níveis de leitura teoria semiótica do texto profa. dra. rosana helena nunes

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Page 1: Níveis de leitura Teoria Semiótica do Texto Profa. Dra. Rosana Helena Nunes
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Níveis de leituraNíveis de leituraNíveis de leituraNíveis de leituraTeoria Semiótica do TextoTeoria Semiótica do Texto

Profa. Dra. Rosana Helena NunesProfa. Dra. Rosana Helena Nunes

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Noção de texto

• A semiótica tem por objeto o texto, buscando descrever e explicar o que o texto diz e como ele faz para dizer o que diz.

• O texto define-se de duas formas: objeto de significação e objeto de comunicação.

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Texto: significação e comunicação

• Objeto de significação: organização ou estruturação que faz do texto um todo de sentido.

• Objeto de comunicação: a interação que se estabelece entre destinador e destinatário.

• Em síntese, o texto encontra seu lugar entre os objetos culturais, inserido numa sociedade e determinado por formações ideológicas, sendo de fundamental importância examiná-lo em relação ao contexto sócio-histórico que o envolve e que lhe atribui sentido.

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Níveis de análise de um texto

• Para construir o sentido do texto, há três níveis de leitura (discursivo, narrativo e fundamental).

• Estrutura (ou nível) superficial: corresponde aos significados mais concretos e diversificados. Trata-se do nível do discurso ou das estruturas discursivas em que a narrativa é assumida pelo sujeito da enunciação.

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Nível narrativo e fundamental

• Nível intermediário (ou narrativo): corresponde aos valores com que os diferentes sujeitos entram em acordo ou desacordo (noção de narratividade – pôr ordem no caos).

• Nível profundo (ou fundamental): corresponde aos significados mais abstratos e mais simples. É nesse nível que há as polaridades semânticas para garantir a unidade de sentido do texto.

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Percurso gerativo de sentido e gênero textual

• (1) Nível discursivo (ou superficial): corresponde aos significados mais concretos e diversificados.

• (2) Nível narrativo (ou intermediário): corresponde aos valores com que os diferentes sujeitos entram em acordo ou desacordo (noção de narratividade, pôr ordem no caos).

• (3) Nível profundo (ou fundamental): corresponde aos significados mais abstratos e mais simples. É o nível das polaridades semânticas.

• (1) Forma de composição: marcas linguísticas de cada gênero.

• (2) Estilo: linguagem utilizada pelo ator do discurso.

• (3) Tema: relacionado à visão de mundo do enunciador, é a própria enunciação dentro de uma situação histórica determinada.

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Níveis de análise do texto verbo-visual (sincrético)

• As características que determinam a leitura de imagem são:

• Plano sonoro;• Focalização;• Cromático;• Espacialização; • Pessoas do discurso;• Intertextualidade e interdiscursividade;• Estratégias argumentativas (persuasão e convencimento);• Efeitos de subjetividade (aproximação vs distanciamento);• Efeitos de verdade (jogos do ser vs parecer);• Análise de mídias impressa e/ou televisiva, tela de pintor,

tirinha, capa de revista, música etc.

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Semiótica e o semi-simbolismo

• Floch (1985) apresenta três formantes que correspondem às categorias plásticas associadas às semânticas:

• Cromático – os efeitos de sentido que as cores engendram.

• Eidético – as linhas que também compreendem os efeitos de sentidos, ou seja, as linhas que representam, desde o tipo de fonte utilizada, até o contorno das faces e outras imagens presentes.

• Topológico – compreende a própria diagramação, espacialização que estabelece os efeitos de sentido da posição vertical e horizontal.

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vida

não-morte

morte

não-vida

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Quadrado semiótico: polaridades semânticas

• As setas representam os possíveis percursos. Os termos que apresentam uma dupla negação são chamados contrários. Por exemplo, quando vida e morte se opõem, ocorre um terceiro termo que não é nenhum dos dois. São chamados de termos contraditórios, por apresentarem apenas uma negação. Quando, porém se opõem vida e não-vida, não existe a possibilidade de um terceiro termo, ou se trata de um termo ou de outro. Juntamente ao lado das relações de contrariedade entre vida e morte e contraditoriedade entre vida e não-vida e morte e não-morte existem as relações de implicação entre vida e não-morte e morte e não-vida, portanto, afirmar vida implica em negar a morte e vice-versa.

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Tela: Retirantes

• Durante a estadia em Nova Iorque, Portinari vê uma obra que muito o impressiona, Guernica. A guerra vista por Picasso, duma forma cubista e sem a utilização das cores. Fica impressionado com o quadro. Na Alemanha os nazis estão no poder. Da Europa não param de chegar os relatos dramáticos. É o mundo que está em guerra e enquanto isso o povo é o que mais sofre. A morte está presente em todo o lado. No Brasil, o sofrimento é provocado pela natureza. O Nordeste é atingido por grandes secas que trazem consequências gravosas para os camponeses. Muitos são aqueles que utilizam as suas artes para falar do que os rodeia - Jorge Amado, Érico Veríssimo, Graciliano Ramos. Também Portinari a nada disto fica alheio. Exprime-o com a sua pintura, reflete-o. É a cor que se apaga, um drama que se observa. São os Retirantes, expressos em algumas das suas obras. Os despojados de tudo a morte, como o expressa em Criança morta. Em 1944 Portinari inicia o Mural para igreja de Pampulha, primeiro S. Francisco, depois a Via Crucis. As pinturas têm um caráter fortemente e expressionista.

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REFERÊNCIAS

• BARROS, Diana Luz P.Teoria do discurso – fundamentos semióticos. São Paulo: Humanitas, 2002.• _____, Diana Luz P. Teoria semiótica do texto.São Paulo: Ática, 2005.• BAKHTIN, Mikhail (1979). Os gêneros do discurso. In M. Bakhtin (1979). Estética da Criação Verbal. SP: Martins Fontes, 1992, pp. 277-

326. • BERTRAND. Denis. Caminhos da semiótica literária. São Paulo: EDUSC, 2003.• FLOCH, J. M. (1985). Petites mythologie de l’oeil et de l’esprit. Paris : PUF, 1985.• ____ (1995). Sémiotique, marketing et communication. Paris, PUF, 1995. • ____ (1995*). Identités visuelles. Paris, PUF, 1995. • GREIMAS & COURTÉS, Joseph (1979). Dicionário de semiótica. São Paulo: Cultrix, 1983. • LANDOWSKI, Eric. (1997). Presenças do Outro. São Paulo: Perspectiva, 2002.• NUNES, Rosana Helena (2006). Construção da identidade política – discursos de Luiz Inácio Lula da Silva. Tese de Doutorado. Língua

Portuguesa/PUC-SP.• NUNES, Rosana Helena. Semiótica: (res)significação do saber via imagem. Sorocaba: CREARTE, 2010. • LOPES, Ivã Carlos & HERNANDES, Nilton (orgs.). Semiótica – objetos e práticas. São Paulo: Contexto, 2005.• Parâmetros Curriculares Nacionais. Língua Portuguesa, 1998, pp. 57; 78, 79.• PIETROFORTE, Antonio Vicente. Semiótica visual – os percursos do olhar. São Paulo: Contexto, 2004. • SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas – São Paulo: Mercado de Letras, 2004.

• Disponível: http://blog.planalto.gov.br/obras-de-portinari-ilustrarao-o-programa-brasil-sem-miseria. Acesso em: 30/03/2012. • Disponível: http://www.vidaslusofonas.pt/candido_portinari.htm. Acesso em: 18/05/2012.

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