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NOCA Vítima de Preconceitos Ultrapassados Luiz Ferreira Calafiori 2ª Edição

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  • NOCAVítima de Preconceitos Ultrapassados

    Luiz Ferreira Calafiori2ª Edição

  • NOCAVítima de Preconceitos Ultrapassados

    Luiz Ferreira Calafiori2ª Edição

  • INTRODUÇÃO:

    Alguém afirmou com muita propriedade que a História é a mãe de todas as ciências e, uma cidade como São Sebas�ão do Paraíso, localizada no sudoeste de Minas Gerais, fundada em 1821, próxima, portanto, de seu ducentenário de existência, sua trajetória histórica seguramente está alicerçada em fatos e acontecimentos m a rca nte s , s e n d o q u e e m s u a m a i o r i a contribuíram para seu desenvolvimento e progresso em todos os sen�dos, enquanto uns tantos outros, lamentavelmente, deixaram suas marcas com o ocre sabor de tragédia, como atesta a existência do oratório público conhecido como “Capelinha da Noca”, situada bem próximo ao início da av. Dr. Alfredo Campolongo, Bairro São Sebas�ão, localizado na direção ” Norte“ da cidade e início da estrada intermunicipal., de terra ba�da , que de pro longa na d i reção do “Condomínio Cachoeira”, prossegue rumo aos bairros rurais: Espraiado, Buri�s, Palmeiras, Volpe, An�nha, e às cidades de S. Tomás de Aquino, Goianazes, Cássia e Cape�nga... Quem por ali passar, tem sua atenção voltada para a mencionada capelinha, bem localizada naquele

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  • alto, à esquerda de quem deixa a cidade rumo à zona rural. Mencionada capelinha é de construção simples e mede 1.50m de frente, por 3.0m de lado. Na parede frontal e que termina em ponta central, ostenta uma cruz saliente e delineada no próprio reboco da parede, disposta logo acima da porta de entrada, que é de ferro e envidraçada em parte. Protege aquela construção uma mureta de blocos de cimento, formando um âmbito de 8.m por8.m. Do lado de fora da capelinha mas dentro do quadrado murado, ergue-se uma cruz de ferro treliçado, tendo de alto 3.0m e sua placa com a seguinte indicação: “Isbella Alves da Silva” * 3/3/1911 +20/5/1933. Apesar de ser um oráculo público de feições modestas e solitário, não deixa de aguçar a curiosidade de quem passa por aquelas paragens pela vez primeira. Daí as indagações: Quem foi Isbella Alves da Silva? Por que “Noca”? O que fez ela por merecer aquela lembrança ou ainda: Por que pessoas há que agradecem a Deus por graças alcançadas através da intermediação de sua alma? Por que já há mais de vinte anos, caminheiros penitentes aquinenses e paraisenses para lá se dirigem a cada dia 12 de

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  • outubro, geralmente pelas 08:00h da manhã, e, nas proximidades da capelinha par�cipam de Santa Missa, oficiada por padre de Paróquia de São Judas? Mencionado oratório público está situado em sua área paroquial. O o�cio religioso é celebrado em suas imediações e em presença de mais de uma milhar de pessoas de todas as idades e condições sociais, sempre no Dia de Nossa Senhora Aparecida - Feriado Nacional, sobre a carroceria de um caminhão, especialmente disposto para tal fim. Atendendo a con�nuados e veementes pedidos, no sen�do de reunir num livreto todos os informes rela�vos aos fatos que deram origem àquele oratório público, vasculhamos arquivos cartorários, da Igreja, do Cemitério, lemos jornais da época, entrevistamos familiares e pessoas contemporâneas aos fatos que redundaram numa lamentável e chocante tragédia, que apesar de decorridos mais de oitenta anos, não caiu no esquecimento, por boa parte da população regional. A fim de se preservar poss íveis e desnecessários constrangimentos por parte de descendentes das famílias direta ou indiretamente ligadas aos envolvidos no las�mável episódio que

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  • culminou com o assassinato da infeliz “NOCA”, �vemos o cuidado de omi�r os nomes de quem com malícia e astúcia a seduziu, quando ela era então jovem e sonhadora, denominando-o “sedutor”, assim como o nome do seu amante, ciumento e possessivo, por simplesmente “amante’’. Que a lembrança daquele lamentável fato sirva de lição para a cole�vidade, principalmente para aqueles que se sintam fracos e predispostos a aninhar no coração, chamas de amor do �po possessivo e doen�o e, caso se sintam impotentes para vencer tal fraqueza, procurem apelar sem perda de tempo, para o sempre oportuno acompanhamento religioso e psicológico. Para melhor entender o presente relato, convêm lembrar que os fatos se desenvolveram numa época (terceiro decênio do século passado), em que o conceito de honra pessoal e familiar era mui�ssimo mais rigoroso. Nos dias atuais tal conceito é mais e lás�co e nocivamente influenciado por novelas fantasiosas que solapam os ditames da Moral e dos Bons Costumes, desvalorizam a Família, exageram no culto ao corpo, principalmente feminino. Não só as novelas da Rede Globo, mas também e igualmente

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  • através de redes sociais, Whatsapp, vídeos e revistas de fundo heró�co, etc. etc. Uma moça donzela, por exemplo, �nha a obrigação moral de se manter virgem até ao dia de seu hipoté�co casamento. Caso contrário, e se fosse descoberto o desvirginamento, estaria sujeita a padrões de condenação, por parte de quem de�vesse o pátrio poder sobre ela: Expulsão da casa paterna, ingresso, mesmo que a contra gosto em convento religioso; outra alterna�va era sujeitar-se a ir morar em “pensões” e pros�bulos e amigamentos, etc. Com a “Noca” não aconteceu diferente. Aos 18 anos, foi seduzida pelo então “sedutor”, um profissional da área da saúde, solteiro, e de largo conceito social residente na cidade natal de ambos, Cássia. Sa�sfeita sua volúpia, mencionado “sedutor” foi aos poucos se esquivando com referência a possível casamento. Passou a servir-se dela como amásia, por certo tempo. Depois de ter sido expulsa da casa materna pelo padrasto e acolhida pelo “sedutor”, este passou a sustentá-la como amante sua, numa pensão situada em S. S. Paraiso. Jovem, inexperiente e desonrada, sem outra alterna�va, ela con�nuou sua trajetória de mulher da vida, até

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  • o desfecho fatal, tendo apenas 22 anos de idade, v í�ma do c iúme doen�o de seu ú l�mo “companheiro”. Por esta razão, muita gente, ainda hoje, decorr idos tantos anos daquele fa�dico acontecimento, julgam ter sido sua alma purificada pela misericórdia divina. Daí recorrerem em suas preces ao Senhor, pedindo graças especiais tendo-a por intercessora. Muitos, conforme testemunhos, têm sido assim atendidos. Tal deve ser verdadeiro, pois, no decorrer desses muitos anos, se dirigem àquele local para rezar a Deus, em sufrágio de sua bela alma, local onde ela, “Noca”, foi barbaramente assassinada no dia 20/05/1933. Então, que a alma da “Noca” e daqueles que direta ou indiretamente par�ciparam do seu mar�rio, alcancem também, de Deus, o perdão e a paz...

    Março de 2019

    O Autor

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  • O NASCIMENTO DE ISBELLA ALVES DA SILVA- “NOCA”

    O nascimento de um(a) filho(a) é sempre mo�vo de alegria para a família, principalmente para a família mineira bem cons�tuída e arraigada de profundo sen�mento religioso, mormente naquela distante primeira década do século XX. Precisamente no dia 3 de março de 1911, o

    alar do Sr. Fortunato Alves Bandeira – D . Alber�na Dias Borges, foi acrescido com o nascimento de uma bela e saudável filha, que foi ba�zada com o nome de ISBELLA, que, somada aos demais filhos: Octávio, Joaquim e Alcídia, completavam o sen�mento de felicidade do casal acima referido, proprietários do imóvel rural “Fazendinha”. O parto ocorreu na própria casa de morada do casal, como era costume naquela época, devidamente assis�do por competente parteira.

    O APELIDO “NOCA”

    Um dos muitos “costumes” mineiros, que ainda subsiste, é o de se colocar apelidos nas pessoas. Às vezes referido apelido é transmi�do à descendência. Exemplo: Um membro da família

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  • Moura, nasceu no dia de São Marinho. O pai queria que a criança se chamasse “Vicente”, mas, na família já havia um Vicente Moura. Então à criança deram o nome de Vicente Marinho apesar dela ser da família Moura. O fato é que a pequena “meninoca”, por ser a caçula da família, na época, foi logo apelidada de “Noca”, diminu�vo de “meninoca” - “NOCA”. E assim ficou conhecida e denominada, tanto no âmbito familiar como na vizinhança e pela vida afora.

    “NOCA” NA ESCOLA “ LICEU CASSIENSE”

    A infância de “Noca” transcorreu na normalidade de qualquer menina de classe média, do interior de Minas Gerais. Seu pai, veio a falecer quando ela ainda era garo�nha. Sua mãe, pouco

    atempo depois casou-se pela segunda vez. D . Alber�na, mulher prendada, ensinava suas filhas, à medida que cresciam em idade e conhecimento, o necessário para serem futuras e eficientes donas de casa, ministrando-lhes conhecimentos sobre corte e costura, bordado e crochê. Pon�ficava já naquela época, como centro irradiador de cultua do ensino fundamental, o

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  • célebre Liceu, sob a direção do notável educador, Prof. Elizer de Carvalho. A menina Isbella freqüentou todo o curso acima referido, com real aproveitamento.

    A FLOR DECAÍDA

    A “Noca” tendo a�ngido seus 17/18 anos, era uma mocinha atraente, bela e recatada. Cumpria seus deveres caseiros com diligência e responsabilidade. Aos domingos freqüentava a Missa em sua cidade natal, passeava na praça com sua irmã e amigas, como toda jovem interiorana e bem assim visitava as famílias amigas da vizinhança. Por esse tempo seu pai já era falecido e sua mãe já morava com outro marido com quem teve outros três filhos. “Noca” passou a merecer as atenções especiais de um médico solteirão, que ao cabo de algum tempo de namoro, com lábia e astúcia, conseguiu seduzi-la, assim como já fizera com outras. Desvirginada pelo referido namorado, mediante promessas de casamento, ela contou à sua mãe o acontecido. Esta, por sua vez contou ao seu marido e aos demais filhos, que não

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  • acreditavam nas boas intenções do ofensor da honra da esteada e irmã. Realmente eles �nham razão. O ofensor diante da revolta dos irmãos mais velhos de “Noca”, resolveu trazê-la para São Sebas�ão do

    aParaíso e a alojou na pensão de D Maria de Freitas. Semanalmente ele vinha visitá-la, prover suas necessidades financeiras e pagar as contas devidas à dona da “pensão”. Nessa vida que lhe foi imposta pelas circunstâncias acima relatadas, ela, para vencer o ócio e dando vazão às suas habilidades domés�cas, se entre�nha executando trabalhos manuais como bordado e crochê. Convêm relembrar que o pensamento dominante naqueles tempos ou décadas de 1920/30/40, etc., entre as famílias que �vessem a desventura de ter uma filha desvirginada antes do casamento, tal filha ficava sujeita à expulsão da casa paterna, à marginalização pela sociedade, direcionado-a, inexoravelmente para o ingresso ao meretrício. Este foi o des�no da “Noca” quando ainda estava no verdor de sua mocidade, ou seja 17 ou 18 anos.

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  • AS VISITAS DE “NOCA” À SUA MÃE

    Depois que “Noca” se viu obrigada a deixar a casa paterna em virtude de seu infeliz relacionamento com o rico e poderoso ofensor de sua honra, foi por ele encaminhada a uma “pensão” em São Sebas�ão do Paraíso. No decorrer dos tempo em que residiu nessa cidade, mensalmente ela ia até à sua terra natal, a fim de se encontrar com sua mãe. Mas, tais encontros aconteciam às escondidas de seu padrasto e de seus irmãos, que não a perdoavam pelo que com ela ocorrera. Assim, humilhada por tanto rancor, recorria à intermediação de sua �a materna, que a recebia em sua casa, onde passava algumas horas em companhia de sua sofrida mãe. Segundo relatos, em conversa com pessoas de seu relacionamento, ela relembrava estes encontros com lágrimas nos olhos.

    “NOCA” E O SEU DERRADEIRO AMANTE

    Alguém já afirmou com categoria e clareza: “Paixão é como fogo de palha: arde rápido e não faz carvão:. Assim, ao cabo de um ano, as visitas do ofensor foram se rareando, já atrasava no

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  • pagamento das contas para com a “pensão”, etc., e foi manifestando certo desinteresse pela jovem, já que a esse tempo estava com suas atenções voltadas para outros “rumos”. Sen�ndo-se desamparada, “Noca” passou a aceitar as atenções de uma pessoa que lhe pareceu simpá�ca, a quem chamaremos de “AMANTE”, a fim de evitarmos constrangimentos desnecessários. Ele era solteiro, proprietário de caminhão de transporte, negociante, com 26 anos de idade e residia em São Sebas�ão do Paraíso. Ele possuía ainda um carro conversível conhecido como “bara�nha”, e, acima de tudo, demonstrava gostar de “Noca”. D e s s a fo r m a c o m e ç o u u m a n o v a experiência amorosa para aquela bela jovem de olhar tristonho. A t e n d e n d o à d e t e r m i n a ç ã o d o

    a “companheiro”, ela mudou-se para a pensão de “DMariquinha Dente de Ouro”. Apesar de se gostarem mutuamente, vez por outra, “Noca” e seu amante �nham suas briguinhas de amor, mo�vadas pelo ciúme doen�o deste, que a obrigava a se manter quase que enclausurada em seu quarto de pensão, porquanto somente a noite é que ele vinha visitá-la, ocasião

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  • em que aproveitavam para passear de automóvel pelas ruas da cidade. Durante o dia, ela bordava e vendia seus trabalhos entre pessoas da vizinhança. E assim viveram pelo espaço de quase três anos, até que no dia 16 de abril de 1933, a cena de ciúme provocada pelo amante foi muito forte, e, “Noca” sen�ndo-se por demais oprimida, resolveu dar por encerrado aquele “romance'. Decidiu e par�u no dia seguinte para a cidade de Barretos, SP.

    “NOCA”REGRESSA DE BARRETOS A GRANDE TRAGÉDIA

    Acossado pela saudade e premido pelo ciúme que nutria pela “Noca”, o ex-amante escreveu-lhe uma carta e quatro telegramas além de ter enviado a ela um cheque de duzentos mil réis. Nessas correspondências insis�a para que ela retornasse à Paraíso, mediante promessas de bem viver. Demonstrando que também gostava do ”amante”, ela chegou de volta à Paraíso no dia 20 de maio de 1933, pelo trem mixto da Estrada de Ferro Mogiana, por volta das treze horas. O amante tão logo tomou conhecimento

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  • da chegada de “Noca”, foi até à pensão onde ela costumava ficar, e, fecharam-se no quarto por mais de três horas. Findo esse tempo ele se re�rou prometendo voltar à hora do jantar; sairiam após, para um passeio de carro. Realmente por volta das dezenove horas ele apareceu, jantaram e saíram a passeio, aparentando, ambos, alegria e felicidade. Segundo testemunhas, durante o passeio rumaram para os lados da estrada velha Espraiado/São Tomás de Aquino. Já de retorno, segundo narra�va do próprio “amante,” perante a autoridade policial, ele parou o carro no alto onde hoje se encontra a capelinha, e passaram a discu�r sobre a estada da “Noca” em Barretos. Então, num momento de extrema explosão de ciúmes ele sacou de um revólver e desferiu três �ros contra o peito da infeliz, que morreu na hora. Ainda sob forte emoção, ele deixou o corpo perto da ma�nha existente abaixo da estrada. Incon�nente dirigiu-se à casa de seus pais, sendo por eles aconselhado a voltar ao local e deixar o corpo ao lado da estrada de modo que pudesse ser encontrado. Assim ele fez. E mais, colocou sobre o rosto dela o seu próprio paletó. A seguir, tomou r u m o d e S ã o T o m á s / F r a n c a / S ã o

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  • Simão. Na madrugada, um grupo de rapazes que vinham de um baile realizado em São Tomaz de Aquino, passando pelo local, deram com o corpo estendido ao lado da estrada. Chegando à cidade comunicaram o fato à autoridade policial que tomou as devidas providências. Após o reconhecimento da ví�ma e demais providências apropriadas ao caso, “Noca” foi

    o sepultada em vala comum n 11.558 do cemitério municipal de São Sebas�ão do Paraíso, em presença de sua genitora e pessoas de sua amizade. Presidiu o o�cio religioso o então pároco Monsenhor Felipe. Através do paletó chegou-se ao autor dos disparos. Este, bom tempo depois foi subme�do a julgamento – Proc. Crime no 1.044/1.933 – O “amante” foi condenado a 24 anos de prisão. O seu advogado recorreu da sentença perante ao Tr ibunal de Jus�ça do Estado, a legando irregularidades processuais, tendo logrado êxito. subme�do a segundo Júri, ele foi absolvido. Os jornais de São Sebas�ão do Paraíso, “Libello do Povo” e “A Época”, estamparam em amplas reportagens tão lamentável ocorrência que, entristeceu não só as famílias de seus

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  • protagonistas, como também a população da região.

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  • PROCESSO CRIME Nº 1044AUTOR: JUSTIÇA PÚBLICA

    VÍTIMA: ISBELLA ALVES DA SILVA

    DENÚNCIA: ISBELLA ALVES DA SILVA -“Noca”- como era chamada tendo sido a�rada ao meretrício em uma cidade vizinha a esta, para aqui se mudou e logo tornou-se amante de “amante”, que custeava todas as suas despesas. Assim viveram por um bom tempo. Em abri do corrente ano (1933), devido a divergência em seus modos pessoais de pensar, Isabella mudou-se para Barretos, SP., onde permaneceu por cerca de um mês, tendo retornado à nossa cidade no dia 20 do corrente mês, a chamado insistente de seu “amante”, como se vê dos telegramas por este expedido e uma carta de sua autoria, fornecendo o denunciado dinheiro suficiente para o regresso de “Noca.” Em aqui chegando, foi “Noca” alegremente recebida pelo “amante” e no começo da noite resolveram dar um passeio de automóvel, numa “bara�nha”(automóvel Ford de luxo, muito usado por jovens de famílias ricas, da época), o que fizeram seguindo pela estrada que vai para S. Tomaz de Aquino. Percorrido uma distância de

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  • mais ou menos uma légua de nossa cidade, eis que o “amante” mata a “Noca” com três �ros de arma de fogo e a�ra o cadáver num buraco existente na ma�nha existente a poucos metros da lateral da estrada.Perpetrado o crime, regressou à cidade, indo à casa de seus pais a quem contou o ocorrido, recebendo de seu pai certa quan�a em dinheiro para fugir e aconselhou para �rar o cadáver do lugar onde se achava e que fora colocado à beira da estrada, o que foi executado. O fato de ser ele “amante”, de ter ele se empenhado para que ela voltasse para sua companhia, de haver ministrado meios, mandando a importância de duzentos mil réis, de haver saído só com ela “Noca”, em sua “bara�nha”, a passeio, de haver regressado à cidade sem a companheira, ido à casa de seus pais, colocado gasolina no carro, fato visto por diversas pessoas, de haver coberto o rosto da amante com o próprio paletó, de haver na mesma noite fugido para lugar seguro, tudo isso contribui para índiciá-lo bastante, para incriminá-lo como sendo o autor da morte da infeliz “Noca”. Isto posto, o denunciado está incurso no crime previsto no ar�go 294 §2, do Código Penal. Assim esta Promotoria oferece a presente denúncia, da qual espera deferimento.

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  • S. S. Paraiso, 30 de maio de 1933. Ass. Promotor de Jus�ça.EXAME CADAVÉRICO – efetuado pelo médico Dr. Nestor Moura- Farmacêu�co Raymundo Calafiori.

    1- Contusão no lábio inferior – 3 ferimentos produzidos por projé�l de arma de fogo no hemitorax esquerdo – O terceiro ferimento produzido e acima referido, a�ngiu a região subcutânea infra escapular direita, distando mais ou menos oi� cen�metros da coluna vertebral.

    2- APREEENDIDOS; Um paletó de casemira que se achava cobrindo o rosto da ví�ma, uma carta e 4 telegramas que se achava na mala da ví�ma, na pensão onde ela es�vera morando.

    3 -DEPOIMENTO DAS TESTEMUNHAS ARROLADAS PELA POLÍCIA- Testemunha a) Fulano de tal, mecânico, 28 anos, natural de S. S. Paraiso. Que conhecia o “amante” e que este morava com uma mulher mas não sabia o nome dela, mas �nha o apelido de “Noca”. Que na noite de 20/05/1933, havia um baile em S. Tomaz. Ele foi em companhia de diversos rapazes para assis�r aquele baile, e ficaram no “ponto” de encontro, em frente à Casa Maria

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  • Italiana, à av. Oliveira Resende, às 22,30h, quando passou em direção a S. Tomaz a “bara�nha”. Daí há pouco, uns 15 minutos após, ele e seus companheiros seguiram pela mesma estrada. Quando estavam próximo à fazenda do Sr. Sebas�ão de Tal, um automóvel que vinha atrás pediu passagem buzinando: quando este carro passou é que viram que era a “bara�nha” do “amante”. Lá pelas três e meia da madrugada ele e seus amigos retornaram a Paraiso, ao passar pelo campo conhecido por alto do Espraiado, os faróis do caminhão que ele dirigia deram de divisar uma pessoa deitada ao lado d estrada, parou o caminhão e viram que ali estava o cadáver da “Noca”, coberta a parte superior do corpo com um paletó de casemira xadrez felpudo. Foi-lhe mostrado o referido paletó e o depoente reconheceu como sendo o do “amante” e que estava sobre o cadáver da ví�ma, na referida noite, acima referida.E que chegando à cidade, deram conhecimento à Polícia. Depois desceu par a casa de Emília de Tal, quando tomou conhecimento de que o “amante” es�vera lá por volta da 20h..Depois, foi à casa do cunhado do

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  • “amante” e deu a no�cia, tendo este ficado chocado assim como as demais pessoas da citada família.

    4 - Testemunha Maria Guilhermina – com 42 anos de idade, baiana, viúva, vulgo “dente de ouro”. Que conheceu a “Noca”. Que ela foi para Barretos no dia 17 de abril (1933) e voltou no dia do de maio seguinte. Depois que a “Noca” chegou, depois de meia hora, chegou o “amante” na casa em que ela morava e ficaram no quarto da “Noca” por umas três horas. Quando saíram do quarto, a “Noca” disse que ia casar com o “amante” para que ele �vesse toda ação sobre ela. Ele deu dinheiro para que a depoente fosse comprar frango para o jantar ele com a “Noca”. Após o jantar iriam sair para passear de carro. Ele veio lá pelas 19h. e saíram de carro, alegres e felizes Rumo à Avenida Bueno Brandão (atual Avenida Oliveira Resende). Que a “Noca” havia lhe contado que quando ela estava em Barretos, o “amante” lhe escrevera uma carta com um cheque de 200 mil réis e 4 telegramas, pedindo que ela voltasse para Paraíso. Quando soube do assassinato da “Noca” ficou muito chocada e triste com o acontecido.

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  • 5- Testemunha Geraldo de Tal - O depoente disse que sabia que o “amante” era amigado da “Noca” e que ele �nha muito ciúme dela. Soube que lá pelas 20h. o “amante “ esteve na casa do pai dele e que contara à mãe que jogara o cadáver num meio buraco perto d estrada e a mãe disse para ele �rar o cadáver de onde o deixara e o colocasse na beira da estrada e lhe deu três contos de réis para ele ir embora. Reconheceu o paletó que lhe foi exibido pela autoridade policial.

    6- Testemunha: Benedito de Tal: -Perguntado, disse que o “amante” voltou pra o jantar às 18h. e que saíram depois passear. Que o paletó �nha manchas de sangue, prova que o “amante” voltou onde deixara o cadáver da “Noca” e a carregar nos braços até à beira da estrada

    7 - Declarações do “amante” em 1/06/1933, perante a Autoridade Policial: Idade: 26 anos. Como motorista de caminhão, viajava muito e numa dessas viagens conheceu e “Noca” em Cássia, onde soube que ela havia sido deflorada por um médico solteirão me�do a conquistador de moça donzela. Depois de algum tempo e ela

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  • estando a morar em Paraliso, tornaram-se amantes. Há um mês ela foi para Barretos. Quando ela chegou de volta a Paraiso, ele foi onde ela se encontrava. Ficaram juntos uma 3 horas. Depois, foi para a casa dele e retornou para a cãs dela, onde jantaram. Depois saíram para dar uma vol�nha de “bara�nha” na direção da estrada do Espraiado. Quando estavam de volta, na altura do alto do campo espraiado, em conversa, disse ele, ela contou-lhe que conhecera em Barretos um rapaz muito educado, ocasião em que, ele, o depoente, moído de ciúme, voltou-se contra a “Noca”, alvejando- com 3 �ros de revolver. Incon�nen�, arrependeu-se amargamente do que �vera feito. Então, desceu o corpo dela da bara�nha, carregou-o até próximo a uma ma�nha não muito longe da estrada e voltou para a cidade, indo para a casa de seus pais, pegou roupas e dinheiro e voltou para o local onde deixara o corpo da “Noca”, deixando-a na beira da estrada, pois sabia que havia um baile em S. Tomaz e que o rapazes, quando voltassem iriam achá-la e avisar a autoridade policial. Que não soube explicar a força que o impeliu a

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  • fazer aquilo. Que ao passar pelo rio S. Pedro, jogou naquele rio o revolver. Que de Franca, chegou até a cidade de S. Simão, hospedando-se num hotel, dando o seu nome certo, contando o acontecido a diversos conhecidos.

    REPERCUSSÃO DESTA LAMENTÁVEL TRAGÉDIA

    O JORNAL “Libelo do Povo”, em sua edição de 28/05/1933, assim no�ciou tão infausto acontecimento:

    FIM DE UMA VIDA AIRADA

    A zona sórdida do meretrício, onde a honra é vendida a retalho no balcão da impudícia, ofereceu aos olhos da cidade pouco acostumada a estas cenas dantescas, entregue que vive sempre a sua v ida ordeira e ca lma, uma tragédia impressionante. Serviu de prólogo a este quadro doloroso, que abalou a vida, por si desgraçada dessas infelizes “Madalenas”, habitantes do imundo pântano social, uma paisagem campestre cheirosa pelo perfume que se evocava as primeiras horas da

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  • noite de 20 do corrente, e varrida de leve por brandas auras, oculadas pela dança mul�cor das estrelas do infinito... Foi em pleno campo que “Noca”, jovem e bela, vinte e um anos, se muito, dona de uns olhos grandes, pretos e belos, e de um rosto emoldurado por uma beleza ar�s�ca, caiu varada pelos �ros mortais, desferidos pelo “amante”, moço solteiro, perito motorista de caminhão, aqui domiciliado. Morreu no campo a “Noca” ou Isbella Alves, como a perdiz alada, seguida de perto pelo rafeiro impenitente, ao �ro certeiro de perito caçador... ‘‘Fulano de tal’’ (era amante de Isbella Alves), moça a�rada à vida airada das ruas, por um profissional liberal de Cássia, MG. Com ela conviveu por algum tempo, providenciando para que ela morasse numa pensão aqui em nossa cidade, visitando-a com freqüência. Algum tempo depois, nem tanto. Sen�ndo-se desamparada, ela aceitou os galanteios de novo amante, dotado de gênio explosivo e ni�damente ciumento, romance esse marcado por ocasionais acaloradas discussões. Ul�mamente, precisamente no citado dia 20 do corrente, os amantes saíram a passear de carro, percorreram Rua abaixo e sua acima, como

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  • festejando o úl�mo dia da “Noca”. Na manhã seguinte, um cadáver de mulher bonita no campo e o desaparecimento do “amante’’! A autoridade policial tomou todas as providências necessárias ao triste acontecimento.

    ASSASSINO PRESO

    Jornal “Libelo do Povo – edição de 04 de junho de 1933. Acha-se recolhido à prisão, tendo sido preso em S. Simão, SP, o assassino de Isbella Alves, c u j o c r i m e o c o r r e u e m n o s s a c i d a d e recentemente.

    PRIMEIRO JURI

    Jornal Libelo do Povo - edição n.146-30/07/1933. Funcionou sob a presidência do digno Juiz de Direito da Comarca e par�cipação do ilustre Promotor de Jus�ça, a segunda sessão do Juri do corrente ano. Submeteram-se a julgamento diversos libelados, sendo o assassino de Isbella Alves condenado a 24 aos de prisão, havendo a defesa protestado. Mencionado crime não foi dos

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  • menos bárbaros, e esta folha no�ciou em tempo a triste tragédia que teve por cenário o silêncio dos campos. Não nos regozijamos com penalidade imposta ao assassino. O Juri, porém, soube desafrontar a sociedade paraisense.

    O “amante” da “NOCA”VAI A SEGUNDO JULGAMENTO

    Julgado perante o Tribunal do Juri, o “amante” foi condenado a 24 anos de prisão. Entretanto, o seu advogado (famoso por sua argúcia e, por isso mesmo, um dos mais bem pagos da região), alegando irregularidades no processo, conseguiu do Tribunal de Jus�ça do Estado, a anulação do referido julgamento. O jornal “A Época” assim no�ciou o fato: Sob a presidência do MM. Juiz de Direito da Comarca, par�cipação do DD. Promotor de Jus�ça, �veram início os trabalhos do Juri popular, presentes os jurados em número legal (6), aconteceu o julgamento do “amante” de Isbella Alves “Noca”, indiciado como incurso no art. 294 parágrafo segundo do Código Penal vigente Decretos ns. 847 de 11/10/1890 e n. 1.127 de 06/12/1890. Foi logo organizado o Conselho de Sentença. Depois do compromisso do

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  • Conselho e leitura dos autos, foi dada a palavra ao Promotor de Jus�ça que procurou provar a responsabilidade criminal do réu e pediu a sua condenação. Foi dada a palavra à defesa que, de início, disse da perseguição movida contra o seu cons�tuinte por elementos de esquina e que o Juri devia resolver o caso cien�ficamente, citando, Evaristo de Moraes, Hernani de Irajá, Euzébio Gomes, entre outros autores de livros que tratam de crimes passionais, come�dos por surto psicó�cos, o que tornam seus perpetuadores inocentes perante a Lei. Assim, procurou provar que seu cons�tuinte pra�cou um crime passional levado a cometê-lo devido ao ardente amor que nutria pela ví�ma Isbella Alves. Leu carta do “amante” escrita à sua amada, reconhecendo nele a condição de pessoa dotado de temperamento explosivo, mas apaixonado por ela, insis�ndo todo o tempo em afirmar essa paixão de seu cons�tuinte pela “Noca”. Expôs seus argumentos no decurso de duas horas, e, terminou dizendo que ele, o “amante”, a matou num momento de incontrolável ciúme pelo fato de ela tê-lo deixado aqui em Paraiso, indo morar em Barretos, SP., pelo decurso de quase um mês. A sagacidade do advogado defensor do réu,

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  • sur�u efeito, ou seja, conseguiu do Conselho de Sentença a absolvição do mesmo. Mas, o ‘‘amante” após este segundo Juri não foi internado em quaisquer sanatório psiquiátrico ou estabelecimento assemelhado. A opinião pública jamais concordou com tal decisão feita em nome da Jus�ça. Daí, para o povo, ela, a “Noca”, será sempre “a már�r do campo...”. Que sua bela alma descanse em paz.

    CITAÇÕES BÍBLICAS

    “Pois eu garanto-vos; os cobradores de impostos e as pros�tutas vos precederão no Reino do Céu”. Mt, 21-31 “Que perdoados lhe são seus muitos pecados, porque amou muito; mas ao que menos se perdoa, menos ama”. Lc,7.1-11 “O que de vós outros está sem pecado, seja o primeiro a a�rar a primeira pedra”. Jo, 8.1-11

    A CAPELINHA

    A repercussão de tão deplorável crime, abalou o sen�mento popular regional, que ficou chocado com o ocorr ido. Conhecido os

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  • pormenores, logo, logo, duas correntes de opinião pública se formaram. Uma, qualificando o desfecho como uma fatalidade para mulheres da vida, que ficam expostas aos mais variadas formas de comportamento de seus freqüentadores. Outra, condenando o autor dos disparos, tendo em vista a fragilidade da ví�ma que foi pega de surpresa e, qual ave inocente tombou sob a mira certeira de seu caçador. Para esses, “Noca”, no dizer de um destemido jornalista contemporâneo dos fatos, foi por ele considerada “a már�r do campo”. Assim pensava também o Sr. Antônio Teófilo Filho “Nenê Teófilo” e a tantos quantos o ajudaram erigir a capelinha, bem no local onde o corpo de “Noca” foi encontrado na madrugada do dia 21 de maio de 1933. Ele, num momento de extrema dificuldade diante de um grave problema, que lhe pareceu sem solução plausível, elevou seu pensamento a Deus solicitando a intermediação da alma da “Noca”. Pediu com fé e foi atendido. Em agradecimento, mandou construir a capelinha. E, desde então, pessoas outras vem fazendo seus “votos”, acendem velas dentro e fora da capela; mandam rezar missas e fazem agradecimentos por graças

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  • alcançadas,. Por tudo isso a mencionada capelinha se faz constantemente visitada como oratório público.

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  • CAMINHADAS ATÉ À CAPELINHA CONSIDERADA ORATÓRIO PÚBLICO

    A r e l i g i o s i d a d e a i n d a é u m d o s caracterís�cos do povo mineiro dessas bandas do Sudoeste. E a crença de que chuva é benção de Deus, tem guarida no coração do povo católico em geral. Corria o início do mês de outubro de 1993. Umidade rela�va do ar baixíssima.... Nada de nuvens no céu... Es�agem prolongada. Foi nesse ambiente de suspiros por chuvas benfazejas, que um grupo de moradores de São Tomas de Aquino, liderados pela Sra. Maria Nazareth Duarte, resolveu fazer uma caminhada de penitência, até à capelinha da “Noca”. A data escolhida foi o dia 12 de outubro que é feriado nacional e dedicado à Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil. Através da então Rádio Difusora Paraisense, Programa Hora do Angelus, o então locutor Luiz Ferreira, convidou todos seus ouvintes para par�ciparem também de uma caminhada de

    a diante de tal convite, o casal. Luiz Ferreira / DWanira, que, movidos por igual desejo, conclamaram todos os confrades da Liga Católica “Jesus, Maria e José” e bem assim o povo

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  • paraisense em geral, para, em procissão, saindo defronte a Igreja Matriz, às seis horas da manhã daquele dia, se dirigissem àquele local e se encontrassem com os caminheiros de S. Tomaz. Assim aconteceu em fraternal confraternização e que anualmente se repete sem nenhuma interrupção. O pároco da Paróquia de São Judas foi convidado para celebrar Missa, quando da chegada de ambos grupos de caminheiros. Providenciou-se um caminhão. Na carroceria do referido, foi montado o altar e celebrada Missa perante aproximadamente quinhentas pessoas. A par�r daquele ano, a cada dia 12 de outubro, às mesmas horas de saída e de chegada (8h. mais ou menos), vêm sendo realizadas idên�cas caminhadas. Da mesma forma celebram-se Missas compar�lhadas por caminheiros dessas cidades irmãs, atualmente em número que ultrapassa mil pessoas que gostam de rezar e, portanto, que comungam o mesmo espírito de religiosidade e confiança na misericórdia do Senhor.

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  • CONCLUSÃO

    O presente relato, não pretende colocar em julgamento nenhum daqueles que, direta ou indiretamente par�ciparam ou foram a�ngidos pelos fatos aqui alinhados. Procuramos alinhar os fatos como aconteceram realmente, já que baseamos em documentos, fotos e depoimentos de pessoas sérias e confiáveis, sem entrar em detalhes desnecessários. Os principais personagens eram jovens na época e, nesta faixa etária pode ocorrer desvios de comportamento, explosões temperamentais e mudanças bruscas no “psique””. Com relação ao fato de “Noca” ter sido considerada uma meretriz, convém lembrar que a Bíbl ia Sagrada faz menção a pros�tutas arrependidas; que foram perdoadas. Exemplos: “Pois eu garanto-vos;os cobradores de impostos e as pros�tutas vos precederão no Reino do Céu- Mt,21-31 “Que perdoados lhe são seus muito pecados, porque amou muito; mas ao que menos se perdoa, menos ama” Lc,7.1.11. “O que de vós outros está sem pecado, seja

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  • o primeiro a�rar a primeira pedra”Jô,8.1-11 À vista do exposto, podemos concluir que como diz o adágio popular: “Mais vale a fé do que o pau da barca”. Se alguém, movido pela fé na purificação da alma de “Noca” fizer um pedido ao Senhor, invocando a intercessão de sua alma, bem que pode ser atendido. Caso isso ocorra, não há mo�vo para censura. É interessante notar que apesar dos anos, muita gente, de Paraíso e da região, para aquela capelinha se dirige a fim de orar. A prova disso, são os “votos” e as velas sempre acesas naquela solitária e vetusta Igrejinha, existente lá no alto da região Espraiado, nos limites do perímetro urbano de São Sebas�ão do Paraíso...

    Caminheiros de São Tomás de Aquino - Foto: 12/10/1992Caminheiros de São Tomás de Aquino - Foto: 12/10/1992Caminheiros de São Tomás de Aquino - Foto: 12/10/1992

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  • Caminheiros de São Sebastião do Paraíso - 12/10/1993Caminheiros de São Sebastião do Paraíso - 12/10/1993Caminheiros de São Sebastião do Paraíso - 12/10/1993

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  • FONTES DE INFORMAÇÃO

    Cart. de Reg. Civil de Cássia – MG Cart. de Reg. Civil de S. S. Paraíso – MG Fórum da Comarca de S. S. Paraíso – MG

    Jornal “Libello do Povo”Jornal “A Época”Arquivo do Cemitério Municipal – S. S.

    Paraíso – MGFamiliares da “Noca”

    a a D Ana Moreira Vieira - D SinhanaMaria Nazareth DuarteJairo Teófilo de CarvalhoPaulo Ruben Vieira GuedesOrações PoderosasOutros

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  • O R A Ç Õ E S

    ORAÇÃO PARA PEDIR CHUVA

    Oh meu Deus e Senhor! Tu que nos olhas do alto de Tua morada, tem piedade de teus filhos aqui da Terra. Mande-nos, Senhor a chuva que nos há de molhar, fecundar a terra que haverá de produzir o pão que nos alimenta. Nós te pedimos, Senhor, em nome dos inocentes. Não deixes que eles e nem nós outros possamos morrer de fome e de sede. Piedade, Senhor Deus de misericórdia!Pai Nosso... Ave Maria... Glória...

    PODEROSA ORAÇÃO DA MANHÃ(atribuída a S. Francisco de Assis)

    No início deste dia, venho pedir-te saúde, força, paz e sabedoria.Quero olhar hoje o mundo com olhos cheios de amor, ser paciente, compreensivo, manso e prudente;ver além das aparências, teus filhos como tu mesmo os vês,Cerra meus ouvidos a toda calúnia.Guarda minha língua a toda maldade.

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  • Que só de bênçãos se encha meu espírito.Que eu seja tão bondoso e alegre, que todos quantos se achegarem a mim sintam a tua presença.Reveste-me de tua beleza, Senhor, e que no decurso deste dia, eu te revele a todos. Amém.

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  • ORAÇÃO DO ABANDONOSenador Roberto Kennedy

    Em tuas mãos, ó meu Deus eu me coloco, de corpo e alma. Vira e revira esta argila, Senhor, como barro na mão do oleiro. Dá-lhe forma e depois, se quiseres, esmigalha este barro que sou eu.

    Manda, ordena. “Que queres que eu faça? Que queres que eu faça?”

    Elogiado e humilhado, perseguido, incompreendido e caluniado, consolado, sofredor, inú�l para tudo, não me resta senão dizer a exemplo de tua Mãe: “Faça-se em mim segundo a tua palavra!”

    Dá-me o amor por excelência, o amor da Cruz; não o da cruz heróica que poderia nutrir o amor-próprio; mas o da cruz vulgar, que carrego com repugnância, daquela que se encontra cada dia na contradição, no esquecimento, no insucesso, nos falsos juízos, na frieza, nas recusas e nos desprezos dos outros, no mal-estar e nos defeitos do corpo, nas trevas da mente e na aridez, no silêncio do coração. Então, somente tu saberás que te amo, embora eu mesmo nada saiba. Mas ISTO BASTA.

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  • CONSAGRAÇÃO A NOSSA SENHORA APARECIDA

    Ó Maria San�ssima, que em vossa querida imagem de Aparecida, espalhais inúmeros bene�cios sobre todo o Brasil, eu, embora indigno de pertencer ao número de vossos filhos e filhas, mas cheio do desejo de par�cipar de todos os bene�cios de vossa misericórdia, prostrado a vossos pés, consagro-vos o meu entendimento, para que sempre pense no amor que mereceis; consagro-vos a minha língua, para que sempre vos louve e propague a vossa devoção; consagro-vos o meu coração, para que, depois de Deus, vos ame sobre todas as coisas.

    Recebei-me, ó Rainha incomparável, no ditoso número de vossos filhos e filhas; acolhei-me debaixo de vossa proteção; socorrei-me em todas as minhas necessidades espirituais e temporais e sobretudo na hora de minha morte.

    Abençoai-me, ó Mãe celes�al, e com vossa poderosa intercessão fortalecei-me em minha fraqueza, a fim de que, servindo-vos fielmente nesta vida, possa louvar-vos, amar-vos e der-vos graças no céu, por toda a eternidade.

    Assim seja.

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  • PODEROSA ORAÇÃO CONTRA TODAS AS DOENÇAS

    Em nome do pai, do Filho e do Espírito Santo.

    Pelos méritos da misteriosa Encarnação do Verbo de Deus, que é o Senhor Jesus Cristo; pelo seu nascimento, Paixão, Morte e Ressurreição, por esses altos e san�ssimos mistérios, nos quais eu creio, suplico à San�ssima Trindade e pela intercessão da sempre Virgem Maria, nossa advogada, livre e cure Senhor... (dizer o nome da pessoa doente e se diz o nome da enfermidade).

    Por São Roque, São Sebas�ão e por todas as Virgens e Már�res que compõem a Corte celeste, atenda ó Senhor a minha súplica, porém seja feita a vontade do Senhor. Rezar o Pai Nosso, Ave Maria e Gloria ao Pai.

    ORAÇÃO DE SANTO AGOSTINHO

    Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Vinde, Espírito Santo, consolador dos aflitos, alegria dos corações, alívio dos infortúnios! Vinde, ó san�ficador das Almas, Mestre dos

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  • humildes, Pai Santo dos órfãos, Sustentáculo dos pobres. Infundi no fundo de minha alma o temor de Deus. Sustentai a minha fraqueza com a força do seu poderoso braço. Inflamai a minha �bieza com vosso fogo san�ssimo. Penetrai santamente o meu coração com a seta da vossa caridade suavíssima. Dai-me a provar uma gota de suas celes�ais doçuras, para que, de futura, aborreça a todos deleites mundanos, e somente procure eu me agradar das graças que vem do Espírito Santo.

    Pai Nosso, Ave Maria e Gloria ao Pai.

    12/10/201845

  • SEGURANÇA DO PROTEGIDO DE DEUS

    (Para ser respeitado; ter sucesso nos negócios; ser protegido nas viagens e não ter medo de enfrentar as vicissitudes da vida).

    Levantei os meus olhos aos montes, de onde virá o meu socorro. O meu socorro vem do Senhor que fez o céu e a terra. Não permita que vacile o teu pé, nem dormite aquele que te guarda. Eis que não adormecerá nem dormirá o que guarda a Israel.

    O Senhor está em tua guarda, o Senhor é a tua proteção, Ele está à tua mão direita. De dia o sol não te queimará, nem a lua de noite. O Senhor te guarda de todo o mal; guarde a tua alma o Senhor.

    O Senhor guarda a tua entrada e a tua saída, desde agora e para sempre.

    ORAÇÃO PARA DEFESA CONTRA INIMIGOS INVISÍVEIS, ESPÍRITOS MALÉFICOS E OBSESSÕES.

    Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

    Senhor Deus eterno e onipotente. Socorrei-me, auxilie este vosso humilde filho. Livrai-me de todos os perigos, sede misericordioso para comigo

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  • no dia do juízo e, anulai as perseguições de sofro por parte de quem, sem mo�vo algum, me acham an�pá�co e merecedor de perseguição. Julgai-me, Senhor, separai a minha causa da causa injusta desses perseguidores visíveis e invisíveis.

    Meu Deus, sois a fortaleza. Lançai sobre mim a vossa luz e a vossa verdade e proteção. Assim seja.

    CONTRA FERIDAS E CHAGAS MALIGNAS E CANCEROSAS

    Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

    Persignada serás, chaga maligna, curada serás pala virtude divina, como o foram as feridas de Cristo nos braços de Maria San�ssima.

    (5 Pai Nossos em memória das 5 Chagas e 3 Ave Maria à Maria San�ssima)

    Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

    PARA AFASTAR DIFICULDADES EM NEGÓCIOS

    Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

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  • Louvado seja Deus, criador de todas as coisas. Louvo nosso Senhor Jesus Cristo pela tranqüilidade que me conceder. Louvo Santo Expedito pela prosperidade em meus negócios, pela minha alegria, pela minha paz. Louvo São Benedito, Santo Antão, São Policarpo.

    Glória a Nosso Senhor Jesus Cristo, que me concede a graça de ser bem sucedido em minhas empresas.

    Louvado seja Nosso Senhor pelo se poder, pela sua jus�ça, pela sua san�dade.

    Louvo o Espírito Santo pelos dons espirituais.

    Senhor Deus, rogo-Vos, humildemente, amparar-me, proteger-me, for�ficar-me, guiar-me, nos atalhos da existência, perdoando os meus pecados.

    Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

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  • CONTRA TODOS OS PERIGOS

    Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

    Senhor Todo-Poderoso, Eli, Eli, vinde em meu socorro, embora o peso de minhas faltas me torne indigno da vossa complacência. Senhor Deus, afastai deste vosso humilde filho todos os perigos e danos do corpo e do espírito, livrai-me das insídias, das tradições e dos ataques dos meus inimigos, visíveis e invisíveis, homens e mulheres.

    Deus e Senhor, com as vossas milícias celestes afastai de mim os maus espíritos tentadores. Eliminai, Senhor, os efeitos da inveja, do ódio, da inimizade e que os meus desafetos me tenham. Rogo-Vos, Senhor, humildemente, conceder-me a segurança nos caminhos de minha existência. Pelos Vossos Santos Nomes, Eloim, Adonai, , acolhei a prece que Vos dir i jo, preservando-me o corpo, contra todos os pecados e a alma, contra todas as tentações.

    ORAÇÃO A SÃO ROQUE E SÃO SEBASTIÃO

    Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

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  • Onipotente e sempiterno Deus, que pelos merecimentos dos vossos Santos Roque e Sebas�ão livrastes os homens das enfermidades contagiosas, atendei as nossas súplicas para que, recorrendo agora a Vós a fim de alcançarmos semelhante graça, mereçamos por sua intercessão sermos livre de todo perigo para a alma e para o corpo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.

    ORAÇÃO Á SANTA RITA DE CÁSSIA NOS CASO DESESPERADOS

    Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

    Ó poderosa Santa Rita, chamada Santa Rita d o s i m p o s s í v e i s , a d v o g a d a n o s c a s o s desesperados, socorro na úl�ma hora, refúgio no momento da dor que arrasta as almas ao abismo do crime e da desesperação, com toda a confiança em seu celeste patrocínio, recorro a vós neste caso di�cil e imprevisto que oprime dolorosamente o meu coração.

    Dizei-me ó cara Santa Rita: não me quereis ajudar e consolar? Quereis afastar o vosso olhar, a vossa piedade do meu coração tão provado pela dor? Também vós sabeis o que é mar�rio do

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  • coração! Pelas dores atrozes que sofrestes, pelas lágrimas amargas que santamente derramastes, ah! Vinde em meu auxílio. Falai, rezai, intercedei por mim, que não ouso faze-lo junto ao coração de Deus, pai de misericórdia e fonte de toda consolação.

    Alcançai-me a graça que desejo, porque quero alcançá-la, sendo-me ela tão necessária. Apresentada por vós, que sois tão cara a Deus, a minha prece será certamente atendida.

    Dizei ao Senhor que desta graça me servirei para melhorar a minha vida e os meus hábitos, e proclamar na terra e no céu a misericórdia divina. Amém.

    12/10/201852

  • ORAÇÃO Á SANTA CATARINA PARA PROTEGER A CASA

    Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

    Ó dulcíssimo Senhor Jesus Cristo, fonte de todas virtudes amigo das almas, vencedor for�ssimo do demônio, severíssimo ex�rpador dos vícios, lançai propício Vosso olhar para a nossa fraqueza e pela intercessão de vossa San�ssima Mãe, a Virgem Maria e de Vossa dileta esposa, a Virgem e Már�r Santa Catarina, concedei-nos o auxílio de vossa divina graça.

    Gloriosa Santa Catarina, modelo pré-claro de virtude, már�r invicta, que por vossa pureza merecestes ser esposa de Jesus, pelo bom odor de tantas virtudes encheste de fragrância toda a igreja de Deus, à vossa proteção recorremos, e vos rogamos lancei sobre nós um olhar favorável, para que sejamos socorridos em todas as nossas necessidades. Ó virgem, Santa Catarina, Protegei este vosso indigno servo, esta casa e seus habitantes, contra a guerra, trovões, raios e tempestades, contra todas as ciladas dos inimigos e outros perigos e males que nos possam flagelar. Santa Catarina, fazei que a nossa fé nas verdades

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  • da Santa religião seja inabalável, e que, imitando vossos santos exemplos, saibamos defende-la em toda a sua pureza e sinceramente nos confessemos cristãos, não só por palavras mas também por obras, para que Jesus, francamente confessando por nós diante dos homens, nos confesse e glorifique propício um dia no Céu, tornando-nos par�cipantes da mesma glória que vós, ó Santa Catarina, mereceste pela pureza de vosso coração e pelo vosso mar�rio.

    Amem.

    ORAÇÃO Á SANTA BÁRBARA PAR OBTER CHUVA E AMENIZAR TEMPESTADE

    Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

    Ó Deus, que entre outras maravilhas do vosso poder, concedestes ao sexo frágil a vitória do mar�rio, na nossa bondade fazei que, honrando o nascimento no Céu da vossa bem aventurada Virgem e Már�r Bárbara, cheguemos até Vós, imitando os seus exemplos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

    Santa Bárbara bendita, Que no céu seja escrita

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  • Com um raminho de água benta – Livrai-nos desta tormenta.

    PRECE A JESUS PARA SER FELIZ

    Auxilia-me, meu Jesus, revela-me tuas verdades e separa do meu ser tudo que é imperfeito. Dirigi-me um olhar de amor e perdoa-me todos os pensamentos que fazem indigno de �.

    Reconheço que, ainda que minhas aspirações sejam sinceras, meus atos as desmentem por causa da minha grande imperfeição.

    Quero fazer minha felicidade pensar nas coisas espirituais, mas os meus sen�dos me escravizam. Ajuda-me meu Jesus, e guia-me com a tua luz. Sê-me propício. Amém.

    ORAÇÃO Á NOSSA SENHORA DO BOM PARTO

    Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

    Virgem San�ssima – Virgem antes do parto, Virgem no parto, Virgem depois do parto tal foi a obra do Espírito Santo, que gerou em nosso ventre imaculado o esplendor do mundo, vossa adoração

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  • e precioso Filho, Jesus Cristo.Infinita foi a vossa alegria em trazer em

    vossos braços esse penhor de eterna duração, essa fonte de riqueza que vos fez subir ainda mais a esse trono, que tanto vos glorificou como rainha dos anjos e por quem padecestes as mais tristes e incomparáveis mágoas, sobretudo adorado filho. Nessa hora em que tudo para vós era aflição e dor nunca achastes quem vos consolasse, sendo a vossa ternura de mão san�ssima.

    Porém nunca como nesta hora, dando-me um bom sucesso e a todos quantos imploram o vosso nome.

    Amém.

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  • RECADOS DEIXADOS NA CAPELINHA(autores desconhecidos)

    Hoje é um dia muito especial, é o dia do meu funeral.Ontem, finalmente, ele conseguiu matar-me. A�rou em meu peito por três vezes.Se ao menos eu �vesse tempo e força para defender-me...Hoje eu não teria recebido flores em meu modesto funeral...

    Cada vez que vejo o sanguede uma mulher �ngir o chãosinto um aperto no peitodói demais meu coração.Ver mulheres assassinadas,covardemente violentadas;que sórdida situação...

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  • CRIME PASSIONAL

    O termo implica que o crime foi mo�vado por amor, paixão. Sendo que não é o amor, paixão ou desejo que mo�varam o crime e sim a ideia de que a mulher é um objeto do parceiro. Usar esse termo é ignorar que há uma desumanização da ví�ma, por parte do agressor, já que ele não a vê como pessoa dotada também de vontade, sen�mentos e direitos. Crime passional, deixando de lado o cinismo, seu verdadeiro nome é "machismo" mesmo...

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  • Introdução........................................................... 2O nascimento de Isbella Alves da Silva - “Noca”.... 8O apelido “Noca”.................................................. 8Noca na escola “Liceu Cassiense”......................... 9A flor decaída......................................................10As visitas de “Noca” à sua mãe............................12Noca e o seu derradeiro amante.........................12Noca regressa de Barretos – A grande tragédia...14Processo crime é instaurado- o “amante” vai a primeiro Juri popular...........................................18Repercussão desta lamentável tragédia – Jornal “Libello do Povo”.................................................25O “amante” vai a segundo Juri popular................28Citações bíblicas.................................................30A capelinha.........................................................30Caminhada até à capelinha considerada “oratório público”..............................................................33Conclusão...........................................................35Fontes de informação.........................................38Orações diversas.................................................39Oração para pedir chuva.....................................39Poderosa oração da manhã.................................39Oração do abandono..........................................42Consagração à Nos Senhora Aparecida...............43

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    Í N D I C E

  • Poderosa oração contra todas as doenças...........44Oração de Santo Agos�nho.................................44Segurança do protegido de Deus.........................46Oração para defesa contra inimigos invisíveis, espíritos malignos e obsessões...........................46Contra feridas e chagas malignas e cancerosas....47Para afastar dificuldades em negócios................47Contra todos os perigos......................................50Oração de São Roque São Sebas�ão..................50Oração à Santa Rita de Cássia nos casos desesperados.....................................................51Oração à Santa Catarina para proteger a casa......53Oração à Santa Bárbara para pedir chuva e amenizar tempestade.........................................54Prece a Jesus para ser feliz...................................55Oração à Nossa Senhora do Bom Parto................55Recados deixados na Capelinha..........................57Crime Passional..................................................58

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  • Página 1Página 2Página 3Página 4Página 5Página 6Página 7Página 8Página 9Página 10Página 11Página 12Página 13Página 14Página 15Página 16Página 17Página 18Página 19Página 20Página 21Página 22Página 23Página 24Página 25Página 26Página 27Página 28Página 29Página 30Página 31Página 32Página 33Página 34Página 35Página 36Página 37Página 38Página 39Página 40Página 41Página 42Página 43Página 44Página 45Página 46Página 47Página 48Página 49Página 50Página 51Página 52Página 53Página 54Página 55Página 56Página 57Página 58Página 59Página 60Página 61Página 62Página 63Página 64