noções de direito constitucional (atualizado) encontro 13

22

Upload: naty-sampaio

Post on 22-Nov-2015

22 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do AlfaCon Concursos Pblicos.

    1 BLOCO ........................................................................................................................................................................................... 2 I. Funes Essenciais a Justia ................................................................................................................................................ 2

    Ministrio Pblico ............................................................................................................................................................... 2 Estrutura Orgnica ............................................................................................................................................................. 3

    2 BLOCO ........................................................................................................................................................................................... 5 I. Continuao de Funes Essenciais a Justia ...................................................................................................................... 5

    Atribuies do Ministrio Pblico ....................................................................................................................................... 5 3 BLOCO ........................................................................................................................................................................................... 9

    I. Funes Essenciais a Justia ................................................................................................................................................ 9 Conselho Nacional do Ministrio Pblico ........................................................................................................................... 9 Princpios Institucionais ................................................................................................................................................... 10

    4 BLOCO ......................................................................................................................................................................................... 12 I. Continuao de Funes Essenciais a Justia .................................................................................................................... 12

    Ministrio Pblico - Garantias .......................................................................................................................................... 12 5 BLOCO ......................................................................................................................................................................................... 16

    I. Continuao de Funes Essenciais a Justia .................................................................................................................... 16 Advocacia Geral da Unio AGU.................................................................................................................................... 16 Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional - PGFN ........................................................................................................... 17 Procuradoria-Geral Federal ............................................................................................................................................. 17 Procuradoria-Geral dos Estados e do Distrito Federal ..................................................................................................... 17 Procuradoria dos Municpios ........................................................................................................................................... 18 Defensoria Pblica ........................................................................................................................................................... 18 Advocacia ........................................................................................................................................................................ 20

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do AlfaCon Concursos Pblicos.

    I. FUNES ESSENCIAIS A JUSTIA

    INTRODUO

    As funes essenciais justia esto previstas expressamente no texto constitucional do artigo 127 ao 135 da Constituio Federal as quais so representadas pelas seguintes instituies:

    Ministrio Pblico Advocacia Pblica Defensoria Pblica Advocacia

    Ao contrrio do que muitos pensam estas instituies no fazem parte do Poder Judicirio, mas desempenham suas funes junto a este poder. Sua atuao essencial ao exerccio jurisdicional, razo pela qual foram classificadas como funes essenciais. Esta necessidade se justifica em razo da impossibilidade de o Judicirio agir de ofcio, ou seja, toda a atuao jurisdicional demanda provocao, a qual ser titularizada por uma destas instituies.

    Estes organismos so representados por agentes pblicos ou privados cuja funo principal provocar a atuao do Poder Judicirio, o qual se mantm inerte e imparcial aguardando o momento certo para agir. So em sua essncia advogados.

    O Ministrio Pblico o advogado da Sociedade, pois conforme prev o caput do artigo 127, incumbe-lhe a tarefa de defender a ordem jurdica, o regime democrtico e os interesses sociais e individuais indisponveis:

    Art. 127 - O Ministrio Pblico instituio permanente, essencial funo jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurdica, do regime democrtico e dos interesses sociais e individuais indisponveis.

    A Advocacia Pblica advoga para o Estado representando os entes pblicos judicial e extrajudicialmente ou mesmo desempenhando atividades de assessoria e consultoria jurdica.

    A Defensoria Pblica tem como atribuio principal advogar para os necessitados. So os defensores pblicos responsveis pela defesa dos hipossuficientes, aqueles que no possuem recursos financeiros para contratarem advogados privados.

    E por ltimo ns temos a Advocacia que pela lgica, privada, formada por advogados particulares os quais so inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil e atuam de forma autnoma e independente dentro dos limites estabelecidos em lei.

    O objetivo desta breve introduo era apresentar a diferena funcional bsica entre as instituies de forma a facilitar o seu estudo que a partir de agora ser mais aprofundado visando possveis questes em provas de concursos pblicos. Ento vamos que vamos anlise das Funes Essenciais Justia.

    MINISTRIO PBLICO

    A compreenso desta instituio inicia-se pela leitura do prprio texto constitucional que prev:

    Art. 127 - O Ministrio Pblico instituio permanente, essencial funo jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurdica, do regime democrtico e dos interesses sociais e individuais indisponveis.

    O Ministrio Pblico uma instituio permanente, de natureza poltica, cujas atribuies possuem natureza administrativa sem que com isso esteja subordinada ao Poder Executivo. Fala-se em uma instituio independente e autnoma aos demais Poderes, motivo pelo qual est posicionada constitucionalmente em captulo a parte na organizao dos poderes como uma funo essencial a justia. Como funo essencial a justia, o Ministrio Pblico responsvel pela provocao do Poder Judicirio em defesa da sociedade quando se tratar de direitos sociais e individuais indisponveis.

    O Ministrio Pblico no Brasil, alm de obedecer s regras constitucionais, tambm regido por duas normas: Lei Complementar n 75/93 e a Lei n 8.625/93 Esta regula o Ministrio Pblico Nacional e aplicvel aos Ministrios Pblicos dos Estados. Aquela especfica para o Ministrio Pblico da Unio. Cada Estado da Federao poder organizar o seu rgo ministerial editando sua prpria Lei orgnica Estadual.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do AlfaCon Concursos Pblicos.

    Neste estudo faremos uma leitura da instituio sob a tica constitucional sem aprofundar nas estruturas lanadas nas referidas leis orgnicas, o que faremos em momento oportuno.

    ESTRUTURA ORGNICA

    Para viabilizar o exerccio de suas funes, a Constituio Federal organizou o Ministrio Pblico no artigo 128:

    Art. 128 - O Ministrio Pblico abrange:

    I. o Ministrio Pblico da Unio, que compreende:

    a) o Ministrio Pblico Federal; b) o Ministrio Pblico do Trabalho; c) o Ministrio Pblico Militar; d) o Ministrio Pblico do Distrito Federal e Territrios;

    II. os Ministrios Pblicos dos Estados.

    Como se pode perceber, o Ministrio Pblico est dividido em Ministrio Pblico da Unio e Ministrio Pblico dos Estados, cada um com sua prpria autonomia organizacional e chefia prpria. O Ministrio Pblico da Unio por sua vez, abrange:

    Ministrio Pblico Federal; Ministrio Pblico do Trabalho; Ministrio Pblico Militar Ministrio Pblico do Distrito Federal e Territrios.

    Muito cuidado com essa classificao, pois o rol taxativo e em prova os examinadores adoram mencionar a existncia de um tal de Ministrio Pblico Eleitoral ao se fazer comparativo com a estrutura do Poder Judicirio. Na organizao do MPU no foi prevista a existncia de Ministrio Pblico com atribuio Eleitoral, funo esta de competncia do Ministrio Pblico Federal e do Ministrio Pblico Estadual conforme prev a Lei Complementar n 75/931.

    Existe ainda o Ministrio Pblico junto ao Tribunal de Contas o qual possui natureza diversa do Ministrio Pblico aqui estudado. Sua organizao est atrelada ao Tribunal de Contas do qual faz parte mas aos seus membros so estendidas as disposies aplicveis aos Membros do Ministrio Pblico:

    Art. 130 - Aos membros do Ministrio Pblico junto aos Tribunais de Contas aplicam-se as disposies desta seo pertinentes a direitos, vedaes e forma de investidura.

    A respeito do Poder Judicirio e das funes essenciais justia, julgue o item a seguir.

    1. Ao Ministrio Pblico (MP), rgo integrante do Poder Executivo, compete a defesa dos direitos individuais e coletivos.

    2. INCORRETO afirmar que se inclui entre as funes essenciais Justia previstas na Constituio da Repblica:

    a) Servidor Pblico b) Ministrio Pblico c) Advocacia Pblica d) Defensoria Pblica

    3. Uma das funes institucionais atribudas pela Constituio da Repblica ao Ministrio Pblico consiste em exercer funes que forem compatveis com sua finalidade de defesa da ordem jurdica e do regime democrtico, tais como a representao judicial e a consultoria jurdica de entidades pblicas, quando necessrias.

    4. Sobre a organizao institucional do Ministrio Pblico, correto afirmar que no abrange o Ministrio Pblico junto ao Tribunal de Contas, que no dispe de fisionomia institucional prpria e - no obstante as expressivas garantias de ordem subjetiva concedidas aos seus membros - se encontra consolidado na intimidade estrutural da Corte de Contas.

    1 Artigo 72 a 80 da LC n 75/93.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do AlfaCon Concursos Pblicos.

    5. O Ministrio Pblico da Unio NO abrange o Ministrio Pblico

    a) Federal b) Eleitoral c) Militar d) Do Trabalho

    GABARITO

    1 - ERRADO 2 - A 3 - ERRADO 4 - CORRETO 5 - B

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do AlfaCon Concursos Pblicos.

    I. CONTINUAO DE FUNES ESSENCIAIS A JUSTIA

    ATRIBUIES DO MINISTRIO PBLICO

    Suas atribuies se apoiam na defesa da ordem jurdica, do regime democrtico e dos interesses sociais e individuais indisponveis. um verdadeiro defensor da sociedade e fiscal dos poderes pblicos. Em rol meramente exemplificativo, a Constituio previu como funes institucionais o artigo 129:

    Art. 129 - So funes institucionais do Ministrio Pblico:

    I. promover, privativamente, a ao penal pblica, na forma da lei; II. zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Pblicos e dos servios de relevncia pblica aos

    direitos assegurados nesta Constituio, promovendo as medidas necessrias a sua garantia;

    III. promover o inqurito civil e a ao civil pblica, para a proteo do patrimnio pblico e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;

    IV. promover a ao de inconstitucionalidade ou representao para fins de interveno da Unio e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituio;

    V. defender judicialmente os direitos e interesses das populaes indgenas; VI. expedir notificaes nos procedimentos administrativos de sua competncia, requisitando

    informaes e documentos para instru-los, na forma da lei complementar respectiva; VII. exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada

    no artigo anterior; VIII. requisitar diligncias investigatrias e a instaurao de inqurito policial, indicados os

    fundamentos jurdicos de suas manifestaes processuais; IX. exercer outras funes que lhe forem conferidas, desde que compatveis com sua

    finalidade, sendo-lhe vedada a representao judicial e a consultoria jurdica de entidades pblicas.

    1 - A legitimao do Ministrio Pblico para as aes civis previstas neste artigo no impede a de terceiros, nas mesmas hipteses, segundo o disposto nesta Constituio e na lei. 2 - As funes do Ministrio Pblico s podem ser exercidas por integrantes da carreira, que devero residir na comarca da respectiva lotao, salvo autorizao do chefe da instituio. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 45, de 2004) 3 - O ingresso na carreira do Ministrio Pblico far-se- mediante concurso pblico de provas e ttulos, assegurada a participao da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realizao, exigindo-se do bacharel em direito, no mnimo, trs anos de atividade jurdica e observando-se, nas nomeaes, a ordem de classificao. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 45, de 2004) 4 - Aplica-se ao Ministrio Pblico, no que couber, o disposto no art. 93. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 45, de 2004) 5 - A distribuio de processos no Ministrio Pblico ser imediata. (Includo pela Emenda Constitucional n 45, de 2004)

    No desempenho das suas funes institucionais, algumas caractersticas foram previstas pela Constituio as quais so muito importantes para sua prova. Os 2 e 3 afirmam que as funes do Ministrio Pbico s podem ser exercidas por integrantes da carreira, ou seja, por Membros aprovados em concurso pblico de provas e ttulos, assegurada a participao da OAB durante a sua realizao, dos quais so exigidos os seguintes requisitos:

    Ser bacharel em direito; Possuir no mnimo trs anos de atividade jurdica.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do AlfaCon Concursos Pblicos.

    Em relao atividade jurdica deve-se salientar a regulamentao feita pela Resoluo n 40 do Conselho Nacional do Ministrio Pblico, a qual prev, dentre outras atividades, o exerccio da advocacia ou de cargo, funo e emprego que exija a utilizao preponderante de conhecimentos jurdicos, ou at mesmo a realizao de cursos de ps-graduao dentro dos parmetros estabelecidos pela referida Resoluo. Importante lembrar que este requisito dever ser comprovado no momento da investidura no cargo, ou seja, na posse2, depois de finalizadas todas as fases do concurso.

    A Constituio exige ainda que o Membro do Ministrio Pblico resida na comarca de lotao, salvo quando houver autorizao do chefe da Instituio. Em razo da semelhana e importncia com a carreira da magistratura, a Constituio previu expressamente a aplicao do artigo 93 aos membros do Ministrio Pblico, no que for compatvel com a carreira. E por fim, determina que a distribuio dos processos aos rgos ministeriais seja feita de forma imediata.

    No mbito de suas atribuies algumas funes merecem destaque:

    TITULAR DA AO PENAL PBLICA

    Segundo o inciso I do artigo 129, compete ao Ministrio Pblico promover, privativamente, a ao penal pblica, na forma da lei. A doutrina classifica este dispositivo como espcie de norma de eficcia contida possuindo aplicabilidade direta e imediata, permitida a regulamentao por lei.

    Esta competncia corroborada pela possibilidade de requisio de diligncias investigatrias e da instaurao de inqurito policial para que o rgo ministerial formule sua convico sobre o ilcito penal a qual est prevista no inciso VIII do artigo 129.

    Esta exclusividade conferida pela Constituio Federal encontra limitao no prprio texto constitucional ao permitir o cabimento de ao penal privada subsidiria da pblica nos casos em que o Ministrio Pblico fique inerte e no cumpra com sua obrigao3.

    Desta competncia decorre o poder de investigao do Ministrio Pblico o qual tem sido alvo de muita discusso nos tribunais. Quem no concorda com este poder sustenta ser a atividade de investigao criminal uma atividade exclusiva da autoridade policial nos termos do artigo 144 da CF.

    O posicionamento que tem prevalecido na doutrina e na jurisprudncia no sentido de que o Ministrio Pblico tem legitimidade para promover a investigao criminal haja vista ser ele o destinatrio das informaes sobre o fato delituoso produzido no inqurito policial. Ademais, por ter carter administrativo o inqurito policial dispensvel, no dependendo o MP da sua existncia para promover a persecuo penal.

    Para a soluo deste caso tem-se aplicado a Teoria dos Poderes Implcitos. Segundo a teoria, as competncias expressamente previstas no texto constitucional carregam consigo os meios necessrios para sua execuo, ou seja, a existncia de uma competncia explcita implica na existncia de competncias implicitamente previstas e necessrias para execuo da atribuio principal. Em suma, se ao Ministrio Pblico compete o oferecimento exclusivo da Ao Penal Pblica, por consequncia da aplicao desta teoria, compete tambm a execuo das atividades necessrias a formao da sua opinio sobre o delito. Significa dizer que o poder de investigao criminal est implicitamente previsto no poder de oferecimento da ao penal pblica.

    LEGITIMIDADE PARA PROMOVER O INQURITO CIVIL E A AO CIVIL PBLICA

    O Ministrio Pblico tambm competente para promover o inqurito civil e a ao civil pblica nos termos do inciso III do artigo 129. Estas ferramentas so utilizadas para a proteo do patrimnio pblico e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.

    Entendem-se como interesses difusos aqueles de natureza indivisvel, cujos titulares no se pode determinar apesar de estarem ligados uns aos outros pelas circunstncias fticas. Interesses coletivos se diferenciam dos difusos na medida em que possvel determinar quem so os titulares do direito.

    Segundo a Constituio Federal a ao civil pblica no medida exclusiva a ser adotada pelo Ministrio Pblico:

    Art.129, 1 - A legitimao do Ministrio Pblico para as aes civis previstas neste artigo no impede a de terceiros, nas mesmas hipteses, segundo o disposto nesta Constituio e na lei.

    2 Resoluo do CNMP n 87, de 27 de junho de 2012. 3 Art. 5, LIX, da CF. Ser admitida ao privada nos crimes de ao pblica, se esta no for intentada no prazo legal.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do AlfaCon Concursos Pblicos.

    A lei de Ao Civil Pblica (lei 7.347/85) prev que so legitimados para propor ao civil pblica alm do MP:

    a Defensoria Pblica; a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios; a autarquia, empresa pblica, fundao ou sociedade de economia mista; a associao que, concomitantemente esteja constituda h pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei

    civil e inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteo ao meio ambiente, ao consumidor, ordem econmica, livre concorrncia ou ao patrimnio artstico, esttico, histrico, turstico e paisagstico.

    J o inqurito civil trata-se de procedimento investigatrio de carter administrativo que poder ser instaurado pelo Ministrio Pblico com o fim de colher os elementos de prova necessrios para a sua convico sobre o ilcito e posteriormente instruo da Ao Civil Pblica.

    CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

    Funo das mais relevantes desempenhada pelos rgos ministeriais ocorre no Controle da Constitucionalidade das leis e atos normativos. Esta atribuio inerente a sua funo de guardio da ordem jurdica. Como protetor da ordem jurdica compete ao Ministrio Pblico oferecer as aes de controle abstrato de constitucionalidade4 bem como a Representao Interventiva para fins de interveno da Unio e dos Estados nas hipteses previstas na Constituio Federal.

    Em momento oportuno faremos um estudo mais aprofundado do tema de Controle de Constitucionalidade que requer ampla abordagem.

    CONTROLE EXTERNO DA ATIVIDADE POLICIAL

    A Constituio Federal determina que o Ministrio Pblico realize o controle externo da atividade policial. Fala-se em controle externo haja vista o Ministrio Pblico no pertencer a mesma estrutura das foras policiais. uma instituio totalmente autnoma a qualquer rgo policial razo pela qual no se pode falar em subordinao dos organismos policiais ao Parquet. A justificativa para esta atribuio decorre do fato de ser ele o destinatrio final da atividade policial.

    Se por um lado o controle externo objetiva a fiscalizao das atividades policiais para que elas no sejam desenvolvidas alm dos limites legais preservando os direitos e garantias fundamentais dos investigados, por outro, garante o seu perfeito desenvolvimento prevenindo e corrigindo a produo probatria visando ao adequado oferecimento da ao penal.

    O controle externo da atividade policial desenvolvido pelo Ministrio Pblico alm de regulamentado nas respectivas leis orgnicas est normatizado na Resoluo n 20 do CNMP. Ressalte-se que o controle externo no exime a instituio policial de realizar o seu prprio controle interno por meio das corregedorias e rgos de fiscalizao.

    Sujeitam-se ao citado controle externo todas as instituies previstas no art. 144 da Constituio Federal5 bem como as demais instituies que possuam parcela do poder de polcia desde que estejam relacionadas com a segurana pblica e a persecuo criminal.

    EXERCCIOS

    A respeito das funes essenciais justia, assinale a opo correta.

    1. Ao MP cabe a defesa da ordem jurdica, do regime democrtico e dos interesses sociais e coletivos; para isso, ele possui, por exemplo, legitimidade para ajuizar ACP em defesa do patrimnio pblico e do meio ambiente.

    2. O Ministrio Pblico essencial funo jurisdicional do Estado, sendo que o ingresso em sua carreira far-se- mediante concurso pblico de provas e ttulos, exigindo-se do bacharel em direito, no mnimo, cinco anos de atividade jurdica.

    4 Aes Direta de Inconstitucionalidade, Aes Declaratrias de Constitucionalidade, Arguio de Descumprimento de Preceito Fundamental. 5 Art. 144. A segurana pblica, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, exercida para a preservao da ordem pblica e da incolumidade das pessoas e do patrimnio, atravs dos seguintes rgos: I - polcia federal; II - polcia rodoviria federal; III - polcia ferroviria federal; IV - polcias civis; V - polcias militares e corpos de bombeiros militares.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do AlfaCon Concursos Pblicos.

    3. De acordo com a Constituio da Repblica Federativa do Brasil, NO se inclui dentre as funes institucionais do Ministrio Pblico:

    a) defender judicialmente os direitos e interesses da populao indgena. b) promover, privativamente, ao penal pblica, na forma da lei. c) requisitar diligncias investigatrias e instaurao de inqurito policial, indicados os fundamentos jurdicos de

    suas manifestaes processuais. d) promover ao de inconstitucionalidade ou representao para fins de interveno da Unio e dos Estados, nos

    casos previstos na Constituio. e) promover ao popular para a proteo do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.

    Julgue o item abaixo, relativo competncia do MP.

    4. Compete privativamente ao MP promover o inqurito civil e a ao civil pblica para a proteo do patrimnio pblico e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.

    GABARITO

    1 - CERTO 2 - ERRADO 3 - E 4 - ERRADO

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do AlfaCon Concursos Pblicos.

    I. FUNES ESSENCIAIS A JUSTIA

    CONSELHO NACIONAL DO MINISTRIO PBLICO

    O Conselho Nacional do Ministrio Pblico, a exemplo do Conselho Nacional de Justia, foi criado pela Emenda Constitucional n 45/2004 com o objetivo de efetuar a fiscalizao administrativa e financeira do Ministrio Pblico bem como o cumprimento dos deveres funcionais de seus membros.

    COMPOSIO

    Segundo o texto constitucional, o CNMP composto de 14 (quatorze) membros nomeados pelo Presidente da Repblica, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de 2 (dois) anos, sendo permitida apenas uma reconduo. Veja a composio prevista pela Constituio Federal no artigo 130-A:

    Art. 130-A - O Conselho Nacional do Ministrio Pblico compe-se de quatorze membros nomeados pelo Presidente da Repblica, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois anos, admitida uma reconduo, sendo:

    I. o Procurador-Geral da Repblica, que o preside; II. quatro membros do Ministrio Pblico da Unio, assegurada a representao de cada uma

    de suas carreiras; III. trs membros do Ministrio Pblico dos Estados; IV. dois juzes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de

    Justia; V. dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VI. dois cidados de notvel saber jurdico e reputao ilibada, indicados um pela Cmara dos

    Deputados e outro pelo Senado Federal.

    1 - Os membros do Conselho oriundos do Ministrio Pblico sero indicados pelos respectivos Ministrios Pblicos, na forma da lei.

    ATRIBUIES

    Vejam as atribuies previstas constitucionalmente para o CNMP:

    2 - Compete ao Conselho Nacional do Ministrio Pblico o controle da atuao administrativa e financeira do Ministrio Pblico e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo-lhe:

    I. zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministrio Pblico, podendo expedir atos regulamentares, no mbito de sua competncia, ou recomendar providncias;

    II. zelar pela observncia do art. 37 e apreciar, de ofcio ou mediante provocao, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou rgos do Ministrio Pblico da Unio e dos Estados, podendo desconstitu-los, rev-los ou fixar prazo para que se adotem as providncias necessrias ao exato cumprimento da lei, sem prejuzo da competncia dos Tribunais de Contas;

    III. receber e conhecer das reclamaes contra membros ou rgos do Ministrio Pblico da Unio ou dos Estados, inclusive contra seus servios auxiliares, sem prejuzo da competncia disciplinar e correicional da instituio, podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoo, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsdios ou proventos proporcionais ao tempo de servio e aplicar outras sanes administrativas, assegurada ampla defesa;

    IV. rever, de ofcio ou mediante provocao, os processos disciplinares de membros do Ministrio Pblico da Unio ou dos Estados julgados h menos de um ano;

    V. elaborar relatrio anual, propondo as providncias que julgar necessrias sobre a situao do Ministrio Pblico no Pas e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do AlfaCon Concursos Pblicos.

    3 - O Conselho escolher, em votao secreta, um Corregedor nacional, dentre os membros do Ministrio Pblico que o integram, vedada a reconduo, competindo-lhe, alm das atribuies que lhe forem conferidas pela lei, as seguintes:

    I. receber reclamaes e denncias, de qualquer interessado, relativas aos membros do Ministrio Pblico e dos seus servios auxiliares;

    II. exercer funes executivas do Conselho, de inspeo e correio geral; III. requisitar e designar membros do Ministrio Pblico, delegando-lhes atribuies, e

    requisitar servidores de rgos do Ministrio Pblico.

    4 - O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil oficiar junto ao Conselho. 5 - Leis da Unio e dos Estados criaro ouvidorias do Ministrio Pblico, competentes para receber reclamaes e denncias de qualquer interessado contra membros ou rgos do Ministrio Pblico, inclusive contra seus servios auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional do Ministrio Pblico.

    PRINCPIOS INSTITUCIONAIS

    A Constituio Federal prev expressamente no 1 do artigo 127 os chamados Princpios Institucionais os quais norteiam o desenvolvimento das atividades dos rgos Ministeriais:

    1 - So princpios institucionais do Ministrio Pblico a unidade, a indivisibilidade e a independncia funcional.

    O Princpio da Unidade revela que os membros do Ministrio Pblico integram um rgo nico chefiado por um Procurador-Geral. Esta unidade percebida dentro de cada ramo do Ministrio Pblico no existindo unidade entre o Ministrio Pblico estadual e da Unio, ou entre os diversos Ministrios Pblicos estaduais, ou ainda entre os ramos do Ministrio Pblico da Unio. Qualquer diviso que exista dentro de um dos rgos Ministeriais possui carter meramente funcional.

    J o Princpio da Indivisibilidade, que decorre do Princpio da Unidade, revela a possibilidade de os membros se substiturem sem qualquer prejuzo ao processo, pois o Ministrio Pblico uno e indivisvel. Os membros agem em nome da instituio e nunca em nome prprio, pois pertencem a um s corpo. Este princpio veda a vinculao de um membro a um processo permitindo, inclusive, a delegao da denncia a outro membro. Ressalte-se que, como no Princpio da Unidade, a Indivisibilidade s ocorre dentro de um mesmo ramo do Ministrio Pblico.

    E por fim temos o Princpio da Independncia Funcional com uma dupla acepo: em relao aos membros e em relao instituio. No que tange aos membros o referido Princpio garante uma atuao independente no exerccio das suas atribuies sujeitando-se apenas s determinaes constitucionais, legais e de sua conscincia jurdica no havendo qualquer hierarquia ou subordinao intelectual entre os membros. Sob a perspectiva da instituio, o Principio da Independncia Funcional elimina qualquer subordinao do Ministrio Pblico a outro Poder. Apesar da Independncia Funcional, verifica-se a existncia de uma mera hierarquia administrativa.

    Alm destes princpios expressos na Constituio Federal, a doutrina e a Jurisprudncia reconhecem a existncia de um princpio implcito no texto constitucional: Princpio do Promotor Natural. Este princpio decorre da interpretao do artigo 129, 2 da Constituio que afirma:

    2 - As funes do Ministrio Pblico s podem ser exercidas por integrantes da carreira, que devero residir na comarca da respectiva lotao, salvo autorizao do chefe da instituio.

    O Princpio do Promotor Natural veda a designao de membros do Ministrio Pblico fora das hipteses constitucionais e legais exigindo que sua atuao seja predeterminada por critrios objetivos aplicveis a todos os membros da carreira evitando assim, que haja designaes arbitrrias. O princpio tambm impede a nomeao de promotor ad hoc ou de exceo considerando que as funes do Ministrio Pblico s podem ser desempenhadas por membros da carreira.

    EXERCCIOS

    1. O Conselho Nacional do Ministrio Pblico, presidido pelo procurador-geral da Repblica, o rgo mximo do Ministrio Pblico da Unio e atua junto ao Supremo Tribunal Federal.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do AlfaCon Concursos Pblicos.

    2. Considere:

    I. Trs membros do Ministrio Pblico dos Estados, indicados pelos respectivos Ministrios Pblicos. II. Trs juzes, indicados dois pelo Supremo Tribunal Federal e um pelo Superior Tribunal de Justia. III. Dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. IV. Dois cidados de notvel saber jurdico e reputao ilibada, indicados um pela Cmara dos Deputados e outro

    pelo Senado Federal.

    O Conselho Nacional do Ministrio Pblico ser composto, dentre outros, pelos membros indicados APENAS em

    a) I, III e IV. b) I, II e III. c) II, III e IV. d) II e III. e) I e IV.

    3. Ao discorrer sobre os princpios constitucionais que devem informar a atuao do Ministrio Pblico, Pedro Lenza afirma que o acusado tem o direito e a garantia constitucional de somente ser processado por um rgo independente do Estado, vedando-se, por consequncia, a designao arbitrria, inclusive, de promotores ad hoc ou por encomenda (Direito Constitucional Esquematizado - Saraiva - 2011 - p. 766).

    Trata-se do princpio:

    a) Da inamovibilidade do membro do Ministrio Pblico. b) Da independncia funcional do membro do Ministrio Pblico. c) Da indivisibilidade do Ministrio Pblico. d) Da unidade do Ministrio Pblico. e) Do promotor natural.

    4. O Ministrio Pblico possui, dentre seus princpios institucionais, a unidade, a indivisibilidade e a dependncia funcional.

    GABARITO

    1 - ERRADO 2 - A 3 - E 4 - ERRADO

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do AlfaCon Concursos Pblicos.

    I. CONTINUAO DE FUNES ESSENCIAIS A JUSTIA

    MINISTRIO PBLICO - GARANTIAS

    O Ministrio Pblico, em razo da importncia de sua funo, recebeu da Constituio Federal algumas garantias que lhe asseguram a independncia necessria para bem desempenhar suas atribuies. E no s a instituio que possui garantias, mas os membros tambm. Vejamos o que diz a Constituio sobre as garantias institucionais e dos membros:

    Art. 127, 2 - Ao Ministrio Pblico assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criao e extino de seus cargos e servios auxiliares, provendo-os por concurso pblico de provas ou de provas e ttulos, a poltica remuneratria e os planos de carreira; a lei dispor sobre sua organizao e funcionamento. 3 - O Ministrio Pblico elaborar sua proposta oramentria dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes oramentrias. 4 - Se o Ministrio Pblico no encaminhar a respectiva proposta oramentria dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes oramentrias, o Poder Executivo considerar, para fins de consolidao da proposta oramentria anual, os valores aprovados na lei oramentria vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do 3. 5 - Se a proposta oramentria de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com os limites estipulados na forma do 3, o Poder Executivo proceder aos ajustes necessrios para fins de consolidao da proposta oramentria anual. 6 - Durante a execuo oramentria do exerccio, no poder haver a realizao de despesas ou a assuno de obrigaes que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes oramentrias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de crditos suplementares ou especiais.

    O artigo 127, 2 a 6 trata das chamadas Garantias Institucionais. Estas garantias visam conceder maior autonomia a instituio alm de proteger sua independncia no exerccio de suas atribuies constitucionais. As Garantias Institucionais so de trs espcies:

    Autonomia funcional ao desempenhar sua funo o Ministrio Pblico no se subordina a qualquer outra autoridade ou poder sujeitando-se apenas s determinaes constitucionais, legais e de sua conscincia jurdica;

    Autonomia administrativa a capacidade de autogesto, autoadministrao e autogoverno. O Ministrio Pblico tem competncia para propor ao Legislativo a criao, extino e organizao de seus cargos e carreiras bem como demais atos de gesto.

    Autonomia financeira o Ministrio Pblico pode elaborar sua proposta oramentria dentro dos limites estabelecidos na Lei de Diretrizes Oramentrias tendo liberdade para administrar estes recursos.

    Um dos temas mais importantes e que revelam a autonomia administrativa do Ministrio Pblico, a possibilidade de a instituio tem de escolher os seus prprios chefes. Veja a literalidade do texto constitucional:

    Art. 128, 1 - O Ministrio Pblico da Unio tem por chefe o Procurador-Geral da Repblica, nomeado pelo Presidente da Repblica dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, aps a aprovao de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a reconduo. 2 - A destituio do Procurador-Geral da Repblica, por iniciativa do Presidente da Repblica, dever ser precedida de autorizao da maioria absoluta do Senado Federal.

    No mbito desta autonomia a Constituio previu expressamente que o Procurador-Geral ser escolhido pela prpria instituio dentre os membros da carreira. No caso do Ministrio Pblico da Unio, a chefia ficar a cargo do Procurador-Geral da Repblica o qual ser nomeado pelo Presidente da Repblica dentre os membros da carreira com mais de 35 anos de idade, desde que sua escolha seja aprovada pelo voto da maioria absoluta do Senado Federal. O Procurador-Geral da Repblica exercer seu mandato por dois anos, permitida a reconduo. A permitir a reconduo, a Constituio no estabeleceu limites, de forma que o Procurador-Geral da Repblica poder ser reconduzido por quantas vezes o Presidente considerar conveniente.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do AlfaCon Concursos Pblicos.

    Se o Presidente pode nomear o Chefe do MPU, ele tambm poder destitui-lo do cargo desde que autorizado pelo Senado pela mesma quantidade de votos, qual seja, maioria absoluta.

    J em relao Chefia dos Ministrios Pblicos dos Estados e do Distrito Federal e Territrios a regra um pouco diferente.

    Art. 128, 3 - Os Ministrios Pblicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territrios formaro lista trplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que ser nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma reconduo. 4 - Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territrios podero ser destitudos por deliberao da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar respectiva.

    A escolha dos Procuradores-Gerais de Justia depender de nomeao pelo Chefe do Poder Executivo6, com base em lista trplice formada dentre os integrantes da carreira, sendo permitida uma reconduo. Diferentemente do Procurador-Geral da Repblica que poder ser reconduzido vrias vezes, o Procurador-Geral de Justia s poder ser reconduzido uma nica vez. A destituio destes Procuradores-Gerais depender da deliberao da maioria absoluta do Poder Legislativo. Veja o que diz a Constituio Federal:

    J o artigo 128, 5 apresenta as Garantias dos Membros.

    Art. 128, 5 - Leis complementares da Unio e dos Estados, cuja iniciativa facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecero a organizao, as atribuies e o estatuto de cada Ministrio Pblico, observadas, relativamente a seus membros:

    I. as seguintes garantias:

    a) vitaliciedade, aps dois anos de exerccio, no podendo perder o cargo seno por sentena judicial transitada em julgado;

    b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse pblico, mediante deciso do rgo colegiado competente do Ministrio Pblico, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa;

    c) irredutibilidade de subsdio, fixado na forma do art. 39, 4, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, 2, I;

    So duas espcies de garantias dos membros: Garantias de Independncia e Garantias de Imparcialidade. As Garantias de Independncia so prerrogativas inerentes ao cargo e esto previstas no inciso I do referido

    artigo as quais visam garantir aos membros maior liberdade, independncia e autonomia no exerccio de sua funo ministerial. Tais garantias so indisponveis, proibindo o titular do cargo de dispensar qualquer das prerrogativas. So as garantias da vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade dos subsdios.

    A Vitaliciedade como se fosse uma estabilidade s que muito mais vantajosa. O membro, ao ingressar na carreira mediante concurso pblico, torna-se vitalcio aps o efetivo exerccio no cargo pelo prazo de 2 anos. Uma vez vitalcio s perder o cargo por sentena judicial transitada em julgado. isso mesmo, aps passar pelo estgio probatrio de 2 anos um Membro do Ministrio Pblico s perder o cargo por sentena judicial transitada em julgado.

    A Inamovibilidade impede a movimentao do membro ex ofcio contra a sua vontade. Em regra, o Membro do Ministrio Pblico s poder ser removido ou promovido por sua prpria iniciativa, ressalvados os casos em que houver interesse pblico. E mesmo quando o interesse pblico exigir, a remoo depender de deciso do rgo colegiado competente pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurando-se o direito ampla defesa.

    A Irredutibilidade dos Subsdios diz respeito a proteo da remunerao do membro ministerial. Subsdio a forma de retribuio pecuniria paga ao membro do Ministrio Pblico a qual se caracteriza por ser uma parcela nica. Com esta garantia, o Membro do Ministrio Pblico poder trabalhar sem medo de perder sua remunerao. Ressalte-se que o Supremo Tribunal Federal j entendeu tratar-se esta irredutibilidade como meramente nominal, no protegendo o subsdio da desvalorizao provocada por perdas inflacionrias.

    6 No caso do Ministrio Pblico do Distrito Federal e Territrios a nomeao do seu chefe ser feita pelo Presidente da Repblica e sua destituio depender do voto da maioria absoluta do Senado Federal mediante provocao do Presidente da Repblica.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do AlfaCon Concursos Pblicos.

    Lembre-se tambm que esta garantia no absoluta, pois comporta excees previstas nos artigos 37, X e XI, 150, II, 153, III e 153, 2, I da Constituio Federal. Em suma, a irredutibilidade no impedir a reduo do subsdio quando ultrapassar o teto constitucional ou em razo da cobrana do imposto de renda.

    As Garantias de Imparcialidade so verdadeiras vedaes e visam garantir uma atuao isenta de qualquer interferncia poltica ou pessoal.

    Art. 128, 5, II - as seguintes vedaes: a) receber, a qualquer ttulo e sob qualquer pretexto, honorrios, percentagens ou custas

    processuais; b) exercer a advocacia; c) participar de sociedade comercial, na forma da lei; d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra funo pblica, salvo uma de

    magistrio; e) exercer atividade poltico-partidria; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 45, de

    2004) f) receber, a qualquer ttulo ou pretexto, auxlios ou contribuies de pessoas fsicas,

    entidades pblicas ou privadas, ressalvadas as excees previstas em lei. (Includa pela Emenda Constitucional n 45, de 2004)

    6 - Aplica-se aos membros do Ministrio Pblico o disposto no art. 95, pargrafo nico, V. (Includo pela Emenda Constitucional n 45, de 2004)

    Antes de explorarmos estas regras, faz-se necessria a meno ao art. 29, 3 da ADCT:

    3 - Poder optar pelo regime anterior, no que respeita s garantias e vantagens, o membro do Ministrio Pblico admitido antes da promulgao da Constituio, observando-se, quanto s vedaes, a situao jurdica na data desta.

    Este dispositivo retrata uma peculiaridade interessante a respeito dos Membros do Ministrio Pblico. Antes da promulgao da Constituio Federal de 1988, o regime jurdico a que estavam sujeitos era diferente. A ADCT permitiu aos membros que ingressaram antes de 1988 a escolha do regime jurdico a que estariam sujeitos a partir de ento. S para voc ter ideia, os Membros que ingressaram na carreira antes de 1988 e que possuam inscrio na OAB podem advogar desde que tenham optado pelo regime jurdico anterior a 1988. Para os Membros que ingressaram na carreira depois da promulgao da Constituio Federal, esta escolha no permitida, pois esto sujeitos apenas ao regime constitucional atual. Feita esta considerao, vamos anlise das garantias vigentes.

    Compreendamos a abrangncia das vedaes do inciso II do 5 do artigo 128 da Constituio Federal. vedado aos membros do Ministrio Pblico receber, a qualquer ttulo e sob qualquer pretexto, honorrios,

    percentagens ou custas processuais bem como receber auxlios ou contribuies de pessoas fsicas, entidades pblicas ou privadas, ressalvadas as excees previstas em lei. Tais vedaes visam impedir que membros sejam motivados indevidamente a exercer suas funes sob a expectativa de receberem maiores valores pela sua atuao. Percebam que a vedao encontra exceo quando a contribuio est prevista em lei. Desta forma, no ofende a Constituio Federal o recebimento de valores em razo da venda de livros, do exerccio do magistrio ou mesmo da ministrao de uma palestra.

    Outra vedao aplicvel aos membros do Parquet em relao ao exerccio da advocacia. Acerca deste impedimento, deve-se ressaltar a situao dos Membros do Ministrio Pblico da Unio que ingressaram na carreira antes de 1988 e que tenham optado pelo regime jurdico anterior, nos termos do 3 do artigo 29 da ADCT os quais podero exercer a advocacia nos termos da Resoluo n 8 do CNMP com a nova redao dada pela Resoluo n 16. Ademais, o texto constitucional estendeu aos Membros do Ministrio Pblico a mesma vedao aplicvel aos Magistrados no artigo 95, pargrafo nico, V, qual seja, a de exercer a advocacia no juzo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos trs anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exonerao. A doutrina tem chamado esta vedao de quarentena.

    Os membros do Ministrio Pblico no podem participar de sociedade comercial, na forma da lei. Esta vedao encontra regulamentao na lei 8.625/93 a qual prev a possibilidade de participao como cotista ou acionista7.

    7 Lei Orgnica Nacional do Ministrio Pblico, Lei 8.625/93, art. 44, III.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do AlfaCon Concursos Pblicos.

    Tambm no podem exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra funo pblica, salvo uma de magistrio. Ressalte-se que o CNMP regulamentou o exerccio do magistrio que poder ser pblico ou privado, por no mximo 20 horas aula por semana, desde que o horrio seja compatvel com as atribuies ministeriais e o seu exerccio se d inteiramente em sala de aula8.

    Para evitar que sua atuao seja influenciada por presses polticas, a Constituio vedou o exerccio de atividade poltico-partidria aos Membros do Ministrio Pblico. Isto significa que se um membro quiser se filiar ou mesmo exercer um cargo poltico dever se afastar do cargo. Esta vedao tem carter absoluto desde a Emenda Constitucional n 45/2004 a qual foi regulamentada pelo Conselho Nacional do Ministrio Pblico que determinou a aplicao da vedao apenas aos membros que tenham ingressado na carreira aps a promulgao da emenda9.

    EXERCCIOS

    1. Os membros do MP gozam de vitaliciedade, aps dois anos de exerccio, e s perdero o cargo por sentena judicial transitada em julgado.

    2. Mario, Marcio, Marcos, Marcelo e Mateus, respectivamente, exercem os cargos de Senador da Repblica, Deputado Federal, Presidente da Repblica, Presidente do Supremo Tribunal Federal e Presidente do Superior Tribunal de Justia. Segundo o artigo 128, 1o da Constituio Federal, o Ministrio Pblico da Unio tem por chefe o Procurador- Geral da Repblica, que deve ser nomeado por:

    a) Mateus. b) Marcio. c) Mario. d) Marcos. e) Marcelo.

    3. A respeito do Ministrio Pblico, considere:

    I. A proposta oramentria do Ministrio Pblico ser elaborada pela Secretaria de Estado dos Negcios da Justia, com base nas sugestes por este apresentadas.

    II. As funes do Ministrio Pblico devero, em regra, ser exercidas por integrantes da carreira, podendo, porm, o juiz, nos casos urgentes, nomear advogado para exerc-las.

    III. Aos membros do Ministrio Pblico vedado exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra funo pblica, salvo uma de magistrio.

    De acordo com a Constituio da Repblica Federativa do Brasil, est correto o que consta SOMENTE em:

    a) I e III. b) I e II. c) III. d) II e III. e) II.

    4. Ministrio Pblico da Unio tem por chefe o Procurador-Geral da Repblica, nomeado pelo Presidente da Repblica dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, aps a aprovao de seu nome pela maioria do Congresso Nacional, para mandato de dois anos, permitida a reconduo.

    GABARITO

    1 - CORRETO 2 - D 3 - C 4 - ERRADO

    8 Resoluo n 3/2005 CNMP. 9 Resoluo n 5/2006 CNMP.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do AlfaCon Concursos Pblicos.

    I. CONTINUAO DE FUNES ESSENCIAIS A JUSTIA

    A Advocacia Pblica a funo essencial justia responsvel pela defesa dos interesses dos entes estatais, tanto judicialmente quanto extrajudicialmente bem como as atividades de consultoria e assessoramento jurdico do Poder Executivo.

    No mbito da Unio, esta atividade exercida pela Advocacia-Geral da Unio enquanto que nos Estados, Distrito Federal e nos Municpios, a advocacia pblica ser exercida pelas Procuradorias.

    Apesar de no haver previso constitucional para as Procuradorias Municipais, elas so perfeitamente possveis desde que previstas na Lei Orgnica do Municpio ou permitidas sua criao pela Constituio Estadual.

    Vejamos agora quais instituies compem a Advocacia Pblica no Brasil.

    ADVOCACIA GERAL DA UNIO AGU

    Como j falamos a AGU responsvel pela assistncia jurdica da Unio. Vejamos o que prev o texto constitucional:

    Art. 131 - A Advocacia-Geral da Unio a instituio que, diretamente ou atravs de rgo vinculado, representa a Unio, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organizao e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurdico do Poder Executivo. 1 - A Advocacia-Geral da Unio tem por chefe o Advogado-Geral da Unio, de livre nomeao pelo Presidente da Repblica dentre cidados maiores de trinta e cinco anos, de notvel saber jurdico e reputao ilibada.

    A chefia deste rgo fica a cargo do Advogado Geral da Unio o qual nomeado livremente pelo Presidente da Repblica, dentre os cidados maiores de trinta e cinco anos, com notvel saber jurdico e reputao ilibada. Segundo a Lei 10.683/03 em seu artigo 25, o Advogado Geral da Unio considerado Ministro de Estado sendo lhe aplicadas todas as prerrogativas inerentes ao status. Muito cuidado com isso em prova visto que para ser o Chefe desta Instituio no necessrio ser membro da carreira nem depende de aprovao do Senado Federal. um cargo de livre nomeao e exonerao cuja confiana do Presidente da Repblica se torna o principal critrio para a escolha do seu titular.

    Um detalhe muito interessante e que pode ser cobrado em sua prova que a Constituio Federal ao apontar as competncias desta instituio afirmou que a AGU representa judicial e extrajudicialmente a Unio e em relao a consultoria e assessoramento jurdico apenas ao Poder Executivo. Estas competncias foram confirmadas na Lei Orgnica da Advocacia Geral da Unio (Lei Complementar n 73/93):

    Art. 1 - A Advocacia-Geral da Unio a instituio que representa a Unio judicial e extrajudicialmente. Pargrafo nico - Advocacia-Geral da Unio cabem as atividades de consultoria e assessoramento jurdicos ao Poder Executivo, nos termos desta Lei Complementar.

    Enquanto que a atividade de consultoria e assessoramento jurdico restringe-se apenas ao Poder Executivo, a representao judicial e extrajudicial abranger todos os Poderes da Unio (Executivo, Legislativo e Judicirio) bem como suas autarquias e fundaes pblicas conforme esclarece a lei 9.028/95:

    Art. 22 - A Advocacia-Geral da Unio e os seus rgos vinculados, nas respectivas reas de atuao, ficam autorizados a representar judicialmente os titulares e os membros dos Poderes da Repblica, das Instituies Federais referidas no Ttulo IV, Captulo IV, da Constituio, bem como os titulares dos Ministrios e demais rgos da Presidncia da Repblica, de autarquias e fundaes pblicas federais, e de cargos de natureza especial, de direo e assessoramento superiores e daqueles efetivos, inclusive promovendo ao penal privada ou representando perante o Ministrio Pblico, quando vtimas de crime, quanto a atos praticados no exerccio de suas atribuies constitucionais, legais ou regulamentares, no interesse pblico, especialmente da Unio, suas respectivas autarquias e fundaes, ou das Instituies mencionadas, podendo, ainda, quanto aos mesmos atos, impetrar habeas corpus e mandado de segurana em defesa dos agentes pblicos de que trata este artigo.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do AlfaCon Concursos Pblicos.

    Importante lembrar tambm que o ingresso na carreira da AGU depende de aprovao em concurso pblico de provas e ttulos nos termos do artigo 131, 2:

    2 - O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituio de que trata este artigo far-se- mediante concurso pblico de provas e ttulos.

    Destaca-se ainda a atuao da AGU na defesa da Repblica Federativa do Brasil em demandas internacionais instauradas perante Cortes Internacionais.

    Alm das diversas carreiras que iremos estudar agora, no podemos esquecer-nos dos Advogados da Unio os quais so responsveis pela defesa da Unio quando esta se encontra e juzo.

    PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL - PGFN

    A PGFN rgo vinculado a AGU responsvel pelas aes de natureza tributria cujo objetivo principal garantir o recebimento de recursos de origem fiscal. A Constituio assim define sua competncia no artigo 131:

    Art. 131, 3 - Na execuo da dvida ativa de natureza tributria, a representao da Unio cabe Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto em lei.

    PROCURADORIA-GERAL FEDERAL

    A Procuradoria-Geral Federal, rgo vinculado a AGU, responsvel pela representao judicial e extrajudicial das autarquias e fundaes pblicas da Unio por meio dos Procuradores Federais. Sua previso no constitucional, mas est descrita na Lei 10.480/02:

    Art. 10 - Procuradoria-Geral Federal compete a representao judicial e extrajudicial das autarquias e fundaes pblicas federais, as respectivas atividades de consultoria e assessoramento jurdicos, a apurao da liquidez e certeza dos crditos, de qualquer natureza, inerentes s suas atividades, inscrevendo-os em dvida ativa, para fins de cobrana amigvel ou judicial.

    Em relao ao Banco Central, autarquia vinculada a Unio, foi prevista carreira prpria regulamentada na Lei 9.650/98 a qual localizou o Procurador do Banco Central como membro de carreira da prpria instituio. Apesar disso o Procurador do Banco Central est vinculado a AGU.

    PROCURADORIA-GERAL DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL

    No mbito dos Estados e do Distrito Federal a consultoria jurdica e a representao judicial sero realizadas pelos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal conforme preleciona o artigo 132 da Constituio Federal:

    Art. 132 - Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o ingresso depender de concurso pblico de provas e ttulos, com a participao da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercero a representao judicial e a consultoria jurdica das respectivas unidades federadas. Pargrafo nico - Aos procuradores referidos neste artigo assegurada estabilidade aps trs anos de efetivo exerccio, mediante avaliao de desempenho perante os rgos prprios, aps relatrio circunstanciado das corregedorias.

    Segundo a Constituio, o ingresso na carreira depende de concurso pblico de provas e ttulos, cuja participao da OAB obrigatria em todas as suas fases no sendo admitido, portanto, que as atividades de representao judicial e de consultoria jurdica sejam realizadas por ocupantes de cargos em comisso.

    Apesar de no haver previso constitucional, o STF j decidiu que devem ser aplicadas simetricamente as mesmas regras da Unio para a nomeao do Procurador-Geral das Unidades Federadas. Desta forma, o Governador detm a competncia de nomear e exonerar livremente o chefe da Instituio no se exigindo que o titular do referido cargo seja membro da carreira.

    Por fim a Constituio Federal garantiu aos procuradores estaduais e do Distrito Federal, estabilidade aps trs anos de efetivo exerccio mediante avaliao de desempenho perante os rgos prprios, aps relatrio circunstanciado das corregedorias.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do AlfaCon Concursos Pblicos.

    PROCURADORIA DOS MUNICPIOS

    Conforme j estudado, no existe previso constitucional para a criao das procuradorias municipais, no existindo da mesma forma qualquer impedimento para sua criao. Logo, cada municpio poder criar sua prpria procuradoria desde que prevista esta possibilidade na Constituio Estadual ou na Lei Orgnica do Municpio.

    DEFENSORIA PBLICA

    Como instituio essencial ao funcionamento da Justia, a Defensoria Pblica responsvel em primeiro plano, pela assistncia jurdica e gratuita dos hipossuficientes, os quais no possuem recursos financeiros para contratar um advogado. Esta funo tipicamente realizada pela Defensoria concretiza o direito fundamental expresso no artigo 5, LXXIV da Constituio:

    Art. 5, LXXIV - o Estado prestar assistncia jurdica integral e gratuita aos que comprovarem insuficincia de recursos;

    Complementando este dispositivo, a Constituio previu no artigo 134 algumas regras sobre a Defensoria:

    Art. 134 - A Defensoria Pblica instituio essencial funo jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientao jurdica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados, na forma do art. 5, LXXIV.) 1 - Lei complementar organizar a Defensoria Pblica da Unio e do Distrito Federal e dos Territrios e prescrever normas gerais para sua organizao nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso pblico de provas e ttulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exerccio da advocacia fora das atribuies institucionais. 2 - s Defensorias Pblicas Estaduais so asseguradas autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta oramentria dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes oramentrias e subordinao ao disposto no art. 99, 2.

    Atualmente, cada Unidade Federativa responsvel pela organizao da sua Defensoria Pblica, havendo ainda uma Defensoria no mbito da Unio e no Distrito Federal.

    s Defensorias Estaduais possuem autonomia funcional e administrativa no se admitindo sua subordinao a nenhum dos poderes. Sua autonomia avana ainda nas questes oramentrias permitindo que tenha iniciativa prpria para apresentao de proposta oramentria dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes oramentrias.

    Segundo a Lei Complementar 80/94 que organiza a Defensoria Pblica:

    Art. 2 - A Defensoria Pblica abrange:

    I. a Defensoria Pblica da Unio; II. a Defensoria Pblica do Distrito Federal e dos Territrios; III. as Defensorias Pblicas dos Estados.

    Cabe aos Defensores Pblicos a assistncia jurdica integral dos hipossuficientes no se limitando apenas a defesa judicial. A Lei Complementar n 80/94 traz extenso rol de atribuies:

    Art. 4 - So funes institucionais da Defensoria Pblica, dentre outras:

    I. prestar orientao jurdica e exercer a defesa dos necessitados, em todos os graus; (Redao dada pela Lei Complementar n 132, de 2009).

    II. promover, prioritariamente, a soluo extrajudicial dos litgios, visando composio entre as pessoas em conflito de interesses, por meio de mediao, conciliao, arbitragem e demais tcnicas de composio e administrao de conflitos; (Redao dada pela Lei Complementar n 132, de 2009).

    III. promover a difuso e a conscientizao dos direitos humanos, da cidadania e do ordenamento jurdico; (Redao dada pela Lei Complementar n 132, de 2009).

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do AlfaCon Concursos Pblicos.

    IV. prestar atendimento interdisciplinar, por meio de rgos ou de servidores de suas Carreiras de apoio para o exerccio de suas atribuies; (Redao dada pela Lei Complementar n 132, de 2009).

    V. exercer, mediante o recebimento dos autos com vista, a ampla defesa e o contraditrio em favor de pessoas naturais e jurdicas, em processos administrativos e judiciais, perante todos os rgos e em todas as instncias, ordinrias ou extraordinrias, utilizando todas as medidas capazes de propiciar a adequada e efetiva defesa de seus interesses; (Redao dada pela Lei Complementar n 132, de 2009).

    VI. representar aos sistemas internacionais de proteo dos direitos humanos, postulando perante seus rgos; (Redao dada pela Lei Complementar n 132, de 2009).

    VII. promover ao civil pblica e todas as espcies de aes capazes de propiciar a adequada tutela dos direitos difusos, coletivos ou individuais homogneos quando o resultado da demanda puder beneficiar grupo de pessoas hipossuficientes; (Redao dada pela Lei Complementar n 132, de 2009).

    VIII. exercer a defesa dos direitos e interesses individuais, difusos, coletivos e individuais homogneos e dos direitos do consumidor, na forma do inciso LXXIV do art. 5 da Constituio Federal; (Redao dada pela Lei Complementar n 132, de 2009).

    IX. impetrar habeas corpus, mandado de injuno, habeas data e mandado de segurana ou qualquer outra ao em defesa das funes institucionais e prerrogativas de seus rgos de execuo; (Redao dada pela Lei Complementar n 132, de 2009).

    X. promover a mais ampla defesa dos direitos fundamentais dos necessitados, abrangendo seus direitos individuais, coletivos, sociais, econmicos, culturais e ambientais, sendo admissveis todas as espcies de aes capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela; (Redao dada pela Lei Complementar n 132, de 2009).

    XI. exercer a defesa dos interesses individuais e coletivos da criana e do adolescente, do idoso, da pessoa portadora de necessidades especiais, da mulher vtima de violncia domstica e familiar e de outros grupos sociais vulnerveis que meream proteo especial do Estado; (Redao dada pela Lei Complementar n 132, de 2009).

    XIV. acompanhar inqurito policial, inclusive com a comunicao imediata da priso em flagrante pela autoridade policial, quando o preso no constituir advogado; (Includo pela Lei Complementar n 132, de 2009).

    XV. patrocinar ao penal privada e a subsidiria da pblica; (Includo pela Lei Complementar n 132, de 2009).

    XVI. exercer a curadoria especial nos casos previstos em lei; (Includo pela Lei Complementar n 132, de 2009).

    XVII. atuar nos estabelecimentos policiais, penitencirios e de internao de adolescentes, visando a assegurar s pessoas, sob quaisquer circunstncias, o exerccio pleno de seus direitos e garantias fundamentais; (Includo pela Lei Complementar n 132, de 2009).

    XVIII. atuar na preservao e reparao dos direitos de pessoas vtimas de tortura, abusos sexuais, discriminao ou qualquer outra forma de opresso ou violncia, propiciando o acompanhamento e o atendimento interdisciplinar das vtimas; (Includo pela Lei Complementar n 132, de 2009).

    XIX. atuar nos Juizados Especiais; (Includo pela Lei Complementar n 132, de 2009). XX. participar, quando tiver assento, dos conselhos federais, estaduais e municipais afetos s

    funes institucionais da Defensoria Pblica, respeitadas as atribuies de seus ramos; (Includo pela Lei Complementar n 132, de 2009).

    XXI. executar e receber as verbas sucumbenciais decorrentes de sua atuao, inclusive quando devidas por quaisquer entes pblicos, destinando-as a fundos geridos pela Defensoria Pblica e destinados, exclusivamente, ao aparelhamento da Defensoria Pblica e capacitao profissional de seus membros e servidores; (Includo pela Lei Complementar n 132, de 2009).

    XXII. convocar audincias pblicas para discutir matrias relacionadas s suas funes institucionais. (Includo pela Lei Complementar n 132, de 2009).

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do AlfaCon Concursos Pblicos.

    Por fim, cabe destacar que assim como os Advogados Pblicos, os Defensores Pblicos so remunerados por meio de Subsdio:

    Art. 135 - Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Sees II e III deste Captulo sero remunerados na forma do art. 39, 4.

    ADVOCACIA

    Quando a Constituio Federal se refere Advocacia, fala-se do advogado privado, profissional autnomo, indispensvel a funo jurisdicional. Os advogados esto vinculados a Ordem dos Advogados do Brasil, entidade de classe de natureza especial, no vinculada aos Poderes do Estado e que tem como atribuies controlar, fiscalizar e selecionar novos profissionais para o exerccio da Carreira.

    Segundo a Constituio Federal:

    Art. 133 - O advogado indispensvel administrao da justia, sendo inviolvel por seus atos e manifestaes no exerccio da profisso, nos limites da lei.

    Este dispositivo revela dois princpios que regem a advocacia no Brasil: o principio da indispensabilidade e o da inviolabilidade.

    Segundo o princpio da indispensabilidade o advogado indispensvel administrao da Justia pois s ele possui a chamada capacidade postulatria. Logicamente, este princpio no goza de carter absoluto, sendo permitida a capacidade de postular ao prprio interessado em situaes expressamente previstas na Constituio Federal como no habeas corpus e nos juizados especiais. Destaca-se ainda que nos processos administrativos disciplinares a ausncia de defesa tcnica por meio de advogado no gera nulidade ao procedimento10.

    J o princpio da inviolabilidade constitui em norma que visa garantir ao advogado o exerccio das suas atribuies de forma independente e autnoma s demais instituies do Estado. Da mesma forma, este principio no goza de carter absoluto sendo possvel a limitao quando seus atos e atribuies no estiverem ligados ao exerccio da profisso nos termos do Estatuto da Advocacia11.

    Como condio para o exerccio desta profisso, o STF j declarou que constitucional a necessidade de aprovao do Exame de Ordem aplicado pela OAB aos bacharis em direito.

    A amplitude deste tema requer anlise aprofundada a qual feita em disciplina prpria. Aqui fizemos uma breve anlise constitucional do instituto.

    EXERCCIOS

    1. Incumbe AGU, diretamente ou mediante rgo vinculado, exercer a representao judicial e extrajudicial da Unio, assim como as atividades de consultoria e assessoramento jurdico dos Poderes Executivo, Legislativo e

    Judicirio, no mbito federal.

    2. A CF estabelece expressamente que a representao da Unio, na execuo da dvida ativa de natureza tributria, cabe Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto em lei.

    3. A misso da defensoria pblica restringe-se defesa dos hipossuficientes em todos os graus de jurisdio.

    4. Na defesa dos hipossuficientes, a defensoria pblica tem legitimidade para ajuizar ao coletiva.

    10 Sumula Vinculante n 5: A falta de defesa tcnica por advogado no processo administrativo disciplinar no ofende a constituio. 11 Lei 8.906/94.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do AlfaCon Concursos Pblicos.

    5. O Supremo Tribunal Federal reconheceu, em sede de ao direta de inconstitucionalidade, a impossibilidade de lei complementar estadual estabelecer a vinculao da Defensoria Pblica a uma Secretaria de Estado. A impossibilidade em questo decorre de norma da Constituio da Repblica segundo a qual as Defensorias Pblicas Estaduais

    a) Vinculam-se institucionalmente ao Poder Judicirio, em virtude de serem essenciais funo jurisdicional do Estado.

    b) Atrelam-se ao Ministrio Pblico do Estado respectivo, na medida em que lhe incumbe a orientao jurdica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados.

    c) No integram a estrutura do Estado, vinculando-se os membros da carreira Ordem dos Advogados do Brasil. d) Possuem autonomia funcional e administrativa. e) Vinculam-se administrativamente ao Poder Judicirio, cabendo aos Presidentes dos Tribunais de Justia, com a

    aprovao dos respectivos tribunais, a iniciativa de sua proposta oramentria.

    GABARITO

    1 - ERRADO 2 - CORRETO 3 - ERRADO 4 - CORRETO 5 - D

    1 BLOCOI. Funes Essenciais a Justia Ministrio Pblico Estrutura Orgnica

    2 BLOCOI. Continuao de Funes Essenciais a Justia Atribuies do Ministrio Pblico

    3 BLOCOI. Funes Essenciais a Justia Conselho Nacional do Ministrio Pblico Princpios Institucionais

    4 BLOCOI. Continuao de Funes Essenciais a Justia Ministrio Pblico - Garantias

    5 BLOCOI. Continuao de Funes Essenciais a Justia Advocacia Geral da Unio AGU Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional - PGFN Procuradoria-Geral Federal Procuradoria-Geral dos Estados e do Distrito Federal Procuradoria dos Municpios Defensoria Pblica Advocacia