niterói - rj, brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/allicia sthel.pdf · 2020. 5. 27. ·...

58
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA CURSO DE ENGENHARIA DE PETRÓLEO ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO MÉTODO DE WARPINSKI. Niterói - RJ, Brasil 2017

Upload: others

Post on 30-Oct-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENGENHARIA

CURSO DE ENGENHARIA DE PETRÓLEO

ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA

ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO MÉTODO DE

WARPINSKI.

Niterói - RJ, Brasil

2017

Page 2: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

ii

ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA

ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO MÉTODO DE

WARPINSKI.

Niterói - RJ, Brasil

2017

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

como apresentado à Escola de Engenharia da

Universidade Federal Fluminense, como parte dos

requesitos necessários à obtenção do grau de

bacharel em Engenharia de Petróleo.

Orientador: Alfredo Moisés Vallejos Carrasco

Page 3: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO
Page 4: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO
Page 5: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

iv

À minha família.

Page 6: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

v

EPÍGRAFE

“Se vi mais longe foi porque me apoiei sobre os ombros de gigantes.” (Isaac Newton)

Page 7: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

vi

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo apresentar e testar a técnica desenvolvida por

Norman R. Warpinski, em 1989, para determinação das tensões geomecânicas ao

redor de um poço e posterior comparação com resultados obtidos por meio dos

softwares Sistema de Estabilidade – Tempo Real (SEST TR) e Interactive

Petrophysics (IP). Ao final da comparação de resultados é possível concluir se as

diferenças entre os resultados são significativas a ponto de se projetar uma

implementação dos programas utilizados pelas empresas.

Palavras chave: tensões in situ, estabilidade, Warpinkski, tensões geomecânicas,

tensões horizontais.

Page 8: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

vii

ABSTRACT

This study aims to introduce and test the tecnique developed by Norman R.

Warpinski, in 1989, to determine the In Situ stresses surrounding a well and following

comparison with results obtained by means of the softwares Sistema de Estabilidade

– Tempo Real (SEST TR) e Interactive Petrophysics (IP). After this comparison it is

possible to conclude if the differences showed among the results are significant

enough to make a development project for the softwares used by companies.

Key words: in situ stress, horizontal stress, Warpinski, stability.

Page 9: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

viii

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 2. 1 - Tensões in Situ num elemento de rocha. ................................................ 4

Figura 2. 2 - Gráfico Pressão vs Volume Bombeado para teste de absorção. ............ 6

Figura 2. 3 - Gráfico Pressão vs Volume/Tempo de bombeamento para teste de

microfraturamento. ...................................................................................................... 7

Figura 2. 4 - Gráfico para obtenção da tensão in situ mínima a partir do teste de

microfraturamento. ...................................................................................................... 8

Figura 2. 5 - Aproximação linear relacionado ao método de Matthews e Kelly. ........ 12

Figura 2. 6 - Representação gráfica da interpretação dos resultados de K0. ............ 14

Figura 3. 1 - Dados das propriedades de módulo de Young, razão de Poisson e

densidade da bacia de Piceance dividida em passos de tempo. .............................. 19

Figura 3. 2 - Dados de (a) gradiente de pressão de poros, (b) temperatura, (c)

deformação térmica e (d) deformação total da bacia de Piceance divididos em

passos de tempo. ...................................................................................................... 20

Figura 4. 1 - Gráficos (A) Tensão Vertical, (B) Coeficiente de Poisson utilizados para

o Modelo de Eaton. ................................................................................................... 25

Figura 4. 2 - Resultado para o Modelo de Eaton com perfil litológico à direita. ......... 26

Figura 4. 4 - Resultado para o Modelo de Matthews e Kelly com perfil litológico à

direita. ....................................................................................................................... 27

Figura 4. 5 - Perfil de K0 para Modelo da Tensão Mínima. ....................................... 28

Figura 4. 6 - Resultado para Modelo da Tensão Mínima com perfil litológico à direita.

.................................................................................................................................. 29

Figura 4. 7 - Perfil de Pressão de Poros Normal para modelo de Breckels e Van

Eekelen. .................................................................................................................... 30

Figura 4. 8 - Resultado para o Modelo de Breckels e Van Eekelen com perfil

litológico à direita. ...................................................................................................... 31

Figura 4. 9 - Deformação horizontal obtida a partir de valores de LOT. .................... 32

Figura 4. 10 - Resultado da tensão horizontal para o Método de Warpinski com perfil

litológico à direita. ...................................................................................................... 33

Page 10: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

ix

Figura 5. 1 - Comparação entre todos os resultados para tensão horizontal menor

efetiva com perfil litológico à esquerda. .................................................................... 34

Figura 5. 2 - Diferença entre cada método já utilisado com o modelo proposto por

Warpinski................................................................................................................... 36

Page 11: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

x

LISTA DE TABELAS

Tabela 2. 1 - Exemplo de tabela para resultados de K0. ........................................... 13

Tabela 4. 1 - Dados litológicos do poço. ................................................................... 23

Tabela 4. 2 - Valores de LOT do próprio poço. ......................................................... 28

Page 12: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

xi

ABREVIATURAS

IP Interactive Petrophysics

MD Profundidade medida

LDA Lâmina d’água

LOT Teste de Absorção (Leak of Testing)

Patm Pressão Atmosférica

PP Pressão de Poros

PPn Pressão de Poros Normal

SEST TR Sistema de Estabilidade – Tempo real

T Temperatura

TVD Profundidade vertical

Page 13: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

xii

SÍMBOLOS

Tempo de trânsito da onda compressional

Tempo de trânsito da onda cisalhante

Módulo de Young

Grandeza auxiliar para método de Tensão Mínima

Profundidade vertical

Altura do ante-poço

Profundidade vertical no ponto i

Altura da mesa rotativa

Profundidade da lâmina d’água

Coeficiente de expansão termal linear

Deformação na direção da tensão horizontal menor

Deformação da direção da tensão horizontal maior

Coeficiente de Poisson

Densidade do fluido de perfuração

Densidade da formação

Densidade da água do mar

Tensão horizontal menor

Tensão horizontal menor efetiva

Tensão horizontal maior

Page 14: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

xiii

Tensão horizontal maior efetiva

Tensão vertical

Tensão vertical efetiva

Page 15: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

xiv

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 1

2. TENSÕES IN SITU ....................................................................................... 3

2.1. Medição e Estimativa de Tensões In Situ ................................................. 4

2.2. Modelo de Eaton (1969) .............................................................................. 9

2.3. Modelo de Matthews e Kelly (1967) ......................................................... 11

2.4. Método da Tensão Mínima (1996) ............................................................ 13

2.5. Modelo de Breckels e Van Eekelen (1982) .............................................. 15

3. MÉTODO DE WARPINSKI ......................................................................... 17

4. ESTUDO DE CASO .................................................................................... 23

4.1. Dados do Poço .......................................................................................... 23

4.2. Resultados para Modelo de Eaton ........................................................... 24

4.3. Resultados para Modelo de Matthews e Kelly ........................................ 26

4.4. Resultado para Modelo da Tensão Mínima ............................................. 27

4.5. Resultado para Modelo de Breckels e Van Eekelen ............................... 30

4.6. Resultados para Método de Warpinski ................................................... 32

5. DISCUSSÃO DE RESULTADOS E CONCLUSÃO .................................... 34

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 37

ANEXO ................................................................................................................ 38

Page 16: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

1

1. INTRODUÇÃO

Com o avanço da tecnologia digital, cada vez mais softwares são criados e

aprimorados para que posteriormente possam servir de auxílio durante todo o ciclo

petrolífero: desde o estudo prévio de um potencial campo de petróleo, durante o

processo de extração de petróleo, no decorrer do processo de transformação dessa

matéria prima em produto comercializável, até que este produto esteja pronto para o

consumo. As empresas desenvolvedoras de softwares buscam cada vez mais unir

as concepções físicas e químicas com as relações matemáticas, conceitos teóricos e

raciocínios lógicos em busca de estimativas cada vez mais próximas à realidade e

assim contribuir de forma eficiente para o sucesso de qualquer operação realizada

ao longo das diferentes etapas na indústria do petróleo. Isto não poderia ser

diferente com a fase da perfuração de um poço.

Ao perfurar um poço, vários cuidados devem ser tomados de modo que a

estabilidade deste seja preservada. Um fator fundamental para que o poço de

mantenha estável é o peso ou pressão hidrostática exercida pela lama utilizada no

decurso da perfuração. Muitos estudos são feitos para que sejam determinados os

gradientes de sobrecarga, de fratura superior e inferior e de colapso superior e

inferior a fim de evidenciar a janela operacional, que delimita os intervalos de peso

de lama que poderão ser usados na perfuração sem que haja incidentes negativos.

Para que seja feito o estudo das variáveis de gradiente em questão, é de suma

importância estimar os valores das tensões geomecânicas. Embora as tensões in

situ relacionadas às profundidades sejam um fator significativo, as empresas ainda

não dispõem de uma maneira confiável e com alto grau de precisão para fazer a

estimativa das tensões horizontais maior e menor.

A análise retratada neste trabalho compara os métodos de estimativa das tensões

in situ já utilizados por dois softwares – Sistema de Estabilidade em Tempo Real e

Interactive Petrophysics – com um método ainda não utilizado na indústria,

Page 17: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

2

apresentado por Norman R. Warpinski em 1989, que introduz uma maneira mais

realista e completa para o cálculo das tensões horizontais máxima e mínima.

No capítulo 2 serão abordados os conceitos básicos de tensões in situ assim como

quatro métodos para a estimativa dessas tensões utilizados na indústria atualmente.

No capítulo 3 será introduzida ao leitor a teoria na qual se baseia o novo método –

Warpinski – que será testado no trabalho. Posteriormente, no capítulo 4 será feito

um estudo de caso com dados de um poço real e neste estudo serão feitos todos os

cálculos envolvendo os cinco métodos destacados neste trabalho. Por fim, será

retratado no capítulo 5 uma análise e comparação dos resultados obtidos.

Page 18: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

3

2. TENSÕES IN SITU

Ao analisar as formações presentes na subsuperfície de uma potencial área de

perfuração, observa-se que há o equilíbrio das tensões nas quais aquela matriz está

sujeita. Por isso, quando um poço é perfurado e parte da rocha que mantém este

sistema em equilíbrio é removida, a formação passa a atuar de maneira instável,

sendo necessário que o fluido de perfuração substitua a rocha deslocada. Dessa

forma a lama repõe parte da tensão que foi abalada, exercendo assim uma das suas

principais tarefas, que é manter as paredes do poço estáveis. Entretanto, como o

fluido de perfuração não é capaz de compensar totalmente o estado de tensões

inicial da formação, ocorre o desbalanceamento das tensões ao redor do poço. Este

desbalanceamento é influenciado principalmente pelas tensões in situ. (ROCHA et

al., 2009)

Na Figura 2. 1 é ilustrado um elemento de rocha, representando uma formação

genérica, que está submetido a um estado de tensão de compressão. Portanto, ele

sofre a ação de três tensões principais, são elas: tensão vertical ( ), tensão

horizontal maior ( ) e tensão horizontal menor ( ). A estas, é dado o nome de

tensões in situ. (ROCHA et al., 2009)

A tensão vertical é dada pela ação do peso das camadas sobrepostas na formação

e é geralmente associada à tensão de sobrecarga. Devido a essa atividade da

tensão vertical, a rocha tende a se deformar lateralmente até encontrar um equilíbrio

ao ter sua deformação limitada pelas duas tensões horizontais. Estas que, embora

denominadas maior e menor, podem ser iguais. (ROCHA et al., 2009)

Page 19: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

4

Figura 2. 1 - Tensões in Situ num elemento de rocha.

Fonte: Rocha et al., 2009

É importante entender o estado de tensões o qual a formação está submetido, uma

vez que a sua distribuição pode estar associada ao desenvolvimento de falhas,

dobras e rupturas da rocha. O que por sua vez pode acarretar grandes problemas

operacionais durante a perfuração. Por isso, neste capítulo serão apresentados, nos

tópicos a seguir, os vários meios para a determinação das tensões in situ de um

poço. (ROCHA et al., 2009)

2.1. Medição e Estimativa de Tensões In Situ

Como visto anteriormente, a tensão vertical é geralmente associada à tensão de

sobrecarga, sendo utilizado para este cálculo o peso das camadas de formações

sobrejacentes. O maior desafio para a indústria do petróleo consiste no cálculo para

uma boa estimativa das tensões horizontais do poço. Para estas, são conhecidas

dois métodos para a obtenção das tensões:

- Métodos de Medições Diretas

- Métodos de Estimativas Indiretas

Page 20: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

5

2.1.1. Métodos de Medições Diretas

Estas são feitas através de testes realizados diretamente no poço, e por isso

viabilizam resultados confiáveis. Os testes de medições diretas se baseiam no

bombeamento de fluido de perfuração sob uma pressão controlada dentro do poço e

costumam ser caros, o que os torna inviáveis de serem executados em todas as

profundidades do poço. Logo, em geral, são feitos testes pontuais em profundidades

específicas de interesse – geralmente profundidades que apresentam folhelhos em

sua composição predominante. Após serem feitos os testes pontuais, os resultados

são utilizados para calibração de curvas geradas pelos métodos indiretos. (ROCHA

et al., 2009)

Neste trabalho serão abordados dois tipos de testes diretos: teste de absorção

clássico (LOT) e teste de microfraturamento.

2.1.1.1. Teste de absorção Clássico (LOT)

As rochas que compõem a formação ao redor do poço podem possuir fissuras ou se

tornar fissuradas durante o ato da perfuração. Estas fissuras estão, geralmente,

fechadas e o Teste de Absorção Clássico, também conhecido como Leak of Test ou

simplesmente LOT, visa conferir pressão suficiente à rocha para que essas fissuras

se abram.

Este teste consiste no bombeamento de fluido de perfuração cujo volume é

controlado até que a pressão dessa massa de lama atinja a pressão de abertura das

fissuras. Um dos principais objetivos do LOT é identificar o máximo gradiente de

fratura ao qual o poço pode se sujeitar que pode ser calculado através da seguinte

correlação:

(2. 1)

Onde:

Gradiente de Fratura (lb/gal);

Page 21: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

6

Peso do fluido de perfuração usado no teste (lb/gal);

Pressão de absorção registrada pelo teste (psi);

Profundidade vertical (m).

Entretanto, este trabalho focará somente no valor da pressão de absorção registrado

pelo teste, visto que este valor de LOT pode ser associado à tensão in situ horizontal

menor. Ao se construir um gráfico de pressão versus volume bombeado com os

dados de pressão, é possível notar uma tendência linear da curva até que a pressão

de absorção seja atingida. Esta parte da curva retrata o intervalo de pressões para o

qual a rocha tem comportamento elástico. Após a Pressão de absorção ser atingida,

a rocha passa a ter um comportamento plástico, ou seja, sua deformação passa a

ser permanente. Esta característica reflete no gráfico uma tendência que desvia da

linear, como representado na figura 2.2

Figura 2. 2 - Gráfico Pressão vs Volume Bombeado para teste de absorção.

Fonte: Rocha et al., 2009.

2.1.1.2. Teste de Microfraturamento

O teste de microfraturamento segue a mesma metodologia inicial que o teste de

absorção clássico. No entanto, ao final do teste, o fluido de perfuração segue sendo

bombeado, atingindo o ponto de quebra da formação – ou seja, o ponto em que a

rocha começa a se fraturar – e posteriormente continua sendo bombeado,

Page 22: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

7

provocando o aprofundamento da fratura induzida (Figura 2. 3). Nesse ponto, a

pressão se mantém com uma tendência constante e a esta dá-se o nome de

pressão de propagação da fratura. Só então, o bombeamento é cessado e o

comportamento da pressão é monitorado a fim de obter a pressão de fechamento –

pressão em que ocorre o fechamento da fratura – a qual é utilizada para identificar

uma estimativa acurada da tensão in situ mínima.

Figura 2. 3 - Gráfico Pressão vs Volume/Tempo de bombeamento para teste de

microfraturamento.

Fonte: Rocha et al., 2009. Adaptado.

Para determinar o valor da tensão in situ menor a partir do teste de

microfraturamento é necessário plotar o gráfico de pressão versus a raiz quadrada

do tempo, onde serão marcados os pontos de pressão a partir da pressão de

fechamento da fratura. A tensão mínima será demarcada pelo ponto de encontro

entre a tendência inicial e final da queda de pressão (Figura 2. 4).

Page 23: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

8

Figura 2. 4 - Gráfico para obtenção da tensão in situ mínima a partir do teste de

microfraturamento.

Fonte: Rocha et al., 2009. Adaptado.

2.1.2. Métodos de Estimativas Indiretas

Os métodos indiretos oferecem uma estimativa da tensão horizontal mínima ao

longo de todo o poço, porém as teorias e formulações empíricas nas quais se

baseiam podem exigir o conhecimento mais aprofundado sobre outros dados do

poço, como por exemplo propriedades mecânicas ou deformações consequentes

das tensões in situ. Devido a isto, muitas vezes estas medições precisam ser

simplificadas e utilizadas em conjunto com as medições diretas para que seja feita a

calibração da curva resultante.

Neste projeto serão apresentados os métodos para estimativa das tensões in situ

abordados por dois softwares comerciais, são eles: Sistema de Estabilidade em

Tempo Real, versão 1.0 (SEST TR 1.0© marca c circulado) e Interactive

Petrophysics, versão 4.2 (IP 4.2).

Estes softwares apresentam, em conjunto, quatro maneiras diferentes para a

obtenção das tensões in situ, são elas:

- Modelo de Eaton;

- Modelo de Matthews a Kelly;

Page 24: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

9

- Método da Tensão Mínima;

- Modelo de Breckels e Van Eekelen.

Estes quatro modelos serão descritos nos tópicos 2.2 a 2.5 a seguir.

2.2. Modelo de Eaton (1969)

Em 1969 Eaton desenvolveu este método que visa estimar as tensões horizontais

através de uma relação que envolve o perfil de tensão vertical e o parâmetro de

Poisson.

A tensão vertical é calculada de antemão utilizando as seguintes equações:

▪ Para o primeiro ponto do perfil de densidade (formações superficiais):

(2. 2)

Onde

Tensão vertical efetiva para o 1o ponto (psi);

Densidade d’água do mar (g/cm3);

Lâmina d’água (m);

Densidade da formação no 1o ponto (g/cm3);

Profundidade vertical do 1o ponto medida em relação à mesa rotativa (m);

Distância entre a mesa rotativa e a lâmina d’água (m);

Altura do ante-poço (m).

▪ Para as profundidades subsequentes:

(poço marítimo)

(poço terrestre)

Page 25: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

10

(2. 3)

Onde

;

;

Tensão vertical efetiva para um ponto à profundidade Zi (psi);

Densidade da formação (g/cm³);

Profundidade vertical medida em relação à mesa rotativa. (m).

O perfil de Poisson é obtido também através de cálculos feitos no software através

da seguinte relação:

((

⁄ )

( ⁄ )

) (2. 4)

Onde

dts tempo de trânsito da onda cisalhante ( s/ft);

dtc tempo de trânsito da onda compressional ( s/ft).

Por fim, de posse dos perfis de tensão vertical e de Poisson, os programas podem

calcular a tensão horizontal maior utilizando a razão de Poisson:

(2. 5)

Onde

Tensão horizontal maior efetiva (psi);

Tensão vertical efetiva (psi);

Coeficiente de Poisson.

Page 26: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

11

Posteriormente, é calculada a tensão horizontal menor utilizando a seguinte relação:

(

) (2. 6)

Onde

Tensão horizontal menor efetiva (psi).

é a relação entre tensões horizontais efetivas. O método de Eaton tem como

uma de sua hipóteses que as tensões horizontais são iguais ao longo do poço. Por

este motivo, neste estudo, a razão

assumirá valor unitário.

2.3. Modelo de Matthews e Kelly (1967)

No método proposto por Matthews e Kelly em 1967, são utilizados dados de testes

de absorção (LOT) de poços de correlação. Em geral esses dados de LOT são

obtidos de acordo com suas profundidades verticais, o que oferece uma interferência

da lâmina d’água do poço o qual foi retirado o dado de LOT. Por esse motivo, a

influência da pressão da lâmina d’água deve ser eliminada e, consequentemente, é

utilizada também a medida de soterramento, em vez da profundidade vertical.

Ao receber os dados de LOT, soterramento e lâmina d’água (LDA) os softwares

executam uma aproximação linear, encontrando, por fim, uma reta que relaciona lot

menos pressão da lamina de água (LDA) com o respectivo soterramento, conforme

mostrado na Figura 2. 5.

Page 27: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

12

Figura 2. 5 - Aproximação linear relacionado ao método de Matthews e Kelly.

Fonte: Confecção própria.

Uma vez encontrada a relação linear entre os valores de soterramento e os valores

de LOT sem a atuação da LDA, o software calcula a tensão horizontal menor da

seguinte forma:

(2. 7)

Onde

Tensão horizontal menor efetiva (psi);

Densidade da água do mar (g/cm³)

Coeficiente angular da relação linear soterramento x (LOT - Pressão LDA)

Posteriormente, a tensão horizontal maior é obtida através da equação (2.6),

assumindo-se tensões horizontais maior e menor iguais.

Como dito anteriormente, nem sempre a equipe que está perfurando um novo poço

dispõe de alguns dados específicos de poços de correlação. Neste método, caso

não esteja disponível dados de LOT de poços de correlação, utiliza-se um valor

calculado empiricamente, , para o coeficiente angular da equação (2.7).

Page 28: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

13

2.4. Método da Tensão Mínima (1996)

Este método, que foi inicialmente proposto por Yoshida et al. em 1996, introduz o

parâmetro K0 criado para o auxílio do desenvolvimento do cálculo de tensão

horizontal menor. O processo de cálculos é feito a partir de dados de LOT do próprio

poço que está sendo perfurado. Os programas computam esses valores dos testes

de absorção e suas respectivas profundidades verticais e realiza a seguinte

correlação para encontrar K0:

(2. 8)

Onde

Grandeza auxiliar para este método;

Valor do teste do poço de acompanhamento (psi);

Pressão de poros (psi);

Tensão vertical (psi).

A tabela 2.1 mostra um exemplo onde K0 foi calculado com dados sintéticos de LOT,

pressão de poros (PP), tensão vertical ( ) e profundidade com a finalidade de

mostrar ao leitor como o método é numericamente aplicado.

Tabela 2. 1 - Exemplo de tabela para resultados de K0.

n LOT (psi) PP (psi) Profundidaden (m) K0,n

1 2100 1000 3200 1900 0,50

2 4500 3000 4200 3200 1,25

O programa interpreta esses resultados da seguinte maneira:

▪ Os valores de profundidades menores do que a Profundidade1 assumem o valor de

K0,1;

Page 29: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

14

▪ Para os valores de profundidades entre a Profundidades1 e a Profundidade2 é feito

uma interpolação linear para os valores de K0,1 e K0,2;

▪ Os valores de profundidades maiores do que a Profundidade2 assumem o valor de

K0,2.

Esta interpretação pode ser vista graficamente na Figura 2. 6.

Caso seja adicionado na base de dados dos programas, mais de dois valores de

LOT, os cálculos são feitos de maneira análoga de modo que entre duas

profundidades onde foram calculados valores de K0 sempre será feito uma

interpolação linear.

Figura 2. 6 - Representação gráfica da interpretação dos resultados de K0.

Fonte: Confecção própria.

Feito isto, o cálculo das tensões geomecânicas é feito a partir da equação inversa a

de K0 (equação 2.9), porém, o valor de LOT será substituído pelo valor de tensão

horizontal menor.

(2. 9)

Page 30: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

15

Ou em termos de tensões efetivas:

(2. 10)

Onde

Tensão horizontal menor (psi);

Tensão horizontal menor efetiva (psi);

Tensão vertical efetiva (psi).

Posteriormente, a tensão horizontal maior é obtida através da equação (2,6),

assumindo tensões horizontais maior e menor iguais.

2.5. Modelo de Breckels e Van Eekelen (1982)

Este é um método que embora desenvolvido a partir de um vasto conjunto de dados

de testes de absorção e testes de fratura da Costa do Golfo dos EUA, Venezuela, do

Mar do Norte e Borneo, atua de maneira satisfatória em quase todas as regiões. O

Modelo de Breckels e Van Eekelen foi elaborado tanto para zonas normalmente

pressurizadas quando para as zonas anormalmente pressurizadas. As equações

que caracterizam este mecanismo são:

Para Profundidades

(2. 11)

Para Profundidades

(2. 12)

Onde

Tensão horizontal mínima (psi);

Profundidade vertical (ft);

Pressão de poros (psi);

Page 31: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

16

Pressão de poros normal (hidrostática) (psi).

A pressão de poros normal será calculada a partir da seguinte relação:

( )

(2. 13)

Onde

Distância entre a mesa rotativa e a lâmina d’água (m);

Peso da lama de perfuração (lb/gal);

Pressão atmosférica (atm).

Uma vez calculada a tensão horizontal menor, é possível calcular a tensão

horizontal maior através da relação 3.3, que é similar a equação 2.5 para o SEST

TR.

(2. 14)

Onde

Factor é um fator determinado previamente pelo usuário do software. Não há,

atualmente, meios eficazes de distinguir as tensões horizontais menor e maior, por

isso, é comum utilizar factor = 1 e assumir por hipótese que as tensões horizontais

são iguais.

Neste trabalho será analisado também um novo método de cálculo de tensões in situ

que ainda não é utilizado na indústria do petróleo devido a sua maior exigência de

conhecimentos prévios do poço. Trata-se do método de Warpinski que será

abordado no capítulo 3 a seguir.

Page 32: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

17

3. MÉTODO DE WARPINSKI

Em 1989 Norman R. Warpinski desenvolveu um método para estimar os valores de

tensões horizontais a partir de informações de histórico da formação através do

tempo geológico. Este método considera as variações de pressão de poros, os

gradientes de temperatura, a consolidação e diagênese de acordo com as variações

das propriedades da formação ao longo do tempo, as variações tectônicas e

diferentemente dos métodos utilizados nos softwares apresentados, este método

considera também as deformações horizontais não nulas. (WARPINSKI, 1989)

O modelo de Warpinski pode ser utilizado tanto para rochas de comportamento

elástico como para rochas de comportamento viscoelástico, entretanto, para fins de

análise, neste trabalho será apresentado um estudo voltado para as rochas com

comportamento elástico, visto que todos os cálculos utilizados pelos softwares são

voltados para este tipo de rocha. (WARPINSKI, 1989)

O método foi desenvolvido para estimativa de tensões geomecânicas não só no

presente estado do poço como também para estabelecer uma previsão do estado de

tensões futuro do poço. Por isso Warpinski considera dados desde o início da

formação das rochas. Seu ponto de partida é a relação diferencial entre deformação

e tensão para materiais de comportamento linear-elástico, homogêneo e isotrópico

(WARPINSKI, 1989):

(3. 1)

(3. 2)

Onde

Módulo de Young (psi);

Deformação na direção da tensão horizontal menor;

Deformação da direção da tensão horizontal maior;

Tensão horizontal menor efetiva (psi);

Page 33: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

18

Tensão horizontal maior efetiva (psi);

Coeficiente de Poisson;

Tensão vertical efetiva (psi);

Temperatura (oF);

Coeficiente de expansão termal linear (oF-1).

Como o foco deste estudo é a solução para as tensões horizontais, as equações

(3.1) e (3.2) serão utilizadas da seguinte maneira:

(3. 3)

(3. 4)

A solução para as equações (3.3) e (3.4) é a integração em relação ao tempo das

duas equações, onde o tempo de referencia 1 será o primeiro momento em que se

tem dados da formação e o tempo de referência 2 será o momento em que se quer

prever as tensões in situ.

(3. 5)

(3. 6)

Ao chegar às equações (3.5) e (3.6) é necessário determinar os dados de

propriedades da formação. Para isso, o método sugere que seja feita a análise dos

gráficos das propriedades ao longo do tempo geológico. Esta análise é feita da

seguinte maneira:

- Primeiramente são feitas divisões nas curvas de acordo com acontecimentos

geológicos do tipo: elevações, atividade tectônica, superpressurização ou atividade

térmica. Essas divisões são chamadas passos de tempo.(WARPINSKI, 1989)

Page 34: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

19

- Feita a divisão, nos pontos extremos de cada passo de tempo são medidas as

propriedades e entre esses pontos é feita uma interpolação linear, de forma que

cada passo de tempo assume uma variação linear para cada propriedade.

(WARPINSKI, 1989)

- Uma vez feitas as curvas das propriedades, são calculados os valores médios da

propriedade em cada passo de tempo e posteriormente a variação dessa

propriedade de um passo para outro.(WARPINSKI, 1989)

Nas Figura 3. 1 e Figura 3. 2 são apresentados exemplos de gráficos divididos em

passos de tempo feitos para o estudo da Bacia de Piceance–situada no lado

ocidental das Montanhas Rochosas, no Condado de Rio Blanco, Colorado. Esse

estudo da bacia de Piceance utilizando o método de Warpinski pode ser visto mais

detalhadamente no artigo Elastic and Viscoelastic Calculations of Stress in

Sedimentary Basins de Norman R. Warpinski (1989).

Figura 3. 1 - Dados das propriedades de módulo de Young, razão de Poisson e

densidade da bacia de Piceance dividida em passos de tempo.

Fonte: Warpinski (1969)

Page 35: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

20

Figura 3. 2 - Dados de (a) gradiente de pressão de poros, (b) temperatura, (c)

deformação térmica e (d) deformação total da bacia de Piceance divididos em

passos de tempo.

Fonte: Warpinski (1969)

Uma vez que o intuito do presente trabalho é calcular as tensões in situ de um poço

em tempo real – e não uma previsão em um tempo futuro -, não é necessário utilizar

todo o histórico geológico da bacia, mas sim as propriedades em tempo real. Isto

torna o exemplo que será aqui tratado análogo à um caso onde as propriedades da

bacia são constantes. Por isso, será considerada a forma mais simples de resolução

para fins de análise, isto é, as propriedades da formação serão consideradas

constantes em relação ao tempo e a variação da temperatura desprezível. Desta

forma, as equações (3.3) e (3.4) podem ser reescritas da seguinte maneira:

(3. 7)

(3. 8)

Page 36: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

21

Note que agora, para finalizar o cálculo das tensões horizontais efetivas para cada

profundidade de um poço são necessárias as informações de deformações

horizontais, tensão vertical efetiva, módulo de Young e Coeficiente de Poisson.

Neste estudo, os três últimos parâmetros mencionados serão obtidos pelos mesmos

meios dos softwares mencionados. Já as deformações horizontais serão obtidas por

meio de uma aproximação utilizando-se valores de testes de absorção.

Para o cálculo das tensões in situ por meio do método de Warpinski serão

consideradas como hipóteses:

- Deformações horizontais iguais;

- Tensões horizontais efetivas iguais;

- Comportamento linear-elástico;

- Propriedades constantes.

A partir das hipóteses é possível reescrever a equação (3.7) da seguinte maneira:

(3. 9)

Inicialmente a variável de interesse é a deformação horizontal, logo:

(

)

(3. 10)

Para estimar o valor da deformação horizontal, um valor de LOT já é suficiente,

porém, se forem feitos mais testes de absorção é possível calcular a deformação

horizontal em mais de uma profundidade do poço e consequentemente, os

resultados terão maior precisão.

O valor do teste de absorção substituirá o valor de tensão horizontal maior na

equação (3.10).

(

)

(3. 11)

Onde

Page 37: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

22

LOT Teste de absorção (psi);

PP Pressão de poros (psi).

Uma vez encontrado o valor da deformação, este será considerado uma

aproximação para todo o poço. Caso mais de um valor de LOT seja utilizado, entre

os dois pontos de deformação encontrados é feito uma interpolação linear para

estimar as demais profundidades.

O próximo passo será voltar à equação 3.9 e calcular os valores das tensões

geomecânicas utilizando o perfil de deformações calculado através da equação

(3.11).

Page 38: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

23

4. ESTUDO DE CASO

Este capítulo tem como objetivo apresentar um caso real com dados de perfuração

de poço e calcular as tensões in situ utilizando os quatro métodos de estimativa

indireta apresentados no capítulo dois e posteriormente calcular a tensão horizontal

mínima utilizando o método de Warpinski para que finalmente se possa fazer uma

comparação com resultados obtidos.

4.1. Dados do Poço

Para o estudo de caso deste trabalho, foi escolhido um poço offshore direcional que

será chamado de Poço UFF. O trecho que será analisado está entre as

profundidades de 3139m e 4880m e possui a seguinte distribuição litológica:

Tabela 4. 1 - Dados litológicos do poço.

Outros dados do poço que foram utilizados são:

- Mesa Rotativa / AirGap: 23 m

- Lâmina d' água: 2197 m

- Densidade da água do mar: 1,04 g/cm³

- Pressão atmosférica: 14,7 psi

Page 39: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

24

É importante lembrar que embora vários softwares já tenham sido criados para

executar estes tipos de correlações apresentadas – para a estimativa de tensões in

situ – neste trabalho os cálculos e gráficos que serão introduzidos a seguir foram

feitos somente com o auxílio da ferramenta Excel.

4.2. Resultados para Modelo de Eaton

Neste modelo foram calculados dois parâmetros para depois ser calculada a tensão

horizontal mínima, a tensão vertical e o coeficiente de Poisson.

- Tensão vertical:

Para o cálculo deste parâmetro foi utilizada inicialmente a equação (2.2) para

estimar a tensão vertical do primeiro ponto analisado. Para isso, utilizou-se os dados

de densidade da água do mar, densidade da formação referente a este ponto e as

profundidades da mesa rotativa e lâmina d’água.

Feito isto, foi calculada a tensão vertical para todas as outras profundidades

utilizando a equação (2.3). Para esta etapa, foram necessários os dados de

densidade da formação para cada ponto e a tensão vertical calculada para o ponto

imediatamente anterior ao que está sendo calculado.

- Coeficiente de Poisson:

Para que se pudesse calcular este parâmetro, foi necessário ter posse dos dados de

tempo de trânsito da onda compressional e tempo de trânsito da onda cisalhante

para utilizar a equação (2.4).

A Tabela A 1 com os dados de densidade da formação, tempo de trânsito da onda

cisalhante e tempo de trânsito da onda compressional utilizados para os cálculos do

método de Eaton estão disponíveis no anexo.

Portanto, para os parâmetros de tensão vertical e coeficiente de Poisson, foram

encontrados os seguintes resultados da Figura 4. 1:

Page 40: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

25

Figura 4. 1 - Gráficos (A) Tensão Vertical, (B) Coeficiente de Poisson utilizados

para o Modelo de Eaton.

Posteriormente pôde-se então calcular a tensão horizontal mínima através da

equação (2.5), obtendo-se o seguinte resultado representado na Figura 4. 2:

Page 41: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

26

Figura 4. 2 - Resultado para o Modelo de Eaton com perfil litológico à direita.

4.3. Resultados para Modelo de Matthews e Kelly

Neste modelo é calculado, inicialmente – a partir de dados de LOT e utilizando o

método dos mínimos quadrados – a reta que mais se adequa aos pontos plotados

de (LOT - LDA) vs Soterramento. Entretanto, os dados de LOT de poços de

correlação para o poço UFF não estavam disponíveis. Dessa forma, utilizou-se a

equação (2.7) com o coeficiente angular .

Page 42: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

27

Feito isto, foi possível calcular a tensão horizontal mínima através do modelo de

Matthews e Kelly:

Figura 4. 3 - Resultado para o Modelo de Matthews e Kelly com perfil litológico à

direita.

4.4. Resultado para Modelo da Tensão Mínima

Neste método são calculados, a princípio, os valores da relação para K0 em função

dos valores de LOT medidos no poço.

Neste estudo foram disponibilizados dois dados de LOT:

Page 43: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

28

Tabela 4. 2 - Valores de LOT do próprio poço.

LOT (psi) Profundidade (m)

5617,6 3220

6890,1 4500

Utilizando os valores de pressão de poros para o trecho analisado e o parâmetro de

tensão vertical já calculado, o perfil de K0 pôde ser calculado com a equação (2.8) e

encontrou-se o seguinte resultado:

Figura 4. 4 - Perfil de K0 para Modelo da Tensão Mínima.

Após calcular K0, utilizou-se este parâmetro para calcular os valores de tensão

horizontal mínima, com o auxílio da equação (2.9), encontrando-se os seguintes

valores representados no gráfico da Figura 4. 5:

Page 44: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

29

Figura 4. 5 - Resultado para Modelo da Tensão Mínima com perfil litológico à

direita.

Os dados de pressão de poros utilizados para os cálculos do método da tensão

mínima encontram-se também disponíveis na Tabela A 1 do anexo.

Page 45: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

30

4.5. Resultado para Modelo de Breckels e Van Eekelen

Para este modelo foi necessário calcular de antemão o perfil de pressão de poros

normal a partir da equação (2.13). Para isso, utilizou-se dados de peso da lama de

perfuração ao longo do trecho analisado e o valor da pressão atmosférica. Então,

foram encontrados os seguintes dados de pressão de poros:

Figura 4. 6 - Perfil de Pressão de Poros Normal para modelo de Breckels e Van

Eekelen.

Page 46: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

31

É possível notar, no gráfico da Figura 4. 6, dois degraus nas profundidades de 3220

m e 3500 m, aproximadamente. Isso se dá ao fato de que nestas profundidades o

peso da lama foi alterado, ocasionando mudanças bruscas no perfil de pressão de

poros normal.

Após o cálculo dos dados de pressão de poros normal, foi possível calcular o perfil

de tensão horizontal utilizando as equações (2.11) e (2.12) propostas por Breckels e

Van Eekelen para profundidades menores e maiores que 11500 pés (3505,2 m).

Figura 4. 7 - Resultado para o Modelo de Breckels e Van Eekelen com perfil

litológico à direita.

Os dados de pressão de poros normal e de densidade do fluido de perfuração ao

longo do trecho analisado encontram-se disponíveis na Tabela A 1 do anexo.

Page 47: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

32

4.6. Resultados para Método de Warpinski

Para este modelo, foram utilizados os valores de LOT do poço para estimar,

primeiramente, os valores de deformação horizontal sofridos devido a tensão

horizontal menor. Para isso, construiu-se o gráfico LOT vs Deformação horizontal

plotando-se os dois pontos de LOT que foram recolhidos. É importante lembrar que

as deformações plotadas foram calculadas a partir da equação (3.11).

Utilizando a ferramenta de regressão linear por mínimos quadrados oferecido pelo

Excel, foi feita uma estimativa da deformação horizontal para todo o poço,

alcançando o seguinte resultado:

Figura 4. 8 - Deformação horizontal obtida a partir de valores de LOT.

Note que na própria Figura 4. 8 é apresentada a função linear que representa os

valores de LOT em função da deformação. Associando este resultado com cada

profundidade do poço e dispondo do perfil de Poisson, encontrado anteriormente e

também os perfis de Young e de tensão vertical efetiva foi possível estimar o perfil

Page 48: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

33

de tensão horizontal menor utilizando a equação (3.9) proposta por Warpinski, como

mostra a Figura 4. 9.

Figura 4. 9 - Resultado da tensão horizontal para o Método de Warpinski com

perfil litológico à direita.

Os dados de tensão vertical efetiva e módulo de Young utilizados nos cálculos do

método de Warpinski encontram-se disponíveis na Tabela A 1 no anexo.

Page 49: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

34

5. DISCUSSÃO DE RESULTADOS E CONCLUSÃO

Ao desenvolver todos os resultados obtidos no capítulo 4, temos a seguinte

configuração, para as diferentes metodologias utilizadas com base aos dados de

poço:

Figura 5. 1 - Comparação entre todos os resultados para tensão horizontal menor

efetiva com perfil litológico à esquerda.

Page 50: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

35

Após observar cuidadosamente os dados encontrados para tensão in situ horizontal

menor é possível concluir que o método de Warpinski se encaixa entre os métodos

já utilizados. É importante lembrar que nenhum outro método além do Warpinski

testados neste trabalho consideram os efeitos de deformação, o que pode acarretar

erros mais acentuados por parte dos doutros métodos para o caso de profundidades

mais altas. A Tabela A 2 com os dados completos de tensão horizontal mínima

encontrados pelos cinco modelos testados neste trabalho encontra-se disponível no

anexo.

Com base no gráfico apresentado na Figura 5. 1 nota-se que o método de Breckels

e Van Eekelen superestima a tensão horizontal menor para profundidades mais

rasas (até 3505,2 m), o que em termos de segurança contra a formação de fraturas

indesejadas é uma boa estimativa, porém, em termos financeiros, este método

torna-se menos vantajoso. Isto porque ao plotar os gradientes de fratura – que são

dependentes da tensão horizontal menor -, o gradiente de colapso e o gradiente de

pressão de poros para a formação da janela operacional, notar-se-á que a janela se

mostrará mais estreita, acarretando a necessidade de mais trocas de lama durante a

perfuração, o que é um processo caro.

O método de Tensão Mínima, por sua vez, subestima a tensão horizontal mínima

efetiva. Como consequência deste resultado, a janela operacional da perfuração

deste poço torna-se mais aberta, o que pode acarretar uso de lama com densidade

mais alta do que o que a formação suporta e, por conseguinte, provocar a formação

de fraturas na formação, causando danos e possíveis acidentes durante a

perfuração.

O modelo proposto por Matthews e Kelly segue o padrão da Tensão Mínima,

subestimando a tensão in situ menor, até, aproximadamente a profundidade de 3450

m. Entretanto, nas profundidades mais altas é possível notar uma tendência de

aproximação muito grande entre este método e o de Warpinski.

De todos os métodos testados, aquele cuja curva mais se aproximou daquela

proposta por Warpinski foi o modelo apresentado por Eaton. Este, que é o

procedimento mais utilizado na indústria atualmente, mostra resultados mais

aproximados no que diz respeito tanto aos valores numéricos encontrados quanto na

Page 51: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

36

própria tendência que pode ser observada de maneira visual no gráfico da Figura 5.

1, mesmo não considerando as deformações horizontais.

Uma vez que o novo modelo apresentado necessita de dados muito específicos para

sua execução – dados que nem sempre são possíveis de se obter – é possível

afirmar que o modelo de Eaton é a aproximação mais realista dentre as

apresentadas neste projeto.

Na Figura 5. 2 é representado graficamente o módulo da diferença entre cada

método já existente e o modelo proposto por Warpinksi. Os dados referentes a este

gráfico encontram-se na Tabela A 3 no anexo.

Figura 5. 2 - Diferença entre cada método já utilisado com o modelo proposto por Warpinski.

Page 52: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

37

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRECKELS, I. M.; EEKELEN, H. A. M. V. Relationship between horizontal stress and

depth in sedimentary basins. SPE, Koninklijke/Shell Exploratie en produktie

Laboratorium. Journal of Petroleum Technology, p. 2191 – 2199, September, 1982.

EATON, B. A. Fracture gradient prediction and its application in oilfield operations.

Journal of Petroleum Technology, p. 1353 – 1360, October, 1969.

FERREIRA, C. D. Novo método para estimativa do gradiente de fratura para poços

de petróleo. Natal – RN. 2010. Tese de Doutorado. 205p.

PETROBRAS. SEST TR. Manual de instruções teórico. Versão 1.0, 2016.

ROCHA, L. A. S.; AZEVEDO, C. T. Projetos de Poços de Petróleo: Geopressões e

Assentamentos de Colunas de Revestimentos. 2a edição. Rio de Janeiro.

Interciência: PETROBRAS, 2009. 561p.

SENERGY. InteractivePetrophysics. Manual de instruções do usuário. Versão 4.3,

2014.

WARPINSKI, N. R. Elastic and Viscoelastic Calculations of Stresses in Sedimentary

Basins.SPE Formation Evaluation, p. 522 – 530, December/1989.

YOSHIDA, C. H.; IKEDA, S.; EATON, B. A. An Investigative study of recente

Technologies used for prediction, detection and evaluation of abnormal formation

pressure and fracture pressure in North and South America. SPE/IADC Asia Pacific

Drilling Technology, p. 131 – 151, September, 1996.

Page 53: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

38

ANEXO

Tabela A 1 - Tabela de dados intermediários utilizados nos cálculos das tensões in situ.

Eaton Tensão Mínima Breckels e Van Eekelen Warpinski

DTC DTS PP PPn

E

PM (m) g/cm³ us/ft us/ft psi psi g/cm³ psi psi

3139 2,72 57,86 102,18 4520,46 128,87 4,63 9311,10 15017921,13

3164 2,72 57,37 96,97 4556,46 129,90 4,63 9475,60 15451376,55

3189 2,72 57,35 86,71 4592,45 130,93 4,63 9640,10 17075158,05

3214 2,72 97,66 205,47 4628,44 156,75 2,40 9753,67 8615465,51

3239 2,72 97,24 209,43 4664,44 157,98 2,43 9839,11 2022783,25

3264 2,72 103,68 223,97 4700,44 159,20 2,38 9925,03 1736909,27

3289 2,72 103,43 219,03 4736,45 160,43 2,40 10010,35 1818159,80

3314 2,72 94,47 195,63 4772,46 161,65 2,41 10095,65 2270828,98

3339 2,71 97,60 198,44 4808,46 162,88 2,40 10180,85 2194258,22

3364 2,71 119,57 246,70 7093,72 164,10 1,93 10264,47 1400319,15

3389 2,71 83,84 156,52 4876,01 165,33 2,41 10351,60 3483015,62

3414 2,71 79,57 151,70 4912,25 166,55 2,50 10439,15 3804191,74

3439 2,71 51,93 80,06 4948,46 167,78 2,94 10533,72 8508318,77

3464 2,71 51,87 84,93 4984,67 169,00 2,95 10629,66 7549269,84

3489 2,73 68,45 121,54 5020,89 170,23 2,02 10710,32 4658703,59

3514 2,76 57,68 107,82 5057,11 199,09 2,85 10784,66 6397901,01

3539 2,80 73,65 138,81 5093,35 200,51 1,84 10854,89 3338478,49

3564 2,83 52,31 84,21 5129,56 201,94 2,98 10937,04 9222044,23

3589 2,87 65,32 114,99 5165,77 203,36 2,04 11025,02 5215381,29

3614 2,81 53,74 87,07 5201,98 204,78 2,90 11129,17 12203507,96

3639 2,75 53,13 86,55 5238,19 206,21 2,93 11226,97 10546096,18

3664 2,68 89,15 187,22 5274,41 207,63 1,65 11313,45 5259448,29

3689 2,65 67,86 119,20 5310,67 209,05 2,04 11387,25 4856329,99

3714 2,65 67,34 116,85 5346,86 210,47 2,07 11460,16 5085199,55

3739 2,65 73,82 141,50 5383,08 211,90 1,74 11533,69 3336966,76

3764 2,65 67,75 118,86 5419,30 213,32 2,05 11596,96 4399400,60

3789 2,65 67,71 118,01 5455,50 214,74 2,04 11669,80 4936807,08

3814 2,65 67,50 117,33 5491,71 216,17 2,07 11743,06 5044637,03

3839 2,65 67,03 116,02 5527,92 217,59 2,10 11824,23 5222296,61

3864 2,65 67,14 116,14 5564,13 219,01 2,09 11898,40 5186170,51

3889 2,65 68,14 119,13 5600,34 220,43 2,05 11973,74 4861592,29

3914 2,65 67,73 118,14 5636,56 221,86 2,05 12046,32 4945857,76

3939 2,65 67,59 117,17 5672,78 223,28 2,07 12119,31 5063114,82

3964 2,65 64,96 111,89 5709,03 224,70 2,26 12190,49 6026836,89

𝜌𝑓 𝜌𝑚 𝜎 𝑉

Page 54: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

39

Eaton Tensão Mínima Breckels e Van Eekelen Warpinski

DTC DTS PP PPn

E

PM (m) g/cm³ us/ft us/ft psi psi g/cm³ psi psi

3989 2,65 68,60 122,24 5745,23 226,12 2,04 12270,62 4935488,53

4014 2,65 67,58 119,44 5781,46 227,55 2,04 12338,20 4850159,65

4039 2,65 85,11 181,87 5817,67 228,97 1,68 12407,27 3017587,99

4064 2,65 68,70 120,86 5853,88 230,39 2,01 12467,04 3650257,29

4089 2,65 67,24 116,57 5890,09 231,81 2,09 12540,20 5148287,00

4114 2,65 68,93 122,50 5926,31 233,24 2,04 12616,32 4611501,75

4139 2,65 67,84 118,52 5962,50 234,66 2,05 12685,88 4910710,32

4164 2,65 67,72 117,45 5998,70 236,08 2,05 12758,52 4972865,27

4189 2,65 67,20 116,49 6034,90 237,50 2,10 12840,88 5177994,66

4214 2,65 67,37 117,36 6082,69 239,38 2,07 12938,49 5046696,78

4239 2,65 67,90 119,15 6107,31 240,35 2,06 12992,22 4890493,51

4264 2,65 63,57 112,07 6143,51 241,77 2,49 13076,71 7672110,39

4289 2,65 75,81 142,23 6179,67 243,19 1,75 13152,04 3100492,94

4314 2,65 68,39 124,22 6215,86 244,61 2,04 13228,32 4540728,87

4339 2,65 68,61 123,05 6252,05 246,03 2,02 13295,82 4153103,51

4364 2,65 67,40 117,32 6288,24 247,46 2,05 13368,50 5009142,80

4389 2,65 67,59 118,25 6324,43 248,88 2,06 13446,10 4971165,04

4414 2,65 67,51 117,21 6360,61 250,30 2,05 13518,76 4996266,82

4439 2,65 67,14 116,94 6396,80 251,72 2,05 13591,24 5027194,86

4464 2,65 52,07 124,00 6432,99 253,14 2,05 13663,48 4991156,36

4489 2,65 67,58 122,03 6469,18 254,56 2,00 13734,45 4582182,33

4514 2,65 72,79 142,34 6505,39 255,99 2,49 13809,68 4358147,38

4539 2,65 74,73 146,77 6541,56 257,41 2,47 13897,61 4085063,74

4564 2,65 67,92 123,10 6577,79 258,83 2,53 13986,56 5740956,29

4589 2,65 68,85 123,06 6614,00 260,25 2,52 14076,61 5684814,14

4614 2,65 67,68 120,11 6650,21 261,68 2,54 14166,56 5963547,12

4639 2,65 67,59 118,81 6686,42 263,10 2,54 14256,61 6071824,87

4664 2,65 67,66 120,09 6722,64 264,52 2,54 14346,86 5974395,82

4689 2,65 67,50 117,45 6758,85 265,94 2,54 14437,08 6179019,12

4714 2,65 67,52 117,62 6795,07 267,37 2,54 14527,32 6164313,46

4739 2,65 67,87 121,33 6831,29 268,79 2,53 14617,93 6863300,67

4764 2,65 67,57 117,27 6867,52 270,21 2,54 14708,61 6186593,72

4789 2,65 67,37 116,85 6903,74 271,64 2,54 14798,82 6233822,34

4814 2,65 67,20 117,84 6939,97 273,06 2,54 14889,02 6172594,80

4839 2,65 65,46 116,51 6976,20 274,48 2,56 14979,33 6398616,63

4864 2,65 68,11 118,44 7012,43 275,90 2,53 15069,72 6060277,90

𝜌𝑓 𝜌𝑚 𝜎 𝑉

Page 55: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

40

Tabela A 2 - Tensões horizontais mínimas efetivas calculadas pelos cinco métodos apresentados no estudo.

Prof. (m) Tensões Horizontais (psia)

MD TVD Eaton Matthews e Kelly Tensão Mínima Breckels e Van Eekelen Warpinski

3139 3138,74 6237,64 5564,87 5442,96 8527,84 8686,81

3164 3163,73 6029,84 5626,10 5503,72 8598,05 8424,02

3189 3188,73 5409,90 5687,32 5564,47 8668,27 7759,55

3214 3213,72 7437,54 5748,56 5615,41 8727,11 9005,86

3239 3238,71 7606,42 5809,79 5650,38 8797,30 7977,25

3264 3263,71 7685,37 5871,04 5681,88 8867,51 8002,18

3289 3288,71 7657,69 5932,29 5713,00 8937,75 7983,33

3314 3313,71 7612,46 5993,54 5743,85 9008,01 8010,89

3339 3338,71 7580,31 6054,79 5774,42 9078,30 7958,22

3364 3363,71 8772,97 6116,04 7654,50 12432,50 9015,01

3389 3388,71 7196,84 6177,29 5831,15 9212,41 7751,97

3414 3413,71 7399,22 6238,54 5861,51 9283,08 8012,04

3439 3438,71 5831,73 6299,79 5892,76 9353,74 6918,32

3464 3463,71 6398,09 6361,04 5923,93 9424,42 7431,15

3489 3488,71 7100,35 6422,29 5952,27 9495,13 7791,47

3514 3513,71 7511,64 6483,54 5979,37 6796,29 8496,68

3539 3538,71 7609,88 6544,79 6005,63 6877,74 8123,22

3564 3563,71 6452,88 6606,04 6033,53 6959,12 7654,82

3589 3588,71 7241,83 6667,29 6062,08 7040,50 7985,96

3614 3613,71 6613,58 6728,54 6092,79 7121,88 8192,32

3639 3638,71 6712,52 6789,79 6122,20 7203,28 8075,01

3664 3663,71 8574,03 6851,04 6149,64 7284,67 9410,47

3689 3688,71 7447,09 6912,28 6175,04 7366,13 8117,12

3714 3713,71 7398,48 6973,53 6200,06 7447,49 8086,20

3739 3738,71 8184,13 7034,78 6224,99 7528,89 8672,00

3764 3763,71 7581,96 7096,03 6248,34 7610,29 8173,73

3789 3788,71 7577,07 7157,28 6272,79 7691,67 8231,35

3814 3813,70 7604,13 7218,52 6297,10 7773,05 8265,41

3839 3838,70 7619,96 7279,77 6322,22 7854,44 8295,92

3864 3863,70 7663,04 7341,01 6346,23 7935,82 8328,22

3889 3888,70 7802,31 7402,26 6370,18 8017,21 8427,13

3914 3913,70 7830,69 7463,50 6393,59 8098,60 8459,39

3939 3938,69 7828,20 7524,74 6416,86 8180,00 8462,45

3964 3963,69 7818,97 7585,98 6439,76 8261,45 8562,24

3989 3988,68 8157,70 7647,22 6463,41 8342,81 8781,19

4014 4013,68 8138,14 7708,46 6485,51 8424,23 8740,89

4039 4038,67 9519,98 7769,69 6507,56 8505,60 9946,92

4064 4063,66 8189,32 7830,92 6528,50 8586,98 8632,99

4089 4088,66 8112,27 7892,15 6550,65 8668,37 8723,28

4114 4113,65 8375,09 7953,38 6572,88 8749,75 8930,33

Page 56: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

41

Prof. (m) Tensões Horizontais (psia)

MD TVD Eaton Matthews e Kelly Tensão Mínima Breckels e Van Eekelen Warpinski

4139 4138,64 8279,88 8014,61 6594,27 8831,10 8856,47

4164 4163,63 8263,07 8075,84 6615,76 8912,46 8837,32

4189 4188,62 8309,15 8137,06 6637,92 8993,82 8901,01

4222 4221,60 8419,39 8217,87 6665,84 9101,22 8991,82

4239 4238,59 8520,22 8259,50 6680,38 9156,55 9075,24

4264 4263,58 8612,34 8320,72 6702,01 9237,91 9477,60

4289 4288,56 9188,35 8381,93 6722,63 9319,21 9554,25

4314 4313,55 8975,64 8443,14 6743,13 9400,55 9491,81

4339 4338,53 8912,77 8504,35 6762,78 9481,89 9374,94

4364 4363,51 8694,26 8565,55 6782,62 9563,22 9230,75

4389 4388,49 8791,42 8626,76 6802,60 9644,55 9320,96

4414 4413,47 8768,63 8687,95 6822,04 9725,88 9291,43

4439 4438,45 8847,12 8749,15 6841,27 9807,21 9369,26

4464 4463,43 11110,35 8810,34 6860,29 9888,54 11739,74

4489 4488,40 9238,14 8871,53 6879,04 9969,86 9718,06

4514 4513,38 9987,73 8932,72 6908,84 10051,23 10470,00

4539 4538,36 10079,75 8993,94 6947,86 10132,53 10528,18

4564 4563,36 9475,27 9055,17 6987,01 10213,95 10060,56

4589 4588,36 9403,50 9116,42 7026,20 10295,33 9969,51

4614 4613,36 9371,60 9177,67 7065,38 10376,72 9953,61

4639 4638,36 9354,34 9238,92 7104,57 10458,11 9936,00

4664 4663,36 9500,07 9300,17 7143,77 10539,51 10070,71

4689 4688,36 9364,35 9361,42 7182,97 10620,91 9936,98

4714 4713,36 9429,56 9422,67 7222,18 10702,31 9994,64

4739 4738,36 9715,90 9483,92 7261,41 10783,71 10351,10

4764 4763,36 9500,93 9545,17 7300,64 10865,11 10052,44

4789 4788,36 9548,42 9606,42 7339,85 10946,52 10096,95

4814 4813,36 9718,45 9667,67 7379,06 11027,93 10260,66

4839 4838,36 9895,97 9728,92 7418,28 11109,35 10457,16

4864 4863,36 9739,53 9790,17 7457,50 11190,77 10254,24

Page 57: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

42

Tabela A 3 - Tabela com valores do módulo da diferença entre as tensões horizontais dos métodos já utilizados e o método de Warpinski.

Prof. (m) Tensões Horizontais (psia)

MD TVD Eaton Matthews e Kelly Tensão Mínima Breckels e Van Eekelen

3139.00 3138.74 2449.17 3121.94 3243.85 158.97

3164.00 3163.73 2394.18 2797.92 2920.30 174.03

3189.00 3188.73 2349.65 2072.22 2195.08 908.72

3214.00 3213.72 1568.32 3257.31 3390.45 278.75

3239.00 3238.71 370.83 2167.45 2326.87 820.05

3264.00 3263.71 316.81 2131.14 2320.30 865.33

3289.00 3288.71 325.64 2051.04 2270.33 954.42

3314.00 3313.71 398.44 2017.36 2267.04 997.12

3339.00 3338.71 377.91 1903.43 2183.80 1120.08

3364.00 3363.71 242.04 2898.97 1360.51 3417.50

3389.00 3388.71 555.14 1574.69 1920.82 1460.44

3414.00 3413.71 612.82 1773.50 2150.53 1271.04

3439.00 3438.71 1086.59 618.54 1025.56 2435.42

3464.00 3463.71 1033.06 1070.11 1507.22 1993.27

3489.00 3488.71 691.11 1369.18 1839.19 1703.66

3514.00 3513.71 985.04 2013.15 2517.31 1056.46

3539.00 3538.71 513.34 1578.43 2117.59 1500.63

3564.00 3563.71 1201.94 1048.79 1621.30 2039.68

3589.00 3588.71 744.13 1318.67 1923.88 1779.22

3614.00 3613.71 1578.74 1463.79 2099.53 1643.56

3639.00 3638.71 1362.49 1285.23 1952.82 1831.59

3664.00 3663.71 836.43 2559.43 3260.83 566.88

3689.00 3688.71 670.02 1204.83 1942.08 1931.06

3714.00 3713.71 687.73 1112.67 1886.15 2032.72

3739.00 3738.71 487.87 1637.22 2447.02 1517.73

3764.00 3763.71 591.77 1077.70 1925.39 2086.83

3789.00 3788.71 654.28 1074.07 1958.56 2100.03

3814.00 3813.70 661.29 1046.89 1968.31 2136.80

3839.00 3838.70 675.96 1016.15 1973.70 2177.15

3864.00 3863.70 665.17 987.20 1981.99 2215.74

3889.00 3888.70 624.82 1024.87 2056.95 2187.73

3914.00 3913.70 628.70 995.89 2065.80 2226.39

3939.00 3938.69 634.24 937.70 2045.59 2294.28

3964.00 3963.69 743.28 976.26 2122.48 2265.50

3989.00 3988.68 623.50 1133.98 2317.79 2117.49

4014.00 4013.68 602.75 1032.44 2255.39 2228.81

4039.00 4038.67 426.94 2177.23 3439.35 1093.77

4064.00 4063.66 443.66 802.06 2104.48 2478.72

4089.00 4088.66 611.01 831.13 2172.63 2459.46

4114.00 4113.65 555.24 976.95 2357.45 2323.46

Page 58: Niterói - RJ, Brasil 2017app.uff.br/riuff/bitstream/1/5398/1/Allicia Sthel.pdf · 2020. 5. 27. · ii ALLÍCIA STHEL SANTOS DE OLIVEIRA ESTIMATIVA DAS TENSÕES IN SITU A PARTIR DO

43

Prof. (m) Tensões Horizontais (psia)

MD TVD Eaton Matthews e Kelly Tensão Mínima Breckels e Van Eekelen

4139.00 4138.64 576.59 841.86 2262.20 2468.36

4164.00 4163.63 574.25 761.48 2221.56 2558.58

4189.00 4188.62 591.86 763.95 2263.09 2565.96

4214.00 4213.61 559.06 740.69 2279.83 2599.10

4339.00 4338.53 462.17 870.59 2612.16 2518.76

4364.00 4363.51 536.49 665.19 2448.12 2734.13

4389.00 4388.49 529.54 694.20 2518.36 2715.09

4414.00 4413.47 522.80 603.47 2469.39 2815.82

4439.00 4438.45 522.14 620.11 2527.99 2809.20

4464.00 4463.43 629.39 2929.40 4879.46 509.94

4489.00 4488.40 479.93 846.53 2839.02 2602.87

4514.00 4513.38 482.28 1537.28 3561.16 1922.23

4539.00 4538.36 448.43 1534.25 3580.32 1935.29

4564.00 4563.36 585.29 1005.39 3073.55 2474.28

4589.00 4588.36 566.01 853.09 2943.31 2636.68

4589.00 4588.36 566.01 853.09 2943.31 2636.68

4614.00 4613.36 582.01 775.94 2888.23 2723.95

4639.00 4638.36 581.65 697.08 2831.43 2812.96

4664.00 4663.36 570.64 770.54 2926.94 2749.65

4689.00 4688.36 572.63 575.56 2754.01 2954.80

4714.00 4713.36 565.08 571.97 2772.46 2968.59

4739.00 4738.36 635.20 867.18 3089.70 2683.58

4764.00 4763.36 551.51 507.27 2751.80 3053.73

4789.00 4788.36 548.53 490.53 2757.10 3080.71

4814.00 4813.36 542.20 592.99 2881.60 2988.51

4839.00 4838.36 561.19 728.24 3038.88 2863.54

4864.00 4863.36 514.71 464.07 2796.74 3138.00