
Ateacute a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 os trabalhadores nos oacutergatildeos puacuteblicos eram chamados de funcionaacuterios Po-
reacutem a partir dela esses trabalhadores receberam a denominaccedilatildeo geneacuterica de servidor
Na verdade a CF88 preferiu empregar a designaccedilatildeo servidor puacuteblico e agente puacuteblico para referir-se aos
trabalhadores do Estado
42 - Agente Puacuteblico
Agente Puacuteblico eacute a designaccedilatildeo mais abrangente alcanccedila os agentes poliacuteticos os servidores puacuteblicos e os parti-
culares em atuaccedilatildeo colaboradora
Os servidores puacuteblicos satildeo referidos como categoria de agentes puacuteblicos satildeo os agentes permanentes profissio-
nais a serviccedilo da Administraccedilatildeo Puacuteblica
43 - Agente Poliacutetico
O agente poliacutetico eacute aquele detentor de cargo eletivo eleito por mandatos transitoacuterios como os Chefes de Poder
Executivo e membros do Poder Legislativo aleacutem de cargos de Diplomatas Ministros de Estado e de Secretaacuterios nas
Unidades da Federaccedilatildeo os quais natildeo se sujeitam ao processo administrativo disciplinar Tambeacutem satildeo espeacutecies de agen-
tes puacuteblicos
44 ndash Funcionaacuterio no Coacutedigo Penal
No Coacutedigo Penal Brasileiro contudo haacute referecircncia a funcionaacuterio puacuteblico que tem abrangecircncia maior que a do
servidor puacuteblico Um mesaacuterio por exemplo ao exercer uma funccedilatildeo puacuteblica (ajudar no processo eleitoral) eacute funcionaacuterio
puacuteblico (em relaccedilatildeo aos atos praticados como mesaacuterio) apesar de ter uma funccedilatildeo puacuteblica transitoacuteria e natildeo remunerada
45 ndash Espeacutecies de servidor (regimes)
O termo servidor puacuteblico adotado pela Constituiccedilatildeo de 1988 (que deixou de utilizar a expressatildeo funcionaacuterio
puacuteblico embora ainda exista na legislaccedilatildeo ordinaacuteria)divide-se em trecircs espeacutecies
A - os servidores estatutaacuterios (ocupantes de cargos puacuteblicos e sujeitos ao regime estatutaacuterio)
B - os servidores temporaacuterios (para atender agrave alguma necessidade temporaacuteria de excepcional interesse puacuteblico (conforme
o art 37 IX da Constituiccedilatildeo) Satildeo contratados por tempo determinado exercem funccedilatildeo sem viacutenculo a cargo ou empre-
go puacuteblico e satildeo vinculados agrave CLT
C - os empregados puacuteblicos (contratados de acordo com o regime da legislaccedilatildeo trabalhista e detentores de emprego puacute-
blico) Ambos os Regimes de Trabalho estatildeo submetidos agraves normas constitucionais de ingresso mediante concurso puacuteblico e
aos paracircmetros de controle fiscal e financeiro da Uniatildeo e dos entes federados atraveacutes da Lei de Responsabilidade Fiscal
com exceccedilatildeo dos comissionados
46 - Provimento Provimento eacute o ato administrativo de preenchimento de cargo puacuteblico regulamentado no Brasil pela Lei Nordm
8112 de 11 de novembro de 1990(acircmbito federal)
De acordo com a legislaccedilatildeo o provimento poderaacute se dar mediante nomeaccedilatildeo promoccedilatildeo readaptaccedilatildeo reversatildeo
aproveitamento reintegraccedilatildeo e reconduccedilatildeo
Cada uma destas formas de provimento tem um significado especial na administraccedilatildeo puacuteblica e especificam a
forma legal de acesso ao cargo puacuteblico no Brasil
47 - Retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria A retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria referente aos serviccedilos prestados pelo agente puacuteblico ao estado se daacute da seguinte forma
171 - Vencimento eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria pelo exerciacutecio de cargo puacuteblico com valor fixado em lei
171 - Remuneraccedilatildeo eacute o vencimento do cargo efetivo acrescido das vantagens pecuniaacuterias permanentes estabelecidas
em lei
172 - Subsiacutedio eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria exclusiva e fixada em parcela uacutenica vedado o acreacutescimo de qualquer gratifi-
caccedilatildeo adicional abono precircmio verba de representaccedilatildeo ou outra espeacutecie remuneratoacuteria Esse tipo de remuneraccedilatildeo natildeo eacute
a regra geral e aplica-se aos casos que a lei especificar
173 - Provento eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria paga ao exercente de cargo puacuteblico quando passa da atividade para a inativi-
dade ou seja quando se aposenta
174 - Pensatildeo eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria paga agraves pessoas a quem a lei atribui a condiccedilatildeo de beneficiaacuterias do servidor
puacuteblico que veio a falecer
Deve-se ressaltar que nenhum salaacuterio dentro do serviccedilo puacuteblico pode ser superior ao valor dos subsiacutedios pagos
aos Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e que os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder
Judiciaacuterio natildeo poderatildeo ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo
Nos Municiacutepios o teto remuneratoacuterio eacute o subsiacutedio do Prefeito Municipal
Apesar dessas regras existirem muitas pessoas se questionam se elas satildeo de fato obedecidas
48 - Servidores de Carreira (efetivos)
A efetividade e a estabilidade satildeo institutos juriacutedicos distintos sendo que a natureza de um natildeo pode ser con-
fundida com a de outro Enquanto que a efetividade representa o modo de preenchimento do cargo que contempla esta
natureza por pressupor a permanecircncia e continuidade do servidor no exerciacutecio das suas atribuiccedilotildees a estabilidade eacute a
garantia de o servidor efetivo permanecer no serviccedilo puacuteblico apoacutes trecircs anos de efetivo exerciacutecio em cargo de provimento
efetivo nos termos do art 41 da Constituiccedilatildeo Federal soacute podendo ser dele afastado se configurada uma das hipoacuteteses
prevista no art 41 sect 1ordm
Natildeo haacute confundir efetividade com estabilidade porque aquela eacute uma caracteriacutestica da nomeaccedilatildeo e esta eacute um atri-
buto pessoal do ocupante do cargo adquirido apoacutes a satisfaccedilatildeo de certas condiccedilotildees de seu exerciacutecio A efetividade eacute um
pressuposto necessaacuterio da estabilidade Sem efetividade natildeo pode ser adquirida a estabilidade
49 - Cargo em Comissatildeo e Funccedilatildeo de Confianccedila
Ambos os cargos satildeo criados por lei e se destinam apenas agraves atribuiccedilotildees de direccedilatildeo chefia e assessoramento na
administraccedilatildeo puacuteblica federal e satildeo respectivamente preenchidos ou exercidas mediante livre nomeaccedilatildeo pela autoridade
competente na contrapartida das respectivas livres exoneraccedilatildeo e dispensa a qualquer tempo (ad nutum) seja a pedido
seja de ofiacutecio pela mesma autoridade que nomeou
A diferenccedila reside no fato de que as funccedilotildees de confianccedila satildeo exercidas exclusivamente por servidores ocupan-
tes de cargo efetivo enquanto os cargos em comissatildeo podem ser preenchidos por servidores que jaacute detenham cargos
efetivos de carreira de acordo com percentuais estabelecidos na sua lei de criaccedilatildeo Isto significa que devendo ser ocu-
pados por um percentual miacutenimo legal de servidores de carreira pode-se ter entatildeo as vagas restantes dos cargos em co-
missatildeo ocupadas por pessoas sem viacutenculo definitivo com a administraccedilatildeo
410 - Exoneraccedilatildeo e Demissatildeo
A exoneraccedilatildeo eacute o ato administrativo que desliga o servidor do serviccedilo puacuteblico encerrando viacutenculo funcional e
natildeo tem caraacuteter punitivo
Assim quando nos referirmos agrave exoneraccedilatildeo estamos tratando de uma forma de vacacircncia do cargo puacuteblico po-
reacutem que natildeo se caracteriza como penalidade de natureza disciplinar
Agora ao falarmos em demissatildeo estamos nos referindo a um ato administrativo que desliga o servidor ativo o-
cupante de cargo efetivo como forma de puniccedilatildeo por falta grave Tal penalidade deve ser apurada mediante um Processo
Administrativo Disciplinar assegurado ao acusado o contraditoacuterio e a ampla defesa
411 Cargos Comissionados e Funccedilotildees Gratificadas 4111 - Cargo em Comissatildeo
A denominaccedilatildeo ldquocargo em comissatildeordquo estaacute relacionada com a seguranccedila da relaccedilatildeo juriacutedica estabelecida entre o
seu titular e a Administraccedilatildeo Puacuteblica
Nessa perspectiva os cargos em comissatildeo podem ser permanentes na estrutura organizacional mas seus titula-
res satildeo transitoacuterios
Os seus ocupantes satildeo livremente nomeados e exonerados pela autoridade competente
4112 - Consequecircncias da livre nomeaccedilatildeoexoneraccedilatildeo A livre nomeaccedilatildeo para o cargo em comissatildeo tem como consequumlecircncia o fato de que o escolhido natildeo precisa pres-
tar concurso puacuteblico para assumir o cargo sendo selecionado em razatildeo da relaccedilatildeo de confianccedila que possui com a autori-
dade nomeante
Daiacute os cargos em comissatildeo serem popularmente chamados de ldquocargos de confianccedilardquo A relaccedilatildeo de confianccedila
deve ser estabelecida em face da confiabilidade quanto ao bom desempenho do profissional no exerciacutecio do cargo
A livre exoneraccedilatildeo significa que seu titular pode ser exonerado a qualquer momento pela autoridade nomeante
sem que haja necessidade de um processo administrativo ou mesmo de qualquer justificativa para tanto
Dessa forma o titular do cargo em comissatildeo natildeo adquire estabilidade impedindo-se assim que os exonerados
tenham direitos agraves verbas trabalhistas e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviccedilo (FGTS)
4113 - Regime juriacutedico
O regime juriacutedico aplicaacutevel aos cargos em comissatildeo eacute o regime estatutaacuterio ou seja todos os direitos e deveres
de seus titulares incluindo-se a remuneraccedilatildeo e as atribuiccedilotildees especiacuteficas devem estar previstos em lei de iniciativa do
prefeito conforme prevecirc o art 61 sect 1ordm II ldquoardquo da Constituiccedilatildeo Federal
Portanto do ponto de vista legal os cargos em comissatildeo natildeo podem ser regidos pela CLT
4114 - Atribuiccedilotildees dos cargos em comissatildeo
De acordo com o art 37 V da Constituiccedilatildeo Federal os cargos em comissatildeo satildeo destinados apenas agraves atribui-
ccedilotildees de direccedilatildeo chefia e assessoramento devendo ser preenchidos por servidores de carreira nos casos nas condiccedilotildees e
nos percentuais miacutenimos previstos em lei
4115 - Aposentadoria dos ocupantes de cargos em comissatildeo
Ao ocupante exclusivamente de cargo em comissatildeo declarado emlei de livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo eacute aplica-
do o Regime Geral de Previdecircncia Social ou seja deve estar vinculado ao regime administrado pelo INSS de acordo
com o art 40 sect 13 da Constituiccedilatildeo Federal
Neste caso a contribuiccedilatildeo previdenciaacuteria do municiacutepio (patronal) e do servidor eacute devida ao INSS
Caso o titular do cargo em comissatildeo tambeacutem seja servidor puacuteblico de carreira do municiacutepio ou seja titular de
cargo efetivo devidamente nomeado por concurso a aposentadoria seraacute pelo regime previdenciaacuterio adotado pelo muni-
ciacutepio
Nesse caso natildeo seraacute contribuinte obrigatoriamente do RGPS
4116 -Vedaccedilatildeo agrave nomeaccedilatildeo em cargo comissionado
Recentemente o STF editou a Suacutemula Vinculante no 13 limitando a liberdade de nomeaccedilatildeo para os cargos em
comissatildeo com o seguinte teor
A nomeaccedilatildeo de cocircnjuge companheiro ou parente em linha reta colateral ou por afinidade ateacute o terceiro grau
inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa juriacutedica investido em cargo de direccedilatildeo chefia ou
assessoramento para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou de confianccedila ou ainda de funccedilatildeo gratificada na administra-
ccedilatildeo puacuteblica direta e indireta em qualquer dos Poderes da uniatildeo dos estados do Distrito Federal e dos Municiacutepios com-
preendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocas viola a Constituiccedilatildeo Federal
Tratando-se de Suacutemula Vinculante seu cumprimento independe da existecircncia de lei municipal (art 103-A da
CF) sendo inclusive proibido ao municiacutepio criar lei reduzindo o alcance da Suacutemula
Todas as esferas da Administraccedilatildeo Puacuteblica ficam obrigadas aos termos de suacutemula vinculante
4117 - DESVIOS
41171 - Desvio de finalidade
Quando algum oacutergatildeo puacuteblico cria cargos comissionados visando a nomeaccedilatildeo de servidores para realizarem ati-
vidades diferentes daquelas permitidas pela Constituiccedilatildeo Federal (direccedilatildeo chefia e assessoramento) estar-se-aacute diante do
desvio de finalidade dos CCs
Embora lamentaacutevel eacute comum a existecircncia de cargos comissionados com nomenclaturas absolutamente diferen-
ciadas da previsatildeo legal assim como leis autorizadoras de CCs (independentemente da nomenclatura) sem a indicaccedilatildeo
das atribuiccedilotildees de seus ocupantes
Eacute que muitas das vezes o agente poliacutetico cria cargos comissionados por outras razotildees que natildeo aquela de rece-
ber o liacutecito apoio de pessoas de confianccedila para desempenhar seu ideaacuterio poliacutetico-administrativo
Com a intenccedilatildeo de beneficiar ou acolher apaniguados ou ateacute de cooptar eleitores ou ldquocabos eleitoraisrdquo o agente
poliacutetico utiliza-se dos cargos comissionados em verdadeiro desvio de finalidade
41172 - Desvio de funccedilatildeo
De idecircntica forma encontramos ocupantes de cargos comissionados realizando funccedilotildees distintas daquelas pre-
vistas para o CC
Eacute o caso de um Diretor que natildeo dirige um oacutergatildeo de um chefe que natildeo coordena serviccedilos nem possui servidor
sob suas ordens ou de um assessor que natildeo estaacute vinculado agrave autoridade nem realiza tarefas caracteriacutesticas de assesso-
ramento
O desvio de funccedilatildeo se caracteriza pela praacutetica de outras tarefas pelo ocupante do cargo comissionado que natildeo
aquelas fixadas na lei criadora do cargo ou determinadas para os tipos direccedilatildeo chefia e assessoramento
4118 - Conceito de Funccedilotildees de Confianccedila
As FGs satildeo gratificaccedilotildees pagas pelo desempenho de atividades de chefia coordenaccedilatildeo e supervisatildeo
Poderatildeo ser pagas apenas aos servidores EFETIVOS (concursados)
Deveraacute ser autorizada por Lei
A lei deveraacute quantificar e valorar cada FG
Aconselha-se a que a quantidade de FGs tenha correlaccedilatildeo com os CCs
Ao corresponder determinado valor de FG deveraacute ser analisada a natureza o grau de responsabilidade e a com-
plexidade da funccedilatildeo a ser exercida
Orienta-se a que os valores fixados para as FGs natildeo ultrapassem 45 da verba a tiacutetulo de vencimentos baacutesicos
A FG eacute temporaacuteria transitoacuteria
Natildeo perderaacute a gratificaccedilatildeo de funccedilatildeo o funcionaacuterio que se ausentar em virtude de feacuterias luto casamento doenccedila
comprovada serviccedilos obrigatoacuterios por lei ou de atribuiccedilotildees decorrentes de sua funccedilatildeo
O desempenho de Funccedilatildeo Gratificada exigiraacute dedicaccedilatildeo integral com carga horaacuteria miacutenima de 40 (quarenta)
horas semanais e natildeo daraacute direito a horas extras
Agraves FGs seratildeo aplicadas as normas referentes ao NEPOTISMO e (se existir previsatildeo em lei local) agrave Lei Ficha
Limpa
412 Temporaacuterios
4121 Contrataccedilatildeo Temporaacuteria de Pessoal
A contrataccedilatildeo por tempo determinado eacute o instrumento juriacutedico a ser formalizado pelos gestores quando presente
a necessidade temporaacuteria de contrataccedilatildeo de pessoal e o excepcional interesse puacuteblico (art 37 IX da CF)
4122 Como regulamentar O art 37 IX da Constituiccedilatildeo Federal deve ser regulamentado por lei municipal que indicaraacute os casos de con-
trataccedilatildeo temporaacuteria de excepcional interesse puacuteblico
Eacute ilegal a contrataccedilatildeo temporaacuteria sem previsatildeo especiacutefica em lei municipal
4123 Seleccedilatildeo de Pessoal A escolha do pessoal a ser contratado por tempo determinado para atender a necessidade temporaacuteria de excep-
cional interesse puacuteblico deveraacute ser feita mediante processo seletivo simplificado sujeito agrave ampla divulgaccedilatildeo e observa-
da a dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria especiacutefica
4124 Regime Contratual O contrato natildeo eacute regido pela CLT mas sim por um contrato especial (administrativo)
4125 Necessidade de contrataccedilatildeo eacute requisito baacutesico O gestor puacuteblico deve justificar as razotildees da contrataccedilatildeo temporaacuteria isto eacute demonstrar a temporariedade e o ex-
cepcional interesse puacuteblico bem como por que o bom andamento do serviccedilo puacuteblico ficaria prejudicado sem a contrata-
ccedilatildeo
4126 Algumas hipoacuteteses de contrataccedilatildeo temporaacuteria A contrataccedilatildeo temporaacuteria pode ser utilizada nos seguintes casos
i-
co ou calamidade puacuteblica que natildeo possam ser solucionados soacute com a utilizaccedilatildeo dos recursos humanos de que dispotildee a
Administraccedilatildeo Puacuteblica
alta transitoacuteria do titular de cargo ou emprego puacuteblico quando o afastamento possa sensivelmente prejudicar o an-
damento do serviccedilo municipal
413 Terceirizaccedilatildeo de Pessoal 4131 Conceito baacutesico
Eacute a transferecircncia de atividades complementares agrave finalidade do oacutergatildeo(de meios e natildeo de fins) A Terceiriza-
ccedilatildeo proporciona
- Economia
- Eficiecircncia
A terceirizaccedilatildeo soacute eacute autorizada no Poder Puacuteblico como contrato de prestaccedilatildeo de serviccedilos e natildeo de pessoal
4132 Cuidados a serem tomados nas terceirizaccedilotildees bull OBJETO Se se trata de contrataccedilatildeo de serviccedilos natildeo-essenciais (meios) e natildeo de matildeo-de-obra
bull ECONOMICIDADE
bull SUBORDINACcedilAtildeO (natildeo ao ente contratante)
bull LICITACcedilAtildeO
bull GARANTIAS DE EXECUCcedilAtildeO
bull ACOMPANHAMENTO DO CONTRATO
bull NO PAGAMENTO
- comprovaccedilatildeo da realizaccedilatildeo dos serviccedilos
- retenccedilotildees obrigatoacuterias
- docs comprobatoacuterios (fiscais ndash trabalhistas)
4133 Tipos de serviccedilos que podem ser terceirizados bull LIMPEZA PUacuteBLICA (pode)
bull SAUacuteDE (depende apenas se admite a terceirizaccedilatildeo de determinadas atividades materiais ligadas ao serviccedilo de
sauacutede)
bull EDUCACcedilAtildeO (mesmas regras da sauacutede)
bull conservaccedilatildeo
bull limpeza
bull Seguranccedila
bull vigilacircncia
bull Transportes
bull informaacutetica
bull copeiragem
bull Recepccedilatildeo
bull Reprografia
bull Telecomunicaccedilotildees
bull manutenccedilatildeo de preacutedios equipamentos e instalaccedilotildees
bull serviccedilos de office-boyldquo (atraveacutes de empresa e licitaccedilatildeo)
4134 Terceirizaccedilatildeo de advogados e contadores
Satildeo permitidas apenas nas exceccedilotildees indicadas no acoacuterdatildeo 11112008 do TCEPR e Prejulgado nordm 873 do
TCESC
4135 Contrataccedilatildeo de Oscip A sigla OSCIP significa ldquoOrganizaccedilatildeo da Sociedade Civil de Interesse Puacuteblicordquo e pode ser considerada tambeacutem
como ONG (Oacutergatildeo Natildeo Governamental) pois nada mais eacute do que o resultado da iniciativa privada em criar uma pessoa
juriacutedica sem fins lucrativos para atuar em defesa de assuntos ou objetivos de interesse de toda a coletividade ou de
grupos especiacuteficos da sociedade humana
OSCIP poderaacute ser enquadrada ainda como Terceiro Setor
O aporte de recursos puacuteblicos (subvenccedilotildees contribuiccedilotildees doaccedilotildees auxiacutelio) para uma OSCIP eacute possiacutevel desde
que seja por autorizaccedilatildeo legislativa da Cacircmara Municipal local
Conveniar tambeacutem pode desde que seja atraveacutes de processo licitatoacuterio na modalidade Concurso de Projetos
Poreacutem considerando a experiecircncia praticamente generalizada dos Municiacutepios brasileiros bem como as fre-
quentes e alarmantes notiacutecias na miacutedia indicando irregularidades em contratos com Oscips natildeo eacute recomendada a contra-
taccedilatildeo com esse tipo de instituiccedilatildeo
Trata-se de parceria muito complexa difiacutecil de controlar e passiacutevel de inuacutemeras irregularidades que afetaratildeo os
gestores
Por isto em caso de o setor de licitaccedilotildees receber a incumbecircncia de contratar OSCIPs orienta-se a demonstrar ao
setor juriacutedico e ao gestor os riscos e notiacutecias (traacutegicas para os envolvidos) que frequentemente satildeo divulgadas
Aliaacutes basta clicar no google o termo ldquoirregularidades OSCIPrdquo e verificar o grande nuacutemero de notiacutecias ruins
sobre esses relacionamentos
414 Estagiaacuterios
4141 Fundamentaccedilatildeo legal As regras para a contrataccedilatildeo de estagiaacuterios estaacute na Lei federal nordm 117882008
4142 Objetivos do estaacutegio Os sectsect 1ordm e 2ordm da Lei 117882008 dizem que o estaacutegio faz parte do projeto pedagoacutegico do curso aleacutem de inte-
grar o itineraacuterio formativo do educando
Que o estaacutegio visa ao aprendizado de competecircncias proacuteprias da atividade profissional e agrave contextualizaccedilatildeo cur-
ricular objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadatilde e para o trabalho
4143 Podem ser estagiaacuterios bull - estudantes de educaccedilatildeo especial e dos anos finais do ensino fundamental na modalidade profissional de educaccedilatildeo de
jovens e adultos
bull - estudantes do ensino superior da educaccedilatildeo profissional de niacutevel meacutedio e do ensino meacutedio regular
4144 Jornada do estagiaacuterio bull I ndash 4 (quatro) horas diaacuterias e 20 (vinte) horas semanais no caso de estudantes de educaccedilatildeo especial e dos anos finais do
ensino fundamental na modalidade profissional de educaccedilatildeo de jovens e adultos
bull II ndash 6 (seis) horas diaacuterias e 30 (trinta) horas semanais no caso de estudantes do ensino superior da educaccedilatildeo profissional
de niacutevel meacutedio e do ensino meacutedio regular
4145 Partes no contrato de estaacutegio
bull - instituiccedilatildeo de ensino
bull - empresa ou oacutergatildeo concedente do estaacutegio
bull - estudante
bull Agentes de integraccedilatildeo puacuteblicos e privados (CIEE ndash SINE) ndash Esta parte eacute opcional
4146 Prazo maacuteximo de estaacutegio bull DOIS (2) ANOS
bull (obs Deficiente poderaacute aumentar)
4147 Custos do estagiaacuterio bull 1 ndash no estaacutegio obrigatoacuterio o pagamento eacute opcional (bolsa ou salaacuterio)
bull 2 ndash no estaacutegio natildeo obrigatoacuterio o pagamento eacute obrigatoacuterio + vale-transporte
bull 3 ndash a contribuiccedilatildeo previdenciaacuteria eacute opccedilatildeo e por conta do estagiaacuterio
bull 4 ndash contratos acima de um (1) ano o estagiaacuterio tem direito a feacuterias
bull 5 ndash direitos que outros possuam nas aacutereas de sauacutede e seguranccedila no trabalho
bull 6 ndash seguro obrigatoacuterio contra acidentes pessoais
bull 7 ndash natildeo tem direito a FGTS
bull 8 ndash auxilio alimentaccedilatildeo eacute opccedilatildeo do concedente do estaacutegio
4148 Penalizaccedilotildees bull 1 ndash declaraccedilatildeo de viacutenculo empregatiacutecio
bull 2 ndash suspensatildeo por dois (2) anos de conceder estaacutegios
4149 Limites no nuacutemero de estagiaacuterios
bull 1 - a concedente natildeo poderaacute ultrapassar a tabela (20 de estagiaacuterios ndash considerando-se os empregados)
bull 2 ndash 10 das vagas de estaacutegio para deficientes
bull 3 ndash estudantes de niacutevel superior e de niacutevel meacutedio profissional natildeo tem limites
41410 Quem pode ser concedente de estaacutegio bull 1 ndash empresas da iniciativa privada
bull 2 ndash oacutergatildeos puacuteblicos
bull 3 ndash profissionais liberais
41411 Os oacutergatildeos puacuteblicos podem contratar estagiaacuterios
Tribunal de Contas de Santa Catarina ndash TCESC Prejulgados 2114
Processo CON-1100052280
Parecer COG 962011
Decisatildeo 19242012
Origem Cacircmara Municipal de Penha
Relator Cleber Muniz Gavi
Data da Sessatildeo 14052012
Data do Diaacuterio Oficial 17052012
ldquoNo acircmbito da Administraccedilatildeo Puacuteblica a contrataccedilatildeo de estagiaacuterios reger-se-aacute pelas normas da Lei n 1178808
podendo os entes federados complementar a mateacuteria atraveacutes de lei localrdquo
41412 Seleccedilatildeo
Poreacutem eacute exigiacutevel o processo licitatoacuterio para escolha do agente de seleccedilatildeo e pagamento das bolsas
Protocolo nordm 32034107
Relator Conselheiro Hermas Eurides Brandatildeo
Decisatildeo Acoacuterdatildeo nordm 181907 - Tribunal Pleno
Sessatildeo Tribunal Pleno Sessatildeo Ordinaacuteria nordm 46 de 131207
Publicaccedilatildeo no Atos Oficiais do Tribunal de Contas nordm133 de 250108
Suacutemula nordm 06
Enunciado ldquoOs acordos que tenham por objeto a seleccedilatildeo e o
pagamento de bolsas a estagiaacuterios da Administraccedilatildeo Puacuteblica celebrados de um lado por oacutergatildeo ou entidade da Adminis-
traccedilatildeo e de outro por ente puacuteblico ou privado com ou sem fins lucrativos tecircm natureza juriacutedica de CONTRATO AD-
MINISTRATIVO cuja celebraccedilatildeo submete-se a todas as regras fixadas na Lei nordf866693 devendo ser precedido de
procedimento licitatoacuteriordquo
41413 Registro contaacutebil dos gastos com estagiaacuterio
Acoacuterdatildeo 8282006 do Tribunal Pleno do TCEPR
Decisatildeo proferida em 22062006
Processo 3725572005
Origem Cacircmara Municipal de Campo Largo
Interessado Presidente da Cacircmara
Relator Conselheiro Fernando Augusto Mello Guimaratildees
ldquoEmenta consulta - sobre a inclusatildeo das despesas com estagiaacuterios em gastos com educaccedilatildeo - impossibilidade - gastos
com estagiaacuterios devem ser incluiacutedos no elemento outros serviccedilos de terceiros-pessoa fiacutesica relativos ao setor em que o
estagiaacuterio exerce suas atividades
41414 Nepotismo
Poderaacute ser contratado parente como estagiaacuterio desde que a empresa intermediaacuteria tenha realizado a seleccedilatildeo
41415 Cuidados do concedente oacutergatildeo puacuteblico
bull 1 ndash constatar a existecircncia de dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria
bull 2 ndash realizar licitaccedilatildeo para contratar a empresa intermediaacuteria (agentes de integraccedilatildeo puacuteblicos e privados ndash aquela que faraacute
a seleccedilatildeo e o pagamento de bolsas)
bull 3 ndash verificar se a empresa realizou a seleccedilatildeo do estagiaacuterio contratado
bull 4 ndash indicar orientador e supervisor
bull 5 ndash atribuir tarefas proacuteprias do curso
bull 6 ndash cumprir as regras legais (jornada-prazo-outras exigecircncias do contrato)
415 Acumulaccedilatildeo de cargos puacuteblicos
A Constituiccedilatildeo Federal no art 37 XVI estabelece os casos em que eacute permitida a acumulaccedilatildeo de cargos em-
pregos e funccedilotildees nas administraccedilotildees direta e indireta nas empresas puacuteblicas e nas sociedades de economia mista
Em face da complexidade da mateacuteria e da dificuldade de interpretaccedilatildeo do dispositivo constitucional o tema tem
suscitado muitas duacutevidas na administraccedilatildeo municipal
A seguir apresenta-se em siacutentese a orientaccedilatildeo firmada pelos Tribunais de Contas sobre a mateacuteria
4151 Cargo de professor com outro cargo teacutecnico ou cientiacutefico
Eacute permitido ao professor efetivo estadual atendidos aos preceitos do art 37 II da Constituiccedilatildeo Federal ser
nomeado para cargo teacutecnico ou cientiacutefico no municiacutepio havendo compatibilidade de horaacuterio respeitado o limite da jor-
nada de trabalho fixada no art 7ordm XIII combinado com o art 39 sect 3ordm ambos da Constituiccedilatildeo Federal
Natildeo eacute possiacutevel ao servidor puacuteblico que jaacute acumula cargo efetivo de professor com cargo teacutecnico ou cientiacutefico
receber cumulativamente a remuneraccedilatildeode secretaacuterio municipal ante a vedaccedilatildeo do art 37 XVI e XVII da Constituiccedilatildeo
Federal
4152 Cargo efetivo com cargo de secretaacuterio municipal
O servidor puacuteblico efetivo municipal ocupante de cargo de secretaacuterio do mesmo municiacutepio desde que autoriza-
do pela legislaccedilatildeo local pode optar entre a remuneraccedilatildeo do cargo efetivo e o subsiacutedio do cargo de secretaacuterio vedada a
percepccedilatildeo cumulativa
Caso o servidor efetivo municipal opte pelo subsiacutedio legalmente instituiacutedo para o cargo de secretaacuterio do mesmo
municiacutepio somente poderaacute perceber o valor correspondente ao subsiacutedio sem adicional gratificaccedilatildeo ou qualquer outro
estipecircndio nos termos do sect 4ordm do art 39 da Constituiccedilatildeo Federal
4153 Cargo em comissatildeo com cargo efetivo
A Constituiccedilatildeo Federal (art 37 XVI e XVII) natildeo permite a acumulaccedilatildeo remunerada de cargo de provimento e-
fetivo com a de cargo de provimento em comissatildeo
4154 Dois cargos em comissatildeo
A acumulaccedilatildeo remunerada de dois cargos comissionados eacute vedada pelo art 37 XVI da Constituiccedilatildeo Federal
Eacute incompatiacutevel a acumulaccedilatildeo de dois cargos em comissatildeo no acircmbito da Administraccedilatildeo Puacuteblica quaisquer que
sejam os poderes ou esferas por natildeo se enquadrar nas exceccedilotildees passiacuteveis de acumulaccedilatildeo estabelecidas pelo art 37 XVI
da Constituiccedilatildeo Federal
4155 Proventos de aposentadoria com a remuneraccedilatildeo de cargo efetivo
Eacute permitido ao servidor inativo retornar ao exerciacutecio da funccedilatildeo puacuteblica acumulando proventos e vencimentos
nos casos permitidos pelo sect 10 do art 37 da Constituiccedilatildeo Federal
O servidor puacuteblico aposentado pelo estado ou pelo municiacutepio com fundamento no arts 40 ou 42 da Constitui-
ccedilatildeo Federal que presta concurso puacuteblico e eacute nomeado para ocupar cargo puacuteblico municipal deve optar entre os proven-
tos da aposentadoria e a remuneraccedilatildeo do cargo em conformidade com o disposto no art 37 sect 10 da Constituiccedilatildeo Fede-
ral salvo os casos de acumulaccedilatildeo previstos nos arts 37 XVI 95 paraacutegrafo uacutenico I e 128 sect 5ordm II aliacutenea d da Consti-
tuiccedilatildeo Federal
4156 Proventos de aposentadoria com a remuneraccedilatildeo de cargo em comissatildeo
Eacute permitido ao servidor puacuteblico inativo sem viacutecio de acumulaccedilatildeo indevida exercer cargo de provimento em
comissatildeo acumulando proventos e vencimentos
4157 Permanecircncia do servidor no cargo ou emprego puacuteblico apoacutes a aposentadoria
Ao servidor puacuteblico natildeo eacute possiacutevel quando se aposenta continuar exercendo normalmente suas funccedilotildees jaacute que
eacute vedada a acumulaccedilatildeo remunerada de cargos puacuteblicos ressalvando-se a aposentadoria voluntaacuteria do empregado de
empresa puacuteblica ou sociedade de economia mista
4158 Acumulaccedilatildeo de cargos com o exerciacutecio de mandato eletivo
41581) Cargo efetivo com mandato de vereador
O vereador que for investido em cargo puacuteblico efetivo ou emprego puacuteblico do estado ou do municiacutepio apoacutes a-
provaccedilatildeo em concurso puacuteblico poderaacute tomar posse no cargo efetivo sem prejuiacutezo do mandato de vereador
O exerciacutecio concomitante do cargo puacuteblico efetivo e do mandato de vereador somente eacute possiacutevel quando houver
compatibilidade de horaacuterios
Neste caso o vereador poderaacute acumular as respectivas funccedilotildees bem como a remuneraccedilatildeo e as demais vantagens
do cargo efetivo com o subsiacutedio do mandato
Natildeo havendo compatibilidade de horaacuterios o agente seraacute afastado do exerciacutecio do cargo ou emprego sendo-lhe
facultado optar pela remuneraccedilatildeo do cargo efetivo ou do emprego
41582 Cargo comissionado com mandato de vereador
Eacute ilegiacutetimo o exerciacutecio concomitante de cargo em comissatildeo pertencente agrave estrutura do Poder executivo munici-
pal com o mandato de vereador em decorrecircncia do princiacutepio da separaccedilatildeo das funccedilotildees estatais uma vez que na relaccedilatildeo
decorrente do cargo comissionado haveraacute submissatildeo do vereador aos comandos do chefe do Poder executivo municipal
incompatiacutevel com o exerciacutecio da vereanccedila
41583 Acumulaccedilatildeo de cargo de meacutedico com o exerciacutecio do mandato de prefeito
O servidor puacuteblico ocupante de cargo efetivo ou emprego puacuteblico de meacutedico pertencente agrave estrutura do Poder
executivo eleito prefeito deve se afastar do cargo ou emprego sendo-lhe facultado optar pela remuneraccedilatildeo do cargo ou
emprego nos termos do art 38 II da Constituiccedilatildeo Federal
Enquanto permanecer no exerciacutecio do mandato de prefeito o ocupante de cargo ou emprego de meacutedico natildeo po-
de realizar serviccedilos profissionais pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede (SuS) com habitualidade incluindo o meacutetodo de creden-
ciamento por caracterizar acumulaccedilatildeo remunerada de funccedilotildees puacuteblicas
Salvo vedaccedilatildeo na Lei Orgacircnica do municiacutepio o meacutedico em exerciacutecio do cargo de prefeito natildeo estaacute impedido de
realizar procedimento ciruacutergico em casos excepcionais para atendimentos emergenciais cuja recusa possa caracterizar
omissatildeo de socorro
41584 Acumulaccedilatildeo de cargo efetivo com mandato de vice prefeito
Eacute inconstitucional a acumulaccedilatildeo da remuneraccedilatildeo de cargo efetivo com o subsiacutedio de vice-prefeito em face da
inaplicabilidade agrave espeacutecie da norma do art 38 III da Constituiccedilatildeo Federal que se restringe tatildeo somente ao vereador
Entretanto o servidor puacuteblico efetivo que ver a exercer mandato de vice-prefeito pode optar entre a remunera-
ccedilatildeo do cargo e o subsiacutedio de vice-prefeito
Caso o servidor faccedila a opccedilatildeo pelo subsiacutedio teraacute direito ao recebimento apenas do valor correspondente ao sub-
siacutedio (parcela uacutenica) ficando vedado o pagamento de adicional gratificaccedilatildeo ou quaisquer outras vantagens do cargo
efetivo nos termos do sect 4ordm do art 39 da Constituiccedilatildeo Federal
41585 Acumulaccedilatildeo de cargo de vice prefeito com cargo comissionado
O vice-prefeito designado para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou funccedilatildeo de confianccedila no acircmbito do Poder
Executivo deveraacute optar entre o subsiacutedio de vice-prefeito e a remuneraccedilatildeo do cargo ou da funccedilatildeo
O vice-prefeito investido no cargo de secretaacuterio municipal deveraacute optar entre o subsiacutedio afeto ao mandato eleti-
vo e o vencimento do respectivo cargo
4159 Direito ao subsiacutedio mensal mdash vice-prefeito
O vice-prefeito exercendo ou natildeo funccedilatildeo executiva na administraccedilatildeo municipal tem direito agrave percepccedilatildeo mensal
do subsiacutedio de vice-prefeito fixado pela cacircmara municipal
41510 Acumulaccedilatildeo de cargos e o respeito ao teto remuneratoacuterio
O provento de aposentadoria subsiacutedio de agente poliacutetico e vencimento pelo exerciacutecio de cargo puacuteblico recebi-
dos aglutinadamente devem observar o teto remuneratoacuterio instituiacutedo pelo inciso XI do art 37 da Constituiccedilatildeo Federal
416 Nepotismo
O significado original da palavra nepotismo eacute governo dos sobrinhos jaacute que eacute derivada de nepoteounipo-
te(sobrinho ou neto em latim) e foi aplicada em referecircncia aos Papas do Renascimento (de Sisto IV a Paulo III) que
nomeavam sobrinhos e outros parentes para posiccedilotildees clericais e administrativas de importacircncia assim como aos Gover-
nantes japoneses tanto no periacuteodo Heian (por volta do ano 669) quanto no comeccedilo do seacuteculo IX (governo da famiacutelia
Fujiwara) e ateacute nos anos 1960 com Kiyomori
Com o sufixo ismo a palavra indica a concessatildeo de privileacutegios ou cargos a parentes no funcionalismo puacuteblico
Distingue-se do favoritismo simples que natildeo implica relaccedilotildees familiares com o favorecido
Em 2008 julgando um dos processos que chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) aquela Corte editou a
Suacutemula 13 com o seguinte texto
Suacutemula vinculante 13 de 210808
ldquoA nomeaccedilatildeo de cocircnjuge companheiro ou parente em linha reta colateral ou por afinidade ateacute o terceiro grau
inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa juriacutedica investido em cargo de direccedilatildeo chefia ou
assessoramento para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou de confianccedila ou ainda de funccedilatildeo gratificada na
administraccedilatildeo puacuteblica direta e indireta em qualquer dos Poderes da Uniatildeo dos Estados do Distrito Federal e dos
Municiacutepios compreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocas viola a Constituiccedilatildeo Federalrdquo
Data de Aprovaccedilatildeo Sessatildeo Plenaacuteria de 21082008Fonte de Publicaccedilatildeo DJe nordm 1622008 p 1 em 2982008DO de
2982008 p 1
Assim fundamentados especialmente nos princiacutepio constitucionais da impessoalidade e da moralidade o maior
oacutergatildeo do Poder Judiciaacuterio brasileiro definiu como proibidas as nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos em comissatildeo ou
funccedilotildees de confianccedila de familiares dos nomeantes em ateacute terceiro grau de parentesco
O parentesco segundo o Coacutedigo Civil (arts 1591 a 1595) eacute identificado em trecircs linhas distintas
a) reta (ascendente e descendente pai matildee avocirc avoacute filho filha neto neta)
b) colaterais (provecircm de um tronco comum mas natildeo descendem uma das outras irmatildeo irmatilde tio tia) e
c) por afinidade (o viacutenculo que se estabelece entre um cocircnjuge e os parentes do outro cocircnjuge)
De ressaltar que a Suacutemula 13 do STF abrangeu o famoso nepotismo cruzado que eacute a combinaccedilatildeo entre nomean-
tes para a contrataccedilatildeo direta de servidores parentes seus de forma cruzada (o parente de um eacute contratado pelo outro e
vice versa) pois ao final do texto consta ldquocompreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocasrdquo
E mantendo a maacutexima de que cada regra tem sua exceccedilatildeo o STF declarou na sequencia (no Recurso Extraordi-
naacuterio nordm 579951RN) que a exceccedilatildeo dessa proibiccedilatildeo seria a possibilidade de nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos poliacuteti-
cos aiacute compreendidos os Ministros de Estado Secretaacuterios de Estado e Secretaacuterios Municipais
Entatildeo dessa data em diante (2982008 publicaccedilatildeo da suacutemula 13 do STF) passou-se a ser proibido o
nepotismoem cargos e funccedilotildees puacuteblicas de livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo
Em resumo quando da ediccedilatildeo da Suacutemula 13 a Corte Maacutexima do Poder Judiciaacuterio paacutetrio definiu que
1 ndash Eacute PROIBIDA A NOMEACcedilAtildeO EM CC OU FG DECOcircNJUGE OU PARENTE DA AUTORIDADE NOMEANTE
OU DE OUTRO SERVIDOR NESTES CARGOS (CC ou FG) ATEacute TERCEIRO GRAU
2 ndash CARGOS DE MINISTROS E SECRETAacuteRIOS PODEM SER OCUPADOS POR PARENTES
Pois bem
Apoacutes a proibiccedilatildeo pelo Supremo e vasta interpretaccedilatildeo do Poder Judiciaacuterio outros pontos natildeo abrangidos (ou es-
clarecidos) pela Suacutemula 13 foram praticamente pacificados
Vejamos os mais relevantes
1ordm ndash A LEI (Ordinaacuteria-Complementar-Orgacircnica) PODE AMPLIAR AS PROIBICcedilOtildeES abrangendo inclusive os Minis-
tros e Secretaacuterios (impedindo a contrataccedilatildeo de parentes ou limitando o nuacutemero de parentes contratados)
2ordm ndash Para a configuraccedilatildeo de nepotismo cruzado soacute se houver prova da reciprocidade Ou seja se ocorrer o ajuste a com-
binaccedilatildeo a troca de favores entre autoridades puacuteblicas
3ordm - Parente de Autoridade Puacuteblica ou de servidor de um mesmo oacutergatildeo poderaacute ocupar CC ou FG se foi nomeado antes
da posse deste
4ordm ndash Servidor efetivo poderaacute ser nomeado em CC ou designado em FG em mesmo oacutergatildeo de Gestor Puacuteblico ou servidor
parente se natildeo for nomeado por ele ou subordinado a ele
5ordm ndash Servidores de um mesmo oacutergatildeo ocupantes de Cargo Comissionado ou Funccedilatildeo de Confianccedila que venham a se tor-
nar um casal depois do ingresso no cargo ou funccedilatildeo e desde que natildeo ocorra subordinaccedilatildeo direta entre si natildeo seraacute con-
siderado nepotismo 6ordm ndash Ex-cocircnjuge comprovadamente podem ser nomeados pelo ex sem caracterizar nepotismo
7ordm ndash Nos casos de requisiccedilatildeocessatildeo de servidores por autoridades ou oacutergatildeos aplicam-se as regras do nepotismo
8ordm ndash Parentesco com autoridades puacuteblicas ou servidores falecidos ou aposentados natildeo incidem a Suacutemula 13
9ordm ndash Contrataccedilatildeo de estagiaacuterios que sejam parentes de autoridades ou servidores do oacutergatildeo concedente do estaacutegio natildeo se
configura nepotismo desde que haja seleccedilatildeo preacutevia
10ordm ndash Contratar sem licitaccedilatildeo pessoa juriacutedica na qual haja administrador ou soacutecio com poder de direccedilatildeo que seja fami-
liar de detentor de cargo em comissatildeo ou funccedilatildeo de confianccedila que atue na aacuterea responsaacutevel pela demanda ou de autori-
dade a ele hierarquicamente superior
Por fim destacar que os caminhos juriacutedicos para exigir a exoneraccedilatildeo de parentes que ocupem cargos comissio-
nados ou funccedilotildees de confianccedila bem como coibir e responsabilizar os agentes puacuteblicos que desrespeitarem a regra cons-
tante da Suacutemula 13 do STF e demais acervo jurisprudencial referentemente ao nepotismo poderaacute ser a Accedilatildeo Civil Puacute-
blica(art 1ordm inciso IV da Lei 734785) ou ateacute mesmo a Reclamaccedilatildeo ao STF (art 102 inciso I aliacutenea l da Constitu-
iccedilatildeo Federal)
Jaacute as consequecircncias juriacutedicas para quem desobedecer agraves normas combatentes do nepotismo possuem as seguin-
tes hipoacuteteses
1ordf ndash Consequecircncias para o servidor nomeado ou designado pela omissatildeo de informar agrave Administraccedilatildeo Puacuteblica o fato de
se encontrar sob o alcance da Suacutemula Vinculante nordm 13 do STF incide o crime de falsidade ideoloacutegica (art 299 do Coacute-
digo Penal) bem como pela manutenccedilatildeo do cargo ou emprego puacuteblico sabendo do impedimento incide em crime de
desobediecircncia agrave decisatildeo judicial (art 359 CP)
2ordf ndash Consequecircncias para o agente poliacutetico pela omissatildeo incide no crime de prevaricaccedilatildeo (art 319 CP) e na esfera
poliacutetico-administrativa incorre no crime de improbidade administrativa (art 11 I e II cc o art 12 III todos da Lei nordm
842992) pode-se aplicar a ele ainda no caso dos prefeitos municipais estaratildeo sujeitos agrave cassaccedilatildeo do mandato eletivo
(Decreto-lei 20167 art 4ordm VII)
417 - GASTOS COM PESSOAL
O paracircmetro a ser empregado nos caacutelculos da despesa com pessoal haacute de ser a Receita Corrente Liquida
ndash RCL conceituada no inciso IV do art 2ordm da LRF
Considera-se despesa com pessoal nos termos do artigo 18 da LFR todas as vantagens vencimentos sa-
laacuterios proventos adicionais gratificaccedilotildees horas extras encargos sociais subsiacutedios dos agentes poliacuteticos e qual-
quer outra espeacutecie remuneratoacuteria
A verificaccedilatildeo das adequaccedilotildees das despesas efetivamente realizadas com pessoal em relaccedilatildeo agrave RCL deveraacute
ocorrer nos termos do artigo 22 da LRF ao final de cada quadrimestre
Os resultados obtidos seratildeo por sua vez informados no Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal correspondente ao
mesmo periacuteodo de apuraccedilatildeo sendo facultado aos Municiacutepios com populaccedilatildeo inferior a cinquumlenta mil habitantes
apurar esse comprometimento ao final de cada semestre (art 62 I e II ldquobrdquo)
Segundo art 20 da LRF a reparticcedilatildeo dos limites globais de cada ente eacute de
PoderEnte Uniatildeo EstadosDF Municiacutepios
Executivo 409 490 540
LegislativoTC 60 60 60
Judiciaacuterio 25 30 -x-
Ministeacuterio Puacuteblico 06 20 x-
Totais 500 600 600
Visando coibir despesas em excesso praticados pelas Cacircmaras Municipais houve emenda constitucional
disciplinando os percentuais destas (EC nordm 252000) sem no entanto disciplinar seu conceito e composiccedilatildeo toda-
via excluiu-se as despesas com inativos resultando em limites diversos em relaccedilatildeo agrave LRF vejamos
Populaccedilatildeo Limites EC 25 (ex-
clui inativos)
Limites LRF
(inclui inativos)
Ateacute 100000 habitantes 56 6
De 100001 a 300000 hab 49 6
De 301000 a 500000 hab 42 6
Acima de 500000 hab 35 6
LRF - art 22
Se a despesa de pessoal exceder a 95 do limite estabelecido no artigo 20 os Poderes e oacutergatildeos que incor-
rem no excesso ficaratildeo vedados de criar cargo emprego ou funccedilatildeo e efetuar provimento de cargo puacuteblico admis-
satildeo ou contrataccedilatildeo de pessoal a qualquer tiacutetulo
Exceccedilatildeo (artigo 22 inciso IV) aacutereas de educaccedilatildeo sauacutede e seguranccedila restringindo-se quando esta se ca-
racterizar por falecimento ou aposentadoria
Para os casos de extrapolaccedilatildeo dos limites determinada pelo artigo 169 da CF88 nos termos do art 23 da
LRF deveraacute o ente propor medidas para sua adequaccedilatildeo com a maior brevidade possiacutevel
Isto posto nos dois quadrimestres seguintes deveraacute observar as providecircncias previstas nos sectsect 3ordm e 4ordm do
art 169 da CF quais sejam
Reduccedilatildeo de pleno menos vinte por cento das despesas com cargos em comissatildeo e funccedilotildees de confianccedila
Exoneraccedilatildeo dos servidores natildeo estaacuteveis
Exoneraccedilatildeo dos servidores estaacuteveis se natildeo alcanccedilada a reduccedilatildeo necessaacuteria com as medidas anteriores desde
que ato normativo de cada Poder especifique a atividade funcional o oacutergatildeo ou unidade administrativa objeto de
reduccedilatildeo de pessoal
O servidor que neste caso perder o cargo faraacute jus a indenizaccedilatildeo correspondente a um mecircs de remunera-
ccedilatildeo por ano de serviccedilos sendo que esta natildeo seraacute computada para fins de despesas com pessoal
Permanecendo o excesso ficaraacute o ente impedido de receber transferecircncias voluntaacuterias
418 - Despesas gerais
4181 - Diaacuterias
a) ndash cobrem hospedagem e alimentaccedilatildeo
b) ndash aplicaccedilatildeo do princiacutepios da razoabilidade proporcionalidade e moralidade
c) ndash devem ser liberadas motivadamente (interesse puacuteblico)
d) ndash dependem de lei autorizatoacuteria
e) ndash podem ser liberadas para participaccedilatildeo em eventos
f) ndash natildeo podem configurar ldquosalaacuteriordquo
g) ndash exigem comprovaccedilatildeo de realizaccedilatildeo do objetivo
h) ndash a partir de 50 do valor da remuneraccedilatildeo incide ir e inss
i) ndash a fixaccedilatildeo do valor pode ser variaacutevel de municiacutepio para municiacutepio
j) ndash fraude ou simulaccedilatildeo no pagamento de diaacuteria acp
4182 - Adiantamentos eacute proibido
4183 -Seguro de vidaeacute possiacutevel
4184 - Vale Transporteeacute possiacutevel
4185 - Plano de sauacutedesoacute para servidoresvereadores natildeo
4186 -Veiacuteculo proacuteprio
Segundo o TCRPR eacute proibido agrave Cacircmara pagar combustiacutevel para veiacuteculos dos vereadores
O TCE-PR alega que a Administraccedilatildeo Puacuteblica natildeo pode arcar com gastos inerentes a despesas com veiacuteculos
particulares dos Edis mesmo que a serviccedilo do Legislativo haja vista a inexistecircncia de contrato precedido de Licitaccedilatildeo e
diante das normas de direito administrativo onde qualquer aquisiccedilatildeo efetuada pelo Poder Puacuteblico depende de contrato
este em regra precedido de licitaccedilatildeo
Alega inclusive que essa despesa eacute estranha ao orccedilamento sem amparo legal
Ateacute em relaccedilatildeo aos servidores o TCE desaconselha o ressarcimento de despesas com combustiacutevel particular
por aplicaccedilatildeo do art 29 da CE89 ou da Lei Orgacircnica Municipal que geralmente preveem incompatibilidade negocial
Vale ressaltar que outros Tribunais de Contas divergem ou convergem com o TCEPR
Vejamos
O TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA PERMITE
PREJULGADO 2082 DO TCESC
ldquoA Cacircmara Municipal pode disciplinar o uso de veiacuteculos oficiais de sua propriedade a exemplo da Lei Estadual ndeg
79871990 (regulamentada pelo Decreto ndeg 34212005) e do Decreto Federal ndeg 64032008 (disciplinado pela Instru-
ccedilatildeo Normativa ndeg 0032008 do Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeordquo
PREJULGADO 1268 DO TCESC
A Cacircmara Municipal poderaacute ressarcir as despesas de combustiacutevel de veiacuteculos particulares desde que (a) previamente
autorizada em lei especiacutefica (b) relacionada a deslocamento dos Vereadores para fora de jurisdiccedilatildeo municipal (c) os
assuntos tratados nas viagens sejam de interesse puacuteblico (d) haja expressa autorizaccedilatildeo da Cacircmara Municipal para a rea-
lizaccedilatildeo da viagem (e) os veiacuteculos utilizados nestas condiccedilotildees estejam previamente cadastrados no oacutergatildeo competente do
Pode Legislativo e (f) sejam aplicaacuteveis somente a casos excepcionais
O TCE DE MG PROIacuteBE
Consulta nordm 810007- TCEMG
Tribunal de Constas do Estado - Cacircmara natildeo pode pagar gasolina para vereadores O relator Cons Elmo Braz adotou o
parecer do Auditor Hamilton Coelho para responder agraves indagaccedilotildees Inicialmente a Auditoria asseverou que o TCEMG
jaacute declarou em diversas oportunidades a ilegalidade do abastecimento de veiacuteculos particulares de vereadores com re-
cursos da Cacircmara ainda que para uso no interesse do oacutergatildeo mencionando nesse sentido a Consulta nordm 810007 (Rel
Cons Eduardo Carone Costa sessatildeo de 030210) ndash v Informativo 17 O Auditor transcreveu parte do parecer exarado
naquela Consulta no sentido de que a utilizaccedilatildeo de veiacuteculo de propriedade particular de vereador mediante contrapresta-
ccedilatildeo (abastecimento) a serviccedilo da Administraccedilatildeo Puacuteblica configuraria contrato de locaccedilatildeo de fato e de que o uso interca-
lado do veiacuteculo ndash ora em caraacuteter particular ora a serviccedilo ndash tornaria difiacutecil a mensuraccedilatildeo do quantum a ser indenizado
redundando em confusatildeo patrimonial envolvendo o agente puacuteblico e o oacutergatildeo contratante
O TCEMT PERMITE
Processo nordm 2073652010 - 19042011
ldquoCAcircMARA MUNICIPAL DE NOVA OLIacuteMPIA CONSULTA CAcircMARA MUNICIPAL VEREADOR VERBA DE
NATUREZA INDENIZATOacuteRIA POSSIBILIDADE SE OBSERVADOS OS REQUISITOS IMPOSSIBILIDADE DE
PAGAMENTO DE DESPESAS COM MANUTENCcedilAtildeO DO GABINETE DO PARLAMENTAR POSSIBILIDADE
DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS COM ABASTECIMENTO DE VEIacuteCULO PARTICULAR DO VEREADOR
E DE ACUMULACcedilAtildeO COM A DIAacuteRIA QUANDO CONTEMPLAREM O RESSARCIMENTO DE DESPESAS
DISTINTAS PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS NOS TERMOS DA LEI QUE A INSTITUIRrdquo
4187 - Passagens
Por se tratar de despesa com caracteriacutesticas muito proacuteprias jaacute que os valores se alteram permanentemente mas eacute
possiacutevel a reduccedilatildeo dos preccedilos sobretudo com descontos sobre a taxa de administraccedilatildeo das agecircncias ou operadoras eacute
recomendaacutevel a realizaccedilatildeo de processo licitatoacuterio afim de promover a economicidade evitar sobrepreccedilos e oportunizar
a competitividade entre os diversos particulares interessados em negociar com a Administraccedilatildeo
Por isso orienta-se agrave promoccedilatildeo do certame licitatoacuterio na modalidade Pregatildeo cujo objeto seja a contrataccedilatildeo de
serviccedilos de agenciamento de viagens para cotaccedilatildeo reserva e fornecimento de passagens (aeacutereas e terrestres) no acircmbito
nacional e internacional se houver interesse
Caso opte pela passagem internacional eacute interessante licitar a emissatildeo de seguro de assistecircncia em viagem in-
ternacional
Especificar que a compra se faraacute por meio de atendimento remoto (e-mail eou telefone)
O tipo aconselhaacutevel eacute o de menor preccedilo escolhendo-se a proposta que ofertar o maior percentual de desconto
sobre o valor ldquodo diardquo disponibilizado e cobrado de todos os puacuteblicos inclusive sobre as tarifas promocionais e reduzi-
das disponiacuteveis no momento da compra excluiacuteda a taxa de embarque
5 Controle
51 Corrupccedilatildeo desvios e fraudes Conceitos
Corrupccedilatildeo eacute o ato ou efeito de se corromper oferecer algo para obter vantagem em negociata onde se favorece
uma pessoa e se prejudica outra
Eacute tirar vantagem do poder atribuiacutedo Corrupccedilatildeo vem do latim corruptus que significa quebrado em peda-
ccedilos O verbo corromper significa tornar-se podre
Desvio na aacuterea puacuteblica significa retirar o caminho normal de alguma coisa Natildeo alcanccedilar o objetivo por
mudanccedila de rota
Geralmente a palavra estaacute ligada agraves alteraccedilotildees que se promovem na ocupaccedilatildeo de cargos ou funccedilotildees no
uso de bens na realizaccedilatildeo de obras e ateacute no destino que se daacute aos recursos financeiros Fraude eacute um esquema iliacutecito ou de maacute feacute criado para obter ganhos para si ou para terceiros
No meio puacuteblico as fraudes geralmente satildeo praticadas atraveacutes de simulaccedilotildees e ajustes visando o aproveitamen-
to iliacutecito de valores benefiacutecios ou do patrimocircnio puacuteblico
52 Conceito e relevacircncia do controle
O controle eacute a ferramenta mais eficaz para se evitar as irregularidades e ilegalidades na atuaccedilatildeo dos po-
deres puacuteblicos
Segundo os mais elaborados estudos e pesquisas a corrupccedilatildeo pode ser maior ou menor dependendo da
proporcionalidade de controle existente
Onde tem menor controle tem maior corrupccedilatildeo e assim vice e versa
E o controle se faz por trecircs principais vias orientaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e puniccedilatildeo No Brasil o combate agrave corrupccedilatildeo no meio puacuteblico vem acontecendo atraveacutes da implementaccedilatildeo de vaacuterios tipos
de controle sobre as verbas recursos e patrimocircnio puacuteblico
Nos uacuteltimos anos melhoraram muito os sistemas de Controle Interno e Externo por iniciativa de cada oacutergatildeo ou
por exigecircncia do povo (diretamente ou atraveacutes das miacutedias)
O Legislativo por iniciativa proacutepria ou por pressatildeo popular tem aprovado inuacutemeros atos para reforccedilar a legisla-
ccedilatildeo paacutetria que afeta a corrupccedilatildeo
Satildeo os exemplos da Lei das Inelegibilidades (LC 6490 reforccedilada pela Lei da Ficha Limpa- LC 1352010) a
Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 1012000) a Lei da Transparecircncia (LC 1312009) a Lei da Informaccedilatildeo
(125272011) e a Lei Anticorrupccedilatildeo (128462013) e tantas outras
O Judiciaacuterio por sua vez e com o apoio das instituiccedilotildees de apuraccedilatildeo a ele ligadas (poliacutecias ministeacuterio puacuteblico
etc) tem punido severamente os corruptos realizando o seu papel sem distinccedilatildeo de cargo ou poder do apenado
Segundo informa o oacutergatildeo denominado de ldquoTransparecircncia Internacionalrdquo em mateacuteria divulgada no mecircs
de dezembro2014 ldquoNeste ano o Brasil obteve a nota 43 em uma escala que vai de 0 (setor puacuteblico visto como extremamente
corrupto) a 100 (extremamente iacutentegro) a mesma pontuaccedilatildeo obtida em 2012
No ano passado o paiacutes havia totalizado 42 pontos
A pontuaccedilatildeo do Brasil se situa exatamente na meacutedia mundial de acordo com o estudo de 43 pontos Nas
Ameacutericas como um todo a meacutedia eacute 45
Mais de dois terccedilos dos 175 paiacuteses que integram o iacutendice obtiveram uma nota inferior a 50
O Brasil estaacute na metade Natildeo eacute um dos piores nem dos melhores Mas natildeo eacute um resultado bom para o
paiacutes que tem feito inuacutemeros esforccedilos para ser um liacuteder econocircmico e poliacutetico disse Salas agrave BBC Brasil O Brasil
quer ser um liacuteder mundial entatildeo tem que mostrar o exemplo Ele ainda estaacute muito distante dos paiacuteses desenvol-
vidos nesse iacutendice ressalta o diretor da Transparecircncia Internacional
Empatados com o Brasil com a mesma pontuaccedilatildeo e lugar no ranking estatildeo paiacuteses como a Itaacutelia a Greacutecia
e a Bulgaacuteria
Para Salas o escacircndalo da Petrobras pode ser positivo para o Brasil se forem tomadas medidas fortes
de combate agrave corrupccedilatildeo
Se a presidente Dilma Roussef aproveitar esse momento para fazer mudanccedilas poderaacute ser algo positivo
diz ele
Se pessoas poderosas e outros culpados nesse escacircndalo forem presos o Brasil poderaacute projetar uma boa
imagem afirma Salas
Se houver tambeacutem reforma poliacutetica e melhorias no sistema de compras puacuteblicas pode ser um momento
histoacuterico para o Brasil Mas se nada mudar seraacute um exemplo negativo diz ele
A Dinamarca eacute a primeira colocada no ranking com 92 pontos um a mais em relaccedilatildeo ao estudo anterior
onde tambeacutem jaacute havia ficado em primeiro lugar
A China e a Turquia estatildeo entre os paiacuteses que mais perderam posiccedilotildees no ranking deste ano
A China que adotou nos uacuteltimos anos medidas de combate agrave corrupccedilatildeo como a proibiccedilatildeo de dar presen-
tes de alto luxo a funcionaacuterios puacuteblicos caiu 20 posiccedilotildees no ranking passando a ocupar o 100deg lugar com 36 pon-
tos
Entre os paiacuteses dos BRICS o Brasil estaacute praticamente empatado com a Aacutefrica do Sul (duas posiccedilotildees aci-
ma do Brasil no ranking) e bem agrave frente da China Iacutendia e Ruacutessiardquo
In httpwwwbbccoukportuguesenoticias201412141202_ranking_transparencia_internacional_brasil_df_lgb
Assim vale agrave pena continuar acreditando na melhora e natildeo cessar a luta pela melhoria dos instrumentos
de controle e combate agrave corrupccedilatildeo
53 O anseio democraacutetico pelo controle
De haacute muito tempo que a populaccedilatildeo anseia por melhoria nos sistemas de controle da coisa puacuteblica
No Brasil que historicamente conviveu com a corrupccedilatildeo na Administraccedilatildeo Puacuteblica a implantaccedilatildeo do re-
gime democraacutetico teve como maior objetivo a participaccedilatildeo do povo no poder (nas coisas do Estado) diretamente
ou atraveacutes de seus legiacutetimos representantes
Com isso espera-se que o povo faccedila parte do governo e que tenha conhecimento do que ocorre com os
bens e valores puacuteblicos enquanto estiverem sob a guarda dos administradores da coisa puacuteblica
Mas natildeo basta trocar as pessoas no comando do eraacuterio
Eacute preciso equipar os sistemas de controle haja vista que natildeo eacute exatamente a iacutendole pessoal que evita a
corrupccedilatildeo e os desvios no meio puacuteblico mas acima de tudo o controle que se faz sobre a coisa (a ocasiatildeo faz o
ladratildeo) O controle eacute exercido de forma irrestrita e ilimitada em todos e por todos os Poderes de Estado estendendo-se a
toda a Administraccedilatildeo e abrangendo todas as suas atividades e agentes sendo classificadas em variados tipos e formas de
atuaccedilatildeo para atingir os seus objetivos
Essas classificaccedilotildees indicam que
(I) O controle administrativo ou executivo eacute aquele exercido pela proacutepria Administraccedilatildeo sobre seus atos e agentes
(II) Controle legislativo ou parlamentar diz respeito ao que o Poder Legislativo imprime sobre atos e agentes do
Poder Executivo
(III) O controle judiciaacuterio eacute o referente agrave correccedilatildeo dos atos ilegais de qualquer dos Poderes pelo Judiciaacuterio quando
lesivos de direito individual ou do patrimocircnio puacuteblico Quanto a forma o controle pode ser sintetizado
bull De acordo com seu fundamento pode ser hieraacuterquico ou finaliacutestico
bull Em razatildeo da localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o exercita pode ser interno ou externo
bull Em virtude do momento em que eacute exercido pode ser preacutevio ou preventivo ou a priori concomitante ou sucessivo e
subsequente ou corretivo ou a posteriore
bull Conforme o aspecto controlado pode ser de legalidade ou de legitimidade e de meacuterito
Outra abordagem do Direito Administrativo eacute apresentada segundo a qual o controle da Administraccedilatildeo Puacuteblica
eacute poder de fiscalizaccedilatildeo e correccedilatildeo que sobre ela exercem os oacutergatildeos dos Poderes Judiciaacuterio Legislativo e Executivo com
o objetivo de garantir a conformidade de sua atuaccedilatildeo com os princiacutepios que lhe satildeo impostos pelo ordenamento juriacutedico
Dentre os pontos comuns observados eacute importante registrar as visotildees sobre os chamados controle externo e
controle interno decorrentes das classificaccedilotildees relativas agrave localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o realiza e quanto agrave integraccedilatildeo do
oacutergatildeo que o executa e agrave estrutura do oacutergatildeo objeto de sua execuccedilatildeo
As atividades do sistema de controle interno satildeo exercidas mediante a utilizaccedilatildeo de teacutecnicas de fiscalizaccedilatildeo e
auditoria as quais consistem no conjunto de processos que viabilizam o alcance dos macro-objetivos do sistema
Fiscalizar consiste na aplicaccedilatildeo de um conjunto de procedimentos pontuais que permitam o exame dos atos da
administraccedilatildeo puacuteblica visando avaliar a execuccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas atuando sobre os resultados efetivos dos pro-
gramas governamentais
54 O Controle Interno
Com previsatildeo desde 1964 (art 76 da Lei 432064 - Lei da Contabilidade Puacuteblica) foi levado agrave regras constitu-
cional em 05 de outubro de 1988 na Carta Maior (art 74) e reforccedilado pela Lei Complementar 1012000(LRF art 54 e
59) mas soacute implementado no Paranaacute a partir de 2008 com a exigecircncia pelo TCE que assim se manifestou a respeito
ldquoO sistema de controle interno eacute o agente de orientaccedilatildeo e integraccedilatildeo dos controles administrativos das enti-
dades componentes da estrutura organizacional e de apoio ao controle externo
Tem por objetivos principais a avaliaccedilatildeo do cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual e a execu-
ccedilatildeo dos programas constantes da LDO e na Lei Orccedilamentaacuteria Anual assegurar a observacircncia das normas e regula-
mentos e assim a legalidade dos atos avaliando os resultados no que se refere agrave eficaacutecia e eficiecircncia da gestatildeo orccedila-
mentaacuteria financeira e patrimonial da administraccedilatildeo
Sua funccedilatildeo inclui a diligecircncia no acompanhar dos procedimentos da administraccedilatildeo e na orientaccedilatildeo do ges-
tor acerca de eventuais desvios de rota e para evitar riscos iminentes que possam provocar danos ao patrimocircnio e agrave
gestatildeo
Juntamente com a contabilidade o controle interno deve velar pelo atendimento das agendas de obrigaccedilotildees
pela certeza do cumprimento dos limites legais seja de pisos de investimentos miacutenimos ou tetos para gastos maacutexi-
mos pela verdade das informaccedilotildees levadas a puacuteblico em face da LRF e suas determinaccedilotildees de transparecircncia da Lei
da Informaccedilatildeo e da proacutepria Lei nordm 432064
Os resultados satisfatoacuterios e sem sobressaltos especialmente em processo de transiccedilatildeo de mandato acentuam
que o controle interno desempenhou seu papel com efetividade e compromisso com a Entidade
O principal embaraccedilo que se tem percebido no processo de estruturaccedilatildeo do controle interno tem ocorrido na
montagem da equipe de trabalho especialmente a natildeo disponibilidade de profissionais com preparo teacutecnico
Existem pequenas prefeituras e cacircmaras municipais onde se verifica ateacute mesmo a simples falta de pessoal
sem atributosrdquoManual de Final de mandato ndash 2012
55 O controle Externo
O controle externo dos poderes municipais ( Executivo e Legislativo) eacute realizado direta e formalmente pelo
Tribunal de Contas que aleacutem de exigir a prestaccedilatildeo de contas anual ainda verifica a lisura e regularidade dos atos e accedilotildees
que envolvam a administraccedilatildeo dos bens e recursos puacuteblicos
A Lei Orgacircnica do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute (LC 1132005) indica que no papel de apoiador do
Poder Legislativo Municipal no controle externo a Corte Administrativa tem a seguinte competecircncia
ldquoArt 1ordm Ao Tribunal de Contas do Estado oacutergatildeo constitucional de controle externo com sede na Capital do Estado
compete nos termos da Constituiccedilatildeo Estadual e na forma estabelecida nesta lei
II ndash julgar as contas dos chefes dos oacutergatildeos do Poder Legislativo estadual e municipal do Poder Judiciaacuterio do Minis-
teacuterio Puacuteblico e deste Tribunalrdquo
Todavia por certo que existem outros oacutergatildeos que de forma indireta realizam o controle externo do poder puacuteblico muni-
cipal como o Ministeacuterio Puacuteblico o Judiciaacuterio e os Observatoacuterios sociais
Eacute posiccedilatildeo paciacutefica entre os estudiosos da Administraccedilatildeo Puacuteblica no mundo que o mais eficiente instrumento de
controle da ldquocoisa puacuteblicardquo eacute a transparecircncia
Pois se o povo acompanha atos e accedilotildees do governo e do governante tanto estes evitam as irregularidades por
temerem o que vai a puacuteblico quanto agravequeles podem julgar com maior facilidade a atuaccedilatildeo de suas lideranccedilas
6 Transparecircncia Puacuteblica no Brasil
Desde o nascimento de nossa paacutetria em 22 de abril de 1500 a populaccedilatildeo jamais teve acesso aacutes formas de utili-
zaccedilatildeo dos bens puacuteblicos e de administraccedilatildeo dos recursos financeiros arrecadados do proacuteprio povo
Tanto a monarquia (ateacute 14 de novembro de 1889) quanto no governo civil que comanda o paiacutes de laacute pra caacute pra-
ticamente todos os gestores natildeo tinham a obrigaccedilatildeo ou o costume de prestar contas de seus atos
Eacute certo que o faziam mas de forma geneacuterica apenas para oacutergatildeos de controle
O povo (contribuinte direta ou indiretamente) natildeo conseguia individualmente saber do que se passava no acircmbi-
to dos Poderes da naccedilatildeo
No entanto com o advento da globalizaccedilatildeo e da evoluccedilatildeo raacutepida e espetacular das tecnologias de comunicaccedilatildeo
houve tambeacutem um grande avanccedilo nos direitos dos cidadatildeos
Aqui no Brasil apoacutes a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 muito se conquistou desses direitos
A proacutepria Carta Magna reservou uma lista grande de direitos e garantias individuais e coletivas (em especial
nos art 5ordm 6ordm e 7ordm)
De toda forma criando verdadeiro divisor na histoacuteria do Brasil a nossa CF88 acendeu nos nacionais o desejo
de conhecer de perto e participar da vida do paiacutes
Mais que isto passou a discutir os seus direitos enquanto membros da naccedilatildeo
Representados no governo tanto nas casas legislativas quanto nos demais poderes (Executivo e Judiciaacuterio)
passamos a conquistar espaccedilo e elaborar instrumentos que exigem (forccedilam) os gestores a dar transparecircncia em sua atua-
ccedilatildeo
Dentre esses instrumentos podemos citar a Lei de Responsabilidade Fiscal que desde o seu nascimento (em
2000) jaacute previa certas obrigaccedilotildees aos governantes para levar ao povo o conhecimento de seus atos e accedilotildees
Mas foi exatamente em 2010 pela Lei Complementar nordm 131 de 27 de maio de 2009 que houve uma implemen-
taccedilatildeo maior da obrigatoriedade de transparecircncia nos meio puacuteblico aplicando-se inclusive regras especiacuteficas sobre a
divulgaccedilatildeo tecnoloacutegica via internet
Com isso desencadeou no Brasil em todos os oacutergatildeos puacuteblicos a obrigaccedilatildeo de publicar mais amplamente as in-
formaccedilotildees que poderiam ter o interesse puacuteblico
Essa eacute a chamada Transparecircncia Ativa pois independentemente de algueacutem solicitar o oacutergatildeo puacuteblico tem a o-
brigaccedilatildeo de divulgar
E diga-se mais
A divulgaccedilatildeo (publicaccedilatildeo) deveraacute ser eficiente e eficaz
Ou seja
O canal disponibilizado deveraacute ser de boa qualidade permitindo o acesso de forma raacutepida e faacutecil e evitando os
subterfuacutegios (mesmo que da tecnologia) para esconder dados e informaccedilotildees
A Lei Complementar Federal nordm 1012000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) exige
que ocorram publicaccedilotildees trimestrais
7 Publicidade Oficial Obrigatoacuteria
Por certo que a fonte primeira para propiciar o controle eacute a publicidade
A princiacutepio publicidade significa ldquolevar a puacuteblicordquo mais no sentido de obediecircncia ao ditame constitucional de
divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees do poder puacuteblico
Inclusive a publicidade foi instituiacuteda como um dos 5 (cinco) princiacutepios baacutesicos da Administraccedilatildeo Puacuteblica (art
37 caput da CF)
Eacute que o legislador constituinte entendeu como sendo prioridade a divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees dos governantes
para que o povo (contribuinte-eleitor) acompanhe as atuaccedilotildees dos eleitos bem como com a coisa puacuteblica
Embasadas na Carta Maior da Repuacuteblica muitas leis editadas depois de 1988 criaram obrigaccedilatildeo de publicar cer-
tos atos quando se tratar de recursos puacuteblicos (financeiros patrimoniais funcionais etc)
Os Atos Oficiais de publicaccedilatildeo obrigatoacuteria devem ser divulgados em um uacutenico meio de comunicaccedilatildeo escolhido
por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-tributaccedilatildeo-
orccedilamentaacuteria)
No caso do Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Licitaccedilatildeo
cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
71 Publicidade oficial Facultativa
A CF de 1988 tambeacutem autorizou despesas com a divulgaccedilatildeo de caraacuteter educativo e informativo ou de orienta-
ccedilatildeo social (art 37 sect1ordm)
No entanto de laacute pra caacute muita polecircmica foi gerada discutindo sobre o que poderia se aceitar referente agraves despe-
sas com publicidade
Eacute que a interpretaccedilatildeo anterior impunha uma separaccedilatildeo severa na publicidade oficial entre a obrigatoacuteria e a fa-
cultativa
Entendia-se que a obrigatoacuteria era apenas aquela especificada na lei como a publicaccedilatildeo de atos como leis de-
cretos portarias resoluccedilotildees editais
Quando se divulgava as accedilotildees do poder puacuteblico questionava-se se aquela despesa se enquadrava como educa-
cional de orientaccedilatildeo social ou de informaccedilatildeo exigida (serviccedilos de utilidade puacuteblica)
72 Publicidade Institucional
Poreacutem com a evoluccedilatildeo do conceito e com a crescente demanda do povo sobre a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico e as
accedilotildees governamentais ampliou-se em muito as possibilidades de realizar despesas para esse fim
Portanto aleacutem da publicaccedilatildeo obrigatoacuteria e daquelas enquadradas como ldquoserviccedilos de utilidade puacuteblicardquo passou-
se a entender que o gestor deva divulgar amplamente as atividades de cada oacutergatildeo puacuteblico para manter a populaccedilatildeo por
dentro dos acontecimentos que envolvem recursos dos contribuintes De certo modo essa divulgaccedilatildeo natildeo obrigatoacuteria pode ser considerada como publicidade institucional pois a-
leacutem de informar ao povo sobre as accedilotildees do oacutergatildeo promove este diante da opiniatildeo puacuteblica fortalecendo-o institucional-
mente
E para essa divulgaccedilatildeo o TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contra-
tar serviccedilos de comunicaccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
No caso de contrataccedilatildeo de agecircncias as regras a serem obedecidas deveratildeo ser aquelas da lei federal nordm
122322010 (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
Resumindo as regras do TCEPR para a comunicaccedilatildeo institucional eacute
1- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010 A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO
para julgar a melhor teacutecnica
2- Para contratar os serviccedilos para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocirc-
nico) programa de raacutedio ou TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo ME-
LHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
Insta lembrar tambeacutem que a partir de 2006 o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a publicar
natildeo apenas seus atos oficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de
internet ou outros serviccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
a)- transmissotildees de sessotildees
b)- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
c)- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
a)- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
b)- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
c)- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
d)- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
e)- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
f)- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Lembrando que existem Atos Oficiais que devem ser obrigatoriamente divulgados em um uacutenico meio de co-
municaccedilatildeo escolhido por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-
tributaccedilatildeo-orccedilamentaacuteria)
E atenccedilatildeo
O Oacutergatildeo Oficial nos Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Li-
citaccedilatildeo cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
Vide Acoacuterdatildeo nordm 409760-5 do TJPR e Processo nordm 22972306 do TCEPR no AVA
Inclusive o Municiacutepio poderaacute optar por apenas um Diaacuterio Oficial Eletrocircnico ou este e mais o Diaacuterio Oficial
Impresso segundo o TCEPR (Acoacuterdatildeo nordm 383013)
Aliaacutes o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a partir de 2006 a publicar natildeo apenas seus atos o-
ficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de internet ou outros servi-
ccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
- transmissotildees de sessotildees
- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Atenccedilatildeo de novo
A lei federal nordm 122322010 criou regras especiacuteficas para a contrataccedilatildeo de serviccedilos de publicidade prestados
por intermeacutedio de agecircncias de propaganda (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
O TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contratar serviccedilos de comuni-
caccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
Resumindo
a)- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010
A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO pa-
ra julgar a melhor teacutecnica
b)- O TCEPR tem se posicionado (vide acoacuterdatildeo 3082012 no AVA) no sentido de que a contrataccedilatildeo dos serviccedilos
para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocircnico) programa de raacutedio ou
TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo MELHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
8 Prestaccedilatildeo de Contas
Sendo mais um dos elementos da Transparecircncia e consequentemente do Controle a Prestaccedilatildeo de Contas enseja
dar conhecimento ao contribuinte do que o gestor faz com os recursos puacuteblicos
Seguindo a evoluccedilatildeo social humana sobretudo apoacutes a identificaccedilatildeo da figura do estado moderno (povo territoacute-
rio governo) a exigecircncia de os governantes ou particulares dar satisfaccedilatildeo aos contribuintes sobre o uso e aplicaccedilatildeo dos
recursos puacuteblicos (financeiros e de bens) tem crescido mais e mais
Jaacute na Declaraccedilatildeo dos Direitos do Homem e do Cidadatildeo elaborada e aceita por muitos povos na era da Revolu-
ccedilatildeo Francesa (1789) consta essa exigecircncia
ldquoArt 15 ndash A Sociedade tem o Direito de pedir conta a todo agente puacuteblico de sua administraccedilatildeordquo
Segundo o texto divulgado no site do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute
ldquoA Prestaccedilatildeo de Contas eacute dever constitucional dos que utilizam arrecadam guardam gerenciam ou administram
dinheiros bens e valores puacuteblicosrdquo
httpwww1tceprgovbrconteudoprestacao-de-contas-municipios214
Resumindo
Com a publicidade e a prestaccedilatildeo de contas ocorre transparecircncia na gestatildeo puacuteblica promovendopermitindo
melhor controle da coisa puacuteblica
Todos satildeo interligados
Bom Estudo
Controle
Transparecircncia
Publicidade
Prestaccedilatildeo de Contas
V - organizar e prestar diretamente ou sob regime de concessatildeo ou permissatildeo os serviccedilos puacuteblicos de interesse local
incluiacutedo o de transporte coletivo que tem caraacuteter essencial
VI - manter com a cooperaccedilatildeo teacutecnica e financeira da Uniatildeo e do Estado programas de educaccedilatildeo infantil e de ensino
fundamental (Redaccedilatildeo dada pela Emenda Constitucional nordm 53 de 2006)
VII - prestar com a cooperaccedilatildeo teacutecnica e financeira da Uniatildeo e do Estado serviccedilos de atendimento agrave sauacutede da popula-
ccedilatildeo
VIII - promover no que couber adequado ordenamento territorial mediante planejamento e controle do uso do parce-
lamento e da ocupaccedilatildeo do solo urbano
IX - promover a proteccedilatildeo do patrimocircnio histoacuterico-cultural local observada a legislaccedilatildeo e a accedilatildeo fiscalizadora federal e
estadual [grifos nossos]
337 Intervenccedilatildeo nos Municiacutepios
A Constituiccedilatildeo Federal de 1988 regulamentada nos arts 35 e 36 as uacutenicas exceccedilotildees em que o Estado poderaacute
intervir no Municiacutepio Satildeo elas
I- deixar de ser paga sem motivo de forccedila maior por dois anos consecutivos a diacutevida fundada
II- natildeo forem prestadas contas devidas na forma de lei
III- natildeo tiver sido aplicado o miacutenimo exigido da receita municipal na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
IV- o Tribunal de Justiccedila der provimento a representaccedilatildeo para assegurar a observacircncia de princiacutepios indicados na Consti-
tuiccedilatildeo Estadual ou para prover a execuccedilatildeo de lei de ordem ou de decisatildeo judicial
4 Gestatildeo de pessoal
41 - Funcionaacuterio ou Servidor
Ateacute a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 os trabalhadores nos oacutergatildeos puacuteblicos eram chamados de funcionaacuterios Po-
reacutem a partir dela esses trabalhadores receberam a denominaccedilatildeo geneacuterica de servidor
Na verdade a CF88 preferiu empregar a designaccedilatildeo servidor puacuteblico e agente puacuteblico para referir-se aos
trabalhadores do Estado
42 - Agente Puacuteblico
Agente Puacuteblico eacute a designaccedilatildeo mais abrangente alcanccedila os agentes poliacuteticos os servidores puacuteblicos e os parti-
culares em atuaccedilatildeo colaboradora
Os servidores puacuteblicos satildeo referidos como categoria de agentes puacuteblicos satildeo os agentes permanentes profissio-
nais a serviccedilo da Administraccedilatildeo Puacuteblica
43 - Agente Poliacutetico
O agente poliacutetico eacute aquele detentor de cargo eletivo eleito por mandatos transitoacuterios como os Chefes de Poder
Executivo e membros do Poder Legislativo aleacutem de cargos de Diplomatas Ministros de Estado e de Secretaacuterios nas
Unidades da Federaccedilatildeo os quais natildeo se sujeitam ao processo administrativo disciplinar Tambeacutem satildeo espeacutecies de agen-
tes puacuteblicos
44 ndash Funcionaacuterio no Coacutedigo Penal
No Coacutedigo Penal Brasileiro contudo haacute referecircncia a funcionaacuterio puacuteblico que tem abrangecircncia maior que a do
servidor puacuteblico Um mesaacuterio por exemplo ao exercer uma funccedilatildeo puacuteblica (ajudar no processo eleitoral) eacute funcionaacuterio
puacuteblico (em relaccedilatildeo aos atos praticados como mesaacuterio) apesar de ter uma funccedilatildeo puacuteblica transitoacuteria e natildeo remunerada
45 ndash Espeacutecies de servidor (regimes)
O termo servidor puacuteblico adotado pela Constituiccedilatildeo de 1988 (que deixou de utilizar a expressatildeo funcionaacuterio
puacuteblico embora ainda exista na legislaccedilatildeo ordinaacuteria)divide-se em trecircs espeacutecies
A - os servidores estatutaacuterios (ocupantes de cargos puacuteblicos e sujeitos ao regime estatutaacuterio)
B - os servidores temporaacuterios (para atender agrave alguma necessidade temporaacuteria de excepcional interesse puacuteblico (conforme
o art 37 IX da Constituiccedilatildeo) Satildeo contratados por tempo determinado exercem funccedilatildeo sem viacutenculo a cargo ou empre-
go puacuteblico e satildeo vinculados agrave CLT
C - os empregados puacuteblicos (contratados de acordo com o regime da legislaccedilatildeo trabalhista e detentores de emprego puacute-
blico) Ambos os Regimes de Trabalho estatildeo submetidos agraves normas constitucionais de ingresso mediante concurso puacuteblico e
aos paracircmetros de controle fiscal e financeiro da Uniatildeo e dos entes federados atraveacutes da Lei de Responsabilidade Fiscal
com exceccedilatildeo dos comissionados
46 - Provimento Provimento eacute o ato administrativo de preenchimento de cargo puacuteblico regulamentado no Brasil pela Lei Nordm
8112 de 11 de novembro de 1990(acircmbito federal)
De acordo com a legislaccedilatildeo o provimento poderaacute se dar mediante nomeaccedilatildeo promoccedilatildeo readaptaccedilatildeo reversatildeo
aproveitamento reintegraccedilatildeo e reconduccedilatildeo
Cada uma destas formas de provimento tem um significado especial na administraccedilatildeo puacuteblica e especificam a
forma legal de acesso ao cargo puacuteblico no Brasil
47 - Retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria A retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria referente aos serviccedilos prestados pelo agente puacuteblico ao estado se daacute da seguinte forma
171 - Vencimento eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria pelo exerciacutecio de cargo puacuteblico com valor fixado em lei
171 - Remuneraccedilatildeo eacute o vencimento do cargo efetivo acrescido das vantagens pecuniaacuterias permanentes estabelecidas
em lei
172 - Subsiacutedio eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria exclusiva e fixada em parcela uacutenica vedado o acreacutescimo de qualquer gratifi-
caccedilatildeo adicional abono precircmio verba de representaccedilatildeo ou outra espeacutecie remuneratoacuteria Esse tipo de remuneraccedilatildeo natildeo eacute
a regra geral e aplica-se aos casos que a lei especificar
173 - Provento eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria paga ao exercente de cargo puacuteblico quando passa da atividade para a inativi-
dade ou seja quando se aposenta
174 - Pensatildeo eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria paga agraves pessoas a quem a lei atribui a condiccedilatildeo de beneficiaacuterias do servidor
puacuteblico que veio a falecer
Deve-se ressaltar que nenhum salaacuterio dentro do serviccedilo puacuteblico pode ser superior ao valor dos subsiacutedios pagos
aos Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e que os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder
Judiciaacuterio natildeo poderatildeo ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo
Nos Municiacutepios o teto remuneratoacuterio eacute o subsiacutedio do Prefeito Municipal
Apesar dessas regras existirem muitas pessoas se questionam se elas satildeo de fato obedecidas
48 - Servidores de Carreira (efetivos)
A efetividade e a estabilidade satildeo institutos juriacutedicos distintos sendo que a natureza de um natildeo pode ser con-
fundida com a de outro Enquanto que a efetividade representa o modo de preenchimento do cargo que contempla esta
natureza por pressupor a permanecircncia e continuidade do servidor no exerciacutecio das suas atribuiccedilotildees a estabilidade eacute a
garantia de o servidor efetivo permanecer no serviccedilo puacuteblico apoacutes trecircs anos de efetivo exerciacutecio em cargo de provimento
efetivo nos termos do art 41 da Constituiccedilatildeo Federal soacute podendo ser dele afastado se configurada uma das hipoacuteteses
prevista no art 41 sect 1ordm
Natildeo haacute confundir efetividade com estabilidade porque aquela eacute uma caracteriacutestica da nomeaccedilatildeo e esta eacute um atri-
buto pessoal do ocupante do cargo adquirido apoacutes a satisfaccedilatildeo de certas condiccedilotildees de seu exerciacutecio A efetividade eacute um
pressuposto necessaacuterio da estabilidade Sem efetividade natildeo pode ser adquirida a estabilidade
49 - Cargo em Comissatildeo e Funccedilatildeo de Confianccedila
Ambos os cargos satildeo criados por lei e se destinam apenas agraves atribuiccedilotildees de direccedilatildeo chefia e assessoramento na
administraccedilatildeo puacuteblica federal e satildeo respectivamente preenchidos ou exercidas mediante livre nomeaccedilatildeo pela autoridade
competente na contrapartida das respectivas livres exoneraccedilatildeo e dispensa a qualquer tempo (ad nutum) seja a pedido
seja de ofiacutecio pela mesma autoridade que nomeou
A diferenccedila reside no fato de que as funccedilotildees de confianccedila satildeo exercidas exclusivamente por servidores ocupan-
tes de cargo efetivo enquanto os cargos em comissatildeo podem ser preenchidos por servidores que jaacute detenham cargos
efetivos de carreira de acordo com percentuais estabelecidos na sua lei de criaccedilatildeo Isto significa que devendo ser ocu-
pados por um percentual miacutenimo legal de servidores de carreira pode-se ter entatildeo as vagas restantes dos cargos em co-
missatildeo ocupadas por pessoas sem viacutenculo definitivo com a administraccedilatildeo
410 - Exoneraccedilatildeo e Demissatildeo
A exoneraccedilatildeo eacute o ato administrativo que desliga o servidor do serviccedilo puacuteblico encerrando viacutenculo funcional e
natildeo tem caraacuteter punitivo
Assim quando nos referirmos agrave exoneraccedilatildeo estamos tratando de uma forma de vacacircncia do cargo puacuteblico po-
reacutem que natildeo se caracteriza como penalidade de natureza disciplinar
Agora ao falarmos em demissatildeo estamos nos referindo a um ato administrativo que desliga o servidor ativo o-
cupante de cargo efetivo como forma de puniccedilatildeo por falta grave Tal penalidade deve ser apurada mediante um Processo
Administrativo Disciplinar assegurado ao acusado o contraditoacuterio e a ampla defesa
411 Cargos Comissionados e Funccedilotildees Gratificadas 4111 - Cargo em Comissatildeo
A denominaccedilatildeo ldquocargo em comissatildeordquo estaacute relacionada com a seguranccedila da relaccedilatildeo juriacutedica estabelecida entre o
seu titular e a Administraccedilatildeo Puacuteblica
Nessa perspectiva os cargos em comissatildeo podem ser permanentes na estrutura organizacional mas seus titula-
res satildeo transitoacuterios
Os seus ocupantes satildeo livremente nomeados e exonerados pela autoridade competente
4112 - Consequecircncias da livre nomeaccedilatildeoexoneraccedilatildeo A livre nomeaccedilatildeo para o cargo em comissatildeo tem como consequumlecircncia o fato de que o escolhido natildeo precisa pres-
tar concurso puacuteblico para assumir o cargo sendo selecionado em razatildeo da relaccedilatildeo de confianccedila que possui com a autori-
dade nomeante
Daiacute os cargos em comissatildeo serem popularmente chamados de ldquocargos de confianccedilardquo A relaccedilatildeo de confianccedila
deve ser estabelecida em face da confiabilidade quanto ao bom desempenho do profissional no exerciacutecio do cargo
A livre exoneraccedilatildeo significa que seu titular pode ser exonerado a qualquer momento pela autoridade nomeante
sem que haja necessidade de um processo administrativo ou mesmo de qualquer justificativa para tanto
Dessa forma o titular do cargo em comissatildeo natildeo adquire estabilidade impedindo-se assim que os exonerados
tenham direitos agraves verbas trabalhistas e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviccedilo (FGTS)
4113 - Regime juriacutedico
O regime juriacutedico aplicaacutevel aos cargos em comissatildeo eacute o regime estatutaacuterio ou seja todos os direitos e deveres
de seus titulares incluindo-se a remuneraccedilatildeo e as atribuiccedilotildees especiacuteficas devem estar previstos em lei de iniciativa do
prefeito conforme prevecirc o art 61 sect 1ordm II ldquoardquo da Constituiccedilatildeo Federal
Portanto do ponto de vista legal os cargos em comissatildeo natildeo podem ser regidos pela CLT
4114 - Atribuiccedilotildees dos cargos em comissatildeo
De acordo com o art 37 V da Constituiccedilatildeo Federal os cargos em comissatildeo satildeo destinados apenas agraves atribui-
ccedilotildees de direccedilatildeo chefia e assessoramento devendo ser preenchidos por servidores de carreira nos casos nas condiccedilotildees e
nos percentuais miacutenimos previstos em lei
4115 - Aposentadoria dos ocupantes de cargos em comissatildeo
Ao ocupante exclusivamente de cargo em comissatildeo declarado emlei de livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo eacute aplica-
do o Regime Geral de Previdecircncia Social ou seja deve estar vinculado ao regime administrado pelo INSS de acordo
com o art 40 sect 13 da Constituiccedilatildeo Federal
Neste caso a contribuiccedilatildeo previdenciaacuteria do municiacutepio (patronal) e do servidor eacute devida ao INSS
Caso o titular do cargo em comissatildeo tambeacutem seja servidor puacuteblico de carreira do municiacutepio ou seja titular de
cargo efetivo devidamente nomeado por concurso a aposentadoria seraacute pelo regime previdenciaacuterio adotado pelo muni-
ciacutepio
Nesse caso natildeo seraacute contribuinte obrigatoriamente do RGPS
4116 -Vedaccedilatildeo agrave nomeaccedilatildeo em cargo comissionado
Recentemente o STF editou a Suacutemula Vinculante no 13 limitando a liberdade de nomeaccedilatildeo para os cargos em
comissatildeo com o seguinte teor
A nomeaccedilatildeo de cocircnjuge companheiro ou parente em linha reta colateral ou por afinidade ateacute o terceiro grau
inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa juriacutedica investido em cargo de direccedilatildeo chefia ou
assessoramento para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou de confianccedila ou ainda de funccedilatildeo gratificada na administra-
ccedilatildeo puacuteblica direta e indireta em qualquer dos Poderes da uniatildeo dos estados do Distrito Federal e dos Municiacutepios com-
preendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocas viola a Constituiccedilatildeo Federal
Tratando-se de Suacutemula Vinculante seu cumprimento independe da existecircncia de lei municipal (art 103-A da
CF) sendo inclusive proibido ao municiacutepio criar lei reduzindo o alcance da Suacutemula
Todas as esferas da Administraccedilatildeo Puacuteblica ficam obrigadas aos termos de suacutemula vinculante
4117 - DESVIOS
41171 - Desvio de finalidade
Quando algum oacutergatildeo puacuteblico cria cargos comissionados visando a nomeaccedilatildeo de servidores para realizarem ati-
vidades diferentes daquelas permitidas pela Constituiccedilatildeo Federal (direccedilatildeo chefia e assessoramento) estar-se-aacute diante do
desvio de finalidade dos CCs
Embora lamentaacutevel eacute comum a existecircncia de cargos comissionados com nomenclaturas absolutamente diferen-
ciadas da previsatildeo legal assim como leis autorizadoras de CCs (independentemente da nomenclatura) sem a indicaccedilatildeo
das atribuiccedilotildees de seus ocupantes
Eacute que muitas das vezes o agente poliacutetico cria cargos comissionados por outras razotildees que natildeo aquela de rece-
ber o liacutecito apoio de pessoas de confianccedila para desempenhar seu ideaacuterio poliacutetico-administrativo
Com a intenccedilatildeo de beneficiar ou acolher apaniguados ou ateacute de cooptar eleitores ou ldquocabos eleitoraisrdquo o agente
poliacutetico utiliza-se dos cargos comissionados em verdadeiro desvio de finalidade
41172 - Desvio de funccedilatildeo
De idecircntica forma encontramos ocupantes de cargos comissionados realizando funccedilotildees distintas daquelas pre-
vistas para o CC
Eacute o caso de um Diretor que natildeo dirige um oacutergatildeo de um chefe que natildeo coordena serviccedilos nem possui servidor
sob suas ordens ou de um assessor que natildeo estaacute vinculado agrave autoridade nem realiza tarefas caracteriacutesticas de assesso-
ramento
O desvio de funccedilatildeo se caracteriza pela praacutetica de outras tarefas pelo ocupante do cargo comissionado que natildeo
aquelas fixadas na lei criadora do cargo ou determinadas para os tipos direccedilatildeo chefia e assessoramento
4118 - Conceito de Funccedilotildees de Confianccedila
As FGs satildeo gratificaccedilotildees pagas pelo desempenho de atividades de chefia coordenaccedilatildeo e supervisatildeo
Poderatildeo ser pagas apenas aos servidores EFETIVOS (concursados)
Deveraacute ser autorizada por Lei
A lei deveraacute quantificar e valorar cada FG
Aconselha-se a que a quantidade de FGs tenha correlaccedilatildeo com os CCs
Ao corresponder determinado valor de FG deveraacute ser analisada a natureza o grau de responsabilidade e a com-
plexidade da funccedilatildeo a ser exercida
Orienta-se a que os valores fixados para as FGs natildeo ultrapassem 45 da verba a tiacutetulo de vencimentos baacutesicos
A FG eacute temporaacuteria transitoacuteria
Natildeo perderaacute a gratificaccedilatildeo de funccedilatildeo o funcionaacuterio que se ausentar em virtude de feacuterias luto casamento doenccedila
comprovada serviccedilos obrigatoacuterios por lei ou de atribuiccedilotildees decorrentes de sua funccedilatildeo
O desempenho de Funccedilatildeo Gratificada exigiraacute dedicaccedilatildeo integral com carga horaacuteria miacutenima de 40 (quarenta)
horas semanais e natildeo daraacute direito a horas extras
Agraves FGs seratildeo aplicadas as normas referentes ao NEPOTISMO e (se existir previsatildeo em lei local) agrave Lei Ficha
Limpa
412 Temporaacuterios
4121 Contrataccedilatildeo Temporaacuteria de Pessoal
A contrataccedilatildeo por tempo determinado eacute o instrumento juriacutedico a ser formalizado pelos gestores quando presente
a necessidade temporaacuteria de contrataccedilatildeo de pessoal e o excepcional interesse puacuteblico (art 37 IX da CF)
4122 Como regulamentar O art 37 IX da Constituiccedilatildeo Federal deve ser regulamentado por lei municipal que indicaraacute os casos de con-
trataccedilatildeo temporaacuteria de excepcional interesse puacuteblico
Eacute ilegal a contrataccedilatildeo temporaacuteria sem previsatildeo especiacutefica em lei municipal
4123 Seleccedilatildeo de Pessoal A escolha do pessoal a ser contratado por tempo determinado para atender a necessidade temporaacuteria de excep-
cional interesse puacuteblico deveraacute ser feita mediante processo seletivo simplificado sujeito agrave ampla divulgaccedilatildeo e observa-
da a dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria especiacutefica
4124 Regime Contratual O contrato natildeo eacute regido pela CLT mas sim por um contrato especial (administrativo)
4125 Necessidade de contrataccedilatildeo eacute requisito baacutesico O gestor puacuteblico deve justificar as razotildees da contrataccedilatildeo temporaacuteria isto eacute demonstrar a temporariedade e o ex-
cepcional interesse puacuteblico bem como por que o bom andamento do serviccedilo puacuteblico ficaria prejudicado sem a contrata-
ccedilatildeo
4126 Algumas hipoacuteteses de contrataccedilatildeo temporaacuteria A contrataccedilatildeo temporaacuteria pode ser utilizada nos seguintes casos
i-
co ou calamidade puacuteblica que natildeo possam ser solucionados soacute com a utilizaccedilatildeo dos recursos humanos de que dispotildee a
Administraccedilatildeo Puacuteblica
alta transitoacuteria do titular de cargo ou emprego puacuteblico quando o afastamento possa sensivelmente prejudicar o an-
damento do serviccedilo municipal
413 Terceirizaccedilatildeo de Pessoal 4131 Conceito baacutesico
Eacute a transferecircncia de atividades complementares agrave finalidade do oacutergatildeo(de meios e natildeo de fins) A Terceiriza-
ccedilatildeo proporciona
- Economia
- Eficiecircncia
A terceirizaccedilatildeo soacute eacute autorizada no Poder Puacuteblico como contrato de prestaccedilatildeo de serviccedilos e natildeo de pessoal
4132 Cuidados a serem tomados nas terceirizaccedilotildees bull OBJETO Se se trata de contrataccedilatildeo de serviccedilos natildeo-essenciais (meios) e natildeo de matildeo-de-obra
bull ECONOMICIDADE
bull SUBORDINACcedilAtildeO (natildeo ao ente contratante)
bull LICITACcedilAtildeO
bull GARANTIAS DE EXECUCcedilAtildeO
bull ACOMPANHAMENTO DO CONTRATO
bull NO PAGAMENTO
- comprovaccedilatildeo da realizaccedilatildeo dos serviccedilos
- retenccedilotildees obrigatoacuterias
- docs comprobatoacuterios (fiscais ndash trabalhistas)
4133 Tipos de serviccedilos que podem ser terceirizados bull LIMPEZA PUacuteBLICA (pode)
bull SAUacuteDE (depende apenas se admite a terceirizaccedilatildeo de determinadas atividades materiais ligadas ao serviccedilo de
sauacutede)
bull EDUCACcedilAtildeO (mesmas regras da sauacutede)
bull conservaccedilatildeo
bull limpeza
bull Seguranccedila
bull vigilacircncia
bull Transportes
bull informaacutetica
bull copeiragem
bull Recepccedilatildeo
bull Reprografia
bull Telecomunicaccedilotildees
bull manutenccedilatildeo de preacutedios equipamentos e instalaccedilotildees
bull serviccedilos de office-boyldquo (atraveacutes de empresa e licitaccedilatildeo)
4134 Terceirizaccedilatildeo de advogados e contadores
Satildeo permitidas apenas nas exceccedilotildees indicadas no acoacuterdatildeo 11112008 do TCEPR e Prejulgado nordm 873 do
TCESC
4135 Contrataccedilatildeo de Oscip A sigla OSCIP significa ldquoOrganizaccedilatildeo da Sociedade Civil de Interesse Puacuteblicordquo e pode ser considerada tambeacutem
como ONG (Oacutergatildeo Natildeo Governamental) pois nada mais eacute do que o resultado da iniciativa privada em criar uma pessoa
juriacutedica sem fins lucrativos para atuar em defesa de assuntos ou objetivos de interesse de toda a coletividade ou de
grupos especiacuteficos da sociedade humana
OSCIP poderaacute ser enquadrada ainda como Terceiro Setor
O aporte de recursos puacuteblicos (subvenccedilotildees contribuiccedilotildees doaccedilotildees auxiacutelio) para uma OSCIP eacute possiacutevel desde
que seja por autorizaccedilatildeo legislativa da Cacircmara Municipal local
Conveniar tambeacutem pode desde que seja atraveacutes de processo licitatoacuterio na modalidade Concurso de Projetos
Poreacutem considerando a experiecircncia praticamente generalizada dos Municiacutepios brasileiros bem como as fre-
quentes e alarmantes notiacutecias na miacutedia indicando irregularidades em contratos com Oscips natildeo eacute recomendada a contra-
taccedilatildeo com esse tipo de instituiccedilatildeo
Trata-se de parceria muito complexa difiacutecil de controlar e passiacutevel de inuacutemeras irregularidades que afetaratildeo os
gestores
Por isto em caso de o setor de licitaccedilotildees receber a incumbecircncia de contratar OSCIPs orienta-se a demonstrar ao
setor juriacutedico e ao gestor os riscos e notiacutecias (traacutegicas para os envolvidos) que frequentemente satildeo divulgadas
Aliaacutes basta clicar no google o termo ldquoirregularidades OSCIPrdquo e verificar o grande nuacutemero de notiacutecias ruins
sobre esses relacionamentos
414 Estagiaacuterios
4141 Fundamentaccedilatildeo legal As regras para a contrataccedilatildeo de estagiaacuterios estaacute na Lei federal nordm 117882008
4142 Objetivos do estaacutegio Os sectsect 1ordm e 2ordm da Lei 117882008 dizem que o estaacutegio faz parte do projeto pedagoacutegico do curso aleacutem de inte-
grar o itineraacuterio formativo do educando
Que o estaacutegio visa ao aprendizado de competecircncias proacuteprias da atividade profissional e agrave contextualizaccedilatildeo cur-
ricular objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadatilde e para o trabalho
4143 Podem ser estagiaacuterios bull - estudantes de educaccedilatildeo especial e dos anos finais do ensino fundamental na modalidade profissional de educaccedilatildeo de
jovens e adultos
bull - estudantes do ensino superior da educaccedilatildeo profissional de niacutevel meacutedio e do ensino meacutedio regular
4144 Jornada do estagiaacuterio bull I ndash 4 (quatro) horas diaacuterias e 20 (vinte) horas semanais no caso de estudantes de educaccedilatildeo especial e dos anos finais do
ensino fundamental na modalidade profissional de educaccedilatildeo de jovens e adultos
bull II ndash 6 (seis) horas diaacuterias e 30 (trinta) horas semanais no caso de estudantes do ensino superior da educaccedilatildeo profissional
de niacutevel meacutedio e do ensino meacutedio regular
4145 Partes no contrato de estaacutegio
bull - instituiccedilatildeo de ensino
bull - empresa ou oacutergatildeo concedente do estaacutegio
bull - estudante
bull Agentes de integraccedilatildeo puacuteblicos e privados (CIEE ndash SINE) ndash Esta parte eacute opcional
4146 Prazo maacuteximo de estaacutegio bull DOIS (2) ANOS
bull (obs Deficiente poderaacute aumentar)
4147 Custos do estagiaacuterio bull 1 ndash no estaacutegio obrigatoacuterio o pagamento eacute opcional (bolsa ou salaacuterio)
bull 2 ndash no estaacutegio natildeo obrigatoacuterio o pagamento eacute obrigatoacuterio + vale-transporte
bull 3 ndash a contribuiccedilatildeo previdenciaacuteria eacute opccedilatildeo e por conta do estagiaacuterio
bull 4 ndash contratos acima de um (1) ano o estagiaacuterio tem direito a feacuterias
bull 5 ndash direitos que outros possuam nas aacutereas de sauacutede e seguranccedila no trabalho
bull 6 ndash seguro obrigatoacuterio contra acidentes pessoais
bull 7 ndash natildeo tem direito a FGTS
bull 8 ndash auxilio alimentaccedilatildeo eacute opccedilatildeo do concedente do estaacutegio
4148 Penalizaccedilotildees bull 1 ndash declaraccedilatildeo de viacutenculo empregatiacutecio
bull 2 ndash suspensatildeo por dois (2) anos de conceder estaacutegios
4149 Limites no nuacutemero de estagiaacuterios
bull 1 - a concedente natildeo poderaacute ultrapassar a tabela (20 de estagiaacuterios ndash considerando-se os empregados)
bull 2 ndash 10 das vagas de estaacutegio para deficientes
bull 3 ndash estudantes de niacutevel superior e de niacutevel meacutedio profissional natildeo tem limites
41410 Quem pode ser concedente de estaacutegio bull 1 ndash empresas da iniciativa privada
bull 2 ndash oacutergatildeos puacuteblicos
bull 3 ndash profissionais liberais
41411 Os oacutergatildeos puacuteblicos podem contratar estagiaacuterios
Tribunal de Contas de Santa Catarina ndash TCESC Prejulgados 2114
Processo CON-1100052280
Parecer COG 962011
Decisatildeo 19242012
Origem Cacircmara Municipal de Penha
Relator Cleber Muniz Gavi
Data da Sessatildeo 14052012
Data do Diaacuterio Oficial 17052012
ldquoNo acircmbito da Administraccedilatildeo Puacuteblica a contrataccedilatildeo de estagiaacuterios reger-se-aacute pelas normas da Lei n 1178808
podendo os entes federados complementar a mateacuteria atraveacutes de lei localrdquo
41412 Seleccedilatildeo
Poreacutem eacute exigiacutevel o processo licitatoacuterio para escolha do agente de seleccedilatildeo e pagamento das bolsas
Protocolo nordm 32034107
Relator Conselheiro Hermas Eurides Brandatildeo
Decisatildeo Acoacuterdatildeo nordm 181907 - Tribunal Pleno
Sessatildeo Tribunal Pleno Sessatildeo Ordinaacuteria nordm 46 de 131207
Publicaccedilatildeo no Atos Oficiais do Tribunal de Contas nordm133 de 250108
Suacutemula nordm 06
Enunciado ldquoOs acordos que tenham por objeto a seleccedilatildeo e o
pagamento de bolsas a estagiaacuterios da Administraccedilatildeo Puacuteblica celebrados de um lado por oacutergatildeo ou entidade da Adminis-
traccedilatildeo e de outro por ente puacuteblico ou privado com ou sem fins lucrativos tecircm natureza juriacutedica de CONTRATO AD-
MINISTRATIVO cuja celebraccedilatildeo submete-se a todas as regras fixadas na Lei nordf866693 devendo ser precedido de
procedimento licitatoacuteriordquo
41413 Registro contaacutebil dos gastos com estagiaacuterio
Acoacuterdatildeo 8282006 do Tribunal Pleno do TCEPR
Decisatildeo proferida em 22062006
Processo 3725572005
Origem Cacircmara Municipal de Campo Largo
Interessado Presidente da Cacircmara
Relator Conselheiro Fernando Augusto Mello Guimaratildees
ldquoEmenta consulta - sobre a inclusatildeo das despesas com estagiaacuterios em gastos com educaccedilatildeo - impossibilidade - gastos
com estagiaacuterios devem ser incluiacutedos no elemento outros serviccedilos de terceiros-pessoa fiacutesica relativos ao setor em que o
estagiaacuterio exerce suas atividades
41414 Nepotismo
Poderaacute ser contratado parente como estagiaacuterio desde que a empresa intermediaacuteria tenha realizado a seleccedilatildeo
41415 Cuidados do concedente oacutergatildeo puacuteblico
bull 1 ndash constatar a existecircncia de dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria
bull 2 ndash realizar licitaccedilatildeo para contratar a empresa intermediaacuteria (agentes de integraccedilatildeo puacuteblicos e privados ndash aquela que faraacute
a seleccedilatildeo e o pagamento de bolsas)
bull 3 ndash verificar se a empresa realizou a seleccedilatildeo do estagiaacuterio contratado
bull 4 ndash indicar orientador e supervisor
bull 5 ndash atribuir tarefas proacuteprias do curso
bull 6 ndash cumprir as regras legais (jornada-prazo-outras exigecircncias do contrato)
415 Acumulaccedilatildeo de cargos puacuteblicos
A Constituiccedilatildeo Federal no art 37 XVI estabelece os casos em que eacute permitida a acumulaccedilatildeo de cargos em-
pregos e funccedilotildees nas administraccedilotildees direta e indireta nas empresas puacuteblicas e nas sociedades de economia mista
Em face da complexidade da mateacuteria e da dificuldade de interpretaccedilatildeo do dispositivo constitucional o tema tem
suscitado muitas duacutevidas na administraccedilatildeo municipal
A seguir apresenta-se em siacutentese a orientaccedilatildeo firmada pelos Tribunais de Contas sobre a mateacuteria
4151 Cargo de professor com outro cargo teacutecnico ou cientiacutefico
Eacute permitido ao professor efetivo estadual atendidos aos preceitos do art 37 II da Constituiccedilatildeo Federal ser
nomeado para cargo teacutecnico ou cientiacutefico no municiacutepio havendo compatibilidade de horaacuterio respeitado o limite da jor-
nada de trabalho fixada no art 7ordm XIII combinado com o art 39 sect 3ordm ambos da Constituiccedilatildeo Federal
Natildeo eacute possiacutevel ao servidor puacuteblico que jaacute acumula cargo efetivo de professor com cargo teacutecnico ou cientiacutefico
receber cumulativamente a remuneraccedilatildeode secretaacuterio municipal ante a vedaccedilatildeo do art 37 XVI e XVII da Constituiccedilatildeo
Federal
4152 Cargo efetivo com cargo de secretaacuterio municipal
O servidor puacuteblico efetivo municipal ocupante de cargo de secretaacuterio do mesmo municiacutepio desde que autoriza-
do pela legislaccedilatildeo local pode optar entre a remuneraccedilatildeo do cargo efetivo e o subsiacutedio do cargo de secretaacuterio vedada a
percepccedilatildeo cumulativa
Caso o servidor efetivo municipal opte pelo subsiacutedio legalmente instituiacutedo para o cargo de secretaacuterio do mesmo
municiacutepio somente poderaacute perceber o valor correspondente ao subsiacutedio sem adicional gratificaccedilatildeo ou qualquer outro
estipecircndio nos termos do sect 4ordm do art 39 da Constituiccedilatildeo Federal
4153 Cargo em comissatildeo com cargo efetivo
A Constituiccedilatildeo Federal (art 37 XVI e XVII) natildeo permite a acumulaccedilatildeo remunerada de cargo de provimento e-
fetivo com a de cargo de provimento em comissatildeo
4154 Dois cargos em comissatildeo
A acumulaccedilatildeo remunerada de dois cargos comissionados eacute vedada pelo art 37 XVI da Constituiccedilatildeo Federal
Eacute incompatiacutevel a acumulaccedilatildeo de dois cargos em comissatildeo no acircmbito da Administraccedilatildeo Puacuteblica quaisquer que
sejam os poderes ou esferas por natildeo se enquadrar nas exceccedilotildees passiacuteveis de acumulaccedilatildeo estabelecidas pelo art 37 XVI
da Constituiccedilatildeo Federal
4155 Proventos de aposentadoria com a remuneraccedilatildeo de cargo efetivo
Eacute permitido ao servidor inativo retornar ao exerciacutecio da funccedilatildeo puacuteblica acumulando proventos e vencimentos
nos casos permitidos pelo sect 10 do art 37 da Constituiccedilatildeo Federal
O servidor puacuteblico aposentado pelo estado ou pelo municiacutepio com fundamento no arts 40 ou 42 da Constitui-
ccedilatildeo Federal que presta concurso puacuteblico e eacute nomeado para ocupar cargo puacuteblico municipal deve optar entre os proven-
tos da aposentadoria e a remuneraccedilatildeo do cargo em conformidade com o disposto no art 37 sect 10 da Constituiccedilatildeo Fede-
ral salvo os casos de acumulaccedilatildeo previstos nos arts 37 XVI 95 paraacutegrafo uacutenico I e 128 sect 5ordm II aliacutenea d da Consti-
tuiccedilatildeo Federal
4156 Proventos de aposentadoria com a remuneraccedilatildeo de cargo em comissatildeo
Eacute permitido ao servidor puacuteblico inativo sem viacutecio de acumulaccedilatildeo indevida exercer cargo de provimento em
comissatildeo acumulando proventos e vencimentos
4157 Permanecircncia do servidor no cargo ou emprego puacuteblico apoacutes a aposentadoria
Ao servidor puacuteblico natildeo eacute possiacutevel quando se aposenta continuar exercendo normalmente suas funccedilotildees jaacute que
eacute vedada a acumulaccedilatildeo remunerada de cargos puacuteblicos ressalvando-se a aposentadoria voluntaacuteria do empregado de
empresa puacuteblica ou sociedade de economia mista
4158 Acumulaccedilatildeo de cargos com o exerciacutecio de mandato eletivo
41581) Cargo efetivo com mandato de vereador
O vereador que for investido em cargo puacuteblico efetivo ou emprego puacuteblico do estado ou do municiacutepio apoacutes a-
provaccedilatildeo em concurso puacuteblico poderaacute tomar posse no cargo efetivo sem prejuiacutezo do mandato de vereador
O exerciacutecio concomitante do cargo puacuteblico efetivo e do mandato de vereador somente eacute possiacutevel quando houver
compatibilidade de horaacuterios
Neste caso o vereador poderaacute acumular as respectivas funccedilotildees bem como a remuneraccedilatildeo e as demais vantagens
do cargo efetivo com o subsiacutedio do mandato
Natildeo havendo compatibilidade de horaacuterios o agente seraacute afastado do exerciacutecio do cargo ou emprego sendo-lhe
facultado optar pela remuneraccedilatildeo do cargo efetivo ou do emprego
41582 Cargo comissionado com mandato de vereador
Eacute ilegiacutetimo o exerciacutecio concomitante de cargo em comissatildeo pertencente agrave estrutura do Poder executivo munici-
pal com o mandato de vereador em decorrecircncia do princiacutepio da separaccedilatildeo das funccedilotildees estatais uma vez que na relaccedilatildeo
decorrente do cargo comissionado haveraacute submissatildeo do vereador aos comandos do chefe do Poder executivo municipal
incompatiacutevel com o exerciacutecio da vereanccedila
41583 Acumulaccedilatildeo de cargo de meacutedico com o exerciacutecio do mandato de prefeito
O servidor puacuteblico ocupante de cargo efetivo ou emprego puacuteblico de meacutedico pertencente agrave estrutura do Poder
executivo eleito prefeito deve se afastar do cargo ou emprego sendo-lhe facultado optar pela remuneraccedilatildeo do cargo ou
emprego nos termos do art 38 II da Constituiccedilatildeo Federal
Enquanto permanecer no exerciacutecio do mandato de prefeito o ocupante de cargo ou emprego de meacutedico natildeo po-
de realizar serviccedilos profissionais pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede (SuS) com habitualidade incluindo o meacutetodo de creden-
ciamento por caracterizar acumulaccedilatildeo remunerada de funccedilotildees puacuteblicas
Salvo vedaccedilatildeo na Lei Orgacircnica do municiacutepio o meacutedico em exerciacutecio do cargo de prefeito natildeo estaacute impedido de
realizar procedimento ciruacutergico em casos excepcionais para atendimentos emergenciais cuja recusa possa caracterizar
omissatildeo de socorro
41584 Acumulaccedilatildeo de cargo efetivo com mandato de vice prefeito
Eacute inconstitucional a acumulaccedilatildeo da remuneraccedilatildeo de cargo efetivo com o subsiacutedio de vice-prefeito em face da
inaplicabilidade agrave espeacutecie da norma do art 38 III da Constituiccedilatildeo Federal que se restringe tatildeo somente ao vereador
Entretanto o servidor puacuteblico efetivo que ver a exercer mandato de vice-prefeito pode optar entre a remunera-
ccedilatildeo do cargo e o subsiacutedio de vice-prefeito
Caso o servidor faccedila a opccedilatildeo pelo subsiacutedio teraacute direito ao recebimento apenas do valor correspondente ao sub-
siacutedio (parcela uacutenica) ficando vedado o pagamento de adicional gratificaccedilatildeo ou quaisquer outras vantagens do cargo
efetivo nos termos do sect 4ordm do art 39 da Constituiccedilatildeo Federal
41585 Acumulaccedilatildeo de cargo de vice prefeito com cargo comissionado
O vice-prefeito designado para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou funccedilatildeo de confianccedila no acircmbito do Poder
Executivo deveraacute optar entre o subsiacutedio de vice-prefeito e a remuneraccedilatildeo do cargo ou da funccedilatildeo
O vice-prefeito investido no cargo de secretaacuterio municipal deveraacute optar entre o subsiacutedio afeto ao mandato eleti-
vo e o vencimento do respectivo cargo
4159 Direito ao subsiacutedio mensal mdash vice-prefeito
O vice-prefeito exercendo ou natildeo funccedilatildeo executiva na administraccedilatildeo municipal tem direito agrave percepccedilatildeo mensal
do subsiacutedio de vice-prefeito fixado pela cacircmara municipal
41510 Acumulaccedilatildeo de cargos e o respeito ao teto remuneratoacuterio
O provento de aposentadoria subsiacutedio de agente poliacutetico e vencimento pelo exerciacutecio de cargo puacuteblico recebi-
dos aglutinadamente devem observar o teto remuneratoacuterio instituiacutedo pelo inciso XI do art 37 da Constituiccedilatildeo Federal
416 Nepotismo
O significado original da palavra nepotismo eacute governo dos sobrinhos jaacute que eacute derivada de nepoteounipo-
te(sobrinho ou neto em latim) e foi aplicada em referecircncia aos Papas do Renascimento (de Sisto IV a Paulo III) que
nomeavam sobrinhos e outros parentes para posiccedilotildees clericais e administrativas de importacircncia assim como aos Gover-
nantes japoneses tanto no periacuteodo Heian (por volta do ano 669) quanto no comeccedilo do seacuteculo IX (governo da famiacutelia
Fujiwara) e ateacute nos anos 1960 com Kiyomori
Com o sufixo ismo a palavra indica a concessatildeo de privileacutegios ou cargos a parentes no funcionalismo puacuteblico
Distingue-se do favoritismo simples que natildeo implica relaccedilotildees familiares com o favorecido
Em 2008 julgando um dos processos que chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) aquela Corte editou a
Suacutemula 13 com o seguinte texto
Suacutemula vinculante 13 de 210808
ldquoA nomeaccedilatildeo de cocircnjuge companheiro ou parente em linha reta colateral ou por afinidade ateacute o terceiro grau
inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa juriacutedica investido em cargo de direccedilatildeo chefia ou
assessoramento para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou de confianccedila ou ainda de funccedilatildeo gratificada na
administraccedilatildeo puacuteblica direta e indireta em qualquer dos Poderes da Uniatildeo dos Estados do Distrito Federal e dos
Municiacutepios compreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocas viola a Constituiccedilatildeo Federalrdquo
Data de Aprovaccedilatildeo Sessatildeo Plenaacuteria de 21082008Fonte de Publicaccedilatildeo DJe nordm 1622008 p 1 em 2982008DO de
2982008 p 1
Assim fundamentados especialmente nos princiacutepio constitucionais da impessoalidade e da moralidade o maior
oacutergatildeo do Poder Judiciaacuterio brasileiro definiu como proibidas as nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos em comissatildeo ou
funccedilotildees de confianccedila de familiares dos nomeantes em ateacute terceiro grau de parentesco
O parentesco segundo o Coacutedigo Civil (arts 1591 a 1595) eacute identificado em trecircs linhas distintas
a) reta (ascendente e descendente pai matildee avocirc avoacute filho filha neto neta)
b) colaterais (provecircm de um tronco comum mas natildeo descendem uma das outras irmatildeo irmatilde tio tia) e
c) por afinidade (o viacutenculo que se estabelece entre um cocircnjuge e os parentes do outro cocircnjuge)
De ressaltar que a Suacutemula 13 do STF abrangeu o famoso nepotismo cruzado que eacute a combinaccedilatildeo entre nomean-
tes para a contrataccedilatildeo direta de servidores parentes seus de forma cruzada (o parente de um eacute contratado pelo outro e
vice versa) pois ao final do texto consta ldquocompreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocasrdquo
E mantendo a maacutexima de que cada regra tem sua exceccedilatildeo o STF declarou na sequencia (no Recurso Extraordi-
naacuterio nordm 579951RN) que a exceccedilatildeo dessa proibiccedilatildeo seria a possibilidade de nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos poliacuteti-
cos aiacute compreendidos os Ministros de Estado Secretaacuterios de Estado e Secretaacuterios Municipais
Entatildeo dessa data em diante (2982008 publicaccedilatildeo da suacutemula 13 do STF) passou-se a ser proibido o
nepotismoem cargos e funccedilotildees puacuteblicas de livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo
Em resumo quando da ediccedilatildeo da Suacutemula 13 a Corte Maacutexima do Poder Judiciaacuterio paacutetrio definiu que
1 ndash Eacute PROIBIDA A NOMEACcedilAtildeO EM CC OU FG DECOcircNJUGE OU PARENTE DA AUTORIDADE NOMEANTE
OU DE OUTRO SERVIDOR NESTES CARGOS (CC ou FG) ATEacute TERCEIRO GRAU
2 ndash CARGOS DE MINISTROS E SECRETAacuteRIOS PODEM SER OCUPADOS POR PARENTES
Pois bem
Apoacutes a proibiccedilatildeo pelo Supremo e vasta interpretaccedilatildeo do Poder Judiciaacuterio outros pontos natildeo abrangidos (ou es-
clarecidos) pela Suacutemula 13 foram praticamente pacificados
Vejamos os mais relevantes
1ordm ndash A LEI (Ordinaacuteria-Complementar-Orgacircnica) PODE AMPLIAR AS PROIBICcedilOtildeES abrangendo inclusive os Minis-
tros e Secretaacuterios (impedindo a contrataccedilatildeo de parentes ou limitando o nuacutemero de parentes contratados)
2ordm ndash Para a configuraccedilatildeo de nepotismo cruzado soacute se houver prova da reciprocidade Ou seja se ocorrer o ajuste a com-
binaccedilatildeo a troca de favores entre autoridades puacuteblicas
3ordm - Parente de Autoridade Puacuteblica ou de servidor de um mesmo oacutergatildeo poderaacute ocupar CC ou FG se foi nomeado antes
da posse deste
4ordm ndash Servidor efetivo poderaacute ser nomeado em CC ou designado em FG em mesmo oacutergatildeo de Gestor Puacuteblico ou servidor
parente se natildeo for nomeado por ele ou subordinado a ele
5ordm ndash Servidores de um mesmo oacutergatildeo ocupantes de Cargo Comissionado ou Funccedilatildeo de Confianccedila que venham a se tor-
nar um casal depois do ingresso no cargo ou funccedilatildeo e desde que natildeo ocorra subordinaccedilatildeo direta entre si natildeo seraacute con-
siderado nepotismo 6ordm ndash Ex-cocircnjuge comprovadamente podem ser nomeados pelo ex sem caracterizar nepotismo
7ordm ndash Nos casos de requisiccedilatildeocessatildeo de servidores por autoridades ou oacutergatildeos aplicam-se as regras do nepotismo
8ordm ndash Parentesco com autoridades puacuteblicas ou servidores falecidos ou aposentados natildeo incidem a Suacutemula 13
9ordm ndash Contrataccedilatildeo de estagiaacuterios que sejam parentes de autoridades ou servidores do oacutergatildeo concedente do estaacutegio natildeo se
configura nepotismo desde que haja seleccedilatildeo preacutevia
10ordm ndash Contratar sem licitaccedilatildeo pessoa juriacutedica na qual haja administrador ou soacutecio com poder de direccedilatildeo que seja fami-
liar de detentor de cargo em comissatildeo ou funccedilatildeo de confianccedila que atue na aacuterea responsaacutevel pela demanda ou de autori-
dade a ele hierarquicamente superior
Por fim destacar que os caminhos juriacutedicos para exigir a exoneraccedilatildeo de parentes que ocupem cargos comissio-
nados ou funccedilotildees de confianccedila bem como coibir e responsabilizar os agentes puacuteblicos que desrespeitarem a regra cons-
tante da Suacutemula 13 do STF e demais acervo jurisprudencial referentemente ao nepotismo poderaacute ser a Accedilatildeo Civil Puacute-
blica(art 1ordm inciso IV da Lei 734785) ou ateacute mesmo a Reclamaccedilatildeo ao STF (art 102 inciso I aliacutenea l da Constitu-
iccedilatildeo Federal)
Jaacute as consequecircncias juriacutedicas para quem desobedecer agraves normas combatentes do nepotismo possuem as seguin-
tes hipoacuteteses
1ordf ndash Consequecircncias para o servidor nomeado ou designado pela omissatildeo de informar agrave Administraccedilatildeo Puacuteblica o fato de
se encontrar sob o alcance da Suacutemula Vinculante nordm 13 do STF incide o crime de falsidade ideoloacutegica (art 299 do Coacute-
digo Penal) bem como pela manutenccedilatildeo do cargo ou emprego puacuteblico sabendo do impedimento incide em crime de
desobediecircncia agrave decisatildeo judicial (art 359 CP)
2ordf ndash Consequecircncias para o agente poliacutetico pela omissatildeo incide no crime de prevaricaccedilatildeo (art 319 CP) e na esfera
poliacutetico-administrativa incorre no crime de improbidade administrativa (art 11 I e II cc o art 12 III todos da Lei nordm
842992) pode-se aplicar a ele ainda no caso dos prefeitos municipais estaratildeo sujeitos agrave cassaccedilatildeo do mandato eletivo
(Decreto-lei 20167 art 4ordm VII)
417 - GASTOS COM PESSOAL
O paracircmetro a ser empregado nos caacutelculos da despesa com pessoal haacute de ser a Receita Corrente Liquida
ndash RCL conceituada no inciso IV do art 2ordm da LRF
Considera-se despesa com pessoal nos termos do artigo 18 da LFR todas as vantagens vencimentos sa-
laacuterios proventos adicionais gratificaccedilotildees horas extras encargos sociais subsiacutedios dos agentes poliacuteticos e qual-
quer outra espeacutecie remuneratoacuteria
A verificaccedilatildeo das adequaccedilotildees das despesas efetivamente realizadas com pessoal em relaccedilatildeo agrave RCL deveraacute
ocorrer nos termos do artigo 22 da LRF ao final de cada quadrimestre
Os resultados obtidos seratildeo por sua vez informados no Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal correspondente ao
mesmo periacuteodo de apuraccedilatildeo sendo facultado aos Municiacutepios com populaccedilatildeo inferior a cinquumlenta mil habitantes
apurar esse comprometimento ao final de cada semestre (art 62 I e II ldquobrdquo)
Segundo art 20 da LRF a reparticcedilatildeo dos limites globais de cada ente eacute de
PoderEnte Uniatildeo EstadosDF Municiacutepios
Executivo 409 490 540
LegislativoTC 60 60 60
Judiciaacuterio 25 30 -x-
Ministeacuterio Puacuteblico 06 20 x-
Totais 500 600 600
Visando coibir despesas em excesso praticados pelas Cacircmaras Municipais houve emenda constitucional
disciplinando os percentuais destas (EC nordm 252000) sem no entanto disciplinar seu conceito e composiccedilatildeo toda-
via excluiu-se as despesas com inativos resultando em limites diversos em relaccedilatildeo agrave LRF vejamos
Populaccedilatildeo Limites EC 25 (ex-
clui inativos)
Limites LRF
(inclui inativos)
Ateacute 100000 habitantes 56 6
De 100001 a 300000 hab 49 6
De 301000 a 500000 hab 42 6
Acima de 500000 hab 35 6
LRF - art 22
Se a despesa de pessoal exceder a 95 do limite estabelecido no artigo 20 os Poderes e oacutergatildeos que incor-
rem no excesso ficaratildeo vedados de criar cargo emprego ou funccedilatildeo e efetuar provimento de cargo puacuteblico admis-
satildeo ou contrataccedilatildeo de pessoal a qualquer tiacutetulo
Exceccedilatildeo (artigo 22 inciso IV) aacutereas de educaccedilatildeo sauacutede e seguranccedila restringindo-se quando esta se ca-
racterizar por falecimento ou aposentadoria
Para os casos de extrapolaccedilatildeo dos limites determinada pelo artigo 169 da CF88 nos termos do art 23 da
LRF deveraacute o ente propor medidas para sua adequaccedilatildeo com a maior brevidade possiacutevel
Isto posto nos dois quadrimestres seguintes deveraacute observar as providecircncias previstas nos sectsect 3ordm e 4ordm do
art 169 da CF quais sejam
Reduccedilatildeo de pleno menos vinte por cento das despesas com cargos em comissatildeo e funccedilotildees de confianccedila
Exoneraccedilatildeo dos servidores natildeo estaacuteveis
Exoneraccedilatildeo dos servidores estaacuteveis se natildeo alcanccedilada a reduccedilatildeo necessaacuteria com as medidas anteriores desde
que ato normativo de cada Poder especifique a atividade funcional o oacutergatildeo ou unidade administrativa objeto de
reduccedilatildeo de pessoal
O servidor que neste caso perder o cargo faraacute jus a indenizaccedilatildeo correspondente a um mecircs de remunera-
ccedilatildeo por ano de serviccedilos sendo que esta natildeo seraacute computada para fins de despesas com pessoal
Permanecendo o excesso ficaraacute o ente impedido de receber transferecircncias voluntaacuterias
418 - Despesas gerais
4181 - Diaacuterias
a) ndash cobrem hospedagem e alimentaccedilatildeo
b) ndash aplicaccedilatildeo do princiacutepios da razoabilidade proporcionalidade e moralidade
c) ndash devem ser liberadas motivadamente (interesse puacuteblico)
d) ndash dependem de lei autorizatoacuteria
e) ndash podem ser liberadas para participaccedilatildeo em eventos
f) ndash natildeo podem configurar ldquosalaacuteriordquo
g) ndash exigem comprovaccedilatildeo de realizaccedilatildeo do objetivo
h) ndash a partir de 50 do valor da remuneraccedilatildeo incide ir e inss
i) ndash a fixaccedilatildeo do valor pode ser variaacutevel de municiacutepio para municiacutepio
j) ndash fraude ou simulaccedilatildeo no pagamento de diaacuteria acp
4182 - Adiantamentos eacute proibido
4183 -Seguro de vidaeacute possiacutevel
4184 - Vale Transporteeacute possiacutevel
4185 - Plano de sauacutedesoacute para servidoresvereadores natildeo
4186 -Veiacuteculo proacuteprio
Segundo o TCRPR eacute proibido agrave Cacircmara pagar combustiacutevel para veiacuteculos dos vereadores
O TCE-PR alega que a Administraccedilatildeo Puacuteblica natildeo pode arcar com gastos inerentes a despesas com veiacuteculos
particulares dos Edis mesmo que a serviccedilo do Legislativo haja vista a inexistecircncia de contrato precedido de Licitaccedilatildeo e
diante das normas de direito administrativo onde qualquer aquisiccedilatildeo efetuada pelo Poder Puacuteblico depende de contrato
este em regra precedido de licitaccedilatildeo
Alega inclusive que essa despesa eacute estranha ao orccedilamento sem amparo legal
Ateacute em relaccedilatildeo aos servidores o TCE desaconselha o ressarcimento de despesas com combustiacutevel particular
por aplicaccedilatildeo do art 29 da CE89 ou da Lei Orgacircnica Municipal que geralmente preveem incompatibilidade negocial
Vale ressaltar que outros Tribunais de Contas divergem ou convergem com o TCEPR
Vejamos
O TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA PERMITE
PREJULGADO 2082 DO TCESC
ldquoA Cacircmara Municipal pode disciplinar o uso de veiacuteculos oficiais de sua propriedade a exemplo da Lei Estadual ndeg
79871990 (regulamentada pelo Decreto ndeg 34212005) e do Decreto Federal ndeg 64032008 (disciplinado pela Instru-
ccedilatildeo Normativa ndeg 0032008 do Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeordquo
PREJULGADO 1268 DO TCESC
A Cacircmara Municipal poderaacute ressarcir as despesas de combustiacutevel de veiacuteculos particulares desde que (a) previamente
autorizada em lei especiacutefica (b) relacionada a deslocamento dos Vereadores para fora de jurisdiccedilatildeo municipal (c) os
assuntos tratados nas viagens sejam de interesse puacuteblico (d) haja expressa autorizaccedilatildeo da Cacircmara Municipal para a rea-
lizaccedilatildeo da viagem (e) os veiacuteculos utilizados nestas condiccedilotildees estejam previamente cadastrados no oacutergatildeo competente do
Pode Legislativo e (f) sejam aplicaacuteveis somente a casos excepcionais
O TCE DE MG PROIacuteBE
Consulta nordm 810007- TCEMG
Tribunal de Constas do Estado - Cacircmara natildeo pode pagar gasolina para vereadores O relator Cons Elmo Braz adotou o
parecer do Auditor Hamilton Coelho para responder agraves indagaccedilotildees Inicialmente a Auditoria asseverou que o TCEMG
jaacute declarou em diversas oportunidades a ilegalidade do abastecimento de veiacuteculos particulares de vereadores com re-
cursos da Cacircmara ainda que para uso no interesse do oacutergatildeo mencionando nesse sentido a Consulta nordm 810007 (Rel
Cons Eduardo Carone Costa sessatildeo de 030210) ndash v Informativo 17 O Auditor transcreveu parte do parecer exarado
naquela Consulta no sentido de que a utilizaccedilatildeo de veiacuteculo de propriedade particular de vereador mediante contrapresta-
ccedilatildeo (abastecimento) a serviccedilo da Administraccedilatildeo Puacuteblica configuraria contrato de locaccedilatildeo de fato e de que o uso interca-
lado do veiacuteculo ndash ora em caraacuteter particular ora a serviccedilo ndash tornaria difiacutecil a mensuraccedilatildeo do quantum a ser indenizado
redundando em confusatildeo patrimonial envolvendo o agente puacuteblico e o oacutergatildeo contratante
O TCEMT PERMITE
Processo nordm 2073652010 - 19042011
ldquoCAcircMARA MUNICIPAL DE NOVA OLIacuteMPIA CONSULTA CAcircMARA MUNICIPAL VEREADOR VERBA DE
NATUREZA INDENIZATOacuteRIA POSSIBILIDADE SE OBSERVADOS OS REQUISITOS IMPOSSIBILIDADE DE
PAGAMENTO DE DESPESAS COM MANUTENCcedilAtildeO DO GABINETE DO PARLAMENTAR POSSIBILIDADE
DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS COM ABASTECIMENTO DE VEIacuteCULO PARTICULAR DO VEREADOR
E DE ACUMULACcedilAtildeO COM A DIAacuteRIA QUANDO CONTEMPLAREM O RESSARCIMENTO DE DESPESAS
DISTINTAS PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS NOS TERMOS DA LEI QUE A INSTITUIRrdquo
4187 - Passagens
Por se tratar de despesa com caracteriacutesticas muito proacuteprias jaacute que os valores se alteram permanentemente mas eacute
possiacutevel a reduccedilatildeo dos preccedilos sobretudo com descontos sobre a taxa de administraccedilatildeo das agecircncias ou operadoras eacute
recomendaacutevel a realizaccedilatildeo de processo licitatoacuterio afim de promover a economicidade evitar sobrepreccedilos e oportunizar
a competitividade entre os diversos particulares interessados em negociar com a Administraccedilatildeo
Por isso orienta-se agrave promoccedilatildeo do certame licitatoacuterio na modalidade Pregatildeo cujo objeto seja a contrataccedilatildeo de
serviccedilos de agenciamento de viagens para cotaccedilatildeo reserva e fornecimento de passagens (aeacutereas e terrestres) no acircmbito
nacional e internacional se houver interesse
Caso opte pela passagem internacional eacute interessante licitar a emissatildeo de seguro de assistecircncia em viagem in-
ternacional
Especificar que a compra se faraacute por meio de atendimento remoto (e-mail eou telefone)
O tipo aconselhaacutevel eacute o de menor preccedilo escolhendo-se a proposta que ofertar o maior percentual de desconto
sobre o valor ldquodo diardquo disponibilizado e cobrado de todos os puacuteblicos inclusive sobre as tarifas promocionais e reduzi-
das disponiacuteveis no momento da compra excluiacuteda a taxa de embarque
5 Controle
51 Corrupccedilatildeo desvios e fraudes Conceitos
Corrupccedilatildeo eacute o ato ou efeito de se corromper oferecer algo para obter vantagem em negociata onde se favorece
uma pessoa e se prejudica outra
Eacute tirar vantagem do poder atribuiacutedo Corrupccedilatildeo vem do latim corruptus que significa quebrado em peda-
ccedilos O verbo corromper significa tornar-se podre
Desvio na aacuterea puacuteblica significa retirar o caminho normal de alguma coisa Natildeo alcanccedilar o objetivo por
mudanccedila de rota
Geralmente a palavra estaacute ligada agraves alteraccedilotildees que se promovem na ocupaccedilatildeo de cargos ou funccedilotildees no
uso de bens na realizaccedilatildeo de obras e ateacute no destino que se daacute aos recursos financeiros Fraude eacute um esquema iliacutecito ou de maacute feacute criado para obter ganhos para si ou para terceiros
No meio puacuteblico as fraudes geralmente satildeo praticadas atraveacutes de simulaccedilotildees e ajustes visando o aproveitamen-
to iliacutecito de valores benefiacutecios ou do patrimocircnio puacuteblico
52 Conceito e relevacircncia do controle
O controle eacute a ferramenta mais eficaz para se evitar as irregularidades e ilegalidades na atuaccedilatildeo dos po-
deres puacuteblicos
Segundo os mais elaborados estudos e pesquisas a corrupccedilatildeo pode ser maior ou menor dependendo da
proporcionalidade de controle existente
Onde tem menor controle tem maior corrupccedilatildeo e assim vice e versa
E o controle se faz por trecircs principais vias orientaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e puniccedilatildeo No Brasil o combate agrave corrupccedilatildeo no meio puacuteblico vem acontecendo atraveacutes da implementaccedilatildeo de vaacuterios tipos
de controle sobre as verbas recursos e patrimocircnio puacuteblico
Nos uacuteltimos anos melhoraram muito os sistemas de Controle Interno e Externo por iniciativa de cada oacutergatildeo ou
por exigecircncia do povo (diretamente ou atraveacutes das miacutedias)
O Legislativo por iniciativa proacutepria ou por pressatildeo popular tem aprovado inuacutemeros atos para reforccedilar a legisla-
ccedilatildeo paacutetria que afeta a corrupccedilatildeo
Satildeo os exemplos da Lei das Inelegibilidades (LC 6490 reforccedilada pela Lei da Ficha Limpa- LC 1352010) a
Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 1012000) a Lei da Transparecircncia (LC 1312009) a Lei da Informaccedilatildeo
(125272011) e a Lei Anticorrupccedilatildeo (128462013) e tantas outras
O Judiciaacuterio por sua vez e com o apoio das instituiccedilotildees de apuraccedilatildeo a ele ligadas (poliacutecias ministeacuterio puacuteblico
etc) tem punido severamente os corruptos realizando o seu papel sem distinccedilatildeo de cargo ou poder do apenado
Segundo informa o oacutergatildeo denominado de ldquoTransparecircncia Internacionalrdquo em mateacuteria divulgada no mecircs
de dezembro2014 ldquoNeste ano o Brasil obteve a nota 43 em uma escala que vai de 0 (setor puacuteblico visto como extremamente
corrupto) a 100 (extremamente iacutentegro) a mesma pontuaccedilatildeo obtida em 2012
No ano passado o paiacutes havia totalizado 42 pontos
A pontuaccedilatildeo do Brasil se situa exatamente na meacutedia mundial de acordo com o estudo de 43 pontos Nas
Ameacutericas como um todo a meacutedia eacute 45
Mais de dois terccedilos dos 175 paiacuteses que integram o iacutendice obtiveram uma nota inferior a 50
O Brasil estaacute na metade Natildeo eacute um dos piores nem dos melhores Mas natildeo eacute um resultado bom para o
paiacutes que tem feito inuacutemeros esforccedilos para ser um liacuteder econocircmico e poliacutetico disse Salas agrave BBC Brasil O Brasil
quer ser um liacuteder mundial entatildeo tem que mostrar o exemplo Ele ainda estaacute muito distante dos paiacuteses desenvol-
vidos nesse iacutendice ressalta o diretor da Transparecircncia Internacional
Empatados com o Brasil com a mesma pontuaccedilatildeo e lugar no ranking estatildeo paiacuteses como a Itaacutelia a Greacutecia
e a Bulgaacuteria
Para Salas o escacircndalo da Petrobras pode ser positivo para o Brasil se forem tomadas medidas fortes
de combate agrave corrupccedilatildeo
Se a presidente Dilma Roussef aproveitar esse momento para fazer mudanccedilas poderaacute ser algo positivo
diz ele
Se pessoas poderosas e outros culpados nesse escacircndalo forem presos o Brasil poderaacute projetar uma boa
imagem afirma Salas
Se houver tambeacutem reforma poliacutetica e melhorias no sistema de compras puacuteblicas pode ser um momento
histoacuterico para o Brasil Mas se nada mudar seraacute um exemplo negativo diz ele
A Dinamarca eacute a primeira colocada no ranking com 92 pontos um a mais em relaccedilatildeo ao estudo anterior
onde tambeacutem jaacute havia ficado em primeiro lugar
A China e a Turquia estatildeo entre os paiacuteses que mais perderam posiccedilotildees no ranking deste ano
A China que adotou nos uacuteltimos anos medidas de combate agrave corrupccedilatildeo como a proibiccedilatildeo de dar presen-
tes de alto luxo a funcionaacuterios puacuteblicos caiu 20 posiccedilotildees no ranking passando a ocupar o 100deg lugar com 36 pon-
tos
Entre os paiacuteses dos BRICS o Brasil estaacute praticamente empatado com a Aacutefrica do Sul (duas posiccedilotildees aci-
ma do Brasil no ranking) e bem agrave frente da China Iacutendia e Ruacutessiardquo
In httpwwwbbccoukportuguesenoticias201412141202_ranking_transparencia_internacional_brasil_df_lgb
Assim vale agrave pena continuar acreditando na melhora e natildeo cessar a luta pela melhoria dos instrumentos
de controle e combate agrave corrupccedilatildeo
53 O anseio democraacutetico pelo controle
De haacute muito tempo que a populaccedilatildeo anseia por melhoria nos sistemas de controle da coisa puacuteblica
No Brasil que historicamente conviveu com a corrupccedilatildeo na Administraccedilatildeo Puacuteblica a implantaccedilatildeo do re-
gime democraacutetico teve como maior objetivo a participaccedilatildeo do povo no poder (nas coisas do Estado) diretamente
ou atraveacutes de seus legiacutetimos representantes
Com isso espera-se que o povo faccedila parte do governo e que tenha conhecimento do que ocorre com os
bens e valores puacuteblicos enquanto estiverem sob a guarda dos administradores da coisa puacuteblica
Mas natildeo basta trocar as pessoas no comando do eraacuterio
Eacute preciso equipar os sistemas de controle haja vista que natildeo eacute exatamente a iacutendole pessoal que evita a
corrupccedilatildeo e os desvios no meio puacuteblico mas acima de tudo o controle que se faz sobre a coisa (a ocasiatildeo faz o
ladratildeo) O controle eacute exercido de forma irrestrita e ilimitada em todos e por todos os Poderes de Estado estendendo-se a
toda a Administraccedilatildeo e abrangendo todas as suas atividades e agentes sendo classificadas em variados tipos e formas de
atuaccedilatildeo para atingir os seus objetivos
Essas classificaccedilotildees indicam que
(I) O controle administrativo ou executivo eacute aquele exercido pela proacutepria Administraccedilatildeo sobre seus atos e agentes
(II) Controle legislativo ou parlamentar diz respeito ao que o Poder Legislativo imprime sobre atos e agentes do
Poder Executivo
(III) O controle judiciaacuterio eacute o referente agrave correccedilatildeo dos atos ilegais de qualquer dos Poderes pelo Judiciaacuterio quando
lesivos de direito individual ou do patrimocircnio puacuteblico Quanto a forma o controle pode ser sintetizado
bull De acordo com seu fundamento pode ser hieraacuterquico ou finaliacutestico
bull Em razatildeo da localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o exercita pode ser interno ou externo
bull Em virtude do momento em que eacute exercido pode ser preacutevio ou preventivo ou a priori concomitante ou sucessivo e
subsequente ou corretivo ou a posteriore
bull Conforme o aspecto controlado pode ser de legalidade ou de legitimidade e de meacuterito
Outra abordagem do Direito Administrativo eacute apresentada segundo a qual o controle da Administraccedilatildeo Puacuteblica
eacute poder de fiscalizaccedilatildeo e correccedilatildeo que sobre ela exercem os oacutergatildeos dos Poderes Judiciaacuterio Legislativo e Executivo com
o objetivo de garantir a conformidade de sua atuaccedilatildeo com os princiacutepios que lhe satildeo impostos pelo ordenamento juriacutedico
Dentre os pontos comuns observados eacute importante registrar as visotildees sobre os chamados controle externo e
controle interno decorrentes das classificaccedilotildees relativas agrave localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o realiza e quanto agrave integraccedilatildeo do
oacutergatildeo que o executa e agrave estrutura do oacutergatildeo objeto de sua execuccedilatildeo
As atividades do sistema de controle interno satildeo exercidas mediante a utilizaccedilatildeo de teacutecnicas de fiscalizaccedilatildeo e
auditoria as quais consistem no conjunto de processos que viabilizam o alcance dos macro-objetivos do sistema
Fiscalizar consiste na aplicaccedilatildeo de um conjunto de procedimentos pontuais que permitam o exame dos atos da
administraccedilatildeo puacuteblica visando avaliar a execuccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas atuando sobre os resultados efetivos dos pro-
gramas governamentais
54 O Controle Interno
Com previsatildeo desde 1964 (art 76 da Lei 432064 - Lei da Contabilidade Puacuteblica) foi levado agrave regras constitu-
cional em 05 de outubro de 1988 na Carta Maior (art 74) e reforccedilado pela Lei Complementar 1012000(LRF art 54 e
59) mas soacute implementado no Paranaacute a partir de 2008 com a exigecircncia pelo TCE que assim se manifestou a respeito
ldquoO sistema de controle interno eacute o agente de orientaccedilatildeo e integraccedilatildeo dos controles administrativos das enti-
dades componentes da estrutura organizacional e de apoio ao controle externo
Tem por objetivos principais a avaliaccedilatildeo do cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual e a execu-
ccedilatildeo dos programas constantes da LDO e na Lei Orccedilamentaacuteria Anual assegurar a observacircncia das normas e regula-
mentos e assim a legalidade dos atos avaliando os resultados no que se refere agrave eficaacutecia e eficiecircncia da gestatildeo orccedila-
mentaacuteria financeira e patrimonial da administraccedilatildeo
Sua funccedilatildeo inclui a diligecircncia no acompanhar dos procedimentos da administraccedilatildeo e na orientaccedilatildeo do ges-
tor acerca de eventuais desvios de rota e para evitar riscos iminentes que possam provocar danos ao patrimocircnio e agrave
gestatildeo
Juntamente com a contabilidade o controle interno deve velar pelo atendimento das agendas de obrigaccedilotildees
pela certeza do cumprimento dos limites legais seja de pisos de investimentos miacutenimos ou tetos para gastos maacutexi-
mos pela verdade das informaccedilotildees levadas a puacuteblico em face da LRF e suas determinaccedilotildees de transparecircncia da Lei
da Informaccedilatildeo e da proacutepria Lei nordm 432064
Os resultados satisfatoacuterios e sem sobressaltos especialmente em processo de transiccedilatildeo de mandato acentuam
que o controle interno desempenhou seu papel com efetividade e compromisso com a Entidade
O principal embaraccedilo que se tem percebido no processo de estruturaccedilatildeo do controle interno tem ocorrido na
montagem da equipe de trabalho especialmente a natildeo disponibilidade de profissionais com preparo teacutecnico
Existem pequenas prefeituras e cacircmaras municipais onde se verifica ateacute mesmo a simples falta de pessoal
sem atributosrdquoManual de Final de mandato ndash 2012
55 O controle Externo
O controle externo dos poderes municipais ( Executivo e Legislativo) eacute realizado direta e formalmente pelo
Tribunal de Contas que aleacutem de exigir a prestaccedilatildeo de contas anual ainda verifica a lisura e regularidade dos atos e accedilotildees
que envolvam a administraccedilatildeo dos bens e recursos puacuteblicos
A Lei Orgacircnica do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute (LC 1132005) indica que no papel de apoiador do
Poder Legislativo Municipal no controle externo a Corte Administrativa tem a seguinte competecircncia
ldquoArt 1ordm Ao Tribunal de Contas do Estado oacutergatildeo constitucional de controle externo com sede na Capital do Estado
compete nos termos da Constituiccedilatildeo Estadual e na forma estabelecida nesta lei
II ndash julgar as contas dos chefes dos oacutergatildeos do Poder Legislativo estadual e municipal do Poder Judiciaacuterio do Minis-
teacuterio Puacuteblico e deste Tribunalrdquo
Todavia por certo que existem outros oacutergatildeos que de forma indireta realizam o controle externo do poder puacuteblico muni-
cipal como o Ministeacuterio Puacuteblico o Judiciaacuterio e os Observatoacuterios sociais
Eacute posiccedilatildeo paciacutefica entre os estudiosos da Administraccedilatildeo Puacuteblica no mundo que o mais eficiente instrumento de
controle da ldquocoisa puacuteblicardquo eacute a transparecircncia
Pois se o povo acompanha atos e accedilotildees do governo e do governante tanto estes evitam as irregularidades por
temerem o que vai a puacuteblico quanto agravequeles podem julgar com maior facilidade a atuaccedilatildeo de suas lideranccedilas
6 Transparecircncia Puacuteblica no Brasil
Desde o nascimento de nossa paacutetria em 22 de abril de 1500 a populaccedilatildeo jamais teve acesso aacutes formas de utili-
zaccedilatildeo dos bens puacuteblicos e de administraccedilatildeo dos recursos financeiros arrecadados do proacuteprio povo
Tanto a monarquia (ateacute 14 de novembro de 1889) quanto no governo civil que comanda o paiacutes de laacute pra caacute pra-
ticamente todos os gestores natildeo tinham a obrigaccedilatildeo ou o costume de prestar contas de seus atos
Eacute certo que o faziam mas de forma geneacuterica apenas para oacutergatildeos de controle
O povo (contribuinte direta ou indiretamente) natildeo conseguia individualmente saber do que se passava no acircmbi-
to dos Poderes da naccedilatildeo
No entanto com o advento da globalizaccedilatildeo e da evoluccedilatildeo raacutepida e espetacular das tecnologias de comunicaccedilatildeo
houve tambeacutem um grande avanccedilo nos direitos dos cidadatildeos
Aqui no Brasil apoacutes a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 muito se conquistou desses direitos
A proacutepria Carta Magna reservou uma lista grande de direitos e garantias individuais e coletivas (em especial
nos art 5ordm 6ordm e 7ordm)
De toda forma criando verdadeiro divisor na histoacuteria do Brasil a nossa CF88 acendeu nos nacionais o desejo
de conhecer de perto e participar da vida do paiacutes
Mais que isto passou a discutir os seus direitos enquanto membros da naccedilatildeo
Representados no governo tanto nas casas legislativas quanto nos demais poderes (Executivo e Judiciaacuterio)
passamos a conquistar espaccedilo e elaborar instrumentos que exigem (forccedilam) os gestores a dar transparecircncia em sua atua-
ccedilatildeo
Dentre esses instrumentos podemos citar a Lei de Responsabilidade Fiscal que desde o seu nascimento (em
2000) jaacute previa certas obrigaccedilotildees aos governantes para levar ao povo o conhecimento de seus atos e accedilotildees
Mas foi exatamente em 2010 pela Lei Complementar nordm 131 de 27 de maio de 2009 que houve uma implemen-
taccedilatildeo maior da obrigatoriedade de transparecircncia nos meio puacuteblico aplicando-se inclusive regras especiacuteficas sobre a
divulgaccedilatildeo tecnoloacutegica via internet
Com isso desencadeou no Brasil em todos os oacutergatildeos puacuteblicos a obrigaccedilatildeo de publicar mais amplamente as in-
formaccedilotildees que poderiam ter o interesse puacuteblico
Essa eacute a chamada Transparecircncia Ativa pois independentemente de algueacutem solicitar o oacutergatildeo puacuteblico tem a o-
brigaccedilatildeo de divulgar
E diga-se mais
A divulgaccedilatildeo (publicaccedilatildeo) deveraacute ser eficiente e eficaz
Ou seja
O canal disponibilizado deveraacute ser de boa qualidade permitindo o acesso de forma raacutepida e faacutecil e evitando os
subterfuacutegios (mesmo que da tecnologia) para esconder dados e informaccedilotildees
A Lei Complementar Federal nordm 1012000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) exige
que ocorram publicaccedilotildees trimestrais
7 Publicidade Oficial Obrigatoacuteria
Por certo que a fonte primeira para propiciar o controle eacute a publicidade
A princiacutepio publicidade significa ldquolevar a puacuteblicordquo mais no sentido de obediecircncia ao ditame constitucional de
divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees do poder puacuteblico
Inclusive a publicidade foi instituiacuteda como um dos 5 (cinco) princiacutepios baacutesicos da Administraccedilatildeo Puacuteblica (art
37 caput da CF)
Eacute que o legislador constituinte entendeu como sendo prioridade a divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees dos governantes
para que o povo (contribuinte-eleitor) acompanhe as atuaccedilotildees dos eleitos bem como com a coisa puacuteblica
Embasadas na Carta Maior da Repuacuteblica muitas leis editadas depois de 1988 criaram obrigaccedilatildeo de publicar cer-
tos atos quando se tratar de recursos puacuteblicos (financeiros patrimoniais funcionais etc)
Os Atos Oficiais de publicaccedilatildeo obrigatoacuteria devem ser divulgados em um uacutenico meio de comunicaccedilatildeo escolhido
por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-tributaccedilatildeo-
orccedilamentaacuteria)
No caso do Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Licitaccedilatildeo
cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
71 Publicidade oficial Facultativa
A CF de 1988 tambeacutem autorizou despesas com a divulgaccedilatildeo de caraacuteter educativo e informativo ou de orienta-
ccedilatildeo social (art 37 sect1ordm)
No entanto de laacute pra caacute muita polecircmica foi gerada discutindo sobre o que poderia se aceitar referente agraves despe-
sas com publicidade
Eacute que a interpretaccedilatildeo anterior impunha uma separaccedilatildeo severa na publicidade oficial entre a obrigatoacuteria e a fa-
cultativa
Entendia-se que a obrigatoacuteria era apenas aquela especificada na lei como a publicaccedilatildeo de atos como leis de-
cretos portarias resoluccedilotildees editais
Quando se divulgava as accedilotildees do poder puacuteblico questionava-se se aquela despesa se enquadrava como educa-
cional de orientaccedilatildeo social ou de informaccedilatildeo exigida (serviccedilos de utilidade puacuteblica)
72 Publicidade Institucional
Poreacutem com a evoluccedilatildeo do conceito e com a crescente demanda do povo sobre a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico e as
accedilotildees governamentais ampliou-se em muito as possibilidades de realizar despesas para esse fim
Portanto aleacutem da publicaccedilatildeo obrigatoacuteria e daquelas enquadradas como ldquoserviccedilos de utilidade puacuteblicardquo passou-
se a entender que o gestor deva divulgar amplamente as atividades de cada oacutergatildeo puacuteblico para manter a populaccedilatildeo por
dentro dos acontecimentos que envolvem recursos dos contribuintes De certo modo essa divulgaccedilatildeo natildeo obrigatoacuteria pode ser considerada como publicidade institucional pois a-
leacutem de informar ao povo sobre as accedilotildees do oacutergatildeo promove este diante da opiniatildeo puacuteblica fortalecendo-o institucional-
mente
E para essa divulgaccedilatildeo o TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contra-
tar serviccedilos de comunicaccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
No caso de contrataccedilatildeo de agecircncias as regras a serem obedecidas deveratildeo ser aquelas da lei federal nordm
122322010 (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
Resumindo as regras do TCEPR para a comunicaccedilatildeo institucional eacute
1- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010 A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO
para julgar a melhor teacutecnica
2- Para contratar os serviccedilos para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocirc-
nico) programa de raacutedio ou TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo ME-
LHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
Insta lembrar tambeacutem que a partir de 2006 o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a publicar
natildeo apenas seus atos oficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de
internet ou outros serviccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
a)- transmissotildees de sessotildees
b)- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
c)- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
a)- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
b)- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
c)- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
d)- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
e)- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
f)- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Lembrando que existem Atos Oficiais que devem ser obrigatoriamente divulgados em um uacutenico meio de co-
municaccedilatildeo escolhido por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-
tributaccedilatildeo-orccedilamentaacuteria)
E atenccedilatildeo
O Oacutergatildeo Oficial nos Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Li-
citaccedilatildeo cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
Vide Acoacuterdatildeo nordm 409760-5 do TJPR e Processo nordm 22972306 do TCEPR no AVA
Inclusive o Municiacutepio poderaacute optar por apenas um Diaacuterio Oficial Eletrocircnico ou este e mais o Diaacuterio Oficial
Impresso segundo o TCEPR (Acoacuterdatildeo nordm 383013)
Aliaacutes o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a partir de 2006 a publicar natildeo apenas seus atos o-
ficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de internet ou outros servi-
ccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
- transmissotildees de sessotildees
- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Atenccedilatildeo de novo
A lei federal nordm 122322010 criou regras especiacuteficas para a contrataccedilatildeo de serviccedilos de publicidade prestados
por intermeacutedio de agecircncias de propaganda (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
O TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contratar serviccedilos de comuni-
caccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
Resumindo
a)- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010
A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO pa-
ra julgar a melhor teacutecnica
b)- O TCEPR tem se posicionado (vide acoacuterdatildeo 3082012 no AVA) no sentido de que a contrataccedilatildeo dos serviccedilos
para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocircnico) programa de raacutedio ou
TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo MELHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
8 Prestaccedilatildeo de Contas
Sendo mais um dos elementos da Transparecircncia e consequentemente do Controle a Prestaccedilatildeo de Contas enseja
dar conhecimento ao contribuinte do que o gestor faz com os recursos puacuteblicos
Seguindo a evoluccedilatildeo social humana sobretudo apoacutes a identificaccedilatildeo da figura do estado moderno (povo territoacute-
rio governo) a exigecircncia de os governantes ou particulares dar satisfaccedilatildeo aos contribuintes sobre o uso e aplicaccedilatildeo dos
recursos puacuteblicos (financeiros e de bens) tem crescido mais e mais
Jaacute na Declaraccedilatildeo dos Direitos do Homem e do Cidadatildeo elaborada e aceita por muitos povos na era da Revolu-
ccedilatildeo Francesa (1789) consta essa exigecircncia
ldquoArt 15 ndash A Sociedade tem o Direito de pedir conta a todo agente puacuteblico de sua administraccedilatildeordquo
Segundo o texto divulgado no site do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute
ldquoA Prestaccedilatildeo de Contas eacute dever constitucional dos que utilizam arrecadam guardam gerenciam ou administram
dinheiros bens e valores puacuteblicosrdquo
httpwww1tceprgovbrconteudoprestacao-de-contas-municipios214
Resumindo
Com a publicidade e a prestaccedilatildeo de contas ocorre transparecircncia na gestatildeo puacuteblica promovendopermitindo
melhor controle da coisa puacuteblica
Todos satildeo interligados
Bom Estudo
Controle
Transparecircncia
Publicidade
Prestaccedilatildeo de Contas
173 - Provento eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria paga ao exercente de cargo puacuteblico quando passa da atividade para a inativi-
dade ou seja quando se aposenta
174 - Pensatildeo eacute a retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria paga agraves pessoas a quem a lei atribui a condiccedilatildeo de beneficiaacuterias do servidor
puacuteblico que veio a falecer
Deve-se ressaltar que nenhum salaacuterio dentro do serviccedilo puacuteblico pode ser superior ao valor dos subsiacutedios pagos
aos Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e que os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder
Judiciaacuterio natildeo poderatildeo ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo
Nos Municiacutepios o teto remuneratoacuterio eacute o subsiacutedio do Prefeito Municipal
Apesar dessas regras existirem muitas pessoas se questionam se elas satildeo de fato obedecidas
48 - Servidores de Carreira (efetivos)
A efetividade e a estabilidade satildeo institutos juriacutedicos distintos sendo que a natureza de um natildeo pode ser con-
fundida com a de outro Enquanto que a efetividade representa o modo de preenchimento do cargo que contempla esta
natureza por pressupor a permanecircncia e continuidade do servidor no exerciacutecio das suas atribuiccedilotildees a estabilidade eacute a
garantia de o servidor efetivo permanecer no serviccedilo puacuteblico apoacutes trecircs anos de efetivo exerciacutecio em cargo de provimento
efetivo nos termos do art 41 da Constituiccedilatildeo Federal soacute podendo ser dele afastado se configurada uma das hipoacuteteses
prevista no art 41 sect 1ordm
Natildeo haacute confundir efetividade com estabilidade porque aquela eacute uma caracteriacutestica da nomeaccedilatildeo e esta eacute um atri-
buto pessoal do ocupante do cargo adquirido apoacutes a satisfaccedilatildeo de certas condiccedilotildees de seu exerciacutecio A efetividade eacute um
pressuposto necessaacuterio da estabilidade Sem efetividade natildeo pode ser adquirida a estabilidade
49 - Cargo em Comissatildeo e Funccedilatildeo de Confianccedila
Ambos os cargos satildeo criados por lei e se destinam apenas agraves atribuiccedilotildees de direccedilatildeo chefia e assessoramento na
administraccedilatildeo puacuteblica federal e satildeo respectivamente preenchidos ou exercidas mediante livre nomeaccedilatildeo pela autoridade
competente na contrapartida das respectivas livres exoneraccedilatildeo e dispensa a qualquer tempo (ad nutum) seja a pedido
seja de ofiacutecio pela mesma autoridade que nomeou
A diferenccedila reside no fato de que as funccedilotildees de confianccedila satildeo exercidas exclusivamente por servidores ocupan-
tes de cargo efetivo enquanto os cargos em comissatildeo podem ser preenchidos por servidores que jaacute detenham cargos
efetivos de carreira de acordo com percentuais estabelecidos na sua lei de criaccedilatildeo Isto significa que devendo ser ocu-
pados por um percentual miacutenimo legal de servidores de carreira pode-se ter entatildeo as vagas restantes dos cargos em co-
missatildeo ocupadas por pessoas sem viacutenculo definitivo com a administraccedilatildeo
410 - Exoneraccedilatildeo e Demissatildeo
A exoneraccedilatildeo eacute o ato administrativo que desliga o servidor do serviccedilo puacuteblico encerrando viacutenculo funcional e
natildeo tem caraacuteter punitivo
Assim quando nos referirmos agrave exoneraccedilatildeo estamos tratando de uma forma de vacacircncia do cargo puacuteblico po-
reacutem que natildeo se caracteriza como penalidade de natureza disciplinar
Agora ao falarmos em demissatildeo estamos nos referindo a um ato administrativo que desliga o servidor ativo o-
cupante de cargo efetivo como forma de puniccedilatildeo por falta grave Tal penalidade deve ser apurada mediante um Processo
Administrativo Disciplinar assegurado ao acusado o contraditoacuterio e a ampla defesa
411 Cargos Comissionados e Funccedilotildees Gratificadas 4111 - Cargo em Comissatildeo
A denominaccedilatildeo ldquocargo em comissatildeordquo estaacute relacionada com a seguranccedila da relaccedilatildeo juriacutedica estabelecida entre o
seu titular e a Administraccedilatildeo Puacuteblica
Nessa perspectiva os cargos em comissatildeo podem ser permanentes na estrutura organizacional mas seus titula-
res satildeo transitoacuterios
Os seus ocupantes satildeo livremente nomeados e exonerados pela autoridade competente
4112 - Consequecircncias da livre nomeaccedilatildeoexoneraccedilatildeo A livre nomeaccedilatildeo para o cargo em comissatildeo tem como consequumlecircncia o fato de que o escolhido natildeo precisa pres-
tar concurso puacuteblico para assumir o cargo sendo selecionado em razatildeo da relaccedilatildeo de confianccedila que possui com a autori-
dade nomeante
Daiacute os cargos em comissatildeo serem popularmente chamados de ldquocargos de confianccedilardquo A relaccedilatildeo de confianccedila
deve ser estabelecida em face da confiabilidade quanto ao bom desempenho do profissional no exerciacutecio do cargo
A livre exoneraccedilatildeo significa que seu titular pode ser exonerado a qualquer momento pela autoridade nomeante
sem que haja necessidade de um processo administrativo ou mesmo de qualquer justificativa para tanto
Dessa forma o titular do cargo em comissatildeo natildeo adquire estabilidade impedindo-se assim que os exonerados
tenham direitos agraves verbas trabalhistas e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviccedilo (FGTS)
4113 - Regime juriacutedico
O regime juriacutedico aplicaacutevel aos cargos em comissatildeo eacute o regime estatutaacuterio ou seja todos os direitos e deveres
de seus titulares incluindo-se a remuneraccedilatildeo e as atribuiccedilotildees especiacuteficas devem estar previstos em lei de iniciativa do
prefeito conforme prevecirc o art 61 sect 1ordm II ldquoardquo da Constituiccedilatildeo Federal
Portanto do ponto de vista legal os cargos em comissatildeo natildeo podem ser regidos pela CLT
4114 - Atribuiccedilotildees dos cargos em comissatildeo
De acordo com o art 37 V da Constituiccedilatildeo Federal os cargos em comissatildeo satildeo destinados apenas agraves atribui-
ccedilotildees de direccedilatildeo chefia e assessoramento devendo ser preenchidos por servidores de carreira nos casos nas condiccedilotildees e
nos percentuais miacutenimos previstos em lei
4115 - Aposentadoria dos ocupantes de cargos em comissatildeo
Ao ocupante exclusivamente de cargo em comissatildeo declarado emlei de livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo eacute aplica-
do o Regime Geral de Previdecircncia Social ou seja deve estar vinculado ao regime administrado pelo INSS de acordo
com o art 40 sect 13 da Constituiccedilatildeo Federal
Neste caso a contribuiccedilatildeo previdenciaacuteria do municiacutepio (patronal) e do servidor eacute devida ao INSS
Caso o titular do cargo em comissatildeo tambeacutem seja servidor puacuteblico de carreira do municiacutepio ou seja titular de
cargo efetivo devidamente nomeado por concurso a aposentadoria seraacute pelo regime previdenciaacuterio adotado pelo muni-
ciacutepio
Nesse caso natildeo seraacute contribuinte obrigatoriamente do RGPS
4116 -Vedaccedilatildeo agrave nomeaccedilatildeo em cargo comissionado
Recentemente o STF editou a Suacutemula Vinculante no 13 limitando a liberdade de nomeaccedilatildeo para os cargos em
comissatildeo com o seguinte teor
A nomeaccedilatildeo de cocircnjuge companheiro ou parente em linha reta colateral ou por afinidade ateacute o terceiro grau
inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa juriacutedica investido em cargo de direccedilatildeo chefia ou
assessoramento para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou de confianccedila ou ainda de funccedilatildeo gratificada na administra-
ccedilatildeo puacuteblica direta e indireta em qualquer dos Poderes da uniatildeo dos estados do Distrito Federal e dos Municiacutepios com-
preendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocas viola a Constituiccedilatildeo Federal
Tratando-se de Suacutemula Vinculante seu cumprimento independe da existecircncia de lei municipal (art 103-A da
CF) sendo inclusive proibido ao municiacutepio criar lei reduzindo o alcance da Suacutemula
Todas as esferas da Administraccedilatildeo Puacuteblica ficam obrigadas aos termos de suacutemula vinculante
4117 - DESVIOS
41171 - Desvio de finalidade
Quando algum oacutergatildeo puacuteblico cria cargos comissionados visando a nomeaccedilatildeo de servidores para realizarem ati-
vidades diferentes daquelas permitidas pela Constituiccedilatildeo Federal (direccedilatildeo chefia e assessoramento) estar-se-aacute diante do
desvio de finalidade dos CCs
Embora lamentaacutevel eacute comum a existecircncia de cargos comissionados com nomenclaturas absolutamente diferen-
ciadas da previsatildeo legal assim como leis autorizadoras de CCs (independentemente da nomenclatura) sem a indicaccedilatildeo
das atribuiccedilotildees de seus ocupantes
Eacute que muitas das vezes o agente poliacutetico cria cargos comissionados por outras razotildees que natildeo aquela de rece-
ber o liacutecito apoio de pessoas de confianccedila para desempenhar seu ideaacuterio poliacutetico-administrativo
Com a intenccedilatildeo de beneficiar ou acolher apaniguados ou ateacute de cooptar eleitores ou ldquocabos eleitoraisrdquo o agente
poliacutetico utiliza-se dos cargos comissionados em verdadeiro desvio de finalidade
41172 - Desvio de funccedilatildeo
De idecircntica forma encontramos ocupantes de cargos comissionados realizando funccedilotildees distintas daquelas pre-
vistas para o CC
Eacute o caso de um Diretor que natildeo dirige um oacutergatildeo de um chefe que natildeo coordena serviccedilos nem possui servidor
sob suas ordens ou de um assessor que natildeo estaacute vinculado agrave autoridade nem realiza tarefas caracteriacutesticas de assesso-
ramento
O desvio de funccedilatildeo se caracteriza pela praacutetica de outras tarefas pelo ocupante do cargo comissionado que natildeo
aquelas fixadas na lei criadora do cargo ou determinadas para os tipos direccedilatildeo chefia e assessoramento
4118 - Conceito de Funccedilotildees de Confianccedila
As FGs satildeo gratificaccedilotildees pagas pelo desempenho de atividades de chefia coordenaccedilatildeo e supervisatildeo
Poderatildeo ser pagas apenas aos servidores EFETIVOS (concursados)
Deveraacute ser autorizada por Lei
A lei deveraacute quantificar e valorar cada FG
Aconselha-se a que a quantidade de FGs tenha correlaccedilatildeo com os CCs
Ao corresponder determinado valor de FG deveraacute ser analisada a natureza o grau de responsabilidade e a com-
plexidade da funccedilatildeo a ser exercida
Orienta-se a que os valores fixados para as FGs natildeo ultrapassem 45 da verba a tiacutetulo de vencimentos baacutesicos
A FG eacute temporaacuteria transitoacuteria
Natildeo perderaacute a gratificaccedilatildeo de funccedilatildeo o funcionaacuterio que se ausentar em virtude de feacuterias luto casamento doenccedila
comprovada serviccedilos obrigatoacuterios por lei ou de atribuiccedilotildees decorrentes de sua funccedilatildeo
O desempenho de Funccedilatildeo Gratificada exigiraacute dedicaccedilatildeo integral com carga horaacuteria miacutenima de 40 (quarenta)
horas semanais e natildeo daraacute direito a horas extras
Agraves FGs seratildeo aplicadas as normas referentes ao NEPOTISMO e (se existir previsatildeo em lei local) agrave Lei Ficha
Limpa
412 Temporaacuterios
4121 Contrataccedilatildeo Temporaacuteria de Pessoal
A contrataccedilatildeo por tempo determinado eacute o instrumento juriacutedico a ser formalizado pelos gestores quando presente
a necessidade temporaacuteria de contrataccedilatildeo de pessoal e o excepcional interesse puacuteblico (art 37 IX da CF)
4122 Como regulamentar O art 37 IX da Constituiccedilatildeo Federal deve ser regulamentado por lei municipal que indicaraacute os casos de con-
trataccedilatildeo temporaacuteria de excepcional interesse puacuteblico
Eacute ilegal a contrataccedilatildeo temporaacuteria sem previsatildeo especiacutefica em lei municipal
4123 Seleccedilatildeo de Pessoal A escolha do pessoal a ser contratado por tempo determinado para atender a necessidade temporaacuteria de excep-
cional interesse puacuteblico deveraacute ser feita mediante processo seletivo simplificado sujeito agrave ampla divulgaccedilatildeo e observa-
da a dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria especiacutefica
4124 Regime Contratual O contrato natildeo eacute regido pela CLT mas sim por um contrato especial (administrativo)
4125 Necessidade de contrataccedilatildeo eacute requisito baacutesico O gestor puacuteblico deve justificar as razotildees da contrataccedilatildeo temporaacuteria isto eacute demonstrar a temporariedade e o ex-
cepcional interesse puacuteblico bem como por que o bom andamento do serviccedilo puacuteblico ficaria prejudicado sem a contrata-
ccedilatildeo
4126 Algumas hipoacuteteses de contrataccedilatildeo temporaacuteria A contrataccedilatildeo temporaacuteria pode ser utilizada nos seguintes casos
i-
co ou calamidade puacuteblica que natildeo possam ser solucionados soacute com a utilizaccedilatildeo dos recursos humanos de que dispotildee a
Administraccedilatildeo Puacuteblica
alta transitoacuteria do titular de cargo ou emprego puacuteblico quando o afastamento possa sensivelmente prejudicar o an-
damento do serviccedilo municipal
413 Terceirizaccedilatildeo de Pessoal 4131 Conceito baacutesico
Eacute a transferecircncia de atividades complementares agrave finalidade do oacutergatildeo(de meios e natildeo de fins) A Terceiriza-
ccedilatildeo proporciona
- Economia
- Eficiecircncia
A terceirizaccedilatildeo soacute eacute autorizada no Poder Puacuteblico como contrato de prestaccedilatildeo de serviccedilos e natildeo de pessoal
4132 Cuidados a serem tomados nas terceirizaccedilotildees bull OBJETO Se se trata de contrataccedilatildeo de serviccedilos natildeo-essenciais (meios) e natildeo de matildeo-de-obra
bull ECONOMICIDADE
bull SUBORDINACcedilAtildeO (natildeo ao ente contratante)
bull LICITACcedilAtildeO
bull GARANTIAS DE EXECUCcedilAtildeO
bull ACOMPANHAMENTO DO CONTRATO
bull NO PAGAMENTO
- comprovaccedilatildeo da realizaccedilatildeo dos serviccedilos
- retenccedilotildees obrigatoacuterias
- docs comprobatoacuterios (fiscais ndash trabalhistas)
4133 Tipos de serviccedilos que podem ser terceirizados bull LIMPEZA PUacuteBLICA (pode)
bull SAUacuteDE (depende apenas se admite a terceirizaccedilatildeo de determinadas atividades materiais ligadas ao serviccedilo de
sauacutede)
bull EDUCACcedilAtildeO (mesmas regras da sauacutede)
bull conservaccedilatildeo
bull limpeza
bull Seguranccedila
bull vigilacircncia
bull Transportes
bull informaacutetica
bull copeiragem
bull Recepccedilatildeo
bull Reprografia
bull Telecomunicaccedilotildees
bull manutenccedilatildeo de preacutedios equipamentos e instalaccedilotildees
bull serviccedilos de office-boyldquo (atraveacutes de empresa e licitaccedilatildeo)
4134 Terceirizaccedilatildeo de advogados e contadores
Satildeo permitidas apenas nas exceccedilotildees indicadas no acoacuterdatildeo 11112008 do TCEPR e Prejulgado nordm 873 do
TCESC
4135 Contrataccedilatildeo de Oscip A sigla OSCIP significa ldquoOrganizaccedilatildeo da Sociedade Civil de Interesse Puacuteblicordquo e pode ser considerada tambeacutem
como ONG (Oacutergatildeo Natildeo Governamental) pois nada mais eacute do que o resultado da iniciativa privada em criar uma pessoa
juriacutedica sem fins lucrativos para atuar em defesa de assuntos ou objetivos de interesse de toda a coletividade ou de
grupos especiacuteficos da sociedade humana
OSCIP poderaacute ser enquadrada ainda como Terceiro Setor
O aporte de recursos puacuteblicos (subvenccedilotildees contribuiccedilotildees doaccedilotildees auxiacutelio) para uma OSCIP eacute possiacutevel desde
que seja por autorizaccedilatildeo legislativa da Cacircmara Municipal local
Conveniar tambeacutem pode desde que seja atraveacutes de processo licitatoacuterio na modalidade Concurso de Projetos
Poreacutem considerando a experiecircncia praticamente generalizada dos Municiacutepios brasileiros bem como as fre-
quentes e alarmantes notiacutecias na miacutedia indicando irregularidades em contratos com Oscips natildeo eacute recomendada a contra-
taccedilatildeo com esse tipo de instituiccedilatildeo
Trata-se de parceria muito complexa difiacutecil de controlar e passiacutevel de inuacutemeras irregularidades que afetaratildeo os
gestores
Por isto em caso de o setor de licitaccedilotildees receber a incumbecircncia de contratar OSCIPs orienta-se a demonstrar ao
setor juriacutedico e ao gestor os riscos e notiacutecias (traacutegicas para os envolvidos) que frequentemente satildeo divulgadas
Aliaacutes basta clicar no google o termo ldquoirregularidades OSCIPrdquo e verificar o grande nuacutemero de notiacutecias ruins
sobre esses relacionamentos
414 Estagiaacuterios
4141 Fundamentaccedilatildeo legal As regras para a contrataccedilatildeo de estagiaacuterios estaacute na Lei federal nordm 117882008
4142 Objetivos do estaacutegio Os sectsect 1ordm e 2ordm da Lei 117882008 dizem que o estaacutegio faz parte do projeto pedagoacutegico do curso aleacutem de inte-
grar o itineraacuterio formativo do educando
Que o estaacutegio visa ao aprendizado de competecircncias proacuteprias da atividade profissional e agrave contextualizaccedilatildeo cur-
ricular objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadatilde e para o trabalho
4143 Podem ser estagiaacuterios bull - estudantes de educaccedilatildeo especial e dos anos finais do ensino fundamental na modalidade profissional de educaccedilatildeo de
jovens e adultos
bull - estudantes do ensino superior da educaccedilatildeo profissional de niacutevel meacutedio e do ensino meacutedio regular
4144 Jornada do estagiaacuterio bull I ndash 4 (quatro) horas diaacuterias e 20 (vinte) horas semanais no caso de estudantes de educaccedilatildeo especial e dos anos finais do
ensino fundamental na modalidade profissional de educaccedilatildeo de jovens e adultos
bull II ndash 6 (seis) horas diaacuterias e 30 (trinta) horas semanais no caso de estudantes do ensino superior da educaccedilatildeo profissional
de niacutevel meacutedio e do ensino meacutedio regular
4145 Partes no contrato de estaacutegio
bull - instituiccedilatildeo de ensino
bull - empresa ou oacutergatildeo concedente do estaacutegio
bull - estudante
bull Agentes de integraccedilatildeo puacuteblicos e privados (CIEE ndash SINE) ndash Esta parte eacute opcional
4146 Prazo maacuteximo de estaacutegio bull DOIS (2) ANOS
bull (obs Deficiente poderaacute aumentar)
4147 Custos do estagiaacuterio bull 1 ndash no estaacutegio obrigatoacuterio o pagamento eacute opcional (bolsa ou salaacuterio)
bull 2 ndash no estaacutegio natildeo obrigatoacuterio o pagamento eacute obrigatoacuterio + vale-transporte
bull 3 ndash a contribuiccedilatildeo previdenciaacuteria eacute opccedilatildeo e por conta do estagiaacuterio
bull 4 ndash contratos acima de um (1) ano o estagiaacuterio tem direito a feacuterias
bull 5 ndash direitos que outros possuam nas aacutereas de sauacutede e seguranccedila no trabalho
bull 6 ndash seguro obrigatoacuterio contra acidentes pessoais
bull 7 ndash natildeo tem direito a FGTS
bull 8 ndash auxilio alimentaccedilatildeo eacute opccedilatildeo do concedente do estaacutegio
4148 Penalizaccedilotildees bull 1 ndash declaraccedilatildeo de viacutenculo empregatiacutecio
bull 2 ndash suspensatildeo por dois (2) anos de conceder estaacutegios
4149 Limites no nuacutemero de estagiaacuterios
bull 1 - a concedente natildeo poderaacute ultrapassar a tabela (20 de estagiaacuterios ndash considerando-se os empregados)
bull 2 ndash 10 das vagas de estaacutegio para deficientes
bull 3 ndash estudantes de niacutevel superior e de niacutevel meacutedio profissional natildeo tem limites
41410 Quem pode ser concedente de estaacutegio bull 1 ndash empresas da iniciativa privada
bull 2 ndash oacutergatildeos puacuteblicos
bull 3 ndash profissionais liberais
41411 Os oacutergatildeos puacuteblicos podem contratar estagiaacuterios
Tribunal de Contas de Santa Catarina ndash TCESC Prejulgados 2114
Processo CON-1100052280
Parecer COG 962011
Decisatildeo 19242012
Origem Cacircmara Municipal de Penha
Relator Cleber Muniz Gavi
Data da Sessatildeo 14052012
Data do Diaacuterio Oficial 17052012
ldquoNo acircmbito da Administraccedilatildeo Puacuteblica a contrataccedilatildeo de estagiaacuterios reger-se-aacute pelas normas da Lei n 1178808
podendo os entes federados complementar a mateacuteria atraveacutes de lei localrdquo
41412 Seleccedilatildeo
Poreacutem eacute exigiacutevel o processo licitatoacuterio para escolha do agente de seleccedilatildeo e pagamento das bolsas
Protocolo nordm 32034107
Relator Conselheiro Hermas Eurides Brandatildeo
Decisatildeo Acoacuterdatildeo nordm 181907 - Tribunal Pleno
Sessatildeo Tribunal Pleno Sessatildeo Ordinaacuteria nordm 46 de 131207
Publicaccedilatildeo no Atos Oficiais do Tribunal de Contas nordm133 de 250108
Suacutemula nordm 06
Enunciado ldquoOs acordos que tenham por objeto a seleccedilatildeo e o
pagamento de bolsas a estagiaacuterios da Administraccedilatildeo Puacuteblica celebrados de um lado por oacutergatildeo ou entidade da Adminis-
traccedilatildeo e de outro por ente puacuteblico ou privado com ou sem fins lucrativos tecircm natureza juriacutedica de CONTRATO AD-
MINISTRATIVO cuja celebraccedilatildeo submete-se a todas as regras fixadas na Lei nordf866693 devendo ser precedido de
procedimento licitatoacuteriordquo
41413 Registro contaacutebil dos gastos com estagiaacuterio
Acoacuterdatildeo 8282006 do Tribunal Pleno do TCEPR
Decisatildeo proferida em 22062006
Processo 3725572005
Origem Cacircmara Municipal de Campo Largo
Interessado Presidente da Cacircmara
Relator Conselheiro Fernando Augusto Mello Guimaratildees
ldquoEmenta consulta - sobre a inclusatildeo das despesas com estagiaacuterios em gastos com educaccedilatildeo - impossibilidade - gastos
com estagiaacuterios devem ser incluiacutedos no elemento outros serviccedilos de terceiros-pessoa fiacutesica relativos ao setor em que o
estagiaacuterio exerce suas atividades
41414 Nepotismo
Poderaacute ser contratado parente como estagiaacuterio desde que a empresa intermediaacuteria tenha realizado a seleccedilatildeo
41415 Cuidados do concedente oacutergatildeo puacuteblico
bull 1 ndash constatar a existecircncia de dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria
bull 2 ndash realizar licitaccedilatildeo para contratar a empresa intermediaacuteria (agentes de integraccedilatildeo puacuteblicos e privados ndash aquela que faraacute
a seleccedilatildeo e o pagamento de bolsas)
bull 3 ndash verificar se a empresa realizou a seleccedilatildeo do estagiaacuterio contratado
bull 4 ndash indicar orientador e supervisor
bull 5 ndash atribuir tarefas proacuteprias do curso
bull 6 ndash cumprir as regras legais (jornada-prazo-outras exigecircncias do contrato)
415 Acumulaccedilatildeo de cargos puacuteblicos
A Constituiccedilatildeo Federal no art 37 XVI estabelece os casos em que eacute permitida a acumulaccedilatildeo de cargos em-
pregos e funccedilotildees nas administraccedilotildees direta e indireta nas empresas puacuteblicas e nas sociedades de economia mista
Em face da complexidade da mateacuteria e da dificuldade de interpretaccedilatildeo do dispositivo constitucional o tema tem
suscitado muitas duacutevidas na administraccedilatildeo municipal
A seguir apresenta-se em siacutentese a orientaccedilatildeo firmada pelos Tribunais de Contas sobre a mateacuteria
4151 Cargo de professor com outro cargo teacutecnico ou cientiacutefico
Eacute permitido ao professor efetivo estadual atendidos aos preceitos do art 37 II da Constituiccedilatildeo Federal ser
nomeado para cargo teacutecnico ou cientiacutefico no municiacutepio havendo compatibilidade de horaacuterio respeitado o limite da jor-
nada de trabalho fixada no art 7ordm XIII combinado com o art 39 sect 3ordm ambos da Constituiccedilatildeo Federal
Natildeo eacute possiacutevel ao servidor puacuteblico que jaacute acumula cargo efetivo de professor com cargo teacutecnico ou cientiacutefico
receber cumulativamente a remuneraccedilatildeode secretaacuterio municipal ante a vedaccedilatildeo do art 37 XVI e XVII da Constituiccedilatildeo
Federal
4152 Cargo efetivo com cargo de secretaacuterio municipal
O servidor puacuteblico efetivo municipal ocupante de cargo de secretaacuterio do mesmo municiacutepio desde que autoriza-
do pela legislaccedilatildeo local pode optar entre a remuneraccedilatildeo do cargo efetivo e o subsiacutedio do cargo de secretaacuterio vedada a
percepccedilatildeo cumulativa
Caso o servidor efetivo municipal opte pelo subsiacutedio legalmente instituiacutedo para o cargo de secretaacuterio do mesmo
municiacutepio somente poderaacute perceber o valor correspondente ao subsiacutedio sem adicional gratificaccedilatildeo ou qualquer outro
estipecircndio nos termos do sect 4ordm do art 39 da Constituiccedilatildeo Federal
4153 Cargo em comissatildeo com cargo efetivo
A Constituiccedilatildeo Federal (art 37 XVI e XVII) natildeo permite a acumulaccedilatildeo remunerada de cargo de provimento e-
fetivo com a de cargo de provimento em comissatildeo
4154 Dois cargos em comissatildeo
A acumulaccedilatildeo remunerada de dois cargos comissionados eacute vedada pelo art 37 XVI da Constituiccedilatildeo Federal
Eacute incompatiacutevel a acumulaccedilatildeo de dois cargos em comissatildeo no acircmbito da Administraccedilatildeo Puacuteblica quaisquer que
sejam os poderes ou esferas por natildeo se enquadrar nas exceccedilotildees passiacuteveis de acumulaccedilatildeo estabelecidas pelo art 37 XVI
da Constituiccedilatildeo Federal
4155 Proventos de aposentadoria com a remuneraccedilatildeo de cargo efetivo
Eacute permitido ao servidor inativo retornar ao exerciacutecio da funccedilatildeo puacuteblica acumulando proventos e vencimentos
nos casos permitidos pelo sect 10 do art 37 da Constituiccedilatildeo Federal
O servidor puacuteblico aposentado pelo estado ou pelo municiacutepio com fundamento no arts 40 ou 42 da Constitui-
ccedilatildeo Federal que presta concurso puacuteblico e eacute nomeado para ocupar cargo puacuteblico municipal deve optar entre os proven-
tos da aposentadoria e a remuneraccedilatildeo do cargo em conformidade com o disposto no art 37 sect 10 da Constituiccedilatildeo Fede-
ral salvo os casos de acumulaccedilatildeo previstos nos arts 37 XVI 95 paraacutegrafo uacutenico I e 128 sect 5ordm II aliacutenea d da Consti-
tuiccedilatildeo Federal
4156 Proventos de aposentadoria com a remuneraccedilatildeo de cargo em comissatildeo
Eacute permitido ao servidor puacuteblico inativo sem viacutecio de acumulaccedilatildeo indevida exercer cargo de provimento em
comissatildeo acumulando proventos e vencimentos
4157 Permanecircncia do servidor no cargo ou emprego puacuteblico apoacutes a aposentadoria
Ao servidor puacuteblico natildeo eacute possiacutevel quando se aposenta continuar exercendo normalmente suas funccedilotildees jaacute que
eacute vedada a acumulaccedilatildeo remunerada de cargos puacuteblicos ressalvando-se a aposentadoria voluntaacuteria do empregado de
empresa puacuteblica ou sociedade de economia mista
4158 Acumulaccedilatildeo de cargos com o exerciacutecio de mandato eletivo
41581) Cargo efetivo com mandato de vereador
O vereador que for investido em cargo puacuteblico efetivo ou emprego puacuteblico do estado ou do municiacutepio apoacutes a-
provaccedilatildeo em concurso puacuteblico poderaacute tomar posse no cargo efetivo sem prejuiacutezo do mandato de vereador
O exerciacutecio concomitante do cargo puacuteblico efetivo e do mandato de vereador somente eacute possiacutevel quando houver
compatibilidade de horaacuterios
Neste caso o vereador poderaacute acumular as respectivas funccedilotildees bem como a remuneraccedilatildeo e as demais vantagens
do cargo efetivo com o subsiacutedio do mandato
Natildeo havendo compatibilidade de horaacuterios o agente seraacute afastado do exerciacutecio do cargo ou emprego sendo-lhe
facultado optar pela remuneraccedilatildeo do cargo efetivo ou do emprego
41582 Cargo comissionado com mandato de vereador
Eacute ilegiacutetimo o exerciacutecio concomitante de cargo em comissatildeo pertencente agrave estrutura do Poder executivo munici-
pal com o mandato de vereador em decorrecircncia do princiacutepio da separaccedilatildeo das funccedilotildees estatais uma vez que na relaccedilatildeo
decorrente do cargo comissionado haveraacute submissatildeo do vereador aos comandos do chefe do Poder executivo municipal
incompatiacutevel com o exerciacutecio da vereanccedila
41583 Acumulaccedilatildeo de cargo de meacutedico com o exerciacutecio do mandato de prefeito
O servidor puacuteblico ocupante de cargo efetivo ou emprego puacuteblico de meacutedico pertencente agrave estrutura do Poder
executivo eleito prefeito deve se afastar do cargo ou emprego sendo-lhe facultado optar pela remuneraccedilatildeo do cargo ou
emprego nos termos do art 38 II da Constituiccedilatildeo Federal
Enquanto permanecer no exerciacutecio do mandato de prefeito o ocupante de cargo ou emprego de meacutedico natildeo po-
de realizar serviccedilos profissionais pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede (SuS) com habitualidade incluindo o meacutetodo de creden-
ciamento por caracterizar acumulaccedilatildeo remunerada de funccedilotildees puacuteblicas
Salvo vedaccedilatildeo na Lei Orgacircnica do municiacutepio o meacutedico em exerciacutecio do cargo de prefeito natildeo estaacute impedido de
realizar procedimento ciruacutergico em casos excepcionais para atendimentos emergenciais cuja recusa possa caracterizar
omissatildeo de socorro
41584 Acumulaccedilatildeo de cargo efetivo com mandato de vice prefeito
Eacute inconstitucional a acumulaccedilatildeo da remuneraccedilatildeo de cargo efetivo com o subsiacutedio de vice-prefeito em face da
inaplicabilidade agrave espeacutecie da norma do art 38 III da Constituiccedilatildeo Federal que se restringe tatildeo somente ao vereador
Entretanto o servidor puacuteblico efetivo que ver a exercer mandato de vice-prefeito pode optar entre a remunera-
ccedilatildeo do cargo e o subsiacutedio de vice-prefeito
Caso o servidor faccedila a opccedilatildeo pelo subsiacutedio teraacute direito ao recebimento apenas do valor correspondente ao sub-
siacutedio (parcela uacutenica) ficando vedado o pagamento de adicional gratificaccedilatildeo ou quaisquer outras vantagens do cargo
efetivo nos termos do sect 4ordm do art 39 da Constituiccedilatildeo Federal
41585 Acumulaccedilatildeo de cargo de vice prefeito com cargo comissionado
O vice-prefeito designado para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou funccedilatildeo de confianccedila no acircmbito do Poder
Executivo deveraacute optar entre o subsiacutedio de vice-prefeito e a remuneraccedilatildeo do cargo ou da funccedilatildeo
O vice-prefeito investido no cargo de secretaacuterio municipal deveraacute optar entre o subsiacutedio afeto ao mandato eleti-
vo e o vencimento do respectivo cargo
4159 Direito ao subsiacutedio mensal mdash vice-prefeito
O vice-prefeito exercendo ou natildeo funccedilatildeo executiva na administraccedilatildeo municipal tem direito agrave percepccedilatildeo mensal
do subsiacutedio de vice-prefeito fixado pela cacircmara municipal
41510 Acumulaccedilatildeo de cargos e o respeito ao teto remuneratoacuterio
O provento de aposentadoria subsiacutedio de agente poliacutetico e vencimento pelo exerciacutecio de cargo puacuteblico recebi-
dos aglutinadamente devem observar o teto remuneratoacuterio instituiacutedo pelo inciso XI do art 37 da Constituiccedilatildeo Federal
416 Nepotismo
O significado original da palavra nepotismo eacute governo dos sobrinhos jaacute que eacute derivada de nepoteounipo-
te(sobrinho ou neto em latim) e foi aplicada em referecircncia aos Papas do Renascimento (de Sisto IV a Paulo III) que
nomeavam sobrinhos e outros parentes para posiccedilotildees clericais e administrativas de importacircncia assim como aos Gover-
nantes japoneses tanto no periacuteodo Heian (por volta do ano 669) quanto no comeccedilo do seacuteculo IX (governo da famiacutelia
Fujiwara) e ateacute nos anos 1960 com Kiyomori
Com o sufixo ismo a palavra indica a concessatildeo de privileacutegios ou cargos a parentes no funcionalismo puacuteblico
Distingue-se do favoritismo simples que natildeo implica relaccedilotildees familiares com o favorecido
Em 2008 julgando um dos processos que chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) aquela Corte editou a
Suacutemula 13 com o seguinte texto
Suacutemula vinculante 13 de 210808
ldquoA nomeaccedilatildeo de cocircnjuge companheiro ou parente em linha reta colateral ou por afinidade ateacute o terceiro grau
inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa juriacutedica investido em cargo de direccedilatildeo chefia ou
assessoramento para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou de confianccedila ou ainda de funccedilatildeo gratificada na
administraccedilatildeo puacuteblica direta e indireta em qualquer dos Poderes da Uniatildeo dos Estados do Distrito Federal e dos
Municiacutepios compreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocas viola a Constituiccedilatildeo Federalrdquo
Data de Aprovaccedilatildeo Sessatildeo Plenaacuteria de 21082008Fonte de Publicaccedilatildeo DJe nordm 1622008 p 1 em 2982008DO de
2982008 p 1
Assim fundamentados especialmente nos princiacutepio constitucionais da impessoalidade e da moralidade o maior
oacutergatildeo do Poder Judiciaacuterio brasileiro definiu como proibidas as nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos em comissatildeo ou
funccedilotildees de confianccedila de familiares dos nomeantes em ateacute terceiro grau de parentesco
O parentesco segundo o Coacutedigo Civil (arts 1591 a 1595) eacute identificado em trecircs linhas distintas
a) reta (ascendente e descendente pai matildee avocirc avoacute filho filha neto neta)
b) colaterais (provecircm de um tronco comum mas natildeo descendem uma das outras irmatildeo irmatilde tio tia) e
c) por afinidade (o viacutenculo que se estabelece entre um cocircnjuge e os parentes do outro cocircnjuge)
De ressaltar que a Suacutemula 13 do STF abrangeu o famoso nepotismo cruzado que eacute a combinaccedilatildeo entre nomean-
tes para a contrataccedilatildeo direta de servidores parentes seus de forma cruzada (o parente de um eacute contratado pelo outro e
vice versa) pois ao final do texto consta ldquocompreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocasrdquo
E mantendo a maacutexima de que cada regra tem sua exceccedilatildeo o STF declarou na sequencia (no Recurso Extraordi-
naacuterio nordm 579951RN) que a exceccedilatildeo dessa proibiccedilatildeo seria a possibilidade de nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos poliacuteti-
cos aiacute compreendidos os Ministros de Estado Secretaacuterios de Estado e Secretaacuterios Municipais
Entatildeo dessa data em diante (2982008 publicaccedilatildeo da suacutemula 13 do STF) passou-se a ser proibido o
nepotismoem cargos e funccedilotildees puacuteblicas de livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo
Em resumo quando da ediccedilatildeo da Suacutemula 13 a Corte Maacutexima do Poder Judiciaacuterio paacutetrio definiu que
1 ndash Eacute PROIBIDA A NOMEACcedilAtildeO EM CC OU FG DECOcircNJUGE OU PARENTE DA AUTORIDADE NOMEANTE
OU DE OUTRO SERVIDOR NESTES CARGOS (CC ou FG) ATEacute TERCEIRO GRAU
2 ndash CARGOS DE MINISTROS E SECRETAacuteRIOS PODEM SER OCUPADOS POR PARENTES
Pois bem
Apoacutes a proibiccedilatildeo pelo Supremo e vasta interpretaccedilatildeo do Poder Judiciaacuterio outros pontos natildeo abrangidos (ou es-
clarecidos) pela Suacutemula 13 foram praticamente pacificados
Vejamos os mais relevantes
1ordm ndash A LEI (Ordinaacuteria-Complementar-Orgacircnica) PODE AMPLIAR AS PROIBICcedilOtildeES abrangendo inclusive os Minis-
tros e Secretaacuterios (impedindo a contrataccedilatildeo de parentes ou limitando o nuacutemero de parentes contratados)
2ordm ndash Para a configuraccedilatildeo de nepotismo cruzado soacute se houver prova da reciprocidade Ou seja se ocorrer o ajuste a com-
binaccedilatildeo a troca de favores entre autoridades puacuteblicas
3ordm - Parente de Autoridade Puacuteblica ou de servidor de um mesmo oacutergatildeo poderaacute ocupar CC ou FG se foi nomeado antes
da posse deste
4ordm ndash Servidor efetivo poderaacute ser nomeado em CC ou designado em FG em mesmo oacutergatildeo de Gestor Puacuteblico ou servidor
parente se natildeo for nomeado por ele ou subordinado a ele
5ordm ndash Servidores de um mesmo oacutergatildeo ocupantes de Cargo Comissionado ou Funccedilatildeo de Confianccedila que venham a se tor-
nar um casal depois do ingresso no cargo ou funccedilatildeo e desde que natildeo ocorra subordinaccedilatildeo direta entre si natildeo seraacute con-
siderado nepotismo 6ordm ndash Ex-cocircnjuge comprovadamente podem ser nomeados pelo ex sem caracterizar nepotismo
7ordm ndash Nos casos de requisiccedilatildeocessatildeo de servidores por autoridades ou oacutergatildeos aplicam-se as regras do nepotismo
8ordm ndash Parentesco com autoridades puacuteblicas ou servidores falecidos ou aposentados natildeo incidem a Suacutemula 13
9ordm ndash Contrataccedilatildeo de estagiaacuterios que sejam parentes de autoridades ou servidores do oacutergatildeo concedente do estaacutegio natildeo se
configura nepotismo desde que haja seleccedilatildeo preacutevia
10ordm ndash Contratar sem licitaccedilatildeo pessoa juriacutedica na qual haja administrador ou soacutecio com poder de direccedilatildeo que seja fami-
liar de detentor de cargo em comissatildeo ou funccedilatildeo de confianccedila que atue na aacuterea responsaacutevel pela demanda ou de autori-
dade a ele hierarquicamente superior
Por fim destacar que os caminhos juriacutedicos para exigir a exoneraccedilatildeo de parentes que ocupem cargos comissio-
nados ou funccedilotildees de confianccedila bem como coibir e responsabilizar os agentes puacuteblicos que desrespeitarem a regra cons-
tante da Suacutemula 13 do STF e demais acervo jurisprudencial referentemente ao nepotismo poderaacute ser a Accedilatildeo Civil Puacute-
blica(art 1ordm inciso IV da Lei 734785) ou ateacute mesmo a Reclamaccedilatildeo ao STF (art 102 inciso I aliacutenea l da Constitu-
iccedilatildeo Federal)
Jaacute as consequecircncias juriacutedicas para quem desobedecer agraves normas combatentes do nepotismo possuem as seguin-
tes hipoacuteteses
1ordf ndash Consequecircncias para o servidor nomeado ou designado pela omissatildeo de informar agrave Administraccedilatildeo Puacuteblica o fato de
se encontrar sob o alcance da Suacutemula Vinculante nordm 13 do STF incide o crime de falsidade ideoloacutegica (art 299 do Coacute-
digo Penal) bem como pela manutenccedilatildeo do cargo ou emprego puacuteblico sabendo do impedimento incide em crime de
desobediecircncia agrave decisatildeo judicial (art 359 CP)
2ordf ndash Consequecircncias para o agente poliacutetico pela omissatildeo incide no crime de prevaricaccedilatildeo (art 319 CP) e na esfera
poliacutetico-administrativa incorre no crime de improbidade administrativa (art 11 I e II cc o art 12 III todos da Lei nordm
842992) pode-se aplicar a ele ainda no caso dos prefeitos municipais estaratildeo sujeitos agrave cassaccedilatildeo do mandato eletivo
(Decreto-lei 20167 art 4ordm VII)
417 - GASTOS COM PESSOAL
O paracircmetro a ser empregado nos caacutelculos da despesa com pessoal haacute de ser a Receita Corrente Liquida
ndash RCL conceituada no inciso IV do art 2ordm da LRF
Considera-se despesa com pessoal nos termos do artigo 18 da LFR todas as vantagens vencimentos sa-
laacuterios proventos adicionais gratificaccedilotildees horas extras encargos sociais subsiacutedios dos agentes poliacuteticos e qual-
quer outra espeacutecie remuneratoacuteria
A verificaccedilatildeo das adequaccedilotildees das despesas efetivamente realizadas com pessoal em relaccedilatildeo agrave RCL deveraacute
ocorrer nos termos do artigo 22 da LRF ao final de cada quadrimestre
Os resultados obtidos seratildeo por sua vez informados no Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal correspondente ao
mesmo periacuteodo de apuraccedilatildeo sendo facultado aos Municiacutepios com populaccedilatildeo inferior a cinquumlenta mil habitantes
apurar esse comprometimento ao final de cada semestre (art 62 I e II ldquobrdquo)
Segundo art 20 da LRF a reparticcedilatildeo dos limites globais de cada ente eacute de
PoderEnte Uniatildeo EstadosDF Municiacutepios
Executivo 409 490 540
LegislativoTC 60 60 60
Judiciaacuterio 25 30 -x-
Ministeacuterio Puacuteblico 06 20 x-
Totais 500 600 600
Visando coibir despesas em excesso praticados pelas Cacircmaras Municipais houve emenda constitucional
disciplinando os percentuais destas (EC nordm 252000) sem no entanto disciplinar seu conceito e composiccedilatildeo toda-
via excluiu-se as despesas com inativos resultando em limites diversos em relaccedilatildeo agrave LRF vejamos
Populaccedilatildeo Limites EC 25 (ex-
clui inativos)
Limites LRF
(inclui inativos)
Ateacute 100000 habitantes 56 6
De 100001 a 300000 hab 49 6
De 301000 a 500000 hab 42 6
Acima de 500000 hab 35 6
LRF - art 22
Se a despesa de pessoal exceder a 95 do limite estabelecido no artigo 20 os Poderes e oacutergatildeos que incor-
rem no excesso ficaratildeo vedados de criar cargo emprego ou funccedilatildeo e efetuar provimento de cargo puacuteblico admis-
satildeo ou contrataccedilatildeo de pessoal a qualquer tiacutetulo
Exceccedilatildeo (artigo 22 inciso IV) aacutereas de educaccedilatildeo sauacutede e seguranccedila restringindo-se quando esta se ca-
racterizar por falecimento ou aposentadoria
Para os casos de extrapolaccedilatildeo dos limites determinada pelo artigo 169 da CF88 nos termos do art 23 da
LRF deveraacute o ente propor medidas para sua adequaccedilatildeo com a maior brevidade possiacutevel
Isto posto nos dois quadrimestres seguintes deveraacute observar as providecircncias previstas nos sectsect 3ordm e 4ordm do
art 169 da CF quais sejam
Reduccedilatildeo de pleno menos vinte por cento das despesas com cargos em comissatildeo e funccedilotildees de confianccedila
Exoneraccedilatildeo dos servidores natildeo estaacuteveis
Exoneraccedilatildeo dos servidores estaacuteveis se natildeo alcanccedilada a reduccedilatildeo necessaacuteria com as medidas anteriores desde
que ato normativo de cada Poder especifique a atividade funcional o oacutergatildeo ou unidade administrativa objeto de
reduccedilatildeo de pessoal
O servidor que neste caso perder o cargo faraacute jus a indenizaccedilatildeo correspondente a um mecircs de remunera-
ccedilatildeo por ano de serviccedilos sendo que esta natildeo seraacute computada para fins de despesas com pessoal
Permanecendo o excesso ficaraacute o ente impedido de receber transferecircncias voluntaacuterias
418 - Despesas gerais
4181 - Diaacuterias
a) ndash cobrem hospedagem e alimentaccedilatildeo
b) ndash aplicaccedilatildeo do princiacutepios da razoabilidade proporcionalidade e moralidade
c) ndash devem ser liberadas motivadamente (interesse puacuteblico)
d) ndash dependem de lei autorizatoacuteria
e) ndash podem ser liberadas para participaccedilatildeo em eventos
f) ndash natildeo podem configurar ldquosalaacuteriordquo
g) ndash exigem comprovaccedilatildeo de realizaccedilatildeo do objetivo
h) ndash a partir de 50 do valor da remuneraccedilatildeo incide ir e inss
i) ndash a fixaccedilatildeo do valor pode ser variaacutevel de municiacutepio para municiacutepio
j) ndash fraude ou simulaccedilatildeo no pagamento de diaacuteria acp
4182 - Adiantamentos eacute proibido
4183 -Seguro de vidaeacute possiacutevel
4184 - Vale Transporteeacute possiacutevel
4185 - Plano de sauacutedesoacute para servidoresvereadores natildeo
4186 -Veiacuteculo proacuteprio
Segundo o TCRPR eacute proibido agrave Cacircmara pagar combustiacutevel para veiacuteculos dos vereadores
O TCE-PR alega que a Administraccedilatildeo Puacuteblica natildeo pode arcar com gastos inerentes a despesas com veiacuteculos
particulares dos Edis mesmo que a serviccedilo do Legislativo haja vista a inexistecircncia de contrato precedido de Licitaccedilatildeo e
diante das normas de direito administrativo onde qualquer aquisiccedilatildeo efetuada pelo Poder Puacuteblico depende de contrato
este em regra precedido de licitaccedilatildeo
Alega inclusive que essa despesa eacute estranha ao orccedilamento sem amparo legal
Ateacute em relaccedilatildeo aos servidores o TCE desaconselha o ressarcimento de despesas com combustiacutevel particular
por aplicaccedilatildeo do art 29 da CE89 ou da Lei Orgacircnica Municipal que geralmente preveem incompatibilidade negocial
Vale ressaltar que outros Tribunais de Contas divergem ou convergem com o TCEPR
Vejamos
O TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA PERMITE
PREJULGADO 2082 DO TCESC
ldquoA Cacircmara Municipal pode disciplinar o uso de veiacuteculos oficiais de sua propriedade a exemplo da Lei Estadual ndeg
79871990 (regulamentada pelo Decreto ndeg 34212005) e do Decreto Federal ndeg 64032008 (disciplinado pela Instru-
ccedilatildeo Normativa ndeg 0032008 do Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeordquo
PREJULGADO 1268 DO TCESC
A Cacircmara Municipal poderaacute ressarcir as despesas de combustiacutevel de veiacuteculos particulares desde que (a) previamente
autorizada em lei especiacutefica (b) relacionada a deslocamento dos Vereadores para fora de jurisdiccedilatildeo municipal (c) os
assuntos tratados nas viagens sejam de interesse puacuteblico (d) haja expressa autorizaccedilatildeo da Cacircmara Municipal para a rea-
lizaccedilatildeo da viagem (e) os veiacuteculos utilizados nestas condiccedilotildees estejam previamente cadastrados no oacutergatildeo competente do
Pode Legislativo e (f) sejam aplicaacuteveis somente a casos excepcionais
O TCE DE MG PROIacuteBE
Consulta nordm 810007- TCEMG
Tribunal de Constas do Estado - Cacircmara natildeo pode pagar gasolina para vereadores O relator Cons Elmo Braz adotou o
parecer do Auditor Hamilton Coelho para responder agraves indagaccedilotildees Inicialmente a Auditoria asseverou que o TCEMG
jaacute declarou em diversas oportunidades a ilegalidade do abastecimento de veiacuteculos particulares de vereadores com re-
cursos da Cacircmara ainda que para uso no interesse do oacutergatildeo mencionando nesse sentido a Consulta nordm 810007 (Rel
Cons Eduardo Carone Costa sessatildeo de 030210) ndash v Informativo 17 O Auditor transcreveu parte do parecer exarado
naquela Consulta no sentido de que a utilizaccedilatildeo de veiacuteculo de propriedade particular de vereador mediante contrapresta-
ccedilatildeo (abastecimento) a serviccedilo da Administraccedilatildeo Puacuteblica configuraria contrato de locaccedilatildeo de fato e de que o uso interca-
lado do veiacuteculo ndash ora em caraacuteter particular ora a serviccedilo ndash tornaria difiacutecil a mensuraccedilatildeo do quantum a ser indenizado
redundando em confusatildeo patrimonial envolvendo o agente puacuteblico e o oacutergatildeo contratante
O TCEMT PERMITE
Processo nordm 2073652010 - 19042011
ldquoCAcircMARA MUNICIPAL DE NOVA OLIacuteMPIA CONSULTA CAcircMARA MUNICIPAL VEREADOR VERBA DE
NATUREZA INDENIZATOacuteRIA POSSIBILIDADE SE OBSERVADOS OS REQUISITOS IMPOSSIBILIDADE DE
PAGAMENTO DE DESPESAS COM MANUTENCcedilAtildeO DO GABINETE DO PARLAMENTAR POSSIBILIDADE
DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS COM ABASTECIMENTO DE VEIacuteCULO PARTICULAR DO VEREADOR
E DE ACUMULACcedilAtildeO COM A DIAacuteRIA QUANDO CONTEMPLAREM O RESSARCIMENTO DE DESPESAS
DISTINTAS PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS NOS TERMOS DA LEI QUE A INSTITUIRrdquo
4187 - Passagens
Por se tratar de despesa com caracteriacutesticas muito proacuteprias jaacute que os valores se alteram permanentemente mas eacute
possiacutevel a reduccedilatildeo dos preccedilos sobretudo com descontos sobre a taxa de administraccedilatildeo das agecircncias ou operadoras eacute
recomendaacutevel a realizaccedilatildeo de processo licitatoacuterio afim de promover a economicidade evitar sobrepreccedilos e oportunizar
a competitividade entre os diversos particulares interessados em negociar com a Administraccedilatildeo
Por isso orienta-se agrave promoccedilatildeo do certame licitatoacuterio na modalidade Pregatildeo cujo objeto seja a contrataccedilatildeo de
serviccedilos de agenciamento de viagens para cotaccedilatildeo reserva e fornecimento de passagens (aeacutereas e terrestres) no acircmbito
nacional e internacional se houver interesse
Caso opte pela passagem internacional eacute interessante licitar a emissatildeo de seguro de assistecircncia em viagem in-
ternacional
Especificar que a compra se faraacute por meio de atendimento remoto (e-mail eou telefone)
O tipo aconselhaacutevel eacute o de menor preccedilo escolhendo-se a proposta que ofertar o maior percentual de desconto
sobre o valor ldquodo diardquo disponibilizado e cobrado de todos os puacuteblicos inclusive sobre as tarifas promocionais e reduzi-
das disponiacuteveis no momento da compra excluiacuteda a taxa de embarque
5 Controle
51 Corrupccedilatildeo desvios e fraudes Conceitos
Corrupccedilatildeo eacute o ato ou efeito de se corromper oferecer algo para obter vantagem em negociata onde se favorece
uma pessoa e se prejudica outra
Eacute tirar vantagem do poder atribuiacutedo Corrupccedilatildeo vem do latim corruptus que significa quebrado em peda-
ccedilos O verbo corromper significa tornar-se podre
Desvio na aacuterea puacuteblica significa retirar o caminho normal de alguma coisa Natildeo alcanccedilar o objetivo por
mudanccedila de rota
Geralmente a palavra estaacute ligada agraves alteraccedilotildees que se promovem na ocupaccedilatildeo de cargos ou funccedilotildees no
uso de bens na realizaccedilatildeo de obras e ateacute no destino que se daacute aos recursos financeiros Fraude eacute um esquema iliacutecito ou de maacute feacute criado para obter ganhos para si ou para terceiros
No meio puacuteblico as fraudes geralmente satildeo praticadas atraveacutes de simulaccedilotildees e ajustes visando o aproveitamen-
to iliacutecito de valores benefiacutecios ou do patrimocircnio puacuteblico
52 Conceito e relevacircncia do controle
O controle eacute a ferramenta mais eficaz para se evitar as irregularidades e ilegalidades na atuaccedilatildeo dos po-
deres puacuteblicos
Segundo os mais elaborados estudos e pesquisas a corrupccedilatildeo pode ser maior ou menor dependendo da
proporcionalidade de controle existente
Onde tem menor controle tem maior corrupccedilatildeo e assim vice e versa
E o controle se faz por trecircs principais vias orientaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e puniccedilatildeo No Brasil o combate agrave corrupccedilatildeo no meio puacuteblico vem acontecendo atraveacutes da implementaccedilatildeo de vaacuterios tipos
de controle sobre as verbas recursos e patrimocircnio puacuteblico
Nos uacuteltimos anos melhoraram muito os sistemas de Controle Interno e Externo por iniciativa de cada oacutergatildeo ou
por exigecircncia do povo (diretamente ou atraveacutes das miacutedias)
O Legislativo por iniciativa proacutepria ou por pressatildeo popular tem aprovado inuacutemeros atos para reforccedilar a legisla-
ccedilatildeo paacutetria que afeta a corrupccedilatildeo
Satildeo os exemplos da Lei das Inelegibilidades (LC 6490 reforccedilada pela Lei da Ficha Limpa- LC 1352010) a
Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 1012000) a Lei da Transparecircncia (LC 1312009) a Lei da Informaccedilatildeo
(125272011) e a Lei Anticorrupccedilatildeo (128462013) e tantas outras
O Judiciaacuterio por sua vez e com o apoio das instituiccedilotildees de apuraccedilatildeo a ele ligadas (poliacutecias ministeacuterio puacuteblico
etc) tem punido severamente os corruptos realizando o seu papel sem distinccedilatildeo de cargo ou poder do apenado
Segundo informa o oacutergatildeo denominado de ldquoTransparecircncia Internacionalrdquo em mateacuteria divulgada no mecircs
de dezembro2014 ldquoNeste ano o Brasil obteve a nota 43 em uma escala que vai de 0 (setor puacuteblico visto como extremamente
corrupto) a 100 (extremamente iacutentegro) a mesma pontuaccedilatildeo obtida em 2012
No ano passado o paiacutes havia totalizado 42 pontos
A pontuaccedilatildeo do Brasil se situa exatamente na meacutedia mundial de acordo com o estudo de 43 pontos Nas
Ameacutericas como um todo a meacutedia eacute 45
Mais de dois terccedilos dos 175 paiacuteses que integram o iacutendice obtiveram uma nota inferior a 50
O Brasil estaacute na metade Natildeo eacute um dos piores nem dos melhores Mas natildeo eacute um resultado bom para o
paiacutes que tem feito inuacutemeros esforccedilos para ser um liacuteder econocircmico e poliacutetico disse Salas agrave BBC Brasil O Brasil
quer ser um liacuteder mundial entatildeo tem que mostrar o exemplo Ele ainda estaacute muito distante dos paiacuteses desenvol-
vidos nesse iacutendice ressalta o diretor da Transparecircncia Internacional
Empatados com o Brasil com a mesma pontuaccedilatildeo e lugar no ranking estatildeo paiacuteses como a Itaacutelia a Greacutecia
e a Bulgaacuteria
Para Salas o escacircndalo da Petrobras pode ser positivo para o Brasil se forem tomadas medidas fortes
de combate agrave corrupccedilatildeo
Se a presidente Dilma Roussef aproveitar esse momento para fazer mudanccedilas poderaacute ser algo positivo
diz ele
Se pessoas poderosas e outros culpados nesse escacircndalo forem presos o Brasil poderaacute projetar uma boa
imagem afirma Salas
Se houver tambeacutem reforma poliacutetica e melhorias no sistema de compras puacuteblicas pode ser um momento
histoacuterico para o Brasil Mas se nada mudar seraacute um exemplo negativo diz ele
A Dinamarca eacute a primeira colocada no ranking com 92 pontos um a mais em relaccedilatildeo ao estudo anterior
onde tambeacutem jaacute havia ficado em primeiro lugar
A China e a Turquia estatildeo entre os paiacuteses que mais perderam posiccedilotildees no ranking deste ano
A China que adotou nos uacuteltimos anos medidas de combate agrave corrupccedilatildeo como a proibiccedilatildeo de dar presen-
tes de alto luxo a funcionaacuterios puacuteblicos caiu 20 posiccedilotildees no ranking passando a ocupar o 100deg lugar com 36 pon-
tos
Entre os paiacuteses dos BRICS o Brasil estaacute praticamente empatado com a Aacutefrica do Sul (duas posiccedilotildees aci-
ma do Brasil no ranking) e bem agrave frente da China Iacutendia e Ruacutessiardquo
In httpwwwbbccoukportuguesenoticias201412141202_ranking_transparencia_internacional_brasil_df_lgb
Assim vale agrave pena continuar acreditando na melhora e natildeo cessar a luta pela melhoria dos instrumentos
de controle e combate agrave corrupccedilatildeo
53 O anseio democraacutetico pelo controle
De haacute muito tempo que a populaccedilatildeo anseia por melhoria nos sistemas de controle da coisa puacuteblica
No Brasil que historicamente conviveu com a corrupccedilatildeo na Administraccedilatildeo Puacuteblica a implantaccedilatildeo do re-
gime democraacutetico teve como maior objetivo a participaccedilatildeo do povo no poder (nas coisas do Estado) diretamente
ou atraveacutes de seus legiacutetimos representantes
Com isso espera-se que o povo faccedila parte do governo e que tenha conhecimento do que ocorre com os
bens e valores puacuteblicos enquanto estiverem sob a guarda dos administradores da coisa puacuteblica
Mas natildeo basta trocar as pessoas no comando do eraacuterio
Eacute preciso equipar os sistemas de controle haja vista que natildeo eacute exatamente a iacutendole pessoal que evita a
corrupccedilatildeo e os desvios no meio puacuteblico mas acima de tudo o controle que se faz sobre a coisa (a ocasiatildeo faz o
ladratildeo) O controle eacute exercido de forma irrestrita e ilimitada em todos e por todos os Poderes de Estado estendendo-se a
toda a Administraccedilatildeo e abrangendo todas as suas atividades e agentes sendo classificadas em variados tipos e formas de
atuaccedilatildeo para atingir os seus objetivos
Essas classificaccedilotildees indicam que
(I) O controle administrativo ou executivo eacute aquele exercido pela proacutepria Administraccedilatildeo sobre seus atos e agentes
(II) Controle legislativo ou parlamentar diz respeito ao que o Poder Legislativo imprime sobre atos e agentes do
Poder Executivo
(III) O controle judiciaacuterio eacute o referente agrave correccedilatildeo dos atos ilegais de qualquer dos Poderes pelo Judiciaacuterio quando
lesivos de direito individual ou do patrimocircnio puacuteblico Quanto a forma o controle pode ser sintetizado
bull De acordo com seu fundamento pode ser hieraacuterquico ou finaliacutestico
bull Em razatildeo da localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o exercita pode ser interno ou externo
bull Em virtude do momento em que eacute exercido pode ser preacutevio ou preventivo ou a priori concomitante ou sucessivo e
subsequente ou corretivo ou a posteriore
bull Conforme o aspecto controlado pode ser de legalidade ou de legitimidade e de meacuterito
Outra abordagem do Direito Administrativo eacute apresentada segundo a qual o controle da Administraccedilatildeo Puacuteblica
eacute poder de fiscalizaccedilatildeo e correccedilatildeo que sobre ela exercem os oacutergatildeos dos Poderes Judiciaacuterio Legislativo e Executivo com
o objetivo de garantir a conformidade de sua atuaccedilatildeo com os princiacutepios que lhe satildeo impostos pelo ordenamento juriacutedico
Dentre os pontos comuns observados eacute importante registrar as visotildees sobre os chamados controle externo e
controle interno decorrentes das classificaccedilotildees relativas agrave localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o realiza e quanto agrave integraccedilatildeo do
oacutergatildeo que o executa e agrave estrutura do oacutergatildeo objeto de sua execuccedilatildeo
As atividades do sistema de controle interno satildeo exercidas mediante a utilizaccedilatildeo de teacutecnicas de fiscalizaccedilatildeo e
auditoria as quais consistem no conjunto de processos que viabilizam o alcance dos macro-objetivos do sistema
Fiscalizar consiste na aplicaccedilatildeo de um conjunto de procedimentos pontuais que permitam o exame dos atos da
administraccedilatildeo puacuteblica visando avaliar a execuccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas atuando sobre os resultados efetivos dos pro-
gramas governamentais
54 O Controle Interno
Com previsatildeo desde 1964 (art 76 da Lei 432064 - Lei da Contabilidade Puacuteblica) foi levado agrave regras constitu-
cional em 05 de outubro de 1988 na Carta Maior (art 74) e reforccedilado pela Lei Complementar 1012000(LRF art 54 e
59) mas soacute implementado no Paranaacute a partir de 2008 com a exigecircncia pelo TCE que assim se manifestou a respeito
ldquoO sistema de controle interno eacute o agente de orientaccedilatildeo e integraccedilatildeo dos controles administrativos das enti-
dades componentes da estrutura organizacional e de apoio ao controle externo
Tem por objetivos principais a avaliaccedilatildeo do cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual e a execu-
ccedilatildeo dos programas constantes da LDO e na Lei Orccedilamentaacuteria Anual assegurar a observacircncia das normas e regula-
mentos e assim a legalidade dos atos avaliando os resultados no que se refere agrave eficaacutecia e eficiecircncia da gestatildeo orccedila-
mentaacuteria financeira e patrimonial da administraccedilatildeo
Sua funccedilatildeo inclui a diligecircncia no acompanhar dos procedimentos da administraccedilatildeo e na orientaccedilatildeo do ges-
tor acerca de eventuais desvios de rota e para evitar riscos iminentes que possam provocar danos ao patrimocircnio e agrave
gestatildeo
Juntamente com a contabilidade o controle interno deve velar pelo atendimento das agendas de obrigaccedilotildees
pela certeza do cumprimento dos limites legais seja de pisos de investimentos miacutenimos ou tetos para gastos maacutexi-
mos pela verdade das informaccedilotildees levadas a puacuteblico em face da LRF e suas determinaccedilotildees de transparecircncia da Lei
da Informaccedilatildeo e da proacutepria Lei nordm 432064
Os resultados satisfatoacuterios e sem sobressaltos especialmente em processo de transiccedilatildeo de mandato acentuam
que o controle interno desempenhou seu papel com efetividade e compromisso com a Entidade
O principal embaraccedilo que se tem percebido no processo de estruturaccedilatildeo do controle interno tem ocorrido na
montagem da equipe de trabalho especialmente a natildeo disponibilidade de profissionais com preparo teacutecnico
Existem pequenas prefeituras e cacircmaras municipais onde se verifica ateacute mesmo a simples falta de pessoal
sem atributosrdquoManual de Final de mandato ndash 2012
55 O controle Externo
O controle externo dos poderes municipais ( Executivo e Legislativo) eacute realizado direta e formalmente pelo
Tribunal de Contas que aleacutem de exigir a prestaccedilatildeo de contas anual ainda verifica a lisura e regularidade dos atos e accedilotildees
que envolvam a administraccedilatildeo dos bens e recursos puacuteblicos
A Lei Orgacircnica do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute (LC 1132005) indica que no papel de apoiador do
Poder Legislativo Municipal no controle externo a Corte Administrativa tem a seguinte competecircncia
ldquoArt 1ordm Ao Tribunal de Contas do Estado oacutergatildeo constitucional de controle externo com sede na Capital do Estado
compete nos termos da Constituiccedilatildeo Estadual e na forma estabelecida nesta lei
II ndash julgar as contas dos chefes dos oacutergatildeos do Poder Legislativo estadual e municipal do Poder Judiciaacuterio do Minis-
teacuterio Puacuteblico e deste Tribunalrdquo
Todavia por certo que existem outros oacutergatildeos que de forma indireta realizam o controle externo do poder puacuteblico muni-
cipal como o Ministeacuterio Puacuteblico o Judiciaacuterio e os Observatoacuterios sociais
Eacute posiccedilatildeo paciacutefica entre os estudiosos da Administraccedilatildeo Puacuteblica no mundo que o mais eficiente instrumento de
controle da ldquocoisa puacuteblicardquo eacute a transparecircncia
Pois se o povo acompanha atos e accedilotildees do governo e do governante tanto estes evitam as irregularidades por
temerem o que vai a puacuteblico quanto agravequeles podem julgar com maior facilidade a atuaccedilatildeo de suas lideranccedilas
6 Transparecircncia Puacuteblica no Brasil
Desde o nascimento de nossa paacutetria em 22 de abril de 1500 a populaccedilatildeo jamais teve acesso aacutes formas de utili-
zaccedilatildeo dos bens puacuteblicos e de administraccedilatildeo dos recursos financeiros arrecadados do proacuteprio povo
Tanto a monarquia (ateacute 14 de novembro de 1889) quanto no governo civil que comanda o paiacutes de laacute pra caacute pra-
ticamente todos os gestores natildeo tinham a obrigaccedilatildeo ou o costume de prestar contas de seus atos
Eacute certo que o faziam mas de forma geneacuterica apenas para oacutergatildeos de controle
O povo (contribuinte direta ou indiretamente) natildeo conseguia individualmente saber do que se passava no acircmbi-
to dos Poderes da naccedilatildeo
No entanto com o advento da globalizaccedilatildeo e da evoluccedilatildeo raacutepida e espetacular das tecnologias de comunicaccedilatildeo
houve tambeacutem um grande avanccedilo nos direitos dos cidadatildeos
Aqui no Brasil apoacutes a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 muito se conquistou desses direitos
A proacutepria Carta Magna reservou uma lista grande de direitos e garantias individuais e coletivas (em especial
nos art 5ordm 6ordm e 7ordm)
De toda forma criando verdadeiro divisor na histoacuteria do Brasil a nossa CF88 acendeu nos nacionais o desejo
de conhecer de perto e participar da vida do paiacutes
Mais que isto passou a discutir os seus direitos enquanto membros da naccedilatildeo
Representados no governo tanto nas casas legislativas quanto nos demais poderes (Executivo e Judiciaacuterio)
passamos a conquistar espaccedilo e elaborar instrumentos que exigem (forccedilam) os gestores a dar transparecircncia em sua atua-
ccedilatildeo
Dentre esses instrumentos podemos citar a Lei de Responsabilidade Fiscal que desde o seu nascimento (em
2000) jaacute previa certas obrigaccedilotildees aos governantes para levar ao povo o conhecimento de seus atos e accedilotildees
Mas foi exatamente em 2010 pela Lei Complementar nordm 131 de 27 de maio de 2009 que houve uma implemen-
taccedilatildeo maior da obrigatoriedade de transparecircncia nos meio puacuteblico aplicando-se inclusive regras especiacuteficas sobre a
divulgaccedilatildeo tecnoloacutegica via internet
Com isso desencadeou no Brasil em todos os oacutergatildeos puacuteblicos a obrigaccedilatildeo de publicar mais amplamente as in-
formaccedilotildees que poderiam ter o interesse puacuteblico
Essa eacute a chamada Transparecircncia Ativa pois independentemente de algueacutem solicitar o oacutergatildeo puacuteblico tem a o-
brigaccedilatildeo de divulgar
E diga-se mais
A divulgaccedilatildeo (publicaccedilatildeo) deveraacute ser eficiente e eficaz
Ou seja
O canal disponibilizado deveraacute ser de boa qualidade permitindo o acesso de forma raacutepida e faacutecil e evitando os
subterfuacutegios (mesmo que da tecnologia) para esconder dados e informaccedilotildees
A Lei Complementar Federal nordm 1012000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) exige
que ocorram publicaccedilotildees trimestrais
7 Publicidade Oficial Obrigatoacuteria
Por certo que a fonte primeira para propiciar o controle eacute a publicidade
A princiacutepio publicidade significa ldquolevar a puacuteblicordquo mais no sentido de obediecircncia ao ditame constitucional de
divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees do poder puacuteblico
Inclusive a publicidade foi instituiacuteda como um dos 5 (cinco) princiacutepios baacutesicos da Administraccedilatildeo Puacuteblica (art
37 caput da CF)
Eacute que o legislador constituinte entendeu como sendo prioridade a divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees dos governantes
para que o povo (contribuinte-eleitor) acompanhe as atuaccedilotildees dos eleitos bem como com a coisa puacuteblica
Embasadas na Carta Maior da Repuacuteblica muitas leis editadas depois de 1988 criaram obrigaccedilatildeo de publicar cer-
tos atos quando se tratar de recursos puacuteblicos (financeiros patrimoniais funcionais etc)
Os Atos Oficiais de publicaccedilatildeo obrigatoacuteria devem ser divulgados em um uacutenico meio de comunicaccedilatildeo escolhido
por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-tributaccedilatildeo-
orccedilamentaacuteria)
No caso do Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Licitaccedilatildeo
cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
71 Publicidade oficial Facultativa
A CF de 1988 tambeacutem autorizou despesas com a divulgaccedilatildeo de caraacuteter educativo e informativo ou de orienta-
ccedilatildeo social (art 37 sect1ordm)
No entanto de laacute pra caacute muita polecircmica foi gerada discutindo sobre o que poderia se aceitar referente agraves despe-
sas com publicidade
Eacute que a interpretaccedilatildeo anterior impunha uma separaccedilatildeo severa na publicidade oficial entre a obrigatoacuteria e a fa-
cultativa
Entendia-se que a obrigatoacuteria era apenas aquela especificada na lei como a publicaccedilatildeo de atos como leis de-
cretos portarias resoluccedilotildees editais
Quando se divulgava as accedilotildees do poder puacuteblico questionava-se se aquela despesa se enquadrava como educa-
cional de orientaccedilatildeo social ou de informaccedilatildeo exigida (serviccedilos de utilidade puacuteblica)
72 Publicidade Institucional
Poreacutem com a evoluccedilatildeo do conceito e com a crescente demanda do povo sobre a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico e as
accedilotildees governamentais ampliou-se em muito as possibilidades de realizar despesas para esse fim
Portanto aleacutem da publicaccedilatildeo obrigatoacuteria e daquelas enquadradas como ldquoserviccedilos de utilidade puacuteblicardquo passou-
se a entender que o gestor deva divulgar amplamente as atividades de cada oacutergatildeo puacuteblico para manter a populaccedilatildeo por
dentro dos acontecimentos que envolvem recursos dos contribuintes De certo modo essa divulgaccedilatildeo natildeo obrigatoacuteria pode ser considerada como publicidade institucional pois a-
leacutem de informar ao povo sobre as accedilotildees do oacutergatildeo promove este diante da opiniatildeo puacuteblica fortalecendo-o institucional-
mente
E para essa divulgaccedilatildeo o TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contra-
tar serviccedilos de comunicaccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
No caso de contrataccedilatildeo de agecircncias as regras a serem obedecidas deveratildeo ser aquelas da lei federal nordm
122322010 (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
Resumindo as regras do TCEPR para a comunicaccedilatildeo institucional eacute
1- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010 A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO
para julgar a melhor teacutecnica
2- Para contratar os serviccedilos para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocirc-
nico) programa de raacutedio ou TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo ME-
LHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
Insta lembrar tambeacutem que a partir de 2006 o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a publicar
natildeo apenas seus atos oficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de
internet ou outros serviccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
a)- transmissotildees de sessotildees
b)- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
c)- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
a)- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
b)- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
c)- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
d)- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
e)- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
f)- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Lembrando que existem Atos Oficiais que devem ser obrigatoriamente divulgados em um uacutenico meio de co-
municaccedilatildeo escolhido por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-
tributaccedilatildeo-orccedilamentaacuteria)
E atenccedilatildeo
O Oacutergatildeo Oficial nos Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Li-
citaccedilatildeo cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
Vide Acoacuterdatildeo nordm 409760-5 do TJPR e Processo nordm 22972306 do TCEPR no AVA
Inclusive o Municiacutepio poderaacute optar por apenas um Diaacuterio Oficial Eletrocircnico ou este e mais o Diaacuterio Oficial
Impresso segundo o TCEPR (Acoacuterdatildeo nordm 383013)
Aliaacutes o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a partir de 2006 a publicar natildeo apenas seus atos o-
ficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de internet ou outros servi-
ccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
- transmissotildees de sessotildees
- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Atenccedilatildeo de novo
A lei federal nordm 122322010 criou regras especiacuteficas para a contrataccedilatildeo de serviccedilos de publicidade prestados
por intermeacutedio de agecircncias de propaganda (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
O TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contratar serviccedilos de comuni-
caccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
Resumindo
a)- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010
A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO pa-
ra julgar a melhor teacutecnica
b)- O TCEPR tem se posicionado (vide acoacuterdatildeo 3082012 no AVA) no sentido de que a contrataccedilatildeo dos serviccedilos
para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocircnico) programa de raacutedio ou
TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo MELHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
8 Prestaccedilatildeo de Contas
Sendo mais um dos elementos da Transparecircncia e consequentemente do Controle a Prestaccedilatildeo de Contas enseja
dar conhecimento ao contribuinte do que o gestor faz com os recursos puacuteblicos
Seguindo a evoluccedilatildeo social humana sobretudo apoacutes a identificaccedilatildeo da figura do estado moderno (povo territoacute-
rio governo) a exigecircncia de os governantes ou particulares dar satisfaccedilatildeo aos contribuintes sobre o uso e aplicaccedilatildeo dos
recursos puacuteblicos (financeiros e de bens) tem crescido mais e mais
Jaacute na Declaraccedilatildeo dos Direitos do Homem e do Cidadatildeo elaborada e aceita por muitos povos na era da Revolu-
ccedilatildeo Francesa (1789) consta essa exigecircncia
ldquoArt 15 ndash A Sociedade tem o Direito de pedir conta a todo agente puacuteblico de sua administraccedilatildeordquo
Segundo o texto divulgado no site do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute
ldquoA Prestaccedilatildeo de Contas eacute dever constitucional dos que utilizam arrecadam guardam gerenciam ou administram
dinheiros bens e valores puacuteblicosrdquo
httpwww1tceprgovbrconteudoprestacao-de-contas-municipios214
Resumindo
Com a publicidade e a prestaccedilatildeo de contas ocorre transparecircncia na gestatildeo puacuteblica promovendopermitindo
melhor controle da coisa puacuteblica
Todos satildeo interligados
Bom Estudo
Controle
Transparecircncia
Publicidade
Prestaccedilatildeo de Contas
De acordo com o art 37 V da Constituiccedilatildeo Federal os cargos em comissatildeo satildeo destinados apenas agraves atribui-
ccedilotildees de direccedilatildeo chefia e assessoramento devendo ser preenchidos por servidores de carreira nos casos nas condiccedilotildees e
nos percentuais miacutenimos previstos em lei
4115 - Aposentadoria dos ocupantes de cargos em comissatildeo
Ao ocupante exclusivamente de cargo em comissatildeo declarado emlei de livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo eacute aplica-
do o Regime Geral de Previdecircncia Social ou seja deve estar vinculado ao regime administrado pelo INSS de acordo
com o art 40 sect 13 da Constituiccedilatildeo Federal
Neste caso a contribuiccedilatildeo previdenciaacuteria do municiacutepio (patronal) e do servidor eacute devida ao INSS
Caso o titular do cargo em comissatildeo tambeacutem seja servidor puacuteblico de carreira do municiacutepio ou seja titular de
cargo efetivo devidamente nomeado por concurso a aposentadoria seraacute pelo regime previdenciaacuterio adotado pelo muni-
ciacutepio
Nesse caso natildeo seraacute contribuinte obrigatoriamente do RGPS
4116 -Vedaccedilatildeo agrave nomeaccedilatildeo em cargo comissionado
Recentemente o STF editou a Suacutemula Vinculante no 13 limitando a liberdade de nomeaccedilatildeo para os cargos em
comissatildeo com o seguinte teor
A nomeaccedilatildeo de cocircnjuge companheiro ou parente em linha reta colateral ou por afinidade ateacute o terceiro grau
inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa juriacutedica investido em cargo de direccedilatildeo chefia ou
assessoramento para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou de confianccedila ou ainda de funccedilatildeo gratificada na administra-
ccedilatildeo puacuteblica direta e indireta em qualquer dos Poderes da uniatildeo dos estados do Distrito Federal e dos Municiacutepios com-
preendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocas viola a Constituiccedilatildeo Federal
Tratando-se de Suacutemula Vinculante seu cumprimento independe da existecircncia de lei municipal (art 103-A da
CF) sendo inclusive proibido ao municiacutepio criar lei reduzindo o alcance da Suacutemula
Todas as esferas da Administraccedilatildeo Puacuteblica ficam obrigadas aos termos de suacutemula vinculante
4117 - DESVIOS
41171 - Desvio de finalidade
Quando algum oacutergatildeo puacuteblico cria cargos comissionados visando a nomeaccedilatildeo de servidores para realizarem ati-
vidades diferentes daquelas permitidas pela Constituiccedilatildeo Federal (direccedilatildeo chefia e assessoramento) estar-se-aacute diante do
desvio de finalidade dos CCs
Embora lamentaacutevel eacute comum a existecircncia de cargos comissionados com nomenclaturas absolutamente diferen-
ciadas da previsatildeo legal assim como leis autorizadoras de CCs (independentemente da nomenclatura) sem a indicaccedilatildeo
das atribuiccedilotildees de seus ocupantes
Eacute que muitas das vezes o agente poliacutetico cria cargos comissionados por outras razotildees que natildeo aquela de rece-
ber o liacutecito apoio de pessoas de confianccedila para desempenhar seu ideaacuterio poliacutetico-administrativo
Com a intenccedilatildeo de beneficiar ou acolher apaniguados ou ateacute de cooptar eleitores ou ldquocabos eleitoraisrdquo o agente
poliacutetico utiliza-se dos cargos comissionados em verdadeiro desvio de finalidade
41172 - Desvio de funccedilatildeo
De idecircntica forma encontramos ocupantes de cargos comissionados realizando funccedilotildees distintas daquelas pre-
vistas para o CC
Eacute o caso de um Diretor que natildeo dirige um oacutergatildeo de um chefe que natildeo coordena serviccedilos nem possui servidor
sob suas ordens ou de um assessor que natildeo estaacute vinculado agrave autoridade nem realiza tarefas caracteriacutesticas de assesso-
ramento
O desvio de funccedilatildeo se caracteriza pela praacutetica de outras tarefas pelo ocupante do cargo comissionado que natildeo
aquelas fixadas na lei criadora do cargo ou determinadas para os tipos direccedilatildeo chefia e assessoramento
4118 - Conceito de Funccedilotildees de Confianccedila
As FGs satildeo gratificaccedilotildees pagas pelo desempenho de atividades de chefia coordenaccedilatildeo e supervisatildeo
Poderatildeo ser pagas apenas aos servidores EFETIVOS (concursados)
Deveraacute ser autorizada por Lei
A lei deveraacute quantificar e valorar cada FG
Aconselha-se a que a quantidade de FGs tenha correlaccedilatildeo com os CCs
Ao corresponder determinado valor de FG deveraacute ser analisada a natureza o grau de responsabilidade e a com-
plexidade da funccedilatildeo a ser exercida
Orienta-se a que os valores fixados para as FGs natildeo ultrapassem 45 da verba a tiacutetulo de vencimentos baacutesicos
A FG eacute temporaacuteria transitoacuteria
Natildeo perderaacute a gratificaccedilatildeo de funccedilatildeo o funcionaacuterio que se ausentar em virtude de feacuterias luto casamento doenccedila
comprovada serviccedilos obrigatoacuterios por lei ou de atribuiccedilotildees decorrentes de sua funccedilatildeo
O desempenho de Funccedilatildeo Gratificada exigiraacute dedicaccedilatildeo integral com carga horaacuteria miacutenima de 40 (quarenta)
horas semanais e natildeo daraacute direito a horas extras
Agraves FGs seratildeo aplicadas as normas referentes ao NEPOTISMO e (se existir previsatildeo em lei local) agrave Lei Ficha
Limpa
412 Temporaacuterios
4121 Contrataccedilatildeo Temporaacuteria de Pessoal
A contrataccedilatildeo por tempo determinado eacute o instrumento juriacutedico a ser formalizado pelos gestores quando presente
a necessidade temporaacuteria de contrataccedilatildeo de pessoal e o excepcional interesse puacuteblico (art 37 IX da CF)
4122 Como regulamentar O art 37 IX da Constituiccedilatildeo Federal deve ser regulamentado por lei municipal que indicaraacute os casos de con-
trataccedilatildeo temporaacuteria de excepcional interesse puacuteblico
Eacute ilegal a contrataccedilatildeo temporaacuteria sem previsatildeo especiacutefica em lei municipal
4123 Seleccedilatildeo de Pessoal A escolha do pessoal a ser contratado por tempo determinado para atender a necessidade temporaacuteria de excep-
cional interesse puacuteblico deveraacute ser feita mediante processo seletivo simplificado sujeito agrave ampla divulgaccedilatildeo e observa-
da a dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria especiacutefica
4124 Regime Contratual O contrato natildeo eacute regido pela CLT mas sim por um contrato especial (administrativo)
4125 Necessidade de contrataccedilatildeo eacute requisito baacutesico O gestor puacuteblico deve justificar as razotildees da contrataccedilatildeo temporaacuteria isto eacute demonstrar a temporariedade e o ex-
cepcional interesse puacuteblico bem como por que o bom andamento do serviccedilo puacuteblico ficaria prejudicado sem a contrata-
ccedilatildeo
4126 Algumas hipoacuteteses de contrataccedilatildeo temporaacuteria A contrataccedilatildeo temporaacuteria pode ser utilizada nos seguintes casos
i-
co ou calamidade puacuteblica que natildeo possam ser solucionados soacute com a utilizaccedilatildeo dos recursos humanos de que dispotildee a
Administraccedilatildeo Puacuteblica
alta transitoacuteria do titular de cargo ou emprego puacuteblico quando o afastamento possa sensivelmente prejudicar o an-
damento do serviccedilo municipal
413 Terceirizaccedilatildeo de Pessoal 4131 Conceito baacutesico
Eacute a transferecircncia de atividades complementares agrave finalidade do oacutergatildeo(de meios e natildeo de fins) A Terceiriza-
ccedilatildeo proporciona
- Economia
- Eficiecircncia
A terceirizaccedilatildeo soacute eacute autorizada no Poder Puacuteblico como contrato de prestaccedilatildeo de serviccedilos e natildeo de pessoal
4132 Cuidados a serem tomados nas terceirizaccedilotildees bull OBJETO Se se trata de contrataccedilatildeo de serviccedilos natildeo-essenciais (meios) e natildeo de matildeo-de-obra
bull ECONOMICIDADE
bull SUBORDINACcedilAtildeO (natildeo ao ente contratante)
bull LICITACcedilAtildeO
bull GARANTIAS DE EXECUCcedilAtildeO
bull ACOMPANHAMENTO DO CONTRATO
bull NO PAGAMENTO
- comprovaccedilatildeo da realizaccedilatildeo dos serviccedilos
- retenccedilotildees obrigatoacuterias
- docs comprobatoacuterios (fiscais ndash trabalhistas)
4133 Tipos de serviccedilos que podem ser terceirizados bull LIMPEZA PUacuteBLICA (pode)
bull SAUacuteDE (depende apenas se admite a terceirizaccedilatildeo de determinadas atividades materiais ligadas ao serviccedilo de
sauacutede)
bull EDUCACcedilAtildeO (mesmas regras da sauacutede)
bull conservaccedilatildeo
bull limpeza
bull Seguranccedila
bull vigilacircncia
bull Transportes
bull informaacutetica
bull copeiragem
bull Recepccedilatildeo
bull Reprografia
bull Telecomunicaccedilotildees
bull manutenccedilatildeo de preacutedios equipamentos e instalaccedilotildees
bull serviccedilos de office-boyldquo (atraveacutes de empresa e licitaccedilatildeo)
4134 Terceirizaccedilatildeo de advogados e contadores
Satildeo permitidas apenas nas exceccedilotildees indicadas no acoacuterdatildeo 11112008 do TCEPR e Prejulgado nordm 873 do
TCESC
4135 Contrataccedilatildeo de Oscip A sigla OSCIP significa ldquoOrganizaccedilatildeo da Sociedade Civil de Interesse Puacuteblicordquo e pode ser considerada tambeacutem
como ONG (Oacutergatildeo Natildeo Governamental) pois nada mais eacute do que o resultado da iniciativa privada em criar uma pessoa
juriacutedica sem fins lucrativos para atuar em defesa de assuntos ou objetivos de interesse de toda a coletividade ou de
grupos especiacuteficos da sociedade humana
OSCIP poderaacute ser enquadrada ainda como Terceiro Setor
O aporte de recursos puacuteblicos (subvenccedilotildees contribuiccedilotildees doaccedilotildees auxiacutelio) para uma OSCIP eacute possiacutevel desde
que seja por autorizaccedilatildeo legislativa da Cacircmara Municipal local
Conveniar tambeacutem pode desde que seja atraveacutes de processo licitatoacuterio na modalidade Concurso de Projetos
Poreacutem considerando a experiecircncia praticamente generalizada dos Municiacutepios brasileiros bem como as fre-
quentes e alarmantes notiacutecias na miacutedia indicando irregularidades em contratos com Oscips natildeo eacute recomendada a contra-
taccedilatildeo com esse tipo de instituiccedilatildeo
Trata-se de parceria muito complexa difiacutecil de controlar e passiacutevel de inuacutemeras irregularidades que afetaratildeo os
gestores
Por isto em caso de o setor de licitaccedilotildees receber a incumbecircncia de contratar OSCIPs orienta-se a demonstrar ao
setor juriacutedico e ao gestor os riscos e notiacutecias (traacutegicas para os envolvidos) que frequentemente satildeo divulgadas
Aliaacutes basta clicar no google o termo ldquoirregularidades OSCIPrdquo e verificar o grande nuacutemero de notiacutecias ruins
sobre esses relacionamentos
414 Estagiaacuterios
4141 Fundamentaccedilatildeo legal As regras para a contrataccedilatildeo de estagiaacuterios estaacute na Lei federal nordm 117882008
4142 Objetivos do estaacutegio Os sectsect 1ordm e 2ordm da Lei 117882008 dizem que o estaacutegio faz parte do projeto pedagoacutegico do curso aleacutem de inte-
grar o itineraacuterio formativo do educando
Que o estaacutegio visa ao aprendizado de competecircncias proacuteprias da atividade profissional e agrave contextualizaccedilatildeo cur-
ricular objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadatilde e para o trabalho
4143 Podem ser estagiaacuterios bull - estudantes de educaccedilatildeo especial e dos anos finais do ensino fundamental na modalidade profissional de educaccedilatildeo de
jovens e adultos
bull - estudantes do ensino superior da educaccedilatildeo profissional de niacutevel meacutedio e do ensino meacutedio regular
4144 Jornada do estagiaacuterio bull I ndash 4 (quatro) horas diaacuterias e 20 (vinte) horas semanais no caso de estudantes de educaccedilatildeo especial e dos anos finais do
ensino fundamental na modalidade profissional de educaccedilatildeo de jovens e adultos
bull II ndash 6 (seis) horas diaacuterias e 30 (trinta) horas semanais no caso de estudantes do ensino superior da educaccedilatildeo profissional
de niacutevel meacutedio e do ensino meacutedio regular
4145 Partes no contrato de estaacutegio
bull - instituiccedilatildeo de ensino
bull - empresa ou oacutergatildeo concedente do estaacutegio
bull - estudante
bull Agentes de integraccedilatildeo puacuteblicos e privados (CIEE ndash SINE) ndash Esta parte eacute opcional
4146 Prazo maacuteximo de estaacutegio bull DOIS (2) ANOS
bull (obs Deficiente poderaacute aumentar)
4147 Custos do estagiaacuterio bull 1 ndash no estaacutegio obrigatoacuterio o pagamento eacute opcional (bolsa ou salaacuterio)
bull 2 ndash no estaacutegio natildeo obrigatoacuterio o pagamento eacute obrigatoacuterio + vale-transporte
bull 3 ndash a contribuiccedilatildeo previdenciaacuteria eacute opccedilatildeo e por conta do estagiaacuterio
bull 4 ndash contratos acima de um (1) ano o estagiaacuterio tem direito a feacuterias
bull 5 ndash direitos que outros possuam nas aacutereas de sauacutede e seguranccedila no trabalho
bull 6 ndash seguro obrigatoacuterio contra acidentes pessoais
bull 7 ndash natildeo tem direito a FGTS
bull 8 ndash auxilio alimentaccedilatildeo eacute opccedilatildeo do concedente do estaacutegio
4148 Penalizaccedilotildees bull 1 ndash declaraccedilatildeo de viacutenculo empregatiacutecio
bull 2 ndash suspensatildeo por dois (2) anos de conceder estaacutegios
4149 Limites no nuacutemero de estagiaacuterios
bull 1 - a concedente natildeo poderaacute ultrapassar a tabela (20 de estagiaacuterios ndash considerando-se os empregados)
bull 2 ndash 10 das vagas de estaacutegio para deficientes
bull 3 ndash estudantes de niacutevel superior e de niacutevel meacutedio profissional natildeo tem limites
41410 Quem pode ser concedente de estaacutegio bull 1 ndash empresas da iniciativa privada
bull 2 ndash oacutergatildeos puacuteblicos
bull 3 ndash profissionais liberais
41411 Os oacutergatildeos puacuteblicos podem contratar estagiaacuterios
Tribunal de Contas de Santa Catarina ndash TCESC Prejulgados 2114
Processo CON-1100052280
Parecer COG 962011
Decisatildeo 19242012
Origem Cacircmara Municipal de Penha
Relator Cleber Muniz Gavi
Data da Sessatildeo 14052012
Data do Diaacuterio Oficial 17052012
ldquoNo acircmbito da Administraccedilatildeo Puacuteblica a contrataccedilatildeo de estagiaacuterios reger-se-aacute pelas normas da Lei n 1178808
podendo os entes federados complementar a mateacuteria atraveacutes de lei localrdquo
41412 Seleccedilatildeo
Poreacutem eacute exigiacutevel o processo licitatoacuterio para escolha do agente de seleccedilatildeo e pagamento das bolsas
Protocolo nordm 32034107
Relator Conselheiro Hermas Eurides Brandatildeo
Decisatildeo Acoacuterdatildeo nordm 181907 - Tribunal Pleno
Sessatildeo Tribunal Pleno Sessatildeo Ordinaacuteria nordm 46 de 131207
Publicaccedilatildeo no Atos Oficiais do Tribunal de Contas nordm133 de 250108
Suacutemula nordm 06
Enunciado ldquoOs acordos que tenham por objeto a seleccedilatildeo e o
pagamento de bolsas a estagiaacuterios da Administraccedilatildeo Puacuteblica celebrados de um lado por oacutergatildeo ou entidade da Adminis-
traccedilatildeo e de outro por ente puacuteblico ou privado com ou sem fins lucrativos tecircm natureza juriacutedica de CONTRATO AD-
MINISTRATIVO cuja celebraccedilatildeo submete-se a todas as regras fixadas na Lei nordf866693 devendo ser precedido de
procedimento licitatoacuteriordquo
41413 Registro contaacutebil dos gastos com estagiaacuterio
Acoacuterdatildeo 8282006 do Tribunal Pleno do TCEPR
Decisatildeo proferida em 22062006
Processo 3725572005
Origem Cacircmara Municipal de Campo Largo
Interessado Presidente da Cacircmara
Relator Conselheiro Fernando Augusto Mello Guimaratildees
ldquoEmenta consulta - sobre a inclusatildeo das despesas com estagiaacuterios em gastos com educaccedilatildeo - impossibilidade - gastos
com estagiaacuterios devem ser incluiacutedos no elemento outros serviccedilos de terceiros-pessoa fiacutesica relativos ao setor em que o
estagiaacuterio exerce suas atividades
41414 Nepotismo
Poderaacute ser contratado parente como estagiaacuterio desde que a empresa intermediaacuteria tenha realizado a seleccedilatildeo
41415 Cuidados do concedente oacutergatildeo puacuteblico
bull 1 ndash constatar a existecircncia de dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria
bull 2 ndash realizar licitaccedilatildeo para contratar a empresa intermediaacuteria (agentes de integraccedilatildeo puacuteblicos e privados ndash aquela que faraacute
a seleccedilatildeo e o pagamento de bolsas)
bull 3 ndash verificar se a empresa realizou a seleccedilatildeo do estagiaacuterio contratado
bull 4 ndash indicar orientador e supervisor
bull 5 ndash atribuir tarefas proacuteprias do curso
bull 6 ndash cumprir as regras legais (jornada-prazo-outras exigecircncias do contrato)
415 Acumulaccedilatildeo de cargos puacuteblicos
A Constituiccedilatildeo Federal no art 37 XVI estabelece os casos em que eacute permitida a acumulaccedilatildeo de cargos em-
pregos e funccedilotildees nas administraccedilotildees direta e indireta nas empresas puacuteblicas e nas sociedades de economia mista
Em face da complexidade da mateacuteria e da dificuldade de interpretaccedilatildeo do dispositivo constitucional o tema tem
suscitado muitas duacutevidas na administraccedilatildeo municipal
A seguir apresenta-se em siacutentese a orientaccedilatildeo firmada pelos Tribunais de Contas sobre a mateacuteria
4151 Cargo de professor com outro cargo teacutecnico ou cientiacutefico
Eacute permitido ao professor efetivo estadual atendidos aos preceitos do art 37 II da Constituiccedilatildeo Federal ser
nomeado para cargo teacutecnico ou cientiacutefico no municiacutepio havendo compatibilidade de horaacuterio respeitado o limite da jor-
nada de trabalho fixada no art 7ordm XIII combinado com o art 39 sect 3ordm ambos da Constituiccedilatildeo Federal
Natildeo eacute possiacutevel ao servidor puacuteblico que jaacute acumula cargo efetivo de professor com cargo teacutecnico ou cientiacutefico
receber cumulativamente a remuneraccedilatildeode secretaacuterio municipal ante a vedaccedilatildeo do art 37 XVI e XVII da Constituiccedilatildeo
Federal
4152 Cargo efetivo com cargo de secretaacuterio municipal
O servidor puacuteblico efetivo municipal ocupante de cargo de secretaacuterio do mesmo municiacutepio desde que autoriza-
do pela legislaccedilatildeo local pode optar entre a remuneraccedilatildeo do cargo efetivo e o subsiacutedio do cargo de secretaacuterio vedada a
percepccedilatildeo cumulativa
Caso o servidor efetivo municipal opte pelo subsiacutedio legalmente instituiacutedo para o cargo de secretaacuterio do mesmo
municiacutepio somente poderaacute perceber o valor correspondente ao subsiacutedio sem adicional gratificaccedilatildeo ou qualquer outro
estipecircndio nos termos do sect 4ordm do art 39 da Constituiccedilatildeo Federal
4153 Cargo em comissatildeo com cargo efetivo
A Constituiccedilatildeo Federal (art 37 XVI e XVII) natildeo permite a acumulaccedilatildeo remunerada de cargo de provimento e-
fetivo com a de cargo de provimento em comissatildeo
4154 Dois cargos em comissatildeo
A acumulaccedilatildeo remunerada de dois cargos comissionados eacute vedada pelo art 37 XVI da Constituiccedilatildeo Federal
Eacute incompatiacutevel a acumulaccedilatildeo de dois cargos em comissatildeo no acircmbito da Administraccedilatildeo Puacuteblica quaisquer que
sejam os poderes ou esferas por natildeo se enquadrar nas exceccedilotildees passiacuteveis de acumulaccedilatildeo estabelecidas pelo art 37 XVI
da Constituiccedilatildeo Federal
4155 Proventos de aposentadoria com a remuneraccedilatildeo de cargo efetivo
Eacute permitido ao servidor inativo retornar ao exerciacutecio da funccedilatildeo puacuteblica acumulando proventos e vencimentos
nos casos permitidos pelo sect 10 do art 37 da Constituiccedilatildeo Federal
O servidor puacuteblico aposentado pelo estado ou pelo municiacutepio com fundamento no arts 40 ou 42 da Constitui-
ccedilatildeo Federal que presta concurso puacuteblico e eacute nomeado para ocupar cargo puacuteblico municipal deve optar entre os proven-
tos da aposentadoria e a remuneraccedilatildeo do cargo em conformidade com o disposto no art 37 sect 10 da Constituiccedilatildeo Fede-
ral salvo os casos de acumulaccedilatildeo previstos nos arts 37 XVI 95 paraacutegrafo uacutenico I e 128 sect 5ordm II aliacutenea d da Consti-
tuiccedilatildeo Federal
4156 Proventos de aposentadoria com a remuneraccedilatildeo de cargo em comissatildeo
Eacute permitido ao servidor puacuteblico inativo sem viacutecio de acumulaccedilatildeo indevida exercer cargo de provimento em
comissatildeo acumulando proventos e vencimentos
4157 Permanecircncia do servidor no cargo ou emprego puacuteblico apoacutes a aposentadoria
Ao servidor puacuteblico natildeo eacute possiacutevel quando se aposenta continuar exercendo normalmente suas funccedilotildees jaacute que
eacute vedada a acumulaccedilatildeo remunerada de cargos puacuteblicos ressalvando-se a aposentadoria voluntaacuteria do empregado de
empresa puacuteblica ou sociedade de economia mista
4158 Acumulaccedilatildeo de cargos com o exerciacutecio de mandato eletivo
41581) Cargo efetivo com mandato de vereador
O vereador que for investido em cargo puacuteblico efetivo ou emprego puacuteblico do estado ou do municiacutepio apoacutes a-
provaccedilatildeo em concurso puacuteblico poderaacute tomar posse no cargo efetivo sem prejuiacutezo do mandato de vereador
O exerciacutecio concomitante do cargo puacuteblico efetivo e do mandato de vereador somente eacute possiacutevel quando houver
compatibilidade de horaacuterios
Neste caso o vereador poderaacute acumular as respectivas funccedilotildees bem como a remuneraccedilatildeo e as demais vantagens
do cargo efetivo com o subsiacutedio do mandato
Natildeo havendo compatibilidade de horaacuterios o agente seraacute afastado do exerciacutecio do cargo ou emprego sendo-lhe
facultado optar pela remuneraccedilatildeo do cargo efetivo ou do emprego
41582 Cargo comissionado com mandato de vereador
Eacute ilegiacutetimo o exerciacutecio concomitante de cargo em comissatildeo pertencente agrave estrutura do Poder executivo munici-
pal com o mandato de vereador em decorrecircncia do princiacutepio da separaccedilatildeo das funccedilotildees estatais uma vez que na relaccedilatildeo
decorrente do cargo comissionado haveraacute submissatildeo do vereador aos comandos do chefe do Poder executivo municipal
incompatiacutevel com o exerciacutecio da vereanccedila
41583 Acumulaccedilatildeo de cargo de meacutedico com o exerciacutecio do mandato de prefeito
O servidor puacuteblico ocupante de cargo efetivo ou emprego puacuteblico de meacutedico pertencente agrave estrutura do Poder
executivo eleito prefeito deve se afastar do cargo ou emprego sendo-lhe facultado optar pela remuneraccedilatildeo do cargo ou
emprego nos termos do art 38 II da Constituiccedilatildeo Federal
Enquanto permanecer no exerciacutecio do mandato de prefeito o ocupante de cargo ou emprego de meacutedico natildeo po-
de realizar serviccedilos profissionais pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede (SuS) com habitualidade incluindo o meacutetodo de creden-
ciamento por caracterizar acumulaccedilatildeo remunerada de funccedilotildees puacuteblicas
Salvo vedaccedilatildeo na Lei Orgacircnica do municiacutepio o meacutedico em exerciacutecio do cargo de prefeito natildeo estaacute impedido de
realizar procedimento ciruacutergico em casos excepcionais para atendimentos emergenciais cuja recusa possa caracterizar
omissatildeo de socorro
41584 Acumulaccedilatildeo de cargo efetivo com mandato de vice prefeito
Eacute inconstitucional a acumulaccedilatildeo da remuneraccedilatildeo de cargo efetivo com o subsiacutedio de vice-prefeito em face da
inaplicabilidade agrave espeacutecie da norma do art 38 III da Constituiccedilatildeo Federal que se restringe tatildeo somente ao vereador
Entretanto o servidor puacuteblico efetivo que ver a exercer mandato de vice-prefeito pode optar entre a remunera-
ccedilatildeo do cargo e o subsiacutedio de vice-prefeito
Caso o servidor faccedila a opccedilatildeo pelo subsiacutedio teraacute direito ao recebimento apenas do valor correspondente ao sub-
siacutedio (parcela uacutenica) ficando vedado o pagamento de adicional gratificaccedilatildeo ou quaisquer outras vantagens do cargo
efetivo nos termos do sect 4ordm do art 39 da Constituiccedilatildeo Federal
41585 Acumulaccedilatildeo de cargo de vice prefeito com cargo comissionado
O vice-prefeito designado para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou funccedilatildeo de confianccedila no acircmbito do Poder
Executivo deveraacute optar entre o subsiacutedio de vice-prefeito e a remuneraccedilatildeo do cargo ou da funccedilatildeo
O vice-prefeito investido no cargo de secretaacuterio municipal deveraacute optar entre o subsiacutedio afeto ao mandato eleti-
vo e o vencimento do respectivo cargo
4159 Direito ao subsiacutedio mensal mdash vice-prefeito
O vice-prefeito exercendo ou natildeo funccedilatildeo executiva na administraccedilatildeo municipal tem direito agrave percepccedilatildeo mensal
do subsiacutedio de vice-prefeito fixado pela cacircmara municipal
41510 Acumulaccedilatildeo de cargos e o respeito ao teto remuneratoacuterio
O provento de aposentadoria subsiacutedio de agente poliacutetico e vencimento pelo exerciacutecio de cargo puacuteblico recebi-
dos aglutinadamente devem observar o teto remuneratoacuterio instituiacutedo pelo inciso XI do art 37 da Constituiccedilatildeo Federal
416 Nepotismo
O significado original da palavra nepotismo eacute governo dos sobrinhos jaacute que eacute derivada de nepoteounipo-
te(sobrinho ou neto em latim) e foi aplicada em referecircncia aos Papas do Renascimento (de Sisto IV a Paulo III) que
nomeavam sobrinhos e outros parentes para posiccedilotildees clericais e administrativas de importacircncia assim como aos Gover-
nantes japoneses tanto no periacuteodo Heian (por volta do ano 669) quanto no comeccedilo do seacuteculo IX (governo da famiacutelia
Fujiwara) e ateacute nos anos 1960 com Kiyomori
Com o sufixo ismo a palavra indica a concessatildeo de privileacutegios ou cargos a parentes no funcionalismo puacuteblico
Distingue-se do favoritismo simples que natildeo implica relaccedilotildees familiares com o favorecido
Em 2008 julgando um dos processos que chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) aquela Corte editou a
Suacutemula 13 com o seguinte texto
Suacutemula vinculante 13 de 210808
ldquoA nomeaccedilatildeo de cocircnjuge companheiro ou parente em linha reta colateral ou por afinidade ateacute o terceiro grau
inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa juriacutedica investido em cargo de direccedilatildeo chefia ou
assessoramento para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou de confianccedila ou ainda de funccedilatildeo gratificada na
administraccedilatildeo puacuteblica direta e indireta em qualquer dos Poderes da Uniatildeo dos Estados do Distrito Federal e dos
Municiacutepios compreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocas viola a Constituiccedilatildeo Federalrdquo
Data de Aprovaccedilatildeo Sessatildeo Plenaacuteria de 21082008Fonte de Publicaccedilatildeo DJe nordm 1622008 p 1 em 2982008DO de
2982008 p 1
Assim fundamentados especialmente nos princiacutepio constitucionais da impessoalidade e da moralidade o maior
oacutergatildeo do Poder Judiciaacuterio brasileiro definiu como proibidas as nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos em comissatildeo ou
funccedilotildees de confianccedila de familiares dos nomeantes em ateacute terceiro grau de parentesco
O parentesco segundo o Coacutedigo Civil (arts 1591 a 1595) eacute identificado em trecircs linhas distintas
a) reta (ascendente e descendente pai matildee avocirc avoacute filho filha neto neta)
b) colaterais (provecircm de um tronco comum mas natildeo descendem uma das outras irmatildeo irmatilde tio tia) e
c) por afinidade (o viacutenculo que se estabelece entre um cocircnjuge e os parentes do outro cocircnjuge)
De ressaltar que a Suacutemula 13 do STF abrangeu o famoso nepotismo cruzado que eacute a combinaccedilatildeo entre nomean-
tes para a contrataccedilatildeo direta de servidores parentes seus de forma cruzada (o parente de um eacute contratado pelo outro e
vice versa) pois ao final do texto consta ldquocompreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocasrdquo
E mantendo a maacutexima de que cada regra tem sua exceccedilatildeo o STF declarou na sequencia (no Recurso Extraordi-
naacuterio nordm 579951RN) que a exceccedilatildeo dessa proibiccedilatildeo seria a possibilidade de nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos poliacuteti-
cos aiacute compreendidos os Ministros de Estado Secretaacuterios de Estado e Secretaacuterios Municipais
Entatildeo dessa data em diante (2982008 publicaccedilatildeo da suacutemula 13 do STF) passou-se a ser proibido o
nepotismoem cargos e funccedilotildees puacuteblicas de livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo
Em resumo quando da ediccedilatildeo da Suacutemula 13 a Corte Maacutexima do Poder Judiciaacuterio paacutetrio definiu que
1 ndash Eacute PROIBIDA A NOMEACcedilAtildeO EM CC OU FG DECOcircNJUGE OU PARENTE DA AUTORIDADE NOMEANTE
OU DE OUTRO SERVIDOR NESTES CARGOS (CC ou FG) ATEacute TERCEIRO GRAU
2 ndash CARGOS DE MINISTROS E SECRETAacuteRIOS PODEM SER OCUPADOS POR PARENTES
Pois bem
Apoacutes a proibiccedilatildeo pelo Supremo e vasta interpretaccedilatildeo do Poder Judiciaacuterio outros pontos natildeo abrangidos (ou es-
clarecidos) pela Suacutemula 13 foram praticamente pacificados
Vejamos os mais relevantes
1ordm ndash A LEI (Ordinaacuteria-Complementar-Orgacircnica) PODE AMPLIAR AS PROIBICcedilOtildeES abrangendo inclusive os Minis-
tros e Secretaacuterios (impedindo a contrataccedilatildeo de parentes ou limitando o nuacutemero de parentes contratados)
2ordm ndash Para a configuraccedilatildeo de nepotismo cruzado soacute se houver prova da reciprocidade Ou seja se ocorrer o ajuste a com-
binaccedilatildeo a troca de favores entre autoridades puacuteblicas
3ordm - Parente de Autoridade Puacuteblica ou de servidor de um mesmo oacutergatildeo poderaacute ocupar CC ou FG se foi nomeado antes
da posse deste
4ordm ndash Servidor efetivo poderaacute ser nomeado em CC ou designado em FG em mesmo oacutergatildeo de Gestor Puacuteblico ou servidor
parente se natildeo for nomeado por ele ou subordinado a ele
5ordm ndash Servidores de um mesmo oacutergatildeo ocupantes de Cargo Comissionado ou Funccedilatildeo de Confianccedila que venham a se tor-
nar um casal depois do ingresso no cargo ou funccedilatildeo e desde que natildeo ocorra subordinaccedilatildeo direta entre si natildeo seraacute con-
siderado nepotismo 6ordm ndash Ex-cocircnjuge comprovadamente podem ser nomeados pelo ex sem caracterizar nepotismo
7ordm ndash Nos casos de requisiccedilatildeocessatildeo de servidores por autoridades ou oacutergatildeos aplicam-se as regras do nepotismo
8ordm ndash Parentesco com autoridades puacuteblicas ou servidores falecidos ou aposentados natildeo incidem a Suacutemula 13
9ordm ndash Contrataccedilatildeo de estagiaacuterios que sejam parentes de autoridades ou servidores do oacutergatildeo concedente do estaacutegio natildeo se
configura nepotismo desde que haja seleccedilatildeo preacutevia
10ordm ndash Contratar sem licitaccedilatildeo pessoa juriacutedica na qual haja administrador ou soacutecio com poder de direccedilatildeo que seja fami-
liar de detentor de cargo em comissatildeo ou funccedilatildeo de confianccedila que atue na aacuterea responsaacutevel pela demanda ou de autori-
dade a ele hierarquicamente superior
Por fim destacar que os caminhos juriacutedicos para exigir a exoneraccedilatildeo de parentes que ocupem cargos comissio-
nados ou funccedilotildees de confianccedila bem como coibir e responsabilizar os agentes puacuteblicos que desrespeitarem a regra cons-
tante da Suacutemula 13 do STF e demais acervo jurisprudencial referentemente ao nepotismo poderaacute ser a Accedilatildeo Civil Puacute-
blica(art 1ordm inciso IV da Lei 734785) ou ateacute mesmo a Reclamaccedilatildeo ao STF (art 102 inciso I aliacutenea l da Constitu-
iccedilatildeo Federal)
Jaacute as consequecircncias juriacutedicas para quem desobedecer agraves normas combatentes do nepotismo possuem as seguin-
tes hipoacuteteses
1ordf ndash Consequecircncias para o servidor nomeado ou designado pela omissatildeo de informar agrave Administraccedilatildeo Puacuteblica o fato de
se encontrar sob o alcance da Suacutemula Vinculante nordm 13 do STF incide o crime de falsidade ideoloacutegica (art 299 do Coacute-
digo Penal) bem como pela manutenccedilatildeo do cargo ou emprego puacuteblico sabendo do impedimento incide em crime de
desobediecircncia agrave decisatildeo judicial (art 359 CP)
2ordf ndash Consequecircncias para o agente poliacutetico pela omissatildeo incide no crime de prevaricaccedilatildeo (art 319 CP) e na esfera
poliacutetico-administrativa incorre no crime de improbidade administrativa (art 11 I e II cc o art 12 III todos da Lei nordm
842992) pode-se aplicar a ele ainda no caso dos prefeitos municipais estaratildeo sujeitos agrave cassaccedilatildeo do mandato eletivo
(Decreto-lei 20167 art 4ordm VII)
417 - GASTOS COM PESSOAL
O paracircmetro a ser empregado nos caacutelculos da despesa com pessoal haacute de ser a Receita Corrente Liquida
ndash RCL conceituada no inciso IV do art 2ordm da LRF
Considera-se despesa com pessoal nos termos do artigo 18 da LFR todas as vantagens vencimentos sa-
laacuterios proventos adicionais gratificaccedilotildees horas extras encargos sociais subsiacutedios dos agentes poliacuteticos e qual-
quer outra espeacutecie remuneratoacuteria
A verificaccedilatildeo das adequaccedilotildees das despesas efetivamente realizadas com pessoal em relaccedilatildeo agrave RCL deveraacute
ocorrer nos termos do artigo 22 da LRF ao final de cada quadrimestre
Os resultados obtidos seratildeo por sua vez informados no Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal correspondente ao
mesmo periacuteodo de apuraccedilatildeo sendo facultado aos Municiacutepios com populaccedilatildeo inferior a cinquumlenta mil habitantes
apurar esse comprometimento ao final de cada semestre (art 62 I e II ldquobrdquo)
Segundo art 20 da LRF a reparticcedilatildeo dos limites globais de cada ente eacute de
PoderEnte Uniatildeo EstadosDF Municiacutepios
Executivo 409 490 540
LegislativoTC 60 60 60
Judiciaacuterio 25 30 -x-
Ministeacuterio Puacuteblico 06 20 x-
Totais 500 600 600
Visando coibir despesas em excesso praticados pelas Cacircmaras Municipais houve emenda constitucional
disciplinando os percentuais destas (EC nordm 252000) sem no entanto disciplinar seu conceito e composiccedilatildeo toda-
via excluiu-se as despesas com inativos resultando em limites diversos em relaccedilatildeo agrave LRF vejamos
Populaccedilatildeo Limites EC 25 (ex-
clui inativos)
Limites LRF
(inclui inativos)
Ateacute 100000 habitantes 56 6
De 100001 a 300000 hab 49 6
De 301000 a 500000 hab 42 6
Acima de 500000 hab 35 6
LRF - art 22
Se a despesa de pessoal exceder a 95 do limite estabelecido no artigo 20 os Poderes e oacutergatildeos que incor-
rem no excesso ficaratildeo vedados de criar cargo emprego ou funccedilatildeo e efetuar provimento de cargo puacuteblico admis-
satildeo ou contrataccedilatildeo de pessoal a qualquer tiacutetulo
Exceccedilatildeo (artigo 22 inciso IV) aacutereas de educaccedilatildeo sauacutede e seguranccedila restringindo-se quando esta se ca-
racterizar por falecimento ou aposentadoria
Para os casos de extrapolaccedilatildeo dos limites determinada pelo artigo 169 da CF88 nos termos do art 23 da
LRF deveraacute o ente propor medidas para sua adequaccedilatildeo com a maior brevidade possiacutevel
Isto posto nos dois quadrimestres seguintes deveraacute observar as providecircncias previstas nos sectsect 3ordm e 4ordm do
art 169 da CF quais sejam
Reduccedilatildeo de pleno menos vinte por cento das despesas com cargos em comissatildeo e funccedilotildees de confianccedila
Exoneraccedilatildeo dos servidores natildeo estaacuteveis
Exoneraccedilatildeo dos servidores estaacuteveis se natildeo alcanccedilada a reduccedilatildeo necessaacuteria com as medidas anteriores desde
que ato normativo de cada Poder especifique a atividade funcional o oacutergatildeo ou unidade administrativa objeto de
reduccedilatildeo de pessoal
O servidor que neste caso perder o cargo faraacute jus a indenizaccedilatildeo correspondente a um mecircs de remunera-
ccedilatildeo por ano de serviccedilos sendo que esta natildeo seraacute computada para fins de despesas com pessoal
Permanecendo o excesso ficaraacute o ente impedido de receber transferecircncias voluntaacuterias
418 - Despesas gerais
4181 - Diaacuterias
a) ndash cobrem hospedagem e alimentaccedilatildeo
b) ndash aplicaccedilatildeo do princiacutepios da razoabilidade proporcionalidade e moralidade
c) ndash devem ser liberadas motivadamente (interesse puacuteblico)
d) ndash dependem de lei autorizatoacuteria
e) ndash podem ser liberadas para participaccedilatildeo em eventos
f) ndash natildeo podem configurar ldquosalaacuteriordquo
g) ndash exigem comprovaccedilatildeo de realizaccedilatildeo do objetivo
h) ndash a partir de 50 do valor da remuneraccedilatildeo incide ir e inss
i) ndash a fixaccedilatildeo do valor pode ser variaacutevel de municiacutepio para municiacutepio
j) ndash fraude ou simulaccedilatildeo no pagamento de diaacuteria acp
4182 - Adiantamentos eacute proibido
4183 -Seguro de vidaeacute possiacutevel
4184 - Vale Transporteeacute possiacutevel
4185 - Plano de sauacutedesoacute para servidoresvereadores natildeo
4186 -Veiacuteculo proacuteprio
Segundo o TCRPR eacute proibido agrave Cacircmara pagar combustiacutevel para veiacuteculos dos vereadores
O TCE-PR alega que a Administraccedilatildeo Puacuteblica natildeo pode arcar com gastos inerentes a despesas com veiacuteculos
particulares dos Edis mesmo que a serviccedilo do Legislativo haja vista a inexistecircncia de contrato precedido de Licitaccedilatildeo e
diante das normas de direito administrativo onde qualquer aquisiccedilatildeo efetuada pelo Poder Puacuteblico depende de contrato
este em regra precedido de licitaccedilatildeo
Alega inclusive que essa despesa eacute estranha ao orccedilamento sem amparo legal
Ateacute em relaccedilatildeo aos servidores o TCE desaconselha o ressarcimento de despesas com combustiacutevel particular
por aplicaccedilatildeo do art 29 da CE89 ou da Lei Orgacircnica Municipal que geralmente preveem incompatibilidade negocial
Vale ressaltar que outros Tribunais de Contas divergem ou convergem com o TCEPR
Vejamos
O TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA PERMITE
PREJULGADO 2082 DO TCESC
ldquoA Cacircmara Municipal pode disciplinar o uso de veiacuteculos oficiais de sua propriedade a exemplo da Lei Estadual ndeg
79871990 (regulamentada pelo Decreto ndeg 34212005) e do Decreto Federal ndeg 64032008 (disciplinado pela Instru-
ccedilatildeo Normativa ndeg 0032008 do Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeordquo
PREJULGADO 1268 DO TCESC
A Cacircmara Municipal poderaacute ressarcir as despesas de combustiacutevel de veiacuteculos particulares desde que (a) previamente
autorizada em lei especiacutefica (b) relacionada a deslocamento dos Vereadores para fora de jurisdiccedilatildeo municipal (c) os
assuntos tratados nas viagens sejam de interesse puacuteblico (d) haja expressa autorizaccedilatildeo da Cacircmara Municipal para a rea-
lizaccedilatildeo da viagem (e) os veiacuteculos utilizados nestas condiccedilotildees estejam previamente cadastrados no oacutergatildeo competente do
Pode Legislativo e (f) sejam aplicaacuteveis somente a casos excepcionais
O TCE DE MG PROIacuteBE
Consulta nordm 810007- TCEMG
Tribunal de Constas do Estado - Cacircmara natildeo pode pagar gasolina para vereadores O relator Cons Elmo Braz adotou o
parecer do Auditor Hamilton Coelho para responder agraves indagaccedilotildees Inicialmente a Auditoria asseverou que o TCEMG
jaacute declarou em diversas oportunidades a ilegalidade do abastecimento de veiacuteculos particulares de vereadores com re-
cursos da Cacircmara ainda que para uso no interesse do oacutergatildeo mencionando nesse sentido a Consulta nordm 810007 (Rel
Cons Eduardo Carone Costa sessatildeo de 030210) ndash v Informativo 17 O Auditor transcreveu parte do parecer exarado
naquela Consulta no sentido de que a utilizaccedilatildeo de veiacuteculo de propriedade particular de vereador mediante contrapresta-
ccedilatildeo (abastecimento) a serviccedilo da Administraccedilatildeo Puacuteblica configuraria contrato de locaccedilatildeo de fato e de que o uso interca-
lado do veiacuteculo ndash ora em caraacuteter particular ora a serviccedilo ndash tornaria difiacutecil a mensuraccedilatildeo do quantum a ser indenizado
redundando em confusatildeo patrimonial envolvendo o agente puacuteblico e o oacutergatildeo contratante
O TCEMT PERMITE
Processo nordm 2073652010 - 19042011
ldquoCAcircMARA MUNICIPAL DE NOVA OLIacuteMPIA CONSULTA CAcircMARA MUNICIPAL VEREADOR VERBA DE
NATUREZA INDENIZATOacuteRIA POSSIBILIDADE SE OBSERVADOS OS REQUISITOS IMPOSSIBILIDADE DE
PAGAMENTO DE DESPESAS COM MANUTENCcedilAtildeO DO GABINETE DO PARLAMENTAR POSSIBILIDADE
DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS COM ABASTECIMENTO DE VEIacuteCULO PARTICULAR DO VEREADOR
E DE ACUMULACcedilAtildeO COM A DIAacuteRIA QUANDO CONTEMPLAREM O RESSARCIMENTO DE DESPESAS
DISTINTAS PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS NOS TERMOS DA LEI QUE A INSTITUIRrdquo
4187 - Passagens
Por se tratar de despesa com caracteriacutesticas muito proacuteprias jaacute que os valores se alteram permanentemente mas eacute
possiacutevel a reduccedilatildeo dos preccedilos sobretudo com descontos sobre a taxa de administraccedilatildeo das agecircncias ou operadoras eacute
recomendaacutevel a realizaccedilatildeo de processo licitatoacuterio afim de promover a economicidade evitar sobrepreccedilos e oportunizar
a competitividade entre os diversos particulares interessados em negociar com a Administraccedilatildeo
Por isso orienta-se agrave promoccedilatildeo do certame licitatoacuterio na modalidade Pregatildeo cujo objeto seja a contrataccedilatildeo de
serviccedilos de agenciamento de viagens para cotaccedilatildeo reserva e fornecimento de passagens (aeacutereas e terrestres) no acircmbito
nacional e internacional se houver interesse
Caso opte pela passagem internacional eacute interessante licitar a emissatildeo de seguro de assistecircncia em viagem in-
ternacional
Especificar que a compra se faraacute por meio de atendimento remoto (e-mail eou telefone)
O tipo aconselhaacutevel eacute o de menor preccedilo escolhendo-se a proposta que ofertar o maior percentual de desconto
sobre o valor ldquodo diardquo disponibilizado e cobrado de todos os puacuteblicos inclusive sobre as tarifas promocionais e reduzi-
das disponiacuteveis no momento da compra excluiacuteda a taxa de embarque
5 Controle
51 Corrupccedilatildeo desvios e fraudes Conceitos
Corrupccedilatildeo eacute o ato ou efeito de se corromper oferecer algo para obter vantagem em negociata onde se favorece
uma pessoa e se prejudica outra
Eacute tirar vantagem do poder atribuiacutedo Corrupccedilatildeo vem do latim corruptus que significa quebrado em peda-
ccedilos O verbo corromper significa tornar-se podre
Desvio na aacuterea puacuteblica significa retirar o caminho normal de alguma coisa Natildeo alcanccedilar o objetivo por
mudanccedila de rota
Geralmente a palavra estaacute ligada agraves alteraccedilotildees que se promovem na ocupaccedilatildeo de cargos ou funccedilotildees no
uso de bens na realizaccedilatildeo de obras e ateacute no destino que se daacute aos recursos financeiros Fraude eacute um esquema iliacutecito ou de maacute feacute criado para obter ganhos para si ou para terceiros
No meio puacuteblico as fraudes geralmente satildeo praticadas atraveacutes de simulaccedilotildees e ajustes visando o aproveitamen-
to iliacutecito de valores benefiacutecios ou do patrimocircnio puacuteblico
52 Conceito e relevacircncia do controle
O controle eacute a ferramenta mais eficaz para se evitar as irregularidades e ilegalidades na atuaccedilatildeo dos po-
deres puacuteblicos
Segundo os mais elaborados estudos e pesquisas a corrupccedilatildeo pode ser maior ou menor dependendo da
proporcionalidade de controle existente
Onde tem menor controle tem maior corrupccedilatildeo e assim vice e versa
E o controle se faz por trecircs principais vias orientaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e puniccedilatildeo No Brasil o combate agrave corrupccedilatildeo no meio puacuteblico vem acontecendo atraveacutes da implementaccedilatildeo de vaacuterios tipos
de controle sobre as verbas recursos e patrimocircnio puacuteblico
Nos uacuteltimos anos melhoraram muito os sistemas de Controle Interno e Externo por iniciativa de cada oacutergatildeo ou
por exigecircncia do povo (diretamente ou atraveacutes das miacutedias)
O Legislativo por iniciativa proacutepria ou por pressatildeo popular tem aprovado inuacutemeros atos para reforccedilar a legisla-
ccedilatildeo paacutetria que afeta a corrupccedilatildeo
Satildeo os exemplos da Lei das Inelegibilidades (LC 6490 reforccedilada pela Lei da Ficha Limpa- LC 1352010) a
Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 1012000) a Lei da Transparecircncia (LC 1312009) a Lei da Informaccedilatildeo
(125272011) e a Lei Anticorrupccedilatildeo (128462013) e tantas outras
O Judiciaacuterio por sua vez e com o apoio das instituiccedilotildees de apuraccedilatildeo a ele ligadas (poliacutecias ministeacuterio puacuteblico
etc) tem punido severamente os corruptos realizando o seu papel sem distinccedilatildeo de cargo ou poder do apenado
Segundo informa o oacutergatildeo denominado de ldquoTransparecircncia Internacionalrdquo em mateacuteria divulgada no mecircs
de dezembro2014 ldquoNeste ano o Brasil obteve a nota 43 em uma escala que vai de 0 (setor puacuteblico visto como extremamente
corrupto) a 100 (extremamente iacutentegro) a mesma pontuaccedilatildeo obtida em 2012
No ano passado o paiacutes havia totalizado 42 pontos
A pontuaccedilatildeo do Brasil se situa exatamente na meacutedia mundial de acordo com o estudo de 43 pontos Nas
Ameacutericas como um todo a meacutedia eacute 45
Mais de dois terccedilos dos 175 paiacuteses que integram o iacutendice obtiveram uma nota inferior a 50
O Brasil estaacute na metade Natildeo eacute um dos piores nem dos melhores Mas natildeo eacute um resultado bom para o
paiacutes que tem feito inuacutemeros esforccedilos para ser um liacuteder econocircmico e poliacutetico disse Salas agrave BBC Brasil O Brasil
quer ser um liacuteder mundial entatildeo tem que mostrar o exemplo Ele ainda estaacute muito distante dos paiacuteses desenvol-
vidos nesse iacutendice ressalta o diretor da Transparecircncia Internacional
Empatados com o Brasil com a mesma pontuaccedilatildeo e lugar no ranking estatildeo paiacuteses como a Itaacutelia a Greacutecia
e a Bulgaacuteria
Para Salas o escacircndalo da Petrobras pode ser positivo para o Brasil se forem tomadas medidas fortes
de combate agrave corrupccedilatildeo
Se a presidente Dilma Roussef aproveitar esse momento para fazer mudanccedilas poderaacute ser algo positivo
diz ele
Se pessoas poderosas e outros culpados nesse escacircndalo forem presos o Brasil poderaacute projetar uma boa
imagem afirma Salas
Se houver tambeacutem reforma poliacutetica e melhorias no sistema de compras puacuteblicas pode ser um momento
histoacuterico para o Brasil Mas se nada mudar seraacute um exemplo negativo diz ele
A Dinamarca eacute a primeira colocada no ranking com 92 pontos um a mais em relaccedilatildeo ao estudo anterior
onde tambeacutem jaacute havia ficado em primeiro lugar
A China e a Turquia estatildeo entre os paiacuteses que mais perderam posiccedilotildees no ranking deste ano
A China que adotou nos uacuteltimos anos medidas de combate agrave corrupccedilatildeo como a proibiccedilatildeo de dar presen-
tes de alto luxo a funcionaacuterios puacuteblicos caiu 20 posiccedilotildees no ranking passando a ocupar o 100deg lugar com 36 pon-
tos
Entre os paiacuteses dos BRICS o Brasil estaacute praticamente empatado com a Aacutefrica do Sul (duas posiccedilotildees aci-
ma do Brasil no ranking) e bem agrave frente da China Iacutendia e Ruacutessiardquo
In httpwwwbbccoukportuguesenoticias201412141202_ranking_transparencia_internacional_brasil_df_lgb
Assim vale agrave pena continuar acreditando na melhora e natildeo cessar a luta pela melhoria dos instrumentos
de controle e combate agrave corrupccedilatildeo
53 O anseio democraacutetico pelo controle
De haacute muito tempo que a populaccedilatildeo anseia por melhoria nos sistemas de controle da coisa puacuteblica
No Brasil que historicamente conviveu com a corrupccedilatildeo na Administraccedilatildeo Puacuteblica a implantaccedilatildeo do re-
gime democraacutetico teve como maior objetivo a participaccedilatildeo do povo no poder (nas coisas do Estado) diretamente
ou atraveacutes de seus legiacutetimos representantes
Com isso espera-se que o povo faccedila parte do governo e que tenha conhecimento do que ocorre com os
bens e valores puacuteblicos enquanto estiverem sob a guarda dos administradores da coisa puacuteblica
Mas natildeo basta trocar as pessoas no comando do eraacuterio
Eacute preciso equipar os sistemas de controle haja vista que natildeo eacute exatamente a iacutendole pessoal que evita a
corrupccedilatildeo e os desvios no meio puacuteblico mas acima de tudo o controle que se faz sobre a coisa (a ocasiatildeo faz o
ladratildeo) O controle eacute exercido de forma irrestrita e ilimitada em todos e por todos os Poderes de Estado estendendo-se a
toda a Administraccedilatildeo e abrangendo todas as suas atividades e agentes sendo classificadas em variados tipos e formas de
atuaccedilatildeo para atingir os seus objetivos
Essas classificaccedilotildees indicam que
(I) O controle administrativo ou executivo eacute aquele exercido pela proacutepria Administraccedilatildeo sobre seus atos e agentes
(II) Controle legislativo ou parlamentar diz respeito ao que o Poder Legislativo imprime sobre atos e agentes do
Poder Executivo
(III) O controle judiciaacuterio eacute o referente agrave correccedilatildeo dos atos ilegais de qualquer dos Poderes pelo Judiciaacuterio quando
lesivos de direito individual ou do patrimocircnio puacuteblico Quanto a forma o controle pode ser sintetizado
bull De acordo com seu fundamento pode ser hieraacuterquico ou finaliacutestico
bull Em razatildeo da localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o exercita pode ser interno ou externo
bull Em virtude do momento em que eacute exercido pode ser preacutevio ou preventivo ou a priori concomitante ou sucessivo e
subsequente ou corretivo ou a posteriore
bull Conforme o aspecto controlado pode ser de legalidade ou de legitimidade e de meacuterito
Outra abordagem do Direito Administrativo eacute apresentada segundo a qual o controle da Administraccedilatildeo Puacuteblica
eacute poder de fiscalizaccedilatildeo e correccedilatildeo que sobre ela exercem os oacutergatildeos dos Poderes Judiciaacuterio Legislativo e Executivo com
o objetivo de garantir a conformidade de sua atuaccedilatildeo com os princiacutepios que lhe satildeo impostos pelo ordenamento juriacutedico
Dentre os pontos comuns observados eacute importante registrar as visotildees sobre os chamados controle externo e
controle interno decorrentes das classificaccedilotildees relativas agrave localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o realiza e quanto agrave integraccedilatildeo do
oacutergatildeo que o executa e agrave estrutura do oacutergatildeo objeto de sua execuccedilatildeo
As atividades do sistema de controle interno satildeo exercidas mediante a utilizaccedilatildeo de teacutecnicas de fiscalizaccedilatildeo e
auditoria as quais consistem no conjunto de processos que viabilizam o alcance dos macro-objetivos do sistema
Fiscalizar consiste na aplicaccedilatildeo de um conjunto de procedimentos pontuais que permitam o exame dos atos da
administraccedilatildeo puacuteblica visando avaliar a execuccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas atuando sobre os resultados efetivos dos pro-
gramas governamentais
54 O Controle Interno
Com previsatildeo desde 1964 (art 76 da Lei 432064 - Lei da Contabilidade Puacuteblica) foi levado agrave regras constitu-
cional em 05 de outubro de 1988 na Carta Maior (art 74) e reforccedilado pela Lei Complementar 1012000(LRF art 54 e
59) mas soacute implementado no Paranaacute a partir de 2008 com a exigecircncia pelo TCE que assim se manifestou a respeito
ldquoO sistema de controle interno eacute o agente de orientaccedilatildeo e integraccedilatildeo dos controles administrativos das enti-
dades componentes da estrutura organizacional e de apoio ao controle externo
Tem por objetivos principais a avaliaccedilatildeo do cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual e a execu-
ccedilatildeo dos programas constantes da LDO e na Lei Orccedilamentaacuteria Anual assegurar a observacircncia das normas e regula-
mentos e assim a legalidade dos atos avaliando os resultados no que se refere agrave eficaacutecia e eficiecircncia da gestatildeo orccedila-
mentaacuteria financeira e patrimonial da administraccedilatildeo
Sua funccedilatildeo inclui a diligecircncia no acompanhar dos procedimentos da administraccedilatildeo e na orientaccedilatildeo do ges-
tor acerca de eventuais desvios de rota e para evitar riscos iminentes que possam provocar danos ao patrimocircnio e agrave
gestatildeo
Juntamente com a contabilidade o controle interno deve velar pelo atendimento das agendas de obrigaccedilotildees
pela certeza do cumprimento dos limites legais seja de pisos de investimentos miacutenimos ou tetos para gastos maacutexi-
mos pela verdade das informaccedilotildees levadas a puacuteblico em face da LRF e suas determinaccedilotildees de transparecircncia da Lei
da Informaccedilatildeo e da proacutepria Lei nordm 432064
Os resultados satisfatoacuterios e sem sobressaltos especialmente em processo de transiccedilatildeo de mandato acentuam
que o controle interno desempenhou seu papel com efetividade e compromisso com a Entidade
O principal embaraccedilo que se tem percebido no processo de estruturaccedilatildeo do controle interno tem ocorrido na
montagem da equipe de trabalho especialmente a natildeo disponibilidade de profissionais com preparo teacutecnico
Existem pequenas prefeituras e cacircmaras municipais onde se verifica ateacute mesmo a simples falta de pessoal
sem atributosrdquoManual de Final de mandato ndash 2012
55 O controle Externo
O controle externo dos poderes municipais ( Executivo e Legislativo) eacute realizado direta e formalmente pelo
Tribunal de Contas que aleacutem de exigir a prestaccedilatildeo de contas anual ainda verifica a lisura e regularidade dos atos e accedilotildees
que envolvam a administraccedilatildeo dos bens e recursos puacuteblicos
A Lei Orgacircnica do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute (LC 1132005) indica que no papel de apoiador do
Poder Legislativo Municipal no controle externo a Corte Administrativa tem a seguinte competecircncia
ldquoArt 1ordm Ao Tribunal de Contas do Estado oacutergatildeo constitucional de controle externo com sede na Capital do Estado
compete nos termos da Constituiccedilatildeo Estadual e na forma estabelecida nesta lei
II ndash julgar as contas dos chefes dos oacutergatildeos do Poder Legislativo estadual e municipal do Poder Judiciaacuterio do Minis-
teacuterio Puacuteblico e deste Tribunalrdquo
Todavia por certo que existem outros oacutergatildeos que de forma indireta realizam o controle externo do poder puacuteblico muni-
cipal como o Ministeacuterio Puacuteblico o Judiciaacuterio e os Observatoacuterios sociais
Eacute posiccedilatildeo paciacutefica entre os estudiosos da Administraccedilatildeo Puacuteblica no mundo que o mais eficiente instrumento de
controle da ldquocoisa puacuteblicardquo eacute a transparecircncia
Pois se o povo acompanha atos e accedilotildees do governo e do governante tanto estes evitam as irregularidades por
temerem o que vai a puacuteblico quanto agravequeles podem julgar com maior facilidade a atuaccedilatildeo de suas lideranccedilas
6 Transparecircncia Puacuteblica no Brasil
Desde o nascimento de nossa paacutetria em 22 de abril de 1500 a populaccedilatildeo jamais teve acesso aacutes formas de utili-
zaccedilatildeo dos bens puacuteblicos e de administraccedilatildeo dos recursos financeiros arrecadados do proacuteprio povo
Tanto a monarquia (ateacute 14 de novembro de 1889) quanto no governo civil que comanda o paiacutes de laacute pra caacute pra-
ticamente todos os gestores natildeo tinham a obrigaccedilatildeo ou o costume de prestar contas de seus atos
Eacute certo que o faziam mas de forma geneacuterica apenas para oacutergatildeos de controle
O povo (contribuinte direta ou indiretamente) natildeo conseguia individualmente saber do que se passava no acircmbi-
to dos Poderes da naccedilatildeo
No entanto com o advento da globalizaccedilatildeo e da evoluccedilatildeo raacutepida e espetacular das tecnologias de comunicaccedilatildeo
houve tambeacutem um grande avanccedilo nos direitos dos cidadatildeos
Aqui no Brasil apoacutes a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 muito se conquistou desses direitos
A proacutepria Carta Magna reservou uma lista grande de direitos e garantias individuais e coletivas (em especial
nos art 5ordm 6ordm e 7ordm)
De toda forma criando verdadeiro divisor na histoacuteria do Brasil a nossa CF88 acendeu nos nacionais o desejo
de conhecer de perto e participar da vida do paiacutes
Mais que isto passou a discutir os seus direitos enquanto membros da naccedilatildeo
Representados no governo tanto nas casas legislativas quanto nos demais poderes (Executivo e Judiciaacuterio)
passamos a conquistar espaccedilo e elaborar instrumentos que exigem (forccedilam) os gestores a dar transparecircncia em sua atua-
ccedilatildeo
Dentre esses instrumentos podemos citar a Lei de Responsabilidade Fiscal que desde o seu nascimento (em
2000) jaacute previa certas obrigaccedilotildees aos governantes para levar ao povo o conhecimento de seus atos e accedilotildees
Mas foi exatamente em 2010 pela Lei Complementar nordm 131 de 27 de maio de 2009 que houve uma implemen-
taccedilatildeo maior da obrigatoriedade de transparecircncia nos meio puacuteblico aplicando-se inclusive regras especiacuteficas sobre a
divulgaccedilatildeo tecnoloacutegica via internet
Com isso desencadeou no Brasil em todos os oacutergatildeos puacuteblicos a obrigaccedilatildeo de publicar mais amplamente as in-
formaccedilotildees que poderiam ter o interesse puacuteblico
Essa eacute a chamada Transparecircncia Ativa pois independentemente de algueacutem solicitar o oacutergatildeo puacuteblico tem a o-
brigaccedilatildeo de divulgar
E diga-se mais
A divulgaccedilatildeo (publicaccedilatildeo) deveraacute ser eficiente e eficaz
Ou seja
O canal disponibilizado deveraacute ser de boa qualidade permitindo o acesso de forma raacutepida e faacutecil e evitando os
subterfuacutegios (mesmo que da tecnologia) para esconder dados e informaccedilotildees
A Lei Complementar Federal nordm 1012000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) exige
que ocorram publicaccedilotildees trimestrais
7 Publicidade Oficial Obrigatoacuteria
Por certo que a fonte primeira para propiciar o controle eacute a publicidade
A princiacutepio publicidade significa ldquolevar a puacuteblicordquo mais no sentido de obediecircncia ao ditame constitucional de
divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees do poder puacuteblico
Inclusive a publicidade foi instituiacuteda como um dos 5 (cinco) princiacutepios baacutesicos da Administraccedilatildeo Puacuteblica (art
37 caput da CF)
Eacute que o legislador constituinte entendeu como sendo prioridade a divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees dos governantes
para que o povo (contribuinte-eleitor) acompanhe as atuaccedilotildees dos eleitos bem como com a coisa puacuteblica
Embasadas na Carta Maior da Repuacuteblica muitas leis editadas depois de 1988 criaram obrigaccedilatildeo de publicar cer-
tos atos quando se tratar de recursos puacuteblicos (financeiros patrimoniais funcionais etc)
Os Atos Oficiais de publicaccedilatildeo obrigatoacuteria devem ser divulgados em um uacutenico meio de comunicaccedilatildeo escolhido
por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-tributaccedilatildeo-
orccedilamentaacuteria)
No caso do Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Licitaccedilatildeo
cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
71 Publicidade oficial Facultativa
A CF de 1988 tambeacutem autorizou despesas com a divulgaccedilatildeo de caraacuteter educativo e informativo ou de orienta-
ccedilatildeo social (art 37 sect1ordm)
No entanto de laacute pra caacute muita polecircmica foi gerada discutindo sobre o que poderia se aceitar referente agraves despe-
sas com publicidade
Eacute que a interpretaccedilatildeo anterior impunha uma separaccedilatildeo severa na publicidade oficial entre a obrigatoacuteria e a fa-
cultativa
Entendia-se que a obrigatoacuteria era apenas aquela especificada na lei como a publicaccedilatildeo de atos como leis de-
cretos portarias resoluccedilotildees editais
Quando se divulgava as accedilotildees do poder puacuteblico questionava-se se aquela despesa se enquadrava como educa-
cional de orientaccedilatildeo social ou de informaccedilatildeo exigida (serviccedilos de utilidade puacuteblica)
72 Publicidade Institucional
Poreacutem com a evoluccedilatildeo do conceito e com a crescente demanda do povo sobre a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico e as
accedilotildees governamentais ampliou-se em muito as possibilidades de realizar despesas para esse fim
Portanto aleacutem da publicaccedilatildeo obrigatoacuteria e daquelas enquadradas como ldquoserviccedilos de utilidade puacuteblicardquo passou-
se a entender que o gestor deva divulgar amplamente as atividades de cada oacutergatildeo puacuteblico para manter a populaccedilatildeo por
dentro dos acontecimentos que envolvem recursos dos contribuintes De certo modo essa divulgaccedilatildeo natildeo obrigatoacuteria pode ser considerada como publicidade institucional pois a-
leacutem de informar ao povo sobre as accedilotildees do oacutergatildeo promove este diante da opiniatildeo puacuteblica fortalecendo-o institucional-
mente
E para essa divulgaccedilatildeo o TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contra-
tar serviccedilos de comunicaccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
No caso de contrataccedilatildeo de agecircncias as regras a serem obedecidas deveratildeo ser aquelas da lei federal nordm
122322010 (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
Resumindo as regras do TCEPR para a comunicaccedilatildeo institucional eacute
1- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010 A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO
para julgar a melhor teacutecnica
2- Para contratar os serviccedilos para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocirc-
nico) programa de raacutedio ou TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo ME-
LHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
Insta lembrar tambeacutem que a partir de 2006 o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a publicar
natildeo apenas seus atos oficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de
internet ou outros serviccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
a)- transmissotildees de sessotildees
b)- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
c)- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
a)- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
b)- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
c)- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
d)- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
e)- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
f)- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Lembrando que existem Atos Oficiais que devem ser obrigatoriamente divulgados em um uacutenico meio de co-
municaccedilatildeo escolhido por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-
tributaccedilatildeo-orccedilamentaacuteria)
E atenccedilatildeo
O Oacutergatildeo Oficial nos Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Li-
citaccedilatildeo cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
Vide Acoacuterdatildeo nordm 409760-5 do TJPR e Processo nordm 22972306 do TCEPR no AVA
Inclusive o Municiacutepio poderaacute optar por apenas um Diaacuterio Oficial Eletrocircnico ou este e mais o Diaacuterio Oficial
Impresso segundo o TCEPR (Acoacuterdatildeo nordm 383013)
Aliaacutes o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a partir de 2006 a publicar natildeo apenas seus atos o-
ficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de internet ou outros servi-
ccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
- transmissotildees de sessotildees
- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Atenccedilatildeo de novo
A lei federal nordm 122322010 criou regras especiacuteficas para a contrataccedilatildeo de serviccedilos de publicidade prestados
por intermeacutedio de agecircncias de propaganda (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
O TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contratar serviccedilos de comuni-
caccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
Resumindo
a)- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010
A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO pa-
ra julgar a melhor teacutecnica
b)- O TCEPR tem se posicionado (vide acoacuterdatildeo 3082012 no AVA) no sentido de que a contrataccedilatildeo dos serviccedilos
para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocircnico) programa de raacutedio ou
TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo MELHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
8 Prestaccedilatildeo de Contas
Sendo mais um dos elementos da Transparecircncia e consequentemente do Controle a Prestaccedilatildeo de Contas enseja
dar conhecimento ao contribuinte do que o gestor faz com os recursos puacuteblicos
Seguindo a evoluccedilatildeo social humana sobretudo apoacutes a identificaccedilatildeo da figura do estado moderno (povo territoacute-
rio governo) a exigecircncia de os governantes ou particulares dar satisfaccedilatildeo aos contribuintes sobre o uso e aplicaccedilatildeo dos
recursos puacuteblicos (financeiros e de bens) tem crescido mais e mais
Jaacute na Declaraccedilatildeo dos Direitos do Homem e do Cidadatildeo elaborada e aceita por muitos povos na era da Revolu-
ccedilatildeo Francesa (1789) consta essa exigecircncia
ldquoArt 15 ndash A Sociedade tem o Direito de pedir conta a todo agente puacuteblico de sua administraccedilatildeordquo
Segundo o texto divulgado no site do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute
ldquoA Prestaccedilatildeo de Contas eacute dever constitucional dos que utilizam arrecadam guardam gerenciam ou administram
dinheiros bens e valores puacuteblicosrdquo
httpwww1tceprgovbrconteudoprestacao-de-contas-municipios214
Resumindo
Com a publicidade e a prestaccedilatildeo de contas ocorre transparecircncia na gestatildeo puacuteblica promovendopermitindo
melhor controle da coisa puacuteblica
Todos satildeo interligados
Bom Estudo
Controle
Transparecircncia
Publicidade
Prestaccedilatildeo de Contas
A contrataccedilatildeo por tempo determinado eacute o instrumento juriacutedico a ser formalizado pelos gestores quando presente
a necessidade temporaacuteria de contrataccedilatildeo de pessoal e o excepcional interesse puacuteblico (art 37 IX da CF)
4122 Como regulamentar O art 37 IX da Constituiccedilatildeo Federal deve ser regulamentado por lei municipal que indicaraacute os casos de con-
trataccedilatildeo temporaacuteria de excepcional interesse puacuteblico
Eacute ilegal a contrataccedilatildeo temporaacuteria sem previsatildeo especiacutefica em lei municipal
4123 Seleccedilatildeo de Pessoal A escolha do pessoal a ser contratado por tempo determinado para atender a necessidade temporaacuteria de excep-
cional interesse puacuteblico deveraacute ser feita mediante processo seletivo simplificado sujeito agrave ampla divulgaccedilatildeo e observa-
da a dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria especiacutefica
4124 Regime Contratual O contrato natildeo eacute regido pela CLT mas sim por um contrato especial (administrativo)
4125 Necessidade de contrataccedilatildeo eacute requisito baacutesico O gestor puacuteblico deve justificar as razotildees da contrataccedilatildeo temporaacuteria isto eacute demonstrar a temporariedade e o ex-
cepcional interesse puacuteblico bem como por que o bom andamento do serviccedilo puacuteblico ficaria prejudicado sem a contrata-
ccedilatildeo
4126 Algumas hipoacuteteses de contrataccedilatildeo temporaacuteria A contrataccedilatildeo temporaacuteria pode ser utilizada nos seguintes casos
i-
co ou calamidade puacuteblica que natildeo possam ser solucionados soacute com a utilizaccedilatildeo dos recursos humanos de que dispotildee a
Administraccedilatildeo Puacuteblica
alta transitoacuteria do titular de cargo ou emprego puacuteblico quando o afastamento possa sensivelmente prejudicar o an-
damento do serviccedilo municipal
413 Terceirizaccedilatildeo de Pessoal 4131 Conceito baacutesico
Eacute a transferecircncia de atividades complementares agrave finalidade do oacutergatildeo(de meios e natildeo de fins) A Terceiriza-
ccedilatildeo proporciona
- Economia
- Eficiecircncia
A terceirizaccedilatildeo soacute eacute autorizada no Poder Puacuteblico como contrato de prestaccedilatildeo de serviccedilos e natildeo de pessoal
4132 Cuidados a serem tomados nas terceirizaccedilotildees bull OBJETO Se se trata de contrataccedilatildeo de serviccedilos natildeo-essenciais (meios) e natildeo de matildeo-de-obra
bull ECONOMICIDADE
bull SUBORDINACcedilAtildeO (natildeo ao ente contratante)
bull LICITACcedilAtildeO
bull GARANTIAS DE EXECUCcedilAtildeO
bull ACOMPANHAMENTO DO CONTRATO
bull NO PAGAMENTO
- comprovaccedilatildeo da realizaccedilatildeo dos serviccedilos
- retenccedilotildees obrigatoacuterias
- docs comprobatoacuterios (fiscais ndash trabalhistas)
4133 Tipos de serviccedilos que podem ser terceirizados bull LIMPEZA PUacuteBLICA (pode)
bull SAUacuteDE (depende apenas se admite a terceirizaccedilatildeo de determinadas atividades materiais ligadas ao serviccedilo de
sauacutede)
bull EDUCACcedilAtildeO (mesmas regras da sauacutede)
bull conservaccedilatildeo
bull limpeza
bull Seguranccedila
bull vigilacircncia
bull Transportes
bull informaacutetica
bull copeiragem
bull Recepccedilatildeo
bull Reprografia
bull Telecomunicaccedilotildees
bull manutenccedilatildeo de preacutedios equipamentos e instalaccedilotildees
bull serviccedilos de office-boyldquo (atraveacutes de empresa e licitaccedilatildeo)
4134 Terceirizaccedilatildeo de advogados e contadores
Satildeo permitidas apenas nas exceccedilotildees indicadas no acoacuterdatildeo 11112008 do TCEPR e Prejulgado nordm 873 do
TCESC
4135 Contrataccedilatildeo de Oscip A sigla OSCIP significa ldquoOrganizaccedilatildeo da Sociedade Civil de Interesse Puacuteblicordquo e pode ser considerada tambeacutem
como ONG (Oacutergatildeo Natildeo Governamental) pois nada mais eacute do que o resultado da iniciativa privada em criar uma pessoa
juriacutedica sem fins lucrativos para atuar em defesa de assuntos ou objetivos de interesse de toda a coletividade ou de
grupos especiacuteficos da sociedade humana
OSCIP poderaacute ser enquadrada ainda como Terceiro Setor
O aporte de recursos puacuteblicos (subvenccedilotildees contribuiccedilotildees doaccedilotildees auxiacutelio) para uma OSCIP eacute possiacutevel desde
que seja por autorizaccedilatildeo legislativa da Cacircmara Municipal local
Conveniar tambeacutem pode desde que seja atraveacutes de processo licitatoacuterio na modalidade Concurso de Projetos
Poreacutem considerando a experiecircncia praticamente generalizada dos Municiacutepios brasileiros bem como as fre-
quentes e alarmantes notiacutecias na miacutedia indicando irregularidades em contratos com Oscips natildeo eacute recomendada a contra-
taccedilatildeo com esse tipo de instituiccedilatildeo
Trata-se de parceria muito complexa difiacutecil de controlar e passiacutevel de inuacutemeras irregularidades que afetaratildeo os
gestores
Por isto em caso de o setor de licitaccedilotildees receber a incumbecircncia de contratar OSCIPs orienta-se a demonstrar ao
setor juriacutedico e ao gestor os riscos e notiacutecias (traacutegicas para os envolvidos) que frequentemente satildeo divulgadas
Aliaacutes basta clicar no google o termo ldquoirregularidades OSCIPrdquo e verificar o grande nuacutemero de notiacutecias ruins
sobre esses relacionamentos
414 Estagiaacuterios
4141 Fundamentaccedilatildeo legal As regras para a contrataccedilatildeo de estagiaacuterios estaacute na Lei federal nordm 117882008
4142 Objetivos do estaacutegio Os sectsect 1ordm e 2ordm da Lei 117882008 dizem que o estaacutegio faz parte do projeto pedagoacutegico do curso aleacutem de inte-
grar o itineraacuterio formativo do educando
Que o estaacutegio visa ao aprendizado de competecircncias proacuteprias da atividade profissional e agrave contextualizaccedilatildeo cur-
ricular objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadatilde e para o trabalho
4143 Podem ser estagiaacuterios bull - estudantes de educaccedilatildeo especial e dos anos finais do ensino fundamental na modalidade profissional de educaccedilatildeo de
jovens e adultos
bull - estudantes do ensino superior da educaccedilatildeo profissional de niacutevel meacutedio e do ensino meacutedio regular
4144 Jornada do estagiaacuterio bull I ndash 4 (quatro) horas diaacuterias e 20 (vinte) horas semanais no caso de estudantes de educaccedilatildeo especial e dos anos finais do
ensino fundamental na modalidade profissional de educaccedilatildeo de jovens e adultos
bull II ndash 6 (seis) horas diaacuterias e 30 (trinta) horas semanais no caso de estudantes do ensino superior da educaccedilatildeo profissional
de niacutevel meacutedio e do ensino meacutedio regular
4145 Partes no contrato de estaacutegio
bull - instituiccedilatildeo de ensino
bull - empresa ou oacutergatildeo concedente do estaacutegio
bull - estudante
bull Agentes de integraccedilatildeo puacuteblicos e privados (CIEE ndash SINE) ndash Esta parte eacute opcional
4146 Prazo maacuteximo de estaacutegio bull DOIS (2) ANOS
bull (obs Deficiente poderaacute aumentar)
4147 Custos do estagiaacuterio bull 1 ndash no estaacutegio obrigatoacuterio o pagamento eacute opcional (bolsa ou salaacuterio)
bull 2 ndash no estaacutegio natildeo obrigatoacuterio o pagamento eacute obrigatoacuterio + vale-transporte
bull 3 ndash a contribuiccedilatildeo previdenciaacuteria eacute opccedilatildeo e por conta do estagiaacuterio
bull 4 ndash contratos acima de um (1) ano o estagiaacuterio tem direito a feacuterias
bull 5 ndash direitos que outros possuam nas aacutereas de sauacutede e seguranccedila no trabalho
bull 6 ndash seguro obrigatoacuterio contra acidentes pessoais
bull 7 ndash natildeo tem direito a FGTS
bull 8 ndash auxilio alimentaccedilatildeo eacute opccedilatildeo do concedente do estaacutegio
4148 Penalizaccedilotildees bull 1 ndash declaraccedilatildeo de viacutenculo empregatiacutecio
bull 2 ndash suspensatildeo por dois (2) anos de conceder estaacutegios
4149 Limites no nuacutemero de estagiaacuterios
bull 1 - a concedente natildeo poderaacute ultrapassar a tabela (20 de estagiaacuterios ndash considerando-se os empregados)
bull 2 ndash 10 das vagas de estaacutegio para deficientes
bull 3 ndash estudantes de niacutevel superior e de niacutevel meacutedio profissional natildeo tem limites
41410 Quem pode ser concedente de estaacutegio bull 1 ndash empresas da iniciativa privada
bull 2 ndash oacutergatildeos puacuteblicos
bull 3 ndash profissionais liberais
41411 Os oacutergatildeos puacuteblicos podem contratar estagiaacuterios
Tribunal de Contas de Santa Catarina ndash TCESC Prejulgados 2114
Processo CON-1100052280
Parecer COG 962011
Decisatildeo 19242012
Origem Cacircmara Municipal de Penha
Relator Cleber Muniz Gavi
Data da Sessatildeo 14052012
Data do Diaacuterio Oficial 17052012
ldquoNo acircmbito da Administraccedilatildeo Puacuteblica a contrataccedilatildeo de estagiaacuterios reger-se-aacute pelas normas da Lei n 1178808
podendo os entes federados complementar a mateacuteria atraveacutes de lei localrdquo
41412 Seleccedilatildeo
Poreacutem eacute exigiacutevel o processo licitatoacuterio para escolha do agente de seleccedilatildeo e pagamento das bolsas
Protocolo nordm 32034107
Relator Conselheiro Hermas Eurides Brandatildeo
Decisatildeo Acoacuterdatildeo nordm 181907 - Tribunal Pleno
Sessatildeo Tribunal Pleno Sessatildeo Ordinaacuteria nordm 46 de 131207
Publicaccedilatildeo no Atos Oficiais do Tribunal de Contas nordm133 de 250108
Suacutemula nordm 06
Enunciado ldquoOs acordos que tenham por objeto a seleccedilatildeo e o
pagamento de bolsas a estagiaacuterios da Administraccedilatildeo Puacuteblica celebrados de um lado por oacutergatildeo ou entidade da Adminis-
traccedilatildeo e de outro por ente puacuteblico ou privado com ou sem fins lucrativos tecircm natureza juriacutedica de CONTRATO AD-
MINISTRATIVO cuja celebraccedilatildeo submete-se a todas as regras fixadas na Lei nordf866693 devendo ser precedido de
procedimento licitatoacuteriordquo
41413 Registro contaacutebil dos gastos com estagiaacuterio
Acoacuterdatildeo 8282006 do Tribunal Pleno do TCEPR
Decisatildeo proferida em 22062006
Processo 3725572005
Origem Cacircmara Municipal de Campo Largo
Interessado Presidente da Cacircmara
Relator Conselheiro Fernando Augusto Mello Guimaratildees
ldquoEmenta consulta - sobre a inclusatildeo das despesas com estagiaacuterios em gastos com educaccedilatildeo - impossibilidade - gastos
com estagiaacuterios devem ser incluiacutedos no elemento outros serviccedilos de terceiros-pessoa fiacutesica relativos ao setor em que o
estagiaacuterio exerce suas atividades
41414 Nepotismo
Poderaacute ser contratado parente como estagiaacuterio desde que a empresa intermediaacuteria tenha realizado a seleccedilatildeo
41415 Cuidados do concedente oacutergatildeo puacuteblico
bull 1 ndash constatar a existecircncia de dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria
bull 2 ndash realizar licitaccedilatildeo para contratar a empresa intermediaacuteria (agentes de integraccedilatildeo puacuteblicos e privados ndash aquela que faraacute
a seleccedilatildeo e o pagamento de bolsas)
bull 3 ndash verificar se a empresa realizou a seleccedilatildeo do estagiaacuterio contratado
bull 4 ndash indicar orientador e supervisor
bull 5 ndash atribuir tarefas proacuteprias do curso
bull 6 ndash cumprir as regras legais (jornada-prazo-outras exigecircncias do contrato)
415 Acumulaccedilatildeo de cargos puacuteblicos
A Constituiccedilatildeo Federal no art 37 XVI estabelece os casos em que eacute permitida a acumulaccedilatildeo de cargos em-
pregos e funccedilotildees nas administraccedilotildees direta e indireta nas empresas puacuteblicas e nas sociedades de economia mista
Em face da complexidade da mateacuteria e da dificuldade de interpretaccedilatildeo do dispositivo constitucional o tema tem
suscitado muitas duacutevidas na administraccedilatildeo municipal
A seguir apresenta-se em siacutentese a orientaccedilatildeo firmada pelos Tribunais de Contas sobre a mateacuteria
4151 Cargo de professor com outro cargo teacutecnico ou cientiacutefico
Eacute permitido ao professor efetivo estadual atendidos aos preceitos do art 37 II da Constituiccedilatildeo Federal ser
nomeado para cargo teacutecnico ou cientiacutefico no municiacutepio havendo compatibilidade de horaacuterio respeitado o limite da jor-
nada de trabalho fixada no art 7ordm XIII combinado com o art 39 sect 3ordm ambos da Constituiccedilatildeo Federal
Natildeo eacute possiacutevel ao servidor puacuteblico que jaacute acumula cargo efetivo de professor com cargo teacutecnico ou cientiacutefico
receber cumulativamente a remuneraccedilatildeode secretaacuterio municipal ante a vedaccedilatildeo do art 37 XVI e XVII da Constituiccedilatildeo
Federal
4152 Cargo efetivo com cargo de secretaacuterio municipal
O servidor puacuteblico efetivo municipal ocupante de cargo de secretaacuterio do mesmo municiacutepio desde que autoriza-
do pela legislaccedilatildeo local pode optar entre a remuneraccedilatildeo do cargo efetivo e o subsiacutedio do cargo de secretaacuterio vedada a
percepccedilatildeo cumulativa
Caso o servidor efetivo municipal opte pelo subsiacutedio legalmente instituiacutedo para o cargo de secretaacuterio do mesmo
municiacutepio somente poderaacute perceber o valor correspondente ao subsiacutedio sem adicional gratificaccedilatildeo ou qualquer outro
estipecircndio nos termos do sect 4ordm do art 39 da Constituiccedilatildeo Federal
4153 Cargo em comissatildeo com cargo efetivo
A Constituiccedilatildeo Federal (art 37 XVI e XVII) natildeo permite a acumulaccedilatildeo remunerada de cargo de provimento e-
fetivo com a de cargo de provimento em comissatildeo
4154 Dois cargos em comissatildeo
A acumulaccedilatildeo remunerada de dois cargos comissionados eacute vedada pelo art 37 XVI da Constituiccedilatildeo Federal
Eacute incompatiacutevel a acumulaccedilatildeo de dois cargos em comissatildeo no acircmbito da Administraccedilatildeo Puacuteblica quaisquer que
sejam os poderes ou esferas por natildeo se enquadrar nas exceccedilotildees passiacuteveis de acumulaccedilatildeo estabelecidas pelo art 37 XVI
da Constituiccedilatildeo Federal
4155 Proventos de aposentadoria com a remuneraccedilatildeo de cargo efetivo
Eacute permitido ao servidor inativo retornar ao exerciacutecio da funccedilatildeo puacuteblica acumulando proventos e vencimentos
nos casos permitidos pelo sect 10 do art 37 da Constituiccedilatildeo Federal
O servidor puacuteblico aposentado pelo estado ou pelo municiacutepio com fundamento no arts 40 ou 42 da Constitui-
ccedilatildeo Federal que presta concurso puacuteblico e eacute nomeado para ocupar cargo puacuteblico municipal deve optar entre os proven-
tos da aposentadoria e a remuneraccedilatildeo do cargo em conformidade com o disposto no art 37 sect 10 da Constituiccedilatildeo Fede-
ral salvo os casos de acumulaccedilatildeo previstos nos arts 37 XVI 95 paraacutegrafo uacutenico I e 128 sect 5ordm II aliacutenea d da Consti-
tuiccedilatildeo Federal
4156 Proventos de aposentadoria com a remuneraccedilatildeo de cargo em comissatildeo
Eacute permitido ao servidor puacuteblico inativo sem viacutecio de acumulaccedilatildeo indevida exercer cargo de provimento em
comissatildeo acumulando proventos e vencimentos
4157 Permanecircncia do servidor no cargo ou emprego puacuteblico apoacutes a aposentadoria
Ao servidor puacuteblico natildeo eacute possiacutevel quando se aposenta continuar exercendo normalmente suas funccedilotildees jaacute que
eacute vedada a acumulaccedilatildeo remunerada de cargos puacuteblicos ressalvando-se a aposentadoria voluntaacuteria do empregado de
empresa puacuteblica ou sociedade de economia mista
4158 Acumulaccedilatildeo de cargos com o exerciacutecio de mandato eletivo
41581) Cargo efetivo com mandato de vereador
O vereador que for investido em cargo puacuteblico efetivo ou emprego puacuteblico do estado ou do municiacutepio apoacutes a-
provaccedilatildeo em concurso puacuteblico poderaacute tomar posse no cargo efetivo sem prejuiacutezo do mandato de vereador
O exerciacutecio concomitante do cargo puacuteblico efetivo e do mandato de vereador somente eacute possiacutevel quando houver
compatibilidade de horaacuterios
Neste caso o vereador poderaacute acumular as respectivas funccedilotildees bem como a remuneraccedilatildeo e as demais vantagens
do cargo efetivo com o subsiacutedio do mandato
Natildeo havendo compatibilidade de horaacuterios o agente seraacute afastado do exerciacutecio do cargo ou emprego sendo-lhe
facultado optar pela remuneraccedilatildeo do cargo efetivo ou do emprego
41582 Cargo comissionado com mandato de vereador
Eacute ilegiacutetimo o exerciacutecio concomitante de cargo em comissatildeo pertencente agrave estrutura do Poder executivo munici-
pal com o mandato de vereador em decorrecircncia do princiacutepio da separaccedilatildeo das funccedilotildees estatais uma vez que na relaccedilatildeo
decorrente do cargo comissionado haveraacute submissatildeo do vereador aos comandos do chefe do Poder executivo municipal
incompatiacutevel com o exerciacutecio da vereanccedila
41583 Acumulaccedilatildeo de cargo de meacutedico com o exerciacutecio do mandato de prefeito
O servidor puacuteblico ocupante de cargo efetivo ou emprego puacuteblico de meacutedico pertencente agrave estrutura do Poder
executivo eleito prefeito deve se afastar do cargo ou emprego sendo-lhe facultado optar pela remuneraccedilatildeo do cargo ou
emprego nos termos do art 38 II da Constituiccedilatildeo Federal
Enquanto permanecer no exerciacutecio do mandato de prefeito o ocupante de cargo ou emprego de meacutedico natildeo po-
de realizar serviccedilos profissionais pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede (SuS) com habitualidade incluindo o meacutetodo de creden-
ciamento por caracterizar acumulaccedilatildeo remunerada de funccedilotildees puacuteblicas
Salvo vedaccedilatildeo na Lei Orgacircnica do municiacutepio o meacutedico em exerciacutecio do cargo de prefeito natildeo estaacute impedido de
realizar procedimento ciruacutergico em casos excepcionais para atendimentos emergenciais cuja recusa possa caracterizar
omissatildeo de socorro
41584 Acumulaccedilatildeo de cargo efetivo com mandato de vice prefeito
Eacute inconstitucional a acumulaccedilatildeo da remuneraccedilatildeo de cargo efetivo com o subsiacutedio de vice-prefeito em face da
inaplicabilidade agrave espeacutecie da norma do art 38 III da Constituiccedilatildeo Federal que se restringe tatildeo somente ao vereador
Entretanto o servidor puacuteblico efetivo que ver a exercer mandato de vice-prefeito pode optar entre a remunera-
ccedilatildeo do cargo e o subsiacutedio de vice-prefeito
Caso o servidor faccedila a opccedilatildeo pelo subsiacutedio teraacute direito ao recebimento apenas do valor correspondente ao sub-
siacutedio (parcela uacutenica) ficando vedado o pagamento de adicional gratificaccedilatildeo ou quaisquer outras vantagens do cargo
efetivo nos termos do sect 4ordm do art 39 da Constituiccedilatildeo Federal
41585 Acumulaccedilatildeo de cargo de vice prefeito com cargo comissionado
O vice-prefeito designado para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou funccedilatildeo de confianccedila no acircmbito do Poder
Executivo deveraacute optar entre o subsiacutedio de vice-prefeito e a remuneraccedilatildeo do cargo ou da funccedilatildeo
O vice-prefeito investido no cargo de secretaacuterio municipal deveraacute optar entre o subsiacutedio afeto ao mandato eleti-
vo e o vencimento do respectivo cargo
4159 Direito ao subsiacutedio mensal mdash vice-prefeito
O vice-prefeito exercendo ou natildeo funccedilatildeo executiva na administraccedilatildeo municipal tem direito agrave percepccedilatildeo mensal
do subsiacutedio de vice-prefeito fixado pela cacircmara municipal
41510 Acumulaccedilatildeo de cargos e o respeito ao teto remuneratoacuterio
O provento de aposentadoria subsiacutedio de agente poliacutetico e vencimento pelo exerciacutecio de cargo puacuteblico recebi-
dos aglutinadamente devem observar o teto remuneratoacuterio instituiacutedo pelo inciso XI do art 37 da Constituiccedilatildeo Federal
416 Nepotismo
O significado original da palavra nepotismo eacute governo dos sobrinhos jaacute que eacute derivada de nepoteounipo-
te(sobrinho ou neto em latim) e foi aplicada em referecircncia aos Papas do Renascimento (de Sisto IV a Paulo III) que
nomeavam sobrinhos e outros parentes para posiccedilotildees clericais e administrativas de importacircncia assim como aos Gover-
nantes japoneses tanto no periacuteodo Heian (por volta do ano 669) quanto no comeccedilo do seacuteculo IX (governo da famiacutelia
Fujiwara) e ateacute nos anos 1960 com Kiyomori
Com o sufixo ismo a palavra indica a concessatildeo de privileacutegios ou cargos a parentes no funcionalismo puacuteblico
Distingue-se do favoritismo simples que natildeo implica relaccedilotildees familiares com o favorecido
Em 2008 julgando um dos processos que chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) aquela Corte editou a
Suacutemula 13 com o seguinte texto
Suacutemula vinculante 13 de 210808
ldquoA nomeaccedilatildeo de cocircnjuge companheiro ou parente em linha reta colateral ou por afinidade ateacute o terceiro grau
inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa juriacutedica investido em cargo de direccedilatildeo chefia ou
assessoramento para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou de confianccedila ou ainda de funccedilatildeo gratificada na
administraccedilatildeo puacuteblica direta e indireta em qualquer dos Poderes da Uniatildeo dos Estados do Distrito Federal e dos
Municiacutepios compreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocas viola a Constituiccedilatildeo Federalrdquo
Data de Aprovaccedilatildeo Sessatildeo Plenaacuteria de 21082008Fonte de Publicaccedilatildeo DJe nordm 1622008 p 1 em 2982008DO de
2982008 p 1
Assim fundamentados especialmente nos princiacutepio constitucionais da impessoalidade e da moralidade o maior
oacutergatildeo do Poder Judiciaacuterio brasileiro definiu como proibidas as nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos em comissatildeo ou
funccedilotildees de confianccedila de familiares dos nomeantes em ateacute terceiro grau de parentesco
O parentesco segundo o Coacutedigo Civil (arts 1591 a 1595) eacute identificado em trecircs linhas distintas
a) reta (ascendente e descendente pai matildee avocirc avoacute filho filha neto neta)
b) colaterais (provecircm de um tronco comum mas natildeo descendem uma das outras irmatildeo irmatilde tio tia) e
c) por afinidade (o viacutenculo que se estabelece entre um cocircnjuge e os parentes do outro cocircnjuge)
De ressaltar que a Suacutemula 13 do STF abrangeu o famoso nepotismo cruzado que eacute a combinaccedilatildeo entre nomean-
tes para a contrataccedilatildeo direta de servidores parentes seus de forma cruzada (o parente de um eacute contratado pelo outro e
vice versa) pois ao final do texto consta ldquocompreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocasrdquo
E mantendo a maacutexima de que cada regra tem sua exceccedilatildeo o STF declarou na sequencia (no Recurso Extraordi-
naacuterio nordm 579951RN) que a exceccedilatildeo dessa proibiccedilatildeo seria a possibilidade de nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos poliacuteti-
cos aiacute compreendidos os Ministros de Estado Secretaacuterios de Estado e Secretaacuterios Municipais
Entatildeo dessa data em diante (2982008 publicaccedilatildeo da suacutemula 13 do STF) passou-se a ser proibido o
nepotismoem cargos e funccedilotildees puacuteblicas de livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo
Em resumo quando da ediccedilatildeo da Suacutemula 13 a Corte Maacutexima do Poder Judiciaacuterio paacutetrio definiu que
1 ndash Eacute PROIBIDA A NOMEACcedilAtildeO EM CC OU FG DECOcircNJUGE OU PARENTE DA AUTORIDADE NOMEANTE
OU DE OUTRO SERVIDOR NESTES CARGOS (CC ou FG) ATEacute TERCEIRO GRAU
2 ndash CARGOS DE MINISTROS E SECRETAacuteRIOS PODEM SER OCUPADOS POR PARENTES
Pois bem
Apoacutes a proibiccedilatildeo pelo Supremo e vasta interpretaccedilatildeo do Poder Judiciaacuterio outros pontos natildeo abrangidos (ou es-
clarecidos) pela Suacutemula 13 foram praticamente pacificados
Vejamos os mais relevantes
1ordm ndash A LEI (Ordinaacuteria-Complementar-Orgacircnica) PODE AMPLIAR AS PROIBICcedilOtildeES abrangendo inclusive os Minis-
tros e Secretaacuterios (impedindo a contrataccedilatildeo de parentes ou limitando o nuacutemero de parentes contratados)
2ordm ndash Para a configuraccedilatildeo de nepotismo cruzado soacute se houver prova da reciprocidade Ou seja se ocorrer o ajuste a com-
binaccedilatildeo a troca de favores entre autoridades puacuteblicas
3ordm - Parente de Autoridade Puacuteblica ou de servidor de um mesmo oacutergatildeo poderaacute ocupar CC ou FG se foi nomeado antes
da posse deste
4ordm ndash Servidor efetivo poderaacute ser nomeado em CC ou designado em FG em mesmo oacutergatildeo de Gestor Puacuteblico ou servidor
parente se natildeo for nomeado por ele ou subordinado a ele
5ordm ndash Servidores de um mesmo oacutergatildeo ocupantes de Cargo Comissionado ou Funccedilatildeo de Confianccedila que venham a se tor-
nar um casal depois do ingresso no cargo ou funccedilatildeo e desde que natildeo ocorra subordinaccedilatildeo direta entre si natildeo seraacute con-
siderado nepotismo 6ordm ndash Ex-cocircnjuge comprovadamente podem ser nomeados pelo ex sem caracterizar nepotismo
7ordm ndash Nos casos de requisiccedilatildeocessatildeo de servidores por autoridades ou oacutergatildeos aplicam-se as regras do nepotismo
8ordm ndash Parentesco com autoridades puacuteblicas ou servidores falecidos ou aposentados natildeo incidem a Suacutemula 13
9ordm ndash Contrataccedilatildeo de estagiaacuterios que sejam parentes de autoridades ou servidores do oacutergatildeo concedente do estaacutegio natildeo se
configura nepotismo desde que haja seleccedilatildeo preacutevia
10ordm ndash Contratar sem licitaccedilatildeo pessoa juriacutedica na qual haja administrador ou soacutecio com poder de direccedilatildeo que seja fami-
liar de detentor de cargo em comissatildeo ou funccedilatildeo de confianccedila que atue na aacuterea responsaacutevel pela demanda ou de autori-
dade a ele hierarquicamente superior
Por fim destacar que os caminhos juriacutedicos para exigir a exoneraccedilatildeo de parentes que ocupem cargos comissio-
nados ou funccedilotildees de confianccedila bem como coibir e responsabilizar os agentes puacuteblicos que desrespeitarem a regra cons-
tante da Suacutemula 13 do STF e demais acervo jurisprudencial referentemente ao nepotismo poderaacute ser a Accedilatildeo Civil Puacute-
blica(art 1ordm inciso IV da Lei 734785) ou ateacute mesmo a Reclamaccedilatildeo ao STF (art 102 inciso I aliacutenea l da Constitu-
iccedilatildeo Federal)
Jaacute as consequecircncias juriacutedicas para quem desobedecer agraves normas combatentes do nepotismo possuem as seguin-
tes hipoacuteteses
1ordf ndash Consequecircncias para o servidor nomeado ou designado pela omissatildeo de informar agrave Administraccedilatildeo Puacuteblica o fato de
se encontrar sob o alcance da Suacutemula Vinculante nordm 13 do STF incide o crime de falsidade ideoloacutegica (art 299 do Coacute-
digo Penal) bem como pela manutenccedilatildeo do cargo ou emprego puacuteblico sabendo do impedimento incide em crime de
desobediecircncia agrave decisatildeo judicial (art 359 CP)
2ordf ndash Consequecircncias para o agente poliacutetico pela omissatildeo incide no crime de prevaricaccedilatildeo (art 319 CP) e na esfera
poliacutetico-administrativa incorre no crime de improbidade administrativa (art 11 I e II cc o art 12 III todos da Lei nordm
842992) pode-se aplicar a ele ainda no caso dos prefeitos municipais estaratildeo sujeitos agrave cassaccedilatildeo do mandato eletivo
(Decreto-lei 20167 art 4ordm VII)
417 - GASTOS COM PESSOAL
O paracircmetro a ser empregado nos caacutelculos da despesa com pessoal haacute de ser a Receita Corrente Liquida
ndash RCL conceituada no inciso IV do art 2ordm da LRF
Considera-se despesa com pessoal nos termos do artigo 18 da LFR todas as vantagens vencimentos sa-
laacuterios proventos adicionais gratificaccedilotildees horas extras encargos sociais subsiacutedios dos agentes poliacuteticos e qual-
quer outra espeacutecie remuneratoacuteria
A verificaccedilatildeo das adequaccedilotildees das despesas efetivamente realizadas com pessoal em relaccedilatildeo agrave RCL deveraacute
ocorrer nos termos do artigo 22 da LRF ao final de cada quadrimestre
Os resultados obtidos seratildeo por sua vez informados no Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal correspondente ao
mesmo periacuteodo de apuraccedilatildeo sendo facultado aos Municiacutepios com populaccedilatildeo inferior a cinquumlenta mil habitantes
apurar esse comprometimento ao final de cada semestre (art 62 I e II ldquobrdquo)
Segundo art 20 da LRF a reparticcedilatildeo dos limites globais de cada ente eacute de
PoderEnte Uniatildeo EstadosDF Municiacutepios
Executivo 409 490 540
LegislativoTC 60 60 60
Judiciaacuterio 25 30 -x-
Ministeacuterio Puacuteblico 06 20 x-
Totais 500 600 600
Visando coibir despesas em excesso praticados pelas Cacircmaras Municipais houve emenda constitucional
disciplinando os percentuais destas (EC nordm 252000) sem no entanto disciplinar seu conceito e composiccedilatildeo toda-
via excluiu-se as despesas com inativos resultando em limites diversos em relaccedilatildeo agrave LRF vejamos
Populaccedilatildeo Limites EC 25 (ex-
clui inativos)
Limites LRF
(inclui inativos)
Ateacute 100000 habitantes 56 6
De 100001 a 300000 hab 49 6
De 301000 a 500000 hab 42 6
Acima de 500000 hab 35 6
LRF - art 22
Se a despesa de pessoal exceder a 95 do limite estabelecido no artigo 20 os Poderes e oacutergatildeos que incor-
rem no excesso ficaratildeo vedados de criar cargo emprego ou funccedilatildeo e efetuar provimento de cargo puacuteblico admis-
satildeo ou contrataccedilatildeo de pessoal a qualquer tiacutetulo
Exceccedilatildeo (artigo 22 inciso IV) aacutereas de educaccedilatildeo sauacutede e seguranccedila restringindo-se quando esta se ca-
racterizar por falecimento ou aposentadoria
Para os casos de extrapolaccedilatildeo dos limites determinada pelo artigo 169 da CF88 nos termos do art 23 da
LRF deveraacute o ente propor medidas para sua adequaccedilatildeo com a maior brevidade possiacutevel
Isto posto nos dois quadrimestres seguintes deveraacute observar as providecircncias previstas nos sectsect 3ordm e 4ordm do
art 169 da CF quais sejam
Reduccedilatildeo de pleno menos vinte por cento das despesas com cargos em comissatildeo e funccedilotildees de confianccedila
Exoneraccedilatildeo dos servidores natildeo estaacuteveis
Exoneraccedilatildeo dos servidores estaacuteveis se natildeo alcanccedilada a reduccedilatildeo necessaacuteria com as medidas anteriores desde
que ato normativo de cada Poder especifique a atividade funcional o oacutergatildeo ou unidade administrativa objeto de
reduccedilatildeo de pessoal
O servidor que neste caso perder o cargo faraacute jus a indenizaccedilatildeo correspondente a um mecircs de remunera-
ccedilatildeo por ano de serviccedilos sendo que esta natildeo seraacute computada para fins de despesas com pessoal
Permanecendo o excesso ficaraacute o ente impedido de receber transferecircncias voluntaacuterias
418 - Despesas gerais
4181 - Diaacuterias
a) ndash cobrem hospedagem e alimentaccedilatildeo
b) ndash aplicaccedilatildeo do princiacutepios da razoabilidade proporcionalidade e moralidade
c) ndash devem ser liberadas motivadamente (interesse puacuteblico)
d) ndash dependem de lei autorizatoacuteria
e) ndash podem ser liberadas para participaccedilatildeo em eventos
f) ndash natildeo podem configurar ldquosalaacuteriordquo
g) ndash exigem comprovaccedilatildeo de realizaccedilatildeo do objetivo
h) ndash a partir de 50 do valor da remuneraccedilatildeo incide ir e inss
i) ndash a fixaccedilatildeo do valor pode ser variaacutevel de municiacutepio para municiacutepio
j) ndash fraude ou simulaccedilatildeo no pagamento de diaacuteria acp
4182 - Adiantamentos eacute proibido
4183 -Seguro de vidaeacute possiacutevel
4184 - Vale Transporteeacute possiacutevel
4185 - Plano de sauacutedesoacute para servidoresvereadores natildeo
4186 -Veiacuteculo proacuteprio
Segundo o TCRPR eacute proibido agrave Cacircmara pagar combustiacutevel para veiacuteculos dos vereadores
O TCE-PR alega que a Administraccedilatildeo Puacuteblica natildeo pode arcar com gastos inerentes a despesas com veiacuteculos
particulares dos Edis mesmo que a serviccedilo do Legislativo haja vista a inexistecircncia de contrato precedido de Licitaccedilatildeo e
diante das normas de direito administrativo onde qualquer aquisiccedilatildeo efetuada pelo Poder Puacuteblico depende de contrato
este em regra precedido de licitaccedilatildeo
Alega inclusive que essa despesa eacute estranha ao orccedilamento sem amparo legal
Ateacute em relaccedilatildeo aos servidores o TCE desaconselha o ressarcimento de despesas com combustiacutevel particular
por aplicaccedilatildeo do art 29 da CE89 ou da Lei Orgacircnica Municipal que geralmente preveem incompatibilidade negocial
Vale ressaltar que outros Tribunais de Contas divergem ou convergem com o TCEPR
Vejamos
O TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA PERMITE
PREJULGADO 2082 DO TCESC
ldquoA Cacircmara Municipal pode disciplinar o uso de veiacuteculos oficiais de sua propriedade a exemplo da Lei Estadual ndeg
79871990 (regulamentada pelo Decreto ndeg 34212005) e do Decreto Federal ndeg 64032008 (disciplinado pela Instru-
ccedilatildeo Normativa ndeg 0032008 do Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeordquo
PREJULGADO 1268 DO TCESC
A Cacircmara Municipal poderaacute ressarcir as despesas de combustiacutevel de veiacuteculos particulares desde que (a) previamente
autorizada em lei especiacutefica (b) relacionada a deslocamento dos Vereadores para fora de jurisdiccedilatildeo municipal (c) os
assuntos tratados nas viagens sejam de interesse puacuteblico (d) haja expressa autorizaccedilatildeo da Cacircmara Municipal para a rea-
lizaccedilatildeo da viagem (e) os veiacuteculos utilizados nestas condiccedilotildees estejam previamente cadastrados no oacutergatildeo competente do
Pode Legislativo e (f) sejam aplicaacuteveis somente a casos excepcionais
O TCE DE MG PROIacuteBE
Consulta nordm 810007- TCEMG
Tribunal de Constas do Estado - Cacircmara natildeo pode pagar gasolina para vereadores O relator Cons Elmo Braz adotou o
parecer do Auditor Hamilton Coelho para responder agraves indagaccedilotildees Inicialmente a Auditoria asseverou que o TCEMG
jaacute declarou em diversas oportunidades a ilegalidade do abastecimento de veiacuteculos particulares de vereadores com re-
cursos da Cacircmara ainda que para uso no interesse do oacutergatildeo mencionando nesse sentido a Consulta nordm 810007 (Rel
Cons Eduardo Carone Costa sessatildeo de 030210) ndash v Informativo 17 O Auditor transcreveu parte do parecer exarado
naquela Consulta no sentido de que a utilizaccedilatildeo de veiacuteculo de propriedade particular de vereador mediante contrapresta-
ccedilatildeo (abastecimento) a serviccedilo da Administraccedilatildeo Puacuteblica configuraria contrato de locaccedilatildeo de fato e de que o uso interca-
lado do veiacuteculo ndash ora em caraacuteter particular ora a serviccedilo ndash tornaria difiacutecil a mensuraccedilatildeo do quantum a ser indenizado
redundando em confusatildeo patrimonial envolvendo o agente puacuteblico e o oacutergatildeo contratante
O TCEMT PERMITE
Processo nordm 2073652010 - 19042011
ldquoCAcircMARA MUNICIPAL DE NOVA OLIacuteMPIA CONSULTA CAcircMARA MUNICIPAL VEREADOR VERBA DE
NATUREZA INDENIZATOacuteRIA POSSIBILIDADE SE OBSERVADOS OS REQUISITOS IMPOSSIBILIDADE DE
PAGAMENTO DE DESPESAS COM MANUTENCcedilAtildeO DO GABINETE DO PARLAMENTAR POSSIBILIDADE
DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS COM ABASTECIMENTO DE VEIacuteCULO PARTICULAR DO VEREADOR
E DE ACUMULACcedilAtildeO COM A DIAacuteRIA QUANDO CONTEMPLAREM O RESSARCIMENTO DE DESPESAS
DISTINTAS PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS NOS TERMOS DA LEI QUE A INSTITUIRrdquo
4187 - Passagens
Por se tratar de despesa com caracteriacutesticas muito proacuteprias jaacute que os valores se alteram permanentemente mas eacute
possiacutevel a reduccedilatildeo dos preccedilos sobretudo com descontos sobre a taxa de administraccedilatildeo das agecircncias ou operadoras eacute
recomendaacutevel a realizaccedilatildeo de processo licitatoacuterio afim de promover a economicidade evitar sobrepreccedilos e oportunizar
a competitividade entre os diversos particulares interessados em negociar com a Administraccedilatildeo
Por isso orienta-se agrave promoccedilatildeo do certame licitatoacuterio na modalidade Pregatildeo cujo objeto seja a contrataccedilatildeo de
serviccedilos de agenciamento de viagens para cotaccedilatildeo reserva e fornecimento de passagens (aeacutereas e terrestres) no acircmbito
nacional e internacional se houver interesse
Caso opte pela passagem internacional eacute interessante licitar a emissatildeo de seguro de assistecircncia em viagem in-
ternacional
Especificar que a compra se faraacute por meio de atendimento remoto (e-mail eou telefone)
O tipo aconselhaacutevel eacute o de menor preccedilo escolhendo-se a proposta que ofertar o maior percentual de desconto
sobre o valor ldquodo diardquo disponibilizado e cobrado de todos os puacuteblicos inclusive sobre as tarifas promocionais e reduzi-
das disponiacuteveis no momento da compra excluiacuteda a taxa de embarque
5 Controle
51 Corrupccedilatildeo desvios e fraudes Conceitos
Corrupccedilatildeo eacute o ato ou efeito de se corromper oferecer algo para obter vantagem em negociata onde se favorece
uma pessoa e se prejudica outra
Eacute tirar vantagem do poder atribuiacutedo Corrupccedilatildeo vem do latim corruptus que significa quebrado em peda-
ccedilos O verbo corromper significa tornar-se podre
Desvio na aacuterea puacuteblica significa retirar o caminho normal de alguma coisa Natildeo alcanccedilar o objetivo por
mudanccedila de rota
Geralmente a palavra estaacute ligada agraves alteraccedilotildees que se promovem na ocupaccedilatildeo de cargos ou funccedilotildees no
uso de bens na realizaccedilatildeo de obras e ateacute no destino que se daacute aos recursos financeiros Fraude eacute um esquema iliacutecito ou de maacute feacute criado para obter ganhos para si ou para terceiros
No meio puacuteblico as fraudes geralmente satildeo praticadas atraveacutes de simulaccedilotildees e ajustes visando o aproveitamen-
to iliacutecito de valores benefiacutecios ou do patrimocircnio puacuteblico
52 Conceito e relevacircncia do controle
O controle eacute a ferramenta mais eficaz para se evitar as irregularidades e ilegalidades na atuaccedilatildeo dos po-
deres puacuteblicos
Segundo os mais elaborados estudos e pesquisas a corrupccedilatildeo pode ser maior ou menor dependendo da
proporcionalidade de controle existente
Onde tem menor controle tem maior corrupccedilatildeo e assim vice e versa
E o controle se faz por trecircs principais vias orientaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e puniccedilatildeo No Brasil o combate agrave corrupccedilatildeo no meio puacuteblico vem acontecendo atraveacutes da implementaccedilatildeo de vaacuterios tipos
de controle sobre as verbas recursos e patrimocircnio puacuteblico
Nos uacuteltimos anos melhoraram muito os sistemas de Controle Interno e Externo por iniciativa de cada oacutergatildeo ou
por exigecircncia do povo (diretamente ou atraveacutes das miacutedias)
O Legislativo por iniciativa proacutepria ou por pressatildeo popular tem aprovado inuacutemeros atos para reforccedilar a legisla-
ccedilatildeo paacutetria que afeta a corrupccedilatildeo
Satildeo os exemplos da Lei das Inelegibilidades (LC 6490 reforccedilada pela Lei da Ficha Limpa- LC 1352010) a
Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 1012000) a Lei da Transparecircncia (LC 1312009) a Lei da Informaccedilatildeo
(125272011) e a Lei Anticorrupccedilatildeo (128462013) e tantas outras
O Judiciaacuterio por sua vez e com o apoio das instituiccedilotildees de apuraccedilatildeo a ele ligadas (poliacutecias ministeacuterio puacuteblico
etc) tem punido severamente os corruptos realizando o seu papel sem distinccedilatildeo de cargo ou poder do apenado
Segundo informa o oacutergatildeo denominado de ldquoTransparecircncia Internacionalrdquo em mateacuteria divulgada no mecircs
de dezembro2014 ldquoNeste ano o Brasil obteve a nota 43 em uma escala que vai de 0 (setor puacuteblico visto como extremamente
corrupto) a 100 (extremamente iacutentegro) a mesma pontuaccedilatildeo obtida em 2012
No ano passado o paiacutes havia totalizado 42 pontos
A pontuaccedilatildeo do Brasil se situa exatamente na meacutedia mundial de acordo com o estudo de 43 pontos Nas
Ameacutericas como um todo a meacutedia eacute 45
Mais de dois terccedilos dos 175 paiacuteses que integram o iacutendice obtiveram uma nota inferior a 50
O Brasil estaacute na metade Natildeo eacute um dos piores nem dos melhores Mas natildeo eacute um resultado bom para o
paiacutes que tem feito inuacutemeros esforccedilos para ser um liacuteder econocircmico e poliacutetico disse Salas agrave BBC Brasil O Brasil
quer ser um liacuteder mundial entatildeo tem que mostrar o exemplo Ele ainda estaacute muito distante dos paiacuteses desenvol-
vidos nesse iacutendice ressalta o diretor da Transparecircncia Internacional
Empatados com o Brasil com a mesma pontuaccedilatildeo e lugar no ranking estatildeo paiacuteses como a Itaacutelia a Greacutecia
e a Bulgaacuteria
Para Salas o escacircndalo da Petrobras pode ser positivo para o Brasil se forem tomadas medidas fortes
de combate agrave corrupccedilatildeo
Se a presidente Dilma Roussef aproveitar esse momento para fazer mudanccedilas poderaacute ser algo positivo
diz ele
Se pessoas poderosas e outros culpados nesse escacircndalo forem presos o Brasil poderaacute projetar uma boa
imagem afirma Salas
Se houver tambeacutem reforma poliacutetica e melhorias no sistema de compras puacuteblicas pode ser um momento
histoacuterico para o Brasil Mas se nada mudar seraacute um exemplo negativo diz ele
A Dinamarca eacute a primeira colocada no ranking com 92 pontos um a mais em relaccedilatildeo ao estudo anterior
onde tambeacutem jaacute havia ficado em primeiro lugar
A China e a Turquia estatildeo entre os paiacuteses que mais perderam posiccedilotildees no ranking deste ano
A China que adotou nos uacuteltimos anos medidas de combate agrave corrupccedilatildeo como a proibiccedilatildeo de dar presen-
tes de alto luxo a funcionaacuterios puacuteblicos caiu 20 posiccedilotildees no ranking passando a ocupar o 100deg lugar com 36 pon-
tos
Entre os paiacuteses dos BRICS o Brasil estaacute praticamente empatado com a Aacutefrica do Sul (duas posiccedilotildees aci-
ma do Brasil no ranking) e bem agrave frente da China Iacutendia e Ruacutessiardquo
In httpwwwbbccoukportuguesenoticias201412141202_ranking_transparencia_internacional_brasil_df_lgb
Assim vale agrave pena continuar acreditando na melhora e natildeo cessar a luta pela melhoria dos instrumentos
de controle e combate agrave corrupccedilatildeo
53 O anseio democraacutetico pelo controle
De haacute muito tempo que a populaccedilatildeo anseia por melhoria nos sistemas de controle da coisa puacuteblica
No Brasil que historicamente conviveu com a corrupccedilatildeo na Administraccedilatildeo Puacuteblica a implantaccedilatildeo do re-
gime democraacutetico teve como maior objetivo a participaccedilatildeo do povo no poder (nas coisas do Estado) diretamente
ou atraveacutes de seus legiacutetimos representantes
Com isso espera-se que o povo faccedila parte do governo e que tenha conhecimento do que ocorre com os
bens e valores puacuteblicos enquanto estiverem sob a guarda dos administradores da coisa puacuteblica
Mas natildeo basta trocar as pessoas no comando do eraacuterio
Eacute preciso equipar os sistemas de controle haja vista que natildeo eacute exatamente a iacutendole pessoal que evita a
corrupccedilatildeo e os desvios no meio puacuteblico mas acima de tudo o controle que se faz sobre a coisa (a ocasiatildeo faz o
ladratildeo) O controle eacute exercido de forma irrestrita e ilimitada em todos e por todos os Poderes de Estado estendendo-se a
toda a Administraccedilatildeo e abrangendo todas as suas atividades e agentes sendo classificadas em variados tipos e formas de
atuaccedilatildeo para atingir os seus objetivos
Essas classificaccedilotildees indicam que
(I) O controle administrativo ou executivo eacute aquele exercido pela proacutepria Administraccedilatildeo sobre seus atos e agentes
(II) Controle legislativo ou parlamentar diz respeito ao que o Poder Legislativo imprime sobre atos e agentes do
Poder Executivo
(III) O controle judiciaacuterio eacute o referente agrave correccedilatildeo dos atos ilegais de qualquer dos Poderes pelo Judiciaacuterio quando
lesivos de direito individual ou do patrimocircnio puacuteblico Quanto a forma o controle pode ser sintetizado
bull De acordo com seu fundamento pode ser hieraacuterquico ou finaliacutestico
bull Em razatildeo da localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o exercita pode ser interno ou externo
bull Em virtude do momento em que eacute exercido pode ser preacutevio ou preventivo ou a priori concomitante ou sucessivo e
subsequente ou corretivo ou a posteriore
bull Conforme o aspecto controlado pode ser de legalidade ou de legitimidade e de meacuterito
Outra abordagem do Direito Administrativo eacute apresentada segundo a qual o controle da Administraccedilatildeo Puacuteblica
eacute poder de fiscalizaccedilatildeo e correccedilatildeo que sobre ela exercem os oacutergatildeos dos Poderes Judiciaacuterio Legislativo e Executivo com
o objetivo de garantir a conformidade de sua atuaccedilatildeo com os princiacutepios que lhe satildeo impostos pelo ordenamento juriacutedico
Dentre os pontos comuns observados eacute importante registrar as visotildees sobre os chamados controle externo e
controle interno decorrentes das classificaccedilotildees relativas agrave localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o realiza e quanto agrave integraccedilatildeo do
oacutergatildeo que o executa e agrave estrutura do oacutergatildeo objeto de sua execuccedilatildeo
As atividades do sistema de controle interno satildeo exercidas mediante a utilizaccedilatildeo de teacutecnicas de fiscalizaccedilatildeo e
auditoria as quais consistem no conjunto de processos que viabilizam o alcance dos macro-objetivos do sistema
Fiscalizar consiste na aplicaccedilatildeo de um conjunto de procedimentos pontuais que permitam o exame dos atos da
administraccedilatildeo puacuteblica visando avaliar a execuccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas atuando sobre os resultados efetivos dos pro-
gramas governamentais
54 O Controle Interno
Com previsatildeo desde 1964 (art 76 da Lei 432064 - Lei da Contabilidade Puacuteblica) foi levado agrave regras constitu-
cional em 05 de outubro de 1988 na Carta Maior (art 74) e reforccedilado pela Lei Complementar 1012000(LRF art 54 e
59) mas soacute implementado no Paranaacute a partir de 2008 com a exigecircncia pelo TCE que assim se manifestou a respeito
ldquoO sistema de controle interno eacute o agente de orientaccedilatildeo e integraccedilatildeo dos controles administrativos das enti-
dades componentes da estrutura organizacional e de apoio ao controle externo
Tem por objetivos principais a avaliaccedilatildeo do cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual e a execu-
ccedilatildeo dos programas constantes da LDO e na Lei Orccedilamentaacuteria Anual assegurar a observacircncia das normas e regula-
mentos e assim a legalidade dos atos avaliando os resultados no que se refere agrave eficaacutecia e eficiecircncia da gestatildeo orccedila-
mentaacuteria financeira e patrimonial da administraccedilatildeo
Sua funccedilatildeo inclui a diligecircncia no acompanhar dos procedimentos da administraccedilatildeo e na orientaccedilatildeo do ges-
tor acerca de eventuais desvios de rota e para evitar riscos iminentes que possam provocar danos ao patrimocircnio e agrave
gestatildeo
Juntamente com a contabilidade o controle interno deve velar pelo atendimento das agendas de obrigaccedilotildees
pela certeza do cumprimento dos limites legais seja de pisos de investimentos miacutenimos ou tetos para gastos maacutexi-
mos pela verdade das informaccedilotildees levadas a puacuteblico em face da LRF e suas determinaccedilotildees de transparecircncia da Lei
da Informaccedilatildeo e da proacutepria Lei nordm 432064
Os resultados satisfatoacuterios e sem sobressaltos especialmente em processo de transiccedilatildeo de mandato acentuam
que o controle interno desempenhou seu papel com efetividade e compromisso com a Entidade
O principal embaraccedilo que se tem percebido no processo de estruturaccedilatildeo do controle interno tem ocorrido na
montagem da equipe de trabalho especialmente a natildeo disponibilidade de profissionais com preparo teacutecnico
Existem pequenas prefeituras e cacircmaras municipais onde se verifica ateacute mesmo a simples falta de pessoal
sem atributosrdquoManual de Final de mandato ndash 2012
55 O controle Externo
O controle externo dos poderes municipais ( Executivo e Legislativo) eacute realizado direta e formalmente pelo
Tribunal de Contas que aleacutem de exigir a prestaccedilatildeo de contas anual ainda verifica a lisura e regularidade dos atos e accedilotildees
que envolvam a administraccedilatildeo dos bens e recursos puacuteblicos
A Lei Orgacircnica do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute (LC 1132005) indica que no papel de apoiador do
Poder Legislativo Municipal no controle externo a Corte Administrativa tem a seguinte competecircncia
ldquoArt 1ordm Ao Tribunal de Contas do Estado oacutergatildeo constitucional de controle externo com sede na Capital do Estado
compete nos termos da Constituiccedilatildeo Estadual e na forma estabelecida nesta lei
II ndash julgar as contas dos chefes dos oacutergatildeos do Poder Legislativo estadual e municipal do Poder Judiciaacuterio do Minis-
teacuterio Puacuteblico e deste Tribunalrdquo
Todavia por certo que existem outros oacutergatildeos que de forma indireta realizam o controle externo do poder puacuteblico muni-
cipal como o Ministeacuterio Puacuteblico o Judiciaacuterio e os Observatoacuterios sociais
Eacute posiccedilatildeo paciacutefica entre os estudiosos da Administraccedilatildeo Puacuteblica no mundo que o mais eficiente instrumento de
controle da ldquocoisa puacuteblicardquo eacute a transparecircncia
Pois se o povo acompanha atos e accedilotildees do governo e do governante tanto estes evitam as irregularidades por
temerem o que vai a puacuteblico quanto agravequeles podem julgar com maior facilidade a atuaccedilatildeo de suas lideranccedilas
6 Transparecircncia Puacuteblica no Brasil
Desde o nascimento de nossa paacutetria em 22 de abril de 1500 a populaccedilatildeo jamais teve acesso aacutes formas de utili-
zaccedilatildeo dos bens puacuteblicos e de administraccedilatildeo dos recursos financeiros arrecadados do proacuteprio povo
Tanto a monarquia (ateacute 14 de novembro de 1889) quanto no governo civil que comanda o paiacutes de laacute pra caacute pra-
ticamente todos os gestores natildeo tinham a obrigaccedilatildeo ou o costume de prestar contas de seus atos
Eacute certo que o faziam mas de forma geneacuterica apenas para oacutergatildeos de controle
O povo (contribuinte direta ou indiretamente) natildeo conseguia individualmente saber do que se passava no acircmbi-
to dos Poderes da naccedilatildeo
No entanto com o advento da globalizaccedilatildeo e da evoluccedilatildeo raacutepida e espetacular das tecnologias de comunicaccedilatildeo
houve tambeacutem um grande avanccedilo nos direitos dos cidadatildeos
Aqui no Brasil apoacutes a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 muito se conquistou desses direitos
A proacutepria Carta Magna reservou uma lista grande de direitos e garantias individuais e coletivas (em especial
nos art 5ordm 6ordm e 7ordm)
De toda forma criando verdadeiro divisor na histoacuteria do Brasil a nossa CF88 acendeu nos nacionais o desejo
de conhecer de perto e participar da vida do paiacutes
Mais que isto passou a discutir os seus direitos enquanto membros da naccedilatildeo
Representados no governo tanto nas casas legislativas quanto nos demais poderes (Executivo e Judiciaacuterio)
passamos a conquistar espaccedilo e elaborar instrumentos que exigem (forccedilam) os gestores a dar transparecircncia em sua atua-
ccedilatildeo
Dentre esses instrumentos podemos citar a Lei de Responsabilidade Fiscal que desde o seu nascimento (em
2000) jaacute previa certas obrigaccedilotildees aos governantes para levar ao povo o conhecimento de seus atos e accedilotildees
Mas foi exatamente em 2010 pela Lei Complementar nordm 131 de 27 de maio de 2009 que houve uma implemen-
taccedilatildeo maior da obrigatoriedade de transparecircncia nos meio puacuteblico aplicando-se inclusive regras especiacuteficas sobre a
divulgaccedilatildeo tecnoloacutegica via internet
Com isso desencadeou no Brasil em todos os oacutergatildeos puacuteblicos a obrigaccedilatildeo de publicar mais amplamente as in-
formaccedilotildees que poderiam ter o interesse puacuteblico
Essa eacute a chamada Transparecircncia Ativa pois independentemente de algueacutem solicitar o oacutergatildeo puacuteblico tem a o-
brigaccedilatildeo de divulgar
E diga-se mais
A divulgaccedilatildeo (publicaccedilatildeo) deveraacute ser eficiente e eficaz
Ou seja
O canal disponibilizado deveraacute ser de boa qualidade permitindo o acesso de forma raacutepida e faacutecil e evitando os
subterfuacutegios (mesmo que da tecnologia) para esconder dados e informaccedilotildees
A Lei Complementar Federal nordm 1012000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) exige
que ocorram publicaccedilotildees trimestrais
7 Publicidade Oficial Obrigatoacuteria
Por certo que a fonte primeira para propiciar o controle eacute a publicidade
A princiacutepio publicidade significa ldquolevar a puacuteblicordquo mais no sentido de obediecircncia ao ditame constitucional de
divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees do poder puacuteblico
Inclusive a publicidade foi instituiacuteda como um dos 5 (cinco) princiacutepios baacutesicos da Administraccedilatildeo Puacuteblica (art
37 caput da CF)
Eacute que o legislador constituinte entendeu como sendo prioridade a divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees dos governantes
para que o povo (contribuinte-eleitor) acompanhe as atuaccedilotildees dos eleitos bem como com a coisa puacuteblica
Embasadas na Carta Maior da Repuacuteblica muitas leis editadas depois de 1988 criaram obrigaccedilatildeo de publicar cer-
tos atos quando se tratar de recursos puacuteblicos (financeiros patrimoniais funcionais etc)
Os Atos Oficiais de publicaccedilatildeo obrigatoacuteria devem ser divulgados em um uacutenico meio de comunicaccedilatildeo escolhido
por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-tributaccedilatildeo-
orccedilamentaacuteria)
No caso do Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Licitaccedilatildeo
cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
71 Publicidade oficial Facultativa
A CF de 1988 tambeacutem autorizou despesas com a divulgaccedilatildeo de caraacuteter educativo e informativo ou de orienta-
ccedilatildeo social (art 37 sect1ordm)
No entanto de laacute pra caacute muita polecircmica foi gerada discutindo sobre o que poderia se aceitar referente agraves despe-
sas com publicidade
Eacute que a interpretaccedilatildeo anterior impunha uma separaccedilatildeo severa na publicidade oficial entre a obrigatoacuteria e a fa-
cultativa
Entendia-se que a obrigatoacuteria era apenas aquela especificada na lei como a publicaccedilatildeo de atos como leis de-
cretos portarias resoluccedilotildees editais
Quando se divulgava as accedilotildees do poder puacuteblico questionava-se se aquela despesa se enquadrava como educa-
cional de orientaccedilatildeo social ou de informaccedilatildeo exigida (serviccedilos de utilidade puacuteblica)
72 Publicidade Institucional
Poreacutem com a evoluccedilatildeo do conceito e com a crescente demanda do povo sobre a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico e as
accedilotildees governamentais ampliou-se em muito as possibilidades de realizar despesas para esse fim
Portanto aleacutem da publicaccedilatildeo obrigatoacuteria e daquelas enquadradas como ldquoserviccedilos de utilidade puacuteblicardquo passou-
se a entender que o gestor deva divulgar amplamente as atividades de cada oacutergatildeo puacuteblico para manter a populaccedilatildeo por
dentro dos acontecimentos que envolvem recursos dos contribuintes De certo modo essa divulgaccedilatildeo natildeo obrigatoacuteria pode ser considerada como publicidade institucional pois a-
leacutem de informar ao povo sobre as accedilotildees do oacutergatildeo promove este diante da opiniatildeo puacuteblica fortalecendo-o institucional-
mente
E para essa divulgaccedilatildeo o TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contra-
tar serviccedilos de comunicaccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
No caso de contrataccedilatildeo de agecircncias as regras a serem obedecidas deveratildeo ser aquelas da lei federal nordm
122322010 (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
Resumindo as regras do TCEPR para a comunicaccedilatildeo institucional eacute
1- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010 A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO
para julgar a melhor teacutecnica
2- Para contratar os serviccedilos para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocirc-
nico) programa de raacutedio ou TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo ME-
LHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
Insta lembrar tambeacutem que a partir de 2006 o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a publicar
natildeo apenas seus atos oficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de
internet ou outros serviccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
a)- transmissotildees de sessotildees
b)- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
c)- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
a)- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
b)- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
c)- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
d)- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
e)- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
f)- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Lembrando que existem Atos Oficiais que devem ser obrigatoriamente divulgados em um uacutenico meio de co-
municaccedilatildeo escolhido por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-
tributaccedilatildeo-orccedilamentaacuteria)
E atenccedilatildeo
O Oacutergatildeo Oficial nos Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Li-
citaccedilatildeo cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
Vide Acoacuterdatildeo nordm 409760-5 do TJPR e Processo nordm 22972306 do TCEPR no AVA
Inclusive o Municiacutepio poderaacute optar por apenas um Diaacuterio Oficial Eletrocircnico ou este e mais o Diaacuterio Oficial
Impresso segundo o TCEPR (Acoacuterdatildeo nordm 383013)
Aliaacutes o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a partir de 2006 a publicar natildeo apenas seus atos o-
ficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de internet ou outros servi-
ccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
- transmissotildees de sessotildees
- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Atenccedilatildeo de novo
A lei federal nordm 122322010 criou regras especiacuteficas para a contrataccedilatildeo de serviccedilos de publicidade prestados
por intermeacutedio de agecircncias de propaganda (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
O TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contratar serviccedilos de comuni-
caccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
Resumindo
a)- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010
A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO pa-
ra julgar a melhor teacutecnica
b)- O TCEPR tem se posicionado (vide acoacuterdatildeo 3082012 no AVA) no sentido de que a contrataccedilatildeo dos serviccedilos
para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocircnico) programa de raacutedio ou
TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo MELHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
8 Prestaccedilatildeo de Contas
Sendo mais um dos elementos da Transparecircncia e consequentemente do Controle a Prestaccedilatildeo de Contas enseja
dar conhecimento ao contribuinte do que o gestor faz com os recursos puacuteblicos
Seguindo a evoluccedilatildeo social humana sobretudo apoacutes a identificaccedilatildeo da figura do estado moderno (povo territoacute-
rio governo) a exigecircncia de os governantes ou particulares dar satisfaccedilatildeo aos contribuintes sobre o uso e aplicaccedilatildeo dos
recursos puacuteblicos (financeiros e de bens) tem crescido mais e mais
Jaacute na Declaraccedilatildeo dos Direitos do Homem e do Cidadatildeo elaborada e aceita por muitos povos na era da Revolu-
ccedilatildeo Francesa (1789) consta essa exigecircncia
ldquoArt 15 ndash A Sociedade tem o Direito de pedir conta a todo agente puacuteblico de sua administraccedilatildeordquo
Segundo o texto divulgado no site do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute
ldquoA Prestaccedilatildeo de Contas eacute dever constitucional dos que utilizam arrecadam guardam gerenciam ou administram
dinheiros bens e valores puacuteblicosrdquo
httpwww1tceprgovbrconteudoprestacao-de-contas-municipios214
Resumindo
Com a publicidade e a prestaccedilatildeo de contas ocorre transparecircncia na gestatildeo puacuteblica promovendopermitindo
melhor controle da coisa puacuteblica
Todos satildeo interligados
Bom Estudo
Controle
Transparecircncia
Publicidade
Prestaccedilatildeo de Contas
Satildeo permitidas apenas nas exceccedilotildees indicadas no acoacuterdatildeo 11112008 do TCEPR e Prejulgado nordm 873 do
TCESC
4135 Contrataccedilatildeo de Oscip A sigla OSCIP significa ldquoOrganizaccedilatildeo da Sociedade Civil de Interesse Puacuteblicordquo e pode ser considerada tambeacutem
como ONG (Oacutergatildeo Natildeo Governamental) pois nada mais eacute do que o resultado da iniciativa privada em criar uma pessoa
juriacutedica sem fins lucrativos para atuar em defesa de assuntos ou objetivos de interesse de toda a coletividade ou de
grupos especiacuteficos da sociedade humana
OSCIP poderaacute ser enquadrada ainda como Terceiro Setor
O aporte de recursos puacuteblicos (subvenccedilotildees contribuiccedilotildees doaccedilotildees auxiacutelio) para uma OSCIP eacute possiacutevel desde
que seja por autorizaccedilatildeo legislativa da Cacircmara Municipal local
Conveniar tambeacutem pode desde que seja atraveacutes de processo licitatoacuterio na modalidade Concurso de Projetos
Poreacutem considerando a experiecircncia praticamente generalizada dos Municiacutepios brasileiros bem como as fre-
quentes e alarmantes notiacutecias na miacutedia indicando irregularidades em contratos com Oscips natildeo eacute recomendada a contra-
taccedilatildeo com esse tipo de instituiccedilatildeo
Trata-se de parceria muito complexa difiacutecil de controlar e passiacutevel de inuacutemeras irregularidades que afetaratildeo os
gestores
Por isto em caso de o setor de licitaccedilotildees receber a incumbecircncia de contratar OSCIPs orienta-se a demonstrar ao
setor juriacutedico e ao gestor os riscos e notiacutecias (traacutegicas para os envolvidos) que frequentemente satildeo divulgadas
Aliaacutes basta clicar no google o termo ldquoirregularidades OSCIPrdquo e verificar o grande nuacutemero de notiacutecias ruins
sobre esses relacionamentos
414 Estagiaacuterios
4141 Fundamentaccedilatildeo legal As regras para a contrataccedilatildeo de estagiaacuterios estaacute na Lei federal nordm 117882008
4142 Objetivos do estaacutegio Os sectsect 1ordm e 2ordm da Lei 117882008 dizem que o estaacutegio faz parte do projeto pedagoacutegico do curso aleacutem de inte-
grar o itineraacuterio formativo do educando
Que o estaacutegio visa ao aprendizado de competecircncias proacuteprias da atividade profissional e agrave contextualizaccedilatildeo cur-
ricular objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadatilde e para o trabalho
4143 Podem ser estagiaacuterios bull - estudantes de educaccedilatildeo especial e dos anos finais do ensino fundamental na modalidade profissional de educaccedilatildeo de
jovens e adultos
bull - estudantes do ensino superior da educaccedilatildeo profissional de niacutevel meacutedio e do ensino meacutedio regular
4144 Jornada do estagiaacuterio bull I ndash 4 (quatro) horas diaacuterias e 20 (vinte) horas semanais no caso de estudantes de educaccedilatildeo especial e dos anos finais do
ensino fundamental na modalidade profissional de educaccedilatildeo de jovens e adultos
bull II ndash 6 (seis) horas diaacuterias e 30 (trinta) horas semanais no caso de estudantes do ensino superior da educaccedilatildeo profissional
de niacutevel meacutedio e do ensino meacutedio regular
4145 Partes no contrato de estaacutegio
bull - instituiccedilatildeo de ensino
bull - empresa ou oacutergatildeo concedente do estaacutegio
bull - estudante
bull Agentes de integraccedilatildeo puacuteblicos e privados (CIEE ndash SINE) ndash Esta parte eacute opcional
4146 Prazo maacuteximo de estaacutegio bull DOIS (2) ANOS
bull (obs Deficiente poderaacute aumentar)
4147 Custos do estagiaacuterio bull 1 ndash no estaacutegio obrigatoacuterio o pagamento eacute opcional (bolsa ou salaacuterio)
bull 2 ndash no estaacutegio natildeo obrigatoacuterio o pagamento eacute obrigatoacuterio + vale-transporte
bull 3 ndash a contribuiccedilatildeo previdenciaacuteria eacute opccedilatildeo e por conta do estagiaacuterio
bull 4 ndash contratos acima de um (1) ano o estagiaacuterio tem direito a feacuterias
bull 5 ndash direitos que outros possuam nas aacutereas de sauacutede e seguranccedila no trabalho
bull 6 ndash seguro obrigatoacuterio contra acidentes pessoais
bull 7 ndash natildeo tem direito a FGTS
bull 8 ndash auxilio alimentaccedilatildeo eacute opccedilatildeo do concedente do estaacutegio
4148 Penalizaccedilotildees bull 1 ndash declaraccedilatildeo de viacutenculo empregatiacutecio
bull 2 ndash suspensatildeo por dois (2) anos de conceder estaacutegios
4149 Limites no nuacutemero de estagiaacuterios
bull 1 - a concedente natildeo poderaacute ultrapassar a tabela (20 de estagiaacuterios ndash considerando-se os empregados)
bull 2 ndash 10 das vagas de estaacutegio para deficientes
bull 3 ndash estudantes de niacutevel superior e de niacutevel meacutedio profissional natildeo tem limites
41410 Quem pode ser concedente de estaacutegio bull 1 ndash empresas da iniciativa privada
bull 2 ndash oacutergatildeos puacuteblicos
bull 3 ndash profissionais liberais
41411 Os oacutergatildeos puacuteblicos podem contratar estagiaacuterios
Tribunal de Contas de Santa Catarina ndash TCESC Prejulgados 2114
Processo CON-1100052280
Parecer COG 962011
Decisatildeo 19242012
Origem Cacircmara Municipal de Penha
Relator Cleber Muniz Gavi
Data da Sessatildeo 14052012
Data do Diaacuterio Oficial 17052012
ldquoNo acircmbito da Administraccedilatildeo Puacuteblica a contrataccedilatildeo de estagiaacuterios reger-se-aacute pelas normas da Lei n 1178808
podendo os entes federados complementar a mateacuteria atraveacutes de lei localrdquo
41412 Seleccedilatildeo
Poreacutem eacute exigiacutevel o processo licitatoacuterio para escolha do agente de seleccedilatildeo e pagamento das bolsas
Protocolo nordm 32034107
Relator Conselheiro Hermas Eurides Brandatildeo
Decisatildeo Acoacuterdatildeo nordm 181907 - Tribunal Pleno
Sessatildeo Tribunal Pleno Sessatildeo Ordinaacuteria nordm 46 de 131207
Publicaccedilatildeo no Atos Oficiais do Tribunal de Contas nordm133 de 250108
Suacutemula nordm 06
Enunciado ldquoOs acordos que tenham por objeto a seleccedilatildeo e o
pagamento de bolsas a estagiaacuterios da Administraccedilatildeo Puacuteblica celebrados de um lado por oacutergatildeo ou entidade da Adminis-
traccedilatildeo e de outro por ente puacuteblico ou privado com ou sem fins lucrativos tecircm natureza juriacutedica de CONTRATO AD-
MINISTRATIVO cuja celebraccedilatildeo submete-se a todas as regras fixadas na Lei nordf866693 devendo ser precedido de
procedimento licitatoacuteriordquo
41413 Registro contaacutebil dos gastos com estagiaacuterio
Acoacuterdatildeo 8282006 do Tribunal Pleno do TCEPR
Decisatildeo proferida em 22062006
Processo 3725572005
Origem Cacircmara Municipal de Campo Largo
Interessado Presidente da Cacircmara
Relator Conselheiro Fernando Augusto Mello Guimaratildees
ldquoEmenta consulta - sobre a inclusatildeo das despesas com estagiaacuterios em gastos com educaccedilatildeo - impossibilidade - gastos
com estagiaacuterios devem ser incluiacutedos no elemento outros serviccedilos de terceiros-pessoa fiacutesica relativos ao setor em que o
estagiaacuterio exerce suas atividades
41414 Nepotismo
Poderaacute ser contratado parente como estagiaacuterio desde que a empresa intermediaacuteria tenha realizado a seleccedilatildeo
41415 Cuidados do concedente oacutergatildeo puacuteblico
bull 1 ndash constatar a existecircncia de dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria
bull 2 ndash realizar licitaccedilatildeo para contratar a empresa intermediaacuteria (agentes de integraccedilatildeo puacuteblicos e privados ndash aquela que faraacute
a seleccedilatildeo e o pagamento de bolsas)
bull 3 ndash verificar se a empresa realizou a seleccedilatildeo do estagiaacuterio contratado
bull 4 ndash indicar orientador e supervisor
bull 5 ndash atribuir tarefas proacuteprias do curso
bull 6 ndash cumprir as regras legais (jornada-prazo-outras exigecircncias do contrato)
415 Acumulaccedilatildeo de cargos puacuteblicos
A Constituiccedilatildeo Federal no art 37 XVI estabelece os casos em que eacute permitida a acumulaccedilatildeo de cargos em-
pregos e funccedilotildees nas administraccedilotildees direta e indireta nas empresas puacuteblicas e nas sociedades de economia mista
Em face da complexidade da mateacuteria e da dificuldade de interpretaccedilatildeo do dispositivo constitucional o tema tem
suscitado muitas duacutevidas na administraccedilatildeo municipal
A seguir apresenta-se em siacutentese a orientaccedilatildeo firmada pelos Tribunais de Contas sobre a mateacuteria
4151 Cargo de professor com outro cargo teacutecnico ou cientiacutefico
Eacute permitido ao professor efetivo estadual atendidos aos preceitos do art 37 II da Constituiccedilatildeo Federal ser
nomeado para cargo teacutecnico ou cientiacutefico no municiacutepio havendo compatibilidade de horaacuterio respeitado o limite da jor-
nada de trabalho fixada no art 7ordm XIII combinado com o art 39 sect 3ordm ambos da Constituiccedilatildeo Federal
Natildeo eacute possiacutevel ao servidor puacuteblico que jaacute acumula cargo efetivo de professor com cargo teacutecnico ou cientiacutefico
receber cumulativamente a remuneraccedilatildeode secretaacuterio municipal ante a vedaccedilatildeo do art 37 XVI e XVII da Constituiccedilatildeo
Federal
4152 Cargo efetivo com cargo de secretaacuterio municipal
O servidor puacuteblico efetivo municipal ocupante de cargo de secretaacuterio do mesmo municiacutepio desde que autoriza-
do pela legislaccedilatildeo local pode optar entre a remuneraccedilatildeo do cargo efetivo e o subsiacutedio do cargo de secretaacuterio vedada a
percepccedilatildeo cumulativa
Caso o servidor efetivo municipal opte pelo subsiacutedio legalmente instituiacutedo para o cargo de secretaacuterio do mesmo
municiacutepio somente poderaacute perceber o valor correspondente ao subsiacutedio sem adicional gratificaccedilatildeo ou qualquer outro
estipecircndio nos termos do sect 4ordm do art 39 da Constituiccedilatildeo Federal
4153 Cargo em comissatildeo com cargo efetivo
A Constituiccedilatildeo Federal (art 37 XVI e XVII) natildeo permite a acumulaccedilatildeo remunerada de cargo de provimento e-
fetivo com a de cargo de provimento em comissatildeo
4154 Dois cargos em comissatildeo
A acumulaccedilatildeo remunerada de dois cargos comissionados eacute vedada pelo art 37 XVI da Constituiccedilatildeo Federal
Eacute incompatiacutevel a acumulaccedilatildeo de dois cargos em comissatildeo no acircmbito da Administraccedilatildeo Puacuteblica quaisquer que
sejam os poderes ou esferas por natildeo se enquadrar nas exceccedilotildees passiacuteveis de acumulaccedilatildeo estabelecidas pelo art 37 XVI
da Constituiccedilatildeo Federal
4155 Proventos de aposentadoria com a remuneraccedilatildeo de cargo efetivo
Eacute permitido ao servidor inativo retornar ao exerciacutecio da funccedilatildeo puacuteblica acumulando proventos e vencimentos
nos casos permitidos pelo sect 10 do art 37 da Constituiccedilatildeo Federal
O servidor puacuteblico aposentado pelo estado ou pelo municiacutepio com fundamento no arts 40 ou 42 da Constitui-
ccedilatildeo Federal que presta concurso puacuteblico e eacute nomeado para ocupar cargo puacuteblico municipal deve optar entre os proven-
tos da aposentadoria e a remuneraccedilatildeo do cargo em conformidade com o disposto no art 37 sect 10 da Constituiccedilatildeo Fede-
ral salvo os casos de acumulaccedilatildeo previstos nos arts 37 XVI 95 paraacutegrafo uacutenico I e 128 sect 5ordm II aliacutenea d da Consti-
tuiccedilatildeo Federal
4156 Proventos de aposentadoria com a remuneraccedilatildeo de cargo em comissatildeo
Eacute permitido ao servidor puacuteblico inativo sem viacutecio de acumulaccedilatildeo indevida exercer cargo de provimento em
comissatildeo acumulando proventos e vencimentos
4157 Permanecircncia do servidor no cargo ou emprego puacuteblico apoacutes a aposentadoria
Ao servidor puacuteblico natildeo eacute possiacutevel quando se aposenta continuar exercendo normalmente suas funccedilotildees jaacute que
eacute vedada a acumulaccedilatildeo remunerada de cargos puacuteblicos ressalvando-se a aposentadoria voluntaacuteria do empregado de
empresa puacuteblica ou sociedade de economia mista
4158 Acumulaccedilatildeo de cargos com o exerciacutecio de mandato eletivo
41581) Cargo efetivo com mandato de vereador
O vereador que for investido em cargo puacuteblico efetivo ou emprego puacuteblico do estado ou do municiacutepio apoacutes a-
provaccedilatildeo em concurso puacuteblico poderaacute tomar posse no cargo efetivo sem prejuiacutezo do mandato de vereador
O exerciacutecio concomitante do cargo puacuteblico efetivo e do mandato de vereador somente eacute possiacutevel quando houver
compatibilidade de horaacuterios
Neste caso o vereador poderaacute acumular as respectivas funccedilotildees bem como a remuneraccedilatildeo e as demais vantagens
do cargo efetivo com o subsiacutedio do mandato
Natildeo havendo compatibilidade de horaacuterios o agente seraacute afastado do exerciacutecio do cargo ou emprego sendo-lhe
facultado optar pela remuneraccedilatildeo do cargo efetivo ou do emprego
41582 Cargo comissionado com mandato de vereador
Eacute ilegiacutetimo o exerciacutecio concomitante de cargo em comissatildeo pertencente agrave estrutura do Poder executivo munici-
pal com o mandato de vereador em decorrecircncia do princiacutepio da separaccedilatildeo das funccedilotildees estatais uma vez que na relaccedilatildeo
decorrente do cargo comissionado haveraacute submissatildeo do vereador aos comandos do chefe do Poder executivo municipal
incompatiacutevel com o exerciacutecio da vereanccedila
41583 Acumulaccedilatildeo de cargo de meacutedico com o exerciacutecio do mandato de prefeito
O servidor puacuteblico ocupante de cargo efetivo ou emprego puacuteblico de meacutedico pertencente agrave estrutura do Poder
executivo eleito prefeito deve se afastar do cargo ou emprego sendo-lhe facultado optar pela remuneraccedilatildeo do cargo ou
emprego nos termos do art 38 II da Constituiccedilatildeo Federal
Enquanto permanecer no exerciacutecio do mandato de prefeito o ocupante de cargo ou emprego de meacutedico natildeo po-
de realizar serviccedilos profissionais pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede (SuS) com habitualidade incluindo o meacutetodo de creden-
ciamento por caracterizar acumulaccedilatildeo remunerada de funccedilotildees puacuteblicas
Salvo vedaccedilatildeo na Lei Orgacircnica do municiacutepio o meacutedico em exerciacutecio do cargo de prefeito natildeo estaacute impedido de
realizar procedimento ciruacutergico em casos excepcionais para atendimentos emergenciais cuja recusa possa caracterizar
omissatildeo de socorro
41584 Acumulaccedilatildeo de cargo efetivo com mandato de vice prefeito
Eacute inconstitucional a acumulaccedilatildeo da remuneraccedilatildeo de cargo efetivo com o subsiacutedio de vice-prefeito em face da
inaplicabilidade agrave espeacutecie da norma do art 38 III da Constituiccedilatildeo Federal que se restringe tatildeo somente ao vereador
Entretanto o servidor puacuteblico efetivo que ver a exercer mandato de vice-prefeito pode optar entre a remunera-
ccedilatildeo do cargo e o subsiacutedio de vice-prefeito
Caso o servidor faccedila a opccedilatildeo pelo subsiacutedio teraacute direito ao recebimento apenas do valor correspondente ao sub-
siacutedio (parcela uacutenica) ficando vedado o pagamento de adicional gratificaccedilatildeo ou quaisquer outras vantagens do cargo
efetivo nos termos do sect 4ordm do art 39 da Constituiccedilatildeo Federal
41585 Acumulaccedilatildeo de cargo de vice prefeito com cargo comissionado
O vice-prefeito designado para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou funccedilatildeo de confianccedila no acircmbito do Poder
Executivo deveraacute optar entre o subsiacutedio de vice-prefeito e a remuneraccedilatildeo do cargo ou da funccedilatildeo
O vice-prefeito investido no cargo de secretaacuterio municipal deveraacute optar entre o subsiacutedio afeto ao mandato eleti-
vo e o vencimento do respectivo cargo
4159 Direito ao subsiacutedio mensal mdash vice-prefeito
O vice-prefeito exercendo ou natildeo funccedilatildeo executiva na administraccedilatildeo municipal tem direito agrave percepccedilatildeo mensal
do subsiacutedio de vice-prefeito fixado pela cacircmara municipal
41510 Acumulaccedilatildeo de cargos e o respeito ao teto remuneratoacuterio
O provento de aposentadoria subsiacutedio de agente poliacutetico e vencimento pelo exerciacutecio de cargo puacuteblico recebi-
dos aglutinadamente devem observar o teto remuneratoacuterio instituiacutedo pelo inciso XI do art 37 da Constituiccedilatildeo Federal
416 Nepotismo
O significado original da palavra nepotismo eacute governo dos sobrinhos jaacute que eacute derivada de nepoteounipo-
te(sobrinho ou neto em latim) e foi aplicada em referecircncia aos Papas do Renascimento (de Sisto IV a Paulo III) que
nomeavam sobrinhos e outros parentes para posiccedilotildees clericais e administrativas de importacircncia assim como aos Gover-
nantes japoneses tanto no periacuteodo Heian (por volta do ano 669) quanto no comeccedilo do seacuteculo IX (governo da famiacutelia
Fujiwara) e ateacute nos anos 1960 com Kiyomori
Com o sufixo ismo a palavra indica a concessatildeo de privileacutegios ou cargos a parentes no funcionalismo puacuteblico
Distingue-se do favoritismo simples que natildeo implica relaccedilotildees familiares com o favorecido
Em 2008 julgando um dos processos que chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) aquela Corte editou a
Suacutemula 13 com o seguinte texto
Suacutemula vinculante 13 de 210808
ldquoA nomeaccedilatildeo de cocircnjuge companheiro ou parente em linha reta colateral ou por afinidade ateacute o terceiro grau
inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa juriacutedica investido em cargo de direccedilatildeo chefia ou
assessoramento para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou de confianccedila ou ainda de funccedilatildeo gratificada na
administraccedilatildeo puacuteblica direta e indireta em qualquer dos Poderes da Uniatildeo dos Estados do Distrito Federal e dos
Municiacutepios compreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocas viola a Constituiccedilatildeo Federalrdquo
Data de Aprovaccedilatildeo Sessatildeo Plenaacuteria de 21082008Fonte de Publicaccedilatildeo DJe nordm 1622008 p 1 em 2982008DO de
2982008 p 1
Assim fundamentados especialmente nos princiacutepio constitucionais da impessoalidade e da moralidade o maior
oacutergatildeo do Poder Judiciaacuterio brasileiro definiu como proibidas as nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos em comissatildeo ou
funccedilotildees de confianccedila de familiares dos nomeantes em ateacute terceiro grau de parentesco
O parentesco segundo o Coacutedigo Civil (arts 1591 a 1595) eacute identificado em trecircs linhas distintas
a) reta (ascendente e descendente pai matildee avocirc avoacute filho filha neto neta)
b) colaterais (provecircm de um tronco comum mas natildeo descendem uma das outras irmatildeo irmatilde tio tia) e
c) por afinidade (o viacutenculo que se estabelece entre um cocircnjuge e os parentes do outro cocircnjuge)
De ressaltar que a Suacutemula 13 do STF abrangeu o famoso nepotismo cruzado que eacute a combinaccedilatildeo entre nomean-
tes para a contrataccedilatildeo direta de servidores parentes seus de forma cruzada (o parente de um eacute contratado pelo outro e
vice versa) pois ao final do texto consta ldquocompreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocasrdquo
E mantendo a maacutexima de que cada regra tem sua exceccedilatildeo o STF declarou na sequencia (no Recurso Extraordi-
naacuterio nordm 579951RN) que a exceccedilatildeo dessa proibiccedilatildeo seria a possibilidade de nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos poliacuteti-
cos aiacute compreendidos os Ministros de Estado Secretaacuterios de Estado e Secretaacuterios Municipais
Entatildeo dessa data em diante (2982008 publicaccedilatildeo da suacutemula 13 do STF) passou-se a ser proibido o
nepotismoem cargos e funccedilotildees puacuteblicas de livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo
Em resumo quando da ediccedilatildeo da Suacutemula 13 a Corte Maacutexima do Poder Judiciaacuterio paacutetrio definiu que
1 ndash Eacute PROIBIDA A NOMEACcedilAtildeO EM CC OU FG DECOcircNJUGE OU PARENTE DA AUTORIDADE NOMEANTE
OU DE OUTRO SERVIDOR NESTES CARGOS (CC ou FG) ATEacute TERCEIRO GRAU
2 ndash CARGOS DE MINISTROS E SECRETAacuteRIOS PODEM SER OCUPADOS POR PARENTES
Pois bem
Apoacutes a proibiccedilatildeo pelo Supremo e vasta interpretaccedilatildeo do Poder Judiciaacuterio outros pontos natildeo abrangidos (ou es-
clarecidos) pela Suacutemula 13 foram praticamente pacificados
Vejamos os mais relevantes
1ordm ndash A LEI (Ordinaacuteria-Complementar-Orgacircnica) PODE AMPLIAR AS PROIBICcedilOtildeES abrangendo inclusive os Minis-
tros e Secretaacuterios (impedindo a contrataccedilatildeo de parentes ou limitando o nuacutemero de parentes contratados)
2ordm ndash Para a configuraccedilatildeo de nepotismo cruzado soacute se houver prova da reciprocidade Ou seja se ocorrer o ajuste a com-
binaccedilatildeo a troca de favores entre autoridades puacuteblicas
3ordm - Parente de Autoridade Puacuteblica ou de servidor de um mesmo oacutergatildeo poderaacute ocupar CC ou FG se foi nomeado antes
da posse deste
4ordm ndash Servidor efetivo poderaacute ser nomeado em CC ou designado em FG em mesmo oacutergatildeo de Gestor Puacuteblico ou servidor
parente se natildeo for nomeado por ele ou subordinado a ele
5ordm ndash Servidores de um mesmo oacutergatildeo ocupantes de Cargo Comissionado ou Funccedilatildeo de Confianccedila que venham a se tor-
nar um casal depois do ingresso no cargo ou funccedilatildeo e desde que natildeo ocorra subordinaccedilatildeo direta entre si natildeo seraacute con-
siderado nepotismo 6ordm ndash Ex-cocircnjuge comprovadamente podem ser nomeados pelo ex sem caracterizar nepotismo
7ordm ndash Nos casos de requisiccedilatildeocessatildeo de servidores por autoridades ou oacutergatildeos aplicam-se as regras do nepotismo
8ordm ndash Parentesco com autoridades puacuteblicas ou servidores falecidos ou aposentados natildeo incidem a Suacutemula 13
9ordm ndash Contrataccedilatildeo de estagiaacuterios que sejam parentes de autoridades ou servidores do oacutergatildeo concedente do estaacutegio natildeo se
configura nepotismo desde que haja seleccedilatildeo preacutevia
10ordm ndash Contratar sem licitaccedilatildeo pessoa juriacutedica na qual haja administrador ou soacutecio com poder de direccedilatildeo que seja fami-
liar de detentor de cargo em comissatildeo ou funccedilatildeo de confianccedila que atue na aacuterea responsaacutevel pela demanda ou de autori-
dade a ele hierarquicamente superior
Por fim destacar que os caminhos juriacutedicos para exigir a exoneraccedilatildeo de parentes que ocupem cargos comissio-
nados ou funccedilotildees de confianccedila bem como coibir e responsabilizar os agentes puacuteblicos que desrespeitarem a regra cons-
tante da Suacutemula 13 do STF e demais acervo jurisprudencial referentemente ao nepotismo poderaacute ser a Accedilatildeo Civil Puacute-
blica(art 1ordm inciso IV da Lei 734785) ou ateacute mesmo a Reclamaccedilatildeo ao STF (art 102 inciso I aliacutenea l da Constitu-
iccedilatildeo Federal)
Jaacute as consequecircncias juriacutedicas para quem desobedecer agraves normas combatentes do nepotismo possuem as seguin-
tes hipoacuteteses
1ordf ndash Consequecircncias para o servidor nomeado ou designado pela omissatildeo de informar agrave Administraccedilatildeo Puacuteblica o fato de
se encontrar sob o alcance da Suacutemula Vinculante nordm 13 do STF incide o crime de falsidade ideoloacutegica (art 299 do Coacute-
digo Penal) bem como pela manutenccedilatildeo do cargo ou emprego puacuteblico sabendo do impedimento incide em crime de
desobediecircncia agrave decisatildeo judicial (art 359 CP)
2ordf ndash Consequecircncias para o agente poliacutetico pela omissatildeo incide no crime de prevaricaccedilatildeo (art 319 CP) e na esfera
poliacutetico-administrativa incorre no crime de improbidade administrativa (art 11 I e II cc o art 12 III todos da Lei nordm
842992) pode-se aplicar a ele ainda no caso dos prefeitos municipais estaratildeo sujeitos agrave cassaccedilatildeo do mandato eletivo
(Decreto-lei 20167 art 4ordm VII)
417 - GASTOS COM PESSOAL
O paracircmetro a ser empregado nos caacutelculos da despesa com pessoal haacute de ser a Receita Corrente Liquida
ndash RCL conceituada no inciso IV do art 2ordm da LRF
Considera-se despesa com pessoal nos termos do artigo 18 da LFR todas as vantagens vencimentos sa-
laacuterios proventos adicionais gratificaccedilotildees horas extras encargos sociais subsiacutedios dos agentes poliacuteticos e qual-
quer outra espeacutecie remuneratoacuteria
A verificaccedilatildeo das adequaccedilotildees das despesas efetivamente realizadas com pessoal em relaccedilatildeo agrave RCL deveraacute
ocorrer nos termos do artigo 22 da LRF ao final de cada quadrimestre
Os resultados obtidos seratildeo por sua vez informados no Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal correspondente ao
mesmo periacuteodo de apuraccedilatildeo sendo facultado aos Municiacutepios com populaccedilatildeo inferior a cinquumlenta mil habitantes
apurar esse comprometimento ao final de cada semestre (art 62 I e II ldquobrdquo)
Segundo art 20 da LRF a reparticcedilatildeo dos limites globais de cada ente eacute de
PoderEnte Uniatildeo EstadosDF Municiacutepios
Executivo 409 490 540
LegislativoTC 60 60 60
Judiciaacuterio 25 30 -x-
Ministeacuterio Puacuteblico 06 20 x-
Totais 500 600 600
Visando coibir despesas em excesso praticados pelas Cacircmaras Municipais houve emenda constitucional
disciplinando os percentuais destas (EC nordm 252000) sem no entanto disciplinar seu conceito e composiccedilatildeo toda-
via excluiu-se as despesas com inativos resultando em limites diversos em relaccedilatildeo agrave LRF vejamos
Populaccedilatildeo Limites EC 25 (ex-
clui inativos)
Limites LRF
(inclui inativos)
Ateacute 100000 habitantes 56 6
De 100001 a 300000 hab 49 6
De 301000 a 500000 hab 42 6
Acima de 500000 hab 35 6
LRF - art 22
Se a despesa de pessoal exceder a 95 do limite estabelecido no artigo 20 os Poderes e oacutergatildeos que incor-
rem no excesso ficaratildeo vedados de criar cargo emprego ou funccedilatildeo e efetuar provimento de cargo puacuteblico admis-
satildeo ou contrataccedilatildeo de pessoal a qualquer tiacutetulo
Exceccedilatildeo (artigo 22 inciso IV) aacutereas de educaccedilatildeo sauacutede e seguranccedila restringindo-se quando esta se ca-
racterizar por falecimento ou aposentadoria
Para os casos de extrapolaccedilatildeo dos limites determinada pelo artigo 169 da CF88 nos termos do art 23 da
LRF deveraacute o ente propor medidas para sua adequaccedilatildeo com a maior brevidade possiacutevel
Isto posto nos dois quadrimestres seguintes deveraacute observar as providecircncias previstas nos sectsect 3ordm e 4ordm do
art 169 da CF quais sejam
Reduccedilatildeo de pleno menos vinte por cento das despesas com cargos em comissatildeo e funccedilotildees de confianccedila
Exoneraccedilatildeo dos servidores natildeo estaacuteveis
Exoneraccedilatildeo dos servidores estaacuteveis se natildeo alcanccedilada a reduccedilatildeo necessaacuteria com as medidas anteriores desde
que ato normativo de cada Poder especifique a atividade funcional o oacutergatildeo ou unidade administrativa objeto de
reduccedilatildeo de pessoal
O servidor que neste caso perder o cargo faraacute jus a indenizaccedilatildeo correspondente a um mecircs de remunera-
ccedilatildeo por ano de serviccedilos sendo que esta natildeo seraacute computada para fins de despesas com pessoal
Permanecendo o excesso ficaraacute o ente impedido de receber transferecircncias voluntaacuterias
418 - Despesas gerais
4181 - Diaacuterias
a) ndash cobrem hospedagem e alimentaccedilatildeo
b) ndash aplicaccedilatildeo do princiacutepios da razoabilidade proporcionalidade e moralidade
c) ndash devem ser liberadas motivadamente (interesse puacuteblico)
d) ndash dependem de lei autorizatoacuteria
e) ndash podem ser liberadas para participaccedilatildeo em eventos
f) ndash natildeo podem configurar ldquosalaacuteriordquo
g) ndash exigem comprovaccedilatildeo de realizaccedilatildeo do objetivo
h) ndash a partir de 50 do valor da remuneraccedilatildeo incide ir e inss
i) ndash a fixaccedilatildeo do valor pode ser variaacutevel de municiacutepio para municiacutepio
j) ndash fraude ou simulaccedilatildeo no pagamento de diaacuteria acp
4182 - Adiantamentos eacute proibido
4183 -Seguro de vidaeacute possiacutevel
4184 - Vale Transporteeacute possiacutevel
4185 - Plano de sauacutedesoacute para servidoresvereadores natildeo
4186 -Veiacuteculo proacuteprio
Segundo o TCRPR eacute proibido agrave Cacircmara pagar combustiacutevel para veiacuteculos dos vereadores
O TCE-PR alega que a Administraccedilatildeo Puacuteblica natildeo pode arcar com gastos inerentes a despesas com veiacuteculos
particulares dos Edis mesmo que a serviccedilo do Legislativo haja vista a inexistecircncia de contrato precedido de Licitaccedilatildeo e
diante das normas de direito administrativo onde qualquer aquisiccedilatildeo efetuada pelo Poder Puacuteblico depende de contrato
este em regra precedido de licitaccedilatildeo
Alega inclusive que essa despesa eacute estranha ao orccedilamento sem amparo legal
Ateacute em relaccedilatildeo aos servidores o TCE desaconselha o ressarcimento de despesas com combustiacutevel particular
por aplicaccedilatildeo do art 29 da CE89 ou da Lei Orgacircnica Municipal que geralmente preveem incompatibilidade negocial
Vale ressaltar que outros Tribunais de Contas divergem ou convergem com o TCEPR
Vejamos
O TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA PERMITE
PREJULGADO 2082 DO TCESC
ldquoA Cacircmara Municipal pode disciplinar o uso de veiacuteculos oficiais de sua propriedade a exemplo da Lei Estadual ndeg
79871990 (regulamentada pelo Decreto ndeg 34212005) e do Decreto Federal ndeg 64032008 (disciplinado pela Instru-
ccedilatildeo Normativa ndeg 0032008 do Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeordquo
PREJULGADO 1268 DO TCESC
A Cacircmara Municipal poderaacute ressarcir as despesas de combustiacutevel de veiacuteculos particulares desde que (a) previamente
autorizada em lei especiacutefica (b) relacionada a deslocamento dos Vereadores para fora de jurisdiccedilatildeo municipal (c) os
assuntos tratados nas viagens sejam de interesse puacuteblico (d) haja expressa autorizaccedilatildeo da Cacircmara Municipal para a rea-
lizaccedilatildeo da viagem (e) os veiacuteculos utilizados nestas condiccedilotildees estejam previamente cadastrados no oacutergatildeo competente do
Pode Legislativo e (f) sejam aplicaacuteveis somente a casos excepcionais
O TCE DE MG PROIacuteBE
Consulta nordm 810007- TCEMG
Tribunal de Constas do Estado - Cacircmara natildeo pode pagar gasolina para vereadores O relator Cons Elmo Braz adotou o
parecer do Auditor Hamilton Coelho para responder agraves indagaccedilotildees Inicialmente a Auditoria asseverou que o TCEMG
jaacute declarou em diversas oportunidades a ilegalidade do abastecimento de veiacuteculos particulares de vereadores com re-
cursos da Cacircmara ainda que para uso no interesse do oacutergatildeo mencionando nesse sentido a Consulta nordm 810007 (Rel
Cons Eduardo Carone Costa sessatildeo de 030210) ndash v Informativo 17 O Auditor transcreveu parte do parecer exarado
naquela Consulta no sentido de que a utilizaccedilatildeo de veiacuteculo de propriedade particular de vereador mediante contrapresta-
ccedilatildeo (abastecimento) a serviccedilo da Administraccedilatildeo Puacuteblica configuraria contrato de locaccedilatildeo de fato e de que o uso interca-
lado do veiacuteculo ndash ora em caraacuteter particular ora a serviccedilo ndash tornaria difiacutecil a mensuraccedilatildeo do quantum a ser indenizado
redundando em confusatildeo patrimonial envolvendo o agente puacuteblico e o oacutergatildeo contratante
O TCEMT PERMITE
Processo nordm 2073652010 - 19042011
ldquoCAcircMARA MUNICIPAL DE NOVA OLIacuteMPIA CONSULTA CAcircMARA MUNICIPAL VEREADOR VERBA DE
NATUREZA INDENIZATOacuteRIA POSSIBILIDADE SE OBSERVADOS OS REQUISITOS IMPOSSIBILIDADE DE
PAGAMENTO DE DESPESAS COM MANUTENCcedilAtildeO DO GABINETE DO PARLAMENTAR POSSIBILIDADE
DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS COM ABASTECIMENTO DE VEIacuteCULO PARTICULAR DO VEREADOR
E DE ACUMULACcedilAtildeO COM A DIAacuteRIA QUANDO CONTEMPLAREM O RESSARCIMENTO DE DESPESAS
DISTINTAS PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS NOS TERMOS DA LEI QUE A INSTITUIRrdquo
4187 - Passagens
Por se tratar de despesa com caracteriacutesticas muito proacuteprias jaacute que os valores se alteram permanentemente mas eacute
possiacutevel a reduccedilatildeo dos preccedilos sobretudo com descontos sobre a taxa de administraccedilatildeo das agecircncias ou operadoras eacute
recomendaacutevel a realizaccedilatildeo de processo licitatoacuterio afim de promover a economicidade evitar sobrepreccedilos e oportunizar
a competitividade entre os diversos particulares interessados em negociar com a Administraccedilatildeo
Por isso orienta-se agrave promoccedilatildeo do certame licitatoacuterio na modalidade Pregatildeo cujo objeto seja a contrataccedilatildeo de
serviccedilos de agenciamento de viagens para cotaccedilatildeo reserva e fornecimento de passagens (aeacutereas e terrestres) no acircmbito
nacional e internacional se houver interesse
Caso opte pela passagem internacional eacute interessante licitar a emissatildeo de seguro de assistecircncia em viagem in-
ternacional
Especificar que a compra se faraacute por meio de atendimento remoto (e-mail eou telefone)
O tipo aconselhaacutevel eacute o de menor preccedilo escolhendo-se a proposta que ofertar o maior percentual de desconto
sobre o valor ldquodo diardquo disponibilizado e cobrado de todos os puacuteblicos inclusive sobre as tarifas promocionais e reduzi-
das disponiacuteveis no momento da compra excluiacuteda a taxa de embarque
5 Controle
51 Corrupccedilatildeo desvios e fraudes Conceitos
Corrupccedilatildeo eacute o ato ou efeito de se corromper oferecer algo para obter vantagem em negociata onde se favorece
uma pessoa e se prejudica outra
Eacute tirar vantagem do poder atribuiacutedo Corrupccedilatildeo vem do latim corruptus que significa quebrado em peda-
ccedilos O verbo corromper significa tornar-se podre
Desvio na aacuterea puacuteblica significa retirar o caminho normal de alguma coisa Natildeo alcanccedilar o objetivo por
mudanccedila de rota
Geralmente a palavra estaacute ligada agraves alteraccedilotildees que se promovem na ocupaccedilatildeo de cargos ou funccedilotildees no
uso de bens na realizaccedilatildeo de obras e ateacute no destino que se daacute aos recursos financeiros Fraude eacute um esquema iliacutecito ou de maacute feacute criado para obter ganhos para si ou para terceiros
No meio puacuteblico as fraudes geralmente satildeo praticadas atraveacutes de simulaccedilotildees e ajustes visando o aproveitamen-
to iliacutecito de valores benefiacutecios ou do patrimocircnio puacuteblico
52 Conceito e relevacircncia do controle
O controle eacute a ferramenta mais eficaz para se evitar as irregularidades e ilegalidades na atuaccedilatildeo dos po-
deres puacuteblicos
Segundo os mais elaborados estudos e pesquisas a corrupccedilatildeo pode ser maior ou menor dependendo da
proporcionalidade de controle existente
Onde tem menor controle tem maior corrupccedilatildeo e assim vice e versa
E o controle se faz por trecircs principais vias orientaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e puniccedilatildeo No Brasil o combate agrave corrupccedilatildeo no meio puacuteblico vem acontecendo atraveacutes da implementaccedilatildeo de vaacuterios tipos
de controle sobre as verbas recursos e patrimocircnio puacuteblico
Nos uacuteltimos anos melhoraram muito os sistemas de Controle Interno e Externo por iniciativa de cada oacutergatildeo ou
por exigecircncia do povo (diretamente ou atraveacutes das miacutedias)
O Legislativo por iniciativa proacutepria ou por pressatildeo popular tem aprovado inuacutemeros atos para reforccedilar a legisla-
ccedilatildeo paacutetria que afeta a corrupccedilatildeo
Satildeo os exemplos da Lei das Inelegibilidades (LC 6490 reforccedilada pela Lei da Ficha Limpa- LC 1352010) a
Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 1012000) a Lei da Transparecircncia (LC 1312009) a Lei da Informaccedilatildeo
(125272011) e a Lei Anticorrupccedilatildeo (128462013) e tantas outras
O Judiciaacuterio por sua vez e com o apoio das instituiccedilotildees de apuraccedilatildeo a ele ligadas (poliacutecias ministeacuterio puacuteblico
etc) tem punido severamente os corruptos realizando o seu papel sem distinccedilatildeo de cargo ou poder do apenado
Segundo informa o oacutergatildeo denominado de ldquoTransparecircncia Internacionalrdquo em mateacuteria divulgada no mecircs
de dezembro2014 ldquoNeste ano o Brasil obteve a nota 43 em uma escala que vai de 0 (setor puacuteblico visto como extremamente
corrupto) a 100 (extremamente iacutentegro) a mesma pontuaccedilatildeo obtida em 2012
No ano passado o paiacutes havia totalizado 42 pontos
A pontuaccedilatildeo do Brasil se situa exatamente na meacutedia mundial de acordo com o estudo de 43 pontos Nas
Ameacutericas como um todo a meacutedia eacute 45
Mais de dois terccedilos dos 175 paiacuteses que integram o iacutendice obtiveram uma nota inferior a 50
O Brasil estaacute na metade Natildeo eacute um dos piores nem dos melhores Mas natildeo eacute um resultado bom para o
paiacutes que tem feito inuacutemeros esforccedilos para ser um liacuteder econocircmico e poliacutetico disse Salas agrave BBC Brasil O Brasil
quer ser um liacuteder mundial entatildeo tem que mostrar o exemplo Ele ainda estaacute muito distante dos paiacuteses desenvol-
vidos nesse iacutendice ressalta o diretor da Transparecircncia Internacional
Empatados com o Brasil com a mesma pontuaccedilatildeo e lugar no ranking estatildeo paiacuteses como a Itaacutelia a Greacutecia
e a Bulgaacuteria
Para Salas o escacircndalo da Petrobras pode ser positivo para o Brasil se forem tomadas medidas fortes
de combate agrave corrupccedilatildeo
Se a presidente Dilma Roussef aproveitar esse momento para fazer mudanccedilas poderaacute ser algo positivo
diz ele
Se pessoas poderosas e outros culpados nesse escacircndalo forem presos o Brasil poderaacute projetar uma boa
imagem afirma Salas
Se houver tambeacutem reforma poliacutetica e melhorias no sistema de compras puacuteblicas pode ser um momento
histoacuterico para o Brasil Mas se nada mudar seraacute um exemplo negativo diz ele
A Dinamarca eacute a primeira colocada no ranking com 92 pontos um a mais em relaccedilatildeo ao estudo anterior
onde tambeacutem jaacute havia ficado em primeiro lugar
A China e a Turquia estatildeo entre os paiacuteses que mais perderam posiccedilotildees no ranking deste ano
A China que adotou nos uacuteltimos anos medidas de combate agrave corrupccedilatildeo como a proibiccedilatildeo de dar presen-
tes de alto luxo a funcionaacuterios puacuteblicos caiu 20 posiccedilotildees no ranking passando a ocupar o 100deg lugar com 36 pon-
tos
Entre os paiacuteses dos BRICS o Brasil estaacute praticamente empatado com a Aacutefrica do Sul (duas posiccedilotildees aci-
ma do Brasil no ranking) e bem agrave frente da China Iacutendia e Ruacutessiardquo
In httpwwwbbccoukportuguesenoticias201412141202_ranking_transparencia_internacional_brasil_df_lgb
Assim vale agrave pena continuar acreditando na melhora e natildeo cessar a luta pela melhoria dos instrumentos
de controle e combate agrave corrupccedilatildeo
53 O anseio democraacutetico pelo controle
De haacute muito tempo que a populaccedilatildeo anseia por melhoria nos sistemas de controle da coisa puacuteblica
No Brasil que historicamente conviveu com a corrupccedilatildeo na Administraccedilatildeo Puacuteblica a implantaccedilatildeo do re-
gime democraacutetico teve como maior objetivo a participaccedilatildeo do povo no poder (nas coisas do Estado) diretamente
ou atraveacutes de seus legiacutetimos representantes
Com isso espera-se que o povo faccedila parte do governo e que tenha conhecimento do que ocorre com os
bens e valores puacuteblicos enquanto estiverem sob a guarda dos administradores da coisa puacuteblica
Mas natildeo basta trocar as pessoas no comando do eraacuterio
Eacute preciso equipar os sistemas de controle haja vista que natildeo eacute exatamente a iacutendole pessoal que evita a
corrupccedilatildeo e os desvios no meio puacuteblico mas acima de tudo o controle que se faz sobre a coisa (a ocasiatildeo faz o
ladratildeo) O controle eacute exercido de forma irrestrita e ilimitada em todos e por todos os Poderes de Estado estendendo-se a
toda a Administraccedilatildeo e abrangendo todas as suas atividades e agentes sendo classificadas em variados tipos e formas de
atuaccedilatildeo para atingir os seus objetivos
Essas classificaccedilotildees indicam que
(I) O controle administrativo ou executivo eacute aquele exercido pela proacutepria Administraccedilatildeo sobre seus atos e agentes
(II) Controle legislativo ou parlamentar diz respeito ao que o Poder Legislativo imprime sobre atos e agentes do
Poder Executivo
(III) O controle judiciaacuterio eacute o referente agrave correccedilatildeo dos atos ilegais de qualquer dos Poderes pelo Judiciaacuterio quando
lesivos de direito individual ou do patrimocircnio puacuteblico Quanto a forma o controle pode ser sintetizado
bull De acordo com seu fundamento pode ser hieraacuterquico ou finaliacutestico
bull Em razatildeo da localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o exercita pode ser interno ou externo
bull Em virtude do momento em que eacute exercido pode ser preacutevio ou preventivo ou a priori concomitante ou sucessivo e
subsequente ou corretivo ou a posteriore
bull Conforme o aspecto controlado pode ser de legalidade ou de legitimidade e de meacuterito
Outra abordagem do Direito Administrativo eacute apresentada segundo a qual o controle da Administraccedilatildeo Puacuteblica
eacute poder de fiscalizaccedilatildeo e correccedilatildeo que sobre ela exercem os oacutergatildeos dos Poderes Judiciaacuterio Legislativo e Executivo com
o objetivo de garantir a conformidade de sua atuaccedilatildeo com os princiacutepios que lhe satildeo impostos pelo ordenamento juriacutedico
Dentre os pontos comuns observados eacute importante registrar as visotildees sobre os chamados controle externo e
controle interno decorrentes das classificaccedilotildees relativas agrave localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o realiza e quanto agrave integraccedilatildeo do
oacutergatildeo que o executa e agrave estrutura do oacutergatildeo objeto de sua execuccedilatildeo
As atividades do sistema de controle interno satildeo exercidas mediante a utilizaccedilatildeo de teacutecnicas de fiscalizaccedilatildeo e
auditoria as quais consistem no conjunto de processos que viabilizam o alcance dos macro-objetivos do sistema
Fiscalizar consiste na aplicaccedilatildeo de um conjunto de procedimentos pontuais que permitam o exame dos atos da
administraccedilatildeo puacuteblica visando avaliar a execuccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas atuando sobre os resultados efetivos dos pro-
gramas governamentais
54 O Controle Interno
Com previsatildeo desde 1964 (art 76 da Lei 432064 - Lei da Contabilidade Puacuteblica) foi levado agrave regras constitu-
cional em 05 de outubro de 1988 na Carta Maior (art 74) e reforccedilado pela Lei Complementar 1012000(LRF art 54 e
59) mas soacute implementado no Paranaacute a partir de 2008 com a exigecircncia pelo TCE que assim se manifestou a respeito
ldquoO sistema de controle interno eacute o agente de orientaccedilatildeo e integraccedilatildeo dos controles administrativos das enti-
dades componentes da estrutura organizacional e de apoio ao controle externo
Tem por objetivos principais a avaliaccedilatildeo do cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual e a execu-
ccedilatildeo dos programas constantes da LDO e na Lei Orccedilamentaacuteria Anual assegurar a observacircncia das normas e regula-
mentos e assim a legalidade dos atos avaliando os resultados no que se refere agrave eficaacutecia e eficiecircncia da gestatildeo orccedila-
mentaacuteria financeira e patrimonial da administraccedilatildeo
Sua funccedilatildeo inclui a diligecircncia no acompanhar dos procedimentos da administraccedilatildeo e na orientaccedilatildeo do ges-
tor acerca de eventuais desvios de rota e para evitar riscos iminentes que possam provocar danos ao patrimocircnio e agrave
gestatildeo
Juntamente com a contabilidade o controle interno deve velar pelo atendimento das agendas de obrigaccedilotildees
pela certeza do cumprimento dos limites legais seja de pisos de investimentos miacutenimos ou tetos para gastos maacutexi-
mos pela verdade das informaccedilotildees levadas a puacuteblico em face da LRF e suas determinaccedilotildees de transparecircncia da Lei
da Informaccedilatildeo e da proacutepria Lei nordm 432064
Os resultados satisfatoacuterios e sem sobressaltos especialmente em processo de transiccedilatildeo de mandato acentuam
que o controle interno desempenhou seu papel com efetividade e compromisso com a Entidade
O principal embaraccedilo que se tem percebido no processo de estruturaccedilatildeo do controle interno tem ocorrido na
montagem da equipe de trabalho especialmente a natildeo disponibilidade de profissionais com preparo teacutecnico
Existem pequenas prefeituras e cacircmaras municipais onde se verifica ateacute mesmo a simples falta de pessoal
sem atributosrdquoManual de Final de mandato ndash 2012
55 O controle Externo
O controle externo dos poderes municipais ( Executivo e Legislativo) eacute realizado direta e formalmente pelo
Tribunal de Contas que aleacutem de exigir a prestaccedilatildeo de contas anual ainda verifica a lisura e regularidade dos atos e accedilotildees
que envolvam a administraccedilatildeo dos bens e recursos puacuteblicos
A Lei Orgacircnica do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute (LC 1132005) indica que no papel de apoiador do
Poder Legislativo Municipal no controle externo a Corte Administrativa tem a seguinte competecircncia
ldquoArt 1ordm Ao Tribunal de Contas do Estado oacutergatildeo constitucional de controle externo com sede na Capital do Estado
compete nos termos da Constituiccedilatildeo Estadual e na forma estabelecida nesta lei
II ndash julgar as contas dos chefes dos oacutergatildeos do Poder Legislativo estadual e municipal do Poder Judiciaacuterio do Minis-
teacuterio Puacuteblico e deste Tribunalrdquo
Todavia por certo que existem outros oacutergatildeos que de forma indireta realizam o controle externo do poder puacuteblico muni-
cipal como o Ministeacuterio Puacuteblico o Judiciaacuterio e os Observatoacuterios sociais
Eacute posiccedilatildeo paciacutefica entre os estudiosos da Administraccedilatildeo Puacuteblica no mundo que o mais eficiente instrumento de
controle da ldquocoisa puacuteblicardquo eacute a transparecircncia
Pois se o povo acompanha atos e accedilotildees do governo e do governante tanto estes evitam as irregularidades por
temerem o que vai a puacuteblico quanto agravequeles podem julgar com maior facilidade a atuaccedilatildeo de suas lideranccedilas
6 Transparecircncia Puacuteblica no Brasil
Desde o nascimento de nossa paacutetria em 22 de abril de 1500 a populaccedilatildeo jamais teve acesso aacutes formas de utili-
zaccedilatildeo dos bens puacuteblicos e de administraccedilatildeo dos recursos financeiros arrecadados do proacuteprio povo
Tanto a monarquia (ateacute 14 de novembro de 1889) quanto no governo civil que comanda o paiacutes de laacute pra caacute pra-
ticamente todos os gestores natildeo tinham a obrigaccedilatildeo ou o costume de prestar contas de seus atos
Eacute certo que o faziam mas de forma geneacuterica apenas para oacutergatildeos de controle
O povo (contribuinte direta ou indiretamente) natildeo conseguia individualmente saber do que se passava no acircmbi-
to dos Poderes da naccedilatildeo
No entanto com o advento da globalizaccedilatildeo e da evoluccedilatildeo raacutepida e espetacular das tecnologias de comunicaccedilatildeo
houve tambeacutem um grande avanccedilo nos direitos dos cidadatildeos
Aqui no Brasil apoacutes a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 muito se conquistou desses direitos
A proacutepria Carta Magna reservou uma lista grande de direitos e garantias individuais e coletivas (em especial
nos art 5ordm 6ordm e 7ordm)
De toda forma criando verdadeiro divisor na histoacuteria do Brasil a nossa CF88 acendeu nos nacionais o desejo
de conhecer de perto e participar da vida do paiacutes
Mais que isto passou a discutir os seus direitos enquanto membros da naccedilatildeo
Representados no governo tanto nas casas legislativas quanto nos demais poderes (Executivo e Judiciaacuterio)
passamos a conquistar espaccedilo e elaborar instrumentos que exigem (forccedilam) os gestores a dar transparecircncia em sua atua-
ccedilatildeo
Dentre esses instrumentos podemos citar a Lei de Responsabilidade Fiscal que desde o seu nascimento (em
2000) jaacute previa certas obrigaccedilotildees aos governantes para levar ao povo o conhecimento de seus atos e accedilotildees
Mas foi exatamente em 2010 pela Lei Complementar nordm 131 de 27 de maio de 2009 que houve uma implemen-
taccedilatildeo maior da obrigatoriedade de transparecircncia nos meio puacuteblico aplicando-se inclusive regras especiacuteficas sobre a
divulgaccedilatildeo tecnoloacutegica via internet
Com isso desencadeou no Brasil em todos os oacutergatildeos puacuteblicos a obrigaccedilatildeo de publicar mais amplamente as in-
formaccedilotildees que poderiam ter o interesse puacuteblico
Essa eacute a chamada Transparecircncia Ativa pois independentemente de algueacutem solicitar o oacutergatildeo puacuteblico tem a o-
brigaccedilatildeo de divulgar
E diga-se mais
A divulgaccedilatildeo (publicaccedilatildeo) deveraacute ser eficiente e eficaz
Ou seja
O canal disponibilizado deveraacute ser de boa qualidade permitindo o acesso de forma raacutepida e faacutecil e evitando os
subterfuacutegios (mesmo que da tecnologia) para esconder dados e informaccedilotildees
A Lei Complementar Federal nordm 1012000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) exige
que ocorram publicaccedilotildees trimestrais
7 Publicidade Oficial Obrigatoacuteria
Por certo que a fonte primeira para propiciar o controle eacute a publicidade
A princiacutepio publicidade significa ldquolevar a puacuteblicordquo mais no sentido de obediecircncia ao ditame constitucional de
divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees do poder puacuteblico
Inclusive a publicidade foi instituiacuteda como um dos 5 (cinco) princiacutepios baacutesicos da Administraccedilatildeo Puacuteblica (art
37 caput da CF)
Eacute que o legislador constituinte entendeu como sendo prioridade a divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees dos governantes
para que o povo (contribuinte-eleitor) acompanhe as atuaccedilotildees dos eleitos bem como com a coisa puacuteblica
Embasadas na Carta Maior da Repuacuteblica muitas leis editadas depois de 1988 criaram obrigaccedilatildeo de publicar cer-
tos atos quando se tratar de recursos puacuteblicos (financeiros patrimoniais funcionais etc)
Os Atos Oficiais de publicaccedilatildeo obrigatoacuteria devem ser divulgados em um uacutenico meio de comunicaccedilatildeo escolhido
por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-tributaccedilatildeo-
orccedilamentaacuteria)
No caso do Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Licitaccedilatildeo
cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
71 Publicidade oficial Facultativa
A CF de 1988 tambeacutem autorizou despesas com a divulgaccedilatildeo de caraacuteter educativo e informativo ou de orienta-
ccedilatildeo social (art 37 sect1ordm)
No entanto de laacute pra caacute muita polecircmica foi gerada discutindo sobre o que poderia se aceitar referente agraves despe-
sas com publicidade
Eacute que a interpretaccedilatildeo anterior impunha uma separaccedilatildeo severa na publicidade oficial entre a obrigatoacuteria e a fa-
cultativa
Entendia-se que a obrigatoacuteria era apenas aquela especificada na lei como a publicaccedilatildeo de atos como leis de-
cretos portarias resoluccedilotildees editais
Quando se divulgava as accedilotildees do poder puacuteblico questionava-se se aquela despesa se enquadrava como educa-
cional de orientaccedilatildeo social ou de informaccedilatildeo exigida (serviccedilos de utilidade puacuteblica)
72 Publicidade Institucional
Poreacutem com a evoluccedilatildeo do conceito e com a crescente demanda do povo sobre a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico e as
accedilotildees governamentais ampliou-se em muito as possibilidades de realizar despesas para esse fim
Portanto aleacutem da publicaccedilatildeo obrigatoacuteria e daquelas enquadradas como ldquoserviccedilos de utilidade puacuteblicardquo passou-
se a entender que o gestor deva divulgar amplamente as atividades de cada oacutergatildeo puacuteblico para manter a populaccedilatildeo por
dentro dos acontecimentos que envolvem recursos dos contribuintes De certo modo essa divulgaccedilatildeo natildeo obrigatoacuteria pode ser considerada como publicidade institucional pois a-
leacutem de informar ao povo sobre as accedilotildees do oacutergatildeo promove este diante da opiniatildeo puacuteblica fortalecendo-o institucional-
mente
E para essa divulgaccedilatildeo o TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contra-
tar serviccedilos de comunicaccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
No caso de contrataccedilatildeo de agecircncias as regras a serem obedecidas deveratildeo ser aquelas da lei federal nordm
122322010 (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
Resumindo as regras do TCEPR para a comunicaccedilatildeo institucional eacute
1- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010 A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO
para julgar a melhor teacutecnica
2- Para contratar os serviccedilos para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocirc-
nico) programa de raacutedio ou TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo ME-
LHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
Insta lembrar tambeacutem que a partir de 2006 o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a publicar
natildeo apenas seus atos oficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de
internet ou outros serviccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
a)- transmissotildees de sessotildees
b)- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
c)- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
a)- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
b)- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
c)- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
d)- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
e)- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
f)- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Lembrando que existem Atos Oficiais que devem ser obrigatoriamente divulgados em um uacutenico meio de co-
municaccedilatildeo escolhido por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-
tributaccedilatildeo-orccedilamentaacuteria)
E atenccedilatildeo
O Oacutergatildeo Oficial nos Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Li-
citaccedilatildeo cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
Vide Acoacuterdatildeo nordm 409760-5 do TJPR e Processo nordm 22972306 do TCEPR no AVA
Inclusive o Municiacutepio poderaacute optar por apenas um Diaacuterio Oficial Eletrocircnico ou este e mais o Diaacuterio Oficial
Impresso segundo o TCEPR (Acoacuterdatildeo nordm 383013)
Aliaacutes o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a partir de 2006 a publicar natildeo apenas seus atos o-
ficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de internet ou outros servi-
ccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
- transmissotildees de sessotildees
- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Atenccedilatildeo de novo
A lei federal nordm 122322010 criou regras especiacuteficas para a contrataccedilatildeo de serviccedilos de publicidade prestados
por intermeacutedio de agecircncias de propaganda (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
O TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contratar serviccedilos de comuni-
caccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
Resumindo
a)- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010
A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO pa-
ra julgar a melhor teacutecnica
b)- O TCEPR tem se posicionado (vide acoacuterdatildeo 3082012 no AVA) no sentido de que a contrataccedilatildeo dos serviccedilos
para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocircnico) programa de raacutedio ou
TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo MELHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
8 Prestaccedilatildeo de Contas
Sendo mais um dos elementos da Transparecircncia e consequentemente do Controle a Prestaccedilatildeo de Contas enseja
dar conhecimento ao contribuinte do que o gestor faz com os recursos puacuteblicos
Seguindo a evoluccedilatildeo social humana sobretudo apoacutes a identificaccedilatildeo da figura do estado moderno (povo territoacute-
rio governo) a exigecircncia de os governantes ou particulares dar satisfaccedilatildeo aos contribuintes sobre o uso e aplicaccedilatildeo dos
recursos puacuteblicos (financeiros e de bens) tem crescido mais e mais
Jaacute na Declaraccedilatildeo dos Direitos do Homem e do Cidadatildeo elaborada e aceita por muitos povos na era da Revolu-
ccedilatildeo Francesa (1789) consta essa exigecircncia
ldquoArt 15 ndash A Sociedade tem o Direito de pedir conta a todo agente puacuteblico de sua administraccedilatildeordquo
Segundo o texto divulgado no site do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute
ldquoA Prestaccedilatildeo de Contas eacute dever constitucional dos que utilizam arrecadam guardam gerenciam ou administram
dinheiros bens e valores puacuteblicosrdquo
httpwww1tceprgovbrconteudoprestacao-de-contas-municipios214
Resumindo
Com a publicidade e a prestaccedilatildeo de contas ocorre transparecircncia na gestatildeo puacuteblica promovendopermitindo
melhor controle da coisa puacuteblica
Todos satildeo interligados
Bom Estudo
Controle
Transparecircncia
Publicidade
Prestaccedilatildeo de Contas
bull 1 - a concedente natildeo poderaacute ultrapassar a tabela (20 de estagiaacuterios ndash considerando-se os empregados)
bull 2 ndash 10 das vagas de estaacutegio para deficientes
bull 3 ndash estudantes de niacutevel superior e de niacutevel meacutedio profissional natildeo tem limites
41410 Quem pode ser concedente de estaacutegio bull 1 ndash empresas da iniciativa privada
bull 2 ndash oacutergatildeos puacuteblicos
bull 3 ndash profissionais liberais
41411 Os oacutergatildeos puacuteblicos podem contratar estagiaacuterios
Tribunal de Contas de Santa Catarina ndash TCESC Prejulgados 2114
Processo CON-1100052280
Parecer COG 962011
Decisatildeo 19242012
Origem Cacircmara Municipal de Penha
Relator Cleber Muniz Gavi
Data da Sessatildeo 14052012
Data do Diaacuterio Oficial 17052012
ldquoNo acircmbito da Administraccedilatildeo Puacuteblica a contrataccedilatildeo de estagiaacuterios reger-se-aacute pelas normas da Lei n 1178808
podendo os entes federados complementar a mateacuteria atraveacutes de lei localrdquo
41412 Seleccedilatildeo
Poreacutem eacute exigiacutevel o processo licitatoacuterio para escolha do agente de seleccedilatildeo e pagamento das bolsas
Protocolo nordm 32034107
Relator Conselheiro Hermas Eurides Brandatildeo
Decisatildeo Acoacuterdatildeo nordm 181907 - Tribunal Pleno
Sessatildeo Tribunal Pleno Sessatildeo Ordinaacuteria nordm 46 de 131207
Publicaccedilatildeo no Atos Oficiais do Tribunal de Contas nordm133 de 250108
Suacutemula nordm 06
Enunciado ldquoOs acordos que tenham por objeto a seleccedilatildeo e o
pagamento de bolsas a estagiaacuterios da Administraccedilatildeo Puacuteblica celebrados de um lado por oacutergatildeo ou entidade da Adminis-
traccedilatildeo e de outro por ente puacuteblico ou privado com ou sem fins lucrativos tecircm natureza juriacutedica de CONTRATO AD-
MINISTRATIVO cuja celebraccedilatildeo submete-se a todas as regras fixadas na Lei nordf866693 devendo ser precedido de
procedimento licitatoacuteriordquo
41413 Registro contaacutebil dos gastos com estagiaacuterio
Acoacuterdatildeo 8282006 do Tribunal Pleno do TCEPR
Decisatildeo proferida em 22062006
Processo 3725572005
Origem Cacircmara Municipal de Campo Largo
Interessado Presidente da Cacircmara
Relator Conselheiro Fernando Augusto Mello Guimaratildees
ldquoEmenta consulta - sobre a inclusatildeo das despesas com estagiaacuterios em gastos com educaccedilatildeo - impossibilidade - gastos
com estagiaacuterios devem ser incluiacutedos no elemento outros serviccedilos de terceiros-pessoa fiacutesica relativos ao setor em que o
estagiaacuterio exerce suas atividades
41414 Nepotismo
Poderaacute ser contratado parente como estagiaacuterio desde que a empresa intermediaacuteria tenha realizado a seleccedilatildeo
41415 Cuidados do concedente oacutergatildeo puacuteblico
bull 1 ndash constatar a existecircncia de dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria
bull 2 ndash realizar licitaccedilatildeo para contratar a empresa intermediaacuteria (agentes de integraccedilatildeo puacuteblicos e privados ndash aquela que faraacute
a seleccedilatildeo e o pagamento de bolsas)
bull 3 ndash verificar se a empresa realizou a seleccedilatildeo do estagiaacuterio contratado
bull 4 ndash indicar orientador e supervisor
bull 5 ndash atribuir tarefas proacuteprias do curso
bull 6 ndash cumprir as regras legais (jornada-prazo-outras exigecircncias do contrato)
415 Acumulaccedilatildeo de cargos puacuteblicos
A Constituiccedilatildeo Federal no art 37 XVI estabelece os casos em que eacute permitida a acumulaccedilatildeo de cargos em-
pregos e funccedilotildees nas administraccedilotildees direta e indireta nas empresas puacuteblicas e nas sociedades de economia mista
Em face da complexidade da mateacuteria e da dificuldade de interpretaccedilatildeo do dispositivo constitucional o tema tem
suscitado muitas duacutevidas na administraccedilatildeo municipal
A seguir apresenta-se em siacutentese a orientaccedilatildeo firmada pelos Tribunais de Contas sobre a mateacuteria
4151 Cargo de professor com outro cargo teacutecnico ou cientiacutefico
Eacute permitido ao professor efetivo estadual atendidos aos preceitos do art 37 II da Constituiccedilatildeo Federal ser
nomeado para cargo teacutecnico ou cientiacutefico no municiacutepio havendo compatibilidade de horaacuterio respeitado o limite da jor-
nada de trabalho fixada no art 7ordm XIII combinado com o art 39 sect 3ordm ambos da Constituiccedilatildeo Federal
Natildeo eacute possiacutevel ao servidor puacuteblico que jaacute acumula cargo efetivo de professor com cargo teacutecnico ou cientiacutefico
receber cumulativamente a remuneraccedilatildeode secretaacuterio municipal ante a vedaccedilatildeo do art 37 XVI e XVII da Constituiccedilatildeo
Federal
4152 Cargo efetivo com cargo de secretaacuterio municipal
O servidor puacuteblico efetivo municipal ocupante de cargo de secretaacuterio do mesmo municiacutepio desde que autoriza-
do pela legislaccedilatildeo local pode optar entre a remuneraccedilatildeo do cargo efetivo e o subsiacutedio do cargo de secretaacuterio vedada a
percepccedilatildeo cumulativa
Caso o servidor efetivo municipal opte pelo subsiacutedio legalmente instituiacutedo para o cargo de secretaacuterio do mesmo
municiacutepio somente poderaacute perceber o valor correspondente ao subsiacutedio sem adicional gratificaccedilatildeo ou qualquer outro
estipecircndio nos termos do sect 4ordm do art 39 da Constituiccedilatildeo Federal
4153 Cargo em comissatildeo com cargo efetivo
A Constituiccedilatildeo Federal (art 37 XVI e XVII) natildeo permite a acumulaccedilatildeo remunerada de cargo de provimento e-
fetivo com a de cargo de provimento em comissatildeo
4154 Dois cargos em comissatildeo
A acumulaccedilatildeo remunerada de dois cargos comissionados eacute vedada pelo art 37 XVI da Constituiccedilatildeo Federal
Eacute incompatiacutevel a acumulaccedilatildeo de dois cargos em comissatildeo no acircmbito da Administraccedilatildeo Puacuteblica quaisquer que
sejam os poderes ou esferas por natildeo se enquadrar nas exceccedilotildees passiacuteveis de acumulaccedilatildeo estabelecidas pelo art 37 XVI
da Constituiccedilatildeo Federal
4155 Proventos de aposentadoria com a remuneraccedilatildeo de cargo efetivo
Eacute permitido ao servidor inativo retornar ao exerciacutecio da funccedilatildeo puacuteblica acumulando proventos e vencimentos
nos casos permitidos pelo sect 10 do art 37 da Constituiccedilatildeo Federal
O servidor puacuteblico aposentado pelo estado ou pelo municiacutepio com fundamento no arts 40 ou 42 da Constitui-
ccedilatildeo Federal que presta concurso puacuteblico e eacute nomeado para ocupar cargo puacuteblico municipal deve optar entre os proven-
tos da aposentadoria e a remuneraccedilatildeo do cargo em conformidade com o disposto no art 37 sect 10 da Constituiccedilatildeo Fede-
ral salvo os casos de acumulaccedilatildeo previstos nos arts 37 XVI 95 paraacutegrafo uacutenico I e 128 sect 5ordm II aliacutenea d da Consti-
tuiccedilatildeo Federal
4156 Proventos de aposentadoria com a remuneraccedilatildeo de cargo em comissatildeo
Eacute permitido ao servidor puacuteblico inativo sem viacutecio de acumulaccedilatildeo indevida exercer cargo de provimento em
comissatildeo acumulando proventos e vencimentos
4157 Permanecircncia do servidor no cargo ou emprego puacuteblico apoacutes a aposentadoria
Ao servidor puacuteblico natildeo eacute possiacutevel quando se aposenta continuar exercendo normalmente suas funccedilotildees jaacute que
eacute vedada a acumulaccedilatildeo remunerada de cargos puacuteblicos ressalvando-se a aposentadoria voluntaacuteria do empregado de
empresa puacuteblica ou sociedade de economia mista
4158 Acumulaccedilatildeo de cargos com o exerciacutecio de mandato eletivo
41581) Cargo efetivo com mandato de vereador
O vereador que for investido em cargo puacuteblico efetivo ou emprego puacuteblico do estado ou do municiacutepio apoacutes a-
provaccedilatildeo em concurso puacuteblico poderaacute tomar posse no cargo efetivo sem prejuiacutezo do mandato de vereador
O exerciacutecio concomitante do cargo puacuteblico efetivo e do mandato de vereador somente eacute possiacutevel quando houver
compatibilidade de horaacuterios
Neste caso o vereador poderaacute acumular as respectivas funccedilotildees bem como a remuneraccedilatildeo e as demais vantagens
do cargo efetivo com o subsiacutedio do mandato
Natildeo havendo compatibilidade de horaacuterios o agente seraacute afastado do exerciacutecio do cargo ou emprego sendo-lhe
facultado optar pela remuneraccedilatildeo do cargo efetivo ou do emprego
41582 Cargo comissionado com mandato de vereador
Eacute ilegiacutetimo o exerciacutecio concomitante de cargo em comissatildeo pertencente agrave estrutura do Poder executivo munici-
pal com o mandato de vereador em decorrecircncia do princiacutepio da separaccedilatildeo das funccedilotildees estatais uma vez que na relaccedilatildeo
decorrente do cargo comissionado haveraacute submissatildeo do vereador aos comandos do chefe do Poder executivo municipal
incompatiacutevel com o exerciacutecio da vereanccedila
41583 Acumulaccedilatildeo de cargo de meacutedico com o exerciacutecio do mandato de prefeito
O servidor puacuteblico ocupante de cargo efetivo ou emprego puacuteblico de meacutedico pertencente agrave estrutura do Poder
executivo eleito prefeito deve se afastar do cargo ou emprego sendo-lhe facultado optar pela remuneraccedilatildeo do cargo ou
emprego nos termos do art 38 II da Constituiccedilatildeo Federal
Enquanto permanecer no exerciacutecio do mandato de prefeito o ocupante de cargo ou emprego de meacutedico natildeo po-
de realizar serviccedilos profissionais pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede (SuS) com habitualidade incluindo o meacutetodo de creden-
ciamento por caracterizar acumulaccedilatildeo remunerada de funccedilotildees puacuteblicas
Salvo vedaccedilatildeo na Lei Orgacircnica do municiacutepio o meacutedico em exerciacutecio do cargo de prefeito natildeo estaacute impedido de
realizar procedimento ciruacutergico em casos excepcionais para atendimentos emergenciais cuja recusa possa caracterizar
omissatildeo de socorro
41584 Acumulaccedilatildeo de cargo efetivo com mandato de vice prefeito
Eacute inconstitucional a acumulaccedilatildeo da remuneraccedilatildeo de cargo efetivo com o subsiacutedio de vice-prefeito em face da
inaplicabilidade agrave espeacutecie da norma do art 38 III da Constituiccedilatildeo Federal que se restringe tatildeo somente ao vereador
Entretanto o servidor puacuteblico efetivo que ver a exercer mandato de vice-prefeito pode optar entre a remunera-
ccedilatildeo do cargo e o subsiacutedio de vice-prefeito
Caso o servidor faccedila a opccedilatildeo pelo subsiacutedio teraacute direito ao recebimento apenas do valor correspondente ao sub-
siacutedio (parcela uacutenica) ficando vedado o pagamento de adicional gratificaccedilatildeo ou quaisquer outras vantagens do cargo
efetivo nos termos do sect 4ordm do art 39 da Constituiccedilatildeo Federal
41585 Acumulaccedilatildeo de cargo de vice prefeito com cargo comissionado
O vice-prefeito designado para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou funccedilatildeo de confianccedila no acircmbito do Poder
Executivo deveraacute optar entre o subsiacutedio de vice-prefeito e a remuneraccedilatildeo do cargo ou da funccedilatildeo
O vice-prefeito investido no cargo de secretaacuterio municipal deveraacute optar entre o subsiacutedio afeto ao mandato eleti-
vo e o vencimento do respectivo cargo
4159 Direito ao subsiacutedio mensal mdash vice-prefeito
O vice-prefeito exercendo ou natildeo funccedilatildeo executiva na administraccedilatildeo municipal tem direito agrave percepccedilatildeo mensal
do subsiacutedio de vice-prefeito fixado pela cacircmara municipal
41510 Acumulaccedilatildeo de cargos e o respeito ao teto remuneratoacuterio
O provento de aposentadoria subsiacutedio de agente poliacutetico e vencimento pelo exerciacutecio de cargo puacuteblico recebi-
dos aglutinadamente devem observar o teto remuneratoacuterio instituiacutedo pelo inciso XI do art 37 da Constituiccedilatildeo Federal
416 Nepotismo
O significado original da palavra nepotismo eacute governo dos sobrinhos jaacute que eacute derivada de nepoteounipo-
te(sobrinho ou neto em latim) e foi aplicada em referecircncia aos Papas do Renascimento (de Sisto IV a Paulo III) que
nomeavam sobrinhos e outros parentes para posiccedilotildees clericais e administrativas de importacircncia assim como aos Gover-
nantes japoneses tanto no periacuteodo Heian (por volta do ano 669) quanto no comeccedilo do seacuteculo IX (governo da famiacutelia
Fujiwara) e ateacute nos anos 1960 com Kiyomori
Com o sufixo ismo a palavra indica a concessatildeo de privileacutegios ou cargos a parentes no funcionalismo puacuteblico
Distingue-se do favoritismo simples que natildeo implica relaccedilotildees familiares com o favorecido
Em 2008 julgando um dos processos que chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) aquela Corte editou a
Suacutemula 13 com o seguinte texto
Suacutemula vinculante 13 de 210808
ldquoA nomeaccedilatildeo de cocircnjuge companheiro ou parente em linha reta colateral ou por afinidade ateacute o terceiro grau
inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa juriacutedica investido em cargo de direccedilatildeo chefia ou
assessoramento para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou de confianccedila ou ainda de funccedilatildeo gratificada na
administraccedilatildeo puacuteblica direta e indireta em qualquer dos Poderes da Uniatildeo dos Estados do Distrito Federal e dos
Municiacutepios compreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocas viola a Constituiccedilatildeo Federalrdquo
Data de Aprovaccedilatildeo Sessatildeo Plenaacuteria de 21082008Fonte de Publicaccedilatildeo DJe nordm 1622008 p 1 em 2982008DO de
2982008 p 1
Assim fundamentados especialmente nos princiacutepio constitucionais da impessoalidade e da moralidade o maior
oacutergatildeo do Poder Judiciaacuterio brasileiro definiu como proibidas as nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos em comissatildeo ou
funccedilotildees de confianccedila de familiares dos nomeantes em ateacute terceiro grau de parentesco
O parentesco segundo o Coacutedigo Civil (arts 1591 a 1595) eacute identificado em trecircs linhas distintas
a) reta (ascendente e descendente pai matildee avocirc avoacute filho filha neto neta)
b) colaterais (provecircm de um tronco comum mas natildeo descendem uma das outras irmatildeo irmatilde tio tia) e
c) por afinidade (o viacutenculo que se estabelece entre um cocircnjuge e os parentes do outro cocircnjuge)
De ressaltar que a Suacutemula 13 do STF abrangeu o famoso nepotismo cruzado que eacute a combinaccedilatildeo entre nomean-
tes para a contrataccedilatildeo direta de servidores parentes seus de forma cruzada (o parente de um eacute contratado pelo outro e
vice versa) pois ao final do texto consta ldquocompreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocasrdquo
E mantendo a maacutexima de que cada regra tem sua exceccedilatildeo o STF declarou na sequencia (no Recurso Extraordi-
naacuterio nordm 579951RN) que a exceccedilatildeo dessa proibiccedilatildeo seria a possibilidade de nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos poliacuteti-
cos aiacute compreendidos os Ministros de Estado Secretaacuterios de Estado e Secretaacuterios Municipais
Entatildeo dessa data em diante (2982008 publicaccedilatildeo da suacutemula 13 do STF) passou-se a ser proibido o
nepotismoem cargos e funccedilotildees puacuteblicas de livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo
Em resumo quando da ediccedilatildeo da Suacutemula 13 a Corte Maacutexima do Poder Judiciaacuterio paacutetrio definiu que
1 ndash Eacute PROIBIDA A NOMEACcedilAtildeO EM CC OU FG DECOcircNJUGE OU PARENTE DA AUTORIDADE NOMEANTE
OU DE OUTRO SERVIDOR NESTES CARGOS (CC ou FG) ATEacute TERCEIRO GRAU
2 ndash CARGOS DE MINISTROS E SECRETAacuteRIOS PODEM SER OCUPADOS POR PARENTES
Pois bem
Apoacutes a proibiccedilatildeo pelo Supremo e vasta interpretaccedilatildeo do Poder Judiciaacuterio outros pontos natildeo abrangidos (ou es-
clarecidos) pela Suacutemula 13 foram praticamente pacificados
Vejamos os mais relevantes
1ordm ndash A LEI (Ordinaacuteria-Complementar-Orgacircnica) PODE AMPLIAR AS PROIBICcedilOtildeES abrangendo inclusive os Minis-
tros e Secretaacuterios (impedindo a contrataccedilatildeo de parentes ou limitando o nuacutemero de parentes contratados)
2ordm ndash Para a configuraccedilatildeo de nepotismo cruzado soacute se houver prova da reciprocidade Ou seja se ocorrer o ajuste a com-
binaccedilatildeo a troca de favores entre autoridades puacuteblicas
3ordm - Parente de Autoridade Puacuteblica ou de servidor de um mesmo oacutergatildeo poderaacute ocupar CC ou FG se foi nomeado antes
da posse deste
4ordm ndash Servidor efetivo poderaacute ser nomeado em CC ou designado em FG em mesmo oacutergatildeo de Gestor Puacuteblico ou servidor
parente se natildeo for nomeado por ele ou subordinado a ele
5ordm ndash Servidores de um mesmo oacutergatildeo ocupantes de Cargo Comissionado ou Funccedilatildeo de Confianccedila que venham a se tor-
nar um casal depois do ingresso no cargo ou funccedilatildeo e desde que natildeo ocorra subordinaccedilatildeo direta entre si natildeo seraacute con-
siderado nepotismo 6ordm ndash Ex-cocircnjuge comprovadamente podem ser nomeados pelo ex sem caracterizar nepotismo
7ordm ndash Nos casos de requisiccedilatildeocessatildeo de servidores por autoridades ou oacutergatildeos aplicam-se as regras do nepotismo
8ordm ndash Parentesco com autoridades puacuteblicas ou servidores falecidos ou aposentados natildeo incidem a Suacutemula 13
9ordm ndash Contrataccedilatildeo de estagiaacuterios que sejam parentes de autoridades ou servidores do oacutergatildeo concedente do estaacutegio natildeo se
configura nepotismo desde que haja seleccedilatildeo preacutevia
10ordm ndash Contratar sem licitaccedilatildeo pessoa juriacutedica na qual haja administrador ou soacutecio com poder de direccedilatildeo que seja fami-
liar de detentor de cargo em comissatildeo ou funccedilatildeo de confianccedila que atue na aacuterea responsaacutevel pela demanda ou de autori-
dade a ele hierarquicamente superior
Por fim destacar que os caminhos juriacutedicos para exigir a exoneraccedilatildeo de parentes que ocupem cargos comissio-
nados ou funccedilotildees de confianccedila bem como coibir e responsabilizar os agentes puacuteblicos que desrespeitarem a regra cons-
tante da Suacutemula 13 do STF e demais acervo jurisprudencial referentemente ao nepotismo poderaacute ser a Accedilatildeo Civil Puacute-
blica(art 1ordm inciso IV da Lei 734785) ou ateacute mesmo a Reclamaccedilatildeo ao STF (art 102 inciso I aliacutenea l da Constitu-
iccedilatildeo Federal)
Jaacute as consequecircncias juriacutedicas para quem desobedecer agraves normas combatentes do nepotismo possuem as seguin-
tes hipoacuteteses
1ordf ndash Consequecircncias para o servidor nomeado ou designado pela omissatildeo de informar agrave Administraccedilatildeo Puacuteblica o fato de
se encontrar sob o alcance da Suacutemula Vinculante nordm 13 do STF incide o crime de falsidade ideoloacutegica (art 299 do Coacute-
digo Penal) bem como pela manutenccedilatildeo do cargo ou emprego puacuteblico sabendo do impedimento incide em crime de
desobediecircncia agrave decisatildeo judicial (art 359 CP)
2ordf ndash Consequecircncias para o agente poliacutetico pela omissatildeo incide no crime de prevaricaccedilatildeo (art 319 CP) e na esfera
poliacutetico-administrativa incorre no crime de improbidade administrativa (art 11 I e II cc o art 12 III todos da Lei nordm
842992) pode-se aplicar a ele ainda no caso dos prefeitos municipais estaratildeo sujeitos agrave cassaccedilatildeo do mandato eletivo
(Decreto-lei 20167 art 4ordm VII)
417 - GASTOS COM PESSOAL
O paracircmetro a ser empregado nos caacutelculos da despesa com pessoal haacute de ser a Receita Corrente Liquida
ndash RCL conceituada no inciso IV do art 2ordm da LRF
Considera-se despesa com pessoal nos termos do artigo 18 da LFR todas as vantagens vencimentos sa-
laacuterios proventos adicionais gratificaccedilotildees horas extras encargos sociais subsiacutedios dos agentes poliacuteticos e qual-
quer outra espeacutecie remuneratoacuteria
A verificaccedilatildeo das adequaccedilotildees das despesas efetivamente realizadas com pessoal em relaccedilatildeo agrave RCL deveraacute
ocorrer nos termos do artigo 22 da LRF ao final de cada quadrimestre
Os resultados obtidos seratildeo por sua vez informados no Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal correspondente ao
mesmo periacuteodo de apuraccedilatildeo sendo facultado aos Municiacutepios com populaccedilatildeo inferior a cinquumlenta mil habitantes
apurar esse comprometimento ao final de cada semestre (art 62 I e II ldquobrdquo)
Segundo art 20 da LRF a reparticcedilatildeo dos limites globais de cada ente eacute de
PoderEnte Uniatildeo EstadosDF Municiacutepios
Executivo 409 490 540
LegislativoTC 60 60 60
Judiciaacuterio 25 30 -x-
Ministeacuterio Puacuteblico 06 20 x-
Totais 500 600 600
Visando coibir despesas em excesso praticados pelas Cacircmaras Municipais houve emenda constitucional
disciplinando os percentuais destas (EC nordm 252000) sem no entanto disciplinar seu conceito e composiccedilatildeo toda-
via excluiu-se as despesas com inativos resultando em limites diversos em relaccedilatildeo agrave LRF vejamos
Populaccedilatildeo Limites EC 25 (ex-
clui inativos)
Limites LRF
(inclui inativos)
Ateacute 100000 habitantes 56 6
De 100001 a 300000 hab 49 6
De 301000 a 500000 hab 42 6
Acima de 500000 hab 35 6
LRF - art 22
Se a despesa de pessoal exceder a 95 do limite estabelecido no artigo 20 os Poderes e oacutergatildeos que incor-
rem no excesso ficaratildeo vedados de criar cargo emprego ou funccedilatildeo e efetuar provimento de cargo puacuteblico admis-
satildeo ou contrataccedilatildeo de pessoal a qualquer tiacutetulo
Exceccedilatildeo (artigo 22 inciso IV) aacutereas de educaccedilatildeo sauacutede e seguranccedila restringindo-se quando esta se ca-
racterizar por falecimento ou aposentadoria
Para os casos de extrapolaccedilatildeo dos limites determinada pelo artigo 169 da CF88 nos termos do art 23 da
LRF deveraacute o ente propor medidas para sua adequaccedilatildeo com a maior brevidade possiacutevel
Isto posto nos dois quadrimestres seguintes deveraacute observar as providecircncias previstas nos sectsect 3ordm e 4ordm do
art 169 da CF quais sejam
Reduccedilatildeo de pleno menos vinte por cento das despesas com cargos em comissatildeo e funccedilotildees de confianccedila
Exoneraccedilatildeo dos servidores natildeo estaacuteveis
Exoneraccedilatildeo dos servidores estaacuteveis se natildeo alcanccedilada a reduccedilatildeo necessaacuteria com as medidas anteriores desde
que ato normativo de cada Poder especifique a atividade funcional o oacutergatildeo ou unidade administrativa objeto de
reduccedilatildeo de pessoal
O servidor que neste caso perder o cargo faraacute jus a indenizaccedilatildeo correspondente a um mecircs de remunera-
ccedilatildeo por ano de serviccedilos sendo que esta natildeo seraacute computada para fins de despesas com pessoal
Permanecendo o excesso ficaraacute o ente impedido de receber transferecircncias voluntaacuterias
418 - Despesas gerais
4181 - Diaacuterias
a) ndash cobrem hospedagem e alimentaccedilatildeo
b) ndash aplicaccedilatildeo do princiacutepios da razoabilidade proporcionalidade e moralidade
c) ndash devem ser liberadas motivadamente (interesse puacuteblico)
d) ndash dependem de lei autorizatoacuteria
e) ndash podem ser liberadas para participaccedilatildeo em eventos
f) ndash natildeo podem configurar ldquosalaacuteriordquo
g) ndash exigem comprovaccedilatildeo de realizaccedilatildeo do objetivo
h) ndash a partir de 50 do valor da remuneraccedilatildeo incide ir e inss
i) ndash a fixaccedilatildeo do valor pode ser variaacutevel de municiacutepio para municiacutepio
j) ndash fraude ou simulaccedilatildeo no pagamento de diaacuteria acp
4182 - Adiantamentos eacute proibido
4183 -Seguro de vidaeacute possiacutevel
4184 - Vale Transporteeacute possiacutevel
4185 - Plano de sauacutedesoacute para servidoresvereadores natildeo
4186 -Veiacuteculo proacuteprio
Segundo o TCRPR eacute proibido agrave Cacircmara pagar combustiacutevel para veiacuteculos dos vereadores
O TCE-PR alega que a Administraccedilatildeo Puacuteblica natildeo pode arcar com gastos inerentes a despesas com veiacuteculos
particulares dos Edis mesmo que a serviccedilo do Legislativo haja vista a inexistecircncia de contrato precedido de Licitaccedilatildeo e
diante das normas de direito administrativo onde qualquer aquisiccedilatildeo efetuada pelo Poder Puacuteblico depende de contrato
este em regra precedido de licitaccedilatildeo
Alega inclusive que essa despesa eacute estranha ao orccedilamento sem amparo legal
Ateacute em relaccedilatildeo aos servidores o TCE desaconselha o ressarcimento de despesas com combustiacutevel particular
por aplicaccedilatildeo do art 29 da CE89 ou da Lei Orgacircnica Municipal que geralmente preveem incompatibilidade negocial
Vale ressaltar que outros Tribunais de Contas divergem ou convergem com o TCEPR
Vejamos
O TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA PERMITE
PREJULGADO 2082 DO TCESC
ldquoA Cacircmara Municipal pode disciplinar o uso de veiacuteculos oficiais de sua propriedade a exemplo da Lei Estadual ndeg
79871990 (regulamentada pelo Decreto ndeg 34212005) e do Decreto Federal ndeg 64032008 (disciplinado pela Instru-
ccedilatildeo Normativa ndeg 0032008 do Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeordquo
PREJULGADO 1268 DO TCESC
A Cacircmara Municipal poderaacute ressarcir as despesas de combustiacutevel de veiacuteculos particulares desde que (a) previamente
autorizada em lei especiacutefica (b) relacionada a deslocamento dos Vereadores para fora de jurisdiccedilatildeo municipal (c) os
assuntos tratados nas viagens sejam de interesse puacuteblico (d) haja expressa autorizaccedilatildeo da Cacircmara Municipal para a rea-
lizaccedilatildeo da viagem (e) os veiacuteculos utilizados nestas condiccedilotildees estejam previamente cadastrados no oacutergatildeo competente do
Pode Legislativo e (f) sejam aplicaacuteveis somente a casos excepcionais
O TCE DE MG PROIacuteBE
Consulta nordm 810007- TCEMG
Tribunal de Constas do Estado - Cacircmara natildeo pode pagar gasolina para vereadores O relator Cons Elmo Braz adotou o
parecer do Auditor Hamilton Coelho para responder agraves indagaccedilotildees Inicialmente a Auditoria asseverou que o TCEMG
jaacute declarou em diversas oportunidades a ilegalidade do abastecimento de veiacuteculos particulares de vereadores com re-
cursos da Cacircmara ainda que para uso no interesse do oacutergatildeo mencionando nesse sentido a Consulta nordm 810007 (Rel
Cons Eduardo Carone Costa sessatildeo de 030210) ndash v Informativo 17 O Auditor transcreveu parte do parecer exarado
naquela Consulta no sentido de que a utilizaccedilatildeo de veiacuteculo de propriedade particular de vereador mediante contrapresta-
ccedilatildeo (abastecimento) a serviccedilo da Administraccedilatildeo Puacuteblica configuraria contrato de locaccedilatildeo de fato e de que o uso interca-
lado do veiacuteculo ndash ora em caraacuteter particular ora a serviccedilo ndash tornaria difiacutecil a mensuraccedilatildeo do quantum a ser indenizado
redundando em confusatildeo patrimonial envolvendo o agente puacuteblico e o oacutergatildeo contratante
O TCEMT PERMITE
Processo nordm 2073652010 - 19042011
ldquoCAcircMARA MUNICIPAL DE NOVA OLIacuteMPIA CONSULTA CAcircMARA MUNICIPAL VEREADOR VERBA DE
NATUREZA INDENIZATOacuteRIA POSSIBILIDADE SE OBSERVADOS OS REQUISITOS IMPOSSIBILIDADE DE
PAGAMENTO DE DESPESAS COM MANUTENCcedilAtildeO DO GABINETE DO PARLAMENTAR POSSIBILIDADE
DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS COM ABASTECIMENTO DE VEIacuteCULO PARTICULAR DO VEREADOR
E DE ACUMULACcedilAtildeO COM A DIAacuteRIA QUANDO CONTEMPLAREM O RESSARCIMENTO DE DESPESAS
DISTINTAS PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS NOS TERMOS DA LEI QUE A INSTITUIRrdquo
4187 - Passagens
Por se tratar de despesa com caracteriacutesticas muito proacuteprias jaacute que os valores se alteram permanentemente mas eacute
possiacutevel a reduccedilatildeo dos preccedilos sobretudo com descontos sobre a taxa de administraccedilatildeo das agecircncias ou operadoras eacute
recomendaacutevel a realizaccedilatildeo de processo licitatoacuterio afim de promover a economicidade evitar sobrepreccedilos e oportunizar
a competitividade entre os diversos particulares interessados em negociar com a Administraccedilatildeo
Por isso orienta-se agrave promoccedilatildeo do certame licitatoacuterio na modalidade Pregatildeo cujo objeto seja a contrataccedilatildeo de
serviccedilos de agenciamento de viagens para cotaccedilatildeo reserva e fornecimento de passagens (aeacutereas e terrestres) no acircmbito
nacional e internacional se houver interesse
Caso opte pela passagem internacional eacute interessante licitar a emissatildeo de seguro de assistecircncia em viagem in-
ternacional
Especificar que a compra se faraacute por meio de atendimento remoto (e-mail eou telefone)
O tipo aconselhaacutevel eacute o de menor preccedilo escolhendo-se a proposta que ofertar o maior percentual de desconto
sobre o valor ldquodo diardquo disponibilizado e cobrado de todos os puacuteblicos inclusive sobre as tarifas promocionais e reduzi-
das disponiacuteveis no momento da compra excluiacuteda a taxa de embarque
5 Controle
51 Corrupccedilatildeo desvios e fraudes Conceitos
Corrupccedilatildeo eacute o ato ou efeito de se corromper oferecer algo para obter vantagem em negociata onde se favorece
uma pessoa e se prejudica outra
Eacute tirar vantagem do poder atribuiacutedo Corrupccedilatildeo vem do latim corruptus que significa quebrado em peda-
ccedilos O verbo corromper significa tornar-se podre
Desvio na aacuterea puacuteblica significa retirar o caminho normal de alguma coisa Natildeo alcanccedilar o objetivo por
mudanccedila de rota
Geralmente a palavra estaacute ligada agraves alteraccedilotildees que se promovem na ocupaccedilatildeo de cargos ou funccedilotildees no
uso de bens na realizaccedilatildeo de obras e ateacute no destino que se daacute aos recursos financeiros Fraude eacute um esquema iliacutecito ou de maacute feacute criado para obter ganhos para si ou para terceiros
No meio puacuteblico as fraudes geralmente satildeo praticadas atraveacutes de simulaccedilotildees e ajustes visando o aproveitamen-
to iliacutecito de valores benefiacutecios ou do patrimocircnio puacuteblico
52 Conceito e relevacircncia do controle
O controle eacute a ferramenta mais eficaz para se evitar as irregularidades e ilegalidades na atuaccedilatildeo dos po-
deres puacuteblicos
Segundo os mais elaborados estudos e pesquisas a corrupccedilatildeo pode ser maior ou menor dependendo da
proporcionalidade de controle existente
Onde tem menor controle tem maior corrupccedilatildeo e assim vice e versa
E o controle se faz por trecircs principais vias orientaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e puniccedilatildeo No Brasil o combate agrave corrupccedilatildeo no meio puacuteblico vem acontecendo atraveacutes da implementaccedilatildeo de vaacuterios tipos
de controle sobre as verbas recursos e patrimocircnio puacuteblico
Nos uacuteltimos anos melhoraram muito os sistemas de Controle Interno e Externo por iniciativa de cada oacutergatildeo ou
por exigecircncia do povo (diretamente ou atraveacutes das miacutedias)
O Legislativo por iniciativa proacutepria ou por pressatildeo popular tem aprovado inuacutemeros atos para reforccedilar a legisla-
ccedilatildeo paacutetria que afeta a corrupccedilatildeo
Satildeo os exemplos da Lei das Inelegibilidades (LC 6490 reforccedilada pela Lei da Ficha Limpa- LC 1352010) a
Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 1012000) a Lei da Transparecircncia (LC 1312009) a Lei da Informaccedilatildeo
(125272011) e a Lei Anticorrupccedilatildeo (128462013) e tantas outras
O Judiciaacuterio por sua vez e com o apoio das instituiccedilotildees de apuraccedilatildeo a ele ligadas (poliacutecias ministeacuterio puacuteblico
etc) tem punido severamente os corruptos realizando o seu papel sem distinccedilatildeo de cargo ou poder do apenado
Segundo informa o oacutergatildeo denominado de ldquoTransparecircncia Internacionalrdquo em mateacuteria divulgada no mecircs
de dezembro2014 ldquoNeste ano o Brasil obteve a nota 43 em uma escala que vai de 0 (setor puacuteblico visto como extremamente
corrupto) a 100 (extremamente iacutentegro) a mesma pontuaccedilatildeo obtida em 2012
No ano passado o paiacutes havia totalizado 42 pontos
A pontuaccedilatildeo do Brasil se situa exatamente na meacutedia mundial de acordo com o estudo de 43 pontos Nas
Ameacutericas como um todo a meacutedia eacute 45
Mais de dois terccedilos dos 175 paiacuteses que integram o iacutendice obtiveram uma nota inferior a 50
O Brasil estaacute na metade Natildeo eacute um dos piores nem dos melhores Mas natildeo eacute um resultado bom para o
paiacutes que tem feito inuacutemeros esforccedilos para ser um liacuteder econocircmico e poliacutetico disse Salas agrave BBC Brasil O Brasil
quer ser um liacuteder mundial entatildeo tem que mostrar o exemplo Ele ainda estaacute muito distante dos paiacuteses desenvol-
vidos nesse iacutendice ressalta o diretor da Transparecircncia Internacional
Empatados com o Brasil com a mesma pontuaccedilatildeo e lugar no ranking estatildeo paiacuteses como a Itaacutelia a Greacutecia
e a Bulgaacuteria
Para Salas o escacircndalo da Petrobras pode ser positivo para o Brasil se forem tomadas medidas fortes
de combate agrave corrupccedilatildeo
Se a presidente Dilma Roussef aproveitar esse momento para fazer mudanccedilas poderaacute ser algo positivo
diz ele
Se pessoas poderosas e outros culpados nesse escacircndalo forem presos o Brasil poderaacute projetar uma boa
imagem afirma Salas
Se houver tambeacutem reforma poliacutetica e melhorias no sistema de compras puacuteblicas pode ser um momento
histoacuterico para o Brasil Mas se nada mudar seraacute um exemplo negativo diz ele
A Dinamarca eacute a primeira colocada no ranking com 92 pontos um a mais em relaccedilatildeo ao estudo anterior
onde tambeacutem jaacute havia ficado em primeiro lugar
A China e a Turquia estatildeo entre os paiacuteses que mais perderam posiccedilotildees no ranking deste ano
A China que adotou nos uacuteltimos anos medidas de combate agrave corrupccedilatildeo como a proibiccedilatildeo de dar presen-
tes de alto luxo a funcionaacuterios puacuteblicos caiu 20 posiccedilotildees no ranking passando a ocupar o 100deg lugar com 36 pon-
tos
Entre os paiacuteses dos BRICS o Brasil estaacute praticamente empatado com a Aacutefrica do Sul (duas posiccedilotildees aci-
ma do Brasil no ranking) e bem agrave frente da China Iacutendia e Ruacutessiardquo
In httpwwwbbccoukportuguesenoticias201412141202_ranking_transparencia_internacional_brasil_df_lgb
Assim vale agrave pena continuar acreditando na melhora e natildeo cessar a luta pela melhoria dos instrumentos
de controle e combate agrave corrupccedilatildeo
53 O anseio democraacutetico pelo controle
De haacute muito tempo que a populaccedilatildeo anseia por melhoria nos sistemas de controle da coisa puacuteblica
No Brasil que historicamente conviveu com a corrupccedilatildeo na Administraccedilatildeo Puacuteblica a implantaccedilatildeo do re-
gime democraacutetico teve como maior objetivo a participaccedilatildeo do povo no poder (nas coisas do Estado) diretamente
ou atraveacutes de seus legiacutetimos representantes
Com isso espera-se que o povo faccedila parte do governo e que tenha conhecimento do que ocorre com os
bens e valores puacuteblicos enquanto estiverem sob a guarda dos administradores da coisa puacuteblica
Mas natildeo basta trocar as pessoas no comando do eraacuterio
Eacute preciso equipar os sistemas de controle haja vista que natildeo eacute exatamente a iacutendole pessoal que evita a
corrupccedilatildeo e os desvios no meio puacuteblico mas acima de tudo o controle que se faz sobre a coisa (a ocasiatildeo faz o
ladratildeo) O controle eacute exercido de forma irrestrita e ilimitada em todos e por todos os Poderes de Estado estendendo-se a
toda a Administraccedilatildeo e abrangendo todas as suas atividades e agentes sendo classificadas em variados tipos e formas de
atuaccedilatildeo para atingir os seus objetivos
Essas classificaccedilotildees indicam que
(I) O controle administrativo ou executivo eacute aquele exercido pela proacutepria Administraccedilatildeo sobre seus atos e agentes
(II) Controle legislativo ou parlamentar diz respeito ao que o Poder Legislativo imprime sobre atos e agentes do
Poder Executivo
(III) O controle judiciaacuterio eacute o referente agrave correccedilatildeo dos atos ilegais de qualquer dos Poderes pelo Judiciaacuterio quando
lesivos de direito individual ou do patrimocircnio puacuteblico Quanto a forma o controle pode ser sintetizado
bull De acordo com seu fundamento pode ser hieraacuterquico ou finaliacutestico
bull Em razatildeo da localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o exercita pode ser interno ou externo
bull Em virtude do momento em que eacute exercido pode ser preacutevio ou preventivo ou a priori concomitante ou sucessivo e
subsequente ou corretivo ou a posteriore
bull Conforme o aspecto controlado pode ser de legalidade ou de legitimidade e de meacuterito
Outra abordagem do Direito Administrativo eacute apresentada segundo a qual o controle da Administraccedilatildeo Puacuteblica
eacute poder de fiscalizaccedilatildeo e correccedilatildeo que sobre ela exercem os oacutergatildeos dos Poderes Judiciaacuterio Legislativo e Executivo com
o objetivo de garantir a conformidade de sua atuaccedilatildeo com os princiacutepios que lhe satildeo impostos pelo ordenamento juriacutedico
Dentre os pontos comuns observados eacute importante registrar as visotildees sobre os chamados controle externo e
controle interno decorrentes das classificaccedilotildees relativas agrave localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o realiza e quanto agrave integraccedilatildeo do
oacutergatildeo que o executa e agrave estrutura do oacutergatildeo objeto de sua execuccedilatildeo
As atividades do sistema de controle interno satildeo exercidas mediante a utilizaccedilatildeo de teacutecnicas de fiscalizaccedilatildeo e
auditoria as quais consistem no conjunto de processos que viabilizam o alcance dos macro-objetivos do sistema
Fiscalizar consiste na aplicaccedilatildeo de um conjunto de procedimentos pontuais que permitam o exame dos atos da
administraccedilatildeo puacuteblica visando avaliar a execuccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas atuando sobre os resultados efetivos dos pro-
gramas governamentais
54 O Controle Interno
Com previsatildeo desde 1964 (art 76 da Lei 432064 - Lei da Contabilidade Puacuteblica) foi levado agrave regras constitu-
cional em 05 de outubro de 1988 na Carta Maior (art 74) e reforccedilado pela Lei Complementar 1012000(LRF art 54 e
59) mas soacute implementado no Paranaacute a partir de 2008 com a exigecircncia pelo TCE que assim se manifestou a respeito
ldquoO sistema de controle interno eacute o agente de orientaccedilatildeo e integraccedilatildeo dos controles administrativos das enti-
dades componentes da estrutura organizacional e de apoio ao controle externo
Tem por objetivos principais a avaliaccedilatildeo do cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual e a execu-
ccedilatildeo dos programas constantes da LDO e na Lei Orccedilamentaacuteria Anual assegurar a observacircncia das normas e regula-
mentos e assim a legalidade dos atos avaliando os resultados no que se refere agrave eficaacutecia e eficiecircncia da gestatildeo orccedila-
mentaacuteria financeira e patrimonial da administraccedilatildeo
Sua funccedilatildeo inclui a diligecircncia no acompanhar dos procedimentos da administraccedilatildeo e na orientaccedilatildeo do ges-
tor acerca de eventuais desvios de rota e para evitar riscos iminentes que possam provocar danos ao patrimocircnio e agrave
gestatildeo
Juntamente com a contabilidade o controle interno deve velar pelo atendimento das agendas de obrigaccedilotildees
pela certeza do cumprimento dos limites legais seja de pisos de investimentos miacutenimos ou tetos para gastos maacutexi-
mos pela verdade das informaccedilotildees levadas a puacuteblico em face da LRF e suas determinaccedilotildees de transparecircncia da Lei
da Informaccedilatildeo e da proacutepria Lei nordm 432064
Os resultados satisfatoacuterios e sem sobressaltos especialmente em processo de transiccedilatildeo de mandato acentuam
que o controle interno desempenhou seu papel com efetividade e compromisso com a Entidade
O principal embaraccedilo que se tem percebido no processo de estruturaccedilatildeo do controle interno tem ocorrido na
montagem da equipe de trabalho especialmente a natildeo disponibilidade de profissionais com preparo teacutecnico
Existem pequenas prefeituras e cacircmaras municipais onde se verifica ateacute mesmo a simples falta de pessoal
sem atributosrdquoManual de Final de mandato ndash 2012
55 O controle Externo
O controle externo dos poderes municipais ( Executivo e Legislativo) eacute realizado direta e formalmente pelo
Tribunal de Contas que aleacutem de exigir a prestaccedilatildeo de contas anual ainda verifica a lisura e regularidade dos atos e accedilotildees
que envolvam a administraccedilatildeo dos bens e recursos puacuteblicos
A Lei Orgacircnica do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute (LC 1132005) indica que no papel de apoiador do
Poder Legislativo Municipal no controle externo a Corte Administrativa tem a seguinte competecircncia
ldquoArt 1ordm Ao Tribunal de Contas do Estado oacutergatildeo constitucional de controle externo com sede na Capital do Estado
compete nos termos da Constituiccedilatildeo Estadual e na forma estabelecida nesta lei
II ndash julgar as contas dos chefes dos oacutergatildeos do Poder Legislativo estadual e municipal do Poder Judiciaacuterio do Minis-
teacuterio Puacuteblico e deste Tribunalrdquo
Todavia por certo que existem outros oacutergatildeos que de forma indireta realizam o controle externo do poder puacuteblico muni-
cipal como o Ministeacuterio Puacuteblico o Judiciaacuterio e os Observatoacuterios sociais
Eacute posiccedilatildeo paciacutefica entre os estudiosos da Administraccedilatildeo Puacuteblica no mundo que o mais eficiente instrumento de
controle da ldquocoisa puacuteblicardquo eacute a transparecircncia
Pois se o povo acompanha atos e accedilotildees do governo e do governante tanto estes evitam as irregularidades por
temerem o que vai a puacuteblico quanto agravequeles podem julgar com maior facilidade a atuaccedilatildeo de suas lideranccedilas
6 Transparecircncia Puacuteblica no Brasil
Desde o nascimento de nossa paacutetria em 22 de abril de 1500 a populaccedilatildeo jamais teve acesso aacutes formas de utili-
zaccedilatildeo dos bens puacuteblicos e de administraccedilatildeo dos recursos financeiros arrecadados do proacuteprio povo
Tanto a monarquia (ateacute 14 de novembro de 1889) quanto no governo civil que comanda o paiacutes de laacute pra caacute pra-
ticamente todos os gestores natildeo tinham a obrigaccedilatildeo ou o costume de prestar contas de seus atos
Eacute certo que o faziam mas de forma geneacuterica apenas para oacutergatildeos de controle
O povo (contribuinte direta ou indiretamente) natildeo conseguia individualmente saber do que se passava no acircmbi-
to dos Poderes da naccedilatildeo
No entanto com o advento da globalizaccedilatildeo e da evoluccedilatildeo raacutepida e espetacular das tecnologias de comunicaccedilatildeo
houve tambeacutem um grande avanccedilo nos direitos dos cidadatildeos
Aqui no Brasil apoacutes a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 muito se conquistou desses direitos
A proacutepria Carta Magna reservou uma lista grande de direitos e garantias individuais e coletivas (em especial
nos art 5ordm 6ordm e 7ordm)
De toda forma criando verdadeiro divisor na histoacuteria do Brasil a nossa CF88 acendeu nos nacionais o desejo
de conhecer de perto e participar da vida do paiacutes
Mais que isto passou a discutir os seus direitos enquanto membros da naccedilatildeo
Representados no governo tanto nas casas legislativas quanto nos demais poderes (Executivo e Judiciaacuterio)
passamos a conquistar espaccedilo e elaborar instrumentos que exigem (forccedilam) os gestores a dar transparecircncia em sua atua-
ccedilatildeo
Dentre esses instrumentos podemos citar a Lei de Responsabilidade Fiscal que desde o seu nascimento (em
2000) jaacute previa certas obrigaccedilotildees aos governantes para levar ao povo o conhecimento de seus atos e accedilotildees
Mas foi exatamente em 2010 pela Lei Complementar nordm 131 de 27 de maio de 2009 que houve uma implemen-
taccedilatildeo maior da obrigatoriedade de transparecircncia nos meio puacuteblico aplicando-se inclusive regras especiacuteficas sobre a
divulgaccedilatildeo tecnoloacutegica via internet
Com isso desencadeou no Brasil em todos os oacutergatildeos puacuteblicos a obrigaccedilatildeo de publicar mais amplamente as in-
formaccedilotildees que poderiam ter o interesse puacuteblico
Essa eacute a chamada Transparecircncia Ativa pois independentemente de algueacutem solicitar o oacutergatildeo puacuteblico tem a o-
brigaccedilatildeo de divulgar
E diga-se mais
A divulgaccedilatildeo (publicaccedilatildeo) deveraacute ser eficiente e eficaz
Ou seja
O canal disponibilizado deveraacute ser de boa qualidade permitindo o acesso de forma raacutepida e faacutecil e evitando os
subterfuacutegios (mesmo que da tecnologia) para esconder dados e informaccedilotildees
A Lei Complementar Federal nordm 1012000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) exige
que ocorram publicaccedilotildees trimestrais
7 Publicidade Oficial Obrigatoacuteria
Por certo que a fonte primeira para propiciar o controle eacute a publicidade
A princiacutepio publicidade significa ldquolevar a puacuteblicordquo mais no sentido de obediecircncia ao ditame constitucional de
divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees do poder puacuteblico
Inclusive a publicidade foi instituiacuteda como um dos 5 (cinco) princiacutepios baacutesicos da Administraccedilatildeo Puacuteblica (art
37 caput da CF)
Eacute que o legislador constituinte entendeu como sendo prioridade a divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees dos governantes
para que o povo (contribuinte-eleitor) acompanhe as atuaccedilotildees dos eleitos bem como com a coisa puacuteblica
Embasadas na Carta Maior da Repuacuteblica muitas leis editadas depois de 1988 criaram obrigaccedilatildeo de publicar cer-
tos atos quando se tratar de recursos puacuteblicos (financeiros patrimoniais funcionais etc)
Os Atos Oficiais de publicaccedilatildeo obrigatoacuteria devem ser divulgados em um uacutenico meio de comunicaccedilatildeo escolhido
por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-tributaccedilatildeo-
orccedilamentaacuteria)
No caso do Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Licitaccedilatildeo
cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
71 Publicidade oficial Facultativa
A CF de 1988 tambeacutem autorizou despesas com a divulgaccedilatildeo de caraacuteter educativo e informativo ou de orienta-
ccedilatildeo social (art 37 sect1ordm)
No entanto de laacute pra caacute muita polecircmica foi gerada discutindo sobre o que poderia se aceitar referente agraves despe-
sas com publicidade
Eacute que a interpretaccedilatildeo anterior impunha uma separaccedilatildeo severa na publicidade oficial entre a obrigatoacuteria e a fa-
cultativa
Entendia-se que a obrigatoacuteria era apenas aquela especificada na lei como a publicaccedilatildeo de atos como leis de-
cretos portarias resoluccedilotildees editais
Quando se divulgava as accedilotildees do poder puacuteblico questionava-se se aquela despesa se enquadrava como educa-
cional de orientaccedilatildeo social ou de informaccedilatildeo exigida (serviccedilos de utilidade puacuteblica)
72 Publicidade Institucional
Poreacutem com a evoluccedilatildeo do conceito e com a crescente demanda do povo sobre a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico e as
accedilotildees governamentais ampliou-se em muito as possibilidades de realizar despesas para esse fim
Portanto aleacutem da publicaccedilatildeo obrigatoacuteria e daquelas enquadradas como ldquoserviccedilos de utilidade puacuteblicardquo passou-
se a entender que o gestor deva divulgar amplamente as atividades de cada oacutergatildeo puacuteblico para manter a populaccedilatildeo por
dentro dos acontecimentos que envolvem recursos dos contribuintes De certo modo essa divulgaccedilatildeo natildeo obrigatoacuteria pode ser considerada como publicidade institucional pois a-
leacutem de informar ao povo sobre as accedilotildees do oacutergatildeo promove este diante da opiniatildeo puacuteblica fortalecendo-o institucional-
mente
E para essa divulgaccedilatildeo o TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contra-
tar serviccedilos de comunicaccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
No caso de contrataccedilatildeo de agecircncias as regras a serem obedecidas deveratildeo ser aquelas da lei federal nordm
122322010 (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
Resumindo as regras do TCEPR para a comunicaccedilatildeo institucional eacute
1- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010 A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO
para julgar a melhor teacutecnica
2- Para contratar os serviccedilos para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocirc-
nico) programa de raacutedio ou TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo ME-
LHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
Insta lembrar tambeacutem que a partir de 2006 o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a publicar
natildeo apenas seus atos oficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de
internet ou outros serviccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
a)- transmissotildees de sessotildees
b)- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
c)- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
a)- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
b)- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
c)- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
d)- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
e)- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
f)- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Lembrando que existem Atos Oficiais que devem ser obrigatoriamente divulgados em um uacutenico meio de co-
municaccedilatildeo escolhido por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-
tributaccedilatildeo-orccedilamentaacuteria)
E atenccedilatildeo
O Oacutergatildeo Oficial nos Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Li-
citaccedilatildeo cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
Vide Acoacuterdatildeo nordm 409760-5 do TJPR e Processo nordm 22972306 do TCEPR no AVA
Inclusive o Municiacutepio poderaacute optar por apenas um Diaacuterio Oficial Eletrocircnico ou este e mais o Diaacuterio Oficial
Impresso segundo o TCEPR (Acoacuterdatildeo nordm 383013)
Aliaacutes o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a partir de 2006 a publicar natildeo apenas seus atos o-
ficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de internet ou outros servi-
ccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
- transmissotildees de sessotildees
- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Atenccedilatildeo de novo
A lei federal nordm 122322010 criou regras especiacuteficas para a contrataccedilatildeo de serviccedilos de publicidade prestados
por intermeacutedio de agecircncias de propaganda (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
O TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contratar serviccedilos de comuni-
caccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
Resumindo
a)- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010
A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO pa-
ra julgar a melhor teacutecnica
b)- O TCEPR tem se posicionado (vide acoacuterdatildeo 3082012 no AVA) no sentido de que a contrataccedilatildeo dos serviccedilos
para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocircnico) programa de raacutedio ou
TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo MELHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
8 Prestaccedilatildeo de Contas
Sendo mais um dos elementos da Transparecircncia e consequentemente do Controle a Prestaccedilatildeo de Contas enseja
dar conhecimento ao contribuinte do que o gestor faz com os recursos puacuteblicos
Seguindo a evoluccedilatildeo social humana sobretudo apoacutes a identificaccedilatildeo da figura do estado moderno (povo territoacute-
rio governo) a exigecircncia de os governantes ou particulares dar satisfaccedilatildeo aos contribuintes sobre o uso e aplicaccedilatildeo dos
recursos puacuteblicos (financeiros e de bens) tem crescido mais e mais
Jaacute na Declaraccedilatildeo dos Direitos do Homem e do Cidadatildeo elaborada e aceita por muitos povos na era da Revolu-
ccedilatildeo Francesa (1789) consta essa exigecircncia
ldquoArt 15 ndash A Sociedade tem o Direito de pedir conta a todo agente puacuteblico de sua administraccedilatildeordquo
Segundo o texto divulgado no site do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute
ldquoA Prestaccedilatildeo de Contas eacute dever constitucional dos que utilizam arrecadam guardam gerenciam ou administram
dinheiros bens e valores puacuteblicosrdquo
httpwww1tceprgovbrconteudoprestacao-de-contas-municipios214
Resumindo
Com a publicidade e a prestaccedilatildeo de contas ocorre transparecircncia na gestatildeo puacuteblica promovendopermitindo
melhor controle da coisa puacuteblica
Todos satildeo interligados
Bom Estudo
Controle
Transparecircncia
Publicidade
Prestaccedilatildeo de Contas
bull 5 ndash atribuir tarefas proacuteprias do curso
bull 6 ndash cumprir as regras legais (jornada-prazo-outras exigecircncias do contrato)
415 Acumulaccedilatildeo de cargos puacuteblicos
A Constituiccedilatildeo Federal no art 37 XVI estabelece os casos em que eacute permitida a acumulaccedilatildeo de cargos em-
pregos e funccedilotildees nas administraccedilotildees direta e indireta nas empresas puacuteblicas e nas sociedades de economia mista
Em face da complexidade da mateacuteria e da dificuldade de interpretaccedilatildeo do dispositivo constitucional o tema tem
suscitado muitas duacutevidas na administraccedilatildeo municipal
A seguir apresenta-se em siacutentese a orientaccedilatildeo firmada pelos Tribunais de Contas sobre a mateacuteria
4151 Cargo de professor com outro cargo teacutecnico ou cientiacutefico
Eacute permitido ao professor efetivo estadual atendidos aos preceitos do art 37 II da Constituiccedilatildeo Federal ser
nomeado para cargo teacutecnico ou cientiacutefico no municiacutepio havendo compatibilidade de horaacuterio respeitado o limite da jor-
nada de trabalho fixada no art 7ordm XIII combinado com o art 39 sect 3ordm ambos da Constituiccedilatildeo Federal
Natildeo eacute possiacutevel ao servidor puacuteblico que jaacute acumula cargo efetivo de professor com cargo teacutecnico ou cientiacutefico
receber cumulativamente a remuneraccedilatildeode secretaacuterio municipal ante a vedaccedilatildeo do art 37 XVI e XVII da Constituiccedilatildeo
Federal
4152 Cargo efetivo com cargo de secretaacuterio municipal
O servidor puacuteblico efetivo municipal ocupante de cargo de secretaacuterio do mesmo municiacutepio desde que autoriza-
do pela legislaccedilatildeo local pode optar entre a remuneraccedilatildeo do cargo efetivo e o subsiacutedio do cargo de secretaacuterio vedada a
percepccedilatildeo cumulativa
Caso o servidor efetivo municipal opte pelo subsiacutedio legalmente instituiacutedo para o cargo de secretaacuterio do mesmo
municiacutepio somente poderaacute perceber o valor correspondente ao subsiacutedio sem adicional gratificaccedilatildeo ou qualquer outro
estipecircndio nos termos do sect 4ordm do art 39 da Constituiccedilatildeo Federal
4153 Cargo em comissatildeo com cargo efetivo
A Constituiccedilatildeo Federal (art 37 XVI e XVII) natildeo permite a acumulaccedilatildeo remunerada de cargo de provimento e-
fetivo com a de cargo de provimento em comissatildeo
4154 Dois cargos em comissatildeo
A acumulaccedilatildeo remunerada de dois cargos comissionados eacute vedada pelo art 37 XVI da Constituiccedilatildeo Federal
Eacute incompatiacutevel a acumulaccedilatildeo de dois cargos em comissatildeo no acircmbito da Administraccedilatildeo Puacuteblica quaisquer que
sejam os poderes ou esferas por natildeo se enquadrar nas exceccedilotildees passiacuteveis de acumulaccedilatildeo estabelecidas pelo art 37 XVI
da Constituiccedilatildeo Federal
4155 Proventos de aposentadoria com a remuneraccedilatildeo de cargo efetivo
Eacute permitido ao servidor inativo retornar ao exerciacutecio da funccedilatildeo puacuteblica acumulando proventos e vencimentos
nos casos permitidos pelo sect 10 do art 37 da Constituiccedilatildeo Federal
O servidor puacuteblico aposentado pelo estado ou pelo municiacutepio com fundamento no arts 40 ou 42 da Constitui-
ccedilatildeo Federal que presta concurso puacuteblico e eacute nomeado para ocupar cargo puacuteblico municipal deve optar entre os proven-
tos da aposentadoria e a remuneraccedilatildeo do cargo em conformidade com o disposto no art 37 sect 10 da Constituiccedilatildeo Fede-
ral salvo os casos de acumulaccedilatildeo previstos nos arts 37 XVI 95 paraacutegrafo uacutenico I e 128 sect 5ordm II aliacutenea d da Consti-
tuiccedilatildeo Federal
4156 Proventos de aposentadoria com a remuneraccedilatildeo de cargo em comissatildeo
Eacute permitido ao servidor puacuteblico inativo sem viacutecio de acumulaccedilatildeo indevida exercer cargo de provimento em
comissatildeo acumulando proventos e vencimentos
4157 Permanecircncia do servidor no cargo ou emprego puacuteblico apoacutes a aposentadoria
Ao servidor puacuteblico natildeo eacute possiacutevel quando se aposenta continuar exercendo normalmente suas funccedilotildees jaacute que
eacute vedada a acumulaccedilatildeo remunerada de cargos puacuteblicos ressalvando-se a aposentadoria voluntaacuteria do empregado de
empresa puacuteblica ou sociedade de economia mista
4158 Acumulaccedilatildeo de cargos com o exerciacutecio de mandato eletivo
41581) Cargo efetivo com mandato de vereador
O vereador que for investido em cargo puacuteblico efetivo ou emprego puacuteblico do estado ou do municiacutepio apoacutes a-
provaccedilatildeo em concurso puacuteblico poderaacute tomar posse no cargo efetivo sem prejuiacutezo do mandato de vereador
O exerciacutecio concomitante do cargo puacuteblico efetivo e do mandato de vereador somente eacute possiacutevel quando houver
compatibilidade de horaacuterios
Neste caso o vereador poderaacute acumular as respectivas funccedilotildees bem como a remuneraccedilatildeo e as demais vantagens
do cargo efetivo com o subsiacutedio do mandato
Natildeo havendo compatibilidade de horaacuterios o agente seraacute afastado do exerciacutecio do cargo ou emprego sendo-lhe
facultado optar pela remuneraccedilatildeo do cargo efetivo ou do emprego
41582 Cargo comissionado com mandato de vereador
Eacute ilegiacutetimo o exerciacutecio concomitante de cargo em comissatildeo pertencente agrave estrutura do Poder executivo munici-
pal com o mandato de vereador em decorrecircncia do princiacutepio da separaccedilatildeo das funccedilotildees estatais uma vez que na relaccedilatildeo
decorrente do cargo comissionado haveraacute submissatildeo do vereador aos comandos do chefe do Poder executivo municipal
incompatiacutevel com o exerciacutecio da vereanccedila
41583 Acumulaccedilatildeo de cargo de meacutedico com o exerciacutecio do mandato de prefeito
O servidor puacuteblico ocupante de cargo efetivo ou emprego puacuteblico de meacutedico pertencente agrave estrutura do Poder
executivo eleito prefeito deve se afastar do cargo ou emprego sendo-lhe facultado optar pela remuneraccedilatildeo do cargo ou
emprego nos termos do art 38 II da Constituiccedilatildeo Federal
Enquanto permanecer no exerciacutecio do mandato de prefeito o ocupante de cargo ou emprego de meacutedico natildeo po-
de realizar serviccedilos profissionais pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede (SuS) com habitualidade incluindo o meacutetodo de creden-
ciamento por caracterizar acumulaccedilatildeo remunerada de funccedilotildees puacuteblicas
Salvo vedaccedilatildeo na Lei Orgacircnica do municiacutepio o meacutedico em exerciacutecio do cargo de prefeito natildeo estaacute impedido de
realizar procedimento ciruacutergico em casos excepcionais para atendimentos emergenciais cuja recusa possa caracterizar
omissatildeo de socorro
41584 Acumulaccedilatildeo de cargo efetivo com mandato de vice prefeito
Eacute inconstitucional a acumulaccedilatildeo da remuneraccedilatildeo de cargo efetivo com o subsiacutedio de vice-prefeito em face da
inaplicabilidade agrave espeacutecie da norma do art 38 III da Constituiccedilatildeo Federal que se restringe tatildeo somente ao vereador
Entretanto o servidor puacuteblico efetivo que ver a exercer mandato de vice-prefeito pode optar entre a remunera-
ccedilatildeo do cargo e o subsiacutedio de vice-prefeito
Caso o servidor faccedila a opccedilatildeo pelo subsiacutedio teraacute direito ao recebimento apenas do valor correspondente ao sub-
siacutedio (parcela uacutenica) ficando vedado o pagamento de adicional gratificaccedilatildeo ou quaisquer outras vantagens do cargo
efetivo nos termos do sect 4ordm do art 39 da Constituiccedilatildeo Federal
41585 Acumulaccedilatildeo de cargo de vice prefeito com cargo comissionado
O vice-prefeito designado para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou funccedilatildeo de confianccedila no acircmbito do Poder
Executivo deveraacute optar entre o subsiacutedio de vice-prefeito e a remuneraccedilatildeo do cargo ou da funccedilatildeo
O vice-prefeito investido no cargo de secretaacuterio municipal deveraacute optar entre o subsiacutedio afeto ao mandato eleti-
vo e o vencimento do respectivo cargo
4159 Direito ao subsiacutedio mensal mdash vice-prefeito
O vice-prefeito exercendo ou natildeo funccedilatildeo executiva na administraccedilatildeo municipal tem direito agrave percepccedilatildeo mensal
do subsiacutedio de vice-prefeito fixado pela cacircmara municipal
41510 Acumulaccedilatildeo de cargos e o respeito ao teto remuneratoacuterio
O provento de aposentadoria subsiacutedio de agente poliacutetico e vencimento pelo exerciacutecio de cargo puacuteblico recebi-
dos aglutinadamente devem observar o teto remuneratoacuterio instituiacutedo pelo inciso XI do art 37 da Constituiccedilatildeo Federal
416 Nepotismo
O significado original da palavra nepotismo eacute governo dos sobrinhos jaacute que eacute derivada de nepoteounipo-
te(sobrinho ou neto em latim) e foi aplicada em referecircncia aos Papas do Renascimento (de Sisto IV a Paulo III) que
nomeavam sobrinhos e outros parentes para posiccedilotildees clericais e administrativas de importacircncia assim como aos Gover-
nantes japoneses tanto no periacuteodo Heian (por volta do ano 669) quanto no comeccedilo do seacuteculo IX (governo da famiacutelia
Fujiwara) e ateacute nos anos 1960 com Kiyomori
Com o sufixo ismo a palavra indica a concessatildeo de privileacutegios ou cargos a parentes no funcionalismo puacuteblico
Distingue-se do favoritismo simples que natildeo implica relaccedilotildees familiares com o favorecido
Em 2008 julgando um dos processos que chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) aquela Corte editou a
Suacutemula 13 com o seguinte texto
Suacutemula vinculante 13 de 210808
ldquoA nomeaccedilatildeo de cocircnjuge companheiro ou parente em linha reta colateral ou por afinidade ateacute o terceiro grau
inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa juriacutedica investido em cargo de direccedilatildeo chefia ou
assessoramento para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou de confianccedila ou ainda de funccedilatildeo gratificada na
administraccedilatildeo puacuteblica direta e indireta em qualquer dos Poderes da Uniatildeo dos Estados do Distrito Federal e dos
Municiacutepios compreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocas viola a Constituiccedilatildeo Federalrdquo
Data de Aprovaccedilatildeo Sessatildeo Plenaacuteria de 21082008Fonte de Publicaccedilatildeo DJe nordm 1622008 p 1 em 2982008DO de
2982008 p 1
Assim fundamentados especialmente nos princiacutepio constitucionais da impessoalidade e da moralidade o maior
oacutergatildeo do Poder Judiciaacuterio brasileiro definiu como proibidas as nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos em comissatildeo ou
funccedilotildees de confianccedila de familiares dos nomeantes em ateacute terceiro grau de parentesco
O parentesco segundo o Coacutedigo Civil (arts 1591 a 1595) eacute identificado em trecircs linhas distintas
a) reta (ascendente e descendente pai matildee avocirc avoacute filho filha neto neta)
b) colaterais (provecircm de um tronco comum mas natildeo descendem uma das outras irmatildeo irmatilde tio tia) e
c) por afinidade (o viacutenculo que se estabelece entre um cocircnjuge e os parentes do outro cocircnjuge)
De ressaltar que a Suacutemula 13 do STF abrangeu o famoso nepotismo cruzado que eacute a combinaccedilatildeo entre nomean-
tes para a contrataccedilatildeo direta de servidores parentes seus de forma cruzada (o parente de um eacute contratado pelo outro e
vice versa) pois ao final do texto consta ldquocompreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocasrdquo
E mantendo a maacutexima de que cada regra tem sua exceccedilatildeo o STF declarou na sequencia (no Recurso Extraordi-
naacuterio nordm 579951RN) que a exceccedilatildeo dessa proibiccedilatildeo seria a possibilidade de nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos poliacuteti-
cos aiacute compreendidos os Ministros de Estado Secretaacuterios de Estado e Secretaacuterios Municipais
Entatildeo dessa data em diante (2982008 publicaccedilatildeo da suacutemula 13 do STF) passou-se a ser proibido o
nepotismoem cargos e funccedilotildees puacuteblicas de livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo
Em resumo quando da ediccedilatildeo da Suacutemula 13 a Corte Maacutexima do Poder Judiciaacuterio paacutetrio definiu que
1 ndash Eacute PROIBIDA A NOMEACcedilAtildeO EM CC OU FG DECOcircNJUGE OU PARENTE DA AUTORIDADE NOMEANTE
OU DE OUTRO SERVIDOR NESTES CARGOS (CC ou FG) ATEacute TERCEIRO GRAU
2 ndash CARGOS DE MINISTROS E SECRETAacuteRIOS PODEM SER OCUPADOS POR PARENTES
Pois bem
Apoacutes a proibiccedilatildeo pelo Supremo e vasta interpretaccedilatildeo do Poder Judiciaacuterio outros pontos natildeo abrangidos (ou es-
clarecidos) pela Suacutemula 13 foram praticamente pacificados
Vejamos os mais relevantes
1ordm ndash A LEI (Ordinaacuteria-Complementar-Orgacircnica) PODE AMPLIAR AS PROIBICcedilOtildeES abrangendo inclusive os Minis-
tros e Secretaacuterios (impedindo a contrataccedilatildeo de parentes ou limitando o nuacutemero de parentes contratados)
2ordm ndash Para a configuraccedilatildeo de nepotismo cruzado soacute se houver prova da reciprocidade Ou seja se ocorrer o ajuste a com-
binaccedilatildeo a troca de favores entre autoridades puacuteblicas
3ordm - Parente de Autoridade Puacuteblica ou de servidor de um mesmo oacutergatildeo poderaacute ocupar CC ou FG se foi nomeado antes
da posse deste
4ordm ndash Servidor efetivo poderaacute ser nomeado em CC ou designado em FG em mesmo oacutergatildeo de Gestor Puacuteblico ou servidor
parente se natildeo for nomeado por ele ou subordinado a ele
5ordm ndash Servidores de um mesmo oacutergatildeo ocupantes de Cargo Comissionado ou Funccedilatildeo de Confianccedila que venham a se tor-
nar um casal depois do ingresso no cargo ou funccedilatildeo e desde que natildeo ocorra subordinaccedilatildeo direta entre si natildeo seraacute con-
siderado nepotismo 6ordm ndash Ex-cocircnjuge comprovadamente podem ser nomeados pelo ex sem caracterizar nepotismo
7ordm ndash Nos casos de requisiccedilatildeocessatildeo de servidores por autoridades ou oacutergatildeos aplicam-se as regras do nepotismo
8ordm ndash Parentesco com autoridades puacuteblicas ou servidores falecidos ou aposentados natildeo incidem a Suacutemula 13
9ordm ndash Contrataccedilatildeo de estagiaacuterios que sejam parentes de autoridades ou servidores do oacutergatildeo concedente do estaacutegio natildeo se
configura nepotismo desde que haja seleccedilatildeo preacutevia
10ordm ndash Contratar sem licitaccedilatildeo pessoa juriacutedica na qual haja administrador ou soacutecio com poder de direccedilatildeo que seja fami-
liar de detentor de cargo em comissatildeo ou funccedilatildeo de confianccedila que atue na aacuterea responsaacutevel pela demanda ou de autori-
dade a ele hierarquicamente superior
Por fim destacar que os caminhos juriacutedicos para exigir a exoneraccedilatildeo de parentes que ocupem cargos comissio-
nados ou funccedilotildees de confianccedila bem como coibir e responsabilizar os agentes puacuteblicos que desrespeitarem a regra cons-
tante da Suacutemula 13 do STF e demais acervo jurisprudencial referentemente ao nepotismo poderaacute ser a Accedilatildeo Civil Puacute-
blica(art 1ordm inciso IV da Lei 734785) ou ateacute mesmo a Reclamaccedilatildeo ao STF (art 102 inciso I aliacutenea l da Constitu-
iccedilatildeo Federal)
Jaacute as consequecircncias juriacutedicas para quem desobedecer agraves normas combatentes do nepotismo possuem as seguin-
tes hipoacuteteses
1ordf ndash Consequecircncias para o servidor nomeado ou designado pela omissatildeo de informar agrave Administraccedilatildeo Puacuteblica o fato de
se encontrar sob o alcance da Suacutemula Vinculante nordm 13 do STF incide o crime de falsidade ideoloacutegica (art 299 do Coacute-
digo Penal) bem como pela manutenccedilatildeo do cargo ou emprego puacuteblico sabendo do impedimento incide em crime de
desobediecircncia agrave decisatildeo judicial (art 359 CP)
2ordf ndash Consequecircncias para o agente poliacutetico pela omissatildeo incide no crime de prevaricaccedilatildeo (art 319 CP) e na esfera
poliacutetico-administrativa incorre no crime de improbidade administrativa (art 11 I e II cc o art 12 III todos da Lei nordm
842992) pode-se aplicar a ele ainda no caso dos prefeitos municipais estaratildeo sujeitos agrave cassaccedilatildeo do mandato eletivo
(Decreto-lei 20167 art 4ordm VII)
417 - GASTOS COM PESSOAL
O paracircmetro a ser empregado nos caacutelculos da despesa com pessoal haacute de ser a Receita Corrente Liquida
ndash RCL conceituada no inciso IV do art 2ordm da LRF
Considera-se despesa com pessoal nos termos do artigo 18 da LFR todas as vantagens vencimentos sa-
laacuterios proventos adicionais gratificaccedilotildees horas extras encargos sociais subsiacutedios dos agentes poliacuteticos e qual-
quer outra espeacutecie remuneratoacuteria
A verificaccedilatildeo das adequaccedilotildees das despesas efetivamente realizadas com pessoal em relaccedilatildeo agrave RCL deveraacute
ocorrer nos termos do artigo 22 da LRF ao final de cada quadrimestre
Os resultados obtidos seratildeo por sua vez informados no Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal correspondente ao
mesmo periacuteodo de apuraccedilatildeo sendo facultado aos Municiacutepios com populaccedilatildeo inferior a cinquumlenta mil habitantes
apurar esse comprometimento ao final de cada semestre (art 62 I e II ldquobrdquo)
Segundo art 20 da LRF a reparticcedilatildeo dos limites globais de cada ente eacute de
PoderEnte Uniatildeo EstadosDF Municiacutepios
Executivo 409 490 540
LegislativoTC 60 60 60
Judiciaacuterio 25 30 -x-
Ministeacuterio Puacuteblico 06 20 x-
Totais 500 600 600
Visando coibir despesas em excesso praticados pelas Cacircmaras Municipais houve emenda constitucional
disciplinando os percentuais destas (EC nordm 252000) sem no entanto disciplinar seu conceito e composiccedilatildeo toda-
via excluiu-se as despesas com inativos resultando em limites diversos em relaccedilatildeo agrave LRF vejamos
Populaccedilatildeo Limites EC 25 (ex-
clui inativos)
Limites LRF
(inclui inativos)
Ateacute 100000 habitantes 56 6
De 100001 a 300000 hab 49 6
De 301000 a 500000 hab 42 6
Acima de 500000 hab 35 6
LRF - art 22
Se a despesa de pessoal exceder a 95 do limite estabelecido no artigo 20 os Poderes e oacutergatildeos que incor-
rem no excesso ficaratildeo vedados de criar cargo emprego ou funccedilatildeo e efetuar provimento de cargo puacuteblico admis-
satildeo ou contrataccedilatildeo de pessoal a qualquer tiacutetulo
Exceccedilatildeo (artigo 22 inciso IV) aacutereas de educaccedilatildeo sauacutede e seguranccedila restringindo-se quando esta se ca-
racterizar por falecimento ou aposentadoria
Para os casos de extrapolaccedilatildeo dos limites determinada pelo artigo 169 da CF88 nos termos do art 23 da
LRF deveraacute o ente propor medidas para sua adequaccedilatildeo com a maior brevidade possiacutevel
Isto posto nos dois quadrimestres seguintes deveraacute observar as providecircncias previstas nos sectsect 3ordm e 4ordm do
art 169 da CF quais sejam
Reduccedilatildeo de pleno menos vinte por cento das despesas com cargos em comissatildeo e funccedilotildees de confianccedila
Exoneraccedilatildeo dos servidores natildeo estaacuteveis
Exoneraccedilatildeo dos servidores estaacuteveis se natildeo alcanccedilada a reduccedilatildeo necessaacuteria com as medidas anteriores desde
que ato normativo de cada Poder especifique a atividade funcional o oacutergatildeo ou unidade administrativa objeto de
reduccedilatildeo de pessoal
O servidor que neste caso perder o cargo faraacute jus a indenizaccedilatildeo correspondente a um mecircs de remunera-
ccedilatildeo por ano de serviccedilos sendo que esta natildeo seraacute computada para fins de despesas com pessoal
Permanecendo o excesso ficaraacute o ente impedido de receber transferecircncias voluntaacuterias
418 - Despesas gerais
4181 - Diaacuterias
a) ndash cobrem hospedagem e alimentaccedilatildeo
b) ndash aplicaccedilatildeo do princiacutepios da razoabilidade proporcionalidade e moralidade
c) ndash devem ser liberadas motivadamente (interesse puacuteblico)
d) ndash dependem de lei autorizatoacuteria
e) ndash podem ser liberadas para participaccedilatildeo em eventos
f) ndash natildeo podem configurar ldquosalaacuteriordquo
g) ndash exigem comprovaccedilatildeo de realizaccedilatildeo do objetivo
h) ndash a partir de 50 do valor da remuneraccedilatildeo incide ir e inss
i) ndash a fixaccedilatildeo do valor pode ser variaacutevel de municiacutepio para municiacutepio
j) ndash fraude ou simulaccedilatildeo no pagamento de diaacuteria acp
4182 - Adiantamentos eacute proibido
4183 -Seguro de vidaeacute possiacutevel
4184 - Vale Transporteeacute possiacutevel
4185 - Plano de sauacutedesoacute para servidoresvereadores natildeo
4186 -Veiacuteculo proacuteprio
Segundo o TCRPR eacute proibido agrave Cacircmara pagar combustiacutevel para veiacuteculos dos vereadores
O TCE-PR alega que a Administraccedilatildeo Puacuteblica natildeo pode arcar com gastos inerentes a despesas com veiacuteculos
particulares dos Edis mesmo que a serviccedilo do Legislativo haja vista a inexistecircncia de contrato precedido de Licitaccedilatildeo e
diante das normas de direito administrativo onde qualquer aquisiccedilatildeo efetuada pelo Poder Puacuteblico depende de contrato
este em regra precedido de licitaccedilatildeo
Alega inclusive que essa despesa eacute estranha ao orccedilamento sem amparo legal
Ateacute em relaccedilatildeo aos servidores o TCE desaconselha o ressarcimento de despesas com combustiacutevel particular
por aplicaccedilatildeo do art 29 da CE89 ou da Lei Orgacircnica Municipal que geralmente preveem incompatibilidade negocial
Vale ressaltar que outros Tribunais de Contas divergem ou convergem com o TCEPR
Vejamos
O TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA PERMITE
PREJULGADO 2082 DO TCESC
ldquoA Cacircmara Municipal pode disciplinar o uso de veiacuteculos oficiais de sua propriedade a exemplo da Lei Estadual ndeg
79871990 (regulamentada pelo Decreto ndeg 34212005) e do Decreto Federal ndeg 64032008 (disciplinado pela Instru-
ccedilatildeo Normativa ndeg 0032008 do Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeordquo
PREJULGADO 1268 DO TCESC
A Cacircmara Municipal poderaacute ressarcir as despesas de combustiacutevel de veiacuteculos particulares desde que (a) previamente
autorizada em lei especiacutefica (b) relacionada a deslocamento dos Vereadores para fora de jurisdiccedilatildeo municipal (c) os
assuntos tratados nas viagens sejam de interesse puacuteblico (d) haja expressa autorizaccedilatildeo da Cacircmara Municipal para a rea-
lizaccedilatildeo da viagem (e) os veiacuteculos utilizados nestas condiccedilotildees estejam previamente cadastrados no oacutergatildeo competente do
Pode Legislativo e (f) sejam aplicaacuteveis somente a casos excepcionais
O TCE DE MG PROIacuteBE
Consulta nordm 810007- TCEMG
Tribunal de Constas do Estado - Cacircmara natildeo pode pagar gasolina para vereadores O relator Cons Elmo Braz adotou o
parecer do Auditor Hamilton Coelho para responder agraves indagaccedilotildees Inicialmente a Auditoria asseverou que o TCEMG
jaacute declarou em diversas oportunidades a ilegalidade do abastecimento de veiacuteculos particulares de vereadores com re-
cursos da Cacircmara ainda que para uso no interesse do oacutergatildeo mencionando nesse sentido a Consulta nordm 810007 (Rel
Cons Eduardo Carone Costa sessatildeo de 030210) ndash v Informativo 17 O Auditor transcreveu parte do parecer exarado
naquela Consulta no sentido de que a utilizaccedilatildeo de veiacuteculo de propriedade particular de vereador mediante contrapresta-
ccedilatildeo (abastecimento) a serviccedilo da Administraccedilatildeo Puacuteblica configuraria contrato de locaccedilatildeo de fato e de que o uso interca-
lado do veiacuteculo ndash ora em caraacuteter particular ora a serviccedilo ndash tornaria difiacutecil a mensuraccedilatildeo do quantum a ser indenizado
redundando em confusatildeo patrimonial envolvendo o agente puacuteblico e o oacutergatildeo contratante
O TCEMT PERMITE
Processo nordm 2073652010 - 19042011
ldquoCAcircMARA MUNICIPAL DE NOVA OLIacuteMPIA CONSULTA CAcircMARA MUNICIPAL VEREADOR VERBA DE
NATUREZA INDENIZATOacuteRIA POSSIBILIDADE SE OBSERVADOS OS REQUISITOS IMPOSSIBILIDADE DE
PAGAMENTO DE DESPESAS COM MANUTENCcedilAtildeO DO GABINETE DO PARLAMENTAR POSSIBILIDADE
DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS COM ABASTECIMENTO DE VEIacuteCULO PARTICULAR DO VEREADOR
E DE ACUMULACcedilAtildeO COM A DIAacuteRIA QUANDO CONTEMPLAREM O RESSARCIMENTO DE DESPESAS
DISTINTAS PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS NOS TERMOS DA LEI QUE A INSTITUIRrdquo
4187 - Passagens
Por se tratar de despesa com caracteriacutesticas muito proacuteprias jaacute que os valores se alteram permanentemente mas eacute
possiacutevel a reduccedilatildeo dos preccedilos sobretudo com descontos sobre a taxa de administraccedilatildeo das agecircncias ou operadoras eacute
recomendaacutevel a realizaccedilatildeo de processo licitatoacuterio afim de promover a economicidade evitar sobrepreccedilos e oportunizar
a competitividade entre os diversos particulares interessados em negociar com a Administraccedilatildeo
Por isso orienta-se agrave promoccedilatildeo do certame licitatoacuterio na modalidade Pregatildeo cujo objeto seja a contrataccedilatildeo de
serviccedilos de agenciamento de viagens para cotaccedilatildeo reserva e fornecimento de passagens (aeacutereas e terrestres) no acircmbito
nacional e internacional se houver interesse
Caso opte pela passagem internacional eacute interessante licitar a emissatildeo de seguro de assistecircncia em viagem in-
ternacional
Especificar que a compra se faraacute por meio de atendimento remoto (e-mail eou telefone)
O tipo aconselhaacutevel eacute o de menor preccedilo escolhendo-se a proposta que ofertar o maior percentual de desconto
sobre o valor ldquodo diardquo disponibilizado e cobrado de todos os puacuteblicos inclusive sobre as tarifas promocionais e reduzi-
das disponiacuteveis no momento da compra excluiacuteda a taxa de embarque
5 Controle
51 Corrupccedilatildeo desvios e fraudes Conceitos
Corrupccedilatildeo eacute o ato ou efeito de se corromper oferecer algo para obter vantagem em negociata onde se favorece
uma pessoa e se prejudica outra
Eacute tirar vantagem do poder atribuiacutedo Corrupccedilatildeo vem do latim corruptus que significa quebrado em peda-
ccedilos O verbo corromper significa tornar-se podre
Desvio na aacuterea puacuteblica significa retirar o caminho normal de alguma coisa Natildeo alcanccedilar o objetivo por
mudanccedila de rota
Geralmente a palavra estaacute ligada agraves alteraccedilotildees que se promovem na ocupaccedilatildeo de cargos ou funccedilotildees no
uso de bens na realizaccedilatildeo de obras e ateacute no destino que se daacute aos recursos financeiros Fraude eacute um esquema iliacutecito ou de maacute feacute criado para obter ganhos para si ou para terceiros
No meio puacuteblico as fraudes geralmente satildeo praticadas atraveacutes de simulaccedilotildees e ajustes visando o aproveitamen-
to iliacutecito de valores benefiacutecios ou do patrimocircnio puacuteblico
52 Conceito e relevacircncia do controle
O controle eacute a ferramenta mais eficaz para se evitar as irregularidades e ilegalidades na atuaccedilatildeo dos po-
deres puacuteblicos
Segundo os mais elaborados estudos e pesquisas a corrupccedilatildeo pode ser maior ou menor dependendo da
proporcionalidade de controle existente
Onde tem menor controle tem maior corrupccedilatildeo e assim vice e versa
E o controle se faz por trecircs principais vias orientaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e puniccedilatildeo No Brasil o combate agrave corrupccedilatildeo no meio puacuteblico vem acontecendo atraveacutes da implementaccedilatildeo de vaacuterios tipos
de controle sobre as verbas recursos e patrimocircnio puacuteblico
Nos uacuteltimos anos melhoraram muito os sistemas de Controle Interno e Externo por iniciativa de cada oacutergatildeo ou
por exigecircncia do povo (diretamente ou atraveacutes das miacutedias)
O Legislativo por iniciativa proacutepria ou por pressatildeo popular tem aprovado inuacutemeros atos para reforccedilar a legisla-
ccedilatildeo paacutetria que afeta a corrupccedilatildeo
Satildeo os exemplos da Lei das Inelegibilidades (LC 6490 reforccedilada pela Lei da Ficha Limpa- LC 1352010) a
Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 1012000) a Lei da Transparecircncia (LC 1312009) a Lei da Informaccedilatildeo
(125272011) e a Lei Anticorrupccedilatildeo (128462013) e tantas outras
O Judiciaacuterio por sua vez e com o apoio das instituiccedilotildees de apuraccedilatildeo a ele ligadas (poliacutecias ministeacuterio puacuteblico
etc) tem punido severamente os corruptos realizando o seu papel sem distinccedilatildeo de cargo ou poder do apenado
Segundo informa o oacutergatildeo denominado de ldquoTransparecircncia Internacionalrdquo em mateacuteria divulgada no mecircs
de dezembro2014 ldquoNeste ano o Brasil obteve a nota 43 em uma escala que vai de 0 (setor puacuteblico visto como extremamente
corrupto) a 100 (extremamente iacutentegro) a mesma pontuaccedilatildeo obtida em 2012
No ano passado o paiacutes havia totalizado 42 pontos
A pontuaccedilatildeo do Brasil se situa exatamente na meacutedia mundial de acordo com o estudo de 43 pontos Nas
Ameacutericas como um todo a meacutedia eacute 45
Mais de dois terccedilos dos 175 paiacuteses que integram o iacutendice obtiveram uma nota inferior a 50
O Brasil estaacute na metade Natildeo eacute um dos piores nem dos melhores Mas natildeo eacute um resultado bom para o
paiacutes que tem feito inuacutemeros esforccedilos para ser um liacuteder econocircmico e poliacutetico disse Salas agrave BBC Brasil O Brasil
quer ser um liacuteder mundial entatildeo tem que mostrar o exemplo Ele ainda estaacute muito distante dos paiacuteses desenvol-
vidos nesse iacutendice ressalta o diretor da Transparecircncia Internacional
Empatados com o Brasil com a mesma pontuaccedilatildeo e lugar no ranking estatildeo paiacuteses como a Itaacutelia a Greacutecia
e a Bulgaacuteria
Para Salas o escacircndalo da Petrobras pode ser positivo para o Brasil se forem tomadas medidas fortes
de combate agrave corrupccedilatildeo
Se a presidente Dilma Roussef aproveitar esse momento para fazer mudanccedilas poderaacute ser algo positivo
diz ele
Se pessoas poderosas e outros culpados nesse escacircndalo forem presos o Brasil poderaacute projetar uma boa
imagem afirma Salas
Se houver tambeacutem reforma poliacutetica e melhorias no sistema de compras puacuteblicas pode ser um momento
histoacuterico para o Brasil Mas se nada mudar seraacute um exemplo negativo diz ele
A Dinamarca eacute a primeira colocada no ranking com 92 pontos um a mais em relaccedilatildeo ao estudo anterior
onde tambeacutem jaacute havia ficado em primeiro lugar
A China e a Turquia estatildeo entre os paiacuteses que mais perderam posiccedilotildees no ranking deste ano
A China que adotou nos uacuteltimos anos medidas de combate agrave corrupccedilatildeo como a proibiccedilatildeo de dar presen-
tes de alto luxo a funcionaacuterios puacuteblicos caiu 20 posiccedilotildees no ranking passando a ocupar o 100deg lugar com 36 pon-
tos
Entre os paiacuteses dos BRICS o Brasil estaacute praticamente empatado com a Aacutefrica do Sul (duas posiccedilotildees aci-
ma do Brasil no ranking) e bem agrave frente da China Iacutendia e Ruacutessiardquo
In httpwwwbbccoukportuguesenoticias201412141202_ranking_transparencia_internacional_brasil_df_lgb
Assim vale agrave pena continuar acreditando na melhora e natildeo cessar a luta pela melhoria dos instrumentos
de controle e combate agrave corrupccedilatildeo
53 O anseio democraacutetico pelo controle
De haacute muito tempo que a populaccedilatildeo anseia por melhoria nos sistemas de controle da coisa puacuteblica
No Brasil que historicamente conviveu com a corrupccedilatildeo na Administraccedilatildeo Puacuteblica a implantaccedilatildeo do re-
gime democraacutetico teve como maior objetivo a participaccedilatildeo do povo no poder (nas coisas do Estado) diretamente
ou atraveacutes de seus legiacutetimos representantes
Com isso espera-se que o povo faccedila parte do governo e que tenha conhecimento do que ocorre com os
bens e valores puacuteblicos enquanto estiverem sob a guarda dos administradores da coisa puacuteblica
Mas natildeo basta trocar as pessoas no comando do eraacuterio
Eacute preciso equipar os sistemas de controle haja vista que natildeo eacute exatamente a iacutendole pessoal que evita a
corrupccedilatildeo e os desvios no meio puacuteblico mas acima de tudo o controle que se faz sobre a coisa (a ocasiatildeo faz o
ladratildeo) O controle eacute exercido de forma irrestrita e ilimitada em todos e por todos os Poderes de Estado estendendo-se a
toda a Administraccedilatildeo e abrangendo todas as suas atividades e agentes sendo classificadas em variados tipos e formas de
atuaccedilatildeo para atingir os seus objetivos
Essas classificaccedilotildees indicam que
(I) O controle administrativo ou executivo eacute aquele exercido pela proacutepria Administraccedilatildeo sobre seus atos e agentes
(II) Controle legislativo ou parlamentar diz respeito ao que o Poder Legislativo imprime sobre atos e agentes do
Poder Executivo
(III) O controle judiciaacuterio eacute o referente agrave correccedilatildeo dos atos ilegais de qualquer dos Poderes pelo Judiciaacuterio quando
lesivos de direito individual ou do patrimocircnio puacuteblico Quanto a forma o controle pode ser sintetizado
bull De acordo com seu fundamento pode ser hieraacuterquico ou finaliacutestico
bull Em razatildeo da localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o exercita pode ser interno ou externo
bull Em virtude do momento em que eacute exercido pode ser preacutevio ou preventivo ou a priori concomitante ou sucessivo e
subsequente ou corretivo ou a posteriore
bull Conforme o aspecto controlado pode ser de legalidade ou de legitimidade e de meacuterito
Outra abordagem do Direito Administrativo eacute apresentada segundo a qual o controle da Administraccedilatildeo Puacuteblica
eacute poder de fiscalizaccedilatildeo e correccedilatildeo que sobre ela exercem os oacutergatildeos dos Poderes Judiciaacuterio Legislativo e Executivo com
o objetivo de garantir a conformidade de sua atuaccedilatildeo com os princiacutepios que lhe satildeo impostos pelo ordenamento juriacutedico
Dentre os pontos comuns observados eacute importante registrar as visotildees sobre os chamados controle externo e
controle interno decorrentes das classificaccedilotildees relativas agrave localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o realiza e quanto agrave integraccedilatildeo do
oacutergatildeo que o executa e agrave estrutura do oacutergatildeo objeto de sua execuccedilatildeo
As atividades do sistema de controle interno satildeo exercidas mediante a utilizaccedilatildeo de teacutecnicas de fiscalizaccedilatildeo e
auditoria as quais consistem no conjunto de processos que viabilizam o alcance dos macro-objetivos do sistema
Fiscalizar consiste na aplicaccedilatildeo de um conjunto de procedimentos pontuais que permitam o exame dos atos da
administraccedilatildeo puacuteblica visando avaliar a execuccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas atuando sobre os resultados efetivos dos pro-
gramas governamentais
54 O Controle Interno
Com previsatildeo desde 1964 (art 76 da Lei 432064 - Lei da Contabilidade Puacuteblica) foi levado agrave regras constitu-
cional em 05 de outubro de 1988 na Carta Maior (art 74) e reforccedilado pela Lei Complementar 1012000(LRF art 54 e
59) mas soacute implementado no Paranaacute a partir de 2008 com a exigecircncia pelo TCE que assim se manifestou a respeito
ldquoO sistema de controle interno eacute o agente de orientaccedilatildeo e integraccedilatildeo dos controles administrativos das enti-
dades componentes da estrutura organizacional e de apoio ao controle externo
Tem por objetivos principais a avaliaccedilatildeo do cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual e a execu-
ccedilatildeo dos programas constantes da LDO e na Lei Orccedilamentaacuteria Anual assegurar a observacircncia das normas e regula-
mentos e assim a legalidade dos atos avaliando os resultados no que se refere agrave eficaacutecia e eficiecircncia da gestatildeo orccedila-
mentaacuteria financeira e patrimonial da administraccedilatildeo
Sua funccedilatildeo inclui a diligecircncia no acompanhar dos procedimentos da administraccedilatildeo e na orientaccedilatildeo do ges-
tor acerca de eventuais desvios de rota e para evitar riscos iminentes que possam provocar danos ao patrimocircnio e agrave
gestatildeo
Juntamente com a contabilidade o controle interno deve velar pelo atendimento das agendas de obrigaccedilotildees
pela certeza do cumprimento dos limites legais seja de pisos de investimentos miacutenimos ou tetos para gastos maacutexi-
mos pela verdade das informaccedilotildees levadas a puacuteblico em face da LRF e suas determinaccedilotildees de transparecircncia da Lei
da Informaccedilatildeo e da proacutepria Lei nordm 432064
Os resultados satisfatoacuterios e sem sobressaltos especialmente em processo de transiccedilatildeo de mandato acentuam
que o controle interno desempenhou seu papel com efetividade e compromisso com a Entidade
O principal embaraccedilo que se tem percebido no processo de estruturaccedilatildeo do controle interno tem ocorrido na
montagem da equipe de trabalho especialmente a natildeo disponibilidade de profissionais com preparo teacutecnico
Existem pequenas prefeituras e cacircmaras municipais onde se verifica ateacute mesmo a simples falta de pessoal
sem atributosrdquoManual de Final de mandato ndash 2012
55 O controle Externo
O controle externo dos poderes municipais ( Executivo e Legislativo) eacute realizado direta e formalmente pelo
Tribunal de Contas que aleacutem de exigir a prestaccedilatildeo de contas anual ainda verifica a lisura e regularidade dos atos e accedilotildees
que envolvam a administraccedilatildeo dos bens e recursos puacuteblicos
A Lei Orgacircnica do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute (LC 1132005) indica que no papel de apoiador do
Poder Legislativo Municipal no controle externo a Corte Administrativa tem a seguinte competecircncia
ldquoArt 1ordm Ao Tribunal de Contas do Estado oacutergatildeo constitucional de controle externo com sede na Capital do Estado
compete nos termos da Constituiccedilatildeo Estadual e na forma estabelecida nesta lei
II ndash julgar as contas dos chefes dos oacutergatildeos do Poder Legislativo estadual e municipal do Poder Judiciaacuterio do Minis-
teacuterio Puacuteblico e deste Tribunalrdquo
Todavia por certo que existem outros oacutergatildeos que de forma indireta realizam o controle externo do poder puacuteblico muni-
cipal como o Ministeacuterio Puacuteblico o Judiciaacuterio e os Observatoacuterios sociais
Eacute posiccedilatildeo paciacutefica entre os estudiosos da Administraccedilatildeo Puacuteblica no mundo que o mais eficiente instrumento de
controle da ldquocoisa puacuteblicardquo eacute a transparecircncia
Pois se o povo acompanha atos e accedilotildees do governo e do governante tanto estes evitam as irregularidades por
temerem o que vai a puacuteblico quanto agravequeles podem julgar com maior facilidade a atuaccedilatildeo de suas lideranccedilas
6 Transparecircncia Puacuteblica no Brasil
Desde o nascimento de nossa paacutetria em 22 de abril de 1500 a populaccedilatildeo jamais teve acesso aacutes formas de utili-
zaccedilatildeo dos bens puacuteblicos e de administraccedilatildeo dos recursos financeiros arrecadados do proacuteprio povo
Tanto a monarquia (ateacute 14 de novembro de 1889) quanto no governo civil que comanda o paiacutes de laacute pra caacute pra-
ticamente todos os gestores natildeo tinham a obrigaccedilatildeo ou o costume de prestar contas de seus atos
Eacute certo que o faziam mas de forma geneacuterica apenas para oacutergatildeos de controle
O povo (contribuinte direta ou indiretamente) natildeo conseguia individualmente saber do que se passava no acircmbi-
to dos Poderes da naccedilatildeo
No entanto com o advento da globalizaccedilatildeo e da evoluccedilatildeo raacutepida e espetacular das tecnologias de comunicaccedilatildeo
houve tambeacutem um grande avanccedilo nos direitos dos cidadatildeos
Aqui no Brasil apoacutes a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 muito se conquistou desses direitos
A proacutepria Carta Magna reservou uma lista grande de direitos e garantias individuais e coletivas (em especial
nos art 5ordm 6ordm e 7ordm)
De toda forma criando verdadeiro divisor na histoacuteria do Brasil a nossa CF88 acendeu nos nacionais o desejo
de conhecer de perto e participar da vida do paiacutes
Mais que isto passou a discutir os seus direitos enquanto membros da naccedilatildeo
Representados no governo tanto nas casas legislativas quanto nos demais poderes (Executivo e Judiciaacuterio)
passamos a conquistar espaccedilo e elaborar instrumentos que exigem (forccedilam) os gestores a dar transparecircncia em sua atua-
ccedilatildeo
Dentre esses instrumentos podemos citar a Lei de Responsabilidade Fiscal que desde o seu nascimento (em
2000) jaacute previa certas obrigaccedilotildees aos governantes para levar ao povo o conhecimento de seus atos e accedilotildees
Mas foi exatamente em 2010 pela Lei Complementar nordm 131 de 27 de maio de 2009 que houve uma implemen-
taccedilatildeo maior da obrigatoriedade de transparecircncia nos meio puacuteblico aplicando-se inclusive regras especiacuteficas sobre a
divulgaccedilatildeo tecnoloacutegica via internet
Com isso desencadeou no Brasil em todos os oacutergatildeos puacuteblicos a obrigaccedilatildeo de publicar mais amplamente as in-
formaccedilotildees que poderiam ter o interesse puacuteblico
Essa eacute a chamada Transparecircncia Ativa pois independentemente de algueacutem solicitar o oacutergatildeo puacuteblico tem a o-
brigaccedilatildeo de divulgar
E diga-se mais
A divulgaccedilatildeo (publicaccedilatildeo) deveraacute ser eficiente e eficaz
Ou seja
O canal disponibilizado deveraacute ser de boa qualidade permitindo o acesso de forma raacutepida e faacutecil e evitando os
subterfuacutegios (mesmo que da tecnologia) para esconder dados e informaccedilotildees
A Lei Complementar Federal nordm 1012000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) exige
que ocorram publicaccedilotildees trimestrais
7 Publicidade Oficial Obrigatoacuteria
Por certo que a fonte primeira para propiciar o controle eacute a publicidade
A princiacutepio publicidade significa ldquolevar a puacuteblicordquo mais no sentido de obediecircncia ao ditame constitucional de
divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees do poder puacuteblico
Inclusive a publicidade foi instituiacuteda como um dos 5 (cinco) princiacutepios baacutesicos da Administraccedilatildeo Puacuteblica (art
37 caput da CF)
Eacute que o legislador constituinte entendeu como sendo prioridade a divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees dos governantes
para que o povo (contribuinte-eleitor) acompanhe as atuaccedilotildees dos eleitos bem como com a coisa puacuteblica
Embasadas na Carta Maior da Repuacuteblica muitas leis editadas depois de 1988 criaram obrigaccedilatildeo de publicar cer-
tos atos quando se tratar de recursos puacuteblicos (financeiros patrimoniais funcionais etc)
Os Atos Oficiais de publicaccedilatildeo obrigatoacuteria devem ser divulgados em um uacutenico meio de comunicaccedilatildeo escolhido
por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-tributaccedilatildeo-
orccedilamentaacuteria)
No caso do Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Licitaccedilatildeo
cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
71 Publicidade oficial Facultativa
A CF de 1988 tambeacutem autorizou despesas com a divulgaccedilatildeo de caraacuteter educativo e informativo ou de orienta-
ccedilatildeo social (art 37 sect1ordm)
No entanto de laacute pra caacute muita polecircmica foi gerada discutindo sobre o que poderia se aceitar referente agraves despe-
sas com publicidade
Eacute que a interpretaccedilatildeo anterior impunha uma separaccedilatildeo severa na publicidade oficial entre a obrigatoacuteria e a fa-
cultativa
Entendia-se que a obrigatoacuteria era apenas aquela especificada na lei como a publicaccedilatildeo de atos como leis de-
cretos portarias resoluccedilotildees editais
Quando se divulgava as accedilotildees do poder puacuteblico questionava-se se aquela despesa se enquadrava como educa-
cional de orientaccedilatildeo social ou de informaccedilatildeo exigida (serviccedilos de utilidade puacuteblica)
72 Publicidade Institucional
Poreacutem com a evoluccedilatildeo do conceito e com a crescente demanda do povo sobre a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico e as
accedilotildees governamentais ampliou-se em muito as possibilidades de realizar despesas para esse fim
Portanto aleacutem da publicaccedilatildeo obrigatoacuteria e daquelas enquadradas como ldquoserviccedilos de utilidade puacuteblicardquo passou-
se a entender que o gestor deva divulgar amplamente as atividades de cada oacutergatildeo puacuteblico para manter a populaccedilatildeo por
dentro dos acontecimentos que envolvem recursos dos contribuintes De certo modo essa divulgaccedilatildeo natildeo obrigatoacuteria pode ser considerada como publicidade institucional pois a-
leacutem de informar ao povo sobre as accedilotildees do oacutergatildeo promove este diante da opiniatildeo puacuteblica fortalecendo-o institucional-
mente
E para essa divulgaccedilatildeo o TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contra-
tar serviccedilos de comunicaccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
No caso de contrataccedilatildeo de agecircncias as regras a serem obedecidas deveratildeo ser aquelas da lei federal nordm
122322010 (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
Resumindo as regras do TCEPR para a comunicaccedilatildeo institucional eacute
1- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010 A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO
para julgar a melhor teacutecnica
2- Para contratar os serviccedilos para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocirc-
nico) programa de raacutedio ou TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo ME-
LHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
Insta lembrar tambeacutem que a partir de 2006 o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a publicar
natildeo apenas seus atos oficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de
internet ou outros serviccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
a)- transmissotildees de sessotildees
b)- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
c)- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
a)- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
b)- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
c)- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
d)- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
e)- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
f)- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Lembrando que existem Atos Oficiais que devem ser obrigatoriamente divulgados em um uacutenico meio de co-
municaccedilatildeo escolhido por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-
tributaccedilatildeo-orccedilamentaacuteria)
E atenccedilatildeo
O Oacutergatildeo Oficial nos Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Li-
citaccedilatildeo cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
Vide Acoacuterdatildeo nordm 409760-5 do TJPR e Processo nordm 22972306 do TCEPR no AVA
Inclusive o Municiacutepio poderaacute optar por apenas um Diaacuterio Oficial Eletrocircnico ou este e mais o Diaacuterio Oficial
Impresso segundo o TCEPR (Acoacuterdatildeo nordm 383013)
Aliaacutes o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a partir de 2006 a publicar natildeo apenas seus atos o-
ficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de internet ou outros servi-
ccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
- transmissotildees de sessotildees
- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Atenccedilatildeo de novo
A lei federal nordm 122322010 criou regras especiacuteficas para a contrataccedilatildeo de serviccedilos de publicidade prestados
por intermeacutedio de agecircncias de propaganda (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
O TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contratar serviccedilos de comuni-
caccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
Resumindo
a)- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010
A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO pa-
ra julgar a melhor teacutecnica
b)- O TCEPR tem se posicionado (vide acoacuterdatildeo 3082012 no AVA) no sentido de que a contrataccedilatildeo dos serviccedilos
para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocircnico) programa de raacutedio ou
TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo MELHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
8 Prestaccedilatildeo de Contas
Sendo mais um dos elementos da Transparecircncia e consequentemente do Controle a Prestaccedilatildeo de Contas enseja
dar conhecimento ao contribuinte do que o gestor faz com os recursos puacuteblicos
Seguindo a evoluccedilatildeo social humana sobretudo apoacutes a identificaccedilatildeo da figura do estado moderno (povo territoacute-
rio governo) a exigecircncia de os governantes ou particulares dar satisfaccedilatildeo aos contribuintes sobre o uso e aplicaccedilatildeo dos
recursos puacuteblicos (financeiros e de bens) tem crescido mais e mais
Jaacute na Declaraccedilatildeo dos Direitos do Homem e do Cidadatildeo elaborada e aceita por muitos povos na era da Revolu-
ccedilatildeo Francesa (1789) consta essa exigecircncia
ldquoArt 15 ndash A Sociedade tem o Direito de pedir conta a todo agente puacuteblico de sua administraccedilatildeordquo
Segundo o texto divulgado no site do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute
ldquoA Prestaccedilatildeo de Contas eacute dever constitucional dos que utilizam arrecadam guardam gerenciam ou administram
dinheiros bens e valores puacuteblicosrdquo
httpwww1tceprgovbrconteudoprestacao-de-contas-municipios214
Resumindo
Com a publicidade e a prestaccedilatildeo de contas ocorre transparecircncia na gestatildeo puacuteblica promovendopermitindo
melhor controle da coisa puacuteblica
Todos satildeo interligados
Bom Estudo
Controle
Transparecircncia
Publicidade
Prestaccedilatildeo de Contas
Neste caso o vereador poderaacute acumular as respectivas funccedilotildees bem como a remuneraccedilatildeo e as demais vantagens
do cargo efetivo com o subsiacutedio do mandato
Natildeo havendo compatibilidade de horaacuterios o agente seraacute afastado do exerciacutecio do cargo ou emprego sendo-lhe
facultado optar pela remuneraccedilatildeo do cargo efetivo ou do emprego
41582 Cargo comissionado com mandato de vereador
Eacute ilegiacutetimo o exerciacutecio concomitante de cargo em comissatildeo pertencente agrave estrutura do Poder executivo munici-
pal com o mandato de vereador em decorrecircncia do princiacutepio da separaccedilatildeo das funccedilotildees estatais uma vez que na relaccedilatildeo
decorrente do cargo comissionado haveraacute submissatildeo do vereador aos comandos do chefe do Poder executivo municipal
incompatiacutevel com o exerciacutecio da vereanccedila
41583 Acumulaccedilatildeo de cargo de meacutedico com o exerciacutecio do mandato de prefeito
O servidor puacuteblico ocupante de cargo efetivo ou emprego puacuteblico de meacutedico pertencente agrave estrutura do Poder
executivo eleito prefeito deve se afastar do cargo ou emprego sendo-lhe facultado optar pela remuneraccedilatildeo do cargo ou
emprego nos termos do art 38 II da Constituiccedilatildeo Federal
Enquanto permanecer no exerciacutecio do mandato de prefeito o ocupante de cargo ou emprego de meacutedico natildeo po-
de realizar serviccedilos profissionais pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede (SuS) com habitualidade incluindo o meacutetodo de creden-
ciamento por caracterizar acumulaccedilatildeo remunerada de funccedilotildees puacuteblicas
Salvo vedaccedilatildeo na Lei Orgacircnica do municiacutepio o meacutedico em exerciacutecio do cargo de prefeito natildeo estaacute impedido de
realizar procedimento ciruacutergico em casos excepcionais para atendimentos emergenciais cuja recusa possa caracterizar
omissatildeo de socorro
41584 Acumulaccedilatildeo de cargo efetivo com mandato de vice prefeito
Eacute inconstitucional a acumulaccedilatildeo da remuneraccedilatildeo de cargo efetivo com o subsiacutedio de vice-prefeito em face da
inaplicabilidade agrave espeacutecie da norma do art 38 III da Constituiccedilatildeo Federal que se restringe tatildeo somente ao vereador
Entretanto o servidor puacuteblico efetivo que ver a exercer mandato de vice-prefeito pode optar entre a remunera-
ccedilatildeo do cargo e o subsiacutedio de vice-prefeito
Caso o servidor faccedila a opccedilatildeo pelo subsiacutedio teraacute direito ao recebimento apenas do valor correspondente ao sub-
siacutedio (parcela uacutenica) ficando vedado o pagamento de adicional gratificaccedilatildeo ou quaisquer outras vantagens do cargo
efetivo nos termos do sect 4ordm do art 39 da Constituiccedilatildeo Federal
41585 Acumulaccedilatildeo de cargo de vice prefeito com cargo comissionado
O vice-prefeito designado para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou funccedilatildeo de confianccedila no acircmbito do Poder
Executivo deveraacute optar entre o subsiacutedio de vice-prefeito e a remuneraccedilatildeo do cargo ou da funccedilatildeo
O vice-prefeito investido no cargo de secretaacuterio municipal deveraacute optar entre o subsiacutedio afeto ao mandato eleti-
vo e o vencimento do respectivo cargo
4159 Direito ao subsiacutedio mensal mdash vice-prefeito
O vice-prefeito exercendo ou natildeo funccedilatildeo executiva na administraccedilatildeo municipal tem direito agrave percepccedilatildeo mensal
do subsiacutedio de vice-prefeito fixado pela cacircmara municipal
41510 Acumulaccedilatildeo de cargos e o respeito ao teto remuneratoacuterio
O provento de aposentadoria subsiacutedio de agente poliacutetico e vencimento pelo exerciacutecio de cargo puacuteblico recebi-
dos aglutinadamente devem observar o teto remuneratoacuterio instituiacutedo pelo inciso XI do art 37 da Constituiccedilatildeo Federal
416 Nepotismo
O significado original da palavra nepotismo eacute governo dos sobrinhos jaacute que eacute derivada de nepoteounipo-
te(sobrinho ou neto em latim) e foi aplicada em referecircncia aos Papas do Renascimento (de Sisto IV a Paulo III) que
nomeavam sobrinhos e outros parentes para posiccedilotildees clericais e administrativas de importacircncia assim como aos Gover-
nantes japoneses tanto no periacuteodo Heian (por volta do ano 669) quanto no comeccedilo do seacuteculo IX (governo da famiacutelia
Fujiwara) e ateacute nos anos 1960 com Kiyomori
Com o sufixo ismo a palavra indica a concessatildeo de privileacutegios ou cargos a parentes no funcionalismo puacuteblico
Distingue-se do favoritismo simples que natildeo implica relaccedilotildees familiares com o favorecido
Em 2008 julgando um dos processos que chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) aquela Corte editou a
Suacutemula 13 com o seguinte texto
Suacutemula vinculante 13 de 210808
ldquoA nomeaccedilatildeo de cocircnjuge companheiro ou parente em linha reta colateral ou por afinidade ateacute o terceiro grau
inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa juriacutedica investido em cargo de direccedilatildeo chefia ou
assessoramento para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou de confianccedila ou ainda de funccedilatildeo gratificada na
administraccedilatildeo puacuteblica direta e indireta em qualquer dos Poderes da Uniatildeo dos Estados do Distrito Federal e dos
Municiacutepios compreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocas viola a Constituiccedilatildeo Federalrdquo
Data de Aprovaccedilatildeo Sessatildeo Plenaacuteria de 21082008Fonte de Publicaccedilatildeo DJe nordm 1622008 p 1 em 2982008DO de
2982008 p 1
Assim fundamentados especialmente nos princiacutepio constitucionais da impessoalidade e da moralidade o maior
oacutergatildeo do Poder Judiciaacuterio brasileiro definiu como proibidas as nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos em comissatildeo ou
funccedilotildees de confianccedila de familiares dos nomeantes em ateacute terceiro grau de parentesco
O parentesco segundo o Coacutedigo Civil (arts 1591 a 1595) eacute identificado em trecircs linhas distintas
a) reta (ascendente e descendente pai matildee avocirc avoacute filho filha neto neta)
b) colaterais (provecircm de um tronco comum mas natildeo descendem uma das outras irmatildeo irmatilde tio tia) e
c) por afinidade (o viacutenculo que se estabelece entre um cocircnjuge e os parentes do outro cocircnjuge)
De ressaltar que a Suacutemula 13 do STF abrangeu o famoso nepotismo cruzado que eacute a combinaccedilatildeo entre nomean-
tes para a contrataccedilatildeo direta de servidores parentes seus de forma cruzada (o parente de um eacute contratado pelo outro e
vice versa) pois ao final do texto consta ldquocompreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocasrdquo
E mantendo a maacutexima de que cada regra tem sua exceccedilatildeo o STF declarou na sequencia (no Recurso Extraordi-
naacuterio nordm 579951RN) que a exceccedilatildeo dessa proibiccedilatildeo seria a possibilidade de nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos poliacuteti-
cos aiacute compreendidos os Ministros de Estado Secretaacuterios de Estado e Secretaacuterios Municipais
Entatildeo dessa data em diante (2982008 publicaccedilatildeo da suacutemula 13 do STF) passou-se a ser proibido o
nepotismoem cargos e funccedilotildees puacuteblicas de livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo
Em resumo quando da ediccedilatildeo da Suacutemula 13 a Corte Maacutexima do Poder Judiciaacuterio paacutetrio definiu que
1 ndash Eacute PROIBIDA A NOMEACcedilAtildeO EM CC OU FG DECOcircNJUGE OU PARENTE DA AUTORIDADE NOMEANTE
OU DE OUTRO SERVIDOR NESTES CARGOS (CC ou FG) ATEacute TERCEIRO GRAU
2 ndash CARGOS DE MINISTROS E SECRETAacuteRIOS PODEM SER OCUPADOS POR PARENTES
Pois bem
Apoacutes a proibiccedilatildeo pelo Supremo e vasta interpretaccedilatildeo do Poder Judiciaacuterio outros pontos natildeo abrangidos (ou es-
clarecidos) pela Suacutemula 13 foram praticamente pacificados
Vejamos os mais relevantes
1ordm ndash A LEI (Ordinaacuteria-Complementar-Orgacircnica) PODE AMPLIAR AS PROIBICcedilOtildeES abrangendo inclusive os Minis-
tros e Secretaacuterios (impedindo a contrataccedilatildeo de parentes ou limitando o nuacutemero de parentes contratados)
2ordm ndash Para a configuraccedilatildeo de nepotismo cruzado soacute se houver prova da reciprocidade Ou seja se ocorrer o ajuste a com-
binaccedilatildeo a troca de favores entre autoridades puacuteblicas
3ordm - Parente de Autoridade Puacuteblica ou de servidor de um mesmo oacutergatildeo poderaacute ocupar CC ou FG se foi nomeado antes
da posse deste
4ordm ndash Servidor efetivo poderaacute ser nomeado em CC ou designado em FG em mesmo oacutergatildeo de Gestor Puacuteblico ou servidor
parente se natildeo for nomeado por ele ou subordinado a ele
5ordm ndash Servidores de um mesmo oacutergatildeo ocupantes de Cargo Comissionado ou Funccedilatildeo de Confianccedila que venham a se tor-
nar um casal depois do ingresso no cargo ou funccedilatildeo e desde que natildeo ocorra subordinaccedilatildeo direta entre si natildeo seraacute con-
siderado nepotismo 6ordm ndash Ex-cocircnjuge comprovadamente podem ser nomeados pelo ex sem caracterizar nepotismo
7ordm ndash Nos casos de requisiccedilatildeocessatildeo de servidores por autoridades ou oacutergatildeos aplicam-se as regras do nepotismo
8ordm ndash Parentesco com autoridades puacuteblicas ou servidores falecidos ou aposentados natildeo incidem a Suacutemula 13
9ordm ndash Contrataccedilatildeo de estagiaacuterios que sejam parentes de autoridades ou servidores do oacutergatildeo concedente do estaacutegio natildeo se
configura nepotismo desde que haja seleccedilatildeo preacutevia
10ordm ndash Contratar sem licitaccedilatildeo pessoa juriacutedica na qual haja administrador ou soacutecio com poder de direccedilatildeo que seja fami-
liar de detentor de cargo em comissatildeo ou funccedilatildeo de confianccedila que atue na aacuterea responsaacutevel pela demanda ou de autori-
dade a ele hierarquicamente superior
Por fim destacar que os caminhos juriacutedicos para exigir a exoneraccedilatildeo de parentes que ocupem cargos comissio-
nados ou funccedilotildees de confianccedila bem como coibir e responsabilizar os agentes puacuteblicos que desrespeitarem a regra cons-
tante da Suacutemula 13 do STF e demais acervo jurisprudencial referentemente ao nepotismo poderaacute ser a Accedilatildeo Civil Puacute-
blica(art 1ordm inciso IV da Lei 734785) ou ateacute mesmo a Reclamaccedilatildeo ao STF (art 102 inciso I aliacutenea l da Constitu-
iccedilatildeo Federal)
Jaacute as consequecircncias juriacutedicas para quem desobedecer agraves normas combatentes do nepotismo possuem as seguin-
tes hipoacuteteses
1ordf ndash Consequecircncias para o servidor nomeado ou designado pela omissatildeo de informar agrave Administraccedilatildeo Puacuteblica o fato de
se encontrar sob o alcance da Suacutemula Vinculante nordm 13 do STF incide o crime de falsidade ideoloacutegica (art 299 do Coacute-
digo Penal) bem como pela manutenccedilatildeo do cargo ou emprego puacuteblico sabendo do impedimento incide em crime de
desobediecircncia agrave decisatildeo judicial (art 359 CP)
2ordf ndash Consequecircncias para o agente poliacutetico pela omissatildeo incide no crime de prevaricaccedilatildeo (art 319 CP) e na esfera
poliacutetico-administrativa incorre no crime de improbidade administrativa (art 11 I e II cc o art 12 III todos da Lei nordm
842992) pode-se aplicar a ele ainda no caso dos prefeitos municipais estaratildeo sujeitos agrave cassaccedilatildeo do mandato eletivo
(Decreto-lei 20167 art 4ordm VII)
417 - GASTOS COM PESSOAL
O paracircmetro a ser empregado nos caacutelculos da despesa com pessoal haacute de ser a Receita Corrente Liquida
ndash RCL conceituada no inciso IV do art 2ordm da LRF
Considera-se despesa com pessoal nos termos do artigo 18 da LFR todas as vantagens vencimentos sa-
laacuterios proventos adicionais gratificaccedilotildees horas extras encargos sociais subsiacutedios dos agentes poliacuteticos e qual-
quer outra espeacutecie remuneratoacuteria
A verificaccedilatildeo das adequaccedilotildees das despesas efetivamente realizadas com pessoal em relaccedilatildeo agrave RCL deveraacute
ocorrer nos termos do artigo 22 da LRF ao final de cada quadrimestre
Os resultados obtidos seratildeo por sua vez informados no Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal correspondente ao
mesmo periacuteodo de apuraccedilatildeo sendo facultado aos Municiacutepios com populaccedilatildeo inferior a cinquumlenta mil habitantes
apurar esse comprometimento ao final de cada semestre (art 62 I e II ldquobrdquo)
Segundo art 20 da LRF a reparticcedilatildeo dos limites globais de cada ente eacute de
PoderEnte Uniatildeo EstadosDF Municiacutepios
Executivo 409 490 540
LegislativoTC 60 60 60
Judiciaacuterio 25 30 -x-
Ministeacuterio Puacuteblico 06 20 x-
Totais 500 600 600
Visando coibir despesas em excesso praticados pelas Cacircmaras Municipais houve emenda constitucional
disciplinando os percentuais destas (EC nordm 252000) sem no entanto disciplinar seu conceito e composiccedilatildeo toda-
via excluiu-se as despesas com inativos resultando em limites diversos em relaccedilatildeo agrave LRF vejamos
Populaccedilatildeo Limites EC 25 (ex-
clui inativos)
Limites LRF
(inclui inativos)
Ateacute 100000 habitantes 56 6
De 100001 a 300000 hab 49 6
De 301000 a 500000 hab 42 6
Acima de 500000 hab 35 6
LRF - art 22
Se a despesa de pessoal exceder a 95 do limite estabelecido no artigo 20 os Poderes e oacutergatildeos que incor-
rem no excesso ficaratildeo vedados de criar cargo emprego ou funccedilatildeo e efetuar provimento de cargo puacuteblico admis-
satildeo ou contrataccedilatildeo de pessoal a qualquer tiacutetulo
Exceccedilatildeo (artigo 22 inciso IV) aacutereas de educaccedilatildeo sauacutede e seguranccedila restringindo-se quando esta se ca-
racterizar por falecimento ou aposentadoria
Para os casos de extrapolaccedilatildeo dos limites determinada pelo artigo 169 da CF88 nos termos do art 23 da
LRF deveraacute o ente propor medidas para sua adequaccedilatildeo com a maior brevidade possiacutevel
Isto posto nos dois quadrimestres seguintes deveraacute observar as providecircncias previstas nos sectsect 3ordm e 4ordm do
art 169 da CF quais sejam
Reduccedilatildeo de pleno menos vinte por cento das despesas com cargos em comissatildeo e funccedilotildees de confianccedila
Exoneraccedilatildeo dos servidores natildeo estaacuteveis
Exoneraccedilatildeo dos servidores estaacuteveis se natildeo alcanccedilada a reduccedilatildeo necessaacuteria com as medidas anteriores desde
que ato normativo de cada Poder especifique a atividade funcional o oacutergatildeo ou unidade administrativa objeto de
reduccedilatildeo de pessoal
O servidor que neste caso perder o cargo faraacute jus a indenizaccedilatildeo correspondente a um mecircs de remunera-
ccedilatildeo por ano de serviccedilos sendo que esta natildeo seraacute computada para fins de despesas com pessoal
Permanecendo o excesso ficaraacute o ente impedido de receber transferecircncias voluntaacuterias
418 - Despesas gerais
4181 - Diaacuterias
a) ndash cobrem hospedagem e alimentaccedilatildeo
b) ndash aplicaccedilatildeo do princiacutepios da razoabilidade proporcionalidade e moralidade
c) ndash devem ser liberadas motivadamente (interesse puacuteblico)
d) ndash dependem de lei autorizatoacuteria
e) ndash podem ser liberadas para participaccedilatildeo em eventos
f) ndash natildeo podem configurar ldquosalaacuteriordquo
g) ndash exigem comprovaccedilatildeo de realizaccedilatildeo do objetivo
h) ndash a partir de 50 do valor da remuneraccedilatildeo incide ir e inss
i) ndash a fixaccedilatildeo do valor pode ser variaacutevel de municiacutepio para municiacutepio
j) ndash fraude ou simulaccedilatildeo no pagamento de diaacuteria acp
4182 - Adiantamentos eacute proibido
4183 -Seguro de vidaeacute possiacutevel
4184 - Vale Transporteeacute possiacutevel
4185 - Plano de sauacutedesoacute para servidoresvereadores natildeo
4186 -Veiacuteculo proacuteprio
Segundo o TCRPR eacute proibido agrave Cacircmara pagar combustiacutevel para veiacuteculos dos vereadores
O TCE-PR alega que a Administraccedilatildeo Puacuteblica natildeo pode arcar com gastos inerentes a despesas com veiacuteculos
particulares dos Edis mesmo que a serviccedilo do Legislativo haja vista a inexistecircncia de contrato precedido de Licitaccedilatildeo e
diante das normas de direito administrativo onde qualquer aquisiccedilatildeo efetuada pelo Poder Puacuteblico depende de contrato
este em regra precedido de licitaccedilatildeo
Alega inclusive que essa despesa eacute estranha ao orccedilamento sem amparo legal
Ateacute em relaccedilatildeo aos servidores o TCE desaconselha o ressarcimento de despesas com combustiacutevel particular
por aplicaccedilatildeo do art 29 da CE89 ou da Lei Orgacircnica Municipal que geralmente preveem incompatibilidade negocial
Vale ressaltar que outros Tribunais de Contas divergem ou convergem com o TCEPR
Vejamos
O TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA PERMITE
PREJULGADO 2082 DO TCESC
ldquoA Cacircmara Municipal pode disciplinar o uso de veiacuteculos oficiais de sua propriedade a exemplo da Lei Estadual ndeg
79871990 (regulamentada pelo Decreto ndeg 34212005) e do Decreto Federal ndeg 64032008 (disciplinado pela Instru-
ccedilatildeo Normativa ndeg 0032008 do Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeordquo
PREJULGADO 1268 DO TCESC
A Cacircmara Municipal poderaacute ressarcir as despesas de combustiacutevel de veiacuteculos particulares desde que (a) previamente
autorizada em lei especiacutefica (b) relacionada a deslocamento dos Vereadores para fora de jurisdiccedilatildeo municipal (c) os
assuntos tratados nas viagens sejam de interesse puacuteblico (d) haja expressa autorizaccedilatildeo da Cacircmara Municipal para a rea-
lizaccedilatildeo da viagem (e) os veiacuteculos utilizados nestas condiccedilotildees estejam previamente cadastrados no oacutergatildeo competente do
Pode Legislativo e (f) sejam aplicaacuteveis somente a casos excepcionais
O TCE DE MG PROIacuteBE
Consulta nordm 810007- TCEMG
Tribunal de Constas do Estado - Cacircmara natildeo pode pagar gasolina para vereadores O relator Cons Elmo Braz adotou o
parecer do Auditor Hamilton Coelho para responder agraves indagaccedilotildees Inicialmente a Auditoria asseverou que o TCEMG
jaacute declarou em diversas oportunidades a ilegalidade do abastecimento de veiacuteculos particulares de vereadores com re-
cursos da Cacircmara ainda que para uso no interesse do oacutergatildeo mencionando nesse sentido a Consulta nordm 810007 (Rel
Cons Eduardo Carone Costa sessatildeo de 030210) ndash v Informativo 17 O Auditor transcreveu parte do parecer exarado
naquela Consulta no sentido de que a utilizaccedilatildeo de veiacuteculo de propriedade particular de vereador mediante contrapresta-
ccedilatildeo (abastecimento) a serviccedilo da Administraccedilatildeo Puacuteblica configuraria contrato de locaccedilatildeo de fato e de que o uso interca-
lado do veiacuteculo ndash ora em caraacuteter particular ora a serviccedilo ndash tornaria difiacutecil a mensuraccedilatildeo do quantum a ser indenizado
redundando em confusatildeo patrimonial envolvendo o agente puacuteblico e o oacutergatildeo contratante
O TCEMT PERMITE
Processo nordm 2073652010 - 19042011
ldquoCAcircMARA MUNICIPAL DE NOVA OLIacuteMPIA CONSULTA CAcircMARA MUNICIPAL VEREADOR VERBA DE
NATUREZA INDENIZATOacuteRIA POSSIBILIDADE SE OBSERVADOS OS REQUISITOS IMPOSSIBILIDADE DE
PAGAMENTO DE DESPESAS COM MANUTENCcedilAtildeO DO GABINETE DO PARLAMENTAR POSSIBILIDADE
DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS COM ABASTECIMENTO DE VEIacuteCULO PARTICULAR DO VEREADOR
E DE ACUMULACcedilAtildeO COM A DIAacuteRIA QUANDO CONTEMPLAREM O RESSARCIMENTO DE DESPESAS
DISTINTAS PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS NOS TERMOS DA LEI QUE A INSTITUIRrdquo
4187 - Passagens
Por se tratar de despesa com caracteriacutesticas muito proacuteprias jaacute que os valores se alteram permanentemente mas eacute
possiacutevel a reduccedilatildeo dos preccedilos sobretudo com descontos sobre a taxa de administraccedilatildeo das agecircncias ou operadoras eacute
recomendaacutevel a realizaccedilatildeo de processo licitatoacuterio afim de promover a economicidade evitar sobrepreccedilos e oportunizar
a competitividade entre os diversos particulares interessados em negociar com a Administraccedilatildeo
Por isso orienta-se agrave promoccedilatildeo do certame licitatoacuterio na modalidade Pregatildeo cujo objeto seja a contrataccedilatildeo de
serviccedilos de agenciamento de viagens para cotaccedilatildeo reserva e fornecimento de passagens (aeacutereas e terrestres) no acircmbito
nacional e internacional se houver interesse
Caso opte pela passagem internacional eacute interessante licitar a emissatildeo de seguro de assistecircncia em viagem in-
ternacional
Especificar que a compra se faraacute por meio de atendimento remoto (e-mail eou telefone)
O tipo aconselhaacutevel eacute o de menor preccedilo escolhendo-se a proposta que ofertar o maior percentual de desconto
sobre o valor ldquodo diardquo disponibilizado e cobrado de todos os puacuteblicos inclusive sobre as tarifas promocionais e reduzi-
das disponiacuteveis no momento da compra excluiacuteda a taxa de embarque
5 Controle
51 Corrupccedilatildeo desvios e fraudes Conceitos
Corrupccedilatildeo eacute o ato ou efeito de se corromper oferecer algo para obter vantagem em negociata onde se favorece
uma pessoa e se prejudica outra
Eacute tirar vantagem do poder atribuiacutedo Corrupccedilatildeo vem do latim corruptus que significa quebrado em peda-
ccedilos O verbo corromper significa tornar-se podre
Desvio na aacuterea puacuteblica significa retirar o caminho normal de alguma coisa Natildeo alcanccedilar o objetivo por
mudanccedila de rota
Geralmente a palavra estaacute ligada agraves alteraccedilotildees que se promovem na ocupaccedilatildeo de cargos ou funccedilotildees no
uso de bens na realizaccedilatildeo de obras e ateacute no destino que se daacute aos recursos financeiros Fraude eacute um esquema iliacutecito ou de maacute feacute criado para obter ganhos para si ou para terceiros
No meio puacuteblico as fraudes geralmente satildeo praticadas atraveacutes de simulaccedilotildees e ajustes visando o aproveitamen-
to iliacutecito de valores benefiacutecios ou do patrimocircnio puacuteblico
52 Conceito e relevacircncia do controle
O controle eacute a ferramenta mais eficaz para se evitar as irregularidades e ilegalidades na atuaccedilatildeo dos po-
deres puacuteblicos
Segundo os mais elaborados estudos e pesquisas a corrupccedilatildeo pode ser maior ou menor dependendo da
proporcionalidade de controle existente
Onde tem menor controle tem maior corrupccedilatildeo e assim vice e versa
E o controle se faz por trecircs principais vias orientaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e puniccedilatildeo No Brasil o combate agrave corrupccedilatildeo no meio puacuteblico vem acontecendo atraveacutes da implementaccedilatildeo de vaacuterios tipos
de controle sobre as verbas recursos e patrimocircnio puacuteblico
Nos uacuteltimos anos melhoraram muito os sistemas de Controle Interno e Externo por iniciativa de cada oacutergatildeo ou
por exigecircncia do povo (diretamente ou atraveacutes das miacutedias)
O Legislativo por iniciativa proacutepria ou por pressatildeo popular tem aprovado inuacutemeros atos para reforccedilar a legisla-
ccedilatildeo paacutetria que afeta a corrupccedilatildeo
Satildeo os exemplos da Lei das Inelegibilidades (LC 6490 reforccedilada pela Lei da Ficha Limpa- LC 1352010) a
Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 1012000) a Lei da Transparecircncia (LC 1312009) a Lei da Informaccedilatildeo
(125272011) e a Lei Anticorrupccedilatildeo (128462013) e tantas outras
O Judiciaacuterio por sua vez e com o apoio das instituiccedilotildees de apuraccedilatildeo a ele ligadas (poliacutecias ministeacuterio puacuteblico
etc) tem punido severamente os corruptos realizando o seu papel sem distinccedilatildeo de cargo ou poder do apenado
Segundo informa o oacutergatildeo denominado de ldquoTransparecircncia Internacionalrdquo em mateacuteria divulgada no mecircs
de dezembro2014 ldquoNeste ano o Brasil obteve a nota 43 em uma escala que vai de 0 (setor puacuteblico visto como extremamente
corrupto) a 100 (extremamente iacutentegro) a mesma pontuaccedilatildeo obtida em 2012
No ano passado o paiacutes havia totalizado 42 pontos
A pontuaccedilatildeo do Brasil se situa exatamente na meacutedia mundial de acordo com o estudo de 43 pontos Nas
Ameacutericas como um todo a meacutedia eacute 45
Mais de dois terccedilos dos 175 paiacuteses que integram o iacutendice obtiveram uma nota inferior a 50
O Brasil estaacute na metade Natildeo eacute um dos piores nem dos melhores Mas natildeo eacute um resultado bom para o
paiacutes que tem feito inuacutemeros esforccedilos para ser um liacuteder econocircmico e poliacutetico disse Salas agrave BBC Brasil O Brasil
quer ser um liacuteder mundial entatildeo tem que mostrar o exemplo Ele ainda estaacute muito distante dos paiacuteses desenvol-
vidos nesse iacutendice ressalta o diretor da Transparecircncia Internacional
Empatados com o Brasil com a mesma pontuaccedilatildeo e lugar no ranking estatildeo paiacuteses como a Itaacutelia a Greacutecia
e a Bulgaacuteria
Para Salas o escacircndalo da Petrobras pode ser positivo para o Brasil se forem tomadas medidas fortes
de combate agrave corrupccedilatildeo
Se a presidente Dilma Roussef aproveitar esse momento para fazer mudanccedilas poderaacute ser algo positivo
diz ele
Se pessoas poderosas e outros culpados nesse escacircndalo forem presos o Brasil poderaacute projetar uma boa
imagem afirma Salas
Se houver tambeacutem reforma poliacutetica e melhorias no sistema de compras puacuteblicas pode ser um momento
histoacuterico para o Brasil Mas se nada mudar seraacute um exemplo negativo diz ele
A Dinamarca eacute a primeira colocada no ranking com 92 pontos um a mais em relaccedilatildeo ao estudo anterior
onde tambeacutem jaacute havia ficado em primeiro lugar
A China e a Turquia estatildeo entre os paiacuteses que mais perderam posiccedilotildees no ranking deste ano
A China que adotou nos uacuteltimos anos medidas de combate agrave corrupccedilatildeo como a proibiccedilatildeo de dar presen-
tes de alto luxo a funcionaacuterios puacuteblicos caiu 20 posiccedilotildees no ranking passando a ocupar o 100deg lugar com 36 pon-
tos
Entre os paiacuteses dos BRICS o Brasil estaacute praticamente empatado com a Aacutefrica do Sul (duas posiccedilotildees aci-
ma do Brasil no ranking) e bem agrave frente da China Iacutendia e Ruacutessiardquo
In httpwwwbbccoukportuguesenoticias201412141202_ranking_transparencia_internacional_brasil_df_lgb
Assim vale agrave pena continuar acreditando na melhora e natildeo cessar a luta pela melhoria dos instrumentos
de controle e combate agrave corrupccedilatildeo
53 O anseio democraacutetico pelo controle
De haacute muito tempo que a populaccedilatildeo anseia por melhoria nos sistemas de controle da coisa puacuteblica
No Brasil que historicamente conviveu com a corrupccedilatildeo na Administraccedilatildeo Puacuteblica a implantaccedilatildeo do re-
gime democraacutetico teve como maior objetivo a participaccedilatildeo do povo no poder (nas coisas do Estado) diretamente
ou atraveacutes de seus legiacutetimos representantes
Com isso espera-se que o povo faccedila parte do governo e que tenha conhecimento do que ocorre com os
bens e valores puacuteblicos enquanto estiverem sob a guarda dos administradores da coisa puacuteblica
Mas natildeo basta trocar as pessoas no comando do eraacuterio
Eacute preciso equipar os sistemas de controle haja vista que natildeo eacute exatamente a iacutendole pessoal que evita a
corrupccedilatildeo e os desvios no meio puacuteblico mas acima de tudo o controle que se faz sobre a coisa (a ocasiatildeo faz o
ladratildeo) O controle eacute exercido de forma irrestrita e ilimitada em todos e por todos os Poderes de Estado estendendo-se a
toda a Administraccedilatildeo e abrangendo todas as suas atividades e agentes sendo classificadas em variados tipos e formas de
atuaccedilatildeo para atingir os seus objetivos
Essas classificaccedilotildees indicam que
(I) O controle administrativo ou executivo eacute aquele exercido pela proacutepria Administraccedilatildeo sobre seus atos e agentes
(II) Controle legislativo ou parlamentar diz respeito ao que o Poder Legislativo imprime sobre atos e agentes do
Poder Executivo
(III) O controle judiciaacuterio eacute o referente agrave correccedilatildeo dos atos ilegais de qualquer dos Poderes pelo Judiciaacuterio quando
lesivos de direito individual ou do patrimocircnio puacuteblico Quanto a forma o controle pode ser sintetizado
bull De acordo com seu fundamento pode ser hieraacuterquico ou finaliacutestico
bull Em razatildeo da localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o exercita pode ser interno ou externo
bull Em virtude do momento em que eacute exercido pode ser preacutevio ou preventivo ou a priori concomitante ou sucessivo e
subsequente ou corretivo ou a posteriore
bull Conforme o aspecto controlado pode ser de legalidade ou de legitimidade e de meacuterito
Outra abordagem do Direito Administrativo eacute apresentada segundo a qual o controle da Administraccedilatildeo Puacuteblica
eacute poder de fiscalizaccedilatildeo e correccedilatildeo que sobre ela exercem os oacutergatildeos dos Poderes Judiciaacuterio Legislativo e Executivo com
o objetivo de garantir a conformidade de sua atuaccedilatildeo com os princiacutepios que lhe satildeo impostos pelo ordenamento juriacutedico
Dentre os pontos comuns observados eacute importante registrar as visotildees sobre os chamados controle externo e
controle interno decorrentes das classificaccedilotildees relativas agrave localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o realiza e quanto agrave integraccedilatildeo do
oacutergatildeo que o executa e agrave estrutura do oacutergatildeo objeto de sua execuccedilatildeo
As atividades do sistema de controle interno satildeo exercidas mediante a utilizaccedilatildeo de teacutecnicas de fiscalizaccedilatildeo e
auditoria as quais consistem no conjunto de processos que viabilizam o alcance dos macro-objetivos do sistema
Fiscalizar consiste na aplicaccedilatildeo de um conjunto de procedimentos pontuais que permitam o exame dos atos da
administraccedilatildeo puacuteblica visando avaliar a execuccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas atuando sobre os resultados efetivos dos pro-
gramas governamentais
54 O Controle Interno
Com previsatildeo desde 1964 (art 76 da Lei 432064 - Lei da Contabilidade Puacuteblica) foi levado agrave regras constitu-
cional em 05 de outubro de 1988 na Carta Maior (art 74) e reforccedilado pela Lei Complementar 1012000(LRF art 54 e
59) mas soacute implementado no Paranaacute a partir de 2008 com a exigecircncia pelo TCE que assim se manifestou a respeito
ldquoO sistema de controle interno eacute o agente de orientaccedilatildeo e integraccedilatildeo dos controles administrativos das enti-
dades componentes da estrutura organizacional e de apoio ao controle externo
Tem por objetivos principais a avaliaccedilatildeo do cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual e a execu-
ccedilatildeo dos programas constantes da LDO e na Lei Orccedilamentaacuteria Anual assegurar a observacircncia das normas e regula-
mentos e assim a legalidade dos atos avaliando os resultados no que se refere agrave eficaacutecia e eficiecircncia da gestatildeo orccedila-
mentaacuteria financeira e patrimonial da administraccedilatildeo
Sua funccedilatildeo inclui a diligecircncia no acompanhar dos procedimentos da administraccedilatildeo e na orientaccedilatildeo do ges-
tor acerca de eventuais desvios de rota e para evitar riscos iminentes que possam provocar danos ao patrimocircnio e agrave
gestatildeo
Juntamente com a contabilidade o controle interno deve velar pelo atendimento das agendas de obrigaccedilotildees
pela certeza do cumprimento dos limites legais seja de pisos de investimentos miacutenimos ou tetos para gastos maacutexi-
mos pela verdade das informaccedilotildees levadas a puacuteblico em face da LRF e suas determinaccedilotildees de transparecircncia da Lei
da Informaccedilatildeo e da proacutepria Lei nordm 432064
Os resultados satisfatoacuterios e sem sobressaltos especialmente em processo de transiccedilatildeo de mandato acentuam
que o controle interno desempenhou seu papel com efetividade e compromisso com a Entidade
O principal embaraccedilo que se tem percebido no processo de estruturaccedilatildeo do controle interno tem ocorrido na
montagem da equipe de trabalho especialmente a natildeo disponibilidade de profissionais com preparo teacutecnico
Existem pequenas prefeituras e cacircmaras municipais onde se verifica ateacute mesmo a simples falta de pessoal
sem atributosrdquoManual de Final de mandato ndash 2012
55 O controle Externo
O controle externo dos poderes municipais ( Executivo e Legislativo) eacute realizado direta e formalmente pelo
Tribunal de Contas que aleacutem de exigir a prestaccedilatildeo de contas anual ainda verifica a lisura e regularidade dos atos e accedilotildees
que envolvam a administraccedilatildeo dos bens e recursos puacuteblicos
A Lei Orgacircnica do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute (LC 1132005) indica que no papel de apoiador do
Poder Legislativo Municipal no controle externo a Corte Administrativa tem a seguinte competecircncia
ldquoArt 1ordm Ao Tribunal de Contas do Estado oacutergatildeo constitucional de controle externo com sede na Capital do Estado
compete nos termos da Constituiccedilatildeo Estadual e na forma estabelecida nesta lei
II ndash julgar as contas dos chefes dos oacutergatildeos do Poder Legislativo estadual e municipal do Poder Judiciaacuterio do Minis-
teacuterio Puacuteblico e deste Tribunalrdquo
Todavia por certo que existem outros oacutergatildeos que de forma indireta realizam o controle externo do poder puacuteblico muni-
cipal como o Ministeacuterio Puacuteblico o Judiciaacuterio e os Observatoacuterios sociais
Eacute posiccedilatildeo paciacutefica entre os estudiosos da Administraccedilatildeo Puacuteblica no mundo que o mais eficiente instrumento de
controle da ldquocoisa puacuteblicardquo eacute a transparecircncia
Pois se o povo acompanha atos e accedilotildees do governo e do governante tanto estes evitam as irregularidades por
temerem o que vai a puacuteblico quanto agravequeles podem julgar com maior facilidade a atuaccedilatildeo de suas lideranccedilas
6 Transparecircncia Puacuteblica no Brasil
Desde o nascimento de nossa paacutetria em 22 de abril de 1500 a populaccedilatildeo jamais teve acesso aacutes formas de utili-
zaccedilatildeo dos bens puacuteblicos e de administraccedilatildeo dos recursos financeiros arrecadados do proacuteprio povo
Tanto a monarquia (ateacute 14 de novembro de 1889) quanto no governo civil que comanda o paiacutes de laacute pra caacute pra-
ticamente todos os gestores natildeo tinham a obrigaccedilatildeo ou o costume de prestar contas de seus atos
Eacute certo que o faziam mas de forma geneacuterica apenas para oacutergatildeos de controle
O povo (contribuinte direta ou indiretamente) natildeo conseguia individualmente saber do que se passava no acircmbi-
to dos Poderes da naccedilatildeo
No entanto com o advento da globalizaccedilatildeo e da evoluccedilatildeo raacutepida e espetacular das tecnologias de comunicaccedilatildeo
houve tambeacutem um grande avanccedilo nos direitos dos cidadatildeos
Aqui no Brasil apoacutes a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 muito se conquistou desses direitos
A proacutepria Carta Magna reservou uma lista grande de direitos e garantias individuais e coletivas (em especial
nos art 5ordm 6ordm e 7ordm)
De toda forma criando verdadeiro divisor na histoacuteria do Brasil a nossa CF88 acendeu nos nacionais o desejo
de conhecer de perto e participar da vida do paiacutes
Mais que isto passou a discutir os seus direitos enquanto membros da naccedilatildeo
Representados no governo tanto nas casas legislativas quanto nos demais poderes (Executivo e Judiciaacuterio)
passamos a conquistar espaccedilo e elaborar instrumentos que exigem (forccedilam) os gestores a dar transparecircncia em sua atua-
ccedilatildeo
Dentre esses instrumentos podemos citar a Lei de Responsabilidade Fiscal que desde o seu nascimento (em
2000) jaacute previa certas obrigaccedilotildees aos governantes para levar ao povo o conhecimento de seus atos e accedilotildees
Mas foi exatamente em 2010 pela Lei Complementar nordm 131 de 27 de maio de 2009 que houve uma implemen-
taccedilatildeo maior da obrigatoriedade de transparecircncia nos meio puacuteblico aplicando-se inclusive regras especiacuteficas sobre a
divulgaccedilatildeo tecnoloacutegica via internet
Com isso desencadeou no Brasil em todos os oacutergatildeos puacuteblicos a obrigaccedilatildeo de publicar mais amplamente as in-
formaccedilotildees que poderiam ter o interesse puacuteblico
Essa eacute a chamada Transparecircncia Ativa pois independentemente de algueacutem solicitar o oacutergatildeo puacuteblico tem a o-
brigaccedilatildeo de divulgar
E diga-se mais
A divulgaccedilatildeo (publicaccedilatildeo) deveraacute ser eficiente e eficaz
Ou seja
O canal disponibilizado deveraacute ser de boa qualidade permitindo o acesso de forma raacutepida e faacutecil e evitando os
subterfuacutegios (mesmo que da tecnologia) para esconder dados e informaccedilotildees
A Lei Complementar Federal nordm 1012000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) exige
que ocorram publicaccedilotildees trimestrais
7 Publicidade Oficial Obrigatoacuteria
Por certo que a fonte primeira para propiciar o controle eacute a publicidade
A princiacutepio publicidade significa ldquolevar a puacuteblicordquo mais no sentido de obediecircncia ao ditame constitucional de
divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees do poder puacuteblico
Inclusive a publicidade foi instituiacuteda como um dos 5 (cinco) princiacutepios baacutesicos da Administraccedilatildeo Puacuteblica (art
37 caput da CF)
Eacute que o legislador constituinte entendeu como sendo prioridade a divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees dos governantes
para que o povo (contribuinte-eleitor) acompanhe as atuaccedilotildees dos eleitos bem como com a coisa puacuteblica
Embasadas na Carta Maior da Repuacuteblica muitas leis editadas depois de 1988 criaram obrigaccedilatildeo de publicar cer-
tos atos quando se tratar de recursos puacuteblicos (financeiros patrimoniais funcionais etc)
Os Atos Oficiais de publicaccedilatildeo obrigatoacuteria devem ser divulgados em um uacutenico meio de comunicaccedilatildeo escolhido
por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-tributaccedilatildeo-
orccedilamentaacuteria)
No caso do Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Licitaccedilatildeo
cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
71 Publicidade oficial Facultativa
A CF de 1988 tambeacutem autorizou despesas com a divulgaccedilatildeo de caraacuteter educativo e informativo ou de orienta-
ccedilatildeo social (art 37 sect1ordm)
No entanto de laacute pra caacute muita polecircmica foi gerada discutindo sobre o que poderia se aceitar referente agraves despe-
sas com publicidade
Eacute que a interpretaccedilatildeo anterior impunha uma separaccedilatildeo severa na publicidade oficial entre a obrigatoacuteria e a fa-
cultativa
Entendia-se que a obrigatoacuteria era apenas aquela especificada na lei como a publicaccedilatildeo de atos como leis de-
cretos portarias resoluccedilotildees editais
Quando se divulgava as accedilotildees do poder puacuteblico questionava-se se aquela despesa se enquadrava como educa-
cional de orientaccedilatildeo social ou de informaccedilatildeo exigida (serviccedilos de utilidade puacuteblica)
72 Publicidade Institucional
Poreacutem com a evoluccedilatildeo do conceito e com a crescente demanda do povo sobre a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico e as
accedilotildees governamentais ampliou-se em muito as possibilidades de realizar despesas para esse fim
Portanto aleacutem da publicaccedilatildeo obrigatoacuteria e daquelas enquadradas como ldquoserviccedilos de utilidade puacuteblicardquo passou-
se a entender que o gestor deva divulgar amplamente as atividades de cada oacutergatildeo puacuteblico para manter a populaccedilatildeo por
dentro dos acontecimentos que envolvem recursos dos contribuintes De certo modo essa divulgaccedilatildeo natildeo obrigatoacuteria pode ser considerada como publicidade institucional pois a-
leacutem de informar ao povo sobre as accedilotildees do oacutergatildeo promove este diante da opiniatildeo puacuteblica fortalecendo-o institucional-
mente
E para essa divulgaccedilatildeo o TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contra-
tar serviccedilos de comunicaccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
No caso de contrataccedilatildeo de agecircncias as regras a serem obedecidas deveratildeo ser aquelas da lei federal nordm
122322010 (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
Resumindo as regras do TCEPR para a comunicaccedilatildeo institucional eacute
1- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010 A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO
para julgar a melhor teacutecnica
2- Para contratar os serviccedilos para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocirc-
nico) programa de raacutedio ou TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo ME-
LHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
Insta lembrar tambeacutem que a partir de 2006 o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a publicar
natildeo apenas seus atos oficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de
internet ou outros serviccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
a)- transmissotildees de sessotildees
b)- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
c)- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
a)- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
b)- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
c)- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
d)- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
e)- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
f)- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Lembrando que existem Atos Oficiais que devem ser obrigatoriamente divulgados em um uacutenico meio de co-
municaccedilatildeo escolhido por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-
tributaccedilatildeo-orccedilamentaacuteria)
E atenccedilatildeo
O Oacutergatildeo Oficial nos Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Li-
citaccedilatildeo cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
Vide Acoacuterdatildeo nordm 409760-5 do TJPR e Processo nordm 22972306 do TCEPR no AVA
Inclusive o Municiacutepio poderaacute optar por apenas um Diaacuterio Oficial Eletrocircnico ou este e mais o Diaacuterio Oficial
Impresso segundo o TCEPR (Acoacuterdatildeo nordm 383013)
Aliaacutes o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a partir de 2006 a publicar natildeo apenas seus atos o-
ficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de internet ou outros servi-
ccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
- transmissotildees de sessotildees
- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Atenccedilatildeo de novo
A lei federal nordm 122322010 criou regras especiacuteficas para a contrataccedilatildeo de serviccedilos de publicidade prestados
por intermeacutedio de agecircncias de propaganda (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
O TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contratar serviccedilos de comuni-
caccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
Resumindo
a)- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010
A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO pa-
ra julgar a melhor teacutecnica
b)- O TCEPR tem se posicionado (vide acoacuterdatildeo 3082012 no AVA) no sentido de que a contrataccedilatildeo dos serviccedilos
para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocircnico) programa de raacutedio ou
TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo MELHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
8 Prestaccedilatildeo de Contas
Sendo mais um dos elementos da Transparecircncia e consequentemente do Controle a Prestaccedilatildeo de Contas enseja
dar conhecimento ao contribuinte do que o gestor faz com os recursos puacuteblicos
Seguindo a evoluccedilatildeo social humana sobretudo apoacutes a identificaccedilatildeo da figura do estado moderno (povo territoacute-
rio governo) a exigecircncia de os governantes ou particulares dar satisfaccedilatildeo aos contribuintes sobre o uso e aplicaccedilatildeo dos
recursos puacuteblicos (financeiros e de bens) tem crescido mais e mais
Jaacute na Declaraccedilatildeo dos Direitos do Homem e do Cidadatildeo elaborada e aceita por muitos povos na era da Revolu-
ccedilatildeo Francesa (1789) consta essa exigecircncia
ldquoArt 15 ndash A Sociedade tem o Direito de pedir conta a todo agente puacuteblico de sua administraccedilatildeordquo
Segundo o texto divulgado no site do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute
ldquoA Prestaccedilatildeo de Contas eacute dever constitucional dos que utilizam arrecadam guardam gerenciam ou administram
dinheiros bens e valores puacuteblicosrdquo
httpwww1tceprgovbrconteudoprestacao-de-contas-municipios214
Resumindo
Com a publicidade e a prestaccedilatildeo de contas ocorre transparecircncia na gestatildeo puacuteblica promovendopermitindo
melhor controle da coisa puacuteblica
Todos satildeo interligados
Bom Estudo
Controle
Transparecircncia
Publicidade
Prestaccedilatildeo de Contas
ldquoA nomeaccedilatildeo de cocircnjuge companheiro ou parente em linha reta colateral ou por afinidade ateacute o terceiro grau
inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa juriacutedica investido em cargo de direccedilatildeo chefia ou
assessoramento para o exerciacutecio de cargo em comissatildeo ou de confianccedila ou ainda de funccedilatildeo gratificada na
administraccedilatildeo puacuteblica direta e indireta em qualquer dos Poderes da Uniatildeo dos Estados do Distrito Federal e dos
Municiacutepios compreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocas viola a Constituiccedilatildeo Federalrdquo
Data de Aprovaccedilatildeo Sessatildeo Plenaacuteria de 21082008Fonte de Publicaccedilatildeo DJe nordm 1622008 p 1 em 2982008DO de
2982008 p 1
Assim fundamentados especialmente nos princiacutepio constitucionais da impessoalidade e da moralidade o maior
oacutergatildeo do Poder Judiciaacuterio brasileiro definiu como proibidas as nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos em comissatildeo ou
funccedilotildees de confianccedila de familiares dos nomeantes em ateacute terceiro grau de parentesco
O parentesco segundo o Coacutedigo Civil (arts 1591 a 1595) eacute identificado em trecircs linhas distintas
a) reta (ascendente e descendente pai matildee avocirc avoacute filho filha neto neta)
b) colaterais (provecircm de um tronco comum mas natildeo descendem uma das outras irmatildeo irmatilde tio tia) e
c) por afinidade (o viacutenculo que se estabelece entre um cocircnjuge e os parentes do outro cocircnjuge)
De ressaltar que a Suacutemula 13 do STF abrangeu o famoso nepotismo cruzado que eacute a combinaccedilatildeo entre nomean-
tes para a contrataccedilatildeo direta de servidores parentes seus de forma cruzada (o parente de um eacute contratado pelo outro e
vice versa) pois ao final do texto consta ldquocompreendido o ajuste mediante designaccedilotildees reciacuteprocasrdquo
E mantendo a maacutexima de que cada regra tem sua exceccedilatildeo o STF declarou na sequencia (no Recurso Extraordi-
naacuterio nordm 579951RN) que a exceccedilatildeo dessa proibiccedilatildeo seria a possibilidade de nomeaccedilotildees e designaccedilotildees em cargos poliacuteti-
cos aiacute compreendidos os Ministros de Estado Secretaacuterios de Estado e Secretaacuterios Municipais
Entatildeo dessa data em diante (2982008 publicaccedilatildeo da suacutemula 13 do STF) passou-se a ser proibido o
nepotismoem cargos e funccedilotildees puacuteblicas de livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo
Em resumo quando da ediccedilatildeo da Suacutemula 13 a Corte Maacutexima do Poder Judiciaacuterio paacutetrio definiu que
1 ndash Eacute PROIBIDA A NOMEACcedilAtildeO EM CC OU FG DECOcircNJUGE OU PARENTE DA AUTORIDADE NOMEANTE
OU DE OUTRO SERVIDOR NESTES CARGOS (CC ou FG) ATEacute TERCEIRO GRAU
2 ndash CARGOS DE MINISTROS E SECRETAacuteRIOS PODEM SER OCUPADOS POR PARENTES
Pois bem
Apoacutes a proibiccedilatildeo pelo Supremo e vasta interpretaccedilatildeo do Poder Judiciaacuterio outros pontos natildeo abrangidos (ou es-
clarecidos) pela Suacutemula 13 foram praticamente pacificados
Vejamos os mais relevantes
1ordm ndash A LEI (Ordinaacuteria-Complementar-Orgacircnica) PODE AMPLIAR AS PROIBICcedilOtildeES abrangendo inclusive os Minis-
tros e Secretaacuterios (impedindo a contrataccedilatildeo de parentes ou limitando o nuacutemero de parentes contratados)
2ordm ndash Para a configuraccedilatildeo de nepotismo cruzado soacute se houver prova da reciprocidade Ou seja se ocorrer o ajuste a com-
binaccedilatildeo a troca de favores entre autoridades puacuteblicas
3ordm - Parente de Autoridade Puacuteblica ou de servidor de um mesmo oacutergatildeo poderaacute ocupar CC ou FG se foi nomeado antes
da posse deste
4ordm ndash Servidor efetivo poderaacute ser nomeado em CC ou designado em FG em mesmo oacutergatildeo de Gestor Puacuteblico ou servidor
parente se natildeo for nomeado por ele ou subordinado a ele
5ordm ndash Servidores de um mesmo oacutergatildeo ocupantes de Cargo Comissionado ou Funccedilatildeo de Confianccedila que venham a se tor-
nar um casal depois do ingresso no cargo ou funccedilatildeo e desde que natildeo ocorra subordinaccedilatildeo direta entre si natildeo seraacute con-
siderado nepotismo 6ordm ndash Ex-cocircnjuge comprovadamente podem ser nomeados pelo ex sem caracterizar nepotismo
7ordm ndash Nos casos de requisiccedilatildeocessatildeo de servidores por autoridades ou oacutergatildeos aplicam-se as regras do nepotismo
8ordm ndash Parentesco com autoridades puacuteblicas ou servidores falecidos ou aposentados natildeo incidem a Suacutemula 13
9ordm ndash Contrataccedilatildeo de estagiaacuterios que sejam parentes de autoridades ou servidores do oacutergatildeo concedente do estaacutegio natildeo se
configura nepotismo desde que haja seleccedilatildeo preacutevia
10ordm ndash Contratar sem licitaccedilatildeo pessoa juriacutedica na qual haja administrador ou soacutecio com poder de direccedilatildeo que seja fami-
liar de detentor de cargo em comissatildeo ou funccedilatildeo de confianccedila que atue na aacuterea responsaacutevel pela demanda ou de autori-
dade a ele hierarquicamente superior
Por fim destacar que os caminhos juriacutedicos para exigir a exoneraccedilatildeo de parentes que ocupem cargos comissio-
nados ou funccedilotildees de confianccedila bem como coibir e responsabilizar os agentes puacuteblicos que desrespeitarem a regra cons-
tante da Suacutemula 13 do STF e demais acervo jurisprudencial referentemente ao nepotismo poderaacute ser a Accedilatildeo Civil Puacute-
blica(art 1ordm inciso IV da Lei 734785) ou ateacute mesmo a Reclamaccedilatildeo ao STF (art 102 inciso I aliacutenea l da Constitu-
iccedilatildeo Federal)
Jaacute as consequecircncias juriacutedicas para quem desobedecer agraves normas combatentes do nepotismo possuem as seguin-
tes hipoacuteteses
1ordf ndash Consequecircncias para o servidor nomeado ou designado pela omissatildeo de informar agrave Administraccedilatildeo Puacuteblica o fato de
se encontrar sob o alcance da Suacutemula Vinculante nordm 13 do STF incide o crime de falsidade ideoloacutegica (art 299 do Coacute-
digo Penal) bem como pela manutenccedilatildeo do cargo ou emprego puacuteblico sabendo do impedimento incide em crime de
desobediecircncia agrave decisatildeo judicial (art 359 CP)
2ordf ndash Consequecircncias para o agente poliacutetico pela omissatildeo incide no crime de prevaricaccedilatildeo (art 319 CP) e na esfera
poliacutetico-administrativa incorre no crime de improbidade administrativa (art 11 I e II cc o art 12 III todos da Lei nordm
842992) pode-se aplicar a ele ainda no caso dos prefeitos municipais estaratildeo sujeitos agrave cassaccedilatildeo do mandato eletivo
(Decreto-lei 20167 art 4ordm VII)
417 - GASTOS COM PESSOAL
O paracircmetro a ser empregado nos caacutelculos da despesa com pessoal haacute de ser a Receita Corrente Liquida
ndash RCL conceituada no inciso IV do art 2ordm da LRF
Considera-se despesa com pessoal nos termos do artigo 18 da LFR todas as vantagens vencimentos sa-
laacuterios proventos adicionais gratificaccedilotildees horas extras encargos sociais subsiacutedios dos agentes poliacuteticos e qual-
quer outra espeacutecie remuneratoacuteria
A verificaccedilatildeo das adequaccedilotildees das despesas efetivamente realizadas com pessoal em relaccedilatildeo agrave RCL deveraacute
ocorrer nos termos do artigo 22 da LRF ao final de cada quadrimestre
Os resultados obtidos seratildeo por sua vez informados no Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal correspondente ao
mesmo periacuteodo de apuraccedilatildeo sendo facultado aos Municiacutepios com populaccedilatildeo inferior a cinquumlenta mil habitantes
apurar esse comprometimento ao final de cada semestre (art 62 I e II ldquobrdquo)
Segundo art 20 da LRF a reparticcedilatildeo dos limites globais de cada ente eacute de
PoderEnte Uniatildeo EstadosDF Municiacutepios
Executivo 409 490 540
LegislativoTC 60 60 60
Judiciaacuterio 25 30 -x-
Ministeacuterio Puacuteblico 06 20 x-
Totais 500 600 600
Visando coibir despesas em excesso praticados pelas Cacircmaras Municipais houve emenda constitucional
disciplinando os percentuais destas (EC nordm 252000) sem no entanto disciplinar seu conceito e composiccedilatildeo toda-
via excluiu-se as despesas com inativos resultando em limites diversos em relaccedilatildeo agrave LRF vejamos
Populaccedilatildeo Limites EC 25 (ex-
clui inativos)
Limites LRF
(inclui inativos)
Ateacute 100000 habitantes 56 6
De 100001 a 300000 hab 49 6
De 301000 a 500000 hab 42 6
Acima de 500000 hab 35 6
LRF - art 22
Se a despesa de pessoal exceder a 95 do limite estabelecido no artigo 20 os Poderes e oacutergatildeos que incor-
rem no excesso ficaratildeo vedados de criar cargo emprego ou funccedilatildeo e efetuar provimento de cargo puacuteblico admis-
satildeo ou contrataccedilatildeo de pessoal a qualquer tiacutetulo
Exceccedilatildeo (artigo 22 inciso IV) aacutereas de educaccedilatildeo sauacutede e seguranccedila restringindo-se quando esta se ca-
racterizar por falecimento ou aposentadoria
Para os casos de extrapolaccedilatildeo dos limites determinada pelo artigo 169 da CF88 nos termos do art 23 da
LRF deveraacute o ente propor medidas para sua adequaccedilatildeo com a maior brevidade possiacutevel
Isto posto nos dois quadrimestres seguintes deveraacute observar as providecircncias previstas nos sectsect 3ordm e 4ordm do
art 169 da CF quais sejam
Reduccedilatildeo de pleno menos vinte por cento das despesas com cargos em comissatildeo e funccedilotildees de confianccedila
Exoneraccedilatildeo dos servidores natildeo estaacuteveis
Exoneraccedilatildeo dos servidores estaacuteveis se natildeo alcanccedilada a reduccedilatildeo necessaacuteria com as medidas anteriores desde
que ato normativo de cada Poder especifique a atividade funcional o oacutergatildeo ou unidade administrativa objeto de
reduccedilatildeo de pessoal
O servidor que neste caso perder o cargo faraacute jus a indenizaccedilatildeo correspondente a um mecircs de remunera-
ccedilatildeo por ano de serviccedilos sendo que esta natildeo seraacute computada para fins de despesas com pessoal
Permanecendo o excesso ficaraacute o ente impedido de receber transferecircncias voluntaacuterias
418 - Despesas gerais
4181 - Diaacuterias
a) ndash cobrem hospedagem e alimentaccedilatildeo
b) ndash aplicaccedilatildeo do princiacutepios da razoabilidade proporcionalidade e moralidade
c) ndash devem ser liberadas motivadamente (interesse puacuteblico)
d) ndash dependem de lei autorizatoacuteria
e) ndash podem ser liberadas para participaccedilatildeo em eventos
f) ndash natildeo podem configurar ldquosalaacuteriordquo
g) ndash exigem comprovaccedilatildeo de realizaccedilatildeo do objetivo
h) ndash a partir de 50 do valor da remuneraccedilatildeo incide ir e inss
i) ndash a fixaccedilatildeo do valor pode ser variaacutevel de municiacutepio para municiacutepio
j) ndash fraude ou simulaccedilatildeo no pagamento de diaacuteria acp
4182 - Adiantamentos eacute proibido
4183 -Seguro de vidaeacute possiacutevel
4184 - Vale Transporteeacute possiacutevel
4185 - Plano de sauacutedesoacute para servidoresvereadores natildeo
4186 -Veiacuteculo proacuteprio
Segundo o TCRPR eacute proibido agrave Cacircmara pagar combustiacutevel para veiacuteculos dos vereadores
O TCE-PR alega que a Administraccedilatildeo Puacuteblica natildeo pode arcar com gastos inerentes a despesas com veiacuteculos
particulares dos Edis mesmo que a serviccedilo do Legislativo haja vista a inexistecircncia de contrato precedido de Licitaccedilatildeo e
diante das normas de direito administrativo onde qualquer aquisiccedilatildeo efetuada pelo Poder Puacuteblico depende de contrato
este em regra precedido de licitaccedilatildeo
Alega inclusive que essa despesa eacute estranha ao orccedilamento sem amparo legal
Ateacute em relaccedilatildeo aos servidores o TCE desaconselha o ressarcimento de despesas com combustiacutevel particular
por aplicaccedilatildeo do art 29 da CE89 ou da Lei Orgacircnica Municipal que geralmente preveem incompatibilidade negocial
Vale ressaltar que outros Tribunais de Contas divergem ou convergem com o TCEPR
Vejamos
O TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA PERMITE
PREJULGADO 2082 DO TCESC
ldquoA Cacircmara Municipal pode disciplinar o uso de veiacuteculos oficiais de sua propriedade a exemplo da Lei Estadual ndeg
79871990 (regulamentada pelo Decreto ndeg 34212005) e do Decreto Federal ndeg 64032008 (disciplinado pela Instru-
ccedilatildeo Normativa ndeg 0032008 do Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeordquo
PREJULGADO 1268 DO TCESC
A Cacircmara Municipal poderaacute ressarcir as despesas de combustiacutevel de veiacuteculos particulares desde que (a) previamente
autorizada em lei especiacutefica (b) relacionada a deslocamento dos Vereadores para fora de jurisdiccedilatildeo municipal (c) os
assuntos tratados nas viagens sejam de interesse puacuteblico (d) haja expressa autorizaccedilatildeo da Cacircmara Municipal para a rea-
lizaccedilatildeo da viagem (e) os veiacuteculos utilizados nestas condiccedilotildees estejam previamente cadastrados no oacutergatildeo competente do
Pode Legislativo e (f) sejam aplicaacuteveis somente a casos excepcionais
O TCE DE MG PROIacuteBE
Consulta nordm 810007- TCEMG
Tribunal de Constas do Estado - Cacircmara natildeo pode pagar gasolina para vereadores O relator Cons Elmo Braz adotou o
parecer do Auditor Hamilton Coelho para responder agraves indagaccedilotildees Inicialmente a Auditoria asseverou que o TCEMG
jaacute declarou em diversas oportunidades a ilegalidade do abastecimento de veiacuteculos particulares de vereadores com re-
cursos da Cacircmara ainda que para uso no interesse do oacutergatildeo mencionando nesse sentido a Consulta nordm 810007 (Rel
Cons Eduardo Carone Costa sessatildeo de 030210) ndash v Informativo 17 O Auditor transcreveu parte do parecer exarado
naquela Consulta no sentido de que a utilizaccedilatildeo de veiacuteculo de propriedade particular de vereador mediante contrapresta-
ccedilatildeo (abastecimento) a serviccedilo da Administraccedilatildeo Puacuteblica configuraria contrato de locaccedilatildeo de fato e de que o uso interca-
lado do veiacuteculo ndash ora em caraacuteter particular ora a serviccedilo ndash tornaria difiacutecil a mensuraccedilatildeo do quantum a ser indenizado
redundando em confusatildeo patrimonial envolvendo o agente puacuteblico e o oacutergatildeo contratante
O TCEMT PERMITE
Processo nordm 2073652010 - 19042011
ldquoCAcircMARA MUNICIPAL DE NOVA OLIacuteMPIA CONSULTA CAcircMARA MUNICIPAL VEREADOR VERBA DE
NATUREZA INDENIZATOacuteRIA POSSIBILIDADE SE OBSERVADOS OS REQUISITOS IMPOSSIBILIDADE DE
PAGAMENTO DE DESPESAS COM MANUTENCcedilAtildeO DO GABINETE DO PARLAMENTAR POSSIBILIDADE
DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS COM ABASTECIMENTO DE VEIacuteCULO PARTICULAR DO VEREADOR
E DE ACUMULACcedilAtildeO COM A DIAacuteRIA QUANDO CONTEMPLAREM O RESSARCIMENTO DE DESPESAS
DISTINTAS PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS NOS TERMOS DA LEI QUE A INSTITUIRrdquo
4187 - Passagens
Por se tratar de despesa com caracteriacutesticas muito proacuteprias jaacute que os valores se alteram permanentemente mas eacute
possiacutevel a reduccedilatildeo dos preccedilos sobretudo com descontos sobre a taxa de administraccedilatildeo das agecircncias ou operadoras eacute
recomendaacutevel a realizaccedilatildeo de processo licitatoacuterio afim de promover a economicidade evitar sobrepreccedilos e oportunizar
a competitividade entre os diversos particulares interessados em negociar com a Administraccedilatildeo
Por isso orienta-se agrave promoccedilatildeo do certame licitatoacuterio na modalidade Pregatildeo cujo objeto seja a contrataccedilatildeo de
serviccedilos de agenciamento de viagens para cotaccedilatildeo reserva e fornecimento de passagens (aeacutereas e terrestres) no acircmbito
nacional e internacional se houver interesse
Caso opte pela passagem internacional eacute interessante licitar a emissatildeo de seguro de assistecircncia em viagem in-
ternacional
Especificar que a compra se faraacute por meio de atendimento remoto (e-mail eou telefone)
O tipo aconselhaacutevel eacute o de menor preccedilo escolhendo-se a proposta que ofertar o maior percentual de desconto
sobre o valor ldquodo diardquo disponibilizado e cobrado de todos os puacuteblicos inclusive sobre as tarifas promocionais e reduzi-
das disponiacuteveis no momento da compra excluiacuteda a taxa de embarque
5 Controle
51 Corrupccedilatildeo desvios e fraudes Conceitos
Corrupccedilatildeo eacute o ato ou efeito de se corromper oferecer algo para obter vantagem em negociata onde se favorece
uma pessoa e se prejudica outra
Eacute tirar vantagem do poder atribuiacutedo Corrupccedilatildeo vem do latim corruptus que significa quebrado em peda-
ccedilos O verbo corromper significa tornar-se podre
Desvio na aacuterea puacuteblica significa retirar o caminho normal de alguma coisa Natildeo alcanccedilar o objetivo por
mudanccedila de rota
Geralmente a palavra estaacute ligada agraves alteraccedilotildees que se promovem na ocupaccedilatildeo de cargos ou funccedilotildees no
uso de bens na realizaccedilatildeo de obras e ateacute no destino que se daacute aos recursos financeiros Fraude eacute um esquema iliacutecito ou de maacute feacute criado para obter ganhos para si ou para terceiros
No meio puacuteblico as fraudes geralmente satildeo praticadas atraveacutes de simulaccedilotildees e ajustes visando o aproveitamen-
to iliacutecito de valores benefiacutecios ou do patrimocircnio puacuteblico
52 Conceito e relevacircncia do controle
O controle eacute a ferramenta mais eficaz para se evitar as irregularidades e ilegalidades na atuaccedilatildeo dos po-
deres puacuteblicos
Segundo os mais elaborados estudos e pesquisas a corrupccedilatildeo pode ser maior ou menor dependendo da
proporcionalidade de controle existente
Onde tem menor controle tem maior corrupccedilatildeo e assim vice e versa
E o controle se faz por trecircs principais vias orientaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e puniccedilatildeo No Brasil o combate agrave corrupccedilatildeo no meio puacuteblico vem acontecendo atraveacutes da implementaccedilatildeo de vaacuterios tipos
de controle sobre as verbas recursos e patrimocircnio puacuteblico
Nos uacuteltimos anos melhoraram muito os sistemas de Controle Interno e Externo por iniciativa de cada oacutergatildeo ou
por exigecircncia do povo (diretamente ou atraveacutes das miacutedias)
O Legislativo por iniciativa proacutepria ou por pressatildeo popular tem aprovado inuacutemeros atos para reforccedilar a legisla-
ccedilatildeo paacutetria que afeta a corrupccedilatildeo
Satildeo os exemplos da Lei das Inelegibilidades (LC 6490 reforccedilada pela Lei da Ficha Limpa- LC 1352010) a
Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 1012000) a Lei da Transparecircncia (LC 1312009) a Lei da Informaccedilatildeo
(125272011) e a Lei Anticorrupccedilatildeo (128462013) e tantas outras
O Judiciaacuterio por sua vez e com o apoio das instituiccedilotildees de apuraccedilatildeo a ele ligadas (poliacutecias ministeacuterio puacuteblico
etc) tem punido severamente os corruptos realizando o seu papel sem distinccedilatildeo de cargo ou poder do apenado
Segundo informa o oacutergatildeo denominado de ldquoTransparecircncia Internacionalrdquo em mateacuteria divulgada no mecircs
de dezembro2014 ldquoNeste ano o Brasil obteve a nota 43 em uma escala que vai de 0 (setor puacuteblico visto como extremamente
corrupto) a 100 (extremamente iacutentegro) a mesma pontuaccedilatildeo obtida em 2012
No ano passado o paiacutes havia totalizado 42 pontos
A pontuaccedilatildeo do Brasil se situa exatamente na meacutedia mundial de acordo com o estudo de 43 pontos Nas
Ameacutericas como um todo a meacutedia eacute 45
Mais de dois terccedilos dos 175 paiacuteses que integram o iacutendice obtiveram uma nota inferior a 50
O Brasil estaacute na metade Natildeo eacute um dos piores nem dos melhores Mas natildeo eacute um resultado bom para o
paiacutes que tem feito inuacutemeros esforccedilos para ser um liacuteder econocircmico e poliacutetico disse Salas agrave BBC Brasil O Brasil
quer ser um liacuteder mundial entatildeo tem que mostrar o exemplo Ele ainda estaacute muito distante dos paiacuteses desenvol-
vidos nesse iacutendice ressalta o diretor da Transparecircncia Internacional
Empatados com o Brasil com a mesma pontuaccedilatildeo e lugar no ranking estatildeo paiacuteses como a Itaacutelia a Greacutecia
e a Bulgaacuteria
Para Salas o escacircndalo da Petrobras pode ser positivo para o Brasil se forem tomadas medidas fortes
de combate agrave corrupccedilatildeo
Se a presidente Dilma Roussef aproveitar esse momento para fazer mudanccedilas poderaacute ser algo positivo
diz ele
Se pessoas poderosas e outros culpados nesse escacircndalo forem presos o Brasil poderaacute projetar uma boa
imagem afirma Salas
Se houver tambeacutem reforma poliacutetica e melhorias no sistema de compras puacuteblicas pode ser um momento
histoacuterico para o Brasil Mas se nada mudar seraacute um exemplo negativo diz ele
A Dinamarca eacute a primeira colocada no ranking com 92 pontos um a mais em relaccedilatildeo ao estudo anterior
onde tambeacutem jaacute havia ficado em primeiro lugar
A China e a Turquia estatildeo entre os paiacuteses que mais perderam posiccedilotildees no ranking deste ano
A China que adotou nos uacuteltimos anos medidas de combate agrave corrupccedilatildeo como a proibiccedilatildeo de dar presen-
tes de alto luxo a funcionaacuterios puacuteblicos caiu 20 posiccedilotildees no ranking passando a ocupar o 100deg lugar com 36 pon-
tos
Entre os paiacuteses dos BRICS o Brasil estaacute praticamente empatado com a Aacutefrica do Sul (duas posiccedilotildees aci-
ma do Brasil no ranking) e bem agrave frente da China Iacutendia e Ruacutessiardquo
In httpwwwbbccoukportuguesenoticias201412141202_ranking_transparencia_internacional_brasil_df_lgb
Assim vale agrave pena continuar acreditando na melhora e natildeo cessar a luta pela melhoria dos instrumentos
de controle e combate agrave corrupccedilatildeo
53 O anseio democraacutetico pelo controle
De haacute muito tempo que a populaccedilatildeo anseia por melhoria nos sistemas de controle da coisa puacuteblica
No Brasil que historicamente conviveu com a corrupccedilatildeo na Administraccedilatildeo Puacuteblica a implantaccedilatildeo do re-
gime democraacutetico teve como maior objetivo a participaccedilatildeo do povo no poder (nas coisas do Estado) diretamente
ou atraveacutes de seus legiacutetimos representantes
Com isso espera-se que o povo faccedila parte do governo e que tenha conhecimento do que ocorre com os
bens e valores puacuteblicos enquanto estiverem sob a guarda dos administradores da coisa puacuteblica
Mas natildeo basta trocar as pessoas no comando do eraacuterio
Eacute preciso equipar os sistemas de controle haja vista que natildeo eacute exatamente a iacutendole pessoal que evita a
corrupccedilatildeo e os desvios no meio puacuteblico mas acima de tudo o controle que se faz sobre a coisa (a ocasiatildeo faz o
ladratildeo) O controle eacute exercido de forma irrestrita e ilimitada em todos e por todos os Poderes de Estado estendendo-se a
toda a Administraccedilatildeo e abrangendo todas as suas atividades e agentes sendo classificadas em variados tipos e formas de
atuaccedilatildeo para atingir os seus objetivos
Essas classificaccedilotildees indicam que
(I) O controle administrativo ou executivo eacute aquele exercido pela proacutepria Administraccedilatildeo sobre seus atos e agentes
(II) Controle legislativo ou parlamentar diz respeito ao que o Poder Legislativo imprime sobre atos e agentes do
Poder Executivo
(III) O controle judiciaacuterio eacute o referente agrave correccedilatildeo dos atos ilegais de qualquer dos Poderes pelo Judiciaacuterio quando
lesivos de direito individual ou do patrimocircnio puacuteblico Quanto a forma o controle pode ser sintetizado
bull De acordo com seu fundamento pode ser hieraacuterquico ou finaliacutestico
bull Em razatildeo da localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o exercita pode ser interno ou externo
bull Em virtude do momento em que eacute exercido pode ser preacutevio ou preventivo ou a priori concomitante ou sucessivo e
subsequente ou corretivo ou a posteriore
bull Conforme o aspecto controlado pode ser de legalidade ou de legitimidade e de meacuterito
Outra abordagem do Direito Administrativo eacute apresentada segundo a qual o controle da Administraccedilatildeo Puacuteblica
eacute poder de fiscalizaccedilatildeo e correccedilatildeo que sobre ela exercem os oacutergatildeos dos Poderes Judiciaacuterio Legislativo e Executivo com
o objetivo de garantir a conformidade de sua atuaccedilatildeo com os princiacutepios que lhe satildeo impostos pelo ordenamento juriacutedico
Dentre os pontos comuns observados eacute importante registrar as visotildees sobre os chamados controle externo e
controle interno decorrentes das classificaccedilotildees relativas agrave localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o realiza e quanto agrave integraccedilatildeo do
oacutergatildeo que o executa e agrave estrutura do oacutergatildeo objeto de sua execuccedilatildeo
As atividades do sistema de controle interno satildeo exercidas mediante a utilizaccedilatildeo de teacutecnicas de fiscalizaccedilatildeo e
auditoria as quais consistem no conjunto de processos que viabilizam o alcance dos macro-objetivos do sistema
Fiscalizar consiste na aplicaccedilatildeo de um conjunto de procedimentos pontuais que permitam o exame dos atos da
administraccedilatildeo puacuteblica visando avaliar a execuccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas atuando sobre os resultados efetivos dos pro-
gramas governamentais
54 O Controle Interno
Com previsatildeo desde 1964 (art 76 da Lei 432064 - Lei da Contabilidade Puacuteblica) foi levado agrave regras constitu-
cional em 05 de outubro de 1988 na Carta Maior (art 74) e reforccedilado pela Lei Complementar 1012000(LRF art 54 e
59) mas soacute implementado no Paranaacute a partir de 2008 com a exigecircncia pelo TCE que assim se manifestou a respeito
ldquoO sistema de controle interno eacute o agente de orientaccedilatildeo e integraccedilatildeo dos controles administrativos das enti-
dades componentes da estrutura organizacional e de apoio ao controle externo
Tem por objetivos principais a avaliaccedilatildeo do cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual e a execu-
ccedilatildeo dos programas constantes da LDO e na Lei Orccedilamentaacuteria Anual assegurar a observacircncia das normas e regula-
mentos e assim a legalidade dos atos avaliando os resultados no que se refere agrave eficaacutecia e eficiecircncia da gestatildeo orccedila-
mentaacuteria financeira e patrimonial da administraccedilatildeo
Sua funccedilatildeo inclui a diligecircncia no acompanhar dos procedimentos da administraccedilatildeo e na orientaccedilatildeo do ges-
tor acerca de eventuais desvios de rota e para evitar riscos iminentes que possam provocar danos ao patrimocircnio e agrave
gestatildeo
Juntamente com a contabilidade o controle interno deve velar pelo atendimento das agendas de obrigaccedilotildees
pela certeza do cumprimento dos limites legais seja de pisos de investimentos miacutenimos ou tetos para gastos maacutexi-
mos pela verdade das informaccedilotildees levadas a puacuteblico em face da LRF e suas determinaccedilotildees de transparecircncia da Lei
da Informaccedilatildeo e da proacutepria Lei nordm 432064
Os resultados satisfatoacuterios e sem sobressaltos especialmente em processo de transiccedilatildeo de mandato acentuam
que o controle interno desempenhou seu papel com efetividade e compromisso com a Entidade
O principal embaraccedilo que se tem percebido no processo de estruturaccedilatildeo do controle interno tem ocorrido na
montagem da equipe de trabalho especialmente a natildeo disponibilidade de profissionais com preparo teacutecnico
Existem pequenas prefeituras e cacircmaras municipais onde se verifica ateacute mesmo a simples falta de pessoal
sem atributosrdquoManual de Final de mandato ndash 2012
55 O controle Externo
O controle externo dos poderes municipais ( Executivo e Legislativo) eacute realizado direta e formalmente pelo
Tribunal de Contas que aleacutem de exigir a prestaccedilatildeo de contas anual ainda verifica a lisura e regularidade dos atos e accedilotildees
que envolvam a administraccedilatildeo dos bens e recursos puacuteblicos
A Lei Orgacircnica do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute (LC 1132005) indica que no papel de apoiador do
Poder Legislativo Municipal no controle externo a Corte Administrativa tem a seguinte competecircncia
ldquoArt 1ordm Ao Tribunal de Contas do Estado oacutergatildeo constitucional de controle externo com sede na Capital do Estado
compete nos termos da Constituiccedilatildeo Estadual e na forma estabelecida nesta lei
II ndash julgar as contas dos chefes dos oacutergatildeos do Poder Legislativo estadual e municipal do Poder Judiciaacuterio do Minis-
teacuterio Puacuteblico e deste Tribunalrdquo
Todavia por certo que existem outros oacutergatildeos que de forma indireta realizam o controle externo do poder puacuteblico muni-
cipal como o Ministeacuterio Puacuteblico o Judiciaacuterio e os Observatoacuterios sociais
Eacute posiccedilatildeo paciacutefica entre os estudiosos da Administraccedilatildeo Puacuteblica no mundo que o mais eficiente instrumento de
controle da ldquocoisa puacuteblicardquo eacute a transparecircncia
Pois se o povo acompanha atos e accedilotildees do governo e do governante tanto estes evitam as irregularidades por
temerem o que vai a puacuteblico quanto agravequeles podem julgar com maior facilidade a atuaccedilatildeo de suas lideranccedilas
6 Transparecircncia Puacuteblica no Brasil
Desde o nascimento de nossa paacutetria em 22 de abril de 1500 a populaccedilatildeo jamais teve acesso aacutes formas de utili-
zaccedilatildeo dos bens puacuteblicos e de administraccedilatildeo dos recursos financeiros arrecadados do proacuteprio povo
Tanto a monarquia (ateacute 14 de novembro de 1889) quanto no governo civil que comanda o paiacutes de laacute pra caacute pra-
ticamente todos os gestores natildeo tinham a obrigaccedilatildeo ou o costume de prestar contas de seus atos
Eacute certo que o faziam mas de forma geneacuterica apenas para oacutergatildeos de controle
O povo (contribuinte direta ou indiretamente) natildeo conseguia individualmente saber do que se passava no acircmbi-
to dos Poderes da naccedilatildeo
No entanto com o advento da globalizaccedilatildeo e da evoluccedilatildeo raacutepida e espetacular das tecnologias de comunicaccedilatildeo
houve tambeacutem um grande avanccedilo nos direitos dos cidadatildeos
Aqui no Brasil apoacutes a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 muito se conquistou desses direitos
A proacutepria Carta Magna reservou uma lista grande de direitos e garantias individuais e coletivas (em especial
nos art 5ordm 6ordm e 7ordm)
De toda forma criando verdadeiro divisor na histoacuteria do Brasil a nossa CF88 acendeu nos nacionais o desejo
de conhecer de perto e participar da vida do paiacutes
Mais que isto passou a discutir os seus direitos enquanto membros da naccedilatildeo
Representados no governo tanto nas casas legislativas quanto nos demais poderes (Executivo e Judiciaacuterio)
passamos a conquistar espaccedilo e elaborar instrumentos que exigem (forccedilam) os gestores a dar transparecircncia em sua atua-
ccedilatildeo
Dentre esses instrumentos podemos citar a Lei de Responsabilidade Fiscal que desde o seu nascimento (em
2000) jaacute previa certas obrigaccedilotildees aos governantes para levar ao povo o conhecimento de seus atos e accedilotildees
Mas foi exatamente em 2010 pela Lei Complementar nordm 131 de 27 de maio de 2009 que houve uma implemen-
taccedilatildeo maior da obrigatoriedade de transparecircncia nos meio puacuteblico aplicando-se inclusive regras especiacuteficas sobre a
divulgaccedilatildeo tecnoloacutegica via internet
Com isso desencadeou no Brasil em todos os oacutergatildeos puacuteblicos a obrigaccedilatildeo de publicar mais amplamente as in-
formaccedilotildees que poderiam ter o interesse puacuteblico
Essa eacute a chamada Transparecircncia Ativa pois independentemente de algueacutem solicitar o oacutergatildeo puacuteblico tem a o-
brigaccedilatildeo de divulgar
E diga-se mais
A divulgaccedilatildeo (publicaccedilatildeo) deveraacute ser eficiente e eficaz
Ou seja
O canal disponibilizado deveraacute ser de boa qualidade permitindo o acesso de forma raacutepida e faacutecil e evitando os
subterfuacutegios (mesmo que da tecnologia) para esconder dados e informaccedilotildees
A Lei Complementar Federal nordm 1012000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) exige
que ocorram publicaccedilotildees trimestrais
7 Publicidade Oficial Obrigatoacuteria
Por certo que a fonte primeira para propiciar o controle eacute a publicidade
A princiacutepio publicidade significa ldquolevar a puacuteblicordquo mais no sentido de obediecircncia ao ditame constitucional de
divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees do poder puacuteblico
Inclusive a publicidade foi instituiacuteda como um dos 5 (cinco) princiacutepios baacutesicos da Administraccedilatildeo Puacuteblica (art
37 caput da CF)
Eacute que o legislador constituinte entendeu como sendo prioridade a divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees dos governantes
para que o povo (contribuinte-eleitor) acompanhe as atuaccedilotildees dos eleitos bem como com a coisa puacuteblica
Embasadas na Carta Maior da Repuacuteblica muitas leis editadas depois de 1988 criaram obrigaccedilatildeo de publicar cer-
tos atos quando se tratar de recursos puacuteblicos (financeiros patrimoniais funcionais etc)
Os Atos Oficiais de publicaccedilatildeo obrigatoacuteria devem ser divulgados em um uacutenico meio de comunicaccedilatildeo escolhido
por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-tributaccedilatildeo-
orccedilamentaacuteria)
No caso do Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Licitaccedilatildeo
cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
71 Publicidade oficial Facultativa
A CF de 1988 tambeacutem autorizou despesas com a divulgaccedilatildeo de caraacuteter educativo e informativo ou de orienta-
ccedilatildeo social (art 37 sect1ordm)
No entanto de laacute pra caacute muita polecircmica foi gerada discutindo sobre o que poderia se aceitar referente agraves despe-
sas com publicidade
Eacute que a interpretaccedilatildeo anterior impunha uma separaccedilatildeo severa na publicidade oficial entre a obrigatoacuteria e a fa-
cultativa
Entendia-se que a obrigatoacuteria era apenas aquela especificada na lei como a publicaccedilatildeo de atos como leis de-
cretos portarias resoluccedilotildees editais
Quando se divulgava as accedilotildees do poder puacuteblico questionava-se se aquela despesa se enquadrava como educa-
cional de orientaccedilatildeo social ou de informaccedilatildeo exigida (serviccedilos de utilidade puacuteblica)
72 Publicidade Institucional
Poreacutem com a evoluccedilatildeo do conceito e com a crescente demanda do povo sobre a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico e as
accedilotildees governamentais ampliou-se em muito as possibilidades de realizar despesas para esse fim
Portanto aleacutem da publicaccedilatildeo obrigatoacuteria e daquelas enquadradas como ldquoserviccedilos de utilidade puacuteblicardquo passou-
se a entender que o gestor deva divulgar amplamente as atividades de cada oacutergatildeo puacuteblico para manter a populaccedilatildeo por
dentro dos acontecimentos que envolvem recursos dos contribuintes De certo modo essa divulgaccedilatildeo natildeo obrigatoacuteria pode ser considerada como publicidade institucional pois a-
leacutem de informar ao povo sobre as accedilotildees do oacutergatildeo promove este diante da opiniatildeo puacuteblica fortalecendo-o institucional-
mente
E para essa divulgaccedilatildeo o TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contra-
tar serviccedilos de comunicaccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
No caso de contrataccedilatildeo de agecircncias as regras a serem obedecidas deveratildeo ser aquelas da lei federal nordm
122322010 (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
Resumindo as regras do TCEPR para a comunicaccedilatildeo institucional eacute
1- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010 A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO
para julgar a melhor teacutecnica
2- Para contratar os serviccedilos para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocirc-
nico) programa de raacutedio ou TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo ME-
LHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
Insta lembrar tambeacutem que a partir de 2006 o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a publicar
natildeo apenas seus atos oficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de
internet ou outros serviccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
a)- transmissotildees de sessotildees
b)- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
c)- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
a)- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
b)- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
c)- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
d)- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
e)- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
f)- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Lembrando que existem Atos Oficiais que devem ser obrigatoriamente divulgados em um uacutenico meio de co-
municaccedilatildeo escolhido por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-
tributaccedilatildeo-orccedilamentaacuteria)
E atenccedilatildeo
O Oacutergatildeo Oficial nos Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Li-
citaccedilatildeo cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
Vide Acoacuterdatildeo nordm 409760-5 do TJPR e Processo nordm 22972306 do TCEPR no AVA
Inclusive o Municiacutepio poderaacute optar por apenas um Diaacuterio Oficial Eletrocircnico ou este e mais o Diaacuterio Oficial
Impresso segundo o TCEPR (Acoacuterdatildeo nordm 383013)
Aliaacutes o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a partir de 2006 a publicar natildeo apenas seus atos o-
ficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de internet ou outros servi-
ccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
- transmissotildees de sessotildees
- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Atenccedilatildeo de novo
A lei federal nordm 122322010 criou regras especiacuteficas para a contrataccedilatildeo de serviccedilos de publicidade prestados
por intermeacutedio de agecircncias de propaganda (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
O TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contratar serviccedilos de comuni-
caccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
Resumindo
a)- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010
A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO pa-
ra julgar a melhor teacutecnica
b)- O TCEPR tem se posicionado (vide acoacuterdatildeo 3082012 no AVA) no sentido de que a contrataccedilatildeo dos serviccedilos
para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocircnico) programa de raacutedio ou
TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo MELHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
8 Prestaccedilatildeo de Contas
Sendo mais um dos elementos da Transparecircncia e consequentemente do Controle a Prestaccedilatildeo de Contas enseja
dar conhecimento ao contribuinte do que o gestor faz com os recursos puacuteblicos
Seguindo a evoluccedilatildeo social humana sobretudo apoacutes a identificaccedilatildeo da figura do estado moderno (povo territoacute-
rio governo) a exigecircncia de os governantes ou particulares dar satisfaccedilatildeo aos contribuintes sobre o uso e aplicaccedilatildeo dos
recursos puacuteblicos (financeiros e de bens) tem crescido mais e mais
Jaacute na Declaraccedilatildeo dos Direitos do Homem e do Cidadatildeo elaborada e aceita por muitos povos na era da Revolu-
ccedilatildeo Francesa (1789) consta essa exigecircncia
ldquoArt 15 ndash A Sociedade tem o Direito de pedir conta a todo agente puacuteblico de sua administraccedilatildeordquo
Segundo o texto divulgado no site do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute
ldquoA Prestaccedilatildeo de Contas eacute dever constitucional dos que utilizam arrecadam guardam gerenciam ou administram
dinheiros bens e valores puacuteblicosrdquo
httpwww1tceprgovbrconteudoprestacao-de-contas-municipios214
Resumindo
Com a publicidade e a prestaccedilatildeo de contas ocorre transparecircncia na gestatildeo puacuteblica promovendopermitindo
melhor controle da coisa puacuteblica
Todos satildeo interligados
Bom Estudo
Controle
Transparecircncia
Publicidade
Prestaccedilatildeo de Contas
Jaacute as consequecircncias juriacutedicas para quem desobedecer agraves normas combatentes do nepotismo possuem as seguin-
tes hipoacuteteses
1ordf ndash Consequecircncias para o servidor nomeado ou designado pela omissatildeo de informar agrave Administraccedilatildeo Puacuteblica o fato de
se encontrar sob o alcance da Suacutemula Vinculante nordm 13 do STF incide o crime de falsidade ideoloacutegica (art 299 do Coacute-
digo Penal) bem como pela manutenccedilatildeo do cargo ou emprego puacuteblico sabendo do impedimento incide em crime de
desobediecircncia agrave decisatildeo judicial (art 359 CP)
2ordf ndash Consequecircncias para o agente poliacutetico pela omissatildeo incide no crime de prevaricaccedilatildeo (art 319 CP) e na esfera
poliacutetico-administrativa incorre no crime de improbidade administrativa (art 11 I e II cc o art 12 III todos da Lei nordm
842992) pode-se aplicar a ele ainda no caso dos prefeitos municipais estaratildeo sujeitos agrave cassaccedilatildeo do mandato eletivo
(Decreto-lei 20167 art 4ordm VII)
417 - GASTOS COM PESSOAL
O paracircmetro a ser empregado nos caacutelculos da despesa com pessoal haacute de ser a Receita Corrente Liquida
ndash RCL conceituada no inciso IV do art 2ordm da LRF
Considera-se despesa com pessoal nos termos do artigo 18 da LFR todas as vantagens vencimentos sa-
laacuterios proventos adicionais gratificaccedilotildees horas extras encargos sociais subsiacutedios dos agentes poliacuteticos e qual-
quer outra espeacutecie remuneratoacuteria
A verificaccedilatildeo das adequaccedilotildees das despesas efetivamente realizadas com pessoal em relaccedilatildeo agrave RCL deveraacute
ocorrer nos termos do artigo 22 da LRF ao final de cada quadrimestre
Os resultados obtidos seratildeo por sua vez informados no Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal correspondente ao
mesmo periacuteodo de apuraccedilatildeo sendo facultado aos Municiacutepios com populaccedilatildeo inferior a cinquumlenta mil habitantes
apurar esse comprometimento ao final de cada semestre (art 62 I e II ldquobrdquo)
Segundo art 20 da LRF a reparticcedilatildeo dos limites globais de cada ente eacute de
PoderEnte Uniatildeo EstadosDF Municiacutepios
Executivo 409 490 540
LegislativoTC 60 60 60
Judiciaacuterio 25 30 -x-
Ministeacuterio Puacuteblico 06 20 x-
Totais 500 600 600
Visando coibir despesas em excesso praticados pelas Cacircmaras Municipais houve emenda constitucional
disciplinando os percentuais destas (EC nordm 252000) sem no entanto disciplinar seu conceito e composiccedilatildeo toda-
via excluiu-se as despesas com inativos resultando em limites diversos em relaccedilatildeo agrave LRF vejamos
Populaccedilatildeo Limites EC 25 (ex-
clui inativos)
Limites LRF
(inclui inativos)
Ateacute 100000 habitantes 56 6
De 100001 a 300000 hab 49 6
De 301000 a 500000 hab 42 6
Acima de 500000 hab 35 6
LRF - art 22
Se a despesa de pessoal exceder a 95 do limite estabelecido no artigo 20 os Poderes e oacutergatildeos que incor-
rem no excesso ficaratildeo vedados de criar cargo emprego ou funccedilatildeo e efetuar provimento de cargo puacuteblico admis-
satildeo ou contrataccedilatildeo de pessoal a qualquer tiacutetulo
Exceccedilatildeo (artigo 22 inciso IV) aacutereas de educaccedilatildeo sauacutede e seguranccedila restringindo-se quando esta se ca-
racterizar por falecimento ou aposentadoria
Para os casos de extrapolaccedilatildeo dos limites determinada pelo artigo 169 da CF88 nos termos do art 23 da
LRF deveraacute o ente propor medidas para sua adequaccedilatildeo com a maior brevidade possiacutevel
Isto posto nos dois quadrimestres seguintes deveraacute observar as providecircncias previstas nos sectsect 3ordm e 4ordm do
art 169 da CF quais sejam
Reduccedilatildeo de pleno menos vinte por cento das despesas com cargos em comissatildeo e funccedilotildees de confianccedila
Exoneraccedilatildeo dos servidores natildeo estaacuteveis
Exoneraccedilatildeo dos servidores estaacuteveis se natildeo alcanccedilada a reduccedilatildeo necessaacuteria com as medidas anteriores desde
que ato normativo de cada Poder especifique a atividade funcional o oacutergatildeo ou unidade administrativa objeto de
reduccedilatildeo de pessoal
O servidor que neste caso perder o cargo faraacute jus a indenizaccedilatildeo correspondente a um mecircs de remunera-
ccedilatildeo por ano de serviccedilos sendo que esta natildeo seraacute computada para fins de despesas com pessoal
Permanecendo o excesso ficaraacute o ente impedido de receber transferecircncias voluntaacuterias
418 - Despesas gerais
4181 - Diaacuterias
a) ndash cobrem hospedagem e alimentaccedilatildeo
b) ndash aplicaccedilatildeo do princiacutepios da razoabilidade proporcionalidade e moralidade
c) ndash devem ser liberadas motivadamente (interesse puacuteblico)
d) ndash dependem de lei autorizatoacuteria
e) ndash podem ser liberadas para participaccedilatildeo em eventos
f) ndash natildeo podem configurar ldquosalaacuteriordquo
g) ndash exigem comprovaccedilatildeo de realizaccedilatildeo do objetivo
h) ndash a partir de 50 do valor da remuneraccedilatildeo incide ir e inss
i) ndash a fixaccedilatildeo do valor pode ser variaacutevel de municiacutepio para municiacutepio
j) ndash fraude ou simulaccedilatildeo no pagamento de diaacuteria acp
4182 - Adiantamentos eacute proibido
4183 -Seguro de vidaeacute possiacutevel
4184 - Vale Transporteeacute possiacutevel
4185 - Plano de sauacutedesoacute para servidoresvereadores natildeo
4186 -Veiacuteculo proacuteprio
Segundo o TCRPR eacute proibido agrave Cacircmara pagar combustiacutevel para veiacuteculos dos vereadores
O TCE-PR alega que a Administraccedilatildeo Puacuteblica natildeo pode arcar com gastos inerentes a despesas com veiacuteculos
particulares dos Edis mesmo que a serviccedilo do Legislativo haja vista a inexistecircncia de contrato precedido de Licitaccedilatildeo e
diante das normas de direito administrativo onde qualquer aquisiccedilatildeo efetuada pelo Poder Puacuteblico depende de contrato
este em regra precedido de licitaccedilatildeo
Alega inclusive que essa despesa eacute estranha ao orccedilamento sem amparo legal
Ateacute em relaccedilatildeo aos servidores o TCE desaconselha o ressarcimento de despesas com combustiacutevel particular
por aplicaccedilatildeo do art 29 da CE89 ou da Lei Orgacircnica Municipal que geralmente preveem incompatibilidade negocial
Vale ressaltar que outros Tribunais de Contas divergem ou convergem com o TCEPR
Vejamos
O TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA PERMITE
PREJULGADO 2082 DO TCESC
ldquoA Cacircmara Municipal pode disciplinar o uso de veiacuteculos oficiais de sua propriedade a exemplo da Lei Estadual ndeg
79871990 (regulamentada pelo Decreto ndeg 34212005) e do Decreto Federal ndeg 64032008 (disciplinado pela Instru-
ccedilatildeo Normativa ndeg 0032008 do Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeordquo
PREJULGADO 1268 DO TCESC
A Cacircmara Municipal poderaacute ressarcir as despesas de combustiacutevel de veiacuteculos particulares desde que (a) previamente
autorizada em lei especiacutefica (b) relacionada a deslocamento dos Vereadores para fora de jurisdiccedilatildeo municipal (c) os
assuntos tratados nas viagens sejam de interesse puacuteblico (d) haja expressa autorizaccedilatildeo da Cacircmara Municipal para a rea-
lizaccedilatildeo da viagem (e) os veiacuteculos utilizados nestas condiccedilotildees estejam previamente cadastrados no oacutergatildeo competente do
Pode Legislativo e (f) sejam aplicaacuteveis somente a casos excepcionais
O TCE DE MG PROIacuteBE
Consulta nordm 810007- TCEMG
Tribunal de Constas do Estado - Cacircmara natildeo pode pagar gasolina para vereadores O relator Cons Elmo Braz adotou o
parecer do Auditor Hamilton Coelho para responder agraves indagaccedilotildees Inicialmente a Auditoria asseverou que o TCEMG
jaacute declarou em diversas oportunidades a ilegalidade do abastecimento de veiacuteculos particulares de vereadores com re-
cursos da Cacircmara ainda que para uso no interesse do oacutergatildeo mencionando nesse sentido a Consulta nordm 810007 (Rel
Cons Eduardo Carone Costa sessatildeo de 030210) ndash v Informativo 17 O Auditor transcreveu parte do parecer exarado
naquela Consulta no sentido de que a utilizaccedilatildeo de veiacuteculo de propriedade particular de vereador mediante contrapresta-
ccedilatildeo (abastecimento) a serviccedilo da Administraccedilatildeo Puacuteblica configuraria contrato de locaccedilatildeo de fato e de que o uso interca-
lado do veiacuteculo ndash ora em caraacuteter particular ora a serviccedilo ndash tornaria difiacutecil a mensuraccedilatildeo do quantum a ser indenizado
redundando em confusatildeo patrimonial envolvendo o agente puacuteblico e o oacutergatildeo contratante
O TCEMT PERMITE
Processo nordm 2073652010 - 19042011
ldquoCAcircMARA MUNICIPAL DE NOVA OLIacuteMPIA CONSULTA CAcircMARA MUNICIPAL VEREADOR VERBA DE
NATUREZA INDENIZATOacuteRIA POSSIBILIDADE SE OBSERVADOS OS REQUISITOS IMPOSSIBILIDADE DE
PAGAMENTO DE DESPESAS COM MANUTENCcedilAtildeO DO GABINETE DO PARLAMENTAR POSSIBILIDADE
DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS COM ABASTECIMENTO DE VEIacuteCULO PARTICULAR DO VEREADOR
E DE ACUMULACcedilAtildeO COM A DIAacuteRIA QUANDO CONTEMPLAREM O RESSARCIMENTO DE DESPESAS
DISTINTAS PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS NOS TERMOS DA LEI QUE A INSTITUIRrdquo
4187 - Passagens
Por se tratar de despesa com caracteriacutesticas muito proacuteprias jaacute que os valores se alteram permanentemente mas eacute
possiacutevel a reduccedilatildeo dos preccedilos sobretudo com descontos sobre a taxa de administraccedilatildeo das agecircncias ou operadoras eacute
recomendaacutevel a realizaccedilatildeo de processo licitatoacuterio afim de promover a economicidade evitar sobrepreccedilos e oportunizar
a competitividade entre os diversos particulares interessados em negociar com a Administraccedilatildeo
Por isso orienta-se agrave promoccedilatildeo do certame licitatoacuterio na modalidade Pregatildeo cujo objeto seja a contrataccedilatildeo de
serviccedilos de agenciamento de viagens para cotaccedilatildeo reserva e fornecimento de passagens (aeacutereas e terrestres) no acircmbito
nacional e internacional se houver interesse
Caso opte pela passagem internacional eacute interessante licitar a emissatildeo de seguro de assistecircncia em viagem in-
ternacional
Especificar que a compra se faraacute por meio de atendimento remoto (e-mail eou telefone)
O tipo aconselhaacutevel eacute o de menor preccedilo escolhendo-se a proposta que ofertar o maior percentual de desconto
sobre o valor ldquodo diardquo disponibilizado e cobrado de todos os puacuteblicos inclusive sobre as tarifas promocionais e reduzi-
das disponiacuteveis no momento da compra excluiacuteda a taxa de embarque
5 Controle
51 Corrupccedilatildeo desvios e fraudes Conceitos
Corrupccedilatildeo eacute o ato ou efeito de se corromper oferecer algo para obter vantagem em negociata onde se favorece
uma pessoa e se prejudica outra
Eacute tirar vantagem do poder atribuiacutedo Corrupccedilatildeo vem do latim corruptus que significa quebrado em peda-
ccedilos O verbo corromper significa tornar-se podre
Desvio na aacuterea puacuteblica significa retirar o caminho normal de alguma coisa Natildeo alcanccedilar o objetivo por
mudanccedila de rota
Geralmente a palavra estaacute ligada agraves alteraccedilotildees que se promovem na ocupaccedilatildeo de cargos ou funccedilotildees no
uso de bens na realizaccedilatildeo de obras e ateacute no destino que se daacute aos recursos financeiros Fraude eacute um esquema iliacutecito ou de maacute feacute criado para obter ganhos para si ou para terceiros
No meio puacuteblico as fraudes geralmente satildeo praticadas atraveacutes de simulaccedilotildees e ajustes visando o aproveitamen-
to iliacutecito de valores benefiacutecios ou do patrimocircnio puacuteblico
52 Conceito e relevacircncia do controle
O controle eacute a ferramenta mais eficaz para se evitar as irregularidades e ilegalidades na atuaccedilatildeo dos po-
deres puacuteblicos
Segundo os mais elaborados estudos e pesquisas a corrupccedilatildeo pode ser maior ou menor dependendo da
proporcionalidade de controle existente
Onde tem menor controle tem maior corrupccedilatildeo e assim vice e versa
E o controle se faz por trecircs principais vias orientaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e puniccedilatildeo No Brasil o combate agrave corrupccedilatildeo no meio puacuteblico vem acontecendo atraveacutes da implementaccedilatildeo de vaacuterios tipos
de controle sobre as verbas recursos e patrimocircnio puacuteblico
Nos uacuteltimos anos melhoraram muito os sistemas de Controle Interno e Externo por iniciativa de cada oacutergatildeo ou
por exigecircncia do povo (diretamente ou atraveacutes das miacutedias)
O Legislativo por iniciativa proacutepria ou por pressatildeo popular tem aprovado inuacutemeros atos para reforccedilar a legisla-
ccedilatildeo paacutetria que afeta a corrupccedilatildeo
Satildeo os exemplos da Lei das Inelegibilidades (LC 6490 reforccedilada pela Lei da Ficha Limpa- LC 1352010) a
Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 1012000) a Lei da Transparecircncia (LC 1312009) a Lei da Informaccedilatildeo
(125272011) e a Lei Anticorrupccedilatildeo (128462013) e tantas outras
O Judiciaacuterio por sua vez e com o apoio das instituiccedilotildees de apuraccedilatildeo a ele ligadas (poliacutecias ministeacuterio puacuteblico
etc) tem punido severamente os corruptos realizando o seu papel sem distinccedilatildeo de cargo ou poder do apenado
Segundo informa o oacutergatildeo denominado de ldquoTransparecircncia Internacionalrdquo em mateacuteria divulgada no mecircs
de dezembro2014 ldquoNeste ano o Brasil obteve a nota 43 em uma escala que vai de 0 (setor puacuteblico visto como extremamente
corrupto) a 100 (extremamente iacutentegro) a mesma pontuaccedilatildeo obtida em 2012
No ano passado o paiacutes havia totalizado 42 pontos
A pontuaccedilatildeo do Brasil se situa exatamente na meacutedia mundial de acordo com o estudo de 43 pontos Nas
Ameacutericas como um todo a meacutedia eacute 45
Mais de dois terccedilos dos 175 paiacuteses que integram o iacutendice obtiveram uma nota inferior a 50
O Brasil estaacute na metade Natildeo eacute um dos piores nem dos melhores Mas natildeo eacute um resultado bom para o
paiacutes que tem feito inuacutemeros esforccedilos para ser um liacuteder econocircmico e poliacutetico disse Salas agrave BBC Brasil O Brasil
quer ser um liacuteder mundial entatildeo tem que mostrar o exemplo Ele ainda estaacute muito distante dos paiacuteses desenvol-
vidos nesse iacutendice ressalta o diretor da Transparecircncia Internacional
Empatados com o Brasil com a mesma pontuaccedilatildeo e lugar no ranking estatildeo paiacuteses como a Itaacutelia a Greacutecia
e a Bulgaacuteria
Para Salas o escacircndalo da Petrobras pode ser positivo para o Brasil se forem tomadas medidas fortes
de combate agrave corrupccedilatildeo
Se a presidente Dilma Roussef aproveitar esse momento para fazer mudanccedilas poderaacute ser algo positivo
diz ele
Se pessoas poderosas e outros culpados nesse escacircndalo forem presos o Brasil poderaacute projetar uma boa
imagem afirma Salas
Se houver tambeacutem reforma poliacutetica e melhorias no sistema de compras puacuteblicas pode ser um momento
histoacuterico para o Brasil Mas se nada mudar seraacute um exemplo negativo diz ele
A Dinamarca eacute a primeira colocada no ranking com 92 pontos um a mais em relaccedilatildeo ao estudo anterior
onde tambeacutem jaacute havia ficado em primeiro lugar
A China e a Turquia estatildeo entre os paiacuteses que mais perderam posiccedilotildees no ranking deste ano
A China que adotou nos uacuteltimos anos medidas de combate agrave corrupccedilatildeo como a proibiccedilatildeo de dar presen-
tes de alto luxo a funcionaacuterios puacuteblicos caiu 20 posiccedilotildees no ranking passando a ocupar o 100deg lugar com 36 pon-
tos
Entre os paiacuteses dos BRICS o Brasil estaacute praticamente empatado com a Aacutefrica do Sul (duas posiccedilotildees aci-
ma do Brasil no ranking) e bem agrave frente da China Iacutendia e Ruacutessiardquo
In httpwwwbbccoukportuguesenoticias201412141202_ranking_transparencia_internacional_brasil_df_lgb
Assim vale agrave pena continuar acreditando na melhora e natildeo cessar a luta pela melhoria dos instrumentos
de controle e combate agrave corrupccedilatildeo
53 O anseio democraacutetico pelo controle
De haacute muito tempo que a populaccedilatildeo anseia por melhoria nos sistemas de controle da coisa puacuteblica
No Brasil que historicamente conviveu com a corrupccedilatildeo na Administraccedilatildeo Puacuteblica a implantaccedilatildeo do re-
gime democraacutetico teve como maior objetivo a participaccedilatildeo do povo no poder (nas coisas do Estado) diretamente
ou atraveacutes de seus legiacutetimos representantes
Com isso espera-se que o povo faccedila parte do governo e que tenha conhecimento do que ocorre com os
bens e valores puacuteblicos enquanto estiverem sob a guarda dos administradores da coisa puacuteblica
Mas natildeo basta trocar as pessoas no comando do eraacuterio
Eacute preciso equipar os sistemas de controle haja vista que natildeo eacute exatamente a iacutendole pessoal que evita a
corrupccedilatildeo e os desvios no meio puacuteblico mas acima de tudo o controle que se faz sobre a coisa (a ocasiatildeo faz o
ladratildeo) O controle eacute exercido de forma irrestrita e ilimitada em todos e por todos os Poderes de Estado estendendo-se a
toda a Administraccedilatildeo e abrangendo todas as suas atividades e agentes sendo classificadas em variados tipos e formas de
atuaccedilatildeo para atingir os seus objetivos
Essas classificaccedilotildees indicam que
(I) O controle administrativo ou executivo eacute aquele exercido pela proacutepria Administraccedilatildeo sobre seus atos e agentes
(II) Controle legislativo ou parlamentar diz respeito ao que o Poder Legislativo imprime sobre atos e agentes do
Poder Executivo
(III) O controle judiciaacuterio eacute o referente agrave correccedilatildeo dos atos ilegais de qualquer dos Poderes pelo Judiciaacuterio quando
lesivos de direito individual ou do patrimocircnio puacuteblico Quanto a forma o controle pode ser sintetizado
bull De acordo com seu fundamento pode ser hieraacuterquico ou finaliacutestico
bull Em razatildeo da localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o exercita pode ser interno ou externo
bull Em virtude do momento em que eacute exercido pode ser preacutevio ou preventivo ou a priori concomitante ou sucessivo e
subsequente ou corretivo ou a posteriore
bull Conforme o aspecto controlado pode ser de legalidade ou de legitimidade e de meacuterito
Outra abordagem do Direito Administrativo eacute apresentada segundo a qual o controle da Administraccedilatildeo Puacuteblica
eacute poder de fiscalizaccedilatildeo e correccedilatildeo que sobre ela exercem os oacutergatildeos dos Poderes Judiciaacuterio Legislativo e Executivo com
o objetivo de garantir a conformidade de sua atuaccedilatildeo com os princiacutepios que lhe satildeo impostos pelo ordenamento juriacutedico
Dentre os pontos comuns observados eacute importante registrar as visotildees sobre os chamados controle externo e
controle interno decorrentes das classificaccedilotildees relativas agrave localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o realiza e quanto agrave integraccedilatildeo do
oacutergatildeo que o executa e agrave estrutura do oacutergatildeo objeto de sua execuccedilatildeo
As atividades do sistema de controle interno satildeo exercidas mediante a utilizaccedilatildeo de teacutecnicas de fiscalizaccedilatildeo e
auditoria as quais consistem no conjunto de processos que viabilizam o alcance dos macro-objetivos do sistema
Fiscalizar consiste na aplicaccedilatildeo de um conjunto de procedimentos pontuais que permitam o exame dos atos da
administraccedilatildeo puacuteblica visando avaliar a execuccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas atuando sobre os resultados efetivos dos pro-
gramas governamentais
54 O Controle Interno
Com previsatildeo desde 1964 (art 76 da Lei 432064 - Lei da Contabilidade Puacuteblica) foi levado agrave regras constitu-
cional em 05 de outubro de 1988 na Carta Maior (art 74) e reforccedilado pela Lei Complementar 1012000(LRF art 54 e
59) mas soacute implementado no Paranaacute a partir de 2008 com a exigecircncia pelo TCE que assim se manifestou a respeito
ldquoO sistema de controle interno eacute o agente de orientaccedilatildeo e integraccedilatildeo dos controles administrativos das enti-
dades componentes da estrutura organizacional e de apoio ao controle externo
Tem por objetivos principais a avaliaccedilatildeo do cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual e a execu-
ccedilatildeo dos programas constantes da LDO e na Lei Orccedilamentaacuteria Anual assegurar a observacircncia das normas e regula-
mentos e assim a legalidade dos atos avaliando os resultados no que se refere agrave eficaacutecia e eficiecircncia da gestatildeo orccedila-
mentaacuteria financeira e patrimonial da administraccedilatildeo
Sua funccedilatildeo inclui a diligecircncia no acompanhar dos procedimentos da administraccedilatildeo e na orientaccedilatildeo do ges-
tor acerca de eventuais desvios de rota e para evitar riscos iminentes que possam provocar danos ao patrimocircnio e agrave
gestatildeo
Juntamente com a contabilidade o controle interno deve velar pelo atendimento das agendas de obrigaccedilotildees
pela certeza do cumprimento dos limites legais seja de pisos de investimentos miacutenimos ou tetos para gastos maacutexi-
mos pela verdade das informaccedilotildees levadas a puacuteblico em face da LRF e suas determinaccedilotildees de transparecircncia da Lei
da Informaccedilatildeo e da proacutepria Lei nordm 432064
Os resultados satisfatoacuterios e sem sobressaltos especialmente em processo de transiccedilatildeo de mandato acentuam
que o controle interno desempenhou seu papel com efetividade e compromisso com a Entidade
O principal embaraccedilo que se tem percebido no processo de estruturaccedilatildeo do controle interno tem ocorrido na
montagem da equipe de trabalho especialmente a natildeo disponibilidade de profissionais com preparo teacutecnico
Existem pequenas prefeituras e cacircmaras municipais onde se verifica ateacute mesmo a simples falta de pessoal
sem atributosrdquoManual de Final de mandato ndash 2012
55 O controle Externo
O controle externo dos poderes municipais ( Executivo e Legislativo) eacute realizado direta e formalmente pelo
Tribunal de Contas que aleacutem de exigir a prestaccedilatildeo de contas anual ainda verifica a lisura e regularidade dos atos e accedilotildees
que envolvam a administraccedilatildeo dos bens e recursos puacuteblicos
A Lei Orgacircnica do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute (LC 1132005) indica que no papel de apoiador do
Poder Legislativo Municipal no controle externo a Corte Administrativa tem a seguinte competecircncia
ldquoArt 1ordm Ao Tribunal de Contas do Estado oacutergatildeo constitucional de controle externo com sede na Capital do Estado
compete nos termos da Constituiccedilatildeo Estadual e na forma estabelecida nesta lei
II ndash julgar as contas dos chefes dos oacutergatildeos do Poder Legislativo estadual e municipal do Poder Judiciaacuterio do Minis-
teacuterio Puacuteblico e deste Tribunalrdquo
Todavia por certo que existem outros oacutergatildeos que de forma indireta realizam o controle externo do poder puacuteblico muni-
cipal como o Ministeacuterio Puacuteblico o Judiciaacuterio e os Observatoacuterios sociais
Eacute posiccedilatildeo paciacutefica entre os estudiosos da Administraccedilatildeo Puacuteblica no mundo que o mais eficiente instrumento de
controle da ldquocoisa puacuteblicardquo eacute a transparecircncia
Pois se o povo acompanha atos e accedilotildees do governo e do governante tanto estes evitam as irregularidades por
temerem o que vai a puacuteblico quanto agravequeles podem julgar com maior facilidade a atuaccedilatildeo de suas lideranccedilas
6 Transparecircncia Puacuteblica no Brasil
Desde o nascimento de nossa paacutetria em 22 de abril de 1500 a populaccedilatildeo jamais teve acesso aacutes formas de utili-
zaccedilatildeo dos bens puacuteblicos e de administraccedilatildeo dos recursos financeiros arrecadados do proacuteprio povo
Tanto a monarquia (ateacute 14 de novembro de 1889) quanto no governo civil que comanda o paiacutes de laacute pra caacute pra-
ticamente todos os gestores natildeo tinham a obrigaccedilatildeo ou o costume de prestar contas de seus atos
Eacute certo que o faziam mas de forma geneacuterica apenas para oacutergatildeos de controle
O povo (contribuinte direta ou indiretamente) natildeo conseguia individualmente saber do que se passava no acircmbi-
to dos Poderes da naccedilatildeo
No entanto com o advento da globalizaccedilatildeo e da evoluccedilatildeo raacutepida e espetacular das tecnologias de comunicaccedilatildeo
houve tambeacutem um grande avanccedilo nos direitos dos cidadatildeos
Aqui no Brasil apoacutes a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 muito se conquistou desses direitos
A proacutepria Carta Magna reservou uma lista grande de direitos e garantias individuais e coletivas (em especial
nos art 5ordm 6ordm e 7ordm)
De toda forma criando verdadeiro divisor na histoacuteria do Brasil a nossa CF88 acendeu nos nacionais o desejo
de conhecer de perto e participar da vida do paiacutes
Mais que isto passou a discutir os seus direitos enquanto membros da naccedilatildeo
Representados no governo tanto nas casas legislativas quanto nos demais poderes (Executivo e Judiciaacuterio)
passamos a conquistar espaccedilo e elaborar instrumentos que exigem (forccedilam) os gestores a dar transparecircncia em sua atua-
ccedilatildeo
Dentre esses instrumentos podemos citar a Lei de Responsabilidade Fiscal que desde o seu nascimento (em
2000) jaacute previa certas obrigaccedilotildees aos governantes para levar ao povo o conhecimento de seus atos e accedilotildees
Mas foi exatamente em 2010 pela Lei Complementar nordm 131 de 27 de maio de 2009 que houve uma implemen-
taccedilatildeo maior da obrigatoriedade de transparecircncia nos meio puacuteblico aplicando-se inclusive regras especiacuteficas sobre a
divulgaccedilatildeo tecnoloacutegica via internet
Com isso desencadeou no Brasil em todos os oacutergatildeos puacuteblicos a obrigaccedilatildeo de publicar mais amplamente as in-
formaccedilotildees que poderiam ter o interesse puacuteblico
Essa eacute a chamada Transparecircncia Ativa pois independentemente de algueacutem solicitar o oacutergatildeo puacuteblico tem a o-
brigaccedilatildeo de divulgar
E diga-se mais
A divulgaccedilatildeo (publicaccedilatildeo) deveraacute ser eficiente e eficaz
Ou seja
O canal disponibilizado deveraacute ser de boa qualidade permitindo o acesso de forma raacutepida e faacutecil e evitando os
subterfuacutegios (mesmo que da tecnologia) para esconder dados e informaccedilotildees
A Lei Complementar Federal nordm 1012000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) exige
que ocorram publicaccedilotildees trimestrais
7 Publicidade Oficial Obrigatoacuteria
Por certo que a fonte primeira para propiciar o controle eacute a publicidade
A princiacutepio publicidade significa ldquolevar a puacuteblicordquo mais no sentido de obediecircncia ao ditame constitucional de
divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees do poder puacuteblico
Inclusive a publicidade foi instituiacuteda como um dos 5 (cinco) princiacutepios baacutesicos da Administraccedilatildeo Puacuteblica (art
37 caput da CF)
Eacute que o legislador constituinte entendeu como sendo prioridade a divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees dos governantes
para que o povo (contribuinte-eleitor) acompanhe as atuaccedilotildees dos eleitos bem como com a coisa puacuteblica
Embasadas na Carta Maior da Repuacuteblica muitas leis editadas depois de 1988 criaram obrigaccedilatildeo de publicar cer-
tos atos quando se tratar de recursos puacuteblicos (financeiros patrimoniais funcionais etc)
Os Atos Oficiais de publicaccedilatildeo obrigatoacuteria devem ser divulgados em um uacutenico meio de comunicaccedilatildeo escolhido
por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-tributaccedilatildeo-
orccedilamentaacuteria)
No caso do Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Licitaccedilatildeo
cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
71 Publicidade oficial Facultativa
A CF de 1988 tambeacutem autorizou despesas com a divulgaccedilatildeo de caraacuteter educativo e informativo ou de orienta-
ccedilatildeo social (art 37 sect1ordm)
No entanto de laacute pra caacute muita polecircmica foi gerada discutindo sobre o que poderia se aceitar referente agraves despe-
sas com publicidade
Eacute que a interpretaccedilatildeo anterior impunha uma separaccedilatildeo severa na publicidade oficial entre a obrigatoacuteria e a fa-
cultativa
Entendia-se que a obrigatoacuteria era apenas aquela especificada na lei como a publicaccedilatildeo de atos como leis de-
cretos portarias resoluccedilotildees editais
Quando se divulgava as accedilotildees do poder puacuteblico questionava-se se aquela despesa se enquadrava como educa-
cional de orientaccedilatildeo social ou de informaccedilatildeo exigida (serviccedilos de utilidade puacuteblica)
72 Publicidade Institucional
Poreacutem com a evoluccedilatildeo do conceito e com a crescente demanda do povo sobre a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico e as
accedilotildees governamentais ampliou-se em muito as possibilidades de realizar despesas para esse fim
Portanto aleacutem da publicaccedilatildeo obrigatoacuteria e daquelas enquadradas como ldquoserviccedilos de utilidade puacuteblicardquo passou-
se a entender que o gestor deva divulgar amplamente as atividades de cada oacutergatildeo puacuteblico para manter a populaccedilatildeo por
dentro dos acontecimentos que envolvem recursos dos contribuintes De certo modo essa divulgaccedilatildeo natildeo obrigatoacuteria pode ser considerada como publicidade institucional pois a-
leacutem de informar ao povo sobre as accedilotildees do oacutergatildeo promove este diante da opiniatildeo puacuteblica fortalecendo-o institucional-
mente
E para essa divulgaccedilatildeo o TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contra-
tar serviccedilos de comunicaccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
No caso de contrataccedilatildeo de agecircncias as regras a serem obedecidas deveratildeo ser aquelas da lei federal nordm
122322010 (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
Resumindo as regras do TCEPR para a comunicaccedilatildeo institucional eacute
1- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010 A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO
para julgar a melhor teacutecnica
2- Para contratar os serviccedilos para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocirc-
nico) programa de raacutedio ou TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo ME-
LHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
Insta lembrar tambeacutem que a partir de 2006 o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a publicar
natildeo apenas seus atos oficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de
internet ou outros serviccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
a)- transmissotildees de sessotildees
b)- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
c)- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
a)- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
b)- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
c)- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
d)- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
e)- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
f)- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Lembrando que existem Atos Oficiais que devem ser obrigatoriamente divulgados em um uacutenico meio de co-
municaccedilatildeo escolhido por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-
tributaccedilatildeo-orccedilamentaacuteria)
E atenccedilatildeo
O Oacutergatildeo Oficial nos Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Li-
citaccedilatildeo cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
Vide Acoacuterdatildeo nordm 409760-5 do TJPR e Processo nordm 22972306 do TCEPR no AVA
Inclusive o Municiacutepio poderaacute optar por apenas um Diaacuterio Oficial Eletrocircnico ou este e mais o Diaacuterio Oficial
Impresso segundo o TCEPR (Acoacuterdatildeo nordm 383013)
Aliaacutes o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a partir de 2006 a publicar natildeo apenas seus atos o-
ficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de internet ou outros servi-
ccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
- transmissotildees de sessotildees
- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Atenccedilatildeo de novo
A lei federal nordm 122322010 criou regras especiacuteficas para a contrataccedilatildeo de serviccedilos de publicidade prestados
por intermeacutedio de agecircncias de propaganda (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
O TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contratar serviccedilos de comuni-
caccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
Resumindo
a)- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010
A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO pa-
ra julgar a melhor teacutecnica
b)- O TCEPR tem se posicionado (vide acoacuterdatildeo 3082012 no AVA) no sentido de que a contrataccedilatildeo dos serviccedilos
para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocircnico) programa de raacutedio ou
TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo MELHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
8 Prestaccedilatildeo de Contas
Sendo mais um dos elementos da Transparecircncia e consequentemente do Controle a Prestaccedilatildeo de Contas enseja
dar conhecimento ao contribuinte do que o gestor faz com os recursos puacuteblicos
Seguindo a evoluccedilatildeo social humana sobretudo apoacutes a identificaccedilatildeo da figura do estado moderno (povo territoacute-
rio governo) a exigecircncia de os governantes ou particulares dar satisfaccedilatildeo aos contribuintes sobre o uso e aplicaccedilatildeo dos
recursos puacuteblicos (financeiros e de bens) tem crescido mais e mais
Jaacute na Declaraccedilatildeo dos Direitos do Homem e do Cidadatildeo elaborada e aceita por muitos povos na era da Revolu-
ccedilatildeo Francesa (1789) consta essa exigecircncia
ldquoArt 15 ndash A Sociedade tem o Direito de pedir conta a todo agente puacuteblico de sua administraccedilatildeordquo
Segundo o texto divulgado no site do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute
ldquoA Prestaccedilatildeo de Contas eacute dever constitucional dos que utilizam arrecadam guardam gerenciam ou administram
dinheiros bens e valores puacuteblicosrdquo
httpwww1tceprgovbrconteudoprestacao-de-contas-municipios214
Resumindo
Com a publicidade e a prestaccedilatildeo de contas ocorre transparecircncia na gestatildeo puacuteblica promovendopermitindo
melhor controle da coisa puacuteblica
Todos satildeo interligados
Bom Estudo
Controle
Transparecircncia
Publicidade
Prestaccedilatildeo de Contas
418 - Despesas gerais
4181 - Diaacuterias
a) ndash cobrem hospedagem e alimentaccedilatildeo
b) ndash aplicaccedilatildeo do princiacutepios da razoabilidade proporcionalidade e moralidade
c) ndash devem ser liberadas motivadamente (interesse puacuteblico)
d) ndash dependem de lei autorizatoacuteria
e) ndash podem ser liberadas para participaccedilatildeo em eventos
f) ndash natildeo podem configurar ldquosalaacuteriordquo
g) ndash exigem comprovaccedilatildeo de realizaccedilatildeo do objetivo
h) ndash a partir de 50 do valor da remuneraccedilatildeo incide ir e inss
i) ndash a fixaccedilatildeo do valor pode ser variaacutevel de municiacutepio para municiacutepio
j) ndash fraude ou simulaccedilatildeo no pagamento de diaacuteria acp
4182 - Adiantamentos eacute proibido
4183 -Seguro de vidaeacute possiacutevel
4184 - Vale Transporteeacute possiacutevel
4185 - Plano de sauacutedesoacute para servidoresvereadores natildeo
4186 -Veiacuteculo proacuteprio
Segundo o TCRPR eacute proibido agrave Cacircmara pagar combustiacutevel para veiacuteculos dos vereadores
O TCE-PR alega que a Administraccedilatildeo Puacuteblica natildeo pode arcar com gastos inerentes a despesas com veiacuteculos
particulares dos Edis mesmo que a serviccedilo do Legislativo haja vista a inexistecircncia de contrato precedido de Licitaccedilatildeo e
diante das normas de direito administrativo onde qualquer aquisiccedilatildeo efetuada pelo Poder Puacuteblico depende de contrato
este em regra precedido de licitaccedilatildeo
Alega inclusive que essa despesa eacute estranha ao orccedilamento sem amparo legal
Ateacute em relaccedilatildeo aos servidores o TCE desaconselha o ressarcimento de despesas com combustiacutevel particular
por aplicaccedilatildeo do art 29 da CE89 ou da Lei Orgacircnica Municipal que geralmente preveem incompatibilidade negocial
Vale ressaltar que outros Tribunais de Contas divergem ou convergem com o TCEPR
Vejamos
O TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA PERMITE
PREJULGADO 2082 DO TCESC
ldquoA Cacircmara Municipal pode disciplinar o uso de veiacuteculos oficiais de sua propriedade a exemplo da Lei Estadual ndeg
79871990 (regulamentada pelo Decreto ndeg 34212005) e do Decreto Federal ndeg 64032008 (disciplinado pela Instru-
ccedilatildeo Normativa ndeg 0032008 do Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeordquo
PREJULGADO 1268 DO TCESC
A Cacircmara Municipal poderaacute ressarcir as despesas de combustiacutevel de veiacuteculos particulares desde que (a) previamente
autorizada em lei especiacutefica (b) relacionada a deslocamento dos Vereadores para fora de jurisdiccedilatildeo municipal (c) os
assuntos tratados nas viagens sejam de interesse puacuteblico (d) haja expressa autorizaccedilatildeo da Cacircmara Municipal para a rea-
lizaccedilatildeo da viagem (e) os veiacuteculos utilizados nestas condiccedilotildees estejam previamente cadastrados no oacutergatildeo competente do
Pode Legislativo e (f) sejam aplicaacuteveis somente a casos excepcionais
O TCE DE MG PROIacuteBE
Consulta nordm 810007- TCEMG
Tribunal de Constas do Estado - Cacircmara natildeo pode pagar gasolina para vereadores O relator Cons Elmo Braz adotou o
parecer do Auditor Hamilton Coelho para responder agraves indagaccedilotildees Inicialmente a Auditoria asseverou que o TCEMG
jaacute declarou em diversas oportunidades a ilegalidade do abastecimento de veiacuteculos particulares de vereadores com re-
cursos da Cacircmara ainda que para uso no interesse do oacutergatildeo mencionando nesse sentido a Consulta nordm 810007 (Rel
Cons Eduardo Carone Costa sessatildeo de 030210) ndash v Informativo 17 O Auditor transcreveu parte do parecer exarado
naquela Consulta no sentido de que a utilizaccedilatildeo de veiacuteculo de propriedade particular de vereador mediante contrapresta-
ccedilatildeo (abastecimento) a serviccedilo da Administraccedilatildeo Puacuteblica configuraria contrato de locaccedilatildeo de fato e de que o uso interca-
lado do veiacuteculo ndash ora em caraacuteter particular ora a serviccedilo ndash tornaria difiacutecil a mensuraccedilatildeo do quantum a ser indenizado
redundando em confusatildeo patrimonial envolvendo o agente puacuteblico e o oacutergatildeo contratante
O TCEMT PERMITE
Processo nordm 2073652010 - 19042011
ldquoCAcircMARA MUNICIPAL DE NOVA OLIacuteMPIA CONSULTA CAcircMARA MUNICIPAL VEREADOR VERBA DE
NATUREZA INDENIZATOacuteRIA POSSIBILIDADE SE OBSERVADOS OS REQUISITOS IMPOSSIBILIDADE DE
PAGAMENTO DE DESPESAS COM MANUTENCcedilAtildeO DO GABINETE DO PARLAMENTAR POSSIBILIDADE
DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS COM ABASTECIMENTO DE VEIacuteCULO PARTICULAR DO VEREADOR
E DE ACUMULACcedilAtildeO COM A DIAacuteRIA QUANDO CONTEMPLAREM O RESSARCIMENTO DE DESPESAS
DISTINTAS PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS NOS TERMOS DA LEI QUE A INSTITUIRrdquo
4187 - Passagens
Por se tratar de despesa com caracteriacutesticas muito proacuteprias jaacute que os valores se alteram permanentemente mas eacute
possiacutevel a reduccedilatildeo dos preccedilos sobretudo com descontos sobre a taxa de administraccedilatildeo das agecircncias ou operadoras eacute
recomendaacutevel a realizaccedilatildeo de processo licitatoacuterio afim de promover a economicidade evitar sobrepreccedilos e oportunizar
a competitividade entre os diversos particulares interessados em negociar com a Administraccedilatildeo
Por isso orienta-se agrave promoccedilatildeo do certame licitatoacuterio na modalidade Pregatildeo cujo objeto seja a contrataccedilatildeo de
serviccedilos de agenciamento de viagens para cotaccedilatildeo reserva e fornecimento de passagens (aeacutereas e terrestres) no acircmbito
nacional e internacional se houver interesse
Caso opte pela passagem internacional eacute interessante licitar a emissatildeo de seguro de assistecircncia em viagem in-
ternacional
Especificar que a compra se faraacute por meio de atendimento remoto (e-mail eou telefone)
O tipo aconselhaacutevel eacute o de menor preccedilo escolhendo-se a proposta que ofertar o maior percentual de desconto
sobre o valor ldquodo diardquo disponibilizado e cobrado de todos os puacuteblicos inclusive sobre as tarifas promocionais e reduzi-
das disponiacuteveis no momento da compra excluiacuteda a taxa de embarque
5 Controle
51 Corrupccedilatildeo desvios e fraudes Conceitos
Corrupccedilatildeo eacute o ato ou efeito de se corromper oferecer algo para obter vantagem em negociata onde se favorece
uma pessoa e se prejudica outra
Eacute tirar vantagem do poder atribuiacutedo Corrupccedilatildeo vem do latim corruptus que significa quebrado em peda-
ccedilos O verbo corromper significa tornar-se podre
Desvio na aacuterea puacuteblica significa retirar o caminho normal de alguma coisa Natildeo alcanccedilar o objetivo por
mudanccedila de rota
Geralmente a palavra estaacute ligada agraves alteraccedilotildees que se promovem na ocupaccedilatildeo de cargos ou funccedilotildees no
uso de bens na realizaccedilatildeo de obras e ateacute no destino que se daacute aos recursos financeiros Fraude eacute um esquema iliacutecito ou de maacute feacute criado para obter ganhos para si ou para terceiros
No meio puacuteblico as fraudes geralmente satildeo praticadas atraveacutes de simulaccedilotildees e ajustes visando o aproveitamen-
to iliacutecito de valores benefiacutecios ou do patrimocircnio puacuteblico
52 Conceito e relevacircncia do controle
O controle eacute a ferramenta mais eficaz para se evitar as irregularidades e ilegalidades na atuaccedilatildeo dos po-
deres puacuteblicos
Segundo os mais elaborados estudos e pesquisas a corrupccedilatildeo pode ser maior ou menor dependendo da
proporcionalidade de controle existente
Onde tem menor controle tem maior corrupccedilatildeo e assim vice e versa
E o controle se faz por trecircs principais vias orientaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e puniccedilatildeo No Brasil o combate agrave corrupccedilatildeo no meio puacuteblico vem acontecendo atraveacutes da implementaccedilatildeo de vaacuterios tipos
de controle sobre as verbas recursos e patrimocircnio puacuteblico
Nos uacuteltimos anos melhoraram muito os sistemas de Controle Interno e Externo por iniciativa de cada oacutergatildeo ou
por exigecircncia do povo (diretamente ou atraveacutes das miacutedias)
O Legislativo por iniciativa proacutepria ou por pressatildeo popular tem aprovado inuacutemeros atos para reforccedilar a legisla-
ccedilatildeo paacutetria que afeta a corrupccedilatildeo
Satildeo os exemplos da Lei das Inelegibilidades (LC 6490 reforccedilada pela Lei da Ficha Limpa- LC 1352010) a
Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 1012000) a Lei da Transparecircncia (LC 1312009) a Lei da Informaccedilatildeo
(125272011) e a Lei Anticorrupccedilatildeo (128462013) e tantas outras
O Judiciaacuterio por sua vez e com o apoio das instituiccedilotildees de apuraccedilatildeo a ele ligadas (poliacutecias ministeacuterio puacuteblico
etc) tem punido severamente os corruptos realizando o seu papel sem distinccedilatildeo de cargo ou poder do apenado
Segundo informa o oacutergatildeo denominado de ldquoTransparecircncia Internacionalrdquo em mateacuteria divulgada no mecircs
de dezembro2014 ldquoNeste ano o Brasil obteve a nota 43 em uma escala que vai de 0 (setor puacuteblico visto como extremamente
corrupto) a 100 (extremamente iacutentegro) a mesma pontuaccedilatildeo obtida em 2012
No ano passado o paiacutes havia totalizado 42 pontos
A pontuaccedilatildeo do Brasil se situa exatamente na meacutedia mundial de acordo com o estudo de 43 pontos Nas
Ameacutericas como um todo a meacutedia eacute 45
Mais de dois terccedilos dos 175 paiacuteses que integram o iacutendice obtiveram uma nota inferior a 50
O Brasil estaacute na metade Natildeo eacute um dos piores nem dos melhores Mas natildeo eacute um resultado bom para o
paiacutes que tem feito inuacutemeros esforccedilos para ser um liacuteder econocircmico e poliacutetico disse Salas agrave BBC Brasil O Brasil
quer ser um liacuteder mundial entatildeo tem que mostrar o exemplo Ele ainda estaacute muito distante dos paiacuteses desenvol-
vidos nesse iacutendice ressalta o diretor da Transparecircncia Internacional
Empatados com o Brasil com a mesma pontuaccedilatildeo e lugar no ranking estatildeo paiacuteses como a Itaacutelia a Greacutecia
e a Bulgaacuteria
Para Salas o escacircndalo da Petrobras pode ser positivo para o Brasil se forem tomadas medidas fortes
de combate agrave corrupccedilatildeo
Se a presidente Dilma Roussef aproveitar esse momento para fazer mudanccedilas poderaacute ser algo positivo
diz ele
Se pessoas poderosas e outros culpados nesse escacircndalo forem presos o Brasil poderaacute projetar uma boa
imagem afirma Salas
Se houver tambeacutem reforma poliacutetica e melhorias no sistema de compras puacuteblicas pode ser um momento
histoacuterico para o Brasil Mas se nada mudar seraacute um exemplo negativo diz ele
A Dinamarca eacute a primeira colocada no ranking com 92 pontos um a mais em relaccedilatildeo ao estudo anterior
onde tambeacutem jaacute havia ficado em primeiro lugar
A China e a Turquia estatildeo entre os paiacuteses que mais perderam posiccedilotildees no ranking deste ano
A China que adotou nos uacuteltimos anos medidas de combate agrave corrupccedilatildeo como a proibiccedilatildeo de dar presen-
tes de alto luxo a funcionaacuterios puacuteblicos caiu 20 posiccedilotildees no ranking passando a ocupar o 100deg lugar com 36 pon-
tos
Entre os paiacuteses dos BRICS o Brasil estaacute praticamente empatado com a Aacutefrica do Sul (duas posiccedilotildees aci-
ma do Brasil no ranking) e bem agrave frente da China Iacutendia e Ruacutessiardquo
In httpwwwbbccoukportuguesenoticias201412141202_ranking_transparencia_internacional_brasil_df_lgb
Assim vale agrave pena continuar acreditando na melhora e natildeo cessar a luta pela melhoria dos instrumentos
de controle e combate agrave corrupccedilatildeo
53 O anseio democraacutetico pelo controle
De haacute muito tempo que a populaccedilatildeo anseia por melhoria nos sistemas de controle da coisa puacuteblica
No Brasil que historicamente conviveu com a corrupccedilatildeo na Administraccedilatildeo Puacuteblica a implantaccedilatildeo do re-
gime democraacutetico teve como maior objetivo a participaccedilatildeo do povo no poder (nas coisas do Estado) diretamente
ou atraveacutes de seus legiacutetimos representantes
Com isso espera-se que o povo faccedila parte do governo e que tenha conhecimento do que ocorre com os
bens e valores puacuteblicos enquanto estiverem sob a guarda dos administradores da coisa puacuteblica
Mas natildeo basta trocar as pessoas no comando do eraacuterio
Eacute preciso equipar os sistemas de controle haja vista que natildeo eacute exatamente a iacutendole pessoal que evita a
corrupccedilatildeo e os desvios no meio puacuteblico mas acima de tudo o controle que se faz sobre a coisa (a ocasiatildeo faz o
ladratildeo) O controle eacute exercido de forma irrestrita e ilimitada em todos e por todos os Poderes de Estado estendendo-se a
toda a Administraccedilatildeo e abrangendo todas as suas atividades e agentes sendo classificadas em variados tipos e formas de
atuaccedilatildeo para atingir os seus objetivos
Essas classificaccedilotildees indicam que
(I) O controle administrativo ou executivo eacute aquele exercido pela proacutepria Administraccedilatildeo sobre seus atos e agentes
(II) Controle legislativo ou parlamentar diz respeito ao que o Poder Legislativo imprime sobre atos e agentes do
Poder Executivo
(III) O controle judiciaacuterio eacute o referente agrave correccedilatildeo dos atos ilegais de qualquer dos Poderes pelo Judiciaacuterio quando
lesivos de direito individual ou do patrimocircnio puacuteblico Quanto a forma o controle pode ser sintetizado
bull De acordo com seu fundamento pode ser hieraacuterquico ou finaliacutestico
bull Em razatildeo da localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o exercita pode ser interno ou externo
bull Em virtude do momento em que eacute exercido pode ser preacutevio ou preventivo ou a priori concomitante ou sucessivo e
subsequente ou corretivo ou a posteriore
bull Conforme o aspecto controlado pode ser de legalidade ou de legitimidade e de meacuterito
Outra abordagem do Direito Administrativo eacute apresentada segundo a qual o controle da Administraccedilatildeo Puacuteblica
eacute poder de fiscalizaccedilatildeo e correccedilatildeo que sobre ela exercem os oacutergatildeos dos Poderes Judiciaacuterio Legislativo e Executivo com
o objetivo de garantir a conformidade de sua atuaccedilatildeo com os princiacutepios que lhe satildeo impostos pelo ordenamento juriacutedico
Dentre os pontos comuns observados eacute importante registrar as visotildees sobre os chamados controle externo e
controle interno decorrentes das classificaccedilotildees relativas agrave localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o realiza e quanto agrave integraccedilatildeo do
oacutergatildeo que o executa e agrave estrutura do oacutergatildeo objeto de sua execuccedilatildeo
As atividades do sistema de controle interno satildeo exercidas mediante a utilizaccedilatildeo de teacutecnicas de fiscalizaccedilatildeo e
auditoria as quais consistem no conjunto de processos que viabilizam o alcance dos macro-objetivos do sistema
Fiscalizar consiste na aplicaccedilatildeo de um conjunto de procedimentos pontuais que permitam o exame dos atos da
administraccedilatildeo puacuteblica visando avaliar a execuccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas atuando sobre os resultados efetivos dos pro-
gramas governamentais
54 O Controle Interno
Com previsatildeo desde 1964 (art 76 da Lei 432064 - Lei da Contabilidade Puacuteblica) foi levado agrave regras constitu-
cional em 05 de outubro de 1988 na Carta Maior (art 74) e reforccedilado pela Lei Complementar 1012000(LRF art 54 e
59) mas soacute implementado no Paranaacute a partir de 2008 com a exigecircncia pelo TCE que assim se manifestou a respeito
ldquoO sistema de controle interno eacute o agente de orientaccedilatildeo e integraccedilatildeo dos controles administrativos das enti-
dades componentes da estrutura organizacional e de apoio ao controle externo
Tem por objetivos principais a avaliaccedilatildeo do cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual e a execu-
ccedilatildeo dos programas constantes da LDO e na Lei Orccedilamentaacuteria Anual assegurar a observacircncia das normas e regula-
mentos e assim a legalidade dos atos avaliando os resultados no que se refere agrave eficaacutecia e eficiecircncia da gestatildeo orccedila-
mentaacuteria financeira e patrimonial da administraccedilatildeo
Sua funccedilatildeo inclui a diligecircncia no acompanhar dos procedimentos da administraccedilatildeo e na orientaccedilatildeo do ges-
tor acerca de eventuais desvios de rota e para evitar riscos iminentes que possam provocar danos ao patrimocircnio e agrave
gestatildeo
Juntamente com a contabilidade o controle interno deve velar pelo atendimento das agendas de obrigaccedilotildees
pela certeza do cumprimento dos limites legais seja de pisos de investimentos miacutenimos ou tetos para gastos maacutexi-
mos pela verdade das informaccedilotildees levadas a puacuteblico em face da LRF e suas determinaccedilotildees de transparecircncia da Lei
da Informaccedilatildeo e da proacutepria Lei nordm 432064
Os resultados satisfatoacuterios e sem sobressaltos especialmente em processo de transiccedilatildeo de mandato acentuam
que o controle interno desempenhou seu papel com efetividade e compromisso com a Entidade
O principal embaraccedilo que se tem percebido no processo de estruturaccedilatildeo do controle interno tem ocorrido na
montagem da equipe de trabalho especialmente a natildeo disponibilidade de profissionais com preparo teacutecnico
Existem pequenas prefeituras e cacircmaras municipais onde se verifica ateacute mesmo a simples falta de pessoal
sem atributosrdquoManual de Final de mandato ndash 2012
55 O controle Externo
O controle externo dos poderes municipais ( Executivo e Legislativo) eacute realizado direta e formalmente pelo
Tribunal de Contas que aleacutem de exigir a prestaccedilatildeo de contas anual ainda verifica a lisura e regularidade dos atos e accedilotildees
que envolvam a administraccedilatildeo dos bens e recursos puacuteblicos
A Lei Orgacircnica do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute (LC 1132005) indica que no papel de apoiador do
Poder Legislativo Municipal no controle externo a Corte Administrativa tem a seguinte competecircncia
ldquoArt 1ordm Ao Tribunal de Contas do Estado oacutergatildeo constitucional de controle externo com sede na Capital do Estado
compete nos termos da Constituiccedilatildeo Estadual e na forma estabelecida nesta lei
II ndash julgar as contas dos chefes dos oacutergatildeos do Poder Legislativo estadual e municipal do Poder Judiciaacuterio do Minis-
teacuterio Puacuteblico e deste Tribunalrdquo
Todavia por certo que existem outros oacutergatildeos que de forma indireta realizam o controle externo do poder puacuteblico muni-
cipal como o Ministeacuterio Puacuteblico o Judiciaacuterio e os Observatoacuterios sociais
Eacute posiccedilatildeo paciacutefica entre os estudiosos da Administraccedilatildeo Puacuteblica no mundo que o mais eficiente instrumento de
controle da ldquocoisa puacuteblicardquo eacute a transparecircncia
Pois se o povo acompanha atos e accedilotildees do governo e do governante tanto estes evitam as irregularidades por
temerem o que vai a puacuteblico quanto agravequeles podem julgar com maior facilidade a atuaccedilatildeo de suas lideranccedilas
6 Transparecircncia Puacuteblica no Brasil
Desde o nascimento de nossa paacutetria em 22 de abril de 1500 a populaccedilatildeo jamais teve acesso aacutes formas de utili-
zaccedilatildeo dos bens puacuteblicos e de administraccedilatildeo dos recursos financeiros arrecadados do proacuteprio povo
Tanto a monarquia (ateacute 14 de novembro de 1889) quanto no governo civil que comanda o paiacutes de laacute pra caacute pra-
ticamente todos os gestores natildeo tinham a obrigaccedilatildeo ou o costume de prestar contas de seus atos
Eacute certo que o faziam mas de forma geneacuterica apenas para oacutergatildeos de controle
O povo (contribuinte direta ou indiretamente) natildeo conseguia individualmente saber do que se passava no acircmbi-
to dos Poderes da naccedilatildeo
No entanto com o advento da globalizaccedilatildeo e da evoluccedilatildeo raacutepida e espetacular das tecnologias de comunicaccedilatildeo
houve tambeacutem um grande avanccedilo nos direitos dos cidadatildeos
Aqui no Brasil apoacutes a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 muito se conquistou desses direitos
A proacutepria Carta Magna reservou uma lista grande de direitos e garantias individuais e coletivas (em especial
nos art 5ordm 6ordm e 7ordm)
De toda forma criando verdadeiro divisor na histoacuteria do Brasil a nossa CF88 acendeu nos nacionais o desejo
de conhecer de perto e participar da vida do paiacutes
Mais que isto passou a discutir os seus direitos enquanto membros da naccedilatildeo
Representados no governo tanto nas casas legislativas quanto nos demais poderes (Executivo e Judiciaacuterio)
passamos a conquistar espaccedilo e elaborar instrumentos que exigem (forccedilam) os gestores a dar transparecircncia em sua atua-
ccedilatildeo
Dentre esses instrumentos podemos citar a Lei de Responsabilidade Fiscal que desde o seu nascimento (em
2000) jaacute previa certas obrigaccedilotildees aos governantes para levar ao povo o conhecimento de seus atos e accedilotildees
Mas foi exatamente em 2010 pela Lei Complementar nordm 131 de 27 de maio de 2009 que houve uma implemen-
taccedilatildeo maior da obrigatoriedade de transparecircncia nos meio puacuteblico aplicando-se inclusive regras especiacuteficas sobre a
divulgaccedilatildeo tecnoloacutegica via internet
Com isso desencadeou no Brasil em todos os oacutergatildeos puacuteblicos a obrigaccedilatildeo de publicar mais amplamente as in-
formaccedilotildees que poderiam ter o interesse puacuteblico
Essa eacute a chamada Transparecircncia Ativa pois independentemente de algueacutem solicitar o oacutergatildeo puacuteblico tem a o-
brigaccedilatildeo de divulgar
E diga-se mais
A divulgaccedilatildeo (publicaccedilatildeo) deveraacute ser eficiente e eficaz
Ou seja
O canal disponibilizado deveraacute ser de boa qualidade permitindo o acesso de forma raacutepida e faacutecil e evitando os
subterfuacutegios (mesmo que da tecnologia) para esconder dados e informaccedilotildees
A Lei Complementar Federal nordm 1012000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) exige
que ocorram publicaccedilotildees trimestrais
7 Publicidade Oficial Obrigatoacuteria
Por certo que a fonte primeira para propiciar o controle eacute a publicidade
A princiacutepio publicidade significa ldquolevar a puacuteblicordquo mais no sentido de obediecircncia ao ditame constitucional de
divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees do poder puacuteblico
Inclusive a publicidade foi instituiacuteda como um dos 5 (cinco) princiacutepios baacutesicos da Administraccedilatildeo Puacuteblica (art
37 caput da CF)
Eacute que o legislador constituinte entendeu como sendo prioridade a divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees dos governantes
para que o povo (contribuinte-eleitor) acompanhe as atuaccedilotildees dos eleitos bem como com a coisa puacuteblica
Embasadas na Carta Maior da Repuacuteblica muitas leis editadas depois de 1988 criaram obrigaccedilatildeo de publicar cer-
tos atos quando se tratar de recursos puacuteblicos (financeiros patrimoniais funcionais etc)
Os Atos Oficiais de publicaccedilatildeo obrigatoacuteria devem ser divulgados em um uacutenico meio de comunicaccedilatildeo escolhido
por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-tributaccedilatildeo-
orccedilamentaacuteria)
No caso do Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Licitaccedilatildeo
cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
71 Publicidade oficial Facultativa
A CF de 1988 tambeacutem autorizou despesas com a divulgaccedilatildeo de caraacuteter educativo e informativo ou de orienta-
ccedilatildeo social (art 37 sect1ordm)
No entanto de laacute pra caacute muita polecircmica foi gerada discutindo sobre o que poderia se aceitar referente agraves despe-
sas com publicidade
Eacute que a interpretaccedilatildeo anterior impunha uma separaccedilatildeo severa na publicidade oficial entre a obrigatoacuteria e a fa-
cultativa
Entendia-se que a obrigatoacuteria era apenas aquela especificada na lei como a publicaccedilatildeo de atos como leis de-
cretos portarias resoluccedilotildees editais
Quando se divulgava as accedilotildees do poder puacuteblico questionava-se se aquela despesa se enquadrava como educa-
cional de orientaccedilatildeo social ou de informaccedilatildeo exigida (serviccedilos de utilidade puacuteblica)
72 Publicidade Institucional
Poreacutem com a evoluccedilatildeo do conceito e com a crescente demanda do povo sobre a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico e as
accedilotildees governamentais ampliou-se em muito as possibilidades de realizar despesas para esse fim
Portanto aleacutem da publicaccedilatildeo obrigatoacuteria e daquelas enquadradas como ldquoserviccedilos de utilidade puacuteblicardquo passou-
se a entender que o gestor deva divulgar amplamente as atividades de cada oacutergatildeo puacuteblico para manter a populaccedilatildeo por
dentro dos acontecimentos que envolvem recursos dos contribuintes De certo modo essa divulgaccedilatildeo natildeo obrigatoacuteria pode ser considerada como publicidade institucional pois a-
leacutem de informar ao povo sobre as accedilotildees do oacutergatildeo promove este diante da opiniatildeo puacuteblica fortalecendo-o institucional-
mente
E para essa divulgaccedilatildeo o TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contra-
tar serviccedilos de comunicaccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
No caso de contrataccedilatildeo de agecircncias as regras a serem obedecidas deveratildeo ser aquelas da lei federal nordm
122322010 (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
Resumindo as regras do TCEPR para a comunicaccedilatildeo institucional eacute
1- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010 A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO
para julgar a melhor teacutecnica
2- Para contratar os serviccedilos para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocirc-
nico) programa de raacutedio ou TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo ME-
LHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
Insta lembrar tambeacutem que a partir de 2006 o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a publicar
natildeo apenas seus atos oficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de
internet ou outros serviccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
a)- transmissotildees de sessotildees
b)- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
c)- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
a)- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
b)- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
c)- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
d)- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
e)- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
f)- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Lembrando que existem Atos Oficiais que devem ser obrigatoriamente divulgados em um uacutenico meio de co-
municaccedilatildeo escolhido por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-
tributaccedilatildeo-orccedilamentaacuteria)
E atenccedilatildeo
O Oacutergatildeo Oficial nos Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Li-
citaccedilatildeo cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
Vide Acoacuterdatildeo nordm 409760-5 do TJPR e Processo nordm 22972306 do TCEPR no AVA
Inclusive o Municiacutepio poderaacute optar por apenas um Diaacuterio Oficial Eletrocircnico ou este e mais o Diaacuterio Oficial
Impresso segundo o TCEPR (Acoacuterdatildeo nordm 383013)
Aliaacutes o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a partir de 2006 a publicar natildeo apenas seus atos o-
ficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de internet ou outros servi-
ccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
- transmissotildees de sessotildees
- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Atenccedilatildeo de novo
A lei federal nordm 122322010 criou regras especiacuteficas para a contrataccedilatildeo de serviccedilos de publicidade prestados
por intermeacutedio de agecircncias de propaganda (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
O TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contratar serviccedilos de comuni-
caccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
Resumindo
a)- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010
A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO pa-
ra julgar a melhor teacutecnica
b)- O TCEPR tem se posicionado (vide acoacuterdatildeo 3082012 no AVA) no sentido de que a contrataccedilatildeo dos serviccedilos
para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocircnico) programa de raacutedio ou
TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo MELHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
8 Prestaccedilatildeo de Contas
Sendo mais um dos elementos da Transparecircncia e consequentemente do Controle a Prestaccedilatildeo de Contas enseja
dar conhecimento ao contribuinte do que o gestor faz com os recursos puacuteblicos
Seguindo a evoluccedilatildeo social humana sobretudo apoacutes a identificaccedilatildeo da figura do estado moderno (povo territoacute-
rio governo) a exigecircncia de os governantes ou particulares dar satisfaccedilatildeo aos contribuintes sobre o uso e aplicaccedilatildeo dos
recursos puacuteblicos (financeiros e de bens) tem crescido mais e mais
Jaacute na Declaraccedilatildeo dos Direitos do Homem e do Cidadatildeo elaborada e aceita por muitos povos na era da Revolu-
ccedilatildeo Francesa (1789) consta essa exigecircncia
ldquoArt 15 ndash A Sociedade tem o Direito de pedir conta a todo agente puacuteblico de sua administraccedilatildeordquo
Segundo o texto divulgado no site do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute
ldquoA Prestaccedilatildeo de Contas eacute dever constitucional dos que utilizam arrecadam guardam gerenciam ou administram
dinheiros bens e valores puacuteblicosrdquo
httpwww1tceprgovbrconteudoprestacao-de-contas-municipios214
Resumindo
Com a publicidade e a prestaccedilatildeo de contas ocorre transparecircncia na gestatildeo puacuteblica promovendopermitindo
melhor controle da coisa puacuteblica
Todos satildeo interligados
Bom Estudo
Controle
Transparecircncia
Publicidade
Prestaccedilatildeo de Contas
ldquoCAcircMARA MUNICIPAL DE NOVA OLIacuteMPIA CONSULTA CAcircMARA MUNICIPAL VEREADOR VERBA DE
NATUREZA INDENIZATOacuteRIA POSSIBILIDADE SE OBSERVADOS OS REQUISITOS IMPOSSIBILIDADE DE
PAGAMENTO DE DESPESAS COM MANUTENCcedilAtildeO DO GABINETE DO PARLAMENTAR POSSIBILIDADE
DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS COM ABASTECIMENTO DE VEIacuteCULO PARTICULAR DO VEREADOR
E DE ACUMULACcedilAtildeO COM A DIAacuteRIA QUANDO CONTEMPLAREM O RESSARCIMENTO DE DESPESAS
DISTINTAS PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS NOS TERMOS DA LEI QUE A INSTITUIRrdquo
4187 - Passagens
Por se tratar de despesa com caracteriacutesticas muito proacuteprias jaacute que os valores se alteram permanentemente mas eacute
possiacutevel a reduccedilatildeo dos preccedilos sobretudo com descontos sobre a taxa de administraccedilatildeo das agecircncias ou operadoras eacute
recomendaacutevel a realizaccedilatildeo de processo licitatoacuterio afim de promover a economicidade evitar sobrepreccedilos e oportunizar
a competitividade entre os diversos particulares interessados em negociar com a Administraccedilatildeo
Por isso orienta-se agrave promoccedilatildeo do certame licitatoacuterio na modalidade Pregatildeo cujo objeto seja a contrataccedilatildeo de
serviccedilos de agenciamento de viagens para cotaccedilatildeo reserva e fornecimento de passagens (aeacutereas e terrestres) no acircmbito
nacional e internacional se houver interesse
Caso opte pela passagem internacional eacute interessante licitar a emissatildeo de seguro de assistecircncia em viagem in-
ternacional
Especificar que a compra se faraacute por meio de atendimento remoto (e-mail eou telefone)
O tipo aconselhaacutevel eacute o de menor preccedilo escolhendo-se a proposta que ofertar o maior percentual de desconto
sobre o valor ldquodo diardquo disponibilizado e cobrado de todos os puacuteblicos inclusive sobre as tarifas promocionais e reduzi-
das disponiacuteveis no momento da compra excluiacuteda a taxa de embarque
5 Controle
51 Corrupccedilatildeo desvios e fraudes Conceitos
Corrupccedilatildeo eacute o ato ou efeito de se corromper oferecer algo para obter vantagem em negociata onde se favorece
uma pessoa e se prejudica outra
Eacute tirar vantagem do poder atribuiacutedo Corrupccedilatildeo vem do latim corruptus que significa quebrado em peda-
ccedilos O verbo corromper significa tornar-se podre
Desvio na aacuterea puacuteblica significa retirar o caminho normal de alguma coisa Natildeo alcanccedilar o objetivo por
mudanccedila de rota
Geralmente a palavra estaacute ligada agraves alteraccedilotildees que se promovem na ocupaccedilatildeo de cargos ou funccedilotildees no
uso de bens na realizaccedilatildeo de obras e ateacute no destino que se daacute aos recursos financeiros Fraude eacute um esquema iliacutecito ou de maacute feacute criado para obter ganhos para si ou para terceiros
No meio puacuteblico as fraudes geralmente satildeo praticadas atraveacutes de simulaccedilotildees e ajustes visando o aproveitamen-
to iliacutecito de valores benefiacutecios ou do patrimocircnio puacuteblico
52 Conceito e relevacircncia do controle
O controle eacute a ferramenta mais eficaz para se evitar as irregularidades e ilegalidades na atuaccedilatildeo dos po-
deres puacuteblicos
Segundo os mais elaborados estudos e pesquisas a corrupccedilatildeo pode ser maior ou menor dependendo da
proporcionalidade de controle existente
Onde tem menor controle tem maior corrupccedilatildeo e assim vice e versa
E o controle se faz por trecircs principais vias orientaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e puniccedilatildeo No Brasil o combate agrave corrupccedilatildeo no meio puacuteblico vem acontecendo atraveacutes da implementaccedilatildeo de vaacuterios tipos
de controle sobre as verbas recursos e patrimocircnio puacuteblico
Nos uacuteltimos anos melhoraram muito os sistemas de Controle Interno e Externo por iniciativa de cada oacutergatildeo ou
por exigecircncia do povo (diretamente ou atraveacutes das miacutedias)
O Legislativo por iniciativa proacutepria ou por pressatildeo popular tem aprovado inuacutemeros atos para reforccedilar a legisla-
ccedilatildeo paacutetria que afeta a corrupccedilatildeo
Satildeo os exemplos da Lei das Inelegibilidades (LC 6490 reforccedilada pela Lei da Ficha Limpa- LC 1352010) a
Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 1012000) a Lei da Transparecircncia (LC 1312009) a Lei da Informaccedilatildeo
(125272011) e a Lei Anticorrupccedilatildeo (128462013) e tantas outras
O Judiciaacuterio por sua vez e com o apoio das instituiccedilotildees de apuraccedilatildeo a ele ligadas (poliacutecias ministeacuterio puacuteblico
etc) tem punido severamente os corruptos realizando o seu papel sem distinccedilatildeo de cargo ou poder do apenado
Segundo informa o oacutergatildeo denominado de ldquoTransparecircncia Internacionalrdquo em mateacuteria divulgada no mecircs
de dezembro2014 ldquoNeste ano o Brasil obteve a nota 43 em uma escala que vai de 0 (setor puacuteblico visto como extremamente
corrupto) a 100 (extremamente iacutentegro) a mesma pontuaccedilatildeo obtida em 2012
No ano passado o paiacutes havia totalizado 42 pontos
A pontuaccedilatildeo do Brasil se situa exatamente na meacutedia mundial de acordo com o estudo de 43 pontos Nas
Ameacutericas como um todo a meacutedia eacute 45
Mais de dois terccedilos dos 175 paiacuteses que integram o iacutendice obtiveram uma nota inferior a 50
O Brasil estaacute na metade Natildeo eacute um dos piores nem dos melhores Mas natildeo eacute um resultado bom para o
paiacutes que tem feito inuacutemeros esforccedilos para ser um liacuteder econocircmico e poliacutetico disse Salas agrave BBC Brasil O Brasil
quer ser um liacuteder mundial entatildeo tem que mostrar o exemplo Ele ainda estaacute muito distante dos paiacuteses desenvol-
vidos nesse iacutendice ressalta o diretor da Transparecircncia Internacional
Empatados com o Brasil com a mesma pontuaccedilatildeo e lugar no ranking estatildeo paiacuteses como a Itaacutelia a Greacutecia
e a Bulgaacuteria
Para Salas o escacircndalo da Petrobras pode ser positivo para o Brasil se forem tomadas medidas fortes
de combate agrave corrupccedilatildeo
Se a presidente Dilma Roussef aproveitar esse momento para fazer mudanccedilas poderaacute ser algo positivo
diz ele
Se pessoas poderosas e outros culpados nesse escacircndalo forem presos o Brasil poderaacute projetar uma boa
imagem afirma Salas
Se houver tambeacutem reforma poliacutetica e melhorias no sistema de compras puacuteblicas pode ser um momento
histoacuterico para o Brasil Mas se nada mudar seraacute um exemplo negativo diz ele
A Dinamarca eacute a primeira colocada no ranking com 92 pontos um a mais em relaccedilatildeo ao estudo anterior
onde tambeacutem jaacute havia ficado em primeiro lugar
A China e a Turquia estatildeo entre os paiacuteses que mais perderam posiccedilotildees no ranking deste ano
A China que adotou nos uacuteltimos anos medidas de combate agrave corrupccedilatildeo como a proibiccedilatildeo de dar presen-
tes de alto luxo a funcionaacuterios puacuteblicos caiu 20 posiccedilotildees no ranking passando a ocupar o 100deg lugar com 36 pon-
tos
Entre os paiacuteses dos BRICS o Brasil estaacute praticamente empatado com a Aacutefrica do Sul (duas posiccedilotildees aci-
ma do Brasil no ranking) e bem agrave frente da China Iacutendia e Ruacutessiardquo
In httpwwwbbccoukportuguesenoticias201412141202_ranking_transparencia_internacional_brasil_df_lgb
Assim vale agrave pena continuar acreditando na melhora e natildeo cessar a luta pela melhoria dos instrumentos
de controle e combate agrave corrupccedilatildeo
53 O anseio democraacutetico pelo controle
De haacute muito tempo que a populaccedilatildeo anseia por melhoria nos sistemas de controle da coisa puacuteblica
No Brasil que historicamente conviveu com a corrupccedilatildeo na Administraccedilatildeo Puacuteblica a implantaccedilatildeo do re-
gime democraacutetico teve como maior objetivo a participaccedilatildeo do povo no poder (nas coisas do Estado) diretamente
ou atraveacutes de seus legiacutetimos representantes
Com isso espera-se que o povo faccedila parte do governo e que tenha conhecimento do que ocorre com os
bens e valores puacuteblicos enquanto estiverem sob a guarda dos administradores da coisa puacuteblica
Mas natildeo basta trocar as pessoas no comando do eraacuterio
Eacute preciso equipar os sistemas de controle haja vista que natildeo eacute exatamente a iacutendole pessoal que evita a
corrupccedilatildeo e os desvios no meio puacuteblico mas acima de tudo o controle que se faz sobre a coisa (a ocasiatildeo faz o
ladratildeo) O controle eacute exercido de forma irrestrita e ilimitada em todos e por todos os Poderes de Estado estendendo-se a
toda a Administraccedilatildeo e abrangendo todas as suas atividades e agentes sendo classificadas em variados tipos e formas de
atuaccedilatildeo para atingir os seus objetivos
Essas classificaccedilotildees indicam que
(I) O controle administrativo ou executivo eacute aquele exercido pela proacutepria Administraccedilatildeo sobre seus atos e agentes
(II) Controle legislativo ou parlamentar diz respeito ao que o Poder Legislativo imprime sobre atos e agentes do
Poder Executivo
(III) O controle judiciaacuterio eacute o referente agrave correccedilatildeo dos atos ilegais de qualquer dos Poderes pelo Judiciaacuterio quando
lesivos de direito individual ou do patrimocircnio puacuteblico Quanto a forma o controle pode ser sintetizado
bull De acordo com seu fundamento pode ser hieraacuterquico ou finaliacutestico
bull Em razatildeo da localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o exercita pode ser interno ou externo
bull Em virtude do momento em que eacute exercido pode ser preacutevio ou preventivo ou a priori concomitante ou sucessivo e
subsequente ou corretivo ou a posteriore
bull Conforme o aspecto controlado pode ser de legalidade ou de legitimidade e de meacuterito
Outra abordagem do Direito Administrativo eacute apresentada segundo a qual o controle da Administraccedilatildeo Puacuteblica
eacute poder de fiscalizaccedilatildeo e correccedilatildeo que sobre ela exercem os oacutergatildeos dos Poderes Judiciaacuterio Legislativo e Executivo com
o objetivo de garantir a conformidade de sua atuaccedilatildeo com os princiacutepios que lhe satildeo impostos pelo ordenamento juriacutedico
Dentre os pontos comuns observados eacute importante registrar as visotildees sobre os chamados controle externo e
controle interno decorrentes das classificaccedilotildees relativas agrave localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o realiza e quanto agrave integraccedilatildeo do
oacutergatildeo que o executa e agrave estrutura do oacutergatildeo objeto de sua execuccedilatildeo
As atividades do sistema de controle interno satildeo exercidas mediante a utilizaccedilatildeo de teacutecnicas de fiscalizaccedilatildeo e
auditoria as quais consistem no conjunto de processos que viabilizam o alcance dos macro-objetivos do sistema
Fiscalizar consiste na aplicaccedilatildeo de um conjunto de procedimentos pontuais que permitam o exame dos atos da
administraccedilatildeo puacuteblica visando avaliar a execuccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas atuando sobre os resultados efetivos dos pro-
gramas governamentais
54 O Controle Interno
Com previsatildeo desde 1964 (art 76 da Lei 432064 - Lei da Contabilidade Puacuteblica) foi levado agrave regras constitu-
cional em 05 de outubro de 1988 na Carta Maior (art 74) e reforccedilado pela Lei Complementar 1012000(LRF art 54 e
59) mas soacute implementado no Paranaacute a partir de 2008 com a exigecircncia pelo TCE que assim se manifestou a respeito
ldquoO sistema de controle interno eacute o agente de orientaccedilatildeo e integraccedilatildeo dos controles administrativos das enti-
dades componentes da estrutura organizacional e de apoio ao controle externo
Tem por objetivos principais a avaliaccedilatildeo do cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual e a execu-
ccedilatildeo dos programas constantes da LDO e na Lei Orccedilamentaacuteria Anual assegurar a observacircncia das normas e regula-
mentos e assim a legalidade dos atos avaliando os resultados no que se refere agrave eficaacutecia e eficiecircncia da gestatildeo orccedila-
mentaacuteria financeira e patrimonial da administraccedilatildeo
Sua funccedilatildeo inclui a diligecircncia no acompanhar dos procedimentos da administraccedilatildeo e na orientaccedilatildeo do ges-
tor acerca de eventuais desvios de rota e para evitar riscos iminentes que possam provocar danos ao patrimocircnio e agrave
gestatildeo
Juntamente com a contabilidade o controle interno deve velar pelo atendimento das agendas de obrigaccedilotildees
pela certeza do cumprimento dos limites legais seja de pisos de investimentos miacutenimos ou tetos para gastos maacutexi-
mos pela verdade das informaccedilotildees levadas a puacuteblico em face da LRF e suas determinaccedilotildees de transparecircncia da Lei
da Informaccedilatildeo e da proacutepria Lei nordm 432064
Os resultados satisfatoacuterios e sem sobressaltos especialmente em processo de transiccedilatildeo de mandato acentuam
que o controle interno desempenhou seu papel com efetividade e compromisso com a Entidade
O principal embaraccedilo que se tem percebido no processo de estruturaccedilatildeo do controle interno tem ocorrido na
montagem da equipe de trabalho especialmente a natildeo disponibilidade de profissionais com preparo teacutecnico
Existem pequenas prefeituras e cacircmaras municipais onde se verifica ateacute mesmo a simples falta de pessoal
sem atributosrdquoManual de Final de mandato ndash 2012
55 O controle Externo
O controle externo dos poderes municipais ( Executivo e Legislativo) eacute realizado direta e formalmente pelo
Tribunal de Contas que aleacutem de exigir a prestaccedilatildeo de contas anual ainda verifica a lisura e regularidade dos atos e accedilotildees
que envolvam a administraccedilatildeo dos bens e recursos puacuteblicos
A Lei Orgacircnica do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute (LC 1132005) indica que no papel de apoiador do
Poder Legislativo Municipal no controle externo a Corte Administrativa tem a seguinte competecircncia
ldquoArt 1ordm Ao Tribunal de Contas do Estado oacutergatildeo constitucional de controle externo com sede na Capital do Estado
compete nos termos da Constituiccedilatildeo Estadual e na forma estabelecida nesta lei
II ndash julgar as contas dos chefes dos oacutergatildeos do Poder Legislativo estadual e municipal do Poder Judiciaacuterio do Minis-
teacuterio Puacuteblico e deste Tribunalrdquo
Todavia por certo que existem outros oacutergatildeos que de forma indireta realizam o controle externo do poder puacuteblico muni-
cipal como o Ministeacuterio Puacuteblico o Judiciaacuterio e os Observatoacuterios sociais
Eacute posiccedilatildeo paciacutefica entre os estudiosos da Administraccedilatildeo Puacuteblica no mundo que o mais eficiente instrumento de
controle da ldquocoisa puacuteblicardquo eacute a transparecircncia
Pois se o povo acompanha atos e accedilotildees do governo e do governante tanto estes evitam as irregularidades por
temerem o que vai a puacuteblico quanto agravequeles podem julgar com maior facilidade a atuaccedilatildeo de suas lideranccedilas
6 Transparecircncia Puacuteblica no Brasil
Desde o nascimento de nossa paacutetria em 22 de abril de 1500 a populaccedilatildeo jamais teve acesso aacutes formas de utili-
zaccedilatildeo dos bens puacuteblicos e de administraccedilatildeo dos recursos financeiros arrecadados do proacuteprio povo
Tanto a monarquia (ateacute 14 de novembro de 1889) quanto no governo civil que comanda o paiacutes de laacute pra caacute pra-
ticamente todos os gestores natildeo tinham a obrigaccedilatildeo ou o costume de prestar contas de seus atos
Eacute certo que o faziam mas de forma geneacuterica apenas para oacutergatildeos de controle
O povo (contribuinte direta ou indiretamente) natildeo conseguia individualmente saber do que se passava no acircmbi-
to dos Poderes da naccedilatildeo
No entanto com o advento da globalizaccedilatildeo e da evoluccedilatildeo raacutepida e espetacular das tecnologias de comunicaccedilatildeo
houve tambeacutem um grande avanccedilo nos direitos dos cidadatildeos
Aqui no Brasil apoacutes a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 muito se conquistou desses direitos
A proacutepria Carta Magna reservou uma lista grande de direitos e garantias individuais e coletivas (em especial
nos art 5ordm 6ordm e 7ordm)
De toda forma criando verdadeiro divisor na histoacuteria do Brasil a nossa CF88 acendeu nos nacionais o desejo
de conhecer de perto e participar da vida do paiacutes
Mais que isto passou a discutir os seus direitos enquanto membros da naccedilatildeo
Representados no governo tanto nas casas legislativas quanto nos demais poderes (Executivo e Judiciaacuterio)
passamos a conquistar espaccedilo e elaborar instrumentos que exigem (forccedilam) os gestores a dar transparecircncia em sua atua-
ccedilatildeo
Dentre esses instrumentos podemos citar a Lei de Responsabilidade Fiscal que desde o seu nascimento (em
2000) jaacute previa certas obrigaccedilotildees aos governantes para levar ao povo o conhecimento de seus atos e accedilotildees
Mas foi exatamente em 2010 pela Lei Complementar nordm 131 de 27 de maio de 2009 que houve uma implemen-
taccedilatildeo maior da obrigatoriedade de transparecircncia nos meio puacuteblico aplicando-se inclusive regras especiacuteficas sobre a
divulgaccedilatildeo tecnoloacutegica via internet
Com isso desencadeou no Brasil em todos os oacutergatildeos puacuteblicos a obrigaccedilatildeo de publicar mais amplamente as in-
formaccedilotildees que poderiam ter o interesse puacuteblico
Essa eacute a chamada Transparecircncia Ativa pois independentemente de algueacutem solicitar o oacutergatildeo puacuteblico tem a o-
brigaccedilatildeo de divulgar
E diga-se mais
A divulgaccedilatildeo (publicaccedilatildeo) deveraacute ser eficiente e eficaz
Ou seja
O canal disponibilizado deveraacute ser de boa qualidade permitindo o acesso de forma raacutepida e faacutecil e evitando os
subterfuacutegios (mesmo que da tecnologia) para esconder dados e informaccedilotildees
A Lei Complementar Federal nordm 1012000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) exige
que ocorram publicaccedilotildees trimestrais
7 Publicidade Oficial Obrigatoacuteria
Por certo que a fonte primeira para propiciar o controle eacute a publicidade
A princiacutepio publicidade significa ldquolevar a puacuteblicordquo mais no sentido de obediecircncia ao ditame constitucional de
divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees do poder puacuteblico
Inclusive a publicidade foi instituiacuteda como um dos 5 (cinco) princiacutepios baacutesicos da Administraccedilatildeo Puacuteblica (art
37 caput da CF)
Eacute que o legislador constituinte entendeu como sendo prioridade a divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees dos governantes
para que o povo (contribuinte-eleitor) acompanhe as atuaccedilotildees dos eleitos bem como com a coisa puacuteblica
Embasadas na Carta Maior da Repuacuteblica muitas leis editadas depois de 1988 criaram obrigaccedilatildeo de publicar cer-
tos atos quando se tratar de recursos puacuteblicos (financeiros patrimoniais funcionais etc)
Os Atos Oficiais de publicaccedilatildeo obrigatoacuteria devem ser divulgados em um uacutenico meio de comunicaccedilatildeo escolhido
por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-tributaccedilatildeo-
orccedilamentaacuteria)
No caso do Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Licitaccedilatildeo
cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
71 Publicidade oficial Facultativa
A CF de 1988 tambeacutem autorizou despesas com a divulgaccedilatildeo de caraacuteter educativo e informativo ou de orienta-
ccedilatildeo social (art 37 sect1ordm)
No entanto de laacute pra caacute muita polecircmica foi gerada discutindo sobre o que poderia se aceitar referente agraves despe-
sas com publicidade
Eacute que a interpretaccedilatildeo anterior impunha uma separaccedilatildeo severa na publicidade oficial entre a obrigatoacuteria e a fa-
cultativa
Entendia-se que a obrigatoacuteria era apenas aquela especificada na lei como a publicaccedilatildeo de atos como leis de-
cretos portarias resoluccedilotildees editais
Quando se divulgava as accedilotildees do poder puacuteblico questionava-se se aquela despesa se enquadrava como educa-
cional de orientaccedilatildeo social ou de informaccedilatildeo exigida (serviccedilos de utilidade puacuteblica)
72 Publicidade Institucional
Poreacutem com a evoluccedilatildeo do conceito e com a crescente demanda do povo sobre a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico e as
accedilotildees governamentais ampliou-se em muito as possibilidades de realizar despesas para esse fim
Portanto aleacutem da publicaccedilatildeo obrigatoacuteria e daquelas enquadradas como ldquoserviccedilos de utilidade puacuteblicardquo passou-
se a entender que o gestor deva divulgar amplamente as atividades de cada oacutergatildeo puacuteblico para manter a populaccedilatildeo por
dentro dos acontecimentos que envolvem recursos dos contribuintes De certo modo essa divulgaccedilatildeo natildeo obrigatoacuteria pode ser considerada como publicidade institucional pois a-
leacutem de informar ao povo sobre as accedilotildees do oacutergatildeo promove este diante da opiniatildeo puacuteblica fortalecendo-o institucional-
mente
E para essa divulgaccedilatildeo o TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contra-
tar serviccedilos de comunicaccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
No caso de contrataccedilatildeo de agecircncias as regras a serem obedecidas deveratildeo ser aquelas da lei federal nordm
122322010 (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
Resumindo as regras do TCEPR para a comunicaccedilatildeo institucional eacute
1- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010 A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO
para julgar a melhor teacutecnica
2- Para contratar os serviccedilos para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocirc-
nico) programa de raacutedio ou TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo ME-
LHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
Insta lembrar tambeacutem que a partir de 2006 o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a publicar
natildeo apenas seus atos oficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de
internet ou outros serviccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
a)- transmissotildees de sessotildees
b)- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
c)- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
a)- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
b)- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
c)- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
d)- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
e)- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
f)- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Lembrando que existem Atos Oficiais que devem ser obrigatoriamente divulgados em um uacutenico meio de co-
municaccedilatildeo escolhido por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-
tributaccedilatildeo-orccedilamentaacuteria)
E atenccedilatildeo
O Oacutergatildeo Oficial nos Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Li-
citaccedilatildeo cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
Vide Acoacuterdatildeo nordm 409760-5 do TJPR e Processo nordm 22972306 do TCEPR no AVA
Inclusive o Municiacutepio poderaacute optar por apenas um Diaacuterio Oficial Eletrocircnico ou este e mais o Diaacuterio Oficial
Impresso segundo o TCEPR (Acoacuterdatildeo nordm 383013)
Aliaacutes o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a partir de 2006 a publicar natildeo apenas seus atos o-
ficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de internet ou outros servi-
ccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
- transmissotildees de sessotildees
- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Atenccedilatildeo de novo
A lei federal nordm 122322010 criou regras especiacuteficas para a contrataccedilatildeo de serviccedilos de publicidade prestados
por intermeacutedio de agecircncias de propaganda (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
O TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contratar serviccedilos de comuni-
caccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
Resumindo
a)- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010
A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO pa-
ra julgar a melhor teacutecnica
b)- O TCEPR tem se posicionado (vide acoacuterdatildeo 3082012 no AVA) no sentido de que a contrataccedilatildeo dos serviccedilos
para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocircnico) programa de raacutedio ou
TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo MELHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
8 Prestaccedilatildeo de Contas
Sendo mais um dos elementos da Transparecircncia e consequentemente do Controle a Prestaccedilatildeo de Contas enseja
dar conhecimento ao contribuinte do que o gestor faz com os recursos puacuteblicos
Seguindo a evoluccedilatildeo social humana sobretudo apoacutes a identificaccedilatildeo da figura do estado moderno (povo territoacute-
rio governo) a exigecircncia de os governantes ou particulares dar satisfaccedilatildeo aos contribuintes sobre o uso e aplicaccedilatildeo dos
recursos puacuteblicos (financeiros e de bens) tem crescido mais e mais
Jaacute na Declaraccedilatildeo dos Direitos do Homem e do Cidadatildeo elaborada e aceita por muitos povos na era da Revolu-
ccedilatildeo Francesa (1789) consta essa exigecircncia
ldquoArt 15 ndash A Sociedade tem o Direito de pedir conta a todo agente puacuteblico de sua administraccedilatildeordquo
Segundo o texto divulgado no site do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute
ldquoA Prestaccedilatildeo de Contas eacute dever constitucional dos que utilizam arrecadam guardam gerenciam ou administram
dinheiros bens e valores puacuteblicosrdquo
httpwww1tceprgovbrconteudoprestacao-de-contas-municipios214
Resumindo
Com a publicidade e a prestaccedilatildeo de contas ocorre transparecircncia na gestatildeo puacuteblica promovendopermitindo
melhor controle da coisa puacuteblica
Todos satildeo interligados
Bom Estudo
Controle
Transparecircncia
Publicidade
Prestaccedilatildeo de Contas
O Brasil estaacute na metade Natildeo eacute um dos piores nem dos melhores Mas natildeo eacute um resultado bom para o
paiacutes que tem feito inuacutemeros esforccedilos para ser um liacuteder econocircmico e poliacutetico disse Salas agrave BBC Brasil O Brasil
quer ser um liacuteder mundial entatildeo tem que mostrar o exemplo Ele ainda estaacute muito distante dos paiacuteses desenvol-
vidos nesse iacutendice ressalta o diretor da Transparecircncia Internacional
Empatados com o Brasil com a mesma pontuaccedilatildeo e lugar no ranking estatildeo paiacuteses como a Itaacutelia a Greacutecia
e a Bulgaacuteria
Para Salas o escacircndalo da Petrobras pode ser positivo para o Brasil se forem tomadas medidas fortes
de combate agrave corrupccedilatildeo
Se a presidente Dilma Roussef aproveitar esse momento para fazer mudanccedilas poderaacute ser algo positivo
diz ele
Se pessoas poderosas e outros culpados nesse escacircndalo forem presos o Brasil poderaacute projetar uma boa
imagem afirma Salas
Se houver tambeacutem reforma poliacutetica e melhorias no sistema de compras puacuteblicas pode ser um momento
histoacuterico para o Brasil Mas se nada mudar seraacute um exemplo negativo diz ele
A Dinamarca eacute a primeira colocada no ranking com 92 pontos um a mais em relaccedilatildeo ao estudo anterior
onde tambeacutem jaacute havia ficado em primeiro lugar
A China e a Turquia estatildeo entre os paiacuteses que mais perderam posiccedilotildees no ranking deste ano
A China que adotou nos uacuteltimos anos medidas de combate agrave corrupccedilatildeo como a proibiccedilatildeo de dar presen-
tes de alto luxo a funcionaacuterios puacuteblicos caiu 20 posiccedilotildees no ranking passando a ocupar o 100deg lugar com 36 pon-
tos
Entre os paiacuteses dos BRICS o Brasil estaacute praticamente empatado com a Aacutefrica do Sul (duas posiccedilotildees aci-
ma do Brasil no ranking) e bem agrave frente da China Iacutendia e Ruacutessiardquo
In httpwwwbbccoukportuguesenoticias201412141202_ranking_transparencia_internacional_brasil_df_lgb
Assim vale agrave pena continuar acreditando na melhora e natildeo cessar a luta pela melhoria dos instrumentos
de controle e combate agrave corrupccedilatildeo
53 O anseio democraacutetico pelo controle
De haacute muito tempo que a populaccedilatildeo anseia por melhoria nos sistemas de controle da coisa puacuteblica
No Brasil que historicamente conviveu com a corrupccedilatildeo na Administraccedilatildeo Puacuteblica a implantaccedilatildeo do re-
gime democraacutetico teve como maior objetivo a participaccedilatildeo do povo no poder (nas coisas do Estado) diretamente
ou atraveacutes de seus legiacutetimos representantes
Com isso espera-se que o povo faccedila parte do governo e que tenha conhecimento do que ocorre com os
bens e valores puacuteblicos enquanto estiverem sob a guarda dos administradores da coisa puacuteblica
Mas natildeo basta trocar as pessoas no comando do eraacuterio
Eacute preciso equipar os sistemas de controle haja vista que natildeo eacute exatamente a iacutendole pessoal que evita a
corrupccedilatildeo e os desvios no meio puacuteblico mas acima de tudo o controle que se faz sobre a coisa (a ocasiatildeo faz o
ladratildeo) O controle eacute exercido de forma irrestrita e ilimitada em todos e por todos os Poderes de Estado estendendo-se a
toda a Administraccedilatildeo e abrangendo todas as suas atividades e agentes sendo classificadas em variados tipos e formas de
atuaccedilatildeo para atingir os seus objetivos
Essas classificaccedilotildees indicam que
(I) O controle administrativo ou executivo eacute aquele exercido pela proacutepria Administraccedilatildeo sobre seus atos e agentes
(II) Controle legislativo ou parlamentar diz respeito ao que o Poder Legislativo imprime sobre atos e agentes do
Poder Executivo
(III) O controle judiciaacuterio eacute o referente agrave correccedilatildeo dos atos ilegais de qualquer dos Poderes pelo Judiciaacuterio quando
lesivos de direito individual ou do patrimocircnio puacuteblico Quanto a forma o controle pode ser sintetizado
bull De acordo com seu fundamento pode ser hieraacuterquico ou finaliacutestico
bull Em razatildeo da localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o exercita pode ser interno ou externo
bull Em virtude do momento em que eacute exercido pode ser preacutevio ou preventivo ou a priori concomitante ou sucessivo e
subsequente ou corretivo ou a posteriore
bull Conforme o aspecto controlado pode ser de legalidade ou de legitimidade e de meacuterito
Outra abordagem do Direito Administrativo eacute apresentada segundo a qual o controle da Administraccedilatildeo Puacuteblica
eacute poder de fiscalizaccedilatildeo e correccedilatildeo que sobre ela exercem os oacutergatildeos dos Poderes Judiciaacuterio Legislativo e Executivo com
o objetivo de garantir a conformidade de sua atuaccedilatildeo com os princiacutepios que lhe satildeo impostos pelo ordenamento juriacutedico
Dentre os pontos comuns observados eacute importante registrar as visotildees sobre os chamados controle externo e
controle interno decorrentes das classificaccedilotildees relativas agrave localizaccedilatildeo do oacutergatildeo que o realiza e quanto agrave integraccedilatildeo do
oacutergatildeo que o executa e agrave estrutura do oacutergatildeo objeto de sua execuccedilatildeo
As atividades do sistema de controle interno satildeo exercidas mediante a utilizaccedilatildeo de teacutecnicas de fiscalizaccedilatildeo e
auditoria as quais consistem no conjunto de processos que viabilizam o alcance dos macro-objetivos do sistema
Fiscalizar consiste na aplicaccedilatildeo de um conjunto de procedimentos pontuais que permitam o exame dos atos da
administraccedilatildeo puacuteblica visando avaliar a execuccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas atuando sobre os resultados efetivos dos pro-
gramas governamentais
54 O Controle Interno
Com previsatildeo desde 1964 (art 76 da Lei 432064 - Lei da Contabilidade Puacuteblica) foi levado agrave regras constitu-
cional em 05 de outubro de 1988 na Carta Maior (art 74) e reforccedilado pela Lei Complementar 1012000(LRF art 54 e
59) mas soacute implementado no Paranaacute a partir de 2008 com a exigecircncia pelo TCE que assim se manifestou a respeito
ldquoO sistema de controle interno eacute o agente de orientaccedilatildeo e integraccedilatildeo dos controles administrativos das enti-
dades componentes da estrutura organizacional e de apoio ao controle externo
Tem por objetivos principais a avaliaccedilatildeo do cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual e a execu-
ccedilatildeo dos programas constantes da LDO e na Lei Orccedilamentaacuteria Anual assegurar a observacircncia das normas e regula-
mentos e assim a legalidade dos atos avaliando os resultados no que se refere agrave eficaacutecia e eficiecircncia da gestatildeo orccedila-
mentaacuteria financeira e patrimonial da administraccedilatildeo
Sua funccedilatildeo inclui a diligecircncia no acompanhar dos procedimentos da administraccedilatildeo e na orientaccedilatildeo do ges-
tor acerca de eventuais desvios de rota e para evitar riscos iminentes que possam provocar danos ao patrimocircnio e agrave
gestatildeo
Juntamente com a contabilidade o controle interno deve velar pelo atendimento das agendas de obrigaccedilotildees
pela certeza do cumprimento dos limites legais seja de pisos de investimentos miacutenimos ou tetos para gastos maacutexi-
mos pela verdade das informaccedilotildees levadas a puacuteblico em face da LRF e suas determinaccedilotildees de transparecircncia da Lei
da Informaccedilatildeo e da proacutepria Lei nordm 432064
Os resultados satisfatoacuterios e sem sobressaltos especialmente em processo de transiccedilatildeo de mandato acentuam
que o controle interno desempenhou seu papel com efetividade e compromisso com a Entidade
O principal embaraccedilo que se tem percebido no processo de estruturaccedilatildeo do controle interno tem ocorrido na
montagem da equipe de trabalho especialmente a natildeo disponibilidade de profissionais com preparo teacutecnico
Existem pequenas prefeituras e cacircmaras municipais onde se verifica ateacute mesmo a simples falta de pessoal
sem atributosrdquoManual de Final de mandato ndash 2012
55 O controle Externo
O controle externo dos poderes municipais ( Executivo e Legislativo) eacute realizado direta e formalmente pelo
Tribunal de Contas que aleacutem de exigir a prestaccedilatildeo de contas anual ainda verifica a lisura e regularidade dos atos e accedilotildees
que envolvam a administraccedilatildeo dos bens e recursos puacuteblicos
A Lei Orgacircnica do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute (LC 1132005) indica que no papel de apoiador do
Poder Legislativo Municipal no controle externo a Corte Administrativa tem a seguinte competecircncia
ldquoArt 1ordm Ao Tribunal de Contas do Estado oacutergatildeo constitucional de controle externo com sede na Capital do Estado
compete nos termos da Constituiccedilatildeo Estadual e na forma estabelecida nesta lei
II ndash julgar as contas dos chefes dos oacutergatildeos do Poder Legislativo estadual e municipal do Poder Judiciaacuterio do Minis-
teacuterio Puacuteblico e deste Tribunalrdquo
Todavia por certo que existem outros oacutergatildeos que de forma indireta realizam o controle externo do poder puacuteblico muni-
cipal como o Ministeacuterio Puacuteblico o Judiciaacuterio e os Observatoacuterios sociais
Eacute posiccedilatildeo paciacutefica entre os estudiosos da Administraccedilatildeo Puacuteblica no mundo que o mais eficiente instrumento de
controle da ldquocoisa puacuteblicardquo eacute a transparecircncia
Pois se o povo acompanha atos e accedilotildees do governo e do governante tanto estes evitam as irregularidades por
temerem o que vai a puacuteblico quanto agravequeles podem julgar com maior facilidade a atuaccedilatildeo de suas lideranccedilas
6 Transparecircncia Puacuteblica no Brasil
Desde o nascimento de nossa paacutetria em 22 de abril de 1500 a populaccedilatildeo jamais teve acesso aacutes formas de utili-
zaccedilatildeo dos bens puacuteblicos e de administraccedilatildeo dos recursos financeiros arrecadados do proacuteprio povo
Tanto a monarquia (ateacute 14 de novembro de 1889) quanto no governo civil que comanda o paiacutes de laacute pra caacute pra-
ticamente todos os gestores natildeo tinham a obrigaccedilatildeo ou o costume de prestar contas de seus atos
Eacute certo que o faziam mas de forma geneacuterica apenas para oacutergatildeos de controle
O povo (contribuinte direta ou indiretamente) natildeo conseguia individualmente saber do que se passava no acircmbi-
to dos Poderes da naccedilatildeo
No entanto com o advento da globalizaccedilatildeo e da evoluccedilatildeo raacutepida e espetacular das tecnologias de comunicaccedilatildeo
houve tambeacutem um grande avanccedilo nos direitos dos cidadatildeos
Aqui no Brasil apoacutes a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 muito se conquistou desses direitos
A proacutepria Carta Magna reservou uma lista grande de direitos e garantias individuais e coletivas (em especial
nos art 5ordm 6ordm e 7ordm)
De toda forma criando verdadeiro divisor na histoacuteria do Brasil a nossa CF88 acendeu nos nacionais o desejo
de conhecer de perto e participar da vida do paiacutes
Mais que isto passou a discutir os seus direitos enquanto membros da naccedilatildeo
Representados no governo tanto nas casas legislativas quanto nos demais poderes (Executivo e Judiciaacuterio)
passamos a conquistar espaccedilo e elaborar instrumentos que exigem (forccedilam) os gestores a dar transparecircncia em sua atua-
ccedilatildeo
Dentre esses instrumentos podemos citar a Lei de Responsabilidade Fiscal que desde o seu nascimento (em
2000) jaacute previa certas obrigaccedilotildees aos governantes para levar ao povo o conhecimento de seus atos e accedilotildees
Mas foi exatamente em 2010 pela Lei Complementar nordm 131 de 27 de maio de 2009 que houve uma implemen-
taccedilatildeo maior da obrigatoriedade de transparecircncia nos meio puacuteblico aplicando-se inclusive regras especiacuteficas sobre a
divulgaccedilatildeo tecnoloacutegica via internet
Com isso desencadeou no Brasil em todos os oacutergatildeos puacuteblicos a obrigaccedilatildeo de publicar mais amplamente as in-
formaccedilotildees que poderiam ter o interesse puacuteblico
Essa eacute a chamada Transparecircncia Ativa pois independentemente de algueacutem solicitar o oacutergatildeo puacuteblico tem a o-
brigaccedilatildeo de divulgar
E diga-se mais
A divulgaccedilatildeo (publicaccedilatildeo) deveraacute ser eficiente e eficaz
Ou seja
O canal disponibilizado deveraacute ser de boa qualidade permitindo o acesso de forma raacutepida e faacutecil e evitando os
subterfuacutegios (mesmo que da tecnologia) para esconder dados e informaccedilotildees
A Lei Complementar Federal nordm 1012000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) exige
que ocorram publicaccedilotildees trimestrais
7 Publicidade Oficial Obrigatoacuteria
Por certo que a fonte primeira para propiciar o controle eacute a publicidade
A princiacutepio publicidade significa ldquolevar a puacuteblicordquo mais no sentido de obediecircncia ao ditame constitucional de
divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees do poder puacuteblico
Inclusive a publicidade foi instituiacuteda como um dos 5 (cinco) princiacutepios baacutesicos da Administraccedilatildeo Puacuteblica (art
37 caput da CF)
Eacute que o legislador constituinte entendeu como sendo prioridade a divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees dos governantes
para que o povo (contribuinte-eleitor) acompanhe as atuaccedilotildees dos eleitos bem como com a coisa puacuteblica
Embasadas na Carta Maior da Repuacuteblica muitas leis editadas depois de 1988 criaram obrigaccedilatildeo de publicar cer-
tos atos quando se tratar de recursos puacuteblicos (financeiros patrimoniais funcionais etc)
Os Atos Oficiais de publicaccedilatildeo obrigatoacuteria devem ser divulgados em um uacutenico meio de comunicaccedilatildeo escolhido
por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-tributaccedilatildeo-
orccedilamentaacuteria)
No caso do Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Licitaccedilatildeo
cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
71 Publicidade oficial Facultativa
A CF de 1988 tambeacutem autorizou despesas com a divulgaccedilatildeo de caraacuteter educativo e informativo ou de orienta-
ccedilatildeo social (art 37 sect1ordm)
No entanto de laacute pra caacute muita polecircmica foi gerada discutindo sobre o que poderia se aceitar referente agraves despe-
sas com publicidade
Eacute que a interpretaccedilatildeo anterior impunha uma separaccedilatildeo severa na publicidade oficial entre a obrigatoacuteria e a fa-
cultativa
Entendia-se que a obrigatoacuteria era apenas aquela especificada na lei como a publicaccedilatildeo de atos como leis de-
cretos portarias resoluccedilotildees editais
Quando se divulgava as accedilotildees do poder puacuteblico questionava-se se aquela despesa se enquadrava como educa-
cional de orientaccedilatildeo social ou de informaccedilatildeo exigida (serviccedilos de utilidade puacuteblica)
72 Publicidade Institucional
Poreacutem com a evoluccedilatildeo do conceito e com a crescente demanda do povo sobre a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico e as
accedilotildees governamentais ampliou-se em muito as possibilidades de realizar despesas para esse fim
Portanto aleacutem da publicaccedilatildeo obrigatoacuteria e daquelas enquadradas como ldquoserviccedilos de utilidade puacuteblicardquo passou-
se a entender que o gestor deva divulgar amplamente as atividades de cada oacutergatildeo puacuteblico para manter a populaccedilatildeo por
dentro dos acontecimentos que envolvem recursos dos contribuintes De certo modo essa divulgaccedilatildeo natildeo obrigatoacuteria pode ser considerada como publicidade institucional pois a-
leacutem de informar ao povo sobre as accedilotildees do oacutergatildeo promove este diante da opiniatildeo puacuteblica fortalecendo-o institucional-
mente
E para essa divulgaccedilatildeo o TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contra-
tar serviccedilos de comunicaccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
No caso de contrataccedilatildeo de agecircncias as regras a serem obedecidas deveratildeo ser aquelas da lei federal nordm
122322010 (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
Resumindo as regras do TCEPR para a comunicaccedilatildeo institucional eacute
1- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010 A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO
para julgar a melhor teacutecnica
2- Para contratar os serviccedilos para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocirc-
nico) programa de raacutedio ou TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo ME-
LHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
Insta lembrar tambeacutem que a partir de 2006 o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a publicar
natildeo apenas seus atos oficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de
internet ou outros serviccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
a)- transmissotildees de sessotildees
b)- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
c)- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
a)- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
b)- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
c)- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
d)- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
e)- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
f)- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Lembrando que existem Atos Oficiais que devem ser obrigatoriamente divulgados em um uacutenico meio de co-
municaccedilatildeo escolhido por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-
tributaccedilatildeo-orccedilamentaacuteria)
E atenccedilatildeo
O Oacutergatildeo Oficial nos Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Li-
citaccedilatildeo cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
Vide Acoacuterdatildeo nordm 409760-5 do TJPR e Processo nordm 22972306 do TCEPR no AVA
Inclusive o Municiacutepio poderaacute optar por apenas um Diaacuterio Oficial Eletrocircnico ou este e mais o Diaacuterio Oficial
Impresso segundo o TCEPR (Acoacuterdatildeo nordm 383013)
Aliaacutes o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a partir de 2006 a publicar natildeo apenas seus atos o-
ficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de internet ou outros servi-
ccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
- transmissotildees de sessotildees
- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Atenccedilatildeo de novo
A lei federal nordm 122322010 criou regras especiacuteficas para a contrataccedilatildeo de serviccedilos de publicidade prestados
por intermeacutedio de agecircncias de propaganda (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
O TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contratar serviccedilos de comuni-
caccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
Resumindo
a)- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010
A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO pa-
ra julgar a melhor teacutecnica
b)- O TCEPR tem se posicionado (vide acoacuterdatildeo 3082012 no AVA) no sentido de que a contrataccedilatildeo dos serviccedilos
para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocircnico) programa de raacutedio ou
TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo MELHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
8 Prestaccedilatildeo de Contas
Sendo mais um dos elementos da Transparecircncia e consequentemente do Controle a Prestaccedilatildeo de Contas enseja
dar conhecimento ao contribuinte do que o gestor faz com os recursos puacuteblicos
Seguindo a evoluccedilatildeo social humana sobretudo apoacutes a identificaccedilatildeo da figura do estado moderno (povo territoacute-
rio governo) a exigecircncia de os governantes ou particulares dar satisfaccedilatildeo aos contribuintes sobre o uso e aplicaccedilatildeo dos
recursos puacuteblicos (financeiros e de bens) tem crescido mais e mais
Jaacute na Declaraccedilatildeo dos Direitos do Homem e do Cidadatildeo elaborada e aceita por muitos povos na era da Revolu-
ccedilatildeo Francesa (1789) consta essa exigecircncia
ldquoArt 15 ndash A Sociedade tem o Direito de pedir conta a todo agente puacuteblico de sua administraccedilatildeordquo
Segundo o texto divulgado no site do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute
ldquoA Prestaccedilatildeo de Contas eacute dever constitucional dos que utilizam arrecadam guardam gerenciam ou administram
dinheiros bens e valores puacuteblicosrdquo
httpwww1tceprgovbrconteudoprestacao-de-contas-municipios214
Resumindo
Com a publicidade e a prestaccedilatildeo de contas ocorre transparecircncia na gestatildeo puacuteblica promovendopermitindo
melhor controle da coisa puacuteblica
Todos satildeo interligados
Bom Estudo
Controle
Transparecircncia
Publicidade
Prestaccedilatildeo de Contas
Fiscalizar consiste na aplicaccedilatildeo de um conjunto de procedimentos pontuais que permitam o exame dos atos da
administraccedilatildeo puacuteblica visando avaliar a execuccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas atuando sobre os resultados efetivos dos pro-
gramas governamentais
54 O Controle Interno
Com previsatildeo desde 1964 (art 76 da Lei 432064 - Lei da Contabilidade Puacuteblica) foi levado agrave regras constitu-
cional em 05 de outubro de 1988 na Carta Maior (art 74) e reforccedilado pela Lei Complementar 1012000(LRF art 54 e
59) mas soacute implementado no Paranaacute a partir de 2008 com a exigecircncia pelo TCE que assim se manifestou a respeito
ldquoO sistema de controle interno eacute o agente de orientaccedilatildeo e integraccedilatildeo dos controles administrativos das enti-
dades componentes da estrutura organizacional e de apoio ao controle externo
Tem por objetivos principais a avaliaccedilatildeo do cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual e a execu-
ccedilatildeo dos programas constantes da LDO e na Lei Orccedilamentaacuteria Anual assegurar a observacircncia das normas e regula-
mentos e assim a legalidade dos atos avaliando os resultados no que se refere agrave eficaacutecia e eficiecircncia da gestatildeo orccedila-
mentaacuteria financeira e patrimonial da administraccedilatildeo
Sua funccedilatildeo inclui a diligecircncia no acompanhar dos procedimentos da administraccedilatildeo e na orientaccedilatildeo do ges-
tor acerca de eventuais desvios de rota e para evitar riscos iminentes que possam provocar danos ao patrimocircnio e agrave
gestatildeo
Juntamente com a contabilidade o controle interno deve velar pelo atendimento das agendas de obrigaccedilotildees
pela certeza do cumprimento dos limites legais seja de pisos de investimentos miacutenimos ou tetos para gastos maacutexi-
mos pela verdade das informaccedilotildees levadas a puacuteblico em face da LRF e suas determinaccedilotildees de transparecircncia da Lei
da Informaccedilatildeo e da proacutepria Lei nordm 432064
Os resultados satisfatoacuterios e sem sobressaltos especialmente em processo de transiccedilatildeo de mandato acentuam
que o controle interno desempenhou seu papel com efetividade e compromisso com a Entidade
O principal embaraccedilo que se tem percebido no processo de estruturaccedilatildeo do controle interno tem ocorrido na
montagem da equipe de trabalho especialmente a natildeo disponibilidade de profissionais com preparo teacutecnico
Existem pequenas prefeituras e cacircmaras municipais onde se verifica ateacute mesmo a simples falta de pessoal
sem atributosrdquoManual de Final de mandato ndash 2012
55 O controle Externo
O controle externo dos poderes municipais ( Executivo e Legislativo) eacute realizado direta e formalmente pelo
Tribunal de Contas que aleacutem de exigir a prestaccedilatildeo de contas anual ainda verifica a lisura e regularidade dos atos e accedilotildees
que envolvam a administraccedilatildeo dos bens e recursos puacuteblicos
A Lei Orgacircnica do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute (LC 1132005) indica que no papel de apoiador do
Poder Legislativo Municipal no controle externo a Corte Administrativa tem a seguinte competecircncia
ldquoArt 1ordm Ao Tribunal de Contas do Estado oacutergatildeo constitucional de controle externo com sede na Capital do Estado
compete nos termos da Constituiccedilatildeo Estadual e na forma estabelecida nesta lei
II ndash julgar as contas dos chefes dos oacutergatildeos do Poder Legislativo estadual e municipal do Poder Judiciaacuterio do Minis-
teacuterio Puacuteblico e deste Tribunalrdquo
Todavia por certo que existem outros oacutergatildeos que de forma indireta realizam o controle externo do poder puacuteblico muni-
cipal como o Ministeacuterio Puacuteblico o Judiciaacuterio e os Observatoacuterios sociais
Eacute posiccedilatildeo paciacutefica entre os estudiosos da Administraccedilatildeo Puacuteblica no mundo que o mais eficiente instrumento de
controle da ldquocoisa puacuteblicardquo eacute a transparecircncia
Pois se o povo acompanha atos e accedilotildees do governo e do governante tanto estes evitam as irregularidades por
temerem o que vai a puacuteblico quanto agravequeles podem julgar com maior facilidade a atuaccedilatildeo de suas lideranccedilas
6 Transparecircncia Puacuteblica no Brasil
Desde o nascimento de nossa paacutetria em 22 de abril de 1500 a populaccedilatildeo jamais teve acesso aacutes formas de utili-
zaccedilatildeo dos bens puacuteblicos e de administraccedilatildeo dos recursos financeiros arrecadados do proacuteprio povo
Tanto a monarquia (ateacute 14 de novembro de 1889) quanto no governo civil que comanda o paiacutes de laacute pra caacute pra-
ticamente todos os gestores natildeo tinham a obrigaccedilatildeo ou o costume de prestar contas de seus atos
Eacute certo que o faziam mas de forma geneacuterica apenas para oacutergatildeos de controle
O povo (contribuinte direta ou indiretamente) natildeo conseguia individualmente saber do que se passava no acircmbi-
to dos Poderes da naccedilatildeo
No entanto com o advento da globalizaccedilatildeo e da evoluccedilatildeo raacutepida e espetacular das tecnologias de comunicaccedilatildeo
houve tambeacutem um grande avanccedilo nos direitos dos cidadatildeos
Aqui no Brasil apoacutes a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 muito se conquistou desses direitos
A proacutepria Carta Magna reservou uma lista grande de direitos e garantias individuais e coletivas (em especial
nos art 5ordm 6ordm e 7ordm)
De toda forma criando verdadeiro divisor na histoacuteria do Brasil a nossa CF88 acendeu nos nacionais o desejo
de conhecer de perto e participar da vida do paiacutes
Mais que isto passou a discutir os seus direitos enquanto membros da naccedilatildeo
Representados no governo tanto nas casas legislativas quanto nos demais poderes (Executivo e Judiciaacuterio)
passamos a conquistar espaccedilo e elaborar instrumentos que exigem (forccedilam) os gestores a dar transparecircncia em sua atua-
ccedilatildeo
Dentre esses instrumentos podemos citar a Lei de Responsabilidade Fiscal que desde o seu nascimento (em
2000) jaacute previa certas obrigaccedilotildees aos governantes para levar ao povo o conhecimento de seus atos e accedilotildees
Mas foi exatamente em 2010 pela Lei Complementar nordm 131 de 27 de maio de 2009 que houve uma implemen-
taccedilatildeo maior da obrigatoriedade de transparecircncia nos meio puacuteblico aplicando-se inclusive regras especiacuteficas sobre a
divulgaccedilatildeo tecnoloacutegica via internet
Com isso desencadeou no Brasil em todos os oacutergatildeos puacuteblicos a obrigaccedilatildeo de publicar mais amplamente as in-
formaccedilotildees que poderiam ter o interesse puacuteblico
Essa eacute a chamada Transparecircncia Ativa pois independentemente de algueacutem solicitar o oacutergatildeo puacuteblico tem a o-
brigaccedilatildeo de divulgar
E diga-se mais
A divulgaccedilatildeo (publicaccedilatildeo) deveraacute ser eficiente e eficaz
Ou seja
O canal disponibilizado deveraacute ser de boa qualidade permitindo o acesso de forma raacutepida e faacutecil e evitando os
subterfuacutegios (mesmo que da tecnologia) para esconder dados e informaccedilotildees
A Lei Complementar Federal nordm 1012000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) exige
que ocorram publicaccedilotildees trimestrais
7 Publicidade Oficial Obrigatoacuteria
Por certo que a fonte primeira para propiciar o controle eacute a publicidade
A princiacutepio publicidade significa ldquolevar a puacuteblicordquo mais no sentido de obediecircncia ao ditame constitucional de
divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees do poder puacuteblico
Inclusive a publicidade foi instituiacuteda como um dos 5 (cinco) princiacutepios baacutesicos da Administraccedilatildeo Puacuteblica (art
37 caput da CF)
Eacute que o legislador constituinte entendeu como sendo prioridade a divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees dos governantes
para que o povo (contribuinte-eleitor) acompanhe as atuaccedilotildees dos eleitos bem como com a coisa puacuteblica
Embasadas na Carta Maior da Repuacuteblica muitas leis editadas depois de 1988 criaram obrigaccedilatildeo de publicar cer-
tos atos quando se tratar de recursos puacuteblicos (financeiros patrimoniais funcionais etc)
Os Atos Oficiais de publicaccedilatildeo obrigatoacuteria devem ser divulgados em um uacutenico meio de comunicaccedilatildeo escolhido
por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-tributaccedilatildeo-
orccedilamentaacuteria)
No caso do Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Licitaccedilatildeo
cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
71 Publicidade oficial Facultativa
A CF de 1988 tambeacutem autorizou despesas com a divulgaccedilatildeo de caraacuteter educativo e informativo ou de orienta-
ccedilatildeo social (art 37 sect1ordm)
No entanto de laacute pra caacute muita polecircmica foi gerada discutindo sobre o que poderia se aceitar referente agraves despe-
sas com publicidade
Eacute que a interpretaccedilatildeo anterior impunha uma separaccedilatildeo severa na publicidade oficial entre a obrigatoacuteria e a fa-
cultativa
Entendia-se que a obrigatoacuteria era apenas aquela especificada na lei como a publicaccedilatildeo de atos como leis de-
cretos portarias resoluccedilotildees editais
Quando se divulgava as accedilotildees do poder puacuteblico questionava-se se aquela despesa se enquadrava como educa-
cional de orientaccedilatildeo social ou de informaccedilatildeo exigida (serviccedilos de utilidade puacuteblica)
72 Publicidade Institucional
Poreacutem com a evoluccedilatildeo do conceito e com a crescente demanda do povo sobre a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico e as
accedilotildees governamentais ampliou-se em muito as possibilidades de realizar despesas para esse fim
Portanto aleacutem da publicaccedilatildeo obrigatoacuteria e daquelas enquadradas como ldquoserviccedilos de utilidade puacuteblicardquo passou-
se a entender que o gestor deva divulgar amplamente as atividades de cada oacutergatildeo puacuteblico para manter a populaccedilatildeo por
dentro dos acontecimentos que envolvem recursos dos contribuintes De certo modo essa divulgaccedilatildeo natildeo obrigatoacuteria pode ser considerada como publicidade institucional pois a-
leacutem de informar ao povo sobre as accedilotildees do oacutergatildeo promove este diante da opiniatildeo puacuteblica fortalecendo-o institucional-
mente
E para essa divulgaccedilatildeo o TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contra-
tar serviccedilos de comunicaccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
No caso de contrataccedilatildeo de agecircncias as regras a serem obedecidas deveratildeo ser aquelas da lei federal nordm
122322010 (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
Resumindo as regras do TCEPR para a comunicaccedilatildeo institucional eacute
1- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010 A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO
para julgar a melhor teacutecnica
2- Para contratar os serviccedilos para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocirc-
nico) programa de raacutedio ou TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo ME-
LHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
Insta lembrar tambeacutem que a partir de 2006 o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a publicar
natildeo apenas seus atos oficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de
internet ou outros serviccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
a)- transmissotildees de sessotildees
b)- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
c)- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
a)- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
b)- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
c)- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
d)- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
e)- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
f)- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Lembrando que existem Atos Oficiais que devem ser obrigatoriamente divulgados em um uacutenico meio de co-
municaccedilatildeo escolhido por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-
tributaccedilatildeo-orccedilamentaacuteria)
E atenccedilatildeo
O Oacutergatildeo Oficial nos Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Li-
citaccedilatildeo cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
Vide Acoacuterdatildeo nordm 409760-5 do TJPR e Processo nordm 22972306 do TCEPR no AVA
Inclusive o Municiacutepio poderaacute optar por apenas um Diaacuterio Oficial Eletrocircnico ou este e mais o Diaacuterio Oficial
Impresso segundo o TCEPR (Acoacuterdatildeo nordm 383013)
Aliaacutes o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a partir de 2006 a publicar natildeo apenas seus atos o-
ficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de internet ou outros servi-
ccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
- transmissotildees de sessotildees
- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Atenccedilatildeo de novo
A lei federal nordm 122322010 criou regras especiacuteficas para a contrataccedilatildeo de serviccedilos de publicidade prestados
por intermeacutedio de agecircncias de propaganda (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
O TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contratar serviccedilos de comuni-
caccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
Resumindo
a)- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010
A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO pa-
ra julgar a melhor teacutecnica
b)- O TCEPR tem se posicionado (vide acoacuterdatildeo 3082012 no AVA) no sentido de que a contrataccedilatildeo dos serviccedilos
para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocircnico) programa de raacutedio ou
TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo MELHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
8 Prestaccedilatildeo de Contas
Sendo mais um dos elementos da Transparecircncia e consequentemente do Controle a Prestaccedilatildeo de Contas enseja
dar conhecimento ao contribuinte do que o gestor faz com os recursos puacuteblicos
Seguindo a evoluccedilatildeo social humana sobretudo apoacutes a identificaccedilatildeo da figura do estado moderno (povo territoacute-
rio governo) a exigecircncia de os governantes ou particulares dar satisfaccedilatildeo aos contribuintes sobre o uso e aplicaccedilatildeo dos
recursos puacuteblicos (financeiros e de bens) tem crescido mais e mais
Jaacute na Declaraccedilatildeo dos Direitos do Homem e do Cidadatildeo elaborada e aceita por muitos povos na era da Revolu-
ccedilatildeo Francesa (1789) consta essa exigecircncia
ldquoArt 15 ndash A Sociedade tem o Direito de pedir conta a todo agente puacuteblico de sua administraccedilatildeordquo
Segundo o texto divulgado no site do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute
ldquoA Prestaccedilatildeo de Contas eacute dever constitucional dos que utilizam arrecadam guardam gerenciam ou administram
dinheiros bens e valores puacuteblicosrdquo
httpwww1tceprgovbrconteudoprestacao-de-contas-municipios214
Resumindo
Com a publicidade e a prestaccedilatildeo de contas ocorre transparecircncia na gestatildeo puacuteblica promovendopermitindo
melhor controle da coisa puacuteblica
Todos satildeo interligados
Bom Estudo
Controle
Transparecircncia
Publicidade
Prestaccedilatildeo de Contas
Representados no governo tanto nas casas legislativas quanto nos demais poderes (Executivo e Judiciaacuterio)
passamos a conquistar espaccedilo e elaborar instrumentos que exigem (forccedilam) os gestores a dar transparecircncia em sua atua-
ccedilatildeo
Dentre esses instrumentos podemos citar a Lei de Responsabilidade Fiscal que desde o seu nascimento (em
2000) jaacute previa certas obrigaccedilotildees aos governantes para levar ao povo o conhecimento de seus atos e accedilotildees
Mas foi exatamente em 2010 pela Lei Complementar nordm 131 de 27 de maio de 2009 que houve uma implemen-
taccedilatildeo maior da obrigatoriedade de transparecircncia nos meio puacuteblico aplicando-se inclusive regras especiacuteficas sobre a
divulgaccedilatildeo tecnoloacutegica via internet
Com isso desencadeou no Brasil em todos os oacutergatildeos puacuteblicos a obrigaccedilatildeo de publicar mais amplamente as in-
formaccedilotildees que poderiam ter o interesse puacuteblico
Essa eacute a chamada Transparecircncia Ativa pois independentemente de algueacutem solicitar o oacutergatildeo puacuteblico tem a o-
brigaccedilatildeo de divulgar
E diga-se mais
A divulgaccedilatildeo (publicaccedilatildeo) deveraacute ser eficiente e eficaz
Ou seja
O canal disponibilizado deveraacute ser de boa qualidade permitindo o acesso de forma raacutepida e faacutecil e evitando os
subterfuacutegios (mesmo que da tecnologia) para esconder dados e informaccedilotildees
A Lei Complementar Federal nordm 1012000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) exige
que ocorram publicaccedilotildees trimestrais
7 Publicidade Oficial Obrigatoacuteria
Por certo que a fonte primeira para propiciar o controle eacute a publicidade
A princiacutepio publicidade significa ldquolevar a puacuteblicordquo mais no sentido de obediecircncia ao ditame constitucional de
divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees do poder puacuteblico
Inclusive a publicidade foi instituiacuteda como um dos 5 (cinco) princiacutepios baacutesicos da Administraccedilatildeo Puacuteblica (art
37 caput da CF)
Eacute que o legislador constituinte entendeu como sendo prioridade a divulgaccedilatildeo dos atos e accedilotildees dos governantes
para que o povo (contribuinte-eleitor) acompanhe as atuaccedilotildees dos eleitos bem como com a coisa puacuteblica
Embasadas na Carta Maior da Repuacuteblica muitas leis editadas depois de 1988 criaram obrigaccedilatildeo de publicar cer-
tos atos quando se tratar de recursos puacuteblicos (financeiros patrimoniais funcionais etc)
Os Atos Oficiais de publicaccedilatildeo obrigatoacuteria devem ser divulgados em um uacutenico meio de comunicaccedilatildeo escolhido
por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-tributaccedilatildeo-
orccedilamentaacuteria)
No caso do Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Licitaccedilatildeo
cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
71 Publicidade oficial Facultativa
A CF de 1988 tambeacutem autorizou despesas com a divulgaccedilatildeo de caraacuteter educativo e informativo ou de orienta-
ccedilatildeo social (art 37 sect1ordm)
No entanto de laacute pra caacute muita polecircmica foi gerada discutindo sobre o que poderia se aceitar referente agraves despe-
sas com publicidade
Eacute que a interpretaccedilatildeo anterior impunha uma separaccedilatildeo severa na publicidade oficial entre a obrigatoacuteria e a fa-
cultativa
Entendia-se que a obrigatoacuteria era apenas aquela especificada na lei como a publicaccedilatildeo de atos como leis de-
cretos portarias resoluccedilotildees editais
Quando se divulgava as accedilotildees do poder puacuteblico questionava-se se aquela despesa se enquadrava como educa-
cional de orientaccedilatildeo social ou de informaccedilatildeo exigida (serviccedilos de utilidade puacuteblica)
72 Publicidade Institucional
Poreacutem com a evoluccedilatildeo do conceito e com a crescente demanda do povo sobre a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico e as
accedilotildees governamentais ampliou-se em muito as possibilidades de realizar despesas para esse fim
Portanto aleacutem da publicaccedilatildeo obrigatoacuteria e daquelas enquadradas como ldquoserviccedilos de utilidade puacuteblicardquo passou-
se a entender que o gestor deva divulgar amplamente as atividades de cada oacutergatildeo puacuteblico para manter a populaccedilatildeo por
dentro dos acontecimentos que envolvem recursos dos contribuintes De certo modo essa divulgaccedilatildeo natildeo obrigatoacuteria pode ser considerada como publicidade institucional pois a-
leacutem de informar ao povo sobre as accedilotildees do oacutergatildeo promove este diante da opiniatildeo puacuteblica fortalecendo-o institucional-
mente
E para essa divulgaccedilatildeo o TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contra-
tar serviccedilos de comunicaccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
No caso de contrataccedilatildeo de agecircncias as regras a serem obedecidas deveratildeo ser aquelas da lei federal nordm
122322010 (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
Resumindo as regras do TCEPR para a comunicaccedilatildeo institucional eacute
1- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010 A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO
para julgar a melhor teacutecnica
2- Para contratar os serviccedilos para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocirc-
nico) programa de raacutedio ou TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo ME-
LHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
Insta lembrar tambeacutem que a partir de 2006 o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a publicar
natildeo apenas seus atos oficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de
internet ou outros serviccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
a)- transmissotildees de sessotildees
b)- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
c)- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
a)- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
b)- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
c)- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
d)- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
e)- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
f)- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Lembrando que existem Atos Oficiais que devem ser obrigatoriamente divulgados em um uacutenico meio de co-
municaccedilatildeo escolhido por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-
tributaccedilatildeo-orccedilamentaacuteria)
E atenccedilatildeo
O Oacutergatildeo Oficial nos Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Li-
citaccedilatildeo cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
Vide Acoacuterdatildeo nordm 409760-5 do TJPR e Processo nordm 22972306 do TCEPR no AVA
Inclusive o Municiacutepio poderaacute optar por apenas um Diaacuterio Oficial Eletrocircnico ou este e mais o Diaacuterio Oficial
Impresso segundo o TCEPR (Acoacuterdatildeo nordm 383013)
Aliaacutes o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a partir de 2006 a publicar natildeo apenas seus atos o-
ficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de internet ou outros servi-
ccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
- transmissotildees de sessotildees
- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Atenccedilatildeo de novo
A lei federal nordm 122322010 criou regras especiacuteficas para a contrataccedilatildeo de serviccedilos de publicidade prestados
por intermeacutedio de agecircncias de propaganda (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
O TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contratar serviccedilos de comuni-
caccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
Resumindo
a)- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010
A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO pa-
ra julgar a melhor teacutecnica
b)- O TCEPR tem se posicionado (vide acoacuterdatildeo 3082012 no AVA) no sentido de que a contrataccedilatildeo dos serviccedilos
para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocircnico) programa de raacutedio ou
TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo MELHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
8 Prestaccedilatildeo de Contas
Sendo mais um dos elementos da Transparecircncia e consequentemente do Controle a Prestaccedilatildeo de Contas enseja
dar conhecimento ao contribuinte do que o gestor faz com os recursos puacuteblicos
Seguindo a evoluccedilatildeo social humana sobretudo apoacutes a identificaccedilatildeo da figura do estado moderno (povo territoacute-
rio governo) a exigecircncia de os governantes ou particulares dar satisfaccedilatildeo aos contribuintes sobre o uso e aplicaccedilatildeo dos
recursos puacuteblicos (financeiros e de bens) tem crescido mais e mais
Jaacute na Declaraccedilatildeo dos Direitos do Homem e do Cidadatildeo elaborada e aceita por muitos povos na era da Revolu-
ccedilatildeo Francesa (1789) consta essa exigecircncia
ldquoArt 15 ndash A Sociedade tem o Direito de pedir conta a todo agente puacuteblico de sua administraccedilatildeordquo
Segundo o texto divulgado no site do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute
ldquoA Prestaccedilatildeo de Contas eacute dever constitucional dos que utilizam arrecadam guardam gerenciam ou administram
dinheiros bens e valores puacuteblicosrdquo
httpwww1tceprgovbrconteudoprestacao-de-contas-municipios214
Resumindo
Com a publicidade e a prestaccedilatildeo de contas ocorre transparecircncia na gestatildeo puacuteblica promovendopermitindo
melhor controle da coisa puacuteblica
Todos satildeo interligados
Bom Estudo
Controle
Transparecircncia
Publicidade
Prestaccedilatildeo de Contas
1- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010 A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO
para julgar a melhor teacutecnica
2- Para contratar os serviccedilos para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocirc-
nico) programa de raacutedio ou TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo ME-
LHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
Insta lembrar tambeacutem que a partir de 2006 o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a publicar
natildeo apenas seus atos oficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de
internet ou outros serviccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
a)- transmissotildees de sessotildees
b)- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
c)- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
a)- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
b)- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
c)- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
d)- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
e)- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
f)- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Lembrando que existem Atos Oficiais que devem ser obrigatoriamente divulgados em um uacutenico meio de co-
municaccedilatildeo escolhido por cada ente da federaccedilatildeo conforme previsatildeo na legislaccedilatildeo esparsa (licitaccedilotildees-contabilidade-
tributaccedilatildeo-orccedilamentaacuteria)
E atenccedilatildeo
O Oacutergatildeo Oficial nos Municiacutepios deveraacute ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo contratado por Li-
citaccedilatildeo cuja homologaccedilatildeo deveraacute ocorrer apoacutes Autorizaccedilatildeo Legislativa
Vide Acoacuterdatildeo nordm 409760-5 do TJPR e Processo nordm 22972306 do TCEPR no AVA
Inclusive o Municiacutepio poderaacute optar por apenas um Diaacuterio Oficial Eletrocircnico ou este e mais o Diaacuterio Oficial
Impresso segundo o TCEPR (Acoacuterdatildeo nordm 383013)
Aliaacutes o TCEPR passou a autorizar as Cacircmaras Municipais a partir de 2006 a publicar natildeo apenas seus atos o-
ficiais mas tambeacutem a contratar emissoras de Radiodifusatildeo de Televisatildeo a cabo ou de sites de internet ou outros servi-
ccedilos de publicidade e de propaganda (Acoacuterdatildeo 11392006 ndash Prejulgado 02) para divulgar
- transmissotildees de sessotildees
- divulgaccedilatildeo e transmissatildeo de audiecircncias puacuteblicas
- mensagens alusivas a eventos serviccedilos campanhas programas e homenagens a personalidades
Poreacutem instruiu e indicou obediecircncia
- ao planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro da entidade
- princiacutepios constitucionais do caput do art 37 da Magna Carta Federal
- sect1ordm art 37 da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
- as normas contidas na Lei de Licitaccedilotildees - Lei Federal nordm 866693
- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
- indicaccedilotildees da Lei de Imprensa
Atenccedilatildeo de novo
A lei federal nordm 122322010 criou regras especiacuteficas para a contrataccedilatildeo de serviccedilos de publicidade prestados
por intermeacutedio de agecircncias de propaganda (Vide coacutepia da Lei no material eletrocircnico)
O TCEPR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderatildeo contratar serviccedilos de comuni-
caccedilatildeo tanto diretamente quanto por intermeacutedio de agecircncias (de comunicaccedilatildeo ou de publicidade)
Resumindo
a)- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010
A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO pa-
ra julgar a melhor teacutecnica
b)- O TCEPR tem se posicionado (vide acoacuterdatildeo 3082012 no AVA) no sentido de que a contrataccedilatildeo dos serviccedilos
para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocircnico) programa de raacutedio ou
TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo MELHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
8 Prestaccedilatildeo de Contas
Sendo mais um dos elementos da Transparecircncia e consequentemente do Controle a Prestaccedilatildeo de Contas enseja
dar conhecimento ao contribuinte do que o gestor faz com os recursos puacuteblicos
Seguindo a evoluccedilatildeo social humana sobretudo apoacutes a identificaccedilatildeo da figura do estado moderno (povo territoacute-
rio governo) a exigecircncia de os governantes ou particulares dar satisfaccedilatildeo aos contribuintes sobre o uso e aplicaccedilatildeo dos
recursos puacuteblicos (financeiros e de bens) tem crescido mais e mais
Jaacute na Declaraccedilatildeo dos Direitos do Homem e do Cidadatildeo elaborada e aceita por muitos povos na era da Revolu-
ccedilatildeo Francesa (1789) consta essa exigecircncia
ldquoArt 15 ndash A Sociedade tem o Direito de pedir conta a todo agente puacuteblico de sua administraccedilatildeordquo
Segundo o texto divulgado no site do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute
ldquoA Prestaccedilatildeo de Contas eacute dever constitucional dos que utilizam arrecadam guardam gerenciam ou administram
dinheiros bens e valores puacuteblicosrdquo
httpwww1tceprgovbrconteudoprestacao-de-contas-municipios214
Resumindo
Com a publicidade e a prestaccedilatildeo de contas ocorre transparecircncia na gestatildeo puacuteblica promovendopermitindo
melhor controle da coisa puacuteblica
Todos satildeo interligados
Bom Estudo
Controle
Transparecircncia
Publicidade
Prestaccedilatildeo de Contas
a)- Serviccedilos de criaccedilatildeo e administraccedilatildeo da publicidade exigem contrataccedilatildeo de Agecircncia de Comunicaccedilatildeo (ou de
Publicidade) por Licitaccedilatildeo no tipo TEacuteCNICA e PRECcedilO por exigecircncia da Lei nordm 122322010
A Comissatildeo de Licitaccedilatildeo se natildeo possuir conhecimentos teacutecnicos da aacuterea deveraacute nomear SUB-COMISSAtildeO pa-
ra julgar a melhor teacutecnica
b)- O TCEPR tem se posicionado (vide acoacuterdatildeo 3082012 no AVA) no sentido de que a contrataccedilatildeo dos serviccedilos
para objeto especiacutefico como por exemplo para produzir jornal (impresso ou eletrocircnico) programa de raacutedio ou
TV ou outros tipos de comunicaccedilatildeo poderaacute ser feita a licitaccedilatildeo apenas pelo MELHOR PRECcedilO
Mas para isso teraacute que indicar exatamente o tipo do serviccedilo (por ex tamanho do jornal quantas paacuteginas perio-
dicidade etc)
8 Prestaccedilatildeo de Contas
Sendo mais um dos elementos da Transparecircncia e consequentemente do Controle a Prestaccedilatildeo de Contas enseja
dar conhecimento ao contribuinte do que o gestor faz com os recursos puacuteblicos
Seguindo a evoluccedilatildeo social humana sobretudo apoacutes a identificaccedilatildeo da figura do estado moderno (povo territoacute-
rio governo) a exigecircncia de os governantes ou particulares dar satisfaccedilatildeo aos contribuintes sobre o uso e aplicaccedilatildeo dos
recursos puacuteblicos (financeiros e de bens) tem crescido mais e mais
Jaacute na Declaraccedilatildeo dos Direitos do Homem e do Cidadatildeo elaborada e aceita por muitos povos na era da Revolu-
ccedilatildeo Francesa (1789) consta essa exigecircncia
ldquoArt 15 ndash A Sociedade tem o Direito de pedir conta a todo agente puacuteblico de sua administraccedilatildeordquo
Segundo o texto divulgado no site do Tribunal de Contas do Estado do Paranaacute
ldquoA Prestaccedilatildeo de Contas eacute dever constitucional dos que utilizam arrecadam guardam gerenciam ou administram
dinheiros bens e valores puacuteblicosrdquo
httpwww1tceprgovbrconteudoprestacao-de-contas-municipios214
Resumindo
Com a publicidade e a prestaccedilatildeo de contas ocorre transparecircncia na gestatildeo puacuteblica promovendopermitindo
melhor controle da coisa puacuteblica
Todos satildeo interligados
Bom Estudo
Controle
Transparecircncia
Publicidade
Prestaccedilatildeo de Contas