Ângela araujo da rosa

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Page 1: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA
Page 2: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

CENTRO DE RETIROS RELIGIOSOS DA IGREJA CATÓLICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e

Urbanismo da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial

à obtenção do título de Bacharel.

Orientador: Prof. Maria Matilde Villegas Jaramillo,Ms.

Tubarão

2019

Page 3: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

CENTRO DE RETIROS RELIGIOSOS DA IGREJA CATÓLICA

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo e aprovado em sua forma final pelo Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Tubarão, 28 de junho de 2019

______________________________________________________

Professora orientadora: Maria Matilde Villegas Jaramillo, Ms.

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________

Prof.:

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________

Prof.:

Universidade do Sul de Santa Catarina

Page 4: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

DADOS CADASTRAIS

ACADÊMICA

Ângela Araujo da Rosa

ENDEREÇO

Endereço: Rua Duque de Caxias, número 222

Armazém - sc

CONTATO:

Telefone: (48) 98803-4393

E-mail: [email protected]

ORIENTADOR

Professora: Maria Matilde Villegas Jaramilo

E-mail: [email protected]

CURSO

Código de matrícula: 38888

Período: 9º semestre

TÍTULO DO TRABALHO

Centro de Retiros Religiosos da Igreja Católica.

Tubarão, junho 2019

Page 5: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..............................................................................................8

1.2 PROBLEMÁTICA E JUSTIFICATIVA ................................................ 9

1.3 OBJETIVOS ......................................................................................... 10

1.3.1 Objetivo Geral.........................................................................10

1.3.2 Objetivo Específico .................................................................10

1.4 METODOLOGIA .................................................................................10

2 REFERENCIAL TEORICO......................................................................12

2.1 PERCURSO HISTÓRICO DA IGREJA................................................12

2.1.1 Histórico de espaços para culto depois de Cristo até os tempos

atuais...............................................................................................12

2.2 A “FUGA MUNDI” E A CONCEPÇÃO DA VIDA

MONÁSTICA....................................................................................14

2.2.1 “Fuga Mundi” e a necessidade de um espaço de Vivência

Comunitária......................................................................................14

2.2.2 Os mosteiros ............................................................................15

2.2.3 Hospedagem nos mosteiros ....................................................16

2.3 CONVENTOS........................................................................................17

2.4 SEMINÁRIOS........................................................................................18

2.5 A “FUGA MUNDI” E A NECESSIDADE DE ESPAÇOS DE RETIRO NA

CONTEMPORANIEDADE..............................................................................18

2.6 CASA DE RETIRO................................................................................19

2.7 TURISMO RELIGIOSO .......................................................................20

2.7.1 Potencial turístico religioso da região de São Martinho........20

2.8 SUSTENTABILIDADE E MEIO AMBIENTE...........................................21

2.9 A IGREJA CATÓLICA E SUA PREOCUPAÇÃO COM

SUSTENTABILIDADE ..........................................................................................22

3 REFERENCIAIS PROJETUAIS ......................................................................24

3.1 PROJETO JETAVANA..................................................................................24

3.1.1 Ficha técnica .......................................................................................24

3.1.2 Apresentação do projeto – Jetavana.................................................24

3.1.3 Implantação e acessos.........................................................................24

3.1.4 Circulação............................................................................................25

3.1.5 Definição dos espaços e zoneamento funcional.................................25

3.1.6 Hierarquia Funcional..........................................................................26

3.1.7 Volume e massa...................................................................................26

3.1.8 Relação - interno com externo............................................................26

3.1.9 Conforto Ambiental - Iluminação e Ventilação................................27

3.1.10 Estrutura e técnicas construtivas.....................................................27

3.2 CENTRO SÃO PIO.....................................................................................30

3.2.1 Ficha técnica.......................................................................................30

3.2.2 Apresentação do projeto.....................................................................30

3.2.3 Implantação e entorno........................................................................31

3.2.4 Circulação e acessos............................................................................32

3.2.5 Zoneamento funcional e hierarquia espacial....................................32

3.2.6 Volume e massa...................................................................................32

3.2.7 Relação interior com o exterior.........................................................33

3.2.8 Conforto ambiental.............................................................................33

3.2.9 Estrutura e técnica construtiva..........................................................34

3.3 ESTUDO DE CASO – VILA FÁTIMA ........................................................36

Page 6: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

4.3.2 Legislação Federal para áreas de preservação permanente..51

4.4 ASPECTOS FÍSICOS E BIOCLIMÁTICOS........................................51

4.5 TOPOGRAFIA E DIMENSIONAMENTO DA ÁREA.......................52

4.6 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO DA ÁREA E SEU

ENTORNO...................................................................................................53

5 PARTIDO........................................................................................................54

5.1 CONCEITO...........................................................................................55

5.2 DIRETRIZES PROJETUAIS................................................................55

5.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES PRÉ-DIMENSIONAMENTO E

FLUXOGRAMA..........................................................................................56

5.3.1 Resumo do programa de necessidades e pré

dimensionamento ...............................................................................57

5.4 ORGANOGRAMA................................................................................57

5.5 ZONEAMENTO....................................................................................59

5.6 PLANTA BAIXA CENTRO DE RETIROS.........................................60

5.7 PLANTAS BAIXAS AMPLIADAS E CROQUIS ESQUEMÁTICOS

DOS AMBIENTES......................................................................................61

5.8 CORTES ESQUEMÁTICOS.................................................................64

5.9 COBERTURA........................................................................................64

5.10 FACHADAS........................................................................................65

5.10.1 Estudo volumétrico das fachadas...........................................66

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................67

7 ANEXOS..........................................................................................................68

8 REFERENCIAS CITADAS NO TRABALHO............................................69

3.3.1 Ficha técnica......................................................................................36

3.3.2 Breve histórico Vila Fátima.............................................................36

3.3.3 Implantação e relação com o entorno..............................................37

3.3.4 Acessos e circulações.........................................................................37

3.3.5 Hierarquia Espacial..........................................................................38

3.3.6 Implantação e levantamento fotográfico – estudo de caso............39

3.3.7 Circulações........................................................................................40

3.3.8 Zoneamento funcional......................................................................40

3.3.9 Sustentabilidade e conforto ambiental............................................41

3.3.10 Iluminação e ventilação..................................................................41

3.3.11 Volume e massa...............................................................................42

3.3.12 Estrutura e técnica construtiva.....................................................42

3.3.13 Potencialidades e deficiências........................................................43

3.3.14 Resumo da visita técnica................................................................43

4 DIAGNÓSTICO DA ÁREA............................................................................45

4.1 DADOS DO MUNICÍPIO E LOCALIZAÇÃO.........................................45

4.1.1 Breve histórico de São-Martinho.....................................................46

4.1.2 Economia...........................................................................................46

4.2 PANORAMA DE SÃO LUIZ – A COMUNIDADE.................................47

4.2.1 Sistema viário e Transporte coletivo...............................................47

4.2.2 Uso do solo e gabaritos.....................................................................48

4.2.3 Tipologias..........................................................................................48

4.2.4 Cheios e vazios..................................................................................49

4.2.5 Serviço e equipamentos....................................................................49

4.3 LEGISLAÇÃO.......................................................................................50

4.3.1 Legislação esfera Estadual........................................................51

Page 7: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

RESUMO

O presente trabalho de conclusão de curso tem como objetivo apresentar informações necessárias para a

elaboração de um projeto arquitetônico de um Centro de Retiros Religiosos da Igreja Católica. O projeto será desenvolvido

no Município de São Martinho- SC, próximo ao Santuário da Bem-Aventurada Albertina Berkenbrock, ponto estratégico e

determinante para a escolha do projeto, região também conhecida pelo forte turismo religioso. O Centro de Retiros

Religiosos tem o intuito de promover o autoconhecimento pessoal, crescimento espiritual e a profunda experiência com Deus.

Permitindo a visitação de todos, principalmente para os romeiros, afim de proporcionar retiros espirituais mediante a

momentos de oração, reflexão, e aprofundamento da fé. Esse trabalho foi desenvolvido através do embasamento teórico

acerca do tema por meio de livros, artigos e referenciais projetuais similares.

Palavras Chave: Retiros, Igreja Católica, Deus, autoconhecimento.

ABSTRACT

The present work of course completion has the objective to present information necessary for the elaboration of an

architectural project of a Center of Religious Retreats of the Catholic Church. The project will be developed in the

Municipality of São Martinho-SC, near the Sanctuary of the Blessed Albertina Berkenbrock, strategic and decisive point for

choosing the project, a region also known for its strong religious tourism. This Center for Religious Retreats is designed to

promote personal self-knowledge, spiritual growth, and deep experience with God. Allowing the visitation of all, especially

for the pilgrims, in order to provide spiritual retreats through moments of prayer, reflection, and deepening of the faith. This

work was developed through the theoretical basis of the theme through books, articles and similar project references.

Keywords: Retreats, Catholic Church, God, self-knowledge.

Page 8: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho, tem como objetivo buscar informações

necessárias para a elaboração de diretrizes projetuais, partido geral e

posteriormente, anteprojeto de um Centro de Retiros Religiosos da Igreja

Católica no Município de São Martinho, SC.

A cidade localizada no sul do Estado, é conhecida pelo turismo

rural, cultural e religioso. A proposta visa dar acolhimento e bem estar para os

romeiros e visitantes que peregrinam pelas proximidades do Santuário da Bem-

Aventurada Albertina Berkenbrock.

De acordo com o dicionário Online de Português (2009), a palavra

retiro significa período de recolhimento e meditação, local retirado, um período

de afastamento da vida cotidiana.

Observa-se que em várias passagens bíblicas que os retiros já

eram de grande importância. O próprio Jesus, antes de tomar suas decisões, ia

para o monte ou deserto, retirava-se em um lugar afastado, para falar com

Deus. Mostra-se a importância do fortalecimento pessoal, do momento para

refletir sobre si, e renovar também a fé. Há vários temas e áreas de

aprofundamento que os retiros podem trazer, mas o único objetivo é a

espiritualidade envolvida, o contato com Deus e consigo.

Os evangelhos relatam que, antes de tomar decisões ou

realizar atos importantes, Jesus se retirava para uma região

montanhosa ou desértica, onde passava longos tempos de

silêncio e oração. Foi assim que escolheu seus seguidores

mais próximos:‘[...] naqueles dias, subiu ao monte para

orar, e passou a noite em oração a Deus. Quando já era

dia, chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze

deles, a quem também deu o nome de apóstolos.(Lc

6,12-13).” (BETHÂNIA, 2018, p.01)

Na atualidade os retiros formam parte da vida diária de muitos

católicos, a região é muito procurada por esse motivo, mas não conta com um

espaço apropriado para o bom funcionamento destas atividades.

Por isso, viu-se no centro de retiros, a melhor forma de fortalecer

esta atividade, promovendo o turismo a cultura entre os habitantes e a

comunidade religiosa. A ideia é proporcionar, em um local alto, que traz a

releitura do monte, um ambiente onde se encontra paz e aconchego, longe dos

grandes centros urbanos caracterizados pela intensa movimentação.

Segundo Tres, Reis e Schlindwein (2011), o homem é um pedaço da

natureza. Desenvolver um espaço para a realização de Retiros, requer certa

harmonia com a natureza, afim de que, as pessoas sintam-se acolhidas e

desconectadas da agitação cotidiana. O espaço, deve ser preparado para

receber pessoas que buscam melhorar a saúde física e espiritual, através do

relaxamento, da oração e reflexão.

Portanto, o Centro de Retiros será um local de uso frequente em todas

as épocas do ano, promovendo a espiritualidade, com espaços destinados a

convivência, recolhimento, meditação, resgatando os valores humanos e

atraindo romeiros e turistas da região.

8

Page 9: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

1.2 PROBLEMÁTICA E JUSTIFICATIVA

A comunidade de São Luiz, politicamente se divide entre dois

municípios, Imaruí e São Martinho e vem sempre sendo procurada como opção

para a realização de Retiros Espirituais e outros eventos religiosos.

Seu potencial religioso é marcado pela devoção a Jovem Albertina

Berkenbrock, reconhecida pela Igreja Católica Apostólica Romana como uma

Jovem Bem Aventurada, atraindo de inúmeros lugares, romeiros de sua

devoção.

Albertina Berkenbrock foi uma Jovem Mártir que morreu no ano

1931, com 12 anos de idade. Após a sua morte começaram então a ocorrer uma

grande procura até o local do martírio. Por sua fama de santidade a Diocese de

Tubarão abriu um processo de Beatificação que foi concluído em outubro de

2007, onde foi declarada bem-aventurada. Após isso o papa Bento XVI

concede a beatificação.

Ela vive pouco, apenas 12 anos, mas nesse pequeno

espaço de tempo conseguiu mostrar como Deus pode

inflamar de tal maneira um coração tão disposto, a ponto

de que ele seja capaz inclusive de entregar a própria vida

antes de ofender esse amor que o toma por inteiro.

(LEÃO, 2016, p. 01)

A história da jovem que viveu e foi martirizada com grande fama

de santidade, continua a se tornar muito conhecida em meio ao povo católico.

Seu exemplo constitui um cenário específico e favorável para as pessoas se

aproximarem mais de Deus.

Peregrinos (romeiros) vem de todos os lugares do Estado,

do país e até de outras nações para rezarem no Santuário

de Albertina. Os que desejam permanecer mais alguns

dias na região, utilizam-se de pousadas e hotéis mais

próximos. Hospedam-se em Tubarão, Gravatal, Armazém

e São Martinho. Alguns destes estabelecimentos

promovem passeios ao Santuário. Mas, aqueles que

desejam fazer uma experiência religiosa mais intensa não

dispõe de uma Casa de Retiros, onde poderiam ser

acompanhadas em suas necessidades pessoais e

espirituais. (COSTA, 2019)

Todavia, não há no local um espaço próprio para a realização de

Retiros, objetivo final deste trabalho, onde a Diocese de Tubarão, entre outras,

possam usufruir para promoção humana e espiritual das pessoas. Segundo

Costa (2019) a Diocese de Tubarão é composta por mais de 400 comunidades,

organizadas em 28 paróquias, e estima-se que abrange cerca de 400 mil

pessoas.

Percebe-se que em todos os lugares e na vida cotidiana as pessoas

estão vivendo contra o tempo. Segundo o livro Recomeçar do padre Polak

(2016), considera-se nos dias de hoje absurdo tirar um tempo para fazer um

retiro, pois a pressão do trabalho, do grupo, das pessoas parece nos lançar para

uma correria sem fim. Com todos esses compromissos, acaba se esgotando a

saúde física, mental e espiritual das pessoas. Observamos que a maioria, por

sua vez, procura os retiros em busca de um momento único, de reflexão,

descanso, autoconhecimento, e em sua maioria buscam um abastecimento de

Deus para continuar sua caminhada do dia a dia.

Desta maneira, o centro de retiros religiosos passará a ser um

recurso acessível para muitas pessoas, até mesmo quem estiver de passagem.

9

Page 10: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

Mas principalmente para pessoas que precisam viver essa profunda experiência

com Deus, seja individualmente, ou em comunidade.

Cada vez mais a procura por esses locais isolados aumenta,

tornando assim o Centro de Retiros Religiosos muito necessário nos dias de

hoje.

1.3 OBJETIVOS

Para dar andamento deste trabalho de conclusão de curso, serão

traçados alguns objetivos que irão direcionar a elaboração do projeto.

1.3.1 Objetivo geral

O trabalho de conclusão tem como objetivo elaborar um ante-

projeto arquitetônico de um Centro para Retiros Religiosos, no município de

São Martinho-SC.

1.3.2 Objetivos Específicos

• Adquirir embasamento teórico para compreender o desenvolvimento dos

espaços de culto cristão analisando o histórico até os tempos atuais;

• Analisar um estudo de caso de uma casa de retiro além de referenciais

projetuais que contribuam para as diretrizes do projeto arquitetônico;

• Estudar as potencialidades turísticas e religiosas que existem no município

de São Martinho;

• Definir o espaço necessário para atender aos Retiros Religiosos

promovidos pelos Municípios próximos e região;

• Elaborar um programa de necessidades que supra a demanda desses

usuários;

• Revisar as legislações urbanas e ambientais, municipais, estaduais e

federais para que a proposta esteja dentro das requisições;

• Promover a integração com o entorno do terreno;

• Desenvolver um partido arquitetônico com espaços agradáveis para

retiro, descanso e lazer, além de salas para reuniões, formações;

• Utilizar de tecnologias e materiais que promovam a sustentabilidade e

acima de tudo sejam aconchegantes e harmoniosas para o projeto.

1.4 METODOLOGIA

O trabalho será composto pelo seguinte processo metodológico:

• Pesquisa bibliográfica: Leitura e compreensão de referenciais teóricos e

conceituais dos espaços de culto, buscando através de pesquisas em livros,

artigos, teses, referências históricas, e documentos da arquitetura religiosa,

buscando compreender a evolução da igreja.

• Entender a relação da religião com o turismo religioso do local além da

sustentabilidade;

• Referenciais projetuais: analisar obras relacionadas ao tema de estudo,

agregando informações necessárias para a realização do partido. Buscar

entender a ordem de ideias dos itens como por exemplo os acessos,

circulações, espaços, entorno do edifício, volumetria, materialidade, dentre

10

Page 11: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

outros elementos;

• Estudo de Caso: visitar uma obra com características similares a uma casa

de retiros para auxiliar no entendimento e construção do programa de

necessidades do partido buscando compreender o funcionamento de todos

ambientes. Será analisado sua história, acessos, a implantação, sistema

construtivo, conforto ambiental, além das potencialidades e deficiências do

local. Será feito um levantamento das plantas, juntamente com o

levantamento fotográfico, para que haja a compreensão técnica do edifício;

• Diagnóstico da área: estudar e analisar os aspectos históricos, as

características do entorno, acessos, aspectos físicos, ambientais, sistema

viário, infraestrutura, legislações federais e estaduais além de apresentar as

potenciais da área.

• Pesquisar a legislação Federal, Estadual e Municipal;

• Partido geral: Desenvolver um partido arquitetônico através de um conceito,

diretrizes, programa de necessidades, organograma, fluxograma por meio da

implantação, acessos, zoneamento, esquemas, croquis esquemáticos e

estudos volumétricos.

11

Page 12: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

2 REFERENCIAIS TEÓRICOS

2.1 PERCURSO HISTÓRICO DA IGREJA

Nesse capítulo veremos o processo de desenvolvimento dos

espaços de culto cristão, e a importância da arquitetura religiosa, em especial

os ambientes de retiro, observando o processo de desenvolvimento e suas

transformações até os tempos atuais.

2.1.1 Histórico de espaços para culto depois de Cristo até os tempos

atuais

Desde a antiguidade homens, mulheres, jovens e crianças

utilizavam de espaços para cultivar sua fé, através de práticas como a oração e

o estudo. O que estabelecia uma vivência em comunidade a qual fundava sua

fé num único Deus, o Criador. Os primeiros cristãos em sua maioria eram

vistos como aqueles que discordavam do Judaísmo, por conta do culto judeu

monoteísta, baseado na Escrituras Sagradas Judaicas (YOUCAT 2019).

Para EKERMAN (2007, p. 1) no entanto, era nas sinagogas,

expressão grega synagein - “reunir-se”, o lugar onde judeus e os primeiros

cristãos se reuniam com a função de orarem e dirigirem suas preces a Deus,

faziam o estudo do Torah (cinco primeiros livros da Bíblia), para preservar a

religião. Os espaços serviam também para os debates, partilha e reunião da

comunidade.

Como apresentado na (Figura 01), as Sinagogas possuíam em sua

estrutura elementos que eram constantes: a Arca da Aliança (guardava as

tábuas da Lei), segundo Lima (2012, p.22) “ficava sempre na parte orientada

para Jerusalém, de modo que atraía para si todos os olhares da assembleia,

uma referência clara ao Santo dos Santos do templo de Jerusalém”. Integram

ainda os elementos da Sinagoga, o Menorá (candelabro sagrado), formado por

sete braços onde eram acesas velas, o Bema (plataforma de leitura), mesa onde

eram lidos os rolos da Toráh e, por fim, a Cátedra de Moisés (cadeira utilizada

por autoridades oficiais) posicionada sobre a mesma elevação do Bema.

Figura 01: Esquema de uma Sinagoga antiga

Fonte: Lima (2012, p. 22) apud BOUYER. Architettura e liturgia, p. 79.

Todavia segundo (Gambrich, 2008 apud Mattos 2017, p.10) “De

início, o cristianismo aproveitou sua ligação com o judaísmo para alcançar

terras distantes, por meio da rede de sinagogas”. A ação missionária desses

cristãos levou a conversão de muitos outros.

A partir do mistério de Cristo aconteceu a “cristianização” dos

elementos herdados do judaísmo, onde os seguidores de Cristo se veem

obrigados a encontrar e legitimar novos espaços para a prática da fé. A Igreja

começa sua história na clandestinidade, ou seja, na intimidade das moradias de

12

Page 13: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

seus membros denominada Domus Ecclesiae - Igreja nas Casas.

Segundo Nóbrega (2017, p.28):

Foram os primeiros espaços concebidos pelos cristãos da

era apostólica, consistiam em casas residenciais, de uso

normal durante a semana, que aos domingos abarcavam

reuniões noturnas de grupos de fiéis com a esperança do

retorno do Cristo.

Este mesmo autor afirma que, na Domus Ecclesiae (Figura 2),

utilizavam-se espaços como na estrutura da antiga sinagoga, onde

proclamavam a palavra. O zoneamento do local era dividido em: espaço para a

ceia do Senhor, sala de batismo, proclamação da palavra, e sala de espera.

Figura 02: Domus Ecclesiae aos domingos

Fonte: Lucedistelle, 2018 s/p.

No entanto com a difusão da fé cristã, houve uma conversão em

massa surtindo efeitos dramáticos na história cristã: a brutalidade da

perseguição contra os cristãos, sobretudo pelo Império Romano, que desejava

aniquilar os seguidores de Jesus. Por conta disso, essas organizações tiveram

que procurar locais mais seguros, elegendo assim as catacumbas como um

novo espaço para o culto cristão. (MILANI, 2016, p. 22)

As catacumbas, (Figura 03) consistiam-se galerias subterrâneas

onde aconteciam os sepultamento dos mártires. Seus túmulos, após a vinda

dos cristãos serviam como altar para as reuniões religiosas. (MILANI, 2016)

Figura 03: Catacumbas dos mártires

Fonte: Editora Cléofas, 2018.

Na história da arquitetura, as catacumbas têm papel relevante na

expressão da fé cristã. Nelas se consagram alguns elementos que se

caracterizaram os símbolos cristãos, os quais se tornam paradigmas da arte

cristã e histórica da fé.

No entanto segundo Carreira (2013 apud NÓBREGA, 2017) com

o Edito de Milão no ano 313, com o Imperador Constantino, houve um avanço

importante na consolidação da fé cristã. O Império Romano, decretou a

liberdade de cultos e a todas as expressões de fé.

Também conhecido como Edito de Milão (ou Edito de

Tolerância), “declarava que o Império Romano seria

neutro em relação ao credo religioso, acabando

oficialmente com toda perseguição sancionada

oficialmente, especialmente do cristianismo. O Edito foi

emitido pelo tetrarca ocidental Constantino, o grande, e

por Licínio, o tetrarca Oriental. (CARREIRA, 2013 apud

NÓBREGA, 2017 p. 29).

13

Page 14: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

De acordo com estes autores o cristianismo passou a ser a religião

oficial do Império, e as basílicas, já existentes, foram adotadas como espaços

favoráveis para a celebração. Posteriormente, começou-se a pensar na

arquitetura e sinais simbólicos da fé para a construção de novos espaços para o

culto cristão.

Rezende (2006) assinala que, as primeiras igrejas cristãs trazem a

riqueza das diversas culturas e povos que o Império Romano havia subjugado.

Esta diversidade por vezes coexiste no mesmo espaço sacro. As colunas

romanas, gregas, os mármores egípcios, os mosaicos, a vidraçaria, as pinturas,

as pedras e metais preciosos, enfim, todos os templos procuraram expressar o

poder de um povo e grandiosidade de Deus.

2.2 A “FUGA MUNDI” E A CONCEPÇÃO DA VIDA MONÁSTICA

Desde suas origens o cristianismo soube dialogar com as

diferentes culturas. Este foi um dos motivos para sua rápida expansão. Não

demoraram a surgir aqueles que buscam viver esta proposta de vida no

silêncio, contemplação e oração, exemplo disso é “a tradição monástica dos

primórdios, a qual favorecia de certo modo a fuga do mundo, procurando

afastar-se da decadência urbana. (Laudato Si 2015, n.126 p. 97)

Ou seja, a expressão do latim “fuga mundi” significa uma fuga do

mundo, não ligada à ideia de um afastamento da cidade como uma manobra

para desviar-se de dificuldades ou obrigações, mas sim, ao intuito de abdicar na

solidão, tudo o que o “mundo” ama e/ou há nele. (NAZARÉ, 2019)

De acordo com Miccoli, (1989, p. 33-54 apud Araújo 2008 p. 43):

A verdadeira concepção da vida monástica se formou

depois da morte dos apóstolos, momento em que se por

um lado o fervor da multidão dos crentes começou a

esfriar, por outro, manteve-se ainda vivo entre aqueles em

que abandonaram as cidades e começaram a praticar,

particularmente, as regras que tinham sido estabelecidas

pelos apóstolos para todo corpo da Igreja.

No entanto a vida monástica, se expressa neste desejo de

afastamento do mundo e busca do silêncio no anseio de uma profunda

intimidade com Deus. Nasce “o estilo de vida retirante”, a vida contemplativa.

2.2.1 “Fuga mundi” e a necessidade de um espaço de vivência

comunitária

A vida monástica, fundamentada em um aprofundamento da fé e

espiritualidade avançou com a decisão dos monges em formar edificios

comunitários para a vivência fraterna – os Mosteiros. Neste passaram a viver

conforme sua ordem religiosa. (Laudato Si 2015, n.126 p. 97)

Segundo o mesmo documento, São Bento de Núrsia, conhecido

como mestre da vida monástica manifestou o desejo de que seus monges

vivessem em comunidade, unindo a prática da oração e estudo com o trabalho

manual “Ora et labora” – oração e trabalho. Fundada em meados de 529, a

Ordem Beneditina (Figura 04), é a mais antiga da vida monástica.

14

Page 15: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

Figura 04: Monjas e monges Beneditinos

Fonte: Túnel ..., (2015). Fonte: Senza Pagare (2016).

2.2.2 Os mosteiros

Os primeiros monges construíram seus mosteiros afastados das

cidades e do barulho, próximo de cursos de água e terras férteis, onde

produziam seus próprios alimentos para o consumo, e cultivo de plantas

medicinais. Hernandez e Chacon (2004) assinalam que, a hospedaria dos

mosteiros, já presente nos primeiros séculos da vida cristã, acolhia os

peregrinos e pobres além de prestar atendimento as suas necessidades físicas e

espirituais.

No entanto segundo Hernandez e Chacon (2004 p.10, tradução nossa):

No final do século XI e início do século XII, a vida

monástica é vista na necessidade de "renovar" seus ideais

espirituais, devido a atividades e obras emergindo da nova

sociedade; as novas cidades nascem, o comércio é

desenvolvido, universidades e catedrais são mais atraentes

do que mosteiros. [...] Como resultado disso, muitos dos

mosteiros são usados para a interação experiencial entre

monges e leigos, permitindo que estes participem

livremente nas diversas atividades eclesiais num ambiente

de descanso e convivência.

Com o passar do tempo surgiram diversas ordens monásticas,

como as Capuchinhas, Cartuxos, Clarissas, Cistercienses, Concepcionistas,

Jerônimos, Premonstratenses, além de outras ordens, sendo a primeira e mais

conhecida a Ordem Beneditina. (FRANCO 2010, p. 12)

O primeiro mosteiro Beneditino (Figura 05) fica localizado na

cidade de Subiáco na Itália construído com a ajuda do próprio fundador, Bento

de Núrsia (São Bento) a partir do século XIX.

Figura 05: Primeiro Mosteiro do mundo

Fonte: Tramonti (2016).

Uma imponente estrutura construída junto a um “paredão”

rochoso e íngreme tendo seus ambientes conectados entre si, por meio de

escadas que seguem o nível da rocha. (TRAMONTI, 2016, p.01)

Já no Brasil, (Figura 06) o primeiro Mosteiro Beneditino foi

construído em 1582 na cidade de São Sebastião em Salvador – Bahia.

15

Page 16: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

Figura 06: Mosteiro de São Bento

Fonte: Cultura Geral (2011) Fonte: Ora Et Labora (2017)

Com o passar do tempo e a consolidação da vida monástica na

história da Igreja, muitas pessoas desejaram, de vez em quando, fazer a

experiência do silêncio, da contemplação, do retirar-se do mundo por um breve

tempo. Por isso, junto a todo mosteiro, surge a hospedaria.

2.2.3 Hospedagem nos mosteiros

A hospedaria dos mosteiros foi marcada por dois períodos, antes e

depois do “declínio”. O primeiro denota os peregrinos que estavam de

passagem, e o segundo momento é marcado por aqueles que desejam viver a

experiência monástica. “É então que os mosteiros tornaram pequenos centros

de retiros, recolhimento espiritual e diligência” (HERNANDEZ E CHACON

2004 p.9, tradução nossa).

Segundo estes autores, a estrutura dos mosteiros nas suas

edificações seguiam uma ordem pré-estabelecida, apresentada na (Figura 07).

1. Horta de produtos para alimentação e plantas medicinais;

2. Dormitórios dos monges;

3. Clautro, local sereno reservado a meditação (localizado ao centro das

edificações);

4. Igreja, centro da vida religiosa do mosteiro;

5. Hospedaria para os viajantes que pernoitavam nos mosteiros;

6. Enfermaria ou hospital;

7. Pomar;

8. Refeitório;

9. Scriptorio, local onde se copiavam os manuscritos.

Figura 07: Estrutura dos Mosteiros

Fonte: Site Multihca (2014), adaptado pela autora.

Em grande medida, este estilo de vida influenciou e influencia os

espaços para retiros espirituais em nosso tempo, onde são poucos os

16

Page 17: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

mosteiros utilizados com o objetivo inicial, porém sua maioria é destinado a

visitantes que queiram viver a experiência do deserto. “Hoje em dia, devido à

expansão das malhas urbanas, muitos Mosteiros encontram-se já em Zona

Urbana” DIAS (2010, p.90). O que evidência um forte ponto turístico dentro

da cidade.

2.3 CONVENTOS

Os conventos diferentemente dos mosteiros foram construídos

dentro da malha urbana, já os mosteiros eram edificados longe da cidade, em

montanhas ou encostas de desertos rochosos. A palavra convento, do latim

conventus, significa “assembleia”, advém da assembleia romana, onde os

cidadãos se reuniam para fins administrativos, ou de justiça (convéntum

jurídicum). Posteriormente a palavra passou-se a ter sentido religioso do

monasticisimo. (MULLER, 2010)

Ingressam nos conventos, mulheres e homens dedicados aos

serviços religiosos, podem ser de diversas ordens, dentre as mais conhecidas

estão as Ordens Mendicante, Monásticas, Regrantes, e os Clérigos Regulares.

Inserida na Mendicante estão os Franciscanos que vivem em conventos.

Afirma ainda Aquino (2019), que eles “cultivavam a pobreza não só individual,

mas também comunitária, os irmãos viviam de trabalho manual ou de esmolas.

"No entanto estes ainda são pregadores “em saída”, na busca pela imitação de

Cristo.

Os conventos por estarem no meio de uma sociedade, ajudavam

na educação de jovens e crianças, e desenvolviam obras de caridade. Além

desses serviços os mesmos se reuniam dentro de suas casas (conventos) para

uma vida fraterna comum, com momentos de oração, partilha, além de

períodos de recreação. (MULLER, 2010)

Por fim, os conventos (Figura 08) se caracterizam pelo estilo dos

mosteiros, mudando apenas o local de inserção, e seu estilo de vida voltado

para a comunidade.

Figura 08: Convento Santo Antônio Rio de Janeiro, 1615.

Fonte: Trekearth, 2005.

Na atualidade alguns destes conventos devido a carência de

vocações religiosas passam a oferecer suas instalações para hospedagem e

retiros. Tornaram-se ao longo do tempo locais procurados para meditar, orar, e

viver a fraternidade com o próximo. O convento do Carmo (Figura 09) em São

Paulo é um exemplo de um espaço adaptado para o retiro, que oferece as celas

como acomodação, salas de reuniões, refeitório, e o claustro para momentos

de oração e meditação.(CARMELITAS 2017)

17

Page 18: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

Figura 09: Convento Carmelitas

Fonte: Sanctuaria 2016.

2.4 SEMINÁRIOS

Em meados de 1545 a 1563 os bispos da igreja, inicialmente com

o papa Paulo III reuniram-se para deliberar sobre questões de fé, costumes,

doutrina ou disciplina eclesiástica, denominado Concílio de Trento. Seus

integrantes “aprovaram por unanimidade o decreto “Cum Adolescentium

Aetas“, que recomendava a criação de seminários em cada diocese”

(ALETEIA, 2016).

O seminário é um instrumento valioso utilizado pela Igreja

Católica dedicado a formação de vocações sacerdotais, em diversas regiões

onde a mesma se faz presente (LOPES, 2012). Ou seja, dentro de um seminário

as formações vão desde um âmbito espiritual, intelectual, comunitário e

pastoral.

Sua estrutura remete traços dos conventos e dos mosteiros,

formado por capelas, salas de estudo, biblioteca, sala de administração, sala de

jogos, quartos (clausuras), cozinha, refeitório, áreas verdes, pomar (LOPES,

2012).

Atualmente alguns seminários estão em desuso, por conta da

redução expressiva de vocações. Muitos desses lugares servem para realização

de retiros, formações espirituais e intelectuais. Exemplo disso é o antigo

edifício do Seminário Nossa Senhora de Fátima (Figura 10), localizado na

cidade de Tubarão-SC, inaugurado em 13 de março de 1957, hoje denominado

Casa de Encontros e Retiros Nossa Senhora de Fátima.

Figura 10: Casa de Encontros e Retiros Nossa Senhora de Fátima

Fonte: Seminário...,2016.

2.5 A “FUGA MUNDI” E A NECESSIDADE DE ESPAÇOS DE

RETIRO NA CONTEMPORANIEDADE

Como visto anteriormente a “fuga mundi” era praticada na vida

18

Page 19: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

monástica. Todavia segundo Barcelos (2009, p. 01) “a sociedade

contemporânea é marcada pela correria do dia-a-dia e pela constante mudança

de cenários” e acrescenta, “o homem se encontra cada vez mais pressionado

pelo relógio”.

Essa pressão excessiva, é sentida em diversos âmbitos da vida

cotidiana como no trabalho, na escola, universidade, vida familiar o que

acarreta constantes conturbações físicas e espirituais. Ou seja, esse estilo de

vida acelerado, tornou as pessoas dependentes ao tempo e privadas do

descanso.

De acordo com o site Canção Nova (2005, p. 01):

O descanso não é fuga do trabalho ou irresponsabilidade,

mas uma necessidade que o ser humano tem de

interromper uma série de atividades produtivas para

desfrutar de atividades nas quais não existe nenhuma

tensão pelos resultados.

Nesse sentido optar por alternativas como retiros espirituais, pode

trazer qualidade de vida e bem estar por meio da meditação, relaxamento,

oração, além de orientação espiritual.

2.6 CASA DE RETIRO

Utilizar de espaços como os mosteiros, conventos e seminários para as

novas práticas de retiros, tem suas limitações, devido à estrutura física

projetada com foco diferente, que por vezes, não satisfaz a dinâmica desses

“eventos”.

Ora, construir um espaço propriamente pensado para a realização

de eventos deste tipo, permite refletir a “vida”, naquilo que é novo. Em

acordo, o Concílio Vaticano II (1963,n.123) diz que a “Igreja nunca

considerou um estilo próprio seu, mas aceitou os estilos de todas as épocas” e

aponta na direção do “cultivo livre na Igreja a arte do nosso tempo”.

A novas iniciativas da Igreja como a Casa de Retiros, tem suas

características próprias, mas estão ligadas de certa forma, com o conceito dos

mosteiros, afastadas dos centros urbanos e próximas a natureza. As novas

casas buscam dispor de espaços para descanso, meditação, reuniões, leituras,

partilhas, dinâmicas, contemplação, atividades em grupo e individuais. Além

de dispor de conforto e atender a todas as necessidades espirituais e físicas dos

participantes (HERNANDEZ E CHACON 2004).

De acordo com Mendonça (2014), as estruturas desses edifícios

seguem alguns princípios básicos conforme a ilustração abaixo (Figura 11),

podendo variar de acordo com as necessidades.

Figura 11: Princípios básicos da Casa de Retiro

Fonte: Mendonça, 2014.

Sob o ponto de vista de Mendonça (2014, p.17) “deve-se pensar em

flexibilidade à edificação - seja restringindo e/ou ampliando espaços -

permitindo adequações em diversas combinações de uso como for necessário”.

19

Page 20: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

Ainda para o autor:

Projetar a Casa de Retiro será -pela arquitetura- uma

contribuição com a Igreja, atendendo a necessidades

comunitárias daqueles que servem, e também são servidos

pela fé, no anseio transformador de cada um para com

todos.

Assim a construção de uma Casa de Retiro deve suprir o programa

de necessidades e possuir elementos que expressem o humano e o divino. Pois

poderá ser usada pelos diferentes movimentos da Igreja Católica expressados

nos seus diversos carismas (1CORÍNTIOS 12:4-11).

Entretanto, para que esse espaço tenha utilidade constante é

necessário que seja localizado em meio a rota de peregrinos, de fácil acesso e

movimentação turística, para que atenda às necessidades espirituais da

comunidade local e dos peregrinos (MENDONÇA 2014, p.12).

Por fim sua dinâmica busca o bem estar de todos, oferecendo o

cultivo da fé e a espiritualidade, nas relações consigo, com Deus e com os

outros. Por meio da arquitetura a casa de retiro deve oferecer, uma experiência

com o divino, promovendo tranquilidade, além do relaxamento por meio do

contato com a natureza.

A Diocese de Tubarão não conta com casas próprias para a

realização de retiros, no entanto, utiliza de espaços improvisados como o

antigo Seminário Nossa Senhora de Fátima, Casa Regional do Instituto das

Irmãs Coração de Jesus (Braço do Norte), Associação Recanto dos Arcanjos

(Laguna), Centro de Desintoxicação Alimentar e Espiritualidade, (Imbituba),

além de Salões Paroquiais, Centro Pastorais e Igreja.

2.7 TURISMO RELIGIOSO

O turismo é peça fundamental para o desenvolvimento histórico,

econômico e social de uma determinada região onde de maneira individual ou

em um determinado grupo, as pessoas se deslocam de suas residenciais de

maneira temporária para inter-relacionarem com outras regiões (MAIO 2003).

No entanto segundo Souza (2000, p.150 apud Alves 2010, p.5)

este é marcado pelo “conjunto de atividades com utilização de visitas a

receptivos que expressam sentimentos místicos ou suscitam a fé, a esperança e

a caridade aos crentes ou pessoas vinculadas às religiões”.

2.7.1 Potencial turístico religioso da região de São Martinho

O Município de São Martinho é considerada pela Embratur como

umas das capitais nacionais do Turismo Rural. Dispõe de diversas atividades

turísticas como: pousadas, restaurantes, cachoeiras, artesanatos e festas típicas

da cultura alemã. Também é conhecido pelo seu potencial no turismo

religioso, o município é cercado por grutas, Igrejas, museus e pontos de

romaria, em especial a comunidade de São Luís, comunidade rural limitante

ao município de Imaruí, onde se encontra o Santuário da Bem-Aventurada

Albertina Berkenbrock. Muitos romeiros e turistas de várias partes do Brasil

são atraídos pela riqueza cultural e religiosa desse pequeno município.

Segundo o site Turismo SC (2019), a região turística de São

Martinho faz parte da rota “Encantos do Sul” conforme apresentado na

(Figuras 12)

20

Page 21: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

H

Figura 12: A) Igreja Cristo Rei –São Martinho B) Gruta Nossa Senhora de

Fátima C) Igreja Evangélica Luterana D) Santuário Beata Albertina

Berkenbrock- São Luiz E) Memorial de Albertina F) Gruta do Martírio da

Bem-Aventurada Albertina - São Luíz G) Igreja São Sebastião - Vargem do

Cedro H) Via Sacra (Estações) - Vargem do Cedro

Fonte: Santur, 2019.

2.8 SUSTENTABILIDADE E MEIO AMBIENTE

A arquitetura sustentável busca soluções e estratégias no projeto e

parte do princípio de minimizar os impactos causados pela construção no meio

ambiente. Segundo Delnero (2014) o projeto sustentável, por ser

interdisciplinar e ter premissas mais abrangentes, garante maior cuidado com as

soluções propostas, tanto no ponto de vista ambiental quanto dos aspectos

sociais, culturais e econômicos.

A autora complementa ainda que o resultado final dessa nova

arquitetura ecológica, verde e sustentável, proporciona grande vantagem para

seus consumidores, pois além de beneficiar o meio ambiente, faz bem para

saúde, para o bolso e para o planeta.

É extremamente importante que o profissional tenha em

mente que todas as soluções encontradas não são perfeitas,

sendo apenas uma tentativa de busca em direção a uma

arquitetura mais sustentável. Com o avanço das

tecnologias sempre surgirão novas soluções mais

eficientes. (YEANG, 1999 apud DELNERO 2014, p. 1).

Por conta disso, o conceito de uma construção sustentável parte do

princípio de ter a consciência e preocupação com o meio ambiente e com as

gerações futuras na hora de projetar. A (Figura 13) apresenta algumas

tecnologias que podem ser utilizadas na construção sustentável.

A B

C D

E F G

alguns pontos mais visitados no município.

21

Page 22: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

2.9 A IGREJA CATÓLICA E SUA PREOCUPAÇÃO COM

SUSTENTABILIDADE

De acordo com Bezerra, Bontempo (2017, p.5) “O

desenvolvimento sustentável em geral abarca os diversos segmentos das

sociedades e, aplica-se fortemente na concepção dos edifícios religiosos,

visando à continuidade da criação divina”.

A Igreja Católica Apostólica Romana manifesta seu apreço no

cuidado com o meio ambiente e na elaboração de projetos arquitetônicos sacros

que visam a sustentabilidade.

A Igreja defende a novas técnicas construtivas avançadas, desde

que sejam aplicadas com bom senso e espelhem o tempo atual, com o aval de

profissionais envolvidos nesse âmbito, como comerciantes locais, pároco, a

diocese, além de arquitetos e engenheiros (BEZERRA, BONTEMPO, 2017).

Ainda segundo os autores, a escolha dos materiais, devem ser

primordialmente materiais renováveis, como o bambu, madeira, dentre outros,

além de empregar da tecnologia junto a edificação como por exemplo as placas

fotovoltaicas, vidros especiais, dentre outros métodos encorajados pela Igreja.

Como podemos observar, a Igreja Católica apoia as novas técnicas

construtivas sustentáveis, como resposta ao convite de zelar pela “casa

comum”, narrado em Gênesis 2:15, “Tomou, pois, o Senhor Deus o homem, e o

pôs no jardim do Éden para o lavrar e guardar”.

Figura 13: Tecnologias arquitetura sustentável

Fonte: Mundo Real, (2015) adaptado pela autora.

Uma construção pode usufruir conforme ilustração acima:

vegetação para refrescamento passivo (1), elementos para proteção da radiação

(2), placas fotovoltaicas (3), terraço jardim (4), ventilação cruzada (5),

reaproveitamento água da chuva (6), coleta água da chuva (7), brises para

barrar a luz solar (8), eventual instalação de turbina eólica (9), reservatório de

água da chuva (10).

Para elencar as estratégias a serem adotadas no edifício, pode-se

recorrer ainda a análise bioclimática dos aspectos físicos e ambientais como

por exemplo os ventos, orientação solar, topografia, vegetação existente, entre

outros, para posicionar os elementos estratégicos para um melhor

aproveitamento das tecnologias além da redução do consumo e poluição do

meio ambiente. (DELNERO, 2014)

22

Page 23: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

JETAVANA/ SAMMEP PADORA E ASSOCIATES/ ÍNDIA

Motivo da escolha

A busca por um projeto Internacional que

tivesse a mesma funcionalidade, justifica a escolha desse

Centro Budista. Embora haja a diferença da crença

religiosa os dois buscam o mesmo objetivo: aprender,

descansar e buscar abastecimento do seu Deus. A sua

materialidade foi ponto determinante em meio a tantas

opções para escolha.

23

Page 24: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

3 REFERENCIAIS PROJETUAIS

3.1 JETAVANA

3.1.1 Ficha técnica

Projeto: Jetavana, executado em 2015

Arquitetos: sP + a (Sameep Padora e Associates)

Localização: Sakharwadi, Maharashtra, Índia

Área: 1500 m²

Equipe de Design Completa : Aparna Dhareshwar, Karan Bhat,

Prêmios Kriti Veerappan : 2A Asia Architecture Award 2016

3.1.2 Apresentação do projeto – Jetavana

O projeto situa-se em Maharashtra (Figura 14), na Índia,

País conhecido por suas tradições e cultura milenar.

Segundo o site Arch Daily (2015), o projeto é um Centro

Budista de Aprendizado e Desenvolvimento de Habilidades, e serve

como âncora espiritual para a comunidade local.

Jetavana que significa o bosque sagrado, foi implantado em

meio a natureza, cercado por 40 árvores, e tendo como princípio

projetar e construir sem que nenhuma árvore fosse cortada.

O centro budista buscou concretizar esse projeto usando

elementos existentes no local e reaproveitando materiais assim como

utilizando sistemas construtivos tradicionais (ARCH DAILY 2015).

Figura 14: Localização Maharashtra – Índia

Fonte: Google Earth 2019, adaptado pela autora.

3.1.3 Implantação e acessos

O edifício está implantado em meio a uma vegetação nativa,

cercado por arborização de alto porte, e também localizado próximo a edifícios

comerciais. Não foi possível localizar no Google Maps o local exato e seu

entorno. Porém, por meio de fotos, supõe-se que seu entorno possui alguns

pequenos comércios térreos.

Os acessos principais acontecem pelas laterais administrativas

próximo a rua (Figura 15). Os demais acessos acontecem próximos a sala de

orações e a sala de oficina, chamados assim de acesso secundário. O edifício

não possui acessos de veículos, apenas de pedestres.

24

Page 25: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

Circulação difusa Circulação Vertical Circulação horizontal

Fonte: ArchDaily 2016, adaptado pela autora.

3.1.4 Circulação

As circulações são distribuídas de forma horizontal, por

corredores dispostos estrategicamente que conectam todos os ambientes. Além

das circulações lineares existem as verticais, por meio de degraus que

conectam o pátio central aos corredores. O projeto apresenta uma circulação

difusa dentro dos pátios, e próximos a rua nas áreas externas (Figura 16).

O Centro Budista não apresenta nenhum tipo de acessibilidade.Fonte: ArchDaily, 2016.

Acesso

principal

Acesso

secundário Trilho de trem

Ponto de ônibus

Figura 15: Planta de acessos

2 4 8m

Figura 16: Planta de Circulação

Fonte: ArchDaily 2016, adaptado pela autora.

3.1.5 Definição dos espaços e zoneamento funcional

Possui ambientes para atividades espirituais como meditação,

espaço para adoração a Buda (Figura 17), sala de oficina, sala de

administração, banheiros sociais, suítes para hóspedes, áreas de serviço, além

do jardim interno (Figura 18). A (Figura 19), apresenta o zoneamento dos

ambientes disponíveis no edifício.

Figura 17: Salão de oração ao Buda Figura 18: Jardim interno Jetavana

Fonte: ArchDaily, 2016.

2 4 8m

25

Page 26: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

.

Legenda: 01) Escritório administração 02) Despensa 03) Loja 04) Banheiros

masculinos 05)Banheiros femininos 06) Salão de Oração ao Buda 07) Bloco de

Oficina 08) Quarto de Hóspedes 09)Banheiro 10) Depósito 11) Quarto de

hóspedes 12) Banheiro

3.1.6 Hierarquia Funcional

O mapa de Hierarquias na (Figura 20), mostra que a grande

maioria dos espaços são de caráter semi-público, a administração e despensa

são os únicos espaços de uso privado.

3.1.7 Volume e massa

O centro possui seis blocos retangulares que unidos formam um

pátio central (Figura 21). Essas edificações estão ligadas diretamente pelos

telhados em forma de “V”, que possui grande escala em relação as paredes,

sua estrutura também é demarcada pela simetria (Figura 22).

3.1.8 Relação - interno com externo

A edificação possui grandes aberturas com acesso ao pátio

central, o que facilita a integração dos ambientes. De acordo com o Arch Daily

(2016), o centro tem importante contato com o entorno, pois a cobertura é

separada da parede, proporcionando contanto interno com o externo (Figura

23).

Figura 22: Estrutura

Fonte: ArchDaily, 2016.

.

Figura 21: Pátio central

Fonte: Arch Daily 2016, adaptado pela autora.

SEMI -PUBLICO

PRIVADO

PÚBLICO

Figura 23: Esquema de cobertura

Figura 19: Ambientes do edifício

Fonte: ArchDaily 2016, adaptado pela autora.

1

23

4

5

6

8 9

10

12

11

12

7

11

Figura 20: Zoneamento

Fonte: ArchDaily, 2016.

2 4 8m

Fonte: ArchDaily, 2016.

.

2 4 8m

26

Page 27: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

Figura 25: Telhado de madeira

Fonte: ArchDaily, 2016.

De acordo com Dalvi (2016), utiliza-se terra batida e pó de pedra

basalto misturado com cinzas e resíduos para formar a sustentação das

paredes, as demais paredes são formadas pela estrutura de tijolos maciços. No

piso utiliza-se o esterco de vaca junto com o barro que é de propriedade

antisséptica (Figura 26). Os rolos de lama (Figura 27) são utilizados como

forro e amenizam o calor intenso da região, servem como isolamento acústico

e térmico.

Figura 26: Execução do piso

Fonte: Arch Daily 2016.

Figura 27: Execução forro

3.1.9 Conforto Ambiental - Iluminação e Ventilação

As vigas de madeira em formato “V”, dão visibilidade para as

copas das árvores e para o céu, essa estrutura possibilita a ventilação cruzada e

a iluminação natural (Figura 24). As aberturas são largas e envidraçadas o que

permitindo maior ventilação e entrada de luz solar nos ambientes.

Figura 24: Ventilação e iluminação dos ambientes

Fonte: Arch Daily, 2016.

3.1.10 Estrutura e técnicas construtivas

Segundo o Arch Daily (2016), em todo o Centro Budista

encontra-se a mesma tipologia, materiais e técnicas construtivas. O projeto

trabalhou com a colaboração de uma instituição que busca reaproveitar as

tradições locais de construção, por isso utiliza em todo o edifício materiais

locais da região. A estrutura principal do Centro é marcada pelo uso da

madeira em sua cobertura, e seu telhado (Figura 25) destaca-se em meio a

outros materiais.

Fonte: Arch Daily 2016.

27

Page 28: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

Toda a construção do edifício foi realizada de forma sustentável

reaproveitando materiais das antigas construções, utilizando elementos

existentes no local, sendo muitas vezes produzidos de forma artesanal

(Figura 28). Para o fechamento do telhado por exemplo, foram aproveitados

elementos de edifícios demolidos e as vigas de madeira reaproveitadas de

navios antigos (DALVI, 2016).

Figura 28: Esquema de reaproveitamento de materiais

Fonte: The architectural review, 2016.

A planta baixa do Centro Budista (Figura 29) mostra dois cortes

importantes. No primeiro (Figura 30), o corte AA, evidencia os degraus que

levam ao pátio central no qual é utilizado para meditação. Já o corte BB

(Figura 31), mostra a relação da área interna com a externa, atrás da oficina.

0 1 2m

0 1 2m

AA

BB

2 4 8m

Figura 29: Planta Baixa

Fonte: The architectural review 2016, adaptado pela autora.

Figura 30: Corte AA

Fonte: ArchDaily 2016, adaptado pela autora.

Figura 31: Corte BB

Fonte: ArchDaily 2016, adaptado pela autora.

28

Page 29: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

CENTRO SÃO PIO/ PEDRO AKIO HASSE / UMUARAMA, PARANÁ

Motivo da Escolha

A escolha do Centro São Pio como referencial,

partiu por se tratar de um local próprio para retiros e por

possuir um valor arquitetônico atual. Foi escolhido por

estar inserido em meio a vegetação existente que faz

interação com a natureza, o que tornou o referencial

relevante para a escolha.

29

Page 30: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

Fonte : Mpeduc, 2019

Fonte: Google Maps 2015, adaptado pela autora.

3.2 CENTRO SÃO PIO

3.2.1 Ficha técnica

Arquiteto: Pedro Akio Hasse

Localização: Umuarama –PR, Brasil

Área do projeto: 2,275 m²

Área do terreno 2400,00m²

Ano do projeto: 2012

Ano de conclusão da obra: 2015

3.2.2 Apresentação do projeto

Localizado próximo ao limite Urbano de Umuarama, PR (Figura

32), o Centro São Pio possui um local planejado para retiros de oração,

descanso e lazer. O projeto foi elaborado mediante a dois blocos existentes,

que de acordo com a administração da Paróquia do local, recebe

semanalmente grupos de retirantes da cidade, tendo como finalidade atender a

demanda de encontros e retiros de toda a Diocese de Umuarama, PR (Figura

33). Oficinas de oração, encontro de Jovens, retiros infantil, cursilhos, entre

outros projetos, ocupam a agenda anual do centro de retiros.

Segundo o Arch Daily (2016), para o autor, algumas premissas

tiveram que ser estabelecidas para criar uma relação com os edifícios

existentes “essas premissas se apoiam em conceitos de adição e subtração,

cheios e vazios, relações de oposição que tem por objetivo criar uma situação

de equilíbrio”.

Figura 32: Localização de Umuarama no Brasil

UMUARAMA

B

Figura 33: A) Umuarama B) Localização Centro São Pio

A

30

Page 31: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

3.2.3 Implantação e entorno

O edifício situa-se em um lote de esquina, onde faz frente com a

Avenida Rio Grande do Sul e fundos com a Avenida Olinda. Uma região

cercada por uma grande área verde (Figura 34), onde desde o início houve a

preocupação para que essa mata fosse preservada.

Os blocos demarcam a implantação formando um pátio central

verde. Ficando no entorno espaços como: capela, dormitório, e refeitório.

Figura 34: Implantação Centro São Pio

Fonte : Arco web 2016, adaptado pela autora.

O Centro São Pio se encontra em uma zona residencial (Figura

35), com edificações de predominância médio padrão com até dois pavimentos

(Figura 36), sendo sua maioria construídas de alvenaria convencional.

Figura 35: Acesso ao terreno, Avenida Rio Grande do Sul

Fonte: Google Maps 2011, adaptado pela autora.

Casas frente ao terreno

Lateral do terreno Casas residenciais

Figura 36: Casas residenciais

Casas residenciais

40 90m0

31

Page 32: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

11 9

3

1

21

10

15

1617

18

19 20

78245

6

12

13

14

1 – Capela

2- Almoxarifado

3- Suíte

4- Sala de Reunião 01

5- Sala de Reunião 02

6- Lavabo

7- Banheiro Feminino

8 – Banheiro Masculino

9- Salão de Pregação

10- Hall de entrada / Recepção

11- Bloco dormitórios com 17 suítes

12 – Refeitório

13- Banheiro Feminino

14- Banheiro Masculino

15 – Cozinha

16 – Depósito

17- Hall de Serviços

18- Depósito

19- Depósito

20 – Casa existente (3 quartos,

cozinha e sala)

3.2.4 Circulação e acessos

O único acesso ao edifício ocorre pela Av. Rio Grande do Sul,

essa entrada leva aos estacionamentos, e ao caminho no meio da mata nativa,

que direciona o visitante as edificações.

Por ser uma construção térrea, a circulação é realizada de

maneira horizontal, já no edifício dos dormitórios, tem a presença da

circulação vertical realizada através de escadas que levam ao segundo piso das

acomodações (Figura 37).

Por ter alguns desníveis, o projeto apresenta na parte posterior e

lateral do refeitório, acessos de serviço com circulação vertical para os

funcionários. O bloco existente também possui uma escada lateral e a capela

uma escada caracol para acesso a torre, onde se localiza o sino.

Figura 37: Planta baixa com circulações

Fonte : Arco web 2016, adaptado pela autora.

3.2.5 Zoneamento funcional e hierarquia espacial

O zoneamento funcional (Figura 38) destaca a setorização dos

ambientes de acordo com suas funções e relações. No zoneamento, mostra-se a

existência de poucas áreas de uso privado e mais áreas de uso semi-público que

correlaciona com a capela e o refeitório.

Figura 38: Zoneamento Funcional

Fonte: Arco web 2016, adaptado pela autora.

3.2.6 Volume e massa

Em geral, o volume possui formato retangular. O edifício dos

dormitórios tem característica moderna em até dois pavimentos (Figura 39), e apesar

5 10 15 250

Circulação vertical

Rampa

Circulação

linear

Circulação

difusa

Acesso principal

5 10 15 250

SEMI -PUBLICO

PRIVADO

PÚBLICO

32

Page 33: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

meio externo e interno através das suas aberturas.

Figura 40: Integração com o pátio

Fonte : Arch Daily, 2016.

3.2.8 Conforto ambiental

A edificação do refeitório possui uma boa ventilação e condição

térmica, pois apresenta aberturas basculantes que possibilitam a ventilação

cruzada e a iluminação natural (Figura 41). Nos quartos é utilizado grandes

aberturas em vidro, já a capela apresenta poucas aberturas não possibilitando a

ventilação cruzada. O condicionante principal são as árvores que cercam todas

as edificações.

Figura 41: Refeitório com aberturas basculantes

Fonte : Arco web, 2016.

da diferença de altura em relação aos blocos térreos, esse volume não fica fora

do contexto, pelo contrário, conecta-se com os outros edifícios através da sua

materialidade arquitetônica. Os blocos possuem formas retangulares, com

exceção do bloco da capela, que possui destaque por ter uma volumetria

diferenciada, circular, com pequenas aberturas salientes coloridas, o que

quebra a forma retangular dos demais blocos.

Figura 39: A)Corte longitudinal B) Perspectiva da capela C) Fachada da capela

Fonte : Arco web, 2016.

3.2.7 Relação interior com o exterior

O projeto São Pio apresenta aberturas envidraçadas e portões

basculantes que permitem a ligação do interior com o exterior.

Esse contato com a natureza para um local de retiros é de suma

importância, pois gera conforto, desperta sensações para apreciação e

meditação dos usuários. O pátio verde que fica no centro dos blocos (Figura

40), torna possível que o usuário tenha uma facilidade de integração com o

A

B C

33

Page 34: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

3.2.9 Estrutura e técnica construtiva

Em todo o centro de formação encontram-se a mesma tipologia arquitetônica, materiais e técnicas construtivas, sendo a estrutura em alvenaria

convencional, com aberturas de vidro e alumínio. No refeitório foram instalados portões basculantes de alumínio com contra-pesos, tendo como finalidade abrir

totalmente os vãos e ter ventilação cruzada. As telhas metálicas estão na cobertura de todos os blocos inclusive na varanda e na passagem coberta.

Na passarela existe um muro alto com portões de correr em alumínio, que quando necessário, auxilia no fechamento do centro de formação que

constitui o pátio central. Essas portas anexas ao muro tem a finalidade tornar o ambiente mais reservado ou não, dependendo do momento e necessidade. A calçada

possui o acabamento de concreto aparente e tijolo cerâmico, intercalados entre si, que ligam os blocos do edifício nessa mesma tipologia.

Fonte: Arco web, 2016 adaptado pela autora.

Figura 42: áreas internas e externas do Centro São Pio: A) Refeitório B) Dormitórios C) Capela D)Portões de correr E) Planta Baixa F) Recepção G) Capela Interna

A B C

DE

F G5 10 15 250

34

Page 35: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

MOTIVO DA ESCOLHA

O projeto foi escolhido por ser a primeira Casa de

Retiro em Florianópolis, planejada desde o princípio para

atender as necessidades e por permanecer até os dias de hoje

com esse mesmo uso. Esta obra não recebe somente hóspedes,

mas abre o espaço a quem deseja visitar o local, como os

turistas. As pessoas vem conhecer por ser uma construção de

grande valor arquitetônico e histórico, e por ter um grande

visual para o mar. Esses fatores motivaram a escolha para a

pesquisa do estudo de caso.

ESTUDO DE CASO - VILA FÁTIMA 35

Page 36: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

3.3 ESTUDO DE CASO VILA FÁTIMA

3.3.1 Ficha técnica

Projeto : Vila Fátima

Localização: Rodovia SC – 406, nº 2210 – Morro das Pedras, Florianópolis

SC

Área: 12 Hectares

Execução: Ano de 1956

3.3.2 Breve histórico Vila Fátima

Segundo o Site Vila Fátima (2019) com a vinda dos jesuítas para

o Brasil em 1549, foram fundadas várias escolas de ensino juntamente com

práticas agrícolas, marcenaria e ferraria. Em 1751 a Companhia de Jesus

estabeleceu o primeiro colégio da ilha de Florianópolis, o qual funciona até

hoje, o Colégio Catarinense. Viu-se então a necessidade de uma casa de

retiros na ilha, quando o colégio se tornou pequeno em vista do número

crescente de alunos, sacerdotes e religiosos que procuravam retiros. Ainda de

acordo com o site, naquela época, buscava-se um local adequado para a

implantação, foram 7 anos de buscas que levou ao terreno atual, escolhido por

seus fortes condicionantes físicos como a lagoa do Peri e a praia do

Campeche.

Foi inaugurado em 1956 a primeira Casa de Retiros de

Florianópolis SC (Figura 43), com 12 mil metros quadrados de área total.Fonte : Google Maps 2019, adaptado pela autora. Fonte : Flickr 2019.

A 63 anos a casa disponibiliza sua estrutura e instalações para

eventos, como retiros, seminários, cursilhos, emaús, grupos de estudos,

treinamentos, férias, entre outros, organizados pelos próprios interessados e

também pela casa.

Figura 43 : A) Mapa Santa Catarina B) Mapa Florianópolis C) Terreno Vila

Fátima D) Fachada Frontal

Fonte : Evolve, 2019

A

B

C D

36

Page 37: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

3.3.3 Implantação e relação com o entorno

O Vila Fátima está localizado no Morro das Pedras em meio

a floresta nativa, nota-se que a as edificações estão distantes da malha urbana

(Figura 44). Observa-se que as construções vizinhas ficam distantes cerca de

500 metros afastadas e predominam o uso residencial.

Figura 44: Entorno Vila Fátima

Fonte : Google Maps 2019, adaptado pela autora.

O terreno fica próximo ao Mirante Morro das Pedras, que é um

acostamento ou mirante para veículos e utilizado como ponto de parada para

apreciar o mar.

Fonte : Google Maps 2019, adaptado pela autora.

Figura 45 : Mirante Morro das Pedras

Mirante

Fonte : Acervo próprio

Privado Semi-público

Acesso:

3.3.4 Acessos e circulações

O mirante Vila Fátima é um local conhecido na cidade (Figura

46), procurado por pessoas que querem apreciar a beleza natural de frente para

o mar nos horários de funcionamento do local. O acesso do edifício ocorre pela

SC 406, sendo o mesmo para os funcionários e hóspedes (Figura 47).

Figura 46 : Mirante Vila Fátima Figura 47 : Acesso ao Vila Fátima

Fonte : Acervo próprio. Fonte: Google Maps 2019, adaptado pela autora

Os principais acessos ao Vila Fátima acontecem na parte norte do

edifício (Figura 48), onde é possível localizar o acesso dos funcionários

(Figura 49). O acesso principal para o interior da edificação é localizado no

eixo central (Figura 50), fazendo conexão com os demais usos, como capela,

suítes, refeitório entre outros espaços.

Figura 48 : Acessos Figura 49: Entrada a recepção

37

Page 38: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

3.3.5 Hierarquia Espacial

A hierarquia analisada nas plantas mostra uma mistura de usos

semi-público e privado.

No pavimento térreo (Figura 51) as áreas de uso privado são na

cozinha do refeitório, depósitos, e na administração. Já o primeiro pavimento

(Figura 52), mostra-se os serviços utilizados pelos funcionários como

lavanderia, banheiro, e depósito. Em torno do auditório possui alguns

depósitos de uso privado. E por ultimo o 2º pavimento, do Bloco Anexo

(Figura 53), possui somente o uso semi-público.

Fonte : Elaborado pela autora, 2019.

SEMI -PUBLICO

PRIVADO

Figura 51 : Térreo

Figura 52 : 1º Pavimento

Figura 53 : 2º Pavimento Bloco Anexo

SEMI –PUBLICO +

PRIVADO

SEMI –PUBLICO +

PRIVADO

SEMI –PUBLICO

Fonte : Elaborado pela autora, 2019.

Figura 50 : Acesso ao eixo central

Fonte : Elaborado pela autora, 2019.

Fonte : Elaborado pela autora, 2019.

10 20 30 400

10 20 30 400

38

Page 39: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

Foi realizado o levantamento fotográfico da área (Figura 54) para

maior entendimento da localização de cada ambiente. Para uma melhor

compreensão, foi elaborado símbolos nas imagens e nas plantas (Figura 55).

Figura 54: Implantação Vila Fátima

Pomar

Quiosque

Depósito de frutas

Trilha pela mata,

com pequenos altares

no caminho

Trilha até a lagoa Peri

Açudes

Pergolado

Estacionamento

funcionários

Depósitos

Figura 55: A)Planta Baixa térreo B) Lateral Leste C) Lateral Oeste (setor privado

D)Lateral da Capela E) Jardim

B

C

E

Lateral sul

Casa dos jesuítas

AuditórioSala de estar

A

C B

E

D

D

3.3.6 Implantação e levantamento fotográfico – estudo de caso

Fonte : Acervo próprio, 2019.

39

Page 40: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

3.3.7 Circulações

As circulações são distribuídas de forma linear, por corredores

dispostos que conectam todos os ambientes. Além das circulações lineares existe

as verticais, sendo elas por escadas, porém, sem nenhuma acessibilidade (Figura

56).

Fonte : Elaborado pela autora, 2019.

3.3.8 Zoneamento funcional

O zoneamento destaca as funções e setorizações dos ambientes e suas

relações (Figura 57). No pavimento térreo, o edifício se desenvolve por meio de

diversos usos, nesse pavimento concentram-se os ambientes de uso social, que

atendam o público, tais como recepção, capela, refeitório, auditório, salas de estar,

banheiros sociais e suítes para hóspedes. O primeiro pavimento possui

predominância de uso social, e possui acesso ao mezanino da capela central, 2

auditórios, 2 salas de estar, banheiros sociais, capela pequena, suítes, além da sala

Fonte : Elaborado pela autora, 2019.

do chimarrão na parte oeste do terreno.

Figura 56 : A) Circulações Térreo B)2º Pavimento C) 2º Pavimento do bloco Anexo

Figura 57 : A) Zoneamento dos ambientes Térreo B) 1º Pavimento

B

Circulação vertical

Circulação horizontal

Acesso

Bloco Anexo

A

10 20 30 400

10 20 30 400

40

Page 41: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

O bloco anexo, assim chamado, encontra-se como uso social a

lavanderia compartilhada. Junto com esses serviços possui parte de uso

específico dos funcionários, tais como lavanderia, sala dos funcionários,

banheiros, depósitos, estacionamentos. Ao lado contém a casa dos Jesuítas, de

uso privado.

No bloco anexo do segundo pavimento encontra-se 10 suítes,

sala de estar, depósitos (Figura 58).

Figura 58 : Bloco Anexo 2º pavimento

Suítes

Depósito

Sala de Estar

Fonte : Elaborado pela autora, 2019.

3.3.9 Sustentabilidade e conforto ambiental

O projeto é cercado por dois condicionantes físicos

importantes, são eles, a praia da armação, localizada na parte leste e a lagoa

do Peri, na parte oeste, onde acontece a captação da água para toda a Vila de

Fátima.

A edificação anexa que fica na parte oeste possui uma abertura

gradeada no teto (Figura 59) com telha transparente na cobertura, o que

possibilita a iluminação natural em parte do corredor, porém não permite a

ventilação cruzada, ou qualquer abertura para os ambientes.

Mesmo cercada por áreas verdes, os ambientes na parte oeste

ficam prejudicados com o calor excessivo da tarde. Os demais ambientes

como corredores, capelas, auditórios e hall de entrada, possuem mais

aberturas, permitindo a ventilação cruzada e uma maior entrada de luz natural.

Figura 59 : Bloco Anexo 2º pavimento

Fonte : Acervo próprio, 2019.

3.3.10 Iluminação e ventilação

A parte interna como corredores, quartos e cozinhas, possui

uma baixa luminosidade, já a capela principal se destaca por seus vitrais

compridos e transparentes, que oferecem uma maior luminosidade ao

ambiente de oração. Para amenizar o gasto com a energia foi instalado placas

fotovoltaicas nos telhados.

25150

10 20 30 400

41

Page 42: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

.Fonte : Acervo próprio, 2019.

3.3.11 Volume e massa

O projeto trás a memória os seminários antigos que possuem

basicamente a mesma estrutura simétrica e pura.

O volume horizontal é em sua maioria o mais evidente no

projeto, e a capela possui destaque na construção por sua cúpula alta. A forma

simétrica é identificada na parte frontal e lateral, também marcadas por arcos

na entrada principal e lateral do jardim.

Figura 61: Simetria A) Fachada frontal B) Cúpula C) Arcos na fachada lateral

3.3.12 Estrutura e técnica construtiva

Por ser construída a 60 anos atrás, a vila de Fátima apresenta uma

volumetria robusta de pedra cortada.

Segundo o site DuCampeche (2016), o projeto é composto por

uma estrutura de pedra granito, e seus fechamentos possuem também esse

mesmo tipo de material. As pedras foram retiradas do próprio morro

(quebradas com o uso de pólvora), onde foi construída com a ajuda de muitas

pessoas da comunidade. A água utilizada vem da lagoa do Peri, onde é tratada

por meio de grandes tanques que ficam no meio do paisagismo. Toda a

estrutura de água permanece até os dias de hoje, porém a Vila Fátima passou

por algumas adaptações nos quartos, e recebeu partes anexas ao edifício como

a casa dos jesuítas, além do Bloco Anexo composto por suítes e áreas de

serviço. A estrutura do telhado é de madeira com telhas coloniais francesas e a

laje é plana. Nas partes anexas, as coberturas são de telha fibrocimento como

o quiosque e o depósito de frutas.

Fonte: DuCampeche, 2017.

Figura 62 : Início da construção

Figura 60 : A) Capela B)Quarto duplo C)Placas fotovotaicas

A B C

.Fonte : Acervo próprio, 2019.

A B C

42

Page 43: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

POTENCIALIDADES:

Iluminação nos ambientes de oração;

Reaproveitamento da água da Lagoa Peri;

Uso de placas fotovoltaicas;

Áreas verdes;

Mobiliários espalhados pelo terreno;

Pomar de frutas;

Conexão do interior com exterior;

Divisórias acústicas entre os auditórios;

Trilhas;

Pavimentação em bom estado;

Mirante;

DEFICIÊNCIAS:

Sacristia pequena;

Poucos banheiros sociais;

Sem sala para confissão;

Poucos painéis informativos;

Somente um quiosque;

3.3.13 Potencialidades e deficiências

Com base na análise realizada no local, observa-se algumas

potencialidades e deficiências que o Centro Vila de Fátima possui, tais como:

3.3.14 Resumo da visita técnica

A visita técnica foi realizada no dia 21 de abril de 2019,

conhecer o Vila de Fátima em Florianópolis foi de suma importância para o

entendimento dos espaços, poder compreender a dinâmica para retiros foi

enriquecedor para o projeto. Alguns elementos observados serão aplicados

no partido como:

• Uso dos materiais da região, com base no referencial que utilizou o

material do local (pedra);

• Entrada com acesso direto a capela;

• Quartos com opções flexíveis, para diversos grupos;

• Auditórios;

• Áreas verdes com mobiliário em todo o entorno;

• Acesso dos visitantes, como ponto turístico;

• Simbologias de característica da Religião Católica;

• Valorização da paisagem existente.

43

Page 44: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE SÃO MARTINHO -SC 44

Page 45: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

Figura 64- Localização do terreno

4 DIAGNÓSTICO DA ÁREA

4.1 DADOS DO MUNICÍPIO E LOCALIZAÇÃO

O município de São Martinho está localizado na mesorregião sul

Catarinense, vinculada a AMUREL (Associação dos Municípios da Região de

Laguna). Possui área territorial de 224,7km² e uma população estimada de

3,189 habitantes dados do (IBGE 2018).

Distante a 45 km de Tubarão e 130 km da capital Florianópolis, é

reconhecido por suas belezas naturais, cultura germânica, culinária típica e

religiosidade, característica muito presente nos habitantes deste município

(MUNICÍPIO DE SÃO MARTINHO, 2019).

O terreno da proposta (Figura 63), localiza-se no limite no

município de São Martinho correspondente a uma área de aproximadamente

66.220,00 (6,62 hectares), inserido próximo ao Santuário Diocesano, (ponto

estratégico da proposta) no município de Imaruí-SC.

Possui um belo visual possibilitado por sua localização (Figura

64), com uma natureza exuberante em seu entorno, sendo também distante da

área urbanizada do município, questão determinante para a escolha.

SÃO MARTINHO SÃO LUIZ

Figura 63: A) Localização de São Martinho B) Localização do terreno na região

Fonte: Prefeitura de São Martinho 2019, adaptado pela autora.

Fonte: Google maps 2019, adaptado pela autora.

B

A

400M1500

45

Page 46: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

4.1.1 Breve histórico de São-Martinho

O município de São Martinho teve sua colonização a partir de

1860 por imigrantes alemães vindos da Westfália, região noroeste da

Alemanha. Somente em 1873 iniciou o processo de colonização quando

ocuparam a sede do município com “interesses agrícolas e pastoris” (IBGE

2017). Segundo o IBGE (2017) “o topônimo de São Martinho foi dado pelos

imigrantes alemães, por ser o santo Padroeiro de várias comunidades

germânicas”.

De acordo com Willems (1980), a situação dos imigrantes não era

precária, eles tinham trabalho, eram carpinteiros, moeiros, serralheiros,

costureiros, porém não queriam trabalhar nas indústrias. Com o

desenvolvimento da indústria na Alemanha, os artesãos não tinham como

concorrer com os produtos, por isso o desejo de evitar a proletarização levou

os camponeses a imigração. Eram poucos os que tinham alternativas para

escolher entre ser um trabalhador rural, industrial ou a emigrar para outro País,

onde haviam terras férteis a custo baixo, o que levou muitas famílias a optaram

pela emigração.

Os imigrantes alemães chegaram na região, construíram casas,

abriram estradas, ruas, edificaram escolas e igrejas. Trouxeram consigo a

cultura Alemã, como a dança, e o idioma, além da forte característica

construtiva, como arquitetura enxaimel, seus telhados inclinados, e jardins

floridos.

Segundo o site da Prefeitura do Município de São Martinho

(2017), as principais atividades econômicas da região continuam sendo

relacionadas a agricultura, como o plantio de fumo, milho, feijão, mandioca,

além de produtos coloniais e pecuária, com a criação de bovinos, suínos e aves.

Na área rural o município conta com belíssimas cachoeiras,

pousadas, restaurantes, e diversas áreas de lazer, que atraem inúmeros

visitantes. O turismo começou a ser incorporado na década de 90 onde segundo

Tiscoski, (2017, p.95) “a principal atividade econômica da época, a agricultura,

sofreu um declínio em sua produção devido à crise no setor e da estagnação da

economia municipal. ”

De acordo com a autora, em meio a esse fato, a alternativa

encontrada foi o desenvolvimento turístico, que era existente porém pouco

organizado. Então, os habitantes da região transformaram suas propriedades em

equipamentos turísticos, gerando muitos empregos e garantindo a fonte de

renda de muitas famílias. Atualmente, o Município de São Martinho é

considerado pela Embratur como uma das capitais nacionais do Turismo Rural.

4.1.2 Economia

A cidade possui algumas fontes de economia, a principal é a

agropecuária destacando a produção de fumo, feijão, milho, leite, mandioca,

gado de corte e suínos. De acordo com o site da Câmara de São Martinho

(2011) “a utilização do solo está assim distribuída: 59,50% de vegetação nativa

e áreas improdutivas; 27% de pastagens; 12% de lavouras anuais; 1%

reflorestamento e 0,5% de lavouras perenes. ”

46

Page 47: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

4.2 PANORAMA DE SÃO LUIZ – A COMUNIDADE

São Luiz, é uma comunidade rural pertencente ao município de

Imaruí –SC. A localidade apresenta muitos morros, grandes extensões de

pastos, e reflorestamento de eucalipto, é conhecido também pelas suas belezas

naturais. A localidade de São Luiz, fica a 30 km da sede administrativa de

Imaruí, enquanto a sede de São Martinho fica apenas 7km. Por estar isolado de

sua sede, os moradores recorrem a São Martinho por ser mais próximo, no que

se refere a emprego, saúde, e outros serviços. A gruta do martírio e o Santuário

de Albertina são pontos de romaria mais visitados da região, recebem cerca de

40 mil fiéis todos os anos (SANTUR 2019).

É importante ressaltar que o terreno escolhido pertence a São

Martinho e ao mesmo tempo faz parte dessa comunidade (Figura 65).

Figura 65: Comunidade São Luiz

4.2.1 Sistema viário e Transporte coletivo

Na área analisada é identificado a SC 436, em seguida a via

arterial, onde fica a parte mais ‘urbanizada’ da localidade. As vias coletoras são

as vias que ligam ao município de Armazém e Vargem do Cedro – Imaruí. As

demais vias são locais.

Somente a SC 436 e a arterial possuem pavimentação de asfalto,

com calçadas e acostamentos. As demais são de chão batido e estreitas, sem

espaços para pedestres (Figura 66).

Não há transporte coletivo, somente um ponto de referência em

que os estudantes da comunidade esperam o transporte escolar.

Figura 66: Mapa Sistema viário

Armazém

São Martinho

Imaruí

Vargem do Cedro

Armazém

São Martinho

São Luíz

Terreno da proposta

Área de estudo

Fonte: Google maps 2019, adaptado pela autora.Fonte: Google maps 2019, adaptado pela autora. 500M0

150500

Coletora

Arterial

Local

400M1500250

Parada do ônibus

47

Page 48: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

4.2.2 Uso do solo e gabaritos

Na área analisada, é possível identificar o predomínio de

residências, além de alguns pontos de comércio movimentado pelos

romeiros nos finais de semana e feriados. Eles se dividem em restaurantes,

lanchonetes e pousadas (Figura 67).

Os edifícios institucionais apresentados no mapa são de

característica religiosa e estão ligados de uma certa forma com a Igreja. São

eles: Santuário Beata Albertina, Capela do Martírio, Memorial, Cemitério

(túmulo de Albertina), Salão comunitário, Escola (desativada), e por último

Terminal Rodoviário, possuindo apenas uma indústria de madeira.

A área conta apenas com um campo de futebol improvisado, e com

a praça em frente a igreja, sendo estes os únicos equipamentos de lazer.

Então a elaboração projetual de um Centro de Retiros na localidade

possibilitaria a implantação de mais equipamentos que desenvolveria a

comunidade. Um atrativo para os peregrinos e principalmente para o uso da

população.

O mapa ampliado dos gabaritos identifica que existe apenas 2

edificações de 2 pavimentos (Figura 68).

Uso Residencial

Uso Comercial

Uso Institucional

Área de lazer

Terreno

Legenda Uso do solo

1 Pavimento

2 Pavimentos

Legenda Gabaritos

Figura 67: Mapa de uso do solo

Figura 68: Mapa de gabaritos

Fonte: Google maps 2019, adaptado pela autora.

4.2.3 Tipologias

As edificações como instituições, residências, restaurantes e

pousadas não possuem a mesma tipologia arquitetônica. Variam entre diversos

400M1500

48

Page 49: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

4.2.5 Serviço e equipamentos

Em sua maioria, os equipamentos ficam situados na zona urbana

da cidade. Portanto, na área analisada encontra-se poucos equipamentos,

podendo citar apenas o Santuário, o salão comunitário e o campo de futebol.

Há algumas lixeiras próximas ao Santuário sem a devida coleta

seletiva e somente um telefone público (Figura 71).

Fonte: Acervo próprio 2019.

4.2.4 Cheios e vazios

Analisando a relação de cheios e vazios, observa-se na (Figura

70) que a comunidade se desenvolveu em torno da SC-436. Por ser uma área

do interior, é possível notar que continua em desenvolvimento, pois há muitos

Mercado Residência de

madeira

Escola desativadaSantuário

Residência

alvenaria

LanchoneteRestaurante

tipos de sistemas construtivos como madeira, alvenaria e tijolos (Figura 69).

Figura 69 : Tipologias das edificações

Casa 2 pavimentos

terrenos vazios, tendo potencial para expansão territorial.

Figura 70: Mapa cheios e vazios

Fonte: Google maps 2019, adaptado pela autora.400M1500

49

Page 50: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

seletiva do lixo. A coleta é realizada pela Prefeitura Municipal de São

Martinho e acontece uma vez por semana geralmente na segunda-feira.

Lixeiras: possui lixeiras espalhadas pelo Centro de São Martinho,

porem próximo a área são escassas.

Abastecimento de Energia: a energia é distribuída pela

CELESC .

Redes Telefônicas: o sistema de telefonia e internet é feito pela

empresa PONTOSAT, onde tem sede em Armazém. Possui telefone público

mais se encontram em mau estado de conservação. As redes móveis são

precárias, a única que tem funcionamento é operada pela Tim, e segundo os

moradores não funcionam em todos os pontos.

4.3 LEGISLAÇÃO

De acordo com informações da prefeitura o município de São

Martinho está desenvolvendo um plano diretor e código de obras. Para as

construções na zona urbana da cidade exigem os recuos, preservação das APPs

e recursos hídricos. Os recuos estabelecidos são de 4 metros frontal, 1,5 nas

laterais e fundos do terreno.

O terreno fica na área rural do município, por isso segundo a

prefeitura pode–se construir qualquer tipo de edificação, desde que não

comprometa os recursos naturais como APP, nascentes e cachoeiras, e não

cause risco para a população.

Lixeira

Telefone públicoFonte: Google maps 2019, adaptado pela autora.

Transporte público: a comunidade de São Luiz não conta com

transporte público, mas há uma grande necessidade do transporte que permita os

habitantes se locomoverem para outras cidades, e que também permita os devotos e

peregrinos chegar ao Santuário da Beata.

Abastecimento de água encanada e saneamento básico: por ser

localizado em uma comunidade rural, o abastecimento de água se dá por poço

artesiano ou captação nas nascentes. E quanto ao saneamento básico, o local não

possui sistema de esgoto, somente fossa séptica. No entanto no centro da cidade de

São Martinho, a agua é fornecida pela CASAN (Companhia Catarinense de Águas e

Saneamento).

Serviços de Coleta e destino do lixo domiciliar: não é feita a coleta

Figura 71: Equipamentos

Praça da igreja

Campo de futebol

400M1500

50

Page 51: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

Próximo ao terreno existem nascentes e córregos que circundam a área.

(Figura 72).

Figura 72: Mapa de nascentes e córregos

Fonte: Prefeitura de São Martinho, 2019.

4.3.1 Legislação esfera Estadual

De acordo com a Resolução do CONAMA de

número 303, de 20 de março de 2002, as áreas de preservação permanente

(APP) são consideradas como instrumentos de relevante interesse ambiental,

definindo limites e estabelecendo parâmetros. No artigo 3º desta mesma

resolução, caracteriza como APP, área situada em faixa marginal, medida a

partir do nível mais alto, trinta metros para o curso d’água com menos de dez

metros de largura, característica essa, encontrada no terreno em análise. No no

Art. 6º da Resolução do CONAMA 237/97 diz que:

“Compete ao órgão ambiental municipal, ouvidos os

órgãos competentes da União, dos Estados e do

Distrito Federal, quando couber, o licenciamento

ambiental de empreendimentos e atividades de impacto

ambiental local e daquelas que lhe forem delegadas pelo

Estado por instrumento legal ou convênio”.

4.3.2 Legislação Federal para áreas de preservação permanente

As áreas de Preservação Permanente são áreas protegidas pelo

Novo Código Florestal Brasileiro, Lei Federal 12.651/2012 – Art.4º parágrafo

I, o qual considera que em zonas rurais ou urbanas, “as faixas marginais de

qualquer curso d'água natural, desde a borda da calha do leito regular, em

largura mínima de: a) 30 (trinta) metros, para os cursos d'água de menos de 10

(dez) metros de largura.

O terreno em estudo apresenta cursos d’água natural, sendo

considerados e respeitados de acordo com a legislação estabelecida em esfera

estadual e nacional.

4.4 ASPECTOS FÍSICOS E BIOCLIMÁTICOS

A região de São Martinho-SC, caracteriza-se por clima

subtropical úmido, sem estação seca e com verão quente. Com temperatura

média de 24.2 °C, possui ventos predominantes de orientação sul e nordeste.

Mesmo situado em um ponto mais alto, o terreno está cercado por uma massa

de vegetação. Segundo o site Climate 2019, (Figura 73) julho tem a

temperatura mais baixa e seca do ano já no mês de janeiro o clima é o mais

quente com nível de chuva mais alto.

Córregos com

recuos de 30 m

Terreno

400M1500

51

Page 52: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

Figura 73: Tabela de temperatura e chuva.

Fonte: Climate, 2019.

A analise Bioclimática (Figura 74) apresenta os condicionantes físicos do terreno.

Figura 74: Análise bioclimática

Percurso do sol no verão

Percurso do sol no invernoÁrea da proposta

Incidência de vento Nordeste

Incidência de vento Sul

Fonte: Google maps 2019, adaptado pela autora.

4.5 TOPOGRAFIA E DIMENSIONAMENTO DA ÁREA

O grande desafio desse Centro para Retiros será propor a construção

que atenda as normas de acessibilidade da NBR 9050. Desta maneira será necessário

o uso de terraplanagem para suavizar as curvas de nível, e colocar o excesso de terra

em determinados pontos onde falta (Figura 75).

Figura 75: Topografia com dimensionamento

No partido será proposto uma

nova via que de acesso ao

terreno que liga a SC- 436 com o

terreno escolhido.

400M1500

Fonte: Google Earth, adaptado pela autora, 2019.

Parte mais alta Cota 302Parte mais baixa Cota 290

Percebe-se que a área em analise possui as curvas sinuosas

que deverão ser trabalhadas no partido para valorizar o projeto (Figura 76).

Figura 76: Topografia em 3D

Fonte: Google Earth, adaptado pela autora, 2019.

52

Page 53: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

4.6 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO DA ÁREA E SEU

ENTORNO

O mapa (Figura 77) localiza o ponto que foi fotografado as

imagens no terreno.

Pode-se observar no levantamento fotográfico (Figura 78),

as escalas das vegetações juntamente com a topografia. Contém um

belo visual para a serra, no qual será trabalhado no partido.

Figura 77: Levantamento fotográfico da área

1

4

5 3

Fonte: Google maps 2019, adaptado pela autora.

3

5

Campo

ACESSO PARA O

CENTRO DE RETIROS

4VISUAL PARA SERRA

21

Fonte: Google maps 2019, adaptado pela autora.

ACESSO PARA O

CENTRO DE

RETIROS

Figura 78: Levantamento fotográfico

150500

É importante ressaltar que o levantamento fotográfico mostra os tipos de vegetações do terreno como o eucalipto, a cana de açúcar, e mandioca. O terreno foi

modificado pelo atual proprietário.

53

Page 54: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

PARTIDO

54

Page 55: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

5 PARTIDO

5.1 CONCEITO

Contemplação do Divino e Humano

A essência do projeto é criar um local em que o Divino e o

humano se comuniquem através da contemplação. O fundamento básico da

contemplação é o silêncio e o desligar-se do mundo exterior, para um real

encontro íntimo com Deus. O ato é baseado na meditação e reflexão por meio

dos aspectos da criação divina: a natureza.

Por meio disto, essa conexão entre o Divino (Deus) e sua criação,

visa o ato de contemplar a Deus por meio da paisagem ao seu entorno, e

mergulhar em uma profunda experiência com o Criador.

A alma desse conceito busca provocar sensações e sentimentos

fundamentados na fé cristã, a fim de comtemplar os seus divinos mistérios.

Figura 79: Croqui do Conceito

5.2 DIRETRIZES PROJETUAIS

Foram elaboradas algumas diretrizes a fim de possibilitar de forma eficiente

implantação do projeto, tais como:

• Criar um acesso da SC-436 com o Centro de Retiros, aproveitando essa

via como ligação com demais municípios;

• Estimular as potencialidades do local como topografia, paisagem natural

e seu visual para a serra;

• Valorizar os recursos naturais como iluminação e ventilação;

• Propor espaços para os turistas e romeiros que estejam de passagem no

município;

• Criar espaços para descanso, contemplação e oração em todo o Centro;

• Estabelecer um local adequado para hospedagem das pessoas que

desejam fazer a experiência do retiro;

• Limitar o acesso de veículos, garantindo que seja um local silencioso,

priorizando o pedestre e veículos utilizados para os serviços.

No princípio Deus criou o céu e a terra. Gênises 1:1

55

Page 56: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

5.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES PRÉ-DIMENSIONAMENTO E

FLUXOGRAMA

Para elaborar o projeto do Centro de Retiros foi necessário criar um

programa de necessidades que atendesse as diversas atividades fornecidas pelo

local, sendo elas divididas em algumas zonas como centro administrativo, centro

formativo, refeitório e hospedagem.

CE

NT

RO

AD

MIN

IST

RA

TIV

OC

EN

TR

O F

OR

MA

TIV

O

HO

SP

ED

AG

EM

R

EF

EIT

ÓR

IO

56

Page 57: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

ORGANOGRAMA GERAL

Estacionamento

Capela Hall

Administração

Hospedagem Auditório

Refeitório

Salas de FormaçõesBwc’s

Portão de acesso

Serviços Gerais Hall de serviço

Acesso serviço

Acesso principal

Área de

contemplação

Bwc’s

5.4 ORGANOGRAMA

Para melhor compreensão dos espaços descritos, foram feitos

organogramas divididos em setores, além de um organograma geral do

Centro de Retiros.

TOTALIZANDO 5.021,00 M²

Capacidade de até 200

retirantes

5.3.1 Resumo do programa de necessidades e pré

dimensionamento

Centro formativo (salas multiuso, capela, auditório, bwc)

1145,00

Administração (serv. Adm e credenciamento)

111 m²

Refeitório (Serviços do refeitório, área de mesas)

1189,00

Hospedagem (domitórios com bwc)

2576,00

57

Page 58: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

CENTRO ADMINISTRATIVO

Hall

Sala de Contabilidade

RecepçãoBanheiros FEM e MAS.

Sala de espera

CredenciamentoSecretaria

Hall de serviço

Acesso serviço

Arquivo

Bwc / Vestiário Funcionários Copa

Sala de Reunião

CENTRO FORMATIVO

Hall

Sala Multiuso 1

Auditório

RecepçãoBanheiros Fem e Masc. Sala de espera

CredenciamentoSala administração

Capela

Sala Multiuso 2

Hall de serviço

Acesso serviço

Sacristia

Lavabo Sala Multiuso 3

Acesso serviços

REFEITÓRIO

Área de mesas

BWC Masculino

Carga e descarga

Lavação das

louças

Depósito de bebidas Depósito louça

limpa

Câmera FriaDespensa

Copa Banheiro / Vestiário

Higiene

de mãos

Conferente

Gás e Lixo Hall de serviços

Hall principal

BWC Feminino

Fraldário Recepção

Bar

Cozinha

Pré Higiene de alimentos

Acesso principal

HOSPEDAGEM

Dormitórios Hall de

serviços

Rouparia

Copa

Lavanderia

Depósito geral

Acesso serviços

Acesso principal

Bwc funcionários

58

Page 59: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

Parede com detalhe em cruz vazada.

Acabamento em vidro incolor

Capela

Acesso principalAcesso funcionários Dormitórios sob pilotis de madeira

Estrutura de madeira aparente

Telhado invertidoDormitórios sob pilotis de madeira Guarda corpo em madeira

Fachada frontal

Fachada lateral direita

5.10 FACHADAS

A estrutura do edifício é de alvenaria convencional e madeira. Para favorecer a entrada de iluminação natural os telhados foram invertidos, de modo

que os retirantes pudessem apreciar a natureza ao seu redor sem nenhuma barreira visual como no esquema da (Figura 95). Esse conceito do telhado teve como

referencia o projeto Jetavana, analisado no capítulo 3.

Na fachada posterior (Figura 96), onde acontece o acesso dos funcionário e carga e descarga, foram utilizados brises de madeira para proteger do sol. A estrutura

de madeira é utilizada nos pergolados que ligam os blocos e também no guarda corpo.

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

Figura 95: Detalhamento da fachada.

65

Page 60: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

Serviços refeitório

e hospedagem

Brise de madeiraPergolado em madeira

Capela

Pilar de madeiraTrilha com guarda corpo em madeira

Fachada posterior

Fachada lateral esquerda

5.10.1 Estudo volumétrico das fachadas

Foi feito um estudo volumétrico da fachada para melhor entendimento do Centro de Retiros (Figura 97).

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

Figura 96: Detalhamento da fachada.

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

Figura 97: Estudo Volumétrico

66

Page 61: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste trabalho, por meio de estudos e análises, foi elaborado o projeto de um Centro de Retiros Religiosos no município de São

Martinho/SC. O local possui grande concentração de romeiros devotos da Beata Albertina Berkenbrock, vindos de todos os lugares e regiões

distantes.

Esse projeto visa atender as necessidades do público na busca de um espaço para a realização de retiros, visando a conexão com o que

é divino por meio da arquitetura e da natureza existente.

A construção deste Centro se faz necessária em função de não ter na região um local apropriado que atenda as necessidades para

realizar eventos religiosos, e também devido ao aumento de pessoas interessadas em ter uma experiência profunda com Deus. O Centro de Retiros

Religiosos propõe desconectar o indivíduo da agitação do dia a dia, contribuindo na busca de paz interior através da oração, reflexão e meditação.

Esse projeto também abre espaço a visitação de pessoas que estiverem passando pela cidade, contribuindo assim com a cultura e o

turismo regional e religioso.

Atingido o objetivo deste TFG I, encerra a primeira etapa do projeto “Centro de Retiros Religiosos da Igreja Católica”, o qual terá

continuidade no TFG II.

67

Page 62: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

7 ANEXOS

Entrevista com o Pároco de São Martinho e Reitor do Santuário Diocesano da Bem-Aventurada Albertina Berkenbrock, em Imaruí, SC, sobre a importância de

um Centro de Retiros Religiosos na região.

Cara Ângela, saudações pascais!

A diocese de Tubarão é composta por mais de 400 comunidades, organizadas em 27 Paróquias, compreendendo os 16 municípios da Amurel e mais em

Orleans, da ANREC. Estima-se que abranja cerca de 400 mil pessoas.

A construção e instalação de uma casa de Retiros vem ao encontro de uma necessidade da Diocese. Atualmente se dispõe dos seguintes espaços: CEDA

(Casa de Encontros Dom Anselmo), do antigo Seminário Nossa Senhora de Fátima (agora sob responsabilidade da RCC e apenas para seus Encontros), ambas

em Tubarão; a Casa de Retiro das Irmãs do coração de Jesus, em Braço do Norte; o Centro de espiritualidade Recanto dos Aranjos, em Barranceira, Laguna; o

Centro de Desintoxicação Alimentar e Espiritualidade ORIALAN, em Vila Santo Antônio, Imbituba; Salões Paroquiais, Centros de Pastorais e capelas. Estes

últimos são adaptados para comportar eventuais Encontros.

Temos oferecido os espaços de que dispomos: o Santuário, os jardins e a Gruta do Matírio. Também o Salão Comunitário, que pertence à Associação de

Moradores, eventualmente, é cedido para esta finalidade.

Há muito que de pretende poder oferecer aos segmentos pastorais (Movimentos, Grupos, Associações, Pastorais da Igreja Católica) um lugar específico para seus

eventos de formação e oração, em parceria com a Paróquia São Sebastião, cuja matriz situa-se em Vargem do Cedro, e com a Reitoria do Santuário Diocesano da

Bem-Aventurada Albertina.

Algumas condições básicas para que uma Casa de Retiros possa cumprir sua missão: que seja aconchegante, de fácil acesso externo e interno, que

ofereça contato com a natureza e satisfatório silêncio, que tenha espaço para reunião de grupo e de atendimento particular, capela e espaço para Adoração

Eucarística; que seja controlada a entrada de pessoas e automóveis...

A comunidade de São Luiz, que politicamente se divide entre dois municípios, Imaruí e São Martinho, vem sempre mais e mais sendo procurada como

opção para a realização de Retiros Espirituais e outros eventos religiosos.

A história da jovenzinha do lugar chamada Albertina Berkenbrock, que viveu e foi martirizada com grande fama de santidade, continua a se tornar muito

conhecida em meio ao povo católico. Nascida há 100 anos (11/04/1919) e assassinada por motivação de fé há quase 88 anos (15/06/1931), seu exemplo constitui

um cenário específico e favorável para as pessoas se aproximarem mais de Deus e dos ensinamentos de Jesus Cristo e de sua Igreja.

Peregrinos (romeiros) vêm de todos os lugares do Estado, do país e até de outras nações para rezarem no Santuário de Albertina. Os que desejam permanecer

mais alguns dias na região, utilizam-se de pousadas e hotéis mais próximos. Hospedam-se em Tubarão, Gravatal, Armazém e São Martinho. Alguns destes

estabelecimentos promovem passeios ao santuário. Mas, aqueles que desejam fazer uma experiência religiosa mais intensa não dispõem de uma Casa de Retiros,

onde poderiam ser acompanhadas em suas necessidades pessoais e espirituais.

Dados do entrevistado: Pe. Auricélio Costa, natural de Tubarão, onde nasceu em 1965. Formado em Filosofia, Teologia e Música.

Foi ordenado Presbítero na Igreja Católica em 1995. Historiógrafo (com duas obras publicadas) e articulista, também é compositor com vários CDs gravados.

Atualmente é Pároco da Paróquia São Sebastião, no município de São Martinho, SC; e Reitor do Santuário Diocesano da Bem-Aventurada Albertina

Berkenbrock, em Imaruí, SC.

30/04/2019

68

Page 63: ÂNGELA ARAUJO DA ROSA

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deve partir sempre de dentro. 2016. Disponível em:

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6 maio 2019.

ALMEIDA, Lucy. Arquitetura: Usando Materiais Sustentáveis nas

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ALVES, Cícera Cecília Esmeraldo. Um olhar no Desenvolvimento do

Turismo Religioso em Juazeiro do Norte – Ceará – Brasil: um enfoque na

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