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NACIONALISMO E IMPERIALISMO EUROPEU NA ÁFRICA (SÉC XIX) José Wandembergue de Oliveira Júnior 24/04/2014

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Page 1: Nacionalismo e imperialismo europeu na áfrica

NACIONALISMO E IMPERIALISMO EUROPEU NA ÁFRICA (SÉC XIX)

José Wandembergue de Oliveira Júnior

24/04/2014

Page 2: Nacionalismo e imperialismo europeu na áfrica

Nacionalismo• O termo e seus deslocamentos

Elaboração de identidade coletiva que confere à nação um altíssimo valor.

“a presteza com que as pessoas se identificavam emocionalmente com “sua” nação e podiam ser mobilizadas como tchecos, alemães, italianos ou quaisquer outras. Presteza que podia ser explorada politicamente.” (HOBSBAWM, Eric. A era dos Impérios 1875-1914. São Paulo: Paz e Terra, 1998, p. 204)

Da esquerda à direita

• A Europa no século XIX Unificação Alemã e Italiana

Pan-eslavismo, pangermanismo, revanchismo francês

Consolidação da industrialização

Capitalismo monopolista

Produziu “uma era de concorrência entre economias industrial-capitalistas rivais, fato novo e intensificado pela pressão em favor da obtenção e da preservação de mercados”. (HOBSBAWM, Eric. A era dos Impérios 1875-1914. São Paulo: Paz e Terra, 1998, p. 109)

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Imperialismo• Termo novo para um acontecimento novo

Aparecimento como palavra na década de 1890 e uso recorrente na década de 1900.

Conceito proposto por Lênin: “é a fase monopolista do capitalismo. Essa definição compreenderia o principal, pois, por um lado, o capital financeiro é o capital bancário de alguns grandes bancos monopolistas fundido com o capital das associações monopolistas de industriais, e, por outro lado, a partilha do mundo é a transição da política colonial que se estende sem obstáculos às regiões ainda não apropriadas por nenhuma potência capitalista para a política colonial de posse monopolista dos territórios do globo já inteiramente repartido.” (Lênin. Imperialismo, fase superior do capitalismo. P. 39)

• Economia global “A política colonial é filha da política industrial. Para os Estados ricos [...] a exportação é um fator

essencial da prosperidade pública [...] Se tivesse sido possível estabelecer, entre as nações manufatureiras, algo como uma divisão do trabalho industrial, uma repartição segundo as aptidões [...], a Europa poderia não ter ido buscar fora das próprias fronteiras mercados para a sua produção. Mas todo mundo quer fiar, forjar, destilar, fabricar açúcar e exportá-lo” (FERRY apud FERRO, Marc. História das colonizações: das conquistas às independências – séculos XIII a XX. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.)

Criação de uma economia global única

Busca por colônias e áreas de influência

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“O Colosso de Rhodes”. Revista Punch, 1882.

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Partilha Africana “O mundo está quase todo repartido e o que dele resta está sendo dividido, conquistado, colonizado.

Pense nas estrelas que vemos à noite, esses mundos que jamais poderemos atingir. Eu anexaria os planetas, se pudesse... Sustento que somos a primeira raça do mundo e quanto mais do mundo habitarmos, tanto melhor será para a raça humana... Se houver um Deus, creio que Ele gostaria que eu pintasse o mapa da África com as cores britânicas”. (Cecil Rhodes 1853-1902, O último desejo e testamento de Cecil Rhodes apud Leo Huberman, História da riqueza do homem)

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Busca por matérias-primas e por dominação territorial

Leopoldo II da Bélgica e a Bacia do Congo

Congresso de Berlim

Imperialismo Cultural. “a civilização burguesa sempre se orgulhara do triunfo triplo da ciência, da tecnologia e das manufaturas. Na era dos impérios, ela também se orgulhará de suas colônias.” (HOBSBAWM, Eric. A era dos Impérios 1875-1914. São Paulo: Paz e Terra, 1998, p. 106)

Capa da revista em quadrinhos belga Tintim no Congo, de 1931.

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As Aventuras de Tarzan, novela de Edgar Rice Burroughs de 1912.

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Cartaz da Exposição Universal que ocorreu em Paris, em 1900.

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Caricatura L’Afrique, no Suplemento La Caricature de um jornal francês de 1887

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Resistência africana Diferenças de 1880 a 1914.

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Em 1891, quando os britânicos ofereceram proteção a Prempeh I, rei dos Ashanti, na Costa do Ouro (atual Gana), ele replicou: “A proposta para o país Ashanti, na presente situação, colocar‑se sob a proteção de Sua Majestade, a Rainha e Imperatriz da Índia, foi objeto de exame aprofundado, mas me permitam dizer que chegamos à seguinte conclusão: meu reino, o Ashanti, jamais aderirá a uma tal política. O país Ashanti deve continuar a manter, como até agora, laços de amizade com todos os brancos. Não é por ufanismo que escrevo isto, mas tendo clareza do significado das palavras [...]. A causa dos Ashanti progride, e nenhum Ashanti tem a menor razão para se preocupar com o futuro ou para acreditar, por um só instante, que as hostilidades passadas tenham prejudicado a nossa causa.”

Mensagem de Menelik, imperador da Etiópia, enviada à rainha Vitória e aos dirigentes da França, Alemanha, Itália e Rússia: “Não tenho a menor intenção de ser um espectador indiferente, caso ocorra a potências distantes dividir a África, pois a Etiópia há quatorze séculos tem sido uma ilha cristã num mar de pagãos. Dado que o Todo‑Poderoso até agora tem protegido a Etiópia, tenho a esperança de que continuará a protegê‑la e a engrandecê‑la e não penso sequer um instante que Ele permita que a Etiópia seja dividida entre outros Estados.. Antigamente, as fronteiras da Etiópia eram o mar. Não tendo recorrido à força nem recebido ajuda dos cristãos, nossas fronteiras marítimas caíram em mãos dos muçulmanos. Não abrigamos hoje a pretensão de recuperá‑las pela força, mas esperamos que as potências cristãs, inspiradas por nosso Salvador, Jesus Cristo, as devolvam a nós ou nos concedam pelo menos alguns pontos de acesso ao mar.”

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Quando, apesar deste apelo, os italianos lançaram sua campanha contra a Etiópia, com a conivência do Reino Unido e da França, Menelik proclamou de novo, em 17 de setembro de 1895, uma ordem de mobilização na qual declarava: “Os inimigos vêm agora se apoderar de nosso país e mudar nossa religião [...]. Nossos inimigos começaram a avançar abrindo caminho na terra como toupeiras. Com a ajuda de Deus, não lhes entregarei meu país [...]. Hoje, que os fortes me emprestem sua força e os fracos me ajudem com suas orações”.

“Aconteça o que acontecer, nós temos a metralhadora, e eles não.”

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Desdobramentos• Dominação global e crescimento econômico

Mercado consumidor e fornecedor de matérias-primas

Divisão da pizza chinesa. Caricatura do final do século XIX

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• Ocidentalização mundial e crença na superioridade branca

O fardo do Homem Branco, de Rudyard Kipling (1899)

“Tomai o fardo do Homem Branco – Envia teus melhores filhos

Vão, condenem seus filhos ao exílio Para servirem aos seus cativos;Para esperar, com arreios Com agitadores e selváticosSeus cativos, servos obstinados, Metade demônio, metade criança.”

• Primeira Guerra Mundial