Pela primeira vez na história, quatro clubes de um mesmo país decidem o tí-tulo das principais competições da Europa. Tottenham e Liverpool, na Liga dos Campeões, e Chelsea e Arsenal, na Liga Europa, farão a decisão dos

dois torneios principais da Europa. O feito inédito também ajuda a explicar, dentro de campo, o sucesso que a Premier League possui fora das quatro linhas.

Na última edição do Deloitte Football Money League, estudo sobre as finanças do futebol feito pela consultoria Deloitte, dos 24 clubes de maior receita do fute-bol mundial, 12 são ingleses. E entre eles estão até alguns de pouca expressão no cenário europeu, como Everton, Leicester, Southampton e Crystal Palace.

Se a lista for restrita ao Top 10, são nada menos do que seis ingleses: Manchester United (3º), Manchester City (5º), Liverpool (7º), Chelsea (8º), Arsenal (9º) e Totte-

O B O L E T I M D O M A R K E T I N G E S P O R T I V O

DO

POR ERICH BETING E WAGNER GIANNELLA

Finais inglesas refletem soberania nas finanças

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N Ú M E R O D O D I A EDIÇÃO 1242 - SEXTA-FEIRA, 10 / MAIO / 2019

de euros foi o faturamento da La Liga na última temporada; valor é o recorde histórico de arrecadação do Campeonato Espanhol4,5bi

O

F E R E C I M E N

TO

nham (10º), justamente o tão falado “Big Six” do futebol inglês. Apesar da lide-rança dos espanhóis Real Madrid e Barcelona nas finanças, o predomínio britânico como um todo é evidente. As receitas englobam direitos de televisão, patrocínios e venda de ingressos. Se forem somadas as dos 12 ingleses presentes entre os 24 da lista, o valor chega a mais de € 4,25 bilhões. Para se ter uma ideia, o país que fica mais perto é a Espanha, que tem três equipes da LaLiga na lista: Real Madrid (1º), Barcelona (2º) e Atlético de Madrid (13º). O valor deles somados alcança pou-co mais de € 1,74 bilhão, quase duas vezes e meia menos que os ingleses da lista.

É emblemático o feito acontecer 30 anos após a tragédia de Hillsborough, que matou 96 torcedores do Liverpool pisoteados por conta da superlotação do está-dio que abrigava a semifinal da Copa da Inglaterra.

A tragédia foi um divisor de águas para o futebol inglês. A partir daquele ano, a Inglaterra adotou severas medidas de melhoria de segurança em estádios e puni-ção a maus torcedores. Aos poucos, a Premier League foi se transformando num novo jeito de consumir futebol nas arquibancadas.

Foi em 2003, quando o Chelsea foi comprado pelo bilionário russo Roman Abra-movich que o segundo salto aconteceu. Os clubes começaram a receber investi-mentos privados e uma nova onda de crescimento da liga inglesa aconteceu.

Isso se traduziu no aumento significativo de receita com direitos de mídia da Pre-mier League e numa divisão cada vez mais igualitária de recursos entre os clubes, visando o fortalecimento das equipes e o aumento de competitividade dentro da liga. Nos últimos anos, o predomínio das equipes espanholas nas competições eu-ropeias dava a falsa impressão de que a força inglesa não chegava ao continente.

O P I N I Ã O

Supremacia inglesa é projeto de décadas

OBrasil parece que finalmente saiu do luto dos 7 a 1 (sim, ainda é preciso lembrarmos desse placar) e começou a entender que fomos sugados por um buraco negro de qualidade futebolística. Isso agora começa a

incomodar e mostrar que precisamos discutir o conceito que adotamos sobre qual era o princípio de um jogo de futebol há cerca de 25 anos, quando Dunga levantou a taça de uma Copa do Mundo após 24 anos e disse: "essa é para vocês, traíras".

Acostumamo-nos, ao longo das últimas décadas, a entender o futebol apenas com o olhar do vencedor. Em 1994, isso era algo absolutamente natural para um país traumatizado pelo belo e não-vencedor Brasil de 1982. Queríamos o título. Se, até a tragédia do Sarriá, havíamos entendido que era preciso jogar bonito para ser cam-peão, Paolo Rossi e cia. nos mostraram que nem sempre o mais belo é o vencedor. E,

assim, surgiu Parreira e seu pragmatismo, reforçado depois por Scolari e sua guerra constante para conquistar a América.

Ao longo desse tempo que passamos desconstruindo a história do futebol brasi-leiro, os ingleses também foram mudando o conceito sobre o que é futebol. Os in-gleses são um povo que ama tanto o fute-bol que criou um problema de segurança pública, o hooligan. Por causa do torcedor que ia ao estádio para brigar em defesa do amor incondicional por seu time, os ingle-

ses precisaram mudar radicalmente o sentimento que tinham em relação ao esporte.Foram quase 25 anos de transformações lentas. Primeiro, na punição ao pugilista

travestido de torcedor. Depois, na criação de uma série de regras sobre como tem de ser um estádio moderno, seguro e confortável para o torcedor. Por fim, os ingleses mexeram naquilo que lhes era mais valioso: a maneira de praticar o esporte.

Saíram os chutões para o alto em gramados lamaçentos, entraram o toque de bola em velocidade no tapete verde mais liso e bonito que os do palácio da Rainha. Ao mesmo tempo, a Premier League foi olhar como faziam os americanos para trans-formar o seu campeonato num produto comercial. Importaram o conceito de divisão de receitas mais justa para aumentar a competitividade dos times. E deixou que os estrangeiros investissem nos clubes para ampliar a capacidade de investimentos.

Foram necessários 30 anos de lentas transformações para a Inglaterra ter supre-macia dentro de campo. Agora o Brasil começou a entender que o futebol precisa voltar a ser jogado de outra forma por aqui. Pelo menos o pontapé inicial foi dado.

Por 25 anos desconstruímos a forma

de jogar futebol no Brasil; ao mesmo

tempo, a Inglaterra mudava seu estilo

POR ERICH BETING

diretor executivo da Máquina do Esporte

Com receita em alta, DAZN lança serviço no Brasil

O Sportv e o VIU Hub, plata-forma digital do grupo Globo, se uniram e criaram um reality show para encontrar um narrador para a competição de Rainbow Six Siege.

A partir do dia 20 de junho, seis competidores disputarão o direito de narrar a final do Brasileirão de Rainbow Six Siege. O vencedor le-vará R$ 10 mil reais e um troféu.

O reality show será exibido no canal e-Sportv no YouTube e no canal linear de televisão Sportv 3. De acordo com os organizadores do programa, o Brasil possui hoje cer-ca de 2,5 milhões de jogadores do Rainbow Six. A ideia é aproximar-se desse público a partir da realiza-ção desse reality show.

S P O R T V FA Z R E A L I T Y S H O W PA R A N A R R A D O R D E E - S P O R T S

A rede de restaurantes Madero decidiu ampliar o patrocínio máster

do Coritiba por mais seis partidas do clube na Série B do Brasileirão.

Depois de realizar uma ação pon-tual com o clube no jogo que marcou a homenagem a Dirceu Krüger, maior ídolo da história do Coritiba e morto

recentemente, o Madero decidiu man-ter por mais seis jogos o patrocínio ao clube. Se, na semana passada, a marca apenas subsidiou os ingressos do jogo,

agora pagará para ocupar o espaço.

MADERO AMPLIA PATROCÍNIO MÁSTER DO

CORIT IBA POR SE IS PARTIDAS

POR REDAÇÃO

O Grupo DAZN anunciou na quinta-feira (9) o lançamento de sua plataforma no Brasil. Ao custo de R$ 37,90 por mês, sendo que os primeiros 30 dias serão gratuitos, o serviço de streaming chega ao nono mercado mundial, numa fase de amplo crescimento das receitas e, também, das despesas.

Segundo o site Sports Pro Media, as receitas do DAZN so-maram US$ 277,6 milhões (R$ 1,095 bilhão) no ano passado, um aumento de 136,2% em relação a 2017. Mas os custos para a operação da empresa saltaram também, chegando a US$ 336,6 milhões, o dobro do que foi gasto em 2017. Esse aumento de custo é justificado exatamente pelo lançamento do serviço em mais países, como Estados Unidos e Brasi.

O lançamento da plataforma brasileira é impulsionado pe-los direitos exclusivos que o DAZN possui das transmissões da Copa Sul-Americana, Série C do Campeonato Brasileiro, Campeonatos Italiano e Francês, alguns torneios do circuito WTA de tênis e também a Fórmula Indy. Além disso, a plata-forma anunciou a transmissão da EuroLeague de basquete.

“A paixão que os brasileiros têm pelo esporte é incompará-vel, por isso faz todo sentido trazer nossa plataforma de stre-aming de esportes ao país. O futebol é muito importante em nossa oferta e queremos oferecer todos os tipos de esportes premium para criar uma oferta incomparável", afirmou Bruno Rocha, vice-presidente executivo do DAZN no Brasil.

A empresa ainda mantém a parceria com a RedeTV! para transmitir alguns jogos da Sul-Americana na TV aberta.

POR ERICH BETING

A emoção das semifinais da Liga dos Campeões da Uefa rendeu muito para a TNT, que exibiu com exclusividade na televisão os duelos que marca-ram as classificações de Liverpool e Tottenham para a final do torneio.

Segundo dados do Ibope, três das quatro partidas das semifinais valeram para a TNT os melhores resultados de transmissão de esporte ao vivo na TV paga neste ano de 2019. Além disso, seis jogos exibidos neste ano pela emissora tiveram a maior audiência da Liga dos Campeões em TV paga no Brasil na história.

O recorde aconteceu no jogo de ida das semifinais, dia 1° de maio, quando o Barcelona ganhou por 3 a 0 do Liverpool. O duelo marcou 8,16 pontos de média de audiência na transmissão. A reviravolta do time inglês, seis dias depois, também foi muito acompanhada no Brasil: alcançou média de 8,03 pontos na medição do Ibope. A terceira colocação no ranking foi obtida na quarta-feira, com a emocio-nante classificação do Tottenham sobre o Ajax, no último lance do jogo. A partida teve média de 6,99 pontos de audiência e alcançou 2,5 milhões de pessoas.

Os três jogos acentuaram a importância da competição para a emissora. A Liga dos Campeões, até agora, tem superado as transmissões do Campeonato Brasilei-ro no canal. Mesmo tendo a exclusividade sobre jogos do Palmeiras, a TNT ainda não conseguiu o mesmo desempenho que obteve no torneio europeu. Os dois jo-gos do clube paulista, que só foram exibidos no canal, obtiveram 5,61 e 4,79 pon-tos de audiência em média. Essa diferença se explica também por conta do dia da semana em que a partida acontece. Aos sábados, a audiência da TV costuma ser mais baixa do que no meio de semana. A final da Liga será sábado, dia 1° de junho.

Liga dos Campeões gera recordes na TNT

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POR REDAÇÃO