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O O O primeiro dos temores dos clubes grandes de futebol no Brasil já come- çou a acontecer. Com a paralisação abrupta das atividades em todo o país, os patrocinadores começaram a rever seus pagamentos aos clubes. Depois de a Azeite Royal usar a pandemia como motivo para deixar de patrocinar os quatro times do Rio e o Maracanã, duas marcas informaram ao Corinthians que vão suspender o pagamento dos patrocínios enquanto o futebol estiver parado. Marjosports e Orthopride chegaram a um acordo com a diretoria de marketing corintiana para suspender os pagamentos a princípio pelo mês de abril. A rede de franquias de consultórios de ortodontia está praticamente com as atividades pa- ralisadas por conta do coronavírus e também patrocina outras equipes pelo país. O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO DO POR ERICH BETING 1 NÚMERO DO DIA EDIÇÃO 1467 - QUARTA-FEIRA, 1° / ABRIL / 2020 de reais foi o faturamento do Flamengo em 2019; o número representa recorde histórico de um clube de futebol no Brasil 950 mi Marcas começam a suspender pagamentos

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Page 1: NÚMERO DO DIA 950 representa recorde histórico de um clube ... · vão suspender o pagamento dos patrocínios enquanto o futebol estiver parado. Marjosports e Orthopride chegaram

O O

O primeiro dos temores dos clubes grandes de futebol no Brasil já come-çou a acontecer. Com a paralisação abrupta das atividades em todo o país, os patrocinadores começaram a rever seus pagamentos aos clubes.

Depois de a Azeite Royal usar a pandemia como motivo para deixar de patrocinar os quatro times do Rio e o Maracanã, duas marcas informaram ao Corinthians que vão suspender o pagamento dos patrocínios enquanto o futebol estiver parado.

Marjosports e Orthopride chegaram a um acordo com a diretoria de marketing corintiana para suspender os pagamentos a princípio pelo mês de abril. A rede de franquias de consultórios de ortodontia está praticamente com as atividades pa-ralisadas por conta do coronavírus e também patrocina outras equipes pelo país.

O B O L E T I M D O M A R K E T I N G E S P O R T I V O

DO

POR ERICH BETING

1

N Ú M E R O D O D I A EDIÇÃO 1467 - QUARTA-FEIRA, 1° / ABRIL / 2020

de reais foi o faturamento do Flamengo em 2019; o número representa recorde histórico de um clube de futebol no Brasil950mi

Marcas começam a suspender pagamentos

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A suspensão dos primeiros patrocínios deve gerar um efeito cascata no futebol brasileiro. Com diversas marcas de pesqueno e médio porte como patrocinadores, os clubes verão as empresas com dificuldades para honrar os compromissos.

Nos últimos dias, diversos clubes anunciaram férias coletivas pelos primeiros 20 dias do mês de abril. A medida foi tomada como forma de prolongar o final da temporada, já dentro de um cenário de retomada do futebol no próximo mês. En-quanto tomava essa decisão, os clubes começaram a procurar os patrocinadores.

"O Corinthians informa que mantém ativos todos os contratos de patrocínio em sua camisa e montou uma força-tarefa para entender as necessidades e possibi-lidades de cada um de seus parceiros comerciais, durante essa crise ocorrida em função da pandemia do covid-19", disse o clube em nota ao Globoesporte.com.

Diferentemente do Azeite Royal, que colocou a volta do patrocínio em xeque, os patrocinadores do Corinthians confirmaram a intenção de retomar o aporte tão logo o clube volte a jogar e permitir a entrega de exposição de marca. Curiosa-mente, a Orthopride não é uma das 11 marcas na camisa alvinegra. Ela tem um contrato que contém a marca no CT do clube e durante as entrevistas coletivas.

A busca por soluções de exposição de marca para os patrocinadores é algo que, na Europa e nos Estados Unidos, os clubes procuraram fazer a partir das redes so-ciais. Com vídeos dos jogadores, ações para o público e até mesmo shows benefi-centes, as entidades esportivas têm conseguido manter as marcas ativas. Por aqui, até agora, apenas a Federação Alagoana de Futebol fez uma iniciativa de criar e transmitir um torneio de Fifa20 com a presença de atletas dos times do Alagoano.

T Ê N I S P O D E F I C A R S E M T O R N E I O S E M 2 0 2 0

O tênis corre o risco de ser um dos esportes mais af-etados pela pandemia do coronavírus. Em entrevista ao Globo.com, o brasileiro Bruno Soares, que faz parte da comissão de atletas da modalidade, disse que há um re-ceio de que seja inviável jogar torneios pelo mundo en-quanto não houver uma cura para a doença.

Soares disse, ainda, que os atletas estudam criar um fundo de solidariedade para auxiliar financeiramente os tenistas que estão nas posições mais baixas do ranking.

C A N A L + N Ã O PA G A R Á € 1 1 0 M I

PA R A L I G U E 1

A paralisação da Ligue 1 francesa fez com que o Canal+, detentor dos direitos de transmissão do torneio, de-cidisse não repassar o pagamento de €110 milhões referente à última parte dos direitos de transmissão da tempo-rada 2019/2020da competição.

Segundo o L'Équipe, o canal avisou à liga que o pagamento do próximo dia 5 de abril está suspenso. Além do veí-culo francês, o canal de origem qatari BeIn Sports deve fazer um pagamento de € 42 milhões no próximo dia 5.

A justificativa dada pelo Canal+ é de que as receitas com patrocínio e as-sinaturas caíram nas últimas semanas por conta da pandemia na França.

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O P I N I Ã O

Esporte não sabe ser uma empresa digital

A crise provocada pela pandemia do coronavírus mostrou uma dura reali-dade para o esporte brasileiro. Por mais que, nesta década, as entidades tenham investido bastante no meio digital, o esporte não sabe o que é

estar preparado para ter o pensamento digital. A falta de iniciativa do esporte brasilei-ro em geral nesse momento de crise é a prova de que o pensamento ainda é analógico.

Enquanto nos Estados Unidos e na Europa as entidades souberam dar respostas rápidas à crise, por aqui estamos parados. Há duas semanas que a Máquina do Espor-te tem tentado mostrar que existem diversas iniciativas sendo executadas no exterior que podem facilmente ser replicadas no Brasil por qualquer modalidade esportiva.

A Porsche Cup e a Ultimate Drift foram as primeiras a perceber que a pausa não seria curta e que era preciso agir, já no primeiro final de semana sem esporte no

país. Transformaram as suas competições reais em simulações virtuais, transmitidas em seus canais. Assim, mantiveram atletas e marcas ativas e, mais do que isso, entre-garam algo aos fãs. O NBB também tem feito alguma movimentação, com a pro-dução de bastante conteúdo com atletas e celebridades do basquete nas redes.

Mas o futebol, que é o segmento com mais condições financeiras e quantida-de de funcionários em suas estruturas de marketing e comunicação, parece comple-

tamente paralisado em olhar como manter fontes de receita ativas, como o sócio--torcedor, mas sem entregar nada novo para seus patrocinadores, que naturalmente vão preferir cancelar seus investimentos já que nada lhes é entregue pelo clube.

Com milhões de seguidores nas redes sociais, os clubes tinham como obrigação montar alternativas. Realizar torneios virtuais de videogame é a ideia mais fácil de se executar e que mais traria retorno nesse primeiro momento. Poderia engajar sócios--torcedores, justificar o salário de funcionários e dar retorno para os patrocinadores.

Mas, para isso, os clubes precisariam entender que o negócio deles não pode ficar todo centralizado no jogo de futebol físico. Já passamos da hora de termos ideias que são apenas solidárias. É preciso olhar a manutenção do próprio negócio ativo. E, se tem uma coisa que a pandemia vai nos deixar como legado é o aprendizado de que para uma empresa ser digital, ela não pode apenas ter muitos seguidores nas redes so-ciais. Ela precisa saber entregar o seu produto - físico ou virtual - no ambiente digital.

O esporte parece não saber que seu produto é muito mais que um evento ao vivo.

Pandemia mostra que ter milhões de

seguidores nas redes não significa que

o esporte seja uma plataforma digital

POR ERICH BETING

diretor executivo da Máquina do Esporte

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World Surf League projeta futuro sem

Gabriel Medina

O aplicativo 365Scores decidiu criar um torneio de Fifa 2020 para marcas e agências de publicidade. A iniciativa foi tomada pela empresa com base em Israel e escritórios em São Paulo e Rio de Janeiro para aproximar a marca dos anunciantes e prover entretenimento no período de paralisação de todo o esporte.

O prêmio ao vencedor será de R$ 1.000,00 em doação para o combate ao coronavírus, além de um voucher do jogo Fifa21, um par de ingressos para um jogo de fute-bol e uma camisa de um time.

A competição terá a presença de executivos de empresas como If-ood, Ambev e Adidas, e de agências como Talent Marcel e Lew Lara.

3 6 5 S C O R E S C R I A T O R N E I O D E F I FA PA R A A G Ê N C I A S N O B R A S I L

A NBA decidiu antecipar o lança-mento da série "The Last Dance", que conta a busca de Michael Jordan pelo

sexto título da NBA com o Chicago Bulls na temporada 1997/1998. Por conta da pandemia, a liga de

basquete decidiu passar o primeiro episódio na ESPN dos Estados Uni-

dos no dia 19 de abril. No dia se-guinte (20), a série de dez episódios

entrará no catálogo da Netflix em todo o mundo, com dois episódios

inéditos a cada segunda-feira.

NBA ANTECIPA LANÇAMENTO

DE SÉRIE SOBRE JORDAN PARA

O NETFL IX

POR REDAÇÃO

Na última década, a Liga Mundial de Surfe (WSL) viu cres-cer o protagonismo do Brasil. A chamada "Brazilian Storm" fez o país se tornar o principal celeiro de atletas e crescer a modalidade por aqui, a ponto de a WSL decidir montar um escritório em São Paulo e passar a gerar negócios no país.

Para Ivan Martinho, CEO da WSL na América Latina, o maior desafio que a liga tem para os próximos anos é construir sua imagem sem estar atrelada exclusivamente a Gabriel Medi-na, o principal ícone dessa nova geração e bicampeão mun-dial. Em entrevista ao programa Os Maquinistas, o podcast da Máquina do Esporte, Martinho explicou os planos da liga para o país e, logicamente, falou como vê a crise de agora.

"Imagina você ter um produto que dependa muito do ído-lo. A medida que esse ídolo não exista mais, o seu produto começa a sofrer uma dificuldade, uma queda, que às vezes não retorna mais. Isso não é um problema no mundo inteiro, mas é um problema no Brasil", disse Martinho, lembrando os casos de Guga no tênis e Anderson Silva no UFC.

Indo na contramão da indústria brasileiro, ainda aneste-siada pela pandemia do coronavírus, Martinho já foi adiante com o surfe. A WSL promoveu, no último sábado, um festival de música com artistas ligados ao estilo de vida do surfe.

"As pessoas não deixaram de gostar da gente porque não tem evento ao vivo. Levamos, como liga, diversão às pes-soas, nos conectamos à parte boa do dia delas. Com isso, vamos conhecendo melhor quem é nossa base", afirmou.

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O banco BV encontrou uma maneira de ativar o patrocínio a Flávio Canto e ao projeto social Instituto Reação, mantido pelo ex-judoca na Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. O BV anunciou que doará R$ 300 em

vale-alimentação para cada uma das 1.400 famílias atendidades pelo Reação.A ideia do banco é estender esse auxílio a pessoas atendidas em mais de 30 pro-

jetos sociais que o BV apoia. Além do Reação, de Canto, existem outros quartro projetos esportivos de cunho social apoiados pelo banco: Instituto Esporte & Edu-cação (liderado por Ana Moser), Instituto Serginho 10 (do jogador de vôlei Sergi-nho), Instituto Próxima Geração (do ex-tenista Mauro Menezes) e M4 Nas Escolas, projeto educacional liderado pelo ex-jogador de basquete Marcelinho Machado.

O auxílio faz parte de um grande investimento feito pelo banco para tentar com-bater a pandemia do coronavírus e auxiliar pessoas em maior vulnerabilidade. O BV doou R$ 30 milhões e iniciou campanha para arrecadação de recursos que serão prioritariamente destinados para compra de insumos hospitalares e distri-buição de itens de primeira necessidade aos projetos sociais que ele apoia. Além disso, criou uma linha de crédito de R$ 50 milhões para fornecedores de hospitais.

"Sabemos que as pessoas querem ajudar e, muitas vezes, não sabem como. O BV acredita que, com a experiência e capilaridade do Instituto Votorantim e da Fundação Banco do Brasil, pode atuar como viabilizador dessa grande rede de colaboração. Todos que queiram contribuir poderão fazê-lo de forma rápida e se-gura, com a certeza de que os benefícios serão distribuídos com critério e a devida transparência”, afirmou em nota Gabriel Ferreira, CEO do banco BV.

BV doa R$ 300 para cada família do Reação

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POR REDAÇÃO