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nº 9 | maio-out 2014

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nº 9 | maio-out 2014

nº 9 | maio-out 2014

Publicação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Governo Federal.

Centro de Documentação e Disseminação de Informações - CDDI

Coordenação de Marketing Rua General Canabarro, 706 - 3º andar Maracanã - Rio de Janeiro - RJ - 20271-205 Tel.: (21) 2142-0123 ramais 3597 / 3547

Coordenação de Marketing Danielle Macedo

Editora-executiva Agláia Tavares (MTB. Nº 18 033)

Edição Marcelo Benedicto e Mario Grabois

Projeto Gráfico Alexandre Facuri

nesta edição:Reportagem Agláia Tavares, Marcelo Benedicto, Mario Grabois, Pedro Girão (estagiário), Rorion Carvalho Itaborahy (estagiário) e Rose Barros

Editoração Eletrônica Eduardo Sidney Araújo, Licia Rubinstein e Alexandre Facuri

Capa Eduardo Sidney Araújo (arte) e Mario Grabois (título)

Fotografias/Imagens/Vídeos Acervo da Memória Institucional do IBGE; Adelina Bracco (SDI/SP); Adjalma Nogueira Jaques (UE/AM); Alexandre Vasconcellos (UE/SP); Álvaro Vasconcellos; Madalena Cavalcante (UE/RO); Eduardo Sidney Araújo; Joyane Ferreira Silva (UE/SP); Licia Rubinstein; Luciene Longo (SDI/MG); Marcílio Soares de Souza (UE/DF); Maria Thereza Maia Coleta de Sousa (SDI/GO); Paulo Ricardo da Silva Amaral Jesus (SDI/TO); Pedro Girão (estagiário); Maria do Amparo Carvalho (SDI/PI); Stephanie Tambor (SDI/SP); Wagner Martins Magalhães da Silveira (SDI/SP) e UE/RS.

Tratamento de Imagens Licia Rubinstein

Ilustração/Arte Eduardo Sidney Araújo

Infografia Marcos Balster (designer)

Criação Publicitária Versão Digital Fala, IBGE: Eduardo Sidney Araújo (designer ) e Danielle Macedo (jornalista) Demografia das Empresas: Luiz Agner (designer ) e Jorge Tadeu Borges Leal (publicitário)

Colaboradores Adelina Bracco (SDI/SP), Marco Santos e Unidades Estaduais do IBGE (AM, DF, GO, MG, PI, SP, RJ e RO) e SDI/MG.

Revisão de Textos Gerência de Editoração: Katia Vaz Cavalcanti Copidesque e Revisão: Anna Maria dos Santos, Cristina R. C. de Carvalho e Kátia Domingos Vieira

Impressão Rotaplan Gráfica e Editora LTDA-EPPCirculação IBGETiragem 15.000 exemplares

Permitida a reprodução das matérias e das ilustrações desta edição, desde que citada a fonte.

Como sabemos, o IBGE tem a nobre missão de retratar o Brasil com informações necessárias ao conhecimento de sua realidade e ao exercício da cidadania. Missão essa que vem sendo cumprida com êxito há 78 anos.

Nem sempre é fácil dar conta de desempenhar atividades que abarcam um país da dimensão do Brasil, com mais de 200 milhões de habitantes e diversidades de toda a natureza, por vezes, sofrendo ainda reflexo de fatores externos. Um exemplo recente é o corte do orçamento previsto para a realização da Contagem da População e do Censo Agropecuário, oriundo da necessidade do governo de realizar o ajuste fiscal.

Entretanto, foram mantidos integralmente, no orçamento para 2015, os recursos necessários para a realização de todas as atividades regulares de trabalho nas áreas de estatística e geociências da instituição, incluindo a nova edição da Pesquisa de Orçamentos Familiares.

Em relação à constatação do erro nos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2013, seguindo as boas práticas, o IBGE reconheceu e corrigiu o problema apontado com a transparência e a rapidez necessárias e pediu as devidas desculpas à sociedade pelo erro.

Ao longo de sua história, o IBGE enfrentou dificuldades de diversas naturezas, mas sempre manteve o compromisso de produzir informações estatísticas e geocientíficas, atendendo, com qualidade, às demandas do governo e da sociedade.

Dessa forma seguiremos trabalhando. Agora contando com os novos servidores que chegam para trilhar um novo caminho nessa casa e contribuir para a trajetória de sucesso do instituto. Recebam todos, portanto, a Fala, IBGE, que traz, em suas edições, notícias sobre os trabalhos em curso na casa e os projetos futuros.

Saudações

Wasmália Bivar Presidenta do IBGE

Carta da Presidenta

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Chegamos ao número nove da Fala, IBGE, procurando manter e ampliar nossos vínculos com os ibgeanos, através de reportagens e matérias que retratem os diversos trabalhos, ações e questões que todos nós vivemos.

Nesta edição, trazemos uma ampla reportagem sobre o momento de chegada e de integração dos novos servidores, em um contexto de mudanças, troca de experiências e a transmissão de conhecimento entre as gerações. Ainda nesta reportagem, apresentamos uma entrevista exclusiva com a presidenta Wasmália Bivar.

Na área de Geociências, a revista traz matérias sobre o evento Mundo Geo Connect, em São Paulo; sobre a participação da DGC em um encontro internacional, promovido pela ONU, em Nova Iorque, além de uma matéria na qual mostramos o trabalho dos técnicos da Coordenação de Estruturas Territoriais (DGC/CETE).

Nossa reportagem acompanhou in loco, no município de Silva Jardim, no Rio de Janeiro, a prova-piloto do Censo Agropecuário, relatando esse importante trabalho que precede a realização da pesquisa.

Registramos também o aniversário do IBGE; as iniciativas de comunicação da UE/MG; a implantação e perspectivas do doutorado da ENCE e conversamos com o pessoal da Biblioteca do IBGE, no Centro de Documentação e Disseminação de Informações (CDDI), sobre o projeto Coleção Ibgeana.

A sessão de notas vem recheada com importantes assuntos como o lançamento do Brasil em números; o início dos trabalhos das comissões de carreira, o Fórum do Censo Agropecuário, entre outras. E como já é tradição, as seções Espaço do Leitor, Nossa História e Fotolegenda.

Boa leitura.

Equipe de redação

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Carta da RedaçãoSumário

Fotos: Acervo Inhotim, MG

DPE e ENCE têm novos titularesNo mês de agosto foram publicadas, no Diário Oficial da União, as portarias de nomeação do novo diretor de Pesquisas, Roberto Luís Olinto Ramos, e da nova coordenadora-geral da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE), Maysa Sacramento de Magalhães.

Roberto Olinto é engenheiro de sistemas, com mestrado nessa mesma área e doutorado em Engenharia de Produção. Ingressou no IBGE em 1980, no Departamento de Estatísticas Derivadas e Estudos Econômicos. Há nove anos é Coordenador de Contas Nacionais. Representa o IBGE na Comissão Permanente de Contas Nacionais do Mercosul, integra o grupo de especialistas em Contas Nacionais das Nações Unidas e é consultor em Contas Nacionais do Departamento de Estatísticas do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Simultaneamente, Cláudio Dutra Crespo, atual coordenador de População e Indicadores Sociais, assumirá a assessoria da DPE. Ele é graduado em Ciências Sociais e mestre em Comunicação, Imagem e Informação. Ingressou no IBGE em 2002 como tecnologista da área socioeconômica e é representante do IBGE no Comitê de Estatísticas Sociais e na Comissão Nacional de População e Desenvolvimento.

Maysa Sacramento de Magalhães possui graduação em Matemática, especialização em Estatística, mestrado em Engenharia Elétrica e doutorado em Engenharia de Produção. Ingressou no IBGE em 2002 como pesquisadora da ENCE, foi coordenadora de Pós-Graduação e assistente da Coordenação-Geral. Maysa atua também como docente e pesquisadora da ENCE, é consultora ad-hoc do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e é membro eleito do International Statistical Institute (ISI).

Coral do IBGE/RS faz 15 anosEm 20 de agosto de 1999, foi criado o Coral do IBGE/RS, com o nome de “Conta e canta o Brasil”. O nome faz menção às características da instituição na realização de pesquisas e contagens populacionais. Sua primeira apresentação aconteceu no dia 16 de dezembro de 1993, em um evento de Natal no Grêmio dos Estatísticos do Rio Grande do Sul (GERGS). Atualmente, o coral conta com 12 participantes, além de uma regente e um violinista. Seu objetivo é cumprir com o papel social da instituição através do canto e da música, divulgando o IBGE junto ao público em geral e promovendo integração com a sociedade local. Ao longo desses 15 anos, foram cerca de 140 apresentações, com repertórios que vão desde canções populares, música erudita até sons regionais.

Riocentro, no Rio de Janeiro, local onde será realizado o ISI 2015.

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Nova edição do Brasil em númerosIlustrada com obras de arte do Instituto Inhotim, em Brumadinho (MG), a edição 2014 do Brasil em números foi lançada nos jardins do museu a céu aberto no dia 29 de agosto.

O evento teve início com um café da manhã para os cerca de 60 convidados, entre servidores da UE/MG, professores universitários, imprensa e contou com a presença da presidenta do IBGE, Wasmália Bivar, e do diretor do museu, Antônio Grassi.

A cerimônia de lançamento foi conduzida por David Montero, gerente de Relações Institucionais do Centro de Documentação e Disseminação de Informações (CDDI) e coordenador da publicação. Ele destacou que “o Brasil em números é um caminho otimizado para se devolver a toda sociedade e, em especial, à acadêmica os resultados dos trabalhos produzidos pelo IBGE".

Os professores Marly Nogueira, Jupira Mendonça e Marcelo Libânio, da Universidade Federal de Minas Gerais, e João Roberto Mattos, do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear, deram sequência à cerimônia falando brevemente sobre a edição.

Em seguida, o diretor do Inhotim, Antônio Grassi, reconheceu a importância da publicação: “quando eu vejo as obras artísticas

ilustrando os capítulos de vários temas, eu vejo a importante inserção das áreas cultural e artística em várias áreas de políticas públicas." Já a presidenta Wasmália Bivar ressaltou a relevância internacional da publicação que traz textos escritos em português e inglês: "o Brasil em números, por ser uma publicação bilíngue, tem cumprido um papel importante que é representar o país internacionalmente, colocando em destaque nossa história e nossas características”. Ao final do lançamento, os convidados puderam fazer uma visita guiada às obras ao ar livre do instituto.

Este é o 22º volume do Brasil em números, que traz informações sobre o território nacional, características demográficas e socioeconômicas da população, preços, contas nacionais, finanças, comércio exterior, ciência e tecnologia, atividades agropecuárias, industriais e de serviços, entre outros temas. Você pode adquirir ou acessar a publicação para download na Loja Virtual do IBGE em http://loja.ibge.gov.br .

Situado a 60 km de Belo Horizonte (MG), o Instituto Inhotim é conhecido como um centro de arte contemporânea e também jardim botânico. Seu acervo é composto por mais de 700 obras dentre fotografias, pinturas, desenhos, esculturas, vídeos e instalações de cerca de 100 artistas brasileiros e estrangeiros.

Visita do ISI ao Rio

Em maio, o Comitê de Programa Científico do ISI2015 e a direção do Instituto Internacional de Estatística (ISI) estiveram reunidos no Rio de Janeiro para tratar de questões relativas à organização e andamento do congresso ISI2015. O comitê deliberou sobre os artigos propostos na Seção de Artigos Convidados (Invited Paper Section) e os aprovados já podem ser conhecidos no site do evento (www.isi2015.org).

A direção do ISI também esteve reunida no mesmo período para discutir e acompanhar aspectos da preparação do evento. Uma apresentação para atualizar informações sobre a organização foi feita para o grupo, assim como um breve encontro com o comitê organizador local.

A direção do ISI ainda se reuniu com a presidenta do IBGE, Wasmália Bivar, para alinhar os interesses das duas organizações e definir alguns detalhes do congresso.

O grupo também visitou o Riocentro, onde será realizado o ISI2015, para conhecer as instalações e assim opinar sobre a disposição dos ambientes previstos no local.

A semana de reuniões se encerrou em clima de satisfação com o andamento dos trabalhos e boas expectativas para a realização do ISI2015 no Rio de Janeiro.

O congresso ISI2015 será realizado de 26 a 31 de julho de 2015.

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Notas

Entre em contato através do e-mail [email protected] ou nosso endereço: Coordenação de Marketing / CDDI / IBGE Rua General Canabarro, 706 - Sala 320 - Cep: 20271-205 - Rio de Janeiro/RJ Telefone: (21) 2142-0123 - Ramais 4789 / 3597 / 3547

Todo o material enviado será analisado e selecionado pela equipe da revista, podendo ou não ser publicado. O material obedecerá a critérios editoriais que excluem todo o tipo de material impróprio. Informamos que as cartas não necessariamente são publicadas na íntegra por questão de espaço na seção. Outras comunicações para a redação podem ser enviadas para [email protected] .

Participe! Este espaço é seu.

Sal da Terra “Recente pesquisa publicada pelo IBGE revelou que o brasileiro, em média, consome mais do dobro da quantidade de sal recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Enquanto a OMS recomenda cinco gramas por pessoa por dia, nós consumimos 12 gramas. Conclui-se que o brasileiro leva uma vida bastante salgada.

A primeira reação a esta estatística é, obviamente, negativa. Todos sabem que sal demais faz mal à saúde, que aumenta a pressão arterial, que sobrecarrega os rins, isso e aquilo. O que nem todos sabem é que o sal tem também papel positivo na vida humana. Mais que isso, teve papel fundamental na evolução da vida neste Planeta e no desenvolvimento da civilização.

Sabe-se hoje que a vida começou na água, provavelmente, nas águas salgadas de um oceano primitivo. Quando os primeiros organismos marinhos começaram a deixar a água para colonizar a terra firme, eles tiveram que se adaptar ao novo ambiente, o qual não tinha água salgada em volta. A grande sacada da evolução foi, de certa maneira, trazer um pedaço do mar para dentro de cada organismo. Como? Através do sal!

O sal é como um leão-de-chácara que controla, com braço forte, quem entra e quem sai de uma boate. O sal controla quais substâncias entram e quais saem de cada célula. Sem ele, tudo viraria bagunça total. Resolvido este gargalo, os primeiros animais que deixaram o mar ganharam o ambiente seco, se diversificaram, resultando em toda a biodiversidade atualmente existente na Terra. Uma dessas formas chama-se Homo sapiens, nossa espécie.

O sal desempenhou papel importante na evolução da civilização humana porque ele nos possibilitou conservar os alimentos. No passado, e até bem recentemente na história humana, o sal desempenhava o papel da geladeira nos dias atuais. Com o sal conseguimos preservar as carnes e peixes que nos alimentavam durante semanas, meses, anos. O sal ajudou os navegantes a cruzarem os oceanos. Sua ausência na dieta provoca doenças, anomalias e até a morte. Fora do âmbito da alimentação, o sal foi também fundamental, por exemplo, no Egito antigo, onde era usado no processo de mumificação. Em termos bem simples e crus, uma múmia nada mais é que um grande bacalhau humano!

No Império Romano, os soldados recebiam como pagamento uma porção de sal, aí o termo salário. Dessa mesma matriz de nomes pertencem outros bem familiares

para nós, tais como: salame, salsicha, salsa, salada, etc. O leitor atento já notou que o sal é parte integrante desses alimentos, chegando a lhe dar o nome. Como o sal era tido pelos povos antigos como fonte de vida, palavras como salvador, salvar, salvação expressam claramente estes conceitos. Vejam a grande proximidade fonética entre ‘salvar’ e ‘salgar’, por exemplo.

O sal está intimamente ligado à vida. Usado com moderação, ele dá sabor e prazer. O excesso causa secura, desidratação, morte. Um antigo provérbio latino nos alerta há séculos: “Virtus in medio”. A virtude está no meio!”

Tarciso FilgueirasPesquisador aposentado - DF (trabalhou por mais de 20 anos na Reserva Ecológica do IBGE, no Distrito Federal)

Cena incomum A foto mostra parte do Complexo de Parada de Lucas, uma das unidades do IBGE no Rio de Janeiro. Ela foi tirada num dia de inverno, em 2013, pelo engenheiro cartógrafo Paulo Roberto Alonso, lotado na Coordenação de Geodésia da Diretoria de Geociências (DGC). Segundo Paulo, “a foto mostra uma neblina rara neste local. Somente dá para ver o marco geodésico, um pé de peroba e a trave do campo”.

Parada de Lucas é um bairro do Rio de Janeiro onde predominam altas temperaturas e a neblina é um fenômeno incomum. Neste Complexo, funcionam as coordenações de Geodésia, de Cartografia e de Estruturas Territoriais, além do Gabinete da DGC, e a gráfica convencional, que está ligada ao Centro de Documentação e Disseminação de Informações (CDDI).

Novos chefes nas Unidades Estaduais de Mato Grosso e ParaíbaNo dia 26 de setembro foi divulgado o resultado do Processo Seletivo Interno para chefe das UEs de Mato Grosso e Paraíba. Após passarem por todas as etapas do processo, dois servidores foram selecionados para ocupar esses cargos: Millane Chaves da Silva assumirá a UE/MT e Roberto Salgado Beato será o responsável pela UE/PB.

A seleção teve início em maio deste ano, com a análise de currículo dos 39 candidatos inscritos. Em agosto, ocorreu a segunda etapa com a realização da prova escrita. Os dez candidatos mais bem classificados conforme a média ponderada da análise de currículo e da prova escrita foram convocados para a dinâmica de grupo, realizada em setembro. A última etapa, composta por entrevistas médico-social e técnica, contou com a participação dos seis candidatos com melhor classificação, de acordo com a média ponderada das etapas anteriores.

Millane Chaves da Silva, graduada em Economia, ingressou no IBGE em 2002, na UE/MT, nas Pesquisas Sociais e a partir de 2006 atuou como coordenadora de Comissões Municipais, de Treinamento, Subárea e Operacional das pesquisas censitárias. Durante três anos foi coordenadora da PNAD Contínua. Roberto Salgado Beato é graduado em Administração, com mestrado na mesma área. Ingressou em 2010 no IBGE, na UE/PB, atuando na Gerência de Planejamento e Supervisão, na Pesquisa de Avaliação do Censo 2010 e na Supervisão de Recursos Materiais da UE.

Ibgeanos discutem carreira e trabalho temporário Dezembro de 2014 é o prazo final para a apresentação dos projetos desenvolvidos pelos grupos de trabalho sobre “Plano de Carreiras e Cargos do IBGE” e “Equilíbrio da Força de Trabalho entre servidores do quadro e temporários”. Os grupos foram instituídos no dia 27 de agosto por meio de duas portarias da presidência do IBGE, as quais definiram um prazo de 120 dias para a conclusão dos trabalhos. Cada grupo é formado por quatro representantes da direção e quatro da ASSIBGE - Sindicato Nacional, além de igual número de suplentes. A iniciativa é parte do acordo assinado entre a direção do IBGE e o sindicato após o encerramento da greve dos servidores. Ibgeanos de diversas unidades estão se reunindo para subsidiarem as discussões.

II Fórum de discussão sobre o questionário do Censo AgropecuárioO evento reuniu pesquisadores, representantes de instituições públicas e de diversos segmentos da sociedade interessados em acompanhar o planejamento do Censo Agropecuário que até então estava planejado para ir a campo em 2016. O ponto alto do encontro, realizado no dia 22 de agosto, no auditório do CDDI, foi a apresentação do questionário consolidado a partir das sugestões coletadas no I Fórum de discussão. Além de incluir demandas dos usuários, o questionário segue recomendações da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), integrando a estratégia global para estatísticas agropecuárias.

Sobre a Base Territorial, Miriam Mattos Barbuda, da Coordenação de Estruturas Territoriais, da diretoria de Geociências (DGC), ressaltou o tratamento dado às áreas de Quilombolas, Unidades de Conservação, Terras Indígenas e Aglomerados Subnormais (veja matéria na pág. 26). Já em relação ao Cadastro Nacional de Endereços Para Fins Estatísticos (CNEFE), Wolney Cogoy, da Coordenação Operacional dos Censos (COC), anunciou inovações para a próxima operação, como a coleta automática de coordenadas nos setores, alerta do equipamento caso a coleta esteja sendo realizada fora do setor planejado e disponibilização da imagem do território no qual o recenseador irá trabalhar.

E por falar em equipamento de coleta, está prevista a utilização de dispositivos com telas maiores e maior capacidade de armazenamento. Segundo Claudio Mariano Fernandes, da Coordenação de Projetos Especiais, da Diretoria de Informática (DI), os dados coletados poderão ser enviados a partir de qualquer ponto de conexão com a Internet. Tanto o questionário quanto os aplicativos com as funcionalidades acima foram testados na primeira prova-piloto, realizada em setembro, no município de Silva Jardim, Rio de Janeiro (veja matéria na pág. 12).

Fotos: Pedro Girão

Antonio Carlos Simões Florido, gerente técnico do Censo Agropecuário, atento às avaliações dos usuários sobre o questionário.

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Notas Espaço do Leitor

Em um só

Certa vez, o escritor argentino Jorge Luis Borges (1899-1986) disse que sempre imaginou que o paraíso seria algum tipo de biblioteca. Muitos

apaixonados pelos livros também pensam assim e não abrem mão do prazer de, ao buscar nas estantes uma obra específica e, no meio do caminho, encontrar uma outra ainda mais interessante que não conhecia ou da qual não se lembrava mais. No caso das bibliotecas do IBGE, são pesquisadores e pessoas interessadas em informações sobre o Brasil que vasculham o acervo atrás de materiais que, muitas vezes, teriam dificuldade em encontrar em outro lugar. Em especial, as obras que fazem parte da Coleção Ibgeana, que reúne todas as publicações editadas pelo IBGE e órgãos que o antecederam.

A coleção é formada por publicações impressas, como manuais, metodologias, livros raros, relatórios de pesquisa e instrumentos de coleta, além de CDs e DVDs. “Não vou dizer que temos tudo, mas estamos sempre buscando materiais e tornando-os disponíveis dentro do acervo da Ibgeana”, explica Cláudia Rodrigues do Prado, gerente de Biblioteca e Acervos Especiais (GEBIS) do Centro de Documentação e Disseminação de Informações (CDDI). Segundo ela, para uma maior comodidade dos usuários, até o final do ano todos os periódicos da coleção estarão disponibilizados para download no site do IBGE. Assim, os interessados poderão baixar relatórios de pesquisas, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) e os Censos Demográficos que ainda não estavam digitalizados.

“Também estamos digitalizando os livros, mas ainda sem prazo para concluir o trabalho. O objetivo final é ter todo o acervo digitalizado e disponibilizado no site da biblioteca. Enquanto isso, quando a publicação não estiver disponível para download, o usuário pode entrar em contato com a biblioteca e solicitá-la. Caso ela esteja muito deteriorada e não possa ser digitalizada, procuramos disponibilizá-la para consulta local. Se o usuário for de outro estado, enviamos para a respectiva Supervisão de Documentação e Disseminação de Informações (SDI) ”, esclarece Cláudia.

Outro objetivo da equipe da GEBIS é fazer um trabalho de divulgação da Coleção Ibgeana. Hoje as obras são consultadas por pessoas que têm interesse por dados históricos, em especial pelos censos antigos. O público que acessa a Ibgeana é formado tanto por usuários externos, como pelos próprios servidores, como a Equipe de Memória do IBGE. Cláudia lembra que a biblioteca recebe um exemplar de cada publicação impressa pelo IBGE, mas todos podem contribuir: “Quem tiver algum material e quiser enviá-lo para cá, primeiro precisa consultar no sistema interno da biblioteca (o Infobib) para verificar se ele já consta no acervo”.

Atenção aos usuáriosAtualmente, o IBGE possui três bibliotecas: a da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE), a da Diretoria de Geociências (DGC) e a do CDDI - a qual abriga a Coleção Ibgeana, além de outras, e é responsável pelas obras disponíveis nas salas de leitura nas SDIs nos estados. Segundo Cláudia, apesar de boa parte dos usuários realizarem suas consultas ao acervo pela internet, muitos ainda comparecem às bibliotecas. “Tudo depende do perfil do usuário e de sua necessidade de consultar a obra em papel. Cuidamos das duas coisas: de ter um espaço e pessoal para receber o usuário e de garantir que ele possa acessar a obra pelo site”.

Medidas como a digitalização das obras e a criação de espaços adequados para receber os usuários são iniciativas que tornam a Coleção Ibgeana e demais itens do acervo do IBGE mais acessíveis à sociedade, contribuindo para sua disseminação. No CDDI, as pessoas que se deslocam até a biblioteca para pesquisar um

assunto, manusear um mapa ou apenas para consultar um livro, em breve poderão desfrutar de um novo salão de leitura, que desde 2010 funciona em um local provisório (no corredor do setor de documentação). “Há um projeto elaborado pelo setor de engenharia que já foi aprovado e agora está em fase de detalhamento. A ideia é o salão de leitura e o museu funcionarem no mesmo espaço”, comemora Cláudia.

Marcelo Benedicto | Fotos: Pedro Girão

Dentre as obras raras preservadas pela Gerência de Biblioteca, estão o Censo Geral do Império, realizado em 1872, o primeiro da história do Brasil, e o Recenseamento de 1890, o primeiro da República.

Deyse Ferreira Alves e Odicéa Arantes Matos trabalhando no inventário do acervo da biblioteca.

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Biblioteca

A colheita de frutas, verduras e legumes só é possível após muito trabalho. O preparo da terra, a escolha das sementes, a germinação e a proteção das

plantas contra o ataque de pragas e do próprio capim são apenas alguns de uma série de cuidados. Em uma pesquisa não é diferente. Dentre muitas operações, merecem atenção a definição e aprovação de um orçamento; a escolha do equipamento para a coleta de dados; a criação de aplicativos; o treinamento das equipes e a elaboração do questionário. Ao final, quem ganha é a sociedade, que pode dispor de uma série de informações sobre o Brasil, como as que se espera conseguir com o Censo Agropecuário.

Trabalho de equipeDando sequência às operações de planejamento do Censo Agropecuário previstas para 2014, na semana de 15 a 19 de setembro foi realizada a primeira prova-piloto dos aplicativos preparados para a coleta. O teste ocorreu em Silva Jardim, município do interior do estado do Rio de Janeiro que possui extensa área rural. Foram visitados 50 estabelecimentos agropecuários, trabalho realizado por cerca de 40 ibgeanos, que foi acompanhado de perto pela Fala, IBGE.

Primeira prova-piloto mostra que sementes do Censo Agropecuário estão germinando

FlorescendoMarcelo Benedicto | Fotos: Álvaro Vasconcellos

Para colocar todo esse pessoal na rua, ou melhor, no campo, foi fundamental a atuação da Agência Itaboraí, que também é responsável por Silva Jardim. Foram feitos contatos com produtores rurais e a prefeitura, mobilizados veículos para ajudar nos deslocamentos e a reserva de pousadas para abrigar a equipe. Nessa frente, teve destaque a atuação de Ledir Antonio dos Santos, servidor da Agência Itaboraí. Bastante conhecido em toda a região em função de seu trabalho no IBGE, ele teve as portas abertas para conversar com autoridades e proprietários rurais, ajudando a garantir a realização do piloto.

Para possibilitar um bom teste do questionário, foi necessário diversificar os tipos de propriedade a serem visitadas. Além das de pequeno e médio porte, foram selecionadas cinco de grande porte e uma fazenda modelo de produtos orgânicos. “Especificamente para o piloto, combinamos escolher estabelecimentos que desenvolvem atividades econômicas diferentes: apicultura, criação de gado, lavoura permanente, lavoura temporária e silvicultura”, explica Antonio Carlos de Oliveira, chefe da Agência Itaboraí.

De olho na telaNo teste, foram observados o funcionamento dos aplicativos do questionário e do Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (CNEFE) no equipamento de coleta. Também foi montado um posto de coleta informatizado para fazer a descarga dos dados coletados, onde também se realizavam alterações nos aplicativos a partir das orientações vindas do campo. Segundo José Carlos Jesus de Oliveira, mais conhecido como Chuchu, no questionário avaliou-se a compreensão das

perguntas pelos informantes, os saltos, as opções de resposta, dentre outros itens.

Em relação ao CNEFE, a preocupação foi verificar se o pesquisador conseguia se localizar em campo com o uso do aplicativo e se o sistema o alertava quando saía do setor de coleta. Entretanto, caso fosse constatado que o alerta estava errado, era preciso indicar a necessidade de rever os limites do setor desenhados na imagem ou checar se se tratava de uma imprecisão do GPS ao coletar as coordenadas.

Outra funcionalidade em teste foi a possibilidade de tirar fotografias de estruturas que pudessem ajudar na identificação dos setores. Segundo Nadia Regina Paiva de Souza, da Coordenação Operacional dos Censos (COC), em cada foto são gravadas as coordenadas do local: “também há um campo para se fazer a descrição de cada imagem, podendo ser tiradas até dez por setor. É uma forma de enriquecer o mapa para ajudar na localização das propriedades”.

Como se tratou de um primeiro teste, o contato com o produtor agropecuário não se limitou à aplicação do questionário. Em muitos momentos, a entrevista se transformava em uma conversa na qual se tinha a oportunidade de compreender especificidades da produção daquele informante, aspectos importantes para o aprimoramento das perguntas. Foi o caso da visita à fazenda de orgânicos, na qual foi possível compreender melhor as particularidades desse tipo de produção.

Agora, de volta ao escritório, começa a fase de avaliar os resultados da operação e se preparar para um novo teste.

Além de verificar o aplicativo com a localização do setor, os pesquisadores

de campo puderam avaliar o questionário, como ocorreu na entrevista realizada com Fábio da Silva, mais conhecido como Fábio

Lobisomem, administrador da fazenda Porta do Céu.

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Censo Agropecuário

presente em reunião da ONU

Geociências

A Diretoria de Geociências do IBGE (DGC), representando o Brasil, participou da

4ª Sessão do Comitê de Especialistas em Gestão de Informação Geoespacial Global (UN-GGIM) das Nações Unidas, em Nova Iorque, sede da ONU, entre os dias 6 e 8 de agosto. O objetivo principal do encontro foi tratar as questões relacionadas com a gestão de informação geoespacial no mundo.

O GGIM visa a desempenhar um papel de liderança na definição da agenda para o desenvolvimento da informação geoespacial global e promover sua utilização para enfrentar desafios globais fundamentais.

O IBGE participa desses encontros desde sua primeira edição, que ocorreu em 2011. E desde 2012 vem integrando os fóruns de discussão sobre o tema, também organizados pela ONU.

Presente no encontro deste ano, o diretor-adjunto de Geociências, João Bosco de Azevedo, nos conta que temas como as tendências futuras na gestão de informação geoespacial, criação de um mapa global para o desenvolvimento sustentável, integração entre informações geoespaciais e estatísticas, implementação de padrões para a comunidade global de informações, entre outros, são frequentemente discutidos nos encontros na cúpula das Nações Unidas.

Além disso, o Brasil é um dos poucos países que reúne, em uma única instituição, atribuições nas áreas de geociências e estatística, fato que o torna uma referência internacional, conforme analisa João Bosco: “o IBGE teve um papel fundamental na proposta de criação do Grupo de Especialistas da ONU em Gestão da Informação Geoespacial Global, não só por seu conhecimento na área de geodésia, cartografia, estudos ambientais e geografia, mas também na sua experiência de criação e implantação da Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE)”.

O diretor complementa dizendo que o IBGE possui, também, papel fundamental no grupo de trabalho sobre a integração das informações geoespaciais e estatísticas, conjuntamente com o México.

Na edição de 2014 do GGIM foram apresentadas diversas recomendações para os países-membros. João Bosco cita como principais a adoção de um projeto de resolução para um sistema de referência geodésica; maior integração do Grupo de Trabalho do Mapa Global para o Desenvolvimento Sustentável, proporcionando um plano de trabalho conjunto que possa ser usado pela comunidade internacional.

O diretor-adjunto da DGC, João Bosco de Azevedo, representou o IBGE e o Brasil na 4a Sessão do GGIM.

Na fazenda Don Bosco, dedicada ao cultivo de produtos orgânicos, foi possível testar todas as possibilidades do aplicativo do questionário, devido à diversidade da produção. Também foi a oportunidade de levantar informações para aprimorar as questões relativas aos orgânicos.

Há 20 anos, Juraci da Silva e Antonia Lopes da Silva são proprietários de um sítio de 22 hectares,

localizado em uma área de assentamento rural, em Silva Jardim. Os agricultores têm uma pequena

produção baseada na criação de alguns animais e no cultivo de hortifrutigranjeiros. Na entrevista, disseram que nem sempre conseguem manter o

ritmo de sua produção em função de adversidades, como morte de animais.

Ibgeanos da Gerência Técnica do Censo Agropecuário (GTA), Diretoria de Informática (DI), Coordenação Operacional dos Censos (COC), Diretoria de Geociências (DGC), Unidade Estadual do Rio de Janeiro (UE/RJ) e da Agência Itaboraí prontos para voltar a campo após café da manhã com Wanderson Gimenes Alexandre, prefeito de Silva Jardim.

Mário Grabois | Foto: Licia Rubinstein

14 15 • maio-out 2014 maio-out 2014 •

InternacionalCenso Agropecuário

Retratogeoespacial

Geoinformação, ou informação colocada visualmente em um espaço geográfico, foi o tema dominante na feira de negócios, tecnologia e ciência

“MundoGEO#Connect Latin America 2014”, realizada de 7 a 9 de maio, em São Paulo. O IBGE participou com um estande para a exposição de seus produtos e atendimento ao público, além da colaboração de técnicos da Diretoria de Geociências nas diversas palestras e cursos ministrados nos auditórios.

Pela quarta vez consecutiva, o IBGE foi o ganhador do prêmio “Instituição Pública de Maior Destaque”, que reconhece profissionais, instituições, empresas e marcas que são destaque no setor de geotecnologia. A votação, aberta ao público, ocorreu ao longo de vários meses e a revelação dos vencedores em várias categorias foi feita na noite do segundo dia de feira, com auditório lotado. O troféu do IBGE foi recebido pelo diretor de Geociências, Wadih João Scandar Neto.

O diretor considerou que os resultados da participação no evento mais cedo ou mais tarde são visíveis: “a área de Geociências é interdependente das tecnologias. Em uma feira como esta, nossos técnicos fazem um trabalho de prospecção, conhecendo

novas possibilidades e processos de trabalho para a melhoria da nossa produção de dados.”

Para Patrícia Vida, coordenadora de Cartografia, “de modo geral, a participação é muito útil e relevante. Tudo acontece em conversas inicialmente informais.” Já Marcelo Maranhão, coordenador-adjunto da mesma área, acrescentou que a feira possibilita “preencher um hiato de comunicação: o usuário dos produtos do IBGE obtém as informações de que necessita, tira suas dúvidas, em uma conversa direta no estande.”

Entre as atividades nacionais e internacionais na área de geoinformação, o IBGE é o braço executivo da Comissão Nacional de Cartografia (CONCAR), e gestor da Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE), além de participar do consórcio internacional “Open Geospatial Consortium (OGC)”.

Moema Augusto, assistente da Diretoria de Geociências, participante como palestrante, mediadora ou ouvinte, destacou a tendência de uso de dados abertos como um tema central na atualidade. “Temos de fazer com que o acesso às informações geoespaciais se realize da maneira mais fácil possível”, disse ela. A técnica ainda defendeu o fortalecimento de uma cultura e de uma filosofia de dados abertos no país. Isso porque, na avaliação de Moema, observa-

se que o cidadão está valorizando cada vez mais esse tipo de informação, que é vantajosa no sentido de promover a transparência das ações governamentais. Para ilustrar, ela citou a possibilidade de acompanhamento da implementação de políticas públicas e as obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), entre outros projetos.

Sob o ponto de vista do cotidiano da população, Moema sustentou que é possível, a partir da geoinformação aberta, ou seja, acessível a todos, saber, por exemplo, da existência de creches em determinada região, ou da distribuição de vagas em escolas.

“O que verificamos no mundo todo é que o cidadão não quer somente usar as informações geoespaciais, mas deseja também colaborar. Há uma tendência de que tudo se passe em uma via de mão dupla”, considerou Moema.

Adelina Bracco (SDI/SP) | Fotos: Stephanie Tambor e Adelina Bracco (SDI/SP)

A assistente da Diretoria de Geociências, Moema Augusto, que foi uma das representantes do IBGE no evento.

O diretor de Geociências, Wadih Scandar Neto (ao centro) e parte da equipe da DGC presente no Mundo Geo Connect em São Paulo.

16 17 • maio-out 2014

Geociências

ondeNessa reportagem especial, a Fala, IBGE aborda o ingresso dos novos servidores

e a recepção através do Programa de Integração de Novos Servidores (PINS), no

contexto do convívio de diferentes gerações na instituição (servidores de variadas

faixas etárias, formações acadêmicas, experiências profissionais, de vida, etc.).

Procuramos retratar os desafios e as perspectivas que essa situação apresenta

para o presente e o futuro da instituição, ao mesmo tempo em que buscamos

apresentar o ambiente de transformações que o IBGE vive atualmente.

Mario Grabois | Colaborou: Agláia Tavares

Mudanças

Ao longo da sua trajetória, o IBGE passou por inúmeras mudanças e modificações.

Acompanhando o desenvolvimento nacional; a evolução da sociedade brasileira; as reformas administrativas promovidas pelo Estado em diferentes períodos da história e os avanços tecnológicos e científicos no mundo. A cada uma dessas etapas e a cada um desses momentos, o instituto logrou se adaptar e se ajustar e, deste modo, procurou responder a tão diferentes conjunturas, repletas de desafios e possibilidades.

Nos últimos anos, em especial, o IBGE está vivendo um desses períodos que podem ser considerados únicos e que assinalam novas ondas de transformação. De um lado, o impacto da revolução tecnológica e científica que marca a sociedade do conhecimento aliado aos novos papéis que nosso país assume internacionalmente. De outro, intensas mudanças no corpo funcional ibgeano, com milhares de servidores que se aposentam e milhares que ingressam, constituindo um ambiente de convivência entre gerações com distintas experiências e variadas formações.

Reposição de quadrosNos últimos 12 anos, de janeiro de 2002 a março de 2014, ocorreram 2.703 aposentadorias, além de 565 exonerações de servidores oriundos dos concursos realizados nos anos de 2001, 2002, 2004, 2006 e 2010 (que passaram em concursos para outras instituições ou por diversas outras razões). Por outro lado, ao longo desse período foram nomeados 2.802 servidores, recompondo parcialmente os quadros de nível médio e superior da Instituição.

No entanto, o IBGE continua vivendo uma situação de acentuada carência de recursos humanos. Para Rossana Patitucci Franco, gerente de Provimento e Acompanhamento de Recursos Humanos (CRH/GEPAR), o instituto ficou muitos anos sem a renovação de seus quadros. “Quando começamos a fazer a reposição, a carência maior era no nível superior, sim. Nas Unidades Estaduais (UEs) os quadros de nível intermediário ainda estavam relativamente preservados, a reposição não

era tão prioritária”, ela explica se referindo aos dois primeiros concursos, realizados em 2001 e 2002.

Rossana esclarece que, no momento presente, essa necessidade é muito acentuada, principalmente de servidores de nível médio, uma vez que grande parte dos servidores já reúne condições para se aposentar. “A realidade das UEs constitui um quadro muito sério de esvaziamento de recursos humanos, em especial de técnicos de nível intermediário, tanto que já foram solicitadas mais 1.044 vagas (além das 450 efetivadas em 2014) para as Agências”, diz Rossana. Complementando, acrescentou que foi também solicitada a autorização para o provimento de 520 novas vagas de nível superior, para todas as unidades da instituição.

Os que chegam. O Programa de Integração dos Novos Servidores (PINS)

De acordo com a Coordenação de Recursos Humanos, o Programa de Integração de Novos

Servidores (PINS) 2014, bem como os realizados nos anos 2005, 2006, 2010 e 2012, buscaram garantir que o ingresso dos novos servidores contribua para o avanço no processo de modernização institucional e de recomposição do seu quadro funcional.

Nível superiorRelevância, imparcialidade, transparência, excelência e responsabilidade. Ao citar os valores que norteiam os trabalhos do IBGE, a presidenta do instituto, Wasmália Bivar, deu início ao Programa de Integração dos Novos Servidores (PINS), de nível superior, que aconteceu nos dias 23 e 24 de julho na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro - Firjan, no Centro do Rio.

Em cada um dos dois dias do evento, cerca de 180 novos servidores participaram da integração com o objetivo de se conhecerem, conhecer o IBGE e o corpo técnico-gerencial que esteve presente junto com os diretores e membros do Comitê de Concurso Público.

Além da presidenta, o Conselho-Diretor também deu as boas-vindas aos novos servidores da casa, desejando sucesso na nova carreira que estão iniciando.

Para vamos

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18 19 • maio-out 2014

Capa

Nos dois dias, foram feitas apresentações sobre cada uma das diretorias e coordenações-gerais, exibição de vídeos institucionais, palestra sobre as diferentes gerações no ambiente de trabalho e informes sobre o 60º Congresso Mundial de Estatística (ISI) e o Congresso Internacional de Cartografia, eventos que ocorrerão no Rio de Janeiro em 2015. Também foram realizadas palestras informativas sobre a Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp) e sobre a Sociedade Ibgeana de Assistência e Seguridade (SIAS).

Ao final, foi feita uma avaliação geral do programa por parte dos novos servidores comandada pela Coordenação de Recursos Humanos (CRH), e o evento foi encerrado com uma apresentação do Coral do IBGE.

Essa foi a quinta edição do PINS que, desde 2005, reúne novos e antigos servidores com o mesmo objetivo de integração. A estrutura básica do evento geralmente é a mesma desde sua idealização, mas a cada edição são feitos ajustes em seu formato. Rossana Patitucci Franco, Gerente de Provimento e Acompanhamento de Recursos Humanos (CRH/GEPAR), área responsável pelo programa, ressalta que “a cada PINS a gente vai tentando aprimorar, sempre com base nas avaliações que recebemos dos novos servidores sobre o evento anterior”. Ela considera essa edição bem-sucedida, apesar de mais enxuta: “em dois dias acredito que conseguimos dar uma panorâmica da instituição. E o feedback dos novos servidores demonstrou isso. Mais de 85% deles avaliaram o PINS de bom para ótimo”.

Para ela, o evento é bastante importante para a casa. “Antes do PINS, quem chegava no IBGE se sentia perdido, pois entrava na instituição e não tinha conhecimento de suas atividades principais, dos gerentes e das equipes em que estavam se inserindo. Identificamos daí a necessidade de se fazer um evento que apresentasse o IBGE para quem estava chegando. E também procuramos ter o cuidado de mostrar para quem está chegando que ele é muito

bem-vindo, assim como o quanto é importante a troca de experiências entre quem chega e as pessoas que já têm sua trajetória profissional na Instituição”.

Nível médioO evento presencial de integração dos novos servidores de nível médio foi programado para acontecer de forma descentralizada e simultaneamente nas sedes das 26 UEs com vagas no Concurso Público, nos dias 26 e 27 de maio de 2014. Contudo, em função da greve iniciada em 26 de maio, o evento foi adiado em algumas UEs. Das 26 UEs, unidades,17 realizaram o evento presencial na data originalmente programada.

O PINS 2014 foi direcionado aos novos ibgeanos e seus chefes imediatos. Participaram, também, servidores das UEs com mais tempo de IBGE. A programação do evento destacou-se por oferecer aos participantes maior entendimento da instituição, além de proporcionar mais informações sobre as atividades do IBGE, a dinâmica e a dimensão do trabalho, além de sua importância para o Estado brasileiro.

Nesse sentido, os objetivos do programa, que são integrar os servidores e iniciar o processo de acompanhamento, foram alcançados ainda que ressalvas, pontuais e objetivas, tenham sido levantadas por alguns participantes.

Gerações e diversidadeÉ grande a diversidade no IBGE. Ela se expressa não apenas nas diferenças de faixa etária, mas na multiplicidade de formações, titulações e experiências. Nos gráficos na página ao lado que enfocam tanto o pessoal de nível médio como só o de nível superior, são apresentados quadros comparativos entre servidores que ingressaram no concurso desse ano e de anos anteriores, enfatizando sexo, diferentes faixas etárias e formações.

Situação Nível Médio

Situação Nível Superior

O Programa de Integração dos Novos Servidores (PINS) de nível superior 2014 foi realizado no Rio de Janeiro. Na foto do meio, o PINS de nível médio realizado na Unidade Estadual do Tocantins e na última foto, o PINS de São Paulo, realizado em Águas de Lindóia.

Quantitativo de novos servidores segundo o SEXO

Masculino Feminino0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

74,48%

25,52%

84,52%

15,48%

2006 2013

Comparativo concurso 2013 e 2009segmentação do perfil

Sexo Faixa etária

67,0%

33,0%

22,7%

63,1%

13,1%

1,1%

70,7%

29,3%

2013 2009 2013 2009

Feminino+3,7 p.p.

Especialização-3,7 p.p.

56 anos ou +-1,3 p.p.

46 a 55 anos-7,1 p.p.

36 a 45 anos-15,4 p.p.

26 a 35 anos-7,6 p.p.

18 a 25 anos+ 16,2 p.p.

Grupo de 18 a 35 anos: aumento de 24 p.p. em relação ao concurso 2009.

18 a 35 anos: 86%+ de 35 anos: 14%

18 a 35 anos: 62%+ de 35 anos: 38%

6,5%

55,5%

28,5%

1,3%

8,2%

Quantitativo de novos servidores segundo a formação acadêmica

2006 2013

Nível médio(Antigo 2º grau)

Superior Pós-graduação Mestrado Doutorado Pós-doutorado0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

12,13%

22,98%

66,53%70,05%

1,26%0,32% 0,00%0,16%5,86%2,22%

14,23%

4,28%

Perfil novos servidores nível superior (Analistas e Tecnologistas) 2014

Resumo

Sexo Faixa etária Estado de Origem

Nível de Escolaridade Tempo de experiênciaanterior ao IBGE*

* Base para “tempo de experiência anterior ao IBGE”: 173 servidores.

67,0%

33,0%

Masculino

Feminino

78,5% RJ

* BA, MS, PE, PR, RO, RS e SC.

5,1% - MG

22,7%

44,3%

18,8%

12,5%

18 a 25 anos

26 a 30 anos

31 a 35 anos

36 a 40 anos

38,6%

29,5%

27,8%

4,0%

Graduação

Especialização

Mestrado

Doutorado

7,5%

49,7%

26,0%

13,3% 3,5%

Sem experiência + até 1 ano

1 a 5 anos

6 a 10 anos

11 a 20 anos

0.6% - 41 a 45 anos1.1% - 46 anos ou +

5,1% - SP5,1% - Outros Estados*3,4% - DF2,8% - ES

21 anos ou +

Pedro Girão Paulo Ricardo da Silva Amaral Jesus Wagner M. Magalhães da Silveira

Fonte: DE/CRH/GEPAR.

Fonte: DE/CRH/GEPAR.

20 21 • maio-out 2014

Capa

Os novos falam

Nossa reportagem foi a campo e ouviu alguns dos novos servidores. Eles falaram de suas expectativas e de suas primeiras impressões na nova casa. Leia, a seguir, os depoimentos.

Joyane Ferreira Silva, aprovada para o concurso de Nível Médio, está lotada na Agência de São Bernardo do Campo, São Paulo, e estuda Ciências e Humanidades, na Universidade Federal do ABC.“Pelo pouco tempo que ingressei no IBGE, pude perceber que o trabalho empreendido para obter os dados é muito maior e tem muito mais desafios do que aparentemente demonstra, mas também observei que as pessoas que fazem parte da instituição, independente de serem efetivos ou temporários, gostam muito do que fazem e se dispõem a vencer os desafios sempre de maneira muito unida e organizada. Na Agência de São Bernardo do Campo, o trabalho em equipe é uma marca das pessoas que integram o grupo, e isso colabora para a fluidez de maneira tranquila e organizada das atividades, e, assim, o ambiente de trabalho se torna ainda mais agradável.”

Alexandre Masiero Vasconcellos, lotado na Agência de São Bernardo do Campo, São Paulo, é engenheiro de produção. Aprovado para o concurso de Nível Médio.“Trabalhar no IBGE atrai pelo seu próprio fim. As pessoas são envolvidas pelo que representa o trabalho dessa instituição. Encontrei, nesses poucos meses, muitos apaixonados pelo que fazem. A diversidade de profissionais, seja pela idade, experiência ou formação, enriquece muito o ambiente. Trazem também enormes desafios para um entendimento comum com foco em um resultado único. Isto é o IBGE!”

Lauro de Camargo Silva, lotado no Centro de Documentação e Disseminação de Informações (CDDI), é formado em Desenho Industrial com habilitação em Comunicação Visual. Aprovado para Edição de Vídeo, área de conhecimento de Nível Superior.“No IBGE, espero trabalhar em projetos de comunicação visual que enriqueçam o meu conhecimento tanto na minha área de atuação profissional (edição de vídeo), quanto na minha atuação no setor público. Além disso, quero também aprender um pouco de cada área próxima ao meu setor. Penso em uma relação de longo prazo, construindo e aprendendo algo novo a cada dia, e visualizo esse enriquecimento sendo capaz de me realizar profissionalmente, de maneira natural, para enxergar uma carreira satisfatória ao ‘olhar para trás’.”

Mauro Sergio Pinheiro dos Santos de Souza é geógrafo, prestou concurso para área de conhecimento Geografia e está lotado na Coordenação de Geografia da Diretoria de Geociências (DGC/CGEO).“Nada me parece mais profícuo do que atuar no órgão mais importante do país em Geografia. Esse privilégio se encaixa perfeitamente com as expectativas de desenvolvimento profissional na minha área de formação (...). Os trabalhos desenvolvidos até o momento foram desafiadores, posto que perpassam questões de repercussão nacional, atrelados ao compromisso institucional de retratar o país. Os novos colegas são bastante receptivos e solícitos, uma vez que nos orientam a respeito de inúmeras dúvidas, sejam questões burocráticas, sejam necessidades para atender a demandas do trabalho, sempre com cordialidade e simpatia.”

Francisco Chagas dos Santos Filho tem formação de Ensino Médio e está lotado na Agência de Manicoré, no estado do Amazonas.“Nesses primeiros cinco meses de trabalho como funcionário do IBGE o que tenho a dizer é que foram meses de grande relevância para meu crescimento profissional e pessoal, foi e está sendo um período de aprendizado muito marcante, principalmente por se tratar de uma Instituição que presta um grande serviço à nação brasileira (...). Passei um período de adaptação ao chegar em Manicoré, afinal mudei de cidade. Este foi um momento de profundas mudanças em minha vida, mas que foram gratificantes graças aos colegas que me ajudaram no processo de adaptação. Encontrei verdadeiros “irmãos” na Agência de Manicoré e na Unidade Estadual do Amazonas”.

Qual a avaliação que pode ser feita sobre o processo dos concursos e a expectativa de novos ingressos?É preciso pensar o IBGE como uma instituição diversificada, que produz uma variedade de produtos e tem muitas linhas de produção. Isso faz com que a demanda por recursos humanos seja permanente. Por isso, desde que essa gestão iniciou, ela propôs ao Ministério do Planejamento a realização de concursos públicos para reposição dos quadros do IBGE todos os anos. Esse processo não ocorreu exatamente como nós gostaríamos, pois o concurso de 2012 foi adiado para 2013 e as pessoas só ingressaram em 2014.Para 2014, sabemos que será autorizada a realização do concurso nessa virada de ano. Nesse orçamento que foi enviado ao Congresso está contemplado o concurso.

Qual a avaliação sobre a convivência e a troca de experiência entre os que chegam e os que já estão na casa?É óbvio que a casa inteira aguarda os novos técnicos com muita expectativa, por diferentes motivos, porque a nossa demanda de trabalho cresce, porque nós passamos por um período em que o número de pessoas com direito à aposentadoria também cresceu.Todos nós temos uma grande expectativa dessa convivência entre os novos técnicos e os experientes, que conhecem o produto e a instituição, que é única.Se você pensar, por exemplo, quem faz uma mudança de escala como a que é feita no Censo? Só o IBGE. Aqui há pessoas que sabem fazer essa mudança de escala, quase inconcebível para as outras instituições. Nós aguardamos que os mais experientes repassem conhecimento para os que estão ingressando e que estes últimos, por trazerem uma boa formação e novos conhecimentos, arejem a casa, interagindo com os experientes para aperfeiçoarem o que é nosso, que é muito próprio do IBGE.

Essa convivência produz um ambiente de mudanças?Toda mudança traz coisas boas, nesse sentido, nós devemos pensar a instituição como um organismo vivo que tem um processo de renovação.Com os novos entram não só novos conhecimentos, mas novas visões de mundo porque as gerações vão mudando e desse processo pode surgir algum conflito, mas como nós estamos falando aqui, os conflitos também podem ser benéficos. A partir daí, nós podemos criar oportunidades, conhecimentos, formas diferentes de encarar a vida em favor do IBGE.

Qual a avaliação do PINS?O programa de integração dos novos, conduzido pela Diretoria-Executiva, procura fazer com que as questões mais relevantes do IBGE sejam conhecidas mais rapidamente naquela semana em que o novo servidor participa do PINS.Porque o IBGE é aquilo que ele faz, o IBGE é a soma de tudo que todo mundo faz e é dessa forma e dessa integração que nós conseguimos construir uma instituição que não é só única nacionalmente, mas também internacionalmente.

A integração é um processo que traz questionamentos e diferenças. Como lidar com essas situações?Eu acho que podem surgir coisas muito boas, porque se fosse uma integração sem questionamentos de ambas as partes haveria uma acomodação. Lidar com as diferenças é saudável porque é assim que se fazem as renovações, é assim que surgem as alternativas, outras formas de pensar e realizar. É um trabalho que depende do empenho de todos, uma conjunção de esforços.

Que aspectos são importantes que se destaque para o novo servidor em relação aos seus direitos e deveres?Quando o servidor ingressa ele recebe muitas informações. Existem as informações relativas ao trabalho e também as informações relativas ao cargo que está assumindo. Ele está submetido ao Regime Jurídico Único (RJU) e ao Código de Ética do Servidor Público. Essas duas peças são muito importantes para informar direitos e deveres. Aí eu vou fazer um pouco de propaganda: nós temos uma Comissão de Ética no IBGE e ela responde sigilosamente a todas as consultas que são feitas. A pessoa que tenha dúvidas sobre o que é lícito ou não, ou se os seus direitos estão ou não sendo respeitados, pode se dirigir à Comissão que ela vai dar as respostas. É importante que o servidor entenda todos os diretos e deveres e, nesse sentido, tem uma questão muito recente que é a mudança do regime previdenciário dos servidores públicos federais. O servidor deve conhecer o novo regime, pois ele terá de fazer determinadas escolhas e é importante que faça com conhecimento e o mais rápido possível.Por último, indico a todos para consulta o IBGEANDO, canal de comunicação interna no qual há informações sobre direitos, deveres, benefícios e outros aspectos relacionados com o desenvolvimento do servidor.

“O IBGE é a soma de tudo o que todo mundo faz”A presidenta do IBGE fala sobre o ingresso dos novos servidores, destaca a importância dos mais experientes e valoriza o processo de integração

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22 23 • maio-out 2014

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UE/MG

Unidade Estadual:

MG

SDI/M

G

Unidades Estaduais - Uma nova sérieNa publicação anterior da Fala,IBGE (nº8), iniciamos uma série de reportagens enfocando as Unidades Estaduais (UEs) com o objetivo de retratar pontos importantes e diferenciados, características particulares, destaques do trabalho e aspectos que marquem a identidade de uma UE.

O Rio Grande do Sul abriu a série, demonstrando suas diversas atividades culturais e sociais. Nesta edição, o destaque fica

por conta da Unidade Estadual de Minas Gerais e seu trabalho caracterizado pela proximidade com a mídia regional através de uma iniciativa que tem cumprido um papel relevante na relação com informantes, veículos de comunicação, jornalistas, autoridades e outros interessados: o “IBGE MG Informa”, um boletim de informações produzido especialmente para atender à imprensa mineira.

localA voz

Esse informativo pode ser definido como um canal direto de comunicação, um meio de estreitar o vínculo entre

o IBGE e os jornais, emissoras de rádio e TV do estado; empresas industriais, comerciais, de serviços e outras; federações e órgãos de representação de classe do setor privado e da sociedade; além de alcançar, também, esferas do poder público, tanto estadual quanto municipal.

A chefe da UE/MG, Maria Antônia Esteves da Silva, explica que, através desse projeto, o IBGE pode se aproximar mais dos seus informantes e da imprensa mineira. “É um excelente mecanismo de divulgação das pesquisas aqui em Minas Gerais, sendo capaz de atingir um grande número de informantes e usuários do instituto, além de divulgar nossos produtos. O “IBGE MG Informa” serve como uma newsletter”, complementa a chefe da UE, ao ressaltar a característica jornalística do informativo.

A supervisora de documentação e disseminação de informações da UE/MG, Luciene Aparecida Ferreira de Barros Longo, comenta sobre a dinâmica do trabalho e de como o boletim se transformou em uma ferramenta muito importante para a divulgação e a disseminação das informações e pesquisas no estado. “Temos várias listas de divulgação que englobam a imprensa, autoridades, empresas, entidades de classe e demais usuários que solicitam receber o material regional”, esclarece Luciene.

Ela informa, ainda, que nas pesquisas conjunturais assim que o dado está na Internet é preparado o texto do release e são produzidos tabelas e gráficos com os dados regionais. “Pouco tempo depois que a informação nacional é divulgada enviamos para nossas listas de e-mail e também para todos os servidores da UE. Quando a pesquisa é estrutural temos mais tempo para preparar esse material”, completa a supervisora.

Antonio Braz de Oliveira e Silva, que também trabalha na SDI/MG, conta que o “IBGE MG Informa” foi criado entre o final de 2007 e início de 2008. “Havia um convênio em andamento com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) e se considerou importante enviar aos membros desse setor os resultados de suas informações já trabalhadas pelo IBGE”, disse o servidor.

Nessa época, também estava em andamento a preparação do Censo Demográfico 2010, quando foi contratada uma jornalista para ajudar em sua divulgação. Antonio Braz explicou que se avaliou a importância do envio das divulgações do IBGE para esses veículos no sentido de facilitar os contatos. Logo em

seguida, o “IBGE MG Informa” foi ampliado e passou a incorporar todas as divulgações de pesquisas conjunturais e estruturais.

“A SDI de Minas Gerais é uma espécie de equipe modelo na área de divulgação”, de acordo com a coordenadora de Comunicação Social do IBGE (CCS), Silvia Maia Fonseca. Para ela, a força e o entrosamento que a equipe possui é algo a ser reconhecido para que, não só a função de fazer uma grande divulgação, como também a de preparar materiais específicos para a região, seja realizada. “Minas Gerais tem uma mídia grande e bem representativa; são vários municípios com jornais e emissoras próprias. É um trabalho superimportante”, finaliza Silvia.

Mario Grabois | Colaborou: Pedro Girão (estágio supervisionado)

Na página anterior, Maria de Fátima (Fatinha), Antônio Braz e Luciene Longo, atuantes na divulgação de pesquisas e contato com a sociedade local . Acima, Marcelo Guimarães, que trabalha na livraria e sala de leitura, atende usuários que buscam informações disponibilizadas pelo IBGE.

Para receber o “IBGE MG Informa”, faça contato com o endereço eletrônico [email protected]

Para quem são enviados os boletins da UE/MG:

• Imprensa: 524 e-mails cadastrados;

• Autoridades: 449 e-mails cadastrados;

• Empresas: 428 e-mails cadastrados;

• Entidades de classe: 38 e-mails cadastrados;

• Outros: 93 e-mails cadastrados; e

• Todos os servidores também recebem.

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24 25 • maio-out 2014

Unidades Estaduais

Acompanhar as mudanças no território nacional, dar suporte às pesquisas do IBGE, em especial as de caráter contínuo, e atender às crescentes demandas pela

identificação espacial de populações específicas, como os quilombolas, são fatores que tornam a atualização da Base Operacional Geográfica uma tarefa permanente, que implica a manutenção de uma equipe fixa de profissionais, inclusive nas Agências, e o aporte de recursos financeiros.

Até 2010, a atualização da Base era muito focada nas operações censitárias, o que tornava o trabalho dependente da realização dessas pesquisas nos períodos programados. Entretanto, um adiamento, como o ocorrido agora com o Censo Agropecuário e com a Contagem da População, ainda traz problemas. “Impacta em termos de melhoria de recursos, como o aporte para se ter novos carros para ir fazer o trabalho de campo, investir em hardware e software, e na contratação de pessoal”, explica Miriam Mattos Barbuda, coordenadora de Estruturas Territoriais, da Diretoria de Geociências (DGC).

Mas a perspectiva é não desligar as turbinas. Em relação ao Censo Agro, por exemplo, a meta é aproveitar o tempo para fornecer uma base ainda mais atualizada. Para isso, a equipe continua o trabalho, como a verificação dos setores que podem ser subdivididos, em função do número de domicílios ou da área territorial. “O primeiro ponto é que temos que verificar a classificação urbana e a rural legal. Depois, entramos no espaço rural para identificar os aglomerados rurais, que podem estar mais concentrados ou mais espalhados. Por fim, entramos nos temas especiais, que são as terras indígenas, os territórios quilombolas e as unidades de conservação”, detalha Miriam.

Nem sempre no perímetro urbano caracterizado pela prefeitura há somente características urbanas. Por isso, segundo Romay Garcia, gerente de planejamento da Base Territorial, um passo importante é identificar o que é morfologicamente e o que é

legalmente rural. “Em uma cidade pode haver terras que ainda não foram loteadas, florestas urbanas, que são morfologicamente rurais”.

“Diversos Brasis” querem ser representadosAinda segundo Romay, a Base pode ser um instrumento para identificação de um “Brasil profundo” onde ninguém vai, mas do qual é preciso obter informações. A Base também deve servir de referência para o desenho de políticas públicas para segmentos da população que vêm buscando reconhecimento. A identificação de áreas com concentração de povos e comunidades tradicionais, como os quilombolas, é fruto de lutas desses grupos.

“Em um seminário sobre povos e comunidades tradicionais, percebemos que há uma grande pressão por parte dos ribeirinhos, povos de terreiro, entre outros. Para eles, serem mapeados significa ganharem visibilidade política. Precisamos pelo menos dizer em quais setores eles estão para que possam ser atrelados a todo o sistema estatístico”, lembra Romay.

Na atualização da Base, estão sendo delimitadas as áreas de quilombola, terras indígenas e áreas de conservação. Segundo Miriam, a melhor forma de tratar desses temas especiais é por meio de parcerias com os órgãos do governo. “O grande avanço de 2010 foi o trabalho junto a Fundação Nacional do Índio (Funai). Através de um convênio, conseguimos identificar as terras indígenas cartograficamente dentro dos setores censitários. O território quilombola também está na mesma linha. Foi feito um convênio com a Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial (Serpir)”.

O Censo Agro também vai trabalhar com os projetos de assentamento que tenham produção agrícola. O recenseador vai a campo conferir quais dessas áreas efetivamente pertencem a projetos agrícolas. Outro aspecto importante é a agricultura familiar, que também pode ser identificada em áreas legalmente definidas como urbanas.

Nas Agências, funcionários ativos e temporários atualizam a BaseHoje a atualização da base é descentralizada. Há uma Supervisão de Base Territorial em cada Unidade Estadual, que atualiza os mapas com a utilização de imagens. Também cabe a elas conseguir novas imagens junto aos órgãos municipais, acompanhar a legislação, se foi definido um novo perímetro urbano. Segundo Roberto Ferreira Tavares, gerente de infraestrutura de dados, a introdução de imagens no instrumento de coleta, abrindo a possibilidade de se ver o território, facilitou o trabalho de coleta. “Do escritório já se pode conhecer muita coisa. As imagens também permitem ver o quanto o território vai mudando ao longo do tempo”.

Segundo Miriam, hoje a equipe tem em torno de 170 profissionais da casa nas supervisões de Base Territorial. Nas Agências, há pelo menos um funcionário temporário, que exerce a função de agente de pesquisa e mapeamento, além de servidores do IBGE. “Nossa discussão é sobre um projeto de atualização contínua da base, talvez em um intervalo de quatro em quatro anos. Teremos que criar critérios, como quais municípios vamos atualizar com mais frequência e aqueles em que basta dar uma passada na legislação. Assim, o projeto vai entrar no orçamento, no fluxo de trabalho, na rotina, sem necessidade de correrias e dependência dos censos”.

Marcelo Benedicto | Imagens: Romay Conde Garcia

Na página anterior, Mapa da Terra Indígena Paresis

e outras vizinhas, sobre malha de setores censitários,

localizada em Mato Grosso. Abaixo, o Território Quilombola

Chácara Buriti e setores censitários em Campo

Grande-MS.

Atualizaçãocontínua

26 27 • maio-out 2014

Base Territorial

População, Território

Agora é pra valer. Em março de 2015, a Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE) abre as portas para receber a primeira turma de seu programa de

doutorado. A expectativa é que sejam preenchidas as oito vagas abertas no processo seletivo, que se encerra em dezembro, e as 24 vagas para o mestrado. Para tornar o doutorado uma realidade, a escola precisou redimensionar seu quadro de professores, rever suas linhas de pesquisa, ampliar o espaço físico e até mesmo mudar o nome do seu já consolidado mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais, que existe desde 1998. Agora a ENCE tem um Programa de Pós-graduação em População, Território e Estatísticas Públicas.

O novo nome expressa as principais características do programa, que foram definidas de acordo com a natureza do trabalho do IBGE, o perfil dos professores e as orientações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), fundação subordinada ao Ministério da Educação (MEC). O resultado foi a definição de duas linhas de pesquisa: Produção de Estatísticas Públicas e População, Território e Condições de Vida.

“O doutor que a gente vai formar aqui na escola é um profissional que vai poder ter duas formações distintas: conhecimento na área de produção de dados, mas entendendo das áreas temáticas, como população, educação e mercado de trabalho; e outro profissional que terá o forte dele na área de análise, mas que vai entender da produção e conseguir usar os dados de acordo com os critérios adequados”, explica Suzana Marta Cavenaghi, coordenadora do programa.

O desenho do programa tem foco em demografia, mas com interface com planejamento urbano e regional, questões de gestão e organização do território. Mas o diferencial é que é o único do Brasil com destaque para a produção dos dados, cobrindo todas as etapas de realização de uma pesquisa, incluindo a utilização dos dados e a avaliação das políticas públicas, que são características das atividades realizadas pelo IBGE.

Curso tem perfil diferenciadoDe partida, a escola vai oferecer alguns incentivos aos novos doutorandos: bolsas de estudo oferecidas pelo IBGE e pela Capes. Para os ibgeanos que forem aprovados, há a possibilidade de liberação para os servidores se dedicarem ao curso por meio da obtenção de licença para participar de programas de Pós-Graduação.

Segundo Suzana, o Conselho-Diretor solicitou ao Comitê de Coordenação de Treinamento (CCT) que de forma excepcional permita liberação de servidores para o programa, apesar de sua qualificação pela Capes ser nota 4 e a casa só liberar servidores para programas de doutorado que tenham nota igual ou superior a 5. “O que a gente quer mesmo é ter gente da casa para compor esse perfil”.

O corpo docente do programa espera que os doutorandos tenham dedicação exclusiva ao curso, pois a promessa é de uma rotina pesada de estudo. Eles devem cursar oito disciplinas obrigatórias e pelo menos mais oito optativas nos primeiros 24 meses de curso. Entretanto, há a possibilidade de aproveitamento de créditos de disciplinas cursados em programas de mestrado. Para os que concluíram o mestrado na ENCE, por exemplo, o aproveitamento será total.

Também há cursos extras para dar conta dos conhecimentos de informática necessários para se trabalhar com softwares e bases de dados. “Então, o primeiro ano é dedicado ao nivelamento dos alunos e, a partir do segundo, ele começa a fazer as disciplinas específicas, vinculadas com sua área de pesquisa”, esclarece Suzana.

InfraestruturaPara abrigar o doutorado, a ENCE teve que se reorganizar. A primeira arrumação foi a transferência do Centro de Treinamento e Aperfeiçoamento (CTA) para o Complexo Canabarro. Com isso, abriu-se espaço para mais salas para os 11 professores do programa e os alunos, além de novos professores e funcionários oriundos do último concurso realizado pelo IBGE. Daqui para frente, a meta é continuar aprimorando o programa, inclusive para melhorar sua avaliação na Capes. “Para passar para nota 5 não depende somente dos alunos. Depende muito mais dos professores, pois o corpo docente tem que publicar em periódicos de qualidade e participar de eventos acadêmicos. Acreditamos que no próximo triênio vamos passar para 5”, aposta Suzana.

Marcelo Benedicto | Arte: Eduardo Sidney Araújo

População, Territórioe Estatísticas Públicas

28 29 • maio-out 2014

ENCE

seus 78 anoscomemoraIBGE

“Viemos aqui hoje com a nossa roupa de domingo para lembrar que o trabalho

realizado a cada ano por cada um de nós é importante para o IBGE. E só o coletivo é que faz com que essa instituição exista”. Com essas palavras, Wasmália Bivar, presidenta do IBGE, abriu a cerimônia de aniversário de 78 anos do Instituto, comemorados no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro.

Na tradicional cerimônia, os servidores presentes que completaram 10, 15, 20, 30 e 40 anos de IBGE e os que se aposentaram nos últimos 12 meses foram convidados a subir ao palco para receber medalhas e troféus.

Como ocorre todos os anos, os chefes de Unidades Estaduais (UEs) homenageados foram convidados pela Presidência para participar da cerimônia no Rio. Roberto Maykot Kuerten, que assumiu a UE/RR em outubro de 2013, completou 30 anos de IBGE e disse estar feliz com a homenagem e com o desafio de gerir uma unidade bem diferente de sua terra natal, Santa Catarina. O chefe da UE/CE, Francisco José Moreira Lopes, e o da UE/PI, Raimundo Nonato da Silva Filho, completaram 40 anos de casa. Nonato não pôde estar presente, mas Lopes veio receber a homenagem pessoalmente.

Também foram homenageados servidores que já não estão mais no IBGE e que se destacaram em suas áreas de atuação, seja por sua competência, seus ensinamentos, pela personalidade. A Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE)

prestou homenagens a César Augusto Oliveira. Surpreso, ele afirmou ter muito orgulho de ter passado quatro décadas dentro do IBGE. Eduardo Robson Tardin Costa, ex-assistente da Diretoria de Informática (DI), foi escolhido como homenageado especial da DI em 2014. Ao subir ao palco, disse: “estou honrado com as palavras generosas que ouvi dos amigos”.

A Presidência homenageou o ex-chefe da UE/PA, Antônio José de Souza Biffi. Em seu agradecimento, visivelmente emocionado, afirmou: “saibam que lá no Pará vocês têm um grande amigo que é o Biffi”. E a Diretoria de Pesquisas (DPE) homenageou Luiz Antônio Pinto de Oliveira. Ex-coordenador de População e Indicadores Sociais, teve seu trabalho lembrado pelos colegas do Rio de Janeiro e por Maria Antonia Esteves, chefe da UE/MG, que falou, num depoimento em vídeo, da importância do conhecimento que ele levou às UEs com suas palestras sobre demografia e evolução da população. Sensibilizado com a lembrança, Luiz Antônio destacou: “Tive o prazer de visitar 25 das 27 unidades do IBGE espalhadas pelo Brasil e agradeço ter podido conviver com essas centenas de pessoas de todo o instituto”.

O Coral do IBGE, que já havia aberto a cerimônia com a execução do hino nacional, fez o encerramento com o hino do IBGE e cinco canções de Chico Buarque, sob a regência do maestro Márcio Carvalho. Mantendo a tradição, a última música foi “Parabéns pra você”, dirigido a todos os homenageados e ao IBGE.

Na UE/GO a solenidade foi realizada no dia 27 de maio, no Hotel Plaza Inn, em Goiânia, com a presença de cerca de 100 pessoas, entre servidores efetivos, contratados e aposentados. A abertura foi feita pelo Coral do IBGE da UE/GO, cantando o hino nacional. Em um dos momentos mais emocionantes da solenidade, aconteceu a entrega das medalhas aos servidores pelo tempo de IBGE e aos aposentados.

A UE/AM comemorou o aniversário do IBGE no próprio dia 29 de maio com a presença de vários servidores do quadro e temporários. O bolo com o símbolo dos 78 anos foi compartilhado com todos. Na ocasião, o chefe da UE, Carlos Alberto Simonaio, entregou placas comemorativas pelos 30 e 40 anos de casa em reconhecimento aos anos de dedicação ao IBGE. Em sua fala, salientou a importância do IBGE enquanto instituição e o reconhecimento e o respeito que a sociedade tem pelo órgão.

Na manhã do dia 29 de maio, as placas comemorativas foram entregues aos servidores com 30 e 40 anos de atuação no IBGE e recém-aposentados da UE/DF em cerimônia organizada pela Gerência de Recursos Humanos da Unidade Estadual. Na ocasião, a psicóloga Ana da Silva Barros Diniz, do Ministério da Saúde, apresentou a palestra “Preparação para a Aposentadoria. Uma Estratégia de Promoção da Saúde dos Servidores”, com diversas informações e dicas para um planejamento adequado da aposentadoria.

Em Rondônia, o estacionamento da UE abrigou a celebração dos 78 anos do IBGE, onde estiveram presentes aposentados, ativos, temporários e estagiários. O servidor Marilton Gomes Vieira foi homenageado pelos 30 anos de serviço ao IBGE e logo após foi servido almoço oferecido pelo núcleo Rondônia da ASSIBGE.

No Piauí, a comemoração foi descontraída, numa manhã de sol que teve no cardápio churrasco e, para o lazer, música ao vivo, na Associação Atlética Banco do Brasil - AABB de Teresina. O evento teve a presença de 140 pessoas, entre servidores ativos, aposentados, pensionistas e familiares e foi oferecido pela ASSIBGE/PI.

Na UE/SP, a cerimônia dos 78 anos da instituição aconteceu no dia 30 de maio, com homenagem aos servidores recentemente aposentados, bem como aqueles que completaram 30 e 40 anos de trabalho dedicados ao IBGE. A abertura contou com a participação do chefe da UE/SP, Francisco Garrido, e demais gerentes da unidade. Após a cerimônia, foi realizada uma confraternização marcando esse aniversário.

Nas Unidades EstaduaisAs homenagens aos servidores com 10,15, 20, 30 e 40 anos de IBGE e aposentados aconteceram também nas UEs, que colaboraram com essa reportagem da Fala,IBGE, através do envio de textos e fotos para esse registro.

Agláia Tavares e Rose Barros

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30 31 • maio-out 2014

Aniversário IBGE

Marco Santos

1951/52:A Crise de

quando “a terra tremeu” no IBGE(Parte Final)

Nas colunas anteriores, vimos que uma crise aguda se instalou entre funcionários e o então presidente do IBGE Polli Coelho após acusações deste contra o trabalho

daqueles. Diariamente, jornais traziam palavras duras do general presidente e protestos emocionados dos funcionários, além do andamento da crise. E os leitores seguiam tudo estarrecidos, bestificados, como se estivessem acompanhando a famosa polêmica na época entre Dalva de Oliveira e Herivelto Martins, que brigavam entre si usando músicas um contra o outro. Os dois membros do célebre Trio de Ouro, que tinham sido marido e mulher, legaram clássicos da MPB como “Tudo acabado”, “Que será”, “Errei, sim”, “Não tem mais jeito”, “Cabelos brancos (Não fale desta mulher perto de mim)”, e na crise do IBGE de 1952 parecia que funcionários cantavam “teu mal é comentar o passado...” e o presidente respondia: “errei, sim... manchei o teu nome...”.

Ainda em princípios de janeiro de 1952, Teixeira de Freitas entrou no circuito para defender o IBGE, sua maior obra. E tinha o demógrafo Giorgio Mortara ao seu lado quando

se dirigiram ao presidente Vargas, solicitando a abertura de um inquérito para apurar as denúncias de Polli. Em carta a Getúlio, Teixeira assumia a sua responsabilidade como inspirador da criação do IBGE, “órgão que vinha desempenhando com afinco suas atribuições, recebendo honrosos julgamentos tanto de brasileiros quanto de organismos internacionais”. E ainda escreveu, como um desafio: “Se as alegações do Sr. Presidente do IBGE se comprovarem verdadeiras, só me caberá um destino justo: o de acabar meus dias na cadeia”. Eram palavras fortes, de alguém que tinha o reconhecimento de diversas figuras importantes do país.

Enquanto isso, o general mantinha o bombardeio cerrado. Em entrevista aos jornais disse o presidente do IBGE: “Essa gente, antes de abrir a boca, devia abrir os livros e procurar aprender como se fazem inquéritos estatísticos sobre produção agrícola e industrial de um país”. Ou ainda: “O IBGE faz estatística para museu. Precisamos de estatísticas que nos auxiliem a prever o futuro e não o passado”.

Rafael Xavier, funcionário da Casa desde a sua criação, revelou aos jornais: “Estou estarrecido com o que disse o general! Como pode ser mentiroso todo o colossal trabalho realizado com tanta proficiência e dedicação?” No que foi corroborado por Mortara: “Aqui no IBGE não há oligarquias, há técnicos trabalhando”.

Estados e municípios, participantes do convênio que mantinha o IBGE e o sistema estatístico nacional, se sentiram ameaçados pelas palavras do general presidente. A situação tomava um rumo gravíssimo, que talvez acarretasse na extinção do Instituto.

Polli procurou o governador paulista Ademar de Barros, que era uma espécie de seu “padrinho político”, pedindo conselhos para contornar a crise. E lhe foi dito que prosseguisse.

O general deu posse a Lourival Câmara como Secretário-Geral do Instituto e isso provocou mais ainda a ira dos funcionários. Ao longo de janeiro, diariamente vários jornais estampavam o prosseguimento da crise, com declarações pouco amistosas tanto do presidente, quanto dos funcionários. Polli reuniu 600 funcionários do IBGE e quis se explicar. Foi interrompido por sonora vaia, seguida da retirada de todos os presentes, deixando-o praticamente sozinho no auditório. Era fundamental a interferência do presidente Getúlio Vargas.

E Vargas interveio na questão nomeando uma comissão para estudar e resolver a crise do IBGE. Compunham a comissão o seu presidente, Themístocles Cavalcanti, e mais Lourenço Filho, Jessé Montello e Lyra Madeira. Estudos feitos, o relatório foi entregue ao ministro da Justiça Negrão de Lima, dando razão a Teixeira de Freitas e aos funcionários do IBGE.

Caiu Djalma Polli Coelho, junto com Lourival Câmara e todos os seus sonhos de grandeza. A vaidade, a arrogância que lhe acompanharam durante os 497 dias de sua presidência ruíram fragorosamente. A queda provavelmente lhe afetou a saúde, uma vez que veio a falecer dois anos depois de sair do IBGE.

Os problemas que rondavam o IBGE prosseguiram e só foram efetivamente arrolados em 1958, no I Seminário de Estatística. Polli poderia tê-los atacado internamente e não o fez. Como dizia o samba canção cantado por Dalva de Oliveira: “o peixe é pro fundo das redes, segredo é para quatro paredes... Primeiro é preciso julgar pra depois condenar...”.

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32 33 • maio-out 2014

Nossa história

Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios ContínuaA Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua é uma pesquisa por amostra probabilística de domicílios, de abrangência nacional, que obtém informações básicas para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do Brasil e gera continuamente indicadores sobre trabalho e rendimento.

A cada trimestre, a PNAD Contínua investiga:

211.344em aproximadamente 16.000distribuídos em cerca de 3.500

domicílios particulares permanentes

setores censitários

municípios

Amostra da pesquisa

Cada domicílio selecionado para a pesquisa é visitado por 5 vezes, uma vez a cada 3 meses, durante 5 trimestres consecutivos.

Rotação da Amostra

De um trimestre para outro, 80% dos domicílios na amostra da pesquisa são os mesmos

Do 1o para o 5o trimestre, 20% dos domicílios na amostra são os mesmos

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1a 2a 3a 4a 5a

1a 2a 3a 4a 5a

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jan fev mar abr maio jun jul ago set out nov dez jan fev mar1o TRI

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Quando o Censo Agropecuário coleta informações diretamente nas propriedades do país, consegue mostrar com mais precisão a realidade do mundo rural. Com isso, o fruto do trabalho de pessoas como o senhor Diniz, funcionário de uma fazenda de produtos orgânicos, em Silva Jardim (RJ), ganha mais nitidez no retrato do Brasil. No auge de seus 81 anos de vida, cuida do cultivo de abacaxis que, segundo ele, de tão doces podem ser saboreados até por "bebê recém-nascido".

Texto Marcelo Benedicto | Foto Álvaro Vasconcellos

O trabalhono Campo

maio-out 2014 •

34 • maio-out 2014

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A Fala, IBGE vai ganhar uma versão digital com ainda mais informação.

Além da versão impressa que você já conhece, a nova revista digital trará vídeos com entrevistas diversas, depoimentos, fotos para baixar, áudios e outros conteúdos exclusivos.

Conheça em breve as novidades da edição digital que ficará disponível em nosso portal.

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