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ANO 7 - Número 1559 Brasília-DF, quinta-feira, 24 de novembro de 2005 www.camara.gov.br [email protected] Fone: (61) 3216-1666 Fax: (61) 3216-1653 Impresso Especial 11204/2002-DR/BSB CÂMARA DOS DEPUTADOS CORREIOS 4 POLÍTICA EXTERNA FORÇAS ARMADAS 7 6 FUNCIONALISMO AGRICULTURA O Plenário aprovou on- tem projeto do Executivo que aumenta em 13% o soldo dos militares das Forças Armadas, a partir de 1º de outubro deste ano. De acordo com o proje- to, o maior soldo militar será de R$ 5.595 e o me- nor R$ 168. Além do soldo, os militares recebem ou- tros adicionais e gratifica- ções, como o adicional mi- litar; o de habilitação; o de compensação orgânica em atividades especiais; a gratificação de localidade especial (se servir em re- giões inóspitas) e a gratifi- cação de representação (por postos de comando ou viagem de representação). Deputados aprovam reajuste de 13% para militares Apreciação pelo STF acirra debate entre oposição e governistas RECURSO DE DIRCEU Parlamentares debatem redução de custos para defensivos agrícolas Papel do Legislativo em acordos internacionais pode ser fortalecido Paulo Bernardo prevê solução para servidores de ex-territórios em dezembro A votação de recurso do deputado José Dirceu, on- tem, no Supremo Tribunal Federal, provocou intenso debate no plenário entre líderes da oposição e de parti- dos da base aliada. O STF não decidiu sobre o recurso em que o ex-ministro da Casa Civil pede a suspensão na Câmara do seu processo de cassação, porque o mi- nistro que desempataria a votação, Sepúlveda Perten- ce, estava em licença médica. O primeiro-vice-presidente da Câmara, José Thomaz Nonô, o presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar, e o líder do PFL, Rodrigo Maia, consi- deraram a apreciação do mandado de segurança pelo STF uma interferência do Poder Judiciário no Legis- lativo. O líder do Governo, Arlindo Chinaglia, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, e o líder petista Henrique Fontana rebateram a tese da interferên- cia, argumentando ser preciso proteger o direito de qualquer cidadão de recorrer à Justiça. O presidente Aldo Rebelo reafirmou ter feito tudo o que estava ao seu alcance para não permitir atraso nos processos sobre a perda de mandato de deputados, mas ressalvou que a Casa não vai se antecipar à decisão do Supremo em relação a Dirceu. Página 3 J BATISTA O presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar, protesta em plenário contra votação do STF Deputados tentam resolver impasse sobre novos recursos para o Fundeb Página 5 Comissão especial aprova Estatuto e Plano Nacional da Juventude A comissão especial que ana- lisa a PEC 138/ 03, aprovou, on- tem, substitutivo à matéria que prevê a ins- tituição do Estatuto da Ju- ventude e a implantação do Plano Nacional da Ju- ventude, de du- ração decenal, que deverá arti- cular as várias esferas do poder público para a execução de políticas destinadas ao jovem. A matéria vai ao Plenário. Página 8 Projeto que pune violência doméstica vai ao Plenário Página 8 A Comissão Espe- cial do Processo Elei- toral aprovou ontem substitutivo à PEC 446/05, que adia até 31 de dezembro o pra- zo para alterações no pro- cesso eleitoral de 2006. A única alteração no texto do relator foi a rejeição do fim Comissão fixa em 31 de dezembro prazo de mudança na lei eleitoral Página 2 da verticalização nas coligações par- tidárias. Com isso, o texto manteve a obrigatoriedade de que os partidos repi- tam, nos estados, as alianças feitas nacionalmente, con- forme regra definida pelo TSE em 2002. Fidelidade partidária No plenário foi aprovado substitutivo a projeto de resolução que disciplina a distribuição proporcional aos partidos e blocos partidários das vagas nas comissões e na Mesa Diretora da Casa, com o objetivo de assegurar o respeito ao princípio da fidelidade partidária. Segundo o substitutivo do deputado Men- des Ribeiro Filho, que reúne propostas dos deputados Bismarck Maia e Antonio Carlos Biscaia, no caso das comissões, a distri- buição proporcional às bancadas levará em conta a composição numérica obtida com o resultado final das eleições e permanece- rá inalterada por toda a legislatura. Na Mesa, se o integrante do colegiado mudar de partido, perderá automaticamente o cargo. 2 ELTON BOMFIM

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Page 1: New RECURSO DE DIRCEU Apreciação pelo STF acirra debate entre … · 2005. 11. 24. · tem, no Supremo Tribunal Federal, provocou intenso debate no plenário entre líderes da oposição

ANO 7 - Número 1559Brasília-DF, quinta-feira, 24 de novembro de 2005 www.camara.gov.br • [email protected] • Fone: (61) 3216-1666 • Fax: (61) 3216-1653

ImpressoEspecial

11204/2002-DR/BSBCÂMARA DOS

DEPUTADOS

CORREIOS

4POLÍTICA EXTERNA

FORÇAS ARMADAS

7

6

FUNCIONALISMO

AGRICULTURA

O Plenário aprovou on-tem projeto do Executivoque aumenta em 13% osoldo dos mi l i tares dasForças Armadas, a partir de1º de outubro deste ano.

De acordo com o proje-to, o maior soldo mil i tarserá de R$ 5.595 e o me-nor R$ 168. Além do soldo,os militares recebem ou-tros adicionais e gratifica-ções, como o adicional mi-litar; o de habilitação; o decompensação orgânicaem atividades especiais; agratificação de localidadeespecial (se servir em re-giões inóspitas) e a gratifi-cação de representação(por postos de comando ouviagem de representação).

Deputados aprovamreajuste de 13%

para militares

Apreciação pelo STF acirra debateentre oposição e governistas

RECURSO DE DIRCEU

Parlamentaresdebatem redução

de custos paradefensivos agrícolas

Papel do Legislativoem acordos

internacionaispode ser fortalecido

Paulo Bernardo prevêsolução para servidores

de ex-territóriosem dezembro

A votação de recurso do deputado José Dirceu, on-tem, no Supremo Tribunal Federal, provocou intensodebate no plenário entre líderes da oposição e de parti-dos da base aliada. O STF não decidiu sobre o recursoem que o ex-ministro da Casa Civil pede a suspensãona Câmara do seu processo de cassação, porque o mi-nistro que desempataria a votação, Sepúlveda Perten-ce, estava em licença médica.

O primeiro-vice-presidente da Câmara, JoséThomaz Nonô, o presidente do Conselho de Ética,Ricardo Izar, e o líder do PFL, Rodrigo Maia, consi-deraram a apreciação do mandado de segurança peloSTF uma interferência do Poder Judiciário no Legis-lativo. O líder do Governo, Arlindo Chinaglia, opresidente do PT, Ricardo Berzoini, e o líder petistaHenrique Fontana rebateram a tese da interferên-cia, argumentando ser preciso proteger o direito dequalquer cidadão de recorrer à Justiça.

O presidente Aldo Rebelo reafirmou ter feito tudoo que estava ao seu alcance para não permitir atrasonos processos sobre a perda de mandato de deputados,mas ressalvou que a Casa não vai se antecipar à decisãodo Supremo em relação a Dirceu. Página 3

J BATISTA

O presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar, protesta em plenário contra votação do STF

Deputados tentam resolver impassesobre novos recursos para o Fundeb

Página 5

Comissão especial aprova Estatutoe Plano Nacional da JuventudeA comissão

especial que ana-lisa a PEC 138/03, aprovou, on-tem, substitutivoà matéria que prevê a ins-tituição do Estatuto da Ju-ventude e a implantaçãodo Plano Nacional da Ju-

ventude, de du-r ação decena l ,que deverá arti-cu la r a s vá r i a sesferas do poder

público para a execuçãode políticas destinadas aojovem. A matéria vai aoPlenário. Página 8

Projeto que pune violênciadoméstica vai ao Plenário

Página 8

A Comissão Espe-cial do Processo Elei-toral aprovou ontems u b s t i t u t i v o à P E C446/05, que adia até31 de dezembro o pra-zo para alterações no pro-cesso eleitoral de 2006. Aúnica alteração no texto dorelator foi a rejeição do fim

Comissão fixa em 31 de dezembroprazo de mudança na lei eleitoral

Página 2

d a v e r t i c a l i z a ç ã onas coligações par-tidárias. Com isso, ot e x t o m a n t e v e aobrigatoriedade deque os partidos repi-

tam, nos estados, as aliançasfeitas nacionalmente, con-forme regra definida peloTSE em 2002.

Fidelidade partidáriaNo plenário foi aprovado substitutivo a projeto de resolução

que disciplina a distribuição proporcional aos partidos e blocospartidários das vagas nas comissões e na Mesa Diretora daCasa, com o objetivo de assegurar o respeito ao princípio dafidelidade partidária. Segundo o substitutivo do deputado Men-des Ribeiro Filho, que reúne propostas dos deputados BismarckMaia e Antonio Carlos Biscaia, no caso das comissões, a distri-buição proporcional às bancadas levará em conta a composiçãonumérica obtida com o resultado final das eleições e permanece-rá inalterada por toda a legislatura. Na Mesa, se o integrante docolegiado mudar de partido, perderá automaticamente o cargo.

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ELTON BOMFIM

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Brasília, 24 de novembro de 200522

Mesa da Câmara dos Deputados - 52a Legislatura

Diretor: William França (61) 3216-1500 - Fax: (61) 3216-1505

Editores: (61) 3216-1666Luís Castro, Renata Torres,Roberto Seabra e RosalvaNunes

SECOM - Secretaria de Comunicação Social

Endereço: Câmara dos Deputados - Anexo I - Sala 1508 - CEP: 70160-900 Brasília - DF

Diretora:Amneres Pereira(61) 3216-1651Editor-chefe:Marcondes Sampaio

Jornal da Câmara

Diagramadores:(61) 3216-1667Guilherme Rangel Barros, JoséAntonio Filho, José Alberto eRoselene Guedes de Figueiredo

Presidente:Aldo Rebelo (PCdoB-SP)1º Vice-Presidente:José Thomaz Nonô (PFL-AL)2º Vice-Presidente:Ciro Nogueira (PP-PI)1º Secretário:Inocêncio Oliveira (PL-PE)2º Secretário:Nilton Capixaba (PTB-RO)

3º Secretário:Eduardo Gomes (PSDB-TO)4º Secretário:João Caldas (PL-AL)Suplentes:Givaldo Carimbão (PSB-AL),Jorge Alberto (PMDB-SE),Geraldo Resende (PPS-MS)e Mário Heringer (PDT-MG)

Procuradoria Parlamentar:Ney Lopes (PFL-RN)

Ouvidoria Parlamentar:Custódio Mattos (PSDB-MG)

Diretor-Geral:Sérgio Sampaiode Almeida

Secretário-Geral da Mesa:Mozart Vianna de Paiva

AGENDA

A pauta completa do plenário e das comissões pode ser consultada no endereço eletrônico www2.camara.gov.br/agendacdSAIBA MAIS

Conselho de ÉticaO deputado João Paulo Cunha (PT-SP) presta

depoimento ao Conselho de Ética e de Decoro Parla-mentar, às 10 horas, no Plenário 5.

Petróleo na AmazôniaO diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo, Ha-

roldo Lima, participa da audiência pública que a Comis-são da Amazônia realiza, às 10 horas, no Plenário 15,para debater a exploração de petróleo na Amazônia.

Paz no EsporteA Comissão de Turismo, debate, às 9h30 no Plenário

7, trabalho da Comissão Paz no Esporte, instituída peloMinistério do Esporte. Participa, entre outros, o coorde-nador da Comissão Paz no Esporte, Marco Aurélio Klein.

Capitalização de jurosPara subsidiar a discussão do PL 4.678/2004, do

Quinta-feira, 24/11/2005

A Comissão Especial do Processo Eleitoral aprovou ontem osubstitutivo do deputado Marcelo Barbieri (PMDB-SP) à Propostade Emenda à Constituição (PEC) 446/05, de autoria do deputadoNey Lopes (PFL-RN), que adia de 30 de setembro para 31 dedezembro deste ano o prazo para alterações no processo eleito-ral de 2006. A única alteração no texto do relator foi a rejeição dofim da verticalização nas coligações partidárias. Com isso, o textomanteve a obrigatoriedade de que os partidos repitam, nos esta-dos, as alianças feitas nacionalmente, conforme regra definidapelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2002.

O substitutivo engloba os principais pontos da Reforma Elei-toral: a instituição de listas preordenadas de candidatos nospleitos proporcionais, o financiamento público exclusivo de cam-panha e o estímulo à fidelidade partidária. Outras medidas pro-postas são a proibição das coligações em eleições proporcio-nais e a criação de federações partidárias.

De acordo com o texto, o parlamentar que abandonar o parti-do pelo qual se elegeu não poderá se filiar a nova legenda duran-te a legislatura iniciada em 2007, sob pena de perder o mandato.O número da coligação é diferente dos números que identificamos partidos participantes. O substitutivo determina também a proi-bição das coligações para as eleições proporcionais. Segundo orelator, essa é outra mudança que busca fortalecer os partidos.“O uso desse mecanismo desvia os votos dos eleitores de umpartido para outro, distorcendo a representação partidária”, ob-servou Barbieri.

O Plenário aprovou on-tem o Projeto de Lei 6.031/05, do Poder Executivo,que aumenta em 13% o sol-do dos militares das ForçasArmadas a partir de 1º deoutubro deste ano. Em2005, o reajuste provocaráimpacto financeiro estima-do em R$ 1,12 bilhão. Em2006 e 2007, o impacto será deR$ 2,88 bilhões.

A matéria obteve regime deurgência e foi relatada em plenáriopelos deputados Henrique Eduar-do Alves (PMDB-RN), pela Co-missão de Trabalho, Administra-ção e Serviço Público; Jair Bolso-naro (PP-RJ), pela Comissão deRelações Exteriores e de DefesaNacional; Nelson Marquezelli(PTB-SP), pela Comissão de Fi-nanças e Tributação; e AntonioCarlos Biscaia (PT-RJ), pela Co-missão de Constituição e Justiça ede Cidadania (CCJC).

O relator do projeto pelaCCJC, Antonio Carlos Biscaia,rejeitou todas as emendas por con-siderá-las inconstitucionais. A

Aprovado reajuste de 13% para militares

primeira emenda permitia que osmilitares, ao se aposentarem, re-cebessem não só o soldo do postoseguinte, mas também a patente.A segunda alterava regras da con-cessão do auxílio-invalidez, en-quanto outras emendas conce-diam aumento de 10% a partir dopróximo ano e retroagiam o au-mento deste ano a 1º de abril.

De acordo com o projeto, o mai-or soldo militar será de R$ 5.595.Receberão esse valor o almirante-de-esquadra, o general-de-exér-cito e o tenente-brigadeiro. Osoldado-recruta receberá o me-nor salário: R$ 168. Além dosoldo, os militares recebem ou-tros adicionais e gratificações.

Discussão do projetoDurante os debates, o lí-

der do PT, deputado Henri-que Fontana (RS), elogiouo Governo Lula por ter envi-ado a proposta ao Congresso.Fontana lembrou que o Po-der Executivo já assumiu ocompromisso de dar um novoaumento à categoria em2006, com índice de 10%.Jair Bolsonaro informou ter

feito um acordo com a base ali-ada no sentido de que o Execu-tivo envie ao Congresso umprojeto de lei determinando queo valor do auxílio-invalidez pagoaos militares não poderá ser in-ferior ao soldo de um cabo (pos-to imediatamente superior ao desoldado). Relator pela Comissãode Finanças e Tributação, Nel-son Marquezelli disse que, ape-sar de pequeno, o aumento aju-da a corrigir as injustiças contraos integrantes das Forças Arma-das. Para Alberto Fraga (PFL-DF), os militares não devem fi-car satisfeitos com o reajuste, queele considera pouco significativo.

deputado Celso Russomanno (PP-SP), que proíbe aprática do anatocismo, ou seja, a cobrança de juros sobrejuros, a Comissão de Defesa do Consumidor realizaaudiência pública, às 10 horas, no Plenário 10. Entre osconvidados, o presidente da Confederação Nacional doComércio, Antonio José Oliveira Santos.

Usina de álcoolA construção de usinas de álcool na Bacia do Alto

Paraguai será debatida na Comissão do Meio Ambiente,às 10 horas, no Plenário 6, com a participação do coor-denador do Programa Pantanal do Ministério do MeioAmbiente, Paulo Guilherme Francisco Cabral.

Previdência estimadaA Comissão de Trabalho realiza audiência pública, às

10 horas, no Plenário 12, sobre a Cobertura PrevidenciáriaEstimada, implementada pelo Ministério da Previdência/INSS. Entre os convidados, a coordenadora-geral de Be-nefícios por Incapacidade, Teresa Cristina Santos Maltes.

Tráfico de armasA CPI do Tráfico de Armas

ouve os líderes de uma dasmaiores quadrilha de tráfico dearmas da Região Sul. A reuniãoestá agendada para as 10 ho-ras, no Plenário 11.

Relatório finalDiscussão e votação do relatório final da CPMI da

Terra, às 11 horas, na Sala 6, da Ala Senador NiloCoelho, no Senado.

Bacia do São FranciscoA Comissão Especial instalada para analisar a PEC

524/02, que cria o fundo de Revitalização da Bacia doRio São Francisco, reúne-se, às 9 horas, Plenário13, para discussão e votação do parecer do relator,deputado Fernando Ferro (PT-PE).

Comissão aprova mudançaspara eleições de 2006

LAYCER TOMAZ

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Brasília, 24 de novembro de 2005 3

Votação do STF divide parlamentares

Ao comentar o adiamento do julgamento do recurso de JoséDirceu no STF, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, reafirmouter feito tudo o que estava ao seu alcance para não permitirnenhum atraso nos processos em andamento sobre a perdade mandato de deputados, mas ressalvou que a Casa não vaise antecipar à decisão do Supremo em relação a José Dirceu.

“Eu não poderia me antecipar a qualquer julgamento sobreuma questão que nem sequer foi concluída. Não posso me mani-festar sem conhecer as nuances das decisões do STF”, afirmou.“Os deputados podem ficar tranqüilos, pois todas as decisõesserão no sentido de preservar a instituição”, acrescentou.

Solução rápidaAldo ressaltou que é o maior interessado em uma solução

rápida para os processos de perdas de mandato, “para que aCasa possa respirar novamente o seu ambiente verdadeiro, dediscussão e votação de matérias de interesse do País”. Elelembrou ter pedido ao deputado Ricardo Izar que mantivesse oConselho de Ética funcionando em tempo integral, justamentepara não haver nenhum atraso nos processos contra deputados.

Deputados debateram papel do STF em relação aos processos de cassação

LAYCER TOMAZ

Aldo diz que Câmara não vai seantecipar à decisão do Supremo

RECURSO DE JOSÉ DIRCEU

A votação do recurso do de-putado José Dirceu (PT-SP) noSupremo Tribunal Federal (STF),que terminou em empate ontem,provocou divergências entre osdeputados oposicionistas e dabase aliada em relação a uma in-gerência, alegada pela oposição,do Poder Judiciário no Legislati-vo. O primeiro-vice-presidenteda Câmara, deputado José Tho-maz Nonô (PFL-AL), e o presi-dente do Conselho de Ética eDecoro Parlamentar, deputadoRicardo Izar (PTB-SP), critica-ram a possibilidade de adiamen-to da votação no plenário doprocesso contra Dirceu, marca-da para quarta-feira (30), e apon-taram interferência do Judiciá-rio em matérias de competênciada Câmara, tese que foi rechaça-da pelo líder do Governo, depu-tado Arlindo Chinaglia (PT-SP) e pelo presidente do PT, de-putado Ricardo Berzoini (SP).

EmpateO STF não decidiu ontem so-

bre a liminar na qual Dirceu pedea suspensão do processo contra elena Câmara porque cinco minis-tros votaram contra a concessãoda liminar, enquanto cinco aca-taram partes do recurso. O minis-tro que desempataria o resultado,Sepúlveda Pertence, estava emlicença médica e, por isso, a deci-são pode ser adiada para a próxi-ma semana.

InterferênciaThomaz Nonô e Ricardo Izar

argumentaram que os ministrosnão deveriam ter a possibilida-de de suspender os processos deperda de mandato de deputados.“A Câmara não pode ter um pa-pel de subordinação em relaçãoao STF. Se continuar essa inter-ferência, corremos o risco de terque enviar todos os processos doConselho de Ética aos ministrosdo Supremo”, afirmou Nonô,para quem o que está acontecen-do é “um insulto, uma vergonha”.

Izar disse que ficou indigna-do com o comportamento de al-guns ministros do STF. “Eles nãosabem como funciona o Conse-lho de Ética e, portanto, nãodeveriam interferir no trabalhoisento que temos realizado.”

Na avaliação do líder do PFL,deputado Rodrigo Maia (RJ),o STF realmente interferiu em

assuntos da Câmara. “A nossainstituição está sendo ferida;não podemos aceitar essa des-moralização”, argumentou.

Na opinião do relator do pro-cesso contra Dirceu no Conse-lho de Ética, deputado Júlio Del-gado (PSB-MG),a defesa do par-lamentar não foi prejudicada emnenhum momento. “Nós cum-primos rigorosamente todos osprocedimentos”, ressaltou.

O líder do PSDB, deputadoAlberto Goldman (SP), disseter assistido, ao longo de seis

mandatos, a diversos processossemelhantes ao de Dirceu, semque houvesse nenhuma interfe-rência externa. “Eu nunca vi,nunca acompanhei, nunca sou-be de intervenções tão sucessi-vas do STF na ação do CongressoNacional em matéria interna”.

Direito de defesaA tese da interferência do Ju-

diciário foi rebatida pelos líderesdo Governo, Arlindo Chinaglia,e do PT, Henrique Fontana(RS), além de Ricardo Berzoini.“Se qualquer cidadão pode recor-

rer ao STF, por que um deputadotambém não pode?”, questionouChinaglia, afirmando que as crí-ticas da oposição ao Supremo sãomotivadas por interesses políti-cos. “É preciso proteger o direitode qualquer cidadão de recorrerà Justiça”, acrescentou.

Para Ricardo Berzoini, nãohouve ingerência no caso. “Eudefendo as prerrogativas da Câ-mara, mas nenhum dos pode-res pode ficar livre do controlede constitucionalidade”, afir-mou, considerando justo o Su-premo avaliar o recurso “pois o

mandato de Dirceu foi conquis-tado por meio da expressão davontade popular e ele tem di-reito a uma ampla defesa”.

Henrique Fontana disse quea oposição não pode desrespei-tar o direito de qualquer cidadãode buscar o acesso aos devidosprocessos legais. “Não faz senti-do, portanto, buscar um conflitoda Câmara com o STF”, afirmou.

Para Fontana, a isenção daMesa Diretora da Câmara nãopode ser questionada, pois o pre-sidente Aldo Rebelo vem agindocom imparcialidade e equilíbrio.

Romeu Queiroz recorre à CCJC contra cassaçãoO deputado Romeu

Queiroz (PTB-MG) apre-sentou ontem recurso à Co-missão de Constituição e Jus-tiça e de Cidadania (CCJC)contra a representação e oparecer do Conselho de Éti-ca que recomendam a perdade mandato do parlamentar.Queiroz pede que o processoseja enviado à Mesa sem o re-latório, porque o Conselhode Ética não cumpriu o pra-zo regimental de votação doparecer em cinco sessões or-dinárias.

O Conselho analisou orelatório nos dias 26 e 31 deoutubro e 1º, 3 e 8 de no-

vembro. A votação, no entan-to, só ocorreu em 9 de novem-bro, no sexto dia de análise.

O recurso também pede anulidade da representação, jáque os advogados do PL não ti-nham procuração com poderesespeciais para apresentar a quei-xa contra Queiroz ao Conselhode Ética, conforme exige o Có-digo de Processo Penal. A defe-sa do deputado observa que opróprio PL pediu posteriormen-te a retirada da representação.

TramitaçãoOs advogados de Queiroz

querem ainda que o processoseja encaminhado à Mesa Di-retora, para votação em plená-

rio, somente depois da análisedo recurso pela CCJC. A vota-

ção em plenário está marca-da para o dia 7 de dezembro.

Ao julgar recurso do de-putado José Dirceu, a comis-são já decidiu que a Mesa nãopode receber o processo decassação de um parlamentaraté a decisão da CCJC. A vo-tação do processo tambémpode ser adiada com a possi-bilidade de mudança na datada decisão sobre o processocontra José Dirceu, marcada,em princípio, para a próxi-ma quarta-feira (30).

O recurso de RomeuQueiroz na CCJC será rela-tado pelo deputado PauloAfonso (PMDB-SC).

Romeu Queiroz

GIL

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PINGA-FOGO

Brasília, 24 de novembro de 20054

Deputados elogiameleição de Tasso para

presidência do PSDBEduardo Gomes (PSDB-

TO) elogiou a realização daconvenção nacional doPSDB, no último final de se-mana, em Brasília, quando osenador Tasso Jereissati(CE) foi eleito presidente na-cional da sigla. Além disso,Eduardo Gomes agradeceuao deputado Bismarck Maia(PSDB-CE) pelo trabalho rea-lizado na Secretaria-Geral dopartido, agora sob responsa-bilidade do deputado Eduar-do Paes (PSDB-RJ). Na opi-nião de Eduardo Gomes, am-bos trabalham pela unidadepartidária. O deputado aindaafirmou que a sociedade estáatenta ao que ocorre no País,principalmente quanto às de-núncias de corrupção que en-volvem o PT e o Governo, eque as próximas eleições se-rão acompanhadas commaior interesse.

Bismarck Maia citou tre-chos do discurso de possedo novo presidente, duranteo qual Jereissati destacou osucesso do PSDB no enfren-tamento de grandes desafi-os nacionais, como o comba-te à inflação e ao desequilí-brio fiscal das contas públi-cas. Bismarck Maia ressaltouque Tasso Jereissati defen-deu uma revisão do sistemaeleitoral, com o objetivo dereduzir os custos de campa-nha, dar mais transparênciaao processo e punir de formaexemplar os desvios de con-duta e de dinheiro público.

Também Antenor Naspo-lini (PSDB-CE) elogiou a elei-ção de Tasso Jeressaiti paraa presidência do partido, des-tacando que, durante a con-venção nacional, também fo-ram discutidas e apontadasalternativas para o País.

PSB em PernambucoGonzaga Patriota (PSB-

PE) registrou a solenidade defiliação de vários líderes polí-ticos do município de SerraTalhada (PE) ao Partido Soci-alista Brasileiro. O deputadocomemorou a filiação deJosé Raimundo, Izivaldo Con-rado e Ronaldo Melo, os trêsvereadores mais votados domunicípio na última eleição.Segundo Patriota, a filiação delíderes sindicais, empresári-os e intelectuais ao PSB ofe-recerão ao município uma ter-ceira via política para promo-ver o crescimento e o desen-volvimento da região.

Maninha elogia Exército, mas quer retorno dos soldadosA deputada Maninha (PSOL-DF), autora do requerimento para a

audiência, elogiou a atuação do Exército Brasileiro na estabilizaçãodo Haiti, mas ponderou que a situação não evoluiu como o espera-do. Ela citou as denúncias de desrespeito aos direitos humanos e oadiamento das eleições previstas para 27 de dezembro.

O ex-comandante das Forças de Paz explicou que o registroeleitoral foi cumprido com sucesso, alcançando mais de 3,5milhões de eleitores, e que as eleições estão previstas para 7de fevereiro. A manutenção da força de paz após o dia 15 defevereiro de 2006 será decidida pelo Conselho de Segurança daONU e a participação de tropas brasileiras é uma decisão políti-ca que cabe ao Congresso Nacional.

O deputado Babá (PSOL-PA) anunciou que irá apresentarprojeto de decreto legislativo determinando o retorno da tropabrasileira. Para o deputado João Herrmann Neto (PDT-SP), ape-sar do excelente trabalho desenvolvido pelos soldados brasilei-ros, essa atuação chegou ao limite. Na opinião do parlamentar,que é casado com uma haitiana, se não houver aporte de recur-sos para financiar a retomada da economia do país, não serápossível a consolidação do processo de paz.

A participação de deputados esenadores nas negociações de acor-dos comerciais internacionais foidefendida com veemência por re-presentantes do Congresso, deempresas privadas, da academia edo Itamaraty em audiência públi-ca realizada ontem pela Comissãode Desenvolvimento Econômico,Indústria e Comércio.

O deputado Júlio Redecker(PSDB-RS) solicitou a realizaçãoda audiência para discutir o Proje-to de Lei 4.291/04, do Senado, quedefine os objetivos, métodos e for-mas de participação do Congressoe do Governo nas negociações co-merciais multilaterais, regionaisou bilaterais. Redecker, que relatao projeto, deu parecer favorável aotexto e pretende colocá-lo em vo-tação na próxima reunião delibe-rativa da comissão.

Para o professor e pesquisadorda Fundação Getúlio Vargas PauloNogueira Batista Júnior, o Con-gresso corre o risco de ser “forte-mente esvaziado”, caso não estejaostensivamente presente nas ne-gociações internacionais, uma vezque o “poder de legislar” poderiaser transferido para os organismosmultilaterais de comércio.

Nos últimos 15 anos, segun-

Parlamentares querem participarde acordos internacionais

Durante a audiência, o co-presidente da Área de Livre Co-mércio das Américas (Alca) parao Brasil e cônsul-geral em Bue-nos Aires, Adhemar Bahadian,afirmou que passaria por mo-mentos “muito menos angusti-antes” durante o processo de ne-gociação da Alca, se já existisseno Brasil uma lei que desse aosnegociadores o respaldo doCongresso Nacional. O docu-mento da Alca, disse Bahadian,tem atualmente cerca de 5 milpáginas e, como não há essalegislação, o material deverá che-gar para ser referendado pelos

deputados e senadores “de ma-neira formal, sem a participaçãoefetiva dos parlamentares” na suaelaboração.

Segundo Bahadian, o docu-mento registra uma série de im-posições que “surpreenderiam” oBrasil. Essas regras, ainda não de-finitivas, obrigam a realização delicitações internacionais para todasas compras públicas; retiram dosistema jurídico brasileiro o poderde julgar litígios entre empresasnacionais e estrangeiras, mesmoque as últimas tenham sede noBrasil; e dariam mais poder demonopólio às indústrias farma-

cêuticas americanas, porque di-ficultariam a fabricação de gené-ricos. O embaixador se disse“perplexo” com o fato de só agorao Congresso Nacional estar dis-cutindo o assunto

O representante da Federa-ção das Indústrias do Estado deSão Paulo (Fiesp) Diego Bono-mo reivindicou o aumento dasgarantias de participação dasempresas privadas nas negocia-ções. O senador Suplicy comen-tou que o projeto já prevê a parti-cipação das empresas nas dis-cussões com o Congresso Na-cional.

Respaldo do Congresso facilitaria processo da Alca, diz Bahadian

Em audiência realizada ontemna Comissão de Relações Exteri-ores e Defesa Nacional, o gene-ral Augusto Heleno Ribeiroafirmou que a violência noHaiti está controlada e que nãohá risco de guerra civil. Ele re-conheceu, no entanto, que só aintervenção militar não serásuficiente para devolver a nor-malidade à sociedade haitiana.

O general brasileiro, que es-teve no comando da Força dePaz das Nações Unidas no Hai-ti até o último dia 31 de agosto,rebateu denúncia de entidadesde direitos civis sobre violaçõespraticadas pelas tropas de pazna capital, Porto Príncipe, em6 de julho. Segundo Heleno Ri-beiro, a ação realizada no bair-ro Cité Soleil que resultou namorte do líder de uma das prin-cipais gangues da capital, DredWilmé, não teve nenhum oumuito poucos efeitos colaterais.“Uma hora depois da ação, as

rádios locais foram lá e nãoconstataram as irregularidadesapontadas”, afirmou.

O general disse que as de-núncias das execuções só come-çaram a aparecer um dia depoisdo incidente e certamente fo-ram realizadas por remanescen-tes das gangues, como retalia-ção à população que colaboroucom a sua localização. “A mai-oria das execuções era de pesso-as feridas à bala na cabeça, o quenão caracteriza ferimentos rea-lizados durante uma ação mili-tar”, explicou.

O general atribuiu as denún-cias às ligações de seus autores aoex-presidente do Haiti Jean-Ber-trand Aristide, derrubado em fe-vereiro de 2004 com apoio dosEstados Unidos. “Os direitos hu-manos são a linha divisória en-tre os regimes democráticos e ostotalitários, mas é preciso tratardessa questão com muita respon-sabilidade e, antes de dar credi-

bilidade a ataques a um trabalhoque é difícil e tão importante, épreciso verificar os interesses queestão por trás das denúncias”, ar-gumentou.

Na avaliação de Heleno Ri-

beiro, as tropas brasileiras gozamhoje do mesmo prestígio dequando a seleção brasileira rea-lizou partida amistosa no Paísem agosto do ano passado, coma presença do presidente Lula.

do Nogueira Batista, as negocia-ções internacionais estão mais“ambiciosas”. Em sua opinião, a

aprovação do PL 4.291/04 forta-lece a influência dos parlamen-tares nesses acordos e garante

respaldo aos negociadores inter-nacionais.

O secretário-geral de Rela-ções Exteriores do Ministério dasRelações Exteriores, Samuel Pi-nheiro Guimarães, disse que oItamaraty tem procurado agir em“estreita coordenação” com oCongresso Nacional em relaçãoàs negociações externas “tanto noâmbito comercial quanto no po-lítico”. Para ele, a participação doCongresso é de “extrema impor-tância”, uma vez que esses acor-dos alteram a legislação do País.

General rebate denúncias contra tropas no Haiti

Samuel Pinheiro, deputado Romeu Queiroz, Eduardo Suplicy e Paulo Nogueira

OTÁVIO PRAXEDES

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Brasília, 24 de novembro de 2005 5

PINGA-FOGO

O deputado HenriqueAfonso (PT-AC) fez umapelo para que a Câmaraaprove a Proposta de Emen-da à Constituição (PEC)415/05, que trata do Fundode Manutenção e Desenvol-vimento da Educação Bási-ca. O Fundeb, como é cha-mado, aumenta os recursosaplicados pela União, pelosestados e pelos municípiosna educação básica pública,com o objetivo de melhorara formação e o salário dosprofissionais da educação.

Na opinião do deputado,apesar da a medida não re-solver todos os problemas daeducação brasileira, “servirápara dar um salto de extre-ma importância para a tãosonhada democratização daescola pública”.

De acordo com dados doMinistério da Educação(MEC), em 2002, a taxa de

Ensino superiorPaulo Pimenta (PT-RS)

destacou o convênio de co-operação técnica firmado en-tre o Ministério da Educação,as universidades federais deSanta Maria e Pelotas e asprefeituras da região para aimplantação da universidadefederal do Pampa. Na visãodo deputado, a universidadeconstitui-se na mais impor-tante realização do GovernoLula no sul do estado por-que, segundo ele, a institui-ção de ensino superior serávoltada exclusivamente parao desenvolvimento da região.

Contrato da UnBJuíza Denise Frossard

(PPS-RJ) alertou para o pa-gamento irregular de R$ 693mil pelo INSS a um contratojá rescindido com a UnB. Adeputada encaminhou a de-núncia à Corregedoria- Ge-ral da União e elogiou a ati-tude do ministro Waldir Pi-res de pedir a investigaçãodo caso e adotar as providên-cias cabíveis.

Érico VeríssimoElimar Máximo Da-

masceno (PRONA-SP) re-gistrou o centenário de nas-cimento do escritor gaúchoÉrico Veríssimo, afirmandoque suas obras honram a lín-gua portuguesa. “Falecidoem 1975, há 30 anos, por-tanto, Érico Veríssimo per-manece vivo no coração ena lembrança dos que nelereconhecem um excelenteescritor, sua correção morale atuação em defesa da li-berdade e justiça social”,destacou o parlamentar.

TJ da ParaíbaMarcondes Gadelha

(PSB-PB) registrou a apo-sentadoria do presidente doTribunal de Justiça da Paraí-ba, Júlio Aurélio Moreira Cou-tinho. O deputado elogiou otrabalho realizado pelo de-sembargador, destacandosua conduta íntegra e suacapacidade de administra-ção. Entre as iniciativas ado-tadas pelo desembargador,Gadelha ressaltou o JustiçaCidadã, um programa itine-rante que oferece assistên-cia jurídica aos paraibanos,especialmente aos mais ca-rentes.

Comissão ouve Palocci na terçasobre recursos do Fundeb

A comissão especial queanalisa a Proposta de Emendaà Constituição 415/05, quecria o Fundo de Manutençãoe Desenvolvimento do Ensi-no Básico (Fundeb), recebe,na próxima terça-feira (29),o ministro da Fazenda, An-tonio Palocci, para discutir asfontes de f inanciamentopara o fundo. O encontro seráàs 10 horas. Às 14 horas domesmo dia, a comissão reú-ne-se novamente, para assis-tir à leitura do relatório dadeputada Iara Bernardi (PT-SP) sobre a matéria.

Ontem, após reunião rea-lizada entre Palocci e inte-grantes da comissão, foi for-mado um grupo de trabalho,composto por deputados dacomissão especial e represen-tantes dos ministérios da Fa-zenda, do Planejamento, daEducação e da Casa Civil, paratentar resolver o impasse re-lativo às fontes de financia-mento do Fundeb. Na reu-

nião, Palocci condicionou ainclusão de novos recursospara o Fundeb ao aumento dacarga tributária ou à conten-ção de despesas em outras áreas.A inclusão das creches - queatendem crianças até três anos- no Fundeb dependeria dessasnovas fontes.

Iara Bernardi disse, após oencontro, que não está dis-posta a recuar da decisão deincluir as creches. “Trata-sede uma decisão da comissão e

não apenas da relatora”, de-clarou. A parlamentar afir-mou que o grupo pretendetrabalhar intensamente, “tal-vez até mesmo no sábado edomingo”, para viabilizar aparticipação de Palocci na co-missão na próxima semana,seguida da votação do relató-rio. Apesar do atraso, a rela-tora da PEC acredita que ofundo pode entrar em vigor jáno próximo ano.

Entretanto, o otimismo da

deputada petista em aprovar oFundeb a tempo não é com-partilhado pela deputada Pro-fessora Raquel Teixeira(PSDB-GO). “Nós nos de-mos um prazo muito exíguo detrabalho. Há o engajamentode todos para que a matériaentre em vigor em 2006, masa gente sai daqui com a sensa-ção de que esse projeto não épara o ano que vem. Portan-to, é um projeto para o próxi-mo governo”, avaliou.

O presidente da comissãoespecial, deputado SeverianoAlves (PDT-BA), destacoumais um ponto que pode im-possibilitar a aprovação daPEC: a falta de tempo, já quea proposta precisa ser aprova-da em dois turnos tanto naCâmara quanto no Senadopara começar a vigorar em2006. De acordo com o depu-tado, só uma convocação ex-traordinária daria aos parla-mentares tempo suficientepara aprovar a proposta.

Henrique Afonso

Henrique Afonso faz apelo para que fundo seja aprovado

analfabetismo no Brasil era de11,8%, na faixa etária de jo-vens acima de 15 anos. “Con-siderando os diferentes seg-mentos da população, as desi-gualdades se acentuam entrenegros e pardos, em relação aosbrancos. E entre os que mo-ram na zona rural a taxa deanalfabetismo é três vezesmaior que a verificada na po-

pulação urbana”, ressaltouAfonso. A desigualdade écomprovada também, segun-do o parlamentar, quando secompara a infra-estrutura en-tre escolas públicas e privadas.Das instituições de ensino pú-blico, revelou, nas escolas doensino fundamental, 54% pos-suíam biblioteca, 16%, labora-tório de ciências, 26%, labora-tório de informática e 29%,acesso à Internet. “Na rede pri-vada, estes índices são, respec-tivamente, 87%, 58%, 75% e76%”, completou.

Outro problema que oFundeb tentará resolver, naopinião do parlamentar, dizrespeito ao salário dos profes-sores. De acordo com pesqui-sa feita pelo Instituto Nacio-nal de Estudos e PesquisasEducacionais Anísio Teixeira(Inep), um professor que atuano nível médio ganha, emmédia, R$ 866. “Esse valor re-

presenta 57% da remunera-ção de um policial civil, 34%do que ganha um delegado ouum advogado e 10% do queganha um juiz de direito”,comparou Afonso.

Na opinião do deputado,o Brasil deveria fazer comoCoréia do Sul, Malásia e Ir-landa, que definiram a edu-cação como prioridade e pas-saram a realizar investimen-tos no setor, tendo como re-torno o desenvolvimento detecnologias e a geração deempregos. “Num país como oBrasil, com enorme déficiteducacional, o mínimo idealque deveria ser aplicado naeducação é de 7% do PIB, con-forme pede o Plano Nacionalde Educação”, defendeu Hen-rique. O deputado fez tambémum pedido ao Governo paraque diminua o superávit pri-mário e utilize essa verba naeducação pública.

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Relatora Iara Bernardi e o presidente da comissão, Severiano Alves

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PINGA-FOGO

Brasília, 24 de novembro de 20056

Ronaldo Caiado

O cont ingenciamentodos recursos no Orçamen-to destinados à área agrí-cola foi criticado pelo depu-tado Almir Sá (PL-RR), queatribuiu o ressurgimento defocos de febre aftosa à fal-ta de recursos no setor. “Acrise advinda do surto deaftosa já causou prejuízosde mais de 1,5 bilhão de dó-lares, cerca de R$ 3,6 bi-lhões. Precisamos discutirlogo medidas a serem im-plantadas para que não co-metamos os mesmos errosque provocaram a reinci-dência da doença em nos-so território e para que pos-samos nos prevenir da gri-pe aviária, que já atingiu aÁsia, a Europa e também aColômbia”, advertiu.

De acordo com AlmirSá, de uma previsão inicialde verbas de R$ 167 mi-lhões, o orçamento do Mi-nistério da Agricultura foireduzido a R$ 37 milhõespara o combate à aftosa, eapenas 3,4% desses recur-sos teriam sido executadosaté agora. O deputado des-tacou, entretanto, que a af-tosa não é o único fator res-ponsável pelos prejuízos naagropecuária pois, para apróxima safra, está previs-ta uma redução na área degrãos e nos preços ao pro-dutor, além da manutençãodos preços dos insumos.

“ As perdas do setordesde o início do ano jáchegam a R$ 16 bilhões, eo seguro do Governo, pro-metido para a safra 2005/2006, cobre só 0,8% daárea plantada em todo oPaís”, afirmou Almir Sá, res-saltando que, a previsão decrescimento da agriculturaé de quase zero para 2006.O deputado alertou para asconseqüências da cr isenas exportações e pediumedidas para o setor, comoa edição de uma medidaprovisória autorizando o re-gistro de genéricos agroquí-micos; melhores condiçõesde trabalho e de salário paraos fiscais agropecuários;mais rigor na defesa fitossa-nitária; prorrogação da par-cela da dívida referente à se-curitização do setor agrope-cuário; e a criação de umaagência reguladora do agro-negócio, para aprimorar ereestruturar o setor.

O presidente da Câmara Se-torial de Insumos Agropecuá-rios do Ministério da Agricul-tura, Pecuária e Abastecimen-to, Cristiano Valter Simon, ad-mitiu na quarta-feira que o re-gistro para um defensivo agrí-cola genérico pode custar atéR$ 4 milhões. Ele explicou queos testes dos produtos, que ana-lisam o impacto no meio ambi-ente e na saúde humana, sãomuito caros. Com a simplifica-ção do processo de registro, ocusto cairia para R$ 120 mil.

Segundo Simon, atualmen-te 38 empresas aguardam regis-tro de defensivos genéricos.

Ele participou da reunião daComissão de Agricultura, Pe-cuária, Abastecimento e De-senvolvimento Rural para dis-cutir a simplificação de regis-tro do comércio de defensivosagrícolas genéricos. A audiên-cia foi solicitada pelos deputa-dos Assis Miguel do Couto(PT-PR), João Grandão (PT-MS) e Anselmo (PT-RO).

O chefe do DepartamentoEconômico da Confederaçãoda Agricultura e Pecuária do

Brasil (CNA), Getúlio Per-nambuco, propôs que a apro-vação de registro para defensi-vos genéricos seja feita apenaspelo Ministério da Agricultu-ra, e não mais em conjuntocom os ministérios da Saúde edo Meio Ambiente. Pernam-buco argumenta que a medidavai simplificar a produção, vis-to que os variados testes exi-gidos pelos três ministériossaem muito caro.

O presidente da Comissão,deputado Ronaldo Caiado(PFL-GO), apoiou essa pro-posta. Ele lembrou ainda que

cada interessado tem de pagar,além dos testes sobre o impactono meio ambiente e na saúdehumana, taxas para os ministé-rios a fim de obter o registro.

O deputado João Grandãofrisou que alguns defensivos fa-bricados no Brasil são 2.000%mais caros que os produzidos noMercosul e assinalou que há in-coerência nos discursos dosprodutores e dos fabricantes dedefensivos, pois estes dizem queos preços caíram. E o deputadoOrlando Desconsi (PT-RS)criticou a rigidez interna comrelação às exigências para a ob-tenção de registros de defensi-vos, quando entram ilegalmen-te no Brasil vários produtos fa-bricados no exterior.

Defensivos agrícolasO presidente da Câmara Se-

torial de Insumos Agropecuá-rios do Ministério da Agricul-tura, Pecuária e Abastecimen-to, Cristiano Valter Simon, dis-se que houve uma queda de27% na procura de defensivosagrícolas no período de 2004 a2005. Ele observou ainda que,por esse motivo, o aumento de

preços no setor está bem abai-xo da inflação neste ano.

A gerente de Normatizaçãoe Avaliação da área de toxico-logia da Anvisa, Letícia Rodri-gues da Silva, defendeu a reali-zação de testes para analisar oimpacto dos agrotóxicos nomeio ambiente e na saúde hu-mana, além do controle rigo-roso nos processos de regis-tro; o coordenador-geral deAgrotóxicos do Ministérioda Agricultura, Pecuária eAbastecimento, Júlio Cesarde Brito, reclamou da escas-sez de pessoal no órgão paraacelerar o registro de produ-tos agrotóxicos; o assessorinternacional do Ministériodo Desenvolvimento Agrá-rio, Laudemir Müller, defen-deu a eliminação gradual douso de agrotóxicos; e o di-retor executivo da Associa-ção Brasileira de DefensivosGenéricos (Aenda), TúlioTeixeira de Oliveira, conside-rou necessária a elaboraçãode um decreto para simplifi-car a aprovação de pesquisascom defensivos agrícolas.

Deputados e produtores ruraisquerem baratear defensivo agrícola

Almir Sá criticacortes no orçamento

da agricultura epede medidas extras

Senador Álvaro Dias e o relator, deputado João Alfredo

O parecer do relator daComissão Parlamentar Mistade Inquérito (CPMI) da Terradeputado João Alfredo(PSOL-CE) não pôde ser vo-tado na quarta-feira, pois vári-os parlamentares pediram vis-tas ao documento tão logo foiencerrada sua leitura.

João Alfredo afirma em seurelatório que o principal entra-ve para a resolução dos confli-tos no campo é a alta concen-tração fundiária existente noPaís. Segundo ele, cerca de 1,6%da população retém 46,8% dasterras e 5 milhões de famíliasvivem no meio rural com me-nos de dois salários mínimosde renda mensal. Ele ressaltouainda que, embora representem90,4% das terras cadastradas, aspequenas propriedades abran-gem apenas 27% dessas terras.

Para o deputado, a resistên-cia dos grandes latifundiários àreforma agrária, que alteraria o

perfil fundiário do País, é o mo-tivo pelo qual eclode a violênciano campo. Em seu relatório, JoãoAlfredo considera necessários oMovimento dos TrabalhadoresRurais Sem Terra (MST) e a Con-federação Nacional dos Traba-lhadores na Agricultura (Con-tag) para a realização da reformaagrária e que a ocupação de ter-ras pelo MST já foi consideradapelo Superior Tribunal de Justi-

ça (STJ) meio legítimo para de-mocratização fundiária.

O presidente da comissão,senador Álvaro Dias, disse quea responsabilidade pela crise nocampo não deve ser atribuídanem aos proprietários nem aostrabalhadores rurais, mas à “in-competência do governo atual”.O deputado Alberto Fraga(PFL-DF) afirmou que a CPMIvai derrubar o relatório, que se-

gundo ele, é um “libelo acusa-tório” - instrumento por meiodo qual o Ministério Públicopromove a acusação do réu -contra os produtores rurais.

IndiciamentosO relator propôs ainda o

indiciamento, entre outros,do presidente da União De-mocrática Ruralista (UDR),Luiz Antônio Nabhan Gar-cia, que teria aparecido em re-portagem do Jornal Nacionalportando armas ilegais, e deManoel Domingues PaesNeto, por ter sido encontra-do, em sua propriedade, umarsenal de armas de uso res-trito das Forças Armadas.

Para João Alfredo, as audi-torias do TCU são inconclu-sivas e as investigações aindaestão em fase preliminar. Elesugere que as sanções só sejamaplicadas após a comprovaçãodas irregularidades, com am-pla defesa para os suspeitos.

Divergências adiam votação do parecer da CPMI daTerra

EDSON SANTOS

DIÓGENIS SANTOS

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Brasília, 24 de novembro de 2005 7

PINGA-FOGO

Ilhas costeirasPedro Fernandes (PTB-MA)

voltou a afirmar que a EmendaConstitucional 46, promulgadaem maio deste ano, exclui dosbens da União as ilhas costei-ras que também são sede demunicípios. O deputado citouconsulta em que o advogado-geral da União, ministro ÁlvaroCosta, também entende que oterritório integral das ilhas não épropriedade da União, o queisenta cidades como São Luís eFlorianópolis da bitributação. Eleainda apelou ao Ministério Pú-blico do Maranhão para que in-vestigue os contratos da PetraEngenharia. O deputado alegahaver indícios de irregularidadeno orçamento apresentado paraa recuperação do teatro ArthurAzevedo, em São Luís, e lembraque a Petra Engenharia já foiacusada de construir estradasfantasmas.

Fiscais federaisFrancisco Rodrigues (PFL-

RR) defendeu as reivindicaçõesapresentadas pelos fiscais fede-rais agropecuários, que estãoem greve por melhores saláriose infra-estrutura de trabalho. Elesbuscam ainda ampliar a qualifi-cação profissional. O deputadolembrou que o então candidatoLuiz Inácio Lula da Silva prome-teu atender todas as reivindica-ções, pois entendia que eramprofissionais indispensáveispara o agronegócio nacional,setor que provoca impacto dire-to nas exportações. Rodriguesafirmou que a classe só decidiupela greve, no dia 7, quando oGoverno mostrou-se inflexívelpara negociar, mas mesmo as-sim manteve as operações nasregiões onde foram identificadosfocos de febre aftosa.

Rio São FranciscoAntonio Carlos Mendes

Thame (PSDB-SP) manifestoupreocupação com o processo delicenciamento ambiental para oinício das obras de transposiçãodas águas do Rio São Francis-co, pois até o momento, apenasa licença prévia foi expedida. Se-gundo o deputado, a diretoria delicenciamento do Ibama afirmouque não recebeu a lista das 40condições impostas para a rea-lização da obra. Na sua opinião,essas condições devem tornar-se públicas e acessíveis paratoda a sociedade. De acordo como parlamentar, o debate sobre aobra foi comprometido, pois fal-ta transparência quanto àsações. Ele apresentou requeri-mento exigindo que a Câmarareceba todas as informações arespeito do projeto.

Em audiência pública na Co-missão da Amazônia, IntegraçãoNacional e de DesenvolvimentoRegional, o ministro do Planeja-mento Paulo Bernardo afirmouque até o final deste ano o Go-verno deverá apresentar soluçõespara a situação funcional dos ser-vidores dos ex-territórios fede-rais. “Esta reunião foi importan-te, pois todas essas questões es-tão pendentes em cada um dosestados. Percebemos que temosde nos debruçar e dar solução, senão a tudo, a uma boa parte dasquestões”, afirmou o ministro.

Ele acredita que algumasquestões poderão ser soluciona-das com decretos do presidenteda República e outras deverão serencaminhadas sob a forma deprojetos de lei. “Algumas solu-ções serão por decreto do presi-dente e outras com apoio do le-gislativo, que acredito não vão terdificuldades também”, afiançouPaulo Bernardo, que marcou umareunião com membros da comis-são para esta semana, quando se-rão discutidos com mais detalhesos problemas que afetam os ser-vidores dos ex-territórios. A in-tenção do ministro é aprofundaros pontos pendentes do Projetode Lei 4.835/05, do Poder Execu-tivo, “resolvê-los e colocar o pro-jeto em pauta para votação”.

Em relação à Proposta deEmenda à Constituição 460/05,

do deputado Coronel Alves(PL-AP), que cria um fundoconstitucional para manter osservidores civis e militares dosex-territórios e do antigo Distri-to Federal (o Rio de Janeiro), oministro disse que tinha reser-vas. Ele afirmou desconhecer oconteúdo da PEC e que seriaruim se comprometer sem tertodos os dados e depois ter devoltar atrás. “Já no caso do PL4.835/05, do Executivo, temos di-vergências no substitutivo, mas éum bom momento para sentar eresolver isso”, disse Paulo Bernar-do.

Três questõesDe acordo com a presidente

da comissão e autora do requeri-mento para a vinda do ministro,deputada Maria Helena (PSB-RR), há três questões que preci-sam ser equacionadas: a primei-ra diz respeito ao pagamento da

gratificação de atividade docen-te (Gead) para os professores,“que até hoje não foi reconheci-da pelo Ministério do Planeja-mento, apesar de haver previsãoorçamentária para isso”; a segun-da diz respeito aos policiais civise militares que não estão rece-bendo as gratificações que têm di-reito por lei, “e o ministério pre-cisa definir sua real condiçãocomo servidor”; e a terceira é re-lativa ao pagamento de direitosdos exercícios anteriores, muitosdeles do ano de 1985.

Para ela, o pagamento da Geadnão sairá neste ano, mas já noinício do próximo ano, se nãotodo, pelo menos parcialmente.Ela acredita que até o final dopróximo ano o pagamento ficaráigual aos dos outros funcionáriospúblicos federais. “Foi um gestopositivo do ministério a criaçãoda comissão interministerial

para estudar a questão. Do mes-mo modo, a vinda do ministro àcomissão, que se propôs a apre-sentar uma solução para as ques-tões até o final de 2006”, afirmouMaria Helena, que se mostrouotimista com a visita do minis-tro à Câmara. Ela informou ain-da que o ministro pretende criarum quadro para os servidores ouinseri-los em órgãos afins. “Nãosão só propostas; o grupo inter-ministerial já está para apresen-tar propostas”, resumiu a parla-mentar.

OtimismoO presidente da Frente Par-

lamentar em Defesa dos Servi-dores dos Ex-territórios, deputa-do Coronel Alves, mostrou-seotimista com a presença do mi-nistro na audiência pública, masfez ressalvas. “Pensamos todosnós que serão apresentadas solu-ções muito em breve, porém oGoverno pode querer passar a so-lução para o próximo ano, coisaque a bancada não admite mais”.Ele disse que estará atento paraque ainda este ano o PL 4.835/05 seja colocado em votação.

“Queremos uma solução paratodos os servidores civis e mili-tares”, afirmou o Coronel Alves.Para ele, a reunião com o minis-tro, que acontecerá ainda nestasemana, será “importantíssimapara que possamos colocar esseprojeto em plenário”.

Ministro promete solução paraservidores dos ex-territórios

Leonardo Picciani

Ao salientar o nível de desi-gualdade social existente no País,o deputado Leonardo Picciani(PMDB-RJ) lembrou que a di-ferença entre os brasileiros maisricos e os mais pobres se asseme-lha a índices de Serra Leoa, naÁfrica. Para o deputado, distri-buir melhor as riquezas e com-bater o abismo social são os prin-cipais desafios dos governantes.Na opinião de Picciani, a desi-gualdade se reflete também en-tre União, estados e municípios,com a quebra do pacto federati-vo e o centralismo tributário.Como exemplo, Picciani infor-mou que a União detém 61% dosimpostos arrecadados no País,enquanto os estados ficam com24,3% e osmunicípios, com os14,7% restantes.

“Diferentemente do que pres-supõe o pacto federativo, estadose municípios vivem uma depen-dência unilateral em relação àUnião. Sem autonomia, são en-carcerados em uma armadilhatributária que muitas vezes levarepresentantes do povo a trocarideais políticos por concessões debenefícios e, a reboque, ao des-mantelamento do sistema parti-dário de nosso País”, condenou.

Para Picciani, seu estado é umexemplo de desrespeito ao pactofederativo, com a queda de in-vestimentos federais - de 6,52%para 5,75% nos últimos 10 anos.Ele explicou que o Rio de Janei-ro está em penúltimo lugar na lis-ta dos beneficiados por verbasfederais, embora seja o estadocom a segunda maior arrecada-

ção do País. “Não estou criti-cando os investimentos nosdemais estados. Mas é inegávela falta de critério ou os mauscritérios usados na hora de serepartir o bolo”, argumentou.“Se o impacto na segunda mai-

or economia do País é grande,o que dizer do resultado destapolítica num país de dimensõescontinentais?”, acrescentou.

O deputado argumentou queo Governo Federal precisa re-ver sua estratégia de investi-mentos e ampliar o debate so-bre a questão. Para ele, a políti-ca de concentrar dinheiro nasmãos da União para pagamen-to de juros impede o crescimen-to do País. “Não há federaçãobrasileira com municípios em-pobrecidos. A distribuição maisequilibrada das receitas entre osmunicípios, priorizando as po-tencialidades de cada região, éo caminho para pavimentar ofuturo, gerando emprego, dis-tribuindo renda e bem-estarpara a população”, conclamou.

Picciani pede investimentos para estados e municípios

Ministro se compromete a apresentar solução para servidores dos ex-territórios

GILBERTO NASCIMENTO

ARQUIVO SECOM

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ORÇAMENTO

Brasília, 24 de novembro de 20058

A comissão especial que ana-lisa a Proposta de Emenda àConstituição (PEC) 138/03, dodeputado Sandes Júnior (PP-GO), que regulamenta a prote-ção dos direitos econômicos, so-ciais e culturais da juventude,aprovou ontem o substitutivo darelatora, deputada Alice Portu-gal (PCdoB-BA).

O texto consolida as propos-tas de Sandes Júnior com as daPEC 394/05, apresentada emnovembro de 2004 pela Comis-são Especial das Políticas Públi-cas para a Juventude, cujo rela-tor foi o deputado ReginaldoLopes (PT-MG). A matériaagora está pronta para ser inclu-ída na pauta do Plenário e de-verá ser votada em dois turnos.

O substitutivo prevê a apro-vação de lei para instituir o Esta-tuto da Juventude, destinado aregular os direitos desse segmen-to da população; e para implan-tar o Plano Nacional da Juventu-de, de duração decenal, que deve-rá articular as várias esferas dopoder público para a execução depolíticas destinadas ao jovem.

Além disso, o texto aprovadodetermina a criação de Unidades

Comissão aprova PEC sobrepolítica pública para a juventude

Relatora Alice Portugal e o presidente da comissão, Júnior Betão

de Referência Juvenil, com pessoalespecializado na área de hebeatria(tratamento clínico de doenças dojovem, cujo nome deriva de Hebe,a deusa grega da juventude).

O substitutivo também de-termina a implementação de po-líticas públicas específicas desti-nadas a garantir ao jovem a for-mação profissional e o acesso aoprimeiro emprego e à habitação,ao lazer e à segurança social.

De acordo com o substituti-vo, jovem é todo cidadão na faixaetária entre 15 e 29 anos de idade.

Inclusão da juventudeO Capítulo VII do Título VIII

da Constituição, pelo substituti-

vo, passa a chamar-se Da Família,da Criança, do Adolescente, do Jo-vem e do Idoso. Da mesma forma,as expressões “do jovem” ou “aojovem” são incluídas cinco vezesno artigo 227 da Carta Magna.No caput, para estender à juven-

tude direitos prioritários já asse-gurados à criança e ao adolescen-te, entre os quais os direitos à saú-de, à vida, à alimentação, à educa-ção, ao lazer, à profissionalização,à cultura, à dignidade, ao respei-to, à liberdade e à convivência fa-miliar e comunitária. No parágra-fo 1º, para incluir o jovem nos pro-gramas de assistência integral vol-tados à saúde da criança e do ado-lescente. No inciso 2º do parágra-fo 1º, para incluir a juventudenos programas de integraçãosocial e de prevenção e atendi-mento especializado para os por-tadores de deficiência, hoje pre-vistos apenas para o adolescen-te. No inciso 3º do parágrafo 3º,para estender ao trabalhador jo-vem o acesso à escola já garanti-do ao trabalhador adolescente.

O presidente daCâmara, Aldo Rebe-lo, anunciou ontem,durante a aberturada campanha 16Dias de Ativismo peloFim da Violência con-tra as Mulheres, quevai colocar em vota-ção o Projeto de Lei4.559/04, que prevêmedidas para com-bater a violência doméstica (físicaou moral) contra a mulher. A rela-tora da proposta, deputada Jandi-ra Feghali (PCdoB-RJ), ressaltouque do total de mulheres que mor-rem assassinadas, 70% das ocor-rências são dentro de domicílios.A deputada lembrou que a Comis-são de Seguridade Social e Famíliajá aprovou seu relatório, e que aComissão de Finanças e Tributa-ção aprovou o relatório da deputa-da Yeda Crusius (PSDB-RS) aomesmo projeto.

Aldo Rebelo acrescentou quenão adianta falar em direitos quan-

Projeto de combate à violência contra a mulher entrará na pauta

do não são respeitados os direitosde mais da metade da populaçãobrasileira, que é formada por mu-lheres. “Mais do que beneficiar asmulheres, reconhecer os seus di-reitos e lutar contra o preconcei-to, a discriminação e a violência éacima de tudo preservar a demo-cracia e ampliar os horizontes des-sa democracia”, afirmou.

Central de atendimentoA Ministra Nilcea Freire, da

Secretaria Especial de Política paraas Mulheres, participou da abertu-ra do evento e aproveitou a opor-tunidade para anunciar a inaugu-

ração da Central deAtendimento àMulher, o Ligue180, em caráter ex-perimental a partirdesta sexta-feira.Segundo Nilcea, oGoverno tem bus-cado viabilizar a im-plementação deuma política naci-onal de enfrenta-

mento à violência contra a mu-lher, pela ampliação dos serviçosde atenção às mulheres.

A deputada Maria do Rosário(PT-RS) assinalou que a bancadafeminina tem uma missão emnome das brasileiras, que é a de“fazer superar a violência de gê-nero”. A parlamentar declarouque esse evento revela no mundointeiro o impacto da violência degênero que marca a vida das mu-lheres em todos os níveis: psico-lógico, físico e pessoal.

A diretora da Agende - Açõesde Gênero, Cidadania e Desenvol-

vimento, Marlene Libardone, ex-plicou que a campanha, realizadadesde 1991, abrange cerca de 130países, com a finalidade de comba-ter todas as formas de violência.Os 16 dias compreendem o perío-do de 25 de novembro a 10 de de-zembro, que marcam datas impor-tantes para as mulheres: 25 de no-vembro - Dia Internacional daNão-Violência contra as Mulhe-res; e 10 dezembro, Dia Internaci-onal dos Direitos Humanos. AAgende promoveu o ato em par-ceria com a bancada feminina noCongresso e com as Comissões deDireitos Humanos e LegislaçãoParticipativa da Câmara.

Além do lançamento da cam-panha, foi aberta a mostra foto-gráfica Uma Vida sem Violência,com 16 imagens em alusão aotema, da fotógrafa Geovanna Leal.A abertura contou com a apre-sentação de três vídeos de 30 se-gundos, que mostram mensagensde combate à violência, com aparticipação da atriz Zezé Mota.

Aldo Rebelo garantiu às deputadas apoio à votação do PL 4.559/04

GILBERTO NASCIMENTOG

ILBE

RTO

NAS

CIM

ENTO

Deputados e senadoresda Frente Parlamentar da Saú-de, secretários estaduais emunicipais e profissionais dosetor fizeram ontem uma ma-nifestação para pedir mais re-cursos para a área no Orça-mento de 2006. Segundo es-tudo do Conselho Nacional deSecretários de Saúde (Co-nass), é necessário incluir R$4,7 bilhões na proposta orça-mentária do ano que vem paragarantir o atendimento hospi-talar de média e alta complexi-dade, como cirurgias e consul-tas especializadas; ações pre-ventivas e a aquisição de me-dicamentos de alto custo,como os receitados aos paci-entes transplantados.

A frente parlamentar tam-bém defende crédito suple-mentar de R$ 1,2 bilhão parao orçamento deste ano do Mi-nistério da Saúde. A transferên-cia estava prevista na MedidaProvisória 261/05, mas para aexecução do programa Bolsa-Família. O texto aprovado ex-cluiu os recursos, já que as li-deranças partidárias não che-garam a um acordo sobrecomo garantir a suplementa-ção sem afetar o alcance daaplicação mínima de recursosem ações de saúde.

Outra reivindicação dos de-putados e senadores é a re-gulamentação da EmendaConstitucional 29, que destinarecursos mínimos para a Saú-de, com a aprovação do Proje-to de Lei Complementar 01/03,do deputado Roberto Gouveia(PT-SP). Além de definir o repas-se à Saúde pela União, por es-tados e pelos municípios, o pro-jeto vai estabelecer critérios derateio e normas de fiscalizaçãoe controle desses recursos. Atu-almente, a emenda destinapara a área 10% das receitasda União; 12%, dos estados, e15%, dos municípios.

Os integrantes da frentepretendem conversar com opresidente da Câmara, AldoRebelo, para que a regula-mentação da emenda seja in-cluída na pauta de votaçõesainda neste ano. Um dos co-ordenadores da frente, o de-putado Darcísio Perondi(PMDB-RS), explicou que a pro-posta deve evitar desvios dodinheiro destinado à área. “A leidetermina que as verbas de-vem ser investidas em UTI, pre-venção e promoção da saúde.Já comida, roupa e esgoto de-vem usar recursos dos minis-térios do Desenvolvimento So-cial e das Cidades”, disse.

Parlamentarespedem recursos

para Saúde

Os participantes do Parlamento Jovem, programa da Câ-mara destinado a familiarizar os jovens com o funciona-mento do Legislativo, estiveram presentes à reunião da co-missão e aplaudiram a aprovação do substitutivo. O relatorSandes Júnior explicou que o substitutivo é fruto de um es-forço coletivo. Já o deputado Reginaldo Lopes destacou quea proposta aprovada tem o mérito essencial de garantir po-líticas do Estado para a juventude.

Parlamento Jovem aplaude