nathalia carvalho moreira transformações no mundo do
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NATHALIA CARVALHO MOREIRA
Transformações no Mundo do Trabalho e Sindicalismo: a
Atuação do Sindicato das Secretárias de Minas Gerais.
MONOGRAFIA
Nathalia Carvalho Moreira
Universidade Federal de ViçosaViçosa – MG
2007
ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSACENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTESDEPARTAMENTO DE LETRASSECRETARIADO EXECUTIVO TRILÍNGUE
Transformações no Mundo do Trabalho e Sindicalismo: a
Atuação do Sindicato das Secretárias de Minas Gerais.
Monografia apresentada ao Departamento deLetras da Universidade Federal de Viçosa,como exigência da disciplina LET 499 ecomo requisito para conclusão do curso deSecretariado Executivo Trilíngue, tendo comoorientador o Professor José Ambrósio FerreiraNeto.
Nathalia Carvalho Moreira - 48961
Viçosa – MG2007
iii
A monografia intitulada
Transformações no Mundo do Trabalho e Sindicalismo: a Atuação do
Sindicato das Secretárias de Minas Gerais.
Elaborada por
Nathalia Carvalho Moreira
Como exigência da disciplina LET 499 – MONOGRAFIA e requisito para conclusãodo curso de Secretariado Executivo Trilíngue foi aprovada por todos os membros da
banca examinadora.
Viçosa, 5 de julho de 2007.
Professor José Ambrósio Ferreira Neto (DER/UFV)Orientador
Professor Odemir Vieira Baêta (DLA/UFV)
Examinador
Professora Rosália Bebber de Souza (DLA/UFV)
Examinadora
Nota______
iv
EPÍGRAFE
Capitão de Indústria
(Marcos Valle / Paulo Sérgio Valle)
Eu não tenho tempo de terO tempo livre de ser
De nada ter que fazer
[...]
Ah, Eu acordo pr'á trabalharEu durmo pr'á trabalharEu corro pr'á trabalhar...
v
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais,
Aos meus irmãos Priscila e Gustavo,
À Universidade Federal de Viçosa,
Ao curso de Secretariado Executivo Trilíngue que abriu muitas portas em
minha vida,
Ao Professor Ambrósio, por aceitar seu meu orientador, pela atenção e
paciência,
Ao Professor Odemir,
Á Professora Tereza Angélica Bartolomeu por me “apresentar” ao mundo da
pesquisa a partir do Projeto de Extensão no qual trabalhamos,
Ao Professor Ariovaldo de Oliveira Santos da Universidade Estadual de
Londrina, por todas as conversas, conselhos e ajudas, tornando-se um grande amigo
apesar da distância,
Aos vários estágios realizados,
À cidade de Viçosa e às várias repúblicas que passei, pois contribuíram muito
para meu crescimento pessoal,
Às companheiras e amigas de toda hora da República Balalaika pelos intensos e
inesquecíveis momentos compartilhados,
Aos amigos da Coordenação de Formatura pela convivência, aprendizado e
realizações durante todo este último ano,
A todos meus amigos,
E a todos que passaram por mim com alegria e que me ajudaram durante minha
graduação,
Muito obrigada!
vi
SUMÁRIO
LISTA DE GRÁFICOS E TABELAS ................................................................. vii
1 - INTRODUÇÃO................................................................................................. 9
2 – OBJETIVOS..................................................................................................... 13
2.1 Objetivos específicos ................................................................................... 13
3 – METODOLOGIA ............................................................................................ 14
3.1 Instrumentos de coleta de dados .................................................................. 14
3.2 População e amostra .................................................................................... 15
4 – REFERENCIAL CONCEITUAL E ARGUMENTATIVO ......................... 16
4.1 Transformações no mundo do trabalho ....................................................... 16
4.2 Contexto Histórico da Evolução dos Sindicatos ......................................... 19
4.3 Sindicalismo e Gênero ................................................................................. 21
4.4 Secretariado: escorço histórico e evolução profissional .............................. 24
4.5 O Sindicato das Secretárias ......................................................................... 27
4.6 O Sindicato das Secretárias de Minas Gerais (SINDSEMG) ..................... 30
5 - ANÁLISE DE DADOS .................................................................................... 34
5.1 Estudantes e Profissionais de Secretariado ................................................ 34
5.1.1 Estudantes ................................................................................................ 34
5.1.2 Profissionais ............................................................................................. 39
5.2 “Líderes Sindicais” do SINDSEMG .......................................................... 43
6 – CONCLUSÕES ................................................................................................ 45
7 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 48
8 – BIBLIOGRAFIA ............................................................................................. 50
9 – ANEXOS ........................................................................................................... 51
10 – APÊNDICE .................................................................................................... 55
vii
LISTA DE GRÁFICOS E TABELAS
Gráfico 1: O objetivo dos sindicatos na visão dos estudantes.................................. 35
Gráfico 2: Área de atuação dos estudantes ............................................................. 35
Gráfico 3: Grau de conhecimento dos estudantes sobre o universo sindical ........... 36
Gráfico 4: Grau de satisfação dos estudantes sobre o conhecimento adquirido
durante o curso de Secretariado................................................................................ 37
Gráfico 5: Informações a respeito sobre legislação social e direito do trabalho ..... 38
Gráfico 6: Fatores importantes para o reconhecimento e regulamentação da
profissão de Secretariado na visão dos estudantes .................................................. 38
Gráfico 7: Objetivo do Sindicato na visão dos Profissionais .................................. 39
Gráfico 8: Grau de conhecimento dos profissionais sobre o universo sindical e
legislação social . ..................................................................................................... 39
Gráfico 9: Fatores importantes para o reconhecimento e regulamentação da
profissão de Secretariado na visão dos profissionais ............................................... 40
Gráfico 10: Graduados que atuam na profissão ....................................................... 42
Tabela 1: Observações sobre o preconceito sofrido na profissão e na atuação
sindical dos Secretários (as) ..................................................................................... 42
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RESUMO
MOREIRA, Nathalia Carvalho. FERREIRA NETO, José Ambrósio.Transformações no Mundo do Trabalho e Sindicalismo: a Atuação do Sindicatodas Secretárias de Minas Gerais. 58 pág. Monografia (Bacharelado emSecretariado Executivo Trilíngue) Viçosa: UFV/DLA, 2007.
Esta pesquisa monográfica busca se integrar ao grande leque de investigações
hoje existentes sobre as transformações no mundo do trabalho. Enquanto tal
estudará uma categoria específica de profissionais: os (as) secretários (as)
executivos (as). Neste âmbito, foram analisados: o histórico, a trajetória, a
participação, as expectativas e a visão de estudantes e profissionais, a respeito
do SINDSEMG - Sindicato das Secretárias de Minas Gerais e seus líderes
sindicais. Os procedimentos metodológicos utilizados foram questionários semi-
estruturados, com estudantes, profissionais e a ex-presidente do Sindicato. A
partir dos dados analisados percebeu-se que atualmente este sindicato possui um
papel importante e têm uma visão positiva para esta categoria profissional.
Apesar de poucos estudantes serem associados, a maioria tem a intenção de
participar, contudo a participação dos profissionais já graduados é muito
pequena. Conclui-se após a realização desta pesquisa que este sindicato não
possui uma penetração muito intensa junto à base profissional que pretende
representar. Ressalta-se a importância desta pesquisa, para explicitar aos
profissionais e estudantes desta categoria o quanto foi ativa e relevante a
atuação deste Sindicato para a regulamentação e reconhecimento profissional
desta categoria, fato que é desconhecido pela maioria da categoria profissional.
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1. INTRODUÇÃO
Esta pesquisa busca se integrar ao grande leque de investigações hoje existentes sobre
as transformações no mundo do trabalho. Enquanto tal analisou-se uma categoria específica
de profissionais e sua interação com o seu respectivo sindicato: os (as) Secretários (as)
Executivos (as) e o SINDSEMG - Sindicato das Secretárias de Minas Gerais.
Foi feita uma análise que abrange as várias transformações concernentes às atividades
realizadas no trabalho em geral e no trabalho da profissão de Secretariado. Neste contexto foi
realizado também um estudo sobre como o Sindicato das Secretárias contribuiu para a
organização e o fortalecimento desta categoria profissional.
A palavra trabalho é muito ampla, abrange quase todas as atividades humanas,
existem muitas espécies de trabalho e não há uma definição adequada que abranja as imensas
dificuldades e especificidades encontradas na realização de cada tarefa e o real significado
deste termo.
Uma primeira forma de conceituar o termo trabalho remete-se às origens latinas da
palavra, vinculada ao vocábulo tripalium, um antigo instrumento de tortura. Da mesma forma
o termo trabalhar é derivado da expressão tripalliare, ou seja, tortura. Assim, na sua origem
etimológica, o termo trabalho está diretamente associado ao sofrimento e a atividades
penosas. (WOLECK, 1997)
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Com o passar do tempo o termo vai ganhando outras conotações e se afastando da
idéia de sofrimento, sendo a ele incorporadas as noções esforço, de luta e, após a revolução
industrial no século XIX, assume a noção de realização e integração no mundo moderno.
Buscando reforçar o caráter social da categoria trabalho, isto é seus aspectos de produto
cultural e histórico, Engels, apontava a importância do “trabalho na transformação do macaco
em homem”. Argumentava que é a partir das relações que se estabeleceram no processo de
controle e apropriação da natureza, que os homens primitivos construíram as primeiras redes
de sociabilidade e, portanto, a própria sociedade.
Apesar das dificuldades de se encontrar uma definição precisa e objetiva para o termo,
segundo Santos (2004) o trabalho se compreende como o ato e o processo pelo qual o ser
social estabelece a mediação necessária e ineliminável entre sua realidade subjetiva e objetiva.
Mediação cuja finalidade primeira é a produção de valores de uso, isto é, coisas úteis para a
satisfação da vida cotidiana.
A argumentação de Santos está ancorada em Marx que afirma em O Capital
“O trabalho é antes de tudo um ato que se passa entre o homem e anatureza. O próprio homem desempenha face à natureza o papel de umapotência natural. As forças que seu corpo é dotado, braços e pernas, cabeça emãos, ele as coloca em movimento com a finalidade de se apropriar dasmatérias e dar-lhes uma forma útil da sua vida. Ao mesmo tempo em que agesobre a natureza exterior e a modifica, ele modifica a própria natureza edesenvolve as faculdades que nela dormem.” (MARX: 1982:189).
A importância do trabalho para a constituição do homem enquanto ser específico face
aos demais seres vivos pode ser verificada ainda quando Marx afirma em A Ideologia Alemã:
“Podemos distinguir os homens dos animais pela consciência, pelareligião ou por qualquer outra coisa. Porém, os homens começam a ver adiferença entre eles e os animais assim que começam a produzir seus meiosde vida passo este que se encontra condicionado pela organização corpórea.Ao produzir seus meios de vida, o homem produz indiretamente sua vidamaterial.” (MARX e ENGELS: 1974:16).
Desta forma, compreende-se o trabalho enquanto elemento de humanização do ser
social. Entretanto, no longo processo histórico da humanidade, e o capitalismo aprofunda esta
tendência, o trabalho se converte cada vez mais em servidão ao ser reduzido à condição de
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mercadoria. Realidade da qual não escapa o objeto de nosso estudo, uma vez que estamos
diante de uma atividade assalariada e, conseqüentemente, mercantilizada pelas relações
sociais vigentes.
Porém, o trabalho dos (das) secretários (as) comporta especificidades. Não pode ser
medido, por exemplo, pela produção em série e em massa, como no fordismo do início do
século XX, que ocasionou economia de tempo e aumento de produtividade pela intensificação
da divisão do trabalho e a especialização dela decorrente, num processo contínuo que, ainda
hoje, se reflete na constante criação de novas tecnologias e profissões.
A profissão de Secretário Executivo tem sido marcada progressivamente por
características que a distanciam do trabalhador fabril contemporâneo. Destaca-se, dentre estas
características, uma de grande importância: a atividade multifuncional, resultante das novas
exigências do mercado de trabalho em função das modificações socioeconômicas decorrentes,
principalmente, do fenômeno da globalização.
A especificidade da profissão pode ser verificada inclusive, quando se tem em
consideração o Sindicato da categoria. Neste âmbito, o Sindicato das Secretárias possui
algumas características interessantes a este trabalho como:
Se tratar de uma profissão que tem se destacado no mercado de trabalho, no
que diz respeito à empregabilidade dos profissionais,
Ter passado por significativas mudanças,
Por ser predominantemente feminina,
Ter enfrentado grandes desafios para ser regulamentada, e
Estar em processo de criação de um Conselho Federal.
Sob esta linha de pensamento, Medeiros e Hernandes (1995) consideram que pelo fato
da profissão ter passado por grandes transformações, que serão melhor analisadas
posteriormente neste trabalho, a secretária deve ser motivada para a pesquisa, para a busca
contínua de conhecimentos que lhe proporcionam desempenho eficaz, mais apropriado aos
momentos atuais. Não são as regras que prevalecem no desempenho das atividades, mas sim a
reflexão sobre elas e a capacidade da profissional se adaptar aos elementos conjunturais e
circunstanciais que interferem em seu ambiente de trabalho.
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Desta forma, à luz dessas considerações iniciais ora apresentadas, é que se torna
possível perceber a importância da análise de como se organiza e está estrutura o Sindicato
para se ter uma melhor compreensão de como esta categoria se insere no mundo do trabalho
contemporâneo.
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2. OBJETIVO
O objetivo geral deste trabalho foi analisar a trajetória de organização sindical dos
(as) Secretários (as) no Brasil, a partir da reflexão sobre como esse processo se deu em Minas
Gerais.
2.1 Objetivos específicos
Analisar o histórico do Sindicato das Secretárias e Secretários do
Estado de Minas Gerais (SINDSEMG)
Analisar a participação dos (as) Secretários (as) Executivos (as) e
estudantes de Secretariado Executivo neste sindicato
Analisar a visão e expectativas que Secretários e Secretárias têm do
sindicalismo em geral e do SINDSEMG, bem como de seus líderes e
dirigentes sindicais.
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3. METODOLOGIA
O presente trabalho se caracteriza por um estudo exploratório e descritivo, uma análise
crítica, interpretativa e explicativa abordando o tema Relações de Trabalho, Sindicalismo e
Secretariado Executivo. Segundo Triviños (1987:109) “os estudos exploratórios permitem ao
investigador aumentar sua experiência em torno de determinado problema” e que “o estudo
descritivo permite descrever com exatidão os fatos e fenômenos de determinada realidade”.
Triviños (1987) também afirma que dentro do estudo exploratório-descritivo a
finalidade é descrever os fenômenos onde ocorrem uma inter-relação com o ambiente e o fato
observado e também acrescenta que há variedades de procedimentos a serem utilizados como
entrevista, questionário, observação, análise de conteúdo, ou seja, um estudo relativamente
intenso de um pequeno número de objetos sem o emprego de técnicas de amostragem
probabilísticas.
Desta maneira, antes dos trabalhos serem iniciados, foram feitos contatos com os
possíveis formandos do curso de Secretariado Executivo da UFV, com profissionais
graduados, através de dados obtidos na Coordenação do Curso e com o SINDSEMG,
solicitando informações e autorização para a realização deste estudo.
3.1 Instrumentos de coleta de dados
Os instrumentos de pesquisa utilizadas na coleta de dados foram: revisão bibliográfica
de livros, artigos, notas de aulas, dissertações, teses e monografias de conclusão de curso, de
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forma a ter contato com outros trabalhos que já refletiram sobre o tema e delimitar a base
conceitual e argumentativa que orienta esta monografia. Como forma de coleta de dados
primários, utilizou-se questionários cujas questões se dividiam entre perguntas fechadas e
discursivas elaboradas com base no referencial conceitual e argumentativo levantado
inicialmente. Foi realizado um pré-teste do questionário de forma a se evitar eventuais
problemas originados numa possível construção inadequada das perguntas. A base do
questionário refere-se a questões a respeito das visões e expectativas que as Secretárias
Executivas e estudantes de Secretariado Executivo têm da profissão, dos sindicatos e líderes
sindicais, a participação desses informantes no sindicato também foi analisada.
3.2 População e amostra
O universo da pesquisa refere-se aos estudantes e profissionais graduados do curso de
Secretariado Executivo Trilíngue da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Desse universo
delimitou-se uma população formada pelos estudantes do último ano do curso e por graduados
nos últimos dois anos perfazendo um total de 40 informantes. Dessa população foi delimitada
uma amostra com 20 estudantes do último ano do curso e 20 graduados. É nessa amostra que
foram aplicados os questionários.
Ademais, foi realizada uma entrevista semi-estruturada com a ex-presidente do
SINDSEMG, buscando informações sobre o papel de líder sindical, forma de atuação
instituição, preconceito de gênero contra os profissionais, evolução do Sindicato, entre outras
questões que serão expostas posteriormente. Tentou-se também entrevistar a atual presidente
do SINDSEMG que, apesar de várias tentativas, não teve disponibilidade para conceder a
entrevista.
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4. REFERENCIAL CONCEITUAL E ARGUMENTATIVO
4.1 Transformações no Mundo do Trabalho
Atualmente toda a sociedade vê-se à frente de enormes transformações, com grandes
mudanças nas formas de organização social, nas relações familiares, com a quebra de antigos
paradigmas sobre a organização dos processos produtivos que também afetam o chamado
mundo do trabalho. Nesse processo complexo, as questões que afetam diretamente o papel do
trabalho na organização dos setores produtivos vão implicar na exigência de trabalhadores
cada vez mais habilitados e qualificados, aptos a enfrentar os desafios de uma sociedade cada
vez mais globalizada e organizada em redes.
De acordo com Rodrigues (2006), o taylorismo, fordismo e toyotismo são
denominações de formas de organização e de gestão do trabalho e da produção industrial que
influenciaram a vida de todas as pessoas no decorrer do século XX, mesmo aquelas não
diretamente vinculadas aos trabalhos nas fábricas. Com graus variáveis de importância esses
modelos de administração do trabalho permanecem importantes ainda no século XXI, apesar
de se apresentarem, no plano formal, revestidos de com uma nova roupagem mais condizente
com as conquistas sociais do capitalismo contemporâneo.
Taylor no fim do século XIX aplicou em seus estudos o método de controle da força
de trabalho criando um modelo de administração que ficou conhecido como gerência
científica, onde buscava a maior produtividade possível dos operários no chão da fábrica. Os
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princípios de gerência delineados por Taylor fundamentavam-se na dissociação das
habilidades do trabalhador dos processos produtivos, na separação entre concepção e
execução do processo de trabalho e, pela adequada utilização dessas duas premissas, o
completo controle do trabalhador em seu ambiente de trabalho. Dessa forma, Taylor sugeria a
completa alienação do trabalhador em relação a qualquer exercício intelectual e criativo no
processo de produção, transferindo essas ações para uma gerência especializada. Para tanto
Taylor preconizava o uso do cronômetro como forma de reduzir a porosidade no trabalho,
argumentando que a baixa produtiva da indústria norte-americana no início do século XX era
decorrente do que ele denomina de marca-passo sistemático realizado pelos trabalhadores
que, dessa forma produziam menos do que o sistema permitia.
É no ambiente da fábrica taylorista que o trabalhador se vê completamente dominado
pelas regras do sistema, passando a atuar apenas como um apêndice do processo, guiado e
coordenado pela gerência. Taylor chegava a valorizar a baixa capacidade intelectual dos
operários que, em sua opinião facilitava o “adestramento” da força de trabalho evitando
questionamentos, discordâncias e resistência. É nessa perspectiva que ele explicita a figura do
“trabalhador boi”, como o mais adaptado ao seu modelo de organização da produção.
Num contexto em que o trabalhador já havia perdido o controle dos meios de
produção, é na fábrica taylorista que esses trabalhadores perdem definitivamente toda e
qualquer parcela que poderiam ter no controle do processo de trabalho, agora totalmente
alienado nas mãos da gerência.
Segundo Braverman (1983), as proposições de Taylor não podem ser consideradas
científicas por que dizem respeito não ao trabalho como uma categoria social ampla e
complexa, enraizada nos mais diversos aspectos da sociabilidade. Para Taylor, conforme os
argumentos de Braverman importavam apenas a administração e o controle do trabalho nas
condições do capitalismo, isto é o trabalho comprado e vendido.
Já no decorrer do século XX, Henry Ford inaugurou a primeira linha de montagem e a
produção em série para consumo em massa em 1914. Neste sistema cada trabalhador ficava
responsável em realizar uma única tarefa em seqüência, o que reduzia o tempo total de
produção. O grande diferencial no processo de controle dos trabalhadores apresentado por
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Ford em relação ao modelo taylorista se referia à ampliação da especialização e a
subordinação do trabalhador a um duplo controle; o realizado pela gerência e aquele realizado
pela própria linha de montagem.
A produção passou a se multiplicar devido à forma de organização dinâmica de todo
processo de trabalho. De acordo com Braverman apud Rodrigues (2006) a produção realizada
no decorrer de todo um ano, com o passar de uma década, cresceu tão rapidamente que
significava o referente à produção de um só dia.
É em decorrência da forma de organização do trabalho preconizado pelo modelo
fordista, onde o trabalhador levado ao máximo da especialização, permanecia fixo num ponto
da fábrica enquanto o objeto de seu trabalho era levado até ele, que se cunhou a expressão
“posto de trabalho” que, inicialmente indicava a imobilidade do trabalhador no ambiente
produtivo.
É somente nos anos 50 do século XX que se apresenta um novo modelo de
organização da produção que busca a inserção do trabalhador nos processos produtivos
valorizando minimamente suas capacidades intelectuais e flexibilizando a rigidez dos
princípios da especialização fundada na divisão do trabalho aos moldes apresentados por
Adam Smith no século XVIII. Tal modelo, no entanto, foi desenvolvido sem comprometer a
lógica central do capitalismo centrada na extração de mais-valia, ao contrário, visava ampliar
as taxas de acumulação do capital. O toyotismo, mais conhecido como modelo japonês de
organização da produção e do trabalho, se apoiou na recomposição das tarefas e do tempo do
ciclos de trabalho, um maior treinamento da mão-de-obra, diminuição da hierarquia, maior
flexibilização das relações de trabalho, da organização da produção e uma aproximação maior
entre os objetivos da empresa e os de seus funcionários. (RODRIGUES, 2006)
A partir das visões demonstradas, é importante ressaltar o surgimento do novo modelo
de organização industrial e relações de trabalho. O modelo de acumulação flexível pós-
fordismo, que estaria totalmente contrário ao fordismo-taylorismo. Este novo sistema de
organização trouxe grande desemprego, criação de novas habilidades face à destruição de
antigas e ao mesmo tempo o enfraquecimento do sindicalismo uma vez que este entrou em
crise antes da introdução maciça das novas tecnologias de informação.
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É nesse contexto que se apresentam as novas demandas para os trabalhadores. Ou seja,
um mundo do trabalho onde o controle e a dominação, ainda que velados e revestidos de certa
responsabilidade social, amplia o individualismo, a concorrência, a necessidade da educação
continuada e, o que é mais trágico, uma forma de organização da produção onde o
trabalhador, que ainda é o produtor de mais-valia, é cada vez menos importante
numericamente, haja vista os avanços das tecnologias. Tal situação leva à conformação de
uma sociedade organizada nos últimos dois séculos entorno da categoria de trabalho,
principalmente o trabalho fabril, onde os trabalhadores, mesmo os mais qualificados e
diligentes, não têm como vender a sua força de trabalho.
4.2 Contexto histórico da evolução dos Sindicatos
Segundo Moreira (2003) a origem dos sindicatos é incerta. Existem, entretanto,
indícios históricos de que, no antigo Egito, na Índia e China, há milhares de anos, surgiram
organizações que poderiam ser confundidas com grupos sindicais, uma vez que se tratava de
grupos que se reuniam em defesa dos interesses específicos de seus membros. Há, também,
indícios de que a sua origem seriam os colégios romanos, que foram mantidos até o ano 56
d.C. Estes colégios são considerados como as primeiras espécies de agremiações profissionais
e tinham o objetivo de prestar assistência social aos trabalhadores que exerciam o mesmo
oficio e que, através da mutua ajuda, buscavam atender as suas necessidades de acordo com
suas posições e condições de trabalho existentes na época.
No entanto, não se pode afirmar com precisão que esses grupos e organizações
representam, efetivamente, a origem dos sindicatos, uma vez que se tratavam de organizações
que tinham origem em questões e demandas não necessariamente relacionada ao mundo do
trabalho. Além disso, na antiguidade a maior parte do trabalho, como no caso da Grécia e
Roma, era realizado sob as mais diversas formas de escravidão, não cabendo aos
trabalhadores, escravos, a reivindicação formal de direitos.
É após a Revolução Industrial no século XVII, que as organizações sindicais dos
trabalhadores assumem uma expressão importante nas disputas entre capital e trabalho.
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Segundo Hobsbawm (2000) uma grande colaboração para o surgimento dos sindicatos
foi dada pelo empresário britânico Robert Owen, na segunda década do século XIX. Segundo
o autor, o empresário Owen incentivava "a agremiação dos operários em sindicatos (trade
unions)". Além disso, o desenvolvimento de correntes políticas vinculadas ao anarquismo e ao
socialismo, que pregavam a igualdade de direitos e não a grande exploração a que estavam
submetidos os trabalhadores nas fábricas da Inglaterra da França, fez com que já em meados
do século XIX os sindicatos passassem a ser um grande instrumento de luta e conquista de
direitos social-trabalhistas.
Ainda segundo Hobsbawm (2000), o sindicalismo em seu sentido literal, foi uma
filosofia e um estilo de ação quase revolucionaria que surgiu primeiramente nos grupos de
trabalhadores franceses, pouco antes de 1900 e teve um papel de importância variável nos
movimentos operários de uma série de países industriais durante mais de um século.
O tema do sindicalismo e negociações de trabalho na sociedade contemporânea tem
grande importância, pois hoje as relações de trabalho são muito mais heterogêneas do que no
início do capitalismo, durante o século XIX ou mesmo no decorrer de boa parte do século
XX. Tal situação fez com que, paradoxalmente, apesar do avanço do capitalismo e da
complexificação dos processos produtivos, a participação dos trabalhadores em sindicatos
segue uma tendência declinante. Em pesquisa realizada por Pereira apud Carvalho e Carvalho
(1998), em 1995, observou-se que, de um total de 92 países com dados disponíveis, apenas
12,6% dos trabalhadores formais estariam sindicalizados, ou seja, cerca de 164 milhões de um
contingente de trabalhadores formais de pouco mais de 1,3 bilhões.
Segundo Pereira (1998) a tendência de queda na participação sindical representa
provavelmente muito mais o impacto de transferência globais e setoriais de emprego do que
uma perda de poder sindical. Uma grande transferência dos trabalhadores do setor industrial
para o de serviços, gera certa desorganização dos trabalhadores e sindicatos. Tal situação pode
ser percebida como uma dificuldade do movimento sindical em apresentar bandeiras que
aglutinem a classe trabalhadora em contextos onde o discurso contra a extração de mais-valia
e a exploração do trabalho nas indústrias, dá lugar a relações de trabalho onde essa exploração
ocorre de forma mais velada, ou por outro lado, o que está em jogo é a própria possibilidade
de o trabalhador poder vender a sua força de trabalho, ou seja, lutar contra o desemprego.
21
Segundo Araújo Neto (2006), Karl Marx considerava a natureza do sindicalismo como
espontânea e economicista, e ele e Engels usavam o termo luta econômica e política do
proletariado. Neste contexto os sindicatos, em suas mais variadas formas originais como
ligas, associações ou uniões, teriam surgido naturalmente como forma de defesa e busca dos
direitos dos trabalhadores.
Marx e Engels entendiam também que os sindicatos poderiam desempenhar funções
mais amplas do que a liderança e organização da classe operária “com vistas à sua radical
emancipação devem ajudar todo o movimento social e político igual tendência.” Porém havia
uma grande preocupação contra a influência de partidos políticos na conformação da pauta de
lutas e reivindicações dos sindicatos.
Rodrigues (2006) afirma que a forma de luta própria da natureza do sindicalismo, e no
contexto atual mais ainda, nunca foi de fácil execução e sempre demandou um enorme
esforço organizativo e conscientizador. Esse esforço era maior ainda quando se tinha a
intenção de levar o sindicato a alguma atuação política e revolucionária. É neste sentido, que
os objetivos de emancipação dos trabalhadores e a verdadeira revolução proletária ainda não
aconteceram.
4.3 Sindicalismo e Gênero
Apesar da categoria profissional das secretárias ser bem diferente dos profissionais do
setor industrial, isto é, dos operários do “chão das fábricas”, as mulheres da categoria
analisada vem progressivamente ampliado sua atuação na organização sindical; o que será
analisado no decorrer dos próximos itens deste estudo.
Ainda que nos primórdios do capitalismo o trabalho nas manufaturas fosse
basicamente realizado por mulheres e crianças, principalmente no setor têxtil, com
massificação da organização fabril, a participação feminina foi gradualmente declinada até o
momento em que o proletariado passou a ser uma categoria eminentemente masculina. A
participação das mulheres na força de trabalho no setor industrial volta a aumentar apenas no
pós Segunda Guerra Mundial, em termos gerais, e no Brasil apenas entre as décadas de 1970 e
1980. É também neste contexto que se observa um aumento significativo da sindicalização
22
das mulheres, que pode ser explicado por vários motivos. O primeiro deles diz respeito à
renovação na prática sindical que se deu a partir de meados de 1970. Outro fator determinante
na sindicalização das mulheres foram os movimentos de mulheres, muitos dos quais surgidos
por volta de 1975, considerados pela ONU como Ano Internacional da Mulher. Entre esses
movimentos podemos citar o Movimento das Mulheres pela Anistia, movimentos de lutas por
berçários e creches, grupos de mães, movimentos de bairros, grupos de mulheres organizados
pela Igreja através das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e outros grupos que
levantaram a problemática dos direitos de homens e mulheres.
Além disso, os serviços de assistência prestados pelos sindicatos também podem ter
influenciado na sindicalização das mulheres, principalmente no período anterior a 1978,
quando o sindicalismo brasileiro passou por uma séria transformação nas práticas de atuação,
como será dito adiante.
No período de 1970 a 1980, as trabalhadoras tiveram importante participação nas lutas
sindicais, que vão desde as diferentes formas de resistência interna nas fábricas até as
mobilizações e greves, mas a participação na vida sindical (reuniões, direção) não avançou
muito, mesmo no chamado 'novo sindicalismo'.
No final dos anos 70 e início dos anos 80, o sindicalismo no Brasil passou por intensas
transformações: greves, grandes mobilizações, novas formas de luta tornaram-se práticas
desse novo sindicalismo, que se denominava classista, autêntico e combativo. Isso contribuiu
intensamente na criação, em 1980, do Partido dos trabalhadores - PT e, em 1983, da Central
Única dos Trabalhadores - CUT. Somente com a consolidação do novo sindicalismo enquanto
ator coletivo nos anos 80 é que as questões de gênero passaram a ter efetiva importância no
movimento sindical.
Nota-se que não eram apenas interesses de classe que moviam as mulheres a a
participarem dos sindicatos, como sugerem alguns trabalhos. As lutas pelos direitos
previdenciários - aposentadoria, salário-maternidade, auxílio-doença - e o reconhecimento da
profissão de agricultora eram bandeiras do movimento, mas se buscava também um espaço de
participação mais igualitário para as mulheres dentro dos movimentos populares e das
próprias unidades de produção. O Movimento das Mulheres pela Anistia, era um movimento
23
autônomo e com a participação apenas de mulheres e tornou-se um lugar privilegiado para as
discussões de temas relacionados às questões de gênero.
Porém, dentro da estrutura sindical, a discussão de classe é mais forte que a de gênero.
E se a discussão de classe está mais presente no discurso das sindicalistas é devido à
representação de classe e gênero que elas próprias fazem. Para a historiadora Joan Scott,
classe e gênero são construções e/ou representações. Assim, se levarmos em conta que as
mulheres fazem parte da classe trabalhadora, classe e gênero andariam juntos.
O fato citado acima, poderia indicar que a atuação das mulheres em sindicatos não
sofre muito preconceito de gênero, pois a luta sindical é vista como o objetivo principal. Mas
na história das idéias essas duas representações se excluem, uma vez que o universo do
trabalho e os direitos trabalhistas trazem em suas origens iluministas uma visão masculina de
mundo nas quais as mulheres aparecem como subordinadas. Portanto, o próprio conceito de
classe trabalhadora enquanto categoria universal traz consigo essa discriminação.
Para as sindicalistas, então, a concepção de gênero se subordina à de classe, uma vez
que as trabalhadoras são vistas como um exemplo específico do fenômeno geral das classes
sociais. Para Abramovay e Silva (2000), a participação das mulheres tem crescido no
movimento sindical, porém a sua incorporação nas direções é lenta. A cultura masculina na
sociedade, que reserva ao homem o espaço público e os cargos de direção, funciona dessa
maneira também nas instituições e sindicatos.
O movimento sindical, historicamente masculino, não aceitava mulheres associadas
até início dos anos 1980. Hoje, as mulheres vêm ocupando cargos nas direções executivas, o
que não significa que os sindicatos tenham mudado suas práticas discriminatórias. (BONI
2006)
Siqueira (2003) diz que mesmo com a abertura do espaço sindical para as mulheres e a
instauração da cota mínima de 30% de participação feminina estabelecida pela Central Única
dos Trabalhadores - CUT, não há muitas mulheres nos cargos de direção. Segundo este autor,
elas ficam 'escondidas' nos quadros de apoio, ou não participam igualmente, já que o sindicato
não evoluiu quanto às suas práticas cotidianas, ainda discriminatórias.
24
É uma batalha constante aliar reivindicações de classe à busca por igualdade de gênero
e poder. No caso das Secretárias, por se tratar de uma profissão majoritariamente feminina,
ela não encontra barreiras e impedimentos para a atuação em sindicatos.
4.4 Secretariado: escorço histórico e evolução profissional
De acordo Solange Giorni (2007), presidente do SINDSEMG, a profissão de
Secretariado é uma das mais antigas do mundo, pois é originária dos antigos escribas
egípcios, sendo suas funções relacionadas basicamente às tarefas de administração,
organização, leitura e gestão de processos.1
Não há muitos registros sobre a origem desta profissão, porém conforme Sabino
(2004), sua origem remonta à Dinastia Macedônica, de Alexandre Magno (356 a.C. a 323
a.C.) em que os escribas o serviam, tanto na composição de seus exércitos quanto no registro
escrito de grandes feitos.
Sob o ponto de vista de Sabino e Rocha (2004, p.5), “formar-se escriba significava
ingressar na classe oficial, culta...” O escriba, era um profissional altamente especializado,
possuidor de conhecimentos em administração de processos em geral, contabilidade,
matemática e para tornar-se tal, era necessário freqüentar escolas importantes. Eram muito
valorizados, sendo eles os responsáveis por registros de batalhas, proteção de pergaminhos e
também exerciam a função de conselheiros de reis e governantes.
Da época dos escribas até meados da Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918) a
profissão de Secretário Executivo era exercida majoritariamente por homens, todavia a partir
deste momento histórico, o mercado de trabalho começa a se abrir para as mulheres, com o
objetivo de suprir a carência de mão-de-obra masculina que se encontrava na guerra.
A partir de 1940, um fato histórico, segundo Sabino e Rocha (2004) foi extremamente
significativo para a efetivação desta mudança: a homenagem ao centenário de nascimento da
primeira datilógrafa – Lílian Sholes e o primeiro concurso de datilografia onde a presença
1 Extraído de www.sindsemg.com.br Acesso em 20/04/2007
25
feminina predominou. Posteriormente na data de realização deste concurso (30 de setembro)
foi instaurado o Dia da Secretária.
Segundo Bruno (2006), o surgimento das mulheres na área secretarial no Brasil, é
notado mais freqüentemente com o aparecimento das primeiras indústrias automobilísticas,
durante meados da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). As filhas de imigrantes, com
formação escolar, domínio de outro idioma e habilidades para datilografar se encarregaram de
assessorar estes grandes empresários. Porém hoje, conforme Solange Giorni (2007), somente
10% destes profissionais são do sexo masculino.
Bruno (2006) afirma que antes do advento das tecnologias da informação, o
profissional de Secretariado era exclusivamente voltado às atividades classificadas como
técnicas secretariais, por exemplo, atendimento telefônico, anotação de recados, controle de
agenda, recepção de visitantes, organização e manutenção de arquivos, datilografia, reserva de
passagens e hotéis, entre outras.
Estas tarefas refletiam exatamente como se configurava o perfil e visão equivocada
deste profissional como um mero executor de ordens e atividades repetitivas.
Com o advento da globalização, mudanças tecnológicas, informacionais e de
automação, as empresas foram se adaptando às necessidades e os profissionais
conseqüentemente tiveram que se atualizar e se reciclar. Neste sentido o perfil do Secretário
Executivo mudou drasticamente acompanhando as tendências do mercado.
A profissão passou a ser considerada como essencial, a partir da Semana de Arte
Moderna em 1922, quando se tomou as mais diversas conotações e nomenclaturas: auxiliar de
escritório, assistente pessoal, assistente administrativo, assessora, secretária e secretário
executivo.2
Dentre as atividades atribuídas a este profissional nos dias atuais estão:
“Assessorar executivos, planejar, organizar e gerenciar trabalhos de secretariaexecutiva, elaborar e executar o fluxo de informações e de conhecimentosestratégicos; exercer a prática de conhecimentos éticos e protocolares parapromover e participar da melhoria do processo de gestão e desenvolvimento
2 Extraído de www.secretariado.fib.br Acesso em 25/04/2007
26
das organizações públicas e privadas, na busca do aumento de produtividade ecompetitividade. Neste sentido, caberá a ele exercer um novo papel dentro dasorganizações, gerenciando setores e pessoas, utilizando novas tecnologias,inovando, enfrentando mudanças culturais, econômicas, políticas, sociais eprofissionais, com sensibilidade e lucidez para diagnosticar e gerenciarsoluções para situações de conflitos e resistência a mudanças, com visãoempreendedora.” (CATÁLOGO DE GRADUAÇÃO UFV, 2003).
Sob este contexto percebe-se a multifuncionalidade deste profissional, a visão
abrangente de todos os processos de uma empresa e uma grande facilidade de adaptação e
trabalho em equipe para qualquer atividade no mundo contemporâneo.
Desta forma, os Secretários Executivos devem estar preparados para atuar em
qualquer tipo de situação empresarial, possuindo conhecimentos das mais variadas disciplinas
como Contabilidade, Economia, Matemática Financeira, Recursos Humanos, Língua
Portuguesa, Idiomas estrangeiros, Informática entre outros, através de reflexão, gerindo
conhecimentos, empreendimentos e atuando com liderança.
Carvalho & Grisson (2002), confirmam este pensamento dizendo que a conseqüência
de todas estas transformações para o profissional de Secretariado Executivo foi a evolução de
sua imagem profissional e uma modificação na sua identidade.
Segundo Maeker (2002) os Secretários Executivos vem merecendo enorme atenção da
área empresarial:
“Por se tratar de um agente facilitador, que toma decisões, solucionaconflitos e trabalha em equipe, separando fatos de opiniões, pensamentos desentimentos, analisando o contexto e aplicando soluções de acordo com asconseqüências, isto tudo com excelente habilidade de comunicação oral eescrita em vários idiomas.” (MAEKER, 2002:32).
Por estes motivos expostos, percebe-se que a profissão de Secretariado Executivo
volta a possuir significativo status que possuía na época dos escribas egípcios, sendo
considerado um profissional dinâmico, atualizado, preparado e possuidor de alta importância
nas grandes decisões e merecedor de confiança em uma empresa.
Apesar de ainda existirem alguns preconceitos, tabus e uma visão distorcida da
profissão, sendo ela algumas vezes ainda relacionada à simplesmente um profissional
executor de tarefas rotineiras, pode-se afirmar que este quadro está se invertendo rapidamente,
27
devido aos novos cursos de graduação e qualificação, às recentes pesquisas científicas, à
atuação dos próprios profissionais que passam a se impor frente ao mercado, bem como ás
conquistas sindicais.
4.5 O Sindicato das Secretárias
Bruno (2006) diz que o movimento de organização de classe dos profissionais de
secretariado brasileiro é referência para países asiáticos, europeus, africanos e, inclusive, para
os Estados Unidos.
O sindicato das Secretárias incentiva os profissionais desta categoria a se associarem
ao Sindicato, o que pode ser visto em seu Código de Ética, um dos instrumentos básicos para
o direcionamento correto da atuação dos Secretários Executivos como profissionais:
Art.12º. - A Secretária e o Secretário devem participar ativamente desuas entidades representativas, colaborando e apoiando os movimentos quetenham por finalidade defender os direitos profissionais. (Diário Oficial daUnião de 7 de julho de 1989).
Essa organização sindical teve início na década de 60, com o surgimento do “Clube
das Secretárias”, formada por profissionais da área, que foram responsáveis pelos primeiros
movimentos sindicais e alavancaram a organização da categoria de classe do Secretariado no
Brasil.3
Segundo Figueiredo apud Bruno (2006) na década de 70, começaram a surgir
movimentos isolados como o da Associação das Secretárias do Rio de Janeiro (o pioneiro) e a
Associação das Secretárias do Brasil (ASB) em São Paulo. A partir deste momento, as
associações multiplicam-se pelo país, surgindo a necessidade de uma instituição que
garantisse representatividade nacional para a categoria, desta forma, foi criada a Associação
Brasileira das Entidades Secretariais (ABES) em 1976.
A ABES, ao atuar como grupo de interesse e pressão de uma categoria profissional
organizada, conseguiu, por suas ações junto aos poderes executivo e legislativo, vários
avanços e conquistas para a categoria como mostra também Bruno (2006):
3 Extraído do Relatório de Atividades do SINDSEMG 2005.
28
Dia nacional da Secretária, pela Lei nº. 1.421 de 1977,
Primeiro processo de reconhecimento da profissão pela Lei nº. 6.556 de 1978,assinada pelo presidente Ernesto Geisel,
Regulamentação da profissão pela Lei nº. 7.377 de 1985, assinada pelo presidenteJosé Sarney,
Reconhecimento do Profissional de Secretariado como Categoria diferenciada pelaportaria do Ministério do Trabalho nº. 3,103 de 1987.
Dentre as principais conquistas decorrentes da atuação ABES a regulamentação
profissional foi do ponto de vista da inserção dos profissionais no mercado de trabalho e da
valorização e reconhecimento dos serviços prestados por eles, a mais importante. A partir
deste momento o exercício desta profissão deveria seguir algumas regras como:
Ter representatividade sindical,
Acatar o que determina a Lei nº. 7.377 de 1985
Respeitar todos os instrumentos legais que regem a relação do trabalho com ocapital por meio de Acordos, Convenções e Dissídios coletivos.
Nessa conjuntura de fortalecimento e institucionalização da categoria profissional, foi
realizado em 1988 o I Encontro de Estudos sobre Sindicalismo para Dirigentes Secretariais,
contando com a presença de vários representantes estaduais, objetivando conseguir
esclarecimentos e diretrizes básicas para a criação dos Sindicatos, bem como forma de
atuação a níveis estaduais.
A Associação do Distrito Federal, representada por Vânia Figueiredo, liderou a
formação do Grupo Sindicalista Força 16 composto pelos representantes dos estados de
Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pará,
Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul. As
representantes destes estados elaboraram cartas sindicais que foram entregues ao Ministro do
Trabalho na abertura do I Encontro Interestadual do Sindicato das Secretárias (1988)
organizado pelo Sindicato do Rio Grande do Sul em Brasília. Nesta etapa foi solicitada a
criação dos Sindicatos do Amazonas e Ceará.
29
A partir deste encontro, iniciou-se uma nova etapa nos movimentos na luta secretarial.
Como havia mais de cinco sindicatos estaduais, de acordo com a Consolidação das Leis
Trabalhistas (CLT) poderia ser criado uma unidade nacional de representação.
Deste modo, em 1988 é fundada a Federação Nacional das Secretárias e Secretários
(Fenassec) sendo sua primeira presidente Leida Maria Mordenti, substituindo a antiga ABES
e contendo os seguintes objetivos e áreas de atuação:
Objetivos:
Desenvolvimento do ser humano como um todo: do estudante aoaposentado, sempre em sintonia com os padrões internacionais e devanguarda, por tratar-se de uma das profissões que mais cresce nomercado.
Busca do equilíbrio entre capital e trabalho.
Trabalho totalmente independente e autônomo.
Áreas de Atuação:
Educação Profissional: Formação Acadêmica, Técnica e Cultural,objetivando a implementação de um currículo básico.
Conscientização de Cidadania: Direitos e deveres do cidadão e sua funçãosocial.
Assuntos legais: Acordos salariais, assistência jurídica.
Ética: Imagem da profissão e do profissional, desempenho profissional,luta contra a discriminação no trabalho.
Social: Eventos/Cursos sociais e integração.4
Neste momento, a categoria secretarial passa a ter efetivamente uma
representatividade legal, com base no Sindicato como instrumento de representação local e
regional e federação com a atuação nacional. Como forma de ampliar e fortalecer sua atuação
para o âmbito nacional, a Federação Nacional opta por estabelecer parceria com a
Confederação Nacional dos Trabalhadores do Comércio (CNTC) que já entendia a
importância estratégica que o Secretário Executivo dentro de uma empresa. Dessa forma a
Federação Nacional das Secretárias e Secretários (Fenassec) ao se unir à CNTC, deixa de lado
4 Extraído de www.fenassec.com.br – Acesso em 30/04/2007
30
as tradicionais articulações entorno das centrais sindicais como elemento de articulação dos
grupos de interesses profissionais, conseguindo ampliar sua base de atuação sem perder sua
autonomia e identidades. (BRUNO, 2006).
Bruno (2006) ressalta também que atualmente a Federação vem se empenhando para a
criação de um Conselho Federal, que permitirá que os próprios Secretários façam a gestão e o
registro, entre outras atribuições, para o exercício e fiscalização da profissão.
4.6 O Sindicato das Secretárias de Minas Gerais (SINDSEMG) 5
A organização da categoria das secretárias e secretários no Estado de Minas, começou
na década de 60, em Belo Horizonte, com Nair Gontijo, secretária do Hospital Júlia
Kubstichek, que organizava reuniões anualmente com as secretárias daquele hospital, para
comemorar o dia da Secretária. Ao grupo, foram se juntando outras secretárias, entre elas,
Maria Auxiliadora Rocha de Mattos, que mais tarde veio a ser a primeira Presidente da
Associação de Secretárias. Varias reuniões e encontros foram realizados, tendo como objetivo
principal o reconhecimento da profissão e a criação da associação de secretárias.
Em setembro de 1978, foi criada a Associação das Secretárias do Estado de Minas
Gerais - ASSEMG, reconhecida como entidade de Utilidade Pública no âmbito estadual,
através da lei 8.375, de 21/12/1982. A ASSEMG se integrou às demais associações da
categoria; existentes no País, amparadas pela Associação Brasileira de Secretárias, criada em
07/09/76. Esta lei, apesar de representar um avanço, era insuficiente para atender às
necessidades, mas, a ABES já havia colocado em tramitação no Congresso Nacional, um
projeto de regulamentação da profissão, desde 1975.
O projeto de regulamentação demorou 10 anos. Sua aprovação ocorreu em 30/85. A
demora na obtenção de uma lei satisfatória se deu em função de que o Brasil viveu por longos
anos um regime autoritário, o que impediu a discussão das reivindicações da classe, já que as
associações civis, não tinham respaldo legal para difundir em temos jurídicos os direitos
profissionais das secretárias.
5 Fonte: Arquivo do SINDSEMG.
31
A partir daí, esta primeira associação de secretárias sentiu a necessidade de um
enquadramento sindical, objetivo tenazmente perseguido. Nas reuniões da associação,
decidiram procurar o Ministro do Trabalho, Dr. Almir Pazzianotto, que inicialmente se propôs
a ajudar e acompanhar a efetividade dos trabalhos de divulgação e valorização profissional.
Neste sentido, a ASSEMG foi transformada em 23/08/1987, em Associação
Profissional (APROSSEMG) e logo depois em sindicato. Em 30/11/1987 a APROSSEMG
transformou-se em sindicato, reconhecido pelo Ministério do Trabalho através do processo nº
24.11.340/87 em 4/2/1988.
O SINDSEMG é uma entidade responsável pela defesa dos interesses da categoria,
desenvolve um trabalho singular, autônomo, independente, apolítico, desfiliado de centrais
sindicais, voltado, não somente para a qualificação, conscientização e desenvolvimento da
Secretária, mas também para suas condições sociais. É constituído para fins de estudo,
coordenação, proteção e representação legal da categoria profissional Secretárias (os) e
Técnicos em Secretariado, na base territorial do Estado de Minas Gerais, exercendo suas
prerrogativas para toda a categoria, independente da denominação assinalada na Carteira de
Trabalho e Previdência Social e/ou atos designatários diversos, junto aos entes de direito
público externo e da administração pública direta e indireta dos Municípios, do Distrito
Federal, dos Estados e da União; junto ao setor privado em geral; junto às entidades sindicais
profissionais e/ou econômicas, bem como junto aos estabelecimentos de ensino, as Fundações
e as Associações Civis, visando melhoria nas condições de vida e trabalho de seus
representados, tendo como princípio básico a liberdade e autonomia, preservando a unicidade
sindical e solidariedade profissional.
Em 26/7/92, alugando uma casa comercial, na Avenida Barbacena, no Bairro Barro
Preto em Belo Horizonte e ainda, implantando alguns serviços como, por exemplo: “Plantão
de atendimento” efetuado pela diretoria, através de rodízio; a implantação do serviço de
expansão do “Quadro Associativo”, concedendo algumas vantagens na filiação; implantamos
o “Centro de Treinamento”, que era dirigido pela diretora Fátima Soares. Muitos outros
projetos foram desenvolvidos; alguns chegaram a bom termo, outros tiveram que ser
postergados por serem inexeqüíveis no momento.
32
A primeira diretoria do Sindicato tinha como presidente a senhora Maria Antonieta
Ferreira Mariano e, como vice-presidente a senhora Fátima do Espírito Santo Soares. O corpo
diretivo do Sindicato sempre foi formado por profissionais com formação específica, muita
experiência no mercado de trabalho, portanto, conhecedoras das dificuldades e deficiências da
profissão.
Algumas das ações desta diretoria foram:
Atendimento ao público (para atender em média 30 ligações diárias e 15 consultas pordia)
Assessoria Jurídica: O Sindicato tem convênio com um escritório de advocacia, cujosadvogados defendem os direitos dos filiados em causas trabalhistas, dando todo apoiolegal, sem ônus para as profissionais.
Balcão de emprego: a partir da solicitação (perfil indicado) das empresas, oSINDSEMG, seleciona três currículos que estejam dentro da solicitação, procurandoatender também os anseios da secretária. O SINDSEMG já recoloca no mercado detrabalho, uma média de três profissionais ao mês. O sucesso desse trabalho se deve emparte pela qualidade e eficiência dos profissionais encaminhados.
Assistência médica, odontológica etc. O sindicato efetuou diversos convênios nestessetores, com descontos e facilidades de pagamentos.
Delegacias Regionais que funcionariam como extensões do sindicato, devendo serinstaladas onde o número de profissionais a ser atendido seja elevado. O SINDSEMGfez várias tentativas de criá-las, em Montes Claros, e Juiz de Fora, entretanto o projetonão prosseguiu.
Biblioteca Organizados com assuntos relacionados à profissão, facilitando em muitoas pesquisas das secretárias acadêmicas, que possui, cerca de 400 volumes.
Professional Secretaries International (PSI) - Capítulo Brasil A PSI, associaçãoamericana com mais de 50 anos de existência, é mais um importante passo para asecretária ficar conectada ao mundo e informada das ações de sua profissão. Foicriada, no Brasil, em 1994, durante o 9º Congresso Nacional de Secretariado. MinasGerais integra este capítulo pela participação de sua presidente.
A força da categoria induziu também a entidades acadêmicas e escolas de nível médio
a reconhecer a necessidade de corresponder aos apelos do mercado de trabalho. Nesta
perspectiva, foi criado o curso superior em Secretariado Executivo Bilíngüe, criado 1981,
pioneiro em Minas Gerais, pelo Instituto Mineiro de Ciências Administrativas e Tecnológicas,
hoje, sob a responsabilidade do UNICENTRO - Newton Paiva. O SINDSEMG, participa
33
ativamente das atividades do curso, quer seja, através de palestras informativas sobre
sindicalismo, mercado de trabalho etc. ou pela sua participação direta de duas de suas
diretoras, Maria Alice de Moura e Fátima Soares, que integram o corpo docente da
universidade. O UNICENTRO se tornou, com o passar do tempo, o maior parceiro do
sindicato, colaborando em todos os sentidos para o seu crescimento e expansão.
Atualmente o sindicato possui 160 associados no estado de Minas Gerais e 90% deste
são mulheres que exercem a profissão de Secretária, contudo, quanto à divisão entre
estudantes e profissionais, não foi possível obter esta informação.
34
5. ANÁLISE DE DADOS
5.1 Os Estudantes e Profissionais de Secretariado Executivo
5.1.1 Estudantes
A princípio serão expostos os dados coletado com a utilização de questionários
aplicados em 20 estudantes do curso de Secretariado Executivo Trilíngue da UFV, formandos
do mês de agosto de 2007 e possíveis formandos de janeiro de 2008. Os questionários foram
aplicados entre os dias 24 de maio a 6 de junho de 2007 na cidade de Viçosa (MG). Foram
elaboradas questões relativas a aspectos gerais sobre o mundo do trabalho, sindicalismo, o
Sindicato das Secretárias de Minas Gerais (SINDSEMG), a visão e as expectativas dos
estudantes a respeito da profissão.
Dos estudantes entrevistados, conforme se pode observar no Gráfico 1, 35% deles
consideram que o objetivo de um sindicato atualmente é promover melhores condições de
trabalho para a profissão, enquanto que 65%afirmam que o objetivo de um sindicato é
representar os profissionais perante outras associações, ao governo, etc.
35
35%
65%
Promover melhores condições trabalhoRepresenta os profissionais frenta a associações, governo etc.
Gráfico 1: Objetivos dos sindicatos na visão dos formandos do Curso deSecretariado Executivo –UFV- 2007.
No que diz respeito à atuação profissional dos estudantes antes da conclusão do curso,
o Gráfico 2 informa que 70% dos estudantes entrevistados ainda não trabalham na atividade
para a qual estão se preparando, enquanto 30% destes já trabalham exercendo função de
secretário. Tal situação nos mostra que ainda é baixo o percentual de estudantes que atuam
diretamente na área de formação, mesmo em uma universidade de reconhecida excelência
como a Universidade Federal de Viçosa, onde a possibilidade de realização de estágios
permite aos estudantes iniciar o exercício de suas atividades profissionais mesmo antes de
terem concluído o curso.
30%
70%
Trabalham como secretário (a) Não Trabalham como secretário (a)
Gráfico 2: Área de atuação dos formandos do Curso de Secretariado Executivo –UFV- 2007.
36
Todos os estudantes entrevistados afirmaram que ainda não estão filiados ao
SINDSEMG nem a algum sindicato de outra categoria. Tal situação se explica pelo fato da
filiação ao sindicato demandar a conclusão do curso em escola reconhecida pelo Ministério da
Educação, não sendo permitida a filiação de pessoas não habilitadas ao exercício da profissão.
Os estudantes podem se associar com o objetivo de participar das atividades do sindicato,
cursos, palestras e eventos.
Neste sentido, 80% dos estudantes disseram que pretendem se associar a algum
sindicato quando se graduarem e consideram importante para a profissão participar do
sindicato. Apenas 20% afirmaram que não possuem interesse e não consideram sua
participação importante.
O Gráfico 3 mostra que 60% dos estudantes formandos consideram que receberam, no
decorrer do curso, informações suficientes sobre o universo sindical e o papel dos sindicatos
nas relações entre capital e trabalho, enquanto 40% afirmaram que não receberam estas
informações, obtendo-as fora da sala de aula através de internet e eventos.
40%
60%
Bons conhecimentos Poucos conhecimentos
Gráfico 3: Conhecimento dos formandos do Curso de Secretariado Executivo –UFV sobre o universo sindical – 2007.
Quanto às informações a respeito do histórico da profissão de Secretário e suas
relações de trabalho, 85% disseram ter recebido todas estas informações de maneira sólida
durante a graduação e apenas 15% consideraram que as informações neste sentido, durante o
curso, não foram suficientes, conforme se pode observar pelo Gráfico 4 apresentado a seguir.
37
Gráfico 4: Grau de satisfação dos formandos do Curso de SecretariadoExecutivo – UFV sobre o conhecimento adquirido a respeito da profissão de
Secretariado - 2007.
Como mostra o gráfico 5, metade dos estudantes, afirmou que durante a graduação não
obteve informações suficientes a respeito de legislação social e direito dos trabalhadores o que
nos mostra que estas disciplinas poderiam ser mais exploradas para que estes temas fossem
mais conhecidos pela maioria dos estudantes e consequentemente pelos futuros profissionais.
Gráfico 5: Informações a respeito sobre legislação social e direito do trabalho deacordo com os estudantes de Secretariado Executivo – UFV 2007.
De acordo com o Gráfico 6, pode-se observar que 55% dos questionados afirmaram
que o que foi mais importante para o reconhecimento e regulamentação da profissão foram as
novas tecnologias, globalização e necessidades de mercado, 30% afirmaram que este fato se
deve aos profissionais melhor qualificados e multifuncionais, apenas 5% consideram que foi
85%
15%
Satisfeitos Insatisfeitos
50%
50%
Tiveram Informações Não tiveram informações
38
devido aos cursos técnicos e superiores criados recentemente e a mesma quantidade (5%) à
lutas sindicais e também a outros fatores, explicitados como todas as alternativas descritas.
De acordo com a bibliografia analisada, os estudantes não possuem muitas
informações a respeito de todas as ações e atividades realizadas pelo Sindicato em prol da
evolução do profissional de Secretariado e apenas tem em mente que a evolução da profissão
se deve praticamente às novas tecnologias, mercado e profissionais melhor qualificados.
55%
5%
30%
5% 5%
Novas tecnologias e mercado Cursos superiores e técncisoProfissionais melhor qualificados Conquistas sindicaisOutras
Gráfico 6: Fatores importantes para o reconhecimento e regulamentação da profissão deSecretariado na visão dos estudantes - 2007.
Conforme a Tabela 1 percebe-se que 85% dos estudantes consideram que a profissão
sofre preconceito de gênero sendo percebida por parte da sociedade ainda com visão
equivocada e distorcida do que realmente é, porém 90% dos questionados acreditam que
quando o profissional de secretariado executivo atua como líder sindical ele não sofre
preconceito de gênero.
% Estudantes Opinião sobre preconceito
85%Consideram que a profissão sofre preconceito de
gênero
90%Consideram que os líderes sindicais não sofrem
preconceito de gênero
Tabela 1: Observações dos formandos do Curso de Secretariado Executivo –UFV sobre o preconceito na profissão e na atuação sindical dos Secretários (as) – 2007.
39
Todos os estudantes afirmaram que o Sindicato pode atuar no aprimoramento e
melhoria da inserção do profissional de Secretariado no mercado de trabalho através de cursos
profissionalizantes, eventos, palestras, congressos entre outros. 95% dos estudantes
consideram que o profissional de Secretaria do Executivo consegue se inserir no mercado de
trabalho mesmo antes de se formar, considerando que isto se deve às necessidades de mercado
e à vasta competência e habilidades destes profissionais possuem podendo atuar em diversas
áreas e segmentos de mercado.
5.1.2 Profissionais
Nesta seção serão analisados os dados coletados pela aplicação de questionários a 20
profissionais graduados em Secretariado Executivo Trilíngue pela UFV. Os questionários
também foram aplicados entre os dias 24 de maio e 8 de junho, porém foram enviados por e-
mail para os respectivos colaboradores. Foi utilizado neste caso, o mesmo questionário com
apenas a diferenciação no contexto das perguntas no caso dos avaliados já serem graduados.
Conforme se pode observar no Gráfico 7, a seguir, os profissionais avaliados, 80%
deles consideram que o objetivo de um sindicato atualmente é promover melhores condições
de trabalho para a profissão, enquanto que 20% afirmam que o objetivo de um sindicato é
representar os profissionais frente outras associações ao governo, etc.
80%
20%
Promover melhores condições de trabalho Representar os profissionais
Gráfico 7: Objetivo do Sindicato na visão dos Profissionais -2007.
Apenas 20% dos avaliados afirmaram ser filiados ao SINDSEMG e nenhum deles está
filiado a outro sindicato. Neste sentido, foi questionado seu interesse em se filiar, porém
apenas 40% mostraram este interesse.
40
Quanto às informações a respeito do histórico da profissão de Secretário e suas
relações de trabalho, 70% disseram ter recebido todas estas informações de maneira sólida
durante a graduação e apenas 30% consideraram que as informações neste sentido, durante o
curso, não foram suficientes sendo a experiência profissional o que permitiu agregar mais
conhecimentos sobre o tema. Metade dos profissionais afirmou que durante a graduação não
obteve informações suficientes a respeito de legislação social e direito dos trabalhadores. Tal
situação reproduz uma deficiência na formação dos profissionais, anteriormente apontada
pelos estudantes. Os profissionais também afirmaram que foi através da prática profissional
que começaram a ter interesse e contato com as questões trabalhistas.
75% dos profissionais entrevistados afirmaram que receberam informações suficientes
sobre o universo sindical e o papel dos sindicatos nas relações de capital e trabalho durante a
graduação e 25% afirmaram que não receberam estas informações, obtendo-as fora da sala de
aula através de Internet, experiência de trabalho e eventos como se pode observar no gráfico
8:
Gráfico 8: Informações sobre o universo sindical e legislação social dosprofissionais – 2007.
De acordo com o Gráfico 9, pode-se observar que 40% dos questionados afirmaram
que o que foi mais importante para o reconhecimento e regulamentação da profissão foram as
novas tecnologias, globalização e necessidade de mercado, 20% afirmaram que este fato se
deve aos profissionais melhor qualificados e multifuncionais, apenas 10% consideram que foi
75%
25%
Receberam informações sobre universo sindical e legislaçãoSocial durante a graduação
Obtiveram estas informações extra-classe e com aexperiencia profissional
41
devido aos cursos técnicos e superiores criados recentemente e 30% à lutas sindicais e
também a outros fatores, explicitados como todas as alternativas descritas.
40%
20%10%
30%
Novas tecnologias e mercado Cursos superiores e técnicos
Profissionais melhor qualificados Conquistas sindicais
Gráfico 9: Fatores importantes para o reconhecimento e regulamentação daprofissão de Secretariado na visão dos profissionais - 2007.
Cerca de 70% dos profissionais entrevistados consideram que a profissão sofre
preconceito de gênero e 30% consideram que com todos os avanços adquiridos pela profissão
este preconceito está diminuindo. Num patamar próximo ao observado entre os graduandos,
cerca de 90% dos entrevistados afirmam que o profissional de secretariado executivo não
sofre preconceito de gênero quando atua como líder sindical.
Todos os profissionais afirmaram que o Sindicato pode atuar no aprimoramento e
melhoria da inserção do profissional de Secretariado no mercado de trabalho através de cursos
profissionalizantes, eventos, palestras, congressos entre outros. Neste sentido também foi
questionado o que poderia ser melhorado na graduação em Secretariado, e foram
mencionados (como no caso dos estudantes entrevistados) o estudo e aprofundamento de
disciplinas da área de legislação, administração, sociologia e recursos humanos.
A grande maioria dos profissionais entrevistados, cerca de 90%, considera que o
profissional de Secretariado Executivo consegue se inserir no mercado de trabalho mesmo
antes de se formar, considerando que isto se deve às necessidades de mercado e à vasta
competência e habilidades destes profissionais podendo atuar em diversas áreas, porém na
maioria delas é isto o que ocorre, sendo o profissional admitido para exercer outras funções na
maioria das vezes.
42
Um percentual expressivo, 45% dos profissionais graduados analisados não trabalha
como secretário (a) enquanto 55% destes trabalham exercendo função de secretário, conforme
se pode observar pelo Gráfico 10 a seguir.
55%
45%
Trabalham como secretário (a)Não Trabalham como secretário (a)
Gráfico 10: Graduados do curso de Secretariado da UFV que atuam na profissão– 2007.
Esses dados se, por um lado, indicam que um percentual expressivo dos formandos
não consegue emprego, ou mesmo trabalho, em sua área de formação profissional, fato que se
repete em relação a diversas outras profissões e é decorrente, entre outras coisas, do chamado
desemprego estrutural. Apontam também uma expressiva empregabilidade desses
profissionais do Secretariado e a existência de demanda para essa profissão no mercado de
trabalho, indiciam também.
Apenas 30% dos avaliados afirmaram ser filiados ao SINDSEMG e nenhum deles está
filiado a outro sindicato. Neste sentido, foi questionado seu interesse em se filiar, porém
apenas 40% mostraram este interesse.
Quanto às informações a respeito do histórico da profissão de Secretário e suas
relações de trabalho, 70% disseram ter recebido todas estas informações de maneira sólida
durante a graduação e apenas 30% consideraram que as informações neste sentido, durante o
curso, não foram suficientes sendo a experiência profissional agregado muitos conhecimentos
neste sentido.
43
5.2 “Líderes Sindicais” do SINDSEMG
Inicialmente, o objetivo desta seção do presente trabalho foi analisar o exercício da
atual presidência do SINDSEMG, bem como da gestão anterior a esta, porém após vários
contatos realizados com a presidente atual do Sindicato, esta não pode contribuir com a
pesquisa. Dessa forma, foi realizada somente uma entrevista semi-estruturada apenas com a
ex-presidente do SINDSEMG Maria Antonieta Ferreira Mariano, que foi uma das fundadoras
do sindicato e o presidiu por onze anos. Atualmente ela trabalha na Federação e Sindicato das
Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais como Gerente de
Administração.
Segundo a ex-presidente, a criação do SINDSEMG:
“Não foi nada fácil. Mas contamos com uma diretoria engajada na profissãoe sedenta por crescimento e desenvolvimento profissional. Porém sua criação foiimportante, pois ampliou a consciência do profissional e a valorização peloprofissional que passou a ser mais conhecido em função das atividades sindicaiscomo por exemplo: As Negociações Coletivas.” (Entrevista, 2007)
Durante o processo de criação do Sindicato ela afirma que:
“A profissão era considerada eminentemente feminina e os homens, quando adesempenhavam, usavam outras nomenclaturas como: Chefe de Gabinete, AuxiliarAdministrativo etc. Não havia preconceito quanto à atuação sindical e mais emrelação aos homens que exerciam a profissão.” (Entrevista, 2007)
Atualmente, segundo Maria Antonieta o preconceito existe, porém numa escala bem
menor.
“Hoje, nas grandes indústrias, existem os profissionais de secretariado deescritório e os profissionais de secretariado de fábrica que são exercidos em suamaioria por homens, haja vista ainda, os sindicatos presididos por homens e osinúmeros formados nos cursos de secretariado”. (Entrevista, 2007)
Segundo ela, não somente a atuação do Sindicato, mas principalmente da Federação e
da própria categoria contribuiu para a mudança no perfil da profissão.
“Defender a reputação da classe, sempre alvo de comentários absurdos;Preservar a imagem contra propagandas, anúncios, novelas, que ferem os princípiosda profissão. Estar sempre vigilante com essa questão da imagem e do preconceitoforam e são ações empenhadas até hoje. Considerando os últimos 10 anos, hoje aprofissão de secretariado é vista com muito mais respeito”. (Entrevista, 2007)
44
O objetivo do Sindicato atualmente na sua visão:
“Continua sendo: a defesa do profissional, seu crescimento que se dá atravésdas Negociações Coletivas, de cursos palestras Por direito legal somente ele poderepresentar o profissional de secretariado”. (Entrevista, 2007)
No seu ponto de vista:
“A participação das estudantes e secretárias é bem ativa. O Sindicatofunciona como fonte de pesquisa, atualização e ainda encaminhamento profissionalatravés do seu Banco de Emprego na internet, porém atualmente possui somente 160associados no estado de Minas Gerais, contando com estudantes e profissionais”.(Entrevista, 2007)
Maria Antonieta comenta ainda que a pouca participação dos trabalhadores e
estudantes se deve à cultura brasileira e não a nenhum tipo de preconceito. Ela afirma:
“Acredito que esta participação faz parte da cultura brasileira. Outro fatoragravante e a pouca disponibilidade para estas atividades. A constante evolução domundo moderno, não deixa muito espaço para as pessoas que estão sempredesempenhando diversos papéis”. (Entrevista, 2007)
A partir destas informações, percebe-se que o SINDSEMG passou por grandes
dificuldades para sua criação, porém explicita-se que o diferencial deste Sindicato foram
pessoas muito engajadas e comprometidas com a profissão, que lutaram e que são
responsáveis por todas as conquistas adquiridas que foram citadas.
Desta forma, nota-se a grande relevância dos empreendimentos deste Sindicato para a
evolução dos profissionais de Secretariado Executivo e bem como da importância da
continuidade destas atividades para desenvolvimento contínuo do próprio Sindicato e da
profissão.
45
6. CONCLUSÕES
Após serem cumpridos os objetivos desta pesquisa, conclui-se que foram encontrados
vários aspectos contributivos para as pesquisas sobre Trabalho, Sindicalismo e Secretariado
Executivo.
A partir da revisão bibliográfica realizada e dos questionários analisados dos
estudantes e profissionais de Secretariado Executivo, percebeu-se que os sindicatos perderam
um pouco o foco da atenção dos trabalhadores, não tendo muita participação de profissionais
nem despertando tanto interesse entre os estudantes.
Porém não se pode afirmar que a pequena participação nos sindicatos se deva a algum
preconceito, mas pode-se dizer que se deve mais a uma cultura existente, de que os sindicatos
têm um papel apenas de simbólico frente aos trabalhadores, de representação perante o
governo e outras instituições.
Isto pode ser confirmado a partir do gráfico 7 (página 38) que mostra que 20% dos
trabalhadores consideram que o objetivo de um sindicato é apenas representar os profissionais
e da mesma maneira isto pode ser observado no gráfico 1 (página 34) que explicita que 65%
dos estudantes também tem esta visão e não promover melhores condições de trabalho.
A pouca participação nos sindicatos, de acordo com os dados analisados, pode-se dizer
que se deve a uma transposição dos profissionais para outros tipos de empregos e atuação em
46
outras atividades como explicitado no gráfico 10 (página 41), que mostra que 45% dos
graduados em Secretariado Executivo não trabalham exercendo atividades desta profissão.
Ademais, percebeu-se que no caso do Sindicato das Secretárias a existência de
preconceito de gênero na atuação como um líder sindical é considerada pequena, sendo que a
luta sindical se sobrepõe a isto, o que nos mostra o motivo do destaque das realizações e
conquistas deste Sindicato.
O Sindicato funciona atualmente como fonte de pesquisa, atualização e ainda
encaminhamento profissional através do seu banco de empregos que é muito consultado pelos
profissionais e estudantes, tornando-se uma referência para se obter informações sobre a área
e inserção profissional.
Foram vários aspectos importantes para o reconhecimento da profissão citados nesta
pesquisa como necessidade de mercado, novas tecnologias, cursos superiores e técnicos e
profissionais melhor qualificados, porém deve-se ressaltar a importância das realizações deste
Sindicato para esta categoria como o reconhecimento e regulamentação profissional.
Neste sentido, de acordo com 30% dos profissionais entrevistados, a regulamentação e
reconhecimento da profissão se devem à atuação dos sindicatos, o que pode ser visto no
gráfico 9 (página 40), enquanto que apenas 5% dos estudantes entrevistados consideraram a
atuação dos sindicatos relevante para o reconhecimento da profissão segundo o gráfico 6,
(página 37).
Conforme o gráfico 7 (página 38), 80% dos profissionais entrevistados afirmam que o
objetivo do Sindicato é promover melhores condições de trabalho o que evidencia a
importância da atuação do sindicato.
Em suma, conclui-se após a realização deste estudo, que o SINDSEMG não possui
uma participação muito intensa junto à base profissional que pretende representar. Contudo,
ressalta-se a importância desta pesquisa, para explicitar aos profissionais e estudantes desta
categoria o quanto foi ativa e relevante a atuação deste Sindicato para a regulamentação e
reconhecimento profissional desta categoria, fato que é desconhecido pela maioria dos
estudantes e graduados em Secretariado Executivo, sendo que apenas 5% e 30%
respectivamente consideram que o sindicato contribuiu para a profissão. (gráfico 9, página 40
e gráfico 6 página 37).
47
E por fim, conclui-se este estudo, ratificando que atualmente os sindicatos ainda
possuem um papel de grande importância no âmbito das relações trabalhistas apesar de todas
as transformações econômico-sociais, sendo imprescindível o conhecimento das atividades,
sindicais, formas de atuação e associação com o objetivo de desenvolver e melhor
continuamente o trabalho.
48
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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http://www.sindsemg.com.br/
50
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51
9. ANEXOS
52
Anexo 1
Código de Ética do Profissional de Secretariado Executivo
(Publicado no Diário Oficial da União de 7 de julho de 1989).
CapítuloIDos Princípios Fundamentais
Art.1º. - Considera-se Secretário ou Secretária, com direito ao exercício da profissão, a pessoalegalmente credenciada nos termos da lei em vigor.Art.2º. - O presente Código de Ética Profissional tem por objetivo fixar normas deprocedimentos dos Profissionais quando no exercício de sua profissão, regulando-lhes asrelações com a própria categoria, com os poderes públicos e com a sociedade.Art.3º. - Cabe ao profissional zelar pelo prestígio e responsabilidade de sua profissão,tratando-a sempre como um dos bens mais nobres, contribuindo, através do exemplo de seusatos, para elevar a categoria, obedecendo aos preceitos morais e legais.
CapítuloIIDos Direitos
Art.4º. - Constituem-se direitos dos Secretários e Secretárias: a) garantir e defender asatribuições estabelecidas na Lei de Regulamentação; b) participar de entidades representativasda categoria; c) participar de atividades públicas ou não, que visem defender os direitos dacategoria; d) defender a integridade moral e social da profissão, denunciando às entidades dacategoria qualquer tipo de alusão desmoralizadora; e) receber remuneração equiparada à dosprofissionais de seu nível de escolaridade; f) ter acesso a cursos de treinamento e a outrosEventos/Cursos cuja finalidade seja o aprimoramento profissional; g) jornada de trabalhocompatível com a legislação trabalhista em vigor.
CapítuloIIIDos Deveres Fundamentais
Art.5º. - Constituem-se deveres fundamentais das Secretárias e Secretários: a) considerar aprofissão como um fim para a realização profissional; b) direcionar seu comportamentoprofissional, sempre a bem da verdade, da moral e da ética; c) respeitar sua profissão eexercer suas atividades, sempre procurando aperfeiçoamento; d) operacionalizar e canalizaradequadamente o processo de comunicação com o público; e) ser positivo em seuspronunciamentos e tomadas de decisões, sabendo colocar e expressar suas atividades; f)procurar informar-se de todos os assuntos a respeito de sua profissão e dos avançostecnológicos, que poderão facilitar o desempenho de suas atividades; g) lutar pelo progressoda profissão; h) combater o exercício ilegal da profissão; i) colaborar com as instituições queministram cursos específicos, oferecendo-lhes subsídios e orientações.
53
CapítuloIVDo Sigilo Profissional
Art.6º. - A Secretária e o Secretário, no exercício de sua profissão, deve guardar absolutosigilo sobre assuntos e documentos que lhe são confiados.Art.7º. - É vedado ao Profissional assinar documentos que possam resultar nocomprometimento da dignidade profissional da categoria.
CapítuloVDas Relações entre Profissionais Secretários
Art.8º. - Compete às Secretárias e Secretários: a) manter entre si a solidariedade e ointercâmbio, como forma de fortalecimento da categoria; b) estabelecer e manter um climaprofissional cortês, no ambiente de trabalho, não alimentando discórdia e desentendimentoprofissionais; c) respeitar a capacidade e as limitações individuais, sem preconceito de cor,religião, cunho político ou posição social; d) estabelecer um clima de respeito à hierarquiacom liderança e competência.Art.9º. - É vedado aos profissionais: a) usar de amizades, posição e influências obtidas noexercício de sua função, para conseguir qualquer tipo de favoritismo pessoal ou facilidades,em detrimento de outros profissionais; b) prejudicar deliberadamente a reputação profissionalde outro secretário; c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro,contravenção penal ou infração a este Código de Ética.
CapítuloVIDas Relações com a Empresa
Art.10º. - Compete ao Profissional, no pleno exercício de suas atividades: a) identificar-secom a filosofia empresarial, sendo um agente facilitador e colaborador na implantação demudanças administrativas e políticas; b) agir como elemento facilitador das relaçõesinterpessoais na sua área de atuação; c) atuar como figura-chave no fluxo de informaçõesdesenvolvendo e mantendo de forma dinâmica e contínua os sistemas de comunicação.Art.11º. - É vedado aos Profissionais: a) utilizar-se da proximidade com o superior imediatopara obter favores pessoais ou estabelecer uma rotina de trabalho diferenciada em relação aosdemais; b) prejudicar deliberadamente outros profissionais, no ambiente de trabalho.
CapítuloVIIDas Relações com as Entidades da Categoria
Art.12º. - A Secretária e o Secretário devem participar ativamente de suas entidadesrepresentativas, colaborando e apoiando os movimentos que tenham por finalidade defenderos direitos profissionais.Art.13º. - Acatar as resoluções aprovadas pelas entidades de classe.Art.14º. - Quando no desempenho de qualquer cargo diretivo, em entidades da categoria, nãose utilizar dessa posição em proveito próprio.Art.15º. - Participar dos movimentos sociais e/ou estudos que se relacionem com o seu campode atividade profissional.
54
Art.16º. - As Secretárias e Secretários deverão cumprir suas obrigações, tais comomensalidades e taxas, legalmente estabelecidas, junto às entidades de classes a que pertencem.
CapítuloVIIIDa Obediência, Aplicação e Vigência do Código de Ética
Art.17º. - Cumprir e fazer cumprir este Código é dever de todo Secretário.Art.18º. - Cabe aos Secretários docentes informar, esclarecer e orientar os estudantes, quantoaos princípios e normas contidas neste Código.Art.19º. - As infrações deste Código de Ética Profissional acarretarão penalidades, desde aadvertência à cassação do Registro Profissional na forma dos dispositivos legais e/ouregimentais, através da Federação Nacional das Secretárias e Secretários.Art.20º. - Constituem infrações: a) transgredir preceitos deste Código; b) exercer a profissãosem que esteja devidamente habilitado nos termos da legislação específica; c) utilizar o nomeda Categoria Profissional das Secretárias e/ou Secretários para quaisquer fins, sem o endossodos Sindicatos de Classe, em nível Estadual e da Federação Nacional nas localidadesinorganizadas em Sindicatos e/ou em nível Nacional.
55
10 APÊNDICE
56
Monografia de conclusão do curso de SecretariadoExecutivo Trilíngue
Estudante: Nathalia Carvalho MoreiraOrientador: Professor Dr. José Ambrósio Ferreira
Neto
Questionário
*O PREENCHIMENTO DO QUESTIONÁRIO IMPLICA NA ACEITAÇÃO E CONSENTIMENTO DAUTILIZAÇÃO E PUBLICAÇÃO DOS DADOS PARA ESTA PESQUISA (DATA APLICAÇÃO: / /
1 - Você possui algum conhecimento sobre o Sindicato das Secretárias?( ) Sim ( ) NãoSe sim; sobre qual, como ficou sabendo? _____________________________________
2 - Na sua opinião, qual é o principal objetivo de um sindicato atualmente?( ) Buscar melhores condições de trabalho para a profissão( ) Promover encontros entre os profissionais e estudantes para atualização( ) Representar os profissionais frente outras associações, ao governo, etc( ) Papel simbólico; não compreendo os objetivos.
3 - Você é filiada no Sindicato das Secretárias do seu estado?( ) Sim ( ) Não
4 - Se não é filiada, pretende filiar-se quando se formar?( ) Sim ( ) Não
5 - Durante a graduação, você recebeu incentivos para a participação em algum sindicato?( ) Sim ( ) Não
6 - O curso de graduação em Secretariado Executivo lhe permitiu ter um conhecimento sólidosobre o histórico da profissão de Secretariado, relações trabalhistas em geral, legislação sociale sindicalismo?( ) Sim ( ) Não, obtive conhecimentos extra sala de aula.Explicar ________________________________________________________
7 - Você acha importante ser filiada a um Sindicato na atualidade?( ) Sim ( ) NãoSe sim, qual sua expectativa de um sindicato?_________________________________________
8 - Na sua opinião o Sindicato das Secretárias foi importante para a evolução da profissão?( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei
9 - No seu ponto de vista, o que foi mais importante para o reconhecimento e regulamentaçãoda profissão no contexto atual?( ) novas tecnologias, globalização, necessidade de mercado( ) cursos superiores e técnicos( ) profissionais altamente qualificados e multifuncionais
57
( ) lutas e conquistas sindicais10 – Você acha que a profissão de Secretariado sofre muito preconceito de gênero?( ) Sim ( ) NãoSe sim, você acha que os sindicatos poderiam ajudar neste sentido? Como?__________________
11 – Você acha que profissional de Secretariado Executivo, por ser majoritariamente do sexofeminino sofre preconceito ao atuar como um líder ou representante de sindicatos?( ) Sim ( ) NãoPor que? ( ) por se tratar de um movimento social ( ) por sofrer preconceito de gênero
58
Monografia de conclusão do curso de SecretariadoExecutivo Trilíngue
Estudante: Nathalia Carvalho MoreiraOrientador: Professor Dr. José Ambrósio Ferreira
Neto
* O PREENCHIMENTO DO QUESTIONÁRIO IMPLICA NA ACEITAÇÃO E CONSENTIMENTO DAUTILIZAÇÃO E PUBLICAÇÃO DOS DADOS PARA ESTA PESQUISA. (DATA APLICAÇÃO: / / )
Questionário Ex-presidente do Sindicato
Nome:Local de Trabalho:Função:Data:
1 – Quanto tempo você trabalhou no sindicato das Secretárias?
2 – O que você pode ressaltar como o fato mais importante para a criação deste Sindicato?
3 – Como foi o seu processo de criação?
4 – Qual é a participação das estudantes e secretárias?
5 – Durante o processo de criação do Sindicato, havia muito preconceito de gênero?
6 – Ainda há preconceito? Como?
7 – Você acha que a atuação do sindicato contribuiu para a mudança do perfil da profissão,bem como da visão que ela tem pela sociedade? Como?
8 – Na sua opinião qual o objetivo do Sindicato atualmente?
9 – E qual o papel que ele realmente exerce hoje?
10 – Atualmente, as pessoas participam muito pouco dos sindicatos, a que você acha que sedeve esta afirmação?