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DESEMPENHO DE EDIFICAÇÕES HABITACIONAIS RELEITURA DO GUIA ORIENTATIVO PARA ATENDIMENTO À NORMA ABNT NBR 15575/2013 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ 2016 ECI 028 – GESTÃO DE INFRAESTRUTURAS Prof a Ana Paula Figueiredo

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Em 2013 entrou em vigor o conjunto normativo NBR 15.575 sobre o desempenho de Edificações Habitacionais. Como novidade, implantou-se o conceito de comportamento em uso dos componentes e sistemas das edificações, sendo que a construção habitacional deve atender e cumprir as exigências dos usuários ao longo dos anos, promovendo o amadurecimento e melhoria da relação de consumo no mercado imobiliário. Todos os envolvidos com a Engenharia Civil, no setor de Edificações Habitacionais tem obrigações e esta cartilha apresenta algumas delas.

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Page 1: NBR 15575 - Algumas dicas para alunos de Engenharia Civil

DESEMPENHODE EDIFICAÇÕESHABITACIONAISRELEITURA DO GUIAO R I E N TAT I V O PA R AATENDIMENTO À NORMAABNT NBR 15575/2013

UNIVERSIDADE FEDERALDE ITAJUBÁ – 2016

ECI 028 – GESTÃO DEI N F R A E S T R U T U R A S

Profa Ana Paula Figueiredo

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SUMÁRIO

1. Introdução

2. Desempenho estrutural

3. Segurança contra incêndio

4. Segurança no uso e operação

5. Funcionalidade e acessibilidade

6. Conforto tátil e antropodinâmico

7. Desempenho térmico

8. Desempenho acústico

9. Desempenho lumínico

10. Estanqueidade à água

11. Durabilidadae

12. Manutenibilidade / gestão da manutenção predial

APÊNDICE

GUIA ORIENTATIVO PARA ATENDIMENTO À NORMAABNT NBR 15575/2013

Desempenho de edificações habitacionais: guiaorientativo para atendimento à norma ABNT NBR15575/2013. Câmara Brasileira da Indústria daConstrução. – Fortaleza: Gadioli CipollaComunicação, 2013.

Disponível em: <http://www.cbic.org.br/arquivos/guia_livro/Guia_CBIC_Norma_Desempenho_2_edicao.pdf>.

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1. INTRODUÇÃO

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As sociedades modernas passam atualmente por intensastransformações que abrangem a organização social, os modeloseconômicos, o desenvolvimento tecnológico, o aproveitamentoracional de recursos e o respeito à natureza. Todos os setoresindustriais brasileiros precisam se adequar a essas mudanças, ea construção civil não pode ser diferente. Para tanto, há odesafio de promover condições de viabilidade para investimentosem máquinas, processos produtivos e qualificação de mão deobra; com vista à sustentabilidade da indústria da construçãocivil.

Para atender às demandas provenientes dessa realidade foramdesenvolvidos, na década passada, os textos da normatizaçãobrasileira de desempenho de habitações. A Norma deDesempenho NBR 15575 tem como objetivo avaliar odesempenho dos sistemas construtivos, buscando a evolução detodos que compõem a cadeia da construção civil eproporcionando um avanço de todo o setor. Trata-se de umaimportante ferramenta capaz de disciplinar as relações entre oselos da cadeia econômica através da delimitação clara entre ospapéis a serem desempenhados por cada participante. Elaestabelece parâmetros, objetivos e quantitativos que podem sermedidos. Isso, além de diminuir as incertezas dos critériossubjetivos, facilita o processo de rastreabilidade em casos defalhas durante o ciclo de vida dos produtos.

Esta Norma visa também instrumentar o Código de Defesa doConsumidor, já que destina-se a garantia de quisitos mínimos deconforto, estabilidade, vida útil adequada da edificação,segurança estrutural e contra incêndios. Pretende-se tambémreduzir a concorrência predatória, sendo um grande diferencialpara as empresas que a adotam, pois focam-se na melhoria daqualidade das habitações através da otimização do uso dosrecursos, compatibilização e, consequentemente, da valorizaçãodos projetos.

Em 2013 entrou em vigor uma nova versão do conjuntonormativo NBR 15.575 sobre o desempenho de EdificaçõesHabitacionais. Como novidade, implantou-se o conceito decomportamento em uso dos componentes e sistemas dasedificações, sendo que a construção habitacional deve atender ecumprir as exigências dos usuários ao longo dos anos,promovendo o amadurecimento e melhoria da relação deconsumo no mercado imobiliário. Isso acontece na medida emque todos os partícipes da produção habitacional são incumbidosde suas responsabilidades, sejam eles: projetistas, fornecedoresde material, componente e/ou sistema, construtor, incorporadore usuário.

Com isso, é aguardada uma mudança de cultura na engenhariahabitacional, passando pelos processos de criação, edificaçãoe manutenção, que terão que ter um olhar mais criterioso,desde a concepção, passando pela definição de projeto,elaboração de plano de qualidade do empreendimento e criaçãode um manual abrangente de operação, uso e manutenção daedificação, contendo as informações necessárias para orientarestas atividades na espera de uma produção mais qualificada.

Cada parte da norma foi organizada por elementos daconstrução, percorrendo uma sequência de exigências relativasà segurança (desempenho mecânico, segurança contraincêndio, segurança no uso e operação), habitabilidade(estanqueidade, desempenho térmico e acústico, desempenholumínico, saúde, higiene e qualidade do ar, funcionalidade eacessibilidade, conforto tátil) e sustentabilidade (durabilidade,manutenibilidade e adequação ambiental). O documento temcomo foco subsidiar o entendimento e decisões de fornecedores,projetistas, construtoras e usuários. Via de regra não sãodetalhados os respectivos métodos de avaliação, envolvendo àsvezes modelos numéricos relativamente complexos, detalhadosmétodos de ensaios laboratoriais etc.

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2. DESEMPENHO ESTRUTURAL

Esta Cartilha abordará de maneira concisa os itens de 4 à 14 daNorma, afim de orientar os leitores sobre a importância doemprego deste documento desde a criação do projeto até o finalda vida útil das Edificações Habitacionais. Aqueles que julgaremnecessário conhecer detalhes dos métodos de avaliação,poderão consultar o texto completo da ABNT, norma NBR 15575.

As informações aqui contidas a respeito dos itens dessa normaforam selecionadas e reformuladas com base no que os alunosda graduação de Engenharia Civil* da Universidade Federal deItajubá julgaram importante a ser destacado.

* Alunos matriculados na matéria Gestão de Infraestruturas (ECI028)ofertada no ano de 2016.

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O DESEMPENHO ESTRUTURAL NA NBR 15575

No estudo do dimensionamento, todo material possui uma curvade resistência, normalmente apresentada em um gráfico tensãoversus deformação ou carga versus deslocamento. Essa curva écrucial no dimensionamento estrutural.

Figura 1 – Gráfico carga x deslocamento determinado por meio de ensaio. Fonte: NBR 15575-2, 2013.

O projeto e execução de estruturas é calculado com base emduas grandes considerações, denominadas estados. O primeiro,chamado Estado Limite Último (ELU), se refere à segurança ecapacidade de sustentação da estrutura, buscando-se evitar aruína da mesma. Já o segundo, denominado Estado Limite deServiço (ELS), diz respeito à adequação da estrutura ao uso,tentando-se evitar deformações e fissuração excessivas,comprometimento da durabilidade e falhas localizadas na peça.

O dimensionamento estrutural no ELU ou ELS vai depender das

ações no edifício, dos modelos de cálculo e das propriedades dos

materiais empregados. É por isso que se torna muito importante

conhecer a curva de resistência da Figura 1, além de conferir os

materiais que chegam na obra, pois é preciso garantir que estes

tenham de fato as características mecânicas previstas em

escritório.

São várias as normas a se consultar no dimensionamento

estrutural, indicando as cargas que devem ser utilizadas, a

influência do vento, as relações com o solo, as dimensões

mínimas para execução das estruturas em concreto, aço ou

madeira, os deslocamentos máximos permitidos para a

estrutura, etc. Algumas normas tradicionalmente utilizadas são:

NBR 6120, NBR 8681, NBR 6123, NBR 6122, NBR 6118,

NBR 14931, NBR 9062, NBR 8800, NBR 7190, NBR 15961,

NBR 15812, etc.

A grande novidade é que o novo conjunto de normas NBR 15575

traz parâmetros adicionais de desempenho a serem seguidos

que estão associados ao uso das edificações. Segundo a

NBR 15575, o projetista deve ficar de olho nos limites de falhas

para vedações verticais; além disso, ele não pode deixar de lado

as análises de impacto de corpo mole e de corpo duro, que

representam choques acidentais gerados pelo uso da edificação,

vandalismo, tentativas de intrusão, entre outros, que podem

levar a ruína de paredes, pisos, telhados e outros sistemas de

vedação.

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3. SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

A norma alerta também para os esforços que devem ser

utilizadas na análise de guarda-corpos e parapeitos, bem como

nos ensaios aplicáveis. Além disso, chama a atenção para a

capacidade de suporte de peças suspensas como ventiladores,

“redes de dormir” e inclusive tubulações próximas às vigas e

lajes.

Assim, pela NBR 15575, agora o projetista precisa ter um

cuidado maior no dimensionamento estrutural; mais que

garantir a estabilidade da estrutura frente às cargas atuantes,

ele deve dar atenção especial às ações decorrentes do uso e

ocupação do imóvel, que afetam diretamente o cliente da obra.

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Para atender às necessidades de segurança contra incêndio,devem ser atendidos os requisitos estabelecidos na NBR 15575e na NBR 14432.

DIFICULTAR O PRINCÍPIO DO INCÊNDIO

Deve-se verificar:

• Proteção contra descargas atmosféricas (NBR 5419);

• Instalações elétricas (NBR 5410);

• Instalações de gás (NBR 13523 e NBR 15526).

DIFICULTAR A PROPAGAÇÃO DO INCÊNDIO

• Deve ser respeitada a distância entre edifícios;

• Medidas de proteção, como portas ou selos corta-fogo;

• Sistemas ou elementos de compartimentação devem atendera NBR 14432.

EQUIPAMENTOS DE EXTINÇÃO, SINALIZAÇÃO EILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA

A sinalização, iluminação de emergência e equipamentos deextinção de incêndio devem estar de acordo com as NBR 17240,NBR 10898, NBR 12693, NBR 13434 (Partes 1 e 2) e NBR13714.

FACILIDADE DE FUGA EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO

Rotas de saída de emergência devem estar de acordo com aNBR 9077.

DESEMPENHO ESTRUTURAL EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO

Os materiais empregados na estrutura devem estar de acordocom o Tempo Requerido de Resistência ao Fogo (TRRF) –NBR14432 e, ainda, com as normas específicas para o tipo deestrutura: NBR15200 e NBR14323. Para demais materiais,deve-se obedecer a norma correspondente da Eurocode. Otempo de resistência pode também ser determinado através deensaios em fornos específicos, levando em consideração oscritérios de estanqueidade, isolamento, estabilidade, para-chamas e corta fogo.

Pode-se também simular a resistência da estrutura através demodelos computacionais, tendo como vantagem estimar adeformação de grandes estruturas que não caberiam em umforno de ensaio.

RESISTÊNCIA AO FOGO DE ELEMENTOS ESTRUTURAIS EDE COMPARTIMENTAÇÃO

Paredes estruturais e de germinação Devem resistir, nomínimo, 30min assegurando os critérios citados anteriormente,no caso de habitações em até 5 pavimentos.

Unidade habitacional isolada 30 min de resistência paraparedes internas e de fachadas na área da cozinha.

RESISTÊNCIA AO FOGO DE SISTEMAS DE COBERTURA

• Unidade habitacional isolada ambiente fechado e cozinha devem resistir a 30 min.

• Unidade habitacional germinada idem unidade isolada e, caso a cobertura não atenda o requisito, deve ser previsto um septo entre as unidades, ultrapassando a superfície superior da cobertura.

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RESISTÊNCIA AO FOGO ENTRE PISOS

• Unidades habitacionais assobradadas, isoladas ou geminadas 30 minutos;

• Edificações multifamiliares até 12 m de altura 30 minutos;

• Edificações multifamiliares com altura acima de 12 m e até23 m 60 minutos;

• Edificações multifamiliares com altura acima de 23 m e até30 m 90 minutos;

• Edificações multifamiliares com altura acima de 30 m e até120 m 120 minutos;

• Edificações multifamiliares com altura acima de 120 m: 180minutos;

• Subsolos No mínimo igual ao dos pisos elevados da

edificação e não menos que 60 minutos para alturasdescendentes até 10 m e não menos que 90 minutos paraalturas descendentes superiores a 10 m.

EXIGÊNCIAS PARA DIFICULTAR INFLAMAÇÃO E LIMITARA FUMAÇA

Os materiais são classificados segundo suas características dereação ao fogo (Tabela 1), para cada face da habitação sãoexigidas algumas classes que de materiais.

Tabela 1 – Exemplo.

Para determinados materiais, os métodos de ensaio da Tabela 1não são apropriados, para os materiais citados a seguir, deve-seutilizar os métodos da Tabela 2:

• Quando ocorre derretimento ou o material sofre retraçãoabrupta afastando-se da chama piloto;

• Quando o material é composto por miolo combustívelprotegido por barreira incombustível ou que pode sedesagregar;

• Materiais compostos por diversas camadas de materiaiscombustíveis apresentando espessura total superior a 25mm;

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SELAGEM CORTA-FOGO EM TUBULAÇÕES DE MATERIAISPOLIMÉRICOS

Tubulações com diâmetro superior a 40 mm que passam pelosistema de piso devem apresentar selagem capaz de fechar oburaco deixado pelo tubo ao ser consumido pelo fogo. Os selospodem ser substituídos por prumadas enclausuradas.

REGISTROS CORTA-FOGO NAS TUBULAÇÕES DEVENTILAÇÃO

Tubulações de ventilação que transpassarem os pisos devemapresentar registros corta-fogo com acionamento automáticopor detecção de fumaça de acordo com a NBR 17240. Tubos quenão suportam esse registro devem apresentar tempo deresistência ao fogo de no mínimo 120 minutos.

PRUMADAS ENCLAUSURADAS

Prumadas totalmente enclausuradas não necessitam ser seladascaso as paredes apresentem resistência ao fogo igual àrequerida para o piso, comprovada conforme a NBR 10636.

PRUMADAS DE VENTILAÇÃO PERMANENTES

Dutos de ventilação/exaustão, exceto ventilação de esgoto,devem apresentar paredes resistentes ao fogo igual ao sistemade piso ou serem protegidas por registros corta-fogo.

PRUMADAS DE LAREIRAS, CHURRASQUEIRAS, VARANDASGOURMET E SIMILARES

Devem ser integralmente compostas por materiaisincombustíveis, e dispostos de maneira a atender somente umalareira ou churrasqueira ou conexões com prumada coletiva.

• Materiais que na instalação conformam juntas através dasquais, especialmente, o fogo pode propagar ou penetrar.

Tabela 2 – Exemplo.

SELAGEM CORTA-FOGO EM SHAFTS, PRUMADAS EOUTROS

Aberturas e transposições de instalações elétricas e hidráulicasdevem ser dotadas de selagem corta-fogo comprovada por meiode ensaios conforme a NBR 6479.

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4. SEGURANÇA NO USO

E NA OPERAÇÃO

ESCADAS, ELEVADORES E MONTA-CARGAS

As escadas devem ser enclausuradas por meio de paredes eportas corta-fogo. Paredes de poços de elevadores e monta-cargas devem apresentar resistência ao fogo idêntica aossistemas de piso. A resistência ao fogo deve estar de acordocom a NBR 10636 para elementos fixos e NBR 6479 paraelementos móveis.

RESERVA DE ÁGUA PARA COMBATE A INCÊNDIO

Quando a edificação necessitar de sistema de hidrante, ela deveter um reservatório com volume acima do necessário paraconsumo dos usuários dimensionado de acordo com a NBR13714.

COMBATE A INCÊNDIO COM EXTINTORES

A edificação deve ter extintores classificados e posicionadosconforme a NBR 12693 especifica.

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SEGURANÇA NO USO E OPERAÇÃO

Os “acidentes” ocorridos nas habitações em geral são, naverdade, decorrentes de situações de exposição ao risco. Destemodo, este capítulo da norma apresenta requisitos e critériosque visam a diminuição da possibilidade de ferimentos nosusuários.

SEGURANÇA NA UTILIZAÇÃO DOS SISTEMAS PREDIAIS

Os sistemas prediais não podem apresentar:

• Qualquer tipo de risco relacionado a altura. Rupturas,instabilidades, tombamentos e quedas podem apresentarriscos.

• Materiais e objetos cortantes ou perfurantes expostos.

• Deformações e defeitos acima dos limites indicados nasnormas técnicas.

Todas as habitações entregues devem possuir um Manual deUso e Manutenção que orienta o usuário com as recomendaçõespara correta utilização do imóvel, focando nos cuidados dasáreas críticas.

O projeto e a execução devem prever os riscos com as seguintessituações:

• Acesso controlado em locais que ofereçam riscos de quedasou choques elétricos e explosões, como: telhados, terraços,lajes, casa de máquinas de elevadores, casas de bombas,centrais de gás, etc.

• Os guarda-corpos instalados devem estar de acordo comnormas de desempenho ou assinados por profissionaisresponsáveis.

• As partes móveis, como janelas, portas, alçapões, entreoutros, devem ser bem instaladas de modo que apresentemsegurança ao usuário, evitando assim, ferimentosocasionados por desprendimentos e deslizamentos.

• O local de confinamento de gás deve estar bem sinalizado ede acordo com recomendações dos bombeiros.

Figura 2 – Exemplo Confinamento de Gás. Fonte: Bombeiros Cascavel.

SEGURANÇA NA UTILIZAÇÃO DAS INSTALAÇÕES

A edificação habitacional deve atender aos requisitos dasnormas pertinentes, tais como a NBR 5410, NBR 5419,NBR13523, NBR15526 e NBR 15575-6. O projeto e os Manuaisde Uso, Operação e manutenção devem fornecer instruçõesespecíficas relacionados as partes energizadas e possíveischoques. Deve-se atentar a riscos de curto circuito,sobrecorrentes e perigo de modificações e manuseio por partedo usuário das instalações elétricas.

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SEGURANÇA NA UTILIZAÇÃO DE PISOS

• COEFICIENTE DE ATRITO DINÂMICO EM PISOS

Áreas molhadas, rampas, escadas em áreas comuns e terraçosdevem possuir pisos com coeficientes de atrito em conformidadecom normas vigentes, ou seja, os pisos devem ser escolhidos deacordo com o local, para que evite riscos de acidentes dosusuários. Por exemplo, um terraço ao ar livre deve possuir umpiso antiderrapante, áspero. Pisos lisos de modo geral, comacabamento polido, não atendem estes requisitos, portantodevem ser complementados com acabamentos que aumentem oseu coeficiente de atrito.

• SEGURANÇA MA CIRCULAÇÃO SOBRE PISOS INTERNOSE EXTERNOS

• O acabamento dos pisos não devem apresentarirregularidades que provoquem quedas e ferimentos nosusuários.

• Desníveis maiores devem ser sinalizados com mudança decor, soleiras, faixas de sinalização, entre outros.

• A abertura máxima de frestas (jutas sem preenchimentos)não devem ser maiores que 4 mm evitando assim aintrodução de saltos femininos nestas arestas, por exemplo.

• Em playgrounds, deve-se utilizar instalações arredondadas,pisos esportivos de borracha e preparar com dispositivos desegurança as áreas de riscos de quedas das crianças, sempreatendendo as normas.

• Nas escadas, deve-se construir um patamar intermediárioquando há mais que 14 degraus no mesmo lance. O corrimãodeve ter 80 a 90 cm de altura e os degraus com dimensõesuniformes, sempre respeitando o conforto do usuário.

• Quedas de drenagem, localizadas em locais externos ebanheiros, devem ser suaves, geralmente com valor máximode 2%.

SEGURANÇA NA UTILIZAÇÃO E MANUTENÇÃO DECOBERTURAS

As coberturas das edificações não podem apresentar peças quese desprendam ou desloquem, o que pode resultar desdeinfiltrações a danos materiais e físicos ao usuário.

Lajes de cobertura acessíveis (terraços, varandas, solariuns,etc.) devem apresentar guarda-corpos normatizados. Casosejam permitidos veículos nesses locais até o guarda-corpo, estedeverá suportar 25 kN de carga aplicada a 50 cm do piso.

Caso existam vigas de fechamento ou platibandas no contornode coberturas, o Manual de Uso, Operação e Manutenção deveráindicar a possibilidade ou não da fixação de andaimes suspensosnessas estruturas. E, em caso afirmativo, deverá apresentar osesquemas de fixação, bem como a carga e momentos máximospassíveis de atuarem.

A segurança do trabalho nas coberturas inclinadas/telhadosmerece atenção, especialmente se as declividades superarem30%, situação na qual é exigida a presença de ganchos ououtros dispositivos na cobertura. Também, o Manual de Uso,Operação e Manutenção deve conter os detalhes de fixação deequipamentos e cintos de segurança.

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O caminhamento sobre telhados e lajes de cobertura tambémdeve ser proporcionado pelo dimensionamento da estrutura,permitindo as operações de montagem, manutenção einstalações. A carga de 1,2kN deve ser suportada sem produzirrupturas, fissuras, deslizamentos entre outros problemas. OManual de Uso deve conter as informações da carga, locaisespecíficos para se pisar, condições de tempo impróprias emateriais frágeis para o caminhamento na cobertura.

Ainda, se as coberturas forem constituídas de material metálico,elas devem ser aterradas afim de propiciar condução dedescargas, dissipação de cargas eletrostáticas e evitar corrosãocausada por correntes de fuga.

SEGURANÇA CONTRA CHOQUES, QUEIMADURASEXPLOSÕES E INTOXICAÇÕES NA UTILIZAÇÕES DEAPARELHOS DAS INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS

Para evitar danos e ferimentos por corrente e descarga elétricas,as instalações hidráulicas, aquecedores e equipamentoseletrodomésticos devem possuir aterramento direto ou indireto,conforme a norma de instalações elétricas prediais.

A corrente de fuga de equipamentos aquecedores de água paraoutros aparelhos deve se limitar a 15 mA. Independente dessalimitação, as instalações elétricas prediais devem conterdisjuntor diferencial residual para a proteção contras ascorrentes de fuga, peças energizadas, uso impróprio deaparelhos.

Nas instalações de água quente, o dimensionamento das bitolas,perdas de carga, regulagem da vazão e misturadores devempermitir a temperatura máxima da água de até 50 ºC.

Em aquecedores elétricos de acumulação são necessáriosdispositivos de alívio em caso de sobre pressão e de segurançaem caso de superaquecimento. No caso de aquecedores a gás, odispositivo de segurança deverá cortar a alimentação do gás emcaso de superaquecimento.

Se for o caso de instalação de equipamentos a gás combustívelem residências, o funcionamento do aparelho deve ultrapassartaxa máxima de 0,5% de CO2, além de atender às normas NBR13103, NBR 8130, NR 13.

SEGURANÇA CONTRA FERIMENTOS NA UTILIZAÇÃO DEMETAIS E LOUÇAS SANITÁRIAS

As peças metais sanitários não podem conter cantos vivos,superfícies ásperas, partes contundentes e outras eventuaisimperfeições que induzam ferimento no usuário.

O Manual de Uso , Operação e Manutenção (cuja entrega pelaconstrutora ao usuário final é obrigatória) deverá conter ascargas máximas que podem atuar nas peças sanitárias, assimcomo perigo de usos indevidos dessas peças.

Page 15: NBR 15575 - Algumas dicas para alunos de Engenharia Civil

5. FUNCIONALIDADE

E ACESSIBILIDADE

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Obs.: Mobiliário mínimo, dimensões orientativas de cômodos eespaços mínimos para circulação de pessoas são apresentadosna Tabela F.2 da NBR 15575 – Parte 1.

Tabela 3 – Móveis e equipamentos-padrão a serem acomodados nos diferentes ambientes.

Fonte: Tabela F.1, página 67 da NBR 15575 – Parte 1.

Atividades essenciais/Cômodo Móveis e equipamentos-padrão

Dormir/Dormitório de CasalCama de casal + guarda-roupa +

criado-mudo (mínimo 1)

Dormir/Dormitório para duas pessoas (2º Dormitório)

Duas camas de solteiro + guarda-roupa + criado-mudo ou mesa de

estudo

Dormir/Dormitório para duas pessoas (3º Dormitório)

Cama de solteiro + guarda-roupa + criado-mudo

EstarSofá de dois ou três lugares +

armário/estante + poltrona

CozinharFogão + geladeira + pia de cozinha + armário sobre a pia + gabinete +

apoio para refeição (2 pessoas)

Alimentar/tomar refeições Mesa + quatro cadeiras

Fazer higiene pessoalLavatório + chuveiro (box) + vaso

sanitário NOTA: no caso de lavabos, não é necessário o chuveiro.

Lavar, secar e passar roupasTanque (externo para unidades

habitacionais térreas) + máquina de lavar roupa

Estudar, ler, escrever, costurar, reparar e guardar objetos diversos

Escrivaninha ou mesa + cadeira

A habitação deve contar com planta, volumetria, interligações eespaços adequados para as suas mais variadas funções, ou seja,descanso, asseio, estudo etc.

PÉ DIREITO MÍNIMO

Geralmente o pé direito mínimo é de 2,50m, com algumas exceções.

O pé direito mínimo (distância livre entre a superfície do piso e asuperfície do teto de uma habitação) deve ser de 2,50m,admitindo-se redução para 2,30m em vestíbulos, halls,corredores, instalações sanitárias e despensas.

Nos tetos inclinados, abobadados, com presença de vigassalientes e outros, pelo menos em 80% do teto sua distância atéo piso deve ser ≥ 2,50m, permitindo-se nos 20% restantes queo pé-direito livre possa ser ≥ 2,30m.

DISPONIBILIDADE MÍNIMA DE ESPAÇOS PARA USO EOPERAÇÃO DA HABITAÇÃO

Os ambientes devem apresentar espaços compatíveis com as necessidades.

Nos ambientes da habitação recomendando-se que sejamprojetados para acomodar os móveis e equipamentos-padrãorelacionados na Tabela 3.

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FUNCIONAMENTO DAS INSTALAÇÕES DE ÁGUA

Deve-se sempre fornecer pressão, vazão e volume compatíveis com o uso e respeitar as normas.

O sistema predial de água fria e quente deve fornecer água napressão, vazão e volume compatíveis com o uso, associado acada ponto de utilização, considerando a possibilidade de usosimultâneo. Devem ser atendidas as normas NBR 5626 e NBR7198, bem como as respectivas regras de aquecedores depassagem e de acumulação.

As caixas e válvulas de descarga devem atender ao disposto nasnormas NBR 15491 e NBR 15857 no que ser refere à vazão evolume de descarga.

Obs.: Registros, torneiras e outros devem ser instalados deforma a possibilitar livre acionamento das manoplas,acoplamento de mangueiras (torneiras de jardins e tanques delavar roupa, por exemplo), aplicação de ferramentas paraserviços de manutenção e outros. Fluxos de duchas echuveiros devem ser reguláveis, sendo que no caso dastorneiras a dispersão do jato não deverá atingir o usuário.

Siga sempre as normas! Recapitulando são: NBR 5626, NBR 7198, NBR15491, NBR 15857.

FUNCIONAMENTO DAS INSTALAÇÕES DE ESGOTO

No sistema coletor de esgoto não deve ocorrer transbordamento, contaminação do solo, etc.

O sistema predial de esgoto deve coletar e afastar as águasservidas nas vazões com que normalmente são descarregadosos aparelhos, sem que haja transbordamento, acúmulo nainstalação, contaminação do solo ou retorno a aparelhos nãoutilizados. Devem ser atendidas as normas NBR 8160, NBR7229 e NBR 13969.

Siga sempre as normas! Recapitulando são: NBR 7229, NBR 13969.

FUNCIONAMENTO DAS INSTALAÇÕES DE ÁGUASPLUVIAIS

As calhas devem ser devidamente dimensionadas, isso evita muitos transtornos. Fique atento as recomendações!

As calhas e condutores devem suportar a vazão de projeto,calculada a partir da intensidade de chuva adotada para alocalidade e para um certo período de retorno, considerando-sede forma adequada as áreas de contribuição horizontais everticais. Deve ser atendida a norma NBR 10844.

Siga sempre as normas! Recapitulando é: NBR 10844.

ADEQUAÇÃO A PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS FÍSICAS OUCOM MOBILIDADE REDUZIDA

A edificação deve prever o número mínimo de unidades parapessoas com deficiência física ou com mobilidade reduzidaestabelecido na legislação vigente. Essas unidades devematender aos requisitos da NBR 9050. As áreas comuns devemprever acesso a pessoas com deficiência física ou commobilidade reduzida e idosos.

Obs.: O projeto deve prever para as áreas comuns e, quandocontratado, também para as áreas privativas, as adaptaçõesnecessárias, que normalmente contemplam acessos einstalações, substituição de escadas por rampas, limitação dedeclividades e de espaços a percorrer, etc.

Para os pisos, o projeto deve especificar a sinalização e locaisda sinalização, além de considerar a adequação da camada deacabamento dos degraus das escadas e das rampas, bemcomo deve especificar desníveis entre as alturas das soleiras.

Para habitações destinadas a pessoas com deficiência visual,devem ser previstos pisos podotáteis e outros dispositivosprevistos nas normas técnicas e na legislação vigente.

Siga sempre as normas! Recapitulando é: NBR 9050.

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6. CONFORTO TÁTIL E ANTROPODINÂMICO

AMPLIAÇÃO DE UNIDADES HABITACIONAIS EVOLUTIVAS

A construtora deve incorporar no manual de uso as recomendações.

No projeto e na execução das edificações térreas eassobradadas de caráter evolutivo, já comercializadas comprevisão de ampliação, a incorporadora ou construtora devefornecer ao usuário projeto arquitetônico e complementaresjuntamente com o Manual de Uso, Operação e Manutenção cominstruções para ampliação da edificação, recomendando-seutilizar recursos regionais e os mesmos materiais e técnicasconstrutivas do imóvel original.

Obs.: Devem ser fornecidas todas as especificações e detalhesconstrutivos necessários para ampliação do corpo daedificação, do piso, do telhado e das instalações prediais,considerando a coordenação dimensional e as compatibilidadesfísicas e químicas com os materiais disponíveis regionalmentesempre que possível.

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INTRODUÇÃO

Os requisitos de conforto térmico e antropodinâmicoestabelecidos pela ABNT NBR 15575-1 têm como base princípiosergonômicos que garantem a comodidade do usuário aotransitar por um edifício habitacional ou utilizar os equipamentose componentes (torneiras, portas, janelas, etc.) ali instalados.Diretrizes para verificação de exigências são tambémencontradas nas respectivas normas prescritivas de cada tipo decomponente construtivo, bem como nas normas ABNT NBR15575-2, ABNT NBR 15575-3 e ABNT NBR 15575-6. Além detais requisitos, as habitações destinadas a usuários comdeficiências físicas ou pessoas com mobilidade reduzida (PMR)exigem conformidade com as prescrições da norma ABNT NBR9050.

De forma geral, os requisitos relacionados ao conforto tátil eantropodinâmico limitam os esforços necessários para acionarum dispositivo de manobra e a apresentação de rugosidades,contundências e outras irregularidades dentro da habitação quepossam prejudicar o caminhar, apoiar, limpar entre outrasatividades semelhantes.

PLANICIDADE DOS PISOS

Pisos no interior da edificação com finalidade de trânsito depessoas devem seguir padrões que mensuram a planicidade desua camada de acabamento. Tal aspecto é importante paraevitar a deformabilidade, manter o conforme dos usuários emrelação a circulação interior e evitar vibrações.

Segundo o critério 17.2.1 da norma NBR ABNT 15575-3, paraque a camada de acabamento ou superfícies regularizadas paraa fixação de camada de acabamento estejam em conformidadeé necessário que “as irregularidades graduais não superem 3mm em relação a uma régua de 2 m de comprimento emqualquer direção”. Para evitar irregularidades abruptas, érecomendado que não seja ultrapassado um desnível de 1 mmem relação a réguas com 50 cm de comprimento em qualquerdireção.

A exigência de planicidade não se aplica a camadas deacabamento em relevo ou projetadas propositalmente destaforma por motivos arquitetônicos.

Figura 3 – Procedimento de verificação a laser da planicidade do piso. Fonte: AECWeb.

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ADEQUAÇÃO ERGONÔMICA DE DISPOSITIVOS DEMANOBRA

As exigências relacionadas as adequações ergonômicas dedispositivos de manobra visam garantir que componentes dahabitação como trincos, puxadores, cremonas, guilhotinas entreoutros não causem desconforto ou ferimentos ao seremmanuseados pelo usuário. Para isso, é necessário que as peçasapresentem dimensões e formatos compatíveis com a anatomiahumana, sem contundências, depressões ou outrasirregularidades.

Critérios específicos para instalações hidrossanitárias sãoapresentados na norma NBR ABNT 15575-6. Portas, janelas,torneiras e outros componentes contam com normalizaçãoespecífica, e as exigências de suas respectivas normas devemser atendidas.

Figura 4 – Maçanetas: não atende à norma (esq.) e atende (dir.); exemplo (abaixo). Fonte: Archdaily / Revista Casa, 2012.

Entre as normas de objetos específicos que também tratamdentro de seu conteúdo aspectos ergonômicos podem sercitadas: ABNT NBR 10281 (torneiras), ABNT NBR 11778(aparelhos sanitários de plástico), ABNT NBR 14390 (misturadorpara lavatório), ABNT NBR 13257 (maçanetas).

FORÇA NECESSÁRIA PARA ACIONAMENTO DEDISPOSITVOS DE MANOBRA

O critério 17.3.1 da norma NBR ABNT 15575-1 limita à 10 N e20 Nm respectivamente a força e o torque necessário para oacionamento de um dispositivo de manobra de um componentede uma habitação.

Figura 5 – Ilustração da aplicação de uma força para acionamento de um dispositivo de manobra. Fonte: CAU-DF, 2012.

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7. DESEMPENHO

TÉRMICO

ADAPTAÇÃO ERGONÔMICA DE ACIONADORES DE LOUÇASE METAIS SANITÁRIOS

Metais e louças sanitárias também devem atender ao usuáriocom conforto e facilidade. Assim, estes devem estar acessíveis,com formato e dimensões que proporcionem conforto durante ouso. Estes equipamentos, que podem ser: válvulas, torneiras,registros, caixas de descarga, válvulas de descarga, entreoutros. Também não devem apresentar rebarbas, rugosidadesou ressaltos que possam causar ferimentos ao usuário.

Estes produtos também devem ter torque ou força deacionamento de acordo com as normas de especificaçãopróprias. Estas normas específicas podem ser a ABNT NBR10281, ABNT NBR 11535, entre outras, de acordo com o item17.1.1.2 da NBR 15575-6.

Figura 6 – Torneira inadequada (esq.) e ergonômica (dir.) Fonte: Tripadvisor / Madeiras do Brasil.

Page 22: NBR 15575 - Algumas dicas para alunos de Engenharia Civil

Além de repercutir nas condições de conforto, o adequado

desempenho térmico contribui para a economia de energia. Ele

depende das características do local, da edificação, das

condições de uso e dos ocupantes. A norma NBR 15575 não

contempla condicionamento artificial (refrigeração ou calefação).

No procedimento de avaliação térmica, a NBR 15575 assume a

divisão do território brasileiro em oito regiões bioclimáticas,

como preconiza a NBR 15220-3, e apresenta 3 diferentes formas

de se efetuar a avaliação:

• Procedimento 1 A – Simplificado: verifica o atendimento

aos requisitos e critérios para o envelopamento da obra, com

base na transmitância térmica e capacidade térmica das

paredes de fachada e das coberturas.

• Procedimento 1 B – Simulação por software Energy

Plus7: para os casos em que os valores obtidos para a

transmitância térmica e/ou capacidade térmica se mostrarem

insatisfatórios frente aos critérios e métodos estabelecidos na

norma NBR 15575, o desempenho térmico global da

edificação deve ser avaliado por simulação computacional,

conforme será descrito no item 9.2 desta cartilha.

• Procedimento 2 – Medição in loco: prevê a verificação do

atendimento aos requisitos e critérios estabelecidos na NBR

15575 por meio da realização de medições em edificações

existentes ou protótipos construídos com essa finalidade.

Figura 7 – Métodos alternativos de avaliação do desempenho térmico.

Fonte: CBIC (2013).

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AVALIAÇÃO SIMPLIFICADA DO DESEMPENHO TÉRMICO

• TRANSMITÂNCIA TÉRMICA DE PAREDES EXTERNAS

Os valores máximos para a transmitância térmica (U) dasparedes externas são apresentados na Tabela 4.

Tabela 4 – Valores máximos admitidos para a transmitância térmica de paredes externas.

Fonte: Tabela 13, página 27 da NBR 15575 – Parte 4.

• CAPACIDADE TÉRMICA DE PAREDES EXTERNAS

Os valores mínimos admissíveis para a capacidade térmica (CT)

das paredes externas são apresentados na Tabela 5.

Tabela 5 – Valores mínimos admitidos para a capacidade térmica de paredes externas.

Fonte: Tabela 14, página 27 da NBR 15575 – Parte 4.

• TRANSMITÂNCIA TÉRMICA DE COBERTURAS

Os valores máximos para a transmitância térmica (U) dascoberturas, considerando o fluxo térmico descendente e asdiferentes zonas bioclimáticas, são apresentados na Tabela 6.

Tabela 6 – Critérios e níveis de desempenho de coberturas quanto à transmitância térmica.

Fonte: Tabela I.4, página 52 da NBR 15575 - Parte 5.

Obs.: No caso de estruturas s que não atendam algum desse

critérios citados nos itens 9.1.1, 9.1.2 e 9.1.3, a verificação doatendimento ou não do desempenho térmico da edificaçãocomo um todo deve ser realizada por simulaçãocomputacional/análise detalhada, de acordo com a NBR 15575-1.

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AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO TÉRMICO POR SIMULAÇÃOCOMPUTACIONAL

Os softwares de simulação do comportamento térmico deedificações devem reunir as características mostradas na Figura8.

Nas simulações computacionais devem ser usados os dadosclimáticos referentes aos dias típicos de projeto de verão e deinverno, apresentados no Anexo A da NBR 15575/13.

• VALORES MÁXIMOS DE TEMPERATURA NO VERÃO

Os valores máximos diários da temperatura do ar interior derecintos de permanência prolongada (salas e dormitórios)devem ser sempre menores ou iguais ao valor máximo diário datemperatura do ar exterior para o dia típico de verão.

• VALORES MÍNIMOS DE TEMPERATURA NO INVERNO

Os valores mínimos diários da temperatura do ar interior derecintos de permanência prolongada devem ser sempre 3ºCmaiores que o valor mínimo diário da temperatura do ar exteriorpara o dia típico de inverno.

• ABERTURAS PARA VENTILAÇÃO DE AMBIENTES DEPERMANÊNCIA PROLONGADA

Os ambientes de permanência prolongada devem ter aberturaspara ventilação com áreas que atendam à legislação específicado local da obra ou, na ausência de requisitos legais, aos valoresindicados na Tabela 7.

Tabela 7 – Área mínima de ventilação em dormitórios e salas de estar.

Fonte: Tabela 15, página 28 da NBR 15575 - Parte 4.Figura 8 – Características necessárias para softwares de avaliação do

desempenho térmico. Fonte: CBIC (2013).

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8. DESEMPENHO

ACÚSTICO

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CONCEITUAÇÃO GERAL

Os sons são resultados de movimentos vibratórios que sepropagam pelo ar ou outros meios através de ondas comamplitudes e frequências variadas.

Vale lembrar:

• Quanto maior for a amplitude da onda, maior será aintensidade sonora;

• Quanto maior for a frequência, mais agudo será o som.

Ao propagar-se pelo ar as ondas pressionam o tímpano daspessoas. Com o objetivo de quantificar os sons, temos asseguintes prerrogativas:

• Pressão de referência: 2 × 10−5Pa;

• 1 Decibel (dB) = 10 Bels;

• Decibel =10 × 𝑙𝑜𝑔𝑝2

𝑝02, onde p é a pressão acústica da onda

(em Pascais) e p0 é a pressão de referência.

Exemplo:

Tabela 8 – Intensidades sonoras características em Db.

A NBR 15575 estipula critérios para a atenuação acústica dosruídos de impactos aplicados às lajes de piso e para a isolaçãoao som aéreo dos pisos e do envelope de construção.

A norma aborda também a necessidade de isolação acústica deparedes de geminação entre unidades autônomas e de paredesdivisórias entre áreas privativas e áreas comuns nas edificações.

Para avaliação acústica dos sistemas construtivos, os critérios dedesempenho devem ser verificados com a realização de ensaiosde campo. A norma prevê a realização de ensaios de laboratórioem componentes, elementos e sistemas construtivos, indicandovalores de referência que poderão se traduzir no potencialatendimento das implantações reais.

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Exemplo: Conforme a NBR 15575-4, a tabela abaixo demonstrao grau de capacidade de entendimento do que se está falandoem um ambiente adjacente em função do grau de isolamentoacústico entre eles.

Tabela 9 – Influência da isolação acústica sobre a intengibilidade de fala para ruído no ambiente interno em torno de 35 dB a 40 dB.

MÉTODOS DE VERIFICAÇÃO E SIMBOLOGIA ADOTADA NA NORMA NBR 15575

SOM AÉREO – VERIFICAÇÃO DE CAMPO – MÉTODO DEENGENHARIA

Determina de forma rigorosa:

• Isolamento global ao som aéreo da vedação externa (ISO140-5);

• Isolamento ao som aéreo de paredes e pisos entre unidadesautônomas e entre uma unidade e áreas comuns (ISO 140-4).

Tanto para fachadas, coberturas, divisórias e pisos os resultadosencontrados restringem-se somente às medições efetuadas.

SOM AÉREO – VERIFICAÇÃO DE CAMPO – MÉTODO

SIMPLIFICADO

Este método permite encontrar uma estimativa do isolamento sonoro global da vedação externa e entre recintos internos.

A NBR recomenda que o método seja adotado nas seguintescondições:

• Não se dispõe de instrumentação necessária para medir otempo de reverberação;

• As condições de ruído de fundo não permitem obter esteparâmetro.

Os resultados encontrados restringem-se somente às mediçõesefetuadas (ISO 10052).

Simbologia: Resultados são expressos em dB, adotando-se osímbolo D2m,nT,w – diferença padronizada de nível ponderada a2m, sendo as medias tomadas a 2 metros do elemento que seestá analisando.

SOM AÉREO – ENSAIO DE LABORATÓRIO – MÉTODO DEPRECISÃO

Este método permite obter o isolamento sonoro de componentese elementos construtivos (ISO 10140-2). É importante avaliarcada componente isoladamente e depois calcular a respostaglobal do conjunto.

Simbologia: Resultados são expressos em dB, adotando-se osímbolo Rw – Índice de redução sonora ponderado.

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RUÍDO DE IMPACTO EM PISOS – VERIFICAÇÃO DE CAMPO

Isolamento de ruídos de impacto resultantes do caminhamento, queda de objetos e outros (ISO 140-7).

Os impactos são gerados por equipamentos padrões como o da figura abaixo:

Figura 9 – Equipamento padronizado para ensaios de ruídos de impactos em pisos.

Simbologia: Resultados são expressos em dB, adotando-se o símbolo L’nT,w – nível de pressão sonora de impacto padronizado ponderado.

ISOLAÇÃO SONORA DAS FACHADAS E DA COBERTURA

A atenuação acústica entre o ruído padrão gerado externamentee a intensidade sonora registrada em área de dormitório, devematender os limites:

Tabela 10 - Diferença padronizada de nível ponderada da vedação externa.

Principais fatores que ocasionam perdas de isolação acústica:

• Frestas nas coberturas e fachadas;

• Execução deficiente das juntas e ligações de paredes comelementos estruturais;

• Janelas ou portas sem adequada vedação ou tratamentoacústico.

Em relação ao ultimo item, a isolação acústica obtida dependemais da qualidade da fabricação/montagem e depende pouco daespessura, sendo que um aumento da espessura das placas devidro não reflete em melhoria substantiva na isolação acústica.

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ISOLAMENTO DE RUÍDO AÉREO DE ENREPISOS

A atenuação acústica entre o ruído padrão gerado na unidadesuperior e a intensidade sonora registrada no cômodo emavaliação deve atender a os limites indicados:

Tabela 11 - Diferença padronizada de nível ponderada do entrepiso.

ISOLAÇÃO A RUÍDOS DE IMPACTO DE PISOS

O nível de pressão sonora de impacto no recinto em analise nãodeve exceder aos valores:

Tabela 12 - Nível de pressão sonora de impacto.

Elementos com maior densidade resultam em melhor isolaçãodo som aéreo e resultado inverso para os ruídos de impacto,aumentando a transmissão acústica. Para aumento dedesempenho pode-se adotar um absorvedor acústico entre alaje e o contrapiso, mantas constituídas por lã de vidro, lã derocha, borracha e outros.

Tabela 13 – índice de pressão sonora de impacto.

Deve-se evitar ao máximo a localização de dormitórios vizinhos a poços de elevadores, escadas de uso comum, prumadas de água etc.

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9. DESEMPENHO

LUMÍNICO

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NÍVEIS REQUERIDOS DE ILUMINÂNCIA NATURAL -PROCESSO DE SIMULAÇÃO

Os valores de iluminação (natural e artificial) de edificaçõesdevem estar dentro de uma faixa prevista pela ABNT NBR 5413- Iluminância de interiores, para garantir que suas atividadespossam ser realizadas com eficiência e sem danos aos usuários.

Deve-se priorizar a iluminação natural, para que a edificaçãotenha maior sustentabilidade. A norma ABNT NBR 15215 -Iluminação natural, possui alguns algoritmos para o cálculo dovalor da intensidade luminosa, e também existem programasque serão utilizados durante o curso, como o RELUX(representado na Figura 10), que facilitam o procedimento. Paraa utilização deste programa, deve-se lançando a planta baixa doprojeto no software, e comparar os resultados com os valores daTabela 14. Caso os valores não estejam dentro da faixa mínimae superior, é necessário fazer alterações no projeto, como amodificação no forma e na quantidade das janelas, adotarparedes de cores mais claras etc.

Também é necessário avaliar a redondeza do empreendimento,pois taludes, edificações muito elevadas e outros obstáculospodem afetar a iluminação e a ventilação do ambiente.

Tabela 14 - Níveis de iluminância para iluminação natural.

Fonte: Anexo E – Tabela E.3, pág 63 da NBR 15575-1.

Nível de desempenho

Iluminamento geral para os níveis de desempenho em

lux

Mínimo Inferior Superior

Sala de estarDormitório

Copa/cozinhaÁrea de serviço

>60 >90 >120

BanheiroCorredor ou escada interna à

unidadeCorredor de uso comum (prédio)Escada de uso comum (prédio)

Garagens/estacionamentos

Não requerido

>30 >45

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NÍVEIS REQUERIDOS DE ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL

Para horários noturnos ou caso o local não permita iluminaçãonatural, devemos utilizar uma iluminação artificial. Oprocedimento de calculo. Para facilitar o procedimento seusvalores mínimos e máximos são destacados na Tabela 15.

Fonte: Anexo E – Tabela E.5, pág 64 da NBR 15575-1.

Figura 10 - Simulação de iluminação real e artificial realizada no software Relux. Fonte: emostechnic.cz

Dependência

Iluminamento geral para os níveis de desempenho em lux

Mínimo Inferior Superior

Sala de estarDormitórioBanheiro

Área de serviçoGaragens/estacionamentos

internos e cobertos

100 150 200

Copa/cozinha>200 >300 >400

Corredor ou escada interna à unidade

Corredor de uso comum (prédio)

Escada de uso comum (prédio)

>100 >150 >200

Garagens/estacionamentos descobertos

>20 >30 >40

Tabela 15 - Níveis de iluminância para iluminação artificial.

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10. ESTANQUEIDADE

À ÁGUA

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O QUE É ESTANQUEIDADE?

Impedir a infiltração de água em paredes e pisos, devidopluviosidade ou ascenção pelo solo. A água que infiltra podeacarretar em doenças ao usuário.

Para garatir a estanqueidade as manutenções e usos normaisdevem constar no Manual de Uso, Operação e Manutenção.

Para os próximos tópicos é importante definir o que é áreamolhada e o que é área molhável:

• Área molhada: devido a localização ou uso permite aformação de lâmina d’água (exemplo banheiro com chuveiro,áreas externas).

• Área molhável: devido a localização e uso ocorrem respingosde água.

ESTANQUEIDADE EM PISOS

PISOS SUJEITOS A UMIDADE ASCENDENTE DO SOLO

Em projeto deverá ser considerada a altura do lençol freático e otipo de solo.

Dicas do construtor!!!

• Impermeabilizar a fundação;

• Prever uma camada de separação (manta plástica ou camadade brita) separando solo do contrapiso;

• Impermeabilizar sempre o contato da construção com soloem altura adequada;

• Toma cuidado em paredes duplas com o acúmulo de entulho.

PISO DE ÁREAS MOLHADAS

Deve haver garantia do material de evitar o surgimento de umidade em pisos adjacentes e paredes. Efetuado ensaio laboratorial que comprove que para lâmina d’água de 10 mm durante 72 h não há infiltração.

Dicas do construtor!!!

• Pisos com rejunte, salvo em casos de impermeabilização, sógarantirão estanquiedade se os rejuntes forem impermeavéise continuos. Deve haver garantia de aderência do piso com ocontra piso;

• Para evitar empoçamento utilizar caimento de 0,5 a 1% emáreas externas e 1 a 2% em box de chuveiro;

• Impermeabilizar o entorno do ralo.

ESTANQUEIDADE DE PAREDES E FACHADAS

Além da pluviosidade a velocidade e direção do ventoinfluênciam na estanqueidade. A Figura 11 apresenta avelocidades do vento no Brasil.

ENSAIO DE ESTANQUEIDADE DE PAREDES

Para teste de estanqueidade de material:

• Corpo de prova submetido a vazão constante de água por 7horas com pressão de ar simulando os ventos do local;

• Classificação em mínimo (M), intermediário (I) e superior (S).

Page 35: NBR 15575 - Algumas dicas para alunos de Engenharia Civil

Figura 11 – Mapa de velocidade de ventos.

ESTANQUEIDADE EM FACHADAS

A Tabela 16 apresenta o valor de desempenho das paredes defachada segundo o ensaio.

Tabela 16 – Níveis de desempenho de parede de fachada.

Dicas do construtor!!!

• Em grande parte a infiltração ocorre devido a erros deexecução, permitindo abertura de fissura ou espaçamentoentre esquadrias e alvenaria;

• A manutenção deve ser realizada com repintura e aplicaçãode selante, conforme instruido no Manual de Uso, Operação eManutenção;

• Cuidado em projetos arquitetônicos que apresentam locaispropícios a empoçamento (exemplo: vigas salientes).

PAREDES DE ÁREAS MOLHADA

Realização de ensaio para garantir que não há infiltração maiordo que 3 cm³ a cada 24 horas.O ensaio consiste na aplicaçãodireta de água em área de 34x16 cm.

PAREDE EM ÁREAS MOLHÁVEIS

Não pode haver umidade percepitível. Para isso deve haver osprocedimentos de uso e manuteção no Manual de Uso, Operaçãoe Manutenção.

Dicas do construtor!!!

• Proteger áreas sucepitíveis à respingos com barras deimpermeabilização

• Colocação de rodapé imperveável

• No encontro entre parede e piso, observar recomendações doitem “Estanqueidade à água em piso”

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ESTANQUEIDADE À ÁGUA DE COBERTURAS

A norma em estudo torna-se aplicável, no presente quesito, acoberturas constituídas por lajes (Impermeabilizadas ou não),telhados ou tensoestruturas.

Sendo a estanqueidade dependente de vários parâmetros,sendo os principais:

• Impermeabilidade do material empregado;

• Sobreposição dos Componentes;

• Extensão dos panos;

• Eficiência do Desenho;

• Colocação das peças;

• Análise dos índices pluviométricos;

• Análise da direção e velocidade dos ventos.

IMPERMEABILIDADE DE TELHAS

Sob a ação de coluna d´água, que respeitem as condiçõesimpostas pela NBR 7581-2 Telha Ondulada de Fibrocimento astelhas não pode apresentar:

• Escorrimento;

• Gotejamento de água;

• Ou gotas aderentes.

De acordo com a seguinte Tabela 17 a seguir:

Tabela 17 – Níveis de desempenho para estanqueidade à água de telhas. (NBR 15575, 2013).

Condição Nível de Desempenho

• Não aparecimento de gotas aderentes

• Aparecimento de manchas de umidade- no máximo 35% da área das telhas

M

• Não aparecimento de gotas aderentes

• Aparecimento de manchas de umidade – no máximo 24% da área das telhas, sem gotas aderentes na

superfície inferior da telha

I

• Não aparecimento de manchas de umidade

S

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ESTANQUEIDADE À ÁGUA DE COBERTURAS

Durante a vida útil de projeto do sistema de cobertura, nãopodem ocorrer infiltrações de água que acarretem escorrimentosou gotejamentos, considerando as condições de exposiçãoindicadas na Figura 12 – Mapa de velocidade de ventos.,Observando-se que no caso de coberturas, a vazão de ensaiodeve corresponder a 4 Litros/min/m².

IMPERMEABILIDADE DE TELHAS

Sob a ação de coluna d´água, que respeitem as condiçõesimpostas pela NBR 7581-2, as telhas não podem apresentar:

• Escorrimento;

• Gotejamento de água;

• Ou gotas aderentes.

Dicas do construtor!!!

Ao analisar telhas, certificar-se de:

• Adequação das características geométricas e de encaixe nasripas;

• Capacidade da resistência mecânica;

• Para telhas muito porosas, analisar a aplicação de esmalte oupintura;

Além de padronizar os parâmetros para a qualificação dodesempenho dos sistemas já existentes, em sistemas

inovadores de coberturas devem ser realizados ensaios de tipoem Câmara de chuva, caracterizado na imagem a seguir:

Figura 12 – Câmara para ensaio de estanqueidade de coberturas em laboratório (IPT, 2008).

ESTANQUEIDADE DAS ABERTURAS DE VENTILAÇÃO

O sistema de cobertura não pode permitir infiltrações de águaou gotejamentos nas regiões das aberturas de ventilaçãoconstituídas normalmente por entradas de ar nas linhas debeiral e saídas de ar nas linhas de cumeeiras.

Dicas do construtor!!!

Atentar-se a:

• Adequação do formato das aberturas à solução de vedação;

• Uso de telas metálicas anti insetos e pequenos animais.

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CAPTAÇÃO E ESCOAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS

O sistema de cobertura deve ter capacidade para drenar amáxima precipitação possível de ocorrer no local da obra, nãopermitindo empoçamentos ou extravasamentos para o interiorda edificação. Atentando-se a especificação dos caimentos,geometria da seção da calha condutora, e evitar proximidade dodeságue com a fundação.

ESTANQUEIDADE DE COBERTURAS COM SISTEMAS DEIMPERMEABILIZAÇÃO

Os sistemas de cobertura impermeabilizados devem manter aestanqueidade ao longo de toda vida útil do projeto, havendomanutenções planejadas. Quando novas as coberturas devemser submetidas ao ensaio da lâmina d´água de 10mm, eresultar em estanqueidade por 72 horas. Analisar a adequaçãodo produto às normas vigentes

ESTANQUEIDADE DOS SISTEMAS DE ÁGUA FRIA E ÁGUAQUENTE

As tubulações dos sistemas prediais não podem apresentarvazamentos quando submetidas, durante uma hora, à pressãohidrostática 1,5 vez o valor da pressão prevista em projeto, nãosendo em nenhum caso ensaiadas a pressões inferiores a 100kPa. A tubulação e água quente deve ser ensaiada com água àtemperatura de 70°C, durante uma hora. Devendo ainda:

• Ser ensaiadas conforme prescrito nas suas respectivasnormas (NBR 5625 – Instalação predial de água fria e NBR7198; Projeto e execução de instalações prediais de águaquente; NBR 8160 – Projeto e execução de sistemas prediaisde esgoto sanitário)

ESTANQUEIDADE À ÁGUA DE PEÇAS DE UTILIZAÇÃO

Peças de utilização não podem apresentar vazamento quandosubmetidas à pressão hidrostática máxima prevista nas normasNBR 5626 e NBR 7198. Tanto os reservatórios quanto os metaissanitários devem ser estanques.

ESTANQUEIDADE DAS INSTALAÇÕES DE ESGOTO E DEÁGUAS PLUVIAIS

Tubulações dos sistemas prediais de esgoto sanitário e de águaspluviais não podem apresentar vazamento quando submetidas àpressão estática de 60 kPa, durante 15 minutos, se o ensaio forfeito com água, ou de 35 kPa, durante o mesmo período detempo, caso o ensaio seja feito com ar. Sendo as tubulaçõesensaiadas conforme as prescrições constantes das normas NBR8160 – Projeto e execução de sistemas prediais de esgotosanitário e NBR 10844 – Instalações prediais de águas pluviais –Procedimento.

ESTANQUEIDADE À ÁGUA DAS CALHAS

Calhas com todos os demais componentes do sistema predial deáguas pluviais, devem ser estanques. O ensaio se dá pelaobstrução das saídas de água e enchimento das mesmas comágua até o nível de transbordo, analisando a ocorrência devazamentos.

Page 39: NBR 15575 - Algumas dicas para alunos de Engenharia Civil

11. DURABILIDADE

Page 40: NBR 15575 - Algumas dicas para alunos de Engenharia Civil

DURABILIDADE

A durabilidade de edificações depende de fatores desde oprojeto à limpeza, uso e conservação. Com a busca dasustentabilidade, o ciclo de vida dos produtos se tornarelevante, pela diminuição da exploração de recursos naturais,do consumo de água e energia, e de geração de poluentes,quanto maior a durabilidade dos produtos.

Nas definições dos prazos de vida útil de projeto das edificações,a norma respeita condicionantes técnicas e econômicas,incorporando conceitos essenciais:

• Efeitos nocivos acarretados por falha no desempenho dosistema, com implicações a elementos vizinhos;

• Dificuldade de manutenção e reparação em caso de falha nodesempenho;

• Custo de correção da falha e de elementos afetados.

O valor de Vida Útil (VU) é composto pelo calculado como VidaÚtil de Projeto (VUP), influenciado pela manutenção feita pelousuário e por fatores externos (mudanças climáticas, porexemplo).

VIDA ÚTIL DE PROJETO DA EDIFICAÇÃO HABITACIONALE DE SUAS PARTES

O projeto deve especificar a VUP de acordo com a Tabela 18, ouainda nas tabelas C.1 a C.4 da NBR 15575:

Tabela 18 – Prazos de vida útil de projeto.

Os prazos de vida útil iniciam na data de conclusão daedificação, e decorridos 50% dos prazos considera-se atendido orequisito da VUP, salvo necessidade de intervençõessignificativas.

DURABILIDADE DA EDIFICAÇÃO HABITACIONAL E DESUAS PARTES

Para a consolidação da durabilidade prevista deve-se verificar osmateriais, a execução e utilização correta da obra atendendo oManual de Uso, Operação e Manutenção da obra. Pode seravaliada por inspeções periódicas na obra confrontandopossíveis sintomas patológicos. Cada componente da obranecessita de um cuidado específico para a garantia dadurabilidade.

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COMPORTAMENTO DE PISOS MOLHADOS E MOLHÁVEISSOB AÇÃO DA UMIDADE

Com os pisos de áreas molhadas e molháveis instaladoscorretamente, expostos a uma lâmina d’água de 10 mm por72h, não podem apresentar danos (bolhas, fissuras,descolamentos, etc.) após 24h da retirada da água. A alteraçãode tonalidade pela umidade só é permitida se informadapreviamente pelo fabricante, constando no Manual de Uso,Operação e Manutenção da edificação.

RESISTÊNCIA A AGENTES QUÍMICOS DE PISOS DE ÁREASSECAS

A resistência ao ataque químico de agentes sobre componentesdo acabamento de pisos de áreas secas deve ser estabelecidaem normas específicas dos produtos. Em casos onde nãoexistem essas normas, a NBR 15575 indica formas de realizaressa medição.

Para medir essa resistência foi estabelecida uma classificação deacordo com alterações provenientes da utilização dos seguintesagentes químicos: acetona, café forte, hidróxido de sódio,peróxido de sódio e graxa de sapato. A classificação adotada foia seguinte:

• Nível 4 – nenhuma alteração visível;

• Nível 3 – leve a moderada alteração de brilho e/ou cor

• Nível 2 – severa alteração de brilho e/ou cor

• Nível 1 – ataque da superfície na forma de rachaduras,fissuras, bolhas, delaminação, etc.

RESISTÊNCIA A AGENTES QUÍMICOS DE PISOSMOLHADOS E MOLHÁVEIS

Assim como no item anterior, a resistência a agentes químicosde pisos molhados e molháveis deve ser indicada por normas doproduto, porém em outros casos é medida através de testescom os seguintes produtos químicos: cloreto de amônia eprodutos de limpeza, hipoclorito de sódio, ácido cítrico, ácidoclorídrico e hidróxido de potássio.

RESISTÊNCIA AO DESGASTE POR ABRASÃO DE PISOS

A avaliação do desgaste por abrasão de pisos depende danatureza do material de acabamento, tendo que seguirdiferentes normas de acordo com seu tipo de revestimento. Asimulação do desgaste irá depender das característicassuperficiais de cada material, da natureza do esforço associadoe das condições de utilização.

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12. MANUTENIBILIDADE

AÇÃO DE CALOR E CHOQUE TÉRMICO EM PAREDES DEFACHADA

A avaliação da ação de calor e choque térmico em paredes érealizada com a exposição ao calor e resfriamento por meio dejato d’água durante dez ciclos, sem poder apresentardeslocamento horizontal instantâneo maior que h/300 (h=alturado corpo de prova) ou ocorrência de fissuras, destacamentos,empolamentos, descoloramentos ou outros danos.

ESTABILIDADE DA COR DE TELHAS E OUTROSCOMPONENTES DAS COBERTURAS

O grau de alteração de cor na escala cinza (ABNT NBR ISO105-A02) não deve ser maior que 3 (nível mínimo M) quandoexposta durante 1600 horas em uma câmara com lâmpada comarco de xenônio.

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A vida útil de uma obra pode ser definida como o período detempo em que a construção se presta as atividade a que foramprojetadas, sem perda dos níveis de desempenho propostos.

Vários fatores interferem nessa questão, como a eficiência doprojeto, fatores naturais como chuvas, ventos, incidência solar eprincipalmente os cuidados em seu uso e manutenção.

Logo, é obrigatório ao construtor o desenvolvimento do manualde uso, operação e manutenção de edificações. A preparaçãodeste manual, bem como a gestão da manutenção, remete aregras específicas da ABNT, a NBR 14037 - Manual de operação,uso e manutenção das edificações - Conteúdo e recomendaçõespara elaboração e apresentação, e a NBR 5674 - Manutenção deedificações – Procedimento.

Portanto, essa parte desse material tem como objetivo alertarquais são os principais pontos que se deve prestar maisatenção, no que se refere em termos de Manutenibilidade, ecomo essas práticas prolongam o tempo de vida útil da obra.

Figura 13 – Pilar danificado e recuperado (Antes e depois).Fonte: Athos Engenharia, 2016.

MANUAL DE USO, OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO

São necessárias manutenções preventivas periódicas aoscomponentes de uma construção, a periodicidade e forma demanutenção é definida pelo fornecedor do material. Ainda,sempre que necessário for, deve-se desenvolver manutençõescorretivas quando algum problema se manifestar, evitandoprogressão da patologia.

Como dito anteriormente, cabe ao incorporador e/ou construtorao fornecimento do manual de uso, operação e manutenção daconstrução. Esse manual definirá os métodos a serem seguidospelos usuários para que a obra atinja a vida útil projetada.

A NBR 14037 apresenta a estruturação e conteúdo dessemanual, e simplificadamente é apresentada nas tabelas a seguir.

Tabela 19 – Estruturação do Manual. Fonte: Guia CBIC, 2013.

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É importante que o fabricante, o construtor e o incorporador,especifiquem em projeto e/ou manuais prevendo as condiçõesde uso, operação e manutenção dos equipamentos integrantesda obra. Esse material tem como objetivo informar para oplanejador da obra quais são os equipamentos que necessitamde manutenção, a periodicidade e a forma que essa manutençãodeve ser feita. Além disso, o próprio projeto deve prever essasmanutenções, dispondo esses equipamentos de tal forma quefacilite as manutenções periódicas.

Como exemplo, pode-se citar os equipamentos hidrossanitários,como bombas e reservatórios de d’agua enterradas esuperiores. Ainda durante a etapa de projeto, o projetista deveprever essas manutenções e como o funcionário poderá teracesso à esses equipamentos para manutenção. No caso doscomponentes hidrossanitários, deve-se consultar a NBR 15.575-6. Para cada conjunto de equipamentos na obra, existe umaNBR 15.575 complementar a fim de orientar de forma maisespecífica como a manutenção deve ser feita.

MANUAL DE USO, OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO

Para que a construção atinja o tempo de vida útil prevista noprojeto, ela deve passar por manutenções preventivassistemáticas, conforme especificado no Manual de Uso,Operação e Manutenção (elaborado conforme a NBR 14037).

A norma de desempenho 15.575 traz diversas tabelas prevendoo tempo de VUP (Vida Útil do Projeto). Essas tabelas devem serutilizadas como referência pelo projetista, prevendo que aedificação cumpra com esses prazos pré-estabelecidos.

Tabela 20 – Estruturação do Manual. Fonte: Guia CBIC, 2013. (Continuação)

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Como exemplo desse material disposto do anexo C. Tem-se a Tabela21, especificando o tempo de VUP para alguns componentes daedificação.

Tabela 21 – Exemplos de VUP. Fonte: Anexo C da NBR 15575-1

CONSIDERAÇÕES FINAIS

o De um lado, o engenheiro/construtor deve estar cientede sua responsabilidade legal sobre patologias quese manifestem em obras recém entregues; de outro, osconsumidores devem compreender a importância damanutenção adequada dos equipamentos e o desgastenatural da construção ao longo do tempo de uso.

o É importante o estabelecimento de diversos níveis dedesempenho (Mínimo, Intermediário e Superior).

o A engenharia de custos deve considerar custos,benefícios e investimento inicial para se alcançarequilíbrio entre preço e qualidade – além do custocom operação e manutenção ao longo da vida útil.

o Os dois principais atores na indução de mudanças são:PROJETISTAS e USUÁRIOS das habitações. Aosprimeiros, compete projetar com base nas exigências dedesempenho; e aos usuários, compete incorporar acultura de que uma edificação também requermanutenção preventiva e corretiva.

o Os projetos devem se basear em informações específicassobre as características dos materiais e seuscomponentes. Deve-se repudiar propagandas queapenas vendem um slogan e não comprovam aqualidade do produto.

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APÊNDICE

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VIGÊNCIA E AMPLITUDE DE APLICAÇÃO DA “NORMA”

A ABNT NBR 15575 aplica-se a edificações habitacionais. Nãoabrange todos os sistemas construtivos da edificação.

As leis dão força obrigatória às Normas Técnicas ou estabelecemconsequências para o seu descumprimento. Assim, aobservância da “Norma de Desempenho”, bem como das demaisNormas Técnicas, decorre de determinações contidas no CódigoCivil, no Código de Defesa do Consumidor, em Códigos deObras, em leis especiais, Códigos de Ética Profissional, etc.

A Norma define três níveis de desempenho: (M) Mínimo –obrigatório; (I) Intermediário e (S) Superior, que servirão comoparâmetros de avaliação dos elementos e sistemas construtivos.A novidade servirá para balizar a relação de custo/benefício dediferentes construções colocadas no mercado. Considerando quea edificação possui vários elementos construtivos, com vidasúteis variáveis, caberá ao incorporador ou construtor definir o“mix” dos três níveis de desempenho, observado o mínimoobrigatório.

A Norma traz uma nova obrigação para os projetistas, deestabelecer e indicar nos projetos a Vida Útil de Projeto (VUP)dos elementos e sistemas da edificação, bem como as atividadesde manutenção indispensáveis para que se possa atingi-la.Deixa clara a responsabilidade dos usuários pela realização damanutenção como condição para assegurar a garantia e atingira vida útil.

O reparo de falhas durante a vigência dos prazos de garantiadeve ser feito pelo incorporador ou construtor, ressalvadas ashipóteses que excluem a sua responsabilidade.

VIGÊNCIA E AMPLITUDE DE APLICAÇÃO DA “NORMA”

A norma se aplica a edificações habitacionais, e não se aplica a:

• Obras já concluídas;

• Obras em andamento na data da entrada em vigor da“Norma”;

• Projetos protocolados nos órgãos competentes até a data daentrada em vigor da “Norma”;

• Obras de reformas;

• Retrofit de edifícios;

• Edificações provisórias.

Existem determinados critérios, que são aplicáveisespecificamente para edificações de até cinco pavimentos.

A VERIFICAÇÃO DE ATENDIMENTO AOS REQUISITOS DA“NORMA”

A verificação de atendimento aos requisitos da Norma será feitapelos interessados– proprietários, usuários, consumidores de ummodo geral – e poderá ser necessária a sua comprovação, aqualquer momento futuro, em caso de dúvida ou discussãosobre a qualidade da construção e o cumprimento de obrigaçõespara apurar responsabilidades.

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VIDA ÚTIL (VU)

A vida útil não pode ser confundida com prazo de garantia legalou contratual. O correto uso e operação da edificação e de suaspartes, interferem na vida útil, além da vida útil de projeto, dascaracterísticas dos materiais e da qualidade da construção comoum todo.

O valor real de tempo de vida útil será uma composição do valorteórico de vida útil de projeto devidamente influenciado pelasações de manutenção, da utilização, da natureza e da suavizinhança.

VIDA ÚTIL DE PROJETO (VUP)

A VUP é uma estimativa teórica do tempo que compõe o tempode vida útil. Decorridos 50% dos prazos da VUP, desde que nãoexista histórico de necessidade de intervenções significativas,considera-se atendido o requisito de VUP, salvo prova objetivaem contrário.

MANUTENÇÃO

A norma deixa claro, como requisito indispensável para seatingir a vida útil de projeto, que sejam realizadas corretamenteas atividades de manutenção pelos usuários, corretivas e/oupreventivas, mediante o atendimento integral dos programasdefinidos no manual de uso, operação e manutenção daedificação.

CONFLITOS ENTRE NORMAS, E ENTRE A “NORMA” E LEIS

Normas jurídicas, como as leis têm força obrigatória, mas asnormas técnicas, não são normas jurídicas. Dessa forma sãoobrigatórias por força de leis que determinam seu cumprimento.Em caso de conflito entre norma e lei, esta última se sobrepõe.

Na ausência de normas Brasileiras, normas internacionaispodem ser utilizadas.

PROVIDÊNCIAS/FORMALIZAÇÕES IMPORTANTES

Nas contratações de modo geral, deve-se definir e estabelecer,por escrito, a Vida útil de projeto (VUP), bem como a definiçãodas responsabilidades pelos riscos e elaboração de estudostécnicos entre incorporador, projetistas e empresa construtora,além de estabelecer que todos projetos atendam as normas.

O incorporador e/ou construtor deve elaborar o “Manual de Uso,Operação e Manutenção” conforme a ABNT NBR 14037constando os prazos de garantia e os níveis de desempenhoprevistos nos projetos para cada sistema. Tal manual deve serentregue ao proprietário mediante protocolo.

O incorporador e/ou construtor deve ainda preencher as ARTs eTTTs dos serviços, analisar a vizinhança da obra e providenciarlaudo antes do início das obras.

Já o projetista além das responsabilidades anteriormentemencionadas deve especificar em projetos os materiais,produtos e processos que atendam o desempenho mínimoestabelecido em norma, bem como indicar as manutenções paraatingir a VUP.

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Os fornecedores de insumo, material e componentes ousistemas devem caracterizar o desempenho dos produtos deacordo com as normas específicas de cada produto, eestabelecer vida útil, prazos e garantias de acordo com ossugeridos na NBR 15575.

Os usuários devem dar o uso adequado à edificação, seguindoas recomendações do Manual de Uso e Operações, bem comorealizar as manutenções previstas e guardar documentação quecomprove tais manutenções.

OBSERVAÇÕES FINAIS

As decisões tomadas durante a fase de projeto e execução daobra devem ser registradas por escrito.

Todos os envolvidos com o projeto, ou seja, construtor,projetistas e usuários devem manter arquivos dos projetos edemais documentos relativos à edificação e manutenção.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Desempenho de edificações habitacionais: guia orientativo para atendimento à norma ABNT NBR 15575/2013. Câmara Brasileira da Indústria da Construção. – Fortaleza: Gadioli Cipolla Comunicação, 2013.

Wikipedia. Universidade Federal de Itajubá. 2016. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_de_Itajub%C3%A1>. Acesso em: 06 de Junho de 2016.

Bombeiros Cascavel. Prevenção de Incêndios. 2016. Disponível em: <http://www.bombeiroscascavel.com.br/aula_cscip/mod6-Central%20e%20Armazenamento%20GLP.pdf>. Acesso em: 06 de Junho de 2016.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575-1: Edificações Habitacionais — Desempenho, Parte 1: Requisitos gerais. Rio de Janeiro, 2013.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575-2: Edificações Habitacionais — Desempenho, Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais. Rio de Janeiro, 2013.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575-3: Edificações Habitacionais — Desempenho, Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos. Rio de Janeiro, 2013.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575-6: Edificações Habitacionais — Desempenho, Parte 6: Sistemas Hidrossanitários. Rio de Janeiro, 2013.

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 5413: Iluminância de interiores. Rio de Janeiro: ABNT, 1992.

CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO DO DISTRITOFEDERAL. Apresentação sem título. Disponível em:http://www.caudf.org.br/portal/images/CAU-DF/pdfs/PalestraErcio2.pdf Acessado em: 06/06/2016

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TAMAKI, L. Vale o desempenho. [Editorial] Revista Téchne, Edição 158. Editora Pini. Disponível em: http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/158/artigo287751-1.aspx. Acessado em: 06/06/2016

ARCHDAILY. Componentes para portas de giro – Linha Flare. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/catalog/br/products/5449/componentes-para-portas-de-giro-linha-flare-udinese>. Acessaso em: 06/06/2016.

MADEIRAS DO BRASIL. Torneira para lavatório Fabrimar Ascot Mesa Bica Alta. Disponível em: <http://www.madeirasdobrasil.com.br/produto/construcao-civil/loucas-e-metais-sanitarios/torneira-para-lavatorio-fabrimar-ascot-mesa-bica>. Acessado em 06/06/2016.

TRIPADVISOR. Apresentação sem título. Disponível em: <https://www.tripadvisor.com/LocationPhotoDirectLink-g36619-d88009-i67664372-Super_8_Rockford-Rockford_Illinois.html>. Acessado em: 06/06/2016.

ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.“Edificações habitacionais - Desempenho”: NBR 15575 (2013),Rio de Janeiro – RJ.

CBIC – CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO.Desempenho de edificações habitacionais: guia orientativo paraatendimento à norma ABNT NBR 15575/2013. Câmara Brasileirada Indústria da Construção. – Fortaleza: Gadioli CipollaComunicação, 2013.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE CONSTRUÇÃO. Desempenho de Edificações habitacionais: Guia Orientativo para atendimento à norma ABNT NBR 15575/2013. Disponível em: <http://www.cbic.org.br/arquivos/guia_livro/Guia_CBIC_Norma_Desempenho_2_edicao.pdf> Acessado em: 06/06/2016.

Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo –IPT: “Compartimentação Horizontal e Vertical”, Eng° Ercio Thomaz, 2008.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7581: Telha Ondulada de Fibrocimento. 2 ed. Rio de Janeiro, 2014. 17 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5625: Instalação Predial de Água Fria. Rio de Janeiro, 1982. 9 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7198: Projeto e Execução de Instalações Prediais de Água Quente. Rio de Janeiro, 1993. 6 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8106: Sistemas Prediais de Esgoto Sanitário. Rio de Janeiro, 1999. 74 p.

Athos Engenharia. Recuperação Estrutural. 2016. Disponível em:<http://athosengenharia.com/obras-athos-engenharia/>. Acesso em: 13 de Junho de 2016.

COLABORADORESAlexandre Zapparolli Cruz

André Tarcílio França BatistaDavi Pezzo Ladeira

David Pacheco VilelaEduardo Costa Granato

Eduardo de CamposFelipe Ott Caballer

Filipe França Martins do CarmoGabriel Lopes de Faria

Gabriel Francisco de OliveiraGustavo Santucci dos Santos

Henrique da Cunha FernandesLeonardo Silva Oliveira Pires

Lucas Gabriel TeixeiraLuciana Márcia de Souza

Luisa Silva CostaMarina Bayeux DelvecchioMário Sérgio Duarte Júnior

Naliane Roberti de PaulaNatacha Cristina Nascimento Faria

Paulo Guilherme de CarvalhoPedro Luengo Garcia JúniorPriscila Freitas Lage Santos

Rafael Henrique Bueno RuellaRafael Nobre Leite

Raphael Reis RufinoRaquel Passos Cordeiro

Tatiana Yukari MiyazakaThiago Possignolo Rodrigues

Thiago Cardoso de OliveiraThomás Augusto Foga Gomes

Tibério Mota FlemingVerônica Gomes Bittencourt

Victor Dalgé Teixeira