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VELHOGENERAL.COM.BR A SUBSTITUIÇÃO E A MODERNIZAÇÃO DAS OGIVAS DAS ARMAS NUCLEARES E TERMONUCLEARES NO FUTURO PRÓXIMO 1 25/05/2020 | VELHOGENERAL.COM.BR | CATEGORIA: DEFESA A SUBSTITUIÇÃO E A MODERNIZAÇÃO DAS OGIVAS DAS ARMAS NUCLEARES E TERMONUCLEARES NO FUTURO PRÓXIMO Por Reis Friede* Imagem: Gerd Altmann/Pixabay. As armas nucleares são peças de engenharia de alta complexidade. Como qualquer munição, possuem data de validade, estimada em cerda de 100 anos para núcleos de plutônio e gatilhos de detonação de urânio-235. Uma boa parte das ogivas atualmente em uso precisarão ser modernizadas ou substituídas nos próximos anos. A história das armas nucleares, – embora sempre eivada de controvérsias –, teve seu (presumidamente) início nos anos 1940, quando o mundo se encontrava (parcialmente) no contexto (ainda praticamente europeu) da Segunda Guerra Mundial (1939-45). Porém, é fato que desde a década de 1930, os principais cientistas já tinham conhecimento que o átomo resguardava um poder de gerar grande quantidade de energia, sendo certo que pesquisas e experiências realizadas, desde o início do século XX, indicavam que essa energia poderia ser usada tanto para a produção (supostamente mais barata) de eletricidade, quanto na produção de armas de destruição massiva. Nesse sentido, ainda no início da década de 1940, os Estados Unidos, através do persistente relato de seus adidos militares, e, particularmente, impressionados com a inventividade e capacidade técnica da Alemanha, temiam (ainda que equivocadamente) que Berlim estivesse empenhando esforços e recursos nas pesquisas sobre o tema e, desta feita, conseguisse dominar a poderosa tecnologia

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25/05/2020 | VELHOGENERAL.COM.BR | CATEGORIA: DEFESA

A SUBSTITUIÇÃO E A MODERNIZAÇÃO DAS OGIVAS DAS ARMAS NUCLEARES E TERMONUCLEARES NO FUTURO PRÓXIMO

PorReisFriede*

Imagem:GerdAltmann/Pixabay.

Asarmasnuclearessãopeçasdeengenhariadealtacomplexidade.Comoqualquermunição,possuemdatadevalidade,estimadaemcerdade100anosparanúcleosde

plutônioegatilhosdedetonaçãodeurânio-235.Umaboapartedasogivasatualmenteemusoprecisarãosermodernizadasousubstituídasnospróximosanos.

Ahistóriadasarmasnucleares,–emborasempreeivadadecontrovérsias–,teveseu (presumidamente) início nos anos 1940, quando o mundo se encontrava(parcialmente) no contexto (ainda praticamente europeu) da Segunda GuerraMundial(1939-45).

Porém, é fato que desde a década de 1930, os principais cientistas já tinhamconhecimentoqueoátomoresguardavaumpoderdegerargrandequantidadedeenergia, sendocertoquepesquisaseexperiências realizadas,desdeo iníciodo século XX, indicavam que essa energia poderia ser usada tanto para aprodução (supostamentemais barata) de eletricidade, quanto na produção dearmasdedestruiçãomassiva.

Nessesentido,aindanoiníciodadécadade1940,osEstadosUnidos,atravésdopersistente relatode seus adidosmilitares, e, particularmente, impressionadoscom a inventividade e capacidade técnica da Alemanha, temiam (ainda queequivocadamente) que Berlim estivesse empenhando esforços e recursos naspesquisassobreotemae,destafeita,conseguissedominarapoderosatecnologia

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atômica, criando armas que (potencialmente) poderiam conduzir à derrota doReinoUnido(edeoutrospotenciaisadversários),incluindo(eventualmente)ospróprios EUA, na época (ainda) um país “neutro” no conflito europeu que,através da oficialização da aliança do chamado “Eixo”, apresentava-se comgrandepossibilidade(comodefatoocorreu)desetransformaremumaGuerraMundial.

E, incontestavelmente, foi logo após o ingresso de Washington na chamadaSegundaGuerraMundial,–emdecorrênciadoataquejaponêsàbaseaeronavaldePearlHarbore,posteriormente,aosterritóriosnorte-americanosdeultramareda(surpreendentee“poucointeligente”)declaraçãoalemãeitalianadeguerraaos EUA, no dia 8 de dezembro de 1941 –, e com o desígnio de alcançar emprimeiro lugara tecnologia(eaprópriaoperacionalidade)dessaarmaque,em1942, os EUA deram início (oficialmente, ainda que em caráter sigiloso) aoProjeto Manhattan (curiosamente em um momento em que os alemães, –acreditando na inviabilidade prática de tal armamento –, optaram porredirecionar seus recursos no desenvolvimento e produção das bombasvoadorasV-1edosmísseisbalísticosV-2),visto,naoportunidade,comoomaior,maiscaroecomplexoprojetomilitardetodaahistória(US$2bilhõesemvaloresda época), não obstante seja cediço reconhecer que o desenvolvimento e aconstruçãode3.970bombardeirosB-29Superfortresstenhacustadoaindamais,chegandoàestratosféricacifradeaproximadamenteUS$3bilhões.

No início do projeto, os cientistas envolvidos já tinham alguma suspeita sobrecomo essa nova arma deveria ser construída. Porém, todos estavam ainda“navegando” emumaáreanunca antes explorada e, por isso, decidiram seguirvárioscaminhosdiferentesdedesenvolvimento.Umadessas“linhas”deuorigemà Little Boy, – bomba nuclear lançada sobre Hiroshima no dia 6 de agosto de1945–,produzidaabasedeUrânio-235enriquecidoacercade80%.

Com base em diversos cálculos, estudos e mesmo experiências, os cientistassabiamque acima de uma determinada quantidade e densidade, oUrânio-235com esse nível (mínimo) de pureza era capaz de desencadear uma reação emcadeia descontrolada. O resultado seria a divisão de cada vezmais núcleos deUrânio,sucedendoemumagigantescaliberaçãodeenergiasobaformadeondadechoque(deslocamentodear),radiaçãoecalor:achamadafissãonuclear.

OdesigndaLittleBoyerarelativamentesimples:consistiaemumcilindroocodeUrânioqueeradisparadocontraoutrocilindro(tambémdeUrânio)nomomentodadetonação;quandoestesdoiscilindroscolidiam,ultrapassava-seo limitedemassacrítica(quantidademínimanecessáriaparaformaremanterumareaçãonuclear em cadeia) dava-se início a um processo descontrolado e àcorrespondente(ealmejada)explosãoatômica.

Em uma linha alternativa, o Projeto Manhattan desenvolveu, em paralelo, aTrinity: o primeiro teste nuclear de uma bomba atômica realizada pelahumanidade, com sua detonação ocorrendo no dia 16 de julho de 1945. Aarquitetura da Trinity serviu de base para uma bomba de implosão com umdesenho alternativo (esférico) apelidada de FatMan, e que foi lançada sobre

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Nagasakinodia9deagostode1945.OdesigndestaeracompletamentediversodaqueleutilizadonaLittleBoy,esebaseavana implosão(emformade“gomosde tangerina”)deumnúcleodePlutônio-239,umelementoquímico (artificial)queseobtémapartirdereatoresnucleares.

OprocessodedetonaçãodaTrinity edaFatMan envolviaousodeexplosivosconvencionais,cuidadosamenteinstaladosemvoltadeumnúcleodePlutônio,equando estes explosivos eram detonados, o núcleo era comprimido(simultaneamente em todas as direções e no sentido de “fora para dentro”),ultrapassando o limite de massa crítica e iniciando uma reação em cadeiadescontrolada,resultandoassimemumaigualmentedesejadaexplosãoatômica.

“Dois tiposdebombas foramelaboradosporcientistase técnicosdoLaboratórioNacionaldeLosAlamos, soba liderançado físiconorte-americano J. ROBERT OPPENHEIMER. A bomba deHiroshima,conhecidacomoLittleBoy, eraumaarmade fissãodetipo balístico que usava Urânio-235, um isótopo raro de urânioextraído em fábricas gigantes emOak Ridge, Tennessee. O outroeramaispoderosoeeficiente,masmaiscomplicadoporcontadaimplosão de uma arma nuclear com o uso de Plutônio-239, umelemento sintético criado em reatores nucleares em Hanford,Washington. Uma arma nuclear de teste foi detonada durante aExperiênciaTrinity,em16dejulhode1945,pertodeAlamogordo,NovoMéxico.AbombadeNagasaki,aFatMan,eraumdispositivosimilar.” (VINCENT JONES;Manhattan:TheArmyandTheAtomicBomb,Washington D.C., U.S. Army Center ofMilitary History, ps.511-516,522e534-536)

Nessecompasso,entreasegundametadedosanos1940eosanos1960e1970,foram realizados milhares de experiências com a finalidade de testar novosdesignsdebombasatômicas, comomodeloda implosãodonúcleodePlutônio(cominúmerasvariaçõeseminiaturizado)acabandoporprevalecer,razãopelaqualestemodelosetornouomaisutilizadoatualmente,atuandocomo“gatilho”para as posteriores bombas de fusão nuclear (bombas de hidrogênio outermonucleares), uma vez que, de forma diversa das bombas originárias (defissão),estascomprimemefundemnúcleosatômicos.

Vale registrar que, a fusão desses núcleos só é iniciada através da préviadetonaçãodeumabombaatômica(armanuclear);ouseja, todasasbombasdefusão(armastermonuclearesoudehidrogênio)possuem,emseuinterior,umaoutra bomba atômica como propulsor, funcionando com base no sistema deimplosão de um núcleo de Plutônio, razão pela qual são conhecidos comobombasde “duploestágio”.OsEUApossuem,nestemomento,poucomenosdesete mil ogivas termonucleares estratégicas (além de um número nãodeterminado de ogivas táticas), enquanto a Rússia possui uma quantidadeligeiramente maior, ainda que apenas uma pequena fração (bem menos dametade)estejaprontaparaochamado“plenoemprego”.Outrospaíses,–aChina,o Reino Unido, a França, a Índia, o Paquistão, Israel e, mais recentemente, aCoreia doNorte –, também possuem ogivas nucleares, porém somente as três

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primeiras nações (além dos EUA e da Rússia) possuem, comprovadamente,armas termonucleares (bombas de hidrogênio de dois estágios) seguindo osmesmos parâmetros já comentados, restando às demais, segundo opinião dediversosanalistas,apenasapossedearmasatômicasde fissão(cercade1.000vezesmenospoderosa)

Diagrama1:dispositivosprimáriosdedetonaçãodearmasnucleares(atômicas).

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Diagrama2:esquemaorgânicodabombadehidrogênio(armatermonucleardefusão).

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Os núcleos de implosão de Plutônio (bem como os gatilhos de detonação doUrânio-235), peçasmuito complexas de engenharia, entretanto, têm, de formadiversa do que preconiza o senso comum, data de validade, estimada em 100anos.

ComoafábricaparaproduçãodessesnúcleosnosEUA(comaconstruçãode400ogivasW-88,–amaismodernadoarsenalestadunidense–,entre1984e1988para o SLBM UGM-133 Trident II) foi fechada em 1989, próximo ao final daGuerraFria(1947-91),–etendosidoproduzidosapenas31núcleosadicionaisentre 2007 e 2013 (fabricados pelo Laboratório Nacional de Los Alamos) –,algumas estimativas sinalizam a necessidade de novos núcleos seremmanufaturados,sobpenadesetornaremarmasdeefetividade“duvidosa”,postoque o núcleo mais antigo de Plutônio instalado em um dispositivo nuclearoperacionalnosEUAdatadecercade60anosatrás,indicandoquesuavalidadeseexpiraránospróximos30ou40anos.

Diagrama3:númerodeogivasnuclearesnomundo(2018).

Não por outra razão a preocupação do governo de DONALD TRUMP com aurgente modernização do arsenal nuclear estadunidense, através dodesenvolvimento(ecolocaçãoemoperação)denovasogivasnucleares,comoaW-76-2(Mk-4A),–umavariantedebaixorendimento(ecompotênciareduzidapara aproximadamente 5 a 7 Kt e menor emissão radioativa) da ogivatermonuclear W-76 (fabricada entre 1978 e 1987) e do veículo de reentradamanobrável Mk-4, de cerca de 100 kg de peso –, além do programa demodernização (e extensão da vida útil) de 2.000 ogivas W-76 (concluído emdezembrode2018),asquais,apósoprocesso,passaramaostentaradesignaçãoW-76-1.

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Diagrama4:armasdegrandepoderdedestruição.

ARússiaeaChina,–porserempaísesmaisfechadosàcomunidadeinternacional–, não divulgam tantos detalhes sobre seus dispositivos nucleares, porémacredita-se que a Rússia (em especial) tenha núcleos de implosão de Plutônio(emoperação) aindamais antigosqueosnorte-americanos (em funçãode seumenoríndicedemodernizaçãoesubstituiçãodosartefatosmaisantigos),oquetorna mais crônico o seu problema de reposição de ogivas nucleares etermonucleares, aindaqueseja cediço reconhecerqueaChina,ao reverso,nãoostenteumproblematãocrônico,–nãosomenteporquepossuiumquantitativobemmenordeogivas–,mas, sobretudo,porhaver incorporadoaoseuarsenal“clones”daogivaW-88,cujoprojetofoiroubadopeloagenteduplochinêsWENHOLEEem1995(DANSTOBEReIANHOFFMAN;AConvenientSpy:WENHOLEEand The Politics of Nuclear Espionage, Nova York, Simon & Schuster, 2001 /WILLIANJ.BROAD;SpiesversusSweat:TheDebateoverChina’sNuclearAdvance,NewYorkTimes,7desetembrode1999,p.1).

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Diagrama5:ogivaW-88.

Nessesentido,enãoobstantetodasasconsideraçõesepigrafadas,–eaindaqueconsiderandouma(eventual)grandereduçãonosarsenaisnuclearesdosEUAedaRússia(eatémesmodaChina)naspróximasdécadas,emesmoquedaquia30 ou 40 anos o número de ogivas operacionais (total no mundo) ronde umquantitativo inferior a 2.000 artefatos –, o investimento necessário para aconstruçãodetantosnovosnúcleosdePlutôniodeverásuperaros20bilhõesdedólaresapenasparaosEUA(alémdeoutrosUS$50bilhõesemmodernizaçãodevetores) e de valores equivalentes para a Rússia e, em parte, para os demaispaíses(notadamenteChinaeÍndia)quealmejampossuirarsenaisequipotentes(entresi,emumaespéciede“paridadeestratégicatetrapolar”).

*ReisFriedeédesembargador,presidentedoTribunalRegionalFederaldaSegundaRegião(biênio2019/21),professoreméritodaEscoladeComandoeEstado-MaiordoExército(ECEME),professorHonorisCausadaEscoladeComandoeEstado-MaiordaAeronáutica(ECEMAR),professoreméritoda Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais do Exército (EsAO) e Conferencista Especial da EscolaSuperior de Guerra (ESG). É autor do livro Ciência Política e Teoria Geral do Estado. Pode sercontatadoatravésdoe-mail:[email protected].