na festa da democracia eleitores “aqui é exercitam a ... · de pesquisa econômica aplicada...

8
Ano VII - Edição Nº 111 Campo Grande, MS - 5 a 18 de outubro de 2008 Resultados - Eleitores acompanham apuração das eleições em 2006 , no pátio do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em Campo Grande Na festa da democracia eleitores exercitam a responsabilidade Os convidados a par- ticipar da festa da demo- cracia que acontece nes- te domingo em todo o país devem estar muni- dos, além do título de eleitor, de muita respon- sabilidade. Hoje serão escolhidos nossos repre- sentantes na administra- ção de nossas cidades e os homens e mulheres que vão criar as leis que deverão ser cumpridas por todos nós. Mas nem tudo é festa neste cinco de outubro. Veja as regras que os eleitores têm que cumprir e as várias proi- bições impostas pelo Tri- bunal Superior Eleitoral (TSE) para garantir a paz nas eleições. E algumas dicas para saber escolher nas urnas a quem dar cré- dito nesta votação. Pág 04 “Aqui é ela quem manda” Um futuro onde “elas” vão estar totalmente no comando dos lares brasi- leiros começa a se dese- nhar. Nos últimos 13 anos aumentou o número de fa- mílias onde, ao invés do marido, são as esposas que estão na posição de chefia dos núcleos famili- ares. Hoje quase 30% das famílias do país, segundo informações do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) têm as mulheres como provedo- ras. Pág 13 Foto: Cristina Ramos MS vira cenário de filme Em entrevista ao Jornal Em Foco o ator e diretor de cinema Marco Ricca expli- ca como a cidade de Sidro- lândia, localizada a 64 qui- lômetros da Capital se transformou no cenário perfeito para as filmagens do longa nacional “Cabe- ça-Prêmio”. Segundo ele, a luz diferente que brilha em Mato Grosso do Sul e suas belas paisagens vão ser importantes para contar a história interpretada pelo elenco que tem como inte- grante a estrela internaci- onal Alice Braga. Pág 03 ÍNDICE CADERNO A Opinião Entrevista Política Economia Geral Cultura Esporte Universidade Futuridade Instantes Resenha Nosso Foco CADERNO ZOOM 11 12 13 14 15 16 02 03 04 05 06 09 Processo para obtenção de CNH passará por mudanças em 2009 Candidatos à obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) estão adiantando seus processos junto ao Departamento Nacional de Trânsito (Detran) para fugir das no- vas regras que começam a vigorar a partir de janeiro do ano que vem. Confor- me resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), aumentou o nú- mero de aulas práticas e teóricas, o que vai deixar mais cara a licença para di- rigir. Pág 07 Foto: Evillyn Regis Mais - Resolução aumentou o número de aulas práticas e teóricas nos cursos que formam condutores Dub embala campo-grandenses Letras aconchegantes embaladas por uma batida eletrônica que enfatiza o baixo e a bateria compõem um novo estilo musical que chegou a Campo Grande: o Dub. Quem gosta de reggae vai se identificar por que é na fonte deste ritmo Jamaicano quase cinqüen- tão que o Dub busca inspi- ração. Na Capital de Mato Grosso do Sul, a banda Louva Dub é uma das pio- neiras, com canções que misturam preservação am- biental e conversas com Deus, na melhor maneira “energia positiva”. Pág 09 Positivos - Banda Louva Dub representa o novo estilo na Capital Foto: Divulgação Jovens da Capital estão investindo cerca de R$ 3 mil para realizar o sonho de se transformar em comissários de bordo. O curso profis- sionalizante que dura em média quatro meses é ofere- cido por duas empresas na Trabalhadores buscam emprego nas alturas cidade e ensina aos alunos, que devem ter mais de 18 anos, técnicas de segurança e atendimento dos passagei- ros dentro da aeronave e até mesmo de sobrevivência na selva em caso de quedas. Pág 06 Treino - Estudantes enfrentam simulação de sobrevivência na mata Foto: Arquivo FlyCompany “Quase” rodoviária vai dar espaço à arte Moradores do bairro Cabreúva e a classe artís- tica da Capital aguardam com ansiedade a transfor- mação do gigantesco es- queleto do que seria o novo terminal rodoviário de Campo Grande em um es- paço de dedicação às artes. Enquanto as obras na Ave- nida Ernesto Geisel não têm início, integrantes da classe artística reclamam de não terem auxiliado na criação do Centro Munici- pal de Belas Artes.. O lo- cal terá uma administração central, um teatro para 435 lugares, um auditório para 137 pessoas e um aloja- mento para aproximada- mente 100 pessoas Pág 10 Arte - Ricca dirige filme Foto: bonitopantanal.files.wordpress.com

Upload: vuonganh

Post on 08-Nov-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Na festa da democracia eleitores “Aqui é exercitam a ... · de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) têm as mulheres como provedo-ras. Pág 13 Foto: Cristina R amos MS vira cenário

EM

FO

CO

CA

MP

O G

RA

ND

E -

OU

TU

BR

O D

E 2

008

Ano VII - Edição Nº 111Campo Grande, MS -5 a 18 de outubro de 2008

R e s u l t a d o s - Eleitores acompanham apuração das eleições em 2006 , no pátio do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em Campo Grande

Na festa da democracia eleitores

exercitam a responsabilidadeOs convidados a par-

ticipar da festa da demo-cracia que acontece nes-te domingo em todo opaís devem estar muni-dos, além do título deeleitor, de muita respon-sabilidade. Hoje serãoescolhidos nossos repre-sentantes na administra-ção de nossas cidades eos homens e mulheresque vão criar as leis quedeverão ser cumpridaspor todos nós. Mas nemtudo é festa neste cincode outubro. Veja as regrasque os eleitores têm quecumprir e as várias proi-bições impostas pelo Tri-bunal Superior Eleitoral(TSE) para garantir a paznas eleições. E algumasdicas para saber escolhernas urnas a quem dar cré-dito nesta votação.

Pág 04

“Aqui é

ela quem

manda”Um futuro onde “elas”

vão estar totalmente nocomando dos lares brasi-leiros começa a se dese-nhar. Nos últimos 13 anosaumentou o número de fa-mílias onde, ao invés domarido, são as esposasque estão na posição dechefia dos núcleos famili-ares. Hoje quase 30% dasfamílias do país, segundoinformações do Institutode Pesquisa EconômicaAplicada (IPEA) têm asmulheres como provedo-ras.

Pág 13

Foto: Cristina Ramos

MS vira

cenário

de filmeEm entrevista ao Jornal

Em Foco o ator e diretor decinema Marco Ricca expli-ca como a cidade de Sidro-lândia, localizada a 64 qui-lômetros da Capital setransformou no cenárioperfeito para as filmagensdo longa nacional “Cabe-ça-Prêmio”. Segundo ele, aluz diferente que brilha emMato Grosso do Sul e suasbelas paisagens vão serimportantes para contar ahistória interpretada peloelenco que tem como inte-grante a estrela internaci-onal Alice Braga.

Pág 03

Í N D I C E

CADERNO A

Opinião

Entrevista

Política

Economia

Geral

Cultura

Esporte

Universidade

Futuridade

Instantes

Resenha

Nosso Foco

CADERNO ZOOM

11

12

13

14

15

16

02

03

04

05

06

09

Processo para obtenção de CNH

passará por mudanças em 2009Candidatos à obtenção

da Carteira Nacional deHabilitação (CNH) estãoadiantando seus processosjunto ao DepartamentoNacional de Trânsito

(Detran) para fugir das no-vas regras que começam avigorar a partir de janeirodo ano que vem. Confor-me resolução do ConselhoNacional de Trânsito

(Contran), aumentou o nú-mero de aulas práticas eteóricas, o que vai deixarmais cara a licença para di-rigir.

Pág 07

Foto: Evillyn Regis

M a i s - Resolução aumentou o número de aulas práticas e teóricas nos cursos que formam condutores

Dub embala campo-grandensesLetras aconchegantes

embaladas por uma batidaeletrônica que enfatiza obaixo e a bateria compõemum novo estilo musical quechegou a Campo Grande:o Dub. Quem gosta dereggae vai se identificar porque é na fonte deste ritmoJamaicano quase cinqüen-tão que o Dub busca inspi-ração. Na Capital de MatoGrosso do Sul, a bandaLouva Dub é uma das pio-neiras, com canções quemisturam preservação am-biental e conversas comDeus, na melhor maneira“energia positiva”.

Pág 09 P o s i t i v o s - Banda Louva Dub representa o novo estilo na Capital

Foto: Divulgação

Jovens da Capital estãoinvestindo cerca de R$ 3 milpara realizar o sonho de setransformar em comissáriosde bordo. O curso profis-sionalizante que dura emmédia quatro meses é ofere-cido por duas empresas na

Trabalhadores buscam

emprego nas alturascidade e ensina aos alunos,que devem ter mais de 18anos, técnicas de segurançae atendimento dos passagei-ros dentro da aeronave e atémesmo de sobrevivência naselva em caso de quedas.

Pág 06

Tr e i n o - Estudantes enfrentam simulação de sobrevivência na mata

Foto: Arquivo FlyCompany

“Quase” rodoviária

vai dar espaço à arteMoradores do bairro

Cabreúva e a classe artís-tica da Capital aguardamcom ansiedade a transfor-mação do gigantesco es-queleto do que seria o novoterminal rodoviário deCampo Grande em um es-paço de dedicação às artes.Enquanto as obras na Ave-nida Ernesto Geisel não

têm início, integrantes daclasse artística reclamamde não terem auxiliado nacriação do Centro Munici-pal de Belas Artes.. O lo-cal terá uma administraçãocentral, um teatro para 435lugares, um auditório para137 pessoas e um aloja-mento para aproximada-mente 100 pessoas

Pág 10A r t e - Ricca dirige filme

Foto

: b

on

itop

an

tan

al.

file

s.w

ord

pre

ss.c

om

Page 2: Na festa da democracia eleitores “Aqui é exercitam a ... · de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) têm as mulheres como provedo-ras. Pág 13 Foto: Cristina R amos MS vira cenário

EM

FO

CO

CA

MP

O G

RA

ND

E -

OU

TU

BR

O D

E 2

008

Em Foco – Jornal laboratório docurso de Jornalismo da Univer-sidade Católica Dom Bosco(UCDB)

Ano VII - nº 111 – Outubro de2008 - Tiragem 3.000

Obs.: As matérias publicadasneste veículo de comunicaçãonão representam o pensamen-to da Instituição e são de res-ponsabilidade de seus autores.

Chanceler: Pe. Lauro TakakiShinohara

Reitor: Pe. José Marinoni

Pró-Reitor Acadêmico: Pe.Dr.Gildásio Mendes

Pró-Reitor Administrativo: Ir.Raffaele Lochi

Coordenador do curso de Jornalismo:Jacir Alfonso Zanatta

Jornalistas responsáveis: Jacir Alfon-

so Zanatta DRT-MS 108, Cristina Ra-

mos DRT-MS 158 e Inara Silva DRT-

MS 83

Revisão: Cláudia Zwarg, Cristina Ra-mos, Inara Silva, Oswaldo Ribeiro eRodson Lima.

Edição: Cristina Ramos, Inara Silva e

Jacir Alfonso Zanatta

Repórteres: Ana Maria Assis, BrunaLucianer, Camila Cruz, DanielHenrique, Ederson Almeida, ElianeOliveira, Evillyn Regis, Fernanda Mara,Haryon Caetano, Helton Verão, IsabelaCarrato, José Luiz Alves, Juliana Gon-çalves, Juliana Morais, KleberGutierrez, Luciana Brazil, Naiane Mes-quita, Priscilla Peres, Rogério Valdez,Tatiane Guimarães, Tatiana Gimenes,Thiago Dal Moro, Victor Luiz e Wanessa

Derzi.

Projeto Gráfico e tratamento de ima-gens: Designer - Maria Helena Benites

Diagramação: Designer - Maria Hele-na Benites

Impressão: Jornal A Crítica

Em Foco - Av. Tamandaré, 6000 B. Jar-dim Seminário, Campo Grande – MS.Cep: 79117900 – Caixa Postal: 100 -Tel:(067) 3312-3735

Em Foco on-line:www.jornalemfoco.com.br

Home Page universidade:www.ucdb.br

E-mail:[email protected]@yahoo.com.br

02OPINIÃO

Editorial

Digitando o futuroBruna Lucianer

Uma adolescente com ummundo inteiro para desvendar.Era assim que eu me sentia hámais de dois anos, vendo-meobrigada a escolher algo quedeterminaria o rumo da minhaexistência: a minha futura pro-fissão. Dezessete anos de ida-de, milhões de dúvidas e idéi-as mirabolantes na cabeça enas mãos uma decisão (ou se-ria indecisão?). Depois de co-gitar inúmeras possibilidades(desde administração até psi-cologia), eis que ponho um fimno dilema e decreto: serei jor-nalista!

Mas para chegar a uma de-cisão não foi nada fácil. Emprimeiro lugar, eu consideroinconcebível o fato de um ado-lescente com 17 ou 18 anos terde escolher algo tão complexoe definitivo como uma profis-são. Sim, eu sei que ninguémé obrigado a sair do EnsinoMédio e entrar direto em umafaculdade. Mas se a oportuni-dade existe, e o desejo de con-tinuar estudando também,nada mais natural do que nãoquerer perder tempo. E é aí

que a educação no Brasil fa-lha (aí e em bilhões de outrosquesitos, mas isso é outro as-sunto...). Se ao invés de copi-ar modismos e inutilidadesdos países de primeiro mun-do, copiasse o sistema educa-cional, a realidade seria outra.

Uma base sólida com umensino básico de qualidadeajudaria, e muito, na forma-ção profissional dos jovens.Defendo sim escola em perío-do integral e com mais, no mí-nimo, dois anos de duração.Mas e os jovens que precisamtrabalhar em um dos perío-dos? Se receberem educaçãode qualidade enquanto sãojovens, o emprego do futuroserá indiscutivelmente me-lhor. Isso chama-se investi-mento a longo prazo. Sei queesse é um assunto delicado, eque as vertentes são muitas.Por isso não vou discutir sa-lário de professores ou infra-estrutura escolar. Como eu jádisse, tratam-se de investi-mentos a longo prazo.

Mas voltando ao assunto,todos sabemos que pouquís-simas escolas preocupam-seem fornecer algum tipo de ori-

entação vocacional para seusalunos. Batem na tecla do ves-tibular insistentemente, comose aprovar o maior númeropossível de alunos bastasse.Do que me adianta passar nasmelhores universidades senão sei o que eu quero fazer?Cursar um ou dois semestrese perceber que não é nada doque eu imaginava? E isso é ex-tremamente comum. Todo alu-no deveria receber na escola omaior número possível de in-formações sobre cursos e pro-fissões, para a surpresa com auniversidade não ser desagra-dável. A raça dos indecisosnão seria extinta, mas seusexemplares reduziriam consi-deravelmente.

Uma prática bastante co-mum entre os vestibulandosé a realização de testes vocaci-onais. A internet disponibili-za esse tipo de teste em sitescomo www.oportaldosestudantes .com.br e www. edu-que net.net. Também é possí-vel buscar a ajuda de profissi-onais; psicólogos realizam ori-entação vocacional e ajudama esclarecer muitas dúvidasem relação às habilidades de

Haryon Caetano

Confesso que pensei eminiciar este artigo com a frase“Errar é humano...” ou com al-gum trocadilho relacionado aela. Mas eu devo fugir dosclichês e também por que estafrase já soa como uma descul-pa barata. Ooops, já iniciei...Como é bom poder desfrutarda tecnologia que acelera o pro-cesso da comunicação. Elacompactou prazos, extinguiudistâncias, reformulou ofíciose facilitou vidas. Com isso oser humano tem mais tempopara si e para dar mais atençãoaos seus afazeres. Na lógica istoparece ser verdadeiro, mas nocotidiano, não.

Porém, não quero fazer aquio velho discurso criticando a

cada pessoa. Vale lembrar queesse tipo de orientação ou atémesmo os testes não apontamdiretamente para o estudantea profissão que ele deve esco-lher. São apenas análises dehabilidades e interesses, quepodem apontar um caminhona escolha da profissão, o quejá é de grande ajuda.

Mais do que o curso quevocê vai encarar na universi-dade, a escolha da profissãoimplica responsabilidades. Damesma maneira que uma es-colha certa é vantajosa, umaescolha equivocada deve sercorrigida o mais rápido possí-vel. Insistir em um curso quenão corresponde às expectati-vas é perda de tempo e dinhei-ro.

Para a minha tranqüilida-de, eu não fiz uma escolhaequivocada. Também realizeialguns desses testes vocacio-nais, em que a área de Comu-nicação Social insistia em apa-recer. Que felicidade a minhaao entrar na faculdade e des-cobrir que estou fazendo aúnica coisa que eu poderia fa-zer na vida. Que muitos te-nham a mesma sorte que eu.

Eu erro, tu erras... Nós corrigimos?vida moderna e seus efeitoscolaterais. Isso não aumentaráminha renda e nem tão poucome dará mais tempo.

No dias atuais, a maior detodas as corridas é contra o tem-po, principalmente em um am-biente hostil e instável comouma redação de jornal. O reló-gio é frio e sem coração. Não hácomo driblá-lo, e nem percatempo tentando.

Em uma atmosfera comoesta, um item inevitável são oserros. Eles vêm aos montes parao jornalista mais desatento, àsvezes, preguiçoso mesmo. Sepudéssemos estruturar resumi-damente o processo da constru-ção de uma notícia, seria algomais ou menos assim: Pesqui-sar, apurar, refletir, escrever, ler,reescrever, reler... e por aí se-

gue-se... Mas por motivo de ‘for-ça maior’, o jornalista acaba en-curtando este processo. Um errofatal.

E o resultado nós conhece-mos: ambigüidades, letrastrocadas, ou mentiras traumáti-cas para as vítimas mais ino-centes.

A discussão se encontra emcorrigir ou não o erro, e em quaissituações. Para um jornal, seubem mais precioso é a credibi-lidade, é o seu tesouro sagra-do. E para muitos donos de jor-nais, publicar o “Erramos” éalgo inadmissível. É assumir ofracasso. Perder o crédito. Paraele: Jornalista diferentes Erros.

No entanto, os leitores vêemcom bons olhos as correções. Éagradável e confiável vê-las,além de ético. Embora muitos

erros possam ser irreparáveis,o mínimo que se pode fazer éreconhecê-los.

Corretamente afirma ReginaRibeiro: “ninguém pode imagi-nar um jornal sem erros, por-que isso não existe. Aliás, nemjornal, nem qualquer outra ati-vidade empresarial. O que exis-tem são estratégias de qualida-de para minimizar as possibili-dades de erro e quando errar,ter meios de reparar os danoscausados.”

Reparar danos causados,não é um compromisso ligadosomente a imprensa, mas sim aqualquer outra esfera do relaci-onamento social. Publicar o “Er-ramos”, corrigir os erros, não éuma escolha cabível de elogios,mas sim uma obrigação comoser humano.

Lembranças

deslembradas

crônica

Ana Maria Assis

Dia desses eu estavapensando...

Pra quê o desesperoquando se olha dentro deum buraquinho de umamáquina fotográfica e vê ovazio da falta que faz umapilha?

E quando não encontra-mos a caneta naquele mo-mento em que precisamosanotar qualquer coisa emum papel?

E aquele papel da sema-na passada em que a genteanotou aquela coisa tão im-portante que a gente não

lembra o que é...E quando esperamos uma

ligação de alguém que podesalvar a nossa vida e olha nabolsa gigante e cheia ondeencontramos tudo menos oinseparável celular!

Mas se eles são tão impor-tantes assim, porquê na horade sair de casa a gente nãolembra?

Eu esqueço tudo que éimportante, e vivo lembran-do de coisas que não têmimportância nenhuma.

Eu lembro quando a pro-fessora disse, na época emque eu estava aprendendo aescrever, que se eu escreves-

se dando continuidade naspalavras, juntando uma le-tra atrás da outra sem parar,sem separar as letras de cadapalavra, a minha escrita fi-caria mais bonita, com as le-tras mais redondinhas, sua-ves...

Mas pra quê isso ocuparespaço na minha mente se oque eu escrevo para os ou-tros lerem está tudo

Ana Maria

Não se reprima, masnão se distraiaPois não se diz traiaDiz- se tralhaTralha de vidaQue metralha os desejosCom arma de impossibilidadesSeja livre, sem reprimir-se às grades da própria liberdadeLiberdade do duelo de escolhas que podem ser escolhidase que ignoram o leque gigantesco de escolhas“inescolhíveis” por conta das gradesDas grades que obrigam a cada um acertar as contasdaqueles que há muitos anos desfrutaram das dívidasE as dívidas de hoje serão todas cobradas mais tarde,serão cobradas por não se sabe quemOs que ainda não existem pagarão a dívida dos que hojesão participantes dessa cadeiaCadê?A explicação de como aconteceu? Quem um dia esco-lheu estar nessa situaçãoAção.Alguma ação salvaria?Presos, tão presos, tão presosQue se enganam, sim, a si próprios, na utopia da liber-dadeSão livres para trabalhar onde não queremLivre para estudar o que não gostaLivre para morar em casas com cerca elétricaLivre para embarcar em um avião que vai cairLivre para comer lixoOu livre para comer de garfo e facaPara usar vestido de gala desconfortável em festa impor-tanteLivre para dormir no chãoSe der sorte, no papelãoPapelãoÉ o que os carcereiros dessa cadeia representamLivre para ter racionalidade, e por isso ter a certeza deque não é felizPor que existem dois tipos desses animais livres e racio-nais:Os depressivos, indignados, e derrotadosE os medíocres alienados.Que inventam uma felicidade estranha para si mesmoPara assim sobreviver e enganar a si e aos outrosSem saber: mentemMenteOnde ela foi parar?

A cada dois anos, os brasileiros sacam o título de elei-tor do bolso e dirigem-se à seção eleitoral para digitar ovoto. Neste momento, muitos de nossos leitores já realiza-ram esse ritual democrático. Mas apesar do caráterritualístico da situação, votar não pode ser um ato mecâni-co, automático. Pelo contrário, é preciso exercitar osneurônios para decidir quem realmente merece nos repre-sentar na Prefeitura e na Casa de Leis do Município.

Neste Em Foco a reportagem de destaque é sobre algu-mas regras determinadas pelo Tribunal Superior Eleitoral(TSE), de como se comportar neste domingo e tambémconselhos, para os que ainda estão indecisos, de comoescolher seus candidatos aos cargos que estão em disputaneste pleito eleitoral.

O exercício jornalístico dos nossos acadêmicos repór-teres também explorou outros aspectos que fervilham nasociedade moderna. A família brasileira do futuro, ondeas mulheres devem estar efetivamente no comando, ga-nhando mais do que os maridos e chefiando os lares pelopaís estão nas páginas do jornal. E uma estranha mania:

morder os lábios para descarregar problemas emocionais.Tem gente que sofre deste mal e precisa procurar ajudamédica. Entre outros assuntos que poderão ser conheci-dos nesta Edição do Em Foco.

Enfim, a festa da democracia teve longos preparati-vos, cerca de três meses em que nós eleitores tivemos aoportunidade de conhecer os candidatos que se acha-vam capazes de exercer cargos de tamanha responsabili-dade. Quem assistia à propaganda eleitoral gratuita naTV às vezes se divertia como se estivesse assistindo aum daqueles reality shows que escolhem cantores. As-sim como no “Ídolos”, ou “Astros”, muitos candidatostêm o caráter “Sem noção” evidente, dá até a pena. Maseles têm o direito de concorrer, assim como nós temos ode escolher. Portanto, para quem ainda não foi dar a sua“digitada” no futuro desejamos uma boa escolha, além éclaro de uma boa leitura!

Poesia

Mundo

cor de

torrada

digitado?Eu lembro quando eu

peguei caxumba na terceirasérie e não pude dançar nafesta junina, sendo que erao único ano em que o meupar não era alguém que euodiava. Eu costumava odi-ar quando criança...

Eu lembro de um ban-do de coisa que nem pre-cisa eu lembrar, e esqueçode tudo que é indispensá-vel que eu lembre.

Eu ia escrever agoraumas coisas super legais,mas eu esqueci.

Vestibular: e agora?

Foto: www.sxc.hu

Page 3: Na festa da democracia eleitores “Aqui é exercitam a ... · de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) têm as mulheres como provedo-ras. Pág 13 Foto: Cristina R amos MS vira cenário

EM

FO

CO

CA

MP

O G

RA

ND

E -

OU

TU

BR

O D

E 2

008

03

ENTREVISTA

Edição de título elegendas:

- Júlia de Miranda- José Luiz Neto- Rogério Valdez

Foto

: K

leb

er

Gu

tierr

ez

Ricca dirige filme no EstadoUm dos nomes mais conhecidos do cinema

nacional, o ator Marco Ricca, está produzindo umfilme em Mato Grosso do Sul, mais especificamente

em uma fazenda de Sidrolândia. Para saber umpouco mais sobre o filme, o jornal Em Foco

entrevistou o diretor

Thiago Dal Moro

EM FOCO: Fale um poucosobre o filme?RICCA: O filme chama-se “Ca-beça a Prêmio” e é uma adap-tação da obra de MarçalAquino, que é um dos maio-res escritores no Brasil hoje,pelo qual, sou apaixonadopor sua literatura. Na verda-de seu livro não passaria aquino Mato Grosso do Sul. Re-solvemos passar a históriaaqui por uma questão de vi-sual, porque é um Estadomuito inusitado e nós gosta-mos daqui, a luz é diferente etem lugares muito lindos, be-los. A história é de uma famí-lia de fazendeiros que tem umafilha, essa filha se apaixonapor um contraventorzinho e o

pai fica desesperado. É a his-tória da degeneração de umafamília de pecuaristas queagora passa a ser do Estado,que não era no livro que con-ta essa história.

EM FOCO: Quais são as suasexpectativas para a produ-ção do longa metragem?RICCA: As expectativas são asmelhores, nós trabalhamosmuito a idéia de transformaressa obra do Marçal Aquinoem filme, até porque o elencoconta com grandes nomescomo Fulvio Stefanini, CássioGabus Mendes, Du Moscovise a atual estrela brasileira Ali-ce Braga, então tem tudo pradar certo.

EM FOCO: Por que a esco-lha da fazenda Eldorado

para produzir o filme?RICCA: Nós procuramos eeu vi mais de 50 fazendas noEstado, e a escolha daEldorado é por dois motivos.Primeiro porque é linda, émuito grande e tem ummangueiro que cabe 15 milcabeças de gado, é uma coi-sa impressionante. E outracoisa é pela logística, é umaárea muito bela, a gente que-ria e acabou se apropriandoda proximidade da cidadede Sidrolândia e porquetambém ali vai se tornar umcentro cultural se tudo dercerto, então acho que o fil-me vai deixar uma históriana fazenda.

EM FOCO: Em outra visitaque você fez, disse que se en-cantou por Sidrolândia, se

C i n e m a - Ator conhecido pelos vários filmes, minisséries e peças teatrais que participou, declara admiração pelas belezas naturais de Mato Grosso do Sul, Estado onde será rodado “Cabeça a prêmio”

L o c a ç ã o - Fazenda Eldorado, a escolhida entre muitas para as graçãoes das cenas do filme

surpreendeu, por que isso?RICCA: Bom, porque euachei que por ser uma cida-de muito próxima à CampoGrande, seria uma cidademuito pequena. Não é umacidade grande na verdade,mais é uma cidade muitobem projetada, com ruas lar-gas, quer dizer, uma cidadepróspera. Então é bom saberque o Brasil não está crescen-do só por fora, está crescen-do por dentro também, esse

interior dele é bonito de ver,é uma cidade que está dan-do certo, que funciona.Uma prova disso é o proble-ma de hospedagem que es-tamos enfrentando, de tan-tos negócios que estão sen-do feitos na cidade você nãotem quarto pra dormir, en-tão isso significa que é pro-gresso chegando, que é umacidade próspera, pode se verpelas ruas limpas. Portantoeu fiquei realmente encan-

tado pela cidade e ébacana quando vocêgosta do lugar que vaiter que ficar muitotempo, um mês da mi-nha vida, não é poucomas é muito.

Foto: ego.globo.com

Foto: Divulgação

Page 4: Na festa da democracia eleitores “Aqui é exercitam a ... · de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) têm as mulheres como provedo-ras. Pág 13 Foto: Cristina R amos MS vira cenário

EM

FO

CO

CA

MP

O G

RA

ND

E -

OU

TU

BR

O D

E 2

008

04POLÍTICA

U r n a e l e t r ô n i c a -Um método moderno e eficaz para se ter um voto secreto e seguro no Brasil

Foto: www.tre-df.gov.br

Você sabe em

quem votar?

Hoje, milhares de eleitores brasileiros vão as urnas

Eleições

Victor Luiz

Hoje, cinco de outu-bro, dia no qual os128.805.829 eleitoresbrasileiros escolherãoseus prefeitos e verea-dores, é proibida a aglo-meração de pessoas eveículos com material

de propaganda carac-terizando manifesta-ção coletiva de prefe-rência eleitoral. Não épermitido o uso dealto-falantes, nem arealização de comíci-os ou carreatas. Éproibido também reu-nir ou transportareleitores, fazer boca-de-urna ou qualquerespécie de propagan-da de partidos políti-cos ou de candidatosem publicações, car-tazes, camisas, bonés,

broches ou adesivos em vestu-ário. Mas o que não pode mes-mo, no dia da eleição, é ali-mentar as estatísticas do anal-fabetismo político.

Para se ter uma idéia, recen-te pesquisa feita com eleitoresde Porto Alegre mostrou que61% deles esqueceram emquem votaram para a Câmarade Vereadores há quatro anos.O número sobe para 65% quan-do se incluem na soma aqueles4% que garantem recordar, masnão sabem dizer o nome exatodo candidato. Em Campo Gran-de e demais municípios sul-mato-grossenses os númerosnão seriam muito diferentes.Para confirmar, pergunte a simesmo: em quem votei para ve-reador em 2004? Não lembra?Bem vindo ao Clube dos Anal-fabetos Políticos.

Para fugir desta contabilida-de sinistra, é preciso ter emmente que o seu voto pode de-

finir o futuro de seu município,os caminhos que ele traçarápelos próximos 1.460 dias.Conforme atesta o Guia dasEleições 2008 do Tribunal Su-perior Eleitoral, é bom lembrarque “os candidatos eleitos se-rão responsáveis pela adminis-tração das nossas cidades porum período de quatro anos, porisso temos que escolher bem osnossos representantes”.

B a n c o d e d a d o s O primeiro passo para “es-

colher bem seus representan-tes” é saber qual o papel deles(veja os boxes) e, principalmen-te, quem são eles. Em um mun-do dominado pela informaçãodigital, alguns sites de notíciacumprem um papel funda-mental na tentativa de esclare-cer o eleitor sobre quem é quemdurante as eleições.

Bons exemplos são os sitesTransparência Brasil (http://

www.transparencia.org.br) –que apresenta um apanhadogeral da ação parlamentar eeleitoral no país; Excelências(www.excelencias.org.br/) –que traz históricos dos parla-mentares brasileiros, seus pro-cessos na Justiça, como gas-tam o dinheiro que recebem,quem financiou suas campa-nhas eleitorais e muito mais;Deu no Jornal (www.deunojornal.org.br/) - um banco dedados de reportagens relacio-nadas à corrupção e seu com-bate, publicadas em jornais erevistas de todos os estados; eAs Claras (www.asclaras.org.br) – que apresenta ummapa do financiamento eleito-

ral no Brasil.

C o m o e s c o l h e r ?Um predicado deve nor-

tear todos os candidatos a car-gos públicos, independentedas correntes ideológicas oucoloração partidária: a hones-tidade. Portanto, a melhordica para este dia de eleição éanalisar bem a quem você iráconfiar seu voto. Avalie o ca-ráter do candidato, seu passa-do, a qualidade de suas pro-postas, sua competência e seucompromisso com a comuni-dade. Analise a história devida do candidato: o que elejá fez, que idéias defendeu, seestá metido em encrencas ou

se tem apenas uma boa con-versa. Desconfie do candida-to que não apresente projetosviáveis e úteis para a comuni-dade e o município. Cuidadotambém com o candidato quepromete maravilhas, pressio-na os eleitores, compra votose cai na armadilha da críticafácil aos adversários, sem di-zer como vai trabalhar para re-alizar suas promessas.

Edição de títulos,legendas e fios:

- Izabel Escobar

- Tiéle Fernandes

PREFEITURA Os deveres do executivo

Victor Luiz

O poder executivomunicipal é exercidopelo prefeito, que é oresponsável pela admi-nistração do municí-pio. Isso inclui a reali-zação de obras, a pres-tação de serviços públi-cos tais como saúde,educação, abastecimen-to de água, limpeza dasruas e outros. Ele tam-bém é responsável pelaexecução de programasque beneficiem a comu-nidade, como progra-mas de apoio ao agri-cultor, e pela fiscaliza-ção do cumprimentodas leis aprovadas pe-los vereadores. O pre-feito deve prestar con-tas de seu trabalho àcâmara de vereadores eaos cidadãos.

O bom prefeito - es-clarece o Tribunal Su-perior Eleitoral - é aque-le que está a serviço domunicípio, conhece asnecessidades de cadacomunidade e resolveseus problemas. Não sóadministra com dedica-ção e seriedade, mastambém presta contasde seu trabalho. Ele

ajuda a criar as condiçõespara que a comunidade se de-senvolva. A melhor prova dotrabalho de um bom prefeitosão as melhorias que ele pro-duz no município.

Cuidado com prefeitosque fazem obras ou prestamserviços como se fossem umpresente para a população –isso tudo é pago com dinhei-ro público, que pertence aopovo. Veja bem se o prefeitoadministra com competênciae sem nenhum favorecimen-to os recursos que, afinal,são da comunidade.

A ç õ e s P r e f e i t u r a ?O cidadão pode e deve

cobrar da Prefeitura a rea-lização de obras, consertosem bens públicos e servi-ços de saneamento, limpe-za, educação, transporte,saúde, abastecimento, as-sistência social e incentivoà geração de emprego e ren-da, além de condições delazer e cultura, como pra-ças, parques e a realizaçãode eventos culturais. O ci-dadão deve exigir esses di-reitos diretamente dos ór-gãos da prefeitura, comosecretarias, ouvidorias, en-tidades de fiscalização,postos de saúde e escolas,ou do próprio prefeito, con-forme o caso.

José Luiz Alves

Marketing pesso-al, santinho, videocli-pes, músicas origi-nais ou paródias demelodias de sucesso.Estratégias que sem-pre foram utilizadase transmitidas à for-ça para o eleitorado afim de conquistar vo-tos. No final da apu-ração, muitas vezes apropaganda maisbem bolada leva van-tagem, inclusive, so-bre candidatos maiscapacitados que nãosouberam criar caris-ma o suficiente paraserem eleitos.

Usualmente dis-pendiosas, as propa-gandas não são ummeio democráticopara quem pretendeusá-las. As mais bemfinalizadas e mais efi-cientes são frutos detrabalhos de publici-tários que exigem ummaior tempo gasto ne-las e, consequente-mente, mais caras.Quem fica sem patro-cínio tem dificuldadespara realizar uma boacampanha política,como Nilson Apareci-do Júnior, que moraem Campo Grande há15 anos. Em sua cida-de natal, Londrina,no Paraná, já se can-didatou uma vez aum cargo público.“Eu era bem conheci-do, era amigo de todose achei que só com a

popularidade conseguiria sereleito, mas os adversários con-seguiram financiamentos para ascampanhas e, mesmo sendo me-nos creditados que eu, não mederam chances”, lamentou Apa-recido.

O publicitário João RibeiroGuilheiros, que já sondou al-guns políticos para fazer cam-panha em eleições passadas,explica porque é fundamentalo marketing para a campanhapolítica. “Hitler acertou ao di-zer que a mentira dita cem ve-zes torna-se verdade. Quandoaparecem nos outdoors, panfle-tos, tevê e rádio toda hora di-zendo que são honestos e cum-prirão promessas, os políticospassam, de fato, que serão bonsadministradores da vida públi-ca. Hoje, isso fica ainda maisem evidência porque as pesso-as estão cercadas de informa-ções”, alertou Guilheiros. Opublicitário explicou ainda quea propaganda não existe apenaspara maquiar a verdade, elatambém pode fazer um serviço

honesto para realçar as qualida-des dos seus clientes.

As estudantes Natália Le-mos Bianchine e Flávia MariaHorla Pinheiro, ambas de 16anos, votarão pela primeira veznestas eleições e garantem quenão se deixarão enganar porpropagandas falsas. “A gentesabe que tem gente que mente.Mas a gente tá cercada por in-formação alertando quem rou-ba imposto, quem é desonesto.Acho que dá pra saber diferen-ciar o correto do incorreto nahora de votar.”, disse Natália.Sua colega, Flávia, disse quenão vai votar por ver propagan-da de alguém em algum santi-nho, afinal de contas, “de san-tinho não tem nada”, brincou aestudante. De acordo com ela,o modo mais fácil de não erraré “conhecendo o histórico decada um. Não dá muito traba-lho pesquisar a vida pública dequem se quer votar, acho que éo mínimo que uma pessoa quequer exercer sua cidadaniadeve fazer”.

Propaganda bem bolada

LEGISLATIVO O que fazem os vereadores

Victor Luiz

O Poder Legis-lativo no municí-pio é exercido pe-los vereadores naCâmara Munici-pal. Os vereadoresrepresentam os ci-dadãos e fazem asleis do município,que devem ser cum-pridas por todos,inclusive, pelas em-presas e pela pró-pria Prefeitura. Épapel do vereadorfiscalizar a atuaçãodo prefeito, vice-prefeito e secretári-os municipais e osatos de toda a admi-

nistração municipal. Também édever do vereador defendermelhorias para o município nasáreas de saúde, educação, trans-portes etc. Ou seja: os vereado-res devem ser os olhos, os ou-vidos e a voz do cidadão juntoà prefeitura municipal.

Um bom vereador é aque-le que age como representan-te do povo e apresenta boaspropostas para melhorar avida no município. Um bomvereador não age como inter-mediário para conseguir be-nefícios apenas para deter-minado cidadão. Ele pensasempre no interesse de to-dos e trabalha ouvindo a po-pulação, seja na elaboraçãode leis melhores, seja na fis-calização da ação do gover-

no municipal.

Que ações se pode exigirdos vereadores?

O cidadão pode sugeriraos vereadores a elaboraçãode leis que possam, porexemplo, melhorar as condi-ções de vida na cidade, esti-mular o comércio e a econo-mia local e preservar o meioambiente. Para acompanharas ações de seus representan-tes, os cidadãos podem assis-tir às sessões da Câmara Mu-nicipal e participar da ativi-dade legislativa. A popula-ção pode e deve exigir que osvereadores fiscalizem todasas ações da Prefeitura - e quedenunciem o que estiver sen-do feito de modo errado.

Ilustração: acertodecontas.blog.br

E x e c u t i v o - Administração das cidades está nas mãos do prefeito

Foto: Renan Portes

Foto: www.unisys.com

Page 5: Na festa da democracia eleitores “Aqui é exercitam a ... · de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) têm as mulheres como provedo-ras. Pág 13 Foto: Cristina R amos MS vira cenário

EM

FO

CO

CA

MP

O G

RA

ND

E -

OU

TU

BR

O D

E 2

008

05

ECONOM

IA

Tatiane Guimarães

As empresas familiarestrazem benefícios para a eco-nomia. “Ao contrário do quemuitos pensam, são muito im-portantes, principalmente nageração de empregos (micros,pequenas e médias empresas)e investimentos de Capital, de-clarou o mestre em EconomiaIndustrial Eugênio Pavão, de41 anos.

Os pequenos, micro e mé-dios negócios correspondema 95% de empresas familia-res, sendo que segundo Eugê-nio, têm rendimento superi-or a empresas montadas comsócios, que são amigos, cole-gas de faculdade.

Muitas vezes as criançasque crescem nesse tipo deambiente acabam por montarseu próprio negócio, é o casode Amanda Guedes, que sedesenvolveu vendo os paiscomercializarem revistas ehoje, casada, tem sua própriaempresa com a marido.Amanda conta que seu de-senvolvimento pessoal é be-nefício de sua criação, eacrescenta outras vantagensdecorrentes disso: “saber con-versar, atender, ser mais co-municativa e aprender a ven-der”, enumera Amanda.

Para Lenir Sandim, de 54anos, proprietária de umaPanificadora (foto), a empre-sa foi muito importante nacriação dos filhos. “Vocêensina seu filho a trabalhar,a ter responsabilidade, paraeles darem valor no trabalhona luta nossa”, mesmo queeles não queiram seguir ospassos dos pais, fica a liçãode responsabilidade para oresto da vida.

Profissão

Famílias investem no próprio negócio e acabam incentivando seus filhos a serem empreendedores

Micro empresa gera sustento

N e g ó c i o - Lenir mostra orgulhosa a padaria, que é o empreendimento familiar de onde tiram seu próprio sustento e ainda geram empregos e rendas a terceiros

Foto: Tatiane Guimarães

Isabela Carrato

A profissão deoperador de tele mar-keting é um mercadopromissor de exce-lente futuro, pois asempresas de grandeporte têm a necessi-dade do tele atendi-mento, concentran-do os atendimentosa clientes em CallCenter.

Nesse tipo de ser-viço há grande cres-cimento de oferta deempregos em MatoGrosso do Sul e emtodo o país. O moti-vo é simples: Quan-to mais à tecnolo-gia avança mais au-menta a procurapara esse mercado.Além de oferecer co-modidade para o cli-ente ou consumido-res, pois não tem anecessidade de des-locar para o local, eem apenas um sim-ples telefonema re-solve um problemano produto adquiri-do ou adquire umproduto.

O CoordenadorResponsável peloTelemarketing daBrasil Telecom, Ru-dinei Rosa Ribeiro,de 36 anos, fala dosrequisitos necessári-os para ingressarnessa profissão: otele operador deveter ensino médiocompleto e excelen-te comunicação ver-bal. Saber ouvir e fil-trar informações ne-cessárias. Saber lidarcom as dificuldades,

ter muita paciência e vale lem-brar que esse profissional tra-balha com pressão de ambasas partes. Deve ter conheci-mento no sistema utilizado naempresa e ter boa habilidadeem informática. “Para isso ofe-recemos treinamento. Tem odever entender bem os pro-dutos ou serviços da empre-sa de modo a fornecer umbom serviço aos clientes. Essaprofissão exige requisitos fí-sicos que são voz bem clara eboa audição. E paciência parapermanecer sentado por lon-gos períodos de tempo”, dizRudnei que também é profes-sor do curso de Telemarke-ting. Ele fala da necessidadede fazer o curso pra se tornar

um operador e conta que oprofissional que conclui ocurso tem a grande chance decrescer em sua empresa. ABrasil Telecom, é a maior em-presa de Telemarketing noEstado de Mato Grosso doSul, e a que mais oferece vagade emprego,” revela o Coor-denador.

“Trabalho a mais de trêsanos como Call Center gostodo que faço, mas confessoque é desgastante, dou assis-tência técnica por telefone detrês produtos TV a Cabo, te-lefone e internet, ou seja, te-nho que saber tudo para nãodeixar o meu cliente insatis-feito e auxiliar da melhormaneira possível e sempre

com uma voz agradável paratransmitir a tranqüilidade aomeu atendimento, tambémfaço faculdade no período damanhã até meio dia e entrono serviço às 01h30min atéas 22hs. Ser Call Center exi-ge muito, pois é um trabalhoque deve-se muita paciência,agilidade e dedicação, resumeAlzira Santos, de 24 anos”.

Já para a ex-operadora deCall Center Renata Ferraz, de24 anos, que trabalhou du-rante dois anos como opera-dora e esse trabalho não ser-ve para ela. Trabalhou por-que realmente precisava, masque graças a Deus hoje estáempregada e faz o que real-mente gosta. “Não consigo

Telemarketing: mercado promissor

que emprega jovens em Campo Grande

trabalhar na pressão, ficomuito tensa e me estressa”afirma Renata.

O local de trabalho deveser bem organizado, cada fun-cionário com sua mesa e tele-fone com fone de ouvido, parater mais agilidade e as mãoslivres para a digitação e ano-tações necessárias durante otele atendimento. Podem sairde suas mesas em períodosde tempo pré-determinadosdo dia, com intervalo de 20minutos para lanchar.

Podendo trabalhar em ho-rário parcial ou integral, noi-te, fins de semana, turnosrotativos. A carga horária de-ve ser até 6 horas ao dia.

Sandra Neves, de 23 anosé Back Office da NET TV aCabo e lembra a importantetarefa de um operador. “Deveter muita dedicação, capaci-dade de adaptação às mudan-ças freqüentes que ocorrem emuma central de Call Center, se-gurança, liderança e autocon-trole, responsabilidade, do-mínio e bom entendimentosão algumas das qualidadesnecessárias. No meu oficiotambém trabalho na pressão,tenho a responsabilidade deacompanhar cada operador,dando suportes, responder e-mails de clientes e relatóriosdiários do desempenho decada operador e da central,intermediar o relacionamen-to da central de atendimentocom setores dentro da empre-sa, outros setores de outrasempresas essas são uma dasmuitas tarefas que exercito”,informa Sandra.

Algumas empresas já ofe-recem a esses profissionaisexercícios como: ginásticas emassagem, com sessões dequinze minutos com profis-sional de Educação Física ouaté mesmo com Fisioterapeu-tas. Pois esse profissional fazmuitos movimentos repeti-dos, e fica por muito tempoem uma mesma posição, po-dendo ter uma tendência mai-or para a doença nas mãoscomo tendinite

Vale lembrar também que

para a empresa é lucra-tivo, são profissionaiscom base salarial baixade no máximo dois sa-lários mínimos com pla-nos de saúde e benefí-cios. Por isso empresá-rios estão investindonesse setor e aumentan-do cada vez mais essemercado. E cada vez émaior a procura poresse profissional.

O processo de se-leção para interessa-dos nesse setor temuma demanda dequinze candidatospara uma vaga. Quan-do fala de pós-vendauma vaga para trintacandidatos, relataRudinei Ribeiro.

“Liderar uma cen-tral de atendimentoexige muito, pois,todo trabalho em quelida com relaciona-mento direto com pes-soas exige muita dedi-cação e tem que gostardo que se faz, traba-lhar com o lado racio-nal e emocional jun-tos, sabendo adminis-trar os dois lados,pois dependendo damaneira que você exi-ge você pode acabardeixando o operadordesmotivado, por issoé necessário fazer umbalanceamento e atin-gir a um denominadorcomum, trabalhandoem equipe. É uma ta-refa grandiosa, pois te-mos que atingir metase trabalhamos com apressão do dia-dia”,ressalta a Coordenado-ra Geral de Atendi-mento Pessoal e Cen-tral da NET TV a CaboRegina Sugiur, de 35anos.

CA

LL C

EN

TE

R

A t e n d i m e n t o - Mercado exige agilidade e disposição para trabalhar em um ambiente de cobrança

Foto: Isabela Carrato

Edição de títulos,legendas e fios:

- Juliana Gonçalves- Ederson Almeida

Page 6: Na festa da democracia eleitores “Aqui é exercitam a ... · de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) têm as mulheres como provedo-ras. Pág 13 Foto: Cristina R amos MS vira cenário

EM

FO

CO

CA

MP

O G

RA

ND

E -

OU

TU

BR

O D

E 2

008

06GERAL

Kleber Gutierrez

Um dos maiores so-nhos da humanidadesempre foi alcançar asnuvens. Com a inven-ção do avião e a neces-sidade de se manter asegurança e o confortonos vôos, surge a figu-ra do comissário debordo. Uma profissãoque vai muito além daentrega de lanchinhos ebebidas nos aviões. En-gana-se quem acreditaser fácil desempenhareste papel todo dia,pois esta profissão exi-ge muita competência,talento e disposiçãopara atuar em um mer-cado instável e de cres-cimento constante.

Para a pedagoga daescola de aviação FlyCom-pany em Campo Grande,Delci Marlene Eger Paz-zinato, de 45 anos, a “sa-tisfação deve ser priorida-de na escolha pelo curso”.Foi o caso de Julio Mar-rero, formado comissáriopelo Aeroclube de Bauru(SP). “Para mim, e comcerteza para muitos ou-tros, o agente motivadoré a paixão por voar, o gos-to, a vontade de enfren-tar os problemas e as di-ficuldades que surgem aolongo do caminho”, apon-ta Marrero.

Já de acordo com o es-tudante da escola de avi-ação Albatroz, Willian Sil-va Ribeiro, de 18 anos, oque mais chamou a aten-ção para o curso foi o fatode ele ser “um cursoprofissionalizante rápido,que tem um retorno finan-ceiro bom.”

Fo r m a ç ã oO curso para comis-

sário de bordo tem du-ração de quatro mesese boas perspectivas demercado. Apesar de ca-ro, cerca de R$ 3 mil emmédia, e com apenasduas escolas de aviaçãoautorizadas pela Agên-cia Nacional de AviaçãoCivil (ANAC), MatoGrosso do Sul apresen-ta relativa demandapara a formação deaeronautas.

“O mercado está emascensão. A oportuni-dade é agora paraquem procura este tipode trabalho profissio-

nal”, aponta Douglas RamosSegundo, de 27 anos, tam-bém estudante da escolaAlbatroz. Para ele, assimcomo para Willian a situaçãoestá conspirando a favor, jáque as empresas aéreas es-tão comprando novas aero-naves e abrindo novos pos-tos de trabalho.

Dentro do curso o futurocomissário estuda sobre o sis-tema de aviação civil, regula-mentos da profissão do aero-nauta, noções de meteorologia,segurança de vôo, entre outrosassuntos. Também tem a opor-tunidade de vivenciar a aplica-ção prática das teorias atravésde treinamentos de sobrevivên-cia na selva e água, contra in-cêndios e familiarização com aaeronave.

Tr e i n a m e n t o - Durante o curso os comissários têm aulas práticas de primeiros socorros, sobrevivência na selva e combate ao fogo

C u s t o“Não acredito que seja em-

pecilho o fato do curso ser umpouco caro para quem real-mente tem a profissão comoum sonho”, afirma Marrero.

Mesmo sendo relativamen-te caro, o curso de formaçãopara comissários de bordo aca-ba por compensar, mesmo quenão se siga na carreira. “Se [osalunos] não seguirem lá den-tro da aviação, eles não perde-ram o dinheiro deles. Desen-volveram alguns fatores que ostornarão excelentes profissio-nais em outras áreas”, dizDelci.

Entre os custos está o pró-prio curso, cerca de R$ 2 mil,o exame médico na Base Aé-rea (R$ 300), a prova da ANAC(aproximadamente R$ 200 re-

ais) e os gastos para participardos processos de seleção dascompanhias, já que somente aTRIP Linhas Aéreas possuibase operacional em CampoGrande.

Quem decide ingressar nocurso de comissário de bordoprecisa ter idade mínima de 18anos, segundo grau completoe altura mínima de 1 metro e65 centímetros no caso doshomens e 1 metro e 55 centí-metros no caso das mulheres.Há que se destacar tambémqualidades como dinamismo,boa apresentação pessoal e re-lativa fluência em outro idio-ma.

A t u a ç ã oUma coisa que deixa os co-

missários irritados é usar o ter-

mo “garçom de luxo”, fazendoreferência ao serviço de bordoque disponibiliza lanche e be-bidas durante o vôo. “Eu odeioquando falam que comissárioestá ali, e isso é ignorância, sóservindo cafezinho”, desabafaDouglas.

Na verdade as empresas aé-reas aproveitaram a presençado comissário a bordo e agre-garam novas atividades duran-te o vôo. “O serviço de bordo,na verdade, é uma cortesia daempresa. Se ela não quiser ser-vir nada, o comissário obriga-toriamente por lei tem que es-tar lá dentro. A função dele égarantir a segurança dos pas-sageiros e dos equipamentosde emergência da aeronave.Ele está lá para isso. Se fossesó para servir um café você não

precisaria ficar quatro mesesdentro de uma escola apren-dendo e, depois, mais quaren-ta dias de treinamento dentrode uma companhia aérea”,aponta Delci. “Que café com-plicado de servir esse, né?”ironiza.

O b s t á c u l o sO que atrapalha muitas ve-

zes é a falta de informação es-pecializada sobre as atribui-ções de um comissário. “O co-nhecimento que as pessoastêm é muito pouco, às vezesaté para ingressar na profis-são”, afirma Delci.

Neste caso a internet auxi-lia muito na obtenção de infor-mações. Por exemplo, na co-munidade Comissários de Bor-do, da rede de relacionamen-tos Orkut, um dos tópicos dofórum se destina a tirar dúvi-das sobre a carreira, desafios ebenefícios de se tornar um co-missário. Outro site é o portalMeio Aéreo que nasceu de umblog e se tornou um meio peloqual se pode ter uma idéia so-bre a profissão, o ingresso e aatual situação do mercado detrabalho.

M e r c a d oO piso salarial estabelecido

pelo Sindicato Nacional dosAeronautas é de R$ 1.050,00.No entanto, agregam-se a estevalor as diárias e valores refe-rentes às horas voadas ou aquilometragem, variando entreas empresas. Claro que a issosomam-se os outros benefíci-os de se ter a carteira de traba-lho assinada.

Com a entrada de novasempresas aéreas o mercadodeve abrir-se em breve paranovas contratações. “No mo-mento poucas companhias es-tão fazendo triagens e seleçõese a maioria delas se encontraem reestruturação, com a pro-messa de voltar às contrata-ções no primeiro semestre de2009”, afirma Marrero.

Contudo a aviação comer-cial ainda está sujeita as osci-lações do querosene, combus-tível utilizado pelos aviões, edo mercado financeiro. Seucrescimento, porém, é cons-tante e a esperança de novasoportunidades sempre sãovisualizadas.

Comissários

Curso de quatro meses é passaporte para vaga nas companhias aéreas

Jovens voam alto a

procura de emprego

Morder a boca pode ser sintoma

de problemas emocionaisWanessa Derzi

Falta de tempo, pro-blemas em casa, notrânsito, no trabalho,enfim, são inúmeras asdificuldades que mi-lhões de pessoas enfren-tam todos os dias e nãoé à toa que a ansiedadetem sido o mal da po-pulação. Para se livrardo problema uma dassoluções dos ansiosos émorder a boca. É assimque acontece com a es-tudante Karieli GarciaMarques. “Quando es-tou impaciente, inquie-ta, tô em algum lugarque quero ir embora eucomeço a morder, e têmvezes que chega a ras-gar a boca, a machucarmesmo.”

Karieli nunca feznenhum tipo de trata-mento, pois pensa quenão tem necessidade,mas é algo que a inco-moda. “Às vezes o queme impede de morderé quando estou em umlugar com muita genteme olhando, daí ficoimaginando o que vãopensar em me ver mor-dendo. Estranho, entãoeu paro, mas às vezesinconscientemente eumordo, nem percebomesmo.”

Na psicologia a cau-sa desses sintomas,

pode ser tanto por uma des-compensação afetiva emoci-onal, ou uma questão fisioló-gica, por impulso, sem con-trole. “A pessoa pode tratarsim, com a psicoterapia, e àsvezes com ajuda de medica-mentos também”, explica apsicóloga Maria SolangeFélix Pereira.

A fisioterapeuta Fabianeda Silva diz ter tido muitoproblema com essa mania demorder a boca. “Hoje eu te-nho 30 anos, mas quando euera adolescente eu passeimuita raiva com esse tique.Eu era extremamente nervo-sa, e minha boca chegava aficar inchada, às vezes eunem queria sair de casa de tãofeia.’’ Fabiane contou que noinício de tudo, mascava mui-tos chicletes para distrair a

vontade de morder os lábios,mas havia momentos quenem isso adiantava.

“Chegou um ponto que eunão agüentava mais, você ten-ta parar mais não consegue, émuito involuntário e daí fuiprocurar ajuda”, desabafa afisioterapeuta, que fez um anode terapia, e tomou tambémalguns calmantes naturais.

Hoje ela continua toman-do calmante, mas não faz te-rapia, e dificilmente sua ma-nia volta a incomodar. E ain-da explica que é muito im-portante procurar ajuda, elasentia vergonha de chegar emum consultório e dizer quenão conseguia controlar avontade de morder a boca,mas isso é muito mais co-mum do que qualquer outroproblema.

I m p u l s o - Problemas psicológicos causam falta de controle

Foto: Wanessa Derzi

Foto: Arquivo FlyCompany

Edição de títulos,legendas e fios:

- Edilene Borges- Naiane Mesquita

Cursos técnicos: a saídaPriscilla Peres

Com o intuito de cres-cer profissionalmente mui-tos jovens estão optandopor cursos profissionali-zantes. Várias empresas seespecializaram no ramo,oferecendo cursos de du-ração entre 1 e 2 anos quepossibilitam capacitaçãopara entrar no mercado detrabalho em curto prazo.Neste caso, jovens adiama faculdade ou mesmo acancelam na busca por re-conhecimento profissionale uma vida mais indepen-dente.

Audo Junior, de 17 anos,está terminando o curso deassistente administrativo quefaz há dois anos no ServiçoNacional de AprendizagemIndustrial (Senai). “Comeceia fazer faculdade de Admi-nistração este ano, acreditoque posso aperfeiçoar tudo oque aprendi no curso”.

No Senai são atendidosjovens entre 14 e 24 anos eque já concluíram o EnsinoFundamental. Duas vezes aoano são abertas turmas paraos interessados em participardos oito cursos de qualifica-ção Menor Aprendiz, que vãodesde administração até pro-dução de alimentos industri-ais. Em seguida é feito umprocesso seletivo para formarturma com uma média de 35alunos. Com a intenção deeducar de uma maneira maiscompleta, em paralelo com o

curso, os jovens trabalham emuma empresa como aprendizesonde desenvolvem atividadesde acordo com o que aprendemem sala de aula.

Segundo o Gerente de Edu-cação e Desenvolvimento Tecno-lógico do Senai de Campo Gran-de, Jesner Marcos Escandolhero,esses cursos formam profissio-nais mais competentes. “Os es-tudantes são motivados a apren-der o máximo para iniciarem suavida profissional atendendo àsexigências do mercado de traba-lho”.

Apostando no futuro da in-formática uma empresa cha-mada Capacitação Profissionalem Informática (Cedaspy) ofe-rece cursos de capacitação comuma metodologia voltada paraa preocupação com o aluno.“Nosso objetivo é formar pro-fessores e técnicos com 100%de aprendizagem”, é o que diz ogerente geral do Cedaspy em

Campo Grande, Luis CarlosMegda. Com todos os profes-sores formados no ramo, a em-presa oferece cursos que vãoentre desenvolvimento desites, manutenção de micros,internet, processadores de tex-to ou mesmo sistemasoperacionais como o Linux eo Windows XP. Para desper-tar o interesse de jovens entre12 e 22 anos todos os mesessão oferecidos cursos gratui-tos com noções básicas sobrecomputação e internet queatendem 600 alunos todos osmeses.

João Guilherme, de 16anos, diz que a faculdade éimportante, mas o cursoprofissionalizante oferecemais facilidades e um reco-nhecimento maior. “Querofazer faculdade daqui umtempo, quando já estiver nomercado e tiver certeza daárea que quero seguir”.

A p r e n d i z e s - Futuros profissionais manipulam equipamentos

Foto: santoacervo.blogspot.com

Page 7: Na festa da democracia eleitores “Aqui é exercitam a ... · de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) têm as mulheres como provedo-ras. Pág 13 Foto: Cristina R amos MS vira cenário

EM

FO

CO

CA

MP

O G

RA

ND

E -

OU

TU

BR

O D

E 2

008

07

GERAL

Edição de títulos,legendas e fios:

- Kleber Gutierrez- Magna Melo

Naiane Mesquita

Mudar de operadora emanter o mesmo número detelefone sempre foi um de-sejo antigo de alguns consu-midores brasileiros. A por-tabilidade, lei que permiteessa mudança, foi instaura-da durante o mês de setem-bro deste ano pela AgênciaNacional de Telecomunica-ções (Anatel) e atraiu emMato Grosso do Sul, nasduas primeiras semanas devalidade da lei cerca de 900pessoas, conforme informa-ções do Procon.

Lei favorece consumidor de MS

Portabilidade

Nova legislação garante mudança de operadora e planos aos clientes de telefone sem alterar o número

Segundo a AssociaçãoBrasileira de Recursos emTelecomunicação (ABRTelecom), empresa que ad-ministra a portabilidade nu-mérica, no primeiro dia quea lei entrou em vigor foramrealizadas 171 alterações emMato Grosso do Sul e cercade 1.028 pedidos de migra-ção entre prestadoras. “Aportabilidade é boa para pes-soas que precisam manter oseu número, que dependemdele para trabalhar, porexemplo, um comerciantemuda o número do estabele-cimento e com isso pode per-

der clientes e toda a publici-dade”, afirma o superinten-dente do Procon/MS, Lamar-tine Santos Ribeiro.

Samy Figueiredo Ferzeli,de 20 anos, estudante, acre-dita que a nova lei traz co-modidade aos usuários de li-nha telefônica. “Para quemusa o telefone e precisa man-ter o mesmo número é exce-lente, essa mudança não cau-sa mais o transtorno e nem apreocupação que era trocarde operadora. Se eu precisartrocar, com certeza vou pre-ferir manter meu número”,afirma.

Foto: www.sxc.hu

Os usuários de linhasmóveis poderão mudar deoperadora dentro da mesmaárea de registro (DDD) ou deplano de serviço. Já os de te-lefonia fixa podem mudarde endereço sem mudar deoperadora, de endereço e deoperadora, desde que namesma área local, de opera-dora sem mudar de endere-ço ou de plano de serviçosem mudar de operadora.

A Anatel preferiuimplementar a lei de formagradativa no país, portanto,Mato Grosso do Sul foi o pri-meiro Estado a ter a porta-

bilidade estabelecida. As ex-pectativas apontam que até1º de março de 2009 todasas operadoras de telefoniamóvel e fixa já terão se ade-quado. A agência acreditaque a mudança estimula acompetição, a redução dospreços e a melhoria na qua-lidade do atendimento aousuário. Depois de solicita-da a portabilidade, o consu-midor tem um prazo de doisdias úteis para requerer ocancelamento do processo,sendo que o número deve serportado em até cinco diasúteis.

No entanto, se-gundo o superinten-dente do Procon, oconsumidor deve to-mar alguns cuidadospara realizar a transa-ção. “O usuário devese informar bem e ana-lisar as vantagens edesvantagens da tro-ca. A operadora novaé responsável pelatransação, caso o tele-fone seja fidelizado, oconsumidor provavel-mente pagará multa aoquebrar o contrato”,afirma Lamartine.

Evillyn Regis

A partir de 1º de Janeirode 2009, os cursos de habili-tação para a formação de con-dutores de veículo, ficarãomais exigentes. O objetivo édiminuir os acidentes e capa-citar melhor o motorista.

O Conselho Nacional deTrânsito (Contran), através daresolução 285, que dispõe al-terar e complementar o AnexoII da Resolução nº 168, de 14de dezembro de 2004 doCONTRAN, que trata dos cur-sos para habilitação de con-dutores de veículos automo-tores e dá outras providênci-as, publicado em 22 de Agos-to de 2008, estabelece novasregras para a obtenção da Car-teira Nacional de Habilitação(CNH).

Entre as mudanças estãoas que se referem à carga ho-rária. Os cursos teóricos queatualmente são de 30 horaspassarão para 45 horas-aulatendo um reforço no conteú-do, incluindo dessa formanoções sobre as conseqüênci-as do uso de bebidas alcoóli-cas e da combinação dessaprática com direção. As au-las de Legislação de Trânsitoterão um acréscimo de seisitens de estudo e as aulas deDireção Defensiva passarão de

Novas regras na obtenção da CNH devem

encarecer o processo a partir de janeiro

M u d a n ç a s - Aulas teóricas terão o acréscimo de 15 horas/aula e aulas práticas de cinco horas

8 para 16 itens.O curso prático que é de

15 horas, se estenderá para20 horas-aula. Foram acres-centados alguns itens comocuidados dos veículos comos motociclistas e especifica-ções de aulas especialmentepara veículos com duas ro-das. A novidade é que asaulas práticas poderão serrealizadas à noite, com chu-va ou neblina.

Outra mudança será emrelação ao treinamento comos motociclistas, que pode-rão fazer testes em via pú-blica. É necessário que o edu-cador de trânsito, dê umainstrução em ambiente fe-chado, até que haja o plenodomínio do veículo. As au-las dos candidatos deverãoser realizadas mesmo em con-dições climáticas adversas,como chuva, nevoeiro ounoite.

Para a educadora de trân-sito, Ideniria Abreu de Paula,de 51 anos, estas alterações se-rão de grande auxílio. “Como aumento da carga horária,o tempo para o aluno absor-ver as informações será mai-or, isso fará com que ele saiacom uma melhor prepara-ção”, comenta.

Com relação aos altos ín-dices de acidentes, Ideniria

observa que apesar das medi-das serem enérgicas, precisamser tomadas outras soluçõesque venham satisfazer os va-lores educativos.

“A lei 265 que é anexadaao código de trânsito, dizsobre a formação teórico-téc-nica do processo de habili-tação de condutores de veí-culos como atividade extra-curricular no ensino médio.Eu acredito que será umadas melhores medidas, poishaverá uma preocupaçãocom a qualidade do ensino”,

afirma a educadora.A aluna Shirley Alves da

Silva, de 37 anos, antecipouo processo de habilitaçãopara dirigir pois tem conhe-cimento das novas exigên-cias que devem encarecer oprocedimento para obten-ção da CNH . “As medidassão necessárias, estou tiran-do agora a minha habilita-ção pelo fator financeiro”,declara.

A candidata à habilitaçãodá valor ao aprendizado nasauto-escolas. “Aprendi que o

motorista defensor tem queprever antes do aconteci-mento e agir corretamenteantes de acontecer a inclu-são, é isso que eu vou pro-curar fazer quando estiverdirigindo, porque eu tenhoamor à minha vida e a dopróximo”, comenta Shirley.

Foto: Evillyn Regis

Page 8: Na festa da democracia eleitores “Aqui é exercitam a ... · de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) têm as mulheres como provedo-ras. Pág 13 Foto: Cristina R amos MS vira cenário

EM

FO

CO

CA

MP

O G

RA

ND

E -

OU

TU

BR

O D

E 2

008

08GERAL

Helton Verão

Inovações no mun-do musical são cons-tantes, em instrumen-tos então muito maisfreqüentes. Objetoscuriosos e até outrosque não se imaginaque sejam aprovei-táveis acabam fazendomúsica.

Cano de PVC, pe-daços de ferro, cobre,arames, fios de aço,madeiras, tiras decompensados e deborracha, cordas,cordões, garrafa,bambu, tampinhasde garrafa, sementes.O que seria possívelconstruir com essesmateriais, que, emsua maioria, vãopara o lixo? Por incrí-vel que pareça o edu-cador e artista plás-tico Júlio Feliz mos-tra que é possívelconfeccionar instru-mentos musicais apartir de materiaisreciclados. Em seulivro “Instrumentossonoros alternativos:manual de constru-ção e sugestões deutilização”, Feliz trazelementos básicosde acústica, ritmo emelodia, e as ferra-mentas, máquinas,materiais e técnicaspara a construção deinstrumentos de so-pro, cordas e per-cussão. “Vivemos

em um mundo ondesomos bombardea-dos constantementepelos sons e a Edu-

Criatividade faz a música

Inovação

Músicos de Campo Grande utilizam material reciclável e tecnologia para fazer diferentes sons e estilos

cação não pode se furtar ao es-tudo dos fenômenos sonoros,principalmente quando se tra-ta da educação infantil”, ex-plica o mestre Júlio.

P e r c u s s ã o C o r p o r a lÉ esse o estilo em que traba-

lha o Grupo “Bojo Malê”. Coma direção musical de Chico Si-mão, o grupo tem a perspectivade descobrir e proporcionarmaior integração com a percus-são. “A intenção é trabalhar adança e elementos teatrais para

mostrar sua versatilidade aopúblico”, comenta o diretor Si-mão. Após algumas mudançasem sua formação, o grupo atu-almente conta com 11 integran-tes, inclusive um deles JonasFeliz, filho do Mestre Júlio cita-do anteriormente, formado porartistas de diversas áreas, comoo teatro, circo e diferentes ver-tentes da música.

De repertório variado, o tra-balho do grupo incorpora di-versos ritmos da cultura popu-lar, além de composições pró-

prias. Entre os ritmos trabalha-dos, destacam-se o Maracatu,o Samba, o Funk, entre outros,com a utilização de instrumen-tos inovadores.

O grupo surpreendeu coma reviravolta e inovação mu-sical que proporcionou aopúblico sul-mato-grossense,comemorando cinco anos desua fundação. O grupo seapresentará em um evento nopróximo dia 18 de outubro,o evento contará com a parti-cipação especial de antigos

integrantes do grupo.O som do grupo utiliza gui-

tarra e contra-baixo em harmo-nia com a “cozinha” de tam-bores e vocais em compassocom todos os estilos, outros ins-trumentos utilizados nas apre-sentações são as alfaias (tamborde afinação grave, tocado combaquetas), caixas, gonguês (fer-ro), abês, ganzás, djembés edununs (instrumentos mile-nares africanos).

Eles garantem uma sonorida-de única que envolve, diverte e

emociona. Tudo misturado noestilo do Bojo Malê resulta emmúsica nova, tão nova a pontode deixar o grupo muito à von-tade fazendo rock progressivo efunk soul com o auxílio de tam-bores africanos.

É possível também fazersom utilizando a tecnologia.Uma nova moda vem toman-do conta do mundo musical, éa produção e composição ele-trônica que surge a partir ape-nas de alguns cliques. Progra-mas como o Fruity Loops, Able-ton, entre outros têm movimen-tado a rede de computadores eos sites de suporte musical.“Pra quem não tem dinheiropara investir em instrumentospara trabalhar com música, é aopção sem dúvida mais viável”,afirma Pedro Nachif, estudantee produtor musical eletrônico.

Pedro é integrante do grupo“Lemalla” que conta ainda comos integrantes Marco AurélioBezerra e Guilherme Gama, elestrabalham com um estilo de Rapde influências da músicajamaicana. “É ótimo, pois comum computador mediano e ca-seiro, conseguimos uma ótimaqualidade nas músicas que fa-zemos, pro baixo custo que te-mos”, completa o estudante eprodutor Pedro.

Fica comprovado que semtecnologia ou com ela, nomundo musical não existemfronteiras para novos estilos,movimentos e inovações.

Foto: Helton Verão

Camila Cruz

Para melhorar otratamento de esgo-to de Campo Grandeo projeto SanearMorena, em parceriacom a prefeitura, im-plantou redes coleto-ras em mais de 50%da capital. Porém,muitos moradoresreclamam do difícilacesso ao tratamentode esgoto pelo altocusto para fazer a co-nexão com a redecoletora e pela taxa aser paga todos os me-ses, o que influenciana renda da socieda-de.

Segundo a em-presa responsávelpelo projeto, Águas

Guariroba, cerca de 70% dosdomicílios já realizaram aconexão à rede de esgoto. Astaxas de cobrança de água eesgoto são estipuladas pelopoder concedente (prefeiturade Campo Grande) e a empre-sa só cumpre o contrato deprestação de serviço, assina-do em outubro de 2000.

Para a Assessoria de Im-prensa da Águas Guariroba,a empresa tenta aprimorar o relacionamento com seus cli-entes. Diariamente equipesda empresa percorrem osbairros que receberam a redecoletora de esgoto, abordan-do a população e explicandoos benefícios do esgoto trata-do para a saúde, conservaçãodo meio ambiente e para va-lorização dos imóveis.

Moradores que fizeram aligação reclamam que o bene-

ficio é necessário, mas é caro.“A taxa mensal da rede de es-goto vem proporcional com oconsumo de água. Minhaconta quase dobrou depoisque fiz a ligação, isso preo-cupa, apesar de saber todosos benefícios que a rede ofe-rece”, explicou a dona decasa, Maria Luiza Rodrigues,de 54 anos, moradora dasMoreninhas.

Para o economista Thalesde Souza Campos, o que temmaior importância nesse pro-cesso de implantação de re-des coletoras e tratamento deesgoto são os benefícios queo projeto trará para a cidade,que já foi uma das piores ca-pitais em saneamento básico.“Com certeza a alta taxa derede de esgoto na conta deágua (hoje equivalente a70%) vai ser isento ou ser cri-

Implantação de esgoto

gera polêmica em CG

R e d e d e e s g o t o - Tratamento traz benefícios mas ainda é inacessível a grande parte da população

ado um programa para dimi-nuir essas taxas, porém issoserá uma decisão do poderlegislativo baseado no códi-go de obra e no código do pla-no diretor de Campo Grande.A partir daí, provavelmente,quem não fizer a ligação es-

tará sujeito a punições”.A vendedora Neide Ma-

ria da Silva, de 52 anosmora no Bairro Bandeiran-tes onde a rede de esgoto fi-cou pronta há cerca de umano. “Não fiz a ligação ain-da por que, primeiro que é

caro para realizar a obra eainda virá uma taxa alta deesgoto adicionada na minhaconta de água. Mesmo sen-do consciente do grande be-nefício, fica inacessível paramim por enquanto”, contoua moradora.

D i f e r e n t e - O tradicional violão encostado ao especial Cajon, instrumento que permite variados sons e ritmos aos percussionistas

Edição de títulos,legendas e fios:

- Ana Maria Assis

- Camila Cruz

- Eliane dos Santos

- Priscilla Peres

Foto: Arquivo Águas Guariroba

Falta de segurança

surpreende cidadã

OCORRÊNCIA

Luciana Brazil

Ser surpreendidopor atos violentostem se tornado co-mum em CampoGrande. Com o cres-cimento da Capital,as ocorrências nãotêm hora nem lugar.Mas quem imaginaque poderá ser ataca-do no estacionamen-to de um shopping?Um lugar que acredi-tamos ser seguro.

A estudante Noe-mi Satie Kurashige,

de 20 anos, saía do ShoppingCampo Grande, no dia 30 deagosto, às 20h e 30min, comsua mãe Elizabeth, quandoforam atacadas por um ho-mem no estacionamento.

A estudante disse que ohomem se aproximou tão derepente que elas nem pude-ram perceber. “Nós fomos aoShopping fazer um lanche,pois estávamos indo a umapeça de teatro. Depois de lan-charmos, fomos para o carro,que estava no estacionamen-to do Shopping”, lembra.

Elizabeth sentou ao vo-lante e Noemi, no banco docarona e foi assim que tudo

começou. “Ouvi um barulho,como se alguém batesse nalataria, olhei para o lado e vium homem, que não me dei-xava fechar a porta, eu em-purrava com toda força, masnão conseguia me livrardele.”

Mãe e filha gritaram de-sesperadamente por socorro,mas apesar de ser um dia degrande movimento no Shop-ping, ninguém apareceu,nem mesmo os seguranças dolocal, segundo a estudante.

O homem, que aparenta-va ter aproximadamente 35anos, de acordo com as duastestemunhas, colocava o péna porta do carro evitandoque Noemi a fechasse. “Eleempurrava com força e eutentava fechar. Em uma des-sas vezes ele se desequili-brou e caiu no chão e come-çou a puxar minha bolsa,”

lembra a estudante.Depois de alguns minutos

e muito desgaste para asduas, um homem que passa-va de carro parou para aju-dar e somente assim o crimi-noso fugiu. Os seguranças doShopping vieram logo de-pois. Sem levar nada, o su-posto ladrão foi embora, an-dando, e vestia camisa soci-al, calça jeans e tênis. Nãohouve nenhuma pista do ho-mem.

Depois do susto os cuida-dos ao sair são redobradospor Noemi e Elizabeth. Elascontam como têm feito parase proteger ao sair na rua.“Depois do que aconteceu,eu e minha mãe estamos combastante medo. Agora evitoestacionar o carro muito lon-ge das portas de entradas doShopping. A gente semprecaminha no Belmar Fidalgo

e quando não tem vaga per-to da entrada a gente vaiembora.”

A Assessoria de Impren-sa do Shopping CampoGrande diz que nenhumainformação a respeito doacontecido pode ser revela-da. Assim como outros ca-sos de violência que tenhamocorrido. Nem mesmo osprocedimentos de seguran-ça ou o número de funcio-nários que trabalham nestesetor foram revelados.

Para a Polícia Civil estefoi um caso raro, pois nãohá registro de fatos assim,no shopping. O Assessor deComunicação da Polícia,diz que não é comum e afir-ma ainda que o maior nú-mero de registros relaciona-dos ao Shopping é de extra-vio de documentos, furtonas lojas e estelionato.