nb-notÍcias do brasil - fevereiro 2011
DESCRIPTION
TRANSCRIPT
NB NOTÍCIAS DO BRASIL EDIÇÃO DE FEVEREIRO/2011 - ANO VIII – CAPA Edição de imagens: SEVERINO PICASSO – E-mail: [email protected] - Editor: OTÁVIO MARTINS
“O JORNAL QUE ESCOLHE OS SEUS LEITORES”
SEGURANÇA
“Perversa realidade, infelizmente, vigente no
Serviço Público Tupiniquim...”
Por Pettersen filho
Páginas 1 e 2
OBSERVATÓRIO DA
IMPRENSA TUPINIQUIM
Por Celso Lungaretti
"Julgo improcedente a presente ação
penal, para absolver Celso Lungaretti
dos delitos dos artigos 139 e 140 do
Código Penal, que lhe foram imputados,
o que faço com fundamento no artigo
386, III do Código de Processo Penal."
Páginas 3, 4 e 5
Foto do Blog do Paulo Santos
MEIO AMBIENTE/POLÍTICA
Por Ronald Santos Barata
AS CHUVAS NA REGIÃO
SERRANA Rotina de tragédias anunciadas
Páginas 6 e 7
FOTOGRAFIA
Duas fotos do Portefólio de DIEGO FREITAS LAMEIRA:
Abanador e Todas as pontas, estão na página 8
NB NOTÍCIAS DO BRASIL EDIÇÃO DE FEVEREIRO/2011 - ANO VIII – PRIMEIRA PÁGINA 1 Edição de imagens: SEVERINO PICASSO – E-mail: [email protected] - Editor: OTÁVIO MARTINS
“O JORNAL QUE ESCOLHE OS SEUS LEITORES”
SEGURANÇA
Por Pettersen Filho
POLÍCIA CIVIL: “QUEM TEM MEDO DA DPS...”
Estigmatizados, demonizados, temidos, muito mais pela Força, e Opressão, que exercem, do que pelos Valores que defendem, certos “Institutos” são muito mais respeitados pelo Medo, que impõem, do que pela Moralidade, ou Virtude, que representam. Mundialmente conhecido pelo filme “Tropa de Elite”, Obra de Ficção, e pela “Operação de Ocupação do Morro do Alemão”, a mais pura Realidade, o BOPE – Batalhão de Operações
Especiais da Polícia Militar do Rio de Janeiro, simbolizado pelo jargão “Faca na Caveira”, esconde, contudo, uma realidade muito além das telas de projeção das Salas de Cinema, ou das Cópias Piratas de Tevê, Brasil a fora... Preconiza, sim, a Legislação Brasileira (Constituição Federal, Código Penal e de Processo Penal), entretanto, independente dos Esquadrões de Extermínio, e do Tiro de Toco, ou “Tocaia”, que perpetram a verdadeira “Justiça”, Brasil a fora, que o Cidadão Brasileiro, somente pode ser punido, julgado e sentenciado, mediante o Processo Penal Democrático,
mediante a Formação de Culpa, o Amplo Direito de Defesa e a possibilidade do Contraditório. Inobstante, no caso do Servidor Público, a esse, no caso de Delito Penal, ou Transgressão
Funcional, enfim, quando comete um “Crime”, reserva-lhe a Legislação, o “Direito” do Estado/Patrão, independente da Justiça, de processá-lo, à parte, em competente Processo Administrativo, nem sempre Democrático, como o é o Processo Penal, muitas vezes, cuja resultante pode ser, contraditoriamente, diverso da “Absolvição” no Processo Penal,
eventualmente, podendo levar o “Agente” à Demissão, muitas vezes a título de um suposto relevante “Interesse Público”, absolutamente incongruente, dando, dessa forma, margem a Ingerência Política e a Perseguições, no âmbito do próprio Serviço Público, em que preponderam “Indicações” anômalas, ou favorecimentos, entre o Poder Executivo e o Legislativo (è a mais pura realidade). Ou seja: “Quem indico”. Assim é que, por exemplo, um “Sujeito” Instruído em Informática, Técnico e Capaz, ao
ingressar, via “Concurso”, na Polícia Civil , ao contrário de um Leigo , ou Ignorante, “Apadrinhado Politicamente”, pode ser levado a tomar conta de Presos, em uma Delegacia do Interior do Estado, enquanto o seu Par é constituído em um Cargo de Chefia em um Órgão Técnico da Capital do Estado... Perversa realidade, infelizmente, vigente no Serviço Público Tupiniquim... Diferente, contudo, do que acontece na maior parte das Secretarias, de Estado ou Município,
quiçá, nos Ministérios, nos três âmbitos do Poder Executivo: Município, Estado e Governo
Federal, tais como as Secretarias Estaduais de Educação e Saúde, por exemplo, cujos Agentes, em caso de Doença ou Moléstia, são submetidas a uma Perícia Técnica genérica, afeta a todo o Funcionalismo Público, como um todo, no caso da Polícia Militar e Civil, no entanto, oferece o “Estado” um Serviço Especifico, devido as minúcias de tais “Profissionais”, ao contrário dos Professores e Enfermeiros, sendo assim, muito mais “Sujeitos” ao estresse, e aos “Riscos da Função”, cujo o instrumento último de expressão é a Arma de Fogo, enfim,
a própria Vida ou Morte (de si próprios ou de Terceiros) De nome, também, pomposo e solene, tal qual o BOPE, no caso da Polícia Civil Capixaba, é a DPS – Divisão de Promoção Social, o Órgão Especializado, destinado a tecer “Valores”, e conceber “Pareceres” Técnicos, dos que estão “ Aptos ”, ou “ Inaptos ” ao desempenho das “Funções”, sendo, portanto, “Órgão” (ou o deveria o ser), essencialmente “Técnico”, por “Natureza”, concebido para tal fim, pertencente diretamente a própria “ Estrutura da
NB NOTÍCIAS DO BRASIL EDIÇÃO DE FEVEREIRO/2011 - ANO VIII – PRIMEIRA PÁGINA 2 Edição de imagens: SEVERINO PICASSO – E-mail: [email protected] - Editor: OTÁVIO MARTINS
“O JORNAL QUE ESCOLHE OS SEUS LEITORES”
SEGURANÇA
Por Pettersen Filho
POLÍCIA CIVIL: “QUEM TEM MEDO DA DPS...” (II)
Segurança Pública, independente da “Perícia” Genérica do Estado, e, por conseqüência, diferente do restante do Funcionalismo, com Assistentes Sociais, Psicólogos e Médicos, próprios, tamanho a relevância do “Tema”, destinados a avaliar, periódica, e necessariamente, os “Quadros Humanos” da Polícia Civil. Contudo, vem exatamente dessa Superposição Hierárquica algumas das mais profundas “
Distorções ”, no tal “Serviço”, fato a ser a DPS pertencente a própria “Estrutura” da Polícia Civil , inclusive, comandada, não por um Médico Psiquiatra , Assistente Social ou Psicólogo , como o deveria ser, mas, devido ao fato de estar a sua “Estrutura” Hierárquica de Comando imediatamente ligada a própria Chefia de Polícia , pautando-se, no mais das vezes, por critérios mais Políticos , do que Médico /técnicos, subordinada à um Delegado de Políci a de Carreira, absolutamente leigo, quanto as Perícias Médicas , necessárias ou realizadas.
Portanto, a DPS, ou chamem-na, em outros Estados, como chamarem, na pratica, funciona
inadequadamente, uma vez desguarnecida, operando seus Quadros ( Médicos, Psicólogos e Assistentes Sociais ) sob “Ordem” estrita da Chefia, assim, destituídos de Altivez e Autonomia , em seus “Laudos” e “Exames”, uma vez pressionados, e submetidos, aos interesses imediatos da mesma Chefia , “Politicamente Prostituídos”. Por isso, e a partir disso, invariavelmente, por mais que Sérios e Zelosos seus Profissionais da Saúde , no entanto, deixam de exercer o seu Livre mister, passando a se constituírem,
em alguns casos, em meros “Serviçais” dos Instrumentos de Comando, de “Discriminação” e de Perseguição Funcional. Dessa forma, ao nosso modesto entender, enquanto tal sorte de “Distorções” não forem sanadas, remetendo-se, sendo esse o caso, a Perícia de tais DPS`s, à Perícia Técnica, outra, “Qualquer”, Soberana e Independente , não sujeita ao “Órgão”, da própria Polícia, sem o crivo da Chefia , todo “Laudo” assim emitido, deve ser posto em “Suspeição”, dado a “Coação” Hierárquica Irresistível
Enquanto isso, não dirimidas pela Sociedade , é o que se impõe, tais “ Questões ”, de posse das suas canetas esferográficas afiadas, e carimbos, com a mesma força de quem, nas ruas, puxa o “Gatilho”, com que assinam seus resignados “Laudos”, e “Pareceres”, muito distante
da realidade dos que sobem os morros, e enfrentam a ira da Má Distribuição de Renda do País, tais “Peritos”, “Assistentes Sociais” e “Psicólogos”, por mais que Dignos , guarnecidos em seus Gabinetes Refrigerados , todos os dias, e noites, ao seguirem para a hipocrisia dos
seus Lares, certos de terem o “Dever” cumprido, estarão, na verdade, construindo, e dando manutenção, à um Mundo muito pior... Enfim: “Vendem-se” pelo Contra-cheque Seguro, no fim do mês, muito além das suas Consciências, e do Dever Cumprido (???). Por isso, é inevitavel que se reformule o Órgão, para que seja gerido por Médicos, Psicólogos e Assistentes Sociais, ao invés de Delegados de Carreira, totalmente estranhos à Saúde.
(*) Pettersen Filho é jornalista, editor do Jornal Grito Cidadão
ABDIC – Associação Brasileira de Defesa do Indivíduo e da Cidadania.
NB NOTÍCIAS DO BRASIL EDIÇÃO DE FEVEREIRO/2011 - ANO VIII – PRIMEIRA PÁGINA 3 Edição de imagens: SEVERINO PICASSO – E-mail: [email protected] - Editor: OTÁVIO MARTINS
“O JORNAL QUE ESCOLHE OS SEUS LEITORES”
OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA TUPINIQUIM
A SENTENÇA DO PROCESSO DE CASOY
CONTRA MIM: ABSOLVIÇÃO
Celso Lungaretti (*)
"Julgo improcedente a presente ação penal,
para absolver Celso Lungaretti dos delitos
dos artigos 139 e 140 do Código Penal, que
lhe foram imputados, o que faço com
fundamento no artigo 386, III do Código de
Processo Penal."
Foi esta a decisão do juiz de Direito José
Zoéga Coelho no processo nº 050.10.043276-
0, que o jornalista Boris Casoy moveu contra
mim no Juizado Especial Criminal da Barra
Funda (SP), acusando-me de difamação e/ou
injúria.
A minha defesa foi assumida pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de
São Paulo, ficando a cargo do coordenador do Depto. Jurídico, dr. Jefferson Martins de
Oliveira, que atuou com raro brilhantismo.
Para quem quiser conhecer os detalhes do caso, recomendo a leitura do artigo que
escrevi ao ser intimado, Casoy me move ação criminal por artigo sobre o episódio
dos garis.
Eis os trechos principais da sentença:
"A leitura do texto integral (...) não deixa dúvidas quanto ao propósito de dirigir à
pessoa do querelante séria crítica. Isso, por si, não basta para configurar crime contra a
honra.
Nesse pondo o Direito se defronta com questão de suma dificuldade, qual seja a de
traçar, em critérios tão claros e objetivos quanto possível, a linha divisória entre dois
direitos constitucionalmente tutelados: o direito à livre manifestação de pensamento (e à
liberdade de informação), de um lado, e, de outro, os direitos fundamentais da pessoa,
dentre os quais se inclui o direito à proteção da honra.
Cumpre reconhecer que o querelante, porque pessoa pública e homem de imprensa de
grande renomada, é passível de maior exposição à crítica jornalística.
Por outras palavras, como homem de imprensa que fala ao grande pública, as
convicções pessoais do querelante (estas que transparecem em seus atos, mesmo que
NB NOTÍCIAS DO BRASIL EDIÇÃO DE FEVEREIRO/2011 - ANO VIII – PRIMEIRA PÁGINA 4 Edição de imagens: SEVERINO PICASSO – E-mail: [email protected] - Editor: OTÁVIO MARTINS
“O JORNAL QUE ESCOLHE OS SEUS LEITORES”
OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA TUPINIQUIM A SENTENÇA DO PROCESSO DE CASOY CONTRA MIM:
ABSOLVIÇÃO Celso Lungaretti
pretéritos) tornam-se de interesse para a sociedade, sabido
que a relação entre jornalista e seu público é fundada numa
certa confiança quanto à qualidade da informação noticiada.
Sendo, assim, justificável que a crítica possa envolver fatos
sobre a vida do querelante e que em princípio possam
atingir sua pessoa e, via de consequência, também sua
honra.
Em suma, como toda pessoa pública, sobretudo que
desempenhe atividade de interesse público (...), também o
querelante, por sua profissão de jornalista, está
justificadamente exposto à crítica, sem que o exercício
desta possa mitigado em defesa da honra.
Pelo exposto, entendo que a crítica, mesmo que envolvendo fatos em princípio aptos a
afrontar a honra daquela pessoa assim criticada, não basta para evidenciar aqueles
crimes de que trata a queixa.
Para além da questão atinente aos limites entre a liberdade de informação (e de crítica,
mesmo que voltada à vida íntima de pessoas que desempenhem atividades de interesse
público) e o direito à proteção da honra, há ainda a considerar a questão sob outro
aspecto, este de aspecto já estritamente jurídico penal.
Os crimes contra a honra exigem dolo específico, ou seja, intenção deliberada e
precípua de atingir a honra do ofendido. No caso ora em julgamento, verifica-se que a
raiz de todas as expressões alegadamente infamantes está ina imputação do fato do
querelante ter pertencido a determinada organização, denominada "CCC".
Quanto a este ponto, a leitura do texto publicado na internet pelo ora querelado
demonstra que, a tal respeito, ele menciona como fonte de uma tal informação notícia
anteriormente publica em revista de grande circulação (na época em que dita
informação ali se ventilou).
Menciona ainda informação dada por terceiro, não identificado, mas que teria sido
contemporâneo do querelante nos bancos acadêmicos e que coincidiria com a
participação do querelante na mencionada organização.
Menciona, finalmente, relato de pessoa identificada, agora reafirmando a participação
do querelante na agremiação, o que inclusive teria causado embaraços para o querelante
em clube da colônia hebraica (e o querelante faria parte da colônia), isto pelo uso da
cruz suástica como símbolo pelo referido "CCC".
Ora, se o querelado relata os fatos como tendo sido referidos por terceiros, um dos quais
inclusive nominalmente identifica, como ainda refere estar reproduzindo notícia
anteriormente divulgada em veículo de comunicação àquele tempo bastante conhecido,
creio que nisso não se pode ver propósito deliberado de infamar,
NB NOTÍCIAS DO BRASIL EDIÇÃO DE FEVEREIRO/2011 - ANO VIII – PRIMEIRA PÁGINA 5 Edição de imagens: SEVERINO PICASSO – E-mail: [email protected] - Editor: OTÁVIO MARTINS
“O JORNAL QUE ESCOLHE OS SEUS LEITORES”
OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA TUPINIQUIM A SENTENÇA DO PROCESSO DE CASOY CONTRA MIM:
ABSOLVIÇÃO
Celso Lungaretti mas sim de meramente narrar fato, fato este cuja divulgação
no texto veiculado na internet -- e que ora é objeto da
presente queixa -- se deu em regular exercício do direito de
crítica e liberdade de manifestação do pensamento.
No mais, os adjetivos -- carregados, por certo -- empregados
no texto e atribuídos à pessoa do querelante guardam relação
direta com os fatos ali também relatados. Não haveria sentido
punir, a título de injúria, aquilo que decorre de fatos cuja
divulgação, no entanto -- e a meu ver -- não poderia
caracterizar o crime, mais grave, de difamação.
Assim, não houve dolo específico de atentar contra a hora do
agente. E quando a honra foi por vezes atingida, assim
ocorreu no exercício do direito à crítica. Sem dolo específico, não se pode então falar
em crime contra a honra."
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Embora a sentença me desobrigue de dar qualquer satisfação a Casoy, continuo
considerando pertinente o direito de resposta que lhe ofereci na audiência de conciliação
-- e teria da mesma forma concedido se ele o houvesse simplesmente pleiteado por e-
mail.
O fato é que seu nome, correta ou erroneamente, ficou associado ao Comando de Caça
aos Comunistas. E, não tendo encontrado versão alternativa nos milhares de textos que
apareciam nos sites de busca ao teclar "Casoy CCC" (eram muito mais no momento do
episódio dos garis, hoje ainda restam 6 mil), eu tinha o direito de acreditar que tal
vinculação fosse um dado incontroverso.
No tribunal, Casoy alegou ter a revista O Cruzeiro praticado mau jornalismo. Disse que
jamais pertenceu ao CCC.
Ora, eu não sou, nunca fui e jamais serei um inquisidor. Então, se Casoy quiser
finalmente apresentar o seu lado nessa questão, não serei eu a vedar-lhe o acesso a
minhas humildes tribunas.
Assim como, democraticamente, também daria espaço a qualquer cidadão que, com
elementos concretos (provas e testemunhos), porventura o quisesse refutar.
Só não entendo por que ele preferiu pinçar dois blogueiros, dentre os milhares que então
o criticaram (a grande maioria de forma muito mais contundente), tentando impor a
ambos uma retratação humilhante que, no fundo, não desfaria as dúvidas a tal respeito.
Decerto haverá grande jornal, grande revista ou programa importante de TV disposto a
ouvi-lo, permitindo-lhe difundir sua versão em escala imensamente mais ampla.
jornalista, escritor e ex-preso político. http://naufrago-da-utopia.blogspot.com
NB NOTÍCIAS DO BRASIL EDIÇÃO DE FEVEREIRO/2011 - ANO VIII – PRIMEIRA PÁGINA 6 Edição de imagens: SEVERINO PICASSO – E-mail: [email protected] - Editor: OTÁVIO MARTINS
“O JORNAL QUE ESCOLHE OS SEUS LEITORES”
MEIO AMBIENTE/POLÍTICA POR RONALD SANTOS BARATA
AS CHUVAS NA REGIÃO SERRANA Rotina de tragédias anunciadas Foto extraída do Blog do Paulo Sanos
Fenômenos climáticos que causam enchentes,
deslizamentos e enxurradas produzindo mortes e
destruição, tornaram-se rotina. Temos, no mínimo,
uma catástrofe anual em vários lugares. Felizmente
não nos assolam furacões, tsunamis, vulcões,
terremotos.
Mas nossas tragédias, embora produzidas por causas
naturais, seriam minimizadas se não houvesse
imóveis em locais claramente perigosos, se as
encostas estivessem contidas e tivéssemos uma
eficiente defesa civil. E, claro, se não houvesse super população nas cidades, não
haveria necessidade de construções em áreas de risco. Tínhamos até os anos 1960, 55%
da população no campo e 45% nas cidades. Hoje, inverteu-se. São apenas 16% no
campo e 84% nas cidades. É, portanto, principalmente, uma questão política. Não se
pode reduzir a intensidade das chuvas, mas podem-se criar condições de não
acontecerem catástrofes. A exacerbada migração não ocorreria se houvesse formas de
fixação do rural em seu ambiente, isto é, a tão decantada e sempre adiada Reforma
Agrária. E condições dignas nas pequenas cidades.
Em 2008, o Estado de Santa Catarina sofreu os efeitos de fortíssimas chuvas. O morro
do Baú, no município de Ilhota, com cerca de 10.500 habitantes, foi severamente
castigado, mas não houve vítimas fatais. Em 2010, repete-se o problema e o Morro do
Baú, desta vez, foi arrasado, sumiu do mapa. Deixou vários desabrigados. Agora, no
início de 2011, aconteceram novas tragédias em vários municípios daquele Estado.
Chuvas fortes, seja em março, novembro ou janeiro têm causado graves transtornos
principalmente nas regiões sul e sudeste, a exemplo do ano 2009. Repetiram-se
tragédias já havidas em anos anteriores. Na década de 1960 a cidade do Rio de Janeiro
sofreu muito. Criou-se a Geotécnica e, de lá para cá, obras importantes foram feitas e as
tragédias foram mitigadas. Entretanto, no Estado do Rio de Janeiro, não se pode
comemorar nada. Em 2010, em Angra dos Reis e na Ilha Grande, houve 148 mortes. Em
Niterói, só no Morro do Bumba foram mais de 30 mortes. 318 mortes no Estado.
O governador Sergio Cabral estava viajando pelo exterior e o vice Pezão apareceu no
lugar da catástrofe e declarou: “Esse é o momento de ver o que pode ser feito para
resolver a situação dessas pessoas.” Essa estupidez não deve ter sido mal intencionada.
Mas mostra o despreparo e o desprezo das autoridades. Estamos dizimando a mata
atlântica que equilibrava o regime das chuvas. Além de não se deixar construir onde não
se deve, impõe-se fazer obras preventivas que respeitem a natureza das encostas, dos
vales e dos rios.
NB NOTÍCIAS DO BRASIL EDIÇÃO DE FEVEREIRO/2011 - ANO VIII – PRIMEIRA PÁGINA 7 Edição de imagens: SEVERINO PICASSO – E-mail: [email protected] - Editor: OTÁVIO MARTINS
“O JORNAL QUE ESCOLHE OS SEUS LEITORES”
MEIO AMBIENTE/POLÍTICA POR RONALD SANTOS BARATA
AS CHUVAS NA REGIÃO SERRANA
É fundamental impedir construções às margens dos rios e nas encostas. Mas o grande
problema é a falta de uma política habitacional, em todo o país. Fenômenos naturais que
atingiram países socialmente desenvolvidos e que respeitam a natureza, causaram
transtornos, mas as tragédias foram bem menores que nos países descuidados.
Vendavais e tufões no Caribe atingiram Cuba, destruindo casas, indústrias e lavouras.
Mas não houve nenhuma vítima fatal. Funcionou a prevenção. A recente tempestade-
tsunami na Austrália afetou uma área igual a dos estados de Minas Gerais e S. Paulo
juntos, destruiu 30 mil casas e o sistema de eletricidade. Mas os helicópteros para
socorro apareceram imediatamente. Área maior que a nossa região serrana, mas teve 25
mortos e menos de cem desaparecidos. Havia prevenção. Na região serrana, onde os
mortos podem chegar a mil, o primeiro helicóptero só apareceu 72 horas depois.
Em agosto de 2005, o furacão Katrina, com ventos que alcançaram 280 km/hora, atingiu
a extensa costa dos Estados Unidos que, naquele ano, já havia sido vitimada por dez
tempestades (sendo 4 furacões), destruindo casas, rede elétrica, plataformas petrolíferas
etc. Foram evacuadas mais de um milhão de pessoas e houve mil mortes. O Tsunâmi de
2004 na Indonésia matou cerca de 300 mil pessoas. No Haiti, o país mais pobre do
continente, o terremoto de janeiro de 2010 deixou 230 mil mortos, 250 mil feridos e 1,3
milhão de desabrigados; os sistemas de serviços públicos, como água potável etc. ainda
não foram recuperados e ainda há um milhão de desabrigados.
Portanto, há vários exemplos de gradação das desgraças. Todos oferecendo imagens
aterrorizantes. Mas também há o belo: a solidariedade e apoio aos flagelados, prestados
por cidadãos anônimos, empresas e entidades sociais. Os voluntários deram comoventes
espetáculos da beleza da parte sã da criatura humana. Governos estrangeiros fizeram
doações. Chegam a R$ 7 milhões os depósitos em contas bancárias abertas para ajudar.
Seis empreiteiras doaram 2 mil casas. Nenhuma faz parte do grupo de beneficiárias que
mamaram bilhões no governo Lula.
É preciso especialíssima atenção às crianças atingidas, que guardarão imagens drásticas
por toda a vida, abalando-as moral e psicologicamente. As atenções e as obras de
recuperação não podem ficar restritas às três principais metrópoles. Há que chegar aos
seus distritos, às cidades menores atingidas e às áreas isoladas.
Friburgo, Petrópolis e Teresópolis já haviam mapeado 10 mil casas em mais de 220
áreas de alto risco, sujeitas a deslizamentos, enxurradas ou enchentes. Inclusive em
áreas de proteção ambiental. Fica evidente a deficiência de atuação de órgãos
responsáveis como o IBAMA, federal, e o estadual INEA. As novas edificações
certamente observarão as recomendações dos geólogos, mas devem ser fiscalizadas por
esses órgãos. Felizmente o Ministério Público Federal e entidades civis como OAB,
associações etc., vão fiscalizar a aplicação dos recursos financeiros cedidos por órgãos
públicos e particulares. Mas é preciso não esquecer sistemas de alerta e alarme.
NB NOTÍCIAS DO BRASIL EDIÇÃO DE FEVEREIRO/2011 - ANO VIII – PRIMEIRA PÁGINA 7 Edição de imagens: SEVERINO PICASSO – E-mail: [email protected] - Editor: OTÁVIO MARTINS
“O JORNAL QUE ESCOLHE OS SEUS LEITORES”
FOTOGRAFIA FOTOS DIEGO FREITAS LAMEIRA
ABANADOR - MÃOS DE MINHA VÓ
TODAS AS PONTAS