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Nº2 | Maio 2020

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Nº 2 | Maio 2020

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Nº 2 | Maio 2020

ÍNDICE

DUPLA TRIBUTAÇÃO

5 | Portugal: Portugal: Convenções de Dupla Tributação com Países Africanos de Língua Portuguesa

DIREITO LABORAL

6 | Alemanha: Flexibilização do Trabalho devido à Crise

DIREITO COMERCIAL

7 | Portugal: O Controlo do Investimento Direto Estrangeiro em Portugal

DIREITO IMOBILIÁRIO

8 | Portugal: Propriedade horizontal em Portugal: Perguntas e Respostas

COMPLIANCE

9 | Alemanha: Conformidade (Compliance Management System) / Empresas pequenas e médias

NOTÍCIAS BREVES

10 | Portugal: Plataforma “#Open4Business”

Trabalhadores destacados

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Nº 2 | Maio 2020

DUPLA TRIBUTAÇÃO

Portugal: Convenções de Dupla Tributação com países

africanos de língua portuguesa

Portugal foi um impulsionador da criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa

(“CPLP”). Portugal assume, assim, uma posição de destaque no que se refere a investimentos

em países africanos de língua portuguesa.

As Convenções de Dupla Tributação (“Convenções”) são também um fator preponderante

para a escolha de Portugal como plataforma para o investimento em Angola, Cabo Verde e

Moçambique. As Convenções regulam o regime fiscal de fluxos transfronteiriços,

proporcionando segurança aos investidores estrangeiros e reduzindo ou eliminando a

tributação que seria de outra forma aplicável ao abrigo de leis domésticas. É o caso, entre

outras, das restrições à existência de estabelecimentos estáveis, bem como da redução de

tributação em Angola, Cabo Verde e Moçambique relativamente a rendimentos gerados por

prestações de serviços, royalties, dividendos, juros ou ganhos da alienação de participações

sociais obtidos nesses países por entidades residentes em Portugal.

A título de exemplo, refira-se o caso dos dividendos que em Cabo Verde e Moçambique só

podem ser tributados a uma taxa de 10%, e em Angola a 8%. No que respeita a rendimentos

por prestação de serviços obtidos por entidades portuguesas em Angola, estes só podem ser

tributados a uma taxa reduzida de 5%, em vez da atual taxa doméstica de 6,5% (que poderá

ser aumentada para 15% em breve). No que se refere a desinvestimento em veículos

societários locais, algumas Convenções atribuem competência exclusiva a Portugal para a

tributação de ganhos na alienação das participações nesses veículos, sendo que poderão ficar

isentos pois Portugal dispõe de um competitivo regime de “participation exemption”.

Ademais, Portugal proporciona aos investimentos a proteção de um Estado-Membro da

União Europeia.

Portugal é, pois, uma opção incontornável para investimentos em países africanos de língua

portuguesa, com destaque para Angola, Cabo Verde e Moçambique.

Mafalda Alfaiate Of Counsel

Mafalda.Alfaiate@miranda

lawfirm.com

Portugal

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Flexibilização do trabalho devido à crise

A crise do Coronavírus não só trouxe facilidades legais, rápidas e temporárias, destinadas a

preservar empresas e postos de trabalho; traz também a grande oportunidade de

flexibilização do trabalho, adaptando-o de forma igualmente rápida, mas permanente, à

realidade quotidiana.

O “Homeoffice”, não sendo uma inovação laboral, resultante do confinamento social, passou

para o centro das atenções como medida de proteção, mostrando agora a sua eficácia e

potencial de flexibilização do trabalho. Oferece também, especialmente a empresas e grupos

empresariais com atividade internacional, a possibilidade de regular as relações laborais após

crise de um modo mais eficiente.

O „Homeoffice“ é regulado e reconhecido em diversas leis como „Telearbeit“ (teletrabalho).

Entende-se como „Teleheimarbeit“ o teletrabalho prestado apenas em casa, enquanto

„alternierende Telearbeit“ designa o trabalho “alternado”, prestado em parte na empresa,

onde o trabalhador tem um posto de trabalho, e em parte em casa. O „Mobile Office“ ou

„mobiles Arbeiten“ difere do Homeoffice, na medida em que o trabalho é prestado de forma

“móvel”, sem um local de trabalho fixo, a partir de qualquer local viável, definido

praticamente de forma livre pelo trabalhador (por ex. em viagem, no hotel, no café, etc.).

Desde que o tipo de trabalho não obrigue à sua prestação exclusivamente na empresa, a

introdução mais alargada de Homeoffice e Mobile Office após a crise poderá trazer maior

flexibilização e eficiência e, ao mesmo tempo, maior proteção contra crises; da parte dos

trabalhadores, uma maior compatibilidade do trabalho com a vida familiar, crianças, etc.

Estas modalidades poderão ser introduzidas individualmente, no âmbito de novas

contratações, ou em acordos separados, e ao nível da empresa, através de acordos com as

comissões de trabalhadores. A crise demonstra também a necessidade de uma digitalização

funcional e a aceitação de tele- e videoconferências, em alternativa a viagens demoradas e

dispendiosas.

Maria de Fátima Veiga Advogada (Alemanha)

Especializada em Direito do

Trabalho

[email protected]

DIREITO DO TRABALHO

Alemanha

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O Controlo do investimento direto estrangeiro em Portugal

O Regulamento (UE) 2019/452 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de março de

2019, estabelece um regime de análise dos investimentos diretos estrangeiros na União e,

por consequência, em Portugal. O referido Regulamento, que se prevê entre em vigor no

próximo dia 11 de outubro de 2020, abrange os investimentos estrangeiros suscetíveis de

afetar a segurança ou a ordem pública e estabelece um mecanismo de cooperação entre os

Estados-Membros e entre estes e a Comissão.

A implementação do referido Regulamento Europeu tem levado diversas jurisdições

europeias a preparar novos dispositivos legais, ou a rever legislação já existente. É o caso da

Alemanha, que iniciou, no passado dia 8 de abril de 2020, o processo legislativo tendente à

reforma do seu atual quadro normativo.

Porém, é previsível que o enfraquecimento do tecido empresarial causado pela atual crise

pandémica influencie de forma relevante a legislação dos diversos países europeus, em

particular com o intuito de abranger setores e indústrias que, até muito recentemente, não

seriam globalmente considerados estratégicos. Por outro lado, a própria atuação dos diversos

reguladores nacionais poderá sofrer alterações de peso.

No que se refere a Portugal, o Decreto-Lei 138/2014, de 15 de setembro, estabelece o atual

referente legislativo nacional nesta matéria, com um âmbito significativamente mais limitado

que o já referido Regulamento Europeu. Historicamente, Portugal tem sido sempre uma

jurisdição muito aberta ao investimento estrangeiro. Veremos se assim continuará.

João Mattamouros Resende Sócio

[email protected]

DIREITO COMERCIAL

Portugal

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Propriedade horizontal em Portugal: Perguntas e Respostas

A presente exposição do Rechtsanwalt e Advogado, Doutor Alexander Rathenau, é do

interesse de todos os proprietários de imóveis em regime de propriedade horizontal (“PH”).

1. De que forma posso determinar o que é meu e quais as áreas comuns?

O regime da PH permite que cada apartamento (ou melhor, fração autónoma – “FA”) seja

independente em termos legais dos restantes, podendo ser vendido, doado ou onerado,

como qualquer outro imóvel que não esteja sujeito a este regime. Este regime aplica-se a

qualquer conjunto de edifícios, independentes entre si, mas funcionalmente ligados devido à

existência de áreas comuns.

A determinação das FA’s e suas permilagens face ao edifício no seu todo e a determinação

das áreas comuns e o seu uso estão regulamentadas no título constitutivo.

2. É obrigatório existir um regulamento de condomínio?

O regulamento de condomínio, que especifica os direitos e obrigações dos condóminos face

aos espaços comuns, é obrigatório quando existam mais de quatro condóminos.

3. De que forma são tomadas as deliberações em assembleia de condóminos?

As deliberações são aprovadas por maioria simples, salvo estipulação em contrário. Se não

houver mais de metade dos votos representados, será convocada uma nova reunião.

4. Enquanto proprietário, sou obrigado a fazer um seguro?

É obrigado a fazer um seguro de proteção contra incêndios para a sua FA e, na respetiva

proporção, para as partes comuns.

5. Posso contestar uma deliberação tomada em assembleia de condóminos ou um ato da

Administração?

Poderá contestar uma deliberação tomada em assembleia de condóminos se for contrária à

lei ou ao regulamento do condomínio, convocando, para o efeito, uma assembleia de

condóminos extraordinária e pedir ao tribunal que suspenda a deliberação que se impugna.

Os atos da administração podem ser substituídos ou corrigidos por deliberação em

assembleia, podendo também recorrer à via judicial.

Alexander Rathenau Advogado e Rechtsanwalt

[email protected]

DIREITO IMOBILIÁRIO Portugal

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Conformidade (Compliance Management System) /

Empresas pequenas e médias

Não há uma obrigação legal internacional e direta de constituir um sistema da conformidade.

Independentemente de disposições individuais (por exemplo: relatório do estado dos direitos

humanos/ da corrupção no código da sociedade anónima) falta um código especial até agora.

Também empresas pequenas e médias têm de se confrontar com a gestão da conduta, se

fazem negócios internacionais.

Códigos estrangeiros como UK-Bribary-Act, US-Foreign-Practice Act, código da corrupção

francês Sapin II assim como UK- e Australiano Slavery Act 2015/ 2018 na área da escravatura

moderna, que fazem parte dos códigos anticorrupção rigorosos do mundo e têm uma

aplicação extraterritorial, podem por isso obrigar eficazmente empresas alemãs a instalar um

CMS. Infrações a estes códigos também podem trazer consequências jurídicas, mesmo que o

delito não tenha relação de negócios com o país que implantou a legislação CMS.

Além disso, se na empresa e dependente de sócios (no âmbito de contratos de

fornecimentos), estes são forçados a seguir as obrigações contratuais das normas da conduta.

Isso requere, que os sócios, assim como pessoas que os representem façam negociações em

concordância com todas as regras válidas e tenham de respeitar as diretivas da conduta

definidas pela empresa.

Para controlo destas obrigações um acordo sobre Compliance Audit tem valor, incluindo o

direito de rescisão extraordinária, de reclamação para indemnização total, tal como a

hipótese de anulação de reivindicações do sócio no caso da violação do contrato. Obrigações

de Compliance deviam incluir a cadeia dos fornecedores, para que as consequências legais,

acima indicadas, também possam acontecer, se os fornecedores ligados com os sócios da

empresa violarem as regras do contrato de Compliance.

Sönke Friedl Rechtsanwalt

[email protected]

COMPLIANCE Alemanha

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Plataforma “#Open4Business”

O Gabinete de Resposta Digital à Covid-19 disponibilizou uma nova plataforma, designada “#Open4Business”. Trata-se de uma ferramenta que permite informar, de um modo simples, quais os negócios / serviços que se encontram abertos ao público, que restrições de horário existem (se algumas), e que serviços são disponibilizados. As empresas podem também registar os seus dados acedendo a esta plataforma. Mais informações aqui.

Trabalhadores destacados

A Segurança Social disponibilizou, no seu site, informação relativa a trabalhadores destacados no contexto da COVID-19 Aí poderá encontrar informação pormenorizada relativa a:

• Trabalhadores por conta de outrem destacados de Portugal para outro Estado-membro, onde se encontrem a exercer atividade, portadores de um Documento Portátil A1 • Trabalhadores por conta de outrem destacados de outro Estado-membro para Portugal, onde se encontram a exercer atividade, portadores de um Documento Portátil A1 • Trabalhadores independentes em Portugal que se encontrem destacados noutro Estado-membro, portadores de um Documento Portátil A1 • Trabalhadores independentes noutro Estado-membro que se encontrem destacados em Portugal, portadores de um Documento Portátil A1

Consulte mais informação aqui.

NOTÍCIAS BREVES Portugal

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