newsletter nrº 15 da secção do ps cascais
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Newsletter Nr 15 da Seccao do PS CascaisTRANSCRIPT
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Número 15
Reforma da Administração Local
A nova Proposta de Lei n.º 44/XII, aprovada
pelo Governo em Conselho de Ministros no
dia 02 de Fevereiro de 2012, vem quase que
começar do zero esta importante discussão
sobre a Reforma da Administração Local.
De facto, temos que satisfazer os compro-
missos internacionais assumidos pelo Estado
Português no âmbito do Programa de Assis-
tência Económica e Financeira, assinado
com a Comissão Europeia, o Banco Central
Europeu e o Fundo Monetário Internacional.
Com efeito, o Memorando de Entendimento
da Troika, assinado pelo PS, PSD e CDS-PP,
compromete o Estado Português a «reduzir
significativamente» o número de autarquias «com efeitos para o próximo ciclo eleitoral
local», ou seja, Outubro de 2013.
De facto, o debate público em torno do
“Documento Verde da Reforma da Adminis-
tração Local” confirmou a importância de
introduzir alterações na organização do ter-
ritório das autarquias locais, dando particu-
lar relevância à racionalização do número e
configuração das freguesias em lugares
urbanos tal como sempre o PS defendeu.
Esta proposta de lei vem ao encontro daqui-
lo que o PS defendeu, porque demonstra a
preocupação da necessidade de manter a
proximidade das novas freguesias em rela-
ção às populações mais distantes. Assim
deste modo assegura-se a continuidade dos
serviços prestados pelas freguesias sobretu-
do nos meios rurais.
Esta proposta de lei prevê a otimização da
alocação dos recursos atualmente existen-
tes, em particular através da agregação de
freguesias, envolve uma criteriosa redefini-
ção das prioridades ao nível local, reclaman-
do, como sempre propôs o PS, o reforço das
atribuições e competências próprias das
freguesias em função da respetiva dimensão
populacional, acompanhado pela correspon-
dente transferência de recursos.
Sempre dissemos que se deveriam de redu-
zir empresas municipais no concelho porque
existe no nosso entender uma duplicação de
entidades com as mesmas competências e a
fazer as mesmas coisas, e que por isso sem-
pre propusemos que muitas dessas compe-
tências poderiam ser delegadas nas Juntas
de Freguesia.
Esta reorganização administrativa territorial
autárquica implica, necessariamente, altera-
ções à estrutura governativa das novas fre-
guesias, e assim este projeto de lei prevê
que o novo executivo deverá ser composto
por um presidente e por dois vice-
presidentes potenciando uma participação
mais direta e incisiva de cada um destes
membros na vida politica e na gestão do
território da
freguesia.
Este projeto-lei
também nos diz
que o processo de reorganiza-
ção administra-
tiva do território
das autarquias
locais implica a
pronúncia dos
órgãos autárqui-
cos, e nós Parti-
do Socialista
estamos de
acordo com este
princípio.
Esta reforma é
uma matéria da
competência
legislativa da
Assembleia da
República e por
isso esta pro-
posta de lei tem
de ser debatida
em plenário no Parlamento.
Pretende assim esta proposta de lei estabe-
lecer os objetivos, os princípios e os parâ-
metros da reorganização administrativa
territorial autárquica e define e enquadra os
termos da participação das autarquias locais
na concretização deste processo.
Fica assim consagrado, e isto é importante
de realçar, a obrigatoriedade da reorganiza-
ção administrativa do território das fregue-
sias.
Nós Partido Socialista, concordamos generi-
camente com os objetivos desta reforma,
principalmente com o alargamento das atri-
buições e competências das freguesias e dos
correspondentes recursos, com o aprofunda-
mento da capacidade de intervenção das
Juntas de Freguesia e a reestruturação por
agregação de um número significativo de
freguesias em todo o território nacional,
com especial incidência nos lugares urbanos,
como sempre o PS defendeu e que o exem-
plo de Lisboa demonstra isso mesmo.
Parece-nos também muito importante a
participação das
autarquias locais
na concretização
da reorganiza-
ção administrati-va dos respeti-
vos territórios.
Este projeto-lei
vem por isso ao
nosso encontro.
Parece-nos bem
que a reorgani-
zação adminis-
trativa territorial
autárquica impli-
que a agregação
de freguesias,
segundo parâ-
metros de agre-
gação diferen-
ciados em fun-
ção do número
de habitantes e
da densidade
populacional de
cada município.
Já onde nós Partido Socialista temos bastan-
tes dúvidas e grandes reservas é no que diz respeito aos parâmetros de agregação propos-
tos no seu artigo 5.º, onde nos municípios de
Nível 1, que é onde Cascais se insere, é propos-to a redução, no mínimo de 55% do número de
freguesias cujo território se situe, total ou par-
cialmente, no mesmo lugar urbano, ou em luga-
res urbanos sucessivamente contíguos, e, de
35% do número das outras freguesias.
Perguntamos, onde é que o Governo se
baseou para proporem estes números? Exis-
te algum estudo feito sobre esta matéria?
Porquê 55%? Sinceramente não percebe-
mos…
Esta proposta de lei permite que a freguesia
criada por efeito da agregação tem a facul-
dade de incluir na respetiva denominação a
expressão «União das Freguesias», seguida
das denominações de todas as freguesias
anteriores que nela se agregam. Também
concordamos com este princípio.
Concordamos também
que a freguesia criada
por efeito da agregação
constitua uma nova
pessoa coletiva territo-
rial, disponha de uma única sede e integre o
património, os recursos
humanos, os direitos e
as obrigações das fre-
guesias agregadas, e
que a agregação das
freguesias não ponha
em causa o interesse
da preservação da
identidade cultural e
histórica, incluindo a
manutenção dos símbo-
los das anteriores fre-
guesias.
O Partido Socialista
sempre defendeu o que
esta proposta de lei
preconiza, ou seja o
reforço de competên-
cias e recursos financei-
ros e que a reorganização administrativa do
território das freguesias seja acompanhada
de um novo regime de atribuições e compe-
tências, que reforce as competências pró-
prias dos órgãos das freguesias e amplie as
competências delegáveis previstas em lei,
em termos ainda a definir em diploma pró-
prio.
Recordamos que já anteriormente falámos
nessa matéria e que foi por nós apresentada
uma moção aqui nesta Assembleia de Fre-
guesia.
Depois, e aqui é que nos parece fundamen-
tal, é que exista um grande diálogo entre
todos os partidos políticos porque terá de haver uma Pronuncia (ou seja uma delibera-
ção) da Assembleia Municipal sobre esta
matéria.
Foram feitas declarações pelo Sr. Presidente
da Câmara à Agência Lusa que iria propor
essa fusão. Consideramos que estas maté-
rias devem ser antes debatidas nos órgãos
próprios e só posteriormente é que se deve
dar conhecimento e informação aos órgãos
de Comunicação Social, a bem da nossa
democracia.
Depois, mais tarde, soubemos também
pelos jornais que afinal, o Sr. Presidente da
Câmara por falta de consenso e de apoio à
proposta já não a iria apresentar.
O PS Cascais tem, tal como já o afirmou
anteriormente, total abertura para apoiar a
reorganização administrativa em todo o
concelho, mas terá que ser num espirito de
total abertura, de diálogo, uma vez que terá
de ser discutida e aprovada uma deliberação
na Assembleia Municipal para ser depois
enviada à Assembleia da República.
Esta proposta de lei também prevê, e isto
parece-nos bastante importante e é mesmo
de realçar, que as Assembleias de Freguesia
podem apresentar pareceres sobre a reor-
ganização administrativa territorial autárqui-
ca, os quais, quando conformes com os
princípios e os parâmetros definidos neste diploma, devem ser ponderados pela
Assembleia Municipal no quadro da prepara-
ção da pronúncia (ou deliberação) que irá
depois ser aprovada.
O Partido Socialista está de acordo com o
facto de que tenha de haver uma delibera-
ção da Assembleia Municipal sobre esta
matéria. Sempre defendemos que os órgãos
municipais têm que ter uma palavra a dizer.
Esta proposta de lei prevê que a pronúncia
da Assembleia Municipal deve conter a iden-
tificação das freguesias, deve conter o
número de freguesias no concelho, a sua
denominação, os limites territoriais de todas
as freguesias, a determinação da localização
das sedes das freguesias, e estar tudo isto
bem fundamentado numa nota justificativa.
Esta fundamentação parece-nos essencial,
para que depois as populações percebam
bem o sentido das pro-
postas e o sentido des-
ta reforma.
A pronúncia da Assem-bleia Municipal deve ser
entregue à Assembleia
da República no prazo
máximo de 90 dias a
contar da entrada em
vigor do presente diplo-
ma, acompanhada,
quando emitidos, dos
pareceres das Assem-
bleias de Freguesia.
Mais uma vez concor-
damos com a importân-
cia que é dada às
Assembleias de Fregue-
sia.
Ficamos assim expec-
tantes com a proposta
que irá ser apresentada
em reunião da Assem-
bleia Municipal, por
parte desta coligação
PSD/CDS-PP que governa os destinos do
Município de Cascais, e esperamos que refli-
ta o maior consenso possível entre todos os
partidos nela representada, e que a decisão
que vier a ser tomada seja o resultado de
uma discussão ampla e aberta entre todos
os partidos, onde tem acento naturalmente
todos os Presidentes de Junta de Freguesia,
uma vez que têm inerência pelo seu cargo
na Assembleia Municipal.
Grupo de Lista Assembleia
Freguesia Do Partido Socialista