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    ABNT NBR 14653 Avaliao de Bens: A concretizao do

    projeto de normas avaliatrias brasileiras 1998 - 2010

    Resumo

    Exposio de aspectos relativos elaborao e os principais conceitos

    contemplados nos diversos textos que compem a ABNT NBR 14653 Avaliao de

    Bens, destacando tambm a estrutura da norma; os mtodos avaliatrios

    considerados; algumas especificidades mais importantes, em particular no caso dos

    Imveis Urbanos; e ainda o que foi designado especificao das avaliaes, que vem

    a ser um conceito que estabelece a qualificao dos trabalhos em conformidade com

    os graus de fundamentao e de preciso.

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    ABNT NBR 14653 Avaliao de Bens: A concretizao do

    projeto de normas avaliatrias brasileiras 1998 - 2010

    1. Introduo

    Em maro de 2009 foi concludo o primeiro ciclo da elaborao da

    norma brasileira ABNT NBR 14653 Avaliao de Bens. Um longo processo iniciado em

    junho de 1998 atingia sua meta ao publicar a stima e ltima parte da norma.

    Paralelamente, havia j cerca de dois anos, estava em andamento a reviso da Parte

    2, dedicada aos imveis urbanos, que ter seu texto final revisto publicado at o final

    de 2010.

    Esse ambicioso projeto foi inicialmente promovido por trs grandes

    contratantes de servios de avaliaes: Caixa Econmica Federal1; Banco do Brasil2 e

    Petrobras3, e pela maior entidade regional representativa dos avaliadores: Instituto

    Brasileiro de Avaliaes e Percias de Engenharia de So Paulo IBAPE/SP4.

    A Comisso de Estudos, constituda por cerca de 30 profissionais

    experientes residentes em diversos Estados da Federao, ao longo desses 12 anos

    reuniu-se em vrias cidades e se dedicou misso motivada, fundamentalmente, pela

    grande paixo que seus integrantes tm pela matria.

    2. O Sistema de Normalizao no Brasil

    No Brasil, o respeito s prescries estabelecidas em normas tcnicas,

    1 Caixa Econmica Federal: banco de fomento tem capital 100% estatal e o maior agente definanciamento do imobilirio brasileiro.

    2 Banco de capital misto com aes em bolsa, entre outras caractersticas, destaca-se como o maiorfinanciador da atividade rural.

    3 Petrleo Brasileiro S/A Petrobras a maior empresa brasileira (8. maior empresa de Petrleo e 15.maior empresa do mundo), tem capital misto com aes em bolsa, e grande consumidora de trabalhosavaliatrios para fins de desapropriao, servido ou aquisio.

    4 IBAPE/SP congregando avaliadores no Estado de So Paulo a maior entidade regional filiada aoIBAPE Entidade Federativa Nacional.

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    alm do aspecto de natureza tica5, tambm uma obrigao legal desde 11 de

    maro de 1991, data em que entrou em vigor o Cdigo de Defesa do Consumidor,

    cujo artigo 39 estabelece:

    vedado ao fornecedorde produtos ouserviosdentre outras

    prticas abusivas:

    VIII Colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou

    servio em desacordo com as normas expedidas pelos rgos oficiais

    competentes ou, se normas especficas no existirem, pela Associao Brasileira

    de Normas Tcnicas6 ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de

    Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial CONMETRO.

    Essa condio se alinha ao entendimento global de que normas

    tcnicas so imprescindveis ao bom funcionamento dos mercados, e, associadas

    regulamentao legal, constituem um dos sustentculos das polticas de qualidade.

    Em boa parte dos pases a regulamentao (da atividade profissional)

    emana do Estado e, portanto, resulta de um ato de autoridade, j a normalizao ,

    usualmente, produto de um trabalho misto e, portanto, ato da sociedade.

    No Brasil normalizao definida como a atividade que visa

    elaborao de padres, atravs de consenso entre produtores, consumidores e

    entidades governamentais (neutros).

    A ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas o FrumNacional de Normalizao e os projetos elaborados pelas Comisses de Estudo

    circulam entre associados da ABNT e demais interessados. Qualquer cidado

    brasileiro pode votar.

    5 Engenheiros e Arquitetos observam ao Cdigo de tica Profissional que determina que: dever doprofissional adequar sua forma de expresso tcnica s necessidades do cliente e s normas vigentes

    aplicveis.6 ABNT

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    3. A evoluo

    Os primeiros trabalhos normativos foram organizados na dcada de

    1950 por organismos pblicos e entidades privadas dedicadas matria Avaliao.

    O primeiro anteprojeto de norma da ABNT foi elaborado em 1957,

    sucedendo-se outros documentos que visavam responder crescente importncia do

    tema, particularmente aps uma grande exploso de obras pblicas nas grandes

    cidades que implicaram em um grande nmero de desapropriaes.

    Antes do projeto ABNT NBR 14653 Avaliao de Bens, vigoravam como

    referncia os seguintes textos normativos:

    NB 502 Avaliao de Imveis Urbanos: Publicada em 1977, foi

    fortemente influenciada pelas inovaes do I Congresso

    Brasileiro. (Foi patrocinada pelo BNH7 e revisada em 1989 como

    NBR 5676).

    NBR 8799 1985 Avaliao de Imveis Rurais

    NBR 8951 1985 Avaliao de GlebasUrbanizveis

    NBR 8976 1985 Avaliao de Unidades Padronizadas

    NBR 8977 1985 Avaliao de MquinasEquipamentos e

    Complexos Industriais

    4. A Norma

    A rigor trata-se um conjunto de normas composto pelas seguintes

    partes:

    14.653-1 Procedimentos Gerais

    14.653-2 Imveis Urbanos

    14.653-3 Imveis Rurais

    7 Banco Nacional da Habitao, organismo extinto em 1986, teve suas funes assumidas pela CaixaEconmica federal

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    14.653-4 Empreendimentos

    14.653-5 Mquinas, Equipamentos, Instalaes e BensIndustriais

    14.653-6 Recursos Naturais e Ambientais

    14.653-7 Patrimnios Histricos

    4.1 Parte 1 Procedimentos Gerais

    Tem a funo de guia, indicando procedimentos gerais para as demais

    partes, fixando diretrizes quanto:

    a) Classificao da sua natureza

    b) Instituio de terminologia, definies, smbolos e abreviaturas

    c) Descrio das atividades bsicas

    d) Definio da metodologia bsica

    e) Especificao das avaliaes

    f) Requisitos bsicos de laudos e pareceres tcnicos de avaliao

    Sumrio:

    Prefcio

    1. Objetivo

    2. Referncias normativas

    3. Definies

    4. Smbolos e abreviaturas

    5. Classificao dos bens, seus frutos e direitos6. Procedimentos de excelncia

    7. Atividades bsicas

    8. Metodologia aplicvel

    9. Especificao das avaliaes

    10. Apresentao do laudo de avaliao

    Anexo: Referncias Bibliogrficas

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    A estrutura acima, com pequenas variaes e ajustes especficos, se

    repete nas partes subsequentes. Dentre os tpicos relacionados podem se

    destacados:

    Atividades bsicas

    Aspecto fundamental na elaborao dos trabalhos, o roteiro de

    atividades bsicas a serem cumpridas tambm adotado, com as respectivas

    especificidades, nas demais partes da norma. As etapas previstas so:

    Requisio de documentao

    Conhecimento da documentao

    Vistoria do bem avaliando

    Coleta de dados:

    o Aspectos quantitativos

    o Aspectos qualitativos

    o Situao mercadolgica

    Escolha da metodologia: A metodologia escolhida deve ser

    compatvel com a natureza do bem avaliando, a finalidade da

    avaliao e os dados de mercado disponveis. Para a

    identificao do valor de mercado, sempre que possvel preferir

    o mtodo comparativo de dados de mercado.

    Tratamento dos dados

    Conhecimento da documentao

    Identificao do valor de mercado

    o Valor de mercado do bem: A identificao do valor de

    mercado deve ser efetuada segundo a metodologia que

    melhor se aplique ao mercado de insero do bem e a

    partir do tratamento de dados de mercado, permitindo-se:

    a) Arredondar o resultado de sua avaliao, desde que o

    ajuste final no varie mais de 1 % do valor estimado.

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    b) Indicar a faixa de variao de preos do mercado

    admitida como tolervel em relao ao valor final, desde

    que indicada a probabilidade associada.

    o Diagnstico do mercado: O engenheiro de avaliaes,

    conforme a finalidade da avaliao, deve analisar o

    mercado onde se situa o bem8 avaliando de forma a

    indicar, no laudo, a liquidez deste bem e, tanto quanto

    possvel, relatar a estrutura, a conduta e o desempenho

    do mercado.

    Metodologia aplicvel

    A exemplo do tpico anterior nas partes 2 a 7 da norma a metodologia

    aplicvel tem abordagens especficas de acordo com natureza do bem. A regra geral

    :

    Mtodos para identificar o valor de um bem de seus frutos e

    direitos:

    o Mtodo Comparativo Direto de Dados de Mercado:

    Identifica o valor de mercado do bem por meio de

    tratamento tcnico dos atributos dos elementos

    comparveis constituintes da amostra.

    o Mtodo Involutivo: Identifica o valor de mercado do bem,

    alicerado no seu aproveitamento eficiente, baseado emmodelo de estudo de viabilidade tcnico-econmica,

    mediante hipottico empreendimento compatvel com as

    caractersticas do bem e com as condies do mercado

    no qual est inserido, considerando-se cenrios viveis

    para execuo e comercializao do produto.

    8 Segundo o regramento normativo brasileiro o termo deve implica em ser obrigatrio.

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    o Mtodo Evolutivo: Identifica o valor do bem pelo

    somatrio das parcelas componentes do mesmo. Caso a

    finalidade seja a identificao do valor de mercado, deve

    ser considerado o Fator de Comercializao,

    preferencialmente medido em comparao no mercado.

    o Mtodo da Capitalizao da Renda:Identifica o valor dobem, com base na capitalizao presente da sua renda

    lquida prevista, considerando-se cenrios viveis.

    Mtodos para identificar o custo de um bem:

    o Mtodo Comparativo Direto de Custo: Identifica o custode um bem por meio de tratamento tcnico dos atributos

    dos elementos comparveis, constituintes da amostra.

    o Mtodo da Quantificao de Custo: Identifica o custo do

    bem ou de suas partes por meio de oramentos

    sintticos ou analticos a partir de quantidades de

    servios e respectivos custos diretos e indiretos.

    Mtodos para identificar indicadores de viabilidade da utilizao

    econmica de um empreendimento: Os procedimentos

    avaliatrios usuais para determinar indicadores de viabilidade da

    utilizao econmica de um empreendimento so baseados no

    seu fluxo de caixa projetado, a partir do qual so determinados

    indicadores de deciso baseados no valor presente lquido,

    taxas internas de retorno, tempos de retorno dentre outros.

    Especificao das avaliaes

    O conceito de especificao est apoiado no propsito de se

    estabelecer uma gradao qualitativa dos trabalhos avaliatrios em funo do nvel de

    fundamentao e de preciso obtidos pelo avaliador.

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    Este requisito tem relao direta com o prazo demandado; com os

    recursos despendidos, bem como com a disponibilidade de dados de mercado e da

    natureza do tratamento a ser empregado.

    A fundamentao est relacionada com o aprofundamento do trabalho

    avaliatrio e a preciso ser estabelecida quando for possvel medir o grau de certeza

    e o nvel de erro tolervel numa avaliao.

    4.2 Parte 2 Imveis urbanos

    Imveis urbanos constituem os bens que demandam o maior nmero de

    trabalhos avaliatrios no Brasil. Sua importncia, a toda evidncia, dispensa maiores

    consideraes, pois ainda nos dias que correm em vrias partes do mundo ainda so

    experimentados e observados os efeitos na economia decorrentes da crise imobiliria

    de 2007/2008.

    Por essa razo foi o texto que exigiu o maior tempo de dedicao pela

    Comisso de Estudos e tambm aquele cujas discusses envolveram um maior

    nmero de aspectos polmicos. O presente trabalho vai evidenciar os trs pontos mais

    palpitantes e que esto atrelados aplicao do Mtodo Comparativo Direto de Dados

    de Mercado, cuja sequncia a ser observada :

    Planejamento da pesquisa: No planejamento de uma pesquisa, o

    que se pretende a composio de uma amostra representativa

    de dados de mercado de imveis com caractersticas, tanto

    quanto possvel, semelhantes s do avaliando, usando-se toda a

    evidncia disponvel. Esta etapa que envolve estrutura eestratgia da pesquisa deve iniciar-se pela caracterizao e

    delimitao do mercado em anlise, com o auxlio de teorias e

    conceitos existentes ou hipteses advindas de experincias

    adquiridas pelo avaliador sobre a formao do valor.

    Identificao das variveis do modelo:

    o

    Varivel dependente

    o Variveis independentes:

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    Levantamento de dados de mercado:

    O tpico seguinte, tratamento de dados, foi o que apresentou maior

    dificuldade para que se chegasse a uma posio consensual, tanto na primeira verso

    (2004) quanto na atual proposta, em razo de um grande debate entre os profissionais

    que defendem a supremacia do tratamento cientfico e aqueles que tm preferncia

    pelo tratamento por fatores.

    Ao final, foi submetida consulta pblica a seguinte proposta:

    Tratamento de dados:

    o Tratamento por fatores:

    O tratamento por fatores aplicvel a uma amostra

    composta por dados de mercado com as caractersticas

    mais prximas possveis do imvel avaliando.

    Os fatores devem ser calculados por metodologia

    cientfica, conforme 8.2.1.4.3, justificados do ponto de

    vista terico e prtico, com a incluso de validao,

    quando pertinente. Devem caracterizar claramente sua

    validade temporal e abrangncia regional e ser revisados

    no prazo mximo de quatro anos ou em prazo inferior,

    sempre que for necessrio. Podem ser:

    a) calculados e divulgados, juntamente com os estudos

    que lhe deram origem, pelas entidades tcnicasregionais reconhecidas, conceituadas em 3.20, bem

    como por universidades ou entidades pblicas com

    registro no sistema CONFEA/CREA, desde que os

    estudos sejam de autoria de profissionais de

    engenharia ou arquitetura;

    b) deduzidos ou referendados pelo prprio engenheiro de

    avaliaes, com a utilizao de metodologia cientfica,

    conforme 8.2.1.4.3, desde que a metodologia e os

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    clculos que lhes deram origem sejam anexados ao

    Laudo de Avaliao.

    No caso de utilizao de tratamento por fatores, deve serobservado o Anexo B9.

    o Tratamento cientfico:

    Quaisquer que sejam os modelos utilizados para inferir o

    comportamento do mercado e formao de valores, seus

    pressupostos devem ser devidamente explicitados etestados. Quando necessrio, devem ser intentadas

    medidas corretivas, com repercusso na classificao

    dos graus de fundamentao e preciso.

    Outras ferramentas analticas para a induo do

    comportamento do mercado, consideradas de interesse

    pelo engenheiro de avaliaes, tais como regresso

    espacial, anlise envoltria de dados e redes neurais

    artificiais, podem ser aplicadas, desde que devidamente

    justificadas do ponto de vista terico e prtico, com a

    incluso de validao, quando pertinente.

    Os Anexos C, D e E apresentam de forma resumida as

    caractersticas e fundamentos bsicos dessas

    ferramentas analticas, em carter informativo, visando

    sua difuso para o desenvolvimento tcnico da

    engenharia de avaliaes.

    No caso de utilizao de regresso lienar, deve ser

    observado o Anexo A.

    9 Esta parte da norma tem dois anexos normativos que estabelecem procedimentos especficos para otratamento dos dados. H proposta de incluso de mais trs anexos informativos.

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    Outro conceito digno de ser evidenciado o de campo de arbtrio que

    pela proposta atual passa a ter mais destaque e assim se define:

    Campo de Arbtrio:

    o O campo de arbtrio definido em 3.8 da ABNT NBR

    14653-1:2001 o intervalo com amplitude de mais ou

    menos 15%, em torno da estimativa pontual de tendncia

    central utilizada na avaliao.

    o O campo de arbtrio pode ser utilizado quando variveis

    relevantes para a avaliao do imvel no tiverem sido

    contempladas no modelo, por escassez de dados de

    mercado, por inexistncia de fatores de homogeneizao

    aplicveis ou porque essas variveis no se

    apresentaram estatisticamente significantes em modelos

    de regresso, desde que o intervalo de mais ou menos

    15 % seja suficiente para absorver as influncias no

    consideradas.

    o O campo de arbtrio no se confunde com o intervalo de

    confiana de 80 % calculado para definir o grau de

    preciso da estimativa.

    O terceiro ponto a ser ressaltado a j mencionada especificao das

    avaliaes. Conceitualmente esse requisito foi assim definido:

    Especificao das avaliaes:

    o A especificao de uma avaliao est relacionada tanto

    com o empenho do engenheiro de avaliaes, como com

    o mercado e as informaes que possam ser dele

    extradas. O estabelecimento inicial pelo contratante do

    grau de fundamentao desejado tem por objetivo a

    determinao do empenho no trabalho avaliatrio, mas

    no representa garantia de alcance de graus elevados de

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    fundamentao. Quanto ao grau de preciso, este

    depende exclusivamente das caractersticas do mercado

    e da amostra coletada e, por isso, no passvel de

    fixaoa priori.

    o Todos os trabalhos elaborados de acordo com as

    prescries desta Norma sero denominados Laudos de

    Avaliao. O grau de fundamentao atingido deve ser

    explicitado no corpo do laudo. Nos casos em que o grau

    mnimo I no for atingido, devem ser indicados e

    justificados os itens das Tabelas de especificao que

    no puderam ser atendidos e os procedimentos utilizados

    na identificao do valor.

    o Os laudos de uso restrito, conforme 10.3 da ABNT NBR

    14653-1:2001, podem ser dispensados de especificao,

    em comum acordo entre as partes.

    Tabela 1 Grau de fundamentao no caso de utilizao de modelos de regressolinear

    Item Descrio

    Grau

    III II I

    1Caracterizao do

    imvel avaliando

    Completa quanto a todas as

    variveis analisadas

    Completa quanto s variveis

    utilizadas no modeloAdoo de situao paradigma

    2

    Quantidade

    mnima de dadosde mercado,efetivamente

    utilizados

    6 (k + 1), onde k o nmero

    de variveis independentes

    4 (k + 1), onde k o nmero de

    variveis independentes

    3 (k + 1), onde k o nmero de

    variveis independentes

    3Identificao dos

    dados de mercado

    Apresentao de

    informaes relativas a

    todos os dados e variveis

    analisados na modelagem,

    com foto e caractersticas

    conferidas pelo autor do

    laudo

    Apresentao de informaes

    relativas a todos os dados e

    variveis analisados na

    modelagem

    Apresentao de informaes

    relativas aos dados e variveis

    efetivamente utilizados no

    modelo

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    4 Extrapolao No admitida

    Admitida para apenas umavarivel, desde que:a) as medidas das caractersticas

    do imvel avaliando nosejam superiores a 100 % dolimite amostral superior, neminferiores metade do limiteamostral inferior

    b) o valor estimado noultrapasse 15 % do valorcalculado no limite dafronteira amostral, para areferida varivel, em mdulo

    Admitida, desde que:a) as medidas das

    caractersticas do imvelavaliando no sejamsuperiores a100 % do limite amostralsuperior, nem inferiores metade do limite amostralinferior

    b) o valor estimado noultrapasse 20 % do valorcalculado no limite dafronteira amostral, para asreferidas variveis, depersi e simultaneamente, e em

    mdulo

    5

    Nvel designificncia (somatrio dovalor das duascaudas) mximopara a rejeio dahiptese nula decada regressor(teste bicaudal)

    10 % 20 % 30 %

    6

    Nvel designificnciamximo admitidopara a rejeio dahiptese nula domodelo atravs doteste F deSnedecor

    1 % 5 % 10 %

    Para atingir o grau III, so obrigatrias:

    a) Apresentao do laudo na modalidade completa;

    b) Apresentao da anlise do modelo, com a verificao da coerncia da

    variao das variveis em relao ao mercado, bem como suas

    elasticidades no ponto de estimao.

    c) Identificao completa dos endereos dos dados de mercado, bem

    como das fontes de informao;

    d) Adoo da estimativa pontual de tendncia central.

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    permitido ao engenheiro de avaliaes fazer ajustes prvios nos atributos

    dos dados de mercado, sem prejuzo do grau de fundamentao, desde que

    devidamente justificados, em casos semelhantes aos seguintes:

    a) Converso de valores a prazo em valores vista, com taxas de

    desconto praticadas no mercado na data de referncia da avaliao;

    b) Converso de valores para a moeda nacional na data de referncia da

    avaliao;

    c) Converso de reas reais de construo em reas equivalentes, desdeque com base em coeficientes publicados (por exemplo, os da NBR

    12721) ou inferidos no mercado;

    d) Incorporao de luvas ao aluguel, com a considerao do prazo

    remanescente do contrato e taxas de desconto praticadas no mercado

    financeiro.

    permitida a utilizao de tratamento prvio dos preos observados, limitado a

    um nico fator de homogeneizao, desde que fundamentado conforme

    8.2.1.4.2, sem prejuzo dos ajustes citados em 9.2.1.2 (exemplo: aplicao do

    fator de fonte para a transformao de preos de oferta para as condies de

    transao).

    Recomenda-se a no extrapolao de variveis-chave no contempladas no

    modelo, especialmente quando o campo de arbtrio no for suficiente para as

    compensaes necessrias na estimativa de valor.

    O engenheiro de avaliaes deve analisar o modelo, com a verificao da

    coerncia da variao das variveis em relao ao mercado, bem como suas

    elasticidades no ponto de estimao.

    o Para fins de enquadramento global do laudo em graus de

    fundamentao, devem ser considerados os seguintes critrios:

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    a) Na Tabela 1, identificam-se trs campos (graus III, II e I) e sete

    itens;

    b) O atendimento a cada exigncia do grau I ter um ponto; do grau

    II, dois pontos; e do grau III, trs pontos;

    c) O enquadramento global do laudo quanto fundamentao deve

    considerar a soma de pontos obtidos para o conjunto de itens,

    atendendo Tabela 2.

    No caso de amostras homogneas, ser adotada a Tabela 1, com as seguintes

    particularidades:

    a) Sero admitidos os itens 3 e 5 apenas no Grau III, de forma a

    ficar caracterizada a homogeneidade;

    b) Ser atribudo o Grau III para os itens 6 e 7, por ser nulo o

    modelo de regresso.

    Tabela 2 Enquadramento do laudo segundo seu grau de fundamentao no caso deutilizao de modelos de regresso linear

    Graus III II I

    Pontos mnimos 16 10 6

    Itens obrigatrios2, 4, 5 e 6 no grauIII e os demais nomnimo no grau II

    2, 4, 5 e 6 no mnimono grau II e os demais

    no mnimo no grau I

    Todos, no mnimono grau I

    Tabela 3 Grau de fundamentao no caso de utilizao do tratamento por fatores

    Item DescrioGrau

    III II I

    1

    Caracterizao do

    imvelavaliando

    Completa quanto a todos os fatoresanalisados

    Completa quanto aos fatoresutilizados no tratamento

    Adoo de situaoparadigma

    2

    Quantidademnima dedados demercado,efetivamente

    12 5 3

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    17

    utilizados

    3Identificaodos dados de

    mercado

    Apresentao de informaesrelativas a todas as caractersticasdos dados analisadas, com foto ecaractersticas conferidas peloautor do laudo

    Apresentao de informaesrelativas a todas as caractersticasdos dados analisadas

    Apresentao deinformaes relativas atodas as caractersticasdos dadoscorrespondentes aos

    fatores utilizados

    4

    Intervaloadmissvelde ajuste

    para oconjunto de

    fatores

    0,80 a 1,25 0,50 a 2,00 0,40 a 2,50 a

    a No caso de utilizao de menos de cinco dados de mercado, o intervalo admissvel de ajuste de 0,80 a 1,25, pois desejvel que,com um nmero menor de dados de mercado, a amostra seja menos heterognea.

    Para atingir o Grau III so obrigatrias:

    Apresentao do laudo na modalidade completa;

    Identificao completa dos endereos dos dados de mercado, bem como dasfontes de informao;

    Adoo da estimativa pontual de tendncia central.

    Para fins de enquadramento global do laudo em graus de fundamentao,

    devem ser considerados os seguintes critrios:

    a) Na Tabela 3, identificam-se trs campos (graus III, II e I) e cinco itens;

    b) O atendimento a cada exigncia do Grau I ter 1 ponto; do Grau II, 2 pontos; e

    do Grau III, 3 pontos;

    c) O enquadramento global do laudo deve considerar a soma de pontos obtidos

    para o conjunto de itens, atendendo Tabela 4.

    Para o atendimento Tabela 4, observar as Sees de 9.1 a 9.2.

    Tabela 4 Enquadramento do laudo segundo seu grau de fundamentao no caso deutilizao de tratamento por fatores

    Graus III II I

    Pontos mnimos 13 8 5

    Itens obrigatrios

    Itens 2, 4 e 5 nograu III, com os

    demais no mnimono grau II

    Itens 2, 4 e 5 nomnimo no grau II e

    os demais nomnimo no grau I

    Todos, no mnimo

    no grau I

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    Grau de preciso conforme a Tabela 5.

    Tabela 5 Grau de preciso da estimativa de valor nos casos de utilizao de modelosde regresso linear ou do tratamento por fatores

    DescrioGrau

    III II IAmplitude do intervalo de confiana de 80 % em

    torno do valor central da estimativa 30 %30 % - 50 % > 50 %

    Para fins de especificao geral do laudo de avaliao, nos casos de utilizao

    de regresso linear ou do tratamento por fatores, podero ser adotados os

    critrios da Tabela 6, que combinam os resultados obtidos nas Tabelas de

    fundamentao e preciso.

    Tabela 6 Grau de especificao geral avaliao pelo mtodo comparativo direto dedados de mercado (modelos de regresso linear e tratamento por fatores)

    Grau de preciso

    I II III

    Grau defundamentao

    I I I II

    II II II II

    III II III III

    Estes conceitos so previstos para todos os demais mtodos

    contemplados na norma com as adaptaes pertinentes.

    4.3 Demais partes

    As demais partes da norma esto formatadas segundo as linhas

    mestras e conceituais acima expostas com alguns acrscimos ou supresses

    coerentes com as respectivas naturezas.