nenhum direito a menos! seremos resistência....há previsão de aumento salarial. as mudanças vão...

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O Brasil enfrenta mais uma tro- ca de governo e, como de costume, nós, trabalhadores, somos o alvo deste processo. As principais mu- danças anunciadas pela equipe do novo presidente apontam que a vida do cidadão comum vai ficar, a inda mais, difícil em 2019. A única saída é a organização dos trabalhadores - do setor privado e público - na luta contra as propos- tas desastrosas do atual governo. É preciso, desde já, somar forças para barrar a avalanche de retirada de di- reitos que se aproxima. Bolsonaro já mostrou que dará continuidade à política de desva- lorização do servidor público. Em entrevistas, durante a campanha eleitoral e depois de eleito, deu indí- cios que aprofundará os ataques ao funcionalismo e ao serviço público. Através da Medida Provisória 870/19 está confirmado o fim do Mi- nistério do Trabalho, do Ministério da Cultura e do Esporte, entre outros. Além disso, o Ministério Público do Trabalho e a Justiça Trabalhista tam- bém estão sob a mira do “Capitão”. A atual estrutura governamental colocou nas mãos dos ruralistas as políticas de reforma agrária, regu- larização fundiária de áreas rurais, Amazônia Legal, terras indígenas e quilombolas. A mesma MP também exclui a população LGBT da lista de políticas e diretrizes destinadas à promoção dos Direitos Humanos. E vem mais por aí... A reforma da previdência volta a nos assom- brar. Dessa vez a estratégia é aprová- -la de forma fatiada, sem mexer na Constituição, assim espera-se uma tramitação rápida no Congresso Na- cional. Para obter êxito nessa emprei- tada, Bolsonaro usa o discurso do falso déficit e difunde a ideia de que a previdência, como conhecemos, é um problema para a economia do país. O pacote de maldades do futuro governo prevê: Aumento da contri- buição previdenciária dos servido- res, aumento da idade mínima para aposentadoria, ameaça de acabar com estabilidade no serviço público. Listamos aqui alguns dos princi- pais ataques que estão por vir. fiscalizar as relações de trabalho, desenvolver e fiscalizar normas de se-gurança e saúde do trabalho; oferecer programas de aprendizagem e desenvolvimento profissional; entre outras. A flexibilização das leis trabalhistas, aprova- das em 2017, somada à falta de emprego, aprofunda as desigualdades e, frente à necessidade, expõe os trabalhadores a contratações cada vez mais precarizadas. Esta realidade mostra que a interferência do Estado ainda é essencial para combater a exploração, muitas vezes desumana, nas relações de trabalho. Não podemos esquecer que a Justiça do Trabalho também está sob ameaça. O presidente considera que os trabalhadores brasileiros têm “excesso de proteção” e anunciou que está estudando o fim da justiça do trabalho. Duas importantes manifestações unificadas foram organizadas para barrar essas ameaças. A primeira, no dia 21/01, reuniu servidores, juízes e advogados em frente ao Fórum Trabalhista Ruy Barbosa. O protesto, que se repetiu, em pelo menos, outros nove estados, além de São Paulo, é parte das estratégias de luta do recém criado Movimento em Defesa da Justiça do Trabalho. A segunda, será um Ato Nacional, em Brasília, previsto para o dia 05 de fevereiro. FÓRUM DE SERVIDORES PÚBLICOS NO ESTADO DE SÃO PAULO Chama atenção que as propostas do futuro go- verno apontam para o enfraquecimento das estru- turas que atendem a população mais carente. Com a maior desfaçatez, Bolsonaro anuncia que aprovar mais uma Reforma da Previdência é uma das prio- ridades do seu governo. Desde Fernando Henrique Cardoso, todos os presidentes, sem exceção, mexeram ou tentaram mexer na aposentadoria com o mesmo argumento: o falso rombo previdenciário. Fato curioso é que mesmo com as reformas, go- verno após governo, a questão sempre volta ao de- bate. Ou seja, nenhuma das reformas foi capaz de resolver o suposto problema e serviu apenas para reduzir os valores dos benefícios duramente con- quistados pelos trabalhadores. Isso ocorre, porque os verdadeiros vilões são a sonegação e as renúncias fiscais. Segundo relatório da CPI da Previdência, as empresas privadas de- vem R$450 bilhões aos cofres da Previdência. Outra questão relevante, que não é levada em conta, no cálculo apresentado pela equipe eco- nômica dos diferentes governos, são os valores desviados pelo mecanismo da Desvinculação das Receitas da União (DRU), que retira, anualmente, bilhões dos recursos do Orçamento da Seguridade Social para outros fins, com destaque para o pa- gamento dos juros e amortizações da, questionável, dívida pública, que consome quase 50% do Orça- mento Geral da União. Em defesa do Ministério do Trabalho e da Justiça Trabalhista Em defesa da aposentadoria! Não à Reforma da Previdência! Nenhum direito a menos! Seremos resistência. O Ministério do Trabalho foi criado há 88 anos, na Era Vargas, com o objetivo de regular as relações entre patrão e empregado. A pasta é responsável por elaborar políticas públicas de combate ao desemprego;

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Page 1: Nenhum direito a menos! Seremos resistência....há previsão de aumento salarial. As mudanças vão além de pequenos ajustes. O intuito é unificar os regimes, limitando, aos poucos,

O Brasil enfrenta mais uma tro-ca de governo e, como de costume, nós, trabalhadores, somos o alvo deste processo. As principais mu-danças anunciadas pela equipe do novo presidente apontam que a vida do cidadão comum vai ficar, a inda mais, difícil em 2019.

A única saída é a organização dos trabalhadores - do setor privado e público - na luta contra as propos-tas desastrosas do atual governo. É preciso, desde já, somar forças para barrar a avalanche de retirada de di-reitos que se aproxima.

Bolsonaro já mostrou que dará continuidade à política de desva-lorização do servidor público. Em entrevistas, durante a campanha eleitoral e depois de eleito, deu indí-

cios que aprofundará os ataques ao funcionalismo e ao serviço público.

Através da Medida Provisória 870/19 está confirmado o fim do Mi-nistério do Trabalho, do Ministério da Cultura e do Esporte, entre outros. Além disso, o Ministério Público do Trabalho e a Justiça Trabalhista tam-bém estão sob a mira do “Capitão”.

A atual estrutura governamental colocou nas mãos dos ruralistas as políticas de reforma agrária, regu-larização fundiária de áreas rurais, Amazônia Legal, terras indígenas e quilombolas.

A mesma MP também exclui a população LGBT da lista de políticas e diretrizes destinadas à promoção dos Direitos Humanos.

E vem mais por aí... A reforma

da previdência volta a nos assom-brar. Dessa vez a estratégia é aprová--la de forma fatiada, sem mexer naConstituição, assim espera-se umatramitação rápida no Congresso Na-cional.

Para obter êxito nessa emprei-tada, Bolsonaro usa o discurso do falso déficit e difunde a ideia de que a previdência, como conhecemos, é

um problema para a economia do país.

O pacote de maldades do futuro governo prevê: Aumento da contri-buição previdenciária dos servido-res, aumento da idade mínima para aposentadoria, ameaça de acabar com estabilidade no serviço público.

Listamos aqui alguns dos princi-pais ataques que estão por vir.

fiscalizar as relações de trabalho, desenvolver e fiscalizar normas de se-gurança e saúde do trabalho; oferecer programas de aprendizagem e desenvolvimento profissional; entre outras.

A flexibilização das leis trabalhistas, aprova-das em 2017, somada à falta de emprego, aprofunda as desigualdades e, frente à necessidade, expõe os trabalhadores a contratações cada vez mais precarizadas. Esta realidade mostra que a interferência do Estado ainda é essencial para combater a exploração, muitas vezes desumana, nas relações de trabalho.

Não podemos esquecer que a Justiça do Trabalho também está sob ameaça.

O presidente considera que os trabalhadores brasileiros têm “excesso de proteção” e anunciou que está estudando o fim da justiça do trabalho. Duas importantes manifestações unificadas foram organizadas para barrar essas ameaças. A primeira, no dia 21/01, reuniu servidores, juízes e advogados em frente ao Fórum Trabalhista Ruy Barbosa. O protesto, que se repetiu, em pelo menos, outros nove estados, além de São Paulo, é parte das estratégias de luta do recém criado Movimento em Defesa da Justiça do Trabalho. A segunda, será um Ato Nacional, em Brasília, previsto para o dia 05 de fevereiro.

FÓRUM DE SERVIDORES PÚBLICOS NO ESTADO DE SÃO PAULO

Chama atenção que as propostas do futuro go-verno apontam para o enfraquecimento das estru-turas que atendem a população mais carente. Com a maior desfaçatez, Bolsonaro anuncia que aprovar mais uma Reforma da Previdência é uma das prio-ridades do seu governo.

Desde Fernando Henrique Cardoso, todos os presidentes, sem exceção, mexeram ou tentaram mexer na aposentadoria com o mesmo argumento: o falso rombo previdenciário.

Fato curioso é que mesmo com as reformas, go-verno após governo, a questão sempre volta ao de-bate. Ou seja, nenhuma das reformas foi capaz de resolver o suposto problema e serviu apenas para reduzir os valores dos benefícios duramente con-quistados pelos trabalhadores.

Isso ocorre, porque os verdadeiros vilões são a sonegação e as renúncias fiscais. Segundo relatório da CPI da Previdência, as empresas privadas de-vem R$450 bilhões aos cofres da Previdência.

Outra questão relevante, que não é levada em conta, no cálculo apresentado pela equipe eco-nômica dos diferentes governos, são os valores desviados pelo mecanismo da Desvinculação das Receitas da União (DRU), que retira, anualmente, bilhões dos recursos do Orçamento da Seguridade Social para outros fins, com destaque para o pa-gamento dos juros e amortizações da, questionável, dívida pública, que consome quase 50% do Orça-mento Geral da União.

Em defesa do Ministério do Trabalho e da Justiça Trabalhista

Em defesa da aposentadoria! Não à Reforma da Previdência!

Nenhum direito a menos!Seremos resistência.

O Ministério do Trabalho foi criado há 88 anos, na Era Vargas, com o objetivo de regular as relações entre patrão e empregado. A pasta é responsável por elaborar políticas públicas de combate ao desemprego;

Page 2: Nenhum direito a menos! Seremos resistência....há previsão de aumento salarial. As mudanças vão além de pequenos ajustes. O intuito é unificar os regimes, limitando, aos poucos,

Bolsonaro defende iniciar a Reforma da Pre-vidência pelo Regime Próprio dos Servidores, por meio de projetos que não implicam em alterações constitucionais e, consequentemente, não exigem quóruns elevados das votações. O objetivo é acele-rar a votação no Congresso Nacional.

ALERTA! Ninguém vai ficar de fora dessa reforma! Só os militares e parlamentares, por que será? Até mesmo os aposentados poderão ser afetados pelo aumento da contribuição previdenciária, que poderá chegar a 22%, isto é, o dobro dos valores atuais. Vale lembrar, que nãohá previsão de aumento salarial.

As mudanças vão além de pequenos ajustes. O intuito é unificar os regimes, limitando, aos poucos, as aposentadorias da previdência pública e seu teto, e, dessa forma, empurrar os trabalhadores para o mercado de previdência privada, como já ocorre com os servidores que

ingressaram após 2013 em relação à Funpresp.A tendência é que o teto seja cada vez mais

corroído, como já acontece com o Regime Geral e, a médio prazo, veremos uma massa de servidores aposentados sem reajustes ou com reajustes que não cobrem a inflação.

A nova proposta prevê o fim da fórmula 85/95 e a aplicação do fator previdenciário, nos moldes do Regime Geral, penalizando os que começaram a trabalhar mais cedo, e criando um “pedágio” ao servidor que está prestes a se aposentar.

Independentemente do tempo de contribui-ção, pela nova proposta os trabalhadores - ho-mens e mulheres - apenas poderão se aposentar a partir de 65 anos de idade, penalizando ainda mais as mulheres que têm jornadas duplas e tri-plas.

Outro pesadelo é a tramitação do Projeto de Lei 116/17, de autoria da senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE), que dispõe sobre a avaliação periódica dos servidores públicos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, e sobre a perda do cargo público por insuficiência de desempenho do servidor estável.

Fique ligado, pois membros do novo gover-no já declararam ser favoráveis a esta proposta, com o intuito de “aproximar a administração pública da gestão privada”.

Os golpes vêm de todos os lados! No dia 26/12, os vereadores de São Paulo aprovaram a reforma da previdência para os servidores da capital paulista, PL 621/16. Entre as principais mudanças está o au-mento da alíquota de desconto previdenciário, dos atuais 11% para 14%.

O novo sistema é baseado no regime de capita-lização, onde o trabalhador banca uma poupança que será administrada pelo setor privado – o Sam-paPrev. Um tiro no escuro com o dinheiro suado do trabalhador, que diante das incertezas do mercado financeiro não teria nenhuma garantia de retorno do valor investido.

A votação foi a acompanhada por cerca de 15 mil manifestantes, a maioria educadoras da rede

municipal, que se mantiveram no local até o en-cerramento da sessão, enfrentando a truculência da tropa de choque da Guarda Civil Metropolitana (GCM), que disparava gás pimenta, balas de bor-racha e bombas de efeito moral com o intuito de dispersar a multidão.

Enquanto o povo lida com a alta dos preços e com as dificulda-des para sustentar suas famílias, os ministros do Supremo Tribunal Fe-deral terão seus salários reajusta-dos de 33,7 mil para 39,3 mil reais. Uma significativa demonstração de que o discurso de contenção de gastos não vale para todos.

O governo corta investimentos nos hospitais, postinhos de saúde, escolas, creches, universidades e que congelou os investimentos

públicos até o ano de 2036.Entretanto, se não houver

audi-toria da dívida pública e o gover-no continuar desviando verbas de áreas fundamentais, inclusive da previdência, nada será resolvido.

O fato é que 2019 trará grandes desafios e precisamos nos preparar para enfrentá-los.

Educadoras e educadores da capital paulista aprovaram indicativo de greve a partir do dia

dia 4 de fevereiro, para exigir a revogação do SampaPrev. Metroviários também pretendem parar no dia 05/02. Outras categorias realizarão assembleias e devem engrossar esse movimento.

Ciente da importância de uni-ficar as lutas, o Fórum dos Servi-dores de São Paulo, composto por representantes do funciona-lismo público municipal, estadual

e federal, convoca o 1 Encontro Estadual dos Trabalhadores do Setor Público: Organizar as Lutas. O evento será no dia 16 de fevereiro, às 9h, na quadra do Sindicato dos Metro-viários (Rua Serra do Japi, 31 – Ta-tuapé, São Paulo/SP). A programa-ção será divulgada em breve.

O objetivo é traçar estratégias para enfrentar o próximo período. Venha contribuir com o debate! Participe!

Sindsef-SP (Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal do Estado de São Paulo), Sintrajud (Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Estado de São Paulo), Sinsprev (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência no Estado de São Paulo), SinTUFABC (Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais do ABC), Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica), Assibge (Sindicato Nacional dos Trabalhadores do IBGE), Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central do Brasil), SindJESP(Sindicato Judiciário/SP), Sintrajus (Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Judiciario Estadual na Baixada Santista, Litoral e Vale do Ribeira do Estado de São Paulo), Subsedes Santo André e Taboão da Serra da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), Sindicato dos Metroviários de São Paulo.

SERVIDORES X REFORMA

SampaPrev

Vamos à luta!

FÓRUM DE SERVIDORES PÚBLICOS NO ESTADO DE SÃO PAULO

Fim do fator 85/95

Idade mínima

Fim da estabilidade

Julia

na G

onça

lves