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Portugal

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  • MINISTRIO DA SEGURANA SOCIAL E TRABALHO

    PLANO NACIONAL DE EMPREGO2002

    Abril 2002

  • 2O documento agora apresentado, embora revisto luz do programa do novoGoverno, recentemente empossado, no contempla ainda, de forma concreta,algumas medidas presentemente em fase de preparao e que consubstanciaro asalteraes estratgicas verificadas nas polticas nacionais. As principais alteraesverificar-se-o no mbito das directrizes dos Pilares II e III e delas se dar conta noprximo relatrio de implementao.

    A introduo dessas alteraes ter, em particular, implicaes ao nvel daEstratgia de Criao de Emprego nos Servios, cuja reviso ter igualmente queficar adiada.

  • 3ndicePg.

    Sinopse 4

    Parte 1 Enquadramento 51. Introduo 52. Enquadramento macro-econmico 63. Situao do mercado de emprego 84. Traos estruturais do sistema de emprego 245. Os objectivos gerais do Plano 296. As linhas de estratgia 297. O desenvolvimento nacional do PNE 308. Os quatro pilares a situao nacional e as prioridades 329. Os grandes objectivos do PNE para 2002 3410. O enquadramento financeiro 3511. A promoo e acompanhamento do Plano 36

    Parte 2 Linhas Directrizes 38

    Objectivos horizontais Criar condies para o pleno emprego numasociedade do conhecimento

    38

    Pilar I Melhorar a empregabilidade 53Pilar II Desenvolver o espirito empresarial e a criao de emprego 73Pilar III Incentivar a adaptabilidade das empresas e seus trabalhadores 89Pilar IV Reforar as polticas de igualdade de oportunidades entrehomens e mulheres

    95

    Anexo Declarao Conjunta dos Parceiros Sociais sobre o PNE 105

  • 4SINOPSE

    Num quadro macro-econmico menos favorvel que os dos anos anteriores, ocomportamento do mercado de trabalho continuou a apresentar-se globalmente positivo,com uma pequena desacelerao na evoluo do emprego e dos salrios reais e umaumento de 0.1 pontos percentuais na taxa de desemprego, que se mantm porm a umnvel baixo.

    Em 2001, o crescimento do emprego no Continente continuou mais intenso para asmulheres (1.8%) do que para os homens (1.4%). O emprego dos jovens voltou a descer (-0,7%), em oposio ao dos restantes grupos etrios, sobretudo em resultado dacomponente feminina (-1.1%).

    Pelo quinto ano consecutivo, o crescimento do emprego foi acompanhado por umaumento da taxa de emprego (15-64 anos). De notar que esta varivel apresenta valoressuperiores aos registados para a UE (68.1% para Portugal e 63.1% para a UE, em 2000).

    A taxa de desemprego em Portugal, que se continua a situar bastante abaixo da mdia daUE, foi em 2001 de 4.1%, mais 0.1 p.p. face ao ano precedente. Na UE a taxa dedesemprego desceu porm de 8.1% para 7.6%.

    A taxa de desemprego dos jovens no Continente foi de 9.4%, em 2001, o que representaum acrscimo face ao ano de 2000 (8.8%), em resultado de aumentos quer dosdesempregados jovens masculinos quer dos femininos. A taxa de desemprego juvenil eraporm da ordem dos 14.8% em 1997, mantendo-se inferior correspondente taxa naUE15 (15,3%, em 2001).

    Em 2002 as orientaes para as polticas de emprego dos Estados Membros apresentarampoucas alteraes relativamente s do ano anterior, excepo da introduo de um novoobjectivo horizontal relativo qualidade do emprego.

    Assim, a abordagem integrada das vrias dimenses da qualidade do emprego o aspectoinovador desta verso do PNE que pode ser encontrada no texto referente ao objectivohorizontal B.

    No que respeita s restantes directrizes, mantm-se de uma maneira geral os objectivos emetas considerados em 2001, maioritariamente definidos a nvel europeu ou transpostosdos programas do QCA III que financiam a execuo do PNE. Registam-se contudoalgumas alteraes na estratgia nacional, nomeadamente nas directrizes dos Pilares II eIII, resultantes da entrada em funes do novo Governo.

    A reviso de fundo do PNE, dada a pouca margem propiciada este ano pelo calendrioeuropeu, ser levada a cabo na verso de 2003, j enquadrada pelas novas orientaes daprxima fase da Estratgia Europeia para o Emprego.

  • 5Parte I ENQUADRAMENTO

    1. Introduo

    O Plano Nacional de Emprego (PNE), adoptado pela Resoluo do Conselho deMinistros n. 59/98, de 6/5, materializa o compromisso assumido pelo Estado Portugus,no quadro da Cimeira Extraordinria sobre o Emprego do Luxemburgo, realizada emNovembro de 1997, de dar sequncia s directrizes sobre o emprego acordadas nestaCimeira.

    Estas directrizes do corpo a uma estratgia coordenada para o emprego escala europeiaassente em quatro pilares: melhorar a empregabilidade, desenvolver o espritoempresarial, incentivar a capacidade de adaptao dos trabalhadores e das empresas ereforar as polticas de igualdade de oportunidades.

    O PNE transpe para a realidade portuguesa o contedo dessas directrizes, com asadaptaes justificadas pela especificidades nacionais, estabelecendo objectivos, metasquantificadas e prazos de actuao, e definindo novos programas e medidas.

    Tal como a estratgia europeia em que se insere, o desenvolvimento do PNE obedece auma ptica plurianual que indispensvel sua implementao. No quadro temporal decinco anos, em que se desenvolve a estratgia europeia para o emprego adoptada naCimeira do Luxemburgo, o PNE deve articular-se com as grandes prioridades e darresposta aos novos desafios que se colocam a Portugal e s economias europeias nessehorizonte.

    Tendo em vista identificar linhas de resposta a esses novos desafios, Portugal lanou umprocesso de reviso do Plano Nacional de Emprego, envolvendo vrios departamentosministeriais e a participao dos parceiros sociais. No mbito desse processo foramidentificadas linhas de reviso dirigidas, na sua globalidade, para a continuidade dasorientaes previstas em anos anteriores, naturalmente adaptadas aos novos desafios daestratgia europeia e afinadas em funo do prprio balano de execuo do PNE e dasrecomendaes do Conselho a Portugal.

    Na reviso para 2002 foram tidos em conta nomeadamente as inovaes na EstratgiaEuropeia para o Emprego resultantes da incorporao das concluses da Cimeira deLisboa, tendo em conta a evoluo recente dos indicadores do mercado de emprego e osAcordos entretanto assinados com os Parceiros Sociais relativos Poltica de Emprego,Mercado de Trabalho, Educao e Formao e s Condies de Trabalho, Higiene eSegurana no Trabalho e Combate Sinistralidade.

    Foram igualmente consideradas as articulaes necessrias com outras estratgiastransversais, quer a nvel nacional quer a nvel europeu, nomeadamente, a Estratgia paraa Aprendizagem ao Longo da Vida, o Plano Nacional de Aco para a Incluso e oPrograma Integrado de Apoio Inovao.

  • 6Na traduo concreta dessas linhas optou-se pela integrao directa no PNE dasadaptaes consideradas necessrias, de forma a que a presente reviso salvaguarde aconsistncia formal deste instrumento de programao plurianual, sem contudo deixar dereflectir as decises polticas entretanto tomadas a nvel europeu ou nacional.

    As alteraes agora introduzidas, respeitando a coerncia, a estrutura e as ambies doPNE, correspondem necessidade da incorporao de novos elementos resultantes,nomeadamente, das linhas directrizes para a poltica de emprego da UE para 2002; dasobservaes da Comisso e das recomendaes a Portugal constantes do RelatrioConjunto, relativas execuo do PNE em 2001; e da estrutura e medidas includas nonovo Quadro Comunitrio de Apoio (2000-2006) que, por consubstanciar grande parte dosuporte financeiro do PNE, influencia fortemente o leque de instrumentos disponveispara a sua execuo.

    2. Enquadramento macro-econmico

    Em 2001 o PIBpm cresceu 1.7%, em termos reais, o que se traduz numa desacelerao doritmo de crescimento que vinha a ser prosseguido nos ltimos anos. Entre 1998 e 2001, ataxa anual mdia de crescimento do produto foi de 3,3%, ou seja, cerca de 0.7 pontospercentuais acima da mdia da U.E (2,6%), para o mesmo perodo de tempo; contudo,tanto em 2000 como em 2001, a economia portuguesa cresceu ao mesmo ritmo do da UE.

    Grfico 1. Evoluo do PIB (taxas de variao)

    -2

    -1

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001

    Anos

    Port U E 15

    Fonte: EUROSTAT, New Cronos

    Para a desacelerao registada no crescimento do PIB, em 2001, contriburam todas ascomponentes da despesa, mas, com especial realce, a procura externa (8.4% em 2000para 2.9% em 2001) em resultado do enfraquecimento do comrcio mundial, e oInvestimento, que estabilizou no ano em anlise.

  • 7Quadro 1. Evoluo das principais grandezas econmicasPORTUGAL

    %Principais grandezas 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001Evoluo anual realPIB pm

    Consumo PrivadoConsumo Pblico

    FBCFExportaesImportaes

    2.91.52.24.710.37.2

    3.53.03.42.77.14.9

    3.93.32.212.27.110.0

    4.55.14.112.49.214.2

    3.54.85.07.93.28.8

    3.52.63.33.68.45.8

    1.70.92.40.02.90.9

    InflaoInd. Preos Implcitos no PIB*

    Ind. Preos Consumidor c/rendas)5.04.2

    3.13.1

    3.82.4

    3.82.8

    3.22.3

    3.22.9

    4.94.3

    EmpregoProdutividade(PIB/Emprego)Produtividade(PIB/Volume de Trabalho)

    -0.6*3.5nd

    0.6*2.9nd

    1.9*2.0nd

    2.3**2.2nd

    1.81.72.9

    1.71.82.5

    1.60.10.4

    Fontes: INE, ndice de Preos no Consumidor e Inqurito ao Emprego.INE, CNA para 1995 e CNT para 1996-2001.* Continente** Quebra de srie.

    A evoluo dos preos, medida tanto pelo ndice de preos implcito no PIB (4,9%) comopelo ndice de preos no consumidor (4,3%), conheceu uma acelerao em 2001, porcomparao com os anos anteriores, tendo aumentado o seu desvio em relao mdiaeuropeia.

    A produtividade mdia do trabalho, medida pelo indicador do PIB/Emprego, quase queestabilizou em 2001 (0.1%), tendo-se traduzido o moderado crescimento da economiaportuguesa praticamente em emprego, cuja desacelerao evolutiva, em relao ao anoanterior, foi de 0.1 p.p., contra 1.7 p.p. na produtividade. No caso de se usar, comomedida, o rcio PIB/Volume de Trabalho, o aumento um pouco superior (0,4%), mas aritmo menos intenso do que nos anos anteriores.

    O emprego em Portugal continuou a crescer a ritmo significativo (1,6%), se bem que emdesacelerao relativamente aos dois ltimos anos (1,8% e 1,7%, respectivamente em1999 e 2000), e a taxa de desemprego foi de 4,1%, 0.1 ponto percentual acima daverificada no ano anterior, que tinha atingido o valor mdio anual mais baixo dos ltimosanos. Os ganhos mdios nominais na indstria, electricidade, gs e gua teriam crescido taxa de 5,4%, um valor inferior ao registado no ano anterior (6%), o que se traduziu numacrscimo real, ou seja, depois de deflacionado pelos preos, de 1%, tambm aqum doregistado em 2000 (3,1%) e inferior ao crescimento da produtividade do trabalhonaqueles sectores (5,4%).

  • 8Quadro 2. Quadro estrutural de indicadores macro-econmicos e de emprego(UE=100

    1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001PIB per capita a preos e PPC correntes(1)

    Remunerao mdia a preos e PPC correntes(2)

    PIB por empregado a preos e PPC constantes (1)

    Taxa de Actividade(3)

    Taxa de Emprego (3)

    Taxa de Desemprego (3)

    Taxa de Inflao (Deflator do Consumo Privado) (1)

    70.5

    66.6

    66.2

    100.4

    104.5

    68.5

    140.6

    70.9

    67.3

    67.0

    100.3

    104.0

    70.0

    128.6

    74.4

    70.7

    67.4

    101.0

    105.5

    63.3

    131.8

    73.3

    69.3

    68.0

    103.4

    109.5

    47.6

    152.9

    73.4

    71.4

    68.4

    103.3

    108.5

    51.6

    164.3

    73.4

    74.6

    68.6

    103.0

    107.9

    48.8

    147.4

    73.8

    74.0

    68.4

    n.d

    n.d

    53.9

    166.7

    Fontes: (1) EUROSTAT, New Cronos(2) EUROSTAT, New Cronos e Estimativas do DEPP.(3) EUROSTAT, New Cronos. As taxas foram calculadas apenas para a populao dos 15 aos 64 anos. Dada a quebra na srie doInqurito ao Emprego do INE, as taxas no so comparveis para os anos antes e depois de 1998. Em 2001, trabalhou-se com a taxade desemprego do total das idades

    O rendimento mdio dos portugueses, medido pelo PIB pm per capita a preos eparidades de poder de compra correntes, convergiu em relao ao rendimento per capitada UE, no perodo 1995 a 2001, representando 73.8% da mdia comunitria, em 2001,contra 70,5% em 1995. Entre 1998 e 2001, a aproximao de Portugal mdiacomunitria foi porm muito lenta. Estima-se que as remuneraes mdias representem,em 2001, cerca de 74% das da UE, verificando-se um ritmo rpido de aproximao sremuneraes mdias da Unio, j que em 1995 a correspondente percentagem era de66,6% e de 69,3% em 1998. A produtividade mdia do trabalho em Portugal, medidapelo PIB por trabalhador a preos e paridades de poder de compra constantes, temapresentado uma relao relativamente estvel, por comparao com a da UE, desde1998. As taxas de actividade e de emprego em Portugal so superiores s da mdia daUnio, constatando-se uma posio inversa para as taxas de desemprego, que em 2001pouco ultrapassavam a metade da mdia comunitria.

    3. Situao do mercado de emprego

    3.1. Emprego

    O comportamento do mercado de trabalho continuou a apresentar-se globalmentepositivo, com uma pequena desacelerao na evoluo do emprego e dos salrios reais eum aumento de 0.1 pontos percentuais na taxa de desemprego, que se mantm porm aum nvel baixo. Aquela desacelerao foi contudo menor do que o abrandamentoverificado no nvel de actividade econmica.

  • 9Grfico 2.Evoluo do PIB e do emprego em Portugal

    (taxas de variao)

    Fonte:INE,ContasNacionais eInqurito aoEmprego

    Em2001, apopulao

    activa

    do Continente aumentou, relativamente a 2000, em cerca de 1,7%, ou seja, umapercentagem superior dos dois anos anteriores (1,3%, tanto em 1999 como em 2000).Este crescimento foi mais intenso para as mulheres (1,9%) do que para os homens(1,5%). O nmero de jovens activos estacionou, depois das quebras registadas nos doisltimos anos (-1,9% e 3,6%, respectivamente em 1999 e 2000). De referir, contudo, queenquanto os activos masculinos conheceram um aumento de 0,7%, em relao a 2000, osfemininos registaram uma descida de 0,7%. A taxa de actividade total aumentou 0.6p.p., um crescimento idntico ao do ano transacto, fixando-se em 52.1% (calculada para ototal das idades), na mdia do ano, concluindo-se assim por um novo aumento daparticipao da populao portuguesa no mercado de trabalho.

    Do mesmo modo, o emprego no Continente continuou a tendncia ascendente (1.6%face a 2000), na sequncia do ocorrido nos ltimos anos. Entre 1998 e 2001, o empregocresceu a uma taxa mdia anual de 1,8%. A evoluo do emprego continua maisfavorvel em Portugal do que na UE, mesmo tendo j a taxa de emprego um nvel maisalto no caso portugus.

    -3

    -2

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    0

    1

    2

    3

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    5

    6

    1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001

    Anos

    %

    PIB Emprego

  • 10

    Grfico 3.Evoluo do emprego

    (taxas de variao)

    Fonte: INE, Contas Nacionais Anuais e Inqurito ao Emprego.Comisso Europeia, Statistical Annex of European Economy, Spring 2002

    Em 2001, o crescimento do emprego no Continente continuou mais intenso para asmulheres (1.8%) do que para os homens (1.4%). O emprego dos jovens voltou a descer(-0,7%), em oposio ao dos restantes grupos etrios, sobretudo em resultado dacomponente feminina (-1.1%).

    Pelo quinto ano consecutivo, o crescimento do emprego foi acompanhado por umaumento da taxa de emprego (15-64 anos). De notar que esta varivel apresenta valoressuperiores aos registados para a UE (68.1% para Portugal e 63.1% para a UE, em 2000).

    Na mdia do ano de 2001, a taxa de emprego no Continente atingiu os 69.1% (76.7%para os homens e 61.7% para as mulheres), o que representa um acrscimo de 0.6 p.p.,entre 2000 e 2001, situando-se, no caso das mulheres, acima da meta estabelecida naCimeira de Lisboa para 2010 (60%) e muito prxima da correspondente meta para oconjunto dos homens e das mulheres (70%). Alis, os objectivos intermdios fixados naCimeira de Estocolmo para 2005, j foram ultrapassados (67% e 57%, para o total e paraas mulheres). A subida da taxa de emprego foi geral, excepto no grupo dos 55 aos 64anos, onde se verificou uma quebra de 0.6 p.p., em contraste com o aumento sustentadoque se vinha a registar desde 1995, embora continue mais elevada do que a metaestabelecida para 2010 (50%).

    -3,0

    -2,0

    -1,0

    0,0

    1,0

    2,0

    3,0

    4,0

    1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001

    AnosPort UE 15

  • 11

    TAXAS DE EMPREGO

    Uma anlise da taxa de emprego por grupo etrio, em 1998 e 2000, faz sobressair as diferenas entrePortugal e a mdia dos parceiros europeus. A taxa de emprego em Portugal mantm-se acima da daEuropa 15 em 2000, embora a diferena tenha baixado de 5,8 pontos percentuais para 5, entre 1998 e2000.Esta reduo deve-se s taxas de emprego dos homens, em qualquer dos grupos etrios, e dasmulheres, mas apenas no grupo mais jovem, onde se regista mesmo uma taxa ligeiramente mais baixaem Portugal, em 2000. Mantm-se a tendncia para as diferenas a favor de Portugal serem tantomais importantes, quanto mais elevado for o nvel etrio.

    TAXAS DE EMPREGO POR IDADE E SEXO

    EscalesEtrios

    1998

    2000

    U.E. 15 (%)Portugal (%)Diferena(p.p.)U.E. 15(%)

    Portugal(%)

    Diferena(p.p.)

    Total(15-64)61,066,85,863,168,15,0

    15-2437,543,05,539,941,92,0

  • 12

    25-4975,482,06,677,683,55,9

    50-6447,757,49,749,4599,6

    Homens(15-64)70,875,74,972,476,23,8

    15-2441,046,95,943,347,74,4

    25-4986,390,94,687,991,13,2

    50-6459,471,612,260,570,810,3

    Mulheres(15-64)51,258,37,153,8

  • 13

    60,46,6

    15-2434,039,25,236,536,1-0,4

    25-4964,473,59,167,276,39,1

    50-6436,344,98,638,748,69,9

    Fonte: EUROSTAT - European Social Statistics- Labour force (survey results) 1998 e 2000.

    Os resultados da comparao entre Portugal e a UE seriam ainda mais favorveis a Portugal no casode se utilizarem as taxas de emprego equivalentes a trabalho a tempo completo, na medida em que opas possui das mais baixas percentagens de trabalho a tempo parcial da zona da UE.

    Tendo em conta os diferentes nveis de habilitao e comparando Portugal com a UE, constata-se queas taxas de emprego para Portugal so sempre mais elevadas do que as encontradas para o conjuntodos Estados membros, sendo que as diferenas mais significativas se encontram para o nvel dehabilitao mais baixo.

  • 14

    TAXAS DE EMPREGO POR NVEIS DE INSTRUO, SEXO E IDADE 1999

    Nveis de instruoEscales etriosEuropa 15 (%)Portugal (%)

    Diferena (p.p.)

    TOTALAltoMdioBaixoAltoMdioBaixo

    25-49 anos

    50-59 anos

    88.380.665.481.467.949.4

    94.185.883.186.176.166.3

    +5.8+5.2+17.7+4.7+8.2+16.9

    HOMENSAltoMdioBaixoAltoMdioBaixo

    25-49 anos

    50-59 anos

  • 15

    93.189.082.585.675.765.6

    95.489.092.384.684.678.0

    +2.30

    +9.8+8.9+8.9+12.4

    MULHERESAltoMdioBaixoAltoMdioBaixo

    25-49 anos

    50-59 anos

    83.272.149.475.059.236.8

    93.182.873.879.461.553.2

    +9.9+10.7+24.4+4.4+2.3+16.4

  • 16

    Fonte: EUROSTAT, Inqurito s Foras de TrabalhoNota: Alto (trabalhadores que possuem, elo menos, um diploma do ensino superior), mdio(trabalhadores que no mximo possuem o ensino secundrio e mdio) e baixo (trabalhadoresque, no mximo, possuem a escolaridade obrigatria).

    Para o comportamento positivo do emprego do Continente em 2001 contribuiu oandamento bastante dinmico da Agricultura e Pescas (2.9%) e dos Servios (2.6%). AIndstria, por sua vez, registou uma subida de 0.8%, o que contraria as quebras que sevinham a registar desde h cinco anos consecutivos. A Construo e Obras Pblicas (-2.6%) foi o nico grande sector que conheceu uma quebra dos efectivos, aps as fortessubidas verificadas nos anos anteriores. No total do perodo 1998 a 2001, verificou-se umdinamismo significativo do emprego nos sectores da Construo e dos Servios (comtaxas mdias de crescimento anual da ordem dos 3,8% e 3,3%, respectivamente) edescidas nos restantes sectores de actividade (com taxas mdias de crescimento anual de -0,2% na Agricultura e Pesca e 1,2% na Indstria).

    Tanto o emprego a tempo parcial como a tempo completo contriburam de formapositiva para o aumento da populao empregada, registando o emprego a tempo parcialum ritmo de crescimento mais elevado (2.8%, contra 1.5% para o trabalho a tempocompleto), ao contrrio do observado nos dois anos anteriores. O trabalho a tempo parcialest a crescer sobretudo no caso dos homens, embora se mantenha com propores muitobaixas em comparao com o emprego total masculino.

    A decomposio da variao do emprego por situao na profisso e tipo de contratode trabalho mostra que, no ano em anlise, o emprego por conta de outrem, emboraaumentando cerca de 1.6%, est a desacelerar em relao aos anos anteriores, enquantoque o trabalho por conta prpria, depois das descidas verificadas em 1999 e 2000,conheceu uma elevao de 6.3%, que em parte explicada por uma reclassificaolevada a efeito pelo INE, no 2 trimestre de 2001, que afectou tambm o volume detrabalhadores familiares.

    Os trabalhadores abrangidos por contratos permanentes cresceram a uma taxa de 1.4%(apenas 0.7% em 2000), que foi contudo inferior taxa registada pelo emprego comcontratos no permanentes, que conheceu um aumento de 2.1%, aumento este quecontinua em desacelerao, por comparao com os anos anteriores. A desaceleraoconstatada nestes ltimos, por comparao com o ano anterior deveu-se apenas aocomportamento das outras modalidades de trabalho no permanente, uma vez que oscontratos a termo tiveram uma evoluo ligeiramente acima da registada em 2000.

  • 17

    Quadro 3.Indicadores de comportamento do mercado de emprego

    Variaes homlogasContinente %

    1993 1994 1995 1996 1997 1999* 2000* 2001*

    Populao ActivaTotalHM -0.5 1.3 -0.3 0.7 1.4 1.3 1.3 1.7H -1.4 1.0 -0.5 0.5 1.2 0.8 0.9 1.5M 0.6 1.8 -0.1 0.9 1.6 1.9 1.8 1.915-24 anosHM -6.6 -1.5 -5.4 -1.1 0.6 -1.9 -3.6 0.0H -6.9 -1.0 -2.4 0.0 -1.3 0.1 -1.8 0.7M -6.2 -2.0 -8.9 -2.5 3.0 -4.2 -5.8 -0.7>54 anosHM

    -0,1 7,4 0,6 8,9 5,9 1,4 2,5 1,3H 0,5 6,9 -0,2 7,6 3,8 -1,5 2,8 1,0M

    -1,0 8,3 2,0 11,0 9,1 5,4 2,3 1,7Populao Empregada

    TotalHM

    -2,0 -0,1 -0,6 0,6 1,9 1,9 1,8 1,6H

    -2,6 -0,5 -0,9 0,5 1,6 0,9 1,7 1,4M

    -1,1 0,4 -0,3 0,7 2,3 3,1 1,9 1,8de 15 a 24 anosHM

    -9,5 -3,7 -7,0 -1,8 2,8 -0,3 -3,6 -0,7H

    -9,2 -3,6 -4,3 0,5 1,9 1,2 -1,0 -0,4M

    -9,9 -3,9 -10,2 -4,6 4,1 -2,2 -6,6 -1,1> 54 anosHM

    -1,2 6,9 0,7 8,5 5,6 1,6 2,5 1,4H

    -0,8 6,1 0,1 7,4 3,2 -1,7 3,0 1,3M

    -2,0 8,1 1,8 10,3 9,3 6,1 1,9 1,4Tipo de Durao

    A Tempo CompletoHM -2.2 -0.5 -0.5 -0.8 0.5 1.9 1.9 1,5H -2.8 -0.7 -0.5 -0.6 0.8 0.7 1.7 1,1M -1.4 -0.3 -0.4 -1.0 0.1 3.7 2.3 1,9

    A Tempo ParcialHM 1.1 5.5 -2.5 17.3 16.9 1.4 0.7 2.8H 1.8 4.8 -9.3 24.5 16.9 3.7 2.3 5.9M 0.8 5.8 0.9 14.0 16.8 0.6 -0.4 1.3

    Fonte: INE, Inqurito ao EmpregoNota: * Nova srie a partir de 1998

  • 18

    Quadro 3.Indicadores de comportamento do mercado de emprego

    Variaes homlogas

    (Continuao) %

    1993 1994 1995 1996 1997 1999* 2000* 2001*

    Sector de ActividadeAgricultura e Pesca -1,6 1,6 -2,6 8,5 13,7 -4,4 0,9 2,9Indstria s/ Construo -3,0 0,3 -3,7 -3,1 -1,1 -1,9 -2,4 0,8Construo -1,8 -2,8 2,9 0,8 13,2 4,1 9,8 -2,6Servios -1,6 -0,2 0,7 0,6 -1,0 4,9 2,3 2,6

    Situao na ProfissoTrab.Conta PrpriaHM 0.4 4.1 1.5 4.5 3.6 -2.2 -4.0 6.3H -0.7 4.5 3.0 2.8 1.5 -2.9 -2.2 7.2M 2.1 3.4 -0.7 7.2 6.6 -1.3 -6.7 4.9Trab.C/Prpria Com PessoalHM 2.0 1.9 -2.0 -0.1 -3.9 -0.1 0.2 4.3H 0.5 2.4 -2.1 -1.1 -6.3 1.0 -0.7 6.9M 6.7 0.4 -1.8 2.7 2.8 -3.4 2.6 -2.8Trab.C/Prpria Sem PessoalHM -0.2 4.8 2.7 6.1 6.0 -2.9 -5.4 6.9H -1.4 5.5 5.5 4.5 4.9 -4.7 -2.9 7.4M 1.2 4.0 -0.5 8.0 7.2 -0.9 -8.2 6.4Trab.Familiar no Remunerado e OutrosHM 3.1 14.9 -11.7 -12.6 -4.4 -2.3 15.6 -10.9H 3.2 15.1 -9.7 -3.6 -14.2 -7.2 -0.9 -22.1M 3.0 14.9 -13.1 -19.1 3.6 0.9 25.6 -5.3Trab.Conta de OutremHM -2.8 -2.0 -1.0 -0.4 1.4 3.4 2.5 1.6H -3.3 -2.6 -2.1 -0.3 2.0 2.3 2.7 0.6M -2.2 -1.1 0.4 -0.5 0.8 4.6 2.3 2.7Tipo Contrato

    PermanenteHM -1.6 -1.6 -1.5 -2.2 -0.6 1.4 0,7 1,4H -2.5 -2.5 -2.9 -2.8 0.3 0.8 1,1 0,7M -0.5 -0.5 0.3 -1.6 -1.6 2.3 0,1 2,3

    N/PermanenteHM -13.1 -4.2 3.3 12.1 15.6 12.3 10,4 2.1H -12.8 -3.4 6.0 18.7 14.3 10.3 10,2 0.0M -13.4 -4.9 0.8 5.6 17.1 14.3 10,5 4.3

    Fonte: INE, Inqurito ao EmpregoNota: * Nova srie a partir de 1998

  • 19

    Quadro 4.Indicadores de comportamento do mercado de emprego

    Taxas Continente%

    1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998* 1999* 2000* 2001*

    Taxas de ActvidadeTotalHM 48,4 48,2 48,8 48,6 48,9 49,5 50,4 50,9 51,5 52.1H 56,3 55,4 55,8 55,4 55,6 56,6 57,2 57,5 58,0 58..5M 41,3 41,5 42,3 42,4 42,7 43,0 44,0 44,7 45,5 46.215-24 anosHM 50,1 46,3 44,4 42,5 42,7 44,7 47,8 47,7 47,0 48.2H 53,6 48,8 47,0 45,7 46,2 48,2 50,4 51,2 51,4 52.9M 46,5 43,6 41,7 39,1 39,0 41,1 45,2 44,1 42,6 43.4>=55 anosHM 28,9 28,1 29,5 29,2 30,0 30,3 31,9 32,3 32,9 32.9H 40,8 39,8 41,4 40,3 40,9 40,9 42,7 42,2 43,1 43.1M 19,7 18,9 20,1 20,2 21,3 21,9 23,6 24,7 25,0 25.1

    Taxas de Emprego15-64 AnosHM 65,5 63,9 62,8 62,2 62,3 63,7 66,6 67,6 68,5 69.1H 75,9 73,4 71,6 70,3 70,3 71,5 75,2 75,4 76,2 76.7M 55,9 55,1 54,5 54,5 54,8 56,3 58,4 60,0 61,0 61.7de 15 a 24 anosHM 45,1 40,4 37,9 35,6 35,6 38,1 42,9 43,5 42,9 43.6H 48,9 43,5 40,8 38,9 39,5 42,5 46,3 47,5 48,0 49.0M 41,2 37,2 34,8 32,2 31,4 33,4 39,5 39,4 37,6 38.2de 25 a 54 anosHM 79,1 79,1 78,3 78,3 78,1 78,7 80,4 81,1 82,2 82.7H 91,3 90,4 88,8 88,3 87,7 87,4 90,0 89,8 90,2 90.4M 68,0 68,9 68,8 69,2 69,5 70,6 71,2 72,8 74,5 75.3de 55 a 64 anosHM 47,0 44,6 45,9 45,2 46,5 47,6 50,1 50,9 51,4 50,8H 62,0 59,7 60,3 57,8 58,9 58,9 63,3 61,9 62,6 61,8M 34,1 31,9 33,4 33,7 35,6 37,6 38,6 41,3 41,6 41,1

    Fonte: INE, Inqurito ao EmpregoNota: * Nova srie a partir de 1998

    O peso do emprego por conta de outrem no emprego total, que tinha vindo a crescerdesde 1998, manteve-se estacionrio entre 2000 e 2001. A percentagem dos contratosno permanentes no emprego total, que conheceu um aumento entre 1998 e 2000,estabilizou em 2001, por comparao com o ano anterior. O trabalho a tempo parcialcontinua a representar cerca de 11% do emprego total.

  • 20

    Grfico 4.Proporo de algumas formas de emprego no emprego total

    2,0

    4,0

    6,0

    8,0

    10,0

    12,0

    14,0

    16,0

    1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001

    %

    69,0

    70,0

    71,0

    72,0

    73,0

    74,0

    75,0%

    Emprego a tempo parcialTCO com contrato no permanenteTCO

    Fonte: INE, Inqurito ao Emprego

    A proporo ocupada pelo emprego por conta prpria no emprego total, que continua ater em Portugal um valor superior mdia da UE, tem vindo a diminuir, entre 1998 e2001, embora se tenha registado uma subida da proporo por si representada noemprego total, entre 2000 e 2001 (respectivamente 23.2% e 24.3%)..

    Grfico 5.Evoluo da proporo dos trabalhadores por conta prpria no emprego total

    Fonte:INE,Inqurito aoEmprego.Nota: *Novasrie

    .

    Foram ostrabalhado

    respor

    conta prpria sem pessoal ao servio que mais contriburam em 2001 para a elevaodo volume de emprego por conta prpria (6.9%), em parte explicada pela reclassificao

    0,0

    5,0

    10,0

    15,0

    20,0

    25,0

    30,0

    TCP em % emprego total 23,9 24,5 25,5 26,0 27,0 27,5 25,7 24,6 23,2 24,3TCP sem pessoal ao servioem % do emp.total

    17,7 18,0 18,9 19,5 20,6 21,4 19,4 18,5 17,2 18,1

    TCP com pessoal ao servioem % do emp.total

    6,2 6,4 6,6 6,5 6,4 6,1 6,2 6,1 6,0 6,2

    1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998* 1999* 2000* 2001*

  • 21

    anteriormente referida. J no caso dos trabalhadores por conta prpria com pessoal aoservio, observou-se uma subida mais moderada (4.3%).

    Entre 1998 e 2001, o conjunto do trabalho por conta prpria decresceu em 0.3%, emresultado das quebras verificadas no sector primrio (-0.2%) e no sector secundrio(-3%), j que no sector tercirio se registou uma subida (+3%). Em percentagem doemprego de cada um dos grandes sectores de actividade, o trabalho por conta prpriadesceu contudo em qualquer dos trs sectores, no mesmo perodo de tempo.

    Grfico 6.Evoluo da proporo dos trabalhadores por conta prpria

    no emprego total de cada sector

    0,0

    10,0

    20,0

    30,0

    40,0

    50,0

    60,0

    70,0

    80,0

    90,0

    TCP em % do emprego(Primrio) 72,4 73,5 74,9 77,8 78,6 80,2 72,9 73,2 68,3 72,0TCP em % emprego (Secundrio) 15,1 15,6 16,2 16,6 17,0 16,6 16,3 15,7 14,9 15,7TCP em % emprego (Tercirio) 19,3 19,8 20,7 21,0 21,5 20,7 19,9 19,0 18,2 18,6

    1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998* 1999* 2000* 2001*

    Fonte: INE, Inqurito ao Emprego.Nota: * Nova Srie.

    Em termos de qualificaes, o ritmo de crescimento anual do emprego em Portugal, em2001, foi mais dinmico no grupo constitudo pelas qualificaes elevadas 1 (3.3%) doque no conjunto das profisses menos qualificadas 2 (1.2%). O mesmo se observou noperodo 1998 a 2001, onde o primeiro e o segundo grupos registaram crescimentos daordem dos 6,6% e 5%, respectivamente (correspondentes a taxas de variao mdia anualde 2.2% e 1.7%).

    3.2. Desemprego

    1 Integrado pelos quadros superiores, especialistas das profisses intelectuais e cientficas e tcnicos eprofissionais de nvel intermdio.2 Representado pelas restantes profisses.

  • 22

    O desemprego e a taxa de desemprego no Continente acusaram, respectivamente, umasubida +3,6% e +0,1 pontos percentuais, entre 2000 e 2001, o que contrasta com asquebras que se vinham a observar anteriormente. Contudo, no perodo 1998 a 2001,observou-se uma descida do desemprego de 14,1% (-4,7% ao ano) e da taxa dedesemprego de 0,8 pontos percentuais (-0,3 pontos percentuais ao ano).

    A subida do desemprego em 2001 ficou a dever-se tanto componente masculina (3,6%),como feminina (3,8%). A proporo de mulheres no desemprego total, que era de56.9% em 2000 alcanou os 57% em 2001.

    O desemprego dos jovens entre os 15 e os 24 anos, aps as importantes reduesverificadas desde 1997, subiu em 2001, a uma taxa de 7.5%, superior do desempregototal, em resultado predominantemente da componente masculina, enquanto que odesemprego dos trabalhadores mais idosos (mais de 54 anos) baixou de 2,1%,relativamente a 2000, devido tambm ao andamento registado para os homens.

    Quadro 5.Indicadores de comportamento do mercado de emprego

    Variaes homlogas Continente%

    1993 1994 1995 1996 1997 1999* 2000* 2001*

    DesempregoTotalHM 32.9 25.7 4.2 2.1 -5.8 -10.1 -7.6 3.6H 32.4 30.0 6.1 1.2 -5.2 -0.9 -17.3 3.6M 33.4 22.0 2.4 3.1 -6.3 -17.3 1.3 3.8

    15-24 anosHM 19.6 14.0 3.9 2.1 -10.5 -16.1 -4.0 7.5H 17.0 20.1 10.0 -2.2 -20.3 -12.8 -11.8 15.7M 21.9 8.8 -1.5 6.4 -1.3 -17.8 1.1 2.6

    >54 anosHM 71,4 27,5 -3,8 21,4 12,8 -4,9 5,1 -2,1H 61,8 30,9 -8,2 13,8 18,5 6,8 -5,4 -13,1M 115,3 18,0 9,3 43,2 -0,6 -26,3 32,1 17,6

    DuraoDLD**HM 50.3 46.4 20.1 8.9 -2.1 -19.1 -1.9 -5.3H 53.1 56.8 23.3 9.1 -1.0 -12.1 -5.7 -9.7M 48.2 38.3 17.2 8.7 -3.0 -24.2 1.3 -1.9

    Fonte: INE, Inqurito ao EmpregoNota: * Nova srie a partir de 1998**At 1997 foram considerados os desempregados h mais de 12 meses. A partir de 1998os desempregados h 12 e mais meses

  • 23

    Quadro 6. Indicadores de comportamento do mercado de empregoTaxas Continente

    %1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998* 1999* 2000* 2001*

    Taxas de DesempregoHM 4.1 5.5 6.8 7.2 7.3 6.7 5.0 4.5 4.1 4.2H 3.5 4.7 6.0 6.4 6.5 6.1 4.0 3.9 3.2 3.3M 4.9 6.5 7.8 8.0 8.2 7.5 6.2 5.1 5.0 5.115-24 anosHM 9.9 12.7 14.7 16.2 16.7 14.8 10.3 8.8 8.8 9.4H 8.6 10.8 13.2 14.8 14.5 11.7 8.2 7.2 6.4 7.4M 11.4 14.8 16.5 17.8 19.5 18.6 12.6 10.8 11.6 12.0>4 anosHM 1.6 2.7 3.3 3.1 3.5 3.7 2.3 2.2 2.2 2.2H 2.1 3.3 4.0 3.7 3.9 4.5 2.6 2.8 2.6 2.2M 0.8 1.8 1.9 2.1 2.7 2.4 2.0 1.4 1.8 2.1

    % de Jovens/Desemp.TotalHM 40.5 36.4 33.0 32.9 33.0 31.3 31.3 29.2 30.4 31.5

    H 40.4 35.7 33.0 34.2 33.1 27.8 30.5 26.9 28.7 32M 40.6 37.1 33.1 31.8 32.8 34.6 31.9 31.7 31.6 31.3

    % de Adultos(>54)/Desemp.TotalHM 5.8 7.5 7.6 7.0 8.3 9.9 7.6 8.0 9.1 8.7H 9.9 12.1 12.1 10.5 11.8 14.8 11.2 12.2 13.9 11.6M 2.1 3.5 3.3 3.6 5.0 5.3 4.9 4.3 5.6 6.4

    % de DLD(1)/Desemp.TotalHM 25.8 29.4 34.2 38.2 42.0 43.7 44.6 40.2 42.7 39.0H 23.3 27.3 33.0 38.2 41.2 43.1 44.0 39.0 44.4 38.8M 28.1 31.4 35.4 38.2 42.7 44.2 45.1 41.3 41.3 39.115-24 anosHM 17.4 19.3 24.6 26.8 26.8 25.2 28.8 21.2 22.5 218H 17.2 15.7 23.1 26.0 27.6 23.7 27.7 20.2 20.9 25.0M 18.2 22.0 26.0 26.9 25.6 26.2 29.5 21.9 23.4 19.4>54 anosHM 39.0 44.4 50.0 51.3 58.1 62.2 61.5 66.2 67.8 63.1H 43.1 46.8 50.5 53.8 63.4 61.6 65.9 67.9 72.6 64.1M 21.6 37.0 49.0 42.7 46.5 62.7 53.8 60.6 59.2 61.0

    % de DLD (1)/Pop.ActivaHM 1.1 1.6 2.3 2.8 3.0 2.9 2.2 1.8 1.7 1.6H 0.8 1.3 2.0 2.5 2.7 2.6 18 1.5 1.4 1.3M 1.4 2.0 2.8 3.2 3.5 3.3 2.8 2.1 2.1 2.015-24 anosHM 1.7 2.5 3.6 4.3 4.5 3.7 3.0 1.9 2.0 2.1H 1.5 1.7 3.0 3.9 4.0 2.8 2.3 1.4 1.3 18M 2.1 3.3 4.3 4.8 5.0 4.9 3.7 2.4 2.7 2.3>54 anosHM 0.6 1.2 1.6 1.6 2.0 2.3 1.4 14 1.5 1.4H 0.9 1.5 2.1 2.0 2.5 2.8 179 1.9 1.9 14M 0.2 0.7 0.9 0.9 1.3 1.5 1.1 0.9 1.1 1.3

    % de Mulheres/Desemp.TotalTotal 52.8 53.0 51.6 52.1 51.2 50.9 56.4 51.9 56.9 57.015-24 anos 53.1 54.1 51.7 48.8 51.1 56.4 57.4 56.4 59.4 56.5>54 anos 20.0 24.6 22.7 26.2 30.7 26.9 36.3 27.7 35.2 42.0

  • 24

    Fonte: INE, Inqurito ao EmpregoNota: * Nova srie a partir de 1998

    (1) Durao superior a 12 meses at 1997. A partir de 1998 a durao e igual e superior a 12 meses.

    A taxa de desemprego em Portugal, que se continua a situar bastante abaixo da da UE,foi em 2001 de 4.1%, mais 0.1 p.p. face ao ano precedente. Na UE a taxa de desempregodesceu porm de 8.1% para 7.6%.

    Grfico 7.Evoluo das taxas de desemprego na UE e em Portugal

    Fonte:EUROSTAT

    Ataxade

    desempre

    godos

    jovens noContinente

    foide

    9.4%, em 2001, o que representa um acrscimo face ao ano de 2000 (8.8%), em resultadode aumentos quer dos desempregados jovens masculinos quer dos femininos. A taxa dedesemprego juvenil era porm da ordem dos 14.8% em 1997, mantendo-se inferior correspondente taxa na UE15 (15,3%, em 2001).

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001Anos

    %

    UE Portugal

  • 25

    Grfico 8.Evoluo das taxas de desemprego

    0,0

    2,0

    4,0

    6,0

    8,0

    10,0

    12,0

    14,0

    1 T98 2 T98 3 T98 4 T98 1 T99 2 T99 3 T99 4T99 1T00 2T00 3T00 4T00 1T01 2T01 3T01 4T01

    Trimestres

    %

    Total Mulheres Jovens DLD

    Fonte: INE, Inqurito ao Emprego.

    A evoluo das taxas de desemprego, ao longo dos trimestres compreendidos entre 1998e 2001, apresenta um perfil descendente. De salientar que a taxa anual de desemprego delonga durao (=12 meses e mais) baixou de 2.2% em 1998 para 1.6% em 2001. Apercentagem representada pelos DLD no desemprego total desceu de 44.6% no ano de1998 para 39% em 2001, para o que contribuiu a estratgia de combate ao desemprego delonga durao. Esta descida no se verificou contudo em relao aos DLD com mais de54 anos, cuja posio se deteriorou entre 1998 e 2001 (61.5% e 63.1%, respectivamente),embora se tenha detectado uma melhoria da respectiva posio relativa entre 2000 e2001. A resistncia baixa do DLD neste grupo etrio reveladora de dificuldadesacrescidas em relao a este grupo etrio.

    Analisando a evoluo da populao desempregada por nveis de habilitao, entre 1998e 2001 observa-se uma descida generalizada do desemprego nos diferentes nveis (bsico,secundrio e superior).As taxas de desemprego por nveis de instruo, mostram-nos que os valores maiselevados se continuavam a situar nos nveis intermdios, particularmente para osdetentores do 3 ciclo e do ensino secundrio, tanto para o total das idades como para osmais jovens (15 a 34 anos). A razo para as taxas de desemprego da populao comnveis de instruo mais baixos, em particular os detentores do 1 ciclo, serem inferiores taxa de desemprego global, quer para o total das idades quer para os mais jovens,encontra-se no nosso nvel de desenvolvimento, que continua ainda a absorver mo-de-obra menos qualificada; contudo, esta situao no ser sustentvel a prazo, face acelerao das reestruturaes em curso.

    Entre 1998 e 2001, a tendncia foi para a descida das taxas de desemprego de todos osgraus de ensino, tanto para os homens como para as mulheres. A taxa de desemprego dospossuidores de um curso superior, para o total das idades, mantm-se contudo na ordemdos 3%, no perodo de tempo analisado.

  • 26

    Quadro 7.Taxas de desemprego por nveis de habilitao

    %

    Fonte: INE, Inqurito ao EmpregoNota: - valores no disponvel

    A curva de Beveridge, que entre 1996 e 2000 mostrava que as quebras na taxa dedesemprego tinham vindo a ser acompanhadas pelo aumento do nmero de vagas porpreencher, apresenta em 2001, para uma taxa de desemprego semelhante do anoanterior, uma relao muito mais baixa das vagas registadas nos Servios Pblicos deEmprego/ Populao activa, o que um indicador de uma menor presso por parte daprocura de trabalho.

    1992 1995 1998* 2001*

    HM H M HM H M HM H M HM H M

    Total das idades 4.1 3.5 4.9 7.2 6.4 8.0 5.0 4.0 6.2 4.1 3.3 5.1das quais1. ciclo 3.6 3.1 4.5 6.3 5.2 6.3 4.5 3.6 5.8 3.6 2.8 4.42. ciclo 5.8 4.7 7.3 8.9 7.9 10.3 5.8 4.1 8.0 4.6 3.5 6.1

    53. ciclo 6.0 5.0 7.4 9.8 9.5 10.1 6.2 4.9 7.7 5.66

    3.95

    7.6Secundrio 4.9 3.3 6.5 9.9 7.9 12.1 6.6 4.7 8.0 4.3 - -Superior 1.6 1.2 1.9 3.8 3.9 3.7 3.0 1.7 3.3 3.1 1.3 3.5

    5Jovens dos 15 aos 34 anos 6.7 5.7 8.0 11.6 10.4 13.0 7.3 5.6 9.3 5.9

    64.5 7.4

    6das quais1. ciclo 6.2 5.3 7.3 9.8 7.9 12.1 6.0 3.9 7.7 4.7 2.5 6.3

    52. ciclo 6.6 5.2 8.6 10.5 9.4 12.1 6.2 3.6 8.6 5.25 4

    3.94 2

    6.36 23. ciclo 9.4 8.1 11.0 15.1 14.6 15.5 8.0 6.5 8.5 7.0 4.6 8.5

    Secundrio 6.8 4.9 8.4 13.9 11.9 15.7 8.2 4.4 9.4 4.65 5

    - -

    Superior 3.3 3.2 3.3 8.1 8.7 7.6 5.0 - - 4.05 3

    1.23 1

    4.25 9

  • 27

    Grfico 9.Curva de Beveridge

    Fonte:IEFP,

    Estatsticas

    Mensaisdo

    Mercado deEmprego

    INE,Inqurito aoEmprego

    4 -Tra

    os estruturais do sistema de emprego

    Nos ltimos anos, e com especial realce desde 1998, o mercado de emprego portugusapresentou um comportamento globalmente positivo traduzido tanto num aumento dastaxas de actividade e de emprego como na reduo do desemprego, no obstante o ligeiroaumento deste ltimo que se verificou em 2001.

    Ao longo deste perodo o sector que mais contribuiu para o crescimento do emprego emPortugal foi o sector da construo civil e obras pblicas, com excepo do ano 2001,registando-se tambm um dinamismo elevado no andamento do emprego no sector dosservios (2.8%).

    Contudo, persistem importantes debilidades estruturais do sistema de emprego, que suma estratgia coordenada para o emprego, de mdio e longo prazo, com umaparticipao activa dos parceiros sociais, articulada com uma poltica macro-econmicasustentada e favorvel ao emprego, permitir ultrapassar. Entre elas, destacam-se:

    Um baixo nvel de instruo/formao da populao portuguesa em geral, eprincipalmente dos adultos com mais idade, reflectindo dfices acumuladosde educao, apesar das melhorias registadas nos ltimos anos (ver caixa);

    Um ainda significativo peso do desemprego de longa e muito longa durao nodesemprego total (39%), no obstante a diminuio observada no perodo de1998/2001;

    Existncia de grupos com especiais problemas de reinsero no mercado detrabalho: o caso dos jovens , cuja taxa de desemprego se situa 5.1 p.p. acima da

    2001

    1999 1998

    1997

    19931994

    198819891990

    1992

    1991

    1987 1995

    1996

    2000

    0,07

    0,12

    0,17

    0,22

    0,27

    0,32

    3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5Taxa de desemprego

    Oferta

    sde

    empreg

    opo

    rsatisfazer/P

    opu

    laoactiva

  • 28

    do total, enfrentando dificuldades na transio da escola para a vida activa; ostrabalhadores mais idosos que enfrentam maiores dificuldades com os processosde reestruturao e modernizao, tendo visto inclusivamente aumentar orespectivo peso nos DLD; das mulheres, com taxas de actividade, de emprego ede desemprego mais desfavorveis que as dos homens e se concentram maisexpressivamente em actividades de baixos salrios, enfrentam significativasdiferenciaes salariais e esto maioritariamente representadas no DLD; dasminorias tnicas e das pessoas portadoras de deficincias;

    Uma estrutura sectorial com srias vulnerabilidades, especialmente a prazo, emtermos do trinmio crescimento sustentado, competitividade e emprego, poisassenta em actividades tradicionais, intensivas em mo-de-obra, com baixosnveis de produtividade e de salrios e onde as tecnologias da informao ecomunicao apresentam ainda um grau de disseminao relativamente baixo;

    Uma estrutura empresarial assente predominantemente em pequenas e muitopequenas empresas, um grande nmero das quais so marcadas por um fracopotencial de adaptabilidade, inovao e sustentao, por um recrutamento muitocentrado em pessoal pouco qualificado e oferecendo reduzidas possibilidades deformao;

    Um fraco nvel de produtividade mdia, em comparao com os restantes pasescomunitrios, em que o movimento de convergncia para a mdia comunitriaapresenta uma tendncia de estabilidade relativa;

    Persistncia de importantes assimetrias territoriais assentes, especialmente, nasdiferentes caractersticas do tecido produtivo e do nvel de qualificao da mo deobra, sofrendo um desigual impacte dos fenmenos de reestruturao sectorial, oque gera importantes desigualdades regionais no mercado de trabalho.

    Caixa - Habilitaes e Qualificaes

    Do ponto de vista qualitativo, o sistema de emprego em Portugal continua a ser marcado pela persistnciade algumas das suas caractersticas estruturais, as quais manifestam alguma rigidez comportamental.

    Nessas caractersticas estruturais sobressai uma estrutura de habilitaes com elevado peso relativo dosnveis de instruo mais baixos, em resultado de dfices acumulados de escolarizao da populao.

    De facto, comparando os nveis de habilitao da populao total (25-59 anos) em Portugal com a mdiada UE constata-se que a situao de Portugal apresenta-se a grande distncia do nvel mdio da UE.Enquanto que, em Portugal, cerca de 78% da populao deste grupo etrio detinha, em 2000, o nvelsecundrio inferior, cerca de 12% o secundrio superior e 10% o superior, a mdia da UE era de 34.4%,43.5% e 22.1%, respectivamente.

  • 29

    Estrutura da populao segundo os nveis de habilitao(25-59 anos) - 2000

    0%

    20%

    40%

    60%

    80%

    100%

    EU-15

    B DK D EL E F IRL I L NL A P FIN S UK

    Secundrio Inferior Secundrio Superior Superior

    Fonte: EUROSTAT, Labour Force Survey, 2000

    Todavia, importante ter em ateno a evoluo nacional neste mbito. De acordo com os resultados dosCensos realizados em 1981, 1991 e 2001, possvel concluir que o nvel de instruo da populaoportuguesa tem vindo a melhorar significativamente.

    Populao residente segundo o nvel de ensino atingido

    %1981 1991 2001Nvel de ensino

    atingido Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens MulheresNenhum 27,4 23,8 30,8 17,6 14,9 20,1 14,4 12,3 16,3Ensino Bsico 64,9 68,1 62,1 67,4 69,8 65,1 57,2 59,2 55,2Ensino Secundrio 4,0 4,5 3,6 8,7 8,9 8,4 15,4 16,2 14,7Ensino Mdio 1,0 0,3 1,6 1,4 1,1 1,8 2,5 2,6 2,3Ensino Superior 2,6 3,4 1,9 4,9 5,2 4,6 10,6 9,7 11,5Fonte: INE, Censos 2001 (resultados provisrios)

    De facto, entre 1981 e 2001, verificou-se um decrscimo da populao sem nenhum nvel de instruo edetentora do ensino bsico e um aumento significativo da populao com os outros nveis de instruo. Em1981 s cerca de 2.6% da populao portuguesa detinha o ensino superior e em 2001 esse nmero passoua ser de 10.6%. De notar que a estrutura de habilitaes da populao portuguesa apresentada pelo Censode 2001 qualitativamente superior do Inqurito ao Emprego, que se baseia numa amostra construdaanteriormente.

    Por outro lado, quando se analisa a situao dos jovens (15-24 anos) em termos de taxas de participaona educao, conclui-se que em 2000 cerca de 54.5% estavam integrados no sistema educativo (50.8%para os homens e 58.3% para as mulheres). Este indicador atingia os 64.6% na EU-15, em 2000.

    Portugal apresenta, assim, em termos de qualificaes, uma fractura geracional: por um lado, os jovenscom um nvel de habilitaes mais prximo dos parceiros europeus, o que a prazo se reflectir numamelhoria da estrutura de habilitaes, e por outro, uma populao ainda em idade activa mas com umbaixo nvel de habilitaes. A resposta a este desafio passa pela aposta no desenvolvimento daaprendizagem ao longo da vida.

  • 30

    Taxas de participao na educao por sexos(15-24 anos) - 2000

    40

    45

    50

    55

    60

    65

    70

    75

    80

    EU15 B DK D EL E F IRL I L NL A P FIN S UK

    HM H M

    Fonte: EUROSTAT, Labour Force Survey, 2000

    Numa aproximao evoluo da estrutura de qualificaes pode concluir-se que entre 1998 e 2001 severificou um aumento do peso das profisses mais qualificadas por comparao com as menosqualificadas.

    Taxas de variao da populao empregada por profisses

    1999 2000 2001High Skill3(def.U E) 3,4 -0,1 3,3Low Skill4(def.U E) 1,5 2,3 1,2Total do emprego 1,8 1,7 1,6

    Fonte: INE, Inqurito ao Emprego

    Os nveis de habilitao relativamente baixos tm uma correspondncia mais ou menos evidente nosbaixos nveis de qualificao. Como podemos observar, a anlise cruzada das qualificaes com os nveisde habilitao continua a evidenciar um baixo nvel de instruo em todos os nveis de qualificao, o queindicia dificuldades em conseguir uma fcil e rpida reconverso profissional da generalidade da mo deobra. Esta anlise permite concluir que apenas nos quadros superiores que se verifica uma maiorproporo de trabalhadores com habilitaes ao nvel da licenciatura e do bacharelato, mas, apesar disso,essa proporo no chegava a atingir os 63% em 1999. Tambm se conclui que, mesmo nos quadrossuperiores e mdios, existem percentagens elevadas de profissionais, cujo nvel de instruo noultrapassa o ensino bsico e que nos restantes nveis de qualificao, nomeadamente nos profissionaisaltamente qualificados e nos qualificados, predominam os detentores do ensino bsico.

    3 Quadros superiores e mdios, Especialistas das Profisses intelectuais e cientficas, Tcnicos de nvelintermdio.4 Restantes profisses.

  • 31

    Distribuio percentual dos trabalhadores por conta de outrem a tempo completo,por habilitaes escolares e nveis de qualificao

    1995 e 1999%

    Quadrossuperiores

    Quadrosmdios

    Encarregados

    ProfissionaisAltamenteQualificados

    Profissionaisqualificados

    Profissionaissemi

    qualificados

    Profissionaisno

    qualificados

    Praticantese

    aprendizesTotal

    1995 1999 1995 1999 1995 1999 1995 1999 1995 1999 1995 1999 1995 1999 1995 1999 1995 1999Ensino Bsico 27,2 20,1 39,7 30,7 82,6 77,4 54,2 48,4 84,3 79,5 93,8 89,8 95,2 91,5 86,1 78,0 82,2 76,0Ensino Secundrio 18,6 17,3 23,5 28,1 13,9 17,0 31,7 34,8 14,5 18,0 6,0 9,9 4,8 8,3 13,1 19,9 13,2 17,1Ensino Superior 54,2 62,6 36,7 41,3 3,6 5,6 14,1 16,7 1,2 2,4 0,2 0,3 0,0 0,1 0,8 2,1 4,6 6,9Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 10,0 100,0 100,0

    Fonte: DETEFP, Quadros de Pessoal, Outubro de 1995 e 1999Nota: Trabalhadores por conta de outrem a tempo completo (no comparvel com o quadro seguinte)

    O mercado de emprego portugus continuou a revelar capacidades de absoro dos trabalhadores combaixos nveis de escolaridade, caracterstica esta que no contudo sustentvel a prazo. Relativamente aostrabalhadores detentores de nveis de instruo mais elevados, e, particularmente os jovens quetransitaram da escola para a vida activa, sabe-se que existem algumas dificuldades na obteno de umemprego compatvel com o seu nvel de habilitaes.

    Contudo, importa destacar os resultados do primeiro inqurito de percurso dos diplomados no ano de1994/95 realizado no terceiro trimestre de 2001. Os resultados apontam para que a taxa de desempregodos diplomados de 39% um ms aps a concluso do curso e de 4.7% aps 18 meses. Por outro lado,relativamente ao conjunto dos diplomados possvel afirmar-se que em mdia, demoram cerca de 6 mesespara obterem um emprego.

    A evoluo da estrutura do emprego por nveis de qualificao, mostra uma alterao qualitativa entre1995 e 1999. Apesar da importncia dos trabalhadores com baixas qualificaes na economia nacional, aevoluo da estrutura do emprego por nveis de qualificao, mostra uma alterao qualitativa entre 1995e 1999. De facto, h que registar um acrscimo de quadros superiores e dos profissionais altamentequalificados.

    Estrutura do emprego por conta de outrem por nveis de qualificao%

    NVEIS DE QUALIFICAO 1995 1996 1997 1998 1999

    Quadros superiores 3.3 3.9 3.5 4.6 4.6Quadros mdios 3.2 3.1 3.5 3.3 3.3Encarregados 4.1 4.1 3.9 3.9 4.2

    Profissionais altamente qualificados 5.6 5.6 5.8 6.1 6.6

    Profissionais qualificados 44.9 44.8 44.5 44.4 45.7

    Profissionais semi qualificados 17.9 17.2 17.3 16.8 16.8

    Profissionais no qualificados 12.4 13.1 13.1 13.5 11.3

    Praticantes e aprendizes 8.6 8.2 8.4 7.5 7.5

    Total 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0

    Fonte: DETEFP, Quadros de Pessoal

    Como podemos confirmar, pela anlise de alguns indicadores de qualificao, a estrutura dasqualificaes nas empresas tem vindo a registar melhorias progressivas. Verifica-se igualmente que, emtermos de gnero, as mulheres continuam a possuir um nvel de qualificao inferior ao dos homens.

  • 32

    Indicadores de Qualificao1990 1994 1997 1998 1999

    HM H M HM H M HM H M HM; H M HM H MTaxa de enquadramento (restrita) % 3.96 5.09 2.13 4.90 6.20 3.02 6.82 8.09 5.09 7.77 9.05 5.91 7.99 9.26 6.19Taxa de enquadramento (lacta) % 7.83 10.22 3.95 8.77 11.42 4.93 10.65 13.31 7.03 11.98 14.61 8.18 12.17 14.84 8.41ndice de Qualificao 1.46 1.88 1.00 1.59 2.27 1.02 1.65 2.29 1.12 1.83 2.43 1.28 1.87 2.55 1.28

    Fonte: DETEFP, Quadros de PessoalNota: Taxa de enquadramento restrita = (Quadros Superiores + Quadros Mdios)/ total do empregoTaxa de enquadramento lata = (Quadros Superiores + Quadros Mdios + Enc., Contramestres e C.Equipa)/total do empregoIndice de Qualificao= P.Altamente qualificado +Pessoal Qualificado/ Pessoal Semi-qualificado + No Qualificado

    5 - Os objectivos gerais do PlanoPara se garantir o desenvolvimento coerente e integrado ao nvel da poltica de emprego,deve privilegiar-se uma actuao global e transversal neste domnio, que favorea umcrescimento econmico rico em emprego e que contribua para a sustentabilidade e para aelevao dos nveis e da qualidade de emprego.

    Nesse sentido, os objectivos da poltica de emprego devero incidir, preferencialmente,nos seguintes domnios:a) Promover uma transio adequada dos jovens para a vida activa.b) Promover a insero scio-profissional e combater o desemprego de longa durao e

    a excluso.c)Melhorar a qualificao de base e profissional da populao activa, numa perspectivade formao ao longo da vida, com particular ateno formao profissionalpermanente e ao combate s situaes de inadequao tecnolgica.d)Promover a qualidade do emprego, nomeadamente atravs do reforo das condiesde proteco do trabalho, designadamente ao nvel da segurana no trabalho.

    6. As linhas de estratgia

    Neste contexto, uma estratgia concertada que concilie o objectivo de um elevado nvelde emprego com a necessidade de responder aos desafios da qualidade, dacompetitividade e da inovao tecnolgica, sustenta-se nas seguintes grandes linhas deestratgia:

    - Uma poltica econmica cujo objectivo central ser a consolidao do tecidoempresarial e o aumento da competitividade da economia.

    - Uma poltica para a sociedade de informao que, envolvendo a sociedade civil eas empresas, propicie a explorao das potencialidades da sociedade dainformao no aumento da competitividade da economia portuguesa.

    - A progressiva coordenao e integrao tutelar da educao com a formaoprofissional inicial e ao longo da vida.

  • 33

    - Valorizao das abordagens regionais e locais na criao de emprego, e criao decondies que permitam assegurar a eficcia social das polticas de emprego.

    - Integrao da perspectiva de gnero, a todos os nveis e em todas as reas, comoestratgia indispensvel para a prossecuo do objectivo da igualdade.

    - Adequao do modelo de organizao institucional do Ministrio da SeguranaSocial e do Trabalho s necessidades do mercado, por forma a dotar osrespectivos organismos de uma capacidade de interveno acrescida na gesto daoferta e procura de emprego.

    7. O desenvolvimento nacional do PNE

    7.1 Os parmetros gerais

    A Estratgia Europeia para o Emprego adoptada na Cimeira do Luxemburgo, concebidanuma lgica plurianual, articula-se com as grandes prioridades que se colocam seconomias europeias num horizonte temporal de cinco anos.

    Em Portugal a articulao da estratgia de emprego com as grandes prioridades daEconomia particularmente importante em dois planos fundamentais: na consolidao daestratgia de estabilizao que acompanha a participao na Unio Econmica eMonetria e no aprofundamento da dinmica de convergncia e desenvolvimentoeconmico indispensvel para o reforo da coeso econmica e social.

    Nesse sentido, o desenvolvimento e consolidao do PNE exige uma determinantearticulao com as intervenes estruturais que se encontram em aplicao emPortugal, com apoio dos instrumentos financeiros de finalidade estrutural o FEDER, oFEOGA-O, o IFOP, o Fundo de Coeso e, em especial, o FSE. Nas Regies Autnomasdos Aores e da Madeira o apoio dos Fundos Estruturais, no mbito do actual QCA,integra-se, predominantemente nos correspondentes programas operacionais regionais, decarcter plurifundos (PEDRAA III e PROPAM III, respectivamente nos Aores e naMadeira).

    7.2 O desenvolvimento do Plano at 2001

    O Plano Nacional de Emprego concluiu j o seu quarto ano de execuo e ao longo doperodo assistiu-se ao desenvolvimento e maturao das principais medidas neleincludas.

    Uma anlise num arco temporal mais longo permite evidenciar uma evoluogeneralizada no sentido do cumprimento dos objectivos estabelecidos, quer a nvelnacional quer a nvel europeu.

    No quadro do Pilar I, para alm da continuao da expanso das metodologiasINSERJOVEM e REAGE aos desempregados de longa durao, h a destacar odesenvolvimento de indicadores para o acompanhamento da Estratgia para a

  • 34

    Aprendizagem ao Longo da Vida, que sistematiza e integra os objectivos e metasoperacionalizados atravs da articulao das medidas includas nas directrizes 4 e 5.

    A meta europeia de abranger pelo menos 20% dos desempregados em medidas deformao profissional ou outras equivalentes foi ultrapassada em 2001, tendo Portugalatingido uma taxa de cobertura de 29.1% (valor provisrio).

    No quadro do Pilar II, foi concludo e publicado o Plano Regional de Emprego de Trs-os-Montes e Alto Douro. H ainda a destacar o lanamento de diversos apoios actividade empresarial e criao de emprego escala local no mbito dos ProgramasOperacionais da Economia e do Emprego, Formao e Desenvolvimento Social.

    Tambm no mbito do Pilar III h a referir com particular destaque as novas medidas deapoio modernizao empresarial criadas no contexto do Programa Operacional daEconomia, bem como os novos apoios formao contnua no mbito do ProgramaOperacional do Emprego, Formao e Desenvolvimento Social.

    No mbito do Pilar IV tm vindo a ser implementadas as medidas previstas nas vriasdirectrizes e h que referir em particular o grau de participao feminina, globalmenteacima dos 50%, e a crescer, que se tem vindo a observar nas medidas activas.

    No contexto do incentivo abordagem em parceria das questes do emprego, o Governoe os Parceiros Sociais acordaram a metodologia de negociao de uma nova fase daconcertao social em Portugal, que se consubstancia na negociao de acordos de mdioalcance, tendo-se em 2001 chegado a acordo nas seguintes matrias:

    - Acordo sobre Condies de Trabalho, Higiene e Segurana no Trabalho eCombate Sinistralidade.

    - Acordo sobre a Poltica de Emprego, Mercado de Trabalho, Educao eFormao.

    - Acordo sobre Modernizao da Proteco Social.-

    7.3 A dimenso regional do Plano

    A promoo do emprego e o combate ao desemprego ganham eficcia quando aspolticas de emprego so devidamente desenvolvidas ao nvel regional e local. Torna-seento possvel uma resposta mais adaptada aos problemas concretos, um melhoraproveitamento dos recursos, uma melhor coordenao das iniciativas e uma maior co-responsabilizao dos actores pblicos e privados que podem contribuir para o objectivoemprego.

    O desenvolvimento da dimenso territorial das polticas de emprego hoje alis umatendncia forte em toda a Unio Europeia. Visa-se assim aumentar as oportunidades decriao de emprego e preparar as pessoas para as aproveitarem melhorando a articulaodas polticas de emprego com o reforo da competitividade e da coeso social em cadaregio.

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    Neste sentido, foram criados vrios Pactos Territoriais e Redes Regionais para oEmprego, os quais funcionam como zonas de interveno das iniciativas de aplicaoterritorial diferenciada previstas no Plano Nacional de Emprego.

    Na mesma linha se insere a Rede de Desenvolvimento Social que, reconhecendo eincentivando a actuao das redes de solidariedade local tem em vista a criao deoportunidades de insero social e profissional das populaes em situaodesfavorecida.

    Porm, nas zonas em que os problemas de emprego e desemprego so mais prementes,justifica-se a instituio de programas especficos de interveno, em que a actuaoempenhada e global sobre os factores que determinam a evoluo do emprego, sejareforada com intervenes concebidas e dinamizadas a partir das especificidades dasregies.

    neste contexto que se inserem os Planos Regionais de Emprego, enquanto modelos deabordagem territorializada que favorecem, uma melhor aplicao da estratgia definidaao nvel nacional, possibilitando, em simultneo, a adaptao das respostas pblicas srealidades regionais e locais.

    Com efeito, s tendo em ateno os problemas concretos de cada regio se torna possvelmaximizar o aproveitamento dos recursos existentes e garantir uma melhor coordenaoe co-responsabilizao respectivamente, das iniciativas e instituies pblicas e privadasenvolvidas.

    Neste contexto foram criados e esto j em execuo os Planos Regionais de Emprego doAlentejo e da rea Metropolitana do Porto e foi em 2001 concludo o Plano Regional deEmprego para Trs-os-Montes e Alto Douro.

    Esto igualmente em execuo Planos Regionais de Emprego nas Regies Autnomas daMadeira e dos Aores por iniciativa dos respectivos Governos Regionais.

    8. Os quatro pilares a situao nacional e as prioridades

    8.1 Os quatro pilares

    A abordagem do Plano Nacional de Emprego (PNE) desenvolve-se, no quadro daestratgia atrs explicitada, de forma solidria com os quatro pilares que sustentam aestratgia europeia de emprego: melhorar a empregabilidade, desenvolver o espritoempresarial, incentivar a capacidade de adaptao dos trabalhadores e das empresas, ereforar as polticas de igualdade de oportunidades.

    Em 2001 foram acrescidos s orientaes para as polticas de emprego dos Estados-Membros cinco objectivos horizontais, visando incorporar na Estratgia Europeia para o

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    Emprego as prioridades definidas nos Conselhos Europeus de Lisboa e da Feira e com oobjectivo de assegurar a coerncia com a nova meta estratgica para a Europa de setornar na economia do conhecimento mais competitiva e dinmica do mundo, capazde garantir um crescimento econmico sustentvel, com mais e melhores empregos.

    Estes novos objectivos, aos quais foi adicionado um sexto em 2002, visam a criao decondies de pleno emprego numa sociedade do conhecimento e atravessam os 4 pilaresda Estratgia tero igualmente reflexo no contedo do PNE e referem em particular:

    A- O pleno emprego na Unio Europeia em 2010B- A qualidade do empregoC- O desenvolvimento de estratgias globais de aprendizagem ao longo da vidaD- A intensificao do papel dos Parceiros Sociais no processo do LuxemburgoE- O equilbrio da estratgia entre os quatro pilaresF- A consolidao do processo de elaborao de indicadores comuns

    8.2 Os novos desafios para 2002

    Como j referido no ponto anterior a EEE integrou, nas orientaes para as polticas dosEstados Membros em 2001, as concluses da Cimeira de Lisboa e definiu comoprincipais desafios para o processo do Luxemburgo, neste contexto:

    - preparar a transio para uma economia do conhecimento- modernizar o modelo social europeu, investindo nas pessoas e combatendo a

    excluso social- promover a igualdade de oportunidades

    Para alm dos novos objectivos transversais, a EEE, embora mantendo a estrutura em 4pilares, introduziu novos temas, nomeadamente, o combate aos estrangulamentos nomercado de trabalho, a qualidade do emprego e a higiene e segurana no trabalho.

    Ao mesmo tempo, o nmero de objectivos quantificados cresce substancialmente, no s escala europeia (para alm das metas j existentes relativas ao combate ao desempregode jovens e adultos e activao dos desempregados, foram introduzidas metas europeiasrelativas s taxas de emprego, ao combate ao abandono escolar precoce, participao naaprendizagem ao longo da vida, literacia digital e reduo das diferenas entre taxasde desemprego masculina e feminina). Para alm de estarem vinculados s metas jreferidas, os Estados-Membros so convidados a definir metas nacionais para aintegrao de grupos desfavorecidos, para a reduo da carga fiscal sobre o trabalho e doscustos laborais no salariais e para o aumento do nmero de servios de apoio a crianase dependentes.

    Ao nvel nacional, em matria de trabalho e emprego foram definidos trs objectivosessenciais:

    - a melhoria da qualidade do emprego e das condies de proteco do trabalho;

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    - a adequao da legislao laboral s novas necessidades de organizao dotrabalho e ao reforo da produtividade e da competitividade da economianacional;

    - a conciliao do objectivo de um elevado nvel de emprego com a necessidadede responder aos desafios da qualidade, da competitividade e da inovaotecnolgica

    Tendo em conta as novas prioridades definidas quer escala nacional quer escalaeuropeia e integrando-as com as anteriormente consideradas, identificam-se como reasa merecer particular ateno no mbito do PNE para 2002 as seguintes:

    - A qualificao dos recursos humanos, adequada s necessidades dostrabalhadores e das empresas

    - A promoo do ensino tecnolgico e do ensino profissional, por forma a dotarde competncias adequadas todos os alunos que, tendo concludo aescolaridade bsica desejem entrar no mercado de trabalho

    - O forte investimento em programas de formao contnua de professores, comprioridade para o primeiro ciclo do ensino bsico e para os domnios dastecnologias de informao e do multimedia

    - A dinamizao do esprito empreendedor, apoiando especialmente oempreendedorismo de base tecnolgica, incentivando a aposta no risco e nainovao

    - A criao de mecanismos que permitam o desenvolvimento efectivo de umarede de preveno de riscos profissionais

    - O lanamento de um programa integrado de combate aos acidentes de trabalho- A sistematizao, sintetizao e simplificao da legislao laboral em vigor- A promoo da adaptabilidade e da flexibilidade da organizao do trabalho- A criao de condies que permitam assegurar a eficcia social das polticas

    de emprego, facilitar a entrada dos jovens na vida activa e contribuir para umamaior mobilidade dos trabalhadores.

    Mantm-se a estratgia de abordagem transversal das questes de igualdade deoportunidades entre homens e mulheres, na perspectiva da participao equilibradados homens e das mulheres na vida profissional e familiar, contemplando aindispensabilidade de compensar a desvantagem das mulheres no que se refere scondies de acesso e participao no mercado de trabalho e a desvantagem dos homensno que se refere s condies de participao na vida familiar.

    9. Os grandes objectivos do PNE para 2002

    As previses para 2002 apontam para a continuao da desacelerao do crescimento daeconomia portuguesa. Assim a taxa de crescimento do produto em Portugal dever situar-se entre 1% e 1.5%, em 2002, entre 0.2 p.p. a 0.7 p.p. abaixo da registada em 2001, sendoo crescimento estimado para a UE15 da ordem dos 1.5%.

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    Cenrio Macro-Econmico para 2002Evoluo anual real (%)

    2001 2002PIBpm 1.7 1; 1.5Consumo Privado 0.9 0.6; 1Consumo Pblico 2.4 1.3FBCF 0.0 -0.3; 1.3Procura Interna 0.9 0.5; 1.1Exportaes (incluindo Turismo) 2.9 1.8; 2.7Importaes (incluindo Turismo) 0.9 0.2; 1.5Deflator do PIB 4.9 3.3; 3.6Fonte :INE, Contas Nacionais Trimestrais; MF, Proposta de Oramento de Estado para 2002 (rectificativo)

    O abrandamento do ritmo de crescimento econmico em Portugal dever reflectir, emparte, a continuao do processo de ajustamento da procura interna e um enquadramentoexterno ainda vulnervel.

    A desacelerao no ritmo de crescimento da procura interna dever ficar a dever-se tanto evoluo prevista para o Consumo Pblico como ao Consumo Privado, bem como aoInvestimento. De facto, as previses para o Investimento, que cobrem um intervalo devariao relativamente elevado, apontam para taxas de variao muito baixas ou, mesmo,negativas.

    Para 2002 perspectiva-se, contudo, um comportamento ainda positivo do mercado doemprego portugus, com a continuao do crescimento lquido do emprego que se estimaem 0.5%, com uma progressiva aproximao da taxa de emprego aos 70% e amanuteno da taxa de desemprego abaixo dos 5%.

    10. O enquadramento financeiro

    Ao desenvolvimento do PNE esto afectos recursos dispersos por diversas fontes e sedesinstitucionais, tendo em conta, nomeadamente a transversalidade do Plano face a umconjunto de polticas sectoriais. Contando com um importante apoio financeiro dediferentes programas operacionais no quadro do QCA III, a previso da despesa pblicaem medidas integradas no PNE estima-se em 1 495 253 milhares de euros, enquanto quea perda de receita pblica em medidas no mbito das polticas fiscal e de segurana socialfoi estimada, para 20015, em 350 000 mil euros.

    O quadro abaixo destaca os valores dos recursos financeiros afectos s medidas queconsubstanciam as principais prioridades, no contexto do PNE para 2002.

    Recursos financeiros afectos s principais prioridades no mbito do PNE em 2001

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    Pilares Medidas Oramento (1 000 euros)Combate ao desemprego 351 955

    Qualificao e insero de jovens desempregados 98 760Qualificao e insero de adultos desempregados 135 999Mercado Social de Emprego 46 471Grupos desfavorecidos e Pessoas com Deficincia 70 725

    Formao ao Longo da Vida e Sociedade da Informao 503 385Formao Inicial Qualificante e Transio para a vida activa 191 098Formao continua e Educao ao Longo da Vida 209 782Formao de professores 59 559Sociedade da informao, excepto Cidades Digitais 42 945

    Pilar 1

    Desenvolvimento do esprito empresarial 563 609Apoios criao de empresas e a projectos de investimento narea dos servios 179 194

    Desenvolvimento local 106 330Desenvolvimento organizacional e Cidades Digitais 291 040

    Pilar 2

    Pilar 4 Igualdade de oportunidades 8 090

    11. A promoo e o acompanhamento do Plano

    A promoo e o desenvolvimento do Plano exigem uma grande concentrao de esforospor parte do Estado e dos Parceiros Sociais. Do lado dos poderes pblicos, tendo emconta o carcter transversal do Plano, vrios ministrios esto envolvidos na suadinamizao e divulgao. As Regies Autnomas dos Aores e da Madeira participamneste processo, desenvolvendo o Plano atravs de Planos Regionais de Empregodevidamente adaptados s respectivas especificidades territoriais.

    Considerando a especial relevncia do Ministrio da Segurana Social e do Trabalhoneste processo, foi neste Ministrio criada uma estrutura especificamente vocacionadapara a dinamizao do Plano. Esta estrutura articula com o Grupo de Trabalho(constitudo por representantes de vrios servios do MSST) e a Comisso deAcompanhamento do Plano Nacional de Emprego.

    No plano interministerial, cabe justamente Comisso de Acompanhamento do PlanoNacional de Emprego a responsabilidade de monitorizao do processo, em estreitarelao com os gabinetes ministeriais envolvidos.

    Do ponto de vista institucional e paralelamente ao envolvimento directo na sua execuo,a participao dos Parceiros Sociais no acompanhamento do Plano, quer em termos deavaliao, quer em termos de discusso dos seus ajustamentos, promovida ao nvel daComisso Permanente da Concertao Social (CPCS).

    Tendo em vista o reforo dessa participao foi constitudo em 1999 um grupo detrabalho tripartido para acompanhamento tcnico do desenvolvimento do PNE.

    5 No se dispe, de momento, de estimativas para o ano de 2002.

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    Na linha do disposto no ponto 9 da Resoluo de Conselho relativa s directrizes para oEmprego em 1998, no sentido de o contributo dos parceiros Sociais para a aplicao dasdirectrizes e a promoo de um elevado nvel de emprego ser objecto de uma avaliaoperidica so semestralmente apresentados e avaliados, no mbito da CPCS, relatriossobre a execuo do Plano.

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    II PARTE LINHAS DIRECTRIZES

    Objectivos horizontais criar condies para o pleno emprego numa sociedade deconhecimento

    A Melhorar as oportunidades de emprego e oferecer incentivos adequados a todos os cidados quepretendam empreender uma actividade remunerada com vista transio para o pleno emprego, tendo emconta os diferentes pontos de partida dos Estados Membros e reconhecendo o facto de que o plenoemprego uma meta da poltica econmica nacional em geral. Para tal os Estados-Membros deveroanalisar a possibilidade de fixar metas nacionais para o aumento da taxa de emprego, a fim de contribuirpara os objectivos globais europeu:

    - alcanar, at Janeiro de 2005 uma taxa de emprego global de 67%5 e uma taxa de empregofeminino de 57%

    - alcanar, at 2010 uma taxa de emprego global de 70% e uma taxa de emprego femininosuperior a 60%

    - alcanar at 2010 uma taxa de emprego de 50% no escalo etrio dos 55 aos 64 anos

    Em Portugal, nos ltimos anos, o mercado de emprego tem vindo a ser marcado por bonsdesempenhos, em termos quantitativos, tanto ao nvel da participao na actividade comodas taxas de emprego e desemprego.

    A taxa de emprego (15-64 anos)6 aumentou de 66.6% em 1998 para 69.1% em 2001,situando-se significativamente acima da observada para a mdia europeia (63.1% em20007). Esse comportamento favorvel foi visvel quer para homens (1.5 pontospercentuais (p.p.), entre 1998 e 2001) quer, ainda com maior intensidade, para asmulheres (3.31 p.p., de 1998 para 2001). Em 2001, a taxa de emprego dos homens atingiaos 76.7% e a das mulheres os 61.7%, apresentando qualquer delas um valor superior aoda UE em 2000 (72.4% para os homens e 53.8% para as mulheres).

    De referir que em Portugal, estes valores da taxa de emprego so obtidos com um recursoainda muito pouco significativo ao emprego a tempo parcial, quando comparados com amdia europeia. A taxa de emprego equivalente a tempo completo era em 2000 de 66.6%em Portugal e de 57.9% na UE.

    Por sectores de actividade, embora os servios se tenham vindo a comportar-se como omotor do crescimento do emprego, sobretudo nos ltimos trs anos, a respectiva taxa deemprego (37.0%, em 2000) continua relativamente aqum da registada para a mdia daUE (42.0%, em 2000).

    Por outro lado, a composio sectorial dos servios em Portugal difere significativamenteda mdia europeia, observando-se que a taxa de emprego mais elevada no casoportugus em actividades como o Comrcio e reparaes e os Hotis e restaurantes,enquanto que noutras existe um dfice relativo importante, como o caso da Sade e

    6 Valores respeitantes ao Continente7 Em 2000, a taxa de emprego no Continente foi de 68.5%.

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    Servios Sociais, dos Servios s Empresas e dos Transportes e comunicaes. Daque, como referido no Joint Employment Report 2000, Portugal apresente um fortepotencial de criao de emprego nos servios.

    A nvel global constata-se que Portugal j apresentava, em 1999, valores para a taxa deemprego superiores aos acordados na Cimeira de Estocolmo, para atingir em Janeiro de2005 na UE (57% para a taxa de emprego feminina e 67% para a global). Neste contexto,Portugal prope-se, pelo menos, manter, de forma sustentada, o nvel da taxa de empregoglobal e feminino que se tem vindo a registar, potenciando o crescimento do empregoqualificado nos servios.

    Tambm relativamente aos trabalhadores mais velhos (55-64 anos), em 2001 a taxa deemprego (50.8%) j estava acima da meta estabelecida em Estocolmo para 2010 (50%).O objectivo nacional assim manter os nveis de participao j atingidos para este grupoetrio.

    A Cimeira de Lisboa estabeleceu uma ligao indissocivel entre o pleno emprego,medido atravs das taxas de emprego, e a melhoria da sua qualidade. A qualidade numsentido amplo, que engloba as qualificaes dos trabalhadores, os salrios, a higiene esegurana no local de trabalho, condies de trabalho, entre outros. Esta noo dequalidade aparece associada debate sobre o reforo e a modernizao do modelo socialeuropeu, uma vez que transio para uma economia do conhecimento pressupe, entreoutros, a preveno das novas formas de precariedade e do combate excluso.

    A qualidade do emprego em Portugal, no obstante os progressos realizados, um factorde vulnerabilidade, quando medido por qualquer dos indicadores atrs referidos. Nestecontexto, o novo ciclo da poltica de emprego pauta-se, sobretudo a partir de 2000, pelosigno da qualidade.

    Nas novas opes da poltica de emprego, estabelecidas em 2002, incluem-se comoprioritrios: o incentivo da formao e da orientao profissional nas escolas, nos centros de

    formao profissional e nas empresas, em particular no que se refere aos tcnicos degraus intermdios

    a reformulao dos processos de formao profissional, nomeadamente ao nvel dagesto e participao dos centros de formao;

    o lanamento de um programa de incentivos realizao de programas de formaoprofissional por empresas, dando particular nfase aos nveis de desempenho e aosganhos de produtividade obtidos em aces anteriores

    a dinamizao dos programas de acesso ao mercado de trabalho, em ligao com asinstituies do ensino superior e o sector empresarial

    a criao dos mecanismos que permitam o desenvolvimento efectivo de uma rede depreveno de riscos profissionais

    o lanamento de um programa integrado de combate aos acidentes de trabalho,atravs do reforo sistemtico das aces de inspeco

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    reforo do enquadramento legal e regulamentar e os meios humanos necessrios paraa execuo efectiva do plano nacional de combate explorao do trabalho infantil.

    B- Tendo em vista aumentar as taxas de emprego, promover a coeso social e o progresso social, aprodutividade e o funcionamento do mercado de trabalho, os Estados-Membros envidaro esforos paragarantir que as polticas no mbito dos quatro pilares contribuem para manter e aumentar a qualidade detrabalho. As reas a abranger podero incluir, nomeadamente, as caractersticas do emprego(designadamente qualidade intrnseca do emprego, qualificaes, aprendizagem ao longo da vida,evoluo da carreira) e o contexto mais vasto do mercado de trabalho, que engloba a igualdade entrehomens e mulheres, a segurana e higiene no trabalho, a flexibilidade e segurana, a incluso e o acessoao mercado de trabalho, a organizao do trabalho, a conciliao entre a vida profissional e familiar, odilogo social e a participao dos trabalhadores, a diversidade e a no discriminao e o desempenhoprofissional global e a produtividade do trabalho.

    O mercado de trabalho portugus mostra-se globalmente inclusivo, apresentando taxas deemprego crescentes e relativamente elevadas, no contexto europeu, com valores, em2001, acima das metas propostas para 2005: a taxa de emprego global apresentava umvalor de 69.1%, a taxa de emprego feminino era 61.7% e a dos trabalhadores mais velhosde 50.8%.

    No obstante esta situao globalmente positiva, a que corresponde uma taxa global dedesemprego relativamente baixa em termos europeus (4.2% em 2001), alguns gruposdenotam situaes menos favorveis no acesso ao mercado de trabalho, verificveis portaxas de desemprego mais elevadas como no caso dos jovens (9.4%) e das mulheres(5.1%). A persistncia de um peso significativo, mas decrescente, do desemprego delonga durao no desemprego total (39% em 2001) denota igualmente a dificuldade dealguns desempregados em reingressarem no mercado de trabalho. Esta dificuldade particularmente patente no caso dos trabalhadores mais velhos, sendo o peso dodesemprego de longa durao no desemprego total para o grupo etrio acima dos 55 anosde 63.1%, ou seja 24.1 pontos percentuais acima do peso mdio.

    A facilitao do acesso destes grupos ao mercado de trabalho tem vindo a serdesenvolvida atravs de medidas activas especficas ou de majoraes de apoios quandoos beneficirios pertencem a esses grupos (Directrizes 2, 7 e 17).

    A articulao entre as polticas sociais, nomeadamente as que visam a luta contra apobreza, e a poltica de emprego, permitiu dinamizar a integrao no mercado de trabalhode beneficirios do Rendimento Mnimo Garantido, anteriormente em situao deinactividade (Directriz 7).

    Do ponto de vista da estrutura de habilitaes, a situao portuguesa continua bastantedesfavorvel quando comparada com a dos restantes Estados Membros da UE, apesar daevoluo positiva que se tem vindo a verificar, particularmente ao nvel das habilitaesescolares, em resultado da entrada progressiva no mercado de trabalho de geraes maisnovas e mais escolarizadas acompanhada da sada dos trabalhadores mais velhos e menos

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    escolarizados. A evoluo da estrutura de qualificaes tem sido mais lenta do que a dashabilitaes, o que pode denotar algum estrangulamento ao nvel do sistema produtivo.

    Portugal tem vindo a desenvolver um importante esforo ao nvel dos sistemas educativoe formativo, com vista a ultrapassar esta debilidade estrutural do sistema de emprego,consubstanciado num conjunto de medidas (Directrizes 4 e 5) que integram a Estratgiapara a Aprendizagem ao Longo da Vida referida com detalhe no texto relativo aoObjectivo C neste documento.

    A consolidao do tecido empresarial e o aumento da competitividade da economia,atravs do reforo da solidez financeira, da dimenso e da produtividade das empresasportuguesas uma das prioridades do actual Governo. (Directrizes 8 e 9)

    O peso do emprego por conta prpria mantm em Portugal um valor superior ao damdia dos Estados Membros (cerca de 24% em 2001). O emprego por conta de outremtem registado um aumento do peso dos contratos no permanentes que subiu de 17% em1998 para 20% em 2001. Tambm o trabalho a tempo parcial registou um crescimentoem termos de volume, embora o seu peso relativo se tenha mantido (11%), apesar de seter reduzido a parte dos trabalhadores com durao habitual do trabalho inferior durao normal, que declararam pretender trabalhar mais horas.Em Portugal, a segurana no emprego concretizada atravs da regulamentao dasmodalidades de despedimento lcito e do direito dos trabalhadores ilegalmentedespedidos sua reintegrao na empresa e de restries aos contratos de trabalho dedurao determinada (contratos de trabalho a termo, segundo a terminologia portuguesa)e ao trabalho temporrio, com a finalidade de evitar que a generalizao de empregosprecrios afecte a segurana no emprego.O trabalho temporrio (travail intrimaire) s pode ser utilizado em determinadassituaes indicadas na lei, idnticas s que condicionam os contratos de trabalho dedurao determinada, correspondentes a necessidades temporrias de mo-de-obra porparte das empresas. Em 1999, esta modalidade de trabalho abrangia em Portugal cerca de70000 trabalhadores.Recentemente, a legislao criou um mecanismo destinado a diminuir as situaes deprecariedade, que permite que os trabalhadores que prestam trabalho temporrio sejamrecrutados pelas empresas de trabalho temporrio na base de contratos, e com direito auma compensao salarial nos perodos de inactividade.O quadro geral de proteco da segurana no emprego limitativo da chamadaflexibilidade externa est associado a um conjunto de instrumentos de flexibilidadeinterna nas relaes de trabalho. permitida a mobilidade entre empresas atravs da cedncia de trabalhadores. Podehaver cedncia de quadros tcnicos entre empresas associadas ou pertencentes ao mesmoagrupamento, ou de trabalhadores com outras funes entre empresas associadas oueconomicamente interdependentes, desde que sejam trabalhadores permanentes e aceitema cedncia. As convenes colectivas podem regular outras formas de cedncia detrabalhadores.

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    Os instrumentos de flexibilidade funcional permitem que os trabalhadores exeramtemporariamente outras actividades estranhas sua categoria profissional, desde que nomodifiquem substancialmente a sua posio na empresa.A mobilidade geogrfica pode traduzir-se na transferncia dos trabalhadores para outrolocal de trabalho desde que no tenham prejuzos importantes, ou se a transferncia forimposta pela mudana total ou parcial da empresa ou do estabelecimento a que estejamafectos.Pode haver flexibilidade ou adaptabilidade na organizao do tempo de trabalho, queaumente e diminua as horas normais de trabalho durante um perodo de referncia,ajustando-as actividade das empresas. Esta forma de adaptabilidade pode ser reguladapor conveno colectiva.O Programa do actual Governo considera prioritria a promoo da adaptabilidade e daflexibilidade da organizao do trabalho, por forma a aumentar a competitividade daeconomia e das empresas, nomeadamente pela criao de condies que permitamflexibilizar os horrios de trabalho, estabelecendo igualmente as condies para umamelhor gesto do tempo de trabalho e um maior desenvolvimento do trabalho a tempoparcial.Em situaes anormais de dificuldade por razes econmicas, tecnolgicas oucatstrofes, as empresas podem reduzir as horas de trabalho ou suspender o trabalho detodos ou de parte dos trabalhadores. Esta medida (lay-off) justifica-se se for necessriapara a viabilidade da empresa e a manuteno dos postos de trabalho.O dilogo social em Portugal desenvolve-se em trs nveis: da concertao social entre oGoverno e as confederaes sindicais e patronais, da negociao colectiva de sector e deempresa e no mbito da empresa.A concertao social decorre de modo institucionalizado no Conselho Econmico eSocial, criado pela Constituio como o rgo de consulta e concertao no domnio daspolticas econmica e social, entre o Governo e as confederaes sindicais e asconfederaes patronais mais representativas.Nos ltimos anos, com vista a incentivar uma cultura de negociao sobre diversosaspectos da vida social e a promover a qualidade do emprego, o Governo e os ParceirosSociais puseram em prtica uma nova metodologia de negociao de quatro acordos demdio prazo sobre: (i) poltica de emprego, mercado de trabalho, educao e formao,(ii) condies de trabalho, higiene e segurana no trabalho e combate sinistralidade, (iii)modernizao da proteco social e (iv) organizao do trabalho, produtividade esalrios. Os trs primeiros acordos foram celebrados em 2001, estando actualmente asmedidas neles previstas em processo de preparao e aprovao.As medidas e metas constantes dos Acordos acima referidos e que se relacionamdirectamente com as orientaes da Estratgia Europeia para o Emprego foramsistematicamente integradas no Plano Nacional de Emprego.O nvel predominante da negociao colectiva o do sector de actividade, sendocelebradas por ano cerca de 400 convenes colectivas, a nvel sectorial e de empresa. Asnegociaes de sector de actividade so preponderantes tanto em nmero de convenescelebradas (cerca de dois teros) como no nmero de trabalhadores a quem se aplicam.

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    As matrias reguladas com maior frequncia so as remuneraes e diversoscomplementos salariais, as profisses e carreiras profissionais, a durao do trabalho, aadaptabilidade na organizao do tempo de trabalho, a proteco da maternidade e dapaternidade e as frias, embora por vezes em matrias no salariais as convenes apenasreproduzam a lei.Ao nvel da empresa, o dilogo social e o envolvimento dos trabalhadores concretiza-seem acordos colectivos de trabalho, acordos de empresa e na actividade dos delegadossindicais, das comisses de trabalhadores e dos representantes dos trabalhadores para asegurana, higiene e sade no trabalho.

    No mbito da higiene e segurana no trabalho (Directriz 14) e no contexto do Acordoentre o Governo e os Parceiros Sociais sobre esta matria referido acima, estpresentemente em curso a elaborao do Plano Nacional de Aco para a Preveno,definido como um mecanismo de interveno concertada e de partilha deresponsabilidades entre o Estado e os Parceiros Sociais, que vigorar durante trs anos eintegrar as seguintes vertentes:

    a) o diagnstico actualizado das necessidades, carncias e reas prioritrias deinterveno;

    b) a definio de uma poltica nacional de mdio prazo, de preveno de riscosprofissionais e combate sinistralidade, em cuja execuo participaro o Estado eos Parceiros Sociais;

    c) a estruturao, aperfeioamento e sedimentao de uma rede de preveno deriscos profissionais, que integre todas as entidades pblico-administrativas comatribuies na matria e, eventualmente entidades de composio tripartida ou denatureza no pblica.

    Apesar da situao relativamente favorvel das mulheres portuguesas no que respeita aoacesso ao mercado de trabalho, quando comparada com a dos outros Estados Membrospersistem desigualdades designadamente ao nvel dos ganhos - o rcio dos ndices dosganhos horrios das mulheres em relao ao dos homens apresenta-se mais favorvel doque o valor mdio europeu no sector pblico, mas mais desfavorvel no sector privado e ao nvel da segregao - o ndice de segregao sectorial de gnero portugus maiselevado que a mdia europeia e o ndice de segregao profissional mais baixo do que amdia europeia.

    A interveno para a alterao desta situao tem vindo a ser desenvolvidamaioritariamente no campo das atitudes, de modo a gerar comportamentos de homens emulheres que conduzam a uma efectiva igualdade de oportunidades tanto na esferaprofissional como na esfera familiar (Directriz 17).

    Com vista a facilitar a conciliao da vida profissional e familiar tem vindo a decorrer aexpanso da rede de equipamentos e servios de apoio a dependentes, com particulardestaque para a rede de educao pr-escolar, a qual com objectivos de coberturauniversal ao nvel das crianas de 5 anos, assegura simultaneamente a resposta aobjectivos no mbito da Estratgia de Aprendizagem ao Longo da Vida (Directriz 18).

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    C Os Estados-Membros devem desenvolver estratgias globais e coerentes de aprendizagem ao longo davida globais e coerentes, a fim de ajudar os cidados a adquirir e actualizar as competncias exigidaspelas mutaes econmicas e sociais ao longo de todo o ciclo de vida. Em especial ,estas estratgiasdevero abranger o desenvolvimento de sistemas de ensino bsico, secundrio e superior, educao eformao profissional avanadas para jovens e adultos, com vista melhoria da empregabilidade,adaptabilidade e competncias, bem como a sua participao na sociedade do conhecimento. Essasestratgias devero articular a responsabilidade partilhada das autoridades pblicas, empresas, parceirossociais e particulares, com prestaes relevantes da sociedade civil, a fim de contribuir para a realizaode uma sociedade do conhecimento. Neste contexto, convida-se os parceiros sociais a negociar e acordarmedidas no sentido de melhorar a educao e a formao de adultos e, assim, reforar a adaptabilidadedos trabalhadores e a competitividade das empresas. Para tal, os Estados-Membros devem fixar metasnacionais para o aumento dos investimentos em recursos humanos, bem como para a participao emaces ulteriores de educao e formao, formal ou informal e acompanhar regularmente os progressosrealizados no sentido da consecuo desses objectivos.

    No quadro das concluses da Cimeira Extraordinria de Lisboa e do Conselho Europeude Santa Maria da Feira foi atribudo um novo nfase ao papel da Aprendizagem aoLongo da Vida como instrumento fundamental para o desenvolvimento da cidadania, dacoeso social e do emprego. A Aprendizagem ao Longo da Vida surge como umacomponente bsica do Modelo Social Europeu.

    Neste contexto, s prioridades definidas nas directrizes para o emprego para 2000,relativamente ao desenvolvimento da Aprendizagem ao Longo da