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Leia também: Quinto móvel é incabível na formação da lista tríplice Pág. 10 DO só pode publicar matérias com caráter oficial Pág. 05 AMEPE firma convênios com Faculdade Boa Viagem e Prodieta Pág. 11 Nepotismo cruzado: CNJ manda TJPE demitir comissionados O Conselho Nacional de Justiça deu um prazo de dez dias para o Tribunal de Justiça de Pernambuco demitir alguns servidores comissionados oriundos da Assembléia Legislativa do Estado. A decisão foi tomada na sessão plenária realizada pelo Conselho, no último dia 29 de maio, em Brasília (DF). A Associação dos Magistrados do Estado de Pernambuco (AMEPE) denunciou ao CNJ, ano passado, por meio do Procedimento de Controle Administrativo 579, a existência de casos de nepotismo cruzado entre o Tribunal de Justiça de Pernambuco e a Assembléia Legislativa do Estado. Foram identificados cinco servidores exonerados do Tribunal, em respeito à Resolução n.º 7 do CNJ (combate ao nepotismo) e que tomaram posse na Assembléia Legislativa. Ao mesmo tempo, cinco outros servidores da Assembléia, também exonerados, tomaram posse no Tribunal. O JUDICATURA traz todos os detalhes. Pág. 04 e 05 Cargos comissionados dos juizados do TJPE deveriam ser preenchidos por concursados, segundo decisão do CNJ Outra irregularidade denunciada pela AMEPE no PCA 579 e reconhecida pelo CNJ foi que os cargos de conciliador, secretário e secretário- adjunto dos juizados, bem como os cargos de agente de transporte e segurança, todos do Poder Judiciário de Pernambuco, hoje tidos pela legislação estadual como comissionados, não são de direção, chefia ou assessoramento, não tendo, assim, a natureza jurídica de cargo em comissão. Por isso, os cargos deveriam ser preenchidos por concursados, em respeito ao previsto no art. 37, II e V, da Constituição Federal. O número de cargos ocupados irregularmente pela via do provimento em comissão representa quase 60% do quadro de pessoal comissionado do TJPE. Pág. 04 Inscrições para Congresso superam expectativas O número de inscritos para o III Congresso Estadual dos Magistrados superou as expectativas dos organizadores. O JUDICATURA traz, nesta edição, os nomes dos palestrantes convidados para participar do Congresso, que acontece no período de 15 a 18 de novembro, em Muro Alto (Ipojuca). A partir deste mês, o tema do Congresso “Transparência e Democratização da Gestão do Poder Judiciário” será explorado em várias reportagens especiais. A primeira delas abordará a importância de ser estabelecido um planejamento estratégico para garantir a qualidade da prestação jurisdicional. Pág. 06 a 09

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Page 1: Nepotismo cruzado: CNJ manda TJPE demitir comissionados · O Conselho Nacional de Justiça deu um prazo de dez dias para o Tribunal de Justiça de Pernambuco demitir alguns servidores

Leia também:Quinto móvel é incabível na formação da lista tríplicePág. 10

DO só pode publicar matérias com caráter oficialPág. 05

AMEPE firma convênios com Faculdade Boa Viagem e ProdietaPág. 11

Nepotismo cruzado: CNJ manda TJPE demitir comissionados

O Conselho Nacional de Justiça deu um prazo de dez dias para o Tribunal de Justiça de Pernambuco demitir alguns servidores comissionados oriundos da Assembléia Legislativa do Estado. A decisão foi tomada na sessão plenária realizada pelo Conselho, no último dia 29 de maio, em Brasília (DF). A Associação dos Magistrados do Estado de Pernambuco (AMEPE) denunciou ao CNJ, ano passado, por meio do Procedimento de Controle Administrativo 579, a existência de casos de nepotismo cruzado entre o Tribunal de Justiça de Pernambuco e a Assembléia Legislativa do Estado. Foram identificados cinco servidores exonerados do Tribunal, em respeito à Resolução n.º 7 do CNJ (combate ao nepotismo) e que tomaram posse na Assembléia Legislativa. Ao mesmo tempo, cinco outros servidores da Assembléia, também exonerados, tomaram posse no Tribunal. O JUDICATURA traz todos os detalhes. Pág. 04 e 05

Cargos comissionados dos juizados do TJPE deveriam ser preenchidos por concursados,

segundo decisão do CNJ

Outra irregularidade denunciada pela AMEPE no PCA 579 e reconhecida pelo CNJ foi que os cargos de conciliador, secretário e secretário-adjunto dos juizados, bem como os cargos de agente de transporte e segurança, todos do Poder Judiciário de Pernambuco, hoje tidos pela legislação estadual como comissionados, não são de direção, chefia ou assessoramento, não tendo, assim, a natureza jurídica de cargo em comissão. Por isso, os cargos deveriam ser preenchidos por concursados, em respeito ao previsto no art. 37, II e V, da Constituição Federal. O número de cargos ocupados irregularmente pela via do provimento em comissão representa quase 60% do quadro de pessoal comissionado do TJPE. Pág. 04

Inscrições para Congresso superam expectativas

 O número de inscritos para o III Congresso Estadual dos Magistrados superou as expectativas dos organizadores. O JUDICATURA traz, nesta edição, os nomes dos palestrantes convidados para participar do Congresso, que acontece no período de 15 a 18 de novembro, em Muro Alto (Ipojuca). A partir deste mês, o tema do Congresso “Transparência e Democratização da Gestão do Poder Judiciário” será explorado em várias reportagens especiais. A primeira delas abordará a importância de ser estabelecido um planejamento estratégico para garantir a qualidade da prestação jurisdicional. Pág. 06 a 09

Page 2: Nepotismo cruzado: CNJ manda TJPE demitir comissionados · O Conselho Nacional de Justiça deu um prazo de dez dias para o Tribunal de Justiça de Pernambuco demitir alguns servidores

Presidente:Dr. Airton Mozart Valadares Vieira Pires

1º Vice-Presidente:Dr. Laiete Jatobá Neto2º Vice-Presidente

Dr. Emanuel Bonfim Carneiro Amaral FilhoSecretária Geral

Dra. Maria das Graças Serafim CostaSecretário Geral-Adjunto

Dr. Andréa Epaminondas Tenório de BritoDiretor de Finanças e Patrimônio

Dr. Edvaldo José PalmeiraDiretor de Finanças e Patrimônio-Adjunto

Dr. Fernando Menezes Silva

CONSELHO FISCALDr. Antônio Medeiros de Souza

Dr. Cícero Bittencourt de MagalhãesDr. Inês Maria de Albuquerque Alves

Dr. Fernanda Moura de CarvalhoDr. João Alberto Magalhães de Siqueira

Diretoria Cultural:Dr. Carlos Magno Cysneiros Sampaio – Diretor

Juíza Cristina Reina Montenegro de Albuquerque – Diretora-Adjunta

Diretoria de Esportes:Dr. Arnóbio Amorim Araújo Júnior – Diretor

Dr. José Valdmir de Oliveira Chaves – Diretor-AdjuntoDiretoria Jurídica:

Dr. Eudes dos Prazeres França – DiretorDr. José Marcelon Luiz e Silva – Diretor-Adjunto

Diretoria de Informática:Dr. Rafael José de Menezes

Diretoria Social:Dr. Clicério Bezerra e Silva – Diretor

Dra. Andréa Duarte Gomes – Diretora-AdjuntaDiretoria CAMPE:

Dr. Danilo Galvão Martiniano LinsDr. Luiz Gustavo Mendonça Araújo

Dr. Paulo Henrique Martins Machado

Judicatura é uma publicação da Associação dos Magistrados de Pernambuco - AMEPE

Rua do Imperador D. Pedro II, 207 - Santo AntônioE-mail: [email protected] - Fone: (81) 3224-3251

Produção:G&M ComunicaçãoJornalistas Responsáveis:Giovana Mesquita DRT/PE – 2138 / Guida Vanderlei DRT/PE – 2914 / Mariana Dantas DRT/PE - 3614

Projeto Gráfico e Diagramação: Sebastião CorrêaImpressão: CCS Gráfica - Tiragem: 1000 exemplares

Os artigos assinados refletem, exclusivamente, a opinião dos seus autores.

Mozart Valadares Pires* O movimento associativo, através da 

atuação  das  entidades  classistas  dos  juí-zes,  liderado  pela  Associação  dos  Ma-gistrados  Brasileiros  (AMB),  vivencia um momento de efetiva ação em prol do Poder Judiciário e do Estado Democráti-co de Direito. A preocupação quase que restrita  em  propiciar  lazer  e  reivindicar melhorias salariais em favor dos seus fi-liados deixou de figurar como prioridade principal das associações.

 A  participação  ativa  nas  discussões 

dos grandes temas nacionais e o compro-misso com um país menos  desigual  e corrupto  fez  com que os líderes clas-sistas eliminassem a pauta que tratava quase  que  única, e  exclusivamente, dos interesses pes-soais e das práticas corporativas,  que na maioria das ve-zes  iam de encon-tro  aos  anseios  da sociedade. A AMB vem  atuando  de forma decisiva para tornar o Judiciário um poder mais ético e  transparente, objetivo almejado pela grande maioria dos juízes e juízas do nosso País. 

 Para que não fiquemos somente no

discurso,  podemos  elencar  algumas  vi-tórias alcançadas através da luta associa-tiva,  como,  por  exemplo,  a  extinção  da nefasta  prática  do  nepotismo  em  alguns tribunais, que transformava o espaço pú-blico  em  propriedade  privada,  e  o  voto aberto  e  fundamentado  nas  promoções por  merecimento  dos  magistrados,  pro-cesso  que  busca  eliminar  “critérios”  de subserviência, parentesco e amizade que, infelizmente,  predominaram  por  longo período  na  maioria  dos  tribunais.  Além disso, podemos citar também a manuten-ção, até o presente momento, da aposen-tadoria compulsória aos 70 anos de idade, proporcionando  uma  salutar  oxigenação do Poder e impedindo que alguns poucos se perpetuem nos  tribunais,  utilizando o espaço público para cuidar de  interesses particulares em detrimento dos interesses republicanos. 

Judiciário se renova Também  não  podemos  esquecer  o 

ajuizamento de Ação Direta de  Inconsti-tucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal,  culminando  com  a  revogação de uma  resolução editada pelo Conselho Nacional de Justiça, que colocava as jus-tiças  Federal  e  do  Trabalho  em  patamar superior  ao  Poder  Judiciário  Estadual, cujo julgamento constituiu uma verdadei-ra  declaração  da  importância  da  Justiça Comum para o aperfeiçoamento da demo-cracia brasileira. A eleição de metade dos componentes da corte especial dos tribu-nais  pelos  respectivos  plenos,  iniciando um necessário e tão esperado processo de democracia interna no Judiciário, também 

é  um  exemplo  de vitória  alcançada através da luta as-sociativa. 

 A  denominada 

Operação  Furação, recentemente  de-sencadeada  pela Polícia  Federal, que resultou na pri-são  de  advogados, procuradores e ma-gistrados,  dentre outros, somente foi exitosa  em  razão 

da atuação do próprio Poder Judiciário, pois foi o ministro Cezar Peluso, magistrado de carreira,  que  emprestou  todo o  suporte  ju-rídico para que as investigações chegassem aos acusados. 

 Foi através das decisões judiciais profe-

ridas pelo ministro que os acusados  foram detidos, tiveram o sigilo telefônico violado e o bloqueio de seus bens, numa demonstra-ção de que a imensa maioria da magistratura brasileira não compactua com aqueles que se utilizam do cargo para praticar condutas ilícitas.  Diante  desse  lamentável  episódio, que atingiu parcela ínfima da magistratura, a nossa entidade nacional de classe – a AMB – não silenciou, exigindo publicamente uma apuração rigorosa das acusações e a punição exemplar para os que forem encontrados em culpa. Esse é o Judiciário que todos quere-mos: transparente, ético e democrático. 

 

* Mozart Valadares é juiz, presidente da Asso-ciação dos Magistrados do Estado de Pernambuco (AMEPE) e vice-presidente da Associação dos Magis-trados Brasileiros (AMB).

“A AMB vem atuando de forma

decisiva para tornar o Judiciário um

poder mais ético e transparente”

� - Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVIII - Abril/Maio/Junho - 2007

Artigo

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Por unanimidade, as entidades parti-cipantes  do  Fórum  Brasil  Democrático e Transparente decidiram manifestar-se contra a proposta de aumento da  idade para  a  aposentadoria  compulsória  de juízes  e  desembargadores  (70  para  75 anos). Um documento fundamentando a posição do Fórum será enviado à Câma-ra Federal, com o objetivo de estimular a discussão do tema. A decisão foi toma-da no último dia 03 de abril, durante a segunda reunião do Fórum, realizada no auditório da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), no Derby. Além da aposenta-doria compulsória, os membros do Fó-rum também debateram outros assuntos, entre eles o processo de escolha dos ad-vogados membros do Tribunal Regional Eleitoral  (TRE) e a  redução da maiori-dade penal. 

“Vamos elaborar também documen-tos  para  mostrar  a  posição  do  Fórum sobre estes dois  temas. Somos contra a redução  da  maioridade  penal.  Também 

Fórum Brasil Democrático discute aposentadoria compulsória

defendemos  a  participação  da  OAB (Ordem  dos  Advogados  do  Brasil)  no processo de escolha dos  seus  represen-tantes do TRE”, afirmou o presidente da AMEPE,  Mozart  Valadares  Pires.  Du-rante a  reunião, os membros do Fórum decidiram ainda promover, por meio da realização de seminários, o debate sobre questões de grande interesse da socieda-de,  como  o  funcionamento  do  sistema penitenciário, o tráfico de drogas e a violência contra a mulher. 

Fórum - Lançado  no  último  dia  6 de  fevereiro,  por  meio  de  uma  inicia-tiva  conjunta  entre  a  Associação  dos Magistrados do Estado de Pernambuco (AMEPE)  e  Ordem  dos Advogados  do Brasil,  Seção  Pernambuco  (OAB-PE), o Fórum tem o objetivo de promover o aperfeiçoamento,  a  democratização  e  a transparência das instituições que com-põem  o  sistema  de  segurança  e  justiça no  Estado. A  iniciativa  já  conta  com  a participação  de  várias  entidades,  entre 

elas a Associação  Juízes para a Demo-cracia  (AJD); Associação  dos  Procura-dores do Recife; Associação do Minis-tério Público de Pernambuco, Fundação Joaquim  Nabuco  (Fundaj);  Associação do Tribunal de Contas; Delegados pela Cidadania; diretórios acadêmicos de Di-reito, entre outras.  

Coordenadorias regionais da AMEPErealizam diversas atividades

A atual administração da Associação dos Magistrados do Estado de Pernam-buco (AMEPE) implantou coordenarias regionais  em  cinco  cidades  do  Estado com o objetivo de levar as ações da As-sociação para mais perto do magistrado que  exerce  suas  atividades  no  interior. Petrolina,  Afogados  da  Ingazeira,  Pes-queira, Garanhuns e Caruaru são as se-des das coordenadorias, e os juízes Mar-cos Franco Bacelar, Ana Marques Veras, Nehemias de Moura Tenório, José Car-los Vasconcelos  Filho  e  José  Fernando Santos de Sousa são o elo entre a AME-PE e os magistrados dessas regiões.

A  implantação  das  coordenarias  já tem  dado  resultados  interessantes.  Se-gundo  o  juiz  Marcos  Bacelar,  de  Pe-trolina,  uma  das  conquistas  que  pode ser  elencada  é  a  extensão  do  plano  de saúde Unimed para  todo o  interior. Ele também cita a realização do III Encontro dos Juízes do Sertão, que aconteceu no final do ano passado e que, com o apoio da AMEPE, vai fazer parte do calendá-rio  anual  de  atividades  dos  juízes  que 

atuam no Sertão do Estado. Ele também lembra a realização do Encontro Interes-tadual, que reuniu magistrados da Bahia e de Pernambuco na discussão de temas de  interesse  da  categoria,  realizado  no último mês de março.

Já o magistrado José Carlos Vascon-celos Filho, de Garanhuns, afirma que os  associados  da  região  participam  de encontros mensais, no Fórum de Gara-nhuns, para discutir dificuldades, no-vidades do  Judiciário  e  levantar  suges-tões para a Diretoria da AMEPE. Outro 

exemplo de avanços na  relação entre a Diretoria da AMEPE e os associados do interior vem da Coordenadoria de Pes-queira. Segundo o magistrado Nehemias de Moura Tenório, no último dia 19 de abril, os associados da  região se  reuni-ram no Hotel Estação Cruzeiro para dis-cutir a Lei Maria da Penha. O encontro foi encerrado com jantar de confraterni-zação e com o show dos repentistas João Paraibano e Diomedes Mariano.

O coordenador de Pesqueira informa que novo encontro já foi marcado, para este mês de junho, quando serão discu-tidos os Aspectos Práticos das Reformas no  Código  de  Processo  Civil,  como  o Cumprimento de Sentença e as recentes reformas do Processo de Execução. 

As  ações  das  coordenarias  estão sendo regulamentadas pela Diretoria da AMEPE,  inclusive quanto  à necessida-de  da  elaboração  de  orçamento  anual de  cada  coordenadoria  e  prestação  de contas,  ambos  a  serem  aprovados  pela Diretoria.

Juiz Mozart Valadares, presidente da AMEPE

Magistrados reunidos em Gravatá em Dez/2006

Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVIII - Abril/Maio/Junho - 2007 - �

Page 4: Nepotismo cruzado: CNJ manda TJPE demitir comissionados · O Conselho Nacional de Justiça deu um prazo de dez dias para o Tribunal de Justiça de Pernambuco demitir alguns servidores

A  decisão  foi  tomada  na  sessão  ple-nária  realizada  pelo  Conselho,  no  último dia 29 de maio, em Brasília (DF). A Asso-ciação dos Magistrados do Estado de Per-nambuco  (AMEPE)  denunciou  ao  CNJ, ano  passado,  por  meio  do  Procedimento de Controle Administrativo 579, a existên-cia  de  casos  de  nepotismo  cruzado  entre o Tribunal de  Justiça de Pernambuco e a Assembléia Legislativa do Estado. Foram identificados cinco servidores exonerados do Tribunal,  em  respeito  à Resolução n.º 7 do CNJ  (combate  ao nepotismo)  e que tomaram posse na Assembléia Legislativa. Ao mesmo tempo, cinco outros servidores da  Assembléia,  também  exonerados,  to-maram posse no Tribunal. 

No  voto,  o  conselheiro  Douglas  Rodri-gues, relator do processo, descreve a situação 

CNJ determina que TJPE demita comissionados

Nepotismo Cruzado:

O Conselho Nacional de Justiça deu um prazo de dez dias para o Tribunal deJustiça de Pernambuco exonerar alguns servidores comissionados

oriundos da Assembléia Legislativa do Estado

Outra  irregularidade  denunciada  pela AMEPE  no  PCA  579  e  reconhecida  pelo Conselho  Nacional  de  Justiça  (CNJ)  foi que  os  cargos  de  conciliador,  secretário e  secretário-adjunto  dos  juizados,  bem como os cargos de agente de  transporte e segurança,  todos  do  Poder  Judiciário  de Pernambuco,  hoje  tidos  pela  legislação estadual como comissionados, não são de direção, chefia ou assessoramento, não tendo, assim, a natureza jurídica de cargo em comissão, e, por isso, deveriam ser pre-enchidos por concursados, em respeito ao previsto no art. 37, II e V, da Constituição Federal. 

Diante disso, o plenário do CNJ deci-diu  enviar  cópia  do  processo  para  o  pro-curador Geral da República, Antônio Fer-nando de Souza, para que o mesmo possa, se  assim  entender  devido,  argüir  perante o Supremo Tribunal Federal  a  inconstitu-cionalidade  dos  artigos  de  leis  estaduais que  tratam  os  mencionados  cargos  como 

como uma “troca de  favores”  caracterizada por  nomeações  recíprocas.  “As  nomeações recíprocas  de  parentes  de  agentes  vincula-dos aos órgãos de Poderes distintos denotam 

ofensa aos princípios da impessoalidade, le-galidade, eficiência e moralidade administra-tivas”, diz o conselheiro Douglas Rodrigues no  voto.  O  conselheiro  ainda  deixa  clara  a solicitação de informações feita ao TJPE. Ele relata que “solicitação de informações foi di-rigida  ao  presidente  do  tribunal  requerido, o qual, no entanto, não as prestou na forma como solicitadas”.  

Rodrigues  ainda  relata  que  enquanto órgão  central  do  sistema  de  controle  admi-nistrativo  do  Poder  Judiciário  não  está  o CNJ  legitimado a  realizar o  controle da  le-galidade  de  atos  administrativos  praticados por entidades e órgãos pertencentes a outros segmentos  do  poder  público,  não  podendo, portanto, determinar a demissão dos casos de nepotismo cruzado lotados no Legislativo de Pernambuco. 

de  provimento  em  comissão.  Segundo  a AMEPE,  nove  leis  estaduais  permitiram o  “apadrinhamento  de  amigos  e  a  prática de nepotismo” ao desvirtuarem a natureza jurídica  dos  cargos  de  conciliador,  secre-tário, secretário-adjunto e agente de trans-porte e segurança. Ao todo, são 201 cargos dos juizados e 56 de agente de transporte e segurança ocupados irregularmente, o que poderia  gerar  a  contratação,  via  concurso público, de 257 profissionais, o que possi-bilitaria  igualdade  na  concorrência,  além de  um  serviço  mais  estável  e  rápido  nos juizados.

O número de cargos ocupados  irregu-larmente  pela  via  do  provimento  em  co-missão é significativo, pois representa qua-se 60% do quadro de pessoal comissionado do Tribunal de Justiça de Pernambuco, que alcança o total de 429 cargos.

Para o presidente da AMEPE, juiz Mo-zart Valadares Pires, a decisão é uma vitó-

ria da sociedade, na medida em que foram restaurados os princípios da administração pública.  “A  maior  vitória  é  a  transforma-ção dos cargos em efetivos, possibilitando o acesso do cidadão ao serviço público, in-dependente do parentesco”, declarou. 

A Associação propôs uma Emenda ao projeto  do  novo  Código  de  Organização Judiciária de Pernambuco, para a transfor-mação  dos  multicitados  cargos  em  efeti-vos, mas o TJPE não acolheu a sugestão. A AMEPE, no entanto, está tentando rediscu-tir a matéria via Emenda Parlamentar, inde-pendentemente da ação judicial que venha a ser promovida pelo Procurador Geral da República contra as leis em vigor.

A íntegra da decisão do CNJ pode ser acessada  no  site  do  Conselho  (www.cnj.gov.br), link acompanhamento processual, PCA 579. O site da AMEPE (www.amepe.com.br), no link INSTITUCIONAL, CNJ, também oferece a decisão na íntegra. 

Mais de 250 cargos comissionados não respeitam a Constituição

Conselheiros reunidos em sessão plenária

Foto

: CN

J

� - Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVIII - Abril/Maio/Junho - 2007

Page 5: Nepotismo cruzado: CNJ manda TJPE demitir comissionados · O Conselho Nacional de Justiça deu um prazo de dez dias para o Tribunal de Justiça de Pernambuco demitir alguns servidores

1. Em 21 de fevereiro de 2006, o ser-vidor  Walter  Gonçalves  Coelho  foi  exo-nerado,  no  Poder  Judiciário,  do  cargo em  comissão  de  Secretário-Adjunto  de Juizado (Ato 500/06, fl. 48 do apenso n.º 01),  sendo  nomeado,  no  Poder  Legislati-vo, para o cargo em comissão de Assessor Especial (Ato 668, folha 52 do apenso n.º 01), no dia 07 de março. Neste mesmo dia, a  servidora  Giovana  Maria  Goes Uchoa Calvalcanti Barbosa foi exonerada, no Po-der Legislativo, do cargo em comissão de Assessor Especial (Ato 668, folha 52 do apenso n.º 01) , já tendo sido nomeada, no Poder Judiciário, para o cargo em comis-são de Secretário-Adjunto de Juizado (Ato 755,  folha 50 do apenso n.º 01), desde o dia 04 de março.

2.  Também  em  21  de  fevereiro  de 2006,  o servidor  Raniere  Brayner  Castro Range1  foi  exonerado, no Poder  Judiciá-rio, do cargo em comissão de Escrivão da Corregedoria (Ato 490, folha 48 do apenso n.º 01, sendo nomeado, no Poder Legislati-vo, para o cargo em comissão de Assessor Técnico de Comissão (Ato 679, fl. 53 do apenso n.º 01), no dia 10 de março. Neste mesmo  dia,  o servidor  Sergio  Corrêa  de Araújo  foi  exonerado,  no  Poder  Leqisla-

Confira os atos de nomeação que caracterizam o nepotismo cruzado

tivo,  do  cargo  em  comissão  de Assessor Técnico de comissão  (Ato 679, folha. 53 do apenso n.º 01), tendo sido nomeado, no Poder Judiciário, para um cargo em comis-são (Ato 887, não juntado aos autos pelo requerente).

3.  Igualmente  em  21  de  fevereiro  de 2006,  a  servidora  Rossana  Santana  de Lima  foi exonerada, no Poder  Judiciário, do  cargo  em  comissão  de  Secretario  de Desembargador (Ato 538/06, folha 48 do apenso n.º 01) , sendo nomeada, no Poder Legislativo,  para  o  cargo  em  comissão de Assessor Especial (Ato 680, fl. 56 do apenso n.º 01), no dia 14 de março. Neste mesmo dia, a servidora Maria das Graças da Costa Figueiroa foi exonerada, no Po-der Legislativo, do cargo em comissão de Assessor Técnico de Comissão (Ato 680, folha 56 do apenso n.º 01),  já  tendo sido nomeada, no Poder Judiciário, para o car-go em comissão de Secretário de Desem-bargador (Ato 885/06, f l. 55 do apenso n.º 01), desde o dia 11 de março.

4. Do mesmo modo, em 21 de feverei-ro de 2006, a servidora Maria Renata Reis Lins  foi  exonerada,  no  Poder  Judiciário, do  cargo  em comissão  de  Secretário-Ad-

junto de Juizado (Ato 510, fl. 48 do apenso n.º 01), sendo nomeada, no Poder Legisla-tivo, para o cargo em comissão de Asses-sor Especial (Ato 683, folha. 57 do apenso n.º 01) , no dia 15 de março. Neste mesmo dia, a servidora Venice de Cristo Leal foi exonerada, no Poder Legislativo, do cargo em  comissão  de  Assessor  Especial  (Ato 683, fl. 57 do apenso n.º 01) , já tendo sido nomeada,  pelo  Poder  Judiciário,  para  o cargo em comissão de Secretário-Adjunto de Juizado (Ato 853/06, f olha 54 do apen-so n.º 01), desde o dia 10 de março.

5. Ainda em 21 de fevereiro de 2006, o servidor Roberto Guerra Lopes foi exo-nerado, no Poder Judiciário, do cargo em comissão  de  Conciliador  (Ato  514,  folha 48 do apenso n.º 01), sendo nomeado, no Poder Legislativo, para o cargo em comis-são de Chefe de Gabinete (Ato 686/06, fl. 58 do apenso n.º 01), no dia 17 de mar-ço.  Neste  mesmo  dia,  o  servidor  Mosar de Me1o Barbosa Filho foi exonerado, no Poder Legislativo, do cargo em comissão de Chefe de Gabinete (Ato 685, folha. 58 do apenso n.º 01 ) , sendo nomeado, no Po-der Judiciário, para o cargo em comissão de Conciliador (Ato 1051/06, folha. 59 do apenso n.º 01) , no dia 18 de março.

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Promoção pessoal em Diário Oficial é ilegal“A publicidade dos atos, programas, 

obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, in-formativo ou de orientação social, dela não  podendo  constar  nomes,  símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou serviços públi-cos” – isso é o que prevê a Constituição Federal, em seu art. 37, § 1º. Para com-bater o uso indevido do Diário Oficial do Judiciário, o Conselho Nacional de Jus-tiça vai recomendar aos tribunais do país que  se  abstenham  de  veicular  matérias que não tenham caráter oficial, reforçan-do o que já prevê a Constituição.

A decisão foi tomada em sessão ofi-cial do CNJ, a partir de Procedimento de Controle  Administrativo  proposto  pelo conselheiro  Eduardo  Lorenzoni  (PCA 340),  tendo  como  relator  o  conselheiro Cláudio  Godoy.  Lorenzoni  questionou 

a legalidade do modelo do Diário Oficial da Justiça do Estado de Pernambuco, que abre  espaço,  nas  primeiras  páginas,  para matérias  que  ofendem,  segundo  ele,  aos princípios da moralidade e  impessoalida-de administrativa. Lorenzoni afirma que a  representação  formulada  por  ele  tende a coibir a prática que verificou ocorrer no Diário Oficial do Judiciário de Pernambu-co de veicular no Diário Oficial publica-ção de matéria estranha à sua finalidade, “com  contornos  de  promoção  pessoal  de magistrados”.

“O Diário Oficial, por natureza e voca-ção, serve apenas e  tão-somente à comu-nicação de atos oficiais. Não é um notici-ário,  que  se  preste  à  manifestação  inclu-sive de opiniões, por meio de entrevistas, ilustradas por fotografias, como se fosse um  periódico  comum”,  atesta  o  relator em sua decisão. Segundo o presidente da 

Associação  dos  Magistrados  do  Estado de Pernambuco  (AMEPE),  juiz Mozart Valadares Pires, a Associação concorda com  a  decisão  do  Conselho.  “O  TJPE estava utilizando o Diário Oficial para fins pessoais”, declara. Para o diretor de  Finanças  e  Patrimônio  da  AMEPE, juiz Edvaldo Palmeira, o Diário Oficial de  Pernambuco  passou  a  ser  utilizado também para informativos de entidades privadas  e  até  como  coluna  social.  “O espaço pago pelo Poder Público só pode ser  utilizado  para  veicular  matérias  de interesse público”, afirma.

O plenário do CNJ aprovou a decisão por  unanimidade.  Os  conselheiros  tam-bém resolveram oficiar à comissão do CNJ  que  elabora  o  Código  de  Ética  da Magistratura, sugerindo que seja estuda-da a inclusão, no documento, de eventual regulamentação sobre o assunto.

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Planejamento e Poder JudiciárioOs temas planejamento, orçamento e transparência do Poder Judiciário estarão presentes na maioria

das discussões do III Congresso dos Magistrados de Pernambuco, que acontece no próximo mês de novembro. Com o objetivo de contribuir com o enriquecimento do debate, o JUDICATURA apresentará,

nesta e nas próximas edições, reportagens especiais sobre esses três temas, que afetam diretamente a qualidade da atividade judicante. A primeira reportagem abordará a importância de estabelecer-se um

planejamento estratégico para garantir a qualidade da prestação jurisdicional.

A  falta  de  planejamento  e  visão  de futuro que permeou durante décadas nos tribunais de justiça está refletindo na qualidade  dos  serviços  prestados  hoje pelo Poder. A atual estrutura da Justiça não  consegue  suprir  a  demanda  da  so-ciedade.  E  a  solução  para  o  problema não está apenas no aumento do número de varas e servidores públicos. A medi-da  poderia  contribuir  para  amenizar  o problema,  mas  não  iria  resolvê-lo.  Em primeiro  lugar,  o  orçamento do  Judiciário  não  suportaria por  muito  tempo  o  aumento constante  de  sua  estrutura  e quadro  de  funcionários. Além disso,  embora  seja  considera-do insuficiente, a estrutura do Judiciário cresceu nos últimos anos  e,  mesmo  assim,  não houve avanços significativos em  relação  ao  atendimento  à população. 

Em  Pernambuco,  por exemplo, o Tribunal de Justiça, que em 1992 contava com 15 desembargadores,  hoje  possui 39.  A  estrutura  do  Judiciário do Estado é formada ainda por cerca de 470 juízes em ativida-de, 148 comarcas, 355 varas, 34 juizados especiais, cerca de 3,5 mil servidores, e um orça-mento  de,  aproximadamente, R$ 18,8 milhões – de acordo com  o  balanço  orçamentário do exercício de 2006 divulga-do  pela  Diretoria  Financeira do  TJPE.  Devido  à  falta  de planejamento  estratégico,  a  complexa estrutura  do  Judiciário  pernambucano cresceu à revelia da demanda da popu-lação e  também dos próprios magistra-dos. Em uma das questões da pesquisa institucional  promovida  pela  AMEPE no  ano  de  2006,  75%  dos  magistrados responderam  que  nunca  foram  consul-tados pela administração do Tribunal de Justiça  quanto  às  necessidades  de  suas unidades de trabalho. Apenas 15% afir-maram que já foram consultados e 10% 

não  responderam.  A  pesquisa  contou com a participação de 230 juízes. 

Mudanças  implantadas  sem  plane-jamento  pelos  tribunais  acarretam  em problemas  “macros”  para  o  Judiciário. Quando  as  serventias  judiciais  foram oficializadas, por exemplo, a função de gerenciar as unidades de trabalho foi re-passada  para  os  juízes.  Entretanto,  não foi implantado nenhum programa de ca-

pacitação para os magistrados, que antes lidavam apenas com questões ligadas ao Direito. Essa é só uma amostra de como a  ausência  de  gestão  estratégica  pode afetar, diretamente, a qualidade dos ser-viços prestados pela Justiça. 

Falta de dados - Além de não dia-logar com a sociedade e a magistratura sobre  a  Administração  do  Poder  Judi-ciário,  o  TJPE  também  não  fornece  as informações necessárias para uma aná-lise  mais  aprofundada  sobre  o  funcio-

namento da Justiça em Pernambuco. O presidente do TJPE,  inclusive, mandou arquivar  os  requerimentos  da  AMEPE referentes ao fornecimento de  informa-ções referentes a estrutura do Poder Ju-diciário e à sua execução orçamentária, que visava subsidiar a realização do III Congresso Estadual de Magistrados (Pá-gina 1 do Diario Oficial do Estado de 8 de junho de 2007). No último dia 30 de maio, o projeto Oficina de Segurança e

Justiça,  coordenado  pela  Fun-dação  Joaquim  Nabuco  (Fun-daj),  promoveu  reunião  para debater o relatório da demanda jurisdicional  referente  ao  ano de 2006, divulgado pelo TJPE. O encontro ocorreu na sede da Fundaj,  no  bairro  do  Derby,  e contou  com  a  participação dos pesquisadores Ronidalva Melo, Alexandre  Zarias,  Flávio  Cire-no, do procurador da Prefeitura do  Recife,  Humberto  Vieira,  e do  procurador  do  Ministério Público, Francisco Sales. 

“O  relatório  apresentado pelo Tribunal  traz  informações sobre a demanda, detalhando a distribuição dos processos, mas não  apresenta  dados  sobre  o número  de  processos  julgados. Por  meio  do  documento,  não temos  como  avaliar  a  produti-vidade”, afirmou a pesquisa-dora Ronidalva Melo. Segundo o  sociólogo  Alexandre  Zarias, “as  informações  fornecidas pela  Justiça  não  são  dados  es-

tatísticos,  e  sim  acompanhamentos  de processos. Não  foi  estabelecida nenhu-ma  metodologia  para  a  aferição  destes dados”. Outra critica apontada no debate está relacionada com a falta de informa-ção sobre os Juizados Especiais Cíveis. O número de processos distribuídos para as varas cíveis reduziu nos últimos anos, já a demanda dos juizados especiais vem aumentando.  Entretanto,  o  documento não informa sobre o volume de proces-sos recebidos pelos juizados. 

Fachada do Palácio da Justiça, sede do TJPE

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O crescimento da estrutura do Judi-ciário Estadual (novas varas, comarcas e  juizados  especiais)  não  foi  propor-cional  ao  crescimento  do  número  de servidores.  “Além  dos  servidores  que se  aposentaram  ou  faleceram,  muitos pediram exoneração, resultando em um déficit de aproximadamente 40% do quadro funcional. Não temos como re-manejar o que já está em déficit. Para atender à solicitação de uma determina-da unidade, preciso sensibilizar o gestor de  outra  unidade  a  “emprestar”  o  fun-cionário, isso desagrada o gestor e para o servidor nem sempre é uma mudança satisfatória”, explica a titular da Direto-ria de Recursos Humanos do TJPE, Va-léria Pragana. Segundo ela, as 485 no-vas vagas que  serão preenchidas pelos aprovados no último concurso ajudarão a amenizar o problema, mas não cobri-rão totalmente a demanda. “Precisamos da aprovação do novo COJ (Código de Organização Judiciária), que já foi for-mulado e enviado para a Assembléia e do  novo  PCCV”.  O  COJ  atual,  que  é uma resolução de 1970 e está defasado quanto às demandas jurisdicionais, não prevê número de servidores por vara ou comarca. 

Para sanar a falta de servidores, se-ria necessária a contratação do dobro de cargos vagos. Atualmente, o TJPE conta com aproximadamente 3 mil servidores  efetivos em seu quadro. “Não podemos corrigir a deficiência de imediato, mas, com  o  novo  COJ,  o  PCCV  e  a  imple-mentação do planejamento existente no TJPE no que  tange a desenvolvimento humano, creio que encontraremos a so-lução”, explica Valéria Pragana. 

   Capacitação -  Além  da  carência  de servidores nas diversas unidades  juris-dicionais,  outro  problema  é  a  falta  de capacitação  plena  do  seu  quadro.  “A maior  parte  das  secretarias  não  dispõe de recursos humanos suficientes e nem preparados para essa atividade”, explica o diretor Cultural da AMEPE, juiz Car-los Magno. Ele  também destaca que o juiz exerce o papel de gestor e, por isso, também necessita de capacitação. “Nós magistrados não temos formação geren-cial. Gerenciar sua unidade de trabalho é uma tarefa que se impõe ao magistrado 

desde a oficialização das serven-tias  judiciais,  é uma  incumbên-cia que precisa ser estimulada e desenvolvida”. 

  A opinião de Magno é com-

partilhada  por  grande  parte  dos juízes pernambucanos. De acor-do com a pesquisa  institucional promovida  pela  AMEPE,  77% dos  magistrados  gostariam  de participar  de  cursos  de  capa-citação  gerencial.  A  titular  da DRH do TJPE, Valéria Pragana, também confirma o interesse do magistrado em participar de cur-sos, ressaltando que a DRH vem desenvolvendo  novos  projetos neste  sentido.  “Felizmente,  os magistrados  estão  cônscios  da necessidade de aprimorar o  seu papel de gestor e líder. A distân-cia  entre  o  juiz  e  os  servidores está diminuindo e o conceito de trabalho em equipe vem ganhando força, embo-ra ainda tenhamos que vencer algumas resistências. O juiz é o líder, o gestor, e não  existe  liderança  sem equipe. Tam-bém precisamos levar em conta que há 

uma necessidade urgente de melhorar a comunicação e otimizar os procedimen-tos e rotinas para que possamos cumprir a  responsabilidade  social  que  está  im-plícita  na  nossa  missão  institucional”, disse a diretora. 

Ela  explica  que  o  TJPE  oferecerá no segundo semestre o MBA de Gestão e Liderança com a UFPE para juízes e 

gestores. A DRH também prevê, para o próximo semestre, a realização de ofici-nas  e  seminários  de  reciclagem.  Outra iniciativa, segundo Valéria Pragana, faz parte do projeto piloto “Aprendizagem em Ação”, desenvolvido com êxito em uma comarca do  interior do Estado e, atualmente, em andamento em varas da Capital. O projeto busca solucionar os entraves e conflitos peculiares de cada unidade de trabalho. Dois facilitadores de aprendizagem da DRH em parceria com o gestor da unidade desenvolvem com a equipe uma forma de buscar so-luções e compartilhar o conhecimento. Por  exemplo,  depois  de  ouvir  o  ma-gistrado  titular  da  unidade  e  todos  os envolvidos, elabora-se um diagnóstico e se discutem as soluções e encaminha-mentos. Durante três meses o trabalho da unidade é acompanhado permanen-temente. Depois é feita a monitoração mais  espaçada.  “Procuramos  escutar todos.  Não  impomos  regras,  e  sim 

contribuímos  para  otimizar  o  trabalho em equipe. Acreditamos que o conheci-mento existe, o que falta é um trabalho de consultoria, de coach junto ao grupo. O TJPE  já  tem um grupo de consulto-res internos formado por magistrados e servidores.  O  projeto  está  dando  certo e pretendemos ampliá-lo. Temos muita coisa a fazer, mas já caminhamos mui-to”, disse. 

Falta planejamento no Tribunal de Justiça de Pernambuco

Além da carência de servidores nas diversas unidades

jurisdicionais, outro problema é a falta de capacitação plena do

seu quadro

Juiz Carlos Magno, diretor Cultural da AMEPE

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Além  de  promover  capacitações  e suprir a demanda de servidores nas uni-dades de trabalho, é necessário reavaliar os critérios de movimentação de  juízes titulares  e  substitutos,  atividade  execu-tada pela Secretaria Judiciária do TJPE. “Na comarca do Recife, temos aproxi-madamente o mesmo número de juízes substitutos e titulares. Não existe crité-rio para a alocação desses magistrados substitutos; boa parte deles é movida a cada 30 dias, sem vinculação entre sua especialização  e  a  vara  para  a  qual  é designado. Temos, por exemplo, magis-trados  com  elevada  especialização  em direito público que  foi  designado para responder  pelo  juizado  de  execuções cíveis;  temos  caso  de  magistrado  com especialização em Direito Civil , que é designado para  atuar na área criminal, e vice-versa. A simples movimentação mensal do magistrado, além de configu-rar grave violação ao princípio do juiz natural, prejudica a sua produtividade”, explica  o  diretor  cultural  da  AMEPE, juiz Carlos Magno. 

Magno também afirma que, por não conhecerem bem a vara para qual foram designados, os magistrados que se mo-vimentam a cada 30 dias “não estabele-cem  laços  de  rotina  burocrática  com  a secretaria  da  vara  e  têm  a  sensação  de estarem ocupando a casa de outro, evi-tado empreender ritmo e procedimentos próprios”.  Outro  ponto  que  contribui para a morosidade da prestação de ser-viço  jurisdicional,  principalmente  para a população mais pobre, é a disparidade entre o número de processos distribuídos nas varas que possuem assistência judi-ciária e nas demais unidades. “No Recife existem 12 varas da família, sendo seis delas destinadas ao atendimento dos que não podem pagar as custas do processo e os honorários do advogado. Cada uma dessas varas recebe, em média, 100 pro-cessos por mês. As outras  recebem em média 30 processos no mesmo período. Isso significa que o processo do pobre tende a demorar três vezes mais do que o do rico”, explica Carlos Magno. 

Pesquisadora  da  Fundaj  nas  áreas de  Direitos  Humanos, Violência  e  Cri-minalidade, Prisão, Segurança Pública e Defesa Social, a socióloga e Ronidalva 

Falta de critérios contribui para morosidade da Justiça

Melo tem plena noção das dificuldades enfrentadas pelas pessoas de baixa ren-da  que  necessitam  da  Justiça.  “A  alta demanda  das  varas  destinadas  ao  aten-dimento dos beneficiários da justiça gratuita reflete diretamente na questão

da morosidade e do acesso à justiça. En-tre as Varas Cíveis o problema é ainda maior. Existem 34 Varas Cíveis no Re-cife. Desse total, a população carente só 

dispõe de quatro varas e ainda necessita das  Defensorias  Públicas,  que  também não  conseguem  atender  à  demanda”, afirma Ronidalva.

Mapa – O mau planejamento em re-lação  à  movimentação  de  magistrados não  atinge  apenas  as  Varas  da  Região Metropolitana, mas também do interior do Estado. No Mapa do Sistema de Se-gurança  e  Justiça,  que  a  AMEPE  está disponibilizando em seu site institucio-nal  (www.amepe.com.br),  é  possível identificar a carência de magistrados em  algumas  comarcas  mais  distantes da  capital,  em comparação  com outras unidades  jurisdicionais  mais  próximas do  Recife. A  comarca  de  Camocim  de São  Félix,  por  exemplo,  localizada  a 113,7 km de distância do Recife, possui apenas uma vara e 929 processos, mas conta  com  três  juízes.  Já  o  município de  Cabrobó  (Sertão  do  São  Francisco) possui  3.545  processos  e  apenas  um juiz. Ao  visitar  o  Mapa  no  site  da As-sociação, o magistrado também poderá conferir a disparidade entre os números de  processos  distribuídos  nas  Varas  de Família  que  prestam  assistência  judici-ária e nas que não possuem isenção de taxas processuais. 

Cidadãos buscam alternativas para fugir da morosidade da Justiça

A principal vítima da falta de Planejamento no Judiciário é o cidadão. Mas, felizmente, a sociedade civil organizada deixou de encarar a morosidade da Justiça com conformismo, passando a cobrar mais agilidade do Poder, além de procurar outros caminhos para resolver os seus conflitos. Um exemplo desta reação é o trabalho desenvolvido pela ONG Grupo Mulher Maravilha, que desde 2006 vem promovendo a capacitação de “promotoras legais populares”. “Durante o curso, as mulheres recebem informações sobre o funcionamento da Justiça. Elas também repassam os seus conhecimentos para outras mulheres e procuram acompanhar o andamento dos processos”, explica a diretora da ONG, Maria de Lourdes Araújo. 

Para a pesquisadora da Fundaj, Ronidalva Melo, a criação das promotoras le-gais “é uma indicação de que o Poder Judiciário não dá conta dos conflitos sociais. Parte destes conflitos são resolvidos numa outra instância, que é a da comunidade. É nesse sentido que o papel do Grupo Mulher Maravilha é importante, por que prepara as pessoas para resolver os conflitos e só levá-los para os Tribunais quando precisam de um aval da lei e da Justiça. A comunidade chama para si a orientação para a resolução dos conflitos”.

“A movimentação mensal do

magistrado, além de configurar grave

violação ao princípio do juiz natural, prejudica a sua produtividade”

� - Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVIII - Abril/Maio/Junho - 2007

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Duzentos e vinte e  três magistrados fizeram sua inscrição, até o último dia 4 de abril, para o  III Congresso Estadual de  Magistrados,  que  a Associação  dos Magistrados do Estado de Pernambuco (AMEPE) promove no período de 15 a 18 de novembro, em Muro Alto, muni-cípio de Ipojuca. Além da boa média de inscritos,  ainda  há  uma  lista  de  espera de  magistrados  que  desejam  participar do  evento.  Nas  duas  sedes  administra-tivas da Associação (Imperador e Joana Bezerra) estão disponíveis as fichas de inscrição para a lista de espera.

Número de inscritos supera expectativasIII Congresso Estadual de Magistrados

Com  o  tema  “Transpa-rência e Democratização da Ges-

tão  do  Poder  Judiciário”,  o  congresso levantará a discussão sobre a importân-cia  da  transparência,  democratização  e boa administração, com a identificação das reais necessidades do Poder, para o oferecimento  de  uma  melhor  prestação jurisdicional  à  população.  De  acordo com  a  programação  prévia  do  evento, no primeiro dia do congresso, 15 de no-vembro, será debatido o tema Democra-tização  da  Gestão  do  Poder  Judiciário. O ex-secretário do Planejamento do Es-tado de Pernambuco, Cláudio Marinho, e o conselheiro Nacional de Justiça, Jo-aquim  Falcão,  foram  convidados  para falar sobre o assunto.

Na sexta-feira (16), o juiz federal da 3ª  Região,  César  Sabbag,  e  o  ministro do  Supremo  Tribunal  Federal,  Ricardo Lewandowski, participam do painel De-mocratização  do  Orçamento  do  Poder Judiciário.  Na  manhã  do  sábado  (17), acontece a reunião de  interiorização da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). À noite, o tema em debate será Transparência da Gestão e do Orçamen-to  do  Poder  Judiciário,  com  o  técnico do  Tribunal  de  Contas  de  Pernambuco e  membro  do  Conselho  Nacional  de Desenvolvimento  Econômico,  Cláudio Ferreira, e o deputado federal e membro da Comissão do Orçamento da Câmara Federal, Paulo Rubem Santiago.

Lazer -  A  comissão  organizadora do congresso também está definindo as apresentações culturais e a programação esportiva do evento, que  será  realizada nos hotéis Summerville e Marulhos, am-bos em Muro Alto.

Enquete: Resolução 202/2006 do TJPE

No último mês de março, a AMEPE questionou os associados, através de enquete publicada no seu site oficial, se a Resolução n.º 202/2006, do TJPE, apresenta os requisitos de objetivida-de e impessoalidade necessários no processo de promoção e remoção de magistrados. Dos 38 votantes, 71% acham que a Resolução não atende aos requisitos necessários. Vinte e oito por cento responderam que sim.

Enquete: Patrocínio de entidades

Já entre os últimos dias 02 e 23 de maio, a AMEPE publicou em seu site enquete para conhecer a opinião dos magistrados sobre o recebimento de patrocínio pela entidade. No total, 52 juízes participaram da pesquisa. Cruzando os dados obtidos em cada resposta (havia alternativas que abrangiam até três op-ções), pode-se concluir que para 72% dos ma-gistrados a AMEPE deve receber patrocínio de instituições públicas. Cinqüenta e oito (57%) dos magistrados concordam que a AMEPE pode receber patrocínio de entidades priva-das conveniadas com a Associação, e 33% de qualquer entidade privada. Já 23% dos juízes acham que a Associação não deve receber ne-nhum tipo de patrocínio.

Encontro Regional

A Associação já está organizando o próximo en-contro regional com os associados. O evento será realizado no período de 17 a 19 de agosto, no Hotel Casa Grande, em Gravatá (Agreste do Estado), e vai reunir os associados das matas Sul e Norte.

Pedidos no CNJ

A AMEPE mantém, no seu site institucional, um link com o acompanhamento atualizado dos pedidos de providências feitos pela Associação ao CNJ. Além do acompanhamento processual, também é possível verificar o teor da petição inicial e das decisões na íntegra. Para acessar os documentos, o associado deve entrar no site da AMEPE (www.amepe.com.br), clicar no link Institucional e, em seguida, em CNJ.

Título

O juiz Hailton Gonçalves da Silva recebeu, no últi-mo dia 26 de maio, o título de cidadão da cidade de Cachoeirinha (Agreste do Estado). A concessão do título foi votada na sessão da Câmara Municipal local, realizada no último dia 02 de maio. O magis-trado foi homenageado pelos relevantes serviços prestados ao município, onde exerceu suas ativida-des de 02/06/2003 até 10/04/2007. Os vereadores ressaltaram, ainda, a participação do magistrado no desenvolvimento do município e a sua constante co-laboração nos eventos de interesse da comunidade.

Homenagem

No último dia 11 de junho, a juíza Dilza Christine Lundgren de Barros recebeu a Medalha Pernam-bucana do Mérito Policial Militar, durante sole-nidade de comemoração de 182 anos da Polícia Militar de Pernambuco, realizada no Geraldão. A homenagem é pelos relevantes serviços prestados à corporação, ministrando capacitação para 2.500 profissionais da PM sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Pensionista

Em maio passado, o IV Congresso das Pensionistas dos Magistrados, evento realizado no Rio de Janei-ro, teve como representante de Pernambuco a pensionista Ma-ria José de Melo Rodrigues. A pen-

sionista fala da importância de estar associada. “Além de ser uma forma das viúvas se integrarem, é importante estar associada a AMEPE pelas lutas que a Associação vem travando. Sempre que posso participo dos eventos realizados pela AMEPE”, des-tacou Maria José de Melo Rodrigues.

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Social / Institucional

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No  último  dia  22  de  maio,  o  Con-selho Nacional de Justiça (CNJ) julgou Pedido de Providências requerido pelos juízes  pernambucanos  Antônio  Carlos Alves  da  Silva  e  Agenor  Ferreira  de Lima Filho sobre a invalidade de votos atribuídos a magistrado que, no proces-so de formação de lista  tríplice, no jul-gamento  de  edital  para  promoção  por 

CNJ diz que quinto móvel é incabívelmerecimento, não integrava no momen-to de abertura da vaga ou da criação do cargo a ser ocupado, a quinta parte dos juízes mais antigos.

Para  o  então  conselheiro  Paulo  Sch-midt, relator do PP nº 853 (com a mu-dança de conselheiros quem assumiu o processo  foi Antônio Umberto de Sou-

za Júnior), não podem ser considerados válidos os votos atribuídos a magistrado que,  embora  integrasse  a  quinta  parte mais antiga no momento da votação, es-tava fora desse rol no momento da aber-tura da vaga ou da criação do cargo a ser provido. A decisão, que foi tomada por unanimidade pelo CNJ, afirma a ilegali-dade do chamado quinto móvel. 

Promoção por merecimento:

Panorama Nacional

Exercício de magistério por magistrados

Foi aprovada a resolução de n.º 34, que regu-lamenta o exercício do magistério por magis-trados. De acordo com o documento expedido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o exer-cício da docência por magistrados pressupõe a compatibilidade entre os horários em que ele desenvolve o seu expediente forense e os horá-rios para a atividade acadêmica, que devem ser comprovados perante o tribunal. Além disso, a resolução n.º 34 também veda o desempenho de cargo ou função administrativa ou técnica em estabelecimento de ensino. Prevê, ainda, que, caso seja verificada a presença de preju-ízo para a prestação jurisdicional em razão do exercício de atividades docentes, o tribunal de-terminará ao magistrado que adote imediata-mente as medidas necessárias para regularizar a situação. Se não houver regularização, pode ser instaurado um procedimento administrati-vo disciplinar. Todos os tribunais, inclusive os superiores, deverão informar ao Conselho, no início de cada ano judiciário, a relação nomi-nal de magistrados que exercem a docência, com a indicação da instituição de ensino, das disciplinas, dos horários das aulas que serão ministradas e das cargas horárias. Fonte: CNJ

Processo administrativo

Atendendo à solicitação dos magistrados que enfrentam processos administrativos discipli-nares, a Associação dos Magistrados Brasilei-ros (AMB) encomendou um parecer aos ad-vogados da entidade para analisar o quorum a ser observado em processos administrativos disciplinares. De acordo com o parecer, o quo-rum necessário é o da maioria absoluta, tanto para a instauração quanto no julgamento final desses processos. Isso porque a decisão de instaurar o processo administrativo tem natu-reza disciplinar, pois pode levar, inclusive, ao

afastamento do magistrado de suas atividades, e todas as decisões disciplinares, por sua vez, de-vem observar o quorum da maioria absoluta dos membros do Tribunal ou da Corte Especial onde o processo é instaurado, nos termos do que de-termina a Constituição Federal. Recentemente, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) procurou regulamentar a tramitação dos processos admi-nistrativos disciplinares, com a edição da Resolu-ção n.° 30, de 07/03/07. Agora, a AMB pretende cobrar do CNJ fiscalização para que a Resolução seja efetivamente cumprida pelos tribunais. Fonte: AMB

Nome de pessoas vivas em prédios do Judiciário é proibido

O plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu expedir ofício a todos os tribunais do país proibindo a colocação de nomes de pessoas vi-vas nos tribunais e em qualquer prédio do Poder Judiciário. Além disso, o CNJ também fixou prazo de 60 dias para que os nomes existentes sejam retirados. A ação foi proposta pelo Ministério Pú-blico Federal, requerente em dois procedimentos de controle administrativo sobre o tema - de números 263 e 344. O relator dos processos foi o conselheiro Eduardo Lorenzoni. Segundo o re-lator, a colocação de nomes de pessoas vivas em tribunais pode gerar situações constrangedoras ou favorecer um magistrado. Fonte: CNJ

Remoções e permutas de magistrados

Foi aprovada pelo Conselho Nacional de Justiça a edição da resolução n.º 32, que dispõe sobre as remoções a pedido e permutas de magistrados de igual entrância. De acordo com o texto, as permutas e remoções a pedido de magistrados da mesma entrância devem ser apreciadas pe-los tribunais em sessões públicas, com votações

nominais, abertas e fundamentadas. Além disso, a resolução determina que, até que seja editado o Estatuto da Magistratura, os critérios para essas permutas e remoções serão esta-belecidos em leis de organização judiciária, atos normativos ou regimentos internos dos tribunais, do Conselho Superior da Justiça do Trabalho e do Conselho da Justiça Federal. A resolução 32 define ainda que os tribunais que não dispuserem de normas para remoções a pedido e permutas, que editem atos normati-vos específicos para esse fim no prazo de 120 dias. E até que sejam editadas essas normas, a antiguidade será adotada como critério único para as remoções a pedido e permuta de ma-gistrados, guardado o interesse público. Fonte: CNJ

Acesso para pessoas com deficiência

Os tribunais de todo o país terão que fazer es-tudos com relação à acessibilidade de pessoas com deficiência ou dificuldade de mobilidade a suas sedes e a todas as suas comarcas e fóruns. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu expedir ofício aos tribunais para que as infor-mações sejam levantadas em até 120 dias e os resultados enviados ao Conselho. Além disso, os tribunais também deverão, a partir dos estudos, fazer previsões orçamentárias para a instalação de rampas de acesso, balcões mais baixos e banheiros adaptados, entre outras providências. No caso de reformas ou cons-truções de novas sedes, todos os requisitos de acessibilidade deverão ser cumpridos, para que pessoas com dificuldade de locomoção tenham total acesso à Justiça, como já prevê a Constituição. A decisão do Conselho será enviada também - a título de ciência - para o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e ao Conselho Nacional dos Deficientes (Conad). Fonte: CNJ

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Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVIII - Abril/Maio/Junho - 2007 - 11

Cursos oferecidos pela FBV, com 20% de desconto:

Curso Superior de Curta Duração – Seqüencial:- Espaço Executivo I – Boa Viagem: Gestão de Marketing no Varejo;- Espaço Executivo III – Derby: Gestão de Negócios, Gestão de Marketing, Gestão de Pessoas ;- Campus III – Paço Alfândega: Gestão de Varejo de Moda.

Graduação:- Direito, Administração, Economia, Ciências Contábeis, Engenharia de Produção, Publicidade e Propaganda, Hotelaria (ênfase em gastronomia), Educação Física, Ciência da Computação, Design de Moda, Design de Interior.

Pós-graduação lato-sensu:- Direito Judiciário e Magistratura do Trabalho; Direito e Processo do Trabalho; Direito Processual Civil; Contabilidade, Controladoria e Finanças; Gestão Estratégica do Varejo; Gestão de Pessoas; Marketing de Serviços e Logística; Engenharia de Software; Projeto de Interior (ênfase em ambientação); Gestão e Políticas Públicas; MBA em Moda e MBA em Gestão de Marcas.

Curso oferecido com desconto de 30%:

Curso Superior de Curta Duração – Seqüencial:- Espaço Executivo II – Boa Vista: Gestão de Negócios, Gestão de Marketing, Gestão Hospitalar, Gestão de Pessoas, Gestão Financeira e Logística.

AMEPE firma convênios comFaculdade Boa Viagem e Prodieta

Com  o  objetivo  de  garantir  des-contos  para  magistrados  em  serviços oferecidos  por  empresas  privadas, As-sociação  dos  Magistrados  do  Estado de Pernambuco (AMEPE) firmou, no último  mês  de  maio,  dois  novos  con-vênios.  Uma  das  parcerias,  realizada com  a  Faculdade  Boa  Viagem  (FBV), irá beneficiar os magistrados e seus de-pendentes interessados em fazer cursos de pós-graduação. Com o convênio, os magistrados terão 20% de desconto nas mensalidades dos cursos Seqüências, de Graduação, de Pós-graduação lato-sen-su e de Curta Duração (confira os cursos na tabela abaixo). 

A  parceria  também  estabelece  des-conto de 10% nas mensalidades do curso de Pós-graduação stricto-sensu em Mes-trado Profissional em Gestão Empre-sarial  (MPGE)  e,  ainda,  abatimento  de 30%  nos  cursos  seqüenciais  oferecidos no período da manhã, no Espaço Execu-tivo II, na Boa Vista. Vale destacar que o direito ao desconto também contempla cônjuges e filhos dos associados e só é valido para os pagamentos efetuados até a data de vencimento estabelecida pela Faculdade.

Prodieta – O outro convênio firma-do pela Associação dos Magistrados no 

mês de maio foi com a empresa Prodieta, que oferece uma variedade de pratos de baixa caloria, entre carnes, aves, peixes e  crustáceos.  Elaborados  por  nutricio-nistas,  os  pratos  podem  ser  adquiridos em  porções  individuais,  em  quantida-de  ideal para quem deseja perder peso. Apresentando a carteira de associado da AMEPE,  o  juiz  terá  20%  de  desconto sobre o preço do produto – fretes e op-cionais não estão inclusos no desconto. Para conhecer melhor os serviços ofere-cidos pela Prodieta, basta acessar o site www.prodieta.com.br.

A Associação dos Magistrados do Es-tado de Pernambuco (AMEPE) iniciou, no mês de maio, a reforma da sede social da entidade, localizada no bairro de Candeias (Jaboatão  dos  Guararapes).  Estão  sendo realizadas  obras  de  manutenção  em  oito apartamentos, nos armários da cozinha e em diversos móveis. Também estão  sen-do  trocados  colchões,  travesseiros,  len-çóis, fronhas, capas para colchões e para travesseiros.  A  Associação  também  está adquirindo novos ar-condicionados, guar-da-roupas,  cômodas,  armários  para  cozi-nha, além de novos utensílios. Ao todo, o investimento deve chegar a R$ 35 mil.

AMEPE reforma sedes de Candeias e GravatáJá  a  reforma  na  sede  campestre 

(foto),  localizada  no  município  de Gravatá  (Agreste  do  Estado),  começa no  mês  de  agosto,  após  o  Circuito  do Frio. No local, será realizada a aplica-ção  de  lambris  nos  apartamentos  (que ainda não possuem) e  revisão nos que já  possuem,  reforma  do  bar,  limpeza das  caixas  d´agua  e  revisão  e  reforma das  tubulações de água e esgoto, além da revitalização do mobiliário e da área externa do privê. Ao  todo,  será  inves-tido cerca de R$ 70 mil. O objetivo da AMEPE com as reformas é oferecer ao associado sedes de qualidade.

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O talento bateu na porta do paraibano Sérgio José Vieira Lopes logo cedo. Aos 38 anos, juiz desde os 24, ele arranja tem-po para se dedicar a uma paixão: compo-sição musical. Exercendo a jurisdição no Juizado Especial Cível de Casa Amarela, o magistrado já tem cerca de 50 compo-sições,  entre  frevos  e  forrós.  “A  poesia começou a fazer parte da minha vida na adolescência. Depois evoluiu para a com-posição de músicas”, conta. O magistrado é, inclusive, o autor do hino do bloco car-navalesco “Casou por quê?”, criado pelo desembargador Roberto Ferreira Lins. O bloco desfila nas ruas de Casa Forte, um domingo antes do Carnaval. “Dr. Rober-to me pediu para eu compor o hino este ano. Quem gravou a minha música foi a cantora Nena Queiroga”.

Sérgio conta que a inspiração vem de artistas da terra, fundamentais para nossa música,  como Geraldo Azevedo, Alceu Valença e Flávio José. O magistrado, que afirma também ter se inspirado no ami-go  e  juiz  Pedro  Odilon,  está  gravando 

Sérgio Vieira Lopes: Juiz e CompositorPAIXÃO TOTAL Nas ladeiras de OlindaPela primeira vez te viDesde entãoNunca mais te esqueciEra pra ser passageiroMero amor de carnavalMas me invadiu por inteiroFoi paixão total Foi paixão totalFoi muita emoçãoE é real não é ilusãoTua beleza me conquistouPor isso fiz Este frevo de amor Pras ladeiras de Olinda Eu sei eu vou voltarPara de novo te encontrarAí vou ser bem feliz Para sempre carnavalMuito amor muita alegriaUma paixão total

todas as composições em MP3. “Com-punha, mas não gravava. Então comecei a gravar tudo no MP3, para não perder a melodia”,  conta  Sérgio,  que,  apesar  do talento de compor, afirma que não tem conhecimento de música, nem toca ins-trumento algum. “Estou esperando meus amigos gravarem minhas composições. O juiz Francisco Galindo já me prome-teu gravar”, afirma, bem humorado.

O JUDICATURA aproveita e mostra para o leitor uma composição do magis-trado:

Muito arrasta-pé, comidas típicas do período junino e alegria. Foi assim o Arraiá: AMEPE na Roça, que a Associação dos Magistrados do Estado de Pernambuco (AMEPE) promoveu, no último dia 16 de junho, na Personnalité recepções. As atrações artísticas foram a cantora Nádia Maia e o Trio Macambira - legítimas atrações de forró pé-de-serra que animaram a grande festa junina dos

magistrados pernambucanos.

Arraiá AMEPE na Roça é um sucesso

Magistrados e familiares caem no forró ao som de Nádia Maia e Trio Macambira

Funcionários da AMEPE contribuíram para o sucesso da festa

Nádia Maia e banda animaram o arrasta-pé

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Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVIII - Abril/Maio/Junho - 2007 - 1�

Nos últimos dias 20, 21 e 22 de abril, a  AMEPE  realizou,  na  sede  social  de Candeias  (Jaboatão  dos  Guararapes), o  Torneio  de  Futebol  Desembargador Ivonaldo  Miranda.  O  evento  esportivo contou  com  a  participação  das  equipes de magistrados de Pernambuco, Paraíba e  Rio  Grande  do  Norte  e  serviu  como seletiva para os campeonatos nacionais de futebol. A equipe de Pernambuco foi a campeã na categoria máster (acima de 38 anos), conquistando o título depois de  golear  o  time  da  Paraíba  (5x0)  e  o do Rio Grande do Norte  (4x0). Com o resultado, os pernambucanos garantiram uma vaga no XIV Campeonato Nacional de Futebol Máster, que acontece de 4 a 7 de outubro, em Porto Alegre/RS. 

Os pernambucanos também ficaram com os troféus de melhor goleiro, título conquistado pelo  juiz Evanildo Araújo, e de artilheiro do campeonato, troféu re-cebido pelo diretor de Esportes da AME-

AMEPE vai participar do XIV Campeonato Nacional de Futebol Máster

PE, juiz Arnóbio Araújo, que fez quatro gols. Já na categoria livre (até 38 anos), o grande campeão foi o time da Paraíba, que ficou com vaga garantida para partici-par  do  XV  Campeonato  Nacio-nal  de  Futebol  de  Magistrados, que será realizado entre os dias 5 e 8 de dezembro, no Rio Grande do Norte. O time do Estado sede do evento também vai participar da competição.

A grande festa de premiação ocorreu  no  dia  22  de  abril,  com  almo-ço comemorativo na sede de Candeias e show do grupo Agravo de Instrumento. Cerca  de  200  pessoas  participaram  da festa, entre elas, o homenageado do Tor-neio, desembargador Ivonaldo Miranda, que recebeu das mãos do vice-presiden-te da AMEPE,  juiz Laiete Jatobá Neto, uma  placa  de  homenagem  por  toda  a 

sua participação na vida da Associação, em especial nas atividades esportivas. A Associação homenageou ainda o presi-dente  da  Federação  Pernambucana  de Futebol,  Carlos  Alberto  Oliveira,  pelo apóio dado para a realização dos diver-sos eventos de futebol. O Torneio  tam-bém contou com o apoio do Tribunal de Justiça de Pernambuco e da Associação dos Magistrados Brasileiros.

Pelo  terceiro  ano  consecutivo, Recife  sediou  o  Campeonato  Nor-te/Nordeste  de  Tênis  de  Magistra-dos, em sua 8ª edição neste ano de 2007,  que  aconteceu  entre  os  dias 28 e 30 de abril, no Squash Tennis Center,  em Boa Viagem. O campe-onato contou com a participação de magistrados de Pernambuco, Sergi-pe, Alagoas e Paraíba. Na categoria principal individual (A), o juiz per-nambucano André  Guimarães  mos-trou porque é considerado o melhor jogador  da  região,  mantendo  sua invencibilidade  em  torneios  regio-nais.  Ele  sagrou-se  campeão  sem perder um único set durante o cam-peonato. Na grande final, derrotou o magistrado Meales, da Paraíba, por 2x0. 

Na categoria B, o paraibano Bar-tolomeu derrotou na final o pernam-bucano  Leonardo  Asfora,  conquis-tando  o  bicampeonato  na  competi-ção. Já na categoria duplas, a grande final foi disputada entre Marco Auré-

AgendaII Torneio de Tiro Esportivo de Ma-gistradosLocal: Caxangá Golf Country ClubData: 25 de agosto Inscrições até 17 de agosto

Recife sedia Campeonato Norte/Nordestede Tênis de Magistrados

lio (PE) / Meales (PB) e André Gui-marães (PE) / Luís Gustavo (PE). A dupla Marco Aurélio/Meales levou a melhor, conquistando o bicampeona-to. A festa de premiação ocorreu no Restaurante Boi Preto. O evento teve apoio financeiro da AMB.

Esportes

Magistrados comemoram conquistas

Campeonato aconteceu no Squash Tennis Center e reuniu vários magistrados

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Você sabia?1) Que os principais exames para detecção precoce do câncer de próstata são o toque retal e a dosagem do PSA? E que a elevação deste pode ser de natureza benigna?

2) Que 90% dos casos de calvície masculina são de causas genéticas ou hereditárias? E somente 10% de causa hormonal, anemia ou doença adquirida? E que existe a calvície femi-nina, normalmente de causa adquirida?

3) Que a principal causa da ressaca é a desi-dratação provocada pelo álcool que é um po-tente diurético? E que um dos tratamentos é ingerir bastante água?

4) Que um dos tratamentos preventivos da TPM (Tensão Pré-mestrual) é diminuir a in-gestão de sal e de gordura animal e aumentar a ingestão das gorduras “boas” contidas nos óleos de linhaça, semente de girassol e gerge-lim, abacate, óleo de prímula, entre outros?

5) Que perder ou ganhar peso, exageradamen-te, sem qualquer modificação de cardápio, so-nolência excessiva, tremores de extremidade, nervosismo pode ser um problema da tiróide?

6) Que gripe e resfriado são doenças diferen-tes? Coriza, tosse e falta de ar são sintomas do resfriado. Já febre, dor de garganta e até diar-réia são sintomas da gripe. Como atingem o corpo todo o risco de complicação da gripe é maior?

7) Que a utilização do cartão Unimed no Re-cife e Região Metropolitana, aonde há uma ampla rede credenciada da CAMPE, importa em co-participação pelo associado em 30% do valor da fatura?

8) Que a CAMPE promoveu Campanha de Vacinação contra gripe aos seus funcionários, atendendo a sua Política de Promoção a Saúde e Prevenção à doença?

CAMPE submete contas à auditoria independente

A  Caixa  de  Assistência  dos  Ma-gistrados  de  Pernambuco  (CAMPE) enviou,  no  último  dia  17  de  abril,  à Agência Nacional de Saúde (ANS), o relatório elaborado por uma auditoria externa  que  analisou  as  suas  contas referentes ao exercício de 2006. Para realizar  os  trabalhos,  dando  cumpri-mento a uma determinação da Lei n.º 9.656/98, a CAMPE contratou a em-presa  CANNIZZARO  &  Contadores Associados,  que  examinou  as  opera-ções,  registros,  livros  sociais,  livros 

fiscais e contábeis e os controles inter-nos da entidade.

Segundo  as  conclusões  do  auditor,  a CAMPE vem atendendo todas as normas e procedimentos de contabilidade de cará-ter geral e, ainda, os específicos das ope-radoras de planos de saúde, além de estar cumprindo  rigorosamente  as  instruções emanadas da ANS. O Diretor da CAMPE, Juiz Danilo Martiniano Lins, informa que o relatório da auditoria independente está a disposição de todos os associados. 

Os diretores da Caixa de Assistência dos Magistrados do Estado de Pernam-buco  (CAMPE),  Danilo  Martiniano, Paulo Machado e Gustavo Araújo, além do advogado da entidade, Frederico Gui-lherme Rodrigues de Lima, participaram nos dias 24 e 25 de abril, em Brasília, a convite  do  Grupo  de  Empresas  de Au-togestão  em  Saúde  (GREMES),  do  VI Fórum Jurídico da União Nacional das Instituições  de  Autogestão  em  Saúde (UNIDAS). 

 No  encontro,  foram  discutidos  os 

processos  administrativos  na  Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), 

Diretoria da CAMPE participa de encontro em Brasília

projetos de lei, que tramitam no Congres-so Nacional,  além de  legislações como a Lei nº 9656/1998, que regulamenta planos de saúde e seguros de assistência privados;  e  a  resolução  137/2006,  que regula os planos de auto-gestão.

 Foram discutidos no encontro, ainda, 

os seguintes temas: o papel do Judiciário na regulamentação do setor de saúde; o impacto  econômico  das  ações  judiciais nas operadoras de plano de saúde; a me-diação assistida e decisões controversas do Poder Judiciário no âmbito da saúde suplementar e o reflexo das decisões no equilíbrio dos contratos.

HOMENAGEMA Caixa de Assistência dos Magistrados do Estado de 

Pernambuco (CAMPE) vem prestar uma homenagem ao Grupo  de  Empresas  de  Auto-Gestão  em  Saúde  (GRE-MES) em seus 25 anos de prestação relevante de serviços na área de autogestão.

Diretoria da CAMPE 

1� - Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVIII - Abril/Maio/Junho - 2007

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Caixa de Assistênciados Magistrados de Pernambuco

Diretoria Diretor – Juiz Danilo Galvão Martiniano LinsDiretores adjuntos – Juízes Gustavo Mendonça Araújo e Paulo Henrique Martins Machado

Rua Comendador Bento Aguiar, 250Madalena - RecifeCEP 50750-390Fone/Fax: 81 3227-7681

Expediente:

Cumprindo  determinação  da  Agên-cia  Nacional  de  Saúde  Suplementar (ANS), a CAMPE implanta no final de maio, o padrão de Troca de Informação em Saúde Suplementar (TISS). Definida pela Resolução Normativa n.º 114, essa padronização  promoverá  melhorias  no atendimento aos beneficiários de planos de  saúde, devido à  redução do número de erros e da maior agilidade nas  tran-sações entre operadoras e prestadores de serviços.

 As  vantagens  do  compartilhamento 

eletrônico  das  informações  em  saúde são: aprimoramento da comunicação en-

Diretoria sempre de prontidão

 Para  garantir  sempre  a  melhor 

prestação  de  serviço  aos  nossos  as-sociados,  colocamos  a  disposição os nossos telefones:

 PABX CAMPE – 3227.7681

Gerente AdministrativaAndréa da Cunha - 9632.0477

DiretorDanilo Martiniano - 9977.9156

Médico AuditorJozildo Souza - 9661.0567

Despesas CAMPE – Maiores gastos no

mês

1. Real Hospital Portugues de Benefi-cência - R$ 27.850,20;2. Hospital Residência - R$ 27.841,47;3. Multihemo S/C Ltda - R$ 19.978,94;4.  Lab  Inst  de  Análises  Clin  Paulo Loureiro - R$ 11.517,52;5. Hospital Especial - R$ 9.465,83;6. Lab Marcelo Magalhaes - R$ 9.041,70;7.  Maximagem  -  Diagnóstico  por Imagem - R$ 8.646,99;8. Hospital Esperança Ltda. - R$ 7.292,10;9. Coopeclin – Cooperativa de Clíni-cos - R$ 7.203,83;10. Multimagem - R$ 5.551,85.

CAMPE entrega novas carteiras

Aplicações na conta capital da JURISCOOPE rendem 56%

Os valores depositados pela CAMPE junto a JURISCOOPE, na denominada “conta capital”, apresentam um rendimento de 56% no ano de 2006, importando num acréscimo, entre distribuição de sobras e juros, da ordem de R$ 11.096,05. 

Além da conta capital, as demais aplicações financeiras man-tidas na JURISCOOPE tiveram rendimento médio líquido anual de 13,64%, demonstrando de forma inequívoca as vantagens de a CAMPE manter-se vinculada à referida Cooperativa. 

A CAMPE enviou a nova carteira de identificação para os usuários do plano de  saúde,  junto  com a  carteira da Uni-med  para  atendimento  nacional,  que se  vence  em  junho. A  nova  carteira  da CAMPE vem com mudanças. Foi retira-da a foto do magistrado, já que a carteira só é válida com apresentação do docu-mento de identidade, e incluídos as datas de aniversário do usuário, de adesão ao plano e de validade do documento.

 As carteiras, tanto dos juízes, quanto 

de seus dependentes, foram encaminha-

das para os associados. Mas a CAMPE adverte que se até o final de junho o ma-gistrado não tiver recebido, deverá entrar em contato, com urgência,  com Andréa da  Cunha  ou  Camila  Feitosa,  no  setor de gerenciamento da entidade. As atuais carteiras  da  CAMPE  têm  validade  até 31 de dezembro de 2008. Esta primeira via é gratuita, entretanto, os usuários que solicitarem a segunda via do documento, em caso de perda, extravio ou inutiliza-ção, terão que pagar uma taxa de R$ 5, uma vez que o Banco do Brasil deixou de subsidiar a confecção das carteiras.

Troca de informaçãoem saúde suplementar

tre os atores do setor; redução do uso de papel, agilizando o acesso do beneficiá-rio aos serviços de saúde; facilidade de obtenção  de  informações  para  estudos epidemiológicos e definição de políticas em saúde; redução de custos administra-tivos, melhoria da qualidade e da segu-rança da atenção à saúde, com o melhor compartilhamento  das  informações  so-bre os pacientes; melhor gerenciamento de doenças agudas e crônicas; e acesso imediato  às  informações  do  prontuá-rio, tanto pelo beneficiário, quanto pelo prestador de serviço. 

Com informações da ANS

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“Armadilhas” das consultas de emergência

Jozildo Souza*

Já se foi o tempo em que tínhamos a figura do médico de família, isto é, aquele profissional que visitava o pa-ciente  em  sua  residência,  quando  da enfermidade deste, por uma necessi-dade emergencial ou pela impossibili-dade de deslocamento até o consultó-rio. Estas visitas, não raro, se davam após o horário do consultório, ocor-rendo às vezes de madrugada, quan-do o profissional estava “desocupa-do” de suas atividades regulares. Os mais  antigos  conheceram  e  os  mais novos já ouviram falar daquela visita que  começava  com  uma  bacia  para se  lavar  as  mãos  e  terminava  com o  caprichado  lanchinho  do  doutor. Este profissional era o responsável pela  saúde  de  toda  a  família,  desde os menores até os da  terceira  idade, os quais, naqueles  tempos, eram ca-rinhosamente chamados de vôzinhos e vózinhas, posto que esta nomencla-tura  de  “terceira  idade”  é  coisa  dos novos tempos. 

Lá  se  vão  pelo  menos  50  anos, quando  por  conta  da  evolução  dos tempos, onde o médico não mais tinha tempo para aquela visita, o trânsito fi-cou complicado, o número de afazeres do profissional médico, por necessida-de de sobrevivência ou de manutenção do seu status, exageradamente aumen-tou,  surgiram  os  famosos  pronto-so-corros, principalmente os pediátricos. Que maravilha nos parecia, poder con-sultar um médico a qualquer hora do dia  ou  da  noite,  sem  que  tivéssemos nossa rotina alterada (trabalho, afaze-res domésticos, etc), já que os pacien-tes também se tornaram vítimas desta “modernidade”, onde não temos mais tempo  pra  quase  nada  que  não  seja obrigação. 

Tudo parecia perfeito, quando vis-to apenas por esse lado, mas o proble-

ma foi a distorção deste tipo de servi-ço, pois o que, em princípio, seria para atender  as  situações  de  emergência, tornou-se a rotina para um sem núme-ro de pacientes, que inocentemente só enxergam a praticidade do  fato.   No entanto,  sem  que  percebamos,  esta-mos  sim  caindo  em  uma  armadilha perigosa, pois vejamos que na práti-ca  aguardamos  horas  intermináveis 

para sermos atendidos, quase sempre somos atendidos por um profissional diferente  do  anterior  (quando  do  re-torno),  as  consultas  são  estritamente dirigidas  para  aquele  sinal  ou  sinto-ma do momento, o profissional não conhece  tua  história  pregressa,  tão importante na formulação de um bom diagnóstico.

Quase sempre, pra “resolver” o teu problema,  vai  te  solicitar  tantos  exa-mes quanto achares que precisas, exa-mes  estes    que  não  terás  como  apre-sentá-los a este profissional, posto que o  plantão  já  mudou  quando  voltares. Muitas vezes também vai te prescrever (receitar) aquele antibiótico, que como aqueles exames poderiam não ser pres-critos. Está o médico errado? Não ne-cessariamente, mas  como precisas de 

uma solução rápida e “prática”, então vamos resolver o problema.

Claro que nem sempre o quadro é tão sombrio quanto o descrito, porém, infelizmente, quase sempre acontece, então, o que seria “prático”, nos trou-xe ao final perda de tempo, exposição ao  ambiente  hospitalar  (visto  que  a grande  maioria  das  emergências  são localizadas dentro de hospitais), gas-to  desnecessário  com  medicamentos (pra não falarmos na criação da resis-tência  bacteriana,  pelo  uso  indevido daquele  antibiótico),  exposição  des-necessária  às  radiações  (raio-X,  to-mografias, etc), entre outros prejuízos indiretos.

É fato que os tempos daquele mé-dico de família não voltam mais, pelas mais diversas razões, porém podemos nos proteger destas coisas da moder-nidade dos tempos, de maneiras sim-ples, como: escolher e consultar sem-pre um profissional da confiança, evi-tar os pronto-socorros para consultas eletivas,  buscar  aqueles  quando  em situações de real emergência (aciden-tes, convulsões, falta de ar, febre altís-sima, vômitos incoercíveis e quando o seu médico não puder ser localizado), comunicar de imediato ao médico as-sistente sobre o atendimento ocorrido na  emergência  para  que  ele  oriente  a continuação do tratamento, nunca pro-curar fazer tratamentos completos nas emergências.

Entendam que não se trata de uma apologia à volta do médico de família, nem tampouco de uma cruzada contra os  pronto-socorros.  Ao  contrário,  re-conhecemos a necessidade e a impor-tância  dos  mesmos,  no  entanto  é  im-portante que se entenda que pronto-so-corro é ótimo para as URGÊNCIAS.

* Jozildo Souza é médico auditor da CAMPE                

“É fato que os tempos daquele

médico de família não voltam mais, porém podemos

nos proteger destas coisas da

modernidade dos tempos”

CAMPE

Artigo