neeja- nÚcleo estadual de educaÇÃo de jovens e … · o sul do piauí e do maranhão, ladeada, a...

22
NEEJA- NÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS, CULTURA POPULAR CONSTRUINDO UM NOVO MUNDO. APOSTILA DE HISTÓRIA ENSINO FUNDAMENTAL MÓDULO 05 PROFESSORAS: IVONE VENDRUSCULO SANDRA MÁRCIA CASSOL SCHERER

Upload: lamnguyet

Post on 03-Jan-2019

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: NEEJA- NÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E … · o sul do Piauí e do Maranhão, ladeada, a oeste, pelo Planalto Central, onde fica Brasília, e a leste pela aproximação

NEEJA- NÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS,

CULTURA POPULAR CONSTRUINDO UM NOVO MUNDO.

APOSTILA DE HISTÓRIA ENSINO FUNDAMENTAL

MÓDULO 05

PROFESSORAS: IVONE VENDRUSCULO

SANDRA MÁRCIA CASSOL SCHERER

Page 2: NEEJA- NÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E … · o sul do Piauí e do Maranhão, ladeada, a oeste, pelo Planalto Central, onde fica Brasília, e a leste pela aproximação

EXPANSÃO DA AMÉRICA PORTUGUESA

A expansão territorial

No século XVII existiam limites territoriais que ainda não estavam bem estabelecidos,

porque a Espanha ainda não havia demarcado seu território ibérico. Mas durante toda a União

Ibérica, o tratado de Tordesilhas esteve anulado. A expansão do território brasileiro acontece a

partir do descobrimento e vai até o tratado de Madri em 1750.

Nessa época teve seu território aumentado em duas vezes. Esse aumento é decorrente

do desenvolvimento econômico e dosinteresses políticos que giravam em torno da

colonização.

Já no século XVI, o povoamento colonial foi avançado aos poucos, mas apenas em

áreas do litoral do nordeste e sudeste. Em meados do século XVII, houve umdesenvolvimento

das atividades produtivas da colônia.

Acontece que na primeira metade do século XVII,os bandeirantes paulistas seguem

para o sul, atrás dos índios que eram protegidos pelos jesuítas, com passar do tempo, ele

começam a ir em sentido contrário, Para Goiás, Minas Gerais e Mato grosso, onde começam a

procurar ouro.

O bandeirismo. Logo no principio do bandeirismo, o seu intuito era prender os índios e

vendê-los em terras que não se usavam negros como escravo, devido ao seu alto preço, assim

vendiam os índios por um custo bem mais barato e os escravizavam. A facilidade do negócio

deve-se ao Tratado de Tordesilhas que não estava em vigor devido à união Ibérica.

Esse movimento teve seu auge com a ocupação dos holandeses, com a interrupção do

tráfico negreiro a mão-de-obra escrava estava diminuindo, com isso o preço dos escravos

aumentou ainda mais, lucrando o bandeirismo com a venda dos índios escravos.

As razões do bandeirismo:

Uma das razões que motivou os bandeirantes foi à pobreza dos habitantes de São

Paulo. No final do século XVI, quando o mercado açucareiro começou a entrar em declínio. A

crise teve uma proporção tão grande, que os bandeirantes cultivavam alguns produtos, apenas

para sua subsistência. Começou assim, ver novas riquezas nos sertões, índios que poderiam

ser escravizados e metais preciosos, que tanto desejavam os portugueses.

Podemos dizer que os Bandeirantes foram homens corajosos, que os portugueses

usaram para combater contra os índios rebeldes e escravos fugitivos, tudo isso aconteceu no

começo da colonização do Brasil.

Podemos entender que o bandeirismo teve origem na obra dos Jesuítas com seu início

em São Paulo, saiam de São Vicente para o interior do país por entre as florestas e seguindo o

caminho dos rios, partindo assim rumo ao Rio grande do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso e

Goiás.

Estas expedições tinham como objetivo predominante capturar os índios e procurar

por pedras e metais preciosos. Contudo, estes homens ficaram historicamente conhecidos

Page 3: NEEJA- NÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E … · o sul do Piauí e do Maranhão, ladeada, a oeste, pelo Planalto Central, onde fica Brasília, e a leste pela aproximação

como os responsáveis pela conquista de grande parte do território brasileiro. Alguns chegaram

até fora do território brasileiro, em locais como a Bolívia e o Uruguai.

Do século XVII em diante, o interesse dos portugueses passou a ser a procura por ouro

e pedras preciosas. Então os bandeirantes Fernão dias Pais e seu genro Manuel Borba Gato se

concentraram nestas buscas desbravando Minas Gerais. Depois outros bandeirantes foram

para além da linha do Tratado de Tordesilhas e descobriram entre muitos metais preciosos, o

ouro. Muitos aventureiros os seguiram, e, estes, permaneceram em Goiás e Mato Grosso

dando início a formações das primeiras cidades. Nessa ocasião destacaram-se: Antônio

Pedroso, Alvarenga e Bartolomeu Bueno da Veiga, o Anhanguera.

Pode-se dizer que os bandeirantes foram responsáveis pela expansão do território

brasileiro, desbravando os sertões além do Tratado de Tordesilhas. Por outro lado, agiram de

forma violenta na caça de indígenas e de escravos foragidos, contribuindo para a manutenção

do sistema escravocrata que vigorava no Brasil Colônia.

A CONQUISTA DO SERTÃO

A conquista do sertão

Universalizado pelas várias linguagens da arte, o espaço sertanejo, expressão da nossa

identidade, é patrimônio geográfico e cultural do Brasil

por Flávio Aguiar publicado , última modificação 06/01/2010 13:05

Quadro da série Retirantes, de Cândido Portinari, do acervo do Masp (Foto:

Masp/Divulgação)

No ano que vem comemora-se o centenário do nascimento de João Guimarães Rosa,

um dos maiores escritores de todos os tempos e de todas as línguas. Sua obra mais famosa,

Grande Sertão: Veredas, publicada em 1956, está traduzida numa dezena ou mais de línguas e

é conhecida nos cinco continentes. Ela ajudou a consagrar o sertão – inclusive no Brasil –

como algo “brasileiro” e como uma região geográfica situada entre o norte de Minas Gerais e

o sul do Piauí e do Maranhão, ladeada, a oeste, pelo Planalto Central, onde fica Brasília, e a

leste pela aproximação da orla litorânea da Bahia e dos estados do Nordeste. Mas nem sempre

foi assim.

Ao contrário do que se pensa, o sertão chegou de barco no (futuro) Brasil. Não havia

sertão por aqui. Os tupis e outros povos habitantes do litoral não conheciam esse conceito.

Foram os portugueses que o trouxeram, assim como trouxeram a casa, a cidade, a rua, a

igreja, o galo e a galinha, os cachorros, o cavalo, o céu, o inferno.

A primeira vez em que o sertão aportou no (futuro) Brasil foi na pena de Pero Vaz de

Caminha, na carta escrita ao rei dom Manuel dando conta de que as caravelas de Cabral

tinham chegado a uma terra desconhecida. Caminha escreveu que se olhando sertão adentro

(apontando para o interior, a oeste) viam-se terras e árvores a perder de vista. Pronto: assim

como as quinas e padrões portugueses, que marcavam a nova conquista, o sertão fora

assentado nas terras que Portugal iria ocupar, para o bem e também para muito mal, sobretudo

das populações nativas e dos escravos trazidos da África.

Na carta de Caminha o sertão começava onde terminava a areia da praia. De lá para cá,

o sertão pôs-se a caminhar, indo cada vez mais para dentro da “nova” terra, cada vez mais

longe do litoral, e também foi se modificando. Ainda no século 16, quando o padre José de

Page 4: NEEJA- NÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E … · o sul do Piauí e do Maranhão, ladeada, a oeste, pelo Planalto Central, onde fica Brasília, e a leste pela aproximação

Anchieta se referia ao “sertón” (pois ele escrevia mais em espanhol, guarani e latim do que

em português), ele falava de uma terra bravia, dominada pelos “gentios” (índios não

cristianizados), que começava na fímbria das montanhas da Serra do Mar e se perdia terra

adentro, sempre para oeste.

Quando o padre Vieira, em seus sermões, se referia ao sertão, já nos anos 1600, falava

de uma terra bem distante, para os lados dos interiores da Bahia, do Maranhão, até da

Amazônia. Entre esse século e o 18 o sertão passou por uma grande transformação. Era a terra

do gentio, de “completamente estranho”, ou a terra “por desbravar”, ainda “por conquistar”.

Em 1711 o padre João Antônio Andreoni tentou publicar em Portugal seu Cultura e Opulência

do Brasil. Não conseguiu. O rei achou que o livro despertaria cobiça em outros países. A obra

só foi publicada no século 19. Andreoni, cujo pseudônimo era Antonil, assim descrevia a

vinda de boiadas do interior para o litoral, na Bahia: “Os que a trazem, são brancos, mulatos e

pretos, e também índios, que com esse trabalho procuram ter algum lucro. Guiam-se indo uns

adiante cantando, para serem desta sorte seguidos do gado, e outros vêm atrás das reses,

tangendo-as, e tendo cuidado para que não saiam do caminho e se amontoem”.

Quer dizer, o sertão estava se tornando um mundo próprio, sim, dono de uma cultura

peculiar, de uma produção econômica própria, e do que parecia aos olhos do padre (que era

italiano) uma “gente própria”, acaboclada, com “cantos próprios”, que falava até para os

animais, atraindo-os para seu destino (que não era dos melhores).

MISSÕES JESUÍTICAS

Os primeiros padres jesuítas que chegaram ao Brasil, juntamente com os primeiros

colonizadores, integravam o sistema de colonização europeu, que tinha como lema: “dilatar a

fé e o império”.

Deste modo, junto com as expedições vinham também padres, especialmente os

padres da Companhia de Jesus, que tinha como vocação específica a catequese de povos não-

cristãos.

Fazia parte do projeto jesuíta a construção de colégios que serviriam de base

catequética para os povos recém-dominados.

Assim, em 1549, desembarcam no Brasil os padres que vinham catequizar os povos

indígenas. Eles chegam junto com o primeiro governador-geral do Brasil, Tomé de Sousa, e

têm como superior o padre Manuel da Nóbrega.

Destaca-se na atuação jesuíta no Brasil a fundação dos colégios, o primeiro na capital

do Brasil, Salvador, e após um no Rio de Janeiro, um em Pernambuco e outro na Bahia.

Deve-se também aos jesuítas a fundação de importantes vilas e cidades em torno das

missões, tal como a cidade de São Paulo, que se originou a partir do colégio e teve como

principal responsável o Padre Anchieta, que foi beatificado pela Igreja Católica.

O padre Anchieta compôs uma gramática da língua tupi para facilitar a comunicação

entre os padres e os indígenas, além de peças de teatro e poesias de cunho catequético.

Page 5: NEEJA- NÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E … · o sul do Piauí e do Maranhão, ladeada, a oeste, pelo Planalto Central, onde fica Brasília, e a leste pela aproximação

No colégio, os jesuítas ensinavam também Teologia, Religião, Letras e Filosofia.

Um importante reduto jesuíta no Brasil era a colônia de Sete Povos das Missões, no

Rio Grande do Sul, na época dominado pela Espanha.

Os jesuítas foram expulsos do Brasil no século XVIII pelo primeiro-ministro

português, Marquês de Pombal, que retirou a Igreja Católica do domínio da educação de

Portugal e suas colônias.

O OURO NO BRASIL

O século do ouro

Os Setecentos

A descoberta das lavras de ouro nas Minas Gerais, nos finais do século XVII e início

do século XVIII, seguidas dos achados em Jacobina e no Rio das Contas na Bahia, nos de

Forquilha e Sutil no Mato Grosso, e o que se extraiu no sertão de Guaiás em Goiás, foi o

acontecimento mais espetacular da história econômica do Brasil colônia enquanto provocou

enorme repercussão, tanto para a própria metrópole como para boa parte do mundo. Desde os

primórdios da colonização, acreditava-se que o Brasil tinha ouro e outros metais e pedras

preciosas. Só que, passados já dois séculos de ocupação, não haviam sido encontrados em

volume significativo.

Lentamente, como vimos, a economia colonial abandonou sua predominância

extrativista e coletora dos primeiros tempos, do tráfico com pau-brasil e das drogas do sertão,

para uma exploração mais racional e estável, graças à implantação dos engenhos de açúcar e

das lavouras de tabaco que se espalharam por todo o litoral do Nordeste.

População: nossa população, ao redor do final do século XVII, era estimada em uns

300 mil povoadores (calcula-se que havia ainda 1.500.000 de índios), grande parte deles

concentrados no Nordeste. Outro pequeno núcleo populacional encontrava-se no Planalto de

Piratininga, na atual São Paulo, formado pelos bandeirantes. Tipos mamelucos que se

dedicavam a prear índios pelo sertão afora, indo inclusive atacar as missões guaranis,

organizadas pelos jesuítas desde os séculos 16 e 17, no Paraguai e no atual Estado do Rio

Grande do Sul.

Foi nesse quadro, de limitado progresso econômico (os portugueses começavam a

enfrentar a concorrência da produção colonial dos holandeses, franceses e ingleses, que

implantaram engenhos açucareiros nas Antilhas ), que a Coroa determinou a pressionar seus

funcionários e demais habitantes no sentido de estimula-los, particularmente os paulistas, a

que desbravassem o sertão em busca do precioso ouro.

REVOLUÇÃO INGLESA

Contrária ao domínio de poder político da monarquia dos Stuarts, que eram soberanos

ingleses originados da Escócia, a Revolução Inglesa ocorreu no século XVII, no ano de 1640.

De acordo com alguns historiadores, esta insurreição é considerada a primeira revolução de

caráter burguês realizada no ocidente.

A origem da Revolução Inglesa pode ser explicada por uma combinação de diversos

fatores. Na época da Dinastia Tudor, o país apresentava um desenvolvimento econômico

próspero e de várias conquistas. Enquanto Henrique VIII e Elisabeth I estavam no poder,

ocorreu a adoção do anglicanismo, que trouxe grandes mudanças e era um instrumento

Page 6: NEEJA- NÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E … · o sul do Piauí e do Maranhão, ladeada, a oeste, pelo Planalto Central, onde fica Brasília, e a leste pela aproximação

importante do Estado. Além disso, neste período, a Inglaterra encontrava-se unificada e

começou a disputar o descobrimento de novas colônias, fazendo frente aos espanhóis.

Dentro deste contexto, havia incentivo à liberdade de comércio, além de medidas de

proteção à propriedade. Neste momento, de grande desenvolvimento econômico, surgem os

monopólios comerciais, os Mercadores Aventureiros, grupo que desejava superar os

estrangeiros no comércio e a Companhia Britânica das Índias Orientais, união de

comerciantes de Londres que tinha o monopólio comercial com as “Índias Orientais”.

Porém, estes adventos tiveram como resultado a divisão burguesa britânica. De um

lado estavam os comerciantes mais abastados, favorecidos pelos monopólios e, de outro, a

pequena burguesia que clamava pela livre concorrência. Junto a isso, a situação no campo

gerava diversos problemas, pois as terras começaram a ser valorizadas após a alta dos

produtos da zona rural. Assim, os representantes da burguesia poderosa, que tinham grandes

propriedades, começam a expandir suas terras desapropriando terrenos de caráter coletivo

para torná-los particulares.

Isso fez com que diversos camponeses fossem expulsos da zona rural, dando espaço

para a formação de propriedades extensas que produziam lã, um dos produtos que,

posteriormente, seria a base da Revolução Industrial no país. Para atenuar um possível

conflito entre a nobreza rural e os camponeses, o governo tomou medidas para impedir os

cercamentos, mas sofreu oposição da burguesia mercantil e dos grandes proprietários de

terras.

Em 1603 tem início a Dinastia do Stuarts, simbolizada por Jaime I, substituto de

Elizabeth I, considerada a última rainha da Dinastia dos Tudors. O novo soberano inglês, além

de ser protestante, iniciou um processo de aproximação com a Espanha, país católico,

mostrando que era indiferente às instituições inglesas estabelecidas no reinado dos Tudors.

Isso foi um fator de extremo descontentamento da alta burguesia, pois, até então, o equilíbrio

entre os parlamentares e os monarcas era o que equilibrava a economia inglesa. Foi durante

este período que os ingleses discordantes iniciaram um processo de emigração rumo à

América do Norte.

Com a morte de Jaime I, quem assume o poder é seu filho Carlos I. No ano de 1628,

dois anos após Carlos I tomar o poder, é votada uma Petição de Direitos pelo Parlamento

Inglês, que garantiu a burguesia comerciante contra detenções ilegais e tributos. Em

contrapartida, este parlamento foi dissolvido pelo rei, que buscou apoio na Câmara Estrelada

(tribunal que era formado por nobres da confiança da realeza). Além disso, Carlos I faz uma

tentativa de imposição do anglicanismo aos presbiterianos (calvinistas da Escócia), mas não

obteve apoio da burguesia e ainda viu grupos de escoceses invadirem a região norte da

Inglaterra. Sem sustentação, o rei abriu o parlamento novamente no ano de 1640 e em 1653.

Porém, os parlamentares demonstravam mais interesse em combater a tirania de Carlos I.

Entre os anos de 1641 e 1649, ocorreu uma guerra civil que foi um episódio de

extrema importância para a Revolução Inglesa. O conflito colocou frente a frente o exército

da realeza (com apoio dos senhores feudais) e os apoiadores do parlamento, denominados

cabeças-redondas, que, em sua maioria, eram puritanos burgueses liderados por Oliver

Cromwell. No primeiro ano do conflito, o rei foi apoiado pelos aristocratas das regiões norte e

sul da Inglaterra, além da burguesia abastada.

No ano de 1645, após diversos embates, os cabeças-redondas, com seu exército

chamado New ModelArmy, vencem a cavalaria real na Batalha de Naseby e fazem Carlos I

fugir para a Escócia, onde tinham muitos inimigos. O rei acabou sendo capturado e vendido

ao parlamento da Inglaterra, onde foi executado.

Page 7: NEEJA- NÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E … · o sul do Piauí e do Maranhão, ladeada, a oeste, pelo Planalto Central, onde fica Brasília, e a leste pela aproximação

Após ser instituída uma nova constituição, Cromwell ganha o título de Lorde Protetor

da Escócia, Irlanda e Inglaterra. Apoiado pela classe militar e burguesa, ele iniciou uma

ditadura puritana. Seu governo ficou conhecido pelas medidas de intolerância e rigidez contra

os opositores. Após a morte de Cromwell, no ano de 1658, seu filho assume o poder, mas é

deposto um ano depois.

Com isso, é iniciada a Revolução Gloriosa, que coloca os Stuarts novamente no poder,

representados por Carlos II e, posteriormente, por Jaime II. No governo de Carlos II, devido a

atitudes impensadas do soberano, ocorreu uma rixa entre dois grupos do parlamento: os whigs

e os tories. Os primeiros eram contra as medidas reais e a favor de mudanças no cenário

político. Já os segundos eram ligados à aristocracia feudal e defensores de sua continuidade.

No governo de Jaime II, foram tomadas medidas absolutistas de punição contra

opositores, destituição do habeas corpus, além de prisões despóticas. Em 1689, o parlamento

promulga a Declaração dos Direitos (Bill ofRights), estabelecendo o parlamento como poder

supremo e substituindo Jaime II por sua filha Maria Stuart e Guilherme de Orange, seu genro.

REVOLUÇÃO FRANCESA

Pode se dizer que a Revolução Francesa teve relevante papel nas bases da sociedade

de uma época, além de ter sido um marco divisório da história dando início à idade

contemporânea.

a Revolução Francesa. Foi um acontecimento tão importante que seus ideais

influenciaram vários movimentos ao redor do mundo, dentre eles, a nossa Inconfidência

Mineira.

Esse movimento teve a participação de vários grupos sociais: pobres, desempregados,

pequenos comerciantes, camponeses (estes, tinham que pagar tributos à nobreza e ao clero).

Em 1789, a população da França era a maior do mundo, e era dividida em três estados:

clero (1º estado), nobreza (2º estado) e povo (3º estado).

Clero

Alto clero (bispos, abades e cônicos)

Baixo clero (sacerdotes pobres)

Nobreza Nobreza cortesã (moradores do Palácio de Versalhes)

Nobreza provincial (grupo empobrecido que vivia no interior)

Nobreza de Toga (burgueses ricos que compravam títulos de nobreza e cargos políticos e

administrativos)

Povo

Camponeses

Grande burguesia (banqueiros, grandes empresários e comerciantes)

Média burguesia (profissionais liberais)

Pequena burguesia (artesãos e comerciantes)

Sans-culottes (aprendizes de ofícios, assalariados, desempregados). Tinham este nome porque

não usavam os calções curtos com meias típicos da nobreza.

O clero e a nobreza tinham vários privilégios: não pagavam impostos, recebiam

pensões do estado e podiam exercer cargos públicos.

O povo tinha que arcar com todas as despesas do 1º e 2º estado. Com o passar do

tempo e influenciados pelos ideais do Iluminismo, o 3º estado começou a se revoltar e a lutar

Page 8: NEEJA- NÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E … · o sul do Piauí e do Maranhão, ladeada, a oeste, pelo Planalto Central, onde fica Brasília, e a leste pela aproximação

pela igualdade de todos perante a lei. Pretendiam combater, dentre outras coisas, o

absolutismo monárquico e os privilégios da nobreza e do clero.

A economia francesa passava por uma crise, mais da metade da população trabalhava

no campo, porém, vários fatores ( clima, secas e inundações), pioravam ainda mais a situação

da agricultura fazendo com que os preços subissem, e nas cidades e no campo, a população

sofria com a fome e a miséria.

Além da agricultura, a indústria têxtil também passava por dificuldades por causa da

concorrência com os tecidos ingleses que chegavam do mercado interno francês. Como

conseqüência, vários trabalhadores ficaram desempregados e a sociedade teve o seu número

de famintos e marginalizados elevados.

Toda esta situação fazia com que a burguesia (ligada à manufatura e ao comércio)

ficasse cada vez mais infeliz. A fim de contornar a crise, o Rei Luís XVI resolveu cobrar

tributos ao povo (3º estado), em vez de fazer cobranças ao clero e a nobreza.

Sentindo que seus privilégios estavam ameaçados, o 1º e 2º estado se revoltaram e

pressionaram o rei para convocar a Assembleia dos Estados Gerais que ajudaria a obrigar o

povo a assumir os tributos.

OBS: A Assembleia dos Estados Gerais não se reunia há 175 anos. Era formada por

integrantes dos três estados, porém, só era aceito um voto para cada estado, como clero e

nobreza estavam sempre unidos, isso sempre somava dois votos contra um do povo.

Essa atitude prejudicou a nobreza que não tinha consciência do poder do povo e

também porque as eleições para escolha dos deputados ocorreram em um momento favorável

aos objetivos do 3º estado, já que este vivia na miséria e o momento atual do país era de crise

econômica, fome e desemprego.

Em maio de 1789, após a reunião da Assembleia no palácio de Versalhes, surgiu o

conflito entre os privilegiados (clero e nobreza) e o povo.

A nobreza e o clero, perceberam que o povo tinha mais deputados que os dois

primeiros estados juntos, então, queria de qualquer jeito fazer valer o voto por ordem social.

O povo (que levava vantagem) queria que o voto fosse individual.

Para que isso acontecesse, seria necessário uma alteração na constituição, mas a

nobreza e o clero não concordavam com tal atitude. Esse impasse fez com que o 3º estado se

revoltasse e saísse dos Estados Gerais.

Fora dos Estados Gerais, eles se reuniram e formaram a Assembleia Nacional

Constituinte.

O rei Luís XVI tentou reagir, mas o povo permanecia unido, tomando conta das ruas.

O slogan dos revolucionários era “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.

Em 14 de julho de 1789 os parisienses invadiram e tomaram a Bastilha (prisão) que

representava o poder absoluto do rei, já que era lá que ficavam os inimigos políticos dele.

Esse episódio ficou conhecido como "A queda da Bastilha".

O rei já não tinha mais como controlar a fúria popular e tomou algumas precauções

para acalmar o povo que invadia, matava e tomava os bens da nobreza: o regime feudal sobre

os camponeses foi abolido e os privilégios tributários do clero e da nobreza acabaram.

No dia 26 de agosto de 1789 a Assembleia Nacional Constituinte proclamou a

Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, cujos principais pontos eram:

O respeito pela dignidade das pessoas

Liberdade e igualdade dos cidadãos perante a lei

Direito à propriedade individual

Direito de resistência à opressão política

Liberdade de pensamento e opinião

Em 1790, a Assembleia Constituinte reduziu o poder do clero confiscando diversas

terras da Igreja e pôs o clero sob a autoridade do Estado. Essa medida foi feita através de um

documento chamado “Constituição Civil do Clero”. Porém, o Papa não aceitou essa

determinação.

Sobraram duas alternativas aos sacerdotes fiéis ao rei.

Sair da França

Page 9: NEEJA- NÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E … · o sul do Piauí e do Maranhão, ladeada, a oeste, pelo Planalto Central, onde fica Brasília, e a leste pela aproximação

Lutar contra a revolução

Muitos concordaram com essa lei para poder permanecer no país, mas os insatisfeitos

fugiram da França e no exterior decidiram se unir e formar um exército para reagir à

revolução.

Em 1791, foi concluída a constituição feita pelos membros da Assembleia

Constituinte.

Principais tópicos dessa constituição

Igualdade jurídica entre os indivíduos

Fim dos privilégios do clero e nobreza

Liberdade de produção e de comércio (sem a interferência do estado)

Proibição de greves

Liberdade de crença

Separação do estado da Igreja

Nacionalização dos bens do clero

Três poderes criados (Legislativo, Executivo e Judiciário)

O rei Luís XVI não aceitou a perda do poder e passou a conspirar contra a revolução,

para isso contatava nobres emigrados e monarcas da Áustria e Prússia (que também se

sentiam ameaçados). O objetivo dos contra-revolucionários era organizar um exército que

invadisse a França e restabelecesse a monarquia absoluta (veja Absolutismo na França).

Em 1791, Luís XVI quis se unir aos contra-revolucionários e fugiu da França, mas foi

reconhecido, capturado, preso e mantido sob vigilância.

Em 1792, o exército austro-prussiano invadiu a França, mas foi derrotado pelas tropas

francesas na Batalha de Valmy. Essa vitória deu nova força aos revolucionários franceses e tal

fato levou os líderes da burguesia decidir proclamar a República (22 de setembro de 1792).

Com a proclamação, a Assembleia Constituinte foi substituída pela Convenção

Nacional que tinha como uma das missões elaborar uma nova constituição para a França.

Nessa época, as forças políticas que mais se destacavam eram as seguintes:

Girondinos: alta burguesia

Jacobinos: burguesia (pequena e média) e o proletariado de Paris. Eram radicais e

defendiam os interesses do povo. Liderados por Robespierre e Saint-Just, pregavam a

condenação à morte do rei.

Grupo da Planície: Apoiavam sempre quem estava no poder.

Mesmo com o apoio dos girondinos, Luís XVI foi julgado e guilhotinado em janeiro de 1793.

A morte do rei trouxe uma série de problemas como revoltas internas e uma reorganização das

forças absolutistas estrangeiras.

Foram criados o Comitê de Salvação Pública e o Tribunal Revolucionário (responsável pela

morte na guilhotina de muitas pessoas que eram consideradas traidoras da causa

revolucionária).

Esse período ficou conhecido como “Terror”, ou "Grande Medo", pois os não-

jacobinos tinham medo de perder suas cabeças.

Começa uma ditadura jacobina, liderada por Robespierre. Durante seu governo, ele

procurava equilibrar-se entre várias tendências políticas, umas mais identificadas com a alta

burguesia e outras mais próximas das aspirações das camadas populares.

Robespierre conseguiu algumas realizações significativas, principalmente no setor

militar: o exército francês conseguiu repelir o ataque de forças estrangeiras.

Durante o governo dele vigorou a nova Constituição da República (1793) que

assegurava ao povo:

Direito ao voto

Direito de rebelião

Direito ao trabalho e a subsistência

Continha uma declaração de que o objetivo do governo era o bem comum e a

felicidade de todos.

Page 10: NEEJA- NÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E … · o sul do Piauí e do Maranhão, ladeada, a oeste, pelo Planalto Central, onde fica Brasília, e a leste pela aproximação

Quando as tensões decorrentes da ameaça estrangeira diminuíram, os girondinos e o

grupo da planície uniram-se contra Robespierre que sem o apoio popular foi preso e

guilhotinado em 1794.

Após a sua morte, a Convenção Nacional foi controlada por políticos que

representavam os interesses da alta burguesia. Com nova orientação política, essa convenção

decidiu elaborar outra constituição para a França.

A nova constituição estabelecia a continuidade do regime republicano que seria

controlado pelo Diretório (1795 - 1799). Neste período houve várias tentativas para controlar

o descontentamento popular e afirmar o controle político da burguesia sobre o país.

Durante este período, a França voltou a receber ameaças das nações absolutistas

vizinhas agravando a situação.

Nessa época, Napoleão Bonaparte ganhou prestígio como militar e com o apoio da

burguesia e do exército, provocou um golpe.

Em 10/11/1799, Napoleão dissolveu o diretório e estabeleceu um novo governo

chamado Consulado. Esse episódio ficou conhecido como 18 Brumário.

Com isso ele consolidava as conquistas da burguesia dando um fim para a revolução.

EXERCÍCIOS

1-Qual o primeiro Tratado de divisão das terras Americanas?

2-Como o Território brasileiro foi sendo conquistado para chegar na extensão que possui

hoje?

3-Quem trouxe a Expressão Sertão para o Brasil, e o que significa?

4-Qual o Lema trazido pelos Jesuítas ao Brasil?

5-Qual o verdadeiro motivo da vinda dos jesuítas ao Brasil?

6-Em que período se desenvolveu o ciclo do ouro no Brasil?

7-Quais as principais consequências do ciclo do ouro para os brasileiros?

8-Qual a principal consequência da Revolução Inglesa?

9- Como era dividida a população Francesa antes da Revolução?

10-Quais os ideais usadas pelo 3º estado ou estamento Frances, quando iniciaram a Revolução

Francesa?

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

A Revolução industrial foi um conjunto de mudanças que aconteceram na Europa

nos séculos XVIII e XIX. A principal particularidade dessa revolução foi a substituição do

trabalho artesanal pelo assalariado e com o uso das máquinas.

Até o final do século XVIII a maioria da população europeia vivia no campo e

produzia o que consumia. De maneira artesanal o produtor dominava todo o processo

produtivo.

Apesar de a produção ser predominantemente artesanal, países como a França e a

Inglaterra, possuíam manufaturas. As manufaturas eram grandes oficinas onde diversos

Page 11: NEEJA- NÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E … · o sul do Piauí e do Maranhão, ladeada, a oeste, pelo Planalto Central, onde fica Brasília, e a leste pela aproximação

artesãos realizavam as tarefas manualmente, entretanto subordinados ao proprietário da

manufatura.

A Inglaterra foi precursora na Revolução Industrial devido a diversos fatores, entre

eles: possuir uma rica burguesia, o fato do país possuir a mais importante zona de livre

comércio da Europa, o êxodo rural e a localização privilegiada junto ao mar o que facilitava a

exploração dos mercados ultramarinos.

Como muitos empresários ambicionavam lucrar mais, o operário era explorado sendo

forçado a trabalhar até 15 horas por dia em troca de um salário baixo. Além disso, mulheres e

crianças também eram obrigadas a trabalhar para sustentarem suas famílias.

Diante disso, alguns trabalhadores se revoltaram com as péssimas condições de

trabalho oferecidas, e começaram a sabotar as máquinas, ficando conhecidos como “os

quebradores de máquinas“. Outros movimentos também surgiram nessa época com o objetivo

de defender o trabalhador.

O trabalhador em razão deste processo perdeu o conhecimento de todo a técnica de

fabricação passando a executar apenas uma etapa.

A Primeira etapa da Revolução Industrial Entre 1760 a 1860, a Revolução Industrial

ficou limitada, primeiramente, à Inglaterra. Houve o aparecimento de indústrias de tecidos de

algodão, com o uso do tear mecânico. Nessa época o aprimoramento das máquinas a vapor

contribuiu para a continuação da Revolução.

A Segunda Etapa da Revolução Industrial

A segunda etapa ocorreu no período de 1860 a 1900, ao contrário da primeira fase,

países como Alemanha, França, Rússia e Itália também se industrializaram. O emprego do

aço, a utilização da energia elétrica e dos combustíveis derivados do petróleo, a invenção do

motor a explosão, da locomotiva a vapor e o desenvolvimento de produtos químicos foram as

principais inovações desse período.

A Terceira Etapa da Revolução Industrial

Alguns historiadores têm considerado os avanços tecnológicos do século XX e XXI como a

terceira etapa da Revolução Industrial. O computador, o fax, a engenharia genética, o celular

seriam algumas das inovações dessa época.

A ERA NAPOLEÔNICA

No desenrolar da Revolução Francesa nas duas últimas décadas do século XVIII, os

jacobinos assumiram o poder e instalaram a chamada “fase do terror” ou “Terror

Revolucionário”. Nessa fase, que se tornou crucial a partir do ano de 1793, uma série de crises

começou a ocorrer na França, tanto de ordem política quanto de ordem econômica e militar.

Tais crises implicaram a insatisfação dos setores políticos mais moderados, os quais passaram

a articular o afastamento dos jacobinos do poder. Para tanto, tornava-se necessário o

estabelecimento de uma nova estrutura política que fosse gerenciada por um líder habilidoso e

com grande prestígio popular.

Napoleão Bonaparte, apesar de jovem, destacou-se como um dos mais respeitáveis

generais do exército francês durante a Revolução. Sua habilidade na guerra devia-se a

variados fatores, mas principalmente à verdadeira reforma que empreendeu com suas tropas,

concedendo vantagens, motivação, profissionalização e, sobretudo, a infusão de um espírito

nacional nos soldados. O exército de Napoleão foi o primeiro exército popular da história

ligado à ideia de nação – a Nação Francesa –, ao contrário dos exércitos tradicionais que eram

eminentemente aristocráticos.

Page 12: NEEJA- NÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E … · o sul do Piauí e do Maranhão, ladeada, a oeste, pelo Planalto Central, onde fica Brasília, e a leste pela aproximação

Napoleão assumiu o poder apoiado pelos setores da burguesia que queriam o fim do

Diretório, comandado pelos Jacobinos. Napoleão pôde, assim, reprimir tanto os

revolucionários que estavam à esquerda quanto os monarquistas que estavam à direita política

da França à época. A manobra político-militar que o colocou no poder ficou conhecida como

golpe do 18 de brumário (nome que faz referência ao dia e mês do calendário revolucionário)

em 1799. No ano seguinte ao golpe, uma nova Constituição foi promulgada, fortalecendo o

Poder Executivo e dando a Napoleão o cargo de cônsul vitalício.

Napoleão passou de jovem general a Imperador da França, instituindo uma dinastia

familiar

Entretanto, dado o enorme poder que passou a concentrar no cargo de cônsul,

Napoleão coroou-se, em 1804, na catedral de Notre-Dame, em Paris, tornando-se imperador

dos franceses – esse fato tornou-se símbolo da total independência que o novo imperador

passou a ter em relação à Igreja, já que antes era o Papa que coroava o Rei.

A partir de então, o imperador Napoleão passou a estabelecer uma série de mudanças

na França, desde a reabilitação da Igreja Católica, promovendo reformas no clero e, em certa

medida, controlando-o, até a instituição de um novo Código Civil, que veio a estruturar uma

complexa legislação que até hoje tem seu reflexo no Direito Constitucional e Internacional do

mundo todo.

Além disso, Napoleão também procurou expandir seu império para várias regiões da

Europa. Suas campanhas contra a Prússia e a Rússia tornaram-se notórias. O exército nacional

francês conseguiu vitórias espetaculares contra os outros exércitos aristocráticos. Aos povos

conquistados, Napoleão dava a justificativa de que os “libertava” da estrutura do absolutismo,

ou do Antigo Regime, que vigorava até então em vários países da Europa.

O principal entrave aos projetos de Napoleão foi o Império Britânico. A Grã-Bretanha,

por consistir em um conjunto de ilhas, não ficou exposta aos ataques da infantaria napoleônica

e, não obstante, detinha a marinha mais poderosa do mundo na época. Napoleão procurou,

então, estabelecer uma estratégia diferente contra os britânicos: bloqueá-los economicamente.

Essa estratégia ficou conhecida como “Bloqueio Continental” e consistia em pressionar as

nações europeias que estavam sob influência da França a não estabelecerem vínculo

comercial com a Inglaterra. Foi nesse contexto que o rei português, D. João VI, que era

apoiado pela Grã-Bretanha, fugiu com a sua corte para o Brasil – até então colônia – por não

atender às determinações de Napoleão.

De 1813 a 1815, Napoleão sofreu, gradativamente, desgastes em seu império,

sobretudo pela grande resistência que países como o Reino Unido, Áustria, Prússia e Rússia

ofereciam ao seu domínio. A batalha mais famosa que marcou o declínio de Napoleão foi a

Batalha de Waterloo, de onde saiu derrotado. A dinastia de Bourbon foi restaurada na França

e ascendeu ao trono o rei Luís XVIII. Assim acabou o reinado dinástico de Napoleão, que foi

exilado na ilha de Santa Helena e lá morreu em 1821.

INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA ESPANHOLA

A partir do século XVI, a Espanha colonizou várias regiões da América. O sistema de

colonização espanhola baseado na exploração dos recursos naturais e minerais das áreas

dominadas. Os povos americanos (incas, astecas, maias e outros nativos) foram dominados,

perderam suas terras e tiveram que seguir a cultura imposta pelos espanhóis. Estes povos

nativos também tiveram que trabalhar de forma forçada para os colonizadores da Espanha.

A administração implantada pela Espanha nas colônias americanas era totalmente

controlada pela metrópole e tinha por objetivo principal a obtenção de riquezas. As leis e suas

aplicações eram definidas pela coroa espanhola e, portanto, serviam aos seus interesses

políticos e econômicos.

Page 13: NEEJA- NÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E … · o sul do Piauí e do Maranhão, ladeada, a oeste, pelo Planalto Central, onde fica Brasília, e a leste pela aproximação

No campo econômico o controle da metrópole sobre as colônias americanas era rígido.

Os colonos só podiam comprar e vender produtos da Espanha. Esta espécie de pacto colonial

era altamente desfavorável aos colonos americanos, pois acabam sempre vendendo a preços

baixos e comprando a preços altos, gerando grandes lucros aos espanhóis.

As lutas pela Independência da América Espanhola.

Diante da exploração e injustiças adotas pela Espanha na América, a partir do século

XVIII começa a brotar um movimento de resistência nas colônias, liderado pelos criollos.

Estes eram filhos de espanhóis nascidos na América. Além dos laços culturais que tinham

com o continente americano, viam na independência uma forma de obtenção de poder

político. Muitos destes criollos eram comerciantes e, através da independência poderiam obter

liberdade para seus negócios, aumentando assim seus lucros. Vale lembrar também que

muitos criollos estudaram na Europa, onde tomaram contato com os ideais de liberdade

propagados pelos iluministas.

No século XVIII, várias revoltas emancipacionistas ocorreram em diversas colônias

americanas, lideradas em sua maioria pelos criollos. Porém, todas elas foram reprimidas com

força e violência pela Espanha.

O processo de independência e suas principais características:

O processo de independência ganhou força no começo do século XIX, aproveitando a

fragilidade política em que se encontrava a Espanha, após a invasão das tropas napoleônicas.

As lutas pela independência ocorreram entre os anos de 1810 e 1833.

Vale ressaltar que o grau de insatisfação e revolta da população americana com o

domínio espanhol havia atingido o ponto máximo no começo do século XIX. Foi nesta época

também que os criollos conseguiram organizar movimentos emancipacionistas em todos os

vice-reinos.

Ao contrário do que aconteceu no Brasil, o processo de independência das colônias

espanholas foi violento, pois houve resistência militar por parte da Espanha. As guerras de

independência geraram milhares de mortes de ambos os lados.

Os movimentos de independência, embora liderados pelos criollos, contou com a

participação de negros, mestiços, brancos das camadas mais pobres e até mesmo de indígenas.

As colônias estavam divididas administrativamente em quatro vice-reinos (Nova

Granada, Nova Espanha, Rio da Prata e Peru) e quatro capitanias-gerais (Chile, Venezuela,

Guatemala e Cuba). Após o processo de independência, estes vice-reinos foram divididos e

tornaram-se países. O vice-reino do Rio da Prata, por exemplo, transformou-se, após ser

dividido, nos atuais: Paraguai, Argentina, Bolívia e Uruguai.

Enquanto o Brasil seguiu o sistema monárquico após sua independência em 1822, os

países que se formaram com a independência das colônias espanholas adoram a República.

Anos da independência dos principais países da América Espanhola:

- México: 1821

- Peru: 1821

- Argentina: 1816

- Paraguai: 1813

- Uruguai: 1815

- Venezuela: 1811

- Bolívia: 1825

- Colômbia: 1811

- Equador: 1811

Page 14: NEEJA- NÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E … · o sul do Piauí e do Maranhão, ladeada, a oeste, pelo Planalto Central, onde fica Brasília, e a leste pela aproximação

- Chile: 1818

Principais líderes

Os principais líderes das lutas pela independência nos países da América Espanhola

foram SimónBolivar e San Martín.

- SimónBolivar: militar e politico venezuelano, foi de fundamental importância nos

processos de independência da Colômbia, Bolívia, Equador, Venezuela, Panamá e Peru.

Ganhou em 1813, na Venezuela, o título honorífico de Libertador.

- José de San Martín: general argentino, foi decisivo nos processos de independência

da Argentina, Chile e Peru.

Consequências:

- Ascensão política dos criollos nas ex-colônias;

- Conquista da liberdade econômica, que favoreceu financeiramente e politicamente a

aristocracia;

- Criação de dependência econômica com relação à Inglaterra, maior potência

mercantil do século XIX;

- Infelizmente, a independência política não significou a diminuição das desigualdades

e injustiças sociais nas ex-colônias espanholas. A pobreza e miséria continuaram como

realidade para grande parte da população;

- Instalação do sistema republicano em que, através das eleições, as elites se

perpetuavam no poder.

A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

A Independência do Brasil é um dos fatos históricos mais importantes de nosso país,

pois marca o fim do domínio português e a conquista da autonomia política. Muitas tentativas

anteriores ocorreram e muitas pessoas morreram na luta por este ideal. Podemos citar o caso

mais conhecido: Tiradentes. Foi executado pela coroa portuguesa por defender a liberdade de

nosso país, durante o processo da Inconfidência Mineira.

Dia do Fico

Em 9 de janeiro de 1822, D. Pedro I recebeu uma carta das cortes de Lisboa, exigindo

seu retorno para Portugal. Há tempos os portugueses insistiam nesta ideia, pois pretendiam

recolonizar o Brasil e a presença de D. Pedro impedia este ideal. Porém, D. Pedro respondeu

negativamente aos chamados de Portugal e proclamou : "Se é para o bem de todos e felicidade

geral da nação, diga ao povo que fico."

O processo de independência

Após o Dia do Fico, D. Pedro tomou uma série de medidas que desagradaram a

metrópole, pois preparavam caminho para a independência do Brasil. D. Pedro convocou uma

Assembleia Constituinte, organizou a Marinha de Guerra, obrigou as tropas de Portugal a

voltarem para o reino. Determinou também que nenhuma lei de Portugal seria colocada em

vigor sem o " cumpra-se ", ou seja, sem a sua aprovação. Além disso, o futuro imperador do

Brasil, conclamava o povo a lutar pela independência.

Page 15: NEEJA- NÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E … · o sul do Piauí e do Maranhão, ladeada, a oeste, pelo Planalto Central, onde fica Brasília, e a leste pela aproximação

O príncipe fez uma rápida viagem à Minas Gerais e a São Paulo para acalmar setores

da sociedade que estavam preocupados com os últimos acontecimento, pois acreditavam que

tudo isto poderia ocasionar uma desestabilização social. Durante a viagem, D. Pedro recebeu

uma nova carta de Portugal que anulava a Assembleia Constituinte e exigia a volta imediata

dele para a metrópole.

Estas notícias chegaram as mãos de D. Pedro quando este estava em viagem de Santos

para São Paulo. Próximo ao riacho do Ipiranga, levantou a espada e gritou : " Independência

ou Morte !". Este fato ocorreu no dia 7 de setembro de 1822 e marcou a Independência do

Brasil. No mês de dezembro de 1822, D. Pedro foi declarado imperador do Brasil.

Bandeira do Brasil Império. Primeira bandeira brasileira após a Independência.

Pós Independência:

Os primeiros países que reconheceram a independência do Brasil foram os Estados

Unidos e o México. Portugal exigiu do Brasil o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas

para reconhecer a independência de sua ex-colônia. Sem este dinheiro, D. Pedro recorreu a

um empréstimo da Inglaterra.

Embora tenha sido de grande valor, este fato histórico não provocou rupturas sociais

no Brasil. O povo mais pobre se quer acompanhou ou entendeu o significado da

independência. A estrutura agrária continuou a mesma, a escravidão se manteve e a

distribuição de renda continuou desigual. A elite agrária, que deu suporte D. Pedro I, foi a

camada que mais se beneficiou.

EXERCÍCIOS

11-Qual a fase da Primeira Revolução Industrial e qual o país pioneiro?

12- Qual a fase da Segunda Revolução Industrial, e quais os países atingidos?

13- Qual a fase da terceira revolução Industrial?

14-O que foi o Bloqueio Continental de Napoleão Bonaparte?

15-Quem eram conhecidos como povos nativos da América Espanhola?

16- Quem era os criollos na América Espanhola?

17- Entre quaisos anos que os países da América Espanhola se libertaram da Espanha e se

tornaram independentes?

18- Quem era os principais líderes da Independência da América Espanhola?

PRIMEIRO REINADO

O Primeiro Reinado é a fase da História do Brasil que corresponde ao governo de D.

Pedro I. Tem início em 7 de setembro de 1822, com a Independência do Brasil e termina em 7

de abril de 1831, com a abdicação de D. Pedro I.

O governo de D. Pedro I enfrentou muitas dificuldades para consolidar a

independência, pois no Primeiro Reinado ocorrem muitas revoltas regionais, oposições

políticas internas.

Page 16: NEEJA- NÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E … · o sul do Piauí e do Maranhão, ladeada, a oeste, pelo Planalto Central, onde fica Brasília, e a leste pela aproximação

Reações ao processo de Independência

Em algumas províncias do Norte e Nordeste do Brasil, militares e políticos, ligados a

Portugal, não queriam reconhecer o novo governo de D. Pedro I. Nestas regiões ocorreram

muitos protestos e reações políticas. Nas províncias do Grão-Pará, Maranhão, Piauí e Bahia

ocorreram conflitos armados entre tropas locais e oficiais.

Constituição de 1824

Em 1823, durante a elaboração da primeira Constituição brasileira, os políticos

tentaram limitar os poderes do imperador. Foi uma reação política a forma autoritária de

governar do imperador. Neste mesmo ano, o imperador, insatisfeito com a Assembleia

Constituinte, ordenou que as forças armadas fechassem a Assembleia. Alguns deputados

foram presos.

D.Pedro I escolheu dez pessoas de sua confiança para elaborar a nova Constituição.

Esta foi outorgada em 25 de março de 1824 e apresentou todos os interesses autoritários do

imperador. Além de definir os três poderes (legislativo, executivo e judiciário), criou o poder

Moderador, exclusivo do imperador, que lhe concedia diversos poderes políticos.

A Constituição de 1824 também definiu leis para o processo eleitoral no país. De

acordo com ela, só poderiam votar os grandes proprietários de terras, do sexo masculino e

com mais de 25 anos. Para ser candidato também era necessário comprovar alta renda

(400.000 réis por ano para deputado federal e 800.000 réis para senador).

Guerra da Cisplatina

Este foi outro fato que contribuiu para aumentar o descontentamento e a oposição ao

governo de D.Pedro I. Entre 1825 e 1828, o Brasil se envolveu na Guerra da Cisplatina,

conflito pelo qual esta província brasileira (atual Uruguai) reivindicava a independência. A

guerra gerou muitas mortes e gastos financeiros para o império. Derrotado, o Brasil teve que

reconhecer a independência da Cisplatina que passou a se chamar República Oriental do

Uruguai.

CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR

As províncias de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará formaram, em

1824 a Confederação do Equador. Era a tentativa de criar um estado independente e autônomo

do governo central. A insatisfação popular com as condições sociais do país e o

descontentamento político da classe média e fazendeiros da região com o autoritarismo de

D.Pedro I foram as principais causas deste movimento.

Em 1824, Manuel de Carvalho Pais de Andrade tornou-se líder do movimento

separatista e declarou guerra ao governo imperial.

O governo central reagiu rapidamente e com todos as forças contra as províncias

separatistas. Muitos revoltosos foram presos, sendo que dezenove foram condenados a morte.

A confederação foi desfeita, porém a insatisfação com o governo de D.Pedro I só aumentou.

Bandeira do Brasil no Primeiro Reinado

Desgaste e crise do governo de D.Pedro I

Nove anos após a Independência do Brasil, a governo de D.Pedro I estava

extremamente desgastado. O descontentamento popular com a situação social do país era

grande. O autoritarismo do imperador deixava grande parte da elite política descontente. A

derrota na Guerra da Cisplatina só gerou prejuízos financeiros e sofrimento para as famílias

Page 17: NEEJA- NÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E … · o sul do Piauí e do Maranhão, ladeada, a oeste, pelo Planalto Central, onde fica Brasília, e a leste pela aproximação

dos soldados mortos. Além disso, as revoltas e movimentos sociais de oposição foram

desgastando, aos poucos, o governo imperial.

Outro fato que pesou contra o imperador foi o assassinato do jornalista Libero Badaró.

Forte crítico do governo imperial, Badaró foi assassinado no final de 1830. A polícia não

encontrou o assassino, porém a desconfiança popular caiu sobre homens ligados ao governo

imperial.

Em março de 1831, após retornar de Minas Gerais, D.Pedro I foi recebido no Rio de

Janeiro com atos de protestos de opositores. Alguns mais exaltados chegaram a jogar garrafas

no imperador, conflito que ficou conhecido como “A Noite das Garrafadas”. Os comerciantes

portugueses, que apoiavam D.Pedro I entraram em conflitos de rua com os opositores.

Abdicação

Sentindo a forte oposição ao seu governo e o crescente descontentamento popular,

D.Pedro percebeu que não tinha mais autoridade e forças políticas para se manter no poder.

Em 7 de abril de 1831, D.Pedro I abdicou em favor de seu filho Pedro de Alcântara,

então com apenas 5 anos de idade. Logo ao deixar o poder viajou para a Europa.

PERÍODO REGENCIAL

O Período Regencial é uma época da História do Brasil entre os anos de 1831 e 1840.

Quando o imperador D. Pedro I abdicou do poder em 1831, seu filho e herdeiro do trono D.

Pedro de Alcântara tinha apenas 5 anos de idade. A Constituição brasileira do período

determinava, neste caso, que o país deveria ser governado por regentes, até o herdeiro atingir

a maioridade (18 anos).

Regentes que governaram o Brasil no período:

- Regência Trina Provisória (1831): regentes Lima e Silva, Senador Vergueiro e

Marquês de Caravelas.

- Regência Trina Permanente (1831 a 1835): teve como regentes José da Costa

Carvalho, João Bráulio Moniz e Francisco de Lima e Silva.

- Regência Una de Feijó (1835 a 1837): teve como regente Diogo Antônio Feijó.

- Regência Interina de Araújo Lima (1837): teve como regente Pedro de Araújo Lima.

- Regência Una de Araújo Lima (1838 a 1840): teve como regente Pedro de Araújo

Lima.

Um período tumultuado

O Brasil passou por uma grave crise política e diversas revoltas durante o período

regencial.

Crise politica

A crise política deveu-se, principalmente, a disputa pelo controle do governo entre

diversos grupos políticos: Restauradores (defendiam a volta de D. Pedro I ao poder);

Moderados (voto só para os ricos e continuação da Monarquia) e Exaltados (queriam reformas

para melhorar a vida dos mais necessitados e voto para todas as pessoas).

Page 18: NEEJA- NÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E … · o sul do Piauí e do Maranhão, ladeada, a oeste, pelo Planalto Central, onde fica Brasília, e a leste pela aproximação

Revoltas

As revoltas ocorrem basicamente por dois motivos: más condições de vida de grande

parte da população (mais pobres) e vontade das elites locais em aumentar seu poder e serem

atendidas pelo governo.

Principais revoltas do período:

- Cabanagem (1835 a 1840) – motivada pelas péssimas condições de vida em que

vivia a grande maioria dos moradores da província do Grão-Pará.

- Balaiada (1838 – 1841) – ocorreu na província do Maranhão. A causa principal foi a

exploração da população mais pobre por parte dos grandes produtores rurais.

- Sabinada (1837-1838) – ocorreu na província da Bahia. Motivada pela insatisfação

de militares e camadas médias e ricas da população com o governo regencial.

Golpe da Maioridade e fim do Período Regencial

Os políticos brasileiros e grande parte da população acreditavam que a grave crise que

o país enfrentava era fruto, principalmente, da falta de um imperador forte e com poderes para

enfrentar a situação.

Em 23 de julho de 1840, com apoio do Partido Liberal, foi antecipada pelo Senado

Federal a maioridade de D. Pedro II (antes de completar 14 anos) e declarado o fim das

regências. Esse episódio ficou conhecido como o Golpe da Maioridade. Foi uma forma

encontrada pelos políticos brasileiros de dar poder e autoridade ao jovem imperador para que

as revoltas pudessem ser debeladas e a ordem restaurada no Brasil.

SEGUNDO REINADO

O Segundo Reinado iniciou-se com a declaração de maioridade de Dom Pedro II,

realizada no dia 23 de julho de 1840. Na época, o jovem imperador tinha apenas quatorze

anos de idade e só conseguiu ocupar o posto máximo do poder executivo nacional graças a

um bem arquitetado golpe promovido pelos grupos políticos liberais. Até então, os

conservadores (favoráveis à centralização política) dominaram o cenário político nacional.

Antes do novo regime monárquico, o período regencial foi caracterizado por uma

política conservadora e autoritária que fomentou diversas revoltas no Brasil. As disputas

políticas do período e o desfavor promovido em torno do autoritarismo vigente permitiram

que a manobra em favor de Dom Pedro de Alcântara tivesse sustentabilidade política. Nos

quarenta e nove anos subsequentes o Brasil esteve na mão de seu último e mais longevo

monarca.

Para contornar as rixas políticas, Dom Pedro II contou com a criação de dispositivos

capazes de agraciar os dois grupos políticos da época. Liberais e conservadores, tendo origem

em uma mesma classe socioeconômica, barganharam a partilha de um poder repleto de

mecanismos onde a figura do imperador aparecia como um “intermediário imparcial” às

disputas políticas. Ao mesmo tempo em que se distribuíam ministérios, o rei era blindado

pelos amplos direitos do irrevogável Poder Moderador.

A situação contraditória, talvez de maneira inesperada, configurou um período de

relativa estabilidade. Depois da Revolução Praieira, em 1847, nenhuma outra rebelião interna

se impôs contra a autoridade monárquica. Por quê? Alguns historiadores justificam tal

condição no bom desempenho de uma economia impulsionada pela ascensão das plantações

de café. No entanto, esse bom desempenho conviveu com situações delicadas provindas de

uma economia internacional em plena mudança.

Page 19: NEEJA- NÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E … · o sul do Piauí e do Maranhão, ladeada, a oeste, pelo Planalto Central, onde fica Brasília, e a leste pela aproximação

O tráfico negreiro era sistematicamente combatido pelas grandes potências, tais como

a Inglaterra, que buscava ampliar seus mercados consumidores por aqui. A partir da segunda

metade do século XIX, movimentos abolicionistas e republicanos ensaiavam discursos e

textos favoráveis a uma economia mais dinâmica e um regime político moderno e inspirado

pela onda republicana liberal.

Após o fim da desgastante e polêmica Guerra do Paraguai (1864 – 1870), foi possível

observar as primeiras medidas que indicaram o fim do regime monárquico. O anseio por

mudanças parecia vir em passos tímidos ainda controlados por uma elite desconfiada com

transformações que pudessem ameaçar os seus antigos privilégios. A estranha mistura entre o

moderno e o conservador ditou o início de uma república nascida de uma quartelada

desprovida de qualquer apoio popular.

A CULTURA NEGRA NO BRASIL

A cultura negra chegou ao Brasil por meio dos escravos africanos, na época do Brasil

Colônia. A cultura europeia, tida como branca, predominava no país e não dava margem aos

costumes africanos, que era discriminado pela sociedade branca, na época, maioria. Então,

observa-se que na sociedade não se tinha as manifestações; porém, os negros tinham

sociedades clandestinas, chamadas de quilombos.

Nessas comunidades, havia a liberdade para os negros se manifestarem, tudo de

acordo com os costumes de suas terras natais. Nos engenhos de açúcar, eles desenvolveram a

capoeira: uma forma de expressão dos negros, ainda que fosse uma luta com características de

dança, era praticada para ser usada contra os inimigos (senhores de engenho).Culinária. Outra

característica marcante da cultura afro no Brasil é a questão dos diferentes temperos dados à

culinária brasileira. Eles tiveram a capacidade de mesclar coisas da cozinha indígena com a

europeia e transformar em comida brasileira. Ora, os escravos saíram de suas terras para um

local diferente, sem trazer nada consigo. São pratos mais famosos da culinária afro-

brasileira:Acarajé;

Vatapá;

Bobó;

Feijoada (a famosa feijoada é citada como sendo um prato servido nas senzalas).

Azeite de dendê (tempero comum na culinária baiana);

Frutas e especiarias: coco, banana, pimenta malagueta e o café são produtos oriundos

das terras africanas.

Expressões Culturais

Uma coisa que chama a atenção é a alegria do povo afro-brasileiro. Além da capoeira,

que já é comum em várias partes do Brasil, mas enfaticamente no estado da Bahia. Os negros

trouxeram estilos diferentes no quesito de moda e estilo. Sempre baseado nas culturas dos

ancestrais, aderem penteados interessantes, como os dreadlocks, da cultura rastafári; o cabelo

blackpower; os trançados; com balangandãs, dentre outros.

Música

Na música, predomina o samba, bem marcante na cultura brasileira, o que é uma

herança dos afro-brasileiros. O estilo musical nasceu em meados da década de 1920; no Rio

de Janeiro, surgiu e permitiu a criação de outros ritmos, tais como: o samba enredo, o samba

de breque, o samba canção e a bossa nova.

Religião

O candomblé, religião afro-brasileira, assim como a umbanda, a macumba e o

omoloko, foi deixado pelos escravos que adotavam o sincretismo para preservação desse

culto. Na época do trabalho escravo, para que a adoração aos deuses africanos não cessassem,

Page 20: NEEJA- NÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E … · o sul do Piauí e do Maranhão, ladeada, a oeste, pelo Planalto Central, onde fica Brasília, e a leste pela aproximação

os negros usavam os santos da igreja católica, como forma de despistar a mão de ferro

portuguesa. Por isso, se vê a mistura do candomblé com o catolicismo.

A cultura negra é algo que influenciou, não só o Brasil, mas diversas nações que

usufruem da pluralidade do movimento negro. Nos Estados Unidos, o estilo dos negros é bem

característico. O rap e hip hop são elementos que fazem parte do cotidiano do povo negro.

Em meio às lutas, pode se dizer que os negros venceram e continuam nesse processo.

Embora existam ainda casos de racismo, esse quadro tem mudado.

Dia Nacional da Consciência Negra

O Dia Nacional da Consciência Negra lembra a resistência à escravidão e é

comemorado no dia 20 de novembro, no Brasil, homenagem ao dia da morte de Zumbi dos

Palmares, em 1695, ícone da cultura negra. O projeto de lei que deu vida a esse dia foi o

10.639/2003, mas só foi sancionado e considerado quando a presidenta Dilma Rouseff

sancionou a Lei 12.519/2011.

A homenagem ao dia surgiu em 1978 através do Movimento Negro Unificado. O

objetivo dessa data é refletir sobre o preconceito, mostrar ao povo a cultura africana,

comemorar e lutar pelos direitos e a igualdade do povo negro.

Zumbi dos Palmares

O líder dos negros no quilombo dos palmares, Zumbi dos Palmares, foi responsável

por lutar contra a escravidão e morreu lutando pelos direitos do seu povo. O quilombo

liderado por ele encontrava-se no estado de Alagoas e resistiu por cerca de 100 anos,

abrigando entre 25 mil a 30 mil negros, segundo os dados da Fundação Cultural Palmares.

Foram através dos quilombos que os negros preservaram a sua cultura e também

formaram a resistência contra o sistema de escravidão no período colonial. O líder que

inspirou e ainda inspira a muito negros foi um herói contra o sistema que vigorava na época e

representa um momento em que eles devem lutar e repensar sobre a identidade dos negros na

sociedade brasileira.

Zumbi foi morto pelas tropas coloniais de Jorge Velho e foi assassinado em 20 de

novembro de 1695. Após a sua morte, a abolição da escravatura só chegou ao Brasil em 1888.

A data é considerada ponto facultativo e não um feriado obrigatório, portanto, cabe

aos municípios e estados aderirem a data como feriado.

Nesse dia e em todo o mês de novembro várias atividades culturais são realizadas em

comemoração a data como passeatas, oficinas, cursos, seminários, oficinas, etc. Além disso,

entidades e instituições ligadas aos movimentos negros estimulam a população na

comemoração dessa data.

Eventos relacionados a Cultura Afro-brasileira

Feira Preta Week ou Feira Cultura Preta

É uma das maiores feiras de cultura negra da América, possui uma agenda cultural

vasta com atividades sobre moda, dança, literatura, gastronomia, música, turismo afro e

muitos outros, bem como a comercialização de produtos afro. O objetivo do evento é mostrar

que a cultura negra também faz parte da sociedade brasileira, bem como valorizando-a diante

da sociedade.

Todos os anos, a feira é realizada desde 2002, em várias cidades do país. A feira é

organizada pelo Instituto Feira Preta que atua na promoção e no desenvolvimento da cultura

negra na sociedade

Mostra Internacional do Cinema Negro

É uma mostra que acontece, geralmente, na semana da Consciência Negra, realizada

para mostrar à sociedade a imagem positiva dos afrodescendentes por meio do cinema, bem

como incluí-los na sociedade.

Page 21: NEEJA- NÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E … · o sul do Piauí e do Maranhão, ladeada, a oeste, pelo Planalto Central, onde fica Brasília, e a leste pela aproximação

Marcha da Consciência Negra

A marcha é realizada em alguns estados para celebrar o dia da consciência negra. Os

manifestantes vestem camisetas de protestos, levam cartazes, faixas contra o preconceito à

população negra. Geralmente participam pessoas de movimentos populares, sindicatos,

organizações civis, estudantes e demais indivíduos que desejarem aderir ao movimento.

Museu Nacional da Cultura Afro-brasileira (MUNCAB)

É considerado o primeiro museu federal da cultura negra, um projeto de renovação à

política cultural do Ministério da Cultura, responsável por reunir a história do povo afro-

brasileiro. Sua sede encontra-se na Bahia, em Salvador. Os organizadores propõe ações como

intercâmbios entre os continentes de origem africana como Angola, Guiné e Moçambique,

mostras e exposições.

EXERCÍCIOS

19-Qual o fato considerado o mais importante do nosso país, pois marcou o fim do domínio

Português e a conquista da autonomia?

20- Em que dia comemoramos a Independência do Brasil?

21- Qual a fase do primeiro Reinado no Brasil?

22-Porque a Constituição Imperial foi chamada de Outorgada?

23-O que foi a Confederação do Equador?

24-O que foi o Período Regencial?

25-Quais as principais Revoltas do Período Regencial?

26-Com quantos anos D. Pedro II, assumiu o Governo Brasileiro?

27-Dentro da Cultura Negra no Brasil, temos diversos pratos típicos dessa cultura. Cite

alguns:

Page 22: NEEJA- NÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E … · o sul do Piauí e do Maranhão, ladeada, a oeste, pelo Planalto Central, onde fica Brasília, e a leste pela aproximação

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFA

Piletti,Nelson,HistóriaeVida,volume 3,3ª Edição, Atica

Ceriacopi Reinaldo e Azevedo C.Gislaine,História em Movimento, volume 1,Etitora Ática.

Educação de Jovens e dultos,EditoraVergínia, e Moderna,1ª Edição, São Paulo-2013.

Carneiro; Miguel Castilho Junior, Rubem Gorki,Educação de Jovens e Adultos- Global.

CORTI, ANA PAULA, VIVER, APRENDER, INTERDISCIPLINAR, 1ª EDIÇÃO,

EDITORA GLOBAL, SÃO PAULO, 2013.

Educação de jovens e adultos/Neide Aparecida de Almeida. -1ªed. São Paulo: Global, 2013.

LUCI, Eliam Alabai, Homem e Espaço Geografia. 11º edição. São Paulo: Saraiva 1998..

MELHEM, Adas. História. 3º edição. São Paulo: Moderna, 1988.

MOREIRA, Igor Antônio Gomes. Construindo o espaço brasileiro. São Paulo: Ática, 2002;

MORINA, Lúcia: RIGOLIN, Tércio. Geografia. 1ºEdição. São Paulo: Ática,2002.

NOVO Dicionário Aurélio (Aurélio Buarque de Holanda)

Rubem Gorki, TELECURSO 2000;

VESENTINI, j.Willian; Wlach, Vânia.Geografia crítica- O espaço natural e a ação humana. 1º

edição. São Paulo Ática,2000.

William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. -7ed. Reformada. -São Paulo: Saraiva

2010