newsletter nrº 15 da secção do ps cascais

2
Contactos 214 834 580 Rua Frederico Arouca, nrº 33, 1º Esq, 2750 Cascais [email protected] Fevereiro 2012 Web facebook.com/seccaocascaisps http://seccaocascaisps.blogspot.com www.wix.com/pscascais/seccaocascais Número 15 Reforma da Administração Local A nova Proposta de Lei n.º 44/XII, aprovada pelo Governo em Conselho de Ministros no dia 02 de Fevereiro de 2012, vem quase que começar do zero esta importante discussão sobre a Reforma da Administração Local. De facto, temos que satisfazer os compro- missos internacionais assumidos pelo Estado Português no âmbito do Programa de Assis- tência Económica e Financeira, assinado com a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional. Com efeito, o Memorando de Entendimento da Troika, assinado pelo PS, PSD e CDS-PP, compromete o Estado Português a «reduzir significativamente» o número de autarquias «com efeitos para o próximo ciclo eleitoral local», ou seja, Outubro de 2013. De facto, o debate público em torno do “Documento Verde da Reforma da Adminis- tração Local” confirmou a importância de introduzir alterações na organização do ter- ritório das autarquias locais, dando particu- lar relevância à racionalização do número e configuração das freguesias em lugares urbanos tal como sempre o PS defendeu. Esta proposta de lei vem ao encontro daqui- lo que o PS defendeu, porque demonstra a preocupação da necessidade de manter a proximidade das novas freguesias em rela- ção às populações mais distantes. Assim deste modo assegura-se a continuidade dos serviços prestados pelas freguesias sobretu- do nos meios rurais. Esta proposta de lei prevê a otimização da alocação dos recursos atualmente existen- tes, em particular através da agregação de freguesias, envolve uma criteriosa redefini- ção das prioridades ao nível local, reclaman- do, como sempre propôs o PS, o reforço das atribuições e competências próprias das freguesias em função da respetiva dimensão populacional, acompanhado pela correspon- dente transferência de recursos. Sempre dissemos que se deveriam de redu- zir empresas municipais no concelho porque existe no nosso entender uma duplicação de entidades com as mesmas competências e a fazer as mesmas coisas, e que por isso sem- pre propusemos que muitas dessas compe- tências poderiam ser delegadas nas Juntas de Freguesia. Esta reorganização administrativa territorial autárquica implica, necessariamente, altera- ções à estrutura governativa das novas fre- guesias, e assim este projeto de lei prevê que o novo executivo deverá ser composto por um presidente e por dois vice- presidentes potenciando uma participação mais direta e incisiva de cada um destes membros na vida politica e na gestão do território da freguesia. Este projeto-lei também nos diz que o processo de reorganiza- ção administra- tiva do território das autarquias locais implica a pronúncia dos órgãos autárqui- cos, e nós Parti- do Socialista estamos de acordo com este princípio. Esta reforma é uma matéria da competência legislativa da Assembleia da República e por isso esta pro- posta de lei tem de ser debatida em plenário no Parlamento. Pretende assim esta proposta de lei estabe- lecer os objetivos, os princípios e os parâ- metros da reorganização administrativa territorial autárquica e define e enquadra os termos da participação das autarquias locais na concretização deste processo. Fica assim consagrado, e isto é importante de realçar, a obrigatoriedade da reorganiza- ção administrativa do território das fregue- sias. Nós Partido Socialista, concordamos generi- camente com os objetivos desta reforma, principalmente com o alargamento das atri- buições e competências das freguesias e dos correspondentes recursos, com o aprofunda- mento da capacidade de intervenção das Juntas de Freguesia e a reestruturação por agregação de um número significativo de freguesias em todo o território nacional, com especial incidência nos lugares urbanos, como sempre o PS defendeu e que o exem- plo de Lisboa demonstra isso mesmo. Parece-nos também muito importante a participação das autarquias locais na concretização da reorganiza- ção administrati- va dos respeti- vos territórios. Este projeto-lei vem por isso ao nosso encontro. Parece-nos bem que a reorgani- zação adminis- trativa territorial autárquica impli- que a agregação de freguesias, segundo parâ- metros de agre- gação diferen- ciados em fun- ção do número de habitantes e da densidade populacional de cada município. Já onde nós Partido Socialista temos bastan- tes dúvidas e grandes reservas é no que diz respeito aos parâmetros de agregação propos- tos no seu artigo 5.º, onde nos municípios de Nível 1, que é onde Cascais se insere, é propos- to a redução, no mínimo de 55% do número de freguesias cujo território se situe, total ou par- cialmente, no mesmo lugar urbano, ou em luga- res urbanos sucessivamente contíguos, e, de 35% do número das outras freguesias.

Upload: psfaultv-psfaultv

Post on 19-Mar-2016

217 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Newsletter Nr 15 da Seccao do PS Cascais

TRANSCRIPT

Page 1: Newsletter Nrº 15 da Secção do PS Cascais

Contactos 214 834 580 Rua Frederico Arouca, nrº 33, 1º Esq, 2750 Cascais [email protected] Fevereiro 2012

Web facebook.com/seccaocascaisps

http://seccaocascaisps.blogspot.com www.wix.com/pscascais/seccaocascais

Número 15

Reforma da Administração Local

A nova Proposta de Lei n.º 44/XII, aprovada

pelo Governo em Conselho de Ministros no

dia 02 de Fevereiro de 2012, vem quase que

começar do zero esta importante discussão

sobre a Reforma da Administração Local.

De facto, temos que satisfazer os compro-

missos internacionais assumidos pelo Estado

Português no âmbito do Programa de Assis-

tência Económica e Financeira, assinado

com a Comissão Europeia, o Banco Central

Europeu e o Fundo Monetário Internacional.

Com efeito, o Memorando de Entendimento

da Troika, assinado pelo PS, PSD e CDS-PP,

compromete o Estado Português a «reduzir

significativamente» o número de autarquias «com efeitos para o próximo ciclo eleitoral

local», ou seja, Outubro de 2013.

De facto, o debate público em torno do

“Documento Verde da Reforma da Adminis-

tração Local” confirmou a importância de

introduzir alterações na organização do ter-

ritório das autarquias locais, dando particu-

lar relevância à racionalização do número e

configuração das freguesias em lugares

urbanos tal como sempre o PS defendeu.

Esta proposta de lei vem ao encontro daqui-

lo que o PS defendeu, porque demonstra a

preocupação da necessidade de manter a

proximidade das novas freguesias em rela-

ção às populações mais distantes. Assim

deste modo assegura-se a continuidade dos

serviços prestados pelas freguesias sobretu-

do nos meios rurais.

Esta proposta de lei prevê a otimização da

alocação dos recursos atualmente existen-

tes, em particular através da agregação de

freguesias, envolve uma criteriosa redefini-

ção das prioridades ao nível local, reclaman-

do, como sempre propôs o PS, o reforço das

atribuições e competências próprias das

freguesias em função da respetiva dimensão

populacional, acompanhado pela correspon-

dente transferência de recursos.

Sempre dissemos que se deveriam de redu-

zir empresas municipais no concelho porque

existe no nosso entender uma duplicação de

entidades com as mesmas competências e a

fazer as mesmas coisas, e que por isso sem-

pre propusemos que muitas dessas compe-

tências poderiam ser delegadas nas Juntas

de Freguesia.

Esta reorganização administrativa territorial

autárquica implica, necessariamente, altera-

ções à estrutura governativa das novas fre-

guesias, e assim este projeto de lei prevê

que o novo executivo deverá ser composto

por um presidente e por dois vice-

presidentes potenciando uma participação

mais direta e incisiva de cada um destes

membros na vida politica e na gestão do

território da

freguesia.

Este projeto-lei

também nos diz

que o processo de reorganiza-

ção administra-

tiva do território

das autarquias

locais implica a

pronúncia dos

órgãos autárqui-

cos, e nós Parti-

do Socialista

estamos de

acordo com este

princípio.

Esta reforma é

uma matéria da

competência

legislativa da

Assembleia da

República e por

isso esta pro-

posta de lei tem

de ser debatida

em plenário no Parlamento.

Pretende assim esta proposta de lei estabe-

lecer os objetivos, os princípios e os parâ-

metros da reorganização administrativa

territorial autárquica e define e enquadra os

termos da participação das autarquias locais

na concretização deste processo.

Fica assim consagrado, e isto é importante

de realçar, a obrigatoriedade da reorganiza-

ção administrativa do território das fregue-

sias.

Nós Partido Socialista, concordamos generi-

camente com os objetivos desta reforma,

principalmente com o alargamento das atri-

buições e competências das freguesias e dos

correspondentes recursos, com o aprofunda-

mento da capacidade de intervenção das

Juntas de Freguesia e a reestruturação por

agregação de um número significativo de

freguesias em todo o território nacional,

com especial incidência nos lugares urbanos,

como sempre o PS defendeu e que o exem-

plo de Lisboa demonstra isso mesmo.

Parece-nos também muito importante a

participação das

autarquias locais

na concretização

da reorganiza-

ção administrati-va dos respeti-

vos territórios.

Este projeto-lei

vem por isso ao

nosso encontro.

Parece-nos bem

que a reorgani-

zação adminis-

trativa territorial

autárquica impli-

que a agregação

de freguesias,

segundo parâ-

metros de agre-

gação diferen-

ciados em fun-

ção do número

de habitantes e

da densidade

populacional de

cada município.

Já onde nós Partido Socialista temos bastan-

tes dúvidas e grandes reservas é no que diz respeito aos parâmetros de agregação propos-

tos no seu artigo 5.º, onde nos municípios de

Nível 1, que é onde Cascais se insere, é propos-to a redução, no mínimo de 55% do número de

freguesias cujo território se situe, total ou par-

cialmente, no mesmo lugar urbano, ou em luga-

res urbanos sucessivamente contíguos, e, de

35% do número das outras freguesias.

Page 2: Newsletter Nrº 15 da Secção do PS Cascais

Perguntamos, onde é que o Governo se

baseou para proporem estes números? Exis-

te algum estudo feito sobre esta matéria?

Porquê 55%? Sinceramente não percebe-

mos…

Esta proposta de lei permite que a freguesia

criada por efeito da agregação tem a facul-

dade de incluir na respetiva denominação a

expressão «União das Freguesias», seguida

das denominações de todas as freguesias

anteriores que nela se agregam. Também

concordamos com este princípio.

Concordamos também

que a freguesia criada

por efeito da agregação

constitua uma nova

pessoa coletiva territo-

rial, disponha de uma única sede e integre o

património, os recursos

humanos, os direitos e

as obrigações das fre-

guesias agregadas, e

que a agregação das

freguesias não ponha

em causa o interesse

da preservação da

identidade cultural e

histórica, incluindo a

manutenção dos símbo-

los das anteriores fre-

guesias.

O Partido Socialista

sempre defendeu o que

esta proposta de lei

preconiza, ou seja o

reforço de competên-

cias e recursos financei-

ros e que a reorganização administrativa do

território das freguesias seja acompanhada

de um novo regime de atribuições e compe-

tências, que reforce as competências pró-

prias dos órgãos das freguesias e amplie as

competências delegáveis previstas em lei,

em termos ainda a definir em diploma pró-

prio.

Recordamos que já anteriormente falámos

nessa matéria e que foi por nós apresentada

uma moção aqui nesta Assembleia de Fre-

guesia.

Depois, e aqui é que nos parece fundamen-

tal, é que exista um grande diálogo entre

todos os partidos políticos porque terá de haver uma Pronuncia (ou seja uma delibera-

ção) da Assembleia Municipal sobre esta

matéria.

Foram feitas declarações pelo Sr. Presidente

da Câmara à Agência Lusa que iria propor

essa fusão. Consideramos que estas maté-

rias devem ser antes debatidas nos órgãos

próprios e só posteriormente é que se deve

dar conhecimento e informação aos órgãos

de Comunicação Social, a bem da nossa

democracia.

Depois, mais tarde, soubemos também

pelos jornais que afinal, o Sr. Presidente da

Câmara por falta de consenso e de apoio à

proposta já não a iria apresentar.

O PS Cascais tem, tal como já o afirmou

anteriormente, total abertura para apoiar a

reorganização administrativa em todo o

concelho, mas terá que ser num espirito de

total abertura, de diálogo, uma vez que terá

de ser discutida e aprovada uma deliberação

na Assembleia Municipal para ser depois

enviada à Assembleia da República.

Esta proposta de lei também prevê, e isto

parece-nos bastante importante e é mesmo

de realçar, que as Assembleias de Freguesia

podem apresentar pareceres sobre a reor-

ganização administrativa territorial autárqui-

ca, os quais, quando conformes com os

princípios e os parâmetros definidos neste diploma, devem ser ponderados pela

Assembleia Municipal no quadro da prepara-

ção da pronúncia (ou deliberação) que irá

depois ser aprovada.

O Partido Socialista está de acordo com o

facto de que tenha de haver uma delibera-

ção da Assembleia Municipal sobre esta

matéria. Sempre defendemos que os órgãos

municipais têm que ter uma palavra a dizer.

Esta proposta de lei prevê que a pronúncia

da Assembleia Municipal deve conter a iden-

tificação das freguesias, deve conter o

número de freguesias no concelho, a sua

denominação, os limites territoriais de todas

as freguesias, a determinação da localização

das sedes das freguesias, e estar tudo isto

bem fundamentado numa nota justificativa.

Esta fundamentação parece-nos essencial,

para que depois as populações percebam

bem o sentido das pro-

postas e o sentido des-

ta reforma.

A pronúncia da Assem-bleia Municipal deve ser

entregue à Assembleia

da República no prazo

máximo de 90 dias a

contar da entrada em

vigor do presente diplo-

ma, acompanhada,

quando emitidos, dos

pareceres das Assem-

bleias de Freguesia.

Mais uma vez concor-

damos com a importân-

cia que é dada às

Assembleias de Fregue-

sia.

Ficamos assim expec-

tantes com a proposta

que irá ser apresentada

em reunião da Assem-

bleia Municipal, por

parte desta coligação

PSD/CDS-PP que governa os destinos do

Município de Cascais, e esperamos que refli-

ta o maior consenso possível entre todos os

partidos nela representada, e que a decisão

que vier a ser tomada seja o resultado de

uma discussão ampla e aberta entre todos

os partidos, onde tem acento naturalmente

todos os Presidentes de Junta de Freguesia,

uma vez que têm inerência pelo seu cargo

na Assembleia Municipal.

Grupo de Lista Assembleia

Freguesia Do Partido Socialista