nb-notÍcias do brasil - fevereiro 2011

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NB NOTÍCIAS DO BRASIL EDIÇÃO DE FEVEREIRO/2011 - ANO VIII CAPA Edição de imagens: SEVERINO PICASSO E-mail: [email protected] - Editor: OTÁVIO MARTINS “O JORNAL QUE ESCOLHE OS SEUS LEITORES” SEGURANÇA “Perversa realidade, infelizmente, vigente no Serviço Público Tupiniquim...” Por Pettersen filho Páginas 1 e 2 OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA TUPINIQUIM Por Celso Lungaretti "Julgo improcedente a presente ação penal, para absolver Celso Lungaretti dos delitos dos artigos 139 e 140 do Código Penal, que lhe foram imputados, o que faço com fundamento no artigo 386, III do Código de Processo Penal." Páginas 3, 4 e 5 Foto do Blog do Paulo Santos MEIO AMBIENTE/POLÍTICA Por Ronald Santos Barata AS CHUVAS NA REGIÃO SERRANA Rotina de tragédias anunciadas Páginas 6 e 7 FOTOGRAFIA Duas fotos do Portefólio de DIEGO FREITAS LAMEIRA: Abanador e Todas as pontas, estão na página 8

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NB NOTÍCIAS DO BRASIL EDIÇÃO DE FEVEREIRO/2011 - ANO VIII – CAPA Edição de imagens: SEVERINO PICASSO – E-mail: [email protected] - Editor: OTÁVIO MARTINS

“O JORNAL QUE ESCOLHE OS SEUS LEITORES”

SEGURANÇA

“Perversa realidade, infelizmente, vigente no

Serviço Público Tupiniquim...”

Por Pettersen filho

Páginas 1 e 2

OBSERVATÓRIO DA

IMPRENSA TUPINIQUIM

Por Celso Lungaretti

"Julgo improcedente a presente ação

penal, para absolver Celso Lungaretti

dos delitos dos artigos 139 e 140 do

Código Penal, que lhe foram imputados,

o que faço com fundamento no artigo

386, III do Código de Processo Penal."

Páginas 3, 4 e 5

Foto do Blog do Paulo Santos

MEIO AMBIENTE/POLÍTICA

Por Ronald Santos Barata

AS CHUVAS NA REGIÃO

SERRANA Rotina de tragédias anunciadas

Páginas 6 e 7

FOTOGRAFIA

Duas fotos do Portefólio de DIEGO FREITAS LAMEIRA:

Abanador e Todas as pontas, estão na página 8

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NB NOTÍCIAS DO BRASIL EDIÇÃO DE FEVEREIRO/2011 - ANO VIII – PRIMEIRA PÁGINA 1 Edição de imagens: SEVERINO PICASSO – E-mail: [email protected] - Editor: OTÁVIO MARTINS

“O JORNAL QUE ESCOLHE OS SEUS LEITORES”

SEGURANÇA

Por Pettersen Filho

POLÍCIA CIVIL: “QUEM TEM MEDO DA DPS...”

Estigmatizados, demonizados, temidos, muito mais pela Força, e Opressão, que exercem, do que pelos Valores que defendem, certos “Institutos” são muito mais respeitados pelo Medo, que impõem, do que pela Moralidade, ou Virtude, que representam. Mundialmente conhecido pelo filme “Tropa de Elite”, Obra de Ficção, e pela “Operação de Ocupação do Morro do Alemão”, a mais pura Realidade, o BOPE – Batalhão de Operações

Especiais da Polícia Militar do Rio de Janeiro, simbolizado pelo jargão “Faca na Caveira”, esconde, contudo, uma realidade muito além das telas de projeção das Salas de Cinema, ou das Cópias Piratas de Tevê, Brasil a fora... Preconiza, sim, a Legislação Brasileira (Constituição Federal, Código Penal e de Processo Penal), entretanto, independente dos Esquadrões de Extermínio, e do Tiro de Toco, ou “Tocaia”, que perpetram a verdadeira “Justiça”, Brasil a fora, que o Cidadão Brasileiro, somente pode ser punido, julgado e sentenciado, mediante o Processo Penal Democrático,

mediante a Formação de Culpa, o Amplo Direito de Defesa e a possibilidade do Contraditório. Inobstante, no caso do Servidor Público, a esse, no caso de Delito Penal, ou Transgressão

Funcional, enfim, quando comete um “Crime”, reserva-lhe a Legislação, o “Direito” do Estado/Patrão, independente da Justiça, de processá-lo, à parte, em competente Processo Administrativo, nem sempre Democrático, como o é o Processo Penal, muitas vezes, cuja resultante pode ser, contraditoriamente, diverso da “Absolvição” no Processo Penal,

eventualmente, podendo levar o “Agente” à Demissão, muitas vezes a título de um suposto relevante “Interesse Público”, absolutamente incongruente, dando, dessa forma, margem a Ingerência Política e a Perseguições, no âmbito do próprio Serviço Público, em que preponderam “Indicações” anômalas, ou favorecimentos, entre o Poder Executivo e o Legislativo (è a mais pura realidade). Ou seja: “Quem indico”. Assim é que, por exemplo, um “Sujeito” Instruído em Informática, Técnico e Capaz, ao

ingressar, via “Concurso”, na Polícia Civil , ao contrário de um Leigo , ou Ignorante, “Apadrinhado Politicamente”, pode ser levado a tomar conta de Presos, em uma Delegacia do Interior do Estado, enquanto o seu Par é constituído em um Cargo de Chefia em um Órgão Técnico da Capital do Estado... Perversa realidade, infelizmente, vigente no Serviço Público Tupiniquim... Diferente, contudo, do que acontece na maior parte das Secretarias, de Estado ou Município,

quiçá, nos Ministérios, nos três âmbitos do Poder Executivo: Município, Estado e Governo

Federal, tais como as Secretarias Estaduais de Educação e Saúde, por exemplo, cujos Agentes, em caso de Doença ou Moléstia, são submetidas a uma Perícia Técnica genérica, afeta a todo o Funcionalismo Público, como um todo, no caso da Polícia Militar e Civil, no entanto, oferece o “Estado” um Serviço Especifico, devido as minúcias de tais “Profissionais”, ao contrário dos Professores e Enfermeiros, sendo assim, muito mais “Sujeitos” ao estresse, e aos “Riscos da Função”, cujo o instrumento último de expressão é a Arma de Fogo, enfim,

a própria Vida ou Morte (de si próprios ou de Terceiros) De nome, também, pomposo e solene, tal qual o BOPE, no caso da Polícia Civil Capixaba, é a DPS – Divisão de Promoção Social, o Órgão Especializado, destinado a tecer “Valores”, e conceber “Pareceres” Técnicos, dos que estão “ Aptos ”, ou “ Inaptos ” ao desempenho das “Funções”, sendo, portanto, “Órgão” (ou o deveria o ser), essencialmente “Técnico”, por “Natureza”, concebido para tal fim, pertencente diretamente a própria “ Estrutura da

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“O JORNAL QUE ESCOLHE OS SEUS LEITORES”

SEGURANÇA

Por Pettersen Filho

POLÍCIA CIVIL: “QUEM TEM MEDO DA DPS...” (II)

Segurança Pública, independente da “Perícia” Genérica do Estado, e, por conseqüência, diferente do restante do Funcionalismo, com Assistentes Sociais, Psicólogos e Médicos, próprios, tamanho a relevância do “Tema”, destinados a avaliar, periódica, e necessariamente, os “Quadros Humanos” da Polícia Civil. Contudo, vem exatamente dessa Superposição Hierárquica algumas das mais profundas “

Distorções ”, no tal “Serviço”, fato a ser a DPS pertencente a própria “Estrutura” da Polícia Civil , inclusive, comandada, não por um Médico Psiquiatra , Assistente Social ou Psicólogo , como o deveria ser, mas, devido ao fato de estar a sua “Estrutura” Hierárquica de Comando imediatamente ligada a própria Chefia de Polícia , pautando-se, no mais das vezes, por critérios mais Políticos , do que Médico /técnicos, subordinada à um Delegado de Políci a de Carreira, absolutamente leigo, quanto as Perícias Médicas , necessárias ou realizadas.

Portanto, a DPS, ou chamem-na, em outros Estados, como chamarem, na pratica, funciona

inadequadamente, uma vez desguarnecida, operando seus Quadros ( Médicos, Psicólogos e Assistentes Sociais ) sob “Ordem” estrita da Chefia, assim, destituídos de Altivez e Autonomia , em seus “Laudos” e “Exames”, uma vez pressionados, e submetidos, aos interesses imediatos da mesma Chefia , “Politicamente Prostituídos”. Por isso, e a partir disso, invariavelmente, por mais que Sérios e Zelosos seus Profissionais da Saúde , no entanto, deixam de exercer o seu Livre mister, passando a se constituírem,

em alguns casos, em meros “Serviçais” dos Instrumentos de Comando, de “Discriminação” e de Perseguição Funcional. Dessa forma, ao nosso modesto entender, enquanto tal sorte de “Distorções” não forem sanadas, remetendo-se, sendo esse o caso, a Perícia de tais DPS`s, à Perícia Técnica, outra, “Qualquer”, Soberana e Independente , não sujeita ao “Órgão”, da própria Polícia, sem o crivo da Chefia , todo “Laudo” assim emitido, deve ser posto em “Suspeição”, dado a “Coação” Hierárquica Irresistível

Enquanto isso, não dirimidas pela Sociedade , é o que se impõe, tais “ Questões ”, de posse das suas canetas esferográficas afiadas, e carimbos, com a mesma força de quem, nas ruas, puxa o “Gatilho”, com que assinam seus resignados “Laudos”, e “Pareceres”, muito distante

da realidade dos que sobem os morros, e enfrentam a ira da Má Distribuição de Renda do País, tais “Peritos”, “Assistentes Sociais” e “Psicólogos”, por mais que Dignos , guarnecidos em seus Gabinetes Refrigerados , todos os dias, e noites, ao seguirem para a hipocrisia dos

seus Lares, certos de terem o “Dever” cumprido, estarão, na verdade, construindo, e dando manutenção, à um Mundo muito pior... Enfim: “Vendem-se” pelo Contra-cheque Seguro, no fim do mês, muito além das suas Consciências, e do Dever Cumprido (???). Por isso, é inevitavel que se reformule o Órgão, para que seja gerido por Médicos, Psicólogos e Assistentes Sociais, ao invés de Delegados de Carreira, totalmente estranhos à Saúde.

(*) Pettersen Filho é jornalista, editor do Jornal Grito Cidadão

ABDIC – Associação Brasileira de Defesa do Indivíduo e da Cidadania.

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NB NOTÍCIAS DO BRASIL EDIÇÃO DE FEVEREIRO/2011 - ANO VIII – PRIMEIRA PÁGINA 3 Edição de imagens: SEVERINO PICASSO – E-mail: [email protected] - Editor: OTÁVIO MARTINS

“O JORNAL QUE ESCOLHE OS SEUS LEITORES”

OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA TUPINIQUIM

A SENTENÇA DO PROCESSO DE CASOY

CONTRA MIM: ABSOLVIÇÃO

Celso Lungaretti (*)

"Julgo improcedente a presente ação penal,

para absolver Celso Lungaretti dos delitos

dos artigos 139 e 140 do Código Penal, que

lhe foram imputados, o que faço com

fundamento no artigo 386, III do Código de

Processo Penal."

Foi esta a decisão do juiz de Direito José

Zoéga Coelho no processo nº 050.10.043276-

0, que o jornalista Boris Casoy moveu contra

mim no Juizado Especial Criminal da Barra

Funda (SP), acusando-me de difamação e/ou

injúria.

A minha defesa foi assumida pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de

São Paulo, ficando a cargo do coordenador do Depto. Jurídico, dr. Jefferson Martins de

Oliveira, que atuou com raro brilhantismo.

Para quem quiser conhecer os detalhes do caso, recomendo a leitura do artigo que

escrevi ao ser intimado, Casoy me move ação criminal por artigo sobre o episódio

dos garis.

Eis os trechos principais da sentença:

"A leitura do texto integral (...) não deixa dúvidas quanto ao propósito de dirigir à

pessoa do querelante séria crítica. Isso, por si, não basta para configurar crime contra a

honra.

Nesse pondo o Direito se defronta com questão de suma dificuldade, qual seja a de

traçar, em critérios tão claros e objetivos quanto possível, a linha divisória entre dois

direitos constitucionalmente tutelados: o direito à livre manifestação de pensamento (e à

liberdade de informação), de um lado, e, de outro, os direitos fundamentais da pessoa,

dentre os quais se inclui o direito à proteção da honra.

Cumpre reconhecer que o querelante, porque pessoa pública e homem de imprensa de

grande renomada, é passível de maior exposição à crítica jornalística.

Por outras palavras, como homem de imprensa que fala ao grande pública, as

convicções pessoais do querelante (estas que transparecem em seus atos, mesmo que

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NB NOTÍCIAS DO BRASIL EDIÇÃO DE FEVEREIRO/2011 - ANO VIII – PRIMEIRA PÁGINA 4 Edição de imagens: SEVERINO PICASSO – E-mail: [email protected] - Editor: OTÁVIO MARTINS

“O JORNAL QUE ESCOLHE OS SEUS LEITORES”

OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA TUPINIQUIM A SENTENÇA DO PROCESSO DE CASOY CONTRA MIM:

ABSOLVIÇÃO Celso Lungaretti

pretéritos) tornam-se de interesse para a sociedade, sabido

que a relação entre jornalista e seu público é fundada numa

certa confiança quanto à qualidade da informação noticiada.

Sendo, assim, justificável que a crítica possa envolver fatos

sobre a vida do querelante e que em princípio possam

atingir sua pessoa e, via de consequência, também sua

honra.

Em suma, como toda pessoa pública, sobretudo que

desempenhe atividade de interesse público (...), também o

querelante, por sua profissão de jornalista, está

justificadamente exposto à crítica, sem que o exercício

desta possa mitigado em defesa da honra.

Pelo exposto, entendo que a crítica, mesmo que envolvendo fatos em princípio aptos a

afrontar a honra daquela pessoa assim criticada, não basta para evidenciar aqueles

crimes de que trata a queixa.

Para além da questão atinente aos limites entre a liberdade de informação (e de crítica,

mesmo que voltada à vida íntima de pessoas que desempenhem atividades de interesse

público) e o direito à proteção da honra, há ainda a considerar a questão sob outro

aspecto, este de aspecto já estritamente jurídico penal.

Os crimes contra a honra exigem dolo específico, ou seja, intenção deliberada e

precípua de atingir a honra do ofendido. No caso ora em julgamento, verifica-se que a

raiz de todas as expressões alegadamente infamantes está ina imputação do fato do

querelante ter pertencido a determinada organização, denominada "CCC".

Quanto a este ponto, a leitura do texto publicado na internet pelo ora querelado

demonstra que, a tal respeito, ele menciona como fonte de uma tal informação notícia

anteriormente publica em revista de grande circulação (na época em que dita

informação ali se ventilou).

Menciona ainda informação dada por terceiro, não identificado, mas que teria sido

contemporâneo do querelante nos bancos acadêmicos e que coincidiria com a

participação do querelante na mencionada organização.

Menciona, finalmente, relato de pessoa identificada, agora reafirmando a participação

do querelante na agremiação, o que inclusive teria causado embaraços para o querelante

em clube da colônia hebraica (e o querelante faria parte da colônia), isto pelo uso da

cruz suástica como símbolo pelo referido "CCC".

Ora, se o querelado relata os fatos como tendo sido referidos por terceiros, um dos quais

inclusive nominalmente identifica, como ainda refere estar reproduzindo notícia

anteriormente divulgada em veículo de comunicação àquele tempo bastante conhecido,

creio que nisso não se pode ver propósito deliberado de infamar,

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NB NOTÍCIAS DO BRASIL EDIÇÃO DE FEVEREIRO/2011 - ANO VIII – PRIMEIRA PÁGINA 5 Edição de imagens: SEVERINO PICASSO – E-mail: [email protected] - Editor: OTÁVIO MARTINS

“O JORNAL QUE ESCOLHE OS SEUS LEITORES”

OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA TUPINIQUIM A SENTENÇA DO PROCESSO DE CASOY CONTRA MIM:

ABSOLVIÇÃO

Celso Lungaretti mas sim de meramente narrar fato, fato este cuja divulgação

no texto veiculado na internet -- e que ora é objeto da

presente queixa -- se deu em regular exercício do direito de

crítica e liberdade de manifestação do pensamento.

No mais, os adjetivos -- carregados, por certo -- empregados

no texto e atribuídos à pessoa do querelante guardam relação

direta com os fatos ali também relatados. Não haveria sentido

punir, a título de injúria, aquilo que decorre de fatos cuja

divulgação, no entanto -- e a meu ver -- não poderia

caracterizar o crime, mais grave, de difamação.

Assim, não houve dolo específico de atentar contra a hora do

agente. E quando a honra foi por vezes atingida, assim

ocorreu no exercício do direito à crítica. Sem dolo específico, não se pode então falar

em crime contra a honra."

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Embora a sentença me desobrigue de dar qualquer satisfação a Casoy, continuo

considerando pertinente o direito de resposta que lhe ofereci na audiência de conciliação

-- e teria da mesma forma concedido se ele o houvesse simplesmente pleiteado por e-

mail.

O fato é que seu nome, correta ou erroneamente, ficou associado ao Comando de Caça

aos Comunistas. E, não tendo encontrado versão alternativa nos milhares de textos que

apareciam nos sites de busca ao teclar "Casoy CCC" (eram muito mais no momento do

episódio dos garis, hoje ainda restam 6 mil), eu tinha o direito de acreditar que tal

vinculação fosse um dado incontroverso.

No tribunal, Casoy alegou ter a revista O Cruzeiro praticado mau jornalismo. Disse que

jamais pertenceu ao CCC.

Ora, eu não sou, nunca fui e jamais serei um inquisidor. Então, se Casoy quiser

finalmente apresentar o seu lado nessa questão, não serei eu a vedar-lhe o acesso a

minhas humildes tribunas.

Assim como, democraticamente, também daria espaço a qualquer cidadão que, com

elementos concretos (provas e testemunhos), porventura o quisesse refutar.

Só não entendo por que ele preferiu pinçar dois blogueiros, dentre os milhares que então

o criticaram (a grande maioria de forma muito mais contundente), tentando impor a

ambos uma retratação humilhante que, no fundo, não desfaria as dúvidas a tal respeito.

Decerto haverá grande jornal, grande revista ou programa importante de TV disposto a

ouvi-lo, permitindo-lhe difundir sua versão em escala imensamente mais ampla.

jornalista, escritor e ex-preso político. http://naufrago-da-utopia.blogspot.com

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NB NOTÍCIAS DO BRASIL EDIÇÃO DE FEVEREIRO/2011 - ANO VIII – PRIMEIRA PÁGINA 6 Edição de imagens: SEVERINO PICASSO – E-mail: [email protected] - Editor: OTÁVIO MARTINS

“O JORNAL QUE ESCOLHE OS SEUS LEITORES”

MEIO AMBIENTE/POLÍTICA POR RONALD SANTOS BARATA

AS CHUVAS NA REGIÃO SERRANA Rotina de tragédias anunciadas Foto extraída do Blog do Paulo Sanos

Fenômenos climáticos que causam enchentes,

deslizamentos e enxurradas produzindo mortes e

destruição, tornaram-se rotina. Temos, no mínimo,

uma catástrofe anual em vários lugares. Felizmente

não nos assolam furacões, tsunamis, vulcões,

terremotos.

Mas nossas tragédias, embora produzidas por causas

naturais, seriam minimizadas se não houvesse

imóveis em locais claramente perigosos, se as

encostas estivessem contidas e tivéssemos uma

eficiente defesa civil. E, claro, se não houvesse super população nas cidades, não

haveria necessidade de construções em áreas de risco. Tínhamos até os anos 1960, 55%

da população no campo e 45% nas cidades. Hoje, inverteu-se. São apenas 16% no

campo e 84% nas cidades. É, portanto, principalmente, uma questão política. Não se

pode reduzir a intensidade das chuvas, mas podem-se criar condições de não

acontecerem catástrofes. A exacerbada migração não ocorreria se houvesse formas de

fixação do rural em seu ambiente, isto é, a tão decantada e sempre adiada Reforma

Agrária. E condições dignas nas pequenas cidades.

Em 2008, o Estado de Santa Catarina sofreu os efeitos de fortíssimas chuvas. O morro

do Baú, no município de Ilhota, com cerca de 10.500 habitantes, foi severamente

castigado, mas não houve vítimas fatais. Em 2010, repete-se o problema e o Morro do

Baú, desta vez, foi arrasado, sumiu do mapa. Deixou vários desabrigados. Agora, no

início de 2011, aconteceram novas tragédias em vários municípios daquele Estado.

Chuvas fortes, seja em março, novembro ou janeiro têm causado graves transtornos

principalmente nas regiões sul e sudeste, a exemplo do ano 2009. Repetiram-se

tragédias já havidas em anos anteriores. Na década de 1960 a cidade do Rio de Janeiro

sofreu muito. Criou-se a Geotécnica e, de lá para cá, obras importantes foram feitas e as

tragédias foram mitigadas. Entretanto, no Estado do Rio de Janeiro, não se pode

comemorar nada. Em 2010, em Angra dos Reis e na Ilha Grande, houve 148 mortes. Em

Niterói, só no Morro do Bumba foram mais de 30 mortes. 318 mortes no Estado.

O governador Sergio Cabral estava viajando pelo exterior e o vice Pezão apareceu no

lugar da catástrofe e declarou: “Esse é o momento de ver o que pode ser feito para

resolver a situação dessas pessoas.” Essa estupidez não deve ter sido mal intencionada.

Mas mostra o despreparo e o desprezo das autoridades. Estamos dizimando a mata

atlântica que equilibrava o regime das chuvas. Além de não se deixar construir onde não

se deve, impõe-se fazer obras preventivas que respeitem a natureza das encostas, dos

vales e dos rios.

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“O JORNAL QUE ESCOLHE OS SEUS LEITORES”

MEIO AMBIENTE/POLÍTICA POR RONALD SANTOS BARATA

AS CHUVAS NA REGIÃO SERRANA

É fundamental impedir construções às margens dos rios e nas encostas. Mas o grande

problema é a falta de uma política habitacional, em todo o país. Fenômenos naturais que

atingiram países socialmente desenvolvidos e que respeitam a natureza, causaram

transtornos, mas as tragédias foram bem menores que nos países descuidados.

Vendavais e tufões no Caribe atingiram Cuba, destruindo casas, indústrias e lavouras.

Mas não houve nenhuma vítima fatal. Funcionou a prevenção. A recente tempestade-

tsunami na Austrália afetou uma área igual a dos estados de Minas Gerais e S. Paulo

juntos, destruiu 30 mil casas e o sistema de eletricidade. Mas os helicópteros para

socorro apareceram imediatamente. Área maior que a nossa região serrana, mas teve 25

mortos e menos de cem desaparecidos. Havia prevenção. Na região serrana, onde os

mortos podem chegar a mil, o primeiro helicóptero só apareceu 72 horas depois.

Em agosto de 2005, o furacão Katrina, com ventos que alcançaram 280 km/hora, atingiu

a extensa costa dos Estados Unidos que, naquele ano, já havia sido vitimada por dez

tempestades (sendo 4 furacões), destruindo casas, rede elétrica, plataformas petrolíferas

etc. Foram evacuadas mais de um milhão de pessoas e houve mil mortes. O Tsunâmi de

2004 na Indonésia matou cerca de 300 mil pessoas. No Haiti, o país mais pobre do

continente, o terremoto de janeiro de 2010 deixou 230 mil mortos, 250 mil feridos e 1,3

milhão de desabrigados; os sistemas de serviços públicos, como água potável etc. ainda

não foram recuperados e ainda há um milhão de desabrigados.

Portanto, há vários exemplos de gradação das desgraças. Todos oferecendo imagens

aterrorizantes. Mas também há o belo: a solidariedade e apoio aos flagelados, prestados

por cidadãos anônimos, empresas e entidades sociais. Os voluntários deram comoventes

espetáculos da beleza da parte sã da criatura humana. Governos estrangeiros fizeram

doações. Chegam a R$ 7 milhões os depósitos em contas bancárias abertas para ajudar.

Seis empreiteiras doaram 2 mil casas. Nenhuma faz parte do grupo de beneficiárias que

mamaram bilhões no governo Lula.

É preciso especialíssima atenção às crianças atingidas, que guardarão imagens drásticas

por toda a vida, abalando-as moral e psicologicamente. As atenções e as obras de

recuperação não podem ficar restritas às três principais metrópoles. Há que chegar aos

seus distritos, às cidades menores atingidas e às áreas isoladas.

Friburgo, Petrópolis e Teresópolis já haviam mapeado 10 mil casas em mais de 220

áreas de alto risco, sujeitas a deslizamentos, enxurradas ou enchentes. Inclusive em

áreas de proteção ambiental. Fica evidente a deficiência de atuação de órgãos

responsáveis como o IBAMA, federal, e o estadual INEA. As novas edificações

certamente observarão as recomendações dos geólogos, mas devem ser fiscalizadas por

esses órgãos. Felizmente o Ministério Público Federal e entidades civis como OAB,

associações etc., vão fiscalizar a aplicação dos recursos financeiros cedidos por órgãos

públicos e particulares. Mas é preciso não esquecer sistemas de alerta e alarme.

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“O JORNAL QUE ESCOLHE OS SEUS LEITORES”

FOTOGRAFIA FOTOS DIEGO FREITAS LAMEIRA

ABANADOR - MÃOS DE MINHA VÓ

TODAS AS PONTAS