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No País de Anahí Apresente o livro e desafie as crianças a identificarem qual das personagens da capa é Anahí. Questione-os sobre os motivos da escolha. Valorize as hi- póteses que formularem, tanto as rela- cionadas às ilustrações quanto à leitura das palavras que formam o título. Depois, leia em voz alta o título da obra e explore o substantivo “país” e o nome próprio da personagem “Anahí”. O que é um país? Como é o nosso país? Vocês já haviam escutado ou conhecido al- guém com esse nome, Anahí? Qual o significado do nome Anahí 1 ? Qual sua origem? 2 Com base na capa, como ima- ginam que será a história? Indique en- tão a leitura extensiva. Preparação para a leitura Autor: Maíra Suertegaray Ilustrações: Martina Schreiner Gênero: texto em prosa – pequena história Temas transversais: Ética – ética e moral, respeito mútuo, convivência; Pluralidade cultural – relações sociais Abordagem interdisciplinar: Língua Portuguesa e Literatura, Ciências, Geografia. Palavras-chave: território, fronteira, diversidade As diferenças fazem do país de Anahí um lugar muito interes- sante. Nele vivem pessoas diferentes, com ideias diferentes, de todas as cores, de todas as formas. Cada região tem seus costumes e a fronteira é um lugar de integração. As ilustrações de Martina Schreiner dão um colorido todo especial ao livro. 1 Lenda de Anahí (ou Lenda da Flor da Corticeira) - A lenda diz que um dia os espanhóis, com os guerreiros guaikurus à frente, atacaram a tribo de Anahí. Sem hesitar, a jovem peque- na e frágil se juntou aos guerreiros para defender sua comunidade. Fez isso com bravura incrí- vel e rapidamente atraindo a admiração de todos, defensores e atacantes. Mas a ferocida- de dos guaikurus com suas armas de fogo conseguiram vencer e fizeram de Anahí prisioneira. Anahí, a jovem mais feia de sua tribo, foi trancada com guardas para evitar sua fuga. Triste e solitária, ela cantava e sua voz melodiosa encantou um guarda. Num momento de descuido, Anahí fugiu em direção à floresta, mas foi novamente capturada e sentenciada à morte pelo fogo, como exemplo para aqueles que quisessem escapar da escravidão. Seus perseguidores também acreditavam que ela possuía poderes ocultos de feiticeira ou bruxa. Naquela noite, quando a lua cheia brilhava com força total, o frágil corpo da menina foi amarrado a um tronco nas margens do rio. Então empilharam lenha em torno da prisioneira e a sacrificaram. Uma fumaça negra e densa cobriu sua imagem. Nenhum grito de desespero ou choro foi ouvido. Só um lamento que mais parecia um murmúrio de ameaças, um canto fúnebre. Quando a fumaça negra se dissipou e a luz da aurora surgiu, os índios viram, com espanto, que nas cinzas algo estava se agitando. A luz mostrou que, no lugar do tronco que tinha sido usado para amarrar a jovem, havia nascido uma árvore com a casca áspera. Em seus ramos verdes, buquês de flores vermelhas, semelhantes às labaredas, se agitavam. "El Ceibo" (ou a corticeira) passou a repre- sentar a força de um povo indomável e altivo, que não se deixa dominar. [fonte: "Mitos y leyendas guaraníes" de Girala Yampey (publicado pelo autor, 2003, Assunção, Paraguai. Disponível em: http://www.cuco.com.ar/flor_de_ceibo.htm.] 2 Se desejar aprofundar esse tema, remeta-os a uma busca na internet, onde encontrarão outras in- formações, como a lenda de Anahí (http://anahipuente.6te.net/lenda.html), a música (http://www. kboing.com.br/cascatinha-e-inhana/1-1036790/), a planta que recebeu esse nome, etc. Metodologia de leitura de texto | No País de Anahí © Edelbra Editora | www.edelbra.com.br

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No País de Anahí

Apresente o livro e desafie as crianças a identificarem qual das personagens da capa é Anahí. Questione-os sobre os motivos da escolha. Valorize as hi-póteses que formularem, tanto as rela-cionadas às ilustrações quanto à leitura das palavras que formam o título.

Depois, leia em voz alta o título da obra

e explore o substantivo “país” e o nome próprio da personagem “Anahí”. O que é um país? Como é o nosso país? Vocês já haviam escutado ou conhecido al-guém com esse nome, Anahí? Qual o significado do nome Anahí1? Qual sua origem?2 Com base na capa, como ima-ginam que será a história? Indique en-tão a leitura extensiva.

Preparação para a leitura

Autor: Maíra Suertegaray

Ilustrações: Martina Schreiner

Gênero: texto em prosa – pequena história

Temas transversais: Ética – ética e moral, respeito mútuo, convivência; Pluralidade cultural – relações sociais

Abordagem interdisciplinar:Língua Portuguesa e Literatura, Ciências, Geografia.

Palavras-chave:território, fronteira, diversidade

As diferenças fazem do país de Anahí um lugar muito interes-sante. Nele vivem pessoas diferentes, com ideias diferentes, de todas as cores, de todas as formas. Cada região tem seus costumes e a fronteira é um lugar de integração. As ilustrações de Martina Schreiner dão um colorido todo especial ao livro.

1 Lenda de Anahí (ou Lenda da Flor da Corticeira) - A lenda diz que um dia os espanhóis, com os guerreiros guaikurus à frente, atacaram a tribo de Anahí. Sem hesitar, a jovem peque-na e frágil se juntou aos guerreiros para defender sua comunidade. Fez isso com bravura incrí-vel e rapidamente atraindo a admiração de todos, defensores e atacantes. Mas a ferocida-de dos guaikurus com suas armas de fogo conseguiram vencer e fizeram de Anahí prisioneira. Anahí, a jovem mais feia de sua tribo, foi trancada com guardas para evitar sua fuga. Triste e solitária, ela cantava e sua voz melodiosa encantou um guarda. Num momento de descuido, Anahí fugiu em direção à floresta, mas foi novamente capturada e sentenciada à morte pelo fogo, como exemplo para aqueles que quisessem escapar da escravidão. Seus perseguidores também acreditavam que ela possuía poderes ocultos de feiticeira ou bruxa. Naquela noite, quando a lua cheia brilhava com força total, o frágil corpo da menina foi amarrado a um tronco nas margens do rio. Então empilharam lenha em torno da prisioneira e a sacrificaram. Uma fumaça negra e densa cobriu sua imagem. Nenhum grito de desespero ou choro foi ouvido. Só um lamento que mais parecia um murmúrio de ameaças, um canto fúnebre.Quando a fumaça negra se dissipou e a luz da aurora surgiu, os índios viram, com espanto, que nas cinzas algo estava se agitando. A luz mostrou que, no lugar do tronco que tinha sido usado para amarrar a jovem, havia nascido uma árvore com a casca áspera. Em seus ramos verdes, buquês de flores vermelhas, semelhantes às labaredas, se agitavam. "El Ceibo" (ou a corticeira) passou a repre-sentar a força de um povo indomável e altivo, que não se deixa dominar. [fonte: "Mitos y leyendas guaraníes" de Girala Yampey (publicado pelo autor, 2003, Assunção, Paraguai. Disponível em: http://www.cuco.com.ar/flor_de_ceibo.htm.]

2 Se desejar aprofundar esse tema, remeta-os a uma busca na internet, onde encontrarão outras in-formações, como a lenda de Anahí (http://anahipuente.6te.net/lenda.html), a música (http://www.kboing.com.br/cascatinha-e-inhana/1-1036790/), a planta que recebeu esse nome, etc.

Metodologia de leitura de texto | No País de Anahí

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Leitura e compreensão geral do texto

Converse sobre o que leram, desafian-do-as a retomar algumas partes do tex-to para reforçar a compreensão do lido (recorra à ilustração): Qual o assunto do livro? É possível identificar o lugar onde se passa a história? Quando ocorreu a situação narrada? Quem são os perso-nagens envolvidos? Como eles são? O que fazem? Como ficamos sabendo da história? Quem a conta?

Faça um semicírculo para debater o que compreenderam do texto e discutir sobre os temas diversidade e respeito ao próximo: somos todos diferentes? Mostre a ilustração das páginas 6 e 7 e peça que falem a partir dela e da sua realidade, na escola, na comunidade.

1) Personagens e narrador - em peque-nos grupos, peça que:

• Observem, descrevam e comentem as características da personagem prin-cipal, Anahí;

• Façam o mesmo com os demais per-sonagens referidos;

• Como sabemos dessas características? Há espaço para a fala dos personagens, ou somente sabemos da história e das características dos personagens a partir da voz do narrador?

Retome com os alunos, em grande grupo, as descrições dos personagens. Reforce a constatação de que na narrativa, apesar

de tematizar a diversidade cultural e o respeito às diferenças num país demo-crático, onde as pessoas de todas as co-res e formas teriam espaço para apren-der e trocar ideias, há apenas uma voz, a voz do narrador. É ele quem “lê” os per-sonagens a partir do seu ponto de vista. Ele seleciona, edita, descreve e, eventu-almente, analisa seus comportamentos, revelando características de suas perso-nalidades. O escritor guia a percepção do leitor na direção que ele deseja.

Desafie-os a relerem o texto e marcar os trechos que poderiam constituir as falas dos personagens, por expressarem o que pensam ou fazem.

Estudo do texto

2) Os balões das histórias em quadri-nhos – um recurso

Para explorar uma forma de dar voz aos personagens, traga para a sala de aula diferentes gibis, tirinhas ou histórias em quadrinhos. Peça que observem os per-sonagens e suas características, e ana-lisem o recurso utilizado para marcar a fala dos personagens.

Peça aos grupos que exponham seus achados e conversem sobre o lido: de que personagens mais gostaram, qual a

história mais interessante, etc. Lembre-se: nessa etapa, o tema da história em si não precisa ser explorado, pois a ideia é utilizar os gibis para explorar os balões das histórias em quadrinhos.

Apresente, então, os elementos de uma história em quadrinho:

• Personagens: eles conduzem os enre-dos. Têm vontades, vivem dramas, con-flitos. É por meio de suas falas e ações que as histórias são contadas.

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3) Dar voz aos personagens: trabalho em grupo

Considerando que os diálogos podem dar vida a uma história, pois permitem que observemos o comportamento dos personagens, como se expressam, como se relacionam, desafie-os a usar esse re-curso para tratar da multiculturalidade que é tema de No país de Anahi. Peça, então, que retomem os trechos que po-deriam constituir as falas dos persona-gens, antes assinalados, por expressa-rem o que pensam ou fazem. Depois, utilizando as ilustrações do livro, esco-lham os balões mais adequados e escre-vam as falas correspondentes aos perso-nagens. Auxilie-os a escreverem as falas dentro dos balões, elaborando-as cole-tivamente. Incentive-os a construírem

falas significativas, coloquiais, colocan-do-se no lugar dos personagens de modo que eles possam representar que estão em contato direto com o que está acontecendo naquele momento em uma determinada cena. Lembre-os de que são personagens diferentes, com ideias diferentes, com cores diferentes, modos de ser diferentes e suas falas pre-cisam retratar essas diferenças.

Enquanto produzem, percorra os grupos e auxilie-os na confecção da tarefa, mo-tivando-os a utilizar variação linguística e outros recursos que revelem as caracte-rísticas das personagens. Se necessário, retome as diferenças entre o discurso direto e o indireto.

Os balões podem ser desenhados, recor-tados e fixados sobre a ilustração do livro.

Resposta ao texto

Para aprofundar o tema de um país mul-ticultural, sugira que pesquisem em dife-rentes sites dados sobre a nossa cultura. Observe que os colonizadores europeus, a população indígena, os escravos africa-nos, os imigrantes italianos, japoneses, alemães, árabes, entre outros, contribu-íram para a diversidade cultural do Brasil

e dão, às regiões brasileiras, peculiarida-des que dizem respeito à culinária, às danças, à religião, às festas, etc. Os traba-lhos dos grupos podem ser retomados a partir dessa pesquisa, discutidos, sin-tetizados numa única versão e exposto em mural em sala de aula ou em outro espaço adequado da escola.

• Cenário: é onde as ações dos persona-gens acontecem. Há dois tipos de cená-rios: os internos (dentro de residências e outros prédios) e os externos (a rua, o espaço sideral, o céu).

• Balões: são característicos das histó-rias em quadrinhos. Há balões de vários tipos, para indicar: fala, pensamento, raiva, grito ou berro, sussurro. Neles são escritos os pensamentos e as falas dos personagens. A forma que possuem é variada, mas os de fala geralmente pos-suem um "rabinho", vinculando-os ao personagem que está falando.3

3 FONTE: http://aartedeensinarblog.blogspot.com.br/2008/03/utilizando-histrias-em-quadrinhos.html

Fonte-http://criandohqs.blogspot.com.br/2011/12/baloes-nos-quadrinhos.html

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