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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA NATHALIA MARIANA JARDIM AMANDA LIGABO DE ABREU Aplicação da Norma ISO 14001 para certificação do Metilato de Sódio na empresa BASF e avaliação da importância do Sistema de Gestão Ambiental Empresarial na empresa MSD Saúde Animal: Estudo de Caso Lorena SP 2012

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA

NATHALIA MARIANA JARDIM

AMANDA LIGABO DE ABREU

Aplicação da Norma ISO 14001 para certificação do Metilato de Sódio na empresa

BASF e avaliação da importância do Sistema de Gestão Ambiental Empresarial na

empresa MSD Saúde Animal: Estudo de Caso

Lorena – SP

2012

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Aplicação da Norma ISO 14001 para certificação do Metilato de Sódio na empresa

BASF e avaliação da importância do Sistema de Gestão Ambiental Empresarial na

empresa MSD Saúde Animal: Estudo de Caso

Projeto de Monografia apresentada à

Escola de Engenharia de Lorena – EEL-

USP como requisito parcial para a

conclusão de Graduação do curso de

Engenharia Industrial Química.

Orientador: Prof. Msc. Henrique Varella

Ribeiro

Lorena – SP

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2012

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RESUMO

Com o mercado globalizado, ao longo dos últimos anos aumenta cada vez mais a

pressão para que as empresas se preocupem com os impactos que suas atividades

exercem sobre o meio ambiente. Esta consciência ambiental foi surgindo através de

transformações culturais que foram ocorrendo ao longo das últimas décadas devido a

necessidade de sustentabilidade social e econômica, ganhando grandes dimensões. A

crescente competitividade entre mercados nacionais e internacionais vem exigindo cada

vez mais qualidade e tecnologia dos processos produtivos. A implementação de um

Sistema de Gestão Ambiental (SGA) em uma empresa representa inovação, já que exige

mudanças em todo o processo organizacional e produtivo, desenvolvendo novas

tecnologias e melhorando cenários já existentes. Devido a essa competitividade, clientes

estão buscando um diferencial entre as empresas onde um sistema efetivo de gestão

ambiental tem sido o fator de decisão devido ao sinônimo de qualidade, eficiência,

inovação e benefício ao meio ambiente. O objetivo deste trabalho é mostrar a

importância, benefícios e inovações que o Sistema de Gestão Ambiental (SGA) pode

trazer para as empresas. É proposto um estudo de caso com apresentação do Sistema de

Gestão Ambiental da MSD Saúde Animal, por outro lado, apresentar o processo de

certificação ISO 14001 para produção de Metilato de Sódio na empresa BASF.

Palavras-chave: Sistema de Gestão Ambiental, ISO 14001.

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ABSTRACT

With the global market over the last few years steadily increasing pressure for

companies to worry about the impacts that their activities on the environment. This

environmental awareness has emerged through cultural changes that have occurred over

the past decades due to the need for social and economic sustainability, earning large.

The growing competition between domestic and international markets are demanding

more quality and technology of production processes. The implementation of an

Environmental Management System (EMS) in a company stands for innovation, as it

requires changes throughout the organizational process and production, developing new

Technologies and improving existing scenarios. Because of this customers are

seeking a competitive differential between the companies where an effective system of

environmental management has actually been the deciding factor because the synonym

of quality, efficiency and benefit the environment. The objective of this paper is to

show the importance, benefits and innovations that the Environmental Management

System can bring through the process of ISO 14001 certification for the production of

Sodium Methylate at BASF and the Environmental Management System at MSD

Animal Health showing the strategic planning and environmental policies of these

companies.

Keywords: Environmental Management, ISO 14001.

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SUMÁRIO

1. Introdução, objetivos e justificativas ....................................................................... 1

2. Revisão bibliográfica ............................................................................................. ..4

2.1Sistema de gestão ambiental ................................................................................... 4

2.2Conceito de Sistema de Gestão Ambiental ............................................................. 5

2.3A Norma ISO 14001 e sua origem .......................................................................... 8

2.4Requisitos Gerais da Norma..................................................................................... 10

2.5Custos de implantação .............................................................................................. 10

2.6Crescem os números de certificados ISO 14001 no Mundo .................................... 11

2.7Processo de Certificação ISO 14001......................................................................... 14

3.Metodologia ............................................................................................................... 15

3.1Diagnóstico Inicial de Gestão Ambiental.................................................................. 15

3.2Desempenho Ambiental............................................................................................ 15

3.3Conscientização Ambiental....................................................................................... 15

3.4Elementos Normativos.............................................................................................. 15

3.5Estratégia e Comunicação......................................................................................... 16

4.Fases de implantação de um SGA ISO 14001........................................................... 16

4.1 Política Ambiental.................................................................................................... 16

4.2Educação Ambiental................................................................................................. 17

4.3Planejamento ............................................................................................................ 18

4.4 Requisitos Legais..................................................................................................... 18

4.5 Objetivos e Metas..................................................................................................... 18

4.6 Programas de Gestão Ambiental ............................................................................. 19

4.7Implementação e Operação....................................................................................... 20

4.8 Comunicação............................................................................................................ 20

4.9 Documentação do SGA ......................................................................................... 21

4.9.1Controle de Documentos ..................................................................................... 21

4.9.2 Controle Operacional......................................................................................... 21

4.9.3 Preparação e Atendimento de Emergências........................................................ 21

4.9.4 Verificação e Ação Corretiva.............................................................................. 22

4.9.4.1Monitoramento e Medição ............................................................................... 22

4.9.4.2Não Conformidade e Ação Corretiva / Preventiva............................................ 22

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4.9.4.3Auditoria do Sistema de Gestão Ambiental...................................................... 23

4.9.4.4Análise Crítica pela Administração................................................................... 24

4.10Classificação dos Resíduos industriais.................................................................... 25

4.10.1Resíduo líquido.................................................................................................... 25

4.10.2Resíduo sólido ..................................................................................................... 25

4.10.3Classificação de Resíduos de acordo com a norma ABNT 10.004 de 2004....... 26

5.Estudo de caso................................................................................................... 27

5.1BASF ……………………………………................................................................ 27

5.1.1Produção de Metilato de Sódio.............................................................................. 29

5.1.2Comparação do uso de alcolatos (Metilato de Sódio) e hidróxidos como

catalisadores na produção de biodiesel.......................................................................... 30

5.1.3Disposição Adequada de Resíduos na BASF ........................................................ 31

5.1.4Fases de implementação da certificação e operação na BASF.............................33

5.2MSD Saúde Animal ................................................................................................. 35

5.2.1. Política Ambiental na MSD Saúde Animal ......................................................... 35

5.2.1.1 Definições........................................................................................................35

5.2.1.2 Desenvolvimento.............................................................................................36

5.2.1.2.1 Política Ambiental........................................................................................36

5.2.1.2.2Planejamento.................................................................................................... 36

5.2.1.2.3Aspectos Ambientais ...................................................................................... 37

5.2.1.2.4Requisitos Legais .......................................................................................... 37

5.2.1.2.5Objetivose Metas.............................................................................................. 37

5.2.1.2.6Programasde Gestão Ambiental....................................................................... 38

5.2.1.2.7Implementação e Operação.............................................................................. 38

5.2.1.2.8Treinamento,Conscientização e Competência ................................................ 39

5.2.1.2.9Comunicação.................................................................................................... 39

5.2.1.2.10Documentação do SGA ............................................................................. 40

5.2.1.2.11Controlede Documentos................................................................................ 40

5.2.1.2.12Controle Operacional .................................................................................. 41

5.2.1.2.13Preparaçãoe Atendimento de Emergências ................................................... 42

5.2.2Verificação e Ação Corretiva............................................................................... 42

5.2.2.1Monitoramento e Medição................................................................................ 42

5.2.2.2Não Conformidade e Ação Corretiva / Preventiva............................................ 43

5.2.2.3Registros ........................................................................................................... 44

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5.2.2.4Auditoria do Sistema de Gestão Ambiental...................................................... 44

5.2.2.5Análise Crítica pela Administração.................................................................... 44

5.2.3Princípios de proteção ao Meio Ambiente na MSD..............................................45

5.2.4.Disposição Adequada de Resíduos na MSD....................................................... 46

5.2.4.1.Definições....................................................................................................... 47

5.2.4.2 Descarte de Resíduos ..................................................................................... 48

5.3Considerações Finais............................................................................................. 50

6.Conclusão................................................................................................................56

7. Referências..............................................................................................................57

Anexos ........................................................................................................................... 60

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1. INTRODUÇÃO, OBJETIVOS E JUSTIFICATIVAS

A proteção ambiental deslocou-se mais uma vez, deixando de ser uma função

exclusiva de produção para tornar-se também uma função da administração.

Contemplada na estrutura organizacional, interferindo no planejamento estratégico,

passou a ser uma atividade importante na organização da empresa, seja no

desenvolvimento das atividades de rotina, seja na discussão de cenários alternativos e a

conseqüente análise de sua evolução, gerando políticas, metas e planos de ação. Assim,

a preocupação com o meio ambiente torna-se, enfim, um valor da empresa, explicitado

publicamente como um dos objetivos principais a ser perseguido pelas organizações

(DONAIRE, 1999).

A população mundial chegou a sete bilhões de habitantes (ONU, 2011),

resultando em um aumento representativo por produtos e serviços gerando uma forte

pressão sobre os meios de produção.

Diante do panorama descrito, vários setores sociais foram influenciados de

diferentes modos. Os governos assumiram uma postura mais restritiva quanto à

legislação ambiental, os consumidores passam a considerar a variável “qualidade

ambiental” na decisão de comprar um produto e a sociedade em geral está atenta à

responsabilidade social e ambiental das empresas.

Setores produtivos se viram forçados a adicionar a questão ambiental no

ambiente de suas empresas. Para tal fim, as organizações têm investido nos chamados

Sistemas de Gestão Ambiental (SGAs). Para que o SGA de uma empresa seja

certificado e reconhecido em todo o mundo, ele deve atender aos requisitos da norma

ISO 14001. Esta norma tem por objetivo prover as organizações de elementos de um

SGA eficaz, passível de integração com os demais objetivos da organização.

O sucesso do sistema depende do comprometimento de todos os níveis e

funções, especialmente da alta administração, permitindo estabelecer objetivos e

processos para atingir os comprometimentos da política, conforme necessário, para

melhorar seu desempenho e demonstrar a conformidade do sistema com os requisitos da

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norma (ISO 14001), equilibrando proteção ambiental e prevenção de poluição com as

necessidades socioeconômicas.

Obter um desempenho ambiental correto, por meio do controle dos impactos de

suas atividades, produtos e serviços pelas empresas sobre o meio ambiente, coerente

com sua política e objetivos, vem sendo cada vez mais efetivo dentro de um contexto de

legislação cada vez mais exigente, o que contribui com resultados ambientais ótimos

onde são consideradas as melhores técnicas disponíveis com relação custo-benefício

levada integralmente em consideração.

O presente trabalho propõe apresentar todo o processo de certificação ISO 14001

na unidade de produção do Metilato de Sódio na BASF (Badische Anilin und Soda-

Fabrik) indústria química situada no município de Guaratinguetá-SP, e em paralelo

avaliar o Sistema de Gestão Ambiental da MSD Saúde Animal (Merck Sharp and

Dohme), indústria farmacêutica situada no município de Cruzeiro-SP. Analisar o

mecanismo envolvido no Sistema de Gestão Ambiental destas empresas e todo processo

de desenvolvimento para certificação do Metilato de Sódio na BASF.

Será estabelecida a sistemática para identificação e avaliação dos aspectos de

Meio Ambiente associados às atividades, produtos e serviços desenvolvidos de forma a

determinar e estabelecer controles aos que possam ter impactos significativos sobre o

Meio Ambiente. São apresentados:

Conceito de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) e sua relação com a

norma ISO 14001, contexto em que surgiram essas abordagens;

Estudo de caso nas unidades BASF e MSD Saúde Animal;

Política ambiental das empresas citadas;

Fases da implementação da certificação ambiental de qualidade ISO

14001 para o Metilato de Sódio na BASF;

Conclusões finais sobre o estudo e adaptações.

Seguindo as orientações da ISO 14001 são proporcionadas informações

inerentes ao processo de implantação para obtenção da certificação e será feito um

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estudo de caso para abordar os critérios para avaliação dos aspectos e impactos

ambientais onde metas são definidas para uma nova certificação.

São mostradas as inovações que um processo de certificação da ISO 14001 pode

trazer para as empresas devido as mudanças que devem ser feitas para melhoria

contínua do processo produtivo e de toda uma gestão para obtenção de resultados

efetivos de produção com sustentabilidade.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Sistema de gestão ambiental

A política Gestão Ambiental visa ordenar as atividades humanas para que estas

originem o menor impacto possível sobre o meio ambiente. Esta organização vai desde

a escolha das melhores técnicas até o cumprimento da legislação e a alocação correta de

recursos humanos e financeiros sendo consequência natural da evolução do pensamento

da humanidade em relação à utilização dos recursos naturais de um modo mais sábio,

onde se deve retirar apenas o que pode ser reposto ou caso isto não seja possível, deve-

se, no mínimo, recuperar a degradação ambiental causada.

A qualidade ambiental, nas últimas décadas, vem recebendo um importante

destaque no meio empresarial. Acionistas, investidores, financiadores, empregados,

clientes, órgãos governamentais de controle ambiental, ONGs e demais stakeholders

estão, cada dia, mais prudente em relações entre as empresas e o meio ambiente,

cobrando daquelas um elevado preço no caso de agressões ao meio, mesmo sendo

acidentais e involuntárias. Consequentemente, se no curto prazo o comprometimento

com problemas ambientais pode implicar num lucro menor, pode também se

transformar em condição mais favorável no futuro para manter e melhorar a

rentabilidade e garantir a sobrevivência da empresa.

Dentro de um contexto de maximização de retornos no longo prazo, Klassen &

McLaughlin (1996), levam em consideração argumentos favoráveis à responsabilidade

social e ambiental das organizações, sendo, otimização de processos, redução de custos

e melhoria da imagem institucional que pode ser traduzido em consumidores mais leais,

melhores vendas, empregados motivados, fornecedores comprometidos, fácil acesso ao

mercado de capitais, novas oportunidades de negócios, assim determinando novas

posturas em analogia ao emprego de processos produtivos sem comprometimento do

meio ambiente assegurando assim a sua comercialização.

Os sistemas produtivos dependem, para sua sobrevivência e crescimento, do

desenvolvimento sustentável, definido como aquele que atende às necessidades das

presentes gerações, sem impedir que as gerações futuras também tenham possibilidade

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de atender às suas necessidades básicas, ou seja, a continuidade dos sistemas de

produção e da própria vida na terra depende da existência dos recursos naturais, que não

podem ser desperdiçados (BARBIERI, 2007).

O dilema da empresa moderna é adaptar-se a este processo de necessidade de

melhoria do desempenho ambiental ou correr o risco de perder espaços arduamente

conquistados num mercado extremamente competitivo e globalizado, sendo primordial

aplicar princípios de gestão ambiental condizentes com os pressupostos do

desenvolvimento sustentável.

2.2 Conceito de Sistema de Gestão Ambiental

Entende-se por gestão ambiental um processo contínuo e adaptativo, por meio

do qual uma organização define e redefine seus objetivos e metas relativas à proteção do

ambiente e à saúde e segurança de seus empregados, clientes e comunidade, assim como

seleciona as estratégias e meios para atingir tais objetivos em determinado período de

tempo, por meio da constante interação com o meio externo (ANDRADE, 2000).

A gestão ambiental não é um conceito novo nem uma necessidade nova. A

humanidade sempre teve que interagir responsavelmente com o meio ambiente ou

enfrentar as consequências. Na idade média, os abusos da humanidade contra o meio

ambiente provocaram uma série de apuros que primeiro alertaram a sociedade sobre a

importância de se desenvolver uma coexistência amigável com o ambiente

(HARRINGTON; KNIGHT, 2001)

A atividade fundamental de um SGA é a identificação e avaliação de aspectos e

impactos ambientais, baseado na ISO 14001. A Tabela 1 apresenta alguns exemplos de

aspectos e impactos ambientais.

O sucesso da implementação do SGA torna-se sujeito de múltiplos fatores, de

ordem comportamental e organizacional, podendo ser apropriado às peculiaridades das

empresas, visando transformação e ganhos nas ações sociais, econômicas e sobre tudo

nas questões ambientais, garantindo assim o desenvolvimento das empresas em

conformidade com a variável ambiental.

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Tabela 1 - Exemplos de aspectos e impactos ambientais (FOCAL, consultoria e

Treinamento).

ASPECTOS AMBIENTAIS IMPACTOS AMBIENTAIS

Emissão de gases de combustão Alteração da qualidade do ar

Emissão de compostos clorados (cloretos e CFC's) Geração de chuva ácida

Geração de efluentes ácidos Alteração da qualidade de águas superficiais

Geração de esgotos domésticos Contaminação do lençol subterrâneo

Geração de resíduos Assoreamento de cursos d'água

Geração de embalagens contaminadas Alteração da qualidade do solo

Emissão de ruídos Redução da disponibilidade de recursos naturais

Consumo de combustíveis fósseis Danos à flora

Consumo de energia Incômodos ao homem

Toda organização deve considerar os diversos cenários dentro de uma visão

empresarial não só de curto, mas de médio e longo prazo e seguir o princípio da

evolução, o que implica em um processo de constante adaptação ao meio para assegurar

a sobrevivência. Através da implantação de um SGA, independente de certificação, tem-

se a oportunidade de padronizar os procedimentos e sistematizar o gerenciamento em

toda a empresa e, através de uma visão sistêmica bem planejada e conduzida, a empresa

pode aumentar a produtividade, tanto pela racionalização do uso, quanto pela

otimização de níveis de eficiência dos processos, identificando e alocando custos

ambientais de maneira que as decisões de investimentos estejam baseadas em custos e

benefícios reais. Com a redução e a destinação correta de resíduos, a redução de gastos

com energia e outros insumos, uso de tecnologias limpas, o uso de produtos de menor

toxicidade aplicados corretamente, pode-se reduzir os resíduos contaminados e eliminar

eventuais multas previstas pela legislação ambiental. Esses são ganhos mensuráveis e

visíveis, resultados indispensáveis para a sobrevivência empresarial.

A adesão ao padrão ISO 14001 pode ser vista como um atestado de atitude

ambientalmente positiva, devido à grande produção de produtos tóxicos, um SGA pode

ser um salvo-conduto às exportações, pois as práticas protecionistas dos países ricos

reduzem as perspectivas de desenvolvimento dos demais países, condenando-os a uma

situação de dependência econômica com agravamento dos problemas ambientais

(CAMPOS, 1992). A relação entre preservação ambiental e produção industrial sempre

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foi difícil. Sendo assim, um dos grandes desafios da atualidade é a perspectiva de

implementar programas de gestão ambiental na sua totalidade.

Dessa forma, a variável ambiental vem se tornando um importante diferencial

competitivo com o qual as empresas devem se preocupar. Instalar na empresa novos

processos e lançar no mercado um novo produto gera cada vez mais a necessidade de

uma avaliação e atualização dos impactos

A idéia de que um SGA deve ser entendido como um processo adaptativo e

contínuo. Brower e Koppen (2008) enfatizam essa idéia, afirmando que a melhoria

contínua é o elemento chave da ISO 14001. Os autores afirmam que tal melhoria está no

cerne do chamado ciclo PDCA - do inglês Plan, Do, Check, Act o qual é designado

como a mola propulsora de um SGA – Mostrado na Figura 1.

Figura 1: Modelo de SGA: PDCA (Plan, Do, Check, Act) (BRASILIANO, 2010)

O ciclo PDCA pode ser brevemente descrito da seguinte forma:

P – Planejar (Plan): estabelecer os objetivos e processos necessários para atingir

os resultados em concordância com a política ambiental da organização;

D – Executar (Do): implementar os processos;

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C – Verificar (Check): monitorar e medir os processos em conformidade com a

política ambiental, objetivos, metas, requisitos legais e relatar os resultados.

A - Agir (Act): implementar ações necessárias para melhorar continuamente o

desempenho do Sistema de Gestão Ambiental.

De acordo com Seiffert (2007), a gestão ambiental integra em seu significado:

A política ambiental, que é o conjunto consistente de princípios doutrinários que

conformam as aspirações sociais e/ou governamentais no que concerne à

regulamentação ou modificação no uso, controle, proteção e conservação do meio

ambiente;

O planejamento ambiental, que é o estudo prospectivo que visa a adequação do

uso, controle e proteção do ambiente às aspirações sociais e/ou governamentais

expressas formal ou informalmente em uma política ambiental, através da coordenação,

compatibilização, articulação e implantação de projetos de intervenções estruturais e

não estruturais;

O gerenciamento ambiental, que é o conjunto de ações destinado a regular o uso,

controle, proteção e conservação do meio ambiente, e a avaliar a conformidade da

situação corrente com os princípios doutrinários estabelecidos pela política ambiental.

É importante destacar que a implantação de um SGA não deve ser encarada

como necessária apenas para se evitar problemas de cunho legal, mas também como

uma forma de agregar valor às empresas e melhorar o seu processo produtivo,

resultando em ganhos financeiros.

2.3 A Norma ISO 14001 e sua origem

Os avanços da conscientização ambiental na década de 90, como resposta social

à necessidade de conservação do planeta, bem como a busca pela melhoria da

qualidade, fazem surgir estratégias de gestão ambiental. Para Porter (1999), a

necessidade de proteger o meio ambiente, por meio de leis e certificações teve uma

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aceitação ampla, mas relutante. Ampla porque todos querem um planeta habitável e

relutante pela crença arraigada de que as leis ambientais corroem a competitividade.

Porém, as normas ambientais podem estimular a eficiência dos processos como um

todo.

A criação da série ISO 14000 foi baseada em uma norma britânica pertencente a

British Santards Institution, a BSI 7750. A norma inglesa foi criada com o objetivo de

adequar as atividades das organizações, sejam elas indústrias ou do setor de serviços, a

um maior controle ambiental. (DE CICCO, 1994)

Logo após a publicação da BSI 7750, em 1992, a International Organization for

Standardization (ISO) deu início a criação da ISO 14000, em que foi elaborada por um

Comitê Técnico, denominado de TC-207. Quatro anos após o início das discussões teve

sua primeira publicação, com a ISO 14001, norma referente aos requisitos necessários a

implantação de um SGA. Esta norma foi revisada em 2004, sendo que as modificações

realizadas buscaram estabelecer um maior esclarecimento dos requisitos.

Esta Norma específica os requisitos relativos a um sistema de gestão ambiental,

permitindo a uma organização desenvolver e implementar uma política e objetivos que

levem em conta os requisitos legais e outros requisitos por ela subscritos e informações

referentes aos aspectos ambientais significativos. Aplica-se aos aspectos ambientais que

a organização identifica como aqueles que possa influenciar. Em si, esta Norma não

estabelece critérios específicos de desempenho ambiental.

Esta Norma se aplica a qualquer organização que deseje:

Estabelecer, implementar, manter e aprimorar um sistema de gestão ambiental;

Assegurar-se da conformidade com sua política ambiental.

Demonstrar conformidade com esta Norma ao:

Fazer uma auto avaliação ou autodeclaração;

Buscar confirmação de sua conformidade por partes que tenham interesse na

organização, tais como os clientes;

Buscar confirmação de sua autodeclaração por meio de uma organização

externa;

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Buscar certificação/registro de seu sistema de gestão ambiental por uma

organização externa.

A norma ISO 14001 não estabelece requisitos absolutos para o desempenho

ambiental além do comprometimento, expresso na política, de atender à legislação e

regulamentos aplicáveis e com a melhoria contínua. Assim, duas organizações que

desenvolvam atividades similares, mas que apresentem níveis diferentes de desempenho

ambiental podem ambas, atender aos seus requisitos (SEBRAE, 2004).

2.4 Requisitos Gerais da Norma

Segundo a norma ISO 14001 (2004), “A organização deve estabelecer,

documentar, implementar, manter e melhorar continuamente um sistema de gestão

ambiental em conformidade com os requisitos desta Norma e determinar como ela irá

atender esses requisitos. A organização deve definir e documentar o escopo do seu

sistema de gestão ambiental.”

2.5 Custos de implantação

A norma ISO 14001 (2004) é sinônima da melhoria contínua dos processos e

produtos da organização. A última assume grande importância e requer elaborações em

termos de indicadores de desempenho de processo/operacional e indicadores de

desempenho estratégico/gerencial, pois implicam maiores níveis de ambição ambiental.

São caracterizados vários benefícios como, alta tecnogia na melhoria dos

processos produtivos, melhoria da visão do mercado sobre a empresa, busca por

inovações para melhor eficiência energética, busca por fontes renováveis.

Alguns estudos a aplicação da norma ISO 14001 mostra que os setores

industriais, por sua natureza envolvendo processos ambientalmente perigosos

apresentam níveis de penetração ISO 14001 significativamente mais altos e uma difusão

de certificação mais ampla entre seus setores, se comparados aos setores de serviços e

de comércio (FELIX, 2007).

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As grandes empresas são as maiores usuárias de certificação de SGA, embora

esta mesma tendência não se confirme considerando-se as empresas por nível de

rentabilidade. Aponta ainda, que a cultura de certificação do setor, desenvolvida com a

adoção da ISO 9000, é um fator facilitador na obtenção do certificado ISO 14001

(FELIX, 2007).

2.6 Crescem os números de certificados ISO 14001 no Mundo

O número de certificados ISO 14001 no mundo vem aumentando ano após ano,

a cada 5 anos o número de empresas certificadas aumenta em aproximadamente 100

mil. A importância dada pelas empresas a temas como responsabilidade social

corporativa, sustentabilidade, gestão de riscos e gestão ambiental têm aumentado muito

nos últimos anos. As empresas são as maiores responsáveis pelas transformações do

planeta terra e da sociedade em que vivemos.

A Figura 2 apresenta o crescimento do número de empresas certificadas pela

ISSO 14001. Observa-se a partir desta informação que em média são certificadas por

ano cerca de 20 mil empresas ao redor do mundo.

A Figura 3 apresenta a evolução da participação regional no mundo, a partir

desta informação é possível observar que a participação da Europa caiu frente a

participação do Extremo Oriente, principalmente devido a participação da China. Hoje

somente a China e Japão juntos detêm 41,75% dos certificados do mundo, o que é mais

que os 41,10 % de toda a Europa.

A Figura 4 apresenta o crescimento do número de países com pelo menos uma

empresa, observa-se que no ano de 2000 apenas cerca de 50% dos paíse reconhecidos

pela ONU possuiam a certificação de ISO 14001 e no ano de 2010 este número subiu

para aproximadamente 80%. Observa-se desta forma que a cada ano que passa a questão

ambiental se torna mais importante para as corporações resultando em um crescente

aumento no número de certificações.

As Figuras 5 e 6 apresentam a lista com os 10 países que mais cresceram em

número de certificados e os países com o maior número de certificados no mundo,

respectivamente.

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A partir destas informações é possível observar que a China foi o país que

apresentou o maior crescimento neste intervalo de tempo, sendo que, este crescimento é

tão significativo que representa aproximadamente a soma das certificações dos demais

países ao longo destes anos. O Brasil com relação ao crescimento em número de

certificados ficou com a 7ª colocação com 1488 certificações, se comparado com a

China, este crescimento é 10 vezes menor.

Embora o crescimento de certificações das empresas brasileiras ser o 7º no

mundo nos últimos anos, o país não figura entre os 10 países com mais certificações no

mundo. Com este crescimento apresentado é possível que o país no próximos anos

ultrapasse países como Romênia e Suiça e passe a figurar entre os países com maior

número de certificações.

Figura 2 - Crescimento dos certificados no mundo (ISO, 2010)

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Figura 3 - Participação Regional (principais continentes) (ISO, 2010)

Figura 4 - Número de países que possuem alguma empresa certificada (ISO, 2010)

Figura 5 - Top 10 dos países que mais cresceram em número de certificados ISO 14001

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Figura 6 - Top 10 dos países que mais possuem certificados ISO 14001 (ISO, 2010)

2.7 Processo de Certificação ISO 14001

A certificação pode ser considerada uma grande modificação no gerenciamento

empresarial, além do valor agregado decorrente da adoção de ações de boa aceitação

junto aos consumidores e vizinhos, muitas oportunidades de economia de recursos

foram e são geradas com a implantação dos sistemas de gestão ambiental,

principalmente a redução sistemática de desperdícios e perdas (ÁVILA E PAIVA,

2006).

Para atendimento dos requisitos da ISO 14001 durante a fase de implantação e

adequação do Sistema de Gestão Ambiental têm maior impacto nos processos de

produção, nos quais medidas são tomadas para alinhamentos legais e adaptações

técnicas. Nesta fase de implantação do sistema de gestão, portanto, ocorrem

consideráveis esforços e investimentos nas operações.

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3. METODOLOGIA

3.1 Diagnóstico Inicial de Gestão Ambiental

Verificação criteriosa do estágio atual das empresas em relação aos requisitos

estabelecidos pela NBR ISO 14001, identificando se há necessidades e oportunidades

para melhorias na gestão ambiental.

3.2 Desempenho Ambiental

Elementos do SGA que engloba os requisitos relacionados aos aspectos e

impactos ambientais e a avaliação de fornecedores e empresas terceirizadas. Considera-

se nesta etapa o controle operacional (processos, insumos, novos projetos, etc.) e plano

de monitoramento. São estabelecidos objetivos e metas, programas de gestão,

adequação de procedimentos de emergência e formas para tratamento de ações

preventivas e corretivas, assim como para as não conformidades.

3.3 Conscientização Ambiental

Formação de multiplicadores de implementação. Avaliam-se as necessidades de

treinamento e planos de educação.

3.4 Elementos Normativos

Avaliação dos requisitos legais aplicáveis às atividades da organização,

verificando-se o atendimento à legislação e pendências relacionadas ao seu

cumprimento. Os requisitos de normatização consideram também a estrutura e controle

da documentação, os procedimentos operacionais as normas e os registros.

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3.5 Estratégia e Comunicação

Neste conjunto, os elementos do Sistema de Gestão Ambiental que incluem a

definição da Política Ambiental e a sua divulgação; a estrutura do Sistema e as

responsabilidades da organização e também define o plano e formas de comunicação.

Fazem parte desta etapa a análise crítica do Sistema de Gestão Ambiental e os

preparativos e ajustes para a certificação.

4. Fases de implantação de um SGA ISO 14001

4.1 Política Ambiental

Este subsistema relaciona-se ao estabelecimento de parâmetros que orientem a

gestão ambiental da organização. A política da organização é entendida como um conjunto

de intenções sobre determinado assunto (SEIFFERT, 2007).

As intenções são estabelecidas pelos níveis hierárquicos mais elevados, resultando

numa série de medidas concretas, as quais irão orientar condutas gerenciais, fixando desta

forma princípios que servem de orientação para o coletivo organizacional (MOURA, apud

SEIFFERT, 2007).

A organização de acordo com a norma ISO 14001 dentro do escopo do seu sistema

de Gestão ambiental deve assegurar que:

Inclua comprometimento com a melhoria contínua;

Forneça uma estrutura para o estabelecimento e revisão dos objetivos e metas

ambientais;

Seja documentado, implementada, mantida;

Esteja disponível ao público.

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4.2 Educação Ambiental:

Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e

a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e

competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo,

essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (Lei Nº 9.795, 1999).

Às empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas, estão incumbidas

de promover programas destinados à capacitação dos trabalhadores, visando à melhoria e ao

controle efetivo sobre o ambiente de trabalho, bem como sobre as repercussões do processo

produtivo no meio ambiente (Lei Nº 9.795, 1999).

Conforme Queiroz (2007), a implantação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

conforme a norma ISO 14001 tem o objetivo de resultar na melhoria do desempenho

ambiental das organizações.

Segundo Pôrto (2003) a referida norma colocou a questão ambiental na agenda da

alta administração das empresas; levou o tema meio ambiente aos funcionários de todos os

níveis; investiu nos processos com vistas à melhoria contínua; e provocou um efeito-cascata

na cadeia produtiva, com fornecedores de empresas certificadas sendo obrigados, por força

do mercado, a também implantarem o SGA.

Esta norma requer que a organização: estabeleça uma política ambiental apropriada;

identifique os aspectos ambientais levantados do passo da organização, atividades produtos

e serviços existentes ou planejados de forma a determinar a significância dos impactos

ambientais; identifique os requisitos legais aplicáveis; identifique prioridades e ajuste os

objetivos e metas ambientais apropriados; estabeleça a estrutura e programas para

implementar a política, alcançar os objetivos e encontrar as metas; facilite o planejamento,

controle, monitoramento, ações corretivas e preventivas, auditoria e revise as atividades para

assegurar que tanto a política está em conformidade quanto o sistema de gestão ambiental

permanece apropriado, e seja capaz de se adaptar a mudanças de circunstâncias (QUEIROZ,

2007).

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4.3 Planejamento

É importante frisar que problemas ocorridos nesta fase podem inviabilizar a

implantação do SGA. Portanto, atenção especial deve ser dada a este primeiro passo.

4.4 Requisitos Legais

A responsabilidade e compromisso dos colaboradores a atender os requisitos

legais, reduzindo as emissões ambientais, prevenindo falhas nos processos, aprimorando

relacionamentos entre clientes e fornecedores internos e externos e os demais públicos

com os quais são integrados, aumentando a produtividade e promovendo a melhoria

contínua, buscando no dia-a-dia satisfação profissional e pessoal.

Os responsáveis envolvidos no processo deverão estabelecer, implementar e

manter os procedimentos para o acesso aos requisitos legais e determinarão como serão

aplicados aos aspectos ambientais e mantidos no sistema de gestão ambiental.

4.5 Objetivos e Metas

Este subsistema caracteriza-se por buscar a elaboração e manutenção de

objetivos e metas claramente definidos e mensuráveis. Os objetivos e as metas devem

estar relacionados a cada nível e função organizacional que guarde alguma relação com

a questão ambiental, os quais devem ser pautados pela política ambiental, estabelecendo

desta forma a junção das diretrizes operacionais com a orientação geral dada à gestão

ambiental. Esta vinculação entre objetivos, metas e política deve buscar um

comprometimento da organização com o controle, a melhoria e a eliminação dos

impactos ambientais adversos (SEIFFERT, 2007).

Objetivos ambientais são os propósitos, determinados pela organização, com

relação aos seus aspectos e impactos ambientais significativos e ao atendimento aos

requisitos legais, à luz da política ambiental estabelecida e tendo em vista as opções

tecnológicas e os recursos humanos, materiais e financeiros disponíveis (FIESP, 2007).

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Metas ambientais são os resultados esperados e, sempre que possível,

determinados ou estimados de modo quantitativo, quanto ao atendimento dos objetivos

definidos no âmbito do SGA da organização. As metas devem ter a capacidade de

indicar claramente se os objetivos foram alcançados ou não. Ao final, o atendimento às

metas estabelecidas levará às conclusões sobre a melhoria do desempenho ambiental da

organização, demonstrando se o SGA está operando satisfatoriamente (FIESP, 2007).

Para o alcance dos objetivos e metas, a organização deve estabelecer Programas

de Gestão ambiental que incluam: a atribuição de responsabilidades para atingir os

objetivos e metas em cada função e nível pertinente da organização e, os meios e o

prazo no quais estes devem ser atingidos (ASSUMPÇÃO, 2004).

A organização deve estabelecer, implementar e manter objetivos e metas

ambientais documentados,nas funções e níveis relevantes dentro da organização, devem

ser coerentes com a política ambiental da empresa e seua aspectos ambientais.

4.6 Programas de Gestão Ambiental

É assegurado compromentimento com a melhoria continua, atendendo aos

requisitos legais e outros que relacionem aos aspectos ambientais, comunicando a todos

os envolvidos e será disponibilizado ao público.

O estabelecimento de uma forma sistematizada para o alcance de metas e

objetivos ambientais é responsabilidade do subsistema Programa de Gestão Ambiental

(PGA). Neste subsistema, são estabelecidos atribuições, responsabilidades, indicadores

em recursos para o alcance de metas e objetivos ambientais. Desta forma, o PGA trata

do estabelecimento formal das linhas de ação que a empresa irá desenvolver

(SEIFFERT,2007).

Recomenda-se também que o programa inclua, quando apropriado e exequível,

considerações e detalhes de planejamento, projeto, produção, comercialização e estágios

da deposição final de cada determinado material (ASSUMPÇÃO, 2004).

A FIESP (2007) recomenda que se deve sempre associar as atividades e os

parâmetros dos programas com os objetivos e metas, por sua vez associados aos

aspectos e impactos ambientais significativos que se pretende tratar e reduzir.

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4.7 Implementação e Operação

O estabelecimento de uma forma sistematizada para o alcance de metas e

objetivos ambientais é responsabilidade do subsistema Programa de Gestão Ambiental

(PGA). Neste subsistema, são estabelecidos atribuições, responsabilidades, indicadores

e recursos para o alcance de metas e objetivos ambientais. Desta forma, o PGA trata do

estabelecimento formal das linhas de ação que a empresa irá desenvolver

(SEIFFERT,2007).

4.8 Comunicação

A comunicação dentro da organização e com os parceiros de negócio,

comunidade e formadores de opinião, é baseada em um diálogo transparente e aberto,

envolvendo nossos colaboradores tanto no trabalho quanto nos processos decisórios de

maneira adequada, por meio de uma comunicação aberta e do compartilhamento de

informações. O fluxo de comunicação não é prejudicado por limitações hierárquicas ou

organizacionais.

Objetivos, prioridades e responsabilidades são mutuamente acordados pela

liderança e suas respectivas equipes ou colaboradores em encorajar o espírito

empreendedor para ter o vigor necessário. A liderança deve dialogar com seus

colaboradores continuamente sobre seu desenvolvimento, e estimular o compromisso

com o aprendizado constante.

A empresa deve manter relacionamento com representantes dos trabalhadores

pautada pela boa fé e respeito mútuo.

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4.9 Documentação do SGA

4.9.1 Controle de Documentos

A documentação deve apresentar a política, os objetivos e as metas ambientais ,

com as descrições dos principais elementos do sistema de gestão ambiental, são

incluídos os registros determinados pela organização necessários para assegurar o

planejamento, operação e controle eficaz dos processos.

Os documento devem ser descritos de acordo com os procedimentos a serem

realizados, esses documentos são analisados e se aprovados são inseridos na rede da

empresa para acesso fácil conforme necessário.

Caso o documento deva ser modificado, ele deverá ser analisado e caso seja

aprovado todos devem ser notificados.

4.9.2 Controle Operacional

São identificadas todas as operações associadas aos aspectos ambientais,

objetivos e metas são determinadas. Todos os procedimentos são documentados e

apresentam fácil acesso para uso em todas as operações a serem executadas na área

produtiva.

Todos os serviços prestados, seja por terceiros ou colaboradores são geradas

permissões de trabalho para o tipo de serviço a ser prestado, constando EPI´s

necessários e procedimentos, e depois do serviço prestado, são arquivados.

4.9.3 Preparação e Atendimento de Emergências

Planos e procedimentos documentados, onde são identificados acidentes em

potencial, situações de emergências ambientais para prevenir os impactos ambientais e

danos pessoais.

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São feitos simulados de emergência, que são treinamentos em diversas situações

para maior eficácia nas situaçõe de emergência, testes nos alarmes de emergência são

feitos semanalmente, para monitoria do seu funcionamento.

É feito periódicamente a revisão dos procedimentos, em particular após a

ocorrência de acidentes ou situações de emergência.

4.9.4 Verificação e Ação Corretiva

4.9.4.1 Monitoramento e Medição

O estabelecimento e a manutenção devem manter procedimentos documentados

para monitorar e medir, periodicamente, as características principais das operações e

atividades de uma organização que possam ter um impacto significativo sobre o meio

ambiente. Tais procedimentos incluem o registro de informações para acompanhar o

desempenho, controles operacionais pertinentes e a conformidade com os objetivos e

metas da empresa (SEIFFERT, 2007).

A organização deve assegurar que equipamentos de monitoramento e medição

calibrados ou verificados sejam utilizados e mantidos, devendo-se reter os registros

associados (ASSUMPÇÃO, 2004).

A idéia básica é que, sem uma medição efetiva de desempenho com base em

parâmetros objetivos, não é possível melhorá-lo. Medição e o monitoramento

estabelecem a estrutura para a gestão, no sentido de que uma empresa só pode gerenciar

eficazmente aquilo que pode medir (SEIFFERT, 2007).

4.9.4.2 Não Conformidade e Ação Corretiva / Preventiva

Determinações:

Não conformidade: não atendimento a um requisito, por exemplo, Um

documento foi revisado e posto em uso sem que ninguém o tivesse aprovado

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formalmente, Foram encontradas cartelas de comprimidos com prazo vencido no

lixo comum;

Ação corretiva: Para eliminar a causa de uma não conformidade, por exemplo,

vejamos os casos acima já citados certificar que todos os documentos que foram

revisados sejam aprovados e datados com data de confecção e data de

aprovação;

Ação preventiva: ação para eliminar a causa de uma potencial não conformidade,

ou seja, um local onde poderá acontecer uma não conformidade, por exemplo,

os resíduos sólidos de uma empresa são segregados em recipientes próprios.

Mensalmente, uma empresa especializada coleta e destina os resíduos

segregados. Nunca se registrou nenhum erro na disposição dos resíduos nos

coletores, portanto, não existe não conformidade. Porém, para garantir que esse

erro nunca venha a ocorrer, decide-se por inspecionar os coletores antes do seu

embarque. Nesse caso, a ação de inspecionar os resíduos é uma Ação

Preventiva. Se houvesse sido encontrada alguma falha, a ação seria corretiva.

A norma exige com que a organização estabeleça, implemente e mantenha

procedimento para tratamento a não conformidades reais por meio de ações corretivas e

potenciais por meio de ações preventivas. Neste processo, além das ações corretiva que

atuam sobre as causas das não conformidades, há necessidade de implementar as

correções a serem realizadas em conjunto.

4.9.4.3 Auditoria do Sistema de Gestão Ambiental

É determinado a conformidade com os arranjos planejados para a gestão

ambiental com os requisitos da norma, sendo adequado e mantido. A administração é

informada sobre os resultados da auditoria para ciência de todas as ocorrências e

verificação dos planos de gestão.

A auditoria é planejada estabelecida, implementada e mantida levando em

consideração a importância ambiental das operações e os resultados das auditorias

anteriores.

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Este subsistema visa estabelecer e manter programas e procedimentos de

auditorias periódicas. Busca-se determinar se o SGA está em conformidade com as

diretrizes estabelecidas para a gestão ambiental, bem como as da norma ISO 14001,

além de verificar sua efetiva implantação e manutenção (SEIFFERT, 2007).

Para Donaire (1999), a auditoria ambiental é um fator importante para uma

efetiva política de minimização dos impactos ambientais das empresas e de redução de

seus níveis de poluição. Ainda segundo o autor, sua execução constitui-se num critério

essencial para que investidores e acionistas possam avaliar o passivo ambiental da

empresa e fazer sua projeção para sua situação no longo prazo.

4.9.4.4 Análise Crítica pela Administração

A administração analisa o sistema de gestão ambiental verificando auditorias

anteriores, avaliando os requisitos legais e outros subscritos determinados pela

organização, analisa a comunicação proveniente de partes interessadas externas,

incluindo reclamações, avalia o desempenho ambiental, a situação das ações corretivas

e preventivas, e apresenta recomendações para melhorias.

A busca pela adequação e eficácia contínua do SGA é atribuição de uma revisão

crítica pela gerência. Ele deve garantir a coleta de informações necessárias, permitindo

que a administração realize suas avaliações de forma documentada. Uma análise crítica

deve considerar a necessidade de mudanças na política ambiental, seus objetivos e os

componentes relacionados ao SGA, com base nos resultados levantados pelo subsistema

de auditorias, além de mudanças contextuais, considerando sempre o comprometimento

com a melhoria contínua (SEIFFERT, 2007).

Para a administração desse elemento da norma, sugere-se montar um manual

contendo todas as informações sobre o gerenciamento dos aspectos ambientais da

unidade. Nele, podem-se registrar o andamento e as evoluções ocorridas com os

aspectos ambientais.Esse manual deve ser atualizado periodicamente e levado para

conhecimento da alta administração (ASSUMPÇÃO, 2004).

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4.10 Classificação dos Resíduos industriais

4.10.1 Resíduo líquido

A Norma Brasileira NBR 9800/1987 define efluente líquido industrial como o

despejo líquido proveniente do estabelecimento industrial, compreendendo emanações

de processo industrial, águas de refrigeração poluídas, águas pluviais poluídas e esgoto

doméstico.

As características físicas, químicas e biológicas do efluente industrial variam

com o tipo de indústria, com o período de operação, com a matéria-prima utilizada, com

a reutilização de água e etc, pode ser solúvel ou com sólidos em suspensão, com ou sem

coloração, orgânico ou inorgânico, apresentar temperatura baixa ou elevada. Entre as

determinações mais comuns para caracterizar a massa líquida estão:

Físicas (temperatura, cor, turbidez, sólidos etc.);

Químicas (pH, alcalinidade, teor de matéria orgânica, metais etc.);

Biológicas (bactérias, protozoários, vírus etc.).

O conhecimento da composição e da vazão do efluente industrial possibilita a

determinação das cargas de poluição / contaminação, quantificação e caracterização dos

efluentes, para evitar danos ambientais, demandas ilegais e prejuízos para a imagem da

indústria junto à sociedade, e é fundamental para definir o tipo de tratamento, estimar a

capacidade de autodepuração do corpo receptor e avaliar seu enquadramento na

legislação ambiental.

4.10.2 Resíduo sólido

A Norma NBR 10.004 dispõe que os cuidados relativos ao manuseio, transporte

e armazenamento de um resíduo são norteados pela sua classificação. Entretanto, sua

utilização pode ser determinada em função de vários fatores, entre os quais os

ambientais, os tecnológicos e os econômicos.

De acordo com a Norma NBR 10.004, a caracterização de um resíduo sólido

depende da:

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Avaliação, qualitativa e quantitativa;

Identificação de seus componentes principais;

Presença e/ou ausência de certos contaminantes (A investigação de

contaminantes é, normalmente, baseada no conhecimento das matérias-

primas e substâncias que participaram do processo que originou o

resíduo sólido);

que permite classificar um resíduo sólido, bem como identificar se este deve ser

qualificado como perigoso por apresentar características de inflamabilidade,

corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade.

A escolha de uma alternativa para a destinação de um resíduo sólido, depende da

composição química, do teor de contaminantes, do estado do resíduo sólido, entre

outros fatores.

A classificação de um resíduo sólido, por si só, não deve impedir o estudo de

alternativas para a sua utilização. No entanto, é essa classificação que orienta os

cuidados especiais no gerenciamento do resíduo sólido, os quais podem inviabilizar sua

utilização quando não se puder garantir segurança ao trabalhador, ao consumidor final

ou ao meio ambiente.

4.10.3 Classificação de Resíduos de acordo com a norma ABNT 10.004 de 2004:

Resíduos de Classe I – perigosos, são os resíduos que requerem a maior atenção

por parte do administrador, uma vez que os acidentes mais graves e de maior impacto

ambiental são causados por esta classe de resíduos. Estes resíduos podem ser

condicionados, armazenados temporariamente, incinerados, ou dispostos em aterros

sanitários especialmente desenhados para receber resíduos perigosos.

Resíduos de Classe II-A – não inertes, tal como os resíduos de Classe II-B os

resíduos de Classe II-A podem ser dispostos em aterros sanitários ou reciclados,

entretanto, devem ser observados os componentes destes resíduos (matérias orgânicas,

papeis, vidros e metais), a fim de que seja avaliado o potencial de reciclagem

Resíduos de Classe II-B – inertes, podem ser dispostos em aterros sanitários ou

Reciclados.

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5. ESTUDO DE CASO

Esta seção apresenta dois estudos de caso, sendo um realizado em uma empresa

química (BASF) e outro em uma empresa farmacêutica (MSD Saúde Animal). As

cidades em que as empresas apresentadas se localizam é na região do Vale do Paraíba,

no estado de São Paulo. A BASF situa-se na cidade de Guaratinguetá-SP e a MSD

Saúde Animal situa-se na cidade de Cruzeiro-SP. As informações deste estudo foram

disponibilizadas pelas empresas através de funcionários do comitê de gestão ambiental.

5.1 BASF (Badische Anilin und Soda-Fabrik)

A BASF é uma empresa de origem alemã, com sede em Ludwigshafen e foi

fundada em 1865. Suas unidades de produção, distribuídas em 39 países, conduzem

negócios com clientes em mais de 170 nações. Com um portfólio de 8.000 produtos, a

empresa têm oferecido importantes contribuições para os segmentos de produtos para

agricultura e nutrição, químicos, produtos de performance, plásticos, petróleo e gás.

A BASF iniciou suas atividades na América do Sul em 1911 com a

comercialização de anilina, alizarina e anil para a indústria brasileira de produtos

têxteis e de couro. A empresa tinha um escritório de representação comercial

estabelecido no Rio de Janeiro.

Em agosto de 1955 a empresa estabeleceu uma unidade de produção própria no

Brasil e o local escolhido para a instalação da planta foi a cidade de Guaratinguetá,

localizada entre as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo. Ali, a BASF inaugurou na

primavera de 1959 sua primeira unidade fabril com 95 colaboradores dedicados à

produção de inorgânicos, plásticos, monômeros, polímeros e Styropor®.

No Brasil a BASF conta com diversos centros de produção dentre eles, Camaçari

(BA), Jaboatão (PE), Guaratinguetá, Mauá e São Bernardo do Campo (SP).

A BASF une êxito econômico, responsabilidade social e proteção ao meio

ambiente. Por meio da ciência e da inovação, os clientes são aptos a atender as atuais e

as futuras necessidades da sociedade.

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Em 2050, mais de nove bilhões de pessoas estarão vivendo em nosso planeta. A

população mundial e suas necessidades continuarão crescendo, porém os recursos

naturais do planeta são limitados. Se não houver uma mudança, serão necessários quase

três planetas como o nosso para atender as demandas da população. Isso representará

enormes desafios globais.

A BASF é uma indústria química comprometida globalmente com os princípios

do desenvolvimento sustentável e atuação responsável, que busca o aprimoramento da

qualidade, segurança, saúde, meio ambiente e responsabilidade social.

É responsabilidade e compromisso da BASF:

Praticar os Valores e Princípios e o código de conduta da BASF;

Atender os requisitos legais e outros assumidos;

Agregar valor aos negócios;

Prevenir a poluição ambiental e demais impactos adversos;

Preservar a segurança e saúde de nossos colaboradores;

Promover a melhoria contínua;

Buscar a permanente capacitação;

Promover a diversidade;

Aprimorar relacionamentos com as partes interessadas com os quais

ocorrem interações;

As atividades da empresa se baseiam nos princípios do desenvolvimento

sustentável.

Para a BASF, um empreendimento sustentável significa combinar sucesso

econômico com proteção ambiental e responsabilidade social, contribuindo assim para

um futuro melhor para as próximas gerações.

A análise de eco-eficiência da BASF, por exemplo, pode mostrar aos clientes

quais produtos e processos são superiores para suas aplicações específicas tanto do

ponto de vista econômico como também do ambiental. Isto está se tornando cada vez

mais importante aos clientes e portanto dá a BASF uma vantagem competitiva no

mercado.

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Figura 7 - Planta da Basf em Guaratinguetá – SP

5.1.1 Produção de Metilato de Sódio

O metilato de sódio da BASF é um catalisador eficiente e confiável para

produção de biodiesel, permitindo altos rendimentos. O biodiesel se tornou uma

alternativa para combustíveis fósseis a partir do diesel e atende aos requisitos de

combustíveis de alta qualidade exigidos pelos fabricantes de motor.

A unidade de Químicos Industriais da BASF comercializa sua linha de alcolatos

utilizados na produção de pigmentos, farmacêuticos, produtos para agricultura,

detergentes, margarina, entre outros. Os alcolatos também são utilizados como

catalisadores alcalinos na produção de biodiesel via processo de transesterificação,

reação química entre óleos vegetais ou animais com álcool na presença de um

catalisador, produzindo ésteres metílicos ou etílicos (mais conhecidos como biodiesel) e

glicerina.

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Figura 8 – Diagrama esquemático da produção de biodiesel Fonte: BASF

5.1.2 Comparação do uso de alcolatos (Metilato de Sódio) e hidróxidos como

catalisadores na produção de biodiesel

Devido ao aumento do preço do petróleo e a razões ambientais, principalmente, ao

que se concerne à preocupação com o aquecimento global, em função da emissão de

gases geradores do efeito estufa, recentemente este quadro tem se alterado, tornando o

combustível obtido de fonte renovável bastante atraente, havendo um aumento de

demanda mundial para estes produtos, o que deverá ser mantido a longo prazo.

O emprego do biodiesel atende ao conceito de sustentabilidade, uma vez que sua

produção é viável economicamente, do ponto de vista ambiental seu uso é vantajoso em

relação ao do diesel de petróleo

O catalisador geralmente presente em pequenas proporções serve como um

acelerador na velocidade de reações químicas. No caso do biodiesel, sem a adição do

catalisador, a produção se tornaria inviável economicamente. Na produção de biodiesel,

quando se utiliza os hidróxidos (de sódio ou potássio) como catalisadores, é necessária a

produção do alcolato localmente. No caso dos alcolatos da BASF, que são fabricados

via eletrólise, o catalisador já está pronto para uso na produção de biodiesel e é

praticamente isento de água, evitando a formação de sabões que são indesejados no

processo, pois dificultam a separação do biodiesel e da glicerina e aumentam os custos

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de purificação. Além disso, os alcolatos propiciam uma maior conversão e

produtividade no processo de produção de biodiesel. A Tabela 2 apresenta um

comparativo entre estes dois tipos de catalisadores, apresentando a vantagens e

desvantagens destes produtos.

Tabela 2 - Comparativo entre os catalisadores hidróxidos e alcolatos

Hidróxidos Alcolatos:

Aparentemente mais barato Aparentemente mais caro;

Sofre forte variação no preço (depende do

Cloro)

Preço estável

Maior investimento de capital

(equipamentos para preparação do

catalisador)

Menor investimento

Necessidade de mão-de-obra para

manuseio de sacariase (preparação do

catalisador)

Menos mão-de-obra; manuseio líquido do

produto

Reação exotérmica com o álcool e

manuseio perigoso dos hidróxidos

Não há contato com o produto e nem

preparação de misturas (produto é

bombeado diretamente para o reator)

11% – 13% de água no alcolato produzido

com hidróxidos (produção local)

Teor de água dos alcolatos da BASF é

menor do que 0,2%

Maior custo de purificação, maior

dificuldade na separação biodiesel /

glicerina, maior consumo de catalisador

Menor custo de purifi cação, maior

facilidade na separação da glicerina,

menor consumo de catalisador

Menor conversão para biodiesel, menor

produtividade

Maior conversão para biodiesel, maior

produtividade;

A partir das informações da Tabela 2 é possível concluir que os Alcolatos apresentam

maior vantagem na produção do biodiesel em relação aos hidróxidos.

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5.1.3 Disposição Adequada de Resíduos na BASF

Atualmente, o Sistema Integrado de Meio Ambiente do Complexo é composto por:

Uma Estação de Tratamento de Efluentes;

Bacias de primeira lavagem, para o controle das águas pluviais lançadas no Rio

Paraíba do Sul;

Um Incinerador de Resíduos Sólidos (classe I - perigosos);

Um Aterro Industrial para resíduos não perigosos (classe II-A, não perigosos e

não inertes);

Separação e destinação de materiais recicláveis para projetos sociais (classe II-B

- inertes);

Ferramenta ECO-T (Environmental Cost Optmization Tool), que auxilia na

redução de resíduos, prevenção de poluição e na redução de custos de produção,

incluindo a diminuição das perdas de matérias-primas e produtos acabados.

O sistema contempla todo o ciclo de tratamento e disposição de resíduos industriais:

A Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) trata todo o efluente industrial

gerado no Complexo, antes de serem lançados no Rio Paraíba do Sul. São

tratados em média 290 m3/hora. A ETE possui capacidade para processar o

equivalente ao tratamento de efluente gerado por uma cidade com cerca de 100

mil habitantes;

O Incinerador de resíduos, com capacidade para incinerar 3.600 toneladas/ano,

processa os resíduos gerados em várias unidades da BASF no Brasil e atende

também outras empresas. Além disso, a BASF também incinera gratuitamente

resíduos hospitalares e farmacêuticos gerados no município de Guaratinguetá;

O Aterro Industrial para resíduos classe II-A (não perigosos e não inerte),

atualmente com duas células, as quais possuem dupla impermeabilização, argila

e manta de polietileno, incluindo tratamento do chorume gerado, com

capacidade para 140 mil m3 / célula;

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O aterro industrial permite o gerenciamento da destinação de resíduos não

perigosos, compondo com o Incinerador de Resíduos e a Estação de Tratamento

de Efluentes um sistema integrado e completo de controle ambiental;

A BASF utiliza uma ferramenta de gerenciamento de resíduos, a ECO-T

(Environmental Cost Optmization Tool), desenvolvida originalmente pela

BASF dos Estados Unidos e implementada na América do Sul a partir de 2003.

A ECO-T auxilia na prevenção de poluição, minimizando a geração de resíduos,

efluentes e emissões gasosas, conseqüentemente, reduzindo os custos

ambientais.

5.1.4 As fases de implementação da certificação e operação na BASF é descrita

em tópicos, como exposto a seguir:

Indicação de representante da alta administração para assegurar o

estabelecimento, a implementação e a manutenção do SGA, além de relatar o

desempenho ambiental alcançado e fazer recomendações de melhoria. A atribuição de

sua função, juntamente com suas responsabilidades, deverá ser documentada e

comunicada internamente e às partes interessadas, constando inclusive no organograma

da empresa.

Criação ou disponibilização de infra-estrutura e aquisição de tecnologia e

disponibilização de recursos financeiros, para a execução dos programas ambientais e

para atender aos requisitos da norma ISO 14001, nesta fase.

Atribuição de responsabilidades, autoridades e funções, para implementação e

manutenção do SGA, a serem claramente definidas dentro do organograma da

organização, sendo documentadas e comunicadas.

Identificação da necessidade e provimento de treinamento e conscientização de

todos na organização e também daqueles que a representem, formando competências

para implementação e manutenção do SGA.

Definição, implementação e documentação de procedimentos para que todas as

pessoas que trabalhem na organização e atuem em seu nome tenham consciência de que

e do porque:

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É importante estar em conformidade com a política ambiental e com os

requisitos do SGA da organização;

A melhoria do desempenho pessoal traz benefícios ambientais e cada

função está potencialmente associada a aspectos ambientais significativos e seus

respectivos impactos;

Suas funções e responsabilidades, atribuídas pela administração,

implicam ficar em conformidade com os requisitos do SGA;

A não observância de procedimentos específicos para sua função, no

âmbito do SGA, pode trazer consequências.

Identificação, planejamento e definição de procedimentos documentados

daquelas operações da organização que estejam associadas aos aspectos e impactos

ambientais significativos, de modo a implementar controle operacional como elemento

do SGA, diminuindo a possibilidade de ocorrência de desvios em relação à política, aos

objetivos e às metas ambientais.

Estabelecimento, implementação e manutenção de procedimentos documentados

para identificar, prever e responder a reais e potenciais situações de emergência e

acidentes, relacionados aos seus aspectos e impactos ambientais significativos.

A documentação deve ser controlada, ou seja, planejada, analisada, aprovada,

revista e aprovada novamente, sempre que necessário, de modo a evitar a incorreta

implementação, manutenção, verificação e revisão dos elementos do SGA, por causa de

desatualização, obsolescência, erro de aplicação ou inadequação ao objetivo a que se

propõe, entre outros problemas.

Nesta fase foi criada a MAIA (Matriz de Aspectos e Impactos Ambientais) onde

cada ponto da planta que pode causar algum dano ao meio ambiente é especificada com

seus valores de riscos e medidas a serem tomadas. Todos os envolvidos são treinados

sobre o que é a MAIA e treinados com a MAIA da planta de Metilato de Sódio com os

descritivos de todos os riscos para estarem cientes de todos os procedimentos que

devem ser seguidos durante qualquer ação tomada na planta.

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Todas as exigências da Norma ISO 14001 já estão em prática desde o início da

operação da planta, mantendo a melhoria contínua de todos os processos aguardando a

certificação que foi agendada, mas foi adiada e sem informação da nova data.

5.2 MSD Saúde Animal

A MSD Saúde Animal, conhecida como MSD Animal Health fora dos Estados

Unidos e do Canadá, é a unidade de negócios global de saúde animal da Merck.

A MSD Saúde Animal oferece a veterinários, fazendeiros, proprietários de

animais de estimação e governos a mais ampla variedade de produtos farmacêuticos

veterinários, vacinas e serviços de gerenciamento de saúde. Atende as categorias de

espécies ruminantes, aves, suínas, animais aquáticos e de companhia.

A MSD Saúde Animal se dedica a preservar e melhorar a saúde, o bem-estar e o

desempenho dos animais. Seu objetivo estratégico é alcançar um crescimento

sustentável ao continuar fornecendo soluções integradas com produtos e serviços

inovadores para a saúde animal que atendam às crescentes necessidades dos clientes,

determinada a unir todo o seu pessoal em uma nova cultura fundamentada na paixão

para atender às necessidades dos clientes e tornar-se um parceiro confiável e

preferencial, apoiando-os para desenvolverem seus negócios em resposta às condições

de mercado em evolução a partir dos ricos recursos de sua forte base científica.

Oferece produtos e serviços superiores e de alto desempenho em seu portfólio e

o mais eficiente serviço ao cliente. Isto é realizado através de uma sólida base científica

e na estrutura de pesquisa e desenvolvimento da empresa, uma organização centrada no

cliente, com um grupo de funcionários dedicados, operações de manufatura e processos

de alta qualidade e uma sofisticada abordagem da gestão da cadeia de suprimentos,

pretende utilizar seus recursos adequadamente para atender às expectativas dos clientes,

das entidades reguladoras e dos governos. A empresa conduz seus negócios de acordo

com os mais altos padrões de qualidade, profissionalismo e integridade.

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5.2.1 Política Ambiental na MSD Saúde Animal

5.2.1.1 Definições

CPASS: Comitê de Proteção Ambiental, Saúde e Segurança, formado por um

grupo multidisciplinar composto das lideranças dos principais setores / departamentos, o

qual é responsável pelo cumprimento da legislação oficial e normas corporativas

vigentes que se relacionam à proteção ambiental, saúde e segurança.

Cronograma Anual das Ações de PASS (Proteção Ambiental, Saúde e

Segurança): Documento, elaborado sempre no mês de janeiro, que registra as ações de

PASS planejadas mês a mês para serem desenvolvidas ao longo do ano pelo CPASS e

formalmente reconhecido pela alta administração da empresa.

5.2.1.2 Desenvolvimento

5.2.1.2.1 Política Ambiental

Para a MSD Saúde Animal, o gerenciamento ambiental faz parte de um conjunto

de ações integradas, previstas na Política do CPASS da empresa, de modo que as

questões do gerenciamento da Proteção Ambiental, Saúde e Segurança, sejam tratadas

de forma interdependente e complementar.

A Política do CPASS preconiza claramente que a empresa deve:

Contribuir para o desenvolvimento sustentável através de processos e métodos

com agentes químicos, físicos e biológicos que não causem prejuízos ao meio

ambiente;

Assegurar, em caso de acidentes, a minimização dos efeitos para pessoas,

instalações e meio ambiente.

A Política de proteção ambiental, saúde e segurança, objetivando definir ações e

responsabilidades funcionais em assuntos específicos, instituiu oito diretrizes básicas,

entre as quais está Diretrizes de Proteção Ambiental.

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5.2.1.2.2 Planejamento

As ações que compreendem a Política PASS, são geridas através do Comitê

CPASS, que tem por atribuições – identificar, planejar, desenvolver, registrar, monitorar

e controlar o desenvolvimento e aperfeiçoamento contínuo de sua Política. Este

planejamento anual é orientado através da análise crítica dos resultados alcançados no

ano anterior e por orientações corporativas da sua alta administração.

O modelo de gestão aplicado através das Diretrizes de Proteção Ambiental

obedece como referência às normas da série ISO 14 000.

5.2.1.2.3 Aspectos Ambientais

Para orientar as ações de controle e monitoramento dos possíveis impactos

ambientais negativos, todos os aspectos ambientais encontram-se identificados. Sempre

que ocorrerem alterações nas atividades, uma revisão da identificação dos aspectos

ambientais deve ser planejada.

5.2.1.2.4 Requisitos Legais

Os requisitos legais que compreendam licenciamentos de Órgãos Federais,

Estaduais, Municipais, devem ser revisados no final de cada ano e a respectiva

atualização prevista no Cronograma Anual das Ações de PASS.

A listagem geral dos documentos legais deve fazer parte da relação dos registros

do SGA. Para o acompanhamento da legislação específica, análise e assessoria na

adequação interna, a MSD possui contrato com a empresa CAT Especialidades, que

auxilia e assessora no desenvolvimento da Política do PASS e acompanhamento de

legislações pertinentes.

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5.2.1.2.5 Objetivos e Metas

Anualmente, no mês de janeiro, após a realização da análise crítica dos

resultados e fatos ocorridos no ano anterior, o CPASS planeja e define os objetivos e

metas para o ano corrente. Estes objetivos e metas devem estar formalmente

especificados junto ao Cronograma Anual das Ações de PASS. Todos os registros

gerados para estas atividades são mantidos e arquivados sob responsabilidade do

CPASS.

5.2.1.2.6 Programas de Gestão Ambiental

As ações de aperfeiçoamento contínuo fazem parte do cronograma anual, onde

mensalmente evidenciam-se ações específicas de melhoria do sistema e os responsáveis

pela coordenação direta da ação.

Fazem parte destes programas:

Desenvolvimento / implementação de normas / procedimentos;

Treinamentos;

Realização anual da Semana do Meio Ambiente – SMA;

Análises / monitoramentos;

Inspeções;

Identificação / revisão dos aspectos ambientais;

Projetos de melhoria;

Manutenção de sistemas;

Planos de investimentos;

5.2.1.2.7 Implementação e Operação

Todas as ações da Política PASS são coordenadas através do CPASS sob a

liderança do Gerente PASS, que exerce paralelamente à sua função principal, este

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encargo transitório por quatro anos, renováveis por mais quatro anos. A indicação da

Gerência do PASS é atribuição específica da Diretoria de Operações.

Para assegurar o desenvolvimento dos programas do PASS, os recursos

financeiros são planejados e geridos através de um centro de custo específico. O

gerenciamento da priorização e aplicação destes recursos são atribuições do Gerente

Geral da Unidade e Gerente do PASS, o aprovisionamento do crédito disponível é

atribuição da Alta Administração.

Para a realização das atividades específicas que possam requerer recursos

técnicos especiais ou habilitação específica, não disponível na Unidade, o CPASS tem

autonomia para contratar terceiros, obedecendo todos os critérios e procedimentos

administrativos da MSD.

Nos Setores, é de responsabilidade do maior nível hierárquico, identificar os

aspectos ambientais significativos e gerenciar as ações do respectivo controle.

5.2.1.2.8 Treinamento, Conscientização e Competência

Para o desenvolvimento da cultura de preservação ambiental e implementação de

normas gerais de gestão ambiental, o CPASS planeja e desenvolve ações para o público

interno e externo que mantém vínculo com a Unidade. Neste processo, diferentes

mecanismos pedagógicos e educacionais são empregados, tais como: palestras,

treinamentos, desenhos, incentivo à arte com material reciclado, paródias, frases e

filmes. Através de um programa de Integração, todo novo colaborador deve receber

informações básicas sobre a gestão ambiental e a importância da sua participação neste

processo.

Nas funções com tarefas que possam causar impactos ambientais significativos,

treinamentos complementares são planejados e executados através da respectiva

liderança do Setor.

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5.2.1.2.9 Comunicação

Na comunicação interna entre os vários Setores, Alta Administração e os vários

níveis funcionais, são empregados diferentes mecanismos de comunicação, tais como:

correio eletrônico, circulação de relatórios, atas de reunião, quadro de avisos, reuniões

formais e informais.

Como canal de comunicação externa com a comunidade local, existe o programa

do Disque Ecologia. Este programa tem o objetivo principal de estreitar relacionamentos

entre a empresa e a vizinhança, monitorando dessa forma qualquer insatisfação externa

em relação ao desenvolvimento das atividades.

Os registros do Disque Ecologia são analisados através do CPASS a quem

caberá a definição quanto às ações preventivas ou corretivas necessárias. Sempre, no

mais curto prazo, um retorno ao autor do comunicado deve ser realizado.

As comunicações externas são recebidas, registradas no formulário de Registro

de ocorrência e respondidas às partes interessadas sob orientação e controle do CPASS.

Informações para minimização dos impactos ambientais negativos no consumo dos

produtos são transmitidos aos consumidores através das informações contidas nos

rótulos e bulas dos medicamentos.

5.2.1.2.10 Documentação do SGA

Complementam e integram a documentação do Sistema de Gestão Ambiental:

Política PASS

Diretrizes do PASS;

Normas e Procedimentos do PASS

Planilha de Identificação dos Aspectos Ambientais

Planilhas de Controle / Monitoramento Ambiental

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5.2.1.2.11 Controle de Documentos

A documentação do SGA e seu respectivo controle seguem os procedimentos

fixados pelo departamento de Garantia da Qualidade.

Os documentos que compõe a Política do PASS, suas Diretrizes e Normas

complementares, encontram-se centralizados em uma única pasta, por departamento,

com distribuição controlada através do departamento de Garantia da Qualidade. É dever

do maior nível hierárquico de cada departamento, incentivar, orientar e disponibilizar,

para consulta dos funcionários, esta documentação.

5.2.1.2.12 Controle Operacional

O controle operacional encontra-se planejado em três frentes de diferente

atuação:

Novos Projetos e Novos Produtos - A estratégia de antecipação e prevenção dos

possíveis impactos ambientais destas atividades, encontram-se definidas em Diretriz

específica contida no programa PASS.

Atividades Diárias (rotina interna) - Para atividades de rotina com potencial para

causar um impacto ambiental negativo e significativo no ambiente, foram definidos:

planos de ações de controle e/ou monitoramentos para atender aos padrões de referência

das legislações específicas, ou mesmo ações para minimizar os efeitos na ocorrência de

acidentes.

Ainda como parte deste segmento, todos os terceiros, sejam eles fornecedores de

matérias primas ou prestadores de serviços, devem demonstrar o alinhamento à

preocupação ambiental da MSD por ocasião do gerenciamento de qualificação dos

fornecedores. Este é um processo de formação gradativa de cultura, onde as

características da natureza da atividade e porte da empresa devem ser considerados na

seleção e renovação de contratos mediante compromissos assumidos.

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Antecipação de Novos Requisitos Ambientais - Para o acompanhamento da

evolução da Legislação Ambiental e assessoria na identificação de oportunidades de

melhoria do SGA, a MSD possui contrato de prestação de serviços com a CAT

Especialidades, cabendo a mesma o apontamento das prováveis tendências e as

estratégias de adequação e melhoria interna.

Ações para o aperfeiçoamento contínuo do controle operacional são planejadas

através do CPASS e definidas no seu cronograma anual de atividades.

5.2.1.2.13 Preparação e Atendimento de Emergências

Para assegurar a minimização de um possível impacto ambiental negativo em

acidentes, incidentes ou emergências, em atendimento as Diretrizes de Ações

Emergências, foram definidas:

Plano de Emergência Geral

Planos de Contingências para ações específicas em:

Incêndios;

Vazamentos de produtos inflamáveis;

Vazamentos de produtos não inflamáveis;

Brigada de Emergência;

Recursos técnicos para ações emergenciais.

A estrutura, perfil, composição e demais requisitos para a operacionalização da

Brigada de Emergência, encontram-se formalmente definidos em normas internas

específicas. Para a manutenção e aperfeiçoamento do preparo técnico da Brigada de

Emergências, um treinamento mensal é executado e, no mínimo, um exercício anual de

simulado de emergência de grande porte é realizado.

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5.2.2 Verificação e Ação Corretiva

5.2.2.1 Monitoramento e Medição

Todas as ações de monitoramento e medição dos aspectos ambientais com

parâmetros estabelecidos em legislação específica são realizadas por terceiros

devidamente cadastrados no órgão de fiscalização estadual - CETESB.

Os resultados dos parâmetros ambientais encontram-se compilados em relatório

anual enviado ao IBAMA no mês de março, com cópia protocolizada e arquivada com o

CPASS.

Para a otimização permanente no uso de recursos não renováveis e energias,

anualmente uma análise crítica é desenvolvida com o CPASS objetivando a avaliação

dos resultados alcançados e novas oportunidades de implementação de melhorias. É de

responsabilidade do gerente PASS coordenar o desenvolvimento desta ação e manter os

respectivos registros atualizados.

5.2.2.2 Não Conformidade e Ação Corretiva / Preventiva

As não conformidades podem estar relacionadas com:

reclamação ou autuação de órgãos fiscalizadores;

reclamações de vizinhos (Disque Ecologia);

procedimentos do SGA que não são seguidos corretamente;

atividades / rotinas que não são realizadas adequadamente.

Qualquer não-conformidade ambiental é registrada na planilha dos Acidentes e

Incidentes e encaminhada ao Gerente PASS, que realiza uma análise inicial em função

da natureza e magnitude da situação, e define o encaminhamento ou convocação das

partes interessadas, para estabelecer as ações corretivas e/ou preventivas pertinentes e

adequadas ao impacto ambiental verificado.

Para comunicação, análise e registro das ações corretivas e/ou preventivas

adotadas nas não-conformidades associadas às chamadas do Disque Ecologia, todas as

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informações são registradas no formulário de Registro de ocorrência e arquivadas com o

CPASS.

A necessidade de comunicação de qualquer acidente / incidente ambiental em

nível corporativo deve obedecer aos critérios estabelecidos no Global Standard 9.0 da

Schering-Plough Corporation.

5.2.2.3 Registros

Para a rastreabilidade e controle das atividades associadas ao SGA, são

empregados os registros conforme Controle de Registros, cuja localização / disposição,

periodicidade de geração e tempo de retenção, também foram determinados.

5.2.2.4 Auditoria do Sistema de Gestão Ambiental

Como instrumento de aperfeiçoamento do desempenho ambiental, nas Diretrizes

de Proteção Ambiental encontra-se estabelecido que o CPASS deve programar a

realização de auditorias internas a cada 2 anos.

A definição quanto ao escopo da auditoria e a composição da equipe de auditores

é uma atribuição compartilhada entre o Gerente Geral da Planta e o Gerente do CPASS.

Condições gerais de execução das auditorias internas e a respectiva lista de

verificação básica estão formalmente definidas na norma Roteiro de Auditoria do

Sistema de Gestão Ambiental.

Após a realização das auditorias o CPASS reúne-se e define um plano de ação

específico para o planejamento das ações corretivas / preventivas pertinentes. Quando

oportuno, considerando o nível de urgência e importância da observação ou não-

conformidade, estas ações poderão aguardar o cronograma das ações do PASS para o

ano seguinte.

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5.2.2.5 Análise Crítica pela Administração

O desempenho do programa CPASS é monitorado através de reuniões mensais,

com o objetivo de analisar resultados, apontar necessidades, aprovar normas, definir

prioridades, corrigir desvios, planejar ações. Estas reuniões são formalmente registradas

em livro ata do CPASS.

Para a análise crítica da Alta Administração, ao final de cada ano, o CPASS

consolida todos os resultados do cronograma PASS em um relatório e encaminha para a

Alta Administração. Informações que possam requerer uma ação ou decisão imediata da

Alta Administração são informados através de relatórios, informativos, e-mail, ou outros

meios disponíveis.

5.2.3 Princípios e preceitos gerais de proteção ao meio ambiente na MSD

Saúde Animal.

Todas as atividades, internas ou externas, desenvolvidas pela MSD,

objetivando a proteção ao meio ambiente, são pautadas nos seguintes princípios básicos:

Interesses econômicos não devem superar preocupações no âmbito da proteção

ao meio ambiente;

Medidas preventivas devem garantir a proteção ao meio ambiente nas fases de

produção, armazenagem, transporte, e descarte, que são aplicáveis as matérias-

primas, produtos acabados e resíduos industriais;

Possíveis prejuízos ao homem ou ao meio ambiente, são minimizados através de

procedimentos estabelecidos para a segregação, neutralização, recolhimento,

descontaminação e rastreabilidade de áreas, em caso de ocorrências que

envolvam produtos químicos ou organismos patogênicos;

Constitui-se como objetivo permanente de proteção ao meio ambiente, o

acompanhamento e aplicação do desenvolvimento tecnológico e científico

destinado a processos e produtos;

Todo colaborador é instruído e estimulado através de treinamentos e campanhas

destinadas ao fortalecimento da cultura e consciência ecológica;

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Os clientes devem ser orientados para a aplicação e utilização dos produtos de

forma correta, segura e inócua ao meio ambiente.

É de responsabilidade do maior nível hierárquico de cada setor, estabelecer ações

para evitar, reduzir e reciclar os resíduos sólidos, os efluentes líquidos ou as

emissões gasosas. Cabe-lhe também a responsabilidade de neutralização,

segregação e descarte dos resíduos químicos e biológicos de acordo com a

classificação e critérios estabelecidos em normas e procedimentos específicos.

É de responsabilidade do setor de Pesquisa e Desenvolvimento, incorporar à

monografia do produto, os métodos necessários à neutralização, segregação e

descarte para novos produtos.

É de responsabilidade do CPASS, assessorado por técnicos especializados

próprios ou de terceiros, acompanhar as alterações e tendências da Legislação

Ambiental, e desenvolver:

O Manual de Gestão Ambiental e o Plano de Controle Ambiental

promovendo sua revisão quando necessário e nos padrões fixados

na legislação;

Em conjunto com o maior nível hierárquico de cada setor,

estabelecer a identificação dos aspectos ambientais e respectivos

controles;

A SMA (Semana do Meio Ambiente) objetivando o

desenvolvimento da conscientização ecológica;

Objetivos e metas ambientais instituídas no cronograma anual do

PASS.

É dever do maior nível hierárquico de cada setor, instruir, orientar e

supervisionar seus colaboradores quanto aos procedimentos operacionais de

proteção ambiental. Estes procedimentos são formalizados em normas gerais ou

outros documentos relativos aos processos.

O CPASS deve planejar a cada 2 (dois) anos, uma auditoria do Sistema de

Gestão Ambiental (SGA), conforme norma específica, com o escopo definido

através da Diretoria de Operações, objetivando avaliar o conhecimento,

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47

comportamento e documentação em relação à política ambiental e aos objetivos

e metas estabelecidos.

5.2.4 Disposição Adequada de Resíduos na MSD

O gerenciamento dos resíduos inicia-se antes mesmo da sua geração, entretanto

quando sua presença é inevitável, a separação e a disposição final devem ser planejadas

com o objetivo de minimizar os impactos ambientais negativos. No gerenciamento dos

resíduos são adotadas ações para Reduzir, Reutilizar e Reciclar.

Todos colaboradores, independente de função, são geradores de resíduos,

portanto, devem estar familiarizados com a nomenclatura, classificação e disposição

adequada para os resíduos gerados no exercício das atividades.

Para a prevenção de ações de pirataria, todas as embalagens, rótulos, bulas e

documentos, devem ser obrigatoriamente descaracterizados através de fragmentadoras.

5.2.4.1 Definições

Resíduos classes I – perigosos

Denominam-se como resíduos perigosos aqueles que possam apresentar

inflamabilidade, reatividade, corrosividade, toxicidade ou patogenicidade. Os resíduos

da MSD que fazem parte deste grupo decorrem das atividades de produção, laboratório

e manutenção.

Resíduos classe II A – não inertes

Denominam-se como resíduos não inertes aqueles que não são da classe I ou da

classe II B, ou seja, resíduos com presença de algum traço de contaminação, ainda que

em pequena proporção, por exemplo, sacos de matérias-primas contendo algum traço de

contaminação. A caracterização deste grupo de resíduos é determinada através de

análises de lixiviação e solubilização.

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Resíduos classe II B – inertes

Denominam-se como resíduos inertes aqueles que não necessitam de

procedimentos especiais para o descarte final e que podem ser transferidos para os

aterros sanitários.

Resíduos recicláveis

É o cadastro técnico compreendendo todos os tipos de resíduos gerados nas

atividades de produção, contendo classificação, volume, destinação e outros dados

necessários ao gerenciamento dos resíduos.

5.2.4.2 Descarte de resíduos

Resíduos classe I – perigosos

Os resíduos de classe I são transferidos por um colaborador para o pátio de

sucata. Possui sinalização na cor laranja e, com sacos plásticos na mesma cor, com a

inscrição “resíduo classe I” ou simplesmente “classe I”.

Resíduos classe II B – inertes

Os resíduos de classe II B são transferidos para o pátio de sucata até que seja

realizada a coleta.

Resíduos recicláveis

Na MSD considera-se como resíduos recicláveis: embalagens de papelão não

contaminado; papel branco dos escritórios; filme plástico não contaminado; tambores

de metal ou plástico; vidros; sucatas de metais ferrosos e não-ferrosos; pallets de

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madeira. Com o objetivo de reduzir o retrabalho de triagem na separação destes resíduos

são observados:

Papelão- Todo o papelão não contaminado gerado no almoxarifado, expedição e

produção são transferidos diariamente para o pátio de sucata. No local existe

sinalização de fundo azul com inscrição “papel / papelão”. A liderança de cada setor

analisa a necessidade de instalar um coletor intermediário em cada área e, caso isto

ocorra, deve ser pintado na cor azul ou sinalizado com placa de fundo azul com a

inscrição “papel / papelão”. Não existindo esta necessidade as embalagens são

disponibilizadas na parte externa de cada setor. A fim de facilitar o transporte as caixas

de papelão são, na medida do possível, desfeitas e amarradas em fardos.

Papel- Todo o papel gerado nos escritórios são armazenados em cestos contendo

saco plástico na cor azul e, posteriormente, deve ser transferido para o pátio de sucata.

Este resíduo é armazenado no local anteriormente descrito sinalizado com a inscrição

“papel / papelão” até que este material possa ser separado para venda diferenciada.

Filme Plástico- Todo filme plástico não contaminado gerado no almoxarifado,

expedição e produção; é diariamente transferido para o pátio de sucata, onde existe

sinalização de fundo vermelho com inscrição “plástico”. No geral, este tipo de resíduo é

gerado na proteção de embalagens de matérias-primas ou na proteção da paletização.

As lideranças dos setores avaliam a necessidade e local para a instalação de um ou mais

coletores intermediários devidamente identificados.

Tambores- Após retirada da matéria-prima dos tambores durante o processo de

formulação, os formuladores confirmam o esvaziamento completo da embalagem e

obrigatoriamente repor as tampas de respiro e descarga. Estas embalagens são

diariamente retiradas da área de produção através do setor de serviços gerais que envia

para o acondicionamento na horizontal no pátio de sucata. Na área onde ocorre a

abertura destes tambores deve ter um coletor específico para o descarte da tampa

metálica do lacre. Este coletor deve ser na cor amarela e deve conter a identificação

específica.

Vidros- Os vidros gerados nos setores produtivos são descartados em coletores

na cor verde e em sacos plásticos na mesma cor, com a inscrição “vidros”. A liderança

dos setores avalia a necessidade e local para a instalação destes coletores. Todo vidro

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coletado nos setores é transferido para a área de descarte por um colaborador do setor;

O local deve estar sinalizado com uma placa de fundo verde e a inscrição “vidro”. Todo

vidro oriundo do laboratório para ser descartado como reciclável não deve conter traços

de contaminantes, caso o seja é descartado como “classe I”.

Sucata de metais- Estes resíduos são gerados através de atividades de

manutenção, são separados e armazenados em tambores de 200 litros, pintados na cor

amarela contendo a identificação. A supervisão da manutenção define a quantidade e

local para a disposição destes coletores.

Pallets de madeira- Os pallets danificados ou provenientes de sistema de

viagem única (one-way) são separados para o encaminhamento diário ao pátio de sucata

através do setor de serviços gerais. Pallets, ou seus pedaços, que apresentam traços de

contaminação são dispostos como resíduos da classe I. Nos setores de movimentação de

materiais, as respectivas lideranças definem um local destinado a segregação dos pallets

recicláveis. Os materiais contaminados com lubrificantes são depositados como “classe

I”. Os resíduos líquidos que se enquadram nesta classe são depositados em tambores de

200 litros e identificados como “resíduo classe I” e a destinação final deste resíduo é

coordenada através do Gerente PASS.

Resíduos especiais

Denominam-se como especiais, os resíduos que são gerados em pequeno

volume, mas que possuem características particulares que possam causar impactos

ambientais negativos quando descartados de forma inadequada. A destinação final

destes resíduos é coordenada através do Gerente PASS.

Lâmpadas de mercúrio quando substituídas são depositadas em recipiente coletor

específico, de modo a oferecer segurança contra impactos e quebras acidentais. A

supervisão de manutenção define coletores apropriados para esse fim. Este coletor é de

cor laranja com a inscrição “lâmpadas de mercúrio”.

Nas imediações da portaria existe um coletor na cor laranja contendo a inscrição “pilhas

e baterias”. Todos os colaboradores são orientados para descartar pilhas e baterias no

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referido coletor, até mesmo os de propriedade particular, por exemplo: bateria de

aparelho celular e de lanterna.

5.3 Considerações finais

As ações dos clientes motivados pelo acesso à informação e conscientização

sobre a problemática ambiental leva a um aumento da pressão para que as empresas se

preocupem com os impactos que suas atividades podem gerar contra o meio ambiente.

Vários fatores foram citados ao longo do texto como motivadores para que as

organizações passem a considerar a questão ambiental em suas atividades. Uma

pesquisa realizada por Oliveira Filho (2002) nas empresas pertencentes ao segmento

químico brasileiro, filiadas à Associação Brasileira de Indústrias Químicas, mostrou os

principais motivos que levaram as empresas pesquisadas à implantação de um SGA,

entre os principais encontram-se a concorrência global e a melhorar a imagem da

empresa, como mostra a Figura 9.

Figura 9 – Motivos que levaram um grupo de empresas à implantação de um SGA

(OLIVEIRA FILHO, 2002).

A responsabilidade ambiental é demonstrada neste trabalho como uma postura

cobrada pelo mercado e percebida através das ações da empresa nas apresentações de

seus produtos, na linha de produção, nas demandas ou ausência de demanda judicial por

algum fato, na postura dos empregados, no relacionamento entre empregados, na

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postura das lideranças, nos investimentos em proteção ambiental e no treinamento dos

empregados. Para uma empresa multinacional de grande porte como é caso da Basf,

que atua em diversos países ao redor do mundo, a certificação de ISO14001, além de

demonstrar o envolvimento da empresa em práticas sustentáveis de produção é essencial

para a entrada em certos mercados onde a preocupação ambiental passa de um critério

de aceitação facultativo para obrigatório, e traz grandes benefícios, como apontado por

Serra (2008), que publicou uma análise do escore total da série de benefícios da ISO

14001 realizada através de uma pesquisa em empresas do estado de São Paulo, onde

encontra-se todos os benefícios trazidos pela ISO 14001 e a importância de cada item

avaliado por um peso que varia de 0 a 5, sendo para o peso 5 a maior importância.

Tabela 3 – Benefícios ocasionados pela certificação ISO 14001 (Modificado de Serra, 2004)

Benefícios Média

Os custos da gestão ambiental com base na norma ISO 14001 são menores do que os custos da gestão da qualidade

com base na norma ISO 9001.

2,52

A empresa obtém redução de custos na contratação de seguros pelo motivo de possuir certificação ISO 14001 3,01

A empresa obtém redução de custos na contratação de seguros pelo motivo de possuir certificação ISO 14001 4,39

A empresa torna-se mais atrativa perante investidores após obter a certificação ISO 14001 4,20

A certificação ISO 14001 facilita o acesso e as condições de empréstimos obtidos pela empresa 3,55

A certificação ISO 14001 motiva os colaboradores a atingirem metas e objetivos ambientais propostos. 4,49

A certificação ISO 14001 influencia positivamente os demais processos internos de gestão. 4,68

A empresa dá preferência à seleção de fornecedores de matérias-prima e serviços que possuem ISO 14001. 4,06

A certificação ISO 14001 influencia positivamente o moral dos colaboradores por trabalharem em uma empresa

ambientalmente responsável.

4,45

A certificação ISO 14001 influencia positivamente a imagem da empresa perante a mídia e a sociedade. 4,67

A certificação ISO 14001 propicia aumento da demanda por bens e serviços produzidos pela empresa. A

certificação ISO 14001 incentiva o desenvolvimento e ações ambientais preventivas evitando custos imprevistos.

3,91

4,81

A certificação ISO 14001 contribui para a redução de consumo de energia elétrica, água, gás, óleo combustível etc.

no processo produtivo.

4,77

A certificação ISO 14001 contribui para o início e/ou ampliação das exportações. 4,01

A certificação ISO 14001 propicia maior confiabilidade na marca da empresa perante consumidores. 3,97

A ISO 14001 contribui para a inovação tecnológica da empresa. 3,87

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Para implantação da ISO 14001 na planta de Metilato de Sódio na BASF

analises críticas de aspectos e impactos ambientais, as matérias primas foram avaliadas

(riscos e danos) para montagem dos procedimentos de segurança, comprometimento da

alta administração, alto nível de conscientização dos empregados, foco na melhoria

contínua e integração dos sistemas de gestão.

O envolvimento dos colaboradores no projeto com as questões ambientais foi

tão grande que eles buscaram soluções inovadoras no processo para diminuir perda de

matéria prima, economia de vapor, e outras possibilidades que com o passar do tempo, o

aumento do aprendizado, melhoria da tecnologia, tornam essas soluções cada vez mais

eficientes e claras.

Cada ponto da planta de Metilato de Sódio foi analisado e verificado os riscos e

impactos ambientais e com todos os resultados obtidos foi elaborada a análise dos dados

e elaborados os planos de ações corretivas e preventivas para uma produção mais limpa

através da MAIA (Matriz de Aspectos e Impactos Ambientais) anteriormente citada.

A planta de Metilato de Sódio ainda não recebeu a certificação, devido a

auditoria agendada para novembro ter sido adiada para o próximo ano, mas as melhorias

continuarão, além das que já foram conquistadas até o momento, para que na

apresentação ao auditor a planta esteja operando em suas melhores condições.

As análises feitas na MSD Saúde Animal, também multinacional de grande

porte, demonstram que a empresa possui interesse em obter a certificação mas não é o

objetivo no momento devido ao fato de não apresentar concorrências significativas no

mercado de medicamentos a saúde animal. As dificuldades encontradas no inicio da

certificação e as manifestações desfavoráveis já discutidas e apresentadas na Figura 10

reduzem a possibilidade de obter a ISO 14001 no momento atual da empresa.

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Figura 10 – Manifestações favoráveis e desfavoráveis à certificação ISO 14001. (Aguiar, 2004)

Conforme demonstrado nas análises a empresa apesar de não ter a certificação

possui um sistema de gestão ambiental baseado nas normas da ISO 14001, e atua para

que todos os processos realizados pela empresa respeitem a preservação ambiental em

primeiro lugar, de modo a não causar ou reduzir ao máximo os impactos ambientais

negativos. A MSD apresenta um sistema de gestão ambiental eficiente e promove a

conscientização ambiental de seus colaboradores através de treinamentos internos.

No caso da MSD, conclui-se que se a empresa obtiver o selo da ISO 14001

poderá garantir aos clientes maior responsabilidade ambiental e, assim, conquistar

novos mercados e outros benefícios já destacados (GAVRONSKI, FERRER, PAIVA,

2007).

Uma pesquisa realizada por Aguiar (2004) mostra a maior preocupação

relacionada ao SGA das empresas de fabricação de produtos e preparados químicos

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diversos (adesivos e selantes, explosivos, catalisadores, aditivos de uso industrial e etc)

quando comparadas com as empresas de fabricação de produtos farmacêuticos

(produtos farmoquímicos e medicamentos para uso humano e veterinário, e etc). Estes

tipos de empresas encontram-se, respectivamente, no grupo 24.9 e 24.5 do Código

Nacional de Atividade Econômica (CNAE), o qual contemplam as empresas BASF e

MSD, respectivamente. Os resultados encontrados na pesquisa de Aguiar (2004) e no

trabalho de Marimon, Liach e Bernardo (2011) são condizentes com o estudo de caso do

atual trabalho, onde na empresa BASF há uma maior preocupação em aplicar um

eficiente SGA e ter certificação ISO 14001 quando comparado com a empresa MSD

que atualmente possui um eficiente SGA, porém restritos em alguns aspectos e sem

certificação ISO14001. A Figura 11 mostra, de modo geral, a proporção de empresas

com e sem SGA, indicando que praticamente 50% das empresas não possuem um SGA

padrão e praticamente 40% possuem a certificação da ISO14001, portanto, muitas

empresas ainda não despertaram para os benefícios e importância da política ambiental

empresarial. No caso da Basf e MSD, mostraram grande atenção para atuação com

responsabilidade ambiental.

Figura 11 – Distribuição por tipo de SGA.

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56

6. CONCLUSÃO

Foi concluído que o investimento das empresas para a preservação do Meio

Ambiente contribui para aumentar o sucesso empresarial e a vantagem competitiva, com

resultados positivos. No entanto, a força de influência depende de uma série de fatores,

dentre os quais se destaca o tipo de produtos-processos-setores envolvidos e seus

impactos ambientais, além do grau de preocupação e conscientização ambiental das

partes interessadas.

As empresas estudadas estão preocupadas em melhorar o desempenho

ambiental, visando o reconhecimento do mercado consumidor e de órgãos do governo.

Portanto, estão comprometidas em divulgar com transparência as informações de caráter

ambiental podendo ser através de políticas ambientalmente corretas ou obtendo a

certificação de qualidade ambiental. A organização, que é comprometida com a

preservação ambiental, se propõe em influenciar e conscientizar seus colaboradores,

fornecedores e prestadores de serviços sobre a importância para redução da poluição e

prevenção de impactos ambientais.

O investimento das empresas para a preservação do Meio Ambiente contribui

para aumentar o sucesso empresarial e a vantagem competitiva, com resultados

positivos . No entanto, a força de influência depende de uma série de fatores, dentre os

quais se destaca o tipo de produtos-processos-setores envolvidos e seus impactos

ambientais, além do grau de preocupação e conscientização ambiental das partes

interessadas.

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57

7. REFERÊNCIAS

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enfoque estratégico aplicado ao desenvolvimento sustentável. São Paulo: Makron, 2000.

AVILA, G. J.; PAIVA, E. L. Processos operacionais e resultados de empresas

brasileiras após a certificação ambiental ISO 14001. Gestão & Produção, São Carlos,

v. 13, n.3, 2006.

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avaliação e benefícios. Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo,

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3 ed. São Paulo: Saraiva, 2007.

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DONAIRE, D. Gestão Ambiental na Empresa. 2nd

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Responsabilidade Social Empresarial (artigo publicado), 2007. Disponível em:

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OLIVEIRA FILHO, M. L. A auditoria ambiental como ferramenta de apoio para o

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Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho”, Bauru – SP, 2008.

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60

ANEXOS

Metilato de Sódio

Informações Técnicas

Composição e recomendações

Conteúdo: Metilato de Sódio e Metanol

Composição:

Metilato de Sódio...................................................................................................... 27 %

Methanol .................................................................................................................. 73 %

Uso: Químico

Forma: Líquida;

PH: Aproximadamente 11;

Temperatura de cristalização: 3 °C

Temperatura de fervura: 88 °C

Densidade: 0,954 g/cm3 (20 °C) e 0,928 g/cm3 (50 °C)

Degradabilidade:

Baseado no critério OECD, o produto é biodegradável. Em água, o produto se

decompõe em methanol e hidróxido de sódio, o que não causará efeitos negativos se for

corretamente neutralizado.

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61

Procedimento Regional

Gerenciamento de Aspectos e Impactos Ambientais

1. Objetivo

Estabelecer e manter a sistemática para identificação e avaliação dos aspectos de meio

ambiente associados às atividades, produtos e serviços desenvolvidos pela BASF na

América do Sul, de forma a determinar e estabelecer controles àqueles que possam ter

impactos significativos sobre o meio ambiente.

2. Escopo e Abrangência

Dentro do escopo do Sistema de Gestão do Atuação Responsável®; este procedimento

regional se aplica:

• Em processos existentes e em projetos de novas instalações, alterações de

processo, produtos e serviços;

• Em virtude de alterações em qualquer elemento do filtro de significância dos

aspectos e impactos ambientais identificados;

• Durante revisões do levantamento de aspectos e impactos ambientais após

resultados de auditorias de SMA ou de implementação de ações oriundas do

planejamento do Sistema de Gestão do Atuação Responsável®.

3. Definições

Meio Ambiente – circunvizinhança em que uma organização opera, incluindo-se

ar, água, solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter-relações

(ISO14001 item 3.5).

Prevenção à Poluição – uso de processos, práticas, técnicas, materiais, produtos,

serviços ou energia para evitar, reduzir ou controlar a geração, emissão ou descarga de

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62

qualquer tipo de poluente ou rejeito, para reduzir os impactos ambientais adversos

(ISO14001 item 3.18).

A prevenção da poluição pode incluir redução ou eliminação de fontes de poluição,

alterações de processo, produto ou serviço, uso eficiente de recursos, materiais e

substituição de energia, reutilização, recuperação, reciclagem, regeneração e tratamento.

SMA – Segurança e Meio Ambiente.

Aspecto ambiental: elemento das atividades ou produtos ou serviços de uma

organização que pode interagir com o meio ambiente (ISO14001 item 3.6).

Aspecto ambiental significativo: aspecto ambiental que causa ou pode causar

impacto significativo no meio ambiente (ISO14001 3.6), segundo os critérios de

significância definidos.

Impacto ambiental: qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou

benéfica, que resulte, no todo ou em parte, dos aspectos ambientais da organização

(ISO14001 item 3.7).

MAIA: Matriz de Aspectos e Impactos Ambientais

Parte interessada: indivíduo ou grupo interessado ou afetado pelo desempenho

ambiental de uma organização (ISO14001 ítem 3.13).

Desempenho ambiental: resultados mensuráveis da gestão de uma organização

sobre seus aspectos ambientais (ISO14001 ítem 3.10).

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63

4. Organização e Responsabilidades

4.1 Responsáveis pelas atividades, produtos e serviços

A Unidade Operacional ou Funcional que tenha potenciais impactos ambientais

deve definir os responsáveis pela elaboração ou atualização das Matrizes de

Identificação e Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais (MAIAs) das atividades,

produtos e serviços sob sua responsabilidade em conjunto com a Unidade de Meio

Ambiente da Localidade.

Os conceitos e procedimentos a serem adotados para elaboração das MAIAs nas

Unidades Operacionais ou Funcionais devem estar alinhados aos conceitos definidos

regionalmente e atrelados à gestão de Proteção Ambiental na América do Sul.

Além disso, a Unidade Operacional ou Funcional objeto de elaboração das

MAIAs deverá:

Aprovar e manter atualizada a Matriz de Identificação e Avaliação de Aspectos e

Impactos Ambientais da Unidade sob sua responsabilidade.

Avaliar e definir os recursos necessários para o controle e / ou mitigação dos

aspectos ambientais significativos das atividades, produtos e serviços sob sua

responsabilidade.

Comunicar os resultados das MAIAs e treinar os envolvidos ou outras partes

interessadas sobre os aspectos e impactos ambientais identificados e respectivos

controles definidos para aqueles classificados como significativos.

Considerar os aspectos ambientais significativos identificados nas MAIAs no

estabelecimento e priorização de objetivos e metas ambientais, e em seus

respectivos planos de ação.

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64

Disponibilizar para a Unidade de Meio Ambiente da Localidade, a Matriz de

Identificação e Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais.

4.2 Colaboradores envolvidos na elaboração das MAIAs

Os colaboradores a serem escolhidos para o preenchimento das MAIAs devem:

Conhecer os aspectos e impactos das atividades, produtos e serviços com os

quais estejam envolvidos, principalmente os aspectos ambientais classificados

como significativos, bem como dos seus respectivos controles.

Solicitar a atualização da Identificação e Avaliação de Aspectos e Impactos de

Meio Ambiente aos responsáveis pelas atividades, produtos e serviços, sempre

que julgarem necessário.

4.3 Unidade de Meio Ambiente

Compete à Unidade de Meio Ambiente da Localidade:

Elaborar a Matriz de Identificação e Avaliação de Aspectos e Impactos

Ambientais das atividades, produtos e serviços sob sua responsabilidade.

Assessorar os demais responsáveis pela elaboração das MAIAs em outras

Unidades Funcionais ou Operacionais, bem como no estabelecimento de

controles para os aspectos ambientais classificados como significativos.

Seguir conceitos e procedimentos regionais a serem adotados para elaboração

das MAIAs nas Unidades Operacionais ou Funcionais dentro do escopo de

gestão de Proteção Ambiental na América do Sul.

Treinar os colaboradores envolvidos na elaboração das MAIAs na localidade.

Monitorar o cumprimento deste procedimento nas atividades, produtos e

serviços da localidade.

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65

Compete à Unidade de Meio Ambiente Regional:

Definir conceitos e procedimentos regionais a serem adotados para elaboração

das MAIAs nas Unidades Operacionais

Assessorar os responsáveis por Meio Ambiente das Localidades quanto ao

gerenciamento das MAIAs nas Unidades Operacionais ou Funcionais.

A unidade regional de meio ambiente prestará suporte técnico para as equipes de

meio ambiente locais para a implementação deste procedimento, mediante

consulta.

5. Identificação e Avaliação dos Aspectos e Impactos Ambientais

Mudanças no meio ambiente, prejudiciais ou benéficas, que resultem total ou

parcialmente dos aspectos ambientais, são chamadas de impactos ambientais. A relação

entre aspectos e impactos é uma relação de causa e efeito.

5.1 A atividade de Identificação e Avaliação dos Aspectos e Impactos Ambientais

deve considerar:

a) Situações passadas, presentes e potenciais (futuras).

b) Atividades e operações, incluindo atividades de fabricação/produção, atividades de

tratamento e disposição de efluentes/resíduos, utilidades, armazenamento de produtos e

matérias-primas, transporte, projeto, engenharia, manutenção, gerenciamento de

resíduos, laboratórios, rotinas administrativas incluindo infraestrutura, serviço médico,

segurança e compras.

c) As atividades de industrializadores, fornecedores, Prestadores de Serviços de Meio

ambiente e clientes.

d) Subprodutos, incluindo emissões atmosféricas, efluentes líquidos, efluente sanitário e

águas pluviais, resíduos líquidos, resíduos sólidos tais como resíduos de processo,

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resíduos de embalagem, produtos não conformes (obsoletos, etc.), sucatas em geral, lixo

doméstico, resíduos de serviços de saúde e outros resíduos.

e) Uso de recursos naturais, tais como, água, matérias-primas, energia elétrica,

combustíveis e outras utilidades.

f) Ruído periférico.

g) Situações planejadas e emergenciais.

h) Outras questões locais relativas ao meio ambiente (incômodo à comunidade, impacto

visual, etc.).

i) O desenvolvimento e/ou modificações de atividades, produtos, processos e serviços.

5.2 Fontes de informação para a Identificação e Avaliação dos Aspectos e Impactos

Ambientais:

A atividade de Identificação e Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais

pode se basear nas seguintes fontes de informação, entre outras, quando aplicável:

a) Licenças e autorizações ambientais;

b) Relatórios de avaliação de impacto ambiental;

c) Relatórios de análise de risco de processo;

d) Documentação técnica das atividades tais como diagramas, fluxogramas de processo,

balanços de massa, etc.;

e) Comunicações de incidentes e acidentes, registros de comunicação com as partes

interessadas;

f) Relatórios ambientais internos e externos;

g) Responsible Care Report;

h) Inventário de Resíduos;

i) Inventário de Emissões Atmosféricas;

j) Inventário de Efluentes Líquidos;

k) Relatórios de auditorias de Responsible Care®;

l) Relatórios de auditorias de ISO 14.001;

l) Indicadores de Desempenho de Proteção Ambiental do Responsible Care®;

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67

m) FISPQ - Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos.

Exemplos de aspectos ambientais:

Emissões Atmosféricas

Lançamentos em Corpos d´água

Lançamentos no solo

Uso de matérias-primas e recursos naturais

Uso da energia

Energia emitida, por exemplo, calor, radiação, vibração

Resíduos e subprodutos, e

Atributos físicos, por exemplo, tamanho, forma, cor, transparência

Os seguintes dados devem ser preenchidos na Matriz de Identificação e Avaliação dos

Aspectos e Impactos Ambientais:

Campo 1 – Denominação da Unidade Responsável pelo processo, produto e serviço e a

indicação do Local / Prédio onde o processo/serviço é realizado;

Campo 2 – Data da elaboração ou revisão;

Campo 3 – Identificação dos elaboradores e aprovadores;

Campo 4 – Status de revisão;

Campo 5 - Identificação da atividade, produto e serviço:

Descrever a atividade, produto e serviço que será avaliada(o) podendo agrupar ou

desdobrar a critério de cada Unidade e ou dos elaboradores, desde que possibilite

resultar em uma matriz objetiva e abrangente.

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68

Campo 6 - Aspectos de Meio Ambiente

Para cada atividade, produto e serviço identificado, registrar os aspectos de meio

ambiente associados, considerando seus agrupamentos ou desdobramentos;

Campo 7 - Incidência do aspecto ambiental.

Registrar a incidência, direta ou indireta, referente ao aspecto ambiental conforme

conceito abaixo:

Campo 8 - Condições

CONDIÇÕES DESCRIÇÃO EXEMPLOS

PLANEJADA (P)

Relativa a todas as situações

planejadas, incluindo as

rotineiras e as não rotineiras.

Emissões de um

equipamento em

funcionamento.

Geração de resíduos

sólidos na manutenção de

equipamentos.

EMERGENCIAL (E)

Relativa a todas as situações

não planejadas, incluindo

aquelas que poderão ser

Vazamentos.

Incêndio ou Explosão de

tanque de GLP.

INCIDÊNCIA DESCRIÇÃO EXEMPLOS

Direta (D)

O aspecto está associado à

atividade executada sob o

controle da BASF.

Geração de resíduos sólidos

diversos da produção.

Indireta (I)

O aspecto está associado à

atividade de fornecedores,

prestadores de serviços e clientes,

fora do ambiente de

responsabilidade da unidade mas

sobre as quais a unidade pode

exercer influência.

1. Uso do produto BASF. 2.

Industrialização em terceiros

(Tollers).

3. Transporte de produtos BASF

(pode ser direto quando contratado

pela BASF e indireto quando

contratado pelo cliente).

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69

caracterizadas como

emergências ambientais ou de

colapso de estruturas.

Campo 9 – Temporalidade

Classificação dos aspectos ambientais quanto ao período de sua ocorrência.

TEMPORALIDADE DESCRIÇÃO EXEMPLOS

Passada (P)

Aspecto Ambiental inerente a

atividades, produtos e serviços

praticados no passado dos quais

tenha decorrido ou possa

decorrer um impacto ambiental.

Prática de aterros, tanques

enterrados, tubulações

subterrâneas etc, que já

foram descontinuados,

mas que geraram, ou têm

potencial de terem gerado

contaminações do solo e

das águas subterrâneas.

Atual (A)

Aspecto Ambiental inerente a

atividades, produtos e serviços

atuais.

Contaminação do solo

decorrente de vazamento

no transporte de produtos

químicos.

Futura (F)

Aspecto Ambiental previsto,

decorrentes de alterações nas

atividades a serem

implementadas no futuro ou para

avaliações de aspectos e

impactos de novos produtos.

Possibilidade de:

contaminação de

águas superficiais (ex.

rio) na região onde

uma nova unidade

será instalada.

redução de poluição do

ar na substituição de

uma matéria-prima

volátil por não volátil

em um produto.

Observações:

1. A identificação e avaliação de aspectos e impactos ambientais oriundas de

atividades a serem implementadas no futuro devem, sempre que possível, incluir a

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análise de todo o ciclo de vida, ou seja, as etapas planejadas de construção, operação e

desativação. Para projetos de novas instalações ou alterações nas atividades, produtos e

serviços, levar em consideração o procedimento Revisão de Segurança, Saúde e Meio

Ambiente no Planejamento e Construção de Planta de Processo.

2. Nas atividades passadas, verificar se existe ainda a necessidade de se fazer o

monitoramento e/ou sua correção - Passivo Ambiental.

3. Verificar a possibilidade de se eliminar o aspecto ainda na fase de projeto.

Campo 10 - Impactos Ambientais

Indicar os códigos correspondentes aos impactos ambientais relacionados aos aspectos

identificados:

IMPACTOS

AMBIENTAIS

DESCRIÇÃO

AR Poluição do ar: alteração da qualidade do ar, com odor ou não

(emissão de gases, vapores e poeiras para a atmosfera).

AGUA Poluição da água: alteração da qualidade dos recursos hídricos

superficiais (córrego / ribeirão, lagos, rios).

SOLO Poluição do solo: contaminação do solo ou das águas subterrâneas

(infiltrações de resíduos, produtos químicos, combustíveis, etc.).

RECN Esgotamento ou redução da disponibilidade de recursos naturais e

outros recursos (petróleo, água, energia, matérias-primas, etc.).

RUIDO

Poluição sonora (equipamentos rotativos).

VISUAL Poluição visual (disposição de resíduos sólidos a céu aberto,

alterações paisagísticas).

OUTROS Outros a especificar (incômodos à comunidade, impactos em parte

de ecossistemas específicos: florestas, etc.).

Campo 11 - Natureza do Impacto

Registrar o impacto quanto à natureza das consequências ao meio ambiente,

sendo:

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Impacto Benéfico (B): aquele cujo impacto identificado significar melhora da

qualidade do meio ambiente. Exemplos: recomposição de fauna, flora, reuso de

água, reciclagem de resíduos, etc. Nesse caso a MAIA deverá ser preenchida até

o campo Natureza do Impacto (11), não sendo necessário o preenchimento dos

demais campos para avaliação de significância.

Impacto Adverso (A): aquele cujo impacto causar danos ou piorar a qualidade

do meio ambiente.

Campo 12 - Severidade

Indicar para cada impacto, a dimensão da severidade, utilizando as categorias da

tabela abaixo, sem considerar o efeito dos controles existentes ou previstos:

SEVERIDADE

CRITÉRIOS

Recursos

Naturais

Poluição do

Solo, Água ou Ar

Partes

Interessadas Custo

Baixa

Pontuação 1

Uso dos

recursos

(combustíveis,

eletricidade,

água e

matérias-

primas). Há

perspectiva de

esgotamento

dos recursos

em longo

prazo.

Leve degradação

do ecossistema

(ar, água

superficial e

subterrânea, solo,

flora e fauna).

Baixo desconforto

ou prejuízo à

saúde humana

(envolvidos e

partes

interessadas).

Baixos custos de

desperdício,

disposição ou

tratamento.

Média

Pontuação 3

Há perspectiva

de

esgotamento

dos recursos

em médio

Contaminação

por material

orgânico não

perigoso.

Considerável

Danos materiais,

leve desconforto

ou prejuízo à

saúde humana –

incluindo

Médios custos de

desperdício,

disposição ou

tratamento.

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SEVERIDADE

CRITÉRIOS

Recursos

Naturais

Poluição do

Solo, Água ou Ar

Partes

Interessadas Custo

prazo. degradação do

ecossistema.

integridade física.

Alta

Pontuação 5

Há perspectiva

de

esgotamento

dos recursos

em curto

prazo.

Contaminação

por substâncias

inflamáveis,

combustíveis,

tóxicas ou

patogênicas.

Severa

degradação do

ecossistema.

Óbito de pessoas,

ferimentos graves

de pessoas.

Severo

desconforto ou

prejuízo à saúde

humana.

Altos custos de

desperdício,

disposição ou

tratamento.

Campo 13 - Frequência ou Probabilidade de ocorrência de Impactos Ambientais

A FREQUÊNCIA é a estimativa de quantas vezes ocorre um determinado impacto

ambiental sob condições operacionais planejadas, em determinado período de tempo.

A PROBABILIDADE é a estimativa da possibilidade de ocorrer um evento não

planejado que pode gerar impacto ambiental.

Classificar o impacto ambiental quanto à frequência ou à probabilidade utilizando as

categorias da tabela abaixo:

CATEGORIA FREQUÊNCIA

(impactos reais associados às

atividades planejadas)

PROPABILIDADE

(impactos potenciais em situações

emergenciais)

Baixa

Pontuação 1

Raramente

Improvável de ocorrer (raros casos

conhecidos no mundo)

Ex.: Pelo menos uma ocorrência

esperada ao longo da vida útil da

instalação.

Média

Pontuação 3

Ocasionalmente

Provável de ocorrer (poucos casos

conhecidos no mundo)

Ex.: Pelo menos uma ocorrência

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esperada no período de 1 ano de

operação.

Alta

Pontuação 5

Constantemente

Muito provável de ocorrer (vários casos

conhecidos no mundo)

Ex.: Várias ocorrências esperadas ao

longo de 1 ano.

Campo 14 - Abrangência do Impacto Ambiental

Realizar a avaliação da área de abrangência do impacto ambiental, utilizando os

critérios da tabela abaixo:

ABRANGÊNCIA CRITÉRIOS

Baixa

Pontuação 1

Restrita ao local da ocorrência do impacto ambiental.

Média

Pontuação 3

Não se limita ao local de ocorrência do impacto ambiental, mas

não extrapola os limites da propriedade da organização.

Alta

Pontuação 5

O impacto ambiental extrapola os limites da propriedade da

organização.

Campos 15 e 16 - Classificação do aspecto ambiental quanto à sua significância

a) Campo 15 – Resultado da Avaliação de Significância do Aspecto Ambiental (RAS)

O Resultado de Avaliação de Significância do Aspecto Ambiental (RAS) é o

produto da seguinte operação:

RAS = Severidade x Frequência OU Probabilidade x Abrangência.

b) Campo 16 - Interpretação dos Resultados e Ações – Classificação

Baixa (1) Média (3) Alta (5) Baixa (1) Média (3) Alta (5) Baixa (1) Média (3) Alta (5)

Baixa (1) 1 3 5 3 9 15 5 15 25

Média (3) 3 9 15 9 27 45 15 45 75

Alta (5) 5 15 25 15 45 75 25 75 125

ABRANGÊNCIA

Alta (5)SEVERIDADE

FREQÜÊNCIA OU PROBABILIDADE

ABRANGÊNCIA

Baixa (1)

ABRANGÊNCIA

Média (3)

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74

Aspectos Ambientais RAS Nível de Controle

Não Significativos (N) de 1 a 5

Verde

Baixo

Tipo de Controle Operacional

pode ser descrito na Matriz. Não

obrigatório.

Significativos (SIG) de 9 a 25

Amarelo

Médio

Controle Operacional

Obrigatório. Deve existir na

proporção a atender o grau de

significância.

Avaliar a necessidade de se

estabelecer e / ou priorizar

objetivos e metas ambientais, e

em seus respectivos planos de

ação.

Considerar nesta avaliação, o

RR – Risco Residual (Campo

18).

igual ou

superior a

27

Vermelho

Alto

Controle Operacional

Obrigatório. Deve existir na

proporção a atender o grau de

significância.

Considerar o impacto no

estabelecimento/priorização de

objetivos e metas ambientais, e

em seus respectivos planos de

ação. Considerar nesta

avaliação, o RR – Risco Residual

(Campo 18).

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75

Campo 17 - Descrição dos Controles Operacionais e Nível de Mitigação (NM)

Cada controle operacional implantado visa prevenir ou mitigar os impactos ao meio

ambiente identificados. O nível de eficácia da prevenção é estimado de acordo com a

tabela a seguir.

Tipo de

Controle

Operacional

Nível de

Mitigação

(NM)

Critérios

Equipamento Método Pessoas

Melhor

prática

95%

Melhor tecnologia disponível.

Melhor prática operacional

disponível.

Colaboradores

treinados e com

experiência.

Efetivo 85%

O projeto do equipamento

levou o risco de impacto

ambiental totalmente em

consideração.

O equipamento dispõe de

intertravamentos que evitam

sua operação insegura e o

plano de manutenção é

rigorosamente seguido.

Profissional de meio

ambiente envolvido na

elaboração do método.

Colaboradores

treinados e com

experiência.

Implantado 65%

O equipamento é seguro e

está numa programação de

manutenção preventiva.

O equipamento não dispõe

de intertravamentos que

evitam sua operação

insegura.

O método leva em

consideração

conhecimento do risco

ambiental.

Colaboradores

treinados na atividade.

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76

Documentado 45%

O equipamento pode ser

modificado para ter menos

impacto sobre o meio

ambiente.

O método está

desatualizado ou baseado

em antigas informações.

Colaboradores

receberam apenas

treinamento de

integração.

Informal 25%

O projeto do equipamento

não inclui dispositivos de

proteção ao meio ambiente.

O método é informal. Colaboradores sem

treinamento.

Observações:

1. A avaliação do controle operacional deverá ser feita levando-se em consideração o

critério que apresenta no momento o menor desempenho, ou seja, se o equipamento e o

método estão assegurados, são efetivos, mas o treinamento está falho, então a eficácia

do controle operacional deverá ser avaliada como "informal" (25%).

2. No campo Descrição, especificar o controle ambiental necessário/existente a fim de

minimizar o risco de impactos ao meio ambiente. Para projetos de novas atividades,

produtos e serviços recomenda-se a eliminação ou máxima minimização dos aspectos

ambientais ainda na fase de projeto.

Campo 18 - RISCO RESIDUAL (RR):

É a determinação do risco residual em relação à significância dos Aspectos Ambientais

considerando a efetividade dos Controles Operacionais, sendo calculado pela seguinte

fórmula:

RR = RAS x (100 – NM)

100

Onde:

RAS – Resultado da Avaliação de Significância do Aspecto Ambiental (Campo 15)

NM - Nível de Mitigação do Controle Operacional (Campo 17)

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77

RAS

NIVEIS DE MITIGAÇÃO (NM)

25 45 65 85 95

1 0,75 0,55 0,35 0,15 0,05

3 2,25 1,65 1,05 0,45 0,15

5 3,75 2,75 1,75 0,75 0,25

9 6,75 4,95 3,15 1,35 0,45

15 11,25 8,25 5,25 2,25 0,75

25 18,75 13,75 8,75 3,75 1,25

27 20,25 14,85 9,45 4,05 1,35

45 33,75 24,75 15,75 6,75 2,25

75 56,25 41,25 26,25 11,25 3,75

125 93,75 68,75 43,75 18,75 6,25

O risco residual avalia a eficácia dos controles operacionais existentes para mitigação

dos impactos ambientais. Para RR entre dois e nove (área amarela), planos de ação

adicionais para contínua redução dos impactos ambientais são desejáveis. Já para RR

maior ou igual a nove (área vermelha), os aspectos ambientais devem, na medida do

possível e priorizando os de maior RAS, serem considerados no estabelecimento de

objetivos e metas ambientais, e em seus respectivos planos de ação.

Campo 19 - Requisitos Legais ou Voluntários

Quando houver a existência de requisitos legais e/ou voluntários relacionados aos

Aspectos e Impactos Ambientais, estes devem ser controlados de modo a garantir o

pleno atendimento e a gestão eficiente dos mesmos. Os requisitos legais ou voluntários

devem ser descritos no campo LE ou VO (19) da Matriz. Para definição e

disponibilização dos requisitos legais e voluntários deve-se atender ao procedimento -

Requisitos Legais e Voluntários.

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78

As MAIAs sob a gestão do SOGI atrelam automaticamente os requisitos legais aos

respectivos aspectos e impactos ambientais identificados.. Caso as mesmas sejam

elaboradas manualmente em planilhas excel para os sites que não fazem parte do escopo

de gestão do SOGI, os requisitos legais devem ser inseridos no Campo 19.

Já os requisitos voluntários, caso existam especificamente na Unidade Funcional ou

Operacional objeto da MAIA, devem ser inseridos e descritos pelos elaboradores

manualmente no Campo 19, tanto para aqueles que serão inseridos no SOGI como para

aqueles realizados via controle manual em planilha excel.

Campo 20 - Partes Interessadas

Deve ser avaliado se o impacto ambiental abordado (ou o aspecto gerador) é

preocupação comprovada de partes interessadas sob foco ambiental, registrando-se PIE

ou PII no campo 20 da Matriz, respectivamente para Parte Interessada Externa ou Parte

Interessada Interna.

6. Considerações Finais

6.1 Situações de risco e não planejadas

Para aqueles aspectos ambientais, que ocorram em situações operacionais de risco e não

planejadas (emergenciais) e cujo RAS seja maior ou igual a 15, devem ser consideradas

nas revisões do PAE – Plano de Atendimento à Emergência.

6.2 Revisão das MAIAs

A Matriz de Aspectos e Impactos Ambientais deve ser revisada sempre que mudanças

significativas ocorram nas atividades, produtos e serviços, incluindo novos projetos,

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79

recomendações de auditorias, entre outros, ou por mudanças nos critérios regionais de

elaboração das MAIAs.

A Unidade Operacional ou Funcional responsável pela elaboração das MAIAs terá o

prazo de 1 (um) ano para a implementação de adequações em sua planilha MAIA caso

haja mudanças nos critérios e procedimentos regionais, a contar da data de publicação

da revisão ou do novo procedimento.

Dentro deste mesmo período deverá haver a atualização na ferramenta SOGI para os

sites que a utilizam, devendo as Unidades Operacionais e Funcionais considerar a

última versão válida, sendo o registro em excel ou no próprio SOGI.

As matrizes resultantes deste procedimento fazem parte dos registros do Gerenciamento

de Meio Ambiente da Unidade e da Localidade. A última edição atualizada deverá ser

mantida até a nova revisão.

6.3 Aprovação das MAIAs

O maior nível hierárquico da Unidade Operacional ou Funcional aprova a Matriz de

Aspectos e Impactos Ambientais.

Quando necessário, deverá ser disponibilizada cópia em meio físico da MAIA que deve

estar assinada pelo responsável.