Ângela araujo da rosa
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ÂNGELA ARAUJO DA ROSA
CENTRO DE RETIROS RELIGIOSOS DA IGREJA CATÓLICA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial
à obtenção do título de Bacharel.
Orientador: Prof. Maria Matilde Villegas Jaramillo,Ms.
Tubarão
2019
ÂNGELA ARAUJO DA ROSA
CENTRO DE RETIROS RELIGIOSOS DA IGREJA CATÓLICA
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo e aprovado em sua forma final pelo Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Sul de Santa Catarina.
Tubarão, 28 de junho de 2019
______________________________________________________
Professora orientadora: Maria Matilde Villegas Jaramillo, Ms.
Universidade do Sul de Santa Catarina
______________________________________________________
Prof.:
Universidade do Sul de Santa Catarina
______________________________________________________
Prof.:
Universidade do Sul de Santa Catarina
DADOS CADASTRAIS
ACADÊMICA
Ângela Araujo da Rosa
ENDEREÇO
Endereço: Rua Duque de Caxias, número 222
Armazém - sc
CONTATO:
Telefone: (48) 98803-4393
E-mail: [email protected]
ORIENTADOR
Professora: Maria Matilde Villegas Jaramilo
E-mail: [email protected]
CURSO
Código de matrícula: 38888
Período: 9º semestre
TÍTULO DO TRABALHO
Centro de Retiros Religiosos da Igreja Católica.
Tubarão, junho 2019
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..............................................................................................8
1.2 PROBLEMÁTICA E JUSTIFICATIVA ................................................ 9
1.3 OBJETIVOS ......................................................................................... 10
1.3.1 Objetivo Geral.........................................................................10
1.3.2 Objetivo Específico .................................................................10
1.4 METODOLOGIA .................................................................................10
2 REFERENCIAL TEORICO......................................................................12
2.1 PERCURSO HISTÓRICO DA IGREJA................................................12
2.1.1 Histórico de espaços para culto depois de Cristo até os tempos
atuais...............................................................................................12
2.2 A “FUGA MUNDI” E A CONCEPÇÃO DA VIDA
MONÁSTICA....................................................................................14
2.2.1 “Fuga Mundi” e a necessidade de um espaço de Vivência
Comunitária......................................................................................14
2.2.2 Os mosteiros ............................................................................15
2.2.3 Hospedagem nos mosteiros ....................................................16
2.3 CONVENTOS........................................................................................17
2.4 SEMINÁRIOS........................................................................................18
2.5 A “FUGA MUNDI” E A NECESSIDADE DE ESPAÇOS DE RETIRO NA
CONTEMPORANIEDADE..............................................................................18
2.6 CASA DE RETIRO................................................................................19
2.7 TURISMO RELIGIOSO .......................................................................20
2.7.1 Potencial turístico religioso da região de São Martinho........20
2.8 SUSTENTABILIDADE E MEIO AMBIENTE...........................................21
2.9 A IGREJA CATÓLICA E SUA PREOCUPAÇÃO COM
SUSTENTABILIDADE ..........................................................................................22
3 REFERENCIAIS PROJETUAIS ......................................................................24
3.1 PROJETO JETAVANA..................................................................................24
3.1.1 Ficha técnica .......................................................................................24
3.1.2 Apresentação do projeto – Jetavana.................................................24
3.1.3 Implantação e acessos.........................................................................24
3.1.4 Circulação............................................................................................25
3.1.5 Definição dos espaços e zoneamento funcional.................................25
3.1.6 Hierarquia Funcional..........................................................................26
3.1.7 Volume e massa...................................................................................26
3.1.8 Relação - interno com externo............................................................26
3.1.9 Conforto Ambiental - Iluminação e Ventilação................................27
3.1.10 Estrutura e técnicas construtivas.....................................................27
3.2 CENTRO SÃO PIO.....................................................................................30
3.2.1 Ficha técnica.......................................................................................30
3.2.2 Apresentação do projeto.....................................................................30
3.2.3 Implantação e entorno........................................................................31
3.2.4 Circulação e acessos............................................................................32
3.2.5 Zoneamento funcional e hierarquia espacial....................................32
3.2.6 Volume e massa...................................................................................32
3.2.7 Relação interior com o exterior.........................................................33
3.2.8 Conforto ambiental.............................................................................33
3.2.9 Estrutura e técnica construtiva..........................................................34
3.3 ESTUDO DE CASO – VILA FÁTIMA ........................................................36
4.3.2 Legislação Federal para áreas de preservação permanente..51
4.4 ASPECTOS FÍSICOS E BIOCLIMÁTICOS........................................51
4.5 TOPOGRAFIA E DIMENSIONAMENTO DA ÁREA.......................52
4.6 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO DA ÁREA E SEU
ENTORNO...................................................................................................53
5 PARTIDO........................................................................................................54
5.1 CONCEITO...........................................................................................55
5.2 DIRETRIZES PROJETUAIS................................................................55
5.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES PRÉ-DIMENSIONAMENTO E
FLUXOGRAMA..........................................................................................56
5.3.1 Resumo do programa de necessidades e pré
dimensionamento ...............................................................................57
5.4 ORGANOGRAMA................................................................................57
5.5 ZONEAMENTO....................................................................................59
5.6 PLANTA BAIXA CENTRO DE RETIROS.........................................60
5.7 PLANTAS BAIXAS AMPLIADAS E CROQUIS ESQUEMÁTICOS
DOS AMBIENTES......................................................................................61
5.8 CORTES ESQUEMÁTICOS.................................................................64
5.9 COBERTURA........................................................................................64
5.10 FACHADAS........................................................................................65
5.10.1 Estudo volumétrico das fachadas...........................................66
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................67
7 ANEXOS..........................................................................................................68
8 REFERENCIAS CITADAS NO TRABALHO............................................69
3.3.1 Ficha técnica......................................................................................36
3.3.2 Breve histórico Vila Fátima.............................................................36
3.3.3 Implantação e relação com o entorno..............................................37
3.3.4 Acessos e circulações.........................................................................37
3.3.5 Hierarquia Espacial..........................................................................38
3.3.6 Implantação e levantamento fotográfico – estudo de caso............39
3.3.7 Circulações........................................................................................40
3.3.8 Zoneamento funcional......................................................................40
3.3.9 Sustentabilidade e conforto ambiental............................................41
3.3.10 Iluminação e ventilação..................................................................41
3.3.11 Volume e massa...............................................................................42
3.3.12 Estrutura e técnica construtiva.....................................................42
3.3.13 Potencialidades e deficiências........................................................43
3.3.14 Resumo da visita técnica................................................................43
4 DIAGNÓSTICO DA ÁREA............................................................................45
4.1 DADOS DO MUNICÍPIO E LOCALIZAÇÃO.........................................45
4.1.1 Breve histórico de São-Martinho.....................................................46
4.1.2 Economia...........................................................................................46
4.2 PANORAMA DE SÃO LUIZ – A COMUNIDADE.................................47
4.2.1 Sistema viário e Transporte coletivo...............................................47
4.2.2 Uso do solo e gabaritos.....................................................................48
4.2.3 Tipologias..........................................................................................48
4.2.4 Cheios e vazios..................................................................................49
4.2.5 Serviço e equipamentos....................................................................49
4.3 LEGISLAÇÃO.......................................................................................50
4.3.1 Legislação esfera Estadual........................................................51
RESUMO
O presente trabalho de conclusão de curso tem como objetivo apresentar informações necessárias para a
elaboração de um projeto arquitetônico de um Centro de Retiros Religiosos da Igreja Católica. O projeto será desenvolvido
no Município de São Martinho- SC, próximo ao Santuário da Bem-Aventurada Albertina Berkenbrock, ponto estratégico e
determinante para a escolha do projeto, região também conhecida pelo forte turismo religioso. O Centro de Retiros
Religiosos tem o intuito de promover o autoconhecimento pessoal, crescimento espiritual e a profunda experiência com Deus.
Permitindo a visitação de todos, principalmente para os romeiros, afim de proporcionar retiros espirituais mediante a
momentos de oração, reflexão, e aprofundamento da fé. Esse trabalho foi desenvolvido através do embasamento teórico
acerca do tema por meio de livros, artigos e referenciais projetuais similares.
Palavras Chave: Retiros, Igreja Católica, Deus, autoconhecimento.
ABSTRACT
The present work of course completion has the objective to present information necessary for the elaboration of an
architectural project of a Center of Religious Retreats of the Catholic Church. The project will be developed in the
Municipality of São Martinho-SC, near the Sanctuary of the Blessed Albertina Berkenbrock, strategic and decisive point for
choosing the project, a region also known for its strong religious tourism. This Center for Religious Retreats is designed to
promote personal self-knowledge, spiritual growth, and deep experience with God. Allowing the visitation of all, especially
for the pilgrims, in order to provide spiritual retreats through moments of prayer, reflection, and deepening of the faith. This
work was developed through the theoretical basis of the theme through books, articles and similar project references.
Keywords: Retreats, Catholic Church, God, self-knowledge.
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho, tem como objetivo buscar informações
necessárias para a elaboração de diretrizes projetuais, partido geral e
posteriormente, anteprojeto de um Centro de Retiros Religiosos da Igreja
Católica no Município de São Martinho, SC.
A cidade localizada no sul do Estado, é conhecida pelo turismo
rural, cultural e religioso. A proposta visa dar acolhimento e bem estar para os
romeiros e visitantes que peregrinam pelas proximidades do Santuário da Bem-
Aventurada Albertina Berkenbrock.
De acordo com o dicionário Online de Português (2009), a palavra
retiro significa período de recolhimento e meditação, local retirado, um período
de afastamento da vida cotidiana.
Observa-se que em várias passagens bíblicas que os retiros já
eram de grande importância. O próprio Jesus, antes de tomar suas decisões, ia
para o monte ou deserto, retirava-se em um lugar afastado, para falar com
Deus. Mostra-se a importância do fortalecimento pessoal, do momento para
refletir sobre si, e renovar também a fé. Há vários temas e áreas de
aprofundamento que os retiros podem trazer, mas o único objetivo é a
espiritualidade envolvida, o contato com Deus e consigo.
Os evangelhos relatam que, antes de tomar decisões ou
realizar atos importantes, Jesus se retirava para uma região
montanhosa ou desértica, onde passava longos tempos de
silêncio e oração. Foi assim que escolheu seus seguidores
mais próximos:‘[...] naqueles dias, subiu ao monte para
orar, e passou a noite em oração a Deus. Quando já era
dia, chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze
deles, a quem também deu o nome de apóstolos.(Lc
6,12-13).” (BETHÂNIA, 2018, p.01)
Na atualidade os retiros formam parte da vida diária de muitos
católicos, a região é muito procurada por esse motivo, mas não conta com um
espaço apropriado para o bom funcionamento destas atividades.
Por isso, viu-se no centro de retiros, a melhor forma de fortalecer
esta atividade, promovendo o turismo a cultura entre os habitantes e a
comunidade religiosa. A ideia é proporcionar, em um local alto, que traz a
releitura do monte, um ambiente onde se encontra paz e aconchego, longe dos
grandes centros urbanos caracterizados pela intensa movimentação.
Segundo Tres, Reis e Schlindwein (2011), o homem é um pedaço da
natureza. Desenvolver um espaço para a realização de Retiros, requer certa
harmonia com a natureza, afim de que, as pessoas sintam-se acolhidas e
desconectadas da agitação cotidiana. O espaço, deve ser preparado para
receber pessoas que buscam melhorar a saúde física e espiritual, através do
relaxamento, da oração e reflexão.
Portanto, o Centro de Retiros será um local de uso frequente em todas
as épocas do ano, promovendo a espiritualidade, com espaços destinados a
convivência, recolhimento, meditação, resgatando os valores humanos e
atraindo romeiros e turistas da região.
8
1.2 PROBLEMÁTICA E JUSTIFICATIVA
A comunidade de São Luiz, politicamente se divide entre dois
municípios, Imaruí e São Martinho e vem sempre sendo procurada como opção
para a realização de Retiros Espirituais e outros eventos religiosos.
Seu potencial religioso é marcado pela devoção a Jovem Albertina
Berkenbrock, reconhecida pela Igreja Católica Apostólica Romana como uma
Jovem Bem Aventurada, atraindo de inúmeros lugares, romeiros de sua
devoção.
Albertina Berkenbrock foi uma Jovem Mártir que morreu no ano
1931, com 12 anos de idade. Após a sua morte começaram então a ocorrer uma
grande procura até o local do martírio. Por sua fama de santidade a Diocese de
Tubarão abriu um processo de Beatificação que foi concluído em outubro de
2007, onde foi declarada bem-aventurada. Após isso o papa Bento XVI
concede a beatificação.
Ela vive pouco, apenas 12 anos, mas nesse pequeno
espaço de tempo conseguiu mostrar como Deus pode
inflamar de tal maneira um coração tão disposto, a ponto
de que ele seja capaz inclusive de entregar a própria vida
antes de ofender esse amor que o toma por inteiro.
(LEÃO, 2016, p. 01)
A história da jovem que viveu e foi martirizada com grande fama
de santidade, continua a se tornar muito conhecida em meio ao povo católico.
Seu exemplo constitui um cenário específico e favorável para as pessoas se
aproximarem mais de Deus.
Peregrinos (romeiros) vem de todos os lugares do Estado,
do país e até de outras nações para rezarem no Santuário
de Albertina. Os que desejam permanecer mais alguns
dias na região, utilizam-se de pousadas e hotéis mais
próximos. Hospedam-se em Tubarão, Gravatal, Armazém
e São Martinho. Alguns destes estabelecimentos
promovem passeios ao Santuário. Mas, aqueles que
desejam fazer uma experiência religiosa mais intensa não
dispõe de uma Casa de Retiros, onde poderiam ser
acompanhadas em suas necessidades pessoais e
espirituais. (COSTA, 2019)
Todavia, não há no local um espaço próprio para a realização de
Retiros, objetivo final deste trabalho, onde a Diocese de Tubarão, entre outras,
possam usufruir para promoção humana e espiritual das pessoas. Segundo
Costa (2019) a Diocese de Tubarão é composta por mais de 400 comunidades,
organizadas em 28 paróquias, e estima-se que abrange cerca de 400 mil
pessoas.
Percebe-se que em todos os lugares e na vida cotidiana as pessoas
estão vivendo contra o tempo. Segundo o livro Recomeçar do padre Polak
(2016), considera-se nos dias de hoje absurdo tirar um tempo para fazer um
retiro, pois a pressão do trabalho, do grupo, das pessoas parece nos lançar para
uma correria sem fim. Com todos esses compromissos, acaba se esgotando a
saúde física, mental e espiritual das pessoas. Observamos que a maioria, por
sua vez, procura os retiros em busca de um momento único, de reflexão,
descanso, autoconhecimento, e em sua maioria buscam um abastecimento de
Deus para continuar sua caminhada do dia a dia.
Desta maneira, o centro de retiros religiosos passará a ser um
recurso acessível para muitas pessoas, até mesmo quem estiver de passagem.
9
Mas principalmente para pessoas que precisam viver essa profunda experiência
com Deus, seja individualmente, ou em comunidade.
Cada vez mais a procura por esses locais isolados aumenta,
tornando assim o Centro de Retiros Religiosos muito necessário nos dias de
hoje.
1.3 OBJETIVOS
Para dar andamento deste trabalho de conclusão de curso, serão
traçados alguns objetivos que irão direcionar a elaboração do projeto.
1.3.1 Objetivo geral
O trabalho de conclusão tem como objetivo elaborar um ante-
projeto arquitetônico de um Centro para Retiros Religiosos, no município de
São Martinho-SC.
1.3.2 Objetivos Específicos
• Adquirir embasamento teórico para compreender o desenvolvimento dos
espaços de culto cristão analisando o histórico até os tempos atuais;
• Analisar um estudo de caso de uma casa de retiro além de referenciais
projetuais que contribuam para as diretrizes do projeto arquitetônico;
• Estudar as potencialidades turísticas e religiosas que existem no município
de São Martinho;
• Definir o espaço necessário para atender aos Retiros Religiosos
promovidos pelos Municípios próximos e região;
• Elaborar um programa de necessidades que supra a demanda desses
usuários;
• Revisar as legislações urbanas e ambientais, municipais, estaduais e
federais para que a proposta esteja dentro das requisições;
• Promover a integração com o entorno do terreno;
• Desenvolver um partido arquitetônico com espaços agradáveis para
retiro, descanso e lazer, além de salas para reuniões, formações;
• Utilizar de tecnologias e materiais que promovam a sustentabilidade e
acima de tudo sejam aconchegantes e harmoniosas para o projeto.
1.4 METODOLOGIA
O trabalho será composto pelo seguinte processo metodológico:
• Pesquisa bibliográfica: Leitura e compreensão de referenciais teóricos e
conceituais dos espaços de culto, buscando através de pesquisas em livros,
artigos, teses, referências históricas, e documentos da arquitetura religiosa,
buscando compreender a evolução da igreja.
• Entender a relação da religião com o turismo religioso do local além da
sustentabilidade;
• Referenciais projetuais: analisar obras relacionadas ao tema de estudo,
agregando informações necessárias para a realização do partido. Buscar
entender a ordem de ideias dos itens como por exemplo os acessos,
circulações, espaços, entorno do edifício, volumetria, materialidade, dentre
10
outros elementos;
• Estudo de Caso: visitar uma obra com características similares a uma casa
de retiros para auxiliar no entendimento e construção do programa de
necessidades do partido buscando compreender o funcionamento de todos
ambientes. Será analisado sua história, acessos, a implantação, sistema
construtivo, conforto ambiental, além das potencialidades e deficiências do
local. Será feito um levantamento das plantas, juntamente com o
levantamento fotográfico, para que haja a compreensão técnica do edifício;
• Diagnóstico da área: estudar e analisar os aspectos históricos, as
características do entorno, acessos, aspectos físicos, ambientais, sistema
viário, infraestrutura, legislações federais e estaduais além de apresentar as
potenciais da área.
• Pesquisar a legislação Federal, Estadual e Municipal;
• Partido geral: Desenvolver um partido arquitetônico através de um conceito,
diretrizes, programa de necessidades, organograma, fluxograma por meio da
implantação, acessos, zoneamento, esquemas, croquis esquemáticos e
estudos volumétricos.
11
2 REFERENCIAIS TEÓRICOS
2.1 PERCURSO HISTÓRICO DA IGREJA
Nesse capítulo veremos o processo de desenvolvimento dos
espaços de culto cristão, e a importância da arquitetura religiosa, em especial
os ambientes de retiro, observando o processo de desenvolvimento e suas
transformações até os tempos atuais.
2.1.1 Histórico de espaços para culto depois de Cristo até os tempos
atuais
Desde a antiguidade homens, mulheres, jovens e crianças
utilizavam de espaços para cultivar sua fé, através de práticas como a oração e
o estudo. O que estabelecia uma vivência em comunidade a qual fundava sua
fé num único Deus, o Criador. Os primeiros cristãos em sua maioria eram
vistos como aqueles que discordavam do Judaísmo, por conta do culto judeu
monoteísta, baseado na Escrituras Sagradas Judaicas (YOUCAT 2019).
Para EKERMAN (2007, p. 1) no entanto, era nas sinagogas,
expressão grega synagein - “reunir-se”, o lugar onde judeus e os primeiros
cristãos se reuniam com a função de orarem e dirigirem suas preces a Deus,
faziam o estudo do Torah (cinco primeiros livros da Bíblia), para preservar a
religião. Os espaços serviam também para os debates, partilha e reunião da
comunidade.
Como apresentado na (Figura 01), as Sinagogas possuíam em sua
estrutura elementos que eram constantes: a Arca da Aliança (guardava as
tábuas da Lei), segundo Lima (2012, p.22) “ficava sempre na parte orientada
para Jerusalém, de modo que atraía para si todos os olhares da assembleia,
uma referência clara ao Santo dos Santos do templo de Jerusalém”. Integram
ainda os elementos da Sinagoga, o Menorá (candelabro sagrado), formado por
sete braços onde eram acesas velas, o Bema (plataforma de leitura), mesa onde
eram lidos os rolos da Toráh e, por fim, a Cátedra de Moisés (cadeira utilizada
por autoridades oficiais) posicionada sobre a mesma elevação do Bema.
Figura 01: Esquema de uma Sinagoga antiga
Fonte: Lima (2012, p. 22) apud BOUYER. Architettura e liturgia, p. 79.
Todavia segundo (Gambrich, 2008 apud Mattos 2017, p.10) “De
início, o cristianismo aproveitou sua ligação com o judaísmo para alcançar
terras distantes, por meio da rede de sinagogas”. A ação missionária desses
cristãos levou a conversão de muitos outros.
A partir do mistério de Cristo aconteceu a “cristianização” dos
elementos herdados do judaísmo, onde os seguidores de Cristo se veem
obrigados a encontrar e legitimar novos espaços para a prática da fé. A Igreja
começa sua história na clandestinidade, ou seja, na intimidade das moradias de
12
seus membros denominada Domus Ecclesiae - Igreja nas Casas.
Segundo Nóbrega (2017, p.28):
Foram os primeiros espaços concebidos pelos cristãos da
era apostólica, consistiam em casas residenciais, de uso
normal durante a semana, que aos domingos abarcavam
reuniões noturnas de grupos de fiéis com a esperança do
retorno do Cristo.
Este mesmo autor afirma que, na Domus Ecclesiae (Figura 2),
utilizavam-se espaços como na estrutura da antiga sinagoga, onde
proclamavam a palavra. O zoneamento do local era dividido em: espaço para a
ceia do Senhor, sala de batismo, proclamação da palavra, e sala de espera.
Figura 02: Domus Ecclesiae aos domingos
Fonte: Lucedistelle, 2018 s/p.
No entanto com a difusão da fé cristã, houve uma conversão em
massa surtindo efeitos dramáticos na história cristã: a brutalidade da
perseguição contra os cristãos, sobretudo pelo Império Romano, que desejava
aniquilar os seguidores de Jesus. Por conta disso, essas organizações tiveram
que procurar locais mais seguros, elegendo assim as catacumbas como um
novo espaço para o culto cristão. (MILANI, 2016, p. 22)
As catacumbas, (Figura 03) consistiam-se galerias subterrâneas
onde aconteciam os sepultamento dos mártires. Seus túmulos, após a vinda
dos cristãos serviam como altar para as reuniões religiosas. (MILANI, 2016)
Figura 03: Catacumbas dos mártires
Fonte: Editora Cléofas, 2018.
Na história da arquitetura, as catacumbas têm papel relevante na
expressão da fé cristã. Nelas se consagram alguns elementos que se
caracterizaram os símbolos cristãos, os quais se tornam paradigmas da arte
cristã e histórica da fé.
No entanto segundo Carreira (2013 apud NÓBREGA, 2017) com
o Edito de Milão no ano 313, com o Imperador Constantino, houve um avanço
importante na consolidação da fé cristã. O Império Romano, decretou a
liberdade de cultos e a todas as expressões de fé.
Também conhecido como Edito de Milão (ou Edito de
Tolerância), “declarava que o Império Romano seria
neutro em relação ao credo religioso, acabando
oficialmente com toda perseguição sancionada
oficialmente, especialmente do cristianismo. O Edito foi
emitido pelo tetrarca ocidental Constantino, o grande, e
por Licínio, o tetrarca Oriental. (CARREIRA, 2013 apud
NÓBREGA, 2017 p. 29).
13
De acordo com estes autores o cristianismo passou a ser a religião
oficial do Império, e as basílicas, já existentes, foram adotadas como espaços
favoráveis para a celebração. Posteriormente, começou-se a pensar na
arquitetura e sinais simbólicos da fé para a construção de novos espaços para o
culto cristão.
Rezende (2006) assinala que, as primeiras igrejas cristãs trazem a
riqueza das diversas culturas e povos que o Império Romano havia subjugado.
Esta diversidade por vezes coexiste no mesmo espaço sacro. As colunas
romanas, gregas, os mármores egípcios, os mosaicos, a vidraçaria, as pinturas,
as pedras e metais preciosos, enfim, todos os templos procuraram expressar o
poder de um povo e grandiosidade de Deus.
2.2 A “FUGA MUNDI” E A CONCEPÇÃO DA VIDA MONÁSTICA
Desde suas origens o cristianismo soube dialogar com as
diferentes culturas. Este foi um dos motivos para sua rápida expansão. Não
demoraram a surgir aqueles que buscam viver esta proposta de vida no
silêncio, contemplação e oração, exemplo disso é “a tradição monástica dos
primórdios, a qual favorecia de certo modo a fuga do mundo, procurando
afastar-se da decadência urbana. (Laudato Si 2015, n.126 p. 97)
Ou seja, a expressão do latim “fuga mundi” significa uma fuga do
mundo, não ligada à ideia de um afastamento da cidade como uma manobra
para desviar-se de dificuldades ou obrigações, mas sim, ao intuito de abdicar na
solidão, tudo o que o “mundo” ama e/ou há nele. (NAZARÉ, 2019)
De acordo com Miccoli, (1989, p. 33-54 apud Araújo 2008 p. 43):
A verdadeira concepção da vida monástica se formou
depois da morte dos apóstolos, momento em que se por
um lado o fervor da multidão dos crentes começou a
esfriar, por outro, manteve-se ainda vivo entre aqueles em
que abandonaram as cidades e começaram a praticar,
particularmente, as regras que tinham sido estabelecidas
pelos apóstolos para todo corpo da Igreja.
No entanto a vida monástica, se expressa neste desejo de
afastamento do mundo e busca do silêncio no anseio de uma profunda
intimidade com Deus. Nasce “o estilo de vida retirante”, a vida contemplativa.
2.2.1 “Fuga mundi” e a necessidade de um espaço de vivência
comunitária
A vida monástica, fundamentada em um aprofundamento da fé e
espiritualidade avançou com a decisão dos monges em formar edificios
comunitários para a vivência fraterna – os Mosteiros. Neste passaram a viver
conforme sua ordem religiosa. (Laudato Si 2015, n.126 p. 97)
Segundo o mesmo documento, São Bento de Núrsia, conhecido
como mestre da vida monástica manifestou o desejo de que seus monges
vivessem em comunidade, unindo a prática da oração e estudo com o trabalho
manual “Ora et labora” – oração e trabalho. Fundada em meados de 529, a
Ordem Beneditina (Figura 04), é a mais antiga da vida monástica.
14
Figura 04: Monjas e monges Beneditinos
Fonte: Túnel ..., (2015). Fonte: Senza Pagare (2016).
2.2.2 Os mosteiros
Os primeiros monges construíram seus mosteiros afastados das
cidades e do barulho, próximo de cursos de água e terras férteis, onde
produziam seus próprios alimentos para o consumo, e cultivo de plantas
medicinais. Hernandez e Chacon (2004) assinalam que, a hospedaria dos
mosteiros, já presente nos primeiros séculos da vida cristã, acolhia os
peregrinos e pobres além de prestar atendimento as suas necessidades físicas e
espirituais.
No entanto segundo Hernandez e Chacon (2004 p.10, tradução nossa):
No final do século XI e início do século XII, a vida
monástica é vista na necessidade de "renovar" seus ideais
espirituais, devido a atividades e obras emergindo da nova
sociedade; as novas cidades nascem, o comércio é
desenvolvido, universidades e catedrais são mais atraentes
do que mosteiros. [...] Como resultado disso, muitos dos
mosteiros são usados para a interação experiencial entre
monges e leigos, permitindo que estes participem
livremente nas diversas atividades eclesiais num ambiente
de descanso e convivência.
Com o passar do tempo surgiram diversas ordens monásticas,
como as Capuchinhas, Cartuxos, Clarissas, Cistercienses, Concepcionistas,
Jerônimos, Premonstratenses, além de outras ordens, sendo a primeira e mais
conhecida a Ordem Beneditina. (FRANCO 2010, p. 12)
O primeiro mosteiro Beneditino (Figura 05) fica localizado na
cidade de Subiáco na Itália construído com a ajuda do próprio fundador, Bento
de Núrsia (São Bento) a partir do século XIX.
Figura 05: Primeiro Mosteiro do mundo
Fonte: Tramonti (2016).
Uma imponente estrutura construída junto a um “paredão”
rochoso e íngreme tendo seus ambientes conectados entre si, por meio de
escadas que seguem o nível da rocha. (TRAMONTI, 2016, p.01)
Já no Brasil, (Figura 06) o primeiro Mosteiro Beneditino foi
construído em 1582 na cidade de São Sebastião em Salvador – Bahia.
15
Figura 06: Mosteiro de São Bento
Fonte: Cultura Geral (2011) Fonte: Ora Et Labora (2017)
Com o passar do tempo e a consolidação da vida monástica na
história da Igreja, muitas pessoas desejaram, de vez em quando, fazer a
experiência do silêncio, da contemplação, do retirar-se do mundo por um breve
tempo. Por isso, junto a todo mosteiro, surge a hospedaria.
2.2.3 Hospedagem nos mosteiros
A hospedaria dos mosteiros foi marcada por dois períodos, antes e
depois do “declínio”. O primeiro denota os peregrinos que estavam de
passagem, e o segundo momento é marcado por aqueles que desejam viver a
experiência monástica. “É então que os mosteiros tornaram pequenos centros
de retiros, recolhimento espiritual e diligência” (HERNANDEZ E CHACON
2004 p.9, tradução nossa).
Segundo estes autores, a estrutura dos mosteiros nas suas
edificações seguiam uma ordem pré-estabelecida, apresentada na (Figura 07).
1. Horta de produtos para alimentação e plantas medicinais;
2. Dormitórios dos monges;
3. Clautro, local sereno reservado a meditação (localizado ao centro das
edificações);
4. Igreja, centro da vida religiosa do mosteiro;
5. Hospedaria para os viajantes que pernoitavam nos mosteiros;
6. Enfermaria ou hospital;
7. Pomar;
8. Refeitório;
9. Scriptorio, local onde se copiavam os manuscritos.
Figura 07: Estrutura dos Mosteiros
Fonte: Site Multihca (2014), adaptado pela autora.
Em grande medida, este estilo de vida influenciou e influencia os
espaços para retiros espirituais em nosso tempo, onde são poucos os
16
mosteiros utilizados com o objetivo inicial, porém sua maioria é destinado a
visitantes que queiram viver a experiência do deserto. “Hoje em dia, devido à
expansão das malhas urbanas, muitos Mosteiros encontram-se já em Zona
Urbana” DIAS (2010, p.90). O que evidência um forte ponto turístico dentro
da cidade.
2.3 CONVENTOS
Os conventos diferentemente dos mosteiros foram construídos
dentro da malha urbana, já os mosteiros eram edificados longe da cidade, em
montanhas ou encostas de desertos rochosos. A palavra convento, do latim
conventus, significa “assembleia”, advém da assembleia romana, onde os
cidadãos se reuniam para fins administrativos, ou de justiça (convéntum
jurídicum). Posteriormente a palavra passou-se a ter sentido religioso do
monasticisimo. (MULLER, 2010)
Ingressam nos conventos, mulheres e homens dedicados aos
serviços religiosos, podem ser de diversas ordens, dentre as mais conhecidas
estão as Ordens Mendicante, Monásticas, Regrantes, e os Clérigos Regulares.
Inserida na Mendicante estão os Franciscanos que vivem em conventos.
Afirma ainda Aquino (2019), que eles “cultivavam a pobreza não só individual,
mas também comunitária, os irmãos viviam de trabalho manual ou de esmolas.
"No entanto estes ainda são pregadores “em saída”, na busca pela imitação de
Cristo.
Os conventos por estarem no meio de uma sociedade, ajudavam
na educação de jovens e crianças, e desenvolviam obras de caridade. Além
desses serviços os mesmos se reuniam dentro de suas casas (conventos) para
uma vida fraterna comum, com momentos de oração, partilha, além de
períodos de recreação. (MULLER, 2010)
Por fim, os conventos (Figura 08) se caracterizam pelo estilo dos
mosteiros, mudando apenas o local de inserção, e seu estilo de vida voltado
para a comunidade.
Figura 08: Convento Santo Antônio Rio de Janeiro, 1615.
Fonte: Trekearth, 2005.
Na atualidade alguns destes conventos devido a carência de
vocações religiosas passam a oferecer suas instalações para hospedagem e
retiros. Tornaram-se ao longo do tempo locais procurados para meditar, orar, e
viver a fraternidade com o próximo. O convento do Carmo (Figura 09) em São
Paulo é um exemplo de um espaço adaptado para o retiro, que oferece as celas
como acomodação, salas de reuniões, refeitório, e o claustro para momentos
de oração e meditação.(CARMELITAS 2017)
17
Figura 09: Convento Carmelitas
Fonte: Sanctuaria 2016.
2.4 SEMINÁRIOS
Em meados de 1545 a 1563 os bispos da igreja, inicialmente com
o papa Paulo III reuniram-se para deliberar sobre questões de fé, costumes,
doutrina ou disciplina eclesiástica, denominado Concílio de Trento. Seus
integrantes “aprovaram por unanimidade o decreto “Cum Adolescentium
Aetas“, que recomendava a criação de seminários em cada diocese”
(ALETEIA, 2016).
O seminário é um instrumento valioso utilizado pela Igreja
Católica dedicado a formação de vocações sacerdotais, em diversas regiões
onde a mesma se faz presente (LOPES, 2012). Ou seja, dentro de um seminário
as formações vão desde um âmbito espiritual, intelectual, comunitário e
pastoral.
Sua estrutura remete traços dos conventos e dos mosteiros,
formado por capelas, salas de estudo, biblioteca, sala de administração, sala de
jogos, quartos (clausuras), cozinha, refeitório, áreas verdes, pomar (LOPES,
2012).
Atualmente alguns seminários estão em desuso, por conta da
redução expressiva de vocações. Muitos desses lugares servem para realização
de retiros, formações espirituais e intelectuais. Exemplo disso é o antigo
edifício do Seminário Nossa Senhora de Fátima (Figura 10), localizado na
cidade de Tubarão-SC, inaugurado em 13 de março de 1957, hoje denominado
Casa de Encontros e Retiros Nossa Senhora de Fátima.
Figura 10: Casa de Encontros e Retiros Nossa Senhora de Fátima
Fonte: Seminário...,2016.
2.5 A “FUGA MUNDI” E A NECESSIDADE DE ESPAÇOS DE
RETIRO NA CONTEMPORANIEDADE
Como visto anteriormente a “fuga mundi” era praticada na vida
18
monástica. Todavia segundo Barcelos (2009, p. 01) “a sociedade
contemporânea é marcada pela correria do dia-a-dia e pela constante mudança
de cenários” e acrescenta, “o homem se encontra cada vez mais pressionado
pelo relógio”.
Essa pressão excessiva, é sentida em diversos âmbitos da vida
cotidiana como no trabalho, na escola, universidade, vida familiar o que
acarreta constantes conturbações físicas e espirituais. Ou seja, esse estilo de
vida acelerado, tornou as pessoas dependentes ao tempo e privadas do
descanso.
De acordo com o site Canção Nova (2005, p. 01):
O descanso não é fuga do trabalho ou irresponsabilidade,
mas uma necessidade que o ser humano tem de
interromper uma série de atividades produtivas para
desfrutar de atividades nas quais não existe nenhuma
tensão pelos resultados.
Nesse sentido optar por alternativas como retiros espirituais, pode
trazer qualidade de vida e bem estar por meio da meditação, relaxamento,
oração, além de orientação espiritual.
2.6 CASA DE RETIRO
Utilizar de espaços como os mosteiros, conventos e seminários para as
novas práticas de retiros, tem suas limitações, devido à estrutura física
projetada com foco diferente, que por vezes, não satisfaz a dinâmica desses
“eventos”.
Ora, construir um espaço propriamente pensado para a realização
de eventos deste tipo, permite refletir a “vida”, naquilo que é novo. Em
acordo, o Concílio Vaticano II (1963,n.123) diz que a “Igreja nunca
considerou um estilo próprio seu, mas aceitou os estilos de todas as épocas” e
aponta na direção do “cultivo livre na Igreja a arte do nosso tempo”.
A novas iniciativas da Igreja como a Casa de Retiros, tem suas
características próprias, mas estão ligadas de certa forma, com o conceito dos
mosteiros, afastadas dos centros urbanos e próximas a natureza. As novas
casas buscam dispor de espaços para descanso, meditação, reuniões, leituras,
partilhas, dinâmicas, contemplação, atividades em grupo e individuais. Além
de dispor de conforto e atender a todas as necessidades espirituais e físicas dos
participantes (HERNANDEZ E CHACON 2004).
De acordo com Mendonça (2014), as estruturas desses edifícios
seguem alguns princípios básicos conforme a ilustração abaixo (Figura 11),
podendo variar de acordo com as necessidades.
Figura 11: Princípios básicos da Casa de Retiro
Fonte: Mendonça, 2014.
Sob o ponto de vista de Mendonça (2014, p.17) “deve-se pensar em
flexibilidade à edificação - seja restringindo e/ou ampliando espaços -
permitindo adequações em diversas combinações de uso como for necessário”.
19
Ainda para o autor:
Projetar a Casa de Retiro será -pela arquitetura- uma
contribuição com a Igreja, atendendo a necessidades
comunitárias daqueles que servem, e também são servidos
pela fé, no anseio transformador de cada um para com
todos.
Assim a construção de uma Casa de Retiro deve suprir o programa
de necessidades e possuir elementos que expressem o humano e o divino. Pois
poderá ser usada pelos diferentes movimentos da Igreja Católica expressados
nos seus diversos carismas (1CORÍNTIOS 12:4-11).
Entretanto, para que esse espaço tenha utilidade constante é
necessário que seja localizado em meio a rota de peregrinos, de fácil acesso e
movimentação turística, para que atenda às necessidades espirituais da
comunidade local e dos peregrinos (MENDONÇA 2014, p.12).
Por fim sua dinâmica busca o bem estar de todos, oferecendo o
cultivo da fé e a espiritualidade, nas relações consigo, com Deus e com os
outros. Por meio da arquitetura a casa de retiro deve oferecer, uma experiência
com o divino, promovendo tranquilidade, além do relaxamento por meio do
contato com a natureza.
A Diocese de Tubarão não conta com casas próprias para a
realização de retiros, no entanto, utiliza de espaços improvisados como o
antigo Seminário Nossa Senhora de Fátima, Casa Regional do Instituto das
Irmãs Coração de Jesus (Braço do Norte), Associação Recanto dos Arcanjos
(Laguna), Centro de Desintoxicação Alimentar e Espiritualidade, (Imbituba),
além de Salões Paroquiais, Centro Pastorais e Igreja.
2.7 TURISMO RELIGIOSO
O turismo é peça fundamental para o desenvolvimento histórico,
econômico e social de uma determinada região onde de maneira individual ou
em um determinado grupo, as pessoas se deslocam de suas residenciais de
maneira temporária para inter-relacionarem com outras regiões (MAIO 2003).
No entanto segundo Souza (2000, p.150 apud Alves 2010, p.5)
este é marcado pelo “conjunto de atividades com utilização de visitas a
receptivos que expressam sentimentos místicos ou suscitam a fé, a esperança e
a caridade aos crentes ou pessoas vinculadas às religiões”.
2.7.1 Potencial turístico religioso da região de São Martinho
O Município de São Martinho é considerada pela Embratur como
umas das capitais nacionais do Turismo Rural. Dispõe de diversas atividades
turísticas como: pousadas, restaurantes, cachoeiras, artesanatos e festas típicas
da cultura alemã. Também é conhecido pelo seu potencial no turismo
religioso, o município é cercado por grutas, Igrejas, museus e pontos de
romaria, em especial a comunidade de São Luís, comunidade rural limitante
ao município de Imaruí, onde se encontra o Santuário da Bem-Aventurada
Albertina Berkenbrock. Muitos romeiros e turistas de várias partes do Brasil
são atraídos pela riqueza cultural e religiosa desse pequeno município.
Segundo o site Turismo SC (2019), a região turística de São
Martinho faz parte da rota “Encantos do Sul” conforme apresentado na
(Figuras 12)
20
H
Figura 12: A) Igreja Cristo Rei –São Martinho B) Gruta Nossa Senhora de
Fátima C) Igreja Evangélica Luterana D) Santuário Beata Albertina
Berkenbrock- São Luiz E) Memorial de Albertina F) Gruta do Martírio da
Bem-Aventurada Albertina - São Luíz G) Igreja São Sebastião - Vargem do
Cedro H) Via Sacra (Estações) - Vargem do Cedro
Fonte: Santur, 2019.
2.8 SUSTENTABILIDADE E MEIO AMBIENTE
A arquitetura sustentável busca soluções e estratégias no projeto e
parte do princípio de minimizar os impactos causados pela construção no meio
ambiente. Segundo Delnero (2014) o projeto sustentável, por ser
interdisciplinar e ter premissas mais abrangentes, garante maior cuidado com as
soluções propostas, tanto no ponto de vista ambiental quanto dos aspectos
sociais, culturais e econômicos.
A autora complementa ainda que o resultado final dessa nova
arquitetura ecológica, verde e sustentável, proporciona grande vantagem para
seus consumidores, pois além de beneficiar o meio ambiente, faz bem para
saúde, para o bolso e para o planeta.
É extremamente importante que o profissional tenha em
mente que todas as soluções encontradas não são perfeitas,
sendo apenas uma tentativa de busca em direção a uma
arquitetura mais sustentável. Com o avanço das
tecnologias sempre surgirão novas soluções mais
eficientes. (YEANG, 1999 apud DELNERO 2014, p. 1).
Por conta disso, o conceito de uma construção sustentável parte do
princípio de ter a consciência e preocupação com o meio ambiente e com as
gerações futuras na hora de projetar. A (Figura 13) apresenta algumas
tecnologias que podem ser utilizadas na construção sustentável.
A B
C D
E F G
alguns pontos mais visitados no município.
21
2.9 A IGREJA CATÓLICA E SUA PREOCUPAÇÃO COM
SUSTENTABILIDADE
De acordo com Bezerra, Bontempo (2017, p.5) “O
desenvolvimento sustentável em geral abarca os diversos segmentos das
sociedades e, aplica-se fortemente na concepção dos edifícios religiosos,
visando à continuidade da criação divina”.
A Igreja Católica Apostólica Romana manifesta seu apreço no
cuidado com o meio ambiente e na elaboração de projetos arquitetônicos sacros
que visam a sustentabilidade.
A Igreja defende a novas técnicas construtivas avançadas, desde
que sejam aplicadas com bom senso e espelhem o tempo atual, com o aval de
profissionais envolvidos nesse âmbito, como comerciantes locais, pároco, a
diocese, além de arquitetos e engenheiros (BEZERRA, BONTEMPO, 2017).
Ainda segundo os autores, a escolha dos materiais, devem ser
primordialmente materiais renováveis, como o bambu, madeira, dentre outros,
além de empregar da tecnologia junto a edificação como por exemplo as placas
fotovoltaicas, vidros especiais, dentre outros métodos encorajados pela Igreja.
Como podemos observar, a Igreja Católica apoia as novas técnicas
construtivas sustentáveis, como resposta ao convite de zelar pela “casa
comum”, narrado em Gênesis 2:15, “Tomou, pois, o Senhor Deus o homem, e o
pôs no jardim do Éden para o lavrar e guardar”.
Figura 13: Tecnologias arquitetura sustentável
Fonte: Mundo Real, (2015) adaptado pela autora.
Uma construção pode usufruir conforme ilustração acima:
vegetação para refrescamento passivo (1), elementos para proteção da radiação
(2), placas fotovoltaicas (3), terraço jardim (4), ventilação cruzada (5),
reaproveitamento água da chuva (6), coleta água da chuva (7), brises para
barrar a luz solar (8), eventual instalação de turbina eólica (9), reservatório de
água da chuva (10).
Para elencar as estratégias a serem adotadas no edifício, pode-se
recorrer ainda a análise bioclimática dos aspectos físicos e ambientais como
por exemplo os ventos, orientação solar, topografia, vegetação existente, entre
outros, para posicionar os elementos estratégicos para um melhor
aproveitamento das tecnologias além da redução do consumo e poluição do
meio ambiente. (DELNERO, 2014)
22
JETAVANA/ SAMMEP PADORA E ASSOCIATES/ ÍNDIA
Motivo da escolha
A busca por um projeto Internacional que
tivesse a mesma funcionalidade, justifica a escolha desse
Centro Budista. Embora haja a diferença da crença
religiosa os dois buscam o mesmo objetivo: aprender,
descansar e buscar abastecimento do seu Deus. A sua
materialidade foi ponto determinante em meio a tantas
opções para escolha.
23
3 REFERENCIAIS PROJETUAIS
3.1 JETAVANA
3.1.1 Ficha técnica
Projeto: Jetavana, executado em 2015
Arquitetos: sP + a (Sameep Padora e Associates)
Localização: Sakharwadi, Maharashtra, Índia
Área: 1500 m²
Equipe de Design Completa : Aparna Dhareshwar, Karan Bhat,
Prêmios Kriti Veerappan : 2A Asia Architecture Award 2016
3.1.2 Apresentação do projeto – Jetavana
O projeto situa-se em Maharashtra (Figura 14), na Índia,
País conhecido por suas tradições e cultura milenar.
Segundo o site Arch Daily (2015), o projeto é um Centro
Budista de Aprendizado e Desenvolvimento de Habilidades, e serve
como âncora espiritual para a comunidade local.
Jetavana que significa o bosque sagrado, foi implantado em
meio a natureza, cercado por 40 árvores, e tendo como princípio
projetar e construir sem que nenhuma árvore fosse cortada.
O centro budista buscou concretizar esse projeto usando
elementos existentes no local e reaproveitando materiais assim como
utilizando sistemas construtivos tradicionais (ARCH DAILY 2015).
Figura 14: Localização Maharashtra – Índia
Fonte: Google Earth 2019, adaptado pela autora.
3.1.3 Implantação e acessos
O edifício está implantado em meio a uma vegetação nativa,
cercado por arborização de alto porte, e também localizado próximo a edifícios
comerciais. Não foi possível localizar no Google Maps o local exato e seu
entorno. Porém, por meio de fotos, supõe-se que seu entorno possui alguns
pequenos comércios térreos.
Os acessos principais acontecem pelas laterais administrativas
próximo a rua (Figura 15). Os demais acessos acontecem próximos a sala de
orações e a sala de oficina, chamados assim de acesso secundário. O edifício
não possui acessos de veículos, apenas de pedestres.
24
Circulação difusa Circulação Vertical Circulação horizontal
Fonte: ArchDaily 2016, adaptado pela autora.
3.1.4 Circulação
As circulações são distribuídas de forma horizontal, por
corredores dispostos estrategicamente que conectam todos os ambientes. Além
das circulações lineares existem as verticais, por meio de degraus que
conectam o pátio central aos corredores. O projeto apresenta uma circulação
difusa dentro dos pátios, e próximos a rua nas áreas externas (Figura 16).
O Centro Budista não apresenta nenhum tipo de acessibilidade.Fonte: ArchDaily, 2016.
Acesso
principal
Acesso
secundário Trilho de trem
Ponto de ônibus
Figura 15: Planta de acessos
2 4 8m
Figura 16: Planta de Circulação
Fonte: ArchDaily 2016, adaptado pela autora.
3.1.5 Definição dos espaços e zoneamento funcional
Possui ambientes para atividades espirituais como meditação,
espaço para adoração a Buda (Figura 17), sala de oficina, sala de
administração, banheiros sociais, suítes para hóspedes, áreas de serviço, além
do jardim interno (Figura 18). A (Figura 19), apresenta o zoneamento dos
ambientes disponíveis no edifício.
Figura 17: Salão de oração ao Buda Figura 18: Jardim interno Jetavana
Fonte: ArchDaily, 2016.
2 4 8m
25
.
Legenda: 01) Escritório administração 02) Despensa 03) Loja 04) Banheiros
masculinos 05)Banheiros femininos 06) Salão de Oração ao Buda 07) Bloco de
Oficina 08) Quarto de Hóspedes 09)Banheiro 10) Depósito 11) Quarto de
hóspedes 12) Banheiro
3.1.6 Hierarquia Funcional
O mapa de Hierarquias na (Figura 20), mostra que a grande
maioria dos espaços são de caráter semi-público, a administração e despensa
são os únicos espaços de uso privado.
3.1.7 Volume e massa
O centro possui seis blocos retangulares que unidos formam um
pátio central (Figura 21). Essas edificações estão ligadas diretamente pelos
telhados em forma de “V”, que possui grande escala em relação as paredes,
sua estrutura também é demarcada pela simetria (Figura 22).
3.1.8 Relação - interno com externo
A edificação possui grandes aberturas com acesso ao pátio
central, o que facilita a integração dos ambientes. De acordo com o Arch Daily
(2016), o centro tem importante contato com o entorno, pois a cobertura é
separada da parede, proporcionando contanto interno com o externo (Figura
23).
Figura 22: Estrutura
Fonte: ArchDaily, 2016.
.
Figura 21: Pátio central
Fonte: Arch Daily 2016, adaptado pela autora.
SEMI -PUBLICO
PRIVADO
PÚBLICO
Figura 23: Esquema de cobertura
Figura 19: Ambientes do edifício
Fonte: ArchDaily 2016, adaptado pela autora.
1
23
4
5
6
8 9
10
12
11
12
7
11
Figura 20: Zoneamento
Fonte: ArchDaily, 2016.
2 4 8m
Fonte: ArchDaily, 2016.
.
2 4 8m
26
Figura 25: Telhado de madeira
Fonte: ArchDaily, 2016.
De acordo com Dalvi (2016), utiliza-se terra batida e pó de pedra
basalto misturado com cinzas e resíduos para formar a sustentação das
paredes, as demais paredes são formadas pela estrutura de tijolos maciços. No
piso utiliza-se o esterco de vaca junto com o barro que é de propriedade
antisséptica (Figura 26). Os rolos de lama (Figura 27) são utilizados como
forro e amenizam o calor intenso da região, servem como isolamento acústico
e térmico.
Figura 26: Execução do piso
Fonte: Arch Daily 2016.
Figura 27: Execução forro
3.1.9 Conforto Ambiental - Iluminação e Ventilação
As vigas de madeira em formato “V”, dão visibilidade para as
copas das árvores e para o céu, essa estrutura possibilita a ventilação cruzada e
a iluminação natural (Figura 24). As aberturas são largas e envidraçadas o que
permitindo maior ventilação e entrada de luz solar nos ambientes.
Figura 24: Ventilação e iluminação dos ambientes
Fonte: Arch Daily, 2016.
3.1.10 Estrutura e técnicas construtivas
Segundo o Arch Daily (2016), em todo o Centro Budista
encontra-se a mesma tipologia, materiais e técnicas construtivas. O projeto
trabalhou com a colaboração de uma instituição que busca reaproveitar as
tradições locais de construção, por isso utiliza em todo o edifício materiais
locais da região. A estrutura principal do Centro é marcada pelo uso da
madeira em sua cobertura, e seu telhado (Figura 25) destaca-se em meio a
outros materiais.
Fonte: Arch Daily 2016.
27
Toda a construção do edifício foi realizada de forma sustentável
reaproveitando materiais das antigas construções, utilizando elementos
existentes no local, sendo muitas vezes produzidos de forma artesanal
(Figura 28). Para o fechamento do telhado por exemplo, foram aproveitados
elementos de edifícios demolidos e as vigas de madeira reaproveitadas de
navios antigos (DALVI, 2016).
Figura 28: Esquema de reaproveitamento de materiais
Fonte: The architectural review, 2016.
A planta baixa do Centro Budista (Figura 29) mostra dois cortes
importantes. No primeiro (Figura 30), o corte AA, evidencia os degraus que
levam ao pátio central no qual é utilizado para meditação. Já o corte BB
(Figura 31), mostra a relação da área interna com a externa, atrás da oficina.
0 1 2m
0 1 2m
AA
BB
2 4 8m
Figura 29: Planta Baixa
Fonte: The architectural review 2016, adaptado pela autora.
Figura 30: Corte AA
Fonte: ArchDaily 2016, adaptado pela autora.
Figura 31: Corte BB
Fonte: ArchDaily 2016, adaptado pela autora.
28
CENTRO SÃO PIO/ PEDRO AKIO HASSE / UMUARAMA, PARANÁ
Motivo da Escolha
A escolha do Centro São Pio como referencial,
partiu por se tratar de um local próprio para retiros e por
possuir um valor arquitetônico atual. Foi escolhido por
estar inserido em meio a vegetação existente que faz
interação com a natureza, o que tornou o referencial
relevante para a escolha.
29
Fonte : Mpeduc, 2019
Fonte: Google Maps 2015, adaptado pela autora.
3.2 CENTRO SÃO PIO
3.2.1 Ficha técnica
Arquiteto: Pedro Akio Hasse
Localização: Umuarama –PR, Brasil
Área do projeto: 2,275 m²
Área do terreno 2400,00m²
Ano do projeto: 2012
Ano de conclusão da obra: 2015
3.2.2 Apresentação do projeto
Localizado próximo ao limite Urbano de Umuarama, PR (Figura
32), o Centro São Pio possui um local planejado para retiros de oração,
descanso e lazer. O projeto foi elaborado mediante a dois blocos existentes,
que de acordo com a administração da Paróquia do local, recebe
semanalmente grupos de retirantes da cidade, tendo como finalidade atender a
demanda de encontros e retiros de toda a Diocese de Umuarama, PR (Figura
33). Oficinas de oração, encontro de Jovens, retiros infantil, cursilhos, entre
outros projetos, ocupam a agenda anual do centro de retiros.
Segundo o Arch Daily (2016), para o autor, algumas premissas
tiveram que ser estabelecidas para criar uma relação com os edifícios
existentes “essas premissas se apoiam em conceitos de adição e subtração,
cheios e vazios, relações de oposição que tem por objetivo criar uma situação
de equilíbrio”.
Figura 32: Localização de Umuarama no Brasil
UMUARAMA
B
Figura 33: A) Umuarama B) Localização Centro São Pio
A
30
3.2.3 Implantação e entorno
O edifício situa-se em um lote de esquina, onde faz frente com a
Avenida Rio Grande do Sul e fundos com a Avenida Olinda. Uma região
cercada por uma grande área verde (Figura 34), onde desde o início houve a
preocupação para que essa mata fosse preservada.
Os blocos demarcam a implantação formando um pátio central
verde. Ficando no entorno espaços como: capela, dormitório, e refeitório.
Figura 34: Implantação Centro São Pio
Fonte : Arco web 2016, adaptado pela autora.
O Centro São Pio se encontra em uma zona residencial (Figura
35), com edificações de predominância médio padrão com até dois pavimentos
(Figura 36), sendo sua maioria construídas de alvenaria convencional.
Figura 35: Acesso ao terreno, Avenida Rio Grande do Sul
Fonte: Google Maps 2011, adaptado pela autora.
Casas frente ao terreno
Lateral do terreno Casas residenciais
Figura 36: Casas residenciais
Casas residenciais
40 90m0
31
11 9
3
1
21
10
15
1617
18
19 20
78245
6
12
13
14
1 – Capela
2- Almoxarifado
3- Suíte
4- Sala de Reunião 01
5- Sala de Reunião 02
6- Lavabo
7- Banheiro Feminino
8 – Banheiro Masculino
9- Salão de Pregação
10- Hall de entrada / Recepção
11- Bloco dormitórios com 17 suítes
12 – Refeitório
13- Banheiro Feminino
14- Banheiro Masculino
15 – Cozinha
16 – Depósito
17- Hall de Serviços
18- Depósito
19- Depósito
20 – Casa existente (3 quartos,
cozinha e sala)
3.2.4 Circulação e acessos
O único acesso ao edifício ocorre pela Av. Rio Grande do Sul,
essa entrada leva aos estacionamentos, e ao caminho no meio da mata nativa,
que direciona o visitante as edificações.
Por ser uma construção térrea, a circulação é realizada de
maneira horizontal, já no edifício dos dormitórios, tem a presença da
circulação vertical realizada através de escadas que levam ao segundo piso das
acomodações (Figura 37).
Por ter alguns desníveis, o projeto apresenta na parte posterior e
lateral do refeitório, acessos de serviço com circulação vertical para os
funcionários. O bloco existente também possui uma escada lateral e a capela
uma escada caracol para acesso a torre, onde se localiza o sino.
Figura 37: Planta baixa com circulações
Fonte : Arco web 2016, adaptado pela autora.
3.2.5 Zoneamento funcional e hierarquia espacial
O zoneamento funcional (Figura 38) destaca a setorização dos
ambientes de acordo com suas funções e relações. No zoneamento, mostra-se a
existência de poucas áreas de uso privado e mais áreas de uso semi-público que
correlaciona com a capela e o refeitório.
Figura 38: Zoneamento Funcional
Fonte: Arco web 2016, adaptado pela autora.
3.2.6 Volume e massa
Em geral, o volume possui formato retangular. O edifício dos
dormitórios tem característica moderna em até dois pavimentos (Figura 39), e apesar
5 10 15 250
Circulação vertical
Rampa
Circulação
linear
Circulação
difusa
Acesso principal
5 10 15 250
SEMI -PUBLICO
PRIVADO
PÚBLICO
32
meio externo e interno através das suas aberturas.
Figura 40: Integração com o pátio
Fonte : Arch Daily, 2016.
3.2.8 Conforto ambiental
A edificação do refeitório possui uma boa ventilação e condição
térmica, pois apresenta aberturas basculantes que possibilitam a ventilação
cruzada e a iluminação natural (Figura 41). Nos quartos é utilizado grandes
aberturas em vidro, já a capela apresenta poucas aberturas não possibilitando a
ventilação cruzada. O condicionante principal são as árvores que cercam todas
as edificações.
Figura 41: Refeitório com aberturas basculantes
Fonte : Arco web, 2016.
da diferença de altura em relação aos blocos térreos, esse volume não fica fora
do contexto, pelo contrário, conecta-se com os outros edifícios através da sua
materialidade arquitetônica. Os blocos possuem formas retangulares, com
exceção do bloco da capela, que possui destaque por ter uma volumetria
diferenciada, circular, com pequenas aberturas salientes coloridas, o que
quebra a forma retangular dos demais blocos.
Figura 39: A)Corte longitudinal B) Perspectiva da capela C) Fachada da capela
Fonte : Arco web, 2016.
3.2.7 Relação interior com o exterior
O projeto São Pio apresenta aberturas envidraçadas e portões
basculantes que permitem a ligação do interior com o exterior.
Esse contato com a natureza para um local de retiros é de suma
importância, pois gera conforto, desperta sensações para apreciação e
meditação dos usuários. O pátio verde que fica no centro dos blocos (Figura
40), torna possível que o usuário tenha uma facilidade de integração com o
A
B C
33
3.2.9 Estrutura e técnica construtiva
Em todo o centro de formação encontram-se a mesma tipologia arquitetônica, materiais e técnicas construtivas, sendo a estrutura em alvenaria
convencional, com aberturas de vidro e alumínio. No refeitório foram instalados portões basculantes de alumínio com contra-pesos, tendo como finalidade abrir
totalmente os vãos e ter ventilação cruzada. As telhas metálicas estão na cobertura de todos os blocos inclusive na varanda e na passagem coberta.
Na passarela existe um muro alto com portões de correr em alumínio, que quando necessário, auxilia no fechamento do centro de formação que
constitui o pátio central. Essas portas anexas ao muro tem a finalidade tornar o ambiente mais reservado ou não, dependendo do momento e necessidade. A calçada
possui o acabamento de concreto aparente e tijolo cerâmico, intercalados entre si, que ligam os blocos do edifício nessa mesma tipologia.
Fonte: Arco web, 2016 adaptado pela autora.
Figura 42: áreas internas e externas do Centro São Pio: A) Refeitório B) Dormitórios C) Capela D)Portões de correr E) Planta Baixa F) Recepção G) Capela Interna
A B C
DE
F G5 10 15 250
34
MOTIVO DA ESCOLHA
O projeto foi escolhido por ser a primeira Casa de
Retiro em Florianópolis, planejada desde o princípio para
atender as necessidades e por permanecer até os dias de hoje
com esse mesmo uso. Esta obra não recebe somente hóspedes,
mas abre o espaço a quem deseja visitar o local, como os
turistas. As pessoas vem conhecer por ser uma construção de
grande valor arquitetônico e histórico, e por ter um grande
visual para o mar. Esses fatores motivaram a escolha para a
pesquisa do estudo de caso.
ESTUDO DE CASO - VILA FÁTIMA 35
3.3 ESTUDO DE CASO VILA FÁTIMA
3.3.1 Ficha técnica
Projeto : Vila Fátima
Localização: Rodovia SC – 406, nº 2210 – Morro das Pedras, Florianópolis
SC
Área: 12 Hectares
Execução: Ano de 1956
3.3.2 Breve histórico Vila Fátima
Segundo o Site Vila Fátima (2019) com a vinda dos jesuítas para
o Brasil em 1549, foram fundadas várias escolas de ensino juntamente com
práticas agrícolas, marcenaria e ferraria. Em 1751 a Companhia de Jesus
estabeleceu o primeiro colégio da ilha de Florianópolis, o qual funciona até
hoje, o Colégio Catarinense. Viu-se então a necessidade de uma casa de
retiros na ilha, quando o colégio se tornou pequeno em vista do número
crescente de alunos, sacerdotes e religiosos que procuravam retiros. Ainda de
acordo com o site, naquela época, buscava-se um local adequado para a
implantação, foram 7 anos de buscas que levou ao terreno atual, escolhido por
seus fortes condicionantes físicos como a lagoa do Peri e a praia do
Campeche.
Foi inaugurado em 1956 a primeira Casa de Retiros de
Florianópolis SC (Figura 43), com 12 mil metros quadrados de área total.Fonte : Google Maps 2019, adaptado pela autora. Fonte : Flickr 2019.
A 63 anos a casa disponibiliza sua estrutura e instalações para
eventos, como retiros, seminários, cursilhos, emaús, grupos de estudos,
treinamentos, férias, entre outros, organizados pelos próprios interessados e
também pela casa.
Figura 43 : A) Mapa Santa Catarina B) Mapa Florianópolis C) Terreno Vila
Fátima D) Fachada Frontal
Fonte : Evolve, 2019
A
B
C D
36
3.3.3 Implantação e relação com o entorno
O Vila Fátima está localizado no Morro das Pedras em meio
a floresta nativa, nota-se que a as edificações estão distantes da malha urbana
(Figura 44). Observa-se que as construções vizinhas ficam distantes cerca de
500 metros afastadas e predominam o uso residencial.
Figura 44: Entorno Vila Fátima
Fonte : Google Maps 2019, adaptado pela autora.
O terreno fica próximo ao Mirante Morro das Pedras, que é um
acostamento ou mirante para veículos e utilizado como ponto de parada para
apreciar o mar.
Fonte : Google Maps 2019, adaptado pela autora.
Figura 45 : Mirante Morro das Pedras
Mirante
Fonte : Acervo próprio
Privado Semi-público
Acesso:
3.3.4 Acessos e circulações
O mirante Vila Fátima é um local conhecido na cidade (Figura
46), procurado por pessoas que querem apreciar a beleza natural de frente para
o mar nos horários de funcionamento do local. O acesso do edifício ocorre pela
SC 406, sendo o mesmo para os funcionários e hóspedes (Figura 47).
Figura 46 : Mirante Vila Fátima Figura 47 : Acesso ao Vila Fátima
Fonte : Acervo próprio. Fonte: Google Maps 2019, adaptado pela autora
Os principais acessos ao Vila Fátima acontecem na parte norte do
edifício (Figura 48), onde é possível localizar o acesso dos funcionários
(Figura 49). O acesso principal para o interior da edificação é localizado no
eixo central (Figura 50), fazendo conexão com os demais usos, como capela,
suítes, refeitório entre outros espaços.
Figura 48 : Acessos Figura 49: Entrada a recepção
37
3.3.5 Hierarquia Espacial
A hierarquia analisada nas plantas mostra uma mistura de usos
semi-público e privado.
No pavimento térreo (Figura 51) as áreas de uso privado são na
cozinha do refeitório, depósitos, e na administração. Já o primeiro pavimento
(Figura 52), mostra-se os serviços utilizados pelos funcionários como
lavanderia, banheiro, e depósito. Em torno do auditório possui alguns
depósitos de uso privado. E por ultimo o 2º pavimento, do Bloco Anexo
(Figura 53), possui somente o uso semi-público.
Fonte : Elaborado pela autora, 2019.
SEMI -PUBLICO
PRIVADO
Figura 51 : Térreo
Figura 52 : 1º Pavimento
Figura 53 : 2º Pavimento Bloco Anexo
SEMI –PUBLICO +
PRIVADO
SEMI –PUBLICO +
PRIVADO
SEMI –PUBLICO
Fonte : Elaborado pela autora, 2019.
Figura 50 : Acesso ao eixo central
Fonte : Elaborado pela autora, 2019.
Fonte : Elaborado pela autora, 2019.
10 20 30 400
10 20 30 400
38
Foi realizado o levantamento fotográfico da área (Figura 54) para
maior entendimento da localização de cada ambiente. Para uma melhor
compreensão, foi elaborado símbolos nas imagens e nas plantas (Figura 55).
Figura 54: Implantação Vila Fátima
Pomar
Quiosque
Depósito de frutas
Trilha pela mata,
com pequenos altares
no caminho
Trilha até a lagoa Peri
Açudes
Pergolado
Estacionamento
funcionários
Depósitos
Figura 55: A)Planta Baixa térreo B) Lateral Leste C) Lateral Oeste (setor privado
D)Lateral da Capela E) Jardim
B
C
E
Lateral sul
Casa dos jesuítas
AuditórioSala de estar
A
C B
E
D
D
3.3.6 Implantação e levantamento fotográfico – estudo de caso
Fonte : Acervo próprio, 2019.
39
3.3.7 Circulações
As circulações são distribuídas de forma linear, por corredores
dispostos que conectam todos os ambientes. Além das circulações lineares existe
as verticais, sendo elas por escadas, porém, sem nenhuma acessibilidade (Figura
56).
Fonte : Elaborado pela autora, 2019.
3.3.8 Zoneamento funcional
O zoneamento destaca as funções e setorizações dos ambientes e suas
relações (Figura 57). No pavimento térreo, o edifício se desenvolve por meio de
diversos usos, nesse pavimento concentram-se os ambientes de uso social, que
atendam o público, tais como recepção, capela, refeitório, auditório, salas de estar,
banheiros sociais e suítes para hóspedes. O primeiro pavimento possui
predominância de uso social, e possui acesso ao mezanino da capela central, 2
auditórios, 2 salas de estar, banheiros sociais, capela pequena, suítes, além da sala
Fonte : Elaborado pela autora, 2019.
do chimarrão na parte oeste do terreno.
Figura 56 : A) Circulações Térreo B)2º Pavimento C) 2º Pavimento do bloco Anexo
Figura 57 : A) Zoneamento dos ambientes Térreo B) 1º Pavimento
B
Circulação vertical
Circulação horizontal
Acesso
Bloco Anexo
A
10 20 30 400
10 20 30 400
40
O bloco anexo, assim chamado, encontra-se como uso social a
lavanderia compartilhada. Junto com esses serviços possui parte de uso
específico dos funcionários, tais como lavanderia, sala dos funcionários,
banheiros, depósitos, estacionamentos. Ao lado contém a casa dos Jesuítas, de
uso privado.
No bloco anexo do segundo pavimento encontra-se 10 suítes,
sala de estar, depósitos (Figura 58).
Figura 58 : Bloco Anexo 2º pavimento
Suítes
Depósito
Sala de Estar
Fonte : Elaborado pela autora, 2019.
3.3.9 Sustentabilidade e conforto ambiental
O projeto é cercado por dois condicionantes físicos
importantes, são eles, a praia da armação, localizada na parte leste e a lagoa
do Peri, na parte oeste, onde acontece a captação da água para toda a Vila de
Fátima.
A edificação anexa que fica na parte oeste possui uma abertura
gradeada no teto (Figura 59) com telha transparente na cobertura, o que
possibilita a iluminação natural em parte do corredor, porém não permite a
ventilação cruzada, ou qualquer abertura para os ambientes.
Mesmo cercada por áreas verdes, os ambientes na parte oeste
ficam prejudicados com o calor excessivo da tarde. Os demais ambientes
como corredores, capelas, auditórios e hall de entrada, possuem mais
aberturas, permitindo a ventilação cruzada e uma maior entrada de luz natural.
Figura 59 : Bloco Anexo 2º pavimento
Fonte : Acervo próprio, 2019.
3.3.10 Iluminação e ventilação
A parte interna como corredores, quartos e cozinhas, possui
uma baixa luminosidade, já a capela principal se destaca por seus vitrais
compridos e transparentes, que oferecem uma maior luminosidade ao
ambiente de oração. Para amenizar o gasto com a energia foi instalado placas
fotovoltaicas nos telhados.
25150
10 20 30 400
41
.Fonte : Acervo próprio, 2019.
3.3.11 Volume e massa
O projeto trás a memória os seminários antigos que possuem
basicamente a mesma estrutura simétrica e pura.
O volume horizontal é em sua maioria o mais evidente no
projeto, e a capela possui destaque na construção por sua cúpula alta. A forma
simétrica é identificada na parte frontal e lateral, também marcadas por arcos
na entrada principal e lateral do jardim.
Figura 61: Simetria A) Fachada frontal B) Cúpula C) Arcos na fachada lateral
3.3.12 Estrutura e técnica construtiva
Por ser construída a 60 anos atrás, a vila de Fátima apresenta uma
volumetria robusta de pedra cortada.
Segundo o site DuCampeche (2016), o projeto é composto por
uma estrutura de pedra granito, e seus fechamentos possuem também esse
mesmo tipo de material. As pedras foram retiradas do próprio morro
(quebradas com o uso de pólvora), onde foi construída com a ajuda de muitas
pessoas da comunidade. A água utilizada vem da lagoa do Peri, onde é tratada
por meio de grandes tanques que ficam no meio do paisagismo. Toda a
estrutura de água permanece até os dias de hoje, porém a Vila Fátima passou
por algumas adaptações nos quartos, e recebeu partes anexas ao edifício como
a casa dos jesuítas, além do Bloco Anexo composto por suítes e áreas de
serviço. A estrutura do telhado é de madeira com telhas coloniais francesas e a
laje é plana. Nas partes anexas, as coberturas são de telha fibrocimento como
o quiosque e o depósito de frutas.
Fonte: DuCampeche, 2017.
Figura 62 : Início da construção
Figura 60 : A) Capela B)Quarto duplo C)Placas fotovotaicas
A B C
.Fonte : Acervo próprio, 2019.
A B C
42
POTENCIALIDADES:
Iluminação nos ambientes de oração;
Reaproveitamento da água da Lagoa Peri;
Uso de placas fotovoltaicas;
Áreas verdes;
Mobiliários espalhados pelo terreno;
Pomar de frutas;
Conexão do interior com exterior;
Divisórias acústicas entre os auditórios;
Trilhas;
Pavimentação em bom estado;
Mirante;
DEFICIÊNCIAS:
Sacristia pequena;
Poucos banheiros sociais;
Sem sala para confissão;
Poucos painéis informativos;
Somente um quiosque;
3.3.13 Potencialidades e deficiências
Com base na análise realizada no local, observa-se algumas
potencialidades e deficiências que o Centro Vila de Fátima possui, tais como:
3.3.14 Resumo da visita técnica
A visita técnica foi realizada no dia 21 de abril de 2019,
conhecer o Vila de Fátima em Florianópolis foi de suma importância para o
entendimento dos espaços, poder compreender a dinâmica para retiros foi
enriquecedor para o projeto. Alguns elementos observados serão aplicados
no partido como:
• Uso dos materiais da região, com base no referencial que utilizou o
material do local (pedra);
• Entrada com acesso direto a capela;
• Quartos com opções flexíveis, para diversos grupos;
• Auditórios;
• Áreas verdes com mobiliário em todo o entorno;
• Acesso dos visitantes, como ponto turístico;
• Simbologias de característica da Religião Católica;
• Valorização da paisagem existente.
43
DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE SÃO MARTINHO -SC 44
Figura 64- Localização do terreno
4 DIAGNÓSTICO DA ÁREA
4.1 DADOS DO MUNICÍPIO E LOCALIZAÇÃO
O município de São Martinho está localizado na mesorregião sul
Catarinense, vinculada a AMUREL (Associação dos Municípios da Região de
Laguna). Possui área territorial de 224,7km² e uma população estimada de
3,189 habitantes dados do (IBGE 2018).
Distante a 45 km de Tubarão e 130 km da capital Florianópolis, é
reconhecido por suas belezas naturais, cultura germânica, culinária típica e
religiosidade, característica muito presente nos habitantes deste município
(MUNICÍPIO DE SÃO MARTINHO, 2019).
O terreno da proposta (Figura 63), localiza-se no limite no
município de São Martinho correspondente a uma área de aproximadamente
66.220,00 (6,62 hectares), inserido próximo ao Santuário Diocesano, (ponto
estratégico da proposta) no município de Imaruí-SC.
Possui um belo visual possibilitado por sua localização (Figura
64), com uma natureza exuberante em seu entorno, sendo também distante da
área urbanizada do município, questão determinante para a escolha.
SÃO MARTINHO SÃO LUIZ
Figura 63: A) Localização de São Martinho B) Localização do terreno na região
Fonte: Prefeitura de São Martinho 2019, adaptado pela autora.
Fonte: Google maps 2019, adaptado pela autora.
B
A
400M1500
45
4.1.1 Breve histórico de São-Martinho
O município de São Martinho teve sua colonização a partir de
1860 por imigrantes alemães vindos da Westfália, região noroeste da
Alemanha. Somente em 1873 iniciou o processo de colonização quando
ocuparam a sede do município com “interesses agrícolas e pastoris” (IBGE
2017). Segundo o IBGE (2017) “o topônimo de São Martinho foi dado pelos
imigrantes alemães, por ser o santo Padroeiro de várias comunidades
germânicas”.
De acordo com Willems (1980), a situação dos imigrantes não era
precária, eles tinham trabalho, eram carpinteiros, moeiros, serralheiros,
costureiros, porém não queriam trabalhar nas indústrias. Com o
desenvolvimento da indústria na Alemanha, os artesãos não tinham como
concorrer com os produtos, por isso o desejo de evitar a proletarização levou
os camponeses a imigração. Eram poucos os que tinham alternativas para
escolher entre ser um trabalhador rural, industrial ou a emigrar para outro País,
onde haviam terras férteis a custo baixo, o que levou muitas famílias a optaram
pela emigração.
Os imigrantes alemães chegaram na região, construíram casas,
abriram estradas, ruas, edificaram escolas e igrejas. Trouxeram consigo a
cultura Alemã, como a dança, e o idioma, além da forte característica
construtiva, como arquitetura enxaimel, seus telhados inclinados, e jardins
floridos.
Segundo o site da Prefeitura do Município de São Martinho
(2017), as principais atividades econômicas da região continuam sendo
relacionadas a agricultura, como o plantio de fumo, milho, feijão, mandioca,
além de produtos coloniais e pecuária, com a criação de bovinos, suínos e aves.
Na área rural o município conta com belíssimas cachoeiras,
pousadas, restaurantes, e diversas áreas de lazer, que atraem inúmeros
visitantes. O turismo começou a ser incorporado na década de 90 onde segundo
Tiscoski, (2017, p.95) “a principal atividade econômica da época, a agricultura,
sofreu um declínio em sua produção devido à crise no setor e da estagnação da
economia municipal. ”
De acordo com a autora, em meio a esse fato, a alternativa
encontrada foi o desenvolvimento turístico, que era existente porém pouco
organizado. Então, os habitantes da região transformaram suas propriedades em
equipamentos turísticos, gerando muitos empregos e garantindo a fonte de
renda de muitas famílias. Atualmente, o Município de São Martinho é
considerado pela Embratur como uma das capitais nacionais do Turismo Rural.
4.1.2 Economia
A cidade possui algumas fontes de economia, a principal é a
agropecuária destacando a produção de fumo, feijão, milho, leite, mandioca,
gado de corte e suínos. De acordo com o site da Câmara de São Martinho
(2011) “a utilização do solo está assim distribuída: 59,50% de vegetação nativa
e áreas improdutivas; 27% de pastagens; 12% de lavouras anuais; 1%
reflorestamento e 0,5% de lavouras perenes. ”
46
4.2 PANORAMA DE SÃO LUIZ – A COMUNIDADE
São Luiz, é uma comunidade rural pertencente ao município de
Imaruí –SC. A localidade apresenta muitos morros, grandes extensões de
pastos, e reflorestamento de eucalipto, é conhecido também pelas suas belezas
naturais. A localidade de São Luiz, fica a 30 km da sede administrativa de
Imaruí, enquanto a sede de São Martinho fica apenas 7km. Por estar isolado de
sua sede, os moradores recorrem a São Martinho por ser mais próximo, no que
se refere a emprego, saúde, e outros serviços. A gruta do martírio e o Santuário
de Albertina são pontos de romaria mais visitados da região, recebem cerca de
40 mil fiéis todos os anos (SANTUR 2019).
É importante ressaltar que o terreno escolhido pertence a São
Martinho e ao mesmo tempo faz parte dessa comunidade (Figura 65).
Figura 65: Comunidade São Luiz
4.2.1 Sistema viário e Transporte coletivo
Na área analisada é identificado a SC 436, em seguida a via
arterial, onde fica a parte mais ‘urbanizada’ da localidade. As vias coletoras são
as vias que ligam ao município de Armazém e Vargem do Cedro – Imaruí. As
demais vias são locais.
Somente a SC 436 e a arterial possuem pavimentação de asfalto,
com calçadas e acostamentos. As demais são de chão batido e estreitas, sem
espaços para pedestres (Figura 66).
Não há transporte coletivo, somente um ponto de referência em
que os estudantes da comunidade esperam o transporte escolar.
Figura 66: Mapa Sistema viário
Armazém
São Martinho
Imaruí
Vargem do Cedro
Armazém
São Martinho
São Luíz
Terreno da proposta
Área de estudo
Fonte: Google maps 2019, adaptado pela autora.Fonte: Google maps 2019, adaptado pela autora. 500M0
150500
Coletora
Arterial
Local
400M1500250
Parada do ônibus
47
4.2.2 Uso do solo e gabaritos
Na área analisada, é possível identificar o predomínio de
residências, além de alguns pontos de comércio movimentado pelos
romeiros nos finais de semana e feriados. Eles se dividem em restaurantes,
lanchonetes e pousadas (Figura 67).
Os edifícios institucionais apresentados no mapa são de
característica religiosa e estão ligados de uma certa forma com a Igreja. São
eles: Santuário Beata Albertina, Capela do Martírio, Memorial, Cemitério
(túmulo de Albertina), Salão comunitário, Escola (desativada), e por último
Terminal Rodoviário, possuindo apenas uma indústria de madeira.
A área conta apenas com um campo de futebol improvisado, e com
a praça em frente a igreja, sendo estes os únicos equipamentos de lazer.
Então a elaboração projetual de um Centro de Retiros na localidade
possibilitaria a implantação de mais equipamentos que desenvolveria a
comunidade. Um atrativo para os peregrinos e principalmente para o uso da
população.
O mapa ampliado dos gabaritos identifica que existe apenas 2
edificações de 2 pavimentos (Figura 68).
Uso Residencial
Uso Comercial
Uso Institucional
Área de lazer
Terreno
Legenda Uso do solo
1 Pavimento
2 Pavimentos
Legenda Gabaritos
Figura 67: Mapa de uso do solo
Figura 68: Mapa de gabaritos
Fonte: Google maps 2019, adaptado pela autora.
4.2.3 Tipologias
As edificações como instituições, residências, restaurantes e
pousadas não possuem a mesma tipologia arquitetônica. Variam entre diversos
400M1500
48
4.2.5 Serviço e equipamentos
Em sua maioria, os equipamentos ficam situados na zona urbana
da cidade. Portanto, na área analisada encontra-se poucos equipamentos,
podendo citar apenas o Santuário, o salão comunitário e o campo de futebol.
Há algumas lixeiras próximas ao Santuário sem a devida coleta
seletiva e somente um telefone público (Figura 71).
Fonte: Acervo próprio 2019.
4.2.4 Cheios e vazios
Analisando a relação de cheios e vazios, observa-se na (Figura
70) que a comunidade se desenvolveu em torno da SC-436. Por ser uma área
do interior, é possível notar que continua em desenvolvimento, pois há muitos
Mercado Residência de
madeira
Escola desativadaSantuário
Residência
alvenaria
LanchoneteRestaurante
tipos de sistemas construtivos como madeira, alvenaria e tijolos (Figura 69).
Figura 69 : Tipologias das edificações
Casa 2 pavimentos
terrenos vazios, tendo potencial para expansão territorial.
Figura 70: Mapa cheios e vazios
Fonte: Google maps 2019, adaptado pela autora.400M1500
49
seletiva do lixo. A coleta é realizada pela Prefeitura Municipal de São
Martinho e acontece uma vez por semana geralmente na segunda-feira.
Lixeiras: possui lixeiras espalhadas pelo Centro de São Martinho,
porem próximo a área são escassas.
Abastecimento de Energia: a energia é distribuída pela
CELESC .
Redes Telefônicas: o sistema de telefonia e internet é feito pela
empresa PONTOSAT, onde tem sede em Armazém. Possui telefone público
mais se encontram em mau estado de conservação. As redes móveis são
precárias, a única que tem funcionamento é operada pela Tim, e segundo os
moradores não funcionam em todos os pontos.
4.3 LEGISLAÇÃO
De acordo com informações da prefeitura o município de São
Martinho está desenvolvendo um plano diretor e código de obras. Para as
construções na zona urbana da cidade exigem os recuos, preservação das APPs
e recursos hídricos. Os recuos estabelecidos são de 4 metros frontal, 1,5 nas
laterais e fundos do terreno.
O terreno fica na área rural do município, por isso segundo a
prefeitura pode–se construir qualquer tipo de edificação, desde que não
comprometa os recursos naturais como APP, nascentes e cachoeiras, e não
cause risco para a população.
Lixeira
Telefone públicoFonte: Google maps 2019, adaptado pela autora.
Transporte público: a comunidade de São Luiz não conta com
transporte público, mas há uma grande necessidade do transporte que permita os
habitantes se locomoverem para outras cidades, e que também permita os devotos e
peregrinos chegar ao Santuário da Beata.
Abastecimento de água encanada e saneamento básico: por ser
localizado em uma comunidade rural, o abastecimento de água se dá por poço
artesiano ou captação nas nascentes. E quanto ao saneamento básico, o local não
possui sistema de esgoto, somente fossa séptica. No entanto no centro da cidade de
São Martinho, a agua é fornecida pela CASAN (Companhia Catarinense de Águas e
Saneamento).
Serviços de Coleta e destino do lixo domiciliar: não é feita a coleta
Figura 71: Equipamentos
Praça da igreja
Campo de futebol
400M1500
50
Próximo ao terreno existem nascentes e córregos que circundam a área.
(Figura 72).
Figura 72: Mapa de nascentes e córregos
Fonte: Prefeitura de São Martinho, 2019.
4.3.1 Legislação esfera Estadual
De acordo com a Resolução do CONAMA de
número 303, de 20 de março de 2002, as áreas de preservação permanente
(APP) são consideradas como instrumentos de relevante interesse ambiental,
definindo limites e estabelecendo parâmetros. No artigo 3º desta mesma
resolução, caracteriza como APP, área situada em faixa marginal, medida a
partir do nível mais alto, trinta metros para o curso d’água com menos de dez
metros de largura, característica essa, encontrada no terreno em análise. No no
Art. 6º da Resolução do CONAMA 237/97 diz que:
“Compete ao órgão ambiental municipal, ouvidos os
órgãos competentes da União, dos Estados e do
Distrito Federal, quando couber, o licenciamento
ambiental de empreendimentos e atividades de impacto
ambiental local e daquelas que lhe forem delegadas pelo
Estado por instrumento legal ou convênio”.
4.3.2 Legislação Federal para áreas de preservação permanente
As áreas de Preservação Permanente são áreas protegidas pelo
Novo Código Florestal Brasileiro, Lei Federal 12.651/2012 – Art.4º parágrafo
I, o qual considera que em zonas rurais ou urbanas, “as faixas marginais de
qualquer curso d'água natural, desde a borda da calha do leito regular, em
largura mínima de: a) 30 (trinta) metros, para os cursos d'água de menos de 10
(dez) metros de largura.
O terreno em estudo apresenta cursos d’água natural, sendo
considerados e respeitados de acordo com a legislação estabelecida em esfera
estadual e nacional.
4.4 ASPECTOS FÍSICOS E BIOCLIMÁTICOS
A região de São Martinho-SC, caracteriza-se por clima
subtropical úmido, sem estação seca e com verão quente. Com temperatura
média de 24.2 °C, possui ventos predominantes de orientação sul e nordeste.
Mesmo situado em um ponto mais alto, o terreno está cercado por uma massa
de vegetação. Segundo o site Climate 2019, (Figura 73) julho tem a
temperatura mais baixa e seca do ano já no mês de janeiro o clima é o mais
quente com nível de chuva mais alto.
Córregos com
recuos de 30 m
Terreno
400M1500
51
Figura 73: Tabela de temperatura e chuva.
Fonte: Climate, 2019.
A analise Bioclimática (Figura 74) apresenta os condicionantes físicos do terreno.
Figura 74: Análise bioclimática
Percurso do sol no verão
Percurso do sol no invernoÁrea da proposta
Incidência de vento Nordeste
Incidência de vento Sul
Fonte: Google maps 2019, adaptado pela autora.
4.5 TOPOGRAFIA E DIMENSIONAMENTO DA ÁREA
O grande desafio desse Centro para Retiros será propor a construção
que atenda as normas de acessibilidade da NBR 9050. Desta maneira será necessário
o uso de terraplanagem para suavizar as curvas de nível, e colocar o excesso de terra
em determinados pontos onde falta (Figura 75).
Figura 75: Topografia com dimensionamento
No partido será proposto uma
nova via que de acesso ao
terreno que liga a SC- 436 com o
terreno escolhido.
400M1500
Fonte: Google Earth, adaptado pela autora, 2019.
Parte mais alta Cota 302Parte mais baixa Cota 290
Percebe-se que a área em analise possui as curvas sinuosas
que deverão ser trabalhadas no partido para valorizar o projeto (Figura 76).
Figura 76: Topografia em 3D
Fonte: Google Earth, adaptado pela autora, 2019.
52
4.6 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO DA ÁREA E SEU
ENTORNO
O mapa (Figura 77) localiza o ponto que foi fotografado as
imagens no terreno.
Pode-se observar no levantamento fotográfico (Figura 78),
as escalas das vegetações juntamente com a topografia. Contém um
belo visual para a serra, no qual será trabalhado no partido.
Figura 77: Levantamento fotográfico da área
1
4
5 3
Fonte: Google maps 2019, adaptado pela autora.
3
5
Campo
ACESSO PARA O
CENTRO DE RETIROS
4VISUAL PARA SERRA
21
Fonte: Google maps 2019, adaptado pela autora.
ACESSO PARA O
CENTRO DE
RETIROS
Figura 78: Levantamento fotográfico
150500
É importante ressaltar que o levantamento fotográfico mostra os tipos de vegetações do terreno como o eucalipto, a cana de açúcar, e mandioca. O terreno foi
modificado pelo atual proprietário.
53
PARTIDO
54
5 PARTIDO
5.1 CONCEITO
Contemplação do Divino e Humano
A essência do projeto é criar um local em que o Divino e o
humano se comuniquem através da contemplação. O fundamento básico da
contemplação é o silêncio e o desligar-se do mundo exterior, para um real
encontro íntimo com Deus. O ato é baseado na meditação e reflexão por meio
dos aspectos da criação divina: a natureza.
Por meio disto, essa conexão entre o Divino (Deus) e sua criação,
visa o ato de contemplar a Deus por meio da paisagem ao seu entorno, e
mergulhar em uma profunda experiência com o Criador.
A alma desse conceito busca provocar sensações e sentimentos
fundamentados na fé cristã, a fim de comtemplar os seus divinos mistérios.
Figura 79: Croqui do Conceito
5.2 DIRETRIZES PROJETUAIS
Foram elaboradas algumas diretrizes a fim de possibilitar de forma eficiente
implantação do projeto, tais como:
• Criar um acesso da SC-436 com o Centro de Retiros, aproveitando essa
via como ligação com demais municípios;
• Estimular as potencialidades do local como topografia, paisagem natural
e seu visual para a serra;
• Valorizar os recursos naturais como iluminação e ventilação;
• Propor espaços para os turistas e romeiros que estejam de passagem no
município;
• Criar espaços para descanso, contemplação e oração em todo o Centro;
• Estabelecer um local adequado para hospedagem das pessoas que
desejam fazer a experiência do retiro;
• Limitar o acesso de veículos, garantindo que seja um local silencioso,
priorizando o pedestre e veículos utilizados para os serviços.
No princípio Deus criou o céu e a terra. Gênises 1:1
55
5.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES PRÉ-DIMENSIONAMENTO E
FLUXOGRAMA
Para elaborar o projeto do Centro de Retiros foi necessário criar um
programa de necessidades que atendesse as diversas atividades fornecidas pelo
local, sendo elas divididas em algumas zonas como centro administrativo, centro
formativo, refeitório e hospedagem.
CE
NT
RO
AD
MIN
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TR
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OR
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TIV
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AG
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56
ORGANOGRAMA GERAL
Estacionamento
Capela Hall
Administração
Hospedagem Auditório
Refeitório
Salas de FormaçõesBwc’s
Portão de acesso
Serviços Gerais Hall de serviço
Acesso serviço
Acesso principal
Área de
contemplação
Bwc’s
5.4 ORGANOGRAMA
Para melhor compreensão dos espaços descritos, foram feitos
organogramas divididos em setores, além de um organograma geral do
Centro de Retiros.
TOTALIZANDO 5.021,00 M²
Capacidade de até 200
retirantes
5.3.1 Resumo do programa de necessidades e pré
dimensionamento
Centro formativo (salas multiuso, capela, auditório, bwc)
1145,00
Administração (serv. Adm e credenciamento)
111 m²
Refeitório (Serviços do refeitório, área de mesas)
1189,00
Hospedagem (domitórios com bwc)
2576,00
57
CENTRO ADMINISTRATIVO
Hall
Sala de Contabilidade
RecepçãoBanheiros FEM e MAS.
Sala de espera
CredenciamentoSecretaria
Hall de serviço
Acesso serviço
Arquivo
Bwc / Vestiário Funcionários Copa
Sala de Reunião
CENTRO FORMATIVO
Hall
Sala Multiuso 1
Auditório
RecepçãoBanheiros Fem e Masc. Sala de espera
CredenciamentoSala administração
Capela
Sala Multiuso 2
Hall de serviço
Acesso serviço
Sacristia
Lavabo Sala Multiuso 3
Acesso serviços
REFEITÓRIO
Área de mesas
BWC Masculino
Carga e descarga
Lavação das
louças
Depósito de bebidas Depósito louça
limpa
Câmera FriaDespensa
Copa Banheiro / Vestiário
Higiene
de mãos
Conferente
Gás e Lixo Hall de serviços
Hall principal
BWC Feminino
Fraldário Recepção
Bar
Cozinha
Pré Higiene de alimentos
Acesso principal
HOSPEDAGEM
Dormitórios Hall de
serviços
Rouparia
Copa
Lavanderia
Depósito geral
Acesso serviços
Acesso principal
Bwc funcionários
58
Parede com detalhe em cruz vazada.
Acabamento em vidro incolor
Capela
Acesso principalAcesso funcionários Dormitórios sob pilotis de madeira
Estrutura de madeira aparente
Telhado invertidoDormitórios sob pilotis de madeira Guarda corpo em madeira
Fachada frontal
Fachada lateral direita
5.10 FACHADAS
A estrutura do edifício é de alvenaria convencional e madeira. Para favorecer a entrada de iluminação natural os telhados foram invertidos, de modo
que os retirantes pudessem apreciar a natureza ao seu redor sem nenhuma barreira visual como no esquema da (Figura 95). Esse conceito do telhado teve como
referencia o projeto Jetavana, analisado no capítulo 3.
Na fachada posterior (Figura 96), onde acontece o acesso dos funcionário e carga e descarga, foram utilizados brises de madeira para proteger do sol. A estrutura
de madeira é utilizada nos pergolados que ligam os blocos e também no guarda corpo.
Fonte: Elaborado pela autora, 2019.
Figura 95: Detalhamento da fachada.
65
Serviços refeitório
e hospedagem
Brise de madeiraPergolado em madeira
Capela
Pilar de madeiraTrilha com guarda corpo em madeira
Fachada posterior
Fachada lateral esquerda
5.10.1 Estudo volumétrico das fachadas
Foi feito um estudo volumétrico da fachada para melhor entendimento do Centro de Retiros (Figura 97).
Fonte: Elaborado pela autora, 2019.
Figura 96: Detalhamento da fachada.
Fonte: Elaborado pela autora, 2019.
Figura 97: Estudo Volumétrico
66
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste trabalho, por meio de estudos e análises, foi elaborado o projeto de um Centro de Retiros Religiosos no município de São
Martinho/SC. O local possui grande concentração de romeiros devotos da Beata Albertina Berkenbrock, vindos de todos os lugares e regiões
distantes.
Esse projeto visa atender as necessidades do público na busca de um espaço para a realização de retiros, visando a conexão com o que
é divino por meio da arquitetura e da natureza existente.
A construção deste Centro se faz necessária em função de não ter na região um local apropriado que atenda as necessidades para
realizar eventos religiosos, e também devido ao aumento de pessoas interessadas em ter uma experiência profunda com Deus. O Centro de Retiros
Religiosos propõe desconectar o indivíduo da agitação do dia a dia, contribuindo na busca de paz interior através da oração, reflexão e meditação.
Esse projeto também abre espaço a visitação de pessoas que estiverem passando pela cidade, contribuindo assim com a cultura e o
turismo regional e religioso.
Atingido o objetivo deste TFG I, encerra a primeira etapa do projeto “Centro de Retiros Religiosos da Igreja Católica”, o qual terá
continuidade no TFG II.
67
7 ANEXOS
Entrevista com o Pároco de São Martinho e Reitor do Santuário Diocesano da Bem-Aventurada Albertina Berkenbrock, em Imaruí, SC, sobre a importância de
um Centro de Retiros Religiosos na região.
Cara Ângela, saudações pascais!
A diocese de Tubarão é composta por mais de 400 comunidades, organizadas em 27 Paróquias, compreendendo os 16 municípios da Amurel e mais em
Orleans, da ANREC. Estima-se que abranja cerca de 400 mil pessoas.
A construção e instalação de uma casa de Retiros vem ao encontro de uma necessidade da Diocese. Atualmente se dispõe dos seguintes espaços: CEDA
(Casa de Encontros Dom Anselmo), do antigo Seminário Nossa Senhora de Fátima (agora sob responsabilidade da RCC e apenas para seus Encontros), ambas
em Tubarão; a Casa de Retiro das Irmãs do coração de Jesus, em Braço do Norte; o Centro de espiritualidade Recanto dos Aranjos, em Barranceira, Laguna; o
Centro de Desintoxicação Alimentar e Espiritualidade ORIALAN, em Vila Santo Antônio, Imbituba; Salões Paroquiais, Centros de Pastorais e capelas. Estes
últimos são adaptados para comportar eventuais Encontros.
Temos oferecido os espaços de que dispomos: o Santuário, os jardins e a Gruta do Matírio. Também o Salão Comunitário, que pertence à Associação de
Moradores, eventualmente, é cedido para esta finalidade.
Há muito que de pretende poder oferecer aos segmentos pastorais (Movimentos, Grupos, Associações, Pastorais da Igreja Católica) um lugar específico para seus
eventos de formação e oração, em parceria com a Paróquia São Sebastião, cuja matriz situa-se em Vargem do Cedro, e com a Reitoria do Santuário Diocesano da
Bem-Aventurada Albertina.
Algumas condições básicas para que uma Casa de Retiros possa cumprir sua missão: que seja aconchegante, de fácil acesso externo e interno, que
ofereça contato com a natureza e satisfatório silêncio, que tenha espaço para reunião de grupo e de atendimento particular, capela e espaço para Adoração
Eucarística; que seja controlada a entrada de pessoas e automóveis...
A comunidade de São Luiz, que politicamente se divide entre dois municípios, Imaruí e São Martinho, vem sempre mais e mais sendo procurada como
opção para a realização de Retiros Espirituais e outros eventos religiosos.
A história da jovenzinha do lugar chamada Albertina Berkenbrock, que viveu e foi martirizada com grande fama de santidade, continua a se tornar muito
conhecida em meio ao povo católico. Nascida há 100 anos (11/04/1919) e assassinada por motivação de fé há quase 88 anos (15/06/1931), seu exemplo constitui
um cenário específico e favorável para as pessoas se aproximarem mais de Deus e dos ensinamentos de Jesus Cristo e de sua Igreja.
Peregrinos (romeiros) vêm de todos os lugares do Estado, do país e até de outras nações para rezarem no Santuário de Albertina. Os que desejam permanecer
mais alguns dias na região, utilizam-se de pousadas e hotéis mais próximos. Hospedam-se em Tubarão, Gravatal, Armazém e São Martinho. Alguns destes
estabelecimentos promovem passeios ao santuário. Mas, aqueles que desejam fazer uma experiência religiosa mais intensa não dispõem de uma Casa de Retiros,
onde poderiam ser acompanhadas em suas necessidades pessoais e espirituais.
Dados do entrevistado: Pe. Auricélio Costa, natural de Tubarão, onde nasceu em 1965. Formado em Filosofia, Teologia e Música.
Foi ordenado Presbítero na Igreja Católica em 1995. Historiógrafo (com duas obras publicadas) e articulista, também é compositor com vários CDs gravados.
Atualmente é Pároco da Paróquia São Sebastião, no município de São Martinho, SC; e Reitor do Santuário Diocesano da Bem-Aventurada Albertina
Berkenbrock, em Imaruí, SC.
30/04/2019
68
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