nathalia carvalho moreira transformações no mundo do

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NATHALIA CARVALHO MOREIRA Transformações no Mundo do Trabalho e Sindicalismo: a Atuação do Sindicato das Secretárias de Minas Gerais. MONOGRAFIA Nathalia Carvalho Moreira Universidade Federal de Viçosa Viçosa MG 2007

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Page 1: NATHALIA CARVALHO MOREIRA Transformações no Mundo do

NATHALIA CARVALHO MOREIRA

Transformações no Mundo do Trabalho e Sindicalismo: a

Atuação do Sindicato das Secretárias de Minas Gerais.

MONOGRAFIA

Nathalia Carvalho Moreira

Universidade Federal de ViçosaViçosa – MG

2007

Page 2: NATHALIA CARVALHO MOREIRA Transformações no Mundo do

ii

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSACENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTESDEPARTAMENTO DE LETRASSECRETARIADO EXECUTIVO TRILÍNGUE

Transformações no Mundo do Trabalho e Sindicalismo: a

Atuação do Sindicato das Secretárias de Minas Gerais.

Monografia apresentada ao Departamento deLetras da Universidade Federal de Viçosa,como exigência da disciplina LET 499 ecomo requisito para conclusão do curso deSecretariado Executivo Trilíngue, tendo comoorientador o Professor José Ambrósio FerreiraNeto.

Nathalia Carvalho Moreira - 48961

Viçosa – MG2007

Page 3: NATHALIA CARVALHO MOREIRA Transformações no Mundo do

iii

A monografia intitulada

Transformações no Mundo do Trabalho e Sindicalismo: a Atuação do

Sindicato das Secretárias de Minas Gerais.

Elaborada por

Nathalia Carvalho Moreira

Como exigência da disciplina LET 499 – MONOGRAFIA e requisito para conclusãodo curso de Secretariado Executivo Trilíngue foi aprovada por todos os membros da

banca examinadora.

Viçosa, 5 de julho de 2007.

Professor José Ambrósio Ferreira Neto (DER/UFV)Orientador

Professor Odemir Vieira Baêta (DLA/UFV)

Examinador

Professora Rosália Bebber de Souza (DLA/UFV)

Examinadora

Nota______

Page 4: NATHALIA CARVALHO MOREIRA Transformações no Mundo do

iv

EPÍGRAFE

Capitão de Indústria

(Marcos Valle / Paulo Sérgio Valle)

Eu não tenho tempo de terO tempo livre de ser

De nada ter que fazer

[...]

Ah, Eu acordo pr'á trabalharEu durmo pr'á trabalharEu corro pr'á trabalhar...

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v

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais,

Aos meus irmãos Priscila e Gustavo,

À Universidade Federal de Viçosa,

Ao curso de Secretariado Executivo Trilíngue que abriu muitas portas em

minha vida,

Ao Professor Ambrósio, por aceitar seu meu orientador, pela atenção e

paciência,

Ao Professor Odemir,

Á Professora Tereza Angélica Bartolomeu por me “apresentar” ao mundo da

pesquisa a partir do Projeto de Extensão no qual trabalhamos,

Ao Professor Ariovaldo de Oliveira Santos da Universidade Estadual de

Londrina, por todas as conversas, conselhos e ajudas, tornando-se um grande amigo

apesar da distância,

Aos vários estágios realizados,

À cidade de Viçosa e às várias repúblicas que passei, pois contribuíram muito

para meu crescimento pessoal,

Às companheiras e amigas de toda hora da República Balalaika pelos intensos e

inesquecíveis momentos compartilhados,

Aos amigos da Coordenação de Formatura pela convivência, aprendizado e

realizações durante todo este último ano,

A todos meus amigos,

E a todos que passaram por mim com alegria e que me ajudaram durante minha

graduação,

Muito obrigada!

Page 6: NATHALIA CARVALHO MOREIRA Transformações no Mundo do

vi

SUMÁRIO

LISTA DE GRÁFICOS E TABELAS ................................................................. vii

1 - INTRODUÇÃO................................................................................................. 9

2 – OBJETIVOS..................................................................................................... 13

2.1 Objetivos específicos ................................................................................... 13

3 – METODOLOGIA ............................................................................................ 14

3.1 Instrumentos de coleta de dados .................................................................. 14

3.2 População e amostra .................................................................................... 15

4 – REFERENCIAL CONCEITUAL E ARGUMENTATIVO ......................... 16

4.1 Transformações no mundo do trabalho ....................................................... 16

4.2 Contexto Histórico da Evolução dos Sindicatos ......................................... 19

4.3 Sindicalismo e Gênero ................................................................................. 21

4.4 Secretariado: escorço histórico e evolução profissional .............................. 24

4.5 O Sindicato das Secretárias ......................................................................... 27

4.6 O Sindicato das Secretárias de Minas Gerais (SINDSEMG) ..................... 30

5 - ANÁLISE DE DADOS .................................................................................... 34

5.1 Estudantes e Profissionais de Secretariado ................................................ 34

5.1.1 Estudantes ................................................................................................ 34

5.1.2 Profissionais ............................................................................................. 39

5.2 “Líderes Sindicais” do SINDSEMG .......................................................... 43

6 – CONCLUSÕES ................................................................................................ 45

7 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 48

8 – BIBLIOGRAFIA ............................................................................................. 50

9 – ANEXOS ........................................................................................................... 51

10 – APÊNDICE .................................................................................................... 55

Page 7: NATHALIA CARVALHO MOREIRA Transformações no Mundo do

vii

LISTA DE GRÁFICOS E TABELAS

Gráfico 1: O objetivo dos sindicatos na visão dos estudantes.................................. 35

Gráfico 2: Área de atuação dos estudantes ............................................................. 35

Gráfico 3: Grau de conhecimento dos estudantes sobre o universo sindical ........... 36

Gráfico 4: Grau de satisfação dos estudantes sobre o conhecimento adquirido

durante o curso de Secretariado................................................................................ 37

Gráfico 5: Informações a respeito sobre legislação social e direito do trabalho ..... 38

Gráfico 6: Fatores importantes para o reconhecimento e regulamentação da

profissão de Secretariado na visão dos estudantes .................................................. 38

Gráfico 7: Objetivo do Sindicato na visão dos Profissionais .................................. 39

Gráfico 8: Grau de conhecimento dos profissionais sobre o universo sindical e

legislação social . ..................................................................................................... 39

Gráfico 9: Fatores importantes para o reconhecimento e regulamentação da

profissão de Secretariado na visão dos profissionais ............................................... 40

Gráfico 10: Graduados que atuam na profissão ....................................................... 42

Tabela 1: Observações sobre o preconceito sofrido na profissão e na atuação

sindical dos Secretários (as) ..................................................................................... 42

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RESUMO

MOREIRA, Nathalia Carvalho. FERREIRA NETO, José Ambrósio.Transformações no Mundo do Trabalho e Sindicalismo: a Atuação do Sindicatodas Secretárias de Minas Gerais. 58 pág. Monografia (Bacharelado emSecretariado Executivo Trilíngue) Viçosa: UFV/DLA, 2007.

Esta pesquisa monográfica busca se integrar ao grande leque de investigações

hoje existentes sobre as transformações no mundo do trabalho. Enquanto tal

estudará uma categoria específica de profissionais: os (as) secretários (as)

executivos (as). Neste âmbito, foram analisados: o histórico, a trajetória, a

participação, as expectativas e a visão de estudantes e profissionais, a respeito

do SINDSEMG - Sindicato das Secretárias de Minas Gerais e seus líderes

sindicais. Os procedimentos metodológicos utilizados foram questionários semi-

estruturados, com estudantes, profissionais e a ex-presidente do Sindicato. A

partir dos dados analisados percebeu-se que atualmente este sindicato possui um

papel importante e têm uma visão positiva para esta categoria profissional.

Apesar de poucos estudantes serem associados, a maioria tem a intenção de

participar, contudo a participação dos profissionais já graduados é muito

pequena. Conclui-se após a realização desta pesquisa que este sindicato não

possui uma penetração muito intensa junto à base profissional que pretende

representar. Ressalta-se a importância desta pesquisa, para explicitar aos

profissionais e estudantes desta categoria o quanto foi ativa e relevante a

atuação deste Sindicato para a regulamentação e reconhecimento profissional

desta categoria, fato que é desconhecido pela maioria da categoria profissional.

Page 9: NATHALIA CARVALHO MOREIRA Transformações no Mundo do

9

1. INTRODUÇÃO

Esta pesquisa busca se integrar ao grande leque de investigações hoje existentes sobre

as transformações no mundo do trabalho. Enquanto tal analisou-se uma categoria específica

de profissionais e sua interação com o seu respectivo sindicato: os (as) Secretários (as)

Executivos (as) e o SINDSEMG - Sindicato das Secretárias de Minas Gerais.

Foi feita uma análise que abrange as várias transformações concernentes às atividades

realizadas no trabalho em geral e no trabalho da profissão de Secretariado. Neste contexto foi

realizado também um estudo sobre como o Sindicato das Secretárias contribuiu para a

organização e o fortalecimento desta categoria profissional.

A palavra trabalho é muito ampla, abrange quase todas as atividades humanas,

existem muitas espécies de trabalho e não há uma definição adequada que abranja as imensas

dificuldades e especificidades encontradas na realização de cada tarefa e o real significado

deste termo.

Uma primeira forma de conceituar o termo trabalho remete-se às origens latinas da

palavra, vinculada ao vocábulo tripalium, um antigo instrumento de tortura. Da mesma forma

o termo trabalhar é derivado da expressão tripalliare, ou seja, tortura. Assim, na sua origem

etimológica, o termo trabalho está diretamente associado ao sofrimento e a atividades

penosas. (WOLECK, 1997)

Page 10: NATHALIA CARVALHO MOREIRA Transformações no Mundo do

10

Com o passar do tempo o termo vai ganhando outras conotações e se afastando da

idéia de sofrimento, sendo a ele incorporadas as noções esforço, de luta e, após a revolução

industrial no século XIX, assume a noção de realização e integração no mundo moderno.

Buscando reforçar o caráter social da categoria trabalho, isto é seus aspectos de produto

cultural e histórico, Engels, apontava a importância do “trabalho na transformação do macaco

em homem”. Argumentava que é a partir das relações que se estabeleceram no processo de

controle e apropriação da natureza, que os homens primitivos construíram as primeiras redes

de sociabilidade e, portanto, a própria sociedade.

Apesar das dificuldades de se encontrar uma definição precisa e objetiva para o termo,

segundo Santos (2004) o trabalho se compreende como o ato e o processo pelo qual o ser

social estabelece a mediação necessária e ineliminável entre sua realidade subjetiva e objetiva.

Mediação cuja finalidade primeira é a produção de valores de uso, isto é, coisas úteis para a

satisfação da vida cotidiana.

A argumentação de Santos está ancorada em Marx que afirma em O Capital

“O trabalho é antes de tudo um ato que se passa entre o homem e anatureza. O próprio homem desempenha face à natureza o papel de umapotência natural. As forças que seu corpo é dotado, braços e pernas, cabeça emãos, ele as coloca em movimento com a finalidade de se apropriar dasmatérias e dar-lhes uma forma útil da sua vida. Ao mesmo tempo em que agesobre a natureza exterior e a modifica, ele modifica a própria natureza edesenvolve as faculdades que nela dormem.” (MARX: 1982:189).

A importância do trabalho para a constituição do homem enquanto ser específico face

aos demais seres vivos pode ser verificada ainda quando Marx afirma em A Ideologia Alemã:

“Podemos distinguir os homens dos animais pela consciência, pelareligião ou por qualquer outra coisa. Porém, os homens começam a ver adiferença entre eles e os animais assim que começam a produzir seus meiosde vida passo este que se encontra condicionado pela organização corpórea.Ao produzir seus meios de vida, o homem produz indiretamente sua vidamaterial.” (MARX e ENGELS: 1974:16).

Desta forma, compreende-se o trabalho enquanto elemento de humanização do ser

social. Entretanto, no longo processo histórico da humanidade, e o capitalismo aprofunda esta

tendência, o trabalho se converte cada vez mais em servidão ao ser reduzido à condição de

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11

mercadoria. Realidade da qual não escapa o objeto de nosso estudo, uma vez que estamos

diante de uma atividade assalariada e, conseqüentemente, mercantilizada pelas relações

sociais vigentes.

Porém, o trabalho dos (das) secretários (as) comporta especificidades. Não pode ser

medido, por exemplo, pela produção em série e em massa, como no fordismo do início do

século XX, que ocasionou economia de tempo e aumento de produtividade pela intensificação

da divisão do trabalho e a especialização dela decorrente, num processo contínuo que, ainda

hoje, se reflete na constante criação de novas tecnologias e profissões.

A profissão de Secretário Executivo tem sido marcada progressivamente por

características que a distanciam do trabalhador fabril contemporâneo. Destaca-se, dentre estas

características, uma de grande importância: a atividade multifuncional, resultante das novas

exigências do mercado de trabalho em função das modificações socioeconômicas decorrentes,

principalmente, do fenômeno da globalização.

A especificidade da profissão pode ser verificada inclusive, quando se tem em

consideração o Sindicato da categoria. Neste âmbito, o Sindicato das Secretárias possui

algumas características interessantes a este trabalho como:

Se tratar de uma profissão que tem se destacado no mercado de trabalho, no

que diz respeito à empregabilidade dos profissionais,

Ter passado por significativas mudanças,

Por ser predominantemente feminina,

Ter enfrentado grandes desafios para ser regulamentada, e

Estar em processo de criação de um Conselho Federal.

Sob esta linha de pensamento, Medeiros e Hernandes (1995) consideram que pelo fato

da profissão ter passado por grandes transformações, que serão melhor analisadas

posteriormente neste trabalho, a secretária deve ser motivada para a pesquisa, para a busca

contínua de conhecimentos que lhe proporcionam desempenho eficaz, mais apropriado aos

momentos atuais. Não são as regras que prevalecem no desempenho das atividades, mas sim a

reflexão sobre elas e a capacidade da profissional se adaptar aos elementos conjunturais e

circunstanciais que interferem em seu ambiente de trabalho.

Page 12: NATHALIA CARVALHO MOREIRA Transformações no Mundo do

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Desta forma, à luz dessas considerações iniciais ora apresentadas, é que se torna

possível perceber a importância da análise de como se organiza e está estrutura o Sindicato

para se ter uma melhor compreensão de como esta categoria se insere no mundo do trabalho

contemporâneo.

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2. OBJETIVO

O objetivo geral deste trabalho foi analisar a trajetória de organização sindical dos

(as) Secretários (as) no Brasil, a partir da reflexão sobre como esse processo se deu em Minas

Gerais.

2.1 Objetivos específicos

Analisar o histórico do Sindicato das Secretárias e Secretários do

Estado de Minas Gerais (SINDSEMG)

Analisar a participação dos (as) Secretários (as) Executivos (as) e

estudantes de Secretariado Executivo neste sindicato

Analisar a visão e expectativas que Secretários e Secretárias têm do

sindicalismo em geral e do SINDSEMG, bem como de seus líderes e

dirigentes sindicais.

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3. METODOLOGIA

O presente trabalho se caracteriza por um estudo exploratório e descritivo, uma análise

crítica, interpretativa e explicativa abordando o tema Relações de Trabalho, Sindicalismo e

Secretariado Executivo. Segundo Triviños (1987:109) “os estudos exploratórios permitem ao

investigador aumentar sua experiência em torno de determinado problema” e que “o estudo

descritivo permite descrever com exatidão os fatos e fenômenos de determinada realidade”.

Triviños (1987) também afirma que dentro do estudo exploratório-descritivo a

finalidade é descrever os fenômenos onde ocorrem uma inter-relação com o ambiente e o fato

observado e também acrescenta que há variedades de procedimentos a serem utilizados como

entrevista, questionário, observação, análise de conteúdo, ou seja, um estudo relativamente

intenso de um pequeno número de objetos sem o emprego de técnicas de amostragem

probabilísticas.

Desta maneira, antes dos trabalhos serem iniciados, foram feitos contatos com os

possíveis formandos do curso de Secretariado Executivo da UFV, com profissionais

graduados, através de dados obtidos na Coordenação do Curso e com o SINDSEMG,

solicitando informações e autorização para a realização deste estudo.

3.1 Instrumentos de coleta de dados

Os instrumentos de pesquisa utilizadas na coleta de dados foram: revisão bibliográfica

de livros, artigos, notas de aulas, dissertações, teses e monografias de conclusão de curso, de

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forma a ter contato com outros trabalhos que já refletiram sobre o tema e delimitar a base

conceitual e argumentativa que orienta esta monografia. Como forma de coleta de dados

primários, utilizou-se questionários cujas questões se dividiam entre perguntas fechadas e

discursivas elaboradas com base no referencial conceitual e argumentativo levantado

inicialmente. Foi realizado um pré-teste do questionário de forma a se evitar eventuais

problemas originados numa possível construção inadequada das perguntas. A base do

questionário refere-se a questões a respeito das visões e expectativas que as Secretárias

Executivas e estudantes de Secretariado Executivo têm da profissão, dos sindicatos e líderes

sindicais, a participação desses informantes no sindicato também foi analisada.

3.2 População e amostra

O universo da pesquisa refere-se aos estudantes e profissionais graduados do curso de

Secretariado Executivo Trilíngue da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Desse universo

delimitou-se uma população formada pelos estudantes do último ano do curso e por graduados

nos últimos dois anos perfazendo um total de 40 informantes. Dessa população foi delimitada

uma amostra com 20 estudantes do último ano do curso e 20 graduados. É nessa amostra que

foram aplicados os questionários.

Ademais, foi realizada uma entrevista semi-estruturada com a ex-presidente do

SINDSEMG, buscando informações sobre o papel de líder sindical, forma de atuação

instituição, preconceito de gênero contra os profissionais, evolução do Sindicato, entre outras

questões que serão expostas posteriormente. Tentou-se também entrevistar a atual presidente

do SINDSEMG que, apesar de várias tentativas, não teve disponibilidade para conceder a

entrevista.

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4. REFERENCIAL CONCEITUAL E ARGUMENTATIVO

4.1 Transformações no Mundo do Trabalho

Atualmente toda a sociedade vê-se à frente de enormes transformações, com grandes

mudanças nas formas de organização social, nas relações familiares, com a quebra de antigos

paradigmas sobre a organização dos processos produtivos que também afetam o chamado

mundo do trabalho. Nesse processo complexo, as questões que afetam diretamente o papel do

trabalho na organização dos setores produtivos vão implicar na exigência de trabalhadores

cada vez mais habilitados e qualificados, aptos a enfrentar os desafios de uma sociedade cada

vez mais globalizada e organizada em redes.

De acordo com Rodrigues (2006), o taylorismo, fordismo e toyotismo são

denominações de formas de organização e de gestão do trabalho e da produção industrial que

influenciaram a vida de todas as pessoas no decorrer do século XX, mesmo aquelas não

diretamente vinculadas aos trabalhos nas fábricas. Com graus variáveis de importância esses

modelos de administração do trabalho permanecem importantes ainda no século XXI, apesar

de se apresentarem, no plano formal, revestidos de com uma nova roupagem mais condizente

com as conquistas sociais do capitalismo contemporâneo.

Taylor no fim do século XIX aplicou em seus estudos o método de controle da força

de trabalho criando um modelo de administração que ficou conhecido como gerência

científica, onde buscava a maior produtividade possível dos operários no chão da fábrica. Os

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17

princípios de gerência delineados por Taylor fundamentavam-se na dissociação das

habilidades do trabalhador dos processos produtivos, na separação entre concepção e

execução do processo de trabalho e, pela adequada utilização dessas duas premissas, o

completo controle do trabalhador em seu ambiente de trabalho. Dessa forma, Taylor sugeria a

completa alienação do trabalhador em relação a qualquer exercício intelectual e criativo no

processo de produção, transferindo essas ações para uma gerência especializada. Para tanto

Taylor preconizava o uso do cronômetro como forma de reduzir a porosidade no trabalho,

argumentando que a baixa produtiva da indústria norte-americana no início do século XX era

decorrente do que ele denomina de marca-passo sistemático realizado pelos trabalhadores

que, dessa forma produziam menos do que o sistema permitia.

É no ambiente da fábrica taylorista que o trabalhador se vê completamente dominado

pelas regras do sistema, passando a atuar apenas como um apêndice do processo, guiado e

coordenado pela gerência. Taylor chegava a valorizar a baixa capacidade intelectual dos

operários que, em sua opinião facilitava o “adestramento” da força de trabalho evitando

questionamentos, discordâncias e resistência. É nessa perspectiva que ele explicita a figura do

“trabalhador boi”, como o mais adaptado ao seu modelo de organização da produção.

Num contexto em que o trabalhador já havia perdido o controle dos meios de

produção, é na fábrica taylorista que esses trabalhadores perdem definitivamente toda e

qualquer parcela que poderiam ter no controle do processo de trabalho, agora totalmente

alienado nas mãos da gerência.

Segundo Braverman (1983), as proposições de Taylor não podem ser consideradas

científicas por que dizem respeito não ao trabalho como uma categoria social ampla e

complexa, enraizada nos mais diversos aspectos da sociabilidade. Para Taylor, conforme os

argumentos de Braverman importavam apenas a administração e o controle do trabalho nas

condições do capitalismo, isto é o trabalho comprado e vendido.

Já no decorrer do século XX, Henry Ford inaugurou a primeira linha de montagem e a

produção em série para consumo em massa em 1914. Neste sistema cada trabalhador ficava

responsável em realizar uma única tarefa em seqüência, o que reduzia o tempo total de

produção. O grande diferencial no processo de controle dos trabalhadores apresentado por

Page 18: NATHALIA CARVALHO MOREIRA Transformações no Mundo do

18

Ford em relação ao modelo taylorista se referia à ampliação da especialização e a

subordinação do trabalhador a um duplo controle; o realizado pela gerência e aquele realizado

pela própria linha de montagem.

A produção passou a se multiplicar devido à forma de organização dinâmica de todo

processo de trabalho. De acordo com Braverman apud Rodrigues (2006) a produção realizada

no decorrer de todo um ano, com o passar de uma década, cresceu tão rapidamente que

significava o referente à produção de um só dia.

É em decorrência da forma de organização do trabalho preconizado pelo modelo

fordista, onde o trabalhador levado ao máximo da especialização, permanecia fixo num ponto

da fábrica enquanto o objeto de seu trabalho era levado até ele, que se cunhou a expressão

“posto de trabalho” que, inicialmente indicava a imobilidade do trabalhador no ambiente

produtivo.

É somente nos anos 50 do século XX que se apresenta um novo modelo de

organização da produção que busca a inserção do trabalhador nos processos produtivos

valorizando minimamente suas capacidades intelectuais e flexibilizando a rigidez dos

princípios da especialização fundada na divisão do trabalho aos moldes apresentados por

Adam Smith no século XVIII. Tal modelo, no entanto, foi desenvolvido sem comprometer a

lógica central do capitalismo centrada na extração de mais-valia, ao contrário, visava ampliar

as taxas de acumulação do capital. O toyotismo, mais conhecido como modelo japonês de

organização da produção e do trabalho, se apoiou na recomposição das tarefas e do tempo do

ciclos de trabalho, um maior treinamento da mão-de-obra, diminuição da hierarquia, maior

flexibilização das relações de trabalho, da organização da produção e uma aproximação maior

entre os objetivos da empresa e os de seus funcionários. (RODRIGUES, 2006)

A partir das visões demonstradas, é importante ressaltar o surgimento do novo modelo

de organização industrial e relações de trabalho. O modelo de acumulação flexível pós-

fordismo, que estaria totalmente contrário ao fordismo-taylorismo. Este novo sistema de

organização trouxe grande desemprego, criação de novas habilidades face à destruição de

antigas e ao mesmo tempo o enfraquecimento do sindicalismo uma vez que este entrou em

crise antes da introdução maciça das novas tecnologias de informação.

Page 19: NATHALIA CARVALHO MOREIRA Transformações no Mundo do

19

É nesse contexto que se apresentam as novas demandas para os trabalhadores. Ou seja,

um mundo do trabalho onde o controle e a dominação, ainda que velados e revestidos de certa

responsabilidade social, amplia o individualismo, a concorrência, a necessidade da educação

continuada e, o que é mais trágico, uma forma de organização da produção onde o

trabalhador, que ainda é o produtor de mais-valia, é cada vez menos importante

numericamente, haja vista os avanços das tecnologias. Tal situação leva à conformação de

uma sociedade organizada nos últimos dois séculos entorno da categoria de trabalho,

principalmente o trabalho fabril, onde os trabalhadores, mesmo os mais qualificados e

diligentes, não têm como vender a sua força de trabalho.

4.2 Contexto histórico da evolução dos Sindicatos

Segundo Moreira (2003) a origem dos sindicatos é incerta. Existem, entretanto,

indícios históricos de que, no antigo Egito, na Índia e China, há milhares de anos, surgiram

organizações que poderiam ser confundidas com grupos sindicais, uma vez que se tratava de

grupos que se reuniam em defesa dos interesses específicos de seus membros. Há, também,

indícios de que a sua origem seriam os colégios romanos, que foram mantidos até o ano 56

d.C. Estes colégios são considerados como as primeiras espécies de agremiações profissionais

e tinham o objetivo de prestar assistência social aos trabalhadores que exerciam o mesmo

oficio e que, através da mutua ajuda, buscavam atender as suas necessidades de acordo com

suas posições e condições de trabalho existentes na época.

No entanto, não se pode afirmar com precisão que esses grupos e organizações

representam, efetivamente, a origem dos sindicatos, uma vez que se tratavam de organizações

que tinham origem em questões e demandas não necessariamente relacionada ao mundo do

trabalho. Além disso, na antiguidade a maior parte do trabalho, como no caso da Grécia e

Roma, era realizado sob as mais diversas formas de escravidão, não cabendo aos

trabalhadores, escravos, a reivindicação formal de direitos.

É após a Revolução Industrial no século XVII, que as organizações sindicais dos

trabalhadores assumem uma expressão importante nas disputas entre capital e trabalho.

Page 20: NATHALIA CARVALHO MOREIRA Transformações no Mundo do

20

Segundo Hobsbawm (2000) uma grande colaboração para o surgimento dos sindicatos

foi dada pelo empresário britânico Robert Owen, na segunda década do século XIX. Segundo

o autor, o empresário Owen incentivava "a agremiação dos operários em sindicatos (trade

unions)". Além disso, o desenvolvimento de correntes políticas vinculadas ao anarquismo e ao

socialismo, que pregavam a igualdade de direitos e não a grande exploração a que estavam

submetidos os trabalhadores nas fábricas da Inglaterra da França, fez com que já em meados

do século XIX os sindicatos passassem a ser um grande instrumento de luta e conquista de

direitos social-trabalhistas.

Ainda segundo Hobsbawm (2000), o sindicalismo em seu sentido literal, foi uma

filosofia e um estilo de ação quase revolucionaria que surgiu primeiramente nos grupos de

trabalhadores franceses, pouco antes de 1900 e teve um papel de importância variável nos

movimentos operários de uma série de países industriais durante mais de um século.

O tema do sindicalismo e negociações de trabalho na sociedade contemporânea tem

grande importância, pois hoje as relações de trabalho são muito mais heterogêneas do que no

início do capitalismo, durante o século XIX ou mesmo no decorrer de boa parte do século

XX. Tal situação fez com que, paradoxalmente, apesar do avanço do capitalismo e da

complexificação dos processos produtivos, a participação dos trabalhadores em sindicatos

segue uma tendência declinante. Em pesquisa realizada por Pereira apud Carvalho e Carvalho

(1998), em 1995, observou-se que, de um total de 92 países com dados disponíveis, apenas

12,6% dos trabalhadores formais estariam sindicalizados, ou seja, cerca de 164 milhões de um

contingente de trabalhadores formais de pouco mais de 1,3 bilhões.

Segundo Pereira (1998) a tendência de queda na participação sindical representa

provavelmente muito mais o impacto de transferência globais e setoriais de emprego do que

uma perda de poder sindical. Uma grande transferência dos trabalhadores do setor industrial

para o de serviços, gera certa desorganização dos trabalhadores e sindicatos. Tal situação pode

ser percebida como uma dificuldade do movimento sindical em apresentar bandeiras que

aglutinem a classe trabalhadora em contextos onde o discurso contra a extração de mais-valia

e a exploração do trabalho nas indústrias, dá lugar a relações de trabalho onde essa exploração

ocorre de forma mais velada, ou por outro lado, o que está em jogo é a própria possibilidade

de o trabalhador poder vender a sua força de trabalho, ou seja, lutar contra o desemprego.

Page 21: NATHALIA CARVALHO MOREIRA Transformações no Mundo do

21

Segundo Araújo Neto (2006), Karl Marx considerava a natureza do sindicalismo como

espontânea e economicista, e ele e Engels usavam o termo luta econômica e política do

proletariado. Neste contexto os sindicatos, em suas mais variadas formas originais como

ligas, associações ou uniões, teriam surgido naturalmente como forma de defesa e busca dos

direitos dos trabalhadores.

Marx e Engels entendiam também que os sindicatos poderiam desempenhar funções

mais amplas do que a liderança e organização da classe operária “com vistas à sua radical

emancipação devem ajudar todo o movimento social e político igual tendência.” Porém havia

uma grande preocupação contra a influência de partidos políticos na conformação da pauta de

lutas e reivindicações dos sindicatos.

Rodrigues (2006) afirma que a forma de luta própria da natureza do sindicalismo, e no

contexto atual mais ainda, nunca foi de fácil execução e sempre demandou um enorme

esforço organizativo e conscientizador. Esse esforço era maior ainda quando se tinha a

intenção de levar o sindicato a alguma atuação política e revolucionária. É neste sentido, que

os objetivos de emancipação dos trabalhadores e a verdadeira revolução proletária ainda não

aconteceram.

4.3 Sindicalismo e Gênero

Apesar da categoria profissional das secretárias ser bem diferente dos profissionais do

setor industrial, isto é, dos operários do “chão das fábricas”, as mulheres da categoria

analisada vem progressivamente ampliado sua atuação na organização sindical; o que será

analisado no decorrer dos próximos itens deste estudo.

Ainda que nos primórdios do capitalismo o trabalho nas manufaturas fosse

basicamente realizado por mulheres e crianças, principalmente no setor têxtil, com

massificação da organização fabril, a participação feminina foi gradualmente declinada até o

momento em que o proletariado passou a ser uma categoria eminentemente masculina. A

participação das mulheres na força de trabalho no setor industrial volta a aumentar apenas no

pós Segunda Guerra Mundial, em termos gerais, e no Brasil apenas entre as décadas de 1970 e

1980. É também neste contexto que se observa um aumento significativo da sindicalização

Page 22: NATHALIA CARVALHO MOREIRA Transformações no Mundo do

22

das mulheres, que pode ser explicado por vários motivos. O primeiro deles diz respeito à

renovação na prática sindical que se deu a partir de meados de 1970. Outro fator determinante

na sindicalização das mulheres foram os movimentos de mulheres, muitos dos quais surgidos

por volta de 1975, considerados pela ONU como Ano Internacional da Mulher. Entre esses

movimentos podemos citar o Movimento das Mulheres pela Anistia, movimentos de lutas por

berçários e creches, grupos de mães, movimentos de bairros, grupos de mulheres organizados

pela Igreja através das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e outros grupos que

levantaram a problemática dos direitos de homens e mulheres.

Além disso, os serviços de assistência prestados pelos sindicatos também podem ter

influenciado na sindicalização das mulheres, principalmente no período anterior a 1978,

quando o sindicalismo brasileiro passou por uma séria transformação nas práticas de atuação,

como será dito adiante.

No período de 1970 a 1980, as trabalhadoras tiveram importante participação nas lutas

sindicais, que vão desde as diferentes formas de resistência interna nas fábricas até as

mobilizações e greves, mas a participação na vida sindical (reuniões, direção) não avançou

muito, mesmo no chamado 'novo sindicalismo'.

No final dos anos 70 e início dos anos 80, o sindicalismo no Brasil passou por intensas

transformações: greves, grandes mobilizações, novas formas de luta tornaram-se práticas

desse novo sindicalismo, que se denominava classista, autêntico e combativo. Isso contribuiu

intensamente na criação, em 1980, do Partido dos trabalhadores - PT e, em 1983, da Central

Única dos Trabalhadores - CUT. Somente com a consolidação do novo sindicalismo enquanto

ator coletivo nos anos 80 é que as questões de gênero passaram a ter efetiva importância no

movimento sindical.

Nota-se que não eram apenas interesses de classe que moviam as mulheres a a

participarem dos sindicatos, como sugerem alguns trabalhos. As lutas pelos direitos

previdenciários - aposentadoria, salário-maternidade, auxílio-doença - e o reconhecimento da

profissão de agricultora eram bandeiras do movimento, mas se buscava também um espaço de

participação mais igualitário para as mulheres dentro dos movimentos populares e das

próprias unidades de produção. O Movimento das Mulheres pela Anistia, era um movimento

Page 23: NATHALIA CARVALHO MOREIRA Transformações no Mundo do

23

autônomo e com a participação apenas de mulheres e tornou-se um lugar privilegiado para as

discussões de temas relacionados às questões de gênero.

Porém, dentro da estrutura sindical, a discussão de classe é mais forte que a de gênero.

E se a discussão de classe está mais presente no discurso das sindicalistas é devido à

representação de classe e gênero que elas próprias fazem. Para a historiadora Joan Scott,

classe e gênero são construções e/ou representações. Assim, se levarmos em conta que as

mulheres fazem parte da classe trabalhadora, classe e gênero andariam juntos.

O fato citado acima, poderia indicar que a atuação das mulheres em sindicatos não

sofre muito preconceito de gênero, pois a luta sindical é vista como o objetivo principal. Mas

na história das idéias essas duas representações se excluem, uma vez que o universo do

trabalho e os direitos trabalhistas trazem em suas origens iluministas uma visão masculina de

mundo nas quais as mulheres aparecem como subordinadas. Portanto, o próprio conceito de

classe trabalhadora enquanto categoria universal traz consigo essa discriminação.

Para as sindicalistas, então, a concepção de gênero se subordina à de classe, uma vez

que as trabalhadoras são vistas como um exemplo específico do fenômeno geral das classes

sociais. Para Abramovay e Silva (2000), a participação das mulheres tem crescido no

movimento sindical, porém a sua incorporação nas direções é lenta. A cultura masculina na

sociedade, que reserva ao homem o espaço público e os cargos de direção, funciona dessa

maneira também nas instituições e sindicatos.

O movimento sindical, historicamente masculino, não aceitava mulheres associadas

até início dos anos 1980. Hoje, as mulheres vêm ocupando cargos nas direções executivas, o

que não significa que os sindicatos tenham mudado suas práticas discriminatórias. (BONI

2006)

Siqueira (2003) diz que mesmo com a abertura do espaço sindical para as mulheres e a

instauração da cota mínima de 30% de participação feminina estabelecida pela Central Única

dos Trabalhadores - CUT, não há muitas mulheres nos cargos de direção. Segundo este autor,

elas ficam 'escondidas' nos quadros de apoio, ou não participam igualmente, já que o sindicato

não evoluiu quanto às suas práticas cotidianas, ainda discriminatórias.

Page 24: NATHALIA CARVALHO MOREIRA Transformações no Mundo do

24

É uma batalha constante aliar reivindicações de classe à busca por igualdade de gênero

e poder. No caso das Secretárias, por se tratar de uma profissão majoritariamente feminina,

ela não encontra barreiras e impedimentos para a atuação em sindicatos.

4.4 Secretariado: escorço histórico e evolução profissional

De acordo Solange Giorni (2007), presidente do SINDSEMG, a profissão de

Secretariado é uma das mais antigas do mundo, pois é originária dos antigos escribas

egípcios, sendo suas funções relacionadas basicamente às tarefas de administração,

organização, leitura e gestão de processos.1

Não há muitos registros sobre a origem desta profissão, porém conforme Sabino

(2004), sua origem remonta à Dinastia Macedônica, de Alexandre Magno (356 a.C. a 323

a.C.) em que os escribas o serviam, tanto na composição de seus exércitos quanto no registro

escrito de grandes feitos.

Sob o ponto de vista de Sabino e Rocha (2004, p.5), “formar-se escriba significava

ingressar na classe oficial, culta...” O escriba, era um profissional altamente especializado,

possuidor de conhecimentos em administração de processos em geral, contabilidade,

matemática e para tornar-se tal, era necessário freqüentar escolas importantes. Eram muito

valorizados, sendo eles os responsáveis por registros de batalhas, proteção de pergaminhos e

também exerciam a função de conselheiros de reis e governantes.

Da época dos escribas até meados da Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918) a

profissão de Secretário Executivo era exercida majoritariamente por homens, todavia a partir

deste momento histórico, o mercado de trabalho começa a se abrir para as mulheres, com o

objetivo de suprir a carência de mão-de-obra masculina que se encontrava na guerra.

A partir de 1940, um fato histórico, segundo Sabino e Rocha (2004) foi extremamente

significativo para a efetivação desta mudança: a homenagem ao centenário de nascimento da

primeira datilógrafa – Lílian Sholes e o primeiro concurso de datilografia onde a presença

1 Extraído de www.sindsemg.com.br Acesso em 20/04/2007

Page 25: NATHALIA CARVALHO MOREIRA Transformações no Mundo do

25

feminina predominou. Posteriormente na data de realização deste concurso (30 de setembro)

foi instaurado o Dia da Secretária.

Segundo Bruno (2006), o surgimento das mulheres na área secretarial no Brasil, é

notado mais freqüentemente com o aparecimento das primeiras indústrias automobilísticas,

durante meados da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). As filhas de imigrantes, com

formação escolar, domínio de outro idioma e habilidades para datilografar se encarregaram de

assessorar estes grandes empresários. Porém hoje, conforme Solange Giorni (2007), somente

10% destes profissionais são do sexo masculino.

Bruno (2006) afirma que antes do advento das tecnologias da informação, o

profissional de Secretariado era exclusivamente voltado às atividades classificadas como

técnicas secretariais, por exemplo, atendimento telefônico, anotação de recados, controle de

agenda, recepção de visitantes, organização e manutenção de arquivos, datilografia, reserva de

passagens e hotéis, entre outras.

Estas tarefas refletiam exatamente como se configurava o perfil e visão equivocada

deste profissional como um mero executor de ordens e atividades repetitivas.

Com o advento da globalização, mudanças tecnológicas, informacionais e de

automação, as empresas foram se adaptando às necessidades e os profissionais

conseqüentemente tiveram que se atualizar e se reciclar. Neste sentido o perfil do Secretário

Executivo mudou drasticamente acompanhando as tendências do mercado.

A profissão passou a ser considerada como essencial, a partir da Semana de Arte

Moderna em 1922, quando se tomou as mais diversas conotações e nomenclaturas: auxiliar de

escritório, assistente pessoal, assistente administrativo, assessora, secretária e secretário

executivo.2

Dentre as atividades atribuídas a este profissional nos dias atuais estão:

“Assessorar executivos, planejar, organizar e gerenciar trabalhos de secretariaexecutiva, elaborar e executar o fluxo de informações e de conhecimentosestratégicos; exercer a prática de conhecimentos éticos e protocolares parapromover e participar da melhoria do processo de gestão e desenvolvimento

2 Extraído de www.secretariado.fib.br Acesso em 25/04/2007

Page 26: NATHALIA CARVALHO MOREIRA Transformações no Mundo do

26

das organizações públicas e privadas, na busca do aumento de produtividade ecompetitividade. Neste sentido, caberá a ele exercer um novo papel dentro dasorganizações, gerenciando setores e pessoas, utilizando novas tecnologias,inovando, enfrentando mudanças culturais, econômicas, políticas, sociais eprofissionais, com sensibilidade e lucidez para diagnosticar e gerenciarsoluções para situações de conflitos e resistência a mudanças, com visãoempreendedora.” (CATÁLOGO DE GRADUAÇÃO UFV, 2003).

Sob este contexto percebe-se a multifuncionalidade deste profissional, a visão

abrangente de todos os processos de uma empresa e uma grande facilidade de adaptação e

trabalho em equipe para qualquer atividade no mundo contemporâneo.

Desta forma, os Secretários Executivos devem estar preparados para atuar em

qualquer tipo de situação empresarial, possuindo conhecimentos das mais variadas disciplinas

como Contabilidade, Economia, Matemática Financeira, Recursos Humanos, Língua

Portuguesa, Idiomas estrangeiros, Informática entre outros, através de reflexão, gerindo

conhecimentos, empreendimentos e atuando com liderança.

Carvalho & Grisson (2002), confirmam este pensamento dizendo que a conseqüência

de todas estas transformações para o profissional de Secretariado Executivo foi a evolução de

sua imagem profissional e uma modificação na sua identidade.

Segundo Maeker (2002) os Secretários Executivos vem merecendo enorme atenção da

área empresarial:

“Por se tratar de um agente facilitador, que toma decisões, solucionaconflitos e trabalha em equipe, separando fatos de opiniões, pensamentos desentimentos, analisando o contexto e aplicando soluções de acordo com asconseqüências, isto tudo com excelente habilidade de comunicação oral eescrita em vários idiomas.” (MAEKER, 2002:32).

Por estes motivos expostos, percebe-se que a profissão de Secretariado Executivo

volta a possuir significativo status que possuía na época dos escribas egípcios, sendo

considerado um profissional dinâmico, atualizado, preparado e possuidor de alta importância

nas grandes decisões e merecedor de confiança em uma empresa.

Apesar de ainda existirem alguns preconceitos, tabus e uma visão distorcida da

profissão, sendo ela algumas vezes ainda relacionada à simplesmente um profissional

executor de tarefas rotineiras, pode-se afirmar que este quadro está se invertendo rapidamente,

Page 27: NATHALIA CARVALHO MOREIRA Transformações no Mundo do

27

devido aos novos cursos de graduação e qualificação, às recentes pesquisas científicas, à

atuação dos próprios profissionais que passam a se impor frente ao mercado, bem como ás

conquistas sindicais.

4.5 O Sindicato das Secretárias

Bruno (2006) diz que o movimento de organização de classe dos profissionais de

secretariado brasileiro é referência para países asiáticos, europeus, africanos e, inclusive, para

os Estados Unidos.

O sindicato das Secretárias incentiva os profissionais desta categoria a se associarem

ao Sindicato, o que pode ser visto em seu Código de Ética, um dos instrumentos básicos para

o direcionamento correto da atuação dos Secretários Executivos como profissionais:

Art.12º. - A Secretária e o Secretário devem participar ativamente desuas entidades representativas, colaborando e apoiando os movimentos quetenham por finalidade defender os direitos profissionais. (Diário Oficial daUnião de 7 de julho de 1989).

Essa organização sindical teve início na década de 60, com o surgimento do “Clube

das Secretárias”, formada por profissionais da área, que foram responsáveis pelos primeiros

movimentos sindicais e alavancaram a organização da categoria de classe do Secretariado no

Brasil.3

Segundo Figueiredo apud Bruno (2006) na década de 70, começaram a surgir

movimentos isolados como o da Associação das Secretárias do Rio de Janeiro (o pioneiro) e a

Associação das Secretárias do Brasil (ASB) em São Paulo. A partir deste momento, as

associações multiplicam-se pelo país, surgindo a necessidade de uma instituição que

garantisse representatividade nacional para a categoria, desta forma, foi criada a Associação

Brasileira das Entidades Secretariais (ABES) em 1976.

A ABES, ao atuar como grupo de interesse e pressão de uma categoria profissional

organizada, conseguiu, por suas ações junto aos poderes executivo e legislativo, vários

avanços e conquistas para a categoria como mostra também Bruno (2006):

3 Extraído do Relatório de Atividades do SINDSEMG 2005.

Page 28: NATHALIA CARVALHO MOREIRA Transformações no Mundo do

28

Dia nacional da Secretária, pela Lei nº. 1.421 de 1977,

Primeiro processo de reconhecimento da profissão pela Lei nº. 6.556 de 1978,assinada pelo presidente Ernesto Geisel,

Regulamentação da profissão pela Lei nº. 7.377 de 1985, assinada pelo presidenteJosé Sarney,

Reconhecimento do Profissional de Secretariado como Categoria diferenciada pelaportaria do Ministério do Trabalho nº. 3,103 de 1987.

Dentre as principais conquistas decorrentes da atuação ABES a regulamentação

profissional foi do ponto de vista da inserção dos profissionais no mercado de trabalho e da

valorização e reconhecimento dos serviços prestados por eles, a mais importante. A partir

deste momento o exercício desta profissão deveria seguir algumas regras como:

Ter representatividade sindical,

Acatar o que determina a Lei nº. 7.377 de 1985

Respeitar todos os instrumentos legais que regem a relação do trabalho com ocapital por meio de Acordos, Convenções e Dissídios coletivos.

Nessa conjuntura de fortalecimento e institucionalização da categoria profissional, foi

realizado em 1988 o I Encontro de Estudos sobre Sindicalismo para Dirigentes Secretariais,

contando com a presença de vários representantes estaduais, objetivando conseguir

esclarecimentos e diretrizes básicas para a criação dos Sindicatos, bem como forma de

atuação a níveis estaduais.

A Associação do Distrito Federal, representada por Vânia Figueiredo, liderou a

formação do Grupo Sindicalista Força 16 composto pelos representantes dos estados de

Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pará,

Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul. As

representantes destes estados elaboraram cartas sindicais que foram entregues ao Ministro do

Trabalho na abertura do I Encontro Interestadual do Sindicato das Secretárias (1988)

organizado pelo Sindicato do Rio Grande do Sul em Brasília. Nesta etapa foi solicitada a

criação dos Sindicatos do Amazonas e Ceará.

Page 29: NATHALIA CARVALHO MOREIRA Transformações no Mundo do

29

A partir deste encontro, iniciou-se uma nova etapa nos movimentos na luta secretarial.

Como havia mais de cinco sindicatos estaduais, de acordo com a Consolidação das Leis

Trabalhistas (CLT) poderia ser criado uma unidade nacional de representação.

Deste modo, em 1988 é fundada a Federação Nacional das Secretárias e Secretários

(Fenassec) sendo sua primeira presidente Leida Maria Mordenti, substituindo a antiga ABES

e contendo os seguintes objetivos e áreas de atuação:

Objetivos:

Desenvolvimento do ser humano como um todo: do estudante aoaposentado, sempre em sintonia com os padrões internacionais e devanguarda, por tratar-se de uma das profissões que mais cresce nomercado.

Busca do equilíbrio entre capital e trabalho.

Trabalho totalmente independente e autônomo.

Áreas de Atuação:

Educação Profissional: Formação Acadêmica, Técnica e Cultural,objetivando a implementação de um currículo básico.

Conscientização de Cidadania: Direitos e deveres do cidadão e sua funçãosocial.

Assuntos legais: Acordos salariais, assistência jurídica.

Ética: Imagem da profissão e do profissional, desempenho profissional,luta contra a discriminação no trabalho.

Social: Eventos/Cursos sociais e integração.4

Neste momento, a categoria secretarial passa a ter efetivamente uma

representatividade legal, com base no Sindicato como instrumento de representação local e

regional e federação com a atuação nacional. Como forma de ampliar e fortalecer sua atuação

para o âmbito nacional, a Federação Nacional opta por estabelecer parceria com a

Confederação Nacional dos Trabalhadores do Comércio (CNTC) que já entendia a

importância estratégica que o Secretário Executivo dentro de uma empresa. Dessa forma a

Federação Nacional das Secretárias e Secretários (Fenassec) ao se unir à CNTC, deixa de lado

4 Extraído de www.fenassec.com.br – Acesso em 30/04/2007

Page 30: NATHALIA CARVALHO MOREIRA Transformações no Mundo do

30

as tradicionais articulações entorno das centrais sindicais como elemento de articulação dos

grupos de interesses profissionais, conseguindo ampliar sua base de atuação sem perder sua

autonomia e identidades. (BRUNO, 2006).

Bruno (2006) ressalta também que atualmente a Federação vem se empenhando para a

criação de um Conselho Federal, que permitirá que os próprios Secretários façam a gestão e o

registro, entre outras atribuições, para o exercício e fiscalização da profissão.

4.6 O Sindicato das Secretárias de Minas Gerais (SINDSEMG) 5

A organização da categoria das secretárias e secretários no Estado de Minas, começou

na década de 60, em Belo Horizonte, com Nair Gontijo, secretária do Hospital Júlia

Kubstichek, que organizava reuniões anualmente com as secretárias daquele hospital, para

comemorar o dia da Secretária. Ao grupo, foram se juntando outras secretárias, entre elas,

Maria Auxiliadora Rocha de Mattos, que mais tarde veio a ser a primeira Presidente da

Associação de Secretárias. Varias reuniões e encontros foram realizados, tendo como objetivo

principal o reconhecimento da profissão e a criação da associação de secretárias.

Em setembro de 1978, foi criada a Associação das Secretárias do Estado de Minas

Gerais - ASSEMG, reconhecida como entidade de Utilidade Pública no âmbito estadual,

através da lei 8.375, de 21/12/1982. A ASSEMG se integrou às demais associações da

categoria; existentes no País, amparadas pela Associação Brasileira de Secretárias, criada em

07/09/76. Esta lei, apesar de representar um avanço, era insuficiente para atender às

necessidades, mas, a ABES já havia colocado em tramitação no Congresso Nacional, um

projeto de regulamentação da profissão, desde 1975.

O projeto de regulamentação demorou 10 anos. Sua aprovação ocorreu em 30/85. A

demora na obtenção de uma lei satisfatória se deu em função de que o Brasil viveu por longos

anos um regime autoritário, o que impediu a discussão das reivindicações da classe, já que as

associações civis, não tinham respaldo legal para difundir em temos jurídicos os direitos

profissionais das secretárias.

5 Fonte: Arquivo do SINDSEMG.

Page 31: NATHALIA CARVALHO MOREIRA Transformações no Mundo do

31

A partir daí, esta primeira associação de secretárias sentiu a necessidade de um

enquadramento sindical, objetivo tenazmente perseguido. Nas reuniões da associação,

decidiram procurar o Ministro do Trabalho, Dr. Almir Pazzianotto, que inicialmente se propôs

a ajudar e acompanhar a efetividade dos trabalhos de divulgação e valorização profissional.

Neste sentido, a ASSEMG foi transformada em 23/08/1987, em Associação

Profissional (APROSSEMG) e logo depois em sindicato. Em 30/11/1987 a APROSSEMG

transformou-se em sindicato, reconhecido pelo Ministério do Trabalho através do processo nº

24.11.340/87 em 4/2/1988.

O SINDSEMG é uma entidade responsável pela defesa dos interesses da categoria,

desenvolve um trabalho singular, autônomo, independente, apolítico, desfiliado de centrais

sindicais, voltado, não somente para a qualificação, conscientização e desenvolvimento da

Secretária, mas também para suas condições sociais. É constituído para fins de estudo,

coordenação, proteção e representação legal da categoria profissional Secretárias (os) e

Técnicos em Secretariado, na base territorial do Estado de Minas Gerais, exercendo suas

prerrogativas para toda a categoria, independente da denominação assinalada na Carteira de

Trabalho e Previdência Social e/ou atos designatários diversos, junto aos entes de direito

público externo e da administração pública direta e indireta dos Municípios, do Distrito

Federal, dos Estados e da União; junto ao setor privado em geral; junto às entidades sindicais

profissionais e/ou econômicas, bem como junto aos estabelecimentos de ensino, as Fundações

e as Associações Civis, visando melhoria nas condições de vida e trabalho de seus

representados, tendo como princípio básico a liberdade e autonomia, preservando a unicidade

sindical e solidariedade profissional.

Em 26/7/92, alugando uma casa comercial, na Avenida Barbacena, no Bairro Barro

Preto em Belo Horizonte e ainda, implantando alguns serviços como, por exemplo: “Plantão

de atendimento” efetuado pela diretoria, através de rodízio; a implantação do serviço de

expansão do “Quadro Associativo”, concedendo algumas vantagens na filiação; implantamos

o “Centro de Treinamento”, que era dirigido pela diretora Fátima Soares. Muitos outros

projetos foram desenvolvidos; alguns chegaram a bom termo, outros tiveram que ser

postergados por serem inexeqüíveis no momento.

Page 32: NATHALIA CARVALHO MOREIRA Transformações no Mundo do

32

A primeira diretoria do Sindicato tinha como presidente a senhora Maria Antonieta

Ferreira Mariano e, como vice-presidente a senhora Fátima do Espírito Santo Soares. O corpo

diretivo do Sindicato sempre foi formado por profissionais com formação específica, muita

experiência no mercado de trabalho, portanto, conhecedoras das dificuldades e deficiências da

profissão.

Algumas das ações desta diretoria foram:

Atendimento ao público (para atender em média 30 ligações diárias e 15 consultas pordia)

Assessoria Jurídica: O Sindicato tem convênio com um escritório de advocacia, cujosadvogados defendem os direitos dos filiados em causas trabalhistas, dando todo apoiolegal, sem ônus para as profissionais.

Balcão de emprego: a partir da solicitação (perfil indicado) das empresas, oSINDSEMG, seleciona três currículos que estejam dentro da solicitação, procurandoatender também os anseios da secretária. O SINDSEMG já recoloca no mercado detrabalho, uma média de três profissionais ao mês. O sucesso desse trabalho se deve emparte pela qualidade e eficiência dos profissionais encaminhados.

Assistência médica, odontológica etc. O sindicato efetuou diversos convênios nestessetores, com descontos e facilidades de pagamentos.

Delegacias Regionais que funcionariam como extensões do sindicato, devendo serinstaladas onde o número de profissionais a ser atendido seja elevado. O SINDSEMGfez várias tentativas de criá-las, em Montes Claros, e Juiz de Fora, entretanto o projetonão prosseguiu.

Biblioteca Organizados com assuntos relacionados à profissão, facilitando em muitoas pesquisas das secretárias acadêmicas, que possui, cerca de 400 volumes.

Professional Secretaries International (PSI) - Capítulo Brasil A PSI, associaçãoamericana com mais de 50 anos de existência, é mais um importante passo para asecretária ficar conectada ao mundo e informada das ações de sua profissão. Foicriada, no Brasil, em 1994, durante o 9º Congresso Nacional de Secretariado. MinasGerais integra este capítulo pela participação de sua presidente.

A força da categoria induziu também a entidades acadêmicas e escolas de nível médio

a reconhecer a necessidade de corresponder aos apelos do mercado de trabalho. Nesta

perspectiva, foi criado o curso superior em Secretariado Executivo Bilíngüe, criado 1981,

pioneiro em Minas Gerais, pelo Instituto Mineiro de Ciências Administrativas e Tecnológicas,

hoje, sob a responsabilidade do UNICENTRO - Newton Paiva. O SINDSEMG, participa

Page 33: NATHALIA CARVALHO MOREIRA Transformações no Mundo do

33

ativamente das atividades do curso, quer seja, através de palestras informativas sobre

sindicalismo, mercado de trabalho etc. ou pela sua participação direta de duas de suas

diretoras, Maria Alice de Moura e Fátima Soares, que integram o corpo docente da

universidade. O UNICENTRO se tornou, com o passar do tempo, o maior parceiro do

sindicato, colaborando em todos os sentidos para o seu crescimento e expansão.

Atualmente o sindicato possui 160 associados no estado de Minas Gerais e 90% deste

são mulheres que exercem a profissão de Secretária, contudo, quanto à divisão entre

estudantes e profissionais, não foi possível obter esta informação.

Page 34: NATHALIA CARVALHO MOREIRA Transformações no Mundo do

34

5. ANÁLISE DE DADOS

5.1 Os Estudantes e Profissionais de Secretariado Executivo

5.1.1 Estudantes

A princípio serão expostos os dados coletado com a utilização de questionários

aplicados em 20 estudantes do curso de Secretariado Executivo Trilíngue da UFV, formandos

do mês de agosto de 2007 e possíveis formandos de janeiro de 2008. Os questionários foram

aplicados entre os dias 24 de maio a 6 de junho de 2007 na cidade de Viçosa (MG). Foram

elaboradas questões relativas a aspectos gerais sobre o mundo do trabalho, sindicalismo, o

Sindicato das Secretárias de Minas Gerais (SINDSEMG), a visão e as expectativas dos

estudantes a respeito da profissão.

Dos estudantes entrevistados, conforme se pode observar no Gráfico 1, 35% deles

consideram que o objetivo de um sindicato atualmente é promover melhores condições de

trabalho para a profissão, enquanto que 65%afirmam que o objetivo de um sindicato é

representar os profissionais perante outras associações, ao governo, etc.

Page 35: NATHALIA CARVALHO MOREIRA Transformações no Mundo do

35

35%

65%

Promover melhores condições trabalhoRepresenta os profissionais frenta a associações, governo etc.

Gráfico 1: Objetivos dos sindicatos na visão dos formandos do Curso deSecretariado Executivo –UFV- 2007.

No que diz respeito à atuação profissional dos estudantes antes da conclusão do curso,

o Gráfico 2 informa que 70% dos estudantes entrevistados ainda não trabalham na atividade

para a qual estão se preparando, enquanto 30% destes já trabalham exercendo função de

secretário. Tal situação nos mostra que ainda é baixo o percentual de estudantes que atuam

diretamente na área de formação, mesmo em uma universidade de reconhecida excelência

como a Universidade Federal de Viçosa, onde a possibilidade de realização de estágios

permite aos estudantes iniciar o exercício de suas atividades profissionais mesmo antes de

terem concluído o curso.

30%

70%

Trabalham como secretário (a) Não Trabalham como secretário (a)

Gráfico 2: Área de atuação dos formandos do Curso de Secretariado Executivo –UFV- 2007.

Page 36: NATHALIA CARVALHO MOREIRA Transformações no Mundo do

36

Todos os estudantes entrevistados afirmaram que ainda não estão filiados ao

SINDSEMG nem a algum sindicato de outra categoria. Tal situação se explica pelo fato da

filiação ao sindicato demandar a conclusão do curso em escola reconhecida pelo Ministério da

Educação, não sendo permitida a filiação de pessoas não habilitadas ao exercício da profissão.

Os estudantes podem se associar com o objetivo de participar das atividades do sindicato,

cursos, palestras e eventos.

Neste sentido, 80% dos estudantes disseram que pretendem se associar a algum

sindicato quando se graduarem e consideram importante para a profissão participar do

sindicato. Apenas 20% afirmaram que não possuem interesse e não consideram sua

participação importante.

O Gráfico 3 mostra que 60% dos estudantes formandos consideram que receberam, no

decorrer do curso, informações suficientes sobre o universo sindical e o papel dos sindicatos

nas relações entre capital e trabalho, enquanto 40% afirmaram que não receberam estas

informações, obtendo-as fora da sala de aula através de internet e eventos.

40%

60%

Bons conhecimentos Poucos conhecimentos

Gráfico 3: Conhecimento dos formandos do Curso de Secretariado Executivo –UFV sobre o universo sindical – 2007.

Quanto às informações a respeito do histórico da profissão de Secretário e suas

relações de trabalho, 85% disseram ter recebido todas estas informações de maneira sólida

durante a graduação e apenas 15% consideraram que as informações neste sentido, durante o

curso, não foram suficientes, conforme se pode observar pelo Gráfico 4 apresentado a seguir.

Page 37: NATHALIA CARVALHO MOREIRA Transformações no Mundo do

37

Gráfico 4: Grau de satisfação dos formandos do Curso de SecretariadoExecutivo – UFV sobre o conhecimento adquirido a respeito da profissão de

Secretariado - 2007.

Como mostra o gráfico 5, metade dos estudantes, afirmou que durante a graduação não

obteve informações suficientes a respeito de legislação social e direito dos trabalhadores o que

nos mostra que estas disciplinas poderiam ser mais exploradas para que estes temas fossem

mais conhecidos pela maioria dos estudantes e consequentemente pelos futuros profissionais.

Gráfico 5: Informações a respeito sobre legislação social e direito do trabalho deacordo com os estudantes de Secretariado Executivo – UFV 2007.

De acordo com o Gráfico 6, pode-se observar que 55% dos questionados afirmaram

que o que foi mais importante para o reconhecimento e regulamentação da profissão foram as

novas tecnologias, globalização e necessidades de mercado, 30% afirmaram que este fato se

deve aos profissionais melhor qualificados e multifuncionais, apenas 5% consideram que foi

85%

15%

Satisfeitos Insatisfeitos

50%

50%

Tiveram Informações Não tiveram informações

Page 38: NATHALIA CARVALHO MOREIRA Transformações no Mundo do

38

devido aos cursos técnicos e superiores criados recentemente e a mesma quantidade (5%) à

lutas sindicais e também a outros fatores, explicitados como todas as alternativas descritas.

De acordo com a bibliografia analisada, os estudantes não possuem muitas

informações a respeito de todas as ações e atividades realizadas pelo Sindicato em prol da

evolução do profissional de Secretariado e apenas tem em mente que a evolução da profissão

se deve praticamente às novas tecnologias, mercado e profissionais melhor qualificados.

55%

5%

30%

5% 5%

Novas tecnologias e mercado Cursos superiores e técncisoProfissionais melhor qualificados Conquistas sindicaisOutras

Gráfico 6: Fatores importantes para o reconhecimento e regulamentação da profissão deSecretariado na visão dos estudantes - 2007.

Conforme a Tabela 1 percebe-se que 85% dos estudantes consideram que a profissão

sofre preconceito de gênero sendo percebida por parte da sociedade ainda com visão

equivocada e distorcida do que realmente é, porém 90% dos questionados acreditam que

quando o profissional de secretariado executivo atua como líder sindical ele não sofre

preconceito de gênero.

% Estudantes Opinião sobre preconceito

85%Consideram que a profissão sofre preconceito de

gênero

90%Consideram que os líderes sindicais não sofrem

preconceito de gênero

Tabela 1: Observações dos formandos do Curso de Secretariado Executivo –UFV sobre o preconceito na profissão e na atuação sindical dos Secretários (as) – 2007.

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39

Todos os estudantes afirmaram que o Sindicato pode atuar no aprimoramento e

melhoria da inserção do profissional de Secretariado no mercado de trabalho através de cursos

profissionalizantes, eventos, palestras, congressos entre outros. 95% dos estudantes

consideram que o profissional de Secretaria do Executivo consegue se inserir no mercado de

trabalho mesmo antes de se formar, considerando que isto se deve às necessidades de mercado

e à vasta competência e habilidades destes profissionais possuem podendo atuar em diversas

áreas e segmentos de mercado.

5.1.2 Profissionais

Nesta seção serão analisados os dados coletados pela aplicação de questionários a 20

profissionais graduados em Secretariado Executivo Trilíngue pela UFV. Os questionários

também foram aplicados entre os dias 24 de maio e 8 de junho, porém foram enviados por e-

mail para os respectivos colaboradores. Foi utilizado neste caso, o mesmo questionário com

apenas a diferenciação no contexto das perguntas no caso dos avaliados já serem graduados.

Conforme se pode observar no Gráfico 7, a seguir, os profissionais avaliados, 80%

deles consideram que o objetivo de um sindicato atualmente é promover melhores condições

de trabalho para a profissão, enquanto que 20% afirmam que o objetivo de um sindicato é

representar os profissionais frente outras associações ao governo, etc.

80%

20%

Promover melhores condições de trabalho Representar os profissionais

Gráfico 7: Objetivo do Sindicato na visão dos Profissionais -2007.

Apenas 20% dos avaliados afirmaram ser filiados ao SINDSEMG e nenhum deles está

filiado a outro sindicato. Neste sentido, foi questionado seu interesse em se filiar, porém

apenas 40% mostraram este interesse.

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40

Quanto às informações a respeito do histórico da profissão de Secretário e suas

relações de trabalho, 70% disseram ter recebido todas estas informações de maneira sólida

durante a graduação e apenas 30% consideraram que as informações neste sentido, durante o

curso, não foram suficientes sendo a experiência profissional o que permitiu agregar mais

conhecimentos sobre o tema. Metade dos profissionais afirmou que durante a graduação não

obteve informações suficientes a respeito de legislação social e direito dos trabalhadores. Tal

situação reproduz uma deficiência na formação dos profissionais, anteriormente apontada

pelos estudantes. Os profissionais também afirmaram que foi através da prática profissional

que começaram a ter interesse e contato com as questões trabalhistas.

75% dos profissionais entrevistados afirmaram que receberam informações suficientes

sobre o universo sindical e o papel dos sindicatos nas relações de capital e trabalho durante a

graduação e 25% afirmaram que não receberam estas informações, obtendo-as fora da sala de

aula através de Internet, experiência de trabalho e eventos como se pode observar no gráfico

8:

Gráfico 8: Informações sobre o universo sindical e legislação social dosprofissionais – 2007.

De acordo com o Gráfico 9, pode-se observar que 40% dos questionados afirmaram

que o que foi mais importante para o reconhecimento e regulamentação da profissão foram as

novas tecnologias, globalização e necessidade de mercado, 20% afirmaram que este fato se

deve aos profissionais melhor qualificados e multifuncionais, apenas 10% consideram que foi

75%

25%

Receberam informações sobre universo sindical e legislaçãoSocial durante a graduação

Obtiveram estas informações extra-classe e com aexperiencia profissional

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devido aos cursos técnicos e superiores criados recentemente e 30% à lutas sindicais e

também a outros fatores, explicitados como todas as alternativas descritas.

40%

20%10%

30%

Novas tecnologias e mercado Cursos superiores e técnicos

Profissionais melhor qualificados Conquistas sindicais

Gráfico 9: Fatores importantes para o reconhecimento e regulamentação daprofissão de Secretariado na visão dos profissionais - 2007.

Cerca de 70% dos profissionais entrevistados consideram que a profissão sofre

preconceito de gênero e 30% consideram que com todos os avanços adquiridos pela profissão

este preconceito está diminuindo. Num patamar próximo ao observado entre os graduandos,

cerca de 90% dos entrevistados afirmam que o profissional de secretariado executivo não

sofre preconceito de gênero quando atua como líder sindical.

Todos os profissionais afirmaram que o Sindicato pode atuar no aprimoramento e

melhoria da inserção do profissional de Secretariado no mercado de trabalho através de cursos

profissionalizantes, eventos, palestras, congressos entre outros. Neste sentido também foi

questionado o que poderia ser melhorado na graduação em Secretariado, e foram

mencionados (como no caso dos estudantes entrevistados) o estudo e aprofundamento de

disciplinas da área de legislação, administração, sociologia e recursos humanos.

A grande maioria dos profissionais entrevistados, cerca de 90%, considera que o

profissional de Secretariado Executivo consegue se inserir no mercado de trabalho mesmo

antes de se formar, considerando que isto se deve às necessidades de mercado e à vasta

competência e habilidades destes profissionais podendo atuar em diversas áreas, porém na

maioria delas é isto o que ocorre, sendo o profissional admitido para exercer outras funções na

maioria das vezes.

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Um percentual expressivo, 45% dos profissionais graduados analisados não trabalha

como secretário (a) enquanto 55% destes trabalham exercendo função de secretário, conforme

se pode observar pelo Gráfico 10 a seguir.

55%

45%

Trabalham como secretário (a)Não Trabalham como secretário (a)

Gráfico 10: Graduados do curso de Secretariado da UFV que atuam na profissão– 2007.

Esses dados se, por um lado, indicam que um percentual expressivo dos formandos

não consegue emprego, ou mesmo trabalho, em sua área de formação profissional, fato que se

repete em relação a diversas outras profissões e é decorrente, entre outras coisas, do chamado

desemprego estrutural. Apontam também uma expressiva empregabilidade desses

profissionais do Secretariado e a existência de demanda para essa profissão no mercado de

trabalho, indiciam também.

Apenas 30% dos avaliados afirmaram ser filiados ao SINDSEMG e nenhum deles está

filiado a outro sindicato. Neste sentido, foi questionado seu interesse em se filiar, porém

apenas 40% mostraram este interesse.

Quanto às informações a respeito do histórico da profissão de Secretário e suas

relações de trabalho, 70% disseram ter recebido todas estas informações de maneira sólida

durante a graduação e apenas 30% consideraram que as informações neste sentido, durante o

curso, não foram suficientes sendo a experiência profissional agregado muitos conhecimentos

neste sentido.

Page 43: NATHALIA CARVALHO MOREIRA Transformações no Mundo do

43

5.2 “Líderes Sindicais” do SINDSEMG

Inicialmente, o objetivo desta seção do presente trabalho foi analisar o exercício da

atual presidência do SINDSEMG, bem como da gestão anterior a esta, porém após vários

contatos realizados com a presidente atual do Sindicato, esta não pode contribuir com a

pesquisa. Dessa forma, foi realizada somente uma entrevista semi-estruturada apenas com a

ex-presidente do SINDSEMG Maria Antonieta Ferreira Mariano, que foi uma das fundadoras

do sindicato e o presidiu por onze anos. Atualmente ela trabalha na Federação e Sindicato das

Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais como Gerente de

Administração.

Segundo a ex-presidente, a criação do SINDSEMG:

“Não foi nada fácil. Mas contamos com uma diretoria engajada na profissãoe sedenta por crescimento e desenvolvimento profissional. Porém sua criação foiimportante, pois ampliou a consciência do profissional e a valorização peloprofissional que passou a ser mais conhecido em função das atividades sindicaiscomo por exemplo: As Negociações Coletivas.” (Entrevista, 2007)

Durante o processo de criação do Sindicato ela afirma que:

“A profissão era considerada eminentemente feminina e os homens, quando adesempenhavam, usavam outras nomenclaturas como: Chefe de Gabinete, AuxiliarAdministrativo etc. Não havia preconceito quanto à atuação sindical e mais emrelação aos homens que exerciam a profissão.” (Entrevista, 2007)

Atualmente, segundo Maria Antonieta o preconceito existe, porém numa escala bem

menor.

“Hoje, nas grandes indústrias, existem os profissionais de secretariado deescritório e os profissionais de secretariado de fábrica que são exercidos em suamaioria por homens, haja vista ainda, os sindicatos presididos por homens e osinúmeros formados nos cursos de secretariado”. (Entrevista, 2007)

Segundo ela, não somente a atuação do Sindicato, mas principalmente da Federação e

da própria categoria contribuiu para a mudança no perfil da profissão.

“Defender a reputação da classe, sempre alvo de comentários absurdos;Preservar a imagem contra propagandas, anúncios, novelas, que ferem os princípiosda profissão. Estar sempre vigilante com essa questão da imagem e do preconceitoforam e são ações empenhadas até hoje. Considerando os últimos 10 anos, hoje aprofissão de secretariado é vista com muito mais respeito”. (Entrevista, 2007)

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O objetivo do Sindicato atualmente na sua visão:

“Continua sendo: a defesa do profissional, seu crescimento que se dá atravésdas Negociações Coletivas, de cursos palestras Por direito legal somente ele poderepresentar o profissional de secretariado”. (Entrevista, 2007)

No seu ponto de vista:

“A participação das estudantes e secretárias é bem ativa. O Sindicatofunciona como fonte de pesquisa, atualização e ainda encaminhamento profissionalatravés do seu Banco de Emprego na internet, porém atualmente possui somente 160associados no estado de Minas Gerais, contando com estudantes e profissionais”.(Entrevista, 2007)

Maria Antonieta comenta ainda que a pouca participação dos trabalhadores e

estudantes se deve à cultura brasileira e não a nenhum tipo de preconceito. Ela afirma:

“Acredito que esta participação faz parte da cultura brasileira. Outro fatoragravante e a pouca disponibilidade para estas atividades. A constante evolução domundo moderno, não deixa muito espaço para as pessoas que estão sempredesempenhando diversos papéis”. (Entrevista, 2007)

A partir destas informações, percebe-se que o SINDSEMG passou por grandes

dificuldades para sua criação, porém explicita-se que o diferencial deste Sindicato foram

pessoas muito engajadas e comprometidas com a profissão, que lutaram e que são

responsáveis por todas as conquistas adquiridas que foram citadas.

Desta forma, nota-se a grande relevância dos empreendimentos deste Sindicato para a

evolução dos profissionais de Secretariado Executivo e bem como da importância da

continuidade destas atividades para desenvolvimento contínuo do próprio Sindicato e da

profissão.

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6. CONCLUSÕES

Após serem cumpridos os objetivos desta pesquisa, conclui-se que foram encontrados

vários aspectos contributivos para as pesquisas sobre Trabalho, Sindicalismo e Secretariado

Executivo.

A partir da revisão bibliográfica realizada e dos questionários analisados dos

estudantes e profissionais de Secretariado Executivo, percebeu-se que os sindicatos perderam

um pouco o foco da atenção dos trabalhadores, não tendo muita participação de profissionais

nem despertando tanto interesse entre os estudantes.

Porém não se pode afirmar que a pequena participação nos sindicatos se deva a algum

preconceito, mas pode-se dizer que se deve mais a uma cultura existente, de que os sindicatos

têm um papel apenas de simbólico frente aos trabalhadores, de representação perante o

governo e outras instituições.

Isto pode ser confirmado a partir do gráfico 7 (página 38) que mostra que 20% dos

trabalhadores consideram que o objetivo de um sindicato é apenas representar os profissionais

e da mesma maneira isto pode ser observado no gráfico 1 (página 34) que explicita que 65%

dos estudantes também tem esta visão e não promover melhores condições de trabalho.

A pouca participação nos sindicatos, de acordo com os dados analisados, pode-se dizer

que se deve a uma transposição dos profissionais para outros tipos de empregos e atuação em

Page 46: NATHALIA CARVALHO MOREIRA Transformações no Mundo do

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outras atividades como explicitado no gráfico 10 (página 41), que mostra que 45% dos

graduados em Secretariado Executivo não trabalham exercendo atividades desta profissão.

Ademais, percebeu-se que no caso do Sindicato das Secretárias a existência de

preconceito de gênero na atuação como um líder sindical é considerada pequena, sendo que a

luta sindical se sobrepõe a isto, o que nos mostra o motivo do destaque das realizações e

conquistas deste Sindicato.

O Sindicato funciona atualmente como fonte de pesquisa, atualização e ainda

encaminhamento profissional através do seu banco de empregos que é muito consultado pelos

profissionais e estudantes, tornando-se uma referência para se obter informações sobre a área

e inserção profissional.

Foram vários aspectos importantes para o reconhecimento da profissão citados nesta

pesquisa como necessidade de mercado, novas tecnologias, cursos superiores e técnicos e

profissionais melhor qualificados, porém deve-se ressaltar a importância das realizações deste

Sindicato para esta categoria como o reconhecimento e regulamentação profissional.

Neste sentido, de acordo com 30% dos profissionais entrevistados, a regulamentação e

reconhecimento da profissão se devem à atuação dos sindicatos, o que pode ser visto no

gráfico 9 (página 40), enquanto que apenas 5% dos estudantes entrevistados consideraram a

atuação dos sindicatos relevante para o reconhecimento da profissão segundo o gráfico 6,

(página 37).

Conforme o gráfico 7 (página 38), 80% dos profissionais entrevistados afirmam que o

objetivo do Sindicato é promover melhores condições de trabalho o que evidencia a

importância da atuação do sindicato.

Em suma, conclui-se após a realização deste estudo, que o SINDSEMG não possui

uma participação muito intensa junto à base profissional que pretende representar. Contudo,

ressalta-se a importância desta pesquisa, para explicitar aos profissionais e estudantes desta

categoria o quanto foi ativa e relevante a atuação deste Sindicato para a regulamentação e

reconhecimento profissional desta categoria, fato que é desconhecido pela maioria dos

estudantes e graduados em Secretariado Executivo, sendo que apenas 5% e 30%

respectivamente consideram que o sindicato contribuiu para a profissão. (gráfico 9, página 40

e gráfico 6 página 37).

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E por fim, conclui-se este estudo, ratificando que atualmente os sindicatos ainda

possuem um papel de grande importância no âmbito das relações trabalhistas apesar de todas

as transformações econômico-sociais, sendo imprescindível o conhecimento das atividades,

sindicais, formas de atuação e associação com o objetivo de desenvolver e melhor

continuamente o trabalho.

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48

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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http://www.sindsemg.com.br/

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8. BIBLIOGRAFIA

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9. ANEXOS

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Anexo 1

Código de Ética do Profissional de Secretariado Executivo

(Publicado no Diário Oficial da União de 7 de julho de 1989).

CapítuloIDos Princípios Fundamentais

Art.1º. - Considera-se Secretário ou Secretária, com direito ao exercício da profissão, a pessoalegalmente credenciada nos termos da lei em vigor.Art.2º. - O presente Código de Ética Profissional tem por objetivo fixar normas deprocedimentos dos Profissionais quando no exercício de sua profissão, regulando-lhes asrelações com a própria categoria, com os poderes públicos e com a sociedade.Art.3º. - Cabe ao profissional zelar pelo prestígio e responsabilidade de sua profissão,tratando-a sempre como um dos bens mais nobres, contribuindo, através do exemplo de seusatos, para elevar a categoria, obedecendo aos preceitos morais e legais.

CapítuloIIDos Direitos

Art.4º. - Constituem-se direitos dos Secretários e Secretárias: a) garantir e defender asatribuições estabelecidas na Lei de Regulamentação; b) participar de entidades representativasda categoria; c) participar de atividades públicas ou não, que visem defender os direitos dacategoria; d) defender a integridade moral e social da profissão, denunciando às entidades dacategoria qualquer tipo de alusão desmoralizadora; e) receber remuneração equiparada à dosprofissionais de seu nível de escolaridade; f) ter acesso a cursos de treinamento e a outrosEventos/Cursos cuja finalidade seja o aprimoramento profissional; g) jornada de trabalhocompatível com a legislação trabalhista em vigor.

CapítuloIIIDos Deveres Fundamentais

Art.5º. - Constituem-se deveres fundamentais das Secretárias e Secretários: a) considerar aprofissão como um fim para a realização profissional; b) direcionar seu comportamentoprofissional, sempre a bem da verdade, da moral e da ética; c) respeitar sua profissão eexercer suas atividades, sempre procurando aperfeiçoamento; d) operacionalizar e canalizaradequadamente o processo de comunicação com o público; e) ser positivo em seuspronunciamentos e tomadas de decisões, sabendo colocar e expressar suas atividades; f)procurar informar-se de todos os assuntos a respeito de sua profissão e dos avançostecnológicos, que poderão facilitar o desempenho de suas atividades; g) lutar pelo progressoda profissão; h) combater o exercício ilegal da profissão; i) colaborar com as instituições queministram cursos específicos, oferecendo-lhes subsídios e orientações.

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CapítuloIVDo Sigilo Profissional

Art.6º. - A Secretária e o Secretário, no exercício de sua profissão, deve guardar absolutosigilo sobre assuntos e documentos que lhe são confiados.Art.7º. - É vedado ao Profissional assinar documentos que possam resultar nocomprometimento da dignidade profissional da categoria.

CapítuloVDas Relações entre Profissionais Secretários

Art.8º. - Compete às Secretárias e Secretários: a) manter entre si a solidariedade e ointercâmbio, como forma de fortalecimento da categoria; b) estabelecer e manter um climaprofissional cortês, no ambiente de trabalho, não alimentando discórdia e desentendimentoprofissionais; c) respeitar a capacidade e as limitações individuais, sem preconceito de cor,religião, cunho político ou posição social; d) estabelecer um clima de respeito à hierarquiacom liderança e competência.Art.9º. - É vedado aos profissionais: a) usar de amizades, posição e influências obtidas noexercício de sua função, para conseguir qualquer tipo de favoritismo pessoal ou facilidades,em detrimento de outros profissionais; b) prejudicar deliberadamente a reputação profissionalde outro secretário; c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro,contravenção penal ou infração a este Código de Ética.

CapítuloVIDas Relações com a Empresa

Art.10º. - Compete ao Profissional, no pleno exercício de suas atividades: a) identificar-secom a filosofia empresarial, sendo um agente facilitador e colaborador na implantação demudanças administrativas e políticas; b) agir como elemento facilitador das relaçõesinterpessoais na sua área de atuação; c) atuar como figura-chave no fluxo de informaçõesdesenvolvendo e mantendo de forma dinâmica e contínua os sistemas de comunicação.Art.11º. - É vedado aos Profissionais: a) utilizar-se da proximidade com o superior imediatopara obter favores pessoais ou estabelecer uma rotina de trabalho diferenciada em relação aosdemais; b) prejudicar deliberadamente outros profissionais, no ambiente de trabalho.

CapítuloVIIDas Relações com as Entidades da Categoria

Art.12º. - A Secretária e o Secretário devem participar ativamente de suas entidadesrepresentativas, colaborando e apoiando os movimentos que tenham por finalidade defenderos direitos profissionais.Art.13º. - Acatar as resoluções aprovadas pelas entidades de classe.Art.14º. - Quando no desempenho de qualquer cargo diretivo, em entidades da categoria, nãose utilizar dessa posição em proveito próprio.Art.15º. - Participar dos movimentos sociais e/ou estudos que se relacionem com o seu campode atividade profissional.

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Art.16º. - As Secretárias e Secretários deverão cumprir suas obrigações, tais comomensalidades e taxas, legalmente estabelecidas, junto às entidades de classes a que pertencem.

CapítuloVIIIDa Obediência, Aplicação e Vigência do Código de Ética

Art.17º. - Cumprir e fazer cumprir este Código é dever de todo Secretário.Art.18º. - Cabe aos Secretários docentes informar, esclarecer e orientar os estudantes, quantoaos princípios e normas contidas neste Código.Art.19º. - As infrações deste Código de Ética Profissional acarretarão penalidades, desde aadvertência à cassação do Registro Profissional na forma dos dispositivos legais e/ouregimentais, através da Federação Nacional das Secretárias e Secretários.Art.20º. - Constituem infrações: a) transgredir preceitos deste Código; b) exercer a profissãosem que esteja devidamente habilitado nos termos da legislação específica; c) utilizar o nomeda Categoria Profissional das Secretárias e/ou Secretários para quaisquer fins, sem o endossodos Sindicatos de Classe, em nível Estadual e da Federação Nacional nas localidadesinorganizadas em Sindicatos e/ou em nível Nacional.

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10 APÊNDICE

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Monografia de conclusão do curso de SecretariadoExecutivo Trilíngue

Estudante: Nathalia Carvalho MoreiraOrientador: Professor Dr. José Ambrósio Ferreira

Neto

Questionário

*O PREENCHIMENTO DO QUESTIONÁRIO IMPLICA NA ACEITAÇÃO E CONSENTIMENTO DAUTILIZAÇÃO E PUBLICAÇÃO DOS DADOS PARA ESTA PESQUISA (DATA APLICAÇÃO: / /

1 - Você possui algum conhecimento sobre o Sindicato das Secretárias?( ) Sim ( ) NãoSe sim; sobre qual, como ficou sabendo? _____________________________________

2 - Na sua opinião, qual é o principal objetivo de um sindicato atualmente?( ) Buscar melhores condições de trabalho para a profissão( ) Promover encontros entre os profissionais e estudantes para atualização( ) Representar os profissionais frente outras associações, ao governo, etc( ) Papel simbólico; não compreendo os objetivos.

3 - Você é filiada no Sindicato das Secretárias do seu estado?( ) Sim ( ) Não

4 - Se não é filiada, pretende filiar-se quando se formar?( ) Sim ( ) Não

5 - Durante a graduação, você recebeu incentivos para a participação em algum sindicato?( ) Sim ( ) Não

6 - O curso de graduação em Secretariado Executivo lhe permitiu ter um conhecimento sólidosobre o histórico da profissão de Secretariado, relações trabalhistas em geral, legislação sociale sindicalismo?( ) Sim ( ) Não, obtive conhecimentos extra sala de aula.Explicar ________________________________________________________

7 - Você acha importante ser filiada a um Sindicato na atualidade?( ) Sim ( ) NãoSe sim, qual sua expectativa de um sindicato?_________________________________________

8 - Na sua opinião o Sindicato das Secretárias foi importante para a evolução da profissão?( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei

9 - No seu ponto de vista, o que foi mais importante para o reconhecimento e regulamentaçãoda profissão no contexto atual?( ) novas tecnologias, globalização, necessidade de mercado( ) cursos superiores e técnicos( ) profissionais altamente qualificados e multifuncionais

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( ) lutas e conquistas sindicais10 – Você acha que a profissão de Secretariado sofre muito preconceito de gênero?( ) Sim ( ) NãoSe sim, você acha que os sindicatos poderiam ajudar neste sentido? Como?__________________

11 – Você acha que profissional de Secretariado Executivo, por ser majoritariamente do sexofeminino sofre preconceito ao atuar como um líder ou representante de sindicatos?( ) Sim ( ) NãoPor que? ( ) por se tratar de um movimento social ( ) por sofrer preconceito de gênero

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Monografia de conclusão do curso de SecretariadoExecutivo Trilíngue

Estudante: Nathalia Carvalho MoreiraOrientador: Professor Dr. José Ambrósio Ferreira

Neto

* O PREENCHIMENTO DO QUESTIONÁRIO IMPLICA NA ACEITAÇÃO E CONSENTIMENTO DAUTILIZAÇÃO E PUBLICAÇÃO DOS DADOS PARA ESTA PESQUISA. (DATA APLICAÇÃO: / / )

Questionário Ex-presidente do Sindicato

Nome:Local de Trabalho:Função:Data:

1 – Quanto tempo você trabalhou no sindicato das Secretárias?

2 – O que você pode ressaltar como o fato mais importante para a criação deste Sindicato?

3 – Como foi o seu processo de criação?

4 – Qual é a participação das estudantes e secretárias?

5 – Durante o processo de criação do Sindicato, havia muito preconceito de gênero?

6 – Ainda há preconceito? Como?

7 – Você acha que a atuação do sindicato contribuiu para a mudança do perfil da profissão,bem como da visão que ela tem pela sociedade? Como?

8 – Na sua opinião qual o objetivo do Sindicato atualmente?

9 – E qual o papel que ele realmente exerce hoje?

10 – Atualmente, as pessoas participam muito pouco dos sindicatos, a que você acha que sedeve esta afirmação?