nº 104 março / 2018 - paroquiaredentor.org · doenças do corpo ou da mente ... jesus angustia...

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Igreja Lusitana Católica Apostólica Evangélica Nº 104 - março / 2018 Comunhão Anglicana www.sagradafamiliaaraxa.com.br

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Igreja Lusitana Católica Apostólica Evangélica

Nº 104 - março / 2018

Comunhão Anglicana

www.sagradafamiliaaraxa.com.br

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PRESIDÊNCIA

DOS CULTOS

Senhor Deus:

Vimos à Tua soberana presença para suplicar ajuda aos que sofrem por doenças do corpo ou da mente. Sa-bemos que as enfermidades nos fa-vorecem momentos de reflexão e de uma aproximação maior de Ti.

Mas pedimos-Te a tua misericórdia e

que estendas a Tua luminosa mão sobre os que se encontram doentes. Que a sua fé e confiança brotem for-tes nos seus corações.

Que a Tua paz esteja com todos nós. Que assim seja!!

Amém.

OREMOS PELOS

DOENTES

Dia 6 – Maria Teresa Ruivo

Dia 7 – Miguel Ângelo

Dia 9 – Albertina Pinto

Dia 9 – Maria Paula Fernandes

Dia 10 – Carlos Hélder Terra

Dia 13 – António Paulo Arbiol

Dia 13 – Bárbara Martins

Dia 16 – Diogo Alexandre Mota

Dia 17 – Maria Teresa Fernandes

Dia 29 – Alcina Teixeira Peres

04 Diácona Isabel 11 Presbítero Carlos Duarte 18 Bispo D. Fernando 25 Presbítero Carlos Duarte

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S. João 2,13-22

O Evangelho do 3.º Domingo

da Quaresma situa-nos Jesus

em Jerusalém por altura da

Festa da Páscoa no primeiro

ano do seu ministério.

Jesus vai ao templo e encontra

homens a vender bois, ovelhas,

pombas e outros a cambiar di-

nheiro. Ao ver isto, Jesus fez

com umas cordas um chicote e

expulsou do templo toda aque-

la gente com o que tinham para

vender.

Os judeus estavam obrigados a

oferecerem animais em sacrifício no templo e esta obrigação era im-

posta mesmo aos que não habitavam a terra de Israel. Por isso, as auto-

ridades do templo, para facilitar a vida aos judeus que não habitavam

em Jerusalém, permitiam que os vendedores de animais destinados a

serem oferecidos no templo instalassem as suas bancas nos pátios do

templo, bem como os cambistas para trocarem dinheiro aos que vies-

sem de outros países.

Perante a atitude de Jesus, os chefes dos judeus perguntaram-lhe: que

sinal nos mostras para provares que tens o direito de fazer isto? Jesus

respondeu: deitem abaixo este templo e eu em três dias o hei-de levan-

tar. Os judeus não podiam compreender a resposta de Jesus e disseram-

4

lhe: foram precisos quarenta e seis anos para construir este templo e tu vens

dizer-nos que o podes levantar em três dias?

O evangelista acrescenta, que o templo de que Jesus falava era o seu próprio

corpo. Por isso, quando ele ressuscitou, os seus discípulos lembraram-se do

que tinha dito e acreditaram no que ele disse.

E nós, ao fazermos a caminhada quaresmal para a celebração da Páscoa, co-

mo acreditamos na Ressurreição de Jesus? Olhamos apenas para o lado mate-

rial das coisas, no templo que demorou quarenta e seis anos a construir, ou no

templo que Jesus reconstruiu com a sua vitória sobre a morte, ressuscitando

ao terceiro dia?

No primeiro domingo da Quaresma lemos que Jesus, guiado pelo Espírito

Santo, foi levado ao deserto onde permaneceu 40 dias. Deixemo-nos guiar

pelo Espírito Santo, ao longo do Tempo da Quaresma, para que a nossa fé nos

leve a crer, sem sombra de dúvida, na Ressurreição de Nosso Senhor Jesus

Cristo.

Carlos Duarte, Presbítero

S. João 3,14-21

Neste texto, S. João faz uma comparação para que pedagogicamente o povo

judeu pudesse compreender a Boa Nova anunciada por Jesus, e que o tornou

O Cristo.

Relembra como Moisés evitou a morte de muitos judeus levantando a serpen-

te no deserto. Com efeito, os judeus quando se dirigiam para a Terra Prometi-

da, tiveram vários percalços, usualmente por eles próprios originados. Um

4º DOMINGO DA QUARESMA— DOMINGO DO DOENTE 11 DE MARÇO

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deles foi serem atacados por cobras

venenosas. Moisés pediu ao Senhor

que tivesse compaixão dos Seus ser-

vos e que os salvasse; Deus atendeu a

sua súplica e transformou um pau

num totem de serpente abençoado, e

com poder de curar os envenenados

pelas cobras. Dada a idade e a posição

constante em que tinha que estar,

Moisés precisava que lhe sustentas-

sem os braços para manter de pé o

totem sagrado da serpente, permitindo

que quem QUISESSE ser salvo, o fos-

se, tocando no totem.

De igual modo, quem quiser ser salvo das falhas por si cometidas perante

Deus, terá que tocar, ser acolhido, por Jesus que veio dar-Se para nos salvar,

e como Moisés, teve que sofrer muitas dores e sofrimento para que nós pudé-

ssemos por Ele ser salvos. Mas é preciso que o queiramos contrita e humilde-

mente; que nos coloquemos aos seus pés, cheios do veneno do mundo e de

nós próprios, e que tenhamos verdadeira Fé de que por Ele estaremos salvos.

Jesus é a Luz que nos pode salvar de qualquer treva que atravessemos e assim

fazendo necessariamente Dele daremos testemunho, pois vivendo na Luz bri-

lharemos face a qualquer treva; pelo contrário, quem não se arrasta humilde-

mente para ser invadido pela Luz de Jesus, não será salvo, pois optou por vi-

ver nas trevas dos seus pecados.

Clara Oliveira

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S. João 12,20-33

Nós, o povo de Deus, estamos diante do Evangelho de Nosso Senhor

Jesus Cristo, segundo São João. Hoje o Senhor quer falar-nos daque-

les que querem ver Jesus e daqueles discípulos, a exemplo de André e

Filipe, que levam os que não conhecem o Evangelho, até Jesus.

Na resposta dada aos dois discípulos, Nosso Senhor diz que vai atrair

todos a Ele, quando Ele, for elevado da terra, o mundo será julgado, e

o demónio que é o chefe deste mundo será expulso.

Jesus não é objeto de curiosidade, nem se expõem nas vitrinas do

mundo. Quem quiser ver Jesus, vai vê-lo crucificado. Para que haja

fruto é necessário que a semente semeada na terra morra, para que

nasça de novo e recupere nova vida. Jesus aceita perder a sua vida,

para recuperá-la depois na sua ressurreição.

Quem quiser vê-lo e segui-lo, estará onde Ele estiver; quanto na terra,

quanto na eternidade. Satanás com quem Jesus defrontou no deserto,

prometendo voltar numa outra ocasião, será expulso sem que se trave

batalha. Jesus angustia-se, deseja livrar-se dessa hora, mas permanece

firme, porque se trata de glorificar o nome de Deus Pai."

A primeira pergunta para nós! Temos levados fieis até Jesus? É atra-

vés da comunidade povo

de Deus, que os homens

vêm Jesus, e descobrem o

seu projeto, encontrando

esse caminho de amor e de

doação, que conduz à vida

nova, do homem novo, a

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salvação. "A Nova e eterna Aliança.” (Lc 22,19-20).

Existem muitos irmãos nossos, como aqueles que foram ter com Jesus, com

sede da palavra de Deus, que gostariam de ouvir falar de Deus. Nós cristãos

batizados em Cristo, somos corpo do Senhor, para anunciar o seu Reino e

glorificá-lo!

As leituras deste Domingo ajudam-nos, na preparação para a "Semana San-

ta," e apresentam-nos Cristo, como centro da busca de todos os povos, repre-

sentados neste Evangelho, gregos que querem ver Jesus! (Jo12,21). O Evan-

gelho permite-nos ver os sentimentos que Jesus passou intimamente, ao apro-

ximar-se a sua hora.

Jesus depois de receber as visitas, dos gregos que queriam vê-lo. A sua pes-

soa e a sua alma entristece-se e inicia-se uma ansiedade, que culmina na ago-

nia do Jardim do Getsemani: "Agora a minha alma está perturbada."

João propõem-nos neste texto fazermos uma meditação sobre a morte e glori-

ficação de Cristo; é uma prefiguração Pascal, visto por algo de ser cumprido

pela salvação do pecado e libertar-nos das garras da morte eterna. Este Ho-

mem, cem por cento celeste e cem por cento humano, é Nosso Senhor Jesus

Cristo!

Por isso de maneira dramática, o Cristo foi morto na Cruz, para ressuscitar

dentre todos os mortos, e atualizar definitivamente a nova e eterna aliança de

Deus com os homens. Só um justo divino poderia salvar-nos da morte eterna,

por isso é que Jesus é o Senhor!

Como podemos ver Jesus? Nós não podemos vê-lo com os nossos olhos, mas

podemos vê-lo com os olhos espirituais da fé, e aguardamos com esperança

vê-lo um dia na visão da glória. Vem Senhor Jesus! (1Ts 4,15-16; Ap 1,7-8)

Rafael Coelho

8

S. Mateus 13:53-58

Mateus refere

aqui opiniões e

factos passados

em Nazaré, na

sinagoga, pelo

que devia ser

sábado, dia de

louvor, oração e

ensino. Pequenas coisas refletem bem como na época as pessoas eram

“identificadas”. No país em geral o Mestre era conhecido como Jesus

da Nazaré. Aqui, era mais concreto dizer “filho do carpinteiro”.

A última vez conhecida em que S. José é mencionado foi na ida ao

templo quando a criança/adolescente tinha doze anos. S. José passa

sempre muito discreto, fica na “sombra” do que sucede ao “seu filho”

e por vezes em segundo plano em relação à esposa. Jesus é que deve

ser sempre encarado como o centro dos acontecimentos, sejam eles

quais forem. Aos doze anos não há o mínimo sinal de irmãos. Por isso

atenção, se os houve, nasceram depois, eram muito mais novos…

Em português e mesmo em grego a palavra “irmão” pode não traduzir

totalmente a linguagem original. Em hebraico há uma palavra por

vezes traduzida por irmão, mas que na realidade significa também

“parente próximo” – isto é, primo, sobrinho ou tio. Veja-se por exem-

plo Jacob e Labão (Gênesis 29:15).

Para os católicos é evidente que Jesus era filho único. Para muitos

evangélicos é evidente que Maria teve outros filhos. Mas “irmãos”

tem um sentido amplo. Outra hipótese é que José fosse mais velho e

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viúvo, havendo filhos do primeiro casamento. Qualquer afirmação categórica

tem riscos. Sejamos prudentes e tolerantes.

Como bastantes judeus Jesus teria a instrução mínima, ler e escrever. Por isso

houve quem se espantasse, vendo que Ele sabia muito mais que isso. Como

teria atingido tal sabedoria? E até poder para fazer milagres…

É curiosa e triste a afirmação de Jesus “Não há profeta sem honra senão na

sua terra e na sua casa”. O nosso povo diz “santos ao pé da porta não fazem

milagres”. Igualmente curioso um facto real, do Antigo Testamento – na Ga-

lileia só houve um profeta, Oséias. Todos os outros foram do sul.

O versículo 54 está algo incompleto. Em S. Marcos 6:5 esta frase tem mais

pormenores.

Será que Jesus, sendo aqui rejeitado com desconfiança, já poderemos consi-

derar um prelúdio da rejeição maior que mais tarde seria feita pelos judeus do

sul? Até à morte. Que teve autores “jurídicos”, mas que espiritualmente en-

globa todos nós. Na culpa e no Perdão. Graças a Deus.

Jorge Barros, Pastor

S. Marcos 14,1-15,47

Um dos elementos mais destacados no relato de S. Marcos é a forma como

Jesus Se comporta ao longo de todo o processo que conduz à sua morte… Ele

nunca Se descontrola, nunca recua, nunca resiste, mas mantém-Se sempre

sereno e digno, enfrentando o seu destino de cruz. Tal não significa que Jesus

seja um herói inconsciente a quem o sofrimento e a morte não assustam, ou

que Ele Se coloque na pele de um fraco que desistiu de lutar e que aceita pas-

DOMINGO DE RAMOS 25 DE MARÇO

10

sivamente aquilo que os

outros Lhe impõem…

A atitude de Jesus é a

atitude de quem sabe

que o Pai Lhe confiou

uma missão e está deci-

dido a cumprir essa

missão, custe o que cus-

tar. Temos a mesma

disponibilidade de Jesus

para escutar os desafios de Deus e a mesma determinação de Jesus em con-

cretizar esses desafios no mundo?

A “angústia” e o “pavor” de Jesus diante da morte, o seu lamento pela solidão

e pelo abandono, tornam-n’O muito “humano”, muito próximo das nossas

debilidades e fragilidades. Dessa forma, é mais fácil identificarmo-nos com

Ele, confiar n’Ele, segui-l’O no seu caminho do amor e da entrega. A huma-

nidade de Jesus mostra-nos, também, que o caminho da obediência ao Pai

não é um caminho impossível, reservado a super-heróis ou a deuses, mas é

um caminho de homens frágeis, chamados por Deus a percorrerem, com es-

forço, o caminho que conduz à vida definitiva.

A solidão de Jesus diante do sofrimento e da morte anuncia já a solidão do

discípulo que percorre o caminho da cruz. Quando o discípulo procura cum-

prir o projeto de Deus, recusa os valores do mundo, enfrenta as forças da

opressão e da morte, recebe a indiferença e o desprezo do mundo e tem de

percorrer o seu caminho na mais dramática solidão. O discípulo tem de saber,

no entanto, que o caminho da cruz, apesar de difícil, doloroso e solitário, não

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é um caminho de fracasso e de morte, mas é um caminho de libertação e de

vida plena.

A figura do jovem que, no jardim das Oliveiras, deixou o lençol que o cobria

nas mãos dos soldados e fugiu pode ser figura do discípulo que, amedrontado

e desiludido, abandonou Jesus. Já alguma vez virámos as costas a Jesus e ao

seu projeto, seduzidos por outras propostas? O que é que nos impede, por

vezes, de nos mantermos fiéis ao projeto de Jesus?

Jorge Filipe Fernandes

S. Marcos 14, 12-26

Ao celebrar a última Páscoa, que era uma refeição comemorativa relembran-

do como Israel foi liberto da escravidão no Egito, Jesus, antes de ser traído,

instituiu a ordenança da Santa Ceia, com ordens e propósitos muito bem defi-

nidos.

Jesus reuniu seus discípulos, escolhidos para serem os fundadores da Igreja

na Nova Aliança, para que juntos estivessem cumprindo a Lei da Páscoa. Foi

o momento determinado por Deus Pai para Jesus apresentar-Se como o único

Sacrifício que purifica os pecadores, o Puro e Imaculado Cordeiro morrendo

no lugar dos impuros. Aquele foi o momento da abolição da Velha Aliança,

na carne e sangue de animais, e a instituição da Nova Aliança na carne e no

sangue do Cordeiro Ungido de Deus, Jesus.

A importância da celebração da Nova Aliança é relembrada por três evange-

listas, pelo Apóstolo Paulo e em muitas outras referencias.

Quem participa da Ceia do Senhor? Aqueles que aceitaram a Palavra e perse-

QUINTA-FEIRA SANTA 29 DE MARÇO

12

veraram na

doutrina dos

apóstolos são

os que têm

direito de

participarem

da Santa Co-

munhão. É

necessário,

para sermos dignos da Mesa do Senhor, aceitarmos a Palavra com todas as

ordens do Senhor Jesus, como regra de fé e prática para todos os nossos dias.

A Mesa do Senhor, a Santa Ceia, é uma Mesa familiar onde nos reunimos

como irmãos: Assim, pois, irmãos meus, quando vos reunis para comer, espe-

rai uns pelos outros . A boa educação, como filhos de Deus, manda honrar-

mos ao Senhor da Mesa e aos irmãos, pois somos uma família.

Nesta Mesa o Senhor aceita somente os da Família: Lançai fora o velho fer-

mento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois

também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. Por isso, celebremos a

festa não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malí-

cia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade.

A Ceia do Senhor é um evento a ser celebrado, continuadamente, até que Je-

sus volte como Justo Juiz, pois Ele disse: fazei isto em memória de mim .

A Ceia do Senhor é importante como recordação da Morte de Cristo, em nos-

so lugar, é uma simbologia que trás fidelidade e reavivamento.

O pão partido lembra o corpo de Jesus que foi ferido e machucado com os

pregos e com uma lança, lá na cruz do Calvário, no nosso lugar: Porque eu

recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite

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em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o

meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim.

O cálice só está cheio de vinho porque o fruto da videira foi esmagado, por

isso todas as vezes que celebrarmos a Ceia estaremos lembrando que o corpo

de Jesus foi ferido para dali verter o Sangue da Nova Aliança: Este cálice é a

nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em

memória de mim.

Só é digno de participar da Ceia do Senhor quem obedece a tudo o que Jesus

manda, pois, ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria

vida em favor dos seus amigos. Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos

mando.

José Manuel Santos

S. João 18,1-19,42

“É melhor que morra um só homem pelo povo”

Sexta-feira Santa. O tempo passa rapidamente! O tempo de Jesus de Nazaré

rapidamente se tornou no tempo de Jesus, O Cristo. O tempo reserva-nos

muitas surpresas. Aos Cristãos é sempre proposto por Deus estarem abertos a

surpresa, à sua Surpresa, e como Ele é o Senhor do Tempo e da História, tem

reservado no mistério do seu coração as suas intenções para com cada um de

nós, e isso faz com que a sua presença na vida da Igreja e do mundo seja

sempre fascinante. O Cristão deve ser aquele que todos os dias espera que

Deus se revele mais uma vez, mais um pouco e sempre de formas diferentes.

O trágico acontece quando os cristãos estão convencidos de que de Deus já

têm tudo o que lhes é necessário e essencial, já pouco mais esperam, julgando

SEXTA-FEIRA SANTA 30 DE MARÇO

14

que mais nada há a re-

ceber. Muitos conside-

ram que já foram toca-

dos por Ele e por isso

estão todos muito pro-

tegidos, muito santifi-

cados, muito converti-

dos e o que vai daí para

a frente é apenas a con-

firmação destas coisas

que lhes dá um ar de

superioridade banal.

Deus seria reduzido se na História pessoal de cada um de nós não introduzis-

se a sua Pessoa Criadora e Criativa. Deus mostra a sua face e a imponência

da sua presença no tempo que passa por nós, criando e recriando todas as coi-

sas. Ele permite deixar-se conhecer com mais profundidade lentamente res-

pondendo assim discretamente às necessidades das nossas experiencias. Pau-

lo diz isso de uma forma sublime quando diz que pensava de uma forma

quando era menino, mas que depois de se ter tornado homem feito, maduro,

experiente, aprofundou a sua compreensão. Nunca devemos deixar de ser

meninos, mas o tempo faz de nós adultos com outras responsabilidades, com

outras exigências. É tão triste ver aqueles que se levam tão a sério que fazem

mal o papel de adultos como é triste ver na fé adultos a fazer papel de

“acriançados”! Os textos da infância de Jesus, são breves porque interessou

aos Escritores Sagrados passar do Menino ao Homem! Jesus exige de nós

hoje, Sexta-feira Santa, que deixemos a nossa meninice ingénua, e pela Sua

Morte encaremos a nossa morte como adultos e depois pela Ressurreição nos

tornemos ainda mais adultos. Com a surpresa desta fé sabemos o que dize-

mos, o que fazemos, quem somos, o que queremos e por isso não somos ce-

gos nem condutores de outros cegos. A fé que professamos pede-nos para

deixarmos de lado um testemunho à moda de meninos que dizem coisas que

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ninguém acredita numa só palavra, mas para sermos adultos que levam a sé-

rio a Morte e a Ressurreição. Certamente que quando Jesus diz que é necessá-

rio sermos meninos ou mantermo-nos meninos para entrarmos no Reino de

Deus se trata de outro desafio… A morte de Cristo não foi uma surpresa! Ele

anunciou-a ao longo do seu Ministério, preparou-a cuidadosamente confiando

sempre no Pai. Mas uma coisa é certa, da sua Morte hoje e no Domingo de

Páscoa, da sua Ressurreição, surgirá uma surpresa de dentro de outra surpre-

sa, um tempo dá à luz outro tempo. Do tempo do túmulo, a surpresa do tempo

da vida, do tempo da vida a surpresa do tempo da Igreja. A Igreja haverá de

surpreender o mundo todo até ao dia de hoje. Nem o mundo estava preparado

para a acolher, como ainda hoje não está, mas como diz o hino: “Enquanto

Ele permanece, ela continuará”. Conforme Caifás, hoje morre um Homem só

pelo povo todo, mal ele sabia que com a Ressurreição surgiria um povo intei-

ro que se necessário haveria morrer por um Homem só, em nome de um Ho-

mem só, entregando-se só à morte sem pavor nem medo e por um Homem:

Jesus de Nazaré, Jesus o Messias, Jesus o Cristo. É a surpresa de Deus no

mundo e para o mundo.

Haja em nós a surpreendente presença de Deus a cada dia.

José Manuel Cerqueira, Pastor

É o segundo dia do Tríduo Pascal. Na Sexta-Feira Santa, é a Páscoa de Cristo

crucificado, no Sábado Santo, a de Cristo no sepulcro, e, no Domingo, a de

Cristo ressuscitado.

Para este dia não há nenhuma celebração sacramental prevista. Todo o dia

tem um tom de silêncio contemplativo do mistério de Cristo que baixou “ao

SÁBADO DE ALELUIA 31 DE MARÇO

16

lugar dos mortos”, ao

“descanso” do sepulcro, ao

aniquilamento absoluto e ao

seu misterioso encontro com

os antepassados.

No caminho catecumenal, este

dia era dedicado aos últimos

atos preparatórios da grande

noite batismal da Páscoa: os

exorcismos, as unções, as re-

núncias, etc.

Com os séculos, foi-se empo-

brecendo o sentido do Sábado

Santo, até que o papa Pio XII,

em 1951, reformou a Vigília Pascal e, em 1955, o resto da Semana Santa.

Então, restituiu-se a este dia a sua característica primitiva de dia não litúrgi-

co, devolvendo a Vigília Pascal – que desde o século XVI se celebrava na

manhã do sábado, convertendo este dia em “sábado de aleluia” – ao seu lugar

verdadeiro, na noite entre o sábado e o domingo. Agora, “a Igreja permanece

junto do sepulcro do Senhor, meditando a sua Paixão e morte, abstendo-se da

liturgia até à solene Vigília ou espera noturna da Ressurreição”.

Uma característica muito antiga de Sábado Santo é o jejum pascal: já desde o

século II se prolongava também neste dia o jejum de Sexta-Feira Santa, um

jejum não tanto penitencial, mas cúltico, «pascal», um jejum que “se cele-

bra”.

José Manuel Santos

17

REDE LUSÓFONA

Por razões que os responsáveis desta

publicação não sabem explicar, não foi

dada noticia, em tempo devido, da visita

à nossa Paróquia de alguns elementos

que participaram no III Encontro da

Rede Lusófona da Comunhão Anglica-

na, que se realizou na cidade do Porto,

entre os dias 22 e 27 de Novembro de

2017.

Assim, foi com imensa satisfação que no Domingo, 26 de Novembro, acolhe-

mos um grupo de participantes do referido encontro, os quais assistiram ao

Culto Eucarístico. Estiveram connosco o Bispo D. Vicente Msosa, Bispo Di-

ocesano do Niassa, Moçambique, que pregou, o Bispo D. Ernesto Manuel,

Bispo Sufragâneo da Diocese do Niassa, Moçambique, Anastácia Msosa,

Executiva da União das Mães da Diocese do Niassa, Moçambique, Christina

Winnischofer, Presidente da União das Mulheres da Igreja Episcopal Angli-

cana do Brasil e a Rev.ª Magda Pereia, do Centro Estudos Anglicanos da

Igreja Episcopal Anglicana do Brasil.

No final do Culto, a Paróquia ofereceu um almoço aos nossos convidados,

onde marcaram ainda presença alguns membros desta, bem como da Paróquia

de Cristo. Foi um tempo muito rico e abençoado, de convívio, de mútuo co-

nhecimento e de muita partilha. Tivemos ainda a oportunidade de escutar, no

seguimento da homilia que já tinha sido proferida no Culto Eucarístico, al-

guns pormenores sobre as diferentes vivências da Diocese do Niassa, Mo-

O QUE ACONTECEU…!

18

çambique, através do seu Bispo Diocesano, D. Vicente Msosa, que nos falou

da realidade do seu país e de todas as suas dificuldades.

O RR dá Graças a Deus por todo o trabalho desenvolvido em cada um dos

países membros da Rede Lusófona da Comunhão Anglicana, bem como pelas

ações levadas a cabo por sua iniciativa, que visam levar a pregação da Boa

Nova a todos os pontos do mundo.

“Alegrem-se com os que estão alegres e chorem com os que choram. Vivam

em harmonia de sentimentos.” (Romanos 12,15)

4.ª FEIRA DE CINZAS

Na noite do passado dia

14 de Fevereiro, e como

vem sendo habitual no

Arciprestado do Norte

da nossa Igreja, realizou-

se a celebração da Quar-

ta-feira de Cinzas, presi-

dida pelo nosso Bispo

Diocesano, D. Jorge, e

que contou com a parti-

cipação do Bispo Emérito, D. Fernando, e da totalidade do Clero do Arcipres-

tado do Norte, da Igreja Lusitana.

A celebração decorreu na Paróquia de Cristo (Oliveira do Douro), em Vila

Nova de Gaia, na presença de muitos membros das paróquias deste arcipres-

tado.

Foi um momento muito participado e ricamente abençoado para todos os que

19

assistiram, marcando, assim, o início da caminhada deste tempo de Qua-

resma.

“Na verdade tu és pó e em pó te hás de transformar de novo.” (Gn 3,19)

ASSEMBLEIA-GERAL DO DMIL

Realizou se, no início de Fevereiro, a XI Assem-

bleia Geral do DMIL, na Paróquia de S. Mateus em

Vila Franca de Xira, com o tema de abertura e re-

flexão: "A mão de Deus que nos dá a Palavra inspi-

ra-nos ao testemunho." (Ezequiel,8-3,3)

A viagem para as mulheres das paróquias do norte,

que fizeram questão de marcar presença e prestar o

seu testemunho e serviço, decorreu num clima de

paz e boa disposição, tendo ajudado a presença, tanto na viagem como na

assembleia, do nosso Bispo D. José Jorge, que acompanhou todo o nosso

dia e depois do momento de abertura de oração também ele fez a reflexão.

Os trabalhos decorreram em plena harmonia com troca de opiniões e no-

vas mulheres que se juntaram a esta nossa caminhada.

Sendo um dos pontos a eleição da nova direção, que se prontificou a um

novo ano de trabalho apresentando já o seu plano de atividades para 2018,

onde, mais uma vez, D. José Jorge, presente na assembleia, agradeceu a

prestação anterior e deu total apoio para a continuação desta nova etapa.

Depois de finalizados os trabalhos e do habitual chá e despedidas volta-

mos ao Norte, certos que como Deus disse: "Onde estiverem dois ou três

reunidos em meu nome Eu estarei presente."

Atrevo me a partilhar com todas vós, Mulheres, um pequeno espaço com

20

um texto para reflexão.

O melhor caminho de discipulado e de testemunho, e se quisermos o melhor

plano de ação para o DMIL encontra-se no modo como nos deixa-mos tocar

e procuramos tocar verdadeiramente as realidades da vida, por mais sofridas

que estas se apresentem. Na consciência então, que poderemos ser tocados

por aqueles que não queremos que nos toquem. Aqueles cujo toque nos po-

de arrepiar e desinstalar da nossa zona de conforto e de segurança. O próprio

Jesus, na sua humanidade, percebeu a necessidade de tocar e tocando, sentir

o outro e recebe-lo na sua corporeidade. Perante a recusa de Pedro, Jesus

disse-lhe: «Se eu não te lavar, não podes partilhar a minha vida» (João

13,8).

Peço pois ao Senhor que toque com a sua mão o coração de cada mulher.

Que cada toque de Deus vos comprometa cada vez mais e mais numa atitu-

de de testemunho, presença e de discipulado para que o mundo creia.

Que assim seja.

Maria Teresa Braga

ERRATA E AGRADECIMENTO

Na edição anterior demos notícia do nascimento do Rodrigo, filho dos nos-

sos irmãos, em Cristo, José Eduardo (Zézinho) e Cátia. Acontece que a meio

do texto aparece o nome João Miguel, em vez de Rodrigo. Apesar do João

Miguel também ser filho de uma nossa irmã, na Fé, de nome Cátia

(Fernandes), o certo é que não estávamos a falar do mesmo bebé e tal só

aconteceu pela “preguiça” de usar textos de notícias já publicadas, para a

elaborar novas. Posto isto o RR pede desculpa à família do Rodrigo, pelo

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lapso, comprometendo-se com os nossos leitores a ter mais cuidado, no fu-

turo.

Aproveitamos, ainda, este espaço para dar nota do seguinte facto. A acom-

panhar o envio por correio da edição de Outubro de 2017, os responsáveis

do RR enviaram uma carta com um pedido de contribuição dos nossos leito-

res, para amenizar o custo da impressão e envio, por CTT, desta publicação,

o qual é totalmente suportado pelas receitas da Paróquia, as quais, como a

maioria sabe, são deficitárias.

Acontece que, pela ação do Espírito Santo, tivemos eco em alguns dos nos-

sos leitores, que se apressaram a fazer diversas contribuições. Nesse sentido,

fazemos um agradecimento público ao Sr. Carlos Amaral, à D. Arminda

Araújo, ao Sr. José Mário Gonçalves, à D. Adília Mocho, à D. Teresa Ruivo

e a um(a) anónimo(a), pela vossa generosidade, dando Graças a Deus pela

vossa disponibilidade em ajudar-nos na nossa Missão.

“Tudo vem de Ti, Senhor, e o que damos, da tua mão o recebemos.”

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Dia 01 II Retiro Quaresmal do Clero das Igrejas Ibéricas - Lisboa

Dia 03 Dia Mundial de Oração - Igreja Metodista do Mirante – 15h

Dia 04 Escola Dominical - 10h

III Encontro Reflexão Quaresma - 10h

Culto Dominical - 11h

Dia 05 Ensaio Côro Arciprestado - Torne - 21,30h

Dia 07 Encontro Quaresmal - Oração e Estudo Bíblico - Prado - 21,30h

Dia 08 Aniversário da Constituição da Igreja Lusitana

Dia 11 Escola Dominical - 10h

IV Encontro Reflexão Quaresma - 10h

Culto Dominical - Dia do Doente – Aniversário Paróquia - 11h

Dia 12 Ensaio Côro Arciprestado - Torne - 21,30h

Dia 14 Encontro Quaresmal - Oração e Estudo Bíblico - Prado - 21,30h

Dia 18 Escola Dominical - 10h

V Encontro Reflexão Quaresma - 10h

Culto Dominical - 11h

Dia 19 Ensaio Côro Arciprestado - Torne - 21,30h

Dia 21 Encontro Quaresmal - Oração e Estudo Bíblico - Prado - 21,30h

Dia 24 Abertura Loja Social c/ Oração breve da Tarde - 15h

Dia 25 Escola Dominical - 10h

Culto Dominical - Festa do dia do Pai - 11h

Dia 29 Culto da Instituição da Sagrada Eucaristia - 21h

Dia 30 Culto de celebração da Paixão de Cristo - 21h

Dia 31 Celebração da Vigília Pascal - Arciprestado - Torne - 22h

MARÇO - AGENDA PAROQUIAL E DIOCESANA

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ACTIVIDADES REGULARES DA PARÓQUIA

Templo - Rua Visconde de Bóbeda

Área social - Rua Barão de S. Cosme, 223

Cultos Dominicais - 11 horas

Escola Dominical - 2 classes (crianças e jovens) - Domingos, 10 horas

Loja Social - 3º sábado de cada mês - 15h

Propriedade: Paróquia do Redentor ♦ Equipa Redatorial: Jorge Filipe Fernandes, José Manuel Santos,

Pedro Miguel Fernandes ♦ Redação: Rua Barão de S. Cosme, 223 4000-503 PORTO ♦ Periodicidade:

Mensal ♦ Contactos: www.paroquiaredentor.org; [email protected]; [email protected]

♦ O conteúdo dos diferentes artigos deste Boletim é da responsabilidade dos seus autores, e não representa

necessariamente a posição da Paróquia do Redentor ou da Igreja Lusitana.

ÚLT

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INA -

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SA C

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Que capacidade tão estranha tem o homem para se esquecer das coisas

mais maravilhosas, para se acostumar ao mistério!

Consideremos de novo, nesta Quaresma, que o cristão não pode ser

superficial. Estando plenamente metido no seu trabalho habitual (…)

tem de estar, ao mesmo tempo, metido totalmente em Deus, porque é

filho de Deus.

Por isso, é lógico que durante estes dias consideremos na nossa oração

a necessidade da conversão, de redirigir os nossos passos para o Se-

nhor, e purificar o nosso coração fazendo próprios os sentimentos do

salmista: “Cria em mim, meu Deus, um coração puro e renova no meu

interior um espírito firme”.