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Instituto Superior Técnico / Mestrado Integrado Engª Civil Transportes Aulas teóricas 1/15 SESSÃO 13 - Os desafios profissionais no Sistema de Transportes MESTRADO INTEGRADO DE ENGENHARIA CIVIL Disciplina: TRANSPORTES Prof. Responsável: José Manuel Viegas Sessão 13: Os desafios profissionais no Sistema de Transportes 2011/2012

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MESTRADO INTEGRADO DE ENGENHARIA CIVIL

Disciplina: TRANSPORTES

Prof. Responsável: José Manuel Viegas

Sessão 13:

Os desafios profissionais no Sistema de Transportes

2011/2012

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OS NÍVEIS DE INTERVENÇÃO

Três níveis fundamentais de decisão:

Estratégico: definem-se os objectivos a perseguir e os recursos a

mobilizar

Táctico: definem-se os tipos de soluções (tecnologias) e faz-se o seu

planeamento (capacidades, redes, horários)

Operacional: executa-se a produção planeada

Para que o processo possa ter sucesso

A cada nível há necessidade de ter alguma ideia das implicações das

decisões aos níveis inferiores

Apesar disso, é necessário montar processos de retro-acção que

permitam ajustar as decisões de cada nível superior às implicações que

a análise ao nível inferior revela

Numa sociedade democrática, o nível estratégico deve caber aos

decisores políticos

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OS AGENTES NO SISTEMA DE

TRANSPORTES (I)

O Estado tem um papel fundamental de intervenção no sistema de

transportes

como promotor da eficiência e sustentabilidade na mobilidade de todos os

membros da sociedade e garante de equidade no acesso aos sistemas de

transportes

através de intervenções de produção, provisão e regulação do sistema de

transportes

Todas as entidades envolvidas na produção do sistema de

transportes (infra-estruturas, serviços de transportes, controle de

tráfego, serviços complementares) têm ainda um papel decisivo na

disponibilidade, previsibilidade e eficiência da oferta

Virtualmente todas as pessoas e entidades colectivas são agentes

no sistema de transportes, como consumidores

Numa sociedade com escolha, é a procura que acaba por determinar a

viabilidade das várias ofertas

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OS AGENTES NO SISTEMA DE

TRANSPORTES (II)

Todos estes agentes tomam decisões aos três níveis (E, T, O)

Erro frequente: Mesmo ao nível do Estado e das empresas envolvidas

na produção de transportes encontramos muitas vezes decisões a um

nível inferior não baseadas em decisões aos níveis superiores

iniciar o ataque dos problemas pela escolha das tecnologias e pelo

desenho das redes, sem consideração dos objectivos (especialmente em

relação às diferenças de acessibilidade)

à medida que os sistemas vão crescendo, manter as soluções expeditas,

directamente operacionais, que funcionam muito bem em casos simples,

sem se dar conta das perdas resultantes da ausência de planeamento

Também cada um de nós toma sobre a sua mobilidade decisões

estratégicas (onde morar), tácticas (soluções habituais para a ida para o

trabalho) e operacionais (adaptação a problemas imprevistos)

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TIPOS DE DESAFIOS PROFISSIONAIS (I)

Podemos exemplificar muitos tipos de actividade técnica, sendo

possível classificar:

por nível decisional (Operacional / Táctico / Estratégico)

por tipo de agente (Administração Pública / Empresa de Transportes e

Serviços Conexos / Empresas Comerciais e Industriais / Consultorias)

por escala territorial (local / regional / global)

por modos de transporte

Em todas estas actividades há que atender a vários objectivos:

Eficácia (completar missão)

Segurança

Rapidez / Previsibilidade temporal

Eficiência económica

Esta lista de objectivos é (quase) hierárquica

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Alguns exemplos e sua classificação

Nível Operacional:

Gestão do sistema de tráfego rodoviário numa cidade ou região

(administração pública)

Exploração de uma rede de transportes regulares (empresa de transportes)

Exploração de uma interface de transportes colectivos (empresa especializada

nessa actividade ou empresa de transportes)

Gestão das operações e tráfego num sistema dedicado (empresas)

Rede ferroviária

Terminal de contentores

Aeroporto (lado ar e lado terra)

Monitorização e Gestão dum contrato de concessão (Administração Pública)

Contagens e Inquéritos de tráfego (consultorias)

Avaliação de Qualidade de Serviço (consultorias)

TIPOS DE DESAFIOS PROFISSIONAIS (II)

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Nível Táctico

Desenho de uma rede de transportes públicos atendendo à procura e aos serviços de interesse público (Administração Pública)

Planeamento de horários num sistema de transporte ferroviário ou aéreo (empresas de transportes)

Gestão de aquisições e renovações de frotas (empresa de transportes)

Planeamento das missões de transporte da empresa com divisão entre frota própria e frota de aluguer (empresas industriais)

Avaliação de projectos de investimento, quer na óptica privada (empresas, entidades financeiras), quer na óptica pública (administração pública)

Estudos de Procura e de viabilidade económica de sistemas de transportes, novos ou em expansão (consultorias)

Estudos de impacte de tráfego e transportes (consultorias)

Estudos de configuração e organização duma rede de transportes (consultorias)

TIPOS DE DESAFIOS PROFISSIONAIS (III)

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Nível Estratégico

Opções de fundo quanto às grandes redes de transportes: implantação territorial, modelos de financiamento (Administração Pública)

Regulamentação do Acesso ao mercado nos vários modos e segmentos do transporte (Administração Pública, consultorias)

Modelos de financiamento do transporte colectivo, por repartição entre passageiros e contribuintes (Administração Pública, consultorias)

Definição de segmentos de mercado a privilegiar na actividade da empresa (empresa de transportes)

Planos de Mobilidade nacionais, regionais ou locais (consultorias)

Regimes fiscais e tarifários nas várias componentes do sector de Transportes (Administração Pública, consultorias)

TIPOS DE DESAFIOS PROFISSIONAIS (IV)

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INSTRUMENTOS METODOLÓGICOS

NOS VÁRIOS NÍVEIS DECISIONAIS

São diferentes os instrumentos metodológicos dominantes nas

actividades aos diferentes níveis decisionais:

Nível Operacional: Engenharia de Tráfego dos vários modos +

Investigação Operacional

Nível Táctico

Planeamento: Modelação matemática da procura e SIG’s + Técnicas de

avaliação de projectos + Técnicas de Comunicação e Negociação

Projecto: Engenharia de tráfego dos vários modos + Modelação

geométrica

Nível Estratégico: Métodos de Análise Económica, Política,

Estratégica e Institucional + Teoria de Jogos

À medida que se sobe de nível decisional, aumenta o nível de

abstracção, a profundidade temporal da análise e a margem de erro

nos processos de avaliação

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O PAPEL DOS ENGENHEIROS

NOS SISTEMAS DE TRANSPORTES

Actuações aos três níveis

Operacional, na construção e na exploração dos sistemas

Táctico, no projecto e no planeamento dos sistemas

Estratégico, na formulação dos problemas, análise das opções e

aconselhamento quanto às intervenções

O caminho profissional mais “normal” é no sentido do concreto

(operacional) para o abstracto (estratégico)

A principal vantagem profissional dos engenheiros reside na sua

capacidade de leitura rápida das condições físicas dos sistemas, o

que facilita a filtragem das soluções possíveis e eficientes

mas têm de ser capazes de ultrapassar a tendência para ver os

problemas apenas do lado da oferta

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A RELAÇÃO COM OUTRAS

DISCIPLINAS TÉCNICAS (I)

As limitações dos recursos e a necessidade de disponibilizar ofertas de

transportes que sirvam bem (e como tal sejam reconhecidas) pelos seus

clientes requerem intervenções de outras especialidades técnicas:

economia (gerir a escassez)

psicologia (compreender a percepção do sistema pelo cidadão)

sociologia (compreender as motivações e os comportamentos em grupo

social)

comunicação (assegurar a eficácia da informação pela formatação do

conteúdo e pela escolha do canal de distribuição)

ciência política (compreender a lógica do decisor eleito e formular as

análises do problema por forma a reflectir os seus objectivos e restrições,

raramente explícitos)

A capacidade de comunicação dos resultados dos nossos trabalhos

é cada vez mais essencial

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A RELAÇÃO COM OUTRAS

DISCIPLINAS TÉCNICAS (II)

Um chefe de equipa tem de compreender o papel de cada

especialidade e gerir os vários contributos

É desejável que o engenheiro, mesmo júnior, vá adquirindo (pelo

estudo e pelo contacto com os especialistas) conhecimentos nesses

outros domínios, como forma de melhorar a sua capacidade de diálogo

- e eventualmente preparar-se para uma posterior chefia das equipas

Nessa evolução haverá muitos casos em que o que já sabe doutras

especialidades permitirão que resolva sozinho as questões respectivas

mas é essencial reconhecer quando está perante uma questão

que exige a intervenção dum especialista desse domínio (que ele

não é) e não hesitar na chamada desse especialista, especificando

cuidadosamente o problema em causa e o que se espera da sua

intervenção

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DEONTOLOGIA PROFISSIONAL (I)

Para além da dificuldade técnica de muitos problemas, no sector dos

transportes há dificuldades especiais, por trabalharmos com

problemas muito complexos, e muito próximos das pessoas e

dos políticos

Esses casos manifestam-se por

relação muito directa das ofertas de transporte (quer infra-estrutura quer

serviços) com as pessoas e a sua vida quotidiana, geradoras de fortes

estados emocionais

situações muito complexas, de formulação muito difícil e para as quais

existem múltiplas opiniões polarizadas (decorrentes de percepções

parcelares ou enviesadas)

forte significado das intervenções de transportes na agenda política, com o

desejo de envolvimento muito forte por parte do decisor eleito

Estas dificuldades especiais têm também algumas vantagens, quer do

ponto de vista intelectual quer do ponto de vista humano

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DEONTOLOGIA PROFISSIONAL (II)

As regras básicas da deontologia são simples de enunciar (mas mais

difíceis de praticar de forma permanente):

Quanto à produção do trabalho

defesa intransigente do rigor técnico na análise dos problemas e na

avaliação das soluções

segurança na observação e registo dos dados do sistema,

clareza na exposição das análises, interpretações e recomendações

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Quanto às relações com colegas e clientes

profissionalismo e lealdade nas relações com os clientes e com os outros colegas

evitar situações de conflito de interesses

manter sigilo relativamente às informações a que teve acesso privilegiado

Os dados e os resultados de um estudo pertencem ao cliente, e só devem ser usados noutro estudo com sua autorização

discrição na expressão pública das conclusões do trabalho

é ao cliente / entidade patronal que cabe definir as regras de divulgação

aceitação tranquila das decisões do cliente / entidade patronal, mesmo quando contrárias às recomendações técnicas

DEONTOLOGIA PROFISSIONAL (III)