nbr salas de projeção cinematográfica

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    ProjetodeRecomendaoTcnicaABCArquiteturadeSalasdeProjeoCinematogrfica

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    Associao Brasileira de Cinematografia, ABCRecomendao TcnicaArquitetura de Salas de Projeo Cinematogrfica

    1 Escopo da Recomendao:Esta Recomendao Tcnica uma iniciativa conjunta da Associao BrasileiraCinematografia, ABC, e da Secretaria do Audiovisual do Ministrio da Cultura, atravs doCentro Tcnico Audiovisual, CTAv, e da Cinemateca Brasileira.

    Ela tem por objetivo determinar as caractersticas arquitetnicas bsicas para projeescom boa qualidade tcnica e conforto do espectador de acordo com as caractersticas damdia cinematogrfica contempornea e da fisiologia humana.

    O ponto de partida para a elaborao desta Recomendao a norma tcnica NBR12237Projetos e instalaes de salas de projeo cinematogrfica, elaborada por iniciativa doCTAv e publicada pela Associao Brasileira de Normas Tcnicas, ABNT, em 1988. Osparmetros desta norma foram revistos para esta Recomendao visando incorporar asmelhorias resultantes do desenvolvimento da tecnologia cinematogrfica desde entoalm de acrescentar outros aspectos no abordados anteriormente, de acordo comparmetros definidos por normas e recomendaes tcnicas nacionais e internacionais.

    Os parmetros definidos pela presente Recomendao aplicam-se, preferencialmente, aprojees utilizando processos foto-qumicos 35mm ou digital (resoluo de 2k ousuperior), devendo ser utilizados tambm para projetos de salas de projeo eletrnica

    (abaixo de 2k) posto que os aspectos nela abordados, em sua maioria, relacionam-se fisiologia humana que, obviamente, so as mesmas para qualquer tipo de projeo. Almdisso, deve-se considerar que a tendncia de melhoria da tecnologia de projeo digital,associada sua popularizao, permite antever que, em futuro no muito distante, elavenha a substituir tecnologias com menor qualidade.

    Esta Recomendao no trata de aspectos relacionados ao funcionamento edesempenho de equipamentos de projeo, que so objeto de normas e/ourecomendaes tcnicas especficas. To pouco so abordados aspectos que garantam asegurana e a qualidade do ambiente como um todo, bem como aspectos definidos porlegislaes e posturas federais, municipais e estaduais.

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    2 Referncias:Para aplicao desta Recomendao faz-se necessrio consultar as seguintes normas:

    ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas, NBR 6401 Instalaes Centrais de ArCondicionado para Conforto Parmetros Bsicos de Projeto, 1980.Norma tcnica da ABNT que fixa bases fundamentais para a elaborao de projetos deinstalaes de unidades com capacidade individual a partir de 9000 kcal/h.

    ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas, NBR 9050 Acessibilidade aEdificaes,Mobilirio,EspaoseEquipamentosUrbanos, 2004.Norma tcnica da ABNT que estabelece critrios e parmetros tcnicos a seremobservados quando do projeto, construo, instalao e adaptao de edificaes,mobilirio, espaos e equipamentos urbanos s condies de acessibilidade.

    Organization for Standardization, ISO 9568:1993, Cinematography -- Background

    acoustic noise levels in theatres, review rooms and dubbing rooms, 1993.Norma tcnica da ISO, Organizao Internacional de Normatizao, que determina osparmetros de nvel de rudos para salas de exibio.

    3 Definies:

    Distoro trapezoidal: deformao em forma de trapzio da imagem projetada na tela,resultante da inclinao do eixo do feixe de projeo em relao normal ao plano datela.

    Distncia de projeo: distncia entre o centro ptico da lente de projeo e o centrogeomtrico da tela de projeo.

    Escalonamento visual: disposio das poltronas do auditrio visando garantir que a linhade viso de qualquer espectador at borda inferior da tela no seja obstruda por outrosespectadores ou poltronas sua frente.

    Feixe de projeo: fluxo luminoso em formato piramidal delimitado pelas bordas da tela deprojeo e com vrtice da pirmide no centro ptico da lente de projeo.

    Rudo de fundo: nvel sonoro de todas as fontes de rudos externas (trfego, bombasdgua etc.) ou internas (ar condicionado, ventilao etc.) presentes na sala de projeo,excetuando-se os sons produzidos pelo sistema de som com a trilha sonora do filme.

    Tela de projeo: superfcie na qual projetada o filme, com dimenses iguais s damaior imagem projetvel, correspondente ao formato panormico 1:2,35 (Cinemascope),no qual a largura da imagem igual a 2,35 vezes a altura da imagem. No caso de salascom projeo eletrnica ou digital na qual se utiliza o formato 1:1,78 (9:16), seconsiderar, para efeito do projeto da sala, uma tela com altura igual a que ser utilizadano formato 1:1,78 mas com largura correspondente do formato 1:2,35. Considera-seque a tela seja plana; no caso dela ser curva, a tela corresponder a um plano que passepelas quatro extremidades laterais da tela.

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    4 Aspectos fsicos da sala de projeo

    4.1 Dimenses da tela:

    4.1.1 A largura (L) da tela de projeo deve ser igual ou, preferencialmente, superior metade da distncia (D) entre a tela e face anterior do encosto da poltrona instalada naltima fileira. Alternativamente, aceitvel que a largura (L) seja igual ou,preferencialmente, superior distncia (D) dividida por 2,9. (FIGURA 1)

    L D 2,0 (recomendvel)L D 2,9 (aceitvel)

    L

    106o

    106o

    tela

    rea de implantao das poltronas

    D

    Lx0,6

    (recomend.)

    min

    D

    2L

    (recomendv

    el)

    max

    D

    2,9

    L

    (a

    ceitvel)

    max

    FIGURA 1 rea de implantao das poltronas

    4.1.2 A tela de projeo pode ser plana ou curva. Sendo curva, o seu raio de curvatura(R) deve ser superior a duas vezes a distncia (D) entre a tela e a face anterior doencosto da poltrona mais afastada da tela.

    R > 2 D

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    4.2 Implantao das poltronas:

    4.2.1 A distncia mnima (Dmin) entre a tela de projeo e a poltrona mais prxima a ela

    deve ser igual ou, preferencialmente, superior a 60% da largura (L) da tela no formato1:2,35. (FIGURA 1)

    Dmin L x 0,6

    4.2.2 Os ngulos mximos de viso do espectador sentado na poltrona mais prxima datela devem ser iguais ou, preferencialmente, inferiores a:

    a) 30 graus em relao a um plano horizontal () que passe pelo centro da altura da tela;b) 40 graus em relao a um plano horizontal () que passe pela borda superior da tela.

    altura(H)datela

    planolim

    itedeim

    planta

    odaspo

    ltronas

    (110em

    relao

    tela)

    o

    30

    30

    H

    2

    H2

    FIGURA 2 ngulos de viso tela

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    4.2.3 A distncia mxima (Dmax) entre a tela de projeo e face anterior do encosto dapoltrona mais afastada da tela deve ser igual ou, preferencialmente, inferior ao dobro dalargura (L) da tela de projeo, sendo aceitvel que a distncia mxima (D max) seja igual

    ou, preferencialmente, inferior a 2,9 vezes a largura (L) da tela. (FIGURA 1)

    Dmax L x 2,0 (recomendado)Dmax L x 2,9 (aceitvel)

    4.2.4 Todos os assentos devem estar compreendidos, em planta baixa, entre dois planosverticais que passem pelas extremidades laterais da tela formando um ngulo () de 106com o plano da tela. (FIGURA 1)

    4.2.5 Todas as linhas de viso devem estar compreendidas, em corte longitudinal, abaixode um plano que passe pela borda superior da tela, inclinado 110 em relao ao plano datela. (FIGURA 2)

    4.2.6 As poltronas devem ser dispostas de forma a se garantir um escalonamento visualigual ou, preferencialmente, superior a 0,15m (correspondente distncia entre o topo dacabea e o nvel dos olhos), considerando-se uma altura de 1,20m entre o nvel dos olhose o piso. (FIGURA 3)

    As poltronas devem ser intercaladas entre fileiras dispondo-as de modo que num grupode cinco poltronas quatro formem um retngulo e uma fique no centro. (FIGURA 4)

    1,20m

    0,15m

    FIGURA 3 Escalonamento visual

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    4.2.7 O ngulo formado pelo eixo perpendicular ao plano do encosto da poltrona e umareta perpendicular ao centro da largura da tela, para cada poltrona, deve ser igual ou,preferencialmente, inferior a 15. (FIGURA 4)

    15

    4.2.8 O espaamento entre as poltronas, medido da face anterior de um determinadoencosto at a face anterior do encosto imediatamente frente (ou atrs) deve ser igualou, preferencialmente, superior a 1,00m. (FIGURA 4)

    largura(L)datela

    L2

    L2

    15

    1,00m 1,00m

    FIGURA 4 Implantao das poltronas

    4.3 Implantao da cabine de projeo:

    4.3.1 A distoro trapezoidal horizontal (DThorz) da imagem projetada provocada pelainclinao horizontal do eixo ptico de projeo em relao ao plano vertical passandopelo centro da tela deve ser, preferencialmente, inferior a 3%, sendo tolervel um valormximo de 5%, desde que a relao entre a distncia de projeo (D proj) e a altura daimagem projetada na tela (Himg) seja maior do que 4.

    DThorz 3% (recomendada)DThorz 5% (tolervel, se Dproj Himg > 4)

    4.3.2 A distoro trapezoidal vertical (DTvert) da imagem projetada provocada pelainclinao vertical do eixo ptico de projeo em relao ao plano horizontal passandopelo centro da tela deve ser, preferencialmente, inferior a 3%, sendo tolervel um valormximo de 5%.

    DTvert 3% (recomendada)DTvert 5% (tolervel)

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    OBS: A distoro trapezoidal calculada a partir da seguinte frmula:

    Distoro trapezoidal horizontal (DThorz) = (H sen ) (D cos )

    Distoro trapezoidal vertical (DTvert) = (L sen ) (D cos )

    Onde:L = largura da telaH = altura da telaD = distncia de projeo = ngulo de projeo horizontal = ngulo de projeo vertical

    OBS: Embora alguns sistemas de projeo eletrnica disponham de funes paracompensao das distores da imagem, produzidas pelas angulaes laterais ou

    verticais, recomendvel que a lente do projetor fique posicionada no interior da readefinida por planos perpendiculares passando pelas bordas horizontais e verticais da telade projeo. (FIGURA 5)

    eixo da largura da tela

    eixo de projeo

    planta baixa(distoro horizontal)

    limitehorizontal

    comc

    or

    reoeletrnica

    tela

    eixo da altura da tela

    corte longitudinal(distoro vertical)

    tela

    eixo de projeo

    limitevertical

    comc

    orreoele

    trnica

    ngulo de projeo horizontal=

    = ngulo de projeo vertical

    FIGURA 5 Distoro trapezoidal da imagem projetada

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    4.2.3 A altura da borda inferior do feixe de projeo (Hproj) em relao ao plano deimplantao das poltronas e de circulao do pblico deve ser igual ou,preferencialmente, superior a 1,90m.

    Hproj 2,00m

    H

    1

    ,90m

    proj

    H

    1,9

    0m

    proj

    FIGURA 6 Altura mnima do feixe de projeo

    5 Acstica da sala:

    5.1 Nvel de rudos de fundo:

    O nvel de rudos de fundo (NRFmax) no interior do auditrio de salas novas e/ou comreproduo sonora digital deve corresponder aos valores da curva NC 25.

    NRFmax NC 25

    Em salas existente e/ou com reproduo sonora analgica, o nvel de rudos de fundomximo (NRFmax) aceitvel ser da ordem de NC 30.

    Em ambos os casos, o nvel de rudos de fundo mnimo deve corresponder aos valores dacurva NC 20. Rudos intrusivos intermitentes no devem elevar o nvel rudos de fundopara valores maiores do que os da curva NC 35.

    5.2 Perda de transmisso sonora entre salas adjacentes:A perda de transmisso sonora mnima (PTmin) entre salas de projeo adjacentes deveigual ou, preferencialmente, superior aos valores da TABELA 1, para salas novas, comsom digital com NRF igual a NC 25:

    Freqncia, Hz 63 125 250 500 1K 2K 4K 8KNvel emisso mximo, dB 113 113 113 110 110 110 110 110Nvel recepo mximo, dB 54 44 37 31 27 24 22 21PTmin, dB 59 69 76 79 83 79 88 89

    TABELA 1 Perda de transmisso entre salas adjacentes

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    63 125 250 500 1K 2K 4K 8K

    10 10

    20 20

    30 30

    40 40

    50 50

    60 60

    70 7063 125 250 500 1K 2K 4K 8K

    NC-30

    NC-40

    NC-50

    NC-60

    NC-70

    NC-20

    centros de faixas de oitava de freqncia, Hz

    nveldepress

    osonora-dB(ref.20mPa)

    GRFICO 1 Curvas NC

    5.3 Tempo de reverberao:O tempo de reverberao no auditrio na faixa de oitava com centro em 500Hz serdeterminado em funo do volume de sala, de acordo com o GRFICO 1. O tempo dereverberao nas demais faixas de oitavas entre 31,5Hz e 16kHz deve variar de acordocom os limites definidos pelo GRFICO 2. Note-se que o GRFICO 2 apresenta fatoresde multiplicao que devero ser aplicados ao valor recomendado para o volume da salana faixa de 500Hz.

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    2,0

    1,00,90,80,70,6

    0,5

    0,4

    0,3

    0,2

    0,1

    1.000 10.000 100.000 1.000.000

    2

    8

    57

    56

    6

    8

    5

    11

    3

    14

    2

    16

    7

    1

    98

    2

    27

    2

    55

    2

    83

    8

    50

    1

    .1

    33

    1

    .41

    6

    1

    .69

    9

    1.

    98

    2

    2.

    26

    5

    2

    .54

    9

    2

    .83

    2

    5

    .6

    63

    8.

    49

    5

    11

    .32

    7

    14

    .15

    8

    16

    .9

    90

    19

    .82

    2

    22

    .65

    4

    25

    .48

    5

    2

    8.

    3

    17

    volumemetroscbicos

    volumeem pscbicos

    Tempode

    Reverberao,segundos

    limite

    infe

    rior

    limite

    superio

    r

    GRFICO 2 Tempo de reverberao (500Hz) X volume da sala

    0,75

    0,50

    0,25

    0,0031,5 63 125 250 500 1k 2k 4k 8k 16kHz

    1,00

    1,25

    1,50

    1,75

    2,00

    2,25fator

    limitesuperior

    limitesuperiorlimite inferior

    limiteinferior

    recomendado

    GRFICO 3 Variao do tempo de reverberao por faixas de oitavas

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