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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE NILO MASSARU OKUNO Capacidade de sprints repetidos: efeito do treinamento de força com e sem plataforma vibratória e potencialização pós-ativação São Paulo 2011

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE

NILO MASSARU OKUNO

Capacidade de sprints repetidos: efeito do treinamento de força com e sem plataforma vibratória e potencialização pós-ativação

São Paulo 2011

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NILO MASSARU OKUNO

Capacidade de sprints repetidos: efeito do treinamento de força com e sem plataforma vibratória e potencialização pós-ativação

Tese apresentado à Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo para a obtenção do título de Doutor em Ciências. Área de concentração: Biodinâmica do Movimento Humano Orientadora: Prof. Dra. Maria Augusta Peduti Dal’Molin Kiss

São Paulo 2011

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Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.

Okuno, Nilo Massaru

Capacidade de sprints repetidos: efeito do treinamento de força com e sem plataforma vibratória e potencialização pós-ativação / Nilo Massaru Okuno – São Paulo: [s.n.], 2011.

114p. Tese (Doutorado) – Escola de Educação Física e Esporte

da Universidade de São Paulo. Orientadora: Profa. Dra. Maria Augusta Peduti Dal’Molin

Kiss. 1. Treinamento de força. 2. Fisiologia do exercício I. Título

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OKUNO, N.M. Capacidade de sprints repetidos: efeito do treinamento de força com e sem plataforma vibratória e potencialização pós-ativação. Tese apresentada à Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Ciências. Aprovado em:

Banca examinadora

Prof. Dr. _______________________ Instituição: __________________________

Julgamento: ____________________ Assinatura: __________________________

Banca examinadora

Prof. Dr. _______________________ Instituição: __________________________

Julgamento: ____________________ Assinatura: __________________________

Banca examinadora

Prof. Dr. _______________________ Instituição: __________________________

Julgamento: ____________________ Assinatura: __________________________

Banca examinadora

Prof. Dr. _______________________ Instituição: __________________________

Julgamento: ____________________ Assinatura: __________________________

Banca examinadora

Prof. Dr. _______________________ Instituição: __________________________

Julgamento: ____________________ Assinatura: __________________________

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Dedico este trabalho aos meus pais Walter e Kazue, e aos meus irmãos Hugo e Lidia pela confiança e apoio em todos os momentos da minha vida.

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AGRADECIMENTOS

À Profa. Dra Maria Augusta Peduti Dal’Molin Kiss pela confiança depositada em mim

e pela orientação durante o processo do meu doutorado. Gostaria de agradecer

imensamente não só pela minha formação mas também por tudo que ela contribuiu

pela área de Educação Física.

Ao Prof. Dr. Rômulo Cássio de Moraes Bertuzzi por me ajudar tanto na vida

acadêmica quanto em outras situações. Uma pessoa que tem uma grande

seriedade, mas sempre com um bom toque de humor.

Ao Prof. Dr. Fábio Yuzo Nakamura pela amizade, pelas ajudas e pelos

ensinamentos que tem me proporcionado ao longo desses anos. Com certeza, uma

grande parcela devo ao Fábio por eu estar inserido na vida acadêmica.

Ao Adriano Eduardo Lima da Silva que foi uma das pessoas, junto com o Prof.

Rômulo, que fizeram a “ponte” para que eu tivesse o primeiro contato com a Profa.

Maria Augusta e, consequentemente, pudesse estar cursando o doutorado. Além

disso, o Adriano é uma pessoa de grande conhecimento e que tenho uma grande

admiração e amizade.

Aos professores Valmor Tricoli, Alexandre Moreira e Jorge Perrout de Lima por

terem me ajudado durante o doutorado e pelas contribuições que fizeram no meu

trabalho.

Ao Eduardo Rumenig de Souza que foi um dos meus primeiros amigos aqui em São

Paulo. Ele sempre estendeu a mão no que fosse possível para me ajudar, além de

ter aprendido muito com o ele durante esses anos.

Ao Rodrigo Urso por ser uma pessoa de grande caráter, responsável e que tenho

bastante amizade. Pudemos dar muita risada, jogar um pouco de tênis e ir bastante

ao “bandejão” nesses anos.

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Ao Luiz Augusto Buoro Perandini (Lulo), Lúcio Flávio Soares Caldeira e a Patrícia

Chimin por terem sido sempre grandes amigos, desde a época do mestrado,

ajudando-me no que fosse possível e sendo grandes companheiros de trabalho.

Ao Eduardo, Álvaro e Cida Fontes que foram as pessoas que me acolheram com

grande carinho durante o primeiro mês da minha vinda a São Paulo.

Aos amigos Wonder Higino, Mauro Batista, Salomão Bueno e Leonardo Pasqua,

Carla Batista, Flávio Pires, Claudio Machado e ao pessoal do LADESP e do GEAFIT

(UEL) que sempre estavam dispostos a me ajudar no que fosse preciso.

Sem dúvida não posso deixar de salientar que há vários outras pessoas que

passaram na minha vida em outros momentos que foram importantes pelo que sou

hoje. Por isso, gostaria de deixar a eles um sincero agradecimento.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo

suporte financeiro com a bolsa de doutorado.

Ao Esporte Clube Pinheiros e ao preparador físico da equipe de handebol Luiz

Antônio Luisi Turisco (Luigi) por permitir que eu realizasse parte das minhas coletas

com os atletas.

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“Quem conhece a sua ignorância revela a mais profunda sapiência.

Quem ignora a sua ignorância vive na mais profunda ilusão.”

Lao Tsé

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RESUMO

OKUNO, N.M. Capacidade de sprints repetidos: efeito do treinamento de força com e sem plataforma vibratória e potencialização pós-ativação. 2011. 114f. Tese (Doutorado) – Escola de Educação Física e Esporte, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.

O objetivo do estudo foi verificar a ocorrência da potencialização pós-ativação (PPA) e o efeito do treinamento de força (TF) sem e com a plataforma vibratória na capacidade de sprints repetidos (CSR). O estudo foi divido em duas partes: a primeira analisou o efeito do TF associado à plataforma vibratória na CSR; e a segunda verificou a ocorrência da PPA na CSR. No primeiro estudo participaram 29 sujeitos, os quais foram divididos em 3 grupos: TF, TF+vibração a 30 Hz e amplitude de 2-4 mm (TF+V30) e TF+vibração a 50 Hz e amplitude de 4-6 mm (TF+V50). Os sujeitos realizaram inicialmente análise da área de secção transversa do quadríceps (ASTQ), teste de uma repetição máxima (1RM) no exercício agachamento e o teste de CSR. Após isso, os sujeitos foram submetidos a 10 semanas de treinamento de força, de acordo com o seu respectivo grupo e, ao final da intervenção, realizaram as mesmas avaliações aplicadas antes das sessões de treinamento. No segundo estudo, 12 jogadores de handebol realizaram teste de 1RM, e em sequência, de maneira aleatória o teste de CSR sem e com a atividade condicionante. A atividade condicionante foi realizada no exercício agachamento e consistiu de cinco séries de uma repetição a 90% de 1RM. O treinamento de força sem e com a vibração aumentou na mesma magnitude a força muscular e a ASTQ. Para o grupo TF+V30, o tempo do melhor sprint (CSRmelhor) melhorou significantemente após as 10 semanas de treinamento, no entanto, sem diferença em relação aos outros grupos. O tempo médio dos sprints (CSRmédio) diminuiu significantemente em todos os grupos. Contudo, para o percentual de decréscimo nos sprints (CSR%dec) apenas foi verificado melhoria no grupo TF em relação à situação pré-treinamento e ao grupo TF+V30 na mesma situação experimental. No segundo estudo foi verificado que o protocolo de PPA melhorou significantemente o CSRmelhor e o CSRmédio, sem alterar o CSR%dec. Dessa forma, conclui-se que o treinamento de força sem e com a plataforma vibratória aumenta a força muscular, a ASTQ e o desempenho na CSR. No entanto, o treinamento de força com a plataforma vibratória não aumentou o desempenho em maior magnitude quando comparado a situação sem este tipo de equipamento. Além disso, o protocolo de PPA melhorou também o desempenho de CSR (CSRmelhor e CSRmédio) em jogadores de handebol. Assim, estratégias para melhorar a força muscular de maneira aguda (PPA) e crônica (TF) aumentam também o desempenho no teste de CSR. Palavras-chave: força muscular, sprint, vibração, desempenho.

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ABSTRACT

OKUNO, N.M. Repeated sprint ability: effect of strength training with and without vibration platform e postactivation potentiation. 2011. 114f. Tese (Doutorado) – Escola de Educação Física e Esporte, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.

The purpose of this study was to verify the occurrence postactivation potentiation (PAP) and the effect of strength training (ST) with and without vibration platform on repeated sprint ability (RSA). The study was divided in two parts: in the first part, it was analyzed the effect of ST with vibration platform on RSA; and in the second part, it was verified the occurrence of PAP on RSA. Twenty nine subjects participated in the first study, which were divided into 3 groups: ST, ST+vibration at 30 Hz and amplitude of 2-4 mm (ST+V30) and ST+vibration at 50 Hz and amplitude of 4-6 mm (ST+V50). Initially, the quadriceps cross sectional area measurement (QCSA), one repetition maximum (1RM) test on squat exercise and the RSA test were performed. After this, the subjects performed 10 weeks of strength training according to their groups and, at the end of intervention, they were undertook the same evaluations applied before training sessions. In the second study, 12 handball players performed the 1RM test and subsequently they were submitted at random, to the RSA test with and without conditioning activity. The conditioning activity was performed in squat exercise with five sets of one repetition at 90% of 1RM. The strength training with and without vibration platform increased in the same magnitude the muscular strength and QCSA. For ST+V30 group, the best sprint time (RSAbest) was significantly improved after 10 weeks of training, but without difference when compared with other groups. Mean sprint time (RSAmean) was significantly reduced in all groups. However, the percentage of sprint decrement (RSA%dec) only decreased in ST group when compared with the situation before training and the ST+V30 group in the same experimental situation. In the second study, the PAP protocol significantly improved the RSAbest and RSAmean, without change the RSA%dec. From the results, we conclude that the strength training with and without vibration platform improves the strength, QCSA and performance on RSA. However, the strength training with vibration platform did not increase the performance in higher magnitude when compared to the situation without this equipment. Furthermore, PAP protocol improved the RSA performance (RSAbest e RSAmean) in handball players. Thus, strategies to improve muscle strength in acute (PAP) and chronic manner (ST) also increase the performance on RSA test. Key-words: muscular strength, sprint, vibration, performance.

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LISTA DE TABELAS Pág.

TABELA 1. Características de alguns estudos que tentaram demonstrar a

potencialização pós-ativação e seus principais resultados. ................. 39

TABELA 2. Programa de treinamento de força. ...................................................... 64

TABELA 3. Valores de média ± DP para a CSRmelhor, CSRtotal e CSR%dec nas

situações de teste e reteste e percentual de chance de alteração

no desempenho (n = 15). ..................................................................... 68

TABELA 4. Valores de média ± DP para idade, massa corporal e estatura dos

grupos TF, TF+V30 e TF+V50. ............................................................ 71

TABELA 5. Carga de uma repetição máxima (1RM) no exercício agachamento

antes e após 10 semanas de treinamento. .......................................... 71

TABELA 6. Área de secção transversa de quadríceps (ASTQ) antes e após 10

semanas de treinamento. ..................................................................... 72

TABELA 7. Percentual de chance comparando as intervenções TF, TF+V30 e

TF+V50 para as variáveis CSRmelhor, CSRmédio e CSR%dec. .................. 75

TABELA 8. Frequência cardíaca ao final do teste de CSR antes e após 10

semanas de treinamento. ..................................................................... 76

TABELA 9. Concentração sanguínea de lactato ao final do teste de CSR antes

e após 10 semanas de treinamento. .................................................... 76

TABELA 10. Média ± DP dos valores de melhor tempo do sprint (CSRmelhor),

tempo médio dos sprints (CSRmédio) e percentual de decréscimo

dos sprints (CSR%dec) sem e com atividade condicionante e o

percentual de chance de alteração no desempenho (n = 12). ............. 78

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LISTA DE FIGURAS Pág.

FIGURA 1. Concentrações de (A) adenosina trifosfato ([ATP]), (B)

fosfocreatina ([PCr]) e (C) lactato ([La]) durante exercício de

sprint (adaptada de SPENCER et al., 2005). ....................................... 25

FIGURA 2. Contribuição energética aeróbia e anaeróbia no primeiro (a) e no

décimo sprint (b) no teste de CSR. O protocolo realizado foi 10

sprints com duração de 6 segundos cada e 30 segundos de

intervalo entre os sprints (adaptada de GIRARD, MENDEZ-

VILLANUEVA, BISHOP, 2011). ........................................................... 26

FIGURA 3. Consumo de oxigênio durante dois esforços intensos de 3

minutos (~120% do VO2max) no exercício extensão de joelho

separado por 6 minutos de recuperação passiva (adaptada de

BANGSBO et al., 2001). ....................................................................... 27

FIGURA 4. Modelo indicando os principais fatores que determinam a

velocidade de mudança de direção (adaptado de YOUNG,

JAMES, MONTGOMERY, 2002). ......................................................... 31

FIGURA 5. Exemplo de potencialização pós-ativação (PPA). Primeiro, uma

tarefa é avaliada (ex. salto vertical ou sprint). Após isso, uma

atividade condicionante, tal como uma contração tetânica

provocada eletricamente ou uma contração voluntária máxima

(CVM) é realizada. O desempenho na tarefa de sprint ou de salto

vertical aumenta logo após a atividade condicionante devido à

PPA. ..................................................................................................... 33

FIGURA 6. Esquema de regulação da fosforilação da miosina de cadeia leve

quinase (adaptada de SWEENEY et al., 1993). ................................... 34

FIGURA 7. Amplitude e número de ciclos (frequência) ao longo do tempo

(BATISTA, 2010). ................................................................................. 47

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FIGURA 8. Característica de vibração das plataformas (adaptada de

CARDINALE e WAKELING, 2005). ...................................................... 49

FIGURA 9. Desenho experimental. ........................................................................ 60

FIGURA 10. Desenho experimental ......................................................................... 66

FIGURA 11. Alterações relativas para o CSRmelhor, CSRmédio e CSR%dec nas

situações de teste de reteste. A área em cinza representa o

percentual trivial para a menor alteração relevante. ............................ 69

FIGURA 12. Análise de concordância por meio da plotagem de Bland-Altman

para a CSRmelhor (A), CSRmédio (B), CSR%dec (C). ................................. 70

FIGURA 13. CSRmelhor (A), CSRmédio (B), CSR%dec (C) nos grupos TF, TF+V30

e TF+V50 antes e após 10 semanas de treinamento. .......................... 73

FIGURA 14. Alterações relativas para o CSRmelhor, CSRmédio e CSR%dec nas

situações de pré e pós-treinamento. A área em cinza representa

o percentual trivial para a menor alteração relevante........................... 74

FIGURA 15. Tempo médio dos seis sprints com e sem atividade

condicionante. ...................................................................................... 77

FIGURA 16. Alterações relativas para o CSRmelhor, CSRmédio e CSR%dec nas

situações sem e com a atividade condicionante. A área em cinza

representa o percentual trivial para a menor alteração relevante. ....... 78

FIGURA 17. Valores individuas do CSRmelhor (A), CSRmédio (B) e CSR%dec (C)

sem e com atividade condicionante. .................................................... 80

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LISTA DE SIGLAS, ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS

[La] Concentração sanguínea de lactato

↑ Aumento

↓ Diminuição

1RM Uma repetição máxima

ADP Adenosina difosfato

ASTQ Área de secção transversa do quadríceps

ATP Adenosina trifosfato

bpm Batimentos por minuto

CCI Coeficiente de correlação intraclasse

CIVM Contração isométrica voluntária máxima

CSR Capacidade de sprints repetidos

CSR%dec Percentual de decréscimo nos sprints

CSRmédio Tempo médio dos sprints

CSRmelhor Melhor tempo de sprint

CV Coeficiente de variação

CVM Contração voluntária máxima

F Feminino

M Masculino

MCLK Miosina de cadeia leve quinase

PAR-Q Questionário de prontidão de atividade física

PCr Fosfocreatina

PPA Potencialização pós-ativação

TF Treinamento de força

TF+V30 Treinamento de força associado à vibração na frequência de 30 Hz e

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amplitudes de 2-4 mm

TF+V50 Treinamento de força associado à vibração na frequência de 50 Hz e

amplitudes de 4-6 mm

VO2 Consumo de oxigênio

VO2max Consumo máximo de oxigênio

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SUMÁRIO

Pág.

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 16

1.1. Objetivo geral ......................................................................................... 19

1.2. Objetivos específicos ............................................................................. 19

2. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................. 20

2.1. Capacidade de sprints repetidos ............................................................ 20

2.2. Validade do teste de capacidade de sprints repetidos ........................... 21

2.3. Reprodutibilidade do teste de capacidade de sprints repetidos ............. 22

2.4. Capacidade de sprints repetidos e bioenergética ................................... 24

2.5. Indicadores de força e a capacidade de sprints repetidos ..................... 29

2.6. Aspectos fisiológicos da potencialização ............................................... 32

2.7. Nível de treinamento e a potencialização ............................................... 36

2.8. Protocolo dos estudos de potencialização pós-ativação ........................ 38

2.9. Plataforma vibratória .............................................................................. 47

2.10. Respostas fisiológicas com a vibração ................................................... 50

2.11. Efeito agudo da vibração sobre o desempenho ..................................... 54

2.12. Efeito crônico do treinamento de força com a vibração .......................... 57

3. MÉTODOS ............................................................................................. 58

3.1. Estudo 1 – Reprodutibilidade e efeito do treinamento de força na

capacidade de sprints repetidos ............................................................. 58

3.1.1. Sujeitos .................................................................................................. 58

3.1.2. Protocolo experimental ........................................................................... 59

3.1.3. Teste de força dinâmica máxima ............................................................ 60

3.1.4. Teste de capacidade de sprints repetidos (teste de CSR) ..................... 61

3.1.5. Coletas de sangue para análise de concentração de lactato ................. 62

3.1.6. Área de secção transversa do quadríceps femoral (ASTQ) ................... 62

3.1.7. Protocolo de treinamento de força ......................................................... 63

3.1.8 Análise estatística .................................................................................. 64

3.2. Estudo 2 – Potencialização pós-ativação na capacidade de sprints

repetidos................................................................................................. 65

3.2.1. Sujeitos .................................................................................................. 65

3.2.2. Protocolo experimental ........................................................................... 65

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3.2.3. Atividade condicionante ......................................................................... 66

3.2.4 Análise estatística .................................................................................. 67

4. RESULTADOS ....................................................................................... 68

4.1. Estudo 1 ................................................................................................. 68

4.2. Estudo 2 ................................................................................................. 76

5. DISCUSSÃO .......................................................................................... 81

5.1 Estudo 1 ................................................................................................. 81

5.2 Estudo 2 ................................................................................................. 85

6. CONCLUSÕES ...................................................................................... 89

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 91

ANEXOS ............................................................................................................. 107

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16

1. INTRODUÇÃO

Esportes como handebol, futsal, futebol e basquete são caracterizados

pela realização de vários sprints (corridas realizadas na maior velocidade possível e

de curta duração), aceleração e desaceleração, com breves períodos de

recuperação e constantes mudanças de direção. Uma das formas para avaliar a

habilidade em tarefas com essas características é por meio da realização de teste

de capacidade de sprints repetidos (CSR) (WADLEY; LE ROSSIGNOL, 1998).

Atividades com essas características envolvem em grande magnitude a força e a

potência muscular. Newman, Tarpenning e Marino (2004) e Wisloff et al. (2004)

demonstraram que a força de membros inferiores é fortemente correlacionada com o

sprint de 10 e 30 m, e sprint de 10 m realizado de maneira bidirectional (shuttle

sprint). Slawinsk et al. (2010) demonstraram que a força de impulso e taxa de

desenvolvimento de força são maiores no grupo com maior aceleração do centro de

massa e tem uma velocidade maior no sprint de 10 m. Além disso, Edge et al.

(2006), Hill-Haas et al. (2007) e Buchheit (2010a) demonstraram que o treinamento

de força (TF) melhora a CSR no cicloergômetro e na corrida. Assim, utilizar

estratégias que aumentem a força muscular parece também melhorar o

desempenho no teste CSR.

Uma forma aguda de melhorar o desempenho em tarefas que envolvam a

capacidade do indivíduo gerar força e potência visando a competição ou otimizar o

treinamento é por meio da potencialização pós-ativação (PPA). A PPA é o aumento

do desempenho na tarefa de interesse posteriormente a realização de sobrecarga

na musculatura esquelética, chamada contração ou atividade condicionante

(HODGSON; DOCHERTY; ROBBINS, 2005). O provável mecanismo envolvido para

a ocorrência da PPA é a fosforilação da miosina de cadeia leve. A fosforilação da

miosina de cadeia leve ocasiona uma maior interação entre a actina e miosina

devido a maior sensibilidade ao cálcio aumentando o desempenho. Adicionalmente,

alguns autores demonstraram após protocolos que geram a potencialização

aumento na excitabilidade do motoneurônio e no número de unidades motoras

recrutadas (GÜLLICH; SCHMIDTBLEICHER, 1996; TRIMBLE; HARP, 1998).

Estudos anteriores demonstraram a ocorrência da PPA em um único

sprint. Rahimi (2007) observou que a atividade condicionante de duas séries de

quatro repetições a 85% de 1RM no exercício agachamento potencializou em maior

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17

magnitude que baixa intensidade (60% de 1RM) no sprint de 40 m. Analisando a

velocidade a cada 10 m em um total de 40 m, Yetter e Moir (2008) observaram

aumento na velocidade em distância entre 10-20 m e 30-40 m. O aumento do

desempenho usando o protocolo de PPA pode também ser observado em maiores

distâncias, como em 100 m, na qual o tempo médio de sprint melhorou em 0,19 s

(LINDER et al., 2010). No entanto, não existem indicativos demonstrando se a

ocorrência de PPA é verificada apenas em um sprint ou em múltiplos sprints, como

no teste de CSR. Güllich e Schimidtbleicher (1996) demonstraram que oito saltos

com contramovimento, com 20 s de intervalo entre cada salto foram potencializados

três minutos após a atividade condicionante. Além disso, Kilduff et al. (2007) também

verificaram que o desempenho no salto com contramovimento e a potência pico no

exercício supino aumentou em diferentes períodos analisados após a atividade

condicionante. Assim, acreditamos também que com a realização de múltiplos

sprints, como no teste de CSR, possa ocorrer a PPA.

Entretanto, para a ocorrência da PPA, há algumas variáveis importantes

envolvidas, sendo uma delas a força muscular. Gourgoulis et al. (2003)

demonstraram que o grupo com valor no teste de uma repetição máxima (1RM)

maior do que 160 kg no exercício agachamento demonstrou maior magnitude de

PPA em comparação ao grupo com 1RM menor do que 160 kg. Além disso, Duthie,

Young e Aitken (2002), Kilduff et al. (2008) e Young, Jenner e Griffiths (1998)

apresentaram correlações significantes entre a força absoluta e as alterações de

desempenho no salto. Dessa forma, acredita-se que a PPA possa ocorrer em tarefas

de sprints realizados de maneira intermitente e que a força muscular possa estar

relacionada com a magnitude de PPA nos sprints. Esses achados seriam

importantes, pois o protocolo de PPA é amplamente utilizado no treinamento de

atletas e um método alternativo como meio de aquecimento.

Já a estratégia para melhorar a força muscular de forma crônica é por

meio do TF. Recentemente uma forma de TF que tem despertado interesse dos

pesquisadores é o TF associado ao treinamento sobre a plataforma vibratória. A

plataforma vibratória realiza estímulos senoidais sobre o indivíduo que ocasiona a

ativação das fibras aferentes Ia e, por meio de mecanismos reflexos, ativam os

motoneurônios alfa ocasionando contrações dos músculos, chamado reflexo tônico

vibratório. Além disso, a manipulação das variáveis amplitude e frequência ocasiona

a aceleração do corpo que permanece sobre a plataforma vibratória, aumentando a

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18

força g (força em relação a aceleração da gravidade). Dessa forma, esses fatores

ocasionam uma maior sobrecarga gerada quando realizamos exercício sobre a

plataforma vibratória. Adams et al. (2009) e Bedient et al. (2009) demonstraram que

frequências de 30 Hz com amplitude de 2-4 mm e frequência de 50 Hz com

amplitude de 4-6 mm ocasionam maiores aumentos no desempenho subsequente à

vibração. Além disso, 30 Hz e 50 Hz estão dentro da faixa da frequência de disparos

das fibras aferentes Ia (ENOKA, 2000; ISSURIN, 2005), podendo ter uma maior

sincronização da vibração com a ativação muscular e, talvez, ocasionar uma maior

adaptação se o indivíduo treinar com a plataforma vibratória nessas frequências. O

treinamento sobre a plataforma vibratória tem demonstrado ser efetivo no aumento

da força dinâmica, isométrica e no salto vertical com contramovimento (DE RUITER

et al., 2003; DELECLUSE; ROELANTS; VERSCHUEREN, 2003; RONNESTAD,

2004).

Adicionalmente aos aspectos citados anteriormente, alguns autores

acreditam que o treinamento de força sobre a plataforma vibratória pode causar

maior aumento na força muscular do que o TF convencional devido à diminuição no

limiar de despolarização das unidades motoras e um maior recrutamento das fibras

de tipo II durante os estímulos vibratórios (BONGIOVANNI; HAGBARTH, 1990;

DELECLUSE et al., 2005), o que poderia ocasionar uma maior mobilização de carga

durante o treinamento.

Poucos são os estudos que compararam o treinamento sobre a

plataforma vibratória associado ao TF realizado de maneira convencional. Kvorning

et al. (2006) e Ronnestad (2004) verificaram aumento na força de maneira

semelhante entre os treinamento de força realizado de maneira convencional em

relação ao TF associado a plataforma vibratória. No entanto, para o desempenho no

salto vertical o resultado entre os estudos foi contraditório, sendo que em um estudo

o TF convencional apresentou maior efeito do que o TF associado a plataforma

vibratória (KVORNING et al., 2006), e no outro o maior ganho de desempenho foi

para o grupo TF associado a plataforma vibratória (RONNESTAD, 2004). Dessa

forma, não sabe ao certo se o TF associado a plataforma vibratória é mais efetivo

para a melhoria do desempenho. Portanto, demonstrar um melhor efeito de

treinamento utilizando a plataforma vibratória seria interessante para otimizar os

ganhos em quem busca melhorias em componentes da aptidão física relacionada à

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saúde quanto para o meio atlético em atividades que envolvam em grande

proporção a força muscular.

Devido às características do teste de CSR (sprints, mudanças de direção,

acelerações e desacelerações) que são dependentes da força muscular, acredita-se

que o protocolo de potencialização e o TF ocasionem melhora no desempenho

nesse tipo de teste. Assim, o presente trabalho foi dividido em dois estudos, sendo

um de característica aguda, que verificou a ocorrência da potencialização pós-

ativação sobre a CSR, e outro de característica crônica, que verificou o efeito do

treinamento de força com e sem a plataforma vibratória sobre a CSR.

1.1. Objetivo geral

Analisar o efeito do TF com e sem plataforma vibratória e a ocorrência da

PPA na CSR.

1.2. Objetivos específicos

• Analisar a reprodutibilidade do teste de CSR em indivíduos

moderadamente ativos;

• Verificar o efeito do TF convencional na força muscular dinâmica avaliada

no exercício agachamento, na área de secção transversa do quadríceps

(ASTQ) e no desempenho do teste de CSR;

• Verificar o efeito do TF sobre a plataforma vibratória em diferentes

frequências e amplitudes (30 Hz e 2-4 mm/50 Hz e 4-6 mm) na força

muscular dinâmica avaliada no exercício agachamento, na ASTQ e no

desempenho do teste de CSR;

• Comparar o desempenho no teste de CSR sem e com estímulo

condicionante realizado no exercício agachamento;

• Verificar a relação da força muscular com a magnitude da PPA na CSR;

• Verificar a relação da força muscular com o desempenho no teste de

CSR.

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20

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Capacidade de sprints repetidos

Em várias modalidades esportivas (ex. futebol, basquete, handebol, tênis,

rúgbi, entre outras) podemos verificar que os padrões de movimentos são de

característica intermitente com breves períodos de aceleração, mudanças de direção

e curtos períodos de recuperação. A habilidade em realizar essas atividades

(acelerar, mudar de direção e recuperar em curtos períodos) repetidamente e de

maneira conjunta é chamada de CSR.

Apesar de outras variáveis técnicas estarem envolvidas, de acordo com a

modalidade praticada pelo indivíduo, uma maior CSR pode ter implicações

importantes para o desempenho. No entanto, investigações associadas à CSR têm

aumentado apenas nas últimas décadas devido aos avanços tecnológicos e o

melhor conhecimento do padrão de deslocamento e da relação esforço-pausa das

modalidades esportivas. Essas observações são realizadas por meio de análise de

tempo de movimento (time-motion) utilizando filmagem, edição em computadores

realizando calibração com o tamanho do campo ou da quadra e utilizando um GPS

(global positioning systems) (SPENCER et al., 2005).

Podemos encontrar na literatura diferentes protocolos do teste de CSR

que foram utilizados para avaliar atletas de diferentes modalidades esportivas como

futebol, handebol, hóquei, basquete, entre outros (AZIZ; CHIA; TEH, 2000;

BUCHHEIT et al., 2009; CASTAGNA et al., 2008; IMPELLIZZERI et al., 2008).

Dentre esses diferentes estudos, verificam-se variações no número de sprints, no

período de esforços e pausas, o teste ter ou não característica shuttle (ida e vinda) e

o tipo de recuperação (ativa ou passiva).

No geral, os testes de CSR realizados em campo têm utilizado distâncias

para cada sprint entre 15 a 40 m, com durações dos sprints em torno de 2,3 a 6 s

(IMPELLIZZERI et al., 2008; MUJIKA et al., 2000). Além disso, o número de sprints

realizado nos diferentes protocolos do teste de CSR varia de 6 a 40 (BALSOM et al.,

1992; BUCHHEIT et al., 2009), com recuperações ativas ou passivas de

aproximadamente 14 a 60 s entre os sprints (BUCHHEIT et al., 2009; GLAISTER et

al., 2008). O teste de CSR procura representar algumas situações de jogo mais

intensas, em que há vários sprints com breves períodos de recuperação, não sendo

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possível realizar a reposição completa dos fosfatos de alta energia, e com

decréscimo na performance ao longo do teste. Dessa forma, os principais

parâmetros analisados no teste de CSR são o desempenho do melhor sprint (menor

tempo ou maior velocidade), de todos os sprints (tempo médio dos sprints,

velocidade média ou somatória dos tempos dos sprints) e o percentual de

decréscimo com o decorrer dos sprints.

2.2. Validade do teste de capacidade de sprints repetidos

Os trabalhos que tentaram demonstrar a validade do teste de CSR foram

realizados basicamente buscando apresentar a aplicabilidade dos resultados do

teste em situações práticas em modalidades coletivas. Esses estudos foram

realizados analisando a capacidade discriminatória do teste em atletas de diferentes

níveis competitivo, relacionando o desempenho no teste com o deslocamento

durante uma partida ou verificando a sensibilidade do teste após um período de

treinamento.

Aziz et al. (2008) verificaram em jogadores de futebol que o teste de CSR

consegue discriminar os atacantes dos meios de campo e dos zagueiros, sendo que

os atacantes tiveram melhores desempenhos no teste (menor tempo analisando a

somatória dos sprints). Quando os jogadores foram divididos em categorias, os

atletas de maior nível competitivo tiveram melhores desempenhos. Esses resultados

foram semelhantes dos demonstrados por Abrantes, Maçãs e Sampaio (2004) e

Impellizzeri et al. (2008). Além disso, os atletas profissionais apresentam maiores

valores de bicarbonato sanguíneo, e menores concentrações de íons H+ e lactato

sanguíneo ([La]) do que atletas amadores ao final do teste de CSR (RAMPININI et

al., 2009), o que pode explicar o melhor desempenho no teste de CSR. Impellizzeri

et al. (2008) verificaram também que o teste de CSR foi sensível para observar

melhoras na condição física do atleta da pré-temporada para o início da temporada.

Em análises das situações de jogo, Rampinini et al. (2007) demonstraram

que o tempo médio dos sprints (CSRmédio) do teste de CSR está relacionado

significativamente com a maior distância percorrida durante as partidas em

velocidades entre 19,8 km·h-1 e 25,2 km·h-1 (r = -0,60) e maior que 25,2 km·h-1 (r = -

0,65).

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No handebol, o teste de CSR é sensível a modificações ocasionadas pelo

treinamento de 10 semanas em que foi adicionado, durante a periodização dos

atletas, simulações de jogos em dimensões menores de quadra (small side game)

(BUCHHEIT et al., 2009). Além disso, da mesma forma que no futebol, o teste de

CSR consegue discriminar atletas de handebol de diferentes níveis, sendo que as

equipes da liga profissional tiveram melhor desempenho do que equipes de nível

regional (BUCHHEIT; SPENCER; AHMAIDI, 2010).

Alguns autores demonstraram que o teste de CSR pode ser utilizado

como uma importante estratégia de treinamento (BUCHHEIT et al., 2008;

BUCHHEIT et al., 2010a; FERRARI BRAVO et al., 2008). Além de melhorar a CSR,

o treinamento utilizando o protocolo do teste de CSR promoveu aumento no

consumo máximo de oxigênio (VO2max), no consumo de oxigênio (VO2)

correspondente ao ponto de compensação respiratória e a melhora no desempenho

no teste incremental intermitente – Yo-Yo Intermittent Recovery Test (FERRARI

BRAVO et al., 2008). Buchheit et al. (2008) verificaram que, com o incremento do

treinamento de alta intensidade realizada de maneira intermitente, semelhante ao

protocolo do teste de CSR, a cinética de recuperação da frequência cardíaca e a

recuperação dos parâmetros de variabilidade de frequência cardíaca foram mais

rápidas após a realização de um exercício. No entanto, os dados de Buchheit et al.

(2008) devem ser analisados com cautela, considerando que outras atividades

faziam parte da preparação física dos atletas durante o período do estudo.

Assim, o teste de CSR tem uma grande utilidade prática, com capacidade

de discriminar jogadores de diferentes posições e nível técnico, e aqueles que têm

uma maior participação durante a partida, principalmente em deslocamentos de alta

velocidade. Além disso, o teste é sensível para verificar alterações ocasionadas por

um treinamento específico da modalidade e pode ser utilizado como forma de

treinamento.

2.3. Reprodutibilidade do teste de capacidade de sprints repetidos

A reprodutibilidade do teste é importante para verificar a consistência das

medidas, indicando quais os parâmetros são mais aceitos para poder fazer alguma

inferência dos resultados. Além disso, os estudos com essa finalidade podem indicar

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o número necessário de familiarizações para minimizar possíveis erros sistemáticos

nos resultados devido à aprendizagem na realização do teste.

Glaister et al. (2007) demonstraram que a velocidade média e máxima

analisadas em quatro testes de CSR têm alta reprodutibilidade (coeficiente de

correlação intraclasse (CCI) = 0,79-0,94; coeficiente de variação (CV) = 1,34-2,24%).

Para a [La] pré- e pós-teste de CSR a reprodutibilidade foi boa, com valores de CCI

= 0,72-0,78 e CV = 12,08-18,21%. Já para o índice de fadiga foi verificado uma

grande variabilidade entre os testes (CCI = 0,66; CV = 26,43%). Apesar disso, os

autores afirmam que devido a alta reprodutibilidade de outras variáveis, o teste de

CSR pode ser realizado sem a necessidade de familiarização. No entanto, Glaister

et al. (2008) contradizem o estudo anterior recomendando a realização de um teste

de familiarização.

Buchheit, Spencer e Ahmaidi (2010) também verificaram alta

reprodutibilidade para o tempo do melhor sprint (CSRmelhor) e CSRmédio,

apresentando CV para o erro típico de medida de aproximadamente 1% para ambas

as variáveis. Todavia, o percentual de decréscimo nos sprints apresentou CV alto

para o erro típico de medida (22,3%).

Contrapondo parte dos resultados dos estudos anteriores, Impellizzeri et

al. (2008) verificam que a reprodutibilidade no teste de CSR foi alta (CCI = 0,81)

somente para o CSRmédio. Para o CSRmelhor e índice de decréscimo da performance

durante o teste de CSR (CSR%dec) a reprodutibilidade foi baixa (CCI = 0,15-0,17).

No estudo de Spencer et al. (2006) o erro típico de medida da somatória

do tempo dos sprints entre teste e reteste foi de 0,7%. Já para o percentual de

decréscimo entre os sprints o erro típico de medida foi de 14,9%. Esses resultados

demonstram que o tempo total dos sprints tem uma boa reprodutibilidade, no

entanto, novamente o CSR%dec não apresentou uma boa reprodutibilidade. Os

autores não apresentaram os resultados referentes à reprodutibilidade do melhor

sprint.

O tipo de recuperação durante o teste de CSR influencia de forma

significativa no desempenho. Castagna et al. (2008) demonstraram que o índice de

fadiga e o tempo total dos sprints foram maiores quando os indivíduos realizaram

recuperação ativa quando comparado à recuperação passiva entre os sprints. Dessa

forma, o tipo de recuperação para a realização de alguma avaliação deve ser

padronizado. Além disso, os autores sugerem que os atletas devem ser

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recomendados a evitarem movimentos desnecessários durante atividades com

características semelhantes ao teste de CSR por poder prejudicar o desempenho

subsequente.

A maioria dos trabalhos demonstrou de forma consensual que a

velocidade média, o CSRmédio ou o tempo total dos sprints são altamente

reprodutíveis. No entanto, com relação ao melhor sprint (CSRmelhor ou maior

velocidade) os trabalhos têm apontado resultados contraditórios, sendo que a

maioria dos estudos apresentou uma alta reprodutibilidade. Já para o CSR%dec foi

verificado que a reprodutibilidade não é boa. Desta forma, podemos verificar que a

melhor variável que pode ser utilizada nesse teste para fazer alguma inferência dos

resultados é a velocidade média, o CSRmédio ou o tempo total dos sprints.

2.4. Capacidade de sprints repetidos e bioenergética

Os trabalhos que discutem sobre o metabolismo no sprint descrevem que

os sistemas preponderantes para a geração de energia são o metabolismo

anaeróbio alático (adenosina trifosfato (ATP) e fosfocreatina (PCr)) e o anaeróbio

lático, que tem formação de lactato (GLAISTER, 2005; SPENCER et al., 2005). Os

estoques intramusculares de ATP em repouso são em média de aproximadamente

20-25 mmol·kg músculo seco-1, decrescendo com o prolongamento do esforço, mas

não de maneira acentuada, sendo que em torno de 10-12,5 segundos a depleção é

em torno de 14-32% (Figura 1A). Esse fato é devido a significativa redução dos

estoques de PCr tentando preservar a quantidade intramuscular de ATP. A

quantidade de PCr intramuscular em repouso é em torno de 75-85 mmol·kg de

músculo seco-1 e após um sprint máximo de 10-12,5 segundos a depleção é em

torno de 40-70% (Figura 1B). Com o prolongamento do exercício, devido a um maior

aporte energético necessário, ocorre aumento da participação da glicólise anaeróbia

(Figura 1C). A máxima produção de ATP via glicólise anaeróbia é em torno de 5-9

mmol·kg de músculo seco-1·segundo-1 (SPENCER et al., 2005).

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Tempo (s)

Tempo (s)

Tempo (s)

FIGURA 1. Concentrações de (A) adenosina trifosfato ([ATP]), (B) fosfocreatina

([PCr]) e (C) lactato ([La]) durante exercício de sprint (adaptada de SPENCER et al.,

2005).

[AT

P] (

mm

ol/k

g m

úscu

lo s

eco)

[P

Cr]

(m

mol

/kg

mús

culo

sec

o)

[La]

(m

mol

/kg

mús

culo

sec

o)

A

B

C

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Analisando os sprints realizados de maneira intermitente, Parolin et al.

(1999) demonstraram que há uma diminuição na atividade da enzima glicogênio

fosforilase e aumento na atividade da piruvato desidrogenase, tendo

consequentemente menor contribuição da glicólise anaeróbia ao decorrer dos sprints

e, também, uma maior contribuição aeróbia. A maior participação do metabolismo

aeróbio é importante para suprir parte da demanda de ATP durante o exercício e,

durante as pausas, repor os estoques de oxigênio das mioglobinas e ressíntese de

PCr. Desta forma, em termos relativos, há uma diminuição significativa da

participação da via glicolítica, manutenção da contribuição da PCr e aumento do

metabolismo aeróbio ao decorrer dos sprints (GIRARD; MENDEZ-VILLANUEVA;

BISHOP, 2011).

FIGURA 2. Contribuição energética aeróbia e anaeróbia no primeiro (a) e no

décimo sprint (b) no teste de CSR. O protocolo realizado foi 10 sprints com duração

de 6 segundos cada e 30 segundos de intervalo entre os sprints (adaptada de

GIRARD, MENDEZ-VILLANUEVA, BISHOP, 2011).

O trabalho de Bangsbo et al. (2001) dá um indicativo do comportamento

do VO2 em esforços subsequentes, no qual a cinética de VO2 é mais rápida no

segundo esforço quando comparado ao primeiro (Figura 3), com uma menor

contribuição das vias anaeróbias devido ao menor déficit de oxigênio. Os prováveis

ATP PCr Glicólise Aeróbio

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mecanismos envolvidos para a cinética mais rápida de VO2 são: a diminuição no pH,

facilitando a dissociação da oxihemoglobina para o oxigênio ser utilizado pela

musculatura esquelética; o aumento da vasodilatação nos músculos ativos; e o

aumento da atividade da enzima piruvato desidrogenase (GLAISTER, 2005).

Quando o período de recuperação é curto, não há tempo suficiente para que o VO2

retorne aos valores basais, permanecendo elevado ao longo do exercício.

FIGURA 3. Consumo de oxigênio durante dois esforços intensos de 3 minutos

(~120% do VO2max) no exercício extensão de joelho separado por 6 minutos de

recuperação passiva (adaptada de BANGSBO et al., 2001).

A característica inicial de ter uma maior contribuição anaeróbia, e com o

decorrer dos sprints uma maior participação do metabolismo aeróbio, faz com que

ambos os metabolismos sejam importantes para os exercícios realizados de maneira

intermitente, sendo que o aeróbio é importante principalmente para a ressíntese de

PCr durante os períodos das pausas (GLAISTER, 2005). Esse fator pode explicar os

resultados apresentados por vários estudos em que não foi encontrada uma

correlação alta entre o desempenho no teste de CSR com o VO2max (r = 0,32-0,54)

Primeiro esforço Segundo esforço

Tempo (s)

VO

2 do

mús

culo

da

coxa

(L

/min

)

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e o máximo déficit acumulado de oxigênio (r = 0,31) (AZIZ; CHIA; TEH, 2000; AZIZ

et al., 2007; CASTAGNA et al., 2007; WADLEY; LE ROSSIGNOL, 1998).

Já Rampinini et al. (2009) verificaram em atletas amadores e profissionais

de futebol que o CSRmédio e o CSR%dec foram de fraco a moderadamente

correlacionados com a [La] (r = 0,66 e r = 0,77), concentração de bicarbonato (r = -

0,71 e r = -0,75) VO2max (r = -0,45 e r = -0,65) e a constante de tempo da cinética

on do VO2 (r = 0,62 e r = 0,62, respectivamente). A constante de tempo é o período

necessário para o VO2 atingir 63% da demanda de oxigênio, sendo que quanto

menor a constante de tempo mais rápido é o ajuste da cinética de VO2. Parte dos

resultados foi corroborada por Dupont et al. (2010), na qual os autores verificaram

que o CSR%dec foi inversamente correlacionado com o VO2max (r = -0,83) e, além

disso, foi verificada correlação positiva com a cinética off do VO2 (r = 0,85). A

cinética off é o comportamento do VO2 após o término do exercício projetando aos

valores de repouso. Desta forma, os indivíduos que têm uma melhor aptidão

aeróbia, um ajuste mais rápido do VO2 e uma melhor recuperação entre os sprints

têm utilização e ressíntese mais rápida de PCr e, consequentemente, um menor

decréscimo de desempenho com o decorrer dos sprints. A interdependência da

utilização de PCr com cinética on do VO2 durante o exercício, e a ressíntese de PCr

com a cinética off do VO2 durante a recuperação foi demonstrado por Rossiter et al.

(2002), sendo que a constante de tempo da cinética on e off de VO2 não foi diferente

da cinética on e off de PCr. Esse ajuste mais rápido no VO2 faz com que o déficit de

oxigênio seja menor e necessite uma menor mobilização da via glicolítica para suprir

a demanda do exercício com menor acúmulo de lactato.

Ao final do teste de CSR, Buchheit (2010) verificou que o VO2 é

aproximadamente 80% do VO2max, a frequência cardíaca 95% da máxima e a [La]

em torno de 10 mM. Entretanto, quando foi comparado o teste de CSR com 6 sprints

de 25 m sem (corrida linear) e com mudança de direção (shuttle) o VO2 e a [La] ao

final do teste foi ligeiramente maior com mudança de direção. Esses resultados

indicam uma maior demanda metabólica no teste de CSR com mudança de direção

para acelerar e desacelerar (BUCHHEIT et al., 2010b). Assim, os trabalhos

apresentados indicam que na preparação dos atletas de modalidades coletivas, por

ter característica intermitente, é importante não dar ênfase apenas a melhora de

variáveis aeróbias ou anaeróbias dos atletas, mas tentar trabalhar ambas as

capacidades com atividades próximas às características dos jogos, utilizando como

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estratégia atividades principalmente intermitentes, como foi demonstrado no estudo

de Buchheit et al. (2009).

2.5. Indicadores de força e a capacidade de sprints repetidos

A realização de deslocamentos em intensidade máxima ou próxima da

máxima com mudanças de direção e intercaladas com breves períodos de

recuperação indicam que a capacidade de aumentar (aceleração) e diminuir a

velocidade (desaceleração) são fatores importantes para o desempenho em tarefas

intermitentes de alta intensidade.

Segundo o princípio fundamental da dinâmica (segunda Lei de Newton), o

produto da multiplicação de massa x aceleração é a força, indicando que essa

variável é importante para aceleração de um corpo, e isso parece se traduzir em

evidências práticas quando analisamos os sprints.

Durante a fase de aceleração é verificada que a taxa de desenvolvimento

de força e a força de impulso é maior no grupo de indivíduos com uma melhor

aceleração do centro de massa e, consequentemente, desempenham maior

velocidade em distância de 10 m (SLAWINSKI et al., 2010). Newman, Tarpenning e

Marino (2004) verificaram também a importância da força no desempenho de sprint,

demonstrando que o torque de pico isocinético no exercício de extensão de joelho a

uma velocidade 240º·s-1 foi moderadamente correlacionado com o tempo de sprint

de 10 m (r = 0,71). Resultado semelhante foi observado no estudo de Wisloff et al.

(2004), no qual a carga de 1RM no exercício meio agachamento foi de moderada a

altamente correlacionada com o tempo de sprint nas distâncias de 10 m (r = 0,94) e

30 m (r = 0,71). Além disso, 16 semanas de TF melhorou o desempenho no sprint de

30 m, apesar da melhora não ser significante para os primeiros 10 m (CHRISTOU et

al., 2006). O treinamento de força não é apenas importante pela melhora da força

muscular, mas também por ocasionar um aumento na taxa de desenvolvimento de

força (AAGARD et al., 2002), a qual é importante para a realização de atividades

explosivas como no sprint.

Durante a mudança de direção e a realização da desaceleração para a

retomada da aceleração, a força também parece desempenhar um papel importante

para o desempenho em atividades com essas características. Wisloff et al. (2004)

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verificaram que tempo de sprint de 10 m realizada de maneira bidirecional (shuttle)

foi moderadamente correlacionado com a força de membros inferiores (r = 0,68).

Adicionalmente, o estudo de Christou et al. (2006) verificou que 16 semanas de TF

foi efetivo para melhorar o desempenho no teste de agilidade 10 x 5 m. Nesse teste

duas linhas são demarcadas com distância entre elas de 5 m e o indivíduo tem que

deslocar o mais rápido possível entre essas linhas de maneira bidirecional

perfazendo um total de 50 m. No entanto, Hori et al. (2008) verificaram apenas baixa

a moderada correlações entre a força muscular no exercício arremesso avaliando

apenas a fase de encaixe (hang power clean) (r = -0,41) e agachamento frontal (r = -

0,51) com o tempo do teste de mudança de direção de 10 m (5 m + 5 m).

Utilizando o teste de CSR tipo shuttle (6 sprints de 30 m – 15 m + 15 m)

como variável a ser analisada, Buchheit et al. (2010a) demonstraram que o TF

priorizando a potência muscular melhorou o CSRmédio. Apesar do TF melhorar o

desempenho no teste de CSR, o estudo de Newman, Tarpenning e Marino (2004)

não encontrou correlação significante entre as variáveis determinadas no teste de

CSR com o pico de torque isocinético de extensão e flexão a 60º·s-1 e 150º·s-1.

A potência de membros inferiores parece ser também importante para o

desempenho na CSR. A potência é a capacidade de gerar força em uma

determinada velocidade, e uma forma de avaliar quem tem melhor indicador em

relação a essa variável é por meio do teste de impulsão vertical. Dal Pupo et al.

(2010) verificaram que o desempenho médio de três saltos com contramovimento

subsequentes foram moderadamente correlacionados com o CSRmelhor (r = -0,58) e

CSRmédio (r = -0,60). Além disso, Meckel, Machnai e Eliakim (2009) verificaram uma

correlação baixa inversa (r = -0,41 a -0,47) entre a potência média no teste de

Wingate com o CSRmelhor e o tempo total dos sprints, corroborando a importância da

potência de membros inferiores no desempenho do teste de CSR. Entretanto, os

estudos apresentados demonstraram que a correlação não é alta devido a outras

variáveis técnicas envolvidas para a mudança de direção, como apresentado no

modelo de Young, James e Montgomery (2002) (Figura 4).

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FIGURA 4. Modelo indicando os principais fatores que determinam a velocidade de

mudança de direção (adaptado de YOUNG, JAMES, MONTGOMERY, 2002).

Uma atividade aguda que pode prejudicar a CSR é a realização do

alongamento. Beckett et al. (2009) verificaram que a realização do alongamento

estático nos intervalos das três séries do teste de CSR aumentou o CSRmédio e o

tempo total das três séries. Sim et al. (2009) demonstraram resultados semelhantes,

nos quais o alongamento estático imediatamente antes do teste de CSR diminuiu o

desempenho do mesmo quando comparado às situações que foram realizadas

atividades dinâmicas sem alongamento ou com alongamento antes de algumas

atividades dinâmicas para posteriormente realizar o teste de CSR. Os prováveis

mecanismos envolvidos são a inibição neural e as alterações na rigidez (stiffness)

muscular e na complacência muscular. Alguns estudos demonstraram que o

alongamento estático diminui a força, o torque e a potência muscular (BEHM;

BUTTON; BUTT, 2001; WILSON; FLANAGAN, 2008). A diminuição na complacência

muscular reduz a capacidade de acumular e restituir a energia elástica,

necessitando uma maior energia para a geração de força durante a atividade,

interferindo no desempenho do sprint. Além disso, há evidência demonstrando que o

alongamento tem efeitos negativos na sensibilidade das fibras aferentes Ia e

reduzida excitabilidade do motoneurônio alfa (AVELA; KYROLAINEN; KOMI, 1999).

Velocidade de mudança de direção

Técnica Qualidades dos músculos dos membros inferiores

Posicionamento

dos pés

Ajuste da passada para

acelerar e desacelerar

Inclinação do corpo

Velocidade de sprint unidirecional

Força Potência Força reativa

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32

No entanto, o trabalho de Wong et al. (2011) contrapõe os resultados de

Beckett et al. (2009) e Sim et al. (2009), demonstrando que o alongamento não afeta

a CSR. Esses resultados contraditórios ocorreram provavelmente devido ao número

de exercícios de alongamento realizado pelos participantes, sendo que no estudo de

Wong et al. (2010) foram realizados dois exercícios, enquanto que nos estudos de

Beckett et al. (2009) e Sim et al. (2009) foram realizados seis e quatro,

respectivamente. É importante salientar que em todos os estudos foram realizados

duas séries de 20 s de alongamento estático.

Assim, a força muscular parece ser uma variável importante para o

desempenho na CSR, principalmente devido às acelerações e desacelerações,

tendo como indicativos medidas de força e de potência de membros inferiores. No

entanto, a relação entre a força e o desempenho no teste de CSR não é alta devido

a outras variáveis técnicas envolvidas. Além disso, a realização de atividade que

prejudica o desempenho de força, como o alongamento, pode diminuir também o

desempenho no teste de CSR.

2.6. Aspectos fisiológicos da potencialização

A potencialização é o aumento do desempenho de forma aguda

ocasionado por contrações prévias à musculatura solicitada na tarefa de interesse

(Figura 5). A atividade prévia que desencadeia o fenômeno potencialização é

chamada por alguns autores de atividade ou contração condicionante (BATISTA et

al., 2003; SALE, 2002).

Nas situações em que a atividade condicionante é realizada por meio de

estímulos elétricos a denominação para a potencialização gerada na atividade

subsequente é geralmente chamada de potencialização pós-tetânica. Todavia,

quando a potencialização é decorrente de contrações voluntárias previamente à

tarefa de interesse o termo utilizado é potencialização pós-ativação (PPA).

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33

FIGURA 5. Exemplo de potencialização pós-ativação (PPA). Primeiro, uma tarefa é

avaliada (ex. salto vertical ou sprint). Após isso, uma atividade condicionante, tal

como uma contração tetânica provocada eletricamente ou uma contração voluntária

máxima (CVM) é realizada. O desempenho na tarefa de sprint ou de salto vertical

aumenta logo após a atividade condicionante devido à PPA.

O principal mecanismo discutido para a ocorrência da potencialização é a

fosforilação da miosina regulatória de cadeia leve. Da mesma maneira que os

filamentos finos, o cálcio tem um papel importante na regulação dos filamentos

espessos durante o processo de contração muscular (SWEENEY; BOWMAN;

STULL, 1993). A concentração de cálcio liberado pelo retículo sarcoplasmático

aumenta e o complexo cálcio-calmodulina se liga à miosina de cadeia leve quinase

(MCLK) ativando-a, e esta, por sua vez, fosforila a miosina de cadeia leve (Figura 6).

Em suma, esses fatores levam a uma maior sensibilidade dos miofilamentos ao

cálcio liberado pelo retículo sarcoplasmático (HODGSON; DOCHERTY; ROBBINS,

2005; RASSIER; MACINTOSH, 2000; SALE, 2002).

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FIGURA 6. Esquema de regulação da fosforilação da miosina de cadeia leve

quinase (adaptada de SWEENEY et al., 1993).

De acordo com Rassier e MacIntosh (2000) a fosforilação da miosina de

cadeia leve resulta no aumento da interação de pontes cruzadas ou no aumento da

transição da ligação fraca para ligação forte entre os filamentos de actina e miosina,

tendo consequentemente, uma maior força gerada durante a contração. Em síntese,

um período de atividade contrátil resulta na fosforilação da miosina de cadeia leve,

que será mantido durante períodos de descanso, mas pronto para ocasionar a

potencialização nas contrações subsequentes (MORANA; PERREY, 2009). No

entanto, Smith e Fry (2007) verificaram que indivíduos que tiveram uma maior

fosforilação da miosina regulatória de cadeia leve não apresentaram maiores

desempenhos nas variáveis de potência, força e velocidade analisadas no exercício

de extensão de joelho a 70% de 1RM. Apesar desses resultados, podemos

encontrar vários problemas metodológicos no estudo como: a realização da biópsia

alguns minutos antes do exercício de extensão do joelho, a qual poderia ter

interferido no desempenho subsequente dos indivíduos; e o período da realização

da biópsia muscular ser diferente do momento em que ocorreu teste de extensão do

Calmodulina + MCLK

Ca2+/Calmodulina + MCLK

Ca2+

Ca2+ · Calmodulina · MCLK

Miosina - P Miosina

ATP ADP Aumento na taxa de produção de força

das pontes cruzadas

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joelho, podendo desta maneira a fosforilação da miosina de cadeia leve ser diferente

no momento em que ocorreu o exercício.

O aumento da concentração de cálcio sarcoplasmático favorece também

a maior ligação deste com a troponina, ocasionando maior liberação de sítios de

actina para a formação de pontes cruzadas (SALE, 2002). Outros fatores

provavelmente envolvidos são o aumento da excitabilidade dos motoneurônios, a

diminuição da inibição pré-sináptica dos terminais das fibras aferentes do tipo Ia

(ROSS; LEVERITT; RIEK, 2001), e a modificação do reflexo de estiramento

afetando o limiar dos fusos musculares (MESTER et al., 1999). As alterações no

padrão neural para o recrutamento de unidades motoras pode ser analisada pela

análise na amplitude do reflexo de Hoffmann (reflexo H). O reflexo H é avaliado por

meio de estímulo elétrico e eletromiografia de superfície, sendo que a excitabilidade

dos motoneurônios e o número de unidades motoras recrutadas são maiores

quando maior é a amplitude da onda H (ENOKA, 2000).

Alguns autores discutem que a potencialização pode ser decorrente de

adaptações neurais, tais como: aumento de estímulos descendentes oriundos dos

centros motores superiores, aumento na sincronização do disparo de unidades

motoras, redução na inibição dos órgãos tendinosos de Golgi, redução na inibição

das células de Renshaw e aumento da inibição recíproca do músculo antagonista

(BAKER, 2003; GÜLICH; SCHMIDTBLEICHER, 1996; YOUNG; JENNER;

GRIFFITHS, 1998).

Uma característica importante que tem demonstrado influenciar na

magnitude da potencialização é a característica na composição das fibras

musculares. Hamada et al. (2000) e Hamada et al. (2003) realizaram biópsia

muscular do músculo vasto lateral, e dividiram os indivíduos em grupos com alta e

baixa PPA. Os indivíduos do grupo que tiveram alta PPA demonstraram ter maior

proporção de fibras do tipo II quando comparado ao grupo com baixa PPA. Apesar

das fibras do tipo II serem mais suscetíveis a fadiga, elas têm uma capacidade maior

de fosforilar a miosina regulatória de cadeia leve e, por isso, demonstram uma maior

magnitude de potencialização (SWEENEY; BOWMAN; STULL, 1993).

A alteração aguda no ângulo de penação das fibras musculares

ocasionada pela atividade condicionante parece ser também um dos fatores que

influencia na potencialização (TILLIN; BISHOP, 2009). A soma das forças de todas

as fibras individuais sendo aplicada no tendão durante a contração é reduzida pelo

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fator cos θ (θ = ângulo de penação). Desta forma, menores ângulos de penação têm

vantagens mecânicas com relação à transmissão de força pelo aumento da força

resultante para o tendão (ENOKA, 2000). Mahfeld, Franke e Awiszus (2004)

demonstraram que 3-6 min após três contrações voluntárias máximas (CVM) de três

segundos alterou significativamente de 16,2 ± 1,4º para 14,4 ± 1,1º, sendo

equivalente a aproximadamente 0,9% no aumento na transmissão da força nos

tendões (TILLIN; BISHOP, 2009).

A ocorrência da potencialização, no entanto, não é um fenômeno

observado em todos os estudos. O protocolo pode influenciar na ocorrência ou não

da potencialização por ter a coexistência deste com a fadiga. A fadiga e a

potencialização são processos que acontecem ao mesmo tempo, entretanto, que

influenciam de maneiras opostas. O fenômeno que for mais preponderante no

momento é o que vai ocasionar aumento (potencialização) ou diminuição (fadiga) no

desempenho. Na potencialização ocorre uma maior sensibilidade ao cálcio,

enquanto que a fadiga leva a uma diminuição de liberação do cálcio para um

determinado estímulo (RASSIER; MACINTOSH, 2000).

2.7. Nível de treinamento e a potencialização

Algumas evidências demonstraram que o nível de treinamento parece

influenciar na magnitude da potencialização. Chiu et al. (2003) verificaram em atletas

que a atividade condicionante aumenta o desempenho em tarefas subsequentes

quando comparado a praticantes não atletas de treinamento com pesos. As

variáveis observadas pelos autores foram as potências pico e média durante squat

jump e com contramovimento com cargas a 30%, 50% e 70% de uma repetição

máxima (1RM) do exercício agachamento.

Já Gourgoulis et al. (2003) observaram que indivíduos com valores de

1RM maior que 160 kg no agachamento tiveram um aumento na impulsão vertical de

4,01%, enquanto indivíduos com valores de 1RM menores do que 160 kg

apresentaram apenas 0,42% de aumento no desempenho após a realização da

atividade condicionante. Esses resultados podem ser parcialmente explicados

devido a indivíduos mais fortes terem uma maior composição de fibras do tipo II, a

qual favorece a ocorrência da potencialização devido a maior fosforilação da miosina

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de cadeia leve, como foi descrito anteriormente. Contudo, no estudo de Gourgoulis

et al. (2003) não foi avaliado a composição das fibras musculares dos sujeitos.

Güllich e Schmidtbleicher (1996) verificaram também que a excitabilidade do

motoneurônio é aumentada em relação aos valores de repouso 2,5 a 12,5 min após

o estímulo condicionante em atletas de força e velocidade, enquanto que em

estudantes de esporte essa resposta não é observada. Além disso, alguns autores

acreditam que atletas mais fortes e experientes estariam menos sujeitos a inibições

neurais após a realização de exercício com cargas elevadas devido a uma maior

resistência à fadiga (CHIU et al., 2003; GOURGOULIS et al., 2003; YOUNG et al.,

1998).

Contudo, Hamada, Sale e MacDougall (2000) demonstraram que triatletas

e corredores tiveram uma maior PPA no músculo tríceps sural quando comparado a

indivíduos fisicamente ativos e sedentários. Apesar dos pesquisadores não terem

realizado biópsia nos sujeitos, especulou-se que a composição de fibras do tipo I era

elevada pela amostra ser composta de atletas de resistência. Esse fator contrapõe

os resultados encontrados pelos mesmos autores nos outros estudos em que

afirmaram que indivíduos com maior percentual de fibras do tipo II têm uma maior

PPA (HAMADA et al., 2000; HAMADA et al., 2003). Uma possível explicação para o

achado do estudo de Hamada, Sale e MacDougall (2000) é que o treinamento de

resistência pode aumentar o conteúdo de miosina de cadeia leve “rápido” nas fibras

do tipo I e a velocidade de contração apesar da maior proporção de fibras do tipo I.

Já Batista (2005) não observou efeito de potencialização em indivíduos

com diferentes níveis de aptidão física (atletas especialistas em provas de potência,

indivíduos experientes em treinamentos de força e indivíduos fisicamente ativos). O

autor realizou contração isométrica voluntária máxima (CIVM) no exercício leg press

e procurou verificar a influência desta no salto vertical. O resultado contraditório

quando comparado aos estudos de Hamada, Sale e MacDougall (2000), e Chiu et al.

(2003) pode ser devido ao exercício condicionante ser semelhante ao apresentado

por French, Kraemer e Cooke (2003). French, Kraemer e Cooke (2003)

demonstraram que a atividade condicionanete de três segundos de CIVM ocasionou

a PPA enquanto que a mesma atividade, mas com duração de cinco segundos, não

aumentou o desempenho. Desta forma, apesar de alguns aspectos fisiológicos

estarem envolvidos, o tipo de protocolo pode influenciar na ocorrência da

potencialização.

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Os estudos que procuram analisar a potencialização têm que buscar ao

máximo utilizar grupos homogêneos em relação à força muscular. Jo et al. (2010)

verificaram que o intervalo para a ocorrência da potencialização está inversamente

ligado à força relativa no exercício agachamento (valor de 1RM dividido pela massa

corporal), sendo que quanto menor a força relativa maior o intervalo necessário para

a ocorrência da potencialização para a potência pico no teste de Wingate (r = -0,77).

No entanto, devido à heterogeneidade do grupo e os diferentes períodos

necessários para a ocorrência da potencialização, os parâmetros analisados

(potências pico e média, e índice de fadiga) não demonstraram diferença significante

nas ocasiões sem o estímulo condicionante quando comparado com os períodos 5,

10, 15 e 20 min após o estímulo condicionante.

A partir dos estudos apresentados, os resultados indicam que o nível de

treinamento pode influenciar na ocorrência da potencialização, sendo que as

características das fibras e a maior força muscular parecem também ser

características importantes para a ocorrência da PPA. No entanto, deve-se ter

cautela com relação ao protocolo utilizado para o estímulo condicionante.

2.8. Protocolo dos estudos de potencialização pós-ativação

Os estudos que buscaram observar a PPA demonstraram resultados

controversos devido aos diferentes tipos de protocolos adotados. Dentre as variáveis

que podem ser manipuladas para buscar induzir a PPA podemos listar o tipo de

exercício como atividade condicionante, número de repetições, número de séries,

intensidade no exercício condicionante, intervalo entre a atividade condicionante e a

tarefa de interesse para ocorrência da potencialização, a musculatura analisada,

entre outros fatores. A Tabela 1 demonstra de forma resumida alguns dos estudos

que procuraram verificar a PPA em diferentes protocolos experimentais.

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TABELA 1. Características de alguns estudos que tentaram demonstrar a potencialização pós-ativação e seus principais

resultados.

Autores Número de

sujeitos e

gênero

Nível de treinamento Atividade condicionante Intervalo entre a

atividade condicionante e a tarefa de

interesse

Variável analisada Resultados

Baker, 2003 16 M Jogadores de rúgbi de nível estadual e

nacional

6 repetições no exercício supino a 65% de 1RM

3 min Potência média durante 5 repetições no exercício supino durante a fase

concêntrica

↑ de 4,5% na potência

Batista et al., 2003

18 M Fisicamente ativos que não estavam envolvidos

com TF nos últimos 6 meses

4 séries de 5 saltos em profundidade de uma altura de 40 cm ou 5

CIVM de 5 s de duração com intervalos de 3 min

entre cada contração

5, 10 e 15 min Salto com contramovimento

Nenhuma diferença significante para as

variáveis analisadas.

Batista et al., 2007

10 M Fisicamente ativos que não estavam envolvidos

com TF

10 extensões máximas de joelho a 60º.s-1 em um

dinamômetro isocinético, sendo realizada uma repetição a cada 30 s

4, 6, 8, 10 e 12 min

Torque de pico no dinamômetro isocinético

Em todas as situações analisadas (4, 6, 8, 10 ou 12 min de intervalo) houve ↑ no

torque de pico.

Berning et al., 2010

21 M Experientes em TF há pelo menos 1 ano e

sedentários

1 CIVM durante 3 s no agachamento paralelo

4 e 5 min Salto com contramovimento

↑ apenas para o grupo treinado de 5,1% e 5,5%

após os intervalos de 4 min e de 5 min, respectivamente

Chatzopoulos et al. 2007

15 M Jogadores amadores de futebol, basquete e

vôlei, com pelo menos 5 anos de experiência no treinamento com pesos,

e suportavam 1,5 x massa corporal

10 séries de 1 repetição a 90% de 1RM no meio

agachamento com 3 min de intervalo entre as

séries

3 e 5 min Tempo no sprint de 30 m

Não houve diferença significante quando o intervalo foi de 3min.

Quando o intervalo foi de 5 min, ocorreu uma ↓ no

tempo de sprint de 2,6% nos primeiros 10 m e de 1,8%

nos 30 m. M = masculino, F = feminino, ↑ = aumento, ↓ diminuição, CIVM = contração isométrica voluntária máxima

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TABELA 1. Continuação.

Autores Número de

sujeitos e gênero

Nível de treinamento

Atividade condicionante Intervalo entre a

atividade condicionante e a tarefa de

interesse

Variável analisada Resultados

Chiu et al., 2003

12 M, 12 F

6 meses de experiência no

exercício agachamento; M suportavam 1,5 x

massa corporal, e F 1 x massa corporal

5 séries de uma repetição a 90% de 1RM no

exercício agachamento com 2 min de intervalo

entre as séries

5 e 18,5 min Potências pico e média durante saltos com

cargas de 30%, 50% e 70% de 1RM do

exercício agachamento durante squat jump e

salto com contramovimento

Inicialmente nenhum efeito foi observado. Quando os

sujeitos foram divididos em indivíduos atletas e com experiência em TF, foi

verificado ↑ para todas as variáveis apenas no grupo

de atletas. French et al., 2003

10 M, 4 F Atletas de atletismo com pelo menos 2

anos de experiência em treinamento com

pesos

3 CIVM na extensão de joelho com duração de 3 ou 5 s cada contração, com 3 min de intervalo

entre as contrações

Imediatamente após a última

contração

Altura de salto com contramovimento e

salto em profundidade, força de reação do solo,

5 s de sprint no ciclo, torque de extensão do

joelho no exercício isocinético a 250º•s-1,

eletromiografia do músculo vasto lateral

A CIVM de 3 s ↑ 5,03% na altura do salto com

contramovimento, 4,94% da força máxima, 9,49% no impulso de aceleração e

6,12% no torque de extensão de joelho.

Nenhuma mudança para a condição de CIVM de 5 s ou

na atividade eletromiográfica.

Gossen e Sale, 2000

6 M, 4 F Moderadamente ativos

10 s CIVM da extensão unilateral de joelho

15 min Extensão dinâmica do joelho a 15%, 30%,

45% e 60% da CIVM em ordem aleatória

para o torque de pico, potência, velocidade e

trabalho total

Nenhuma diferença significante para as

variáveis analisadas.

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TABELA 1. Continuação.

Autores Número de

sujeitos e

gênero

Nível de treinamento

Atividade condicionante Intervalo entre a

atividade condicionante e a tarefa de

interesse

Variável analisada Resultados

Gourgolis et al., 2003

14 F Jogadores de basquete

universitários

5 séries no exercício meio agachamento com 2

repetições a 20%, 40%, 60%, 80% e 90% de 1RM

5 min Salto com contramovimento sobre a plataforma de força

avaliando a altura, velocidade, e potência

de salto

↑ de 2,39% na média de altura de salto. Quando

dividido em 2 grupos (1RM <160 kg e >160 kg no

exercício agachamento) o grupo mais forte ↑ 4,0%,

enquanto que o grupo mais fraco demonstrou um ↑ de

0,42%. Güllich e Schmidtbleicher, 1996

34 M e 12 F

Atletas de força e velocidade de nível

nacional e internacional

Protocolos com carga igual ou superior a 90% no exercício supino; 3-5

CIVM no leg press unilateral

Supino = 3-5 min;

Leg press = 3-5,3 min

Curvas força/tempo para elevação da barra;

salto com contramovimento

↑ na taxa de desenvolvimento de força

dos membros superiores; ↑ de 1,4 cm na altura do salto

com contramovimento. Hanson et al., 2007

24 M, 6 F

Praticantes de treinamento com pesos com pelo

menos 1 anos de experiência

8 repetições a 40% de 1RM com velocidade alta

de execução ou 4 repetições a 80% de 1RM com velocidade lenta de

execução no agachamento paralelo

5 min Impulso, tempo de contato e força de

reação do solo no salto com contramovimento

Nenhuma diferença significante para as

variáveis analisadas.

Hysomallis e Kidgell, 2001

12 M Praticantes de treinamento com

pesos com ~3 anos de experiência

1 série na carga de 5RM no exercício supino

3 min 3 esforços máximos no exercício de flexão de

braço sobre a plataforma de força:

impulso, taxa de desenvolvimento de

força, força pico e força média/massa corporal

Nenhuma diferença significante para as

variáveis analisadas.

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TABELA 1. Continuação.

Autores Número de

sujeitos e

gênero

Nível de treinamento

Atividade condicionante Intervalo entre a

atividade condicionante e a tarefa de

interesse

Variável analisada Resultados

Jensen e Ebben, 2003

11 M, 10 F

Atletas envolvidos em esportes

anaeróbios e que treinavam exercícios

agachamento e pliométricos

5RM no exercício agachamento

10 s, 1, 2, 3 e 4 min

Salto com contramovimento sobre a plataforma de força para avaliar a força de reação no solo e altura

de salto

Nenhuma diferença significante para as

variáveis analisadas.

Jo et al., 2010 12 M Fisicamente ativo com 1 ano de experiência no

exercício agachamento

1 série de 5 repetições a 85% de 1RM no exercício

agachamento

5, 10, 15 e 20 min

Potências pico e médio em valores absolutos e relativos, e índice de

fadiga no teste de Wingate

Nenhuma diferença significante para as

variáveis analisadas. No entanto, a potencialização

ocorreu em diferentes períodos nos indivíduos de acordo com a força relativa

Jones e Lees, 2003

8 F Experientes em treinamento com

pesos e exercícios pliométricos

(suportavam 1,5 x massa corporal)

5 repetições a 85% de 1RM no exercício

agachamento

Imediatamente após, 3 min, 10 min e 20 min

Medidas eletromiográficas e

cinéticas durante saltos (salto com

contramovimento; saltos em profundidade) para

força de reação no solo, altura e potência de

salto

Nenhuma diferença significante para as

variáveis analisadas.

Kilduff et al., 2007

23 M Jogadores de rúgbi com ~3 anos de experiência em

treinamento com pesos

3RM nos exercícios agachamento e supino

15 s, 4 min, 8 min, 12 min, 16 min e 20 min

Potência pico no salto com contramovimento e arremesso de barra no

supino

↑ somente aos 8 (6,8%) e 12 min (8,0%) no salto com

contramovimento, e 8 (2,8%), 12 (5,3%) e 16 min (0,8%) para arremesso de

barra no supino

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TABELA 1. Continuação.

Autores Número de

sujeitos e

gênero

Nível de treinamento

Atividade condicionante Intervalo entre a

atividade condicionante e a tarefa de

interesse

Variável analisada Resultados

Kilduff et al., 2008 20 M Atletas profissionais de

rúgbi com ~3 anos de experiência em

TF

3 séries de 3 repetições a 87% de 1RM no exercício

agachamento

15 s, 4, 8,12, 16, 20 e 24

min

Potência, pico na taxa de desenvolvimento de força e altura de salto com contramovimento

↑ no desempenho de todas as variáveis apenas no

oitavo minuto

Linder et al., 2010 12 F Pelo menos 1 ano de experiência no

exercício meio agachamento

4RM no meio agachamento

9 min Tempo de 100 m ↓ tempo de 100 m

Mangus et al., 2006

10 M Pelo menos 1 ano de experiência no

exercício meio agachamento

1 repetição a 90% de 1RM no exercício

agachamento

3 min Salto com contramovimento

Não houve diferença significante para a variável

analisada

Miarka et al., 2011 8 M Judocas faixa marrom de nível

estadual

10 séries de 3 saltos consecutivos a 20, 40 e

60 cm (pliometria); 5 séries de 1 repetição a

95% de 1RM (força máxima); 3 séries de 2

repetições a 90% de 1RM no exercício

agachamento seguido de 5 saltos horizontais

(contraste)

3 min Número de projeções no Special Judo Fitness

Test

↑ no número de projeções apenas após a série de

pliometria

Parry et al., 2008 7 M Atletas universitários de

rúgbi

5 repetições no exercício agachamento a 30 ou

90% de 1RM

20 min Potência pico, potência média, potência final e

índice de fadiga no teste de Wingate

Nenhuma diferença significante para as

variáveis analisadas.

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44

TABELA 1. Continuação.

Autores Número de

sujeitos e

gênero

Nível de treinamento

Atividade condicionante Intervalo entre a

atividade condicionante e a tarefa de

interesse

Variável analisada Resultados

Rahimi, 2007 12 M Jogadores de futebol com experiência em

treinamento com pesos

2 séries de 4 repetições no exercício

agachamento a 60, 70 e 85% de 1RM, com 2 min

de intervalo entre as séries

4 min Sprint de 40 m ↓ no tempo de sprint de 1,09%, 1,77% e 2,98% após a atividade condicionante de

60, 70 e 85% de 1RM, respectivamente.

Rixon et al., 2007 15 M, 15 F

20 indivíduos experientes e 10

inexperientes com o exercício

agachamento

3RM no meio agachamento ou 3 séries

de 3 s de CIVM no agachamento com

intervalo de 2 min entre as séries

3 min Altura de salto e potência pico no salto com contramovimento

↑ de 2,9% para a altura de salto e 8,7% para a potência

pico nos homens quando realizaram CIVM; ↑ de 8%

para a potência de pico dos homens no salto quando realizaram 3RM no meio

agachamento Robbins e Docherty, 2005

16 M Pelo menos 1 ano de experiência no exercício meio agachamento

3 séries de 7 s de CIVM em posição agachada

(ângulo do joelho a 100º)

4 min Salto com contramovimento

Não houve ↑ significante para a variável analisada

Scott e Docherty, 2004

19 M Fisicamente ativos com pelo menos 1 ano de experiência

no exercício agachamento e que

suportavam 1,5 x massa corporal

Carga de 5RM no exercício meio agachamento

5 min Salto com contramovimento e

salto horizontal

Nenhuma diferença significante para as

variáveis analisadas.

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TABELA 1. Continuação.

Autores Número de

sujeitos e

gênero

Nível de treinamento

Atividade condicionante Intervalo entre a

atividade condicionante e a tarefa de

interesse

Variável analisada Resultados

Weber et al., 2010 12 M Atletas de atletismo das provas de

velocidade e saltos da primeira divisão

nacional universitária

5 repetições a 85% de 1RM no agachamento ou

5 squat jump consecutivos

3 min 7 squat jump consecutivos

analisando a maior altura e média, e a força pico de reação do solo

↑ para todas as variáveis analisadas no protocolo com 5 repetições a 85% de 1RM.

No protocolo com 5 squat jump consecutivos houve ↓ no desempenho ou não foi

alterado. Yetter e Moir, 2008 10 M Atletas de futebol,

levantamento de peso e atletismo engajados no TF

5 repetições a 30%, 4 repetições a 50% e 3

repetições a 70% de 1RM nos exercícios

agachamento tradicional ou frontal

4 min Sprint de 40 m ↑ na velocidade de sprint entre 10-20 m e 30-40 m

após agachamento tradicional

Young et al., 1998 10 M Mais de 1 ano de experiência no exercício meio agachamento

5RM no exercício meio agachamento

3 min Salto com contramovimento com

carga (1 série)

↑ de 1 cm no salto vertical.

M = masculino, F = feminino, ↑ = aumento, ↓ diminuição, CIVM = contração isométrica voluntária máxima

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Os trabalhos que demonstraram a ocorrência da PPA utilizaram cargas

elevadas na atividade condicionante, sendo que os estímulos eram máximos ou

próximos do máximo suportado pelo indivíduo (SALE, 2004). Rahimi (2007)

observou que a atividade condicionante de alta intensidade (85% de 1RM) no

exercício agachamento potencializou em maior magnitude do que baixa intensidade

(60% de 1RM) no sprint de 40 m.

Já contrações condicionantes realizadas por meio de esforços isométricos

máximos de 5 s apresentou queda no desempenho da tarefa subsequente,

ocasionada provavelmente pela fadiga muscular ao invés da potencialização

(FRENCH; KRAEMER; COOKE, 2003). Os resultados foram semelhantes para o

desempenho de salto precedido de exercício condicionante isométrico de 5 s no leg

press (BATISTA et al., 2003).

Quando o período de descanso após a atividade condicionante é curto,

pode ocorrer também queda no desempenho (JENSEN; EBBEN, 2003). O intervalo

entre o estímulo condicionante e o exercício de interesse para promover a PPA tem

sido geralmente em torno de três a cinco minutos. Alguns autores consideram que

esse intervalo seria ideal devido a ressíntese total da PCr ocorrer aproximadamente

nesse período (BAKER et al., 2003; YOUNG et al., 1998). No entanto, Chiu et al.

(2003) demonstraram que a PPA pode perdurar por pelo menos 18 min após a

atividade condicionante. Apesar disso, French, Kraemer e Cooke (2003)

descreveram que o repouso de 30 min após o estímulo condicionante remove

completamente o efeito residual da PPA. Além disso, salientando o que foi descrito

no tópico anterior, há indicativos de que indivíduos com baixa força relativa (carga

de 1RM dividido pela massa corporal) precisam de um intervalo maior para a

ocorrência da PPA (JO et al., 2010).

Considerando aspectos práticos, os principais resultados demonstraram

que os protocolos de PPA induzem a aumentos no desempenho nas atividades em

que há uma alta participação dos componentes de força e potência como saltos,

tarefas com mobilização de altas cargas externas, torque em aparelho isocinético,

variáveis que podem ser medidas em plataformas de força, velocidade de

deslocamento, entre outros. Adicionalmente, o princípio da PPA pode ser utilizado

para a realização de treinamento complexo. O treinamento complexo envolve a

execução de exercício contra uma forte resistência anteriormente a realização de

tarefas explosivas para tentar induzir maiores adaptações neuromusculares no atleta

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(HODGSON; DOCHERTY; ROBBINS, 2005). Essa especulação foi confirmado por

alguns autores, demonstrando maiores adaptações no desempenho de salto, sprint

e agilidade utilizando esse tipo de intervenção (MAIO ALVES et al., 2010).

Uma crítica em relação a maioria dos trabalhos de PPA é a realização de

todo o protocolo experimental no mesmo dia (Exemplo: execução do salto ou corrida

→ estímulo condicionante → verificação da PPA no salto ou corrida). Esta

característica pode levar a um viés, sendo que a potencialização pode ocorrer pela

somatória dos estímulos realizados anteriormente a tarefa de interesse (corrida ou

salto + estímulo condicionante). Desta forma, o interessante seria separar os dias

em que o indivíduo realiza a atividade para ser considerado como controle (apenas

salto ou corrida) e a atividade com o estímulo condicionante para tentar observar a

ocorrência da potencialização.

2.9. Plataforma vibratória

Vibrações são estímulos mecânicos caracterizados por movimentos

oscilatórios (CARDINALE; WAKELING, 2005; JORDAN et al., 2005), tendo como

parâmetros a amplitude e a frequência. A amplitude é a metade da diferença entre o

maior e o menor valor das oscilações periódicas. Já a frequência é o número de

ciclos por segundo e geralmente é expressa em hertz (Hz) (Figura 7) (LUO;

MCNAMARA; MORAN, 2005).

FIGURA 7. Amplitude e número de ciclos (frequência) ao longo do tempo (BATISTA, 2010).

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Inicialmente, estudos com vibração despertaram interesse dos

pesquisadores devido a vários aparelhos utilizados como ferramentas de trabalho

provocarem a vibração, sendo que a exposição crônica ocasiona alguns riscos e

pode ser prejudicial à saúde do indivíduo. Alguns trabalhos demonstraram que a

vibração pode ocasionar alterações hemodinâmicas (BOVENZI, 1996; BOVENZI e

GRIFFIN, 1997), dor na região lombar (BOVENZI, 1996), além de relatos de mal-

estar e tonturas (MESTER et al., 1999). No entanto, recentemente tem se verificado

que vibração utilizada como forma de exercício em baixas amplitudes e frequências

pode levar ao aumento do desempenho de maneira aguda e crônica. A vibração

pode ser aplicada de maneira direta por meio de aparelhos posicionados sobre o

ventre muscular ou o tendão, e de maneira indireta utilizando halteres ou

plataformas vibratórias transmitindo vibrações geralmente nos segmentos dos

indivíduos, e por meio da propagação atingem os músculos.

Devido ao interesse dos pesquisadores e, principalmente, das pessoas

que frequentam academia visando à melhoria da saúde, vários fabricantes têm

buscado produzir as chamadas plataformas vibratórias, com o propósito de auxiliar o

treinamento dos indivíduos. Como foi salientado anteriormente, esses aparelhos

transmitem ondas vibratórias nos membros ou no corpo do indivíduo de forma distal-

proximal. Desta forma, as regiões que sofrem maiores estímulos são as que estão

mais próximas e em contato com o equipamento.

Podemos encontrar no mercado plataformas vibratórias basicamente

constituídas por dois sistemas: (A) as que geram deslocamento vertical alternando

os lados direito e esquerdo oscilando ao redor de um eixo central, como o formato

de uma gangorra (ex. Galileu®); (B) as que oscilam para cima e para baixo de

maneira uniforme (ex. Power Plate® ou Fitvibe®) (Figura 8).

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FIGURA 8. Característica de vibração das plataformas (adaptada de CARDINALE

e WAKELING, 2005).

Em geral, as plataformas vibratórias provocam vibrações com frequências

e amplitudes de até 50 Hz e 7,5 mm, respectivamente. No entanto, geralmente a

plataforma que provoca uma alta frequência não permite uma alta amplitude ou vice-

versa. Desta forma, dependendo da combinação das variáveis o pico de aceleração

provocada pela plataforma vibratória chega a aproximadamente 15 g. Ou seja, 15

vezes a aceleração da gravidade (aceleração da gravidade é de aproximadamente

9,81 m·s-2 ao nível do mar). A estimativa do pico de aceleração pode ser realizada

por meio da seguinte fórmula (WILCOCK et al., 2009):

Onde g é o número de vezes do pico de aceleração provocada pela plataforma

vibratória em relação a da gravidade, amp é a amplitude em metros e f a frequência

em Hz.

Analisando a fórmula em detalhes, o 2πf é a frequência angular. Elevando

a frequência angular ao quadrado, multiplicando pela amplitude e dividindo por

(devido a característica senoidal da vibração) encontramos a estimativa da

A B

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aceleração em metros por segundo ao quadrado. O valor de 9,81 na fórmula é para

encontrar a força g em relação ao número de vezes a aceleração da gravidade.

Jackson e Turner (2003) e Issurin (2005) têm sugerido que frequências

menores (aproximadamente 30-50 Hz) são mais interessantes para produzir um

maior efeito estimulatório devido a uma maior sincronização com a taxa de disparo

das unidades motoras, enquanto que as altas frequências são absorvidas e

dissipadas por outros tecidos do nosso corpo.

A vibração ocasiona contrações musculares involuntárias por meio de

mecanismos reflexos, chamado reflexo tônico vibratório. Ela ativa as fibras aferentes

Ia por meio dos fusos musculares e estas, na medula espinhal, excitam os

motoneurônios alfa, ocasionando a contração muscular. Desta forma, a vibração em

si já é uma forma de sobrecarga, podendo levar a aumentos na força muscular de

maneira crônica. Entretanto, a literatura ainda carece de estudos comparando os

efeitos agudos e crônicos dos diferentes tipos de plataformas vibratórias, como as

citadas anteriormente (Figura 8). Além disso, há várias combinações de frequências

e amplitudes que podem ser utilizadas, as quais podem fazer com que as

comparações entre os estudos sejam prejudicadas.

2.10. Respostas fisiológicas com a vibração

A análise das respostas fisiológicas é importante para compreender quais os

mecanismos estão envolvidos nas adaptações, além de ser uma forma de

diagnosticar possíveis benefícios ou malefícios ocasionados por algum tipo de

intervenção.

Como foi descrito no tópico anterior, a vibração leva a uma resposta

neuromuscular chamado de reflexo tônico vibratório, que ativa as fibras aferentes Ia

e, subsequentemente, os motoneurônios alfa, ocasionando a contração muscular.

Devido a esse mecanismo reflexo, quando o indivíduo permanece sobre a

plataforma vibratória na posição de meio agachamento, mesmo sem nenhuma

imposição de carga externa, é verificada atividade eletromiográfica maior no

músculo com o estímulo vibratório quando comparado sem a vibração. Nas

frequências de 5, 10, 15, 20, 25 e 30 Hz a atividade eletromiográfica aumenta de

maneira proporcional ao aumento da frequência de vibração nos músculos sóleo,

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gastrocnêmio, tibial anterior e bíceps femoral quando utilizada a mesma amplitude,

podendo a atividade eletromiográfica atingir valores próximos a 40% da CVM nos

músculos sóleo, gastrocnêmio e tibial anterior, e em torno de 20% da CVM para os

músculos reto e bíceps femoral na frequência de 30 Hz (POLLOCK et al., 2010). Já

em frequências maiores, não foi observado aumento gradativo na atividade

eletromiográfica. Hazell, Kenno e Jakobi (2010) verificaram que a atividade

eletromiográfica dos músculos vasto lateral, bíceps femoral e gastrocnêmio a 45 Hz

e amplitude de 4 mm foi ligeiramente maior do que a 25 Hz, não sendo observado

na maioria do músculos diferença em relação à frequência de 35 Hz. Nesse estudo a

atividade eletromiográfica dos músculos vasto lateral, bíceps femoral, gastrocnêmio

e tibial anterior atingiram cerca de aproximadamente 40%, 8%, 15% e 35% da CVM,

respectivamente. A diferença para o estudo de Pollock et al. (2010) e Hazell, Kenno

e Jakobi (2010) foi que o primeiro analisou a atividade eletromiográfica no

agachamento estático (angulação de aproximadamente 90º de flexão do joelho e do

quadril) e o segundo no agachamento dinâmico. No entanto, em outro estudo, na

frequência de 30 Hz e amplitude de 5 mm a atividade eletromiográfica do músculo

vasto lateral foi maior do que a 50 Hz e mesma amplitude (CARDINALE; LIM, 2003).

Essa contradição entre os estudos de Hazell, Kenno e Jakobi (2010) e Cardinale e

Lim (2003) é talvez a diferentes amplitudes e frequências utilizadas.

Quando foi comparada amplitude de 2,5 mm com de 5,5 mm nas

frequências de 5, 10, 15, 20, 25 e 30 Hz, a atividade eletromiográfica foi geralmente

maior na amplitude de 5,5 mm (POLLOCK et al., 2010). Mais estudos são

necessários comparando diferentes amplitudes em frequências mais usualmente

utilizadas em intervenções com a plataforma vibratória (ex. 30-50 Hz).

A maior ativação muscular utilizando a plataforma vibratória pode levar a

um maior VO2, sendo que quando foram comparadas frequências de 18, 26 e 34 Hz,

quanto maior a frequência maior foi o VO2, atingindo valor de 7,76 ml·kg-1·min-1 na

maior frequência, enquanto que na situação sem vibração o valor foi de

aproximadamente 2,75 ml·kg-1·min-1 quando o indivíduo permaneceu em pé sobre a

plataforma vibratória. A amplitude também influencia nesta resposta fisiológica,

sendo que o VO2 é maior com amplitudes maiores (7,5 mm = 7,26 ml·kg-1·min-1; 5

mm = 4,97 ml·kg-1·min-1; 2,5 mm = 4,17 ml·kg-1

·min-1), quando a frequência foi

padronizada a 26 Hz. Esses resultados indicam que o estímulo vibratório sem a

imposição de nenhuma carga externa já ocasiona um maior estresse metabólico.

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Além disso, quando uma sobrecarga foi adicionada sobre o indivíduo, o VO2 foi

maior. Esse maior VO2 foi verificado principalmente quando foi adicionada uma

sobrecarga na região próxima aos ombros do indivíduo do que quando comparado à

cintura, devido a, provavelmente, uma maior ativação dos músculos posturais para a

estabilização do tronco (RITTWEGER et al., 2001).

Cochrane et al. (2010) compararam os agachamentos estático e dinâmico

sem sobrecarga nas situações com e sem a vibração, e verificou também que o VO2

foi maior nas situações com a vibração (11 a 13 ml·kg-1·min-1), no entanto, apenas

quando eles foram comparados ao agachamento estático sem a vibração (7 ml·kg-

1·min-1). Quando foram comparados ao agachamento dinâmico sem a vibração (10

ml·kg-1·min-1), não foi encontrada diferença significante. Devido a tentativa de

minimizar a ressonância da vibração ao longo do corpo, o indivíduo procura realizar

contrações musculares para amortecer essas vibrações e, consequentemente, uma

maior temperatura muscular foi observada com a vibração. Quando foram realizadas

contrações dinâmicas sem o estímulo vibratório não foi encontrada diferença

significante em comparação às situações com vibração. Apenas foi observada

diferença na temperatura muscular comparando agachamento estático sem

vibração. Apesar de um maior VO2 com a vibração, as pressões arteriais sistólicas e

diastólicas são semelhantes quando comparadas às situações sem e com a

vibração durante contrações isométricas no leg press nas intensidades

correspondente a 0%, 20% e 40% da massa corporal. Já para a frequência cardíaca

tanto no agachamento estático quanto dinâmico foi maior com a vibração em

comparação às mesmas situações sem vibração. (COCHRANE et al., 2008).

Além disso, alguns trabalhos indicaram que a fadiga foi mais pronunciada

com esse tipo de intervenção. Isso pode ser comprovado pelo estudo de Rittweger,

Mutschelknauss e Felsenberg (2003) que verificaram que a exaustão realizando

exercício de agachamento dinâmico (3 s fase excêntrica e 3 s fase concêntrica) com

carga adicional de 40% da massa corporal ocorre anteriormente com a vibração

(349 ± 230 s) do que sem a vibração (515 ± 338 s).

Na situação em que o exercício agachamento com peso livre (60% da

massa corporal) foi realizado concomitante a vibração (frequência de 22 Hz e

amplitude 4 mm), a atividade eletromiográfica foi maior ao longo de nove repetições

e nas cinco séries realizadas (aproximadamente 58 a 64% da CVM) do que em

relação à situação que foi realizado o exercício agachamento com peso livre sem a

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vibração (45-48% da CVM). Além disso, a [La] pico foi maior após a situação com a

vibração (vibração = 4,11 ± 0,33 mM; sem vibração = 2,66 ± 0,29 mM). Os autores

acreditam que essa maior resposta fisiológica foi devido a um maior recrutamento de

unidades motoras do tipo II, podendo induzir a maiores adaptações a longo prazo

(ECKHARDT et al. 2011). No entanto, a vibração foi aplicada com a mesma carga

externa do que na situação sem a vibração, o que pode explicar esses maiores

valores de atividade eletromiográfica e resposta da [La].

Assim, os trabalhos citados anteriormente indicam que a vibração por si

só já é um tipo de sobrecarga e, dessa forma, as respostas fisiológicas são

diferenciadas quando se realiza exercícios com e sem estímulos vibratórios e

mantendo a mesma carga externa. Desta forma, Batista (2010) restringiu o número

de repetições máximas (10-12RM) e verificou que os grupos que realizaram o

exercício agachamento sobre a plataforma vibratória com diferentes amplitudes e

frequências (frequência de 30 Hz e amplitude de 2-4 mm ou frequência de 50 Hz e

amplitude de 4-6 mm), a carga externa foi menor do que o grupo que realizou o

agachamento sem a vibração. Vale salientar que os grupos tinham os mesmos

valores de 1RM no momento do estudo. Além disso, o autor demonstrou que a [La]

foi semelhante nas três situações após 3 minutos de exercício (somente

agachamento = 10,24 ± 1,04 mM; agachamento a 30 Hz = 11,05 ± 1,54 mM;

agachamento a 50 Hz = 11,77 ± 1,43 mM; P > 0,05), indicando o mesmo estresse

metabólico quando a restrição é pelo número de repetições máximas nas situações

com ou sem a vibração.

Analisando algumas respostas hormonais após a vibração, Kvorning et al.

(2006) demonstraram que realizar o agachamento sobre a plataforma vibratória sem

imposição de nenhuma carga externa ocasiona aumento do hormônio de

crescimento e redução do cortisol após 15 minutos do término do exercício. Quando

uma carga externa foi adicionada e o mesmo exercício com a plataforma vibratória

foi realizada, observou-se aumento da testosterona, do hormônio de crescimento e

do cortisol. Isso indica que apesar dos hormônios anabólicos serem liberados com a

imposição de carga adicional, há a maior liberação de hormônio catabólico devido a

um maior estresse ocasionado pelo exercício.

Adicionalmente, a vibração prolongada (30 min) a 30 Hz realizada de

maneira direta (aplicada sobre o ventre muscular) diminui o desempenho

subsequente da força e a taxa de desenvolvimento de força, tendo

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consequentemente uma menor atividade eletromiográfica durante a tarefa devido à

fadiga neuromuscular (JACKSON; TURNER, 2003).

Uma das preocupações em relação à vibração é a alteração

hemodinâmica causada após a exposição crônica a esse estímulo. Bovenzi e Griffin

(1997) demonstraram que 20 min após o estímulo vibratório foi observada uma

redução no fluxo sanguíneo pelo aumento da resistência vascular, tanto na mão que

recebeu o estímulo quando na mão que não recebeu o estímulo vibratório. Essa

resposta foi provavelmente ocasionada por um aumento da atividade nervosa

simpática, podendo a longo prazo ocasionar problemas circulatórios nas mãos,

chamado síndrome da mão branca.

Apesar das respostas fisiológicas mencionadas anteriormente, as

comparações entre os estudos ficam prejudicadas devido à utilização de diferentes

amplitudes ou frequências, com e sem sobrecarga externa, tarefas estáticas ou

dinâmicas, e essas variações podem influenciar nos resultados apresentados.

2.11. Efeito agudo da vibração sobre o desempenho

Alguns estudos têm demonstrado que a vibração pode ser utilizada como

uma forma aguda de aumentar o desempenho em diferentes exercícios.

Bosco, Cardinale e Tsarpela (1999) verificaram que, após um grupo de

boxeadores realizarem cinco séries de 60 s de vibração nos músculos flexores do

cotovelo a 30 Hz com 60 s de intervalo entre as séries, a potência média no

exercício de flexão do cotovelo aumentou e a atividade eletromiográfica para uma

determinada potência diminuiu significativamente, demonstrando uma maior

eficiência neuromuscular nos músculos flexores do cotovelo. Além disso, após dez

séries de 60 s de vibração a 26 Hz e amplitude de 5 mm com 60 s de intervalo entre

as séries, foi demonstrado no exercício leg press aumento da potência e velocidade

média de execução nas cargas de 70, 90, 110 e 130 kg. As variáveis foram

determinadas utilizando um sensor de deslocamento (BOSCO et al., 1999).

Em indivíduos moderadamente ativos que foram submetidos à vibração,

Jacobs e Burns (2009) demonstraram, utilizando um dinamômetro isocinético,

aumento nos torques de pico e médio na extensão de joelho (7,7% e 9,6%,

respectivamente), e torque médio na flexão de joelho (7,8%). Adicionalmente, foi

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verificado que a vibração melhora o desempenho do teste de flexibilidade sentar-e-

alcançar em torno de 16,2%. Os autores utilizaram frequências progressivas de 0 a

26 Hz no primeiro minuto e mantiveram a 26 Hz durante mais cinco minutos.

Outros estudos demonstraram benefícios semelhantes na impulsão

vertical utilizando a vibração. Cormie et al. (2006) observaram aumento na altura do

salto utilizando frequência de 30 Hz e amplitude de 2,5 mm, entretanto, sem

nenhuma melhora na potência pico durante o salto com contramovimento e na força

pico durante o agachamento isométrico. Já Bosco et al. (2000) utilizaram frequência

de 26 Hz e amplitude de 4 mm com protocolo composto por dois blocos de cinco

séries de 60 s de vibração e 60 s de pausa, sendo que cada bloco foi separado por

seis minutos de intervalo. Além do aumento na altura do salto com contramovimento,

ocorreu aumento na potência mecânica no exercício de leg press concomitante a

redução da atividade eletromiográfica nos músculos extensores do joelho, indicando

uma maior eficiência neuromuscular.

Parte dos resultados dos estudos citados anteriormente foi semelhante do

apresentado por Torvinen et al. (2002). Além disso, os autores verificaram que a

duração da potencialização utilizando a vibração é curta, sendo que após dois

minutos foi observado aumento na altura de salto, na força de extensão isométrica

dos membros inferiores e no equilíbrio corporal, no entanto, sem nenhum benefício

aos 60 min. Apesar dos achados de Torvinen et al. (2002), os autores utilizaram uma

variação de tempo muito grande (2 e 60 min) para verificar por quanto tempo pode

perdurar a potencialização utilizando a vibração.

Adams et al. (2009) verificaram que a potência do salto com

contramovimento aumenta principalmente no primeiro minuto após a vibração. Os

autores indicam que, para o efeito subsequente no desempenho seja maior, a

vibração deve ser de baixa frequência (30 Hz) para baixas amplitudes (2-4 mm) e

alta frequência (50 Hz) para altas amplitudes (4-6 mm). Bedient et al. (2009)

verificaram resultados semelhantes utilizando as mesmas amplitudes e frequências

na potência do salto com contramovimento.

Acredita-se que a vibração possa ocasionar a facilitação de estímulos

excitatórios por meio das conexões entre fuso muscular e motoneurônios alfa, sem

necessariamente aumentar o estímulo motor cortical para a melhoria do

desempenho (BOSCO; CARDINALE; TSARPELA, 1999). Além disso, o aumento na

potência do salto com a vibração pode ser devido a uma maior sincronização de

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unidades motoras, melhora na sincronização de músculos sinergistas e/ou inibição

dos antagonistas (JACOBS; BURNS, 2009).

No entanto, a exposição prolongada de estímulos vibratórios locais pode,

ao invés de potencializar, diminuir o desempenho motor. Kouzaki, Shinohara e

Fukunaga (2000) verificaram que o protocolo de vibração durante 30 min no músculo

reto femoral a 30 Hz e amplitude de 2-3 mm diminui a força e a taxa de

desenvolvimento de força (derivada da força/derivada do tempo) para o exercício de

extensão do joelho. De forma semelhante, avaliando os membros ipsilateral e

contralateral que recebeu o estímulo, Jackson e Turner (2003) demonstraram que

após estímulos vibratórios de 30 min a 30 e 120 Hz sobre o músculo reto femoral

ocorreu decréscimos na força e na taxa máxima de desenvolvimento da força para o

exercício de extensão do joelho em ambos os membros. A redução na performance

da perna ipsilateral pode ser explicada devido à vibração estimular os terminais

aferentes Ia, induzindo via reflexo monossináptico estímulos tônicos excitatórios dos

motoneurônios alfa. Desta forma, acredita-se que a vibração prolongada leva a uma

atenuação das funções das fibras aferentes Ia via inibição pré-sináptica, o aumento

no limiar de disparo das fibras Ia e a depleção de neurotransmissores (KOUZAKI;

SHINOHARA; FUKUNAGA, 2000). Já na perna contralateral a redução pode ser

explicada pelo fenômeno chamado educação cruzada (cross-education). A

educação cruzada são estímulos ocorridos no membro ipsilateral que pode

influenciar no membro contralateral por meio da alteração na excitabilidade via

medula espinhal (ZHOU, 2000).

Pelos trabalhos apresentados, não há nenhuma característica específica

demonstrada como tipo de fibra muscular, e nível de treinamento dos sujeitos

influenciam no efeito potencializador da vibração. As principais características nos

protocolos dos estudos que observaram melhora na performance após a vibração

foram utilizando baixas frequências (26-30 Hz) com baixas amplitudes (2-4 mm) ou

alta frequência (50 Hz) e alta amplitude (4-6 mm) com períodos curtos de exposição

a vibração (até aproximadamente 10 min).

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57

2.12. Efeito crônico do treinamento de força com a vibração

O treinamento vibratório pode ser realizado sem nenhuma carga externa

com o indivíduo posicionado sobre a plataforma vibratória e manipulando a

intensidade do estímulo por meio da variação da amplitude e da frequência.

Recentemente alguns trabalhos procuraram realizar o TF sobre a plataforma

vibratória esperando que a plataforma vibratória promovesse um efeito adicional ao

TF sobre as variáveis de desempenho (KVORNING et al., 2006; RONNESTAD,

2004). Os autores acreditavam que a vibração ocasionava um maior recrutamento e

a sincronização das unidades motoras, permitindo mobilizar uma maior carga de

treinamento e ocasionando uma maior adaptação ao TF sobre a plataforma

vibratória (MESTER et al., 1999). No entanto, os trabalhos a seguir não confirmam

essas especulações.

Ronnestad (2004) verificou após cinco semanas de TF no exercício

agachamento sobre a plataforma vibratória que, além de aumentar a carga de 1RM,

os indivíduos tiveram um desempenho melhor no salto com contramovimento,

entretanto, sem diferença significante ao grupo que realizou apenas o TF.

De forma semelhante, Kvorning et al. (2006) verificaram no salto com

contramovimento sobre a plataforma de força que a altura de salto, potência média e

pico, força média e pico, velocidade pico, trabalho e tempo da fase concêntrica no

grupo TF + vibração não foi diferente significativamente do grupo que realizou

apenas o TF após nove semanas de intervenção. A única diferença observada neste

estudo foi a maior concentração de hormônio de crescimento 15 minutos após a

primeira sessão de treino, e cortisol 15 minutos após a primeira e a última sessão de

treino no grupo TF + vibração em relação ao grupo TF.

Apesar do TF+vibração não aumentar mais a força muscular do que o TF

de maneira isolado, há indicativo demonstrando que o controle postural é melhorado

com uma menor oscilação em relação ao centro de pressão plantar analisada de

maneira estática (SPILIOPOULOU et al., 2010). Os autores acreditam que a melhora

observada no controle postural é devido a uma maior sensibilidade no mecanismo

reflexo dos receptores localizados nos ligamentos, nas articulações e nos músculos.

No entanto, nesse estudo não foi descrito de maneira clara como foi realizado a

sobrecarga nos grupos TF+vibração e TF.

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Lamont et al. (2010) realizaram o TF e vibratório com desenho

experimental diferente dos autores citados anteriormente. Ao invés de realizar o

exercício agachamento com sobrecarga sobre a plataforma vibratória, os indivíduos

permaneciam agachados em isometria a 135º de flexão do joelho sobre a plataforma

vibratória durante parte dos intervalos do exercício agachamento. Os autores

verificaram que a taxa de desenvolvimento de força isométrica inicial (avaliando os

50 primeiros registros utilizando célula de carga) no exercício agachamento a 135º

de flexão do joelho aumentou em maior magnitude no grupo TF + vibração do que o

grupo que realizou apenas o TF. Além disso, houve uma tendência para que o grupo

TF + vibração fosse maior do que o grupo força na variável pico isométrico da taxa

de desenvolvimento de força. Todavia, esses resultados podem ter ocorrido por um

maior estímulo de treino para o grupo que realizou força + vibração, sendo que em

parte dos intervalos os sujeitos eram submetidos à vibração, enquanto que o grupo

que realizou apenas o TF não realizou nenhum outro tipo de estímulo.

Diferentemente do que alguns autores acreditavam, a vibração aplicada

concomitante ao TF faz com que ocorra uma sobrecarga nos músculos e,

consequentemente, uma menor carga externa possa ser mobilizada durante o

treinamento (BATISTA, 2010). Desta forma, a vibração parece não proporcionar um

efeito aditivo quando realizado em conjunto com o TF. No entanto, poucas foram as

variáveis analisadas procurando verificar a maior efetividade do TF+vibração em

comparação ao TF realizado de maneira isolado.

3. MÉTODOS

3.1. Estudo 1 – Reprodutibilidade e efeito do treinamento de força na capacidade de sprints repetidos

3.1.1. Sujeitos

Iniciaram o estudo 39 sujeitos com idades entre 18 a 32 anos,

moderadamente ativos (praticantes de exercício físico 2-3 vezes por semana), sem

estarem engajados ao TF há pelo menos seis meses antecedentes ao estudo.

Entretanto, 10 indivíduos não participaram de todas as avaliações necessárias ou de

pelo menos 90% das sessões de treinamento de força. Assim, apenas os dados de

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29 sujeitos foram analisados. Antes de iniciar as sessões de avaliação física foi

solicitado aos participantes para que preenchessem um questionário de prontidão de

atividade física (PAR-Q) (ANEXO 1) como uma tentativa de diagnosticar algum

possível problema que os impossibilitassem de participar do estudo. Após

convenientemente informados sobre os procedimentos do estudo todos assinaram

um termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO 2), devidamente aprovado

pelo Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo seres humanos (ANEXO 4).

Anteriormente à realização dos testes, os sujeitos foram instruídos a não

ingerirem bebidas alcoólicas ou cafeinadas, e não realizarem atividades físicas

vigorosas 24 h antecedentes a cada teste. Os testes foram conduzidos com pelo

menos duas horas após o indivíduo ter realizado a última refeição para evitar

possíveis desconfortos gástricos durante a realização dos testes.

3.1.2. Protocolo experimental

Os sujeitos realizaram inicialmente a determinação da ASTQ por meio de

ressonância magnética, quatro a cinco sessões em dias diferentes de testes de 1RM

no exercício agachamento e uma familiarização no teste de CSR após uma das

sessões do teste de 1RM, e, por fim, teste de CSR. Após a realização desses testes

os indivíduos foram submetidos a um protocolo de TF durante 10 semanas no

exercício agachamento com ou sem plataforma vibratória. Ao final desse período de

treinamento os sujeitos realizaram novamente medição da ASTQ, um teste de CSR

e mais uma sessão de teste para a determinação da carga de 1RM (Figura 9).

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60

FIGURA 9. Desenho experimental.

Alguns sujeitos realizaram antes do período do treinamento dois testes de

CSR (sem contar a familiarização) para verificar a reprodutibilidade do teste.

3.1.3. Teste de força dinâmica máxima

A força muscular dinâmica foi determinada por meio do teste de 1RM no

exercício agachamento realizado no aparelho com barra guiada (Smith machine) em

quatro ou cinco sessões realizadas em dias diferentes com pelo menos 48 h de

intervalo entre as sessões. O critério para a realização de quatro sessões foi uma

variação para carga de 1RM menor do que 5% em relação à sessão anterior.

Anteriormente ao teste de 1RM foi realizado um aquecimento durante cinco minutos

correndo a 8,5 km·h-1 na esteira. Após três minutos de descanso, os sujeitos

realizaram o aquecimento específico no exercício agachamento executando uma

série de cinco repetições a ~50% de 1RM, uma série de três repetições a ~70% de

1RM e uma série de uma repetição a ~90% de 1RM. Essa estimativa inicial foi

realizada por meio de tentativa e erro, e de acordo com a experiência dos

avaliadores. O intervalo entre as séries e para o início do teste de 1RM foi de três

minutos.

Os indivíduos foram orientados para tentarem completar uma repetição.

Caso completassem na primeira tentativa, ou mesmo se não for completada, uma

segunda tentativa foi executada após um intervalo de recuperação de três minutos

4-5 testes de 1RM e uma

familiarização ao teste de

CSR

Teste de CSR

10 semanas de treinamento

de força

Teste de

CSR

Teste de 1-RM

Ressonância magnética

Ressonância magnética

Divisão dos grupos: TF, TF+V30 e TF+V50

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com uma carga superior (primeira possibilidade) ou inferior (segunda possibilidade)

àquela empregada na tentativa anterior. Tal procedimento foi repetido em um total

de cinco tentativas.

A técnica de execução do exercício agachamento foi padronizada, na qual

durante a transição da fase excêntrica para a concêntrica do exercício os joelhos

deveriam flexionar até uma angulação de aproximadamente 90º.

3.1.4. Teste de capacidade de sprints repetidos (teste de CSR)

Os sujeitos realizaram seis sprints máximos de corrida bidirecional (2 x 15

m), sendo que os sprints foram realizados a cada 20 s, computando o período de

realização de cada sprint (BUCHHEIT et al., 2008). Por exemplo, caso o indivíduo

realizasse o trajeto de ida e volta (2 x 15) em ~6 s, o tempo de recuperação para o

próximo sprint foi de ~14 segundos. Três segundos anteriormente a cada sprint os

sujeitos foram solicitados a se posicionarem e aguardarem o sinal de partida.

Durante todo o teste foi realizado encorajamento verbal por parte dos avaliadores. O

tempo de cada sprint foi registrado por meio de fotocélulas (MultiSprint, Hidrofit,

Brasil). A partir desses registros foram analisados o melhor tempo de sprint

(CSRmelhor), tempo médio dos sprints (CSRmédio), e o percentual de decréscimo dos

sprints (CSR%dec). O CSR%dec foi calculada por meio da equação 1:

CSR%dec = 100 - (tempo total/tempo ideal x 100) (equação 1)

Onde o tempo total é a somatória dos tempos dos 6 sprints e o tempo ideal é 6 x

CSRmelhor

A frequência cardíaca foi monitorada continuamente durante o teste

utilizando um cardiofrequencímetro (Polar RS800CX, Kempele, Finlândia), e foi

posteriormente analisada por meio do software Polar ProTrainer 5 (Polar, Kempele,

Finlândia).

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62

3.1.5. Coletas de sangue para análise de concentração de lactato

Inicialmente foi realizada uma assepsia no lóbulo da orelha e,

subsequentemente, um pequeno furo na região por meio de uma lanceta descartável

para a coleta de sangue. Após o terceiro minuto à realização do teste de CSR, 25 µl

de sangue foram coletados utilizando capilares de vidro heparinizado e que

posteriormente foram armazenados em tubos de polietileno tipo Eppendorf contendo

50 µl de 1% de NaF para análise da [La]. As análises foram realizadas no

Laboratório de Determinantes Energéticos do Desempenho Esportivo (LADESP) da

Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da Universidade de São Paulo (USP)

utilizando um lactímetro YSI 1500 (Yellow Springs, OH, EUA) calibrado previamente

com uma solução padrão de 5 mM.

3.1.6. Área de secção transversa do quadríceps femoral (ASTQ)

A ASTQ foi mensurada por meio de imagens por ressonância magnética

de 1.5 Teslas com bobina de corpo (Signa LX 9.1, GE Healthcare, Milwaukee, EUA)

no laboratório Delboni Auriemo. Os sujeitos foram posicionados na maca do

aparelho em decúbito dorsal com ambas as pernas estendidas, e dois avaliadores

experientes cuidaram para corrigir o posicionamento das pernas e fixá-las com

sacos de areia de forma a evitar o movimento das mesmas durante a avaliação.

Inicialmente foi realizada uma visualização dos membros inferiores para

determinar a distância entre o trocânter maior do fêmur e o epicôndilo lateral da tíbia

em um ângulo de 0º. Esta imagem serviu de referência para a medida do corte

medial de ambas as coxas dos sujeitos determinado pelo ponto médio dessa

distância. Cortes de imagens com 0,8 cm de espessura foram digitalizados para se

obter a medida da ASTQ. A extensão do mapeamento foi marcada a cada 50 mm

com um tempo de exposição de três segundos para aumentar a qualidade de

resolução. A imagem e a escala associada foram então impressas sobre um padrão

de transparência de imagem e transferidas para um computador. O corte foi

segmentado em quatro componentes (músculo esquelético, tecido adiposo

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subcutâneo, osso e tecido residual), e a ASTQ foi determinada pela subtração da

área do osso e da gordura subcutânea usando planimetria computadorizada através

de um software de análise de imagens (Advantage Workstation 4.3, GE Healthcare,

Milwaukee, WI, EUA). Para análise dos dados, utilizou a média de três

mensurações, realizadas no corte medial do quadríceps femoral da perna dominante

dos sujeitos, como medida da ASTQ. Foi estabelecido um CV inferior a 1% entre as

medidas. As medidas da ASTQ foram feitas uma semana antes do período de

familiarização e 48 horas após o término da última sessão de treinamento.

3.1.7. Protocolo de treinamento de força

Após a realização dos testes de força e de CSR, os sujeitos foram

divididos em três grupos de maneira contrabalanceada para equiparar o valor de

1RM e o desempenho no teste de CSR entre os grupos. O primeiro grupo (TF)

realizou o TF convencional no exercício agachamento, o grupo 2 (TF+V30) o

exercício agachamento associado à vibração a 30 Hz e amplitudes de 2-4 mm, e o

grupo 3 (TF+V50) o exercício agachamento associado à vibração a frequência de 50

Hz e amplitudes de 4-6 mm (Fitvibe, GymnaUniphy NV, Bilzen, Bélgica). Os sujeitos

realizaram o programa periodizado de treinamento durante 10 semanas, com

frequência semanal de duas vezes em dias não consecutivos. O número de séries e

repetições do treinamento de força durante as 10 semanas estão apresentados na

Tabela 2. Previamente a cada sessão de treino os sujeitos executaram um

aquecimento de cinco minutos na esteira a 8,5 km·h-1, seguido por dois minutos de

descanso. Para os componentes dos grupos TF+V30 e TF+V50, o exercício

agachamento foi realizado sem os calçados para evitar a possível influência na

atenuação da vibração. O intervalo entre as séries em todas as sessões de

treinamento foi de dois minutos de descanso. Todos os treinos foram realizados no

Laboratório de Adaptação ao Treinamento de Força.

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TABELA 2. Programa de treinamento de força.

Número de séries Número de repetições máximas

Semana 1 3 10-12

Semanas 2 e 3 4 10-12

Semana 4 4 8-10

Semanas 5 e 6 5 8-10

Semana 7 4 6-8

Semanas 8 e 9 5 6-8

Semana 10 3 6-8

3.1.8 Análise estatística

A normalidade dos dados foi analisada por meio do teste de Shapiro-Wilk.

Os dados foram apresentados por média e desvio padrão (DP). O CSRmelhor,

CSRmédio, CSR%dec para comparar as situações de teste e reteste foram analisados

por meio de teste t para amostras dependentes. A reprodutibilidade dos dados foi

avaliada por meio do coeficiente de correlação intraclasse (CCI) e a concordância

por meio da plotagem de Bland e Altman (1986). A [La] e a frequência cardíaca ao

final do teste de CSR antes e após as 10 semanas de treinamento, o efeito dos

diferentes tipos de treinamento para os parâmetros do teste de CSR (CSRmelhor,

CSRmédio, CSR%dec), 1RM e ASTQ foram comparados por meio de análise de

modelos mistos, tendo grupo (3 níveis) e período do treinamento (2 níveis) como

efeitos fixos, e sujeitos como efeitos aleatórios. Quando o valor de F foi significante,

a identificação das diferenças foi realizada por meio do teste de post hoc de Tukey.

A relação da ASTQ e da carga de 1RM com CSRmelhor, CSRmédio, CSR%dec foi

verificada por meio da correlação de Pearson. A significância adotada para todas as

análises foi de P < 0,05. Para a realização das análises foram utilizados os pacotes

estatísticos SPSS 15.0, SAS 9.2 e MedCalc 9.2.0.1. Adicionalmente às análises de

comparação, o menor efeito relevante foi calculado para o CSRmelhor, CSRmédio,

CSR%dec para determinar a probabilidade se o efeito foi benéfico, trivial ou prejudicial

no desempenho. O percentual de chance de melhora/trivial/decréscimo no

desempenho foi avaliado qualitativamente de acordo com as seguintes

classificações: < 1% quase certeza que não; 1% a 5% muito improvável; 5% a 25%

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improvável; 25% a 75% possível; 75% a 95% provável; 95% a 99% muito provável;

>99% quase certeza. Se a chance de benefício e decréscimo no desempenho foi

para ambos maior que 5% do percentual de chances de diferença, a classificação foi

considerado indeterminado (HOPKINS et al., 2009).

3.2. Estudo 2 – Potencialização pós-ativação na capacidade de sprints repetidos

3.2.1. Sujeitos

Participaram do estudo 12 atletas de handebol das categorias juvenil e

júnior (17 a 21 anos) com experiência em competições nacionais e internacionais.

Todos estavam realizando TF previamente ao início do estudo, sem nenhuma

interrupção, há pelo menos quatro meses. Foi solicitado aos sujeitos para que

preenchessem um questionário de prontidão de atividade física (PAR-Q - ANEXO 1)

como uma tentativa de diagnosticar algum possível problema que impossibilitassem

a participação do estudo. Após convenientemente informados sobre os

procedimentos do estudo os sujeitos ou os responsáveis assinaram um termo de

consentimento livre e esclarecido (ANEXO 3), devidamente aprovado pelo Comitê

de Ética em Pesquisa envolvendo seres humanos (ANEXO 4).

Anteriormente à realização dos testes, os sujeitos foram instruídos a não

ingerirem bebidas alcoólicas ou cafeinadas, e não realizarem atividades físicas

vigorosas 24 h a cada teste. Os testes foram conduzidos com pelo menos duas

horas após o indivíduo ter realizado a última refeição para evitar possíveis

desconfortos gástricos durante a realização dos testes.

3.2.2. Protocolo experimental

Cada indivíduo realizou três visitas ao local do estudo, e entre uma visita

e outra foi respeitado um intervalo de pelo menos 48 h. Na primeira visita os sujeitos

realizaram teste de 1RM no exercício agachamento e, após isso, uma familiarização

ao teste de CSR. Nas duas visitas subsequentes, executaram de maneira aleatória o

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teste de CSR posteriormente às situações sem e com o estímulo condicionante

(Figura 10).

FIGURA 10. Desenho experimental

Os procedimentos para a realização do teste de 1RM e CSR foram os

mesmos dos descritos no estudo 1. A única diferença foi no número de sessões

iniciais do teste de 1RM, devido aos sujeitos do estudo 1 não estarem engajados ao

TF anteriormente ao estudo e os sujeitos do estudo 2 serem atletas e o preparador

físico não permitir interferir em várias sessões de treinamento para a aplicação dos

testes do presente estudo.

3.2.3. Atividade condicionante

Os sujeitos realizaram cinco minutos de aquecimento geral correndo a

uma baixa intensidade em que a frequência cardíaca não excedeu 140 bpm. Após

cinco minutos de descanso ou a atividade condicionante + cinco minutos de

descanso, os sujeitos realizaram o teste de CSR (Figura 10).

A atividade condicionante foi realizado no exercício agachamento, sendo

que o protocolo foi composto por uma série de cinco repetições a 50% de 1RM, uma

série de três repetições a 70% de 1RM e cinco séries de uma repetição a 90% de

1RM, com intervalo entre as séries de dois minutos. Após cinco minutos de repouso

do exercício agachamento os sujeitos foram submetidos à realização do teste de

CSR para verificar se o estímulo foi efetivo na ocorrência de PPA.

Aquecimento 5 min

1 X 5 repetições a 50% de 1RM 1 X 3 repetições a 70% de 1RM 5 X 1 repetição a 90% de 1RM

Teste de CSR

Aquecimento 5 min

Teste de CSR 5min

Ale

atór

io

5min

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3.2.4 Análise estatística

A normalidade dos dados foi analisada por meio do teste de Shapiro-Wilk.

Os dados foram apresentados por média e desvio padrão (DP). A verificação das

possíveis diferenças nas variáveis CSRmelhor, CSRmédio, CSR%dec, e frequência

cardíaca comparando as situações sem e com estímulo condicionante foi observado

por meio de teste t para amostras dependentes. A relação entre a magnitude de

alteração do CSRmelhor, CSRmédio e CSR%dec com a carga de 1RM foi verificada por

meio da correlação de Spearman. A significância adotada para todas as análises foi

de P < 0,05. Para a realização das análises foi utilizado o pacote estatístico SPSS

15.0. Adicionalmente às análises de comparação, o menor efeito relevante foi

calculado para o CSRmelhor, CSRmédio, CSR%dec para determinar a probabilidade se o

efeito foi benéfico, trivial ou decréscimo no desempenho. O percentual de chance de

melhora/trivial/decréscimo no desempenho foi avaliado qualitativamente de acordo

com as seguintes classificações: < 1% quase certeza que não; 1% a 5% muito

improvável; 5% a 25% improvável; 25% a 75% possível; 75% a 95% provável; 95%

a 99% muito provável; >99% quase certeza. Se a chance de benefício e decréscimo

no desempenho foi para ambos maior que 5% do percentual de chances de

diferença, a classificação foi considerado indeterminado (HOPKINS et al., 2009).

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4. RESULTADOS

4.1. Estudo 1

Reprodutibilidade do teste de capacidade de sprints repetidos

Quinze sujeitos (idade = 23,4 ± 2,8 anos; massa corporal = 73,3 ± 8,8 kg;

estatura = 175 ± 5 cm) realizaram o teste de CSR em duas ocasiões para verificar a

reprodutibilidade dos dados.

O CSRmelhor, CSRmédio e CSR%dec não foram diferente significativamente

nas situações de teste e reteste (P > 0,05), apresentando altos valores de

probabilidade de nenhuma alteração para o CSRmelhor e CSRmédio. No entanto, para o

CSR%dec o percentual de chance de melhora na situação reteste foi de 70% (Tabela

3).

TABELA 3. Valores de média ± DP para a CSRmelhor, CSRtotal e CSR%dec nas

situações de teste e reteste e percentual de chance de alteração no desempenho (n

= 15).

Teste Reteste Chance de

melhora/trivial/piora no

desempenho (%)

CSRmelhor (s) 6,14 ± 0,29 6,15 ± 0,27 1/97/2

CSRmédio (s) 6,47 ± 0,33 6,44 ± 0,34 9/90/1

CSR%dec (%) 5,35 ± 1,34 4,85 ± 1,49 70/28/2

A Figura 11 apresenta as alterações relativas nas situações de teste e

reteste, demonstrando uma alta probabilidade de ser trivial para o CSRmelhor e

CSRmédio. Entretanto, para o CSR%dec o padrão das alterações relativas foi de uma

possível melhora, mas com grande variabilidade dos dados.

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FIGURA 11. Alterações relativas para o CSRmelhor, CSRmédio e CSR%dec nas situações

de teste de reteste. A área em cinza representa o percentual trivial para a menor

alteração relevante.

A análise de CCI apresentou valores elevados para CSRmelhor (CCI = 0,95)

e CSRmédio (CCI = 0,93). Todavia, para o CSR%dec o valor foi moderado (CCI = 0,52).

A plotagem de Bland e Altman (1986) demonstra que CSRmelhor e

CSRmédio apresentaram uma alta concordância nas situações teste e reteste. No

entanto, para o CSR%dec foi verificado uma grande amplitude para o intervalo de

confiança (Figura 12).

Muito provavelmente trivial

Provavelmente trivial

Possivelmente melhora

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70

-0.4

-0.3

-0.2

-0.1

0

0.1

0.2

0.3

0.4

5.6 5.8 6.0 6.2 6.4 6.6 6.8

Dif

eren

ça d

as m

édia

s d

a C

SR

mel

hor(s

)

Média da CSRmelhor (s)

A

Média

+1,96 DP

-1,96 DP

-0.4

-0.3

-0.2

-0.1

0

0.1

0.2

0.3

0.4

5.8 6.0 6.2 6.4 6.6 6.8 7.0 7.2 7.4

Dife

renç

a da

s m

édia

s da

CS

Rm

édio

(s)

Média da CSRmédio (s)

B

Média

+1,96 DP

-1,96 DP

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

2 3 4 5 6 7 8 9 10

Dif

eren

ça d

as m

édia

s d

a C

SR

%d

ecr

(%)

Média da CSR%dec (%)

C

Média

+1,96 DP

-1,96 DP

FIGURA 12. Análise de concordância por meio da plotagem de Bland-Altman para a

CSRmelhor (A), CSRmédio (B), CSR%dec (C).

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Efeito do treinamento de força na capacidade de sprints repetidos

As características dos sujeitos nos seus respectivos grupos que

realizaram o treinamento de força estão apresentados na Tabela 4

TABELA 4. Valores de média ± DP para idade, massa corporal e estatura dos

grupos TF, TF+V30 e TF+V50.

Grupos Idade (anos) Massa corporal (kg) Estatura (cm)

TF (n = 9) 26,0 ± 4,5 77,5 ± 9,5 177 ± 5

TF+V30 (n = 10) 23,6 ± 3,2 73,9 ± 8,8 176 ± 7

TF+V50 (n = 10) 24,1 ± 3,9 67,1 ± 6,2 175 ± 3

Após 10 semanas de treinamento de força a carga de 1RM no exercício

agachamento aumentou em todos os grupos (P < 0,01), não sendo diferente entre

os grupos antes e após o treinamento (P > 0,05) (Tabela 5). De maneira semelhante,

a ASTQ aumentou significativamente após o treinamento em todos os grupos (P <

0,01), não sendo diferente quando comparado entre os grupos antes e após o

treinamento (P > 0,05) (Tabela 6).

TABELA 5. Carga de uma repetição máxima (1RM) no exercício agachamento antes

e após 10 semanas de treinamento.

Grupos

1RM (kg)

Antes Após

TF (n = 9) 139 ± 21 163 ± 27*

TF+V30 (n = 10) 140 ± 18 162 ± 21*

TF+V50 (n = 10) 133 ± 14 155 ± 18*

* Significativamente diferente em relação à situação antes do treinamento (P < 0,01).

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72

TABELA 6. Área de secção transversa de quadríceps (ASTQ) antes e após 10

semanas de treinamento.

Grupos

ASTQ (mm2)

Antes Após

TF (n = 9) 8112 ± 334 8904 ± 402*

TF+V30 (n = 10) 8051 ± 792 8996 ± 880*

TF+V50 (n = 10) 7301 ± 689 8242 ± 710*

* Significativamente diferente em relação a situação antes do treinamento (P < 0,01).

Não houve diferenças entre os grupos para a CSRmelhor, CSRmédio,

CSR%dec antes do treinamento. O CSRmelhor diminuiu significativamente apenas no

grupo TF+V30 após 10 semanas de treinamento de força (P < 0,05) (Figura 13A). O

CSRmédio diminuiu significativamente em todos os grupos após 10 semanas de

treinamento (P < 0,05) sem diferença entre os grupos na mesma situação

experimental (P > 0,05) (Figura 13B). O CSR%dec não alterou significativamente após

10 semanas de treinamento nos grupos TF+V30 e TF+V50 (P > 0,05). Entretanto, no

grupo TF pós-treinamento o CSR%dec foi menor do que em relação à situação pré-

treinamento, e em relação ao grupo TF+V30 na mesma situação experimental (P <

0,05) (Figura 13C).

As alterações relativas apresentando a probabilidade de alteração para as

variáveis CSRmelhor, CSRmédio e CSR%dec nas situações de pré e pós-treinamento

estão apresentados na Figura 14.

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73

5,5

5,7

5,9

6,1

6,3

6,5

6,7

TF TF+V30 TF+V50

CS

Rm

elh

or (

s)

Antes

Após

A

*

5,8

6,0

6,2

6,4

6,6

6,8

7,0

TF TF+V30 TF+V50

CS

Rm

édio

(s)

Antes

Após

B

*

*

*

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

TF TF+V30 TF+V50

CS

R%

dec

(%

)

Antes

ApósC

* #

FIGURA 13. CSRmelhor (A), CSRmédio (B), CSR%dec (C) nos grupos TF, TF+V30 e

TF+V50 antes e após 10 semanas de treinamento.

* Significativamente diferente em relação a situação antes do treinamento (P < 0,05). # Significativamente diferente em relação ao grupo TF+V30 na mesma situação experimental.

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74

FIGURA 14. Alterações relativas para o CSRmelhor, CSRmédio e CSR%dec nas situações

de pré e pós-treinamento. A área em cinza representa o percentual trivial para a

menor alteração relevante.

Provavelmente benéfico

Provavelmente benéfico

Quase certeza de benefício

Quase certeza de benefício

Quase certeza de benefício

Quase certeza de benefício

Quase certeza de benefício

Indeterminado

Provavelmente benéfico

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75

Quando foi comparada a efetividade dos diferentes tipos de intervenção, o

TF+V30 teve um percentual de chance maior para a melhora do CSRmelhor do que o

TF e TF+V50. Para o CSRmédio, os três tipos de intervenção apresentaram efeitos

similares, e para o CSR%dec o grupo TF apresentou maior percentual de chances de

melhora, seguido pelo grupo TF+V50 (Tabela 7).

TABELA 7. Percentual de chance comparando as intervenções TF, TF+V30 e

TF+V50 para as variáveis CSRmelhor, CSRmédio e CSR%dec.

Percentual de chance de

melhor/trivial/pior efeito

Classificação

TF vs. TF+V30

CSRmelhor 2/38/60 Possivelmente pior

CSRmédio 11/74/15 Indeterminado

CSR%dec 94/4/2 Provavelmente melhor

TF vs. TF+V50

CSRmelhor 13/63/24 Indeterminado

CSRmédio 13/78/9 Indeterminado

CSR%dec 55/25/20 Indeterminado

TF+V30 vs. TF+V50

CSRmelhor 53/43/4 Possivelmente melhor

CSRmédio 14/81/5 Provavelmente trivial

CSR%dec 5/11/84 Provavelmente pior

A resposta de frequência cardíaca e a [La] entre os grupos não foi diferente

ao final do teste de CSR antes do período de treinamento de força (P > 0,05). Além

disso, após 10 semanas de treinamento não foram verificadas alterações

significativas nas respostas de frequência cardíaca e [La] de lactato ao final do teste

de CSR em comparação ao período pré-treinamento (P > 0,05) (Tabelas 8 e 9).

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76

TABELA 8. Frequência cardíaca ao final do teste de CSR antes e após 10 semanas

de treinamento.

Grupos

Frequência cardíaca ao final do teste de

CSR (bpm)

Antes Após

TF (n = 9) 181 ± 8 183 ± 8

TF+V30 (n = 10) 187 ± 5 186 ± 6

TF+V50 (n = 10) 189 ± 8 188 ± 7

TABELA 9. Concentração sanguínea de lactato ao final do teste de CSR antes e

após 10 semanas de treinamento.

Grupos

[La] ao final do teste de CSR (mM)

Antes Após

TF (n = 9) 9,3 ± 0,9 9,1 ± 0,8

TF+V30 (n = 10) 10,1 ± 1,0 9,9 ± 1,4

TF+V50 (n = 10) 9,9 ± 1,1 10,0 ± 1,1

A correlação da força muscular e da ASTQ com CSRmelhor, CSRmédio ,

CSR%dec foi baixa (r ≤ 0,35), apesar de ser próximo de significante entre algumas

variáveis (ASTQ e CSRmédio; ASTQ e CSRmelhor; P = 0,06 e 0,08, respectivamente).

4.2. Estudo 2

Os atletas de handebol no momento do estudo possuíam idade de 18,7 ±

1,8 anos, massa corporal de 86,2 ± 8,9 kg e estatura de 185 ± 7 cm.

A carga de 1RM no exercício de agachamento apresentado pelos sujeitos

foi de 195 ± 25 kg sendo, dessa forma, a carga utilizada para a atividade

condicionante de 175 ± 23 kg.

A Figura 15 apresenta os valores médios dos seis sprints do teste de CSR

nas situações com e sem atividade condicionante. A ANOVA apresentou diferença

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77

nas diferentes condições de protocolo (F = 12.47; P < 0,01) e nos sprints (F = 27.01;

P < 0,01), no entanto, sem apresentar efeito na interação entre protocolo x sprint (F

= 0.64; P > 0,05).

5,5

5,6

5,7

5,8

5,9

6,0

6,1

6,2

6,3

6,4

6,5

6,6

0 1 2 3 4 5 6 7

Tem

po

(s)

Sprint

com atividade condicionante

sem atividade condicionante

* #

FIGURA 15. Tempo médio dos seis sprints com e sem atividade condicionante.

* Significante quando comparado os protocolos (P < 0,01). # Significante quando comparado os sprints (P < 0,01).

A Tabela 10 apresenta os valores do CSRmelhor, CSRmédio e CSR%dec nas

situações sem e com a atividade condicionante. O CSRmelhor e CSRmédio

apresentaram diferenças significantes na situação com a atividade condicionante em

relação a situação sem a atividade condicionante (P < 0,01) com uma alta

probabilidade de melhora no desempenho. Todavia, para o CSR%dec não foi

verificado diferença significativa com maiores percentuais de chance de nenhuma

alteração ou piora nessa variável.

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78

TABELA 10. Média ± DP dos valores de melhor tempo do sprint (CSRmelhor), tempo

médio dos sprints (CSRmédio) e percentual de decréscimo dos sprints (CSR%dec) sem

e com atividade condicionante e o percentual de chance de alteração no

desempenho (n = 12).

Sem Com Chance de

melhora/trivial/piora no

desempenho (%)

CSRmelhor (s) 5,82 ± 0,15 5,74 ± 0,16* 96/4/0

CSRmédio (s) 6,06 ± 0,18 5,99 ± 0,19* 92/8/0

CSR%dec (%) 4,21 ± 1,07 4,39 ± 0,97 12/42/47

* Diferença significante quando comparado às situações sem e com atividade condicionante (P < 0,01).

Quando foram analisadas as alterações relativas em relação a menor

alteração relevante foi verificado uma grande probabilidade de benefício para o

CSRmelhor e CSRmédio, e de maneira indeterminado para o CSR%dec (Figura 16).

FIGURA 16. Alterações relativas para o CSRmelhor, CSRmédio e CSR%dec nas situações

sem e com a atividade condicionante. A área em cinza representa o percentual trivial

para a menor alteração relevante.

Além disso, para a frequência cardíaca também não houve diferença

significativa (P > 0,05) ao final do teste de CSR sem (182 ± 7 bpm) e com o estímulo

condicionante (181 ± 6 bpm).

Muito provavelmente benéfico

Muito provavelmente benéfico

Indeterminado

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79

O comportamento dos valores individuais com e sem a atividade

condicionante para o CSRmelhor, CSRmédio e CSR%dec pode ser observado na Figura

17 Dez atletas melhoraram o CSRmelhor, nove o CSRmédio e cinco o CSR%dec após a

atividade condicionante.

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80

5,40

5,50

5,60

5,70

5,80

5,90

6,00

6,10

sem atividade condicionante com atividade condicionante

CS

Rm

elh

or(s

)

A

5,60

5,70

5,80

5,90

6,00

6,10

6,20

6,30

6,40

sem atividade condicionante com atividade condicionante

CS

Rm

édio

(s)

B

2

3

4

5

6

7

sem atividade condicionante com atividade condicionante

CS

R%

dec

(%)

C

FIGURA 17. Valores individuas do CSRmelhor (A), CSRmédio (B) e CSR%dec (C) sem e

com atividade condicionante.

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81

A carga de 1RM apresentou correlação baixa com a magnitude da

mudança no CSRmelhor após a atividade condicionante (r = 0,03; P = 0,92). Com a

magnitude da mudança no CSRmédio (r = 0,50; P = 0,10) e CSR%dec (r = 0,56; P =

0,06) a correlação foi moderada e próxima de significante. Adicionalmente, os

parâmetros avaliados no teste de CSR nas situações com a sem atividade

condicionante apresentaram baixas correlações com a carga de 1RM (r ≤ 0,38; P >

0,05).

5. DISCUSSÃO

5.1 Estudo 1

Este estudo procurou verificar a reprodutibilidade e o efeito do

treinamento de força com e sem a plataforma vibratória no desempenho do teste de

CSR. De acordo com nossas expectativas, houve uma alta reprodutibilidade no teste

de CSR. Além disso, o treinamento de força com e sem plataforma vibratória

aumentou a carga de 1RM e a área de secção transversa do quadríceps, mas sem

diferença entre os grupos. Os principais resultados demonstraram que a treinamento

de força melhorou o CSRmédio em todos os grupos, mas para o CSRmelhor foi

verificado uma diminuição apenas no grupo TF+V30.

Estudos anteriores demonstraram que a velocidade média e máxima ou o

CSRmelhor e o CSRmédio apresentam alta reprodutibilidade (GLAISTER et al., 2007;

BUCHHEIT; SPENCER; AHMAIDI, 2010). Esses resultados vão de encontro ao do

presente estudo, na qual se verificou altos valores de CCI, alta concordância e

grande percentual de chance de ser trivial para uma possível alteração no

desempenho do CSRmelhor e CSRmédio. Para o CSR%dec o CCI foi moderado, com

uma baixa concordância e apresentando percentual de chance de melhora de 70%,

mas de maneira indeterminada devido a variabilidade dos dados. Parte desses

resultados são semelhantes ao estudo de Glaister et al. (2007), Buchheit, Spencer e

Ahmaidi (2010), e Impellizzeri et al. (2008) em que esses autores demonstraram

baixo a moderado indicadores de reprodutibilidade para o CSR%dec. Dessa forma, os

melhores parâmetros para fazer inferência após algum tipo de intervenção, como o

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82

treinamento de força no presente estudo, é o CSRmelhor e CSRmédio. A análise da

reprodutibilidade no presente estudo teve objetivo de minimizar o problema da

ausência do grupo controle devido a um possível efeito da aprendizagem no teste de

CSR, o que poderia mascarar o efeito do treinamento de força nos grupos avaliados.

A frequência e a amplitude usada na plataforma vibratória para realizar

concomitante ao treinamento de força nos grupos TF+V30 e TF+V50 foram

baseados a partir do estudo de Bedient et al. (2009), em que foi observado que a

vibração a 30 Hz com 2-4 mm e a 50 Hz e 4-6 mm ocasionaram subsequente

aumento na potência do salto com contramovimento de maneira aguda. Apesar da

mesma força inicial entre os grupos TF, TF+V30 e TF+V50, no presente estudo, a

carga externa imposta durante o treinamento nos grupos TF+V30 e TF+V50 foi

menor (~11-23% dependendo da sessão de treinamento) que o grupo TF. Isso foi

necessário para manter o mesmo número de repetições máximas de acordo com a

periodização planejada. Apesar disso, o incremento na carga de 1RM após o

período de intervenção foi semelhante entre os grupos. Esses resultados indicam

que o estímulo para o aumento da força muscular com e sem a vibração foi

equivalente quando foi estabelecido o número de repetições máximas durante o

período de treinamento. Com um protocolo de treinamento semelhante ao do

presente estudo, Ronnestad (2004) tentou verificar a efetividade do treinamento no

exercício agachamento sobre a plataforma vibratória a 40 Hz comparando com o

grupo que realizou apenas exercício agachamento, e observou que não houve

diferença entre esses dois protocolos para a carga de 1RM com a intervenção, mas

com um percentual de aumento maior para o grupo que realizou o exercício

agachamento sobre a plataforma vibratória.

Nas primeiras quatro semanas de treinamento há um aumento rápido na

força muscular devido, principalmente, a fatores neurais, tais como aumento do

controle neural descendente, estímulos dos motoneurônios alfa, aumento na

frequência de disparos e no recrutamento de unidades motoras, aumento na

sincronização e diminuição no limiar de despolarização para as unidades motoras do

tipo II. No entanto, após esse período inicial, podemos observar que o aumento na

força é ocasionado em maior proporção a fatores hipertróficos (FOLLAND;

WILLIAMS, 2007; LAMONT et al., 2008). No presente estudo, foi observado que 10

semanas de treinamento ocasionou aumento na ASTQ em todos os grupos, e esse

aumento contribuiu para o aumento na força muscular. Roelants et al. (2004)

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83

demonstraram que o treinamento vibratório sem a imposição de carga externa

aumenta a massa livre de gordura e torque isocinético, mas sem alterar o peso,

gordura corporal total ou gordura subcutânea. A principal diferença do presente

estudo foi o incremento de carga externa em conjunto com o estímulo vibratório, em

que acreditamos ocasionar um maior estímulo para ocorrência de alterações

funcionais e fisiológicas quando comparado à situação apenas com vibração devido

a maior estresse metabólico na situação vibração mais sobrecarga (COCHRANE et

al., 2010; RITTWEGER et al., 2001). Apesar de um significante aumento da ASTQ

no presente estudo, não houve diferença no incremento entre os grupos.

Nos esportes coletivos, muitas das atividades realizadas são de

característica intermitente, com mudanças de direção, e acelerações e

desacelerações. Considerando esses aspectos, a força parece ter uma grande

contribuição a esse tipo de atividade e, dessa forma, estratégias para aumentar a

força podem levar a melhora no desempenho no teste de CSR. De acordo com a

expectativa inicial, o CSRmédio melhorou em todos os grupos, mas sem diferença na

efetividade de ganho entre eles. Entretanto, o CSRmelhor diminuiu significativamente

apenas para o grupo TF+V30. Quando foi analisado o percentual de chances de

melhora comparando as diferentes intervenções, no grupo TF+V30 o percentual foi

maior do que os outros grupos. Essa melhora pode ter ocorrido devido a diferente

estímulo para a ocorrência de adaptações com a vibração. Cardinale et al. (2003)

demonstraram que vibração de 30 Hz ocasiona uma maior atividade eletromiográfica

do que a 50 Hz, mas infelizmente não realizamos essa medida no presente estudo.

Apesar disso, não podemos afirmar que realizar o treinamento de força a 30 Hz é

melhor, pois não foi verificado diferença entre os grupos na mesma situação

experimental, e o percentual de chances de trivial quando comparado os grupos foi

também elevada. Nos estudos que verificaram o treinamento vibratório sem a adição

de carga externa, Cochrane et al. (2004) e Delecluse et al. (2005) não observaram

algum benefício para o sprint linear de 20 e 30 m, provavelmente devido ao curto

período de treinamento (≤ quatro semanas), ao baixo estímulo quando é realizado

apenas a vibração e a característica do sprint sem mudança de direção. Em estudos

com treinamento de força sem a plataforma vibratória, Christou et al. (2006)

demonstraram que 16 semanas de treinamento melhorou o desempenho no teste

que envolve velocidade com várias mudanças de direção, e Buchheit et al. (2010a)

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84

aplicando treinamento de potência em seus atletas durante 10 semanas melhorou o

desempenho no teste de CSR.

Apesar da força muscular aparentemente ser uma variável importante

para o desempenho nos sprints, o presente estudo apresentou apenas baixas

correlações com os parâmetros analisados. Essa fraca correlação pode ser

explicada pelo modelo de Young et al. (2002), em que os autores demonstraram que

além da força de membros inferiores, a técnica é também muito importante para

atividades que envolvem mudanças de direção. Além disso, diferentemente do

estudo de Perez-Gomes et al. (2008), que apresentou forte correlação entre a

massa muscular de membros inferiores com o desempenho de sprint, a área de

secção transversa do presente estudo também apresentou baixa correlação. Isso

pode ser devido ao estudo de Perez-Gomes et al. (2008) ter sujeitos com uma

grande variabilidade de desempenho e massa muscular de membros inferiores, e

talvez a massa muscular de membros inferiores possa explicar melhor o

desempenho do que a ASTQ em sprints.

Apesar de melhor desempenho no teste de CSR após o treinamento de

força, no presente estudo, o CSR%dec não aumentou. Esses resultados indicam que

apesar da melhora, principalmente no CSRmédio, o percentual de decréscimo ao

longo dos sprints não foi maior. Além disso, no grupo TF foi verificado até uma

diminuição CSR%dec após o treinamento e em comparação ao grupo TF+V30.

Entretanto, o CSR%dec é questionável pela moderada a baixa reprodutibilidade e

também pela dificuldade de interpretar a aplicação desse índice, na qual não indica

um melhor desempenho geral no teste de CSR (OLIVER et al., 2007).

Ao final do teste de CSR a [La] e frequência cardíaca não foram

diferentes entre os grupos e quando comparados aos momentos antes e após o

treinamento. Esses resultados indicam que apesar de um maior desempenho no

teste de CSR, a contribuição anaeróbia e a demanda fisiológica foram semelhantes.

Spencer, Bishop e Lawrence (2004), e Hill-Haas et al. (2007) demonstraram [La]

semelhante após o teste de CSR realizado no cicloergômetro nas situações pré e

pós-treinamento de hóquei e de força. No entanto, com resultados diferentes aos

estudos citados anteriormente, Edge et al. (2006) observaram que o treinamento de

força diminuiu a [La] mesmo com a melhora na performance no teste de CSR no

cicloergômetro. Esses resultados podem ser devido a capacidade anaeróbia não ser

a principal determinante na CSR (WADLEY; LE ROSSINGNOL, 1998). O

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85

desempenho no teste de CSR envolve também variáveis aeróbias, como o VO2max

e cinética on e off do VO2 (DUPONT et al., 2010; RAMPININI et al., 2009) e também

a potência anaeróbia (WADLEY; LE ROSSINGNOL, 1998).

Em modalidades coletivas, um melhor desempenho no teste de CSR

pode indicar um resultado importante, pois alguns autores demonstraram que a

distância percorrida em altas velocidades tem uma boa correlação com o CSRmédio

(RAMPININI et al., 2007), e esse teste consegue discriminar atletas de diferentes

posições e nível competitivo (AZIZ et al., 2008). Uma limitação do presente estudo

foi não ter aplicado o protocolo de treinamento em atletas, devido a necessidade de

mudar a periodização e prejudicar a viabilidade desse estudo. Estudos anteriores

demonstraram os benefícios do treinamento vibratório e em diferentes atividades

como na impulsão vertical (RONNESTAD, 2004), força muscular de membros

inferiores (KVORNING et al., 2006) e equilíbrio (BRUYERE et al., 2005). No entanto,

como foi discutido anteriormente o treinamento de força sobre a plataforma vibratória

não é mais efetivo do que o treinamento de força realizado de maneira isolado para

a CSR. Mais pesquisas são necessárias demonstrando a efetividade do treinamento

de força com a plataforma vibratória em outros tipos de atividade.

5.2 Estudo 2

O propósito deste estudo foi verificar a ocorrência da PPA na CSR em

atletas de handebol. Verificou-se que o CSRmelhor e o CSRmédio diminuíram

significativamente, mas o CSR%dec não se alterou após a atividade condicionante.

Além disso, a magnitude da potencialização na CSRmédio e CSR%dec foi

moderadamente correlacionados com a carga de 1RM.

Os seis sprints analisados após a atividade condicionante melhoraram de

maneira significativa, mas a interação entre os efeitos protocolo x sprint não foi

observado. Esses resultados podem ser explicados, em parte, pelo número de

interações envolvidas e a permissibilidade da ANOVA. Analisando somente o

CSRmelhor e CSRmédio comparando os protocolos com e sem atividade condicionante,

foi verificado diferenças significantes e um grande percentual de chances de

melhora nessas variáveis na situação com atividade condicionante. No entanto,

apesar das melhoras no desempenho, a frequência cardíaca ao final do teste de

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86

CSR não foi significativamente diferente, indicando o mesmo estresse

cardiovascular nos dois protocolos.

Em esportes coletivos, ter uma boa CSR é importante devido a

característica da atividade que envolve aceleração, desaceleração, mudança de

direção e é realizado de maneira intermitente. Assim, alguns estudos buscaram

alternativas para melhorar o desempenho no teste de CSR de maneira crônica.

Buchheit et al. (2009) demonstraram que o treinamento específico de handebol em

espaços reduzidos (small side games), fazendo com que a atividade se torne mais

dinâmica, aumentou o desempenho no teste de CSR, indicando que as variáveis

analisadas a partir do teste de CSR são sensíveis às modificações ocasionadas pelo

treinamento específico de handebol. Além disso, Buchheit et al. (2010a) verificaram

que treinamento de corrida bidirecional (2-3 séries de 5-6 sprints de 15-20 m) e

treinamento de força visando a potência melhoraram o desempenho no teste de

CSR, mas a maior magnitude de incremento foi verificado no grupo que realizou o

treinamento de repetidos sprints de maneira bidirecional.

Apesar de uma pequena melhora após o protocolo de PPA (diferença

média para o CSRmelhor = 0,08 s e CSRmédio = 0,07) esses valores podem ser

determinantes para algumas situações esportivas. Por exemplo, considerando na

partida de handebol, situações tais como interceptar a bola, bloquear o oponente ou

em contra-ataques. Além disso, alguns autores demonstraram que o treinamento

utilizando fundamentos da PPA durante seis semanas ocasionam maiores aumentos

no desempenho de salto e sprint (MAIO ALVES et al., 2010), indicando que o

treinamento com o protocolo usado neste estudo pode ocasionar maiores

adaptações na CSR. No entanto, mais estudos são necessários para confirmar

esses resultados.

Estudos anteriores demonstraram a ocorrência da PPA em um único

sprint. Rahimi (2007) observou que a atividade condicionante de duas séries com

uma alta carga (85% de 1RM) no exercício agachamento potencializou em maior

magnitude do que em baixa intensidade (60% de 1RM) em sprint de 40 m.

Analisando a velocidade a cada 10 m no total de 40 m, Yetter e Moir (2008)

observaram aumentos na velocidade nas distâncias entre 10-20 m e 30-40 m. A

ocorrência da PPA pode ser também observado em maiores distância (100 m), na

qual o tempo médio de sprint melhorou 0,19 s (LINDER et al., 2010). Entretanto, não

havia evidências demonstrando a ocorrência da PPA em sprints realizados de

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87

maneira intermitente. Em saltos com contramovimento, Güllich e Schimidtbleicher

(1996) demonstraram que quando essa atividade foi realizada de maneira

intermitente (8 saltos com 20 s de descanso entre cada salto) após atividade

condicionante, o desempenho dos 8 saltos foi aumentado. Kilduff et al. (2007)

observaram resultados semelhantes em salto com contramovimento e no exercício

supino, com aumentos na potência pico analisados em diferentes momentos após a

atividade condicionante. Além disso, Chiu et al. (2003) demonstraram que a PPA

pode durar 18 min após exercício agachamento de alta intensidade, indicando a

utilidade deste protocolo para situações dentro desse período.

O CSR%dec não foi significativamente alterado, demonstrando que, em

geral, essa variável após a atividade condicionante foi semelhante, apesar de melhor

desempenho na CSRmelhor. A manutenção de CSR%dec similar é importante,

considerando que alguns autores demonstraram que uma maior fadiga reduziu a

habilidade em vários esportes (FERRAUTI; PLUIM; WEBER, 2001; RAMPININI, et

al., 2008; ROYAL et al., 2006). Assim, acredita-se que o handebol pode ser afetado

da mesma maneira, mas não há evidência demonstrando essa especulação. No

entanto, como foi discutido anteriormente, o CSR%dec é questionável pela moderada

a baixa reprodutibilidade e o percentual de chance de alteração ser indeterminado

devido a grande variabilidade dessa variável nas situações de teste e reteste.

A magnitude da PPA alterando o CSRmédio (r = -0,50; P = 0,10) e o

CSR%dec (r = -0,56; P = 0,06) foram moderadamente correlacionados com a carga de

1RM e próximo de significante, sugerindo que sujeitos mais fortes tem uma

tendência para uma maior PPA. Estudos anteriores apresentaram correlação

significativa entre a força absoluta e as mudanças no desempenho após exercício de

agachamento de alta intensidade (DUTHIE; YOUNG; AITKEN, 2002; KILDUFF et al.,

2008; YOUNG et al., 1998). Além disso, Gourgolis et al. (2003) observaram que o

grupo com 1RM maior que 160 kg no exercício agachamento teve um aumento

médio no salto com contramovimento de 4% após o protocolo de PPA, enquanto que

o grupo com 1RM menor que 160 kg o aumento foi somente de 0,42%. Esses

resultados indicam a importância no desenvolvimento da força muscular para a

ocorrência da PPA.

Outro fator importante para a ocorrência da PPA parece ser a experiência

no treinamento de força. Chiu et al. (2003) verificaram que o grupo de atletas com

experiência no treinamento de força visando a potência muscular, a potência pico e

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média no salto aumentou significativamente, enquanto que no grupo recreacional as

variáveis analisadas não alteraram após a atividade condicionante. Os possíveis

mecanismos envolvidos são maiores composições das fibras do tipo II, na qual

favorece a ocorrência da PPA (HAMADA et al., 2000; HAMADA et al. 2003), e

atletas com experiência em treinamento de força têm uma menor interferência de

inibição neural após o exercício de alta intensidade, devido à menor fadiga (CHIU et

al., 2003; GOURGOLIS et al., 2003). No entanto, para a ocorrência da PPA há

outras variáveis envolvidas tais como tipo do protocolo (tipo da ação muscular,

número de séries e repetições, intervalo entre as séries, intensidade) e tempo de

descanso após a atividade condicionante (CHIU et al., 2003; FRENCH et al., 2003;

RAHIMI, 2007).

Apesar de alguns estudos demonstrarem que a força muscular de

membros inferiores é altamente correlacionada com o desempenho no sprint

(NEWMAN et al., 2004; SLAWINSKI et al., 2010), quando correlacionado com os

parâmetros determinados no teste de CSR esse valor é baixo (NEWMAN et al.,

2004). Slawinski et al. (2010) demonstraram que a taxa de desenvolvimento de força

e a força de impulso é maior no grupo de indivíduos com melhor aceleração do

centro de massa e, consequentemente, apresentam menor tempo de sprint na

distância de 10 m. Newman et al. (2004) também observaram a importância da força

na realização do sprint, demonstrando que o torque isocinético na extensão de

joelho a 240º·s-1 foi moderadamente correlacionado com sprint de 10 m (r = 0,71).

No entanto, os mesmo autores não observaram correlações entre as variáveis do

teste de CSR com o torque de pico na extensão e flexão do joelho realizados a 60º,

150º e 240º·s-1, indicando que outras variáveis, além da força muscular, influenciam

no desempenho de CSR. Esses resultados vão de encontro ao do presente estudo,

em que as correlações entre a carga de 1RM e os parâmetros do teste de CSR

foram baixas. Todavia, a importância da força muscular de membros inferiores no

desempenho do teste de CSR não pode ser descartada. Buchheit et al. (2010a)

demonstraram que o treinamento de força visando a potência muscular melhorou o

desempenho no teste de CSR. Assim, o aumento no desempenho na CSR após o

protocolo de PPA neste estudo pode ser relacionado ao aumento agudo da força de

membros inferiores, que é transferido à capacidade de sprint. A baixa correlação

discutido anteriormente, pode ser explicado pelo modelo de Young et al. (2002), em

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que os autores demonstraram que além da força de membros inferiores, a técnica é

também muito importante para atividades que envolvem mudanças de direção.

Assim, a realização da atividade condicionante pode ser aplicada sem o

prejuízo no desempenho anteriormente à atividade de sprints realizados de maneira

intermitente, como no teste de CSR.

6. CONCLUSÕES

O teste de CSR apresentou bons indicadores de reprodutibilidade, com

altos valores de CCI, boa concordância e alto percentual de chance de ser trivial a

alteração no desempenho para as variáveis CSRmelhor e CSRmédio. Esses achados

reforçam a utilização desses dois parâmetros como forma de avaliação no teste de

CSR. No entanto, para o CSR%dec o valor de CCI foi moderado com uma baixa

concordância, e valor elevado para o percentual de chance de melhora, mas com

um padrão indeterminado devido a grande variabilidade das diferenças,

corroborando outros trabalhos que demonstraram uma baixa reprodutibilidade e até

não recomendando a utilização dessa variável.

Analisando as intervenções realizadas, o treinamento de força

convencional e treinamento de força com a plataforma vibratória em diferentes

amplitudes (30 e 50 Hz) e frequências (2-4 e 4-6 mm) ocasionam ganhos

semelhantes na força muscular no exercício agachamento e na ASTQ. Essas

adaptações foram revertidas em um maior desempenho na CSR, na qual o CSRmédio

melhorou em todos os grupos, com valores semelhantes para as respostas de [La] e

frequência cardíaca ao final do teste de CSR nas situações antes e após as 10

semanas de treinamento. Dessa forma, o treinamento de força com a plataforma

vibratória não foi mais efetivo do que o treinamento de força de maneira

convencional.

O presente estudo também verificou que a atividade condicionante

potencializou o CSRmelhor e CSRmédio sem alterar o CSR%dec, demonstrando que a

PPA pode ser observada não apenas em um único sprint, mas também em

atividades que envolvam a realização de vários sprints, como no teste de CSR. Isso

indica a utilização do protocolo de PPA para atividades com características

semelhantes ao teste analisado. Adicionalmente, a força muscular de membros

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inferiores foi moderadamente correlacionada com a magnitude de alteração no

CSRmédio e CSR%dec, indicando que indivíduos mais fortes têm uma maior tendência

para a ocorrência de PPA. No entanto, apenas para destacar, há outras variáveis

intervenientes para a ocorrência da PPA.

Assim, baseado nos dois estudos conduzidos, estratégias que melhoram

a força muscular tanto de maneira aguda (PPA) quanto de maneira crônica (TF)

melhoram também o desempenho no teste de CSR, indicando a importância da

força muscular variável para o desempenho em múltiplos sprints.

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ANEXOS

ANEXO 1. Questionário de prontidão para a atividade física (PAR-Q) 1 - Algum médico já lhe disse que você possui algum problema cardíaco e lhe

recomendou que só fizesse atividade física sob supervisão médica?

( ) SIM ( ) NÃO

2 - Você sente dor no peito induzida pela atividade física?

( ) SIM ( ) NÃO

3 - Você sentiu dor no peito no último mês?

( ) SIM ( ) NÃO

4 - Você perde o equilíbrio em virtude de vertigem, ou já perdeu a consciência?

( ) SIM ( ) NÃO

5 - Você tem algum problema ósseo ou articular que poderia ser agravado por uma

mudança em sua atividade física?

( ) SIM ( ) NÃO

6 - Algum médico está prescrevendo atualmente medicamentos para pressão arterial

alta ou para algum problema cardíaco?

( ) SIM ( ) NÃO

7 - Você está ciente de alguma outra razão pela qual não deveria realizar qualquer

atividade física?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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ANEXO 2. Termo de consentimento livre e esclarecido do projeto 1

ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

(Instruções para preenchimento no verso)

________________________________________________________________________

I - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA OU RESPONSÁVEL LEGAL

1. NOME DO INDIVÍDUO: ................................................................................................................. DOCUMENTO DE IDENTIDADE Nº: ...................................................... SEXO: M F DATA NASCIMENTO: ......../......../......... ENDEREÇO: ........................................................................................... Nº ........... APTO ........... BAIRRO: ........................................................... CIDADE: ............................................................. CEP: ............................................ TELEFONE: DDD (..........).........................................................

2. RESPONSÁVEL LEGAL: ............................................................................................................... NATUREZA (grau de parentesco, tutor, curador, etc.) ....................................................................... DOCUMENTO DE IDENTIDADE Nº: ................................................. SEXO: M F DATA NASCIMENTO: ......../......../......... ENDEREÇO:......................................................................................... Nº ............ APTO .............. BAIRRO: ................................................................. CIDADE: ........................................................ CEP: .............................................. TELEFONE: DDD (..................................................................

_________________________________________________________________________________

II - DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA

1. TÍTULO DO PROJETO DE PESQUISA: Potencialização pós-ativação e treinamento de força na capacidade de sprints repetidos.

2. PESQUISADOR RESPONSÁVEL: Maria Augusta Peduti Dal Molin Kiss.

3. CARGO/FUNÇÃO: Professora Titular.

4. AVALIAÇÃO DO RISCO DA PESQUISA:

RISCO MÍNIMO RISCO MÉDIO

RISCO BAIXO � RISCO MAIOR

(probabilidade de que o indivíduo sofra algum dano como consequência imediata ou tardia do estudo)

5. DURAÇÃO DA PESQUISA: 24 meses (12/2009 a 11/2011).

_________________________________________________________________________________

III - EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO INDIVÍDUO OU SEU REPRESENTANTE LEGAL SOBRE A PESQUISA, DE FORMA CLARA E SIMPLES, CONSIGNANDO:

1. Justificativa e os objetivos da pesquisa. Esportes como handebol, futsal, futebol e basquete são caracterizados pela realização de sucessivos sprints, aceleração e desaceleração, com breves períodos de recuperação e constantes mudanças de direções. Desta forma, acredita-se que uma maior força muscular pode acarretar em uma melhoria nessas ações e consequentemente em um melhor desempenho na capacidade de sprints repetidos (CSR). O objetivo do presente estudo será verificar o efeito do treinamento de força convencional e com vibração sobre o desempenho no teste de CSR.

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2. Procedimentos que serão utilizados e propósitos, incluindo a identificação dos procedimentos que são experimentais.

Você será submetido, inicialmente, teste de força muscular no exercício agachamento e familiarização ao teste de corrida. O teste de força muscular será realizado novamente em mais quatro sessões para assegurar a maior carga que você consegue mobilizar. Em outra visita separada será apenas o teste de corrida para evitar qualquer interferência do teste de força no desempenho. Após esta primeira etapa, você realizará 10 semanas de treinamento de força com ou sem a plataforma vibratória. Ao final dessas 10 semanas, você realizará novamente duas sessões do teste de força e um teste de corrida em dias diferentes. Nos testes de corrida você será realizado um furo no lóbulo da orelha para coletas de amostras de sangue (25µl) após devida assepsia. A perfuração no lóbulo da orelha será realizada com uma lanceta descartável e serão utilizadas apenas para a determinação das concentrações de lactato sanguíneo. 3. Desconfortos esperados. Dentre os possíveis desconfortos do teste de corrida e do treino de força estão náuseas, vômitos e enjôos. Entretanto, menos de 1% da população americana apresenta desconforto extremo durante este tipo de teste (American College of Sports Medicine). O desconforto da coleta de sangue se refere à inserção da lanceta no lóbulo da orelha. Entretanto, as análises descritas acima são rotineiras em laboratórios de avaliação física, com poucos casos de desconforto excessivo por parte dos pacientes. Além disso, antes da perfuração do lóbulo da orelha com a lanceta, o local será umedecido com álcool para antissepsia, para evitar riscos de contaminação. Todos os procedimentos serão realizados com o responsável pelas coletas utilizando luvas cirúrgicas. 4. Benefícios que poderão ser obtidos. Os benefícios do estudo estão, principalmente, em se obter índices fisiológicos que são frequentemente utilizados por indivíduos que visam a manutenção da saúde ou o aprimoramento do rendimento esportivo, e o aumento da força muscular de membros inferiores. 5. Procedimentos alternativos que possam ser vantajosos para o indivíduo. Deverá ser feito jejum de grandes refeições (exemplo: almoço) de aproximadamente 2 horas antes dos testes para diminuir os riscos de desconforto. Ao sinal de qualquer sintoma de desconforto, durante qualquer fase do estudo, os procedimentos serão interrompidos. _________________________________________________________________________________

IV - ESCLARECIMENTOS DADOS PELO PESQUISADOR SOBRE GARANTIAS DO SUJEITO DA PESQUISA:

1. Acesso, a qualquer tempo, às informações sobre procedimentos, riscos e benefícios relacionados à pesquisa, inclusive para dirimir eventuais dúvidas. Os resultados obtidos durante este estudo serão mantidos em sigilo e apenas serão divulgados em publicações científicas, não sendo mencionados dados pessoais. Caso deseje, você poderá pessoalmente tomar conhecimento dos resultados ao final das etapas do estudo, e/ou eventuais esclarecimentos sobre todos os procedimentos em qualquer fase do trabalho. 2. Liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e de deixar de participar do estudo, sem que isto traga prejuízo à continuidade da assistência. Há a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração neste estudo no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação. A desistência não causará nenhum prejuízo à saúde ou bem estar físico, e ficamos à disposição para eventuais dúvidas, mesmo após o término do estudo ou da sua retirada dele. 3. Salvaguarda da confidencialidade, sigilo e privacidade. Os resultados obtidos durante este estudo serão mantidos em sigilo, e apenas serão divulgados em publicações científicas, através de média e desvio padrão (ou outras medidas de tendência central), sem que os dados pessoais sejam mencionados. 4. Disponibilidade de assistência no HU ou HCFMUSP, por eventuais danos à saúde, decorrentes da pesquisa. Qualquer possível desconforto provocado pelos procedimentos desta pesquisa será prontamente atendido no próprio local, e/ou em casos mais cuidadosos, terá assistência médica no HU ou na HCFMUSP, sem qualquer ônus.

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_________________________________________________________________________________

V - INFORMAÇÕES DE NOMES, ENDEREÇOS E TELEFONES DOS RESPONSÁVEIS PELO ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA, PARA CONTATO EM CASO DE INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E REAÇÕES ADVERSAS.

Maria Augusta Peduti Dal' Molin Kiss Endereço: Rua Itajaçu, nº 106, Pacaembu.

Cep: 01247-030 Fone: 3672-4336

Nilo Massaru Okuno Endereço: Rua Baltazar Lisboa, 148, apto 1204, Vila Mariana.

Cep: 04110-060 Fone: 8058-7718

VI. - OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES:

VII - CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO

Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado, consinto em participar do presente Projeto de Pesquisa.

São Paulo, de de 20 .

_________________________________________ __________________________________ assinatura do sujeito da pesquisa ou responsável legal assinatura do pesquisador (carimbo ou nome legível)

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ANEXO 3. Termo de consentimento livre e esclarecido do projeto 2

ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

(Instruções para preenchimento no verso)

_________________________________________________________________________________

I - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA OU RESPONSÁVEL LEGAL

1. NOME DO INDIVÍDUO: ................................................................................................................. DOCUMENTO DE IDENTIDADE Nº: ...................................................... SEXO: M F DATA NASCIMENTO: ......../......../......... ENDEREÇO: ........................................................................................... Nº ........... APTO ........... BAIRRO: ........................................................... CIDADE: ............................................................. CEP: ............................................ TELEFONE: DDD (..........).........................................................

2. RESPONSÁVEL LEGAL: ............................................................................................................... NATUREZA (grau de parentesco, tutor, curador, etc.) ....................................................................... DOCUMENTO DE IDENTIDADE Nº: ................................................. SEXO: M F DATA NASCIMENTO: ......../......../......... ENDEREÇO:......................................................................................... Nº ............ APTO .............. BAIRRO: ................................................................. CIDADE: ........................................................ CEP: .............................................. TELEFONE: DDD (..................................................................

_________________________________________________________________________________

II - DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA

1. TÍTULO DO PROJETO DE PESQUISA: Potencialização pós-ativação e treinamento de força na capacidade de sprints repetidos.

2. PESQUISADOR RESPONSÁVEL: Maria Augusta Peduti Dal Molin Kiss.

3. CARGO/FUNÇÃO: Professora Titular.

4. AVALIAÇÃO DO RISCO DA PESQUISA:

RISCO MÍNIMO RISCO MÉDIO

RISCO BAIXO � RISCO MAIOR

(probabilidade de que o indivíduo sofra algum dano como consequência imediata ou tardia do estudo)

5. DURAÇÃO DA PESQUISA: 24 meses (12/2009 a 11/2011).

_________________________________________________________________________________

III - EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO INDIVÍDUO OU SEU REPRESENTANTE LEGAL SOBRE A PESQUISA, DE FORMA CLARA E SIMPLES, CONSIGNANDO:

6. Justificativa e os objetivos da pesquisa. Esportes como handebol, futsal, futebol e basquete são caracterizados pela realização de sucessivos sprints, aceleração e desaceleração, com breves períodos de recuperação e constantes mudanças de direções. Desta forma, acredita-se que uma maior força muscular pode acarretar em uma melhoria nessas ações e consequentemente em um melhor desempenho na capacidade de sprints repetidos (CSR). O objetivo do presente estudo será verificar a potencialização pós-ativação em dois tipos de atividades condicionantes (agachamento e vibração) no teste de CSR.

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7. Procedimentos que serão utilizados e propósitos, incluindo a identificação dos procedimentos que são experimentais.

Você será submetido, inicialmente, teste de força muscular no exercício agachamento e familiarização ao teste de corrida. O teste de força muscular será realizado novamente em outra sessão para assegurar a maior carga que você consegue mobilizar. Nas visitas subsequentes serão realizadas corridas precedidas ou não de exercício agachamento. Nos testes de corrida você será realizado um furo no lóbulo da orelha para coletas de amostras de sangue (25µl) após devida assepsia. A perfuração no lóbulo da orelha será realizada com uma lanceta descartável e serão utilizadas apenas para a determinação das concentrações de lactato sanguíneo. 8. Desconfortos esperados. Dentre os possíveis desconfortos do teste de corrida estão náuseas, vômitos e enjoos. Entretanto, menos de 1% da população americana apresenta desconforto extremo durante este tipo de teste (American College of Sports Medicine). Entretanto, as análises descritas acima são rotineiras em laboratórios de avaliação física, com poucos casos de desconforto excessivo por parte dos pacientes. Além disso, antes da perfuração do lóbulo da orelha com a lanceta, o local será umedecido com álcool para antissepsia, para evitar riscos de contaminação. Todos os procedimentos serão realizados com o responsável pelas coletas utilizando luvas cirúrgicas. 9. Benefícios que poderão ser obtidos. Os benefícios do estudo estão, principalmente, em se obter índices fisiológicos que são frequentemente utilizados por indivíduos que visam a manutenção da saúde ou o aprimoramento do rendimento esportivo. Este conhecimento poderá ser útil para uma melhor orientação e prescrição de atividades físicas. 10. Procedimentos alternativos que possam ser vantajosos para o indivíduo. Deverá ser feito jejum de grandes refeições (exemplo: almoço) de aproximadamente 2 horas antes dos testes para diminuir os riscos de desconforto. Ao sinal de qualquer sintoma de desconforto, durante qualquer fase do estudo, os procedimentos serão interrompidos. _________________________________________________________________________________

IV - ESCLARECIMENTOS DADOS PELO PESQUISADOR SOBRE GARANTIAS DO SUJEITO DA PESQUISA:

1. Acesso, a qualquer tempo, às informações sobre procedimentos, riscos e benefícios relacionados à pesquisa, inclusive para dirimir eventuais dúvidas. Os resultados obtidos durante este estudo serão mantidos em sigilo e apenas serão divulgados em publicações científicas, não sendo mencionados dados pessoais. Caso deseje, você poderá pessoalmente tomar conhecimento dos resultados ao final das etapas do estudo, e/ou eventuais esclarecimentos sobre todos os procedimentos em qualquer fase do trabalho. 2. Liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e de deixar de participar do estudo, sem que isto traga prejuízo à continuidade da assistência. Há a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração neste estudo no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação. A desistência não causará nenhum prejuízo à saúde ou bem estar físico, e ficamos à disposição para eventuais dúvidas, mesmo após o término do estudo ou da sua retirada dele. 3. Salvaguarda da confidencialidade, sigilo e privacidade. Os resultados obtidos durante este estudo serão mantidos em sigilo, e apenas serão divulgados em publicações científicas, através de média e desvio padrão (ou outras medidas de tendência central), sem que os dados pessoais sejam mencionados. 4. Disponibilidade de assistência no HU ou HCFMUSP, por eventuais danos à saúde, decorrentes da pesquisa. Qualquer possível desconforto provocado pelos procedimentos desta pesquisa será prontamente atendido no próprio local, e/ou em casos mais cuidadosos, terá assistência médica no HU ou na HCFMUSP, sem qualquer ônus. _________________________________________________________________________________

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V - INFORMAÇÕES DE NOMES, ENDEREÇOS E TELEFONES DOS RESPONSÁVEIS PELO ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA, PARA CONTATO EM CASO DE INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E REAÇÕES ADVERSAS.

Maria Augusta Peduti Dal' Molin Kiss Endereço: Rua Itajaçu, nº 106, Pacaembu.

Cep: 01247-030 Fone: 3672-4336

Nilo Massaru Okuno Endereço: Rua Baltazar Lisboa, 148, apto 1204, Vila Mariana.

Cep: 04110-060 Fone: 8058-7718

VI. - OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES:

VII - CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO

Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado, consinto em participar do presente Projeto de Pesquisa.

São Paulo, de de 20 .

_________________________________________ __________________________________ assinatura do sujeito da pesquisa ou responsável legal assinatura do pesquisador (carimbo ou nome legível)

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ANEXO 4. Carta de aprovação do comitê de ética em pesquisa