nesta ediÇÃo: estudo com os últimos dados do consumo ... · “com o uso do adensamento, ......

60
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS EXPORTADORES DE SUCOS CÍTRICOS NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo global de suco de laranja WWW.CITRUSBR.COM ISS 2359-1889 NOVEMBRO 2016 | ANO 2 | Nº 8 DA PRODUTIVIDADE Nos últimos anos, um estudo da Embrapa tem desafiado os limites do adensamento nos pomares de laranja. Um modelo de plantio tem chamado a atenção de citricultores como Henrique Fiorese que apostou no sistema e hoje possui a íncrivel ocupação média de mil árvores por hectare. Com isso, ele mais do que dobrou sua produção. Entenda por que pesquisadores e produtores apostam nesse sistema para dar um novo salto na citricultura NA MEDIDA HENRIQUE FIORESE, citricultor “Com o uso do adensamento, consegui dobrar minha produtividade de uma forma mais rápida e sem aumentar minha área plantada”

Upload: vanbao

Post on 21-Jan-2019

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS EXPORTADORES DE SUCOS CÍTRICOS

NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo global de suco de laranja

WW

W.C

ITRU

SBR.

COM

ISS

2359

-188

9N

OVE

MB

RO 2

016

| A

NO

2 |

8

RE

VIS

TA C

ITR

US

BR

|

NO

VE

MB

RO

20

16

| A

NO

2

| N

º 8

DA PRODUTIVIDADE

Nos últimos anos, um estudo da Embrapa tem desafiado

os limites do adensamento nos pomares de laranja.

Um modelo de plantio tem chamado a atenção de

citricultores como Henrique Fiorese que apostou no sistema

e hoje possui a íncrivel ocupação média de mil árvores por hectare.

Com isso, ele mais do que dobrou sua produção.

Entenda por que pesquisadores e produtores apostam nesse sistema

para dar um novo salto na citricultura

NA MEDIDA

HENRIQUE FIORESE, citricultor

“Com o uso doadensamento,

consegui dobrar minha produtividade de uma

forma mais rápidae sem aumentar minha

área plantada”

Page 2: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

Forte ação preventiva e residual.

Nativo - Protege muito, contra mais doenças.

Nativo é o fator de proteção essencial para todo citricultor que busca produtividade. Sua eficácia protege contra várias doenças, em seus diversos estágios, oferecendo resultados expressivos na produtividade e qualidade.

• Dois modos de ação em um único produto resultam em maior eficiência e manejo de resistência;

• Forte ação preventiva;

• Resistente à lavagem por chuvas e prolongado período de proteção;

• Melhor cobertura e redistribuição;

• Nativo tem versatilidade, abrangência, eficiência, qualidade e potencial produtivo.

Seu braço forte contra as doenças dos citros.

www.bayer.com.br

Este produto é perigoso à saúde humana, animal e ao meio ambiente.Leia atentamente e siga rigorosamente as instruções contidas no rótulo,na bula e receita. Utilize sempre os equipamentos de proteção individual.Nunca permita a utilização do produto por menores de idade.

ATENÇÃO

Faça o Manejo Integrado de Pragas. Descarte corretamente as embalagens e restos de produtos. Uso exclusivamente agrícola.

CONSULTE SEMPRE UM ENGENHEIRO AGRÔNOMO. VENDA SOB RECEITUÁRIO AGRONÔMICO.

Page 3: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

editorial

CITRUSBR novembro 2016 | 3

Laranja.Patrimônio de São Paulo.Patrimônio do Brasil.

A frase acima expressa muito mais do que um simples slogan, mas sim uma forma de ver a citricultura brasileira. Estamos falando de mais de 350 municípios envolvidos nessa bela atividade, citricultores e indústrias que, juntos, construíram um dos mais importantes setores do agronegócio brasileiro. Juntos, produtores e indústria construíram o maior parque citrícola do mundo, desenvolveram tecnologia de plantio, tratos culturais. Juntos, viram o mercado se expandir na década de 1970. Juntos, viram se abrir as portas do mercado assolado por geadas e furacões na década de 1980. Juntos, exportaram mais de um milhão de toneladas, pela primeira vez, na safra 1992/93.

A história da citricultura brasileira é uma história de guerreiros. Citricultores que aprenderam a cultivar uma fruta melhor do que qualquer outro povo no mundo e fizeram dessa fruta o seu orgulho. A história da citricultura é a de empresários que construíram uma indústria mundial, que “compraram os gringos” muito antes da palavra “globalização” entrar na moda e do Brasil entrar no mapa do agronegócio.

A verdade é que a citricultura se tornou um patrimônio não só de São Paulo, mas de todo o Brasil. Hoje temos uma citricultura muito bem desenvolvida no Paraná, em Minas, no Rio Grande do Sul, em Sergipe e na Bahia. Enfrentamos problemas estruturais, sim, como a queda de consumo, mudança de hábitos nas pessoas que “pulam” o café da manhã, ocasião em que o suco de laranja é rei, e uma onda de desinformação sobre o nosso produto para lá de desafiadora.

Ainda assim temos hoje uma campanha muito bem estruturada que no médio-longo prazo pode virar o jogo justamente na Europa, nosso principal destino. Estamos trabalhando para isso. Temos informações e ferramentas para garantir que especialistas e consumidores tenham as melhores informações que reafirmam o que todos nós já sabemos: suco de laranja é uma delícia e faz muito bem para a saúde.

Por todas essas razões, a CitrusBR começará a divulgar uma série de informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público e da sociedade como um todo. Pretendemos mostrar quão importante é a citricultura para os municípios em que a laranja está presente, assim como para todos aqueles que tiram seu sustento deste setor. Entendemos que a citricultura é parte da solução, e não do problema, e dessa forma necessita ser compreendida.

Assim, começamos um trabalho para levar à sociedade um pouco das histórias desse setor contadas por quem estuda, vive e depende da laranja para viver. Vamos mostrar que a laranja é muito mais que uma fruta. É um patrimônio de São Paulo e de todo o Brasil.

Saúde.

EQUIPEDiretor-executivo

Ibiapaba NettoDiretora de relações

internacionaisLarissa Popp

Coordenadora de projetos

Isabela CostaCoordenadora administrativa

Célia Regina da SilvaAssistente

administrativa Carolina Omori

REVISTAEditor

Eduardo SavanachiSubeditora

Juliana RibeiroColaboraramnesta edição:Daniel Popov e

Denise Oliveira (textos),Julio Vilela e Murillo Constantino (fotos)

Direção eprodução de arte

Fabiano DuarteIlustração e infografia

Denis Cardoso eFabiano Duarte

Tratamentode imagemDaniel Costa

RevisãoLourdes Maria Rivera

Agradecimentos Fundecitrus, Embrapa, EECB, Farmatac, AIJN, GConci, Agroterenas,

Fazenda Guacho, AgroMachado, Frederico

Lopes, Emílio Fávero, TropiFrutas, Sindicato Rural de Catanduva e

Abipel

CITRUSBRNOVEMBRO 2016

ANO 2 | Nº 8

AS

SO

CIA

ÇÃ

O

NA

CIO

NA

L

DO

S

EX

PO

RT

AD

OR

ES

D

E

SU

CO

S

CÍT

RIC

OS

AS

SO

CIA

ÇÃ

O

NA

CIO

NA

L

DO

S

EX

PO

RT

AD

OR

ES

D

E

SU

CO

S

CÍT

RIC

OS

PARA ASSINARA REVISTA

Entre em contato conosco e receba a revista

CitrusBR gratuitamente em sua casa.

Você tambémpode enviar sugestões

de pautas

[email protected]

11 2769-1205

IBIAPABA NETTO Diretor-executivo

[email protected]

Carta ao leitor

Page 4: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

índice

4 | CITRUSBR novembro 2016 FOTO DE CAPA DE JULIO VILELA

28

32

12 Entrevista José Roberto Mendonça de Barros aponta oportunidades para a citricultura

24 Estoque Dados apontam para o menor patamar de estoques em junho de 2017

26 BolsaSérie histórica mostra alta na cotação do suco em Nova Iorque

28 Juice SummitCampanha de marketing é tema central do evento que reuniu o mercado de sucos

30 SonarO sistema que monitora tudo que se fala sobre sucos de frutas no mundo

32 LimãoProdutores da região de Itajobi elevamseus ganhos exportando sua produção

36 GconciGrupo completa 20 anos de serviços prestados à citricultura

38 PulverizaçãoVisitamos propriedades que adotam o que há de mais moderno no controle fitossanitário

44 FMC Empresa lança novo inseticida contra o greening

Notas 06 ACONTECEWebsérie promove os benefícios da laranja

09 TENDÊNCIASEUA investem para encontrar a cura do greening

10 JUICE MARKETPolônia registra baixos estoques de suco de maçã

Artigo 59 ANTONIO DE GOESO professor fala sobre a importância do controle correto da Podridão Floral dos Citrus

38

36

16

MAIS PRODUTIVIDADE

Com o apoio de um estudo da Embrapa,

o citricultor Henrique Fiorese investiu em

pomares superadensados e hoje registra

uma ocupação de mil plantas por hectare e

elevou sua produtividade para

1,5 mil caixas por hectare

MAIS ÁRVORES,

ConsumoNovo estudo mostra que

demanda mundial por suco de laranja alcançou o

menor patamar dos últimos dez anos 45

Page 5: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

Confiança que se comprova a cada safra. Este você conhece.

Envidor é o acaricida que oferece proteção prolongada com apenas uma aplicação por ano.

Especialmente desenvolvido para a citricultura, esse produto Bayer CropScience age de uma forma diferente dos demais acaricidas, proporcionando maior economia e melhor custo-benefício.

Com Envidor, os ácaros são uma preocupação a menos. Aplique uma única vez e fique tranquilo a safra toda.

Envidor. Proteção prolongada contra os ácaros.

Este produto é perigoso à saúde humana, animal e ao meio ambiente.Leia atentamente e siga rigorosamente as instruções contidas no rótulo,na bula e receita. Utilize sempre os equipamentos de proteção individual.Nunca permita a utilização do produto por menores de idade.

ATENÇÃO

Faça o Manejo Integrado de Pragas. Descarte corretamente as embalagens e restos de produtos. Uso exclusivamente agrícola.

CONSULTE SEMPRE UM ENGENHEIRO AGRÔNOMO. VENDA SOB RECEITUÁRIO AGRONÔMICO.

www.bayer.com.br 0800 011 5560

Page 6: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

NA MEDIDAJosé Bueno, gerente regional de vendas da Trimble, fala sobre um novo sensor que promete otimizar as pulverizações e reduzir os custos com essa operação nos pomares.

Como funciona esse equipamento?Trata-se de um equipamento para aplicação pontual de produtos químicos. Ele pode ser acoplado no pulverizador e, por meio de um sensor, ele consegue visualizar o verde. Ao detectar o verde, ele envia um sinal para uma válvula que faz a aplicação do produto.

Em que tipo de pulverização é usado?Pode ser usado para aplicar micronutrientes, inseticidas, acaricidas, herbecidas. É um pro-duto com uma ampla gama de uso.

Qual é o benefício dessa tecnologia?O grande benefício do equipamento é a re-dução no uso de produtos. Temos trabalha-do em diversas culturas, e fizemos alguns testes em citrus também. Quando o sensor visualiza a planta de citrus, ele libera a pulverização.

Pode falar mais da função desse sistema na citricultura?Na citricultura, como existe um intervalo entre uma planta e outra, você consegue fazer a aplicação do produto somente na planta . Nesse intervalo, a aplicação é interrompida, e consequentemente se obtém uma economia de produto.

Isso tem impacto no manejo do pomar?Sim, porque você faz isso de uma forma mais rápida do que se for realizado com um opera-dor, que precisaria reduzir muito a velocidade da máquina.

Isso gera impacto no custo de produção?Sim. Só em relação ao custo de defensivos temos observado na citricultura uma possibili-dade de redução de custos, em média, de 60%, dependendo da idade do pomar.

ACONTECE

50mil

CURTIDORES DA PÁGINA DA

CITRUSBR

2milhões

É O NÚMEROTOTAL DE

VIZUALIZAÇÕESDA PÁGINA

700mil

FOI O NÚMERO DE PESSOAS

ALCANÇADAS COMOS OITO

EPISÓDIOS DA WEBSÉRIE

6 | CITRUSBR novembro 2016 FOTOS DIVULGAÇÃO CITRUSBR novembro 2016 | 7

REDE

PARA CURTIR O SUCO DE LARANJA Com informações baseadas em estudos científicos e participação de renomadas instituições de pesquisas, a CitrusBR está produzindo uma websérie para informar o consumidor final sobre os beneficios do suco de laranja. Intitulada “A Ciência do suco de laranja”, a série de vÍdeos é disponibilizada na página da associação em redes sociais como Facebook e You Tube, além de ser distribuída via WhatsApp. A iniciativa faz parte de uma estratégia iniciada no ano passado, de utilizar as redes sociais para aproximar o suco de laranja dos consumidores, sobretudo das gerações mais novas.

MARKETING

FANTA DE ROUPA NOVA Segunda maior marca dentro do grupo Coca-Cola, a Fanta lançou seu novo logo no mercado europeu. Com aparência mais moderna, a nova imagem conserva as cores azul, bran-co e laranja e quer reforçar seu apelo junto ao público jovem.

Na nova versão, duas fatias de laranja aparecem ao lado do nome, reforçando o sabor “laranja” do produto. A novidade já está sendo utilizada na Itália, Polônia, Sérvia e Malta. Além da marca, a garrafa também foi redesenhada e parece “torcida”. Por enquanto, a mudança só foi implementada em alguns países da Europa.

NOVIDADE

DAS PÁGINAS PARA TELA

A partir desta edição da revista da CitrusBR, os leitores poderão não ape-

nas ler, mas também ver e ouvir algumas das histórias aqui retrata-das. Por meio da tecnologia de QR Code, esse desenho que mais se parece com um código de barras, será possível acessar direto no celu-lar a versão em vídeo de algumas das reportagens publi-cadas na revista. Basta baixar gratuitamente um aplicativo para leitura de QR Code, visualizar o código com esse aplica-tivo e pronto! O leitor será encami-

nhada para a pági-na do vídeo. Mais um jeito de consu-mir informação de qualidade sobre o setor citrícola.

BRITIVIC

DE OLHO NA CRIANÇADA

ESTRATÉGIA

BERRY COMPANY MAIS LIGHT Outra empresa que investe no mercado de produtos com apelo saudável é a Berry Company. A empresa, tida como uma das mar-cas de bebidas de mais rápido

crescimento da Europa, começará por relançar a sua gama de sucos e chás, já existente, mas com uma redução de 40% de açúcar e calorias.

CAFÉ

DOLCE GUSTO MADE IN BRAZIL A Nestlé inaugurou a primeira unidade fora da Europa que vai fabricar as famosas cápsulas Nescafé Dolce Gusto. Em um investimento de R$ 220 milhões, a fábrica instalada em Montes Claros (MG) inicia suas operações utilizando café de origem 100% brasileira, além de outras matérias--primas nacionais, como leite, cacau e açúcar.

A ebba, dona das marcas de néctares Maguary e Dafruta, faz o seu primeiro lançamento no mercado brasileiro após ser comprada pela britânica Britivic. Trata-se do Maguary Fruit Shoot, uma linha de néctares mistos, com foco no público infantil. Os novos produtos serão vendidos em garrafas squeeze de 275 ml, com design colorido e cores vibrantes. Além disso, de acordo com a fabricante, as bebidas são enriquecidas com uma série de vitaminas e não possuem corantes artificiais.

RED BULL

TANGERINA TAMBÉM DÁ ASAS A Red Bull América do Norte está expandindo sua linha de energéticos com a adição do Red Bull Orange Edition.A bebida terá sabor de tangerina. O novo produto, segundo a fabricante, combina o sabor da fruta com uma embalagem bastante atrativa para o consumidor. Envasada em latinhas de 355 ml, a empresa informa que a concentração de cafeína é a mesma encontrada em outras

versões do energético.

BRASIL

SUCO TAMANHO FAMÍLIA A fabricante brasileira de sucos, Famiglia Zanlorenzi, apostando no cresci-mento do mercado de sucos 100%, lançou seu suco de laranja da marca Campo Largo na versão 1 litro, em embalagem Tetra Pak. A companhia já havia lançado o mesmo sabor em embalagens individuais, de 200ml, cuja aceitação do público, segundo a companhia, foi bastante positiva.

ACESSEO QR CODEE ASSISTAAO VÍDEO

Page 7: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

NA MEDIDAJosé Bueno, gerente regional de vendas da Trimble, fala sobre um novo sensor que promete otimizar as pulverizações e reduzir os custos com essa operação nos pomares.

Como funciona esse equipamento?Trata-se de um equipamento para aplicação pontual de produtos químicos. Ele pode ser acoplado no pulverizador e, por meio de um sensor, ele consegue visualizar o verde. Ao detectar o verde, ele envia um sinal para uma válvula que faz a aplicação do produto.

Em que tipo de pulverização é usado?Pode ser usado para aplicar micronutrientes, inseticidas, acaricidas, herbecidas. É um pro-duto com uma ampla gama de uso.

Qual é o benefício dessa tecnologia?O grande benefício do equipamento é a re-dução no uso de produtos. Temos trabalha-do em diversas culturas, e fizemos alguns testes em citrus também. Quando o sensor visualiza a planta de citrus, ele libera a pulverização.

Pode falar mais da função desse sistema na citricultura?Na citricultura, como existe um intervalo entre uma planta e outra, você consegue fazer a aplicação do produto somente na planta . Nesse intervalo, a aplicação é interrompida, e consequentemente se obtém uma economia de produto.

Isso tem impacto no manejo do pomar?Sim, porque você faz isso de uma forma mais rápida do que se for realizado com um opera-dor, que precisaria reduzir muito a velocidade da máquina.

Isso gera impacto no custo de produção?Sim. Só em relação ao custo de defensivos temos observado na citricultura uma possibili-dade de redução de custos, em média, de 60%, dependendo da idade do pomar.

ACONTECE

50mil

CURTIDORES DA PÁGINA DA

CITRUSBR

2milhões

É O NÚMEROTOTAL DE

VIZUALIZAÇÕESDA PÁGINA

700mil

FOI O NÚMERO DE PESSOAS

ALCANÇADAS COMOS OITO

EPISÓDIOS DA WEBSÉRIE

6 | CITRUSBR novembro 2016 FOTOS DIVULGAÇÃO CITRUSBR novembro 2016 | 7

REDE

PARA CURTIR O SUCO DE LARANJA Com informações baseadas em estudos científicos e participação de renomadas instituições de pesquisas, a CitrusBR está produzindo uma websérie para informar o consumidor final sobre os beneficios do suco de laranja. Intitulada “A Ciência do suco de laranja”, a série de vÍdeos é disponibilizada na página da associação em redes sociais como Facebook e You Tube, além de ser distribuída via WhatsApp. A iniciativa faz parte de uma estratégia iniciada no ano passado, de utilizar as redes sociais para aproximar o suco de laranja dos consumidores, sobretudo das gerações mais novas.

MARKETING

FANTA DE ROUPA NOVA Segunda maior marca dentro do grupo Coca-Cola, a Fanta lançou seu novo logo no mercado europeu. Com aparência mais moderna, a nova imagem conserva as cores azul, bran-co e laranja e quer reforçar seu apelo junto ao público jovem.

Na nova versão, duas fatias de laranja aparecem ao lado do nome, reforçando o sabor “laranja” do produto. A novidade já está sendo utilizada na Itália, Polônia, Sérvia e Malta. Além da marca, a garrafa também foi redesenhada e parece “torcida”. Por enquanto, a mudança só foi implementada em alguns países da Europa.

NOVIDADE

DAS PÁGINAS PARA TELA

A partir desta edição da revista da CitrusBR, os leitores poderão não ape-

nas ler, mas também ver e ouvir algumas das histórias aqui retrata-das. Por meio da tecnologia de QR Code, esse desenho que mais se parece com um código de barras, será possível acessar direto no celu-lar a versão em vídeo de algumas das reportagens publi-cadas na revista. Basta baixar gratuitamente um aplicativo para leitura de QR Code, visualizar o código com esse aplica-tivo e pronto! O leitor será encami-

nhada para a pági-na do vídeo. Mais um jeito de consu-mir informação de qualidade sobre o setor citrícola.

BRITIVIC

DE OLHO NA CRIANÇADA

ESTRATÉGIA

BERRY COMPANY MAIS LIGHT Outra empresa que investe no mercado de produtos com apelo saudável é a Berry Company. A empresa, tida como uma das mar-cas de bebidas de mais rápido

crescimento da Europa, começará por relançar a sua gama de sucos e chás, já existente, mas com uma redução de 40% de açúcar e calorias.

CAFÉ

DOLCE GUSTO MADE IN BRAZIL A Nestlé inaugurou a primeira unidade fora da Europa que vai fabricar as famosas cápsulas Nescafé Dolce Gusto. Em um investimento de R$ 220 milhões, a fábrica instalada em Montes Claros (MG) inicia suas operações utilizando café de origem 100% brasileira, além de outras matérias--primas nacionais, como leite, cacau e açúcar.

A ebba, dona das marcas de néctares Maguary e Dafruta, faz o seu primeiro lançamento no mercado brasileiro após ser comprada pela britânica Britivic. Trata-se do Maguary Fruit Shoot, uma linha de néctares mistos, com foco no público infantil. Os novos produtos serão vendidos em garrafas squeeze de 275 ml, com design colorido e cores vibrantes. Além disso, de acordo com a fabricante, as bebidas são enriquecidas com uma série de vitaminas e não possuem corantes artificiais.

RED BULL

TANGERINA TAMBÉM DÁ ASAS A Red Bull América do Norte está expandindo sua linha de energéticos com a adição do Red Bull Orange Edition.A bebida terá sabor de tangerina. O novo produto, segundo a fabricante, combina o sabor da fruta com uma embalagem bastante atrativa para o consumidor. Envasada em latinhas de 355 ml, a empresa informa que a concentração de cafeína é a mesma encontrada em outras

versões do energético.

BRASIL

SUCO TAMANHO FAMÍLIA A fabricante brasileira de sucos, Famiglia Zanlorenzi, apostando no cresci-mento do mercado de sucos 100%, lançou seu suco de laranja da marca Campo Largo na versão 1 litro, em embalagem Tetra Pak. A companhia já havia lançado o mesmo sabor em embalagens individuais, de 200ml, cuja aceitação do público, segundo a companhia, foi bastante positiva.

ACESSEO QR CODEE ASSISTAAO VÍDEO

Page 8: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

O VAI E VEMDO CONSUMOConfira os destaques do

relatório da Nielsen sobre o valor e o consumo de suco de laranja no mercado norte-

americano nas últimas quatro semanas com

término em 1o de outubro:

7,8%Foi o índice de queda das

vendas totais de suco de laranja no período, cujo volume ficou

em 123,1 milhões de litros, ante 133,5 milhões de litros

6,8%Foi o quanto recuou a receita total das vendas de suco de

laranja naquele mercado, fechando o período em US$

216,8 milhões (R$ 685,1 milhões)

1%Foi o percentual de reajuste do preço do suco nas gôndolas, cujo litro passou de US$ 1,74

(R$ 5,49) para US$ 1,75 (R$ 5,53)

BLOG

CIÊNCIA PARA TODOS Os pesquisadores ligados ao Centro de Citricultura Sylvio Moreira, em Cordeirópolis, lançaram um blog chamado "Descascando a Ciência". O projeto, coordenado pela dra. Laís Moreira Granato e pelo mestre em microbiologia, parasitologia e patologia Paulo José Camargo dos Santos, tem o intuito de divulgar informações detalhadas sobre os projetos de pesquisa desenvolvidos pelos alunos de mestrado e

doutorado ligados à entidade. Para conferir mais sobre o blog, basta acessar o

endereço: http://www.blogs.ea2.unicamp.br/descascandoaciencia.

ACONTECE CORE NUTRITION

ÁGUA QUE NÃO ENGORDA A empresa norte-americana Core Nutrition, dona da linha de águas Core Hydratation, pretende ganhar terreno no mercado americano com uma nova linha de águas saborizadas, cujo principal apelo é possuir baixa caloria. O produto é o

carro-chefe da estratégia da empresa de lucrar com a crescente demanda por produtos orgânicos e de baixa caloria, um mercado de US$ 40 bilhões nos EUA.

CIÊNCIA

O GENE QUE PODE DETER O GREENING Um estudo desenvolvido por cientistas bra-sileiros e norte-americanos identificou um gene que pode ser uma poderosa arma contra o greening. Batizado de Met-1, o gene se mostrou essencial para a vida do psilídeo, inseto vetor da doença, tornando--se um forte candidato a ser silenciado pela técnica de RNA interferente (RNAi). Em testes de laboratório, mais de 80% dos psilídeos, que se alimentaram em plantas contendo RNAs idênticos ao gene Met-1, morreram. A pes-quisa foi feita por meio de parceria entre Embrapa e o Serviço de Pesquisa Agrícola do Departamento de Agricultura daquele país (Usda/ARS), no âmbito do Programa Embrapa Labex-USA.

8 | CITRUSBR novembro 2016

ESTRANHO

ELES JURAM QUE NÃO É ÁGUA

PRODUÇÃO

PARANÁ DE SAFRA CHEIA

Depois de registrar quebra na safra passada, a produção de laranjas no Paraná deve registrar crescimento. De acordo com a estimativa do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura, o Estado deve colher 20 milhões de caixas de laranja de 40,8 kg. O número representa um crescimento de 11,6% em relação à safra 2015/16, quando a produ-ção paranaense foi de 18 milhões de caixas de 40,8Kg. A previsão é que o Valor Bruto da Produção (VBP) da atividade alcance R$ 277,4 milhões, o mais alto da última década.

Uma empresa britânica chamada Ohayo Tomorrow lançou no varejo do Reino Unido uma inusitada bebida que mistura vitaminas, minerais e eletrólitos, substâncias que ajudam na hidratação e no controle da pressão arterial. Segundo a fabricante, trata-se de uma “superbebida revolucionária” porque ajuda a manter o corpo hidratado quando ele mais precisa.

Fonte: Nielsen

Page 9: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

Disposta a ter uma cara mais saúdavel, a Coca-Cola continua desenvolvendo ações para reforçar esse novo posicionamento. A prática da vez é um aplicativo que, ajustado ao GPS, calcula seus movimentos e a distância percorrida. Com esses dados ele aponta o nível de endorfina das pessoas. Conforme os exercícios são realizados, o usuário preenche o desenho de uma garrafa com os níveis liberados dessa substância. Ao completar a atividade, o aplicativo libera um código promocional que pode ser trocado por uma garrafa de Coca-Cola nas vending machines da marca.

Consumo REINO UNIDO MENOS DOCE 4Em junho último,

a citricultura per-deu uma de suas melhores cabeças pen-santes. Aos 82 anos, o agrôno-mo e pesquisa-dor emérito dr.Joseph Marie Bové faleceu na cidade de Bordeaux, França. Bové

pesquisou a citricultura brasileira desde 1959 e há 20 anos era o principal consul-tor do Fundecitrus. Durante todo esse período ele esteve à frente das descober-tas e avanços de controle das principais doenças de citros no País, como Greening CVC, a morte súbita dos citros.

A doença Clorose Variegada dos Citros (CVC), também conhecida como “amarelinho”, considerada a maior ameaça da citricultura na década de 1990, está praticamente extinta dos pomares de laranja do maior parque citrícola do Brasi. Isso é o que aponta o levantamento do Fundecitrus, que demonstra que atualmente a doença afeta apenas 3,02% das laranjeiras, o menor índice desde que o levantamento começou, em 1996.

Memória O LEGADODE BOVÉ2

Sanidade VENCEMOS O AMERELINHO 5

Fale com a redação: [email protected]

1 TENDÊNCIAS

FOTOS DIVULGAÇÃO

3Marketing COCA-COLA TROCA ENDORFINA POR REFRIGERANTE

CITRUSBR novembro 2016 | 9

Com o objetivo de comba-ter os problemas de obesi-dade no país, o Reino Unido confirmou que irá introduzir uma taxa sobre o açúcar nos refrigerantes dentro de dois anos. O anúncio foi feito pelo ministro de Finanças, George Osborne. "Nós entendemos que a taxa afeta o comportamen-to. Portanto, vamos taxar as coisas que queremos redu-

zir, e não as coisas que queremos

encorajar.”.

BalançoUM REFRESCONAS CONTAS

De acordo com o CEO da empresa, Hans Roelofs, com a reto-mada em terras euro-peias, a companhia agora desenha sua estratégia para atuar em outros mercados fora do continente, com a aquisição da norte-americana Whitlock Packaging, anunciada em julho.

Depois de divulgar resultados pouco animadores em 2015, a britânica Refresco-Gerber, uma das maiores empresas de bebida no mundo, registrou leve recuperação no segundo trimestre deste ano, conforme mostram os principais indicadores da companhia:

1.703,3milhõesde litros foi

o total envasado pela empresa. Isso

representa crescimento de 1,9%

US$625,7

milhõesfoi a receita

registrada no período.

Crescimento de 2%

Page 10: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

A recuperação do limãoDepois de um início de safra lento, a colheita do limão engrenou na Argentina e a previsão é de que a safra fique entre 1,2 e 1,4 milhão de toneladas, levemente superior às previsões iniciais. Desse total, cerca de 1,2 milhão de toneladas deverá ser destinada à indústria processadora, enquanto o restante será comercializado no mercado de mesa. A qualidade da fruta nessa temporada, porém, está abaixo da safra passada e os rendimentos tanto para a produção de suco quanto para a pro-dução de óleo deve ser 10% menor. Com o mer-cado bem abaste-cido, os preços seguem estáveis, embora em pata-mares um pouco elevados, com a tonelada de suco sendo comerciali-zada por valores entre US$ 2.350 e US$ 2.450.

Sem climapara as uvasAs variações climáticas preju-

dicaram a safra argentina de uvas, que teve perdas

de 40% do volume nesta temporada. Com isso, os proces-

sadores esperam estoques menores e as

exportações seguem abaixo do registrado em 2015, fechando o período de janeiro a junho em 52,4 mil toneladas ante 55,7 mil toneladas em 2015. Contudo, há apenas 80 mil toneladas de suco disponíveis para exportação neste ano, ante 120 mil toneladas em 2015, o que deve fazer com que o ritmo dos embarques diminua nos últimos meses do ano. Apesar disso, analistas dizem que os estoques globais, que incluem produ-ção na Europa e EUA, são suficientes para atender à deman-da mundial. Diante desse cenário, os preços seguem estáveis com a tonelada do suco concentrado sendo comercializada por valores entre US$ 1.400 e US$ 1.550.

Em ritmo lentoA colheita da manga Alphonso na Índia acabou em junho, com um volume de apenas 35 mil tonela-das, 50% abaixo do registrado na temporada de 2015. Apesar disso, fontes de mercado locais afirmam que os estoques são suficientes para atender à demanda do merca-do até a chegada da próxima safra. Os preços da tonelada do purê de manga 15/17 Brix FOB Índia seguem um pouco abaixo em comparação ao mês anterior, variando entre US$ 1.250 e US$ 1.450. Como de costume, o

valor da tonelada do purê de manga “blindado” com variedades mais baratas da fruta está custando em média US$ 250 menos.

A volta das maçãs ácidasOs estoques de frutas de baixa acidez seguem em alta, mas as primeiras remessas de maçãs de alta acidez já começam a ser colhidas e direcionadas para as indústrias processadoras. Agora, a falta de frutas de alta acidez deixou de ser uma preocupação e as indústrias correm para atender às demandas de blends encomendadas em agosto, o que também deve ajudar a baixar os estoques de frutas menos ácidas. Diante desse cenário, os preços do suco concentra-do de alta acidez a 70 Brix estão variando entre US$ 999 e US$ 1.110 a tonelada. Já o suco concentrado de baixa acidez está com preços um pouco mais baixos do que no mês anterior, com a tonelada sendo comercializada entre US$ 777 e US$ 832.

A CITRUSBR TRAZ, COM EXCLUSIVIDADE, UMA INÉDITA PARCERIA COM O JUICE MARKET, RELATÓRIO INTERNACIONAL COM INFORMAÇÕESSOBRE OS BASTIDORES DO MERCADO MUNDIAL DE SUCOS, NOS MAIS DIFERENTES SABORES E FORNECEDORES AO REDOR DO MUNDO

10 | CITRUSBR novembro 2016 FOTOS DE MURILLO CONSTANTINO E DIVULGAÇÃO CITRUSBR novembro 2016 | 11

Consumo de suco e néctar de manga(em milhões de litros)

Produção em queda A Flórida pode colher sua menor safra em 53 anos. Essa pelo menos é a previsão da consultora independente de citrus, Elizabeth Steger, que estimou a produção em apenas 60,5 milhões de caixas na safra 2016/2017. A estimativa de Steger é considerada, tradicionalmente, a primeira da safra. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) deve soltar a sua primeira estimativa em outrubro. De acordo com os especialistas, o fator prin-cipal para uma safra tão baixa é o efeito greening, que atinge mais de 80% das plantas do estado norte-americano. A queda já é de 66% desde a safra de 2003-04, que foi de 242 milhões.

ESTA COLUNA É UMA VERSÃO DA REVISTA JUICE MARKET, PUBLICADA NO SITE www.juicemarket.infoContato: Stefan Worsley. Tel.: +44 (0) 7711 564 219. E-mail: [email protected]

Mercado azedoOs principais processadores de abacaxi da Tailândia já moeram suas frutas e as fábricas menores devem continuar processando baixas quantidades ao longo da baixa tempora-da. Além disso, os compradores estão preocupados com a qualidade do suco concen-trado, que está com coloração mais fraca e altos níveis de nitrato. Apesar da qualidade inferior do suco, há estoques suficientes para o resto do ano, até porque analistas observam uma retração na demanda, que em algumas regiões da Europa chega a ser 50% menor, segundo relatos. Os preços da tonelada de suco concentrado de abacaxi 60/65 brix seguem nos mesmos patamares de julho, entre US$ 3000 e US$ 3.200.

Mercados 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Meio-oeste e norte da África

185 218 251 278 273 281 299 343 378 380 394

Ásia 124 154 190 231 243 221 271 277 307 341 371

América Latina 202 220 260 273 287 291 300 314 331 335 345

África 12 15 18 20 25 36 39 73 78 86 95

América do Norte 19 47 51 42 45 46 46 46 60 83 93

Oeste europeu 18 19 19 22 24 42 47 49 49 49 49

Leste europeu 21 23 33 28 15 13 12 12 12 12 11

Australásia 8 9 9 10 12 10 10 10 9 9 10

Global 590 705 832 904 924 941 1,023 1,224 1,224 1,296 1,366

Page 11: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

A recuperação do limãoDepois de um início de safra lento, a colheita do limão engrenou na Argentina e a previsão é de que a safra fique entre 1,2 e 1,4 milhão de toneladas, levemente superior às previsões iniciais. Desse total, cerca de 1,2 milhão de toneladas deverá ser destinada à indústria processadora, enquanto o restante será comercializado no mercado de mesa. A qualidade da fruta nessa temporada, porém, está abaixo da safra passada e os rendimentos tanto para a produção de suco quanto para a pro-dução de óleo deve ser 10% menor. Com o mer-cado bem abaste-cido, os preços seguem estáveis, embora em pata-mares um pouco elevados, com a tonelada de suco sendo comerciali-zada por valores entre US$ 2.350 e US$ 2.450.

Sem climapara as uvasAs variações climáticas preju-

dicaram a safra argentina de uvas, que teve perdas

de 40% do volume nesta temporada. Com isso, os proces-

sadores esperam estoques menores e as

exportações seguem abaixo do registrado em 2015, fechando o período de janeiro a junho em 52,4 mil toneladas ante 55,7 mil toneladas em 2015. Contudo, há apenas 80 mil toneladas de suco disponíveis para exportação neste ano, ante 120 mil toneladas em 2015, o que deve fazer com que o ritmo dos embarques diminua nos últimos meses do ano. Apesar disso, analistas dizem que os estoques globais, que incluem produ-ção na Europa e EUA, são suficientes para atender à deman-da mundial. Diante desse cenário, os preços seguem estáveis com a tonelada do suco concentrado sendo comercializada por valores entre US$ 1.400 e US$ 1.550.

Em ritmo lentoA colheita da manga Alphonso na Índia acabou em junho, com um volume de apenas 35 mil tonela-das, 50% abaixo do registrado na temporada de 2015. Apesar disso, fontes de mercado locais afirmam que os estoques são suficientes para atender à demanda do merca-do até a chegada da próxima safra. Os preços da tonelada do purê de manga 15/17 Brix FOB Índia seguem um pouco abaixo em comparação ao mês anterior, variando entre US$ 1.250 e US$ 1.450. Como de costume, o

valor da tonelada do purê de manga “blindado” com variedades mais baratas da fruta está custando em média US$ 250 menos.

A volta das maçãs ácidasOs estoques de frutas de baixa acidez seguem em alta, mas as primeiras remessas de maçãs de alta acidez já começam a ser colhidas e direcionadas para as indústrias processadoras. Agora, a falta de frutas de alta acidez deixou de ser uma preocupação e as indústrias correm para atender às demandas de blends encomendadas em agosto, o que também deve ajudar a baixar os estoques de frutas menos ácidas. Diante desse cenário, os preços do suco concentra-do de alta acidez a 70 Brix estão variando entre US$ 999 e US$ 1.110 a tonelada. Já o suco concentrado de baixa acidez está com preços um pouco mais baixos do que no mês anterior, com a tonelada sendo comercializada entre US$ 777 e US$ 832.

A CITRUSBR TRAZ, COM EXCLUSIVIDADE, UMA INÉDITA PARCERIA COM O JUICE MARKET, RELATÓRIO INTERNACIONAL COM INFORMAÇÕESSOBRE OS BASTIDORES DO MERCADO MUNDIAL DE SUCOS, NOS MAIS DIFERENTES SABORES E FORNECEDORES AO REDOR DO MUNDO

10 | CITRUSBR novembro 2016 FOTOS DE MURILLO CONSTANTINO E DIVULGAÇÃO CITRUSBR novembro 2016 | 11

Consumo de suco e néctar de manga(em milhões de litros)

Produção em queda A Flórida pode colher sua menor safra em 53 anos. Essa pelo menos é a previsão da consultora independente de citrus, Elizabeth Steger, que estimou a produção em apenas 60,5 milhões de caixas na safra 2016/2017. A estimativa de Steger é considerada, tradicionalmente, a primeira da safra. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) deve soltar a sua primeira estimativa em outrubro. De acordo com os especialistas, o fator prin-cipal para uma safra tão baixa é o efeito greening, que atinge mais de 80% das plantas do estado norte-americano. A queda já é de 66% desde a safra de 2003-04, que foi de 242 milhões.

ESTA COLUNA É UMA VERSÃO DA REVISTA JUICE MARKET, PUBLICADA NO SITE www.juicemarket.infoContato: Stefan Worsley. Tel.: +44 (0) 7711 564 219. E-mail: [email protected]

Mercado azedoOs principais processadores de abacaxi da Tailândia já moeram suas frutas e as fábricas menores devem continuar processando baixas quantidades ao longo da baixa tempora-da. Além disso, os compradores estão preocupados com a qualidade do suco concen-trado, que está com coloração mais fraca e altos níveis de nitrato. Apesar da qualidade inferior do suco, há estoques suficientes para o resto do ano, até porque analistas observam uma retração na demanda, que em algumas regiões da Europa chega a ser 50% menor, segundo relatos. Os preços da tonelada de suco concentrado de abacaxi 60/65 brix seguem nos mesmos patamares de julho, entre US$ 3000 e US$ 3.200.

Mercados 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Meio-oeste e norte da África

185 218 251 278 273 281 299 343 378 380 394

Ásia 124 154 190 231 243 221 271 277 307 341 371

América Latina 202 220 260 273 287 291 300 314 331 335 345

África 12 15 18 20 25 36 39 73 78 86 95

América do Norte 19 47 51 42 45 46 46 46 60 83 93

Oeste europeu 18 19 19 22 24 42 47 49 49 49 49

Leste europeu 21 23 33 28 15 13 12 12 12 12 11

Australásia 8 9 9 10 12 10 10 10 9 9 10

Global 590 705 832 904 924 941 1,023 1,224 1,224 1,296 1,366

Page 12: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

Nos últimos meses, o economista José Roberto Mendonça de Barros se debruçou sobre os principais da-dos e estudos relativos à citricultura paulista, para entender e projetar o futuro dessa cadeia produtiva. O resultado desse trabalho é o livro “O Mercado da Citricultura no Brasil e suas Perspectivas”. Funda-dor de uma das principais consultorias do país, a MB Agro, e ex-secretário de Política Econômica do Mi-nistério da Fazenda, de 1995 a 1998, Mendonça de Barros analisou as peculiaridades da produção da la-ranja, comparando com outras commodities, e identificou que essa cadeia passa por um raro momento em que a maior parte dos fundamentos econômicos convergem para um mercado positivo. Em entre-vista exclusiva para a Revista CitrusBR, o economista comenta os principais pontos abordados em seu li-vro e aponta quais são as estratégias que, em sua opinião, podem ajudar o setor a aproveitar esse novo ciclo.

O senhor já estudou diversas cadeias do agronegócio brasileiro. Quais são as principais diferenças da citricultura para essas outras cadeias? Eu destacaria três diferenças. A primeira é o fato de o produto ser basicamente exportado, isto é, o mercado interno do suco de laranja industrializado é relativamente modesto. Além disso, trata-se de um produto industrializado, o que é diferente da soja ou do milho, que você pode vender os grãos ou produtos prontos. E temos também uma característica única que é a concentração geográfica bastante significativa. Isto é um aspecto que na agricultura pode trazer riscos, com a maior disseminação de doenças. Mas traz muitos benefícios, porque a exigência de novas tecnologias são mais facilmente respondidas pelos sistemas de pesquisa, quando se tem uma área relativamente concentrada. Quando a área é muito variada, as condições geográficas e edáficas são diferentes.

Em seu trabalho, o senhor destacou alguns pontos que mostram que a cadeia produtiva da laranja tem uma certa sofisticação do ponto de vista de acesso à informação, principalmente por conta do projeto de estimativa de safra realizado pelo Fundecitrus. Comparando com outras cadeias, como está a citricultura?

“A citricultura terá uma janela de oportunidades nos próximos anos”

rápido e pode acontecer de uma safra para outra ou até mesmo dentro de uma mesma safra. Além disso, em uma cultura anual o estoque de capital está na terra, nos equipamentos, etc. Já em uma cultura permanente o maior estoque de capital, do ponto de vista do produtor, está na árvore. Portanto, a decisão de reduzir o parque produtivo envolve uma perda de capital que torna as coisas muito mais difíceis.

Hoje, porém, o senhor observa um ajuste importante por parte da oferta e, consequentemente, para os estoques. O que muda? Nesse tipo de setor o ajuste se faz muito em cima da produtividade. O que eu quero dizer é que em períodos de queda de preço, porque ocorreu um excesso de produção, vão se defender melhor os produtores mais produtivos, pois assim seus custos fixos vão ser rateados pelo maior número de caixas e ele aguenta mais os preços em patamares mais baixos. Já os que possuem uma produtividade muito baixa tem uma decisão mais difícil. Ou saem do mercado ou precisam fazer um sobre esforço para aumentar sua produtividade e conseguir dar conta. Então o produtor mais produtivo ganha mais quando o preço está subindo, mas a grande diferença aparece quando o preço está ruim, porque é onde o ele consegue aguentar mais. Em qualquer

A citricultura está muito melhor. Se você comparar com o café, que também é uma cultura perene, com 150 anos no Brasil, o sistema de previsão de safra é muito mais limitado do que a laranja, que é uma atividade mais nova. O trabalho do Fundecitrus, que está por trás, com esse levantamento sistemático do número de árvores, idade, variedade, área etc, é único. E o resultado é que a informação é de melhor qualidade. O que não é o caso do café. Quem acompanha o mercado de café sabe que as diferenças entre as estimativas podem chegar a 10 milhões de sacas, em uma produção de 40 milhões de sacas, é uma diferença muito grande. Além disso, esse trabalho permite uma projeção para o futuro, porque você tem a idade do parque produtivo, sabe qual é a produtividade que ele vai chegar ao longo dos anos e isso oferece uma boa ideia, não só do que será essa safra, mas o que esperar das próximas duas ou três safras.

Na sua visão, quais foram as consequências para o mercado citrícola brasileiro, com o excesso na oferta de fruta e estoques vivenciados nos últimos anos? O excesso de estoque, obviamente, machuca qualquer setor. Temos que lembrar que estamos falando de uma cultura perene. Nas culturas anuais, como soja e milho, esse ajuste é mais

atividade cíclica, no campo ou na indústria, você precisa estar preparado para aguentar períodos mais difíceis, que normalmente ocorrem, para poder se alavancar em períodos em que a situação melhora e os preços tendem a subir. Esse é o segredo.

Então na análise do senhor a produtividade é um ponto fundamental? Muitas pessoas têm uma tendência de, em épocas de preço baixo, pedir alguma ajuda governamental ou alguma ação “extra campo” para poder passar pelo período difícil. Mas na verdade, a forma construtiva de passar por esse período é aumentar a produtividade para se fortalecer para os outros ciclos. É uma estratégia difícil, mas é a única estratégia consistente para um ganho a longo prazo. Para quem já faz isso com uma certa rotina é mais fácil. Quem não se atrasa muito em relação às tecnologias esses ajustes são mais simples. O difícil é quando se fica muito tempo sem fazer trabalho de aumento de produtividade e sua distância perante a média fica muito grande. Agriculturas vitoriosas são aquelas que vão

seguindo os ciclos, mas sempre com aumento de produtividade.

O senhor observou uma redução de 29% na oferta de fruta para o processamento entre as safras 1997/1998 e 2014/15. Contudo, o avanço da produção para mesa aumentou em 39%. O que isso significa para a citricultura brasileira? Significa uma coisa boa. Antes de tudo há uma diversificação. Claro que as variedades não são as mesmas, mas a tecnologia é citrícola. Isso é positivo pois ajuda a aumentar o mercado. Quem se acostuma a consumir a laranja in natura pode estar mais preparado para consumir a laranja de outras formas. Então acho bem positivo esse efeito e o que vemos é que o mercado de fruta in natura continua crescendo. Em lugares desenvolvidos estamos vendo uma queda no consumo e isso ninguém sabe se vai continuar ou não, mas temos que estar preparados para a possibilidade de uma retomada. Volto ao exemplo do café, que há 25 anos era dado como um produto em franca estagnação, era uma bebida de pessoas mais velhas, etc. De repente o café conseguiu dar uma volta por cima. Virou bebida de gente nova com o fenômeno Starbucks e renasceu. Então falamos de mudanças técnicas, que não é só a qualidade da árvore, é também uma

entrevista | José Roberto Mendonça de Barros,

12 | CITRUSBR novembro 2016 FOTO DE LEONARDO RODRIGUES CITRUSBR novembro 2016 | 13

economista e sócio-fundador da MB Agro Consultoria

“A VALORIZAÇÃO DO

DÓLAR E A RESTRIÇÃO

NA OFERTA DE FRUTAS

FAZEM O CENÁRIO

SER POSITIVO”

Page 13: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

Nos últimos meses, o economista José Roberto Mendonça de Barros se debruçou sobre os principais da-dos e estudos relativos à citricultura paulista, para entender e projetar o futuro dessa cadeia produtiva. O resultado desse trabalho é o livro “O Mercado da Citricultura no Brasil e suas Perspectivas”. Funda-dor de uma das principais consultorias do país, a MB Agro, e ex-secretário de Política Econômica do Mi-nistério da Fazenda, de 1995 a 1998, Mendonça de Barros analisou as peculiaridades da produção da la-ranja, comparando com outras commodities, e identificou que essa cadeia passa por um raro momento em que a maior parte dos fundamentos econômicos convergem para um mercado positivo. Em entre-vista exclusiva para a Revista CitrusBR, o economista comenta os principais pontos abordados em seu li-vro e aponta quais são as estratégias que, em sua opinião, podem ajudar o setor a aproveitar esse novo ciclo.

O senhor já estudou diversas cadeias do agronegócio brasileiro. Quais são as principais diferenças da citricultura para essas outras cadeias? Eu destacaria três diferenças. A primeira é o fato de o produto ser basicamente exportado, isto é, o mercado interno do suco de laranja industrializado é relativamente modesto. Além disso, trata-se de um produto industrializado, o que é diferente da soja ou do milho, que você pode vender os grãos ou produtos prontos. E temos também uma característica única que é a concentração geográfica bastante significativa. Isto é um aspecto que na agricultura pode trazer riscos, com a maior disseminação de doenças. Mas traz muitos benefícios, porque a exigência de novas tecnologias são mais facilmente respondidas pelos sistemas de pesquisa, quando se tem uma área relativamente concentrada. Quando a área é muito variada, as condições geográficas e edáficas são diferentes.

Em seu trabalho, o senhor destacou alguns pontos que mostram que a cadeia produtiva da laranja tem uma certa sofisticação do ponto de vista de acesso à informação, principalmente por conta do projeto de estimativa de safra realizado pelo Fundecitrus. Comparando com outras cadeias, como está a citricultura?

“A citricultura terá uma janela de oportunidades nos próximos anos”

rápido e pode acontecer de uma safra para outra ou até mesmo dentro de uma mesma safra. Além disso, em uma cultura anual o estoque de capital está na terra, nos equipamentos, etc. Já em uma cultura permanente o maior estoque de capital, do ponto de vista do produtor, está na árvore. Portanto, a decisão de reduzir o parque produtivo envolve uma perda de capital que torna as coisas muito mais difíceis.

Hoje, porém, o senhor observa um ajuste importante por parte da oferta e, consequentemente, para os estoques. O que muda? Nesse tipo de setor o ajuste se faz muito em cima da produtividade. O que eu quero dizer é que em períodos de queda de preço, porque ocorreu um excesso de produção, vão se defender melhor os produtores mais produtivos, pois assim seus custos fixos vão ser rateados pelo maior número de caixas e ele aguenta mais os preços em patamares mais baixos. Já os que possuem uma produtividade muito baixa tem uma decisão mais difícil. Ou saem do mercado ou precisam fazer um sobre esforço para aumentar sua produtividade e conseguir dar conta. Então o produtor mais produtivo ganha mais quando o preço está subindo, mas a grande diferença aparece quando o preço está ruim, porque é onde o ele consegue aguentar mais. Em qualquer

A citricultura está muito melhor. Se você comparar com o café, que também é uma cultura perene, com 150 anos no Brasil, o sistema de previsão de safra é muito mais limitado do que a laranja, que é uma atividade mais nova. O trabalho do Fundecitrus, que está por trás, com esse levantamento sistemático do número de árvores, idade, variedade, área etc, é único. E o resultado é que a informação é de melhor qualidade. O que não é o caso do café. Quem acompanha o mercado de café sabe que as diferenças entre as estimativas podem chegar a 10 milhões de sacas, em uma produção de 40 milhões de sacas, é uma diferença muito grande. Além disso, esse trabalho permite uma projeção para o futuro, porque você tem a idade do parque produtivo, sabe qual é a produtividade que ele vai chegar ao longo dos anos e isso oferece uma boa ideia, não só do que será essa safra, mas o que esperar das próximas duas ou três safras.

Na sua visão, quais foram as consequências para o mercado citrícola brasileiro, com o excesso na oferta de fruta e estoques vivenciados nos últimos anos? O excesso de estoque, obviamente, machuca qualquer setor. Temos que lembrar que estamos falando de uma cultura perene. Nas culturas anuais, como soja e milho, esse ajuste é mais

atividade cíclica, no campo ou na indústria, você precisa estar preparado para aguentar períodos mais difíceis, que normalmente ocorrem, para poder se alavancar em períodos em que a situação melhora e os preços tendem a subir. Esse é o segredo.

Então na análise do senhor a produtividade é um ponto fundamental? Muitas pessoas têm uma tendência de, em épocas de preço baixo, pedir alguma ajuda governamental ou alguma ação “extra campo” para poder passar pelo período difícil. Mas na verdade, a forma construtiva de passar por esse período é aumentar a produtividade para se fortalecer para os outros ciclos. É uma estratégia difícil, mas é a única estratégia consistente para um ganho a longo prazo. Para quem já faz isso com uma certa rotina é mais fácil. Quem não se atrasa muito em relação às tecnologias esses ajustes são mais simples. O difícil é quando se fica muito tempo sem fazer trabalho de aumento de produtividade e sua distância perante a média fica muito grande. Agriculturas vitoriosas são aquelas que vão

seguindo os ciclos, mas sempre com aumento de produtividade.

O senhor observou uma redução de 29% na oferta de fruta para o processamento entre as safras 1997/1998 e 2014/15. Contudo, o avanço da produção para mesa aumentou em 39%. O que isso significa para a citricultura brasileira? Significa uma coisa boa. Antes de tudo há uma diversificação. Claro que as variedades não são as mesmas, mas a tecnologia é citrícola. Isso é positivo pois ajuda a aumentar o mercado. Quem se acostuma a consumir a laranja in natura pode estar mais preparado para consumir a laranja de outras formas. Então acho bem positivo esse efeito e o que vemos é que o mercado de fruta in natura continua crescendo. Em lugares desenvolvidos estamos vendo uma queda no consumo e isso ninguém sabe se vai continuar ou não, mas temos que estar preparados para a possibilidade de uma retomada. Volto ao exemplo do café, que há 25 anos era dado como um produto em franca estagnação, era uma bebida de pessoas mais velhas, etc. De repente o café conseguiu dar uma volta por cima. Virou bebida de gente nova com o fenômeno Starbucks e renasceu. Então falamos de mudanças técnicas, que não é só a qualidade da árvore, é também uma

entrevista | José Roberto Mendonça de Barros,

12 | CITRUSBR novembro 2016 FOTO DE LEONARDO RODRIGUES CITRUSBR novembro 2016 | 13

economista e sócio-fundador da MB Agro Consultoria

“A VALORIZAÇÃO DO

DÓLAR E A RESTRIÇÃO

NA OFERTA DE FRUTAS

FAZEM O CENÁRIO

SER POSITIVO”

Page 14: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

mudança no modelo de negócios, nos esforços de marketing. Isso tem que estar sempre presente e continua sendo necessário agora.

O senhor analisou que a queda da safra na Flórida pode representar uma oportunidade para o Brasil, porém, diante da queda de consumo naquele País a necessidade de importação também diminuiu. O que os brasileiros, produtores e indústrias, podem esperar do mercado americano? Até agora os dados mostram que a queda de consumo continua de forma significativa nos EUA. Muito por conta de questões que associam o suco a padrões de alimentação de obesidade, mas também pela concorrência com outras bebidas. Temos que ser cautelosos com o mercado americano. O que vai mandar é a tendência do consumo e essa tendência não é boa. A queda da produção nos ajuda no sentido que mitiga um pouco a queda nas importações decorrentes da queda de consumo. Mas ainda dependemos de algo que faça reduzir essa queda no consumo, que muitas vezes está ligada a informações cientificas, está ligado a hábito de consumo, inovações, outras formas de oferecer o produto. Existem em vários outros segmentos de alimentação produtos que pareciam fadados a desaparecer e que renasceram, como o exemplo que citei do café. É possível que, de repente, possamos ter no suco de laranja alguma mudança que possa estabilizar o consumo, mas por enquanto a tendência não é boa. Mas um setor se reinventar não seria uma novidade.

O senhor também mostrou em seu trabalho que o descompasso entre câmbio, custo de produção e perdas na Bolsa de Nova York afetaram o setor nos últimos 15 anos. Pode detalhar um pouco mais essa visão? Os preços internacionais, naturalmente, são determinados muito pela oferta e demanda fora do país. Isso é verdade para a Europa e para os EUA. Mas o relevante para os produtores nacionais são os preços em reais até por que seu custo de produção em grande medida é determinado em real. Então uma coisa que chamamos atenção no livro, e que não se faz normalmente, é olhar não apenas o preço em dólar, que é aquele que interessa em condições de competição e de receita de divisas, mas separar que do ponto de vista do produtor o preço em real está na determinação dele. Assim como existem ciclos de preço no mercado internacional nós atravessamos nos últimos anos ciclos de taxas de dólar muito marcados, isto é, períodos em que o real ficou muito valorizado, como o início do Plano Real, com R$ 1,00 por dólar, voltou a ser isso há alguns anos atrás, em 2007 e 2008. Depois passou para R$ 1,90 e tivemos dois grandes períodos de real desvalorizado. O primeiro depois de 2000 e agora recentemente nos últimos três anos. Esses ciclos afetam muito a renda do produtor. O que ocorreu nos ciclos de baixa do real é que a renda do setor ficou muito espremida, de uma certa forma injusta, não só com esse setor,

mas com todo os setores exportadores. Porque os governos mantiveram a taxa do real sobre o dólar muito baixa, para segurar a inflação artificialmente. Então, no fundo, o setor pagou uma conta que não era dele. Isso valeu para a laranja, mas valeu para todos os outros setores. Mas na laranja, pelo fato de ser um segmento praticamente exportador, esse efeito foi ainda mais sentido. Eu acho muito útil, analiticamente, essa percepção de olhar não apenas o preço em dólar, mas também o preço em real e saber como de alguma forma montar sua estratégia levando isso em conta. São preços determinados quase independente, o preço internacional da laranja tem muito pouco haver com a definição do real aqui dentro.

Falando um pouco sobre as características produtivas do cinturão citrícola, o senhor destacou diversas áreas, entre elas a região de Itapetininga e Avaré, Porto Ferreira e Limeira, bem como Bebedouro mostram um caminho de tecnificação rumo a um maior adensamento de pomares e, consequentemente, produtividade. Por que, na sua opinião, o citricultor busca esse caminho? Porque, a rigor, esse caminho é o único. Simples assim. O adensamento tem se mostrado extremamente eficaz para aumentar a produção total por área e as diferenças são gigantescas. Você ter uma produção que passa de 500 caixas para 1.300 caixas por hectare, isso muda da água para o vinho. Essas regiões mais novas, onde essa tendência é mais significativa, mostra um resultado no final do dia totalmente diferente. E mais do que isso, à medida que vai aumentando o número de agricultores e regiões com uso do adensamento, mais os que ficam para trás precisam correr atrás dessa tendência, sob pena de ficar muito longe desse novo patamar tecnológico.

Por outro lado, algumas regiões, como a Noroeste, segundo sua análise, enfrentam o desafio de apresentar coeficiente

como adensamento e produtividade inferiores à média. Qual é o caminho para esses produtores? Não tem muita alternativa, eles também vão ter que seguir esse caminho. Porque observando o número de agricultores que já têm os resultados do adensamento ou que terão daqui a dois ou três anos, à medida que as árvores vão entrando em produção, é possível dizer que toda a estrutura do setor vai mudar. Não é só na laranja que isso funciona, na agricultura como um todo os preços agrícolas tendem a ser cíclicos, alguns momentos mais outros menos. Quando os preços caem, quem tem baixa produtividade acaba operando no prejuízo, se descapitalizando e, eventualmente, saindo do mercado. É preciso dar um passo à frente para melhorar a produtividade, o que significa às vezes concentrar a produção em áreas melhores, desistir de alguma situação, replantar, buscar variedades de forma estratégica, etc. Depois que você passa o ciclo, há uma proporção que dá esse salto adiante e as estratégias para isso variam, o que não dá é para ficar com a mesma produtividade, porque senão vai se descapitalizando e acaba obrigado a deixar o mercado. Mais uma vez, boa parte do capital está nas árvores que é algo que precisa se mexer sempre para manter seu estoque de capital adequado. Quando se tem uma tecnologia como o adensamento, que é um coisa que já há um bom tempo se mostra que veio para ficar , quanto mais rápido você entrar nisso melhor sua situação.

O senhor destaca claramente o que chama de uma janela de oportunidade nos próximos dois anos devido a um maior equilíbrio entre oferta de fruta, estoques e demanda. Por que isso ficou tão claro? Essa janela de oportunidade está aparecendo, antes de tudo, por uma desvalorização do real frente ao dólar, que ficou por muito tempo entre R$ 2,00 e R$ 1,95, e que de repente, por razões que extrapolam

entrevista

14 | CITRUSBR novembro 2016 FOTO DE JULIO VILELA CITRUSBR novembro 2016 | 15

o segmento e que têm a ver com a economia americana, o dólar se valorizou no mercado internacional em frente a todas as moedas. Além disso, temos dificuldades políticas e econômicas no Brasil que ajudaram o real a se desvalorizar. Essa desvalorização teve um sentido positivo que coincidiu com a redução dos estoques. Oferta e demanda caminharam na mesma direção, o que é um fenômeno raro, que evidentemente não foi planejado. Então é um fenômeno positivo que precisa ser aproveitado logo e de forma adequada, pois não dura para sempre. Porque o Brasil caminha para uma estabilização política, além disso o país não tem falta de dólar, ao contrário da Argentina e da Venezuela. Estamos indo para um saldo de US$ 50 bilhões. Então esse real desvalorizado não vai ficar para sempre. Essa é uma janela de oportunidade para um setor que passou um tempo apertado, com rentabilidade baixa, é a hora de aproveitar

O que a cadeia produtiva deve buscar durante essa janela? Duas coisas são importantes para aproveitar este bom momento. O primeiro é desalavancar para quem está exageradamente endividado. Estamos num país de juros muito altos, e isso é um risco grande. Mas, mais do que tudo, é preciso olhar o seu negócio e realizar uma estratégia de melhor eficiência econômica e melhor produtividade. Exatamente para ganhar musculatura para conseguir aguentar o próximo ciclo. Pois eu não sei quando irá ocorrer uma virada no ciclo de preços, espero que demore. Mas isso vai acontecer porque sempre acontece. A melhor estratégia é estar forte o suficiente para passar um período de vacas magras, sem ter que entregar um pedaço do seu negócio e, exatamente por isso, estar pronto para desde o primeiro momento em que os preços melhorarem estar pronto para absorver esse beneficio. Isso é o que tentamos chamar atenção no livro. Em geral, em todos as atividades, e na laranja é a mesmo coisa, quem tem essa estratégia de boa disciplina financeira e boa capacidade tecnológica, também passa por períodos melhores e períodos mais difíceis, mas sempre consegue atravessar esses períodos sem capotar no meio do caminho. Acredito que isso deve estar presente em qualquer estratégia de longo prazo.

FOCO NA PRODUÇÃO Bom momento da citricultura abre espaço para investimento em estratégias que ajudem no ganho de produtividade

Page 15: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

mudança no modelo de negócios, nos esforços de marketing. Isso tem que estar sempre presente e continua sendo necessário agora.

O senhor analisou que a queda da safra na Flórida pode representar uma oportunidade para o Brasil, porém, diante da queda de consumo naquele País a necessidade de importação também diminuiu. O que os brasileiros, produtores e indústrias, podem esperar do mercado americano? Até agora os dados mostram que a queda de consumo continua de forma significativa nos EUA. Muito por conta de questões que associam o suco a padrões de alimentação de obesidade, mas também pela concorrência com outras bebidas. Temos que ser cautelosos com o mercado americano. O que vai mandar é a tendência do consumo e essa tendência não é boa. A queda da produção nos ajuda no sentido que mitiga um pouco a queda nas importações decorrentes da queda de consumo. Mas ainda dependemos de algo que faça reduzir essa queda no consumo, que muitas vezes está ligada a informações cientificas, está ligado a hábito de consumo, inovações, outras formas de oferecer o produto. Existem em vários outros segmentos de alimentação produtos que pareciam fadados a desaparecer e que renasceram, como o exemplo que citei do café. É possível que, de repente, possamos ter no suco de laranja alguma mudança que possa estabilizar o consumo, mas por enquanto a tendência não é boa. Mas um setor se reinventar não seria uma novidade.

O senhor também mostrou em seu trabalho que o descompasso entre câmbio, custo de produção e perdas na Bolsa de Nova York afetaram o setor nos últimos 15 anos. Pode detalhar um pouco mais essa visão? Os preços internacionais, naturalmente, são determinados muito pela oferta e demanda fora do país. Isso é verdade para a Europa e para os EUA. Mas o relevante para os produtores nacionais são os preços em reais até por que seu custo de produção em grande medida é determinado em real. Então uma coisa que chamamos atenção no livro, e que não se faz normalmente, é olhar não apenas o preço em dólar, que é aquele que interessa em condições de competição e de receita de divisas, mas separar que do ponto de vista do produtor o preço em real está na determinação dele. Assim como existem ciclos de preço no mercado internacional nós atravessamos nos últimos anos ciclos de taxas de dólar muito marcados, isto é, períodos em que o real ficou muito valorizado, como o início do Plano Real, com R$ 1,00 por dólar, voltou a ser isso há alguns anos atrás, em 2007 e 2008. Depois passou para R$ 1,90 e tivemos dois grandes períodos de real desvalorizado. O primeiro depois de 2000 e agora recentemente nos últimos três anos. Esses ciclos afetam muito a renda do produtor. O que ocorreu nos ciclos de baixa do real é que a renda do setor ficou muito espremida, de uma certa forma injusta, não só com esse setor,

mas com todo os setores exportadores. Porque os governos mantiveram a taxa do real sobre o dólar muito baixa, para segurar a inflação artificialmente. Então, no fundo, o setor pagou uma conta que não era dele. Isso valeu para a laranja, mas valeu para todos os outros setores. Mas na laranja, pelo fato de ser um segmento praticamente exportador, esse efeito foi ainda mais sentido. Eu acho muito útil, analiticamente, essa percepção de olhar não apenas o preço em dólar, mas também o preço em real e saber como de alguma forma montar sua estratégia levando isso em conta. São preços determinados quase independente, o preço internacional da laranja tem muito pouco haver com a definição do real aqui dentro.

Falando um pouco sobre as características produtivas do cinturão citrícola, o senhor destacou diversas áreas, entre elas a região de Itapetininga e Avaré, Porto Ferreira e Limeira, bem como Bebedouro mostram um caminho de tecnificação rumo a um maior adensamento de pomares e, consequentemente, produtividade. Por que, na sua opinião, o citricultor busca esse caminho? Porque, a rigor, esse caminho é o único. Simples assim. O adensamento tem se mostrado extremamente eficaz para aumentar a produção total por área e as diferenças são gigantescas. Você ter uma produção que passa de 500 caixas para 1.300 caixas por hectare, isso muda da água para o vinho. Essas regiões mais novas, onde essa tendência é mais significativa, mostra um resultado no final do dia totalmente diferente. E mais do que isso, à medida que vai aumentando o número de agricultores e regiões com uso do adensamento, mais os que ficam para trás precisam correr atrás dessa tendência, sob pena de ficar muito longe desse novo patamar tecnológico.

Por outro lado, algumas regiões, como a Noroeste, segundo sua análise, enfrentam o desafio de apresentar coeficiente

como adensamento e produtividade inferiores à média. Qual é o caminho para esses produtores? Não tem muita alternativa, eles também vão ter que seguir esse caminho. Porque observando o número de agricultores que já têm os resultados do adensamento ou que terão daqui a dois ou três anos, à medida que as árvores vão entrando em produção, é possível dizer que toda a estrutura do setor vai mudar. Não é só na laranja que isso funciona, na agricultura como um todo os preços agrícolas tendem a ser cíclicos, alguns momentos mais outros menos. Quando os preços caem, quem tem baixa produtividade acaba operando no prejuízo, se descapitalizando e, eventualmente, saindo do mercado. É preciso dar um passo à frente para melhorar a produtividade, o que significa às vezes concentrar a produção em áreas melhores, desistir de alguma situação, replantar, buscar variedades de forma estratégica, etc. Depois que você passa o ciclo, há uma proporção que dá esse salto adiante e as estratégias para isso variam, o que não dá é para ficar com a mesma produtividade, porque senão vai se descapitalizando e acaba obrigado a deixar o mercado. Mais uma vez, boa parte do capital está nas árvores que é algo que precisa se mexer sempre para manter seu estoque de capital adequado. Quando se tem uma tecnologia como o adensamento, que é um coisa que já há um bom tempo se mostra que veio para ficar , quanto mais rápido você entrar nisso melhor sua situação.

O senhor destaca claramente o que chama de uma janela de oportunidade nos próximos dois anos devido a um maior equilíbrio entre oferta de fruta, estoques e demanda. Por que isso ficou tão claro? Essa janela de oportunidade está aparecendo, antes de tudo, por uma desvalorização do real frente ao dólar, que ficou por muito tempo entre R$ 2,00 e R$ 1,95, e que de repente, por razões que extrapolam

entrevista

14 | CITRUSBR novembro 2016 FOTO DE JULIO VILELA CITRUSBR novembro 2016 | 15

o segmento e que têm a ver com a economia americana, o dólar se valorizou no mercado internacional em frente a todas as moedas. Além disso, temos dificuldades políticas e econômicas no Brasil que ajudaram o real a se desvalorizar. Essa desvalorização teve um sentido positivo que coincidiu com a redução dos estoques. Oferta e demanda caminharam na mesma direção, o que é um fenômeno raro, que evidentemente não foi planejado. Então é um fenômeno positivo que precisa ser aproveitado logo e de forma adequada, pois não dura para sempre. Porque o Brasil caminha para uma estabilização política, além disso o país não tem falta de dólar, ao contrário da Argentina e da Venezuela. Estamos indo para um saldo de US$ 50 bilhões. Então esse real desvalorizado não vai ficar para sempre. Essa é uma janela de oportunidade para um setor que passou um tempo apertado, com rentabilidade baixa, é a hora de aproveitar

O que a cadeia produtiva deve buscar durante essa janela? Duas coisas são importantes para aproveitar este bom momento. O primeiro é desalavancar para quem está exageradamente endividado. Estamos num país de juros muito altos, e isso é um risco grande. Mas, mais do que tudo, é preciso olhar o seu negócio e realizar uma estratégia de melhor eficiência econômica e melhor produtividade. Exatamente para ganhar musculatura para conseguir aguentar o próximo ciclo. Pois eu não sei quando irá ocorrer uma virada no ciclo de preços, espero que demore. Mas isso vai acontecer porque sempre acontece. A melhor estratégia é estar forte o suficiente para passar um período de vacas magras, sem ter que entregar um pedaço do seu negócio e, exatamente por isso, estar pronto para desde o primeiro momento em que os preços melhorarem estar pronto para absorver esse beneficio. Isso é o que tentamos chamar atenção no livro. Em geral, em todos as atividades, e na laranja é a mesmo coisa, quem tem essa estratégia de boa disciplina financeira e boa capacidade tecnológica, também passa por períodos melhores e períodos mais difíceis, mas sempre consegue atravessar esses períodos sem capotar no meio do caminho. Acredito que isso deve estar presente em qualquer estratégia de longo prazo.

FOCO NA PRODUÇÃO Bom momento da citricultura abre espaço para investimento em estratégias que ajudem no ganho de produtividade

Page 16: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

capa | Por Eduardo Savanachi e Denise Oliveira

16 | CITRUSBR novembro 2016 CITRUSBR novembro 2016 | 17

SOB MEDIDA

Maior produtividade por área e

retorno mais rápido do capital investido

motivam citricultores como Henrique Fiorese

a apostar nos chamados superadensamentos

UM POMAR

HENRIQUE FIORESE

CITRICULTOR

Investimento em pomar

mais adensado fez

com que conseguisse

aumentar a produção

num prazo mais curto

Fotos de Julio Vilela

Page 17: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

capa | Por Eduardo Savanachi e Denise Oliveira

16 | CITRUSBR novembro 2016 CITRUSBR novembro 2016 | 17

SOB MEDIDA

Maior produtividade por área e

retorno mais rápido do capital investido

motivam citricultores como Henrique Fiorese

a apostar nos chamados superadensamentos

UM POMAR

HENRIQUE FIORESE

CITRICULTOR

Investimento em pomar

mais adensado fez

com que conseguisse

aumentar a produção

num prazo mais curto

Fotos de Julio Vilela

Page 18: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

que o adensamento é uma tecnologia fun-damental para aumentar a produtividade e tornar os pomares mais competitivos. Com esse sistema, o citricultor conseguiu não só multiplicar suas árvores, como também dar um salto na sua produção, que mais do que dobrou, passando de pouco mais de 700 caixas por hectare para 1,5 mil caixas por hectare. “Hoje em dia não é mais economicamente viá-vel uma citricultura feita de forma tradicional, o adensamento de plan-tio é primordial”, afirma Fiorese.

Citricultor tradicional, com mais de 40 anos destinados ao cultivo da laranja, Fiorese é um dos mais antigos parceiros de um estudo feito pela Embrapa em parceria com a Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro (EECB), que avalia a via-bilidade agronômica e econômica dos chamados “superadensamentos”. Uma prática que, segundo os pesquisadores responsáveis, pode elevar a produti-vidade dos pomares em até 89% e se tornar a chave para um novo ciclo no setor. “Antes pensávamos muito em quantas caixas se produzia por árvore.

Esta é a mudança de conceito: a produtivida-de é dada pela quantidade de fruta colhida em determinada área”, ressalta Fiorese.

Embora estudos de adensamento sejam realizados desde a década de 1980, foi em 2008 que a Embrapa firmou a parceria com a EECB para iniciar os experimentos avalian-

do níveis mais intensos de adensamentos. Após quase oito anos do projeto, eles acredi-tam que o nível de ocupação alcançado por Henrique Fiorese represente o máximo que a tecnologia permite atualmente. “O aden-samento de plantio pode resultar em ganho de produtividade, mas é mais exigente em planejamento e acompanhamento. Em prin-cípio pode ser conduzido em qualquer tipo de solo e clima, após a definição do melhor espaçamento para determinada condição”, pondera Eduardo Stuchi, pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura e um dos responsáveis pelo campo avançado em Bebe-douro, onde são realizados os experimentos. “Os espaçamentos em avaliação atualmente variam de 4,0 m a 6,5 m entre linhas e de 1,0 m a 3,0 m entre plantas. Há no momento dez experimentos em curso no país”, explica.

No próprio parque citrícola é possível observar o crescimento desse modelo de plantio. O Projeto Estimativa de Safra (PES), desenvolvido pelo Fundecitrus e que acaba de atualizar o inventário do cinturão citrí-cola do Estado de São Paulo, apontou que, em 2015, o adensamento médio era de 448 plantas por hectare para os pomares adultos e 631 árvores por hectare em pomares em formação. Passado um ano, o levantamento

de 2016 aponta que o adensamento médio passou para 467 nos pomares adultos e 654 nos pomares em formação, incremento de 4,2% e 3,6%, respectivamente.

No caso de Fiorese, muito antes dos ex-perimentos da Embrapa, há quase 30 anos, os testes com plantios mais adensados foram iniciados em sua primeira fazenda, locali-zada na cidade de Colômbia, onde os 160 hectares sempre foram destinados ao plan-tio de citrus. “Eu sempre escolhia um talhão para fazer testes com plantios diferenciados. Era tudo feito na base do acerto e erro”, relembra o produtor. Nos últimos 15 anos, ele passou a contar com acompanhamento mais técnico e participar dos experimentos cujos resultados já se mostravam promis-sores. “Conforme eu ia erradicando os pés mais antigos, já fui renovando o pomar mais adensado. A grande vantagem é que eu con-seguia aumentar a minha produtividade de uma forma mais rápida”, ressalta. Quando o produtor adquiriu sua segunda propriedade de 80 hectares em Olímpia, o sistema de “su-peradensamento” já estava consolidado em sua fazenda e foi automaticamente replicado na nova área, desta vez com incremento da irrigação por gotejamento. Atualmente, somadas as duas fazendas, Fiorese possui 150 mil árvores em produção, com uma produtividade média de 1,5 mil caixas por hectare. “Na variedade Hamlin eu consigo chegar a 2,5 mil caixas por hectare”, afir-ma. Do total do volume produzido, 60% é comercializado para a indústria e o restante para o mercado de fruta de mesa.

Discreto, Fiorese não revela dados sobre investimento ou custo de produção, mas ga-rante que, mesmo utilizando um alto grau de adensamento, os números não ficam distante da média da região. “O manejo é semelhante ao de um pomar convencional, embora existam alguns cuidados que pre-cisamos estar atentos”, diz. Entre os princi-pais cuidados citados pelo citricultor está a questão da poda, apontada como um aspec-to crucial para o bom andamento desse tipo de pomar. “É preciso realizar um maior nú-mero de podas e adequá-las de acordo com o nível de idade. O uso de podas iniciadas

modelo de negócio adotado nas pro-priedades do citricultor Henrique Fiorese pode ser explicado de uma forma rápida e simples. Em suas terras segue-se a ideia de que quanto mais árvores, melhor. Mais do que uma frase de efeito, trata-se de um conceito levado a sério em cada palmo de chão de suas duas fazendas

localizadas na região de Barretos. Por lá, o que se observa são pomares extremamente adensados, cuja ocupação média alcança a marca de mil plantas por hectare. Apenas para efeito de comparação, o adensamento médio regis-trado no cinturão citrícola do Estado de São Paulo é de 654 árvores, de acordo com o levantamento do Fundecitrus divulgado no último dia 10 de maio. Em entrevista publica-da nesta edição da revista CitrusBR, o economista José Roberto Mendonça de Barros, que recentemente publicou um livro sobre as perspectivas do setor citrícola, avaliou

Ocapa

INFOGRAFIA DE DENIS CARDOSO CITRUSBR novembro 2016 | 1918 | CITRUSBR novembro 2016

MANEJO ADEQUADO Pomar mais adensado exige podas regulares e adequação de máquinas, mas proporciona economia durante a pulverização

15

2 m

5 m

ADENSAMENTO MÉDIO DAS FAZENDAS DO CITRICULTOR HENRIQUE FIORESE

05

10

MÉDIA:

635 ÁRVORES/HA

3,5 m

ADENSAMENTO MÉDIO DO CINTURÃO CITRÍCOLA DE SP E TRIÂNGULO MINEIRO

05

1020

7 m

MÉDIA:

448 ÁRVORES/HA

PRODUTIVIDADE:

635 CAIXAS/HA

PRODUTIVIDADE:

1.500 CAIXAS/HA

Principais espaçamentos em estudomedidas

4,0 m entrelinhas x 1,0 m entre plantas 2.500*5,0 m entrelinhas x 2,0 m entre plantas 1.0006,0 m entrelinhas x 2,0 m entre plantas 8337,0 m entrelinhas x 2,0 m entre plantas 714

árvores/ha

MAIS PLANTAS

A CADA METRO

Fonte: Fundecitrus

*Espaçamento depende de novas melhorias genéticas para ser viável

Page 19: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

que o adensamento é uma tecnologia fun-damental para aumentar a produtividade e tornar os pomares mais competitivos. Com esse sistema, o citricultor conseguiu não só multiplicar suas árvores, como também dar um salto na sua produção, que mais do que dobrou, passando de pouco mais de 700 caixas por hectare para 1,5 mil caixas por hectare. “Hoje em dia não é mais economicamente viá-vel uma citricultura feita de forma tradicional, o adensamento de plan-tio é primordial”, afirma Fiorese.

Citricultor tradicional, com mais de 40 anos destinados ao cultivo da laranja, Fiorese é um dos mais antigos parceiros de um estudo feito pela Embrapa em parceria com a Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro (EECB), que avalia a via-bilidade agronômica e econômica dos chamados “superadensamentos”. Uma prática que, segundo os pesquisadores responsáveis, pode elevar a produti-vidade dos pomares em até 89% e se tornar a chave para um novo ciclo no setor. “Antes pensávamos muito em quantas caixas se produzia por árvore.

Esta é a mudança de conceito: a produtivida-de é dada pela quantidade de fruta colhida em determinada área”, ressalta Fiorese.

Embora estudos de adensamento sejam realizados desde a década de 1980, foi em 2008 que a Embrapa firmou a parceria com a EECB para iniciar os experimentos avalian-

do níveis mais intensos de adensamentos. Após quase oito anos do projeto, eles acredi-tam que o nível de ocupação alcançado por Henrique Fiorese represente o máximo que a tecnologia permite atualmente. “O aden-samento de plantio pode resultar em ganho de produtividade, mas é mais exigente em planejamento e acompanhamento. Em prin-cípio pode ser conduzido em qualquer tipo de solo e clima, após a definição do melhor espaçamento para determinada condição”, pondera Eduardo Stuchi, pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura e um dos responsáveis pelo campo avançado em Bebe-douro, onde são realizados os experimentos. “Os espaçamentos em avaliação atualmente variam de 4,0 m a 6,5 m entre linhas e de 1,0 m a 3,0 m entre plantas. Há no momento dez experimentos em curso no país”, explica.

No próprio parque citrícola é possível observar o crescimento desse modelo de plantio. O Projeto Estimativa de Safra (PES), desenvolvido pelo Fundecitrus e que acaba de atualizar o inventário do cinturão citrí-cola do Estado de São Paulo, apontou que, em 2015, o adensamento médio era de 448 plantas por hectare para os pomares adultos e 631 árvores por hectare em pomares em formação. Passado um ano, o levantamento

de 2016 aponta que o adensamento médio passou para 467 nos pomares adultos e 654 nos pomares em formação, incremento de 4,2% e 3,6%, respectivamente.

No caso de Fiorese, muito antes dos ex-perimentos da Embrapa, há quase 30 anos, os testes com plantios mais adensados foram iniciados em sua primeira fazenda, locali-zada na cidade de Colômbia, onde os 160 hectares sempre foram destinados ao plan-tio de citrus. “Eu sempre escolhia um talhão para fazer testes com plantios diferenciados. Era tudo feito na base do acerto e erro”, relembra o produtor. Nos últimos 15 anos, ele passou a contar com acompanhamento mais técnico e participar dos experimentos cujos resultados já se mostravam promis-sores. “Conforme eu ia erradicando os pés mais antigos, já fui renovando o pomar mais adensado. A grande vantagem é que eu con-seguia aumentar a minha produtividade de uma forma mais rápida”, ressalta. Quando o produtor adquiriu sua segunda propriedade de 80 hectares em Olímpia, o sistema de “su-peradensamento” já estava consolidado em sua fazenda e foi automaticamente replicado na nova área, desta vez com incremento da irrigação por gotejamento. Atualmente, somadas as duas fazendas, Fiorese possui 150 mil árvores em produção, com uma produtividade média de 1,5 mil caixas por hectare. “Na variedade Hamlin eu consigo chegar a 2,5 mil caixas por hectare”, afir-ma. Do total do volume produzido, 60% é comercializado para a indústria e o restante para o mercado de fruta de mesa.

Discreto, Fiorese não revela dados sobre investimento ou custo de produção, mas ga-rante que, mesmo utilizando um alto grau de adensamento, os números não ficam distante da média da região. “O manejo é semelhante ao de um pomar convencional, embora existam alguns cuidados que pre-cisamos estar atentos”, diz. Entre os princi-pais cuidados citados pelo citricultor está a questão da poda, apontada como um aspec-to crucial para o bom andamento desse tipo de pomar. “É preciso realizar um maior nú-mero de podas e adequá-las de acordo com o nível de idade. O uso de podas iniciadas

modelo de negócio adotado nas pro-priedades do citricultor Henrique Fiorese pode ser explicado de uma forma rápida e simples. Em suas terras segue-se a ideia de que quanto mais árvores, melhor. Mais do que uma frase de efeito, trata-se de um conceito levado a sério em cada palmo de chão de suas duas fazendas

localizadas na região de Barretos. Por lá, o que se observa são pomares extremamente adensados, cuja ocupação média alcança a marca de mil plantas por hectare. Apenas para efeito de comparação, o adensamento médio regis-trado no cinturão citrícola do Estado de São Paulo é de 654 árvores, de acordo com o levantamento do Fundecitrus divulgado no último dia 10 de maio. Em entrevista publica-da nesta edição da revista CitrusBR, o economista José Roberto Mendonça de Barros, que recentemente publicou um livro sobre as perspectivas do setor citrícola, avaliou

Ocapa

INFOGRAFIA DE DENIS CARDOSO CITRUSBR novembro 2016 | 1918 | CITRUSBR novembro 2016

MANEJO ADEQUADO Pomar mais adensado exige podas regulares e adequação de máquinas, mas proporciona economia durante a pulverização

15

2 m

5 m

ADENSAMENTO MÉDIO DAS FAZENDAS DO CITRICULTOR HENRIQUE FIORESE

05

10

MÉDIA:

635 ÁRVORES/HA

3,5 m

ADENSAMENTO MÉDIO DO CINTURÃO CITRÍCOLA DE SP E TRIÂNGULO MINEIRO

05

1020

7 m

MÉDIA:

448 ÁRVORES/HA

PRODUTIVIDADE:

635 CAIXAS/HA

PRODUTIVIDADE:

1.500 CAIXAS/HA

Principais espaçamentos em estudomedidas

4,0 m entrelinhas x 1,0 m entre plantas 2.500*5,0 m entrelinhas x 2,0 m entre plantas 1.0006,0 m entrelinhas x 2,0 m entre plantas 8337,0 m entrelinhas x 2,0 m entre plantas 714

árvores/ha

MAIS PLANTAS

A CADA METRO

Fonte: Fundecitrus

*Espaçamento depende de novas melhorias genéticas para ser viável

Page 20: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

capa

20 | CITRUSBR novembro 2016 INFOGRAFIA DE DENIS CARDOSO CITRUSBR novembro 2016 | 2120 | CITRUSBR novembro 2016

40% MESA

60% INDÚSTRIA

ADENSAMENTO:

mil ÁRVORES POR

HECTARE

DENSIDADE MÉDIA POR REGIÃO

(árvores por hectare)

EVOLUÇÃO DA DENSIDADE DE POMARESPOR ANO DE PLANTIO (árvores por hectare)

VENDAS: 330

199

019

91

199

219

93

199

419

95

199

619

97

199

819

99

200

020

01

200

220

03

200

420

05

200

620

07

200

820

09

2010

2011

2012

318 34

033

0 347 38

336

037

237

836

335

4 374

357 38

2 397

451

460 49

0 502 50

755

2 571

577

VARIEDADES

POMARES FORMAÇÃO

POMARES ADULTOS

2015 2016

631459

NORTE

618478

2015 2016

540426

NOROESTE

621438

2015 2016

540426

CENTRO

679462

2015 2016

661438

SUL

650451

2015 2016

692495

SUDOESTE

702498

2015 2016

637440

PRECOCE

735454

2015 2016

637472

MEIA-ESTAÇÃO

654493

2015 2016

624435

TARDIAS

636455

2propriedades

ÁREA TOTAL:

240 HECTARES

PRODUTIVIDADE:

1,5 mil CAIXAS POR

HECTARE

A MULTIPLICAÇÃO

Como o modelo de superadensamento

impulsionou a produtividade

nas fazendas de Henrique Fiorese

A atualização do inventário citrícola, divulgada pelo Fundecitrus nodia 10 de maio, mostra a evolução do adensamento no parque citrícolae permite a comparação de modelos mais e menos adensados DAS ÁRVORES

REGIÃO: Barretos

...Enquanto isso, no cinturão citrícola de SP e Triângulo Mineiro

POMARES ADULTOS:

448 árvores

por hectare

POMARES EM FORMAÇÃO:

631 árvores por

hectare

(árvores porhectare)

Page 21: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

capa

20 | CITRUSBR novembro 2016 INFOGRAFIA DE DENIS CARDOSO CITRUSBR novembro 2016 | 2120 | CITRUSBR novembro 2016

40% MESA

60% INDÚSTRIA

ADENSAMENTO:

mil ÁRVORES POR

HECTARE

DENSIDADE MÉDIA POR REGIÃO

(árvores por hectare)

EVOLUÇÃO DA DENSIDADE DE POMARESPOR ANO DE PLANTIO (árvores por hectare)

VENDAS: 330

199

019

91

199

219

93

199

419

95

199

619

97

199

819

99

200

020

01

200

220

03

200

420

05

200

620

07

200

820

09

2010

2011

2012

318 34

033

0 347 38

336

037

237

836

335

4 374

357 38

2 397

451

460 49

0 502 50

755

2 571

577

VARIEDADES

POMARES FORMAÇÃO

POMARES ADULTOS

2015 2016

631459

NORTE

618478

2015 2016

540426

NOROESTE

621438

2015 2016

540426

CENTRO

679462

2015 2016

661438

SUL

650451

2015 2016

692495

SUDOESTE

702498

2015 2016

637440

PRECOCE

735454

2015 2016

637472

MEIA-ESTAÇÃO

654493

2015 2016

624435

TARDIAS

636455

2propriedades

ÁREA TOTAL:

240 HECTARES

PRODUTIVIDADE:

1,5 mil CAIXAS POR

HECTARE

A MULTIPLICAÇÃO

Como o modelo de superadensamento

impulsionou a produtividade

nas fazendas de Henrique Fiorese

A atualização do inventário citrícola, divulgada pelo Fundecitrus nodia 10 de maio, mostra a evolução do adensamento no parque citrícolae permite a comparação de modelos mais e menos adensados DAS ÁRVORES

REGIÃO: Barretos

...Enquanto isso, no cinturão citrícola de SP e Triângulo Mineiro

POMARES ADULTOS:

448 árvores

por hectare

POMARES EM FORMAÇÃO:

631 árvores por

hectare

(árvores porhectare)

Page 22: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

Nos últimos anos o pesquisador Eduar-do Girardi, da Embrapa, acompanhou de perto o avanço do modelo de poma-res cada vez mais adensados e explica como esse sistema pode mudar a citri-cultura brasileira

Desde quando são realizados esses ex-perimentos com pomares adensados? No Brasil, estudos com adensamento de plantio em citros foram iniciados pelo Centro de Citricultura do IAC, nas décadas de 1970 e 1980, na região sul do Estado de São Paulo. A partir de 2008, novos estudos de adensamento vêm sendo instalados, avaliando-se adensamentos ainda mais intensos, tanto com objetivo de aumento de produtividade, como para validar porta--enxertos ananicantes e estudar a eficiência do uso da água.

Quais são os principais resultados desse trabalho? Os estudos instalados nos últimos anos estão em curso e os resultados ainda sob avaliação. Quando consideramos os estu-dos mais antigos, pode-se concluir que a produtividade é diretamente proporcional ao adensamento de plantio.

Ou seja, é possível observar aumento da produtividade? O adensamento de plantio pode resultar em ganho de produtividades, mas é mais

exigente em pla-nejamento e

acompanha-

mento. A princípio, pode ser conduzido em qualquer tipo de solo e clima, após definição do espaçamento ótimo sob essas condições

Existe um limite para o nível de aden-samento? O intervalo de adensamento de 5 m en-trelinhas e 2 m entre plantas é o limite atual, exigindo manejo adequado. Aden-samentos mais intensos implicam outras adequações, especialmente de material genético, como porta-enxertos e copas menos vigorosas.

Mas é possível elevar isso nos próximos anos? Intervalos com maiores populações de árvores são objeto dos estudos atuais. Po-pulações de até 1.500 árvores por hectare estão em avaliação. Com o emprego de porta-enxertos ananicantes, a exemplo do trifoliata Flying Dragon, e semiananican-tes pode-se empregar até 1.250 plantas por hectare em pomares de laranja, desde que se empregue a irrigação suplementar, o que foi comprovado por pesquisa da Embrapa Mandioca e Fruticultura e Estação Experi-mental de Citricultura de Bebedouro.

Pomares cada vez mais adensados serão o futuro da citricultura? As futuras restrições de área, mão de obra e aumento de riscos na atividade exigem a antecipação, a facilitação e a ampliação da produção, razões pelas quais os pomares do futuro devem ser investigados em dife-rentes aspectos de configuração.

poucos anos após o plantio, e mantidas ao longo da vida útil do pomar, também exige tecnificação”, comenta o citricultor.

Outro ponto que exige cuidado é em relação ao tipo de maquinário. Isso porque, em alguns casos, as máquinas convencionais não cabem nas linhas de plantio. “Nesse caso, o jeito é conversar com as empresas para que elas adequem os implementos ao espaço que temos disponível.” Além disso, questões como a escolha do porta-enxerto e da variedade copa, o preparo do solo, os cuidados com fertilização e fitossanidade, o plantio orientado pela direção do sol no sen-tido leste-oeste, são aspectos que têm maior relevância em pomares adensados.

De acordo com o pesquisador Eduardo Girardi, da Embrapa Mandioca e Fruti-cultura, cedido ao Fundecitrus e também responsável pela pesquisa, o adensamento exige um controle rígido da fazenda. Todos esses aspectos fazem com que o custo de produção seja aumentado inicialmente pelo maior número de mudas, preparo de solo e insumos. Quer dizer, embora seja

um modelo de produção viável, existem pontos a serem analisados quando se opta por esse tipo de plantio. “A adubação deve ser dimensionada em função de produção por área a partir do terceiro ano de plantio, e não por planta. Há maior consumo de combustíveis, em função do maior número de linhas por hectare, e operação de podas”, ressalta. Contudo, ele explica que a otimiza-ção nas operações de pulverização observa-da nesse modelo de plantio o torna econo-micamente atraente. “Como as plantas es-tão mais próximas umas das outras, existe menos desperdício dos produtos aplicados. Além disso, o tempo das operações acaba sendo menor. Isso gera uma economia considerável”, revela. “O adensamento de plantio deverá ser acompanhado de outras inovações tecnológicas associadas que po-derão reduzir os custos de produção”, diz.

A fala do pesquisador é chancelada pela experiência de Fiorese, que afirma que mesmo com todos os cuidados necessários, os benefícios alcançados fazem com que ele continue apostando nesse modelo de produ-ção. “Os ganhos de economia e eficiência na pulverização são excelentes. Mas o grande diferencial é mesmo a produtividade. É nesse ponto que o modelo faz a diferença”, revela.

Para Girardi, da Embrapa, a visão do produtor faz sentido. Ele explica que a elevação do nível de produtividade está diretamente ligada aos ganhos com re-

dução de custo. “Existe um investimento inicial mais alto, mas se pensarmos na produtividade por planta ou por quilos, o resultado proporcional é melhor. Porque o custo é diluído pela maior quantidade de árvores numa mesma área”, explica. Além disso, o pesquisador ressalta que o modelo oferece outras possibilidades de ganhos, como a otimização do uso da terra. “Nesse sistema você consegue obter a mesma pro-dução num espaço menor da área. Assim, é possível liberar espaço na fazenda para diversificação de culturas, arrendamento ou questões ambientais. Isso sem dúvida ofere-ce um ganho interessante”, ressalta.

Já o pesquisador do EECB, Eduardo Stu-chi, exemplifica o ponto de vista usando um experimento clássico realizado na unidade de Bebedouro, utilizando um espaçamento de 7,0 m x 2,0 m. Nesse caso, a produção por planta foi reduzida em até 50%, mas a produtividade por hectare foi 40% maior nas primeiras cinco safras e 20% superior em 15 safras. “Todos esses resultados foram observados em condições de sequeiro e uti-lizando-se porta-enxertos e variedades copa tradicionais da citricultura paulista, razão pela qual se estimulou desafiar ainda mais as plantas”, comenta o pesquisador.

De acordo com pesquisas feitas pelo consultor da empresa Farmatac, Leandro Fukuda, e que trabalha na avaliação da via-bilidade econômica dos modelos estudados,

não é só no quesito produtividade que os pomares adensados se mostram mais ve-lozes. Ele ressalta que o retorno financeiro do capital investido também é mais rápido se comparado aos plantios convencionais. “Esse retorno pode ser obtido pelo menos dois anos antes do que com o plantio con-vencional”, explica Fukuda. Em seu estudo, que considera um espaçamento de 6,0 m x 2,5 m, que resulta em quase 700 árvores por hectare, ele avaliou que os valores de inves-timento considerando até o final do terceiro ano somam aproximadamente R$ 28.000,00 por hectare, incluindo as depreciações de máquinas e equipamentos. Assim, os po-mares adensados podem atingir o retorno do investimento, o chamado payback, pelo menos dois anos antes dos pomares conven-cionais. “Os patamares de produtividade são maiores nos primeiros dez anos”, diz.

Já em relação ao controle fitossanitário, Girardi, destaca que há estudos que investi-gam os efeitos do adensamento no progresso do greening. “Possivelmente, pode ocorrer uma redução no impacto do greening em função de uma ‘diluição’, ou seja, cada planta afetada pesa menos no pomar e as próprias plantas constituem barreira aos psílideos que vêm de fora”, avalia. No entanto, o pesqui-sador pondera que sem o controle adequado do vetor, o progresso do greening é ampliado pela proximidade maior entre plantas. “O aumento da densidade exige o controle quí-mico frequente contra o psilídeo”.

Acostumado com os prós e contras desse modelo, Fiorese já tomou sua decisão. Para ele, quanto mais árvores, melhor.

capa

FOTO DIVULGAÇÃO CITRUSBR novembro 2016 | 2322 | CITRUSBR novembro 2016

“É hora de pensar a produtividade em caixas por hectare e não mais caixas por planta”

PESQUISAS PARA AVANÇAR Experimentos realizados pela Embrapa e pelo Centro Experimental de Citricultura de Bebedouro avaliam a viabilidade técnica e financeira de pomares cada vez mais adensados

EDUARDO GIRARDI, pesquisador da Embrapa cedido ao Fundecitrus “O modelo mais adensadopermite ganho de produtividade,mas requer um melhor planejamento da fazenda”

CONTATOS

Henrique [email protected]

Tel.: (17) 3361-1509

Eduardo [email protected]

Tel.: (16) 3301-7023

Leandro Fukuda [email protected]

Tel.: (17) 3343-4601

Eduardo [email protected]

Page 23: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

Nos últimos anos o pesquisador Eduar-do Girardi, da Embrapa, acompanhou de perto o avanço do modelo de poma-res cada vez mais adensados e explica como esse sistema pode mudar a citri-cultura brasileira

Desde quando são realizados esses ex-perimentos com pomares adensados? No Brasil, estudos com adensamento de plantio em citros foram iniciados pelo Centro de Citricultura do IAC, nas décadas de 1970 e 1980, na região sul do Estado de São Paulo. A partir de 2008, novos estudos de adensamento vêm sendo instalados, avaliando-se adensamentos ainda mais intensos, tanto com objetivo de aumento de produtividade, como para validar porta--enxertos ananicantes e estudar a eficiência do uso da água.

Quais são os principais resultados desse trabalho? Os estudos instalados nos últimos anos estão em curso e os resultados ainda sob avaliação. Quando consideramos os estu-dos mais antigos, pode-se concluir que a produtividade é diretamente proporcional ao adensamento de plantio.

Ou seja, é possível observar aumento da produtividade? O adensamento de plantio pode resultar em ganho de produtividades, mas é mais

exigente em pla-nejamento e

acompanha-

mento. A princípio, pode ser conduzido em qualquer tipo de solo e clima, após definição do espaçamento ótimo sob essas condições

Existe um limite para o nível de aden-samento? O intervalo de adensamento de 5 m en-trelinhas e 2 m entre plantas é o limite atual, exigindo manejo adequado. Aden-samentos mais intensos implicam outras adequações, especialmente de material genético, como porta-enxertos e copas menos vigorosas.

Mas é possível elevar isso nos próximos anos? Intervalos com maiores populações de árvores são objeto dos estudos atuais. Po-pulações de até 1.500 árvores por hectare estão em avaliação. Com o emprego de porta-enxertos ananicantes, a exemplo do trifoliata Flying Dragon, e semiananican-tes pode-se empregar até 1.250 plantas por hectare em pomares de laranja, desde que se empregue a irrigação suplementar, o que foi comprovado por pesquisa da Embrapa Mandioca e Fruticultura e Estação Experi-mental de Citricultura de Bebedouro.

Pomares cada vez mais adensados serão o futuro da citricultura? As futuras restrições de área, mão de obra e aumento de riscos na atividade exigem a antecipação, a facilitação e a ampliação da produção, razões pelas quais os pomares do futuro devem ser investigados em dife-rentes aspectos de configuração.

poucos anos após o plantio, e mantidas ao longo da vida útil do pomar, também exige tecnificação”, comenta o citricultor.

Outro ponto que exige cuidado é em relação ao tipo de maquinário. Isso porque, em alguns casos, as máquinas convencionais não cabem nas linhas de plantio. “Nesse caso, o jeito é conversar com as empresas para que elas adequem os implementos ao espaço que temos disponível.” Além disso, questões como a escolha do porta-enxerto e da variedade copa, o preparo do solo, os cuidados com fertilização e fitossanidade, o plantio orientado pela direção do sol no sen-tido leste-oeste, são aspectos que têm maior relevância em pomares adensados.

De acordo com o pesquisador Eduardo Girardi, da Embrapa Mandioca e Fruti-cultura, cedido ao Fundecitrus e também responsável pela pesquisa, o adensamento exige um controle rígido da fazenda. Todos esses aspectos fazem com que o custo de produção seja aumentado inicialmente pelo maior número de mudas, preparo de solo e insumos. Quer dizer, embora seja

um modelo de produção viável, existem pontos a serem analisados quando se opta por esse tipo de plantio. “A adubação deve ser dimensionada em função de produção por área a partir do terceiro ano de plantio, e não por planta. Há maior consumo de combustíveis, em função do maior número de linhas por hectare, e operação de podas”, ressalta. Contudo, ele explica que a otimiza-ção nas operações de pulverização observa-da nesse modelo de plantio o torna econo-micamente atraente. “Como as plantas es-tão mais próximas umas das outras, existe menos desperdício dos produtos aplicados. Além disso, o tempo das operações acaba sendo menor. Isso gera uma economia considerável”, revela. “O adensamento de plantio deverá ser acompanhado de outras inovações tecnológicas associadas que po-derão reduzir os custos de produção”, diz.

A fala do pesquisador é chancelada pela experiência de Fiorese, que afirma que mesmo com todos os cuidados necessários, os benefícios alcançados fazem com que ele continue apostando nesse modelo de produ-ção. “Os ganhos de economia e eficiência na pulverização são excelentes. Mas o grande diferencial é mesmo a produtividade. É nesse ponto que o modelo faz a diferença”, revela.

Para Girardi, da Embrapa, a visão do produtor faz sentido. Ele explica que a elevação do nível de produtividade está diretamente ligada aos ganhos com re-

dução de custo. “Existe um investimento inicial mais alto, mas se pensarmos na produtividade por planta ou por quilos, o resultado proporcional é melhor. Porque o custo é diluído pela maior quantidade de árvores numa mesma área”, explica. Além disso, o pesquisador ressalta que o modelo oferece outras possibilidades de ganhos, como a otimização do uso da terra. “Nesse sistema você consegue obter a mesma pro-dução num espaço menor da área. Assim, é possível liberar espaço na fazenda para diversificação de culturas, arrendamento ou questões ambientais. Isso sem dúvida ofere-ce um ganho interessante”, ressalta.

Já o pesquisador do EECB, Eduardo Stu-chi, exemplifica o ponto de vista usando um experimento clássico realizado na unidade de Bebedouro, utilizando um espaçamento de 7,0 m x 2,0 m. Nesse caso, a produção por planta foi reduzida em até 50%, mas a produtividade por hectare foi 40% maior nas primeiras cinco safras e 20% superior em 15 safras. “Todos esses resultados foram observados em condições de sequeiro e uti-lizando-se porta-enxertos e variedades copa tradicionais da citricultura paulista, razão pela qual se estimulou desafiar ainda mais as plantas”, comenta o pesquisador.

De acordo com pesquisas feitas pelo consultor da empresa Farmatac, Leandro Fukuda, e que trabalha na avaliação da via-bilidade econômica dos modelos estudados,

não é só no quesito produtividade que os pomares adensados se mostram mais ve-lozes. Ele ressalta que o retorno financeiro do capital investido também é mais rápido se comparado aos plantios convencionais. “Esse retorno pode ser obtido pelo menos dois anos antes do que com o plantio con-vencional”, explica Fukuda. Em seu estudo, que considera um espaçamento de 6,0 m x 2,5 m, que resulta em quase 700 árvores por hectare, ele avaliou que os valores de inves-timento considerando até o final do terceiro ano somam aproximadamente R$ 28.000,00 por hectare, incluindo as depreciações de máquinas e equipamentos. Assim, os po-mares adensados podem atingir o retorno do investimento, o chamado payback, pelo menos dois anos antes dos pomares conven-cionais. “Os patamares de produtividade são maiores nos primeiros dez anos”, diz.

Já em relação ao controle fitossanitário, Girardi, destaca que há estudos que investi-gam os efeitos do adensamento no progresso do greening. “Possivelmente, pode ocorrer uma redução no impacto do greening em função de uma ‘diluição’, ou seja, cada planta afetada pesa menos no pomar e as próprias plantas constituem barreira aos psílideos que vêm de fora”, avalia. No entanto, o pesqui-sador pondera que sem o controle adequado do vetor, o progresso do greening é ampliado pela proximidade maior entre plantas. “O aumento da densidade exige o controle quí-mico frequente contra o psilídeo”.

Acostumado com os prós e contras desse modelo, Fiorese já tomou sua decisão. Para ele, quanto mais árvores, melhor.

capa

FOTO DIVULGAÇÃO CITRUSBR novembro 2016 | 2322 | CITRUSBR novembro 2016

“É hora de pensar a produtividade em caixas por hectare e não mais caixas por planta”

PESQUISAS PARA AVANÇAR Experimentos realizados pela Embrapa e pelo Centro Experimental de Citricultura de Bebedouro avaliam a viabilidade técnica e financeira de pomares cada vez mais adensados

EDUARDO GIRARDI, pesquisador da Embrapa cedido ao Fundecitrus “O modelo mais adensadopermite ganho de produtividade,mas requer um melhor planejamento da fazenda”

CONTATOS

Henrique [email protected]

Tel.: (17) 3361-1509

Eduardo [email protected]

Tel.: (16) 3301-7023

Leandro Fukuda [email protected]

Tel.: (17) 3343-4601

Eduardo [email protected]

Page 24: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

estoques

Levantamento realizado por meio da auditorias independentes em cada uma das empresas associa-das, e consolidado por auditoria independente de forma sigilosa, mostra que os estoques físi-cos de suco de laranja disponíveis em 30 de junho de 2016 somaram 351.567 toneladas, ante 510.393 no mesmo período do ano passado. O número confirma a tendência de redução anteriormente anun-ciada e agora aponta para a menor oferta de suco já registrada pelo setor. Veja abaixo os números. .

Os números da safraMenor safra em 28 anos somada a mais um ano de baixo rendimento industrial aponta para o menor patamar de estoques em junho de 2017

24 | CITRUSBR novembro 2016 INFOGRAFIA: FABIANO DUARTE

719.800 toneladas

são estimadas como o total de suco de laranja

FCOJ Equivalente produzido na safra

2016/17

1,088 milhão de toneladasde suco de laranja FCOJ Equivalente, que deve

ser o total de suco disponível na safra

2016/17

17.000 toneladas

de suco de laranja produzido nos estados do Paraná e Rio

Grande do Sul e que se incorporam aos estoques

paulistas

351.567 toneladas

de suco de laranja FCOJ Equivalente, que estavam em poder das empresas

associadas à CitrusBR em 30 de junho de 2016

351.567 toneladas É O VOLUME DO ESTOQUE GLOBAL DE SUCO DE LARANJA FCOJ EQUIVALENTE

Para a safra 2016/17 a estimativa é de uma demanda na ordem de 1.075.000 toneladas de FCOJ equivalente a 66° Brix

É o número de caixas necessárias para processar uma tonelada de suco. Caso se confirme, esse será o segundo pior rendimento industrial da história

(cai

xas

de

40,8

kg

po

r to

n FC

OJ

66

Brix

eq

ui.)

*Estimado20

00/01

2001/

02

2002/

03

2003/

04

2004/

05

2005/0

6

2006/0

7

2007/

08

2008/0

9

2009/1

0

2010

/11

2011

/12

2012

/13

2013

/14

2014

/15

2015

/16

2016

/17

350

300

250

200

150

100

50

0

246,87 236,52 224,85 226,64244,19

226,42 232,69 228,49252,88 262,52

240,58265,36 263,54

282,00

240,50

302,50 291,80*

HISTÓRICO DE RENDIMENTO INDUSTRIAL(Número de caixas necessárias para processar uma tonelada de suco)

249,04 milhõesde caixas de 40,8 kg, que é a produção estimada pelo Fundecitrus para a safra

2016/17

210,04 milhõesde caixas de 40,8 kg devem estar disponíveis para o processamento

na safra 2016/17

39 milhõesde caixas de 40,8 kg, que devem ser destinadas ao mercado interno interno

++ =

=-

Page 25: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

Aplique somente as doses recomendadas. Descarte corretamente as embalagens e restos de produtos. Incluir outros métodos de controle dentro do programa do Manejo Integrado de Pragas (MIP) quando disponíveis e apropriados. Uso exclusivamente agrícola. Restrições no Estado do Paraná para Elsinoe australis na cultura do citros. Registro MAPA nº 08801.

• Alta eficiência no controle da pinta-preta e verrugose.• Maior pegamento de frutos.• Maior período de frutos retidos no pé.

Com os benefícios AgCelence®,vai ser difícil sua qualidade cair.

0800 0192 500 facebook.com/BASF.AgroBrasilwww.agro.basf.com.br

Comet®, o fungicida da BASF para o seu pomar.

Page 26: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

O cenário de baixa oferta de suco de laranja no mundo refletiu na Bolsa de Nova York, uma das principais referências para o preço da bebida no mercado internacional. A atua-lização da série histórica da cotação do suco de laranja FCOJ Equivalente a 66º Brix na Bolsa mostra que o produto encerrou o mês de junho de 2016, que rerpesenta o fechamento da safra 2015/16, com uma média de US$ 1,992 por tonelada. O valor é 66% acima dos US$ 1,317 registrado no mesmo período da safra 2014/15. Os primeiros meses da safra 2016/17, também mostram a mesma tendência de alta. Em outubro a cotação média do suco na Bolsa foi de US$ 2,488 dólar por tonelada ante US$ 1,401 dólar por tonelada em outubro de 2015.

Bolsa valorizadaAtualização da série histórica mostra valorização do suco de laranja (FCOJ) na Bolsa de Nova York. No mês de fechamento da safra 2015/16 o produto registrou cotação média de US$ 1,992 valor 66% acima da safra anterior

SAFRA

DÓLARES POR LIBRA DE SÓLIDO SOLÚVEL (incluso imposto de importação americano e taxas anti-dumping) Médiada

safra

Média doano

calendárioJul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

1995-96 $0,9782 $1,0500 $1,1161 $1,1596 $1,2327 $1,2090 $1,1793 $1,2416 $1,3278 $1,3207 $1,2323 $1,2217 $1,1891 1995 $1,0784

1996-97 $1,1640 $1,1720 $1,1014 $1,1150 $1,0159 $0,8870 $0,8356 $0,8036 $0,8298 $0,7513 $0,7864 $0,7595 $0,9351 1996 $1,1649

1997-98 $0,7486 $0,7221 $0,6999 $0,6982 $0,7802 $0,8411 $0,9098 $0,9767 $1,0594 $0,9707 $1,0996 $1,0373 $0,8786 1997 $0,7714

1998-99 $1,0401 $1,1018 $1,0818 $1,1524 $1,1772 $1,0857 $0,9966 $0,9300 $0,8348 $0,8447 $0,8542 $0,8923 $0,9993 1998 $1,0577

1999-00 $0,8016 $0,9255 $0,9297 $0,8852 $0,9485 $0,9319 $0,8437 $0,8466 $0,8482 $0,8249 $0,8177 $0,8444 $0,8707 1999 $0,8979

2000-01 $0,7965 $0,7407 $0,7142 $0,7003 $0,7399 $0,8042 $0,7601 $0,7569 $0,7480 $0,7425 $0,7833 $0,7702 $0,7547 2000 $0,7934

2001-02 $0,8136 $0,7768 $0,8081 $0,8526 $0,9376 $0,9167 $0,8941 $0,8964 $0,9268 $0,8961 $0,9117 $0,9140 $0,8787 2001 $0,8055

2002-03 $0,9542 $1,0093 $1,0030 $0,9514 $1,0053 $0,9736 $0,9204 $0,8708 $0,8468 $0,8549 $0,8574 $0,8530 $0,9250 2002 $0,9447

2003-04 $0,8131 $0,7866 $0,7717 $0,7077 $0,7011 $0,6701 $0,6295 $0,6097 $0,6121 $0,5945 $0,5611 $0,5766 $0,6695 2003 $0,8045

2004-05 $0,6674 $0,6727 $0,7999 $0,8249 $0,7499 $0,8346 $0,8211 $0,8502 $0,9484 $0,9529 $0,9371 $0,9624 $0,8351 2004 $0,6777

2005-06 $0,9988 $0,9159 $0,9572 $1,0803 $1,1995 $1,2506 $1,2307 $1,3018 $1,3994 $1,4484 $1,5509 $1,5823 $1,2430 2005 $0,9895

2006-07 $1,6304 $1,7749 $1,7478 $1,8462 $1,9772 $2,0123 $2,0033 $1,9562 $1,9998 $1,7173 $1,6503 $1,3836 $1,8083 2006 $1,6252

2007-08 $1,3310 $1,2960 $1,2506 $1,4253 $1,3643 $1,4436 $1,3692 $1,2823 $1,1880 $1,1573 $1,1230 $1,1200 $1,2792 2007 $1,5684

2008-09 $1,2163 $1,0360 $0,9476 $0,8141 $0,7981 $0,7382 $0,7440 $0,6925 $0,7372 $0,8055 $0,9074 $0,8195 $0,8547 2008 $1,0658

2009-10 $0,9366 $0,9776 $0,9361 $1,0796 $1,1327 $1,2883 $1,3747 $1,3738 $1,4630 $1,3312 $1,4029 $1,4105 $1,2256 2009 $0,9214

2010-11 $1,4351 $1,3888 $1,5029 $1,5068 $1,5648 $1,6316 $1,7551 $1,7342 $1,6812 $1,6887 $1,8006 $1,8799 $1,6308 2010 $1,4488

2011-12 $1,9806 $1,7465 $1,6365 $1,7000 $1,7988 $1,7023 $1,9766 $1,9043 $1,8192 $1,4918 $1,1439 $1,1613 $1,6718 2011 $1,7587

2012-13 $1,1826 $1,2199 $1,2617 $1,1254 $1,1581 $1,3044 $1,1323 $1,2522 $1,3400 $1,4390 $1,4665 $1,4378 $1,2767 2012 $1,3958

2013-14 $1,4090 $1,3635 $1,3168 $1,2312 $1,3348 $1,3989 $1,4238 $1,4574 $1,5277 $1,6010 $1,5785 $1,5777 $1,4350 2013 $1,3435

2014-15 $1,4803 $1,4522 $1,4576 $1,3841 $1,3611 $1,4543 $1,4330 $1,3312 $1,1972 $1,1572 $1,1506 $1,1908 $1,3375 2014 $1,4796

2015-16 $1,2101 $1,2936 $1,1946 $1,2490 $1,4529 $1,4536 $1,3033 $1,3070 $1,2814 $1,3494 $1,4457 $1,6550 $1,3321 2015 $1,2761

2016-17 $1,8353 $1,8134 $1,9853 $1,9073 2016 $1,9073

SAFRADÓLARES POR TONELADA DE FCOJ 66 BRIX (livre de imposto de importação americano e taxas anti-dumping) Média

dasafra

Média doano

calendárioJul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

1995-96 $947 $1.051 $1.147 $1.211 $1.317 $1.283 $1.239 $1.330 $1.455 $1.445 $1.316 $1.301 $1.254 1995 $1.093

1996-97 $1.230 $1.241 $1.139 $1.158 $1.014 $827 $752 $705 $743 $629 $680 $641 $897 1996 $1.231

1997-98 $638 $599 $567 $564 $684 $772 $872 $969 $1.090 $961 $1.148 $1.058 $827 1997 $671

1998-99 $1.074 $1.164 $1.135 $1.238 $1.274 $1.141 $1.011 $914 $776 $790 $804 $859 $1.015 1998 $1.100

1999-00 $740 $920 $926 $862 $954 $929 $801 $805 $808 $774 $763 $802 $840 1999 $880

2000-01 $739 $657 $619 $599 $656 $750 $686 $681 $668 $660 $719 $700 $678 2000 $734

2001-02 $763 $710 $755 $820 $944 $913 $881 $884 $928 $883 $906 $910 $858 2001 $752

2002-03 $968 $1.048 $1.039 $964 $1.042 $996 $919 $847 $812 $824 $827 $821 $926 2002 $954

2003-04 $763 $724 $702 $609 $600 $555 $496 $467 $470 $445 $396 $419 $554 2003 $750

2004-05 $551 $558 $744 $780 $671 $794 $774 $817 $960 $966 $943 $980 $795 2004 $566

2005-06 $1.033 $885 $943 $1.117 $1.285 $1.357 $1.329 $1.430 $1.567 $1.636 $1.781 $1.825 $1.349 2005 $1.005

2006-07 $1.893 $2.097 $2.059 $2.198 $2.383 $2.432 $2.420 $2.353 $2.415 $2.016 $1.921 $1.545 $2.144 2006 $1.886

2007-08 $1.471 $1.421 $1.357 $1.604 $1.518 $1.630 $1.525 $1.402 $1.269 $1.226 $1.177 $1.173 $1.398 2007 $1.806

2008-09 $1.309 $1.054 $930 $741 $719 $634 $642 $570 $633 $729 $873 $749 $799 2008 $1.097

2009-10 $914 $972 $913 $1.116 $1.191 $1.411 $1.532 $1.531 $1.657 $1.471 $1.572 $1.583 $1.322 2009 $893

2010-11 $1.618 $1.552 $1.713 $1.719 $1.801 $1.895 $2.069 $2.040 $2.026 $2.037 $2.200 $2.315 $1.915 2010 $1.637

2011-12 $2.461 $2.121 $1.961 $2.053 $2.197 $2.056 $2.456 $2.350 $2.227 $1.750 $1.244 $1.269 $2.012 2011 $2.128

2012-13 $1.305 $1.359 $1.420 $1.222 $1.269 $1.482 $1.232 $1.406 $1.534 $1.678 $1.718 $1.676 $1.442 2012 $1.615

2013-14 $1.634 $1.568 $1.500 $1.376 $1.526 $1.620 $1.656 $1.705 $1.807 $1.914 $1.881 $1.880 $1.672 2013 $1.525

2014-15 $1.738 $1.697 $1.705 $1.598 $1.565 $1.700 $1.669 $1.521 $1.326 $1.268 $1.258 $1.317 $1.530 2014 $1.737

2015-16 $1.345 $1.466 $1.322 $1.401 $1.698 $1.699 $1,481 $1,486 $1,499 $1,548 $1,688 $1,992 $1.552 2015 $1.441

2016-17 $2.255 $2.223 $2.473 $2.359 2016 $2.359

Média de cotação da Bolsa de Nova York em dólar por libra de sólidos solúveis em junho de 2016

Desconto do impostode importação norte-americano em dólarpor libra de sólidos

solúveis/equivalentea US$ 415 por tonelada

de FCOJ 66º BrixMédia de cotação da Bolsa de Nova York em dólar por libra de sólidos solúveis em junho de 2016, livre de imposto de importação norte-americano Média de cotação da

Bolsa de Nova York em dólar por tonelada de

FCOJ 66º Brix em junho de 2016, livre de imposto

de importação norte-americano

Quantidade de sólidossolúveis existente emuma tonelada de FCOJ 66º Brix

CÁLCULOImportante ressaltar que, conforme é explicado, a cada atualização desse histórico publicado na revista CitrusBR, para se chegar a esses valores é preciso fazer o cálculo de conversão entre dólar por libra de sólido solúvel para dólar por toneladas. Isso porque, na hora de analisar esses números, é fundamental levar em conta os impostos pagos ao governo americano, uma vez que o suco brasileiro paga US$ 415 por tonelada para acessar aquele mercado. Caso contrário, a ordem de grandeza dos dados pode ficar distorcida.

Conforme explica o quadro abaixo, para se chegar à média da cotação de US$ 1,992 por tonelada de FCOJ regis-trada em junho, é necessário subtrair da média da cotação da Bolsa de Nova York em dólar por sólido solúvel, refe-rente a essa data, o valor de US$ 0,2854, referente ao desconto do imposto de importação norte-americano em dólar por libra de sólido solúvel. Esse valor equivale aos US$ 415 pagos por tonela-da de FCOJ 66º Brix. O resultado dessa conta será a média da cotação da Bolsa de Nova York em dólar por libra de sóli-do solúvel em junho, livre de impostos. Para se chegar à media de cotação por

tonelada de FCOJ, é preciso multi-plicar esse número por 1,455, que

é a quantidade de sólido solúvel existente em uma tonelada de FCOJ 66º Brix.

US$ 1,6550

– US$ 0,2854

US$ 1,3696

x 1,455

US$ 1,992

26 | CITRUSBR novembro 2016 FOTO DIVULGAÇÃO CITRUSBR novembro 2016 | 27

finanças Preço médio mensal do fechamento diário das cotações do FCOJ

na Bolsa de Nova York

Page 27: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

O cenário de baixa oferta de suco de laranja no mundo refletiu na Bolsa de Nova York, uma das principais referências para o preço da bebida no mercado internacional. A atua-lização da série histórica da cotação do suco de laranja FCOJ Equivalente a 66º Brix na Bolsa mostra que o produto encerrou o mês de junho de 2016, que rerpesenta o fechamento da safra 2015/16, com uma média de US$ 1,992 por tonelada. O valor é 66% acima dos US$ 1,317 registrado no mesmo período da safra 2014/15. Os primeiros meses da safra 2016/17, também mostram a mesma tendência de alta. Em outubro a cotação média do suco na Bolsa foi de US$ 2,488 dólar por tonelada ante US$ 1,401 dólar por tonelada em outubro de 2015.

Bolsa valorizadaAtualização da série histórica mostra valorização do suco de laranja (FCOJ) na Bolsa de Nova York. No mês de fechamento da safra 2015/16 o produto registrou cotação média de US$ 1,992 valor 66% acima da safra anterior

SAFRA

DÓLARES POR LIBRA DE SÓLIDO SOLÚVEL (incluso imposto de importação americano e taxas anti-dumping) Médiada

safra

Média doano

calendárioJul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

1995-96 $0,9782 $1,0500 $1,1161 $1,1596 $1,2327 $1,2090 $1,1793 $1,2416 $1,3278 $1,3207 $1,2323 $1,2217 $1,1891 1995 $1,0784

1996-97 $1,1640 $1,1720 $1,1014 $1,1150 $1,0159 $0,8870 $0,8356 $0,8036 $0,8298 $0,7513 $0,7864 $0,7595 $0,9351 1996 $1,1649

1997-98 $0,7486 $0,7221 $0,6999 $0,6982 $0,7802 $0,8411 $0,9098 $0,9767 $1,0594 $0,9707 $1,0996 $1,0373 $0,8786 1997 $0,7714

1998-99 $1,0401 $1,1018 $1,0818 $1,1524 $1,1772 $1,0857 $0,9966 $0,9300 $0,8348 $0,8447 $0,8542 $0,8923 $0,9993 1998 $1,0577

1999-00 $0,8016 $0,9255 $0,9297 $0,8852 $0,9485 $0,9319 $0,8437 $0,8466 $0,8482 $0,8249 $0,8177 $0,8444 $0,8707 1999 $0,8979

2000-01 $0,7965 $0,7407 $0,7142 $0,7003 $0,7399 $0,8042 $0,7601 $0,7569 $0,7480 $0,7425 $0,7833 $0,7702 $0,7547 2000 $0,7934

2001-02 $0,8136 $0,7768 $0,8081 $0,8526 $0,9376 $0,9167 $0,8941 $0,8964 $0,9268 $0,8961 $0,9117 $0,9140 $0,8787 2001 $0,8055

2002-03 $0,9542 $1,0093 $1,0030 $0,9514 $1,0053 $0,9736 $0,9204 $0,8708 $0,8468 $0,8549 $0,8574 $0,8530 $0,9250 2002 $0,9447

2003-04 $0,8131 $0,7866 $0,7717 $0,7077 $0,7011 $0,6701 $0,6295 $0,6097 $0,6121 $0,5945 $0,5611 $0,5766 $0,6695 2003 $0,8045

2004-05 $0,6674 $0,6727 $0,7999 $0,8249 $0,7499 $0,8346 $0,8211 $0,8502 $0,9484 $0,9529 $0,9371 $0,9624 $0,8351 2004 $0,6777

2005-06 $0,9988 $0,9159 $0,9572 $1,0803 $1,1995 $1,2506 $1,2307 $1,3018 $1,3994 $1,4484 $1,5509 $1,5823 $1,2430 2005 $0,9895

2006-07 $1,6304 $1,7749 $1,7478 $1,8462 $1,9772 $2,0123 $2,0033 $1,9562 $1,9998 $1,7173 $1,6503 $1,3836 $1,8083 2006 $1,6252

2007-08 $1,3310 $1,2960 $1,2506 $1,4253 $1,3643 $1,4436 $1,3692 $1,2823 $1,1880 $1,1573 $1,1230 $1,1200 $1,2792 2007 $1,5684

2008-09 $1,2163 $1,0360 $0,9476 $0,8141 $0,7981 $0,7382 $0,7440 $0,6925 $0,7372 $0,8055 $0,9074 $0,8195 $0,8547 2008 $1,0658

2009-10 $0,9366 $0,9776 $0,9361 $1,0796 $1,1327 $1,2883 $1,3747 $1,3738 $1,4630 $1,3312 $1,4029 $1,4105 $1,2256 2009 $0,9214

2010-11 $1,4351 $1,3888 $1,5029 $1,5068 $1,5648 $1,6316 $1,7551 $1,7342 $1,6812 $1,6887 $1,8006 $1,8799 $1,6308 2010 $1,4488

2011-12 $1,9806 $1,7465 $1,6365 $1,7000 $1,7988 $1,7023 $1,9766 $1,9043 $1,8192 $1,4918 $1,1439 $1,1613 $1,6718 2011 $1,7587

2012-13 $1,1826 $1,2199 $1,2617 $1,1254 $1,1581 $1,3044 $1,1323 $1,2522 $1,3400 $1,4390 $1,4665 $1,4378 $1,2767 2012 $1,3958

2013-14 $1,4090 $1,3635 $1,3168 $1,2312 $1,3348 $1,3989 $1,4238 $1,4574 $1,5277 $1,6010 $1,5785 $1,5777 $1,4350 2013 $1,3435

2014-15 $1,4803 $1,4522 $1,4576 $1,3841 $1,3611 $1,4543 $1,4330 $1,3312 $1,1972 $1,1572 $1,1506 $1,1908 $1,3375 2014 $1,4796

2015-16 $1,2101 $1,2936 $1,1946 $1,2490 $1,4529 $1,4536 $1,3033 $1,3070 $1,2814 $1,3494 $1,4457 $1,6550 $1,3321 2015 $1,2761

2016-17 $1,8353 $1,8134 $1,9853 $1,9073 2016 $1,9073

SAFRADÓLARES POR TONELADA DE FCOJ 66 BRIX (livre de imposto de importação americano e taxas anti-dumping) Média

dasafra

Média doano

calendárioJul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

1995-96 $947 $1.051 $1.147 $1.211 $1.317 $1.283 $1.239 $1.330 $1.455 $1.445 $1.316 $1.301 $1.254 1995 $1.093

1996-97 $1.230 $1.241 $1.139 $1.158 $1.014 $827 $752 $705 $743 $629 $680 $641 $897 1996 $1.231

1997-98 $638 $599 $567 $564 $684 $772 $872 $969 $1.090 $961 $1.148 $1.058 $827 1997 $671

1998-99 $1.074 $1.164 $1.135 $1.238 $1.274 $1.141 $1.011 $914 $776 $790 $804 $859 $1.015 1998 $1.100

1999-00 $740 $920 $926 $862 $954 $929 $801 $805 $808 $774 $763 $802 $840 1999 $880

2000-01 $739 $657 $619 $599 $656 $750 $686 $681 $668 $660 $719 $700 $678 2000 $734

2001-02 $763 $710 $755 $820 $944 $913 $881 $884 $928 $883 $906 $910 $858 2001 $752

2002-03 $968 $1.048 $1.039 $964 $1.042 $996 $919 $847 $812 $824 $827 $821 $926 2002 $954

2003-04 $763 $724 $702 $609 $600 $555 $496 $467 $470 $445 $396 $419 $554 2003 $750

2004-05 $551 $558 $744 $780 $671 $794 $774 $817 $960 $966 $943 $980 $795 2004 $566

2005-06 $1.033 $885 $943 $1.117 $1.285 $1.357 $1.329 $1.430 $1.567 $1.636 $1.781 $1.825 $1.349 2005 $1.005

2006-07 $1.893 $2.097 $2.059 $2.198 $2.383 $2.432 $2.420 $2.353 $2.415 $2.016 $1.921 $1.545 $2.144 2006 $1.886

2007-08 $1.471 $1.421 $1.357 $1.604 $1.518 $1.630 $1.525 $1.402 $1.269 $1.226 $1.177 $1.173 $1.398 2007 $1.806

2008-09 $1.309 $1.054 $930 $741 $719 $634 $642 $570 $633 $729 $873 $749 $799 2008 $1.097

2009-10 $914 $972 $913 $1.116 $1.191 $1.411 $1.532 $1.531 $1.657 $1.471 $1.572 $1.583 $1.322 2009 $893

2010-11 $1.618 $1.552 $1.713 $1.719 $1.801 $1.895 $2.069 $2.040 $2.026 $2.037 $2.200 $2.315 $1.915 2010 $1.637

2011-12 $2.461 $2.121 $1.961 $2.053 $2.197 $2.056 $2.456 $2.350 $2.227 $1.750 $1.244 $1.269 $2.012 2011 $2.128

2012-13 $1.305 $1.359 $1.420 $1.222 $1.269 $1.482 $1.232 $1.406 $1.534 $1.678 $1.718 $1.676 $1.442 2012 $1.615

2013-14 $1.634 $1.568 $1.500 $1.376 $1.526 $1.620 $1.656 $1.705 $1.807 $1.914 $1.881 $1.880 $1.672 2013 $1.525

2014-15 $1.738 $1.697 $1.705 $1.598 $1.565 $1.700 $1.669 $1.521 $1.326 $1.268 $1.258 $1.317 $1.530 2014 $1.737

2015-16 $1.345 $1.466 $1.322 $1.401 $1.698 $1.699 $1,481 $1,486 $1,499 $1,548 $1,688 $1,992 $1.552 2015 $1.441

2016-17 $2.255 $2.223 $2.473 $2.359 2016 $2.359

Média de cotação da Bolsa de Nova York em dólar por libra de sólidos solúveis em junho de 2016

Desconto do impostode importação norte-americano em dólarpor libra de sólidos

solúveis/equivalentea US$ 415 por tonelada

de FCOJ 66º BrixMédia de cotação da Bolsa de Nova York em dólar por libra de sólidos solúveis em junho de 2016, livre de imposto de importação norte-americano Média de cotação da

Bolsa de Nova York em dólar por tonelada de

FCOJ 66º Brix em junho de 2016, livre de imposto

de importação norte-americano

Quantidade de sólidossolúveis existente emuma tonelada de FCOJ 66º Brix

CÁLCULOImportante ressaltar que, conforme é explicado, a cada atualização desse histórico publicado na revista CitrusBR, para se chegar a esses valores é preciso fazer o cálculo de conversão entre dólar por libra de sólido solúvel para dólar por toneladas. Isso porque, na hora de analisar esses números, é fundamental levar em conta os impostos pagos ao governo americano, uma vez que o suco brasileiro paga US$ 415 por tonelada para acessar aquele mercado. Caso contrário, a ordem de grandeza dos dados pode ficar distorcida.

Conforme explica o quadro abaixo, para se chegar à média da cotação de US$ 1,992 por tonelada de FCOJ regis-trada em junho, é necessário subtrair da média da cotação da Bolsa de Nova York em dólar por sólido solúvel, refe-rente a essa data, o valor de US$ 0,2854, referente ao desconto do imposto de importação norte-americano em dólar por libra de sólido solúvel. Esse valor equivale aos US$ 415 pagos por tonela-da de FCOJ 66º Brix. O resultado dessa conta será a média da cotação da Bolsa de Nova York em dólar por libra de sóli-do solúvel em junho, livre de impostos. Para se chegar à media de cotação por

tonelada de FCOJ, é preciso multi-plicar esse número por 1,455, que

é a quantidade de sólido solúvel existente em uma tonelada de FCOJ 66º Brix.

US$ 1,6550

– US$ 0,2854

US$ 1,3696

x 1,455

US$ 1,992

26 | CITRUSBR novembro 2016 FOTO DIVULGAÇÃO CITRUSBR novembro 2016 | 27

finanças Preço médio mensal do fechamento diário das cotações do FCOJ

na Bolsa de Nova York

Page 28: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

só porque está promovendo a união de toda a cadeia em prol de um objetivo comum, mas também por contar com um grupo de especialistas, que está trabalhando junto conosco, o que torna essa ação ainda mais consistente”, afirmou Marjan Skotnicki--Hoogland presidente da AIJN.

Desde que foi lançado, no Juice Summit de 2015, o projeto ganhou a adesão de 34 companhias entre as quais estão as princi-pais envasadoras e processadoras de sucos da Europa. “Os resultados que podemos alcançar juntos, são infinitamente maiores, já que podemos trabalhar mensagens con-sistentes sobre o suco de laranja, de acordo com a realidade de cada país”, afirma Gay-nor Ferrari, coordenadora da campanha. Durante o evento, ela apresentou os resul-tados das primeiras ações realizadas pela campanha em alguns países como Inglater-ra e Alemanha (veja matéria a seguir).

A união do setor em prol de um projeto em comum, aliás, é o que vem norteando o apoio e adesão das empresas à iniciativa. “Com a queda de consumo de suco de la-

ranja, especialmente por parte dos jovens, vimos que precisávamos fazer alguma coisa para reverter esse cenário”, explicou Tho-mas Mertens, diretor de suprimentos da Wesergold, uma das maiores envasadoras de suco da Europa, com sede na Alemanha. Segundo o executivo, a participação de to-dos os elos da cadeia produtiva é de funda-mental importância para que o projeto seja bem-sucedido. “O Brasil é um fornecedor-chave de suco de laranja para a indústria e ganha cada vez mais relevância uma vez que a produção na Flórida vem diminuin-do. Nada mais natural que juntemos forças, para que possamos reverter esse quadro, em benefício de todos”, ponderou.

Os primeiros resultados do projeto foram recebidos de forma positiva pelos participantes. “Essa campanha é de funda-mental importância para nós. Basta olhar o que vem acontecendo no mercado nos últimos anos e o quão danosa tem sido a queda do consumo de sucos para a indús-tria” explica Douglas Lamount, CEO da Innocent Drinks, uma das marcas de sucos

O mercado mundial de su-cos de frutas passa por um momento desafiador. Nos últimos anos a categoria vem

sofrendo com uma constante queda de con-sumo em seus principais países consumi-dores. Não à toa esse foi o tema central das discussões realizadas durante o Juice Sum-mit 2016, tradicional evento da indústria mundial de sucos de frutas, que reúne os

Juice Summit

28 | CITRUSBR novembro 2016 ARTE SOBRE FOTOS DE MURILLO CONSTANTINO CITRUSBR novembro 2016 | 29

da Coca-Cola. “A menos que trabalhe-mos juntos, esse cenário de queda do consumo do suco de laranja não vai mudar e isso obviamente afeta desde o produtor até o varejista”, ressalta.

PAINEL DE ESPECIALISTASAinda na tarde do último dia do

evento, o grupo de cinco pesquisado-res, que compõem o Painel de Especia-listas da Campanha, coordenado pelo professor-titular da Universidade de Bruxelas, Johan De Rycker, apresentou alguns dos primeiros resultados do trabalho de levantamento e revisão científica dos principais estudos de-senvolvidos sobre o consumo de suco de laranja. Durante as apresentações, o grupo enfatizou que o principal as-pecto da campanha está na fundamen-tação científica, cujo intuito é desmis-tificar o consumo do suco de laranja e reverter a série de notícias negativas que vêm sendo divulgadas sobre a be-bida nos últimos anos.

principais representantes desse segmento para discutir o futuro do setor. Com a ne-cessidade de recuperar a demanda, um dos principais temas do encontro, que aconte-ceu na cidade de Antuérpia, na Bélgica, foi a apresentação dos primeiros resultados da campanha de promoção e defesa do suco, realizado em parceria entre CitrusBR e a Associação Europeia de Sucos de Frutas (AIJN). “Essa campanha é importante não

“Temos um time de especialistas

trabalhando conosco. Isso torna

as ações ainda mais consistentes”

MARJAN SKOTNICKI-HOOGLAND,

presidente da AIJN

“Essa campanhaé de fundamental

importância. Basta ver os danos que a queda

de consumo causa para a indústria"

DOUGLAS LAMOUNT,CEO da Innocent Drink

“Todos os elos da cadeia precisam se unir para reverter a queda de consumo do suco de laranja,

principalmenteentre os jovens"

THOMAS MERTENS,diretor da Wesergold

"Juntos,trabalhamos mensagens

consistentes sobre o suco de laranja”

GAYNOR FERRARI,coordenadora da

campanha

O suco no centro dopalco

PRIMEIROS RESULTADOS DA CAMPANHA DE MARKETING REALIZADA PELA CITRUSBR, EM PARCERIA COM A AIJN, ANIMA A INDÚSTRIA MUNDIAL DE SUCOS DURANTE JUICE SUMMIT 2016 E REFORÇA NECESSIDADE DE UNIÃO DA CADEIA PARA A RETOMADA DO CONSUMO DA CATEGORIA

Page 29: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

só porque está promovendo a união de toda a cadeia em prol de um objetivo comum, mas também por contar com um grupo de especialistas, que está trabalhando junto conosco, o que torna essa ação ainda mais consistente”, afirmou Marjan Skotnicki--Hoogland presidente da AIJN.

Desde que foi lançado, no Juice Summit de 2015, o projeto ganhou a adesão de 34 companhias entre as quais estão as princi-pais envasadoras e processadoras de sucos da Europa. “Os resultados que podemos alcançar juntos, são infinitamente maiores, já que podemos trabalhar mensagens con-sistentes sobre o suco de laranja, de acordo com a realidade de cada país”, afirma Gay-nor Ferrari, coordenadora da campanha. Durante o evento, ela apresentou os resul-tados das primeiras ações realizadas pela campanha em alguns países como Inglater-ra e Alemanha (veja matéria a seguir).

A união do setor em prol de um projeto em comum, aliás, é o que vem norteando o apoio e adesão das empresas à iniciativa. “Com a queda de consumo de suco de la-

ranja, especialmente por parte dos jovens, vimos que precisávamos fazer alguma coisa para reverter esse cenário”, explicou Tho-mas Mertens, diretor de suprimentos da Wesergold, uma das maiores envasadoras de suco da Europa, com sede na Alemanha. Segundo o executivo, a participação de to-dos os elos da cadeia produtiva é de funda-mental importância para que o projeto seja bem-sucedido. “O Brasil é um fornecedor-chave de suco de laranja para a indústria e ganha cada vez mais relevância uma vez que a produção na Flórida vem diminuin-do. Nada mais natural que juntemos forças, para que possamos reverter esse quadro, em benefício de todos”, ponderou.

Os primeiros resultados do projeto foram recebidos de forma positiva pelos participantes. “Essa campanha é de funda-mental importância para nós. Basta olhar o que vem acontecendo no mercado nos últimos anos e o quão danosa tem sido a queda do consumo de sucos para a indús-tria” explica Douglas Lamount, CEO da Innocent Drinks, uma das marcas de sucos

O mercado mundial de su-cos de frutas passa por um momento desafiador. Nos últimos anos a categoria vem

sofrendo com uma constante queda de con-sumo em seus principais países consumi-dores. Não à toa esse foi o tema central das discussões realizadas durante o Juice Sum-mit 2016, tradicional evento da indústria mundial de sucos de frutas, que reúne os

Juice Summit

28 | CITRUSBR novembro 2016 ARTE SOBRE FOTOS DE MURILLO CONSTANTINO CITRUSBR novembro 2016 | 29

da Coca-Cola. “A menos que trabalhe-mos juntos, esse cenário de queda do consumo do suco de laranja não vai mudar e isso obviamente afeta desde o produtor até o varejista”, ressalta.

PAINEL DE ESPECIALISTASAinda na tarde do último dia do

evento, o grupo de cinco pesquisado-res, que compõem o Painel de Especia-listas da Campanha, coordenado pelo professor-titular da Universidade de Bruxelas, Johan De Rycker, apresentou alguns dos primeiros resultados do trabalho de levantamento e revisão científica dos principais estudos de-senvolvidos sobre o consumo de suco de laranja. Durante as apresentações, o grupo enfatizou que o principal as-pecto da campanha está na fundamen-tação científica, cujo intuito é desmis-tificar o consumo do suco de laranja e reverter a série de notícias negativas que vêm sendo divulgadas sobre a be-bida nos últimos anos.

principais representantes desse segmento para discutir o futuro do setor. Com a ne-cessidade de recuperar a demanda, um dos principais temas do encontro, que aconte-ceu na cidade de Antuérpia, na Bélgica, foi a apresentação dos primeiros resultados da campanha de promoção e defesa do suco, realizado em parceria entre CitrusBR e a Associação Europeia de Sucos de Frutas (AIJN). “Essa campanha é importante não

“Temos um time de especialistas

trabalhando conosco. Isso torna

as ações ainda mais consistentes”

MARJAN SKOTNICKI-HOOGLAND,

presidente da AIJN

“Essa campanhaé de fundamental

importância. Basta ver os danos que a queda

de consumo causa para a indústria"

DOUGLAS LAMOUNT,CEO da Innocent Drink

“Todos os elos da cadeia precisam se unir para reverter a queda de consumo do suco de laranja,

principalmenteentre os jovens"

THOMAS MERTENS,diretor da Wesergold

"Juntos,trabalhamos mensagens

consistentes sobre o suco de laranja”

GAYNOR FERRARI,coordenadora da

campanha

O suco no centro dopalco

PRIMEIROS RESULTADOS DA CAMPANHA DE MARKETING REALIZADA PELA CITRUSBR, EM PARCERIA COM A AIJN, ANIMA A INDÚSTRIA MUNDIAL DE SUCOS DURANTE JUICE SUMMIT 2016 E REFORÇA NECESSIDADE DE UNIÃO DA CADEIA PARA A RETOMADA DO CONSUMO DA CATEGORIA

Page 30: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

Que o consumo de suco de frutas vem sendo impactado por uma série de notícias ne-gativas publicadas mundo à

fora, já não é novidade. O que ainda não se sabia era o tamanho desse problema. Pelo menos nos principais países da Europa isso já pode ser mensurado. Uma ferramenta batizada de Sonar, desenvolvida para monitorar toda e qualquer citação sobre suco de frutas feitas nas redes sociais ou na mídia europeia e assim mapear tudo o que se fala sobre essas bebidas. A plataforma já mostra que entre as semanas de 4 de julho a 11 de setembro de 2016 foram publicados 1.112 artigos sobre suco de frutas na mídia europeia. Desse total, 54,32% eram negati-vas. Em países como França e Holanda, o percentual de menções negativas é de 81% e 93% respectivamente.

Esse amplo mapeamento das infor-mações, feito país a país, é um dos pontos centrais da inteligência desenvolvida para a campanha de promoção do suco de laranja realizado na Europa pela CitrusBR, em parceria com a Associação Europeia de Su-cos de Frutas (AIJN). Com as informações registradas pelo Sonar, os gestores da cam-panha podem analisar não só a quantidade, mas principalmente o teor das menções

Suco na boca domundo

FERRAMENTA PERMITE MONITORAR TODAS CITAÇÕES FEITAS AOS SUCOS DE FRUTAS NAS REDES SOCIAIS E AJUDAA CALIBRAR ESTRATÉGIAS DE CAMPANHA DE MARKETING NA EUROPA

campanha

30 | CITRUSBR novembro 2016 CITRUSBR novembro 2016 | 31

Fonte: Sonar Período: 4 de julho a 11 de setembro de 2016

sobre a bebida na mídia e nas redes sociais. Esse monitoramento permite calibrar as ações e avaliar os resultados das estratégias.

Um exemplo disso aconteceu na Ir-landa, que no período monitorado teve 71,43% dos artigos sobre o suco classifica-dos como negativos. Naquele país foi rea-lizada a campanha Back to school ou “De volta as aulas”, numa tradução livre. Fo-ram selecionadas mães blogueiras influen-ciadoras locais que receberam cestas com várias marcas de suco de laranja e informa-ções nutricionais da bebida. A ação gerou uma série de posts espontâneos desses influenciadores que utilizaram seus canais no Twitter, Facebook, Instagram, e outras redes sociais, para compartilhar imagens da cesta com mensagens positivas sobre o produto. A ação também gerou matérias na imprensa local, citando pesquisas que apontam beneficios do suco de laranja.

Também entrou no ar o portal fruit-juicematters.com, que reúne uma série de estudo, pesquisas, informações científicas e diversos conteúdos voltados para médi-cos e nutricionistas. A ideia é que o portal se torne uma fonte de consulta para esse público especializado e uma ferramenta para disseminar informações positivas sobre o consumo do suco de laranja.

O QUE A EUROPA FALA SOBRE O SUCO

TOTAL ARTIGOS1.112

NEGATIVOS54,32%

MENÇÕES16.202

IMPRESSÕES76.634.015

HOLANDA ARTIGOS: 60NEGATIVOS: 93,33%MENÇÕES: 293IMPRESSÕES: 521.632

GRÃ -BETANHA ARTIGOS: 222NEGATIVOS: 24,32%MENÇÕES: 6.369IMPRESSÕES: 28.330.769

IRLANDA Artigos: 14Negativo: 71,43%Menções: 430Impressões: 893,573

ALEMANHA ARTIGOS: 165NEGATIVO: 43,03%MENÇÕES: 409IMPRESSÕES: 2.047.428

FRANÇA ARTIGOS: 380NEGATIVOS: 81,65%MENÇÕES: 1.477IMPRESSÕES: 1.747.624

Uma das primeiras ações da campanha aconteceu na Irlanda e gerou uma série de matérias de jornais e posts em redes sociais falando sobre os benefícios do suco de laranja

Page 31: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

Que o consumo de suco de frutas vem sendo impactado por uma série de notícias ne-gativas publicadas mundo à

fora, já não é novidade. O que ainda não se sabia era o tamanho desse problema. Pelo menos nos principais países da Europa isso já pode ser mensurado. Uma ferramenta batizada de Sonar, desenvolvida para monitorar toda e qualquer citação sobre suco de frutas feitas nas redes sociais ou na mídia europeia e assim mapear tudo o que se fala sobre essas bebidas. A plataforma já mostra que entre as semanas de 4 de julho a 11 de setembro de 2016 foram publicados 1.112 artigos sobre suco de frutas na mídia europeia. Desse total, 54,32% eram negati-vas. Em países como França e Holanda, o percentual de menções negativas é de 81% e 93% respectivamente.

Esse amplo mapeamento das infor-mações, feito país a país, é um dos pontos centrais da inteligência desenvolvida para a campanha de promoção do suco de laranja realizado na Europa pela CitrusBR, em parceria com a Associação Europeia de Su-cos de Frutas (AIJN). Com as informações registradas pelo Sonar, os gestores da cam-panha podem analisar não só a quantidade, mas principalmente o teor das menções

Suco na boca domundo

FERRAMENTA PERMITE MONITORAR TODAS CITAÇÕES FEITAS AOS SUCOS DE FRUTAS NAS REDES SOCIAIS E AJUDAA CALIBRAR ESTRATÉGIAS DE CAMPANHA DE MARKETING NA EUROPA

campanha

30 | CITRUSBR novembro 2016 CITRUSBR novembro 2016 | 31

Fonte: Sonar Período: 4 de julho a 11 de setembro de 2016

sobre a bebida na mídia e nas redes sociais. Esse monitoramento permite calibrar as ações e avaliar os resultados das estratégias.

Um exemplo disso aconteceu na Ir-landa, que no período monitorado teve 71,43% dos artigos sobre o suco classifica-dos como negativos. Naquele país foi rea-lizada a campanha Back to school ou “De volta as aulas”, numa tradução livre. Fo-ram selecionadas mães blogueiras influen-ciadoras locais que receberam cestas com várias marcas de suco de laranja e informa-ções nutricionais da bebida. A ação gerou uma série de posts espontâneos desses influenciadores que utilizaram seus canais no Twitter, Facebook, Instagram, e outras redes sociais, para compartilhar imagens da cesta com mensagens positivas sobre o produto. A ação também gerou matérias na imprensa local, citando pesquisas que apontam beneficios do suco de laranja.

Também entrou no ar o portal fruit-juicematters.com, que reúne uma série de estudo, pesquisas, informações científicas e diversos conteúdos voltados para médi-cos e nutricionistas. A ideia é que o portal se torne uma fonte de consulta para esse público especializado e uma ferramenta para disseminar informações positivas sobre o consumo do suco de laranja.

O QUE A EUROPA FALA SOBRE O SUCO

TOTAL ARTIGOS1.112

NEGATIVOS54,32%

MENÇÕES16.202

IMPRESSÕES76.634.015

HOLANDA ARTIGOS: 60NEGATIVOS: 93,33%MENÇÕES: 293IMPRESSÕES: 521.632

GRÃ -BETANHA ARTIGOS: 222NEGATIVOS: 24,32%MENÇÕES: 6.369IMPRESSÕES: 28.330.769

IRLANDA Artigos: 14Negativo: 71,43%Menções: 430Impressões: 893,573

ALEMANHA ARTIGOS: 165NEGATIVO: 43,03%MENÇÕES: 409IMPRESSÕES: 2.047.428

FRANÇA ARTIGOS: 380NEGATIVOS: 81,65%MENÇÕES: 1.477IMPRESSÕES: 1.747.624

Uma das primeiras ações da campanha aconteceu na Irlanda e gerou uma série de matérias de jornais e posts em redes sociais falando sobre os benefícios do suco de laranja

Page 32: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

Todos os dias, antes mesmo de o sol nascer, “seo” Zitalino Freschi já está de pé para trabalhar no campo. Desde as primeiras horas da manhã ele percorre o seu pequeno pomar de limão tahiti, que ocupa os 2,5 hec-tares de sua propriedade localizada no município de Itajobi. Uma rotina diária que tem deixado o citricultor com o sorriso estampado no rosto. O motivo para tanta satisfação não está apenas no gosto pela vida simples. Nos últimos anos, a demanda crescente por essa fruta, em todo o mundo, fez com que produtores como “seo” Zitalino fossem inseridos num mercado que movi-menta por ano cerca de US$ 100 milhões com a expor-tação para países como França, Alemanha e Holanda. “A produção de limão tem sido a melhor coisa da agri-cultura”, comemora o produtor. Freschi não é o único a colher bons resultados. A maior parte dos vizinhos também investe na produção da mesma variedade, principalmente com foco no mercado internacional. Pela vocação na produção da fruta, a cidade ganhou o apelido de capital nacional do limão tahiti e embarca 70% da fruta que produz. “Oitenta por cento do limão exportado pelo Brasil sai da nossa região”, explica José Carlos Ravazzi, presidente do Sindicato Rural de Ca-tanduva, cidade vizinha.

Antes do limão, Freschi ja havia cultivado café e criado gado para leite, mas com o tempo a família foi dividindo a propriedade, o que reduziu a área produ-tiva. Foi quando decidiu optar pelo limão. “Naquela época, o limão estava passando por um bom momento

QUE FAZ SORRIR DEMANDA CRESCENTE NA EUROPA TRANSFORMA A REGIÃO DE ITAJOBI NA PRINCIPAL EXPORTADORA BRASILEIRA DESSA FRUTA E FAZ A ALEGRIA DE PEQUENOS CITRICULTORES, QUE SE ORGANIZAM PARA INVESTIR E AGREGAR AINDA MAIS VALOR À PRODUÇÃO

32 | CITRUSBR novembro 2016 FOTOS DE MURILLO CONSTANTINO CITRUSBR novembro 2016 | 33

e eu decidi investir, até que chegamos ao mercado eu-ropeu”, conta ele, que produz em média quatro caixas de 28 quilos por planta, em um total de 700 árvores. Assim como “seo” Zitalino, a maior parte dos pro-dutores de limão de Itajobi não ostenta grandes áreas produtivas. Segundo dados do sindicato, o tamanho médio das 2,4 mil propriedades da região não ultrapas-sa os 6,2 hectares, mas têm peso considerável na eco-nomia do município, que tem 15 mil habitantes. “São todos pequenos produtores, que trabalham com agri-cultura familiar em áreas de sequeiro. Um ou outro produtor foge um pouco dessa média”, explica Ravazzi.

É o caso do engenheiro agrônomo Marco Antonio de Carvalho. Na propriedade de 31,8 hectares, ele cultiva cana-de-açúcar, manga, goiaba, mas é o limão que tem brilhado. A prova disso é que a área de três hectares, 100% irrigada e destinada ao cultivo dessa variedade, deve ser triplicada em breve. “No próximo ano pretendo tirar a cana e adicionar de seis a oito hectares de novos pomares de limão”, explica o pro-dutor que, com as novas áreas, pretende investir tam-bém na fertirrigação para aumentar a produtividade média, que hoje está em 81 toneladas por hectare ou 2.892 caixas de 28 quilos por hectare. Desse volume, 70% é exportado. Para atingir esse índice de produti-vidade, ele apostou também no maior adensamento de seus pomares, cujo espaçamento médio hoje é de cinco metros por 2,30 metros e média de 850 plantas por hectare. A animação com a fruta é tanta, que nos

O LIMÃOZITALINO FRESCHI,

citricultor Com 2,5 hectares plantados,ele é um dos produtores que

colhem bons resultadoscom a exportação da fruta

fruta de mesa

Page 33: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

Todos os dias, antes mesmo de o sol nascer, “seo” Zitalino Freschi já está de pé para trabalhar no campo. Desde as primeiras horas da manhã ele percorre o seu pequeno pomar de limão tahiti, que ocupa os 2,5 hec-tares de sua propriedade localizada no município de Itajobi. Uma rotina diária que tem deixado o citricultor com o sorriso estampado no rosto. O motivo para tanta satisfação não está apenas no gosto pela vida simples. Nos últimos anos, a demanda crescente por essa fruta, em todo o mundo, fez com que produtores como “seo” Zitalino fossem inseridos num mercado que movi-menta por ano cerca de US$ 100 milhões com a expor-tação para países como França, Alemanha e Holanda. “A produção de limão tem sido a melhor coisa da agri-cultura”, comemora o produtor. Freschi não é o único a colher bons resultados. A maior parte dos vizinhos também investe na produção da mesma variedade, principalmente com foco no mercado internacional. Pela vocação na produção da fruta, a cidade ganhou o apelido de capital nacional do limão tahiti e embarca 70% da fruta que produz. “Oitenta por cento do limão exportado pelo Brasil sai da nossa região”, explica José Carlos Ravazzi, presidente do Sindicato Rural de Ca-tanduva, cidade vizinha.

Antes do limão, Freschi ja havia cultivado café e criado gado para leite, mas com o tempo a família foi dividindo a propriedade, o que reduziu a área produ-tiva. Foi quando decidiu optar pelo limão. “Naquela época, o limão estava passando por um bom momento

QUE FAZ SORRIR DEMANDA CRESCENTE NA EUROPA TRANSFORMA A REGIÃO DE ITAJOBI NA PRINCIPAL EXPORTADORA BRASILEIRA DESSA FRUTA E FAZ A ALEGRIA DE PEQUENOS CITRICULTORES, QUE SE ORGANIZAM PARA INVESTIR E AGREGAR AINDA MAIS VALOR À PRODUÇÃO

32 | CITRUSBR novembro 2016 FOTOS DE MURILLO CONSTANTINO CITRUSBR novembro 2016 | 33

e eu decidi investir, até que chegamos ao mercado eu-ropeu”, conta ele, que produz em média quatro caixas de 28 quilos por planta, em um total de 700 árvores. Assim como “seo” Zitalino, a maior parte dos pro-dutores de limão de Itajobi não ostenta grandes áreas produtivas. Segundo dados do sindicato, o tamanho médio das 2,4 mil propriedades da região não ultrapas-sa os 6,2 hectares, mas têm peso considerável na eco-nomia do município, que tem 15 mil habitantes. “São todos pequenos produtores, que trabalham com agri-cultura familiar em áreas de sequeiro. Um ou outro produtor foge um pouco dessa média”, explica Ravazzi.

É o caso do engenheiro agrônomo Marco Antonio de Carvalho. Na propriedade de 31,8 hectares, ele cultiva cana-de-açúcar, manga, goiaba, mas é o limão que tem brilhado. A prova disso é que a área de três hectares, 100% irrigada e destinada ao cultivo dessa variedade, deve ser triplicada em breve. “No próximo ano pretendo tirar a cana e adicionar de seis a oito hectares de novos pomares de limão”, explica o pro-dutor que, com as novas áreas, pretende investir tam-bém na fertirrigação para aumentar a produtividade média, que hoje está em 81 toneladas por hectare ou 2.892 caixas de 28 quilos por hectare. Desse volume, 70% é exportado. Para atingir esse índice de produti-vidade, ele apostou também no maior adensamento de seus pomares, cujo espaçamento médio hoje é de cinco metros por 2,30 metros e média de 850 plantas por hectare. A animação com a fruta é tanta, que nos

O LIMÃOZITALINO FRESCHI,

citricultor Com 2,5 hectares plantados,ele é um dos produtores que

colhem bons resultadoscom a exportação da fruta

fruta de mesa

Page 34: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

pés de limão com uma produtividade média de seis caixas por planta, aproxi-madamente 193 toneladas por hectare. O pomar 100% irrigado foi a melhor opção para manter a produtividade das plantas, em uma região onde as altas temperaturas são predominantes.

Com tanto limão indo para o mer-cado externo, o desafio dos produtores agora é unir forças em torno da Asso-ciação Brasileira dos Exportadores de Limão Tahiti (Abipel), que começa a dar os primeiros passos para organizar a cadeia produtiva. “Nossa prioridade é estimular a certificação da maioria dos produtores”, explica Afonso Castellucci, presidente da entidade. Segundo ele, a adoção de tecnologias e de ferramentas

TropiFrutas, um dos 13 packing houses da região, que se dedicam majoritariamente a exportar. A TropiFrutas tem capacidade de receber e processar 1,8 mil caixas de 29 quilos da fruta diariamente, algo em tor-no de 52,2 toneladas. O volume adquirido semanalmente pela empresa e as especi-ficações da fruta variam de acordo com a demanda dos clientes, que estão princi-palmente na França, Alemanha e Dubai. “A Europa só compra fruta de produtores certificados, enquanto os produtos envia-dos para Dubai não necessariamente pre-cisam de certificação”, explica Carolina.

Além dos cuidados com o manejo e aplicação de defensivos, o limão “padrão exportação” também precisa obedecer a algumas características

visuais, como o diâmetro médio de 56 milímetros, com a casca rugosa e em um tom de verde escuro. Isso porque, ao contrário da laranja, cujo destino final é principalmente o processamento, o limão vai parar nas gôndolas dos va-

rejistas europeus e na mesa dos clientes mais exigentes. Justamente por isso, o limão recebe tratamento “de rei” depois de chegar ao packing house. Da chegada da fruta de caminhão até o carregamento em contêineres, que

seguem para o porto de Santos, são cerca de três dias, passando por lavagem, desinfecção, ence-ramento, seleção por tamanho, embalagem e armazenamento refrigerado. Atualmente, cerca de 80% dos produtores que fornecem limão para

a empresa são fixos, enquanto os outros 20% são

últimos anos, Carvalho investiu numa cer-tificação especial para atender às demandas internacionais. “O comprador europeu é exigente. Precisamos comprovar que temos uma fruta de qualidade e produzida de for-ma ambientalmente sustentável”, afirma.

Tanto esforço fez com que seu custo de produção subisse nos últimos anos e hoje gira em torno de R$ 13 por caixa. Mas Car-valho ressalta que o negócio é vantajoso. Ele explica que o ganho de escala ajuda a diluir os custos produtivos. Além disso, ele con-segue uma remuneração entre 20% e 30% superior por caixa quando o destino é o ex-terior. Isso levando-se em conta que mesmo o mercado interno tem se mantido em alta, com alguns momentos do ano registrando cotações recordes, como aconteceu em outubro de 2015, quando a caixa era comercializada a R$ 100.

O mercado aquecido se explica pelo fato de o limão ter se tornado um requintado ingrediente da culinária mun-do afora. “Eles são usados principalmente na alta gas-tronomia, para decoração de pratos e para fazer a caipirinha”, revela Ca-rolina Mathias, sócia da

fruta de mesa

34 | CITRUSBR novembro 2016 ILUSTRAÇÃO DE DENIS CARDOSO CITRUSBR novembro 2016 | 35

que os estimulem a melhorar o mane-jo dos pomares também estão entre os projetos previstos. “Também estamos trabalhando para abrir portas em novos mercados, como no Oriente Médio, Itália e Espanha. Queremos levar o nome de Itajobi cada vez mais longe.”

1 3

4 5 MERCADO DOCE 1. Marco Antônio Carvalho,que investe em tecnologiae certificação paraagregar valor à fruta; 2. Carolina Mathias, da Tropifrutas. Empresa processa 52,2 toneladas de limão por dia;3. O citricultor Luís Sperandio mantém um pomar irrigado e exporta 40% do que produz; 4. José Carlos Ravazzi,do Sindicato de Catanduva. Região exporta 80%do que produz;5. Afonso Castellucci,da Abipel. Desafio agora écriar selo de qualidade eabrir novos mercados parao limão de Itajobi

esporádicos. Da fábrica, 90% do limão é ven-dido para trades, que fazem a exportação dos produtos via navio, enquanto os 10% restan-tes são comercializados no mercado interno.

Alguns outros produtores, como Luís Sperandio e o pai, Leonel, fornecem metade da produção de limão da família para a TropiFrutas. Sperandio conta que da produção total do sítio, cerca de 40% é destinada para a exportação, enquanto 5% vai para a indústria, que fabrica óleos destinados à produção de cosméticos e bebidas. O restante é destinado para o mercado doméstico. “Vendemos para distribuidoras não só no Estado de São Paulo, mas também em Belo Horizonte, Goiânia e Londrina”, conta. Em uma área de quatro hectares, eles cultivam 1.550

2

Roterdan

Jebel Ali

HamburgoLondon

O LIMÃO VIAJANTEPara onde vai o limão cultivado em Itajobi e exportado pela empresa TropiFrutas

HOLANDA (Roterdan)

60%1.920 ton/ano

ALEMANHA (Hamburgo)

10%320 ton/ano

INGLATERRA (Londres)

25%800 ton/ano

DUBAI(Jebel Ali)

5%160 ton/ano

Fonte: TropiFrutas

ACESSEO QR CODEE ASSISTAAO VÍDEO

Page 35: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

pés de limão com uma produtividade média de seis caixas por planta, aproxi-madamente 193 toneladas por hectare. O pomar 100% irrigado foi a melhor opção para manter a produtividade das plantas, em uma região onde as altas temperaturas são predominantes.

Com tanto limão indo para o mer-cado externo, o desafio dos produtores agora é unir forças em torno da Asso-ciação Brasileira dos Exportadores de Limão Tahiti (Abipel), que começa a dar os primeiros passos para organizar a cadeia produtiva. “Nossa prioridade é estimular a certificação da maioria dos produtores”, explica Afonso Castellucci, presidente da entidade. Segundo ele, a adoção de tecnologias e de ferramentas

TropiFrutas, um dos 13 packing houses da região, que se dedicam majoritariamente a exportar. A TropiFrutas tem capacidade de receber e processar 1,8 mil caixas de 29 quilos da fruta diariamente, algo em tor-no de 52,2 toneladas. O volume adquirido semanalmente pela empresa e as especi-ficações da fruta variam de acordo com a demanda dos clientes, que estão princi-palmente na França, Alemanha e Dubai. “A Europa só compra fruta de produtores certificados, enquanto os produtos envia-dos para Dubai não necessariamente pre-cisam de certificação”, explica Carolina.

Além dos cuidados com o manejo e aplicação de defensivos, o limão “padrão exportação” também precisa obedecer a algumas características

visuais, como o diâmetro médio de 56 milímetros, com a casca rugosa e em um tom de verde escuro. Isso porque, ao contrário da laranja, cujo destino final é principalmente o processamento, o limão vai parar nas gôndolas dos va-

rejistas europeus e na mesa dos clientes mais exigentes. Justamente por isso, o limão recebe tratamento “de rei” depois de chegar ao packing house. Da chegada da fruta de caminhão até o carregamento em contêineres, que

seguem para o porto de Santos, são cerca de três dias, passando por lavagem, desinfecção, ence-ramento, seleção por tamanho, embalagem e armazenamento refrigerado. Atualmente, cerca

de 80% dos produtores que fornecem limão para a empresa são fixos, enquanto os outros 20% são

últimos anos, Carvalho investiu numa cer-tificação especial para atender às demandas internacionais. “O comprador europeu é exigente. Precisamos comprovar que temos uma fruta de qualidade e produzida de for-ma ambientalmente sustentável”, afirma.

Tanto esforço fez com que seu custo de produção subisse nos últimos anos e hoje gira em torno de R$ 13 por caixa. Mas Car-valho ressalta que o negócio é vantajoso. Ele explica que o ganho de escala ajuda a diluir os custos produtivos. Além disso, ele con-segue uma remuneração entre 20% e 30% superior por caixa quando o destino é o ex-terior. Isso levando-se em conta que mesmo o mercado interno tem se mantido em alta, com alguns momentos do ano registrando cotações recordes, como aconteceu em outubro de 2015, quando a caixa era comercializada a R$ 100.

O mercado aquecido se explica pelo fato de o limão ter se tornado um requintado ingrediente da culinária mun-do afora. “Eles são usados principalmente na alta gas-tronomia, para decoração de pratos e para fazer a caipirinha”, revela Ca-rolina Mathias, sócia da

fruta de mesa

34 | CITRUSBR novembro 2016 ILUSTRAÇÃO DE DENIS CARDOSO CITRUSBR novembro 2016 | 35

que os estimulem a melhorar o mane-jo dos pomares também estão entre os projetos previstos. “Também estamos trabalhando para abrir portas em novos mercados, como no Oriente Médio, Itália e Espanha. Queremos levar o nome de Itajobi cada vez mais longe.”

1 3

4 5 MERCADO DOCE 1. Marco Antônio Carvalho,que investe em tecnologiae certificação paraagregar valor à fruta; 2. Carolina Mathias, da Tropifrutas. Empresa processa 52,2 toneladas de limão por dia;3. O citricultor Luís Sperandio mantém um pomar irrigado e exporta 40% do que produz; 4. José Carlos Ravazzi,do Sindicato de Catanduva. Região exporta 80%do que produz;5. Afonso Castellucci,da Abipel. Desafio agora écriar selo de qualidade eabrir novos mercados parao limão de Itajobi

esporádicos. Da fábrica, 90% do limão é ven-dido para trades, que fazem a exportação dos produtos via navio, enquanto os 10% restan-tes são comercializados no mercado interno.

Alguns outros produtores, como Luís Sperandio e o pai, Leonel, fornecem metade da produção de limão da família para a TropiFrutas. Sperandio conta que da produção total do sítio, cerca de 40% é destinada para a exportação, enquanto 5% vai para a indústria, que fabrica óleos destinados à produção de cosméticos e bebidas. O restante é destinado para o mercado doméstico. “Vendemos para distribuidoras não só no Estado de São Paulo, mas também em Belo Horizonte, Goiânia e Londrina”, conta. Em uma área de quatro hectares, eles cultivam 1.550

2

Roterdan

Jebel Ali

HamburgoLondon

O LIMÃO VIAJANTEPara onde vai o limão cultivado em Itajobi e exportado pela empresa TropiFrutas

HOLANDA (Roterdan)

60%1.920 ton/ano

ALEMANHA (Hamburgo)

10%320 ton/ano

INGLATERRA (Londres)

25%800 ton/ano

DUBAI(Jebel Ali)

5%160 ton/ano

Fonte: TropiFrutas

ACESSEO QR CODEE ASSISTAAO VÍDEO

Page 36: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

cítricas, representando mais de 20% da citricultura brasileira, num total de aproximadamente 120 mil hectares, os quais também

estão envolvidos com a produção de cinco milhões de mudas cítricas. “Hoje atuamos em 13 Estados bra-

sileiros. Dos pomares que atendemos, 80% possuem idade maior do que três anos e

20% têm idade inferior a três anos” afirma o engenheiro agrônomo

Hamilton Ferreira de Carvalho Rocha, diretor-presidente

do GConci. Sediado em Cordeirópolis e

composto por 18 pro-fissionais, o grupo

funciona como uma associação

técnica, sem fins lucrativos,

com foco na dissemina-ção e no desenvol-vimento de tecnologia, produtos, serviços e informa-ções atua-lizadas ao setor.

Um dos focos do grupo está no acompa-nhamento do mercado internacional de ci-trus, com o desenvolvimento de intercâmbio técnico e científico, conhecendo tecnologias que possam ser adaptadas e empregadas na citricultura nacional. Com essa proposta, eles já viram de perto a realidade citrícola de países como Espanha, Portugal, Estados Unidos, China, França, Itália, Nova Zelândia, Austrália, África do Sul, Vietnã e Costa Rica. “Sempre participamos de congressos interna-cionais de viveiristas de citros, conferências internacionais sobre HLB, e congressos inter-nacionais de citricultura”, afirma Rocha.

Um dos pontos altos desse trabalho ocorreu em 2004, quando uma delegação do grupo foi até a China conhecer de perto o trabalho desenvolvido naquele país contra o Greening, que já se mostrava uma grande ameaça aos pomares. Como resultado dessa viagem foi escrito um documento entregue ao governo brasileiro, batizado de “Carta da China”, contendo uma série de recomenda-ções para o controle da doença. “Há a im-portância do GConci para os seus membros porque há um enriquecimento muito grande de conhecimento técnico. Depois tem a importância para o citricultor, uma vez que ele aumenta o seu conhecimento inclusive com relacionamentos internacionais”, afirma o engenheiro agrônomo Maurício Lemos Mendes, um dos fundadores do grupo.

O grupo mantém parceria com uma série de entidades como as Câmaras de Ci-tricultura estaduais e federal e participa da Comissão Técnico-Científica do Fundeci-trus, entre outros. “Acho interessante passar a mensagem de que o GConci está constan-temente pensando em como ele vai poder atender e ser útil para a comunidade citrícola durante os próximos 20 anos, afirma Men-des, que aponta que o foco é melhorar cada vez mais o sistema produtivo dos pomares brasileiros. “E pra isso existe um movimento constante de busca de novas tecnologias que visem a aumentar ainda mais a competitivi-dade da citricultura brasileira”, afirma.

Há pouco mais de quatro anos, o citricultor Norberto Augusto da Costa viu seu negócio correr um sério risco. Os 181 hectares de sua propriedade, localizada em São João do Boa Vista (SP), sofriam com a alta incidência de duas doenças, a pinta preta e a gomose. Com sua produção voltada para o mercado de mesa, o problema sanitário prejudicava a qua-lidade do fruto e inviabilizava sua venda. Foi nessa época que ele conheceu o trabalho do Grupo de Consultores em Citrus, o GConci. Os consultores entraram em campo e ajudaram a implantar um rígido sistema de controle e acompanha-mento das doenças, que ajudou a deixá-las sob controle na fazenda. “Com esse acompanhamento deles, nós ficamos muito mais próximos das novas tecnologias e conse-guimos solucionar o problema”, afirma o citricultor. Assim como Norberto, uma centena de outros pro-dutores já se valeram dos serviços especializados do grupo, que neste ano completa 20 anos de existência.

Atualmente, o GConci presta consultoria técnica direta a mais de 40 milhões de plantas

Com foco na pesquisa e extensão rural, Gconci completa 20 anos de serviços prestados à citricultura

comemoração

36 | CITRUSBR novembro 2016 ARTE SOBRE FOTO DE JULIO VILELA CITRUSBR novembro 2016 | 37

Fundado em1996

18consultores

40 milhõesde árvores atendidas

Em mais de120 mil hectares,o que representa

20% da citricultura brasileira

Em 1997 lançou a revista

Citricultura Atual

Criou oHall da Fama da

citricultura

Organizou cerca de15 missões técnicas

pelo mundo

Em 2003 participou da força tarefa

contra a morte súbita

Em 2004 produziu a “Carta da China”, com

informações sobre o manejo do greening feito naquele país

Em 2007promoveu o primero

Citrus Dinner

Consultoresem campo

OS PASSOSDO GCONCI

O TIME Em pé, (da esq. para a dir.), Ernesto Luiz P. de Almeida, Mauricio Mendes, Amauri Tadeu Peratelli, Camilo L. Medina, Marco V. Ribeiro, Eduardo Lucato, Antonio Celso Sanches, Giovane Barroti, Reinaldo Donizeti Corte, Francisco P. Neto. Agachados, (da esq. para a dir.), Gilberto Tozatti, Oscar Augusto Simonetti, Wilson Roberto Chignolli, Hamilton F. de Carvalho Rocha, José Eduardo M. Teófilo, Mauro Fagotti, Sidney Marcos Rosa

Contato GConci

Tel.: 19 3546-1715

Page 37: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

cítricas, representando mais de 20% da citricultura brasileira, num total de aproximadamente 120 mil hectares, os quais também

estão envolvidos com a produção de cinco milhões de mudas cítricas. “Hoje atuamos em 13 Estados bra-

sileiros. Dos pomares que atendemos, 80% possuem idade maior do que três anos e

20% têm idade inferior a três anos” afirma o engenheiro agrônomo

Hamilton Ferreira de Carvalho Rocha, diretor-presidente

do GConci. Sediado em Cordeirópolis e

composto por 18 pro-fissionais, o grupo

funciona como uma associação

técnica, sem fins lucrativos,

com foco na dissemina-ção e no desenvol-vimento de tecnologia, produtos, serviços e informa-ções atua-lizadas ao setor.

Um dos focos do grupo está no acompa-nhamento do mercado internacional de ci-trus, com o desenvolvimento de intercâmbio técnico e científico, conhecendo tecnologias que possam ser adaptadas e empregadas na citricultura nacional. Com essa proposta, eles já viram de perto a realidade citrícola de países como Espanha, Portugal, Estados Unidos, China, França, Itália, Nova Zelândia, Austrália, África do Sul, Vietnã e Costa Rica. “Sempre participamos de congressos interna-cionais de viveiristas de citros, conferências internacionais sobre HLB, e congressos inter-nacionais de citricultura”, afirma Rocha.

Um dos pontos altos desse trabalho ocorreu em 2004, quando uma delegação do grupo foi até a China conhecer de perto o trabalho desenvolvido naquele país contra o Greening, que já se mostrava uma grande ameaça aos pomares. Como resultado dessa viagem foi escrito um documento entregue ao governo brasileiro, batizado de “Carta da China”, contendo uma série de recomenda-ções para o controle da doença. “Há a im-portância do GConci para os seus membros porque há um enriquecimento muito grande de conhecimento técnico. Depois tem a importância para o citricultor, uma vez que ele aumenta o seu conhecimento inclusive com relacionamentos internacionais”, afirma o engenheiro agrônomo Maurício Lemos Mendes, um dos fundadores do grupo.

O grupo mantém parceria com uma série de entidades como as Câmaras de Ci-tricultura estaduais e federal e participa da Comissão Técnico-Científica do Fundeci-trus, entre outros. “Acho interessante passar a mensagem de que o GConci está constan-temente pensando em como ele vai poder atender e ser útil para a comunidade citrícola durante os próximos 20 anos, afirma Men-des, que aponta que o foco é melhorar cada vez mais o sistema produtivo dos pomares brasileiros. “E pra isso existe um movimento constante de busca de novas tecnologias que visem a aumentar ainda mais a competitivi-dade da citricultura brasileira”, afirma.

Há pouco mais de quatro anos, o citricultor Norberto Augusto da Costa viu seu negócio correr um sério risco. Os 181 hectares de sua propriedade, localizada em São João do Boa Vista (SP), sofriam com a alta incidência de duas doenças, a pinta preta e a gomose. Com sua produção voltada para o mercado de mesa, o problema sanitário prejudicava a qua-lidade do fruto e inviabilizava sua venda. Foi nessa época que ele conheceu o trabalho do Grupo de Consultores em Citrus, o GConci. Os consultores entraram em campo e ajudaram a implantar um rígido sistema de controle e acompanha-mento das doenças, que ajudou a deixá-las sob controle na fazenda. “Com esse acompanhamento deles, nós ficamos muito mais próximos das novas tecnologias e conse-guimos solucionar o problema”, afirma o citricultor. Assim como Norberto, uma centena de outros pro-dutores já se valeram dos serviços especializados do grupo, que neste ano completa 20 anos de existência.

Atualmente, o GConci presta consultoria técnica direta a mais de 40 milhões de plantas

Com foco na pesquisa e extensão rural, Gconci completa 20 anos de serviços prestados à citricultura

comemoração

36 | CITRUSBR novembro 2016 ARTE SOBRE FOTO DE JULIO VILELA CITRUSBR novembro 2016 | 37

Fundado em1996

18consultores

40 milhõesde árvores atendidas

Em mais de120 mil hectares,o que representa

20% da citricultura brasileira

Em 1997 lançou a revista

Citricultura Atual

Criou oHall da Fama da

citricultura

Organizou cerca de15 missões técnicas

pelo mundo

Em 2003 participou da força tarefa

contra a morte súbita

Em 2004 produziu a “Carta da China”, com

informações sobre o manejo do greening feito naquele país

Em 2007promoveu o primero

Citrus Dinner

Consultoresem campo

OS PASSOSDO GCONCI

O TIME Em pé, (da esq. para a dir.), Ernesto Luiz P. de Almeida, Mauricio Mendes, Amauri Tadeu Peratelli, Camilo L. Medina, Marco V. Ribeiro, Eduardo Lucato, Antonio Celso Sanches, Giovane Barroti, Reinaldo Donizeti Corte, Francisco P. Neto. Agachados, (da esq. para a dir.), Gilberto Tozatti, Oscar Augusto Simonetti, Wilson Roberto Chignolli, Hamilton F. de Carvalho Rocha, José Eduardo M. Teófilo, Mauro Fagotti, Sidney Marcos Rosa

Contato GConci

Tel.: 19 3546-1715

Page 38: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

38 | CITRUSBR novembro 2016 FOTOS DE MURILLO CONSTANTINO CITRUSBR novembro 2016 | 39

SEGURANÇA EM PRIMEIRO LUGAR

Uso do Equipamento de Proteção Individual

(EPI) é pré-requisito para toda e qualquer operação

de pulverização nas propriedades rurais

ESPECIALPULVERIZAÇÃO

PRODUTORES ABREM AS SUAS FAZENDASE REVELAM AS TECNOLOGIAS, OS CONTROLES E OS MANEJOS UTILIZADOS PARA OTIMIZAR A APLICAÇÃO NOS POMARES E FAZER ESSA OPERAÇÃO EFICAZ CONTRA PRAGAS E DOENÇAS E MAIS SAÚDAVEL PARA O BOLSO

Pulverizaçãodireção

certana

Page 39: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

38 | CITRUSBR novembro 2016 FOTOS DE MURILLO CONSTANTINO CITRUSBR novembro 2016 | 39

SEGURANÇA EM PRIMEIRO LUGAR

Uso do Equipamento de Proteção Individual

(EPI) é pré-requisito para toda e qualquer operação

de pulverização nas propriedades rurais

ESPECIALPULVERIZAÇÃO

PRODUTORES ABREM AS SUAS FAZENDASE REVELAM AS TECNOLOGIAS, OS CONTROLES E OS MANEJOS UTILIZADOS PARA OTIMIZAR A APLICAÇÃO NOS POMARES E FAZER ESSA OPERAÇÃO EFICAZ CONTRA PRAGAS E DOENÇAS E MAIS SAÚDAVEL PARA O BOLSO

Pulverizaçãodireção

certana

Page 40: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

tando a velocidade da aplicação. “Essas médias de velocidade são acima do que os produtores costumam usar, mas para nós é o que vem surtindo melhor efeito em termos de economia de mão de obra e máquinas, atendendo com eficácia o controle da praga”, diz Barbosa.

O grupo também realiza pulveriza-ções semanais em ruas alternadas

nos talhões de borda das fa-zendas e pelo menos uma

aplicação mensal em toda a fazenda para o

controle do psilídeo, cujo volume médio de calda é de 60 ml/m3. De acordo com o gerente, essas aplicações acabaram tra-zendo excelentes resultados no ma-nejo de greening nas fazendas, que, vem se mantendo em índices abaixo de 1,0% na mé-dias das fazendas. “Todas essas medidas só são implantadas nos pomares depois de fazermos mui-tos estudos e cál-culos. Elas podem

Junior. Ele é responsável por cada apli-cação realizada e nada pode fugir da programação registrada na planilha que ele leva por onde anda. “Muitas vezes fazemos aplicações com volumes abaixo do recomendado, porque é o que me-lhor funciona para nós”, explica.

No caso da pinta preta, ele conta que o volume das doses aplicadas é em média de 50 ml por metro cúbi-co, quando a recomendação técnica é de 75 ml por metro cubico. Para equalizar isso, o cuidado está na velocidade das máquinas, que na fazenda é acima da média e varia de acordo com a idade das plantas. No caso da lepro-se, por exemplo, a velocidade média é de 3,3 km/h para plantas jovens e de 2,7 km/h para poma-res mais velhos. e os volumes de calda variam de 100 a 180 ml/m3. Ou seja, se reduz o volume de calda aumen-

tros cúbicos, a chamada cubicagem, a cada seis meses. “A partir disso, fazemos o cálculo do volume de calda por planta e por hectare e após testes com papel hidrossolúvel, ajustamos as regulagens para ter o mínimo de desperdício e o máximo de resultado”, conta ele. O ajuste das doses para cada praga ou doença é calculado com base nas recomendações do Fundecitrus.

Outro aspecto fundamental na apli-cação está no alcance da calda desde a saia da planta até a ponteira. Lopes explica que deixa uma margem no pulverizador, cerca de 40 cm acima do ponteiro da planta. Alguns centímetros que fazem uma grande diferença. “De-pois que estabelecemos essa margem, registramos uma economia no volume

de calda que varia de 5% a 15% depen-dendo do alvo”, pondera.

As condições climáticas e das má-quinas também fazem toda a diferença nessa conta. Em dias de temperaturas elevadas e ventos fortes, o trabalho é fei-to no período da noite, para evitar que o produto evapore antes de chegar nas plantas. “Não pulverizamos quando a umidade está abaixo de 55%, os termô-metros marcam acima de 30º e os ven-tos superam os 10 km/h”, explica. Outro aspecto bastante importante, segundo

Lopes, é a velocidade média do trator, que deve ser ajustada para cada tipo de alvo. “O líder de operações agrícolas é quem faz esse controle no campo, com base no planejamento que passamos para ele”, conta Lopes. Para tanto, o produtor vem investindo em constantes treinamentos da equipe, justamente para evitar que o que é planejado no escritório vá literalmente por água abai-xo no campo. “Também os orientamos muito bem sobre os cuidados na hora de preparar o volume de calda. Seguir as orientações de medidas e a sequência de produtos na mistura é fundamental para a eficácia nos resultados”, diz.

Mas quando se fala em pulverização não há “receita de bolo” muito menos “fórmula mágica”. Cada propriedade possui uma realidade a qual é preci-so adequar os manejos. Essa é a lição aprendida no grupo AgroMachado, que mantém três mil hectares de citrus divididos em seis fazendas no cinturão citrícola de São Paulo. Embora os traba-lhos sejam baseados nas orientações dos especialistas, muitos aspectos seguem uma lógica própria do grupo, obtidas pela experiência registrada em cada fazenda. “Muitas das recomendações dos manuais acabam não sendo eficazes dentro da nossa realidade e encontra-mos maneiras diferentes de melhorar-mos os resultados no pomar”, analisa o gerente do grupo, Jonas Tadeu Barbosa

40 | CITRUSBR novembro 2016 CITRUSBR novembro 2016 | 41

À procura da dose idealNa hora de pulverizar,

Frederico Lopes se baseia nos volumes desejáveis de calda

e na velocidade média para alcançar os melhores resultados

Objetivo ml/m3 Velocidade trator km/h

Vetores De 40 a 50 5,14

Pinta preta De 50 a 75 4,0

Leprose De 100 a 115 2,4

Fonte: Frederico Lopes

ESPECIALPULVERIZAÇÃO

Q uem conversa com os profissionais respon-sáveis por coordenar a pulverizações de pomares de laranja espelhados por todo cinturão citrícola logo percebe que as

palavras “controle” e “planejamento” fazem parte constante dos seus voca-bulários e mais parecem algum tipo de mantra, de tanto que são repetidas. Também pudera, quando se trata dessa operação cada detalhe conta e saber a direção certa a seguir é o que pode garantir a saúde dos pomares e do bolso dos produtores. Na segunda reportagem da série especial que trata sobre a pulverização, a revista Citrus-BR visitou algumas das propriedades que seguem à risca recomendações técnicas e adotam as mais modernas práticas nas aplicações. Com isso con-seguem mais eficiência no controle fi-tossanitário, uso racional de produtos, otimização de máquinas e equipa-mentos e menor custo por aplicação. “Tenho que encontrar o equilíbrio entre o custo da aplicação e a eficácia do controle, até porque a reincidência das pragas e o dano das doenças custam muito mais do que investir em um ajuste de dose na medida certa”, afirma o citri-cultor Frederico Lopes.

Formado em administração rural, Lopes divide seu tempo entre gerir as duas propriedades citrícolas em Tam-baú (SP) e trabalhar como consultor na empresa Markestrat. Até por isso, cada passo da propriedade é rigorosamente planejado. No caso das pulverizações o trabalho começa muito antes de as má-quinas irem para o campo, como uma conversa com técnicos e operadores para definir o planejamento das pulve-rizações, os alvos desejados e a dosagem dos produtos. Para garantir que as plantas estão recebendo as doses ideais de insumos, ele conta que faz o cálculo que converte a área das árvores em me-

O CONTROLE NOS DETALHES

SÍTIO SANTA LÚCIA

Nome:Frederico Lopes

(proprietário, administrador e consultor

da Markestrat)

Cidade:Tambaú (SP)

Área:150 hectares

Número de pulverizações anuais:

14

PRINCIPAIS AÇÕES:

cubicagem semestral das plantas para calcular volumede calda

uso de papel hidrossolúvel

uso de bicos de baixa vazão e troca anualde bicos

A TEORIA,NA PRÁTICA

GRUPO AGROMACHADO

Nome:Jonas Tadeu Barbosa Jr. (gerente administrativo)

Cidade:Monte Azul Paulista (SP)

Área:3 mil hectares

Número de pulverizações anuais:

16

PRINCIPAIS AÇÕES:

cubicagem das plantas

pulverização bilateral

bico de menor vazão

avaliação constantede resultados

uso de tanque de4 mil litros

Page 41: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

tando a velocidade da aplicação. “Essas médias de velocidade são acima do que os produtores costumam usar, mas para nós é o que vem surtindo melhor efeito em termos de economia de mão de obra e máquinas, atendendo com eficácia o controle da praga”, diz Barbosa.

O grupo também realiza pulveriza-ções semanais em ruas alternadas

nos talhões de borda das fa-zendas e pelo menos uma

aplicação mensal em toda a fazenda para o

controle do psilídeo, cujo volume médio de calda é de 60 ml/m3. De acordo com o gerente, essas aplicações acabaram tra-zendo excelentes resultados no ma-nejo de greening nas fazendas, que, vem se mantendo em índices abaixo de 1,0% na mé-dias das fazendas. “Todas essas medidas só são implantadas nos pomares depois de fazermos mui-tos estudos e cál-culos. Elas podem

Junior. Ele é responsável por cada apli-cação realizada e nada pode fugir da programação registrada na planilha que ele leva por onde anda. “Muitas vezes fazemos aplicações com volumes abaixo do recomendado, porque é o que me-lhor funciona para nós”, explica.

No caso da pinta preta, ele conta que o volume das doses aplicadas é em média de 50 ml por metro cúbi-co, quando a recomendação técnica é de 75 ml por metro cubico. Para equalizar isso, o cuidado está na velocidade das máquinas, que na fazenda é acima da média e varia de acordo com a idade das plantas. No caso da lepro-se, por exemplo, a velocidade média é de 3,3 km/h para plantas jovens e de 2,7 km/h para poma-res mais velhos. e os volumes de calda variam de 100 a 180 ml/m3. Ou seja, se reduz o volume de calda aumen-

tros cúbicos, a chamada cubicagem, a cada seis meses. “A partir disso, fazemos o cálculo do volume de calda por planta e por hectare e após testes com papel hidrossolúvel, ajustamos as regulagens para ter o mínimo de desperdício e o máximo de resultado”, conta ele. O ajuste das doses para cada praga ou doença é calculado com base nas recomendações do Fundecitrus.

Outro aspecto fundamental na apli-cação está no alcance da calda desde a saia da planta até a ponteira. Lopes explica que deixa uma margem no pulverizador, cerca de 40 cm acima do ponteiro da planta. Alguns centímetros que fazem uma grande diferença. “De-pois que estabelecemos essa margem, registramos uma economia no volume

de calda que varia de 5% a 15% depen-dendo do alvo”, pondera.

As condições climáticas e das má-quinas também fazem toda a diferença nessa conta. Em dias de temperaturas elevadas e ventos fortes, o trabalho é fei-to no período da noite, para evitar que o produto evapore antes de chegar nas plantas. “Não pulverizamos quando a umidade está abaixo de 55%, os termô-metros marcam acima de 30º e os ven-tos superam os 10 km/h”, explica. Outro aspecto bastante importante, segundo

Lopes, é a velocidade média do trator, que deve ser ajustada para cada tipo de alvo. “O líder de operações agrícolas é quem faz esse controle no campo, com base no planejamento que passamos para ele”, conta Lopes. Para tanto, o produtor vem investindo em constantes treinamentos da equipe, justamente para evitar que o que é planejado no escritório vá literalmente por água abai-xo no campo. “Também os orientamos muito bem sobre os cuidados na hora de preparar o volume de calda. Seguir as orientações de medidas e a sequência de produtos na mistura é fundamental para a eficácia nos resultados”, diz.

Mas quando se fala em pulverização não há “receita de bolo” muito menos “fórmula mágica”. Cada propriedade possui uma realidade a qual é preci-so adequar os manejos. Essa é a lição aprendida no grupo AgroMachado, que mantém três mil hectares de citrus divididos em seis fazendas no cinturão citrícola de São Paulo. Embora os traba-lhos sejam baseados nas orientações dos especialistas, muitos aspectos seguem uma lógica própria do grupo, obtidas pela experiência registrada em cada fazenda. “Muitas das recomendações dos manuais acabam não sendo eficazes dentro da nossa realidade e encontra-mos maneiras diferentes de melhorar-mos os resultados no pomar”, analisa o gerente do grupo, Jonas Tadeu Barbosa

40 | CITRUSBR novembro 2016 CITRUSBR novembro 2016 | 41

À procura da dose idealNa hora de pulverizar,

Frederico Lopes se baseia nos volumes desejáveis de calda

e na velocidade média para alcançar os melhores resultados

Objetivo ml/m3 Velocidade trator km/h

Vetores De 40 a 50 5,14

Pinta preta De 50 a 75 4,0

Leprose De 100 a 115 2,4

Fonte: Frederico Lopes

ESPECIALPULVERIZAÇÃO

Q uem conversa com os profissionais respon-sáveis por coordenar a pulverizações de pomares de laranja espelhados por todo cinturão citrícola logo percebe que as

palavras “controle” e “planejamento” fazem parte constante dos seus voca-bulários e mais parecem algum tipo de mantra, de tanto que são repetidas. Também pudera, quando se trata dessa operação cada detalhe conta e saber a direção certa a seguir é o que pode garantir a saúde dos pomares e do bolso dos produtores. Na segunda reportagem da série especial que trata sobre a pulverização, a revista Citrus-BR visitou algumas das propriedades que seguem à risca recomendações técnicas e adotam as mais modernas práticas nas aplicações. Com isso con-seguem mais eficiência no controle fi-tossanitário, uso racional de produtos, otimização de máquinas e equipa-mentos e menor custo por aplicação. “Tenho que encontrar o equilíbrio entre o custo da aplicação e a eficácia do controle, até porque a reincidência das pragas e o dano das doenças custam muito mais do que investir em um ajuste de dose na medida certa”, afirma o citri-cultor Frederico Lopes.

Formado em administração rural, Lopes divide seu tempo entre gerir as duas propriedades citrícolas em Tam-baú (SP) e trabalhar como consultor na empresa Markestrat. Até por isso, cada passo da propriedade é rigorosamente planejado. No caso das pulverizações o trabalho começa muito antes de as má-quinas irem para o campo, como uma conversa com técnicos e operadores para definir o planejamento das pulve-rizações, os alvos desejados e a dosagem dos produtos. Para garantir que as plantas estão recebendo as doses ideais de insumos, ele conta que faz o cálculo que converte a área das árvores em me-

O CONTROLE NOS DETALHES

SÍTIO SANTA LÚCIA

Nome:Frederico Lopes

(proprietário, administrador e consultor

da Markestrat)

Cidade:Tambaú (SP)

Área:150 hectares

Número de pulverizações anuais:

14

PRINCIPAIS AÇÕES:

cubicagem semestral das plantas para calcular volumede calda

uso de papel hidrossolúvel

uso de bicos de baixa vazão e troca anualde bicos

A TEORIA,NA PRÁTICA

GRUPO AGROMACHADO

Nome:Jonas Tadeu Barbosa Jr. (gerente administrativo)

Cidade:Monte Azul Paulista (SP)

Área:3 mil hectares

Número de pulverizações anuais:

16

PRINCIPAIS AÇÕES:

cubicagem das plantas

pulverização bilateral

bico de menor vazão

avaliação constantede resultados

uso de tanque de4 mil litros

Page 42: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

A partir daí os dados de pul-verização, consumo de insumos e velocidade média das máquinas serão cruzados com o objetivo de orientar os próximos passos. “Já fi-zemos muitas mudanças nos últimos anos e agora, com a implantação do sistema, chegaremos a uma precisão bastante grande no trabalho”, explica Marcio Soares, supervisor de pes-quisa e desenvolvimento. A última fase, ainda sem data prevista para ser implantada, deverá processar todas essas informações e repassá-las para o “pulverizador inteligente”, que, por meio de sensores, será capaz de fazer a regulagem das aplicações, de acordo com os dados coletados nos pomares, orientando inclusive as ve-locidades exatas e o volume de calda em cada parte do talhão. A ideia é que a tecnologia seja capaz também de identificar com precisão quando e onde os bicos devem ser fechados, em lugares com difícil angulação e sem plantas, por exemplo. “A previsão é de que essas três fases estejam integradas em cerca de dois anos”, conta Penariol.

Enquanto o sistema está em fase de desenvolvimento e testes, no campo, muitas outras medidas adotadas nos últimos anos comprovam a eficácia do microgerenciamento da atividade. A empresa desenvolveu um sistema que faz o abastecimento dos pulverizadores

parecer atípicas, mas vêm dando os melhores resultados para a empresa”.

APLICAÇÕES MAPEADAS Conseguir o máximo de controle em cada um dos aspectos da pulveriza-ção. Essa é a aposta da Agroterenas para elevar a eficiência das aplicações nas fazendas. Com oito mil hectares de pomares, distribuídos em três fazendas no interior de São Paulo, o grupo investiu R$ 500 mil nas duas primeiras fases da implantação de um sistema de software que deverá ma-pear todas as propriedades e fazer com que os dados coletados pelos pragueiros por meio de tablets durante as vistorias de plantas, sejam atualizados em tempo real. Atualmente, todas as máquinas das propriedades são monitoradas por um sistema de controle chamado de Centro de Operações Agrícolas, o qual possibilita saber exatamente onde cada equipamento está e como está traba-lhando dentro do pomar. “Queremos ter uma base de dados integradas, com informações precisas sobre incidência de

doenças e controle operacional sobre as pulverizações”, explica o diretor agroin-dustrial do grupo, Adilson Penariol.

O sistema, que já está em fase de teste nas fazendas, permitirá mapear quais áreas dentro do mesmo talhão têm mais plantas doentes e necessitam de maiores doses ou incidência de pulverizações, o que deve aumentar a eficiência por aplicação. “Além disso, o próprio sistema fará o gerenciamento de amostras a serem vistoriadas, para termos uma média ainda mais precisa de cada doença”, explica o executivo.

42 | CITRUSBR novembro 2016 CITRUSBR novembro 2016 | 43

ESPECIALPULVERIZAÇÃO

PRINCIPAIS AÇÕES:

inspeções diáriascom pragueiros

mapeamento das operações de campo via sistema integrado

redução do volumede cauda

alinhamentodos talhões

Dose na medidaPara garantir os melhores resultados nas fazendas do grupo Agroterenas, as pulverizações seguem um rígido controle do volume de calda para

cada tipo de praga ou doença

Objetivo L/ha ml/m3

Psilídeo 500 15

Florada 1.300 40

Ferrugem 1.600 50

Pinta preta 1.800 55

Leprose 2.000 65

Fonte: Agroterenas

Balanço entre a realidade do pomar e a regulagem das máquinas é uma das chaves para melhorar a eficiência na Agroterenas

DE OLHONO FUTURO

GRUPO AGROTERENAS

Nome:Adilson Penariol

(diretor agroindustrial)

Cidade:Santa Cruz do Rio Pardo (SP)

Área:8 mil hectares

Número de pulverizações anuais:

12

EM BUSCA DO EQUILÍBRIO PERFEITO

2 ANOSVelocidade de trator

(km/h)2

*Volume aplicado (l/ha)150 a 350

Pontas3

Difusores25

3 A 5 ANOSVelocidade de trator

(km/h)2 a 5

*Volume aplicado (l/ha)400 a 1.100

Pontas3

Difusores25

ACIMA DE 5 ANOSVelocidade de trator

(km/h)2

*Volume aplicado (l/ha)500 a 2.200

Pontas2 a 4

Difusores25

pela base e não pela parte superior do equipamento. O método não só reduziu o tempo para encher o tanque, como também diminuiu o desperdício de calda por causa da formação de espuma com produtos, bastante comum no método antigo. Para se ter uma ideia, enquanto o volume médio de água usado anteriormente na aplicação unilateral, no caso da pinta preta, chegava a 3,5 mil litros por hectare, com a adoção das mudanças e da

pulverização bilateral, esse volume caiu para 1,8 mil litros por hectare, gerando uma economia de 48,6%.

Com essas medidas a Agro Terenas conseguiu implantar como média um volume de calda considerado baixo. Enquanto o mercado usa entre 10 e 12 litros de calda por planta, nas fazendas do grupo, o volume aplicado em cada pé era de no máximo quatro litros. “Mas hoje todo o mercado está aos poucos caminhando para esse volume”, diz.

*Depende do alvo e do tamanho da plantaFonte: Agroterenas

DE OLHO NA TELA Com o uso de tablets, ainda em fase de testes, pragueiros poderão atualizar os dados sobre os talhões em tempo real

CONTATOS

SÍTIO SANTA LÚCIAFrederico Lopes:

[email protected].: (16) 3456-5555

AGROMACHADOJonas Barbosa:

[email protected].: (17) 3361-1193

AGROTERENASAdilson Penariol:

[email protected]

Márcio Soares:[email protected]

Tel.: (16 ) 3332-3388

Page 43: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

A partir daí os dados de pul-verização, consumo de insumos e velocidade média das máquinas serão cruzados com o objetivo de orientar os próximos passos. “Já fi-zemos muitas mudanças nos últimos anos e agora, com a implantação do sistema, chegaremos a uma precisão bastante grande no trabalho”, explica Marcio Soares, supervisor de pes-quisa e desenvolvimento. A última fase, ainda sem data prevista para ser implantada, deverá processar todas essas informações e repassá-las para o “pulverizador inteligente”, que, por meio de sensores, será capaz de fazer a regulagem das aplicações, de acordo com os dados coletados nos pomares, orientando inclusive as ve-locidades exatas e o volume de calda em cada parte do talhão. A ideia é que a tecnologia seja capaz também de identificar com precisão quando e onde os bicos devem ser fechados, em lugares com difícil angulação e sem plantas, por exemplo. “A previsão é de que essas três fases estejam integradas em cerca de dois anos”, conta Penariol.

Enquanto o sistema está em fase de desenvolvimento e testes, no campo, muitas outras medidas adotadas nos últimos anos comprovam a eficácia do microgerenciamento da atividade. A empresa desenvolveu um sistema que faz o abastecimento dos pulverizadores

parecer atípicas, mas vêm dando os melhores resultados para a empresa”.

APLICAÇÕES MAPEADAS Conseguir o máximo de controle em cada um dos aspectos da pulveriza-ção. Essa é a aposta da Agroterenas para elevar a eficiência das aplicações nas fazendas. Com oito mil hectares de pomares, distribuídos em três fazendas no interior de São Paulo, o grupo investiu R$ 500 mil nas duas primeiras fases da implantação de um sistema de software que deverá ma-pear todas as propriedades e fazer com que os dados coletados pelos pragueiros por meio de tablets durante as vistorias de plantas, sejam atualizados em tempo real. Atualmente, todas as máquinas das propriedades são monitoradas por um sistema de controle chamado de Centro de Operações Agrícolas, o qual possibilita saber exatamente onde cada equipamento está e como está traba-lhando dentro do pomar. “Queremos ter uma base de dados integradas, com informações precisas sobre incidência de

doenças e controle operacional sobre as pulverizações”, explica o diretor agroin-dustrial do grupo, Adilson Penariol.

O sistema, que já está em fase de teste nas fazendas, permitirá mapear quais áreas dentro do mesmo talhão têm mais plantas doentes e necessitam de maiores doses ou incidência de pulverizações, o que deve aumentar a eficiência por aplicação. “Além disso, o próprio sistema fará o gerenciamento de amostras a serem vistoriadas, para termos uma média ainda mais precisa de cada doença”, explica o executivo.

42 | CITRUSBR novembro 2016 CITRUSBR novembro 2016 | 43

ESPECIALPULVERIZAÇÃO

PRINCIPAIS AÇÕES:

inspeções diáriascom pragueiros

mapeamento das operações de campo via sistema integrado

redução do volumede cauda

alinhamentodos talhões

Dose na medidaPara garantir os melhores resultados nas fazendas do grupo Agroterenas, as pulverizações seguem um rígido controle do volume de calda para

cada tipo de praga ou doença

Objetivo L/ha ml/m3

Psilídeo 500 15

Florada 1.300 40

Ferrugem 1.600 50

Pinta preta 1.800 55

Leprose 2.000 65

Fonte: Agroterenas

Balanço entre a realidade do pomar e a regulagem das máquinas é uma das chaves para melhorar a eficiência na Agroterenas

DE OLHONO FUTURO

GRUPO AGROTERENAS

Nome:Adilson Penariol

(diretor agroindustrial)

Cidade:Santa Cruz do Rio Pardo (SP)

Área:8 mil hectares

Número de pulverizações anuais:

12

EM BUSCA DO EQUILÍBRIO PERFEITO

2 ANOSVelocidade de trator

(km/h)2

*Volume aplicado (l/ha)150 a 350

Pontas3

Difusores25

3 A 5 ANOSVelocidade de trator

(km/h)2 a 5

*Volume aplicado (l/ha)400 a 1.100

Pontas3

Difusores25

ACIMA DE 5 ANOSVelocidade de trator

(km/h)2

*Volume aplicado (l/ha)500 a 2.200

Pontas2 a 4

Difusores25

pela base e não pela parte superior do equipamento. O método não só reduziu o tempo para encher o tanque, como também diminuiu o desperdício de calda por causa da formação de espuma com produtos, bastante comum no método antigo. Para se ter uma ideia, enquanto o volume médio de água usado anteriormente na aplicação unilateral, no caso da pinta preta, chegava a 3,5 mil litros por hectare, com a adoção das mudanças e da

pulverização bilateral, esse volume caiu para 1,8 mil litros por hectare, gerando uma economia de 48,6%.

Com essas medidas a Agro Terenas conseguiu implantar como média um volume de calda considerado baixo. Enquanto o mercado usa entre 10 e 12 litros de calda por planta, nas fazendas do grupo, o volume aplicado em cada pé era de no máximo quatro litros. “Mas hoje todo o mercado está aos poucos caminhando para esse volume”, diz.

*Depende do alvo e do tamanho da plantaFonte: Agroterenas

DE OLHO NA TELA Com o uso de tablets, ainda em fase de testes, pragueiros poderão atualizar os dados sobre os talhões em tempo real

CONTATOS

SÍTIO SANTA LÚCIAFrederico Lopes:

[email protected].: (16) 3456-5555

AGROMACHADOJonas Barbosa:

[email protected].: (17) 3361-1193

AGROTERENASAdilson Penariol:

[email protected]

Márcio Soares:[email protected]

Tel.: (16 ) 3332-3388

Page 44: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

tuada foi o mercado americano, com um tombo de 11% em apenas um ano. Em 2014 aquele país consumiu 688 mil toneladas, enquanto em 2015 fechou com 613 mil to-neladas. Comparando com 2003, o consumo nos EUA caiu 39% nesse período de 13 anos (era de 1,001 mil toneladas). O consumo per capita caiu de quase 18 litros para 10 litros por habitante. Mais adiante trataremos do preocupante mercado americano com alguns detalhes adicionais.

Como acontece todos os anos, o estudo de consumo gerado pela Markestrat (grupo de pesquisa e projetos formado por professores e pós-graduandos da Fearp/USP entre outros) tem como ponto de partida dados do siste-ma Tetra Pak Compass, uma das mais sofisticadas base de dados do mundo. A essas informações somam-se outras fontes como Euromonitor, Planet Retail, dados públicos

O fenômeno da queda de consumo, que tem sido largamente estudado nos últimos anos, parece não dar trégua e pela primeira vez na série histórica o mundo demandou menos de dois milhões de toneladas, fechando o ano de 2015 com 1,938 milhão de toneladas de suco, convertidas a FCOJ, consumidas.

A queda no consumo surpreende face a números apa-rentemente positivos de aumento da população do mun-do, que cresceu 14%, e da renda per capita, que avançou 63%. Até mesmo o desemprego, que tem tirado o sono dos brasileiros, teve bom comportamento mundo afora e cedeu de 7,8 para 5,6%. Ainda assim, com estes indicadores positivos, o consumo de suco caiu, na contramão do forte crescimento dos mercados alimentares.

Mais uma vez o grande responsável pela queda acen-

APÓS DÉCADAS, CONSUMO DE SUCO FICA ABAIXO DE

SÉRIE CONSUMO DE SUCO DE LARANJAPor Marcos Fava Neves e Vinicius Gustavo Trombin

CITRUSBR novembro 2016 | 45ILUSTRAÇÕES DE FABIANO DUARTE

Um dos grandes inimigos da citricultura, o psilídeo, mosquito vetor do greening, entrou no radar da multi-nacional americana FMC. A empresa acaba de lançar no mercado brasileiro um novo inseticida desenvolvido espe-cialmente para o combate desse inseto. “Trata-se de um dos poucos inseticidas a obter o registro específico para uso na citricultura”, revela o gerente de marketing da FMC, Flávio Irokawa. O produto é o primeiro lançamento depois que a empresa resolveu intensificar sua presença na citricultura. “A FMC investe em soluções tecnológicas para citrus há mais de 20 anos, mas nos últimos cinco passou a ter uma equipe focada em citricultura”, afirma o gerente.

De acordo com a companhia, uma das armas da nova molécula, desenvolvida ao longo de seis anos e testada nos Estados Unidos, é a formulação concentrada do produto,

que contém 350 gra-mas de ingrediente ativo por litro. Em ou-

tros produtos essa con-centração é de 100 gramas

por litro. Essa característica, segundo a FMC, reduz a quan-

tidade de aplicações e possibilita um menor período de carência

para a colheita. “Normalmente, após a aplicação do produto é necessário aguar-

dar de 7 a 21 dias para iniciar a colheita. Com nosso inseticida esse período é de três dias”, garante.

Outro ponto destacado pela empresa é a fixação do produto na planta. “O inseticida possui uma maior resistência à lavagem pela chuva, garantindo, mesmo após a perda por escorrimento, manter um total de 70 a 80% do produto na superfície tratada.”

O novo inseticida já possui aprovação no Programa de Produção Integrada dos Citros, a lista PIC, do Ministério da Agricultura, e também pode ser utilizado no controle do bicho-furão. “A FMC está otimista com esse mercado e acredita que apoiar o fortalecimento da citricultura é um compromisso que a companhia tem com o agronegócio e, principalmente, com os citricultores”, ressalta Irokawa. “Estamos constantemente investindo em novas soluções tecnológicas que facilitem e tragam conveniência ao produtor rural, oferecendo manejo completo para as lavouras”.

tecnologia

FOTO DE JULIO VILELA

Psílideona mira da FMC

Empresa intensificainvestimentos na citriculturae lança novo inseticida desenvolvido especialmente para o combate ao greening

44 | CITRUSBR novembro 2016

Page 45: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

tuada foi o mercado americano, com um tombo de 11% em apenas um ano. Em 2014 aquele país consumiu 688 mil toneladas, enquanto em 2015 fechou com 613 mil to-neladas. Comparando com 2003, o consumo nos EUA caiu 39% nesse período de 13 anos (era de 1,001 mil toneladas). O consumo per capita caiu de quase 18 litros para 10 litros por habitante. Mais adiante trataremos do preocupante mercado americano com alguns detalhes adicionais.

Como acontece todos os anos, o estudo de consumo gerado pela Markestrat (grupo de pesquisa e projetos formado por professores e pós-graduandos da Fearp/USP entre outros) tem como ponto de partida dados do siste-ma Tetra Pak Compass, uma das mais sofisticadas base de dados do mundo. A essas informações somam-se outras fontes como Euromonitor, Planet Retail, dados públicos

O fenômeno da queda de consumo, que tem sido largamente estudado nos últimos anos, parece não dar trégua e pela primeira vez na série histórica o mundo demandou menos de dois milhões de toneladas, fechando o ano de 2015 com 1,938 milhão de toneladas de suco, convertidas a FCOJ, consumidas.

A queda no consumo surpreende face a números apa-rentemente positivos de aumento da população do mun-do, que cresceu 14%, e da renda per capita, que avançou 63%. Até mesmo o desemprego, que tem tirado o sono dos brasileiros, teve bom comportamento mundo afora e cedeu de 7,8 para 5,6%. Ainda assim, com estes indicadores positivos, o consumo de suco caiu, na contramão do forte crescimento dos mercados alimentares.

Mais uma vez o grande responsável pela queda acen-

APÓS DÉCADAS, CONSUMO DE SUCO FICA ABAIXO DE

SÉRIE CONSUMO DE SUCO DE LARANJAPor Marcos Fava Neves e Vinicius Gustavo Trombin

CITRUSBR novembro 2016 | 45ILUSTRAÇÕES DE FABIANO DUARTE

Um dos grandes inimigos da citricultura, o psilídeo, mosquito vetor do greening, entrou no radar da multi-nacional americana FMC. A empresa acaba de lançar no mercado brasileiro um novo inseticida desenvolvido espe-cialmente para o combate desse inseto. “Trata-se de um dos poucos inseticidas a obter o registro específico para uso na citricultura”, revela o gerente de marketing da FMC, Flávio Irokawa. O produto é o primeiro lançamento depois que a empresa resolveu intensificar sua presença na citricultura. “A FMC investe em soluções tecnológicas para citrus há mais de 20 anos, mas nos últimos cinco passou a ter uma equipe focada em citricultura”, afirma o gerente.

De acordo com a companhia, uma das armas da nova molécula, desenvolvida ao longo de seis anos e testada nos Estados Unidos, é a formulação concentrada do produto,

que contém 350 gra-mas de ingrediente ativo por litro. Em ou-

tros produtos essa con-centração é de 100 gramas

por litro. Essa característica, segundo a FMC, reduz a quan-

tidade de aplicações e possibilita um menor período de carência

para a colheita. “Normalmente, após a aplicação do produto é necessário aguar-

dar de 7 a 21 dias para iniciar a colheita. Com nosso inseticida esse período é de três dias”, garante.

Outro ponto destacado pela empresa é a fixação do produto na planta. “O inseticida possui uma maior resistência à lavagem pela chuva, garantindo, mesmo após a perda por escorrimento, manter um total de 70 a 80% do produto na superfície tratada.”

O novo inseticida já possui aprovação no Programa de Produção Integrada dos Citros, a lista PIC, do Ministério da Agricultura, e também pode ser utilizado no controle do bicho-furão. “A FMC está otimista com esse mercado e acredita que apoiar o fortalecimento da citricultura é um compromisso que a companhia tem com o agronegócio e, principalmente, com os citricultores”, ressalta Irokawa. “Estamos constantemente investindo em novas soluções tecnológicas que facilitem e tragam conveniência ao produtor rural, oferecendo manejo completo para as lavouras”.

tecnologia

FOTO DE JULIO VILELA

Psílideona mira da FMC

Empresa intensificainvestimentos na citriculturae lança novo inseticida desenvolvido especialmente para o combate ao greening

44 | CITRUSBR novembro 2016

Page 46: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

SÉRIE CONSUMO DE SUCO DE LARANJA

40 PRINCIPAISMERCADOS

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015VARIAÇÃO

2003a

2015

'000 tonsde FCOJ equiv. 66ºB

'000 tonsde FCOJ equiv. 66ºB

Taxade cresc.

anual

'000 tonsde FCOJ equiv. 66ºB

Taxade cresc.

anual

'000 tonsde FCOJ equiv. 66ºB

Taxade cresc.

anual

'000 tonsde FCOJ equiv. 66ºB

Taxade cresc.

anual

'000 tonsde FCOJ equiv. 66ºB

Taxade cresc.

anual

'000 tonsde FCOJ equiv. 66ºB

Taxade cresc.

anual

'000 tonsde FCOJ equiv. 66ºB

Taxade cresc.

anual

'000 tonsde FCOJ equiv. 66ºB

Taxade cresc.

anual

'000 tonsde FCOJ equiv. 66ºB

Taxade cresc.

anual

'000 tonsde FCOJ equiv. 66ºB

Taxade cresc.

anual

'000 tonsde FCOJ equiv. 66ºB

Taxade cresc.

anual

'000 tonsde FCOJ equiv. 66ºB

Taxade cresc.

anual

RANK PAÍSES SELECIONADOS 2.405 2.412 0,3% 2.397 -0,6% 2.346 -2,1% 2.298 -2,1% 2.246 -2,3% 2.272 1,2% 2.255 -0,8% 2.228 -1,2% 2.123 -4,7% 2.108 -0,7% 2.046 -2,9% 1.938 -5,3% -19,4%

1 ESTADOS UNIDOS 1.001 1.028 3% 988 -4% 924 -6% 882 -5% 826 -6% 851 3% 807 -5% 791 -2% 704 -11% 729 4% 688 -6% 613 -11% -39%

2 ALEMANHA 253 228 -10% 208 -9% 210 1% 198 -5% 196 -1% 185 -6% 185 0% 181 -2% 167 -8% 159 -5% 153 -4% 148 -4% -42%

3 FRANÇA 152 147 -3% 153 4% 158 3% 163 3% 163 0% 168 3% 165 -1% 159 -4% 158 -1% 149 -5% 147 -2% 141 -4% -8%

4 CHINA 46 49 6% 57 16% 64 13% 75 17% 85 13% 94 12% 118 25% 126 7% 124 -1% 136 10% 141 4% 132 -6% 189%

5 CANADÁ 116 119 2% 135 14% 111 -18% 106 -4% 103 -3% 107 4% 109 1% 111 2% 109 -2% 112 2% 113 1% 112 -1% -3%

6 REINO UNIDO 143 139 -3% 136 -2% 139 2% 130 -7% 140 8% 136 -3% 135 -1% 133 -1% 127 -5% 123 -3% 115 -7% 105 -8% -27%

7 BRASIL 45 37 -17% 40 7% 41 3% 37 -11% 38 3% 41 8% 45 10% 48 8% 55 14% 53 -4% 62 17% 63 2% 41%

8 RÚSSIA 51 59 16% 63 6% 74 18% 79 7% 78 -1% 73 -7% 64 -11% 65 0% 68 4% 62 -8% 60 -4% 55 -9% 7%

9 JAPÃO 92 97 6% 95 -2% 95 0% 92 -3% 78 -15% 76 -2% 76 0% 64 -17% 65 2% 53 -18% 49 -8% 52 6% -43%

10 AUSTRÁLIA 53 55 4% 56 2% 57 2% 59 3% 58 -3% 57 -1% 57 1% 57 -1% 58 1% 50 -12% 47 -7% 47 -1% -12%

11 ESPANHA 43 45 6% 47 3% 46 -2% 46 0% 47 1% 47 1% 48 2% 46 -5% 39 -15% 38 -2% 37 -3% 37 1% -13%

12 ARÁBIA SAUDITA 15 16 6% 17 11% 19 9% 21 10% 22 4% 23 3% 26 17% 27 4% 29 5% 33 16% 34 3% 36 6% 146%

13 POLÔNIA 32 33 2% 34 2% 34 1% 33 -5% 33 3% 34 3% 36 4% 33 -9% 30 -9% 32 9% 34 4% 30 -10% -7%

14 ÁFRICA DO SUL 20 21 4% 20 0% 21 2% 21 0% 21 3% 23 5% 24 5% 25 6% 25 2% 30 19% 30 0% 29 -2% 49%

15 ARGENTINA 4 5 24% 5 1% 6 37% 9 40% 11 22% 13 19% 17 31% 19 8% 23 25% 25 8% 24 -4% 28 17% 653%

16 MÉXICO 31 29 -7% 30 4% 30 -2% 32 7% 30 -6% 32 7% 30 -4% 30 -1% 32 5% 30 -5% 27 -11% 28 5% -11%

17 HOLANDA 36 37 2% 35 -6% 35 2% 32 -8% 32 -2% 32 1% 32 -1% 32 0% 30 -5% 29 -6% 28 -2% 27 -3% -25%

18 ITÁLIA 33 33 -1% 33 1% 31 -6% 30 -5% 29 -1% 29 -1% 29 0% 29 0% 28 -4% 26 -8% 25 -4% 25 0% -26%

19 COREIA DO SUL 45 43 -4% 42 -3% 40 -3% 39 -3% 39 -1% 38 -1% 38 -2% 37 -3% 37 1% 25 -32% 24 -4% 23 -4% -49%

20 BÉLGICA 22 22 0% 22 1% 24 5% 23 -1% 23 -2% 23 0% 23 -2% 23 1% 22 -3% 21 -5% 20 -1% 19 -7% -15%

21 SUÉCIA 26 24 -10% 24 0% 25 5% 25 -2% 24 -3% 24 -1% 23 -2% 22 -4% 20 -12% 19 -6% 17 -7% 17 0% -35%

22 CHILE 6 6 11% 7 13% 8 12% 9 16% 11 17% 11 -1% 11 7% 14 20% 15 13% 16 3% 15 -4% 16 7% 189%

23 NORUEGA 12 13 13% 14 9% 15 5% 15 2% 17 7% 17 3% 17 -2% 17 1% 17 1% 17 -1% 16 -5% 16 -3% 33%

24 ÁUSTRIA 19 18 -8% 18 1% 17 -3% 17 -2% 17 -2% 17 1% 17 0% 18 6% 17 -3% 15 -11% 15 -6% 15 5% -22%

25 SUÍÇA 15 14 -4% 14 -1% 14 -4% 14 2% 14 0% 14 0% 14 1% 14 0% 14 0% 14 0% 14 0% 13 -5% -11%

26 INDONÉSIA 2 3 18% 3 -2% 3 12% 4 10% 4 25% 6 43% 8 22% 8 10% 9 6% 10 12% 11 11% 12 11% 401%

27 TURQUIA 3 4 35% 5 33% 7 44% 7 -5% 7 0% 7 -2% 7 10% 7 0% 11 51% 10 -3% 11 6% 12 5% 331%

28 GRÉCIA 12 11 -2% 12 4% 12 -1% 11 -8% 11 3% 11 -2% 10 -6% 10 0% 9 -16% 9 8% 9 -7% 11 24% -7%

29 DINAMARCA 12 12 3% 12 -1% 12 -2% 11 -6% 11 -1% 11 -2% 10 -3% 10 -5% 9 -4% 10 4% 10 -1% 9 -4% -21%

30 FINLÂNDIA 16 13 -16% 14 8% 13 -7% 11 -17% 10 -7% 11 10% 11 -3% 11 0% 10 -6% 10 -4% 9 -10% 8 -4% -47%

31 ÍNDIA 1 1 29% 1 31% 3 101% 4 53% 4 1% 4 3% 5 24% 7 28% 7 2% 7 -3% 7 9% 8 8% 910%

32 UCRÂNIA 6 10 55% 12 25% 14 17% 17 18% 17 2% 13 -26% 12 -2% 12 -7% 10 -9% 10 0% 9 -13% 7 -18% 19%

33 IRLANDA 13 13 5% 14 4% 14 0% 14 2% 14 0% 13 -11% 11 -10% 10 -8% 10 -8% 9 -7% 8 -9% 7 -10% -43%

34 MARROCOS 1 1 9% 2 139% 2 31% 3 30% 4 26% 4 14% 6 33% 7 13% 6 -3% 7 15% 8 9% 7 -14% 893%

35 FILIPINAS 3 3 -6% 3 1% 3 9% 4 3% 4 2% 4 -3% 4 2% 4 2% 4 14% 5 30% 6 5% 6 4% 79%

36 NOVA ZELÂNDIA 7 6 -5% 6 -1% 7 5% 7 4% 7 3% 7 -4% 6 -4% 7 0% 6 -7% 6 -2% 6 -2% 6 -2% -14%

37 ISRAEL 5 5 1% 5 -4% 4 -11% 4 -6% 4 -3% 4 1% 4 1% 4 4% 5 4% 4 -4% 4 2% 4 0% -14%

38 COLÔMBIA 4 3 -3% 3 -1% 3 -1% 3 3% 4 4% 3 -11% 3 -4% 3 -10% 4 38% 4 12% 4 1% 4 -14% 6%

39 TAIWAN 7 6 -10% 6 5% 6 -3% 6 -3% 6 1% 6 -4% 5 -7% 4 -24% 4 7% 4 -6% 4 2% 4 -11% -44%

40 ROMÊNIA 3 3 22% 4 30% 5 6% 6 22% 6 5% 5 -15% 5 -10% 4 -1% 4 -18% 3 -6% 3 0% 4 4% 33%

Consumo de FCOJ equivalente a 66° Brix não inclui suco de laranja utilizado em carbonatados

CONSUMO DE SUCO DE LARANJA

46 | CITRUSBR novembro 2016 CITRUSBR novembro 2016 | 47

Page 47: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

SÉRIE CONSUMO DE SUCO DE LARANJA

40 PRINCIPAISMERCADOS

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015VARIAÇÃO

2003a

2015

'000 tonsde FCOJ equiv. 66ºB

'000 tonsde FCOJ equiv. 66ºB

Taxade cresc.

anual

'000 tonsde FCOJ equiv. 66ºB

Taxade cresc.

anual

'000 tonsde FCOJ equiv. 66ºB

Taxade cresc.

anual

'000 tonsde FCOJ equiv. 66ºB

Taxade cresc.

anual

'000 tonsde FCOJ equiv. 66ºB

Taxade cresc.

anual

'000 tonsde FCOJ equiv. 66ºB

Taxade cresc.

anual

'000 tonsde FCOJ equiv. 66ºB

Taxade cresc.

anual

'000 tonsde FCOJ equiv. 66ºB

Taxade cresc.

anual

'000 tonsde FCOJ equiv. 66ºB

Taxade cresc.

anual

'000 tonsde FCOJ equiv. 66ºB

Taxade cresc.

anual

'000 tonsde FCOJ equiv. 66ºB

Taxade cresc.

anual

'000 tonsde FCOJ equiv. 66ºB

Taxade cresc.

anual

RANK PAÍSES SELECIONADOS 2.405 2.412 0,3% 2.397 -0,6% 2.346 -2,1% 2.298 -2,1% 2.246 -2,3% 2.272 1,2% 2.255 -0,8% 2.228 -1,2% 2.123 -4,7% 2.108 -0,7% 2.046 -2,9% 1.938 -5,3% -19,4%

1 ESTADOS UNIDOS 1.001 1.028 3% 988 -4% 924 -6% 882 -5% 826 -6% 851 3% 807 -5% 791 -2% 704 -11% 729 4% 688 -6% 613 -11% -39%

2 ALEMANHA 253 228 -10% 208 -9% 210 1% 198 -5% 196 -1% 185 -6% 185 0% 181 -2% 167 -8% 159 -5% 153 -4% 148 -4% -42%

3 FRANÇA 152 147 -3% 153 4% 158 3% 163 3% 163 0% 168 3% 165 -1% 159 -4% 158 -1% 149 -5% 147 -2% 141 -4% -8%

4 CHINA 46 49 6% 57 16% 64 13% 75 17% 85 13% 94 12% 118 25% 126 7% 124 -1% 136 10% 141 4% 132 -6% 189%

5 CANADÁ 116 119 2% 135 14% 111 -18% 106 -4% 103 -3% 107 4% 109 1% 111 2% 109 -2% 112 2% 113 1% 112 -1% -3%

6 REINO UNIDO 143 139 -3% 136 -2% 139 2% 130 -7% 140 8% 136 -3% 135 -1% 133 -1% 127 -5% 123 -3% 115 -7% 105 -8% -27%

7 BRASIL 45 37 -17% 40 7% 41 3% 37 -11% 38 3% 41 8% 45 10% 48 8% 55 14% 53 -4% 62 17% 63 2% 41%

8 RÚSSIA 51 59 16% 63 6% 74 18% 79 7% 78 -1% 73 -7% 64 -11% 65 0% 68 4% 62 -8% 60 -4% 55 -9% 7%

9 JAPÃO 92 97 6% 95 -2% 95 0% 92 -3% 78 -15% 76 -2% 76 0% 64 -17% 65 2% 53 -18% 49 -8% 52 6% -43%

10 AUSTRÁLIA 53 55 4% 56 2% 57 2% 59 3% 58 -3% 57 -1% 57 1% 57 -1% 58 1% 50 -12% 47 -7% 47 -1% -12%

11 ESPANHA 43 45 6% 47 3% 46 -2% 46 0% 47 1% 47 1% 48 2% 46 -5% 39 -15% 38 -2% 37 -3% 37 1% -13%

12 ARÁBIA SAUDITA 15 16 6% 17 11% 19 9% 21 10% 22 4% 23 3% 26 17% 27 4% 29 5% 33 16% 34 3% 36 6% 146%

13 POLÔNIA 32 33 2% 34 2% 34 1% 33 -5% 33 3% 34 3% 36 4% 33 -9% 30 -9% 32 9% 34 4% 30 -10% -7%

14 ÁFRICA DO SUL 20 21 4% 20 0% 21 2% 21 0% 21 3% 23 5% 24 5% 25 6% 25 2% 30 19% 30 0% 29 -2% 49%

15 ARGENTINA 4 5 24% 5 1% 6 37% 9 40% 11 22% 13 19% 17 31% 19 8% 23 25% 25 8% 24 -4% 28 17% 653%

16 MÉXICO 31 29 -7% 30 4% 30 -2% 32 7% 30 -6% 32 7% 30 -4% 30 -1% 32 5% 30 -5% 27 -11% 28 5% -11%

17 HOLANDA 36 37 2% 35 -6% 35 2% 32 -8% 32 -2% 32 1% 32 -1% 32 0% 30 -5% 29 -6% 28 -2% 27 -3% -25%

18 ITÁLIA 33 33 -1% 33 1% 31 -6% 30 -5% 29 -1% 29 -1% 29 0% 29 0% 28 -4% 26 -8% 25 -4% 25 0% -26%

19 COREIA DO SUL 45 43 -4% 42 -3% 40 -3% 39 -3% 39 -1% 38 -1% 38 -2% 37 -3% 37 1% 25 -32% 24 -4% 23 -4% -49%

20 BÉLGICA 22 22 0% 22 1% 24 5% 23 -1% 23 -2% 23 0% 23 -2% 23 1% 22 -3% 21 -5% 20 -1% 19 -7% -15%

21 SUÉCIA 26 24 -10% 24 0% 25 5% 25 -2% 24 -3% 24 -1% 23 -2% 22 -4% 20 -12% 19 -6% 17 -7% 17 0% -35%

22 CHILE 6 6 11% 7 13% 8 12% 9 16% 11 17% 11 -1% 11 7% 14 20% 15 13% 16 3% 15 -4% 16 7% 189%

23 NORUEGA 12 13 13% 14 9% 15 5% 15 2% 17 7% 17 3% 17 -2% 17 1% 17 1% 17 -1% 16 -5% 16 -3% 33%

24 ÁUSTRIA 19 18 -8% 18 1% 17 -3% 17 -2% 17 -2% 17 1% 17 0% 18 6% 17 -3% 15 -11% 15 -6% 15 5% -22%

25 SUÍÇA 15 14 -4% 14 -1% 14 -4% 14 2% 14 0% 14 0% 14 1% 14 0% 14 0% 14 0% 14 0% 13 -5% -11%

26 INDONÉSIA 2 3 18% 3 -2% 3 12% 4 10% 4 25% 6 43% 8 22% 8 10% 9 6% 10 12% 11 11% 12 11% 401%

27 TURQUIA 3 4 35% 5 33% 7 44% 7 -5% 7 0% 7 -2% 7 10% 7 0% 11 51% 10 -3% 11 6% 12 5% 331%

28 GRÉCIA 12 11 -2% 12 4% 12 -1% 11 -8% 11 3% 11 -2% 10 -6% 10 0% 9 -16% 9 8% 9 -7% 11 24% -7%

29 DINAMARCA 12 12 3% 12 -1% 12 -2% 11 -6% 11 -1% 11 -2% 10 -3% 10 -5% 9 -4% 10 4% 10 -1% 9 -4% -21%

30 FINLÂNDIA 16 13 -16% 14 8% 13 -7% 11 -17% 10 -7% 11 10% 11 -3% 11 0% 10 -6% 10 -4% 9 -10% 8 -4% -47%

31 ÍNDIA 1 1 29% 1 31% 3 101% 4 53% 4 1% 4 3% 5 24% 7 28% 7 2% 7 -3% 7 9% 8 8% 910%

32 UCRÂNIA 6 10 55% 12 25% 14 17% 17 18% 17 2% 13 -26% 12 -2% 12 -7% 10 -9% 10 0% 9 -13% 7 -18% 19%

33 IRLANDA 13 13 5% 14 4% 14 0% 14 2% 14 0% 13 -11% 11 -10% 10 -8% 10 -8% 9 -7% 8 -9% 7 -10% -43%

34 MARROCOS 1 1 9% 2 139% 2 31% 3 30% 4 26% 4 14% 6 33% 7 13% 6 -3% 7 15% 8 9% 7 -14% 893%

35 FILIPINAS 3 3 -6% 3 1% 3 9% 4 3% 4 2% 4 -3% 4 2% 4 2% 4 14% 5 30% 6 5% 6 4% 79%

36 NOVA ZELÂNDIA 7 6 -5% 6 -1% 7 5% 7 4% 7 3% 7 -4% 6 -4% 7 0% 6 -7% 6 -2% 6 -2% 6 -2% -14%

37 ISRAEL 5 5 1% 5 -4% 4 -11% 4 -6% 4 -3% 4 1% 4 1% 4 4% 5 4% 4 -4% 4 2% 4 0% -14%

38 COLÔMBIA 4 3 -3% 3 -1% 3 -1% 3 3% 4 4% 3 -11% 3 -4% 3 -10% 4 38% 4 12% 4 1% 4 -14% 6%

39 TAIWAN 7 6 -10% 6 5% 6 -3% 6 -3% 6 1% 6 -4% 5 -7% 4 -24% 4 7% 4 -6% 4 2% 4 -11% -44%

40 ROMÊNIA 3 3 22% 4 30% 5 6% 6 22% 6 5% 5 -15% 5 -10% 4 -1% 4 -18% 3 -6% 3 0% 4 4% 33%

Consumo de FCOJ equivalente a 66° Brix não inclui suco de laranja utilizado em carbonatados

CONSUMO DE SUCO DE LARANJA

46 | CITRUSBR novembro 2016 CITRUSBR novembro 2016 | 47

Page 48: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

SÉRIE CONSUMO DE SUCO DE LARANJA

do governo americano, entre outras fontes privadas e públicas, a exemplo do FDOC.

Dessa forma é possível ter uma visão geral não só dos volumes consumidos na categoria sucos, que além dos produtos 100% também são levados em consideração dados das categorias de néctares e refrescos, além dos sucos concentrados congelados. Volumes de suco ven-didos a bebidas carbonatadas, ou seja, refrigerantes, não entram nessa conta. Para melhor visualizar esse mercado, isolamos os 40 principais mercados que respondem por mais de 99% das vendas mundiais e toda a litragem é con-vertida a FCOJ equivalente 66º Brix. O primeiro aspecto que chama a atenção é que apenas dez países respondem por cerca de 80% de todo suco de laranja consumido.

Além de Estados Unidos, outros países mostram pro- A boa notícia é que o sabor laranja, continua sobe-rano em praticamente todos os mercados. A má notícia, conforme já destacado em anos anteriores, é que a cate-goria sucos diminui o que faz com que o setor citrícola tenha, ano a ano um “bolo menor” para repartir. As ex-ceções acontecem em alguns mercados como Alemanha e Rússia em que o barato suco de maçã é líder, mesmo que por uma pequena diferença.

No Japão, um mercado que muito se apostou no pas-sado e que, infelizmente, não tem correspondido com as expectativas, os mix de vegetais aparecem na liderança. Vale a ressalva de os mix de frutas já são o terceiro produto

blemas. Alemanha, principal consumidor europeu, trouxe um tombo de 42% entre 2003 e 2015. Na França, a queda é menor: 8%. Na sequência, verificamos a China com um crescimento de 189% no mesmo período, apesar de regis-trar queda de 6% em relação a 2014.

A China saltou de 46 mil toneladas consumidas em 2003 para 132 mil toneladas em 2015, contudo, as expor-tações brasileiras continuam patinando ao redor de 40 mil toneladas ao ano. Investimentos locais em fábricas de suco e um consumo elevado de citros in natura dificultam a possibilidade de um crescimento mais robusto por parte das empresas brasileiras. Em 2012 também houve um mo-desto recuo de 1%. Aspectos ligados à oferta de produto local e cotações internacionais costumam mexer com a demanda chinesa pelo suco brasileiro. mais vendido em importantes mercados como os Estados

Unidos e Canadá. Do ponto de vista estratégico faz muito sentido para os engarrafadores que usam uma base-fruta barata e um combinado de sabores que, literalmente, dilui os seus riscos.

Os dados deste ano trazem, contudo, um novo alerta para produtores e indústrias brasileiras. Ao nos debruçar-mos sobre os dados do Reino Unido é possível perceber que o mercado de suco de laranja encolheu, entre 2003 e 2015, cerca de 187 milhões de litros enquanto a água de coco avançou 88 milhões de litros num explícito caso de canibalismo.

ANÁLISE DE SABORES E BEBIDAS

No conjunto da obra, o grupo de países conhecidos como Brics + México elevaram seus consumos de suco de laranja em 64% no período. Porém, no resto do mundo caiu 26%. O problema é que a base de consumo desses países emergentes ainda é muito pequena em relação aos mercados maduros. Ao todo, enquanto os emergentes adicionaram 112 mil toneladas, os principais mercados perderam 579 mil toneladas. Um déficit de 467 mil to-neladas somente em 2015.

Se considerarmos o déficit acumulado ano a ano entre 2004 e 2015 em relação ao consumo de 2003, o volume chega a 2,196 milhões de toneladas, conforme mostra o gráfico na página 48. Levando em consideração o rendi-mento médio da safra corrente estimado pela CitrusBR em 291,8 caixas por tonelada, estamos falando de nada menos do que 640,8 milhões de caixas de laranja a menos no consumo mundial, cerca de 60 milhões de caixas de laranja a menos por ano.

48 | CITRUSBR novembro 2016 CITRUSBR novembro 2016 | 49

(em milhões de litros)

DIFERENÇA ENTRE O TAMANHO DE MERCADO DE BEBIDAS DO BRASIL E OS PRINCIPAIS PAÍSES CONSUMIDORES

8.000

7.000

6.000

5.000

4.000

3.000

2.000

1.000

0Brasil EUA Alemanha Reino Unido França

SUCO 100% NÉCTAR REFRESCO

202361950

665935 971 772

269 4561.097 1.056

5.194

6.883

1.7611.332

(em'000 toneladas FCOJ equiv. 66ºB)

O QUE ESSA QUEDA REPRESENTA EM CAIXAS DE LARANJA

2.500

2.000

1.500

1.000

500

0

REGIÕES - TOTAL

200520042003 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

2.3972.4122.405 2.346 2.298 2.246 2.272 2.255 2.2282.123 2.108 2.046

1.938

Variação2003 a 2015

-19,4%

REGIÕES SELECIONADASVariação

2003 a 2015

AMÉRICA DO NORTE EUROPA ÁSIA AMÉRICA LATINA OCEANIA ÁFRICA ORIENTE MÉDIO

640,8milhões

de caixasfoi o quanto o mundo deixou de consumirem forma de suco

no período

2.196milhões

de toneladas é quanto o mundo deixou de consumir de suco de laranja

desde 2003

-35%

-22%

21%

56%

-12%

78%

105%

Page 49: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

SÉRIE CONSUMO DE SUCO DE LARANJA

do governo americano, entre outras fontes privadas e públicas, a exemplo do FDOC.

Dessa forma é possível ter uma visão geral não só dos volumes consumidos na categoria sucos, que além dos produtos 100% também são levados em consideração dados das categorias de néctares e refrescos, além dos sucos concentrados congelados. Volumes de suco ven-didos a bebidas carbonatadas, ou seja, refrigerantes, não entram nessa conta. Para melhor visualizar esse mercado, isolamos os 40 principais mercados que respondem por mais de 99% das vendas mundiais e toda a litragem é con-vertida a FCOJ equivalente 66º Brix. O primeiro aspecto que chama a atenção é que apenas dez países respondem por cerca de 80% de todo suco de laranja consumido.

Além de Estados Unidos, outros países mostram pro- A boa notícia é que o sabor laranja, continua sobe-rano em praticamente todos os mercados. A má notícia, conforme já destacado em anos anteriores, é que a cate-goria sucos diminui o que faz com que o setor citrícola tenha, ano a ano um “bolo menor” para repartir. As ex-ceções acontecem em alguns mercados como Alemanha e Rússia em que o barato suco de maçã é líder, mesmo que por uma pequena diferença.

No Japão, um mercado que muito se apostou no pas-sado e que, infelizmente, não tem correspondido com as expectativas, os mix de vegetais aparecem na liderança. Vale a ressalva de os mix de frutas já são o terceiro produto

blemas. Alemanha, principal consumidor europeu, trouxe um tombo de 42% entre 2003 e 2015. Na França, a queda é menor: 8%. Na sequência, verificamos a China com um crescimento de 189% no mesmo período, apesar de regis-trar queda de 6% em relação a 2014.

A China saltou de 46 mil toneladas consumidas em 2003 para 132 mil toneladas em 2015, contudo, as expor-tações brasileiras continuam patinando ao redor de 40 mil toneladas ao ano. Investimentos locais em fábricas de suco e um consumo elevado de citros in natura dificultam a possibilidade de um crescimento mais robusto por parte das empresas brasileiras. Em 2012 também houve um mo-desto recuo de 1%. Aspectos ligados à oferta de produto local e cotações internacionais costumam mexer com a demanda chinesa pelo suco brasileiro. mais vendido em importantes mercados como os Estados

Unidos e Canadá. Do ponto de vista estratégico faz muito sentido para os engarrafadores que usam uma base-fruta barata e um combinado de sabores que, literalmente, dilui os seus riscos.

Os dados deste ano trazem, contudo, um novo alerta para produtores e indústrias brasileiras. Ao nos debruçar-mos sobre os dados do Reino Unido é possível perceber que o mercado de suco de laranja encolheu, entre 2003 e 2015, cerca de 187 milhões de litros enquanto a água de coco avançou 88 milhões de litros num explícito caso de canibalismo.

ANÁLISE DE SABORES E BEBIDAS

No conjunto da obra, o grupo de países conhecidos como Brics + México elevaram seus consumos de suco de laranja em 64% no período. Porém, no resto do mundo caiu 26%. O problema é que a base de consumo desses países emergentes ainda é muito pequena em relação aos mercados maduros. Ao todo, enquanto os emergentes adicionaram 112 mil toneladas, os principais mercados perderam 579 mil toneladas. Um déficit de 467 mil to-neladas somente em 2015.

Se considerarmos o déficit acumulado ano a ano entre 2004 e 2015 em relação ao consumo de 2003, o volume chega a 2,196 milhões de toneladas, conforme mostra o gráfico na página 48. Levando em consideração o rendi-mento médio da safra corrente estimado pela CitrusBR em 291,8 caixas por tonelada, estamos falando de nada menos do que 640,8 milhões de caixas de laranja a menos no consumo mundial, cerca de 60 milhões de caixas de laranja a menos por ano.

48 | CITRUSBR novembro 2016 CITRUSBR novembro 2016 | 49

(em milhões de litros)

DIFERENÇA ENTRE O TAMANHO DE MERCADO DE BEBIDAS DO BRASIL E OS PRINCIPAIS PAÍSES CONSUMIDORES

8.000

7.000

6.000

5.000

4.000

3.000

2.000

1.000

0Brasil EUA Alemanha Reino Unido França

SUCO 100% NÉCTAR REFRESCO

202361950

665935 971 772

269 4561.097 1.056

5.194

6.883

1.7611.332

(em'000 toneladas FCOJ equiv. 66ºB)

O QUE ESSA QUEDA REPRESENTA EM CAIXAS DE LARANJA

2.500

2.000

1.500

1.000

500

0

REGIÕES - TOTAL

200520042003 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

2.3972.4122.405 2.346 2.298 2.246 2.272 2.255 2.2282.123 2.108 2.046

1.938

Variação2003 a 2015

-19,4%

REGIÕES SELECIONADASVariação

2003 a 2015

AMÉRICA DO NORTE EUROPA ÁSIA AMÉRICA LATINA OCEANIA ÁFRICA ORIENTE MÉDIO

640,8milhões

de caixasfoi o quanto o mundo deixou de consumirem forma de suco

no período

2.196milhões

de toneladas é quanto o mundo deixou de consumir de suco de laranja

desde 2003

-35%

-22%

21%

56%

-12%

78%

105%

Page 50: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

SÉRIE CONSUMO DE SUCO DE LARANJA

50 | CITRUSBR novembro 2016 CITRUSBR novembro 2016 | 51

POPULAÇÃO EM 1º DE JANEIRO

RENDIMENTO LÍQUIDO PER

CAPITATAXA DE

DESEMPREGOCONSUMO DE SUCO DE

LARANJA POR MERCADOCONSUMO DE SUCO DE

LARANJA POR HABITANTE SUCO 100% - EVOLUÇÃO DO SEGMENTO

HABITANTES '000 DÓLARES POR HABITANTE PERCENTUAL 'MILHARES DE TONELADAS DE FCOJ

EQUIVALENTE A 66O BRIX

LITROS POR HABITANTE - FCOJ RECONSTUIDO COMO SUCO 100% AO

MENOR BRIX DE CADA MERCADO

PARTICIPAÇÃO DO SABOR LARANJA

SABORES PREFERIDOS - 2015

2015 2015 2015 2003 2015 03 A 15 2003 2015 03 A 15 2015 1º COLOCADO 2º COLOCADO 3º COLOCADO 4º COLOCADO

ALTO CONSUMO

1 CANADÁ 35.898 $24.466 6,9% 116 112 -3% 19,55 16,68 -15% 51% Laranja Maçã Multifrutas Uva

2 NORUEGA 5.167 $33.415 4,4% 12 16 33% 14,49 16,10 11% 65% Laranja Maçã Uva Outros

3 FRANÇA 64.216 $23.516 10,4% 152 141 -8% 14,27 11,71 -18% 49% Laranja Multifrutas Maçã Outros

4 AUSTRÁLIA 23.932 $33.653 6,1% 53 47 -12% 16,66 10,44 -37% 68% Laranja Outros Maçã Manga

5 ESTADOS UNIDOS 321.607 $41.447 5,3% 1.001 613 -39% 18,41 10,17 -45% 54% Laranja Maçã Multifrutas Outros

6 ALEMANHA 81.198 $25.497 4,6% 253 148 -42% 17,28 9,70 -44% 33% Maçã Laranja Outros Multifrutas

7 ÁUSTRIA 8.554 $25.723 5,7% 19 15 -22% 13,50 9,51 -30% 41% Laranja Maçã Multivitamina Outros

8 SUÉCIA 9.731 $24.893 7,5% 26 17 -35% 16,54 9,39 -43% 42% Laranja Multifrutas Maçã Frutas tropicais

9 BÉLGICA 11.292 $22.872 8,5% 22 19 -15% 12,09 8,98 -26% 47% Laranja Multifrutas Maçã Outros

10 DINAMARCA 5.660 $24.614 5,9% 12 9 -21% 12,33 8,81 -29% 41% Laranja Maçã Multifrutas Outros

11 SUÍÇA 8.167 $50.515 4,5% 15 13 -11% 11,48 8,69 -24% 40% Laranja Maçã Outros Multivitamina

12 REINO UNIDO 64.708 $27.719 5,3% 143 105 -27% 13,56 8,68 -36% 57% Laranja Maçã Coco Abacaxi

13 HOLANDA 16.902 $21.091 6,9% 36 27 -25% 12,62 8,59 -32% 34% Laranja Maçã Frutas tropicais Multifrutas

14 IRLANDA 4.628 $21.017 8,0% 13 7 -43% 18,15 8,38 -54% 67% Laranja Maçã Outros Multifrutas

15 FINLÂNDIA 5.474 $24.023 9,4% 16 8 -47% 17,33 8,28 -52% 58% Laranja Maçã Multifrutas Abacaxi

16 NOVA ZELÂNDIA 4.551 $21.264 5,8% 7 6 -14% 10,36 6,70 -35% 38% Laranja Outros Frutas tropicais Frutos silvestres

17 ARÁBIA SAUDITA 31.540 $8.239 5,7% 15 36 146% 3,51 6,17 76% 58% Laranja Manga Maçã Damasco

18 GRÉCIA 10.974 $12.190 25,0% 12 11 -7% 5,94 5,29 -11% 39% Laranja Multifrutas Pêssego Outros

TOTAL/MÉDIA PONDERADA 714.198 $32.075 6,3% 1.923 1.351 -30% 16,17 10,10 -38%

MÉDIO CONSUMO

1 CHILE 17.948 $8.821 6,2% 6 16 189% 1,88 4,83 157% 79% Laranja Outros Pera Maçã

2 ESPANHA 46.440 $15.634 22,1% 43 37 -13% 5,79 4,28 -26% 35% Laranja Abacaxi Pêssego Frutas tropicais

3 POLÔNIA 38.516 $7.212 7,5% 32 30 -7% 4,78 4,20 -12% 26% Outros Laranja Maçã Tomate

4 ARGENTINA 43.417 $8.792 7,2% 4 28 653% 0,53 3,47 559% 85% Laranja Grapefruit Maçã Pêssego

5 ÁFRICA DO SUL 54.491 $3.437 25,4% 20 29 49% 2,29 2,89 26% 59% Laranja Outros Maçã Manga

6 ISRAEL 8.360 $27.172 5,2% 5 4 -14% 4,36 2,85 -35% 71% Laranja Maçã Frutas da estação Outros

7 COREIA DO SUL 50.617 $14.908 3,5% 45 23 -49% 4,99 2,43 -51% 55% Laranja Uva Maçã Outros

8 JAPÃO 126.808 $19.972 3,4% 92 52 -43% 3,83 2,19 -43% 21% Mix de vegetais Outros Laranja Maçã

9 ITÁLIA 60.843 $19.579 11,9% 33 25 -26% 3,27 2,17 -33% 32% Laranja Abacaxi Frutas tropicais Grapefruit

10 RÚSSIA 143.972 $5.029 5,6% 51 55 7% 1,98 2,03 2% 19% Maçã Multifrutas Laranja Tomate

11 BRASIL 207.848 $5.827 7,1% 45 63 41% 1,34 1,63 21% 29% Coco Laranja Outros -

12 MÉXICO 127.017 $6.605 4,4% 31 28 -11% 1,65 1,18 -28% 48% Laranja Maçã Uva Manga

13 MARROCOS 34.378 $2.055 9,8% 1 7 893% 0,12 1,07 762% 70% Laranja Outros Maçã Uva

TOTAL/MÉDIA PONDERADA 960.654 $9.662 8,0% 407 399 -2% 2,54 2,22 -13%

BAIXO CONSUMO

1 ROMÊNIA 19.871 $5.064 6,8% 3 4 33% 0,70 0,98 39% 56% Laranja Maçã Grapefruit Tomate

2 UCRÂNIA 44.934 $1.457 9,1% 6 7 19% 0,74 0,89 20% 13% Outros Frutas tropicais Tomate Maçã

3 TAIWAN 23.434 $13.872 3,8% 7 4 -44% 1,55 0,83 -46% 19% Mix frutas e vegetais Laranja Outros Cranberry

4 TURQUIA 78.505 $6.504 9,8% 3 12 331% 0,23 0,79 246% 16% Mix de sucos Maçã Laranja Romã

5 CHINA 1.367.820 $5.060 3,3% 46 132 189% 0,19 0,52 171% 47% Laranja Maçã Multifrutas Outros

6 COLÔMBIA 48.229 $4.117 8,9% 4 4 6% 0,45 0,41 -9% 77% Laranja Outros Grapefruit -

7 FILIPINAS 100.699 $2.188 6,1% 3 6 79% 0,22 0,31 45% 12% Abacaxi Outros Laranja Uva

8 INDONÉSIA 257.564 $2.004 6,0% 2 12 401% 0,06 0,26 316% 38% Laranja Outros Maçã Uva

9 ÍNDIA 1.281.055 $1.481 5,1% 1 8 910% 0,00 0,03 743% 37% Laranja Multifrutas Outros Maçã

TOTAL/MÉDIA PONDERADA 3.222.110 $3.338 4,7% 74 189 154% 0,14 0,31 123%

MERCADOS SEGMENTADOS POR CONSUMO PER CAPITA

A segmentação dos 40 países em função do consumo per capi-ta - alto (acima de 5 litros), médio (entre 1 e 5 litros) e baixo (abaixo de 1 litro) – nos mostra que a queda é maior no grupo que reúne os paí-ses com consumo per capita mais elevado. Neste estrato, o consumo médio saiu de 16,17 litros per capita em 2003 para 10,10 litros em 2015, uma redução equivalente a 38%. No grupo de consumo mediano a queda é de 13%, de 2,54 litros per capita para 2,22 no mesmo período. Já no estrato inferior, que congre-ga os países de menor consumo per capita, a exemplo da China, obser-va-se, ao contrário dos demais, um crescimento de 123%, saindo de 0,14 litros per capita para 0,31. Mas, como a base é pequena, esse elevado crescimento representa pouco em tonelada de suco a 66º Brix, preci-samente, o aumento é de apenas 114 mil toneladas. A tabela ao lado traz os dados detalhados por país.

CONSUMOPER CAPITA

Como se sabe, a água de coco tem ganho mercado com uma nar-rativa voltada para a reidratação com um baixo percentual calórico. Em 2003, o Reino Unido consumia 740 milhões de litros de suco de laranja e zero de água de coco. Em 2015, uma década depois, o con-sumo de suco de laranja caiu para 552 milhões de litros e o de água de coco explodiu para 88 milhões de litros. Já na França, o suco de laranja perdeu 8 milhões de litros no período, em contrapartida o sabor multifrutas ganhou 76 mi-lhões de litros.

Page 51: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

SÉRIE CONSUMO DE SUCO DE LARANJA

50 | CITRUSBR novembro 2016 CITRUSBR novembro 2016 | 51

POPULAÇÃO EM 1º DE JANEIRO

RENDIMENTO LÍQUIDO PER

CAPITATAXA DE

DESEMPREGOCONSUMO DE SUCO DE

LARANJA POR MERCADOCONSUMO DE SUCO DE

LARANJA POR HABITANTE SUCO 100% - EVOLUÇÃO DO SEGMENTO

HABITANTES '000 DÓLARES POR HABITANTE PERCENTUAL 'MILHARES DE TONELADAS DE FCOJ

EQUIVALENTE A 66O BRIX

LITROS POR HABITANTE - FCOJ RECONSTUIDO COMO SUCO 100% AO

MENOR BRIX DE CADA MERCADO

PARTICIPAÇÃO DO SABOR LARANJA

SABORES PREFERIDOS - 2015

2015 2015 2015 2003 2015 03 A 15 2003 2015 03 A 15 2015 1º COLOCADO 2º COLOCADO 3º COLOCADO 4º COLOCADO

ALTO CONSUMO

1 CANADÁ 35.898 $24.466 6,9% 116 112 -3% 19,55 16,68 -15% 51% Laranja Maçã Multifrutas Uva

2 NORUEGA 5.167 $33.415 4,4% 12 16 33% 14,49 16,10 11% 65% Laranja Maçã Uva Outros

3 FRANÇA 64.216 $23.516 10,4% 152 141 -8% 14,27 11,71 -18% 49% Laranja Multifrutas Maçã Outros

4 AUSTRÁLIA 23.932 $33.653 6,1% 53 47 -12% 16,66 10,44 -37% 68% Laranja Outros Maçã Manga

5 ESTADOS UNIDOS 321.607 $41.447 5,3% 1.001 613 -39% 18,41 10,17 -45% 54% Laranja Maçã Multifrutas Outros

6 ALEMANHA 81.198 $25.497 4,6% 253 148 -42% 17,28 9,70 -44% 33% Maçã Laranja Outros Multifrutas

7 ÁUSTRIA 8.554 $25.723 5,7% 19 15 -22% 13,50 9,51 -30% 41% Laranja Maçã Multivitamina Outros

8 SUÉCIA 9.731 $24.893 7,5% 26 17 -35% 16,54 9,39 -43% 42% Laranja Multifrutas Maçã Frutas tropicais

9 BÉLGICA 11.292 $22.872 8,5% 22 19 -15% 12,09 8,98 -26% 47% Laranja Multifrutas Maçã Outros

10 DINAMARCA 5.660 $24.614 5,9% 12 9 -21% 12,33 8,81 -29% 41% Laranja Maçã Multifrutas Outros

11 SUÍÇA 8.167 $50.515 4,5% 15 13 -11% 11,48 8,69 -24% 40% Laranja Maçã Outros Multivitamina

12 REINO UNIDO 64.708 $27.719 5,3% 143 105 -27% 13,56 8,68 -36% 57% Laranja Maçã Coco Abacaxi

13 HOLANDA 16.902 $21.091 6,9% 36 27 -25% 12,62 8,59 -32% 34% Laranja Maçã Frutas tropicais Multifrutas

14 IRLANDA 4.628 $21.017 8,0% 13 7 -43% 18,15 8,38 -54% 67% Laranja Maçã Outros Multifrutas

15 FINLÂNDIA 5.474 $24.023 9,4% 16 8 -47% 17,33 8,28 -52% 58% Laranja Maçã Multifrutas Abacaxi

16 NOVA ZELÂNDIA 4.551 $21.264 5,8% 7 6 -14% 10,36 6,70 -35% 38% Laranja Outros Frutas tropicais Frutos silvestres

17 ARÁBIA SAUDITA 31.540 $8.239 5,7% 15 36 146% 3,51 6,17 76% 58% Laranja Manga Maçã Damasco

18 GRÉCIA 10.974 $12.190 25,0% 12 11 -7% 5,94 5,29 -11% 39% Laranja Multifrutas Pêssego Outros

TOTAL/MÉDIA PONDERADA 714.198 $32.075 6,3% 1.923 1.351 -30% 16,17 10,10 -38%

MÉDIO CONSUMO

1 CHILE 17.948 $8.821 6,2% 6 16 189% 1,88 4,83 157% 79% Laranja Outros Pera Maçã

2 ESPANHA 46.440 $15.634 22,1% 43 37 -13% 5,79 4,28 -26% 35% Laranja Abacaxi Pêssego Frutas tropicais

3 POLÔNIA 38.516 $7.212 7,5% 32 30 -7% 4,78 4,20 -12% 26% Outros Laranja Maçã Tomate

4 ARGENTINA 43.417 $8.792 7,2% 4 28 653% 0,53 3,47 559% 85% Laranja Grapefruit Maçã Pêssego

5 ÁFRICA DO SUL 54.491 $3.437 25,4% 20 29 49% 2,29 2,89 26% 59% Laranja Outros Maçã Manga

6 ISRAEL 8.360 $27.172 5,2% 5 4 -14% 4,36 2,85 -35% 71% Laranja Maçã Frutas da estação Outros

7 COREIA DO SUL 50.617 $14.908 3,5% 45 23 -49% 4,99 2,43 -51% 55% Laranja Uva Maçã Outros

8 JAPÃO 126.808 $19.972 3,4% 92 52 -43% 3,83 2,19 -43% 21% Mix de vegetais Outros Laranja Maçã

9 ITÁLIA 60.843 $19.579 11,9% 33 25 -26% 3,27 2,17 -33% 32% Laranja Abacaxi Frutas tropicais Grapefruit

10 RÚSSIA 143.972 $5.029 5,6% 51 55 7% 1,98 2,03 2% 19% Maçã Multifrutas Laranja Tomate

11 BRASIL 207.848 $5.827 7,1% 45 63 41% 1,34 1,63 21% 29% Coco Laranja Outros -

12 MÉXICO 127.017 $6.605 4,4% 31 28 -11% 1,65 1,18 -28% 48% Laranja Maçã Uva Manga

13 MARROCOS 34.378 $2.055 9,8% 1 7 893% 0,12 1,07 762% 70% Laranja Outros Maçã Uva

TOTAL/MÉDIA PONDERADA 960.654 $9.662 8,0% 407 399 -2% 2,54 2,22 -13%

BAIXO CONSUMO

1 ROMÊNIA 19.871 $5.064 6,8% 3 4 33% 0,70 0,98 39% 56% Laranja Maçã Grapefruit Tomate

2 UCRÂNIA 44.934 $1.457 9,1% 6 7 19% 0,74 0,89 20% 13% Outros Frutas tropicais Tomate Maçã

3 TAIWAN 23.434 $13.872 3,8% 7 4 -44% 1,55 0,83 -46% 19% Mix frutas e vegetais Laranja Outros Cranberry

4 TURQUIA 78.505 $6.504 9,8% 3 12 331% 0,23 0,79 246% 16% Mix de sucos Maçã Laranja Romã

5 CHINA 1.367.820 $5.060 3,3% 46 132 189% 0,19 0,52 171% 47% Laranja Maçã Multifrutas Outros

6 COLÔMBIA 48.229 $4.117 8,9% 4 4 6% 0,45 0,41 -9% 77% Laranja Outros Grapefruit -

7 FILIPINAS 100.699 $2.188 6,1% 3 6 79% 0,22 0,31 45% 12% Abacaxi Outros Laranja Uva

8 INDONÉSIA 257.564 $2.004 6,0% 2 12 401% 0,06 0,26 316% 38% Laranja Outros Maçã Uva

9 ÍNDIA 1.281.055 $1.481 5,1% 1 8 910% 0,00 0,03 743% 37% Laranja Multifrutas Outros Maçã

TOTAL/MÉDIA PONDERADA 3.222.110 $3.338 4,7% 74 189 154% 0,14 0,31 123%

MERCADOS SEGMENTADOS POR CONSUMO PER CAPITA

A segmentação dos 40 países em função do consumo per capi-ta - alto (acima de 5 litros), médio (entre 1 e 5 litros) e baixo (abaixo de 1 litro) – nos mostra que a queda é maior no grupo que reúne os paí-ses com consumo per capita mais elevado. Neste estrato, o consumo médio saiu de 16,17 litros per capita em 2003 para 10,10 litros em 2015, uma redução equivalente a 38%. No grupo de consumo mediano a queda é de 13%, de 2,54 litros per capita para 2,22 no mesmo período. Já no estrato inferior, que congre-ga os países de menor consumo per capita, a exemplo da China, obser-va-se, ao contrário dos demais, um crescimento de 123%, saindo de 0,14 litros per capita para 0,31. Mas, como a base é pequena, esse elevado crescimento representa pouco em tonelada de suco a 66º Brix, preci-samente, o aumento é de apenas 114 mil toneladas. A tabela ao lado traz os dados detalhados por país.

CONSUMOPER CAPITA

Como se sabe, a água de coco tem ganho mercado com uma nar-rativa voltada para a reidratação com um baixo percentual calórico. Em 2003, o Reino Unido consumia 740 milhões de litros de suco de laranja e zero de água de coco. Em 2015, uma década depois, o con-sumo de suco de laranja caiu para 552 milhões de litros e o de água de coco explodiu para 88 milhões de litros. Já na França, o suco de laranja perdeu 8 milhões de litros no período, em contrapartida o sabor multifrutas ganhou 76 mi-lhões de litros.

Page 52: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

SÉRIE CONSUMO DE SUCO DE LARANJA

Se a queda do mercado americano foi severa entre 2014 e 2015, quando observa-se os dados da série históri-ca, o fenômeno chega a ser assustador. Entre as safras de 1999/00 e 2014/15 a queda é de 45%, ou seja, o americano consome praticamente metade do que consumia 16 anos

antes. Verdade seja dita, o gráfico 2 a seguir, já é bem conhecido dos estudos que apresentamos nos últimos anos. De forma geral, ao analisarmos os dados de da safra 2014/15 percebemos que houve um aumento de 4% no preço e uma perda de 11% em volume.

O TOMBO NO MERCADO AMERICANO Os dados mais recentes divulgados pela Nielsen, consul-toria que acompanha os dados de venda do varejo, especial-mente as vendas das grandes redes, mostram que as vendas continuam em queda, mesmo diante de diminuição de preço observada nas gôndolas, o que mostra que os motivos da ace-lerada queda de consumo terão de ser mais bem estudados.

Participaçãodo suco brasileiro

no consumode suco dos EUA

17%

Participaçãodo suco brasileiro

no consumode suco dos EUA

25%

CONSUMO DE SUCO NOS EUA

988(em mil toneladas FCOJ equiv. 66ºB)

CONSUMO DE SUCO NOS EUA

613 (em mil toneladas FCOJ equiv. 66ºB)

COPOS DIFERENTESNa última década o Brasil perdeu participação no mercado dos Estados Unidos

2005 2015

Participaçãodo suco brasileiro

na importaçãode suco dos EUA

65%

Participaçãodo suco brasileiro

na importaçãode suco dos EUA

59%

52 | CITRUSBR novembro 2016 CITRUSBR novembro 2016 | 53

ELASTICIDADE DO MERCADO DE SUCO DE LARANJA NOS EUA

Preço por litro reportado pelo Nielsen (US$ por litro) Consumo atribuído de FCOJ 66 Brix

Preço médio do suco de laranja NFC Preço médio do suco de laranja reconstituído Preço médio do suco de laranja NFC + reconstituído

99/00

00/01

01/02

02/03

03/04

04/05

05/06

06/07

07/08

08/09

09/10

10/11

11/12

12/13

13/14

14/15

$2,50

$2,00

$1,50

$1,00

$0,50

$0,00

1.200

1.100

1.000

900

800

700

600

$1,44

$1,15

$1,03

1.111

1.032

$1,43

$1,17

$1,04

1.024

$1,39

$1,17

$1,03

1.001

$1,37

$1,18

$1,03

1.028

$1,35

$1,17

$0,99

988

$1,41

$1,19

$0,99826

$1,80

$1,59

$1,34

851

$1,76

$1,50

$1,19

$1,72

$1,46

$1,17

$1,81

$1,56

$1,27

$1,90

$1,65

$1,33

729

$1,92

$1,64

$1,27

689

$1,92$2,02

$1,66$1,72

$1,29 $1,28$1,26

$1,06

$1,74

$1,54

Relação de elasticidade entre aumento de preço e queda de volume - safra a safra

Preço 1,0% 0,0% 1,0% -1,0% 2,0% 6,0% 22,0% 3,0% -6,0% -3,0% 7,0% 6,0% -1,0% 1,0% 4,0%

Volume -7,0% -1,0% -2,0% 3,0% -4,0% -7,0% -4,0% -6,0% 3,0% -5,0% -2,0% -11,0% 4,0% -6,0% -11,0%

$1,45924 $1,33

807791

QUEDADE

45%

613

704

882

Page 53: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

SÉRIE CONSUMO DE SUCO DE LARANJA

Se a queda do mercado americano foi severa entre 2014 e 2015, quando observa-se os dados da série históri-ca, o fenômeno chega a ser assustador. Entre as safras de 1999/00 e 2014/15 a queda é de 45%, ou seja, o americano consome praticamente metade do que consumia 16 anos

antes. Verdade seja dita, o gráfico 2 a seguir, já é bem conhecido dos estudos que apresentamos nos últimos anos. De forma geral, ao analisarmos os dados de da safra 2014/15 percebemos que houve um aumento de 4% no preço e uma perda de 11% em volume.

O TOMBO NO MERCADO AMERICANO Os dados mais recentes divulgados pela Nielsen, consul-toria que acompanha os dados de venda do varejo, especial-mente as vendas das grandes redes, mostram que as vendas continuam em queda, mesmo diante de diminuição de preço observada nas gôndolas, o que mostra que os motivos da ace-lerada queda de consumo terão de ser mais bem estudados.

Participaçãodo suco brasileiro

no consumode suco dos EUA

17%

Participaçãodo suco brasileiro

no consumode suco dos EUA

25%

CONSUMO DE SUCO NOS EUA

988(em mil toneladas FCOJ equiv. 66ºB)

CONSUMO DE SUCO NOS EUA

613 (em mil toneladas FCOJ equiv. 66ºB)

COPOS DIFERENTESNa última década o Brasil perdeu participação no mercado dos Estados Unidos

2005 2015

Participaçãodo suco brasileiro

na importaçãode suco dos EUA

65%

Participaçãodo suco brasileiro

na importaçãode suco dos EUA

59%

52 | CITRUSBR novembro 2016 CITRUSBR novembro 2016 | 53

ELASTICIDADE DO MERCADO DE SUCO DE LARANJA NOS EUA

Preço por litro reportado pelo Nielsen (US$ por litro) Consumo atribuído de FCOJ 66 Brix

Preço médio do suco de laranja NFC Preço médio do suco de laranja reconstituído Preço médio do suco de laranja NFC + reconstituído

99/00

00/01

01/02

02/03

03/04

04/05

05/06

06/07

07/08

08/09

09/10

10/11

11/12

12/13

13/14

14/15

$2,50

$2,00

$1,50

$1,00

$0,50

$0,00

1.200

1.100

1.000

900

800

700

600

$1,44

$1,15

$1,03

1.111

1.032

$1,43

$1,17

$1,04

1.024

$1,39

$1,17

$1,03

1.001

$1,37

$1,18

$1,03

1.028

$1,35

$1,17

$0,99

988

$1,41

$1,19

$0,99826

$1,80

$1,59

$1,34

851

$1,76

$1,50

$1,19

$1,72

$1,46

$1,17

$1,81

$1,56

$1,27

$1,90

$1,65

$1,33

729

$1,92

$1,64

$1,27

689

$1,92$2,02

$1,66$1,72

$1,29 $1,28$1,26

$1,06

$1,74

$1,54

Relação de elasticidade entre aumento de preço e queda de volume - safra a safra

Preço 1,0% 0,0% 1,0% -1,0% 2,0% 6,0% 22,0% 3,0% -6,0% -3,0% 7,0% 6,0% -1,0% 1,0% 4,0%

Volume -7,0% -1,0% -2,0% 3,0% -4,0% -7,0% -4,0% -6,0% 3,0% -5,0% -2,0% -11,0% 4,0% -6,0% -11,0%

$1,45924 $1,33

807791

QUEDADE

45%

613

704

882

Page 54: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

SÉRIE CONSUMO DE SUCO DE LARANJA

SAFRA NOS ESTADOS UNIDOS - OUTUBRO/SETEMBRO 94-95 95-96 96-97 97-98 98-99 99-00 00-01 01-02 02-03 03-04 04-05 05-06 06-07 07-08 08-09 09-10 10-11 11-12 12-13 13-14 14-15

ESTOQUE INICIAL DE SUCO DE LARANJA EM 1° DE OUTUBRO Tons equiv.66º 230.291 176.825 194.323 283.193 358.086 359.050 437.332 474.102 467.965 481.282 562.079 426.307 315.622 256.761 441.419 475.909 387.883 276.687 306.617 370.275 335.189

PRODUÇÃO INTERNA DE SUCO DE LARANJA Tons equiv.66º 882.453 887.206

1.009.890

1.086.195 861.826

1.051.296 973.644 1.012.920 882.864

1.038.367

684.024 699.045 627.726 822.000 749.037 590.933 643.366 683.171 614.878 477.513 422.915

FLÓRIDA Tons equiv.66º 849.426 849.652 973.752 1.044.469 811.331 988.495 944.224 990.006 845.240 1.018.919 636.923 648.338 570.795 776.738 724.779 563.846 603.939 655.590 593.485 438.616 386.140

CALIFÓRNIA/ARIZONA Tons equiv.66º 31.613 36.917 34.229 40.099 49.222 61.245 25.460 21.499 35.785 17.468 44.838 49.364 54.809 43.565 23.338 26.478 38.201 26.724 20.283 36.878 34.936

TEXAS Tons equiv.66º 1.414 636 1.909 1.627 1.273 1.556 3.960 1.414 1.839 1.980 2.263 1.344 2.122 1.697 919 609 1.226 858 1.110 2.019 1.839

IMPORTAÇÃO DE SUCO DE LARANJA Tons equiv.66º 169.970 156.153 208.544 198.504 247.624 239.400 182.240 133.535 205.756 157.244 252.826 211.336 282.402 286.799 224.460 231.648 187.570 157.918 297.387 295.351 324.169

BRASIL Tons equiv.66º 103.536 104.381 136.662 123.657 184.236 166.815 118.829 77.768 161.341 109.355 164.008 141.393 184.417 174.428 120.997 129.498 90.623 72.314 167.835 175.083 212.756

MÉXICO Tons equiv.66º 49.725 31.392 37.372 48.099 35.144 30.311 22.940 29.259 9.522 5.812 38.881 32.728 50.514 62.436 62.541 64.156 67.175 49.214 87.031 85.059 84.434

COSTA RICA Tons equiv.66º 4.336 6.421 13.592 15.871 17.318 24.129 22.468 17.005 20.329 22.637 20.967 19.450 30.363 26.506 23.025 20.647 15.910 19.707 26.153 21.000 12.674

BELIZE Tons equiv.66º 5.819 7.271 13.042 5.827 7.879 11.731 9.285 2.702 5.757 14.284 21.467 9.737 7.703 15.141 11.615 10.820 4.264 6.178 8.330 7.942 8.021

CANADÁ Tons equiv.66º 841 796 676 959 1.067 1.046 1.728 1.710 1.795 2.312 3.552 2.745 2.987 4.655 3.649 1.184 5.263 7.242 5.975 4.846 3.078

REPÚBLICA DOMINICANA Tons equiv.66º 179 1.024 1.340 521 23 291 1.140 1.097 1.092 926 1.007 1.365 1.045 1.286 763 1.268 1.283 1.078 428 185 191

HONDURAS Tons equiv.66º 3.875 3.615 5.586 3.255 654 3.467 4.332 3.155 895 1.180 1.543 1.043 2.180 328 678 1.343 1.431 720 329 214 76

OUTROS PÁISES Tons equiv.66º 1.660 1.253 274 315 1.302 1.611 1.518 839 5.024 740 1.401 2.874 3.193 2.018 1.192 2.732 1.619 1.466 1.304 1.022 2.939

EXPORTAÇÃO DE SUCO DE LARANJA Tons equiv.66º 82.299 89.304 104.778 102.900 102.462 101.104 86.917 128.169 74.109 86.959 84.222 97.348 86.712 98.091 88.147 103.735 151.479 107.320 119.831 119.318 80.029

CANADÁ Tons equiv.66º 22.044 23.925 28.126 30.580 34.173 32.214 35.205 33.946 38.614 40.057 45.135 45.615 53.395 62.659 46.804 45.658 61.195 62.115 65.750 71.114 44.781

EUROPA Tons equiv.66º 38.642 39.060 54.484 47.914 42.292 44.251 33.388 69.053 15.382 27.949 21.245 36.082 18.508 18.854 22.108 37.178 64.689 25.446 27.617 15.849 12.079

JAPÃO Tons equiv.66º 4.045 10.884 9.908 12.716 12.207 9.760 8.303 9.137 4.031 4.689 3.013 2.546 2.164 1.818 2.185 764 997 884 785 905 644

OUTROS PAÍSES Tons equiv.66º 17.567 15.435 12.260 11.690 13.791 14.880 10.021 16.033 16.082 14.265 14.830 13.105 12.645 14.760 17.051 20.134 24.597 18.876 25.679 31.450 22.525

ESTOQUE FINAL EM 30 DE SETEMBRO

Tons equiv.66º 230.291 176.825 194.323 283.193 358.086 359.050 437.332 474.102 481.282 562.079 426.307 315.622 256.761 441.419 475.909 387.883 276.687 306.617 370.275 335.189 389.676

Semanas de consumo equivalente

11,7 9,8 9,9 13,3 18,5 16,8 22,0 24,1 24,3 29,6 24,0 18,6 16,2 27,0 30,7 25,5 20,4 21,9 28,0 28,5 31,2

CONSUMO ATRIBUÍDO AOS ESTADOS UNIDOS Tons equiv.66º

1.023.591

936.557 1.024.786 1.106.906

1.006.024 1.111.310 1.032.197

1.024.423

1.001.193 1.027.856 988.399 923.718 882.277 826.049 850.860 806.872 790.652 703.839 728.776 688.631 612.568

VARIAÇÃO ANUAL 9% -9% 9% 8% -9% 10% -7% -1% -2% 3% -4% -7% -4% -6% 3% -5% -2% -11% 4% -6% -11%

O BALANÇO DA OFERTA E DA DEMANDA DE SUCO DE LARANJA NOS ESTADOS UNIDOS

PARTICIPAÇÃO DAS ENTRADAS DE SUCO DE LARANJA NOS EUA 94-95 95-96 96-97 97-98 98-99 99-00 00-01 01-02 02-03 03-04 04-05 05-06 06-07 07-08 08-09 09-10 10-11 11-12 12-13 13-14 14-15

BRASIL % do total 60,9% 66,8% 65,5% 62,3% 74,4% 69,7% 65,2% 58,2% 78,4% 69,5% 64,9% 66,9% 65,3% 60,8% 53,9% 55,9% 48,3% 45,8% 56,4% 59,3% 65,6%

MÉXICO % do total 29,3% 20,1% 17,9% 24,2% 14,2% 12,7% 12,6% 21,9% 4,6% 3,7% 15,4% 15,5% 17,9% 21,8% 27,9% 27,7% 35,8% 31,2% 29,3% 28,8% 26,0%

COSTA RICA % do total 3,4% 4,7% 6,3% 2,9% 3,2% 4,9% 5,1% 2,0% 2,8% 9,1% 8,5% 4,6% 2,7% 5,3% 5,2% 4,7% 2,3% 3,9% 2,8% 7,1% 3,9%

BELIZE % do total 0,5% 0,5% 0,3% 0,5% 0,4% 0,4% 0,9% 1,3% 0,9% 1,5% 1,4% 1,3% 1,1% 1,6% 1,6% 0,5% 2,8% 4,6% 2,0% 2,7% 2,5%

CANADÁ % do total 0,5% 0,5% 0,3% 0,5% 0,4% 0,4% 0,9% 1,3% 0,9% 1,5% 1,4% 1,3% 1,1% 1,6% 1,6% 0,5% 2,8% 4,6% 2,0% 1,6% 0,9%

REPÚBLICA DOMINICANA % do total 0,1% 0,7% 0,6% 0,3% 0,0% 0,1% 0,6% 0,8% 0,5% 0,6% 0,4% 0,6% 0,4% 0,4% 0,3% 0,5% 0,7% 0,7% 0,1% 0,1% 0,1%

HONDURAS % do total 2,3% 2,3% 2,7% 1,6% 0,3% 1,4% 2,4% 2,4% 0,4% 0,8% 0,6% 0,5% 0,8% 0,1% 0,3% 0,6% 0,8% 0,5% 0,1% 0,1% 0,0%

OUTROS PÁISES % do total 1,0% 0,8% 0,1% 0,2% 0,5% 0,7% 0,8% 0,6% 2,4% 0,5% 0,6% 1,4% 1,1% 0,7% 0,5% 1,2% 0,9% 0,9% 0,4% 0,3% 0,9%

PARTICIPAÇÃO DO SUCO BRASILEIRO NA OFERTA TOTAL

AOS EUA% do total 9,8% 10,0% 11,2% 9,6% 16,6% 12,9% 10,3% 6,8% 14,8% 9,1% 17,5% 15,5% 20,3% 15,7% 12,4% 15,7% 10,9% 8,6% 18,4% 22,7% 28,5%

PARTICIPAÇÃO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS PARA A AMÉRICA DO NORTE

(EUA + CANADÁ)

% do total 21,0% 18,0% 17,0% 18,0% 20,0% 23,0% 18,0% 13,0% 20,0% 14,0% 16,0% 16,0% 18,0% 21,0% 14,0% 15,0% 11,0% 14,0% 19,0% 23,7% 22,9%

Fonte: FDOC - Florida Department Of Citrus, Secex

54 | CITRUSBR novembro 2016 CITRUSBR novembro 2016 | 55

Page 55: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

SÉRIE CONSUMO DE SUCO DE LARANJA

SAFRA NOS ESTADOS UNIDOS - OUTUBRO/SETEMBRO 94-95 95-96 96-97 97-98 98-99 99-00 00-01 01-02 02-03 03-04 04-05 05-06 06-07 07-08 08-09 09-10 10-11 11-12 12-13 13-14 14-15

ESTOQUE INICIAL DE SUCO DE LARANJA EM 1° DE OUTUBRO Tons equiv.66º 230.291 176.825 194.323 283.193 358.086 359.050 437.332 474.102 467.965 481.282 562.079 426.307 315.622 256.761 441.419 475.909 387.883 276.687 306.617 370.275 335.189

PRODUÇÃO INTERNA DE SUCO DE LARANJA Tons equiv.66º 882.453 887.206

1.009.890

1.086.195 861.826

1.051.296 973.644 1.012.920 882.864

1.038.367

684.024 699.045 627.726 822.000 749.037 590.933 643.366 683.171 614.878 477.513 422.915

FLÓRIDA Tons equiv.66º 849.426 849.652 973.752 1.044.469 811.331 988.495 944.224 990.006 845.240 1.018.919 636.923 648.338 570.795 776.738 724.779 563.846 603.939 655.590 593.485 438.616 386.140

CALIFÓRNIA/ARIZONA Tons equiv.66º 31.613 36.917 34.229 40.099 49.222 61.245 25.460 21.499 35.785 17.468 44.838 49.364 54.809 43.565 23.338 26.478 38.201 26.724 20.283 36.878 34.936

TEXAS Tons equiv.66º 1.414 636 1.909 1.627 1.273 1.556 3.960 1.414 1.839 1.980 2.263 1.344 2.122 1.697 919 609 1.226 858 1.110 2.019 1.839

IMPORTAÇÃO DE SUCO DE LARANJA Tons equiv.66º 169.970 156.153 208.544 198.504 247.624 239.400 182.240 133.535 205.756 157.244 252.826 211.336 282.402 286.799 224.460 231.648 187.570 157.918 297.387 295.351 324.169

BRASIL Tons equiv.66º 103.536 104.381 136.662 123.657 184.236 166.815 118.829 77.768 161.341 109.355 164.008 141.393 184.417 174.428 120.997 129.498 90.623 72.314 167.835 175.083 212.756

MÉXICO Tons equiv.66º 49.725 31.392 37.372 48.099 35.144 30.311 22.940 29.259 9.522 5.812 38.881 32.728 50.514 62.436 62.541 64.156 67.175 49.214 87.031 85.059 84.434

COSTA RICA Tons equiv.66º 4.336 6.421 13.592 15.871 17.318 24.129 22.468 17.005 20.329 22.637 20.967 19.450 30.363 26.506 23.025 20.647 15.910 19.707 26.153 21.000 12.674

BELIZE Tons equiv.66º 5.819 7.271 13.042 5.827 7.879 11.731 9.285 2.702 5.757 14.284 21.467 9.737 7.703 15.141 11.615 10.820 4.264 6.178 8.330 7.942 8.021

CANADÁ Tons equiv.66º 841 796 676 959 1.067 1.046 1.728 1.710 1.795 2.312 3.552 2.745 2.987 4.655 3.649 1.184 5.263 7.242 5.975 4.846 3.078

REPÚBLICA DOMINICANA Tons equiv.66º 179 1.024 1.340 521 23 291 1.140 1.097 1.092 926 1.007 1.365 1.045 1.286 763 1.268 1.283 1.078 428 185 191

HONDURAS Tons equiv.66º 3.875 3.615 5.586 3.255 654 3.467 4.332 3.155 895 1.180 1.543 1.043 2.180 328 678 1.343 1.431 720 329 214 76

OUTROS PÁISES Tons equiv.66º 1.660 1.253 274 315 1.302 1.611 1.518 839 5.024 740 1.401 2.874 3.193 2.018 1.192 2.732 1.619 1.466 1.304 1.022 2.939

EXPORTAÇÃO DE SUCO DE LARANJA Tons equiv.66º 82.299 89.304 104.778 102.900 102.462 101.104 86.917 128.169 74.109 86.959 84.222 97.348 86.712 98.091 88.147 103.735 151.479 107.320 119.831 119.318 80.029

CANADÁ Tons equiv.66º 22.044 23.925 28.126 30.580 34.173 32.214 35.205 33.946 38.614 40.057 45.135 45.615 53.395 62.659 46.804 45.658 61.195 62.115 65.750 71.114 44.781

EUROPA Tons equiv.66º 38.642 39.060 54.484 47.914 42.292 44.251 33.388 69.053 15.382 27.949 21.245 36.082 18.508 18.854 22.108 37.178 64.689 25.446 27.617 15.849 12.079

JAPÃO Tons equiv.66º 4.045 10.884 9.908 12.716 12.207 9.760 8.303 9.137 4.031 4.689 3.013 2.546 2.164 1.818 2.185 764 997 884 785 905 644

OUTROS PAÍSES Tons equiv.66º 17.567 15.435 12.260 11.690 13.791 14.880 10.021 16.033 16.082 14.265 14.830 13.105 12.645 14.760 17.051 20.134 24.597 18.876 25.679 31.450 22.525

ESTOQUE FINAL EM 30 DE SETEMBRO

Tons equiv.66º 230.291 176.825 194.323 283.193 358.086 359.050 437.332 474.102 481.282 562.079 426.307 315.622 256.761 441.419 475.909 387.883 276.687 306.617 370.275 335.189 389.676

Semanas de consumo equivalente

11,7 9,8 9,9 13,3 18,5 16,8 22,0 24,1 24,3 29,6 24,0 18,6 16,2 27,0 30,7 25,5 20,4 21,9 28,0 28,5 31,2

CONSUMO ATRIBUÍDO AOS ESTADOS UNIDOS Tons equiv.66º

1.023.591

936.557 1.024.786 1.106.906

1.006.024 1.111.310 1.032.197

1.024.423

1.001.193 1.027.856 988.399 923.718 882.277 826.049 850.860 806.872 790.652 703.839 728.776 688.631 612.568

VARIAÇÃO ANUAL 9% -9% 9% 8% -9% 10% -7% -1% -2% 3% -4% -7% -4% -6% 3% -5% -2% -11% 4% -6% -11%

O BALANÇO DA OFERTA E DA DEMANDA DE SUCO DE LARANJA NOS ESTADOS UNIDOS

PARTICIPAÇÃO DAS ENTRADAS DE SUCO DE LARANJA NOS EUA 94-95 95-96 96-97 97-98 98-99 99-00 00-01 01-02 02-03 03-04 04-05 05-06 06-07 07-08 08-09 09-10 10-11 11-12 12-13 13-14 14-15

BRASIL % do total 60,9% 66,8% 65,5% 62,3% 74,4% 69,7% 65,2% 58,2% 78,4% 69,5% 64,9% 66,9% 65,3% 60,8% 53,9% 55,9% 48,3% 45,8% 56,4% 59,3% 65,6%

MÉXICO % do total 29,3% 20,1% 17,9% 24,2% 14,2% 12,7% 12,6% 21,9% 4,6% 3,7% 15,4% 15,5% 17,9% 21,8% 27,9% 27,7% 35,8% 31,2% 29,3% 28,8% 26,0%

COSTA RICA % do total 3,4% 4,7% 6,3% 2,9% 3,2% 4,9% 5,1% 2,0% 2,8% 9,1% 8,5% 4,6% 2,7% 5,3% 5,2% 4,7% 2,3% 3,9% 2,8% 7,1% 3,9%

BELIZE % do total 0,5% 0,5% 0,3% 0,5% 0,4% 0,4% 0,9% 1,3% 0,9% 1,5% 1,4% 1,3% 1,1% 1,6% 1,6% 0,5% 2,8% 4,6% 2,0% 2,7% 2,5%

CANADÁ % do total 0,5% 0,5% 0,3% 0,5% 0,4% 0,4% 0,9% 1,3% 0,9% 1,5% 1,4% 1,3% 1,1% 1,6% 1,6% 0,5% 2,8% 4,6% 2,0% 1,6% 0,9%

REPÚBLICA DOMINICANA % do total 0,1% 0,7% 0,6% 0,3% 0,0% 0,1% 0,6% 0,8% 0,5% 0,6% 0,4% 0,6% 0,4% 0,4% 0,3% 0,5% 0,7% 0,7% 0,1% 0,1% 0,1%

HONDURAS % do total 2,3% 2,3% 2,7% 1,6% 0,3% 1,4% 2,4% 2,4% 0,4% 0,8% 0,6% 0,5% 0,8% 0,1% 0,3% 0,6% 0,8% 0,5% 0,1% 0,1% 0,0%

OUTROS PÁISES % do total 1,0% 0,8% 0,1% 0,2% 0,5% 0,7% 0,8% 0,6% 2,4% 0,5% 0,6% 1,4% 1,1% 0,7% 0,5% 1,2% 0,9% 0,9% 0,4% 0,3% 0,9%

PARTICIPAÇÃO DO SUCO BRASILEIRO NA OFERTA TOTAL

AOS EUA% do total 9,8% 10,0% 11,2% 9,6% 16,6% 12,9% 10,3% 6,8% 14,8% 9,1% 17,5% 15,5% 20,3% 15,7% 12,4% 15,7% 10,9% 8,6% 18,4% 22,7% 28,5%

PARTICIPAÇÃO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS PARA A AMÉRICA DO NORTE

(EUA + CANADÁ)

% do total 21,0% 18,0% 17,0% 18,0% 20,0% 23,0% 18,0% 13,0% 20,0% 14,0% 16,0% 16,0% 18,0% 21,0% 14,0% 15,0% 11,0% 14,0% 19,0% 23,7% 22,9%

Fonte: FDOC - Florida Department Of Citrus, Secex

54 | CITRUSBR novembro 2016 CITRUSBR novembro 2016 | 55

Page 56: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

SÉRIE CONSUMO DE SUCO DE LARANJA

Todos os anos trazemos uma análise sobre o poder de negociação das grandes redes varejistas mundo afora. E a cada ano aumenta o poder de fogo desses verdadeiros gigantes, cujo faturamento se equivale ao PIB de muitos países ao redor do mundo. As cinco maiores redes do mundo continuam sendo Walmart, Costco, Carrefour, Kroger e Lidl. Embora alguns nomes sejam estranhos aos ouvidos brasileiros, a força dessas empresas é assombro-

dos 80% concentrado entre os cinco maiores. Japão 77,2%, França, 74,8% e assim por diante.

O mesmo efeito, um pouco fora do tema deste artigo, tem se observado com as empresas que engarrafam bebi-das e compram o suco brasileiro. Verdadeiros monstros, formados por empresas que se unem a outras que já são fruto de antigas fusões, deixam esse mercado cada vez mais difícil para aqueles que nele querem navegar.

A FORÇA E A CONCENTRAÇÃO NO VAREJO

FATURAMENTO TOTAL DAS CINCOPRINCIPAIS REDES VAREJISTAS

sa. Juntos esses grupos faturam 979,7 bilhões. O PIB da Argentina em 2015 foi de 585,6 bilhões de dólares apenas para efeito de comparação. Já as cinco maiores organiza-ções de compras, que reúnem uma série de varejistas que se unem em blocos de negociação, somam outros 671,1 bilhões. Ou seja, 1,65 trilhão de dólares. O PIB Brasileiro em 2015 foi de 1,77 trilhão de dólares.

Quando se observa o ritmo de concentração do varejo

mundial percebe-se que se trata de um movimento pro-gressivo e com tendência de se intensificar. Para analisar essa questão observamos o peso das cinco maiores redes em diversos países. Ano após ano, conforme pode ser ve-rificado na tabela a seguir, aumenta a participação desses gigantes. Mesmo os EUA, em 2015, passaram a ter 56% de suas vendas dominadas pelos cinco maiores. Alemanha, importante mercado para o Brasil, já extrapolou a barreira

US$

520,5bilhões

US$

121,3bilhões

US$

117,3bilhões

US$

115,5bilhões

US$

105,0bilhões

56 | CITRUSBR novembro 2016 CITRUSBR novembro 2016 | 57

CONCENTRAÇÃO NA VENDA DE ALIMENTOS NOS 5 PRINCIPAIS VAREJISTAS DOS MERCADOS SELECIONADOS

MERCADOS SELECIONADOS

PARTICIPAÇÃO DE MERCADO

2000 2005 2010 2013 2014 2015

ISRAEL 99,3% 99,5% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

SUÍÇA 80,7% 85,1% 92,5% 96,2% 91,6% 95,4%

ÁUSTRIA 72,5% 71,9% 84,4% 82,7% 83,8% 89,5%

CANADÁ 60,6% 54,8% 73,7% 63,8% 76,7% 86,1%

COREIA DO SUL 58,5% 72,3% 84,4% 96,4% 90,0% 83,2%

ALEMANHA 66,4% 72,9% 80,0% 75,6% 75,6% 81,4%

RÚSSIA 60,9% 55,1% 74,4% 77,8% 76,9% 80,4%

JAPÃO 66,6% 63,4% 66,5% 72,2% 72,2% 77,2%

FRANÇA 70,0% 64,8% 74,7% 72,8% 72,9% 74,8%

POLÔNIA 51,4% 41,6% 53,2% 60,9% 61,2% 72,6%

BRASIL 41,0% 40,5% 43,0% 53,1% 63,3% 69,4%

ESPANHA 52,7% 56,7% 69,2% 64,7% 66,1% 67,0%

ITÁLIA 69,6% 67,5% 67,1% 64,4% 62,4% 64,1%

REINO UNIDO 50,6% 59,8% 67,9% 62,9% 60,6% 64,1%

ESTADOS UNIDOS 42,7% 45,3% 46,3% 48,5% 40,1% 56,4%

Fonte: Planet RetailPequenos varejos e mercearias

de bairro não estão incluídos

Page 57: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

SÉRIE CONSUMO DE SUCO DE LARANJA

Todos os anos trazemos uma análise sobre o poder de negociação das grandes redes varejistas mundo afora. E a cada ano aumenta o poder de fogo desses verdadeiros gigantes, cujo faturamento se equivale ao PIB de muitos países ao redor do mundo. As cinco maiores redes do mundo continuam sendo Walmart, Costco, Carrefour, Kroger e Lidl. Embora alguns nomes sejam estranhos aos ouvidos brasileiros, a força dessas empresas é assombro-

dos 80% concentrado entre os cinco maiores. Japão 77,2%, França, 74,8% e assim por diante.

O mesmo efeito, um pouco fora do tema deste artigo, tem se observado com as empresas que engarrafam bebi-das e compram o suco brasileiro. Verdadeiros monstros, formados por empresas que se unem a outras que já são fruto de antigas fusões, deixam esse mercado cada vez mais difícil para aqueles que nele querem navegar.

A FORÇA E A CONCENTRAÇÃO NO VAREJO

FATURAMENTO TOTAL DAS CINCOPRINCIPAIS REDES VAREJISTAS

sa. Juntos esses grupos faturam 979,7 bilhões. O PIB da Argentina em 2015 foi de 585,6 bilhões de dólares apenas para efeito de comparação. Já as cinco maiores organiza-ções de compras, que reúnem uma série de varejistas que se unem em blocos de negociação, somam outros 671,1 bilhões. Ou seja, 1,65 trilhão de dólares. O PIB Brasileiro em 2015 foi de 1,77 trilhão de dólares.

Quando se observa o ritmo de concentração do varejo

mundial percebe-se que se trata de um movimento pro-gressivo e com tendência de se intensificar. Para analisar essa questão observamos o peso das cinco maiores redes em diversos países. Ano após ano, conforme pode ser ve-rificado na tabela a seguir, aumenta a participação desses gigantes. Mesmo os EUA, em 2015, passaram a ter 56% de suas vendas dominadas pelos cinco maiores. Alemanha, importante mercado para o Brasil, já extrapolou a barreira

US$

520,5bilhões

US$

121,3bilhões

US$

117,3bilhões

US$

115,5bilhões

US$

105,0bilhões

56 | CITRUSBR novembro 2016 CITRUSBR novembro 2016 | 57

CONCENTRAÇÃO NA VENDA DE ALIMENTOS NOS 5 PRINCIPAIS VAREJISTAS DOS MERCADOS SELECIONADOS

MERCADOS SELECIONADOS

PARTICIPAÇÃO DE MERCADO

2000 2005 2010 2013 2014 2015

ISRAEL 99,3% 99,5% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

SUÍÇA 80,7% 85,1% 92,5% 96,2% 91,6% 95,4%

ÁUSTRIA 72,5% 71,9% 84,4% 82,7% 83,8% 89,5%

CANADÁ 60,6% 54,8% 73,7% 63,8% 76,7% 86,1%

COREIA DO SUL 58,5% 72,3% 84,4% 96,4% 90,0% 83,2%

ALEMANHA 66,4% 72,9% 80,0% 75,6% 75,6% 81,4%

RÚSSIA 60,9% 55,1% 74,4% 77,8% 76,9% 80,4%

JAPÃO 66,6% 63,4% 66,5% 72,2% 72,2% 77,2%

FRANÇA 70,0% 64,8% 74,7% 72,8% 72,9% 74,8%

POLÔNIA 51,4% 41,6% 53,2% 60,9% 61,2% 72,6%

BRASIL 41,0% 40,5% 43,0% 53,1% 63,3% 69,4%

ESPANHA 52,7% 56,7% 69,2% 64,7% 66,1% 67,0%

ITÁLIA 69,6% 67,5% 67,1% 64,4% 62,4% 64,1%

REINO UNIDO 50,6% 59,8% 67,9% 62,9% 60,6% 64,1%

ESTADOS UNIDOS 42,7% 45,3% 46,3% 48,5% 40,1% 56,4%

Fonte: Planet RetailPequenos varejos e mercearias

de bairro não estão incluídos

Page 58: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

SÉRIE CONSUMO DE SUCO DE LARANJA

Os desafios para o mercado de suco de laranja con-tinuam sérios. Embora a conjuntura setorial tenha me-lhorado substancialmente nos dois últimos anos, devido a apertos na oferta de fruta oriundo de safras afetas pelo clima, o jogo está longe de estar ganho.

Se por um lado é bom que o produtor volte a ter ren-da, após anos de uma crise ocasionada justamente pela mesma natureza que em outrora foi demasiadamente generosa, por outro não é hora de baixar as guardas. A CitrusBR trabalha numa campanha de reposiciona-mento de suco de laranja e, segundo me contaram seus editores, mais informações serão compartilhadas nesta edição. Ainda assim é preciso dizer que, a exemplo do

Os EUA terão uma safra estimada em 60 milhões de caixas de 40,8 quilos, o que deve corresponder a uma produção de 260 mil toneladas de suco, ante um consumo estimado em pelo menos 550 mil toneladas, ou seja, teremos uma lacuna de 290 mil toneladas, nú-mero em linha com as importações dos últimos anos.

Há que se avaliar, porém, que o Brasil está diante de uma das menores produções de suco de sua histó-ria devido a duas pequenas safras e dois anos muito

CONCLUSÃO

O PROBLEMA DA PRODUÇÃO

que assinalou o economista José Roberto Mendonça de Barros, em recente publicação sobre o setor citrícola, há uma janela de oportunidade de duas safras que devem ser aproveitadas da melhor forma possível.

E seguindo a linha do que temos defendido nos úl-timos anos é hora de a cadeia se unir e trabalhar para que o negócio do suco de laranja recupere o brilho que já possuiu no passado. E se é possível deixar uma men-sagem de otimismo, digo que o suco de laranja continua a ser um excelente produto em qualidade, benefícios e sabor. Ou seja, o principal a cadeia da citricultura já possui: um excelente produto. Saúde.

58 | CITRUSBR novembro 2016

ruins de rendimento industrial. Ao que tudo indica a disponibilidade de suco para a safra 2016/17 será equivalente à demanda. Caso o Brasil não atenda à demanda americana, México e países da América Central podem se beneficiar se tiverem produção su-ficiente para isso. O pior dos mundos, porém, seria uma restrição na oferta que complicasse ainda mais o consumo, “forçando” consumidores a substituírem o suco de laranja por outras bebidas.

Page 59: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público

artigo | Por Antonio de Goes

“RECOMENDA-SEO CONTROLEDA DOENÇA SEMPRE DE

MANEIRA PREVENTIVA.

PULVERIZAÇÕES FEITAS APÓS

48 HORAS DO ESTABELECIMENTO DO FUNGO JUNTO

ÀS FLORES MOSTRAM-SE

INEFICIENTES.”Antoniode Goes,

professor assistente doutor do

Departamento de Fitossanidade

UNESP Jaboticabalde São Paulo

A Podridão Floral dos Citros (PFC), também conhecida como “Estrelinha”, é uma das principais doenças fúngicas da cultura. Todas as laranjeiras doces, limeiras ácidas e limões verdadeiros são suscetíveis a ela e, sob condições favoráveis ao fungo, podem ter perdas superiores a 80%.

As flores infectadas apresentam pétalas de coloração alaranjada e os frutos originários dessas flores amarelam e caem, permanecendo o cálice e pedúnculo firmemente aderidos. Já os botões florais infectados caem mesmo antes da abertura das flores. Sob alta umidade, as infecções também ocorrem no estigma ou no estilete, abortando os frutos. Nesses casos, o fungo sobrevive na forma de conídios, ou apressórios dormentes, na superfície de folhas e em cálices retidos.

Vale ressaltar que essa doença é favorecida por molhamento foliar contínuo, superior a oito horas, sendo que a temperatura amena e pouco vento ampliam ainda mais as chances de ocorrência e severidade dos fungos. As f lores são suscetíveis a partir do início da formação de pigmento branco. Esse período é variável de 15 a mais de 60 dias, dependendo da época do ano, sendo mais longo sob temperatura mais amena.

Recomenda-se o controle da doença sempre de maneira preventiva. Pulverizações feitas após 48 horas do estabelecimento do fungo junto às flores mostram-se ineficientes. Para o controle da doença, deve-se levar em conta o seu histórico em anos anteriores, localização dos pomares – já que plantas de talhões em áreas com maior concentração de umidade são mais propensas à doença – e aspectos relacionados à idade das plantas, pois as mais velhas e de florescimento irregular são mais vulneráveis. Em variedade de copas que apresentam múltiplas floradas os riscos de infecções são maiores.

Os intervalos de pulverizações são variáveis e dependem da duração do desenvolvimento das f lores e das condições climáticas prevalentes. Em períodos mais frios, com crescimento mais lento e sendo o orvalho o fator predominante, os intervalos podem ser maiores, de 10 a 12 dias. Em épocas cujo desenvolvimento das f lores é mais rápido, o intervalo deve ser de 7 a 10 dias. Porém, quando da ocorrência de dois ou mais dias chuvosos no período de uma semana, são necessárias aplicações em intervalos menores, de cinco dias. A frequência dos eventos chuvosos é mais importante que a própria intensidade da chuva. Chuvas acima de 30 mm subsequentes às aplicações dos fungicidas implicam na sua repetição.

Dentre os fatores do insucesso do controle da doença estão o atraso do início das pulverizações e sua suspensão prematura. Floradas extemporâneas, quando não protegidas, constituem fonte de inóculo para as f loradas subsequentes. Sob condições extremamente favoráveis ao patógeno, o controle pode mostrar-se abaixo do desejável, mesmo mediante várias pulverizações sequenciais.

As formulações comerciais de misturas de fungicidas são mais eficientes no controle da doença do que as misturas de tanque dos mesmos ingredientes ativos. Nesse contexto, a formulação comercial de trifloxystrobin e tebuconazole destaca-se como uma das mais eficientes no controle da PFC.

E para finalizar, o volume de calda deve ser suficiente para propiciar boa cobertura das f lores. Além disso, o uso de papel sensível validará a qualidade da aplicação. E a velocidade da máquina em operação, combinações de bicos e pressão devem se mostrar compatíveis aos objetivos definidos.

uma ameaça sempre presenteA Podridão Floral dos Citros:

FOTO DIVULGAÇÃO CITRUSBR novembro 2016 | 59

Page 60: NESTA EDIÇÃO: Estudo com os últimos dados do consumo ... · “Com o uso do adensamento, ... informações sobre a cadeia citrícola que nem sempre estão no radar do poder público